vÍtima pediÁtrica

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Curso de Especialização de Praças – Bombeiros ATENDIMENTO PRÉ.HOSPITALAR MR 02 VÍTIMAS PEDIÁTRICAS OBJETIVOS Proporcionar aos participantes conhecimentos que os capacitem a: 1. Descrever as formas e cuidados na abordagem e na interação com vítimas pediátricas. 2. Descrever diferenças físicas e emocionais que ajudam a determinar cada categoria de idade. 3. Descrever os passos para executar a abordagem, avaliação inicial, histórico dirigido, exame físico, exame físico detalhado e avaliação contínua nos bebês e bebês. 4. Listar outras áreas de interesse na avaliação e cuidado de bebês doentes ou com traumas, incluindo febre, hipotermia, vômito e diarréia e suspeita de negligência, maus tratos ou abuso sexual. 5. Descrever os cuidados à bebê com obstrução das vias aéreas e com dificuldades respiratórias. 6. Listar os sinais e sintomas de choque e descrever os cuidados de emergência. 7. Listar algumas das causas de crise convulsiva e descrever os cuidados de emergência apropriados. 8. Descrever os procedimentos e cuidados gerais à bebê em situações de trauma. Jul00 Material de Referência 2 . 1

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Page 1: VÍTIMA PEDIÁTRICA

Curso de Especialização de Praças – Bombeiros

ATENDIMENTO PRÉ.HOSPITALAR

MR 02

VÍTIMAS PEDIÁTRICAS

OBJETIVOS

Proporcionar aos participantes conhecimentos que os capacitem a:

1. Descrever as formas e cuidados na abordagem e na interação com vítimas pediátricas. 2. Descrever diferenças físicas e emocionais que ajudam a determinar cada categoria de

idade.3. Descrever os passos para executar a abordagem, avaliação inicial, histórico dirigido,

exame físico, exame físico detalhado e avaliação contínua nos bebês e bebês.4. Listar outras áreas de interesse na avaliação e cuidado de bebês doentes ou com

traumas, incluindo febre, hipotermia, vômito e diarréia e suspeita de negligência, maus tratos ou abuso sexual.

5. Descrever os cuidados à bebê com obstrução das vias aéreas e com dificuldades respiratórias.

6. Listar os sinais e sintomas de choque e descrever os cuidados de emergência.7. Listar algumas das causas de crise convulsiva e descrever os cuidados de emergência

apropriados.8. Descrever os procedimentos e cuidados gerais à bebê em situações de trauma.

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INTRODUÇÃO

Atendimentos a enfermidades e traumas da infância podem ser estressantes para o Socorrista de Resgate. Algumas situações o farão sentir.se triste ou revoltado e você deverá controlar suas emoções na frente do bebê ou dos pais. Quando for examinar, ou cuidar, de um bebê, ou bebê, você pode sentir, no início, que não sabe o que fazer ou por onde começar. Tenha em mente que muitas das técnicas de avaliação e cuidado usadas para os adultos são as mesmas paro bebês. Há algumas modificações que ajudam a fazer com que o bebê se sinta mais a vontade com você. Depois de cuidar do bebê e lidar com os pais, esteja atento para como você se sente. Não vacile em falar com outros Socorristas de Resgate, grupos de apoio ou serviço psicológico ou sua família de como você se sente. Saber que outros passaram pelas mesmas emoções lhe ajudará a se sentir mais confortável. Não sinta que você pode atender a todas as chamadas sozinho. Isto contribuirá para você desenvolver stress precocemente e o Serviço de Resgate do CB perder um valioso participante. Os procedimentos listados abaixo diferem do tratamento ao adulto, considerando a idade do bebê, desenvolvimento físico e resposta emocional. Lembre.se de que, uma situação de emergência é uma nova e assustadora experiência para um bebê, e será maior ainda, se os pais não estiverem presentes. Um bebê assustada também contribui para o seu stress. Em seguida, serão apresentadas algumas técnicas que serão úteis para você interagir com bebês e bebês.

PROBLEMA DA IDADE

Todos têm medo do desconhecido. Considerando que tantas coisas são desconhecidas à um bebê, é fácil ver porque emergências podem ser assustadoras para elas. Para a maioria das bebês, há uma maior segurança quando seus pais estiverem presentes. Alguns problemas experimentados pelas bebês poderão se intensificar se seus pais não estiverem presentes. Esperar pelos pais pode ser a primeira prioridade para o bebê, até

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mesmo do que a necessidade de aliviar sua dor. Quando estiver atendendo um bebê você deverá:

1. Deixar claro que alguém chamará seus pais.2. Se o bebê tiver algum brinquedo no local e desejá.lo, faça com que ela o tenha.3. Sentar.se junto à bebê. Se você ficar em pé, provocará medo.4. Deixar o bebê ver seu rosto e fale diretamente com ela. Fale clara e lentamente e

tenha certeza de que o bebê pode ouvi.lo. Tente manter contato com os olhos.5. Parar para saber se o bebê entendeu o que você disse ou perguntou. Mesmo que você

se comunique facilmente com bebês, nunca pense que elas o entenderam prontamente. Certifique.se, validando a informação com o bebê.

Determinar, o mais rápido possível, se há qualquer problema que ameace a vida do bebê e cuide primeiro desse problema. Se não houver problema dessa natureza, continue com a avaliação da vítima. Na medida do possível não mova o bebê, pois você poderá causar um trauma adicional ou reações severas se ela tiver um problema respiratório ou cardíaco. Um bebê assustada não poderá ser pressionada a submeter.se ao exame físico protocolado e a responder a um questionário aparentemente "sem sentido" , feitos por um estranho. O bebê pequena pode ficar muito assustada se você começar examinando a cabeça ou seu rosto. Ela poderá demonstrar medo ao tocá.la, o melhor é começar o exame físico pelos pés e lentamente ir avançando até a cabeça..A avaliação é finalizada examinando sinais de enfermidades e traumas como na vítima adulta. Porém, você poderá levar um tempo maior considerando as necessidades especiais do bebê, inclusive anatômicas.6. Sempre diga à bebê o que você estiver fazendo durante a avaliação. Não tente explicar

o procedimento inteiro, imediatamente. Explique um passo, faça o procedimento, então, explique o próximo passo.

7. Nunca minta para o bebê. Diga a ela quando poderá sentir dor durante o exame físico. Se ela perguntar se está doente ou ferida, conte-lhe a verdade, dando a certeza que você está lá para ajudá-la, juntamente com outras pessoas. Sorria para o bebê. Este é um sinal de um adulto, que tem muito peso para a maioria das bebês.

8. Toque o bebê na testa e segure sua mão. O bebê reagirá se ela não desejar ser tocada. Quanto mais você for aceito pelo bebê, mais ela mostrará nas suas reações ao seu toque. Não force aproximação. Seu sorriso e suas palavras darão conforto à bebê.

9. Se os pais do bebê estiverem presentes, não dirija a conversa somente para eles. Fale com o bebê também. Se você estiver no local de um acidente onde os pais também foram feridos, deixe o bebê saber que outras pessoas estão cuidando deles, enquanto avalia e cuida do bebê, você também terá que considerar e trabalhar com a reações dos pais ou dos adultos que estiverem com ela. Normalmente as respostas são positivas e de aprovação, entretanto os pais continuam preocupados. Às vezes, uma exacerbada resposta emocional pode dificultar o cuidado à bebê. Ambos os tipos de respostas são naturais. Peça para o pai ou responsável para ajudá-lo a segurar, a vestir, a segurar a máscara de oxigênio ou qualquer outro dispositivo que você precise usar no seu cuidado com o bebê. Se isso não ajudar a acalmar o pai, peça a um amigo, vizinho ou outro Socorrista de Resgate que afaste o pai. Outro Socorrista de Resgate poderá obter a história do bebê e outras informações importantes com o pai.

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EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS

Avaliação Inicial e Suporte Básico de Vida.

BEBÊS – 0 a 1 anos de idade.

1.Não deixe de avaliar o local. Problemas especiais e mecanismos de trauma podem ser determinados mais rapidamente.

2.Aja como um profissional, controlando suas emoções e expressões faciais. Isto poderá ajudar a reduzir o medo.

3.Proteja a cabeça e a coluna vertebral da vítima. Lembre-se de que os traumas de cabeça e pescoço são comuns em bebês, porque a cabeça é grande e pesada.

4.Sempre assegure-se de que as vias aéreas estejam permeáveis. Quando necessário, providencie ventilação adequada.

5.Lembre-se de que até mesmo uma pequena perda de sangue pode causar choque a um bebê.

Avaliando resposta:

Os bebês devem chorar ou debater-se quando damos tapinhas ou sacudidas, delicadamente.

Via aéreas:

Use a manobra da inclinação da cabeça e levantamento do queixo (a manobra de elevação de mandíbula é usada quando houver suspeita de trauma da coluna vertebral).

Avaliação respiratória:

Use o ver, ouvir e sentir, aproximando-se. Se o bebê estiver cianótica, com dificuldade de respirar ou com uma respiração inadequada, efetue o transporte imediato.

Desobstruindo as vias aéreas:

Use a técnica boca-máscara. Ventile duas vezes se existir evidência de obstrução das vias aéreas. Esteja certo de que você não flexionou nem estendeu demais o pescoço. Use uma toalha dobrada embaixo dos ombros. Apoie o bebê em cima do seu braço, com a face voltada para baixo e com a cabeça mais baixa que o tronco. Apoie a cabeça colocando sua mão ao redor do queixo e do tórax. Também apoie o antebraço na sua coxa. Rapidamente aplique cinco golpes dorsais usando sua mão livre. Aplique diretamente entre os dois ombros. Coloque sua mão livre nas costas do bebê, prendendo-o entre suas mãos. Vire o bebê e a coloque sobre sua coxa. A cabeça deve estar mais baixa que o tronco.

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Rapidamente aplique cinco compressões no tórax, como na RCP. Se as vias aéreas continuarem obstruídas, mas a vítima estiver consciente, continue a aplicar os golpes dorsais e compressões torácicas. Se as vias aéreas continuarem obstruídas. mas a vítima estiver inconsciente, coloque o polegar dentro de sua boca, abaixando a língua Com os outros dedos, apoiando a mandíbula, tente visualizar alguma obstrução. Não tente "pescar" cegamente o corpo estranho (varredura digital) com seu dedo. Para isso o objeto deverá estar visível. Para remover a obstrução use o dedo menor. Se a vítima estiver inconsciente e a obstrução não foi resolvida faça duas ventilações e repita o procedimento de reposicionamento e tentativa de ventilação golpes dorsais e compressões torácicas, procurando e removendo obstruções visíveis. Tentar novamente a ventilação.

Respiração artificial:

Abra as vias aéreas. Use a técnica boca-máscara, com máscara pediátrica apropriada. Ventile duas vezes, observando a subida do tórax. Levará de 1 a 1,5 segundos a

ventilação. Se as vias aéreas estiverem livres e a vítima não estiver respirando, determine se há pulso braquial. Se não houver pulso, providencie RCP. Se houver pulso, mas sem respiração, providencie a ventilação artificial. Faça uma ventilação adequada a cada três segundos. Avalie o pulso a cada minuto ou 20 ventilações.

RCP:

Se a vítima não responder e não respirar, abra as vias aéreas. Veja, ouça e sinta a respiração, mas se a vítima estiver inconsciente e não respirar: Faça duas ventilações adequadas. Determine se há pulso braquial. Se não há pulso e respiração, providencie RCP. Alerte alguém para remoção. Se estiver sozinho, faça RCP por um minuto antes de parar para solicitar remoção. Aplique compressões no esterno, um dedo abaixo da linha imaginária do tórax, entre os mamilos. Use a ponta de dois ou três dedos. Comprima o esterno de 1,5 a 2,5 cm. Faça compressões (freqüência de 100 por minuto). Faça ventilação boca-a-boca e nariz ou boca-máscara, uma vez a cada cinco

compressões (1, 2, 3, 4, 5 - ventila). Controle o pulso braquial a cada 1 minuto ou 20 ciclos.

Hemorragia:

Use a compressão direta como método de escolha. Quando necessário, use elevação do membro juntamente com compressão direta. Considere uma perda de sangue de 25 ml como uma perda muito séria, no caso de

vítimo bebê.

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Choque:

Considere em choque um bebê que perdeu 25 ml de sangue ou mais. Considere um choque mais severo em um bebê que esteja com desidratação (vômito,

diarréia, exposição a temperaturas altas ou temperatura de pele alta). Assegure respiração adequada e circulação, controle a hemorragia séria. Eleve seus membros inferiores em até 45º , mas evite esse procedimento nos casos de

lesão na cabeça, pelve, fêmur ou coluna vertebral. Evite a perda de calor corpóreo. Imobilize extremidades doloridas, edemaciadas ou deformadas nos traumas. Não dê nada por via oral. Providencie transporte o mais rápido possível e monitorize os sinais vitais.

CRIANÇAS - de 1 a 8 anos. Avaliação Inicial e Suporte Básico de Vida.

Haja como um profissional, controlando suas emoções e expressões faciais. Isto poderá ajudar a reduzir o medo.

Proteja a cabeça e a coluna vertebral da vítima. A cabeça da criança é proporcionalmente maior.

Sempre mantenha as vias aéreas permeáveis. Quando necessário, providencie ventilação adequada.

Cuide de uma eventual hemorragia.

Precaução: o tamanho e o peso da criança são mais importantes que a idade.

Avaliando respostas:

A criança deve se debater ou chorar quando for sacudida ou lhe for dado um tapinha, delicadamente.

Vias aéreas:

para a abertura das vias aéreas use a manobra da inclinação da cabeça e levantamento do queixo ou a tração da mandíbula quando houver suspeita de trauma da coluna vertebral Avaliando a respiração use o ver ouvir e sentir aproximando.se Se a criança estiver cian6tica ou com dificuldade para respirar e recomendado o transporte imediato Tenha certeza de que as vias aéreas estejam desobstruídas e permeáveis Desobstruindo as vias aéreas:. Tenha certeza de que você abriu as vias aéreas com leve inclinação da cabeça . Use a técnica boca.máscara . Ventile duas

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vezes Olhe se o t6rax da criança se move Se ainda há evidência de obstrução nas vias aéreas:. Rapidamente faça as compressões abdominais . Se as vias aéreas continuarem obstruídas mas a vítima estiver consciente continue com as compressões abdominais . Se as vias aéreas não estiverem obstruídas, mas a vítima estiver inconsciente coloque a criança em cima de uma superfície dura: providencie suporte para sua cabeça e costas: coloque seu polegar na boca da vítima. abaixando a língua: apoie os outros dedos na mandíbula e procure pela obstrução Não procure "as cegas" o objeto deverá estar visível . Se a vítima estiver inconsciente e as manobras de desobstrução não obtiveram sucesso providencie transporte imediato aplique duas ventilaç6es e repita o procedimento de compress6es abdominais Olhe se o objeto que estiver causando a obstrução está visível e recomece a ventilar Respiração artificial: . Abra as vias aéreas sem estender em excesso o

pescoço Faca duas ventilações eficazmente boca.máscara usando máscara pediátrica apropriada e notando o movimento do t6rax Se as vias aéreas estiverem desobstruídas e a vítima não estiver respirando avalie se há pulso carotídeo Se não houver pulsação. providencie RCP Se houver pulsação mas nenhuma respiração providencie respiração artificial boca.máscara Faça uma ventilação a cada três segundos Leve de um a um segundo e meio por respiração Confira se há pulsação passados alguns minutosHerr

Cho Nenl Havt

RCP:Se a vítima estiver inconsciente ou não estiver respirando . Abra as vias aéreas . Faça duas ventilaç6es eficazmente . Ver, ouvir e sentir a respiração . Se não houver Indicação de obstrução mas a criança não estiver respirando e estiver inconsciente . Determine se há pulso carotídeo Se não houver pulsação e respiração providencie RCP Alerte alguém para providenciar transporte Se estiver 50 e a vítima for uma criança taça RCP por um minuto antes de providenciar transporte . Aplique compressão torácica para RCP (mesmo local para adultos) use a ponta dos dedos de três dedos se a vítima for uma criança Se for mais velho use a mão inteira para aplicar as compress6es . Comprima o esterno de 2 5 a 3 5 cm . Mantenha uma freqüência de 100 compress6es por minuto . Faça ventilaç6es adequadas boca.mascara, uma a cada cinco compress6es . Cheque o pulso carotídeo a cada minuto Hemorragia:. Use compressão direta como método de escolha . Quando necessário use a elevação associada a compressão direta no ponto de hemorragia Ou O manguito do aparelho para medir pressão arterial Use um torniquete como Ultimo recurso . Considere uma perda sangüínea de 500 ml ou mais como seríssima Choque: Nenhum sinal e absoluto mas . Considere a criança chocada' sn' houvt'r tJm'l perda sangüínea igual ou maior que 500 ml . Considere choque quando l'otJvt'r evidénci,IS de desidratação Ivomlto dlarrêi" exposic,IO zt ,altas temperaturas por exemplo) Havendo sinais

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de choque:. Mantenha as vias aéreas permeáveis e controle hemodinâmico . Eleve membro interior se não tiver lesão evitando compressões na cabeça e coluna cervical . Previna hipotermia . Imobilize extremidades doloridas. edemaciadas ou deformadas tDEDj . Evite manobras bruscas . Não dê nada via oral . Providencie transporte o mais rápido possível e monitorize os sinais vitais

Idade, Tamanho e Resposta

Instintivamente você tratará de modo diferente as bebês e bebês. Você saberá automaticamente que as necessidades infantis de cuidados são diferentes em um bebê, um bebê que fala, um bebê de idade escolar e os adolescentes. Quando você tentar determinar a idade do bebê para realizar a RCP, 1embre.se que: a idade do recém.nascido até um ano se classifica em bebê ou lactente; de um a oito anos se classifica em bebê, e maior de oito anos está na classificação de adulto. O termo pediatra refere.se a um grupo grande, que pode incluir qualquer bebê em idade escolar de primeiro grau ou acima. Isto é freqüente porque este é o tempo que as bebês costumam visitar os pediatras Considere a variedade das idades dos bebês e das bebês quando você for avaliá.los. E cuide para fazê.lo adequadamente à idade, ao porte físico e resposta emocional. Memorize as seguintes categorias para 1embrá.las quando for avaliar e cuidar de bebês e bebês (Tabela 18. l ):. Recém.nascido e bebês: nascimento até l ano.. Bebês: de l ano até 3 anos.. Pré.escolar: de 3 a 6 anos. Idade escolar (escola primária): de 6 a 12 anos.

. Adolescente (de 511 série ao colegial): de 12 a 18 anos. Às vezes o Socorrista de Resgate não poderá determinar corretamente a idade do bebê ou do bebê. Alguns são maiores ou menores para seu grupo de idade e os pais podem não estar presentes para falar Você terá que adivinhar, baseando.se no tamanho do bebê e em suas respostas emocionais.

Considerações Especiais Você já percebeu que as bebês não são iguais aos adultos em tamanhos, maturidade emocional e respostas. Você também precisará estar atento a diferenças estruturais e anatômicas. Devido a todas estas diferenças, seu cuidado será um pouco diferente. Considere as seguintes diferenças e comparações importantes.

A Cabeça e o Pescoço A cabeça do bebê é proporcionalmente maior e mais pesada que seu corpo. O corpo irá nivelar.se com o tamanho de sua cabeça, aproximadamente no quarto ano de vida. Devido ao tamanho e peso da cabeça, o bebê é mais propensa a traumas envolvendo essa parte do corpo. Portanto, sempre que a queda ou o trauma for acima do tórax, desconfie de ferimentos na cabeça. Lembre.se de manipular a cabeça do recém.nascido com precaução por causa dos pontos suaves (fontanelas). A fontanela maior está no topo da cabeça e não estará fechada completamente até os l 8 meses. Essa fontanela é plana quando o bebê está quieta, e você poderá vê.la pulsar a cada batida do coração. Se a fontanela estiver afundada, o bebê pode ter tido séria perda de fluidos (desidratação). Esta situação pode ser freqüentemente causada por diarréia e

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vômitos. Se a fontanela estiver dilatada, estará indicando que há um aumento de pressão craniana ou uma enfermidade, como meningite. Ela também dilatará quando o bebê estiver agitada e chorando. Novamente, considere o mecanismo de trauma ou a natureza da doença durante seu exame de avaliação e cuidados. Fique atento à presença de sangue e fluidos claros saindo pelo nariz, ouvidos e suspeite de fraturas de crânio. Se presentes, proceda da mesma maneira que nos adultos. Note que as bebês são mais vulneráveis a danos na coluna vertebral que os adultos. Lembramos novamente que isto se deve a cabeça maior, mais pesada e, os músculos do pescoço e a estrutura óssea subdesenvolvidos.Vias Aéreas e o Sistema Respiratório As vias aéreas e o sistema respiratório do bebê e do bebê ainda não se desenvolveram completamente. A língua é grande para a cavidade oral (boca) e as vias aéreas (nariz, boca, faringe, laringe e traquéia) são mais estreitas do que no adulto e mais facilmente predispostas à Obstrução. Os músculos do pescoço não são desenvolvidos completamente ou tão fortes quanto os do adulto. Isto causa maior dificuldade para o bebê segurar sua cabeça na posição de abertura das vias aéreas quando doente ou ferida. Também, porque a cabeça é maior que o corpo, as vias aéreas podem ser fechadas quando o bebê estiver na posição supina. Uma toalha dobrada colocada embaixo dos ombros, ajudará a manter a cabeça alinhada com as vias aéreas abertas. A manobra da inclinação da cabeça e levantamento do queixo não é usualmente necessária para bebês e bebês pequenas; se necessário uma leve inclinação da cabeça

Tabela 18.1 . CARACTERÍSTICAS DO DESENVOLVIMENTO DE BEBÊS E CRIANÇ AS

Recém.Nascidos e até 1 ano de idade

Bebês que começam a andar . 1 . 3 anos

Pré.escolar . 3 a 6 anos

Idade escolar . 6 a 12 anos

Adolescentes . 12 a 18 anos. Bebês não gostam de se separar dos pais . Ter por perto os pais do bebê enquanto . Eles têm um mínimo de ansiedade com você o examina estranhos . Ter certeza de manter quente suas mãos e . Bebês estão acostumados a serem des. o estetosc6pio quando for

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examiná.lo Observar muito bem sua respiração a dos, distância, notando a subida e descida do . Os bebês peito, o nível de atividade e a coloração com os olhos Examinar primeiro o coração e o pulmão e . Os bebês mais velhos a cabeça por Ultimo Isto e percebido pela estão desenvolvendo suo bebê e menos provável que ela chore A máscara de oxigênio pode ser segura. Eles não gostam de serem sufocados pela l . da perto do rosto máscara de oxigênio .

pais Acreditam que suas doenças são çoes por serem más Não gostam de bebês: não gostam serem despidas çoes exacerbadas.Podem entender mais expressar Começam a ficar mais Não gostam de serem sufocadas máscara de oxigênio

Não gostam de serem separadas de seus .pais Acreditam que sua doença e uma punição . por ser má

suas roupas removidas Têm medo de sangue. dor e .São curiosas, comunicativas e cooperar Não gostam de serem sufocados ~~. .

Cooperam, mas gostam que suas idéias .sejam ouvidas

Querem ser tratados como adultos .Geralmente acham que são indestrutíveis, mas temem ferimentos permanentes e desfiguramentos Podem variar no desenvolvimento emocional e psicol6gico e podem sentirem.se .desconfortáveis com as mudanças de seu

Manter os pais por perto enquanto o bebê for examinada Explicar o bebê que ela não e má Tirar uma peça de roupa por vez, examine, vista.a e retire outra peça Examinar o bebê primeiro pelo tronco e depois a cabeça (examinando primeiro a cabeça o bebê poderá assustar.se) Explicar o que você vai fazer para o bebê, usando termos que ela possa compreender Simular previamente (para medir a pressão. começar com um apertão ou um abraço no braço) Oferecer conforto e dar seu brinquedo favorito Considerar

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a escolha do bebê por exemplo você quer que eu olhe primeiro seu peito ou sua barriga? Uma mascara pediátrica pode ser segurada perto da face Ter por perto os pais quando você examina o bebê Respeitar sua vergonha Remova um artigo de roupa de cada vez. examine e torne a vestir Depois remova outro Manter a calma e confiança tranqüilidade e boas maneiras Não se esquecer de explicar sobre o que você estiver fazendo Permitir o bebê a responsabilidade de lhe contar sua pr6pria hist6ria Explicar o exame Uma máscara pediátrica pode ser segurada perto do rosto Permitir que o bebê tenha responsabilidade de lhe contar sua hist6ria Explicar o exame Apresentar.se confiante calmo e com boas maneiras Respeitar sua vergonha Embora eles desejem ser tratados como adultos, podem precisar que os apoiem como bebês Apresentar.se confiante. calmo e com boas maneiras Não se esquecer de explicar o que você estará fazendo Respeitar sua vergonha Você poderá considerar as avaliações feitas por seus pais Escolher um Socorrista de Resgate para auxiliá.lo, preferencialmente uma pessoa do mesmo sexo do bebê

pode ser usada. Não faça pesquisa às cegas com os dedos quando tentar desobstruir as vias aéreas. Você poderá forçar a descida do corpo estranho, sem querer, e promover uma obstrução na faringe ou traquéia. Os bebês e bebês automaticamente respiram pelo nariz e se obstruído, não abrirão a boca como um adulto. Você terá que tirar secreções das narinas para assegurar a respiração. A traquéia é mais suave, mais flexível e mais estreita do que a do adulto e obstruirá facilmente. Os músculos do tórax não são completamente desenvolvidos, assim o bebê usará o diafragma para respirar. A freqüência respiratória normal é de 12 a 20 por minuto no adolescente, 15 a 30 por minuto nas bebês e 25 a 50 nos bebês. O Tórax e o Abdome

Durante a respiração o bebê usa o diafragma; assim você verá os movimentos respiratórios melhor no abdome, que no tórax. Mas a caixa torácica é mais elástica, assim, na respiração forçada, em situação de dificuldade ou insuficiência respiratória, fica evidente o uso de todos os músculos do tórax entre as costelas, sobre o esterno, ao redor do pescoço e ombros. A caixa torácica menos desenvolvida e elástica pode ser uma vantagem. Numa situação de trauma, as estruturas ósseas podem não quebrar, mas apenas dobrarem.se. A desvantagem é que quanto mais a caixa torácica for flexível, menos oferecerá proteção aos órgãos vitais e esses podem ser atingidos. Na sua avaliação física, o mecanismo de trauma será uma consideração importante na determinação de possíveis danos internos, especialmente se não houver nenhum sinal de ferimento externo. Também atente.se para a simetria, movimentos iguais do tórax e escoriações da mesma maneira que você faria para os adultos. Traumas no abdome podem resultar em dor, distensão e rigidez da mesma maneira que nos adultos. Os músculos não são bem desenvolvidos como no adulto e oferecem pequena proteção . Os órgãos abdominais (especialmente o fígado e o baço) são grandes para o tamanho da

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cavidade e são mais suscetíveis a trauma. lesões que causam distensão ou inchaço impedirão o movimento do diafragma e resultarão em dificuldade respiratória.A pélvis

O bebê poderá perder uma quantidade grande de sangue na cavidade pélvica como resultado de trauma nesta região. É recomendada a monitorização de sinais vitais para detectar o choque (hipoperfusão), exatamente como no adulto e, principalmente, a freqüência do pulso. Confira a presença de sangue na região genital.

As Extremidades

Verifique a coordenação motora distal e a resposta sensorial. Verifique o pulso e a rede capilar. No adulto, o enchimento capilar não é tão seguro quanto o do bebê. O tempo de enchimento capilar deveria ser menor que dois segundos. Você não terá que pressionar a unha do bebê, simplesmente pressione a mão ou o pé, o antebraço ou a canela e terá o mesmo padrão de perfusão do leito ungueal.

Os osso de adultos fraturam normalmente em uma situação de trauma. Os ossos das bebês são menos desenvolvidos e consequentemente mais flexíveis. Eles dobram e lascam antes de quebrarem. Porém, o Socorrista de Resgate deverá procurar e tratar adequadamente os sinais e sintomas de dor, edema e deformações (DED) das extremidades.Área de Superfície do Corpo

Há uma grande quantidade de área superficial total (pele) no bebê em proporção a massa total do corpo. A pele, por ser em grande quantidade, pode perder calor facilmente e causar hipotermia, até mesmo em um ambiente onde um adulto se sinta confortável. Assim, é importante manter o bebê coberta e aquecida, especialmente se houver trauma, perda de sangue ou fluido ou alguma enfermidade. Note que isto se deve a uma área de superfície maior, a cabeça maior e extremidades menores. As extensões de queimaduras são avaliadas diferentemente nas bebês (Capítulo 14e 15). Volume de Sangue

Vítimas menores têm menos volume de sangue. O recém.nascido pode ter menos de 350 ml ou uma xícara e meia de sangue, e, sendo assim, ele não pode perder nem uma gota. O bebê tem entre meio litro a 2 litros de sangue, dependendo de seu tamanho. Perda de sangue moderada em um adulto pode não causar preocupação se for controlada, mas o mesmo volume de perda de sangue no bebê pode ser uma ameaça de vida.PROVIDENCIANDO CUIDADOS DE EMERGÊNCIAMonitorando as Vias Aéreas

A permeabilidade das vias aéreas é a primeira preocupação no cuidado a uma vítima. Você sempre se assegurará que as vias aéreas estejam permeáveis e desobstruídas e,

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que a vítima está respirando adequadamente ou recebendo apropriada assistência respiratória e suplemento de oxigênio, quando necessário. Reveja as técnicas paro bebês no Capítulo 5 e 6.Abrindo as Vias Aéreas

Numa posição supina, a língua cairá para trás da garganta, em bebês e bebês, como também em adultos. Porém, 1embre.se de que a língua é mais larga no bebê e bebês, e isso será mais um problema. Também, a cabeça maior do bebê causará hiperflexão (dobrando a cabeça muito para a frente), que fechará as vias aéreas. No bebê pequena, executar a inclinação da cabeça e a elevação do queixo poderá causar hiperextensão (dobrando muito a cabeça para trás), que também poderá fechar as vias aéreas. Você deverá estar seguro do alinhamento da cabeça e pescoço para garantir vias aéreas abertas. Isto significa que a cabeça deve estar em uma posição neutra, sem hiperflexão e sem hiperextensão . Coloqueuma toalha embaixo dos ombros de um bebê ou de um bebê pequena. Dobre a toalha em uma espessura que manterá as vias aéreas alinhadas com a cabeça, em uma posição neutra (Figura 18.3). Então. se necessário, execute uma inclinação da cabeça ou uma manobra de tração da mandíbula (para trauma) para avaliar a respiração e prover ventilaç6es. Limpando e Mantendo as Vias Aéreas

Se o ar não entrar ou o tórax não expandir quando ventilado, reposicione a cabeça e tente novamente. Se ainda for insuficiente, execute golpes dorsais e compressões torácicas, em bebê menor de l ano de idade; e compressões abdominais em bebês com mais de l ano. Entao inspecione a boca para ver se houve saída do corpo estranho. Se você visualizá.lo, remova.o com o dedo mínimo de sua mão enluvada. Reveja técnicas para bebês e bebês no Capítulo 5 "Respiração Ressuscitação Pulmonar e Desobstrução das Vias Aéreas" e Capitulo 6 "Circulação . Ressuscitaçao Cardiopulmonar" Se existir fluidos nas vias respiratórias, você poderá fazer uma aspiração. Será necessário treinamento específico.Você também poderá inserir uma cânula de orofaringe no bebê, mas novamente 1embre.se que será necessário um treinamento apropriado para esta prática. Provendo Oxigênio

o treinamento para Socorrista de Resgate inclui, opcionalmente, cuidados de vítimas que precisam de oxigênio. É preciso ter precaução ao administrar oxigênio ao recém.nascido. Atualmente, é considerado tão importante para o bebê, quanto para o adulto, receber uma alta concentração de oxigênio quando estiverem com dificuldade respiratória, com insuficiência respiratória ou em possível choque. Um nível baixo de oxigênio no sangue (hipoxia é a causa dos mais sérios problemas médicos com bebês e tem repercuss6es imediatas no batimento cardíaco (diminuição do pulso e no cérebro (alteração do estado mental.

Muitos adultos não aceitam a máscara de oxigênio com tranqüilidade porque se sentem limitados. As bebês também têm medo da máscara, se colocada em cima do rosto. O Socorrista de Resgate pode oferecer um ar enriquecido com oxigênio para o bebê, usando

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um dispositivo distante da face. Segure o tubo de oxigênio ou a máscara pediátrica cinco centímetros, aproximadamente, acima do rosto do bebê, assim o oxigênio chegará até o rosto e o bebê o inalará. O tubo de oxigênio poderá ser ligado ao fundo de uma copo descartável colorido e ter a mesma eficiência. (Figura 18.4). Nesse caso, a vantagem é que o bebê ficará curiosa sobre o copo e o segurará perto da própria face para examiná.lo. Ao mesmo tempo que o bebê estiver recebendo oxigênio, ela também se tranqüilizará, pois terá algo de interessante prendendo sua atenção. Dar um brinquedo à bebê e ganhar sua confiança pode ajudar na realização do exame. (NOTA: use um copo descartável de papel ou plástico. Não use isopor pois ele pode desmanchar e suas partículas serem veiculadas no rosto do bebê, olhos e vias aéreas).Se o bebê não estiver respirando, providencie ventilação artificial, na freqüência de 20 por minuto (uma vez a cada três segundos) para bebês e bebês, com uma máscara pediátrica de bolso ou "ambu" do tamanho correto. Lembre.se dos seguintes passos quando estiver ventilando um bebê:. Assoprar menos vigorosamente na máscara facial pediátrica. Verifique o movimento do tórax. Não é necessário força excessiva com o "ambu". Verifique o movimento do tórax.. Usar máscaras de tamanho adequado para uma melhor adaptação à face do bebê.

. Não usar fluxo de oxigênio diretamente na narina do bebê ou do bebê.. Se as ventilações não tiverem êxito, executar os procedimentos para limpar as vias aéreas obstruídas. Então, tente nova ventilação. Revise os procedimentos de ventilação artificial e desobstrução de vias aéreas, no Capítulo 5.Avaliação da vítima

Acesso .

Os mesmos procedimentos adotados para ter acesso aos adultos é adotado para os casos infantis. Aproxime.se lentamente, assim você não assustará o bebê. Certifique.se da segurança do ambiente e capte a impressão do mecanismo de trauma ou a natureza da enfermidade, preparando.se para dar cuidados para a vítima colocando o equipamento de proteção individual apropriado.Avaliação Inicial

Você também executará a avaliação inicial para obter a impressão geral da vítima e determinar seu estado mental. O bebê está alerta, com dificuldade para respirar ou chorando? A pele está pálida, azulada ou ruborizada? Como o bebê está interagindo com o ambiente, com as coisas ao seu redor e com a sua aproximação? Qual a posição do corpo do bebê? Avalie o ABC. Semelhante a avaliação do ABC em uma vítima adulto, o choro do bebê indica adequada permeabilidade das vias aéreas. Ela respira normalmente ou com dificuldade? A expansão torácica é simétrica? Existe cianose (coloração azul que indica baixos níveis de oxigênio)? Ou a pele está quente, que indica circulação normal? A pulsação e . regular e forte? A rede capilar se enche em um tempo menor que dois segundos? Há sinal de hemorragia? Preste os cuidados para condições de risco de vida e 1embre.se que uma resposta indiferente do bebê necessitará de cuidados imediatos. Quando você for determinar prioridade de transporte para o bebê ou bebês, considere alta prioridade se :. Você tiver uma impressão geral ruim da vítima . A vítima estiver indiferente ou apático .

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Tiver as vias aéreas comprometidas . Estiver com dificuldade respiratória ou respiração inadequada . Tiver possibilidade de choque . Tiver hemorragia descontroladaEntrevista Dirigida e Exame Físico

sua próxima tarefa será fazer o exame físico e a entrevista dirigida. Isto poderá acontecer no local com a vítima, e enquanto o Resgate é esperado, ou poderá ser feita a caminho do hospital. Você não esperará que as bebês muito novas respondam suas questões. Porém, as bebês mais velhas poderão lhe dar informações às perguntas que requeiram sim ou não como respostas. Elas poderão lhe falar ou apontar o que dói. Caso contrário, pais ou outros adultos responsáveis, como babás ou professores, terão que lhe dar as informações. Faça um rápido exame da vítima com trauma e entrevista dirigida e exame físico na vítimacom emergência clínica.

Detalhes do Exame Físico

O exame físico detalhado no bebê é bem parecido com o exame feito no adulto. A avaliação céfalo.caudal feita no adulto poderá ser invertida quando feita num bebê (dos pés até a cabeça). lsso dará o bebê oportunidade de se acostumar com você e com o seu toque. Considere os mecanismos de trauma quando o bebê sofreu um acidente ou considere a natureza da doença, se o bebê for uma vítima clínico. Numa situaç3o clínica, o bebê pode ser examinada no colo dos pais. Na situação de trauma, estabilize a cabeça e o pescoço antes que você posicione o bebê para realizar o ABC. Sempre explique para o bebê e aos pais o que você estiver fazendo e tenha certeza que ambos entenderam. A maioria das bebês novas quando despidas não ficam envergonhadas. Conforme vão crescendo elas aprendem que pessoas estranhas não as deve tocar. O adolescente é preocupado com o seu corpo. Retire as roupas somente o necessário para o exame, então coloque.as de volta e retire outra parte, para continuar o exame.A Avaliação Contínua

sua avaliação deverá ser contínua até o Resgate chegar ou a entrada da vítima no hospital. O estado do bebê poderá mudar constantemente, assim você precisará reavaliar o estado mental, manter as vias aéreas permeáveis, monitorar a respiraç3o, avaliar a pulsação, cor, temperatura e umidade. Reavalie os sinais vitais de cinco em cinco minuto, nos vítimas instáveis, e em torno de l 5 minutos, em vítimas estáveis. Continue oferecendo cuidados apropriados e apoio emocional.Outras Considerações

Há algumas situações nas quais você poderá não se sentir seguro quando estiver avaliando ou provendo cuidados à bebê. Os itens seguintes lhe darão uma idéia do que esperar e como administrar os cuidados de primeiros socorros.Febre

A resposta normal para muitas doenças infantis é uma alta temperatura ou febre. Mas a temperatura corpórea também pode subir por causa de exposição ao calor ou até mesmo por problemas de doenças n3o infecciosas. Nunca menospreze a febre. Uma febre é um indicador de sérias condições clínicas. Os pais podem informar a temperatura que eles

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mediram antes de você chegar. Não use um termômetro oral ou retal. Você deve usar um termômetro axilar. Se não tiver, o Socorrista de Resgate confiará na temperatura percebida pelo contato com a pele do bebê. Esta determinação é feita colocando a parte de trás da sua mão contra a fronte do bebê. Se sentir muito quente, considere que o bebê tem febre e a transporte. Uma febre suave pode rapidamente elevar.se para uma febre alta e tomar.se um problema ameaçador à vida. Bebês toleram febres altas melhor que os adultos, mas uma febre pode rapidamente causar convulsões, em algumas bebês. Providencie o transporte paro bebê febril, com urgência. Enquanto espera pelo Resgate, realize as seguintes ações:. Dispa o bebê deixando.a somente com roupa íntima ou fralda, mas sem deixar o bebê se resfriar. Toda esta roupa retém o calor da febre. Coloque uma manta leve ao redor do bebê se ela começar a tremer.

Cubra o bebê com uma toalha molhada com água morna (não fria), se a febre for resultante da exposição ao calor Se o bebê começar a tremer, pare o processo e cubra.a com uma manta leve. Dê goles de água fresca, deixe o bebê chupar um pano com um pedaço de gelo, ou se crescida o bastante, deixe chupar diretamente o gelo. Transporte o bebê que tenha tido uma convulsão para um hospital. Nunca mergulhe o bebê em água fria. Nunca esfregue álcool para esfriar. Pode ser absorvida uma quantia tóxica para o bebê.Hipotermia

Como discutido anteriormente, a cabeça proporcionalmente maior dos bebês e do bebê age como radiador quando está descoberta, podendo perder calor rapidamente . Também a perda de calor pela cabeça é o resultado do esforço que o corpo faz para manter o cérebro em temperatura adequada para o seu funcionando. Em ambientes muito frios, os vasos sangüíneos se contrairão e o fluxo de sangue ao cérebro será reduzido. Sempre mantenha a cabeça coberta para manter o calor e não perdê.lo quando cuidar de bebês e bebês, em ambiente frio. Você também deverá recordar o que aprendeu sobre a grande área de superfície corporal do bebê. Exposição, ao frio e a água, causará rápida perda de calor Outros casos de hipotermia ou perda de calor do corpo, inclui uso de álcool ou drogas que dilatam a rede venosa, incidentes de baixas taxas de glicose no sangue (hipoglicemia), e as desordens do cérebro desregulando a temperatura do corpo, severas infeções e choque. Para qualquer situação de resfriamento do corpo, pegue o bebê no colo e cubra.a com uma manta quente, assim que possível. Se as roupas estiverem molhadas, tire.as rapidamente.Diarréia e Vômitos

Quantidades grandes de líquido são perdidas por enfermidades que ocasionem vômito ou diarréia. Esta perda de líquido é chamada desidratação. É necessário um equilíbrio de líquido para manter as funções do corpo. Uma grande perda de líquido, mesmo não sendo sangue, pode causar choque. É muito mais freqüente a desidratação nas bebês, pois elas têm uma porcentagem maior de fluidos em proporção ao tamanho do corpo. Você suspeitará de desidratação se o bebê estiver com febre e os pais informarem que ela vomitou com intensidade e/ou freqüência, sem receber qualquer tipo de reposição de líquidos. Também pergunte aos pais por episódios e freqüência da diarréia. Essas

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informações serão importantes para fazer um diagnóstico da suspeita de desidratação.l. Monitore as vias aéreas? Posicione a vítima adequadamente, assim o vômito não irá ~. obstruir as vias aéreas ou não será aspirado.3. Monitore respirações e providencie oferta de oxigênio se estiver autorizado e seguindo o protocolo.

4. Se os sinais vitais indicarem choque, tome iniciativa para transportar imediatamente para um atendimento hospitalar5. Se o bebê não vomitar, pode beber um pouco de água ou chupar pedaços de gelo. 6. Se possível, guarde o conteúdo vomitado para levar ao hospital.

Suspeita de Negligência ou Abuso

A mídia tem noticiado muitas histórias de negligência com bebês e abusos nos Últimos anos. Estes eventos não são algo novo. Muitos deles são tragédias que sempre existiram, mas só agora são informadas. Um bebê que foi vítima de maus tratos ou outra situação de negligência, possivelmente tomará o atendimento de emergência mais difícil para o Socorrista de Resgate. Você sofrerá emoções muito fortes que terá de controlar para oferecer apoio e entender a situação. Lembre.se de manter sigilo sobre a vítima e o fato. Você não poderá indicar o nome do bebê ou família para qualquer um, mas somente para médicos, autoridades ou a polícia. Existem várias formas diferentes de vitimizar às bebês, e estas normalmente acontecerão em combinação :. Abuso psicológico ou emocional ("Você é estúpido!" ou "Ninguém gosta de você!" ou "Você não vale nada!").. Negligência (negando comida ou roupas dignas; não assegurando que o bebê freqüente escola ou receba cuidados de saúde apropriados).. Abuso físico ou maus tratos (surras, chacoalhões, queimaduras com pontas de cigarros ou objetos quentes e outras atrocidades). . Abuso sexual (normalmente de um pai ou parente, às vezes de um vizinho, professor ou outro "indivíduo de confiança").

O Socorrista de Resgate provavelmente não irá receber um pedido de socorro, em casos de negligência ou abuso psicológico. Uma necessidade de atendimento de emergência é normalmente mais evidente num trauma psicológico decorrente de abusos físicos e sexuais, embora um longo tempo de negligência pode resultar em lesões físicas ou problemas de saúde. Portanto, percebida uma cena com sinais evidentes de negligência, você deverá informar às autoridades apropriadas. Você deverá coletar informações, fazer suas avaliações e providenciar cuidados, sem expressar suas suspeitas, sentimentos de revolta, incredulidade ou de julgamento. Lembre.se de que a pessoa que praticou o abuso também precisa de ajuda. Lembre.se também, de que suas suspeitas podem ser infundadas e que um trauma em bebê nem sempre é decorrente de um abuso. Você precisará checar os padrões de respostas c relatos para confirmar suas suspeitas. Se você suspeitar de abuso, providencie um transporte, mesmo que o trauma não o exija. Informe suas suspeitas para o pessoal do departamento de emergência. Se você sentir que o pessoal médico não acreditou em você, sua obrigação profissional é informar a situação para as autoridades judiciais ou para a polícia.

Abuso sexual: não espere que o indivíduo que praticou o abuso fale declaradamente a razão para a chamada. Muitas desculpas e razoes serão atribuídas para o bebê que

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sofreu danos genitais ou sintomas e sinais de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). Continue agindo pro.

fissionalmente e controle suas emoçOes. Seus procedimentos devem evitar que o bebê se sinta envergonhada ou culpada. Deixe o bebê saber que você e as pessoas do hospital a ajudarao.Alguns sinais que indicam abuso sexual incluem:

. Danos óbvios da área genital, inclusive queimaduras, cortes, contusOes e abrasOes. ErupçOes cutâneas ao redor da genitália, presença de fluido seminal, sangramento na regiao genital. . lnforniaçao do bebê que indique que foi assediada.

Esteja seguro para informar suas suspeitas e achados para o pessoal do Rcsgate ou para o pessoal médico do hospital. Os seus cuidados de emergência incluirao:

1. F azer curativo ou prov idenciar outro cuidado adequado para os ferimentos.2. Procurar qualquer evidência de abuso sexual, como roupa suja ou manchada. Nao deixar o bebê usar o banheiro para urinar ou detecar Nao deixar o bebê comer ou beber qualquer coisa. Nao lavar o bebê nem deixe os pais lavá.la ou trocar suas roupas.3. Minimizar o embaraço, cobrindo o bebê com uma manta, se necessário. 4. Organizar transporte o mais rápido possível. 5. Providenciar apoio emocional e segurança.

Abuso Físico: em casos de abusos fisicos ou maus tratos, você irá achar os seguintes sinais:

. Marcas ou contus~es que sao do tamanho ou do forniato do objeto que foi usado para atingir o bebê, como marcas de mao, de un.l cinto, arame e corda.. Áreas de inchaço, área de hematomas ao rcdor dos olhos, dentes soltos e lábios machucados. . Dilaceraçao, abrasOes e incisOes.

E,ntes fcrimentos sao achados freqUentemente na palie posterior das pernas, braços e pode haver lesOes em diferentes estágios de cicatrizaçao. Também procure por:Ossos quebrados, sinais de fraturas antigas, consolidadas incorretamente ou história de numerosas fraturas.Traumas na cabeça, fraturas de crânio ou indicaçOes de outros ferimentos na cabeça, que poderiam ser resultantes de chacoalhOes violentos (edema e inconsciência), especialmente em bebês e bebês pequenas.Sinais de contusOes abdominais, distensao, rigidez ou flacidez, que poderiam ser resultados de perfuraçOes e chutes. Danos na genitália com dilaceraçOes e sangramentos.Marcas de mordidas que mostram o tamanho da boca do adulto.Marcas de queimaduras que possam indicar pontas de cigarros, ferros quentes, queimadores de fogao, queimaduras causadas por água fervente nas pernas (queimaduras de água fervente decor.

rente de imersão) ou marca de mãos nas nádegas, onde a pele foi protegida de imersOes quando o bebê foi mergulhada.A relaçao do bebê com os pais ou a atitude dos pais podem ser uma pista para se identificar um abuso. Respostas diferentes nem sempre serão um indicador fidedigno.

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Procure as seguintes pistas: . O bebê parece amedrontada em dizer como o problema aconteceu. . O bebê parece nao esperar nenhum conforto dos pais. . O bebê não tem nenhuma reação aparente à dor. . Os pais não desejam que você fique a sós com o bebê. . Os pais relatam contradiçOes ou explicaçOes variáveis ao trauma. . Os pais culpam o bebê por ser desajeitada e propensa a um acidente. . Os pais aparentam uma preocupação inapropriada. . Os pais são "bravos" e aparentam dificuldade para controlar isso.. Os pais parecem deprimidos ou alienados, enquanto outros expressam raiva ou solicitam muitas explicaçOes. . Qualquer sinal de alcool ou abuso de drogas.. Qualquer expressão de suicídio ou busca de clemência por parte do bebê.. Qualquer relutância para contar a história do bebê ou obter permissao de um transporte para um hospital.

Você deverá ser o defensor do bebê e terá que convencer os pais de que o bebê precisa ser vista por um médico por causa da "dificuldade de determt'nar a seriedade dos danos". Nao acuse o pai.Você podera ser chamado para atender um bebê ferida e não ter idéia de que o dano está relacionado a maus tratos ou abuso sexual. O bebê e os pais relatam um relacionamento que podera, aparentemente, ser estreito entre eles. Ainda assim haverá indicaçOes que o farão suspeitar de abuso com o passar do tempo. Esteja alerta para: . Respostas repetidas pelo bebê.

. Sinais de ferimentos antigos durante sua avaliação . Sinais de cicatrização complicadas em feridas ou fraturas.. Sinais de queimaduras que podem ser recentes ou estejam em várias fases de cicatrização. . Muitos tipos de danos em várias partes do corpo.

Cuidados em Específicas

Muitas das emergências clínicas específicas listadas aqui foram descritas em detalhes em outros capítulos. Muitos cuidados que você irá providenciar para bebês e bebês serão muito similares aos cuidados de um adulto. Emergências Clínicas

Emergências Respiratórias

Obstrução Aérea: os sinais sintomas e cuidados de uma obstruçao parcial ou total das vias aéreas sao descritas no Capítulo 5. lnfecção Respiratória: infecçOes do trato respiratório inferior terao os mesmos sinais e sintomas de obstruçao das vias aéreas. A infecçao poderá causar edema e isso pode obstruir as passagens estreitas do ar Explorando a boca do bebê com seu dedo ou um abaixador de lingua, você poderá causar espasmos que fecharao as vias aéreas. Não faça qualquer manipulação na boca do bebê a menos que você visualise um objeto estranho. lnfecçOes respiratórias causarao à bebê dificuldades para respirar Providencie transporte o mais rápido possivel, se você notar os seguintes sinais de insuficiência respiratória: . Respiraçao ofegante, ruído severo ou grunhido. . Esforço para exalar o ar. . Respiraçao rápida (maior que 60 respiraçOes por minuto).

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. Uso de mUsculos acessórios do tórax (retraçao de mUsculos especialmente ao redor do pescoço e ombro).. Notar que o bebê, quando sentada, apoia os braços em uma posiçao de tripé. Babando.. Nariz escorrendo. Cianose (sinal tardio).. Preenchlmento retardado do leito capilar, mais de dois segundos (sinal tardio). . Estado mental alterado (sinal tardio).

Qualquer alteração respiratória no bebê, deve ser tratada seriamente. Insuficiência respiratória e baixos níveis de oxigênio nestes vítimas sao as causas principais de parada cardíaca, nao relacionadas a trauma.Para insuficiência respiratória, providencie oxigênio por uma máscara de oxigênio de tamanho pediátrico se estiver autorizado e seguindo o protocolo. Para angUstia severa e parada respiratória, proporcione ventilaçOes, com ajuda de um ventilador manual, usando, também uma máscara de tarllanhO pediátrico e oxigênio suplementar, seguindo o protocolo (Figura 18.5). Convulsões

ConvulsOes podem ser o resultado de trauma na cabeça ou decorrente de causas clínicas como febre alta, epilepsia, infecçOes, envenenamentos, hipoglicemia, baixo nível de oxigênio ou ainda causas desconhecidas.M uitas bebês apresentam convulsOes, mas essas raramente oferecem risco de vida. Porém, a convulsao causada por febre deverá ser considerada seriamente e a vítima deverá ser removido o mais rápido possível para o hospital. Normalmente você chegará depois da convulsao ter passado. Procure sinais de enfermidade ou trauma e questione o bebê ou a família sobre sinais e sintomas. Pergunte também:. O bebê já apresentou convulsOes anteriores? Quanto tempo elas duraram? Que parte do corpo foi afetada? . O bebê teve febre?. O bebê sofreu qualquer trauma ou queda, em que a cabeça tenha sido atingida? . O bebê toma algum medicamento, especificamente para convulsOes?

Figura 18.5a Figura 18.5b Para insuficiência respiratória, providencie o oxigê. Para insuficiência respiraté nio segundo o protocolo. com uma máscara de tama. tória, providencie ventilaça nho pediátrico adequado. manual e oxigênio suplem Qualquer bebê que teve uma convulsão terá de se submeter a avaliação médica. Providencie um transporte o mais rápido possível. Enquanto isso, administre cuidados de emergência: Mantenha vias aéreas permeáveis. Não introduza nada na boca.

Se você não suspeitar de danos na coluna vertebral, posicione o bebê lateralmente. Esteja alerta à vômitos.Providencie oxigênio ou ventilação com oxigênio suplementar, se estiver autorizado e seguindo o protocolo. Monitore a respiração ou alteraçOes do estado mental.

Estado Mental Alterado

Qualquer emergência traumática ou clínica que afeta o cérebro pode causar um estado mental alterado. Estas condiçOes incluem hipoglicemia e envenenamento, infecção, trauma na cabeça, nível de oxigênio diminuído, choque ou convulsão. Quando você dirigir sua atençao aa vítima com um estado mental alterado, numa avaliaçao inicial, sua preocupaçao será enfocar problemas de risco de vida. Procure os ferimentos que

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poderiam ter sido causados pelo estado mental alterado. Faça perguntas sobre a enfermidade que poderia ter sido a causa. Monitore os sinais vitais que poderiam indicar choque. Procure evidência de envenenamento . Faça perguntas sobre história de convulsão ou diabetes. Enquanto você estiver juntando informaçOes, poderá começar os cuidados de emergência:

Mantenha as vias aéreas permeáveis, proteja a coluna vertebral em caso de traumaProvidencie oxigênio por meio da máscara ou ajude com um ventilador manual e oxigênio suplementar, seguindo o protocoloProvidencie cuidados para prevenção do choqueProvidencie transporte para o hospital o mais rápido possível.

Envenenamento O bebê que está na fase de aprender a explorar, experimentar e provar coisas, também está sujeita à exposição ou ingestão de substâncias l .2.

3. 4.5.

l .2.3. 4.r..

venenosas. Venenos podem deprimir o sistema respiratório, podem causar parada respiratória e ameaçarem a funçao do sistema circulatório e nervoso. Algumas substâncias, como produtos derivados do petróleo, podem queimar o sistema respiratório e partes do sistema gastrointestinal.Revise o Capítulo 14 "Emergências Clínicas em SaUde", e Capítulo 15 "Queimaduras e Emergências Ambientais" onde o envenenamento é discutido. A avaliaçao e cuidados serao iguais aos indicados para um adulto.Choque

O choque é discutido no Capítulo 8, "Sangramento e Choque". Causas comuns do choque nos bebês e bebês incluem grandes perdas de fluidos por meio de diarréias e vômitos, que podem ser causados por infecçao, perda de sangue, danos abdominais e outros traumas. O choque também poderá ser causado por reaçOes alérgicas, envenenamento e, eventualmente, por problemas relacionados ao sistema circulatório.O corpo do bebê pode compensar, por um longo tempo, o quadro de choque. Quando estes mecanismos de compensaçao falham os sinais e sintomas de choque se desenvolvem rapidamente. No adulto a descompcnsaçao do choque se desenvolve mais gradualmente e é mais fácil de reconhecer e socorrer. No bebê, você deverá suspeitar de um quadro de choque e começar os cuidados imediatamente. Considere o mecanismo de trauma ou natureza da enfem.lidade e comece o cuidado. Nao espere quc os sinais apareçam (Figura 18.6): . Aumento de freqUência respiratória. . Empalidecimento, esfriamento ou umidade da pele. . Pulsaçao fraca ou ausente. . Preenchimento capilar retardado.

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. Produçao de urina diminuída (informaçao dos pais).. Estado mental alterado . Nenhuma lágrima quando chora. Providencie os seguintes cuidados:1. Assegure as vias aéreas permeáveis, mas proteja a coluna vertebral em casos de trauma.

2.

3. 45. 6. 7.Providencie máscara de oxigênio seguindo o protocolo ou máscara de ventilação com oxigênio suplementar.Controle qualquer hemorragia ou ferida.Eleve as pernas, caso nao haja nenhum traumaMantenha a temperatura corporal mas não aqueça demais.Providencie transporte o mais rápido possível.Espere o Resgate chegar. Continue monitorando a permeabilidade das vias aéreas e sinais vitais. Afogamento

O bebê que submergiu em água pode estar viva ou clinicamente morta (nenhuma respiraçao e batimento do coração), mas não biologicamente morta (células do cérebro ainda podem estar vivas). Foram ressuscitados muitos vítimas, após mais de 30 minutos de submersão em água fria. Em situaçOes de afogamento, as bebês são ressuscitadas em freqUência maior que adultos. Faça revisão do cuidado com vítima de emergência em água, no Capítulo 22: "Afogamentos e Acidentes de Mergulho". Cuidados requeridos por uma vítima afogado :

Providenciar ventilaçOes artificiais ou RCP, se necessário. Tenha certeza de que as vias aéreas estejam linlpas e livres de fluidos.Proteja a coluna vertebral no caso da vítima de afogamento ter sofrido um acidente de mergulho.Mantenha a vítima num ambiente quente e seco para prcvcnir hipotermia.Providencie transporte a toda vítima de afogamento, mesmo quc estejam recuperando a respiração nomlal. É possível que elcs possam piorar, horas depois de terem se recuperado. Síndrome de Morte Infantil SUbita (SMIS)

Síndrome de Morte Infantil SUbita (SMIS) é a morte inexplicada, sUbita, durante o sono de um bebê, aparentemente saudável, em seu primeiro ano de vida. A cada ano, milhares de bebês podem sofrer desta síndrome, mesmo as que estavam recebendo cuidados nomlais e tinham passado recentemente por exames fisicos. As causas ainda estão sendo investigadas e não estão elucidadas. SMIS não é causado por fatores extemos como sufocaçao, vômito ou choque.Normalmente quando os primeiros socorros chegam para o bebê, não há o que fazer, pois em geral os pais demoram a perceberem a parada respiratória e cardíaca da vítima . Você não diagnosticará se a causa é SMIS, mas iniciará o tratamento, imediatamente, como começaria para qualquer vítima nestas condiçOes. Providencie ressuscitação e transporte para o hospital.Você só não começará uma ressuscitação se pe.iceber rigidez cadavérica (endurecimento do corpo) ou se houver poça de sangue ao longo de qualquer lado do corpo ou no colchão, com o

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bebê lívida. Dê apoio emocional para os pais e transmita que você está fazendo tudo o quc pode para o bebê. l .2.3.

4.

5.

Cuidados nas ao Trauma Cuidado Geral ao Trauma do bebêPela própria imaturidade, as bebês e bebês, movidos ~ela curiosidade e falta de medo, sãa vítimas freqUentes de traumas. E a primeiraEmergências Relacionadas

causa de morte, geralmente como resultado de acidente em veículo motorizado, afogamento, queimadura, arma de fogo, trauma penetrante, esmagamento e vários outros mecanismos de traumaQuando realizar o exame fisico no bebê, faça a avaliaçao no sentido "dos pés à cabeça", em vítimas conscientes e estáveis. Para vítimas inconscientes, faça o exame avaliando "da cabeça aos pés". Para vítimas instáveis, preocupe.se com o ABCs e determine prioritariamente, o transporte para o hospitalCuidados com traumas em bebês sao basicamente iguais aos dos adultos. Lembre.se que o tamanho da cabeça e seu peso, toma.os mais suscetíveis ao trauma de cabeça e pescoço em acidentes de veículos, especialmente se o bebê nao estava usando cinto de segurança no momento do acidente~ quando nadam ou mergulham~ em acidentes de esportes e nas brincadeiras. Também suspeite de traumas abdominais e pélvicos, em acidentes de veículos, quando o bebê estava presa pelo cinto e traumas nas extremidades, com acidente em árvores, quando o bebê for maior. Considere diferenças na anatomia do bebê, quando estiver avaliando e examinando. Revise a seçao de "ConsideraçOes Especiais", neste capítulo. Os cuidados gerais para trauma de bebê ou bebê sao :

l . Assegurar as vias aéreas permeáveis. Usar a manobra de traçao da mandíbula para proteger a coluna cervical.2. Assegurar que as vias aéreas estejam limpas. Fazer aspiraçao, se tiver treinamento específico.3. Providenciar oxigênio pela máscara ou fazer as ventilaçOes con.l um ventilador manual com máscara e oxigênio suplementar, seguindo o protocolo. 4. Imobilizar a coluna vertebral. 5. Providenciar transporte o mais rápido possível para o hospital.6. Ficar esperando pelo Resgate. Continuar reavaliando e oferecendo cuidados adequados.Veja os Quadros l 8.2 e 18.3. como imobilizar bebês em assentos de segurança e como desfazer a imobilizaçao rapidamente. Vestuário Pneumático

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Curso de Especialização de Praças – Bombeiros

Existem vestimentas pneumáticas para estabilizar traumas pélvicos cm vítimas pediátricos. Caso tenha disponibilidade deste equipamento, o Socorrista de Resgate terá que receber treinamento específico para usá.lo. Queimaduras

Você deverá revisar os conhecimentos relacionados a queimaduras no Capítulo 15. Preste atençao especial à "Regra dos nove" para calcular a área da superficie do corpo que estiver queimada, nos bebês e bebês.As proporçOes sao ligeiramente diferentes nas bebês, se comparadas ao adulto. É melhor superestimar o cálculo da área queimada que subestimá.laCuide da área queimada, cobrindo.a com roupas estéreis e nao aderentes ou filmes plásticos. Roupas Umidas em grandes áreas queimadas contribuirao para o choque, em bebês. Providencie transporte o mais rápido possível para o hospital. Verifique as orientaçOes para determinar quem precisa ser transportado a um centro de queimados.

RESUMO

De uma forma geral, a avaliaçao e tratamento das enfem.lidades e traumas no bebê e no bebê, sao basicamente os mesmos indicados para os adultos. Porém, você deverá considerar as caracteristicas peculiares do bebê e do bebê, pois sua fisiologia e respostas emocionais sao especiais.Por exemplo, para ajudar a manter um bebê calma, inverta a ordem na qual você executa o exame fisico. Comece pelos pés até a cabeça. Quando possível, você poderá examinar bebês, quando eles estao sentadas no colo de seus paisUm exemplo da anatomia característica dos bebês e das bebês está na cabeça, que é maior e mais pesada, em proporçao ao resto do corpo.Em traumas, suspeite especialmente de danos na coluna vertebral e na cabeça. Também manipule a cabeça de um bebê de até 18 meses com extrema precauçao. Nao aplique pressao nas estmturas delicadas como as fontanelas. A área de superficie do corpo de um bebê ou de um bebê é grande se comparada à sua massa corporal. lsto os faz mais vulneráveis a hipotermia. Cobrindo a vítima, especialmente a cabeça, ajudará a mantê.lo aquecido Nao espere pelo aparecimento de sinais e sintomas de choque no bebê . Se o trauma ou a enfermidade apresentam risco potencial, providencie antecipadamente os cuidados de emergência. Também, 1embrese de que um bebê tem menos sangue do que um adulto. Uma perda de sangue relativamente pequena pode oferecer risco de vida.As bebês respiram pelo nariz, que se estiver obstruído, nao as fará abrirem a boca para respirar. Assim, você deverá se preocupar em limpar o nariz de secreçOes. Também 1embre.se de que a língua é proporcionalmente maior em bebês e confira para ver se é uma possível causa de obstmçao das vias aéreas. Quando manusear as vias aéreas de um bebê, tenha certeza de que a cabeça esteja numa posiçao neutra, nem hiperfletida e nem hiperestendidaQualquer alteração respiratória em bebês e bebês é grave. Para insuficiência respiratória, providencie oxigênio através de uma máscara de tamanho pediátrico, se estiver autorizado seguindo o protocolo. Para insuficiência respiratória severa ou parada respiratória, providencie ventilaçOes ou ventilador manual com oxigênio suplementar, seguindo o protocolo. Providencie imediatamente o transporte para o hospitalAs bebês toleram febres altas melhor que os adultos, mas uma febre que sobe rapidamente pode causar convulsOes; providencie transporte para o bebê, o mais

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rápido possível. Também encaminhe o bebê que tem diarréia e vômitos para assistência médicaFique atento para necessidades emocionais e para o sofrimento da vítima vítima de maus tratos, abuso sexual ou negligência. Seja discreto sobre suas suspeitas na presença do possível indivíduo que praticou o abuso, mas defenda o bebê e informe suas suspeitas para as autoridades competentes.

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