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UNIVERSIDADE ANHANGUERA- UNIDERPCENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CURSO DE PEDAGOGIA
Aprendizagem e Desenvolvimento Social da Criança, Direitos Humanos e Introdução à Educação Virtual.
PATRICIA CRISTINA SILVA RODRIGUES
RA: 1299109560
Integração escolar, inclusão escolar e educação especial.
MEU AMIGO MAIS QUE ESPECIAL
Tutora EAD – Priscila Lourenço
São José dos Campos / SJC
UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP
2015
Introdução
Entendo como conceito de Integração escolar, o processo de adequação do
aluno a realidade da escola em todos os seus aspectos, físicos, espaciais e
pedagógicos, em outras palavras, o aluno teria que se adaptar à escola, em todos os
sentidos, independente de sua condição física, psicológica e mental.
Para Inclusão Escolar, é possível definir como o processo de adaptação da escola
para que os educandos que lá chegarem tenham um ensino de qualidade a partir de
sua realidade e potencialidade independente de cor, raça ou condição social.
Já para Educação Especial, como o próprio nome diz, trata-se de uma educação
para pessoas com necessidades especiais, que é oferecidos em locais específicos e
especializados, em sua maioria, de acordo com a necessidade, e geralmente fora do
horário regular de ensino.
Visando um projeto de inclusão, pensamos em uma atividade onde as crianças
teriam que desenhar o seu “amigo especial”, o tema da atividade foi “O meu amigo
diferente é especial”, além disso, perguntamos por que o seu amigo especial é
diferente. Para enriquecer mais o conteúdo conseguimos uma entrevista com
profissional do meio acadêmico e criamos um blog para divulgar e compartilhar
essas informações.
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Justificativa da Importância
É importante saber que a inclusão escolar partiu de dois processos: primeiro
do ponto de vista econômico, pois para o governo de uma forma geral ficava muito
alto os gastos com tipos diferentes de educação, ou seja, uma educação regular
para os “normais”, uma educação para deficientes físicos, e ainda outra educação
para deficientes mentais e psicológicos.
O segundo ponto foi a questão pedagógica, que de certa forma veio resolver em
partes os problemas com os altos gastos com os vários tipos de educação.
A solução foi unir recursos em todos os modelos das várias educações, e a
partir daí desenvolver conteúdos curriculares que pudessem ser trabalhados em
salas de aulas, metodologias que possibilitassem o atendimento de todos no mesmo
ambiente, mas para que isso ocorresse, foi preciso fazer adaptações e até mesmo
oferecer atendimento especializado àqueles que verificassem tal necessidade.
No Brasil a educação especial é oferecida por entidades como as APAEs, apesar de
ser assegurado por lei o direito a uma educação inclusiva. E essa educação tem tido
uma relevância muito grande, pois ainda que o direito a educação seja assegurado
por lei, nem todos se adéquam as escolas regulares, muitas vezes por estas não
estarem preparadas para recebê-los, nem os profissionais envolvidos estarem
capacitados. Tudo isso aliado à falta ainda de políticas públicas mais efetivas para
que a educação inclusiva aconteça de verdade.
O projeto em questão é bastante interessante e importante, pois através dos
desenhos e comentários dos alunos poderemos observar se existe algum tipo de
preconceito ou recusa de algumas crianças, como é o seu dia-a-dia na escola, as
suas atividades.
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Objetivos do Projeto
O objetivo é tentar entender como os alunos veem as crianças “especiais”
nesse processo de inclusão, e compreender como é a relação de amizade entre
eles, se existe respeito mutuo, se esta amizade é sólida e vai além do ambiente
escolar e também se as escolas e os profissionais estão aptos a receber estes
alunos especiais e fazer o trabalho pedagógico e de socialização necessária.
Ampliar os conhecimentos, viabilizando e proporcionando para a criança uma
interação de forma dinâmica, criativa e prazerosa, aguçando a criatividade e o
desejo de transformação e desenvolvimento da mesma.
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Desenvolvimento
Etapa 1- Coleta de desenhos e relato das crianças com o tema “Meu amigo diferente é especial”.
1º Relato: Isabella retratou o quanto seus amigos diferentes são especiais..
Esta é uma turma de 4º ano do ensino fundamental de uma escola privada, com três inclusões na mesma classe.
Renato tem Síndrome de Down, Gabriel tem Síndrome de Asperger e Cauã tem Síndrome de Rett.
Como ela mesma disse, é um PRIVILÉGIO ter tantos amigos especiais. Gosto muito de todos eles. Os conheci aqui na escola e me dou bem com todos. Eles são especiais porque tem algumas dificuldades, mas para mim são todos iguais porque brincamos, corremos e damos risadas juntos.
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2º Relato: Marina tem 8 anos e está cursando o 2º ano do ensino fundamental. Ela desenhou seu amigo Matheus que também tem 8 anos. Ele nasceu com 5 meses e ficou no hospital até os 2 anos de idade. Matheus tem dificuldades físicas, motoras e cognitivas. È uma criança muito alegre e comunicativa apesar de suas limitações na fala.
Ao retratar Matheus, Marina diz que ele é um amigo muito querido e divertido, foi a primeira a fazer amizade com ele na escola. Ele é especial porque precisa de cuidados e ela gosta muito de brincar e ajudar a cuidar dele. Matheus está doente e não tem vindo para a escola e Marina diz sentir saudades dele.
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3º Relato: João tem Síndrome de Down, tem 9 anos e está cursando o 4º ano do ensino fundamental.
Ele é bem legal, eu gosto de brincar com ele. Na hora do recreio nós sempre lanchamos juntos. Às vezes ele não quer conversar e eu respeito esse momento. Conheci o João aqui na escola. Ele é diferente porque tem síndrome de down, mas para mim ele é um bom amigo. Relato de Gabriel (9 anos ) sobre seu amigo especial.
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Etapa 2- Entrevista com um educador sobre dificuldades enfrentadas no exercício da função com alunos portadores de deficiências físicas ou mentais
Entrevistado: Ariane MoreiraIdade: 33 anosFormação: Pedagoga / Biologia
Como foi sua reação ao saber que teria um aluno especial?R: A princípio fiquei receosa e confesso que com medo de não dar conta de tanta responsabilidade.
Como conseguiu desenvolver essa tarefa? R: Fui muito bem assessorada pela coordenação e equipe pedagógica da escola.
Quais os métodos que utilizou para ajudar a criança na aprendizagem?R: Estudei muito sobre cada inclusão, quais eram suas limitações e o que eu poderia estar desenvolvendo para ajuda-los. Busquei auxilio com especialistas em inclusão e desenvolvemos atividades que eles poderiam estar realizando dentro de sala de aula junto com todos os outros colegas.
Qual foi a maior dificuldade?R: Foi trabalhar o meu lado emocional.
Como docente qual a sensação de ter um aluno especial e saber que você esta o ajudando a se desenvolver cada dia melhor? R: É um desafio diário, constante, mas é acima de tudo muito gratificante saber que aquela criança cresce e se desenvolve a cada dia com a sua ajuda. È necessário muito amor e dedicação e eu amo trabalhar com esses alunos. Na verdade, eles é que me fazem me sentir especial.
Quais atividades proporcionava? R: Depende, no que diz respeito a um aluno que tem a síndrome de asperger tive que trabalhar a questão social, tive que ser uma mediadora entre este aluno e os demais no momento das atividades em grupo e nas brincadeiras. Em outro caso, uma criança com paralisia cerebral eu trabalhava mais com a coordenação motora, pois o cognitivo era mais preservado do que a motora. No caso de um aluno com síndrome de down o trabalho era feito de uma maneira mais lúdica, com jogos, tablets entre outros recursos adaptados.
Como era o convívio com outras crianças?R: Tínhamos um aluno com Asperger e essa síndrome requer muita paciência, pois a criança tem seus momentos de agitação e acabava muitas das vezes atrapalhando a concentração de algumas crianças, contudo algumas crianças ficavam irritadas com o colega. Mas no geral sempre foi muito bom e produtivo.
Como era a resposta dada desse aluno as suas atividades e expectativas?R: Dependendo da atividade, eles se recusavam a fazer naquele exato momento, depois realizavam, mas no geral a resposta era positiva.
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Como era a sala e o número de alunos?R: A sala era bem ampla e tínhamos 23 alunos.
A escola era projetada considerando a inclusão de alunos com deficiências físicas e mentais?R: Sim, a escola era muito bem preparada para receber todos os tipos de necessidades físicas ou mentais, com sala de recursos com profissionais capacitados.
Como era o espaço físico em relação a solos e rampas?R: Espaço físico muito bem elaborado, com toda infra estrutura para receber as crianças, contando inclusive com elevador. Há recursos e tecnologias assistivas para trabalhar com esses alunos?R: Sim.
Há cursos de formação continuada periódica para capacitação dos docentes?R: Sim, a coordenação pedagógica juntamente com a psiquiatra se reuniem periodicamente para tratar caso a caso.
Há reunião periódica de discussão de casos e estratégias para inclusão dos alunos com deficiência?R: Sim, as reuniões eram semanais, todas as quartas-feiras e quando necessário mais de uma vez na semana.
Os horários de intervalos são diferenciados entre Educação Infantil e Ensino Médio?R: Sim, os horários eram diferentes.
No intervalo tem brincadeiras dirigidas para alunos especiais com acompanhamento de monitores?R: Brincadeiras dirigidas para os alunos especiais exatamente não, pois é no momento do intervalo que tentamos inteirai-los com as outras crianças de maneira que todos possam participar das brincadeiras e os monitores acompanham o tempo todo.
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Considerações Finais
Diante de todas as discussões feitas, e a pesquisa realizada, é possível
concluir que a inclusão escolar é necessária, e que é grande o número de crianças
com necessidades especiais e que precisam de auxílio eficiente e de qualidade.
Por outro lado é triste constatar que a inclusão escolar, ainda que garantida por lei,
tem sido ignorada em muitas escolas, e em muitas delas, faz-se de conta que inclui,
matricula-se o aluno, mas não dá o ensino e oportunidade que ele tem direito.
Ainda pior é saber que os governantes que deveriam zelar pela aplicação da lei, são
os primeiros a negá-la, quando não promovem políticas públicas que favoreçam a
inclusão, e muito menos promovem adequações necessárias nas escolas para que
estas possam atender aos alunos com necessidades especiais.
E por fim, muitos professores não se esforçam para se prepararem para essa
realidade, simplesmente se acomodam.
É de suma importância a Educação Inclusiva, haja vista que em especial aqui
no Brasil, um país multicultural e multirracial, com enormes desigualdades sociais, e
um número grande de pessoas com as mais variadas “necessidades especiais”, que
haja de fato uma Educação Inclusiva.
Para tanto, a Educação Especial não basta ser apenas garantida por lei, é preciso
que a mesma lei que a garante, seja também o instrumento que a faça ser
cumprida.
Para isso, os governantes precisam dá mais atenção para a Educação Especial,
promovendo políticas públicas, e facilitando o acesso para todos de dela
necessitam, para que desta forma, a Educação Especial atinja a sua real finalidade.
Para concluirmos e divulgarmos esse trabalho foi criado o blog “Amigo mais que
especial” e te convidamos para visita-lo.
https://amigomaisqueespecial.wordpress.com/
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Referências Bibliográficas
MANTOAN, Maria T. E.; PRIETO, Rosângela G.; AMORIM, Valéria. Igualdade e diferenças na escola: como andar no fio da navalha (Introdução), 2007.
MANTOAN, Maria T. E.; PRIETO, Rosângela G.; AMORIM, Valéria. Inclusão Escolar: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2006, p. 15 e 16.
MENDES, E. G. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil. Revista Brasileira de Educação v. 11 n. 33 set./dez. 2006. Disponível em: https://docs.google.com/open?id=0B1lfOtr2UH-EcHB5UV9iYXMyNVE Acesso em: 04 out. 2012.
PEREIRA, Marilu Mourão. Inclusão Escolar: um desafio entre o ideal e o real. Disponível em: www.portaleducação.com.br acessado em 08/04/2014.
SOARES, Maria Alice Bicudo. A Educação Inclusiva e os obstáculos a serem transpostos. Jornal dos Professores, nº 343, p. 15. Ano: XXXVIII. Centro do Professorado Paulista: fevereiro de 2003.
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