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Dr. Irineu Grinberg“Privacidade X Prioridade”, pág. 6

Dr. Yussif Ali Mere Jr“A ciência no lugar que lhe cabe”, pág. 16

Dr. Carlos Eduardo dos Santos Ferreira“Crise e oportunidade”, pág.20

Dr. Paulo Cesar Naoum “Mundo paralelo”, pág. 14

Dr. Wilson Shcolnik“Pandemia traz impactos à saúde suplementar e reflexos à medicina diagnóstica”, pág. 10

Dra. Heloisa da Rocha Picado Copesco“Calvície na Mulher ”, pág.20

Dra. Maria de Lourdes Pires Nascimento“As plaquetas: “precisam ser mais observadas?”, pág. 24

Kelly Casimiro“Síndrome do Super Líder”, pág.31

08Abramed

Uma década influenciando a saúdeno Brasil

Confira a opinião dos nossos colunistas

Dr. Dácio Eduardo Leandro Campos “Vamos pensar”, pág. 24

Dr. Carlos Eduardo Gouvêa“CBDL aponta declarações e ações indevidas e destaca o valor do diagnóstico na pandemia”, pág. 20 04Entrevista Exclusiva

Granato aborda o papel estratégico dapatologia clínica durante a pandemia

Í N D I C E

12Saúde

A pandemia e o aumento dosdistúrbios alimentares

Alexandre Calegari“A importância de automatizar o segmento de anatomia patológica”, pág.27

07Nosso 1º encontro onlineAs Análises Clínicas no enfrentamento

da Covid-19 19 de agosto

Dr. Francisco Edison P. Guimarães “COVID-19 e Controle de Qualidade”, pág.8

Fernando Silveira Filho“A inserção do Brasil nas cadeias internacionais de abastecimento. Novo normal?”, pág.12

Quantas incertezasAinda estamos em isolamento, confinamento, apesar de alguns lugares

de primeira necessidade ou não estarem com portas abertas. Desde que com os devidos cuidados. A maioria em casa, no virtual, trabalhando,

ciente da pandemia, da necessidade da informação correta, idônea, como estamos fazendo, sem contato com entes queridos, amigos, amigas, família, vizinhos. Às vezes uma simples gripe vira uma neura. Confiamos na pesquisa, na experiência, no intenso trabalho de nossos mais renomados cientistas. Há mais de 30 anos é nossa meta,

nosso foco. Que saibamos lidar com essa pandemia, propagada também pela politicalha e responder a um futuro bem mais saudável.

Editorial

Rodrigo Brito“Base de conhecimento: gestão de informações para clientes e colaboradores”, pág.31

A opinião aqui manifesta é de plena responsabilidade dos seus autores. Para o leitor, fica a liberdade de contatá-los

diretamente através de seus próprios e-mails.

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Tudo começa com a patologia clínica, área que confirma ou não o diagnóstico, acompanha e orienta os médicos para a resolução de casos. Granato revela aqui também o desconhecimento dos profissionais de saúde quanto as limitações dos

testes em laboratório e a necessidade da constante atualização científica.

Em entrevista exclusiva para o Labornews, o diretor-clínico do Grupo Fleury, Celso Granato, destacou o papel estratégico da patologia clínica nesse momento de pandemia. “A Patologia clínica tem uma noção muito clara da importância da especialidade médica, seja no diagnóstico ou no acompanhamento de pessoas infectadas em praticamente todas as doenças. Mas o episódio da Covid revelou que o papel do laboratório de patologia clínica tem papel estratégico para fazer o diagnóstico primário da infecção”.

Granato lembrou que diversos laboratórios desenvolveram muitos tipos de testes, “do tipo RT-PCR, e também usando outras técnicas, diferentes, ou ainda detectando antígenos. E grande parte dos laboratórios hoje já oferecem testes do tipo sorológico.

Ele alerta ainda para o fato de a pandemia mostrar o grande desconhecimento geral dentre os profissionais de saúde, das

Celso Granato, diretor-clínico do Grupo Fleury

Por Andrea PennaVacina

Brasileiros participam dos mais promissores testes de vacina contra a COVID-19

O motivo, no entanto, não é de se orgulhar. O Brasil foi escolhido por laboratórios de todo o mundo por ser um país com grande explosão de casos e ainda num patamar muito alto de contaminação e mortalidade.

São 166 projetos de vacina contra a covid em estudo no planeta, sendo 15 na fase 3, ou seja, em testes com seres humanos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, a OMS.

A corrida por uma vacina que possa conter a Covid-19 tem justificativa: países se unem contra a pandemia que ja matou mais de meio milhão de pessoas e infectou cerca de 15 milhões de seres humanos em todo mundo.

Granato aborda o papel estratégico da patologia clínica durante a pandemia

limitações dos testes disponíveis, sejam moleculares, de antígenos ou mesmo sorológicos convencionais, alem dos testes rápidos: “o patologista clínico deve estar ciente da importância de estar se atualizando constantemente, para que melhor possa auxiliar o clinico a tomar a melhor atitude com relação aos seus pacientes. Nós sabemos das limitações dos testes moleculares em termos de sensibilidade, e sabemos também das limitações dos testes sorológicos, mesmo os tradicionais, com relação à necessidade de segmento dos pacientes por um tempo prolongado. Então é muito importante estarmos estudando sempre para auxiliar nossos colegas na solução dos seus casos.

O Brasil recebeu em julho, duas das mais promissoras vacinas contra a Covid-19. Desenvolvida pela Universidade de Oxford, com a participação de cientistas brasileiros, a vacina uniu o Instituto D'or de Pesquisa e Ensino, da Rede D'or, a Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp, e o Grupo Fleury também participa desse projeto. A Fundação Lemann está financiando a estrutura médica e os equipamentos da operação. O Instituto Butantan, em consórcio que inclui outro grande parceiro brasileiro, a Fiocruz, também testa sua vacina contra covid-19. O projeto é uma parceria dos brasileiros com a farmacêutica chinesa Sinovac Life Science. Em ambo s os casos o Brasil receberá transferência de tecnologia para produzir aqui as vacinas em caso de aprovação dos testes pelos órgãos nacionais e internacionais que regulam medicamentos, procedimentos e vacinas. No Brasil estão envolvidos a CONEP (Comitê de Ética em Pesquisa) e a Anvisa.

Mas ha varios projetos em curso no país. Começou na ultima semana de julho, a terceira etapa do projeto ‘SoroEpi MSP - Inquéritos soroepidemiológicos seriados para monitorar a prevalência da infecção por SARS-CoV-2 no Município de São Paulo’. O projeto, cujo objetivo é identificar a proporção da população que possui anticorpos contra o coronavírus SARS-CoV-2 na capital paulista, é uma ação entre cientistas e médicos renomados com apoio do Gru po Fleury, IBOPE Inteligência, Instituto Semeia e Todos pela Saúde – iniciativa lançada pelo Itaú Unibanco para enfrentar a COVID-19 e seus efeitos sobre a sociedade brasileira.

O projeto SoroEpi MSP pretende subsidiar políticas públicas de prevenção e controle da pandemia da COVID-19, oferecendo informações sobre o percentual de pessoas já infectadas que poderão estar, pelo menos em parte, protegidas contra o coronavírus. Estas informações são importantes para que as autoridades de saúde possam tomar decisões acerca das ações de combate ao vírus, ainda mais neste momento em que a capital paulista tem permitido a abertura e a retomada de atividades em diferentes áreas e serviços na cidade.

Entrevista Exclusiva

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Opinião

Dr. Irineu GrinbergEx-Presidente da SBACDiretor da Lab Farm [email protected]

Privacidade X PrioridadeNuma situação de pandemia, como a que

estamos vivenciando na atualidade, nunca antes imaginavel, existem fatores que devem, sem dúvida, preservar o coletivo, pensando na erradicação da doença e relevar alguns momentos em que a privacidade de alguns possa ser temporariamente esquecida.

Alguns desses momentos já foram lembrados em texto anterior, quando pacientes, não raros, que utilizaram hidroxi-cloroquina em seus tratamentos para a Covid19, foram orientados à não divulgação da terapia. Assuntos que já são do mais amplo conhecimento.

Entretanto, em abril deste ano, quando a doença se instalava de forma avassaladora no continente europeu, e norte da África, uma empresa de tecnologia em Israel, HA Magem, criou um aplicativo para smart phones, que instalado nos celulares dos pacientes afetados, sinaliza às pessoas sadias nas cercanias a presença de um doente, ou convalescente. Com esse aviso os indivíduos sadios, com o aplicativo instalado, poderão se afastar para um local mais distante, correndo muito menos riscos de contrair a enfermidade.

O sistema é todo construído através de ferramentas em código aberto e projetado para ser usado idiomas hebraico, inglês,

árabe e russo. De acordo com informações do Dr. Morris Dorfman, diretor geral do Ministério da Saúde israelense, o sistema pode ser oferecido, a custo zero a outros países que vierem a se interessar.

Os eventuais problemas tecnológicos estão todos superados. Resta resolver o problema maior.

Como convencer os usuários a ter suas privacidades invadidas por um órgão governamental?

Poderão ter seus dados pessoais e localizações expostos. Às operadoras de celulares não é permitido o rastreamento de telefones, sem o seu pleno conhecimento.

O Primeiro Ministro Benjamin Nethanyahu ordenou à Agencia de Segurança Interna Shin Bet que monitore os portadores do vírus, ação esta contestada por grupos representativos dos Direitos Civis, em Israel, chefiados pelo brasileiro-israelense André Luiz Amram Duque.

Declara também a maior autoridade pública do país que Israel é uma democracia plena, e deve manter o equilíbrio entre os direitos civis e as necessidades públicas. São ações que permitem localizar os doentes, e, desta forma, impedir que o vírus se espalhe.

Dorfman afirmou ser uma ação totalmente necessária, pois, para quem tem a presença do vírus confirmada, as autoridades devem agir de forma muito rápida, para encontrar aqueles que tiveram contato, testá-los e monitorar de forma imediata.

Por enquanto apenas 17% da população baixou o aplicativo, cerca de 1.5 milhões de pessoas. Número insuficiente, segundo as autoridades israelenses. Necessitam a totalidade, para, após, poder realizar o planejamento definitivo em relação às situações de trabalho geral e retorno das atividades escolares.

Na primeira semana de uso do programa, cerca de 50.000 pessoas, portadoras do aplicativo, se auto declararam em quarentena, tal era o volume de sinalizações recebidas.

A Global Keeper, empresa parceira de HA Magen, já está instalando esse aplicativo na Índia e em mais 20 países da Europa, com tecnologia GPS, Blue Tooth e WI FI, que permitem prescrições, à distância, em tempo real.

A grande discussão que restará, incide justamente, no que pode ser considerado ético, aos tempos de pandemia. Entretanto tudo pode e deve ser equiparado aos tempos de guerra.

Portanto, desprovidos de contestações.

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AbramedUma década influenciando a saúde no Brasil

Há 10 anos, oito instituições privadas do setor de medicina diagnóstica com destacada atuação se uniram para ampliar esforços frente a um cenário de mudanças e evoluções no sistema de saúde brasileiro, com a consolidação de um novo perfil empresarial e o estabelecimento de regulamentações determinantes para o futuro do setor de diagnóstico no Brasil. Em 14 de julho de 2010, nasceu a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), entidade que deu voz a um segmento extremamente relevante para a saúde.

Comemorando uma década de existência, nos orgulhamos de uma história com grandes conquistas e realizações para nossos associados e todo o setor. Seguiremos trabalhando para continuar proporcionando o fortalecimento da medicina diagnóstica como um agente fundamental para um sistema de saúde eficiente e justo, que ofereça serviços de excelência aos seus beneficiários.

Atualmente, representamos 26 empresas que respondem por cerca de 60% de todos os exames realizados pela saúde suplementar no país. Nosso propósito é promover o diálogo entre todas as partes interessadas, demonstrando o valor do setor de diagnóstico e seus benefícios para a sociedade, estimulando o uso racional de exames e trabalhando para o equilíbrio e sustentabilidade de todo o sistema de saúde.

A atuação e o diálogo junto às instituições em seus diferentes níveis sempre foram premissas importantes para nós. Contamos com uma série de comitês temáticos e grupos de trabalho, voltados a pesquisa, orientação e contribuição direta com entidades setoriais e agências reguladoras do setor de saúde. Aliado a isso, nossas assessorias jurídica e parlamentar acompanham em tempo real projetos de lei, resoluções, instruções normativas e tudo mais que impacta direta ou indiretamente o nosso segmento.

A Abramed também investe em projetos que posicionam o setor como importante elo da cadeia de saúde. Para tal, criou o Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, uma publicação anual que, desde sua primeira edição em 2018, traz um panorama único do setor de medicina diagnóstica nacional, consolidando indicadores que contribuem para a visibilidade do setor e a tomada de decisões.

Fomentar a discussão de temas que impactam toda a cadeia da saúde também é nossa tarefa. Realizamos anualmente o FILIS – Fórum Internacional de Lideranças da Saúde, evento que reúne especialistas nacionais e internacionais para analisar e debater assuntos relevantes, construindo uma agenda positiva entre todos os atores do setor.

Isso tudo é uma mostra do que a Abramed faz dia a dia. Mas o intuito principal de hoje é celebrar nossa primeira década de história, confiantes que, seguindo o legado dos nossos fundadores, estamos construindo um futuro sólido, que só acontece porque temos ao nosso lado associados e parceiros que acreditam em uma medicina diagnóstica cada vez mais integrada, inovadora e focada na atenção ao paciente.

Feliz aniversário, Abramed! Que possamos comemorar muitas mais décadas de contribuições para a melhoria da saúde no Brasil.

COVID-19 e Controle de Qualidade

Dr. Francisco Edison P. Guimarães Superintendente do PNCQ – Programa Nacional de Controle de Qualidade

[email protected]

Com o novo coronavírus (SARS-CoV-2), a COVID-19 entrou em nossas vidas de maneira avassaladora, mudando completamente nossa rotina e expondo as deficiências do Sistema Nacional de Saúde (SUS).

A busca da qualidade e de soluções inovadoras são fundamentais para a sobrevivência das instituições e empresas. Paulatinamente, os fornecedores de bens e serviços percebem que a qualidade, como geradora de confiança em suas operações, é uma das ferramentas mais importantes e assertivas para atender as necessidades e expectativas dos clientes. Dessa forma, nos deparamos com usuários que requerem, de modo cada vez mais exigente, o melhor desempenho dos produtos que adquirem ou utilizam.

Ao nos referirmos à qualidade, os laboratórios clínicos devem ter a missão de produzir resultados de exames que sejam de real utilidade para auxiliar profissionais médicos corretamente no prognóstico, diagnóstico, acompanhamento de terapia, evolução e prevenção de enfermidades.

Diante do cenário de urgência e cautela gerado pela COVID-19, inúmeros fabricantes de materiais para o diagnóstico in vitro estão oferecendo testes aprovados provisoriamente pelos órgãos dos governos para a pesquisa do novo coronavírus, mas nem todos com resultados assertivos, o que exige cautela e responsabilidade.

O foco nos usuários ou clientes é o objetivo final, especialmente em empresas de prestação de serviços, como os laboratórios de análises clínicas que prestam assistência à saúde da população. Assim, nesse momento é que o controle de qualidade se apresenta como uma ferramenta fundamental para verificação do desempenho e a comprovação da efetividade durante a validação desses produtos.

O Ensaio de Proficiência ou Controle Externo da Qualidade é um dos parâmetros que medem

o padrão de qualidade dos ensaios clínicos de todos os laboratórios participantes, de acordo com critérios técnicos – além de serem obrigatórios, segundo a legislação vigente. O provedor de ensaio de proficiência deve disponibilizar uma amostra controle compatível com as metodologias existentes no mercado e, na medida do possível, caracterizá-la internamente em seu laboratório de referência.

Para a pesquisa da COVID-19, o Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ) desenvolveu um controle interno que possui registro na ANVISA. As amostras-controle do PNCQ, utilizadas para a identificação de anticorpos IgA, IgM e IgG, são obtidas de doadores conhecidamente positivos por meio da metodologia RT-PCR (SARS-CoV-2). Essas amostras são inativadas e caracterizadas por todas as metodologias disponíveis no mercado: quimiluminescência, eletro quimiluminescência, ELISA, FIA e imunocromatografia.

O ensaio de proficiência, ou controle externo da qualidade, padroniza os resultados de diferentes laboratórios através da comparação interlaboratorial de análises de alíquotas do mesmo material, auxiliando o laboratório a avaliar a eficiência da fase analítica de seus processos. É um sistema de controle no qual o resultado de cada teste do laboratório participante do programa é comparado com a média do seu grupo, que são agrupados por metodologias de ensaios empregadas. O laboratório que participa efetivamente de um programa de controle externo da qualidade pode assegurar que seus resultados aproximam o máximo de exatidão dentro de uma variabilidade analítica permitida.

O ensaio de proficiência propicia aos laboratórios participantes:

• Avaliação e monitoração contínua do desempenho;

• Evidência de obtenção de resultados confiáveis;

• Identificação de problemas relacionados à sistemática de ensaios;

• Possibilidade de tomada de ações corretivas e/ou preventivas; Avaliação da eficiência do controle interno da qualidade;

• Determinação das características de desempenho e validação de métodos e tecnologias;

• Padronização das atividades frente ao mercado e reconhecimento de resultados de ensaios, em nível nacional e internacional.

Além do controle externo, o laboratório deve monitorar a fase analítica por meio de controle interno da qualidade. O controle interno da qualidade é o procedimento conduzido em associação com as amostras de pacientes para avaliar se o sistema analítico está operando dentro dos limites de tolerância pré-definidos. O controle interno da qualidade tem a finalidade de garantir a reprodutibilidade (precisão), verificar a calibração do sistema analítico e indicar o momento correto de uma ação corretiva quando ocorrer uma não conformidade.

Todo laboratório deve ter uma “Garantia da Qualidade” que tenha a responsabilidade de implantar, controlar, avaliar e tomar decisões no intuito de eliminar as falhas de situações que geraram atividades não conformes.

A verdade é que, nos últimos tempos, temos vistos que o mundo evoluiu muito rápido. Saímos da era do produto, para a era do processo, e estamos atravessando a era da informação e inovação e finalmente avançando para um momento histórico, no qual importará as relações humanas em qualquer campo, especialmente quando se trata da qualidade da prestação de serviços. E é a isso que estamos nos referindo quando nos enfatizamos o foco no cliente.

Opinião

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Dr. Wilson Shcolnik Médico patologista clínico, presidente da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e do Conselho de Ex-Presidentes da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), membro da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp) e da Câmara Técnica de Segurança do Paciente do CFM

[email protected]

Pandemia traz impactos à saúde suplementar e reflexos à medicina diagnósticaOs efeitos da pandemia de Covid-19 ainda são

impossíveis de mensurar. A saúde e a economia ainda verão muitas consequências da maior crise sanitária mundial dos últimos cem anos.

Se neste primeiro momento a saúde suplementar assistiu à uma queda histórica na sinistralidade dos planos de saúde em decorrência da não realização de exames e cirurgias eletivas nos seis primeiros meses do ano, é muito provável que a crise econômica desencadeada pelo novo coronavírus leve à uma nova migração de usuários da rede privada para a rede pública, sobrecarregando novamente o Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo a Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), divulgada em julho, com base nos dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), houve queda no número de beneficiários de planos de saúde em todo o país e o segmento voltou a ficar abaixo dos 47 milhões de usuários.

No comparativo de 12 meses, o setor perdeu pouco mais de 124 mil beneficiários. No entanto, só entre os meses de abril e maio, houve queda de 283 mil vínculos, dados que já são reflexo da queda da atividade econômica causada pela forte crise na

saúde. A análise mostra um dos primeiros impactos

da pandemia no setor, porém é preciso lembrar que ainda estamos no enfrentamento da crise e que teremos de lidar com outros obstáculos, como a dificuldade de novos investimentos em saúde, a aquisição de insumos, o aumento da utilização de serviços médico-hospitalares devido à demanda represada de atendimentos e exames que deixaram de ser feitos durante o primeiro semestre, e os reflexos desses atrasos e adiamentos no trato da saúde populacional.

Balizando essa preocupação, estudo recentemente publicado pelo The British Medical Journal (BMJ) sugere que a mortalidade por câncer pode aumentar 20% por causa da pandemia, sendo que parte desse aumento está diretamente atrelado às pessoas com câncer que são infectadas pelo novo coronavírus e, por serem grupo de risco, chegam ao óbito; e outra parte relevante ocorre pois, por conta da crise, o diagnóstico foi atrasado ou o tratamento, como a quimioterapia, interrompido.

É hora de fortalecermos ainda mais as ações de prevenção de doenças e da promoção da saúde como uma vertente ideológica capaz de impulsionar o desenvolvimento de uma nação, visto que uma população saudável, com menos comorbidades e menos doenças adjacentes, é mais produtiva e mais resistente a futuras pandemias que, naturalmente, surgirão.

Aqui a tecnologia aliada à medicina pode trazer eficiência aos serviços de saúde. Nesse contexto, a telemedicina vem se tornando uma ferramenta importante na rotina de profissionais de saúde, clínicas, laboratórios e hospitais. Com a autorização do seu uso enquanto durar a crise ocasionada pelo novo coronavírus, sua prática tem sido altamente relevante ainda mais com o distanciamento social que precisa ser praticado, auxiliando no teleatendimento e telediagnóstico e estimulando os cuidados com a saúde.

Para o setor de medicina diagnóstica, que já vinha atuando com o serviço a distância, é uma prática consolidada, rumo à eficiência e qualidade do atendimento e do diagnóstico em benefício do paciente.

E os exames mais do que preventivos são um excelente caminho para que os médicos possam definir qual o melhor tratamento disponível para aquele caso daquele paciente específico, principalmente quando consideramos o advento da medicina personalizada.

Uma análise da consultoria norte-americana McKinsey & Company estima que é possível reduzir em cerca de 40% a carga global de doenças por meio de intervenções que tornem os sistemas de saúde mais capazes de combater doenças específicas. Dados apontados no relatório “Prioritizing health: A prescription for prosperity” sugerem, inclusive, que tomadas essas medidas, as mortes por câncer, por exemplo, podem diminuir em 29% enquanto as mortes por doenças cardiovasculares podem cair 39%.

Além da considerável queda sugerida pela consultoria, é interessante observar que os especialistas atrelam 70% dos ganhos em saúde à prevenção e 30% aos tratamentos. E os exames diagnósticos estão envolvidos em todas essas vertentes, afinal, o diagnóstico precoce salva vidas e sabemos que até 70% das condutas médicas são baseadas em resultados de exames complementares.

Tudo indica que, passada a pandemia, novos tempos e novos hábitos virão. Mas quando se trata de saúde, não importa os caminhos trilhados, desde que sejam alcançados os objetivos que levam a uma vida saudável.

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geográficas – alguns até mesmo mundialmente –, com expressiva quantidade de acordos bi e multilaterais de comércio. Segundo ponto, todos são detentores de altos índices de tecnologia e industrialização e desfrutam de posição relevante no cenário global em inovação.

Quando analisamos os gráficos abaixo, comparando o fluxo internacional de negócios entre 2000 e 2017, o crescimento expressivo de alguns países e o aumento da intensidade das conexões comerciais, uma leitura possível é que o Brasil vivenciou até aquela data uma certa expansão nas conexões, mas mantendo sua importância relativa. No gráfico, isso está representado pela dimensão da esfera.

Se considerarmos que o Brasil não figura em posição de destaque no ranking internacional de inovação, o resultado não poderia ser outro a não ser um certo grau de estagnação. Outros fatores agravam isso: não temos uma pauta de exportação robusta para industrializados e, ao mesmo tempo, temos que expandir a geografia, a quantidade e o valor de nossos acordos comerciais.

Assim, entendo que nosso momento pós-pandemia deveria ser a busca pela inserção positiva do País naquelas que virão a ser as novas cadeias de abastecimento global, vitais para a retomada do crescimento. Por algumas razões:

• Temos que gerar emprego e renda para muitos milhões de brasileiros, que desde 2014 sofrem o efeito de crises contínuas;

• Temos que nos inserir definitivamente em um mundo interconectado, digital, com alta intensidade de inovação e interdependência comercial, de

Fernando Silveira FilhoPresidente Executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (ABIMED) - www.abimed.org.br

A inserção do Brasil nas cadeias internacionais de abastecimento. Novo normal?Com o passar dos meses sob a égide da pandemia,

ouvimos mais e mais sobre o conceito de novo normal. Percepções, insights, materialização acelerada de algumas tendências que vinham se estabelecendo já há alguns anos, rupturas bruscas, aceleração de mudanças, desejos pessoais e interesses setoriais, todos esses elementos, além de outros, vêm dando a essa noção de novo normal uma perspectiva de pré-realidade.

Em diversos aspectos, essa perspectiva é bem-vinda, mas ao mesmo tempo incerta e assustadora para muitos. E isso não é novo normal. Não é novo e se repete ciclicamente ao longo da história. É, na verdade, o nosso normal.

De todas as situações vividas até o momento, com suas consequentes lições, ficou evidente e tangível a necessidade de uma nova abordagem para as cadeias internacionais de abastecimento. E me valho do setor da Saúde, fundamental em todo o mundo no processo de combate a pandemia, para basear o racional em torno dessa abordagem.

Vimos de forma inequívoca que há concentração crítica no mercado global de produtos médicos (dispositivos, equipamentos e medicamentos). Segundo dados da WTO de abril passado, apenas três países concentrem 35% do fornecimento, enquanto os 10 maiores exportadores representam aproximadamente 75% do volume global. Situação ainda mais visível em um item básico de proteção, como as máscaras, em que um só país concentrava 25% do movimento mundial.

Expectativas a parte, o que vivemos foi uma espiral protetiva gerada pela aceleração exponencial da demanda com a consequente elevação momentânea de preços, deterioração da malha logística em função de fechamento de fronteiras, suspensão de voos e a proibição de exportação de itens essenciais, decisão aplicada por cerca de 100 países. Brasil inclusive.

Um cenário de crise, em que a oportunidade para o país se dá pela inserção na complexa e multivariada rede mundial de abastecimento.

Voltando a concentração dos exportadores mundiais, duas características se manifestam: Primeiro, todos tem predominância em suas áreas

forma a gerir riscos de maneira adequada e com previsibilidade condizente com a importância de nosso País;

• Temos tamanho, população, talentos, mecanismos e a oportunidade para fazê-lo.

Qual armadilha deveríamos evitar, para que de forma competitiva respondamos a essas oportunidades? Sem dúvida, é a armadilha do Tecno Nacionalismo. Como colocado pela WTO: “Tecno Nacionalismo: Políticas que incentivam empresas de capital doméstico a tornarem-se tecnologicamente independentes não necessariamente entregam os resultados esperados em termos de evolução”.

Uma das alternativas sobre a qual poderíamos trabalhar se sustenta em base a três dimensões:

• Políticas industriais não discriminatórias em termos de origem de capital, para o setor de Saúde, lastreada em convergência regulatória, com ampliação de acordos comerciais bi ou multilaterais; segurança jurídica para investimentos e operação de longo prazo; e uma gama variada de modelos de financiamento.

• Inovação embasada na integração com ecossistemas globais, levando em consideração modelos de parcerias sustentáveis e transferência de tecnologia, buscando adequar modelo de negócio versus tecnologias disponíveis.

• Educação elevada à enésima potência com foco no ensino básico público de qualidade e formação técnica, tanto no nível médio como superior, dando assim oportunidade de formação de pessoal para a demanda hoje existente. E, mais do que isso, para as novas profissões que serão desenvolvidas para atender um mercado aceleradamente tecnológico.

Mas temos que começar de imediato, com precisão e assertividade, evitando as simplificações, porque, sem dúvida, tempo é um fator crítico de sucesso e temos que considerar que um período longo seria necessário para viabilizar esse modelo. Seria muito bom viver em um normal em que as assimetrias e desigualdades fossem reduzidas, onde pudéssemos aspirar a ser mais como País e onde um projeto de futuro pudesse, enfim, ser tangibilizado.

[email protected]

Opinião

Saúde A pandemia e o aumento dos distúrbios alimentares

Em tempos de pandemia é preciso cuidar da saúde mental, bem como da saúde física. Especialistas afirmam que durante a quarentena viram aumentar significantemente o número de pessoas com depressão, ansiedade e vícios por cigarro e bebidas alcoólicas. E nesse contexto, é necessário falar dos distúrbios alimentares que não ficaram fora da lista.

Mas afinal, o que a pandemia tem a ver com os distúrbios alimentares e a distorção de imagem? De acordo com a psicóloga especializada em Transtorno Compulsivo Alimentar (TCA), coordenadora do AMBULIM na USP, Valeska Bassan, o ser humano tem uma relação emocional com a comida durante toda a vida. “Estar em equilíbrio significa conseguir deixar corpo e mente sã, mas muitas vezes esquecemos que a saúde mental deveria vir primeiro do que a física,

uma vez que estão intimamente ligadas”, explica.A pandemia trouxe muita insegurança e incerteza

para todos, gerando muita preocupação e ansiedade, o que naturalmente faz com o que a saúde mental seja bastante afetada, e com isso os transtornos tenham tomado uma proporção inimaginável.

“De forma consciente ou inconsciente é bastante comum que durante o afastamento você tenha pensado em uma comida especial que sua mãe faz ou aquela sopa deliciosa da sua avó e queira fazer em casa como forma de matar as saudades, de aliviar a dor”, diz. E essa relação de afeto e amortecimento com a comida é igual para todos.

Para a maioria, trabalhar em casa também foi um desafio e facilita ainda mais as “beliscadas” durante o dia e a ingestão de alimentos “gostosos”. Muitos pacientes relataram um significativo aumento de peso durante a quarentena, o que para Valeska é completamente normal. “Foram mudanças bruscas ao mesmo tempo e o stress no pico. O que deve ser percebido é a relação do peso com a imagem corporal, eles conversam. Muitos pacientes não conseguem enxergar o reflexo real do seu tamanho, percebem seu corpo muito menor ou maior do que realmente é”. Ela ainda acrescenta que, muitas vezes, a percepção real só acontece quando eles veem uma fotografia, vídeo ou uma imagem refletida de si mesmos.

Embora a distorção de imagem afete mais mulheres do que homens, eles não estão isentos disso. A bulimia e a anorexia são transtornos em

que essa característica está bastante presente. A nossa percepção de imagem se desenvolve na medida em que crescemos e começamos a receber observações de membros da família, treinadores, amigos e namorados. Alguns traços de temperamento como o perfeccionismo e a autocrítica também podem influenciar para o desenvolvimento de uma autoimagem corporal negativa.

Muitos pacientes também relataram que ficar em casa com tempo livre foi bastante desafiador, não apenas pela solidão, mas pela presença de pessoas com corpos perfeitos nas redes sociais e na televisão, o que é um desejo bastante inalcançável. “As pessoas sentem a necessidade em se encaixar em padrões. Mulheres famosas que dizem que encontraram a beleza em jejuns, dietas milagrosas e exercícios rígidos faz com que isso seja possível para a maioria das pessoas. Mas vale lembrar que essa comparação é muito injusta com a maioria das pessoas. Dificilmente ela vai conseguir chegar num padrão do que é mostrado na mídia, muitas vezes tem edições de imagem e até mesmo uma doença grave por trás daquela aparência desejada. A comparação com outros corpos que não seja o seu é injusta e não deve ser feita”, comenta a especialista.

A psicóloga ainda reforça que, em muitos casos, o distúrbio alimentar pode ter se originado durante a quarentena e que é preciso procurar um especialista para entender o quadro clínico, e quais as melhores formas de tratamento.

Psicóloga Valeska Bassan, coordenadora do AMBULIM na USP

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PROF. DR. PAULO CESAR NAOUM

[email protected]

O desenvolvimento da inteligência humana nos levou a crer que o mundo foi feito exclusivamente para o bem estar da nossa espécie. Céu, montanhas, rios, mares e florestas passaram a ser degradados para satisfazerem nossos variados tipos de consumos. Soberbamente esquecemos que outras milhões de espécies convivem conosco e também buscam seus espaços. Ao nos considerarmos a espécie suprema da Terra passamos a desconsiderar a biodiversidade dos seres não humanos, incluindo microrganismos e plantas.

Criamos conceitos, leis e regras que sistematicamente nos permitem devassar os espaços de outros bichos e seus habitats, quer sejam eles grandes, pequenos ou microscópicos. Não adiantou nada a domesticação e a criação de animais para o nosso consumo alimentar iniciadas há mais de 10 mil anos, pois continuamos a caçar aqueles a quem denominamos por selvagens, quer seja por buscas de paladares diferenciados, para matar a fome, ou como prática de consumo cultural. Foi justamente através desta última razão que vírus acomodados em vísceras

de morcegos passaram a contaminar seus comensais humanos, causando-lhes a doença do coronavirus 19 (covid19). Desequilíbrios das biodiversidades e dos ecossistemas passaram a ocorrer no momento em que a inteligência humana desviou de sua evolução natural para satisfazer os egoísmos de seus prazeres. Contudo, não se pode penalizar apenas os comportamentos contemporâneos, pois a eles se somaram as práticas depredatórias seculares. Ao criarmos um mundo imaginário ideal nos últimos cinquenta anos, esquecemos de exercitar um dos nossos mais lúcidos sentimentos da humanidade, a contemplação. Deixamos de influenciar os comandos dos nossos entornos e os delegamos aos cuidados de políticos com qualidades comportamentais e administrativas duvidosas. Da mesma forma, deixamos de pensar, manifestar e concluir, e os transferimos estes incômodos exercícios mentais para jornalistas-comentaristas de TVs e emissoras de rádios que nos assustam com suas ignorâncias e nos aterrorizam continuamente. Abandonamos o prazer de criar e passamos a usar as coisas prontas, que nos tem deixado preguiçosos, obesos, doentes

Mundo paralelo

Professor Titular pela UNESPDiretor da Academia de Ciência e Tecnologia,Acadêmico da ARLC

e depressivos. Através desta forma insana de viver, estamos atrofiando o maior diferencial que possuímos em relação às outras espécies, a nossa inteligência. Temos uma mórbida obsessão em destruir o que levou milhares de anos para ser construído. Ricos e pobres, cultos e incultos, continuam devastando matas, rios e encostas de montanhas, mostrando que ignorância não tem status. Destruímos também boa parte da camada de ozônio e elevamos as temperaturas climáticas que passaram a derreter as geleiras nos dois polos da terra. Conquistamos a capacidade de nos transportar de um continente a outro em poucas horas. De lotar hotéis, praças, calçadas, onibus, trens, aviões, bares e restaurantes, e neles espalhar microrganismos próprios de cada região de onde provieram os viajantes, democratizando a perversidade das contaminações. O desprezo pela higiene pessoal e o descuido com a limpeza ambiental sempre estarão nos levando ao medo de outras pandemias. Diante do que foi exposto, pergunto:

- De que valeu a evolução nos ter dado a inteligência, se nos tornamos insensatos, exatamente por não saber usa-la?

Opinião

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O novo coronavírus se alastrou rapidamente pelos continentes, transformando-se em pandemia numa velocidade impressionante. Do início deste ano até 22 de julho, data de autoria desse artigo, quase 15 milhões de pessoas em todo o mundo já haviam sido diagnosticadas com Covid-19 e os óbitos estavam próximos de 620 mil. A doença e sua forma de transmissão pouco conhecidas causaram inúmeros desencontros, com medidas acertadas e outras completamente equivocadas, fazendo com que uma discussão que deveria ficar na esteira da saúde e da ciência fosse alçada a brigas ideológicas e bandeiras políticas que em nada contribuem para o enfrentamento do problema, pelo contrário.

Felizmente, a comunidade científica acaba de fazer anúncios promissores sobre o desenvolvimento de vacinas contra o novo coronavírus, abrindo uma grande perspectiva de prevenção e controle da doença. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até o momento há 163 iniciativas para o desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19 no mundo, sendo três muito promissoras. Para nós, brasileiros, essa notícia é ótima, pois duas estão em testes em nosso país.

Artigo publicado na revista The Lancet, em 20 de julho, mostra que a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em

parceria com a farmacêutica AstraZeneca e em teste no Brasil, é segura e capaz de desenvolver anticorpos contra o novo coronavírus. 1.077 pessoas participaram do ensaio clínico e não tiveram nenhum efeito colateral. Agora a pesquisa entra na fase III, que amplia o número de participantes. O acordo feito entre o Brasil e Oxford prevê que, caso a vacina seja aprovada, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) fique responsável pela produção no país. A expectativa é que, inicialmente, sejam produzidas 30 milhões de doses.

No mesmo 20 de julho começaram os testes no Brasil da vacina desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em acordo com o Instituto Butantan, que terá os direitos de produção no país caso os resultados sejam benéficos. Dimas Covas, diretor do Butantan, afirmou que a vacina está em fase avançada de desenvolvimento e que estudos preliminares mostram que ela consegue dar proteção acima de 90%. Ela é produzida a partir de cepas inativadas do novo coronavírus, método conhecido e dominado pelo Instituto. Se a eficácia for comprovada, 120 milhões de doses podem estar disponíveis para a população brasileira em até cinco meses, com a imunização de 60 milhões de pessoas, já que a vacina poderá ser administrada em duas doses.

Pesquisas tão promissoras contra a Covid-19,

A ciência no lugar que lhe cabecom expectativa de disponibilidade à população em poucos meses, é fato inédito. O processo para aprovação de vacinas é lento, leva em média 10 anos. Uma das vacinas mais rápidas a ser feita foi a do sarampo, doença descoberta em 1953. O imunizante só começou a ser aplicado em 1963.

Os excelentes resultados obtidos até aqui nas pesquisas de vacinas contra o novo coronavírus em tempo recorde devem-se a dois aspectos. O primeiro é o grande volume de recursos investidos e disponíveis. O segundo é que o novo coronavírus é uma variação de dois outros patógenos responsáveis por epidemias recentes: Sars e Mers (2003 e 2012) e já existem pesquisas em desenvolvimento em fase pré-clínica para ambos. Isso acelerou o processo e mostra como é importante o investimento em ciência.

Os números da pandemia no Brasil ainda assustam. A curva descendente de número de casos não foi atingida, exigindo que todos os cidadãos continuem com as medidas de proteção sanitária, uso de máscara e distanciamento social. Há, sim, luz no fim do túnel. E ela vem da pesquisa e do conhecimento científico. A história sempre se encarrega de revelar os verdadeiros protagonistas. A ciência mais uma vez ocupa o lugar de destaque, desbancado políticas, políticos e ideologias retrógradas.

DR. YUSSIF ALI MERE JR

[email protected]

Presidente da Federação e do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de Ribeirão Preto e Região (FEHOESP e SindRibeirão)

Opinião

SBPC/ML 1º Congresso Virtual da SBPC/ML tem o tema“O laboratório clínico agregando valor na pandemia do novo Coronavírus”

A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) realizará, dos dias 25 de setembro a 2 de outubro, o 1º Congresso Virtual da SBPC/ML, em uma edição totalmente virtual e dedicada ao novo Coronavírus.

Com o tema “O laboratório clínico agregando valor na pandemia do novo Coronavírus”, o evento terá um formato semelhante aos demais congressos da entidade, com conferências, mesas redondas e workshops dos patrocinadores. Os tradicionais cursos pré-congresso e encontros com especialistas também serão ofertados. A novidade é que o participante poderá assistir ao congresso de onde estiver.

O evento reunirá profissionais do Brasil e do exterior“O congresso trará uma série de debates

relevantes sobre o Coronavírus, porém, com um olhar além, o pós-pandemia. O que está acontecendo todos já sabem, mas e o depois? Como será a atuação dos laboratórios do País nesse período? Então todos esses questionamentos serão discutidos durante o evento”, explica a Dr. Carlos Eduardo Ferreira dos Santos, Presidente do 1º Congresso Virtual da SBPC/ML.

Segundo o Dr. Leonardo Vasconcellos, coordenador da grade científica, será uma semana bastante prazerosa. “Fizemos uma programação científica abrangente do pré ao pós-analítico,

composta por mais de 80 renomados especialistas nacionais e internacionais, além dos cinco convidados para as conferências magnas. Tudo isso para continuar oferecendo à comunidade, mesmo em ano de pandemia, o maior evento de medicina laboratorial da América Latina".

Nesta edição, também não poderiam faltar as apresentações de temas livres e o lançamento de mais um livro da série "Recomendações da SBPC/ML", intitulado "Boas Práticas em Laboratório Clínico".

As inscrições devem ser feitas pelo site oficial do evento http://congressovirtualsbpc.org.br/ . Confira no site: www.labtestsonline.org.br

Alerta Pessoas magras também podem apresentar colesterol alto

bloqueando a passagem do sangue. “É muito importante que as pessoas saibam que o colesterol alto, na maioria dos casos, não dá sinais nem qualquer tipo de sintomas”, reforça o endocrinologista.

O HDL (high-density lipoprotein ou lipoproteína de alta densidade) é conhecido como bom colesterol

porque ele faz um tipo de limpeza que vai retirando o excesso de gorduras e devolvendo para o fígado, órgão responsável por sintetizá-las.

A maioria dos pacientes tem colesterol alto por razões genéticas, fazendo com que o fígado produza mais colesterol do que o ideal. “Crianças também podem apresentar nível alterado de colesterol, mesmo as magrinhas. Já as crianças com obesidade certamente devem fazer o controle, pois o excesso de peso pode causar redução do bom colesterol e aumento dos triglicérides (gordura no sangue)”, explica Dr. Mancini.

Tratamento – consta na manutenção de um estilo de vida saudável, com menor ingestão de gorduras de origem animal, prática frequente de exercício físico e horas regulares de sono. Para a maior parte dos casos são necessários medicamentos, que são seguros e eficazes para o controle do colesterol.

http://www.sbemsp.org.br

“Engana-se quem acredita que o colesterol é problema apenas de quem sofre de obesidade. Pessoas magras também podem apresentar colesterol alto e estar no grupo de risco de infarto e derrame”, alerta o Dr. Marcio Mancini, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo, SBEM-SP.

Essencial para o funcionamento do nosso corpo, o colesterol é um tipo de gordura que faz parte da estrutura das células do cérebro, nervos, músculos, pele, fígado, intestinos e coração. Ele também é importante para a formação de hormônios como a vitamina D e ácidos biliares, que ajudam na digestão das gorduras da alimentação.

Conhecido como colesterol mau, o LDL, sigla de low-density lipoprotein (lipoproteína de baixa densidade), está associado a risco de infarto do miocárdio e derrame (AVC) pois ele se acumula nas paredes das artérias

Colesterol alto, na maioria dos casos, não dá sinais nem qualquer tipo de sintomas

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da gravidade por infecção do COVID-19.O teste do D-Dímero é de uso clinicamente

significativo na decisão do diagnóstico de pacientes com suspeitas de episódios trombóticos, tais como a trombose venosa profunda (TVP), embolia pulmonar (EP) e coagulação intravascular disseminada (CID/CIVD).

D-Dímero mLabs®

Auxílio na estratificação da gravidade por infecção do COVID-19 Com a disseminação do COVID-19, diversos

estudos estão sendo publicados, possibilitando o maior conhecimento da doença na tentativa de reduzir o número de casos e a gravidade dos indivíduos infectados.

Recentemente pesquisadores chineses avaliaram achados laboratoriais os quais foram correlacionados valores elevados de D-Dímero como valor preditivo para a gravidade da doença, conforme artigo publicado no The Journal of Thrombosis and Haemostasis.

Diante aos novos estudos a Sociedade Britânica de Hematologia, sugeriu a execução de testes de coagulação em indivíduos infectados por COVID-19. Dentre os testes laboratoriais, está recomendado a dosagem do D-Dímero, permitindo assim com os outros testes de coagulação o cálculo do escore de coagulação intravascular disseminada estabelecido pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH), auxiliando na estratificação

Para maiores informações, entre em contato através do e-mail [email protected]

ou (11) 5185- 8181.

O teste de D-Dímero realizado no equipamento mLabs® tem como metodologia a imunofluorescência num cartucho micro fluídico.

Utilizando um baixo volume de amostra de sangue total, permite a execução do teste a beira do leito do paciente.

Referências bibliográficas:• Tang, Ning, et al. “Abnormal Coagulation parameters

are associated with poor prognosis in patients with novel coronavirus pneumonia.” Journal of Thrombosis and Haemostasis (2020).

Telemedicina

ABIMED acompanha debate sobre os caminhos datelemedicina no cenário desenhado pela Covid-19

Para levar aos seus associados mais informações e as últimas novidades sobre os caminhos da Saúde no país, Fernando Silveira Filho, presidente-executivo da ABIMED, representou a associação durante o 9º Fórum LIDE de Saúde e Bem-Estar. De acordo com Fernando, a participação nestes eventos fortalece um dos pilares da ABIMED, da promoção do acesso à Tecnologia, Inovação e Qualidade.

Participantes referendam que a telemedicina tem se mostrado essencial para médicos e pacientes

Em época de isolamento social, destacados profissionais brasileiros e do exterior debateram o tema por meio de uma teleconferência. A telemedicina, um dos temas mais destacados nesta pandemia da COVID-19, tem se mostrado essencial diante da necessidade de isolamento para frear a disseminação do vírus. O uso da tecnologia se tornou importante para o atendimento de pacientes não somente da COVID, mas também de doenças crônicas.

Para Ghada Trotabas, vice-presidente corporativa de marketing e operações de vendas da Siemens Healthineers, a COVID-19 forçou a indústria de saúde a fazer uma mudança de 180º. Dessa forma, a telemedicina, que até então não tinha o

destaque merecido, passou a garantir acesso, qualidade e menor custo. Sem contar que tem apresentado crescimento entre profissionais de diversas áreas. Com relação futuro, a telemedicina poderá levar a saúde a todos os lugares, sendo uma nova realidade para pacientes que não terão mais de ir a hospitais físicos.

Pedro Delgado, head para Europa e

América Latina do Institute for Healthcare Improvement (IHI); por sua vez, ressaltou o que a COVID-19 acelerou o ritmo da vida. Dessa forma, a telemedicina encontrou uma oportunidade sem precedentes, proporcionando um tratamento igual para todos. Segundo ele, o sistema de atendimento veio para ficar e de forma colaborativa, facilitando para pacientes e profissionais de saúde. E ressalta que o Brasil tem todas as condições de exercer um papel importante nesse sentido.

Sidney Klayner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, destacou o trabalho pioneiro realizado pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein em telemedicina, que já vem sendo feito há alguns anos. A regulamentação do sistema no país data de 2001, ainda quando a internet ainda nem tinha a força atual, mas a pandemia acabou por acelerar seu processo. Ressaltou ainda que o Einstein tem uma plataforma de Treinamento Virtual que deu acesso a mais de 30 mil profissionais do SUS. Sidney finalizou afirmando que a telemedicina não afasta os médicos dos pacientes, pelo contrário, permite que os mesmos fiquem satisfeitos em poder atender a todos os pacientes.

Fernando Silveira Filho, presidente-executivo da ABIMED

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2020

Todo mundo já ouvir falar que no idioma chinês, a palavra "crise" é composta de dois caracteres, um que representa ameaça e outro que representa a oportunidade. De fato, a pandemia do novo Coronavírus nos mostra que é possível, sim, criar valor em meio ao caos.

Especificamente no setor de medicina laboratorial, a crise se revelou uma excelente oportunidade para ressaltar a relevância e o protagonismo desses profissionais e para discutir amplamente temas tão fundamentais para nós, como a qualidade e a segurança do paciente.

Em meio a tanta demanda pela testagem e pela oferta ilícita destes testes pela Internet - até com venda direta aos consumidores desavisados - a SBPC/ML liderou uma iniciativa de validação dos testes para Covid-19, em conjunto a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC), Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL). A participação das empresas diagnósticas neste programa de validação é voluntária e permite que a indústria avalie seu produto em um protocolo de

validação previamente definido. Este programa conta também com a contribuição de laboratórios públicos e privados do país que executam este protocolo em amostras previamente selecionadas.

Com esse trabalho, além de darmos luz à qualidade de cada kit diagnóstico, também apresentamos a rotina rígida dos laboratórios em relação aos seus processos de qualidade, como a de validar (testar em vida real) os kits que serão utilizados na prática clínica.

Todo este processo é extremamente importante para garantir a segurança dos pacientes, contribuindo para um diagnóstico qualificado e agregando valor para a saúde pública. Com a publicação dos dados, permitimos que todos os profissionais de laboratório e os médicos possam avaliar o comportamento do desempenho de cada kit e, com isso, saber o melhor momento da indicação de cada teste.

É importante lembrar que o vírus é endêmico e ainda continua circulando pelo Brasil e pelo mundo. O uso de máscaras em conjunto com distanciamento social ajudou a reduzir o R de transmissão; permitindo um retorno gradual da atividade econômica. Vamos

Crise e oportunidade

DR. CARLOS EDUARDO DOS SANTOS FERREIRA

Presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial para o biênio 2020-2021Gerente Médico do Departamento de Patologia Clínica. Laboratório Clínico - Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert EinsteinCoordenador Médico do Setor de Imunoquímica do Laboratório Central do Hospital São Paulo - Escola Paulista de Medicina / Universidade Federal São Paulo (EPM/UNIFESP)[email protected]

Opinião

continuar convivendo com o novo Coronavírus e a testagem se fará cada vez mais presente - tanto para diagnosticar rapidamente um paciente e tomar as medidas necessárias, como para acompanhar a disseminação do vírus em nossa sociedade. Somente assim, as autoridades públicas conseguirão definir estratégias de contenção adequadas para determinado momento em uma determinada região do país.

Estamos aprendendo dia a dia com a evolução da pandemia e com as publicações científicas que não param de serem produzidas. Com a Medicina Laboratorial em alta há uma oportunidade para que os patologistas clínicos do país mostrem seu valor e contribuam para o controle da pandemia. Nosso conhecimento ajuda no enfrentamento do que é o maior desafio em saúde do nosso século, desde os aspectos regulatórios, passando por todas as fases de execução dos testes: indicação, coleta, transporte, processamento, análise e interpretação.

Para uma pandemia que se iniciou na China, a inspiração para a oportunidade, já é intrínseca. Para nós, profissionais de laboratório, uma nova realidade.

Muitas opiniões divergentes, em sua maioria sem embasamento técnico-científico, vieram à baila por conta da situação pandêmica que se instalou no mundo nos últimos meses.

No Brasil, nas últimas semanas, uma série de declarações (e ações) indevidas e até irresponsáveis forraram os veículos de comunicação causando desalinho e desinformação à sociedade brasileira.

No fim do mês de junho, o programa Roda Viva, exibido na TV Cultura e redes coligadas, entrevistou a microbiologista Natalia Pasternak que fez alguns pronunciamentos totalmente improcedentes e inverídicos acerca dos testes rápidos vendidos em farmácias.

Em nota, a CBDL expediu uma Nota de Repúdio com os dizeres: “Falar que testes sorológicos não servem para nada é uma posição pessoal da microbiologista e não retrata a realidade, como comprovam as práticas clínicas e protocolos

existentes para o diagnóstico da COVID-19. Todos os testes disponíveis no mercado são submetidos à Anvisa – que responde pelo registro e eventuais situações de tecnovigilância, além de estarem em avaliação pelo Programa acima mencionado, com amostras da vida real de pacientes hospitalizados com o COVID-19.”.

No começo de julho, a Polícia Federal, junto ao Ministério Público Federal do Distrito Federal, batizou uma diligência com uma nomenclatura totalmente indevida “Operação Falso Negativo”, dando a impressão que se tratava da apreensão de kits de diagnósticos rápidos para Covid-19 falsos ou com baixa qualidade. Na verdade, as apreensões estavam tratando de práticas ilícitas como formação de cartéis, fraudes à licitação, lavagem de ativos e corrupção ativa e passiva em contratos com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Ou seja, nada a ver com a qualidade dos

CBDL aponta declarações e ações indevidas e destaca o valor do diagnóstico na pandemia

testes em si.Por fim, recentemente, o ministro interino da

Saúde. Eduardo Pazuello declarou que a testagem em massa não era essencial, além de criticar o protocolo que foi adotado pelo Governo Federal no começo da pandemia.

Por isto, vemos que o momento é extremamente oportuno para trazer informação de qualidade e pertinente. A CBDL, neste sentido, tem se esforçado ao máximo para mostrar o real valor do diagnóstico e seu impacto positivo na saúde pública. Todos nós sabemos que, quanto mais precoce e preciso for o diagnóstico, mais eficaz será a terapia. No caso de uma pandemia, como a que ora vivemos, se não tivermos acesso às várias ferramentas que o diagnóstico nos proporciona, estaremos “cegos” diante do problema!

Teste certo, na hora certa, para a pessoa certa e no ambiente certo! Este é o nosso mantra.

CARLOS EDUARDO GOUVÊA

Presidente executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL) e presidente executivo da Aliança Latino-americana para o Desenvolvimento do Diagnóstico in Vitro (Aladdiv).

[email protected]

Médica Dermatologista. Especialização em Dermatologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo - HC - FMRP- USP. Título de Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia - SBD. Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia - [email protected]

Dra. Heloisa da Rocha Picado Copesco

Calvície na Mulher A alopecia androgenética, conhecida como

calvície, é uma condição que não ocorre somente em homens mas também em mulheres e, nelas, tem sido um diagnóstico cada vez mais frequente.

A condição recebe esse nome pois tem predisposição genética e é relacaionaxa a hormônios androgênicos, que são muito mais

presentes nos homens mas também existem nas mulheres.

Ou seja, mulheres também produzem normalmente hormônios masculinos e também tem a possibilidade de ter calvície ou alopecia androgenética.

Além disso, pesquisas na área mostram

que a redução de estrógeno e de receptores de hormônios contribuem para a calvície feminina.

Se houver rarefação de cabelos ou queda intensa, procure seu dermatologista o quanto antes. O diagnóstico precoce leva a maiores chances de sucesso de terapias para minimizar os danos dessa condição, hoje considerada comum.

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IMUNO-RÁPIDO HCV WAMA DIAGNÓSTICAO Vírus da Hepatite C (VHC ou do inglês

Hepatites C Vírus, HCV) é o agente causador da doença infecciosa Hepatite C, anteriormente chamada Hepatite não-A não-B, correspondendo a grande parte das hepatites pós-transfusionais que não podiam ser identificadas pelos testes sorológicos de Hepatite A e B já existentes. Somente após cerca de uma década dos primeiros relatos da Hepatite não-A não-B, identificou-se o agente etiológico Vírus C como o agente infeccioso da Hepatite C.

Atualmente, a Hepatite C é considerada um importante e crescente problema a nível mundial de saúde e é disseminada por todos os continentes com diferentes graus de prevalência. Estima-se que aproximadamente 3% da população mundial esteja infectada pelo vírus da hepatite C, sendo que um número considerável dessas pessoas desconhece o fato de possuir o vírus, fazendo com que aproximadamente 700 mil pessoas morram por ano devido a complicações de saúde relacionadas à infecção pelo HCV, como cirrose, carcinoma hepatocelular e falência do fígado.

Pelo fato de o Brasil ser um país de proporções continentais com grandes variações demográficas, sociais e culturais, muitos dos estudos com a finalidade de determinação da prevalência do HCV no país limitam-se a populações específicas ou áreas geográficas restritas (como por exemplo, populações privadas de liberdade ou doadores de sangue de determinada região geográfica) fazendo com que os estudos de prevalência apresentem dados ainda pouco precisos. Entretanto, dados divulgados na literatura apontam que a prevalência nacional do HCV esteja situada entre 1 e 3% da população brasileira.

A transmissão do Vírus da Hepatite C ocorre majoritariamente por via parenteral, principalmente através de exposições percutâneas ao sangue contaminado. São considerados indivíduos de risco usuários de drogas injetáveis, pessoas que receberam transfusões sanguíneas ou

hemoderivados anteriormente ao ano de 1994, portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV), pacientes transplantados, em hemodiálise ou hemofílicos e pessoas em privação de liberdade.

Outras formas de transmissão são conhecidas, porém com menor incidência, sendo consideradas vias raras, como é o caso da transmissão vertical mãe-criança, transmissão através relação sexual (menos de 1% em parceiros estáveis), por meio de procedimentos invasivos (por exemplo, tratamentos odontológicos), confecção de tatuagens e piercings e o uso compartilhado de objetos pessoais como lâminas de barbear, escovas de dente e ferramentas de manicure, como alicates de unhas.

O período de incubação do Vírus da Hepatite C pode variar de 15 dias a 6 meses e a infecção pelo HCV é dividida em fase aguda e crônica. Tanto a hepatite aguda quanto a crônica, ocasionadas pelo vírus C, são geralmente assintomáticas, caracterizando uma infecção silenciosa. Quando presentes, os principais sintomas são febre, fadiga, perda de apetite, urina com coloração escura e icterícia.

Caracteriza-se como fase aguda os primeiros seis meses da infecção, nos quais é raro a apresentação de sintomas da doença e o risco de morte relacionado à presença do vírus é

baixa. Além disso, entre 15 a 45% das pessoas infectadas apresentam cura espontânea sem administração de um tratamento. Quando a infecção persiste além dos primeiros seis meses, ocorre a chamada fase crônica (entre 55 a 85% das pessoas infectadas) e sua confirmação se dá através de resultado anti-HCV positivo e a persistência de RNA HCV positivo por mais de seis meses. Estima-se que 71 milhões de pessoas infectadas pelo HCV no mundo encontram-se na fase crônica da doença. Nesta fase, o risco da infecção evoluir para um quadro de cirrose hepática dentro de 20 anos é de 15 a 30% caso não ocorra intervenção terapêutica e, dentre a população com cirrose, 1 a 5% das pessoas desenvolvem hepatocarcinoma. A infecção pelo HCV já é a maior responsável por cirrose e transplante hepático no Mundo Ocidental.

O kit Imuno-Rápido HCV da WAMA Diagnóstica é um teste imunocromatográfico altamente sensível e específico para detecção qualitativa do anticorpo anti-HCV no soro ou sangue total humano, com a finalidade de identificar indivíduos infectados pelo vírus da Hepatite C. O teste utiliza como reagente de captura, imobilizado na placa teste, uma mistura de proteínas sintética e recombinantes do HCV, frações antigênicas do Core, NS3, NS4 e NS5.

Dessa forma, a WAMA Diagnóstica trabalhando sempre na melhoria contínua dos produtos, anuncia um kit com ótimo desempenho, garantido pelo rígido controle de qualidade ao qual o produto é submetido, buscando alcançar a plena satisfação de seus clientes e parceiros.

Apresentação: 10, 20 e 40 testes.

DB Molecular - Diagnósticos do BrasilTel:. 11 3868-9800

[email protected]

Desde o final de 2019 a pandemia do coronavírus tem se alastrado pelo planeta. No Brasil, o vírus se espalhou rapidamente, e com pouco mais de quatro meses após a identificação dos primeiros casos, o país já é o segundo mais contaminado do mundo. Com isso, a corrida pelo diagnóstico correto da doença, com prazos cada vez mais curtos, tem se tornado emergencial.

O DB Molecular, laboratório de apoio especializado em exames genéticos, é um dos que estão aptos para a realização do teste de diagnóstico para a COVID-19. Estes testes se destacaram na pandemia do coronavírus em andamento, como uma ferramenta essencial para identificar a contaminação dos indivíduos e rastrear a propagação da doença. Com o sequenciamento genético do coronavírus devidamente identificado, os testes de diagnóstico baseados na detecção da sequência viral por reação em cadeia da polimerase com transcriptase reversa (RT-PCR) ou plataformas de sequenciamento logo se tornaram disponíveis. Isso permitiu a confirmação do diagnóstico e melhores estimativas da atividade da infecção. “No primeiro momento utilizávamos o sequenciamento do viroma, técnica que permite realizar um rastreio no corpo do indivíduo em busca de vírus que poderiam estar infectando a pessoa naquele período, e com a realização do teste do Painel de Doenças Respiratórias, como complemento para fazer a exclusão de outros vírus e por fim, ter o diagnóstico da COVID-19”, explica Nelson Gaburo, gerente Geral do DB Molecular.

Com a descoberta da sequência do coronavírus, o DB Molecular passou a realizar o RT-PCR, com prazos melhores que o viroma, além do menor

Mais tecnologia traz agilidade ao DB Molecular

custo. “O tempo é primordial nesse processo, como lidamos com uma pandemia, e a cada dia que passa o cenário pode mudar muito. Liberar os exames com mais agilidade colabora com tomadas de ações mais assertivas por parte dos médicos, dos pacientes e familiares. O objetivo é contribuir com a não proliferação do vírus, complementa o gerente.

Mesmo com o aumento significativo da demanda, o laboratório trouxe novas tecnologias para reduzir ainda mais o prazo. Os investimentos do DB Molecular foram contínuos, tudo para trazer mais soluções e uma resposta mais positiva ao mercado. Os exames de RT-PCR no primeiro

momento demoravam cerca de 3 horas para extração em 93 amostras. Já com as novas plataformas, a extração da mesma quantidade de amostras acontece num período 3 vezes menor. Funcionando sete dias na semana e 24 horas por dia, a capacidade de análises mais que triplicou.

A evolução do DB Molecular em busca de melhorias para atender a demanda foi exponencial para o curto período. “Hoje já é possível fazer a detecção direta do vírus praticamente sem o processo inicial da extração da amostra. E a inovação sempre vem acompanhada de todo o cuidado com a qualidade, para que os processos garantam sempre o mesmo desempenho analítico. Estamos sempre inovando em busca de tecnologias que minimizam o processo, mas com a qualidade assegurada. Com isso, ganhamos tempo na entrega do resultado aos nossos clientes”, finaliza Nelson.

O RT-PCR disponibilizado pelo DB Molecular tem padrão ouro e o laboratório possui certificação do Instituto Adolfo Lutz, bem como de Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN) para a execução do teste de PCR para COVID-19, atendendo, assim, aos mais de cinco mil clientes em todo Brasil.

Laboratório cresce em meio à pandemia, trazendo soluções no diagnóstico da COVID-19.

Nelson Gaburo, gerente Geral do DB Molecular

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As plaquetas: “precisam ser mais observadas?”

Maria de Lourdes Pires Nascimento, MD Hematologista, Universidade Federal da Bahia / UFBA [email protected]

As Plaquetas são as segundas células mais numerosas no sangue circulante, cujos valores em geral são: 10 Hemácias (3.900.000 a 4.000.000/mm3), 20 Plaquetas (150.000 a 450.000/mm3) e 30 Leucócitos (4.000 a 11.000/mm3).

Em todos os processos que os Leucócitos e as Hemácias estão “tendo atuações”, as Plaquetas também estão participando, e em algumas situações, antecipadamente pode-se identificar os seus comprometimentos, porque: a) Plaquetas, Hemácias e Leucócitos tem origem de u’a mesma célula, é a Stem Cell, que está na medula dos ossos, sendo também denominada de Célula Tronco Hematopoiética; b) Diversos fatores do organismo participam da Hematopoiese, que é a geração das células sanguíneas. Nas estimulações durante a Hematopoiese, a Plaqueta também estará incluída quando existir alguma deficiência. De modo sintético os principais setores do organismo que participam da Hematopoiese são: Intestino que absorve os nutrientes, Fígado que sintetiza proteínas, lípidas, etc., além de também produzir a Trombopoietina que é um dos principais estimulantes para fabricação das Plaquetas, os Rins também produzem Trombopoietina, Baço em condições normais retém 2/3 das Plaquetas produzidas na medula óssea, sendo que normalmente somente 1/3 das Plaquetas é que estará na circulação sanguínea.

Diversas deficiências (que não são raras) quando presentes, comprometem as 3 células sanguíneas, ex.: A) Ferro: Hemácias hipocromicas e microcíticas, Leucócitos com diminuição funcional dos Neutrófilos, Linfócitos e Monócitos “favorecendo” a presença das infecções, Plaquetas com um número diminuído no sangue circulante

(Trombocitopenia) e ou o número aumentado (Trombocitose Reativa). B) Ácido Fólico, as hemácias se tornam macrocíticas, os neutrófilos ficam polisegmentados e as plaquetas com diminuição do número que é a Trombocitopenia. C) As Deficiências Proteicocalóricas que inibem a adesão e agregação das Plaquetas, diminuem as respostas imunológicas dos Leucócitos e interferem na deformabilidade das Hemácias.

Entre Plaquetas, Hemácias e Leucócitos existe normalmente uma interação durante as suas atividades, tais como: A) Plaquetas “auxiliando” os Leucócitos, porque as Plaquetas têm várias moléculas receptoras capazes de sensibilizar os patógenos, existindo um intenso intercâmbio para o início das respostas da Imunidade Adaptativa que inclui Neutrófilos, Monócitos, Macrófagos e Linfócitos. B) Hemácias “estimulando” Plaquetas: a modificação na morfologia das Hemácias circulantes (que são evidenciadas através dos resultados do VGMuu3 e do RDW) influenciam o transporte das Plaquetas, e assim as Hemácias também modulam bioquimicamente a capacidade de resposta das Plaquetas, depois que elas estão ativadas. C) Leucócitos “estimulam” as Plaquetas: o Fator de Ativação Plaquetário (FAP) é um mediador químico, produzido e liberado por membranas de Neutrófilos, Monócitos, Basófilos, Células Endoteliais, que estimulam a agregação das Plaquetas.

Um fato “muito conhecido” sobre o resultado da presença e atuação das Plaquetas com os Leucócitos é quando os pequenos vasos (Vênulas e Arteríolas) são lesados (ex.: picada de insetos), a adesão no endotélio e a agregação de Neutrófilos/Plaquetas e Monócitos/Plaquetas, Hemácias/

Plaquetas faz surgir o aparecimento das erupções cutâneas que frequentemente são referidas em diversas Viroses, sendo denominadas de pápulas, petequeias, púrpuras, exantema, rush cutâneo.

O exame Plaquetário que têm avaliações correlatas as avaliações do Eritrograma é o Plaquetograma, este é um exame cujos resultados, somente passaram a ser emitidos na rotina, depois da existência dos equipamentos hematológicos por automação. O Plaquetograma é constituído das seguintes avaliações: Contagem Global das Plaquetas (Plt/mm3), Volume Plaquetário Médio (VPM uu3), Índice de variação dos Volumes Plaquetários (PDW) e Plaquetócrito (Ptc %). O Plaquetograma é um exame regular, que deve ser liberado, nos resultados do Hemograma, toda vez que também se faz um Eritrograma e um Leucograma, pois o Plaquetograma está incluído na solicitação de um Hemograma (que significa avaliação das células sanguíneas). Quando se solicita um Hemograma é necessário que o Plaquetograma seja liberado, observado e interpretado junto com as interpretações dos resultados do Eritrograma e do Leucograma (1, 2, 3, 4, 5, 6).

Referências1) Nascimento MLP. A interação entre as células hematológicas durante as suas atividades. Artigo de Revisão. Revista Newslab. Ano 2017. https://www.newslab.com.br/wp-content/uplpads/2017/122) Nascimento MLP, Santos MFB, Souza RBS. Atuação das Plaquetas em algumas infecções parasitarias, Ano 2017. https://newslab.com.br/artigo-atuacao-das--plaquetas-em-algumas-infeccoes-parasitarias-artigo-de-revisao/3) Chiara C, Giovanni G, Lorenzet R. Platelet-Leukocyte Interactions: multiple links between inflammation, Blood coagulation and vascular risk. Mediterr J Haematol Infect Dis. 2 (3): e2010023, 2010.4) Lam FW, Vijayan KV, Rumbaut RE. Platelets an their interactions with other imune cells. Compr Physiol. 5 (3): 1265-1280, 2015.5) White JG. Why human platelets fail to kill bacteria. Platelets 17 (3): 191-200, 2006.6) White JG. Platelets are covercytes, not phagocytes: uptake of bactéria involves channels of the open canalicular system.Platelets. 16: 121-131, 2005.

Opinião

A Biomedicina realizou um evento neste último mês, o IV Encontro Carioca de Biomedicina, somente na forma digital; o número de inscritos bateu os 8.000; cada palestra foi assistida por mais de 2.700 pessoas simultaneamente, com palestrantes e ouvintes de várias partes do mundo, um sucesso que se deve a situação atual de pandemia e estes números mostram que devemos percorrer este caminho e ganhar mais experiência com o sucesso de nossos eventos digitais e no futuro os híbridos. A maioria das reuniões decisórias das autarquias da biomedicina são virtuais neste momento, e isso acaba por agilizar alguns processos decisórios.

O nosso “novo normal” está aí, muita coisa vai mudar, vamos nos reinventar e esperamos que seja sempre para melhor, nosso povo é lutador e versátil e com fé vamos superar esta crise.

Saudações Biomédicas.

DR. DÁCIO EDUARDO LEANDRO CAMPOSPresidente do CRBM – 1ª Região

A situação que vivemos neste momento nos traz apenas uma certeza, a relação social sofrerá forte mudança. O Brasil tem um povo amável, sem barreiras muito adaptado ao toque físico e isso nos torna um povo diferente. Segundo estudiosos o toque físico é tão importante quanto se alimentar pois faz parte dos cinco sentidos e é muito importante para manter a vida emocional equilibrada. Esta pandemia está nos forçando a readaptação dos costumes e este é apenas um dos itens de mudança.

A educação também passará por mudanças, e uma delas é o ensino a distância. Forçadamente o ensino fundamental e médio tentam se adaptar para fornecer ensino aos alunos, mas em um pais como o Brasil o contraste é evidente entre o ensino particular e o ensino público, e o único nivelamento é a falta de qualidade. Neste ponto existe um oceano a transpor para atingirmos um patamar aceitável, desde a infraestrutura básica

Vamos pensar (computador e internet) para aqueles que não dispõe de renda, até a qualidade do ensino digital que parece estranhamente novo aos docentes acomodados e um quesito a melhorar para os docentes mais jovens.

Em contrapartida algumas situações tendem a melhorar muito. Um bom exemplo são os eventos produzidos para consumo digital. Todos nós estamos nos adaptando as reuniões por aplicativos, os debates, as entrevistas, os cursos e congressos na forma digital e a adaptação está sendo até certo ponto fácil, esperamos que após a pandemia continue. A relação profissional e pessoal é fundamental e o network necessário então talvez o melhor modelo serão os eventos híbridos proporcionando a forma presencial e a distância que vai incluir aquele que não tem disponibilidade financeira ou de tempo para ir até o evento, e vai favorecer aos que querem participar in loco.

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A inovação tecnológica também caminha junto com uma das áreas mais importantes do laboratório de análises clínicas: a anatomia patológica.

Por serem exames determinantes para a boa performance das instituições de saúde e, principalmente, para o tratamento e segurança do paciente, os procedimentos devem ser realizados de modo preciso. Para que isso seja possível, é fundamental contar com um sistema de gestão eficiente no laboratório.

Como parte das atividades desse setor é manual, de alta complexidade de análise, exigindo segurança de processos, a automatização da operação, incluindo regras de atendimento e faturamento, otimiza tempo e gera maior produtividade do fluxo de trabalho, com

maior precisão e eficiência.O sistema automatizado possibilita a

rastreabilidade de blocos, lâminas, laudos em todas as etapas. A automatização também facilita a construção de laudos ao apresentar recursos que contribuem para uma análise mais aprofundada. Além disso, é possível gerenciar o armazenamento e descarte de materiais.

Dessa forma, investir na automatização desse setor pode ser uma alternativa para agregar mais valor aos serviços prestados pelo laboratório, criando condições para o fortalecimento de uma imagem sólida para o laboratório no mercado.

As aplicações de recursos de tecnologia na área de anatomia patológica, juntamente com

A importância de automatizar o segmento de anatomia patológicacolaboradores especializados, também geram diversas oportunidades. Uma delas abrir campo para ampliar a capacidade de atendimento, criando um contexto propício para o estabelecimento de relacionamentos duradouros, que acabam gerando maior experiência ao paciente.

Diante desses fatores, investir em inovações tecnológicas no segmento de anatomia patológica, uma área com importantes contribuições para a medicina diagnóstica, e como a Shift vem realizando por meio da versão 6.0 do Shift LIS, vai proporcionar condições para otimizar processos, trazer agilidade, precisão e segurança, sendo para isso determinante contar com o apoio tecnológico e equipamentos integrados.

ALEXANDRE CALEGARI

Mais de 16 anos de experiência em Tecnologia da Informação na área de Medicina Diagnóstica.Graduado em Tecnologia e Processamento de Dados pela UNIRP e pós-graduado em Administração de Empresas pela FGV, atualmente lidera projetos estratégicos da Shift e a área de Gestão de Produtos.Gerente de Produto da Shift.

[email protected]

Opinião

Além do registro na Anvisa (requisito obrigatório no Brasil) o kit Comercializado pela Biotécnica ainda detém marcação CE, registro CFDA e FDA.

Recentemente (29/06) foi avaliado pela NOKLUS (organização norueguesa de qualidade dos exames laboratoriais), juntamente com outras 17 marcas de diversos países, obtendo êxito em todos os critérios de avalição: sensibilidade e especificidade (IgG e IgM), além da usabilidade.

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Desde o início da pandemia em dezembro do ano passado, o setor laboratorial vem ganhando grande protagonismo na luta contra o coronavírus. Além de estudos que ressignificaram os achados laboratoriais de testes já consagrados na prática clínica, novos exames foram implementados para garantir o correto diagnóstico da COVID-19. Dentre as técnicas empregadas nesses novos testes está a imunocromatografia, que é amplamente utilizada como método nos testes rápidos. Os primeiros testes que surgiram logo no início da pandemia conseguiam detectar isoladamente a presença de anticorpos da classe IgM ou IgG, diminuindo o tempo de diagnóstico e melhorando a assertividade na conduta médica para o paciente. Ainda que tenha sido um grande avanço naquele momento, ainda havia a necessidade de encontrar uma maneira de testar ambas as classes de anticorpos no mesmo dispositivo, diminuindo os custos e aumentando

o espectro de detecção do teste. Pensando em uma alternativa acessível e confiável para o mercado nacional, a BioTécnica iniciou em julho deste ano a comercialização do teste rápido para coronavírus capaz de avaliar no mesmo dispositivo de teste, a presença de anticorpos das classes IgM e IgG. O teste rápido BioTécnica emprega o método de imunocromatografia “lateral flow”, e foi testado e aprovado por diversos órgãos regulatórios ao redor do mundo. A sensibilidade e especificidade do teste rápido BioTécnica são de 98,9% e 97,6%, respectivamente. Esses resultados foram encontrados após a análise de 220 amostras testadas pelo método de PCR (polymerase chain reaction), sendo 93 positivas e 127 negativas. Várias são as vantagens de testar ambos os anticorpos na mesma amostra, sendo que a principal delas é a otimização da avaliação do paciente, uma vez que é possível verificar o estágio da doença em que o indivíduo se encontra.

Álvaro Tavareswww.biotecnica.ind.br

[email protected] +55 (35) 3214-4646

MÉDICO e também de um DOCUMENTO COM FOTO e com o recebimento destas informações de forma antecipada os laboratórios conseguem agilizar alguns processos como :

• Caso particular gerar um orçamento com valores e ele ficar disponível no app.

• Realizar um pré-atendimento com os exames do pedido médico e preencher o prontuário com as informações do documento com foto.

• Enviar mensagens com informações de orçamento ou agendamentos realizados.

• Visualização das próximas agendas e um comparativo de resultados e agendamentos.

• Disponibilização dos resultados anteriores e atuais com possibilidade de visualizar e compartilhar via WhatsApp, E-mail, etc de forma simples no celular.

• Na recepção do laboratório diminuir o tempo total de atendimento visto que todos os dados deste atendimento já estariam quase 100% preenchidos.

Outro impacto importante neste modelo de transformação digital na comunicação com os pacientes e em momentos de pandemia da COVID- 19 é oferecer para os pacientes que não podem ir até o laboratório a possibilidade de pré-agendar seus exames na opção de coleta domiciliar, assim o laboratório realiza todos os procedimentos na plataforma de forma online e em sequência envia seus profissionais para realizarem a coleta do sangue necessário para a realização e posterior liberação dos resultados.

Vivemos atualmente um novo momento e

um novo modelo de comunicação pautado na transformação digital e constante evolução e aprimoramento e temos certeza que estas iniciativas irão ajudar os pacientes e terem mais informações sobre seus exames enquanto estão na jornada para realiza-los, sobre dados anteriores de quando realizaram a pré-agenda, os valores se particular, quais os preparos de cada exame, quando foi agendado e quando os resultados ficaram prontos gerando um histórico de um ou mais vezes que tenha realizado seus exames laboratoriais, este canal unificado de informações pode ajudar os médicos dos pacientes a entenderem o histórico laboratorial ajudando no diagnóstico.

Vale ressaltar que em momentos de pandemia devemos seguir um caminho contrário aos modelos de paralisação de projetos de inovação e seguirmos confiantes que serão estes e outros projetos de transformação digital que teremos o sucesso de longo prazo pretendido gerando valor para todos e ajudando a superar crises como está em que vivemos.

Avanços Digitais no Diagnóstico Laboratorial A Sociedade vem ao longo dos anos

acompanhando as evoluções tecnológicas de modo geral, evoluções que impactam o nosso dia a dia como seres humanos e consequentemente estas evoluções cedo ou tarde chegam ao diagnostico laboratorial com necessidade de adaptações sempre com o intuito central de otimizar os processos e aproximar todos os envolvidos para uma qualidade e eficiência cada vez maior e melhor.

Os pacientes quando necessitam de auxílio médico procuram meios de serem atendidos e os médicos ao receberem estes pacientes por sua vez precisam do auxílio dos exames laboratoriais e de imagem para o correto diagnóstico e correta condução clínica. Desta forma os pacientes têm uma enorme jornada a ser percorrida, sendo específico a questão dos exames laboratoriais os pacientes precisam saber onde realizar, quais os preços se for particular e quais os preparos para os exames para enfim conseguir ir fisicamente ao laboratorio realizar a coleta do sangue e aguardar seus resultados.

Com esta jornada em mente idealizamos a SIALAB uma plataforma que visa em conjunto com o Sistema de informação laboratorial existente coexistir, contribuir e melhorar a jornada do paciente disponibilizando um aplicativo mobile na qual o paciente pode com facilidade realizar um PRÉ-AGENDAMENTO incluindo em qual unidade seria de sua preferência, qual o tipo de atendimento (PARTICULAR/ CONVÊNIO) e a possibilidade de enviar FOTOS tanto do PEDIDO

Transformando a relação entre Pacientes e laboratórios de análises clínicas.

Maiores informações sobre o projetohttps://sia.softeasy.com.brhttp://[email protected]

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retirados por complicações e eventos adversos, causando desconforto e ansiedade para os pacientes, e um desafio para os profissionais da saúde.

Dentre as muitas tecnologias existentes que visam auxílio no procedimento de cateterismo venoso periférico, está a visualização da rede venosa através de raio infravermelho-próximo, emitido por scanners vasculares, que promovem a visualização do mapa da vasculatura projetado sob a pele, facilitando assim a visualização da rede venosa pelo profissional da saúde e, por consequência, minimizando consideravelmente a possibilidade de perfurações falhas e múltiplas punções.

Atualmente no mercado da linha médica hospitalar, é possível encontrar scanners vasculares extremamente potentes, como o Greiner Bio-One AV400, que possui capacidade de projeção de imagem dos vasos em alta definição, alcançando 96% de precisão da anatomia venosa, permitindo evitar bifurcações e válvulas. O aparelho ainda conta com suportes que garantem autonomia aos profissionais para

realização do procedimento sem necessidade de auxílio extra, além de manter o foco da projeção permanentemente calibrado e independente do ângulo do equipamento.

Portanto, no momento da punção venosa periférica, a utilização do infravermelho-próximo emitido por scanners vasculares, promove auxílio ao procedimento, agregando qualidade a assistência à saúde, promovendo um cuidado hospitalar seguro e humanizado, originando tranquilidade, eficácia, assertividade, segurança, e conforto ao paciente e seus familiares.

ReferênciasAraújo, A. A., Morais, J. C., Leite, W. M., & Roberta, G.

S. (5 de Dzembro de 2018). I Congressso Norte-Nordeste de Tecnologias em saúde. Análise Do Uso Do Raio Infravermelho Na Punção Venosa. Terezina, Piauí, Brasil.

Qualidade da assistência à saúde no ambiente hospitalar e sua relação com a utilização de Scanner Vascular no procedimento de punção venosa periférica

O cateterismo venoso periférico é um dos procedimentos mais praticados na assistência à saúde no ambiente intra-hospitalar. Apesar de ser um procedimento habitual, complicações relacionadas à punção venosa periférica não são raras e costumam trazer prejuízos ao paciente e para a qualidade da assistência à saúde. Com o objetivo de minimizar tais prejuízos, as ciências biológicas e médicas estão cada vez mais empenhadas no desenvolvimento e disseminação de novas tecnologias que buscam gerar assertividade, segurança e conforto para quem precisa.

A necessidade em promover os conhecimentos a respeito da utilização de novas tecnologias para execução do cateterismo venoso periférico, e a maneira como essas tecnologias podem contribuir para uma assistência à saúde de qualidade, segura e humanizada, se mostram de extrema relevância, visto que, cerca de 96,7% dos pacientes em processo de internação hospitalar, em algum momento necessitarão de um cateter venoso periférico inserido, e que, 72,5% são

Para saber mais, acesse: www.gbo.com.br, ou entre em contato: [email protected].

[email protected]+55 (19) 33033800+55 (65) 36424387+55 (67) 33274566

A importância da Hemocultura para o diagnóstico e conduta clínica

As infecções de corrente sanguínea compreendem as complicações mais devastadoras nas Unidades de Terapia Intensiva, cuja expressão clínica acarreta altas taxas de morbidade e mortalidade hospitalar, além de outras consequências, como prolongamento do período de internação hospitalar e o aumento nos custos da assistência.

O laboratório clínico tem um papel extremamente importante no tratamento desses pacientes, uma vez que a hemocultura positiva representa um indicador altamente específico de infecção, assim como no processamento das

amostras, onde é imprescindível a rápida e precisa identificação do microrganismo, assim como, o teste de sensibilidade antimicrobiana, favorecendo então a redução da mortalidade.

A hemocultura é um dos testes laboratoriais mais importantes para o diagnóstico na determinação dos patógenos circu¬lantes, na qual hemocultura sinalizada como positiva, deve ser realizada a coloração de Gram, pois através de um parcial encaminhado ao médico responsável, tratando-se de um ‘resultado crítico’, será tomada uma conduta com a escolha da antibioticoterapia primária, permitindo impacto positivo na escolha terapêutica e na evolução clínica do paciente.

Os fatores críticos relevantes frente ao exame de hemo¬cultura incluem: o tipo de coleta, antissepsia adequada, número de frascos coletados, momento da coleta (antes do uso de antimicrobianos), volume de sangue, quantidade e composição do meio de cultura, e finalmente, a interpretação dos resultados.

Há evidências de que a terapêutica adequada

precoce melhora o prognóstico desses pacientes, o que aumenta a necessidade de obter um resultado mais rápido e preciso da hemocultura, que configura sem dúvida, um dos mais importantes exames microbiológicos.

A hemocultura automatizada permite segurança do resultado e praticidade na sua rotina, aumentando então a eficiência operacional baseado em uma técnica segura de monitoramento contínuo e fluxo de trabalho padronizado, além de redução dos custos na mão de obra de reprocesso.

“Através da parceria de mais de 20 anos com a Biomerieux, o CQC oferece uma linha ampla de equipamentos de automação de Hemocultura que atendem uma enorme gama de hospitais e laboratórios em todo Brasil.”

Profa. Dra. Mônica da SilveiraContemporânea Cursos em SaúdeCRBio 086929/01-D

Doação

Celer doa 500 testes rápidos de COVID-19 para pesquisa em distrito de Ouro Preto (MG)

equipe multidisciplinar de alunos, sob a supervisão de profissionais experientes.

Ministério público recomendou a realização da pesquisa

A coordenação dos trabalhos é feita pela médica infectologista Carolina Ali Santos, que integra a equipe do LEPI e é professora da Escola de Medicina da UFOP. A especialista também faz parte comitê técnico da prefeitura para o enfrentamento do coronavírus. Ela explica que a recomendação para a realização da

pesquisa veio do Ministério Público de Minas Gerais, em razão de algumas características do distrito que podem facilitar a disseminação da doença.

“A economia da localidade se baseia muito na atuação de mineradoras, o que resulta em uma intensa circulação de pessoas. Além disso, o distrito conta com alojamentos e dormitórios para trabalhadores dessas empresas”, comentou. Carolina lembra ainda que o primeiro caso de COVID-19, e também o primeiro óbito, de Ouro Preto foram registrados em Antônio Pereira. “Esse conjunto de particularidades indica que a situação do distrito precisa ser estudada para que as medidas de combate à epidemia sejam mais efetivas”, concluiu.

A importância da testagem para combater a epidemia

O One Step Covid-19 segue sendo adotado por gestores públicos para mensuração do avanço da doença. No município de Betim (MG), o teste rápido da Celer também está sendo utilizado para a realização da pesquisa "Soroprevalência para SARS-CoV-2 em residentes de Betim, MG, 2020".

A Celer doou 500 unidades do One Step Covid-19, teste rápido que identifica a presença de anticorpos relativos ao novo coronavírus, para a realização de uma pesquisa que irá retratar a evolução da epidemia em Antônio Pereira, distrito do município de Ouro Preto (MG). Os testes serão aplicados a partir de 3 de agosto em uma amostra definida aleatoriamente por critérios estatísticos. Quando for registrado resultado positivo em algum morador da residência, os outros familiares também serão testados.

Além do teste, as pessoas selecionadas responderão a um questionário sobre sua adesão às medidas preventivas contra a COVID-19 e estado geral de saúde no momento. Os resultados da pesquisa darão origem a um inquérito soroepidemiológico que irá embasar políticas públicas de combate à doença em Antônio Pereira e no município de Ouro Preto como um todo.

A pesquisa será conduzida pelo Laboratório de Epidemiologia (LEPI) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em parceria com a prefeitura local. O trabalho de campo será realizado por uma

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A base de conhecimento é uma espécie de biblioteca online do laboratório. Ela pode contar com diversos formatos de conteúdo e tem por objetivo informar e transmitir conhecimento entre clientes (médicos e pacientes) e colaboradores.

O conceito é mais utilizado em empresa de base tecnológica, mas tem ganhado notoriedade no setor de saúde, em especial no de análises clínicas, graças ao advento das healthtechs.

O setor laboratorial está mais familiarizado com o conceito de documentos da qualidade, que são arquivos contendo dados técnicos e o passo a passo dos exames e atividades realizadas nas rotinas diárias. Em conjunto com esses documentos, que são voltados para os colaboradores, alguns laboratórios têm investido na criação de conteúdos destinados para o público externo, sejam eles médicos ou

pacientes.De maneira mais simplista, podemos definir

o princípio da base de conhecimento como sendo a união dos documentos da qualidade com os materiais direcionados aos clientes externos do laboratório.

Entretanto, para que a base de conhecimento seja implantada de maneira efetiva é preciso que seja realizado um planejamento do formato da utilização e implantação desta ferramenta.

Criar uma base de conhecimento, mantê-la sempre atualizada e publicar conteúdos relevantes pode trazer inúmeros benefícios para o laboratório. Podemos citar alguns deles: a possibilidade autoatendimento, ou seja, o cliente encontra as dúvidas para os seus questionamentos sem que seja necessário entrar em contato direto com o laboratório, melhoria do processo de treinamento de

Base de conhecimento: gestão de informações paraclientes e colaboradores

novos colaboradores, diminuição das “ilhas de conhecimento”, ampliação do engajamento da equipe e, claro, a facilidade de acesso às informações.

Para que a base de conhecimento seja funcional é importante que ela seja construída e funcione online, possibilitando que, tanto colaboradores e clientes, tenham acesso às informações utilizando qualquer dispositivo com acesso à internet.

Sabemos que a informação rápida e de qualidade pode transformar o relacionamento do laboratório com os seus clientes e melhorar o desempenho dos colaboradores, e a base de conhecimento é o caminho para isso.

Agora que você conhece alguns dos benefícios da implantação da base de conhecimento, que tal utilizá-la em seu laboratório? Tenho certeza de que em breve você terá bons resultados.

RODRIGO BRITO

Biomédico, MBA em Administração e Qualidade com mais de 10 anos de experiência em gestão e processos laboratoriais. Fundador e CEO da Acreditare Consultoria que auxilia os micro,pequenos e médios laboratórios a melhorar suas rotinas internas e seus processos de gestão.

[email protected]

KELLY CASIMIROÉ Psicóloga, fez carreira em RH de empresas da área da saúde. Atualmente é sócia da Desenvolvere Assessoria, empresa especializada em desenvolvimento humano na área da saúde.

Síndrome do Super LíderSer vulnerável é admitir as fraquezas e buscar ajuda.

Um exemplo prático: você recebeu uma nova demanda de trabalho, porém, não sabe detalhes de como deve fazer essa entrega – exemplo fictício que nunca acontece na área da saúde (!). Na conversa com sua equipe, você pode (e deve) dizer que recebeu essa demanda, que não tem maiores detalhes e que precisa da ajuda de todos para entregar o melhor trabalho possível.

Posso garantir que essa atitude te aproximará ainda mais da equipe e fará com que todos te vejam como alguém igual a eles. Líder que é líder não tem medo de se mostrar vulnerável e consegue transformar suas fraquezas em forças para a equipe. Aliás, líder que é líder tem equipe de alta performance – a sua é assim?

Sobre os dados estatísticos apresentados, como você se avalia nesse sentido? Esses números fazem sentido para você?

No meu trabalho, principalmente nesses últimos meses, muitos líderes aproveitaram nossos encontros para desabafar e chorar – isso mesmo. Isso mostra que os 71% que não dividem suas emoções existem sim e estão mais próximos de nós do que imaginamos. Não sei se você está nessa situação. Se estiver, aqui vai uma recomendação: busque ajuda. Não queira ser um Super Líder porque isso só vai te trazer mais trabalho e pouco resultado.

Ah, sem contar o fato de que você vai entrar para as demais estatísticas: sentindo medo, ansiedade, angústia; acreditando de que consegue equilibrar vida pessoal x vida profissional etc.

Para encerrar essa reflexão, os entrevistados entendem que a melhor forma de atuação nessa época de crise é usar da empatia e da assertividade para melhor liderar a equipe.

Aliás, esse foi o tema do nosso artigo de maio – dá uma olhada depois.

Assertividade e Empatia são excelentes ferramentas para liderar a equipe de forma segura. Use e abuse dessas competências para que sua equipe continue se sentindo confiante, mesmo em meio ao caos. Se você precisar de ajuda nesse sentido, conte comigo.

Infelizmente tem muito líder se achando! Achando que pode dar conta de tudo sem precisar de ajuda.

E coincidentemente a revista VocêSA de julho trouxe sua matéria de capa intitulada De qual Líder precisamos agora? Recomendo que você leia, tem muitos insights para te auxiliar a desenvolver e (re)

pensar sua liderança.A matéria traz ainda o resultado da pesquisa feita

pela consultoria Talenses Executive com 400 executivos e os resultados, confirmam minha impressão:

• 100% dos líderes estão sentindo ansiedade, medo e angústia;

[email protected]

Opinião

• 78% dos executivos se sentem pressionados a tomar decisões ágeis e difíceis por causa da crise;

• 71% nunca dividem, ou dividem raramente, seus sentimentos com os colegas de trabalho;

• 46% acreditam estar conseguindo equilibrar bem as emoções, apesar das circunstâncias;

• 30% escondem o que sentem por vergonha ou medo do que os outros vão pensar.

São números que assustam se levarmos em conta que são executivos que responderam à pesquisa – concorda comigo?

A grande questão é que Líderes também são pessoas e estão sujeitos às mesmas necessidades dos demais. Contudo, têm medo de mostrar as vulnerabilidades.

Sobre vulnerabilidade, nada melhor do que citar Brene Brown, maior estudiosa sobre o assunto:

“Vulnerabilidade é sinônimo de coragem. Coragem de enfrentar tudo e estar vulnerável para melhorar e não desistir.”

Page 31: 08 · limitações dos testes disponíveis, sejam moleculares, de antígenos ou mesmo sorológicos convencionais, alem dos testes rápidos: “o patologista clínico deve estar ciente

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