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Universidade do Vale do Paraíba Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica ANA FLÁVIA MACHADO DE CARVALHO EFEITOS DA TERAPIA A LASER DE BAIXA INTENSIDADE E ÁCIDO GRAXO ESSENCIAL DE Calendula officinalis NO PROCESSO DE REPARO DE ÚLCERAS EM PÉ DIABÉTICO São José dos Campos, 2016

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Universidade do Vale do Paraíba

Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica

ANA FLÁVIA MACHADO DE CARVALHO

EFEITOS DA TERAPIA A LASER DE BAIXA INTENSIDADE E ÁCIDO GRAXO

ESSENCIAL DE Calendula officinalis NO PROCESSO DE REPARO DE ÚLCERAS

EM PÉ DIABÉTICO

São José dos Campos,

2016

ANA FLÁVIA MACHADO DE CARVALHO

EFEITOS DA TERAPIA A LASER DE BAIXA INTENSIDADE E ÁCIDO GRAXO

ESSENCIAL DE Calendula officinalis NO PROCESSO DE REPARO DE ÚLCERAS

EM PÉ DIABÉTICO

Tese de Doutorado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em

Engenharia Biomédica como

complementação dos créditos para

obtenção do título de Doutora em

Engenharia Biomédica.

Orientadora: Profa. Dra. Emilia Angela Lo

Schiavo Arisawa

São José dos Campos,

2016

ANA FLÁVIA MACHADO DE CARVALHO

Efeitos da terapia a Laser de baixa intensidade e ácido graxo essencial e de Calendula

officinalis no processo de reparo de úlceras em pé diabético

Tese de Doutorado aprovada como requisito

parcial à obtenção do grau de Doutora em

Engenharia Biomédica, do Programa de Pós-

Graduação em Engenharia Biomédica do

Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da

Universidade do Vale do Paraíba, São José dos

Campos, SP, pela seguinte banca

examinadora:

Presidente: Profa. Dr

a. Priscilla Fávero (UNIVAP)________________________________

Prof. Dra. Emilia Angela Loschiavo Arisawa (UNIVAP) ___________________________

Prof. Dra. Renata Amadei Nicolau (UNIVAP) ___________________________________

Profa. Dr

a. Monica Beatriz Mathor (IPEN) _______________________________________

Profa. Dr

a. Nayana Pinheiro Machado de Freitas Coelho (UESPI)_______________________

Prof. Dr. Airton Martin

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica

Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento- IP&D/ UNIVAP

São José dos Campos, 31 de março de 2016.

Dedico

A Deus, pois nele tudo creio, tudo posso, tudo confio. Fez e faz maravilhas na minha

vida.

A minha mãe Ana Maria, pelo amor incondicional e apoio constante mesmo a distância.

Motivação para chegar ao fim.

Ao meu esposo Conrado Júnior, por todo amor, companheirismo, apoio, compreensão e

por nunca permitir que eu desistisse, diante das inúmeras vezes que pensei. Seu amor foi

fundamental para esta conquista.

Aos meus filhos amados Lucca e Davi, razão de minha vida, pela compreensão das

minhas ausências, e todo estresse. Sem vocês minha vida não teria sentido. Foi por vocês que

cheguei aqui.

As Filhas que a vida me deu, Isadora e Raissa, a vocês também, obrigada pela

compreensão.

AGRADECIMENTOS

À Prof.a

Dr.a

Emilia Angela Lo Schiavo Arisawa, exemplo de profissional e ser

humano, pessoa iluminada, gentileza e educação transformada em pessoa. Muito obrigada por

ter acreditado em mim quando pensei que não conseguiria, você não me deixou desistir, seu

apoio foi fundamental nos momentos mais difíceis. Seus ensinamentos foram decisivos para a

conclusão deste processo. O doutorado me deu acima de tudo o presente de ter a senhora

como orientadora

À Prof.a Dr.

a Renata Amadei Nicolau pelas contribuições, importantes e enriquecedoras

para com o trabalho. Obrigada pela gentileza e educação.

À Prof.a

Dr.a Nayana Pinheiro Machado de Freitas Coelho pela torcida, disponibilidade

e contribuições com o trabalho. Seu apoio foi muito importante.

À Prof.a

Dr.a Veruska Cronemberger Nogueira Rebêlo meu muito obrigado pela

torcida, e por todas as contribuições, tão importantes na elaboração do manuscrito.

À minha amiga Maura, não posso deixar de dizer que serei sempre grata a você pela

parceria, se estou concluindo o doutorado você é responsável por isto, pois o mestrado era

minha meta, e você me fez a creditar que era possível. Pulei uma etapa, por incentivo seu.

Obrigada pelas aventuras divididas e conquistas.

À Andrea, que como representante da UNIVAP em Teresina, conduziu tão bem os

ciclos. Obrigada pelas vezes que antes de falar você já dizia: vai dar certo!

À Dra. Priscilla Fávero e ao Dr Airton A Martin, pelos ensinamentos, e por disseminar

a ciência em nossa região, transformando professores em pesquisadores.

À Angioimagem, na pessoa do Dr. Valrian Feitosa, que gentilmente realizou

avaliações, exames de Doppler arterial. Além dos valiosos ensinamentos e apoio a pesquisa.

À Universidade Estadual do Piauí-UESPI, por permitir meu afastamento, dando

condições para realização desta pesquisa científica, essencial para conclusão de meu

doutorado.

À FACID DEVRY pelo incentivo e por permitir minha ausência todas as vezes em

que isso foi necessário.

Aos diabéticos, pois sem eles esta pesquisa não teria acontecido, pacientes amáveis,

que confiaram plenamente em nossa proposta. Meu muito obrigado.

Ao Ambulatório do Pé diabético do Centro Médico Lineu Araújo, pelo apoio para o

desenvolvimento deste estudo.

Ao professor Marcelino, pelas infinitas oportunidades que me deu e apoio nas horas

certas, meu muitíssimo obrigado.

“Senhor, todas as vezes que lhe entreguei, você resolveu!”

RESUMO

Alterações metabólicas, como a polineuropatia diabética, proporcionam prejuízos no processo

de reparo tecidual. A terapia a Laser de Baixa Intensidade (TLBI) tem sido evidenciada como

recurso efetivo no alivio da dor, regulação do processo inflamatório e de reparo tecidual.

Terapias alternativas, como o uso de ácido gráxico essencial (AGE) de Calendula officinalis,

representam alternativa viável para acelerar a recuperação de lesões em pacientes portadores

de Diabetes Mellitus (DM), devido a umidificação da área da lesão e ao efeito anti-

inflamatório, favorecendo o processo de reparo. O estudo objetivou avaliar, em pacientes

diabéticos não controlados, a eficácia do óleo de Calendula officinalis e da TLBI, isolados ou

em associação, no processo de reparo tecidual de lesões cutâneas, no controle da dor e a

influência dessas terapias na qualidade de vida desses pacientes. A amostra foi composta de

32 voluntários DM tipo II, nível glicêmico entre 150 e 350 mg/dL, 40 a 70 anos de idade,

ambos os gêneros, com lesão cutânea no pé, distribuídos aleatoriamente em quatro grupos

iguais: Controle (C), Terapia a Laser de Baixa Intensidade (L), Ácido graxo essencial (AGE)

e TLBI associado ao AGE (LAGE). Todos foram instruídos sobre seus protocolos

terapêuticos: Grupo C- tratamento convencional; Grupo AGE- aplicação de 5 ml de óleo de

Calendula officinalis, durante 30 dias; Grupo L- TLBI, utilizando o protocolo: 658 nm, 30

mW, dose 4 J/cm², contínua, em pontos equidistantes no leito e ao redor da úlcera, a cada 48

horas; Grupo LAGE- associação dos protocolos dos grupos L e AGE. Todos os participantes

foram submetidos à prévia avaliação médica, utilizando-se ultrassom (US) com doppler e

avaliação do Índice tornozelo-braquial (ITB). Em seguida foram submetidos à avaliação

fisioterapêutica cinético-funcional, e ao Inventário Breve de Dor associado à escala de dor

analógica EVA, para avaliação do grau de dor e sua interferência na qualidade de vida. A

imagem da lesão foi capturada no início e ao final dos protocolos de tratamento (30 dias)

visando à análise macroscópica e à mensuração, pelo programa Image J®

. Os dados obtidos

foram submetidos à ANOVA e ao teste de Wilcoxon, com 95% de intervalo de confiança

(p<0,05), transfereridos para o software GraphPad Prism 5.0. Ao final do tempo de

intervenção estabelecido observou-se aumento da área total da lesão, nos voluntários do grupo

C, e redução significante das lesões nos componentes dos grupos AGE (p=0,0213), L e

LAGE, ambos com (p=0,0223). Quanto à avaliação da dor, observou-se redução nos grupos L

e LAGE (p=0,0199 e p=0,0179, respectivamente) comparados aos demais grupos estudados,

com consequente melhora dos domínios referentes à qualidade de vida. As análises

intragrupo, pelos valores do ITB e US com doppler, não apresentaram alterações

significativas. Concluiu-se que a aplicação de TLBI e AGE de Calendula officinalis, isoladas

ou em associação, acelerou o processo de reparo tecidual, bem como melhorou a qualidade de

vida em pacientes diabéticos portadores de úlceras, pela redução da dor, se apresentando

como estratégias terapêuticas eficazes.

Palavras-chaves: Diabetes mellitus. Cicatrização. Terapia a Laser de baixa intensidade.

Calendula officinalis.

EFFECTS OF LOW INTENSITY LASER AND ESSENTIAL GREASE ACID OF

CALENDULA OFFICINALIS IN ULCERS REPAIR PROCESS IN DIABETIC FOOT.

ABSTRACT

Metabolic disorders, such as diabetic polyneuropathy, provide damage in the tissue repair

process. Studies related to pain relief, control of inflammation and tissue repair, have pointed

out the Laser Therapy of Low Intensity (LLLT) as an effective remedy. Alternative therapies,

such as the use of essential fatty acid (EFA) of Calendula officinalis, represent viable

alternative to accelerate the recovery from injury in patients with Diabetes Mellitus (DM) due

to wetting of the lesion area and the anti-inflammatory effect, favoring the repair process.

Based on these points, this study aimed to evaluate, in diabetic patients not controlled, the

effectiveness of Calendula officinalis oil and LLLT, alone or in combination, in the tissue

repair process of skin lesions, pain control and the influence of these therapies the quality of

life of these patients. The sample was composed of 32 volunteers DM type II, glucose level

between 150 and 350 mg / dL, 40 to 75 years of age, both genders, with cutaneous foot injury,

randomly divided into four equal groups: control (C), Laser therapy of Low intensity (L),

essential fatty acid (EFA) and LLLT associated with AGE (LAGE). All were instructed about

their treatment protocols: Group C conventional treatment; Group Age- application of 5 ml of

Calendula officinalis oil, for 30 days; Group L LLLT using the protocol: 658 nm, 30 mW

dose 4 J / cm² continuous in the bed and equidistant points around the ulcer every 48 hours;

LAGE- group membership protocols of L and AGE groups. All participants underwent

preliminary medical assessment, using ultrasound (US) and Doppler evaluation of the ankle-

brachial index (ABI). In sequence, the patients underwent kinetic-functional physiotherapy

assessment, and were applied to them the Brief Pain Inventory associated with the pain analog

scale EVA for assessing the intensity of pain and its interference in the quality of life. The

image of the lesion was captured at the beginning and end of treatment protocols (30 days) in

order to macroscopic analysis and measurement, the program Image J®. The data were

submitted to ANOVA and Wilcoxon test, with 95% confidence intervals (p <0.05),

transferred to GraphPad Prism 5.0 software. At the end of the set intervention time there was

an increase of the total area of the injury, the volunteers of group C, and significant reduction

of the lesions in the components of the AGE groups (p = 0.0213), L and LAGE, both (p =

0.0223). The assessment of pain, there was a reduction in L groups and AGE (p = 0.0199 and

p = 0.0179, respectively) compared to the other groups, with consequent improvement in

areas relating to quality of life. The intra-group analysis, the values of ABI and US with

doppler, showed no significant changes. The results of this study allow us to conclude that the

application of LLLT and AGE of Calendula officinalis, alone or in combination, accelerated

tissue repair, as well as improved quality of life in diabetic patients with ulcers by reducing

the pain, presenting as effective therapeutic strategies.

Key- words: Diabetes mellitus. Cicatrization. Low level Laser therapy. Calendula officinalis.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Calendula officinalis ............................................................................................... 28

Figura 2 - Aparelho doppler SANSUNG, modelo SONOACE X8, ........................................ 34

Figura 3 - Mensuração de feridas no pé do paciente diabético (cm²). ..................................... 37

Figura 4 - Escala Visual Analógica (EVA) utilizada para a análise da intensidade da dor em

pacientes com úlcera no pé de origem diabética. ..................................................................... 38

Figura 5 - Avaliação da artéria tibial posterior por meio do ultrassom com doppler colorido.

Visão geral do exame (A); Imagem da artéria tibial posterior capturada e medida pelo

equipamento (B). ...................................................................................................................... 39

Figura 6 - Técnica para verificação do Índice de tornozelo-braquial (ITB) ............................ 39

Figura 7 - Aplicação do ácido graxo essencial de Calendula officinalis ................................. 40

Figura 8 - Imagem da demarcação da área para aplicação do Laser. ...................................... 41

Figura 9 - Especificação da caneta da Terapia a laser de Baixa (TLBI) utilizada no protocolo

(A); Imagem da TLBI (B); Técnica de aplicação da TLBI (C) ................................................ 42

Figura 10 - Curativo pós- intervenções ................................................................................... 43

Figura 11 - Imagens das úlceras em pé diabéticos de pacientes dos grupos estudados: ......... 46

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Complicações clínicas decorrentes de DM observadas em estudo realizado em

Ribeirão Preto-2007. ................................................................................................................. 22

Tabela 2 - Caracterização da amostra sócio demográfica, as variáveis avaliadas foram as

seguintes: faixa etária, gênero, localização anatômica, tempo de evolução da úlcera, fototipo,

glicemia de jejum, tempo de diabetes, etiologia da úlcera e faixa de variação do tamanho das

lesões. ....................................................................................................................................... 44

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Comportamento da luz sobre a superfície da pele.................................................. 30

Quadro 2 - Os Critérios de Elegibilidade: ................................................................................ 36

Quadro 3 - Protocolo de aplicação da terapia a laser de baixa intensidade TLBI: ................... 41

Quadro 4 - Resumo dos resultados obtidos nos diversos parâmetros avaliados no presente

estudo. ....................................................................................................................................... 51

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGE - Ácidos Graxos Essenciais

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

ATP - Adenosina Trifosfato

AS-GA - Arseneto de Gálio

C. officinalis- Calendula officinalis

CEP - Comitê de Ética em Pesquisa

cm2

- Centímetros Quadrados

CONEP - Comitê de Ética em Pesquisa

DM - Diabetes mellitus

DAOP - Doença arterial obstrutiva periférica

DCNT - Doença Crônica não Traumática

EGF - Fator de Crescimento Epidérmico

EVA - Escala Visual Analógica

FACID - Faculdade Integral Diferencial

GC - Grupo Controle

GL - Grupo Laser

GAGE - Grupo Ácido Graxo Essencial

GLAGE - Grupo Laser e Ácido Graxo Essencial

IL-1 - Interleucina

IP&D - Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento

ITB - Indice Tornozelo Braquial

mm - milímetros

TLBI - Terapia com Laser de Baixa Intensidade

OMS - Organização Mundial de Saúde

PDGF - Fator de Crescimento Derivados das Plaquetas

PS - Promoção da Saúde

QV - Qualidade de Vida

SF-36 - “Short Form 36 Health Survey”

TGFβ - Fator de Crescimento Transformante beta

TNF - Fator de Necrose Tumoral

TCLE - Termo de Livre Consentimento Esclarecido

UNIVAP - Universidade Vale do Paraíba

UESPI - Universidade Estadual do Piauí

US - Ultrassom

VEGF - Vascular endothelial growth fator- Fator de Crescimento Vascular Endotelial

W - Watt

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 15

2. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 18

2.1 Objetivo Geral: ................................................................................................................. 18

2.2 Objetivos Específicos:....................................................................................................... 18

3 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................. 19

3.1 Diabetes mellitus ............................................................................................................... 19

3.1.1 Complicações do Diabetes Mellitus................................................................................ 20

3.1.2 Neuropatia diabética – DOR ......................................................................................... 23

3.2 Etapas do Reparo Tecidual .............................................................................................. 24

3.3 Classificação do Processo Biológico ................................................................................ 25

3.3.1 Fase inflamatória ........................................................................................................... 25

3.3.2 Fase proliferativa ............................................................................................................ 25

3.3.3 Fase de maturação ou remodelação .............................................................................. 26

3.4 AGE- Óleo de Calendula officinalis ................................................................................ 27

3.5 Terapia a Laser de Baixa Intensidade (TLBI) ............................................................... 29

3.6 Qualidade de Vida ............................................................................................................ 31

3.7 Doppler Arterial de Membros Inferiores ....................................................................... 33

4 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................. 35

4.1 Aspectos Éticos .................................................................................................................. 35

4.2 Caracterização do Estudo e Local da Pesquisa ............................................................. 35

4.3 Amostra ............................................................................................................................. 35

4.4 Critérios de Elegibilidade ................................................................................................ 36

4.5 Coleta de Dados ................................................................................................................ 36

4.5.1 Avaliação do paciente ..................................................................................................... 36

4.5.2 Caracterização da úlcera ................................................................................................ 37

4.5.3 Imagem digital ................................................................................................................ 37

4.5.4 Avaliação da percepção da dor....................................................................................... 38

4.5.5. Ultrassom Arterial com Doppler Colorido .................................................................... 38

4.5.6. Índice Tornozelo-Braquial (ITB) .................................................................................. 39

4.5.7 Estratégia de procedimento do grupo controle (C) ....................................................... 40

4.5.8 Estratégia de tratamento do grupo AGE (Calendula officinalis) ................................. 40

4.5.9 Estratégia de Tratamento Grupo L ................................................................................ 41

4.5.10 Estratégia de tratamento Grupo LAGE- Terapia Combinada ............................... 42

4.5.11 Curativo ......................................................................................................................... 42

4.6 Análise Estatística ............................................................................................................. 43

5 RESULTADOS ...................................................................................................................... 44

5.1 Avaliação da Área Total das Úlceras em cm² ................................................................ 44

5.2 Avaliação da Dor em Pacientes Portadores de Pé Diabético ........................................ 47

5.3 Análise da Variação dos Vasos pelo Índice Tornozelo/Braquial- ITB ........................ 47

5.4 Aferição do Calibre dos Vasos pelo Ultrassom com Doppler Arterial ........................ 48

5.5 Análise dos Domínios da Qualidade de Vida ................................................................. 49

6 DISCUSSÃO .......................................................................................................................... 52

7 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 61

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 62

ANEXO A – PARECER CEP ................................................................................................. 71

ANEXO B-CARTA DE ANUÊNCIA ..................................................................................... 73

ANEXO C - INVENTÁRIO BREVE DE DOR ..................................................................... 74

ANEXO D- CERTIFICADO DE ANÁLISE .......................................................................... 75

ANEXO E – LAUDO TÉCNICO ............................................................................................ 76

ANEXO F-CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO .................................................................. 77

ANEXO G- ARTIGOS ............................................................................................................. 78

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(TCLE) ....................................................................................................................................... 85

APÊNDICE B- FICHA DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA PARA O PÉ

DIABÉTICO ............................................................................................................................. 87

APENDICE C- DADOS BRUTOS .......................................................................................... 89

15

1 INTRODUÇÃO

Diabetes Mellitus (DM) caracteriza-se por constituir um grupo de doenças metabólicas

com prevalência da hiperglicemia, resultante da deficiência da secreção de insulina e/ou da

incapacidade desse hormônio em exercer adequadamente seus efeitos. Entre as inúmeras

consequências dessa doença, observa-se dificuldade no processo cicatricial, consequente ao

retardo na proliferação celular, à redução do tecido de granulação e na produção de fibras

colágenas (LIMA et al., 2014).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estimou que, em 2012, mais de 346 milhões

de pessoas no mundo eram diabéticas, e projeta que este número chegue a dobrar até 2030,

ressaltando que DM é responsável por 4,6 milhões de mortes por ano (WORLD HEALTH

ORGANIZATION, 2012). Segundo Hashimoto e Koga (2015), DM tipo II acomete, em

média, 95% dos portadores da doença, predominando em indivíduos acima de 40 anos de

idade. Caracteriza-se por estar normalmente associado à obesidade, pela diminuição do

número de receptores da insulina nas células-alvo em todo o organismo, o que torna este

hormônio menos eficaz, devido à sua escassez, prejudicando suas ações metabólicas usuais.

Diabéticos não controlados podem desenvolver a neuropatia diabética como

complicação crônica, sendo os membros inferiores mais acometidos. Constata-se que cerca de

50% dos diabéticos com mais de 60 anos sofrerão esta alteração, decorrente da perda da

sensibilidade que pode resultar no aumento da vulnerabilidade a traumas. A lesão no pé pode

ser mutilante, recorrente, e gerar custos ao sistema de saúde e ao indivíduo, podendo resultar

em amputação (FERREIRA; VIEIRA; CARVALHO, 2010). São sinais da neuropatia

diabética, a redução da sensibilidade à dor, vibração e temperatura, hipotrofia dos pequenos

músculos inter ósseos (dedos em garra e em martelo), anidrose e distensão das veias dorsais

dos pés. A disfunção autonômica leva ao aumento dos shunts arteriovenosos, tornando o pé

quente e insensível, identificado como pé em alto risco (BRASIL, 2006).

Em estudo com pacientes diabéticos, tipo II, observou-se que 4,30% dos pacientes

avaliados evoluíram para amputação de membros inferiores. Ressaltou-se que a ausência de

detecção dos pulsos distais dos membros inferiores revelou-se bastante significativa com

relação ao desfecho de amputação, mostrando a necessidade de proporcionar, aos diabéticos,

atendimento ambulatorial adequado para que seja possível prevenir ou minimizar tais

complicações (ASSUMPÇÃO et al., 2009). Segundo estudo de Oliveira et al. (2014), em

revisão de prontuários de pacientes diabéticos submetidos a intervenção cirúrgica, num

16

período de 16 meses, observou-se que dentre 44 internações foram realizados 61

procedimentos cirúrgicos, com amputações em 65% dos casos. No Brasil, a DM responde por

40-70% das amputações não traumáticas de membros inferiores, gerando custos indiretos

devido à perda de produtividade e ao impacto na qualidade de vida (CHAMILIAN et al.,

2013).

No Piauí, os dados estatísticos referentes à prevalência do pé diabético são escassos. A

cidade de Teresina tem hoje 5,6% de sua população acometida por DM, conforme diagnóstico

médico (VIGITEL, 2011), e muitos desses indivíduos desconhecem as condições patológicas

e as complicações advindas dessa doença.

Diabetes mellitus (DM) causa impacto econômico, notadamente nos serviços de saúde,

com custos crescentes para tratamentos, e custos ainda maiores para tratamento de

complicações, como a doença cardiovascular, diálise por insuficiência renal e cirurgia para

amputação de membros inferiores (BRASIL, 2013). É uma doença que tem um enorme

impacto sobre indivíduos, famílias e governos. Estima-se que as despesas de saúde causadas

pelo DM nas Américas totalizaram aproximadamente US$ 383 bilhões em 2014, e esse

número deve aumentar para US$ 486 bilhões em 2040. Os altos custos da DM resultam do

fato de sua repercussão em vários órgãos e tecidos (MARKLE; FISHER; SMEGO, 2015).

Passarella e Karu (2014) descreveram a importância das mitocôndrias no metabolismo

celular, assim como na relação luz-célula, sugerindo a importância da interação da luz com

alvos biológicos, que proporciona a fotobiomodulação. Os estudos desenvolvidos por Karu,

Pyatibrat e Kalendo (1995), estabeleceram as bases para a compreensão dos mecanismos

moleculares associados aos efeitos da luz sobre as células.

A luz monocromática do Laser aplicada sobre os tecidos interage com os

fotoreceptores celulares. Os mecanismos de fotobiomodulação em nível celular são baseados

na excitação eletrônica de molécula do citocromo C oxidase e na reação das mitocôndrias,

produzindo uma série de reações bioquímicas e melhora na oxigenação celular. Acrescenta-se

a essas alterações, a ativação da microcirculação e o aumento na síntese proteica, por

influência dos fótons, razão pela qual a cicatrização é acelerada por essa radiação (KARU,

2014).

De acordo com Moreira et al. (2011) a aplicação da terapia a Laser de baixa

intensidade (TLBI) vem sendo utilizada para acelerar o processo de reparo em tecidos

distintos. O emprego de fontes de luz de baixa potência, como diodos emissores de luz (Light

Emiting Diode - LEDs) ou Laser de baixa intensidade, pode ser utilizado como recurso

terapêutico opcional aos convencionais. A associação com as terapias alternativas também é

17

possível, apresentando vantagem como o baixo custo e comprovada eficiência no tratamento

de úlceras (DIAS et al., 2009). Dentre as terapias alternativas, os ácidos graxos essenciais

(AGE) têm sido referidos na literatura, por relatos de seu efeito cicatrizante.

A partir do início da década de 1970, foram realizados estudos demonstrando os

efeitos dos AGE sobre a resposta imune. Tais metabólitos interferem em diversos passos do

processo inflamatório, como nas alterações vasculares, quimiotaxia, adesão, diapedese,

ativação e morte celular, sendo que a maioria destes eventos ocorre via derivados do ácido

araquidônico, tais como prostaglandinas, leucotrienos, tromboxanos e lipoxinas

(HATANAKA; CURI, 2007). A maioria das pesquisas científicas utilizavam modelos

animais, porém a aplicação terapêutica de AGEs em humanos vem mostrando resultados

satisfatórios ( FERREIRA ,VIEIRA, CARVALHO, 2010).

Existem diversos tipos de ácidos graxos, dentre eles o obtido da popularmente

conhecida malmequer, Calendula officinalis, muito comum no mediterrâneo. A utilização

desse óleo, por via tópica, foi sugerida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA) por suas ações terapêuticas anti-inflamatórias e cicatrizantes, como terapia

alternativa no tratamento de lesões cutâneas (BRASIL, 2008).

Calendula officinalis apresenta propriedades adstringentes, analgésica, antiabortiva,

antifúngica, calmante, cicatrizante, reguladora de menstruação, anti-inflamatória, antisséptica,

bactericida, tonificante, suavizante e refrescante para a pele. Costuma ser indicada em lesões

superficiais como feridas e ulcerações dérmicas, queimaduras e escaras (PRISTO, 2013).

Portanto, a utilização da terapia a Laser de baixa intensidade (TLBI) e sua combinação

com a aplicação de AGE (óleo de Calendula Officinalis) no tratamento de úlceras em pé

diabético pode vir a apresenta-se como uma nova proposta terapêutica, visando à cura dessas

lesões, à melhoria na qualidade de vida dos indivíduos acometidos, bem como a diminuição

dos custos assistenciais para seu tratamento no sistema de saúde.

18

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral:

Avaliar a eficácia da terapia a Laser de baixa intensidade (TLBI) e do óleo de

Calendula officinalis, isoladamente ou em associação, no processo de reparo de úlceras em pé

diabético.

2.2 Objetivos Específicos:

Avaliar o percentual de regressão das lesões cutâneas diabéticas tratadas com

Calendula officinalis e TLBI, isoladamente ou associadas.

Analisar os resultados do índice da pressão arterial sistólica do tornozelo e do braquial

(ITB), e do fluxo sanguíneo antes e após a aplicação dos diferentes protocolos.

Verificar comparativanente a influência da aplicação dos diferentes protocolos de

intervenção terapêutica no processo de reparo tecidual, sobre a dor e a qualidade de vida dos

pacientes.

19

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Diabetes mellitus

Diabetes Mellitus (DM) caracteriza-se por constituir um grupo de doenças metabólicas

com prevalência da hiperglicemia, resultante da deficiência da secreção de insulina e/ou da

incapacidade da mesma de exercer adequadamente seus efeitos (LIMA et al., 2014). A

predominância média global de DM é de cerca de 10%, e alguns dos países mais populosos do

mundo têm as maiores taxas de diabetes. DM também está entre as dez principais causas de

incapacidade física, resultando em complicações como cegueira e amputações de membros

inferiores. Esses números alarmantes resultam em mais de 465 bilhões de dólares em despesas

de tratamento de saúde em todo mundo, devido ao diabetes (WORLD HEALTH

ORGANIZATION, 2012).

DM é classificado em duas síndromes: TIPO I, que determina desnutrição das células

beta (β) pancreáticas, com tendência à cetoacidose; e TIPO II, que se caracteriza por graus

variáveis nos níveis insulina, e pela deficiência em sua produção pelo organismo

(RODRIGUES; SZYMANIAK; ANDRADE SOBRINHO, 2010). Em outros estudos tem sido

classificado como DM tipo I, DM tipo II, DM gestacional e outros tipos específicos. DM tipo

I representa de 5% a 10% dos casos, podendo estar associado a outras doenças autoimunes. A

forma rapidamente progressiva é comumente observada em crianças e adolescentes, porém

pode ocorrer na idade adulta (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2005).

O DM tipo II, que representa 90% a 95% dos casos, ocorre predominantemente após

os 40 anos de idade, sendo frequente em adultos e pessoas obesas, e associado à baixa

responsividade a insulina. Nesses casos, embora a hiperglicemia esteja presente, a cetoacidose

raramente se desenvolve. Pode-se citar, ainda, o diabetes gestacional, que ocorre em 1 a 14%

de todas as gestações, associado ao aumento da morbidade e da mortalidade perinatal e que

resulta de qualquer intolerância à glicose durante a fase gestacional (MARASCHIN et al.,

2010).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) no mundo há 366 milhões de

pessoas portadoras de diabetes, número que poderá dobrar até 2030. Anualmente, mais de um

milhão de pessoas morrem no mundo com diabetes. Comum nos países em desenvolvimento,

DM prevalece nos grupos etários mais jovens, sendo que destes 90% tem DM tipo II, e

20

desconhecem o diagnóstico durante muito tempo (WORLD HEATH ORGANIZATION,

2012).

Algumas das alterações observadas no DM são muito comuns, e podem estar

associadas à supressão da resposta inflamatória, entre as quais se citam diminuição na

angiogênese, alterações na proliferação dos fibroblastos e células endoteliais, diminuição na

migração de fibroblastos e defeitos na deposição de colágeno (LIMA et al., 2014).

Nesse contexto, medidas de prevenção poderiam evitar 44% a 85% das amputações,

somadas ao estímulo ao autocuidado, ao atendimento interdisciplinar e à educação em saúde.

Essas ações poderiam reduzir o ônus gerado pela doença e elevar a qualidade de vida desses

pacientes (TAVARES et al., 2009). A subestimação dos sintomas pode retardar o tratamento e

resultar na severidade da doença. O desconhecimento do potencial de gravidade das úlceras

de pé, ou o não reconhecimento do sinal de doença multiorgânica pelo paciente e pelo

médico, muitas vezes são os responsáveis pelos maus resultados (ULLAH et al., 2015).

Quando implementadas por profissionais atuantes no nível primário de saúde, as ações

contribuem para diminuir o risco de complicações nos pés dos diabéticos e,

consequentemente, os atendimentos na atenção secundária e terciária (TEIXEIRA;

ZANETTI; PEREIRA, 2009). Tais estratégias interdisciplinares são capazes de gerar

reduções nas taxas de amputação de membros que variam de 40-90% em diferentes

casuísticas (KRISHNAN; WEINMAN; OBER, 2008).

Schaper et al. (2012) foram taxativos em suas conclusões em estudo que avaliou

amputações de membros, conduzido na Inglaterra a partir de dados provenientes de todos os

hospitais do National Health Service- Reino Unido: “O tratamento de úlceras de pé diabético

requer abordagem multidisciplinar, incluindo revascularização e procedimentos cirúrgicos,

bem como tratamento da infecção, reabilitação fisioterápica com recursos elétricos e

fototerápicos para controlar edema, dor, distúrbios metabólicos, desnutrição tissular,

comorbidades, tratamento meticuloso da ferida e descompressão biomecânica.

3.1.1 Complicações do Diabetes Mellitus

DM tipo II é a doença metabólica mais prevalente e grave em todo o mundo,

acreditando-se que resulta da interação entre fatores genéticos e estilo de vida. Em pessoas

geneticamente predispostas, a combinação de uma ingestão hipercalórica e reduzida atividade

21

física é responsável pelo aparecimento de resistência à insulina. Os efeitos nocivos da

hiperglicemia, aliadas com o possível aumento de ácidos graxos livres, são mediadas por

moléculas altamente reativas, oxigênio, nitrogênio e espécies de radicais livres, envolvidos na

regulação da função celular, sendo sua produção aumentada ou reduzida a causa do stress

oxidativo, responsável por alterações em diversos sistemas (LOPES; OLIVEIRA;

FORTUNATO, 2008).

As complicações da DM têm caráter degenerativo, e ocorrem após 5 a 10 anos de

início da doença e que podem afetar olhos (retinopatia); rins; aceleração de doença

macrovascular, com riscos de infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral, e também a

neuropatia periférica, associada à aterosclerose dos vasos de pequeno calibre, predispondo

para problemas isquêmicos e infecciosos das extremidades, podendo resultar em ulceração,

gangrena e, até, amputação (PETERS et al., 2015).

Amaral Júnior et al. (2014), em estudo realizado abordando amputações de membros,

afirmaram que as alterações observadas em portadores de DM, como edema, dor, distúrbios

metabólicos, desnutrição tissular, morbidades, ferida e alterações biomecânica, reforçam a

necessidade da abordagem multidisciplinar, desde revascularização, procedimentos

cirúrgicos, tratamento de infecção, e reabilitação fisioterápica associada a elétricos e

fototerápicos.

A hiperglicemia é considerada fator principal do aumento das espécies reativas de

oxigênio nas mitocôndrias, junto ao estresse oxidativo, o que resulta na estimulação das vias

principais da patogênese: via do poliol, produção intracelular dos precursores dos produtos de

glicação avançada (AGE) e ativação dos distúrbios metabólicos (ROLO; PALMEIRA, 2006).

As alterações bioquímicas e antropométricas características da síndrome metabólica

relacionam-se a processos inflamatórios e ao estresse oxidativo, que por sua vez estão

diretamente relacionados à aterosclerose, podendo contribuir de forma significativa para

futuras doenças cardiovasculares (BARBALHO et al., 2015).

Estudo realizado por Freitas e Pace (2012), teve por objetivo avaliar o perfil e as

características das variáveis sociodemográficas e clínicas da amostra estudada (n=30). Os

resultados permitiram detectar as complicações mais comuns ao paciente diabético (Tabela 1).

22

Tabela 1 - Complicações clínicas decorrentes de DM observadas em estudo realizado em Ribeirão Preto-2007.

Alterações

sistêmica Nº %

Alteração sistêmica

Nº %

Renais 14 46,6 Hipertensão

20 66,7

Neurológica 24 80,0 Obesidade 5 16,6 Complicações/

Comorbidades Oftálmicas 12 40,0 Dislipidemia 10 33,3

Cardiovascular 7 23,3 Polineuropatia e outras doenças 21 70,0

Fonte: Freitas; Pace, 2012.

Glicação das proteínas

As altas concentrações plasmáticas de glicose promovem produtos de glicação que

danificam as células. Os produtos finais de glicação avançada são compostos heterogêneos

gerados a partir da reação não enzimática, irreversível. Essa reação ocorre entre açúcares

redutores e seus metabólitos reativos, ou lipídeos oxidados e proteínas, ou ácidos nucléicos.

Fatores endógenos (hiperglicemia e estresse oxidativo) e exógenos (alimentos e fumo) podem

ser acumulados em vários tecidos causando os efeitos deletérios na DM. Uma de suas

principais ações é gerar estresse oxidativo pelo aumento da expressão de mediadores

inflamatórios (ROSAS, 2015).

Níveis de hemoglobina glicada acima de 7% estão associados a risco

progressivamente maior de complicações crônicas. Tratamentos para DM, segundo algumas

sociedades médicas, definem a meta de 7%, como limite superior acima do qual está indicada

a revisão do esquema terapêutico. O impacto do mau controle glicêmico aumenta o risco

relativo de complicações microvasculares no DM (PIMAZONI NETTO et al., 2009).

A lesão endotelial por glicação irreversível do colágeno subendotelial, e de outras

proteínas estruturais do vaso, formam os produtos finais da glicação avançada (AGEs), estes

por sua vez acumulam-se no subendotélio em função do tempo e dos níveis glicêmicos, e

estão diretamente relacionados à aterosclerose e insuficiência renal. Os AGEs promovem

mudanças na estrutura e nas propriedades biofísicas da membrana basal vascular causando

alterações na permeabilidade e na capacidade vasodilatadora (TAKEUCHI; AKIRA, 2010).

A presença de AGEs nos vasos causa ativação de macrófagos, liberação do Fator de

Necrose Tumoral alfa (TNF α), citocinas e fatores de crescimento levando ao espessamento

do endotélio, à diminuição da resposta vasodilatadora e consequente aumento da

permeabilidade. Essas alterações levam à disfunção do sistema vascular (PEREZ

GUTIERREZ; FLORES COTERA; GONZALEZ, 2012).

23

Via do Poliol

Com a hiperglicemia, ocorre a ativação da via do poliol, cujo produto final é a frutose.

A patogênese da neuropatia diabética envolve a ativação da via do poliol, a síntese de AGEs e

a redução do fluxo sanguíneo neural. Com a ativação da via do poliol, ocorre aumento da

atividade da enzima aldose redutase, gerando excesso de sorbitol, depleção de mioinositol e

redução da atividade da bomba Na+/K+ ATPase-dependente, diminuindo a velocidade de

propagação do potencial de ação (MOREIRA et al., 2009).

A enzima aldose redutase está presente na retina, cristalino, papilas renais, células de

Schwann e aorta. O subproduto da reação é o sorbitol, o acúmulo deste na célula nervosa

acontece na bainha de Schwann e leva à diminuição do mioinositol. Diminuindo a condução

nervosa seguida de degeneração da mielina da fibra nervosa, com alteração da sensibilidade

(NEYRA-ARISMÉNDIZ et al., 2012).

3.1.2 Neuropatia diabética – DOR

DM, por não ser uma doença com estigmas visíveis, nem por meio da dor ou outro

sinal alarmante, muitas vezes deixa de ser diagnosticado, o que acarreta ausência de controle e

a sérias complicações que afetam, especialmente, as extremidades desses pacientes como os

tornozelos e pés (MOREIRA et al., 2009).

A neuropatia diabética promove alteração sensorial no indivíduo, que perde a reação

protetora para a percepção da dor ou pressão, expondo o pé a risco para o desenvolvimento de

lesões em consequência de trauma repetitivo, decorrente da perda térmica, tátil, da pressão e

propiocepção. A dor ou a sua ausência, dormência ou diminuição da sensibilidade postural

podem resultar em alterações na marcha, que contribuem para a formação de calosidades

(BRASIL, 2006).

Há também a perda do tecido subcutâneo, que embora não tenha claramente elucidada

sua associação com a neuropatia, aumenta os pontos de pressão nos pés. É observada também

a alteração do fluxo vascular nas plantas dos pés devido ao relaxamento dos shunts arteriais,

que com sua abertura aumenta o fluxo sanguíneo para fora dos capilares e para a superfície da

pele, elevando a temperatura do pé (MAINKA; MAIER; ENAX ENAX-KRUMOVA, 2015).

24

Os pacientes acometidos pela dor neuropática, caracterizada por queimação,

dormência ou formigamento que se agravam com a evolução da doença, podem referir

melhora dos sintomas caso estejam realizando tratamento. No entanto, a dor poderá persistir

caso não seja realizada nenhuma intervenção. Quando tratados de forma inadequada, os

indivíduos com neuropatia sentirão os sintomas de forma persistente, consequentemente o

aumento da dor causaria perda da sensibilidade e lesaria os membros inferiores (MOREIRA et

al., 2009).

A dor neuropática diabética tem intensidade moderada-grave e é descrita como

formigamento, queimação, contínua, lacerante, com sensação de agulhadas, localizada distal,

bilateral e simetricamente, com alterações sensoriais anormais, como a alodinia ou

hiperagelsia (DAVIES et al., 2006; SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2009). Os

pacientes diabéticos com pé ulcerado apresentam alterações na qualidade de vida,

repercutindo nos domínios físico, social e psicoemocional (ALMEIDA, 2013).

3.2 Etapas do Reparo Tecidual

A pele faz parte do sistema tegumentar e possui algumas funções como, por exemplo,

revestir externamente e proteger os tecidos subjacentes. A úlcera é uma lesão que atinge a

pele e pode ser causada por vários fatores que modificam o funcionamento da circulação na

região e o equilíbrio hemodinâmico, podendo resultar em morte tecidual (GUYTON, HALL,

GUYTON 2006; MEIJERS et al., 2008).

A reparação tecidual é complexa e multifatorial, apresenta uma sequência de eventos

que envolvem fenômenos bioquímicos e fisiológicos cujo principal objetivo é restabelecer o

tecido lesionado, quer a lesão tenha sido traumática ou necrótica (PRISTO, 2013). A evolução

do processo é dependente de mediadores químicos solúveis, formação de elementos

sanguíneos, matriz extracelular e células parenquimatosas. (ABREU; OLIVEIRA, 2015).

As células inflamatórias assumem papel fundamental durante o processo de reparo:

destruindo e neutralizando micro-organismos, absorve coágulo de fibrina e alterações da

matriz extracelular, liberando inúmeras citocinas e fatores de crescimento, proporcionando

angiogênese e re-epitelização. No entanto, em algumas doenças como na DM, a persistência

de células inflamatórias durante o processo de remodelação da ferida, pode atuar de maneira

deletéria no processo de reparo (SHAW; MARTIN, 2009).

25

3.3 Classificação do Processo Biológico

3.3.1 Fase inflamatória

Após a injúria celular, o tampão plaquetário e os coágulos de fibrina iniciam a

ativação da cascata de coagulação, quando as plaquetas ativadas pela trombina, induzem a

liberação de diversos fatores de crescimento tais como o de crescimento derivado das

plaquetas (PDGF), transformador de crescimento (TGFβ), de crescimento epidérmico (EGF),

de crescimento das células endoteliais (VEGF), além dos fatores plaquetários IV

(MENDONÇA; COUTINHO NETTO, 2009).

A fase inflamatória se inicia num período de 1 a 3 dias após a injúria, durante o qual

os monócitos se transformam em macrófagos, importante componente celular para o processo

de fagocitose e debridamento de corpos estranhos, por sua ação sobre bactérias, favorecendo o

desenvolvimento do tecido de granulação (PRISTO, 2013).

Quando surge uma lesão tecidual, há uma complexa liberação de mediadores químicos

que iniciam o processo de regeneração tecidual, o processo inflamatório é a primeira reação

do organismo, seguida pela fase da migração de leucócitos e plaquetas. Posteriormente, ocorre

a fase proliferativa ou de granulação, identificada pela angiogênese e aumento no número de

fibroblastos, para formação do colágeno, elastina, fibronectina, glicosaminoglicanos e

proteases que participam do processo de remodelação da ferida; terminando com o

remodelamento das novas fibras colágenas recém-formadas (LEAL; BEZERRA; LEMOS,

2012).

3.3.2 Fase proliferativa

A fase proliferativa compreende duas etapas: re-epitelização, iniciada horas após a

lesão, e a fibroplasia e angiogênese, que compõem o tecido denominado de granulação,

aproximadamente 5 dias após a lesão. Macroscopicamente o tecido de granulação é mole,

carnoso, de um vermelho intenso e com superfície irregular (MENDONÇA; COUTINHO

NETTO, 2009).

26

Nessa fase observam-se fibroblastos, produtores principalmente de colágeno tipo I e

III, capilares neoformados, importantes por levarem oxigênio e nutrientes para a neoformação

tecidual, bem como células inflamatórias residuais. A síntese de colágeno, principalmente do

tipo III, é realizada pelos fibroblastos, iniciando o processo de restauração da área lesada,

sendo explicado, esse crescimento, pela expressão da TGFβ juntamente com os

miofibroblastos, que reduzem a área de sangramento e facilitam a epitelização (PRISTO,

2013).

A angiogênese é a etapa fundamental do processo de reparo tecidual, na qual novos

vasos sanguíneos são formados a partir dos existentes. Fazem parte desse processo: ativação

local das células endoteliais, proliferação tecidual, formação de uma estrutura tubular e

reconstrução da membrana basal, que ocorre na matriz extracelular do leito da ferida com a

migração e estimulação mitogênica das células endoteliais (LEE et al, 2016).

3.3.3 Fase de maturação ou remodelação

É a fase marcada por maturação dos elementos das fibras e alterações na matriz

extracelular produzida. Com o decorrer do processo de maturação, a maioria dos vasos,

fibroblastos e células inflamatórias desaparece da área da ferida, em processo conhecido como

apoptose. As principais citocinas envolvidas nessa fase são: fator de necrose tumoral (TNFα),

interleucina (IL-1), PDGF e TGFβ produzidas pelos fibroblastos (MENDONÇA;

COUTINHO NETTO, 2009). Abreu e Oliveira (2015) descrevem esta fase de remodelação

como um retrocesso do tecido de granulação, com aumento da força tensil e reorientação das

fibras de colágeno.

Os fibroblastos, por sua vez, são estimulados por macrófagos para que possam

estimular à formação e à maturação de colágeno. A síntese das fibras colágenas se caracteriza

por ser um evento contínuo que se estende até o final do processo de reparo enquanto ocorre a

remodelação do tecido (LINS et al., 2010).

27

3.4 AGE- Óleo de Calendula officinalis

A cicatrização é um processo que ocorre logo após o surgimento da lesão envolvendo

uma sequencia de etapas originadas e coordenadas pelo organismo com o objetivo de

reconstituir estrutural e funcionalmente o tecido lesado. Alguns produtos contribuem para um

processo cicatricial de evolução rápida e com cicatriz de boa qualidade, dentre eles destacam-

se os ácidos graxos essenciais (AGE). Essas substâncias promovem aumento da resposta

imune, mantém a lesão úmida acelerando o crescimento do tecido de granulação, estimulam o

processo de cicatrização por meio da angiogênese e epitelização, além de ter ação bactericida

(COELHO et al., 2013; MENEZES et al., 2014;).

Óleos de origem vegetal utilizados em ferimentos, os ácidos graxos mais prevalentes

são o oleico, linoleico e linolênico, muito utilizados nos principalmente em países da América

Latina, visando o reparo tecidual. Apresentam três funções principais: são componentes das

membranas biológicas; atuam como precursores de mensageiros intracelulares e são oxidados,

importante sobre a resposta imune (HATANAKA, CURI, 2007; COELHO et al., 2013).

Os ácidos graxos de cadeia longa são classificados em três famílias: -3, -6 e -9. O

α-linoleico (C18:3-3) e o linoleico (C18:2-6) são denominados ácidos graxos essenciais

(AGE), pois não são sintetizados no organismo, devendo portanto serem consumidos por

meio de dieta alimentar. Compostos principalmente por: álcoois graxos, ésteres graxos,

fosfolipídios, hidrocarbonetos, tocoferóis e carotenos, apresentando, os dois últimos,

importante atividade oxidante (MANHEZI; BACHION; PEREIRA, 2008).

Os ácidos graxos apresentam importância biológica como fonte de energia para as

células e como elementos fundamentais na construção de sua membrana e sua

permeabilidade. São utilizados na indústria farmacêutica e tem desempenhado destacado

papel no processo de reparo tecidual, pois os ácidos essenciais linoleicos promovem

quimiotaxia e angiogênese, mantém o meio úmido, aceleram o processo de formação de

tecido de granulação, facilitam a entrada de fatores de crescimento nas células, promovem

mitose e proliferação celular (MAGALHÃES et al., 2008; MANHEZI; BACHION;

PEREIRA, 2008; COELHO et al., 2013).

Diversas plantas fitoterápicas têm sido utilizadas como método de tratamento em

patologias diversas, dentre elas Calendula officinalis, pertencente à família Asteraceae,

conhecida como malmequer ou maravilha dos jardins, espécie originária do Mediterrâneo.

Sua inflorescência é a parte da planta mais usada com fins terapêuticos, com ação cicatrizante,

28

anti-inflamatória e antisséptica (LIMA et al., 2007; GOMES; VIEIRA; HEREDIA, 2007;

LIMA et al., 2007).

Figura 1 - Calendula officinalis

Fonte: Wikipedia, 2015.

A Calendula officinalis foi incluída no Sistema Único de Saúde, pelo resultado de

enfermos tratados com ela. Apresenta vasta gama de ações dentre elas ações: cicatrizantes, re-

epitelizadoras, anti-inflamatória, antitumorígenas e antissépticas. Sua eficiência é comprovada

por estudos, nos quais relatam que atua externamente no organismo evitando infecções em

ferimentos, sendo capaz inclusive de acelerar a re-epitelização, aumentando a produção dos

fibroblastos e fibrina da pele acelerando a contração da ferida e elevando os níveis normais no

organismo melhorando assim o desempenho da cicatrização, e, contudo conseguindo levar a

população formas alternativas de tratamento sem contraindicação e receio (GAZOLA;

FREITAS; COIMBRA, 2014).

Parente et al(2009) reafirmam os benefícios advindos do uso da referida planta e

destaca que as ações antissépticas e cicatrizantes da calêndula são atribuídas a sua capacidade

de promover a epitelização e regeneração da pele danificada, estimulando a síntese de

glicoproteínas, nucleoproteínas e colágeno durante a regeneração dos tecidos.

Matsubara et al (2012) indicam em seu estudo Calendula officinalis como fitoterápico

dotado de propriedade antisséptica, bactericida, fungistática, virucida, antiulcerativa,

antiflogística, antialérgica, restauradora da pele de difícil cicatrização, antiedematosa,

calmante e refrescante para peles sensíveis.

Compreender os mecanismos moleculares trará, no futuro, novas estratégias para

promover a cicatrização, restaurar a função da pele, bem como permitirá o emprego de novas

terapias tópicas para o tratamento de feridas. Entretanto, a conduta e o tratamento de feridas

devem ser acompanhados por uma equipe multiprofissional (LIMA; ARAÚJO, 2013).

29

Destaca-se que, além dos efeitos benéficos sobre o processo de cicatrização, o uso de C.

officinalis pode ser útil para redução de custos de tratamento, o que a torna uma planta

medicinal de grande interesse para o Sistema Único de Saúde – SUS (FLOR et al., 2010).

3.5 Terapia a Laser de Baixa Intensidade (TLBI)

A prática clínica da TLBI tem sido investigada e utilizada há aproximadamente 20

anos. Entretanto, pesquisadores e terapeutas têm questionado os benefícios clínicos do laser

devido aos resultados divergentes encontrados na literatura, em razão da carência de

padronização metodológica nos estudos, bem como de sua aplicabilidade clínica,

especialmente em se tratando da utilização deste recurso nas fases iniciais do reparo tecidual

(MEDEIROS et al., 2010).

A aplicação do TLBI está amplamente disseminada, embora os parâmetros utilizados

sejam muito variáveis. Caracteriza-se por ser uma radiação eletromagnética, não ionizante,

monocromática e que pode ser classificada em alta e baixa potência (LINS et al., 2010). A

TLBI pode gerar aumento da atividade mitocondrial, com consequente aumento de

adenosinatrifosfato (ATP), vasodilatação, síntese proteica, decréscimo nos níveis de

prostaglandinas, presença de mitose celular, migração e proliferação de queratinócitos e

ocorrência do fenômeno de neoangiogênese (AMERICAN PSYCHOLOGICAL

ASSOCIATION, 2003; MAIYA; KUMAR; NAYAK, 2009; ASSIS, 2016).

Segundo Bertolini et al. (2011) o Laser de Baixa Intensidade exerce efeitos biológicos

nos tecidos pela transformação da energia luminosa em energia vital, produzindo efeitos

diretos, indiretos e terapêuticos gerais, proporcionando ações de natureza analgésica, anti-

inflamatória e antiedematosa devido a aceleração da microcirculação, que resulta em

alterações na pressão hidrostática capilar, com redução do edema e eliminação do acúmulo de

metabólitos intermediários, além da ação cicatrizante.

A penetração da luz laser nos tecidos não depende somente das propriedades do laser,

deve ser considerado as propriedades dos tecidos sobre o qual será aplicado. No momento em

que o feixe de luz é emitido sobre o tecido, pode ocorrer: reflexão quando a luz é refletida e

não penetra no tecido; a dispersão é quando a luz é espalhada dentro do tecido e absorção que

é a absorção dos fótons emitidos pela luz laser, promovendo, desta forma, efeito sobre o

30

tecido, e a intensidade desses efeitos vai depender também, da natureza e densidade do tecido

sobre o qual será aplicado (AGNE, 2011).

Em geral, a profundidade de penetração da luz laser aumenta com o aumento do

comprimento de onda dentro do espectro de luz visível. Tecidos mais superficiais são tratados

com comprimentos de onda na gama de 600-700 nm, e tecidos mais profundos utilizam

comprimentos de onda mais longos na gama de 780-950 nm (CHUNG et al., 2012).

No estudo de Felice et al. (2009), a aplicação do laser ASGa (658nm, 4J/cm²) de

forma pontual e em varredura sobre úlcera de decúbito e venosa em humanos, proporcionou

redução da área das feridas. Segundo Zanotti et al. (2011), doses excitatórias (até 8J/cm2) são

indicadas quando o objetivo da intervenção inclui a potencialização da bomba sódio/potássio;

estímulo à produção de ATP; restabelecimento do potencial de membrana; aumento do

metabolismo e proliferação celular.

A TLBI pode provocar efeito sistêmico pelas alterações no metabolismo, tanto no

local da irradiação como em áreas mais distantes, fato que pode ser explicado pela liberação

de substâncias na corrente sanguínea, bem como pela vasodilatação e aumento do fluxo

sanguíneo (PELEGRINI; VENANCIO; LIEBANO, 2012). É uma terapia alternativa para

tratar processos que envolvam reação inflamatória, dor e necessidade de regeneração tecidual,

pois possui a capacidade de proporcionar ao organismo uma melhor reposta à inflamação,

com diminuição do edema decorrente do processo inflamatório, minimização do quadro

álgico e bioestimulação de células que proporcionam o reparo tecidual, estes efeitos ocorrem

através da interação pele e a luz (LINS et al., 2010).

Quadro 1 - Comportamento da luz sobre a superfície da pele.

Reflexão De 4 a 6% é refletida

Quanto mais espessa a pele, maior reflexão

Absorção Cromóforos hemoglobina, melanina, água e

gordura absorvem diferente

Dispersão Ocorre pelo colágeno presente

Diminui com comprimento de onda maior

Transmissão Depende do comprimento de onda de 600 a

1200nm melhor penetração. Fonte: Kaminsky, 2009.

Houreld e Abrahamese (2010) em estudos experimentais com células de fibroblastos

obtidos de feridas diabéticas, irradiadas a 830 nm e 5J/cm², verificaram que as células

expostas fecharam mais acelerado a ferida, sugerindo que a migração de fibroblastos pode ser

dependente do comprimento de onda. Além disso, não induziram danos adicionais,

31

promovendo significativo aumento da proliferação celular e produção de óxido nítrico (NO),

importante mediador que se encontra diminuído nas condições de DM, aumentando as

espécies reativas de oxigênio devido ao processo fotoquímico, afirmando ocorrer diminuição

do estresse oxidativo nas feridas diabéticas.

A radiação emitida pela TLBI tem demonstrado efeitos analgésicos, anti-inflamatórios

e cicatrizantes, sendo, por isso, bastante utilizada no processo de reparo tecidual, em virtude

das baixas densidades de energia usadas e comprimentos de onda capazes de penetrar nos

tecidos (NOGUEIRA et al., 2014).

3.6 Qualidade de Vida

A qualidade de vida (QV) é uma medida de desfecho que tem sido entusiasticamente

utilizada nas diversas áreas profissionais da sociedade, está diretamente relacionada com a

promoção de saúde (PS), que tem como objetivo promover a QV e reduzir a vulnerabilidade e

riscos à saúde relacionados a seus determinantes e condicionantes. As políticas públicas

colocam a PS como um objetivo que supera somente evitar doenças e prolongar a vida, mas

também buscar meios e situações que ampliem a qualidade de vida. Entretanto faltam

medidas de diagnóstico da situação real da QV da população brasileira para subsidiar medidas

de PS. O interesse é crescente pela avaliação da QV, buscando dar subsídios à PS na definição

de prioridades, no racionamento de recursos, em intervenções ou avaliação das políticas

públicas (CAMPOS; RODRIGUES NETO, 2014).

Em estudo realizado sobre a mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis

(DCNT) no Brasil e suas regiões de, 2000 a 2011, observou-se declínio médio de 2,5% ao ano

das quatro principais DCNT no Brasil e em todas as regiões. Ocorreram quedas importantes,

como em doenças cardiovasculares (3,3%), doenças respiratórias crônicas (4,4%),

observando-se menores declínios para o câncer (0,9%) e DM (1,7%). De acordo com os

achados espera-se a implementação das ações previstas no Plano de Enfrentamento das

DCNT para que se mantenham as quedas observadas semelhante ao da última década

(MALTA et al., 2014).

Lee et al., 2016, em sua pesquisa com pacientes rurais diabéticos tipo II, relataram que

é a doença é um fardo enorme tanto para os indivíduos, quanto para a sociedade como um

todo, detectando prevalência de depressão em 16,8% da amostra estudada. Listaram como

32

fatores observados que podem estar associados com a depressão o gênero (feminino

prevalentemente), baixo nível de educação, pouco apoio familiar, pouca pratica de atividade

física, não seguir a dieta estabelecida para diabéticos, sedentarismo e sono insuficiente.

Depois de controlar os fatores de origem emocional, a depressão foi associada com a falta de

sono, o exercício pouco frequente e sedentarismo.

O quadro psicoemocional do paciente diabético pode ser composto por preocupação,

frustração e desesperança, baixo autoestima, sentimento de inferioridade, ansiedade e

depressão. Os aspectos sociais que influenciam são: o custo financeiro e o pouco apoio social

e familiar, além de alterações no relacionamento interpessoal. A utilização de instrumentos de

medidas como a aplicação de questionários e escalas tem permitido avaliar a qualidade de

vida de pessoas que recebem o diagnóstico de DM. Esses instrumentos têm se mostrado

eficientes na identificação de problemas enfrentados pelos pacientes, tanto emocional, quanto

físico, facilitando seu enfrentamento para melhorar a qualidade do cuidar (CURCIO; LIMA;

ALEXANDRE, 2011).

A qualidade de vida (QV) em idosos é amplamente determinada pelas suas condições

de status e de saúde funcionais. Investigar a qualidade de vida e os fatores que a afetam, como

a identificação do grau de dependência, é vital. Contata-se que há correlação positiva entre o

grau de dependência e o índice de qualidade de vida, especialmente no componente físico.

Portanto, é importante promover o envelhecimento saudável na tentativa de favorecer a

preservação da autonomia e da capacidade funcional do idoso (LOBO; SANTOS; GOMES,

2014).

A polineuropatia diabética com presença de úlcera nos pés causa sofrimento,

acarretando mudanças no estilo e na qualidade de vida, na medida em que esses pacientes

demonstram alguma dependência na realização das atividades domiciliares, no lazer ou nos

meios social e familiar, o que pode repercutir prejudicando sua autonomia, tornando-os

dependentes de seus familiares e amigos (ALMEIDA et al., 2013).

Segundo Hassali et al., (2016) em estudo que descreveu a saúde relacionada à

qualidade de vida (QV) e o perfil de portadores de DM tipo II, dos 392 pacientes abordados,

houve predomínio do gênero masculino (56,60%) e o relato de que DM impõe efeito negativo

sobre a QV dos pacientes avaliados. A atenção básica é necessária para destacar fatores

determinantes que interferem na QV, e implementar políticas para melhor gestão do DM tipo

II, especialmente nas fases iniciais de tratamento, onde a melhoria da QV ainda é possível.

Dentre as complicações decorrentes de DM o sofrimento físico, emocional e social,

devido as ulcerações e possíveis amputações, afloraram no estudo da qualidade de vida,

33

evidenciando seu papel dentro do universo da pesquisa, tornando-se importante para o

processo de tomada de decisão e determinação do benefício terapêutico (ALMEIDA et al.,

2013).

3.7 Doppler Arterial de Membros Inferiores

Esse método consiste na utilização conjunta da ultrassonografia bidimensional de alta

resolução e da avaliação com Doppler, permitindo a análise simultânea da anatomia e

hemodinâmica da árvore arterial periférica. A imagem bidimensional possibilita a localização

exata do segmento arterial, permitindo a análise morfológica, bem como identificação de

aneurismas, trombos e caracterização de placas de ateroma (textura, calcificação e ulceração),

além de permitir a exata colocação do volume de amostra do Doppler, necessária na

abordagem funcional das lesões (BROWNRIGG et al., 2016).

A sensibilidade e a especificidade do método para a identificação de lesões obstrutivas

arteriais têm sido largamente avaliadas e os trabalhos publicados confirmam que o

duplex scan colorido é o método não invasivo de escolha na avaliação de arteriopatias

estenosantes periféricas (THOMAZ, 2011). Os parâmetros e imagem bidimensional são

ajustados para otimizar a visualização de placas e trombos, enquanto os parâmetros do

Doppler pulsado, a cores ou power Doppler, são otimizados para a correta obtenção dos

fluxos normais e anormais (BRITO, 2012).

A avaliação das arteriopatias dos membros inferiores pelo eco Doppler, representa

hoje, o método propedêutico mais versátil no estudo das doenças que acometem as artérias

periféricas. É uma abordagem não invasiva muito eficaz no diagnóstico de todas as doenças

que acometem o sistema arterial periférico, proporcionando uma avaliação anatômica e

funcional das lesões arteriais e identificando sua localização, extensão e repercussão

hemodinâmica (JOY-GABA; NOSEK, 2015).

Os parâmetros ultrassonográficos são ajustados de acordo com a indicação do exame e

da região anatômica a ser estudada. A imagem bidimensional é ajustada para otimizar a

visualização de placas e trombos, enquanto os parâmetros do Doppler pulsado, a cores

ou power Doppler são otimizados para a correta obtenção dos fluxos normais e anormais

(BRITO, 2012).

34

A imagem de ultrassom é uma importante ferramenta de triagem para doença arterial

periférica em pés diabéticos. Pode estimar o tipo de placas, a gravidade da doença das artérias

e localização da lesão. Até 30% de pés diabéticos têm pelo menos um vaso sanguíneo ocluído,

mas manifestações clínicas não fornecem provas suficientes para o diagnóstico (WEN et al.,

2012).

Figura 2 - Aparelho doppler SANSUNG, modelo SONOACE X8,

Fonte: Autora

35

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Aspectos Éticos

O presente estudo atendeu às especificações da Resolução 466/12 da CONEP e foi

submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Integral Diferencial, aprovado sob o

número CAEE 40818114.4.0000.5211- (ANEXO A). Os voluntários que concordaram em

participar da presente pesquisa foram convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre

Esclarecido (TCLE- APÊNDICE A). Foi solicitada, também, a autorização da instituição para

a realização do estudo (ANEXO B).

4.2 Caracterização do Estudo e Local da Pesquisa

Tratou-se de estudo de caso clínico, experimental, controlado, aleatório, prospectivo,

intervencional, de caráter qualiquantitativo. O estudo experimental objetiva criar condições

para interferir no aparecimento ou na modificação dos fatos, para poder explicar o que ocorre

com fenômenos correlacionados, é um estudo nas quais as condições estão sobre o direto

controle do investigador (RODRIGUES, 2007). Desenvolvido no Centro de referência do

Diabetes Lineu Araújo, Teresina-PI no período de abril a outubro de 2015.

4.3 Amostra

A amostra foi composta por 32 pacientes diabéticos do tipo II, não controlados,

portadores de úlcera em membro inferior D ou E, escolhidos aleatoriamente no Ambulatório

do Pé diabético, localizado no Centro de Referência do Diabetes Lineu Araújo. Em

conformidade ao poder de estudo e cálculo amostral, os dados antes de serem comparados

foram testados para verificação da normalidade da destribuição, sendo utilizado o teste de

normalidade de Kolmogorov. Os pacientes foram avaliados pelo médico angiologista, para

36

caracterização da ulcera diabética, encaminhando-os posteriormente ao setor de Fisioterapia

para nova avaliação e tratamento.

4.4 Critérios de Elegibilidade

Quadro 2 - Os Critérios de Elegibilidade:

-pacientes DM tipo II não controlados

- glicemia de jejum entre 150 a 350 mg/dl

- ambos os gêneros

- idade entre 40 e 70 anos

- presença de úlcera com tempo não superior há 2 meses

- medida da úlcera de 1 a 5 cm de comprimento

- ausência de processo infeccioso e ou necrose na região ulcerada

- ausência de neoplasia.

Fonte: Autora.

Em sequência os pacientes foram divididos, de forma aleatória, por ordem de chegada,

em quatro grupos, com 8 pacientes cada, sendo: Grupo C- como grupo controle, utilizou-se

nesse grupo de pacientes o protocolo referenciado pelo sistema de saúde; Grupo AGE:

pacientes submetidos a aplicação de óleo de Calendula officinalis; Grupo L: pacientes

submetidos à TLBI; Grupo LAGE: pacientes submetidos à terapia a Laser de baixa

intensidade (TLBI) associada ao óleo de Calendula officinalis. Cada grupo foi preenchido

totalmente, para posteriormente iniciar a formação do outro grupo.

4.5 Coleta de Dados

4.5.1 Avaliação do paciente

Inicialmente, cada paciente voluntário foi submetido à criteriosa avaliação cinético-

funcional, no setor de Fisioterapia, coletando-se dados pessoais, a história relativa ao DM e à

úlcera de membro inferior, em ficha de avaliação específica (APENDICE B).

37

4.5.2 Caracterização da úlcera

Foram incluídos pacientes voluntários com ferimentos planos, medindo entre 1 e 5 cm

de comprimento, medidas que seguem a régua padrão, localizados na região dos pés, terço

medial e distal da perna. Foi utilizada fita adesiva com divisão em cm, para posterior análise,

por meio do programa livre Image J®

, tendo como referência a circunscrição das bordas do

ferimento, para mensuração em centímetros quadrados (cm²), calculando assim a área total da

ferida (figura 3). A mensuração da ferida foi realizada antes e após as intervenções,

independente do protocolo utilizado. Os pacientes que apresentavam úlceras plantares foram

orientados a não colocar o pé da referida lesão no chão.

Figura 3 - Mensuração de feridas no pé do paciente diabético (cm²).

Fonte: Autora.

4.5.3 Imagem digital

Foram realizados registros fotográficos no primeiro e no último atendimento, após 12 sessões

de tratamento, que completavam um período de 30 dias. A captura das imagens foi realizada

com câmera digital (Nikon Coolpix P100), resolução de 10,6 Mpixels, posicionada a 20 cm

de distância da ferida. As imagens foram realizadas no ambiente de atendimento, no período

diurno, com iluminação natural.

38

4.5.4 Avaliação da percepção da dor

Foi aplicado o Questionário do Inventário Breve de Dor (ANEXO C) para quantificar

a dor, sua interferência na qualidade de vida e desempenho das funções, avaliados em 9

domínios presentes no questionário. Dentro dos domínios encontra-se a quantificação da dor,

e para garantir a fidedignidade, aplicou-se também a escala visual analógica (EVA). A EVA é

constituída por uma linha de 10 cm que apresenta faces com expressões extremas, desde a

“ausência de dor até a dor insuportável", com o objetivo de identificar a resposta relacionada à

intensidade da dor (figura 4).

Figura 4 - Escala Visual Analógica (EVA) utilizada para a análise da intensidade da dor em pacientes com

úlcera no pé de origem diabética.

Fonte: Eletroterapia, 2016.

4.5.5. Ultrassom Arterial com Doppler Colorido

Foi realizado, em todos os pacientes voluntários, o exame de imagem ultrassom com

Doppler arterial no membro inferior acometido, antes e após 30 dias, com a conclusão da

aplicação dos protocolos. Avaliou-se os parâmetros da circulação periférica, por meio da

análise comparativa do calibre (diâmetro em cm) da artéria tibial posterior, eleita por ser o

vaso de maior importância para vascularização distal dos membros inferiores. Foi utilizado

aparelho da marca Samsung, modelo SONOACE X8, monitor de tela LCD 17 polegadas,

transdutor com faixa de frequência de 5 a 12 MHz e campo de visão de 38,4 mm (figura 5).

39

Figura 5 - Avaliação da artéria tibial posterior por meio do ultrassom com doppler colorido. Visão geral

do exame (A); Imagem da artéria tibial posterior capturada e medida pelo equipamento (B).

A B

Fonte: Autora.

4.5.6. Índice Tornozelo-Braquial (ITB)

O ITB representa a razão entre a pressão arterial sistólica do tornozelo e do braço. É

um método simples, não invasivo, de baixo custo e de grande confiabilidade. O cálculo do

ITB é realizado pela relação da maior pressão arterial sistólica da artéria tibial posterior e da

artéria dorsal do pé, obtido nos dois membros ou em apenas um, dependendo da casualidade,

com a maior pressão sistólica das artérias braquiais. Valores alterados do Índice Tornozelo-

braquial podem ser sugeridos como marcadores de risco cardiovascular, considerando-se ITB

alterado: <0,90 ou >1,30 (figura 6).

Figura 6 - Técnica para verificação do Índice de tornozelo-braquial (ITB)

Fonte: Autora

40

4.5.7 Estratégia de procedimento do grupo controle (C)

Os componentes deste grupo, pacientes diabéticos não controlados, foram instruídos

quanto à limpeza diária da úlcera utilizando solução de Cloreto de sódio (soro fisiológico

0,9%), retornando após 30 dias ao serviço de fisioterapia para o processo de reavaliação.

Neste intervalo não foi utilizado medicamento tópico na úlcera ou qualquer outro tipo de

intervenção local, obedecendo ao procedimento padrão utilizado na rede de saúde pública do

estado do Piauí.

4.5.8 Estratégia de tratamento do grupo AGE (Calendula officinalis)

Para esse grupo foi utilizado o seguinte protocolo terapêutico: diariamente a ferida era

lavada utilizando-se solução de cloreto de sódio (soro fisiológico 0,9%), retirando-se o

excedente com o auxílio de gaze estéril. Em seguida, era aplicado 5 ml de (Óleo de

Calendula- Embrafarma) uma vez ao dia, por meio de uma seringa sem agulha, por toda a

área da lesão, durante 30 dias (figura 7). Calendula officinalis foi o AGE de escolha

terapêutica em virtude da ampla disponibilidade na região do estudo, fácil extração

laboratorial , baixo custo, e efeito cicatrizante e anti-inflamatório, fatores que favorecem os

pacientes (ANEXO D).

Figura 7 - Aplicação do ácido graxo essencial de Calendula officinalis

Fonte: Autora.

41

4.5.9 Estratégia de Tratamento Grupo L

Quadro 3 - Protocolo de aplicação da terapia a laser de baixa intensidade TLBI:

- comprimento de onda 658 nm

- potência 30 mW/ 0,03 W

- tempo de aplicação 80 s (média)

-tempo de aplicação por ponto 16,7546 segundos

- modo de emissão Contínuo

- tipo de aplicação Pontual/contato

- área do feixe 0,12566 cm²

-DE 4J/cm²

-Nº de sessões 12 sessões

-Laser HTM compact

Fonte: Autora.

O aparelho foi calibrado pelo fabricante antes do início da coleta e após 6 meses de

execução da mesma (ANEXO F). O tempo de aplicação variava a medida que a lesão regredia

,devido a diminuição dos pontos de aplicação, sendo 80 s uma média estimada.

Para a aplicação da TLBI, a ferida foi inicialmente limpa com solução de cloreto de

sódio (soro fisiológico a 0,9%), retirando-se o excesso com gases estéreis. A área foi

protegida com papel filme transparente, e tanto o paciente quanto o terapeuta utilizaram

óculos de proteção e demais equipamentos de proteção. Durante a aplicação da TLBI, a

caneta foi mantida em posição perpendicular à lesão, no modo pontual com contato, e foi

realizada em pontos equidistantes ao redor e no leito da ferida, entre os pontos marcados

(figura 8). No total, foram realizados 12 atendimentos, compreendendo 3 atendimentos

semanais, em dias alternados, completando o tempo experimental preconizado para o estudo

de 30 dias.

Figura 8 - Imagem da demarcação da área para aplicação do Laser.

Fonte: Autora.

42

Figura 9 - Especificação da caneta da Terapia a laser de Baixa (TLBI) utilizada no protocolo (A); Imagem da

TLBI (B); Técnica de aplicação da TLBI (C)

A B C

Fonte: Autora.

4.5.10 Estratégia de tratamento Grupo LAGE- Terapia Combinada

Para os componentes deste grupo, foi, inicialmente, aplicada a TLBI, conforme

protocolo citado anteriormente, e em seguida o óleo de Calendula officinalis (fabricante

Embrafarma) também da forma já descrita, seguidos do curativo na região. O óleo foi

utilizado diariamente, durante os 30 dias que compreenderam o protocolo terapêutico desse

grupo. Ressalta-se que a combinação das terapias ocorria a cada 48h e nos dias em que não

era realizada a fototerapia, o óleo foi aplicado isoladamente, seguindo o protocolo e realizado

pela pesquisadora.

4.5.11 Curativo

Após a realização dos protocolos individuais de cada grupo, o terapeuta realizava o

curativo, cobrindo a área do ferimento com gases estéreis, colocadas sobre o leito da lesão

sem que fosse realizado nenhum tipo de pressão. Em sequência, a área era envolvida com

atadura, com o objetivo de manter as gazes no local e evitar contaminação por agentes

externos, finalizando com micropore (Nexcare®) aplicado para fixar o curativo. Todos os dias

os pacientes voltavam ao Centro de atendimento para realizar o tratamento, e o curativo. Nos

finais de semana os voluntários, foram orientados quanto à necessidade de lavar a úlcera com

43

solução fisiológica (0,9%) e da aplicação do óleo Calendula officinalis, além de renovarem o

curativo, substituído aos sábados e domingos no domicilio do paciente pelos familiares.

Todos, pacientes e familiares, foram orientados sobre a necessidade de embeber as gazes do

curativo existente no local com solução fisiológica, até que se desprendessem da pele, quando

da troca do curativo. Todo o material não descartável utilizado para realização deste

procedimento, era higienizado por imersão (12h) em ácido nítrico a 30%, enxaguado em Água

Mili-QR e secado em estufa. Os materiais descartáveis foram desprezados diariamente.

Figura 10 - Curativo pós- intervenções

Fonte: Autora

4.6 Análise Estatística

Todos os dados obtidos no estudo foram planilhados e submetidos ao teste estatístico

One-Way ANOVA com pós-teste de Wilcoxon pareado, O intervalo de confiança foi de 95%

e significância com p<0,05. A análise estatística foi realizado com o auxilio do programa

GraphPad Prism 5.0 (plataforma Windows).

44

5 RESULTADOS

Os grupos foram compostos por 8 pacientes cada, com idades entre 40 e 70 anos, de

ambos os gêneros, com as lesões no terço distal da perna, região plantar e dorsal dos pés, e

lesões variando o tamanho de 1 a 5 centímetros, distribuídas conforme apresentado na Tabela

2.

Tabela 2 - Caracterização da amostra sócio demográfica, as variáveis avaliadas foram as seguintes: faixa etária,

gênero, localização anatômica, tempo de evolução da úlcera, fototipo, glicemia de jejum, tempo de diabetes,

etiologia da úlcera e faixa de variação do tamanho das lesões.

Características GC AGE L LAGE

Idade (média) 57,6 anos 56,9 anos 57,8 anos 58,1 anos

Gênero M/F 6F/2M 5F/3M 5F/3M 4F/4M

Localização

das úlceras

7 plantar/ 1

terço distal da

perna

7plantar/ 1 terço

distal da perna

1 plantar/ 6

dorsal/ 1 terço

distal da perna

4 dorsal/ 4

plantar

Tempo médio

de evolução

úlcera

40 dias 46,1 dias 45 dias 43dias

Fototipo IV e IV IV e IV IV e IV IV e IV

Glicemia

Média de

Jejum (mg/dl)

189,76 mg/dl 203,50 mg/dl 198,54 mg/dl 196,06 mg/dl

Tempo médio

de DM 8,4 anos 8 anos 11,3 anos 12,1 anos

Fator etiológico

das lesões

Traumático(6)/

mecânico(2)

Traumático(5)/

mecânico(3)

Traumático(5)/

mecânico(3) Traumático(8)

Tamanho

médio das

lesões

2,50 cm² 2,38 cm² 7,73 cm² 5,49 cm²

M-masculino, F-feminino, DM-diabetes mellitus

5.1 Avaliação da Área Total das Úlceras em cm²

O gráfico 01 apresenta o resultado da avaliação da área total (cm²) das úlceras obtida

pela análise digital das imagens com o programa ImageJ®

. Observou-se, com a comparação

entre valores antes e pós das áreas das lesões dos pacientes estudados, que o resultado obtido

com a aplicação dos protocolos terapêuticos nos pacientes dos grupos AGE (p=0,0078), AGE

45

(p=0,0078) e LAGE (p=0,0012), evidencia diferença estatisticamente significativa, com

notório percentual de reparo tecidual intragrupo. Os componentes do grupo C, por outro lado,

apresentaram aumento significativo na área da úlcera (p=0,0078), considerando-se os valores

iniciais e finais.

Gráfico 1 - Avaliação da área total da úlcera diabética (inicial e pós os protocolos terapêuticos) nos grupos

estudados.

Fonte: Autora

Os valores percentuais de regressão do diâmetro da ferida nos grupos foram: para o

grupo C (DEPOIS) - C (ANTES) 236.20%,compatível com aumento da área da lesão. Os

grupos L (DEPOIS) - L (ANTES) -72.41%, AGE (DEPOIS) - AGE (ANTES) -43.65%, e

LAGE (DEPOIS) - LAGE (ANTES) -69.26%, apresentaram significativa redução percentual

referente ao diâmetro antes e após a lesão.

A Figura 11 apresenta imagens digitais capturadas antes e ao final de cada um dos

protocolos terapêuticos estudados, apresentando quatro casos de cada grupo.

Ante

sPós

Ante

sPós

Ante

sPós

Ante

sPós

0

5

10

158,245,139

p=0,0078

2,681,82 2,2132,645

p=0,0078

6,454,167

2,6132,782

p=0,0078

4,1253,675

2,5383,033

p=0,0012

8,0382,379

C L AGE L AGE

Wilcoxon p<0,05

Diâ

metr

o d

a F

eri

da

46

Figura 11 - Imagens das úlceras em pé diabéticos de pacientes dos grupos estudados: A P A P

CO

NT

RO

LE

AG

E

LA

SE

R

LA

GE

Fonte: Autora

47

5.2 Avaliação da Dor em Pacientes Portadores de Pé Diabético

O gráfico 02 representa a avaliação do grau de dor, coletada pela aplicação do

Inventário Breve de Dor (BPI) e escala Visual Analógica (EVA), nos grupos de pacientes do

presente estudo antes e pós aplicação dos protocolos terapêuticos, observando-se diferença

estatisticamente significativa (p<0,05) nos componentes que compuseram os grupos L e

LAGE (0,0078). Por sua vez, os resultados obtidos com pacientes dos grupos C e AGE não

apresentaram diferença estatisticamente significativa quanto ao alívio da dor.

Gráfico 2 - Avaliação da dor em pacientes com pé diabético pela aplicação do BPI e EVA com relação à

avaliação da dor nos grupos estudados.

Fonte: Autora

5.3 Análise da Variação dos Vasos pelo Índice Tornozelo/Braquial- ITB

O gráfico 03 representa os resultados obtidos pelo Índice Tornozelo-Braquial (ITB),

que foi avaliado antes e pós a execução dos protocolos terapêuticos, não apresentando

diferença estatisticamente significativa entre os grupos C, AGE, L, LAGE.

Ante

sPós

Ante

sPós

Ante

sPós

Ante

sPós

0

5

10

15

9,250,719,620,74

p=0,2500

C

8,750,71

4,870,35

p=0,0078

L

9,120,64 9,000,75

p=0,9999

AGE

9,120,35

5,000,53

p=0,0078

L AGE

Wilcoxon p<0,05

Índ

ice d

a D

or

48

Gráfico 3 - Avaliação do índice tornozelo/braquial, antes e pós a aplicação dos protocolos terapêuticos

nos pacientes com pé diabético dos grupos estudados.

Fonte:Autora

5.4 Aferição do Calibre dos Vasos pelo Ultrassom com Doppler Arterial

O gráfico 04 apresenta os resultados aferidos pela avaliação da artéria tibial posterior

por meio do exame de Ultrassom arterial com Doppler colorido. Não foram detectadas

diferenças estatisticamente significativas entre os grupos com relação à variação no calibre da

artéria.

Ante

sPós

Ante

sPós

Ante

sPós

Ante

sPós

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

0,730,030,760,05

0,710,03 0,720,03 0,710,04 0,710,04 0,730,04 0,720,04

C L AGE L AGE

p=0,1250 p=0,9999 p=0,0625p=0,0625

Wilcoxon p<0,05T

orn

ozelo

-Bra

qu

ial (m

m)

49

Gráfico 4 - Avaliação, pré e pós aplicação dos protocolos terapêuticos, com US com Doppler do

calibre da artéria tibial posterior nos grupos estudados.

Fonte:Autora

5.5 Análise dos Domínios da Qualidade de Vida

O gráfico 05 representa os resultados obtidos pela aplicação do Inventário Breve de

Dor, com o objetivo de avaliar a interferência da dor na qualidade de vida dos participantes do

presente estudo, os domínios referentes foram analisados antes e pós-aplicação dos protocolos

terapêuticos estabelecidos. Os domínios analisados foram:Dor, Humor, Habilidade para

caminhar, Interferência no trabalho, Relacionamento interpessoais, Sono, Capacidade de

apreciar a vida e Atividades gerais do cotidiano, compreendendo 9 domínios. Os pacientes

que compunham o grupo AGE apresentaram diferença em todos os domínios, apesar de

discreta melhora, quando comparado aos demais grupos. Os componentes dos grupos L e

LAGE apresentaram diferença significativa, comprando os valores antes e pós intervenção,

destacando-se a melhora da qualidade de vida no grupo LAGE, já que o grupo L só não

melhorou a habilidade para caminhar. Os resultados obtidos dos pacientes do grupo C

apresentaram diferença entre os períodos antes e pós tratamento sobre os domínios, com piora

no quadro álgico e grande interferência da dor sobre a qualidade de vida.

Ante

sPós

Ante

sPós

Ante

sPós

Ante

sPós

0

1

2

3

4

2,880,272,930,26 2,900,48

p>0,9999p=0,3632

2,900,27 2,800,28 2,800,28 2,800,28 2,800,28

C L AGE

Wilcoxon p<0,05

L AGE

p>0,9999p>0,9999C

ali

bre

da

arte

ria

tib

ial-

po

ste

rio

s (

mm

)

50

Gráfico 5 - Resultados obtidos relativos à Avaliação da Qualidade de vida antes e pós aplicação dos

protocolos nos grupos estudados. Antes

Pós

Fonte: Autora

0123456789

10Atividade Geral

Humor

Habilidade de caminhar

Interferência no trabalhoRelacionamento com

outras pessoas

Sono

Apreciar a vida

C

AGE

L

L AGE

0123456789

10Atividade Geral

Humor

Habilidade de caminhar

Interferência no trabalhoRelacionamento com

outras pessoas

Sono

Apreciar a vida

C

AGE

L

L AGE

51

Quadro 4 - Resumo dos resultados obtidos nos diversos parâmetros avaliados no presente estudo. Variáveis/Grupos C AGE L LAGE

Área das úlceras Aumento Redução Redução Redução

Dor Sem melhora Sem melhora Melhora Melhora

ITB Sem diferença Sem diferença Sem diferença Sem diferença

Doppler Sem diferença Sem diferença Sem diferença Sem diferença

Qualidade de

vida

Sem diferença Melhora Melhora Melhora

Fonte: Autora

52

6 DISCUSSÃO

O presente estudo permitiu avaliar e comparar a eficácia da aplicação da terapia a

Laser de Baixa Intensidade (TLBI) e do óleo Calendula officinalis, isoladamente ou em

associação, no processo de reparo em portadores de úlceras decorrente da Diabetes mellitus

não controlado, tanto com relação à área da úlcera quanto da ação dos protocolos terapêuticos

com relação ao quadro álgico e repercussão na qualidade de vida.

Os resultados referentes ao reparo tecidual revelaram que os pacientes que realizaram

o protocolo terapêutico padrão do Sistema Público de Saúde (grupo C), apresentaram aumento

significativo no tamanho da úlcera, em 236%. Houve amputação transfemural em dois destes

pacientes, sendo que um deles foi a óbito no intervalo dos 30 dias. Estes pacientes foram

substituídos por outros portadores de úlceras que não evoluíram para amputação.

Considerando os resultados aqui obtidos, ao final deste estudo os pacientes deste grupo foram

encaminhados para tratamento, seguindo um dos protocolos intervenção L ou LAGE,

objetivando o reparo tecidual de suas úlceras.

Em estudo realizado na Alemanha (banco de dados de Doenças Analyzer, IMS Health-

1/ 2000 a 12/ 2004) no qual foram analisados 3.892 pacientes com diabetes tipo II, a

incidência cumulativa de amputações de membros inferiores associada a DM foi de 18,2%.

Concluiu-se que para a síndrome do pé diabético a intervenção terapêutica precoce é

essencial, minimizando os riscos de amputação (PSCHERER et al., 2012). Os achados são

concordantes com o deste estudo, considerando que no grupo de pacientes que seguiu o

protocolo preconizado atualmente no Sistema de Saúde (Grupo Controle), a área das úlceras

aumento e dois de seus componentes evoluíram com amputação de membros.

No grupo de voluntários tratados com o óleo de Calendula officinalis (AGE) houve

percentual significativo de regressão no tamanho das úlceras. Estudo piloto prospectivo,

descritivo foi realizado na unidade de dermatologia ambulatorial em um hospital brasileiro

para avaliar os benefícios clínicos da utilização de Calendula officinalis, seus resultados

sugeriram que esse extrato é seguro e que sua aplicação apresentou efeito benéfico levando à

cura úlceras em pé diabético (BUZZI; FREITAS; WINTER, 2016).

Aro et al. ( 2015) afirmaram que, nos últimos anos, a comunidade científica tem

realizado pesquisas de extratos de plantas, em busca de compostos com atividades

farmacológicas, dentre eles o de Calendula officinalis conhecido por ter ação antioxidante,

anti-inflamatória, anti-bacteriana, e propriedades cicatriciais. Em seu estudo, realizado com a

aplicação de Calendula officinalis após a transecção do tendão de Aquiles de ratos, foi

53

possível identificar o aumento nas concentrações de colágeno e proteínas não colagenosas,

bem como início precoce da organização do colágeno na área da lesão.

Tanideh et al. (2013), em estudo que avaliou o potencial da aplicação tópica de

extrato de Calendula officinalis na cicatrização de mucosite oral induzida em hamster,

observaram, por análises macroscópica e microscópica da mucosite, melhores resultados no

grupo submetido a aplicação de gel Calendula officinalis (5 % e 10 %) comparado aos outros

grupos, evidenciando que o extrato de Calendula officinalis acelerou o processo de

cicatrização nesse modelo experimental de pesquisa.

Coelho et al. (2013), pesquisaram a ação da emulsão óleo-água de C. Macrophyllum

(0,5 ml) sobre o processo de reparo tecidual de lesões cutâneas em ratos com Diabetes

mellitus induzido. Foi identificado diminuição no percentual das células inflamatórias e

aumento no número de fibroblastos, assim como aumento do volume de fibras de colágeno no

grupo tratado com a emulsão, em comparação aos demais grupos. As propriedades da

emulsão desta planta, são semelhantes ao do Calendula officinalis, ambos são AGE.

Concluindo que a emulsão óleo-água de Cenostigma macrophyllum Tul. acelerou o processo

de reparo das lesões cirúrgicas em ratos diabéticos, assim como o Calendula officinalis, no

reparo da lesão cutânea no pé diabético.

Os estudos citados corroboram os obtidos no presente estudo, pela semelhança nos

resultados relativos ao processo de reparo tecidual, considerando que o grupo Calendula

officinalis (AGE), apresentou melhora significante quanto à regressão da área total da lesão. A

relação percentual revelou redução da lesão neste grupo de -43.65%.

Em estudo que avaliou o potencial da ação cicatrizante de gel contendo óleo de C.

officinalis, Okuma (2013) observou que o índice de cicatrização em modelo experimental de

úlcera no dorso de ratos apresentou melhores resultados após a aplicação deste gel,

promovendo a cicatrização das lesões, pela modulação da fase inflamatória desse processo,

tendo sido esse fator essencial para regeneração total das úlceras cutâneas.

Os resultados promissores obtidos nos grupos de pacientes submetidos ao AGE (grupo

AGE), à TLBI isolada (grupo L) e associada ao AGE (grupo LAGE), com elevado percentual

de regressão nos tamanhos das úlceras, permite afirmar que esses protocolos terapêuticos

constituem estratégias promissoras no reparo tecidual. Cabe ressaltar que as lesões tratadas,

algumas delas, obteve o fechamento total da úlcera, bem como um ótimo percentual de

regressão nos demais casos, os valores percentuais dos grupos L e LAGE antes e pós-

protocolos com relação à regressão do diâmetro da ferida, foi de ,-72.41% e de 69.26%

respectivamente.

54

Em concordância com os parâmetros de aplicação utilizados e os resultados

observados no presente estudo, tem-se pesquisa de revisão sistemática, desenvolvido sobre a

aplicação da terapia a laser de baixa intensidade na cicatrização de feridas cutâneas. Doses

compreendidas entre 3-6 J/cm2 foram mais eficazes enquanto as doses acima de 10 J/cm

2

estavam associadas a efeitos deletérios. Os comprimentos de onda compreendidos entre

632,8-1000nm seguem como aqueles que apresentaram resultados mais satisfatórios no

processo de cicatrização tecidual, podendo ser indicados com segurança para acelerar a

resolução de feridas cutâneas, muito embora este fato esteja intimamente ligado à eleição de

parâmetros como dose, tempo e comprimento de onda (ANDRADE; CLARK; FERREIRA,

2014).

Em estudo comparativo, in vivo, utilizando os comprimentos de onda 660nm e 808nm,

durante 7 dias, os resultados histológicos obtidos demonstraram que ambos os grupos tratados

apresentaram melhora no processo inflamatório, na organização do tecido neoformado na área

da lesão, dentre outros efeitos. Esses dados sugerem que a aplicação da TLBI induziu a

evolução do processo de reparo de tecido muscular em ratos diabéticos. Contudo o

comprimento de onda 660nm foi mais eficaz, reduzindo com maior evidência a área da lesão,

além de modular a produção de proteínas relacionadas ao processo inflamatório (ASSIS et al.,

2016). Os achados corroboram com os obtidos no presente estudo, que também apresentou

resultados significativos no processo de reparo tecidual nos casos de pacientes irradiados com

a TLBI no espectro visível.

Piva et al. (2011), em estudo de revisão literária enfocando a TLBI e sua relação com

as fases iniciais do reparo tecidual, observaram a utilização de diferentes doses e

comprimentos de ondas, prevalecendo os comprimentos de onda de 632,8 a 904 nm, para

aplicação in vivo . Relataram, ainda, que em estudos in vitro as doses mais utilizadas eram

2,2 e 16 J/cm². Afirmaram que a TLBI demonstrou exercer expressivos efeitos anti-

inflamatórios nas fases iniciais do processo de cicatrização, apresentando redução na

liberação de mediadores químicos e citocinas, bem como do edema, diminuição na migração

de células inflamatórias e incremento de fatores de crescimento, contribuindo diretamente

para o processo de reparo tecidual. Apesar das divergências literárias com relação aos

parâmetros, esta pesquisa corrobora os achados relatados pelos autores acima, considerando

que a avaliação macroscópica, e os dados referentes a regressão da área da lesão, mostraram

significantes resultados em todos os grupos intervenção (grupos AGE, L e LAGE).

A TLBI tem sido administrada com o objetivo de promover melhor resolução do

processo inflamatório, redução da dor e do edema, bem como de preservar tecidos e nervos

55

adjacentes ao local da injúria. Os comprimentos de onda entre 600 e 1000nm e potências de 1

mW a 5 W/cm2 têm mostrado efeito satisfatório, quando comparados a outros protocolos

(HUANG et al., 2009). Este último artigo que aborda a TLBI para tratamento da dor e reparo

tecidual, assim como outros de tema semelhante, serviu de base para a escolha do

comprimento de onda 658nm, da potência de pico 30 mW e do tempo, compondo o protocolo

aplicado no presente estudo, obtendo-se resultado satisfatório quanto ao alívio e ou cura da

dor, e eficaz quanto ao reparo tecidual.

Nos pacientes que compuseram o grupo LAGE, a associação da TLBI ao óleo de

Calendula Officinalis permitiu a modulação satisfatória do processo de reparo tecidual.

Acredita-se que a ação cicatrizante de ambos potencializou a evolução desse processo, que foi

visível em 4 dos 8 pacientes desse grupo, que apresentaram fechamento completo das lesões,

indicando este protocolo terapêutico para pacientes com úlceras diabéticas.

Davidson et al. (2015), em seu estudo sobre alternativas para tratamento das

complicações vasculares e neuronais em pacientes portadores de DM tipo II, concluíram que

as abordagens terapêuticas combinada podem ser eficazes no tratamento destes

acometimentos, bem como o observado com a TLBI e AGE de Calendula officinalis

utilizados neste estudo.

A dor é considerada uma das principais limitações decorrente da polineuropatia

diabética. Segundo Franco et al. (2011), a neuropatia diabética dolorosa caracteriza-se pela

dor de difícil controle. A análise da produção bibliográfica a respeito de terapias não

farmacológicas, como acupuntura, fotoestimulação, estimulação eletromagnética neural,

estimulação elétrica e terapia a laser de baixa intensidade, permitiu concluir que muitas

apresentavam melhora do quadro álgico, porém não há consenso sobre esse tema.

Asnaashari e Safavi (2013) realizaram estudo in vivo, e revelaram que a TLBI

promoveu significativa analgesia sobre as terminações nervosas em diferentes regiões do

corpo. Estes autores explicaram que a analgesia procede de uma cascata de eventos

ocasionada pelo laser de baixa intensidade, entre os quais citam a diminuição da liberação de

histamina, serotonina, bradicinina e prostaglandinas, aumento da acetilcolinesterase, produção

de ATP, aumento da beta-adrenalina e encefalinas.

Em estudos com animais, que analisaram lesões cutâneas induzidas

experimentalmente, foi possível avaliar o processo de reparo tecidual pela análise histológica,

qualitativa e quantitativa. O número de células inflamatórias, o número de vasos sanguíneos

novos (angiogênese) e o número de fibroblastos, representam as principais características que

evidenciam a evolução desse processo (BATISTA et al., 2010; OLIVEIRA; SOARES;

56

ROCHA, 2010; COELHO et al., 2013). Várias pesquisas e protocolos têm sido aplicados e

analisados, com o intuito de obter aceleração no processo de reparo cutâneo, com consequente

melhora das doenças vasculares e do quadro álgico, assim como nesta pesquisa.

Segundo Zhang et al. (2011), plantas medicinais têm sido aplicadas com o objetivo de

favorecer o processo de neovascularização e de formação das fibras colágenas, com ações

analgésica, anti-inflamatória e antisséptica. Ressalta-se que a dor é um fator impactante na

qualidade de vida dos pacientes diabéticos portadores de úlceras. Os resultados da presente

pesquisa são concordantes com os autores anteriormente citados, pelo efeito resultante da

aplicação do óleo de C. officinalis isolado, ou associado à TLBI como protocolo terapêutico,

ambos apresentaram ação analgésica. O grupo AGE não apresentou resultado significante

com relação à redução da dor. No entanto, os resultados obtidos evidenciam a necessidade de

protocolos assistenciais para estes pacientes, ou seja, programas preventivos e mais efetivos,

com o objetivo de evitar as sequelas da DM.

Os voluntários do presente estudo eram vulneráveis ao aparecimento da DAOP,

devido à doença metabólica que altera a resistência vascular periférica. Os pacientes

diabéticos necessitam de recursos diagnósticos eficazes e também de avaliação individual

detalhada devido aos riscos de mutilação, como observado nos casos dos grupos do estudo.

Para Santos et al. (2015), o ITB entre idosos diabéticos e não diabéticos permitiu

evidenciar, em estudo com 32 voluntários, que os diabéticos estão mais propensos a

desenvolver DAOP, comparados aos valores absolutos dos indivíduos não diabéticos, embora

sem apresentar significância estatística. Neste estudo, todos os participantes apresentaram

alteração da pressão vascular periférica, sem apresentar variação entre os valores pré e pós

aplicação dos protocolos terapêuticos propostos.

Em pesquisa realizada com pacientes diabéticos, em Santa Catarina, nos quais se

realizou avaliação do ITB, foi identificado que do universo de 255 diabéticos, 12 pacientes

(14,8%) apresentaram ITB menor que 0,9, compatível com doença arterial obstrutiva

periférica (DAOP), sendo esses pacientes encaminhados para avaliação com especialista em

cirurgia vascular. O ITB ajuda a rastrear a DAOP e auxilia o médico da atenção básica a

avaliar os pacientes diabéticos em risco para essa complicação (BRAGA et al., 2014).

A alteração do ITB é um importante marcador de risco cardiovascular, assim como de

vasculopatias periféricas. Observou-se pelos valores apresentados, que o ITB sofre variação

no paciente diabético, ajudando a determinar ou evidenciar maior probabilidade de

aparecimento da DAOP. Os pacientes nos quais este índice está fora do padrão de

normalidade devem ser acompanhados por equipe médica especializada, pois apresentam

57

riscos de úlceras recidivantes e, consequentemente, sério risco de amputação de membros

inferiores (TORRES et al., 2015).

Esta pesquisa corrobora com os autores acima, quanto à importância do ITB para

diagnóstico e prevenção de lesões em diabéticos. Com relação à influência dos protocolos

aplicados nos grupos no presente estudo, não foi possível evidenciar significância estatística

quanto a melhora deste marcador, acredita-se que devido não agir macroscopicamente, não

influenciando na pressão sistólica. Os participantes da pesquisa apresentavam úlceras e,

consequentemente, ITB alterado na fase pré-tratamento e assim permaneceu até a última

avaliação, ao final da aplicação dos protocolos. O ITB permaneceu sem variações relevantes,

achado importante para os profissionais responsáveis, pois a persistência pode acarretar em

risco de recidivas, aumentando a chance de procedimentos mutilantes.

O US com doppler é um exame considerado padrão ouro, decisivo para diagnóstico

de diversas alterações vasculares, dentre elas a diminuição do diâmetro periférico das artérias.

Dentre seus benefícios, destaca-se por ser indolor e não invasivo. Porém é de alto custo e

disponível apenas em alguns órgãos da rede pública de saúde. O exame busca avaliar o

comportamento da macrocirculação, a análise do calibre vascular, da velocidade de fluxo,

presença de trombos, placas ateromatomatosas e deformações vasculares congênitas ou

adquiridas (BRITO, 2012).

Estudo realizado com 189 pacientes, portadores de pé diabético, selecionados para

realizar Ultrassonografia com Doppler do membro inferior, o grau de estenose das artérias foi

classificado em menor ou igual a 50 % de redução em diâmetro, de 51% a 99% de redução em

diâmetro e oclusão completa. As artérias avaliadas mais lesionadas foram a femoral comum,

femoral superficial, poplítea e tibial. O resultado do ultrassom foi conclusivo com relação à

alteração vascular da DM, e que a doença favorece a alterações nas artérias dos membros

inferiores, com risco de oclusão (WEN et al., 2012).

No presente estudo, o US com doppler foi decisivo para a análise das alterações da

artéria tibial posterior. Porém, nenhum dos protocolos aplicados nesta pesquisa foi capaz de

alterar o diâmetro da artéria em estudo, levando-se em consideração que caso houvesse este

efeito, favoreceria a diminuição do risco de amputação, e consequente morbidade, acreditou-

se que a TLBI e o óleo de Calendula officinalis favoreceriam a angiogênese de microvasos,

influenciando na macro e microcirculação, repercutindo na melhora das lesões cutâneas.

Não foram encontradas na literatura, pesquisas científicas que reavaliavam, utilizando

US com doppler, os pacientes após a aplicação do protocolo terapêutico comparando a artéria

antes e o após intervenção. Os estudos selecionados utilizavam US para fins avaliativos, ou

58

comparativos entre grupos visando diagnóstico diferencial, ou até para avaliar a gravidade da

alteração vascular.

A qualidade de vida e a dor são fatores que influenciam os domínios físico, social e

psicoemocional dos diabéticos portadores de úlceras. No presente estudo, nos paciente do

grupo Controle houve aumento na área das feridas, com consequente piora na dor, e

interferência negativa em todos os domínios da qualidade de vida. Os voluntários dos grupos

LAGE e L relataram redução na dor e melhora significativa na qualidade de vida, nos

domínios do Inventário Breve de Dor. Por sua vez, aqueles que participaram do grupo AGE,

apresentaram significante analgesia e discreta melhora na qualidade de vida

O estudo de Ramos, Ferreira e Najjar (2014) comparou os efeitos de três

procedimentos sobre indicadores emocionais (estresse, ansiedade e depressão), qualidade de

vida e adesão ao tratamento em nove adultos com DM Tipo II. Houve agravamento nos

indicadores emocionais em todos os participantes, sem mudança da condição de rotina ou

cotidianas, como a inserção da atividade física. No presente estudo há concordância com este

resultado em relação ao grupo C, que apresentou agravamento do quadro clínico, quando

comparado aos resultados apresentados pelos demais grupos estudados, os quais apresentaram

melhora significativa no domínio qualidade de vida. Ressalta-se assim importância de instituir

protocolos de tratamento eficazes para os pacientes diabéticos.

Em pesquisa da qual participaram 51 sujeitos, com o objetivo avaliar a qualidade de

vida relacionada à saúde de pessoas com DM, antes e após sua participação em um programa

educativo, foi aplicado, para avaliação dos resultados desse programa, o questionário SF-36.

Os resultados mostraram melhora discreta em quase todos os domínios, embora apenas o

quesito estado geral de saúde antes (63,96 ± 19,03) e após (70,59 ± 17,82) o programa

educativo tenha apresentado diferença estatisticamente significativa (p < 0,05). Resultado

semelhante foi observado com as intervenções praticadas neste estudo, visível pela análise dos

dados referentes aos domínios analisados, e pela percepção dos pacientes a respeito da

melhora do estado geral (FARIAS et al., 2013).

A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) é um

instrumento válido para verificar a influência dos componentes de saúde na qualidade de vida.

Um estudo com 38 pacientes diabéticos apresentou, como resultado, controle metabólico

inadequado e qualidade de vida muito afetada pela doença, presença de incapacidade no

cuidado pessoal e de barreiras ambientais no grupo com complicações crônicas, corroborando

com os achados deste estudo. Isso sugere que estes fatores possam contribuir para uma pior

59

qualidade de vida, embora, comprometimentos nas funções e estruturas corporais tenham sido

mais prevalentes (CASTRO, 2008).

No ambulatório do Hospital Regional de Ceilândia, 25 pacientes diabéticos com

feridas crônicas em membros inferiores, foram submetidos à aplicação de questionários

estruturados, nos quais, os dados que correlacionaram a dor à QV, evidenciaram maiores

prejuízos para dor (M=5,86) e qualidade do sono (M=5,78). De acordo com os achados

referentes à qualidade do sono desta pesquisa, houve significância (p<0,001) em todos os

grupos em que houve intervenção, mostrando a necessidade de instituir-se protocolo

assistencial (SOUSA, 2014).

O estudo desenvolvido por Sehlo, Alzahrani e Alzahrani (2016), sobre a qualidade de

vida de diabéticos portadores de úlceras nos membros inferiores, possibilitou identificar que

transtornos depressivos, tristeza e alterações do sono, bem como dificuldade nas relações com

familiares e o cônjuge se mostraram mais presentes, além da dificuldade para caminhar e

realizar as atividades vida diária. Esses dados são concordantes com o presente estudo, que

obteve relatos de transtornos semelhantes, ao mesmo tempo em que as intervenções

terapêuticas proporcionaram melhora na qualidade de vida.

A repercussão clínica e as complicações do paciente com DM tipo II descompensada,

como lesão cutânea, sofrimento físico, emocional e social ficaram evidenciados. Estudos

sobre a qualidade de vida deveriam direcionar os serviços de saúde e a prática clínica como

pontos importantes para o processo de tomada de decisão e definição do benefício terapêutico

a ser aplicado. Medidas como a implantação de programas educativos, criação de

ambulatórios especializados para prevenção e tratamento das úlceras do pé diabético, são

investimentos viáveis, de baixo custo, quando comparados aos elevados custos financeiros e

emocionais gerados pelas complicações da doença (MIRANZI et al., 2008).

A análise da qualidade de vida em pacientes portadores de neuropatia diabética,

realizada na Romênia (2012) teve por objetivo atualizar o número de úlceras em pés

diabéticos. Dos 21.174 pacientes incluídos nesta análise, 14,85% relataram história de úlceras

nos pés e 3,60% relataram uma amputação. A porcentagem de úlceras do pé aumentou com a

idade. Quando comparados com pacientes sem úlceras, apresentaram pior qualidade de vida

(p <0,001). Os autores detectaram elevada taxa de úlceras nos pés e amputações em

diabéticos, ressaltando a necessidade de implementação de rastreio eficaz e programas

educacionais. No presente estudo, foi possível observar que os pacientes dos grupos L e AGE

apresentaram melhora na maior parte dos dominios analisados, resultante em melhora da QV,

corroborando com o estudo citado (BONDOR et al., 2016).

60

Ao longo do estudo foi possível comprovar que os grupos LAGE e L, comparando

aos demais, apresentaram melhora significativa nos domínios relacionados, a dor, às relações

interpessoais, humor, sono, trabalho e atividade geral. Na habilidade para caminhar o grupo

LAGE, apresentou o melhor resultado. O grupo AGE apesentou repercussão positiva na

regressão da dor e qualidade de vida geral, apesar de discreta, se comparada com os demais

protocolos terapêuticos. No outro extremo encontram-se os pacientes do grupo C, com

prejuízos significativos na QV em decorrência do aumento da dor, Neste grupo e nos demais

apenas os resultados obtidos pelo US com doppler e ITB não apresentaram alteração.

A melhora da qualidade de vida dos pacientes ficou evidente com os achados deste

estudo, com redução da morbidade. A aplicação da TLBI, de óleo vegetal, associados à

orientações quanto aos cuidados sépticos necessários, como protocolo terapêutico, são

imprescindíveis para favorecer o reparo tecidual, possíveis amputações, morbidade e

mortalidade.

61

7 CONCLUSÃO

Os resultados obtidos após a aplicação dos protocolos terapêuticos proposto no

presente estudo permitiram verificar que a Terapia a Laser de Baixa Intensidade (TLBI)

isolada ou associada ao óleo de Calendula officinalis, foram os mais eficazes no processo de

reparo de úlceras em pé diabético, apresentando significante percentual de regressão das

lesões cutâneas diabéticas, além de redução no quadro de dor, com consequente melhoria na

qualidade de vida dos pacientes. No entanto, nenhum dos protocolos terapêuticos utilizados

determinou alterações tanto no índice da pressão arterial sistólica avaliado pelo ITB quanto no

fluxo sanguíneo.

62

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70

ANEXOS

71

ANEXO A – PARECER CEP

72

73

ANEXO B-CARTA DE ANUÊNCIA

74

ANEXO C - INVENTÁRIO BREVE DE DOR

75

ANEXO D- CERTIFICADO DE ANÁLISE

76

ANEXO E – LAUDO TÉCNICO

77

ANEXO F-CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO

78

ANEXO G- ARTIGOS

79

80

Revista da Escola de Enfermagem da USP - Manuscript ID REEUSP-

2015-0422.R1

[email protected]

12/05/2016

Para: [email protected] Cc: [email protected], [email protected],

[email protected], [email protected], [email protected],

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11-May-2016

Dear Mrs. Carvalho:

Your manuscript entitled "Terapia a laser de baixa intensidade e <i>Calendula officinalis</i> no reparo

de úlcera em pé diabético" has been successfully submitted online and is presently being given full

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You can also view the status of your manuscript at any time by checking your Author Center after

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Sincerely,

Revista da Escola de Enfermagem da USP Editorial Office

81

Revista da Escola de Enfermagem da USP - Manuscript ID REEUSP-

2016-0104

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04/04/2016

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04-Apr-2016

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de diabéticos com lesão cutânea" has been successfully submitted online and is presently being given

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Revista da Escola de Enfermagem da USP Editorial Office

82

83

84

APÊNDICE

85

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Prezado participante, Você está sendo convidado (a) para participar da pesquisa

intitulada “Efeitos da terapia de baixa potência empregando Laser e sua combinação

com Ácidos Graxos Essenciais (AGE) na cicatrização de úlceras em pé diabético”,

desenvolvida por Ana Flávia Machado de Carvalho,Maura Cristina Porto Feitosa, Valrian

Campos Feitosa, sob orientação de Emília Ângela Lo Schiavo Arisawa. O objetivo central

deste estudo é avaliar os efeitos da aplicação da Terapia Laser de baixa intensidade (TLBI-

Laser (As- Ga)), de Ácídos Graxos Essenciais (AGE), bem como a associação ao AGE na

cicatrização de úlceras em Pé diabético. O convite para sua participação se deve à sua

condição de Diabético e portador de úlcera em membro inferior. Sua participação é

voluntária, você não receberá qualquer tipo de pagamento por sua participação, isto é, ela não

é obrigatória e você tem plena autonomia para decidir se quer ou não participar, bem como

encerrar sua participação a qualquer momento. Você não será penalizado de nenhuma maneira

caso decida não consentir participar, ou desistir da mesma. Contudo, ela é muito importante

para a execução da pesquisa. Serão garantidas a confidencialidade e a privacidade das

informações por você prestadas. Qualquer dado que possa identificá-lo será omitido na

divulgação dos resultados da pesquisa e o material será armazenado em local seguro,

garantindo seu sigilo e privacidade. A qualquer momento, durante a pesquisa, ou

posteriormente, você poderá solicitar do pesquisador informações sobre sua participação e/ou

sobre a pesquisa, o que poderá ser feito pelos meios de contato explicitados neste Termo.

A sua participação consistirá numa avaliação por um médico angiologista para

caracterização da úlcera. A seguir você será encaminhado para o serviço de Fisioterapia para

avaliação Cinético-Funcional criteriosa. E em uma ficha de avaliação específica, serão

coletados dados pessoais, relativos ao diabetes e à úlcera do membro inferior. Será utilizado o

protocolo para mensurar a ulcera, em seguida será realizado um exame de imagem com

aparelho de Ultrassom com Doppler arterial, para avaliação da circulação periférica. Serão

coletados 20 ml de sangue para comprovação da diabetes, por meio dos valores glicêmicos, e

também análise do Fator de Crescimento Endotelial Vascular (VEGF), importante marcador

da angiogênese no reparo tecidual. Serão realizados registros fotográficos no 1º (primeiro)

atendimento e após as 12 (doze) sessões. Inicialmente a ferida será limpa utilizando-se

solução de Cloreto de Sódio (soro fisiológico). Serão realizados no total de 12 (doze)

atendimentos sendo 3 (três) atendimentos por semana em dias alternados. A Terapia Laser de

Baixa Intensidade utiliza o laser (As-Ga) é aplicado conforme a área, respeitando a extensão

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

86

da lesão. Após 12 (doze) aplicações será feita uma reavaliação e os resultados obtidos serão

submetidos à análise estatística. Os dados coletados serão mantidos em arquivos de acesso

somente à equipe de pesquisa e ao seu final guardados, por pelo menos 5 anos, conforme

Resolução CNS 466/12 e orientações do CEP FACID. O benefício (direto ou indireto)

relacionado com a sua colaboração nesta pesquisa é o provável reparo tecidual pelos efeitos

da aplicação da Terapia Laser de baixa intensidade (TLBI- Laser (As-Ga)), de Ácídos Graxos

Essenciais (AGE), bem como a associação ao AGE, melhorando a autoestima e qualidade de

vida, além disso, contribuir para sustentação da linha de pesquisa em recursos de

eletroestimulação. Os riscos e desconfortos são as frustrações emocionais diante da não

cicatrização do processo ulcerativo.

TERESINA-PI, _____ de __________________________ de ________.

Contato do Pesquisador(a) Responsável:

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA FACID, Rua Veterinário Bugyja Brito,1354,Horto

Florestal,Teresina(PI),CEP-64052-410,fone-(86)32167900

E-mail do pesquisador (a): [email protected]

__________________ ______________________(assinatura)

Nome do Pesquisador(a) responsável

Curso e Instituição vinculada

Declaro que entendi os objetivos e benefícios de minha participação nesta pesquisa e

concordo em participar.

_________________________________________(assinatura)

Nome do Participante da pesquisa ou

Responsável legal

87

APÊNDICE B- FICHA DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA PARA O PÉ

DIABÉTICO

NOME:________________________________________________

SEXO:____IDADE:________

ENDEREÇO:________________________________________________________________

TELEFONE:_______________________

ESTADO CIVIL:_________________________________

Q.P.:_______________________________________________________________________

H.D.A.:_____________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

OUTRAS PATOLOGIAS

ASSOCIADAS:________________________________________________

___________________________________________________________________________

HÁBITOS DE

VIDA:______________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

AVALIAÇÃO DA FERIDA

TEMPO DE ULCERAÇÃO:

______________________________________________________

EDEMA:___________________________________________________________________

___

EXUDATO:_________________________________________________________________

___

MENSURAÇÃO:

SUPERFÍCIE: ___________________cm

PROFUNDIDADE:_________________cm

ITB: _________________________

OBJETIVOS:________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

_______________

PROTOCOLO DE

TRATAMENTO:_____________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

88

REAVALIAÇÃO (APÓS DOZE ATENDIMENTOS)

AVALIAÇÃO DA FERIDA

TEMPO DE ULCERAÇÃO:

______________________________________________________

EDEMA:___________________________________________________________________

___

EXUDATO:_________________________________________________________________

___

MENSURAÇÃO:

SUPERFÍCIE: ___________________cm

PROFUNDIDADE:_________________cm

ITB: ______________________________

89

APENDICE C- DADOS BRUTOS

DIÂMETRO DA FERIDA

C (ANTES)

C (DEPOIS)

L (ANTES)

L (DEPOIS)

AGE (ANTES)

AGE (DEPOIS)

L+AGE (ANTES)

L+AGE (DEPOIS)

3.6 13.5 4.1 0.8 3.4 2.1 5.3 1.8

3.6 13.5 4.1 0.8 3.4 2.1 5.3 1.8

0.33 1.2 7.6 2.3 2.6 1.1 9 1.4

2.1 8.3 15.9 8.5 3.5 2.9 10.4 0.9

3.6 13.5 4.1 0.8 3.4 2.1 5.3 1.8

0.33 1.2 7.6 2.3 2.6 1.1 9 1.4

5.7 8.1 5.1 1.8 1.1 0.3 9 1.2

2.2 6.6 3.1 0.4 13 9.2 11 10

DOR

C (ANTES)

C (DEPOIS)

L (ANTES)

L (DEPOIS)

AGE (ANTES)

AGE (DEPOIS)

L+AGE (ANTES)

L+AGE (DEPOIS)

10 10 8 5 9 9 9 5

9 9 9 5 9 9 9 5

8 8 9 5 8 8 10 4

9 10 10 4 9 8 9 6

9 10 9 5 10 10 9 5

10 10 8 5 9 9 9 5

9 10 9 5 10 10 9 5

10 10 8 5 9 9 9 5

ITB

C (ANTES)

C (DEPOIS)

L (ANTES)

L (DEPOIS)

AGE (ANTES)

AGE (DEPOIS)

L+AGE (ANTES)

L+AGE (DEPOIS)

0.7 0.7 0.69 0.7 0.75 0.74 0.75 0.75

0.73 0.82 0.75 0.75 0.73 0.74 0.77 0.75

0.76 0.77 0.75 0.77 0.66 0.66 0.69 0.67

0.77 0.79 0.7 0.7 0.66 0.66 0.67 0.66

0.77 0.79 0.7 0.7 0.66 0.66 0.67 0.66

0.7 0.7 0.69 0.7 0.75 0.74 0.75 0.75

0.73 0.82 0.75 0.75 0.73 0.74 0.77 0.75

0.7 0.7 0.69 0.7 0.75 0.74 0.75 0.75

90

CALIBRE ARTERIAL

C (ANTES)

C (DEPOIS)

L (ANTES)

L (DEPOIS)

AGE (ANTES)

AGE (DEPOIS)

L+AGE (ANTES)

L+AGE (DEPOIS)

2.5 2.5 2.9 2.9 2.9 2.9 2.6 2.6

2.8 2.8 3.1 3.1 3.1 3.1 2.7 2.7

3.2 3.2 2.7 2.7 2.7 2.7 3.1 3.1

2.9 2.8 2.6 2.6 2.6 2.6 3.8 3.8

3.2 3.2 2.4 2.4 2.4 2.4 2.7 2.5

2.8 2.8 3.1 3.1 3.1 3.1 2.7 2.7