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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO EDUCACIONAL
Sueli da Rocha Pereira Lopes
AÇÕES DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NO
PROCESSO DA LEITURA E ESCRITA NA
ALFABETIZAÇÃO
Santos
2009
1
Sueli da Rocha Pereira Lopes
AÇÕES DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NO
PROCESSO DA LEITURA E ESCRITA NA
ALFABETIZAÇÃO
Monografia apresentada como requisito
parcial para aprovação do Trabalho de
Conclusão do Curso de Pós-Graduação
em Gestão Educacional, na
Universidade Metropolitana de Santos.
Orientadora: Profª Claudia Lopes da
Silva
Santos
2009
2
BANCA EXAMINADORA
Prof.
Prof.
Prof.
Aprovado em ......... de ............... de 2009
3
Dedico a Deus todas as minhas
conquistas nessa trajetória árdua, mas ao
mesmo tempo prazerosa que tanto
almejei.
A meu marido que sempre esteve do meu
lado e nunca mediu esforços para ajudar-
me no que fosse preciso.
A meus pais que sempre sonharam com
essa conquista.
4
AGRADECIMENTOS
A Deus, a quem recorri tantas vezes com pedidos de força, ânimo,
paciência e sabedoria.
A meu marido, por tudo o que fez e faz por mim, pelo seu amor
incondicional, por tudo que me ensinou e ensina sobre a vida e principalmente pelos
26 anos de dedicação, amor, carinho, compreensão que a mim dedicou.
A minha amiga Merce que sempre ajudou-me em todos os momentos
que precisei.
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“...Porém, é possível dar múltiplas
oportunidades para ver a professora ler e
escrever; para explorar semelhanças e
diferenças entre textos escritos; para
explorar o espaço gráfico e distinguir entre
desenhos e escrita; para perguntar e ser
respondido; para tentar copiar ou construir
uma escrita; para manifestar sua
curiosidade em compreender essas
marcas estranhas que os adultos põem
nos mais diversos objetos”.
(Emília Ferreiro)
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RESUMO
(sem parágrafo) A presente pesquisa apresenta uma análise sobre as ações do
orientador pedagógico no processo da leitura e escrita na alfabetização. Objetiva-se
com o estudo uma reflexão das causas sobre as dificuldades que estão relacionadas
com a leitura e a escrita na alfabetização. Para a metodologia do trabalho utilizou-se
a abordagem qualitativa enfocando a pesquisa bibliográfica. Observou-se onde? Na
literatura? um índice elevado de alunos com dificuldades em interpretar e redigir,
devido ao problema da leitura. Desenvolver a prática da leitura e escrita é um dos
pontos preponderantes ao caminho da aprendizagem, porque o aluno encontra-se
inserido num contexto que exige uma interpretação sistemática advinda do prazer de
ler e escrever. Com base na situação problema buscou-se analisar as dificuldades
de aprendizagem na leitura e escrita na alfabetização e um melhor entendimento
nos principais aspectos que interferem no processo de aprendizagem dos alunos
buscando alternativas metodológicas diversificadas para o enfrentamento das
dificuldades da leitura e escrita. Diante das pesquisas realizadas e com bases nos
autores citados genérico – sugiro: “a partir da literatura pesquisada” ou ainda
“segundo autor X”, conclui-se que é possível fazer uma intervenção consciente nas
práticas pedagógicas de leitura e escrita na alfabetização e minimizar as dificuldades
de aprendizagem. O orientador pedagógico assume um papel de suma importância
nesse contexto, pois a ele cabe propiciar momentos de formação continuada aos
professores através de leituras, filmes, seminários, palestras, incentivando-os inovar
suas práticas pedagógicas e buscar um ensino-aprendizagem efetivo.
Palavras chaves: Dificuldades de Aprendizagem. Alfabetização. Leitura. Escrita.
7
SUMÁRIO
Corrigir ao final, após todas as revisões realizadas
Introdução ......................................................... coloque apenas a página inicial 9-11
Capítulo I
A questão da leitura e escrita na alfabetização.................................................. 12
1. Fundamentação Teórica................................................................................. 12-18
2. O papel do coordenador pedagógico como articulado no processo
educacional...........................................................................................................18-23
3. Leitura e escrita ................................................................................................19-23
Capítulo II
Interferência no processo da leitura e escrita......................................................24
1. Metodologia e procedimento do professor ..................................................... 24-28
2. Os fatores internos e externos que interferem na aprendizagem da
leitura .............................................................................................................................
28-32
3. Dificuldades de aprendizagem ........................................................................ 32-35
Considerações finais.......................................................................................... 36-38
Referências bibliográficas................................................................................... 39-41
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1 INTRODUÇÃO
Texto em letra 12 – verifique tamanhos das letras no arquivo “máscara
tcc”
A presente pesquisa tem o propósito de refletir sobre as ações do
coordenador pedagógico no processo da leitura e escrita na alfabetização. Nossa o
uso de primeira pessoa deve ser evitado, a não ser na introdução; prefira “minha” ao
invés de “nossa”, ou ainda “a experiência da autora” formação acadêmica e
experiência profissional na educação têm trazido uma preocupação constante
relacionada ao aprender a lidar com o desconhecido, com o conflito, com inusitado,
com o erro, com a dificuldade de como transformar informação em conhecimento.
Sabemos que a leitura e a escrita é de fundamental importância para o
aluno e a partir desse processo que os alunos poderão criar seu próprio
conhecimento e ter noção do mundo que vive, podendo contribuir durante o seu
crescimento para mudança significativa.
Para saber articular o quê? com coerência diante das solicitações
cotidianas é necessário estar constantemente estudando e consequentemente
aprendendo: os ambientes, as pessoas, as relações, os diversos saberes para que
possamos nos habilitar na leitura de cenários e principalmente para que aprendamos
a repensar a nossa prática pedagógica de forma madura, inovando-as quando
necessário e possibilitando uma aprendizagem significativa aos alunos. É diante da
questão da prática da leitura e escrita na alfabetização vem o questionamento dos
professores. Como aprimorar nossa prática pedagógica? A partir desse ponto o
coordenador pedagógico deve articular ações que visem esse aprimoramento,
através de reflexões da prática em sala de aula, leituras, palestras, cursos de
capacitação dentre outros.
Assim, a opção por essa temática levou em consideração que o estudo
poderá ensejar uma visão fundamentada da realidade que envolve a relação
professor/aluno e os problemas relacionados à leitura e escrita na alfabetização.
Contribuiu para que as decisões educacionais passem a levar em conta a
fundamentação teórica como ponto de partida para nortear as práticas pedagógicas.
A prática pedagógica hoje tem de ser mais do que a transmissão de
conteúdos sistematizados do saber, deve incluir o direito e a oportunidade de
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desenvolver no educando capacidades e habilidades e a formação de uma atitude
correta frente ao próprio conhecimento, uma vez que, deverá ser capaz de ampliá-lo
e de reconstruí-lo, quando necessário, além de aplicá-la em situações próprias do
seu conhecimento. É fundamental que o educador enfrente o desafio de
compreender os novos tempos para abarcar os anseios das novas gerações futuras.
Referencial teórico?
Diante do exposto, entende-se que os recursos para o ensino da leitura e
escrita e as metodologias de ensino devem ser objetos de amplas reflexões nas
escolas, no sentido de possibilitar a elaboração de um processo educativo favorável
à aquisição da leitura e escrita em níveis qualitativos, voltados ao aprendizado do
aluno
Sendo, assim o objetivo da pesquisa é analisar o papel do coordenador
pedagógico diante das necessidades formativas dos professores no processo da
leitura e escrita na alfabetização, como a necessidade de detectar os principais
aspectos que interferem na aprendizagem e de discutir as dificuldades vivenciadas
pelos alunos, apontando alternativas metodológicas para o enfrentamento das
dificuldades.
Cuidado na delimitação do objetivo – cabe ao professor identificar
dificuldades dos alunos no processo, e ao coordenador observar as necessidades
do professor neste sentido. Observar que o foco do trabalho do coordenador é o
professor, e não o aluno do professor.
A metodologia do ensino deve abordar o trabalho com todos os tipos
de textos de forma prazerosa e propiciar ao educando construir seu conhecimento
de forma significativa. Deve considerar os conhecimentos prévios que os alunos
possuem relatos verbais, desenhos, dramatizações, dentre outras como ponto de
partida para construção de novos conhecimentos. Os conteúdos escolares devem
incluir todas as formas culturais que a escola considera importantes para formação
integral do cidadão e envolver a aprendizagem daquilo que se deve saber (os fatos,
conceitos e princípios), aquilo que devemos saber fazer (os procedimentos) e aquilo
que devemos ser (valores, atitudes e normas).
Falta referir na introdução as fontes teóricas da pesquisa.
Descrever brevemente o que fez em cada capítulo e os caminhos apontados nas considerações finais.
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CAPÍTULO I
2 A QUESTÃO DA LEITURA E ESCRITA NA ALFABETIZAÇÃO
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Não coloque como item separado, utilize os referenciais no desenvolvimento do
capítulo
De acordo com os “Parâmetros Curriculares em Ação” não use aspas no
nome da obra; referência (BRASIL, 1998), existe hoje uma necessidade de
tratamento transversal de temas sociais na escola. Esse tratamento aponta para a
necessidade de tornar os conteúdos escolares como algo que possa colaborar para
ampliação da leitura de mundo do aluno. “O compromisso com a construção da
cidadania pede necessariamente uma prática educacional voltada para a
compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidade em relação à vida
pessoal, coletiva e social” (BRASIL, 1998, p.?).
A presente pesquisa fundamenta-se nas teorias desenvolvidas por Emília
Ferreiro, Paulo Freire e Vygotsky. Faz-se necessário conhecer um pouco dos
estudos realizados por estes autores consagrados, que graças à competência nos
trouxeram contribuições para entender o desenvolvimento intelectual do ser
humano. As idéias e as descobertas destes autores impulsionaram a busca de
mudanças significativas e urgentes no fazer pedagógico das salas de aulas em
todas as modalidades e graus de ensino e, em especial nas classes de
alfabetização. Esse trecho faz mais sentido na introdução, no capítulo cabe
desenvolver as idéias propriamente ditas.
Ao longo do tempo, o conceito de alfabetização mudou-se ?para
responder às necessidades da sociedade de uma visão tradicional de ensinar a ler e
a escrever até uma visão global como a construção do conhecimento pela própria
criança.
Há algum tempo atrás, alfabetizar resumia-se em apenas passar os
rudimentos da língua escrita para outra pessoa. Aqueles que conheciam estes
códigos eram considerados alfabetizados. Não havia nenhuma preocupação para
com a formação subsequente do indivíduo, muito menos do seu papel como
cidadão. Atualmente não temos se tem – não use 1a pessoa mais esta visão, mas
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sim, a de formar leitores capazes de entender a realidade em que vivem e, através
de sua participação efetiva, reconstruir e manter a democracia, para votar
consciente, compreender as leis que afetam sua vida e defender seus direitos. O
indivíduo, agora chamado de “cidadão”, tem de construir seu próprio conhecimento,
trazendo para a escola a realidade do seu mundo.
Freire (ano) e Vygotsky (ano) referir as obras entendem que a
alfabetização não é um ato de memorização mecânica das sentenças, das palavras,
das sílabas desvinculada de um universo existencial – coisas prontas ou semimortas
– mas uma atividade de criação e recriação. Nesse sentido concebem a
alfabetização como ato de conhecimento, como ato criador, tendo como objeto
central de estudo a linguagem.
Os dois atribuem à linguagem um estatuto fundamental, um papel
preponderante no processo de alfabetização e na vida dos sujeitos. Dão uma
atenção nodal à linguagem verbal à palavra como a categoria central de seus
estudos e pesquisas. Considera quem? Observar as marcações em amarelo, para
corrigir o texto a palavra como o signo por excelência, responsável pelo
desenvolvimento cultural dos sujeitos. A palavra é o signo cultural de mediação
fundamental, responsável pela transformação das funções naturais de inteligência
do sujeito para as funções superiores, ou culturais. Para Freire (ano, p.?) a palavra
como núcleo fundamental do diálogo entre os homens implica duas dimensões: ação
e reflexão, o que as unifica na práxis. A palavra, para ele, é a mediadora do homem
com o mundo. Vai mais além ao afirmar que a palavra verdadeira tem a função de
transformar o mundo.
Trazem cuidado, pois o texto está ficando genérico; não há identidade
simples entre Freire e Vigotski; refira as obras onde as idéias dos autores são
apresentadas para suas reflexões e produções a linguagem escrita. Apontam a
linguagem escrita como um instrumento fundamental de comunicação e
desenvolvimento da memória. A partir da importância que atribuem à linguagem
escrita no processo de alfabetização, veem a sua “apropriação” e “internalização’’
evite o uso de aspas para enfatizar significados das palavras, rever não como o
ponto final de chegada no processo de alfabetização, mas como a possibilidade de
abertura para o caminhar na direção dos outros conhecimentos, como um
instrumento mediatizador de sujeitos cognoscentes, além de ser o mediatizador das
relações dos sujeitos com o mundo”.
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Para ambos, a leitura e a escrita ao serem “interpretadas”, “construídas” e
“internalizadas” pelos sujeitos não só se consolidam como um ato cognoscente, mas
também engendram outros processos cognoscentes e interventivos. Mostram que a
“apropriação” da linguagem escrita é o resultado da relação entre o desenvolvimento
da linguagem verbal, do pensamento e da representação da realidade. Vygotsky
(1988ano, p.103?) defende que essa representação se faz a princípio em forma de
“rascunho mental”, através do pensamento, da linguagem interior, para chegar
através do processo de ensino-aprendizado à produção da linguagem enquanto um
sistema de comunicação real.
Para o educador Paulo Freire (ano, p.?), o importante é auxiliar o aluno a
ler o mundo, pois a leitura do mundo precede a leitura da palavra.
Citações em recuo:(com mais de 3 linhas): sem aspas, letra 10, espaço simples“A prática educativa é algo muito sério. Lidamos com gente, com crianças, adolescentes ou adultos. Participamos de sua formação. Ajudamo-los ou os prejudicamos nesta busca. Estamos intrinsecamente a eles ligados no seu processo de conhecimento. Podemos concorrer com nossa incompetência, má preparação, irresponsabilidade, para o seu fracasso. Mas podemos, também, com nossa responsabilidade, preparo científico e gosto do ensino, com nossa sociedade e testemunho de luta contra as injustiças, contribuir para que os educadores vão se tornando presenças marcantes no mundo.” (FREIRE, 2002ano, 28p.?)
Alfabetizar tem de partir do concreto, preferencialmente de textos,
buscando oportunizar aos docentes um exercício de leitura contextualizada, onde
não haja fragmentos de ideias, letras ou palavras.
ção com o meio social em que vive.
A linguagem é um signo mediador, pois carrega em si conceitos
generalizados e elaborados pela cultura humana. Entende-se, assim, que a relação
do homem para com o mundo não é uma relação direta do homem com a realidade,
mas é mediada por meios que se constituem nas “ferramentas auxiliares” da
atividade humana. Vygotsky confere à linguagem um papel de destaque no processo
do pensamento. (VYGOTSKY,1988 ano,118 p.?).
A mediação simbólica é, portanto, uma característica presente em toda
atividade humana e caracteriza-se como sendo a forma de relação entre os sujeitos
e a realidade circundante. Usamos diversas formas de representação simbólica-
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como a linguagem oral, a linguagem escrita, o desenho, o gesto e o jogo simbólico -
para mediar nossa interação com o mundo real.
Na relação entre o indivíduo e o mundo real, são utilizados elementos
mediadores que ele distinguiu como de dois tipos: instrumentos e os signos. Os
signos, considerados como instrumentos psicológicos, controlam as ações
psicológicas.
Segundo Emília Ferreiro (ano1992, 12p.?) , a alfabetização deve partir do
que o indivíduo já sabe o que permite conhecer em que altura do processo de
aquisição da leitura/escrita ele está, e propiciar ao educador saber como agir para
realizar as intervenções necessárias, buscando o desenvolvimento do educando.
Com isso, compreende-se que alfabetizar é propiciar condições para que
o indivíduo tenha acesso ao mundo da escrita, não só decodificando sinais, mas,
efetivamente, lendo o mundo e vendo-se como sujeito ativo e participante da
sociedade na qual está inserido, utilizando-a como instrumento na luta pela
conquista da cidadania.
O sujeito é visto como um ser ativo que, agindo sobre os objetos de
conhecimento, no seu meio, interage socialmente e sofre influências do mesmo. Isto
ocorre ao mesmo tempo em que interioriza vários conhecimentos a partir de sua
ação.
Tradicionalmente a investigação sobre as questões da alfabetização tem
gerado em torno de uma pergunta: Como se deve ensinar a ler e escrever? A crença
era de que o processo de alfabetização começava e acabava entre quatro paredes
da sala de aula e que a aplicação correta do método adequado garantia ao professor
o controle do processo de alfabetização dos alunos.
Fazer um parágrafo de ligação entre o fim do texto e o próximo, justificando a sequência dos assuntos
15
O PAPEL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO ARTICULADOR NO
PROCESSO EDUCACIONAL
Como capítulo ficou muito resumido, como subitem ficou perdido no meio do assunto
alfabetização – se o trabalho tem como objetivo o papel do coordenador, deveria ser
mais desenvolvido como capítulo, vindo após os capítulos sobre leitura e escrita
------ coloquei o texto como capítulo 4
3 LEITURA E ESCRITA
2.1 Leitura e escrita
Por que o subitem, se o assunto alfabetização continua? Avaliar a necessidade
de separar o assunto, ou mudar o título para ficar mais adequado, justificando
aparecer como subitem
Para discorremos acerca da importância da leitura, precisa-se inicialmente
conceituar e significar o que é ler, e o que é leitura. Importante, mas o foco não é o
coordenador? Precisa articular melhor o assunto Ler significará para sempre o ato
de compreender, estabelecendo semelhança em cada elemento ou ser que nomeia,
permitindo encontrar o papel desse objeto no contexto em que esta inserida. “[...]
como o próprio sentido etimológico da palavra ler que vem do latim legere,
significando ler e colher. Interpretando símbolos gráficos de modo a que se tornem
compreensíveis” Vargas (1993, p.6). A forma correta é: (VARGAS, 1993, p.6)
Entretanto, é impossível falar em leitura, sem levar em conta o início de
tudo, que é exatamente o processo básico de alfabetização. Processo esse, que
acontece em longo prazo, que por sua vez, deve ser mais bem trabalhado durante
os primeiros anos das séries iniciais, por construir a base de sustentação para
facilitar a aquisição de todos os outros novos conhecimentos. “[...] Alfabetizar-se não
é aprender a repetir palavras, mas a dizer a sua palavra criadora de cultura” Freire
(1978, p. 12).
A alfabetização no sentido amplo como afirma Freire, não é meramente
juntar letras para formar uma palavra, está muito, além disso, por possuir um
significado bem abrangente do modo crítico de ver o mundo ou a sociedade onde
está inserido.
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Porém, para a pessoa dispor de uma mente ampla, crítica e transformadora é
necessário que tenha passado pelo o processo restrito de alfabetização, que tem por
objetivo preparar o aluno para escrever e ler, através da transformação do código
escrito correlativo ao código oral, capacitando o discente a decifrá-lo de maneira
aplausível e satisfatória, favorecendo aquisição de outras aprendizagens
posteriores. [...] Alfabetização seria um processo de representação de fonemas em
grafemas (escrever) e de grafemas em fonemas (ler). Assim, ler significa o ato de
decifrar e traduzir um código, correspondentes entre sinais gráficos e sons (Abud,
1987, p. 7).
Conforme Abud, o início da alfabetização ocorre através de uma ação
leitora decifrativa e tradutora de um código. Que permite o Conhecimento da
representação de fonemas em grafemas e vice/versa. Essa fase de aprendizado
inicial deve evoluir significativamente com tempo, caso contrário, pode desencadear
no aluno a obtenção uma aprendizagem meramente mecânica, sendo prejudicial
para desenvolvimento intelectual e futuramente profissional, isso consiste em estar
inapto para usufruir a liberdade de expressão crítica e criadora, na sociedade onde
vive. É necessário amenizar o problema da mecanização da aprendizagem, que é
limitador e alienante, e muitas vezes são decorrentes de um processo de
alfabetização vigente em muitas escolas brasileiras. É preciso ainda quebrar
paradigmas do sistema educacional do país, provocando novas mudanças para
garantir uma educação cada vez melhor para todos, com oportunidades iguais, para
o acesso e permanência na escola. Uma vez que, o elevado grau de evasão,
analfabetismo, entre outros, pode ser um fator considerado predominante no país.
Para a criança ser plenamente alfabetizada, deverá passar por um
processo de alfabetização bem estruturado, que lhe servirá de alicerce para o seu
desenvolvimento escolar, que aqui no Brasil se ajusta à etapa básica fundamental
de nove anos de escolaridade.
A aprendizagem torna-se significativa quando encontramos uma situação
de resolução de problemas, onde o paradigma de ensino-aprendizagem coloca o
aluno como foco central dessa interação, e torna capaz de construir seu
conhecimento a partir da solução de problemas.
Não se trata apenas de buscar a resolução do problema, mas entender a
finalidade e utilidade da situação questionada e quais os objetivos de aprendizagem.
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Constitui-se uma atitude de construção do conhecimento em que todas as etapas
utilizadas são fundamentais e não apenas o resultado final obtido.
Face às constantes transformações que afetam nossa sociedade, o
cotidiano do aluno é cheio de cores, imagens, sons e velocidade devido aos
recursos tecnológicos cada vez mais presentes na vida atual, a escola, no entanto,
continua presa a transmissão de conteúdos fragmentados e sem estímulo para o
desenvolvimento do potencial desse aluno e sem atrativos suficientes para garantir o
interesse e a motivação.
A escola para Libânio (2007) precisa deixar de ser uma agência
transmissora de informação para ser um lugar de análise crítica e produção da
informação. Os alunos devem aprender a buscar a informação nas mais variadas
fontes como: nas aulas, no livro didático, na TV, no rádio, no jornal, no computador,
enfim onde quer que seja, é necessário que haja uma articulação entre o ensino
sistematizado e as experiências vividas pelos alunos.
No passado ler era decifrar códigos, atualmente este conceito
ultrapassado mudou e a leitura passou a ser vista como um processo de interação
entre autor-texto-leitor.
A concepção de leitura que consta nos Parâmetros Curriculares do Ensino
Fundamental diz que: a leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho
ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu
conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo que sabe sobre a linguagem,
etc. Não se trata de extrair informação, decodificando letra por letra, palavra por
palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação,
interferência e verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses
procedimentos que possibilita controlar o que vai sendo lido, permitindo tomar
decisões diante dificuldades de compreensão, avançar na busca de esclarecimento,
validar, no texto suposições feitas (BRASIL, 1998,P.69).
Analisando a definição de leitura anterior e relacionando-a com a nossa
maneira de ler, observa-se que a decodificação é apenas um dos procedimentos
que utilizamos para ler. A leitura fluente envolve uma série de outras estratégias e
recursos para a construção do significado.
Para Marisa Lajolo: ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o
sentido de um texto. É a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado,
consegui relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um,
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reconhecer nele o tipo de leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade,
entregar-se a esta leitura, ou receber-se contra ela, propondo outra não prevista
(Lajolo, 1982 ab, P.59).
Nas duas concepções de leitura, tanto do PCN (1998), como de Lajolo
(1982) os valores enfatizados, para o processo educacional, são semelhantes. Nelas
a leitura deixa de ser vista como algo mecânico e passa a exigir processos de
interlocução entre leitor-autor mediada pelo texto.
A interlocução é uma característica própria da linguagem. Sempre quando
se fala ou se escreve há um interlocutor; essa visão de relação entre emissor e
receptor na comunicação não é mecânica, mas interativa.
Parágrafo de ligação
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CAPÍTULO II
3 INTERFERÊNCIA INTERVENÇÃO NO PROCESSO DA LEITURA E
ESCRITA
Observe que o foco do trabalho continua na leitura e escrita – e o
coordenador?
1 METODOLOGIA E PROCEDIMENTO DO PROFESSOR
3.1 Metodologia e procedimento do professor
Cada professor deve ser único e é por essa razão que se espera também
que cada um use seus próprios procedimentos metodológicos de acordo com as
prioridades de sua turma. Através de muita persistência e sensibilidade no trato com
seus pequenos aprendizes, pode-se encontrar a forma mais adequada de fazê-los
entender a suma importância não só de ler, mas de abranger a mensagem contida
no papel. Caso contrário, a educação levará o ato da leitura a uma ação técnica e
enfadonha, afastando a possibilidade de aproximação entre a leitura e o individuo. A
escola deve ser responsável por respeitar o grau de desenvolvimento do educando,
e aplicar conteúdos literários ao qual a criança está apta não somente a ler
(interpretar a grafia), mas compreender as entrelinhas, tendo como ponteiro o
professor. Acreditar em estágios de maturação da criança, porém, é um
denominador comum em visões tão distintas como as de Piaget, Chomsky e
Vigotsky. Seria, pois de se esperar que a escola procurasse respeitar os estágios de
maturação também no desenvolvimento da capacidade de ler e escrever (Marcuschi
1995, p. 32).
Não existe uma metodologia definida, a “melhor” para o docente trabalhar
em sala e aula. Cada professor tem o seu jeito de lecionar assim como cada aluno
possuem o seu de aprender. O que realmente importa é se objetivo está sendo
alcançado, obviamente são os métodos utilizados pelo docente que irá mostrar isso,
considerando sempre o potencial do aluno e sua individualidade nesta aquisição. O
professor eficiente, comprometido com a educação, faz uso de vários métodos de
acordo com a realidade da sua sala de aula, visando atingir o seu propósito
educativo. Em detrimento outros que não tem a mesma preocupação, contribui para
um ensino de má qualidade, principalmente no que diz respeito à aprendizagem de
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leitura, que é a essência fundamental como veículo de aquisição em todos os outros
conhecimentos.Para Mialaret (1987, p.22-no âmbito da aprendizagem de leitura têm
cientificamente aprovados dois métodos de leitura: o sintético e o analítico. Os dois
auxiliam o aluno na aprendizagem da leitura. Ainda existe o método misto resultado
da mistura dos dois. O primeiro possibilita o aluno a compreender o sentido do todo,
enquanto que o segundo permite o aluno na compreensão do estudo pelas partes do
todo, de uma palavra, frase, parágrafo ou texto, etc., e o terceiro é a mistura dos
dois com vistas no mesmo objetivo final, que é entender a mensagem impressa.
Os métodos referidos acima são de conceito bem amplo, onde está
pautada a aprendizagem de leitura compreensiva. Porém não estabelece nem um
tipo de estilo como específico para se trabalhar o ensino de leitura, sendo que isto
pertence a cada professor no desempenho na sala de aula. Onde com base no
estabelecido, elabore com flexibilidade seus próprios métodos, a fim de obter
sucesso com seus alunos.
Os métodos utilizados utilizado pelo docente podem ajudar no
desenvolvimento leitor, como também causar enormes prejuízos para os educandos,
a não conseguirem obter um rendimento satisfatório. É indispensável que o
professor ao trabalhar aprendizagem de leitura com os discentes, seja realmente
capaz de fazer uso de métodos adequados que os permita um pleno
desenvolvimento da leitura, buscando sempre inovações proveitosas.
O professor como agente mediador precisa incentivar os discentes a fazer
uso de estratégias como hábito de leitura ao lerem a página impressa, assim
favorece a melhor compreensão “[...] estratégias são ferramentas que os leitores
podem usar com flexibilidades de acordo com a situação, como da leitura, com
proficiência do leitor e com o tipo de informação que o texto oferece” Donato (2003,
p. 34), promovendo a interação entre texto e leitor.
Baseada em Donato (2003, p.34) percebe-se que o processo de leitura
passa por três etapas fundamentais para aprendizagem: pré-leitura, durante a leitura
e após a leitura. Todos esses andamentos são muito relevantes para o aluno, pois
ajuda a desenvolver uma leitura satisfatória e abrangente do material lido. O papel
do professor na orientação dessa tarefa é extremamente importante.
Recebendo essas características auxiliadoras de pré-leitura como: título,
a estrutura do texto, sumário, autor, etc., que as páginas impressas oferecem, o
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aluno num primeiro momento terá uma possível e breve entendimento, do que a
obra se trata no caso de um livro.
Durante “a leitura e pós-leitura”, também são etapas fundamentais onde o
professor deve conduzir seus alunos a conseguirem a compreensão, por intermédio
da utilização de dicionário, quando necessário, a buscar no parágrafo o
entendimento da mensagem do contexto com a ligação com os demais parágrafos,
perceber palavras em destaque e fazer anotações que julgar significativas,
induzindo-o a refletir sobre elas para tentar sintetizar o que realmente conseguiu
extrair do material lido, e dessa maneira incorporar informações à sua ampla
bagagem de conhecimento.
Em vista disso, montar uma biblioteca na sala de aula é ideia genial para
esse trabalho, porque permite aos alunos acesso rápido e prático que ajudarão a
obter um melhor aproveitamento dessa aprendizagem.
Montar uma biblioteca em sala de aula onde as crianças possam ter acesso
sempre que desejar;
ter um sistema simplificado de modo que as crianças possam retirar os livros
com facilidade da biblioteca para ler também em casa;
tornar o ambiente de leitura atrativo, com um tapete, cadeiras confortáveis,
boa pintura na parede e boa iluminação; professores podem aplicar em sala
com os pequenos leitores: Estar atento ao conforto físico durante as sessões
de leitura: iluminação adequada, calor, ventilação, acentos confortáveis e
espaço;
oferecer alimentos saudáveis durante as horas de leitura e escuta como
passas de uva ou biscoito;
ao ligar-se uma necessidade humana básica com a leitura, uma sensação
prazerosa pode ser estabelecida;
organizar exposições de livros por temas, na sala de aula e discuti-los com
seus alunos. Ler passagens simples... As crianças escolherão os livros com a
finalidade de levá-los para casa;
planejar quadros de avisos que reflitam o prazer da leitura. Incluir aventuras,
esportes, animais, dinossauros, férias, outros países, costumes, etc;
exibir fotografias dos alunos com listas de livros que cada um deles leu abaixo
de seus retratos. (Cramer, 2001, p.144-145).
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Caso a escola seja precária tenha poucos recursos e não dispunha de
todos esses itens que foram apontados, o docente pode pedir doações dos pais, da
comunidade, etc. Cuidado, pois caberia aqui discutir o papel do Estado na escola
pública de qualidade – não se trata de pedir doações, que onerariam ainda mais
uma comunidade por vezes carente e que já pagou seus impostos... Em fim, utilizar
todos os recursos disponíveis para criar a sua biblioteca, contendo o mínimo
desejado para o auxilio desta aprendizagem. Visto que, a realidade nem sempre
está de acordo com o ideal. O docente pode dispor de um tempo determinado todos
os dias para trabalhar leitura na sala de aula, proporcionando aos alunos a
disponibilidade de gêneros textuais do material a ser lido, sem nenhuma cobrança,
mas estimulando a comentar sobre o que leu de forma livre e aleatória.
Percebe-se o quanto é importante os métodos utilizados pelo professor
para o aprendizado e exercício de leitura; portanto, compete a todos eles, de forma
interdisciplinar trabalhar junto com aplicações de métodos que realmente promova
bons resultados, visando à formação de leitores competentes, reflexivos e críticos.
2 OS FATORES INTERNOS E EXTERNOS QUE INTERFEREM NA
APRENDIZAGEM DA LEITURA
3.2 Os fatores internos e externos que interferem na aprendizagem da leitura
São aspectos que devem ser considerados importantes no âmbito do
processo de aprendizagem da leitura, em todas as faixas etária do individuo. A fim
de ajudá-lo chegar ao 5º ano fundamental abastecido do mínimo desejado dessa
competência desenvolvida; Isto é,desfrutando de uma leitura eficaz e satisfatória, o
aluno deve receber nos primeiros anos de escolaridade, tanto da família como da
instituição educacional o alicerce necessário para aquisição do desejo detorna-se
um bom leitor. Caso contrário, o educando pode ficar defasado para o resto da vida.
[...] se a criança por volta do quinto ano de escola não for um leitor
entusiasta e não tiver criado interesses especiais de leitura, são poucas as
esperanças de que a situação venha o modifica-se mais tarde (Bamberger, 1991, p.
66).
Existem diversos fatores de empecilho que sobrevém ao processo de
aprendizagem, que ainda podem ser desconhecidos por muitos professores
despreparados para enfrentar e ajudar a reverter o quadro existente nas escolas, no
23
processo de formar bons leitores, não só no caso de entender a grafia, mas capaz
de internalizar a mensagem por meio do completo entendimento do objetivo a ser
alcançado. Conforme Kleiman (2001, p.152-155) um dos principais fatores que
interferem para o desenvolvimento da competência compreensiva da aprendizagem
de leitura na sala de aula são os seguintes: Leitura sem orientação ou objetivo;
leitura avaliativa; práticas atomicistas e de segmentação.
A leitura sem objetivo e preparo prévio, torna-se um fator de inibição no
desenvolvimento da capacidade de ler. No ato da leitura o discente precisa saber
para quê vai lê, e o que pretende retirar dela. Isso sem dúvidas o auxilia no interesse
e compreensão, por favorecer um melhor aproveitamento até mesmo do tempo
gasto, levando-o a retirar aquilo desejado, e a intervenção do professor é
indispensável mediar essa atividade, propiciando ao estudante o contato com várias
leituras tanto de caráter informativo, recreativo, instrutivo entre outros.
A significância de uma leitura não tem relação direta com a rapidez com
que se executa essa ação; muitas vezes é preciso fazer regressões (releitura de
parte ou do todo) para se chegar à interação de um texto. Por isso que a leitura
oralmente não deve ser considerada como forma avaliativa da compreensão do
texto, por ser fragmentada induz o discente apenas se preocupar com a
decodificação das palavras. Agora para analisar sinais de pontuação, ou regras
ortográficas, esse tipo de leitura é recomendado, mas em se tratando de
compreensão textual, essa técnica vem a ser um empecilho do desenvolvimento do
bom leitor.
Mas, se estivermos interessados na capacidade da criança para
compreender um texto, fica difícil justificar a leitura em voz alta. [...] O que ocorre,
em geral, é que numa situação de leitura em voz alta, a preocupação primordial da
criança é com a decodificação, uma vez que, naquele momento ela está sendo
avaliada neste aspecto pelo professor e pelos colegas. Como conseqüência, o
significado fica em segundo plano (Kleiman, 2001, p. 153).
A leitura automática e de segmentação, também pode impedir o aluno de
compreender ter uma visão globalizada do texto, pois esse tipo de procedimento
para a realização da leitura compreensiva é considerado ineficaz, visto que, o aluno
acaba fixando sua atenção nas divisões do texto que certamente prejudica sua
compreensão da mensagem final. Sendo que, uma vez instalada a deficiência do
automatismo, o educando terá uma defasagem na concepção que se torna na
24
maioria das vezes inconsistente e equivocada e o aprendiz fica incapacitado de
extrair de uma leitura, seus principais elementos informativos.
Bamberger (1991, p.50-58), também aponta alguns fatores que interfere o
interesse e a aquisição leitora do discente, dentro da sala de aula e extra-escolar
que são: as gravuras; o tempo; a televisão; ignorância a leitura particular do
discente; a não utilização de métodos diferenciados.
As gravuras constituem uma maneira eficiente de despertar o interesse
das crianças, desde muito pequenas para a leitura. É por intermédio do recurso
visual que a escrita é reforçada pelo suporte das figuras. Porém, dependendo da
faixa etária, o excesso de gravuras como apoio a escrita dispostas em livros, pode
ser prejudicial para o desenvolvimento da leitura do aluno em suas atividades
escolares, pois pode direcionar a sua visão para leitura superficial apenas das
figuras, desvalorizando a escrita como fundamental nesse processo. “Para as
crianças que lêem bem e gostam de ler, o tipo e as figuras desempenham um papel
menos importante” Bamberger (1991, p.50).
A questão do tempo pode intervir como peça fundamental para o
desenvolvimento dessa aquisição. Se o professor não reservar um determinado
tempo nas suas aulas todos os dias para esse fim, torna-se mais difícil, ao
proporcionar os educandos uma aprendizagem leitora significativas de rentabilidade.
Visto que, em muitos casos é na sala de aula que a criança entra em contato com os
livros.
Talvez em casa o tempo que a criança tem para brincar, para ler algum
assunto que seja do seu interesse, na maioria das vezes não o faz por causa da
televisão. Esse meio de comunicação tornou uma vilã para a promoção da leitura,
ocorrências que mudou até em alguns países desenvolvido, exemplificando “[...]
como nos Estados Unidos, as crianças passam, em média, tanto tempo assistindo
televisão quanto na escola [...] de que modo às crianças aprendam realmente a ler?”
Bamberger (1991, p. 52). A arruína do crescimento leitor, às vezes está associada à
ignorância do professor dentro da sala de aula em dar atenção e valorizar aquele
assunto exposto pelo discente, resultado de sua leitura realizada em casa na hora
de folga, condicionando a pensar que apenas a leitura da escola é importante.
A não utilização de métodos diferenciados por parte dos professores,
também é um fator que vem a intervir negativamente para essa aprendizagem,
considerando que educandos são diferentes, nem sempre a mesma metodologia irá
25
atingir a todos na mesma proporção; uns vão conseguir assimilar mais rápido que
outros. Para esse tipo de situações costuma ser denominados os “melhores” e os
“fracos”, de acordo Bamberger (1991, p. 57) “No ensino uniforme os alunos mais
fracos são continuamente comparados com os melhores e, como não tem nunca a
experiência de sucesso, perdem todo o prazer na leitura”.
Bacha (1969, p.72) salienta a condição física e o amadurecimento
intelectual e emocional do educando também sendo um fator que influi para o
desenvolvimento dessa habilidade, alunos indispostos, por alguma razão que não
desfrutam de uma boa saúde, freqüentemente ficam doentes, quem sabe por falta
de uma alimentação adequada em casa, ou talvez por não receberem nenhuma.
São fatos que levam muitas crianças a freqüentar a escola para tentar
suprir essa necessidade vital prejudicando o funcionamento do cérebro para a
aquisição da aprendizagem em especial a leitura.
Assim os aspectos: intelectual e o emocional podem interferir no
desenvolvimento compreensivo da leitura, como sendo menos valorizados no
processo educativo, causando alguns danos, e merecem ser destacados; porque
envolve o sentimento intrínseco do estudante causador de sérios bloqueios
cognitivos.
Parágrafo de ligação
3 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
3.3 Dificuldades de aprendizagem
Define-se como dificuldade de aprendizagem na escrita o não
reconhecimento dos sons que fazem parte de uma palavra, seus signos e a
impressão manual dos mesmos. Tais dificuldades começam a surgir a partir da
alfabetização, podendo se manifestar tanto em termos de alterações na leitura como
na escrita, sendo muito comuns no plano da ortografia. Os problemas parecem
centrados em processos linguísticos envolvidos especificamente na linguagem
escrita (ZORZI, 2003, p.?). A gravidade do problema pode ir desde a soletração até
erros na sintaxe, estruturação ou pontuação das frases ou na organização de
parágrafos.
De acordo com ZORZI (2003, p.10) a aprendizagem da língua escrita não
é uma herança biológica e sim cultural, é um produto da cultura que só se transmite
26
pelo ensino, ou seja, em geral por meio de uma intervenção social planejada para tal
fim. Ainda de acordo com o autor, algumas crianças são consideradas “portadoras
de deficiências de aprendizagem” ou com “carências culturais”, no entanto, a maioria
sofre, na realidade, as consequências de políticas econômicas, sociais e
educacionais que a impedem de ter acesso a certos bens culturais, dentre eles a
escrita.
Para ZORZI (2003), a escrita é um produto da cultura que só se transmite
pelo ensino, ou seja, em geral por meio de uma intervenção social planejada. Para
aprendê-la a criança necessitará viver em uma sociedade letrada e fazer parte de
algum segmento que tenha acesso à leitura. E ainda segundo ZORZI (2003),
quando se fala nas condições que permitem a aprendizagem escrita, não podemos
ficar nos limitando a habilidades perceptuais e motoras que a criança deve
apresentar, temos que levar em consideração as oportunidades que as crianças têm
de vivenciar situações reais de leitura e escrita em contextos sociais variados.
De modo geral a linguagem escrita demanda um alto nível de abstração,
já a falada envolve processos intuitivos e automatizados.
Ao escrever a criança tem de substituir as palavras faladas por imagem de
palavras. Quando fala, a criança não tem consciência do som, mas ao escrever
precisa dar conta de uma forma bastante consciente da estrutura sonora de cada
palavra, a fim de transformar os sons em letras que já devem ter sido aprendidas
(VIGOTISKY, 1979).
Para ZORZI (2003), adquirir o domínio da escrita não significa,
simplesmente, aprender uma forma de se comunicar a distancia, transformando fala
em grafia, mas sim ter acesso a uma nova maneira de estruturar o pensamento.
As dificuldades de aprendizagem não são uma exceção no sistema
educacional. O insucesso da criança, muitas vezes rotulado de dislexia, é também o
resultado de outros insucessos sociais, políticos, culturais, educacionais,
pedagógicos, dentre outros. Considerar as dificuldades de aprendizagem um
problema estritamente da criança é ignorar os reflexos das dificuldades de ensino.
Embora as dificuldades de aprendizagem sejam causadas por uma
diversidade de fatores, a extensão em que as crianças são afetadas por eles
frequentemente é decidida pelo ambiente no qual vivem. As condições em casa e na
escola, na verdade, podem fazer a diferença entre uma leve deficiência e um
27
problema verdadeiramente incapacitante. O ambiente doméstico e escolar da
criança afeta seu desenvolvimento intelectual e seu potencial para a aprendizagem.
A descontrolada produção do insucesso escolar não é um problema
meramente educacional. Trata-se de um problema social, cultural e até econômico.
Outros fatores responsáveis pelas dificuldades de aprendizagem são: problemas
familiares, emocionais, escolas superlotadas e mal equipadas, carentes de materiais
didáticos inovadores, além de frequentemente contarem com professores
desmotivados, entre outros.
Este trabalho ativo de leitura e reflexão é que possibilitou produzir
conhecimento a respeito de um assunto pelo qual tínhamos muitas interrogações.
Quais os principais aspectos que interferem no processo de aprendizagem da
leitura e na escrita dos alunos na alfabetização?
Quais as dificuldades vivenciadas pelos alunos no processo de aprendizagem
da leitura e escrita?
Que alternativa metodológica pode ser indicada para o enfrentamento das
dificuldades de aprendizagem na leitura e escrita na alfabetização?
Até que ponto esse processo da leitura e da escrita causa dificuldades de
aprendizagem e leva o aluno ao fracasso escolar?
Existem outros fatores que interferem no processo da leitura e escrita dos
alunos na alfabetização?
Com base nos estudos feitos e as observações realizadas as informações
obtidas a cerca da leitura e escrita e dificuldade de aprendizagem entende-se que as
competências da leitura e escrita são os conteúdos básicos da aprendizagem e
constituem o suporte no qual o aluno passa a dominar as competências necessárias
para o seu desempenho escolar.
Parágrafo de ligação
28
4 O PAPEL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO
ARTICULADOR NO PROCESSO EDUCACIONAL
Fazer um capítulo sobre o papel do coordenador, ou então rever o objetivo da
pesquisa, pois a ênfase do trabalho está mais no processo de alfabetização do que
no papel do coordenador
O coordenador pedagógico tem, no bojo de suas funções uma grande
quantidade de relações interpessoais que mobilizam o seu cotidiano.
Dentre essas funções podemos destacar: a participação na construção do
projeto político pedagógico, acompanhamento ao trabalho do professor,
planejamento e coordenação de momentos de formação continuada dos docentes,
participação junto com a equipe de gestão dos estudos e reflexão de temas
educacionais para tomar novas definições no rumo do trabalho pedagógico da
unidade escolar, atendimento aos alunos,familiares e comunidade. O coordenador
pedagógico é co-responsável pelos resultados das aprendizagens dos alunos. Para
tanto,é preciso ter clara a necessidade de repensar, cotidianamente, o seu papel,
buscar competências que contribuam para uma estrutura de formação permanente
na escola.
Articular com o corpo docente da escola as práticas de leitura e escrita,
orientando-os em suas práticas pedagógicas estimulando-os a adotar estratégias
metodológicas e avaliativas diversificadas que instiguem os alunos a mobilizarem
raciocínio e outras competências cognitivas em detrimento da memória, é uma
competência essencial ao coordenador pedagógico.
Sabendo-se que os pilares da educação estão firmados na arte de
aprender e que esta é aprender a aprender, aprender a ser, aprender a fazer e
aprender a conviver, devemos buscar resgatar em nossos alunos sobre tudo na
alfabetização o gasto pele leitura e escrita.
O desafio hoje é fazer da escola um ambiente amigável e solidário que
oriente e acompanhe todo o percurso da aprendizagem e do desenvolvimento
integral do educando.
Referencial teórico sobre coordenador?
29
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da realização da presente pesquisa constata-se o quanto é
complexa a rede de fatores que interferem no processo de aprendizagem. Dentre
eles estão os que se relacionam: ausência de uma prática pedagógica adequada;
atenção no desenvolvimento afetivo e social; aos problemas familiares; a omissão
de situações estimuladoras; o convívio em ambiente que não valorizam as práticas
da leitura e escrita.
Quando às crianças que provêm de comunidades pouco letradas, em que têm
poucas oportunidades de presenciar atos de leitura e escrita, é comum terem mais
dificuldades no processo de alfabetização. São inúmeras as queixas apresentadas
que comprometem o processo de construção do conhecimento. As dificuldades
surgem quando o aluno não consegue avançar apenas com a intervenção do
professor e com os conhecimentos prévios que possuem. Muitas vezes, é
necessário realizar uma análise sobre a realidade interna e externa que envolve a
criança. Os aspectos cognitivos, afetivos e sociais são de grandes relevâncias para
detectar as causas de dificuldades.
Diante das leituras realizadas ao longo da pesquisa observou-se que no
passado a preocupação da escola, em termos de leitura nas primeiras séries do
ensino fundamental, era garantir a decodificação dos símbolos linguísticos.
Atualmente, com o surgimento de um novo conceito de leitura, ler é muito mais do
que decifrar códigos. A leitura deixa de ser mecânica e adquire um caráter mais
aprimorado onde o leitor realiza um trabalho ativo para atribuir significado ao texto. A
compreensão do texto dependerá dos objetivos do leitor, do conhecimento sobre: o
assunto, a língua, o autor, o gênero e o sistema de escrita. A decodificação é uma
importante estratégia, mas não é a única. À medida que a criança vai se tornando
um leitor mais eficiente, ela vai se utilizando de outros recursos como selecionar
dados, fazer interferências e checar as hipóteses levantadas durante a leitura.
Em meados dos anos 70, na América Latina, surge uma nova teoria
estudada por Emília Ferreiro e Ana Teberosky, que é a Psicogênese da Língua
Escrita. Esta teoria tem a preocupação de estudar o como à criança aprende e como
é preciso ensiná-la. Estes estudos derrubaram a ideia anterior de que o aluno
precisaria realizar atividades de prontidão para adquirir prérrequisitos para a
30
alfabetização. De acordo com as pesquisas realizadas por estas autoras a criança
constrói o conhecimento a partir das aprendizagens prévias e de atividades
desafiadoras que os permitam refletir sobre a língua e as ideias empiristas
alicerçadas na crença da silabação, da leitura mecânica, da memorização, estímulo-
resposta e da pura e simples transmissão de conhecimentos foram substituídos
pelas ideias construtivistas onde o aluno está no centro, é um ser ativo e construtor
do seu próprio conhecimento. O professor é o mediador que realiza as intervenções
pontuais para que ocorra a aprendizagem.
Ensinar o aluno a ler e a escrever com autonomia não é uma tarefa fácil,
mas é um desafio possível de ser realizado. Para isso, é necessário que o
conhecimento sobre as hipóteses de leitura e escrita estejam a serviço do professor.
Este conhecimento o ajudará na organização de grupos produtivos, não com o
objetivo de organizar grupos homogêneos porque sabemos que cada um é um ser
único, e a maior riqueza do grupo está nas diferenças e nas possíveis trocas.
Além do conhecimento sobre o que os alunos pensam sobre a leitura e a
escrita o professor precisa considerar outros aspectos como: Que objetivos tenho
trabalhado com esta atividade? Qual o significado desta atividade para o meu aluno?
Representará um desafio? Eles terão problemas para resolver? Estas, dentre outras
interrogações sempre são fundamentais na hora de planejar uma atividade.
É de suma importância que teoria e prática estejam entrelaçadas com o
comprometimento político da comunidade escolar. Estes aspectos são de caráter
fundamental para que ocorra uma mudança efetivamente inovadora nas atividades.
No exercício profissional de hoje, é preciso reacender nossos múltiplos
olhares – romper com as visões enviesadas, esvaziadas de significados, o que
requer atitudes investigativas e reflexivas que se constituam em instrumentos para a
construção do conhecimento.
Aprendemos a refletir, estruturando nossas hipóteses na interação e na
troca com o grupo, pois a ação, a interação e a troca movem o processo de
aprendizagem.
A socialização da reflexão sobre a prática pedagógica dinamiza o processo
de formação permanente. A função do educador é interagir com seus educandos
para coordenar a troca na busca do conhecimento.
Com este novo olhar, obtem-se outra postura do educador, como aquele
que deixa de ser a fonte exclusiva de informações e que conhece o aluno como
31
interlocutor, valorizando-o como ser cognoscente que reconstrói o conhecimento;
isto significa perder um pouco o papel de “ensinante”. Significa ganhar um papel que
é mais respeitável e decisivo para alcançar os objetivos educativos: tornar possível
que todos os alunos avancem e estejam interessados em sua aprendizagem.
Não foi discutido o papel do coordenador!
32
6 REFERÊNCIAS
Falta adequar às normas da ABNT. Exemplo:
ABUD, M. J. M. O ensino da leitura e da escrita na fase inicial de escolarização. São Paulo: EPU, 1987.
Colocar aqui apenas os textos citados no corpo do texto, e não todos os textos consultados.
ABUD, Maria José Milharezi. O Ensino da Leitura e da Escrita na Fase Inicial de
Escolarização. 1ª ed. São Paulo: EPU, 1987.
BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Fundamental: Língua
Portuguesa/Secretaria de Educação Fundamental - Brasília: MEC/SEF, 1998.
FERREIRO, Emília. Com todas as letras. 2ª Ed. São Paulo: Cortez, 1993.
FERREIRO, Emília. Reflexões sobre alfabetização. 24ª ed. São Paulo: Cortez, 2001.
Freire aparece referido no texto como 1978 – nenhuma destas três obras é desta
data
FREIRE, Paulo. Educação como Prática da Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1967.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 43ª Ed. São Paulo: Cortez, 2002.
KLEIMAN, A. Os Significados do Letramento. Campinas, São Paulo: Mercado de
Letras, 1995.
A obra de Lajolo citada no texto é de 1982 – nenhuma das abaixo
LAJOLO, Marisa. Leitura em crise na escola. São Paulo: Mercado Aberto, 1992.
LAJOLO, Marisa. Natureza interdisciplinar da leitura e suas implicações na
metodologia do ensino. Campinas: Mercado de Letras, 1995.
LAJOLO, Marisa. Do mundo da escrita para o mundo da leitura. São Paulo: Ática,
2005.
33
Não citado no texto – retirar LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e Pedagogos para
quê?. São Paulo: Cortez, 2002.
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, Adeus professora? Novas exigências
educacionais e profissão docente. 10ª Ed. São Paulo: Cortez, 2007.
MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC, volume 1, 2001. Já citado
acima como Brasil, 1998 - ?
Não citado no texto – retirar MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários a
educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2000.
Não citado no texto – retirar NEVES, Iara G. B. ET alli. Ler e escrever: compromisso
de todas as áreas. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 1998.
Não citado no texto – retirar PIAGET, Jean. Para onde vai a educação? Rio de
Janeiro, Olympio – Unesco, 1973.
Não citado no texto – retirar PIAGET, Jean e GRECO, P. Aprendizagem e
conhecimento. São Paulo: Freitas Bastos, 1974.
Não citado no texto – retirar SOARES, Magda. Letramento e Escolarização. In:
RIBEIRO, Vera Masagão (org.) Letramento no Brasil. São Paulo: Global Editora,
2003.
Não citado no texto – retirar TEBEROSKY, Ana. Aprendendo a escrever. 1ª Ed. São
Paulo: Ática, 2001.
VARGAS, Suzana. Leitura: Uma aprendizagem de prazer. 1ª ed. Rio de Janeiro:
José Olympio, 1993.
Qual das obras do autor é a citada no texto? Identificar com data e página
VYGOTSKY, Lev Semenovich. Pensamento e linguagem. SP, Martins Fontes, 1988.
VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. São Paulo: Martins
Fontes,1991.
VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. 7ª Ed. São Paulo:
Martins Fontes, 2007.
34
VYGOTSKY, Lev Semenovich e outros. Psicologia e Pedagogia. Lisboa: Estampa,
1977.
VYGOTSKY, Lev Semenovich e outros. Linguagem, desenvolvimento e
aprendizagem. 7ª Ed. São Paulo: Ícone, 2001.
ZORZI, Jaime Luiz. Dislexia, distúrbios da leitura-escrita... de que estamos falando?
Psicopedagogia. São Paulo: Salesianas, 1998.
35