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Comentário do Novo Testamento 1 e 2Tessalonicenses, Colossenses e Filemom

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Comentário do Novo Testamento

1 e 2Tessalonicenses, Colossenses e Filemom

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Comentário do Novo Testamento – 1 e 2Tessalonicenses, Colossenses e Filemom © 1998, Editora Cultura Cristã. Publicado originalmente em inglês com o título New Testament Commentary, I and II Thessalonians

© 1955, Colossians and Philemon © 1964, por Baker Books, uma divisão da Baker Books House Company, P.O. Box 6287, Grand Rapids, MI 49516-6287. © 1993 Simon J. Kistemaker. Todos os direitos reservados.

Conselho Editorial

Antônio CoineCarlos Henrique Machado

Cláudio Marra (Presidente)Filipe Fontes

Heber Carlos de Campos Jr.Marcos André Marques

Misael Batista do NascimentoTarcízio José de Freitas Carvalho

Produção Editorial

Tradução1 e 2TessalonicensesHope Gordon e Valter Graciano MartinsColossenses e FilemomÉzia Cunha MullinsRevisãoMadalena TorresSandra Dantas LimaEditoraçãoZenaide RissatoCapaJimmy de Almeida

A posição doutrinária da Igreja Presbiteriana do Brasil é expressa em seus “símbolos de fé”, que apresentam o modo Reformado e Presbiteriano de compreender a Escritura. São esses símbolos a e seus catecismos, o Maior e o Breve

publicadas espelhem sempre essa posição. Existe a possibilidade, porém, de autores, às vezes, mencionarem ou mesmo

endosso integral, pela denominação e pela Editora, de todos os pontos de vista apresentados. A posição da denominação

H4986c Hendriksen, William Comentário do Novo Testamento – 1 e 2Tessalonicenses, Colossenses e Filemom / William Hendriksen; traduzido por Ézia Cunha Mullins, Hope Gordon e Valter Graciano Martins. _ São Paulo: Cultura Cristã, 2019, 3ª ed.

Tradução New testament commentary, 1 and 2Tessalonians; Colossians and Philemon

ISBN 978-85-7622-766-3

1. Comentário bíblico 2. Novo testamento 3. Teologia Bíblica

I.Título CDU 2-277

EDITORA CULTURA CRISTÃRua Miguel Teles Júnior, 394 – CEP 01540-040 – São Paulo – SP

Fones 0800-0141963 / (11) 3207-7099 – Fax (11) 3209-1255 www.editoraculturacrista.com.br – [email protected]

Superintendente: Haveraldo Ferreira VargasEditor: Cláudio Antônio Batista Marra

1 e 2Tessalonicenses1ª edição 1998 – 3.000 exemplares2ª edição 2007 – 3.000 exemplares3ª edição 2019 – 3.000 exemplares

Colossenses e Filemom1ª edição 1998 – 3.000 exemplares2ª edição 2007 – 3.000 exemplares3ª edição 2019 – 3.000 exemplares

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SUMÁRIO

........................................................................... 7

I. Motivos para o estudo dessas epístolas ...................................... 11II. A fundação da Igreja ................................................................... 13

.............................................. 19A. 1Tessalonicenses .................................................................... 19B. 2Tessalonicenses ................................................................... 22

IV. O tempo e o lugar ....................................................................... 24V. Autoria ........................................................................................ 27

A. De 1Tessalonicenses .............................................................. 27B. De 2Tessalonicenses .............................................................. 36

VI. Conteúdo geral............................................................................ 41A. De 1Tessalonicenses .............................................................. 41B. De 2Tessalonicenses .............................................................. 43

Capítulo 1 ......................................................................................... 49Capítulo 2 ......................................................................................... 73Capítulo 3 ......................................................................................... 97Capítulo 4 ......................................................................................... 115Capítulo 5 ......................................................................................... 143

Capítulo 1 ......................................................................................... 179Capítulo 2 ......................................................................................... 195Capítulo 3 ......................................................................................... 225

............................................ 245

............................................. 245

............................................ 249

..................................................... 477

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45INTRODUÇÃO

COMENTÁRIO DE

1TESSALONICENSES

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SUMÁRIO DE 1TESSALONICENSES 1 E 2 (ou 1.1–3.5)

O autor lembra aos tessalonicenses, ao mesmo tempo que oferece ações de graça por eles, de como o evangelho lhes veio, como genuína obra de Deus e não como produto da fraude humana.

Esta seção compreende ações de graça do apóstolo e sua defesa por meio de reminiscência.

No capítulo 1, as ações de graça predominam, mas há por trás uma sugestão de defesa contra as más línguas dos adversários. No capítulo 2 a defesa predomina, embora a gratidão continue.

Esta seção, portanto, pode ser resumida assim:

1.1 Nomes dos remetentes e destinatários, saudação

1.2-10 Ações de graça com indícios de defesa1.2,3 Razão imediata das ações de graça

a presença de frutos do Espírito na vida dos crentes tessa-lonicenses:

Seu trabalho resultante da féSeu esforço motivado pelo amor

1.4-10 Motivo de longo alcance pelas ações de graça (nas quais é fácil detectar a sugestão de defesa)sua eleição desde a eternidade. As provas:

Subjetivas, na maneira admirável com que essa mensagem e esses mensageiros têm sido recebidos e a nova fé difundida, sinal da operação do Espírito no seio da igreja, o que é, por sua vez, prova da eleição divina.

caráter genuíno desta operação.

2.1-20 (ou 2.1–3.5) Defesa com ações de graça contínuas2.1-16 Apologia por sua vida, isto é, a defesa de Paulo pela sua

maneira de vida em Tessalônica, a defesa de sua mensa-gem, motivação e método (com uma nota de gratidão a

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Deus pelo modo como a mensagem foi aceita por aqueles que se voltaram a Deus)

2.17-20 (ou 2.17–3.5) Apologia por sua ausência, isto é, a defesa de Paulo pela sua partida repentina e por continuar longe de Tessalônica

COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO

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CAPÍTULO 11TESSALONICENSES 1.1-10

1 Senhor Jesus Cristo: A vocês, graça e paz.

2 Sempre damos graças a Deus por todos vocês, fazendo menção (de vocês) em nossas orações, 3 lembramos continuamente a sua obra resultante da fé, o (seu) esforço motivado pelo amor e (sua) perseverança inspirada pela esperança21 em nosso Senhor Jesus Cristo na presença de nosso Deus e Pai. 4 Sabemos, irmãos, amados de Deus, da eleição de vocês, 5 porque22 o nosso evangelho não chegou a vocês somente em palavras, mas também em poder e no Espírito Santo e em plena convicção, assim como vocês (bem) sabem como procedemos entre vocês, por sua causa. 6 De fato,

-lação receberam com alegria a palavra comunicada pelo Espírito Santo. 7 E, assim, tornaram-se um exemplo a todos os crentes da Macedônia e da Acaia. 8 Porque, de

por toda parte tornou-se conhecida a fé que vocês têm em Deus. Como resultado, não

foi o nosso ingresso entre vocês, e como se converteram daqueles ídolos [de vocês] a

quem ressuscitou dos mortos: Jesus, que nos livra da ira vindoura.

1.1-101.1. -

mos à pessoa para quem ela será enviada; por exemplo, primeiro damos o nome do destinatário; depois ele é cumprimentado:

“Prezado amigo,”Na conclusão da carta escrevemos nosso nome, assim:

“Atenciosamente,Fulano de tal”

Nos tempos de Paulo, entretanto, uma carta começava com o nome do remetente. Em seguida, vinha o nome da pessoa (ou pessoas) a quem

essa linguagem transmite pouco em nossa língua.pelo fato de

que nosso evangelho”, etc.

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se escrevia, e ao nome se juntava a saudação costumeira. Exemplos são Atos 15.23 e 23.36. Esta epístola também: Paulo e Silvano e Timóteo.

Visto que o grand -

nomes daqueles que, com ele, trabalhavam para trazer o evangelho aos tessalonicenses, os cooperadores que, na ocasião de escrever a carta, estavam com ele.

Saulo. Esse nome hebraico era muito apropriado porque seu portador pertencia à tribo de Benjamim, a mesma da qual viera o rei Saul (o nome é o mesmo) alguns séculos antes

Mas como

estranheza que, na ocasião de sua circuncisão (cf. 1.59), lhe tenha sido dado um nome romano (em latim, Paulus, cf. nosso Paulo) além do nome judaico (Saul ou Saulo).

Ora, o nome romano era parecido, no som, com o nome judeu, embora não no sentido.23 O sentido do nome romano – Paul-us, tam-bém escrito Paullus (por paurulus; cf. parvus), daí o grego Paul-os (cf. pau=roj) – é pequenoespecial no sentido deste nome, ou comentam a respeito. Agostinho,

de paullum modicum quidtrês côvados de altura”. Os Atos de Paulo e Tecla descrevem-no como sendo: “calvo, de pernas tortas, forte na estrutura, homem pequeno no tamanho, com sobrancelhas que se encontravam, nariz um tanto grande. Cheio de graça, pois às vezes parecia homem e às vezes tinha rosto de anjo”. Outros ressaltam que, qualquer que tenha sido a estatura física de Paulo (cf. 2Co 10.10), espiritualmente foi destinado pela graça soberana de Deus para ser visto como bem : “O menor de todos os santos” (Ef 3.8). Seja como for, nem Paulo em qualquer de suas epístolas, nem Lucas, dá indicações diretas de ter atri buído valor ao sentido do nome, quer em hebraico, quer em latim. Pelo menos uma coisa é certa, segundo se vê em 1Tessalonicenses 1.1, e é aí que deve estar a ênfase: em Paulo não ter imediatamente acrescentado ao seu

hebraico com terminação helenizada, para ser usado em ambiente de fala grega? Ou, melhor, por que não foi chamado simplesmente Saul-os (em lugar de Paul-os)?”. Isso, porém, não teria sido muito agradável. Quem é que gostaria de ser chamado de solto, devasso, escarranchado, gingador (sau=loj)?

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Como já foi dito (veja p. 31,32), enquanto escreve, está consciente de sua autoridade.

Associados com ele, apoiando plenamente tudo o que ele diz, estão

silvícolas e selva, por exemplo. N.T.). O nome em si não tem relação com a personalidade desse cooperador cristão nem com o lugar onde nasceu. É uma mera transposição de sons. Do que provavelmente se originou um nome ara-maico (com um sentido igual ao de Saul) vem o grego Silas, e o latim Silvan-us

Paulo com toda naturalidade se refere à mesma pessoa como Silvan-us (-os), assim como fala em si como Paulu-us (-os). Uma comparação das passagens nas cartas de Paulo com as de Atos deixa transparecer que Silas e Silvanus se referem à mesma pessoa, com certeza quase absoluta. Esse homem se destaca durante a reunião do concílio em Jerusalém (At 15.22,27,32), e foi enviado com Paulo a Antioquia para comunicar àquela cidade a decisão do concílio. Já dissemos (veja itens (6) e (7), p. 31-33) que, depois da discussão entre Paulo e Barnabé, com referência a João Marcos, a quem Paulo recusou levar

para lhe fazer companhia e para desempenhar missões especiais; e que, depois da segunda viagem, o livro de Atos não se refere mais a ele. Também nas epístolas de Paulo as referências sobre Silvano sempre indicam a segunda viagem (2Co 1.19; 1Ts 1.1; 2Ts 2.1). A questão de saber se o Silvano mencionado por Pedro (1Pe 5.12) é a mesma pessoa, e da relação exata entre um e outro, não precisa deter-nos aqui.

Se a menção de Silas, associado com Paulo no envio da carta, não

que ele, tanto quanto Silas, trabalhou com Paulo em Tessalônica já foi explicada (II. A fundação da igreja, p. 13ss.). Mas, além de cooperar ali

visto lá (1Ts 3.1,2,6).

informação fornecida será resumida no momento certo (veja CNT 1 e 2Tm e Tt).

A ordem em que os três são mencionados é a que haveríamos de esperar: primeiro Paulo, porque ele é o apdo termo. É ele quem escreve (isto é, quem dita) a carta. O segundo pela ordem é Silvano, que, com certeza, era o mais velho dos dois

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companheiros, e estivera com Paulo desde o começo da viagem em que

parece ter sido o mais jovem, e que passou a fazer parte do pequeno grupo de missionários no meio da viagem já em andamento (At 16.1-3). Os três estão escrevendo (e no contexto imediato estão transmitindo24 uma saudação à igreja dos tessalonicenses. O termo traduzido 25 é (cf. o adjetivo eclesiástico). Originalmente indicava a assem-bleia popular, como as de Atenas, onde todo cidadão livre podia votar. Na Septuaginta (tradução grega do Antigo Testamento), refere-se à comunidade de Israel (estando ou não reunida em assembleia para um

companhia daqueles

(cf. 1Pe 2.9), que a. como aqui, sejam vistos como constituindo um grupo local de adoradores (congregação de crentes), b. como em Efé-sios 1.22, todo o corpo de crentes, ou c. como em 1 Coríntios 11.18,

Não está muito claro por que Paulo emprega a expressão “dos26 tessalonicenses” em vez de “em Tessalônica” (que é a forma mais usual; cf. Rm 1.7; 1Co 1.2; 2Co 1.1; Fp 1.1; Cl 1.2). É evidente, porém, que a expressão os tessalonicenses indica todos membros da igreja fundada muito recentemente (e ainda existente pela sua união vital) em Deus o Pai, e no Senhor Jesus Cristo. A combinação dos dois termos (a. Deus

em: que está fundamentado em ) estaria indicando que os dois são completamente coordenados, isto é, que há referência tanto à primeira quanto à segunda pessoa da Trindade Santa.27 Observe também a natureza trinitarista dos versículos 3-5. Daí a terceira pessoa (o Espírito Santo) mencionada no versículo 5 já está subentendida no versículo 1. Paulo frequentemente faz menção dos três juntos numa série de textos ligados intimamente uns aos outros (2Ts 2.13-14; 1Co 12.4-6; 2Co 13.13; Ef 2.18; 3.2-5;

24. t$= e)kklhsi/# é às vezes chamado do dativo de transmissão.25. Em inglês, church (cf. o alemão kirche, o holandês kerk) também é, muito provavelmente,

relacionado com o grego kuriako/j-h/-o/n26. Talvez seja melhor não procurar uma razão profunda por que o artigo foi omitido no original.

Alguns, contudo, sugerem que a razão poderia ser que não todos, mas apenas alguns dos habitantes de Tessalônica teriam se convertido. Muito mais simples é a explicação dada por A.T. Robertson e outros, ao dizer que tessalonicenses(o que acontece também em inglês). Ficamos com a tradução da “Atualizada” – “dos tessalonicenses”.

27. Assim também em 2Tessalonicenses 1.2. Se a ideia fosse: “do Deus trino por meio de Jesus Cristo” teríamos previsto duas preposições, a)po/ e dia/ . Concordo com Lenski (obra citada, p. 219) e outros que dizem que a expressão (1Ts 1.1; 2Ts 1.1) aqui se refere à primeira pessoa da Trindade. Cf. A.M. Perry, “Translating the Greek Article”, JBL 68 (Dez., 1949), p. 329-334.

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3.14-17; 4.4-6; 5.18-20). Referindo-se à segunda pessoa emprega aqui o nome completo: o Senhor Jesus Cristo.

Na Septuaginta, o nome Senhor (ku/rioj) se traduz Jeová, o Deus de Israel. É mais empregado como tradução de Jeová do que em outro sentido (por vezes é equivalente a Adon, Adonai, Baal, etc.). Ora, os judeus eram monoteístas rigorosos. Contudo Paulo, embora judeu, repetidas vezes dá a Jesus o título de Senhor. Isso mostra que, no pen-

a mesmíssima essência é possuída pelo Pai e pelo Filho (também pelo Espírito, 2Co 13.14). Para Paulo, Jesus é nosso Senhor, porque: a. ele é a segunda pessoa da Trindade Santa (1Co 13.3; Fp 2.11), é exaltado acima de tudo, o legítimo objeto de adoração b. ele nos fez (Cl 1.3,16), e c. ele nos comprou (remiu) com seu precioso sangue (Cl 1.3,14); por-tanto, a ele pertencemos de corpo e alma, na vida e na morte e por toda a eternidade. A ele devemos nossa lealdade completa. Essa descrição de Jesus como Senhor não se derivou do mundo pagão, nem necessaria-mente de comunidades cristãs em cidades tais como Antioquia, Tarso e Damasco. Nada disso. Paulo a “recebeu” dos primeiros discípulos. A Igreja primitiva em Jerusalém (os crentes de fala aramaica e depois também os crentes de fala grega) já usavam o título como referência a

Senhor” ou simplesmente “Vem, Senhor”.28 Jo 20.28; At 6.1 revelam que a Igreja primitiva em Jerusalém era bilíngue).

Ao título Senhor, Paulo acrescenta o nome Jesus. Esse nome, Jesus, em português, provém do latim, derivado do nome bem semelhante no grego (’Ihsou=j). Esta, por sua vez, é a forma helenizada do hebraico bíblico menos antigo Jeshuapor exemplo, Esdras 2.2), a contração de Jehoshua (cf. Joshua, Josué,

Jeová. Por outra abordagem tem sido explicado como indicando: ele certamente salvará (o que concorda com Mt 1.21). Consequentemente, dando esse nome ao Mediador, Deus quis indicar que: a. ninguém

salvação é concedida através da pessoa e obra daquele que, por sua natureza divina, é o Filho de Deus, e que, por sua natureza humana, é o

se ver o uso, a derivação e o sentido da palavra ku/rioj, consulte J.Y. Campbell, artigo “Lord” em (organizado por Alan Ricardson), Nova York, 1952; também J.G. Machen, The Origino f Paul’s Religion, Grand Rapids, 1947 (reimpresso), capítulo 8; e G. Vos, , Nova York, 1926, capítulo 9.

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Filho de Maria; d. é ele que salva, e somente ele. Ninguém mais em toda a terra foi destinado para realizar essa tarefa.

Qualquer pessoa pode chegar a esse sentido com a leitura cuidadosa das quatro passagens seguintes:

Mateus 1.21: “E você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados”.

Mateus 11.27-30: “Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém conhece o Filho a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai a não ser o Filho e aqueles a quem o Filho o quiser revelar. Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.

João 14.6: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim”.

Atos 4.12: “Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu, não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos”.

Finalmente, ao título, Senhor, e ao nome pessoal, Jesus, é acrescen-Cristo,29 o qual é equivalente em grego ao Messias

em hebraico. É evidente, pois, que, para Paulo, Jesus foi o cumprimento da profecia. O ungido de Deus ( por Deus para desempenhar a tarefa de salvar seu povo).

“o Senhor Jesus Cristo”, Paulo indica que aquele que é assim chamado, juntamente com Deus o Pai, pode ser e é realmente a fonte de bênçãos contidas na saudação que agora é pronunciada: Graça e paz a todos vo-cês. A forma dessa saudação pode ter sido sugerida pela combinação das formas usuais de cumprimentos em grego e hebraico. Paulo, entretanto, aprofunda e espiritualiza ambos.30 graça (xa/rij) cerca de cem vezes em suas treze epístolas. No Antigo Testamen-to, a palavra designa graça nos movimentos ou na beleza (Pv 31.30), ou então favor (Gn 6.8). Deve-se distinguir as várias nuanças de sentido que a palavra adquire nas epístolas de Paulo mais ou menos assim:

(a) sua bondade. Com respeito a este item, muitas vezes a referência tem

29. Sobre esse nome, veja G. Vos, obra citada, capítulo 8.30. Veja M.M., p. 685.

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sido 2Coríntios 8.9: “Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo”. (Entretanto, em relação a essa passagem, o sentido (b) pode também ser considerado.)

(b) O favor para com seu povo que resulta dessa bondade de atitude e que se manifesta neles: a. no livramento deles da culpa e do castigo do pecado; b. no dinamismo da operação transformadora do Espírito Santo nos

Deus, esse favor é inteiramente soberano e incondicional; por parte do homem, é totalmente imerecido (cf. Ef 2.8: “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus”). A salvação pela graça está em oposição à salvação pelas obras da lei.

(c) O estado de salvação, a soma total das bênçãos da salvação, ou, por vezes, de qualquer bênção ou dom em particular, visto (em cada caso) como dom gratuito (cf. Rm 5.2: “esta graça na qual estamos

proporção do dom de Cristo”).(d) A que é a reação do crente quando, guiado pelo Espírito,

bondade de Deus para com ele. Cf. 2Coríntios 2.14: “Graças, porém, a Deus...”

No presente texto (em 1Ts 1.1), o sentido (b) parece ser o mais adequado. Paulo se utiliza das “saudações” (xai/rein) que comumente se usava em cartas no mundo de fala grega (cf. também At 15.23; 23.26; Tg 1.1), e aprofunda a ideia para que seja “graça” ( xa/rij): o amor de Deus por aqueles que nada merecem seu favor imerecido operando no

paz.Esse acréscimo é natural, pois quando se recebe a graça, passa a

existir paz (ei)rh/nh) no coração, a consciência de ter sido reconciliado . A graça é a fonte, e a paz é a corrente de

água que emana desta fonte (cf. Rm 5.1). É quase impossível duvidar que nessa paz haja uma íntima relação com o shalom hebraico. Shalom é (cf. Jz 19.20): inteireza, prosperidade, bem-estar; e aqui (1Ts 1.1), bem-estar espiritual. É a paz da qual Jesus falou em João 14.27 (veja essa passagem). Paulo emprega a palavra mais de quarenta vezes.

Essa graça e paz têm sua origem em Deus o Pai, e foi o Senhor Jesus Cristo que as mereceu em favor do crente.

Qual é, na realidade, a natureza dessa saudação? Será uma excla-

uma exclamação. São da opinião de que nenhum verbo chega a ser

1TESSALONICENSES 1.1

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subentendido.31 Quando um homem diz ao outro: “Saúde!”, ele está articulando uma exclamação, e não usa verbo. Entretanto, todos en-tendem imediatamente que um verbo está subentendido, o sentido exato sendo: “Que você tenha saúde”. Assim também no presente caso. Paulo nunca emprega um verbo em suas saudações. João se utiliza do futuro do indicativoconosco”). Num contexto que se assemelha de perto ao estilo de Paulo em Efésios, Pedro emprega o optativo (1Pe 1.2). Compare:

Efésios 1.1-3

(...) aos santos... graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Se-nhor Jesus Cristo. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo.”

1Pedro 1.1-3

aos eleitos de Deus (...) Graça e paz lhes sejam multiplicadas. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo...”

31. Veja R.C.H. Lensk, Columbus, Ohio, 1937, p. 27.

32. O acréscimo “de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo” não tem apoio nos textos con-

33. Cf. Andrew W. Blackwood, , Nashville, 1939, p. 153. (Ele se

diferença essencial.) Veja também W. Heyns, Liturgiek, Holland, Michigan, 1903, p. 150: “Ela (a saudação) é uma declaração da parte de Deus de que ele habita no meio da congregação de crentes para abençoá-la com sua graça e paz”; e A. Kuyper, Onze Feredienst, Kampen, 1911,

1TESSALONICENSES 1.1

Pela semelhança da estrutura e contexto gerais dessas saudações, pode-se concluir com segurança que o verbo subentendido em Paulo se assemelha ao verbo expresso em Pedro. Veja também 2Pedro 1.2 e Judas 2, onde foi utilizada a mesma forma do verbo (do modo optativo). Por isso, não estão erradas as traduções (ou paráfrases) que dizem “Graça seja a todos vocês e paz”.32

Contudo, nessa altura exata surge uma interrogação. Não têm razão, pois, os que argumentam que a saudação é ? E não devemos, com toda honestidade, concluir que está errada a tomada de posição tradicional das igrejas com respeito à saudação quando a pronunciam no início do culto? E que também estão equivocados aqueles peritos em literatura que argumentam ser a saudação um ato de Deus pelo qual concede sua graça e paz àqueles que estão dispostos a recebê-la pela fé?33

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Cremos, contudo, que não há, de algum modo, espaço para essa conclusão. A tomada de posição tradicional da igreja está inteiramente correta. Tem a gramática a seu favor.34

natureza da saudação (como sendo uma declaração real de que Deus concede seu favor, e coloca sua bênção sobre o povo dele reunido na igreja) se harmoniza com minha ideia do que deve ser um culto baseado na Palavra? Ele corresponde com minha opinião do que seja o ofício do pastor? A pergunta é esta: Qual é o sentido verdadeiro da Escritura? E então, se o ensino da Bíblia contraria meu modo de pensar, que eu tente mudar, não o ensina, e sim, a minha maneira de pensar. Pois se não estou disposto a isso, devo dizer bem claramente: Não concordo com a Bíblia.

Ora, o fato de o ponto de vista tradicional ser correto torna-se claro tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Observemos o seguinte:

Números 6.24-26:Imediatamente depois das palavras da bênção arônica, lemos:

colocar do nome de Jeová sobre Israel, para que a bênção dele realmente re sultasse.

Lucas 10.5-6:“Quando entrarem numa casa, digam primeiro: Paz a esta casa.

Se houver ali um homem de paz, a paz de vocês repousará sobre ele; se não, ela voltará para vocês.”

1TESSALONICENSES 1.1

houver de bom, incluindo graça e paz; e sim, é Deus Trino, que invoca sobre vocês a graça e a

34. Dizer que um optativo subentendido indica que a saudação “não passa da expressão de um mero

no grego bíblico (da Septuaginta e do Novo Testamento).Alguns exemplos servirão para esclarecer o assunto. Segundo Marcos 11.14, Jesus disse à

no modo optativo. Mas esse optativo não expressou “um mero desejo”. Pelo contrário, o desejo

até as raízes (Mc 11.20).Mas especificamente, temos um uso semelhante do optativo no caso da bênção arônica

(Nm 6.24-26). O das formas verbais na passagem do Antigo Testamento (“que se realize”) indica bem , não um mero optativo na tradução Septuaginta desta passagem. Veja Gesenius-Kautzsch, Hebrew-Grammar, Oxford, 1910, p. 321.

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2João 3:

indicado anteriormente, foi empregado o modo indicativo. Há uma -

mente com a ideia do optativo expresso (Pedro e Judas) ou do optativo subentendido (Paulo), entendendo-se que este optativo expressa um

mero desejo).O que Paulo quis fazer entender aqui em 1Tessalonicenses 1.1,

-mido assim:

“Que a graça e a paz repousem sobre todos vocês. Como represen-

que isso realmente há de acontecer”.Duas objeções devem ser respondidas:(a) “Ora, não é verdade que a graça e a paz de Deus sempre perma-

é para que esta graça e esta paz sejam aplicadas de modo especialmente abundante com relação a esse culto público em particular (por exemplo, quando se lê esta carta ou qualquer parte dela).

(b) “Este conceito não se tornaria mecânico?” Muito pelo contrário. Estas bênçãos são derramadas sobre aqueles – e somente aqueles – que estão dispostos a aceitá-las pela fé (leia Lc 10.5,6, já citado).

2-3. Em cartas escritas por homens que foram contemporâneos de -

do que o destinatário está sendo lembrado em oração aos deuses. Não surpreende, portanto, que as epístolas de Paulo contenham um item parecido (veja também Rm 1.8; 1Co 1.4; Fp 1.3; Cl 1.3; 2Ts 1.3; 2Tm 1.3; Fm 4). A semelhança, porém, está na forma e não na essência. Os leitores, muitos dos quais convertidos recentemente do paganismo devem ter se admirado de esta carta ser tão diferente. Paulo e seus com-panheiros excluíram os deuses ídolos de sua carta tão decisivamente como os tessalonicenses os lançaram fora de suas casas. As ações de graça estão aí, mas dirigidas ao único Deus verdadeiro: Sempre damos graças a Deus por todos vocês.

O verbo “damos graças” (eu)xaristou=men) se relaciona com o substantivo “graças” (xa/rij; veja sobre 1.1, item d.). Paulo e os com-panheiros agradecem a Deus os frutos da graça encontrados no coração e na vida dos membros da igreja. Fazem isso continuamente, nunca omitindo um único dia. Reconhecem a unidade de fé, amor e esperança que caracterizam a comunhão dos membros: “por todos vocês”.

1TESSALONICENSES 1.2-3

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começam com gerúndios:v.2b: ‘mencionando-os em nossas orações”v.3: “recordando-nos da operosidade (...)”v.4: “reconhecendo (...) nossa eleição (...)”

As duas primeiras locuções indicam as circunstâncias que acompa-

faziam quando davam graças pelos tessalonicenses: como os men-

adornavam sua vida (obra resultante da fé, esforço motivado pelo amor, persistência inspirada pela esperança). A segunda locução, todavia, faz mais do que isso. Também começa dando indicação do motivo pelo qual os missionários estão tão agradecidos. Expressam sua gratidão por causa destes frutos. Essa é a razão imediata. Mas há também uma razão posterior“reconhecendo... a nossa eleição”.

Comecemos pelo primeiro desses modificadores. Paulo diz: fazendo menção (de vocês) em nossas orações. Parece-nos até que os mis sionários oravam (além, é claro, de orarem indivi-dualmente). Talvez tenham feito escala para dirigir a hora devocional. Essas orações não eram caracterizadas por palavras vagas. Pelo contrá-rio, as necessidades das várias igrejas eram mencionadas uma a uma, conforme a ocasião exigia. Não se exclui a possibilidade de terem sido men cionados nominalmente os vários membros.

Tais orações não consistiam apenas em uma série de pedidos, mas também em ações de graça, louvor e palavras de adoração. A Deus se dava a honra que se lhe devia pelas coisas maravilhosas que ele havia feito. E, realmente, esse é o assunto exato que é enfatizado aqui, como

lembramos continuamen-te a sua obra resultante da fé, o (seu) esforço motivado pelo amor e (sua) perseverança inspirada pela esperança em nosso Senhor Jesus Cristo na presença de nosso Deus e Pai.

Quanto ao sentido dessa linda passagem, os comentaristas têm opiniões bem diversas.35 Essa é a primeira vez em que ocorre a série

1TESSALONICENSES 1.2-3

35. As principais teorias estão melhor representadas pelas várias traduções que têm sido suge-ridas, das quais, apresentamos três:

“Lembrando sem cessar” (ou outra frase semelhante):(1) “sua obra de fé

E labor de amorE paciência de esperança.”

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COMENTÁRIO DA

EPÍSTOLA AOS

COLOSSENSES

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ESBOÇO DE COLOSSENSES

Tema:

– capítulos 1 e 2A. Essa verdade positivamente explanada – capítulo 1

2. Fervente ação de graças e oração3. A preeminência do Filho

a. Na criaçãob. Na redenção

4. Seu amor reconciliador para com os Colossenses e, como re-sultado, o dever destes de permanecer na fé

B. Essa verdade explanada não apenas positivamente, mas, agora, positiva e negativamente (cap. 2), sendo a última contra a “heresia colossense” com sua:

2. Cerimonialismo judaico3. Adoração de anjos4. Ascetismo

e, portanto, a Verdadeira Resposta aos perigos que os confrontam – capítulos 3 e 4A. Essa verdade aplicada a todos os crentes (3.1-17)

1. Os crentes devem ser consistentes. Devem viver em confor-midade com o fato de que foram ressuscitados com Cristo, que é a vida deles

2. Portanto, devem “fazer morrer” e “deixar de lado” os velhos vícios e

3. Devem “revestir-se” das novas virtudesB. Essa verdade aplicada a grupos especiais (3.18; 4.1)

1. Esposas e seus maridos2. Filhos e seus pais 3. Servos e seus senhores

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1. Incentivo à oração2. Ênfase na conduta sábia e palavras bondosas3. Uma boa palavra em favor de Tíquico e Onésimo, que foram

enviados portando notícias e encorajamento4. Saudações5. Pedido de troca de cartas6. Ordem clara e Arquipo

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ESBOÇO DO CAPÍTULO 1

Tema:

– capítulos 1 e 2 A. Essa verdade positivamente explanada (capítulo 1)

1.3-14 2. Fervente ação de graças e oração1.15-20 3. A preeminência do Filho

a. Na criação (v.15-17) b. Na redenção (v.18-20)

1.21-23 4. Seu amor reconciliador para com os Colossenses, e, como resultado, o dever destes de permanecer na fé

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CAPÍTULO 1COLOSSENSES 1.1-2

11 Paulo, mão, 2 aos santos e irmãos crentes em Cristo em Colossos; graça e paz a vocês da

parte de Deus, nosso Pai.

1.1-2

I.

1. Apesar de Paulo estar no mundo e de usá-lo, ele não é do mundo. Como escritor de cartas, lança mão dos recursos literários do mundo, mas nesse processo ele os transforma, elevando-os a um nível superior. Nos dias de Paulo, o homem do mundo, com frequência, iniciava uma carta escrevendo: a. o nome do escritor; b. o nome da pessoa (ou pes soas)

relação do remetente e dos destinatários Cristo Jesus”, “irmão em Cristo”), e falando a respeito da obra de Cristo (“graça e paz”) logo na saudação de abertura da carta.

Paulo, um apóstolo de Cristo Jesus. Ele se apresenta como sendo, no pleno sentido da palavra, um representante

sua nomeação e a sua autoridade. Foi do Senhor ressurreto e exaltado que Paulo havia recebido essa difícil, porém gloriosa, tarefa de ser um apóstolo dos gentios, não exclusivo, mas especialmente deles (At 9.5-6,15-16; 22.10-21; 26.15-18; Rm 1.1,5; Gl 1.1; 2.9).

Paulo prossegue: por vontade de Deus. Ele havia obtido esse alto posto não por (veja At 9.11), nem por – isso não combinava com Paulo – nem ainda por feita por outros ho-mens (Gl 1.1,16,17), e, sim, pela divina (Gl 1.15-16), tendo

(1Co 1.1; 2Co 1.1; Gl 1.1; Ef 1.1; 2Tm 1.1; cf. Rm 15.32; 2Co 8.5).Paulo acrescenta: e Timóteo, nosso irmão (cf. 2Co 1.1; Fp 1.1;

1Ts 1.1; 2Ts 1.1; Fm 1). Isso não

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Paulo em Éfeso durante a terceira viagem missionária (At 19.1,22), e pôde, portanto, tornar-se conhecido de algumas pessoas em Colossos que presumivelmente vieram, na época, ouvir Paulo (At 19.10). Ao

dar a entender que seu

estava enfatizando a intimidade do relacionamento entre os dois.

família espiritual. No entanto, é Paulo, e apenas Paulo, quem deve ser considerado o verdadeiro autor da carta (note as palavras “eu, Paulo”,

Paulo prossegue: aos santos e irmãos crentes em Cristo em Colossos. Os santos são aqueles que foram separados pelo Senhor a

os consagrados, e aqui são o Israel da nova dis-pensação, cuja tarefa é proclamar as virtudes de Deus (1Pe 2.9). Santos, então, são pessoas às quais o Senhor concedeu um grande privilégio e

são crentes. Então, aqui também a frase: “aos santos e irmãos crentes em Cristo” (note que a preposição a + o antes do segundo substantivo) expressa um pensamento, pois os santos que fazem jus ao seu chamado são, é claro, irmãos crentes, e isso “em Cristo”, por . O acréscimo das palavras “em Colossos” demonstra que essa carta foi escrita, em primeiro lugar, para aquela congregação, apesar de, num sentido secundário, também ser dirigida à igreja da vizinha Laodiceia (4.16) e, aliás, a cada uma das igrejas de toda a nova dispensação.

A saudação propriamente é a seguinte: graça e paz a vocês da parte de Deus, nosso Pai. Assim, é pronunciada sobre todos os santos e irmãos crentes em Cristo, em Colossos, a graça – isso é, o favor es-pontâneo e imerecido de Deus em ação –, sua soberana e graciosamente

paz, isto é, a certeza da reconciliação pelo sangue da cruz, a verdadeira plenitude

de “Deus, nosso Pai”. Portanto, o cumprimento grego “saudações” (chaírein, cf. At 15.23) e, em hebraico, “paz” (sh*l)m, cf. Jz 19.20) são aqui combinados, aprofundados e enriquecidos. A graça (cháris) é aquela referida em Efésios 2.8: “... pela graça vocês foram salvos por meio da fé, e isso não vem de vocês; é dádiva de Deus”. A paz (eir@n@)

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é aquela grande bênção que Cristo nos deu por herança como resultado

(Fp 4.7). Note a brevidade desta saudação que abre a carta. É quase a mais curta de todas as epístolas de Paulo (1Ts 1.1 contém o menor nú-mero de palavras: Rm 1.1-7 contém o maior). Aqui, em Colossenses, está faltando a referência adicional costumeira à segunda pessoa da Trindade: “e o Senhor Jesus Cristo” (como em Rm, 1 e 2Co, Gl, Ef, Fp, 2Ts e Fm), “e Cristo Jesus, nosso Senhor” (como em 1 e 2Tm), “e Cristo Jesus, nosso Salvador” (como em Tt). A razão disso é desconhecida. Uma coisa é certa:

Cristo. Não está tentando exaltar o Pai às expensas do Filho, pois essa é exatamente a epístola em que a segunda Pessoa da Trindade, sua preemi-nência sobre todas as criaturas, incluindo todas as hostes angelicais, e sua

são mais fortemente enfatizadas. Seria possível que qualquer menção ao Senhor Jesus Cristo seja aqui propositalmente omitida para que, em efeito

no verso 3, e referências posteriores a ele nos versos 4 e 7, e especialmente no parágrafo a respeito do amor de Deus nos versos 15-20.

Para mais detalhes sobre certos aspectos das saudações iniciais de Paulo, veja CNT, Introdução, em 1 e 2Tessalonicenses, Filipenses,

3 Quando oramos por vocês, damos sempre graças a Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, 4 porque ouvimos da sua fé em Cristo Jesus e do amor que vocês nutrem por todos os santos, 5 por causa da esperança que está preservada para vocês nos céus, da qual antes vocês ouviram na mensagem da verdade, a saber, o evangelho, 6 cuja entrada se fez sentir entre vocês, assim como no mundo inteiro certamente está produzindo fruto e crescendo – assim também tal acontece entre vocês desde o dia em que vocês ouviram e entenderam a graça de Deus no seu genuíno caráter, 7 como

favor, 8 e nos relatou do amor de vocês no Espírito.9 E por essa razão, desde o dia em que ouvimos isso não cessamos de orar por

vocês, pedindo que vocês possam ser cheios do pleno conhecimento da sua vontade [tal pleno conhecimento consistindo] em toda a sabedoria e conhecimento espiritual,

em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus, 11 sendo fortalecidos

longanimidade, 12 com alegria dando graças ao Pai que os capacitou à parte que lhes cabe por herança dos santos na luz 13 e que nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, 14 em quem temos nossa redenção, o perdão dos nossos pecados.

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1.3-14

II.

1.3-8

A.

3. Quando oramos por vocês, damos sempre graças a Deus. Em cartas daquele tempo, a saudação inicial era frequentemente se-guida de agradecimento. Assim, uma carta antiga diz: “Agradeço ao Senhor Serápis que me salvou imediatamente quando eu estava em perigo no mar.”25 Essa sequência – saudação seguida de ação de gra-ças – é também paulina.26 No entanto, Paulo não agradece a nenhuma divindade pagã e, sim, ao único Deus verdadeiro. A espontânea ação de

27 e que, segundo o testemunho sempre28 um elemento na oração em favor dos

colossenses, é oferecida a Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Rm 15.6; 2Co 1.3; 11.31; Ef 1.3; 3.14). Nosso Senhor, que tem

seu Soberano Mestre, a quem, como o Salvador Ungido, Paulo alegre-

é Filho por natureza . Ele tem o direito de chamar Deus de “meu Pai” (Mt 26.39,42), e de fazer a majestosa

25. A. Deissmann, Light from the Ancient East (traduzido do alemão por L.R.M. Strachan, quarta ed., 1992, p. 179,180).

26. Os comentaristas estão de acordo que, em quase todas as suas cartas, a ação de graças e/ou a doxologia seguem a saudação. Nos detalhes existe uma certa confusão. Segundo alguns comentaristas, completamente conservadores, em todas as cartas de Paulo, “exceto Gálatas”, a saudação inicial é seguida por ação de graças. Estão esses comentaristas despercebidos do fato de que, por implicação, estão capitulando a autoria paulina de Tito? Isso não deveria ser feito (veja CNT 1 e 2Tm e Tt, II e nota de rodapé sobre autoria no início de Tt 2). Entretanto, segundo outros, a ação de graças é omitida não apenas em Gálatas e Tito, mas

não é imediatamente(1Tm 1.3-11), existe também aqui, no entanto, uma ação de graças iniciando com o verso 12. Resumindo corretamente esse assunto, devemos destacar que, em todas as epístolas de Paulo, com exceção de Gálatas e Tito, a saudação inicial é seguida imediatamente, ou pouco tempo depois, de ação de graças e/ou doxologia (A respeito de doxologia, veja 2Co 1.3 segs.; a respeito de doxologia e ação de graças, Ef 1.3 segs., e 1.15 segs.).

plural (veja CNT em 1Ts 3.1, nota de rodapé da letra d).28. Apesar de ser gramaticalmente possível (como em A.V. e A.R.V.) combinar sempre com orando,

é melhor concordá-lo com agradecendo. Isso é verdade em vista do contexto que segue imediata-mente (v.4-8) nos quais as razões para as ações de graças são enumeradas, e também em vista de 1Coríntios 1.4; Efésios 1.16; Filipenses 1.3; 1Tessalonicenses 1.2; 2Tessalonicense 1.3; e Filemom 3.

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asserção: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30; cf. 14.9). Chamar a Deus

-

ser o Pai de amor, o Pai amoroso. Note também essa linda palavra de apropriação de fé, a saber, nosso: “o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”. Por conseguinte, ele é nosso Pai no mais sublime e confortador sentido da palavra. Que grande motivo para se render graças!

4,5a. Paulo diz: “Quando oramos por vocês, damos sempre graças a Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”, porque ouvimos da sua fé em Cristo Jesus e do amor que vocês nutrem por todos os santos.

A simples construção dos versos 4-8, com certeza, é do que trata a seção, que declara as razões para a . A propriamente dita inicia-se no verso 9. Ambas, ação de graças e petição, pertencem à essência da (Fp 4.6). Ora, a menção antecipada dos motivos da ação de graças a Deus, com respeito a certas condições básicas em Colossos, constitui também excelente psicologia cristã. Havia perigos ameaçando a igreja. Assim, certas fraquezas estão claramente suben-tendidas (3.5-11; cf. 2.4,8, etc.). Mas, antes mesmo de Paulo começar a se referir a essas coisas, primeiro ele assegura àqueles aos quais é endereçada essa carta que ele está convencido da evidente ação da graça de Deus na vida deles. Que lição para cada pai, conselheiro, professor e pastor, especialmente nos casos onde são necessárias advertências ou reprimendas. Existe algo chamado tato cristão (veja O que a Bíblia diz sobre o tato, no Apêndice), que está em harmonia com a honestidade.

ouviram (veja v.8) a respeito permanente e entrega pessoal ao Salvador Ungido.29 Com a em Cristo Jesus, ele associa o amor por todos os santos. Esses dois andam sempre juntos, pois a fé opera por meio do amor (Gl 5.6). O mesmo Ímã, Cristo Jesus,30 que atrai pecadores a si e os transforma em santos, os agrega em comunhão íntima uns com os outros. Então, idealmente falando,

29. Alguns são de opinião que, já que a preposição e)n é usada, e não ei)j, Cristo não pode ser considerado como o objeto da fé, mas deve ser visto como a esfera na qual a fé é exercida. Essa

pisteu/w e suas preposições e casos. Veja , seções 187 (6), 206 (2), 233 (2), 235 (2), 397 (2).

30. A questão: “Por que Cristo Jesus em vez de Jesus Cristo?” é discutida no CNT de .

COLOSSENSES 1.4,5a

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todo crente guarda no coração os seus irmãos na fé, qualquer que seja o seu local de moradia e a sua raça (Jo 13.34; Fp 1.7,8; 1Jo 4.7-11). Paulo prossegue: por causa da esperança que está preservada para vocês nos céus. Assim ele acrescenta agora a esperança à fé e ao amor, completando a tríade familiar.31 No Novo Testamento, essa tríade não está limitada aos escritos de Paulo. Ela também ocorre

que Paulo não a tenha inventado. Aliás, essas mesmas graças se destacam nos ensinamentos e no ministério de Jesus. Enquanto, na terra, o Senhor salientou repetidamente a importância da (Mt 6.30; 8.10,26; 9.2,22,29; 14.31; 15.28; 16.8; 17.20; 21.21; 23.23, etc.). Sua

da redenção inspiram esperança, mesmo quando ele não empregou

11.11,23,40; 1Pe 1.3, etc.). Ele colocou grande ênfase no amor, e -

gelho, o mais importante da tríade (Mt 5.43-46; 19.19; Jo 13.34-35; 14.15,23; 15.12-13,17; 17.26; 21.15-17, etc.). Frequentemente ele combinou esses três do modo mais natural possível. Um admirável exemplo disso é encontrado em João 11:

1. Amor

“Ora, Jesus amava (ou: tinha em alta estima) a Marta e a sua irmã e a Lázaro” (v.5).

“Então os judeus diziam: Vejam como ele (constantemente) o amava” (v.36).

2. Esperança

“Essa enfermidade não é para morte...” (v.4).

(v.11).“Eu sou a ressurreição e a vida; aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá, e todo aquele que vive e crê em mim nunca mais morrerá” (v.25,26a).

esperança, todas a inspiram.

31. Veja A.M. Hunter, “Faith, Hope, Love – A Primitive Christian Triad”, ET xlix (1937-1938), p. 428 segs.

COLOSSENSES 1.4,5a

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COMENTÁRIO À

EPÍSTOLA DE

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ESBOÇO DE FILEMOM

Tema: o escravo fugitivo

II. Ações de graças e oração – v.4-7III. Pedido em favor de Onésimo, incluindo pedido de hospedagem

– v.8-22

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FILEMOM

de luta, e à igreja em sua casa; 3 graça a vocês e paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.

versos 1-3

I.

aqui em Filemom 1-2, e acerca de todos os outros assuntos de natureza

e Filemom.

1-2. A saudação tem início com as palavras: Paulo, prisioneiro (cf.v.9; ainda Ef 3.1; 4.1; 2Tm 1.8). Ele acrescenta: de Cristo Jesus. Em toda referência a si mesmo, como prisioneiro, Paulo enfatiza que, como tal, pertence a seu Senhor, pois, enquanto se ocupava de seu serviço e, portanto, por sua causa, ele foi aprisionado. E mais, todos os detalhes da prisão, bem como seu resultado, seja a pena de morte ou absolvição, estão nas mãos que foram perfuradas por causa deste prisioneiro, aquelas mesmas mãos que governam todo o

é, portanto, muito honroso. A menção de si mesmo como prisioneiro de Jesus Cristo é também cheia de tato, provavelmente insinuando: “Comparado ao sacrifício que estou fazendo, não é fácil o favor que lhes estou pedindo?”. Veja o su

ainda no Apêndice: O que a Bíblia diz sobre o tato. Paulo prossegue: e Timóteo nosso irmão (sobre esta adição, veja comentário em Cl 1.1). A respeito de “irmão”, veja também Filemom versos 7 e 20, onde essa designação de íntima relação espiritual e amor eterno é aplicada a Filemom (dando-nos o direito de inserir esta palavra entre parên-

empregada em referência a Onésimo.

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A carta é endereçada a Filemom, nosso amado [irmão] e colabo-rador. Em Cristo e por sua causa, Filemom, um habitante de Colossos,

falar dele. É amado por Cristo e possui as características de um irmão. Na carta aos Colossenses, Paulo fala de Epafras como o “amado con-servo” (1.7), de Tíquico e Onésimo como “ amados” (14.7,9), e de Lucas como “o médico amado” (4.14). Filemom é chamado também de “colaborador”. Não é impossível que ele tivesse estado assistindo a Paulo na obra espiritual durante o extenso ministério deste em Éfeso, e

possui muitos cooperadores. Dentre eles estavam homens tais como Tito (2Co

e assim é traduzido pela ARA. N.T.] e Clemente (Fp 4.3), Jesus Justo (Cl 4.11), Marcos, Aristarco, Demas e Lucas (Fm 23); o casal (casado) Áquila e Priscila (Rm 16.3); e mulheres (Fp 4.2), e as mencionadas em Romanos 16. O que deve ser ressaltado neste ponto é que sentido que eram dele, mas no sentido que eram colaboradores de .

Estreitamente ligadas a Filemom, e com efôlego, como às da saudação de abertura, e, num sentido mais geral, toda a carta é destinada, estão duas outras pessoas. Deste modo, a sentença continua: .

sua casa [de Filemom]”, e pronunciar sobre todos eles (vós) a bênção apropriada (v.3), o escritor mais uma

pronomes você e seu, e não o plural) em todo o corpo da carta (o v.6b provavelmente não constitui exceção), retornando ao plural (de vocês), como era de se esperar no que tange às orações da congregação (v.22) e

das exceções já mencionadas, é tratado no singular ao longo da carta,

e das possíveis contradições, as teorias divergentes têm fracassado em convencer a muitos, além daqueles que as propõem. Não é difícil com-preender este emprego da segunda pessoa do plural em todo o conteúdo

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da carta. A missiva é um pedido para uma acolhida bondosa ao escravo fugitivo Onésimo, que está sendo devolvido ao seu senhor. Logo, em

mesmo à igreja – decidir se este pedido será concedido. Mas, apesar de Filemom ter o dever de tomar a decisão, os outros também devem ouvir a carta. Portanto, que assistam a Filemom no cumprimento de seu dever. Que ouçam também como Paulo, pela inspiração do Espírito Santo, resolveria o importante problema do escravo fugitivo. A mente deles também seria iluminada e a sua compaixão, expandida.

, como Marta e Maria eram irmãs de Lázaro (Jo 11.1), nem metaforicamente, referindo-se à igreja (2Jo 13), mas espiritualmente

à família da fé. Ela é nossa irmã no Senhor. Arquipo é chamado “nosso companheiro de luta”, um tratamento que, no Novo Testamento, é dado apenas a uma outra pessoa, a saber, Epafrodito (Fp 2.25). A este mesmo

de se alguém, ao ouvir esta ordem, começasse a menosprezar este jovem irmão, Paulo, com maravilhoso tato, confere-lhe este título de honra,

Paulo acrescenta: e à igreja em sua casa. Já que nos séculos 1º e 2º os templos do modo como os concebemos hoje ainda não estavam

cultos eram frequentados pelos-

tros, esses também seriam convidados. A Igreja primitiva contava com muitos membros hospitaleiros, prontos e ansiosos a oferecer seus lares

reunidos e oravam” na casa de Maria, mãe de João Marcos (At 12.12).

sua casa como sede (At 16.15,40). Aonde quer que Áquila e Priscila fossem, recebiam, tanto quanto possível, adoradores em sua casa. Logo, tanto em Éfeso (1Co 16.19) como em Roma (Rm 16.3-5), havia “uma igreja na casa deles”. Laodiceia também possuía sua casa-igreja (veja CNT Cl 4.15). E igualmente Corinto, na casa de Gaio (Rm 16.23). Se o número de crentes fosse pequeno numa cidade, uma casa-igreja poderia

dos outros, era necessário mais de uma. Assim não é de se surpreender que Filemom também tivesse demonstrado essa mesma hospitalidade. Já que a membresia da igreja colossense era provavelmente pequena

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em número (veja II B 4), é perfeitamente possível que a congregação inteira se reunisse para a adoração em sua casa.180

3. -liares: graça a vocês e paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. -gação que se reúne na casa de Filemom. Graça, isto é, o favor ativo

tendo como resultado a paz, isto é, a certeza de reconciliação pelo san-gue da cruz, verdadeira inteireza espiritual e prosperidade, essas duas bênçãos (graça e paz), vindas de Deus, o Pai, e do Senhor Jesus Cristo (para mais detalhes explicativos e discussão a respeito da questão se esta é uma saudação exclamativa, uma declaração ou talvez meramente uma expressão de voto piedoso, veja CNT 1Ts 1.1; 2Ts 1.1-2).

4 Agradeço sempre ao meu Deus, mencionando você em minhas orações, 5 porque tenho ouvido do seu amor e da fé que você tem, [esta] para com o Senhor Jesus, e [aque-le] por todos os santos, 6 [orando] para que o compartilhar oriundo de sua fé possa ser fortemente estimulado para Cristo por meio do claro reconhecimento de tudo de bom que é nosso. 7 Pois tenho recebido muita alegria e conforto no seu amor, porquanto o coração dos santos tem sido reanimado por seu intermédio, irmão.

versos 4-7

II.

4-5. Como sempre, a saudação é seguida por ações de graças e Agradeço sempre ao

meu Deus,181 mencionando você em minhas orações. E prossegue: porque tenho ouvido do seu amor e da fé que você tem, [esta] para com o Senhor Jesus, e [aquele] por todos os santos. Epafras, o líder espiritual da igreja de Colossos,

180. Era provavelmente gradual a transição de uma casa particular oferecida pelo dono para o culto público, para um espaçoso prédio de igreja construído expressamente para reuniões

casa utilizada anteriormente como domicílio particular. Esta foi construída em 232-233 d.C. em Dura Europos ao leste da Síria, no Eufrates. Três de seus cômodos haviam sido trans-formados numa capela com capacidade para cem pessoas. Para uma descrição completa, consulte C. Hopkins e P.V. C. Baur, : cf. G.E. Wright, Biblical Archaeology, p. 245-247. Até mesmo mais cedo há distinção inferida, em 1Coríntios 11.18, 22, entre as residências estritamente particulares e o que deve ter sido um lugar um tanto espaçoso para reunir a igreja. Com a conversão de Constantino (323-337 d.C.), a arquitetura da igreja recebeu o impulso de que necessitava.

181. Veja comentário em Colossenses 1.3, nota de rodapé 28, a respeito da razão por que a palavra sempre deveria ser interpretada como “agradeço ao meu Deus”, em vez de como “fazendo menção”.

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