1 ano aula domingo
TRANSCRIPT
1°ano
01. Assinale a opção em que a troca da ordem do adjetivo e do substantivo não implica
alteração de sentido:
A) pobre deputado – deputado pobre.
B) simples publicitário – publicitário simples.
C) ilícitas manobras – manobras ilícitas.
D) burro comentarista – comentarista burro.
E) grande herói – herói grande.
O2. O adjetivo pode exercer na oração as funções sintáticas de adjunto adnominal ou
predicativo. Assinale a opção em que o(s) adjetivo(s) destacado(s) não exerce(m) a
função de predicativo.
A) Pois é exatamente assim, esse Brasil biforme.
B) A pátria é uma enorme e excelente garoupa.
C) Um dia ele avistou um pobre paquiderme deitado ali no chão, ferido, enorme,
inerme.
D) Na fila do gargarejo, até mesmo sem pipoca, aguardamos ansiosos.
E) O resultado é que o povo anda engasgado com a pátria.
Texto 1: O Adolescente
A vida é tão bela que chega a dar medo
Não o medo que paralisa e gela,
estátua súbita,
mas
esse medo fascinante e fremente de curiosidade que faz
o jovem felino seguir para a frente farejando o vento
ao sair, pela primeira vez da gruta,
Medo que ofusca: luz
Cumplicemente as folhas contam-te um segredo
velho como o mundo
Adolescente, olha! A vida é nova!
A vida é nova e anda nua
vestida apenas com o teu desejo !
(Mário Quintana)
03. A poesia, ao potencializar as palavras, trabalha com a polissemia. As imagens, pela magia
do poeta, transformam a vida, criando uma outra realidade, inserida no reino das palavras.
A opção em todas as palavras do poema têm um tratamento metafórico é:
A) vida – estátua – medo – curiosidade
B) estátua – paralisa – mundo – desejo
C) felino – gruta – folhas – nua
D) desejo – vestida – ofusca – adolescente
E) bela – fremente – mundo – frente
04. Em poesia, a palavra é som, é movimento. É capaz de interpretar cores e imagens.Observe como o poeta Mário Quintana aproveita o potencial fonético da língua portuguesa. Nos versos
“esse medo fascinante e fremente de curiosidade que faz/ o jovem felino seguir para frente farejando o
vento/ ao sair, pela primeira vez da gruta / Medo que ofusca: luz” ele opta pelo uso intenso do fonema /f/
nas palavras fascinante, fremente, felino, frente, farejando, A figura fonética à qual recorreu é
A) onomatopéia.
B) assonância.
C) aliteração.
D) prosopopéia.
E) comparação.
05. O efeito de sentido obtido pela repetição reiterada desse fonema é
A) o registro das diferenças fonéticas entre as palavras de outros versos.
B) o reforço da metáfora contida em ´´jovem felino``.
C) a sugestão do som do vento ao ser farejado pelo jovem felino.
D) revelação dos segredos da gruta.
E) o investimento nas diferenças fonéticas entre os fonemas /f/ e /v/ de vento.
Texto 2: Flagra
No escurinho do cinema
Chupando drops de aniz
Longe de qualquer problema
Perto de um final feliz
Se a Deborah Kerr que o Gregory Peck
Não vou bancar o santinho
Minha garota é Mae West
Eu sou o Sheik Valentino
Mas de repente o filme pifou
E a turma toda logo vaiou
Acenderam as luzes, cruzes!
Que flagra!
Que flagra!
Que flagra!
(Rita Lee & Roberto de Carvalho)
06. No texto, a pronúncia dos nomes de atores célebres do cinema americano no 5º verso leva a um criativo efeito cômico.
a) Explique esse efeito, valendo-se de elementos fônicos e morfossintáticos.
b) Identifique, no plano vocabular, a relação semântica entre o 5º e o 6º versos.
Texto 3: Como se comportar no cinema (A arte de namorar)
Poucas atividades humanas são mais agradáveis que o ato de namorar, e é sobre a arte de praticá-lo dentro dos cinemas que queremos fazer esta crônica. Porque constitui uma arte fazê-lo bem no interior de recintos cobertos, mormente quando se dispõe da vantagem de ambiente escuro propício.
A tendência geral do homem é abusar das facilidades que lhe são dadas, e nada mais errado; pois a verdade é que namorando em público, além dos limites, perturba ele aos seus circunstantes, podendo atrair sobre si a curiosidade, a inveja e mesmo a ira daqueles que vão ao cinema sozinhos e pagam pelo direito de assistir ao filme em paz de espírito.
Ora, o namoro é sabidamente uma atividade que se executa melhor a coberto da curiosidade alheia. Se todos os freqüentadores dos cinemas fossem casais de namorados, o problema não existiria, nem esta crônica, pois a discrição de todos com relação a todos estaria na proporção direta da entrega de cada um ao seu namoro específico. [...]
De modo que, uma das coisas que os namorados não deveriam fazer é se enlaçar por sobre o ombro e juntar as cabeças. Isso atrapalha demais o campo visual dos que estão à retaguarda. [...] Cochichar, então, é uma grande falta de educação entre namorados no cinema. Nada perturba mais que o cochicho constante e, embora eu saiba que isso é pedir muito dos namorados, é necessário que se contenham nesse ponto, porque afinal de contas aquilo não é casa deles.
Um homem pode fazer milhões de coisas – massagem no braço da namorada, cosquinha no seu joelho, festinha no rostinho delazinha; enfim, a grande maioria do trabalho de “mudanças” em automóveis não hidramáticos – sem se fazer notar e, conseqüentemente, perturbar aos outros a fruição do filme na tela. Porque uma coisa é certa: entre o namoro na tela – e pode ser até Clark Gable versus Ava Gardner – e o namoro no cinema, este é que é o real e positivo, o perturbador, o autêntico.
(Vinicius de Moraes)
07. O sufixo (z)inho, empregado repetidamente na passagem “festinha no rostinho delazinha”, é de enorme vitalidade na língua. Comprove essa vitalidade, no plano morfológico, a partir do uso do diminutivo nos vocábulos da referida passagem.
08. O vocábulo ex-cineclubista resulta da aplicação de quatro processos de formação de palavras. Identifique-os, valendo-se de elementos constitutivos desse vocábulo.