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1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O ECOTURISMO NO RIO DE JANEIRO Por ROGÉRIO DE SOUSA MARTINS Monografia apresentada no Curso de Pós-Graduação de Planejamento e Educação Ambiental. Universidade Cândido Mendes Rio de Janeiro, primeiro semestre de 2003.

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1

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O ECOTURISMO NO

RIO DE JANEIRO

Por

ROGÉRIO DE SOUSA MARTINS

Monografia apresentada no Curso de Pós-Graduação de

Planejamento e Educação Ambiental.

Universidade Cândido Mendes

Rio de Janeiro, primeiro semestre de 2003.

2

Agradecimentos.

A Deus, a nossos pais ,aos nossos amigos

e professores, pela compreensão e

ajuda nos momentos mais difíceis.

3

Dedicatória

A todos aqueles que nunca se acomodam,

que nunca desistem, que sempre acreditam

que é possível.

4

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo enfocar a Educação Ambiental e o

Ecoturismo no Rio de Janeiro, apresentando critérios e diretrizes estabelecidos por essas

atividades em relação à ambientes urbanos e ambientes naturais.

Com isso, a realização da Educação Ambiental nas práticas e discursos no

Ecoturismo tem como finalidade o desenvolvimento sustentável.

5

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 6

CAPÍTULO I 8

EDUCAÇÃO AMBIENTAL 8

ORIGEM 9

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL 12

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 14

NOÇÕES BÁSICAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL 17

AÇÕES DIRETAS PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 22

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A CIDADANIA 24

CAPÍTULO II 26

ECOTURISMO 26

CONCEITO 27

POSSIBILIDADES E IMPACTOS DO ECOTURISMO 29

ECOTURISMO E SEUS PRINCÍPIOS 32

CONDUTA EM AMBIENTES NATURAIS 36

LOCAIS UTILIZADOS PARA PRÁTICA DO

ECOTURISMO NO RIO DE JANEIRO 43

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O ECOTURISMO 44

CONCLUSÃO 45

6BIBLIOGRAFIA 47

INTRODUÇÃO

A Educação Ambiental passa a se constituir numa forma abrangente de

educação, que se propõe atingir todos os cidadãos, através de um processo pedagógico

participativo permanente que procura incutir no educando uma consciência crítica sobre

a problemática ambiental, compreendendo-se como crítica a capacidade de captar o

surgimento e a evolução de problemas ambientais.

Ela passa a se impor frente à atuação ecoturística, por este simples fato de

sistematização educacional e governamental, fazendo com que esta atividade se

concretize como uma própria disciplina dentro das escolas brasileiras, principalmente no

ensino fundamental. E é neste momento, que se considera a Educação Ambiental como

um fator preponderante e inevitável no processo e uma atividade ecoturística, onde o

cidadão estará em pleno contato com o espaço que está sendo produzido ou está

servindo sobre uma paisagem natural, na qual ele necessitará de uma carga de

informações baseadas na conscientização e na conservação.

A população está cada vez mais envolvida com as novas tecnologias e com

cenários urbanos, perdendo desta maneira a relação natural que tinham com a terra e

suas culturas. Os cenários, tipo shopping center, trânsito intenso e barulho de máquinas

trabalhando passam a ser normais na vida dos jovens e os valores relacionados com a

natureza não tem mais pontos de referência na atual sociedade moderna.

O relacionamento da humanidade com a natureza, que teve início com um

mínimo de interferência nos ecossistemas, tem hoje culminado numa forte pressão

exercida sobre os recursos naturais. Tais como: contaminação dos cursos de águas, a

7poluição atmosférica, a devastação das florestas, a caça indiscriminada e a redução ou

mesmo destruição dos habitats faunísticos, além de muitas outras formas de agressão ao

meio ambiente.

Dentro deste contexto, é clara a necessidade de mudar o comportamento do

homem em relação à natureza, no sentido de promover sob um modelo de

desenvolvimento sustentável (processo que assegura uma gestão responsável dos

recursos do planeta de forma a preservar os interesses das gerações futuras e, ao mesmo

tempo atender as necessidades das gerações atuais), a compatibilização de práticas

econômicas e conservacionistas, com reflexos positivos evidentes junto à qualidade de

vida de todos.

É subdividida em formal e informal:

Formal entende-se por educação ambiental na educação escolar, desenvolvidas

no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas, englobando:

Ü Educação Básica:

• Educação Infantil;

• Ensino Fundamental;

• Ensino Médio;

Ü Educação Superior;

Ü Educação Especial;

Ü Educação Profissional;

Ü Educação de Jovens e Adultos.

Informal ou não-formal entende-se por ações e práticas educativas voltadas à

sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e

participação na defesa da qualidade do meio ambiente.

8

CAPÍTULO I

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

9

ORIGEM

A incorporação do adjetivo “ambiental” à educação, na década de 1970,

pressupõe a idéia de que a educação, até então, não era ambiental e que, portanto, não

estaria preparada para enfrentar os novos problemas que apareceriam com a

modernidade e toda a evolução tecnológica que a caracterizou. Assim, a partir de uma

educação voltada especificamente paras o meio ambiente, esperava-se encontrar novos

caminhos para enfrentar a questão ambiental, que cada vez mais se fazia presente no

mundo ocidental.

A década de 1970 foi o epicentro de questões explosivas que tiveram uma

repercussão mundial, propagando-se muito além daquela época. No entanto, tais

questões já vinham sendo “gestadas” desde décadas anteriores e estavam centradas, em

linhas gerais, no descontentamento com os rumos que a civilização ocidental estava

tomando.

No auge dos debates da década de 1970, foi convocada pela Organização das

Nações Unidas (ONU) a I Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente

Humano, em Estocolmo, na Suécia. Esse encontro internacional, colocou frente a frente,

pela primeira vez, líderes dos mais diversos países para discutir o futuro do planeta. A

Conferência resultou na Declaração sobre o Ambiente Humano ou Declaração de

Estocolmo que expressou para o mundo a idéia de que tanto as gerações presentes como

as futuras devem ter garantias de vida num ambiente sadio e não-degradado.

A partir de então, iniciaram-se as discussões em relação ao papel da Educação

Ambiental neste contexto, e diversos encontros e reuniões internacionais foram

realizados, gerando vários documentos de referência. Neste primeiro momento, a

Educação Ambiental é marcada pela crença de que a sua contribuição para o

10enfrentamento da questão ambiental estaria na transmissão de informações técnicas a

respeito do funcionamento da natureza, fato que, por si só, seria suficiente para formar a

consciência ambiental no planeta.

Em 1977, foi convocada pela UNESCO a I Conferência Intergovernamental

sobre Educação Ambiental, realizada em Tbilisi, na Geórgia (antiga URSS). A

Conferência discutiu, entre outras coisas, os pressupostos da educação para contribuir na

resolução dos problemas ambientais, bem como as estratégias para sua implantação no

âmbito nacional.

Dessa forma, pela primeira vez, fica explícita a necessidade de se abordar a

Educação Ambiental dentro de um contexto integral, ou seja, considerando-se de forma

igualitária o meio social, o cultural e o ecológico, apontando para as conexões existentes

entre o mundo social e o natural. Até então, a contribuição da educação para o

enfrentamento da questão ambiental vinha sendo concebida dentro de uma visão

comportamental, como uma proposta reformista, sem qualquer crítica ao modelo de

desenvolvimento vigente. A partir de Tbilisi a Educação ambiental passa a ser concebida

dentro de um novo ângulo, como um projeto transformador, crítico e político.

O propósito fundamental da Educação ambiental é ampliado em Tbilisi, quando

se revelam com clareza as “interdependências econômicas, políticas e ecológicas do

mundo moderno, no qual as decisões e comportamentos dos diversos países podem ter

conseqüências de alcance internacional”.

Dentre as quais destacam-se as seguintes recomendações:

Ü A Educação Ambiental deve suscitar uma vinculação estreita entre os

processos educativos e a realidades, estruturando suas atividades em

11torno dos problemas concretos que se impõem à comunidade,

enfocando a análise de tais problemas através de uma perspectiva

interdisciplinar e globalizadora que permita uma compreensão

adequada dos problemas ambientais.

Ü Deve ser concebida como um processo contínuo que propicie um saber

adaptado às condições variáveis do meio ambiente.

Ü Deve ajudar a descobrir os sintomas e as causas reais dos problemas

ambientais, destacando a sua complexidade ambiental e, em

conseqüência, a necessidade de desenvolver o senso crítico e as

habilidades necessárias para resolver os problemas .

Ü Deve-se confiar à escola um papel determinante no conjunto da

Educação Ambiental e se organizar, com esse fim, uma ação

sistemática na educação primária e secundária.

12

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL

Pode considerar que a Educação Ambiental começou a se destacar e tomar forma

nas décadas de 1980 e 1990, quando a luta ecológica e a afirmação dos direitos

ambientais foram intensificadas, contribuindo para dar visibilidade e gerar novas

sensibilidades para a questão ambiental. Estas décadas “marcaram uma inflexão na

percepção da insustentabilidade dos ideais de progresso e desenvolvimento”. O que

antes era uma denúncia do movimento ambientalista, globaliza-se, e passa a ser

amplamente divulgado na opinião pública.

No Brasil, a Educação Ambiental é incrementada com o surgimento dos novos

movimentos sociais e das Organizações Não-Governamentais (ONG’s) ambientalistas

na década de 1980. Essa década presenciou inúmeros encontros estaduais, nacionais e

latino-americanos que contribuíram intensamente para a construção de uma identidade

social e profissional daqueles que estavam envolvidos com práticas educativas

ambientais.

A década de 1990 inicia-se num clima de valorização das práticas ambientais, o

que é ressaltado com a realização da Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento – ECO-92, que ocorreu no Rio de Janeiro. Em 1997 foram

organizados oito encontros regionais pré-fórum e o IV fórum de Educação Ambiental,

em Guarapari, que representaram um processo de discussão contínua ao longo daquele

ano, finalizando na I Conferência Nacional de Educação Ambiental, em Brasília.

A Conferência teve por objetivo criar um espaço para reflexão sobre as práticas

de Educação Ambiental no Brasil, avaliando suas tendências e identificando as

perspectivas e estratégias futuras. O documento gerado nesta Conferência foi

denominado de Declaração de Brasília para a Educação Ambiental e consolidou as

13sugestões de diretrizes políticas para a Educação ambiental no Brasil. A Declaração de

Brasília contém um diagnóstico da situação da Educação ambiental no país além de

muitas recomendações que visam a melhoria qualitativa dos processos educativos, ao

mesmo tempo em que fornecem subsídios para decisões políticas na área.

14

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A Educação Ambiental é definida pelo CONAMA (Conselho Nacional para o

Meio Ambiente), como:

“Processo de formação e informação, orientado para o desenvolvimento da

consciência crítica sobre as questões ambientais, e de atividades que levem à

participação das comunidades na preservação do equilíbrio ambiental”.

Nesta definição do CONAMA, o órgão sintetiza de uma forma bem simples e

paradoxal a questão ambiental. Mas sabemos de que este processo vai muito além e

ainda envolve todo um processo de reflexão crítica do educador sobre a sua própria

ação. Sendo também a Educação Ambiental um paradigma que deve seguir uma linha

multidisciplinar, paralela a várias outras ciências a fins, como a Geografia, a Biologia, a

História, a Economia e daí por diante.

Mas como a Educação Ambiental, não se limita somente a este conceito definido

pelo CONAMA, ela também se faz, através de uma devida política governamental, leis e

parâmetros que possam lê garantir uma atuação mais concreta e coerente com seu

próprio conceito

A Educação Ambiental é um segmento multidisciplinar do processo educacional

ao qual a sociedade deve, de qualquer maneira, estar intimamente ligada. Por isso se

criou há pouco tempo à implantação da Educação Ambiental nas linhas básicas de

ensino, para o qual aquele cidadão que está em plena formação de idéias e ideologias

possa conter em seu raciocínio crítico, uma visão mais ampla e produtiva, quando se

trata de desenvolvimento e bem estar social, tanto para sua família quanto para suas

próximas gerações.

15

Tomando como ponto base à definição do segmento pelo CONAMA, pode-se

também perceber que além de se construir como uma definição básica, ela contém,

obrigatoriamente, a mensagem de alguns objetivos preliminares que devem ser levados

em conta no momento da prática desta atividade.

Podemos dividir estes objetivos em cinco categorias:

a) Consciência: ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem

consciência do meio ambiente global e ajuda-los a sensibilizarem-se

por essas questões;

b) Conhecimento: ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem

diversidade de experiências e compreensão fundamental do meio

ambiente e dos problemas anexos;

c) Comportamento: motivar os grupos sociais e os indivíduos

comprometerem-se com uma série de valores, se sentirem

interessados e preocupados com o meio ambiente e participar

ativamente da melhoria e da proteção do meio ambiente:

d) Habilidades: ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem a

as habilidades necessárias para determinar e resolver os problemas

ambientais;

e) Participação: proporcionar aos grupos sociais e indivíduos a

possibilidade de participarem ativamente nas tarefas que tem por

objetivo resolver os problemas ambientais.

Assim, as atividades deste segmento da educação que é a Educação Ambiental,

atuam basicamente na formação crítica dos indivíduos que constituem o espaço

16geográfico. Porém, deve-se atentar especialmente para a formação dos agentes

formuladores do espaço geográfico: os proprietários dos meios de produção, a iniciativa

privada e essencialmente o Estado. Ultimamente, as considerações por parte desta classe

quanto a este processo tem-se passado muito foscamente.

Entretanto, sabemos que consta na Constituição Federal o Artigo 225, que

expressa o seguinte:

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso

comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e

à coletividade o dever de defende-lo para as presentes e futuras gerações.”

Mas como a Constituição nem sempre cumpre suas obrigações, devemos colocar

com muito trabalho, tudo o que temos em prática. A Educação Ambiental é mais um

fator a ser cobrado do Poder Público, sendo este responsável por assegurar a efetividade

deste direito de todos cidadãos brasileiros, sem hierarquias.

Lembrando de que este processo de educação só é cabível à sociedade a partir do

momento em que a mesma, isto é, a própria comunidade tomar conhecimento da sua

importância e a sua devida necessidade compulsória de se criar e manter relações

harmoniosas entre o meio ambiente, o desenvolvimento e a sociedade.

Partindo da educação ambiental como um processo de conscientização,

conhecimento, comportamento, habilidade e participação para com a sociedade inserida,

não se utilizar metodologias semelhantes, porque a educação praticada sobre uma

sociedade ribeirinha, que reside sobre as margens de um rio poluído não é a mesma que

se deve praticar sobre uma população que reside em uma reserva com baixo índice de

ação antrópica, na qual pretende praticar o ecoturismo como atividade de

desenvolvimento por exemplo.

17

NOÇÕES BÁSICAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Sistema de vida

A Educação Ambiental enfatiza as regularidades, e busca manter o respeito pelos

diferentes ecossistemas e culturas humanas da Terra. O dever de reconhecer as

similaridades globais, enquanto se interagem efetivamente com as especificidades locais,

é resumido no seguinte lema: Pensar globalmente, agir localmente.

Há três níveis ou sistemas distintos de existência:

Ü Físico: planeta físico, atmosfera, hidrosfera (águas) e litosfera (rochas

e solos), que seguem as leis da física e da química;

Ü Biológico: a biosfera com todas as espécies da ;vida, que obedecem as

leis da física, química, biologia e ecologia;

Ü Social: o mundo das máquinas e construções criadas pelo homem,

governos e economias, artes, religiões e culturas, que seguem leis da

física, da química, da biologia, da ecologia e também leis criadas pelo

homem.

Os Ciclos

O material necessário para a vida (água, oxigênio, carbono, nitrogênio, etc.)

passa através de ciclos biogeoquímicos que mantém a sua pureza e a sua disponibilidade

industrial complexa, moderna e de alta produtividade que assegura a necessidade de

reciclagem no planeta. Nos ecossistemas, os organismos e o ambiente interagem

18promovendo trocas de materiais e energia através das cadeias alimentares e ciclos

biogeoquímicos.

Crescimento Populacional e Capacidade de Suporte

A capacidade de suporte para a vida humana e para a sociedade é complexa,

dinâmica e variada de acordo com a forma segundo a qual o homem maneja os recursos

ambientais.

Ela é definida pelo seu fator mais limitante e pode ser melhorada ou degradada

pelas atividades humanas.

Desenvolvimento Socialmente Sustentável

A chave para o desenvolvimento pe a participação, a organização, a educação e o

fortalecimento das pessoas. O desenvolvimento sustentado não é centrado na produção,

e sim nas pessoas.

Deve ser apropriado não só aos recursos e ao meio ambiente, mas também à

cultura, história e sistemas sociais do local onde ele ocorre.

19

Características dos Ecossistemas Urbanos

Ecossistemas Naturais Ecossistemas Urbanos

ENERGIA

São sustentados por uma fonte Atualmente sustentados por uma fonte

Ilimitada de energia: radiação solar Finita de energia: combustíveis fósseis

Não acumular energia em O consumo excesso de combustíveis

excesso Fósseis liberam muito calor para a biosfera

e altera a temperatura

Nas cadeiras alimentares , cerca de 10

calorias de um organismo são necessárias

para produzir 1 caloria do outro

Nas cadeias alimentares são necessárias

100 calorias de combustível fóssil para

produzir 10 calorias de alimentos que irão

gerar 1 coloria no homem.

20

EVOLUÇÃO

A evolução biológica adapta todos os

organismos e os seus sistemas de suporte

aos processos que sustentam a vida

A evolução cultural atualmente

subordinada os organismos e os sistemas

de suporte da Terra aos processos que

sustentam a tecnologia.

POPULAÇÃO

Mantém os níveis de população de cada

espécie dentro dos limites estabelecidos

pelos controles e balanços naturais,

incluindo fatores como alimentos, abrigo,

doenças e presença de inimigos naturais.

Permiti que as populações crescessem tão

rapidamente quando podem aumentar as

disponibilidades de alimentos e abrigo, e

eliminam inimigos naturais e doenças via

biocidas e medicamentos

COMINUDADE

Apresenta uma grande diversidade de

espécies que vivem nos limites do local

dos recursos naturais

Tende a excluir a maioria das espécies e é

sustentada por recursos provenientes de

áreas além das áreas locais.

21

INTERAÇÃO

As comunidades são organizadas em torno

das interações de funções biológicas e

processos . A maioria dos organismos

interage com uma variedade de outros

organismos.

As comunidades são organizadas de modo

crescente, em torno de interações de

funções e processos tecnológicos.

EQUILÍBRIO

São imediatamente governados por

processos comuns, naturais, de controle e

equilíbrio, incluindo a disponibilidade de

luz, alimentos, água , oxigênio, habitat e a

presença ou ausência de inimigos naturais

e doenças.

São imediatamente governadas por um

conjunto de competição de controle

cultural e equilíbrio, inclusive de ideologia,

constantes, religião, leis, políticas e

economias. Esse acordo considera um

pouco, ou não considera os requerimentos

para a sustentação da vida, que não seja

humana.

22

AÇÕES DIRETAS PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Ü Visitas : a Museus, criadouros científico de animais silvestres;

Ü Passeios em trilhas ecológicas/ desenhos: normalmente as trilhas são

interpretativas , apresentando percursos nos quais existem pontos

determinados para interpretação co auxílio de placas, setas e outros

indicadores, ou então se pode utilizar a interpretação espontânea, na

qual monitores estimulem as crianças a curiosidade à medida que

eventos, locais e fatos se sucedem. Feitos através da observação direta

em relação ao ambiente, os desenhos tornam-se instrumentos eficazes

para indicar os temas que mais estimulam a percepção ambiental do

observador;

Ü Parcerias com Secretarias de Educação de Municípios: formando

algum “Clube de Ciência”, com o objetivo de executar projetos

interdisciplinares que visem solucionar problemas ambientais locais

(agir localmente, pensar globalmente). Os temas mais trabalhados são

reciclagem do lixo, agricultura orgânica, arborização urbana e

preservação do ambiente;

Ü Ecoturismo: quando da existência de parques ecológicos ou mesmo

nos locais onde estão localizadas as trilhas, há a extensão para a

comunidade em geral. Os visitantes são orientados na chegada por um

funcionário e a visitação é livre ou caminhadas orientadas por guias do

parque ecológico ou de agências de ecoturismo;

23

Ü Publicações periódicas: abordagem de assuntos relativos aos recursos

naturais da região e às atividades da área de ambiência local;

Ü Educação Ambiental para funcionários: treinamento aplicado aos

funcionários da área de meio ambiente e áreas afins da própria

empresa, orientando-os quanto aos procedimentos ambientalmente

corretos no exercício de suas funções, fazendo com que eles se tornem

responsáveis pelas práticas conservacionistas em seu ambiente de

trabalho, chegando ao seu lar e á sua família;

Ü Atividades com a comunidade e campanhas de conscientização

ambiental: com o intuito de incrementar a participação da comunidade

nos aspectos relativos ao conhecimento e melhoria de seu próprio

ambiente, são organizadas e incentivadas diversas atividades que

envolvem a comunidade da região, como caminhadas rústicas pela

região;

Ü Programas de orientação ambiental: a empresa ou outro órgão

desenvolve ainda outros programas para orientação ambiental como,

por exemplo, fichas de visualização dos animais silvestres, orientação

à comunidade para atendimento aos aspectos legais de caça e pesca,

produção e distribuição de cadernos, calendários e cartões co motivos

ambientalistas.

24

EDUCAÇÃO AMBIENTAL e a CIDADANIA

A associação entre a Educação Ambiental e formação da cidadania é uma

fórmula que vem sendo crescentemente incentivada no decorrer da década de 1990 no

país. Frente a essa demanda, muitos educadores ambientais têm respondido

positivamente, à medida que têm procurado desenvolver projetos articulando a Educação

Ambiental com a cidadania.

Esta associação não é gratuita, pois um país como o Brasil, com uma trajetória

política que revela um recente passado de caráter autoritário, cuja transição democrática

mal completa os quinze anos, ainda está impregnado de uma cultura regressiva,

paternalista e assistencialista (Sorrentino, 1991), onde a população em geral é marcada

pela passividade e omissão, e costuma delegar (ou abandonar) poderes ao Estado para

resolver os seus problemas (Jacobi, 1997). O cidadão brasileiro não se percebe ainda

como um sujeito social que constrói a sua própria história e destino, não reconhece a

jurisdição de seus direitos, e no tocante à questão ambiental, não realiza a dimensão

convergente do risco e impacto ambiental com a perda da qualidade de vida.

O ser humano deteriora o meio ambiente em que vive através do lixo e dos

esgotos que produz, de agrotóxicos e elementos químicos espalhados no ar, no solo e nas

águas. A consciência de seus atos danosos ao meio ambiente lhe proporcionará a

oportunidade de ser solidário e cuidadoso, zelando por si e pela conservação da

qualidade de vida de sua comunidade e das populações futuras.

“A cidadania é pois uma questão de consciência que só será imprimida no

indivíduo, se houver uma educação com este fim, a qual deve resultar de uma

cooperação responsável entre as pessoas”.

25

Portanto, com a citação de ARAÚJO &ARAÚJO (1994) supracitada, entende-

se que a escola deve oportunizar ao aluno, que tenha atitudes coerentes com o seu

ambiente e que o respeito como a si mesmo, partindo do conhecimento e

comprometimento, buscando uma sociedade mais igualitária e capaz de tomada de

decisões.

É necessário que o educador promova a participação do educando, na tomada de

posição e entendimento de seus direitos e deveres, como cidadão consciente, frente aos

problemas ambientais.

A educação visa, principalmente, proporcionar ao cidadão acesso à

sistematização do conhecimento e ao desenvolvimento de uma consciência crítica, a

partir da compreensão de toda a informação acumulada pelo mesmo. Uma educação

específica, a Educação Ambiental, vai oportunizar ao cidadão o entendimento da relação

estabelecida entre o homem e o ambiente, preparando o mesmo para um novo modo de

ver e pensar o mundo, capaz de observar, refletir e agir no meio que o envolve,

sentindo-se como parte deste.

A Educação Ambiental exige uma abordagem metodológica acima das fronteiras

dos diferentes compartimentos disciplinares das diversas áreas do conhecimento, requer

que questões sociais sejam apresentadas para a aprendizagem e a reflexão dos alunos.

Com a incorporação dos temas transversais, o currículo ganha em flexibilidade e

abertura, podendo ser priorizado e contextualizado de acordo com as diferentes

realidades locais e regionais.

Com a Constituição Federal de 1988, foi possível abrir portas aos cidadãos para

reivindicar e defender seus direitos . Houve com isso conquistas enormes para o cidadão

no campo dos direitos fundamentais, coletivos, sociais, políticos e trabalhista.

26

CAPÍTULO II

ECOTURISMO

27

CONCEITO

O Ecoturismo é inicialmente conceituado pela EMBRATUR como:

“Segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o

patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação

de uma consciência ambientalista, através da interpretação do ambiente,

promovendo o bem-estar das populações envolvidas.”

Este conceito, definido contextualmente pela EMBRATUR, logicamente não

deixa de conter os princípios básicos do Ecoturismo, que é o incentivo para a

consciência ambientalista ou conservacionista do ambiente, assim como também a

promoção do bem-estar das populações que estão sendo inseridas, residentes no locaL. E

é neste perfil, principalmente o das populações e do seu meio modificado ou não, pelas

atividades antrópicas, que as atividades ecoturísticas devem se encarregar de conservar e

divulgar na sua prática. Por isso que a partir do momento em que uma atividade neste

sentido for colocada em serviço em uma determinada região, esta deve,

obrigatoriamente, englobar de forma sustentável as populações em que ali vivem.

Existe também outras formas de expressar ou conceituar as formas de atuação do

Ecoturismo, como por exemplo, a de que esta atividade é considerada um ato de busca

de lugares exóticos e remotos na natureza, para o qual o homem “ecoturista” se faz de

um desafiante daquele espetáculo da natureza predominante que, acima de tudo, deve ser

observada e conservada.

28Lembrando que a linha ilógica do concreto prático, que sendo mais utilizado na

atualidade capitalista, em boa parte das iniciativas privadas atuantes na área, é

desfrutado com muito prazer. Atuam, esquecendo na maioria das vezes da

conscientização e inserção das populações locais juntamente com todo seus processos

culturais e históricos.

Com respeito ao termo “ECOTURISMO”, torna-se importante levar em conta

também à diversidade de definições existentes, uma vez que ela também costuma ser

acompanhada por diferenças, e por divergências entre os envolvidos, entre as práticas do

turismo no meio natural e em pequenas comunidades.

29

POSSIBILIDADES E IMPACTOS DO ECOTURISMO

Como quaisquer atividades econômicas, em especial aquelas desenvolvidas em

áreas naturais, o Ecoturismo pode produzir impactos, positivos ou negativos.

Há que se lembrar, entretanto, que tanto os benefícios do Ecoturismo como os

problemas dele decorrentes são potenciais, isto é, dependem fundamentalmente do modo

como seu planejamento, implantação e monitoramento forem organizados e real usado.

De uma maneira geral é possível apontar-se como IMPACTOS POSITIVOS das

atividades do Ecoturismo:

Ü Geração de emprego, renda e estímulo ao desenvolvimento econômico

em vários níveis (local, regional, estadual e nacional);

Ü Possibilidade de melhoria de equipamentos urbanos e de infra-

estrutura (viária, sanitária, médica, de abastecimento e de

comunicações);

Ü Ampliação dos investimentos volitados à conservação de áreas

naturais e bens culturais;

Ü Fixação das populações em locais graças à geração de emprego e

renda;

Ü Sensibilização de turistas e populações locais para a proteção do

ambiente, do patrimônio histórico e de valores culturais;

Ü Estímulo a outras atividades econômicas potencialmente sustentáveis

como o manejo de plantas medicinais, ornamentais, etc;

Ü Melhoria do nível sócio-cultural das populações locais;

30Ü Estímulo à comercialização de produtos locais de qualidade e

intercâmbio de idéias, costumes e estilos de vida.

Por outro lado, o Ecoturismo também pode produzir como IMPACTOS

NEGATIVOS:

Ü Incremento do consumo de recursos naturais, podendo levar ao seu

esgotamento;

Ü Consumo do solo e transformação negativa da paisagem pela

implantação de construções e infra-estrutura;

Ü Aumento da produção de lixo e resíduos sólidos e efluentes líquidos;

Ü Alteração de ecossistemas naturais devido à introdução de espécies

exóticas de animais e plantas;

Ü Estímulo ao consumo de souvenires produzidos a partir de elementos

naturais escassos;

Ü Perda de valores tradicionais em conseqüência da homogeneização das

culturas;

Ü Aumento do custo de vida, supervalorização dos bens imobiliários e

conseqüentes perdas das propriedades de terras, habitações e meios de

produção por parte das populações locais;

Ü Geração de fluxos migratórios para áreas de concentração turística e

adensamentos urbanos não planejados e favelização.

31No caso específico de seu desenvolvimento em Unidades de Conservação (UC’s)

o Ecoturismo pode gerar como IMPACTOS POSITIVOS:

Ü Sustentação econômica da Unidade de Conservação (UC);

Ü Integração da Unidade de Conservação com as populações locais;

Ü Circulação de informações sobre o meio ambiente;

Ü Aumento da oferta de atividades de lazer e recreação;

Ü Ampliação da capacidade de fiscalização;

Ü Controle sobre grupos organizados e divulgação da Unidade de

Conservação.

Porém da mesma forma como seu desenvolvimento em áreas não protegidas, o

Ecoturismo pode produzir nas Unidades de Conservação (UC’s) alguns IMPACTOS

NEGATIVOS:

Ü Pisoteamento, compactação, erosão e abertura de atalhos em trilhas;

Ü Depredação da infra-estrutura e de atrativos e elementos naturais;

Ü Desaparecimento e/ou stress da fauna em razão da presença humana

(provocado pelo barulho, cheiro e cores estranho ao ambiente);

Ü Aumento e/ou deposição inadequada do lixo;

Ü Necessidade de sacrifícios de áreas para instalação de infra-estrutura;

Ü E aumento do risco de incêndios.

32

ECOTURISMO E SEUS PRINCÍPIOS

A atividade ecoturística, por ser considerada um segmento do Turismo, onde o

deslocamento de turistas se dá na maioria das vezes para áreas com grande potencial

paisagístico ecológico. É também motivo de inúmeros conflitos entre a ideologia da

conscientização e da perspectiva do capital. Esse último é em grande parte estabelecido

como eixo principal deste segmento, tornando as atividades ecoturísticas afastadas de

seus devidos princípios ideológicos.

Um dos primeiros a utilizar e conceituar a atividade ecoturística foi Ceballos

Lascurain por volta da década de 1980, conceituando Turismo Ecológico ou Ecoturismo

como:

“A realização de viagens para áreas naturais não perturbadas ou não

contaminadas, com objetivo de admirar, gozar e estudar a paisagem, sua flora e fana

assim como as culturas passadas e presentes em tais áreas”.

Lascurain trata deste segmento, como a visita a lugares “...não perturbados ou

não contaminados...”, e no entanto, o Ecoturismo atualmente não se vê totalmente

direcionado para áreas não perturbadas, até porque estes ambientes se encontram cada

vez mais escassos na superfície terrestre. Sendo assim, uma grande parte de territórios

visitados pelos ecoturistas são ambientes intensamente alterados fisicamente e

culturalmente. Aí se encontra a relação com a questão da Educação Ambiental, já que

estes ambientes, na maioria das vezes necessitam de um detalhado planejamento

ambiental e paisagístico. O cidadão ali inserido, assim como os visitantes, não só pode

como deve participar de maneira direta, através de uma participação efetiva.

33

Os princípios básicos da Política Brasileira para o Ecoturismo são os seguintes:

• Compatibilizar as atividades de Ecoturismo com a conservação de

áreas naturais;

• Fortalecer a cooperação interinstitucional;

• Possibilitar a participação efetiva de todos os segmentos atuantes no

setor;

• Promover e estimular a capacitação de recursos humanos para o

Ecoturismo;

• Promover , incentivar e estimular a criação e melhoria da infra-

estrutura para a atividade de Ecoturismo e ;

• Promover o aproveitamento do Ecoturismo como veículo de Educação

Ambiental.

Como foi dito no último princípio, o Ecoturismo deve promover como veículo de

Educação Ambiental. Todavia é praticamente impossível a prática de Ecoturismo isenta

do processo de informação e conscientização, no qual os indivíduos inseridos passam

por uma interdisciplinaridade comunitária, entre o desenvolvimento sustentável e o

equilíbrio ecológico da dinâmica local, assim como sua recuperação ou recomposição.

Mas o Ecoturismo é uma atividade que desperta muitos interesses e vai além

destes princípios, e esta atividade vive atualmente um momento muito paradoxal entre a

sua ideologia e sua prática capitalista.

34 PROJETO OCE – OFICINAS DE CAPACITAÇÃO

ECOTURISMO

Princípios do Ecoturismo:

• Conservação e uso sustentável dos recursos naturais e culturais;

• Informação e interpretação ambiental;

• É um negócio e deve gerar recursos;

• Deve haver reversão dos benefícios para a comunidade local e para a

conservação dos recursos naturais e culturais;

• Deve ter envolvimento da comunidade local.

Critérios do Ecoturismo:

• Manejo e administração verde do empreendimento;

• Associações e parcerias entre os setores governamentais locais,

regionais e nacionais;

• Educação Ambiental para o turista e para a comunidade local;

• Guias conscientes, interessados e responsáveis;

• Planejamento integrado, com preferência à regionalização;

• Promoção de experiências únicas e inesquecíveis em um destino

exótico;

• Monitoramento e avaliação constante;

• Turismo de baixo impacto;

• Código de ética para o mercado do Ecoturismo.

35

Deste modo a atividade se vê mais abrangente, por isso se faz necessária uma

devida sistematização crítica dos seus princípios, assim como sua prática atual, porque a

realidade neste momento nos mostra que a ideologia e a ética não são os segmentos mais

considerados quando se diz respeito às práticas do Turismo Ecológico.

Como se pode ver nas Oficinas de Capacitação em Ecoturismo, no terceiro

princípio, “o Ecoturismo é um negócio e deve gerar recursos”, isto se torna um pouco

contraditório, porque nem sempre o Ecoturismo é um negócio, assim como suas devidas

atividades educativas e preservacionistas não condizem com o bem-estar econômico, e

sim com a qualidade de vida das sociedades. Por exemplo, em um parque público, o

Ecoturismo, assim como as práticas da Educação Ambiental, devem ser aspectos

modeladores do local e não negócios econômicos.

È claro que existe, mas o relevante neste momento é a prática empresarial do

transporte, isto é, as agências de turismo.

È a chamada Indústria de Turismo é a que mais cresce em nível mundial, ou seja,

analistas do setor apontam um crescimento de 4 a 5% ao ano e um índice de 10% de

ocupação da população economicamente ativa. Dentro dessa “Indústria”, o segmento do

Ecoturismo é o de maior crescimento (20% ao ano), dado o interesse recente da opinião

pública por atividades e discussões relativas ao meio ambiente e ao stress da vida

cotidiana nos grandes centros urbanos.

36

CONDUTA EM AMBIENTES NATURAIS

Atualmente, milhares de pessoas procuram ambientes naturais como os

encontrados em Parques Ecológicos e outras Unidades de Conservação, para atividades

de lazer, que vão desde simples passeio, até a prática de esportes de natureza, como as

caminhadas, o montanhismo, a canoagem, a exploração de cavernas, o mergulho e

muitas outras.

Na maioria desses locais a natureza é frágil e precisa ser tratada com cuidado.

Nestas áreas é quase impossível realizar trabalhos de limpeza e conservação da forma

como acontece nas áreas urbanizadas. Portanto, a proteção desses locais depende muito

do comportamento dos visitantes.

O impacto da poluição e da destruição das áreas freqüentadas é fácil de ser

evitada. É só seguir algumas regras simples, que ajudam a proteger o meio ambiente,

dão maior prazer à sua visita e previnem acidentes que, nesses lugares afastados, podem

ter graves conseqüências.

Estas regras de conduta com um mínimo de impacto, resumidas em 8 princípios,

estão sendo adotadas por pessoas no mundo inteiro em relação à ambientes naturais.

371- Planejamento é fundamental:

Ü Entre em contato prévio com a administração da área que vai visitar

para tomar conhecimento dos regulamentos e restrições existentes;

Ü Informe-se sobre as condições climáticas do local e consulte a

previsão do tempo antes de qualquer atividade em ambientes naturais;

Ü Viaje em grupos pequenos de até 10 pessoas, grupos menores se

harmonizam melhor com a natureza e causam menos impacto;

Ü Certifique-se que você possui uma forma de acondicionar seu lixo

(sacos plásticos), para trazê-lo de volta. Aprenda a diminuir a

quantidade de lixo, deixando em casa as embalagens desnecessárias.

Ü Evite viajar para as áreas mais populares durante feriados prolongados

e férias;

Ü Escolha as atividades que você vai realizar na sua visita conforme o

seu condicionamento físico e seu nível de experiência.

2- Você é responsável por sua segurança:

Ü O salvamento em ambientes naturais é caro e complexo, podendo

levar dias e causar grandes danos ao ambiente, portanto, em primeiro

lugar, não se arrisque sem necessidade;

Ü Calcule o tempo total que passará viajando e deixe um roteiro da

viagem com alguém de confiança, com instruções para acionar o

resgate, caso necessário;

38Ü Avise à administração da área a qual você está visitando sobre: sua

experiência, o tamanho do grupo, o equipamento que você esta

levando, o roteiro e a esperada de retorno. Estas informações

facilitarão o seu resgate em caso de acidente;

Ü Aprenda as técnicas básicas de segurança, como navegação (como

usar um mapa e uma bússola) e primeiros socorros. Para tanto, procure

os clubes de excursionistas, escolas de escaladas etc;

Ü Tenha certeza de que você dispõe do equipamento apropriado para

cada situação. Acidentes e agressões à natureza em grande parte são

causados por improvisações e uso inadequado de equipamentos.

Leve sempre : lanterna, agasalho, capa de chuva, um estojo de

primeiros socorros, alimento e água; mesmo em atividades com

apenas um dia ou poucas horas de duração;

Ü Caso você não tenha experiência de atividades recreativas em

ambientes naturais, entre em contato com centros excursionistas,

empresas de ecoturismo ou condutores de visitantes. Visitantes

inexperientes podem causar grandes impactos sem perceber e correr

riscos desnecessários.

3- Cuide das trilhas e dos locais de acampamento:

Ü Mantenha-se nas trilhas pré-determinadas : não use atalhos. Os atalhos

favorecem a erosão e a destruição das raízes e plantas inteiras ;

Ü Mantenha-se na trilha , mesmo se ela estiver molhada, lamacenta ou

escorregadia. A dificuldade das trilhas faz parte do desafio de

39vivenciar a natureza. Se você contorna a parte danificada de uma

trilha, o estrago se tornará maior no futuro;

Ü Acampando, evite áreas frágeis que levarão um longo tempo para se

recuperar após o impacto. Acampe somente em locais pré-

estabelecidos, quando existirem. Acampe a pelo menos 60 metros de

qualquer fonte de água;

Ü Não cave valetas ao redor das barracas, escolha melhor o local e use

um plástico sob a barraca;

Ü Bons locais de acampamento são encontrados, não construídos. Não

corte nem arranque a vegetação, nem remova pedras ao acampar;

Ü Ao percorrer uma trilha, e/ou sair de um acampamento, certifique-se

de que ela permanece como se ninguém houvesse passado por ali.

Remova todas as evidências de sua passagem. Não deixe rastros.

4- Traga seu lixo de volta :

Ü Se você pode levar uma embalagem cheia para um ambiente natural,

pode traze-la vazia na volta. Embalagens vazias pesam pouco e não

ocupam espaço na mochila;

Ü Não queime nem enterre o lixo. As embalagens podem não queimar

completamente, e animais podem cavar até o lixo e espalhá-lo. Traga

todo o seu lixo de volta com você;

Ü Utilize as instalações sanitárias que existem. Caso não haja instalações

sanitárias (banheiros ou latrinas) na área, enterre as fezes em um

buraco com 15 centímetros de profundidade e a pelo menos 60 metros

40de qualquer fonte de água, trilhas ou locais de acampamento, e em

local onde não seja necessário remover a vegetação. Traga o papel

higiênico utilizado de volta.

5- Deixe cada coisa em seu lugar:

Ü Não construa qualquer tipo de estrutura, como bancos, mesas pontes

etc. Não quebre ou corte galhos de árvores , mesmo que estejam

mortas ou tombadas, pois podem estar servindo de abrigo para aves ou

outros animais;

Ü Nada se leva de um Parque Ecológico ou de uma Unidade de

Conservação. Animais, plantas, rochas , frutos, sementes e conchas

encontradas nos local fazem parte do ambiente e aí devem

permanecer;

Ü Tire apenas fotografias, deixe apenas leves pegadas, e leve para casa

apenas suas memórias.

6- Tome extremo cuidado com o fogo:

Ü Fogueiras matam o solo, enfeiam os locais de acampamento e

representam uma das grandes causas de incêndios florestais;

Ü Para cozinhar, utilize um fogareiro próprio para acampamento. Os

fogareiros modernos são leves e fáceis de usar. Cozinhar com um

fogareiro é muito mais pr´tico que acender uma fogueira;

41Ü Para iluminar o acampamento, utilize um lampião ou uma lanterna, em

vez de uma fogueira;

Ü Se você realmente precisa acender uma fogueira, consulte previamente

a administração da área que estiver visitando, e utilize locais

estabelecidos;

Ü A madeira do local não pode ser utilizada. Caso o visitante necessite

fazer uma fogueira, a madeira deve ser levada por ele;

Ü Tenha absoluta certeza de que sua fogueira está completamente

apagada antes de abandonar a área.

7- Respeite os animais e as plantas:

Ü Observe os animais à distância. A proximidade pode ser interpretada

como uma ameaça e provocar um ataque, mesmo de pequenos

animais. Arem disso, animais silvestres podem transmitir doenças

graves;

Ü Não alimente os animais. Os animais podem acabar se acostumando

co comida humana e passar a invadir os acampamentos em busca de

alimento, danificando barracas, mochilas e outros equipamentos;

Ü Não retire flores e plantas silvestres. Aprecie sua beleza no local, sem

agredir a natureza e dando a mesma oportunidade a outros visitantes.

42

8- Seja cortês com outros visitantes e com a população local:

Ü Ande e acampe em silêncio, preservando a tranqüilidade e a sensação

de harmonia que a natureza favorece. Deixe rádios e instrumentos

sonoros em casa;

Ü Ao se aproximar de moradores da área, trate-os com cortesia e

respeito. Comporte-se como um visitante em casa alheia;

Ü Mantenha fechadas porteiras e cancelas, evitando a fuga de animais

para as propriedades vizinhas e/ou ambientes naturais;

Ü Deixe os animais domésticos em casa, pois podem causar problemas,

como a introdução de doenças e ameaças ao ambiente natural;

Ü Cores fortes, como o vermelho, laranja ou amarelo, devem ser

evitadas, pois podem ser vistas a quilômetros de distâncias e quebram

a harmonia dos ambientes naturais. Use roupas e equipamentos de

cores neutras. Para chamar a atenção de uma equipe de socorro, em

caso de emergência, leve um plástico ou tecido vermelho/ laranja, com

pelo menos 2m², guardado na mochila;

Ü Colabore com a educação de outros visitantes, transmitindo os

princípios de mínimo impacto sempre que houver oportunidade.

43

LOCAIS UTILIZADOS PARA A PRÁTICA DO

ECOTURISMO NO RIO DE JANEIRO

São realizadas caminhadas leves, moderadas e pesadas, e até passeios de barco

com atividade de mergulho, escalada, trekking e rapel pelos seguintes locais:

Ü Parque Nacional da Tijuca:

- Pico da Tijuca;

- Bosque dos Eucaliptos;

- Pedra Bonita;

- Mirante do Excelsior;

- Parque da Cidade;

- Pedra do Conde;

- Paineiras;

- Morro do Visconde;

- Pedra da Gávea.

Ü Parque Estadual da Pedra Branca:

- Morro do Quilombo;

Ü Litoral do Rio de Janeiro:

- Ilhas Cagarras;

- Praias: do Meio, Funda e Inferno,Grumari e Guaratiba.

44

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O ECOTURISMO

O Ecoturismo, por se apresentar como uma atividade de pleno contato com a

natureza, não deixa de ser uma atividade que necessita, obrigatoriamente, de uma devida

conscientização ambiental. Com isso, a Educação Ambiental, passa não mais a ajudar a

recuperar áreas degradadas e sim a surgir como uma fonte de requisitos necessários para

que não se deprede as áreas que não foram modificadas pelas atividades agrícolas ou

antrópicas.

A Educação Ambiental para os praticantes de Ecoturismo, assim como para as

sociedades ali inseridas, deve ser analisada e praticada de uma forma distinta da

tradicional, que é praticada nas escolas ou parques recreativos.

Mas a educação Ambiental praticada em um parque ecoturístico, por exemplo,

deve conter diretrizes diretamente ligadas a problemática local e pré-estabelecida. Os

problemas existentes podem ser endêmicos da região. Da mesma forma, o ecoturista não

pode de maneira nenhuma se aventurar ecologicamente pelo local sem ter uma mínima

informação, conscientização, comportamento, conhecimento, habilidade e participação

sobre a dinâmica local e as relações humanísticas e culturais da região.

A prática educacional em ambientes totalmente distintos requer um audacioso

trabalho de reconhecimento de processo histórico e cultural das sociedades envolvidas,

assim como um investimento físico da área. Este último deve diagnosticar e prognosticar

os resultados a partir de uma sistematização concreta dos aspectos ambientais positivos e

negativos, assim como a fragilidade e a capacidade da área receber tais atividades.

45

CONCLUSÃO

A Educação Ambiental nas práticas de Ecoturismo no Rio de Janeiro, ocorre de

maneira como pode ser visto pouco eficiente, dependendo de empresas ou dos

profissionais envolvidos no mercado. Como o Ecoturismo virou moda, começa a

aparecer os “Eco-oportunistas”, sem qualificação ou formação na área.

O Ecoturismo é praticado de uma forma muito primitiva e amadora pela grande

maioria das “empresas”. Em geral são nomes fantasias sem legalização ou alvará para

funcionamento, realizadas por profissionais que trabalham em casa.

Essa diferença com o mercado de outros estados brasileiros, ocorre em função de

três aspectos: Os moradores do Rio de Janeiro não possuem alto poder aquisitivo;

possuem diversos atrativos e/ou de baixo custo na cidade tais como: Parque Nacional da

Tijuca, Parque da Pedra Branca, Jardim Botânico, Lagoa Rodrigo de Freitas, e a própria

cultura do Rio de Janeiro, direcionadas às praias.

Devido a isso, as escolas e as “empresas de ecoturismo”, deveriam buscar

profissionais qualificados e especializados no Ecoturismo , do que levarem turmas de

alunos, ou até grupos de pessoas por conta própria aos ambientes naturais, muitas vezes

colocando em risco a segurança dos alunos como uma forma de redução de custos e de

um grupo de pessoas que a partir daí torna-se um passeio ecológico (uma excursão) e

não uma forma correta de Turismo Sustentável, praticando uma Educação Ambiental

aplicada , ensinando a eles algo sobre o ecossistema visitado e conscientizando como a

existência de ambientes naturais é importante para a sobrevivência da humanidade.

Qualquer empresa que tenha como objetivo o desenvolvimento sustentável para

a prática de Ecoturismo, desenvolverá algum tipo de Educação Ambiental, em maior ou

46menor nos moldes estabelecidos pela EMBRATUR. Em geral as Ong’s estão mais bem

preparadas e atuantes do que as empresas de Ecoturismo no Rio de Janeiro quando o

assunto é Educação Ambiental.

47

BIBLIOGRAFIA

1- CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

Ed.Atlas,1998

2- BARROS II, Silvio M., et alli. Diretrizes para uma Política Nacional de

ECOTURISMO. EMBRATUR-BSB, 1994

3- POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL. BRASÍLIA:

Ministério do Meio Ambiente/MEC,1999.

4- ROCCO, Rogério. Legislação Brasileira do Meio Ambiente. Rio de Janeiro:

DP&A, 2002

5- SISTEMA NACIONAL DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO, Ministério do

Meio Ambiente, Brasília, DF, 2000.

6- MATTA, Speranza França da, et alli. Educação Ambiental: Compromisso com

a Sociedade. Rio de Janeiro: MZ editora, 1999.

7- KINKER, Sônia . Ecoturismo e Conservação da Natureza em Parques

Nacionais. São Paulo: Papirus,2002.