03.18 - a espada do rei uther

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  • 7/27/2019 03.18 - A Espada Do Rei Uther

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    muito e muito tempo, num pas de nuvens e lendas,vivia um rei chamado Uther.Quando o trono deste pas ficou vazio, ficou o reino sem

    rei nem roque, porque prncipes e condes todos queriam, uma, experimentar a coroa do rei Uther, a ver se lhesassentava bem...

    Mas, embora ningum soubesse, o rei Uther tinha

    deixado um filho, chamado Artur, a quem, por direito, acoroa real devia pertencer. O sbio Merlim, receando quealgum mal sucedesse ao principezinho, levara-o da corte,para entreg-lo aos cuidados de Sir Heitor, um bom e lealcavaleiro. No castelo deste fidalgo, crescera. Tocarinhosamente tratado sempre fora que se julgava filho deSir Heitor e irmo de Kay, um jovem da sua idade, filho

    nico do cavaleiro.1

    APENA - APDD Cofinanciado pelo POSI e pela Presidncia do Conselho de Ministros

    A ESPADA DO

    REI UTHERAntnio Torrado

    escreveu eCristina Malaquias ilustrou

    H

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    Como, falta de um rei, ningum se entendia, oarcebispo, encarregado de velar pelo reino, decidiuconvocar todos os pretendentes. medida que os muitoscondes e prncipes chegavam clareira da floresta, ondefora marcada a reunio, uma grande pedra branca iarompendo da terra, como se fosse empurrada de baixo porqualquer fora estranha. Perturbados, os cavaleirosviam-na crescer, at que um deles exclamou:

    Olhai, que uma espada est enterrada no corao dapedra...

    A pedra parou. A meio, uma bela espada de punho deoiro reluzia cravada na rocha.

    Esta espada pertenceu ao generoso e amado rei Uther,que sempre a levantou em defesa dos fracos e dos bons proclamou o arcebispo. Glria a quem a arrancar dapedra, porque esse ser o rei.

    Precipitaram-se os pretendentes para a espada. Prncipese condes tentaram a sua sorte. Em vo. A espada no sedeixava mover.

    Vemos que nenhum de ns o eleito concluiu oarcebispo.

    Ordenou que uma guarda permanente se mantivessede sentinela espada de Uther e marcou um dia do

    ano, em que todos os cavaleiros do pas pudessem denovo experimentar os seus poderes, desafiando aespada. Entretanto, grandiosos torneios eramorganizados, para distrarem e exercitarem os nobrespretendentes.

    Sir Heitor foi convidado. Acompanhavam-no Kay eArtur. Os dois rapazes, quando chegaram ao campo da lia

    e viram os belos cavalos, as plumas dos elmos, as fitas das2

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    lanas, as bandeiras e os guies esvoaando ao vento,ficaram entusiasmados e tambm quiseram participar nosjogos. Desafortunadamente, o jovem Kay esquecera aespada na estalagem onde tinham passado a noite.

    Eu vou buscar-ta ofereceu-se Artur, montando acavalo.

    Mas, quando chegou estalagem, as portas estavamcerradas e a estalagem vazia. Os donos e a criadagemtinham ido ver os torneios.

    Desolado, Artur regressou ao acampamento de SirHeitor. Entretanto, lembrou-se de que vira, numa clareirapor onde passara, uma enorme pedra branca, encimada poruma espada. Procurou o local e encontrou-o. Tambm osguardas tinham trocado a misso de sentinela pelotorneio...

    No meio da floresta, enterrada na pedra, uma espada

    aguardava o jovem cavaleiro. O moo Artur merecia-a.Num nico impulso, arrancou-a da bainha mgica e trouxe--a a Kay.

    Este reconheceu a espada e foi mostr-la ao pai: Senhor, esta a espada de Uther. Serei eu o rei.Sir Heitor carregou o rosto e repreendeu-o: Quando te armei cavaleiro, juraste defender sempre a

    verdade, meu filho. Quem te deu essa espada?Baixando a cabea, Kay confessou: Foi o meu irmo Artur quem ma deu. Perdi um filho, mas o reino ganhou um rei disse Sir

    Heitor, ajoelhando-se diante de Artur, que se aproximaradeles.

    Artur, de olhos espantados, no entendia o que estava a

    passar-se. Foi preciso que Sir Heitor lhe contasse toda a3

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    sua histria, desde que, nos braos do sbio Merlim,abandonara o palcio real.

    Mas eu no quero ser rei lastimava-se Artur. Vssois o meu pai muito amado e Kay o meu querido irmo.

    Sir Heitor assegurou-lhe que continuariam sempre seusamigos. Com esta promessa, Artur concordou em que olevassem presena do arcebispo.

    Diante de todo o povo, Artur enterrou a espada na pedrae arrancou-a, como se a pedra fosse terra mole. Os condese os prncipes no queriam acreditar no que viam eexigiram nova demonstrao. Artur acedeu.

    Apesar de todas as evidncias, os pretendentes puseram-se a murmurar contra o jovem desconhecido e recusaram--se a aclam-lo rei. No fosse o povo ter-se revoltadocontra os nobres despeitados e talvez a Histria e a lendanunca nos falassem de um rei bondoso e leal, chamado

    Artur...

    FIM

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