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Curso de Química Ambiental
Profa. Márcia Real
Profa. Márcia Valle Real
CURSO DE QUÍMICA AMBIENTAL
Noções de Toxicologia
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Curso de Química Ambiental
Profa. Márcia Real
Objetivo
Apresentar noções de toxicologia, seus principais conceitos, caracterizar o processo de riscos e de gerenciamento, categorizar os tipos de efeitos tóxicos e os produtos tóxicos mais significativos e os seus processos de disseminação no meio ambiente.
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Tópicos
-Definição de toxicologia e ramos de estudo;
- Riscos químicos e riscos ambientais;
- Caracterização do processo de geração de riscos;
- Formas de exposição: ingestão, dérmica, inalação;
-Classificação dos efeitos: imediatos, retardados, reversibilidade;
- Caracterização de Toxidade;
-A Função Dose-Resposta;
-Alguns produtos tóxicos significativos:
Orgânicos: POPs
Metais Pesados
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Toxicologia
- Toxidade é a capacidade relativa de uma substância provocar um dano a
um sistema biológico. Já a toxicologia é o estudo dos efeitos nocivos de
substâncias estranhas sobre os seres vivos.
- A toxidade de uma substância é determinada por meio de exaustivos
estudos envolvendo organismos biológicos e não pode ser determinada
diretamente utilizando-se os recursos típicos de laboratórios químicos.
Em geral, os efeitos toxicológicos são estudados mediante a
administração oral ou injeção das substâncias em animais, observando-se
como a saúde deles é afetada.
Estudos epidemiológicos são diferentes. Eles derivam de pesquisas
realizadas com grupos de indivíduos específicos expostos a determinados
poluentes, em função de seu local de moradia ou seus hábitos de
consumo.
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Áreas da Toxicologia
Toxicologiade alimentos
Toxicologiaambiental
Toxicologiade medicamentos
Toxicologiaocupacional
Toxicologiasocial
AspectosAspectos
Clínico Analítico Legislação Pesquisa
Ilus
traç
ão: C
arlo
s R
odri
guez
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• Xenobiótico
Substância estranha, capaz de induzir efeitos deletérios sobre os organismos.
• Tóxico
Xenobiótico causador de efeitos deletérios.
• Veneno
Tóxico causador de graves efeitos, por vezes mortais.
• Toxina
Substância natural (biotoxina) que provoca efeitos tóxicos.
Periculosidade
É um fator intrínseco ao xenobiótico que mede a sua capacidade de induzir efeitos adversos nos sistemas biológicos.
Conceitos Básicos
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O toxicologia ambiental estuda os danos provocados aos
organismos pela exposição a xenobióticos presentes no meio
ambiente.
O objetivo principal da toxicologia ambiental é avaliar os impactos
na saúde pública decorrentes da exposição de uma população a um
local contaminado.
É conveniente enfatizar que os efeitos são estudados sobre os seres
humanos, embora eles possam ser provocados também aos
microorganismos, plantas, animais, etc.
Um xenobiótico é qualquer substância que não foi produzida pelo
biota, tal como os produtos industriais, drogas terapêuticas,
conservantes alimentícios, produtos inorgânicos, etc.
Conceitos Básicos
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O que são riscos?
O que são riscos químicos ambientais?
A palavra risco deriva do italiano antigo risicare, que por sua vez origina-se do baixo-latim risicu, riscu, a qual significa "ousar" (BERNSTEIN,1997). Seu significado gera controvérsias, pois é muito comum a utilização dos vocábulos risco e perigo como sinônimos.
Risco Real - é o estatisticamente medido e calculado, caso se disponha de todos os dados que conduzem a ocorrência de determinado evento indesejado. Também é denominado risco objetivo.
Algumas pessoas apresentam maiores riscos de desenvolver doenças respiratórias do que outras. O tráfego urbano (fonte de perigo) representa uma ameaça a elas, pois quando expostas continuamente a poluição intensa (perigo), podem apresentar asma ou bronquite.
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Risco Percebido - é o percebido pelo indivíduo, independente ou não
dos valores encontrados pela análise científica.
Perigo - Conforme GRATT (1987), expressa uma exposição relativa a
uma fonte de perigo.
Fonte de Perigo - Partindo da definição estabelecida no OXFORD
(1995), “é algo que pode ser perigoso ou provocar danos, ou o que
pode expor alguém ao perigo”, ou ainda, segundo REJDA (1995),
uma condição que gera ou aumenta a possibilidade de riscos.
Fonte de Perigo Riscos
Probabilidade x Conseqüência
RISCO
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As fontes de perigo, em função do processo de exposição, têm potencial para provocar conseqüências danosas sobre aqueles que a elas se expõem.
A magnitude (extensão) e a severidade (gravidade) dos danos provocados dependerão das condições da exposição, da resistência física e da sensibilidade do ente exposto à fonte de perigo.
Riscos químicos ambientais são os derivados da dispersão de poluentes no meio ambiente, os quais podem promover efeitos deletérios sobre os seres vivos.
Gerenciamento de Riscos
CONTROLE DERISCOS
CONTROLE DERISCOS
Medidas de Prevenção;Medidas de Mitigação;
Monitoração;Avaliação de Desempenho
AtividadePoluidora
AtividadePoluidora
Fonte: a partir do RSPA (1998)
IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISEDOS RISCOS
IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISEDOS RISCOS
Identificação Fontes de Perigo, Riscos (probabilidades, conseqüências); Análise dos Riscos (fatores que contribuem para a ocorrência de eventos indesejados).
AVALIAÇÃODE
DESEMPENHO
AVALIAÇÃODE
DESEMPENHO
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CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO DE GERAÇÃO DE RISCOS
Através dos componentes essenciais do risco, é possível consolidar melhor estes conceitos, pois o processo de estabelecimento de um risco envolve a conjugação de três condições básicas, a saber:
A - Fonte de Perigo;
B - Processo de Exposição;
C - Efeitos Adversos.
A - Fonte de Perigo
Uma fonte de perigo é uma condição que cria ou aumenta um risco, ou seja, sem ela não há riscos. Utilizando as classificações de MERKHOFFER (1987) e REJDA (1995), podem-se distinguir dois tipos básicos de fontes de perigo:
A1 - Material: Espécie química ou microbiológica
A2 - Moral: Desvios de conduta, imprudência ou negligência.
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B - Processo de Exposição
A simples existência de uma fonte de perigo também não se constitui,
obrigatoriamente, em um risco. É necessário que haja um processo de exposição,
voluntário ou não, à fonte de perigo. No que tange aos produtos químicos, são as
características de periculosidade do produto: flamabilidade, explosividade,
radioatividade, toxidade e vias de exposição, bem como as condições da
exposição e a sensibilidade da entidade exposta é que determinam o seu risco.
Toxidade dos produtos químicos seus efeitos tóxicos
Toxidade ou Toxidez é a capacidade de um material provocar danos biológicos
a um organismo. É uma propriedade de todas as substâncias, inclusive do
açúcar (sacarose), do sal de cozinha (cloreto de sódio) ou até mesmo, da água .
Os efeitos tóxicos dependem da dose, das vias e do tempo de exposição da
entidade ao material.
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Faixas de doses letais de várias substâncias
Dose Letal
(g/ kg)
Substâncias Naturais Substâncias Sintéticas
> 10 açúcar
1 NaCl (sal) e etanol malation
0,1 cafeína DDT, tilenol
0,01 -
0,001 nicotina Paration, estricnina
(mg/kg)
0,01 Toxina da cascavel
0,001 Aflatoxina-B (amendoim)
0,00001 Toxina do tétano e do botulismo
Paracelso: O que diferencia um remédio de um veneno é a dose.
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Categorias de compostos tóxicosAsfixiantes: compostos que diminuem a absorção de oxigênio pelo organismo. (nitrogênio, monóxido de carbono, cianetos);
Irritantes: materiais que causam inflamação nas membranas mucosas (ácido sulfúrico, sulfeto de hidrogênio, HCs aromáticos);
Carcinogênicos: provocam câncer (benzeno, aromáticos policíclicos);
Neurotóxicos: danos ao sistema nervoso (compostos organometálicos);
Mutagênicos: causam mutações genéticas;
Teratogênicos: provocam malformações congênitas;
Hepatotóxicos: danos ao fígado (tetracloreto de carbono);
Fitotóxicos: danos a flora.
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Condições de exposição
Exposições crônicas- São as que duram entre 10% a 100% do
período de vida do ser. Para os seres humanos entre 7 e 70 anos.
• Exposições subcrônicas – São aquelas de curta duração, menores
do que 10% do período vital.
• Exposições agudas.- São exposições de um dia ou menos e que
ocorrem em um único evento.
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C - As vias de exposição
Os efeitos tóxicos podem ser provocados por meios químicos, por radiação ou até por ruído e dependem das vias de exposição. Elas indicam como as substâncias penetram nos organismos. Para o ser humano as principais vias são por:
- Contato com a pele;
- Inalação;
- Ingestão.
Existem vários métodos para classificar a toxidade dos materiais, os quais estão baseados na freqüência e na duração da exposição e podem ser classificados em três categorias:
1 - Efeitos Tóxicos em Geral
2 - Testes Especiais
3 - Testes em Seres Humanos3 - Testes em Seres Humanos
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1 - Efeitos Tóxicos em Geral - São estudos realizados para avaliar
os danos que uma substância pode provocar, baseando-se na duração
da exposição.
2 - Testes Especiais - São estudos específicos para avaliar os efeitos
das exposições aos órgãos-alvo (que são os mais afetados pela
exposição), ou para avaliar efeitos específicos sobre o ser humano.
3 - Testes em Seres Humanos3 - Testes em Seres Humanos - São testes projetados, controlados e
conduzidos por médicos e toxicologistas para determinar níveis
máximos de exposição de uma substância ao ser humano,
considerando as vias de exposição. Outros estudos são baseados em
dados epidemiológicos e em estatísticas que têm sua origem na
medicina do trabalho.
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Caracterização de Toxidade
(a) Toxidade Aguda
A toxidade aguda é a que deriva de uma bateria de testes de curta duração, em geral de 14 dias, realizada para caracterizar os efeitos potenciais agudos de uma substância sobre um organismo.
Os índices utilizados para sua caracterização são a Dose (DL50) ou Concentração Letal (CL50): dose ou concentração em que 50% dos organismos submetidos ao teste morrem.
A maioria dos efeitos tóxicos provocados por produtos químicos são reversíveis, porém a recuperação total pode demorar longos períodos. No entanto, existem substâncias que podem provocar danos irreversíveis nos seres vivos. Uma boa ilustração para esse caso são os danos decorrentes de exposição a altas doses de fontes radioativas que podem acarretar sérios e irreversíveis danos à saúde. No entanto, exposições eventuais e controladas a fontes radioativas selecionadas podem se constituir em tratamento médico.
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(a) Toxidade AgudaOs testes realizados para determinar estes níveis de toxidade são conduzidos por períodos mais longos e são efetuados mediante repetidas exposições via oral, dérmica ou inalação.
Dose Letal (DL50) para a toxidade oral aguda corresponde à dose da
substância que administrada oralmente tem a maior probabilidade de provocar a morte, num prazo de 14 dias, de 50% dos ratos albinos submetidos ao teste.
Dose Letal (DL50) para a toxidade dérmica aguda corresponde à dose
administrada por contato contínuo com a pele nua de coelhos albinos, por 24 horas, que tem a maior probabilidade de provocar a morte de metade dos animais testados, em até 14 dias.
Concentração Letal (CL50) para a toxidade aguda por inalação corresponde à
concentração de vapor, neblina ou pó que, administrada por inalação contínua a ratos albinos por uma hora, tem a maior probabilidade de provocar, num prazo de 14 dias, a morte de 50% dos animais testados.
Caracterização de Toxidade
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Caracterização de Toxidade
(b) Toxidade Crônica e Sub-Crônica
Para a toxidade sub-crônica, os testes são realizados durante 30 a 90 dias e para
a crônica, normalmente os estudos levam de 18 a 24 meses.
Os níveis de dose ou concentração obtidos são normalmente, menores do que
para a toxidade crônica.
O propósito destes testes é determinar as doses ou as concentrações em que:
B1) Não se observam quaisquer efeitos ou o NENO - Nível de Efeito Não
Observado, (No Observed Effects Level - NOEL);
B2) Se observam os menores efeitos, como o NEMBO - Nível mais Baixo de
Efeito Observado, (Lowest Observed Level - LOEL).
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CLASSIFICAÇÃO DE TOXIDADE POR VIA DE EXPOSIÇÃO
Diversos são os índices de toxidade disponíveis na literatura técnica
pertinente à toxicologia, e cada um deles destina-se a uma aplicação relacionada à proteção da saúde humana ou de sistemas ecológicos específicos. Como já visto anteriormente, a toxidade também depende da via de exposição. Relacionam-se, a seguir, as principais vias pelas quais os produtos perigosos podem atingir os seres vivos.
Tabela de Toxidade Relativa por Ingestão
CLASSE DE TOXIDADE
Provável DoseLetal Oral
Super Tóxico < 5mg/kg
Extremamente Tóxico 5,1-50 mg/kg
Muito Tóxico 51-500 mg/kg
Moderadamente Tóxico 0,51 - 5 g/kg
Ligeiramente Tóxico 5,1 - 15 g/kg
Praticamente Atóxico Maior do que 15 g/kg
Fonte: CROWL,1995
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1. Alterações cardiovasculares e respiratórias;
2. Alterações do sistema nervoso;
3. Lesões orgânicas: ototoxicidade, hepatotoxicidade, nefrotoxicidade, etc;
4. Lesões carcinogênicas / tumorigênicas;
5. Lesões teratogênicas (malformações do feto);
6. Alterações genéticas
aneuploidização - ganho ou perda de um cromossomo inteiro.
clastogênese - aberrações cromossômicas com adições, falhas, re-arranjos de partes de cromossomos.
mutagênese - alterações hereditárias produzidas na informação genética armazenada no DNA (ex. radiações ionizantes).
Principais efeitos deletérios
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7. Infertilidade - masculina, feminina ou mista.
teratogênese - provocada por agentes infecciosos ou drogas.
aborto - precoce ou tardio
8. Alterações da capacidade reprodutora
9- Alguns exemplos:
Vitamina A - Atraso mental; cérebro e coração.
Talidomida - Coração e membros.
Fenobarbital - Palato; coração; atraso mental.
Álcool - Defeitos faciais; atraso mental.
Cloranfenicol - Aplasia medular
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Interações entre substâncias
A exposição simultânea a várias substâncias pode alterar uma série de fatores (absorção, ligação protéica, metabolização e excreção)que influem na toxicidade de cada uma delas em separado.
Assim, a resposta final a tóxicos combinados pode ser maior ou menor que a soma dos efeitos de cada um deles, podendo-se ter:
Efeito Aditivo - efeito final igual à soma dos efeitos de cada um dos agentes envolvidos;
Efeito Sinérgico - efeito maior que a soma dos efeitos de cada agente em separado;
Potencialização - o efeito de um agente é aumentado quando em combinação com outro agente;
Antagonismo - o efeito de um agente é diminuído, inativado ou eliminado quando se combina com outro agente.
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Características dos impactos
FATORES EFEITOS
Desencadeamento Imediato, Diferenciado, Retardado
Freqüência de Temporalidade Contínuo/ Permanente, Descontínuo/Eventual
Extensão Pontual, Linear, Espacial, Regional, Global
Reversibilidade Reversível / Irreversível
Duração Menos de 1 ano, 1 a 10 anos, 10 a 50 anos
Severidade Desprezível, Fraca, Moderada, Significativa
Origem Direta (efeitos 1.os), Indireta (efeitos 2os./ 3os.)
Acumulação Linear, quadrática, exponencial
Sinergia Presente, Ausente
Distribuição Custos/Benefícios Socializados, Privatizados (individual, empresarial)
( Rohde,1998)
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Impactos mais preocupantes
• Freqüência da Temporalidade: Contínuos e Permanentes
• Extensão: Espaciais
• Reversibilidade: Irreversível ou de difícil reversão
• Magnitude: Grande
• Acumulação: Exponencial
• Sinergia: Presente
• Distribuição dos Custos: Socializada
Prevenção da Degradação do Meio Ambiente
CONTROLE AMBIENTAL
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• Para fazer qualquer afirmação significativa sobre os efeitos da poluição na saúde do homem, deve-se considerar as dosagens que os organismos estão recebendo:
Dose = (Concentração do poluente) x d(tempo)
• Interesse atual na poluição e saúde é mais direcionado para
o longo prazo, baixas concentrações de exposição (que levam a problemas crônicos).
• Curto prazo, altas concentrações de exposição (que levam a efeitos agudos) ocorrem somente em acidentes industriais ou episódios de poluição atmosférica emergenciais.
Danos provocados pela poluição à saúde
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- Para determinar qual a dosagem é nociva, é necessária uma curva
de dose-resposta.
- A função dose-resposta mede os danos resultantes de uma
atividade impactante, em um determinado meio. As medidas dos
danos são obtidas a partir das relações físicas entre causa e
efeito de um determinado dano ambiental.
- As “funções de dano” ou “funções dose-resposta” relatam o nível
da atividade impactante, que devem ser associadas ao nível e ao
tipo de poluente, com o grau de impacto sobre o meio ambiente
natural e o construído, ou ainda sobre a saúde da população, por
exemplo em função do aumento de incidência de doenças
respiratórias.
A Função Dose-Resposta
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A Função Dose-Resposta
- A curva dose-resposta deve ser construída para um único
poluente, não para poluição atmosférica como um todo. A
sinergia, ou seja, efeito de dois poluentes juntos, pode ser maior
que a soma do efeito de cada poluente separadamente.
- Os dados para a construção das “funções dose-resposta”
provêm, basicamente de duas fontes (Tolmasquim et al., 1999) a
saber:
– Estudos de campo, como por exemplo, estudos
epidemiológicos relacionando as doenças provocadas
(resposta) pela variação de concentração de poluentes (dose);
– Procedimentos experimentais controlados.
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• Uma curva dose-resposta hipotética:
Considerando exposição homogênea da população a um único poluente por um período de tempo específico.
Res
pos
ta (
dan
os a
o p
úb
lico
)
Dose (concentração de poluente no ar)
Limite
1 da
Dos
e
Limite
0 da
Dos
e
Fonte: Nevus, N. (1995)
A Função Dose-Resposta
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Aplicação da Função Dose-Resposta
Para aplicar a “função dose-resposta”, é recomendável seguir as seguintes etapas :
I - Caracterizar as Emissões:
- Caracterizar os poluentes emitidos, quantificando suas taxas de emissões;
II - Determinar como ocorrerá a Dispersão de Poluentes:
Determinar através do uso de modelos computacionais:
a) a dispersão e concentração dos poluentes,
b) a distribuição espaço temporal das concentrações.
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Aplicação da Função Dose-Resposta
III - Determinar o Risco Individual:
A partir das concentrações anuais médias (item II), e no caso particular das danos relacionados à saúde, buscar os dados de vulnerabilidade que relacionam às concentrações de poluentes aos potenciais danos causados à saúde humana, ou seja a mortalidade e a morbidade (incidência de doenças).
IV - Determinar o Risco Total:
Uma vez determinado do risco individual (calculado no item anterior) calcular o total, via o produto do individual pela população total.
ATENÇÃO: No caso se poluentes não regulamentados, lembrar que: Se existe “jurisprudência” no exterior, as responsabilidades poderão ser cobradas!
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Espectro de efeitos deletérios sobre populações
Morbidade – Expressão do número de pessoas enfermas ou de
casos de uma doença em relação à população onde ocorre.
- reversível
- mutação de espécies
Mortalidade – Relação entre o número de mortes e o total de
habitantes. Normalmente, expressa em mortos por 1.000
habitantes, também conhecida como taxa de mortalidade.
- grupos populacionais
- extinção de espécies
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Alguns produtos tóxicos significativos
Produtos Orgânicos Persistentes - Poluição invisível e global
Em reunião do Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente - UNEP, ocorrida em maio de 2001 em Estocolmo,
representantes de 90 países, incluindo o Brasil, assinaram a
Convenção sobre Poluentes Orgânicos Persistentes, que visa
proibir a produção e o uso de 12 substâncias orgânicas tóxicas,
denominadas “Produtos Orgânicos Persistentes – POPs”.
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Os 12 produtos POPs, conhecidos também como a "dúzia suja" (dirty dozen) são os:
Pesticidas: Aldrin, clordano, mirex, dieldrin, endrin, heptacloro, BCH e o toxafeno;
Produtos de uso geral: DDT, PCBs (bifenilas policloradas);
Produtos não intencionais: Dioxinas, furanos.
Eles provocam doenças graves, em especial o câncer, além de má-formação em seres vivos, muitas vezes sào encontrados em locais distantes das fontes emissoras, sendo portanto, um problema de caráter global.
Alguns produtos tóxicos significativosProdutos Orgânicos Persistentes
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Produtos Orgânicos Persistentes
Como tudo começou?
Durante e após a Segunda Guerra Mundial, nas décadas de 1940 e 50, ocorreu a proliferação destas substâncias. Naquela época era necessário aumentar a produção de alimentos no mundo, para fazer frente ao crescimento populacional.
Como está hoje?
A maioria dos 12 compostos da lista já foi banida ou teve seu uso reduzido em boa parte do mundo, reduzindo o impacto econômico da ratificação da convenção e facilitando sua entrada em vigor.
O Brasil, por exemplo, não produz diretamente nenhum dos doze compostos, mas importa três deles para uso industrial. Entretanto, as dioxinas e os furanos, por serem produzidos de forma não intencional, demorarão mais a ser eliminados.
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Produtos Orgânicos Persistentes
Qual é o principal problema dos POPs?
Eles são pouco solúveis em água, mas são solúveis em gorduras. Os animais têm um ótimo sistema de eliminação de toxinas solúveis em água, que são expelidas na urina, mas não possuem mecanismo eficaz de eliminação de substâncias pouco solúveis na água. Tal efeito é intensificado em animais ditos superiores, que se alimentam das gorduras de outros animais.
Eles podem percorrem longas distâncias pelas correntes aéreas e oceânicas. Ou seja, eles não contaminam só o local de emissão, mas também locais distantes e remotos como o Ártico, cadeias montanhosas e oceanos.
Eles se evaporam rapidamente em regiões quentes e lentamente em locais frios. Devido a fatores geográficos e meteorológicos, o Pólo Norte é um depósito global para contaminantes POPs.
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Curiosidades sobre o DDT
O composto 1,1-bis(4-clorofenil)-2,2,2-tricloroetano, mais conhecido pela sigla DDT, foi sintetizadoem 1874.
Suas propriedades inseticidas só foram descobertas durante a 2a. Guerra Mundial. Antes das batalhas em regiões quentes, os Aliados pulverizavam DDT para combater as doenças transmitidas por mosquitos. Tal descoberta rendeu a Paul Müller o Prêmio Nobel de Medicina de 1948, pelas milhões de vidas salvas pelo uso do DDT.
Na década seguinte, começou-se a perceber que o DDT persistia no ambiente mesmo depois de vários anos da sua aplicação, pois se acumula no organismo dos animais superiores.
Atualmente, ainda é utilizado no combate a malária.
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• Dezembro de 1984, Bhopal - Índia
•Unidade de Pesticidas da Union Carbide;
• Série de falhas mecânicas e erros operacionais;
• Entrada de água no tanque de estocagem;
• Falhas em 4 sistemas de segurança da unidade;
• Vazamento de 25 t metil-isocianato, durante 90 minutos;
• Não havia plano de contingência;
• População afetada: 3.000 – 8.000 mortos/ 200.000 pessoas atendidas
O acidente de Bhopal
Tema complexo e amplo
Atividades diversificadas, fontes e poluentes variados
• Questões tecnológicas, operacionais e de manutenção da instalação e organizacionais da empresa.
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O acidente de Bhopal
“ Uma das ironias do acidente de Bhopal foi que o praguicida que estava sendo manufaturado, o Sevin era um substituto do DDT num intuito de evitar os riscos desse praguicida organoclorado. Mas, o processo de fabricação do Sevin tem ocasionado mais danos que o DDT”.
Anônimo. Helping out in Bhopal. Nature nº 312, 579-580, 1984)
Propriedades do isocianato de metila:- Ponto de ebulição: 39,1º C
- Vapor : duas vezes mais pesado que o ar
Aspectos toxicológicos:
- Irritante dos olhos, nariz e garganta;
- Edema pulmonar;
- Ulceração da córnea
Muitos dos sobreviventes apresentaram efeitos crônicos nos pulmões e nos olhos, 1 ano após a exposição.
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Metais pesados
Os metais pesados não podem ser destruídos e são altamente reativos do ponto de vista químico, o que explica a dificuldade de serem encontrados em estado puro na natureza. Normalmente, apresentam-se em concentrações muito pequenas, associados a outros elementos químicos, formando minerais em rochas.
Quando lançados na água como resíduos industriais, podem ser absorvidos pelos tecidos animais e vegetais. Uma vez que alcancem o mar, estes poluentes podem, em parte, depositar-se no leito oceânico. Além disso, os metais contidos nos tecidos dos organismos vivos que habitam os mares acabam também se depositando, cedo ou tarde, nos sedimentos, representando um estoque permanente de contaminação para a fauna e a flora aquáticas
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A maioria dos organismos vivos só precisa de alguns poucos metais
e em doses muito pequenas, que são chamados de micronutrientes.
É o caso do zinco, do magnésio, do cobalto e do ferro (constituinte
da hemoglobina). Estes metais tornam-se tóxicos e perigosos para a
saúde humana quando ultrapassam determinadas concentrações-
limite.
Já o chumbo, o mercúrio, o cádmio, o cromo e o arsênio são metais
que não existem naturalmente em nenhum organismo. Ou seja: a
presença destes metais em organismos vivos é prejudicial em
qualquer concentração.
Metais pesados
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Metais pesados
Principais Fontes e Impactos de alguns metais pesadosMetal Fontes Principais Impactos na Saúde e no Meio
Ambiente Chumbo Indústria de baterias automotivas, chapas de
metal semi-acabado, canos de metal, cable sheating, aditivos em gasolina, munição. Indústria de reciclagem de sucata de baterias automotivas para reutilização de chumbo
Prejudicial ao cérebro e ao sistema nervoso em geral Afeta o sangue, rins, sistema digestivo e reprodutor Eleva a pressão arterial Agente teratogênico (que acarreta mutação genética)
Cádmio Fundição e refinação de metais como zinco, chumbo e cobre - derivados de cádmio são utilizados em pigmentos e pinturas, baterias, processos de galvanoplastia, solda, acumuladores, estabilizadores de PVC, reatores nucleares
É comprovadamente um agente cancerígeno, teratogênico e pode causar danos ao sistema reprodutivo.
Mercúrio Mineração e o uso de derivados na indústria e na agricultura Células de eletrólise do sal para produção de cloro
Intoxicação aguda: efeitos corrosivos violentos na pele e nas membranas da mucosa, náuseas violentas, vômito, dor abdominal, diarréia com sangue, danos aos rins e morte em um período aproximado de 10 dias. Intoxicação crônica: sintomas neurológicos, tremores, vertigens, irritabilidade e depressão, associados a salivação, estomatite e diarréia.; descoordenação motora progressiva, perda de visão e audição e deterioração mental decorrente de uma neuroencefalopatia tóxica, na qual as células nervosas do cérebro e do córtex cerebelar são seletivamente envolvidas.
Zinco Metalurgia (fundição e refinação), indústrias recicladoras de chumbo
Sensações como paladar adocicado e secura na garganta, tosse, fraqueza, dor generalizada, arrepios, febre, náusea, vômito
Metal Fontes Principais Impactos na Saúde e no Meio Ambiente
Chumbo Indústria de baterias automotivas, chapas de metal semi-acabado, canos de metal, cable sheating, aditivos em gasolina, munição. Indústria de reciclagem de sucata de baterias automotivas para reutilização de chumbo
Prejudicial ao cérebro e ao sistema nervoso em geral Afeta o sangue, rins, sistema digestivo e reprodutor Eleva a pressão arterial Agente teratogênico (que acarreta mutação genética)
Cádmio Fundição e refinação de metais como zinco, chumbo e cobre - derivados de cádmio são utilizados em pigmentos e pinturas, baterias, processos de galvanoplastia, solda, acumuladores, estabilizadores de PVC, reatores nucleares
É comprovadamente um agente cancerígeno, teratogênico e pode causar danos ao sistema reprodutivo.
Mercúrio Mineração e o uso de derivados na indústria e na agricultura Células de eletrólise do sal para produção de cloro
Intoxicação aguda: efeitos corrosivos violentos na pele e nas membranas da mucosa, náuseas violentas, vômito, dor abdominal, diarréia com sangue, danos aos rins e morte em um período aproximado de 10 dias. Intoxicação crônica: sintomas neurológicos, tremores, vertigens, irritabilidade e depressão, associados a salivação, estomatite e diarréia.; descoordenação motora progressiva, perda de visão e audição e deterioração mental decorrente de uma neuroencefalopatia tóxica, na qual as células nervosas do cérebro e do córtex cerebelar são seletivamente envolvidas.
Zinco Metalurgia (fundição e refinação), indústrias recicladoras de chumbo
Sensações como paladar adocicado e secura na garganta, tosse, fraqueza, dor generalizada, arrepios, febre, náusea, vômito