03.18 - a espada do rei uther
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muito e muito tempo, num pas de nuvens e lendas,vivia um rei chamado Uther.Quando o trono deste pas ficou vazio, ficou o reino sem
rei nem roque, porque prncipes e condes todos queriam, uma, experimentar a coroa do rei Uther, a ver se lhesassentava bem...
Mas, embora ningum soubesse, o rei Uther tinha
deixado um filho, chamado Artur, a quem, por direito, acoroa real devia pertencer. O sbio Merlim, receando quealgum mal sucedesse ao principezinho, levara-o da corte,para entreg-lo aos cuidados de Sir Heitor, um bom e lealcavaleiro. No castelo deste fidalgo, crescera. Tocarinhosamente tratado sempre fora que se julgava filho deSir Heitor e irmo de Kay, um jovem da sua idade, filho
nico do cavaleiro.1
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A ESPADA DO
REI UTHERAntnio Torrado
escreveu eCristina Malaquias ilustrou
H
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Como, falta de um rei, ningum se entendia, oarcebispo, encarregado de velar pelo reino, decidiuconvocar todos os pretendentes. medida que os muitoscondes e prncipes chegavam clareira da floresta, ondefora marcada a reunio, uma grande pedra branca iarompendo da terra, como se fosse empurrada de baixo porqualquer fora estranha. Perturbados, os cavaleirosviam-na crescer, at que um deles exclamou:
Olhai, que uma espada est enterrada no corao dapedra...
A pedra parou. A meio, uma bela espada de punho deoiro reluzia cravada na rocha.
Esta espada pertenceu ao generoso e amado rei Uther,que sempre a levantou em defesa dos fracos e dos bons proclamou o arcebispo. Glria a quem a arrancar dapedra, porque esse ser o rei.
Precipitaram-se os pretendentes para a espada. Prncipese condes tentaram a sua sorte. Em vo. A espada no sedeixava mover.
Vemos que nenhum de ns o eleito concluiu oarcebispo.
Ordenou que uma guarda permanente se mantivessede sentinela espada de Uther e marcou um dia do
ano, em que todos os cavaleiros do pas pudessem denovo experimentar os seus poderes, desafiando aespada. Entretanto, grandiosos torneios eramorganizados, para distrarem e exercitarem os nobrespretendentes.
Sir Heitor foi convidado. Acompanhavam-no Kay eArtur. Os dois rapazes, quando chegaram ao campo da lia
e viram os belos cavalos, as plumas dos elmos, as fitas das2
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lanas, as bandeiras e os guies esvoaando ao vento,ficaram entusiasmados e tambm quiseram participar nosjogos. Desafortunadamente, o jovem Kay esquecera aespada na estalagem onde tinham passado a noite.
Eu vou buscar-ta ofereceu-se Artur, montando acavalo.
Mas, quando chegou estalagem, as portas estavamcerradas e a estalagem vazia. Os donos e a criadagemtinham ido ver os torneios.
Desolado, Artur regressou ao acampamento de SirHeitor. Entretanto, lembrou-se de que vira, numa clareirapor onde passara, uma enorme pedra branca, encimada poruma espada. Procurou o local e encontrou-o. Tambm osguardas tinham trocado a misso de sentinela pelotorneio...
No meio da floresta, enterrada na pedra, uma espada
aguardava o jovem cavaleiro. O moo Artur merecia-a.Num nico impulso, arrancou-a da bainha mgica e trouxe--a a Kay.
Este reconheceu a espada e foi mostr-la ao pai: Senhor, esta a espada de Uther. Serei eu o rei.Sir Heitor carregou o rosto e repreendeu-o: Quando te armei cavaleiro, juraste defender sempre a
verdade, meu filho. Quem te deu essa espada?Baixando a cabea, Kay confessou: Foi o meu irmo Artur quem ma deu. Perdi um filho, mas o reino ganhou um rei disse Sir
Heitor, ajoelhando-se diante de Artur, que se aproximaradeles.
Artur, de olhos espantados, no entendia o que estava a
passar-se. Foi preciso que Sir Heitor lhe contasse toda a3
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sua histria, desde que, nos braos do sbio Merlim,abandonara o palcio real.
Mas eu no quero ser rei lastimava-se Artur. Vssois o meu pai muito amado e Kay o meu querido irmo.
Sir Heitor assegurou-lhe que continuariam sempre seusamigos. Com esta promessa, Artur concordou em que olevassem presena do arcebispo.
Diante de todo o povo, Artur enterrou a espada na pedrae arrancou-a, como se a pedra fosse terra mole. Os condese os prncipes no queriam acreditar no que viam eexigiram nova demonstrao. Artur acedeu.
Apesar de todas as evidncias, os pretendentes puseram-se a murmurar contra o jovem desconhecido e recusaram--se a aclam-lo rei. No fosse o povo ter-se revoltadocontra os nobres despeitados e talvez a Histria e a lendanunca nos falassem de um rei bondoso e leal, chamado
Artur...
FIM
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