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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ESTEVÃO LIRA CAMPOS GERENCIAMENTO DE CRISES: uma análise de métodos de conceitos de Relações Públicas aplicadas pela Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Petrolina. PETROLINA – PE 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

ESTEVÃO LIRA CAMPOS

GERENCIAMENTO DE CRISES: uma análise de métodos de

conceitos de Relações Públicas aplicadas pela Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Petrolina.

PETROLINA – PE 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

ESTEVÃO LIRA CAMPOS

GERENCIAMENTO DE CRISES: uma análise de métodos e

conceitos de Relações Públicas aplicadas pela Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Petrolina.

Trabalho apresentado a Universidade

Federal do Vale do São Francisco –

UNIVASF, Campus Petrolina, como

requisito da obtenção do título de bacharel

em Administração.

Orientador: Prof. Ms. Eduardo Tadayoshi

Omaki

PETROLINA – PE 2011

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CAMPOS, Estevão Lira. Gerenciamento de Crises: uma análise de métodos e

conceitos de Relações Públicas aplicadas pela Assessoria de Comunicação da

Prefeitura Municipal de Petrolina. 24 f. Relatório de Estágio Supervisionado

(Bacharelado) – Curso de Administração, Universidade Federal do Vale do São

Francisco, Petrolina, 2011.

RESUMO

Relações Públicas é uma área que a partir de meados dos anos 50 veio a emergir

de forma considerável visando à expansão da imagem e a comunicação das

entidades com seu público alvo. Essa visão de expansão nos leva a inferir

modelagens estratégicas para se atingir um determinado objetivo, e o conceito alvo

das Relações Públicas são as ideias. Através destas, as Relações Públicas podem

desenvolver suas atividades exprimindo seus valores e princípios norteadores e

repassando-os as comunidades a fim de demonstrar seus conceitos e visões e

compartilhar através disso uma visão conjunta com o público.

Em um departamento, as Relações Públicas exprimem uma necessidade de

desenvolver suas atividades norteadas por métodos e comportamentos que são

desenvolvidos através de uma gama de processos desde a coleta até decisões que

vão surtir um determinado tipo de efeito para o meio a que ele for dirigido.

Nessa premissa, o trabalho das Relações Públicas se mostra de suma importância

para um desenvolvimento amigável e interativo entre as entidades e as

comunidades e outros entes que compõem a sociedade contemporânea.

Palavras-chave: Gerenciamento. Estratégias. Conceitos. Informação. Decisões.

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CAMPOS, Estevão Lira. Crisis Management: a review of methods and concepts on

Public Relations applied by Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de

Petrolina. 2011. 24 f. Work Placement Report under Supervision (Bacharelado) –

Administration Course, Federal University of San Francisco Valley, Petrolina, 2011.

ABSTRACT

Public Relations are an area that from the mid 50s came to emerge aimed at

significantly expanding image of the entities and communication with your target

audience. This view expansion leads us to infer strategic modeling to achieve a

certain goal, and the concepts of targeted public relations are the ideas. Through

these, the Public Relation can develop their activities expressing their values and

guiding principles and delivering them to communities in order to demonstrate

concepts and visions and thereby share a common vision with the public.

In one department, the Public Relations express a need to develop their activities

guided by methods and behaviors that are developed through a range of processes

from collection to decisions that will have a large, certain type of effect to the

environment to which it is directed.

On this premise, the work of Public Relations is proves critical to developing a

friendly and interactive entities and communities and other entities that make up

contemporary society.

Key-words: Management. Strategy. Concepts. Information. Decisions

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SUMÁRIO 1. Introdução ...........................................................................................................06

1.1. Descrição do Estágio .................................................................................07 1.1.1. Caracterização da Empresa ................................................................07

1.1.2. Área Funcional do Estágio ...................................................................08

1.1.3. Ambiente de Estágio ............................................................................08 1.2. Objetivos .....................................................................................................09

1.2.1. Objetivo Geral ......................................................................................09

1.2.2. Objetivos Específicos ..........................................................................09 1.3. Justificativa ................................................................................................10

2. Fundamentação Teórica ....................................................................................10 3. Metodologia do Projeto .....................................................................................19 3.1.1. Plano de Atividades..............................................................................20

3.1.2. Cronograma de Atividades...................................................................20 4. Resultados ..........................................................................................................21 4.1 Atividades Realizadas ......................................................................................21 4.2 Objetivos Alcançados ......................................................................................21 4.3 Cronograma Realizado.....................................................................................21 4.4 Análise dos Resultados....................................................................................22 5. Conclusão............................................................................................................26 6. Referências..........................................................................................................27

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1. INTRODUÇÃO

Em um departamento de Assessoria de Comunicação, a ênfase na gerência da

informação é de suma importância. Para tanto, interagir com o ambiente externo é

uma tarefa crucial, senão a principal, do trabalho desse setor, que, utilizando-se de

processos e agilidade nas operações, coloca a disposição da sociedade as

informações pertinentes de assuntos diversos a que são submetidos.

Nesse contexto, o trabalho de intermediar, filtrar, canalizar, analisar e acionar

processos que venham a ser trabalhados com as informações que se procedem é

característico das Relações Públicas. Ela, através de técnicas e procedimentos,

realiza o dever de gerenciar e colocar a cargo dos competentes a responsabilidade

de promover o melhor nível de recursos necessários para se trabalhar esse aspecto.

Há vários elementos que são tratados pelas Relações Públicas, e esses elementos

podem envolver uma parte ou toda uma organização além dos seus colaboradores,

deste o nível mais baixo até a cúpula estratégica.

No setor público, as Relações Públicas se mostram com suma importância para a

organização, pois serve de porta-voz das decisões tomadas pela entidade e

passando-as à população, que é a principal interessada. Com isso, o trabalho da

Assessoria de Comunicação utilizando os princípios das Relações Públicas, assume

uma postura mais rigorosa e exigente com relação às informações que são tratadas

na mesma e pela mesma.

A ênfase em dirimir crises é uma das tarefas mais importantes que as Relações

Públicas, e ela, através de suas teorias e métodos, propõem alternativas de ações

para se combater esse tipo de problema que pode interferir nos interesses da

organização, pois, crises podem levar a várias consequências graves e, em se

tratando do setor público, o âmbito que podem tomar se torna muito maior.

Pensando nesses aspectos, este trabalho visa discorrer sobre uma análise que

envolve o Gerenciamento de Crises explorando técnicas e comportamentos tanto do

ambiente externo como do departamento de Relações Públicas caracterizado pela

Assessoria de Comunicação.

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1.1. DESCRIÇÃO DO ESTÁGIO

O estágio é lotado na Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de

Petrolina, onde é trabalhado o recebimento e controle de informações, assim como a

análise de suas características e resolução de problemas, além de promover posts

de notícias e divulgação pertinentes a Prefeitura Municipal de Petrolina e afins.

1.1.1. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

A sede da Prefeitura Municipal de Petrolina foi fundada na Rua Marechal Deodoro

em casa particular. Em 1910, a Sra. Adelaide Ribeiro cedeu gratuitamente uma das

casas na Rua Manoel Borba para a instalação da Prefeitura.

Em 21 de Agosto de 1967 foi inaugurada a sede definitiva da Prefeitura Municipal de

Petrolina na gestão do Sr. José de Souza Coelho na Avenida Guararapes, porém a

antiga sede continuou sendo usada até meados de 1991.

A organização política vem desde o ano de 1.700, sendo dividido em cinco períodos:

1. 1.700 a 1.861

Caminho do gado

Conclusão da construção da igreja matriz

Desmembramento da “passagem de Juazeiro” de Santa Maria da Boa Vista

2. 1.862 a 1.895

Elevação do núcleo urbano

3. 1.895 a 1.946

De cidade ao sistema “coronelista”

Apogeu da Diocese

4. 1.946 a 1.955

Extinção do sistema coronelista

Prefeitos nomeados pelo interventor do Estado de Pernambuco

Realização da Diocese da cidade

5. 1.955 a 1.992

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Predomínio da família “Coelho”

Criação do MDB e outros partidos políticos

Eleição do prefeito que governou até o centenário da cidade.

1.1.2. ÁREA FUNCIONAL DO ESTÁGIO

A Assessoria de Comunicação a qual está inserido o estágio é o departamento que

promove a interação de contato, processamento de informações, esclarecimentos,

documentação e arquivamento de notícias, além de estabelecer os meios de

comunicação entre a organização e o público obedecendo aos princípios da mesma.

1.1.3. AMBIENTE DE ESTÁGIO

A localização do estágio situa-se em um dos oito departamentos/secretarias

situadas na sede da Prefeitura Municipal de Petrolina.

A Assessoria de Comunicação dispõe de cinco salas divididas entre os

subdepartamentos da Assessoria que são: recepção, rádio escuta, jornalismo,

assessoria técnica e sala da Assessora. Nos cargos distribuídos na assessoria

constam: Assessora de Comunicação, Coordenadora de Jornalismo, Jornalistas,

Estagiários e Assistentes Administrativos. Segue abaixo o organograma da Sede da

Prefeitura Municipal de Petrolina.

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1.2. OBJETIVOS

Os resultados são pertinentes aos objetivos traçados como formas de planejamento

para organização e execução e assim obter aquilo que se é esperado. São através

dos objetivos que são evidenciados as diretrizes para os caminhos a serem

seguidos em congruência com os desejos almejados.

1.2.1. OBJETIVO GERAL

Descrever e analisar os processos do Gerenciamento de Crises na Assessoria de

Comunicação da Prefeitura Municipal de Petrolina a luz da teoria de Relações

Públicas. Essa análise será baseada em métodos estratégicos desenvolvidos para

condicionar um melhor aproveitamento e uma melhor eficiência.

1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Realizar pesquisa bibliográfica e documental sobre o tema Gerenciamento de

Crises numa Assessoria de Comunicação;

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• Coletar informações sobre os métodos e conceitos empregados no departamento

à luz dos conceitos de Relações Públicas;

• Descrever as convergências e divergências entre a teoria e a prática no

departamento;

• Oferecer opções de melhorias para a Assessoria de Comunicação da Prefeitura;

1.3. JUSTIFICATIVA

Esse trabalho pretende discorrer, numa análise qualitativa, os procedimentos

efetuados na prática por uma Assessoria de Comunicação em relação ao

Gerenciamento de Crises, sendo verificados seus aspectos, disponibilizando uma

visão real dos procedimentos efetuados e, quando comparados com a teoria das

Relações Públicas, poder oferecer uma melhor disposição de ferramentas a serem

usadas para o aumento da eficácia e eficiência das atividades.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Em um ambiente organizacional, as estruturas difundidas entre os diversos

departamentos levam a uma sinergia de conceitos e variáveis que fazem parte de

um escopo completo de interatividade entre a empresa e o meio em que ela está

inserida. As particularidades de cada uma delas fazem com que a empresa consiga

um bom desempenho e satisfação daqueles que são atingidos por seus produtos ou

serviços.

No âmbito dos serviços, Relações Públicas são responsáveis por difundir

informações e tem como função externar e conciliar questões ou problemas

pertinentes a determinados grupos de interesse. Nesse aspecto, torna-se um

elemento dentro de outros maiores que, por definição, compõem a base de

formação dos alicerces dessa ferramenta que é uma das mais importantes de

trabalhar.

Relações Públicas em toda sua gama de especialidades e conceitos demonstra

enfoques desenvolvidos em outras áreas organizacionais que se somam as suas

funções basilares e dão vazam ao início de um raciocínio de comportamento e

direcionamento para a execução de suas atividades.

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Na observação dos conceitos de Relações Públicas percebe-se o fato que ela se

utiliza de meios e caminhos para chegar a um determinado objetivo. Traçar planos e

metas para relacionar-se da melhor maneira possível com seu ambiente, caracteriza

um fator crucial para o sucesso do seu desempenho, evidenciando o uso do

conceito da Estratégia em seus princípios. Esse assume um papel predominante em

Relações Públicas por seu espectro de ações a serem utilizadas e sua capacidade

de determinar variáveis e possibilidades de cenários, assim como formas de

planejamento e estrutura de atividades, o que pode ser posto como as Relações

Públicas estão inseridas em Estratégia.

Estratégia são planos para alcançar resultados consistentes com a missão e os

objetivos gerais da organização (WIGTH, p. 24). Esse conceito denota uma análise

de recursos a serem usados tanto no ambiente interno como externo a organização,

levando-a a exprimir suas competências para suprimir erros e proporcionar os

melhores resultados. A Estratégia também pode ser um padrão que consiste na

uniformidade de um determinado plano ao longo do tempo (MINTIZBERG, et al.

p.17) observando as estruturas relacionadas com a manutenção dos parâmetros e

guias de ações com resultados positivos.

Com essa conjuntura, a estratégia torna-se uma ferramenta fundamental, senão a

principal, para o desenvolvimento de Relações Públicas no que tange suas

particularidades com relação ao relacionamento com o ambiente, produzindo os

melhores caminhos para obter-se o fim desejado.

Uma empresa que deseja trabalhar sua imagem perante a sociedade, além de

evidenciar-se através de atividades rotineiras, proporciona os melhores meios seja

através de notícias, comerciais, imagens, publicações, dentre outros, fazendo com

que o relacionamento entre a instituição e o ambiente externo seja sinérgico, em

relação aos objetivos iniciais traçados. Levantando uma análise de seus atos e das

funções e funcionalidades mais relevantes, culmina assim em uma vantagem

competitiva. Vantagem essa conseguida através de uma estratégia adequada, que

faz com que a organização se destaque perante os grupos de interesses e colha

melhores resultados, pois, com metas previamente estabelecidas e com um

percurso de ações traçados em etapas sequenciais, também visando as eventuais

surpresas do ambiente, possa tornar o seu impacto no meio mais eficaz.

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A vantagem competitiva nos ditames das Relações Públicas, tanto no meio privado

como público, proporciona a alavancagem necessária para um melhor recebimento

da sociedade, seja consumidor ou apenas cidadão. A vantagem competitiva, aferida

por suas estratégias genéricas, mostra a posição relativa da empresa ou instituição

dentro do mercado ou bloco social.

Nesse aspecto, levando em conta o tipo de estratégia e os objetivos da organização,

ao externar para os grupos de interesse, através de campanhas publicitárias,

anúncios, convites ou avisos das intenções da instituição, no âmbito das relações

públicas, priorizar a boa imagem leva a adentrar num universo mais específico, o

Marketing.

Nessa concepção, as Relações Públicas se mostram diretamente ligadas às

atividades de Marketing no que tange a promoção: propaganda, notícias, imagens,

etc. Entendendo, o marketing “envolve a identificação e a satisfação das

necessidades humanas e sociais” (KOTLER & KELLER, 2006), no processo de

trabalho na disseminação da informação que é de fundamental importância.

O planejamento estratégico de marketing é crucial para o bom desenvolvimento da

organização, levando em consideração a gerencia ou atualização das atividades da

mesma. A visualização dos pontos fortes e fracos, considerando o nível de

crescimento ou exigência da sociedade, adentra a posição em que a organização se

encontra em relação a definição estrita da estratégia, fazendo planos de ações em

consonância com os objetivos gerais almejados.

Numa empresa privada, os esforços são voltados para a venda de produtos e

exibição da empresa; já para uma instituição pública, esse planejamento é voltado

para a prestação de contas ou transparência da mesma para a sociedade, além de

criar uma barreira de contenção para possíveis embargos de grupos específicos,

esses, que são o principal alvo que as Relações Públicas.

Os grupos de interesse ou stakeholders (nomenclatura empresarial) são os grupos

dos principais interessados nas questões específicas e relevantes sobre a

organização. São o público alvo a que são destinados os esforços do marketing, e

consequentemente das Relações Públicas, para uma relação estável com a

sociedade. É fundamental a exploração da boa imagem da instituição, no tocante de

que empresas, funcionários, empresários, mantenedores ou questões públicas

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possuem influencia no processo decisório de um planejamento estratégico, pois

todos eles têm níveis de influência. Nesse aspecto, o estudo das Relações Públicas

se torna fundamental para o entendimento do relacionamento entre uma empresa e

seu meio interno e externo, evidenciando suas análises e pressupostos que visam

guiar a organização ao resultado pretendido.

A interação global torna o processo de comunicação cada vez mais importante e

preciso na medida em que a sociedade exige mais rapidez e agilidade nas respostas

dadas aos acontecimentos diários ocorridos ao longo dos anos.

A corrida em busca do maior prestígio, maior visibilidade, maior destaque em relação

a outros, esmiúça em detalhes os prognósticos que são utilizados para se conseguir

tal façanha, além de um esquadrão de profissionais cada vez mais requisitados para

esse tipo de trabalho. Nesse contexto, o surgimento de uma nova gama de trabalho

com princípios de intermediação e o relacionamento entre organizações e

instituições públicas e privadas com seu ambiente, torna as Relações Públicas o

centro dos pareceres a que esses elementos são submetidos. Para tanto, além dos

princípios básicos a que as Relações Públicas evocam em âmbito geral, suas

abordagens específicas também são fontes de estudos importantes para se

trabalhar e aperfeiçoar à medida que o mundo e sua sociedade e cultura mudam.

Com a premissa da busca de uma melhor compreensão do ambiente a que somos

submetidos a todo instante, sabemos que nem sempre somos ofertados a episódios

de paz e tranquilidade. Os momentos de turbulência que são desvios de um ideal

situacional são caracterizados por choques de estratégias ou objetivos, ideais,

pensamentos, ideias, que convergem para alvos diferentes, por públicos diferentes,

em grupos diferentes da sociedade. Esses momentos onde há o embate de ideias a

respeito de um determinado tema podem tomar e levar a rumos diferentes

dependendo do tipo de abordagem que é dado a ele.

Nesse âmbito, este trabalho fará uma abordagem analítica de estratégias voltadas

ao gerenciamento de crises, seu conceito, objetivo, abordagens e eficácia de um

trabalho feito para minimizar ou exterminar os efeitos de uma crise por completo a

luz dos conceitos das Relações Públicas.

Segundo Lesly (2002, p. 2) Relações Públicas é uma forma de ajudar uma

organização e seus públicos a mutuamente se adaptar uns aos outros. O que

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também é caracterizado pelo Comitê Avançado de Planejamento da Sociedade de

Relações Públicas, que em sua Parte II, onde explica que “crescentemente, a

estabilidade de nossa sociedade depende de se colocar, em um razoável equilíbrio,

as muitas forças sociais, políticas, e culturais – todas as quais são determinadas por

atitudes de grupos. Essas atitudes são o meio específico das relações públicas[...]”.

Tendo em vista este papel, as relações públicas se tornam uma ferramenta de

interação com os mais diversos meios e ambientes que a sociedade proporciona,

visando uma compreensão de todas as partes a partir de uma convergência de

ideias onde o equilíbrio possa ser estabelecido.

Apesar desse fato, as constantes mudanças a que a sociedade é submetida,

influenciada pela cultura, meios de comunicação e outras fontes de formação de

opinião, muitas vezes, levam a embates ideológicos que muitas vezes distorcem ou

enviesam pensamentos ou valores estabelecidos em organizações ou em

comunidades, e uma vez o caos estabelecido, formam-se grupos de interesse com o

objetivo de combater certas ideias públicas ou privadas, levando a discussões e

muitas vezes chegando ao extremo das vias de fato; esse tipo de problema possui

níveis de gravidade onde a organização pode usar de técnicas para suprimi-lo,

desde o estabelecimento de prioridades, até a ação em si.

Nesse tipo de enfrentamento, as Relações Públicas evidenciam níveis de gravidade

a ser analisado para poder se tomar as medidas cabíveis. Esses níveis são:

Assuntos Públicos, Emergências e Crise. O Assunto Público é o item a ser discutido

por visões diferentes e que está sujeito a mudanças, é o elemento principal para

uma discussão; a Emergência é uma ocorrência repentina e inesperada que merece

atenção especial imediata. Como neste trabalho a abordagem será sobre o

Gerenciamento de Crises, apenas nos ateremos ao conceito desse último.

Segundo Lesly (2002, p. 25) uma Crise “é um estágio no qual os acontecimentos

futuros que afetam uma pessoa ou organização serão determinados. É um ponto de

encontro (ou desencontro) que resulta em mudança, permanente e drástica. […]”. Ao

entrar nessa fase, uma crise pode ser pequena, que persiste por um tempo, mas

logo se soluciona ou tomar proporções gigantescas. Para gerenciá-la é preciso ter

em mente os passos certos a se tomar nessa situação a fim de não confundir ou se

precipitar em relação a ela, agravando-a ainda mais.

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Ainda segundo o mesmo autor, algumas precauções devem ser tomadas para se

evitar o agravamento de uma crise, além de usar as armas erradas para dirimi-la,

como por exemplo, identificar o problema na categoria errada pode levar a

planejamento e execução errôneos sobre um determinado assunto; muito alarde

pode causar desconforto desnecessário a grupos importantes; o cruzamento de

informações pode exagerar seu impacto; o “estado de sítio” pode tirar a normalidade

dos padrões da organização, dentre outros.

Para evitar esse tipo de problema, foram postos quatro etapas para o planejamento

e execução de gerenciamento de crises, segundo Lesly (2002, p. 26, 27) são eles:

Monitorar e Identificar Assuntos Públicos, Caracterização e Priorização,

Planejamento e Visão Geral do Gerenciamento de Assuntos Públicos e Treinamento

para Gerenciamento de Assuntos Públicos e Comunicação.

O Monitoramento dos Assuntos Públicos é o ato de monitorar, identificar e classificar

assuntos públicos buscando identificá-los em tempo hábil e medir sua amplitude;

Caracterizar e Priorizar são identificar o ponto básico do assunto público, juntando

itens que se relacionam para se estabelecer uma situação tática; Planejamento e

Visão do Gerenciamento de Assuntos Públicos, desenvolver e estabelecer opções,

selecionar estratégias e planejar recursos e avaliar os procedimentos; Treinamento

para Gerenciamento é disseminar os conhecimentos, aconselhar e definir

oportunidades para um melhor aproveitamento da equipe.

Esses passos mostram a postura de uma Assessoria de Comunicação em relação

ao combate de crises envolvendo assuntos públicos, pois eles podem ser

disseminados de várias formas, envolvendo várias fontes, confiáveis ou não e

podem causas grandes transtornos a organização que é alvo dessas supostas

denúncias. É importante salientar que no processo de combate a crise e seu

gerenciamento, a equipe de relações públicas é a principal envolvida nesse

processo, e que está, de forma direta ou indireta, envolvida com o problema a que

estão se debruçando. Por isso, é importante que uma assessoria tome a postura de

sempre estar em comunicação direta com a equipe e mantenha-os controlados com

relação aos assuntos que estão sendo abordados, assegurando-os de segurança

pessoal e profissional alavancando assim um melhor desempenho destes.

Além dos passos já citados, no âmbito das Relações Públicas, outras atitudes vindas

dos departamentos especializados nessa área são de suma importância para o

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combate as crises, como por exemplo: explorando queixas. Um assunto público, ou

item, surge quando um ou mais públicos de uma organização desenvolve uma

queixa ou receio (Lesly, 2002, p. 28). Para tomar as medidas necessárias, antes é

preciso se fazer uma análise de como essas queixas ou receios surgiram, para isso,

uma sequência de ações, ou perguntas, podem ser usadas para esse tipo de análise

como:

1. Há alguma coisa errada com as atividades da organização? Qualidade,

explicação, serviço?

2. Quem é a fonte dessa queixa e a natureza das pessoas que a fazem?

3. Estudamos os fatos a respeito dessa queixa? Revisamos relatórios ou

falamos com alguém da organização?

4. Consultamos fontes externas?

5. Outros estão sendo afetados por essa queixa?

Ao se fazer essa análise pode-se chegar a uma conclusão de que tipo de pessoas é

as que fazem essas queixas. É um erro tratar todos que se opõem da mesma forma,

então para isso, são colocados algumas características básicas de cada tipo de

grupos:

• Defensores: São pessoas que propõem algo no qual acreditam.

• Dissidentes: Estão contra alguma coisa, ou contra muitas coisas.

• Ativistas: Querem que algo seja feito ou mudado

• Fanáticos: Zelam excessivamente e possuem características semelhantes

a dos outros.

• Hiper-fanáticos: São os que passam dos limites, sem nenhum tipo de

estabilidade.

Com essa análise do tipo de grupo a que pode estar lidando, as atividades

desenvolvidas para uma resposta estará mais de acordo com a necessidade

envolvida. Cada tipo de grupo tem sua particularidade e por isso uma maneira única

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de se lidar. Nesse aspecto, o trabalho do departamento de Relações Públicas deve

estar em inteira sinergia com o meio para poder analisar de forma correta os pontos

fortes e fracos a serem abordados e explorados. Com isso, os elementos de um

programa para lidar com assuntos públicos e oportunidades têm a tendência de ser:

1. Identificar assuntos públicos ou oportunidades e tendências

2. Avaliar seu impacto e estabelecer prioridades

3. Estabelecer a posição da empresa

4. Planejar as ações e resposta da empresa (Comunicações, lobby,

processos jurídicos, publicidade, etc.)

5. Implementar os planos

6. Análise da resposta e avaliação.

Todos esses passos fazem parte de uma estratégia eficiente e eficaz para o

combate a crises e/ou emergências relacionadas a assuntos públicos, desde a sua

concepção, com o conhecimento do assunto público abordado, passando pelo

desenvolvimento da análise dos grupos participantes das atitudes até a escolha da

melhor atitude a ser tomada para o combate ou resposta a esses grupos.

Nessa premissa, o programa e execução dessas etapas devem estar bem

formulados, e é caracterizado por:

1. Separar os assuntos públicos por área de atuação pertinente a

organização

2. Classificar os assuntos públicos por categorias (Estratégico, Emergente ou

Existente)

3. Dar um peso a cada item por classificação de importância ou urgência.

4. A decisão que a administração tomará, baseado nas análises do

departamento de Relações Públicas, aos assuntos em questão (Reativa,

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em oposição ou em prorrogação a mudança; Adaptativa, aberta a

mudança; ou Dinâmica / Pró-ativa (influenciar ou dirigir a mudança)

Nessas etapas de programação, a organização pode melhor se estruturar e

monitorar seu comportamento diante de crises ou ameaças que possam atingir a

organização. Principalmente com relação às decisões, o elemento pró-ativo que é a

última etapa da programação, se for escolhido, é de suma importância, pois é o meio

em que a organização irá mostrar seu poder de influência e capacidade de trabalhar

com o meio para moldar as ideias nela existente. Principalmente com relação ao

trabalho com a mídia, que é o veículo de comunicação mais acessível as massas de

todos os níveis. Para tanto, é de crucial importância saber analisar e lidar com essa

ferramenta para disseminar as ideias vindas da organização e usar isso como

resposta ou combate as crises ou emergências que surgem ao longo do tempo.

Segundo Lesly (2002, p. 33) conhecer bem os veículos de comunicação que estarão

envolvidos com sua organização e com que tipos de assuntos eles se preocupam é

de suma importância. Essa análise deve ser feita veículo por veículo, e não encará-

los como um grupo. Em cada caso, a análise deve ser feita de forma a esclarecer

pontos importantes de sua abordagem como: analisar como o veículo tem tratado

sua organização no passado; sua maneira de lidar com grupos em geral; os

antecedentes e a maturidade do seu corpo editorial; sua preocupação com a justiça

e sua posição com relação a sua organização. Essa análise vai bem além dos

conhecimentos pessoais ou conceitos que cada tem de sua organização ou do

veículo, é uma acerácea de ambas as partes para determinar que tipo de ação deve

ser tomada como: determinar que tipo de abordagem os veículos fazem com relação

a determinados assuntos; como esses veículos lidam com os grupos; antecipar

contatos com esses veículos, formalizando-os; plantio de informações sobre

qualquer assunto que possa surgir, antes que surja; criar materiais informativos,

relevantes a respeito do assunto. Já para a resposta, dependendo da gravidade com

que foram acessadas e discutidas, respostas formais através da mídia, documentos,

informações chave, pessoas especializadas, declarações dentre algumas outras

ferramentas são meios eficazes para o combate e o impedimento de disseminações

de problemas com relação aos assuntos em questão.

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Portanto, uma análise estratégica do gerenciamento de crises, com uma busca

acurada de processos e ações que levam a minimização ou extermínio desses

problemas, é de uma importância imensa para uma organização, pública ou privada,

para defender seus interesses e sua imagem. Trabalhar as ideias na mente das

pessoas não é uma tarefa simples, e não é uma questão de manipulação ideológica,

mas sim, um processo de conhecimento de suas estruturas organizacionais e uma

mudança estratégica da visão que as pessoas têm de sua organização. Esses

parâmetros podem levar uma empresa a emergir consideravelmente na opinião

pública e na opinião dos formadores de opinião. Todos esses elementos da

sociedade estão bem estabelecidos e devem ser trabalhados individualmente, com

um corpo competente de profissionais aptos a gerir os problemas, emergências e

crises que podem surgir ao longo do tempo. Nessa visão, as Relações Públicas tem

se intensificado e progredido para uma sociedade mais igualitária de pensamentos,

discernimentos e educação social.

3. METODOLOGIA DO PROJETO

A metodologia a ser utilizada para a análise e pareceres do processo estratégico de

Gerenciamento de Crises neste trabalho é fornecida por Cooper & Schindler (2003),

baseada em estudo de caso há uma análise contextual completa de poucos fatos e

condições e suas inter-relações. Essas inter-relações fornecem informações valiosas

para solução de problemas, avaliação e estratégia; tais detalhes são conseguidos de

diferentes fontes de informação.

Caracterizado por uma pesquisa qualitativa, onde os conceitos extraídos das

respostas são a fonte pertinente para a análise e também por ser de implicação de

grau das questões da pesquisa o estudo é exploratório, pois, tais estudos tendem a

gerar estruturas soltas com o objetivo de descobrir futuras tarefas de pesquisa e

desenvolver hipóteses ou questões para pesquisa adicional.

A coleta de dados se dá através da utilização de pesquisas documentais e

bibliográficas onde o banco de dados é essencial para o desenvolvimento conceitual

do estudo e também através de entrevistas por survey por correspondência

caracterizada pelo correio eletrônico, segundo Cooper & Schindler (2003).

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A amostragem foi escolhida de forma não probabilística e foram escolhidos 08 (oito)

jornalistas, cargo de diretor e graduados lotados no departamento de jornalismo da

Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Petrolina, pois sua vivencia

empírica e conhecimento acadêmico pertinente a sua formação são base do estudo

além de vivenciarem as situações descritas pelo conceito das Relações Públicas,

fazendo assim, uma análise feita a partir dos princípios e métodos utilizados na

fundamentação teórica de Lesly (2002).

Também é visto que o estudo é evidenciado por ser descritivo, pois é aquele que

tem por objetivo descobrir o quem, o que, onde, quando ou quanto, ou seja,

descrever situações, a frequência das mesmas, entre outros aspectos.

Na dimensão de tempo, a análise é transversal, pois são feitos uma vez e

representa um instantâneo de um determinado momento, o que condiz com o

período de tempo de realização do estágio supervisionado, segundo Cooper &

Schindler (2003).

3.1.1 Plano de Atividades

Os planos de atividades estão discriminados em seu desenvolvimento durante o

período do Estágio Curricular Obrigatório. Para se chegar ao resultado esperado,

subdividiu-se em blocos de métodos para a concretização do estudo; sendo

determinadas fases de implementação do plano em revisão bibliográfica sobre o

assunto, coleta de dados junto à amostra escolhida e conclusão do projeto

pertinente o desenvolvimento de datas e fases do mesmo.

3.1.2 Cronograma de atividades

O cronograma está dividido semanalmente ao decorrer de 03 (três) meses do

Estágio Curricular Obrigatório na Assessoria de Comunicação da Prefeitura de

Petrolina. O período discriminado está divido em fases de atividades e datas para

seu início e conclusão seguindo o roteiro do Plano de Atividades.

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4. RESULTADOS

Após a aplicação dos métodos e do estudo pertinente a análise sobre o tema

proposto, os resultados mostram como os achados promissores para uma aplicação

futura ou estudo que venha a acrescentar a pesquisa como forma de melhoramento

para a sociedade e o meio acadêmico.

4.1 Atividades Realizadas

As atividades realizadas foram detalhadas no cronograma e foram seguidas durante

os três meses do período de Estágio Obrigatório. Elas foram realizadas

semanalmente com atividades de leitura bibliográfica sobre o material para a

fundamentação teórica, assim como também coleta de dados através de

questionários aplicados junto aos jornalistas da Assessoria de Comunicação da

Prefeitura de Petrolina.

4.2 Objetivos Alcançados

O objetivo principal do Relatório de Estágio foi à análise da comparação entre a

teoria e a prática entre os conceitos de Relações Públicas com as atividades diárias

da Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Petrolina feita analisando

os questionários aplicados aos jornalistas do departamento. Além disso, também

foram alcançados os objetivos de citar melhorias, além de mensurar o nível teórico

dos jornalistas que fazem parte da mesma, fazendo um balanço entre a teoria e a

prática, proporcionando melhorias e aplicações reais a serem empregadas no setor.

4.3 Cronograma Realizado

O cronograma foi seguido em suas datas demarcadas, iniciadas dia 04 (quatro) de

Abril seguindo os meses de Maio e encerrando dia 30 (trinta) de Junho do corrente

ano com a entrega deste Relatório. Todas as atividades programadas no

cronograma foram executadas e chegaram ao êxito num período corrente aceitável

para a continuidade do processo da análise.

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4.4 Análise dos Resultados

Uma comparação entre a prática e a teoria torna-se relevante no tocante a se

mensurar o nível de aplicação de determinados conceitos para melhorias ou

condições necessárias para que situações anormais possam ser evitadas. Fazer

uma comparação entre o que é conceituado e o que é aplicado verte em elementos

que servirão de apoio para uma melhor disseminação dos melhores meios para se

conseguir chegar ao resultado almejado. Para tanto, os resultados aqui obtidos são

fruto dessa comparação ou combinação entre a teoria e a prática em relação aos

conceitos de Relações Públicas dirigidos por Lesly (2002) e sua efetividade no

mundo real exemplificado por uma empresa pública, mais especificamente o

departamento de Assessoria de Comunicação.

Em primeira instancia, na aplicação dos questionários, foram abordadas diversas

opiniões de comportamento da amostra em relação a diversas situações pertinentes

ao Gerenciamento de Crises, fazendo com que os caminhos propostos fossem

enquadrados ou não nos ditames oferecidos por Lesly.

Partindo desse ponto comparativo, chegou-se a respostas comuns e semelhantes

sobre o conceito prático do gerenciamento de crises, onde poderíamos conceituá-lo

como “um conjunto de métodos estratégicos e de planejamento para mitigar

problemas externos vindos de encontro à empresa, sendo tratados com ética e

rapidez no intuito de dirimir impactos negativos e trabalhar a melhor imagem da

organização”. Nesse conceito vemos uma congruência com o tema oferecido por

Lesly, no que tange querer obter o equilíbrio entre instituição/sociedade, o que torna

possível uma aplicação pertinente da consciência empírica desse conceito. Como

parte dessa descrição sobre o gerenciamento, o planejamento mostrasse como um

fator predominante no que exprimi a eficiência de um combate a um embate externo.

Em relação aos entrevistados, em unanimidade, o planejamento é a principal arma

de combate às crises numa organização, pois é a ferramenta que antevêem os

principais cenários que podem surgir e que é através de uma integração conjunta

entre a equipe que todos estarão preparados contra possíveis situações

ameaçadoras.

Quando uma crise acontece em uma ou a uma organização, o fato do despreparo é

iminente levando em consideração a relação da não previsão de tal acontecimento.

Em uma Assessoria de Comunicação, onde a informação é a principal fonte dos

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dados e de trabalho, a análise não se resume só a coleta dessas informações, mas

também a concretização dos fatos. Com isso, se uma crise viesse a eclodir de

encontro à instituição, segundo os jornalistas entrevistados, o primeiro movimento

evidenciado seria a mensuração do tamanho dessa crise e até que ponto ela pode

de fato atingir a organização. A congruência entre as ações e o planejamento está

integralmente ligada, sendo necessário incluir toda a equipe no escopo de combate,

dirigindo os esforços a rapidez de resposta principalmente por meio de uma coletiva

de imprensa, onde serão expostos os pontos principais de uma contra reação. O

fator tempo é de crucial importância dentro de uma resposta a uma crise, pois, está

ligado ao processo de tomada de decisões, desde a concepção do fato até sua

implementação propriamente dita, ou seja, quanto mais rápido for a resposta ao

problema, maior será a eficácia do contra ataque, fazendo com que a crise perca

força ou chegue a extinção.

Afunilando os conceitos e os níveis de informações fornecidos nas entrevistas,

entraremos no campo mais específico, estritamente, o da Assessoria de

Comunicação, que sendo comum em diversas, senão em todas as empresas, nos

ateremos a Assessora de uma instituição pública, a da Prefeitura Municipal de

Petrolina.

Segundo a amostra, o papel de uma Assessoria de Comunicação é a de estabelecer

uma relação entre a organização, a Prefeitura, a imprensa e a sociedade,

obedecendo ao Princípio da Publicidade, prestando contas das atividades feitas pela

organização além de cuidar da imagem da mesma através das mídias.

Em relação às estratégias de combate a crise, a Assessoria de Comunicação propõe

atitudes de equilíbrio em relação a possíveis situações de embate com o ambiente

externo. Das estratégias propostas nas entrevistas, foi analisada a escolha entre

Estratégias Agressivas, com expressão ou medidas incisivas, Estratégias de Recuo,

com o aguardo temporal para o ambiente se estabilizar ou de Posicionamento entre

as partes, onde é solicitado um posicionamento efetivo das partes envolvidas para

uma possível conciliação. Com base nesses tópicos, foi aferido que 12,5% dos

jornalistas entrevistados propuseram estratégias agressivas para o combate a

crises, pois, uma posição bem definida e mostrada com expressão inviabilizaria as

ações de quem estivesse promovendo-a; enquanto 87,5% propuseram um equilíbrio

entre as estratégias agressivas e de recuo, pois, apesar de se fazer necessário

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mostrar segurança nas decisões, não precisaria de uma ação mais incisiva de

atitudes, e que, observando a particularidade de cada situação, ações de recuo

mostram-se como uma opção viável para ser tomada pela instituição até que alguns

fatos ou fatores sejam esclarecidos e passíveis de resposta. Estratégia de

posicionamento entre as partes viabilizado pela Assessoria não se torna viável, pois,

o ambiente externo é incontrolável, não podendo assim obedecer a prerrogativas

propostas para conciliação.

A mudança é um fator inerente a uma Assessoria de Comunicação, pois, por se

relacionar constantemente com o ambiente externo, a variabilidade do mesmo é

inconstante e muitas vezes imprevisível. Para tanto, segundo as entrevistas, a

diferenciação de estratégias de abordagem para as diversas situações é de crucial

importância, pois, com a flexibilidade nas atitudes tem-se um leque maior de

possibilidades de atuação e resultados positivos. Com essa diferenciação de

estratégias, denota que há diferentes grupos de interesses na sociedade com

abordagens dessemelhantes. Esses grupos, vistos pela Assessoria de Comunicação

da Prefeitura de Petrolina, são os mais comuns para iniciar embates desde

reclamações até mesmo calúnias, e são eles os Dissidentes, que estão contra

alguma coisa, ou contra muitas coisas; e os Fanáticos, que são os que possuem

zelo excessivo sobre alguma coisa; caracterizado pelos partidaristas políticos, tanto

a favor como em oposição. Também é evidenciado que das mídias utilizadas na

região, a que é mais usada para ser canal de desacordos contra a instituição é o

rádio, pois, seu caráter popular faz com que chegue a diversas casas em lugares

distantes, onde até mesmo não há a mídia visual, caracterizada pela televisão. Com

isso, o meio mais eficaz visto pela Assessoria de Comunicação, no tocante a contra

resposta para esse tipo de abordagem externa, também é o rádio, pois o seu nível

de alcance é pertinente a disseminação de uma resposta efetiva para diminuição do

impacto de notícias negativas.

Como finalização dos estudos próprios da Assessoria de Comunicação, o perfil em

que se enquadra a Secretaria, no tocante a abordagem ao público assim como

poder de resposta para com os mesmos, 25% dos jornalistas entrevistados

classificaram como Adaptativa, ou seja, aberta a mudança, pois, o papel de uma

Assessoria é de ouvir o que está sendo discutido e oferecer flexibilidade para mudar;

enquanto 75% dos entrevistados classificaram como Dinâmica/Pró Ativa, pois,

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influencia o meio que está inserido fazendo o uso das informações para a

disseminação das ideias pertinentes a instituição.

Como contribuição a melhoria dos processos e estabelecimento de opções de

estudo para possíveis aplicações em Relações Públicas, foi observada que, com

base nas respostas dos entrevistados e na análise da fundamentação teórica sobre

o assunto, é preciso ter uma pauta de planejamento físico ou documental

caracterizado pelos passos a serem tomados no caso de uma crise eclodir. A

importância de um planejamento é crucial para o sucesso no gerenciamento de

crises, e ao compartilhar com a equipe, torna-se intrínseco aos que trabalham na

área. Reuniões, brainstorming, ou até mesmo modelos já existentes são de

fundamental importância para o alcance dos objetivos almejados, mesmo que não

reais em primeira instância. Há também a necessidade de classificações com níveis

de crise e atitudes para serem tomadas quando elas ocorrerem. A intensa interação

com o ambiente faz com que muitas vezes não se possa pensar tão rapidamente

quanto o necessário para a tomada de decisão, com isso, uma diretriz de ações já

expressas e modeladas a determinados níveis ou tipos de crise, se mostra de

importância ímpar no processo de decisão e implementação de ações.

No tocante a uma Prefeitura, o exercício das atividades vinda da Assessoria de

Comunicação, se mostra em disseminar as atividades da instituição assim como

proteger a imagem da mesma assim como do seu gestor, evitando embates

desnecessários ou impertinentes que possam prejudicar o andamento do trabalho

organizacional.

A imagem mensurada pela Assessoria de Comunicação enquanto ferramenta das

Relações públicas é mostrar em nível excelente os processos de Estratégia,

Marketing e suas relações com a sociedade e tudo o que ela proporciona ao meio.

Portanto, analisando as atividades desenvolvidas no caso Assessoria de

Comunicação da Prefeitura de Petrolina, pode-se observar as características

evidenciadas no conceito de Relações Públicas desenvolvidas por Philip Lesly

(2002) e a congruência das implementações e ideias disseminadas por ele na

prática, porém, com ressalvas de melhoramento que é o objetivo de toda

organização.

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5. CONCLUSÃO

A Assessoria de Comunicação é um departamento da Prefeitura Municipal de

Petrolina, onde sua função basilar é coordenar o fluxo de informações sobre a

instituição além de disseminar notícias pertinentes à mesma zelando por sua

imagem. Seu comportamento também envolve dirimir problemas ou extingui-los

caracterizando um embate e um gerenciamento de crises. Na análise feita sobre o

setor, as estratégias, decisões e velocidade de resposta são as principais

ferramentas de êxito para se combater uma crise externa e assim chegar a um

denominador comum entre a instituição e a sociedade, fazendo com que todos

participem e sejam coajudantes no crescimento de uma sociedade pensante, porém

sensata em relação ao trânsito de informações e o uso deles.

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6. REFERÊNCIAS LESLY, Philip. Os Fundamentos de Relações Públicas e da Comunicação. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

MINTZBERG, Henry. Et al. Safári de Estratégia: Um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000.

PORTER, Michael E. Vantagem Competitiva: Criando e sustentando desempenho superior. Rio de Janeiro: Elsevier, 1989.

KOTLER, Philip. KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. 12 Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

BATEMAN, Thomas S. SCOTT, Snell A. Administração: Novo cenário competitivo. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2006. WRIGHT, Peter L. et al. Administração: Conceitos. São Paulo: Atlas, 2000.

COOPER, Donald R. SCHINDLER, Pamela S. Métodos de pesquisa em administração. 7 ed, Porto Alegre: Bookman, 2003.