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AS PRINCIPAIS ALERGIAS ALIMENTARES EXPLICADAS - UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS

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Page 1: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

A alergia alimentar é uma reação exacerbada do sistema imunológico a certos tipos de alimentos. Em geral, essa reação é imediata ou de curto prazo e ocorre logo após você ingerir um alimento específico. A reação ocorre quando seu sistema imunológico identifica por engano uma proteína do alimento como se fosse algo prejudicial. O corpo reage liberando histamina, agindo rápido na intenção de combater o “invasor”. A histamina é um mediador das respostas alérgicas que causa vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular (edema) e contração da musculatura lisa (tanto brônquica como gastrointestinal).

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar de 2007, estima-se que 6% das crianças menores de 3 anos sejam alérgicas a algum alimento, enquanto que a prevalência em adultos é de 3,5% – números que ainda estão aumentando até os dias de hoje.1 Nos Estados Unidos, uma pesquisa divulgada em 2011 constatou que cerca de 6 milhões de crianças americanas (8% da população menor de 18 anos) eram alérgicas a algum alimento.2

Para algumas pessoas, a ingestão ou contato com uma pequena quantidade de um alimento pode desencadear

sintomas como alterações digestivas, urticárias ou inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios. Em outras, a reação alérgica pode ser mais intensa e grave, atingindo as vias respiratórias (“edema de glote”).

Normalmente, a alergia é a reação à proteína de algum alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. A herança genética, uma dieta com as proteínas alergênicas e a incapacidade do trato gastrointestinal em lidar com o nutriente são os fatores mais importantes para alguém desenvolver alergia alimentar.

O intestino imaturo e o sistema imunológico em formação se tornam os principais motivos de bebês e crianças menores de 3 anos serem a população mais suscetível às alergias alimentares.

Saiba mais sobre os alimentos mais alergênicos e onde eles se encontram!

LEITE DE VACA

É um dos alimentos que mais causam alergias alimentares. Possui três principais alérgenos: caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina. Rinite, coceiras na pele e distensões abdominais são os sintomas mais frequentes.

Para muitos bebês o leite de vaca é introduzido desde cedo em fórmulas infantis em substituição ao leite materno. Essa introdução prematura pode desencadear o processo

alérgico em indivíduos predispostos. Recentemente, foi divulgado o dado de que no Brasil cerca de 350 mil crianças sofrem com alergia à proteína do leite de vaca, também conhecida como APLV. 3

Por ser fonte de cálcio, muitos se preocupam em repor o micronutriente. Se você necessita tirar o leite de vaca da dieta, pode acrescentar agrião, rúcula, espinafre, brócolis, couve, ameixa seca, gergelim, amêndoas e aveia, que são ricos em cálcio.

Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem descrito no produto.

TRIGO

Esse alimento, que faz parte frequente da dieta da população brasileira, está presente em diversos produtos como pães, massas, bolos e biscoitos e contém uma série de proteínas identificadas como causadoras de alergia. 4

Entre estas proteínas, a omega-gliadina é uma das principais responsáveis pelas reações alérgicas mais severas, cujos sintomas podem incluir rinite, asma, urticária e até anafilaxia.

O glúten, que é um composto de proteínas encontrado no trigo, centeio e cevada, por sua vez é causador de vários tipos de hipersensibilidade não imediatas (como a doença celíaca),

diferentes da alergia ao trigo. Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou sensibilidade ao glúten o utilizam para facilitar a explicação sobre sua condição. Há debates entre pesquisadores sobre a relação entre as condições de hipersensibilidade ao glúten e a alergia ao trigo. 5

Trataremos das condições de hipersensibilidade ao glúten em outro artigo em nosso site.

O trigo é fundamental para conferir textura, sabor e maciez aos produtos de panificação e massas. Mas hoje, a variedade de farinhas disponíveis no mercado é enorme e é possível substituí-lo. Você as encontra facilmente em lojas de produtos naturais e supermercados.

OVO

A alergia ao ovo é muito frequente em crianças pequenas e ocorre principalmente por causa das proteínas da clara. Mais de 50% das crianças que apresentam dermatite atópica podem apresentar alergia à ovoalbumina, proteína que constitui 54% do total proteico da clara do ovo. 6

Por ser considerado um alimento quase completo, quando for necessário substituí-lo, é importante proporcionar à criança uma alimentação muito variada, rica em vegetais, frutas e outras fontes de proteínas, como carnes, aves, feijão e lentilha.

Em receitas de bolos e biscoitos, é possível substituir o ovo

(ou a clara) por um gel feito a partir da semente de linhaça e outras opções, mas esse é um tema futuro que ainda abordaremos no blog.

SOJA

Por ser um alimento amplamente cultivado no Brasil, ele acaba fazendo parte de diversos alimentos processados e da alimentação dos animais dos quais ingerimos a carne.

A alergia é mais frequente em crianças e a soja pode ser substituída por outros grãos, sem causar prejuízo nutricional. Molho shoyu, tofu e proteína texturizada são alguns dos produtos mais utilizados que contêm soja. Alguns chocolates contêm soja nos ingredientes, descrita como lecitina de soja, por isso leia atentamente os rótulos e não se acanhe em perguntar nas lojas de doces caseiros se existe soja na preparação.

AMENDOIM E CASTANHAS

É comum encontrar pessoas alérgicas ao amendoim sem ser a outras oleaginosas, como as castanhas. É um alimento com alto teor de proteínas, o que aumenta sua alergenicidade, mas que, se retirado da dieta, não causa prejuízo nutricional.

Assim como os amendoins, a alergia às castanhas (nozes, avelã, castanha-do-Brasil) é mais comum em adultos e pode provocar graves reações, como anafilaxia. Além de retirá-los da dieta, observe a composição dos

doces e sempre pergunte ao confeiteiro se ele realmente não utilizou esses alimentos na receita.

PEIXES E FRUTOS DO MAR

Alergia a peixes e frutos do mar (camarão, siri, caranguejo, lagosta, lula, marisco, mexilhão) são frequentes em crianças e adultos. Especialistas sugerem que a ingestão pela mãe durante a gestação e a amamentação pode sensibilizar mais facilmente o bebê. 7

Embora os sintomas sejam semelhantes aos outros alimentos, estão entre os que ocasionam as reações mais severas. Podem ocorrer inchaço nos lábios, faringe, laringe (edema de glote), urticária (erupções vermelhas na pele) e coceiras.

Além do cuidado de não ingerir alimentos processados feitos com peixes e frutos do mar, questione em restaurantes e lanchonetes se a batata ou a mandioca, por exemplo, foram fritas no mesmo óleo desses alimentos.

SOCORRO RÁPIDO

Uma reação alérgica grave pode ocorrer mesmo que a pessoa nunca tenha tido qualquer sintoma anteriormente. No caso de uma anafilaxia (ou choque anafilático), as consequências mais perigosas são o edema de glote e a falta de oxigenação, necessitando de tratamento com adrenalina, corticoides, bronco-dilatadores ou anti-histamínicos.

Independente da gravidade de sua alergia ao alimento, pesquise sempre o que está ingerindo. Questione, principalmente se você o faz para uma criança que ainda não sabe escolher o que deve ou não comer. Fique atento!

REFERÊNCIAS:

1Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol. – Vol. 31, Nº 2, 2008. Disponível em: http://abran.org.br/images/novembro2010/consensoalergia.pdf

2Gupta RS, et al. The Prevalence, Severity, and Distribution of Childhood Food Allergy in the United States. PEDIATRICS Volume 128, Number 1, July 2011.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/early/2011/06/16/peds.2011-0204.full.pdf+html

3Reportagem Fantástico (26/10/2014): No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350-mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html.

4Akagawa M, Handoyo T, Ishii T, Kumazawa S, Morita N, Suyama K (2007). “Proteomic analysis of wheat flour allergens”. J. Agric. Food Chem. 55 (17): 6863–70. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/jf070843a.

5http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

6http://www.academia.edu/7069723/Sequential_separation_of_lysozyme_ovomucin_ovotransferrin_and_ovalbumin_from_egg_white

7http://www.e-gastroped.com.br/march12/alergia_alimentar-consolidado_corrigido.pdf

AS PRINCIPAIS ALERGIASALIMENTARES EXPLICADAS -

UMA VISÃO GERAL EM12 ARTIGOS

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A alergia alimentar é uma reação exacerbada do sistema imunológico a certos tipos de alimentos. Em geral, essa reação é imediata ou de curto prazo e ocorre logo após você ingerir um alimento específico. A reação ocorre quando seu sistema imunológico identifica por engano uma proteína do alimento como se fosse algo prejudicial. O corpo reage liberando histamina, agindo rápido na intenção de combater o “invasor”. A histamina é um mediador das respostas alérgicas que causa vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular (edema) e contração da musculatura lisa (tanto brônquica como gastrointestinal).

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar de 2007, estima-se que 6% das crianças menores de 3 anos sejam alérgicas a algum alimento, enquanto que a prevalência em adultos é de 3,5% – números que ainda estão aumentando até os dias de hoje.1 Nos Estados Unidos, uma pesquisa divulgada em 2011 constatou que cerca de 6 milhões de crianças americanas (8% da população menor de 18 anos) eram alérgicas a algum alimento.2

Para algumas pessoas, a ingestão ou contato com uma pequena quantidade de um alimento pode desencadear

sintomas como alterações digestivas, urticárias ou inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios. Em outras, a reação alérgica pode ser mais intensa e grave, atingindo as vias respiratórias (“edema de glote”).

Normalmente, a alergia é a reação à proteína de algum alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. A herança genética, uma dieta com as proteínas alergênicas e a incapacidade do trato gastrointestinal em lidar com o nutriente são os fatores mais importantes para alguém desenvolver alergia alimentar.

O intestino imaturo e o sistema imunológico em formação se tornam os principais motivos de bebês e crianças menores de 3 anos serem a população mais suscetível às alergias alimentares.

Saiba mais sobre os alimentos mais alergênicos e onde eles se encontram!

LEITE DE VACA

É um dos alimentos que mais causam alergias alimentares. Possui três principais alérgenos: caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina. Rinite, coceiras na pele e distensões abdominais são os sintomas mais frequentes.

Para muitos bebês o leite de vaca é introduzido desde cedo em fórmulas infantis em substituição ao leite materno. Essa introdução prematura pode desencadear o processo

alérgico em indivíduos predispostos. Recentemente, foi divulgado o dado de que no Brasil cerca de 350 mil crianças sofrem com alergia à proteína do leite de vaca, também conhecida como APLV. 3

Por ser fonte de cálcio, muitos se preocupam em repor o micronutriente. Se você necessita tirar o leite de vaca da dieta, pode acrescentar agrião, rúcula, espinafre, brócolis, couve, ameixa seca, gergelim, amêndoas e aveia, que são ricos em cálcio.

Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem descrito no produto.

TRIGO

Esse alimento, que faz parte frequente da dieta da população brasileira, está presente em diversos produtos como pães, massas, bolos e biscoitos e contém uma série de proteínas identificadas como causadoras de alergia. 4

Entre estas proteínas, a omega-gliadina é uma das principais responsáveis pelas reações alérgicas mais severas, cujos sintomas podem incluir rinite, asma, urticária e até anafilaxia.

O glúten, que é um composto de proteínas encontrado no trigo, centeio e cevada, por sua vez é causador de vários tipos de hipersensibilidade não imediatas (como a doença celíaca),

diferentes da alergia ao trigo. Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou sensibilidade ao glúten o utilizam para facilitar a explicação sobre sua condição. Há debates entre pesquisadores sobre a relação entre as condições de hipersensibilidade ao glúten e a alergia ao trigo. 5

Trataremos das condições de hipersensibilidade ao glúten em outro artigo em nosso site.

O trigo é fundamental para conferir textura, sabor e maciez aos produtos de panificação e massas. Mas hoje, a variedade de farinhas disponíveis no mercado é enorme e é possível substituí-lo. Você as encontra facilmente em lojas de produtos naturais e supermercados.

OVO

A alergia ao ovo é muito frequente em crianças pequenas e ocorre principalmente por causa das proteínas da clara. Mais de 50% das crianças que apresentam dermatite atópica podem apresentar alergia à ovoalbumina, proteína que constitui 54% do total proteico da clara do ovo. 6

Por ser considerado um alimento quase completo, quando for necessário substituí-lo, é importante proporcionar à criança uma alimentação muito variada, rica em vegetais, frutas e outras fontes de proteínas, como carnes, aves, feijão e lentilha.

Em receitas de bolos e biscoitos, é possível substituir o ovo

(ou a clara) por um gel feito a partir da semente de linhaça e outras opções, mas esse é um tema futuro que ainda abordaremos no blog.

SOJA

Por ser um alimento amplamente cultivado no Brasil, ele acaba fazendo parte de diversos alimentos processados e da alimentação dos animais dos quais ingerimos a carne.

A alergia é mais frequente em crianças e a soja pode ser substituída por outros grãos, sem causar prejuízo nutricional. Molho shoyu, tofu e proteína texturizada são alguns dos produtos mais utilizados que contêm soja. Alguns chocolates contêm soja nos ingredientes, descrita como lecitina de soja, por isso leia atentamente os rótulos e não se acanhe em perguntar nas lojas de doces caseiros se existe soja na preparação.

AMENDOIM E CASTANHAS

É comum encontrar pessoas alérgicas ao amendoim sem ser a outras oleaginosas, como as castanhas. É um alimento com alto teor de proteínas, o que aumenta sua alergenicidade, mas que, se retirado da dieta, não causa prejuízo nutricional.

Assim como os amendoins, a alergia às castanhas (nozes, avelã, castanha-do-Brasil) é mais comum em adultos e pode provocar graves reações, como anafilaxia. Além de retirá-los da dieta, observe a composição dos

doces e sempre pergunte ao confeiteiro se ele realmente não utilizou esses alimentos na receita.

PEIXES E FRUTOS DO MAR

Alergia a peixes e frutos do mar (camarão, siri, caranguejo, lagosta, lula, marisco, mexilhão) são frequentes em crianças e adultos. Especialistas sugerem que a ingestão pela mãe durante a gestação e a amamentação pode sensibilizar mais facilmente o bebê. 7

Embora os sintomas sejam semelhantes aos outros alimentos, estão entre os que ocasionam as reações mais severas. Podem ocorrer inchaço nos lábios, faringe, laringe (edema de glote), urticária (erupções vermelhas na pele) e coceiras.

Além do cuidado de não ingerir alimentos processados feitos com peixes e frutos do mar, questione em restaurantes e lanchonetes se a batata ou a mandioca, por exemplo, foram fritas no mesmo óleo desses alimentos.

SOCORRO RÁPIDO

Uma reação alérgica grave pode ocorrer mesmo que a pessoa nunca tenha tido qualquer sintoma anteriormente. No caso de uma anafilaxia (ou choque anafilático), as consequências mais perigosas são o edema de glote e a falta de oxigenação, necessitando de tratamento com adrenalina, corticoides, bronco-dilatadores ou anti-histamínicos.

Independente da gravidade de sua alergia ao alimento, pesquise sempre o que está ingerindo. Questione, principalmente se você o faz para uma criança que ainda não sabe escolher o que deve ou não comer. Fique atento!

REFERÊNCIAS:

1Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol. – Vol. 31, Nº 2, 2008. Disponível em: http://abran.org.br/images/novembro2010/consensoalergia.pdf

2Gupta RS, et al. The Prevalence, Severity, and Distribution of Childhood Food Allergy in the United States. PEDIATRICS Volume 128, Number 1, July 2011.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/early/2011/06/16/peds.2011-0204.full.pdf+html

3Reportagem Fantástico (26/10/2014): No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350-mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html.

4Akagawa M, Handoyo T, Ishii T, Kumazawa S, Morita N, Suyama K (2007). “Proteomic analysis of wheat flour allergens”. J. Agric. Food Chem. 55 (17): 6863–70. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/jf070843a.

5http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

6http://www.academia.edu/7069723/Sequential_separation_of_lysozyme_ovomucin_ovotransferrin_and_ovalbumin_from_egg_white

7http://www.e-gastroped.com.br/march12/alergia_alimentar-consolidado_corrigido.pdf

Page 3: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

A alergia alimentar é uma reação exacerbada do sistema imunológico a certos tipos de alimentos. Em geral, essa reação é imediata ou de curto prazo e ocorre logo após você ingerir um alimento específico. A reação ocorre quando seu sistema imunológico identifica por engano uma proteína do alimento como se fosse algo prejudicial. O corpo reage liberando histamina, agindo rápido na intenção de combater o “invasor”. A histamina é um mediador das respostas alérgicas que causa vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular (edema) e contração da musculatura lisa (tanto brônquica como gastrointestinal).

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar de 2007, estima-se que 6% das crianças menores de 3 anos sejam alérgicas a algum alimento, enquanto que a prevalência em adultos é de 3,5% – números que ainda estão aumentando até os dias de hoje.1 Nos Estados Unidos, uma pesquisa divulgada em 2011 constatou que cerca de 6 milhões de crianças americanas (8% da população menor de 18 anos) eram alérgicas a algum alimento.2

Para algumas pessoas, a ingestão ou contato com uma pequena quantidade de um alimento pode desencadear

sintomas como alterações digestivas, urticárias ou inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios. Em outras, a reação alérgica pode ser mais intensa e grave, atingindo as vias respiratórias (“edema de glote”).

Normalmente, a alergia é a reação à proteína de algum alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. A herança genética, uma dieta com as proteínas alergênicas e a incapacidade do trato gastrointestinal em lidar com o nutriente são os fatores mais importantes para alguém desenvolver alergia alimentar.

O intestino imaturo e o sistema imunológico em formação se tornam os principais motivos de bebês e crianças menores de 3 anos serem a população mais suscetível às alergias alimentares.

Saiba mais sobre os alimentos mais alergênicos e onde eles se encontram!

LEITE DE VACA

É um dos alimentos que mais causam alergias alimentares. Possui três principais alérgenos: caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina. Rinite, coceiras na pele e distensões abdominais são os sintomas mais frequentes.

Para muitos bebês o leite de vaca é introduzido desde cedo em fórmulas infantis em substituição ao leite materno. Essa introdução prematura pode desencadear o processo

alérgico em indivíduos predispostos. Recentemente, foi divulgado o dado de que no Brasil cerca de 350 mil crianças sofrem com alergia à proteína do leite de vaca, também conhecida como APLV. 3

Por ser fonte de cálcio, muitos se preocupam em repor o micronutriente. Se você necessita tirar o leite de vaca da dieta, pode acrescentar agrião, rúcula, espinafre, brócolis, couve, ameixa seca, gergelim, amêndoas e aveia, que são ricos em cálcio.

Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem descrito no produto.

TRIGO

Esse alimento, que faz parte frequente da dieta da população brasileira, está presente em diversos produtos como pães, massas, bolos e biscoitos e contém uma série de proteínas identificadas como causadoras de alergia. 4

Entre estas proteínas, a omega-gliadina é uma das principais responsáveis pelas reações alérgicas mais severas, cujos sintomas podem incluir rinite, asma, urticária e até anafilaxia.

O glúten, que é um composto de proteínas encontrado no trigo, centeio e cevada, por sua vez é causador de vários tipos de hipersensibilidade não imediatas (como a doença celíaca),

diferentes da alergia ao trigo. Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou sensibilidade ao glúten o utilizam para facilitar a explicação sobre sua condição. Há debates entre pesquisadores sobre a relação entre as condições de hipersensibilidade ao glúten e a alergia ao trigo. 5

Trataremos das condições de hipersensibilidade ao glúten em outro artigo em nosso site.

O trigo é fundamental para conferir textura, sabor e maciez aos produtos de panificação e massas. Mas hoje, a variedade de farinhas disponíveis no mercado é enorme e é possível substituí-lo. Você as encontra facilmente em lojas de produtos naturais e supermercados.

OVO

A alergia ao ovo é muito frequente em crianças pequenas e ocorre principalmente por causa das proteínas da clara. Mais de 50% das crianças que apresentam dermatite atópica podem apresentar alergia à ovoalbumina, proteína que constitui 54% do total proteico da clara do ovo. 6

Por ser considerado um alimento quase completo, quando for necessário substituí-lo, é importante proporcionar à criança uma alimentação muito variada, rica em vegetais, frutas e outras fontes de proteínas, como carnes, aves, feijão e lentilha.

Em receitas de bolos e biscoitos, é possível substituir o ovo

(ou a clara) por um gel feito a partir da semente de linhaça e outras opções, mas esse é um tema futuro que ainda abordaremos no blog.

SOJA

Por ser um alimento amplamente cultivado no Brasil, ele acaba fazendo parte de diversos alimentos processados e da alimentação dos animais dos quais ingerimos a carne.

A alergia é mais frequente em crianças e a soja pode ser substituída por outros grãos, sem causar prejuízo nutricional. Molho shoyu, tofu e proteína texturizada são alguns dos produtos mais utilizados que contêm soja. Alguns chocolates contêm soja nos ingredientes, descrita como lecitina de soja, por isso leia atentamente os rótulos e não se acanhe em perguntar nas lojas de doces caseiros se existe soja na preparação.

AMENDOIM E CASTANHAS

É comum encontrar pessoas alérgicas ao amendoim sem ser a outras oleaginosas, como as castanhas. É um alimento com alto teor de proteínas, o que aumenta sua alergenicidade, mas que, se retirado da dieta, não causa prejuízo nutricional.

Assim como os amendoins, a alergia às castanhas (nozes, avelã, castanha-do-Brasil) é mais comum em adultos e pode provocar graves reações, como anafilaxia. Além de retirá-los da dieta, observe a composição dos

doces e sempre pergunte ao confeiteiro se ele realmente não utilizou esses alimentos na receita.

PEIXES E FRUTOS DO MAR

Alergia a peixes e frutos do mar (camarão, siri, caranguejo, lagosta, lula, marisco, mexilhão) são frequentes em crianças e adultos. Especialistas sugerem que a ingestão pela mãe durante a gestação e a amamentação pode sensibilizar mais facilmente o bebê. 7

Embora os sintomas sejam semelhantes aos outros alimentos, estão entre os que ocasionam as reações mais severas. Podem ocorrer inchaço nos lábios, faringe, laringe (edema de glote), urticária (erupções vermelhas na pele) e coceiras.

Além do cuidado de não ingerir alimentos processados feitos com peixes e frutos do mar, questione em restaurantes e lanchonetes se a batata ou a mandioca, por exemplo, foram fritas no mesmo óleo desses alimentos.

SOCORRO RÁPIDO

Uma reação alérgica grave pode ocorrer mesmo que a pessoa nunca tenha tido qualquer sintoma anteriormente. No caso de uma anafilaxia (ou choque anafilático), as consequências mais perigosas são o edema de glote e a falta de oxigenação, necessitando de tratamento com adrenalina, corticoides, bronco-dilatadores ou anti-histamínicos.

Independente da gravidade de sua alergia ao alimento, pesquise sempre o que está ingerindo. Questione, principalmente se você o faz para uma criança que ainda não sabe escolher o que deve ou não comer. Fique atento!

REFERÊNCIAS:

1Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol. – Vol. 31, Nº 2, 2008. Disponível em: http://abran.org.br/images/novembro2010/consensoalergia.pdf

2Gupta RS, et al. The Prevalence, Severity, and Distribution of Childhood Food Allergy in the United States. PEDIATRICS Volume 128, Number 1, July 2011.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/early/2011/06/16/peds.2011-0204.full.pdf+html

3Reportagem Fantástico (26/10/2014): No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350-mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html.

4Akagawa M, Handoyo T, Ishii T, Kumazawa S, Morita N, Suyama K (2007). “Proteomic analysis of wheat flour allergens”. J. Agric. Food Chem. 55 (17): 6863–70. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/jf070843a.

5http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

6http://www.academia.edu/7069723/Sequential_separation_of_lysozyme_ovomucin_ovotransferrin_and_ovalbumin_from_egg_white

7http://www.e-gastroped.com.br/march12/alergia_alimentar-consolidado_corrigido.pdf

Page 4: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

A alergia alimentar é uma reação exacerbada do sistema imunológico a certos tipos de alimentos. Em geral, essa reação é imediata ou de curto prazo e ocorre logo após você ingerir um alimento específico. A reação ocorre quando seu sistema imunológico identifica por engano uma proteína do alimento como se fosse algo prejudicial. O corpo reage liberando histamina, agindo rápido na intenção de combater o “invasor”. A histamina é um mediador das respostas alérgicas que causa vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular (edema) e contração da musculatura lisa (tanto brônquica como gastrointestinal).

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar de 2007, estima-se que 6% das crianças menores de 3 anos sejam alérgicas a algum alimento, enquanto que a prevalência em adultos é de 3,5% – números que ainda estão aumentando até os dias de hoje.1 Nos Estados Unidos, uma pesquisa divulgada em 2011 constatou que cerca de 6 milhões de crianças americanas (8% da população menor de 18 anos) eram alérgicas a algum alimento.2

Para algumas pessoas, a ingestão ou contato com uma pequena quantidade de um alimento pode desencadear

sintomas como alterações digestivas, urticárias ou inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios. Em outras, a reação alérgica pode ser mais intensa e grave, atingindo as vias respiratórias (“edema de glote”).

Normalmente, a alergia é a reação à proteína de algum alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. A herança genética, uma dieta com as proteínas alergênicas e a incapacidade do trato gastrointestinal em lidar com o nutriente são os fatores mais importantes para alguém desenvolver alergia alimentar.

O intestino imaturo e o sistema imunológico em formação se tornam os principais motivos de bebês e crianças menores de 3 anos serem a população mais suscetível às alergias alimentares.

Saiba mais sobre os alimentos mais alergênicos e onde eles se encontram!

LEITE DE VACA

É um dos alimentos que mais causam alergias alimentares. Possui três principais alérgenos: caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina. Rinite, coceiras na pele e distensões abdominais são os sintomas mais frequentes.

Para muitos bebês o leite de vaca é introduzido desde cedo em fórmulas infantis em substituição ao leite materno. Essa introdução prematura pode desencadear o processo

alérgico em indivíduos predispostos. Recentemente, foi divulgado o dado de que no Brasil cerca de 350 mil crianças sofrem com alergia à proteína do leite de vaca, também conhecida como APLV. 3

Por ser fonte de cálcio, muitos se preocupam em repor o micronutriente. Se você necessita tirar o leite de vaca da dieta, pode acrescentar agrião, rúcula, espinafre, brócolis, couve, ameixa seca, gergelim, amêndoas e aveia, que são ricos em cálcio.

Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem descrito no produto.

TRIGO

Esse alimento, que faz parte frequente da dieta da população brasileira, está presente em diversos produtos como pães, massas, bolos e biscoitos e contém uma série de proteínas identificadas como causadoras de alergia. 4

Entre estas proteínas, a omega-gliadina é uma das principais responsáveis pelas reações alérgicas mais severas, cujos sintomas podem incluir rinite, asma, urticária e até anafilaxia.

O glúten, que é um composto de proteínas encontrado no trigo, centeio e cevada, por sua vez é causador de vários tipos de hipersensibilidade não imediatas (como a doença celíaca),

diferentes da alergia ao trigo. Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou sensibilidade ao glúten o utilizam para facilitar a explicação sobre sua condição. Há debates entre pesquisadores sobre a relação entre as condições de hipersensibilidade ao glúten e a alergia ao trigo. 5

Trataremos das condições de hipersensibilidade ao glúten em outro artigo em nosso site.

O trigo é fundamental para conferir textura, sabor e maciez aos produtos de panificação e massas. Mas hoje, a variedade de farinhas disponíveis no mercado é enorme e é possível substituí-lo. Você as encontra facilmente em lojas de produtos naturais e supermercados.

OVO

A alergia ao ovo é muito frequente em crianças pequenas e ocorre principalmente por causa das proteínas da clara. Mais de 50% das crianças que apresentam dermatite atópica podem apresentar alergia à ovoalbumina, proteína que constitui 54% do total proteico da clara do ovo. 6

Por ser considerado um alimento quase completo, quando for necessário substituí-lo, é importante proporcionar à criança uma alimentação muito variada, rica em vegetais, frutas e outras fontes de proteínas, como carnes, aves, feijão e lentilha.

Em receitas de bolos e biscoitos, é possível substituir o ovo

(ou a clara) por um gel feito a partir da semente de linhaça e outras opções, mas esse é um tema futuro que ainda abordaremos no blog.

SOJA

Por ser um alimento amplamente cultivado no Brasil, ele acaba fazendo parte de diversos alimentos processados e da alimentação dos animais dos quais ingerimos a carne.

A alergia é mais frequente em crianças e a soja pode ser substituída por outros grãos, sem causar prejuízo nutricional. Molho shoyu, tofu e proteína texturizada são alguns dos produtos mais utilizados que contêm soja. Alguns chocolates contêm soja nos ingredientes, descrita como lecitina de soja, por isso leia atentamente os rótulos e não se acanhe em perguntar nas lojas de doces caseiros se existe soja na preparação.

AMENDOIM E CASTANHAS

É comum encontrar pessoas alérgicas ao amendoim sem ser a outras oleaginosas, como as castanhas. É um alimento com alto teor de proteínas, o que aumenta sua alergenicidade, mas que, se retirado da dieta, não causa prejuízo nutricional.

Assim como os amendoins, a alergia às castanhas (nozes, avelã, castanha-do-Brasil) é mais comum em adultos e pode provocar graves reações, como anafilaxia. Além de retirá-los da dieta, observe a composição dos

doces e sempre pergunte ao confeiteiro se ele realmente não utilizou esses alimentos na receita.

PEIXES E FRUTOS DO MAR

Alergia a peixes e frutos do mar (camarão, siri, caranguejo, lagosta, lula, marisco, mexilhão) são frequentes em crianças e adultos. Especialistas sugerem que a ingestão pela mãe durante a gestação e a amamentação pode sensibilizar mais facilmente o bebê. 7

Embora os sintomas sejam semelhantes aos outros alimentos, estão entre os que ocasionam as reações mais severas. Podem ocorrer inchaço nos lábios, faringe, laringe (edema de glote), urticária (erupções vermelhas na pele) e coceiras.

Além do cuidado de não ingerir alimentos processados feitos com peixes e frutos do mar, questione em restaurantes e lanchonetes se a batata ou a mandioca, por exemplo, foram fritas no mesmo óleo desses alimentos.

SOCORRO RÁPIDO

Uma reação alérgica grave pode ocorrer mesmo que a pessoa nunca tenha tido qualquer sintoma anteriormente. No caso de uma anafilaxia (ou choque anafilático), as consequências mais perigosas são o edema de glote e a falta de oxigenação, necessitando de tratamento com adrenalina, corticoides, bronco-dilatadores ou anti-histamínicos.

Independente da gravidade de sua alergia ao alimento, pesquise sempre o que está ingerindo. Questione, principalmente se você o faz para uma criança que ainda não sabe escolher o que deve ou não comer. Fique atento!

REFERÊNCIAS:

1Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol. – Vol. 31, Nº 2, 2008. Disponível em: http://abran.org.br/images/novembro2010/consensoalergia.pdf

2Gupta RS, et al. The Prevalence, Severity, and Distribution of Childhood Food Allergy in the United States. PEDIATRICS Volume 128, Number 1, July 2011.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/early/2011/06/16/peds.2011-0204.full.pdf+html

3Reportagem Fantástico (26/10/2014): No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350-mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html.

4Akagawa M, Handoyo T, Ishii T, Kumazawa S, Morita N, Suyama K (2007). “Proteomic analysis of wheat flour allergens”. J. Agric. Food Chem. 55 (17): 6863–70. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/jf070843a.

5http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

6http://www.academia.edu/7069723/Sequential_separation_of_lysozyme_ovomucin_ovotransferrin_and_ovalbumin_from_egg_white

7http://www.e-gastroped.com.br/march12/alergia_alimentar-consolidado_corrigido.pdf

Page 5: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

A alergia alimentar é uma reação exacerbada do sistema imunológico a certos tipos de alimentos. Em geral, essa reação é imediata ou de curto prazo e ocorre logo após você ingerir um alimento específico. A reação ocorre quando seu sistema imunológico identifica por engano uma proteína do alimento como se fosse algo prejudicial. O corpo reage liberando histamina, agindo rápido na intenção de combater o “invasor”. A histamina é um mediador das respostas alérgicas que causa vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular (edema) e contração da musculatura lisa (tanto brônquica como gastrointestinal).

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar de 2007, estima-se que 6% das crianças menores de 3 anos sejam alérgicas a algum alimento, enquanto que a prevalência em adultos é de 3,5% – números que ainda estão aumentando até os dias de hoje.1 Nos Estados Unidos, uma pesquisa divulgada em 2011 constatou que cerca de 6 milhões de crianças americanas (8% da população menor de 18 anos) eram alérgicas a algum alimento.2

Para algumas pessoas, a ingestão ou contato com uma pequena quantidade de um alimento pode desencadear

sintomas como alterações digestivas, urticárias ou inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios. Em outras, a reação alérgica pode ser mais intensa e grave, atingindo as vias respiratórias (“edema de glote”).

Normalmente, a alergia é a reação à proteína de algum alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. A herança genética, uma dieta com as proteínas alergênicas e a incapacidade do trato gastrointestinal em lidar com o nutriente são os fatores mais importantes para alguém desenvolver alergia alimentar.

O intestino imaturo e o sistema imunológico em formação se tornam os principais motivos de bebês e crianças menores de 3 anos serem a população mais suscetível às alergias alimentares.

Saiba mais sobre os alimentos mais alergênicos e onde eles se encontram!

LEITE DE VACA

É um dos alimentos que mais causam alergias alimentares. Possui três principais alérgenos: caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina. Rinite, coceiras na pele e distensões abdominais são os sintomas mais frequentes.

Para muitos bebês o leite de vaca é introduzido desde cedo em fórmulas infantis em substituição ao leite materno. Essa introdução prematura pode desencadear o processo

alérgico em indivíduos predispostos. Recentemente, foi divulgado o dado de que no Brasil cerca de 350 mil crianças sofrem com alergia à proteína do leite de vaca, também conhecida como APLV. 3

Por ser fonte de cálcio, muitos se preocupam em repor o micronutriente. Se você necessita tirar o leite de vaca da dieta, pode acrescentar agrião, rúcula, espinafre, brócolis, couve, ameixa seca, gergelim, amêndoas e aveia, que são ricos em cálcio.

Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem descrito no produto.

TRIGO

Esse alimento, que faz parte frequente da dieta da população brasileira, está presente em diversos produtos como pães, massas, bolos e biscoitos e contém uma série de proteínas identificadas como causadoras de alergia. 4

Entre estas proteínas, a omega-gliadina é uma das principais responsáveis pelas reações alérgicas mais severas, cujos sintomas podem incluir rinite, asma, urticária e até anafilaxia.

O glúten, que é um composto de proteínas encontrado no trigo, centeio e cevada, por sua vez é causador de vários tipos de hipersensibilidade não imediatas (como a doença celíaca),

diferentes da alergia ao trigo. Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou sensibilidade ao glúten o utilizam para facilitar a explicação sobre sua condição. Há debates entre pesquisadores sobre a relação entre as condições de hipersensibilidade ao glúten e a alergia ao trigo. 5

Trataremos das condições de hipersensibilidade ao glúten em outro artigo em nosso site.

O trigo é fundamental para conferir textura, sabor e maciez aos produtos de panificação e massas. Mas hoje, a variedade de farinhas disponíveis no mercado é enorme e é possível substituí-lo. Você as encontra facilmente em lojas de produtos naturais e supermercados.

OVO

A alergia ao ovo é muito frequente em crianças pequenas e ocorre principalmente por causa das proteínas da clara. Mais de 50% das crianças que apresentam dermatite atópica podem apresentar alergia à ovoalbumina, proteína que constitui 54% do total proteico da clara do ovo. 6

Por ser considerado um alimento quase completo, quando for necessário substituí-lo, é importante proporcionar à criança uma alimentação muito variada, rica em vegetais, frutas e outras fontes de proteínas, como carnes, aves, feijão e lentilha.

Em receitas de bolos e biscoitos, é possível substituir o ovo

(ou a clara) por um gel feito a partir da semente de linhaça e outras opções, mas esse é um tema futuro que ainda abordaremos no blog.

SOJA

Por ser um alimento amplamente cultivado no Brasil, ele acaba fazendo parte de diversos alimentos processados e da alimentação dos animais dos quais ingerimos a carne.

A alergia é mais frequente em crianças e a soja pode ser substituída por outros grãos, sem causar prejuízo nutricional. Molho shoyu, tofu e proteína texturizada são alguns dos produtos mais utilizados que contêm soja. Alguns chocolates contêm soja nos ingredientes, descrita como lecitina de soja, por isso leia atentamente os rótulos e não se acanhe em perguntar nas lojas de doces caseiros se existe soja na preparação.

AMENDOIM E CASTANHAS

É comum encontrar pessoas alérgicas ao amendoim sem ser a outras oleaginosas, como as castanhas. É um alimento com alto teor de proteínas, o que aumenta sua alergenicidade, mas que, se retirado da dieta, não causa prejuízo nutricional.

Assim como os amendoins, a alergia às castanhas (nozes, avelã, castanha-do-Brasil) é mais comum em adultos e pode provocar graves reações, como anafilaxia. Além de retirá-los da dieta, observe a composição dos

doces e sempre pergunte ao confeiteiro se ele realmente não utilizou esses alimentos na receita.

PEIXES E FRUTOS DO MAR

Alergia a peixes e frutos do mar (camarão, siri, caranguejo, lagosta, lula, marisco, mexilhão) são frequentes em crianças e adultos. Especialistas sugerem que a ingestão pela mãe durante a gestação e a amamentação pode sensibilizar mais facilmente o bebê. 7

Embora os sintomas sejam semelhantes aos outros alimentos, estão entre os que ocasionam as reações mais severas. Podem ocorrer inchaço nos lábios, faringe, laringe (edema de glote), urticária (erupções vermelhas na pele) e coceiras.

Além do cuidado de não ingerir alimentos processados feitos com peixes e frutos do mar, questione em restaurantes e lanchonetes se a batata ou a mandioca, por exemplo, foram fritas no mesmo óleo desses alimentos.

SOCORRO RÁPIDO

Uma reação alérgica grave pode ocorrer mesmo que a pessoa nunca tenha tido qualquer sintoma anteriormente. No caso de uma anafilaxia (ou choque anafilático), as consequências mais perigosas são o edema de glote e a falta de oxigenação, necessitando de tratamento com adrenalina, corticoides, bronco-dilatadores ou anti-histamínicos.

Independente da gravidade de sua alergia ao alimento, pesquise sempre o que está ingerindo. Questione, principalmente se você o faz para uma criança que ainda não sabe escolher o que deve ou não comer. Fique atento!

REFERÊNCIAS:

1Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol. – Vol. 31, Nº 2, 2008. Disponível em: http://abran.org.br/images/novembro2010/consensoalergia.pdf

2Gupta RS, et al. The Prevalence, Severity, and Distribution of Childhood Food Allergy in the United States. PEDIATRICS Volume 128, Number 1, July 2011.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/early/2011/06/16/peds.2011-0204.full.pdf+html

3Reportagem Fantástico (26/10/2014): No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350-mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html.

4Akagawa M, Handoyo T, Ishii T, Kumazawa S, Morita N, Suyama K (2007). “Proteomic analysis of wheat flour allergens”. J. Agric. Food Chem. 55 (17): 6863–70. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/jf070843a.

5http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

6http://www.academia.edu/7069723/Sequential_separation_of_lysozyme_ovomucin_ovotransferrin_and_ovalbumin_from_egg_white

7http://www.e-gastroped.com.br/march12/alergia_alimentar-consolidado_corrigido.pdf

Page 6: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

A alergia alimentar é uma reação exacerbada do sistema imunológico a certos tipos de alimentos. Em geral, essa reação é imediata ou de curto prazo e ocorre logo após você ingerir um alimento específico. A reação ocorre quando seu sistema imunológico identifica por engano uma proteína do alimento como se fosse algo prejudicial. O corpo reage liberando histamina, agindo rápido na intenção de combater o “invasor”. A histamina é um mediador das respostas alérgicas que causa vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular (edema) e contração da musculatura lisa (tanto brônquica como gastrointestinal).

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar de 2007, estima-se que 6% das crianças menores de 3 anos sejam alérgicas a algum alimento, enquanto que a prevalência em adultos é de 3,5% – números que ainda estão aumentando até os dias de hoje.1 Nos Estados Unidos, uma pesquisa divulgada em 2011 constatou que cerca de 6 milhões de crianças americanas (8% da população menor de 18 anos) eram alérgicas a algum alimento.2

Para algumas pessoas, a ingestão ou contato com uma pequena quantidade de um alimento pode desencadear

sintomas como alterações digestivas, urticárias ou inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios. Em outras, a reação alérgica pode ser mais intensa e grave, atingindo as vias respiratórias (“edema de glote”).

Normalmente, a alergia é a reação à proteína de algum alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. A herança genética, uma dieta com as proteínas alergênicas e a incapacidade do trato gastrointestinal em lidar com o nutriente são os fatores mais importantes para alguém desenvolver alergia alimentar.

O intestino imaturo e o sistema imunológico em formação se tornam os principais motivos de bebês e crianças menores de 3 anos serem a população mais suscetível às alergias alimentares.

Saiba mais sobre os alimentos mais alergênicos e onde eles se encontram!

LEITE DE VACA

É um dos alimentos que mais causam alergias alimentares. Possui três principais alérgenos: caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina. Rinite, coceiras na pele e distensões abdominais são os sintomas mais frequentes.

Para muitos bebês o leite de vaca é introduzido desde cedo em fórmulas infantis em substituição ao leite materno. Essa introdução prematura pode desencadear o processo

alérgico em indivíduos predispostos. Recentemente, foi divulgado o dado de que no Brasil cerca de 350 mil crianças sofrem com alergia à proteína do leite de vaca, também conhecida como APLV. 3

Por ser fonte de cálcio, muitos se preocupam em repor o micronutriente. Se você necessita tirar o leite de vaca da dieta, pode acrescentar agrião, rúcula, espinafre, brócolis, couve, ameixa seca, gergelim, amêndoas e aveia, que são ricos em cálcio.

Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem descrito no produto.

TRIGO

Esse alimento, que faz parte frequente da dieta da população brasileira, está presente em diversos produtos como pães, massas, bolos e biscoitos e contém uma série de proteínas identificadas como causadoras de alergia. 4

Entre estas proteínas, a omega-gliadina é uma das principais responsáveis pelas reações alérgicas mais severas, cujos sintomas podem incluir rinite, asma, urticária e até anafilaxia.

O glúten, que é um composto de proteínas encontrado no trigo, centeio e cevada, por sua vez é causador de vários tipos de hipersensibilidade não imediatas (como a doença celíaca),

diferentes da alergia ao trigo. Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou sensibilidade ao glúten o utilizam para facilitar a explicação sobre sua condição. Há debates entre pesquisadores sobre a relação entre as condições de hipersensibilidade ao glúten e a alergia ao trigo. 5

Trataremos das condições de hipersensibilidade ao glúten em outro artigo em nosso site.

O trigo é fundamental para conferir textura, sabor e maciez aos produtos de panificação e massas. Mas hoje, a variedade de farinhas disponíveis no mercado é enorme e é possível substituí-lo. Você as encontra facilmente em lojas de produtos naturais e supermercados.

OVO

A alergia ao ovo é muito frequente em crianças pequenas e ocorre principalmente por causa das proteínas da clara. Mais de 50% das crianças que apresentam dermatite atópica podem apresentar alergia à ovoalbumina, proteína que constitui 54% do total proteico da clara do ovo. 6

Por ser considerado um alimento quase completo, quando for necessário substituí-lo, é importante proporcionar à criança uma alimentação muito variada, rica em vegetais, frutas e outras fontes de proteínas, como carnes, aves, feijão e lentilha.

Em receitas de bolos e biscoitos, é possível substituir o ovo

(ou a clara) por um gel feito a partir da semente de linhaça e outras opções, mas esse é um tema futuro que ainda abordaremos no blog.

SOJA

Por ser um alimento amplamente cultivado no Brasil, ele acaba fazendo parte de diversos alimentos processados e da alimentação dos animais dos quais ingerimos a carne.

A alergia é mais frequente em crianças e a soja pode ser substituída por outros grãos, sem causar prejuízo nutricional. Molho shoyu, tofu e proteína texturizada são alguns dos produtos mais utilizados que contêm soja. Alguns chocolates contêm soja nos ingredientes, descrita como lecitina de soja, por isso leia atentamente os rótulos e não se acanhe em perguntar nas lojas de doces caseiros se existe soja na preparação.

AMENDOIM E CASTANHAS

É comum encontrar pessoas alérgicas ao amendoim sem ser a outras oleaginosas, como as castanhas. É um alimento com alto teor de proteínas, o que aumenta sua alergenicidade, mas que, se retirado da dieta, não causa prejuízo nutricional.

Assim como os amendoins, a alergia às castanhas (nozes, avelã, castanha-do-Brasil) é mais comum em adultos e pode provocar graves reações, como anafilaxia. Além de retirá-los da dieta, observe a composição dos

doces e sempre pergunte ao confeiteiro se ele realmente não utilizou esses alimentos na receita.

PEIXES E FRUTOS DO MAR

Alergia a peixes e frutos do mar (camarão, siri, caranguejo, lagosta, lula, marisco, mexilhão) são frequentes em crianças e adultos. Especialistas sugerem que a ingestão pela mãe durante a gestação e a amamentação pode sensibilizar mais facilmente o bebê. 7

Embora os sintomas sejam semelhantes aos outros alimentos, estão entre os que ocasionam as reações mais severas. Podem ocorrer inchaço nos lábios, faringe, laringe (edema de glote), urticária (erupções vermelhas na pele) e coceiras.

Além do cuidado de não ingerir alimentos processados feitos com peixes e frutos do mar, questione em restaurantes e lanchonetes se a batata ou a mandioca, por exemplo, foram fritas no mesmo óleo desses alimentos.

SOCORRO RÁPIDO

Uma reação alérgica grave pode ocorrer mesmo que a pessoa nunca tenha tido qualquer sintoma anteriormente. No caso de uma anafilaxia (ou choque anafilático), as consequências mais perigosas são o edema de glote e a falta de oxigenação, necessitando de tratamento com adrenalina, corticoides, bronco-dilatadores ou anti-histamínicos.

Independente da gravidade de sua alergia ao alimento, pesquise sempre o que está ingerindo. Questione, principalmente se você o faz para uma criança que ainda não sabe escolher o que deve ou não comer. Fique atento!

REFERÊNCIAS:

1Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol. – Vol. 31, Nº 2, 2008. Disponível em: http://abran.org.br/images/novembro2010/consensoalergia.pdf

2Gupta RS, et al. The Prevalence, Severity, and Distribution of Childhood Food Allergy in the United States. PEDIATRICS Volume 128, Number 1, July 2011.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/early/2011/06/16/peds.2011-0204.full.pdf+html

3Reportagem Fantástico (26/10/2014): No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350-mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html.

4Akagawa M, Handoyo T, Ishii T, Kumazawa S, Morita N, Suyama K (2007). “Proteomic analysis of wheat flour allergens”. J. Agric. Food Chem. 55 (17): 6863–70. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/jf070843a.

5http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

6http://www.academia.edu/7069723/Sequential_separation_of_lysozyme_ovomucin_ovotransferrin_and_ovalbumin_from_egg_white

7http://www.e-gastroped.com.br/march12/alergia_alimentar-consolidado_corrigido.pdf

Page 7: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

A alergia alimentar é uma reação exacerbada do sistema imunológico a certos tipos de alimentos. Em geral, essa reação é imediata ou de curto prazo e ocorre logo após você ingerir um alimento específico. A reação ocorre quando seu sistema imunológico identifica por engano uma proteína do alimento como se fosse algo prejudicial. O corpo reage liberando histamina, agindo rápido na intenção de combater o “invasor”. A histamina é um mediador das respostas alérgicas que causa vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular (edema) e contração da musculatura lisa (tanto brônquica como gastrointestinal).

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar de 2007, estima-se que 6% das crianças menores de 3 anos sejam alérgicas a algum alimento, enquanto que a prevalência em adultos é de 3,5% – números que ainda estão aumentando até os dias de hoje.1 Nos Estados Unidos, uma pesquisa divulgada em 2011 constatou que cerca de 6 milhões de crianças americanas (8% da população menor de 18 anos) eram alérgicas a algum alimento.2

Para algumas pessoas, a ingestão ou contato com uma pequena quantidade de um alimento pode desencadear

sintomas como alterações digestivas, urticárias ou inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios. Em outras, a reação alérgica pode ser mais intensa e grave, atingindo as vias respiratórias (“edema de glote”).

Normalmente, a alergia é a reação à proteína de algum alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. A herança genética, uma dieta com as proteínas alergênicas e a incapacidade do trato gastrointestinal em lidar com o nutriente são os fatores mais importantes para alguém desenvolver alergia alimentar.

O intestino imaturo e o sistema imunológico em formação se tornam os principais motivos de bebês e crianças menores de 3 anos serem a população mais suscetível às alergias alimentares.

Saiba mais sobre os alimentos mais alergênicos e onde eles se encontram!

LEITE DE VACA

É um dos alimentos que mais causam alergias alimentares. Possui três principais alérgenos: caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina. Rinite, coceiras na pele e distensões abdominais são os sintomas mais frequentes.

Para muitos bebês o leite de vaca é introduzido desde cedo em fórmulas infantis em substituição ao leite materno. Essa introdução prematura pode desencadear o processo

alérgico em indivíduos predispostos. Recentemente, foi divulgado o dado de que no Brasil cerca de 350 mil crianças sofrem com alergia à proteína do leite de vaca, também conhecida como APLV. 3

Por ser fonte de cálcio, muitos se preocupam em repor o micronutriente. Se você necessita tirar o leite de vaca da dieta, pode acrescentar agrião, rúcula, espinafre, brócolis, couve, ameixa seca, gergelim, amêndoas e aveia, que são ricos em cálcio.

Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem descrito no produto.

TRIGO

Esse alimento, que faz parte frequente da dieta da população brasileira, está presente em diversos produtos como pães, massas, bolos e biscoitos e contém uma série de proteínas identificadas como causadoras de alergia. 4

Entre estas proteínas, a omega-gliadina é uma das principais responsáveis pelas reações alérgicas mais severas, cujos sintomas podem incluir rinite, asma, urticária e até anafilaxia.

O glúten, que é um composto de proteínas encontrado no trigo, centeio e cevada, por sua vez é causador de vários tipos de hipersensibilidade não imediatas (como a doença celíaca),

diferentes da alergia ao trigo. Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou sensibilidade ao glúten o utilizam para facilitar a explicação sobre sua condição. Há debates entre pesquisadores sobre a relação entre as condições de hipersensibilidade ao glúten e a alergia ao trigo. 5

Trataremos das condições de hipersensibilidade ao glúten em outro artigo em nosso site.

O trigo é fundamental para conferir textura, sabor e maciez aos produtos de panificação e massas. Mas hoje, a variedade de farinhas disponíveis no mercado é enorme e é possível substituí-lo. Você as encontra facilmente em lojas de produtos naturais e supermercados.

OVO

A alergia ao ovo é muito frequente em crianças pequenas e ocorre principalmente por causa das proteínas da clara. Mais de 50% das crianças que apresentam dermatite atópica podem apresentar alergia à ovoalbumina, proteína que constitui 54% do total proteico da clara do ovo. 6

Por ser considerado um alimento quase completo, quando for necessário substituí-lo, é importante proporcionar à criança uma alimentação muito variada, rica em vegetais, frutas e outras fontes de proteínas, como carnes, aves, feijão e lentilha.

Em receitas de bolos e biscoitos, é possível substituir o ovo

(ou a clara) por um gel feito a partir da semente de linhaça e outras opções, mas esse é um tema futuro que ainda abordaremos no blog.

SOJA

Por ser um alimento amplamente cultivado no Brasil, ele acaba fazendo parte de diversos alimentos processados e da alimentação dos animais dos quais ingerimos a carne.

A alergia é mais frequente em crianças e a soja pode ser substituída por outros grãos, sem causar prejuízo nutricional. Molho shoyu, tofu e proteína texturizada são alguns dos produtos mais utilizados que contêm soja. Alguns chocolates contêm soja nos ingredientes, descrita como lecitina de soja, por isso leia atentamente os rótulos e não se acanhe em perguntar nas lojas de doces caseiros se existe soja na preparação.

AMENDOIM E CASTANHAS

É comum encontrar pessoas alérgicas ao amendoim sem ser a outras oleaginosas, como as castanhas. É um alimento com alto teor de proteínas, o que aumenta sua alergenicidade, mas que, se retirado da dieta, não causa prejuízo nutricional.

Assim como os amendoins, a alergia às castanhas (nozes, avelã, castanha-do-Brasil) é mais comum em adultos e pode provocar graves reações, como anafilaxia. Além de retirá-los da dieta, observe a composição dos

doces e sempre pergunte ao confeiteiro se ele realmente não utilizou esses alimentos na receita.

PEIXES E FRUTOS DO MAR

Alergia a peixes e frutos do mar (camarão, siri, caranguejo, lagosta, lula, marisco, mexilhão) são frequentes em crianças e adultos. Especialistas sugerem que a ingestão pela mãe durante a gestação e a amamentação pode sensibilizar mais facilmente o bebê. 7

Embora os sintomas sejam semelhantes aos outros alimentos, estão entre os que ocasionam as reações mais severas. Podem ocorrer inchaço nos lábios, faringe, laringe (edema de glote), urticária (erupções vermelhas na pele) e coceiras.

Além do cuidado de não ingerir alimentos processados feitos com peixes e frutos do mar, questione em restaurantes e lanchonetes se a batata ou a mandioca, por exemplo, foram fritas no mesmo óleo desses alimentos.

SOCORRO RÁPIDO

Uma reação alérgica grave pode ocorrer mesmo que a pessoa nunca tenha tido qualquer sintoma anteriormente. No caso de uma anafilaxia (ou choque anafilático), as consequências mais perigosas são o edema de glote e a falta de oxigenação, necessitando de tratamento com adrenalina, corticoides, bronco-dilatadores ou anti-histamínicos.

Independente da gravidade de sua alergia ao alimento, pesquise sempre o que está ingerindo. Questione, principalmente se você o faz para uma criança que ainda não sabe escolher o que deve ou não comer. Fique atento!

REFERÊNCIAS:

1Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol. – Vol. 31, Nº 2, 2008. Disponível em: http://abran.org.br/images/novembro2010/consensoalergia.pdf

2Gupta RS, et al. The Prevalence, Severity, and Distribution of Childhood Food Allergy in the United States. PEDIATRICS Volume 128, Number 1, July 2011.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/early/2011/06/16/peds.2011-0204.full.pdf+html

3Reportagem Fantástico (26/10/2014): No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350-mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html.

4Akagawa M, Handoyo T, Ishii T, Kumazawa S, Morita N, Suyama K (2007). “Proteomic analysis of wheat flour allergens”. J. Agric. Food Chem. 55 (17): 6863–70. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/jf070843a.

5http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

6http://www.academia.edu/7069723/Sequential_separation_of_lysozyme_ovomucin_ovotransferrin_and_ovalbumin_from_egg_white

7http://www.e-gastroped.com.br/march12/alergia_alimentar-consolidado_corrigido.pdf

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A alergia alimentar é uma reação exacerbada do sistema imunológico a certos tipos de alimentos. Em geral, essa reação é imediata ou de curto prazo e ocorre logo após você ingerir um alimento específico. A reação ocorre quando seu sistema imunológico identifica por engano uma proteína do alimento como se fosse algo prejudicial. O corpo reage liberando histamina, agindo rápido na intenção de combater o “invasor”. A histamina é um mediador das respostas alérgicas que causa vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular (edema) e contração da musculatura lisa (tanto brônquica como gastrointestinal).

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar de 2007, estima-se que 6% das crianças menores de 3 anos sejam alérgicas a algum alimento, enquanto que a prevalência em adultos é de 3,5% – números que ainda estão aumentando até os dias de hoje.1 Nos Estados Unidos, uma pesquisa divulgada em 2011 constatou que cerca de 6 milhões de crianças americanas (8% da população menor de 18 anos) eram alérgicas a algum alimento.2

Para algumas pessoas, a ingestão ou contato com uma pequena quantidade de um alimento pode desencadear

sintomas como alterações digestivas, urticárias ou inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios. Em outras, a reação alérgica pode ser mais intensa e grave, atingindo as vias respiratórias (“edema de glote”).

Normalmente, a alergia é a reação à proteína de algum alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. A herança genética, uma dieta com as proteínas alergênicas e a incapacidade do trato gastrointestinal em lidar com o nutriente são os fatores mais importantes para alguém desenvolver alergia alimentar.

O intestino imaturo e o sistema imunológico em formação se tornam os principais motivos de bebês e crianças menores de 3 anos serem a população mais suscetível às alergias alimentares.

Saiba mais sobre os alimentos mais alergênicos e onde eles se encontram!

LEITE DE VACA

É um dos alimentos que mais causam alergias alimentares. Possui três principais alérgenos: caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina. Rinite, coceiras na pele e distensões abdominais são os sintomas mais frequentes.

Para muitos bebês o leite de vaca é introduzido desde cedo em fórmulas infantis em substituição ao leite materno. Essa introdução prematura pode desencadear o processo

alérgico em indivíduos predispostos. Recentemente, foi divulgado o dado de que no Brasil cerca de 350 mil crianças sofrem com alergia à proteína do leite de vaca, também conhecida como APLV. 3

Por ser fonte de cálcio, muitos se preocupam em repor o micronutriente. Se você necessita tirar o leite de vaca da dieta, pode acrescentar agrião, rúcula, espinafre, brócolis, couve, ameixa seca, gergelim, amêndoas e aveia, que são ricos em cálcio.

Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem descrito no produto.

TRIGO

Esse alimento, que faz parte frequente da dieta da população brasileira, está presente em diversos produtos como pães, massas, bolos e biscoitos e contém uma série de proteínas identificadas como causadoras de alergia. 4

Entre estas proteínas, a omega-gliadina é uma das principais responsáveis pelas reações alérgicas mais severas, cujos sintomas podem incluir rinite, asma, urticária e até anafilaxia.

O glúten, que é um composto de proteínas encontrado no trigo, centeio e cevada, por sua vez é causador de vários tipos de hipersensibilidade não imediatas (como a doença celíaca),

diferentes da alergia ao trigo. Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou sensibilidade ao glúten o utilizam para facilitar a explicação sobre sua condição. Há debates entre pesquisadores sobre a relação entre as condições de hipersensibilidade ao glúten e a alergia ao trigo. 5

Trataremos das condições de hipersensibilidade ao glúten em outro artigo em nosso site.

O trigo é fundamental para conferir textura, sabor e maciez aos produtos de panificação e massas. Mas hoje, a variedade de farinhas disponíveis no mercado é enorme e é possível substituí-lo. Você as encontra facilmente em lojas de produtos naturais e supermercados.

OVO

A alergia ao ovo é muito frequente em crianças pequenas e ocorre principalmente por causa das proteínas da clara. Mais de 50% das crianças que apresentam dermatite atópica podem apresentar alergia à ovoalbumina, proteína que constitui 54% do total proteico da clara do ovo. 6

Por ser considerado um alimento quase completo, quando for necessário substituí-lo, é importante proporcionar à criança uma alimentação muito variada, rica em vegetais, frutas e outras fontes de proteínas, como carnes, aves, feijão e lentilha.

Em receitas de bolos e biscoitos, é possível substituir o ovo

(ou a clara) por um gel feito a partir da semente de linhaça e outras opções, mas esse é um tema futuro que ainda abordaremos no blog.

SOJA

Por ser um alimento amplamente cultivado no Brasil, ele acaba fazendo parte de diversos alimentos processados e da alimentação dos animais dos quais ingerimos a carne.

A alergia é mais frequente em crianças e a soja pode ser substituída por outros grãos, sem causar prejuízo nutricional. Molho shoyu, tofu e proteína texturizada são alguns dos produtos mais utilizados que contêm soja. Alguns chocolates contêm soja nos ingredientes, descrita como lecitina de soja, por isso leia atentamente os rótulos e não se acanhe em perguntar nas lojas de doces caseiros se existe soja na preparação.

AMENDOIM E CASTANHAS

É comum encontrar pessoas alérgicas ao amendoim sem ser a outras oleaginosas, como as castanhas. É um alimento com alto teor de proteínas, o que aumenta sua alergenicidade, mas que, se retirado da dieta, não causa prejuízo nutricional.

Assim como os amendoins, a alergia às castanhas (nozes, avelã, castanha-do-Brasil) é mais comum em adultos e pode provocar graves reações, como anafilaxia. Além de retirá-los da dieta, observe a composição dos

doces e sempre pergunte ao confeiteiro se ele realmente não utilizou esses alimentos na receita.

PEIXES E FRUTOS DO MAR

Alergia a peixes e frutos do mar (camarão, siri, caranguejo, lagosta, lula, marisco, mexilhão) são frequentes em crianças e adultos. Especialistas sugerem que a ingestão pela mãe durante a gestação e a amamentação pode sensibilizar mais facilmente o bebê. 7

Embora os sintomas sejam semelhantes aos outros alimentos, estão entre os que ocasionam as reações mais severas. Podem ocorrer inchaço nos lábios, faringe, laringe (edema de glote), urticária (erupções vermelhas na pele) e coceiras.

Além do cuidado de não ingerir alimentos processados feitos com peixes e frutos do mar, questione em restaurantes e lanchonetes se a batata ou a mandioca, por exemplo, foram fritas no mesmo óleo desses alimentos.

SOCORRO RÁPIDO

Uma reação alérgica grave pode ocorrer mesmo que a pessoa nunca tenha tido qualquer sintoma anteriormente. No caso de uma anafilaxia (ou choque anafilático), as consequências mais perigosas são o edema de glote e a falta de oxigenação, necessitando de tratamento com adrenalina, corticoides, bronco-dilatadores ou anti-histamínicos.

Independente da gravidade de sua alergia ao alimento, pesquise sempre o que está ingerindo. Questione, principalmente se você o faz para uma criança que ainda não sabe escolher o que deve ou não comer. Fique atento!

REFERÊNCIAS:

1Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol. – Vol. 31, Nº 2, 2008. Disponível em: http://abran.org.br/images/novembro2010/consensoalergia.pdf

2Gupta RS, et al. The Prevalence, Severity, and Distribution of Childhood Food Allergy in the United States. PEDIATRICS Volume 128, Number 1, July 2011.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/early/2011/06/16/peds.2011-0204.full.pdf+html

3Reportagem Fantástico (26/10/2014): No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350-mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html.

4Akagawa M, Handoyo T, Ishii T, Kumazawa S, Morita N, Suyama K (2007). “Proteomic analysis of wheat flour allergens”. J. Agric. Food Chem. 55 (17): 6863–70. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/jf070843a.

5http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

6http://www.academia.edu/7069723/Sequential_separation_of_lysozyme_ovomucin_ovotransferrin_and_ovalbumin_from_egg_white

7http://www.e-gastroped.com.br/march12/alergia_alimentar-consolidado_corrigido.pdf

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A alergia alimentar é uma reação exacerbada do sistema imunológico a certos tipos de alimentos. Em geral, essa reação é imediata ou de curto prazo e ocorre logo após você ingerir um alimento específico. A reação ocorre quando seu sistema imunológico identifica por engano uma proteína do alimento como se fosse algo prejudicial. O corpo reage liberando histamina, agindo rápido na intenção de combater o “invasor”. A histamina é um mediador das respostas alérgicas que causa vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular (edema) e contração da musculatura lisa (tanto brônquica como gastrointestinal).

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar de 2007, estima-se que 6% das crianças menores de 3 anos sejam alérgicas a algum alimento, enquanto que a prevalência em adultos é de 3,5% – números que ainda estão aumentando até os dias de hoje.1 Nos Estados Unidos, uma pesquisa divulgada em 2011 constatou que cerca de 6 milhões de crianças americanas (8% da população menor de 18 anos) eram alérgicas a algum alimento.2

Para algumas pessoas, a ingestão ou contato com uma pequena quantidade de um alimento pode desencadear

sintomas como alterações digestivas, urticárias ou inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios. Em outras, a reação alérgica pode ser mais intensa e grave, atingindo as vias respiratórias (“edema de glote”).

Normalmente, a alergia é a reação à proteína de algum alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. A herança genética, uma dieta com as proteínas alergênicas e a incapacidade do trato gastrointestinal em lidar com o nutriente são os fatores mais importantes para alguém desenvolver alergia alimentar.

O intestino imaturo e o sistema imunológico em formação se tornam os principais motivos de bebês e crianças menores de 3 anos serem a população mais suscetível às alergias alimentares.

Saiba mais sobre os alimentos mais alergênicos e onde eles se encontram!

LEITE DE VACA

É um dos alimentos que mais causam alergias alimentares. Possui três principais alérgenos: caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina. Rinite, coceiras na pele e distensões abdominais são os sintomas mais frequentes.

Para muitos bebês o leite de vaca é introduzido desde cedo em fórmulas infantis em substituição ao leite materno. Essa introdução prematura pode desencadear o processo

alérgico em indivíduos predispostos. Recentemente, foi divulgado o dado de que no Brasil cerca de 350 mil crianças sofrem com alergia à proteína do leite de vaca, também conhecida como APLV. 3

Por ser fonte de cálcio, muitos se preocupam em repor o micronutriente. Se você necessita tirar o leite de vaca da dieta, pode acrescentar agrião, rúcula, espinafre, brócolis, couve, ameixa seca, gergelim, amêndoas e aveia, que são ricos em cálcio.

Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem descrito no produto.

TRIGO

Esse alimento, que faz parte frequente da dieta da população brasileira, está presente em diversos produtos como pães, massas, bolos e biscoitos e contém uma série de proteínas identificadas como causadoras de alergia. 4

Entre estas proteínas, a omega-gliadina é uma das principais responsáveis pelas reações alérgicas mais severas, cujos sintomas podem incluir rinite, asma, urticária e até anafilaxia.

O glúten, que é um composto de proteínas encontrado no trigo, centeio e cevada, por sua vez é causador de vários tipos de hipersensibilidade não imediatas (como a doença celíaca),

diferentes da alergia ao trigo. Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou sensibilidade ao glúten o utilizam para facilitar a explicação sobre sua condição. Há debates entre pesquisadores sobre a relação entre as condições de hipersensibilidade ao glúten e a alergia ao trigo. 5

Trataremos das condições de hipersensibilidade ao glúten em outro artigo em nosso site.

O trigo é fundamental para conferir textura, sabor e maciez aos produtos de panificação e massas. Mas hoje, a variedade de farinhas disponíveis no mercado é enorme e é possível substituí-lo. Você as encontra facilmente em lojas de produtos naturais e supermercados.

OVO

A alergia ao ovo é muito frequente em crianças pequenas e ocorre principalmente por causa das proteínas da clara. Mais de 50% das crianças que apresentam dermatite atópica podem apresentar alergia à ovoalbumina, proteína que constitui 54% do total proteico da clara do ovo. 6

Por ser considerado um alimento quase completo, quando for necessário substituí-lo, é importante proporcionar à criança uma alimentação muito variada, rica em vegetais, frutas e outras fontes de proteínas, como carnes, aves, feijão e lentilha.

Em receitas de bolos e biscoitos, é possível substituir o ovo

(ou a clara) por um gel feito a partir da semente de linhaça e outras opções, mas esse é um tema futuro que ainda abordaremos no blog.

SOJA

Por ser um alimento amplamente cultivado no Brasil, ele acaba fazendo parte de diversos alimentos processados e da alimentação dos animais dos quais ingerimos a carne.

A alergia é mais frequente em crianças e a soja pode ser substituída por outros grãos, sem causar prejuízo nutricional. Molho shoyu, tofu e proteína texturizada são alguns dos produtos mais utilizados que contêm soja. Alguns chocolates contêm soja nos ingredientes, descrita como lecitina de soja, por isso leia atentamente os rótulos e não se acanhe em perguntar nas lojas de doces caseiros se existe soja na preparação.

AMENDOIM E CASTANHAS

É comum encontrar pessoas alérgicas ao amendoim sem ser a outras oleaginosas, como as castanhas. É um alimento com alto teor de proteínas, o que aumenta sua alergenicidade, mas que, se retirado da dieta, não causa prejuízo nutricional.

Assim como os amendoins, a alergia às castanhas (nozes, avelã, castanha-do-Brasil) é mais comum em adultos e pode provocar graves reações, como anafilaxia. Além de retirá-los da dieta, observe a composição dos

doces e sempre pergunte ao confeiteiro se ele realmente não utilizou esses alimentos na receita.

PEIXES E FRUTOS DO MAR

Alergia a peixes e frutos do mar (camarão, siri, caranguejo, lagosta, lula, marisco, mexilhão) são frequentes em crianças e adultos. Especialistas sugerem que a ingestão pela mãe durante a gestação e a amamentação pode sensibilizar mais facilmente o bebê. 7

Embora os sintomas sejam semelhantes aos outros alimentos, estão entre os que ocasionam as reações mais severas. Podem ocorrer inchaço nos lábios, faringe, laringe (edema de glote), urticária (erupções vermelhas na pele) e coceiras.

Além do cuidado de não ingerir alimentos processados feitos com peixes e frutos do mar, questione em restaurantes e lanchonetes se a batata ou a mandioca, por exemplo, foram fritas no mesmo óleo desses alimentos.

SOCORRO RÁPIDO

Uma reação alérgica grave pode ocorrer mesmo que a pessoa nunca tenha tido qualquer sintoma anteriormente. No caso de uma anafilaxia (ou choque anafilático), as consequências mais perigosas são o edema de glote e a falta de oxigenação, necessitando de tratamento com adrenalina, corticoides, bronco-dilatadores ou anti-histamínicos.

Independente da gravidade de sua alergia ao alimento, pesquise sempre o que está ingerindo. Questione, principalmente se você o faz para uma criança que ainda não sabe escolher o que deve ou não comer. Fique atento!

REFERÊNCIAS:

1Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol. – Vol. 31, Nº 2, 2008. Disponível em: http://abran.org.br/images/novembro2010/consensoalergia.pdf

2Gupta RS, et al. The Prevalence, Severity, and Distribution of Childhood Food Allergy in the United States. PEDIATRICS Volume 128, Number 1, July 2011.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/early/2011/06/16/peds.2011-0204.full.pdf+html

3Reportagem Fantástico (26/10/2014): No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350-mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html.

4Akagawa M, Handoyo T, Ishii T, Kumazawa S, Morita N, Suyama K (2007). “Proteomic analysis of wheat flour allergens”. J. Agric. Food Chem. 55 (17): 6863–70. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/jf070843a.

5http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

6http://www.academia.edu/7069723/Sequential_separation_of_lysozyme_ovomucin_ovotransferrin_and_ovalbumin_from_egg_white

7http://www.e-gastroped.com.br/march12/alergia_alimentar-consolidado_corrigido.pdf

Após anos e anos de distensões abdominais, dores, diarreia e sintomas diversos que podem ir além do ambiente intestinal, você descobre que possui uma intolerância ao glúten. Medida imediata? Retirar, pelo menos temporariamente, os alimentos feitos principalmente com trigo, mas também com centeio e cevada. Eles incluem, nada mais nada menos, que pães, massas, esfihas, brioches, pizzas, quiches, bolos, croissants e biscoitos.

Um sentimento de desespero pode surgir. Fique tranquilo, é normal. Afinal, até então, você não sabia o que seria uma vida sem glúten. Essa proteína é responsável por proporcionar a textura e o sabor característico de pães e massas, o que para alguns são peculiaridades insubstituíveis.

É possível viver sem o glúten? A resposta é sim! Veja abaixo como ser feliz e comer bem sem trigo, cevada e centeio.

INICIANDO A VIDA SEM GLÚTEN

Evitar o glúten significa mais do que retirar da dieta os alimentos mais tradicionais, como os citados acima. O trigo, principal fonte de glúten atualmente, pode se esconder em

vegetais congelados, molho de soja (shoyu), suplementos vitamínicos, medicamentos, pasta de dente, sorvetes, entre outros.

É claro que tudo vai depender do seu grau de intolerância. Portadores da Doença Celíaca, por exemplo, devem tomar cuidado com cosméticos e outros produtos, além dos alimentos.

Embora o trigo atual não seja o mesmo que o consumido há muitos anos devido a diversas modificações genéticas desenvolvidas (melhora de produtividade, qualidade “pegajosa” da farinha, etc.), para uma boa parte da população, ele acaba sendo fonte de fibras (no caso do integral), de vitaminas como as do complexo B e minerais como o magnésio.

Sendo assim, lembre-se de que será importante agregar outros alimentos à dieta que forneçam uma dose de fibra alimentar diária e substituir os produtos feitos com farinha de trigo por outros tipos de farinha, que também são fontes de vitaminas e minerais.

PREFIRA SE ALIMENTAR EM CASA

O fato de cozinhar sua própria comida já vai tornar sua vida sem glúten muito mais simples. Frutas, legumes, carnes e peixes, verduras e muitos grãos, como o arroz integral e a quinoa, serão grandes aliados na dieta.

A ausência do trigo, por exemplo, não vai deixar sua dieta

monótona. Pelo contrário, a ampla gama de alimentos de verdade tornará sua dieta muito mais saudável e variada. No lugar de pães de trigo no café da manhã e salgados no lanche da tarde, dê lugar às frutas, castanhas, amêndoas, iogurte e aos produtos sem glúten.

ADICIONE GRÃOS, SEMENTES E CEREAIS AO SEU DIA A DIA

As farinhas sem glúten são ótimas opções, mas reveze com o consumo de cereais, sementes e grãos in natura.

Use grão de bico e semente de girassol na salada, o amaranto e a aveia nas frutas e também reveze o feijão e a lentilha na combinação com o arroz integral ou quinoa. Bata a linhaça no seu suco diário e adicione a granola natural (sem glúten) ao seu iogurte.

Em tempo: muitas vezes, a aveia é citada como fonte de glúten, no entanto, ela não contém a proteína. O que ocorre é que muitas vezes ela é processada na mesma máquina que o trigo ou produtos feitos a partir dele e pode ocorrer contaminação cruzada. Indivíduos celíacos devem evitar a aveia, mas se o seu organismo tolera uma pequena quantidade de glúten (ou seja, você não é celíaco), não há problema em consumi-la. Em todo caso, esteja atento e leia os rótulos do produto.

UTILIZE FARINHAS SEM GLÚTEN

Você pode continuar comendo um pão pela manhã ou uma

massa no jantar. Aproveite a grande diversidade de farinhas sem glúten disponíveis no mercado e adquira produtos com elas.

Ao fazer bolos, pães e biscoitos, a mistura entre as farinhas ajuda a se aproximar das características típicas do trigo. Frangos e peixes podem ser empanados e assados no forno, assim como bolinhos salgados.

Veja algumas opções: amaranto, quinoa, linhaça, amêndoas, araruta, arroz integral, berinjela, banana verde, grão de bico, fécula de batata, farinha de mandioca e assim por diante.

FESTAS, REUNIÕES E EVENTOS

Nessas ocasiões, é comum o anfitrião oferecer petiscos ou refeições que contenham glúten.

Se tiver à disposição frutas, faça uso delas. Tem na bolsa um pacote com bolachinhas sem glúten? Se achar que não é fazer desfeita, consuma-as com os patês. Se você não tiver problemas com a lactose, os queijos são bem vindos. Castanhas e amêndoas também serão aliados.

Você será o anfitrião? Abuse da criatividade! Faça rolinhos de berinjela com recheio de tomate seco e ricota, canapés de pepino e salmão, legumes picados no molho de iogurte, purê de batata doce e chips de batata inglesa assados no forno.

RESTAURANTES GLUTEN FREE

Muitas capitais brasileiras já contam com restaurantes com cardápios gluten free, desenvolvidos especialmente para esse novo nicho no mercado. Pizzarias fazem sucesso com a criação de deliciosas massas sem glúten – e que não deixam nada a desejar em sabor e textura para as tradicionais.

TORNE-SE UM LEITOR DE RÓTULOS

Habitue-se a ler os ingredientes nos rótulos. Eles lhe dirão se você pode consumir determinado produto. Congelados costumam ter farinha de trigo, então leia atentamente tudo o que foi acrescentado.

Principalmente, verifique a informação “contém glúten” ou “não contém glúten”. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é uma expressão obrigatória em todos os produtos industrializados. Se você adquiriu um produto caseiro, pergunte ao fabricante sobre a existência de trigo ou não.

DESFRUTE TRANQUILAMENTE

Você pode levar uma vida tranquila sem o glúten. Naturalmente, o corpo sentirá as mudanças e a dieta vira um hábito de vida, mas a alimentação ficará mais variada e os sintomas desagradáveis causados pelo glúten vão diminuindo com o tempo!

REFERÊNCIAS:

One Health MagDisponível em: http://www.onehealthmag.com.br/index.php/ha-vida-sem-gluten/

Harvard Health BlogDisponível em: http://www.health.harvard.edu/blog/

Mind Body GreenDisponível em: http://www.mindbodygreen.com/0-9892/how-to-go-gluten-free-without-sacrificing-your-social-life.html

ANVISA – Lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/e62b4c804745968e9e65de3fbc4c6735/lei_10674.pdf?MOD=AJPERES

BRAMMER, S. P. Variabilidade e diversidade genética vegetal: requisito fundamental em um programa de melhoramento. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002. 9 p. html. (Embrapa Trigo. Documentos Online; 29). Disponível em: http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_do29.htm.

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A alergia alimentar é uma reação exacerbada do sistema imunológico a certos tipos de alimentos. Em geral, essa reação é imediata ou de curto prazo e ocorre logo após você ingerir um alimento específico. A reação ocorre quando seu sistema imunológico identifica por engano uma proteína do alimento como se fosse algo prejudicial. O corpo reage liberando histamina, agindo rápido na intenção de combater o “invasor”. A histamina é um mediador das respostas alérgicas que causa vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular (edema) e contração da musculatura lisa (tanto brônquica como gastrointestinal).

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar de 2007, estima-se que 6% das crianças menores de 3 anos sejam alérgicas a algum alimento, enquanto que a prevalência em adultos é de 3,5% – números que ainda estão aumentando até os dias de hoje.1 Nos Estados Unidos, uma pesquisa divulgada em 2011 constatou que cerca de 6 milhões de crianças americanas (8% da população menor de 18 anos) eram alérgicas a algum alimento.2

Para algumas pessoas, a ingestão ou contato com uma pequena quantidade de um alimento pode desencadear

sintomas como alterações digestivas, urticárias ou inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios. Em outras, a reação alérgica pode ser mais intensa e grave, atingindo as vias respiratórias (“edema de glote”).

Normalmente, a alergia é a reação à proteína de algum alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. A herança genética, uma dieta com as proteínas alergênicas e a incapacidade do trato gastrointestinal em lidar com o nutriente são os fatores mais importantes para alguém desenvolver alergia alimentar.

O intestino imaturo e o sistema imunológico em formação se tornam os principais motivos de bebês e crianças menores de 3 anos serem a população mais suscetível às alergias alimentares.

Saiba mais sobre os alimentos mais alergênicos e onde eles se encontram!

LEITE DE VACA

É um dos alimentos que mais causam alergias alimentares. Possui três principais alérgenos: caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina. Rinite, coceiras na pele e distensões abdominais são os sintomas mais frequentes.

Para muitos bebês o leite de vaca é introduzido desde cedo em fórmulas infantis em substituição ao leite materno. Essa introdução prematura pode desencadear o processo

alérgico em indivíduos predispostos. Recentemente, foi divulgado o dado de que no Brasil cerca de 350 mil crianças sofrem com alergia à proteína do leite de vaca, também conhecida como APLV. 3

Por ser fonte de cálcio, muitos se preocupam em repor o micronutriente. Se você necessita tirar o leite de vaca da dieta, pode acrescentar agrião, rúcula, espinafre, brócolis, couve, ameixa seca, gergelim, amêndoas e aveia, que são ricos em cálcio.

Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem descrito no produto.

TRIGO

Esse alimento, que faz parte frequente da dieta da população brasileira, está presente em diversos produtos como pães, massas, bolos e biscoitos e contém uma série de proteínas identificadas como causadoras de alergia. 4

Entre estas proteínas, a omega-gliadina é uma das principais responsáveis pelas reações alérgicas mais severas, cujos sintomas podem incluir rinite, asma, urticária e até anafilaxia.

O glúten, que é um composto de proteínas encontrado no trigo, centeio e cevada, por sua vez é causador de vários tipos de hipersensibilidade não imediatas (como a doença celíaca),

diferentes da alergia ao trigo. Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou sensibilidade ao glúten o utilizam para facilitar a explicação sobre sua condição. Há debates entre pesquisadores sobre a relação entre as condições de hipersensibilidade ao glúten e a alergia ao trigo. 5

Trataremos das condições de hipersensibilidade ao glúten em outro artigo em nosso site.

O trigo é fundamental para conferir textura, sabor e maciez aos produtos de panificação e massas. Mas hoje, a variedade de farinhas disponíveis no mercado é enorme e é possível substituí-lo. Você as encontra facilmente em lojas de produtos naturais e supermercados.

OVO

A alergia ao ovo é muito frequente em crianças pequenas e ocorre principalmente por causa das proteínas da clara. Mais de 50% das crianças que apresentam dermatite atópica podem apresentar alergia à ovoalbumina, proteína que constitui 54% do total proteico da clara do ovo. 6

Por ser considerado um alimento quase completo, quando for necessário substituí-lo, é importante proporcionar à criança uma alimentação muito variada, rica em vegetais, frutas e outras fontes de proteínas, como carnes, aves, feijão e lentilha.

Em receitas de bolos e biscoitos, é possível substituir o ovo

(ou a clara) por um gel feito a partir da semente de linhaça e outras opções, mas esse é um tema futuro que ainda abordaremos no blog.

SOJA

Por ser um alimento amplamente cultivado no Brasil, ele acaba fazendo parte de diversos alimentos processados e da alimentação dos animais dos quais ingerimos a carne.

A alergia é mais frequente em crianças e a soja pode ser substituída por outros grãos, sem causar prejuízo nutricional. Molho shoyu, tofu e proteína texturizada são alguns dos produtos mais utilizados que contêm soja. Alguns chocolates contêm soja nos ingredientes, descrita como lecitina de soja, por isso leia atentamente os rótulos e não se acanhe em perguntar nas lojas de doces caseiros se existe soja na preparação.

AMENDOIM E CASTANHAS

É comum encontrar pessoas alérgicas ao amendoim sem ser a outras oleaginosas, como as castanhas. É um alimento com alto teor de proteínas, o que aumenta sua alergenicidade, mas que, se retirado da dieta, não causa prejuízo nutricional.

Assim como os amendoins, a alergia às castanhas (nozes, avelã, castanha-do-Brasil) é mais comum em adultos e pode provocar graves reações, como anafilaxia. Além de retirá-los da dieta, observe a composição dos

doces e sempre pergunte ao confeiteiro se ele realmente não utilizou esses alimentos na receita.

PEIXES E FRUTOS DO MAR

Alergia a peixes e frutos do mar (camarão, siri, caranguejo, lagosta, lula, marisco, mexilhão) são frequentes em crianças e adultos. Especialistas sugerem que a ingestão pela mãe durante a gestação e a amamentação pode sensibilizar mais facilmente o bebê. 7

Embora os sintomas sejam semelhantes aos outros alimentos, estão entre os que ocasionam as reações mais severas. Podem ocorrer inchaço nos lábios, faringe, laringe (edema de glote), urticária (erupções vermelhas na pele) e coceiras.

Além do cuidado de não ingerir alimentos processados feitos com peixes e frutos do mar, questione em restaurantes e lanchonetes se a batata ou a mandioca, por exemplo, foram fritas no mesmo óleo desses alimentos.

SOCORRO RÁPIDO

Uma reação alérgica grave pode ocorrer mesmo que a pessoa nunca tenha tido qualquer sintoma anteriormente. No caso de uma anafilaxia (ou choque anafilático), as consequências mais perigosas são o edema de glote e a falta de oxigenação, necessitando de tratamento com adrenalina, corticoides, bronco-dilatadores ou anti-histamínicos.

Independente da gravidade de sua alergia ao alimento, pesquise sempre o que está ingerindo. Questione, principalmente se você o faz para uma criança que ainda não sabe escolher o que deve ou não comer. Fique atento!

REFERÊNCIAS:

1Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol. – Vol. 31, Nº 2, 2008. Disponível em: http://abran.org.br/images/novembro2010/consensoalergia.pdf

2Gupta RS, et al. The Prevalence, Severity, and Distribution of Childhood Food Allergy in the United States. PEDIATRICS Volume 128, Number 1, July 2011.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/early/2011/06/16/peds.2011-0204.full.pdf+html

3Reportagem Fantástico (26/10/2014): No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350-mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html.

4Akagawa M, Handoyo T, Ishii T, Kumazawa S, Morita N, Suyama K (2007). “Proteomic analysis of wheat flour allergens”. J. Agric. Food Chem. 55 (17): 6863–70. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/jf070843a.

5http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

6http://www.academia.edu/7069723/Sequential_separation_of_lysozyme_ovomucin_ovotransferrin_and_ovalbumin_from_egg_white

7http://www.e-gastroped.com.br/march12/alergia_alimentar-consolidado_corrigido.pdf

DOENÇA CELÍACA

Muitos indivíduos celíacos acabam se referindo à sua doença como “alergia ao glúten”, termo que não é tecnicamente correto, porém, exime o portador de longas explicações acerca da sua condição.

No caso da doença celíaca, existe uma resposta autoimune ao glúten quando este entra em contato com o intestino. Aqui, os sintomas desencadeados são relacionados à morfologia e digestão, podendo o indivíduo desenvolver diarreia, danos à parede do intestino, síndrome de má absorção e, consequentemente, desnutrição – diferente dos sintomas da alergia ao trigo.

INTOLERÂNCIA AO GLÚTEN

Também chamada de sensibilidade ao glúten não-celíaca 2, a intolerância ao glúten ocorre quando as possibilidades de doença celíaca e de alergia ao trigo foram descartadas. Ou seja, o médico analisou todos os sintomas e exames clínicos, e então diagnostica uma sensibilidade ou intolerância à proteína, provavelmente devido à exposição frequente ao trigo e demais cereais.

A intolerância é decorrente da má digestão do glúten, que é composto de uma mistura de proteínas longas (gliadina e glutenina), cujos restos podem se alojar na parede do intestino. É considerada uma condição mais recente 6, cuja prevalência está entre 6 a 10% da população e a manifestação são

O glúten é um composto proteico encontrado em cereais como trigo, centeio, aveia e cevada. Entre eles, o trigo é o mais consumido mundialmente e chega a fazer parte das principais refeições e, para algumas pessoas, até mesmo de todas as refeições.

Seja na forma de pães, massas, biscoitos, salgados, tortas, cereais matinais ou mesmo bebidas como cervejas, o contato com o glúten aumentou drasticamente nos últimos 40 anos juntamente com o consumo de carboidratos1.

Coincidência ou não, após tal mudança no hábito alimentar, houve um aumento de casos das doenças relacionadas ao glúten: a doença celíaca, a sensibilidade ao glúten não celíaca (ou intolerância ao glúten) e a alergia ao trigo 2.

Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou outros tipos de sensibilidade ao glúten o utilizam por facilitar a explicação sobre sua condição. Mas você sabe qual é a diferença entre essas condições?

sintomas intestinais e que melhoram, ou mesmo desaparecem, após a retirada do glúten, mesmo em indivíduos com intestino saudável e que não apresentaram nos exames clínicos os mesmos anticorpos (antiendomísio, antigliadina e antitransglutaminase) 7 presentes nos celíacos.

ALERGIA AO TRIGO

A alergia ao trigo não deve ser confundida com a doença celíaca ou com a intolerância ao glúten 8, ou mesmo com o termo “alergia ao glúten”. A alergia alimentar é uma reação exagerada, imediata ou de curto prazo, do sistema imunológico a uma proteína específica e normalmente é acompanhada por sintomas nas vias respiratórias ou na pele, como por exemplo, rinite e urticária, podendo chegar até a uma anafilaxia (distúrbio grave na circulação sanguínea e na oxigenação).

Ela ocorre da seguinte forma: o glúten é uma molécula complexa, formada por diversas unidades proteicas. No trigo, por exemplo, as principais são a glutenina e a gliadina. Quando entram em contato com água, essas proteínas se relacionam e formam uma rede complexa, que é o glúten. O organismo de algumas pessoas considera essa proteína uma ameaça e neste caso, a gliadina pode ser o “gatilho” que reage com a imunoglobulina E (IgE), causando uma reação alérgica típica que desencadeia sintomas como rinite, asma, urticária, e em alguns casos mais graves, anafilaxia 3,4,5.

A alergia ao trigo é a mais comum entre as pessoas, uma vez que este é o cereal mais consumido. No entanto, não

significa que elas também terão alergia aos outros cereais que contêm glúten.

O TRATAMENTO É O MESMO PARA TODAS?

Os que apresentam alergia ao trigo ou intolerância ao glúten são beneficiados com uma dieta isenta de glúten, semelhante aos celíacos. Assim, muitas pessoas confundem facilmente as três condições.

É importante destacar que a aveia em si não contém glúten, mas como normalmente ela é processada nos mesmos equipamentos que o trigo e outros cereais, ocorre uma contaminação cruzada. Para as pessoas com intolerância, ela pode não desencadear sintomas. No entanto, aqueles que são portadores da doença celíaca ou alergia ao trigo deverão excluir o cereal da dieta por precaução.

REFERÊNCIAS:

1Malhotra, A. Saturated fat is not the major issue. BMJ 2013; 347.

2Sapone A, Bai JC, Ciacci C, Dolinsek J, Green PH, Hadjivassiliou M, Kaukinen K,Rostami K, Sanders DS, Schumann M, Ullrich R, Villalta D, Volta U, Catassi C,Fasano A. Spectrum of gluten disorders: consensus on new nomenclature and classification. BMC Med 2012, 10:13.

3Ebisawa M et al. Clinical utility of IgE antibodies to omega – 5 gliadin in the diagnosis of wheat allergy: a pediatric multicenter challenge study. Int Arch Allergy Immunol. 2012; 158(1): 71 – 6. 5.

4Nilsson N et al. Combining analyses of basophil allergen threshold sensitivity, CD-sens and IgE antibodies to hydrolysed wheat, w-5 gliadin and timothy grass enhances the prediction of wheat challenge outcome. Int Arch Allergy Immunol. 2013 (in press). 6.

5Park HJ et al. Diagnostic Value of the Serum-Specific IgE Ratio of omega-5 Gliadin to Wheat in Adult Patients with Wheat-Induced Anaphylaxis. Int Arch Allergy Immunol. 2012; 157(2)): 147 – 50.

6Biesiekierski JR, Newnham ED, Irving PM, Barrett JS, Haines M, Doecke JD, Shepherd SJ, Muir JG, Gibson PR. Gluten causes gastrointestinal symptoms in subjects without celiac disease: a double-blind randomized placebo-controlled trial. Am J Gastroenterol. 2011 Mar;106(3):508-14.

7PORTARIA MS/SAS Nº 307, de 17 de setembro de 2009. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Doença Celíaca.

8http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

Após anos e anos de distensões abdominais, dores, diarreia e sintomas diversos que podem ir além do ambiente intestinal, você descobre que possui uma intolerância ao glúten. Medida imediata? Retirar, pelo menos temporariamente, os alimentos feitos principalmente com trigo, mas também com centeio e cevada. Eles incluem, nada mais nada menos, que pães, massas, esfihas, brioches, pizzas, quiches, bolos, croissants e biscoitos.

Um sentimento de desespero pode surgir. Fique tranquilo, é normal. Afinal, até então, você não sabia o que seria uma vida sem glúten. Essa proteína é responsável por proporcionar a textura e o sabor característico de pães e massas, o que para alguns são peculiaridades insubstituíveis.

É possível viver sem o glúten? A resposta é sim! Veja abaixo como ser feliz e comer bem sem trigo, cevada e centeio.

INICIANDO A VIDA SEM GLÚTEN

Evitar o glúten significa mais do que retirar da dieta os alimentos mais tradicionais, como os citados acima. O trigo, principal fonte de glúten atualmente, pode se esconder em

vegetais congelados, molho de soja (shoyu), suplementos vitamínicos, medicamentos, pasta de dente, sorvetes, entre outros.

É claro que tudo vai depender do seu grau de intolerância. Portadores da Doença Celíaca, por exemplo, devem tomar cuidado com cosméticos e outros produtos, além dos alimentos.

Embora o trigo atual não seja o mesmo que o consumido há muitos anos devido a diversas modificações genéticas desenvolvidas (melhora de produtividade, qualidade “pegajosa” da farinha, etc.), para uma boa parte da população, ele acaba sendo fonte de fibras (no caso do integral), de vitaminas como as do complexo B e minerais como o magnésio.

Sendo assim, lembre-se de que será importante agregar outros alimentos à dieta que forneçam uma dose de fibra alimentar diária e substituir os produtos feitos com farinha de trigo por outros tipos de farinha, que também são fontes de vitaminas e minerais.

PREFIRA SE ALIMENTAR EM CASA

O fato de cozinhar sua própria comida já vai tornar sua vida sem glúten muito mais simples. Frutas, legumes, carnes e peixes, verduras e muitos grãos, como o arroz integral e a quinoa, serão grandes aliados na dieta.

A ausência do trigo, por exemplo, não vai deixar sua dieta

monótona. Pelo contrário, a ampla gama de alimentos de verdade tornará sua dieta muito mais saudável e variada. No lugar de pães de trigo no café da manhã e salgados no lanche da tarde, dê lugar às frutas, castanhas, amêndoas, iogurte e aos produtos sem glúten.

ADICIONE GRÃOS, SEMENTES E CEREAIS AO SEU DIA A DIA

As farinhas sem glúten são ótimas opções, mas reveze com o consumo de cereais, sementes e grãos in natura.

Use grão de bico e semente de girassol na salada, o amaranto e a aveia nas frutas e também reveze o feijão e a lentilha na combinação com o arroz integral ou quinoa. Bata a linhaça no seu suco diário e adicione a granola natural (sem glúten) ao seu iogurte.

Em tempo: muitas vezes, a aveia é citada como fonte de glúten, no entanto, ela não contém a proteína. O que ocorre é que muitas vezes ela é processada na mesma máquina que o trigo ou produtos feitos a partir dele e pode ocorrer contaminação cruzada. Indivíduos celíacos devem evitar a aveia, mas se o seu organismo tolera uma pequena quantidade de glúten (ou seja, você não é celíaco), não há problema em consumi-la. Em todo caso, esteja atento e leia os rótulos do produto.

UTILIZE FARINHAS SEM GLÚTEN

Você pode continuar comendo um pão pela manhã ou uma

massa no jantar. Aproveite a grande diversidade de farinhas sem glúten disponíveis no mercado e adquira produtos com elas.

Ao fazer bolos, pães e biscoitos, a mistura entre as farinhas ajuda a se aproximar das características típicas do trigo. Frangos e peixes podem ser empanados e assados no forno, assim como bolinhos salgados.

Veja algumas opções: amaranto, quinoa, linhaça, amêndoas, araruta, arroz integral, berinjela, banana verde, grão de bico, fécula de batata, farinha de mandioca e assim por diante.

FESTAS, REUNIÕES E EVENTOS

Nessas ocasiões, é comum o anfitrião oferecer petiscos ou refeições que contenham glúten.

Se tiver à disposição frutas, faça uso delas. Tem na bolsa um pacote com bolachinhas sem glúten? Se achar que não é fazer desfeita, consuma-as com os patês. Se você não tiver problemas com a lactose, os queijos são bem vindos. Castanhas e amêndoas também serão aliados.

Você será o anfitrião? Abuse da criatividade! Faça rolinhos de berinjela com recheio de tomate seco e ricota, canapés de pepino e salmão, legumes picados no molho de iogurte, purê de batata doce e chips de batata inglesa assados no forno.

RESTAURANTES GLUTEN FREE

Muitas capitais brasileiras já contam com restaurantes com cardápios gluten free, desenvolvidos especialmente para esse novo nicho no mercado. Pizzarias fazem sucesso com a criação de deliciosas massas sem glúten – e que não deixam nada a desejar em sabor e textura para as tradicionais.

TORNE-SE UM LEITOR DE RÓTULOS

Habitue-se a ler os ingredientes nos rótulos. Eles lhe dirão se você pode consumir determinado produto. Congelados costumam ter farinha de trigo, então leia atentamente tudo o que foi acrescentado.

Principalmente, verifique a informação “contém glúten” ou “não contém glúten”. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é uma expressão obrigatória em todos os produtos industrializados. Se você adquiriu um produto caseiro, pergunte ao fabricante sobre a existência de trigo ou não.

DESFRUTE TRANQUILAMENTE

Você pode levar uma vida tranquila sem o glúten. Naturalmente, o corpo sentirá as mudanças e a dieta vira um hábito de vida, mas a alimentação ficará mais variada e os sintomas desagradáveis causados pelo glúten vão diminuindo com o tempo!

REFERÊNCIAS:

One Health MagDisponível em: http://www.onehealthmag.com.br/index.php/ha-vida-sem-gluten/

Harvard Health BlogDisponível em: http://www.health.harvard.edu/blog/

Mind Body GreenDisponível em: http://www.mindbodygreen.com/0-9892/how-to-go-gluten-free-without-sacrificing-your-social-life.html

ANVISA – Lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/e62b4c804745968e9e65de3fbc4c6735/lei_10674.pdf?MOD=AJPERES

BRAMMER, S. P. Variabilidade e diversidade genética vegetal: requisito fundamental em um programa de melhoramento. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002. 9 p. html. (Embrapa Trigo. Documentos Online; 29). Disponível em: http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_do29.htm.

Page 11: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

A alergia alimentar é uma reação exacerbada do sistema imunológico a certos tipos de alimentos. Em geral, essa reação é imediata ou de curto prazo e ocorre logo após você ingerir um alimento específico. A reação ocorre quando seu sistema imunológico identifica por engano uma proteína do alimento como se fosse algo prejudicial. O corpo reage liberando histamina, agindo rápido na intenção de combater o “invasor”. A histamina é um mediador das respostas alérgicas que causa vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular (edema) e contração da musculatura lisa (tanto brônquica como gastrointestinal).

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar de 2007, estima-se que 6% das crianças menores de 3 anos sejam alérgicas a algum alimento, enquanto que a prevalência em adultos é de 3,5% – números que ainda estão aumentando até os dias de hoje.1 Nos Estados Unidos, uma pesquisa divulgada em 2011 constatou que cerca de 6 milhões de crianças americanas (8% da população menor de 18 anos) eram alérgicas a algum alimento.2

Para algumas pessoas, a ingestão ou contato com uma pequena quantidade de um alimento pode desencadear

sintomas como alterações digestivas, urticárias ou inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios. Em outras, a reação alérgica pode ser mais intensa e grave, atingindo as vias respiratórias (“edema de glote”).

Normalmente, a alergia é a reação à proteína de algum alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. A herança genética, uma dieta com as proteínas alergênicas e a incapacidade do trato gastrointestinal em lidar com o nutriente são os fatores mais importantes para alguém desenvolver alergia alimentar.

O intestino imaturo e o sistema imunológico em formação se tornam os principais motivos de bebês e crianças menores de 3 anos serem a população mais suscetível às alergias alimentares.

Saiba mais sobre os alimentos mais alergênicos e onde eles se encontram!

LEITE DE VACA

É um dos alimentos que mais causam alergias alimentares. Possui três principais alérgenos: caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina. Rinite, coceiras na pele e distensões abdominais são os sintomas mais frequentes.

Para muitos bebês o leite de vaca é introduzido desde cedo em fórmulas infantis em substituição ao leite materno. Essa introdução prematura pode desencadear o processo

alérgico em indivíduos predispostos. Recentemente, foi divulgado o dado de que no Brasil cerca de 350 mil crianças sofrem com alergia à proteína do leite de vaca, também conhecida como APLV. 3

Por ser fonte de cálcio, muitos se preocupam em repor o micronutriente. Se você necessita tirar o leite de vaca da dieta, pode acrescentar agrião, rúcula, espinafre, brócolis, couve, ameixa seca, gergelim, amêndoas e aveia, que são ricos em cálcio.

Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem descrito no produto.

TRIGO

Esse alimento, que faz parte frequente da dieta da população brasileira, está presente em diversos produtos como pães, massas, bolos e biscoitos e contém uma série de proteínas identificadas como causadoras de alergia. 4

Entre estas proteínas, a omega-gliadina é uma das principais responsáveis pelas reações alérgicas mais severas, cujos sintomas podem incluir rinite, asma, urticária e até anafilaxia.

O glúten, que é um composto de proteínas encontrado no trigo, centeio e cevada, por sua vez é causador de vários tipos de hipersensibilidade não imediatas (como a doença celíaca),

diferentes da alergia ao trigo. Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou sensibilidade ao glúten o utilizam para facilitar a explicação sobre sua condição. Há debates entre pesquisadores sobre a relação entre as condições de hipersensibilidade ao glúten e a alergia ao trigo. 5

Trataremos das condições de hipersensibilidade ao glúten em outro artigo em nosso site.

O trigo é fundamental para conferir textura, sabor e maciez aos produtos de panificação e massas. Mas hoje, a variedade de farinhas disponíveis no mercado é enorme e é possível substituí-lo. Você as encontra facilmente em lojas de produtos naturais e supermercados.

OVO

A alergia ao ovo é muito frequente em crianças pequenas e ocorre principalmente por causa das proteínas da clara. Mais de 50% das crianças que apresentam dermatite atópica podem apresentar alergia à ovoalbumina, proteína que constitui 54% do total proteico da clara do ovo. 6

Por ser considerado um alimento quase completo, quando for necessário substituí-lo, é importante proporcionar à criança uma alimentação muito variada, rica em vegetais, frutas e outras fontes de proteínas, como carnes, aves, feijão e lentilha.

Em receitas de bolos e biscoitos, é possível substituir o ovo

(ou a clara) por um gel feito a partir da semente de linhaça e outras opções, mas esse é um tema futuro que ainda abordaremos no blog.

SOJA

Por ser um alimento amplamente cultivado no Brasil, ele acaba fazendo parte de diversos alimentos processados e da alimentação dos animais dos quais ingerimos a carne.

A alergia é mais frequente em crianças e a soja pode ser substituída por outros grãos, sem causar prejuízo nutricional. Molho shoyu, tofu e proteína texturizada são alguns dos produtos mais utilizados que contêm soja. Alguns chocolates contêm soja nos ingredientes, descrita como lecitina de soja, por isso leia atentamente os rótulos e não se acanhe em perguntar nas lojas de doces caseiros se existe soja na preparação.

AMENDOIM E CASTANHAS

É comum encontrar pessoas alérgicas ao amendoim sem ser a outras oleaginosas, como as castanhas. É um alimento com alto teor de proteínas, o que aumenta sua alergenicidade, mas que, se retirado da dieta, não causa prejuízo nutricional.

Assim como os amendoins, a alergia às castanhas (nozes, avelã, castanha-do-Brasil) é mais comum em adultos e pode provocar graves reações, como anafilaxia. Além de retirá-los da dieta, observe a composição dos

doces e sempre pergunte ao confeiteiro se ele realmente não utilizou esses alimentos na receita.

PEIXES E FRUTOS DO MAR

Alergia a peixes e frutos do mar (camarão, siri, caranguejo, lagosta, lula, marisco, mexilhão) são frequentes em crianças e adultos. Especialistas sugerem que a ingestão pela mãe durante a gestação e a amamentação pode sensibilizar mais facilmente o bebê. 7

Embora os sintomas sejam semelhantes aos outros alimentos, estão entre os que ocasionam as reações mais severas. Podem ocorrer inchaço nos lábios, faringe, laringe (edema de glote), urticária (erupções vermelhas na pele) e coceiras.

Além do cuidado de não ingerir alimentos processados feitos com peixes e frutos do mar, questione em restaurantes e lanchonetes se a batata ou a mandioca, por exemplo, foram fritas no mesmo óleo desses alimentos.

SOCORRO RÁPIDO

Uma reação alérgica grave pode ocorrer mesmo que a pessoa nunca tenha tido qualquer sintoma anteriormente. No caso de uma anafilaxia (ou choque anafilático), as consequências mais perigosas são o edema de glote e a falta de oxigenação, necessitando de tratamento com adrenalina, corticoides, bronco-dilatadores ou anti-histamínicos.

Independente da gravidade de sua alergia ao alimento, pesquise sempre o que está ingerindo. Questione, principalmente se você o faz para uma criança que ainda não sabe escolher o que deve ou não comer. Fique atento!

REFERÊNCIAS:

1Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol. – Vol. 31, Nº 2, 2008. Disponível em: http://abran.org.br/images/novembro2010/consensoalergia.pdf

2Gupta RS, et al. The Prevalence, Severity, and Distribution of Childhood Food Allergy in the United States. PEDIATRICS Volume 128, Number 1, July 2011.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/early/2011/06/16/peds.2011-0204.full.pdf+html

3Reportagem Fantástico (26/10/2014): No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350-mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html.

4Akagawa M, Handoyo T, Ishii T, Kumazawa S, Morita N, Suyama K (2007). “Proteomic analysis of wheat flour allergens”. J. Agric. Food Chem. 55 (17): 6863–70. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/jf070843a.

5http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

6http://www.academia.edu/7069723/Sequential_separation_of_lysozyme_ovomucin_ovotransferrin_and_ovalbumin_from_egg_white

7http://www.e-gastroped.com.br/march12/alergia_alimentar-consolidado_corrigido.pdf

DOENÇA CELÍACA

Muitos indivíduos celíacos acabam se referindo à sua doença como “alergia ao glúten”, termo que não é tecnicamente correto, porém, exime o portador de longas explicações acerca da sua condição.

No caso da doença celíaca, existe uma resposta autoimune ao glúten quando este entra em contato com o intestino. Aqui, os sintomas desencadeados são relacionados à morfologia e digestão, podendo o indivíduo desenvolver diarreia, danos à parede do intestino, síndrome de má absorção e, consequentemente, desnutrição – diferente dos sintomas da alergia ao trigo.

INTOLERÂNCIA AO GLÚTEN

Também chamada de sensibilidade ao glúten não-celíaca 2, a intolerância ao glúten ocorre quando as possibilidades de doença celíaca e de alergia ao trigo foram descartadas. Ou seja, o médico analisou todos os sintomas e exames clínicos, e então diagnostica uma sensibilidade ou intolerância à proteína, provavelmente devido à exposição frequente ao trigo e demais cereais.

A intolerância é decorrente da má digestão do glúten, que é composto de uma mistura de proteínas longas (gliadina e glutenina), cujos restos podem se alojar na parede do intestino. É considerada uma condição mais recente 6, cuja prevalência está entre 6 a 10% da população e a manifestação são

O glúten é um composto proteico encontrado em cereais como trigo, centeio, aveia e cevada. Entre eles, o trigo é o mais consumido mundialmente e chega a fazer parte das principais refeições e, para algumas pessoas, até mesmo de todas as refeições.

Seja na forma de pães, massas, biscoitos, salgados, tortas, cereais matinais ou mesmo bebidas como cervejas, o contato com o glúten aumentou drasticamente nos últimos 40 anos juntamente com o consumo de carboidratos1.

Coincidência ou não, após tal mudança no hábito alimentar, houve um aumento de casos das doenças relacionadas ao glúten: a doença celíaca, a sensibilidade ao glúten não celíaca (ou intolerância ao glúten) e a alergia ao trigo 2.

Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou outros tipos de sensibilidade ao glúten o utilizam por facilitar a explicação sobre sua condição. Mas você sabe qual é a diferença entre essas condições?

sintomas intestinais e que melhoram, ou mesmo desaparecem, após a retirada do glúten, mesmo em indivíduos com intestino saudável e que não apresentaram nos exames clínicos os mesmos anticorpos (antiendomísio, antigliadina e antitransglutaminase) 7 presentes nos celíacos.

ALERGIA AO TRIGO

A alergia ao trigo não deve ser confundida com a doença celíaca ou com a intolerância ao glúten 8, ou mesmo com o termo “alergia ao glúten”. A alergia alimentar é uma reação exagerada, imediata ou de curto prazo, do sistema imunológico a uma proteína específica e normalmente é acompanhada por sintomas nas vias respiratórias ou na pele, como por exemplo, rinite e urticária, podendo chegar até a uma anafilaxia (distúrbio grave na circulação sanguínea e na oxigenação).

Ela ocorre da seguinte forma: o glúten é uma molécula complexa, formada por diversas unidades proteicas. No trigo, por exemplo, as principais são a glutenina e a gliadina. Quando entram em contato com água, essas proteínas se relacionam e formam uma rede complexa, que é o glúten. O organismo de algumas pessoas considera essa proteína uma ameaça e neste caso, a gliadina pode ser o “gatilho” que reage com a imunoglobulina E (IgE), causando uma reação alérgica típica que desencadeia sintomas como rinite, asma, urticária, e em alguns casos mais graves, anafilaxia 3,4,5.

A alergia ao trigo é a mais comum entre as pessoas, uma vez que este é o cereal mais consumido. No entanto, não

significa que elas também terão alergia aos outros cereais que contêm glúten.

O TRATAMENTO É O MESMO PARA TODAS?

Os que apresentam alergia ao trigo ou intolerância ao glúten são beneficiados com uma dieta isenta de glúten, semelhante aos celíacos. Assim, muitas pessoas confundem facilmente as três condições.

É importante destacar que a aveia em si não contém glúten, mas como normalmente ela é processada nos mesmos equipamentos que o trigo e outros cereais, ocorre uma contaminação cruzada. Para as pessoas com intolerância, ela pode não desencadear sintomas. No entanto, aqueles que são portadores da doença celíaca ou alergia ao trigo deverão excluir o cereal da dieta por precaução.

REFERÊNCIAS:

1Malhotra, A. Saturated fat is not the major issue. BMJ 2013; 347.

2Sapone A, Bai JC, Ciacci C, Dolinsek J, Green PH, Hadjivassiliou M, Kaukinen K,Rostami K, Sanders DS, Schumann M, Ullrich R, Villalta D, Volta U, Catassi C,Fasano A. Spectrum of gluten disorders: consensus on new nomenclature and classification. BMC Med 2012, 10:13.

3Ebisawa M et al. Clinical utility of IgE antibodies to omega – 5 gliadin in the diagnosis of wheat allergy: a pediatric multicenter challenge study. Int Arch Allergy Immunol. 2012; 158(1): 71 – 6. 5.

4Nilsson N et al. Combining analyses of basophil allergen threshold sensitivity, CD-sens and IgE antibodies to hydrolysed wheat, w-5 gliadin and timothy grass enhances the prediction of wheat challenge outcome. Int Arch Allergy Immunol. 2013 (in press). 6.

5Park HJ et al. Diagnostic Value of the Serum-Specific IgE Ratio of omega-5 Gliadin to Wheat in Adult Patients with Wheat-Induced Anaphylaxis. Int Arch Allergy Immunol. 2012; 157(2)): 147 – 50.

6Biesiekierski JR, Newnham ED, Irving PM, Barrett JS, Haines M, Doecke JD, Shepherd SJ, Muir JG, Gibson PR. Gluten causes gastrointestinal symptoms in subjects without celiac disease: a double-blind randomized placebo-controlled trial. Am J Gastroenterol. 2011 Mar;106(3):508-14.

7PORTARIA MS/SAS Nº 307, de 17 de setembro de 2009. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Doença Celíaca.

8http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

Após anos e anos de distensões abdominais, dores, diarreia e sintomas diversos que podem ir além do ambiente intestinal, você descobre que possui uma intolerância ao glúten. Medida imediata? Retirar, pelo menos temporariamente, os alimentos feitos principalmente com trigo, mas também com centeio e cevada. Eles incluem, nada mais nada menos, que pães, massas, esfihas, brioches, pizzas, quiches, bolos, croissants e biscoitos.

Um sentimento de desespero pode surgir. Fique tranquilo, é normal. Afinal, até então, você não sabia o que seria uma vida sem glúten. Essa proteína é responsável por proporcionar a textura e o sabor característico de pães e massas, o que para alguns são peculiaridades insubstituíveis.

É possível viver sem o glúten? A resposta é sim! Veja abaixo como ser feliz e comer bem sem trigo, cevada e centeio.

INICIANDO A VIDA SEM GLÚTEN

Evitar o glúten significa mais do que retirar da dieta os alimentos mais tradicionais, como os citados acima. O trigo, principal fonte de glúten atualmente, pode se esconder em

vegetais congelados, molho de soja (shoyu), suplementos vitamínicos, medicamentos, pasta de dente, sorvetes, entre outros.

É claro que tudo vai depender do seu grau de intolerância. Portadores da Doença Celíaca, por exemplo, devem tomar cuidado com cosméticos e outros produtos, além dos alimentos.

Embora o trigo atual não seja o mesmo que o consumido há muitos anos devido a diversas modificações genéticas desenvolvidas (melhora de produtividade, qualidade “pegajosa” da farinha, etc.), para uma boa parte da população, ele acaba sendo fonte de fibras (no caso do integral), de vitaminas como as do complexo B e minerais como o magnésio.

Sendo assim, lembre-se de que será importante agregar outros alimentos à dieta que forneçam uma dose de fibra alimentar diária e substituir os produtos feitos com farinha de trigo por outros tipos de farinha, que também são fontes de vitaminas e minerais.

PREFIRA SE ALIMENTAR EM CASA

O fato de cozinhar sua própria comida já vai tornar sua vida sem glúten muito mais simples. Frutas, legumes, carnes e peixes, verduras e muitos grãos, como o arroz integral e a quinoa, serão grandes aliados na dieta.

A ausência do trigo, por exemplo, não vai deixar sua dieta

monótona. Pelo contrário, a ampla gama de alimentos de verdade tornará sua dieta muito mais saudável e variada. No lugar de pães de trigo no café da manhã e salgados no lanche da tarde, dê lugar às frutas, castanhas, amêndoas, iogurte e aos produtos sem glúten.

ADICIONE GRÃOS, SEMENTES E CEREAIS AO SEU DIA A DIA

As farinhas sem glúten são ótimas opções, mas reveze com o consumo de cereais, sementes e grãos in natura.

Use grão de bico e semente de girassol na salada, o amaranto e a aveia nas frutas e também reveze o feijão e a lentilha na combinação com o arroz integral ou quinoa. Bata a linhaça no seu suco diário e adicione a granola natural (sem glúten) ao seu iogurte.

Em tempo: muitas vezes, a aveia é citada como fonte de glúten, no entanto, ela não contém a proteína. O que ocorre é que muitas vezes ela é processada na mesma máquina que o trigo ou produtos feitos a partir dele e pode ocorrer contaminação cruzada. Indivíduos celíacos devem evitar a aveia, mas se o seu organismo tolera uma pequena quantidade de glúten (ou seja, você não é celíaco), não há problema em consumi-la. Em todo caso, esteja atento e leia os rótulos do produto.

UTILIZE FARINHAS SEM GLÚTEN

Você pode continuar comendo um pão pela manhã ou uma

massa no jantar. Aproveite a grande diversidade de farinhas sem glúten disponíveis no mercado e adquira produtos com elas.

Ao fazer bolos, pães e biscoitos, a mistura entre as farinhas ajuda a se aproximar das características típicas do trigo. Frangos e peixes podem ser empanados e assados no forno, assim como bolinhos salgados.

Veja algumas opções: amaranto, quinoa, linhaça, amêndoas, araruta, arroz integral, berinjela, banana verde, grão de bico, fécula de batata, farinha de mandioca e assim por diante.

FESTAS, REUNIÕES E EVENTOS

Nessas ocasiões, é comum o anfitrião oferecer petiscos ou refeições que contenham glúten.

Se tiver à disposição frutas, faça uso delas. Tem na bolsa um pacote com bolachinhas sem glúten? Se achar que não é fazer desfeita, consuma-as com os patês. Se você não tiver problemas com a lactose, os queijos são bem vindos. Castanhas e amêndoas também serão aliados.

Você será o anfitrião? Abuse da criatividade! Faça rolinhos de berinjela com recheio de tomate seco e ricota, canapés de pepino e salmão, legumes picados no molho de iogurte, purê de batata doce e chips de batata inglesa assados no forno.

RESTAURANTES GLUTEN FREE

Muitas capitais brasileiras já contam com restaurantes com cardápios gluten free, desenvolvidos especialmente para esse novo nicho no mercado. Pizzarias fazem sucesso com a criação de deliciosas massas sem glúten – e que não deixam nada a desejar em sabor e textura para as tradicionais.

TORNE-SE UM LEITOR DE RÓTULOS

Habitue-se a ler os ingredientes nos rótulos. Eles lhe dirão se você pode consumir determinado produto. Congelados costumam ter farinha de trigo, então leia atentamente tudo o que foi acrescentado.

Principalmente, verifique a informação “contém glúten” ou “não contém glúten”. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é uma expressão obrigatória em todos os produtos industrializados. Se você adquiriu um produto caseiro, pergunte ao fabricante sobre a existência de trigo ou não.

DESFRUTE TRANQUILAMENTE

Você pode levar uma vida tranquila sem o glúten. Naturalmente, o corpo sentirá as mudanças e a dieta vira um hábito de vida, mas a alimentação ficará mais variada e os sintomas desagradáveis causados pelo glúten vão diminuindo com o tempo!

REFERÊNCIAS:

One Health MagDisponível em: http://www.onehealthmag.com.br/index.php/ha-vida-sem-gluten/

Harvard Health BlogDisponível em: http://www.health.harvard.edu/blog/

Mind Body GreenDisponível em: http://www.mindbodygreen.com/0-9892/how-to-go-gluten-free-without-sacrificing-your-social-life.html

ANVISA – Lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/e62b4c804745968e9e65de3fbc4c6735/lei_10674.pdf?MOD=AJPERES

BRAMMER, S. P. Variabilidade e diversidade genética vegetal: requisito fundamental em um programa de melhoramento. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002. 9 p. html. (Embrapa Trigo. Documentos Online; 29). Disponível em: http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_do29.htm.

Page 12: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

A alergia alimentar é uma reação exacerbada do sistema imunológico a certos tipos de alimentos. Em geral, essa reação é imediata ou de curto prazo e ocorre logo após você ingerir um alimento específico. A reação ocorre quando seu sistema imunológico identifica por engano uma proteína do alimento como se fosse algo prejudicial. O corpo reage liberando histamina, agindo rápido na intenção de combater o “invasor”. A histamina é um mediador das respostas alérgicas que causa vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular (edema) e contração da musculatura lisa (tanto brônquica como gastrointestinal).

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar de 2007, estima-se que 6% das crianças menores de 3 anos sejam alérgicas a algum alimento, enquanto que a prevalência em adultos é de 3,5% – números que ainda estão aumentando até os dias de hoje.1 Nos Estados Unidos, uma pesquisa divulgada em 2011 constatou que cerca de 6 milhões de crianças americanas (8% da população menor de 18 anos) eram alérgicas a algum alimento.2

Para algumas pessoas, a ingestão ou contato com uma pequena quantidade de um alimento pode desencadear

sintomas como alterações digestivas, urticárias ou inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios. Em outras, a reação alérgica pode ser mais intensa e grave, atingindo as vias respiratórias (“edema de glote”).

Normalmente, a alergia é a reação à proteína de algum alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. A herança genética, uma dieta com as proteínas alergênicas e a incapacidade do trato gastrointestinal em lidar com o nutriente são os fatores mais importantes para alguém desenvolver alergia alimentar.

O intestino imaturo e o sistema imunológico em formação se tornam os principais motivos de bebês e crianças menores de 3 anos serem a população mais suscetível às alergias alimentares.

Saiba mais sobre os alimentos mais alergênicos e onde eles se encontram!

LEITE DE VACA

É um dos alimentos que mais causam alergias alimentares. Possui três principais alérgenos: caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina. Rinite, coceiras na pele e distensões abdominais são os sintomas mais frequentes.

Para muitos bebês o leite de vaca é introduzido desde cedo em fórmulas infantis em substituição ao leite materno. Essa introdução prematura pode desencadear o processo

alérgico em indivíduos predispostos. Recentemente, foi divulgado o dado de que no Brasil cerca de 350 mil crianças sofrem com alergia à proteína do leite de vaca, também conhecida como APLV. 3

Por ser fonte de cálcio, muitos se preocupam em repor o micronutriente. Se você necessita tirar o leite de vaca da dieta, pode acrescentar agrião, rúcula, espinafre, brócolis, couve, ameixa seca, gergelim, amêndoas e aveia, que são ricos em cálcio.

Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem descrito no produto.

TRIGO

Esse alimento, que faz parte frequente da dieta da população brasileira, está presente em diversos produtos como pães, massas, bolos e biscoitos e contém uma série de proteínas identificadas como causadoras de alergia. 4

Entre estas proteínas, a omega-gliadina é uma das principais responsáveis pelas reações alérgicas mais severas, cujos sintomas podem incluir rinite, asma, urticária e até anafilaxia.

O glúten, que é um composto de proteínas encontrado no trigo, centeio e cevada, por sua vez é causador de vários tipos de hipersensibilidade não imediatas (como a doença celíaca),

diferentes da alergia ao trigo. Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou sensibilidade ao glúten o utilizam para facilitar a explicação sobre sua condição. Há debates entre pesquisadores sobre a relação entre as condições de hipersensibilidade ao glúten e a alergia ao trigo. 5

Trataremos das condições de hipersensibilidade ao glúten em outro artigo em nosso site.

O trigo é fundamental para conferir textura, sabor e maciez aos produtos de panificação e massas. Mas hoje, a variedade de farinhas disponíveis no mercado é enorme e é possível substituí-lo. Você as encontra facilmente em lojas de produtos naturais e supermercados.

OVO

A alergia ao ovo é muito frequente em crianças pequenas e ocorre principalmente por causa das proteínas da clara. Mais de 50% das crianças que apresentam dermatite atópica podem apresentar alergia à ovoalbumina, proteína que constitui 54% do total proteico da clara do ovo. 6

Por ser considerado um alimento quase completo, quando for necessário substituí-lo, é importante proporcionar à criança uma alimentação muito variada, rica em vegetais, frutas e outras fontes de proteínas, como carnes, aves, feijão e lentilha.

Em receitas de bolos e biscoitos, é possível substituir o ovo

(ou a clara) por um gel feito a partir da semente de linhaça e outras opções, mas esse é um tema futuro que ainda abordaremos no blog.

SOJA

Por ser um alimento amplamente cultivado no Brasil, ele acaba fazendo parte de diversos alimentos processados e da alimentação dos animais dos quais ingerimos a carne.

A alergia é mais frequente em crianças e a soja pode ser substituída por outros grãos, sem causar prejuízo nutricional. Molho shoyu, tofu e proteína texturizada são alguns dos produtos mais utilizados que contêm soja. Alguns chocolates contêm soja nos ingredientes, descrita como lecitina de soja, por isso leia atentamente os rótulos e não se acanhe em perguntar nas lojas de doces caseiros se existe soja na preparação.

AMENDOIM E CASTANHAS

É comum encontrar pessoas alérgicas ao amendoim sem ser a outras oleaginosas, como as castanhas. É um alimento com alto teor de proteínas, o que aumenta sua alergenicidade, mas que, se retirado da dieta, não causa prejuízo nutricional.

Assim como os amendoins, a alergia às castanhas (nozes, avelã, castanha-do-Brasil) é mais comum em adultos e pode provocar graves reações, como anafilaxia. Além de retirá-los da dieta, observe a composição dos

doces e sempre pergunte ao confeiteiro se ele realmente não utilizou esses alimentos na receita.

PEIXES E FRUTOS DO MAR

Alergia a peixes e frutos do mar (camarão, siri, caranguejo, lagosta, lula, marisco, mexilhão) são frequentes em crianças e adultos. Especialistas sugerem que a ingestão pela mãe durante a gestação e a amamentação pode sensibilizar mais facilmente o bebê. 7

Embora os sintomas sejam semelhantes aos outros alimentos, estão entre os que ocasionam as reações mais severas. Podem ocorrer inchaço nos lábios, faringe, laringe (edema de glote), urticária (erupções vermelhas na pele) e coceiras.

Além do cuidado de não ingerir alimentos processados feitos com peixes e frutos do mar, questione em restaurantes e lanchonetes se a batata ou a mandioca, por exemplo, foram fritas no mesmo óleo desses alimentos.

SOCORRO RÁPIDO

Uma reação alérgica grave pode ocorrer mesmo que a pessoa nunca tenha tido qualquer sintoma anteriormente. No caso de uma anafilaxia (ou choque anafilático), as consequências mais perigosas são o edema de glote e a falta de oxigenação, necessitando de tratamento com adrenalina, corticoides, bronco-dilatadores ou anti-histamínicos.

Independente da gravidade de sua alergia ao alimento, pesquise sempre o que está ingerindo. Questione, principalmente se você o faz para uma criança que ainda não sabe escolher o que deve ou não comer. Fique atento!

REFERÊNCIAS:

1Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol. – Vol. 31, Nº 2, 2008. Disponível em: http://abran.org.br/images/novembro2010/consensoalergia.pdf

2Gupta RS, et al. The Prevalence, Severity, and Distribution of Childhood Food Allergy in the United States. PEDIATRICS Volume 128, Number 1, July 2011.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/early/2011/06/16/peds.2011-0204.full.pdf+html

3Reportagem Fantástico (26/10/2014): No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350-mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html.

4Akagawa M, Handoyo T, Ishii T, Kumazawa S, Morita N, Suyama K (2007). “Proteomic analysis of wheat flour allergens”. J. Agric. Food Chem. 55 (17): 6863–70. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/jf070843a.

5http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

6http://www.academia.edu/7069723/Sequential_separation_of_lysozyme_ovomucin_ovotransferrin_and_ovalbumin_from_egg_white

7http://www.e-gastroped.com.br/march12/alergia_alimentar-consolidado_corrigido.pdf

DOENÇA CELÍACA

Muitos indivíduos celíacos acabam se referindo à sua doença como “alergia ao glúten”, termo que não é tecnicamente correto, porém, exime o portador de longas explicações acerca da sua condição.

No caso da doença celíaca, existe uma resposta autoimune ao glúten quando este entra em contato com o intestino. Aqui, os sintomas desencadeados são relacionados à morfologia e digestão, podendo o indivíduo desenvolver diarreia, danos à parede do intestino, síndrome de má absorção e, consequentemente, desnutrição – diferente dos sintomas da alergia ao trigo.

INTOLERÂNCIA AO GLÚTEN

Também chamada de sensibilidade ao glúten não-celíaca 2, a intolerância ao glúten ocorre quando as possibilidades de doença celíaca e de alergia ao trigo foram descartadas. Ou seja, o médico analisou todos os sintomas e exames clínicos, e então diagnostica uma sensibilidade ou intolerância à proteína, provavelmente devido à exposição frequente ao trigo e demais cereais.

A intolerância é decorrente da má digestão do glúten, que é composto de uma mistura de proteínas longas (gliadina e glutenina), cujos restos podem se alojar na parede do intestino. É considerada uma condição mais recente 6, cuja prevalência está entre 6 a 10% da população e a manifestação são

O glúten é um composto proteico encontrado em cereais como trigo, centeio, aveia e cevada. Entre eles, o trigo é o mais consumido mundialmente e chega a fazer parte das principais refeições e, para algumas pessoas, até mesmo de todas as refeições.

Seja na forma de pães, massas, biscoitos, salgados, tortas, cereais matinais ou mesmo bebidas como cervejas, o contato com o glúten aumentou drasticamente nos últimos 40 anos juntamente com o consumo de carboidratos1.

Coincidência ou não, após tal mudança no hábito alimentar, houve um aumento de casos das doenças relacionadas ao glúten: a doença celíaca, a sensibilidade ao glúten não celíaca (ou intolerância ao glúten) e a alergia ao trigo 2.

Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou outros tipos de sensibilidade ao glúten o utilizam por facilitar a explicação sobre sua condição. Mas você sabe qual é a diferença entre essas condições?

sintomas intestinais e que melhoram, ou mesmo desaparecem, após a retirada do glúten, mesmo em indivíduos com intestino saudável e que não apresentaram nos exames clínicos os mesmos anticorpos (antiendomísio, antigliadina e antitransglutaminase) 7 presentes nos celíacos.

ALERGIA AO TRIGO

A alergia ao trigo não deve ser confundida com a doença celíaca ou com a intolerância ao glúten 8, ou mesmo com o termo “alergia ao glúten”. A alergia alimentar é uma reação exagerada, imediata ou de curto prazo, do sistema imunológico a uma proteína específica e normalmente é acompanhada por sintomas nas vias respiratórias ou na pele, como por exemplo, rinite e urticária, podendo chegar até a uma anafilaxia (distúrbio grave na circulação sanguínea e na oxigenação).

Ela ocorre da seguinte forma: o glúten é uma molécula complexa, formada por diversas unidades proteicas. No trigo, por exemplo, as principais são a glutenina e a gliadina. Quando entram em contato com água, essas proteínas se relacionam e formam uma rede complexa, que é o glúten. O organismo de algumas pessoas considera essa proteína uma ameaça e neste caso, a gliadina pode ser o “gatilho” que reage com a imunoglobulina E (IgE), causando uma reação alérgica típica que desencadeia sintomas como rinite, asma, urticária, e em alguns casos mais graves, anafilaxia 3,4,5.

A alergia ao trigo é a mais comum entre as pessoas, uma vez que este é o cereal mais consumido. No entanto, não

significa que elas também terão alergia aos outros cereais que contêm glúten.

O TRATAMENTO É O MESMO PARA TODAS?

Os que apresentam alergia ao trigo ou intolerância ao glúten são beneficiados com uma dieta isenta de glúten, semelhante aos celíacos. Assim, muitas pessoas confundem facilmente as três condições.

É importante destacar que a aveia em si não contém glúten, mas como normalmente ela é processada nos mesmos equipamentos que o trigo e outros cereais, ocorre uma contaminação cruzada. Para as pessoas com intolerância, ela pode não desencadear sintomas. No entanto, aqueles que são portadores da doença celíaca ou alergia ao trigo deverão excluir o cereal da dieta por precaução.

REFERÊNCIAS:

1Malhotra, A. Saturated fat is not the major issue. BMJ 2013; 347.

2Sapone A, Bai JC, Ciacci C, Dolinsek J, Green PH, Hadjivassiliou M, Kaukinen K,Rostami K, Sanders DS, Schumann M, Ullrich R, Villalta D, Volta U, Catassi C,Fasano A. Spectrum of gluten disorders: consensus on new nomenclature and classification. BMC Med 2012, 10:13.

3Ebisawa M et al. Clinical utility of IgE antibodies to omega – 5 gliadin in the diagnosis of wheat allergy: a pediatric multicenter challenge study. Int Arch Allergy Immunol. 2012; 158(1): 71 – 6. 5.

4Nilsson N et al. Combining analyses of basophil allergen threshold sensitivity, CD-sens and IgE antibodies to hydrolysed wheat, w-5 gliadin and timothy grass enhances the prediction of wheat challenge outcome. Int Arch Allergy Immunol. 2013 (in press). 6.

5Park HJ et al. Diagnostic Value of the Serum-Specific IgE Ratio of omega-5 Gliadin to Wheat in Adult Patients with Wheat-Induced Anaphylaxis. Int Arch Allergy Immunol. 2012; 157(2)): 147 – 50.

6Biesiekierski JR, Newnham ED, Irving PM, Barrett JS, Haines M, Doecke JD, Shepherd SJ, Muir JG, Gibson PR. Gluten causes gastrointestinal symptoms in subjects without celiac disease: a double-blind randomized placebo-controlled trial. Am J Gastroenterol. 2011 Mar;106(3):508-14.

7PORTARIA MS/SAS Nº 307, de 17 de setembro de 2009. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Doença Celíaca.

8http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

Após anos e anos de distensões abdominais, dores, diarreia e sintomas diversos que podem ir além do ambiente intestinal, você descobre que possui uma intolerância ao glúten. Medida imediata? Retirar, pelo menos temporariamente, os alimentos feitos principalmente com trigo, mas também com centeio e cevada. Eles incluem, nada mais nada menos, que pães, massas, esfihas, brioches, pizzas, quiches, bolos, croissants e biscoitos.

Um sentimento de desespero pode surgir. Fique tranquilo, é normal. Afinal, até então, você não sabia o que seria uma vida sem glúten. Essa proteína é responsável por proporcionar a textura e o sabor característico de pães e massas, o que para alguns são peculiaridades insubstituíveis.

É possível viver sem o glúten? A resposta é sim! Veja abaixo como ser feliz e comer bem sem trigo, cevada e centeio.

INICIANDO A VIDA SEM GLÚTEN

Evitar o glúten significa mais do que retirar da dieta os alimentos mais tradicionais, como os citados acima. O trigo, principal fonte de glúten atualmente, pode se esconder em

vegetais congelados, molho de soja (shoyu), suplementos vitamínicos, medicamentos, pasta de dente, sorvetes, entre outros.

É claro que tudo vai depender do seu grau de intolerância. Portadores da Doença Celíaca, por exemplo, devem tomar cuidado com cosméticos e outros produtos, além dos alimentos.

Embora o trigo atual não seja o mesmo que o consumido há muitos anos devido a diversas modificações genéticas desenvolvidas (melhora de produtividade, qualidade “pegajosa” da farinha, etc.), para uma boa parte da população, ele acaba sendo fonte de fibras (no caso do integral), de vitaminas como as do complexo B e minerais como o magnésio.

Sendo assim, lembre-se de que será importante agregar outros alimentos à dieta que forneçam uma dose de fibra alimentar diária e substituir os produtos feitos com farinha de trigo por outros tipos de farinha, que também são fontes de vitaminas e minerais.

PREFIRA SE ALIMENTAR EM CASA

O fato de cozinhar sua própria comida já vai tornar sua vida sem glúten muito mais simples. Frutas, legumes, carnes e peixes, verduras e muitos grãos, como o arroz integral e a quinoa, serão grandes aliados na dieta.

A ausência do trigo, por exemplo, não vai deixar sua dieta

monótona. Pelo contrário, a ampla gama de alimentos de verdade tornará sua dieta muito mais saudável e variada. No lugar de pães de trigo no café da manhã e salgados no lanche da tarde, dê lugar às frutas, castanhas, amêndoas, iogurte e aos produtos sem glúten.

ADICIONE GRÃOS, SEMENTES E CEREAIS AO SEU DIA A DIA

As farinhas sem glúten são ótimas opções, mas reveze com o consumo de cereais, sementes e grãos in natura.

Use grão de bico e semente de girassol na salada, o amaranto e a aveia nas frutas e também reveze o feijão e a lentilha na combinação com o arroz integral ou quinoa. Bata a linhaça no seu suco diário e adicione a granola natural (sem glúten) ao seu iogurte.

Em tempo: muitas vezes, a aveia é citada como fonte de glúten, no entanto, ela não contém a proteína. O que ocorre é que muitas vezes ela é processada na mesma máquina que o trigo ou produtos feitos a partir dele e pode ocorrer contaminação cruzada. Indivíduos celíacos devem evitar a aveia, mas se o seu organismo tolera uma pequena quantidade de glúten (ou seja, você não é celíaco), não há problema em consumi-la. Em todo caso, esteja atento e leia os rótulos do produto.

UTILIZE FARINHAS SEM GLÚTEN

Você pode continuar comendo um pão pela manhã ou uma

massa no jantar. Aproveite a grande diversidade de farinhas sem glúten disponíveis no mercado e adquira produtos com elas.

Ao fazer bolos, pães e biscoitos, a mistura entre as farinhas ajuda a se aproximar das características típicas do trigo. Frangos e peixes podem ser empanados e assados no forno, assim como bolinhos salgados.

Veja algumas opções: amaranto, quinoa, linhaça, amêndoas, araruta, arroz integral, berinjela, banana verde, grão de bico, fécula de batata, farinha de mandioca e assim por diante.

FESTAS, REUNIÕES E EVENTOS

Nessas ocasiões, é comum o anfitrião oferecer petiscos ou refeições que contenham glúten.

Se tiver à disposição frutas, faça uso delas. Tem na bolsa um pacote com bolachinhas sem glúten? Se achar que não é fazer desfeita, consuma-as com os patês. Se você não tiver problemas com a lactose, os queijos são bem vindos. Castanhas e amêndoas também serão aliados.

Você será o anfitrião? Abuse da criatividade! Faça rolinhos de berinjela com recheio de tomate seco e ricota, canapés de pepino e salmão, legumes picados no molho de iogurte, purê de batata doce e chips de batata inglesa assados no forno.

RESTAURANTES GLUTEN FREE

Muitas capitais brasileiras já contam com restaurantes com cardápios gluten free, desenvolvidos especialmente para esse novo nicho no mercado. Pizzarias fazem sucesso com a criação de deliciosas massas sem glúten – e que não deixam nada a desejar em sabor e textura para as tradicionais.

TORNE-SE UM LEITOR DE RÓTULOS

Habitue-se a ler os ingredientes nos rótulos. Eles lhe dirão se você pode consumir determinado produto. Congelados costumam ter farinha de trigo, então leia atentamente tudo o que foi acrescentado.

Principalmente, verifique a informação “contém glúten” ou “não contém glúten”. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é uma expressão obrigatória em todos os produtos industrializados. Se você adquiriu um produto caseiro, pergunte ao fabricante sobre a existência de trigo ou não.

DESFRUTE TRANQUILAMENTE

Você pode levar uma vida tranquila sem o glúten. Naturalmente, o corpo sentirá as mudanças e a dieta vira um hábito de vida, mas a alimentação ficará mais variada e os sintomas desagradáveis causados pelo glúten vão diminuindo com o tempo!

REFERÊNCIAS:

One Health MagDisponível em: http://www.onehealthmag.com.br/index.php/ha-vida-sem-gluten/

Harvard Health BlogDisponível em: http://www.health.harvard.edu/blog/

Mind Body GreenDisponível em: http://www.mindbodygreen.com/0-9892/how-to-go-gluten-free-without-sacrificing-your-social-life.html

ANVISA – Lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/e62b4c804745968e9e65de3fbc4c6735/lei_10674.pdf?MOD=AJPERES

BRAMMER, S. P. Variabilidade e diversidade genética vegetal: requisito fundamental em um programa de melhoramento. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002. 9 p. html. (Embrapa Trigo. Documentos Online; 29). Disponível em: http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_do29.htm.

Page 13: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

A alergia alimentar é uma reação exacerbada do sistema imunológico a certos tipos de alimentos. Em geral, essa reação é imediata ou de curto prazo e ocorre logo após você ingerir um alimento específico. A reação ocorre quando seu sistema imunológico identifica por engano uma proteína do alimento como se fosse algo prejudicial. O corpo reage liberando histamina, agindo rápido na intenção de combater o “invasor”. A histamina é um mediador das respostas alérgicas que causa vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular (edema) e contração da musculatura lisa (tanto brônquica como gastrointestinal).

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar de 2007, estima-se que 6% das crianças menores de 3 anos sejam alérgicas a algum alimento, enquanto que a prevalência em adultos é de 3,5% – números que ainda estão aumentando até os dias de hoje.1 Nos Estados Unidos, uma pesquisa divulgada em 2011 constatou que cerca de 6 milhões de crianças americanas (8% da população menor de 18 anos) eram alérgicas a algum alimento.2

Para algumas pessoas, a ingestão ou contato com uma pequena quantidade de um alimento pode desencadear

sintomas como alterações digestivas, urticárias ou inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios. Em outras, a reação alérgica pode ser mais intensa e grave, atingindo as vias respiratórias (“edema de glote”).

Normalmente, a alergia é a reação à proteína de algum alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. A herança genética, uma dieta com as proteínas alergênicas e a incapacidade do trato gastrointestinal em lidar com o nutriente são os fatores mais importantes para alguém desenvolver alergia alimentar.

O intestino imaturo e o sistema imunológico em formação se tornam os principais motivos de bebês e crianças menores de 3 anos serem a população mais suscetível às alergias alimentares.

Saiba mais sobre os alimentos mais alergênicos e onde eles se encontram!

LEITE DE VACA

É um dos alimentos que mais causam alergias alimentares. Possui três principais alérgenos: caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina. Rinite, coceiras na pele e distensões abdominais são os sintomas mais frequentes.

Para muitos bebês o leite de vaca é introduzido desde cedo em fórmulas infantis em substituição ao leite materno. Essa introdução prematura pode desencadear o processo

alérgico em indivíduos predispostos. Recentemente, foi divulgado o dado de que no Brasil cerca de 350 mil crianças sofrem com alergia à proteína do leite de vaca, também conhecida como APLV. 3

Por ser fonte de cálcio, muitos se preocupam em repor o micronutriente. Se você necessita tirar o leite de vaca da dieta, pode acrescentar agrião, rúcula, espinafre, brócolis, couve, ameixa seca, gergelim, amêndoas e aveia, que são ricos em cálcio.

Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem descrito no produto.

TRIGO

Esse alimento, que faz parte frequente da dieta da população brasileira, está presente em diversos produtos como pães, massas, bolos e biscoitos e contém uma série de proteínas identificadas como causadoras de alergia. 4

Entre estas proteínas, a omega-gliadina é uma das principais responsáveis pelas reações alérgicas mais severas, cujos sintomas podem incluir rinite, asma, urticária e até anafilaxia.

O glúten, que é um composto de proteínas encontrado no trigo, centeio e cevada, por sua vez é causador de vários tipos de hipersensibilidade não imediatas (como a doença celíaca),

diferentes da alergia ao trigo. Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou sensibilidade ao glúten o utilizam para facilitar a explicação sobre sua condição. Há debates entre pesquisadores sobre a relação entre as condições de hipersensibilidade ao glúten e a alergia ao trigo. 5

Trataremos das condições de hipersensibilidade ao glúten em outro artigo em nosso site.

O trigo é fundamental para conferir textura, sabor e maciez aos produtos de panificação e massas. Mas hoje, a variedade de farinhas disponíveis no mercado é enorme e é possível substituí-lo. Você as encontra facilmente em lojas de produtos naturais e supermercados.

OVO

A alergia ao ovo é muito frequente em crianças pequenas e ocorre principalmente por causa das proteínas da clara. Mais de 50% das crianças que apresentam dermatite atópica podem apresentar alergia à ovoalbumina, proteína que constitui 54% do total proteico da clara do ovo. 6

Por ser considerado um alimento quase completo, quando for necessário substituí-lo, é importante proporcionar à criança uma alimentação muito variada, rica em vegetais, frutas e outras fontes de proteínas, como carnes, aves, feijão e lentilha.

Em receitas de bolos e biscoitos, é possível substituir o ovo

(ou a clara) por um gel feito a partir da semente de linhaça e outras opções, mas esse é um tema futuro que ainda abordaremos no blog.

SOJA

Por ser um alimento amplamente cultivado no Brasil, ele acaba fazendo parte de diversos alimentos processados e da alimentação dos animais dos quais ingerimos a carne.

A alergia é mais frequente em crianças e a soja pode ser substituída por outros grãos, sem causar prejuízo nutricional. Molho shoyu, tofu e proteína texturizada são alguns dos produtos mais utilizados que contêm soja. Alguns chocolates contêm soja nos ingredientes, descrita como lecitina de soja, por isso leia atentamente os rótulos e não se acanhe em perguntar nas lojas de doces caseiros se existe soja na preparação.

AMENDOIM E CASTANHAS

É comum encontrar pessoas alérgicas ao amendoim sem ser a outras oleaginosas, como as castanhas. É um alimento com alto teor de proteínas, o que aumenta sua alergenicidade, mas que, se retirado da dieta, não causa prejuízo nutricional.

Assim como os amendoins, a alergia às castanhas (nozes, avelã, castanha-do-Brasil) é mais comum em adultos e pode provocar graves reações, como anafilaxia. Além de retirá-los da dieta, observe a composição dos

doces e sempre pergunte ao confeiteiro se ele realmente não utilizou esses alimentos na receita.

PEIXES E FRUTOS DO MAR

Alergia a peixes e frutos do mar (camarão, siri, caranguejo, lagosta, lula, marisco, mexilhão) são frequentes em crianças e adultos. Especialistas sugerem que a ingestão pela mãe durante a gestação e a amamentação pode sensibilizar mais facilmente o bebê. 7

Embora os sintomas sejam semelhantes aos outros alimentos, estão entre os que ocasionam as reações mais severas. Podem ocorrer inchaço nos lábios, faringe, laringe (edema de glote), urticária (erupções vermelhas na pele) e coceiras.

Além do cuidado de não ingerir alimentos processados feitos com peixes e frutos do mar, questione em restaurantes e lanchonetes se a batata ou a mandioca, por exemplo, foram fritas no mesmo óleo desses alimentos.

SOCORRO RÁPIDO

Uma reação alérgica grave pode ocorrer mesmo que a pessoa nunca tenha tido qualquer sintoma anteriormente. No caso de uma anafilaxia (ou choque anafilático), as consequências mais perigosas são o edema de glote e a falta de oxigenação, necessitando de tratamento com adrenalina, corticoides, bronco-dilatadores ou anti-histamínicos.

Independente da gravidade de sua alergia ao alimento, pesquise sempre o que está ingerindo. Questione, principalmente se você o faz para uma criança que ainda não sabe escolher o que deve ou não comer. Fique atento!

REFERÊNCIAS:

1Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol. – Vol. 31, Nº 2, 2008. Disponível em: http://abran.org.br/images/novembro2010/consensoalergia.pdf

2Gupta RS, et al. The Prevalence, Severity, and Distribution of Childhood Food Allergy in the United States. PEDIATRICS Volume 128, Number 1, July 2011.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/early/2011/06/16/peds.2011-0204.full.pdf+html

3Reportagem Fantástico (26/10/2014): No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350-mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html.

4Akagawa M, Handoyo T, Ishii T, Kumazawa S, Morita N, Suyama K (2007). “Proteomic analysis of wheat flour allergens”. J. Agric. Food Chem. 55 (17): 6863–70. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/jf070843a.

5http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

6http://www.academia.edu/7069723/Sequential_separation_of_lysozyme_ovomucin_ovotransferrin_and_ovalbumin_from_egg_white

7http://www.e-gastroped.com.br/march12/alergia_alimentar-consolidado_corrigido.pdf

DOENÇA CELÍACA

Muitos indivíduos celíacos acabam se referindo à sua doença como “alergia ao glúten”, termo que não é tecnicamente correto, porém, exime o portador de longas explicações acerca da sua condição.

No caso da doença celíaca, existe uma resposta autoimune ao glúten quando este entra em contato com o intestino. Aqui, os sintomas desencadeados são relacionados à morfologia e digestão, podendo o indivíduo desenvolver diarreia, danos à parede do intestino, síndrome de má absorção e, consequentemente, desnutrição – diferente dos sintomas da alergia ao trigo.

INTOLERÂNCIA AO GLÚTEN

Também chamada de sensibilidade ao glúten não-celíaca 2, a intolerância ao glúten ocorre quando as possibilidades de doença celíaca e de alergia ao trigo foram descartadas. Ou seja, o médico analisou todos os sintomas e exames clínicos, e então diagnostica uma sensibilidade ou intolerância à proteína, provavelmente devido à exposição frequente ao trigo e demais cereais.

A intolerância é decorrente da má digestão do glúten, que é composto de uma mistura de proteínas longas (gliadina e glutenina), cujos restos podem se alojar na parede do intestino. É considerada uma condição mais recente 6, cuja prevalência está entre 6 a 10% da população e a manifestação são

O glúten é um composto proteico encontrado em cereais como trigo, centeio, aveia e cevada. Entre eles, o trigo é o mais consumido mundialmente e chega a fazer parte das principais refeições e, para algumas pessoas, até mesmo de todas as refeições.

Seja na forma de pães, massas, biscoitos, salgados, tortas, cereais matinais ou mesmo bebidas como cervejas, o contato com o glúten aumentou drasticamente nos últimos 40 anos juntamente com o consumo de carboidratos1.

Coincidência ou não, após tal mudança no hábito alimentar, houve um aumento de casos das doenças relacionadas ao glúten: a doença celíaca, a sensibilidade ao glúten não celíaca (ou intolerância ao glúten) e a alergia ao trigo 2.

Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou outros tipos de sensibilidade ao glúten o utilizam por facilitar a explicação sobre sua condição. Mas você sabe qual é a diferença entre essas condições?

sintomas intestinais e que melhoram, ou mesmo desaparecem, após a retirada do glúten, mesmo em indivíduos com intestino saudável e que não apresentaram nos exames clínicos os mesmos anticorpos (antiendomísio, antigliadina e antitransglutaminase) 7 presentes nos celíacos.

ALERGIA AO TRIGO

A alergia ao trigo não deve ser confundida com a doença celíaca ou com a intolerância ao glúten 8, ou mesmo com o termo “alergia ao glúten”. A alergia alimentar é uma reação exagerada, imediata ou de curto prazo, do sistema imunológico a uma proteína específica e normalmente é acompanhada por sintomas nas vias respiratórias ou na pele, como por exemplo, rinite e urticária, podendo chegar até a uma anafilaxia (distúrbio grave na circulação sanguínea e na oxigenação).

Ela ocorre da seguinte forma: o glúten é uma molécula complexa, formada por diversas unidades proteicas. No trigo, por exemplo, as principais são a glutenina e a gliadina. Quando entram em contato com água, essas proteínas se relacionam e formam uma rede complexa, que é o glúten. O organismo de algumas pessoas considera essa proteína uma ameaça e neste caso, a gliadina pode ser o “gatilho” que reage com a imunoglobulina E (IgE), causando uma reação alérgica típica que desencadeia sintomas como rinite, asma, urticária, e em alguns casos mais graves, anafilaxia 3,4,5.

A alergia ao trigo é a mais comum entre as pessoas, uma vez que este é o cereal mais consumido. No entanto, não

significa que elas também terão alergia aos outros cereais que contêm glúten.

O TRATAMENTO É O MESMO PARA TODAS?

Os que apresentam alergia ao trigo ou intolerância ao glúten são beneficiados com uma dieta isenta de glúten, semelhante aos celíacos. Assim, muitas pessoas confundem facilmente as três condições.

É importante destacar que a aveia em si não contém glúten, mas como normalmente ela é processada nos mesmos equipamentos que o trigo e outros cereais, ocorre uma contaminação cruzada. Para as pessoas com intolerância, ela pode não desencadear sintomas. No entanto, aqueles que são portadores da doença celíaca ou alergia ao trigo deverão excluir o cereal da dieta por precaução.

REFERÊNCIAS:

1Malhotra, A. Saturated fat is not the major issue. BMJ 2013; 347.

2Sapone A, Bai JC, Ciacci C, Dolinsek J, Green PH, Hadjivassiliou M, Kaukinen K,Rostami K, Sanders DS, Schumann M, Ullrich R, Villalta D, Volta U, Catassi C,Fasano A. Spectrum of gluten disorders: consensus on new nomenclature and classification. BMC Med 2012, 10:13.

3Ebisawa M et al. Clinical utility of IgE antibodies to omega – 5 gliadin in the diagnosis of wheat allergy: a pediatric multicenter challenge study. Int Arch Allergy Immunol. 2012; 158(1): 71 – 6. 5.

4Nilsson N et al. Combining analyses of basophil allergen threshold sensitivity, CD-sens and IgE antibodies to hydrolysed wheat, w-5 gliadin and timothy grass enhances the prediction of wheat challenge outcome. Int Arch Allergy Immunol. 2013 (in press). 6.

5Park HJ et al. Diagnostic Value of the Serum-Specific IgE Ratio of omega-5 Gliadin to Wheat in Adult Patients with Wheat-Induced Anaphylaxis. Int Arch Allergy Immunol. 2012; 157(2)): 147 – 50.

6Biesiekierski JR, Newnham ED, Irving PM, Barrett JS, Haines M, Doecke JD, Shepherd SJ, Muir JG, Gibson PR. Gluten causes gastrointestinal symptoms in subjects without celiac disease: a double-blind randomized placebo-controlled trial. Am J Gastroenterol. 2011 Mar;106(3):508-14.

7PORTARIA MS/SAS Nº 307, de 17 de setembro de 2009. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Doença Celíaca.

8http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

Após anos e anos de distensões abdominais, dores, diarreia e sintomas diversos que podem ir além do ambiente intestinal, você descobre que possui uma intolerância ao glúten. Medida imediata? Retirar, pelo menos temporariamente, os alimentos feitos principalmente com trigo, mas também com centeio e cevada. Eles incluem, nada mais nada menos, que pães, massas, esfihas, brioches, pizzas, quiches, bolos, croissants e biscoitos.

Um sentimento de desespero pode surgir. Fique tranquilo, é normal. Afinal, até então, você não sabia o que seria uma vida sem glúten. Essa proteína é responsável por proporcionar a textura e o sabor característico de pães e massas, o que para alguns são peculiaridades insubstituíveis.

É possível viver sem o glúten? A resposta é sim! Veja abaixo como ser feliz e comer bem sem trigo, cevada e centeio.

INICIANDO A VIDA SEM GLÚTEN

Evitar o glúten significa mais do que retirar da dieta os alimentos mais tradicionais, como os citados acima. O trigo, principal fonte de glúten atualmente, pode se esconder em

vegetais congelados, molho de soja (shoyu), suplementos vitamínicos, medicamentos, pasta de dente, sorvetes, entre outros.

É claro que tudo vai depender do seu grau de intolerância. Portadores da Doença Celíaca, por exemplo, devem tomar cuidado com cosméticos e outros produtos, além dos alimentos.

Embora o trigo atual não seja o mesmo que o consumido há muitos anos devido a diversas modificações genéticas desenvolvidas (melhora de produtividade, qualidade “pegajosa” da farinha, etc.), para uma boa parte da população, ele acaba sendo fonte de fibras (no caso do integral), de vitaminas como as do complexo B e minerais como o magnésio.

Sendo assim, lembre-se de que será importante agregar outros alimentos à dieta que forneçam uma dose de fibra alimentar diária e substituir os produtos feitos com farinha de trigo por outros tipos de farinha, que também são fontes de vitaminas e minerais.

PREFIRA SE ALIMENTAR EM CASA

O fato de cozinhar sua própria comida já vai tornar sua vida sem glúten muito mais simples. Frutas, legumes, carnes e peixes, verduras e muitos grãos, como o arroz integral e a quinoa, serão grandes aliados na dieta.

A ausência do trigo, por exemplo, não vai deixar sua dieta

monótona. Pelo contrário, a ampla gama de alimentos de verdade tornará sua dieta muito mais saudável e variada. No lugar de pães de trigo no café da manhã e salgados no lanche da tarde, dê lugar às frutas, castanhas, amêndoas, iogurte e aos produtos sem glúten.

ADICIONE GRÃOS, SEMENTES E CEREAIS AO SEU DIA A DIA

As farinhas sem glúten são ótimas opções, mas reveze com o consumo de cereais, sementes e grãos in natura.

Use grão de bico e semente de girassol na salada, o amaranto e a aveia nas frutas e também reveze o feijão e a lentilha na combinação com o arroz integral ou quinoa. Bata a linhaça no seu suco diário e adicione a granola natural (sem glúten) ao seu iogurte.

Em tempo: muitas vezes, a aveia é citada como fonte de glúten, no entanto, ela não contém a proteína. O que ocorre é que muitas vezes ela é processada na mesma máquina que o trigo ou produtos feitos a partir dele e pode ocorrer contaminação cruzada. Indivíduos celíacos devem evitar a aveia, mas se o seu organismo tolera uma pequena quantidade de glúten (ou seja, você não é celíaco), não há problema em consumi-la. Em todo caso, esteja atento e leia os rótulos do produto.

UTILIZE FARINHAS SEM GLÚTEN

Você pode continuar comendo um pão pela manhã ou uma

massa no jantar. Aproveite a grande diversidade de farinhas sem glúten disponíveis no mercado e adquira produtos com elas.

Ao fazer bolos, pães e biscoitos, a mistura entre as farinhas ajuda a se aproximar das características típicas do trigo. Frangos e peixes podem ser empanados e assados no forno, assim como bolinhos salgados.

Veja algumas opções: amaranto, quinoa, linhaça, amêndoas, araruta, arroz integral, berinjela, banana verde, grão de bico, fécula de batata, farinha de mandioca e assim por diante.

FESTAS, REUNIÕES E EVENTOS

Nessas ocasiões, é comum o anfitrião oferecer petiscos ou refeições que contenham glúten.

Se tiver à disposição frutas, faça uso delas. Tem na bolsa um pacote com bolachinhas sem glúten? Se achar que não é fazer desfeita, consuma-as com os patês. Se você não tiver problemas com a lactose, os queijos são bem vindos. Castanhas e amêndoas também serão aliados.

Você será o anfitrião? Abuse da criatividade! Faça rolinhos de berinjela com recheio de tomate seco e ricota, canapés de pepino e salmão, legumes picados no molho de iogurte, purê de batata doce e chips de batata inglesa assados no forno.

RESTAURANTES GLUTEN FREE

Muitas capitais brasileiras já contam com restaurantes com cardápios gluten free, desenvolvidos especialmente para esse novo nicho no mercado. Pizzarias fazem sucesso com a criação de deliciosas massas sem glúten – e que não deixam nada a desejar em sabor e textura para as tradicionais.

TORNE-SE UM LEITOR DE RÓTULOS

Habitue-se a ler os ingredientes nos rótulos. Eles lhe dirão se você pode consumir determinado produto. Congelados costumam ter farinha de trigo, então leia atentamente tudo o que foi acrescentado.

Principalmente, verifique a informação “contém glúten” ou “não contém glúten”. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é uma expressão obrigatória em todos os produtos industrializados. Se você adquiriu um produto caseiro, pergunte ao fabricante sobre a existência de trigo ou não.

DESFRUTE TRANQUILAMENTE

Você pode levar uma vida tranquila sem o glúten. Naturalmente, o corpo sentirá as mudanças e a dieta vira um hábito de vida, mas a alimentação ficará mais variada e os sintomas desagradáveis causados pelo glúten vão diminuindo com o tempo!

REFERÊNCIAS:

One Health MagDisponível em: http://www.onehealthmag.com.br/index.php/ha-vida-sem-gluten/

Harvard Health BlogDisponível em: http://www.health.harvard.edu/blog/

Mind Body GreenDisponível em: http://www.mindbodygreen.com/0-9892/how-to-go-gluten-free-without-sacrificing-your-social-life.html

ANVISA – Lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/e62b4c804745968e9e65de3fbc4c6735/lei_10674.pdf?MOD=AJPERES

BRAMMER, S. P. Variabilidade e diversidade genética vegetal: requisito fundamental em um programa de melhoramento. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002. 9 p. html. (Embrapa Trigo. Documentos Online; 29). Disponível em: http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_do29.htm.

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A alergia alimentar é uma reação exacerbada do sistema imunológico a certos tipos de alimentos. Em geral, essa reação é imediata ou de curto prazo e ocorre logo após você ingerir um alimento específico. A reação ocorre quando seu sistema imunológico identifica por engano uma proteína do alimento como se fosse algo prejudicial. O corpo reage liberando histamina, agindo rápido na intenção de combater o “invasor”. A histamina é um mediador das respostas alérgicas que causa vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular (edema) e contração da musculatura lisa (tanto brônquica como gastrointestinal).

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar de 2007, estima-se que 6% das crianças menores de 3 anos sejam alérgicas a algum alimento, enquanto que a prevalência em adultos é de 3,5% – números que ainda estão aumentando até os dias de hoje.1 Nos Estados Unidos, uma pesquisa divulgada em 2011 constatou que cerca de 6 milhões de crianças americanas (8% da população menor de 18 anos) eram alérgicas a algum alimento.2

Para algumas pessoas, a ingestão ou contato com uma pequena quantidade de um alimento pode desencadear

sintomas como alterações digestivas, urticárias ou inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios. Em outras, a reação alérgica pode ser mais intensa e grave, atingindo as vias respiratórias (“edema de glote”).

Normalmente, a alergia é a reação à proteína de algum alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. A herança genética, uma dieta com as proteínas alergênicas e a incapacidade do trato gastrointestinal em lidar com o nutriente são os fatores mais importantes para alguém desenvolver alergia alimentar.

O intestino imaturo e o sistema imunológico em formação se tornam os principais motivos de bebês e crianças menores de 3 anos serem a população mais suscetível às alergias alimentares.

Saiba mais sobre os alimentos mais alergênicos e onde eles se encontram!

LEITE DE VACA

É um dos alimentos que mais causam alergias alimentares. Possui três principais alérgenos: caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina. Rinite, coceiras na pele e distensões abdominais são os sintomas mais frequentes.

Para muitos bebês o leite de vaca é introduzido desde cedo em fórmulas infantis em substituição ao leite materno. Essa introdução prematura pode desencadear o processo

alérgico em indivíduos predispostos. Recentemente, foi divulgado o dado de que no Brasil cerca de 350 mil crianças sofrem com alergia à proteína do leite de vaca, também conhecida como APLV. 3

Por ser fonte de cálcio, muitos se preocupam em repor o micronutriente. Se você necessita tirar o leite de vaca da dieta, pode acrescentar agrião, rúcula, espinafre, brócolis, couve, ameixa seca, gergelim, amêndoas e aveia, que são ricos em cálcio.

Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem descrito no produto.

TRIGO

Esse alimento, que faz parte frequente da dieta da população brasileira, está presente em diversos produtos como pães, massas, bolos e biscoitos e contém uma série de proteínas identificadas como causadoras de alergia. 4

Entre estas proteínas, a omega-gliadina é uma das principais responsáveis pelas reações alérgicas mais severas, cujos sintomas podem incluir rinite, asma, urticária e até anafilaxia.

O glúten, que é um composto de proteínas encontrado no trigo, centeio e cevada, por sua vez é causador de vários tipos de hipersensibilidade não imediatas (como a doença celíaca),

diferentes da alergia ao trigo. Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou sensibilidade ao glúten o utilizam para facilitar a explicação sobre sua condição. Há debates entre pesquisadores sobre a relação entre as condições de hipersensibilidade ao glúten e a alergia ao trigo. 5

Trataremos das condições de hipersensibilidade ao glúten em outro artigo em nosso site.

O trigo é fundamental para conferir textura, sabor e maciez aos produtos de panificação e massas. Mas hoje, a variedade de farinhas disponíveis no mercado é enorme e é possível substituí-lo. Você as encontra facilmente em lojas de produtos naturais e supermercados.

OVO

A alergia ao ovo é muito frequente em crianças pequenas e ocorre principalmente por causa das proteínas da clara. Mais de 50% das crianças que apresentam dermatite atópica podem apresentar alergia à ovoalbumina, proteína que constitui 54% do total proteico da clara do ovo. 6

Por ser considerado um alimento quase completo, quando for necessário substituí-lo, é importante proporcionar à criança uma alimentação muito variada, rica em vegetais, frutas e outras fontes de proteínas, como carnes, aves, feijão e lentilha.

Em receitas de bolos e biscoitos, é possível substituir o ovo

(ou a clara) por um gel feito a partir da semente de linhaça e outras opções, mas esse é um tema futuro que ainda abordaremos no blog.

SOJA

Por ser um alimento amplamente cultivado no Brasil, ele acaba fazendo parte de diversos alimentos processados e da alimentação dos animais dos quais ingerimos a carne.

A alergia é mais frequente em crianças e a soja pode ser substituída por outros grãos, sem causar prejuízo nutricional. Molho shoyu, tofu e proteína texturizada são alguns dos produtos mais utilizados que contêm soja. Alguns chocolates contêm soja nos ingredientes, descrita como lecitina de soja, por isso leia atentamente os rótulos e não se acanhe em perguntar nas lojas de doces caseiros se existe soja na preparação.

AMENDOIM E CASTANHAS

É comum encontrar pessoas alérgicas ao amendoim sem ser a outras oleaginosas, como as castanhas. É um alimento com alto teor de proteínas, o que aumenta sua alergenicidade, mas que, se retirado da dieta, não causa prejuízo nutricional.

Assim como os amendoins, a alergia às castanhas (nozes, avelã, castanha-do-Brasil) é mais comum em adultos e pode provocar graves reações, como anafilaxia. Além de retirá-los da dieta, observe a composição dos

doces e sempre pergunte ao confeiteiro se ele realmente não utilizou esses alimentos na receita.

PEIXES E FRUTOS DO MAR

Alergia a peixes e frutos do mar (camarão, siri, caranguejo, lagosta, lula, marisco, mexilhão) são frequentes em crianças e adultos. Especialistas sugerem que a ingestão pela mãe durante a gestação e a amamentação pode sensibilizar mais facilmente o bebê. 7

Embora os sintomas sejam semelhantes aos outros alimentos, estão entre os que ocasionam as reações mais severas. Podem ocorrer inchaço nos lábios, faringe, laringe (edema de glote), urticária (erupções vermelhas na pele) e coceiras.

Além do cuidado de não ingerir alimentos processados feitos com peixes e frutos do mar, questione em restaurantes e lanchonetes se a batata ou a mandioca, por exemplo, foram fritas no mesmo óleo desses alimentos.

SOCORRO RÁPIDO

Uma reação alérgica grave pode ocorrer mesmo que a pessoa nunca tenha tido qualquer sintoma anteriormente. No caso de uma anafilaxia (ou choque anafilático), as consequências mais perigosas são o edema de glote e a falta de oxigenação, necessitando de tratamento com adrenalina, corticoides, bronco-dilatadores ou anti-histamínicos.

Independente da gravidade de sua alergia ao alimento, pesquise sempre o que está ingerindo. Questione, principalmente se você o faz para uma criança que ainda não sabe escolher o que deve ou não comer. Fique atento!

REFERÊNCIAS:

1Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol. – Vol. 31, Nº 2, 2008. Disponível em: http://abran.org.br/images/novembro2010/consensoalergia.pdf

2Gupta RS, et al. The Prevalence, Severity, and Distribution of Childhood Food Allergy in the United States. PEDIATRICS Volume 128, Number 1, July 2011.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/early/2011/06/16/peds.2011-0204.full.pdf+html

3Reportagem Fantástico (26/10/2014): No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350-mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html.

4Akagawa M, Handoyo T, Ishii T, Kumazawa S, Morita N, Suyama K (2007). “Proteomic analysis of wheat flour allergens”. J. Agric. Food Chem. 55 (17): 6863–70. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/jf070843a.

5http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

6http://www.academia.edu/7069723/Sequential_separation_of_lysozyme_ovomucin_ovotransferrin_and_ovalbumin_from_egg_white

7http://www.e-gastroped.com.br/march12/alergia_alimentar-consolidado_corrigido.pdf

DOENÇA CELÍACA

Muitos indivíduos celíacos acabam se referindo à sua doença como “alergia ao glúten”, termo que não é tecnicamente correto, porém, exime o portador de longas explicações acerca da sua condição.

No caso da doença celíaca, existe uma resposta autoimune ao glúten quando este entra em contato com o intestino. Aqui, os sintomas desencadeados são relacionados à morfologia e digestão, podendo o indivíduo desenvolver diarreia, danos à parede do intestino, síndrome de má absorção e, consequentemente, desnutrição – diferente dos sintomas da alergia ao trigo.

INTOLERÂNCIA AO GLÚTEN

Também chamada de sensibilidade ao glúten não-celíaca 2, a intolerância ao glúten ocorre quando as possibilidades de doença celíaca e de alergia ao trigo foram descartadas. Ou seja, o médico analisou todos os sintomas e exames clínicos, e então diagnostica uma sensibilidade ou intolerância à proteína, provavelmente devido à exposição frequente ao trigo e demais cereais.

A intolerância é decorrente da má digestão do glúten, que é composto de uma mistura de proteínas longas (gliadina e glutenina), cujos restos podem se alojar na parede do intestino. É considerada uma condição mais recente 6, cuja prevalência está entre 6 a 10% da população e a manifestação são

O glúten é um composto proteico encontrado em cereais como trigo, centeio, aveia e cevada. Entre eles, o trigo é o mais consumido mundialmente e chega a fazer parte das principais refeições e, para algumas pessoas, até mesmo de todas as refeições.

Seja na forma de pães, massas, biscoitos, salgados, tortas, cereais matinais ou mesmo bebidas como cervejas, o contato com o glúten aumentou drasticamente nos últimos 40 anos juntamente com o consumo de carboidratos1.

Coincidência ou não, após tal mudança no hábito alimentar, houve um aumento de casos das doenças relacionadas ao glúten: a doença celíaca, a sensibilidade ao glúten não celíaca (ou intolerância ao glúten) e a alergia ao trigo 2.

Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou outros tipos de sensibilidade ao glúten o utilizam por facilitar a explicação sobre sua condição. Mas você sabe qual é a diferença entre essas condições?

sintomas intestinais e que melhoram, ou mesmo desaparecem, após a retirada do glúten, mesmo em indivíduos com intestino saudável e que não apresentaram nos exames clínicos os mesmos anticorpos (antiendomísio, antigliadina e antitransglutaminase) 7 presentes nos celíacos.

ALERGIA AO TRIGO

A alergia ao trigo não deve ser confundida com a doença celíaca ou com a intolerância ao glúten 8, ou mesmo com o termo “alergia ao glúten”. A alergia alimentar é uma reação exagerada, imediata ou de curto prazo, do sistema imunológico a uma proteína específica e normalmente é acompanhada por sintomas nas vias respiratórias ou na pele, como por exemplo, rinite e urticária, podendo chegar até a uma anafilaxia (distúrbio grave na circulação sanguínea e na oxigenação).

Ela ocorre da seguinte forma: o glúten é uma molécula complexa, formada por diversas unidades proteicas. No trigo, por exemplo, as principais são a glutenina e a gliadina. Quando entram em contato com água, essas proteínas se relacionam e formam uma rede complexa, que é o glúten. O organismo de algumas pessoas considera essa proteína uma ameaça e neste caso, a gliadina pode ser o “gatilho” que reage com a imunoglobulina E (IgE), causando uma reação alérgica típica que desencadeia sintomas como rinite, asma, urticária, e em alguns casos mais graves, anafilaxia 3,4,5.

A alergia ao trigo é a mais comum entre as pessoas, uma vez que este é o cereal mais consumido. No entanto, não

significa que elas também terão alergia aos outros cereais que contêm glúten.

O TRATAMENTO É O MESMO PARA TODAS?

Os que apresentam alergia ao trigo ou intolerância ao glúten são beneficiados com uma dieta isenta de glúten, semelhante aos celíacos. Assim, muitas pessoas confundem facilmente as três condições.

É importante destacar que a aveia em si não contém glúten, mas como normalmente ela é processada nos mesmos equipamentos que o trigo e outros cereais, ocorre uma contaminação cruzada. Para as pessoas com intolerância, ela pode não desencadear sintomas. No entanto, aqueles que são portadores da doença celíaca ou alergia ao trigo deverão excluir o cereal da dieta por precaução.

REFERÊNCIAS:

1Malhotra, A. Saturated fat is not the major issue. BMJ 2013; 347.

2Sapone A, Bai JC, Ciacci C, Dolinsek J, Green PH, Hadjivassiliou M, Kaukinen K,Rostami K, Sanders DS, Schumann M, Ullrich R, Villalta D, Volta U, Catassi C,Fasano A. Spectrum of gluten disorders: consensus on new nomenclature and classification. BMC Med 2012, 10:13.

3Ebisawa M et al. Clinical utility of IgE antibodies to omega – 5 gliadin in the diagnosis of wheat allergy: a pediatric multicenter challenge study. Int Arch Allergy Immunol. 2012; 158(1): 71 – 6. 5.

4Nilsson N et al. Combining analyses of basophil allergen threshold sensitivity, CD-sens and IgE antibodies to hydrolysed wheat, w-5 gliadin and timothy grass enhances the prediction of wheat challenge outcome. Int Arch Allergy Immunol. 2013 (in press). 6.

5Park HJ et al. Diagnostic Value of the Serum-Specific IgE Ratio of omega-5 Gliadin to Wheat in Adult Patients with Wheat-Induced Anaphylaxis. Int Arch Allergy Immunol. 2012; 157(2)): 147 – 50.

6Biesiekierski JR, Newnham ED, Irving PM, Barrett JS, Haines M, Doecke JD, Shepherd SJ, Muir JG, Gibson PR. Gluten causes gastrointestinal symptoms in subjects without celiac disease: a double-blind randomized placebo-controlled trial. Am J Gastroenterol. 2011 Mar;106(3):508-14.

7PORTARIA MS/SAS Nº 307, de 17 de setembro de 2009. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Doença Celíaca.

8http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

Após anos e anos de distensões abdominais, dores, diarreia e sintomas diversos que podem ir além do ambiente intestinal, você descobre que possui uma intolerância ao glúten. Medida imediata? Retirar, pelo menos temporariamente, os alimentos feitos principalmente com trigo, mas também com centeio e cevada. Eles incluem, nada mais nada menos, que pães, massas, esfihas, brioches, pizzas, quiches, bolos, croissants e biscoitos.

Um sentimento de desespero pode surgir. Fique tranquilo, é normal. Afinal, até então, você não sabia o que seria uma vida sem glúten. Essa proteína é responsável por proporcionar a textura e o sabor característico de pães e massas, o que para alguns são peculiaridades insubstituíveis.

É possível viver sem o glúten? A resposta é sim! Veja abaixo como ser feliz e comer bem sem trigo, cevada e centeio.

INICIANDO A VIDA SEM GLÚTEN

Evitar o glúten significa mais do que retirar da dieta os alimentos mais tradicionais, como os citados acima. O trigo, principal fonte de glúten atualmente, pode se esconder em

vegetais congelados, molho de soja (shoyu), suplementos vitamínicos, medicamentos, pasta de dente, sorvetes, entre outros.

É claro que tudo vai depender do seu grau de intolerância. Portadores da Doença Celíaca, por exemplo, devem tomar cuidado com cosméticos e outros produtos, além dos alimentos.

Embora o trigo atual não seja o mesmo que o consumido há muitos anos devido a diversas modificações genéticas desenvolvidas (melhora de produtividade, qualidade “pegajosa” da farinha, etc.), para uma boa parte da população, ele acaba sendo fonte de fibras (no caso do integral), de vitaminas como as do complexo B e minerais como o magnésio.

Sendo assim, lembre-se de que será importante agregar outros alimentos à dieta que forneçam uma dose de fibra alimentar diária e substituir os produtos feitos com farinha de trigo por outros tipos de farinha, que também são fontes de vitaminas e minerais.

PREFIRA SE ALIMENTAR EM CASA

O fato de cozinhar sua própria comida já vai tornar sua vida sem glúten muito mais simples. Frutas, legumes, carnes e peixes, verduras e muitos grãos, como o arroz integral e a quinoa, serão grandes aliados na dieta.

A ausência do trigo, por exemplo, não vai deixar sua dieta

monótona. Pelo contrário, a ampla gama de alimentos de verdade tornará sua dieta muito mais saudável e variada. No lugar de pães de trigo no café da manhã e salgados no lanche da tarde, dê lugar às frutas, castanhas, amêndoas, iogurte e aos produtos sem glúten.

ADICIONE GRÃOS, SEMENTES E CEREAIS AO SEU DIA A DIA

As farinhas sem glúten são ótimas opções, mas reveze com o consumo de cereais, sementes e grãos in natura.

Use grão de bico e semente de girassol na salada, o amaranto e a aveia nas frutas e também reveze o feijão e a lentilha na combinação com o arroz integral ou quinoa. Bata a linhaça no seu suco diário e adicione a granola natural (sem glúten) ao seu iogurte.

Em tempo: muitas vezes, a aveia é citada como fonte de glúten, no entanto, ela não contém a proteína. O que ocorre é que muitas vezes ela é processada na mesma máquina que o trigo ou produtos feitos a partir dele e pode ocorrer contaminação cruzada. Indivíduos celíacos devem evitar a aveia, mas se o seu organismo tolera uma pequena quantidade de glúten (ou seja, você não é celíaco), não há problema em consumi-la. Em todo caso, esteja atento e leia os rótulos do produto.

UTILIZE FARINHAS SEM GLÚTEN

Você pode continuar comendo um pão pela manhã ou uma

massa no jantar. Aproveite a grande diversidade de farinhas sem glúten disponíveis no mercado e adquira produtos com elas.

Ao fazer bolos, pães e biscoitos, a mistura entre as farinhas ajuda a se aproximar das características típicas do trigo. Frangos e peixes podem ser empanados e assados no forno, assim como bolinhos salgados.

Veja algumas opções: amaranto, quinoa, linhaça, amêndoas, araruta, arroz integral, berinjela, banana verde, grão de bico, fécula de batata, farinha de mandioca e assim por diante.

FESTAS, REUNIÕES E EVENTOS

Nessas ocasiões, é comum o anfitrião oferecer petiscos ou refeições que contenham glúten.

Se tiver à disposição frutas, faça uso delas. Tem na bolsa um pacote com bolachinhas sem glúten? Se achar que não é fazer desfeita, consuma-as com os patês. Se você não tiver problemas com a lactose, os queijos são bem vindos. Castanhas e amêndoas também serão aliados.

Você será o anfitrião? Abuse da criatividade! Faça rolinhos de berinjela com recheio de tomate seco e ricota, canapés de pepino e salmão, legumes picados no molho de iogurte, purê de batata doce e chips de batata inglesa assados no forno.

RESTAURANTES GLUTEN FREE

Muitas capitais brasileiras já contam com restaurantes com cardápios gluten free, desenvolvidos especialmente para esse novo nicho no mercado. Pizzarias fazem sucesso com a criação de deliciosas massas sem glúten – e que não deixam nada a desejar em sabor e textura para as tradicionais.

TORNE-SE UM LEITOR DE RÓTULOS

Habitue-se a ler os ingredientes nos rótulos. Eles lhe dirão se você pode consumir determinado produto. Congelados costumam ter farinha de trigo, então leia atentamente tudo o que foi acrescentado.

Principalmente, verifique a informação “contém glúten” ou “não contém glúten”. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é uma expressão obrigatória em todos os produtos industrializados. Se você adquiriu um produto caseiro, pergunte ao fabricante sobre a existência de trigo ou não.

DESFRUTE TRANQUILAMENTE

Você pode levar uma vida tranquila sem o glúten. Naturalmente, o corpo sentirá as mudanças e a dieta vira um hábito de vida, mas a alimentação ficará mais variada e os sintomas desagradáveis causados pelo glúten vão diminuindo com o tempo!

REFERÊNCIAS:

One Health MagDisponível em: http://www.onehealthmag.com.br/index.php/ha-vida-sem-gluten/

Harvard Health BlogDisponível em: http://www.health.harvard.edu/blog/

Mind Body GreenDisponível em: http://www.mindbodygreen.com/0-9892/how-to-go-gluten-free-without-sacrificing-your-social-life.html

ANVISA – Lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/e62b4c804745968e9e65de3fbc4c6735/lei_10674.pdf?MOD=AJPERES

BRAMMER, S. P. Variabilidade e diversidade genética vegetal: requisito fundamental em um programa de melhoramento. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002. 9 p. html. (Embrapa Trigo. Documentos Online; 29). Disponível em: http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_do29.htm.

Page 15: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

A alergia alimentar é uma reação exacerbada do sistema imunológico a certos tipos de alimentos. Em geral, essa reação é imediata ou de curto prazo e ocorre logo após você ingerir um alimento específico. A reação ocorre quando seu sistema imunológico identifica por engano uma proteína do alimento como se fosse algo prejudicial. O corpo reage liberando histamina, agindo rápido na intenção de combater o “invasor”. A histamina é um mediador das respostas alérgicas que causa vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular (edema) e contração da musculatura lisa (tanto brônquica como gastrointestinal).

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar de 2007, estima-se que 6% das crianças menores de 3 anos sejam alérgicas a algum alimento, enquanto que a prevalência em adultos é de 3,5% – números que ainda estão aumentando até os dias de hoje.1 Nos Estados Unidos, uma pesquisa divulgada em 2011 constatou que cerca de 6 milhões de crianças americanas (8% da população menor de 18 anos) eram alérgicas a algum alimento.2

Para algumas pessoas, a ingestão ou contato com uma pequena quantidade de um alimento pode desencadear

sintomas como alterações digestivas, urticárias ou inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios. Em outras, a reação alérgica pode ser mais intensa e grave, atingindo as vias respiratórias (“edema de glote”).

Normalmente, a alergia é a reação à proteína de algum alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. A herança genética, uma dieta com as proteínas alergênicas e a incapacidade do trato gastrointestinal em lidar com o nutriente são os fatores mais importantes para alguém desenvolver alergia alimentar.

O intestino imaturo e o sistema imunológico em formação se tornam os principais motivos de bebês e crianças menores de 3 anos serem a população mais suscetível às alergias alimentares.

Saiba mais sobre os alimentos mais alergênicos e onde eles se encontram!

LEITE DE VACA

É um dos alimentos que mais causam alergias alimentares. Possui três principais alérgenos: caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina. Rinite, coceiras na pele e distensões abdominais são os sintomas mais frequentes.

Para muitos bebês o leite de vaca é introduzido desde cedo em fórmulas infantis em substituição ao leite materno. Essa introdução prematura pode desencadear o processo

alérgico em indivíduos predispostos. Recentemente, foi divulgado o dado de que no Brasil cerca de 350 mil crianças sofrem com alergia à proteína do leite de vaca, também conhecida como APLV. 3

Por ser fonte de cálcio, muitos se preocupam em repor o micronutriente. Se você necessita tirar o leite de vaca da dieta, pode acrescentar agrião, rúcula, espinafre, brócolis, couve, ameixa seca, gergelim, amêndoas e aveia, que são ricos em cálcio.

Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem descrito no produto.

TRIGO

Esse alimento, que faz parte frequente da dieta da população brasileira, está presente em diversos produtos como pães, massas, bolos e biscoitos e contém uma série de proteínas identificadas como causadoras de alergia. 4

Entre estas proteínas, a omega-gliadina é uma das principais responsáveis pelas reações alérgicas mais severas, cujos sintomas podem incluir rinite, asma, urticária e até anafilaxia.

O glúten, que é um composto de proteínas encontrado no trigo, centeio e cevada, por sua vez é causador de vários tipos de hipersensibilidade não imediatas (como a doença celíaca),

diferentes da alergia ao trigo. Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou sensibilidade ao glúten o utilizam para facilitar a explicação sobre sua condição. Há debates entre pesquisadores sobre a relação entre as condições de hipersensibilidade ao glúten e a alergia ao trigo. 5

Trataremos das condições de hipersensibilidade ao glúten em outro artigo em nosso site.

O trigo é fundamental para conferir textura, sabor e maciez aos produtos de panificação e massas. Mas hoje, a variedade de farinhas disponíveis no mercado é enorme e é possível substituí-lo. Você as encontra facilmente em lojas de produtos naturais e supermercados.

OVO

A alergia ao ovo é muito frequente em crianças pequenas e ocorre principalmente por causa das proteínas da clara. Mais de 50% das crianças que apresentam dermatite atópica podem apresentar alergia à ovoalbumina, proteína que constitui 54% do total proteico da clara do ovo. 6

Por ser considerado um alimento quase completo, quando for necessário substituí-lo, é importante proporcionar à criança uma alimentação muito variada, rica em vegetais, frutas e outras fontes de proteínas, como carnes, aves, feijão e lentilha.

Em receitas de bolos e biscoitos, é possível substituir o ovo

(ou a clara) por um gel feito a partir da semente de linhaça e outras opções, mas esse é um tema futuro que ainda abordaremos no blog.

SOJA

Por ser um alimento amplamente cultivado no Brasil, ele acaba fazendo parte de diversos alimentos processados e da alimentação dos animais dos quais ingerimos a carne.

A alergia é mais frequente em crianças e a soja pode ser substituída por outros grãos, sem causar prejuízo nutricional. Molho shoyu, tofu e proteína texturizada são alguns dos produtos mais utilizados que contêm soja. Alguns chocolates contêm soja nos ingredientes, descrita como lecitina de soja, por isso leia atentamente os rótulos e não se acanhe em perguntar nas lojas de doces caseiros se existe soja na preparação.

AMENDOIM E CASTANHAS

É comum encontrar pessoas alérgicas ao amendoim sem ser a outras oleaginosas, como as castanhas. É um alimento com alto teor de proteínas, o que aumenta sua alergenicidade, mas que, se retirado da dieta, não causa prejuízo nutricional.

Assim como os amendoins, a alergia às castanhas (nozes, avelã, castanha-do-Brasil) é mais comum em adultos e pode provocar graves reações, como anafilaxia. Além de retirá-los da dieta, observe a composição dos

doces e sempre pergunte ao confeiteiro se ele realmente não utilizou esses alimentos na receita.

PEIXES E FRUTOS DO MAR

Alergia a peixes e frutos do mar (camarão, siri, caranguejo, lagosta, lula, marisco, mexilhão) são frequentes em crianças e adultos. Especialistas sugerem que a ingestão pela mãe durante a gestação e a amamentação pode sensibilizar mais facilmente o bebê. 7

Embora os sintomas sejam semelhantes aos outros alimentos, estão entre os que ocasionam as reações mais severas. Podem ocorrer inchaço nos lábios, faringe, laringe (edema de glote), urticária (erupções vermelhas na pele) e coceiras.

Além do cuidado de não ingerir alimentos processados feitos com peixes e frutos do mar, questione em restaurantes e lanchonetes se a batata ou a mandioca, por exemplo, foram fritas no mesmo óleo desses alimentos.

SOCORRO RÁPIDO

Uma reação alérgica grave pode ocorrer mesmo que a pessoa nunca tenha tido qualquer sintoma anteriormente. No caso de uma anafilaxia (ou choque anafilático), as consequências mais perigosas são o edema de glote e a falta de oxigenação, necessitando de tratamento com adrenalina, corticoides, bronco-dilatadores ou anti-histamínicos.

Independente da gravidade de sua alergia ao alimento, pesquise sempre o que está ingerindo. Questione, principalmente se você o faz para uma criança que ainda não sabe escolher o que deve ou não comer. Fique atento!

REFERÊNCIAS:

1Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol. – Vol. 31, Nº 2, 2008. Disponível em: http://abran.org.br/images/novembro2010/consensoalergia.pdf

2Gupta RS, et al. The Prevalence, Severity, and Distribution of Childhood Food Allergy in the United States. PEDIATRICS Volume 128, Number 1, July 2011.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/early/2011/06/16/peds.2011-0204.full.pdf+html

3Reportagem Fantástico (26/10/2014): No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350-mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html.

4Akagawa M, Handoyo T, Ishii T, Kumazawa S, Morita N, Suyama K (2007). “Proteomic analysis of wheat flour allergens”. J. Agric. Food Chem. 55 (17): 6863–70. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/jf070843a.

5http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

6http://www.academia.edu/7069723/Sequential_separation_of_lysozyme_ovomucin_ovotransferrin_and_ovalbumin_from_egg_white

7http://www.e-gastroped.com.br/march12/alergia_alimentar-consolidado_corrigido.pdf

Após anos e anos de distensões abdominais, dores, diarreia e sintomas diversos que podem ir além do ambiente intestinal, você descobre que possui uma intolerância ao glúten. Medida imediata? Retirar, pelo menos temporariamente, os alimentos feitos principalmente com trigo, mas também com centeio e cevada. Eles incluem, nada mais nada menos, que pães, massas, esfihas, brioches, pizzas, quiches, bolos, croissants e biscoitos.

Um sentimento de desespero pode surgir. Fique tranquilo, é normal. Afinal, até então, você não sabia o que seria uma vida sem glúten. Essa proteína é responsável por proporcionar a textura e o sabor característico de pães e massas, o que para alguns são peculiaridades insubstituíveis.

É possível viver sem o glúten? A resposta é sim! Veja abaixo como ser feliz e comer bem sem trigo, cevada e centeio.

INICIANDO A VIDA SEM GLÚTEN

Evitar o glúten significa mais do que retirar da dieta os alimentos mais tradicionais, como os citados acima. O trigo, principal fonte de glúten atualmente, pode se esconder em

vegetais congelados, molho de soja (shoyu), suplementos vitamínicos, medicamentos, pasta de dente, sorvetes, entre outros.

É claro que tudo vai depender do seu grau de intolerância. Portadores da Doença Celíaca, por exemplo, devem tomar cuidado com cosméticos e outros produtos, além dos alimentos.

Embora o trigo atual não seja o mesmo que o consumido há muitos anos devido a diversas modificações genéticas desenvolvidas (melhora de produtividade, qualidade “pegajosa” da farinha, etc.), para uma boa parte da população, ele acaba sendo fonte de fibras (no caso do integral), de vitaminas como as do complexo B e minerais como o magnésio.

Sendo assim, lembre-se de que será importante agregar outros alimentos à dieta que forneçam uma dose de fibra alimentar diária e substituir os produtos feitos com farinha de trigo por outros tipos de farinha, que também são fontes de vitaminas e minerais.

PREFIRA SE ALIMENTAR EM CASA

O fato de cozinhar sua própria comida já vai tornar sua vida sem glúten muito mais simples. Frutas, legumes, carnes e peixes, verduras e muitos grãos, como o arroz integral e a quinoa, serão grandes aliados na dieta.

A ausência do trigo, por exemplo, não vai deixar sua dieta

monótona. Pelo contrário, a ampla gama de alimentos de verdade tornará sua dieta muito mais saudável e variada. No lugar de pães de trigo no café da manhã e salgados no lanche da tarde, dê lugar às frutas, castanhas, amêndoas, iogurte e aos produtos sem glúten.

ADICIONE GRÃOS, SEMENTES E CEREAIS AO SEU DIA A DIA

As farinhas sem glúten são ótimas opções, mas reveze com o consumo de cereais, sementes e grãos in natura.

Use grão de bico e semente de girassol na salada, o amaranto e a aveia nas frutas e também reveze o feijão e a lentilha na combinação com o arroz integral ou quinoa. Bata a linhaça no seu suco diário e adicione a granola natural (sem glúten) ao seu iogurte.

Em tempo: muitas vezes, a aveia é citada como fonte de glúten, no entanto, ela não contém a proteína. O que ocorre é que muitas vezes ela é processada na mesma máquina que o trigo ou produtos feitos a partir dele e pode ocorrer contaminação cruzada. Indivíduos celíacos devem evitar a aveia, mas se o seu organismo tolera uma pequena quantidade de glúten (ou seja, você não é celíaco), não há problema em consumi-la. Em todo caso, esteja atento e leia os rótulos do produto.

UTILIZE FARINHAS SEM GLÚTEN

Você pode continuar comendo um pão pela manhã ou uma

massa no jantar. Aproveite a grande diversidade de farinhas sem glúten disponíveis no mercado e adquira produtos com elas.

Ao fazer bolos, pães e biscoitos, a mistura entre as farinhas ajuda a se aproximar das características típicas do trigo. Frangos e peixes podem ser empanados e assados no forno, assim como bolinhos salgados.

Veja algumas opções: amaranto, quinoa, linhaça, amêndoas, araruta, arroz integral, berinjela, banana verde, grão de bico, fécula de batata, farinha de mandioca e assim por diante.

FESTAS, REUNIÕES E EVENTOS

Nessas ocasiões, é comum o anfitrião oferecer petiscos ou refeições que contenham glúten.

Se tiver à disposição frutas, faça uso delas. Tem na bolsa um pacote com bolachinhas sem glúten? Se achar que não é fazer desfeita, consuma-as com os patês. Se você não tiver problemas com a lactose, os queijos são bem vindos. Castanhas e amêndoas também serão aliados.

Você será o anfitrião? Abuse da criatividade! Faça rolinhos de berinjela com recheio de tomate seco e ricota, canapés de pepino e salmão, legumes picados no molho de iogurte, purê de batata doce e chips de batata inglesa assados no forno.

RESTAURANTES GLUTEN FREE

Muitas capitais brasileiras já contam com restaurantes com cardápios gluten free, desenvolvidos especialmente para esse novo nicho no mercado. Pizzarias fazem sucesso com a criação de deliciosas massas sem glúten – e que não deixam nada a desejar em sabor e textura para as tradicionais.

TORNE-SE UM LEITOR DE RÓTULOS

Habitue-se a ler os ingredientes nos rótulos. Eles lhe dirão se você pode consumir determinado produto. Congelados costumam ter farinha de trigo, então leia atentamente tudo o que foi acrescentado.

Principalmente, verifique a informação “contém glúten” ou “não contém glúten”. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é uma expressão obrigatória em todos os produtos industrializados. Se você adquiriu um produto caseiro, pergunte ao fabricante sobre a existência de trigo ou não.

DESFRUTE TRANQUILAMENTE

Você pode levar uma vida tranquila sem o glúten. Naturalmente, o corpo sentirá as mudanças e a dieta vira um hábito de vida, mas a alimentação ficará mais variada e os sintomas desagradáveis causados pelo glúten vão diminuindo com o tempo!

REFERÊNCIAS:

One Health MagDisponível em: http://www.onehealthmag.com.br/index.php/ha-vida-sem-gluten/

Harvard Health BlogDisponível em: http://www.health.harvard.edu/blog/

Mind Body GreenDisponível em: http://www.mindbodygreen.com/0-9892/how-to-go-gluten-free-without-sacrificing-your-social-life.html

ANVISA – Lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/e62b4c804745968e9e65de3fbc4c6735/lei_10674.pdf?MOD=AJPERES

BRAMMER, S. P. Variabilidade e diversidade genética vegetal: requisito fundamental em um programa de melhoramento. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002. 9 p. html. (Embrapa Trigo. Documentos Online; 29). Disponível em: http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_do29.htm.

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A alergia alimentar é uma reação exacerbada do sistema imunológico a certos tipos de alimentos. Em geral, essa reação é imediata ou de curto prazo e ocorre logo após você ingerir um alimento específico. A reação ocorre quando seu sistema imunológico identifica por engano uma proteína do alimento como se fosse algo prejudicial. O corpo reage liberando histamina, agindo rápido na intenção de combater o “invasor”. A histamina é um mediador das respostas alérgicas que causa vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular (edema) e contração da musculatura lisa (tanto brônquica como gastrointestinal).

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar de 2007, estima-se que 6% das crianças menores de 3 anos sejam alérgicas a algum alimento, enquanto que a prevalência em adultos é de 3,5% – números que ainda estão aumentando até os dias de hoje.1 Nos Estados Unidos, uma pesquisa divulgada em 2011 constatou que cerca de 6 milhões de crianças americanas (8% da população menor de 18 anos) eram alérgicas a algum alimento.2

Para algumas pessoas, a ingestão ou contato com uma pequena quantidade de um alimento pode desencadear

sintomas como alterações digestivas, urticárias ou inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios. Em outras, a reação alérgica pode ser mais intensa e grave, atingindo as vias respiratórias (“edema de glote”).

Normalmente, a alergia é a reação à proteína de algum alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. A herança genética, uma dieta com as proteínas alergênicas e a incapacidade do trato gastrointestinal em lidar com o nutriente são os fatores mais importantes para alguém desenvolver alergia alimentar.

O intestino imaturo e o sistema imunológico em formação se tornam os principais motivos de bebês e crianças menores de 3 anos serem a população mais suscetível às alergias alimentares.

Saiba mais sobre os alimentos mais alergênicos e onde eles se encontram!

LEITE DE VACA

É um dos alimentos que mais causam alergias alimentares. Possui três principais alérgenos: caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina. Rinite, coceiras na pele e distensões abdominais são os sintomas mais frequentes.

Para muitos bebês o leite de vaca é introduzido desde cedo em fórmulas infantis em substituição ao leite materno. Essa introdução prematura pode desencadear o processo

alérgico em indivíduos predispostos. Recentemente, foi divulgado o dado de que no Brasil cerca de 350 mil crianças sofrem com alergia à proteína do leite de vaca, também conhecida como APLV. 3

Por ser fonte de cálcio, muitos se preocupam em repor o micronutriente. Se você necessita tirar o leite de vaca da dieta, pode acrescentar agrião, rúcula, espinafre, brócolis, couve, ameixa seca, gergelim, amêndoas e aveia, que são ricos em cálcio.

Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem descrito no produto.

TRIGO

Esse alimento, que faz parte frequente da dieta da população brasileira, está presente em diversos produtos como pães, massas, bolos e biscoitos e contém uma série de proteínas identificadas como causadoras de alergia. 4

Entre estas proteínas, a omega-gliadina é uma das principais responsáveis pelas reações alérgicas mais severas, cujos sintomas podem incluir rinite, asma, urticária e até anafilaxia.

O glúten, que é um composto de proteínas encontrado no trigo, centeio e cevada, por sua vez é causador de vários tipos de hipersensibilidade não imediatas (como a doença celíaca),

diferentes da alergia ao trigo. Embora o termo “alergia ao glúten” não seja tecnicamente adequado, muitas pessoas portadoras de doença celíaca ou sensibilidade ao glúten o utilizam para facilitar a explicação sobre sua condição. Há debates entre pesquisadores sobre a relação entre as condições de hipersensibilidade ao glúten e a alergia ao trigo. 5

Trataremos das condições de hipersensibilidade ao glúten em outro artigo em nosso site.

O trigo é fundamental para conferir textura, sabor e maciez aos produtos de panificação e massas. Mas hoje, a variedade de farinhas disponíveis no mercado é enorme e é possível substituí-lo. Você as encontra facilmente em lojas de produtos naturais e supermercados.

OVO

A alergia ao ovo é muito frequente em crianças pequenas e ocorre principalmente por causa das proteínas da clara. Mais de 50% das crianças que apresentam dermatite atópica podem apresentar alergia à ovoalbumina, proteína que constitui 54% do total proteico da clara do ovo. 6

Por ser considerado um alimento quase completo, quando for necessário substituí-lo, é importante proporcionar à criança uma alimentação muito variada, rica em vegetais, frutas e outras fontes de proteínas, como carnes, aves, feijão e lentilha.

Em receitas de bolos e biscoitos, é possível substituir o ovo

(ou a clara) por um gel feito a partir da semente de linhaça e outras opções, mas esse é um tema futuro que ainda abordaremos no blog.

SOJA

Por ser um alimento amplamente cultivado no Brasil, ele acaba fazendo parte de diversos alimentos processados e da alimentação dos animais dos quais ingerimos a carne.

A alergia é mais frequente em crianças e a soja pode ser substituída por outros grãos, sem causar prejuízo nutricional. Molho shoyu, tofu e proteína texturizada são alguns dos produtos mais utilizados que contêm soja. Alguns chocolates contêm soja nos ingredientes, descrita como lecitina de soja, por isso leia atentamente os rótulos e não se acanhe em perguntar nas lojas de doces caseiros se existe soja na preparação.

AMENDOIM E CASTANHAS

É comum encontrar pessoas alérgicas ao amendoim sem ser a outras oleaginosas, como as castanhas. É um alimento com alto teor de proteínas, o que aumenta sua alergenicidade, mas que, se retirado da dieta, não causa prejuízo nutricional.

Assim como os amendoins, a alergia às castanhas (nozes, avelã, castanha-do-Brasil) é mais comum em adultos e pode provocar graves reações, como anafilaxia. Além de retirá-los da dieta, observe a composição dos

doces e sempre pergunte ao confeiteiro se ele realmente não utilizou esses alimentos na receita.

PEIXES E FRUTOS DO MAR

Alergia a peixes e frutos do mar (camarão, siri, caranguejo, lagosta, lula, marisco, mexilhão) são frequentes em crianças e adultos. Especialistas sugerem que a ingestão pela mãe durante a gestação e a amamentação pode sensibilizar mais facilmente o bebê. 7

Embora os sintomas sejam semelhantes aos outros alimentos, estão entre os que ocasionam as reações mais severas. Podem ocorrer inchaço nos lábios, faringe, laringe (edema de glote), urticária (erupções vermelhas na pele) e coceiras.

Além do cuidado de não ingerir alimentos processados feitos com peixes e frutos do mar, questione em restaurantes e lanchonetes se a batata ou a mandioca, por exemplo, foram fritas no mesmo óleo desses alimentos.

SOCORRO RÁPIDO

Uma reação alérgica grave pode ocorrer mesmo que a pessoa nunca tenha tido qualquer sintoma anteriormente. No caso de uma anafilaxia (ou choque anafilático), as consequências mais perigosas são o edema de glote e a falta de oxigenação, necessitando de tratamento com adrenalina, corticoides, bronco-dilatadores ou anti-histamínicos.

Independente da gravidade de sua alergia ao alimento, pesquise sempre o que está ingerindo. Questione, principalmente se você o faz para uma criança que ainda não sabe escolher o que deve ou não comer. Fique atento!

REFERÊNCIAS:

1Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev. Bras. Alerg. Imunopatol. – Vol. 31, Nº 2, 2008. Disponível em: http://abran.org.br/images/novembro2010/consensoalergia.pdf

2Gupta RS, et al. The Prevalence, Severity, and Distribution of Childhood Food Allergy in the United States. PEDIATRICS Volume 128, Number 1, July 2011.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/early/2011/06/16/peds.2011-0204.full.pdf+html

3Reportagem Fantástico (26/10/2014): No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350-mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html.

4Akagawa M, Handoyo T, Ishii T, Kumazawa S, Morita N, Suyama K (2007). “Proteomic analysis of wheat flour allergens”. J. Agric. Food Chem. 55 (17): 6863–70. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/jf070843a.

5http://www.cureceliacdisease.org/archives/faq/what-is-the-difference-between-gluten-intolerance-gluten-sensitivity-and-wheat-allergy

6http://www.academia.edu/7069723/Sequential_separation_of_lysozyme_ovomucin_ovotransferrin_and_ovalbumin_from_egg_white

7http://www.e-gastroped.com.br/march12/alergia_alimentar-consolidado_corrigido.pdf

Após anos e anos de distensões abdominais, dores, diarreia e sintomas diversos que podem ir além do ambiente intestinal, você descobre que possui uma intolerância ao glúten. Medida imediata? Retirar, pelo menos temporariamente, os alimentos feitos principalmente com trigo, mas também com centeio e cevada. Eles incluem, nada mais nada menos, que pães, massas, esfihas, brioches, pizzas, quiches, bolos, croissants e biscoitos.

Um sentimento de desespero pode surgir. Fique tranquilo, é normal. Afinal, até então, você não sabia o que seria uma vida sem glúten. Essa proteína é responsável por proporcionar a textura e o sabor característico de pães e massas, o que para alguns são peculiaridades insubstituíveis.

É possível viver sem o glúten? A resposta é sim! Veja abaixo como ser feliz e comer bem sem trigo, cevada e centeio.

INICIANDO A VIDA SEM GLÚTEN

Evitar o glúten significa mais do que retirar da dieta os alimentos mais tradicionais, como os citados acima. O trigo, principal fonte de glúten atualmente, pode se esconder em

vegetais congelados, molho de soja (shoyu), suplementos vitamínicos, medicamentos, pasta de dente, sorvetes, entre outros.

É claro que tudo vai depender do seu grau de intolerância. Portadores da Doença Celíaca, por exemplo, devem tomar cuidado com cosméticos e outros produtos, além dos alimentos.

Embora o trigo atual não seja o mesmo que o consumido há muitos anos devido a diversas modificações genéticas desenvolvidas (melhora de produtividade, qualidade “pegajosa” da farinha, etc.), para uma boa parte da população, ele acaba sendo fonte de fibras (no caso do integral), de vitaminas como as do complexo B e minerais como o magnésio.

Sendo assim, lembre-se de que será importante agregar outros alimentos à dieta que forneçam uma dose de fibra alimentar diária e substituir os produtos feitos com farinha de trigo por outros tipos de farinha, que também são fontes de vitaminas e minerais.

PREFIRA SE ALIMENTAR EM CASA

O fato de cozinhar sua própria comida já vai tornar sua vida sem glúten muito mais simples. Frutas, legumes, carnes e peixes, verduras e muitos grãos, como o arroz integral e a quinoa, serão grandes aliados na dieta.

A ausência do trigo, por exemplo, não vai deixar sua dieta

monótona. Pelo contrário, a ampla gama de alimentos de verdade tornará sua dieta muito mais saudável e variada. No lugar de pães de trigo no café da manhã e salgados no lanche da tarde, dê lugar às frutas, castanhas, amêndoas, iogurte e aos produtos sem glúten.

ADICIONE GRÃOS, SEMENTES E CEREAIS AO SEU DIA A DIA

As farinhas sem glúten são ótimas opções, mas reveze com o consumo de cereais, sementes e grãos in natura.

Use grão de bico e semente de girassol na salada, o amaranto e a aveia nas frutas e também reveze o feijão e a lentilha na combinação com o arroz integral ou quinoa. Bata a linhaça no seu suco diário e adicione a granola natural (sem glúten) ao seu iogurte.

Em tempo: muitas vezes, a aveia é citada como fonte de glúten, no entanto, ela não contém a proteína. O que ocorre é que muitas vezes ela é processada na mesma máquina que o trigo ou produtos feitos a partir dele e pode ocorrer contaminação cruzada. Indivíduos celíacos devem evitar a aveia, mas se o seu organismo tolera uma pequena quantidade de glúten (ou seja, você não é celíaco), não há problema em consumi-la. Em todo caso, esteja atento e leia os rótulos do produto.

UTILIZE FARINHAS SEM GLÚTEN

Você pode continuar comendo um pão pela manhã ou uma

massa no jantar. Aproveite a grande diversidade de farinhas sem glúten disponíveis no mercado e adquira produtos com elas.

Ao fazer bolos, pães e biscoitos, a mistura entre as farinhas ajuda a se aproximar das características típicas do trigo. Frangos e peixes podem ser empanados e assados no forno, assim como bolinhos salgados.

Veja algumas opções: amaranto, quinoa, linhaça, amêndoas, araruta, arroz integral, berinjela, banana verde, grão de bico, fécula de batata, farinha de mandioca e assim por diante.

FESTAS, REUNIÕES E EVENTOS

Nessas ocasiões, é comum o anfitrião oferecer petiscos ou refeições que contenham glúten.

Se tiver à disposição frutas, faça uso delas. Tem na bolsa um pacote com bolachinhas sem glúten? Se achar que não é fazer desfeita, consuma-as com os patês. Se você não tiver problemas com a lactose, os queijos são bem vindos. Castanhas e amêndoas também serão aliados.

Você será o anfitrião? Abuse da criatividade! Faça rolinhos de berinjela com recheio de tomate seco e ricota, canapés de pepino e salmão, legumes picados no molho de iogurte, purê de batata doce e chips de batata inglesa assados no forno.

RESTAURANTES GLUTEN FREE

Muitas capitais brasileiras já contam com restaurantes com cardápios gluten free, desenvolvidos especialmente para esse novo nicho no mercado. Pizzarias fazem sucesso com a criação de deliciosas massas sem glúten – e que não deixam nada a desejar em sabor e textura para as tradicionais.

TORNE-SE UM LEITOR DE RÓTULOS

Habitue-se a ler os ingredientes nos rótulos. Eles lhe dirão se você pode consumir determinado produto. Congelados costumam ter farinha de trigo, então leia atentamente tudo o que foi acrescentado.

Principalmente, verifique a informação “contém glúten” ou “não contém glúten”. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é uma expressão obrigatória em todos os produtos industrializados. Se você adquiriu um produto caseiro, pergunte ao fabricante sobre a existência de trigo ou não.

DESFRUTE TRANQUILAMENTE

Você pode levar uma vida tranquila sem o glúten. Naturalmente, o corpo sentirá as mudanças e a dieta vira um hábito de vida, mas a alimentação ficará mais variada e os sintomas desagradáveis causados pelo glúten vão diminuindo com o tempo!

REFERÊNCIAS:

One Health MagDisponível em: http://www.onehealthmag.com.br/index.php/ha-vida-sem-gluten/

Harvard Health BlogDisponível em: http://www.health.harvard.edu/blog/

Mind Body GreenDisponível em: http://www.mindbodygreen.com/0-9892/how-to-go-gluten-free-without-sacrificing-your-social-life.html

ANVISA – Lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/e62b4c804745968e9e65de3fbc4c6735/lei_10674.pdf?MOD=AJPERES

BRAMMER, S. P. Variabilidade e diversidade genética vegetal: requisito fundamental em um programa de melhoramento. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002. 9 p. html. (Embrapa Trigo. Documentos Online; 29). Disponível em: http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_do29.htm.

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Após anos e anos de distensões abdominais, dores, diarreia e sintomas diversos que podem ir além do ambiente intestinal, você descobre que possui uma intolerância ao glúten. Medida imediata? Retirar, pelo menos temporariamente, os alimentos feitos principalmente com trigo, mas também com centeio e cevada. Eles incluem, nada mais nada menos, que pães, massas, esfihas, brioches, pizzas, quiches, bolos, croissants e biscoitos.

Um sentimento de desespero pode surgir. Fique tranquilo, é normal. Afinal, até então, você não sabia o que seria uma vida sem glúten. Essa proteína é responsável por proporcionar a textura e o sabor característico de pães e massas, o que para alguns são peculiaridades insubstituíveis.

É possível viver sem o glúten? A resposta é sim! Veja abaixo como ser feliz e comer bem sem trigo, cevada e centeio.

INICIANDO A VIDA SEM GLÚTEN

Evitar o glúten significa mais do que retirar da dieta os alimentos mais tradicionais, como os citados acima. O trigo, principal fonte de glúten atualmente, pode se esconder em

vegetais congelados, molho de soja (shoyu), suplementos vitamínicos, medicamentos, pasta de dente, sorvetes, entre outros.

É claro que tudo vai depender do seu grau de intolerância. Portadores da Doença Celíaca, por exemplo, devem tomar cuidado com cosméticos e outros produtos, além dos alimentos.

Embora o trigo atual não seja o mesmo que o consumido há muitos anos devido a diversas modificações genéticas desenvolvidas (melhora de produtividade, qualidade “pegajosa” da farinha, etc.), para uma boa parte da população, ele acaba sendo fonte de fibras (no caso do integral), de vitaminas como as do complexo B e minerais como o magnésio.

Sendo assim, lembre-se de que será importante agregar outros alimentos à dieta que forneçam uma dose de fibra alimentar diária e substituir os produtos feitos com farinha de trigo por outros tipos de farinha, que também são fontes de vitaminas e minerais.

PREFIRA SE ALIMENTAR EM CASA

O fato de cozinhar sua própria comida já vai tornar sua vida sem glúten muito mais simples. Frutas, legumes, carnes e peixes, verduras e muitos grãos, como o arroz integral e a quinoa, serão grandes aliados na dieta.

A ausência do trigo, por exemplo, não vai deixar sua dieta

monótona. Pelo contrário, a ampla gama de alimentos de verdade tornará sua dieta muito mais saudável e variada. No lugar de pães de trigo no café da manhã e salgados no lanche da tarde, dê lugar às frutas, castanhas, amêndoas, iogurte e aos produtos sem glúten.

ADICIONE GRÃOS, SEMENTES E CEREAIS AO SEU DIA A DIA

As farinhas sem glúten são ótimas opções, mas reveze com o consumo de cereais, sementes e grãos in natura.

Use grão de bico e semente de girassol na salada, o amaranto e a aveia nas frutas e também reveze o feijão e a lentilha na combinação com o arroz integral ou quinoa. Bata a linhaça no seu suco diário e adicione a granola natural (sem glúten) ao seu iogurte.

Em tempo: muitas vezes, a aveia é citada como fonte de glúten, no entanto, ela não contém a proteína. O que ocorre é que muitas vezes ela é processada na mesma máquina que o trigo ou produtos feitos a partir dele e pode ocorrer contaminação cruzada. Indivíduos celíacos devem evitar a aveia, mas se o seu organismo tolera uma pequena quantidade de glúten (ou seja, você não é celíaco), não há problema em consumi-la. Em todo caso, esteja atento e leia os rótulos do produto.

UTILIZE FARINHAS SEM GLÚTEN

Você pode continuar comendo um pão pela manhã ou uma

massa no jantar. Aproveite a grande diversidade de farinhas sem glúten disponíveis no mercado e adquira produtos com elas.

Ao fazer bolos, pães e biscoitos, a mistura entre as farinhas ajuda a se aproximar das características típicas do trigo. Frangos e peixes podem ser empanados e assados no forno, assim como bolinhos salgados.

Veja algumas opções: amaranto, quinoa, linhaça, amêndoas, araruta, arroz integral, berinjela, banana verde, grão de bico, fécula de batata, farinha de mandioca e assim por diante.

FESTAS, REUNIÕES E EVENTOS

Nessas ocasiões, é comum o anfitrião oferecer petiscos ou refeições que contenham glúten.

Se tiver à disposição frutas, faça uso delas. Tem na bolsa um pacote com bolachinhas sem glúten? Se achar que não é fazer desfeita, consuma-as com os patês. Se você não tiver problemas com a lactose, os queijos são bem vindos. Castanhas e amêndoas também serão aliados.

Você será o anfitrião? Abuse da criatividade! Faça rolinhos de berinjela com recheio de tomate seco e ricota, canapés de pepino e salmão, legumes picados no molho de iogurte, purê de batata doce e chips de batata inglesa assados no forno.

RESTAURANTES GLUTEN FREE

Muitas capitais brasileiras já contam com restaurantes com cardápios gluten free, desenvolvidos especialmente para esse novo nicho no mercado. Pizzarias fazem sucesso com a criação de deliciosas massas sem glúten – e que não deixam nada a desejar em sabor e textura para as tradicionais.

TORNE-SE UM LEITOR DE RÓTULOS

Habitue-se a ler os ingredientes nos rótulos. Eles lhe dirão se você pode consumir determinado produto. Congelados costumam ter farinha de trigo, então leia atentamente tudo o que foi acrescentado.

Principalmente, verifique a informação “contém glúten” ou “não contém glúten”. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é uma expressão obrigatória em todos os produtos industrializados. Se você adquiriu um produto caseiro, pergunte ao fabricante sobre a existência de trigo ou não.

DESFRUTE TRANQUILAMENTE

Você pode levar uma vida tranquila sem o glúten. Naturalmente, o corpo sentirá as mudanças e a dieta vira um hábito de vida, mas a alimentação ficará mais variada e os sintomas desagradáveis causados pelo glúten vão diminuindo com o tempo!

REFERÊNCIAS:

One Health MagDisponível em: http://www.onehealthmag.com.br/index.php/ha-vida-sem-gluten/

Harvard Health BlogDisponível em: http://www.health.harvard.edu/blog/

Mind Body GreenDisponível em: http://www.mindbodygreen.com/0-9892/how-to-go-gluten-free-without-sacrificing-your-social-life.html

ANVISA – Lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/e62b4c804745968e9e65de3fbc4c6735/lei_10674.pdf?MOD=AJPERES

BRAMMER, S. P. Variabilidade e diversidade genética vegetal: requisito fundamental em um programa de melhoramento. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002. 9 p. html. (Embrapa Trigo. Documentos Online; 29). Disponível em: http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_do29.htm.

alimentares são as mais comuns reações aos alimentos. Elas podem ser causadas por reações tóxicas (ex.: aditivos alimentares), metabólicas (ex.: aminoácidos) ou farmacológicas (ex.: teobromina do chocolate), que podem desencadear alterações não específicas no sistema digestório, alterações cutâneas e respiratórias. A maioria dos estudos atuais aponta que essas reações devem ser mediadas por anticorpos IgG.

O que acontece é que tais componentes alimentares podem ultrapassar a barreira intestinal, cair na corrente sanguínea e aumentar os níveis de anticorpos IgG circulantes, estimular os mastócitos a liberarem histamina ou ainda o próprio alimento conter histamina. A histamina é uma substância que pertence ao sistema imunológico, mas que pode ser liberada de diversas formas. Você já deve ter ouvido falar que, no caso das reações alérgicas, o mais comum é administrar um anti-histamínico para cessar a alergia.

QUEM IDENTIFICA A MINHA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

O médico é o profissional capaz de diagnosticar sua intolerância através de exames, solicitando a dosagem de anticorpos IgE, IgG ou IgA. Ele vai aliar também o seu relato sobre os sintomas e sua frequência alimentar. Se constatada a intolerância, um nutricionista pode lhe ajudar a elaborar um cardápio que atenda suas necessidades nutricionais, restringindo o que for necessário.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A maioria das pessoas pode desfrutar da diversidade de alimentos que existem sem sentir qualquer efeito negativo após a ingestão. Para algumas, no entanto, determinados alimentos causam reações que, além de afetar a qualidade de vida, podem trazer sérios problemas à saúde. E uma das causas é a intolerância alimentar.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A alergia alimentar é dependente de mecanismos imunológicos mediados por IgE ou não, cuja resposta ao alimento é aguda e imediata. O que ocorre é a reação de IgE (anticorpo) com a proteína do alimento (antígeno) ou através de outros anticorpos que também atingem células do sistema imunológico, por exemplo, mastócitos e células T. No entanto, algumas pessoas podem sofrer de reação alérgica alimentar tardia, também mediadas por IgE.

Já a intolerância alimentar é um termo utilizado para descrever mecanismos fisiológicos anormais não imunológicos que ocorrem quando um alimento ou aditivo específico é ingerido pelo indivíduo intolerante. As intolerâncias

Os sintomas se concentram mais no trato gastrointestinal, mas podem atingir outras partes do organismo por citotoxicidade (intoxicação celular). São muito parecidos com a alergia alimentar, por isso muitas vezes o diagnóstico pode ser difícil. Veja alguns sintomas:

Sistema digestório: diarreia, distensão abdominal, cólicas e produção excessiva de gases;

Sistema nervoso central: enxaquecas, tontura, ansiedade, depressão e alteração frequente de humor;

Sistema respiratório: congestão nasal, otite, rinite, asma brônquica crônica de sinusite. Geralmente, o início dos sintomas é mais lento, podendo levar horas ou dias após a ingestão do alimento para que o indivíduo perceba o desconforto. Dependendo da quantidade e frequência consumida, os sintomas também podem durar horas ou até mesmo dias.

Por ser algo difícil de detectar, muitas vezes a intolerância alimentar pode ser a causa de uma doença crônica ou ao contrário, quando esta desencadeia a intolerância, por exemplo, a doença celíaca.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Desenvolvemos um tópico somente sobre ela, pois é a mais comum e pode apresentar diferentes graus: leve, moderado ou grave. Ocorre quando o corpo não é capaz de

metabolizar a lactose (que é o açúcar do leite), por não possuir a enzima lactase em quantidades adequadas. Assim, a lactose não digerida no intestino retém água na tentativa de encontrar um equilíbrio (isotonicidade). Essa retenção levará à fermentação da lactose pelas bactérias, gerando os sintomas já conhecidos.

Esntre estes, no caso da intolerância à lactose os mais frequentes são a produção excessiva de gases, distensão abdominal, cólicas e até mesmo diarreias, que são amenizados com a interrupção do consumo de leite e derivados.

Os motivos que podem gerar essa incapacidade fisiológica (de produzir a enzima lactase em quantidades adequadas) são:

Deficiência congênita: mais rara, a alteração genética faz a criança nascer sem a capacidade de produzir a enzima lactase;

Deficiência primária: causa mais frequente na população. Aqui ocorre uma diminuição natural e progressiva na produção de lactase, podendo iniciar em qualquer fase da vida;

Deficiência secundária: algumas doenças intestinais podem afetar a produção de lactase, por exemplo, Síndrome do Intestino Irritável, diarréias, doença de Crohn, toxicidade por antibióticos, doença celíaca ou mesmo a alergia à caseína (proteína do leite). Se houver controle da doença de base, a intolerância à lactose pode diminuir a gravidade.

EXISTE TRATAMENTO PARA A INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

É fundamental atentar para os sintomas relacionados com a intolerância alimentar, pois o tratamento pode ser uma simples modificação da dieta. Na maioria das vezes, a exclusão do alimento identificado como causador da intolerância já é capaz de melhorar sensivelmente a qualidade de vida do indivíduo. O médico ou nutricionista pode solicitar uma tentativa de reintroduzir após um tempo o alimento na dieta, mas só após verificar exames e seus sintomas.

A alimentação é fundamental para manter o bom estado do organismo e prevenir doenças, mas certos alimentos ou aditivos alimentares revelam-se inadequados para quem for sensível a eles. Fique atento ao que consome e como seu corpo responde.

Preste atenção, principalmente, em alimentos como trigo, leite, ovos, peixes e frutos do mar, conservantes, estabilizantes e corantes de produtos industrializados – os mais frequentes citados por indivíduos portadores de intolerância alimentar.

REFERÊNCIAS:

ZANIN, C. M.; MARCHINI, J. S.; CARVALHO, I. F. Reações adversas a alimentos e imunidade humoral: subclasses de IgG a antígenos alimentares. Nutrire: ver. Soc. Bras. Alim. Nutri. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP., v.24, p.125-134, dez., 2002.Disponível em: http://www.revistanutrire.org.br/files/v24n%C3%BAnico/v24nunicoa08.pdf

Fenacelbra. Depressão, ansiedade, enxaqueca, obesidade podem ter sua causa na Intolerância Alimentar.Disponível em: http://www.fenacelbra.com.br/acelbra_rj/depressao-ansiedade-enxaqueca-obesidade-podem-ter-sua-causa-na-intolerancia-alimentar/

DA ROCHA, L.C.S.C. Intolerância à lactose: conduta nutricional no cuidado de crianças na primeira infância. Univ. Reg. do Nor. do Est. do Rio Grande do Sul.Disponível em: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/822/Intoler%C3%A2ncia%20%C3%A0%20Lactose%20-%20conduta%20nutricional%20no%20cuidado%20de%20crian%C3%A7as%20na%20primeira%20inf%C3%A2ncia.pdf

Intolerância Alimentar. Doutor Paulo Maciel.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/intolerancia-alimentar/

Quilici, Flávio Antonio; Missio, Alessandra. Intolerância à Lactose.Disponível em: http://www.unigastrocampinas.com.br/artigos/intolerancia.pdf

What is Food Intolerance (Non-IgE mediated Food Hypersensitivity). Allergy UKDisponível em: http://www.allergyuk.org/food-intolerance/what-is-food-intolerance

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Após anos e anos de distensões abdominais, dores, diarreia e sintomas diversos que podem ir além do ambiente intestinal, você descobre que possui uma intolerância ao glúten. Medida imediata? Retirar, pelo menos temporariamente, os alimentos feitos principalmente com trigo, mas também com centeio e cevada. Eles incluem, nada mais nada menos, que pães, massas, esfihas, brioches, pizzas, quiches, bolos, croissants e biscoitos.

Um sentimento de desespero pode surgir. Fique tranquilo, é normal. Afinal, até então, você não sabia o que seria uma vida sem glúten. Essa proteína é responsável por proporcionar a textura e o sabor característico de pães e massas, o que para alguns são peculiaridades insubstituíveis.

É possível viver sem o glúten? A resposta é sim! Veja abaixo como ser feliz e comer bem sem trigo, cevada e centeio.

INICIANDO A VIDA SEM GLÚTEN

Evitar o glúten significa mais do que retirar da dieta os alimentos mais tradicionais, como os citados acima. O trigo, principal fonte de glúten atualmente, pode se esconder em

vegetais congelados, molho de soja (shoyu), suplementos vitamínicos, medicamentos, pasta de dente, sorvetes, entre outros.

É claro que tudo vai depender do seu grau de intolerância. Portadores da Doença Celíaca, por exemplo, devem tomar cuidado com cosméticos e outros produtos, além dos alimentos.

Embora o trigo atual não seja o mesmo que o consumido há muitos anos devido a diversas modificações genéticas desenvolvidas (melhora de produtividade, qualidade “pegajosa” da farinha, etc.), para uma boa parte da população, ele acaba sendo fonte de fibras (no caso do integral), de vitaminas como as do complexo B e minerais como o magnésio.

Sendo assim, lembre-se de que será importante agregar outros alimentos à dieta que forneçam uma dose de fibra alimentar diária e substituir os produtos feitos com farinha de trigo por outros tipos de farinha, que também são fontes de vitaminas e minerais.

PREFIRA SE ALIMENTAR EM CASA

O fato de cozinhar sua própria comida já vai tornar sua vida sem glúten muito mais simples. Frutas, legumes, carnes e peixes, verduras e muitos grãos, como o arroz integral e a quinoa, serão grandes aliados na dieta.

A ausência do trigo, por exemplo, não vai deixar sua dieta

monótona. Pelo contrário, a ampla gama de alimentos de verdade tornará sua dieta muito mais saudável e variada. No lugar de pães de trigo no café da manhã e salgados no lanche da tarde, dê lugar às frutas, castanhas, amêndoas, iogurte e aos produtos sem glúten.

ADICIONE GRÃOS, SEMENTES E CEREAIS AO SEU DIA A DIA

As farinhas sem glúten são ótimas opções, mas reveze com o consumo de cereais, sementes e grãos in natura.

Use grão de bico e semente de girassol na salada, o amaranto e a aveia nas frutas e também reveze o feijão e a lentilha na combinação com o arroz integral ou quinoa. Bata a linhaça no seu suco diário e adicione a granola natural (sem glúten) ao seu iogurte.

Em tempo: muitas vezes, a aveia é citada como fonte de glúten, no entanto, ela não contém a proteína. O que ocorre é que muitas vezes ela é processada na mesma máquina que o trigo ou produtos feitos a partir dele e pode ocorrer contaminação cruzada. Indivíduos celíacos devem evitar a aveia, mas se o seu organismo tolera uma pequena quantidade de glúten (ou seja, você não é celíaco), não há problema em consumi-la. Em todo caso, esteja atento e leia os rótulos do produto.

UTILIZE FARINHAS SEM GLÚTEN

Você pode continuar comendo um pão pela manhã ou uma

massa no jantar. Aproveite a grande diversidade de farinhas sem glúten disponíveis no mercado e adquira produtos com elas.

Ao fazer bolos, pães e biscoitos, a mistura entre as farinhas ajuda a se aproximar das características típicas do trigo. Frangos e peixes podem ser empanados e assados no forno, assim como bolinhos salgados.

Veja algumas opções: amaranto, quinoa, linhaça, amêndoas, araruta, arroz integral, berinjela, banana verde, grão de bico, fécula de batata, farinha de mandioca e assim por diante.

FESTAS, REUNIÕES E EVENTOS

Nessas ocasiões, é comum o anfitrião oferecer petiscos ou refeições que contenham glúten.

Se tiver à disposição frutas, faça uso delas. Tem na bolsa um pacote com bolachinhas sem glúten? Se achar que não é fazer desfeita, consuma-as com os patês. Se você não tiver problemas com a lactose, os queijos são bem vindos. Castanhas e amêndoas também serão aliados.

Você será o anfitrião? Abuse da criatividade! Faça rolinhos de berinjela com recheio de tomate seco e ricota, canapés de pepino e salmão, legumes picados no molho de iogurte, purê de batata doce e chips de batata inglesa assados no forno.

RESTAURANTES GLUTEN FREE

Muitas capitais brasileiras já contam com restaurantes com cardápios gluten free, desenvolvidos especialmente para esse novo nicho no mercado. Pizzarias fazem sucesso com a criação de deliciosas massas sem glúten – e que não deixam nada a desejar em sabor e textura para as tradicionais.

TORNE-SE UM LEITOR DE RÓTULOS

Habitue-se a ler os ingredientes nos rótulos. Eles lhe dirão se você pode consumir determinado produto. Congelados costumam ter farinha de trigo, então leia atentamente tudo o que foi acrescentado.

Principalmente, verifique a informação “contém glúten” ou “não contém glúten”. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é uma expressão obrigatória em todos os produtos industrializados. Se você adquiriu um produto caseiro, pergunte ao fabricante sobre a existência de trigo ou não.

DESFRUTE TRANQUILAMENTE

Você pode levar uma vida tranquila sem o glúten. Naturalmente, o corpo sentirá as mudanças e a dieta vira um hábito de vida, mas a alimentação ficará mais variada e os sintomas desagradáveis causados pelo glúten vão diminuindo com o tempo!

REFERÊNCIAS:

One Health MagDisponível em: http://www.onehealthmag.com.br/index.php/ha-vida-sem-gluten/

Harvard Health BlogDisponível em: http://www.health.harvard.edu/blog/

Mind Body GreenDisponível em: http://www.mindbodygreen.com/0-9892/how-to-go-gluten-free-without-sacrificing-your-social-life.html

ANVISA – Lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/e62b4c804745968e9e65de3fbc4c6735/lei_10674.pdf?MOD=AJPERES

BRAMMER, S. P. Variabilidade e diversidade genética vegetal: requisito fundamental em um programa de melhoramento. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002. 9 p. html. (Embrapa Trigo. Documentos Online; 29). Disponível em: http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_do29.htm.

alimentares são as mais comuns reações aos alimentos. Elas podem ser causadas por reações tóxicas (ex.: aditivos alimentares), metabólicas (ex.: aminoácidos) ou farmacológicas (ex.: teobromina do chocolate), que podem desencadear alterações não específicas no sistema digestório, alterações cutâneas e respiratórias. A maioria dos estudos atuais aponta que essas reações devem ser mediadas por anticorpos IgG.

O que acontece é que tais componentes alimentares podem ultrapassar a barreira intestinal, cair na corrente sanguínea e aumentar os níveis de anticorpos IgG circulantes, estimular os mastócitos a liberarem histamina ou ainda o próprio alimento conter histamina. A histamina é uma substância que pertence ao sistema imunológico, mas que pode ser liberada de diversas formas. Você já deve ter ouvido falar que, no caso das reações alérgicas, o mais comum é administrar um anti-histamínico para cessar a alergia.

QUEM IDENTIFICA A MINHA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

O médico é o profissional capaz de diagnosticar sua intolerância através de exames, solicitando a dosagem de anticorpos IgE, IgG ou IgA. Ele vai aliar também o seu relato sobre os sintomas e sua frequência alimentar. Se constatada a intolerância, um nutricionista pode lhe ajudar a elaborar um cardápio que atenda suas necessidades nutricionais, restringindo o que for necessário.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A maioria das pessoas pode desfrutar da diversidade de alimentos que existem sem sentir qualquer efeito negativo após a ingestão. Para algumas, no entanto, determinados alimentos causam reações que, além de afetar a qualidade de vida, podem trazer sérios problemas à saúde. E uma das causas é a intolerância alimentar.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A alergia alimentar é dependente de mecanismos imunológicos mediados por IgE ou não, cuja resposta ao alimento é aguda e imediata. O que ocorre é a reação de IgE (anticorpo) com a proteína do alimento (antígeno) ou através de outros anticorpos que também atingem células do sistema imunológico, por exemplo, mastócitos e células T. No entanto, algumas pessoas podem sofrer de reação alérgica alimentar tardia, também mediadas por IgE.

Já a intolerância alimentar é um termo utilizado para descrever mecanismos fisiológicos anormais não imunológicos que ocorrem quando um alimento ou aditivo específico é ingerido pelo indivíduo intolerante. As intolerâncias

Os sintomas se concentram mais no trato gastrointestinal, mas podem atingir outras partes do organismo por citotoxicidade (intoxicação celular). São muito parecidos com a alergia alimentar, por isso muitas vezes o diagnóstico pode ser difícil. Veja alguns sintomas:

Sistema digestório: diarreia, distensão abdominal, cólicas e produção excessiva de gases;

Sistema nervoso central: enxaquecas, tontura, ansiedade, depressão e alteração frequente de humor;

Sistema respiratório: congestão nasal, otite, rinite, asma brônquica crônica de sinusite. Geralmente, o início dos sintomas é mais lento, podendo levar horas ou dias após a ingestão do alimento para que o indivíduo perceba o desconforto. Dependendo da quantidade e frequência consumida, os sintomas também podem durar horas ou até mesmo dias.

Por ser algo difícil de detectar, muitas vezes a intolerância alimentar pode ser a causa de uma doença crônica ou ao contrário, quando esta desencadeia a intolerância, por exemplo, a doença celíaca.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Desenvolvemos um tópico somente sobre ela, pois é a mais comum e pode apresentar diferentes graus: leve, moderado ou grave. Ocorre quando o corpo não é capaz de

metabolizar a lactose (que é o açúcar do leite), por não possuir a enzima lactase em quantidades adequadas. Assim, a lactose não digerida no intestino retém água na tentativa de encontrar um equilíbrio (isotonicidade). Essa retenção levará à fermentação da lactose pelas bactérias, gerando os sintomas já conhecidos.

Esntre estes, no caso da intolerância à lactose os mais frequentes são a produção excessiva de gases, distensão abdominal, cólicas e até mesmo diarreias, que são amenizados com a interrupção do consumo de leite e derivados.

Os motivos que podem gerar essa incapacidade fisiológica (de produzir a enzima lactase em quantidades adequadas) são:

Deficiência congênita: mais rara, a alteração genética faz a criança nascer sem a capacidade de produzir a enzima lactase;

Deficiência primária: causa mais frequente na população. Aqui ocorre uma diminuição natural e progressiva na produção de lactase, podendo iniciar em qualquer fase da vida;

Deficiência secundária: algumas doenças intestinais podem afetar a produção de lactase, por exemplo, Síndrome do Intestino Irritável, diarréias, doença de Crohn, toxicidade por antibióticos, doença celíaca ou mesmo a alergia à caseína (proteína do leite). Se houver controle da doença de base, a intolerância à lactose pode diminuir a gravidade.

EXISTE TRATAMENTO PARA A INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

É fundamental atentar para os sintomas relacionados com a intolerância alimentar, pois o tratamento pode ser uma simples modificação da dieta. Na maioria das vezes, a exclusão do alimento identificado como causador da intolerância já é capaz de melhorar sensivelmente a qualidade de vida do indivíduo. O médico ou nutricionista pode solicitar uma tentativa de reintroduzir após um tempo o alimento na dieta, mas só após verificar exames e seus sintomas.

A alimentação é fundamental para manter o bom estado do organismo e prevenir doenças, mas certos alimentos ou aditivos alimentares revelam-se inadequados para quem for sensível a eles. Fique atento ao que consome e como seu corpo responde.

Preste atenção, principalmente, em alimentos como trigo, leite, ovos, peixes e frutos do mar, conservantes, estabilizantes e corantes de produtos industrializados – os mais frequentes citados por indivíduos portadores de intolerância alimentar.

REFERÊNCIAS:

ZANIN, C. M.; MARCHINI, J. S.; CARVALHO, I. F. Reações adversas a alimentos e imunidade humoral: subclasses de IgG a antígenos alimentares. Nutrire: ver. Soc. Bras. Alim. Nutri. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP., v.24, p.125-134, dez., 2002.Disponível em: http://www.revistanutrire.org.br/files/v24n%C3%BAnico/v24nunicoa08.pdf

Fenacelbra. Depressão, ansiedade, enxaqueca, obesidade podem ter sua causa na Intolerância Alimentar.Disponível em: http://www.fenacelbra.com.br/acelbra_rj/depressao-ansiedade-enxaqueca-obesidade-podem-ter-sua-causa-na-intolerancia-alimentar/

DA ROCHA, L.C.S.C. Intolerância à lactose: conduta nutricional no cuidado de crianças na primeira infância. Univ. Reg. do Nor. do Est. do Rio Grande do Sul.Disponível em: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/822/Intoler%C3%A2ncia%20%C3%A0%20Lactose%20-%20conduta%20nutricional%20no%20cuidado%20de%20crian%C3%A7as%20na%20primeira%20inf%C3%A2ncia.pdf

Intolerância Alimentar. Doutor Paulo Maciel.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/intolerancia-alimentar/

Quilici, Flávio Antonio; Missio, Alessandra. Intolerância à Lactose.Disponível em: http://www.unigastrocampinas.com.br/artigos/intolerancia.pdf

What is Food Intolerance (Non-IgE mediated Food Hypersensitivity). Allergy UKDisponível em: http://www.allergyuk.org/food-intolerance/what-is-food-intolerance

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Após anos e anos de distensões abdominais, dores, diarreia e sintomas diversos que podem ir além do ambiente intestinal, você descobre que possui uma intolerância ao glúten. Medida imediata? Retirar, pelo menos temporariamente, os alimentos feitos principalmente com trigo, mas também com centeio e cevada. Eles incluem, nada mais nada menos, que pães, massas, esfihas, brioches, pizzas, quiches, bolos, croissants e biscoitos.

Um sentimento de desespero pode surgir. Fique tranquilo, é normal. Afinal, até então, você não sabia o que seria uma vida sem glúten. Essa proteína é responsável por proporcionar a textura e o sabor característico de pães e massas, o que para alguns são peculiaridades insubstituíveis.

É possível viver sem o glúten? A resposta é sim! Veja abaixo como ser feliz e comer bem sem trigo, cevada e centeio.

INICIANDO A VIDA SEM GLÚTEN

Evitar o glúten significa mais do que retirar da dieta os alimentos mais tradicionais, como os citados acima. O trigo, principal fonte de glúten atualmente, pode se esconder em

vegetais congelados, molho de soja (shoyu), suplementos vitamínicos, medicamentos, pasta de dente, sorvetes, entre outros.

É claro que tudo vai depender do seu grau de intolerância. Portadores da Doença Celíaca, por exemplo, devem tomar cuidado com cosméticos e outros produtos, além dos alimentos.

Embora o trigo atual não seja o mesmo que o consumido há muitos anos devido a diversas modificações genéticas desenvolvidas (melhora de produtividade, qualidade “pegajosa” da farinha, etc.), para uma boa parte da população, ele acaba sendo fonte de fibras (no caso do integral), de vitaminas como as do complexo B e minerais como o magnésio.

Sendo assim, lembre-se de que será importante agregar outros alimentos à dieta que forneçam uma dose de fibra alimentar diária e substituir os produtos feitos com farinha de trigo por outros tipos de farinha, que também são fontes de vitaminas e minerais.

PREFIRA SE ALIMENTAR EM CASA

O fato de cozinhar sua própria comida já vai tornar sua vida sem glúten muito mais simples. Frutas, legumes, carnes e peixes, verduras e muitos grãos, como o arroz integral e a quinoa, serão grandes aliados na dieta.

A ausência do trigo, por exemplo, não vai deixar sua dieta

monótona. Pelo contrário, a ampla gama de alimentos de verdade tornará sua dieta muito mais saudável e variada. No lugar de pães de trigo no café da manhã e salgados no lanche da tarde, dê lugar às frutas, castanhas, amêndoas, iogurte e aos produtos sem glúten.

ADICIONE GRÃOS, SEMENTES E CEREAIS AO SEU DIA A DIA

As farinhas sem glúten são ótimas opções, mas reveze com o consumo de cereais, sementes e grãos in natura.

Use grão de bico e semente de girassol na salada, o amaranto e a aveia nas frutas e também reveze o feijão e a lentilha na combinação com o arroz integral ou quinoa. Bata a linhaça no seu suco diário e adicione a granola natural (sem glúten) ao seu iogurte.

Em tempo: muitas vezes, a aveia é citada como fonte de glúten, no entanto, ela não contém a proteína. O que ocorre é que muitas vezes ela é processada na mesma máquina que o trigo ou produtos feitos a partir dele e pode ocorrer contaminação cruzada. Indivíduos celíacos devem evitar a aveia, mas se o seu organismo tolera uma pequena quantidade de glúten (ou seja, você não é celíaco), não há problema em consumi-la. Em todo caso, esteja atento e leia os rótulos do produto.

UTILIZE FARINHAS SEM GLÚTEN

Você pode continuar comendo um pão pela manhã ou uma

massa no jantar. Aproveite a grande diversidade de farinhas sem glúten disponíveis no mercado e adquira produtos com elas.

Ao fazer bolos, pães e biscoitos, a mistura entre as farinhas ajuda a se aproximar das características típicas do trigo. Frangos e peixes podem ser empanados e assados no forno, assim como bolinhos salgados.

Veja algumas opções: amaranto, quinoa, linhaça, amêndoas, araruta, arroz integral, berinjela, banana verde, grão de bico, fécula de batata, farinha de mandioca e assim por diante.

FESTAS, REUNIÕES E EVENTOS

Nessas ocasiões, é comum o anfitrião oferecer petiscos ou refeições que contenham glúten.

Se tiver à disposição frutas, faça uso delas. Tem na bolsa um pacote com bolachinhas sem glúten? Se achar que não é fazer desfeita, consuma-as com os patês. Se você não tiver problemas com a lactose, os queijos são bem vindos. Castanhas e amêndoas também serão aliados.

Você será o anfitrião? Abuse da criatividade! Faça rolinhos de berinjela com recheio de tomate seco e ricota, canapés de pepino e salmão, legumes picados no molho de iogurte, purê de batata doce e chips de batata inglesa assados no forno.

RESTAURANTES GLUTEN FREE

Muitas capitais brasileiras já contam com restaurantes com cardápios gluten free, desenvolvidos especialmente para esse novo nicho no mercado. Pizzarias fazem sucesso com a criação de deliciosas massas sem glúten – e que não deixam nada a desejar em sabor e textura para as tradicionais.

TORNE-SE UM LEITOR DE RÓTULOS

Habitue-se a ler os ingredientes nos rótulos. Eles lhe dirão se você pode consumir determinado produto. Congelados costumam ter farinha de trigo, então leia atentamente tudo o que foi acrescentado.

Principalmente, verifique a informação “contém glúten” ou “não contém glúten”. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é uma expressão obrigatória em todos os produtos industrializados. Se você adquiriu um produto caseiro, pergunte ao fabricante sobre a existência de trigo ou não.

DESFRUTE TRANQUILAMENTE

Você pode levar uma vida tranquila sem o glúten. Naturalmente, o corpo sentirá as mudanças e a dieta vira um hábito de vida, mas a alimentação ficará mais variada e os sintomas desagradáveis causados pelo glúten vão diminuindo com o tempo!

REFERÊNCIAS:

One Health MagDisponível em: http://www.onehealthmag.com.br/index.php/ha-vida-sem-gluten/

Harvard Health BlogDisponível em: http://www.health.harvard.edu/blog/

Mind Body GreenDisponível em: http://www.mindbodygreen.com/0-9892/how-to-go-gluten-free-without-sacrificing-your-social-life.html

ANVISA – Lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/e62b4c804745968e9e65de3fbc4c6735/lei_10674.pdf?MOD=AJPERES

BRAMMER, S. P. Variabilidade e diversidade genética vegetal: requisito fundamental em um programa de melhoramento. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002. 9 p. html. (Embrapa Trigo. Documentos Online; 29). Disponível em: http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_do29.htm.

alimentares são as mais comuns reações aos alimentos. Elas podem ser causadas por reações tóxicas (ex.: aditivos alimentares), metabólicas (ex.: aminoácidos) ou farmacológicas (ex.: teobromina do chocolate), que podem desencadear alterações não específicas no sistema digestório, alterações cutâneas e respiratórias. A maioria dos estudos atuais aponta que essas reações devem ser mediadas por anticorpos IgG.

O que acontece é que tais componentes alimentares podem ultrapassar a barreira intestinal, cair na corrente sanguínea e aumentar os níveis de anticorpos IgG circulantes, estimular os mastócitos a liberarem histamina ou ainda o próprio alimento conter histamina. A histamina é uma substância que pertence ao sistema imunológico, mas que pode ser liberada de diversas formas. Você já deve ter ouvido falar que, no caso das reações alérgicas, o mais comum é administrar um anti-histamínico para cessar a alergia.

QUEM IDENTIFICA A MINHA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

O médico é o profissional capaz de diagnosticar sua intolerância através de exames, solicitando a dosagem de anticorpos IgE, IgG ou IgA. Ele vai aliar também o seu relato sobre os sintomas e sua frequência alimentar. Se constatada a intolerância, um nutricionista pode lhe ajudar a elaborar um cardápio que atenda suas necessidades nutricionais, restringindo o que for necessário.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A maioria das pessoas pode desfrutar da diversidade de alimentos que existem sem sentir qualquer efeito negativo após a ingestão. Para algumas, no entanto, determinados alimentos causam reações que, além de afetar a qualidade de vida, podem trazer sérios problemas à saúde. E uma das causas é a intolerância alimentar.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A alergia alimentar é dependente de mecanismos imunológicos mediados por IgE ou não, cuja resposta ao alimento é aguda e imediata. O que ocorre é a reação de IgE (anticorpo) com a proteína do alimento (antígeno) ou através de outros anticorpos que também atingem células do sistema imunológico, por exemplo, mastócitos e células T. No entanto, algumas pessoas podem sofrer de reação alérgica alimentar tardia, também mediadas por IgE.

Já a intolerância alimentar é um termo utilizado para descrever mecanismos fisiológicos anormais não imunológicos que ocorrem quando um alimento ou aditivo específico é ingerido pelo indivíduo intolerante. As intolerâncias

Os sintomas se concentram mais no trato gastrointestinal, mas podem atingir outras partes do organismo por citotoxicidade (intoxicação celular). São muito parecidos com a alergia alimentar, por isso muitas vezes o diagnóstico pode ser difícil. Veja alguns sintomas:

Sistema digestório: diarreia, distensão abdominal, cólicas e produção excessiva de gases;

Sistema nervoso central: enxaquecas, tontura, ansiedade, depressão e alteração frequente de humor;

Sistema respiratório: congestão nasal, otite, rinite, asma brônquica crônica de sinusite. Geralmente, o início dos sintomas é mais lento, podendo levar horas ou dias após a ingestão do alimento para que o indivíduo perceba o desconforto. Dependendo da quantidade e frequência consumida, os sintomas também podem durar horas ou até mesmo dias.

Por ser algo difícil de detectar, muitas vezes a intolerância alimentar pode ser a causa de uma doença crônica ou ao contrário, quando esta desencadeia a intolerância, por exemplo, a doença celíaca.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Desenvolvemos um tópico somente sobre ela, pois é a mais comum e pode apresentar diferentes graus: leve, moderado ou grave. Ocorre quando o corpo não é capaz de

metabolizar a lactose (que é o açúcar do leite), por não possuir a enzima lactase em quantidades adequadas. Assim, a lactose não digerida no intestino retém água na tentativa de encontrar um equilíbrio (isotonicidade). Essa retenção levará à fermentação da lactose pelas bactérias, gerando os sintomas já conhecidos.

Esntre estes, no caso da intolerância à lactose os mais frequentes são a produção excessiva de gases, distensão abdominal, cólicas e até mesmo diarreias, que são amenizados com a interrupção do consumo de leite e derivados.

Os motivos que podem gerar essa incapacidade fisiológica (de produzir a enzima lactase em quantidades adequadas) são:

Deficiência congênita: mais rara, a alteração genética faz a criança nascer sem a capacidade de produzir a enzima lactase;

Deficiência primária: causa mais frequente na população. Aqui ocorre uma diminuição natural e progressiva na produção de lactase, podendo iniciar em qualquer fase da vida;

Deficiência secundária: algumas doenças intestinais podem afetar a produção de lactase, por exemplo, Síndrome do Intestino Irritável, diarréias, doença de Crohn, toxicidade por antibióticos, doença celíaca ou mesmo a alergia à caseína (proteína do leite). Se houver controle da doença de base, a intolerância à lactose pode diminuir a gravidade.

EXISTE TRATAMENTO PARA A INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

É fundamental atentar para os sintomas relacionados com a intolerância alimentar, pois o tratamento pode ser uma simples modificação da dieta. Na maioria das vezes, a exclusão do alimento identificado como causador da intolerância já é capaz de melhorar sensivelmente a qualidade de vida do indivíduo. O médico ou nutricionista pode solicitar uma tentativa de reintroduzir após um tempo o alimento na dieta, mas só após verificar exames e seus sintomas.

A alimentação é fundamental para manter o bom estado do organismo e prevenir doenças, mas certos alimentos ou aditivos alimentares revelam-se inadequados para quem for sensível a eles. Fique atento ao que consome e como seu corpo responde.

Preste atenção, principalmente, em alimentos como trigo, leite, ovos, peixes e frutos do mar, conservantes, estabilizantes e corantes de produtos industrializados – os mais frequentes citados por indivíduos portadores de intolerância alimentar.

REFERÊNCIAS:

ZANIN, C. M.; MARCHINI, J. S.; CARVALHO, I. F. Reações adversas a alimentos e imunidade humoral: subclasses de IgG a antígenos alimentares. Nutrire: ver. Soc. Bras. Alim. Nutri. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP., v.24, p.125-134, dez., 2002.Disponível em: http://www.revistanutrire.org.br/files/v24n%C3%BAnico/v24nunicoa08.pdf

Fenacelbra. Depressão, ansiedade, enxaqueca, obesidade podem ter sua causa na Intolerância Alimentar.Disponível em: http://www.fenacelbra.com.br/acelbra_rj/depressao-ansiedade-enxaqueca-obesidade-podem-ter-sua-causa-na-intolerancia-alimentar/

DA ROCHA, L.C.S.C. Intolerância à lactose: conduta nutricional no cuidado de crianças na primeira infância. Univ. Reg. do Nor. do Est. do Rio Grande do Sul.Disponível em: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/822/Intoler%C3%A2ncia%20%C3%A0%20Lactose%20-%20conduta%20nutricional%20no%20cuidado%20de%20crian%C3%A7as%20na%20primeira%20inf%C3%A2ncia.pdf

Intolerância Alimentar. Doutor Paulo Maciel.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/intolerancia-alimentar/

Quilici, Flávio Antonio; Missio, Alessandra. Intolerância à Lactose.Disponível em: http://www.unigastrocampinas.com.br/artigos/intolerancia.pdf

What is Food Intolerance (Non-IgE mediated Food Hypersensitivity). Allergy UKDisponível em: http://www.allergyuk.org/food-intolerance/what-is-food-intolerance

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Após anos e anos de distensões abdominais, dores, diarreia e sintomas diversos que podem ir além do ambiente intestinal, você descobre que possui uma intolerância ao glúten. Medida imediata? Retirar, pelo menos temporariamente, os alimentos feitos principalmente com trigo, mas também com centeio e cevada. Eles incluem, nada mais nada menos, que pães, massas, esfihas, brioches, pizzas, quiches, bolos, croissants e biscoitos.

Um sentimento de desespero pode surgir. Fique tranquilo, é normal. Afinal, até então, você não sabia o que seria uma vida sem glúten. Essa proteína é responsável por proporcionar a textura e o sabor característico de pães e massas, o que para alguns são peculiaridades insubstituíveis.

É possível viver sem o glúten? A resposta é sim! Veja abaixo como ser feliz e comer bem sem trigo, cevada e centeio.

INICIANDO A VIDA SEM GLÚTEN

Evitar o glúten significa mais do que retirar da dieta os alimentos mais tradicionais, como os citados acima. O trigo, principal fonte de glúten atualmente, pode se esconder em

vegetais congelados, molho de soja (shoyu), suplementos vitamínicos, medicamentos, pasta de dente, sorvetes, entre outros.

É claro que tudo vai depender do seu grau de intolerância. Portadores da Doença Celíaca, por exemplo, devem tomar cuidado com cosméticos e outros produtos, além dos alimentos.

Embora o trigo atual não seja o mesmo que o consumido há muitos anos devido a diversas modificações genéticas desenvolvidas (melhora de produtividade, qualidade “pegajosa” da farinha, etc.), para uma boa parte da população, ele acaba sendo fonte de fibras (no caso do integral), de vitaminas como as do complexo B e minerais como o magnésio.

Sendo assim, lembre-se de que será importante agregar outros alimentos à dieta que forneçam uma dose de fibra alimentar diária e substituir os produtos feitos com farinha de trigo por outros tipos de farinha, que também são fontes de vitaminas e minerais.

PREFIRA SE ALIMENTAR EM CASA

O fato de cozinhar sua própria comida já vai tornar sua vida sem glúten muito mais simples. Frutas, legumes, carnes e peixes, verduras e muitos grãos, como o arroz integral e a quinoa, serão grandes aliados na dieta.

A ausência do trigo, por exemplo, não vai deixar sua dieta

monótona. Pelo contrário, a ampla gama de alimentos de verdade tornará sua dieta muito mais saudável e variada. No lugar de pães de trigo no café da manhã e salgados no lanche da tarde, dê lugar às frutas, castanhas, amêndoas, iogurte e aos produtos sem glúten.

ADICIONE GRÃOS, SEMENTES E CEREAIS AO SEU DIA A DIA

As farinhas sem glúten são ótimas opções, mas reveze com o consumo de cereais, sementes e grãos in natura.

Use grão de bico e semente de girassol na salada, o amaranto e a aveia nas frutas e também reveze o feijão e a lentilha na combinação com o arroz integral ou quinoa. Bata a linhaça no seu suco diário e adicione a granola natural (sem glúten) ao seu iogurte.

Em tempo: muitas vezes, a aveia é citada como fonte de glúten, no entanto, ela não contém a proteína. O que ocorre é que muitas vezes ela é processada na mesma máquina que o trigo ou produtos feitos a partir dele e pode ocorrer contaminação cruzada. Indivíduos celíacos devem evitar a aveia, mas se o seu organismo tolera uma pequena quantidade de glúten (ou seja, você não é celíaco), não há problema em consumi-la. Em todo caso, esteja atento e leia os rótulos do produto.

UTILIZE FARINHAS SEM GLÚTEN

Você pode continuar comendo um pão pela manhã ou uma

massa no jantar. Aproveite a grande diversidade de farinhas sem glúten disponíveis no mercado e adquira produtos com elas.

Ao fazer bolos, pães e biscoitos, a mistura entre as farinhas ajuda a se aproximar das características típicas do trigo. Frangos e peixes podem ser empanados e assados no forno, assim como bolinhos salgados.

Veja algumas opções: amaranto, quinoa, linhaça, amêndoas, araruta, arroz integral, berinjela, banana verde, grão de bico, fécula de batata, farinha de mandioca e assim por diante.

FESTAS, REUNIÕES E EVENTOS

Nessas ocasiões, é comum o anfitrião oferecer petiscos ou refeições que contenham glúten.

Se tiver à disposição frutas, faça uso delas. Tem na bolsa um pacote com bolachinhas sem glúten? Se achar que não é fazer desfeita, consuma-as com os patês. Se você não tiver problemas com a lactose, os queijos são bem vindos. Castanhas e amêndoas também serão aliados.

Você será o anfitrião? Abuse da criatividade! Faça rolinhos de berinjela com recheio de tomate seco e ricota, canapés de pepino e salmão, legumes picados no molho de iogurte, purê de batata doce e chips de batata inglesa assados no forno.

RESTAURANTES GLUTEN FREE

Muitas capitais brasileiras já contam com restaurantes com cardápios gluten free, desenvolvidos especialmente para esse novo nicho no mercado. Pizzarias fazem sucesso com a criação de deliciosas massas sem glúten – e que não deixam nada a desejar em sabor e textura para as tradicionais.

TORNE-SE UM LEITOR DE RÓTULOS

Habitue-se a ler os ingredientes nos rótulos. Eles lhe dirão se você pode consumir determinado produto. Congelados costumam ter farinha de trigo, então leia atentamente tudo o que foi acrescentado.

Principalmente, verifique a informação “contém glúten” ou “não contém glúten”. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é uma expressão obrigatória em todos os produtos industrializados. Se você adquiriu um produto caseiro, pergunte ao fabricante sobre a existência de trigo ou não.

DESFRUTE TRANQUILAMENTE

Você pode levar uma vida tranquila sem o glúten. Naturalmente, o corpo sentirá as mudanças e a dieta vira um hábito de vida, mas a alimentação ficará mais variada e os sintomas desagradáveis causados pelo glúten vão diminuindo com o tempo!

REFERÊNCIAS:

One Health MagDisponível em: http://www.onehealthmag.com.br/index.php/ha-vida-sem-gluten/

Harvard Health BlogDisponível em: http://www.health.harvard.edu/blog/

Mind Body GreenDisponível em: http://www.mindbodygreen.com/0-9892/how-to-go-gluten-free-without-sacrificing-your-social-life.html

ANVISA – Lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/e62b4c804745968e9e65de3fbc4c6735/lei_10674.pdf?MOD=AJPERES

BRAMMER, S. P. Variabilidade e diversidade genética vegetal: requisito fundamental em um programa de melhoramento. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002. 9 p. html. (Embrapa Trigo. Documentos Online; 29). Disponível em: http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_do29.htm.

alimentares são as mais comuns reações aos alimentos. Elas podem ser causadas por reações tóxicas (ex.: aditivos alimentares), metabólicas (ex.: aminoácidos) ou farmacológicas (ex.: teobromina do chocolate), que podem desencadear alterações não específicas no sistema digestório, alterações cutâneas e respiratórias. A maioria dos estudos atuais aponta que essas reações devem ser mediadas por anticorpos IgG.

O que acontece é que tais componentes alimentares podem ultrapassar a barreira intestinal, cair na corrente sanguínea e aumentar os níveis de anticorpos IgG circulantes, estimular os mastócitos a liberarem histamina ou ainda o próprio alimento conter histamina. A histamina é uma substância que pertence ao sistema imunológico, mas que pode ser liberada de diversas formas. Você já deve ter ouvido falar que, no caso das reações alérgicas, o mais comum é administrar um anti-histamínico para cessar a alergia.

QUEM IDENTIFICA A MINHA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

O médico é o profissional capaz de diagnosticar sua intolerância através de exames, solicitando a dosagem de anticorpos IgE, IgG ou IgA. Ele vai aliar também o seu relato sobre os sintomas e sua frequência alimentar. Se constatada a intolerância, um nutricionista pode lhe ajudar a elaborar um cardápio que atenda suas necessidades nutricionais, restringindo o que for necessário.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A maioria das pessoas pode desfrutar da diversidade de alimentos que existem sem sentir qualquer efeito negativo após a ingestão. Para algumas, no entanto, determinados alimentos causam reações que, além de afetar a qualidade de vida, podem trazer sérios problemas à saúde. E uma das causas é a intolerância alimentar.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A alergia alimentar é dependente de mecanismos imunológicos mediados por IgE ou não, cuja resposta ao alimento é aguda e imediata. O que ocorre é a reação de IgE (anticorpo) com a proteína do alimento (antígeno) ou através de outros anticorpos que também atingem células do sistema imunológico, por exemplo, mastócitos e células T. No entanto, algumas pessoas podem sofrer de reação alérgica alimentar tardia, também mediadas por IgE.

Já a intolerância alimentar é um termo utilizado para descrever mecanismos fisiológicos anormais não imunológicos que ocorrem quando um alimento ou aditivo específico é ingerido pelo indivíduo intolerante. As intolerâncias

Os sintomas se concentram mais no trato gastrointestinal, mas podem atingir outras partes do organismo por citotoxicidade (intoxicação celular). São muito parecidos com a alergia alimentar, por isso muitas vezes o diagnóstico pode ser difícil. Veja alguns sintomas:

Sistema digestório: diarreia, distensão abdominal, cólicas e produção excessiva de gases;

Sistema nervoso central: enxaquecas, tontura, ansiedade, depressão e alteração frequente de humor;

Sistema respiratório: congestão nasal, otite, rinite, asma brônquica crônica de sinusite. Geralmente, o início dos sintomas é mais lento, podendo levar horas ou dias após a ingestão do alimento para que o indivíduo perceba o desconforto. Dependendo da quantidade e frequência consumida, os sintomas também podem durar horas ou até mesmo dias.

Por ser algo difícil de detectar, muitas vezes a intolerância alimentar pode ser a causa de uma doença crônica ou ao contrário, quando esta desencadeia a intolerância, por exemplo, a doença celíaca.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Desenvolvemos um tópico somente sobre ela, pois é a mais comum e pode apresentar diferentes graus: leve, moderado ou grave. Ocorre quando o corpo não é capaz de

metabolizar a lactose (que é o açúcar do leite), por não possuir a enzima lactase em quantidades adequadas. Assim, a lactose não digerida no intestino retém água na tentativa de encontrar um equilíbrio (isotonicidade). Essa retenção levará à fermentação da lactose pelas bactérias, gerando os sintomas já conhecidos.

Esntre estes, no caso da intolerância à lactose os mais frequentes são a produção excessiva de gases, distensão abdominal, cólicas e até mesmo diarreias, que são amenizados com a interrupção do consumo de leite e derivados.

Os motivos que podem gerar essa incapacidade fisiológica (de produzir a enzima lactase em quantidades adequadas) são:

Deficiência congênita: mais rara, a alteração genética faz a criança nascer sem a capacidade de produzir a enzima lactase;

Deficiência primária: causa mais frequente na população. Aqui ocorre uma diminuição natural e progressiva na produção de lactase, podendo iniciar em qualquer fase da vida;

Deficiência secundária: algumas doenças intestinais podem afetar a produção de lactase, por exemplo, Síndrome do Intestino Irritável, diarréias, doença de Crohn, toxicidade por antibióticos, doença celíaca ou mesmo a alergia à caseína (proteína do leite). Se houver controle da doença de base, a intolerância à lactose pode diminuir a gravidade.

EXISTE TRATAMENTO PARA A INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

É fundamental atentar para os sintomas relacionados com a intolerância alimentar, pois o tratamento pode ser uma simples modificação da dieta. Na maioria das vezes, a exclusão do alimento identificado como causador da intolerância já é capaz de melhorar sensivelmente a qualidade de vida do indivíduo. O médico ou nutricionista pode solicitar uma tentativa de reintroduzir após um tempo o alimento na dieta, mas só após verificar exames e seus sintomas.

A alimentação é fundamental para manter o bom estado do organismo e prevenir doenças, mas certos alimentos ou aditivos alimentares revelam-se inadequados para quem for sensível a eles. Fique atento ao que consome e como seu corpo responde.

Preste atenção, principalmente, em alimentos como trigo, leite, ovos, peixes e frutos do mar, conservantes, estabilizantes e corantes de produtos industrializados – os mais frequentes citados por indivíduos portadores de intolerância alimentar.

REFERÊNCIAS:

ZANIN, C. M.; MARCHINI, J. S.; CARVALHO, I. F. Reações adversas a alimentos e imunidade humoral: subclasses de IgG a antígenos alimentares. Nutrire: ver. Soc. Bras. Alim. Nutri. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP., v.24, p.125-134, dez., 2002.Disponível em: http://www.revistanutrire.org.br/files/v24n%C3%BAnico/v24nunicoa08.pdf

Fenacelbra. Depressão, ansiedade, enxaqueca, obesidade podem ter sua causa na Intolerância Alimentar.Disponível em: http://www.fenacelbra.com.br/acelbra_rj/depressao-ansiedade-enxaqueca-obesidade-podem-ter-sua-causa-na-intolerancia-alimentar/

DA ROCHA, L.C.S.C. Intolerância à lactose: conduta nutricional no cuidado de crianças na primeira infância. Univ. Reg. do Nor. do Est. do Rio Grande do Sul.Disponível em: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/822/Intoler%C3%A2ncia%20%C3%A0%20Lactose%20-%20conduta%20nutricional%20no%20cuidado%20de%20crian%C3%A7as%20na%20primeira%20inf%C3%A2ncia.pdf

Intolerância Alimentar. Doutor Paulo Maciel.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/intolerancia-alimentar/

Quilici, Flávio Antonio; Missio, Alessandra. Intolerância à Lactose.Disponível em: http://www.unigastrocampinas.com.br/artigos/intolerancia.pdf

What is Food Intolerance (Non-IgE mediated Food Hypersensitivity). Allergy UKDisponível em: http://www.allergyuk.org/food-intolerance/what-is-food-intolerance

Page 21: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

Após anos e anos de distensões abdominais, dores, diarreia e sintomas diversos que podem ir além do ambiente intestinal, você descobre que possui uma intolerância ao glúten. Medida imediata? Retirar, pelo menos temporariamente, os alimentos feitos principalmente com trigo, mas também com centeio e cevada. Eles incluem, nada mais nada menos, que pães, massas, esfihas, brioches, pizzas, quiches, bolos, croissants e biscoitos.

Um sentimento de desespero pode surgir. Fique tranquilo, é normal. Afinal, até então, você não sabia o que seria uma vida sem glúten. Essa proteína é responsável por proporcionar a textura e o sabor característico de pães e massas, o que para alguns são peculiaridades insubstituíveis.

É possível viver sem o glúten? A resposta é sim! Veja abaixo como ser feliz e comer bem sem trigo, cevada e centeio.

INICIANDO A VIDA SEM GLÚTEN

Evitar o glúten significa mais do que retirar da dieta os alimentos mais tradicionais, como os citados acima. O trigo, principal fonte de glúten atualmente, pode se esconder em

vegetais congelados, molho de soja (shoyu), suplementos vitamínicos, medicamentos, pasta de dente, sorvetes, entre outros.

É claro que tudo vai depender do seu grau de intolerância. Portadores da Doença Celíaca, por exemplo, devem tomar cuidado com cosméticos e outros produtos, além dos alimentos.

Embora o trigo atual não seja o mesmo que o consumido há muitos anos devido a diversas modificações genéticas desenvolvidas (melhora de produtividade, qualidade “pegajosa” da farinha, etc.), para uma boa parte da população, ele acaba sendo fonte de fibras (no caso do integral), de vitaminas como as do complexo B e minerais como o magnésio.

Sendo assim, lembre-se de que será importante agregar outros alimentos à dieta que forneçam uma dose de fibra alimentar diária e substituir os produtos feitos com farinha de trigo por outros tipos de farinha, que também são fontes de vitaminas e minerais.

PREFIRA SE ALIMENTAR EM CASA

O fato de cozinhar sua própria comida já vai tornar sua vida sem glúten muito mais simples. Frutas, legumes, carnes e peixes, verduras e muitos grãos, como o arroz integral e a quinoa, serão grandes aliados na dieta.

A ausência do trigo, por exemplo, não vai deixar sua dieta

monótona. Pelo contrário, a ampla gama de alimentos de verdade tornará sua dieta muito mais saudável e variada. No lugar de pães de trigo no café da manhã e salgados no lanche da tarde, dê lugar às frutas, castanhas, amêndoas, iogurte e aos produtos sem glúten.

ADICIONE GRÃOS, SEMENTES E CEREAIS AO SEU DIA A DIA

As farinhas sem glúten são ótimas opções, mas reveze com o consumo de cereais, sementes e grãos in natura.

Use grão de bico e semente de girassol na salada, o amaranto e a aveia nas frutas e também reveze o feijão e a lentilha na combinação com o arroz integral ou quinoa. Bata a linhaça no seu suco diário e adicione a granola natural (sem glúten) ao seu iogurte.

Em tempo: muitas vezes, a aveia é citada como fonte de glúten, no entanto, ela não contém a proteína. O que ocorre é que muitas vezes ela é processada na mesma máquina que o trigo ou produtos feitos a partir dele e pode ocorrer contaminação cruzada. Indivíduos celíacos devem evitar a aveia, mas se o seu organismo tolera uma pequena quantidade de glúten (ou seja, você não é celíaco), não há problema em consumi-la. Em todo caso, esteja atento e leia os rótulos do produto.

UTILIZE FARINHAS SEM GLÚTEN

Você pode continuar comendo um pão pela manhã ou uma

massa no jantar. Aproveite a grande diversidade de farinhas sem glúten disponíveis no mercado e adquira produtos com elas.

Ao fazer bolos, pães e biscoitos, a mistura entre as farinhas ajuda a se aproximar das características típicas do trigo. Frangos e peixes podem ser empanados e assados no forno, assim como bolinhos salgados.

Veja algumas opções: amaranto, quinoa, linhaça, amêndoas, araruta, arroz integral, berinjela, banana verde, grão de bico, fécula de batata, farinha de mandioca e assim por diante.

FESTAS, REUNIÕES E EVENTOS

Nessas ocasiões, é comum o anfitrião oferecer petiscos ou refeições que contenham glúten.

Se tiver à disposição frutas, faça uso delas. Tem na bolsa um pacote com bolachinhas sem glúten? Se achar que não é fazer desfeita, consuma-as com os patês. Se você não tiver problemas com a lactose, os queijos são bem vindos. Castanhas e amêndoas também serão aliados.

Você será o anfitrião? Abuse da criatividade! Faça rolinhos de berinjela com recheio de tomate seco e ricota, canapés de pepino e salmão, legumes picados no molho de iogurte, purê de batata doce e chips de batata inglesa assados no forno.

RESTAURANTES GLUTEN FREE

Muitas capitais brasileiras já contam com restaurantes com cardápios gluten free, desenvolvidos especialmente para esse novo nicho no mercado. Pizzarias fazem sucesso com a criação de deliciosas massas sem glúten – e que não deixam nada a desejar em sabor e textura para as tradicionais.

TORNE-SE UM LEITOR DE RÓTULOS

Habitue-se a ler os ingredientes nos rótulos. Eles lhe dirão se você pode consumir determinado produto. Congelados costumam ter farinha de trigo, então leia atentamente tudo o que foi acrescentado.

Principalmente, verifique a informação “contém glúten” ou “não contém glúten”. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é uma expressão obrigatória em todos os produtos industrializados. Se você adquiriu um produto caseiro, pergunte ao fabricante sobre a existência de trigo ou não.

DESFRUTE TRANQUILAMENTE

Você pode levar uma vida tranquila sem o glúten. Naturalmente, o corpo sentirá as mudanças e a dieta vira um hábito de vida, mas a alimentação ficará mais variada e os sintomas desagradáveis causados pelo glúten vão diminuindo com o tempo!

REFERÊNCIAS:

One Health MagDisponível em: http://www.onehealthmag.com.br/index.php/ha-vida-sem-gluten/

Harvard Health BlogDisponível em: http://www.health.harvard.edu/blog/

Mind Body GreenDisponível em: http://www.mindbodygreen.com/0-9892/how-to-go-gluten-free-without-sacrificing-your-social-life.html

ANVISA – Lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/e62b4c804745968e9e65de3fbc4c6735/lei_10674.pdf?MOD=AJPERES

BRAMMER, S. P. Variabilidade e diversidade genética vegetal: requisito fundamental em um programa de melhoramento. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002. 9 p. html. (Embrapa Trigo. Documentos Online; 29). Disponível em: http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_do29.htm.

alimentares são as mais comuns reações aos alimentos. Elas podem ser causadas por reações tóxicas (ex.: aditivos alimentares), metabólicas (ex.: aminoácidos) ou farmacológicas (ex.: teobromina do chocolate), que podem desencadear alterações não específicas no sistema digestório, alterações cutâneas e respiratórias. A maioria dos estudos atuais aponta que essas reações devem ser mediadas por anticorpos IgG.

O que acontece é que tais componentes alimentares podem ultrapassar a barreira intestinal, cair na corrente sanguínea e aumentar os níveis de anticorpos IgG circulantes, estimular os mastócitos a liberarem histamina ou ainda o próprio alimento conter histamina. A histamina é uma substância que pertence ao sistema imunológico, mas que pode ser liberada de diversas formas. Você já deve ter ouvido falar que, no caso das reações alérgicas, o mais comum é administrar um anti-histamínico para cessar a alergia.

QUEM IDENTIFICA A MINHA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

O médico é o profissional capaz de diagnosticar sua intolerância através de exames, solicitando a dosagem de anticorpos IgE, IgG ou IgA. Ele vai aliar também o seu relato sobre os sintomas e sua frequência alimentar. Se constatada a intolerância, um nutricionista pode lhe ajudar a elaborar um cardápio que atenda suas necessidades nutricionais, restringindo o que for necessário.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A maioria das pessoas pode desfrutar da diversidade de alimentos que existem sem sentir qualquer efeito negativo após a ingestão. Para algumas, no entanto, determinados alimentos causam reações que, além de afetar a qualidade de vida, podem trazer sérios problemas à saúde. E uma das causas é a intolerância alimentar.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A alergia alimentar é dependente de mecanismos imunológicos mediados por IgE ou não, cuja resposta ao alimento é aguda e imediata. O que ocorre é a reação de IgE (anticorpo) com a proteína do alimento (antígeno) ou através de outros anticorpos que também atingem células do sistema imunológico, por exemplo, mastócitos e células T. No entanto, algumas pessoas podem sofrer de reação alérgica alimentar tardia, também mediadas por IgE.

Já a intolerância alimentar é um termo utilizado para descrever mecanismos fisiológicos anormais não imunológicos que ocorrem quando um alimento ou aditivo específico é ingerido pelo indivíduo intolerante. As intolerâncias

Os sintomas se concentram mais no trato gastrointestinal, mas podem atingir outras partes do organismo por citotoxicidade (intoxicação celular). São muito parecidos com a alergia alimentar, por isso muitas vezes o diagnóstico pode ser difícil. Veja alguns sintomas:

Sistema digestório: diarreia, distensão abdominal, cólicas e produção excessiva de gases;

Sistema nervoso central: enxaquecas, tontura, ansiedade, depressão e alteração frequente de humor;

Sistema respiratório: congestão nasal, otite, rinite, asma brônquica crônica de sinusite. Geralmente, o início dos sintomas é mais lento, podendo levar horas ou dias após a ingestão do alimento para que o indivíduo perceba o desconforto. Dependendo da quantidade e frequência consumida, os sintomas também podem durar horas ou até mesmo dias.

Por ser algo difícil de detectar, muitas vezes a intolerância alimentar pode ser a causa de uma doença crônica ou ao contrário, quando esta desencadeia a intolerância, por exemplo, a doença celíaca.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Desenvolvemos um tópico somente sobre ela, pois é a mais comum e pode apresentar diferentes graus: leve, moderado ou grave. Ocorre quando o corpo não é capaz de

metabolizar a lactose (que é o açúcar do leite), por não possuir a enzima lactase em quantidades adequadas. Assim, a lactose não digerida no intestino retém água na tentativa de encontrar um equilíbrio (isotonicidade). Essa retenção levará à fermentação da lactose pelas bactérias, gerando os sintomas já conhecidos.

Esntre estes, no caso da intolerância à lactose os mais frequentes são a produção excessiva de gases, distensão abdominal, cólicas e até mesmo diarreias, que são amenizados com a interrupção do consumo de leite e derivados.

Os motivos que podem gerar essa incapacidade fisiológica (de produzir a enzima lactase em quantidades adequadas) são:

Deficiência congênita: mais rara, a alteração genética faz a criança nascer sem a capacidade de produzir a enzima lactase;

Deficiência primária: causa mais frequente na população. Aqui ocorre uma diminuição natural e progressiva na produção de lactase, podendo iniciar em qualquer fase da vida;

Deficiência secundária: algumas doenças intestinais podem afetar a produção de lactase, por exemplo, Síndrome do Intestino Irritável, diarréias, doença de Crohn, toxicidade por antibióticos, doença celíaca ou mesmo a alergia à caseína (proteína do leite). Se houver controle da doença de base, a intolerância à lactose pode diminuir a gravidade.

EXISTE TRATAMENTO PARA A INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

É fundamental atentar para os sintomas relacionados com a intolerância alimentar, pois o tratamento pode ser uma simples modificação da dieta. Na maioria das vezes, a exclusão do alimento identificado como causador da intolerância já é capaz de melhorar sensivelmente a qualidade de vida do indivíduo. O médico ou nutricionista pode solicitar uma tentativa de reintroduzir após um tempo o alimento na dieta, mas só após verificar exames e seus sintomas.

A alimentação é fundamental para manter o bom estado do organismo e prevenir doenças, mas certos alimentos ou aditivos alimentares revelam-se inadequados para quem for sensível a eles. Fique atento ao que consome e como seu corpo responde.

Preste atenção, principalmente, em alimentos como trigo, leite, ovos, peixes e frutos do mar, conservantes, estabilizantes e corantes de produtos industrializados – os mais frequentes citados por indivíduos portadores de intolerância alimentar.

REFERÊNCIAS:

ZANIN, C. M.; MARCHINI, J. S.; CARVALHO, I. F. Reações adversas a alimentos e imunidade humoral: subclasses de IgG a antígenos alimentares. Nutrire: ver. Soc. Bras. Alim. Nutri. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP., v.24, p.125-134, dez., 2002.Disponível em: http://www.revistanutrire.org.br/files/v24n%C3%BAnico/v24nunicoa08.pdf

Fenacelbra. Depressão, ansiedade, enxaqueca, obesidade podem ter sua causa na Intolerância Alimentar.Disponível em: http://www.fenacelbra.com.br/acelbra_rj/depressao-ansiedade-enxaqueca-obesidade-podem-ter-sua-causa-na-intolerancia-alimentar/

DA ROCHA, L.C.S.C. Intolerância à lactose: conduta nutricional no cuidado de crianças na primeira infância. Univ. Reg. do Nor. do Est. do Rio Grande do Sul.Disponível em: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/822/Intoler%C3%A2ncia%20%C3%A0%20Lactose%20-%20conduta%20nutricional%20no%20cuidado%20de%20crian%C3%A7as%20na%20primeira%20inf%C3%A2ncia.pdf

Intolerância Alimentar. Doutor Paulo Maciel.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/intolerancia-alimentar/

Quilici, Flávio Antonio; Missio, Alessandra. Intolerância à Lactose.Disponível em: http://www.unigastrocampinas.com.br/artigos/intolerancia.pdf

What is Food Intolerance (Non-IgE mediated Food Hypersensitivity). Allergy UKDisponível em: http://www.allergyuk.org/food-intolerance/what-is-food-intolerance

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Após anos e anos de distensões abdominais, dores, diarreia e sintomas diversos que podem ir além do ambiente intestinal, você descobre que possui uma intolerância ao glúten. Medida imediata? Retirar, pelo menos temporariamente, os alimentos feitos principalmente com trigo, mas também com centeio e cevada. Eles incluem, nada mais nada menos, que pães, massas, esfihas, brioches, pizzas, quiches, bolos, croissants e biscoitos.

Um sentimento de desespero pode surgir. Fique tranquilo, é normal. Afinal, até então, você não sabia o que seria uma vida sem glúten. Essa proteína é responsável por proporcionar a textura e o sabor característico de pães e massas, o que para alguns são peculiaridades insubstituíveis.

É possível viver sem o glúten? A resposta é sim! Veja abaixo como ser feliz e comer bem sem trigo, cevada e centeio.

INICIANDO A VIDA SEM GLÚTEN

Evitar o glúten significa mais do que retirar da dieta os alimentos mais tradicionais, como os citados acima. O trigo, principal fonte de glúten atualmente, pode se esconder em

vegetais congelados, molho de soja (shoyu), suplementos vitamínicos, medicamentos, pasta de dente, sorvetes, entre outros.

É claro que tudo vai depender do seu grau de intolerância. Portadores da Doença Celíaca, por exemplo, devem tomar cuidado com cosméticos e outros produtos, além dos alimentos.

Embora o trigo atual não seja o mesmo que o consumido há muitos anos devido a diversas modificações genéticas desenvolvidas (melhora de produtividade, qualidade “pegajosa” da farinha, etc.), para uma boa parte da população, ele acaba sendo fonte de fibras (no caso do integral), de vitaminas como as do complexo B e minerais como o magnésio.

Sendo assim, lembre-se de que será importante agregar outros alimentos à dieta que forneçam uma dose de fibra alimentar diária e substituir os produtos feitos com farinha de trigo por outros tipos de farinha, que também são fontes de vitaminas e minerais.

PREFIRA SE ALIMENTAR EM CASA

O fato de cozinhar sua própria comida já vai tornar sua vida sem glúten muito mais simples. Frutas, legumes, carnes e peixes, verduras e muitos grãos, como o arroz integral e a quinoa, serão grandes aliados na dieta.

A ausência do trigo, por exemplo, não vai deixar sua dieta

monótona. Pelo contrário, a ampla gama de alimentos de verdade tornará sua dieta muito mais saudável e variada. No lugar de pães de trigo no café da manhã e salgados no lanche da tarde, dê lugar às frutas, castanhas, amêndoas, iogurte e aos produtos sem glúten.

ADICIONE GRÃOS, SEMENTES E CEREAIS AO SEU DIA A DIA

As farinhas sem glúten são ótimas opções, mas reveze com o consumo de cereais, sementes e grãos in natura.

Use grão de bico e semente de girassol na salada, o amaranto e a aveia nas frutas e também reveze o feijão e a lentilha na combinação com o arroz integral ou quinoa. Bata a linhaça no seu suco diário e adicione a granola natural (sem glúten) ao seu iogurte.

Em tempo: muitas vezes, a aveia é citada como fonte de glúten, no entanto, ela não contém a proteína. O que ocorre é que muitas vezes ela é processada na mesma máquina que o trigo ou produtos feitos a partir dele e pode ocorrer contaminação cruzada. Indivíduos celíacos devem evitar a aveia, mas se o seu organismo tolera uma pequena quantidade de glúten (ou seja, você não é celíaco), não há problema em consumi-la. Em todo caso, esteja atento e leia os rótulos do produto.

UTILIZE FARINHAS SEM GLÚTEN

Você pode continuar comendo um pão pela manhã ou uma

massa no jantar. Aproveite a grande diversidade de farinhas sem glúten disponíveis no mercado e adquira produtos com elas.

Ao fazer bolos, pães e biscoitos, a mistura entre as farinhas ajuda a se aproximar das características típicas do trigo. Frangos e peixes podem ser empanados e assados no forno, assim como bolinhos salgados.

Veja algumas opções: amaranto, quinoa, linhaça, amêndoas, araruta, arroz integral, berinjela, banana verde, grão de bico, fécula de batata, farinha de mandioca e assim por diante.

FESTAS, REUNIÕES E EVENTOS

Nessas ocasiões, é comum o anfitrião oferecer petiscos ou refeições que contenham glúten.

Se tiver à disposição frutas, faça uso delas. Tem na bolsa um pacote com bolachinhas sem glúten? Se achar que não é fazer desfeita, consuma-as com os patês. Se você não tiver problemas com a lactose, os queijos são bem vindos. Castanhas e amêndoas também serão aliados.

Você será o anfitrião? Abuse da criatividade! Faça rolinhos de berinjela com recheio de tomate seco e ricota, canapés de pepino e salmão, legumes picados no molho de iogurte, purê de batata doce e chips de batata inglesa assados no forno.

RESTAURANTES GLUTEN FREE

Muitas capitais brasileiras já contam com restaurantes com cardápios gluten free, desenvolvidos especialmente para esse novo nicho no mercado. Pizzarias fazem sucesso com a criação de deliciosas massas sem glúten – e que não deixam nada a desejar em sabor e textura para as tradicionais.

TORNE-SE UM LEITOR DE RÓTULOS

Habitue-se a ler os ingredientes nos rótulos. Eles lhe dirão se você pode consumir determinado produto. Congelados costumam ter farinha de trigo, então leia atentamente tudo o que foi acrescentado.

Principalmente, verifique a informação “contém glúten” ou “não contém glúten”. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é uma expressão obrigatória em todos os produtos industrializados. Se você adquiriu um produto caseiro, pergunte ao fabricante sobre a existência de trigo ou não.

DESFRUTE TRANQUILAMENTE

Você pode levar uma vida tranquila sem o glúten. Naturalmente, o corpo sentirá as mudanças e a dieta vira um hábito de vida, mas a alimentação ficará mais variada e os sintomas desagradáveis causados pelo glúten vão diminuindo com o tempo!

REFERÊNCIAS:

One Health MagDisponível em: http://www.onehealthmag.com.br/index.php/ha-vida-sem-gluten/

Harvard Health BlogDisponível em: http://www.health.harvard.edu/blog/

Mind Body GreenDisponível em: http://www.mindbodygreen.com/0-9892/how-to-go-gluten-free-without-sacrificing-your-social-life.html

ANVISA – Lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/e62b4c804745968e9e65de3fbc4c6735/lei_10674.pdf?MOD=AJPERES

BRAMMER, S. P. Variabilidade e diversidade genética vegetal: requisito fundamental em um programa de melhoramento. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002. 9 p. html. (Embrapa Trigo. Documentos Online; 29). Disponível em: http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_do29.htm.

alimentares são as mais comuns reações aos alimentos. Elas podem ser causadas por reações tóxicas (ex.: aditivos alimentares), metabólicas (ex.: aminoácidos) ou farmacológicas (ex.: teobromina do chocolate), que podem desencadear alterações não específicas no sistema digestório, alterações cutâneas e respiratórias. A maioria dos estudos atuais aponta que essas reações devem ser mediadas por anticorpos IgG.

O que acontece é que tais componentes alimentares podem ultrapassar a barreira intestinal, cair na corrente sanguínea e aumentar os níveis de anticorpos IgG circulantes, estimular os mastócitos a liberarem histamina ou ainda o próprio alimento conter histamina. A histamina é uma substância que pertence ao sistema imunológico, mas que pode ser liberada de diversas formas. Você já deve ter ouvido falar que, no caso das reações alérgicas, o mais comum é administrar um anti-histamínico para cessar a alergia.

QUEM IDENTIFICA A MINHA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

O médico é o profissional capaz de diagnosticar sua intolerância através de exames, solicitando a dosagem de anticorpos IgE, IgG ou IgA. Ele vai aliar também o seu relato sobre os sintomas e sua frequência alimentar. Se constatada a intolerância, um nutricionista pode lhe ajudar a elaborar um cardápio que atenda suas necessidades nutricionais, restringindo o que for necessário.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A maioria das pessoas pode desfrutar da diversidade de alimentos que existem sem sentir qualquer efeito negativo após a ingestão. Para algumas, no entanto, determinados alimentos causam reações que, além de afetar a qualidade de vida, podem trazer sérios problemas à saúde. E uma das causas é a intolerância alimentar.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A alergia alimentar é dependente de mecanismos imunológicos mediados por IgE ou não, cuja resposta ao alimento é aguda e imediata. O que ocorre é a reação de IgE (anticorpo) com a proteína do alimento (antígeno) ou através de outros anticorpos que também atingem células do sistema imunológico, por exemplo, mastócitos e células T. No entanto, algumas pessoas podem sofrer de reação alérgica alimentar tardia, também mediadas por IgE.

Já a intolerância alimentar é um termo utilizado para descrever mecanismos fisiológicos anormais não imunológicos que ocorrem quando um alimento ou aditivo específico é ingerido pelo indivíduo intolerante. As intolerâncias

Os sintomas se concentram mais no trato gastrointestinal, mas podem atingir outras partes do organismo por citotoxicidade (intoxicação celular). São muito parecidos com a alergia alimentar, por isso muitas vezes o diagnóstico pode ser difícil. Veja alguns sintomas:

Sistema digestório: diarreia, distensão abdominal, cólicas e produção excessiva de gases;

Sistema nervoso central: enxaquecas, tontura, ansiedade, depressão e alteração frequente de humor;

Sistema respiratório: congestão nasal, otite, rinite, asma brônquica crônica de sinusite. Geralmente, o início dos sintomas é mais lento, podendo levar horas ou dias após a ingestão do alimento para que o indivíduo perceba o desconforto. Dependendo da quantidade e frequência consumida, os sintomas também podem durar horas ou até mesmo dias.

Por ser algo difícil de detectar, muitas vezes a intolerância alimentar pode ser a causa de uma doença crônica ou ao contrário, quando esta desencadeia a intolerância, por exemplo, a doença celíaca.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Desenvolvemos um tópico somente sobre ela, pois é a mais comum e pode apresentar diferentes graus: leve, moderado ou grave. Ocorre quando o corpo não é capaz de

metabolizar a lactose (que é o açúcar do leite), por não possuir a enzima lactase em quantidades adequadas. Assim, a lactose não digerida no intestino retém água na tentativa de encontrar um equilíbrio (isotonicidade). Essa retenção levará à fermentação da lactose pelas bactérias, gerando os sintomas já conhecidos.

Esntre estes, no caso da intolerância à lactose os mais frequentes são a produção excessiva de gases, distensão abdominal, cólicas e até mesmo diarreias, que são amenizados com a interrupção do consumo de leite e derivados.

Os motivos que podem gerar essa incapacidade fisiológica (de produzir a enzima lactase em quantidades adequadas) são:

Deficiência congênita: mais rara, a alteração genética faz a criança nascer sem a capacidade de produzir a enzima lactase;

Deficiência primária: causa mais frequente na população. Aqui ocorre uma diminuição natural e progressiva na produção de lactase, podendo iniciar em qualquer fase da vida;

Deficiência secundária: algumas doenças intestinais podem afetar a produção de lactase, por exemplo, Síndrome do Intestino Irritável, diarréias, doença de Crohn, toxicidade por antibióticos, doença celíaca ou mesmo a alergia à caseína (proteína do leite). Se houver controle da doença de base, a intolerância à lactose pode diminuir a gravidade.

EXISTE TRATAMENTO PARA A INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

É fundamental atentar para os sintomas relacionados com a intolerância alimentar, pois o tratamento pode ser uma simples modificação da dieta. Na maioria das vezes, a exclusão do alimento identificado como causador da intolerância já é capaz de melhorar sensivelmente a qualidade de vida do indivíduo. O médico ou nutricionista pode solicitar uma tentativa de reintroduzir após um tempo o alimento na dieta, mas só após verificar exames e seus sintomas.

A alimentação é fundamental para manter o bom estado do organismo e prevenir doenças, mas certos alimentos ou aditivos alimentares revelam-se inadequados para quem for sensível a eles. Fique atento ao que consome e como seu corpo responde.

Preste atenção, principalmente, em alimentos como trigo, leite, ovos, peixes e frutos do mar, conservantes, estabilizantes e corantes de produtos industrializados – os mais frequentes citados por indivíduos portadores de intolerância alimentar.

REFERÊNCIAS:

ZANIN, C. M.; MARCHINI, J. S.; CARVALHO, I. F. Reações adversas a alimentos e imunidade humoral: subclasses de IgG a antígenos alimentares. Nutrire: ver. Soc. Bras. Alim. Nutri. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP., v.24, p.125-134, dez., 2002.Disponível em: http://www.revistanutrire.org.br/files/v24n%C3%BAnico/v24nunicoa08.pdf

Fenacelbra. Depressão, ansiedade, enxaqueca, obesidade podem ter sua causa na Intolerância Alimentar.Disponível em: http://www.fenacelbra.com.br/acelbra_rj/depressao-ansiedade-enxaqueca-obesidade-podem-ter-sua-causa-na-intolerancia-alimentar/

DA ROCHA, L.C.S.C. Intolerância à lactose: conduta nutricional no cuidado de crianças na primeira infância. Univ. Reg. do Nor. do Est. do Rio Grande do Sul.Disponível em: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/822/Intoler%C3%A2ncia%20%C3%A0%20Lactose%20-%20conduta%20nutricional%20no%20cuidado%20de%20crian%C3%A7as%20na%20primeira%20inf%C3%A2ncia.pdf

Intolerância Alimentar. Doutor Paulo Maciel.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/intolerancia-alimentar/

Quilici, Flávio Antonio; Missio, Alessandra. Intolerância à Lactose.Disponível em: http://www.unigastrocampinas.com.br/artigos/intolerancia.pdf

What is Food Intolerance (Non-IgE mediated Food Hypersensitivity). Allergy UKDisponível em: http://www.allergyuk.org/food-intolerance/what-is-food-intolerance

Page 23: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

Após anos e anos de distensões abdominais, dores, diarreia e sintomas diversos que podem ir além do ambiente intestinal, você descobre que possui uma intolerância ao glúten. Medida imediata? Retirar, pelo menos temporariamente, os alimentos feitos principalmente com trigo, mas também com centeio e cevada. Eles incluem, nada mais nada menos, que pães, massas, esfihas, brioches, pizzas, quiches, bolos, croissants e biscoitos.

Um sentimento de desespero pode surgir. Fique tranquilo, é normal. Afinal, até então, você não sabia o que seria uma vida sem glúten. Essa proteína é responsável por proporcionar a textura e o sabor característico de pães e massas, o que para alguns são peculiaridades insubstituíveis.

É possível viver sem o glúten? A resposta é sim! Veja abaixo como ser feliz e comer bem sem trigo, cevada e centeio.

INICIANDO A VIDA SEM GLÚTEN

Evitar o glúten significa mais do que retirar da dieta os alimentos mais tradicionais, como os citados acima. O trigo, principal fonte de glúten atualmente, pode se esconder em

vegetais congelados, molho de soja (shoyu), suplementos vitamínicos, medicamentos, pasta de dente, sorvetes, entre outros.

É claro que tudo vai depender do seu grau de intolerância. Portadores da Doença Celíaca, por exemplo, devem tomar cuidado com cosméticos e outros produtos, além dos alimentos.

Embora o trigo atual não seja o mesmo que o consumido há muitos anos devido a diversas modificações genéticas desenvolvidas (melhora de produtividade, qualidade “pegajosa” da farinha, etc.), para uma boa parte da população, ele acaba sendo fonte de fibras (no caso do integral), de vitaminas como as do complexo B e minerais como o magnésio.

Sendo assim, lembre-se de que será importante agregar outros alimentos à dieta que forneçam uma dose de fibra alimentar diária e substituir os produtos feitos com farinha de trigo por outros tipos de farinha, que também são fontes de vitaminas e minerais.

PREFIRA SE ALIMENTAR EM CASA

O fato de cozinhar sua própria comida já vai tornar sua vida sem glúten muito mais simples. Frutas, legumes, carnes e peixes, verduras e muitos grãos, como o arroz integral e a quinoa, serão grandes aliados na dieta.

A ausência do trigo, por exemplo, não vai deixar sua dieta

monótona. Pelo contrário, a ampla gama de alimentos de verdade tornará sua dieta muito mais saudável e variada. No lugar de pães de trigo no café da manhã e salgados no lanche da tarde, dê lugar às frutas, castanhas, amêndoas, iogurte e aos produtos sem glúten.

ADICIONE GRÃOS, SEMENTES E CEREAIS AO SEU DIA A DIA

As farinhas sem glúten são ótimas opções, mas reveze com o consumo de cereais, sementes e grãos in natura.

Use grão de bico e semente de girassol na salada, o amaranto e a aveia nas frutas e também reveze o feijão e a lentilha na combinação com o arroz integral ou quinoa. Bata a linhaça no seu suco diário e adicione a granola natural (sem glúten) ao seu iogurte.

Em tempo: muitas vezes, a aveia é citada como fonte de glúten, no entanto, ela não contém a proteína. O que ocorre é que muitas vezes ela é processada na mesma máquina que o trigo ou produtos feitos a partir dele e pode ocorrer contaminação cruzada. Indivíduos celíacos devem evitar a aveia, mas se o seu organismo tolera uma pequena quantidade de glúten (ou seja, você não é celíaco), não há problema em consumi-la. Em todo caso, esteja atento e leia os rótulos do produto.

UTILIZE FARINHAS SEM GLÚTEN

Você pode continuar comendo um pão pela manhã ou uma

massa no jantar. Aproveite a grande diversidade de farinhas sem glúten disponíveis no mercado e adquira produtos com elas.

Ao fazer bolos, pães e biscoitos, a mistura entre as farinhas ajuda a se aproximar das características típicas do trigo. Frangos e peixes podem ser empanados e assados no forno, assim como bolinhos salgados.

Veja algumas opções: amaranto, quinoa, linhaça, amêndoas, araruta, arroz integral, berinjela, banana verde, grão de bico, fécula de batata, farinha de mandioca e assim por diante.

FESTAS, REUNIÕES E EVENTOS

Nessas ocasiões, é comum o anfitrião oferecer petiscos ou refeições que contenham glúten.

Se tiver à disposição frutas, faça uso delas. Tem na bolsa um pacote com bolachinhas sem glúten? Se achar que não é fazer desfeita, consuma-as com os patês. Se você não tiver problemas com a lactose, os queijos são bem vindos. Castanhas e amêndoas também serão aliados.

Você será o anfitrião? Abuse da criatividade! Faça rolinhos de berinjela com recheio de tomate seco e ricota, canapés de pepino e salmão, legumes picados no molho de iogurte, purê de batata doce e chips de batata inglesa assados no forno.

RESTAURANTES GLUTEN FREE

Muitas capitais brasileiras já contam com restaurantes com cardápios gluten free, desenvolvidos especialmente para esse novo nicho no mercado. Pizzarias fazem sucesso com a criação de deliciosas massas sem glúten – e que não deixam nada a desejar em sabor e textura para as tradicionais.

TORNE-SE UM LEITOR DE RÓTULOS

Habitue-se a ler os ingredientes nos rótulos. Eles lhe dirão se você pode consumir determinado produto. Congelados costumam ter farinha de trigo, então leia atentamente tudo o que foi acrescentado.

Principalmente, verifique a informação “contém glúten” ou “não contém glúten”. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é uma expressão obrigatória em todos os produtos industrializados. Se você adquiriu um produto caseiro, pergunte ao fabricante sobre a existência de trigo ou não.

DESFRUTE TRANQUILAMENTE

Você pode levar uma vida tranquila sem o glúten. Naturalmente, o corpo sentirá as mudanças e a dieta vira um hábito de vida, mas a alimentação ficará mais variada e os sintomas desagradáveis causados pelo glúten vão diminuindo com o tempo!

REFERÊNCIAS:

One Health MagDisponível em: http://www.onehealthmag.com.br/index.php/ha-vida-sem-gluten/

Harvard Health BlogDisponível em: http://www.health.harvard.edu/blog/

Mind Body GreenDisponível em: http://www.mindbodygreen.com/0-9892/how-to-go-gluten-free-without-sacrificing-your-social-life.html

ANVISA – Lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/e62b4c804745968e9e65de3fbc4c6735/lei_10674.pdf?MOD=AJPERES

BRAMMER, S. P. Variabilidade e diversidade genética vegetal: requisito fundamental em um programa de melhoramento. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002. 9 p. html. (Embrapa Trigo. Documentos Online; 29). Disponível em: http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_do29.htm.

alimentares são as mais comuns reações aos alimentos. Elas podem ser causadas por reações tóxicas (ex.: aditivos alimentares), metabólicas (ex.: aminoácidos) ou farmacológicas (ex.: teobromina do chocolate), que podem desencadear alterações não específicas no sistema digestório, alterações cutâneas e respiratórias. A maioria dos estudos atuais aponta que essas reações devem ser mediadas por anticorpos IgG.

O que acontece é que tais componentes alimentares podem ultrapassar a barreira intestinal, cair na corrente sanguínea e aumentar os níveis de anticorpos IgG circulantes, estimular os mastócitos a liberarem histamina ou ainda o próprio alimento conter histamina. A histamina é uma substância que pertence ao sistema imunológico, mas que pode ser liberada de diversas formas. Você já deve ter ouvido falar que, no caso das reações alérgicas, o mais comum é administrar um anti-histamínico para cessar a alergia.

QUEM IDENTIFICA A MINHA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

O médico é o profissional capaz de diagnosticar sua intolerância através de exames, solicitando a dosagem de anticorpos IgE, IgG ou IgA. Ele vai aliar também o seu relato sobre os sintomas e sua frequência alimentar. Se constatada a intolerância, um nutricionista pode lhe ajudar a elaborar um cardápio que atenda suas necessidades nutricionais, restringindo o que for necessário.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A maioria das pessoas pode desfrutar da diversidade de alimentos que existem sem sentir qualquer efeito negativo após a ingestão. Para algumas, no entanto, determinados alimentos causam reações que, além de afetar a qualidade de vida, podem trazer sérios problemas à saúde. E uma das causas é a intolerância alimentar.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A alergia alimentar é dependente de mecanismos imunológicos mediados por IgE ou não, cuja resposta ao alimento é aguda e imediata. O que ocorre é a reação de IgE (anticorpo) com a proteína do alimento (antígeno) ou através de outros anticorpos que também atingem células do sistema imunológico, por exemplo, mastócitos e células T. No entanto, algumas pessoas podem sofrer de reação alérgica alimentar tardia, também mediadas por IgE.

Já a intolerância alimentar é um termo utilizado para descrever mecanismos fisiológicos anormais não imunológicos que ocorrem quando um alimento ou aditivo específico é ingerido pelo indivíduo intolerante. As intolerâncias

Os sintomas se concentram mais no trato gastrointestinal, mas podem atingir outras partes do organismo por citotoxicidade (intoxicação celular). São muito parecidos com a alergia alimentar, por isso muitas vezes o diagnóstico pode ser difícil. Veja alguns sintomas:

Sistema digestório: diarreia, distensão abdominal, cólicas e produção excessiva de gases;

Sistema nervoso central: enxaquecas, tontura, ansiedade, depressão e alteração frequente de humor;

Sistema respiratório: congestão nasal, otite, rinite, asma brônquica crônica de sinusite. Geralmente, o início dos sintomas é mais lento, podendo levar horas ou dias após a ingestão do alimento para que o indivíduo perceba o desconforto. Dependendo da quantidade e frequência consumida, os sintomas também podem durar horas ou até mesmo dias.

Por ser algo difícil de detectar, muitas vezes a intolerância alimentar pode ser a causa de uma doença crônica ou ao contrário, quando esta desencadeia a intolerância, por exemplo, a doença celíaca.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Desenvolvemos um tópico somente sobre ela, pois é a mais comum e pode apresentar diferentes graus: leve, moderado ou grave. Ocorre quando o corpo não é capaz de

metabolizar a lactose (que é o açúcar do leite), por não possuir a enzima lactase em quantidades adequadas. Assim, a lactose não digerida no intestino retém água na tentativa de encontrar um equilíbrio (isotonicidade). Essa retenção levará à fermentação da lactose pelas bactérias, gerando os sintomas já conhecidos.

Esntre estes, no caso da intolerância à lactose os mais frequentes são a produção excessiva de gases, distensão abdominal, cólicas e até mesmo diarreias, que são amenizados com a interrupção do consumo de leite e derivados.

Os motivos que podem gerar essa incapacidade fisiológica (de produzir a enzima lactase em quantidades adequadas) são:

Deficiência congênita: mais rara, a alteração genética faz a criança nascer sem a capacidade de produzir a enzima lactase;

Deficiência primária: causa mais frequente na população. Aqui ocorre uma diminuição natural e progressiva na produção de lactase, podendo iniciar em qualquer fase da vida;

Deficiência secundária: algumas doenças intestinais podem afetar a produção de lactase, por exemplo, Síndrome do Intestino Irritável, diarréias, doença de Crohn, toxicidade por antibióticos, doença celíaca ou mesmo a alergia à caseína (proteína do leite). Se houver controle da doença de base, a intolerância à lactose pode diminuir a gravidade.

EXISTE TRATAMENTO PARA A INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

É fundamental atentar para os sintomas relacionados com a intolerância alimentar, pois o tratamento pode ser uma simples modificação da dieta. Na maioria das vezes, a exclusão do alimento identificado como causador da intolerância já é capaz de melhorar sensivelmente a qualidade de vida do indivíduo. O médico ou nutricionista pode solicitar uma tentativa de reintroduzir após um tempo o alimento na dieta, mas só após verificar exames e seus sintomas.

A alimentação é fundamental para manter o bom estado do organismo e prevenir doenças, mas certos alimentos ou aditivos alimentares revelam-se inadequados para quem for sensível a eles. Fique atento ao que consome e como seu corpo responde.

Preste atenção, principalmente, em alimentos como trigo, leite, ovos, peixes e frutos do mar, conservantes, estabilizantes e corantes de produtos industrializados – os mais frequentes citados por indivíduos portadores de intolerância alimentar.

REFERÊNCIAS:

ZANIN, C. M.; MARCHINI, J. S.; CARVALHO, I. F. Reações adversas a alimentos e imunidade humoral: subclasses de IgG a antígenos alimentares. Nutrire: ver. Soc. Bras. Alim. Nutri. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP., v.24, p.125-134, dez., 2002.Disponível em: http://www.revistanutrire.org.br/files/v24n%C3%BAnico/v24nunicoa08.pdf

Fenacelbra. Depressão, ansiedade, enxaqueca, obesidade podem ter sua causa na Intolerância Alimentar.Disponível em: http://www.fenacelbra.com.br/acelbra_rj/depressao-ansiedade-enxaqueca-obesidade-podem-ter-sua-causa-na-intolerancia-alimentar/

DA ROCHA, L.C.S.C. Intolerância à lactose: conduta nutricional no cuidado de crianças na primeira infância. Univ. Reg. do Nor. do Est. do Rio Grande do Sul.Disponível em: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/822/Intoler%C3%A2ncia%20%C3%A0%20Lactose%20-%20conduta%20nutricional%20no%20cuidado%20de%20crian%C3%A7as%20na%20primeira%20inf%C3%A2ncia.pdf

Intolerância Alimentar. Doutor Paulo Maciel.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/intolerancia-alimentar/

Quilici, Flávio Antonio; Missio, Alessandra. Intolerância à Lactose.Disponível em: http://www.unigastrocampinas.com.br/artigos/intolerancia.pdf

What is Food Intolerance (Non-IgE mediated Food Hypersensitivity). Allergy UKDisponível em: http://www.allergyuk.org/food-intolerance/what-is-food-intolerance

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Após anos e anos de distensões abdominais, dores, diarreia e sintomas diversos que podem ir além do ambiente intestinal, você descobre que possui uma intolerância ao glúten. Medida imediata? Retirar, pelo menos temporariamente, os alimentos feitos principalmente com trigo, mas também com centeio e cevada. Eles incluem, nada mais nada menos, que pães, massas, esfihas, brioches, pizzas, quiches, bolos, croissants e biscoitos.

Um sentimento de desespero pode surgir. Fique tranquilo, é normal. Afinal, até então, você não sabia o que seria uma vida sem glúten. Essa proteína é responsável por proporcionar a textura e o sabor característico de pães e massas, o que para alguns são peculiaridades insubstituíveis.

É possível viver sem o glúten? A resposta é sim! Veja abaixo como ser feliz e comer bem sem trigo, cevada e centeio.

INICIANDO A VIDA SEM GLÚTEN

Evitar o glúten significa mais do que retirar da dieta os alimentos mais tradicionais, como os citados acima. O trigo, principal fonte de glúten atualmente, pode se esconder em

vegetais congelados, molho de soja (shoyu), suplementos vitamínicos, medicamentos, pasta de dente, sorvetes, entre outros.

É claro que tudo vai depender do seu grau de intolerância. Portadores da Doença Celíaca, por exemplo, devem tomar cuidado com cosméticos e outros produtos, além dos alimentos.

Embora o trigo atual não seja o mesmo que o consumido há muitos anos devido a diversas modificações genéticas desenvolvidas (melhora de produtividade, qualidade “pegajosa” da farinha, etc.), para uma boa parte da população, ele acaba sendo fonte de fibras (no caso do integral), de vitaminas como as do complexo B e minerais como o magnésio.

Sendo assim, lembre-se de que será importante agregar outros alimentos à dieta que forneçam uma dose de fibra alimentar diária e substituir os produtos feitos com farinha de trigo por outros tipos de farinha, que também são fontes de vitaminas e minerais.

PREFIRA SE ALIMENTAR EM CASA

O fato de cozinhar sua própria comida já vai tornar sua vida sem glúten muito mais simples. Frutas, legumes, carnes e peixes, verduras e muitos grãos, como o arroz integral e a quinoa, serão grandes aliados na dieta.

A ausência do trigo, por exemplo, não vai deixar sua dieta

monótona. Pelo contrário, a ampla gama de alimentos de verdade tornará sua dieta muito mais saudável e variada. No lugar de pães de trigo no café da manhã e salgados no lanche da tarde, dê lugar às frutas, castanhas, amêndoas, iogurte e aos produtos sem glúten.

ADICIONE GRÃOS, SEMENTES E CEREAIS AO SEU DIA A DIA

As farinhas sem glúten são ótimas opções, mas reveze com o consumo de cereais, sementes e grãos in natura.

Use grão de bico e semente de girassol na salada, o amaranto e a aveia nas frutas e também reveze o feijão e a lentilha na combinação com o arroz integral ou quinoa. Bata a linhaça no seu suco diário e adicione a granola natural (sem glúten) ao seu iogurte.

Em tempo: muitas vezes, a aveia é citada como fonte de glúten, no entanto, ela não contém a proteína. O que ocorre é que muitas vezes ela é processada na mesma máquina que o trigo ou produtos feitos a partir dele e pode ocorrer contaminação cruzada. Indivíduos celíacos devem evitar a aveia, mas se o seu organismo tolera uma pequena quantidade de glúten (ou seja, você não é celíaco), não há problema em consumi-la. Em todo caso, esteja atento e leia os rótulos do produto.

UTILIZE FARINHAS SEM GLÚTEN

Você pode continuar comendo um pão pela manhã ou uma

massa no jantar. Aproveite a grande diversidade de farinhas sem glúten disponíveis no mercado e adquira produtos com elas.

Ao fazer bolos, pães e biscoitos, a mistura entre as farinhas ajuda a se aproximar das características típicas do trigo. Frangos e peixes podem ser empanados e assados no forno, assim como bolinhos salgados.

Veja algumas opções: amaranto, quinoa, linhaça, amêndoas, araruta, arroz integral, berinjela, banana verde, grão de bico, fécula de batata, farinha de mandioca e assim por diante.

FESTAS, REUNIÕES E EVENTOS

Nessas ocasiões, é comum o anfitrião oferecer petiscos ou refeições que contenham glúten.

Se tiver à disposição frutas, faça uso delas. Tem na bolsa um pacote com bolachinhas sem glúten? Se achar que não é fazer desfeita, consuma-as com os patês. Se você não tiver problemas com a lactose, os queijos são bem vindos. Castanhas e amêndoas também serão aliados.

Você será o anfitrião? Abuse da criatividade! Faça rolinhos de berinjela com recheio de tomate seco e ricota, canapés de pepino e salmão, legumes picados no molho de iogurte, purê de batata doce e chips de batata inglesa assados no forno.

RESTAURANTES GLUTEN FREE

Muitas capitais brasileiras já contam com restaurantes com cardápios gluten free, desenvolvidos especialmente para esse novo nicho no mercado. Pizzarias fazem sucesso com a criação de deliciosas massas sem glúten – e que não deixam nada a desejar em sabor e textura para as tradicionais.

TORNE-SE UM LEITOR DE RÓTULOS

Habitue-se a ler os ingredientes nos rótulos. Eles lhe dirão se você pode consumir determinado produto. Congelados costumam ter farinha de trigo, então leia atentamente tudo o que foi acrescentado.

Principalmente, verifique a informação “contém glúten” ou “não contém glúten”. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é uma expressão obrigatória em todos os produtos industrializados. Se você adquiriu um produto caseiro, pergunte ao fabricante sobre a existência de trigo ou não.

DESFRUTE TRANQUILAMENTE

Você pode levar uma vida tranquila sem o glúten. Naturalmente, o corpo sentirá as mudanças e a dieta vira um hábito de vida, mas a alimentação ficará mais variada e os sintomas desagradáveis causados pelo glúten vão diminuindo com o tempo!

REFERÊNCIAS:

One Health MagDisponível em: http://www.onehealthmag.com.br/index.php/ha-vida-sem-gluten/

Harvard Health BlogDisponível em: http://www.health.harvard.edu/blog/

Mind Body GreenDisponível em: http://www.mindbodygreen.com/0-9892/how-to-go-gluten-free-without-sacrificing-your-social-life.html

ANVISA – Lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/e62b4c804745968e9e65de3fbc4c6735/lei_10674.pdf?MOD=AJPERES

BRAMMER, S. P. Variabilidade e diversidade genética vegetal: requisito fundamental em um programa de melhoramento. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002. 9 p. html. (Embrapa Trigo. Documentos Online; 29). Disponível em: http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_do29.htm.

alimentares são as mais comuns reações aos alimentos. Elas podem ser causadas por reações tóxicas (ex.: aditivos alimentares), metabólicas (ex.: aminoácidos) ou farmacológicas (ex.: teobromina do chocolate), que podem desencadear alterações não específicas no sistema digestório, alterações cutâneas e respiratórias. A maioria dos estudos atuais aponta que essas reações devem ser mediadas por anticorpos IgG.

O que acontece é que tais componentes alimentares podem ultrapassar a barreira intestinal, cair na corrente sanguínea e aumentar os níveis de anticorpos IgG circulantes, estimular os mastócitos a liberarem histamina ou ainda o próprio alimento conter histamina. A histamina é uma substância que pertence ao sistema imunológico, mas que pode ser liberada de diversas formas. Você já deve ter ouvido falar que, no caso das reações alérgicas, o mais comum é administrar um anti-histamínico para cessar a alergia.

QUEM IDENTIFICA A MINHA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

O médico é o profissional capaz de diagnosticar sua intolerância através de exames, solicitando a dosagem de anticorpos IgE, IgG ou IgA. Ele vai aliar também o seu relato sobre os sintomas e sua frequência alimentar. Se constatada a intolerância, um nutricionista pode lhe ajudar a elaborar um cardápio que atenda suas necessidades nutricionais, restringindo o que for necessário.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A maioria das pessoas pode desfrutar da diversidade de alimentos que existem sem sentir qualquer efeito negativo após a ingestão. Para algumas, no entanto, determinados alimentos causam reações que, além de afetar a qualidade de vida, podem trazer sérios problemas à saúde. E uma das causas é a intolerância alimentar.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A alergia alimentar é dependente de mecanismos imunológicos mediados por IgE ou não, cuja resposta ao alimento é aguda e imediata. O que ocorre é a reação de IgE (anticorpo) com a proteína do alimento (antígeno) ou através de outros anticorpos que também atingem células do sistema imunológico, por exemplo, mastócitos e células T. No entanto, algumas pessoas podem sofrer de reação alérgica alimentar tardia, também mediadas por IgE.

Já a intolerância alimentar é um termo utilizado para descrever mecanismos fisiológicos anormais não imunológicos que ocorrem quando um alimento ou aditivo específico é ingerido pelo indivíduo intolerante. As intolerâncias

Os sintomas se concentram mais no trato gastrointestinal, mas podem atingir outras partes do organismo por citotoxicidade (intoxicação celular). São muito parecidos com a alergia alimentar, por isso muitas vezes o diagnóstico pode ser difícil. Veja alguns sintomas:

Sistema digestório: diarreia, distensão abdominal, cólicas e produção excessiva de gases;

Sistema nervoso central: enxaquecas, tontura, ansiedade, depressão e alteração frequente de humor;

Sistema respiratório: congestão nasal, otite, rinite, asma brônquica crônica de sinusite. Geralmente, o início dos sintomas é mais lento, podendo levar horas ou dias após a ingestão do alimento para que o indivíduo perceba o desconforto. Dependendo da quantidade e frequência consumida, os sintomas também podem durar horas ou até mesmo dias.

Por ser algo difícil de detectar, muitas vezes a intolerância alimentar pode ser a causa de uma doença crônica ou ao contrário, quando esta desencadeia a intolerância, por exemplo, a doença celíaca.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Desenvolvemos um tópico somente sobre ela, pois é a mais comum e pode apresentar diferentes graus: leve, moderado ou grave. Ocorre quando o corpo não é capaz de

metabolizar a lactose (que é o açúcar do leite), por não possuir a enzima lactase em quantidades adequadas. Assim, a lactose não digerida no intestino retém água na tentativa de encontrar um equilíbrio (isotonicidade). Essa retenção levará à fermentação da lactose pelas bactérias, gerando os sintomas já conhecidos.

Esntre estes, no caso da intolerância à lactose os mais frequentes são a produção excessiva de gases, distensão abdominal, cólicas e até mesmo diarreias, que são amenizados com a interrupção do consumo de leite e derivados.

Os motivos que podem gerar essa incapacidade fisiológica (de produzir a enzima lactase em quantidades adequadas) são:

Deficiência congênita: mais rara, a alteração genética faz a criança nascer sem a capacidade de produzir a enzima lactase;

Deficiência primária: causa mais frequente na população. Aqui ocorre uma diminuição natural e progressiva na produção de lactase, podendo iniciar em qualquer fase da vida;

Deficiência secundária: algumas doenças intestinais podem afetar a produção de lactase, por exemplo, Síndrome do Intestino Irritável, diarréias, doença de Crohn, toxicidade por antibióticos, doença celíaca ou mesmo a alergia à caseína (proteína do leite). Se houver controle da doença de base, a intolerância à lactose pode diminuir a gravidade.

EXISTE TRATAMENTO PARA A INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

É fundamental atentar para os sintomas relacionados com a intolerância alimentar, pois o tratamento pode ser uma simples modificação da dieta. Na maioria das vezes, a exclusão do alimento identificado como causador da intolerância já é capaz de melhorar sensivelmente a qualidade de vida do indivíduo. O médico ou nutricionista pode solicitar uma tentativa de reintroduzir após um tempo o alimento na dieta, mas só após verificar exames e seus sintomas.

A alimentação é fundamental para manter o bom estado do organismo e prevenir doenças, mas certos alimentos ou aditivos alimentares revelam-se inadequados para quem for sensível a eles. Fique atento ao que consome e como seu corpo responde.

Preste atenção, principalmente, em alimentos como trigo, leite, ovos, peixes e frutos do mar, conservantes, estabilizantes e corantes de produtos industrializados – os mais frequentes citados por indivíduos portadores de intolerância alimentar.

REFERÊNCIAS:

ZANIN, C. M.; MARCHINI, J. S.; CARVALHO, I. F. Reações adversas a alimentos e imunidade humoral: subclasses de IgG a antígenos alimentares. Nutrire: ver. Soc. Bras. Alim. Nutri. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP., v.24, p.125-134, dez., 2002.Disponível em: http://www.revistanutrire.org.br/files/v24n%C3%BAnico/v24nunicoa08.pdf

Fenacelbra. Depressão, ansiedade, enxaqueca, obesidade podem ter sua causa na Intolerância Alimentar.Disponível em: http://www.fenacelbra.com.br/acelbra_rj/depressao-ansiedade-enxaqueca-obesidade-podem-ter-sua-causa-na-intolerancia-alimentar/

DA ROCHA, L.C.S.C. Intolerância à lactose: conduta nutricional no cuidado de crianças na primeira infância. Univ. Reg. do Nor. do Est. do Rio Grande do Sul.Disponível em: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/822/Intoler%C3%A2ncia%20%C3%A0%20Lactose%20-%20conduta%20nutricional%20no%20cuidado%20de%20crian%C3%A7as%20na%20primeira%20inf%C3%A2ncia.pdf

Intolerância Alimentar. Doutor Paulo Maciel.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/intolerancia-alimentar/

Quilici, Flávio Antonio; Missio, Alessandra. Intolerância à Lactose.Disponível em: http://www.unigastrocampinas.com.br/artigos/intolerancia.pdf

What is Food Intolerance (Non-IgE mediated Food Hypersensitivity). Allergy UKDisponível em: http://www.allergyuk.org/food-intolerance/what-is-food-intolerance

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alimentares são as mais comuns reações aos alimentos. Elas podem ser causadas por reações tóxicas (ex.: aditivos alimentares), metabólicas (ex.: aminoácidos) ou farmacológicas (ex.: teobromina do chocolate), que podem desencadear alterações não específicas no sistema digestório, alterações cutâneas e respiratórias. A maioria dos estudos atuais aponta que essas reações devem ser mediadas por anticorpos IgG.

O que acontece é que tais componentes alimentares podem ultrapassar a barreira intestinal, cair na corrente sanguínea e aumentar os níveis de anticorpos IgG circulantes, estimular os mastócitos a liberarem histamina ou ainda o próprio alimento conter histamina. A histamina é uma substância que pertence ao sistema imunológico, mas que pode ser liberada de diversas formas. Você já deve ter ouvido falar que, no caso das reações alérgicas, o mais comum é administrar um anti-histamínico para cessar a alergia.

QUEM IDENTIFICA A MINHA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

O médico é o profissional capaz de diagnosticar sua intolerância através de exames, solicitando a dosagem de anticorpos IgE, IgG ou IgA. Ele vai aliar também o seu relato sobre os sintomas e sua frequência alimentar. Se constatada a intolerância, um nutricionista pode lhe ajudar a elaborar um cardápio que atenda suas necessidades nutricionais, restringindo o que for necessário.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A maioria das pessoas pode desfrutar da diversidade de alimentos que existem sem sentir qualquer efeito negativo após a ingestão. Para algumas, no entanto, determinados alimentos causam reações que, além de afetar a qualidade de vida, podem trazer sérios problemas à saúde. E uma das causas é a intolerância alimentar.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A alergia alimentar é dependente de mecanismos imunológicos mediados por IgE ou não, cuja resposta ao alimento é aguda e imediata. O que ocorre é a reação de IgE (anticorpo) com a proteína do alimento (antígeno) ou através de outros anticorpos que também atingem células do sistema imunológico, por exemplo, mastócitos e células T. No entanto, algumas pessoas podem sofrer de reação alérgica alimentar tardia, também mediadas por IgE.

Já a intolerância alimentar é um termo utilizado para descrever mecanismos fisiológicos anormais não imunológicos que ocorrem quando um alimento ou aditivo específico é ingerido pelo indivíduo intolerante. As intolerâncias

Os sintomas se concentram mais no trato gastrointestinal, mas podem atingir outras partes do organismo por citotoxicidade (intoxicação celular). São muito parecidos com a alergia alimentar, por isso muitas vezes o diagnóstico pode ser difícil. Veja alguns sintomas:

Sistema digestório: diarreia, distensão abdominal, cólicas e produção excessiva de gases;

Sistema nervoso central: enxaquecas, tontura, ansiedade, depressão e alteração frequente de humor;

Sistema respiratório: congestão nasal, otite, rinite, asma brônquica crônica de sinusite. Geralmente, o início dos sintomas é mais lento, podendo levar horas ou dias após a ingestão do alimento para que o indivíduo perceba o desconforto. Dependendo da quantidade e frequência consumida, os sintomas também podem durar horas ou até mesmo dias.

Por ser algo difícil de detectar, muitas vezes a intolerância alimentar pode ser a causa de uma doença crônica ou ao contrário, quando esta desencadeia a intolerância, por exemplo, a doença celíaca.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Desenvolvemos um tópico somente sobre ela, pois é a mais comum e pode apresentar diferentes graus: leve, moderado ou grave. Ocorre quando o corpo não é capaz de

metabolizar a lactose (que é o açúcar do leite), por não possuir a enzima lactase em quantidades adequadas. Assim, a lactose não digerida no intestino retém água na tentativa de encontrar um equilíbrio (isotonicidade). Essa retenção levará à fermentação da lactose pelas bactérias, gerando os sintomas já conhecidos.

Esntre estes, no caso da intolerância à lactose os mais frequentes são a produção excessiva de gases, distensão abdominal, cólicas e até mesmo diarreias, que são amenizados com a interrupção do consumo de leite e derivados.

Os motivos que podem gerar essa incapacidade fisiológica (de produzir a enzima lactase em quantidades adequadas) são:

Deficiência congênita: mais rara, a alteração genética faz a criança nascer sem a capacidade de produzir a enzima lactase;

Deficiência primária: causa mais frequente na população. Aqui ocorre uma diminuição natural e progressiva na produção de lactase, podendo iniciar em qualquer fase da vida;

Deficiência secundária: algumas doenças intestinais podem afetar a produção de lactase, por exemplo, Síndrome do Intestino Irritável, diarréias, doença de Crohn, toxicidade por antibióticos, doença celíaca ou mesmo a alergia à caseína (proteína do leite). Se houver controle da doença de base, a intolerância à lactose pode diminuir a gravidade.

EXISTE TRATAMENTO PARA A INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

É fundamental atentar para os sintomas relacionados com a intolerância alimentar, pois o tratamento pode ser uma simples modificação da dieta. Na maioria das vezes, a exclusão do alimento identificado como causador da intolerância já é capaz de melhorar sensivelmente a qualidade de vida do indivíduo. O médico ou nutricionista pode solicitar uma tentativa de reintroduzir após um tempo o alimento na dieta, mas só após verificar exames e seus sintomas.

A alimentação é fundamental para manter o bom estado do organismo e prevenir doenças, mas certos alimentos ou aditivos alimentares revelam-se inadequados para quem for sensível a eles. Fique atento ao que consome e como seu corpo responde.

Preste atenção, principalmente, em alimentos como trigo, leite, ovos, peixes e frutos do mar, conservantes, estabilizantes e corantes de produtos industrializados – os mais frequentes citados por indivíduos portadores de intolerância alimentar.

REFERÊNCIAS:

ZANIN, C. M.; MARCHINI, J. S.; CARVALHO, I. F. Reações adversas a alimentos e imunidade humoral: subclasses de IgG a antígenos alimentares. Nutrire: ver. Soc. Bras. Alim. Nutri. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP., v.24, p.125-134, dez., 2002.Disponível em: http://www.revistanutrire.org.br/files/v24n%C3%BAnico/v24nunicoa08.pdf

Fenacelbra. Depressão, ansiedade, enxaqueca, obesidade podem ter sua causa na Intolerância Alimentar.Disponível em: http://www.fenacelbra.com.br/acelbra_rj/depressao-ansiedade-enxaqueca-obesidade-podem-ter-sua-causa-na-intolerancia-alimentar/

DA ROCHA, L.C.S.C. Intolerância à lactose: conduta nutricional no cuidado de crianças na primeira infância. Univ. Reg. do Nor. do Est. do Rio Grande do Sul.Disponível em: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/822/Intoler%C3%A2ncia%20%C3%A0%20Lactose%20-%20conduta%20nutricional%20no%20cuidado%20de%20crian%C3%A7as%20na%20primeira%20inf%C3%A2ncia.pdf

Intolerância Alimentar. Doutor Paulo Maciel.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/intolerancia-alimentar/

Quilici, Flávio Antonio; Missio, Alessandra. Intolerância à Lactose.Disponível em: http://www.unigastrocampinas.com.br/artigos/intolerancia.pdf

What is Food Intolerance (Non-IgE mediated Food Hypersensitivity). Allergy UKDisponível em: http://www.allergyuk.org/food-intolerance/what-is-food-intolerance

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alimentares são as mais comuns reações aos alimentos. Elas podem ser causadas por reações tóxicas (ex.: aditivos alimentares), metabólicas (ex.: aminoácidos) ou farmacológicas (ex.: teobromina do chocolate), que podem desencadear alterações não específicas no sistema digestório, alterações cutâneas e respiratórias. A maioria dos estudos atuais aponta que essas reações devem ser mediadas por anticorpos IgG.

O que acontece é que tais componentes alimentares podem ultrapassar a barreira intestinal, cair na corrente sanguínea e aumentar os níveis de anticorpos IgG circulantes, estimular os mastócitos a liberarem histamina ou ainda o próprio alimento conter histamina. A histamina é uma substância que pertence ao sistema imunológico, mas que pode ser liberada de diversas formas. Você já deve ter ouvido falar que, no caso das reações alérgicas, o mais comum é administrar um anti-histamínico para cessar a alergia.

QUEM IDENTIFICA A MINHA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

O médico é o profissional capaz de diagnosticar sua intolerância através de exames, solicitando a dosagem de anticorpos IgE, IgG ou IgA. Ele vai aliar também o seu relato sobre os sintomas e sua frequência alimentar. Se constatada a intolerância, um nutricionista pode lhe ajudar a elaborar um cardápio que atenda suas necessidades nutricionais, restringindo o que for necessário.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A maioria das pessoas pode desfrutar da diversidade de alimentos que existem sem sentir qualquer efeito negativo após a ingestão. Para algumas, no entanto, determinados alimentos causam reações que, além de afetar a qualidade de vida, podem trazer sérios problemas à saúde. E uma das causas é a intolerância alimentar.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A alergia alimentar é dependente de mecanismos imunológicos mediados por IgE ou não, cuja resposta ao alimento é aguda e imediata. O que ocorre é a reação de IgE (anticorpo) com a proteína do alimento (antígeno) ou através de outros anticorpos que também atingem células do sistema imunológico, por exemplo, mastócitos e células T. No entanto, algumas pessoas podem sofrer de reação alérgica alimentar tardia, também mediadas por IgE.

Já a intolerância alimentar é um termo utilizado para descrever mecanismos fisiológicos anormais não imunológicos que ocorrem quando um alimento ou aditivo específico é ingerido pelo indivíduo intolerante. As intolerâncias

Os sintomas se concentram mais no trato gastrointestinal, mas podem atingir outras partes do organismo por citotoxicidade (intoxicação celular). São muito parecidos com a alergia alimentar, por isso muitas vezes o diagnóstico pode ser difícil. Veja alguns sintomas:

Sistema digestório: diarreia, distensão abdominal, cólicas e produção excessiva de gases;

Sistema nervoso central: enxaquecas, tontura, ansiedade, depressão e alteração frequente de humor;

Sistema respiratório: congestão nasal, otite, rinite, asma brônquica crônica de sinusite. Geralmente, o início dos sintomas é mais lento, podendo levar horas ou dias após a ingestão do alimento para que o indivíduo perceba o desconforto. Dependendo da quantidade e frequência consumida, os sintomas também podem durar horas ou até mesmo dias.

Por ser algo difícil de detectar, muitas vezes a intolerância alimentar pode ser a causa de uma doença crônica ou ao contrário, quando esta desencadeia a intolerância, por exemplo, a doença celíaca.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Desenvolvemos um tópico somente sobre ela, pois é a mais comum e pode apresentar diferentes graus: leve, moderado ou grave. Ocorre quando o corpo não é capaz de

metabolizar a lactose (que é o açúcar do leite), por não possuir a enzima lactase em quantidades adequadas. Assim, a lactose não digerida no intestino retém água na tentativa de encontrar um equilíbrio (isotonicidade). Essa retenção levará à fermentação da lactose pelas bactérias, gerando os sintomas já conhecidos.

Esntre estes, no caso da intolerância à lactose os mais frequentes são a produção excessiva de gases, distensão abdominal, cólicas e até mesmo diarreias, que são amenizados com a interrupção do consumo de leite e derivados.

Os motivos que podem gerar essa incapacidade fisiológica (de produzir a enzima lactase em quantidades adequadas) são:

Deficiência congênita: mais rara, a alteração genética faz a criança nascer sem a capacidade de produzir a enzima lactase;

Deficiência primária: causa mais frequente na população. Aqui ocorre uma diminuição natural e progressiva na produção de lactase, podendo iniciar em qualquer fase da vida;

Deficiência secundária: algumas doenças intestinais podem afetar a produção de lactase, por exemplo, Síndrome do Intestino Irritável, diarréias, doença de Crohn, toxicidade por antibióticos, doença celíaca ou mesmo a alergia à caseína (proteína do leite). Se houver controle da doença de base, a intolerância à lactose pode diminuir a gravidade.

EXISTE TRATAMENTO PARA A INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

É fundamental atentar para os sintomas relacionados com a intolerância alimentar, pois o tratamento pode ser uma simples modificação da dieta. Na maioria das vezes, a exclusão do alimento identificado como causador da intolerância já é capaz de melhorar sensivelmente a qualidade de vida do indivíduo. O médico ou nutricionista pode solicitar uma tentativa de reintroduzir após um tempo o alimento na dieta, mas só após verificar exames e seus sintomas.

A alimentação é fundamental para manter o bom estado do organismo e prevenir doenças, mas certos alimentos ou aditivos alimentares revelam-se inadequados para quem for sensível a eles. Fique atento ao que consome e como seu corpo responde.

Preste atenção, principalmente, em alimentos como trigo, leite, ovos, peixes e frutos do mar, conservantes, estabilizantes e corantes de produtos industrializados – os mais frequentes citados por indivíduos portadores de intolerância alimentar.

REFERÊNCIAS:

ZANIN, C. M.; MARCHINI, J. S.; CARVALHO, I. F. Reações adversas a alimentos e imunidade humoral: subclasses de IgG a antígenos alimentares. Nutrire: ver. Soc. Bras. Alim. Nutri. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP., v.24, p.125-134, dez., 2002.Disponível em: http://www.revistanutrire.org.br/files/v24n%C3%BAnico/v24nunicoa08.pdf

Fenacelbra. Depressão, ansiedade, enxaqueca, obesidade podem ter sua causa na Intolerância Alimentar.Disponível em: http://www.fenacelbra.com.br/acelbra_rj/depressao-ansiedade-enxaqueca-obesidade-podem-ter-sua-causa-na-intolerancia-alimentar/

DA ROCHA, L.C.S.C. Intolerância à lactose: conduta nutricional no cuidado de crianças na primeira infância. Univ. Reg. do Nor. do Est. do Rio Grande do Sul.Disponível em: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/822/Intoler%C3%A2ncia%20%C3%A0%20Lactose%20-%20conduta%20nutricional%20no%20cuidado%20de%20crian%C3%A7as%20na%20primeira%20inf%C3%A2ncia.pdf

Intolerância Alimentar. Doutor Paulo Maciel.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/intolerancia-alimentar/

Quilici, Flávio Antonio; Missio, Alessandra. Intolerância à Lactose.Disponível em: http://www.unigastrocampinas.com.br/artigos/intolerancia.pdf

What is Food Intolerance (Non-IgE mediated Food Hypersensitivity). Allergy UKDisponível em: http://www.allergyuk.org/food-intolerance/what-is-food-intolerance

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alimentares são as mais comuns reações aos alimentos. Elas podem ser causadas por reações tóxicas (ex.: aditivos alimentares), metabólicas (ex.: aminoácidos) ou farmacológicas (ex.: teobromina do chocolate), que podem desencadear alterações não específicas no sistema digestório, alterações cutâneas e respiratórias. A maioria dos estudos atuais aponta que essas reações devem ser mediadas por anticorpos IgG.

O que acontece é que tais componentes alimentares podem ultrapassar a barreira intestinal, cair na corrente sanguínea e aumentar os níveis de anticorpos IgG circulantes, estimular os mastócitos a liberarem histamina ou ainda o próprio alimento conter histamina. A histamina é uma substância que pertence ao sistema imunológico, mas que pode ser liberada de diversas formas. Você já deve ter ouvido falar que, no caso das reações alérgicas, o mais comum é administrar um anti-histamínico para cessar a alergia.

QUEM IDENTIFICA A MINHA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

O médico é o profissional capaz de diagnosticar sua intolerância através de exames, solicitando a dosagem de anticorpos IgE, IgG ou IgA. Ele vai aliar também o seu relato sobre os sintomas e sua frequência alimentar. Se constatada a intolerância, um nutricionista pode lhe ajudar a elaborar um cardápio que atenda suas necessidades nutricionais, restringindo o que for necessário.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A maioria das pessoas pode desfrutar da diversidade de alimentos que existem sem sentir qualquer efeito negativo após a ingestão. Para algumas, no entanto, determinados alimentos causam reações que, além de afetar a qualidade de vida, podem trazer sérios problemas à saúde. E uma das causas é a intolerância alimentar.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A alergia alimentar é dependente de mecanismos imunológicos mediados por IgE ou não, cuja resposta ao alimento é aguda e imediata. O que ocorre é a reação de IgE (anticorpo) com a proteína do alimento (antígeno) ou através de outros anticorpos que também atingem células do sistema imunológico, por exemplo, mastócitos e células T. No entanto, algumas pessoas podem sofrer de reação alérgica alimentar tardia, também mediadas por IgE.

Já a intolerância alimentar é um termo utilizado para descrever mecanismos fisiológicos anormais não imunológicos que ocorrem quando um alimento ou aditivo específico é ingerido pelo indivíduo intolerante. As intolerâncias

Os sintomas se concentram mais no trato gastrointestinal, mas podem atingir outras partes do organismo por citotoxicidade (intoxicação celular). São muito parecidos com a alergia alimentar, por isso muitas vezes o diagnóstico pode ser difícil. Veja alguns sintomas:

Sistema digestório: diarreia, distensão abdominal, cólicas e produção excessiva de gases;

Sistema nervoso central: enxaquecas, tontura, ansiedade, depressão e alteração frequente de humor;

Sistema respiratório: congestão nasal, otite, rinite, asma brônquica crônica de sinusite. Geralmente, o início dos sintomas é mais lento, podendo levar horas ou dias após a ingestão do alimento para que o indivíduo perceba o desconforto. Dependendo da quantidade e frequência consumida, os sintomas também podem durar horas ou até mesmo dias.

Por ser algo difícil de detectar, muitas vezes a intolerância alimentar pode ser a causa de uma doença crônica ou ao contrário, quando esta desencadeia a intolerância, por exemplo, a doença celíaca.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Desenvolvemos um tópico somente sobre ela, pois é a mais comum e pode apresentar diferentes graus: leve, moderado ou grave. Ocorre quando o corpo não é capaz de

metabolizar a lactose (que é o açúcar do leite), por não possuir a enzima lactase em quantidades adequadas. Assim, a lactose não digerida no intestino retém água na tentativa de encontrar um equilíbrio (isotonicidade). Essa retenção levará à fermentação da lactose pelas bactérias, gerando os sintomas já conhecidos.

Esntre estes, no caso da intolerância à lactose os mais frequentes são a produção excessiva de gases, distensão abdominal, cólicas e até mesmo diarreias, que são amenizados com a interrupção do consumo de leite e derivados.

Os motivos que podem gerar essa incapacidade fisiológica (de produzir a enzima lactase em quantidades adequadas) são:

Deficiência congênita: mais rara, a alteração genética faz a criança nascer sem a capacidade de produzir a enzima lactase;

Deficiência primária: causa mais frequente na população. Aqui ocorre uma diminuição natural e progressiva na produção de lactase, podendo iniciar em qualquer fase da vida;

Deficiência secundária: algumas doenças intestinais podem afetar a produção de lactase, por exemplo, Síndrome do Intestino Irritável, diarréias, doença de Crohn, toxicidade por antibióticos, doença celíaca ou mesmo a alergia à caseína (proteína do leite). Se houver controle da doença de base, a intolerância à lactose pode diminuir a gravidade.

EXISTE TRATAMENTO PARA A INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

É fundamental atentar para os sintomas relacionados com a intolerância alimentar, pois o tratamento pode ser uma simples modificação da dieta. Na maioria das vezes, a exclusão do alimento identificado como causador da intolerância já é capaz de melhorar sensivelmente a qualidade de vida do indivíduo. O médico ou nutricionista pode solicitar uma tentativa de reintroduzir após um tempo o alimento na dieta, mas só após verificar exames e seus sintomas.

A alimentação é fundamental para manter o bom estado do organismo e prevenir doenças, mas certos alimentos ou aditivos alimentares revelam-se inadequados para quem for sensível a eles. Fique atento ao que consome e como seu corpo responde.

Preste atenção, principalmente, em alimentos como trigo, leite, ovos, peixes e frutos do mar, conservantes, estabilizantes e corantes de produtos industrializados – os mais frequentes citados por indivíduos portadores de intolerância alimentar.

REFERÊNCIAS:

ZANIN, C. M.; MARCHINI, J. S.; CARVALHO, I. F. Reações adversas a alimentos e imunidade humoral: subclasses de IgG a antígenos alimentares. Nutrire: ver. Soc. Bras. Alim. Nutri. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP., v.24, p.125-134, dez., 2002.Disponível em: http://www.revistanutrire.org.br/files/v24n%C3%BAnico/v24nunicoa08.pdf

Fenacelbra. Depressão, ansiedade, enxaqueca, obesidade podem ter sua causa na Intolerância Alimentar.Disponível em: http://www.fenacelbra.com.br/acelbra_rj/depressao-ansiedade-enxaqueca-obesidade-podem-ter-sua-causa-na-intolerancia-alimentar/

DA ROCHA, L.C.S.C. Intolerância à lactose: conduta nutricional no cuidado de crianças na primeira infância. Univ. Reg. do Nor. do Est. do Rio Grande do Sul.Disponível em: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/822/Intoler%C3%A2ncia%20%C3%A0%20Lactose%20-%20conduta%20nutricional%20no%20cuidado%20de%20crian%C3%A7as%20na%20primeira%20inf%C3%A2ncia.pdf

Intolerância Alimentar. Doutor Paulo Maciel.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/intolerancia-alimentar/

Quilici, Flávio Antonio; Missio, Alessandra. Intolerância à Lactose.Disponível em: http://www.unigastrocampinas.com.br/artigos/intolerancia.pdf

What is Food Intolerance (Non-IgE mediated Food Hypersensitivity). Allergy UKDisponível em: http://www.allergyuk.org/food-intolerance/what-is-food-intolerance

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

Os principais sintomas da intolerância à lactose incluem flatulência, dor e distensão abdominal, e diarreia. Eles são causados pela lactose não digerida que passa do intestino delgado para o cólon. Aqui, as bactérias presentes fermentam o açúcar não absorvido, produzindo alguns componentes, como ácidos graxos de cadeia curta e gases (dióxido de carbono, hidrogênio e metano).

A produção de gás é o que resulta em flatulência, distensão abdominal e dor. Além disso, a lactose que não foi absorvida também tem um efeito osmótico no trato gastrointestinal, ou seja, move o líquido de fora do intestino para dentro, causando a diarreia.

CONSEGUIMOS DIGERIR A LACTOSE EM ALGUM MOMENTO DA VIDA?

Durante a amamentação nós somos capazes de digerir a lactose, mesmo porque ela se encontra no leite materno e é essencial para o desenvolvimento do bebê. Após o desmame, ocorre uma redução da atividade da lactase que, ao que parece, é programada geneticamente na maioria das populações do mundo, mas o motivo de isso acontecer ainda não é claro.

Além disso, o grau de intolerância pode variar e acontecer em diferentes fases da vida. Por exemplo, aos 18 anos o intestino de uma pessoa pode reduzir ou mesmo cessar a produção de lactase, entretanto pessoa outra poderá ingerir

leite e derivados o resto da vida normalmente.

Os produtos lácteos variam entre si quanto ao teor de lactose (veja tabela abaixo). Vale a pena pesquisar qual o teor do açúcar nos produtos que você e avaliar quais estão causando mais ou menos sintomas.

TEOR MÉDIO DE LACTOSE NOS PRODUTOS LÁCTEOS2

TODOS ESTÃO GENETICAMENTE PREDISPOSTOS À INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

Chama a atenção a estimativa de que 57% dos brasileiros brancos e mulatos possuem o gene da hipolactasia primária, podendo ocorrer em até 80% dos negros e 90% de asiáticos (japoneses e chineses)1. Por isso, uma quantidade de pessoas considerável tem a predisposição de desenvolver a intolerância à lactose e muitos ainda tem pouca informação sobre o assunto.

Existe outra condição em que a intolerância à lactose surge por causa de doenças intestinais que é o caso das enterites infecciosas, doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn e Síndrome do Intestino Irritável), diverticulite, doença celíaca e até mesmo anemia. Essa é a hipolactasia secundária, que é uma condição transitória e reversível.

A deficiência congênita ocorre quando a criança já nasce sem condições de produzir lactase. É uma forma rara, mas que pode colocar a vida do bebê em risco se não detectada a tempo.

COMO É O DIAGNÓSTICO DE INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

O médico é o responsável pelo diagnóstico de intolerância à lactose. Além de utilizar a avaliação clínica, ele pode optar por outros tipos de exames.

É possível fazer exame de dosagem de lactase na parede do duodeno, um exame extremamente sensível e preciso, mas invasivo e, por isso, incomum.

Avalia-se também a capacidade de digestão de lactose por um teste oral, no qual o paciente ingere uma quantidade do açúcar e a glicemia é dosada antes e depois. Se o indivíduo for capaz de digeri-la, a glicemia aumenta em 20mg/dL.

A dosagem de hidrogênio emitido através da expiração também é uma forma de diagnóstico. A fermentação da lactose pelas bactérias aumenta a produção de hidrogênio, que será

absorvido pelo intestino e parcialmente eliminado pelos pulmões.

COMO É O TRATAMENTO DE INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

Uma vez diagnosticada a intolerância, o médico e o nutricionista são os profissionais de saúde que poderão lhe ajudar a organizar o cardápio necessário para sua dieta. Alguns itens deverão ser retirados no início e, posteriormente, podem ser reintroduzidos após avaliação médica.

Inserir alimentos fontes de cálcio e de proteína é uma das prioridades. Agrião, espinafre, rúcula, brócolis, couve, gergelim, amêndoas e aveia são algumas delas. Segundo estudos científicos, alguns probióticos são capazes de modificar a flora intestinal, aumentando a produção de lactase e favorecendo a digestão de produtos lácteos.

Uma outra possibilidade é a ingestão de complementos feitos com a enzima lactase.

De qualquer forma, não retire o leite e seus derivados por ter se identificado com os sintomas descritos aqui. Procure seu médico de confiança e conversem sobre o assunto!

A lactose, conhecida como açúcar do leite, é um carboidrato formado por duas moléculas ligadas entre si: a glicose e a galactose. A enzima lactase, que está presente no intestino, rompe essa ligação liberando essas moléculas para serem absorvidas.

A má digestão da lactose ocorre pela redução da capacidade do corpo em quebrar a lactose. Essa condição é chamada na área médica de hipolactasia e causa uma diminuição na produção da enzima chamada lactase. Nos seres humanos essa enzima é geneticamente programada para ser produzida nos primeiros anos de vida, embora existam indivíduos que continuem produzindo lactase até a idade adulta. Essa redução da enzima lactase (a hipolactasia) é a causa da intolerância à lactose.

A intolerância à lactose acontece quando a atividade da enzima lactase é reduzida na parede do intestino delgado e, por isso, o indivíduo tem sintomas abdominais após a ingestão de alimentos ricos em lactose, como por exemplo o leite de vaca e todos os seus derivados.

REFERÊNCIAS:

1Alergia ao leite de vaca e intolerância à lactoseDisponível em: http://www.medicinaatual.com.br/doencas/alergia-ao-leite-de-vaca-e-intolerancia-a-lactose.html

2Intolerância à Lactose e produtos lácteos com baixo teor de lactoseDisponível em: http://www.insumos.com.br/aditivos_e_ingredientes/materias/143.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Rev Assoc Med Bras 2010; 56(2): 230-6.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n2/a25v56n2.pdf

British Nutrition Foundation. Lactose intolerance.Disponível em: http://www.nutrition.org.uk/nutritionscience/allergy/lactose-intolerance.html

Heyman M. Lactose Intolerance in Infants, Children, and Adolescents. Pediatrics Vol. 118 No. 3 September 1, 2006.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/118/3/1279.full

Drauzio Varella. Intolerância à lactose.Disponível em: http://drauziovarella.com.br/letras/l/intolerancia-a-lactose/

Laboratório Fleury. Lactose, Prova de Absorção, plasma.Disponível em: http://lare.fleury.com.br/sistemas-externos/Servicos/ManualExames/Detalhe/77

Mayo Clinic. Lactose intolerance.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/lactose-intolerance/basics/definition/con-20027906

Chris Kesser. How to cure lactose intolerance.Disponível em: http://chriskresser.com/how-to-cure-lactose-intolerance

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alimentares são as mais comuns reações aos alimentos. Elas podem ser causadas por reações tóxicas (ex.: aditivos alimentares), metabólicas (ex.: aminoácidos) ou farmacológicas (ex.: teobromina do chocolate), que podem desencadear alterações não específicas no sistema digestório, alterações cutâneas e respiratórias. A maioria dos estudos atuais aponta que essas reações devem ser mediadas por anticorpos IgG.

O que acontece é que tais componentes alimentares podem ultrapassar a barreira intestinal, cair na corrente sanguínea e aumentar os níveis de anticorpos IgG circulantes, estimular os mastócitos a liberarem histamina ou ainda o próprio alimento conter histamina. A histamina é uma substância que pertence ao sistema imunológico, mas que pode ser liberada de diversas formas. Você já deve ter ouvido falar que, no caso das reações alérgicas, o mais comum é administrar um anti-histamínico para cessar a alergia.

QUEM IDENTIFICA A MINHA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

O médico é o profissional capaz de diagnosticar sua intolerância através de exames, solicitando a dosagem de anticorpos IgE, IgG ou IgA. Ele vai aliar também o seu relato sobre os sintomas e sua frequência alimentar. Se constatada a intolerância, um nutricionista pode lhe ajudar a elaborar um cardápio que atenda suas necessidades nutricionais, restringindo o que for necessário.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A maioria das pessoas pode desfrutar da diversidade de alimentos que existem sem sentir qualquer efeito negativo após a ingestão. Para algumas, no entanto, determinados alimentos causam reações que, além de afetar a qualidade de vida, podem trazer sérios problemas à saúde. E uma das causas é a intolerância alimentar.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A alergia alimentar é dependente de mecanismos imunológicos mediados por IgE ou não, cuja resposta ao alimento é aguda e imediata. O que ocorre é a reação de IgE (anticorpo) com a proteína do alimento (antígeno) ou através de outros anticorpos que também atingem células do sistema imunológico, por exemplo, mastócitos e células T. No entanto, algumas pessoas podem sofrer de reação alérgica alimentar tardia, também mediadas por IgE.

Já a intolerância alimentar é um termo utilizado para descrever mecanismos fisiológicos anormais não imunológicos que ocorrem quando um alimento ou aditivo específico é ingerido pelo indivíduo intolerante. As intolerâncias

Os sintomas se concentram mais no trato gastrointestinal, mas podem atingir outras partes do organismo por citotoxicidade (intoxicação celular). São muito parecidos com a alergia alimentar, por isso muitas vezes o diagnóstico pode ser difícil. Veja alguns sintomas:

Sistema digestório: diarreia, distensão abdominal, cólicas e produção excessiva de gases;

Sistema nervoso central: enxaquecas, tontura, ansiedade, depressão e alteração frequente de humor;

Sistema respiratório: congestão nasal, otite, rinite, asma brônquica crônica de sinusite. Geralmente, o início dos sintomas é mais lento, podendo levar horas ou dias após a ingestão do alimento para que o indivíduo perceba o desconforto. Dependendo da quantidade e frequência consumida, os sintomas também podem durar horas ou até mesmo dias.

Por ser algo difícil de detectar, muitas vezes a intolerância alimentar pode ser a causa de uma doença crônica ou ao contrário, quando esta desencadeia a intolerância, por exemplo, a doença celíaca.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Desenvolvemos um tópico somente sobre ela, pois é a mais comum e pode apresentar diferentes graus: leve, moderado ou grave. Ocorre quando o corpo não é capaz de

metabolizar a lactose (que é o açúcar do leite), por não possuir a enzima lactase em quantidades adequadas. Assim, a lactose não digerida no intestino retém água na tentativa de encontrar um equilíbrio (isotonicidade). Essa retenção levará à fermentação da lactose pelas bactérias, gerando os sintomas já conhecidos.

Esntre estes, no caso da intolerância à lactose os mais frequentes são a produção excessiva de gases, distensão abdominal, cólicas e até mesmo diarreias, que são amenizados com a interrupção do consumo de leite e derivados.

Os motivos que podem gerar essa incapacidade fisiológica (de produzir a enzima lactase em quantidades adequadas) são:

Deficiência congênita: mais rara, a alteração genética faz a criança nascer sem a capacidade de produzir a enzima lactase;

Deficiência primária: causa mais frequente na população. Aqui ocorre uma diminuição natural e progressiva na produção de lactase, podendo iniciar em qualquer fase da vida;

Deficiência secundária: algumas doenças intestinais podem afetar a produção de lactase, por exemplo, Síndrome do Intestino Irritável, diarréias, doença de Crohn, toxicidade por antibióticos, doença celíaca ou mesmo a alergia à caseína (proteína do leite). Se houver controle da doença de base, a intolerância à lactose pode diminuir a gravidade.

EXISTE TRATAMENTO PARA A INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

É fundamental atentar para os sintomas relacionados com a intolerância alimentar, pois o tratamento pode ser uma simples modificação da dieta. Na maioria das vezes, a exclusão do alimento identificado como causador da intolerância já é capaz de melhorar sensivelmente a qualidade de vida do indivíduo. O médico ou nutricionista pode solicitar uma tentativa de reintroduzir após um tempo o alimento na dieta, mas só após verificar exames e seus sintomas.

A alimentação é fundamental para manter o bom estado do organismo e prevenir doenças, mas certos alimentos ou aditivos alimentares revelam-se inadequados para quem for sensível a eles. Fique atento ao que consome e como seu corpo responde.

Preste atenção, principalmente, em alimentos como trigo, leite, ovos, peixes e frutos do mar, conservantes, estabilizantes e corantes de produtos industrializados – os mais frequentes citados por indivíduos portadores de intolerância alimentar.

REFERÊNCIAS:

ZANIN, C. M.; MARCHINI, J. S.; CARVALHO, I. F. Reações adversas a alimentos e imunidade humoral: subclasses de IgG a antígenos alimentares. Nutrire: ver. Soc. Bras. Alim. Nutri. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP., v.24, p.125-134, dez., 2002.Disponível em: http://www.revistanutrire.org.br/files/v24n%C3%BAnico/v24nunicoa08.pdf

Fenacelbra. Depressão, ansiedade, enxaqueca, obesidade podem ter sua causa na Intolerância Alimentar.Disponível em: http://www.fenacelbra.com.br/acelbra_rj/depressao-ansiedade-enxaqueca-obesidade-podem-ter-sua-causa-na-intolerancia-alimentar/

DA ROCHA, L.C.S.C. Intolerância à lactose: conduta nutricional no cuidado de crianças na primeira infância. Univ. Reg. do Nor. do Est. do Rio Grande do Sul.Disponível em: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/822/Intoler%C3%A2ncia%20%C3%A0%20Lactose%20-%20conduta%20nutricional%20no%20cuidado%20de%20crian%C3%A7as%20na%20primeira%20inf%C3%A2ncia.pdf

Intolerância Alimentar. Doutor Paulo Maciel.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/intolerancia-alimentar/

Quilici, Flávio Antonio; Missio, Alessandra. Intolerância à Lactose.Disponível em: http://www.unigastrocampinas.com.br/artigos/intolerancia.pdf

What is Food Intolerance (Non-IgE mediated Food Hypersensitivity). Allergy UKDisponível em: http://www.allergyuk.org/food-intolerance/what-is-food-intolerance

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

Os principais sintomas da intolerância à lactose incluem flatulência, dor e distensão abdominal, e diarreia. Eles são causados pela lactose não digerida que passa do intestino delgado para o cólon. Aqui, as bactérias presentes fermentam o açúcar não absorvido, produzindo alguns componentes, como ácidos graxos de cadeia curta e gases (dióxido de carbono, hidrogênio e metano).

A produção de gás é o que resulta em flatulência, distensão abdominal e dor. Além disso, a lactose que não foi absorvida também tem um efeito osmótico no trato gastrointestinal, ou seja, move o líquido de fora do intestino para dentro, causando a diarreia.

CONSEGUIMOS DIGERIR A LACTOSE EM ALGUM MOMENTO DA VIDA?

Durante a amamentação nós somos capazes de digerir a lactose, mesmo porque ela se encontra no leite materno e é essencial para o desenvolvimento do bebê. Após o desmame, ocorre uma redução da atividade da lactase que, ao que parece, é programada geneticamente na maioria das populações do mundo, mas o motivo de isso acontecer ainda não é claro.

Além disso, o grau de intolerância pode variar e acontecer em diferentes fases da vida. Por exemplo, aos 18 anos o intestino de uma pessoa pode reduzir ou mesmo cessar a produção de lactase, entretanto pessoa outra poderá ingerir

leite e derivados o resto da vida normalmente.

Os produtos lácteos variam entre si quanto ao teor de lactose (veja tabela abaixo). Vale a pena pesquisar qual o teor do açúcar nos produtos que você e avaliar quais estão causando mais ou menos sintomas.

TEOR MÉDIO DE LACTOSE NOS PRODUTOS LÁCTEOS2

TODOS ESTÃO GENETICAMENTE PREDISPOSTOS À INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

Chama a atenção a estimativa de que 57% dos brasileiros brancos e mulatos possuem o gene da hipolactasia primária, podendo ocorrer em até 80% dos negros e 90% de asiáticos (japoneses e chineses)1. Por isso, uma quantidade de pessoas considerável tem a predisposição de desenvolver a intolerância à lactose e muitos ainda tem pouca informação sobre o assunto.

Existe outra condição em que a intolerância à lactose surge por causa de doenças intestinais que é o caso das enterites infecciosas, doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn e Síndrome do Intestino Irritável), diverticulite, doença celíaca e até mesmo anemia. Essa é a hipolactasia secundária, que é uma condição transitória e reversível.

A deficiência congênita ocorre quando a criança já nasce sem condições de produzir lactase. É uma forma rara, mas que pode colocar a vida do bebê em risco se não detectada a tempo.

COMO É O DIAGNÓSTICO DE INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

O médico é o responsável pelo diagnóstico de intolerância à lactose. Além de utilizar a avaliação clínica, ele pode optar por outros tipos de exames.

É possível fazer exame de dosagem de lactase na parede do duodeno, um exame extremamente sensível e preciso, mas invasivo e, por isso, incomum.

Avalia-se também a capacidade de digestão de lactose por um teste oral, no qual o paciente ingere uma quantidade do açúcar e a glicemia é dosada antes e depois. Se o indivíduo for capaz de digeri-la, a glicemia aumenta em 20mg/dL.

A dosagem de hidrogênio emitido através da expiração também é uma forma de diagnóstico. A fermentação da lactose pelas bactérias aumenta a produção de hidrogênio, que será

absorvido pelo intestino e parcialmente eliminado pelos pulmões.

COMO É O TRATAMENTO DE INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

Uma vez diagnosticada a intolerância, o médico e o nutricionista são os profissionais de saúde que poderão lhe ajudar a organizar o cardápio necessário para sua dieta. Alguns itens deverão ser retirados no início e, posteriormente, podem ser reintroduzidos após avaliação médica.

Inserir alimentos fontes de cálcio e de proteína é uma das prioridades. Agrião, espinafre, rúcula, brócolis, couve, gergelim, amêndoas e aveia são algumas delas. Segundo estudos científicos, alguns probióticos são capazes de modificar a flora intestinal, aumentando a produção de lactase e favorecendo a digestão de produtos lácteos.

Uma outra possibilidade é a ingestão de complementos feitos com a enzima lactase.

De qualquer forma, não retire o leite e seus derivados por ter se identificado com os sintomas descritos aqui. Procure seu médico de confiança e conversem sobre o assunto!

A lactose, conhecida como açúcar do leite, é um carboidrato formado por duas moléculas ligadas entre si: a glicose e a galactose. A enzima lactase, que está presente no intestino, rompe essa ligação liberando essas moléculas para serem absorvidas.

A má digestão da lactose ocorre pela redução da capacidade do corpo em quebrar a lactose. Essa condição é chamada na área médica de hipolactasia e causa uma diminuição na produção da enzima chamada lactase. Nos seres humanos essa enzima é geneticamente programada para ser produzida nos primeiros anos de vida, embora existam indivíduos que continuem produzindo lactase até a idade adulta. Essa redução da enzima lactase (a hipolactasia) é a causa da intolerância à lactose.

A intolerância à lactose acontece quando a atividade da enzima lactase é reduzida na parede do intestino delgado e, por isso, o indivíduo tem sintomas abdominais após a ingestão de alimentos ricos em lactose, como por exemplo o leite de vaca e todos os seus derivados.

REFERÊNCIAS:

1Alergia ao leite de vaca e intolerância à lactoseDisponível em: http://www.medicinaatual.com.br/doencas/alergia-ao-leite-de-vaca-e-intolerancia-a-lactose.html

2Intolerância à Lactose e produtos lácteos com baixo teor de lactoseDisponível em: http://www.insumos.com.br/aditivos_e_ingredientes/materias/143.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Rev Assoc Med Bras 2010; 56(2): 230-6.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n2/a25v56n2.pdf

British Nutrition Foundation. Lactose intolerance.Disponível em: http://www.nutrition.org.uk/nutritionscience/allergy/lactose-intolerance.html

Heyman M. Lactose Intolerance in Infants, Children, and Adolescents. Pediatrics Vol. 118 No. 3 September 1, 2006.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/118/3/1279.full

Drauzio Varella. Intolerância à lactose.Disponível em: http://drauziovarella.com.br/letras/l/intolerancia-a-lactose/

Laboratório Fleury. Lactose, Prova de Absorção, plasma.Disponível em: http://lare.fleury.com.br/sistemas-externos/Servicos/ManualExames/Detalhe/77

Mayo Clinic. Lactose intolerance.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/lactose-intolerance/basics/definition/con-20027906

Chris Kesser. How to cure lactose intolerance.Disponível em: http://chriskresser.com/how-to-cure-lactose-intolerance

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alimentares são as mais comuns reações aos alimentos. Elas podem ser causadas por reações tóxicas (ex.: aditivos alimentares), metabólicas (ex.: aminoácidos) ou farmacológicas (ex.: teobromina do chocolate), que podem desencadear alterações não específicas no sistema digestório, alterações cutâneas e respiratórias. A maioria dos estudos atuais aponta que essas reações devem ser mediadas por anticorpos IgG.

O que acontece é que tais componentes alimentares podem ultrapassar a barreira intestinal, cair na corrente sanguínea e aumentar os níveis de anticorpos IgG circulantes, estimular os mastócitos a liberarem histamina ou ainda o próprio alimento conter histamina. A histamina é uma substância que pertence ao sistema imunológico, mas que pode ser liberada de diversas formas. Você já deve ter ouvido falar que, no caso das reações alérgicas, o mais comum é administrar um anti-histamínico para cessar a alergia.

QUEM IDENTIFICA A MINHA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

O médico é o profissional capaz de diagnosticar sua intolerância através de exames, solicitando a dosagem de anticorpos IgE, IgG ou IgA. Ele vai aliar também o seu relato sobre os sintomas e sua frequência alimentar. Se constatada a intolerância, um nutricionista pode lhe ajudar a elaborar um cardápio que atenda suas necessidades nutricionais, restringindo o que for necessário.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A maioria das pessoas pode desfrutar da diversidade de alimentos que existem sem sentir qualquer efeito negativo após a ingestão. Para algumas, no entanto, determinados alimentos causam reações que, além de afetar a qualidade de vida, podem trazer sérios problemas à saúde. E uma das causas é a intolerância alimentar.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A alergia alimentar é dependente de mecanismos imunológicos mediados por IgE ou não, cuja resposta ao alimento é aguda e imediata. O que ocorre é a reação de IgE (anticorpo) com a proteína do alimento (antígeno) ou através de outros anticorpos que também atingem células do sistema imunológico, por exemplo, mastócitos e células T. No entanto, algumas pessoas podem sofrer de reação alérgica alimentar tardia, também mediadas por IgE.

Já a intolerância alimentar é um termo utilizado para descrever mecanismos fisiológicos anormais não imunológicos que ocorrem quando um alimento ou aditivo específico é ingerido pelo indivíduo intolerante. As intolerâncias

Os sintomas se concentram mais no trato gastrointestinal, mas podem atingir outras partes do organismo por citotoxicidade (intoxicação celular). São muito parecidos com a alergia alimentar, por isso muitas vezes o diagnóstico pode ser difícil. Veja alguns sintomas:

Sistema digestório: diarreia, distensão abdominal, cólicas e produção excessiva de gases;

Sistema nervoso central: enxaquecas, tontura, ansiedade, depressão e alteração frequente de humor;

Sistema respiratório: congestão nasal, otite, rinite, asma brônquica crônica de sinusite. Geralmente, o início dos sintomas é mais lento, podendo levar horas ou dias após a ingestão do alimento para que o indivíduo perceba o desconforto. Dependendo da quantidade e frequência consumida, os sintomas também podem durar horas ou até mesmo dias.

Por ser algo difícil de detectar, muitas vezes a intolerância alimentar pode ser a causa de uma doença crônica ou ao contrário, quando esta desencadeia a intolerância, por exemplo, a doença celíaca.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Desenvolvemos um tópico somente sobre ela, pois é a mais comum e pode apresentar diferentes graus: leve, moderado ou grave. Ocorre quando o corpo não é capaz de

metabolizar a lactose (que é o açúcar do leite), por não possuir a enzima lactase em quantidades adequadas. Assim, a lactose não digerida no intestino retém água na tentativa de encontrar um equilíbrio (isotonicidade). Essa retenção levará à fermentação da lactose pelas bactérias, gerando os sintomas já conhecidos.

Esntre estes, no caso da intolerância à lactose os mais frequentes são a produção excessiva de gases, distensão abdominal, cólicas e até mesmo diarreias, que são amenizados com a interrupção do consumo de leite e derivados.

Os motivos que podem gerar essa incapacidade fisiológica (de produzir a enzima lactase em quantidades adequadas) são:

Deficiência congênita: mais rara, a alteração genética faz a criança nascer sem a capacidade de produzir a enzima lactase;

Deficiência primária: causa mais frequente na população. Aqui ocorre uma diminuição natural e progressiva na produção de lactase, podendo iniciar em qualquer fase da vida;

Deficiência secundária: algumas doenças intestinais podem afetar a produção de lactase, por exemplo, Síndrome do Intestino Irritável, diarréias, doença de Crohn, toxicidade por antibióticos, doença celíaca ou mesmo a alergia à caseína (proteína do leite). Se houver controle da doença de base, a intolerância à lactose pode diminuir a gravidade.

EXISTE TRATAMENTO PARA A INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

É fundamental atentar para os sintomas relacionados com a intolerância alimentar, pois o tratamento pode ser uma simples modificação da dieta. Na maioria das vezes, a exclusão do alimento identificado como causador da intolerância já é capaz de melhorar sensivelmente a qualidade de vida do indivíduo. O médico ou nutricionista pode solicitar uma tentativa de reintroduzir após um tempo o alimento na dieta, mas só após verificar exames e seus sintomas.

A alimentação é fundamental para manter o bom estado do organismo e prevenir doenças, mas certos alimentos ou aditivos alimentares revelam-se inadequados para quem for sensível a eles. Fique atento ao que consome e como seu corpo responde.

Preste atenção, principalmente, em alimentos como trigo, leite, ovos, peixes e frutos do mar, conservantes, estabilizantes e corantes de produtos industrializados – os mais frequentes citados por indivíduos portadores de intolerância alimentar.

REFERÊNCIAS:

ZANIN, C. M.; MARCHINI, J. S.; CARVALHO, I. F. Reações adversas a alimentos e imunidade humoral: subclasses de IgG a antígenos alimentares. Nutrire: ver. Soc. Bras. Alim. Nutri. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP., v.24, p.125-134, dez., 2002.Disponível em: http://www.revistanutrire.org.br/files/v24n%C3%BAnico/v24nunicoa08.pdf

Fenacelbra. Depressão, ansiedade, enxaqueca, obesidade podem ter sua causa na Intolerância Alimentar.Disponível em: http://www.fenacelbra.com.br/acelbra_rj/depressao-ansiedade-enxaqueca-obesidade-podem-ter-sua-causa-na-intolerancia-alimentar/

DA ROCHA, L.C.S.C. Intolerância à lactose: conduta nutricional no cuidado de crianças na primeira infância. Univ. Reg. do Nor. do Est. do Rio Grande do Sul.Disponível em: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/822/Intoler%C3%A2ncia%20%C3%A0%20Lactose%20-%20conduta%20nutricional%20no%20cuidado%20de%20crian%C3%A7as%20na%20primeira%20inf%C3%A2ncia.pdf

Intolerância Alimentar. Doutor Paulo Maciel.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/intolerancia-alimentar/

Quilici, Flávio Antonio; Missio, Alessandra. Intolerância à Lactose.Disponível em: http://www.unigastrocampinas.com.br/artigos/intolerancia.pdf

What is Food Intolerance (Non-IgE mediated Food Hypersensitivity). Allergy UKDisponível em: http://www.allergyuk.org/food-intolerance/what-is-food-intolerance

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

Os principais sintomas da intolerância à lactose incluem flatulência, dor e distensão abdominal, e diarreia. Eles são causados pela lactose não digerida que passa do intestino delgado para o cólon. Aqui, as bactérias presentes fermentam o açúcar não absorvido, produzindo alguns componentes, como ácidos graxos de cadeia curta e gases (dióxido de carbono, hidrogênio e metano).

A produção de gás é o que resulta em flatulência, distensão abdominal e dor. Além disso, a lactose que não foi absorvida também tem um efeito osmótico no trato gastrointestinal, ou seja, move o líquido de fora do intestino para dentro, causando a diarreia.

CONSEGUIMOS DIGERIR A LACTOSE EM ALGUM MOMENTO DA VIDA?

Durante a amamentação nós somos capazes de digerir a lactose, mesmo porque ela se encontra no leite materno e é essencial para o desenvolvimento do bebê. Após o desmame, ocorre uma redução da atividade da lactase que, ao que parece, é programada geneticamente na maioria das populações do mundo, mas o motivo de isso acontecer ainda não é claro.

Além disso, o grau de intolerância pode variar e acontecer em diferentes fases da vida. Por exemplo, aos 18 anos o intestino de uma pessoa pode reduzir ou mesmo cessar a produção de lactase, entretanto pessoa outra poderá ingerir

leite e derivados o resto da vida normalmente.

Os produtos lácteos variam entre si quanto ao teor de lactose (veja tabela abaixo). Vale a pena pesquisar qual o teor do açúcar nos produtos que você e avaliar quais estão causando mais ou menos sintomas.

TEOR MÉDIO DE LACTOSE NOS PRODUTOS LÁCTEOS2

TODOS ESTÃO GENETICAMENTE PREDISPOSTOS À INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

Chama a atenção a estimativa de que 57% dos brasileiros brancos e mulatos possuem o gene da hipolactasia primária, podendo ocorrer em até 80% dos negros e 90% de asiáticos (japoneses e chineses)1. Por isso, uma quantidade de pessoas considerável tem a predisposição de desenvolver a intolerância à lactose e muitos ainda tem pouca informação sobre o assunto.

Existe outra condição em que a intolerância à lactose surge por causa de doenças intestinais que é o caso das enterites infecciosas, doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn e Síndrome do Intestino Irritável), diverticulite, doença celíaca e até mesmo anemia. Essa é a hipolactasia secundária, que é uma condição transitória e reversível.

A deficiência congênita ocorre quando a criança já nasce sem condições de produzir lactase. É uma forma rara, mas que pode colocar a vida do bebê em risco se não detectada a tempo.

COMO É O DIAGNÓSTICO DE INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

O médico é o responsável pelo diagnóstico de intolerância à lactose. Além de utilizar a avaliação clínica, ele pode optar por outros tipos de exames.

É possível fazer exame de dosagem de lactase na parede do duodeno, um exame extremamente sensível e preciso, mas invasivo e, por isso, incomum.

Avalia-se também a capacidade de digestão de lactose por um teste oral, no qual o paciente ingere uma quantidade do açúcar e a glicemia é dosada antes e depois. Se o indivíduo for capaz de digeri-la, a glicemia aumenta em 20mg/dL.

A dosagem de hidrogênio emitido através da expiração também é uma forma de diagnóstico. A fermentação da lactose pelas bactérias aumenta a produção de hidrogênio, que será

absorvido pelo intestino e parcialmente eliminado pelos pulmões.

COMO É O TRATAMENTO DE INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

Uma vez diagnosticada a intolerância, o médico e o nutricionista são os profissionais de saúde que poderão lhe ajudar a organizar o cardápio necessário para sua dieta. Alguns itens deverão ser retirados no início e, posteriormente, podem ser reintroduzidos após avaliação médica.

Inserir alimentos fontes de cálcio e de proteína é uma das prioridades. Agrião, espinafre, rúcula, brócolis, couve, gergelim, amêndoas e aveia são algumas delas. Segundo estudos científicos, alguns probióticos são capazes de modificar a flora intestinal, aumentando a produção de lactase e favorecendo a digestão de produtos lácteos.

Uma outra possibilidade é a ingestão de complementos feitos com a enzima lactase.

De qualquer forma, não retire o leite e seus derivados por ter se identificado com os sintomas descritos aqui. Procure seu médico de confiança e conversem sobre o assunto!

A lactose, conhecida como açúcar do leite, é um carboidrato formado por duas moléculas ligadas entre si: a glicose e a galactose. A enzima lactase, que está presente no intestino, rompe essa ligação liberando essas moléculas para serem absorvidas.

A má digestão da lactose ocorre pela redução da capacidade do corpo em quebrar a lactose. Essa condição é chamada na área médica de hipolactasia e causa uma diminuição na produção da enzima chamada lactase. Nos seres humanos essa enzima é geneticamente programada para ser produzida nos primeiros anos de vida, embora existam indivíduos que continuem produzindo lactase até a idade adulta. Essa redução da enzima lactase (a hipolactasia) é a causa da intolerância à lactose.

A intolerância à lactose acontece quando a atividade da enzima lactase é reduzida na parede do intestino delgado e, por isso, o indivíduo tem sintomas abdominais após a ingestão de alimentos ricos em lactose, como por exemplo o leite de vaca e todos os seus derivados.

REFERÊNCIAS:

1Alergia ao leite de vaca e intolerância à lactoseDisponível em: http://www.medicinaatual.com.br/doencas/alergia-ao-leite-de-vaca-e-intolerancia-a-lactose.html

2Intolerância à Lactose e produtos lácteos com baixo teor de lactoseDisponível em: http://www.insumos.com.br/aditivos_e_ingredientes/materias/143.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Rev Assoc Med Bras 2010; 56(2): 230-6.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n2/a25v56n2.pdf

British Nutrition Foundation. Lactose intolerance.Disponível em: http://www.nutrition.org.uk/nutritionscience/allergy/lactose-intolerance.html

Heyman M. Lactose Intolerance in Infants, Children, and Adolescents. Pediatrics Vol. 118 No. 3 September 1, 2006.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/118/3/1279.full

Drauzio Varella. Intolerância à lactose.Disponível em: http://drauziovarella.com.br/letras/l/intolerancia-a-lactose/

Laboratório Fleury. Lactose, Prova de Absorção, plasma.Disponível em: http://lare.fleury.com.br/sistemas-externos/Servicos/ManualExames/Detalhe/77

Mayo Clinic. Lactose intolerance.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/lactose-intolerance/basics/definition/con-20027906

Chris Kesser. How to cure lactose intolerance.Disponível em: http://chriskresser.com/how-to-cure-lactose-intolerance

Sorvete 6,0 50-100g 3,0-6,0

Leite Fresco 4,8 200ml 9,6

Iogurte Natural 3,5 200ml 7,0

Queijo Cottage 1,6 50-100g 0,8-1,6

Manteiga 0,7 5-10g 0,04-0,07

Lactose (g/100g) Dose

Lactose (g/dose)

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alimentares são as mais comuns reações aos alimentos. Elas podem ser causadas por reações tóxicas (ex.: aditivos alimentares), metabólicas (ex.: aminoácidos) ou farmacológicas (ex.: teobromina do chocolate), que podem desencadear alterações não específicas no sistema digestório, alterações cutâneas e respiratórias. A maioria dos estudos atuais aponta que essas reações devem ser mediadas por anticorpos IgG.

O que acontece é que tais componentes alimentares podem ultrapassar a barreira intestinal, cair na corrente sanguínea e aumentar os níveis de anticorpos IgG circulantes, estimular os mastócitos a liberarem histamina ou ainda o próprio alimento conter histamina. A histamina é uma substância que pertence ao sistema imunológico, mas que pode ser liberada de diversas formas. Você já deve ter ouvido falar que, no caso das reações alérgicas, o mais comum é administrar um anti-histamínico para cessar a alergia.

QUEM IDENTIFICA A MINHA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

O médico é o profissional capaz de diagnosticar sua intolerância através de exames, solicitando a dosagem de anticorpos IgE, IgG ou IgA. Ele vai aliar também o seu relato sobre os sintomas e sua frequência alimentar. Se constatada a intolerância, um nutricionista pode lhe ajudar a elaborar um cardápio que atenda suas necessidades nutricionais, restringindo o que for necessário.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A maioria das pessoas pode desfrutar da diversidade de alimentos que existem sem sentir qualquer efeito negativo após a ingestão. Para algumas, no entanto, determinados alimentos causam reações que, além de afetar a qualidade de vida, podem trazer sérios problemas à saúde. E uma das causas é a intolerância alimentar.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A alergia alimentar é dependente de mecanismos imunológicos mediados por IgE ou não, cuja resposta ao alimento é aguda e imediata. O que ocorre é a reação de IgE (anticorpo) com a proteína do alimento (antígeno) ou através de outros anticorpos que também atingem células do sistema imunológico, por exemplo, mastócitos e células T. No entanto, algumas pessoas podem sofrer de reação alérgica alimentar tardia, também mediadas por IgE.

Já a intolerância alimentar é um termo utilizado para descrever mecanismos fisiológicos anormais não imunológicos que ocorrem quando um alimento ou aditivo específico é ingerido pelo indivíduo intolerante. As intolerâncias

Os sintomas se concentram mais no trato gastrointestinal, mas podem atingir outras partes do organismo por citotoxicidade (intoxicação celular). São muito parecidos com a alergia alimentar, por isso muitas vezes o diagnóstico pode ser difícil. Veja alguns sintomas:

Sistema digestório: diarreia, distensão abdominal, cólicas e produção excessiva de gases;

Sistema nervoso central: enxaquecas, tontura, ansiedade, depressão e alteração frequente de humor;

Sistema respiratório: congestão nasal, otite, rinite, asma brônquica crônica de sinusite. Geralmente, o início dos sintomas é mais lento, podendo levar horas ou dias após a ingestão do alimento para que o indivíduo perceba o desconforto. Dependendo da quantidade e frequência consumida, os sintomas também podem durar horas ou até mesmo dias.

Por ser algo difícil de detectar, muitas vezes a intolerância alimentar pode ser a causa de uma doença crônica ou ao contrário, quando esta desencadeia a intolerância, por exemplo, a doença celíaca.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Desenvolvemos um tópico somente sobre ela, pois é a mais comum e pode apresentar diferentes graus: leve, moderado ou grave. Ocorre quando o corpo não é capaz de

metabolizar a lactose (que é o açúcar do leite), por não possuir a enzima lactase em quantidades adequadas. Assim, a lactose não digerida no intestino retém água na tentativa de encontrar um equilíbrio (isotonicidade). Essa retenção levará à fermentação da lactose pelas bactérias, gerando os sintomas já conhecidos.

Esntre estes, no caso da intolerância à lactose os mais frequentes são a produção excessiva de gases, distensão abdominal, cólicas e até mesmo diarreias, que são amenizados com a interrupção do consumo de leite e derivados.

Os motivos que podem gerar essa incapacidade fisiológica (de produzir a enzima lactase em quantidades adequadas) são:

Deficiência congênita: mais rara, a alteração genética faz a criança nascer sem a capacidade de produzir a enzima lactase;

Deficiência primária: causa mais frequente na população. Aqui ocorre uma diminuição natural e progressiva na produção de lactase, podendo iniciar em qualquer fase da vida;

Deficiência secundária: algumas doenças intestinais podem afetar a produção de lactase, por exemplo, Síndrome do Intestino Irritável, diarréias, doença de Crohn, toxicidade por antibióticos, doença celíaca ou mesmo a alergia à caseína (proteína do leite). Se houver controle da doença de base, a intolerância à lactose pode diminuir a gravidade.

EXISTE TRATAMENTO PARA A INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

É fundamental atentar para os sintomas relacionados com a intolerância alimentar, pois o tratamento pode ser uma simples modificação da dieta. Na maioria das vezes, a exclusão do alimento identificado como causador da intolerância já é capaz de melhorar sensivelmente a qualidade de vida do indivíduo. O médico ou nutricionista pode solicitar uma tentativa de reintroduzir após um tempo o alimento na dieta, mas só após verificar exames e seus sintomas.

A alimentação é fundamental para manter o bom estado do organismo e prevenir doenças, mas certos alimentos ou aditivos alimentares revelam-se inadequados para quem for sensível a eles. Fique atento ao que consome e como seu corpo responde.

Preste atenção, principalmente, em alimentos como trigo, leite, ovos, peixes e frutos do mar, conservantes, estabilizantes e corantes de produtos industrializados – os mais frequentes citados por indivíduos portadores de intolerância alimentar.

REFERÊNCIAS:

ZANIN, C. M.; MARCHINI, J. S.; CARVALHO, I. F. Reações adversas a alimentos e imunidade humoral: subclasses de IgG a antígenos alimentares. Nutrire: ver. Soc. Bras. Alim. Nutri. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP., v.24, p.125-134, dez., 2002.Disponível em: http://www.revistanutrire.org.br/files/v24n%C3%BAnico/v24nunicoa08.pdf

Fenacelbra. Depressão, ansiedade, enxaqueca, obesidade podem ter sua causa na Intolerância Alimentar.Disponível em: http://www.fenacelbra.com.br/acelbra_rj/depressao-ansiedade-enxaqueca-obesidade-podem-ter-sua-causa-na-intolerancia-alimentar/

DA ROCHA, L.C.S.C. Intolerância à lactose: conduta nutricional no cuidado de crianças na primeira infância. Univ. Reg. do Nor. do Est. do Rio Grande do Sul.Disponível em: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/822/Intoler%C3%A2ncia%20%C3%A0%20Lactose%20-%20conduta%20nutricional%20no%20cuidado%20de%20crian%C3%A7as%20na%20primeira%20inf%C3%A2ncia.pdf

Intolerância Alimentar. Doutor Paulo Maciel.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/intolerancia-alimentar/

Quilici, Flávio Antonio; Missio, Alessandra. Intolerância à Lactose.Disponível em: http://www.unigastrocampinas.com.br/artigos/intolerancia.pdf

What is Food Intolerance (Non-IgE mediated Food Hypersensitivity). Allergy UKDisponível em: http://www.allergyuk.org/food-intolerance/what-is-food-intolerance

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

Os principais sintomas da intolerância à lactose incluem flatulência, dor e distensão abdominal, e diarreia. Eles são causados pela lactose não digerida que passa do intestino delgado para o cólon. Aqui, as bactérias presentes fermentam o açúcar não absorvido, produzindo alguns componentes, como ácidos graxos de cadeia curta e gases (dióxido de carbono, hidrogênio e metano).

A produção de gás é o que resulta em flatulência, distensão abdominal e dor. Além disso, a lactose que não foi absorvida também tem um efeito osmótico no trato gastrointestinal, ou seja, move o líquido de fora do intestino para dentro, causando a diarreia.

CONSEGUIMOS DIGERIR A LACTOSE EM ALGUM MOMENTO DA VIDA?

Durante a amamentação nós somos capazes de digerir a lactose, mesmo porque ela se encontra no leite materno e é essencial para o desenvolvimento do bebê. Após o desmame, ocorre uma redução da atividade da lactase que, ao que parece, é programada geneticamente na maioria das populações do mundo, mas o motivo de isso acontecer ainda não é claro.

Além disso, o grau de intolerância pode variar e acontecer em diferentes fases da vida. Por exemplo, aos 18 anos o intestino de uma pessoa pode reduzir ou mesmo cessar a produção de lactase, entretanto pessoa outra poderá ingerir

leite e derivados o resto da vida normalmente.

Os produtos lácteos variam entre si quanto ao teor de lactose (veja tabela abaixo). Vale a pena pesquisar qual o teor do açúcar nos produtos que você e avaliar quais estão causando mais ou menos sintomas.

TEOR MÉDIO DE LACTOSE NOS PRODUTOS LÁCTEOS2

TODOS ESTÃO GENETICAMENTE PREDISPOSTOS À INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

Chama a atenção a estimativa de que 57% dos brasileiros brancos e mulatos possuem o gene da hipolactasia primária, podendo ocorrer em até 80% dos negros e 90% de asiáticos (japoneses e chineses)1. Por isso, uma quantidade de pessoas considerável tem a predisposição de desenvolver a intolerância à lactose e muitos ainda tem pouca informação sobre o assunto.

Existe outra condição em que a intolerância à lactose surge por causa de doenças intestinais que é o caso das enterites infecciosas, doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn e Síndrome do Intestino Irritável), diverticulite, doença celíaca e até mesmo anemia. Essa é a hipolactasia secundária, que é uma condição transitória e reversível.

A deficiência congênita ocorre quando a criança já nasce sem condições de produzir lactase. É uma forma rara, mas que pode colocar a vida do bebê em risco se não detectada a tempo.

COMO É O DIAGNÓSTICO DE INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

O médico é o responsável pelo diagnóstico de intolerância à lactose. Além de utilizar a avaliação clínica, ele pode optar por outros tipos de exames.

É possível fazer exame de dosagem de lactase na parede do duodeno, um exame extremamente sensível e preciso, mas invasivo e, por isso, incomum.

Avalia-se também a capacidade de digestão de lactose por um teste oral, no qual o paciente ingere uma quantidade do açúcar e a glicemia é dosada antes e depois. Se o indivíduo for capaz de digeri-la, a glicemia aumenta em 20mg/dL.

A dosagem de hidrogênio emitido através da expiração também é uma forma de diagnóstico. A fermentação da lactose pelas bactérias aumenta a produção de hidrogênio, que será

absorvido pelo intestino e parcialmente eliminado pelos pulmões.

COMO É O TRATAMENTO DE INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

Uma vez diagnosticada a intolerância, o médico e o nutricionista são os profissionais de saúde que poderão lhe ajudar a organizar o cardápio necessário para sua dieta. Alguns itens deverão ser retirados no início e, posteriormente, podem ser reintroduzidos após avaliação médica.

Inserir alimentos fontes de cálcio e de proteína é uma das prioridades. Agrião, espinafre, rúcula, brócolis, couve, gergelim, amêndoas e aveia são algumas delas. Segundo estudos científicos, alguns probióticos são capazes de modificar a flora intestinal, aumentando a produção de lactase e favorecendo a digestão de produtos lácteos.

Uma outra possibilidade é a ingestão de complementos feitos com a enzima lactase.

De qualquer forma, não retire o leite e seus derivados por ter se identificado com os sintomas descritos aqui. Procure seu médico de confiança e conversem sobre o assunto!

A lactose, conhecida como açúcar do leite, é um carboidrato formado por duas moléculas ligadas entre si: a glicose e a galactose. A enzima lactase, que está presente no intestino, rompe essa ligação liberando essas moléculas para serem absorvidas.

A má digestão da lactose ocorre pela redução da capacidade do corpo em quebrar a lactose. Essa condição é chamada na área médica de hipolactasia e causa uma diminuição na produção da enzima chamada lactase. Nos seres humanos essa enzima é geneticamente programada para ser produzida nos primeiros anos de vida, embora existam indivíduos que continuem produzindo lactase até a idade adulta. Essa redução da enzima lactase (a hipolactasia) é a causa da intolerância à lactose.

A intolerância à lactose acontece quando a atividade da enzima lactase é reduzida na parede do intestino delgado e, por isso, o indivíduo tem sintomas abdominais após a ingestão de alimentos ricos em lactose, como por exemplo o leite de vaca e todos os seus derivados.

REFERÊNCIAS:

1Alergia ao leite de vaca e intolerância à lactoseDisponível em: http://www.medicinaatual.com.br/doencas/alergia-ao-leite-de-vaca-e-intolerancia-a-lactose.html

2Intolerância à Lactose e produtos lácteos com baixo teor de lactoseDisponível em: http://www.insumos.com.br/aditivos_e_ingredientes/materias/143.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Rev Assoc Med Bras 2010; 56(2): 230-6.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n2/a25v56n2.pdf

British Nutrition Foundation. Lactose intolerance.Disponível em: http://www.nutrition.org.uk/nutritionscience/allergy/lactose-intolerance.html

Heyman M. Lactose Intolerance in Infants, Children, and Adolescents. Pediatrics Vol. 118 No. 3 September 1, 2006.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/118/3/1279.full

Drauzio Varella. Intolerância à lactose.Disponível em: http://drauziovarella.com.br/letras/l/intolerancia-a-lactose/

Laboratório Fleury. Lactose, Prova de Absorção, plasma.Disponível em: http://lare.fleury.com.br/sistemas-externos/Servicos/ManualExames/Detalhe/77

Mayo Clinic. Lactose intolerance.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/lactose-intolerance/basics/definition/con-20027906

Chris Kesser. How to cure lactose intolerance.Disponível em: http://chriskresser.com/how-to-cure-lactose-intolerance

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alimentares são as mais comuns reações aos alimentos. Elas podem ser causadas por reações tóxicas (ex.: aditivos alimentares), metabólicas (ex.: aminoácidos) ou farmacológicas (ex.: teobromina do chocolate), que podem desencadear alterações não específicas no sistema digestório, alterações cutâneas e respiratórias. A maioria dos estudos atuais aponta que essas reações devem ser mediadas por anticorpos IgG.

O que acontece é que tais componentes alimentares podem ultrapassar a barreira intestinal, cair na corrente sanguínea e aumentar os níveis de anticorpos IgG circulantes, estimular os mastócitos a liberarem histamina ou ainda o próprio alimento conter histamina. A histamina é uma substância que pertence ao sistema imunológico, mas que pode ser liberada de diversas formas. Você já deve ter ouvido falar que, no caso das reações alérgicas, o mais comum é administrar um anti-histamínico para cessar a alergia.

QUEM IDENTIFICA A MINHA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

O médico é o profissional capaz de diagnosticar sua intolerância através de exames, solicitando a dosagem de anticorpos IgE, IgG ou IgA. Ele vai aliar também o seu relato sobre os sintomas e sua frequência alimentar. Se constatada a intolerância, um nutricionista pode lhe ajudar a elaborar um cardápio que atenda suas necessidades nutricionais, restringindo o que for necessário.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A maioria das pessoas pode desfrutar da diversidade de alimentos que existem sem sentir qualquer efeito negativo após a ingestão. Para algumas, no entanto, determinados alimentos causam reações que, além de afetar a qualidade de vida, podem trazer sérios problemas à saúde. E uma das causas é a intolerância alimentar.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A alergia alimentar é dependente de mecanismos imunológicos mediados por IgE ou não, cuja resposta ao alimento é aguda e imediata. O que ocorre é a reação de IgE (anticorpo) com a proteína do alimento (antígeno) ou através de outros anticorpos que também atingem células do sistema imunológico, por exemplo, mastócitos e células T. No entanto, algumas pessoas podem sofrer de reação alérgica alimentar tardia, também mediadas por IgE.

Já a intolerância alimentar é um termo utilizado para descrever mecanismos fisiológicos anormais não imunológicos que ocorrem quando um alimento ou aditivo específico é ingerido pelo indivíduo intolerante. As intolerâncias

Os sintomas se concentram mais no trato gastrointestinal, mas podem atingir outras partes do organismo por citotoxicidade (intoxicação celular). São muito parecidos com a alergia alimentar, por isso muitas vezes o diagnóstico pode ser difícil. Veja alguns sintomas:

Sistema digestório: diarreia, distensão abdominal, cólicas e produção excessiva de gases;

Sistema nervoso central: enxaquecas, tontura, ansiedade, depressão e alteração frequente de humor;

Sistema respiratório: congestão nasal, otite, rinite, asma brônquica crônica de sinusite. Geralmente, o início dos sintomas é mais lento, podendo levar horas ou dias após a ingestão do alimento para que o indivíduo perceba o desconforto. Dependendo da quantidade e frequência consumida, os sintomas também podem durar horas ou até mesmo dias.

Por ser algo difícil de detectar, muitas vezes a intolerância alimentar pode ser a causa de uma doença crônica ou ao contrário, quando esta desencadeia a intolerância, por exemplo, a doença celíaca.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Desenvolvemos um tópico somente sobre ela, pois é a mais comum e pode apresentar diferentes graus: leve, moderado ou grave. Ocorre quando o corpo não é capaz de

metabolizar a lactose (que é o açúcar do leite), por não possuir a enzima lactase em quantidades adequadas. Assim, a lactose não digerida no intestino retém água na tentativa de encontrar um equilíbrio (isotonicidade). Essa retenção levará à fermentação da lactose pelas bactérias, gerando os sintomas já conhecidos.

Esntre estes, no caso da intolerância à lactose os mais frequentes são a produção excessiva de gases, distensão abdominal, cólicas e até mesmo diarreias, que são amenizados com a interrupção do consumo de leite e derivados.

Os motivos que podem gerar essa incapacidade fisiológica (de produzir a enzima lactase em quantidades adequadas) são:

Deficiência congênita: mais rara, a alteração genética faz a criança nascer sem a capacidade de produzir a enzima lactase;

Deficiência primária: causa mais frequente na população. Aqui ocorre uma diminuição natural e progressiva na produção de lactase, podendo iniciar em qualquer fase da vida;

Deficiência secundária: algumas doenças intestinais podem afetar a produção de lactase, por exemplo, Síndrome do Intestino Irritável, diarréias, doença de Crohn, toxicidade por antibióticos, doença celíaca ou mesmo a alergia à caseína (proteína do leite). Se houver controle da doença de base, a intolerância à lactose pode diminuir a gravidade.

EXISTE TRATAMENTO PARA A INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

É fundamental atentar para os sintomas relacionados com a intolerância alimentar, pois o tratamento pode ser uma simples modificação da dieta. Na maioria das vezes, a exclusão do alimento identificado como causador da intolerância já é capaz de melhorar sensivelmente a qualidade de vida do indivíduo. O médico ou nutricionista pode solicitar uma tentativa de reintroduzir após um tempo o alimento na dieta, mas só após verificar exames e seus sintomas.

A alimentação é fundamental para manter o bom estado do organismo e prevenir doenças, mas certos alimentos ou aditivos alimentares revelam-se inadequados para quem for sensível a eles. Fique atento ao que consome e como seu corpo responde.

Preste atenção, principalmente, em alimentos como trigo, leite, ovos, peixes e frutos do mar, conservantes, estabilizantes e corantes de produtos industrializados – os mais frequentes citados por indivíduos portadores de intolerância alimentar.

REFERÊNCIAS:

ZANIN, C. M.; MARCHINI, J. S.; CARVALHO, I. F. Reações adversas a alimentos e imunidade humoral: subclasses de IgG a antígenos alimentares. Nutrire: ver. Soc. Bras. Alim. Nutri. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP., v.24, p.125-134, dez., 2002.Disponível em: http://www.revistanutrire.org.br/files/v24n%C3%BAnico/v24nunicoa08.pdf

Fenacelbra. Depressão, ansiedade, enxaqueca, obesidade podem ter sua causa na Intolerância Alimentar.Disponível em: http://www.fenacelbra.com.br/acelbra_rj/depressao-ansiedade-enxaqueca-obesidade-podem-ter-sua-causa-na-intolerancia-alimentar/

DA ROCHA, L.C.S.C. Intolerância à lactose: conduta nutricional no cuidado de crianças na primeira infância. Univ. Reg. do Nor. do Est. do Rio Grande do Sul.Disponível em: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/822/Intoler%C3%A2ncia%20%C3%A0%20Lactose%20-%20conduta%20nutricional%20no%20cuidado%20de%20crian%C3%A7as%20na%20primeira%20inf%C3%A2ncia.pdf

Intolerância Alimentar. Doutor Paulo Maciel.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/intolerancia-alimentar/

Quilici, Flávio Antonio; Missio, Alessandra. Intolerância à Lactose.Disponível em: http://www.unigastrocampinas.com.br/artigos/intolerancia.pdf

What is Food Intolerance (Non-IgE mediated Food Hypersensitivity). Allergy UKDisponível em: http://www.allergyuk.org/food-intolerance/what-is-food-intolerance

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

Os principais sintomas da intolerância à lactose incluem flatulência, dor e distensão abdominal, e diarreia. Eles são causados pela lactose não digerida que passa do intestino delgado para o cólon. Aqui, as bactérias presentes fermentam o açúcar não absorvido, produzindo alguns componentes, como ácidos graxos de cadeia curta e gases (dióxido de carbono, hidrogênio e metano).

A produção de gás é o que resulta em flatulência, distensão abdominal e dor. Além disso, a lactose que não foi absorvida também tem um efeito osmótico no trato gastrointestinal, ou seja, move o líquido de fora do intestino para dentro, causando a diarreia.

CONSEGUIMOS DIGERIR A LACTOSE EM ALGUM MOMENTO DA VIDA?

Durante a amamentação nós somos capazes de digerir a lactose, mesmo porque ela se encontra no leite materno e é essencial para o desenvolvimento do bebê. Após o desmame, ocorre uma redução da atividade da lactase que, ao que parece, é programada geneticamente na maioria das populações do mundo, mas o motivo de isso acontecer ainda não é claro.

Além disso, o grau de intolerância pode variar e acontecer em diferentes fases da vida. Por exemplo, aos 18 anos o intestino de uma pessoa pode reduzir ou mesmo cessar a produção de lactase, entretanto pessoa outra poderá ingerir

leite e derivados o resto da vida normalmente.

Os produtos lácteos variam entre si quanto ao teor de lactose (veja tabela abaixo). Vale a pena pesquisar qual o teor do açúcar nos produtos que você e avaliar quais estão causando mais ou menos sintomas.

TEOR MÉDIO DE LACTOSE NOS PRODUTOS LÁCTEOS2

TODOS ESTÃO GENETICAMENTE PREDISPOSTOS À INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

Chama a atenção a estimativa de que 57% dos brasileiros brancos e mulatos possuem o gene da hipolactasia primária, podendo ocorrer em até 80% dos negros e 90% de asiáticos (japoneses e chineses)1. Por isso, uma quantidade de pessoas considerável tem a predisposição de desenvolver a intolerância à lactose e muitos ainda tem pouca informação sobre o assunto.

Existe outra condição em que a intolerância à lactose surge por causa de doenças intestinais que é o caso das enterites infecciosas, doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn e Síndrome do Intestino Irritável), diverticulite, doença celíaca e até mesmo anemia. Essa é a hipolactasia secundária, que é uma condição transitória e reversível.

A deficiência congênita ocorre quando a criança já nasce sem condições de produzir lactase. É uma forma rara, mas que pode colocar a vida do bebê em risco se não detectada a tempo.

COMO É O DIAGNÓSTICO DE INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

O médico é o responsável pelo diagnóstico de intolerância à lactose. Além de utilizar a avaliação clínica, ele pode optar por outros tipos de exames.

É possível fazer exame de dosagem de lactase na parede do duodeno, um exame extremamente sensível e preciso, mas invasivo e, por isso, incomum.

Avalia-se também a capacidade de digestão de lactose por um teste oral, no qual o paciente ingere uma quantidade do açúcar e a glicemia é dosada antes e depois. Se o indivíduo for capaz de digeri-la, a glicemia aumenta em 20mg/dL.

A dosagem de hidrogênio emitido através da expiração também é uma forma de diagnóstico. A fermentação da lactose pelas bactérias aumenta a produção de hidrogênio, que será

absorvido pelo intestino e parcialmente eliminado pelos pulmões.

COMO É O TRATAMENTO DE INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

Uma vez diagnosticada a intolerância, o médico e o nutricionista são os profissionais de saúde que poderão lhe ajudar a organizar o cardápio necessário para sua dieta. Alguns itens deverão ser retirados no início e, posteriormente, podem ser reintroduzidos após avaliação médica.

Inserir alimentos fontes de cálcio e de proteína é uma das prioridades. Agrião, espinafre, rúcula, brócolis, couve, gergelim, amêndoas e aveia são algumas delas. Segundo estudos científicos, alguns probióticos são capazes de modificar a flora intestinal, aumentando a produção de lactase e favorecendo a digestão de produtos lácteos.

Uma outra possibilidade é a ingestão de complementos feitos com a enzima lactase.

De qualquer forma, não retire o leite e seus derivados por ter se identificado com os sintomas descritos aqui. Procure seu médico de confiança e conversem sobre o assunto!

A lactose, conhecida como açúcar do leite, é um carboidrato formado por duas moléculas ligadas entre si: a glicose e a galactose. A enzima lactase, que está presente no intestino, rompe essa ligação liberando essas moléculas para serem absorvidas.

A má digestão da lactose ocorre pela redução da capacidade do corpo em quebrar a lactose. Essa condição é chamada na área médica de hipolactasia e causa uma diminuição na produção da enzima chamada lactase. Nos seres humanos essa enzima é geneticamente programada para ser produzida nos primeiros anos de vida, embora existam indivíduos que continuem produzindo lactase até a idade adulta. Essa redução da enzima lactase (a hipolactasia) é a causa da intolerância à lactose.

A intolerância à lactose acontece quando a atividade da enzima lactase é reduzida na parede do intestino delgado e, por isso, o indivíduo tem sintomas abdominais após a ingestão de alimentos ricos em lactose, como por exemplo o leite de vaca e todos os seus derivados.

REFERÊNCIAS:

1Alergia ao leite de vaca e intolerância à lactoseDisponível em: http://www.medicinaatual.com.br/doencas/alergia-ao-leite-de-vaca-e-intolerancia-a-lactose.html

2Intolerância à Lactose e produtos lácteos com baixo teor de lactoseDisponível em: http://www.insumos.com.br/aditivos_e_ingredientes/materias/143.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Rev Assoc Med Bras 2010; 56(2): 230-6.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n2/a25v56n2.pdf

British Nutrition Foundation. Lactose intolerance.Disponível em: http://www.nutrition.org.uk/nutritionscience/allergy/lactose-intolerance.html

Heyman M. Lactose Intolerance in Infants, Children, and Adolescents. Pediatrics Vol. 118 No. 3 September 1, 2006.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/118/3/1279.full

Drauzio Varella. Intolerância à lactose.Disponível em: http://drauziovarella.com.br/letras/l/intolerancia-a-lactose/

Laboratório Fleury. Lactose, Prova de Absorção, plasma.Disponível em: http://lare.fleury.com.br/sistemas-externos/Servicos/ManualExames/Detalhe/77

Mayo Clinic. Lactose intolerance.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/lactose-intolerance/basics/definition/con-20027906

Chris Kesser. How to cure lactose intolerance.Disponível em: http://chriskresser.com/how-to-cure-lactose-intolerance

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alimentares são as mais comuns reações aos alimentos. Elas podem ser causadas por reações tóxicas (ex.: aditivos alimentares), metabólicas (ex.: aminoácidos) ou farmacológicas (ex.: teobromina do chocolate), que podem desencadear alterações não específicas no sistema digestório, alterações cutâneas e respiratórias. A maioria dos estudos atuais aponta que essas reações devem ser mediadas por anticorpos IgG.

O que acontece é que tais componentes alimentares podem ultrapassar a barreira intestinal, cair na corrente sanguínea e aumentar os níveis de anticorpos IgG circulantes, estimular os mastócitos a liberarem histamina ou ainda o próprio alimento conter histamina. A histamina é uma substância que pertence ao sistema imunológico, mas que pode ser liberada de diversas formas. Você já deve ter ouvido falar que, no caso das reações alérgicas, o mais comum é administrar um anti-histamínico para cessar a alergia.

QUEM IDENTIFICA A MINHA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

O médico é o profissional capaz de diagnosticar sua intolerância através de exames, solicitando a dosagem de anticorpos IgE, IgG ou IgA. Ele vai aliar também o seu relato sobre os sintomas e sua frequência alimentar. Se constatada a intolerância, um nutricionista pode lhe ajudar a elaborar um cardápio que atenda suas necessidades nutricionais, restringindo o que for necessário.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A maioria das pessoas pode desfrutar da diversidade de alimentos que existem sem sentir qualquer efeito negativo após a ingestão. Para algumas, no entanto, determinados alimentos causam reações que, além de afetar a qualidade de vida, podem trazer sérios problemas à saúde. E uma das causas é a intolerância alimentar.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

A alergia alimentar é dependente de mecanismos imunológicos mediados por IgE ou não, cuja resposta ao alimento é aguda e imediata. O que ocorre é a reação de IgE (anticorpo) com a proteína do alimento (antígeno) ou através de outros anticorpos que também atingem células do sistema imunológico, por exemplo, mastócitos e células T. No entanto, algumas pessoas podem sofrer de reação alérgica alimentar tardia, também mediadas por IgE.

Já a intolerância alimentar é um termo utilizado para descrever mecanismos fisiológicos anormais não imunológicos que ocorrem quando um alimento ou aditivo específico é ingerido pelo indivíduo intolerante. As intolerâncias

Os sintomas se concentram mais no trato gastrointestinal, mas podem atingir outras partes do organismo por citotoxicidade (intoxicação celular). São muito parecidos com a alergia alimentar, por isso muitas vezes o diagnóstico pode ser difícil. Veja alguns sintomas:

Sistema digestório: diarreia, distensão abdominal, cólicas e produção excessiva de gases;

Sistema nervoso central: enxaquecas, tontura, ansiedade, depressão e alteração frequente de humor;

Sistema respiratório: congestão nasal, otite, rinite, asma brônquica crônica de sinusite. Geralmente, o início dos sintomas é mais lento, podendo levar horas ou dias após a ingestão do alimento para que o indivíduo perceba o desconforto. Dependendo da quantidade e frequência consumida, os sintomas também podem durar horas ou até mesmo dias.

Por ser algo difícil de detectar, muitas vezes a intolerância alimentar pode ser a causa de uma doença crônica ou ao contrário, quando esta desencadeia a intolerância, por exemplo, a doença celíaca.

INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Desenvolvemos um tópico somente sobre ela, pois é a mais comum e pode apresentar diferentes graus: leve, moderado ou grave. Ocorre quando o corpo não é capaz de

metabolizar a lactose (que é o açúcar do leite), por não possuir a enzima lactase em quantidades adequadas. Assim, a lactose não digerida no intestino retém água na tentativa de encontrar um equilíbrio (isotonicidade). Essa retenção levará à fermentação da lactose pelas bactérias, gerando os sintomas já conhecidos.

Esntre estes, no caso da intolerância à lactose os mais frequentes são a produção excessiva de gases, distensão abdominal, cólicas e até mesmo diarreias, que são amenizados com a interrupção do consumo de leite e derivados.

Os motivos que podem gerar essa incapacidade fisiológica (de produzir a enzima lactase em quantidades adequadas) são:

Deficiência congênita: mais rara, a alteração genética faz a criança nascer sem a capacidade de produzir a enzima lactase;

Deficiência primária: causa mais frequente na população. Aqui ocorre uma diminuição natural e progressiva na produção de lactase, podendo iniciar em qualquer fase da vida;

Deficiência secundária: algumas doenças intestinais podem afetar a produção de lactase, por exemplo, Síndrome do Intestino Irritável, diarréias, doença de Crohn, toxicidade por antibióticos, doença celíaca ou mesmo a alergia à caseína (proteína do leite). Se houver controle da doença de base, a intolerância à lactose pode diminuir a gravidade.

EXISTE TRATAMENTO PARA A INTOLERÂNCIA ALIMENTAR?

É fundamental atentar para os sintomas relacionados com a intolerância alimentar, pois o tratamento pode ser uma simples modificação da dieta. Na maioria das vezes, a exclusão do alimento identificado como causador da intolerância já é capaz de melhorar sensivelmente a qualidade de vida do indivíduo. O médico ou nutricionista pode solicitar uma tentativa de reintroduzir após um tempo o alimento na dieta, mas só após verificar exames e seus sintomas.

A alimentação é fundamental para manter o bom estado do organismo e prevenir doenças, mas certos alimentos ou aditivos alimentares revelam-se inadequados para quem for sensível a eles. Fique atento ao que consome e como seu corpo responde.

Preste atenção, principalmente, em alimentos como trigo, leite, ovos, peixes e frutos do mar, conservantes, estabilizantes e corantes de produtos industrializados – os mais frequentes citados por indivíduos portadores de intolerância alimentar.

REFERÊNCIAS:

ZANIN, C. M.; MARCHINI, J. S.; CARVALHO, I. F. Reações adversas a alimentos e imunidade humoral: subclasses de IgG a antígenos alimentares. Nutrire: ver. Soc. Bras. Alim. Nutri. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP., v.24, p.125-134, dez., 2002.Disponível em: http://www.revistanutrire.org.br/files/v24n%C3%BAnico/v24nunicoa08.pdf

Fenacelbra. Depressão, ansiedade, enxaqueca, obesidade podem ter sua causa na Intolerância Alimentar.Disponível em: http://www.fenacelbra.com.br/acelbra_rj/depressao-ansiedade-enxaqueca-obesidade-podem-ter-sua-causa-na-intolerancia-alimentar/

DA ROCHA, L.C.S.C. Intolerância à lactose: conduta nutricional no cuidado de crianças na primeira infância. Univ. Reg. do Nor. do Est. do Rio Grande do Sul.Disponível em: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/822/Intoler%C3%A2ncia%20%C3%A0%20Lactose%20-%20conduta%20nutricional%20no%20cuidado%20de%20crian%C3%A7as%20na%20primeira%20inf%C3%A2ncia.pdf

Intolerância Alimentar. Doutor Paulo Maciel.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/intolerancia-alimentar/

Quilici, Flávio Antonio; Missio, Alessandra. Intolerância à Lactose.Disponível em: http://www.unigastrocampinas.com.br/artigos/intolerancia.pdf

What is Food Intolerance (Non-IgE mediated Food Hypersensitivity). Allergy UKDisponível em: http://www.allergyuk.org/food-intolerance/what-is-food-intolerance

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

Os principais sintomas da intolerância à lactose incluem flatulência, dor e distensão abdominal, e diarreia. Eles são causados pela lactose não digerida que passa do intestino delgado para o cólon. Aqui, as bactérias presentes fermentam o açúcar não absorvido, produzindo alguns componentes, como ácidos graxos de cadeia curta e gases (dióxido de carbono, hidrogênio e metano).

A produção de gás é o que resulta em flatulência, distensão abdominal e dor. Além disso, a lactose que não foi absorvida também tem um efeito osmótico no trato gastrointestinal, ou seja, move o líquido de fora do intestino para dentro, causando a diarreia.

CONSEGUIMOS DIGERIR A LACTOSE EM ALGUM MOMENTO DA VIDA?

Durante a amamentação nós somos capazes de digerir a lactose, mesmo porque ela se encontra no leite materno e é essencial para o desenvolvimento do bebê. Após o desmame, ocorre uma redução da atividade da lactase que, ao que parece, é programada geneticamente na maioria das populações do mundo, mas o motivo de isso acontecer ainda não é claro.

Além disso, o grau de intolerância pode variar e acontecer em diferentes fases da vida. Por exemplo, aos 18 anos o intestino de uma pessoa pode reduzir ou mesmo cessar a produção de lactase, entretanto pessoa outra poderá ingerir

leite e derivados o resto da vida normalmente.

Os produtos lácteos variam entre si quanto ao teor de lactose (veja tabela abaixo). Vale a pena pesquisar qual o teor do açúcar nos produtos que você e avaliar quais estão causando mais ou menos sintomas.

TEOR MÉDIO DE LACTOSE NOS PRODUTOS LÁCTEOS2

TODOS ESTÃO GENETICAMENTE PREDISPOSTOS À INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

Chama a atenção a estimativa de que 57% dos brasileiros brancos e mulatos possuem o gene da hipolactasia primária, podendo ocorrer em até 80% dos negros e 90% de asiáticos (japoneses e chineses)1. Por isso, uma quantidade de pessoas considerável tem a predisposição de desenvolver a intolerância à lactose e muitos ainda tem pouca informação sobre o assunto.

Existe outra condição em que a intolerância à lactose surge por causa de doenças intestinais que é o caso das enterites infecciosas, doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn e Síndrome do Intestino Irritável), diverticulite, doença celíaca e até mesmo anemia. Essa é a hipolactasia secundária, que é uma condição transitória e reversível.

A deficiência congênita ocorre quando a criança já nasce sem condições de produzir lactase. É uma forma rara, mas que pode colocar a vida do bebê em risco se não detectada a tempo.

COMO É O DIAGNÓSTICO DE INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

O médico é o responsável pelo diagnóstico de intolerância à lactose. Além de utilizar a avaliação clínica, ele pode optar por outros tipos de exames.

É possível fazer exame de dosagem de lactase na parede do duodeno, um exame extremamente sensível e preciso, mas invasivo e, por isso, incomum.

Avalia-se também a capacidade de digestão de lactose por um teste oral, no qual o paciente ingere uma quantidade do açúcar e a glicemia é dosada antes e depois. Se o indivíduo for capaz de digeri-la, a glicemia aumenta em 20mg/dL.

A dosagem de hidrogênio emitido através da expiração também é uma forma de diagnóstico. A fermentação da lactose pelas bactérias aumenta a produção de hidrogênio, que será

absorvido pelo intestino e parcialmente eliminado pelos pulmões.

COMO É O TRATAMENTO DE INTOLERÂNCIA À LACTOSE?

Uma vez diagnosticada a intolerância, o médico e o nutricionista são os profissionais de saúde que poderão lhe ajudar a organizar o cardápio necessário para sua dieta. Alguns itens deverão ser retirados no início e, posteriormente, podem ser reintroduzidos após avaliação médica.

Inserir alimentos fontes de cálcio e de proteína é uma das prioridades. Agrião, espinafre, rúcula, brócolis, couve, gergelim, amêndoas e aveia são algumas delas. Segundo estudos científicos, alguns probióticos são capazes de modificar a flora intestinal, aumentando a produção de lactase e favorecendo a digestão de produtos lácteos.

Uma outra possibilidade é a ingestão de complementos feitos com a enzima lactase.

De qualquer forma, não retire o leite e seus derivados por ter se identificado com os sintomas descritos aqui. Procure seu médico de confiança e conversem sobre o assunto!

A lactose, conhecida como açúcar do leite, é um carboidrato formado por duas moléculas ligadas entre si: a glicose e a galactose. A enzima lactase, que está presente no intestino, rompe essa ligação liberando essas moléculas para serem absorvidas.

A má digestão da lactose ocorre pela redução da capacidade do corpo em quebrar a lactose. Essa condição é chamada na área médica de hipolactasia e causa uma diminuição na produção da enzima chamada lactase. Nos seres humanos essa enzima é geneticamente programada para ser produzida nos primeiros anos de vida, embora existam indivíduos que continuem produzindo lactase até a idade adulta. Essa redução da enzima lactase (a hipolactasia) é a causa da intolerância à lactose.

A intolerância à lactose acontece quando a atividade da enzima lactase é reduzida na parede do intestino delgado e, por isso, o indivíduo tem sintomas abdominais após a ingestão de alimentos ricos em lactose, como por exemplo o leite de vaca e todos os seus derivados.

REFERÊNCIAS:

1Alergia ao leite de vaca e intolerância à lactoseDisponível em: http://www.medicinaatual.com.br/doencas/alergia-ao-leite-de-vaca-e-intolerancia-a-lactose.html

2Intolerância à Lactose e produtos lácteos com baixo teor de lactoseDisponível em: http://www.insumos.com.br/aditivos_e_ingredientes/materias/143.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Rev Assoc Med Bras 2010; 56(2): 230-6.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n2/a25v56n2.pdf

British Nutrition Foundation. Lactose intolerance.Disponível em: http://www.nutrition.org.uk/nutritionscience/allergy/lactose-intolerance.html

Heyman M. Lactose Intolerance in Infants, Children, and Adolescents. Pediatrics Vol. 118 No. 3 September 1, 2006.Disponível em: http://pediatrics.aappublications.org/content/118/3/1279.full

Drauzio Varella. Intolerância à lactose.Disponível em: http://drauziovarella.com.br/letras/l/intolerancia-a-lactose/

Laboratório Fleury. Lactose, Prova de Absorção, plasma.Disponível em: http://lare.fleury.com.br/sistemas-externos/Servicos/ManualExames/Detalhe/77

Mayo Clinic. Lactose intolerance.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/lactose-intolerance/basics/definition/con-20027906

Chris Kesser. How to cure lactose intolerance.Disponível em: http://chriskresser.com/how-to-cure-lactose-intolerance

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como efeito secundário de uma doença inflamatória intestinal3.

A lactase é a enzima responsável por “quebrar” a lactose, o açúcar do leite, em pedaços muito pequenos e fazer com que sejam absorvidos. Sua produção e atuação durante a amamentação até os 5 anos é alta, pois é um açúcar essencial para o desenvolvimento do bebê e da criança3.

O O QUE AS PESSOAS INTOLERANTES À LACTOSE DEVEM FAZER?

Por conta da redução do consumo de leite e derivados, intolerantes à lactose podem apresentar baixa ingestão de cálcio, mas também de outros nutrientes, como vitamina A e D, vitamina B2 (riboflavina) e fósforo1.

Embora alguns intolerantes consigam ingerir uma certa quantidade de lácteos sem grandes problemas, é interessante consumir alimentos que favoreçam a flora intestinal e o aporte de cálcio. Algumas bactérias intestinais são capazes de quebrar a molécula de lactose, pois a utilizam para se alimentar, amenizando assim, os sintomas clássicos da intolerância. É o caso de iogurtes com culturas de células ativas e prebióticos, como a inulina4,5.

A maioria das pessoas querem melhorar os sintomas, e os médicos e nutricionistas buscam garantir a ingestão de cálcio. A ideia de incluir alimentos fortificados ou bebidas a base de soja devem partir do profissional, após fazer uma avaliação detalhada.

Aqueles que após alguns testes alimentares notarem que realmente não podem consumir leite e derivados, devem buscar as boas fontes de cálcio que não contenham lactose. É o caso da couve, gergelim, aveia e amêndoa. Veja abaixo os valores do mineral nos alimentos2:

Agrião (100g) – 133mg Couve manteiga refogada (100g) – 177mg Tofu (100g) – 81mg Lentilha seca crua (100g) – 54mg Aveia flocos (100g) – 48mg Ovo de galinha cozido (100g) – 49mg Gergelim (100g) – 825mg Amêndoa (100g) – 237mg

Depois disso, é preciso verificar se não há alimentos na sua dieta que agem como “ladrões de cálcio”. Excesso de ácido oxálico, por exemplo, prejudica a capacidade do organismo em absorver o mineral. Podemos encontrá-lo na beterraba, no espinafre e na acelga6.

Consumir muita carne, tanto vermelha quanto branca, também não é uma atitude adequada, pois elas contêm muita proteína que estimula a eliminação do cálcio pela urina. O mesmo acontece com outro mineral: o sódio. Cálcio e sódio “disputam” espaço nas células. Assim, quem é adepto a uma dieta rica proteínas e sódio corre o risco de desenvolver deficiência do cálcio em seu organismo sendo necessário equilibrar a dieta com ajuda de um profissional6.

A cafeína presente no café e refrigerante também contribui para a retirada do cálcio dos ossos.

Os dentes e o esqueleto são o maior depósito desse mineral no organismo. Assim, caso agentes antinutricionais forem consumidos em excesso, o cálcio terá que ser retirado desses depósitos para manutenção dos níveis ideais no sangue.

Veja na tabela abaixo, qual a quantidade recomendada para ingestão de cálcio7:

Adultos (19-50 anos) – 1000mg/dia

Lactentes – (0-6 meses) – 300mg – (7-11 meses) – 400mg

Crianças – (1 a 3 anos) – 500mg – (4 a 6 anos ) – 600mg – (7 a 10 anos) – 700mg

Gestantes – 1200mg

Lactantes – 1000mg

O baixo consumo de cálcio pode dar espaço para diversas deficiências no futuro. Uma delas é a osteoporose, doença que acelera a perda de massa óssea, o que aumenta as chances de fratura. Assim, uma atenção especial deve ser dada ao consumo do cálcio, em especial para os alérgicos ao leite e intolerantes à lactose.

Você tem intolerância à lactose ou alergia ao leite? Se tiver qualquer dúvida, consulte seu nutricionista ou médico de confiança. Eles saberão qual a quantidade certa de cálcio que você deve ingerir, seja na forma de suplementos ou nos alimentos que formam sua dieta!

REFERÊNCIAS:

1Pereira GAP, et al. Cálcio dietético – estratégias para otimizar o consumo. Rev Bras Reumatol 2009;49(2):164-80.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbr/v49n2/08.pdf

2Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO). 4ª edição revisada e ampliada. Campinas, 2011.Disponível em: http://www.unicamp.br/nepa/taco/contar/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada

3Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Rev Assoc Med Bras 2010; 56(2): 230-6.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n2/a25v56n2.pdf

4Saad SMI. Probióticos e prebióticos: o estado da arte. Rev. Bras. Cienc. Farm. vol.42 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2006Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rbcf/article/viewFile/44095/47716

5Capriles VD. Frutanos do tipo inulina e aumento da absorção de cálcio: uma revisão sistemática. Rev. Nutr. vol.25 no.1 Campinas Jan./Feb. 2012.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-52732012000100013&script=sci_arttext

6Cálcio para a vida toda. Site Albert Einstein.Disponível em: http://www.einstein.br/einstein-saude/NUTRICAO/Paginas/calcio-para-a-vida-toda.aspx

7Resolução RDC nº 269, de 22 de setembro de 2005.Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/1884970047457811857dd53fbc4c6735/RDC_269_2005.pdf?MOD=AJPERES

humano enquanto no bovino essa proporção sobe para no mínimo 76%.2

ENTENDA A ALERGIA ALIMENTAR

A alergia é uma reação do sistema imunológico mediada ou não por um anticorpo chamado imunoglobulina E, ou IgE. Os anticorpos são estruturas responsáveis por se ligarem aos alérgenos (antígenos) e desencadearem respostas imunológi-cas. A diferença entre ser mediada ou não por IgE é que a pri-meira ocorre até duas horas após a exposição à proteína, en-quanto que a segunda pode ocorrer dias após a exposição1,2,4.

A reação alérgica funciona da seguinte maneira: o antíge-no ou alérgeno (sempre uma proteína) é detectado pela IgE, que encontra-se fixada a receptores de mastócitos e basófilos. No caso de um contato repetido com a proteína alergênica o organismo pode considerá-la nociva e é capaz de reagir contra ela liberando mediadores vasoativos, que induzem as manis-festações clínicas de hipersensibilidade imediata, como: cons-trição dos brônquios (asma), eczema (vermelhidão na pele), edema (inchaço) ou, a mais grave, anafilaxia, uma resposta alérgica muito intensa que pode causar queda da pressão, ta-quicardia e angioedema. O angioedema exige socorro rápido, pois pode evoluir rapidamente para o fechamento das vias aéreas (edema de glote) e até mesmo a óbito1,2,4.

Muitos bebês são introduzidos desde cedo ao leite de vaca ou a fórmulas infantis baseadas neste leite, em substitui-ção ao leite materno. Essa parece ser a grande causa do au-

mento da incidência da APLV.

COMO POSSO EVITAR A APLV EM MEU FILHO?

Em relação aos fatores relacionados à dieta, estudos mos-tram que o aleitamento materno exclusivo, sem introdução de leite de vaca e de fórmulas infantis à base de leite de vaca durante os 6 primeiros meses de vida e se prolongando até os 12 meses tem sido eficazes na redução do desenvolvimento de alergias alimentares5.

O ideal seria evitar introduzir o leite de vaca antes de 1 ano de idade. O organismo do bebê ainda está imaturo e não é capaz de lidar com estruturas proteicas tão grandes.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Inicialmente o médico questionará sobre os sintomas cita-dos acima, e então fará um exame clínico minucioso. Uma dieta de exclusão por um período curto de tempo (2 semanas) com consequente melhora do quadro clínico pode ser um sinal de APLV6.

Testes cutâneos de leitura imediata, mensuração da IgE específica e a provocação positiva (padrão-ouro) podem ser utilizados no diagnóstico. Entretanto, é importante saber que o teste de provocação positiva deve ser evitado quando os sin-tomas clínicos da criança forem muito evidentes, por exemplo, em casos de anafilaxia6.

MEU FILHO FOI DIAGNOSTICADO COM APLV. E AGORA?

A dieta de exclusão da proteína do leite de vaca deve ser iniciada o quanto antes, tanto pela criança quanto pela mãe, em caso de aleitamento materno exclusivo, seja em casos de IgE específica positiva ou negativa. As mães devem ser orien-tadas a retirar todo o leite de vaca e derivados da sua alimen-tação8,9,10. Entretanto, o aleitamento materno é fundamental para a criança. Mesmo para bebês com reações e diagnóstico comprovado de alergia a proteínas do leite, a mãe pode na maioria dos casos manter o aleitamento se retirar os laticínios de sua dieta10.

O importante é fazer a retirada do leite e derivados. Para bebês que ainda não foram introduzidos com alimentos sóli-dos, existem fórmulas proteicas extensamente hidrolisadas. Para aqueles que já têm mais idade, existem alimentos que são igualmente ricos em nutrientes8,9.

Veja a lista de alimentos ricos em cálcio:

Agrião Rúcula Espinafre Brócolis Couve Ameixa seca Gergelim Amêndoas Aveia Sardinha

CUIDADOS ESPECIAIS:

– Atente para produtos de panificação que, em sua maio-ria, levam leite na preparação.

– Dependendo da gravidade da alergia alimentar de seu filho, não hesite em perguntar em restaurantes e lanchonetes se determinada preparação foi feita no mesmo recipiente que laticínios.

– Alguns produtos como balões de festas, giz e cosméti-cos, podem conter resquícios de proteínas do leite e, em crian-ças mais sensíveis, desencadear as reações de pele ou respira-tórias.

– Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem des-crito no produto.

– Os leites vegetais feitos a partir de amêndoas, arroz, cas-tanhas são ótimas opções também.

– Amplie a gama de alimentos consumidos, crie novas re-ceitas e descubra novos sabores. Fortalecer o sistema imuno-lógico da criança pode ser a chave para reduzir sua sensibili-dade ao leite.

CONCLUSÃO:

Não deixe de procurar um médico caso tenha se identificado com os sintomas que leu aqui ou os notou em seu filho. Ele é o profissional mais indicado para auxiliar qual tratamento será aplicado.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Allergy-Immunology Notes – Cow’s Milk AllergyDisponível em: https://ainotes.wikispaces.com/Cow%27s+Milk+Allergy+(IgE-mediated)

3Dr. Paulo Maciel. Alergia ao Leite de Vaca.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/alergia-ao-leite-de-vaca/

4Zeppone SC. Alergia à proteína do leite de vaca (APLV): uma perspectiva imunológica. Disser-tação de Mestrado. Araraquara, 2008.Disponível em: http://www2.fcfar.unesp.br/#!/Home/Pos-graduacao/Biocienciase-BiotecnologiasAplicadasaFarmacia/silvio_zeppone-completo.pdf

5van Odijk J. Breastfeeding and allergic disease: a multidisciplinary review of the literature (1966-2001) on the mode of early feeding in infancy and its impact on later atopic manifesta-tions. Allergy. 2003 Sep;58(9):833-43.Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12911410

6Como diagnosticar a alergia à proteína do leite de vaca. Laboratório Fleury.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/como-diagnosticar-a-alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca.aspx

7Lins MGM. Teste de desencadeamento alimentar oral na confirmação diagnóstica da alergia à proteína do leite de vaca. J. Pediatr. (Rio J.) vol.86 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2010Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572010000400007&s-cript=sci_arttext

8Alimentos que substituem os nutrientes do leite. Site Mais Equilíbrio.Disponível em: http://www.maisequilibrio.com.br/nutricao/alimentos-que-subs-tituem-os-nutrientes-do-leite-2-1-1-670.html

9Terapia Nutricional no Paciente com Alergia ao Leite de Vaca. Sociedade Brasileira de Nutri-ção Parenteral e Enteral, Sociedade Brasileira de Clínica Médica e Associação Brasileira de Nutrologia. Jul/2011.Disponível em: http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/17673/2674640_109700.pdf

10Cow’s Milk AllergyDisponível em: http://www.allergyclinic.co.nz/cows_milk_allergy.htm

Sabemos que o cálcio é um nutriente essencial em diversas funções biológicas como a contração muscular, transmissão do impulso nervoso ou sináptico, coagulação sanguínea, e participa da formação dos ossos, compondo o esqueleto. O cálcio auxilia no controle dos batimentos cardíacos e, junto com a vitamina D, previne a osteoporose (perda de massa óssea) 1. Sua necessidade de ingestão diária varia com a idade, o sexo, se a mulher é gestante ou não, tipo de alimentação e estilo de vida, entre outros fatores1.

Na alimentação do brasileiro, leite e derivados são as principais fontes do mineral. Em um copo de leite desnatado (200 ml), por exemplo, encontramos aproximadamente 250mg de cálcio, ou 205mg em 1 fatia de queijo minas fresco2. Seriam excelentes alimentos para todos, no entanto, um grupo específico não pode consumi-los com tanta frequência.

Indivíduos com intolerância à lactose precisam reduzir o consumo de lácteos ou até mesmo retirá-los da dieta, dependendo da tolerância de cada um. Seu organismo não consegue digerir adequadamente a lactose, seja por uma diminuição na produção da enzima lactase no intestino, por uma deficiência congênita na produção da enzima, ou ainda

A alergia alimentar é uma sensibilidade individual a uma ou mais proteínas que compõem determinados alimentos. Essas proteínas quando absorvidas pela mucosa intestinal de-sencadeiam, em indivíduos alérgicos, reações imunomediadas, ou seja, dependentes de mecanismos imunológicos1. A alergia à proteína do leite de vaca, muito conhecida pela sigla APLV e é a alergia alimentar mais comum da faixa etária pediátrica, com prevalência de até 6% em crianças menores de 3 anos de idade1.

As manifestações clínicas incluem acometimento cutâneo, gastrintestinal, respiratório e, mais raramente, as manifestações cardiovasculares, incluindo choque anafilático.

A proteína do leite de vaca é o alérgeno alimentar mais comum por ser muito consumido, mas também pelo seu poten-cial alergênico1. Ele chega a possuir mais de vinte tipos de fra-ções proteicas, mas apenas algumas têm importância alergêni-ca especial1. De acordo com vários estudos, a beta-lactoglobuli-na, alfa-lactoalbumina e as caseínas são as proteínas que mais ocasionam as reações alérgicas. E você sabia que a beta-lacto-globulina não existe normalmente no leite humano? Além disso a a caseína forma apenas 27% do teor de proteínas no leite

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como efeito secundário de uma doença inflamatória intestinal3.

A lactase é a enzima responsável por “quebrar” a lactose, o açúcar do leite, em pedaços muito pequenos e fazer com que sejam absorvidos. Sua produção e atuação durante a amamentação até os 5 anos é alta, pois é um açúcar essencial para o desenvolvimento do bebê e da criança3.

O O QUE AS PESSOAS INTOLERANTES À LACTOSE DEVEM FAZER?

Por conta da redução do consumo de leite e derivados, intolerantes à lactose podem apresentar baixa ingestão de cálcio, mas também de outros nutrientes, como vitamina A e D, vitamina B2 (riboflavina) e fósforo1.

Embora alguns intolerantes consigam ingerir uma certa quantidade de lácteos sem grandes problemas, é interessante consumir alimentos que favoreçam a flora intestinal e o aporte de cálcio. Algumas bactérias intestinais são capazes de quebrar a molécula de lactose, pois a utilizam para se alimentar, amenizando assim, os sintomas clássicos da intolerância. É o caso de iogurtes com culturas de células ativas e prebióticos, como a inulina4,5.

A maioria das pessoas querem melhorar os sintomas, e os médicos e nutricionistas buscam garantir a ingestão de cálcio. A ideia de incluir alimentos fortificados ou bebidas a base de soja devem partir do profissional, após fazer uma avaliação detalhada.

Aqueles que após alguns testes alimentares notarem que realmente não podem consumir leite e derivados, devem buscar as boas fontes de cálcio que não contenham lactose. É o caso da couve, gergelim, aveia e amêndoa. Veja abaixo os valores do mineral nos alimentos2:

Agrião (100g) – 133mg Couve manteiga refogada (100g) – 177mg Tofu (100g) – 81mg Lentilha seca crua (100g) – 54mg Aveia flocos (100g) – 48mg Ovo de galinha cozido (100g) – 49mg Gergelim (100g) – 825mg Amêndoa (100g) – 237mg

Depois disso, é preciso verificar se não há alimentos na sua dieta que agem como “ladrões de cálcio”. Excesso de ácido oxálico, por exemplo, prejudica a capacidade do organismo em absorver o mineral. Podemos encontrá-lo na beterraba, no espinafre e na acelga6.

Consumir muita carne, tanto vermelha quanto branca, também não é uma atitude adequada, pois elas contêm muita proteína que estimula a eliminação do cálcio pela urina. O mesmo acontece com outro mineral: o sódio. Cálcio e sódio “disputam” espaço nas células. Assim, quem é adepto a uma dieta rica proteínas e sódio corre o risco de desenvolver deficiência do cálcio em seu organismo sendo necessário equilibrar a dieta com ajuda de um profissional6.

A cafeína presente no café e refrigerante também contribui para a retirada do cálcio dos ossos.

Os dentes e o esqueleto são o maior depósito desse mineral no organismo. Assim, caso agentes antinutricionais forem consumidos em excesso, o cálcio terá que ser retirado desses depósitos para manutenção dos níveis ideais no sangue.

Veja na tabela abaixo, qual a quantidade recomendada para ingestão de cálcio7:

Adultos (19-50 anos) – 1000mg/dia

Lactentes – (0-6 meses) – 300mg – (7-11 meses) – 400mg

Crianças – (1 a 3 anos) – 500mg – (4 a 6 anos ) – 600mg – (7 a 10 anos) – 700mg

Gestantes – 1200mg

Lactantes – 1000mg

O baixo consumo de cálcio pode dar espaço para diversas deficiências no futuro. Uma delas é a osteoporose, doença que acelera a perda de massa óssea, o que aumenta as chances de fratura. Assim, uma atenção especial deve ser dada ao consumo do cálcio, em especial para os alérgicos ao leite e intolerantes à lactose.

Você tem intolerância à lactose ou alergia ao leite? Se tiver qualquer dúvida, consulte seu nutricionista ou médico de confiança. Eles saberão qual a quantidade certa de cálcio que você deve ingerir, seja na forma de suplementos ou nos alimentos que formam sua dieta!

REFERÊNCIAS:

1Pereira GAP, et al. Cálcio dietético – estratégias para otimizar o consumo. Rev Bras Reumatol 2009;49(2):164-80.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbr/v49n2/08.pdf

2Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO). 4ª edição revisada e ampliada. Campinas, 2011.Disponível em: http://www.unicamp.br/nepa/taco/contar/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada

3Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Rev Assoc Med Bras 2010; 56(2): 230-6.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n2/a25v56n2.pdf

4Saad SMI. Probióticos e prebióticos: o estado da arte. Rev. Bras. Cienc. Farm. vol.42 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2006Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rbcf/article/viewFile/44095/47716

5Capriles VD. Frutanos do tipo inulina e aumento da absorção de cálcio: uma revisão sistemática. Rev. Nutr. vol.25 no.1 Campinas Jan./Feb. 2012.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-52732012000100013&script=sci_arttext

6Cálcio para a vida toda. Site Albert Einstein.Disponível em: http://www.einstein.br/einstein-saude/NUTRICAO/Paginas/calcio-para-a-vida-toda.aspx

7Resolução RDC nº 269, de 22 de setembro de 2005.Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/1884970047457811857dd53fbc4c6735/RDC_269_2005.pdf?MOD=AJPERES

humano enquanto no bovino essa proporção sobe para no mínimo 76%.2

ENTENDA A ALERGIA ALIMENTAR

A alergia é uma reação do sistema imunológico mediada ou não por um anticorpo chamado imunoglobulina E, ou IgE. Os anticorpos são estruturas responsáveis por se ligarem aos alérgenos (antígenos) e desencadearem respostas imunológi-cas. A diferença entre ser mediada ou não por IgE é que a pri-meira ocorre até duas horas após a exposição à proteína, en-quanto que a segunda pode ocorrer dias após a exposição1,2,4.

A reação alérgica funciona da seguinte maneira: o antíge-no ou alérgeno (sempre uma proteína) é detectado pela IgE, que encontra-se fixada a receptores de mastócitos e basófilos. No caso de um contato repetido com a proteína alergênica o organismo pode considerá-la nociva e é capaz de reagir contra ela liberando mediadores vasoativos, que induzem as manis-festações clínicas de hipersensibilidade imediata, como: cons-trição dos brônquios (asma), eczema (vermelhidão na pele), edema (inchaço) ou, a mais grave, anafilaxia, uma resposta alérgica muito intensa que pode causar queda da pressão, ta-quicardia e angioedema. O angioedema exige socorro rápido, pois pode evoluir rapidamente para o fechamento das vias aéreas (edema de glote) e até mesmo a óbito1,2,4.

Muitos bebês são introduzidos desde cedo ao leite de vaca ou a fórmulas infantis baseadas neste leite, em substitui-ção ao leite materno. Essa parece ser a grande causa do au-

mento da incidência da APLV.

COMO POSSO EVITAR A APLV EM MEU FILHO?

Em relação aos fatores relacionados à dieta, estudos mos-tram que o aleitamento materno exclusivo, sem introdução de leite de vaca e de fórmulas infantis à base de leite de vaca durante os 6 primeiros meses de vida e se prolongando até os 12 meses tem sido eficazes na redução do desenvolvimento de alergias alimentares5.

O ideal seria evitar introduzir o leite de vaca antes de 1 ano de idade. O organismo do bebê ainda está imaturo e não é capaz de lidar com estruturas proteicas tão grandes.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Inicialmente o médico questionará sobre os sintomas cita-dos acima, e então fará um exame clínico minucioso. Uma dieta de exclusão por um período curto de tempo (2 semanas) com consequente melhora do quadro clínico pode ser um sinal de APLV6.

Testes cutâneos de leitura imediata, mensuração da IgE específica e a provocação positiva (padrão-ouro) podem ser utilizados no diagnóstico. Entretanto, é importante saber que o teste de provocação positiva deve ser evitado quando os sin-tomas clínicos da criança forem muito evidentes, por exemplo, em casos de anafilaxia6.

MEU FILHO FOI DIAGNOSTICADO COM APLV. E AGORA?

A dieta de exclusão da proteína do leite de vaca deve ser iniciada o quanto antes, tanto pela criança quanto pela mãe, em caso de aleitamento materno exclusivo, seja em casos de IgE específica positiva ou negativa. As mães devem ser orien-tadas a retirar todo o leite de vaca e derivados da sua alimen-tação8,9,10. Entretanto, o aleitamento materno é fundamental para a criança. Mesmo para bebês com reações e diagnóstico comprovado de alergia a proteínas do leite, a mãe pode na maioria dos casos manter o aleitamento se retirar os laticínios de sua dieta10.

O importante é fazer a retirada do leite e derivados. Para bebês que ainda não foram introduzidos com alimentos sóli-dos, existem fórmulas proteicas extensamente hidrolisadas. Para aqueles que já têm mais idade, existem alimentos que são igualmente ricos em nutrientes8,9.

Veja a lista de alimentos ricos em cálcio:

Agrião Rúcula Espinafre Brócolis Couve Ameixa seca Gergelim Amêndoas Aveia Sardinha

CUIDADOS ESPECIAIS:

– Atente para produtos de panificação que, em sua maio-ria, levam leite na preparação.

– Dependendo da gravidade da alergia alimentar de seu filho, não hesite em perguntar em restaurantes e lanchonetes se determinada preparação foi feita no mesmo recipiente que laticínios.

– Alguns produtos como balões de festas, giz e cosméti-cos, podem conter resquícios de proteínas do leite e, em crian-ças mais sensíveis, desencadear as reações de pele ou respira-tórias.

– Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem des-crito no produto.

– Os leites vegetais feitos a partir de amêndoas, arroz, cas-tanhas são ótimas opções também.

– Amplie a gama de alimentos consumidos, crie novas re-ceitas e descubra novos sabores. Fortalecer o sistema imuno-lógico da criança pode ser a chave para reduzir sua sensibili-dade ao leite.

CONCLUSÃO:

Não deixe de procurar um médico caso tenha se identificado com os sintomas que leu aqui ou os notou em seu filho. Ele é o profissional mais indicado para auxiliar qual tratamento será aplicado.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Allergy-Immunology Notes – Cow’s Milk AllergyDisponível em: https://ainotes.wikispaces.com/Cow%27s+Milk+Allergy+(IgE-mediated)

3Dr. Paulo Maciel. Alergia ao Leite de Vaca.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/alergia-ao-leite-de-vaca/

4Zeppone SC. Alergia à proteína do leite de vaca (APLV): uma perspectiva imunológica. Disser-tação de Mestrado. Araraquara, 2008.Disponível em: http://www2.fcfar.unesp.br/#!/Home/Pos-graduacao/Biocienciase-BiotecnologiasAplicadasaFarmacia/silvio_zeppone-completo.pdf

5van Odijk J. Breastfeeding and allergic disease: a multidisciplinary review of the literature (1966-2001) on the mode of early feeding in infancy and its impact on later atopic manifesta-tions. Allergy. 2003 Sep;58(9):833-43.Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12911410

6Como diagnosticar a alergia à proteína do leite de vaca. Laboratório Fleury.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/como-diagnosticar-a-alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca.aspx

7Lins MGM. Teste de desencadeamento alimentar oral na confirmação diagnóstica da alergia à proteína do leite de vaca. J. Pediatr. (Rio J.) vol.86 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2010Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572010000400007&s-cript=sci_arttext

8Alimentos que substituem os nutrientes do leite. Site Mais Equilíbrio.Disponível em: http://www.maisequilibrio.com.br/nutricao/alimentos-que-subs-tituem-os-nutrientes-do-leite-2-1-1-670.html

9Terapia Nutricional no Paciente com Alergia ao Leite de Vaca. Sociedade Brasileira de Nutri-ção Parenteral e Enteral, Sociedade Brasileira de Clínica Médica e Associação Brasileira de Nutrologia. Jul/2011.Disponível em: http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/17673/2674640_109700.pdf

10Cow’s Milk AllergyDisponível em: http://www.allergyclinic.co.nz/cows_milk_allergy.htm

Sabemos que o cálcio é um nutriente essencial em diversas funções biológicas como a contração muscular, transmissão do impulso nervoso ou sináptico, coagulação sanguínea, e participa da formação dos ossos, compondo o esqueleto. O cálcio auxilia no controle dos batimentos cardíacos e, junto com a vitamina D, previne a osteoporose (perda de massa óssea) 1. Sua necessidade de ingestão diária varia com a idade, o sexo, se a mulher é gestante ou não, tipo de alimentação e estilo de vida, entre outros fatores1.

Na alimentação do brasileiro, leite e derivados são as principais fontes do mineral. Em um copo de leite desnatado (200 ml), por exemplo, encontramos aproximadamente 250mg de cálcio, ou 205mg em 1 fatia de queijo minas fresco2. Seriam excelentes alimentos para todos, no entanto, um grupo específico não pode consumi-los com tanta frequência.

Indivíduos com intolerância à lactose precisam reduzir o consumo de lácteos ou até mesmo retirá-los da dieta, dependendo da tolerância de cada um. Seu organismo não consegue digerir adequadamente a lactose, seja por uma diminuição na produção da enzima lactase no intestino, por uma deficiência congênita na produção da enzima, ou ainda

A alergia alimentar é uma sensibilidade individual a uma ou mais proteínas que compõem determinados alimentos. Essas proteínas quando absorvidas pela mucosa intestinal de-sencadeiam, em indivíduos alérgicos, reações imunomediadas, ou seja, dependentes de mecanismos imunológicos1. A alergia à proteína do leite de vaca, muito conhecida pela sigla APLV e é a alergia alimentar mais comum da faixa etária pediátrica, com prevalência de até 6% em crianças menores de 3 anos de idade1.

As manifestações clínicas incluem acometimento cutâneo, gastrintestinal, respiratório e, mais raramente, as manifestações cardiovasculares, incluindo choque anafilático.

A proteína do leite de vaca é o alérgeno alimentar mais comum por ser muito consumido, mas também pelo seu poten-cial alergênico1. Ele chega a possuir mais de vinte tipos de fra-ções proteicas, mas apenas algumas têm importância alergêni-ca especial1. De acordo com vários estudos, a beta-lactoglobuli-na, alfa-lactoalbumina e as caseínas são as proteínas que mais ocasionam as reações alérgicas. E você sabia que a beta-lacto-globulina não existe normalmente no leite humano? Além disso a a caseína forma apenas 27% do teor de proteínas no leite

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como efeito secundário de uma doença inflamatória intestinal3.

A lactase é a enzima responsável por “quebrar” a lactose, o açúcar do leite, em pedaços muito pequenos e fazer com que sejam absorvidos. Sua produção e atuação durante a amamentação até os 5 anos é alta, pois é um açúcar essencial para o desenvolvimento do bebê e da criança3.

O O QUE AS PESSOAS INTOLERANTES À LACTOSE DEVEM FAZER?

Por conta da redução do consumo de leite e derivados, intolerantes à lactose podem apresentar baixa ingestão de cálcio, mas também de outros nutrientes, como vitamina A e D, vitamina B2 (riboflavina) e fósforo1.

Embora alguns intolerantes consigam ingerir uma certa quantidade de lácteos sem grandes problemas, é interessante consumir alimentos que favoreçam a flora intestinal e o aporte de cálcio. Algumas bactérias intestinais são capazes de quebrar a molécula de lactose, pois a utilizam para se alimentar, amenizando assim, os sintomas clássicos da intolerância. É o caso de iogurtes com culturas de células ativas e prebióticos, como a inulina4,5.

A maioria das pessoas querem melhorar os sintomas, e os médicos e nutricionistas buscam garantir a ingestão de cálcio. A ideia de incluir alimentos fortificados ou bebidas a base de soja devem partir do profissional, após fazer uma avaliação detalhada.

Aqueles que após alguns testes alimentares notarem que realmente não podem consumir leite e derivados, devem buscar as boas fontes de cálcio que não contenham lactose. É o caso da couve, gergelim, aveia e amêndoa. Veja abaixo os valores do mineral nos alimentos2:

Agrião (100g) – 133mg Couve manteiga refogada (100g) – 177mg Tofu (100g) – 81mg Lentilha seca crua (100g) – 54mg Aveia flocos (100g) – 48mg Ovo de galinha cozido (100g) – 49mg Gergelim (100g) – 825mg Amêndoa (100g) – 237mg

Depois disso, é preciso verificar se não há alimentos na sua dieta que agem como “ladrões de cálcio”. Excesso de ácido oxálico, por exemplo, prejudica a capacidade do organismo em absorver o mineral. Podemos encontrá-lo na beterraba, no espinafre e na acelga6.

Consumir muita carne, tanto vermelha quanto branca, também não é uma atitude adequada, pois elas contêm muita proteína que estimula a eliminação do cálcio pela urina. O mesmo acontece com outro mineral: o sódio. Cálcio e sódio “disputam” espaço nas células. Assim, quem é adepto a uma dieta rica proteínas e sódio corre o risco de desenvolver deficiência do cálcio em seu organismo sendo necessário equilibrar a dieta com ajuda de um profissional6.

A cafeína presente no café e refrigerante também contribui para a retirada do cálcio dos ossos.

Os dentes e o esqueleto são o maior depósito desse mineral no organismo. Assim, caso agentes antinutricionais forem consumidos em excesso, o cálcio terá que ser retirado desses depósitos para manutenção dos níveis ideais no sangue.

Veja na tabela abaixo, qual a quantidade recomendada para ingestão de cálcio7:

Adultos (19-50 anos) – 1000mg/dia

Lactentes – (0-6 meses) – 300mg – (7-11 meses) – 400mg

Crianças – (1 a 3 anos) – 500mg – (4 a 6 anos ) – 600mg – (7 a 10 anos) – 700mg

Gestantes – 1200mg

Lactantes – 1000mg

O baixo consumo de cálcio pode dar espaço para diversas deficiências no futuro. Uma delas é a osteoporose, doença que acelera a perda de massa óssea, o que aumenta as chances de fratura. Assim, uma atenção especial deve ser dada ao consumo do cálcio, em especial para os alérgicos ao leite e intolerantes à lactose.

Você tem intolerância à lactose ou alergia ao leite? Se tiver qualquer dúvida, consulte seu nutricionista ou médico de confiança. Eles saberão qual a quantidade certa de cálcio que você deve ingerir, seja na forma de suplementos ou nos alimentos que formam sua dieta!

REFERÊNCIAS:

1Pereira GAP, et al. Cálcio dietético – estratégias para otimizar o consumo. Rev Bras Reumatol 2009;49(2):164-80.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbr/v49n2/08.pdf

2Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO). 4ª edição revisada e ampliada. Campinas, 2011.Disponível em: http://www.unicamp.br/nepa/taco/contar/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada

3Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Rev Assoc Med Bras 2010; 56(2): 230-6.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n2/a25v56n2.pdf

4Saad SMI. Probióticos e prebióticos: o estado da arte. Rev. Bras. Cienc. Farm. vol.42 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2006Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rbcf/article/viewFile/44095/47716

5Capriles VD. Frutanos do tipo inulina e aumento da absorção de cálcio: uma revisão sistemática. Rev. Nutr. vol.25 no.1 Campinas Jan./Feb. 2012.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-52732012000100013&script=sci_arttext

6Cálcio para a vida toda. Site Albert Einstein.Disponível em: http://www.einstein.br/einstein-saude/NUTRICAO/Paginas/calcio-para-a-vida-toda.aspx

7Resolução RDC nº 269, de 22 de setembro de 2005.Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/1884970047457811857dd53fbc4c6735/RDC_269_2005.pdf?MOD=AJPERES

humano enquanto no bovino essa proporção sobe para no mínimo 76%.2

ENTENDA A ALERGIA ALIMENTAR

A alergia é uma reação do sistema imunológico mediada ou não por um anticorpo chamado imunoglobulina E, ou IgE. Os anticorpos são estruturas responsáveis por se ligarem aos alérgenos (antígenos) e desencadearem respostas imunológi-cas. A diferença entre ser mediada ou não por IgE é que a pri-meira ocorre até duas horas após a exposição à proteína, en-quanto que a segunda pode ocorrer dias após a exposição1,2,4.

A reação alérgica funciona da seguinte maneira: o antíge-no ou alérgeno (sempre uma proteína) é detectado pela IgE, que encontra-se fixada a receptores de mastócitos e basófilos. No caso de um contato repetido com a proteína alergênica o organismo pode considerá-la nociva e é capaz de reagir contra ela liberando mediadores vasoativos, que induzem as manis-festações clínicas de hipersensibilidade imediata, como: cons-trição dos brônquios (asma), eczema (vermelhidão na pele), edema (inchaço) ou, a mais grave, anafilaxia, uma resposta alérgica muito intensa que pode causar queda da pressão, ta-quicardia e angioedema. O angioedema exige socorro rápido, pois pode evoluir rapidamente para o fechamento das vias aéreas (edema de glote) e até mesmo a óbito1,2,4.

Muitos bebês são introduzidos desde cedo ao leite de vaca ou a fórmulas infantis baseadas neste leite, em substitui-ção ao leite materno. Essa parece ser a grande causa do au-

mento da incidência da APLV.

COMO POSSO EVITAR A APLV EM MEU FILHO?

Em relação aos fatores relacionados à dieta, estudos mos-tram que o aleitamento materno exclusivo, sem introdução de leite de vaca e de fórmulas infantis à base de leite de vaca durante os 6 primeiros meses de vida e se prolongando até os 12 meses tem sido eficazes na redução do desenvolvimento de alergias alimentares5.

O ideal seria evitar introduzir o leite de vaca antes de 1 ano de idade. O organismo do bebê ainda está imaturo e não é capaz de lidar com estruturas proteicas tão grandes.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Inicialmente o médico questionará sobre os sintomas cita-dos acima, e então fará um exame clínico minucioso. Uma dieta de exclusão por um período curto de tempo (2 semanas) com consequente melhora do quadro clínico pode ser um sinal de APLV6.

Testes cutâneos de leitura imediata, mensuração da IgE específica e a provocação positiva (padrão-ouro) podem ser utilizados no diagnóstico. Entretanto, é importante saber que o teste de provocação positiva deve ser evitado quando os sin-tomas clínicos da criança forem muito evidentes, por exemplo, em casos de anafilaxia6.

MEU FILHO FOI DIAGNOSTICADO COM APLV. E AGORA?

A dieta de exclusão da proteína do leite de vaca deve ser iniciada o quanto antes, tanto pela criança quanto pela mãe, em caso de aleitamento materno exclusivo, seja em casos de IgE específica positiva ou negativa. As mães devem ser orien-tadas a retirar todo o leite de vaca e derivados da sua alimen-tação8,9,10. Entretanto, o aleitamento materno é fundamental para a criança. Mesmo para bebês com reações e diagnóstico comprovado de alergia a proteínas do leite, a mãe pode na maioria dos casos manter o aleitamento se retirar os laticínios de sua dieta10.

O importante é fazer a retirada do leite e derivados. Para bebês que ainda não foram introduzidos com alimentos sóli-dos, existem fórmulas proteicas extensamente hidrolisadas. Para aqueles que já têm mais idade, existem alimentos que são igualmente ricos em nutrientes8,9.

Veja a lista de alimentos ricos em cálcio:

Agrião Rúcula Espinafre Brócolis Couve Ameixa seca Gergelim Amêndoas Aveia Sardinha

CUIDADOS ESPECIAIS:

– Atente para produtos de panificação que, em sua maio-ria, levam leite na preparação.

– Dependendo da gravidade da alergia alimentar de seu filho, não hesite em perguntar em restaurantes e lanchonetes se determinada preparação foi feita no mesmo recipiente que laticínios.

– Alguns produtos como balões de festas, giz e cosméti-cos, podem conter resquícios de proteínas do leite e, em crian-ças mais sensíveis, desencadear as reações de pele ou respira-tórias.

– Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem des-crito no produto.

– Os leites vegetais feitos a partir de amêndoas, arroz, cas-tanhas são ótimas opções também.

– Amplie a gama de alimentos consumidos, crie novas re-ceitas e descubra novos sabores. Fortalecer o sistema imuno-lógico da criança pode ser a chave para reduzir sua sensibili-dade ao leite.

CONCLUSÃO:

Não deixe de procurar um médico caso tenha se identificado com os sintomas que leu aqui ou os notou em seu filho. Ele é o profissional mais indicado para auxiliar qual tratamento será aplicado.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Allergy-Immunology Notes – Cow’s Milk AllergyDisponível em: https://ainotes.wikispaces.com/Cow%27s+Milk+Allergy+(IgE-mediated)

3Dr. Paulo Maciel. Alergia ao Leite de Vaca.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/alergia-ao-leite-de-vaca/

4Zeppone SC. Alergia à proteína do leite de vaca (APLV): uma perspectiva imunológica. Disser-tação de Mestrado. Araraquara, 2008.Disponível em: http://www2.fcfar.unesp.br/#!/Home/Pos-graduacao/Biocienciase-BiotecnologiasAplicadasaFarmacia/silvio_zeppone-completo.pdf

5van Odijk J. Breastfeeding and allergic disease: a multidisciplinary review of the literature (1966-2001) on the mode of early feeding in infancy and its impact on later atopic manifesta-tions. Allergy. 2003 Sep;58(9):833-43.Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12911410

6Como diagnosticar a alergia à proteína do leite de vaca. Laboratório Fleury.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/como-diagnosticar-a-alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca.aspx

7Lins MGM. Teste de desencadeamento alimentar oral na confirmação diagnóstica da alergia à proteína do leite de vaca. J. Pediatr. (Rio J.) vol.86 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2010Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572010000400007&s-cript=sci_arttext

8Alimentos que substituem os nutrientes do leite. Site Mais Equilíbrio.Disponível em: http://www.maisequilibrio.com.br/nutricao/alimentos-que-subs-tituem-os-nutrientes-do-leite-2-1-1-670.html

9Terapia Nutricional no Paciente com Alergia ao Leite de Vaca. Sociedade Brasileira de Nutri-ção Parenteral e Enteral, Sociedade Brasileira de Clínica Médica e Associação Brasileira de Nutrologia. Jul/2011.Disponível em: http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/17673/2674640_109700.pdf

10Cow’s Milk AllergyDisponível em: http://www.allergyclinic.co.nz/cows_milk_allergy.htm

Sabemos que o cálcio é um nutriente essencial em diversas funções biológicas como a contração muscular, transmissão do impulso nervoso ou sináptico, coagulação sanguínea, e participa da formação dos ossos, compondo o esqueleto. O cálcio auxilia no controle dos batimentos cardíacos e, junto com a vitamina D, previne a osteoporose (perda de massa óssea) 1. Sua necessidade de ingestão diária varia com a idade, o sexo, se a mulher é gestante ou não, tipo de alimentação e estilo de vida, entre outros fatores1.

Na alimentação do brasileiro, leite e derivados são as principais fontes do mineral. Em um copo de leite desnatado (200 ml), por exemplo, encontramos aproximadamente 250mg de cálcio, ou 205mg em 1 fatia de queijo minas fresco2. Seriam excelentes alimentos para todos, no entanto, um grupo específico não pode consumi-los com tanta frequência.

Indivíduos com intolerância à lactose precisam reduzir o consumo de lácteos ou até mesmo retirá-los da dieta, dependendo da tolerância de cada um. Seu organismo não consegue digerir adequadamente a lactose, seja por uma diminuição na produção da enzima lactase no intestino, por uma deficiência congênita na produção da enzima, ou ainda

A alergia alimentar é uma sensibilidade individual a uma ou mais proteínas que compõem determinados alimentos. Essas proteínas quando absorvidas pela mucosa intestinal de-sencadeiam, em indivíduos alérgicos, reações imunomediadas, ou seja, dependentes de mecanismos imunológicos1. A alergia à proteína do leite de vaca, muito conhecida pela sigla APLV e é a alergia alimentar mais comum da faixa etária pediátrica, com prevalência de até 6% em crianças menores de 3 anos de idade1.

As manifestações clínicas incluem acometimento cutâneo, gastrintestinal, respiratório e, mais raramente, as manifestações cardiovasculares, incluindo choque anafilático.

A proteína do leite de vaca é o alérgeno alimentar mais comum por ser muito consumido, mas também pelo seu poten-cial alergênico1. Ele chega a possuir mais de vinte tipos de fra-ções proteicas, mas apenas algumas têm importância alergêni-ca especial1. De acordo com vários estudos, a beta-lactoglobuli-na, alfa-lactoalbumina e as caseínas são as proteínas que mais ocasionam as reações alérgicas. E você sabia que a beta-lacto-globulina não existe normalmente no leite humano? Além disso a a caseína forma apenas 27% do teor de proteínas no leite

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como efeito secundário de uma doença inflamatória intestinal3.

A lactase é a enzima responsável por “quebrar” a lactose, o açúcar do leite, em pedaços muito pequenos e fazer com que sejam absorvidos. Sua produção e atuação durante a amamentação até os 5 anos é alta, pois é um açúcar essencial para o desenvolvimento do bebê e da criança3.

O O QUE AS PESSOAS INTOLERANTES À LACTOSE DEVEM FAZER?

Por conta da redução do consumo de leite e derivados, intolerantes à lactose podem apresentar baixa ingestão de cálcio, mas também de outros nutrientes, como vitamina A e D, vitamina B2 (riboflavina) e fósforo1.

Embora alguns intolerantes consigam ingerir uma certa quantidade de lácteos sem grandes problemas, é interessante consumir alimentos que favoreçam a flora intestinal e o aporte de cálcio. Algumas bactérias intestinais são capazes de quebrar a molécula de lactose, pois a utilizam para se alimentar, amenizando assim, os sintomas clássicos da intolerância. É o caso de iogurtes com culturas de células ativas e prebióticos, como a inulina4,5.

A maioria das pessoas querem melhorar os sintomas, e os médicos e nutricionistas buscam garantir a ingestão de cálcio. A ideia de incluir alimentos fortificados ou bebidas a base de soja devem partir do profissional, após fazer uma avaliação detalhada.

Aqueles que após alguns testes alimentares notarem que realmente não podem consumir leite e derivados, devem buscar as boas fontes de cálcio que não contenham lactose. É o caso da couve, gergelim, aveia e amêndoa. Veja abaixo os valores do mineral nos alimentos2:

Agrião (100g) – 133mg Couve manteiga refogada (100g) – 177mg Tofu (100g) – 81mg Lentilha seca crua (100g) – 54mg Aveia flocos (100g) – 48mg Ovo de galinha cozido (100g) – 49mg Gergelim (100g) – 825mg Amêndoa (100g) – 237mg

Depois disso, é preciso verificar se não há alimentos na sua dieta que agem como “ladrões de cálcio”. Excesso de ácido oxálico, por exemplo, prejudica a capacidade do organismo em absorver o mineral. Podemos encontrá-lo na beterraba, no espinafre e na acelga6.

Consumir muita carne, tanto vermelha quanto branca, também não é uma atitude adequada, pois elas contêm muita proteína que estimula a eliminação do cálcio pela urina. O mesmo acontece com outro mineral: o sódio. Cálcio e sódio “disputam” espaço nas células. Assim, quem é adepto a uma dieta rica proteínas e sódio corre o risco de desenvolver deficiência do cálcio em seu organismo sendo necessário equilibrar a dieta com ajuda de um profissional6.

A cafeína presente no café e refrigerante também contribui para a retirada do cálcio dos ossos.

Os dentes e o esqueleto são o maior depósito desse mineral no organismo. Assim, caso agentes antinutricionais forem consumidos em excesso, o cálcio terá que ser retirado desses depósitos para manutenção dos níveis ideais no sangue.

Veja na tabela abaixo, qual a quantidade recomendada para ingestão de cálcio7:

Adultos (19-50 anos) – 1000mg/dia

Lactentes – (0-6 meses) – 300mg – (7-11 meses) – 400mg

Crianças – (1 a 3 anos) – 500mg – (4 a 6 anos ) – 600mg – (7 a 10 anos) – 700mg

Gestantes – 1200mg

Lactantes – 1000mg

O baixo consumo de cálcio pode dar espaço para diversas deficiências no futuro. Uma delas é a osteoporose, doença que acelera a perda de massa óssea, o que aumenta as chances de fratura. Assim, uma atenção especial deve ser dada ao consumo do cálcio, em especial para os alérgicos ao leite e intolerantes à lactose.

Você tem intolerância à lactose ou alergia ao leite? Se tiver qualquer dúvida, consulte seu nutricionista ou médico de confiança. Eles saberão qual a quantidade certa de cálcio que você deve ingerir, seja na forma de suplementos ou nos alimentos que formam sua dieta!

REFERÊNCIAS:

1Pereira GAP, et al. Cálcio dietético – estratégias para otimizar o consumo. Rev Bras Reumatol 2009;49(2):164-80.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbr/v49n2/08.pdf

2Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO). 4ª edição revisada e ampliada. Campinas, 2011.Disponível em: http://www.unicamp.br/nepa/taco/contar/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada

3Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Rev Assoc Med Bras 2010; 56(2): 230-6.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n2/a25v56n2.pdf

4Saad SMI. Probióticos e prebióticos: o estado da arte. Rev. Bras. Cienc. Farm. vol.42 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2006Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rbcf/article/viewFile/44095/47716

5Capriles VD. Frutanos do tipo inulina e aumento da absorção de cálcio: uma revisão sistemática. Rev. Nutr. vol.25 no.1 Campinas Jan./Feb. 2012.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-52732012000100013&script=sci_arttext

6Cálcio para a vida toda. Site Albert Einstein.Disponível em: http://www.einstein.br/einstein-saude/NUTRICAO/Paginas/calcio-para-a-vida-toda.aspx

7Resolução RDC nº 269, de 22 de setembro de 2005.Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/1884970047457811857dd53fbc4c6735/RDC_269_2005.pdf?MOD=AJPERES

humano enquanto no bovino essa proporção sobe para no mínimo 76%.2

ENTENDA A ALERGIA ALIMENTAR

A alergia é uma reação do sistema imunológico mediada ou não por um anticorpo chamado imunoglobulina E, ou IgE. Os anticorpos são estruturas responsáveis por se ligarem aos alérgenos (antígenos) e desencadearem respostas imunológi-cas. A diferença entre ser mediada ou não por IgE é que a pri-meira ocorre até duas horas após a exposição à proteína, en-quanto que a segunda pode ocorrer dias após a exposição1,2,4.

A reação alérgica funciona da seguinte maneira: o antíge-no ou alérgeno (sempre uma proteína) é detectado pela IgE, que encontra-se fixada a receptores de mastócitos e basófilos. No caso de um contato repetido com a proteína alergênica o organismo pode considerá-la nociva e é capaz de reagir contra ela liberando mediadores vasoativos, que induzem as manis-festações clínicas de hipersensibilidade imediata, como: cons-trição dos brônquios (asma), eczema (vermelhidão na pele), edema (inchaço) ou, a mais grave, anafilaxia, uma resposta alérgica muito intensa que pode causar queda da pressão, ta-quicardia e angioedema. O angioedema exige socorro rápido, pois pode evoluir rapidamente para o fechamento das vias aéreas (edema de glote) e até mesmo a óbito1,2,4.

Muitos bebês são introduzidos desde cedo ao leite de vaca ou a fórmulas infantis baseadas neste leite, em substitui-ção ao leite materno. Essa parece ser a grande causa do au-

mento da incidência da APLV.

COMO POSSO EVITAR A APLV EM MEU FILHO?

Em relação aos fatores relacionados à dieta, estudos mos-tram que o aleitamento materno exclusivo, sem introdução de leite de vaca e de fórmulas infantis à base de leite de vaca durante os 6 primeiros meses de vida e se prolongando até os 12 meses tem sido eficazes na redução do desenvolvimento de alergias alimentares5.

O ideal seria evitar introduzir o leite de vaca antes de 1 ano de idade. O organismo do bebê ainda está imaturo e não é capaz de lidar com estruturas proteicas tão grandes.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Inicialmente o médico questionará sobre os sintomas cita-dos acima, e então fará um exame clínico minucioso. Uma dieta de exclusão por um período curto de tempo (2 semanas) com consequente melhora do quadro clínico pode ser um sinal de APLV6.

Testes cutâneos de leitura imediata, mensuração da IgE específica e a provocação positiva (padrão-ouro) podem ser utilizados no diagnóstico. Entretanto, é importante saber que o teste de provocação positiva deve ser evitado quando os sin-tomas clínicos da criança forem muito evidentes, por exemplo, em casos de anafilaxia6.

MEU FILHO FOI DIAGNOSTICADO COM APLV. E AGORA?

A dieta de exclusão da proteína do leite de vaca deve ser iniciada o quanto antes, tanto pela criança quanto pela mãe, em caso de aleitamento materno exclusivo, seja em casos de IgE específica positiva ou negativa. As mães devem ser orien-tadas a retirar todo o leite de vaca e derivados da sua alimen-tação8,9,10. Entretanto, o aleitamento materno é fundamental para a criança. Mesmo para bebês com reações e diagnóstico comprovado de alergia a proteínas do leite, a mãe pode na maioria dos casos manter o aleitamento se retirar os laticínios de sua dieta10.

O importante é fazer a retirada do leite e derivados. Para bebês que ainda não foram introduzidos com alimentos sóli-dos, existem fórmulas proteicas extensamente hidrolisadas. Para aqueles que já têm mais idade, existem alimentos que são igualmente ricos em nutrientes8,9.

Veja a lista de alimentos ricos em cálcio:

Agrião Rúcula Espinafre Brócolis Couve Ameixa seca Gergelim Amêndoas Aveia Sardinha

CUIDADOS ESPECIAIS:

– Atente para produtos de panificação que, em sua maio-ria, levam leite na preparação.

– Dependendo da gravidade da alergia alimentar de seu filho, não hesite em perguntar em restaurantes e lanchonetes se determinada preparação foi feita no mesmo recipiente que laticínios.

– Alguns produtos como balões de festas, giz e cosméti-cos, podem conter resquícios de proteínas do leite e, em crian-ças mais sensíveis, desencadear as reações de pele ou respira-tórias.

– Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem des-crito no produto.

– Os leites vegetais feitos a partir de amêndoas, arroz, cas-tanhas são ótimas opções também.

– Amplie a gama de alimentos consumidos, crie novas re-ceitas e descubra novos sabores. Fortalecer o sistema imuno-lógico da criança pode ser a chave para reduzir sua sensibili-dade ao leite.

CONCLUSÃO:

Não deixe de procurar um médico caso tenha se identificado com os sintomas que leu aqui ou os notou em seu filho. Ele é o profissional mais indicado para auxiliar qual tratamento será aplicado.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Allergy-Immunology Notes – Cow’s Milk AllergyDisponível em: https://ainotes.wikispaces.com/Cow%27s+Milk+Allergy+(IgE-mediated)

3Dr. Paulo Maciel. Alergia ao Leite de Vaca.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/alergia-ao-leite-de-vaca/

4Zeppone SC. Alergia à proteína do leite de vaca (APLV): uma perspectiva imunológica. Disser-tação de Mestrado. Araraquara, 2008.Disponível em: http://www2.fcfar.unesp.br/#!/Home/Pos-graduacao/Biocienciase-BiotecnologiasAplicadasaFarmacia/silvio_zeppone-completo.pdf

5van Odijk J. Breastfeeding and allergic disease: a multidisciplinary review of the literature (1966-2001) on the mode of early feeding in infancy and its impact on later atopic manifesta-tions. Allergy. 2003 Sep;58(9):833-43.Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12911410

6Como diagnosticar a alergia à proteína do leite de vaca. Laboratório Fleury.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/como-diagnosticar-a-alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca.aspx

7Lins MGM. Teste de desencadeamento alimentar oral na confirmação diagnóstica da alergia à proteína do leite de vaca. J. Pediatr. (Rio J.) vol.86 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2010Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572010000400007&s-cript=sci_arttext

8Alimentos que substituem os nutrientes do leite. Site Mais Equilíbrio.Disponível em: http://www.maisequilibrio.com.br/nutricao/alimentos-que-subs-tituem-os-nutrientes-do-leite-2-1-1-670.html

9Terapia Nutricional no Paciente com Alergia ao Leite de Vaca. Sociedade Brasileira de Nutri-ção Parenteral e Enteral, Sociedade Brasileira de Clínica Médica e Associação Brasileira de Nutrologia. Jul/2011.Disponível em: http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/17673/2674640_109700.pdf

10Cow’s Milk AllergyDisponível em: http://www.allergyclinic.co.nz/cows_milk_allergy.htm

Sabemos que o cálcio é um nutriente essencial em diversas funções biológicas como a contração muscular, transmissão do impulso nervoso ou sináptico, coagulação sanguínea, e participa da formação dos ossos, compondo o esqueleto. O cálcio auxilia no controle dos batimentos cardíacos e, junto com a vitamina D, previne a osteoporose (perda de massa óssea) 1. Sua necessidade de ingestão diária varia com a idade, o sexo, se a mulher é gestante ou não, tipo de alimentação e estilo de vida, entre outros fatores1.

Na alimentação do brasileiro, leite e derivados são as principais fontes do mineral. Em um copo de leite desnatado (200 ml), por exemplo, encontramos aproximadamente 250mg de cálcio, ou 205mg em 1 fatia de queijo minas fresco2. Seriam excelentes alimentos para todos, no entanto, um grupo específico não pode consumi-los com tanta frequência.

Indivíduos com intolerância à lactose precisam reduzir o consumo de lácteos ou até mesmo retirá-los da dieta, dependendo da tolerância de cada um. Seu organismo não consegue digerir adequadamente a lactose, seja por uma diminuição na produção da enzima lactase no intestino, por uma deficiência congênita na produção da enzima, ou ainda

A alergia alimentar é uma sensibilidade individual a uma ou mais proteínas que compõem determinados alimentos. Essas proteínas quando absorvidas pela mucosa intestinal de-sencadeiam, em indivíduos alérgicos, reações imunomediadas, ou seja, dependentes de mecanismos imunológicos1. A alergia à proteína do leite de vaca, muito conhecida pela sigla APLV e é a alergia alimentar mais comum da faixa etária pediátrica, com prevalência de até 6% em crianças menores de 3 anos de idade1.

As manifestações clínicas incluem acometimento cutâneo, gastrintestinal, respiratório e, mais raramente, as manifestações cardiovasculares, incluindo choque anafilático.

A proteína do leite de vaca é o alérgeno alimentar mais comum por ser muito consumido, mas também pelo seu poten-cial alergênico1. Ele chega a possuir mais de vinte tipos de fra-ções proteicas, mas apenas algumas têm importância alergêni-ca especial1. De acordo com vários estudos, a beta-lactoglobuli-na, alfa-lactoalbumina e as caseínas são as proteínas que mais ocasionam as reações alérgicas. E você sabia que a beta-lacto-globulina não existe normalmente no leite humano? Além disso a a caseína forma apenas 27% do teor de proteínas no leite

Page 37: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

como efeito secundário de uma doença inflamatória intestinal3.

A lactase é a enzima responsável por “quebrar” a lactose, o açúcar do leite, em pedaços muito pequenos e fazer com que sejam absorvidos. Sua produção e atuação durante a amamentação até os 5 anos é alta, pois é um açúcar essencial para o desenvolvimento do bebê e da criança3.

O O QUE AS PESSOAS INTOLERANTES À LACTOSE DEVEM FAZER?

Por conta da redução do consumo de leite e derivados, intolerantes à lactose podem apresentar baixa ingestão de cálcio, mas também de outros nutrientes, como vitamina A e D, vitamina B2 (riboflavina) e fósforo1.

Embora alguns intolerantes consigam ingerir uma certa quantidade de lácteos sem grandes problemas, é interessante consumir alimentos que favoreçam a flora intestinal e o aporte de cálcio. Algumas bactérias intestinais são capazes de quebrar a molécula de lactose, pois a utilizam para se alimentar, amenizando assim, os sintomas clássicos da intolerância. É o caso de iogurtes com culturas de células ativas e prebióticos, como a inulina4,5.

A maioria das pessoas querem melhorar os sintomas, e os médicos e nutricionistas buscam garantir a ingestão de cálcio. A ideia de incluir alimentos fortificados ou bebidas a base de soja devem partir do profissional, após fazer uma avaliação detalhada.

Aqueles que após alguns testes alimentares notarem que realmente não podem consumir leite e derivados, devem buscar as boas fontes de cálcio que não contenham lactose. É o caso da couve, gergelim, aveia e amêndoa. Veja abaixo os valores do mineral nos alimentos2:

Agrião (100g) – 133mg Couve manteiga refogada (100g) – 177mg Tofu (100g) – 81mg Lentilha seca crua (100g) – 54mg Aveia flocos (100g) – 48mg Ovo de galinha cozido (100g) – 49mg Gergelim (100g) – 825mg Amêndoa (100g) – 237mg

Depois disso, é preciso verificar se não há alimentos na sua dieta que agem como “ladrões de cálcio”. Excesso de ácido oxálico, por exemplo, prejudica a capacidade do organismo em absorver o mineral. Podemos encontrá-lo na beterraba, no espinafre e na acelga6.

Consumir muita carne, tanto vermelha quanto branca, também não é uma atitude adequada, pois elas contêm muita proteína que estimula a eliminação do cálcio pela urina. O mesmo acontece com outro mineral: o sódio. Cálcio e sódio “disputam” espaço nas células. Assim, quem é adepto a uma dieta rica proteínas e sódio corre o risco de desenvolver deficiência do cálcio em seu organismo sendo necessário equilibrar a dieta com ajuda de um profissional6.

A cafeína presente no café e refrigerante também contribui para a retirada do cálcio dos ossos.

Os dentes e o esqueleto são o maior depósito desse mineral no organismo. Assim, caso agentes antinutricionais forem consumidos em excesso, o cálcio terá que ser retirado desses depósitos para manutenção dos níveis ideais no sangue.

Veja na tabela abaixo, qual a quantidade recomendada para ingestão de cálcio7:

Adultos (19-50 anos) – 1000mg/dia

Lactentes – (0-6 meses) – 300mg – (7-11 meses) – 400mg

Crianças – (1 a 3 anos) – 500mg – (4 a 6 anos ) – 600mg – (7 a 10 anos) – 700mg

Gestantes – 1200mg

Lactantes – 1000mg

O baixo consumo de cálcio pode dar espaço para diversas deficiências no futuro. Uma delas é a osteoporose, doença que acelera a perda de massa óssea, o que aumenta as chances de fratura. Assim, uma atenção especial deve ser dada ao consumo do cálcio, em especial para os alérgicos ao leite e intolerantes à lactose.

Você tem intolerância à lactose ou alergia ao leite? Se tiver qualquer dúvida, consulte seu nutricionista ou médico de confiança. Eles saberão qual a quantidade certa de cálcio que você deve ingerir, seja na forma de suplementos ou nos alimentos que formam sua dieta!

REFERÊNCIAS:

1Pereira GAP, et al. Cálcio dietético – estratégias para otimizar o consumo. Rev Bras Reumatol 2009;49(2):164-80.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbr/v49n2/08.pdf

2Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO). 4ª edição revisada e ampliada. Campinas, 2011.Disponível em: http://www.unicamp.br/nepa/taco/contar/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada

3Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Rev Assoc Med Bras 2010; 56(2): 230-6.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n2/a25v56n2.pdf

4Saad SMI. Probióticos e prebióticos: o estado da arte. Rev. Bras. Cienc. Farm. vol.42 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2006Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rbcf/article/viewFile/44095/47716

5Capriles VD. Frutanos do tipo inulina e aumento da absorção de cálcio: uma revisão sistemática. Rev. Nutr. vol.25 no.1 Campinas Jan./Feb. 2012.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-52732012000100013&script=sci_arttext

6Cálcio para a vida toda. Site Albert Einstein.Disponível em: http://www.einstein.br/einstein-saude/NUTRICAO/Paginas/calcio-para-a-vida-toda.aspx

7Resolução RDC nº 269, de 22 de setembro de 2005.Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/1884970047457811857dd53fbc4c6735/RDC_269_2005.pdf?MOD=AJPERES

humano enquanto no bovino essa proporção sobe para no mínimo 76%.2

ENTENDA A ALERGIA ALIMENTAR

A alergia é uma reação do sistema imunológico mediada ou não por um anticorpo chamado imunoglobulina E, ou IgE. Os anticorpos são estruturas responsáveis por se ligarem aos alérgenos (antígenos) e desencadearem respostas imunológi-cas. A diferença entre ser mediada ou não por IgE é que a pri-meira ocorre até duas horas após a exposição à proteína, en-quanto que a segunda pode ocorrer dias após a exposição1,2,4.

A reação alérgica funciona da seguinte maneira: o antíge-no ou alérgeno (sempre uma proteína) é detectado pela IgE, que encontra-se fixada a receptores de mastócitos e basófilos. No caso de um contato repetido com a proteína alergênica o organismo pode considerá-la nociva e é capaz de reagir contra ela liberando mediadores vasoativos, que induzem as manis-festações clínicas de hipersensibilidade imediata, como: cons-trição dos brônquios (asma), eczema (vermelhidão na pele), edema (inchaço) ou, a mais grave, anafilaxia, uma resposta alérgica muito intensa que pode causar queda da pressão, ta-quicardia e angioedema. O angioedema exige socorro rápido, pois pode evoluir rapidamente para o fechamento das vias aéreas (edema de glote) e até mesmo a óbito1,2,4.

Muitos bebês são introduzidos desde cedo ao leite de vaca ou a fórmulas infantis baseadas neste leite, em substitui-ção ao leite materno. Essa parece ser a grande causa do au-

mento da incidência da APLV.

COMO POSSO EVITAR A APLV EM MEU FILHO?

Em relação aos fatores relacionados à dieta, estudos mos-tram que o aleitamento materno exclusivo, sem introdução de leite de vaca e de fórmulas infantis à base de leite de vaca durante os 6 primeiros meses de vida e se prolongando até os 12 meses tem sido eficazes na redução do desenvolvimento de alergias alimentares5.

O ideal seria evitar introduzir o leite de vaca antes de 1 ano de idade. O organismo do bebê ainda está imaturo e não é capaz de lidar com estruturas proteicas tão grandes.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Inicialmente o médico questionará sobre os sintomas cita-dos acima, e então fará um exame clínico minucioso. Uma dieta de exclusão por um período curto de tempo (2 semanas) com consequente melhora do quadro clínico pode ser um sinal de APLV6.

Testes cutâneos de leitura imediata, mensuração da IgE específica e a provocação positiva (padrão-ouro) podem ser utilizados no diagnóstico. Entretanto, é importante saber que o teste de provocação positiva deve ser evitado quando os sin-tomas clínicos da criança forem muito evidentes, por exemplo, em casos de anafilaxia6.

MEU FILHO FOI DIAGNOSTICADO COM APLV. E AGORA?

A dieta de exclusão da proteína do leite de vaca deve ser iniciada o quanto antes, tanto pela criança quanto pela mãe, em caso de aleitamento materno exclusivo, seja em casos de IgE específica positiva ou negativa. As mães devem ser orien-tadas a retirar todo o leite de vaca e derivados da sua alimen-tação8,9,10. Entretanto, o aleitamento materno é fundamental para a criança. Mesmo para bebês com reações e diagnóstico comprovado de alergia a proteínas do leite, a mãe pode na maioria dos casos manter o aleitamento se retirar os laticínios de sua dieta10.

O importante é fazer a retirada do leite e derivados. Para bebês que ainda não foram introduzidos com alimentos sóli-dos, existem fórmulas proteicas extensamente hidrolisadas. Para aqueles que já têm mais idade, existem alimentos que são igualmente ricos em nutrientes8,9.

Veja a lista de alimentos ricos em cálcio:

Agrião Rúcula Espinafre Brócolis Couve Ameixa seca Gergelim Amêndoas Aveia Sardinha

CUIDADOS ESPECIAIS:

– Atente para produtos de panificação que, em sua maio-ria, levam leite na preparação.

– Dependendo da gravidade da alergia alimentar de seu filho, não hesite em perguntar em restaurantes e lanchonetes se determinada preparação foi feita no mesmo recipiente que laticínios.

– Alguns produtos como balões de festas, giz e cosméti-cos, podem conter resquícios de proteínas do leite e, em crian-ças mais sensíveis, desencadear as reações de pele ou respira-tórias.

– Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem des-crito no produto.

– Os leites vegetais feitos a partir de amêndoas, arroz, cas-tanhas são ótimas opções também.

– Amplie a gama de alimentos consumidos, crie novas re-ceitas e descubra novos sabores. Fortalecer o sistema imuno-lógico da criança pode ser a chave para reduzir sua sensibili-dade ao leite.

CONCLUSÃO:

Não deixe de procurar um médico caso tenha se identificado com os sintomas que leu aqui ou os notou em seu filho. Ele é o profissional mais indicado para auxiliar qual tratamento será aplicado.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Allergy-Immunology Notes – Cow’s Milk AllergyDisponível em: https://ainotes.wikispaces.com/Cow%27s+Milk+Allergy+(IgE-mediated)

3Dr. Paulo Maciel. Alergia ao Leite de Vaca.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/alergia-ao-leite-de-vaca/

4Zeppone SC. Alergia à proteína do leite de vaca (APLV): uma perspectiva imunológica. Disser-tação de Mestrado. Araraquara, 2008.Disponível em: http://www2.fcfar.unesp.br/#!/Home/Pos-graduacao/Biocienciase-BiotecnologiasAplicadasaFarmacia/silvio_zeppone-completo.pdf

5van Odijk J. Breastfeeding and allergic disease: a multidisciplinary review of the literature (1966-2001) on the mode of early feeding in infancy and its impact on later atopic manifesta-tions. Allergy. 2003 Sep;58(9):833-43.Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12911410

6Como diagnosticar a alergia à proteína do leite de vaca. Laboratório Fleury.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/como-diagnosticar-a-alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca.aspx

7Lins MGM. Teste de desencadeamento alimentar oral na confirmação diagnóstica da alergia à proteína do leite de vaca. J. Pediatr. (Rio J.) vol.86 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2010Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572010000400007&s-cript=sci_arttext

8Alimentos que substituem os nutrientes do leite. Site Mais Equilíbrio.Disponível em: http://www.maisequilibrio.com.br/nutricao/alimentos-que-subs-tituem-os-nutrientes-do-leite-2-1-1-670.html

9Terapia Nutricional no Paciente com Alergia ao Leite de Vaca. Sociedade Brasileira de Nutri-ção Parenteral e Enteral, Sociedade Brasileira de Clínica Médica e Associação Brasileira de Nutrologia. Jul/2011.Disponível em: http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/17673/2674640_109700.pdf

10Cow’s Milk AllergyDisponível em: http://www.allergyclinic.co.nz/cows_milk_allergy.htm

Sabemos que o cálcio é um nutriente essencial em diversas funções biológicas como a contração muscular, transmissão do impulso nervoso ou sináptico, coagulação sanguínea, e participa da formação dos ossos, compondo o esqueleto. O cálcio auxilia no controle dos batimentos cardíacos e, junto com a vitamina D, previne a osteoporose (perda de massa óssea) 1. Sua necessidade de ingestão diária varia com a idade, o sexo, se a mulher é gestante ou não, tipo de alimentação e estilo de vida, entre outros fatores1.

Na alimentação do brasileiro, leite e derivados são as principais fontes do mineral. Em um copo de leite desnatado (200 ml), por exemplo, encontramos aproximadamente 250mg de cálcio, ou 205mg em 1 fatia de queijo minas fresco2. Seriam excelentes alimentos para todos, no entanto, um grupo específico não pode consumi-los com tanta frequência.

Indivíduos com intolerância à lactose precisam reduzir o consumo de lácteos ou até mesmo retirá-los da dieta, dependendo da tolerância de cada um. Seu organismo não consegue digerir adequadamente a lactose, seja por uma diminuição na produção da enzima lactase no intestino, por uma deficiência congênita na produção da enzima, ou ainda

A alergia alimentar é uma sensibilidade individual a uma ou mais proteínas que compõem determinados alimentos. Essas proteínas quando absorvidas pela mucosa intestinal de-sencadeiam, em indivíduos alérgicos, reações imunomediadas, ou seja, dependentes de mecanismos imunológicos1. A alergia à proteína do leite de vaca, muito conhecida pela sigla APLV e é a alergia alimentar mais comum da faixa etária pediátrica, com prevalência de até 6% em crianças menores de 3 anos de idade1.

As manifestações clínicas incluem acometimento cutâneo, gastrintestinal, respiratório e, mais raramente, as manifestações cardiovasculares, incluindo choque anafilático.

A proteína do leite de vaca é o alérgeno alimentar mais comum por ser muito consumido, mas também pelo seu poten-cial alergênico1. Ele chega a possuir mais de vinte tipos de fra-ções proteicas, mas apenas algumas têm importância alergêni-ca especial1. De acordo com vários estudos, a beta-lactoglobuli-na, alfa-lactoalbumina e as caseínas são as proteínas que mais ocasionam as reações alérgicas. E você sabia que a beta-lacto-globulina não existe normalmente no leite humano? Além disso a a caseína forma apenas 27% do teor de proteínas no leite

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como efeito secundário de uma doença inflamatória intestinal3.

A lactase é a enzima responsável por “quebrar” a lactose, o açúcar do leite, em pedaços muito pequenos e fazer com que sejam absorvidos. Sua produção e atuação durante a amamentação até os 5 anos é alta, pois é um açúcar essencial para o desenvolvimento do bebê e da criança3.

O O QUE AS PESSOAS INTOLERANTES À LACTOSE DEVEM FAZER?

Por conta da redução do consumo de leite e derivados, intolerantes à lactose podem apresentar baixa ingestão de cálcio, mas também de outros nutrientes, como vitamina A e D, vitamina B2 (riboflavina) e fósforo1.

Embora alguns intolerantes consigam ingerir uma certa quantidade de lácteos sem grandes problemas, é interessante consumir alimentos que favoreçam a flora intestinal e o aporte de cálcio. Algumas bactérias intestinais são capazes de quebrar a molécula de lactose, pois a utilizam para se alimentar, amenizando assim, os sintomas clássicos da intolerância. É o caso de iogurtes com culturas de células ativas e prebióticos, como a inulina4,5.

A maioria das pessoas querem melhorar os sintomas, e os médicos e nutricionistas buscam garantir a ingestão de cálcio. A ideia de incluir alimentos fortificados ou bebidas a base de soja devem partir do profissional, após fazer uma avaliação detalhada.

Aqueles que após alguns testes alimentares notarem que realmente não podem consumir leite e derivados, devem buscar as boas fontes de cálcio que não contenham lactose. É o caso da couve, gergelim, aveia e amêndoa. Veja abaixo os valores do mineral nos alimentos2:

Agrião (100g) – 133mg Couve manteiga refogada (100g) – 177mg Tofu (100g) – 81mg Lentilha seca crua (100g) – 54mg Aveia flocos (100g) – 48mg Ovo de galinha cozido (100g) – 49mg Gergelim (100g) – 825mg Amêndoa (100g) – 237mg

Depois disso, é preciso verificar se não há alimentos na sua dieta que agem como “ladrões de cálcio”. Excesso de ácido oxálico, por exemplo, prejudica a capacidade do organismo em absorver o mineral. Podemos encontrá-lo na beterraba, no espinafre e na acelga6.

Consumir muita carne, tanto vermelha quanto branca, também não é uma atitude adequada, pois elas contêm muita proteína que estimula a eliminação do cálcio pela urina. O mesmo acontece com outro mineral: o sódio. Cálcio e sódio “disputam” espaço nas células. Assim, quem é adepto a uma dieta rica proteínas e sódio corre o risco de desenvolver deficiência do cálcio em seu organismo sendo necessário equilibrar a dieta com ajuda de um profissional6.

A cafeína presente no café e refrigerante também contribui para a retirada do cálcio dos ossos.

Os dentes e o esqueleto são o maior depósito desse mineral no organismo. Assim, caso agentes antinutricionais forem consumidos em excesso, o cálcio terá que ser retirado desses depósitos para manutenção dos níveis ideais no sangue.

Veja na tabela abaixo, qual a quantidade recomendada para ingestão de cálcio7:

Adultos (19-50 anos) – 1000mg/dia

Lactentes – (0-6 meses) – 300mg – (7-11 meses) – 400mg

Crianças – (1 a 3 anos) – 500mg – (4 a 6 anos ) – 600mg – (7 a 10 anos) – 700mg

Gestantes – 1200mg

Lactantes – 1000mg

O baixo consumo de cálcio pode dar espaço para diversas deficiências no futuro. Uma delas é a osteoporose, doença que acelera a perda de massa óssea, o que aumenta as chances de fratura. Assim, uma atenção especial deve ser dada ao consumo do cálcio, em especial para os alérgicos ao leite e intolerantes à lactose.

Você tem intolerância à lactose ou alergia ao leite? Se tiver qualquer dúvida, consulte seu nutricionista ou médico de confiança. Eles saberão qual a quantidade certa de cálcio que você deve ingerir, seja na forma de suplementos ou nos alimentos que formam sua dieta!

REFERÊNCIAS:

1Pereira GAP, et al. Cálcio dietético – estratégias para otimizar o consumo. Rev Bras Reumatol 2009;49(2):164-80.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbr/v49n2/08.pdf

2Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO). 4ª edição revisada e ampliada. Campinas, 2011.Disponível em: http://www.unicamp.br/nepa/taco/contar/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada

3Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Rev Assoc Med Bras 2010; 56(2): 230-6.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n2/a25v56n2.pdf

4Saad SMI. Probióticos e prebióticos: o estado da arte. Rev. Bras. Cienc. Farm. vol.42 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2006Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rbcf/article/viewFile/44095/47716

5Capriles VD. Frutanos do tipo inulina e aumento da absorção de cálcio: uma revisão sistemática. Rev. Nutr. vol.25 no.1 Campinas Jan./Feb. 2012.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-52732012000100013&script=sci_arttext

6Cálcio para a vida toda. Site Albert Einstein.Disponível em: http://www.einstein.br/einstein-saude/NUTRICAO/Paginas/calcio-para-a-vida-toda.aspx

7Resolução RDC nº 269, de 22 de setembro de 2005.Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/1884970047457811857dd53fbc4c6735/RDC_269_2005.pdf?MOD=AJPERES

humano enquanto no bovino essa proporção sobe para no mínimo 76%.2

ENTENDA A ALERGIA ALIMENTAR

A alergia é uma reação do sistema imunológico mediada ou não por um anticorpo chamado imunoglobulina E, ou IgE. Os anticorpos são estruturas responsáveis por se ligarem aos alérgenos (antígenos) e desencadearem respostas imunológi-cas. A diferença entre ser mediada ou não por IgE é que a pri-meira ocorre até duas horas após a exposição à proteína, en-quanto que a segunda pode ocorrer dias após a exposição1,2,4.

A reação alérgica funciona da seguinte maneira: o antíge-no ou alérgeno (sempre uma proteína) é detectado pela IgE, que encontra-se fixada a receptores de mastócitos e basófilos. No caso de um contato repetido com a proteína alergênica o organismo pode considerá-la nociva e é capaz de reagir contra ela liberando mediadores vasoativos, que induzem as manis-festações clínicas de hipersensibilidade imediata, como: cons-trição dos brônquios (asma), eczema (vermelhidão na pele), edema (inchaço) ou, a mais grave, anafilaxia, uma resposta alérgica muito intensa que pode causar queda da pressão, ta-quicardia e angioedema. O angioedema exige socorro rápido, pois pode evoluir rapidamente para o fechamento das vias aéreas (edema de glote) e até mesmo a óbito1,2,4.

Muitos bebês são introduzidos desde cedo ao leite de vaca ou a fórmulas infantis baseadas neste leite, em substitui-ção ao leite materno. Essa parece ser a grande causa do au-

mento da incidência da APLV.

COMO POSSO EVITAR A APLV EM MEU FILHO?

Em relação aos fatores relacionados à dieta, estudos mos-tram que o aleitamento materno exclusivo, sem introdução de leite de vaca e de fórmulas infantis à base de leite de vaca durante os 6 primeiros meses de vida e se prolongando até os 12 meses tem sido eficazes na redução do desenvolvimento de alergias alimentares5.

O ideal seria evitar introduzir o leite de vaca antes de 1 ano de idade. O organismo do bebê ainda está imaturo e não é capaz de lidar com estruturas proteicas tão grandes.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Inicialmente o médico questionará sobre os sintomas cita-dos acima, e então fará um exame clínico minucioso. Uma dieta de exclusão por um período curto de tempo (2 semanas) com consequente melhora do quadro clínico pode ser um sinal de APLV6.

Testes cutâneos de leitura imediata, mensuração da IgE específica e a provocação positiva (padrão-ouro) podem ser utilizados no diagnóstico. Entretanto, é importante saber que o teste de provocação positiva deve ser evitado quando os sin-tomas clínicos da criança forem muito evidentes, por exemplo, em casos de anafilaxia6.

MEU FILHO FOI DIAGNOSTICADO COM APLV. E AGORA?

A dieta de exclusão da proteína do leite de vaca deve ser iniciada o quanto antes, tanto pela criança quanto pela mãe, em caso de aleitamento materno exclusivo, seja em casos de IgE específica positiva ou negativa. As mães devem ser orien-tadas a retirar todo o leite de vaca e derivados da sua alimen-tação8,9,10. Entretanto, o aleitamento materno é fundamental para a criança. Mesmo para bebês com reações e diagnóstico comprovado de alergia a proteínas do leite, a mãe pode na maioria dos casos manter o aleitamento se retirar os laticínios de sua dieta10.

O importante é fazer a retirada do leite e derivados. Para bebês que ainda não foram introduzidos com alimentos sóli-dos, existem fórmulas proteicas extensamente hidrolisadas. Para aqueles que já têm mais idade, existem alimentos que são igualmente ricos em nutrientes8,9.

Veja a lista de alimentos ricos em cálcio:

Agrião Rúcula Espinafre Brócolis Couve Ameixa seca Gergelim Amêndoas Aveia Sardinha

CUIDADOS ESPECIAIS:

– Atente para produtos de panificação que, em sua maio-ria, levam leite na preparação.

– Dependendo da gravidade da alergia alimentar de seu filho, não hesite em perguntar em restaurantes e lanchonetes se determinada preparação foi feita no mesmo recipiente que laticínios.

– Alguns produtos como balões de festas, giz e cosméti-cos, podem conter resquícios de proteínas do leite e, em crian-ças mais sensíveis, desencadear as reações de pele ou respira-tórias.

– Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem des-crito no produto.

– Os leites vegetais feitos a partir de amêndoas, arroz, cas-tanhas são ótimas opções também.

– Amplie a gama de alimentos consumidos, crie novas re-ceitas e descubra novos sabores. Fortalecer o sistema imuno-lógico da criança pode ser a chave para reduzir sua sensibili-dade ao leite.

CONCLUSÃO:

Não deixe de procurar um médico caso tenha se identificado com os sintomas que leu aqui ou os notou em seu filho. Ele é o profissional mais indicado para auxiliar qual tratamento será aplicado.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Allergy-Immunology Notes – Cow’s Milk AllergyDisponível em: https://ainotes.wikispaces.com/Cow%27s+Milk+Allergy+(IgE-mediated)

3Dr. Paulo Maciel. Alergia ao Leite de Vaca.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/alergia-ao-leite-de-vaca/

4Zeppone SC. Alergia à proteína do leite de vaca (APLV): uma perspectiva imunológica. Disser-tação de Mestrado. Araraquara, 2008.Disponível em: http://www2.fcfar.unesp.br/#!/Home/Pos-graduacao/Biocienciase-BiotecnologiasAplicadasaFarmacia/silvio_zeppone-completo.pdf

5van Odijk J. Breastfeeding and allergic disease: a multidisciplinary review of the literature (1966-2001) on the mode of early feeding in infancy and its impact on later atopic manifesta-tions. Allergy. 2003 Sep;58(9):833-43.Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12911410

6Como diagnosticar a alergia à proteína do leite de vaca. Laboratório Fleury.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/como-diagnosticar-a-alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca.aspx

7Lins MGM. Teste de desencadeamento alimentar oral na confirmação diagnóstica da alergia à proteína do leite de vaca. J. Pediatr. (Rio J.) vol.86 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2010Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572010000400007&s-cript=sci_arttext

8Alimentos que substituem os nutrientes do leite. Site Mais Equilíbrio.Disponível em: http://www.maisequilibrio.com.br/nutricao/alimentos-que-subs-tituem-os-nutrientes-do-leite-2-1-1-670.html

9Terapia Nutricional no Paciente com Alergia ao Leite de Vaca. Sociedade Brasileira de Nutri-ção Parenteral e Enteral, Sociedade Brasileira de Clínica Médica e Associação Brasileira de Nutrologia. Jul/2011.Disponível em: http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/17673/2674640_109700.pdf

10Cow’s Milk AllergyDisponível em: http://www.allergyclinic.co.nz/cows_milk_allergy.htm

Sabemos que o cálcio é um nutriente essencial em diversas funções biológicas como a contração muscular, transmissão do impulso nervoso ou sináptico, coagulação sanguínea, e participa da formação dos ossos, compondo o esqueleto. O cálcio auxilia no controle dos batimentos cardíacos e, junto com a vitamina D, previne a osteoporose (perda de massa óssea) 1. Sua necessidade de ingestão diária varia com a idade, o sexo, se a mulher é gestante ou não, tipo de alimentação e estilo de vida, entre outros fatores1.

Na alimentação do brasileiro, leite e derivados são as principais fontes do mineral. Em um copo de leite desnatado (200 ml), por exemplo, encontramos aproximadamente 250mg de cálcio, ou 205mg em 1 fatia de queijo minas fresco2. Seriam excelentes alimentos para todos, no entanto, um grupo específico não pode consumi-los com tanta frequência.

Indivíduos com intolerância à lactose precisam reduzir o consumo de lácteos ou até mesmo retirá-los da dieta, dependendo da tolerância de cada um. Seu organismo não consegue digerir adequadamente a lactose, seja por uma diminuição na produção da enzima lactase no intestino, por uma deficiência congênita na produção da enzima, ou ainda

A alergia alimentar é uma sensibilidade individual a uma ou mais proteínas que compõem determinados alimentos. Essas proteínas quando absorvidas pela mucosa intestinal de-sencadeiam, em indivíduos alérgicos, reações imunomediadas, ou seja, dependentes de mecanismos imunológicos1. A alergia à proteína do leite de vaca, muito conhecida pela sigla APLV e é a alergia alimentar mais comum da faixa etária pediátrica, com prevalência de até 6% em crianças menores de 3 anos de idade1.

As manifestações clínicas incluem acometimento cutâneo, gastrintestinal, respiratório e, mais raramente, as manifestações cardiovasculares, incluindo choque anafilático.

A proteína do leite de vaca é o alérgeno alimentar mais comum por ser muito consumido, mas também pelo seu poten-cial alergênico1. Ele chega a possuir mais de vinte tipos de fra-ções proteicas, mas apenas algumas têm importância alergêni-ca especial1. De acordo com vários estudos, a beta-lactoglobuli-na, alfa-lactoalbumina e as caseínas são as proteínas que mais ocasionam as reações alérgicas. E você sabia que a beta-lacto-globulina não existe normalmente no leite humano? Além disso a a caseína forma apenas 27% do teor de proteínas no leite

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humano enquanto no bovino essa proporção sobe para no mínimo 76%.2

ENTENDA A ALERGIA ALIMENTAR

A alergia é uma reação do sistema imunológico mediada ou não por um anticorpo chamado imunoglobulina E, ou IgE. Os anticorpos são estruturas responsáveis por se ligarem aos alérgenos (antígenos) e desencadearem respostas imunológi-cas. A diferença entre ser mediada ou não por IgE é que a pri-meira ocorre até duas horas após a exposição à proteína, en-quanto que a segunda pode ocorrer dias após a exposição1,2,4.

A reação alérgica funciona da seguinte maneira: o antíge-no ou alérgeno (sempre uma proteína) é detectado pela IgE, que encontra-se fixada a receptores de mastócitos e basófilos. No caso de um contato repetido com a proteína alergênica o organismo pode considerá-la nociva e é capaz de reagir contra ela liberando mediadores vasoativos, que induzem as manis-festações clínicas de hipersensibilidade imediata, como: cons-trição dos brônquios (asma), eczema (vermelhidão na pele), edema (inchaço) ou, a mais grave, anafilaxia, uma resposta alérgica muito intensa que pode causar queda da pressão, ta-quicardia e angioedema. O angioedema exige socorro rápido, pois pode evoluir rapidamente para o fechamento das vias aéreas (edema de glote) e até mesmo a óbito1,2,4.

Muitos bebês são introduzidos desde cedo ao leite de vaca ou a fórmulas infantis baseadas neste leite, em substitui-ção ao leite materno. Essa parece ser a grande causa do au-

mento da incidência da APLV.

COMO POSSO EVITAR A APLV EM MEU FILHO?

Em relação aos fatores relacionados à dieta, estudos mos-tram que o aleitamento materno exclusivo, sem introdução de leite de vaca e de fórmulas infantis à base de leite de vaca durante os 6 primeiros meses de vida e se prolongando até os 12 meses tem sido eficazes na redução do desenvolvimento de alergias alimentares5.

O ideal seria evitar introduzir o leite de vaca antes de 1 ano de idade. O organismo do bebê ainda está imaturo e não é capaz de lidar com estruturas proteicas tão grandes.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Inicialmente o médico questionará sobre os sintomas cita-dos acima, e então fará um exame clínico minucioso. Uma dieta de exclusão por um período curto de tempo (2 semanas) com consequente melhora do quadro clínico pode ser um sinal de APLV6.

Testes cutâneos de leitura imediata, mensuração da IgE específica e a provocação positiva (padrão-ouro) podem ser utilizados no diagnóstico. Entretanto, é importante saber que o teste de provocação positiva deve ser evitado quando os sin-tomas clínicos da criança forem muito evidentes, por exemplo, em casos de anafilaxia6.

MEU FILHO FOI DIAGNOSTICADO COM APLV. E AGORA?

A dieta de exclusão da proteína do leite de vaca deve ser iniciada o quanto antes, tanto pela criança quanto pela mãe, em caso de aleitamento materno exclusivo, seja em casos de IgE específica positiva ou negativa. As mães devem ser orien-tadas a retirar todo o leite de vaca e derivados da sua alimen-tação8,9,10. Entretanto, o aleitamento materno é fundamental para a criança. Mesmo para bebês com reações e diagnóstico comprovado de alergia a proteínas do leite, a mãe pode na maioria dos casos manter o aleitamento se retirar os laticínios de sua dieta10.

O importante é fazer a retirada do leite e derivados. Para bebês que ainda não foram introduzidos com alimentos sóli-dos, existem fórmulas proteicas extensamente hidrolisadas. Para aqueles que já têm mais idade, existem alimentos que são igualmente ricos em nutrientes8,9.

Veja a lista de alimentos ricos em cálcio:

Agrião Rúcula Espinafre Brócolis Couve Ameixa seca Gergelim Amêndoas Aveia Sardinha

CUIDADOS ESPECIAIS:

– Atente para produtos de panificação que, em sua maio-ria, levam leite na preparação.

– Dependendo da gravidade da alergia alimentar de seu filho, não hesite em perguntar em restaurantes e lanchonetes se determinada preparação foi feita no mesmo recipiente que laticínios.

– Alguns produtos como balões de festas, giz e cosméti-cos, podem conter resquícios de proteínas do leite e, em crian-ças mais sensíveis, desencadear as reações de pele ou respira-tórias.

– Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem des-crito no produto.

– Os leites vegetais feitos a partir de amêndoas, arroz, cas-tanhas são ótimas opções também.

– Amplie a gama de alimentos consumidos, crie novas re-ceitas e descubra novos sabores. Fortalecer o sistema imuno-lógico da criança pode ser a chave para reduzir sua sensibili-dade ao leite.

CONCLUSÃO:

Não deixe de procurar um médico caso tenha se identificado com os sintomas que leu aqui ou os notou em seu filho. Ele é o profissional mais indicado para auxiliar qual tratamento será aplicado.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Allergy-Immunology Notes – Cow’s Milk AllergyDisponível em: https://ainotes.wikispaces.com/Cow%27s+Milk+Allergy+(IgE-mediated)

3Dr. Paulo Maciel. Alergia ao Leite de Vaca.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/alergia-ao-leite-de-vaca/

4Zeppone SC. Alergia à proteína do leite de vaca (APLV): uma perspectiva imunológica. Disser-tação de Mestrado. Araraquara, 2008.Disponível em: http://www2.fcfar.unesp.br/#!/Home/Pos-graduacao/Biocienciase-BiotecnologiasAplicadasaFarmacia/silvio_zeppone-completo.pdf

5van Odijk J. Breastfeeding and allergic disease: a multidisciplinary review of the literature (1966-2001) on the mode of early feeding in infancy and its impact on later atopic manifesta-tions. Allergy. 2003 Sep;58(9):833-43.Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12911410

6Como diagnosticar a alergia à proteína do leite de vaca. Laboratório Fleury.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/como-diagnosticar-a-alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca.aspx

7Lins MGM. Teste de desencadeamento alimentar oral na confirmação diagnóstica da alergia à proteína do leite de vaca. J. Pediatr. (Rio J.) vol.86 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2010Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572010000400007&s-cript=sci_arttext

8Alimentos que substituem os nutrientes do leite. Site Mais Equilíbrio.Disponível em: http://www.maisequilibrio.com.br/nutricao/alimentos-que-subs-tituem-os-nutrientes-do-leite-2-1-1-670.html

9Terapia Nutricional no Paciente com Alergia ao Leite de Vaca. Sociedade Brasileira de Nutri-ção Parenteral e Enteral, Sociedade Brasileira de Clínica Médica e Associação Brasileira de Nutrologia. Jul/2011.Disponível em: http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/17673/2674640_109700.pdf

10Cow’s Milk AllergyDisponível em: http://www.allergyclinic.co.nz/cows_milk_allergy.htm

A alergia alimentar é uma sensibilidade individual a uma ou mais proteínas que compõem determinados alimentos. Essas proteínas quando absorvidas pela mucosa intestinal de-sencadeiam, em indivíduos alérgicos, reações imunomediadas, ou seja, dependentes de mecanismos imunológicos1. A alergia à proteína do leite de vaca, muito conhecida pela sigla APLV e é a alergia alimentar mais comum da faixa etária pediátrica, com prevalência de até 6% em crianças menores de 3 anos de idade1.

As manifestações clínicas incluem acometimento cutâneo, gastrintestinal, respiratório e, mais raramente, as manifestações cardiovasculares, incluindo choque anafilático.

A proteína do leite de vaca é o alérgeno alimentar mais comum por ser muito consumido, mas também pelo seu poten-cial alergênico1. Ele chega a possuir mais de vinte tipos de fra-ções proteicas, mas apenas algumas têm importância alergêni-ca especial1. De acordo com vários estudos, a beta-lactoglobuli-na, alfa-lactoalbumina e as caseínas são as proteínas que mais ocasionam as reações alérgicas. E você sabia que a beta-lacto-globulina não existe normalmente no leite humano? Além disso a a caseína forma apenas 27% do teor de proteínas no leite

Page 40: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

humano enquanto no bovino essa proporção sobe para no mínimo 76%.2

ENTENDA A ALERGIA ALIMENTAR

A alergia é uma reação do sistema imunológico mediada ou não por um anticorpo chamado imunoglobulina E, ou IgE. Os anticorpos são estruturas responsáveis por se ligarem aos alérgenos (antígenos) e desencadearem respostas imunológi-cas. A diferença entre ser mediada ou não por IgE é que a pri-meira ocorre até duas horas após a exposição à proteína, en-quanto que a segunda pode ocorrer dias após a exposição1,2,4.

A reação alérgica funciona da seguinte maneira: o antíge-no ou alérgeno (sempre uma proteína) é detectado pela IgE, que encontra-se fixada a receptores de mastócitos e basófilos. No caso de um contato repetido com a proteína alergênica o organismo pode considerá-la nociva e é capaz de reagir contra ela liberando mediadores vasoativos, que induzem as manis-festações clínicas de hipersensibilidade imediata, como: cons-trição dos brônquios (asma), eczema (vermelhidão na pele), edema (inchaço) ou, a mais grave, anafilaxia, uma resposta alérgica muito intensa que pode causar queda da pressão, ta-quicardia e angioedema. O angioedema exige socorro rápido, pois pode evoluir rapidamente para o fechamento das vias aéreas (edema de glote) e até mesmo a óbito1,2,4.

Muitos bebês são introduzidos desde cedo ao leite de vaca ou a fórmulas infantis baseadas neste leite, em substitui-ção ao leite materno. Essa parece ser a grande causa do au-

mento da incidência da APLV.

COMO POSSO EVITAR A APLV EM MEU FILHO?

Em relação aos fatores relacionados à dieta, estudos mos-tram que o aleitamento materno exclusivo, sem introdução de leite de vaca e de fórmulas infantis à base de leite de vaca durante os 6 primeiros meses de vida e se prolongando até os 12 meses tem sido eficazes na redução do desenvolvimento de alergias alimentares5.

O ideal seria evitar introduzir o leite de vaca antes de 1 ano de idade. O organismo do bebê ainda está imaturo e não é capaz de lidar com estruturas proteicas tão grandes.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Inicialmente o médico questionará sobre os sintomas cita-dos acima, e então fará um exame clínico minucioso. Uma dieta de exclusão por um período curto de tempo (2 semanas) com consequente melhora do quadro clínico pode ser um sinal de APLV6.

Testes cutâneos de leitura imediata, mensuração da IgE específica e a provocação positiva (padrão-ouro) podem ser utilizados no diagnóstico. Entretanto, é importante saber que o teste de provocação positiva deve ser evitado quando os sin-tomas clínicos da criança forem muito evidentes, por exemplo, em casos de anafilaxia6.

MEU FILHO FOI DIAGNOSTICADO COM APLV. E AGORA?

A dieta de exclusão da proteína do leite de vaca deve ser iniciada o quanto antes, tanto pela criança quanto pela mãe, em caso de aleitamento materno exclusivo, seja em casos de IgE específica positiva ou negativa. As mães devem ser orien-tadas a retirar todo o leite de vaca e derivados da sua alimen-tação8,9,10. Entretanto, o aleitamento materno é fundamental para a criança. Mesmo para bebês com reações e diagnóstico comprovado de alergia a proteínas do leite, a mãe pode na maioria dos casos manter o aleitamento se retirar os laticínios de sua dieta10.

O importante é fazer a retirada do leite e derivados. Para bebês que ainda não foram introduzidos com alimentos sóli-dos, existem fórmulas proteicas extensamente hidrolisadas. Para aqueles que já têm mais idade, existem alimentos que são igualmente ricos em nutrientes8,9.

Veja a lista de alimentos ricos em cálcio:

Agrião Rúcula Espinafre Brócolis Couve Ameixa seca Gergelim Amêndoas Aveia Sardinha

CUIDADOS ESPECIAIS:

– Atente para produtos de panificação que, em sua maio-ria, levam leite na preparação.

– Dependendo da gravidade da alergia alimentar de seu filho, não hesite em perguntar em restaurantes e lanchonetes se determinada preparação foi feita no mesmo recipiente que laticínios.

– Alguns produtos como balões de festas, giz e cosméti-cos, podem conter resquícios de proteínas do leite e, em crian-ças mais sensíveis, desencadear as reações de pele ou respira-tórias.

– Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem des-crito no produto.

– Os leites vegetais feitos a partir de amêndoas, arroz, cas-tanhas são ótimas opções também.

– Amplie a gama de alimentos consumidos, crie novas re-ceitas e descubra novos sabores. Fortalecer o sistema imuno-lógico da criança pode ser a chave para reduzir sua sensibili-dade ao leite.

CONCLUSÃO:

Não deixe de procurar um médico caso tenha se identificado com os sintomas que leu aqui ou os notou em seu filho. Ele é o profissional mais indicado para auxiliar qual tratamento será aplicado.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Allergy-Immunology Notes – Cow’s Milk AllergyDisponível em: https://ainotes.wikispaces.com/Cow%27s+Milk+Allergy+(IgE-mediated)

3Dr. Paulo Maciel. Alergia ao Leite de Vaca.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/alergia-ao-leite-de-vaca/

4Zeppone SC. Alergia à proteína do leite de vaca (APLV): uma perspectiva imunológica. Disser-tação de Mestrado. Araraquara, 2008.Disponível em: http://www2.fcfar.unesp.br/#!/Home/Pos-graduacao/Biocienciase-BiotecnologiasAplicadasaFarmacia/silvio_zeppone-completo.pdf

5van Odijk J. Breastfeeding and allergic disease: a multidisciplinary review of the literature (1966-2001) on the mode of early feeding in infancy and its impact on later atopic manifesta-tions. Allergy. 2003 Sep;58(9):833-43.Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12911410

6Como diagnosticar a alergia à proteína do leite de vaca. Laboratório Fleury.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/como-diagnosticar-a-alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca.aspx

7Lins MGM. Teste de desencadeamento alimentar oral na confirmação diagnóstica da alergia à proteína do leite de vaca. J. Pediatr. (Rio J.) vol.86 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2010Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572010000400007&s-cript=sci_arttext

8Alimentos que substituem os nutrientes do leite. Site Mais Equilíbrio.Disponível em: http://www.maisequilibrio.com.br/nutricao/alimentos-que-subs-tituem-os-nutrientes-do-leite-2-1-1-670.html

9Terapia Nutricional no Paciente com Alergia ao Leite de Vaca. Sociedade Brasileira de Nutri-ção Parenteral e Enteral, Sociedade Brasileira de Clínica Médica e Associação Brasileira de Nutrologia. Jul/2011.Disponível em: http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/17673/2674640_109700.pdf

10Cow’s Milk AllergyDisponível em: http://www.allergyclinic.co.nz/cows_milk_allergy.htm

A alergia alimentar é uma sensibilidade individual a uma ou mais proteínas que compõem determinados alimentos. Essas proteínas quando absorvidas pela mucosa intestinal de-sencadeiam, em indivíduos alérgicos, reações imunomediadas, ou seja, dependentes de mecanismos imunológicos1. A alergia à proteína do leite de vaca, muito conhecida pela sigla APLV e é a alergia alimentar mais comum da faixa etária pediátrica, com prevalência de até 6% em crianças menores de 3 anos de idade1.

As manifestações clínicas incluem acometimento cutâneo, gastrintestinal, respiratório e, mais raramente, as manifestações cardiovasculares, incluindo choque anafilático.

A proteína do leite de vaca é o alérgeno alimentar mais comum por ser muito consumido, mas também pelo seu poten-cial alergênico1. Ele chega a possuir mais de vinte tipos de fra-ções proteicas, mas apenas algumas têm importância alergêni-ca especial1. De acordo com vários estudos, a beta-lactoglobuli-na, alfa-lactoalbumina e as caseínas são as proteínas que mais ocasionam as reações alérgicas. E você sabia que a beta-lacto-globulina não existe normalmente no leite humano? Além disso a a caseína forma apenas 27% do teor de proteínas no leite

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humano enquanto no bovino essa proporção sobe para no mínimo 76%.2

ENTENDA A ALERGIA ALIMENTAR

A alergia é uma reação do sistema imunológico mediada ou não por um anticorpo chamado imunoglobulina E, ou IgE. Os anticorpos são estruturas responsáveis por se ligarem aos alérgenos (antígenos) e desencadearem respostas imunológi-cas. A diferença entre ser mediada ou não por IgE é que a pri-meira ocorre até duas horas após a exposição à proteína, en-quanto que a segunda pode ocorrer dias após a exposição1,2,4.

A reação alérgica funciona da seguinte maneira: o antíge-no ou alérgeno (sempre uma proteína) é detectado pela IgE, que encontra-se fixada a receptores de mastócitos e basófilos. No caso de um contato repetido com a proteína alergênica o organismo pode considerá-la nociva e é capaz de reagir contra ela liberando mediadores vasoativos, que induzem as manis-festações clínicas de hipersensibilidade imediata, como: cons-trição dos brônquios (asma), eczema (vermelhidão na pele), edema (inchaço) ou, a mais grave, anafilaxia, uma resposta alérgica muito intensa que pode causar queda da pressão, ta-quicardia e angioedema. O angioedema exige socorro rápido, pois pode evoluir rapidamente para o fechamento das vias aéreas (edema de glote) e até mesmo a óbito1,2,4.

Muitos bebês são introduzidos desde cedo ao leite de vaca ou a fórmulas infantis baseadas neste leite, em substitui-ção ao leite materno. Essa parece ser a grande causa do au-

mento da incidência da APLV.

COMO POSSO EVITAR A APLV EM MEU FILHO?

Em relação aos fatores relacionados à dieta, estudos mos-tram que o aleitamento materno exclusivo, sem introdução de leite de vaca e de fórmulas infantis à base de leite de vaca durante os 6 primeiros meses de vida e se prolongando até os 12 meses tem sido eficazes na redução do desenvolvimento de alergias alimentares5.

O ideal seria evitar introduzir o leite de vaca antes de 1 ano de idade. O organismo do bebê ainda está imaturo e não é capaz de lidar com estruturas proteicas tão grandes.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Inicialmente o médico questionará sobre os sintomas cita-dos acima, e então fará um exame clínico minucioso. Uma dieta de exclusão por um período curto de tempo (2 semanas) com consequente melhora do quadro clínico pode ser um sinal de APLV6.

Testes cutâneos de leitura imediata, mensuração da IgE específica e a provocação positiva (padrão-ouro) podem ser utilizados no diagnóstico. Entretanto, é importante saber que o teste de provocação positiva deve ser evitado quando os sin-tomas clínicos da criança forem muito evidentes, por exemplo, em casos de anafilaxia6.

MEU FILHO FOI DIAGNOSTICADO COM APLV. E AGORA?

A dieta de exclusão da proteína do leite de vaca deve ser iniciada o quanto antes, tanto pela criança quanto pela mãe, em caso de aleitamento materno exclusivo, seja em casos de IgE específica positiva ou negativa. As mães devem ser orien-tadas a retirar todo o leite de vaca e derivados da sua alimen-tação8,9,10. Entretanto, o aleitamento materno é fundamental para a criança. Mesmo para bebês com reações e diagnóstico comprovado de alergia a proteínas do leite, a mãe pode na maioria dos casos manter o aleitamento se retirar os laticínios de sua dieta10.

O importante é fazer a retirada do leite e derivados. Para bebês que ainda não foram introduzidos com alimentos sóli-dos, existem fórmulas proteicas extensamente hidrolisadas. Para aqueles que já têm mais idade, existem alimentos que são igualmente ricos em nutrientes8,9.

Veja a lista de alimentos ricos em cálcio:

Agrião Rúcula Espinafre Brócolis Couve Ameixa seca Gergelim Amêndoas Aveia Sardinha

CUIDADOS ESPECIAIS:

– Atente para produtos de panificação que, em sua maio-ria, levam leite na preparação.

– Dependendo da gravidade da alergia alimentar de seu filho, não hesite em perguntar em restaurantes e lanchonetes se determinada preparação foi feita no mesmo recipiente que laticínios.

– Alguns produtos como balões de festas, giz e cosméti-cos, podem conter resquícios de proteínas do leite e, em crian-ças mais sensíveis, desencadear as reações de pele ou respira-tórias.

– Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem des-crito no produto.

– Os leites vegetais feitos a partir de amêndoas, arroz, cas-tanhas são ótimas opções também.

– Amplie a gama de alimentos consumidos, crie novas re-ceitas e descubra novos sabores. Fortalecer o sistema imuno-lógico da criança pode ser a chave para reduzir sua sensibili-dade ao leite.

CONCLUSÃO:

Não deixe de procurar um médico caso tenha se identificado com os sintomas que leu aqui ou os notou em seu filho. Ele é o profissional mais indicado para auxiliar qual tratamento será aplicado.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Allergy-Immunology Notes – Cow’s Milk AllergyDisponível em: https://ainotes.wikispaces.com/Cow%27s+Milk+Allergy+(IgE-mediated)

3Dr. Paulo Maciel. Alergia ao Leite de Vaca.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/alergia-ao-leite-de-vaca/

4Zeppone SC. Alergia à proteína do leite de vaca (APLV): uma perspectiva imunológica. Disser-tação de Mestrado. Araraquara, 2008.Disponível em: http://www2.fcfar.unesp.br/#!/Home/Pos-graduacao/Biocienciase-BiotecnologiasAplicadasaFarmacia/silvio_zeppone-completo.pdf

5van Odijk J. Breastfeeding and allergic disease: a multidisciplinary review of the literature (1966-2001) on the mode of early feeding in infancy and its impact on later atopic manifesta-tions. Allergy. 2003 Sep;58(9):833-43.Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12911410

6Como diagnosticar a alergia à proteína do leite de vaca. Laboratório Fleury.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/como-diagnosticar-a-alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca.aspx

7Lins MGM. Teste de desencadeamento alimentar oral na confirmação diagnóstica da alergia à proteína do leite de vaca. J. Pediatr. (Rio J.) vol.86 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2010Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572010000400007&s-cript=sci_arttext

8Alimentos que substituem os nutrientes do leite. Site Mais Equilíbrio.Disponível em: http://www.maisequilibrio.com.br/nutricao/alimentos-que-subs-tituem-os-nutrientes-do-leite-2-1-1-670.html

9Terapia Nutricional no Paciente com Alergia ao Leite de Vaca. Sociedade Brasileira de Nutri-ção Parenteral e Enteral, Sociedade Brasileira de Clínica Médica e Associação Brasileira de Nutrologia. Jul/2011.Disponível em: http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/17673/2674640_109700.pdf

10Cow’s Milk AllergyDisponível em: http://www.allergyclinic.co.nz/cows_milk_allergy.htm

nhas, peixes e frutos do mar), devido à sua composição alta-mente proteica. As intolerâncias podem surgir por um número muito maior de alimentos, dependendo da predisposição gené-tica, frequência e quantidade de consumo, ou pela mucosa in-testinal alterada.

POR QUE A INCIDÊNCIA DE ALERGIA ALIMENTAR É MAIOR?

As AAs são bem mais comuns entre crianças do que em adultos e geram um impacto social, financeiro e psicológico nestas famílias. Primeiro, porque não é sempre que o diagnós-tico é feito na primeira consulta médica. Segundo, que as con-sequências do contato frequente com o alimento causador da alergia são: má absorção de nutrientes, baixo crescimento, diarreias e dores na criança. Terceiro, porque após chegar a um diagnóstico é preciso modificar muitos hábitos alimentares e familiares para evitar contato da criança com a proteína.

O aleitamento materno por menos de 6 meses e baixa condição econômica são os maiores fatores para o desenvolvi-mento de alergias em crianças até 3 anos de idade (Sanchez, 2013). Em lactentes o leite de vaca está envolvido em 80% dos casos e os riscos aumentam à medida que os alimentos consumidos pela população são cada vez mais processados.

Um estudo observacional foi realizado em 2010 por pe-diatras gastroenterologistas brasileiros durante 40 dias, em 5 regiões diferentes do país. Os pacientes tinham menos de 2 anos de idade e a prevalência de alergia à proteína do leite de vaca (APLV) foi de 5,4% e a incidência foi de 2,2% (Vieira,

2010).

Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), 350 mil crianças brasileiras possuem APLV, 6 a 8% apresenta alergias alimentares verdadeiras e entre os adultos essa porcentagem é de 2 a 3%.

Embora na maioria dos casos a APLV suma após certa idade (5 a 7 anos, geralmente), este período é muito importan-te no desenvolvimento infantil e todo cuidado deve ser tomado para diagnosticar corretamente e fazer um melhor acompanhamento nutricional nesses casos.

INTOLERÂNCIA ALIMENTAR É MUITO FREQUENTE?

Sugere-se que quase metade da população seja intoleran-te a algum alimento, pois, diferente da alergia, o componente causador da intolerância não ser precisa ser necessariamente uma proteína. Ela pode ser causada por defeitos nas enzimas (intolerância à lactose), por reações tóxicas (aditivos alimenta-res), metabólicas (aminoácidos) ou farmacológicas (teobromina do chocolate).

A Doença Celíaca é uma intolerância ao glúten que até poucos anos atrás não era muito conhecida – mesmo entre a classe médica. Em 2011, pesquisadores suecos e sul-africanos fizeram, pela primeira vez, um levantamento global indicando que 42 mil crianças morrem por ano por causa da doença – no Brasil esse número chega a 200.

Alguns estudos internacionais mostram que 1 a cada 100 pessoas no mundo seja celíaco e, por incrível que pareça, mais da metade dessas pessoas não sabem que são portadoras da doença. No Brasil faltam levantamentos estatísticos, mas em 2007, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, apontou que esse número é de 1 a cada 214 brasileiros.

Há muito debate e controvérsias sobre o assunto da into-lerância à lactose. Alguns acreditam que até 70% dos brasilei-ros apresentam algum sintoma que pode ser relacionado à intolerância à lactose. Esta condição melhora com a simples retirada dos alimentos fontes de lactose (leite e derivados e vários produtos industrializados), mas todo o debate chama bastante atenção e gera muitas dúvidas. O que se sabe ao certo é que a maioria dos adultos no mundo (com exceção dos europeus e descendentes) tem a predisposição genética de parar a produção da enzima responsável pela digestão da lac-tose no organismo. Leia nosso artigo sobre o tema da Intole-rância à Lactose para maiores informações.

O QUE FAZER PARA DIMINUIR OS CASOS DE REAÇÕES ALIMENTARES?

Aleitamento materno exclusivo por, no mínimo, 6 meses e evitar oferecer alimentos potencialmente alergênicos (como leite de vaca, soja, etc.) para a crianças até 1 ano de idade são alguns cuidados importantes. A manutenção do aleitamente materno (embora não exclusivo) por mais que 6 meses também pode ajudar muito no desenvolvimento da criança. E durante a infância é fundamental evitar a introdução na dieta regular da

criança de alimentos altamente industrializados e processados (com corantes, conservantes, aditivos químicos, altas taxas de açúcares, etc.). Se tiver dúvidas sobre a composição de um pro-duto (presença de leite, glúten, ovos, soja, etc), pergunte e con-fira o rótulo atenciosamente. Leia nossa série de artigos sobre as alergias e intolerâncias mais comuns atualmente. Quanto mais informação, melhor.

REFERÊNCIAS:

Vieira MC, et al. A survey on clinical presentation and nutritional status of infants with suspected cow’ milk allergy. BMC Pediatrics 2010, 10:25.Disponível em: http://www.biomedcentral.com/1471-2431/10/25

Sánchez J. Epidemiology of food allergy in Latin America. Allergol Immunopathol (Madr), 2013.Disponível em: http://www.elsevier.es/eop/S0301-0546(13)00228-0.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecu-lar. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.56 no.2 São Paulo 2010.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104--42302010000200025&script=sci_arttext

Alergia Alimentar. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. Reportagem Fantástico (Out/2014).Disponível em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350--mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html

Intolerância à lactose atinge até 70% dos adultos brasileiros. Portal Bem estar.Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/02/intolerancia-lac-tose-atinge-ate-70-dos-adultos-brasileiros.html

Doença celíaca. Revista Veja.Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estimativa-global-doen-ca-celiaca-mata-42-000-criancas-ao-ano

Alimentos que mais causam alergia em crianças. Revista Viva Saúde (Dez/2014).Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/alimentos-que--mais-causam-alergia-em-criancas/3828/

Como prevenir a alergia alimentar na infância. Revista Viva Saúde (Jan/2015)Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/como-preve-nir-a-alergia-alimentar-na-infancia/3944/

A alergia alimentar é uma sensibilidade individual a uma ou mais proteínas que compõem determinados alimentos. Essas proteínas quando absorvidas pela mucosa intestinal de-sencadeiam, em indivíduos alérgicos, reações imunomediadas, ou seja, dependentes de mecanismos imunológicos1. A alergia à proteína do leite de vaca, muito conhecida pela sigla APLV e é a alergia alimentar mais comum da faixa etária pediátrica, com prevalência de até 6% em crianças menores de 3 anos de idade1.

As manifestações clínicas incluem acometimento cutâneo, gastrintestinal, respiratório e, mais raramente, as manifestações cardiovasculares, incluindo choque anafilático.

A proteína do leite de vaca é o alérgeno alimentar mais comum por ser muito consumido, mas também pelo seu poten-cial alergênico1. Ele chega a possuir mais de vinte tipos de fra-ções proteicas, mas apenas algumas têm importância alergêni-ca especial1. De acordo com vários estudos, a beta-lactoglobuli-na, alfa-lactoalbumina e as caseínas são as proteínas que mais ocasionam as reações alérgicas. E você sabia que a beta-lacto-globulina não existe normalmente no leite humano? Além disso a a caseína forma apenas 27% do teor de proteínas no leite

Muitas pessoas não toleram certos alimentos e os motivos podem ser diversos, mas os mais frequentes são por intolerân-cias e alergias alimentares. Hoje em dia, a alimentação da popu-lação em geral é muito industrializada e usa muitos aditivos químicos, o que pode ser uma das causas do aumento dessas reações adversas aos alimentos. A mídia tem dado uma atenção maior ao assunto, o que é bom para aumentar o conhecimento pela população em geral em relação às alergias e intolerâncias alimentares, mas é importante ter sempre cuidado e verificar as fontes de informações, para saber se elas são realmente basea-das em estudos científicos.

É estimado que 1/4 da população já passou por um episó-dio de reação adversa a algum alimento, sendo que a alergia ali-mentar (AA) é o tipo que ocorre com mais frequência em crian-ças abaixo de 3 anos (10-15%), mas também ocorre em pesso-as mais velhas (6-8%). São as mais estudadas pela frequência com que ocorre e pela severidade dos sintomas desencadea-dos com pouca quantidade do alimento (Sanchez, 2013), como a anafilaxia.

As alergias surgem de um grupo de 8 alimentos que são mais alergênicos (leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, casta-

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humano enquanto no bovino essa proporção sobe para no mínimo 76%.2

ENTENDA A ALERGIA ALIMENTAR

A alergia é uma reação do sistema imunológico mediada ou não por um anticorpo chamado imunoglobulina E, ou IgE. Os anticorpos são estruturas responsáveis por se ligarem aos alérgenos (antígenos) e desencadearem respostas imunológi-cas. A diferença entre ser mediada ou não por IgE é que a pri-meira ocorre até duas horas após a exposição à proteína, en-quanto que a segunda pode ocorrer dias após a exposição1,2,4.

A reação alérgica funciona da seguinte maneira: o antíge-no ou alérgeno (sempre uma proteína) é detectado pela IgE, que encontra-se fixada a receptores de mastócitos e basófilos. No caso de um contato repetido com a proteína alergênica o organismo pode considerá-la nociva e é capaz de reagir contra ela liberando mediadores vasoativos, que induzem as manis-festações clínicas de hipersensibilidade imediata, como: cons-trição dos brônquios (asma), eczema (vermelhidão na pele), edema (inchaço) ou, a mais grave, anafilaxia, uma resposta alérgica muito intensa que pode causar queda da pressão, ta-quicardia e angioedema. O angioedema exige socorro rápido, pois pode evoluir rapidamente para o fechamento das vias aéreas (edema de glote) e até mesmo a óbito1,2,4.

Muitos bebês são introduzidos desde cedo ao leite de vaca ou a fórmulas infantis baseadas neste leite, em substitui-ção ao leite materno. Essa parece ser a grande causa do au-

mento da incidência da APLV.

COMO POSSO EVITAR A APLV EM MEU FILHO?

Em relação aos fatores relacionados à dieta, estudos mos-tram que o aleitamento materno exclusivo, sem introdução de leite de vaca e de fórmulas infantis à base de leite de vaca durante os 6 primeiros meses de vida e se prolongando até os 12 meses tem sido eficazes na redução do desenvolvimento de alergias alimentares5.

O ideal seria evitar introduzir o leite de vaca antes de 1 ano de idade. O organismo do bebê ainda está imaturo e não é capaz de lidar com estruturas proteicas tão grandes.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Inicialmente o médico questionará sobre os sintomas cita-dos acima, e então fará um exame clínico minucioso. Uma dieta de exclusão por um período curto de tempo (2 semanas) com consequente melhora do quadro clínico pode ser um sinal de APLV6.

Testes cutâneos de leitura imediata, mensuração da IgE específica e a provocação positiva (padrão-ouro) podem ser utilizados no diagnóstico. Entretanto, é importante saber que o teste de provocação positiva deve ser evitado quando os sin-tomas clínicos da criança forem muito evidentes, por exemplo, em casos de anafilaxia6.

MEU FILHO FOI DIAGNOSTICADO COM APLV. E AGORA?

A dieta de exclusão da proteína do leite de vaca deve ser iniciada o quanto antes, tanto pela criança quanto pela mãe, em caso de aleitamento materno exclusivo, seja em casos de IgE específica positiva ou negativa. As mães devem ser orien-tadas a retirar todo o leite de vaca e derivados da sua alimen-tação8,9,10. Entretanto, o aleitamento materno é fundamental para a criança. Mesmo para bebês com reações e diagnóstico comprovado de alergia a proteínas do leite, a mãe pode na maioria dos casos manter o aleitamento se retirar os laticínios de sua dieta10.

O importante é fazer a retirada do leite e derivados. Para bebês que ainda não foram introduzidos com alimentos sóli-dos, existem fórmulas proteicas extensamente hidrolisadas. Para aqueles que já têm mais idade, existem alimentos que são igualmente ricos em nutrientes8,9.

Veja a lista de alimentos ricos em cálcio:

Agrião Rúcula Espinafre Brócolis Couve Ameixa seca Gergelim Amêndoas Aveia Sardinha

CUIDADOS ESPECIAIS:

– Atente para produtos de panificação que, em sua maio-ria, levam leite na preparação.

– Dependendo da gravidade da alergia alimentar de seu filho, não hesite em perguntar em restaurantes e lanchonetes se determinada preparação foi feita no mesmo recipiente que laticínios.

– Alguns produtos como balões de festas, giz e cosméti-cos, podem conter resquícios de proteínas do leite e, em crian-ças mais sensíveis, desencadear as reações de pele ou respira-tórias.

– Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem des-crito no produto.

– Os leites vegetais feitos a partir de amêndoas, arroz, cas-tanhas são ótimas opções também.

– Amplie a gama de alimentos consumidos, crie novas re-ceitas e descubra novos sabores. Fortalecer o sistema imuno-lógico da criança pode ser a chave para reduzir sua sensibili-dade ao leite.

CONCLUSÃO:

Não deixe de procurar um médico caso tenha se identificado com os sintomas que leu aqui ou os notou em seu filho. Ele é o profissional mais indicado para auxiliar qual tratamento será aplicado.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Allergy-Immunology Notes – Cow’s Milk AllergyDisponível em: https://ainotes.wikispaces.com/Cow%27s+Milk+Allergy+(IgE-mediated)

3Dr. Paulo Maciel. Alergia ao Leite de Vaca.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/alergia-ao-leite-de-vaca/

4Zeppone SC. Alergia à proteína do leite de vaca (APLV): uma perspectiva imunológica. Disser-tação de Mestrado. Araraquara, 2008.Disponível em: http://www2.fcfar.unesp.br/#!/Home/Pos-graduacao/Biocienciase-BiotecnologiasAplicadasaFarmacia/silvio_zeppone-completo.pdf

5van Odijk J. Breastfeeding and allergic disease: a multidisciplinary review of the literature (1966-2001) on the mode of early feeding in infancy and its impact on later atopic manifesta-tions. Allergy. 2003 Sep;58(9):833-43.Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12911410

6Como diagnosticar a alergia à proteína do leite de vaca. Laboratório Fleury.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/como-diagnosticar-a-alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca.aspx

7Lins MGM. Teste de desencadeamento alimentar oral na confirmação diagnóstica da alergia à proteína do leite de vaca. J. Pediatr. (Rio J.) vol.86 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2010Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572010000400007&s-cript=sci_arttext

8Alimentos que substituem os nutrientes do leite. Site Mais Equilíbrio.Disponível em: http://www.maisequilibrio.com.br/nutricao/alimentos-que-subs-tituem-os-nutrientes-do-leite-2-1-1-670.html

9Terapia Nutricional no Paciente com Alergia ao Leite de Vaca. Sociedade Brasileira de Nutri-ção Parenteral e Enteral, Sociedade Brasileira de Clínica Médica e Associação Brasileira de Nutrologia. Jul/2011.Disponível em: http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/17673/2674640_109700.pdf

10Cow’s Milk AllergyDisponível em: http://www.allergyclinic.co.nz/cows_milk_allergy.htm

nhas, peixes e frutos do mar), devido à sua composição alta-mente proteica. As intolerâncias podem surgir por um número muito maior de alimentos, dependendo da predisposição gené-tica, frequência e quantidade de consumo, ou pela mucosa in-testinal alterada.

POR QUE A INCIDÊNCIA DE ALERGIA ALIMENTAR É MAIOR?

As AAs são bem mais comuns entre crianças do que em adultos e geram um impacto social, financeiro e psicológico nestas famílias. Primeiro, porque não é sempre que o diagnós-tico é feito na primeira consulta médica. Segundo, que as con-sequências do contato frequente com o alimento causador da alergia são: má absorção de nutrientes, baixo crescimento, diarreias e dores na criança. Terceiro, porque após chegar a um diagnóstico é preciso modificar muitos hábitos alimentares e familiares para evitar contato da criança com a proteína.

O aleitamento materno por menos de 6 meses e baixa condição econômica são os maiores fatores para o desenvolvi-mento de alergias em crianças até 3 anos de idade (Sanchez, 2013). Em lactentes o leite de vaca está envolvido em 80% dos casos e os riscos aumentam à medida que os alimentos consumidos pela população são cada vez mais processados.

Um estudo observacional foi realizado em 2010 por pe-diatras gastroenterologistas brasileiros durante 40 dias, em 5 regiões diferentes do país. Os pacientes tinham menos de 2 anos de idade e a prevalência de alergia à proteína do leite de vaca (APLV) foi de 5,4% e a incidência foi de 2,2% (Vieira,

2010).

Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), 350 mil crianças brasileiras possuem APLV, 6 a 8% apresenta alergias alimentares verdadeiras e entre os adultos essa porcentagem é de 2 a 3%.

Embora na maioria dos casos a APLV suma após certa idade (5 a 7 anos, geralmente), este período é muito importan-te no desenvolvimento infantil e todo cuidado deve ser tomado para diagnosticar corretamente e fazer um melhor acompanhamento nutricional nesses casos.

INTOLERÂNCIA ALIMENTAR É MUITO FREQUENTE?

Sugere-se que quase metade da população seja intoleran-te a algum alimento, pois, diferente da alergia, o componente causador da intolerância não ser precisa ser necessariamente uma proteína. Ela pode ser causada por defeitos nas enzimas (intolerância à lactose), por reações tóxicas (aditivos alimenta-res), metabólicas (aminoácidos) ou farmacológicas (teobromina do chocolate).

A Doença Celíaca é uma intolerância ao glúten que até poucos anos atrás não era muito conhecida – mesmo entre a classe médica. Em 2011, pesquisadores suecos e sul-africanos fizeram, pela primeira vez, um levantamento global indicando que 42 mil crianças morrem por ano por causa da doença – no Brasil esse número chega a 200.

Alguns estudos internacionais mostram que 1 a cada 100 pessoas no mundo seja celíaco e, por incrível que pareça, mais da metade dessas pessoas não sabem que são portadoras da doença. No Brasil faltam levantamentos estatísticos, mas em 2007, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, apontou que esse número é de 1 a cada 214 brasileiros.

Há muito debate e controvérsias sobre o assunto da into-lerância à lactose. Alguns acreditam que até 70% dos brasilei-ros apresentam algum sintoma que pode ser relacionado à intolerância à lactose. Esta condição melhora com a simples retirada dos alimentos fontes de lactose (leite e derivados e vários produtos industrializados), mas todo o debate chama bastante atenção e gera muitas dúvidas. O que se sabe ao certo é que a maioria dos adultos no mundo (com exceção dos europeus e descendentes) tem a predisposição genética de parar a produção da enzima responsável pela digestão da lac-tose no organismo. Leia nosso artigo sobre o tema da Intole-rância à Lactose para maiores informações.

O QUE FAZER PARA DIMINUIR OS CASOS DE REAÇÕES ALIMENTARES?

Aleitamento materno exclusivo por, no mínimo, 6 meses e evitar oferecer alimentos potencialmente alergênicos (como leite de vaca, soja, etc.) para a crianças até 1 ano de idade são alguns cuidados importantes. A manutenção do aleitamente materno (embora não exclusivo) por mais que 6 meses também pode ajudar muito no desenvolvimento da criança. E durante a infância é fundamental evitar a introdução na dieta regular da

criança de alimentos altamente industrializados e processados (com corantes, conservantes, aditivos químicos, altas taxas de açúcares, etc.). Se tiver dúvidas sobre a composição de um pro-duto (presença de leite, glúten, ovos, soja, etc), pergunte e con-fira o rótulo atenciosamente. Leia nossa série de artigos sobre as alergias e intolerâncias mais comuns atualmente. Quanto mais informação, melhor.

REFERÊNCIAS:

Vieira MC, et al. A survey on clinical presentation and nutritional status of infants with suspected cow’ milk allergy. BMC Pediatrics 2010, 10:25.Disponível em: http://www.biomedcentral.com/1471-2431/10/25

Sánchez J. Epidemiology of food allergy in Latin America. Allergol Immunopathol (Madr), 2013.Disponível em: http://www.elsevier.es/eop/S0301-0546(13)00228-0.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecu-lar. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.56 no.2 São Paulo 2010.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104--42302010000200025&script=sci_arttext

Alergia Alimentar. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. Reportagem Fantástico (Out/2014).Disponível em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350--mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html

Intolerância à lactose atinge até 70% dos adultos brasileiros. Portal Bem estar.Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/02/intolerancia-lac-tose-atinge-ate-70-dos-adultos-brasileiros.html

Doença celíaca. Revista Veja.Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estimativa-global-doen-ca-celiaca-mata-42-000-criancas-ao-ano

Alimentos que mais causam alergia em crianças. Revista Viva Saúde (Dez/2014).Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/alimentos-que--mais-causam-alergia-em-criancas/3828/

Como prevenir a alergia alimentar na infância. Revista Viva Saúde (Jan/2015)Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/como-preve-nir-a-alergia-alimentar-na-infancia/3944/

A alergia alimentar é uma sensibilidade individual a uma ou mais proteínas que compõem determinados alimentos. Essas proteínas quando absorvidas pela mucosa intestinal de-sencadeiam, em indivíduos alérgicos, reações imunomediadas, ou seja, dependentes de mecanismos imunológicos1. A alergia à proteína do leite de vaca, muito conhecida pela sigla APLV e é a alergia alimentar mais comum da faixa etária pediátrica, com prevalência de até 6% em crianças menores de 3 anos de idade1.

As manifestações clínicas incluem acometimento cutâneo, gastrintestinal, respiratório e, mais raramente, as manifestações cardiovasculares, incluindo choque anafilático.

A proteína do leite de vaca é o alérgeno alimentar mais comum por ser muito consumido, mas também pelo seu poten-cial alergênico1. Ele chega a possuir mais de vinte tipos de fra-ções proteicas, mas apenas algumas têm importância alergêni-ca especial1. De acordo com vários estudos, a beta-lactoglobuli-na, alfa-lactoalbumina e as caseínas são as proteínas que mais ocasionam as reações alérgicas. E você sabia que a beta-lacto-globulina não existe normalmente no leite humano? Além disso a a caseína forma apenas 27% do teor de proteínas no leite

Muitas pessoas não toleram certos alimentos e os motivos podem ser diversos, mas os mais frequentes são por intolerân-cias e alergias alimentares. Hoje em dia, a alimentação da popu-lação em geral é muito industrializada e usa muitos aditivos químicos, o que pode ser uma das causas do aumento dessas reações adversas aos alimentos. A mídia tem dado uma atenção maior ao assunto, o que é bom para aumentar o conhecimento pela população em geral em relação às alergias e intolerâncias alimentares, mas é importante ter sempre cuidado e verificar as fontes de informações, para saber se elas são realmente basea-das em estudos científicos.

É estimado que 1/4 da população já passou por um episó-dio de reação adversa a algum alimento, sendo que a alergia ali-mentar (AA) é o tipo que ocorre com mais frequência em crian-ças abaixo de 3 anos (10-15%), mas também ocorre em pesso-as mais velhas (6-8%). São as mais estudadas pela frequência com que ocorre e pela severidade dos sintomas desencadea-dos com pouca quantidade do alimento (Sanchez, 2013), como a anafilaxia.

As alergias surgem de um grupo de 8 alimentos que são mais alergênicos (leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, casta-

Page 43: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

humano enquanto no bovino essa proporção sobe para no mínimo 76%.2

ENTENDA A ALERGIA ALIMENTAR

A alergia é uma reação do sistema imunológico mediada ou não por um anticorpo chamado imunoglobulina E, ou IgE. Os anticorpos são estruturas responsáveis por se ligarem aos alérgenos (antígenos) e desencadearem respostas imunológi-cas. A diferença entre ser mediada ou não por IgE é que a pri-meira ocorre até duas horas após a exposição à proteína, en-quanto que a segunda pode ocorrer dias após a exposição1,2,4.

A reação alérgica funciona da seguinte maneira: o antíge-no ou alérgeno (sempre uma proteína) é detectado pela IgE, que encontra-se fixada a receptores de mastócitos e basófilos. No caso de um contato repetido com a proteína alergênica o organismo pode considerá-la nociva e é capaz de reagir contra ela liberando mediadores vasoativos, que induzem as manis-festações clínicas de hipersensibilidade imediata, como: cons-trição dos brônquios (asma), eczema (vermelhidão na pele), edema (inchaço) ou, a mais grave, anafilaxia, uma resposta alérgica muito intensa que pode causar queda da pressão, ta-quicardia e angioedema. O angioedema exige socorro rápido, pois pode evoluir rapidamente para o fechamento das vias aéreas (edema de glote) e até mesmo a óbito1,2,4.

Muitos bebês são introduzidos desde cedo ao leite de vaca ou a fórmulas infantis baseadas neste leite, em substitui-ção ao leite materno. Essa parece ser a grande causa do au-

mento da incidência da APLV.

COMO POSSO EVITAR A APLV EM MEU FILHO?

Em relação aos fatores relacionados à dieta, estudos mos-tram que o aleitamento materno exclusivo, sem introdução de leite de vaca e de fórmulas infantis à base de leite de vaca durante os 6 primeiros meses de vida e se prolongando até os 12 meses tem sido eficazes na redução do desenvolvimento de alergias alimentares5.

O ideal seria evitar introduzir o leite de vaca antes de 1 ano de idade. O organismo do bebê ainda está imaturo e não é capaz de lidar com estruturas proteicas tão grandes.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Inicialmente o médico questionará sobre os sintomas cita-dos acima, e então fará um exame clínico minucioso. Uma dieta de exclusão por um período curto de tempo (2 semanas) com consequente melhora do quadro clínico pode ser um sinal de APLV6.

Testes cutâneos de leitura imediata, mensuração da IgE específica e a provocação positiva (padrão-ouro) podem ser utilizados no diagnóstico. Entretanto, é importante saber que o teste de provocação positiva deve ser evitado quando os sin-tomas clínicos da criança forem muito evidentes, por exemplo, em casos de anafilaxia6.

MEU FILHO FOI DIAGNOSTICADO COM APLV. E AGORA?

A dieta de exclusão da proteína do leite de vaca deve ser iniciada o quanto antes, tanto pela criança quanto pela mãe, em caso de aleitamento materno exclusivo, seja em casos de IgE específica positiva ou negativa. As mães devem ser orien-tadas a retirar todo o leite de vaca e derivados da sua alimen-tação8,9,10. Entretanto, o aleitamento materno é fundamental para a criança. Mesmo para bebês com reações e diagnóstico comprovado de alergia a proteínas do leite, a mãe pode na maioria dos casos manter o aleitamento se retirar os laticínios de sua dieta10.

O importante é fazer a retirada do leite e derivados. Para bebês que ainda não foram introduzidos com alimentos sóli-dos, existem fórmulas proteicas extensamente hidrolisadas. Para aqueles que já têm mais idade, existem alimentos que são igualmente ricos em nutrientes8,9.

Veja a lista de alimentos ricos em cálcio:

Agrião Rúcula Espinafre Brócolis Couve Ameixa seca Gergelim Amêndoas Aveia Sardinha

CUIDADOS ESPECIAIS:

– Atente para produtos de panificação que, em sua maio-ria, levam leite na preparação.

– Dependendo da gravidade da alergia alimentar de seu filho, não hesite em perguntar em restaurantes e lanchonetes se determinada preparação foi feita no mesmo recipiente que laticínios.

– Alguns produtos como balões de festas, giz e cosméti-cos, podem conter resquícios de proteínas do leite e, em crian-ças mais sensíveis, desencadear as reações de pele ou respira-tórias.

– Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem des-crito no produto.

– Os leites vegetais feitos a partir de amêndoas, arroz, cas-tanhas são ótimas opções também.

– Amplie a gama de alimentos consumidos, crie novas re-ceitas e descubra novos sabores. Fortalecer o sistema imuno-lógico da criança pode ser a chave para reduzir sua sensibili-dade ao leite.

CONCLUSÃO:

Não deixe de procurar um médico caso tenha se identificado com os sintomas que leu aqui ou os notou em seu filho. Ele é o profissional mais indicado para auxiliar qual tratamento será aplicado.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Allergy-Immunology Notes – Cow’s Milk AllergyDisponível em: https://ainotes.wikispaces.com/Cow%27s+Milk+Allergy+(IgE-mediated)

3Dr. Paulo Maciel. Alergia ao Leite de Vaca.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/alergia-ao-leite-de-vaca/

4Zeppone SC. Alergia à proteína do leite de vaca (APLV): uma perspectiva imunológica. Disser-tação de Mestrado. Araraquara, 2008.Disponível em: http://www2.fcfar.unesp.br/#!/Home/Pos-graduacao/Biocienciase-BiotecnologiasAplicadasaFarmacia/silvio_zeppone-completo.pdf

5van Odijk J. Breastfeeding and allergic disease: a multidisciplinary review of the literature (1966-2001) on the mode of early feeding in infancy and its impact on later atopic manifesta-tions. Allergy. 2003 Sep;58(9):833-43.Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12911410

6Como diagnosticar a alergia à proteína do leite de vaca. Laboratório Fleury.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/como-diagnosticar-a-alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca.aspx

7Lins MGM. Teste de desencadeamento alimentar oral na confirmação diagnóstica da alergia à proteína do leite de vaca. J. Pediatr. (Rio J.) vol.86 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2010Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572010000400007&s-cript=sci_arttext

8Alimentos que substituem os nutrientes do leite. Site Mais Equilíbrio.Disponível em: http://www.maisequilibrio.com.br/nutricao/alimentos-que-subs-tituem-os-nutrientes-do-leite-2-1-1-670.html

9Terapia Nutricional no Paciente com Alergia ao Leite de Vaca. Sociedade Brasileira de Nutri-ção Parenteral e Enteral, Sociedade Brasileira de Clínica Médica e Associação Brasileira de Nutrologia. Jul/2011.Disponível em: http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/17673/2674640_109700.pdf

10Cow’s Milk AllergyDisponível em: http://www.allergyclinic.co.nz/cows_milk_allergy.htm

nhas, peixes e frutos do mar), devido à sua composição alta-mente proteica. As intolerâncias podem surgir por um número muito maior de alimentos, dependendo da predisposição gené-tica, frequência e quantidade de consumo, ou pela mucosa in-testinal alterada.

POR QUE A INCIDÊNCIA DE ALERGIA ALIMENTAR É MAIOR?

As AAs são bem mais comuns entre crianças do que em adultos e geram um impacto social, financeiro e psicológico nestas famílias. Primeiro, porque não é sempre que o diagnós-tico é feito na primeira consulta médica. Segundo, que as con-sequências do contato frequente com o alimento causador da alergia são: má absorção de nutrientes, baixo crescimento, diarreias e dores na criança. Terceiro, porque após chegar a um diagnóstico é preciso modificar muitos hábitos alimentares e familiares para evitar contato da criança com a proteína.

O aleitamento materno por menos de 6 meses e baixa condição econômica são os maiores fatores para o desenvolvi-mento de alergias em crianças até 3 anos de idade (Sanchez, 2013). Em lactentes o leite de vaca está envolvido em 80% dos casos e os riscos aumentam à medida que os alimentos consumidos pela população são cada vez mais processados.

Um estudo observacional foi realizado em 2010 por pe-diatras gastroenterologistas brasileiros durante 40 dias, em 5 regiões diferentes do país. Os pacientes tinham menos de 2 anos de idade e a prevalência de alergia à proteína do leite de vaca (APLV) foi de 5,4% e a incidência foi de 2,2% (Vieira,

2010).

Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), 350 mil crianças brasileiras possuem APLV, 6 a 8% apresenta alergias alimentares verdadeiras e entre os adultos essa porcentagem é de 2 a 3%.

Embora na maioria dos casos a APLV suma após certa idade (5 a 7 anos, geralmente), este período é muito importan-te no desenvolvimento infantil e todo cuidado deve ser tomado para diagnosticar corretamente e fazer um melhor acompanhamento nutricional nesses casos.

INTOLERÂNCIA ALIMENTAR É MUITO FREQUENTE?

Sugere-se que quase metade da população seja intoleran-te a algum alimento, pois, diferente da alergia, o componente causador da intolerância não ser precisa ser necessariamente uma proteína. Ela pode ser causada por defeitos nas enzimas (intolerância à lactose), por reações tóxicas (aditivos alimenta-res), metabólicas (aminoácidos) ou farmacológicas (teobromina do chocolate).

A Doença Celíaca é uma intolerância ao glúten que até poucos anos atrás não era muito conhecida – mesmo entre a classe médica. Em 2011, pesquisadores suecos e sul-africanos fizeram, pela primeira vez, um levantamento global indicando que 42 mil crianças morrem por ano por causa da doença – no Brasil esse número chega a 200.

Alguns estudos internacionais mostram que 1 a cada 100 pessoas no mundo seja celíaco e, por incrível que pareça, mais da metade dessas pessoas não sabem que são portadoras da doença. No Brasil faltam levantamentos estatísticos, mas em 2007, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, apontou que esse número é de 1 a cada 214 brasileiros.

Há muito debate e controvérsias sobre o assunto da into-lerância à lactose. Alguns acreditam que até 70% dos brasilei-ros apresentam algum sintoma que pode ser relacionado à intolerância à lactose. Esta condição melhora com a simples retirada dos alimentos fontes de lactose (leite e derivados e vários produtos industrializados), mas todo o debate chama bastante atenção e gera muitas dúvidas. O que se sabe ao certo é que a maioria dos adultos no mundo (com exceção dos europeus e descendentes) tem a predisposição genética de parar a produção da enzima responsável pela digestão da lac-tose no organismo. Leia nosso artigo sobre o tema da Intole-rância à Lactose para maiores informações.

O QUE FAZER PARA DIMINUIR OS CASOS DE REAÇÕES ALIMENTARES?

Aleitamento materno exclusivo por, no mínimo, 6 meses e evitar oferecer alimentos potencialmente alergênicos (como leite de vaca, soja, etc.) para a crianças até 1 ano de idade são alguns cuidados importantes. A manutenção do aleitamente materno (embora não exclusivo) por mais que 6 meses também pode ajudar muito no desenvolvimento da criança. E durante a infância é fundamental evitar a introdução na dieta regular da

criança de alimentos altamente industrializados e processados (com corantes, conservantes, aditivos químicos, altas taxas de açúcares, etc.). Se tiver dúvidas sobre a composição de um pro-duto (presença de leite, glúten, ovos, soja, etc), pergunte e con-fira o rótulo atenciosamente. Leia nossa série de artigos sobre as alergias e intolerâncias mais comuns atualmente. Quanto mais informação, melhor.

REFERÊNCIAS:

Vieira MC, et al. A survey on clinical presentation and nutritional status of infants with suspected cow’ milk allergy. BMC Pediatrics 2010, 10:25.Disponível em: http://www.biomedcentral.com/1471-2431/10/25

Sánchez J. Epidemiology of food allergy in Latin America. Allergol Immunopathol (Madr), 2013.Disponível em: http://www.elsevier.es/eop/S0301-0546(13)00228-0.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecu-lar. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.56 no.2 São Paulo 2010.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104--42302010000200025&script=sci_arttext

Alergia Alimentar. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. Reportagem Fantástico (Out/2014).Disponível em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350--mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html

Intolerância à lactose atinge até 70% dos adultos brasileiros. Portal Bem estar.Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/02/intolerancia-lac-tose-atinge-ate-70-dos-adultos-brasileiros.html

Doença celíaca. Revista Veja.Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estimativa-global-doen-ca-celiaca-mata-42-000-criancas-ao-ano

Alimentos que mais causam alergia em crianças. Revista Viva Saúde (Dez/2014).Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/alimentos-que--mais-causam-alergia-em-criancas/3828/

Como prevenir a alergia alimentar na infância. Revista Viva Saúde (Jan/2015)Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/como-preve-nir-a-alergia-alimentar-na-infancia/3944/

A alergia alimentar é uma sensibilidade individual a uma ou mais proteínas que compõem determinados alimentos. Essas proteínas quando absorvidas pela mucosa intestinal de-sencadeiam, em indivíduos alérgicos, reações imunomediadas, ou seja, dependentes de mecanismos imunológicos1. A alergia à proteína do leite de vaca, muito conhecida pela sigla APLV e é a alergia alimentar mais comum da faixa etária pediátrica, com prevalência de até 6% em crianças menores de 3 anos de idade1.

As manifestações clínicas incluem acometimento cutâneo, gastrintestinal, respiratório e, mais raramente, as manifestações cardiovasculares, incluindo choque anafilático.

A proteína do leite de vaca é o alérgeno alimentar mais comum por ser muito consumido, mas também pelo seu poten-cial alergênico1. Ele chega a possuir mais de vinte tipos de fra-ções proteicas, mas apenas algumas têm importância alergêni-ca especial1. De acordo com vários estudos, a beta-lactoglobuli-na, alfa-lactoalbumina e as caseínas são as proteínas que mais ocasionam as reações alérgicas. E você sabia que a beta-lacto-globulina não existe normalmente no leite humano? Além disso a a caseína forma apenas 27% do teor de proteínas no leite

Muitas pessoas não toleram certos alimentos e os motivos podem ser diversos, mas os mais frequentes são por intolerân-cias e alergias alimentares. Hoje em dia, a alimentação da popu-lação em geral é muito industrializada e usa muitos aditivos químicos, o que pode ser uma das causas do aumento dessas reações adversas aos alimentos. A mídia tem dado uma atenção maior ao assunto, o que é bom para aumentar o conhecimento pela população em geral em relação às alergias e intolerâncias alimentares, mas é importante ter sempre cuidado e verificar as fontes de informações, para saber se elas são realmente basea-das em estudos científicos.

É estimado que 1/4 da população já passou por um episó-dio de reação adversa a algum alimento, sendo que a alergia ali-mentar (AA) é o tipo que ocorre com mais frequência em crian-ças abaixo de 3 anos (10-15%), mas também ocorre em pesso-as mais velhas (6-8%). São as mais estudadas pela frequência com que ocorre e pela severidade dos sintomas desencadea-dos com pouca quantidade do alimento (Sanchez, 2013), como a anafilaxia.

As alergias surgem de um grupo de 8 alimentos que são mais alergênicos (leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, casta-

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humano enquanto no bovino essa proporção sobe para no mínimo 76%.2

ENTENDA A ALERGIA ALIMENTAR

A alergia é uma reação do sistema imunológico mediada ou não por um anticorpo chamado imunoglobulina E, ou IgE. Os anticorpos são estruturas responsáveis por se ligarem aos alérgenos (antígenos) e desencadearem respostas imunológi-cas. A diferença entre ser mediada ou não por IgE é que a pri-meira ocorre até duas horas após a exposição à proteína, en-quanto que a segunda pode ocorrer dias após a exposição1,2,4.

A reação alérgica funciona da seguinte maneira: o antíge-no ou alérgeno (sempre uma proteína) é detectado pela IgE, que encontra-se fixada a receptores de mastócitos e basófilos. No caso de um contato repetido com a proteína alergênica o organismo pode considerá-la nociva e é capaz de reagir contra ela liberando mediadores vasoativos, que induzem as manis-festações clínicas de hipersensibilidade imediata, como: cons-trição dos brônquios (asma), eczema (vermelhidão na pele), edema (inchaço) ou, a mais grave, anafilaxia, uma resposta alérgica muito intensa que pode causar queda da pressão, ta-quicardia e angioedema. O angioedema exige socorro rápido, pois pode evoluir rapidamente para o fechamento das vias aéreas (edema de glote) e até mesmo a óbito1,2,4.

Muitos bebês são introduzidos desde cedo ao leite de vaca ou a fórmulas infantis baseadas neste leite, em substitui-ção ao leite materno. Essa parece ser a grande causa do au-

mento da incidência da APLV.

COMO POSSO EVITAR A APLV EM MEU FILHO?

Em relação aos fatores relacionados à dieta, estudos mos-tram que o aleitamento materno exclusivo, sem introdução de leite de vaca e de fórmulas infantis à base de leite de vaca durante os 6 primeiros meses de vida e se prolongando até os 12 meses tem sido eficazes na redução do desenvolvimento de alergias alimentares5.

O ideal seria evitar introduzir o leite de vaca antes de 1 ano de idade. O organismo do bebê ainda está imaturo e não é capaz de lidar com estruturas proteicas tão grandes.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Inicialmente o médico questionará sobre os sintomas cita-dos acima, e então fará um exame clínico minucioso. Uma dieta de exclusão por um período curto de tempo (2 semanas) com consequente melhora do quadro clínico pode ser um sinal de APLV6.

Testes cutâneos de leitura imediata, mensuração da IgE específica e a provocação positiva (padrão-ouro) podem ser utilizados no diagnóstico. Entretanto, é importante saber que o teste de provocação positiva deve ser evitado quando os sin-tomas clínicos da criança forem muito evidentes, por exemplo, em casos de anafilaxia6.

MEU FILHO FOI DIAGNOSTICADO COM APLV. E AGORA?

A dieta de exclusão da proteína do leite de vaca deve ser iniciada o quanto antes, tanto pela criança quanto pela mãe, em caso de aleitamento materno exclusivo, seja em casos de IgE específica positiva ou negativa. As mães devem ser orien-tadas a retirar todo o leite de vaca e derivados da sua alimen-tação8,9,10. Entretanto, o aleitamento materno é fundamental para a criança. Mesmo para bebês com reações e diagnóstico comprovado de alergia a proteínas do leite, a mãe pode na maioria dos casos manter o aleitamento se retirar os laticínios de sua dieta10.

O importante é fazer a retirada do leite e derivados. Para bebês que ainda não foram introduzidos com alimentos sóli-dos, existem fórmulas proteicas extensamente hidrolisadas. Para aqueles que já têm mais idade, existem alimentos que são igualmente ricos em nutrientes8,9.

Veja a lista de alimentos ricos em cálcio:

Agrião Rúcula Espinafre Brócolis Couve Ameixa seca Gergelim Amêndoas Aveia Sardinha

CUIDADOS ESPECIAIS:

– Atente para produtos de panificação que, em sua maio-ria, levam leite na preparação.

– Dependendo da gravidade da alergia alimentar de seu filho, não hesite em perguntar em restaurantes e lanchonetes se determinada preparação foi feita no mesmo recipiente que laticínios.

– Alguns produtos como balões de festas, giz e cosméti-cos, podem conter resquícios de proteínas do leite e, em crian-ças mais sensíveis, desencadear as reações de pele ou respira-tórias.

– Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem des-crito no produto.

– Os leites vegetais feitos a partir de amêndoas, arroz, cas-tanhas são ótimas opções também.

– Amplie a gama de alimentos consumidos, crie novas re-ceitas e descubra novos sabores. Fortalecer o sistema imuno-lógico da criança pode ser a chave para reduzir sua sensibili-dade ao leite.

CONCLUSÃO:

Não deixe de procurar um médico caso tenha se identificado com os sintomas que leu aqui ou os notou em seu filho. Ele é o profissional mais indicado para auxiliar qual tratamento será aplicado.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Allergy-Immunology Notes – Cow’s Milk AllergyDisponível em: https://ainotes.wikispaces.com/Cow%27s+Milk+Allergy+(IgE-mediated)

3Dr. Paulo Maciel. Alergia ao Leite de Vaca.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/alergia-ao-leite-de-vaca/

4Zeppone SC. Alergia à proteína do leite de vaca (APLV): uma perspectiva imunológica. Disser-tação de Mestrado. Araraquara, 2008.Disponível em: http://www2.fcfar.unesp.br/#!/Home/Pos-graduacao/Biocienciase-BiotecnologiasAplicadasaFarmacia/silvio_zeppone-completo.pdf

5van Odijk J. Breastfeeding and allergic disease: a multidisciplinary review of the literature (1966-2001) on the mode of early feeding in infancy and its impact on later atopic manifesta-tions. Allergy. 2003 Sep;58(9):833-43.Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12911410

6Como diagnosticar a alergia à proteína do leite de vaca. Laboratório Fleury.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/como-diagnosticar-a-alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca.aspx

7Lins MGM. Teste de desencadeamento alimentar oral na confirmação diagnóstica da alergia à proteína do leite de vaca. J. Pediatr. (Rio J.) vol.86 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2010Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572010000400007&s-cript=sci_arttext

8Alimentos que substituem os nutrientes do leite. Site Mais Equilíbrio.Disponível em: http://www.maisequilibrio.com.br/nutricao/alimentos-que-subs-tituem-os-nutrientes-do-leite-2-1-1-670.html

9Terapia Nutricional no Paciente com Alergia ao Leite de Vaca. Sociedade Brasileira de Nutri-ção Parenteral e Enteral, Sociedade Brasileira de Clínica Médica e Associação Brasileira de Nutrologia. Jul/2011.Disponível em: http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/17673/2674640_109700.pdf

10Cow’s Milk AllergyDisponível em: http://www.allergyclinic.co.nz/cows_milk_allergy.htm

nhas, peixes e frutos do mar), devido à sua composição alta-mente proteica. As intolerâncias podem surgir por um número muito maior de alimentos, dependendo da predisposição gené-tica, frequência e quantidade de consumo, ou pela mucosa in-testinal alterada.

POR QUE A INCIDÊNCIA DE ALERGIA ALIMENTAR É MAIOR?

As AAs são bem mais comuns entre crianças do que em adultos e geram um impacto social, financeiro e psicológico nestas famílias. Primeiro, porque não é sempre que o diagnós-tico é feito na primeira consulta médica. Segundo, que as con-sequências do contato frequente com o alimento causador da alergia são: má absorção de nutrientes, baixo crescimento, diarreias e dores na criança. Terceiro, porque após chegar a um diagnóstico é preciso modificar muitos hábitos alimentares e familiares para evitar contato da criança com a proteína.

O aleitamento materno por menos de 6 meses e baixa condição econômica são os maiores fatores para o desenvolvi-mento de alergias em crianças até 3 anos de idade (Sanchez, 2013). Em lactentes o leite de vaca está envolvido em 80% dos casos e os riscos aumentam à medida que os alimentos consumidos pela população são cada vez mais processados.

Um estudo observacional foi realizado em 2010 por pe-diatras gastroenterologistas brasileiros durante 40 dias, em 5 regiões diferentes do país. Os pacientes tinham menos de 2 anos de idade e a prevalência de alergia à proteína do leite de vaca (APLV) foi de 5,4% e a incidência foi de 2,2% (Vieira,

2010).

Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), 350 mil crianças brasileiras possuem APLV, 6 a 8% apresenta alergias alimentares verdadeiras e entre os adultos essa porcentagem é de 2 a 3%.

Embora na maioria dos casos a APLV suma após certa idade (5 a 7 anos, geralmente), este período é muito importan-te no desenvolvimento infantil e todo cuidado deve ser tomado para diagnosticar corretamente e fazer um melhor acompanhamento nutricional nesses casos.

INTOLERÂNCIA ALIMENTAR É MUITO FREQUENTE?

Sugere-se que quase metade da população seja intoleran-te a algum alimento, pois, diferente da alergia, o componente causador da intolerância não ser precisa ser necessariamente uma proteína. Ela pode ser causada por defeitos nas enzimas (intolerância à lactose), por reações tóxicas (aditivos alimenta-res), metabólicas (aminoácidos) ou farmacológicas (teobromina do chocolate).

A Doença Celíaca é uma intolerância ao glúten que até poucos anos atrás não era muito conhecida – mesmo entre a classe médica. Em 2011, pesquisadores suecos e sul-africanos fizeram, pela primeira vez, um levantamento global indicando que 42 mil crianças morrem por ano por causa da doença – no Brasil esse número chega a 200.

Alguns estudos internacionais mostram que 1 a cada 100 pessoas no mundo seja celíaco e, por incrível que pareça, mais da metade dessas pessoas não sabem que são portadoras da doença. No Brasil faltam levantamentos estatísticos, mas em 2007, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, apontou que esse número é de 1 a cada 214 brasileiros.

Há muito debate e controvérsias sobre o assunto da into-lerância à lactose. Alguns acreditam que até 70% dos brasilei-ros apresentam algum sintoma que pode ser relacionado à intolerância à lactose. Esta condição melhora com a simples retirada dos alimentos fontes de lactose (leite e derivados e vários produtos industrializados), mas todo o debate chama bastante atenção e gera muitas dúvidas. O que se sabe ao certo é que a maioria dos adultos no mundo (com exceção dos europeus e descendentes) tem a predisposição genética de parar a produção da enzima responsável pela digestão da lac-tose no organismo. Leia nosso artigo sobre o tema da Intole-rância à Lactose para maiores informações.

O QUE FAZER PARA DIMINUIR OS CASOS DE REAÇÕES ALIMENTARES?

Aleitamento materno exclusivo por, no mínimo, 6 meses e evitar oferecer alimentos potencialmente alergênicos (como leite de vaca, soja, etc.) para a crianças até 1 ano de idade são alguns cuidados importantes. A manutenção do aleitamente materno (embora não exclusivo) por mais que 6 meses também pode ajudar muito no desenvolvimento da criança. E durante a infância é fundamental evitar a introdução na dieta regular da

criança de alimentos altamente industrializados e processados (com corantes, conservantes, aditivos químicos, altas taxas de açúcares, etc.). Se tiver dúvidas sobre a composição de um pro-duto (presença de leite, glúten, ovos, soja, etc), pergunte e con-fira o rótulo atenciosamente. Leia nossa série de artigos sobre as alergias e intolerâncias mais comuns atualmente. Quanto mais informação, melhor.

REFERÊNCIAS:

Vieira MC, et al. A survey on clinical presentation and nutritional status of infants with suspected cow’ milk allergy. BMC Pediatrics 2010, 10:25.Disponível em: http://www.biomedcentral.com/1471-2431/10/25

Sánchez J. Epidemiology of food allergy in Latin America. Allergol Immunopathol (Madr), 2013.Disponível em: http://www.elsevier.es/eop/S0301-0546(13)00228-0.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecu-lar. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.56 no.2 São Paulo 2010.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104--42302010000200025&script=sci_arttext

Alergia Alimentar. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. Reportagem Fantástico (Out/2014).Disponível em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350--mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html

Intolerância à lactose atinge até 70% dos adultos brasileiros. Portal Bem estar.Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/02/intolerancia-lac-tose-atinge-ate-70-dos-adultos-brasileiros.html

Doença celíaca. Revista Veja.Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estimativa-global-doen-ca-celiaca-mata-42-000-criancas-ao-ano

Alimentos que mais causam alergia em crianças. Revista Viva Saúde (Dez/2014).Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/alimentos-que--mais-causam-alergia-em-criancas/3828/

Como prevenir a alergia alimentar na infância. Revista Viva Saúde (Jan/2015)Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/como-preve-nir-a-alergia-alimentar-na-infancia/3944/

A alergia alimentar é uma sensibilidade individual a uma ou mais proteínas que compõem determinados alimentos. Essas proteínas quando absorvidas pela mucosa intestinal de-sencadeiam, em indivíduos alérgicos, reações imunomediadas, ou seja, dependentes de mecanismos imunológicos1. A alergia à proteína do leite de vaca, muito conhecida pela sigla APLV e é a alergia alimentar mais comum da faixa etária pediátrica, com prevalência de até 6% em crianças menores de 3 anos de idade1.

As manifestações clínicas incluem acometimento cutâneo, gastrintestinal, respiratório e, mais raramente, as manifestações cardiovasculares, incluindo choque anafilático.

A proteína do leite de vaca é o alérgeno alimentar mais comum por ser muito consumido, mas também pelo seu poten-cial alergênico1. Ele chega a possuir mais de vinte tipos de fra-ções proteicas, mas apenas algumas têm importância alergêni-ca especial1. De acordo com vários estudos, a beta-lactoglobuli-na, alfa-lactoalbumina e as caseínas são as proteínas que mais ocasionam as reações alérgicas. E você sabia que a beta-lacto-globulina não existe normalmente no leite humano? Além disso a a caseína forma apenas 27% do teor de proteínas no leite

Muitas pessoas não toleram certos alimentos e os motivos podem ser diversos, mas os mais frequentes são por intolerân-cias e alergias alimentares. Hoje em dia, a alimentação da popu-lação em geral é muito industrializada e usa muitos aditivos químicos, o que pode ser uma das causas do aumento dessas reações adversas aos alimentos. A mídia tem dado uma atenção maior ao assunto, o que é bom para aumentar o conhecimento pela população em geral em relação às alergias e intolerâncias alimentares, mas é importante ter sempre cuidado e verificar as fontes de informações, para saber se elas são realmente basea-das em estudos científicos.

É estimado que 1/4 da população já passou por um episó-dio de reação adversa a algum alimento, sendo que a alergia ali-mentar (AA) é o tipo que ocorre com mais frequência em crian-ças abaixo de 3 anos (10-15%), mas também ocorre em pesso-as mais velhas (6-8%). São as mais estudadas pela frequência com que ocorre e pela severidade dos sintomas desencadea-dos com pouca quantidade do alimento (Sanchez, 2013), como a anafilaxia.

As alergias surgem de um grupo de 8 alimentos que são mais alergênicos (leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, casta-

Page 45: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

humano enquanto no bovino essa proporção sobe para no mínimo 76%.2

ENTENDA A ALERGIA ALIMENTAR

A alergia é uma reação do sistema imunológico mediada ou não por um anticorpo chamado imunoglobulina E, ou IgE. Os anticorpos são estruturas responsáveis por se ligarem aos alérgenos (antígenos) e desencadearem respostas imunológi-cas. A diferença entre ser mediada ou não por IgE é que a pri-meira ocorre até duas horas após a exposição à proteína, en-quanto que a segunda pode ocorrer dias após a exposição1,2,4.

A reação alérgica funciona da seguinte maneira: o antíge-no ou alérgeno (sempre uma proteína) é detectado pela IgE, que encontra-se fixada a receptores de mastócitos e basófilos. No caso de um contato repetido com a proteína alergênica o organismo pode considerá-la nociva e é capaz de reagir contra ela liberando mediadores vasoativos, que induzem as manis-festações clínicas de hipersensibilidade imediata, como: cons-trição dos brônquios (asma), eczema (vermelhidão na pele), edema (inchaço) ou, a mais grave, anafilaxia, uma resposta alérgica muito intensa que pode causar queda da pressão, ta-quicardia e angioedema. O angioedema exige socorro rápido, pois pode evoluir rapidamente para o fechamento das vias aéreas (edema de glote) e até mesmo a óbito1,2,4.

Muitos bebês são introduzidos desde cedo ao leite de vaca ou a fórmulas infantis baseadas neste leite, em substitui-ção ao leite materno. Essa parece ser a grande causa do au-

mento da incidência da APLV.

COMO POSSO EVITAR A APLV EM MEU FILHO?

Em relação aos fatores relacionados à dieta, estudos mos-tram que o aleitamento materno exclusivo, sem introdução de leite de vaca e de fórmulas infantis à base de leite de vaca durante os 6 primeiros meses de vida e se prolongando até os 12 meses tem sido eficazes na redução do desenvolvimento de alergias alimentares5.

O ideal seria evitar introduzir o leite de vaca antes de 1 ano de idade. O organismo do bebê ainda está imaturo e não é capaz de lidar com estruturas proteicas tão grandes.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Inicialmente o médico questionará sobre os sintomas cita-dos acima, e então fará um exame clínico minucioso. Uma dieta de exclusão por um período curto de tempo (2 semanas) com consequente melhora do quadro clínico pode ser um sinal de APLV6.

Testes cutâneos de leitura imediata, mensuração da IgE específica e a provocação positiva (padrão-ouro) podem ser utilizados no diagnóstico. Entretanto, é importante saber que o teste de provocação positiva deve ser evitado quando os sin-tomas clínicos da criança forem muito evidentes, por exemplo, em casos de anafilaxia6.

MEU FILHO FOI DIAGNOSTICADO COM APLV. E AGORA?

A dieta de exclusão da proteína do leite de vaca deve ser iniciada o quanto antes, tanto pela criança quanto pela mãe, em caso de aleitamento materno exclusivo, seja em casos de IgE específica positiva ou negativa. As mães devem ser orien-tadas a retirar todo o leite de vaca e derivados da sua alimen-tação8,9,10. Entretanto, o aleitamento materno é fundamental para a criança. Mesmo para bebês com reações e diagnóstico comprovado de alergia a proteínas do leite, a mãe pode na maioria dos casos manter o aleitamento se retirar os laticínios de sua dieta10.

O importante é fazer a retirada do leite e derivados. Para bebês que ainda não foram introduzidos com alimentos sóli-dos, existem fórmulas proteicas extensamente hidrolisadas. Para aqueles que já têm mais idade, existem alimentos que são igualmente ricos em nutrientes8,9.

Veja a lista de alimentos ricos em cálcio:

Agrião Rúcula Espinafre Brócolis Couve Ameixa seca Gergelim Amêndoas Aveia Sardinha

CUIDADOS ESPECIAIS:

– Atente para produtos de panificação que, em sua maio-ria, levam leite na preparação.

– Dependendo da gravidade da alergia alimentar de seu filho, não hesite em perguntar em restaurantes e lanchonetes se determinada preparação foi feita no mesmo recipiente que laticínios.

– Alguns produtos como balões de festas, giz e cosméti-cos, podem conter resquícios de proteínas do leite e, em crian-ças mais sensíveis, desencadear as reações de pele ou respira-tórias.

– Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem des-crito no produto.

– Os leites vegetais feitos a partir de amêndoas, arroz, cas-tanhas são ótimas opções também.

– Amplie a gama de alimentos consumidos, crie novas re-ceitas e descubra novos sabores. Fortalecer o sistema imuno-lógico da criança pode ser a chave para reduzir sua sensibili-dade ao leite.

CONCLUSÃO:

Não deixe de procurar um médico caso tenha se identificado com os sintomas que leu aqui ou os notou em seu filho. Ele é o profissional mais indicado para auxiliar qual tratamento será aplicado.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Allergy-Immunology Notes – Cow’s Milk AllergyDisponível em: https://ainotes.wikispaces.com/Cow%27s+Milk+Allergy+(IgE-mediated)

3Dr. Paulo Maciel. Alergia ao Leite de Vaca.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/alergia-ao-leite-de-vaca/

4Zeppone SC. Alergia à proteína do leite de vaca (APLV): uma perspectiva imunológica. Disser-tação de Mestrado. Araraquara, 2008.Disponível em: http://www2.fcfar.unesp.br/#!/Home/Pos-graduacao/Biocienciase-BiotecnologiasAplicadasaFarmacia/silvio_zeppone-completo.pdf

5van Odijk J. Breastfeeding and allergic disease: a multidisciplinary review of the literature (1966-2001) on the mode of early feeding in infancy and its impact on later atopic manifesta-tions. Allergy. 2003 Sep;58(9):833-43.Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12911410

6Como diagnosticar a alergia à proteína do leite de vaca. Laboratório Fleury.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/como-diagnosticar-a-alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca.aspx

7Lins MGM. Teste de desencadeamento alimentar oral na confirmação diagnóstica da alergia à proteína do leite de vaca. J. Pediatr. (Rio J.) vol.86 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2010Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572010000400007&s-cript=sci_arttext

8Alimentos que substituem os nutrientes do leite. Site Mais Equilíbrio.Disponível em: http://www.maisequilibrio.com.br/nutricao/alimentos-que-subs-tituem-os-nutrientes-do-leite-2-1-1-670.html

9Terapia Nutricional no Paciente com Alergia ao Leite de Vaca. Sociedade Brasileira de Nutri-ção Parenteral e Enteral, Sociedade Brasileira de Clínica Médica e Associação Brasileira de Nutrologia. Jul/2011.Disponível em: http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/17673/2674640_109700.pdf

10Cow’s Milk AllergyDisponível em: http://www.allergyclinic.co.nz/cows_milk_allergy.htm

nhas, peixes e frutos do mar), devido à sua composição alta-mente proteica. As intolerâncias podem surgir por um número muito maior de alimentos, dependendo da predisposição gené-tica, frequência e quantidade de consumo, ou pela mucosa in-testinal alterada.

POR QUE A INCIDÊNCIA DE ALERGIA ALIMENTAR É MAIOR?

As AAs são bem mais comuns entre crianças do que em adultos e geram um impacto social, financeiro e psicológico nestas famílias. Primeiro, porque não é sempre que o diagnós-tico é feito na primeira consulta médica. Segundo, que as con-sequências do contato frequente com o alimento causador da alergia são: má absorção de nutrientes, baixo crescimento, diarreias e dores na criança. Terceiro, porque após chegar a um diagnóstico é preciso modificar muitos hábitos alimentares e familiares para evitar contato da criança com a proteína.

O aleitamento materno por menos de 6 meses e baixa condição econômica são os maiores fatores para o desenvolvi-mento de alergias em crianças até 3 anos de idade (Sanchez, 2013). Em lactentes o leite de vaca está envolvido em 80% dos casos e os riscos aumentam à medida que os alimentos consumidos pela população são cada vez mais processados.

Um estudo observacional foi realizado em 2010 por pe-diatras gastroenterologistas brasileiros durante 40 dias, em 5 regiões diferentes do país. Os pacientes tinham menos de 2 anos de idade e a prevalência de alergia à proteína do leite de vaca (APLV) foi de 5,4% e a incidência foi de 2,2% (Vieira,

2010).

Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), 350 mil crianças brasileiras possuem APLV, 6 a 8% apresenta alergias alimentares verdadeiras e entre os adultos essa porcentagem é de 2 a 3%.

Embora na maioria dos casos a APLV suma após certa idade (5 a 7 anos, geralmente), este período é muito importan-te no desenvolvimento infantil e todo cuidado deve ser tomado para diagnosticar corretamente e fazer um melhor acompanhamento nutricional nesses casos.

INTOLERÂNCIA ALIMENTAR É MUITO FREQUENTE?

Sugere-se que quase metade da população seja intoleran-te a algum alimento, pois, diferente da alergia, o componente causador da intolerância não ser precisa ser necessariamente uma proteína. Ela pode ser causada por defeitos nas enzimas (intolerância à lactose), por reações tóxicas (aditivos alimenta-res), metabólicas (aminoácidos) ou farmacológicas (teobromina do chocolate).

A Doença Celíaca é uma intolerância ao glúten que até poucos anos atrás não era muito conhecida – mesmo entre a classe médica. Em 2011, pesquisadores suecos e sul-africanos fizeram, pela primeira vez, um levantamento global indicando que 42 mil crianças morrem por ano por causa da doença – no Brasil esse número chega a 200.

Alguns estudos internacionais mostram que 1 a cada 100 pessoas no mundo seja celíaco e, por incrível que pareça, mais da metade dessas pessoas não sabem que são portadoras da doença. No Brasil faltam levantamentos estatísticos, mas em 2007, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, apontou que esse número é de 1 a cada 214 brasileiros.

Há muito debate e controvérsias sobre o assunto da into-lerância à lactose. Alguns acreditam que até 70% dos brasilei-ros apresentam algum sintoma que pode ser relacionado à intolerância à lactose. Esta condição melhora com a simples retirada dos alimentos fontes de lactose (leite e derivados e vários produtos industrializados), mas todo o debate chama bastante atenção e gera muitas dúvidas. O que se sabe ao certo é que a maioria dos adultos no mundo (com exceção dos europeus e descendentes) tem a predisposição genética de parar a produção da enzima responsável pela digestão da lac-tose no organismo. Leia nosso artigo sobre o tema da Intole-rância à Lactose para maiores informações.

O QUE FAZER PARA DIMINUIR OS CASOS DE REAÇÕES ALIMENTARES?

Aleitamento materno exclusivo por, no mínimo, 6 meses e evitar oferecer alimentos potencialmente alergênicos (como leite de vaca, soja, etc.) para a crianças até 1 ano de idade são alguns cuidados importantes. A manutenção do aleitamente materno (embora não exclusivo) por mais que 6 meses também pode ajudar muito no desenvolvimento da criança. E durante a infância é fundamental evitar a introdução na dieta regular da

criança de alimentos altamente industrializados e processados (com corantes, conservantes, aditivos químicos, altas taxas de açúcares, etc.). Se tiver dúvidas sobre a composição de um pro-duto (presença de leite, glúten, ovos, soja, etc), pergunte e con-fira o rótulo atenciosamente. Leia nossa série de artigos sobre as alergias e intolerâncias mais comuns atualmente. Quanto mais informação, melhor.

REFERÊNCIAS:

Vieira MC, et al. A survey on clinical presentation and nutritional status of infants with suspected cow’ milk allergy. BMC Pediatrics 2010, 10:25.Disponível em: http://www.biomedcentral.com/1471-2431/10/25

Sánchez J. Epidemiology of food allergy in Latin America. Allergol Immunopathol (Madr), 2013.Disponível em: http://www.elsevier.es/eop/S0301-0546(13)00228-0.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecu-lar. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.56 no.2 São Paulo 2010.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104--42302010000200025&script=sci_arttext

Alergia Alimentar. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. Reportagem Fantástico (Out/2014).Disponível em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350--mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html

Intolerância à lactose atinge até 70% dos adultos brasileiros. Portal Bem estar.Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/02/intolerancia-lac-tose-atinge-ate-70-dos-adultos-brasileiros.html

Doença celíaca. Revista Veja.Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estimativa-global-doen-ca-celiaca-mata-42-000-criancas-ao-ano

Alimentos que mais causam alergia em crianças. Revista Viva Saúde (Dez/2014).Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/alimentos-que--mais-causam-alergia-em-criancas/3828/

Como prevenir a alergia alimentar na infância. Revista Viva Saúde (Jan/2015)Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/como-preve-nir-a-alergia-alimentar-na-infancia/3944/

A alergia alimentar é uma sensibilidade individual a uma ou mais proteínas que compõem determinados alimentos. Essas proteínas quando absorvidas pela mucosa intestinal de-sencadeiam, em indivíduos alérgicos, reações imunomediadas, ou seja, dependentes de mecanismos imunológicos1. A alergia à proteína do leite de vaca, muito conhecida pela sigla APLV e é a alergia alimentar mais comum da faixa etária pediátrica, com prevalência de até 6% em crianças menores de 3 anos de idade1.

As manifestações clínicas incluem acometimento cutâneo, gastrintestinal, respiratório e, mais raramente, as manifestações cardiovasculares, incluindo choque anafilático.

A proteína do leite de vaca é o alérgeno alimentar mais comum por ser muito consumido, mas também pelo seu poten-cial alergênico1. Ele chega a possuir mais de vinte tipos de fra-ções proteicas, mas apenas algumas têm importância alergêni-ca especial1. De acordo com vários estudos, a beta-lactoglobuli-na, alfa-lactoalbumina e as caseínas são as proteínas que mais ocasionam as reações alérgicas. E você sabia que a beta-lacto-globulina não existe normalmente no leite humano? Além disso a a caseína forma apenas 27% do teor de proteínas no leite

Muitas pessoas não toleram certos alimentos e os motivos podem ser diversos, mas os mais frequentes são por intolerân-cias e alergias alimentares. Hoje em dia, a alimentação da popu-lação em geral é muito industrializada e usa muitos aditivos químicos, o que pode ser uma das causas do aumento dessas reações adversas aos alimentos. A mídia tem dado uma atenção maior ao assunto, o que é bom para aumentar o conhecimento pela população em geral em relação às alergias e intolerâncias alimentares, mas é importante ter sempre cuidado e verificar as fontes de informações, para saber se elas são realmente basea-das em estudos científicos.

É estimado que 1/4 da população já passou por um episó-dio de reação adversa a algum alimento, sendo que a alergia ali-mentar (AA) é o tipo que ocorre com mais frequência em crian-ças abaixo de 3 anos (10-15%), mas também ocorre em pesso-as mais velhas (6-8%). São as mais estudadas pela frequência com que ocorre e pela severidade dos sintomas desencadea-dos com pouca quantidade do alimento (Sanchez, 2013), como a anafilaxia.

As alergias surgem de um grupo de 8 alimentos que são mais alergênicos (leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, casta-

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humano enquanto no bovino essa proporção sobe para no mínimo 76%.2

ENTENDA A ALERGIA ALIMENTAR

A alergia é uma reação do sistema imunológico mediada ou não por um anticorpo chamado imunoglobulina E, ou IgE. Os anticorpos são estruturas responsáveis por se ligarem aos alérgenos (antígenos) e desencadearem respostas imunológi-cas. A diferença entre ser mediada ou não por IgE é que a pri-meira ocorre até duas horas após a exposição à proteína, en-quanto que a segunda pode ocorrer dias após a exposição1,2,4.

A reação alérgica funciona da seguinte maneira: o antíge-no ou alérgeno (sempre uma proteína) é detectado pela IgE, que encontra-se fixada a receptores de mastócitos e basófilos. No caso de um contato repetido com a proteína alergênica o organismo pode considerá-la nociva e é capaz de reagir contra ela liberando mediadores vasoativos, que induzem as manis-festações clínicas de hipersensibilidade imediata, como: cons-trição dos brônquios (asma), eczema (vermelhidão na pele), edema (inchaço) ou, a mais grave, anafilaxia, uma resposta alérgica muito intensa que pode causar queda da pressão, ta-quicardia e angioedema. O angioedema exige socorro rápido, pois pode evoluir rapidamente para o fechamento das vias aéreas (edema de glote) e até mesmo a óbito1,2,4.

Muitos bebês são introduzidos desde cedo ao leite de vaca ou a fórmulas infantis baseadas neste leite, em substitui-ção ao leite materno. Essa parece ser a grande causa do au-

mento da incidência da APLV.

COMO POSSO EVITAR A APLV EM MEU FILHO?

Em relação aos fatores relacionados à dieta, estudos mos-tram que o aleitamento materno exclusivo, sem introdução de leite de vaca e de fórmulas infantis à base de leite de vaca durante os 6 primeiros meses de vida e se prolongando até os 12 meses tem sido eficazes na redução do desenvolvimento de alergias alimentares5.

O ideal seria evitar introduzir o leite de vaca antes de 1 ano de idade. O organismo do bebê ainda está imaturo e não é capaz de lidar com estruturas proteicas tão grandes.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Inicialmente o médico questionará sobre os sintomas cita-dos acima, e então fará um exame clínico minucioso. Uma dieta de exclusão por um período curto de tempo (2 semanas) com consequente melhora do quadro clínico pode ser um sinal de APLV6.

Testes cutâneos de leitura imediata, mensuração da IgE específica e a provocação positiva (padrão-ouro) podem ser utilizados no diagnóstico. Entretanto, é importante saber que o teste de provocação positiva deve ser evitado quando os sin-tomas clínicos da criança forem muito evidentes, por exemplo, em casos de anafilaxia6.

MEU FILHO FOI DIAGNOSTICADO COM APLV. E AGORA?

A dieta de exclusão da proteína do leite de vaca deve ser iniciada o quanto antes, tanto pela criança quanto pela mãe, em caso de aleitamento materno exclusivo, seja em casos de IgE específica positiva ou negativa. As mães devem ser orien-tadas a retirar todo o leite de vaca e derivados da sua alimen-tação8,9,10. Entretanto, o aleitamento materno é fundamental para a criança. Mesmo para bebês com reações e diagnóstico comprovado de alergia a proteínas do leite, a mãe pode na maioria dos casos manter o aleitamento se retirar os laticínios de sua dieta10.

O importante é fazer a retirada do leite e derivados. Para bebês que ainda não foram introduzidos com alimentos sóli-dos, existem fórmulas proteicas extensamente hidrolisadas. Para aqueles que já têm mais idade, existem alimentos que são igualmente ricos em nutrientes8,9.

Veja a lista de alimentos ricos em cálcio:

Agrião Rúcula Espinafre Brócolis Couve Ameixa seca Gergelim Amêndoas Aveia Sardinha

CUIDADOS ESPECIAIS:

– Atente para produtos de panificação que, em sua maio-ria, levam leite na preparação.

– Dependendo da gravidade da alergia alimentar de seu filho, não hesite em perguntar em restaurantes e lanchonetes se determinada preparação foi feita no mesmo recipiente que laticínios.

– Alguns produtos como balões de festas, giz e cosméti-cos, podem conter resquícios de proteínas do leite e, em crian-ças mais sensíveis, desencadear as reações de pele ou respira-tórias.

– Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem des-crito no produto.

– Os leites vegetais feitos a partir de amêndoas, arroz, cas-tanhas são ótimas opções também.

– Amplie a gama de alimentos consumidos, crie novas re-ceitas e descubra novos sabores. Fortalecer o sistema imuno-lógico da criança pode ser a chave para reduzir sua sensibili-dade ao leite.

CONCLUSÃO:

Não deixe de procurar um médico caso tenha se identificado com os sintomas que leu aqui ou os notou em seu filho. Ele é o profissional mais indicado para auxiliar qual tratamento será aplicado.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Allergy-Immunology Notes – Cow’s Milk AllergyDisponível em: https://ainotes.wikispaces.com/Cow%27s+Milk+Allergy+(IgE-mediated)

3Dr. Paulo Maciel. Alergia ao Leite de Vaca.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/alergia-ao-leite-de-vaca/

4Zeppone SC. Alergia à proteína do leite de vaca (APLV): uma perspectiva imunológica. Disser-tação de Mestrado. Araraquara, 2008.Disponível em: http://www2.fcfar.unesp.br/#!/Home/Pos-graduacao/Biocienciase-BiotecnologiasAplicadasaFarmacia/silvio_zeppone-completo.pdf

5van Odijk J. Breastfeeding and allergic disease: a multidisciplinary review of the literature (1966-2001) on the mode of early feeding in infancy and its impact on later atopic manifesta-tions. Allergy. 2003 Sep;58(9):833-43.Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12911410

6Como diagnosticar a alergia à proteína do leite de vaca. Laboratório Fleury.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/como-diagnosticar-a-alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca.aspx

7Lins MGM. Teste de desencadeamento alimentar oral na confirmação diagnóstica da alergia à proteína do leite de vaca. J. Pediatr. (Rio J.) vol.86 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2010Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572010000400007&s-cript=sci_arttext

8Alimentos que substituem os nutrientes do leite. Site Mais Equilíbrio.Disponível em: http://www.maisequilibrio.com.br/nutricao/alimentos-que-subs-tituem-os-nutrientes-do-leite-2-1-1-670.html

9Terapia Nutricional no Paciente com Alergia ao Leite de Vaca. Sociedade Brasileira de Nutri-ção Parenteral e Enteral, Sociedade Brasileira de Clínica Médica e Associação Brasileira de Nutrologia. Jul/2011.Disponível em: http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/17673/2674640_109700.pdf

10Cow’s Milk AllergyDisponível em: http://www.allergyclinic.co.nz/cows_milk_allergy.htm

nhas, peixes e frutos do mar), devido à sua composição alta-mente proteica. As intolerâncias podem surgir por um número muito maior de alimentos, dependendo da predisposição gené-tica, frequência e quantidade de consumo, ou pela mucosa in-testinal alterada.

POR QUE A INCIDÊNCIA DE ALERGIA ALIMENTAR É MAIOR?

As AAs são bem mais comuns entre crianças do que em adultos e geram um impacto social, financeiro e psicológico nestas famílias. Primeiro, porque não é sempre que o diagnós-tico é feito na primeira consulta médica. Segundo, que as con-sequências do contato frequente com o alimento causador da alergia são: má absorção de nutrientes, baixo crescimento, diarreias e dores na criança. Terceiro, porque após chegar a um diagnóstico é preciso modificar muitos hábitos alimentares e familiares para evitar contato da criança com a proteína.

O aleitamento materno por menos de 6 meses e baixa condição econômica são os maiores fatores para o desenvolvi-mento de alergias em crianças até 3 anos de idade (Sanchez, 2013). Em lactentes o leite de vaca está envolvido em 80% dos casos e os riscos aumentam à medida que os alimentos consumidos pela população são cada vez mais processados.

Um estudo observacional foi realizado em 2010 por pe-diatras gastroenterologistas brasileiros durante 40 dias, em 5 regiões diferentes do país. Os pacientes tinham menos de 2 anos de idade e a prevalência de alergia à proteína do leite de vaca (APLV) foi de 5,4% e a incidência foi de 2,2% (Vieira,

2010).

Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), 350 mil crianças brasileiras possuem APLV, 6 a 8% apresenta alergias alimentares verdadeiras e entre os adultos essa porcentagem é de 2 a 3%.

Embora na maioria dos casos a APLV suma após certa idade (5 a 7 anos, geralmente), este período é muito importan-te no desenvolvimento infantil e todo cuidado deve ser tomado para diagnosticar corretamente e fazer um melhor acompanhamento nutricional nesses casos.

INTOLERÂNCIA ALIMENTAR É MUITO FREQUENTE?

Sugere-se que quase metade da população seja intoleran-te a algum alimento, pois, diferente da alergia, o componente causador da intolerância não ser precisa ser necessariamente uma proteína. Ela pode ser causada por defeitos nas enzimas (intolerância à lactose), por reações tóxicas (aditivos alimenta-res), metabólicas (aminoácidos) ou farmacológicas (teobromina do chocolate).

A Doença Celíaca é uma intolerância ao glúten que até poucos anos atrás não era muito conhecida – mesmo entre a classe médica. Em 2011, pesquisadores suecos e sul-africanos fizeram, pela primeira vez, um levantamento global indicando que 42 mil crianças morrem por ano por causa da doença – no Brasil esse número chega a 200.

Alguns estudos internacionais mostram que 1 a cada 100 pessoas no mundo seja celíaco e, por incrível que pareça, mais da metade dessas pessoas não sabem que são portadoras da doença. No Brasil faltam levantamentos estatísticos, mas em 2007, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, apontou que esse número é de 1 a cada 214 brasileiros.

Há muito debate e controvérsias sobre o assunto da into-lerância à lactose. Alguns acreditam que até 70% dos brasilei-ros apresentam algum sintoma que pode ser relacionado à intolerância à lactose. Esta condição melhora com a simples retirada dos alimentos fontes de lactose (leite e derivados e vários produtos industrializados), mas todo o debate chama bastante atenção e gera muitas dúvidas. O que se sabe ao certo é que a maioria dos adultos no mundo (com exceção dos europeus e descendentes) tem a predisposição genética de parar a produção da enzima responsável pela digestão da lac-tose no organismo. Leia nosso artigo sobre o tema da Intole-rância à Lactose para maiores informações.

O QUE FAZER PARA DIMINUIR OS CASOS DE REAÇÕES ALIMENTARES?

Aleitamento materno exclusivo por, no mínimo, 6 meses e evitar oferecer alimentos potencialmente alergênicos (como leite de vaca, soja, etc.) para a crianças até 1 ano de idade são alguns cuidados importantes. A manutenção do aleitamente materno (embora não exclusivo) por mais que 6 meses também pode ajudar muito no desenvolvimento da criança. E durante a infância é fundamental evitar a introdução na dieta regular da

criança de alimentos altamente industrializados e processados (com corantes, conservantes, aditivos químicos, altas taxas de açúcares, etc.). Se tiver dúvidas sobre a composição de um pro-duto (presença de leite, glúten, ovos, soja, etc), pergunte e con-fira o rótulo atenciosamente. Leia nossa série de artigos sobre as alergias e intolerâncias mais comuns atualmente. Quanto mais informação, melhor.

REFERÊNCIAS:

Vieira MC, et al. A survey on clinical presentation and nutritional status of infants with suspected cow’ milk allergy. BMC Pediatrics 2010, 10:25.Disponível em: http://www.biomedcentral.com/1471-2431/10/25

Sánchez J. Epidemiology of food allergy in Latin America. Allergol Immunopathol (Madr), 2013.Disponível em: http://www.elsevier.es/eop/S0301-0546(13)00228-0.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecu-lar. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.56 no.2 São Paulo 2010.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104--42302010000200025&script=sci_arttext

Alergia Alimentar. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. Reportagem Fantástico (Out/2014).Disponível em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350--mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html

Intolerância à lactose atinge até 70% dos adultos brasileiros. Portal Bem estar.Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/02/intolerancia-lac-tose-atinge-ate-70-dos-adultos-brasileiros.html

Doença celíaca. Revista Veja.Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estimativa-global-doen-ca-celiaca-mata-42-000-criancas-ao-ano

Alimentos que mais causam alergia em crianças. Revista Viva Saúde (Dez/2014).Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/alimentos-que--mais-causam-alergia-em-criancas/3828/

Como prevenir a alergia alimentar na infância. Revista Viva Saúde (Jan/2015)Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/como-preve-nir-a-alergia-alimentar-na-infancia/3944/

A alergia alimentar é uma sensibilidade individual a uma ou mais proteínas que compõem determinados alimentos. Essas proteínas quando absorvidas pela mucosa intestinal de-sencadeiam, em indivíduos alérgicos, reações imunomediadas, ou seja, dependentes de mecanismos imunológicos1. A alergia à proteína do leite de vaca, muito conhecida pela sigla APLV e é a alergia alimentar mais comum da faixa etária pediátrica, com prevalência de até 6% em crianças menores de 3 anos de idade1.

As manifestações clínicas incluem acometimento cutâneo, gastrintestinal, respiratório e, mais raramente, as manifestações cardiovasculares, incluindo choque anafilático.

A proteína do leite de vaca é o alérgeno alimentar mais comum por ser muito consumido, mas também pelo seu poten-cial alergênico1. Ele chega a possuir mais de vinte tipos de fra-ções proteicas, mas apenas algumas têm importância alergêni-ca especial1. De acordo com vários estudos, a beta-lactoglobuli-na, alfa-lactoalbumina e as caseínas são as proteínas que mais ocasionam as reações alérgicas. E você sabia que a beta-lacto-globulina não existe normalmente no leite humano? Além disso a a caseína forma apenas 27% do teor de proteínas no leite

Muitas pessoas não toleram certos alimentos e os motivos podem ser diversos, mas os mais frequentes são por intolerân-cias e alergias alimentares. Hoje em dia, a alimentação da popu-lação em geral é muito industrializada e usa muitos aditivos químicos, o que pode ser uma das causas do aumento dessas reações adversas aos alimentos. A mídia tem dado uma atenção maior ao assunto, o que é bom para aumentar o conhecimento pela população em geral em relação às alergias e intolerâncias alimentares, mas é importante ter sempre cuidado e verificar as fontes de informações, para saber se elas são realmente basea-das em estudos científicos.

É estimado que 1/4 da população já passou por um episó-dio de reação adversa a algum alimento, sendo que a alergia ali-mentar (AA) é o tipo que ocorre com mais frequência em crian-ças abaixo de 3 anos (10-15%), mas também ocorre em pesso-as mais velhas (6-8%). São as mais estudadas pela frequência com que ocorre e pela severidade dos sintomas desencadea-dos com pouca quantidade do alimento (Sanchez, 2013), como a anafilaxia.

As alergias surgem de um grupo de 8 alimentos que são mais alergênicos (leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, casta-

Page 47: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

humano enquanto no bovino essa proporção sobe para no mínimo 76%.2

ENTENDA A ALERGIA ALIMENTAR

A alergia é uma reação do sistema imunológico mediada ou não por um anticorpo chamado imunoglobulina E, ou IgE. Os anticorpos são estruturas responsáveis por se ligarem aos alérgenos (antígenos) e desencadearem respostas imunológi-cas. A diferença entre ser mediada ou não por IgE é que a pri-meira ocorre até duas horas após a exposição à proteína, en-quanto que a segunda pode ocorrer dias após a exposição1,2,4.

A reação alérgica funciona da seguinte maneira: o antíge-no ou alérgeno (sempre uma proteína) é detectado pela IgE, que encontra-se fixada a receptores de mastócitos e basófilos. No caso de um contato repetido com a proteína alergênica o organismo pode considerá-la nociva e é capaz de reagir contra ela liberando mediadores vasoativos, que induzem as manis-festações clínicas de hipersensibilidade imediata, como: cons-trição dos brônquios (asma), eczema (vermelhidão na pele), edema (inchaço) ou, a mais grave, anafilaxia, uma resposta alérgica muito intensa que pode causar queda da pressão, ta-quicardia e angioedema. O angioedema exige socorro rápido, pois pode evoluir rapidamente para o fechamento das vias aéreas (edema de glote) e até mesmo a óbito1,2,4.

Muitos bebês são introduzidos desde cedo ao leite de vaca ou a fórmulas infantis baseadas neste leite, em substitui-ção ao leite materno. Essa parece ser a grande causa do au-

mento da incidência da APLV.

COMO POSSO EVITAR A APLV EM MEU FILHO?

Em relação aos fatores relacionados à dieta, estudos mos-tram que o aleitamento materno exclusivo, sem introdução de leite de vaca e de fórmulas infantis à base de leite de vaca durante os 6 primeiros meses de vida e se prolongando até os 12 meses tem sido eficazes na redução do desenvolvimento de alergias alimentares5.

O ideal seria evitar introduzir o leite de vaca antes de 1 ano de idade. O organismo do bebê ainda está imaturo e não é capaz de lidar com estruturas proteicas tão grandes.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Inicialmente o médico questionará sobre os sintomas cita-dos acima, e então fará um exame clínico minucioso. Uma dieta de exclusão por um período curto de tempo (2 semanas) com consequente melhora do quadro clínico pode ser um sinal de APLV6.

Testes cutâneos de leitura imediata, mensuração da IgE específica e a provocação positiva (padrão-ouro) podem ser utilizados no diagnóstico. Entretanto, é importante saber que o teste de provocação positiva deve ser evitado quando os sin-tomas clínicos da criança forem muito evidentes, por exemplo, em casos de anafilaxia6.

MEU FILHO FOI DIAGNOSTICADO COM APLV. E AGORA?

A dieta de exclusão da proteína do leite de vaca deve ser iniciada o quanto antes, tanto pela criança quanto pela mãe, em caso de aleitamento materno exclusivo, seja em casos de IgE específica positiva ou negativa. As mães devem ser orien-tadas a retirar todo o leite de vaca e derivados da sua alimen-tação8,9,10. Entretanto, o aleitamento materno é fundamental para a criança. Mesmo para bebês com reações e diagnóstico comprovado de alergia a proteínas do leite, a mãe pode na maioria dos casos manter o aleitamento se retirar os laticínios de sua dieta10.

O importante é fazer a retirada do leite e derivados. Para bebês que ainda não foram introduzidos com alimentos sóli-dos, existem fórmulas proteicas extensamente hidrolisadas. Para aqueles que já têm mais idade, existem alimentos que são igualmente ricos em nutrientes8,9.

Veja a lista de alimentos ricos em cálcio:

Agrião Rúcula Espinafre Brócolis Couve Ameixa seca Gergelim Amêndoas Aveia Sardinha

CUIDADOS ESPECIAIS:

– Atente para produtos de panificação que, em sua maio-ria, levam leite na preparação.

– Dependendo da gravidade da alergia alimentar de seu filho, não hesite em perguntar em restaurantes e lanchonetes se determinada preparação foi feita no mesmo recipiente que laticínios.

– Alguns produtos como balões de festas, giz e cosméti-cos, podem conter resquícios de proteínas do leite e, em crian-ças mais sensíveis, desencadear as reações de pele ou respira-tórias.

– Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem des-crito no produto.

– Os leites vegetais feitos a partir de amêndoas, arroz, cas-tanhas são ótimas opções também.

– Amplie a gama de alimentos consumidos, crie novas re-ceitas e descubra novos sabores. Fortalecer o sistema imuno-lógico da criança pode ser a chave para reduzir sua sensibili-dade ao leite.

CONCLUSÃO:

Não deixe de procurar um médico caso tenha se identificado com os sintomas que leu aqui ou os notou em seu filho. Ele é o profissional mais indicado para auxiliar qual tratamento será aplicado.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Allergy-Immunology Notes – Cow’s Milk AllergyDisponível em: https://ainotes.wikispaces.com/Cow%27s+Milk+Allergy+(IgE-mediated)

3Dr. Paulo Maciel. Alergia ao Leite de Vaca.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/alergia-ao-leite-de-vaca/

4Zeppone SC. Alergia à proteína do leite de vaca (APLV): uma perspectiva imunológica. Disser-tação de Mestrado. Araraquara, 2008.Disponível em: http://www2.fcfar.unesp.br/#!/Home/Pos-graduacao/Biocienciase-BiotecnologiasAplicadasaFarmacia/silvio_zeppone-completo.pdf

5van Odijk J. Breastfeeding and allergic disease: a multidisciplinary review of the literature (1966-2001) on the mode of early feeding in infancy and its impact on later atopic manifesta-tions. Allergy. 2003 Sep;58(9):833-43.Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12911410

6Como diagnosticar a alergia à proteína do leite de vaca. Laboratório Fleury.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/como-diagnosticar-a-alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca.aspx

7Lins MGM. Teste de desencadeamento alimentar oral na confirmação diagnóstica da alergia à proteína do leite de vaca. J. Pediatr. (Rio J.) vol.86 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2010Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572010000400007&s-cript=sci_arttext

8Alimentos que substituem os nutrientes do leite. Site Mais Equilíbrio.Disponível em: http://www.maisequilibrio.com.br/nutricao/alimentos-que-subs-tituem-os-nutrientes-do-leite-2-1-1-670.html

9Terapia Nutricional no Paciente com Alergia ao Leite de Vaca. Sociedade Brasileira de Nutri-ção Parenteral e Enteral, Sociedade Brasileira de Clínica Médica e Associação Brasileira de Nutrologia. Jul/2011.Disponível em: http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/17673/2674640_109700.pdf

10Cow’s Milk AllergyDisponível em: http://www.allergyclinic.co.nz/cows_milk_allergy.htm

nhas, peixes e frutos do mar), devido à sua composição alta-mente proteica. As intolerâncias podem surgir por um número muito maior de alimentos, dependendo da predisposição gené-tica, frequência e quantidade de consumo, ou pela mucosa in-testinal alterada.

POR QUE A INCIDÊNCIA DE ALERGIA ALIMENTAR É MAIOR?

As AAs são bem mais comuns entre crianças do que em adultos e geram um impacto social, financeiro e psicológico nestas famílias. Primeiro, porque não é sempre que o diagnós-tico é feito na primeira consulta médica. Segundo, que as con-sequências do contato frequente com o alimento causador da alergia são: má absorção de nutrientes, baixo crescimento, diarreias e dores na criança. Terceiro, porque após chegar a um diagnóstico é preciso modificar muitos hábitos alimentares e familiares para evitar contato da criança com a proteína.

O aleitamento materno por menos de 6 meses e baixa condição econômica são os maiores fatores para o desenvolvi-mento de alergias em crianças até 3 anos de idade (Sanchez, 2013). Em lactentes o leite de vaca está envolvido em 80% dos casos e os riscos aumentam à medida que os alimentos consumidos pela população são cada vez mais processados.

Um estudo observacional foi realizado em 2010 por pe-diatras gastroenterologistas brasileiros durante 40 dias, em 5 regiões diferentes do país. Os pacientes tinham menos de 2 anos de idade e a prevalência de alergia à proteína do leite de vaca (APLV) foi de 5,4% e a incidência foi de 2,2% (Vieira,

2010).

Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), 350 mil crianças brasileiras possuem APLV, 6 a 8% apresenta alergias alimentares verdadeiras e entre os adultos essa porcentagem é de 2 a 3%.

Embora na maioria dos casos a APLV suma após certa idade (5 a 7 anos, geralmente), este período é muito importan-te no desenvolvimento infantil e todo cuidado deve ser tomado para diagnosticar corretamente e fazer um melhor acompanhamento nutricional nesses casos.

INTOLERÂNCIA ALIMENTAR É MUITO FREQUENTE?

Sugere-se que quase metade da população seja intoleran-te a algum alimento, pois, diferente da alergia, o componente causador da intolerância não ser precisa ser necessariamente uma proteína. Ela pode ser causada por defeitos nas enzimas (intolerância à lactose), por reações tóxicas (aditivos alimenta-res), metabólicas (aminoácidos) ou farmacológicas (teobromina do chocolate).

A Doença Celíaca é uma intolerância ao glúten que até poucos anos atrás não era muito conhecida – mesmo entre a classe médica. Em 2011, pesquisadores suecos e sul-africanos fizeram, pela primeira vez, um levantamento global indicando que 42 mil crianças morrem por ano por causa da doença – no Brasil esse número chega a 200.

Alguns estudos internacionais mostram que 1 a cada 100 pessoas no mundo seja celíaco e, por incrível que pareça, mais da metade dessas pessoas não sabem que são portadoras da doença. No Brasil faltam levantamentos estatísticos, mas em 2007, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, apontou que esse número é de 1 a cada 214 brasileiros.

Há muito debate e controvérsias sobre o assunto da into-lerância à lactose. Alguns acreditam que até 70% dos brasilei-ros apresentam algum sintoma que pode ser relacionado à intolerância à lactose. Esta condição melhora com a simples retirada dos alimentos fontes de lactose (leite e derivados e vários produtos industrializados), mas todo o debate chama bastante atenção e gera muitas dúvidas. O que se sabe ao certo é que a maioria dos adultos no mundo (com exceção dos europeus e descendentes) tem a predisposição genética de parar a produção da enzima responsável pela digestão da lac-tose no organismo. Leia nosso artigo sobre o tema da Intole-rância à Lactose para maiores informações.

O QUE FAZER PARA DIMINUIR OS CASOS DE REAÇÕES ALIMENTARES?

Aleitamento materno exclusivo por, no mínimo, 6 meses e evitar oferecer alimentos potencialmente alergênicos (como leite de vaca, soja, etc.) para a crianças até 1 ano de idade são alguns cuidados importantes. A manutenção do aleitamente materno (embora não exclusivo) por mais que 6 meses também pode ajudar muito no desenvolvimento da criança. E durante a infância é fundamental evitar a introdução na dieta regular da

criança de alimentos altamente industrializados e processados (com corantes, conservantes, aditivos químicos, altas taxas de açúcares, etc.). Se tiver dúvidas sobre a composição de um pro-duto (presença de leite, glúten, ovos, soja, etc), pergunte e con-fira o rótulo atenciosamente. Leia nossa série de artigos sobre as alergias e intolerâncias mais comuns atualmente. Quanto mais informação, melhor.

REFERÊNCIAS:

Vieira MC, et al. A survey on clinical presentation and nutritional status of infants with suspected cow’ milk allergy. BMC Pediatrics 2010, 10:25.Disponível em: http://www.biomedcentral.com/1471-2431/10/25

Sánchez J. Epidemiology of food allergy in Latin America. Allergol Immunopathol (Madr), 2013.Disponível em: http://www.elsevier.es/eop/S0301-0546(13)00228-0.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecu-lar. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.56 no.2 São Paulo 2010.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104--42302010000200025&script=sci_arttext

Alergia Alimentar. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. Reportagem Fantástico (Out/2014).Disponível em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350--mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html

Intolerância à lactose atinge até 70% dos adultos brasileiros. Portal Bem estar.Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/02/intolerancia-lac-tose-atinge-ate-70-dos-adultos-brasileiros.html

Doença celíaca. Revista Veja.Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estimativa-global-doen-ca-celiaca-mata-42-000-criancas-ao-ano

Alimentos que mais causam alergia em crianças. Revista Viva Saúde (Dez/2014).Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/alimentos-que--mais-causam-alergia-em-criancas/3828/

Como prevenir a alergia alimentar na infância. Revista Viva Saúde (Jan/2015)Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/como-preve-nir-a-alergia-alimentar-na-infancia/3944/

A alergia alimentar é uma sensibilidade individual a uma ou mais proteínas que compõem determinados alimentos. Essas proteínas quando absorvidas pela mucosa intestinal de-sencadeiam, em indivíduos alérgicos, reações imunomediadas, ou seja, dependentes de mecanismos imunológicos1. A alergia à proteína do leite de vaca, muito conhecida pela sigla APLV e é a alergia alimentar mais comum da faixa etária pediátrica, com prevalência de até 6% em crianças menores de 3 anos de idade1.

As manifestações clínicas incluem acometimento cutâneo, gastrintestinal, respiratório e, mais raramente, as manifestações cardiovasculares, incluindo choque anafilático.

A proteína do leite de vaca é o alérgeno alimentar mais comum por ser muito consumido, mas também pelo seu poten-cial alergênico1. Ele chega a possuir mais de vinte tipos de fra-ções proteicas, mas apenas algumas têm importância alergêni-ca especial1. De acordo com vários estudos, a beta-lactoglobuli-na, alfa-lactoalbumina e as caseínas são as proteínas que mais ocasionam as reações alérgicas. E você sabia que a beta-lacto-globulina não existe normalmente no leite humano? Além disso a a caseína forma apenas 27% do teor de proteínas no leite

Muitas pessoas não toleram certos alimentos e os motivos podem ser diversos, mas os mais frequentes são por intolerân-cias e alergias alimentares. Hoje em dia, a alimentação da popu-lação em geral é muito industrializada e usa muitos aditivos químicos, o que pode ser uma das causas do aumento dessas reações adversas aos alimentos. A mídia tem dado uma atenção maior ao assunto, o que é bom para aumentar o conhecimento pela população em geral em relação às alergias e intolerâncias alimentares, mas é importante ter sempre cuidado e verificar as fontes de informações, para saber se elas são realmente basea-das em estudos científicos.

É estimado que 1/4 da população já passou por um episó-dio de reação adversa a algum alimento, sendo que a alergia ali-mentar (AA) é o tipo que ocorre com mais frequência em crian-ças abaixo de 3 anos (10-15%), mas também ocorre em pesso-as mais velhas (6-8%). São as mais estudadas pela frequência com que ocorre e pela severidade dos sintomas desencadea-dos com pouca quantidade do alimento (Sanchez, 2013), como a anafilaxia.

As alergias surgem de um grupo de 8 alimentos que são mais alergênicos (leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, casta-

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humano enquanto no bovino essa proporção sobe para no mínimo 76%.2

ENTENDA A ALERGIA ALIMENTAR

A alergia é uma reação do sistema imunológico mediada ou não por um anticorpo chamado imunoglobulina E, ou IgE. Os anticorpos são estruturas responsáveis por se ligarem aos alérgenos (antígenos) e desencadearem respostas imunológi-cas. A diferença entre ser mediada ou não por IgE é que a pri-meira ocorre até duas horas após a exposição à proteína, en-quanto que a segunda pode ocorrer dias após a exposição1,2,4.

A reação alérgica funciona da seguinte maneira: o antíge-no ou alérgeno (sempre uma proteína) é detectado pela IgE, que encontra-se fixada a receptores de mastócitos e basófilos. No caso de um contato repetido com a proteína alergênica o organismo pode considerá-la nociva e é capaz de reagir contra ela liberando mediadores vasoativos, que induzem as manis-festações clínicas de hipersensibilidade imediata, como: cons-trição dos brônquios (asma), eczema (vermelhidão na pele), edema (inchaço) ou, a mais grave, anafilaxia, uma resposta alérgica muito intensa que pode causar queda da pressão, ta-quicardia e angioedema. O angioedema exige socorro rápido, pois pode evoluir rapidamente para o fechamento das vias aéreas (edema de glote) e até mesmo a óbito1,2,4.

Muitos bebês são introduzidos desde cedo ao leite de vaca ou a fórmulas infantis baseadas neste leite, em substitui-ção ao leite materno. Essa parece ser a grande causa do au-

mento da incidência da APLV.

COMO POSSO EVITAR A APLV EM MEU FILHO?

Em relação aos fatores relacionados à dieta, estudos mos-tram que o aleitamento materno exclusivo, sem introdução de leite de vaca e de fórmulas infantis à base de leite de vaca durante os 6 primeiros meses de vida e se prolongando até os 12 meses tem sido eficazes na redução do desenvolvimento de alergias alimentares5.

O ideal seria evitar introduzir o leite de vaca antes de 1 ano de idade. O organismo do bebê ainda está imaturo e não é capaz de lidar com estruturas proteicas tão grandes.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Inicialmente o médico questionará sobre os sintomas cita-dos acima, e então fará um exame clínico minucioso. Uma dieta de exclusão por um período curto de tempo (2 semanas) com consequente melhora do quadro clínico pode ser um sinal de APLV6.

Testes cutâneos de leitura imediata, mensuração da IgE específica e a provocação positiva (padrão-ouro) podem ser utilizados no diagnóstico. Entretanto, é importante saber que o teste de provocação positiva deve ser evitado quando os sin-tomas clínicos da criança forem muito evidentes, por exemplo, em casos de anafilaxia6.

MEU FILHO FOI DIAGNOSTICADO COM APLV. E AGORA?

A dieta de exclusão da proteína do leite de vaca deve ser iniciada o quanto antes, tanto pela criança quanto pela mãe, em caso de aleitamento materno exclusivo, seja em casos de IgE específica positiva ou negativa. As mães devem ser orien-tadas a retirar todo o leite de vaca e derivados da sua alimen-tação8,9,10. Entretanto, o aleitamento materno é fundamental para a criança. Mesmo para bebês com reações e diagnóstico comprovado de alergia a proteínas do leite, a mãe pode na maioria dos casos manter o aleitamento se retirar os laticínios de sua dieta10.

O importante é fazer a retirada do leite e derivados. Para bebês que ainda não foram introduzidos com alimentos sóli-dos, existem fórmulas proteicas extensamente hidrolisadas. Para aqueles que já têm mais idade, existem alimentos que são igualmente ricos em nutrientes8,9.

Veja a lista de alimentos ricos em cálcio:

Agrião Rúcula Espinafre Brócolis Couve Ameixa seca Gergelim Amêndoas Aveia Sardinha

CUIDADOS ESPECIAIS:

– Atente para produtos de panificação que, em sua maio-ria, levam leite na preparação.

– Dependendo da gravidade da alergia alimentar de seu filho, não hesite em perguntar em restaurantes e lanchonetes se determinada preparação foi feita no mesmo recipiente que laticínios.

– Alguns produtos como balões de festas, giz e cosméti-cos, podem conter resquícios de proteínas do leite e, em crian-ças mais sensíveis, desencadear as reações de pele ou respira-tórias.

– Preste atenção ao rótulo dos alimentos industrializados. Proteínas do soro do leite (whey protein) podem não conter caseína, mas contêm as outras proteínas e isso não vem des-crito no produto.

– Os leites vegetais feitos a partir de amêndoas, arroz, cas-tanhas são ótimas opções também.

– Amplie a gama de alimentos consumidos, crie novas re-ceitas e descubra novos sabores. Fortalecer o sistema imuno-lógico da criança pode ser a chave para reduzir sua sensibili-dade ao leite.

CONCLUSÃO:

Não deixe de procurar um médico caso tenha se identificado com os sintomas que leu aqui ou os notou em seu filho. Ele é o profissional mais indicado para auxiliar qual tratamento será aplicado.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Allergy-Immunology Notes – Cow’s Milk AllergyDisponível em: https://ainotes.wikispaces.com/Cow%27s+Milk+Allergy+(IgE-mediated)

3Dr. Paulo Maciel. Alergia ao Leite de Vaca.Disponível em: http://drpaulomaciel.com.br/alergia-ao-leite-de-vaca/

4Zeppone SC. Alergia à proteína do leite de vaca (APLV): uma perspectiva imunológica. Disser-tação de Mestrado. Araraquara, 2008.Disponível em: http://www2.fcfar.unesp.br/#!/Home/Pos-graduacao/Biocienciase-BiotecnologiasAplicadasaFarmacia/silvio_zeppone-completo.pdf

5van Odijk J. Breastfeeding and allergic disease: a multidisciplinary review of the literature (1966-2001) on the mode of early feeding in infancy and its impact on later atopic manifesta-tions. Allergy. 2003 Sep;58(9):833-43.Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12911410

6Como diagnosticar a alergia à proteína do leite de vaca. Laboratório Fleury.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/como-diagnosticar-a-alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca.aspx

7Lins MGM. Teste de desencadeamento alimentar oral na confirmação diagnóstica da alergia à proteína do leite de vaca. J. Pediatr. (Rio J.) vol.86 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2010Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572010000400007&s-cript=sci_arttext

8Alimentos que substituem os nutrientes do leite. Site Mais Equilíbrio.Disponível em: http://www.maisequilibrio.com.br/nutricao/alimentos-que-subs-tituem-os-nutrientes-do-leite-2-1-1-670.html

9Terapia Nutricional no Paciente com Alergia ao Leite de Vaca. Sociedade Brasileira de Nutri-ção Parenteral e Enteral, Sociedade Brasileira de Clínica Médica e Associação Brasileira de Nutrologia. Jul/2011.Disponível em: http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/17673/2674640_109700.pdf

10Cow’s Milk AllergyDisponível em: http://www.allergyclinic.co.nz/cows_milk_allergy.htm

nhas, peixes e frutos do mar), devido à sua composição alta-mente proteica. As intolerâncias podem surgir por um número muito maior de alimentos, dependendo da predisposição gené-tica, frequência e quantidade de consumo, ou pela mucosa in-testinal alterada.

POR QUE A INCIDÊNCIA DE ALERGIA ALIMENTAR É MAIOR?

As AAs são bem mais comuns entre crianças do que em adultos e geram um impacto social, financeiro e psicológico nestas famílias. Primeiro, porque não é sempre que o diagnós-tico é feito na primeira consulta médica. Segundo, que as con-sequências do contato frequente com o alimento causador da alergia são: má absorção de nutrientes, baixo crescimento, diarreias e dores na criança. Terceiro, porque após chegar a um diagnóstico é preciso modificar muitos hábitos alimentares e familiares para evitar contato da criança com a proteína.

O aleitamento materno por menos de 6 meses e baixa condição econômica são os maiores fatores para o desenvolvi-mento de alergias em crianças até 3 anos de idade (Sanchez, 2013). Em lactentes o leite de vaca está envolvido em 80% dos casos e os riscos aumentam à medida que os alimentos consumidos pela população são cada vez mais processados.

Um estudo observacional foi realizado em 2010 por pe-diatras gastroenterologistas brasileiros durante 40 dias, em 5 regiões diferentes do país. Os pacientes tinham menos de 2 anos de idade e a prevalência de alergia à proteína do leite de vaca (APLV) foi de 5,4% e a incidência foi de 2,2% (Vieira,

2010).

Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), 350 mil crianças brasileiras possuem APLV, 6 a 8% apresenta alergias alimentares verdadeiras e entre os adultos essa porcentagem é de 2 a 3%.

Embora na maioria dos casos a APLV suma após certa idade (5 a 7 anos, geralmente), este período é muito importan-te no desenvolvimento infantil e todo cuidado deve ser tomado para diagnosticar corretamente e fazer um melhor acompanhamento nutricional nesses casos.

INTOLERÂNCIA ALIMENTAR É MUITO FREQUENTE?

Sugere-se que quase metade da população seja intoleran-te a algum alimento, pois, diferente da alergia, o componente causador da intolerância não ser precisa ser necessariamente uma proteína. Ela pode ser causada por defeitos nas enzimas (intolerância à lactose), por reações tóxicas (aditivos alimenta-res), metabólicas (aminoácidos) ou farmacológicas (teobromina do chocolate).

A Doença Celíaca é uma intolerância ao glúten que até poucos anos atrás não era muito conhecida – mesmo entre a classe médica. Em 2011, pesquisadores suecos e sul-africanos fizeram, pela primeira vez, um levantamento global indicando que 42 mil crianças morrem por ano por causa da doença – no Brasil esse número chega a 200.

Alguns estudos internacionais mostram que 1 a cada 100 pessoas no mundo seja celíaco e, por incrível que pareça, mais da metade dessas pessoas não sabem que são portadoras da doença. No Brasil faltam levantamentos estatísticos, mas em 2007, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, apontou que esse número é de 1 a cada 214 brasileiros.

Há muito debate e controvérsias sobre o assunto da into-lerância à lactose. Alguns acreditam que até 70% dos brasilei-ros apresentam algum sintoma que pode ser relacionado à intolerância à lactose. Esta condição melhora com a simples retirada dos alimentos fontes de lactose (leite e derivados e vários produtos industrializados), mas todo o debate chama bastante atenção e gera muitas dúvidas. O que se sabe ao certo é que a maioria dos adultos no mundo (com exceção dos europeus e descendentes) tem a predisposição genética de parar a produção da enzima responsável pela digestão da lac-tose no organismo. Leia nosso artigo sobre o tema da Intole-rância à Lactose para maiores informações.

O QUE FAZER PARA DIMINUIR OS CASOS DE REAÇÕES ALIMENTARES?

Aleitamento materno exclusivo por, no mínimo, 6 meses e evitar oferecer alimentos potencialmente alergênicos (como leite de vaca, soja, etc.) para a crianças até 1 ano de idade são alguns cuidados importantes. A manutenção do aleitamente materno (embora não exclusivo) por mais que 6 meses também pode ajudar muito no desenvolvimento da criança. E durante a infância é fundamental evitar a introdução na dieta regular da

criança de alimentos altamente industrializados e processados (com corantes, conservantes, aditivos químicos, altas taxas de açúcares, etc.). Se tiver dúvidas sobre a composição de um pro-duto (presença de leite, glúten, ovos, soja, etc), pergunte e con-fira o rótulo atenciosamente. Leia nossa série de artigos sobre as alergias e intolerâncias mais comuns atualmente. Quanto mais informação, melhor.

REFERÊNCIAS:

Vieira MC, et al. A survey on clinical presentation and nutritional status of infants with suspected cow’ milk allergy. BMC Pediatrics 2010, 10:25.Disponível em: http://www.biomedcentral.com/1471-2431/10/25

Sánchez J. Epidemiology of food allergy in Latin America. Allergol Immunopathol (Madr), 2013.Disponível em: http://www.elsevier.es/eop/S0301-0546(13)00228-0.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecu-lar. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.56 no.2 São Paulo 2010.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104--42302010000200025&script=sci_arttext

Alergia Alimentar. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. Reportagem Fantástico (Out/2014).Disponível em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350--mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html

Intolerância à lactose atinge até 70% dos adultos brasileiros. Portal Bem estar.Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/02/intolerancia-lac-tose-atinge-ate-70-dos-adultos-brasileiros.html

Doença celíaca. Revista Veja.Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estimativa-global-doen-ca-celiaca-mata-42-000-criancas-ao-ano

Alimentos que mais causam alergia em crianças. Revista Viva Saúde (Dez/2014).Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/alimentos-que--mais-causam-alergia-em-criancas/3828/

Como prevenir a alergia alimentar na infância. Revista Viva Saúde (Jan/2015)Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/como-preve-nir-a-alergia-alimentar-na-infancia/3944/

A alergia alimentar é uma sensibilidade individual a uma ou mais proteínas que compõem determinados alimentos. Essas proteínas quando absorvidas pela mucosa intestinal de-sencadeiam, em indivíduos alérgicos, reações imunomediadas, ou seja, dependentes de mecanismos imunológicos1. A alergia à proteína do leite de vaca, muito conhecida pela sigla APLV e é a alergia alimentar mais comum da faixa etária pediátrica, com prevalência de até 6% em crianças menores de 3 anos de idade1.

As manifestações clínicas incluem acometimento cutâneo, gastrintestinal, respiratório e, mais raramente, as manifestações cardiovasculares, incluindo choque anafilático.

A proteína do leite de vaca é o alérgeno alimentar mais comum por ser muito consumido, mas também pelo seu poten-cial alergênico1. Ele chega a possuir mais de vinte tipos de fra-ções proteicas, mas apenas algumas têm importância alergêni-ca especial1. De acordo com vários estudos, a beta-lactoglobuli-na, alfa-lactoalbumina e as caseínas são as proteínas que mais ocasionam as reações alérgicas. E você sabia que a beta-lacto-globulina não existe normalmente no leite humano? Além disso a a caseína forma apenas 27% do teor de proteínas no leite

Muitas pessoas não toleram certos alimentos e os motivos podem ser diversos, mas os mais frequentes são por intolerân-cias e alergias alimentares. Hoje em dia, a alimentação da popu-lação em geral é muito industrializada e usa muitos aditivos químicos, o que pode ser uma das causas do aumento dessas reações adversas aos alimentos. A mídia tem dado uma atenção maior ao assunto, o que é bom para aumentar o conhecimento pela população em geral em relação às alergias e intolerâncias alimentares, mas é importante ter sempre cuidado e verificar as fontes de informações, para saber se elas são realmente basea-das em estudos científicos.

É estimado que 1/4 da população já passou por um episó-dio de reação adversa a algum alimento, sendo que a alergia ali-mentar (AA) é o tipo que ocorre com mais frequência em crian-ças abaixo de 3 anos (10-15%), mas também ocorre em pesso-as mais velhas (6-8%). São as mais estudadas pela frequência com que ocorre e pela severidade dos sintomas desencadea-dos com pouca quantidade do alimento (Sanchez, 2013), como a anafilaxia.

As alergias surgem de um grupo de 8 alimentos que são mais alergênicos (leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, casta-

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nhas, peixes e frutos do mar), devido à sua composição alta-mente proteica. As intolerâncias podem surgir por um número muito maior de alimentos, dependendo da predisposição gené-tica, frequência e quantidade de consumo, ou pela mucosa in-testinal alterada.

POR QUE A INCIDÊNCIA DE ALERGIA ALIMENTAR É MAIOR?

As AAs são bem mais comuns entre crianças do que em adultos e geram um impacto social, financeiro e psicológico nestas famílias. Primeiro, porque não é sempre que o diagnós-tico é feito na primeira consulta médica. Segundo, que as con-sequências do contato frequente com o alimento causador da alergia são: má absorção de nutrientes, baixo crescimento, diarreias e dores na criança. Terceiro, porque após chegar a um diagnóstico é preciso modificar muitos hábitos alimentares e familiares para evitar contato da criança com a proteína.

O aleitamento materno por menos de 6 meses e baixa condição econômica são os maiores fatores para o desenvolvi-mento de alergias em crianças até 3 anos de idade (Sanchez, 2013). Em lactentes o leite de vaca está envolvido em 80% dos casos e os riscos aumentam à medida que os alimentos consumidos pela população são cada vez mais processados.

Um estudo observacional foi realizado em 2010 por pe-diatras gastroenterologistas brasileiros durante 40 dias, em 5 regiões diferentes do país. Os pacientes tinham menos de 2 anos de idade e a prevalência de alergia à proteína do leite de vaca (APLV) foi de 5,4% e a incidência foi de 2,2% (Vieira,

2010).

Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), 350 mil crianças brasileiras possuem APLV, 6 a 8% apresenta alergias alimentares verdadeiras e entre os adultos essa porcentagem é de 2 a 3%.

Embora na maioria dos casos a APLV suma após certa idade (5 a 7 anos, geralmente), este período é muito importan-te no desenvolvimento infantil e todo cuidado deve ser tomado para diagnosticar corretamente e fazer um melhor acompanhamento nutricional nesses casos.

INTOLERÂNCIA ALIMENTAR É MUITO FREQUENTE?

Sugere-se que quase metade da população seja intoleran-te a algum alimento, pois, diferente da alergia, o componente causador da intolerância não ser precisa ser necessariamente uma proteína. Ela pode ser causada por defeitos nas enzimas (intolerância à lactose), por reações tóxicas (aditivos alimenta-res), metabólicas (aminoácidos) ou farmacológicas (teobromina do chocolate).

A Doença Celíaca é uma intolerância ao glúten que até poucos anos atrás não era muito conhecida – mesmo entre a classe médica. Em 2011, pesquisadores suecos e sul-africanos fizeram, pela primeira vez, um levantamento global indicando que 42 mil crianças morrem por ano por causa da doença – no Brasil esse número chega a 200.

Alguns estudos internacionais mostram que 1 a cada 100 pessoas no mundo seja celíaco e, por incrível que pareça, mais da metade dessas pessoas não sabem que são portadoras da doença. No Brasil faltam levantamentos estatísticos, mas em 2007, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, apontou que esse número é de 1 a cada 214 brasileiros.

Há muito debate e controvérsias sobre o assunto da into-lerância à lactose. Alguns acreditam que até 70% dos brasilei-ros apresentam algum sintoma que pode ser relacionado à intolerância à lactose. Esta condição melhora com a simples retirada dos alimentos fontes de lactose (leite e derivados e vários produtos industrializados), mas todo o debate chama bastante atenção e gera muitas dúvidas. O que se sabe ao certo é que a maioria dos adultos no mundo (com exceção dos europeus e descendentes) tem a predisposição genética de parar a produção da enzima responsável pela digestão da lac-tose no organismo. Leia nosso artigo sobre o tema da Intole-rância à Lactose para maiores informações.

O QUE FAZER PARA DIMINUIR OS CASOS DE REAÇÕES ALIMENTARES?

Aleitamento materno exclusivo por, no mínimo, 6 meses e evitar oferecer alimentos potencialmente alergênicos (como leite de vaca, soja, etc.) para a crianças até 1 ano de idade são alguns cuidados importantes. A manutenção do aleitamente materno (embora não exclusivo) por mais que 6 meses também pode ajudar muito no desenvolvimento da criança. E durante a infância é fundamental evitar a introdução na dieta regular da

criança de alimentos altamente industrializados e processados (com corantes, conservantes, aditivos químicos, altas taxas de açúcares, etc.). Se tiver dúvidas sobre a composição de um pro-duto (presença de leite, glúten, ovos, soja, etc), pergunte e con-fira o rótulo atenciosamente. Leia nossa série de artigos sobre as alergias e intolerâncias mais comuns atualmente. Quanto mais informação, melhor.

REFERÊNCIAS:

Vieira MC, et al. A survey on clinical presentation and nutritional status of infants with suspected cow’ milk allergy. BMC Pediatrics 2010, 10:25.Disponível em: http://www.biomedcentral.com/1471-2431/10/25

Sánchez J. Epidemiology of food allergy in Latin America. Allergol Immunopathol (Madr), 2013.Disponível em: http://www.elsevier.es/eop/S0301-0546(13)00228-0.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecu-lar. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.56 no.2 São Paulo 2010.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104--42302010000200025&script=sci_arttext

Alergia Alimentar. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. Reportagem Fantástico (Out/2014).Disponível em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350--mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html

Intolerância à lactose atinge até 70% dos adultos brasileiros. Portal Bem estar.Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/02/intolerancia-lac-tose-atinge-ate-70-dos-adultos-brasileiros.html

Doença celíaca. Revista Veja.Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estimativa-global-doen-ca-celiaca-mata-42-000-criancas-ao-ano

Alimentos que mais causam alergia em crianças. Revista Viva Saúde (Dez/2014).Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/alimentos-que--mais-causam-alergia-em-criancas/3828/

Como prevenir a alergia alimentar na infância. Revista Viva Saúde (Jan/2015)Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/como-preve-nir-a-alergia-alimentar-na-infancia/3944/

Gema Lipovitelina Fosvitina

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

Os sintomas da alergia ao ovo podem ser leves até mais graves (anafilaxia). Os sinais mais comuns podem ocorrer na pele (urticária, coceiras, eczema, inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios), no sistema respiratório (tosse seca e constante, espirros, secreção e congestão nasal, dificuldade na respira-ção) e no trato gastrointestinal (dores abdominais, diarreias, náuseas e vômitos)2,3,4.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

A determinação da IgE específica auxilia apenas na identi-ficação das alergias alimentares imediatas, mediadas por IgE, ou nas reações mistas. Os testes cutâneos são simples e rápi-dos, e avaliam a sensibilização aos alérgenos. Um médico es-pecializado é capaz de interpretar corretamente os resulta-dos2.

Já os testes de provocação oral são considerados fidedig-nos para estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar. Aqui o paciente recebe uma oferta de alimento alergênico ou placebo em doses crescentes e intervalos regulares, sob supervisão médica, com constante monitoramento de possíveis reações clínicas2.

TRATAMENTO

A alergia a ovo é tratada com a exclusão do alimento na dieta e de produtos alimentícios feitos com ovos5.

Estudos têm mostrado que muitos indivíduos com alergia ao ovo, mediada por IgE, podem conseguir tolerar o alimento na forma cozida. A explicação é que com o cozimento as prote-ínas mudam de configuração e deixam de ser alergênicas para o organismo5. No entanto, tais exposições nunca devem ser feitas sem acompanhamento médico em crianças diagnostica-das com a alergia.

Um dos pontos de atenção para os alérgicos ao ovo, prin-cipalmente para os pais destes, são as vacinas, pois algumas são produzidas com proteínas do ovo. Entre elas estão a trípli-ce viral (sarampo, caxumba, rubéola), cuja quantidade é muito pequena, a anti-influenza e o imunizante contra febre amare-la6.

Tais vacinas são contraindicadas dependendo da quanti-dade de proteína do ovo presente e da história de reações an-teriores. No entanto, elas poderão ser administradas, mas sob supervisão médica por até 30 minutos após a tomada. Se você ou seu filho são alérgicos a ovos, informe isso ao médico antes de receber a vacina6.

COMO POSSO PREVENIR A ALERGIA AO OVO?

A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamen-to materno exclusivo até seis meses para prevenir o desenvol-vimento de alergias alimentares, incluindo a alergia a ovo7. Grávidas e lactantes não devem restringir seu consumo para preveni-la.

Recomenda-se que os ovos sejam introduzidos na dieta da criança somente após os 2 anos7. Logo, evite oferecer à criança os alimentos que provavelmente terão ovos acresci-dos, por fazer parte dos ingredientes da receita1:

Produtos de panificação (brownies, cookies, bolos, muffins, tortas e alguns cremes); Salgados e empanados de lanchonete; Nuggets; Cremes, pudins e sorvetes; Massas com ovos na composição (olhe o rótulo); Marshmallows, marzipan, nougat; Maionese (algumas no mercado são sem ovos, verifique o rótulo); Panquecas e waffles; Molho tártaro.

A leitura dos rótulos é uma parte importante e deve se tornar um hábito na vida do alérgico ou dos pais de alérgicos. Não é tarefa fácil decifrar tudo o que vem escrito na composi-ção, mas fique atento a estes ingredientes:

Binder; Coagulante; Emulsionante; Albumina (proteína do ovo); Globulina/Lecitina (se estiver especificado que é soja, sem problemas); Livetin/Lisozima; Qualquer palavra que comece com ovo: ovalbumina, ovoglo-bulina, ovomucina, ovomucoide, ovotransferrina e ovovitelina; Simplesse (substituto de gordura à base de leite e ovo); Vitelina.

SUBSTITUINDO OS OVOS NA RECEITA

É possível substituir os ovos nas preparações. Veja as su-gestões abaixo que equivalem para um ovo8:

1 colher de sopa de linhaça de molho em 3 colheres de sopa de água por quinze minutos. Utilize o gel que se formou; Prepare purês de frutas com maçã e banana, podendo ser meia xícara de banana ou outra fruta amassada (purê); Três colheres de chá de bicarbonato de sódio diluído em água; ¼ de xicara de iogurte de soja ou natural; Purê de batata. Ovos representam uma fonte de alimento muito importan-te, especialmente para idosos, gestantes, crianças a partir de certa idade, atletas e pessoas debilitadas. Converse com seu médico ou nutricionista sobre a suspeita de alergia em você ou

Muitas pessoas não toleram certos alimentos e os motivos podem ser diversos, mas os mais frequentes são por intolerân-cias e alergias alimentares. Hoje em dia, a alimentação da popu-lação em geral é muito industrializada e usa muitos aditivos químicos, o que pode ser uma das causas do aumento dessas reações adversas aos alimentos. A mídia tem dado uma atenção maior ao assunto, o que é bom para aumentar o conhecimento pela população em geral em relação às alergias e intolerâncias alimentares, mas é importante ter sempre cuidado e verificar as fontes de informações, para saber se elas são realmente basea-das em estudos científicos.

É estimado que 1/4 da população já passou por um episó-dio de reação adversa a algum alimento, sendo que a alergia ali-mentar (AA) é o tipo que ocorre com mais frequência em crian-ças abaixo de 3 anos (10-15%), mas também ocorre em pesso-as mais velhas (6-8%). São as mais estudadas pela frequência com que ocorre e pela severidade dos sintomas desencadea-dos com pouca quantidade do alimento (Sanchez, 2013), como a anafilaxia.

As alergias surgem de um grupo de 8 alimentos que são mais alergênicos (leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, casta-

no seu filho para que eles possam auxiliar da melhor maneira possível a diagnosticar corretamente essa condição e a lidar com a situação.

REFERÊNCIAS:

1About Food Allergies. Egg Allergy. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/egg-allergy

2Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

3Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Alergia Alimentar. 2009.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

4Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Food allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/food-allergy/ba-sics/definition/con-20019293

5ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://asbai.org.br/revistas/vol356/Guia-35-6.pdf

6Fleury: Medicina e Saúde. Reação adversa à vacinação. 2011.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/reacao-adversa-a-vacinacao.aspx

7Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

8Portal G1. Nutricionista apresenta substitutos do ovo, do leite e da farinha e faz bolo. Out/2014.Disponível em: http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2014/10/nutricionis-ta-apresenta-substitutos-do-ovo-do-leite-e-da-farinha-e-faz-bolo.html

Lemon-Mulé H, Sampson HA, Sicherer SH, Shreffler WG, Noone S, Nowak-Wegr-zyn A. Imunologic changes in children with egg allergy ingestinting extensively heated egg. J Allergy Clin Immunol 2008;122:977-83.Disponível em: http://www.jacionline.org/article/S0091--6749%2808%2901668-0/abstract

De todos os alimentos que ingerimos, o ovo é o que nos fornece as proteínas mais completas, além de fornecer gordu-ras, vitaminas e minerais. No entanto, é o segundo maior causa-dor de alergias alimentares, perdendo apenas para o leite de vaca1.

A alergia alimentar é caracterizada por uma hipersensibili-dade individual a uma ou mais proteínas que compõem deter-minados alimentos que após absorção, desencadeiam reações dependentes de mecanismos imunológicos2.

A clara de ovo é mais reconhecida por conter as proteínas alergênicas, no entanto, a gema também pode apresentá-las, uma vez que é quase impossível separar a gema e a clara com-pletamente. Veja quais são1,3:

Clara Albumina Ovalbumina Ovomucoide Ovotransferrina Ovomucina Lisozima

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nhas, peixes e frutos do mar), devido à sua composição alta-mente proteica. As intolerâncias podem surgir por um número muito maior de alimentos, dependendo da predisposição gené-tica, frequência e quantidade de consumo, ou pela mucosa in-testinal alterada.

POR QUE A INCIDÊNCIA DE ALERGIA ALIMENTAR É MAIOR?

As AAs são bem mais comuns entre crianças do que em adultos e geram um impacto social, financeiro e psicológico nestas famílias. Primeiro, porque não é sempre que o diagnós-tico é feito na primeira consulta médica. Segundo, que as con-sequências do contato frequente com o alimento causador da alergia são: má absorção de nutrientes, baixo crescimento, diarreias e dores na criança. Terceiro, porque após chegar a um diagnóstico é preciso modificar muitos hábitos alimentares e familiares para evitar contato da criança com a proteína.

O aleitamento materno por menos de 6 meses e baixa condição econômica são os maiores fatores para o desenvolvi-mento de alergias em crianças até 3 anos de idade (Sanchez, 2013). Em lactentes o leite de vaca está envolvido em 80% dos casos e os riscos aumentam à medida que os alimentos consumidos pela população são cada vez mais processados.

Um estudo observacional foi realizado em 2010 por pe-diatras gastroenterologistas brasileiros durante 40 dias, em 5 regiões diferentes do país. Os pacientes tinham menos de 2 anos de idade e a prevalência de alergia à proteína do leite de vaca (APLV) foi de 5,4% e a incidência foi de 2,2% (Vieira,

2010).

Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), 350 mil crianças brasileiras possuem APLV, 6 a 8% apresenta alergias alimentares verdadeiras e entre os adultos essa porcentagem é de 2 a 3%.

Embora na maioria dos casos a APLV suma após certa idade (5 a 7 anos, geralmente), este período é muito importan-te no desenvolvimento infantil e todo cuidado deve ser tomado para diagnosticar corretamente e fazer um melhor acompanhamento nutricional nesses casos.

INTOLERÂNCIA ALIMENTAR É MUITO FREQUENTE?

Sugere-se que quase metade da população seja intoleran-te a algum alimento, pois, diferente da alergia, o componente causador da intolerância não ser precisa ser necessariamente uma proteína. Ela pode ser causada por defeitos nas enzimas (intolerância à lactose), por reações tóxicas (aditivos alimenta-res), metabólicas (aminoácidos) ou farmacológicas (teobromina do chocolate).

A Doença Celíaca é uma intolerância ao glúten que até poucos anos atrás não era muito conhecida – mesmo entre a classe médica. Em 2011, pesquisadores suecos e sul-africanos fizeram, pela primeira vez, um levantamento global indicando que 42 mil crianças morrem por ano por causa da doença – no Brasil esse número chega a 200.

Alguns estudos internacionais mostram que 1 a cada 100 pessoas no mundo seja celíaco e, por incrível que pareça, mais da metade dessas pessoas não sabem que são portadoras da doença. No Brasil faltam levantamentos estatísticos, mas em 2007, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, apontou que esse número é de 1 a cada 214 brasileiros.

Há muito debate e controvérsias sobre o assunto da into-lerância à lactose. Alguns acreditam que até 70% dos brasilei-ros apresentam algum sintoma que pode ser relacionado à intolerância à lactose. Esta condição melhora com a simples retirada dos alimentos fontes de lactose (leite e derivados e vários produtos industrializados), mas todo o debate chama bastante atenção e gera muitas dúvidas. O que se sabe ao certo é que a maioria dos adultos no mundo (com exceção dos europeus e descendentes) tem a predisposição genética de parar a produção da enzima responsável pela digestão da lac-tose no organismo. Leia nosso artigo sobre o tema da Intole-rância à Lactose para maiores informações.

O QUE FAZER PARA DIMINUIR OS CASOS DE REAÇÕES ALIMENTARES?

Aleitamento materno exclusivo por, no mínimo, 6 meses e evitar oferecer alimentos potencialmente alergênicos (como leite de vaca, soja, etc.) para a crianças até 1 ano de idade são alguns cuidados importantes. A manutenção do aleitamente materno (embora não exclusivo) por mais que 6 meses também pode ajudar muito no desenvolvimento da criança. E durante a infância é fundamental evitar a introdução na dieta regular da

criança de alimentos altamente industrializados e processados (com corantes, conservantes, aditivos químicos, altas taxas de açúcares, etc.). Se tiver dúvidas sobre a composição de um pro-duto (presença de leite, glúten, ovos, soja, etc), pergunte e con-fira o rótulo atenciosamente. Leia nossa série de artigos sobre as alergias e intolerâncias mais comuns atualmente. Quanto mais informação, melhor.

REFERÊNCIAS:

Vieira MC, et al. A survey on clinical presentation and nutritional status of infants with suspected cow’ milk allergy. BMC Pediatrics 2010, 10:25.Disponível em: http://www.biomedcentral.com/1471-2431/10/25

Sánchez J. Epidemiology of food allergy in Latin America. Allergol Immunopathol (Madr), 2013.Disponível em: http://www.elsevier.es/eop/S0301-0546(13)00228-0.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecu-lar. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.56 no.2 São Paulo 2010.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104--42302010000200025&script=sci_arttext

Alergia Alimentar. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. Reportagem Fantástico (Out/2014).Disponível em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350--mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html

Intolerância à lactose atinge até 70% dos adultos brasileiros. Portal Bem estar.Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/02/intolerancia-lac-tose-atinge-ate-70-dos-adultos-brasileiros.html

Doença celíaca. Revista Veja.Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estimativa-global-doen-ca-celiaca-mata-42-000-criancas-ao-ano

Alimentos que mais causam alergia em crianças. Revista Viva Saúde (Dez/2014).Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/alimentos-que--mais-causam-alergia-em-criancas/3828/

Como prevenir a alergia alimentar na infância. Revista Viva Saúde (Jan/2015)Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/como-preve-nir-a-alergia-alimentar-na-infancia/3944/

Gema Lipovitelina Fosvitina

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

Os sintomas da alergia ao ovo podem ser leves até mais graves (anafilaxia). Os sinais mais comuns podem ocorrer na pele (urticária, coceiras, eczema, inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios), no sistema respiratório (tosse seca e constante, espirros, secreção e congestão nasal, dificuldade na respira-ção) e no trato gastrointestinal (dores abdominais, diarreias, náuseas e vômitos)2,3,4.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

A determinação da IgE específica auxilia apenas na identi-ficação das alergias alimentares imediatas, mediadas por IgE, ou nas reações mistas. Os testes cutâneos são simples e rápi-dos, e avaliam a sensibilização aos alérgenos. Um médico es-pecializado é capaz de interpretar corretamente os resulta-dos2.

Já os testes de provocação oral são considerados fidedig-nos para estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar. Aqui o paciente recebe uma oferta de alimento alergênico ou placebo em doses crescentes e intervalos regulares, sob supervisão médica, com constante monitoramento de possíveis reações clínicas2.

TRATAMENTO

A alergia a ovo é tratada com a exclusão do alimento na dieta e de produtos alimentícios feitos com ovos5.

Estudos têm mostrado que muitos indivíduos com alergia ao ovo, mediada por IgE, podem conseguir tolerar o alimento na forma cozida. A explicação é que com o cozimento as prote-ínas mudam de configuração e deixam de ser alergênicas para o organismo5. No entanto, tais exposições nunca devem ser feitas sem acompanhamento médico em crianças diagnostica-das com a alergia.

Um dos pontos de atenção para os alérgicos ao ovo, prin-cipalmente para os pais destes, são as vacinas, pois algumas são produzidas com proteínas do ovo. Entre elas estão a trípli-ce viral (sarampo, caxumba, rubéola), cuja quantidade é muito pequena, a anti-influenza e o imunizante contra febre amare-la6.

Tais vacinas são contraindicadas dependendo da quanti-dade de proteína do ovo presente e da história de reações an-teriores. No entanto, elas poderão ser administradas, mas sob supervisão médica por até 30 minutos após a tomada. Se você ou seu filho são alérgicos a ovos, informe isso ao médico antes de receber a vacina6.

COMO POSSO PREVENIR A ALERGIA AO OVO?

A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamen-to materno exclusivo até seis meses para prevenir o desenvol-vimento de alergias alimentares, incluindo a alergia a ovo7. Grávidas e lactantes não devem restringir seu consumo para preveni-la.

Recomenda-se que os ovos sejam introduzidos na dieta da criança somente após os 2 anos7. Logo, evite oferecer à criança os alimentos que provavelmente terão ovos acresci-dos, por fazer parte dos ingredientes da receita1:

Produtos de panificação (brownies, cookies, bolos, muffins, tortas e alguns cremes); Salgados e empanados de lanchonete; Nuggets; Cremes, pudins e sorvetes; Massas com ovos na composição (olhe o rótulo); Marshmallows, marzipan, nougat; Maionese (algumas no mercado são sem ovos, verifique o rótulo); Panquecas e waffles; Molho tártaro.

A leitura dos rótulos é uma parte importante e deve se tornar um hábito na vida do alérgico ou dos pais de alérgicos. Não é tarefa fácil decifrar tudo o que vem escrito na composi-ção, mas fique atento a estes ingredientes:

Binder; Coagulante; Emulsionante; Albumina (proteína do ovo); Globulina/Lecitina (se estiver especificado que é soja, sem problemas); Livetin/Lisozima; Qualquer palavra que comece com ovo: ovalbumina, ovoglo-bulina, ovomucina, ovomucoide, ovotransferrina e ovovitelina; Simplesse (substituto de gordura à base de leite e ovo); Vitelina.

SUBSTITUINDO OS OVOS NA RECEITA

É possível substituir os ovos nas preparações. Veja as su-gestões abaixo que equivalem para um ovo8:

1 colher de sopa de linhaça de molho em 3 colheres de sopa de água por quinze minutos. Utilize o gel que se formou; Prepare purês de frutas com maçã e banana, podendo ser meia xícara de banana ou outra fruta amassada (purê); Três colheres de chá de bicarbonato de sódio diluído em água; ¼ de xicara de iogurte de soja ou natural; Purê de batata. Ovos representam uma fonte de alimento muito importan-te, especialmente para idosos, gestantes, crianças a partir de certa idade, atletas e pessoas debilitadas. Converse com seu médico ou nutricionista sobre a suspeita de alergia em você ou

Muitas pessoas não toleram certos alimentos e os motivos podem ser diversos, mas os mais frequentes são por intolerân-cias e alergias alimentares. Hoje em dia, a alimentação da popu-lação em geral é muito industrializada e usa muitos aditivos químicos, o que pode ser uma das causas do aumento dessas reações adversas aos alimentos. A mídia tem dado uma atenção maior ao assunto, o que é bom para aumentar o conhecimento pela população em geral em relação às alergias e intolerâncias alimentares, mas é importante ter sempre cuidado e verificar as fontes de informações, para saber se elas são realmente basea-das em estudos científicos.

É estimado que 1/4 da população já passou por um episó-dio de reação adversa a algum alimento, sendo que a alergia ali-mentar (AA) é o tipo que ocorre com mais frequência em crian-ças abaixo de 3 anos (10-15%), mas também ocorre em pesso-as mais velhas (6-8%). São as mais estudadas pela frequência com que ocorre e pela severidade dos sintomas desencadea-dos com pouca quantidade do alimento (Sanchez, 2013), como a anafilaxia.

As alergias surgem de um grupo de 8 alimentos que são mais alergênicos (leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, casta-

no seu filho para que eles possam auxiliar da melhor maneira possível a diagnosticar corretamente essa condição e a lidar com a situação.

REFERÊNCIAS:

1About Food Allergies. Egg Allergy. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/egg-allergy

2Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

3Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Alergia Alimentar. 2009.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

4Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Food allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/food-allergy/ba-sics/definition/con-20019293

5ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://asbai.org.br/revistas/vol356/Guia-35-6.pdf

6Fleury: Medicina e Saúde. Reação adversa à vacinação. 2011.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/reacao-adversa-a-vacinacao.aspx

7Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

8Portal G1. Nutricionista apresenta substitutos do ovo, do leite e da farinha e faz bolo. Out/2014.Disponível em: http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2014/10/nutricionis-ta-apresenta-substitutos-do-ovo-do-leite-e-da-farinha-e-faz-bolo.html

Lemon-Mulé H, Sampson HA, Sicherer SH, Shreffler WG, Noone S, Nowak-Wegr-zyn A. Imunologic changes in children with egg allergy ingestinting extensively heated egg. J Allergy Clin Immunol 2008;122:977-83.Disponível em: http://www.jacionline.org/article/S0091--6749%2808%2901668-0/abstract

De todos os alimentos que ingerimos, o ovo é o que nos fornece as proteínas mais completas, além de fornecer gordu-ras, vitaminas e minerais. No entanto, é o segundo maior causa-dor de alergias alimentares, perdendo apenas para o leite de vaca1.

A alergia alimentar é caracterizada por uma hipersensibili-dade individual a uma ou mais proteínas que compõem deter-minados alimentos que após absorção, desencadeiam reações dependentes de mecanismos imunológicos2.

A clara de ovo é mais reconhecida por conter as proteínas alergênicas, no entanto, a gema também pode apresentá-las, uma vez que é quase impossível separar a gema e a clara com-pletamente. Veja quais são1,3:

Clara Albumina Ovalbumina Ovomucoide Ovotransferrina Ovomucina Lisozima

Page 51: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

nhas, peixes e frutos do mar), devido à sua composição alta-mente proteica. As intolerâncias podem surgir por um número muito maior de alimentos, dependendo da predisposição gené-tica, frequência e quantidade de consumo, ou pela mucosa in-testinal alterada.

POR QUE A INCIDÊNCIA DE ALERGIA ALIMENTAR É MAIOR?

As AAs são bem mais comuns entre crianças do que em adultos e geram um impacto social, financeiro e psicológico nestas famílias. Primeiro, porque não é sempre que o diagnós-tico é feito na primeira consulta médica. Segundo, que as con-sequências do contato frequente com o alimento causador da alergia são: má absorção de nutrientes, baixo crescimento, diarreias e dores na criança. Terceiro, porque após chegar a um diagnóstico é preciso modificar muitos hábitos alimentares e familiares para evitar contato da criança com a proteína.

O aleitamento materno por menos de 6 meses e baixa condição econômica são os maiores fatores para o desenvolvi-mento de alergias em crianças até 3 anos de idade (Sanchez, 2013). Em lactentes o leite de vaca está envolvido em 80% dos casos e os riscos aumentam à medida que os alimentos consumidos pela população são cada vez mais processados.

Um estudo observacional foi realizado em 2010 por pe-diatras gastroenterologistas brasileiros durante 40 dias, em 5 regiões diferentes do país. Os pacientes tinham menos de 2 anos de idade e a prevalência de alergia à proteína do leite de vaca (APLV) foi de 5,4% e a incidência foi de 2,2% (Vieira,

2010).

Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), 350 mil crianças brasileiras possuem APLV, 6 a 8% apresenta alergias alimentares verdadeiras e entre os adultos essa porcentagem é de 2 a 3%.

Embora na maioria dos casos a APLV suma após certa idade (5 a 7 anos, geralmente), este período é muito importan-te no desenvolvimento infantil e todo cuidado deve ser tomado para diagnosticar corretamente e fazer um melhor acompanhamento nutricional nesses casos.

INTOLERÂNCIA ALIMENTAR É MUITO FREQUENTE?

Sugere-se que quase metade da população seja intoleran-te a algum alimento, pois, diferente da alergia, o componente causador da intolerância não ser precisa ser necessariamente uma proteína. Ela pode ser causada por defeitos nas enzimas (intolerância à lactose), por reações tóxicas (aditivos alimenta-res), metabólicas (aminoácidos) ou farmacológicas (teobromina do chocolate).

A Doença Celíaca é uma intolerância ao glúten que até poucos anos atrás não era muito conhecida – mesmo entre a classe médica. Em 2011, pesquisadores suecos e sul-africanos fizeram, pela primeira vez, um levantamento global indicando que 42 mil crianças morrem por ano por causa da doença – no Brasil esse número chega a 200.

Alguns estudos internacionais mostram que 1 a cada 100 pessoas no mundo seja celíaco e, por incrível que pareça, mais da metade dessas pessoas não sabem que são portadoras da doença. No Brasil faltam levantamentos estatísticos, mas em 2007, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, apontou que esse número é de 1 a cada 214 brasileiros.

Há muito debate e controvérsias sobre o assunto da into-lerância à lactose. Alguns acreditam que até 70% dos brasilei-ros apresentam algum sintoma que pode ser relacionado à intolerância à lactose. Esta condição melhora com a simples retirada dos alimentos fontes de lactose (leite e derivados e vários produtos industrializados), mas todo o debate chama bastante atenção e gera muitas dúvidas. O que se sabe ao certo é que a maioria dos adultos no mundo (com exceção dos europeus e descendentes) tem a predisposição genética de parar a produção da enzima responsável pela digestão da lac-tose no organismo. Leia nosso artigo sobre o tema da Intole-rância à Lactose para maiores informações.

O QUE FAZER PARA DIMINUIR OS CASOS DE REAÇÕES ALIMENTARES?

Aleitamento materno exclusivo por, no mínimo, 6 meses e evitar oferecer alimentos potencialmente alergênicos (como leite de vaca, soja, etc.) para a crianças até 1 ano de idade são alguns cuidados importantes. A manutenção do aleitamente materno (embora não exclusivo) por mais que 6 meses também pode ajudar muito no desenvolvimento da criança. E durante a infância é fundamental evitar a introdução na dieta regular da

criança de alimentos altamente industrializados e processados (com corantes, conservantes, aditivos químicos, altas taxas de açúcares, etc.). Se tiver dúvidas sobre a composição de um pro-duto (presença de leite, glúten, ovos, soja, etc), pergunte e con-fira o rótulo atenciosamente. Leia nossa série de artigos sobre as alergias e intolerâncias mais comuns atualmente. Quanto mais informação, melhor.

REFERÊNCIAS:

Vieira MC, et al. A survey on clinical presentation and nutritional status of infants with suspected cow’ milk allergy. BMC Pediatrics 2010, 10:25.Disponível em: http://www.biomedcentral.com/1471-2431/10/25

Sánchez J. Epidemiology of food allergy in Latin America. Allergol Immunopathol (Madr), 2013.Disponível em: http://www.elsevier.es/eop/S0301-0546(13)00228-0.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecu-lar. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.56 no.2 São Paulo 2010.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104--42302010000200025&script=sci_arttext

Alergia Alimentar. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. Reportagem Fantástico (Out/2014).Disponível em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350--mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html

Intolerância à lactose atinge até 70% dos adultos brasileiros. Portal Bem estar.Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/02/intolerancia-lac-tose-atinge-ate-70-dos-adultos-brasileiros.html

Doença celíaca. Revista Veja.Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estimativa-global-doen-ca-celiaca-mata-42-000-criancas-ao-ano

Alimentos que mais causam alergia em crianças. Revista Viva Saúde (Dez/2014).Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/alimentos-que--mais-causam-alergia-em-criancas/3828/

Como prevenir a alergia alimentar na infância. Revista Viva Saúde (Jan/2015)Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/como-preve-nir-a-alergia-alimentar-na-infancia/3944/

Gema Lipovitelina Fosvitina

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

Os sintomas da alergia ao ovo podem ser leves até mais graves (anafilaxia). Os sinais mais comuns podem ocorrer na pele (urticária, coceiras, eczema, inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios), no sistema respiratório (tosse seca e constante, espirros, secreção e congestão nasal, dificuldade na respira-ção) e no trato gastrointestinal (dores abdominais, diarreias, náuseas e vômitos)2,3,4.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

A determinação da IgE específica auxilia apenas na identi-ficação das alergias alimentares imediatas, mediadas por IgE, ou nas reações mistas. Os testes cutâneos são simples e rápi-dos, e avaliam a sensibilização aos alérgenos. Um médico es-pecializado é capaz de interpretar corretamente os resulta-dos2.

Já os testes de provocação oral são considerados fidedig-nos para estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar. Aqui o paciente recebe uma oferta de alimento alergênico ou placebo em doses crescentes e intervalos regulares, sob supervisão médica, com constante monitoramento de possíveis reações clínicas2.

TRATAMENTO

A alergia a ovo é tratada com a exclusão do alimento na dieta e de produtos alimentícios feitos com ovos5.

Estudos têm mostrado que muitos indivíduos com alergia ao ovo, mediada por IgE, podem conseguir tolerar o alimento na forma cozida. A explicação é que com o cozimento as prote-ínas mudam de configuração e deixam de ser alergênicas para o organismo5. No entanto, tais exposições nunca devem ser feitas sem acompanhamento médico em crianças diagnostica-das com a alergia.

Um dos pontos de atenção para os alérgicos ao ovo, prin-cipalmente para os pais destes, são as vacinas, pois algumas são produzidas com proteínas do ovo. Entre elas estão a trípli-ce viral (sarampo, caxumba, rubéola), cuja quantidade é muito pequena, a anti-influenza e o imunizante contra febre amare-la6.

Tais vacinas são contraindicadas dependendo da quanti-dade de proteína do ovo presente e da história de reações an-teriores. No entanto, elas poderão ser administradas, mas sob supervisão médica por até 30 minutos após a tomada. Se você ou seu filho são alérgicos a ovos, informe isso ao médico antes de receber a vacina6.

COMO POSSO PREVENIR A ALERGIA AO OVO?

A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamen-to materno exclusivo até seis meses para prevenir o desenvol-vimento de alergias alimentares, incluindo a alergia a ovo7. Grávidas e lactantes não devem restringir seu consumo para preveni-la.

Recomenda-se que os ovos sejam introduzidos na dieta da criança somente após os 2 anos7. Logo, evite oferecer à criança os alimentos que provavelmente terão ovos acresci-dos, por fazer parte dos ingredientes da receita1:

Produtos de panificação (brownies, cookies, bolos, muffins, tortas e alguns cremes); Salgados e empanados de lanchonete; Nuggets; Cremes, pudins e sorvetes; Massas com ovos na composição (olhe o rótulo); Marshmallows, marzipan, nougat; Maionese (algumas no mercado são sem ovos, verifique o rótulo); Panquecas e waffles; Molho tártaro.

A leitura dos rótulos é uma parte importante e deve se tornar um hábito na vida do alérgico ou dos pais de alérgicos. Não é tarefa fácil decifrar tudo o que vem escrito na composi-ção, mas fique atento a estes ingredientes:

Binder; Coagulante; Emulsionante; Albumina (proteína do ovo); Globulina/Lecitina (se estiver especificado que é soja, sem problemas); Livetin/Lisozima; Qualquer palavra que comece com ovo: ovalbumina, ovoglo-bulina, ovomucina, ovomucoide, ovotransferrina e ovovitelina; Simplesse (substituto de gordura à base de leite e ovo); Vitelina.

SUBSTITUINDO OS OVOS NA RECEITA

É possível substituir os ovos nas preparações. Veja as su-gestões abaixo que equivalem para um ovo8:

1 colher de sopa de linhaça de molho em 3 colheres de sopa de água por quinze minutos. Utilize o gel que se formou; Prepare purês de frutas com maçã e banana, podendo ser meia xícara de banana ou outra fruta amassada (purê); Três colheres de chá de bicarbonato de sódio diluído em água; ¼ de xicara de iogurte de soja ou natural; Purê de batata. Ovos representam uma fonte de alimento muito importan-te, especialmente para idosos, gestantes, crianças a partir de certa idade, atletas e pessoas debilitadas. Converse com seu médico ou nutricionista sobre a suspeita de alergia em você ou

Muitas pessoas não toleram certos alimentos e os motivos podem ser diversos, mas os mais frequentes são por intolerân-cias e alergias alimentares. Hoje em dia, a alimentação da popu-lação em geral é muito industrializada e usa muitos aditivos químicos, o que pode ser uma das causas do aumento dessas reações adversas aos alimentos. A mídia tem dado uma atenção maior ao assunto, o que é bom para aumentar o conhecimento pela população em geral em relação às alergias e intolerâncias alimentares, mas é importante ter sempre cuidado e verificar as fontes de informações, para saber se elas são realmente basea-das em estudos científicos.

É estimado que 1/4 da população já passou por um episó-dio de reação adversa a algum alimento, sendo que a alergia ali-mentar (AA) é o tipo que ocorre com mais frequência em crian-ças abaixo de 3 anos (10-15%), mas também ocorre em pesso-as mais velhas (6-8%). São as mais estudadas pela frequência com que ocorre e pela severidade dos sintomas desencadea-dos com pouca quantidade do alimento (Sanchez, 2013), como a anafilaxia.

As alergias surgem de um grupo de 8 alimentos que são mais alergênicos (leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, casta-

no seu filho para que eles possam auxiliar da melhor maneira possível a diagnosticar corretamente essa condição e a lidar com a situação.

REFERÊNCIAS:

1About Food Allergies. Egg Allergy. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/egg-allergy

2Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

3Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Alergia Alimentar. 2009.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

4Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Food allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/food-allergy/ba-sics/definition/con-20019293

5ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://asbai.org.br/revistas/vol356/Guia-35-6.pdf

6Fleury: Medicina e Saúde. Reação adversa à vacinação. 2011.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/reacao-adversa-a-vacinacao.aspx

7Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

8Portal G1. Nutricionista apresenta substitutos do ovo, do leite e da farinha e faz bolo. Out/2014.Disponível em: http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2014/10/nutricionis-ta-apresenta-substitutos-do-ovo-do-leite-e-da-farinha-e-faz-bolo.html

Lemon-Mulé H, Sampson HA, Sicherer SH, Shreffler WG, Noone S, Nowak-Wegr-zyn A. Imunologic changes in children with egg allergy ingestinting extensively heated egg. J Allergy Clin Immunol 2008;122:977-83.Disponível em: http://www.jacionline.org/article/S0091--6749%2808%2901668-0/abstract

De todos os alimentos que ingerimos, o ovo é o que nos fornece as proteínas mais completas, além de fornecer gordu-ras, vitaminas e minerais. No entanto, é o segundo maior causa-dor de alergias alimentares, perdendo apenas para o leite de vaca1.

A alergia alimentar é caracterizada por uma hipersensibili-dade individual a uma ou mais proteínas que compõem deter-minados alimentos que após absorção, desencadeiam reações dependentes de mecanismos imunológicos2.

A clara de ovo é mais reconhecida por conter as proteínas alergênicas, no entanto, a gema também pode apresentá-las, uma vez que é quase impossível separar a gema e a clara com-pletamente. Veja quais são1,3:

Clara Albumina Ovalbumina Ovomucoide Ovotransferrina Ovomucina Lisozima

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nhas, peixes e frutos do mar), devido à sua composição alta-mente proteica. As intolerâncias podem surgir por um número muito maior de alimentos, dependendo da predisposição gené-tica, frequência e quantidade de consumo, ou pela mucosa in-testinal alterada.

POR QUE A INCIDÊNCIA DE ALERGIA ALIMENTAR É MAIOR?

As AAs são bem mais comuns entre crianças do que em adultos e geram um impacto social, financeiro e psicológico nestas famílias. Primeiro, porque não é sempre que o diagnós-tico é feito na primeira consulta médica. Segundo, que as con-sequências do contato frequente com o alimento causador da alergia são: má absorção de nutrientes, baixo crescimento, diarreias e dores na criança. Terceiro, porque após chegar a um diagnóstico é preciso modificar muitos hábitos alimentares e familiares para evitar contato da criança com a proteína.

O aleitamento materno por menos de 6 meses e baixa condição econômica são os maiores fatores para o desenvolvi-mento de alergias em crianças até 3 anos de idade (Sanchez, 2013). Em lactentes o leite de vaca está envolvido em 80% dos casos e os riscos aumentam à medida que os alimentos consumidos pela população são cada vez mais processados.

Um estudo observacional foi realizado em 2010 por pe-diatras gastroenterologistas brasileiros durante 40 dias, em 5 regiões diferentes do país. Os pacientes tinham menos de 2 anos de idade e a prevalência de alergia à proteína do leite de vaca (APLV) foi de 5,4% e a incidência foi de 2,2% (Vieira,

2010).

Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), 350 mil crianças brasileiras possuem APLV, 6 a 8% apresenta alergias alimentares verdadeiras e entre os adultos essa porcentagem é de 2 a 3%.

Embora na maioria dos casos a APLV suma após certa idade (5 a 7 anos, geralmente), este período é muito importan-te no desenvolvimento infantil e todo cuidado deve ser tomado para diagnosticar corretamente e fazer um melhor acompanhamento nutricional nesses casos.

INTOLERÂNCIA ALIMENTAR É MUITO FREQUENTE?

Sugere-se que quase metade da população seja intoleran-te a algum alimento, pois, diferente da alergia, o componente causador da intolerância não ser precisa ser necessariamente uma proteína. Ela pode ser causada por defeitos nas enzimas (intolerância à lactose), por reações tóxicas (aditivos alimenta-res), metabólicas (aminoácidos) ou farmacológicas (teobromina do chocolate).

A Doença Celíaca é uma intolerância ao glúten que até poucos anos atrás não era muito conhecida – mesmo entre a classe médica. Em 2011, pesquisadores suecos e sul-africanos fizeram, pela primeira vez, um levantamento global indicando que 42 mil crianças morrem por ano por causa da doença – no Brasil esse número chega a 200.

Alguns estudos internacionais mostram que 1 a cada 100 pessoas no mundo seja celíaco e, por incrível que pareça, mais da metade dessas pessoas não sabem que são portadoras da doença. No Brasil faltam levantamentos estatísticos, mas em 2007, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, apontou que esse número é de 1 a cada 214 brasileiros.

Há muito debate e controvérsias sobre o assunto da into-lerância à lactose. Alguns acreditam que até 70% dos brasilei-ros apresentam algum sintoma que pode ser relacionado à intolerância à lactose. Esta condição melhora com a simples retirada dos alimentos fontes de lactose (leite e derivados e vários produtos industrializados), mas todo o debate chama bastante atenção e gera muitas dúvidas. O que se sabe ao certo é que a maioria dos adultos no mundo (com exceção dos europeus e descendentes) tem a predisposição genética de parar a produção da enzima responsável pela digestão da lac-tose no organismo. Leia nosso artigo sobre o tema da Intole-rância à Lactose para maiores informações.

O QUE FAZER PARA DIMINUIR OS CASOS DE REAÇÕES ALIMENTARES?

Aleitamento materno exclusivo por, no mínimo, 6 meses e evitar oferecer alimentos potencialmente alergênicos (como leite de vaca, soja, etc.) para a crianças até 1 ano de idade são alguns cuidados importantes. A manutenção do aleitamente materno (embora não exclusivo) por mais que 6 meses também pode ajudar muito no desenvolvimento da criança. E durante a infância é fundamental evitar a introdução na dieta regular da

criança de alimentos altamente industrializados e processados (com corantes, conservantes, aditivos químicos, altas taxas de açúcares, etc.). Se tiver dúvidas sobre a composição de um pro-duto (presença de leite, glúten, ovos, soja, etc), pergunte e con-fira o rótulo atenciosamente. Leia nossa série de artigos sobre as alergias e intolerâncias mais comuns atualmente. Quanto mais informação, melhor.

REFERÊNCIAS:

Vieira MC, et al. A survey on clinical presentation and nutritional status of infants with suspected cow’ milk allergy. BMC Pediatrics 2010, 10:25.Disponível em: http://www.biomedcentral.com/1471-2431/10/25

Sánchez J. Epidemiology of food allergy in Latin America. Allergol Immunopathol (Madr), 2013.Disponível em: http://www.elsevier.es/eop/S0301-0546(13)00228-0.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecu-lar. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.56 no.2 São Paulo 2010.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104--42302010000200025&script=sci_arttext

Alergia Alimentar. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. Reportagem Fantástico (Out/2014).Disponível em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350--mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html

Intolerância à lactose atinge até 70% dos adultos brasileiros. Portal Bem estar.Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/02/intolerancia-lac-tose-atinge-ate-70-dos-adultos-brasileiros.html

Doença celíaca. Revista Veja.Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estimativa-global-doen-ca-celiaca-mata-42-000-criancas-ao-ano

Alimentos que mais causam alergia em crianças. Revista Viva Saúde (Dez/2014).Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/alimentos-que--mais-causam-alergia-em-criancas/3828/

Como prevenir a alergia alimentar na infância. Revista Viva Saúde (Jan/2015)Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/como-preve-nir-a-alergia-alimentar-na-infancia/3944/

Gema Lipovitelina Fosvitina

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

Os sintomas da alergia ao ovo podem ser leves até mais graves (anafilaxia). Os sinais mais comuns podem ocorrer na pele (urticária, coceiras, eczema, inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios), no sistema respiratório (tosse seca e constante, espirros, secreção e congestão nasal, dificuldade na respira-ção) e no trato gastrointestinal (dores abdominais, diarreias, náuseas e vômitos)2,3,4.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

A determinação da IgE específica auxilia apenas na identi-ficação das alergias alimentares imediatas, mediadas por IgE, ou nas reações mistas. Os testes cutâneos são simples e rápi-dos, e avaliam a sensibilização aos alérgenos. Um médico es-pecializado é capaz de interpretar corretamente os resulta-dos2.

Já os testes de provocação oral são considerados fidedig-nos para estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar. Aqui o paciente recebe uma oferta de alimento alergênico ou placebo em doses crescentes e intervalos regulares, sob supervisão médica, com constante monitoramento de possíveis reações clínicas2.

TRATAMENTO

A alergia a ovo é tratada com a exclusão do alimento na dieta e de produtos alimentícios feitos com ovos5.

Estudos têm mostrado que muitos indivíduos com alergia ao ovo, mediada por IgE, podem conseguir tolerar o alimento na forma cozida. A explicação é que com o cozimento as prote-ínas mudam de configuração e deixam de ser alergênicas para o organismo5. No entanto, tais exposições nunca devem ser feitas sem acompanhamento médico em crianças diagnostica-das com a alergia.

Um dos pontos de atenção para os alérgicos ao ovo, prin-cipalmente para os pais destes, são as vacinas, pois algumas são produzidas com proteínas do ovo. Entre elas estão a trípli-ce viral (sarampo, caxumba, rubéola), cuja quantidade é muito pequena, a anti-influenza e o imunizante contra febre amare-la6.

Tais vacinas são contraindicadas dependendo da quanti-dade de proteína do ovo presente e da história de reações an-teriores. No entanto, elas poderão ser administradas, mas sob supervisão médica por até 30 minutos após a tomada. Se você ou seu filho são alérgicos a ovos, informe isso ao médico antes de receber a vacina6.

COMO POSSO PREVENIR A ALERGIA AO OVO?

A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamen-to materno exclusivo até seis meses para prevenir o desenvol-vimento de alergias alimentares, incluindo a alergia a ovo7. Grávidas e lactantes não devem restringir seu consumo para preveni-la.

Recomenda-se que os ovos sejam introduzidos na dieta da criança somente após os 2 anos7. Logo, evite oferecer à criança os alimentos que provavelmente terão ovos acresci-dos, por fazer parte dos ingredientes da receita1:

Produtos de panificação (brownies, cookies, bolos, muffins, tortas e alguns cremes); Salgados e empanados de lanchonete; Nuggets; Cremes, pudins e sorvetes; Massas com ovos na composição (olhe o rótulo); Marshmallows, marzipan, nougat; Maionese (algumas no mercado são sem ovos, verifique o rótulo); Panquecas e waffles; Molho tártaro.

A leitura dos rótulos é uma parte importante e deve se tornar um hábito na vida do alérgico ou dos pais de alérgicos. Não é tarefa fácil decifrar tudo o que vem escrito na composi-ção, mas fique atento a estes ingredientes:

Binder; Coagulante; Emulsionante; Albumina (proteína do ovo); Globulina/Lecitina (se estiver especificado que é soja, sem problemas); Livetin/Lisozima; Qualquer palavra que comece com ovo: ovalbumina, ovoglo-bulina, ovomucina, ovomucoide, ovotransferrina e ovovitelina; Simplesse (substituto de gordura à base de leite e ovo); Vitelina.

SUBSTITUINDO OS OVOS NA RECEITA

É possível substituir os ovos nas preparações. Veja as su-gestões abaixo que equivalem para um ovo8:

1 colher de sopa de linhaça de molho em 3 colheres de sopa de água por quinze minutos. Utilize o gel que se formou; Prepare purês de frutas com maçã e banana, podendo ser meia xícara de banana ou outra fruta amassada (purê); Três colheres de chá de bicarbonato de sódio diluído em água; ¼ de xicara de iogurte de soja ou natural; Purê de batata. Ovos representam uma fonte de alimento muito importan-te, especialmente para idosos, gestantes, crianças a partir de certa idade, atletas e pessoas debilitadas. Converse com seu médico ou nutricionista sobre a suspeita de alergia em você ou

Muitas pessoas não toleram certos alimentos e os motivos podem ser diversos, mas os mais frequentes são por intolerân-cias e alergias alimentares. Hoje em dia, a alimentação da popu-lação em geral é muito industrializada e usa muitos aditivos químicos, o que pode ser uma das causas do aumento dessas reações adversas aos alimentos. A mídia tem dado uma atenção maior ao assunto, o que é bom para aumentar o conhecimento pela população em geral em relação às alergias e intolerâncias alimentares, mas é importante ter sempre cuidado e verificar as fontes de informações, para saber se elas são realmente basea-das em estudos científicos.

É estimado que 1/4 da população já passou por um episó-dio de reação adversa a algum alimento, sendo que a alergia ali-mentar (AA) é o tipo que ocorre com mais frequência em crian-ças abaixo de 3 anos (10-15%), mas também ocorre em pesso-as mais velhas (6-8%). São as mais estudadas pela frequência com que ocorre e pela severidade dos sintomas desencadea-dos com pouca quantidade do alimento (Sanchez, 2013), como a anafilaxia.

As alergias surgem de um grupo de 8 alimentos que são mais alergênicos (leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, casta-

no seu filho para que eles possam auxiliar da melhor maneira possível a diagnosticar corretamente essa condição e a lidar com a situação.

REFERÊNCIAS:

1About Food Allergies. Egg Allergy. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/egg-allergy

2Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

3Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Alergia Alimentar. 2009.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

4Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Food allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/food-allergy/ba-sics/definition/con-20019293

5ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://asbai.org.br/revistas/vol356/Guia-35-6.pdf

6Fleury: Medicina e Saúde. Reação adversa à vacinação. 2011.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/reacao-adversa-a-vacinacao.aspx

7Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

8Portal G1. Nutricionista apresenta substitutos do ovo, do leite e da farinha e faz bolo. Out/2014.Disponível em: http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2014/10/nutricionis-ta-apresenta-substitutos-do-ovo-do-leite-e-da-farinha-e-faz-bolo.html

Lemon-Mulé H, Sampson HA, Sicherer SH, Shreffler WG, Noone S, Nowak-Wegr-zyn A. Imunologic changes in children with egg allergy ingestinting extensively heated egg. J Allergy Clin Immunol 2008;122:977-83.Disponível em: http://www.jacionline.org/article/S0091--6749%2808%2901668-0/abstract

De todos os alimentos que ingerimos, o ovo é o que nos fornece as proteínas mais completas, além de fornecer gordu-ras, vitaminas e minerais. No entanto, é o segundo maior causa-dor de alergias alimentares, perdendo apenas para o leite de vaca1.

A alergia alimentar é caracterizada por uma hipersensibili-dade individual a uma ou mais proteínas que compõem deter-minados alimentos que após absorção, desencadeiam reações dependentes de mecanismos imunológicos2.

A clara de ovo é mais reconhecida por conter as proteínas alergênicas, no entanto, a gema também pode apresentá-las, uma vez que é quase impossível separar a gema e a clara com-pletamente. Veja quais são1,3:

Clara Albumina Ovalbumina Ovomucoide Ovotransferrina Ovomucina Lisozima

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nhas, peixes e frutos do mar), devido à sua composição alta-mente proteica. As intolerâncias podem surgir por um número muito maior de alimentos, dependendo da predisposição gené-tica, frequência e quantidade de consumo, ou pela mucosa in-testinal alterada.

POR QUE A INCIDÊNCIA DE ALERGIA ALIMENTAR É MAIOR?

As AAs são bem mais comuns entre crianças do que em adultos e geram um impacto social, financeiro e psicológico nestas famílias. Primeiro, porque não é sempre que o diagnós-tico é feito na primeira consulta médica. Segundo, que as con-sequências do contato frequente com o alimento causador da alergia são: má absorção de nutrientes, baixo crescimento, diarreias e dores na criança. Terceiro, porque após chegar a um diagnóstico é preciso modificar muitos hábitos alimentares e familiares para evitar contato da criança com a proteína.

O aleitamento materno por menos de 6 meses e baixa condição econômica são os maiores fatores para o desenvolvi-mento de alergias em crianças até 3 anos de idade (Sanchez, 2013). Em lactentes o leite de vaca está envolvido em 80% dos casos e os riscos aumentam à medida que os alimentos consumidos pela população são cada vez mais processados.

Um estudo observacional foi realizado em 2010 por pe-diatras gastroenterologistas brasileiros durante 40 dias, em 5 regiões diferentes do país. Os pacientes tinham menos de 2 anos de idade e a prevalência de alergia à proteína do leite de vaca (APLV) foi de 5,4% e a incidência foi de 2,2% (Vieira,

2010).

Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), 350 mil crianças brasileiras possuem APLV, 6 a 8% apresenta alergias alimentares verdadeiras e entre os adultos essa porcentagem é de 2 a 3%.

Embora na maioria dos casos a APLV suma após certa idade (5 a 7 anos, geralmente), este período é muito importan-te no desenvolvimento infantil e todo cuidado deve ser tomado para diagnosticar corretamente e fazer um melhor acompanhamento nutricional nesses casos.

INTOLERÂNCIA ALIMENTAR É MUITO FREQUENTE?

Sugere-se que quase metade da população seja intoleran-te a algum alimento, pois, diferente da alergia, o componente causador da intolerância não ser precisa ser necessariamente uma proteína. Ela pode ser causada por defeitos nas enzimas (intolerância à lactose), por reações tóxicas (aditivos alimenta-res), metabólicas (aminoácidos) ou farmacológicas (teobromina do chocolate).

A Doença Celíaca é uma intolerância ao glúten que até poucos anos atrás não era muito conhecida – mesmo entre a classe médica. Em 2011, pesquisadores suecos e sul-africanos fizeram, pela primeira vez, um levantamento global indicando que 42 mil crianças morrem por ano por causa da doença – no Brasil esse número chega a 200.

Alguns estudos internacionais mostram que 1 a cada 100 pessoas no mundo seja celíaco e, por incrível que pareça, mais da metade dessas pessoas não sabem que são portadoras da doença. No Brasil faltam levantamentos estatísticos, mas em 2007, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, apontou que esse número é de 1 a cada 214 brasileiros.

Há muito debate e controvérsias sobre o assunto da into-lerância à lactose. Alguns acreditam que até 70% dos brasilei-ros apresentam algum sintoma que pode ser relacionado à intolerância à lactose. Esta condição melhora com a simples retirada dos alimentos fontes de lactose (leite e derivados e vários produtos industrializados), mas todo o debate chama bastante atenção e gera muitas dúvidas. O que se sabe ao certo é que a maioria dos adultos no mundo (com exceção dos europeus e descendentes) tem a predisposição genética de parar a produção da enzima responsável pela digestão da lac-tose no organismo. Leia nosso artigo sobre o tema da Intole-rância à Lactose para maiores informações.

O QUE FAZER PARA DIMINUIR OS CASOS DE REAÇÕES ALIMENTARES?

Aleitamento materno exclusivo por, no mínimo, 6 meses e evitar oferecer alimentos potencialmente alergênicos (como leite de vaca, soja, etc.) para a crianças até 1 ano de idade são alguns cuidados importantes. A manutenção do aleitamente materno (embora não exclusivo) por mais que 6 meses também pode ajudar muito no desenvolvimento da criança. E durante a infância é fundamental evitar a introdução na dieta regular da

criança de alimentos altamente industrializados e processados (com corantes, conservantes, aditivos químicos, altas taxas de açúcares, etc.). Se tiver dúvidas sobre a composição de um pro-duto (presença de leite, glúten, ovos, soja, etc), pergunte e con-fira o rótulo atenciosamente. Leia nossa série de artigos sobre as alergias e intolerâncias mais comuns atualmente. Quanto mais informação, melhor.

REFERÊNCIAS:

Vieira MC, et al. A survey on clinical presentation and nutritional status of infants with suspected cow’ milk allergy. BMC Pediatrics 2010, 10:25.Disponível em: http://www.biomedcentral.com/1471-2431/10/25

Sánchez J. Epidemiology of food allergy in Latin America. Allergol Immunopathol (Madr), 2013.Disponível em: http://www.elsevier.es/eop/S0301-0546(13)00228-0.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecu-lar. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.56 no.2 São Paulo 2010.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104--42302010000200025&script=sci_arttext

Alergia Alimentar. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. Reportagem Fantástico (Out/2014).Disponível em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350--mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html

Intolerância à lactose atinge até 70% dos adultos brasileiros. Portal Bem estar.Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/02/intolerancia-lac-tose-atinge-ate-70-dos-adultos-brasileiros.html

Doença celíaca. Revista Veja.Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estimativa-global-doen-ca-celiaca-mata-42-000-criancas-ao-ano

Alimentos que mais causam alergia em crianças. Revista Viva Saúde (Dez/2014).Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/alimentos-que--mais-causam-alergia-em-criancas/3828/

Como prevenir a alergia alimentar na infância. Revista Viva Saúde (Jan/2015)Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/como-preve-nir-a-alergia-alimentar-na-infancia/3944/

Gema Lipovitelina Fosvitina

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

Os sintomas da alergia ao ovo podem ser leves até mais graves (anafilaxia). Os sinais mais comuns podem ocorrer na pele (urticária, coceiras, eczema, inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios), no sistema respiratório (tosse seca e constante, espirros, secreção e congestão nasal, dificuldade na respira-ção) e no trato gastrointestinal (dores abdominais, diarreias, náuseas e vômitos)2,3,4.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

A determinação da IgE específica auxilia apenas na identi-ficação das alergias alimentares imediatas, mediadas por IgE, ou nas reações mistas. Os testes cutâneos são simples e rápi-dos, e avaliam a sensibilização aos alérgenos. Um médico es-pecializado é capaz de interpretar corretamente os resulta-dos2.

Já os testes de provocação oral são considerados fidedig-nos para estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar. Aqui o paciente recebe uma oferta de alimento alergênico ou placebo em doses crescentes e intervalos regulares, sob supervisão médica, com constante monitoramento de possíveis reações clínicas2.

TRATAMENTO

A alergia a ovo é tratada com a exclusão do alimento na dieta e de produtos alimentícios feitos com ovos5.

Estudos têm mostrado que muitos indivíduos com alergia ao ovo, mediada por IgE, podem conseguir tolerar o alimento na forma cozida. A explicação é que com o cozimento as prote-ínas mudam de configuração e deixam de ser alergênicas para o organismo5. No entanto, tais exposições nunca devem ser feitas sem acompanhamento médico em crianças diagnostica-das com a alergia.

Um dos pontos de atenção para os alérgicos ao ovo, prin-cipalmente para os pais destes, são as vacinas, pois algumas são produzidas com proteínas do ovo. Entre elas estão a trípli-ce viral (sarampo, caxumba, rubéola), cuja quantidade é muito pequena, a anti-influenza e o imunizante contra febre amare-la6.

Tais vacinas são contraindicadas dependendo da quanti-dade de proteína do ovo presente e da história de reações an-teriores. No entanto, elas poderão ser administradas, mas sob supervisão médica por até 30 minutos após a tomada. Se você ou seu filho são alérgicos a ovos, informe isso ao médico antes de receber a vacina6.

COMO POSSO PREVENIR A ALERGIA AO OVO?

A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamen-to materno exclusivo até seis meses para prevenir o desenvol-vimento de alergias alimentares, incluindo a alergia a ovo7. Grávidas e lactantes não devem restringir seu consumo para preveni-la.

Recomenda-se que os ovos sejam introduzidos na dieta da criança somente após os 2 anos7. Logo, evite oferecer à criança os alimentos que provavelmente terão ovos acresci-dos, por fazer parte dos ingredientes da receita1:

Produtos de panificação (brownies, cookies, bolos, muffins, tortas e alguns cremes); Salgados e empanados de lanchonete; Nuggets; Cremes, pudins e sorvetes; Massas com ovos na composição (olhe o rótulo); Marshmallows, marzipan, nougat; Maionese (algumas no mercado são sem ovos, verifique o rótulo); Panquecas e waffles; Molho tártaro.

A leitura dos rótulos é uma parte importante e deve se tornar um hábito na vida do alérgico ou dos pais de alérgicos. Não é tarefa fácil decifrar tudo o que vem escrito na composi-ção, mas fique atento a estes ingredientes:

Binder; Coagulante; Emulsionante; Albumina (proteína do ovo); Globulina/Lecitina (se estiver especificado que é soja, sem problemas); Livetin/Lisozima; Qualquer palavra que comece com ovo: ovalbumina, ovoglo-bulina, ovomucina, ovomucoide, ovotransferrina e ovovitelina; Simplesse (substituto de gordura à base de leite e ovo); Vitelina.

SUBSTITUINDO OS OVOS NA RECEITA

É possível substituir os ovos nas preparações. Veja as su-gestões abaixo que equivalem para um ovo8:

1 colher de sopa de linhaça de molho em 3 colheres de sopa de água por quinze minutos. Utilize o gel que se formou; Prepare purês de frutas com maçã e banana, podendo ser meia xícara de banana ou outra fruta amassada (purê); Três colheres de chá de bicarbonato de sódio diluído em água; ¼ de xicara de iogurte de soja ou natural; Purê de batata. Ovos representam uma fonte de alimento muito importan-te, especialmente para idosos, gestantes, crianças a partir de certa idade, atletas e pessoas debilitadas. Converse com seu médico ou nutricionista sobre a suspeita de alergia em você ou

Muitas pessoas não toleram certos alimentos e os motivos podem ser diversos, mas os mais frequentes são por intolerân-cias e alergias alimentares. Hoje em dia, a alimentação da popu-lação em geral é muito industrializada e usa muitos aditivos químicos, o que pode ser uma das causas do aumento dessas reações adversas aos alimentos. A mídia tem dado uma atenção maior ao assunto, o que é bom para aumentar o conhecimento pela população em geral em relação às alergias e intolerâncias alimentares, mas é importante ter sempre cuidado e verificar as fontes de informações, para saber se elas são realmente basea-das em estudos científicos.

É estimado que 1/4 da população já passou por um episó-dio de reação adversa a algum alimento, sendo que a alergia ali-mentar (AA) é o tipo que ocorre com mais frequência em crian-ças abaixo de 3 anos (10-15%), mas também ocorre em pesso-as mais velhas (6-8%). São as mais estudadas pela frequência com que ocorre e pela severidade dos sintomas desencadea-dos com pouca quantidade do alimento (Sanchez, 2013), como a anafilaxia.

As alergias surgem de um grupo de 8 alimentos que são mais alergênicos (leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, casta-

no seu filho para que eles possam auxiliar da melhor maneira possível a diagnosticar corretamente essa condição e a lidar com a situação.

REFERÊNCIAS:

1About Food Allergies. Egg Allergy. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/egg-allergy

2Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

3Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Alergia Alimentar. 2009.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

4Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Food allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/food-allergy/ba-sics/definition/con-20019293

5ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://asbai.org.br/revistas/vol356/Guia-35-6.pdf

6Fleury: Medicina e Saúde. Reação adversa à vacinação. 2011.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/reacao-adversa-a-vacinacao.aspx

7Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

8Portal G1. Nutricionista apresenta substitutos do ovo, do leite e da farinha e faz bolo. Out/2014.Disponível em: http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2014/10/nutricionis-ta-apresenta-substitutos-do-ovo-do-leite-e-da-farinha-e-faz-bolo.html

Lemon-Mulé H, Sampson HA, Sicherer SH, Shreffler WG, Noone S, Nowak-Wegr-zyn A. Imunologic changes in children with egg allergy ingestinting extensively heated egg. J Allergy Clin Immunol 2008;122:977-83.Disponível em: http://www.jacionline.org/article/S0091--6749%2808%2901668-0/abstract

De todos os alimentos que ingerimos, o ovo é o que nos fornece as proteínas mais completas, além de fornecer gordu-ras, vitaminas e minerais. No entanto, é o segundo maior causa-dor de alergias alimentares, perdendo apenas para o leite de vaca1.

A alergia alimentar é caracterizada por uma hipersensibili-dade individual a uma ou mais proteínas que compõem deter-minados alimentos que após absorção, desencadeiam reações dependentes de mecanismos imunológicos2.

A clara de ovo é mais reconhecida por conter as proteínas alergênicas, no entanto, a gema também pode apresentá-las, uma vez que é quase impossível separar a gema e a clara com-pletamente. Veja quais são1,3:

Clara Albumina Ovalbumina Ovomucoide Ovotransferrina Ovomucina Lisozima

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nhas, peixes e frutos do mar), devido à sua composição alta-mente proteica. As intolerâncias podem surgir por um número muito maior de alimentos, dependendo da predisposição gené-tica, frequência e quantidade de consumo, ou pela mucosa in-testinal alterada.

POR QUE A INCIDÊNCIA DE ALERGIA ALIMENTAR É MAIOR?

As AAs são bem mais comuns entre crianças do que em adultos e geram um impacto social, financeiro e psicológico nestas famílias. Primeiro, porque não é sempre que o diagnós-tico é feito na primeira consulta médica. Segundo, que as con-sequências do contato frequente com o alimento causador da alergia são: má absorção de nutrientes, baixo crescimento, diarreias e dores na criança. Terceiro, porque após chegar a um diagnóstico é preciso modificar muitos hábitos alimentares e familiares para evitar contato da criança com a proteína.

O aleitamento materno por menos de 6 meses e baixa condição econômica são os maiores fatores para o desenvolvi-mento de alergias em crianças até 3 anos de idade (Sanchez, 2013). Em lactentes o leite de vaca está envolvido em 80% dos casos e os riscos aumentam à medida que os alimentos consumidos pela população são cada vez mais processados.

Um estudo observacional foi realizado em 2010 por pe-diatras gastroenterologistas brasileiros durante 40 dias, em 5 regiões diferentes do país. Os pacientes tinham menos de 2 anos de idade e a prevalência de alergia à proteína do leite de vaca (APLV) foi de 5,4% e a incidência foi de 2,2% (Vieira,

2010).

Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), 350 mil crianças brasileiras possuem APLV, 6 a 8% apresenta alergias alimentares verdadeiras e entre os adultos essa porcentagem é de 2 a 3%.

Embora na maioria dos casos a APLV suma após certa idade (5 a 7 anos, geralmente), este período é muito importan-te no desenvolvimento infantil e todo cuidado deve ser tomado para diagnosticar corretamente e fazer um melhor acompanhamento nutricional nesses casos.

INTOLERÂNCIA ALIMENTAR É MUITO FREQUENTE?

Sugere-se que quase metade da população seja intoleran-te a algum alimento, pois, diferente da alergia, o componente causador da intolerância não ser precisa ser necessariamente uma proteína. Ela pode ser causada por defeitos nas enzimas (intolerância à lactose), por reações tóxicas (aditivos alimenta-res), metabólicas (aminoácidos) ou farmacológicas (teobromina do chocolate).

A Doença Celíaca é uma intolerância ao glúten que até poucos anos atrás não era muito conhecida – mesmo entre a classe médica. Em 2011, pesquisadores suecos e sul-africanos fizeram, pela primeira vez, um levantamento global indicando que 42 mil crianças morrem por ano por causa da doença – no Brasil esse número chega a 200.

Alguns estudos internacionais mostram que 1 a cada 100 pessoas no mundo seja celíaco e, por incrível que pareça, mais da metade dessas pessoas não sabem que são portadoras da doença. No Brasil faltam levantamentos estatísticos, mas em 2007, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, apontou que esse número é de 1 a cada 214 brasileiros.

Há muito debate e controvérsias sobre o assunto da into-lerância à lactose. Alguns acreditam que até 70% dos brasilei-ros apresentam algum sintoma que pode ser relacionado à intolerância à lactose. Esta condição melhora com a simples retirada dos alimentos fontes de lactose (leite e derivados e vários produtos industrializados), mas todo o debate chama bastante atenção e gera muitas dúvidas. O que se sabe ao certo é que a maioria dos adultos no mundo (com exceção dos europeus e descendentes) tem a predisposição genética de parar a produção da enzima responsável pela digestão da lac-tose no organismo. Leia nosso artigo sobre o tema da Intole-rância à Lactose para maiores informações.

O QUE FAZER PARA DIMINUIR OS CASOS DE REAÇÕES ALIMENTARES?

Aleitamento materno exclusivo por, no mínimo, 6 meses e evitar oferecer alimentos potencialmente alergênicos (como leite de vaca, soja, etc.) para a crianças até 1 ano de idade são alguns cuidados importantes. A manutenção do aleitamente materno (embora não exclusivo) por mais que 6 meses também pode ajudar muito no desenvolvimento da criança. E durante a infância é fundamental evitar a introdução na dieta regular da

criança de alimentos altamente industrializados e processados (com corantes, conservantes, aditivos químicos, altas taxas de açúcares, etc.). Se tiver dúvidas sobre a composição de um pro-duto (presença de leite, glúten, ovos, soja, etc), pergunte e con-fira o rótulo atenciosamente. Leia nossa série de artigos sobre as alergias e intolerâncias mais comuns atualmente. Quanto mais informação, melhor.

REFERÊNCIAS:

Vieira MC, et al. A survey on clinical presentation and nutritional status of infants with suspected cow’ milk allergy. BMC Pediatrics 2010, 10:25.Disponível em: http://www.biomedcentral.com/1471-2431/10/25

Sánchez J. Epidemiology of food allergy in Latin America. Allergol Immunopathol (Madr), 2013.Disponível em: http://www.elsevier.es/eop/S0301-0546(13)00228-0.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecu-lar. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.56 no.2 São Paulo 2010.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104--42302010000200025&script=sci_arttext

Alergia Alimentar. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. Reportagem Fantástico (Out/2014).Disponível em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350--mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html

Intolerância à lactose atinge até 70% dos adultos brasileiros. Portal Bem estar.Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/02/intolerancia-lac-tose-atinge-ate-70-dos-adultos-brasileiros.html

Doença celíaca. Revista Veja.Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estimativa-global-doen-ca-celiaca-mata-42-000-criancas-ao-ano

Alimentos que mais causam alergia em crianças. Revista Viva Saúde (Dez/2014).Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/alimentos-que--mais-causam-alergia-em-criancas/3828/

Como prevenir a alergia alimentar na infância. Revista Viva Saúde (Jan/2015)Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/como-preve-nir-a-alergia-alimentar-na-infancia/3944/

Gema Lipovitelina Fosvitina

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

Os sintomas da alergia ao ovo podem ser leves até mais graves (anafilaxia). Os sinais mais comuns podem ocorrer na pele (urticária, coceiras, eczema, inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios), no sistema respiratório (tosse seca e constante, espirros, secreção e congestão nasal, dificuldade na respira-ção) e no trato gastrointestinal (dores abdominais, diarreias, náuseas e vômitos)2,3,4.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

A determinação da IgE específica auxilia apenas na identi-ficação das alergias alimentares imediatas, mediadas por IgE, ou nas reações mistas. Os testes cutâneos são simples e rápi-dos, e avaliam a sensibilização aos alérgenos. Um médico es-pecializado é capaz de interpretar corretamente os resulta-dos2.

Já os testes de provocação oral são considerados fidedig-nos para estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar. Aqui o paciente recebe uma oferta de alimento alergênico ou placebo em doses crescentes e intervalos regulares, sob supervisão médica, com constante monitoramento de possíveis reações clínicas2.

TRATAMENTO

A alergia a ovo é tratada com a exclusão do alimento na dieta e de produtos alimentícios feitos com ovos5.

Estudos têm mostrado que muitos indivíduos com alergia ao ovo, mediada por IgE, podem conseguir tolerar o alimento na forma cozida. A explicação é que com o cozimento as prote-ínas mudam de configuração e deixam de ser alergênicas para o organismo5. No entanto, tais exposições nunca devem ser feitas sem acompanhamento médico em crianças diagnostica-das com a alergia.

Um dos pontos de atenção para os alérgicos ao ovo, prin-cipalmente para os pais destes, são as vacinas, pois algumas são produzidas com proteínas do ovo. Entre elas estão a trípli-ce viral (sarampo, caxumba, rubéola), cuja quantidade é muito pequena, a anti-influenza e o imunizante contra febre amare-la6.

Tais vacinas são contraindicadas dependendo da quanti-dade de proteína do ovo presente e da história de reações an-teriores. No entanto, elas poderão ser administradas, mas sob supervisão médica por até 30 minutos após a tomada. Se você ou seu filho são alérgicos a ovos, informe isso ao médico antes de receber a vacina6.

COMO POSSO PREVENIR A ALERGIA AO OVO?

A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamen-to materno exclusivo até seis meses para prevenir o desenvol-vimento de alergias alimentares, incluindo a alergia a ovo7. Grávidas e lactantes não devem restringir seu consumo para preveni-la.

Recomenda-se que os ovos sejam introduzidos na dieta da criança somente após os 2 anos7. Logo, evite oferecer à criança os alimentos que provavelmente terão ovos acresci-dos, por fazer parte dos ingredientes da receita1:

Produtos de panificação (brownies, cookies, bolos, muffins, tortas e alguns cremes); Salgados e empanados de lanchonete; Nuggets; Cremes, pudins e sorvetes; Massas com ovos na composição (olhe o rótulo); Marshmallows, marzipan, nougat; Maionese (algumas no mercado são sem ovos, verifique o rótulo); Panquecas e waffles; Molho tártaro.

A leitura dos rótulos é uma parte importante e deve se tornar um hábito na vida do alérgico ou dos pais de alérgicos. Não é tarefa fácil decifrar tudo o que vem escrito na composi-ção, mas fique atento a estes ingredientes:

Binder; Coagulante; Emulsionante; Albumina (proteína do ovo); Globulina/Lecitina (se estiver especificado que é soja, sem problemas); Livetin/Lisozima; Qualquer palavra que comece com ovo: ovalbumina, ovoglo-bulina, ovomucina, ovomucoide, ovotransferrina e ovovitelina; Simplesse (substituto de gordura à base de leite e ovo); Vitelina.

SUBSTITUINDO OS OVOS NA RECEITA

É possível substituir os ovos nas preparações. Veja as su-gestões abaixo que equivalem para um ovo8:

1 colher de sopa de linhaça de molho em 3 colheres de sopa de água por quinze minutos. Utilize o gel que se formou; Prepare purês de frutas com maçã e banana, podendo ser meia xícara de banana ou outra fruta amassada (purê); Três colheres de chá de bicarbonato de sódio diluído em água; ¼ de xicara de iogurte de soja ou natural; Purê de batata. Ovos representam uma fonte de alimento muito importan-te, especialmente para idosos, gestantes, crianças a partir de certa idade, atletas e pessoas debilitadas. Converse com seu médico ou nutricionista sobre a suspeita de alergia em você ou

Muitas pessoas não toleram certos alimentos e os motivos podem ser diversos, mas os mais frequentes são por intolerân-cias e alergias alimentares. Hoje em dia, a alimentação da popu-lação em geral é muito industrializada e usa muitos aditivos químicos, o que pode ser uma das causas do aumento dessas reações adversas aos alimentos. A mídia tem dado uma atenção maior ao assunto, o que é bom para aumentar o conhecimento pela população em geral em relação às alergias e intolerâncias alimentares, mas é importante ter sempre cuidado e verificar as fontes de informações, para saber se elas são realmente basea-das em estudos científicos.

É estimado que 1/4 da população já passou por um episó-dio de reação adversa a algum alimento, sendo que a alergia ali-mentar (AA) é o tipo que ocorre com mais frequência em crian-ças abaixo de 3 anos (10-15%), mas também ocorre em pesso-as mais velhas (6-8%). São as mais estudadas pela frequência com que ocorre e pela severidade dos sintomas desencadea-dos com pouca quantidade do alimento (Sanchez, 2013), como a anafilaxia.

As alergias surgem de um grupo de 8 alimentos que são mais alergênicos (leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, casta-

no seu filho para que eles possam auxiliar da melhor maneira possível a diagnosticar corretamente essa condição e a lidar com a situação.

REFERÊNCIAS:

1About Food Allergies. Egg Allergy. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/egg-allergy

2Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

3Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Alergia Alimentar. 2009.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

4Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Food allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/food-allergy/ba-sics/definition/con-20019293

5ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://asbai.org.br/revistas/vol356/Guia-35-6.pdf

6Fleury: Medicina e Saúde. Reação adversa à vacinação. 2011.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/reacao-adversa-a-vacinacao.aspx

7Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

8Portal G1. Nutricionista apresenta substitutos do ovo, do leite e da farinha e faz bolo. Out/2014.Disponível em: http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2014/10/nutricionis-ta-apresenta-substitutos-do-ovo-do-leite-e-da-farinha-e-faz-bolo.html

Lemon-Mulé H, Sampson HA, Sicherer SH, Shreffler WG, Noone S, Nowak-Wegr-zyn A. Imunologic changes in children with egg allergy ingestinting extensively heated egg. J Allergy Clin Immunol 2008;122:977-83.Disponível em: http://www.jacionline.org/article/S0091--6749%2808%2901668-0/abstract

De todos os alimentos que ingerimos, o ovo é o que nos fornece as proteínas mais completas, além de fornecer gordu-ras, vitaminas e minerais. No entanto, é o segundo maior causa-dor de alergias alimentares, perdendo apenas para o leite de vaca1.

A alergia alimentar é caracterizada por uma hipersensibili-dade individual a uma ou mais proteínas que compõem deter-minados alimentos que após absorção, desencadeiam reações dependentes de mecanismos imunológicos2.

A clara de ovo é mais reconhecida por conter as proteínas alergênicas, no entanto, a gema também pode apresentá-las, uma vez que é quase impossível separar a gema e a clara com-pletamente. Veja quais são1,3:

Clara Albumina Ovalbumina Ovomucoide Ovotransferrina Ovomucina Lisozima

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nhas, peixes e frutos do mar), devido à sua composição alta-mente proteica. As intolerâncias podem surgir por um número muito maior de alimentos, dependendo da predisposição gené-tica, frequência e quantidade de consumo, ou pela mucosa in-testinal alterada.

POR QUE A INCIDÊNCIA DE ALERGIA ALIMENTAR É MAIOR?

As AAs são bem mais comuns entre crianças do que em adultos e geram um impacto social, financeiro e psicológico nestas famílias. Primeiro, porque não é sempre que o diagnós-tico é feito na primeira consulta médica. Segundo, que as con-sequências do contato frequente com o alimento causador da alergia são: má absorção de nutrientes, baixo crescimento, diarreias e dores na criança. Terceiro, porque após chegar a um diagnóstico é preciso modificar muitos hábitos alimentares e familiares para evitar contato da criança com a proteína.

O aleitamento materno por menos de 6 meses e baixa condição econômica são os maiores fatores para o desenvolvi-mento de alergias em crianças até 3 anos de idade (Sanchez, 2013). Em lactentes o leite de vaca está envolvido em 80% dos casos e os riscos aumentam à medida que os alimentos consumidos pela população são cada vez mais processados.

Um estudo observacional foi realizado em 2010 por pe-diatras gastroenterologistas brasileiros durante 40 dias, em 5 regiões diferentes do país. Os pacientes tinham menos de 2 anos de idade e a prevalência de alergia à proteína do leite de vaca (APLV) foi de 5,4% e a incidência foi de 2,2% (Vieira,

2010).

Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), 350 mil crianças brasileiras possuem APLV, 6 a 8% apresenta alergias alimentares verdadeiras e entre os adultos essa porcentagem é de 2 a 3%.

Embora na maioria dos casos a APLV suma após certa idade (5 a 7 anos, geralmente), este período é muito importan-te no desenvolvimento infantil e todo cuidado deve ser tomado para diagnosticar corretamente e fazer um melhor acompanhamento nutricional nesses casos.

INTOLERÂNCIA ALIMENTAR É MUITO FREQUENTE?

Sugere-se que quase metade da população seja intoleran-te a algum alimento, pois, diferente da alergia, o componente causador da intolerância não ser precisa ser necessariamente uma proteína. Ela pode ser causada por defeitos nas enzimas (intolerância à lactose), por reações tóxicas (aditivos alimenta-res), metabólicas (aminoácidos) ou farmacológicas (teobromina do chocolate).

A Doença Celíaca é uma intolerância ao glúten que até poucos anos atrás não era muito conhecida – mesmo entre a classe médica. Em 2011, pesquisadores suecos e sul-africanos fizeram, pela primeira vez, um levantamento global indicando que 42 mil crianças morrem por ano por causa da doença – no Brasil esse número chega a 200.

Alguns estudos internacionais mostram que 1 a cada 100 pessoas no mundo seja celíaco e, por incrível que pareça, mais da metade dessas pessoas não sabem que são portadoras da doença. No Brasil faltam levantamentos estatísticos, mas em 2007, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, apontou que esse número é de 1 a cada 214 brasileiros.

Há muito debate e controvérsias sobre o assunto da into-lerância à lactose. Alguns acreditam que até 70% dos brasilei-ros apresentam algum sintoma que pode ser relacionado à intolerância à lactose. Esta condição melhora com a simples retirada dos alimentos fontes de lactose (leite e derivados e vários produtos industrializados), mas todo o debate chama bastante atenção e gera muitas dúvidas. O que se sabe ao certo é que a maioria dos adultos no mundo (com exceção dos europeus e descendentes) tem a predisposição genética de parar a produção da enzima responsável pela digestão da lac-tose no organismo. Leia nosso artigo sobre o tema da Intole-rância à Lactose para maiores informações.

O QUE FAZER PARA DIMINUIR OS CASOS DE REAÇÕES ALIMENTARES?

Aleitamento materno exclusivo por, no mínimo, 6 meses e evitar oferecer alimentos potencialmente alergênicos (como leite de vaca, soja, etc.) para a crianças até 1 ano de idade são alguns cuidados importantes. A manutenção do aleitamente materno (embora não exclusivo) por mais que 6 meses também pode ajudar muito no desenvolvimento da criança. E durante a infância é fundamental evitar a introdução na dieta regular da

criança de alimentos altamente industrializados e processados (com corantes, conservantes, aditivos químicos, altas taxas de açúcares, etc.). Se tiver dúvidas sobre a composição de um pro-duto (presença de leite, glúten, ovos, soja, etc), pergunte e con-fira o rótulo atenciosamente. Leia nossa série de artigos sobre as alergias e intolerâncias mais comuns atualmente. Quanto mais informação, melhor.

REFERÊNCIAS:

Vieira MC, et al. A survey on clinical presentation and nutritional status of infants with suspected cow’ milk allergy. BMC Pediatrics 2010, 10:25.Disponível em: http://www.biomedcentral.com/1471-2431/10/25

Sánchez J. Epidemiology of food allergy in Latin America. Allergol Immunopathol (Madr), 2013.Disponível em: http://www.elsevier.es/eop/S0301-0546(13)00228-0.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecu-lar. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.56 no.2 São Paulo 2010.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104--42302010000200025&script=sci_arttext

Alergia Alimentar. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. Reportagem Fantástico (Out/2014).Disponível em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350--mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html

Intolerância à lactose atinge até 70% dos adultos brasileiros. Portal Bem estar.Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/02/intolerancia-lac-tose-atinge-ate-70-dos-adultos-brasileiros.html

Doença celíaca. Revista Veja.Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estimativa-global-doen-ca-celiaca-mata-42-000-criancas-ao-ano

Alimentos que mais causam alergia em crianças. Revista Viva Saúde (Dez/2014).Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/alimentos-que--mais-causam-alergia-em-criancas/3828/

Como prevenir a alergia alimentar na infância. Revista Viva Saúde (Jan/2015)Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/como-preve-nir-a-alergia-alimentar-na-infancia/3944/

Gema Lipovitelina Fosvitina

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

Os sintomas da alergia ao ovo podem ser leves até mais graves (anafilaxia). Os sinais mais comuns podem ocorrer na pele (urticária, coceiras, eczema, inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios), no sistema respiratório (tosse seca e constante, espirros, secreção e congestão nasal, dificuldade na respira-ção) e no trato gastrointestinal (dores abdominais, diarreias, náuseas e vômitos)2,3,4.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

A determinação da IgE específica auxilia apenas na identi-ficação das alergias alimentares imediatas, mediadas por IgE, ou nas reações mistas. Os testes cutâneos são simples e rápi-dos, e avaliam a sensibilização aos alérgenos. Um médico es-pecializado é capaz de interpretar corretamente os resulta-dos2.

Já os testes de provocação oral são considerados fidedig-nos para estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar. Aqui o paciente recebe uma oferta de alimento alergênico ou placebo em doses crescentes e intervalos regulares, sob supervisão médica, com constante monitoramento de possíveis reações clínicas2.

TRATAMENTO

A alergia a ovo é tratada com a exclusão do alimento na dieta e de produtos alimentícios feitos com ovos5.

Estudos têm mostrado que muitos indivíduos com alergia ao ovo, mediada por IgE, podem conseguir tolerar o alimento na forma cozida. A explicação é que com o cozimento as prote-ínas mudam de configuração e deixam de ser alergênicas para o organismo5. No entanto, tais exposições nunca devem ser feitas sem acompanhamento médico em crianças diagnostica-das com a alergia.

Um dos pontos de atenção para os alérgicos ao ovo, prin-cipalmente para os pais destes, são as vacinas, pois algumas são produzidas com proteínas do ovo. Entre elas estão a trípli-ce viral (sarampo, caxumba, rubéola), cuja quantidade é muito pequena, a anti-influenza e o imunizante contra febre amare-la6.

Tais vacinas são contraindicadas dependendo da quanti-dade de proteína do ovo presente e da história de reações an-teriores. No entanto, elas poderão ser administradas, mas sob supervisão médica por até 30 minutos após a tomada. Se você ou seu filho são alérgicos a ovos, informe isso ao médico antes de receber a vacina6.

COMO POSSO PREVENIR A ALERGIA AO OVO?

A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamen-to materno exclusivo até seis meses para prevenir o desenvol-vimento de alergias alimentares, incluindo a alergia a ovo7. Grávidas e lactantes não devem restringir seu consumo para preveni-la.

Recomenda-se que os ovos sejam introduzidos na dieta da criança somente após os 2 anos7. Logo, evite oferecer à criança os alimentos que provavelmente terão ovos acresci-dos, por fazer parte dos ingredientes da receita1:

Produtos de panificação (brownies, cookies, bolos, muffins, tortas e alguns cremes); Salgados e empanados de lanchonete; Nuggets; Cremes, pudins e sorvetes; Massas com ovos na composição (olhe o rótulo); Marshmallows, marzipan, nougat; Maionese (algumas no mercado são sem ovos, verifique o rótulo); Panquecas e waffles; Molho tártaro.

A leitura dos rótulos é uma parte importante e deve se tornar um hábito na vida do alérgico ou dos pais de alérgicos. Não é tarefa fácil decifrar tudo o que vem escrito na composi-ção, mas fique atento a estes ingredientes:

Binder; Coagulante; Emulsionante; Albumina (proteína do ovo); Globulina/Lecitina (se estiver especificado que é soja, sem problemas); Livetin/Lisozima; Qualquer palavra que comece com ovo: ovalbumina, ovoglo-bulina, ovomucina, ovomucoide, ovotransferrina e ovovitelina; Simplesse (substituto de gordura à base de leite e ovo); Vitelina.

SUBSTITUINDO OS OVOS NA RECEITA

É possível substituir os ovos nas preparações. Veja as su-gestões abaixo que equivalem para um ovo8:

1 colher de sopa de linhaça de molho em 3 colheres de sopa de água por quinze minutos. Utilize o gel que se formou; Prepare purês de frutas com maçã e banana, podendo ser meia xícara de banana ou outra fruta amassada (purê); Três colheres de chá de bicarbonato de sódio diluído em água; ¼ de xicara de iogurte de soja ou natural; Purê de batata. Ovos representam uma fonte de alimento muito importan-te, especialmente para idosos, gestantes, crianças a partir de certa idade, atletas e pessoas debilitadas. Converse com seu médico ou nutricionista sobre a suspeita de alergia em você ou

Muitas pessoas não toleram certos alimentos e os motivos podem ser diversos, mas os mais frequentes são por intolerân-cias e alergias alimentares. Hoje em dia, a alimentação da popu-lação em geral é muito industrializada e usa muitos aditivos químicos, o que pode ser uma das causas do aumento dessas reações adversas aos alimentos. A mídia tem dado uma atenção maior ao assunto, o que é bom para aumentar o conhecimento pela população em geral em relação às alergias e intolerâncias alimentares, mas é importante ter sempre cuidado e verificar as fontes de informações, para saber se elas são realmente basea-das em estudos científicos.

É estimado que 1/4 da população já passou por um episó-dio de reação adversa a algum alimento, sendo que a alergia ali-mentar (AA) é o tipo que ocorre com mais frequência em crian-ças abaixo de 3 anos (10-15%), mas também ocorre em pesso-as mais velhas (6-8%). São as mais estudadas pela frequência com que ocorre e pela severidade dos sintomas desencadea-dos com pouca quantidade do alimento (Sanchez, 2013), como a anafilaxia.

As alergias surgem de um grupo de 8 alimentos que são mais alergênicos (leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, casta-

no seu filho para que eles possam auxiliar da melhor maneira possível a diagnosticar corretamente essa condição e a lidar com a situação.

REFERÊNCIAS:

1About Food Allergies. Egg Allergy. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/egg-allergy

2Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

3Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Alergia Alimentar. 2009.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

4Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Food allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/food-allergy/ba-sics/definition/con-20019293

5ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://asbai.org.br/revistas/vol356/Guia-35-6.pdf

6Fleury: Medicina e Saúde. Reação adversa à vacinação. 2011.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/reacao-adversa-a-vacinacao.aspx

7Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

8Portal G1. Nutricionista apresenta substitutos do ovo, do leite e da farinha e faz bolo. Out/2014.Disponível em: http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2014/10/nutricionis-ta-apresenta-substitutos-do-ovo-do-leite-e-da-farinha-e-faz-bolo.html

Lemon-Mulé H, Sampson HA, Sicherer SH, Shreffler WG, Noone S, Nowak-Wegr-zyn A. Imunologic changes in children with egg allergy ingestinting extensively heated egg. J Allergy Clin Immunol 2008;122:977-83.Disponível em: http://www.jacionline.org/article/S0091--6749%2808%2901668-0/abstract

De todos os alimentos que ingerimos, o ovo é o que nos fornece as proteínas mais completas, além de fornecer gordu-ras, vitaminas e minerais. No entanto, é o segundo maior causa-dor de alergias alimentares, perdendo apenas para o leite de vaca1.

A alergia alimentar é caracterizada por uma hipersensibili-dade individual a uma ou mais proteínas que compõem deter-minados alimentos que após absorção, desencadeiam reações dependentes de mecanismos imunológicos2.

A clara de ovo é mais reconhecida por conter as proteínas alergênicas, no entanto, a gema também pode apresentá-las, uma vez que é quase impossível separar a gema e a clara com-pletamente. Veja quais são1,3:

Clara Albumina Ovalbumina Ovomucoide Ovotransferrina Ovomucina Lisozima

Page 56: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

nhas, peixes e frutos do mar), devido à sua composição alta-mente proteica. As intolerâncias podem surgir por um número muito maior de alimentos, dependendo da predisposição gené-tica, frequência e quantidade de consumo, ou pela mucosa in-testinal alterada.

POR QUE A INCIDÊNCIA DE ALERGIA ALIMENTAR É MAIOR?

As AAs são bem mais comuns entre crianças do que em adultos e geram um impacto social, financeiro e psicológico nestas famílias. Primeiro, porque não é sempre que o diagnós-tico é feito na primeira consulta médica. Segundo, que as con-sequências do contato frequente com o alimento causador da alergia são: má absorção de nutrientes, baixo crescimento, diarreias e dores na criança. Terceiro, porque após chegar a um diagnóstico é preciso modificar muitos hábitos alimentares e familiares para evitar contato da criança com a proteína.

O aleitamento materno por menos de 6 meses e baixa condição econômica são os maiores fatores para o desenvolvi-mento de alergias em crianças até 3 anos de idade (Sanchez, 2013). Em lactentes o leite de vaca está envolvido em 80% dos casos e os riscos aumentam à medida que os alimentos consumidos pela população são cada vez mais processados.

Um estudo observacional foi realizado em 2010 por pe-diatras gastroenterologistas brasileiros durante 40 dias, em 5 regiões diferentes do país. Os pacientes tinham menos de 2 anos de idade e a prevalência de alergia à proteína do leite de vaca (APLV) foi de 5,4% e a incidência foi de 2,2% (Vieira,

2010).

Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), 350 mil crianças brasileiras possuem APLV, 6 a 8% apresenta alergias alimentares verdadeiras e entre os adultos essa porcentagem é de 2 a 3%.

Embora na maioria dos casos a APLV suma após certa idade (5 a 7 anos, geralmente), este período é muito importan-te no desenvolvimento infantil e todo cuidado deve ser tomado para diagnosticar corretamente e fazer um melhor acompanhamento nutricional nesses casos.

INTOLERÂNCIA ALIMENTAR É MUITO FREQUENTE?

Sugere-se que quase metade da população seja intoleran-te a algum alimento, pois, diferente da alergia, o componente causador da intolerância não ser precisa ser necessariamente uma proteína. Ela pode ser causada por defeitos nas enzimas (intolerância à lactose), por reações tóxicas (aditivos alimenta-res), metabólicas (aminoácidos) ou farmacológicas (teobromina do chocolate).

A Doença Celíaca é uma intolerância ao glúten que até poucos anos atrás não era muito conhecida – mesmo entre a classe médica. Em 2011, pesquisadores suecos e sul-africanos fizeram, pela primeira vez, um levantamento global indicando que 42 mil crianças morrem por ano por causa da doença – no Brasil esse número chega a 200.

Alguns estudos internacionais mostram que 1 a cada 100 pessoas no mundo seja celíaco e, por incrível que pareça, mais da metade dessas pessoas não sabem que são portadoras da doença. No Brasil faltam levantamentos estatísticos, mas em 2007, uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, apontou que esse número é de 1 a cada 214 brasileiros.

Há muito debate e controvérsias sobre o assunto da into-lerância à lactose. Alguns acreditam que até 70% dos brasilei-ros apresentam algum sintoma que pode ser relacionado à intolerância à lactose. Esta condição melhora com a simples retirada dos alimentos fontes de lactose (leite e derivados e vários produtos industrializados), mas todo o debate chama bastante atenção e gera muitas dúvidas. O que se sabe ao certo é que a maioria dos adultos no mundo (com exceção dos europeus e descendentes) tem a predisposição genética de parar a produção da enzima responsável pela digestão da lac-tose no organismo. Leia nosso artigo sobre o tema da Intole-rância à Lactose para maiores informações.

O QUE FAZER PARA DIMINUIR OS CASOS DE REAÇÕES ALIMENTARES?

Aleitamento materno exclusivo por, no mínimo, 6 meses e evitar oferecer alimentos potencialmente alergênicos (como leite de vaca, soja, etc.) para a crianças até 1 ano de idade são alguns cuidados importantes. A manutenção do aleitamente materno (embora não exclusivo) por mais que 6 meses também pode ajudar muito no desenvolvimento da criança. E durante a infância é fundamental evitar a introdução na dieta regular da

criança de alimentos altamente industrializados e processados (com corantes, conservantes, aditivos químicos, altas taxas de açúcares, etc.). Se tiver dúvidas sobre a composição de um pro-duto (presença de leite, glúten, ovos, soja, etc), pergunte e con-fira o rótulo atenciosamente. Leia nossa série de artigos sobre as alergias e intolerâncias mais comuns atualmente. Quanto mais informação, melhor.

REFERÊNCIAS:

Vieira MC, et al. A survey on clinical presentation and nutritional status of infants with suspected cow’ milk allergy. BMC Pediatrics 2010, 10:25.Disponível em: http://www.biomedcentral.com/1471-2431/10/25

Sánchez J. Epidemiology of food allergy in Latin America. Allergol Immunopathol (Madr), 2013.Disponível em: http://www.elsevier.es/eop/S0301-0546(13)00228-0.pdf

Mattar R. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecu-lar. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.56 no.2 São Paulo 2010.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104--42302010000200025&script=sci_arttext

Alergia Alimentar. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

No Brasil, 350 mil crianças têm alergia à proteína do leite de vaca. Reportagem Fantástico (Out/2014).Disponível em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/10/no-brasil-350--mil-criancas-tem-alergia-proteina-do-leite-de-vaca.html

Intolerância à lactose atinge até 70% dos adultos brasileiros. Portal Bem estar.Disponível em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/02/intolerancia-lac-tose-atinge-ate-70-dos-adultos-brasileiros.html

Doença celíaca. Revista Veja.Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/estimativa-global-doen-ca-celiaca-mata-42-000-criancas-ao-ano

Alimentos que mais causam alergia em crianças. Revista Viva Saúde (Dez/2014).Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/alimentos-que--mais-causam-alergia-em-criancas/3828/

Como prevenir a alergia alimentar na infância. Revista Viva Saúde (Jan/2015)Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/como-preve-nir-a-alergia-alimentar-na-infancia/3944/

Gema Lipovitelina Fosvitina

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

Os sintomas da alergia ao ovo podem ser leves até mais graves (anafilaxia). Os sinais mais comuns podem ocorrer na pele (urticária, coceiras, eczema, inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios), no sistema respiratório (tosse seca e constante, espirros, secreção e congestão nasal, dificuldade na respira-ção) e no trato gastrointestinal (dores abdominais, diarreias, náuseas e vômitos)2,3,4.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

A determinação da IgE específica auxilia apenas na identi-ficação das alergias alimentares imediatas, mediadas por IgE, ou nas reações mistas. Os testes cutâneos são simples e rápi-dos, e avaliam a sensibilização aos alérgenos. Um médico es-pecializado é capaz de interpretar corretamente os resulta-dos2.

Já os testes de provocação oral são considerados fidedig-nos para estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar. Aqui o paciente recebe uma oferta de alimento alergênico ou placebo em doses crescentes e intervalos regulares, sob supervisão médica, com constante monitoramento de possíveis reações clínicas2.

TRATAMENTO

A alergia a ovo é tratada com a exclusão do alimento na dieta e de produtos alimentícios feitos com ovos5.

Estudos têm mostrado que muitos indivíduos com alergia ao ovo, mediada por IgE, podem conseguir tolerar o alimento na forma cozida. A explicação é que com o cozimento as prote-ínas mudam de configuração e deixam de ser alergênicas para o organismo5. No entanto, tais exposições nunca devem ser feitas sem acompanhamento médico em crianças diagnostica-das com a alergia.

Um dos pontos de atenção para os alérgicos ao ovo, prin-cipalmente para os pais destes, são as vacinas, pois algumas são produzidas com proteínas do ovo. Entre elas estão a trípli-ce viral (sarampo, caxumba, rubéola), cuja quantidade é muito pequena, a anti-influenza e o imunizante contra febre amare-la6.

Tais vacinas são contraindicadas dependendo da quanti-dade de proteína do ovo presente e da história de reações an-teriores. No entanto, elas poderão ser administradas, mas sob supervisão médica por até 30 minutos após a tomada. Se você ou seu filho são alérgicos a ovos, informe isso ao médico antes de receber a vacina6.

COMO POSSO PREVENIR A ALERGIA AO OVO?

A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamen-to materno exclusivo até seis meses para prevenir o desenvol-vimento de alergias alimentares, incluindo a alergia a ovo7. Grávidas e lactantes não devem restringir seu consumo para preveni-la.

Recomenda-se que os ovos sejam introduzidos na dieta da criança somente após os 2 anos7. Logo, evite oferecer à criança os alimentos que provavelmente terão ovos acresci-dos, por fazer parte dos ingredientes da receita1:

Produtos de panificação (brownies, cookies, bolos, muffins, tortas e alguns cremes); Salgados e empanados de lanchonete; Nuggets; Cremes, pudins e sorvetes; Massas com ovos na composição (olhe o rótulo); Marshmallows, marzipan, nougat; Maionese (algumas no mercado são sem ovos, verifique o rótulo); Panquecas e waffles; Molho tártaro.

A leitura dos rótulos é uma parte importante e deve se tornar um hábito na vida do alérgico ou dos pais de alérgicos. Não é tarefa fácil decifrar tudo o que vem escrito na composi-ção, mas fique atento a estes ingredientes:

Binder; Coagulante; Emulsionante; Albumina (proteína do ovo); Globulina/Lecitina (se estiver especificado que é soja, sem problemas); Livetin/Lisozima; Qualquer palavra que comece com ovo: ovalbumina, ovoglo-bulina, ovomucina, ovomucoide, ovotransferrina e ovovitelina; Simplesse (substituto de gordura à base de leite e ovo); Vitelina.

SUBSTITUINDO OS OVOS NA RECEITA

É possível substituir os ovos nas preparações. Veja as su-gestões abaixo que equivalem para um ovo8:

1 colher de sopa de linhaça de molho em 3 colheres de sopa de água por quinze minutos. Utilize o gel que se formou; Prepare purês de frutas com maçã e banana, podendo ser meia xícara de banana ou outra fruta amassada (purê); Três colheres de chá de bicarbonato de sódio diluído em água; ¼ de xicara de iogurte de soja ou natural; Purê de batata. Ovos representam uma fonte de alimento muito importan-te, especialmente para idosos, gestantes, crianças a partir de certa idade, atletas e pessoas debilitadas. Converse com seu médico ou nutricionista sobre a suspeita de alergia em você ou

Muitas pessoas não toleram certos alimentos e os motivos podem ser diversos, mas os mais frequentes são por intolerân-cias e alergias alimentares. Hoje em dia, a alimentação da popu-lação em geral é muito industrializada e usa muitos aditivos químicos, o que pode ser uma das causas do aumento dessas reações adversas aos alimentos. A mídia tem dado uma atenção maior ao assunto, o que é bom para aumentar o conhecimento pela população em geral em relação às alergias e intolerâncias alimentares, mas é importante ter sempre cuidado e verificar as fontes de informações, para saber se elas são realmente basea-das em estudos científicos.

É estimado que 1/4 da população já passou por um episó-dio de reação adversa a algum alimento, sendo que a alergia ali-mentar (AA) é o tipo que ocorre com mais frequência em crian-ças abaixo de 3 anos (10-15%), mas também ocorre em pesso-as mais velhas (6-8%). São as mais estudadas pela frequência com que ocorre e pela severidade dos sintomas desencadea-dos com pouca quantidade do alimento (Sanchez, 2013), como a anafilaxia.

As alergias surgem de um grupo de 8 alimentos que são mais alergênicos (leite de vaca, trigo, ovo, amendoim, casta-

no seu filho para que eles possam auxiliar da melhor maneira possível a diagnosticar corretamente essa condição e a lidar com a situação.

REFERÊNCIAS:

1About Food Allergies. Egg Allergy. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/egg-allergy

2Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

3Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Alergia Alimentar. 2009.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

4Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Food allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/food-allergy/ba-sics/definition/con-20019293

5ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://asbai.org.br/revistas/vol356/Guia-35-6.pdf

6Fleury: Medicina e Saúde. Reação adversa à vacinação. 2011.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/reacao-adversa-a-vacinacao.aspx

7Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

8Portal G1. Nutricionista apresenta substitutos do ovo, do leite e da farinha e faz bolo. Out/2014.Disponível em: http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2014/10/nutricionis-ta-apresenta-substitutos-do-ovo-do-leite-e-da-farinha-e-faz-bolo.html

Lemon-Mulé H, Sampson HA, Sicherer SH, Shreffler WG, Noone S, Nowak-Wegr-zyn A. Imunologic changes in children with egg allergy ingestinting extensively heated egg. J Allergy Clin Immunol 2008;122:977-83.Disponível em: http://www.jacionline.org/article/S0091--6749%2808%2901668-0/abstract

De todos os alimentos que ingerimos, o ovo é o que nos fornece as proteínas mais completas, além de fornecer gordu-ras, vitaminas e minerais. No entanto, é o segundo maior causa-dor de alergias alimentares, perdendo apenas para o leite de vaca1.

A alergia alimentar é caracterizada por uma hipersensibili-dade individual a uma ou mais proteínas que compõem deter-minados alimentos que após absorção, desencadeiam reações dependentes de mecanismos imunológicos2.

A clara de ovo é mais reconhecida por conter as proteínas alergênicas, no entanto, a gema também pode apresentá-las, uma vez que é quase impossível separar a gema e a clara com-pletamente. Veja quais são1,3:

Clara Albumina Ovalbumina Ovomucoide Ovotransferrina Ovomucina Lisozima

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Gema Lipovitelina Fosvitina

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

Os sintomas da alergia ao ovo podem ser leves até mais graves (anafilaxia). Os sinais mais comuns podem ocorrer na pele (urticária, coceiras, eczema, inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios), no sistema respiratório (tosse seca e constante, espirros, secreção e congestão nasal, dificuldade na respira-ção) e no trato gastrointestinal (dores abdominais, diarreias, náuseas e vômitos)2,3,4.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

A determinação da IgE específica auxilia apenas na identi-ficação das alergias alimentares imediatas, mediadas por IgE, ou nas reações mistas. Os testes cutâneos são simples e rápi-dos, e avaliam a sensibilização aos alérgenos. Um médico es-pecializado é capaz de interpretar corretamente os resulta-dos2.

Já os testes de provocação oral são considerados fidedig-nos para estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar. Aqui o paciente recebe uma oferta de alimento alergênico ou placebo em doses crescentes e intervalos regulares, sob supervisão médica, com constante monitoramento de possíveis reações clínicas2.

TRATAMENTO

A alergia a ovo é tratada com a exclusão do alimento na dieta e de produtos alimentícios feitos com ovos5.

Estudos têm mostrado que muitos indivíduos com alergia ao ovo, mediada por IgE, podem conseguir tolerar o alimento na forma cozida. A explicação é que com o cozimento as prote-ínas mudam de configuração e deixam de ser alergênicas para o organismo5. No entanto, tais exposições nunca devem ser feitas sem acompanhamento médico em crianças diagnostica-das com a alergia.

Um dos pontos de atenção para os alérgicos ao ovo, prin-cipalmente para os pais destes, são as vacinas, pois algumas são produzidas com proteínas do ovo. Entre elas estão a trípli-ce viral (sarampo, caxumba, rubéola), cuja quantidade é muito pequena, a anti-influenza e o imunizante contra febre amare-la6.

Tais vacinas são contraindicadas dependendo da quanti-dade de proteína do ovo presente e da história de reações an-teriores. No entanto, elas poderão ser administradas, mas sob supervisão médica por até 30 minutos após a tomada. Se você ou seu filho são alérgicos a ovos, informe isso ao médico antes de receber a vacina6.

COMO POSSO PREVENIR A ALERGIA AO OVO?

A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamen-to materno exclusivo até seis meses para prevenir o desenvol-vimento de alergias alimentares, incluindo a alergia a ovo7. Grávidas e lactantes não devem restringir seu consumo para preveni-la.

Recomenda-se que os ovos sejam introduzidos na dieta da criança somente após os 2 anos7. Logo, evite oferecer à criança os alimentos que provavelmente terão ovos acresci-dos, por fazer parte dos ingredientes da receita1:

Produtos de panificação (brownies, cookies, bolos, muffins, tortas e alguns cremes); Salgados e empanados de lanchonete; Nuggets; Cremes, pudins e sorvetes; Massas com ovos na composição (olhe o rótulo); Marshmallows, marzipan, nougat; Maionese (algumas no mercado são sem ovos, verifique o rótulo); Panquecas e waffles; Molho tártaro.

A leitura dos rótulos é uma parte importante e deve se tornar um hábito na vida do alérgico ou dos pais de alérgicos. Não é tarefa fácil decifrar tudo o que vem escrito na composi-ção, mas fique atento a estes ingredientes:

Binder; Coagulante; Emulsionante; Albumina (proteína do ovo); Globulina/Lecitina (se estiver especificado que é soja, sem problemas); Livetin/Lisozima; Qualquer palavra que comece com ovo: ovalbumina, ovoglo-bulina, ovomucina, ovomucoide, ovotransferrina e ovovitelina; Simplesse (substituto de gordura à base de leite e ovo); Vitelina.

SUBSTITUINDO OS OVOS NA RECEITA

É possível substituir os ovos nas preparações. Veja as su-gestões abaixo que equivalem para um ovo8:

1 colher de sopa de linhaça de molho em 3 colheres de sopa de água por quinze minutos. Utilize o gel que se formou; Prepare purês de frutas com maçã e banana, podendo ser meia xícara de banana ou outra fruta amassada (purê); Três colheres de chá de bicarbonato de sódio diluído em água; ¼ de xicara de iogurte de soja ou natural; Purê de batata. Ovos representam uma fonte de alimento muito importan-te, especialmente para idosos, gestantes, crianças a partir de certa idade, atletas e pessoas debilitadas. Converse com seu médico ou nutricionista sobre a suspeita de alergia em você ou

no seu filho para que eles possam auxiliar da melhor maneira possível a diagnosticar corretamente essa condição e a lidar com a situação.

REFERÊNCIAS:

1About Food Allergies. Egg Allergy. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/egg-allergy

2Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

3Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Alergia Alimentar. 2009.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

4Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Food allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/food-allergy/ba-sics/definition/con-20019293

5ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://asbai.org.br/revistas/vol356/Guia-35-6.pdf

6Fleury: Medicina e Saúde. Reação adversa à vacinação. 2011.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/reacao-adversa-a-vacinacao.aspx

7Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

8Portal G1. Nutricionista apresenta substitutos do ovo, do leite e da farinha e faz bolo. Out/2014.Disponível em: http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2014/10/nutricionis-ta-apresenta-substitutos-do-ovo-do-leite-e-da-farinha-e-faz-bolo.html

Lemon-Mulé H, Sampson HA, Sicherer SH, Shreffler WG, Noone S, Nowak-Wegr-zyn A. Imunologic changes in children with egg allergy ingestinting extensively heated egg. J Allergy Clin Immunol 2008;122:977-83.Disponível em: http://www.jacionline.org/article/S0091--6749%2808%2901668-0/abstract

De todos os alimentos que ingerimos, o ovo é o que nos fornece as proteínas mais completas, além de fornecer gordu-ras, vitaminas e minerais. No entanto, é o segundo maior causa-dor de alergias alimentares, perdendo apenas para o leite de vaca1.

A alergia alimentar é caracterizada por uma hipersensibili-dade individual a uma ou mais proteínas que compõem deter-minados alimentos que após absorção, desencadeiam reações dependentes de mecanismos imunológicos2.

A clara de ovo é mais reconhecida por conter as proteínas alergênicas, no entanto, a gema também pode apresentá-las, uma vez que é quase impossível separar a gema e a clara com-pletamente. Veja quais são1,3:

Clara Albumina Ovalbumina Ovomucoide Ovotransferrina Ovomucina Lisozima

quentemente na idade adulta e é por toda a vida5,6.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS? O padrão de sintomas pode ocorrer imediatamente ou em um período de até 2 horas. Aqueles que reagem aos crustáceos podem ter os seguintes sintomas1,6,9:

Urticária; Sensação de mal estar; Inchaço nos lábios, nos olhos, na boca; Reações graves como a anafilaxia (conjunto de sintomas que pode levar à morte).

A alergia a crustáceos chama a atenção devido à intensida-de da reação alérgica, pois tendem a ser particularmente graves. Normalmente, quem é alérgico a um tipo de crustáceo desenvolve intolerância aos outros também6. A isso se dá o nome de reatividade cruzada. As reações cruzadas ocorrem quando duas proteínas alimentares de dois alimentos diferen-tes são, digamos, “semelhantes” 1.

Essa condição faz com que um indivíduo que desenvolveu alergia ao camarão, tenha a outros crustáceos e também (vejam só!) a ácaros e baratas. Caso ele respire a poeira do ar de casa que contenha restos de ácaros e baratas, a inalação dessas par-tículas pode fazer com que ele tenha uma reação alérgica, como se estivesse comendo o próprio camarão. Assim como a reativi-dade cruzada aparece também quando a pessoa ingere caran-guejo e lagosta7. Por isso, médicos orientam que aqueles que já

tiveram reação a um tipo de crustáceo, evitem também os demais e, é claro, ambientes empoeirados6.

COMO FAÇO O DIAGNÓSTICO?

Normalmente a pessoa descobre sua alergia enquanto está comendo. Por serem reações mais exacerbadas e que ocorrem na pele e vias respiratórias, fica na lembrança. Se tiver alguma dúvida, converse com seu médico, descreva seus sintomas, e então, ele solicitará os exames necessários.

TODOS QUE SÃO ALÉRGICOS AOS CRUSTÁCEOS SERÃO AOS PEIXES TAMBÉM?

As proteínas de ambos os alimentos são diferentes, por isso, o fato de ter alergia a um não indica problemas para inges-tão do outro. O problema pode estar na forma em que cada um é preparado. Quando for a um restaurante e pedir um peixe frito, por exemplo, pergunte se o mesmo é preparado no óleo do camarão, caso você a seja alérgico à crustáceos. Se sim, tal situação configura uma contaminação do alimento e pode re-sultar em reação alérgica.

E QUANDO NÃO SOU ALÉRGICO À TROPOMIOSINA, MAS NÃO TOLERO CAMARÃO?

Existem alguns aditivos alimentares utilizados para conser-var frutos do mar. É o caso do bissulfito de sódio (ou metabis-sulfito de sódio). As reações adversas aos aditivos alimentares são raras (abaixo de 1%), mas os sulfitos são entre os que mais

implicam em reações, como a asma, por exemplo1.

Sulfitos são aditivos alimentares utilizados para evitar a melanose, processo de escurecimento natural que ocorre nos crustáceos. Embora não seja nocivo, os consumidores rejeitam crustáceos nessas condições, pois relacionam a um produto de-teriorado. Assim, acrescenta-se o sulfito para evitar o escureci-mento8.

COMO PREVENIR REAÇÕES ALÉRGICAS GRAVES?

Sempre leia rótulos de ingredientes para identificar os prove-nientes do mar. Não frequente mercados de peixes, principalmente o setor de crustáceos. A proteína pode estar no ar e causar reação alérgica. Evite restaurantes de frutos do mar. Mesmo que vá para comer uma carne, é possível que tenha ocorrido contato entre pratos e talheres. Não fique próximo às áreas de cozinha. A proteína se concen-tra no vapor liberado durante o cozimento. Aqui fica o maior alerta: se em algum momento você perce-beu os sintomas de reação alérgica ao camarão e outros crustá-ceos, além de peixes, não tente ingeri-los novamente. Os sinto-mas podem avançar de leve a moderado no início, para uma anafilaxia grave. Procure um médico e descreva-os, assim, o profissional saberá qual a melhor conduta a seguir.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Ramos REM, et al. Alergia alimentar: reações e métodos diagnóstico. J Manag Prim Health Care 2013; 4(2):54-63.Disponível em: http://www.jmphc.com/ojs/index.php/01/article/downloa-d/86/82

3Ferreira AT. Fisiologia da Contração Muscular. Revista Neurociências V13 N3 (supl-versão eletrônica) – jul/set, 2005.Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN 13 SUPLEMENTO/Pages from RN 13 SUPLEMENTO-15.pdf

4Freudenrich CC. Contraindo um músculo. How Stuff Works?Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br/musculos1.htm

5Viver bem. Cinco questões sobre a alergia a camarão. Dez/2013.Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude/cinco-ques-toes-sobre-a-alergia-a-camarao/

6About Food Allergies. Shellfish. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/shellfish-allergy

7Revista Viva Saúde. Reação cruzada aumenta riscos de alergia. Jun/2014.Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/reacao-cruza-da-aumenta-riscos-de-alergia/2621/

8Info Escola. Melanose em pescado. Por Franciele Charro.Disponível em: http://www.infoescola.com/ecologia/melanose-em-pescado/

9Vida sem glúten e alergias. Alergia a frutos do mar. Ago/2009.Disponível em: http://www.vidasemglutenealergias.com/alergia-a-frutos-do--mar/346/

Quem é que não gosta de sentar na beira da praia e pedir um prato delicioso com camarão do restaurante especializado em frutos do mar? Para algumas pessoas isso é possível nas pri-meiras vezes, mas depois passam a reagir ao alimento, causan-do sintomas como dificuldade na respiração ou erupções na pele. Para outras, isso não é um problema e elas podem comer normalmente crustáceos e afins.

Os crustáceos (camarão, caranguejo, lagosta) são causa fre-quente de reações alérgicas alimentares. Podem ser IgE media-das ou não, sendo que os pacientes alérgicos apresentam sen-sibilidade para a tropomiosina, proteína que responde pela alergia a camarão, principalmente1,2.

Um fato interessante é que algumas proteínas são alergê-nicas apenas para determinadas espécies1. Nós, seres vertebra-dos, também possuímos a tropomiosina, proteína que faz parte do processo de contração muscular. Porém, para os seres huma-nos, a tropomiosina dos invertebrados é alergênica, causando reações adversas1,3,4.

Diferente das alergias por leite de vaca, ovo, trigo ou soja que, geralmente, aparecem até os 2 anos de idade e desapare-cem na infância tardia, a alergia aos crustáceos surge mais fre-

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Gema Lipovitelina Fosvitina

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

Os sintomas da alergia ao ovo podem ser leves até mais graves (anafilaxia). Os sinais mais comuns podem ocorrer na pele (urticária, coceiras, eczema, inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios), no sistema respiratório (tosse seca e constante, espirros, secreção e congestão nasal, dificuldade na respira-ção) e no trato gastrointestinal (dores abdominais, diarreias, náuseas e vômitos)2,3,4.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

A determinação da IgE específica auxilia apenas na identi-ficação das alergias alimentares imediatas, mediadas por IgE, ou nas reações mistas. Os testes cutâneos são simples e rápi-dos, e avaliam a sensibilização aos alérgenos. Um médico es-pecializado é capaz de interpretar corretamente os resulta-dos2.

Já os testes de provocação oral são considerados fidedig-nos para estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar. Aqui o paciente recebe uma oferta de alimento alergênico ou placebo em doses crescentes e intervalos regulares, sob supervisão médica, com constante monitoramento de possíveis reações clínicas2.

TRATAMENTO

A alergia a ovo é tratada com a exclusão do alimento na dieta e de produtos alimentícios feitos com ovos5.

Estudos têm mostrado que muitos indivíduos com alergia ao ovo, mediada por IgE, podem conseguir tolerar o alimento na forma cozida. A explicação é que com o cozimento as prote-ínas mudam de configuração e deixam de ser alergênicas para o organismo5. No entanto, tais exposições nunca devem ser feitas sem acompanhamento médico em crianças diagnostica-das com a alergia.

Um dos pontos de atenção para os alérgicos ao ovo, prin-cipalmente para os pais destes, são as vacinas, pois algumas são produzidas com proteínas do ovo. Entre elas estão a trípli-ce viral (sarampo, caxumba, rubéola), cuja quantidade é muito pequena, a anti-influenza e o imunizante contra febre amare-la6.

Tais vacinas são contraindicadas dependendo da quanti-dade de proteína do ovo presente e da história de reações an-teriores. No entanto, elas poderão ser administradas, mas sob supervisão médica por até 30 minutos após a tomada. Se você ou seu filho são alérgicos a ovos, informe isso ao médico antes de receber a vacina6.

COMO POSSO PREVENIR A ALERGIA AO OVO?

A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamen-to materno exclusivo até seis meses para prevenir o desenvol-vimento de alergias alimentares, incluindo a alergia a ovo7. Grávidas e lactantes não devem restringir seu consumo para preveni-la.

Recomenda-se que os ovos sejam introduzidos na dieta da criança somente após os 2 anos7. Logo, evite oferecer à criança os alimentos que provavelmente terão ovos acresci-dos, por fazer parte dos ingredientes da receita1:

Produtos de panificação (brownies, cookies, bolos, muffins, tortas e alguns cremes); Salgados e empanados de lanchonete; Nuggets; Cremes, pudins e sorvetes; Massas com ovos na composição (olhe o rótulo); Marshmallows, marzipan, nougat; Maionese (algumas no mercado são sem ovos, verifique o rótulo); Panquecas e waffles; Molho tártaro.

A leitura dos rótulos é uma parte importante e deve se tornar um hábito na vida do alérgico ou dos pais de alérgicos. Não é tarefa fácil decifrar tudo o que vem escrito na composi-ção, mas fique atento a estes ingredientes:

Binder; Coagulante; Emulsionante; Albumina (proteína do ovo); Globulina/Lecitina (se estiver especificado que é soja, sem problemas); Livetin/Lisozima; Qualquer palavra que comece com ovo: ovalbumina, ovoglo-bulina, ovomucina, ovomucoide, ovotransferrina e ovovitelina; Simplesse (substituto de gordura à base de leite e ovo); Vitelina.

SUBSTITUINDO OS OVOS NA RECEITA

É possível substituir os ovos nas preparações. Veja as su-gestões abaixo que equivalem para um ovo8:

1 colher de sopa de linhaça de molho em 3 colheres de sopa de água por quinze minutos. Utilize o gel que se formou; Prepare purês de frutas com maçã e banana, podendo ser meia xícara de banana ou outra fruta amassada (purê); Três colheres de chá de bicarbonato de sódio diluído em água; ¼ de xicara de iogurte de soja ou natural; Purê de batata. Ovos representam uma fonte de alimento muito importan-te, especialmente para idosos, gestantes, crianças a partir de certa idade, atletas e pessoas debilitadas. Converse com seu médico ou nutricionista sobre a suspeita de alergia em você ou

no seu filho para que eles possam auxiliar da melhor maneira possível a diagnosticar corretamente essa condição e a lidar com a situação.

REFERÊNCIAS:

1About Food Allergies. Egg Allergy. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/egg-allergy

2Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

3Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Alergia Alimentar. 2009.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

4Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Food allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/food-allergy/ba-sics/definition/con-20019293

5ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://asbai.org.br/revistas/vol356/Guia-35-6.pdf

6Fleury: Medicina e Saúde. Reação adversa à vacinação. 2011.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/reacao-adversa-a-vacinacao.aspx

7Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

8Portal G1. Nutricionista apresenta substitutos do ovo, do leite e da farinha e faz bolo. Out/2014.Disponível em: http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2014/10/nutricionis-ta-apresenta-substitutos-do-ovo-do-leite-e-da-farinha-e-faz-bolo.html

Lemon-Mulé H, Sampson HA, Sicherer SH, Shreffler WG, Noone S, Nowak-Wegr-zyn A. Imunologic changes in children with egg allergy ingestinting extensively heated egg. J Allergy Clin Immunol 2008;122:977-83.Disponível em: http://www.jacionline.org/article/S0091--6749%2808%2901668-0/abstract

De todos os alimentos que ingerimos, o ovo é o que nos fornece as proteínas mais completas, além de fornecer gordu-ras, vitaminas e minerais. No entanto, é o segundo maior causa-dor de alergias alimentares, perdendo apenas para o leite de vaca1.

A alergia alimentar é caracterizada por uma hipersensibili-dade individual a uma ou mais proteínas que compõem deter-minados alimentos que após absorção, desencadeiam reações dependentes de mecanismos imunológicos2.

A clara de ovo é mais reconhecida por conter as proteínas alergênicas, no entanto, a gema também pode apresentá-las, uma vez que é quase impossível separar a gema e a clara com-pletamente. Veja quais são1,3:

Clara Albumina Ovalbumina Ovomucoide Ovotransferrina Ovomucina Lisozima

quentemente na idade adulta e é por toda a vida5,6.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS? O padrão de sintomas pode ocorrer imediatamente ou em um período de até 2 horas. Aqueles que reagem aos crustáceos podem ter os seguintes sintomas1,6,9:

Urticária; Sensação de mal estar; Inchaço nos lábios, nos olhos, na boca; Reações graves como a anafilaxia (conjunto de sintomas que pode levar à morte).

A alergia a crustáceos chama a atenção devido à intensida-de da reação alérgica, pois tendem a ser particularmente graves. Normalmente, quem é alérgico a um tipo de crustáceo desenvolve intolerância aos outros também6. A isso se dá o nome de reatividade cruzada. As reações cruzadas ocorrem quando duas proteínas alimentares de dois alimentos diferen-tes são, digamos, “semelhantes” 1.

Essa condição faz com que um indivíduo que desenvolveu alergia ao camarão, tenha a outros crustáceos e também (vejam só!) a ácaros e baratas. Caso ele respire a poeira do ar de casa que contenha restos de ácaros e baratas, a inalação dessas par-tículas pode fazer com que ele tenha uma reação alérgica, como se estivesse comendo o próprio camarão. Assim como a reativi-dade cruzada aparece também quando a pessoa ingere caran-guejo e lagosta7. Por isso, médicos orientam que aqueles que já

tiveram reação a um tipo de crustáceo, evitem também os demais e, é claro, ambientes empoeirados6.

COMO FAÇO O DIAGNÓSTICO?

Normalmente a pessoa descobre sua alergia enquanto está comendo. Por serem reações mais exacerbadas e que ocorrem na pele e vias respiratórias, fica na lembrança. Se tiver alguma dúvida, converse com seu médico, descreva seus sintomas, e então, ele solicitará os exames necessários.

TODOS QUE SÃO ALÉRGICOS AOS CRUSTÁCEOS SERÃO AOS PEIXES TAMBÉM?

As proteínas de ambos os alimentos são diferentes, por isso, o fato de ter alergia a um não indica problemas para inges-tão do outro. O problema pode estar na forma em que cada um é preparado. Quando for a um restaurante e pedir um peixe frito, por exemplo, pergunte se o mesmo é preparado no óleo do camarão, caso você a seja alérgico à crustáceos. Se sim, tal situação configura uma contaminação do alimento e pode re-sultar em reação alérgica.

E QUANDO NÃO SOU ALÉRGICO À TROPOMIOSINA, MAS NÃO TOLERO CAMARÃO?

Existem alguns aditivos alimentares utilizados para conser-var frutos do mar. É o caso do bissulfito de sódio (ou metabis-sulfito de sódio). As reações adversas aos aditivos alimentares são raras (abaixo de 1%), mas os sulfitos são entre os que mais

implicam em reações, como a asma, por exemplo1.

Sulfitos são aditivos alimentares utilizados para evitar a melanose, processo de escurecimento natural que ocorre nos crustáceos. Embora não seja nocivo, os consumidores rejeitam crustáceos nessas condições, pois relacionam a um produto de-teriorado. Assim, acrescenta-se o sulfito para evitar o escureci-mento8.

COMO PREVENIR REAÇÕES ALÉRGICAS GRAVES?

Sempre leia rótulos de ingredientes para identificar os prove-nientes do mar. Não frequente mercados de peixes, principalmente o setor de crustáceos. A proteína pode estar no ar e causar reação alérgica. Evite restaurantes de frutos do mar. Mesmo que vá para comer uma carne, é possível que tenha ocorrido contato entre pratos e talheres. Não fique próximo às áreas de cozinha. A proteína se concen-tra no vapor liberado durante o cozimento. Aqui fica o maior alerta: se em algum momento você perce-beu os sintomas de reação alérgica ao camarão e outros crustá-ceos, além de peixes, não tente ingeri-los novamente. Os sinto-mas podem avançar de leve a moderado no início, para uma anafilaxia grave. Procure um médico e descreva-os, assim, o profissional saberá qual a melhor conduta a seguir.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Ramos REM, et al. Alergia alimentar: reações e métodos diagnóstico. J Manag Prim Health Care 2013; 4(2):54-63.Disponível em: http://www.jmphc.com/ojs/index.php/01/article/downloa-d/86/82

3Ferreira AT. Fisiologia da Contração Muscular. Revista Neurociências V13 N3 (supl-versão eletrônica) – jul/set, 2005.Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN 13 SUPLEMENTO/Pages from RN 13 SUPLEMENTO-15.pdf

4Freudenrich CC. Contraindo um músculo. How Stuff Works?Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br/musculos1.htm

5Viver bem. Cinco questões sobre a alergia a camarão. Dez/2013.Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude/cinco-ques-toes-sobre-a-alergia-a-camarao/

6About Food Allergies. Shellfish. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/shellfish-allergy

7Revista Viva Saúde. Reação cruzada aumenta riscos de alergia. Jun/2014.Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/reacao-cruza-da-aumenta-riscos-de-alergia/2621/

8Info Escola. Melanose em pescado. Por Franciele Charro.Disponível em: http://www.infoescola.com/ecologia/melanose-em-pescado/

9Vida sem glúten e alergias. Alergia a frutos do mar. Ago/2009.Disponível em: http://www.vidasemglutenealergias.com/alergia-a-frutos-do--mar/346/

Quem é que não gosta de sentar na beira da praia e pedir um prato delicioso com camarão do restaurante especializado em frutos do mar? Para algumas pessoas isso é possível nas pri-meiras vezes, mas depois passam a reagir ao alimento, causan-do sintomas como dificuldade na respiração ou erupções na pele. Para outras, isso não é um problema e elas podem comer normalmente crustáceos e afins.

Os crustáceos (camarão, caranguejo, lagosta) são causa fre-quente de reações alérgicas alimentares. Podem ser IgE media-das ou não, sendo que os pacientes alérgicos apresentam sen-sibilidade para a tropomiosina, proteína que responde pela alergia a camarão, principalmente1,2.

Um fato interessante é que algumas proteínas são alergê-nicas apenas para determinadas espécies1. Nós, seres vertebra-dos, também possuímos a tropomiosina, proteína que faz parte do processo de contração muscular. Porém, para os seres huma-nos, a tropomiosina dos invertebrados é alergênica, causando reações adversas1,3,4.

Diferente das alergias por leite de vaca, ovo, trigo ou soja que, geralmente, aparecem até os 2 anos de idade e desapare-cem na infância tardia, a alergia aos crustáceos surge mais fre-

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Gema Lipovitelina Fosvitina

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

Os sintomas da alergia ao ovo podem ser leves até mais graves (anafilaxia). Os sinais mais comuns podem ocorrer na pele (urticária, coceiras, eczema, inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios), no sistema respiratório (tosse seca e constante, espirros, secreção e congestão nasal, dificuldade na respira-ção) e no trato gastrointestinal (dores abdominais, diarreias, náuseas e vômitos)2,3,4.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

A determinação da IgE específica auxilia apenas na identi-ficação das alergias alimentares imediatas, mediadas por IgE, ou nas reações mistas. Os testes cutâneos são simples e rápi-dos, e avaliam a sensibilização aos alérgenos. Um médico es-pecializado é capaz de interpretar corretamente os resulta-dos2.

Já os testes de provocação oral são considerados fidedig-nos para estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar. Aqui o paciente recebe uma oferta de alimento alergênico ou placebo em doses crescentes e intervalos regulares, sob supervisão médica, com constante monitoramento de possíveis reações clínicas2.

TRATAMENTO

A alergia a ovo é tratada com a exclusão do alimento na dieta e de produtos alimentícios feitos com ovos5.

Estudos têm mostrado que muitos indivíduos com alergia ao ovo, mediada por IgE, podem conseguir tolerar o alimento na forma cozida. A explicação é que com o cozimento as prote-ínas mudam de configuração e deixam de ser alergênicas para o organismo5. No entanto, tais exposições nunca devem ser feitas sem acompanhamento médico em crianças diagnostica-das com a alergia.

Um dos pontos de atenção para os alérgicos ao ovo, prin-cipalmente para os pais destes, são as vacinas, pois algumas são produzidas com proteínas do ovo. Entre elas estão a trípli-ce viral (sarampo, caxumba, rubéola), cuja quantidade é muito pequena, a anti-influenza e o imunizante contra febre amare-la6.

Tais vacinas são contraindicadas dependendo da quanti-dade de proteína do ovo presente e da história de reações an-teriores. No entanto, elas poderão ser administradas, mas sob supervisão médica por até 30 minutos após a tomada. Se você ou seu filho são alérgicos a ovos, informe isso ao médico antes de receber a vacina6.

COMO POSSO PREVENIR A ALERGIA AO OVO?

A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamen-to materno exclusivo até seis meses para prevenir o desenvol-vimento de alergias alimentares, incluindo a alergia a ovo7. Grávidas e lactantes não devem restringir seu consumo para preveni-la.

Recomenda-se que os ovos sejam introduzidos na dieta da criança somente após os 2 anos7. Logo, evite oferecer à criança os alimentos que provavelmente terão ovos acresci-dos, por fazer parte dos ingredientes da receita1:

Produtos de panificação (brownies, cookies, bolos, muffins, tortas e alguns cremes); Salgados e empanados de lanchonete; Nuggets; Cremes, pudins e sorvetes; Massas com ovos na composição (olhe o rótulo); Marshmallows, marzipan, nougat; Maionese (algumas no mercado são sem ovos, verifique o rótulo); Panquecas e waffles; Molho tártaro.

A leitura dos rótulos é uma parte importante e deve se tornar um hábito na vida do alérgico ou dos pais de alérgicos. Não é tarefa fácil decifrar tudo o que vem escrito na composi-ção, mas fique atento a estes ingredientes:

Binder; Coagulante; Emulsionante; Albumina (proteína do ovo); Globulina/Lecitina (se estiver especificado que é soja, sem problemas); Livetin/Lisozima; Qualquer palavra que comece com ovo: ovalbumina, ovoglo-bulina, ovomucina, ovomucoide, ovotransferrina e ovovitelina; Simplesse (substituto de gordura à base de leite e ovo); Vitelina.

SUBSTITUINDO OS OVOS NA RECEITA

É possível substituir os ovos nas preparações. Veja as su-gestões abaixo que equivalem para um ovo8:

1 colher de sopa de linhaça de molho em 3 colheres de sopa de água por quinze minutos. Utilize o gel que se formou; Prepare purês de frutas com maçã e banana, podendo ser meia xícara de banana ou outra fruta amassada (purê); Três colheres de chá de bicarbonato de sódio diluído em água; ¼ de xicara de iogurte de soja ou natural; Purê de batata. Ovos representam uma fonte de alimento muito importan-te, especialmente para idosos, gestantes, crianças a partir de certa idade, atletas e pessoas debilitadas. Converse com seu médico ou nutricionista sobre a suspeita de alergia em você ou

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Caso suspeite que você ou seu filho sejam alérgicos ao amendoim, preste atenção nos sintomas e relate-os ao médico alergista. Ele vai lhe questionar a quantidade ingerida, as rea-ções que aparecerem, em quanto tempo os sintomas aparece-ram e depois desapareceram, além do histórico familiar1,4.

A dieta de eliminação, aquela em que o alérgeno suspeito é eliminado da alimentação por um período, é uma opção. Se os sintomas melhorarem, é provável que exista uma alergia ao ali-mento. Do contrário, o médico pode sugerir o teste de provoca-ção oral, considerado padrão ouro para diagnóstico1,4.

COMO PREVENIR AS REAÇÕES ALÉRGICAS

A alergia ao amendoim pode desaparecer ou pode continu-ar para toda a vida, dependerá da predisposição genética ou forma de sensibilização: época, quantidade consumida, via (pele ou sistemas respiratório e digestivo), modo de processa-mento, entre outros1. Cerca de 20% das pessoas podem supe-rar a alergia quando adultos3,4.

Diferente das amêndoas, castanhas e nozes, os amendoins crescem rasteiros, no subsolo, e fazem parte de uma família que não são as oleaginosas: as leguminosas. Exemplos de outras le-guminosas são feijões, ervilhas, lentilhas e soja. Mas ser alérgi-co a um não necessariamente aumenta a possibilidade de ser ao outro, pois os alérgenos são diferentes3. Tanto que a inges-tão de proteínas provenientes de outras leguminosas, como a

soja, não é fator de risco para o desenvolvimento de alergia ao amendoim1.

Se as proteínas do amendoim estão presentes no ar, podem afetar as pessoas que são sensíveis, ou seja, é possível a sensibilização por via respiratória, por pólen de bétula e gra-míneas, devido à presença de componentes semelhantes em ambas as fontes1,4.

Para evitar uma reação alérgica, é preciso evitar produtos à base de amendoim. Sendo assim, é importante sempre ler os in-gredientes disponíveis nos rótulos para identificar se há ou não a presença do alérgeno3. É importante também atentar aos di-zeres fora dos igredientes, pois estes podem indicar a presença de traços de amendoim no produto.

Alguns alimentos devem ser evitados ou ter seus rótulos verificados com rigor. São eles2:

Alimentos assados (bolos, biscoitos); Farinha de amendoim; Manteiga de amendoim; Barras de cereais; Chocolates; Cereais matinais; Algumas saladas podem conter amendoim como componen-te; Sobremesas congeladas.

Vestígios de amendoim podem causar uma reação alérgica

e esse cuidado deve ser tomado principalmente com crianças. Normalmente, as reações são menos graves, mas áreas como olhos, nariz ou boca, que possuem mucosas e são muito irriga-das, tendem a desencadear reações mais agudas. Portanto, ao notar que a criança tocou em algo que pode conter amendoim leve-a para lavar as mãos ou, se for uma criança maior, oriente-a a sempre lavar as mãos quando for à cozinha, lanchar com os amiguinhos, e outras situações.

no seu filho para que eles possam auxiliar da melhor maneira possível a diagnosticar corretamente essa condição e a lidar com a situação.

REFERÊNCIAS:

1About Food Allergies. Egg Allergy. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/egg-allergy

2Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

3Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Alergia Alimentar. 2009.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

4Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Food allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/food-allergy/ba-sics/definition/con-20019293

5ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://asbai.org.br/revistas/vol356/Guia-35-6.pdf

6Fleury: Medicina e Saúde. Reação adversa à vacinação. 2011.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/reacao-adversa-a-vacinacao.aspx

7Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

8Portal G1. Nutricionista apresenta substitutos do ovo, do leite e da farinha e faz bolo. Out/2014.Disponível em: http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2014/10/nutricionis-ta-apresenta-substitutos-do-ovo-do-leite-e-da-farinha-e-faz-bolo.html

Lemon-Mulé H, Sampson HA, Sicherer SH, Shreffler WG, Noone S, Nowak-Wegr-zyn A. Imunologic changes in children with egg allergy ingestinting extensively heated egg. J Allergy Clin Immunol 2008;122:977-83.Disponível em: http://www.jacionline.org/article/S0091--6749%2808%2901668-0/abstract

REFERÊNCIAS:

1Oliveira LCL de, Solé D. Alergia ao amendoim: revisão. Rev. bras. alerg. imunopa-tol. 2012;35(1):3-8.Disponível em: http://www.sbai.org.br/revistas/vol351/vol351-artigos-de-revi-sao-01.pdf

2Ehow Brasil. Como diagnosticar uma alergia a amendoim.Disponível em: http://www.ehow.com.br/diagnosticar-alergia-amendoim-co-mo_84798/

3Food Allergy Research & Education. Peanut Allergy.Disponível em: https://www.foodallergy.org/allergens/peanut-allergy

4American College of Allergy, Ashtma & Immunology. Types of Food Allergy. Peanut Allergy.Disponível em: http://acaai.org/allergies/types/food-allergies/types-food-al-lergy/peanut-allergy

De todos os alimentos que ingerimos, o ovo é o que nos fornece as proteínas mais completas, além de fornecer gordu-ras, vitaminas e minerais. No entanto, é o segundo maior causa-dor de alergias alimentares, perdendo apenas para o leite de vaca1.

A alergia alimentar é caracterizada por uma hipersensibili-dade individual a uma ou mais proteínas que compõem deter-minados alimentos que após absorção, desencadeiam reações dependentes de mecanismos imunológicos2.

A clara de ovo é mais reconhecida por conter as proteínas alergênicas, no entanto, a gema também pode apresentá-las, uma vez que é quase impossível separar a gema e a clara com-pletamente. Veja quais são1,3:

Clara Albumina Ovalbumina Ovomucoide Ovotransferrina Ovomucina Lisozima

quentemente na idade adulta e é por toda a vida5,6.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS? O padrão de sintomas pode ocorrer imediatamente ou em um período de até 2 horas. Aqueles que reagem aos crustáceos podem ter os seguintes sintomas1,6,9:

Urticária; Sensação de mal estar; Inchaço nos lábios, nos olhos, na boca; Reações graves como a anafilaxia (conjunto de sintomas que pode levar à morte).

A alergia a crustáceos chama a atenção devido à intensida-de da reação alérgica, pois tendem a ser particularmente graves. Normalmente, quem é alérgico a um tipo de crustáceo desenvolve intolerância aos outros também6. A isso se dá o nome de reatividade cruzada. As reações cruzadas ocorrem quando duas proteínas alimentares de dois alimentos diferen-tes são, digamos, “semelhantes” 1.

Essa condição faz com que um indivíduo que desenvolveu alergia ao camarão, tenha a outros crustáceos e também (vejam só!) a ácaros e baratas. Caso ele respire a poeira do ar de casa que contenha restos de ácaros e baratas, a inalação dessas par-tículas pode fazer com que ele tenha uma reação alérgica, como se estivesse comendo o próprio camarão. Assim como a reativi-dade cruzada aparece também quando a pessoa ingere caran-guejo e lagosta7. Por isso, médicos orientam que aqueles que já

tiveram reação a um tipo de crustáceo, evitem também os demais e, é claro, ambientes empoeirados6.

COMO FAÇO O DIAGNÓSTICO?

Normalmente a pessoa descobre sua alergia enquanto está comendo. Por serem reações mais exacerbadas e que ocorrem na pele e vias respiratórias, fica na lembrança. Se tiver alguma dúvida, converse com seu médico, descreva seus sintomas, e então, ele solicitará os exames necessários.

TODOS QUE SÃO ALÉRGICOS AOS CRUSTÁCEOS SERÃO AOS PEIXES TAMBÉM?

As proteínas de ambos os alimentos são diferentes, por isso, o fato de ter alergia a um não indica problemas para inges-tão do outro. O problema pode estar na forma em que cada um é preparado. Quando for a um restaurante e pedir um peixe frito, por exemplo, pergunte se o mesmo é preparado no óleo do camarão, caso você a seja alérgico à crustáceos. Se sim, tal situação configura uma contaminação do alimento e pode re-sultar em reação alérgica.

E QUANDO NÃO SOU ALÉRGICO À TROPOMIOSINA, MAS NÃO TOLERO CAMARÃO?

Existem alguns aditivos alimentares utilizados para conser-var frutos do mar. É o caso do bissulfito de sódio (ou metabis-sulfito de sódio). As reações adversas aos aditivos alimentares são raras (abaixo de 1%), mas os sulfitos são entre os que mais

implicam em reações, como a asma, por exemplo1.

Sulfitos são aditivos alimentares utilizados para evitar a melanose, processo de escurecimento natural que ocorre nos crustáceos. Embora não seja nocivo, os consumidores rejeitam crustáceos nessas condições, pois relacionam a um produto de-teriorado. Assim, acrescenta-se o sulfito para evitar o escureci-mento8.

COMO PREVENIR REAÇÕES ALÉRGICAS GRAVES?

Sempre leia rótulos de ingredientes para identificar os prove-nientes do mar. Não frequente mercados de peixes, principalmente o setor de crustáceos. A proteína pode estar no ar e causar reação alérgica. Evite restaurantes de frutos do mar. Mesmo que vá para comer uma carne, é possível que tenha ocorrido contato entre pratos e talheres. Não fique próximo às áreas de cozinha. A proteína se concen-tra no vapor liberado durante o cozimento. Aqui fica o maior alerta: se em algum momento você perce-beu os sintomas de reação alérgica ao camarão e outros crustá-ceos, além de peixes, não tente ingeri-los novamente. Os sinto-mas podem avançar de leve a moderado no início, para uma anafilaxia grave. Procure um médico e descreva-os, assim, o profissional saberá qual a melhor conduta a seguir.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Ramos REM, et al. Alergia alimentar: reações e métodos diagnóstico. J Manag Prim Health Care 2013; 4(2):54-63.Disponível em: http://www.jmphc.com/ojs/index.php/01/article/downloa-d/86/82

3Ferreira AT. Fisiologia da Contração Muscular. Revista Neurociências V13 N3 (supl-versão eletrônica) – jul/set, 2005.Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN 13 SUPLEMENTO/Pages from RN 13 SUPLEMENTO-15.pdf

4Freudenrich CC. Contraindo um músculo. How Stuff Works?Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br/musculos1.htm

5Viver bem. Cinco questões sobre a alergia a camarão. Dez/2013.Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude/cinco-ques-toes-sobre-a-alergia-a-camarao/

6About Food Allergies. Shellfish. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/shellfish-allergy

7Revista Viva Saúde. Reação cruzada aumenta riscos de alergia. Jun/2014.Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/reacao-cruza-da-aumenta-riscos-de-alergia/2621/

8Info Escola. Melanose em pescado. Por Franciele Charro.Disponível em: http://www.infoescola.com/ecologia/melanose-em-pescado/

9Vida sem glúten e alergias. Alergia a frutos do mar. Ago/2009.Disponível em: http://www.vidasemglutenealergias.com/alergia-a-frutos-do--mar/346/

O amendoim é um dos principais alimentos relacionados a manifestações alérgicas. Com início geralmente na infância, a alergia ao amendoim comumente associa-se a outras manifes-tações atópicas e à anafilaxia. É tipicamente mediada por IgE, com manifestação clínica ocorrendo de minutos até duas horas após a ingestão do alimento1.

Os sintomas são comuns às outras alergias alimentares, porém, é um dos alimentos que mais causam reações fatais ou quase fatais. A exposição a quantidades muito pequenas de amendoim pode causar reações imediatas, como vermelhidão, coceira e inchaço na pele e, em casos mais graves, náusea, falta de ar e perda de consciência1,2. A maioria das reações envolve1:

Pele (urticária e angioedema); Sistema respiratório (chiado, dispneia, tosse); Gastrointestinal (diarreia, vômitos).

Em situações mais graves, a reação alérgica ao amendoim pode causar anafilaxia, reação potencialmente fatal que pode requerer a aplicação de epinefrina (adrenalina) de acordo com a orientação e prescrição médica recebida, ou em atendimento de emergência por profissional da saúde1,3,4.

ALERGIA A AMENDOIM

Quem é que não gosta de sentar na beira da praia e pedir um prato delicioso com camarão do restaurante especializado em frutos do mar? Para algumas pessoas isso é possível nas pri-meiras vezes, mas depois passam a reagir ao alimento, causan-do sintomas como dificuldade na respiração ou erupções na pele. Para outras, isso não é um problema e elas podem comer normalmente crustáceos e afins.

Os crustáceos (camarão, caranguejo, lagosta) são causa fre-quente de reações alérgicas alimentares. Podem ser IgE media-das ou não, sendo que os pacientes alérgicos apresentam sen-sibilidade para a tropomiosina, proteína que responde pela alergia a camarão, principalmente1,2.

Um fato interessante é que algumas proteínas são alergê-nicas apenas para determinadas espécies1. Nós, seres vertebra-dos, também possuímos a tropomiosina, proteína que faz parte do processo de contração muscular. Porém, para os seres huma-nos, a tropomiosina dos invertebrados é alergênica, causando reações adversas1,3,4.

Diferente das alergias por leite de vaca, ovo, trigo ou soja que, geralmente, aparecem até os 2 anos de idade e desapare-cem na infância tardia, a alergia aos crustáceos surge mais fre-

Page 60: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

Gema Lipovitelina Fosvitina

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

Os sintomas da alergia ao ovo podem ser leves até mais graves (anafilaxia). Os sinais mais comuns podem ocorrer na pele (urticária, coceiras, eczema, inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios), no sistema respiratório (tosse seca e constante, espirros, secreção e congestão nasal, dificuldade na respira-ção) e no trato gastrointestinal (dores abdominais, diarreias, náuseas e vômitos)2,3,4.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

A determinação da IgE específica auxilia apenas na identi-ficação das alergias alimentares imediatas, mediadas por IgE, ou nas reações mistas. Os testes cutâneos são simples e rápi-dos, e avaliam a sensibilização aos alérgenos. Um médico es-pecializado é capaz de interpretar corretamente os resulta-dos2.

Já os testes de provocação oral são considerados fidedig-nos para estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar. Aqui o paciente recebe uma oferta de alimento alergênico ou placebo em doses crescentes e intervalos regulares, sob supervisão médica, com constante monitoramento de possíveis reações clínicas2.

TRATAMENTO

A alergia a ovo é tratada com a exclusão do alimento na dieta e de produtos alimentícios feitos com ovos5.

Estudos têm mostrado que muitos indivíduos com alergia ao ovo, mediada por IgE, podem conseguir tolerar o alimento na forma cozida. A explicação é que com o cozimento as prote-ínas mudam de configuração e deixam de ser alergênicas para o organismo5. No entanto, tais exposições nunca devem ser feitas sem acompanhamento médico em crianças diagnostica-das com a alergia.

Um dos pontos de atenção para os alérgicos ao ovo, prin-cipalmente para os pais destes, são as vacinas, pois algumas são produzidas com proteínas do ovo. Entre elas estão a trípli-ce viral (sarampo, caxumba, rubéola), cuja quantidade é muito pequena, a anti-influenza e o imunizante contra febre amare-la6.

Tais vacinas são contraindicadas dependendo da quanti-dade de proteína do ovo presente e da história de reações an-teriores. No entanto, elas poderão ser administradas, mas sob supervisão médica por até 30 minutos após a tomada. Se você ou seu filho são alérgicos a ovos, informe isso ao médico antes de receber a vacina6.

COMO POSSO PREVENIR A ALERGIA AO OVO?

A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamen-to materno exclusivo até seis meses para prevenir o desenvol-vimento de alergias alimentares, incluindo a alergia a ovo7. Grávidas e lactantes não devem restringir seu consumo para preveni-la.

Recomenda-se que os ovos sejam introduzidos na dieta da criança somente após os 2 anos7. Logo, evite oferecer à criança os alimentos que provavelmente terão ovos acresci-dos, por fazer parte dos ingredientes da receita1:

Produtos de panificação (brownies, cookies, bolos, muffins, tortas e alguns cremes); Salgados e empanados de lanchonete; Nuggets; Cremes, pudins e sorvetes; Massas com ovos na composição (olhe o rótulo); Marshmallows, marzipan, nougat; Maionese (algumas no mercado são sem ovos, verifique o rótulo); Panquecas e waffles; Molho tártaro.

A leitura dos rótulos é uma parte importante e deve se tornar um hábito na vida do alérgico ou dos pais de alérgicos. Não é tarefa fácil decifrar tudo o que vem escrito na composi-ção, mas fique atento a estes ingredientes:

Binder; Coagulante; Emulsionante; Albumina (proteína do ovo); Globulina/Lecitina (se estiver especificado que é soja, sem problemas); Livetin/Lisozima; Qualquer palavra que comece com ovo: ovalbumina, ovoglo-bulina, ovomucina, ovomucoide, ovotransferrina e ovovitelina; Simplesse (substituto de gordura à base de leite e ovo); Vitelina.

SUBSTITUINDO OS OVOS NA RECEITA

É possível substituir os ovos nas preparações. Veja as su-gestões abaixo que equivalem para um ovo8:

1 colher de sopa de linhaça de molho em 3 colheres de sopa de água por quinze minutos. Utilize o gel que se formou; Prepare purês de frutas com maçã e banana, podendo ser meia xícara de banana ou outra fruta amassada (purê); Três colheres de chá de bicarbonato de sódio diluído em água; ¼ de xicara de iogurte de soja ou natural; Purê de batata. Ovos representam uma fonte de alimento muito importan-te, especialmente para idosos, gestantes, crianças a partir de certa idade, atletas e pessoas debilitadas. Converse com seu médico ou nutricionista sobre a suspeita de alergia em você ou

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Caso suspeite que você ou seu filho sejam alérgicos ao amendoim, preste atenção nos sintomas e relate-os ao médico alergista. Ele vai lhe questionar a quantidade ingerida, as rea-ções que aparecerem, em quanto tempo os sintomas aparece-ram e depois desapareceram, além do histórico familiar1,4.

A dieta de eliminação, aquela em que o alérgeno suspeito é eliminado da alimentação por um período, é uma opção. Se os sintomas melhorarem, é provável que exista uma alergia ao ali-mento. Do contrário, o médico pode sugerir o teste de provoca-ção oral, considerado padrão ouro para diagnóstico1,4.

COMO PREVENIR AS REAÇÕES ALÉRGICAS

A alergia ao amendoim pode desaparecer ou pode continu-ar para toda a vida, dependerá da predisposição genética ou forma de sensibilização: época, quantidade consumida, via (pele ou sistemas respiratório e digestivo), modo de processa-mento, entre outros1. Cerca de 20% das pessoas podem supe-rar a alergia quando adultos3,4.

Diferente das amêndoas, castanhas e nozes, os amendoins crescem rasteiros, no subsolo, e fazem parte de uma família que não são as oleaginosas: as leguminosas. Exemplos de outras le-guminosas são feijões, ervilhas, lentilhas e soja. Mas ser alérgi-co a um não necessariamente aumenta a possibilidade de ser ao outro, pois os alérgenos são diferentes3. Tanto que a inges-tão de proteínas provenientes de outras leguminosas, como a

soja, não é fator de risco para o desenvolvimento de alergia ao amendoim1.

Se as proteínas do amendoim estão presentes no ar, podem afetar as pessoas que são sensíveis, ou seja, é possível a sensibilização por via respiratória, por pólen de bétula e gra-míneas, devido à presença de componentes semelhantes em ambas as fontes1,4.

Para evitar uma reação alérgica, é preciso evitar produtos à base de amendoim. Sendo assim, é importante sempre ler os in-gredientes disponíveis nos rótulos para identificar se há ou não a presença do alérgeno3. É importante também atentar aos di-zeres fora dos igredientes, pois estes podem indicar a presença de traços de amendoim no produto.

Alguns alimentos devem ser evitados ou ter seus rótulos verificados com rigor. São eles2:

Alimentos assados (bolos, biscoitos); Farinha de amendoim; Manteiga de amendoim; Barras de cereais; Chocolates; Cereais matinais; Algumas saladas podem conter amendoim como componen-te; Sobremesas congeladas.

Vestígios de amendoim podem causar uma reação alérgica

e esse cuidado deve ser tomado principalmente com crianças. Normalmente, as reações são menos graves, mas áreas como olhos, nariz ou boca, que possuem mucosas e são muito irriga-das, tendem a desencadear reações mais agudas. Portanto, ao notar que a criança tocou em algo que pode conter amendoim leve-a para lavar as mãos ou, se for uma criança maior, oriente-a a sempre lavar as mãos quando for à cozinha, lanchar com os amiguinhos, e outras situações.

no seu filho para que eles possam auxiliar da melhor maneira possível a diagnosticar corretamente essa condição e a lidar com a situação.

REFERÊNCIAS:

1About Food Allergies. Egg Allergy. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/egg-allergy

2Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

3Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Alergia Alimentar. 2009.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

4Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Food allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/food-allergy/ba-sics/definition/con-20019293

5ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://asbai.org.br/revistas/vol356/Guia-35-6.pdf

6Fleury: Medicina e Saúde. Reação adversa à vacinação. 2011.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/reacao-adversa-a-vacinacao.aspx

7Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

8Portal G1. Nutricionista apresenta substitutos do ovo, do leite e da farinha e faz bolo. Out/2014.Disponível em: http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2014/10/nutricionis-ta-apresenta-substitutos-do-ovo-do-leite-e-da-farinha-e-faz-bolo.html

Lemon-Mulé H, Sampson HA, Sicherer SH, Shreffler WG, Noone S, Nowak-Wegr-zyn A. Imunologic changes in children with egg allergy ingestinting extensively heated egg. J Allergy Clin Immunol 2008;122:977-83.Disponível em: http://www.jacionline.org/article/S0091--6749%2808%2901668-0/abstract

REFERÊNCIAS:

1Oliveira LCL de, Solé D. Alergia ao amendoim: revisão. Rev. bras. alerg. imunopa-tol. 2012;35(1):3-8.Disponível em: http://www.sbai.org.br/revistas/vol351/vol351-artigos-de-revi-sao-01.pdf

2Ehow Brasil. Como diagnosticar uma alergia a amendoim.Disponível em: http://www.ehow.com.br/diagnosticar-alergia-amendoim-co-mo_84798/

3Food Allergy Research & Education. Peanut Allergy.Disponível em: https://www.foodallergy.org/allergens/peanut-allergy

4American College of Allergy, Ashtma & Immunology. Types of Food Allergy. Peanut Allergy.Disponível em: http://acaai.org/allergies/types/food-allergies/types-food-al-lergy/peanut-allergy

De todos os alimentos que ingerimos, o ovo é o que nos fornece as proteínas mais completas, além de fornecer gordu-ras, vitaminas e minerais. No entanto, é o segundo maior causa-dor de alergias alimentares, perdendo apenas para o leite de vaca1.

A alergia alimentar é caracterizada por uma hipersensibili-dade individual a uma ou mais proteínas que compõem deter-minados alimentos que após absorção, desencadeiam reações dependentes de mecanismos imunológicos2.

A clara de ovo é mais reconhecida por conter as proteínas alergênicas, no entanto, a gema também pode apresentá-las, uma vez que é quase impossível separar a gema e a clara com-pletamente. Veja quais são1,3:

Clara Albumina Ovalbumina Ovomucoide Ovotransferrina Ovomucina Lisozima

quentemente na idade adulta e é por toda a vida5,6.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS? O padrão de sintomas pode ocorrer imediatamente ou em um período de até 2 horas. Aqueles que reagem aos crustáceos podem ter os seguintes sintomas1,6,9:

Urticária; Sensação de mal estar; Inchaço nos lábios, nos olhos, na boca; Reações graves como a anafilaxia (conjunto de sintomas que pode levar à morte).

A alergia a crustáceos chama a atenção devido à intensida-de da reação alérgica, pois tendem a ser particularmente graves. Normalmente, quem é alérgico a um tipo de crustáceo desenvolve intolerância aos outros também6. A isso se dá o nome de reatividade cruzada. As reações cruzadas ocorrem quando duas proteínas alimentares de dois alimentos diferen-tes são, digamos, “semelhantes” 1.

Essa condição faz com que um indivíduo que desenvolveu alergia ao camarão, tenha a outros crustáceos e também (vejam só!) a ácaros e baratas. Caso ele respire a poeira do ar de casa que contenha restos de ácaros e baratas, a inalação dessas par-tículas pode fazer com que ele tenha uma reação alérgica, como se estivesse comendo o próprio camarão. Assim como a reativi-dade cruzada aparece também quando a pessoa ingere caran-guejo e lagosta7. Por isso, médicos orientam que aqueles que já

tiveram reação a um tipo de crustáceo, evitem também os demais e, é claro, ambientes empoeirados6.

COMO FAÇO O DIAGNÓSTICO?

Normalmente a pessoa descobre sua alergia enquanto está comendo. Por serem reações mais exacerbadas e que ocorrem na pele e vias respiratórias, fica na lembrança. Se tiver alguma dúvida, converse com seu médico, descreva seus sintomas, e então, ele solicitará os exames necessários.

TODOS QUE SÃO ALÉRGICOS AOS CRUSTÁCEOS SERÃO AOS PEIXES TAMBÉM?

As proteínas de ambos os alimentos são diferentes, por isso, o fato de ter alergia a um não indica problemas para inges-tão do outro. O problema pode estar na forma em que cada um é preparado. Quando for a um restaurante e pedir um peixe frito, por exemplo, pergunte se o mesmo é preparado no óleo do camarão, caso você a seja alérgico à crustáceos. Se sim, tal situação configura uma contaminação do alimento e pode re-sultar em reação alérgica.

E QUANDO NÃO SOU ALÉRGICO À TROPOMIOSINA, MAS NÃO TOLERO CAMARÃO?

Existem alguns aditivos alimentares utilizados para conser-var frutos do mar. É o caso do bissulfito de sódio (ou metabis-sulfito de sódio). As reações adversas aos aditivos alimentares são raras (abaixo de 1%), mas os sulfitos são entre os que mais

implicam em reações, como a asma, por exemplo1.

Sulfitos são aditivos alimentares utilizados para evitar a melanose, processo de escurecimento natural que ocorre nos crustáceos. Embora não seja nocivo, os consumidores rejeitam crustáceos nessas condições, pois relacionam a um produto de-teriorado. Assim, acrescenta-se o sulfito para evitar o escureci-mento8.

COMO PREVENIR REAÇÕES ALÉRGICAS GRAVES?

Sempre leia rótulos de ingredientes para identificar os prove-nientes do mar. Não frequente mercados de peixes, principalmente o setor de crustáceos. A proteína pode estar no ar e causar reação alérgica. Evite restaurantes de frutos do mar. Mesmo que vá para comer uma carne, é possível que tenha ocorrido contato entre pratos e talheres. Não fique próximo às áreas de cozinha. A proteína se concen-tra no vapor liberado durante o cozimento. Aqui fica o maior alerta: se em algum momento você perce-beu os sintomas de reação alérgica ao camarão e outros crustá-ceos, além de peixes, não tente ingeri-los novamente. Os sinto-mas podem avançar de leve a moderado no início, para uma anafilaxia grave. Procure um médico e descreva-os, assim, o profissional saberá qual a melhor conduta a seguir.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Ramos REM, et al. Alergia alimentar: reações e métodos diagnóstico. J Manag Prim Health Care 2013; 4(2):54-63.Disponível em: http://www.jmphc.com/ojs/index.php/01/article/downloa-d/86/82

3Ferreira AT. Fisiologia da Contração Muscular. Revista Neurociências V13 N3 (supl-versão eletrônica) – jul/set, 2005.Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN 13 SUPLEMENTO/Pages from RN 13 SUPLEMENTO-15.pdf

4Freudenrich CC. Contraindo um músculo. How Stuff Works?Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br/musculos1.htm

5Viver bem. Cinco questões sobre a alergia a camarão. Dez/2013.Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude/cinco-ques-toes-sobre-a-alergia-a-camarao/

6About Food Allergies. Shellfish. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/shellfish-allergy

7Revista Viva Saúde. Reação cruzada aumenta riscos de alergia. Jun/2014.Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/reacao-cruza-da-aumenta-riscos-de-alergia/2621/

8Info Escola. Melanose em pescado. Por Franciele Charro.Disponível em: http://www.infoescola.com/ecologia/melanose-em-pescado/

9Vida sem glúten e alergias. Alergia a frutos do mar. Ago/2009.Disponível em: http://www.vidasemglutenealergias.com/alergia-a-frutos-do--mar/346/

O amendoim é um dos principais alimentos relacionados a manifestações alérgicas. Com início geralmente na infância, a alergia ao amendoim comumente associa-se a outras manifes-tações atópicas e à anafilaxia. É tipicamente mediada por IgE, com manifestação clínica ocorrendo de minutos até duas horas após a ingestão do alimento1.

Os sintomas são comuns às outras alergias alimentares, porém, é um dos alimentos que mais causam reações fatais ou quase fatais. A exposição a quantidades muito pequenas de amendoim pode causar reações imediatas, como vermelhidão, coceira e inchaço na pele e, em casos mais graves, náusea, falta de ar e perda de consciência1,2. A maioria das reações envolve1:

Pele (urticária e angioedema); Sistema respiratório (chiado, dispneia, tosse); Gastrointestinal (diarreia, vômitos).

Em situações mais graves, a reação alérgica ao amendoim pode causar anafilaxia, reação potencialmente fatal que pode requerer a aplicação de epinefrina (adrenalina) de acordo com a orientação e prescrição médica recebida, ou em atendimento de emergência por profissional da saúde1,3,4.

Quem é que não gosta de sentar na beira da praia e pedir um prato delicioso com camarão do restaurante especializado em frutos do mar? Para algumas pessoas isso é possível nas pri-meiras vezes, mas depois passam a reagir ao alimento, causan-do sintomas como dificuldade na respiração ou erupções na pele. Para outras, isso não é um problema e elas podem comer normalmente crustáceos e afins.

Os crustáceos (camarão, caranguejo, lagosta) são causa fre-quente de reações alérgicas alimentares. Podem ser IgE media-das ou não, sendo que os pacientes alérgicos apresentam sen-sibilidade para a tropomiosina, proteína que responde pela alergia a camarão, principalmente1,2.

Um fato interessante é que algumas proteínas são alergê-nicas apenas para determinadas espécies1. Nós, seres vertebra-dos, também possuímos a tropomiosina, proteína que faz parte do processo de contração muscular. Porém, para os seres huma-nos, a tropomiosina dos invertebrados é alergênica, causando reações adversas1,3,4.

Diferente das alergias por leite de vaca, ovo, trigo ou soja que, geralmente, aparecem até os 2 anos de idade e desapare-cem na infância tardia, a alergia aos crustáceos surge mais fre-

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Gema Lipovitelina Fosvitina

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

Os sintomas da alergia ao ovo podem ser leves até mais graves (anafilaxia). Os sinais mais comuns podem ocorrer na pele (urticária, coceiras, eczema, inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios), no sistema respiratório (tosse seca e constante, espirros, secreção e congestão nasal, dificuldade na respira-ção) e no trato gastrointestinal (dores abdominais, diarreias, náuseas e vômitos)2,3,4.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

A determinação da IgE específica auxilia apenas na identi-ficação das alergias alimentares imediatas, mediadas por IgE, ou nas reações mistas. Os testes cutâneos são simples e rápi-dos, e avaliam a sensibilização aos alérgenos. Um médico es-pecializado é capaz de interpretar corretamente os resulta-dos2.

Já os testes de provocação oral são considerados fidedig-nos para estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar. Aqui o paciente recebe uma oferta de alimento alergênico ou placebo em doses crescentes e intervalos regulares, sob supervisão médica, com constante monitoramento de possíveis reações clínicas2.

TRATAMENTO

A alergia a ovo é tratada com a exclusão do alimento na dieta e de produtos alimentícios feitos com ovos5.

Estudos têm mostrado que muitos indivíduos com alergia ao ovo, mediada por IgE, podem conseguir tolerar o alimento na forma cozida. A explicação é que com o cozimento as prote-ínas mudam de configuração e deixam de ser alergênicas para o organismo5. No entanto, tais exposições nunca devem ser feitas sem acompanhamento médico em crianças diagnostica-das com a alergia.

Um dos pontos de atenção para os alérgicos ao ovo, prin-cipalmente para os pais destes, são as vacinas, pois algumas são produzidas com proteínas do ovo. Entre elas estão a trípli-ce viral (sarampo, caxumba, rubéola), cuja quantidade é muito pequena, a anti-influenza e o imunizante contra febre amare-la6.

Tais vacinas são contraindicadas dependendo da quanti-dade de proteína do ovo presente e da história de reações an-teriores. No entanto, elas poderão ser administradas, mas sob supervisão médica por até 30 minutos após a tomada. Se você ou seu filho são alérgicos a ovos, informe isso ao médico antes de receber a vacina6.

COMO POSSO PREVENIR A ALERGIA AO OVO?

A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamen-to materno exclusivo até seis meses para prevenir o desenvol-vimento de alergias alimentares, incluindo a alergia a ovo7. Grávidas e lactantes não devem restringir seu consumo para preveni-la.

Recomenda-se que os ovos sejam introduzidos na dieta da criança somente após os 2 anos7. Logo, evite oferecer à criança os alimentos que provavelmente terão ovos acresci-dos, por fazer parte dos ingredientes da receita1:

Produtos de panificação (brownies, cookies, bolos, muffins, tortas e alguns cremes); Salgados e empanados de lanchonete; Nuggets; Cremes, pudins e sorvetes; Massas com ovos na composição (olhe o rótulo); Marshmallows, marzipan, nougat; Maionese (algumas no mercado são sem ovos, verifique o rótulo); Panquecas e waffles; Molho tártaro.

A leitura dos rótulos é uma parte importante e deve se tornar um hábito na vida do alérgico ou dos pais de alérgicos. Não é tarefa fácil decifrar tudo o que vem escrito na composi-ção, mas fique atento a estes ingredientes:

Binder; Coagulante; Emulsionante; Albumina (proteína do ovo); Globulina/Lecitina (se estiver especificado que é soja, sem problemas); Livetin/Lisozima; Qualquer palavra que comece com ovo: ovalbumina, ovoglo-bulina, ovomucina, ovomucoide, ovotransferrina e ovovitelina; Simplesse (substituto de gordura à base de leite e ovo); Vitelina.

SUBSTITUINDO OS OVOS NA RECEITA

É possível substituir os ovos nas preparações. Veja as su-gestões abaixo que equivalem para um ovo8:

1 colher de sopa de linhaça de molho em 3 colheres de sopa de água por quinze minutos. Utilize o gel que se formou; Prepare purês de frutas com maçã e banana, podendo ser meia xícara de banana ou outra fruta amassada (purê); Três colheres de chá de bicarbonato de sódio diluído em água; ¼ de xicara de iogurte de soja ou natural; Purê de batata. Ovos representam uma fonte de alimento muito importan-te, especialmente para idosos, gestantes, crianças a partir de certa idade, atletas e pessoas debilitadas. Converse com seu médico ou nutricionista sobre a suspeita de alergia em você ou

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Caso suspeite que você ou seu filho sejam alérgicos ao amendoim, preste atenção nos sintomas e relate-os ao médico alergista. Ele vai lhe questionar a quantidade ingerida, as rea-ções que aparecerem, em quanto tempo os sintomas aparece-ram e depois desapareceram, além do histórico familiar1,4.

A dieta de eliminação, aquela em que o alérgeno suspeito é eliminado da alimentação por um período, é uma opção. Se os sintomas melhorarem, é provável que exista uma alergia ao ali-mento. Do contrário, o médico pode sugerir o teste de provoca-ção oral, considerado padrão ouro para diagnóstico1,4.

COMO PREVENIR AS REAÇÕES ALÉRGICAS

A alergia ao amendoim pode desaparecer ou pode continu-ar para toda a vida, dependerá da predisposição genética ou forma de sensibilização: época, quantidade consumida, via (pele ou sistemas respiratório e digestivo), modo de processa-mento, entre outros1. Cerca de 20% das pessoas podem supe-rar a alergia quando adultos3,4.

Diferente das amêndoas, castanhas e nozes, os amendoins crescem rasteiros, no subsolo, e fazem parte de uma família que não são as oleaginosas: as leguminosas. Exemplos de outras le-guminosas são feijões, ervilhas, lentilhas e soja. Mas ser alérgi-co a um não necessariamente aumenta a possibilidade de ser ao outro, pois os alérgenos são diferentes3. Tanto que a inges-tão de proteínas provenientes de outras leguminosas, como a

soja, não é fator de risco para o desenvolvimento de alergia ao amendoim1.

Se as proteínas do amendoim estão presentes no ar, podem afetar as pessoas que são sensíveis, ou seja, é possível a sensibilização por via respiratória, por pólen de bétula e gra-míneas, devido à presença de componentes semelhantes em ambas as fontes1,4.

Para evitar uma reação alérgica, é preciso evitar produtos à base de amendoim. Sendo assim, é importante sempre ler os in-gredientes disponíveis nos rótulos para identificar se há ou não a presença do alérgeno3. É importante também atentar aos di-zeres fora dos igredientes, pois estes podem indicar a presença de traços de amendoim no produto.

Alguns alimentos devem ser evitados ou ter seus rótulos verificados com rigor. São eles2:

Alimentos assados (bolos, biscoitos); Farinha de amendoim; Manteiga de amendoim; Barras de cereais; Chocolates; Cereais matinais; Algumas saladas podem conter amendoim como componen-te; Sobremesas congeladas.

Vestígios de amendoim podem causar uma reação alérgica

e esse cuidado deve ser tomado principalmente com crianças. Normalmente, as reações são menos graves, mas áreas como olhos, nariz ou boca, que possuem mucosas e são muito irriga-das, tendem a desencadear reações mais agudas. Portanto, ao notar que a criança tocou em algo que pode conter amendoim leve-a para lavar as mãos ou, se for uma criança maior, oriente-a a sempre lavar as mãos quando for à cozinha, lanchar com os amiguinhos, e outras situações.

no seu filho para que eles possam auxiliar da melhor maneira possível a diagnosticar corretamente essa condição e a lidar com a situação.

REFERÊNCIAS:

1About Food Allergies. Egg Allergy. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/egg-allergy

2Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

3Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Alergia Alimentar. 2009.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

4Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Food allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/food-allergy/ba-sics/definition/con-20019293

5ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://asbai.org.br/revistas/vol356/Guia-35-6.pdf

6Fleury: Medicina e Saúde. Reação adversa à vacinação. 2011.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/reacao-adversa-a-vacinacao.aspx

7Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

8Portal G1. Nutricionista apresenta substitutos do ovo, do leite e da farinha e faz bolo. Out/2014.Disponível em: http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2014/10/nutricionis-ta-apresenta-substitutos-do-ovo-do-leite-e-da-farinha-e-faz-bolo.html

Lemon-Mulé H, Sampson HA, Sicherer SH, Shreffler WG, Noone S, Nowak-Wegr-zyn A. Imunologic changes in children with egg allergy ingestinting extensively heated egg. J Allergy Clin Immunol 2008;122:977-83.Disponível em: http://www.jacionline.org/article/S0091--6749%2808%2901668-0/abstract

REFERÊNCIAS:

1Oliveira LCL de, Solé D. Alergia ao amendoim: revisão. Rev. bras. alerg. imunopa-tol. 2012;35(1):3-8.Disponível em: http://www.sbai.org.br/revistas/vol351/vol351-artigos-de-revi-sao-01.pdf

2Ehow Brasil. Como diagnosticar uma alergia a amendoim.Disponível em: http://www.ehow.com.br/diagnosticar-alergia-amendoim-co-mo_84798/

3Food Allergy Research & Education. Peanut Allergy.Disponível em: https://www.foodallergy.org/allergens/peanut-allergy

4American College of Allergy, Ashtma & Immunology. Types of Food Allergy. Peanut Allergy.Disponível em: http://acaai.org/allergies/types/food-allergies/types-food-al-lergy/peanut-allergy

De todos os alimentos que ingerimos, o ovo é o que nos fornece as proteínas mais completas, além de fornecer gordu-ras, vitaminas e minerais. No entanto, é o segundo maior causa-dor de alergias alimentares, perdendo apenas para o leite de vaca1.

A alergia alimentar é caracterizada por uma hipersensibili-dade individual a uma ou mais proteínas que compõem deter-minados alimentos que após absorção, desencadeiam reações dependentes de mecanismos imunológicos2.

A clara de ovo é mais reconhecida por conter as proteínas alergênicas, no entanto, a gema também pode apresentá-las, uma vez que é quase impossível separar a gema e a clara com-pletamente. Veja quais são1,3:

Clara Albumina Ovalbumina Ovomucoide Ovotransferrina Ovomucina Lisozima

quentemente na idade adulta e é por toda a vida5,6.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS? O padrão de sintomas pode ocorrer imediatamente ou em um período de até 2 horas. Aqueles que reagem aos crustáceos podem ter os seguintes sintomas1,6,9:

Urticária; Sensação de mal estar; Inchaço nos lábios, nos olhos, na boca; Reações graves como a anafilaxia (conjunto de sintomas que pode levar à morte).

A alergia a crustáceos chama a atenção devido à intensida-de da reação alérgica, pois tendem a ser particularmente graves. Normalmente, quem é alérgico a um tipo de crustáceo desenvolve intolerância aos outros também6. A isso se dá o nome de reatividade cruzada. As reações cruzadas ocorrem quando duas proteínas alimentares de dois alimentos diferen-tes são, digamos, “semelhantes” 1.

Essa condição faz com que um indivíduo que desenvolveu alergia ao camarão, tenha a outros crustáceos e também (vejam só!) a ácaros e baratas. Caso ele respire a poeira do ar de casa que contenha restos de ácaros e baratas, a inalação dessas par-tículas pode fazer com que ele tenha uma reação alérgica, como se estivesse comendo o próprio camarão. Assim como a reativi-dade cruzada aparece também quando a pessoa ingere caran-guejo e lagosta7. Por isso, médicos orientam que aqueles que já

tiveram reação a um tipo de crustáceo, evitem também os demais e, é claro, ambientes empoeirados6.

COMO FAÇO O DIAGNÓSTICO?

Normalmente a pessoa descobre sua alergia enquanto está comendo. Por serem reações mais exacerbadas e que ocorrem na pele e vias respiratórias, fica na lembrança. Se tiver alguma dúvida, converse com seu médico, descreva seus sintomas, e então, ele solicitará os exames necessários.

TODOS QUE SÃO ALÉRGICOS AOS CRUSTÁCEOS SERÃO AOS PEIXES TAMBÉM?

As proteínas de ambos os alimentos são diferentes, por isso, o fato de ter alergia a um não indica problemas para inges-tão do outro. O problema pode estar na forma em que cada um é preparado. Quando for a um restaurante e pedir um peixe frito, por exemplo, pergunte se o mesmo é preparado no óleo do camarão, caso você a seja alérgico à crustáceos. Se sim, tal situação configura uma contaminação do alimento e pode re-sultar em reação alérgica.

E QUANDO NÃO SOU ALÉRGICO À TROPOMIOSINA, MAS NÃO TOLERO CAMARÃO?

Existem alguns aditivos alimentares utilizados para conser-var frutos do mar. É o caso do bissulfito de sódio (ou metabis-sulfito de sódio). As reações adversas aos aditivos alimentares são raras (abaixo de 1%), mas os sulfitos são entre os que mais

implicam em reações, como a asma, por exemplo1.

Sulfitos são aditivos alimentares utilizados para evitar a melanose, processo de escurecimento natural que ocorre nos crustáceos. Embora não seja nocivo, os consumidores rejeitam crustáceos nessas condições, pois relacionam a um produto de-teriorado. Assim, acrescenta-se o sulfito para evitar o escureci-mento8.

COMO PREVENIR REAÇÕES ALÉRGICAS GRAVES?

Sempre leia rótulos de ingredientes para identificar os prove-nientes do mar. Não frequente mercados de peixes, principalmente o setor de crustáceos. A proteína pode estar no ar e causar reação alérgica. Evite restaurantes de frutos do mar. Mesmo que vá para comer uma carne, é possível que tenha ocorrido contato entre pratos e talheres. Não fique próximo às áreas de cozinha. A proteína se concen-tra no vapor liberado durante o cozimento. Aqui fica o maior alerta: se em algum momento você perce-beu os sintomas de reação alérgica ao camarão e outros crustá-ceos, além de peixes, não tente ingeri-los novamente. Os sinto-mas podem avançar de leve a moderado no início, para uma anafilaxia grave. Procure um médico e descreva-os, assim, o profissional saberá qual a melhor conduta a seguir.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Ramos REM, et al. Alergia alimentar: reações e métodos diagnóstico. J Manag Prim Health Care 2013; 4(2):54-63.Disponível em: http://www.jmphc.com/ojs/index.php/01/article/downloa-d/86/82

3Ferreira AT. Fisiologia da Contração Muscular. Revista Neurociências V13 N3 (supl-versão eletrônica) – jul/set, 2005.Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN 13 SUPLEMENTO/Pages from RN 13 SUPLEMENTO-15.pdf

4Freudenrich CC. Contraindo um músculo. How Stuff Works?Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br/musculos1.htm

5Viver bem. Cinco questões sobre a alergia a camarão. Dez/2013.Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude/cinco-ques-toes-sobre-a-alergia-a-camarao/

6About Food Allergies. Shellfish. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/shellfish-allergy

7Revista Viva Saúde. Reação cruzada aumenta riscos de alergia. Jun/2014.Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/reacao-cruza-da-aumenta-riscos-de-alergia/2621/

8Info Escola. Melanose em pescado. Por Franciele Charro.Disponível em: http://www.infoescola.com/ecologia/melanose-em-pescado/

9Vida sem glúten e alergias. Alergia a frutos do mar. Ago/2009.Disponível em: http://www.vidasemglutenealergias.com/alergia-a-frutos-do--mar/346/

O amendoim é um dos principais alimentos relacionados a manifestações alérgicas. Com início geralmente na infância, a alergia ao amendoim comumente associa-se a outras manifes-tações atópicas e à anafilaxia. É tipicamente mediada por IgE, com manifestação clínica ocorrendo de minutos até duas horas após a ingestão do alimento1.

Os sintomas são comuns às outras alergias alimentares, porém, é um dos alimentos que mais causam reações fatais ou quase fatais. A exposição a quantidades muito pequenas de amendoim pode causar reações imediatas, como vermelhidão, coceira e inchaço na pele e, em casos mais graves, náusea, falta de ar e perda de consciência1,2. A maioria das reações envolve1:

Pele (urticária e angioedema); Sistema respiratório (chiado, dispneia, tosse); Gastrointestinal (diarreia, vômitos).

Em situações mais graves, a reação alérgica ao amendoim pode causar anafilaxia, reação potencialmente fatal que pode requerer a aplicação de epinefrina (adrenalina) de acordo com a orientação e prescrição médica recebida, ou em atendimento de emergência por profissional da saúde1,3,4.

Quem é que não gosta de sentar na beira da praia e pedir um prato delicioso com camarão do restaurante especializado em frutos do mar? Para algumas pessoas isso é possível nas pri-meiras vezes, mas depois passam a reagir ao alimento, causan-do sintomas como dificuldade na respiração ou erupções na pele. Para outras, isso não é um problema e elas podem comer normalmente crustáceos e afins.

Os crustáceos (camarão, caranguejo, lagosta) são causa fre-quente de reações alérgicas alimentares. Podem ser IgE media-das ou não, sendo que os pacientes alérgicos apresentam sen-sibilidade para a tropomiosina, proteína que responde pela alergia a camarão, principalmente1,2.

Um fato interessante é que algumas proteínas são alergê-nicas apenas para determinadas espécies1. Nós, seres vertebra-dos, também possuímos a tropomiosina, proteína que faz parte do processo de contração muscular. Porém, para os seres huma-nos, a tropomiosina dos invertebrados é alergênica, causando reações adversas1,3,4.

Diferente das alergias por leite de vaca, ovo, trigo ou soja que, geralmente, aparecem até os 2 anos de idade e desapare-cem na infância tardia, a alergia aos crustáceos surge mais fre-

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Gema Lipovitelina Fosvitina

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

Os sintomas da alergia ao ovo podem ser leves até mais graves (anafilaxia). Os sinais mais comuns podem ocorrer na pele (urticária, coceiras, eczema, inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios), no sistema respiratório (tosse seca e constante, espirros, secreção e congestão nasal, dificuldade na respira-ção) e no trato gastrointestinal (dores abdominais, diarreias, náuseas e vômitos)2,3,4.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

A determinação da IgE específica auxilia apenas na identi-ficação das alergias alimentares imediatas, mediadas por IgE, ou nas reações mistas. Os testes cutâneos são simples e rápi-dos, e avaliam a sensibilização aos alérgenos. Um médico es-pecializado é capaz de interpretar corretamente os resulta-dos2.

Já os testes de provocação oral são considerados fidedig-nos para estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar. Aqui o paciente recebe uma oferta de alimento alergênico ou placebo em doses crescentes e intervalos regulares, sob supervisão médica, com constante monitoramento de possíveis reações clínicas2.

TRATAMENTO

A alergia a ovo é tratada com a exclusão do alimento na dieta e de produtos alimentícios feitos com ovos5.

Estudos têm mostrado que muitos indivíduos com alergia ao ovo, mediada por IgE, podem conseguir tolerar o alimento na forma cozida. A explicação é que com o cozimento as prote-ínas mudam de configuração e deixam de ser alergênicas para o organismo5. No entanto, tais exposições nunca devem ser feitas sem acompanhamento médico em crianças diagnostica-das com a alergia.

Um dos pontos de atenção para os alérgicos ao ovo, prin-cipalmente para os pais destes, são as vacinas, pois algumas são produzidas com proteínas do ovo. Entre elas estão a trípli-ce viral (sarampo, caxumba, rubéola), cuja quantidade é muito pequena, a anti-influenza e o imunizante contra febre amare-la6.

Tais vacinas são contraindicadas dependendo da quanti-dade de proteína do ovo presente e da história de reações an-teriores. No entanto, elas poderão ser administradas, mas sob supervisão médica por até 30 minutos após a tomada. Se você ou seu filho são alérgicos a ovos, informe isso ao médico antes de receber a vacina6.

COMO POSSO PREVENIR A ALERGIA AO OVO?

A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamen-to materno exclusivo até seis meses para prevenir o desenvol-vimento de alergias alimentares, incluindo a alergia a ovo7. Grávidas e lactantes não devem restringir seu consumo para preveni-la.

Recomenda-se que os ovos sejam introduzidos na dieta da criança somente após os 2 anos7. Logo, evite oferecer à criança os alimentos que provavelmente terão ovos acresci-dos, por fazer parte dos ingredientes da receita1:

Produtos de panificação (brownies, cookies, bolos, muffins, tortas e alguns cremes); Salgados e empanados de lanchonete; Nuggets; Cremes, pudins e sorvetes; Massas com ovos na composição (olhe o rótulo); Marshmallows, marzipan, nougat; Maionese (algumas no mercado são sem ovos, verifique o rótulo); Panquecas e waffles; Molho tártaro.

A leitura dos rótulos é uma parte importante e deve se tornar um hábito na vida do alérgico ou dos pais de alérgicos. Não é tarefa fácil decifrar tudo o que vem escrito na composi-ção, mas fique atento a estes ingredientes:

Binder; Coagulante; Emulsionante; Albumina (proteína do ovo); Globulina/Lecitina (se estiver especificado que é soja, sem problemas); Livetin/Lisozima; Qualquer palavra que comece com ovo: ovalbumina, ovoglo-bulina, ovomucina, ovomucoide, ovotransferrina e ovovitelina; Simplesse (substituto de gordura à base de leite e ovo); Vitelina.

SUBSTITUINDO OS OVOS NA RECEITA

É possível substituir os ovos nas preparações. Veja as su-gestões abaixo que equivalem para um ovo8:

1 colher de sopa de linhaça de molho em 3 colheres de sopa de água por quinze minutos. Utilize o gel que se formou; Prepare purês de frutas com maçã e banana, podendo ser meia xícara de banana ou outra fruta amassada (purê); Três colheres de chá de bicarbonato de sódio diluído em água; ¼ de xicara de iogurte de soja ou natural; Purê de batata. Ovos representam uma fonte de alimento muito importan-te, especialmente para idosos, gestantes, crianças a partir de certa idade, atletas e pessoas debilitadas. Converse com seu médico ou nutricionista sobre a suspeita de alergia em você ou

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Caso suspeite que você ou seu filho sejam alérgicos ao amendoim, preste atenção nos sintomas e relate-os ao médico alergista. Ele vai lhe questionar a quantidade ingerida, as rea-ções que aparecerem, em quanto tempo os sintomas aparece-ram e depois desapareceram, além do histórico familiar1,4.

A dieta de eliminação, aquela em que o alérgeno suspeito é eliminado da alimentação por um período, é uma opção. Se os sintomas melhorarem, é provável que exista uma alergia ao ali-mento. Do contrário, o médico pode sugerir o teste de provoca-ção oral, considerado padrão ouro para diagnóstico1,4.

COMO PREVENIR AS REAÇÕES ALÉRGICAS

A alergia ao amendoim pode desaparecer ou pode continu-ar para toda a vida, dependerá da predisposição genética ou forma de sensibilização: época, quantidade consumida, via (pele ou sistemas respiratório e digestivo), modo de processa-mento, entre outros1. Cerca de 20% das pessoas podem supe-rar a alergia quando adultos3,4.

Diferente das amêndoas, castanhas e nozes, os amendoins crescem rasteiros, no subsolo, e fazem parte de uma família que não são as oleaginosas: as leguminosas. Exemplos de outras le-guminosas são feijões, ervilhas, lentilhas e soja. Mas ser alérgi-co a um não necessariamente aumenta a possibilidade de ser ao outro, pois os alérgenos são diferentes3. Tanto que a inges-tão de proteínas provenientes de outras leguminosas, como a

soja, não é fator de risco para o desenvolvimento de alergia ao amendoim1.

Se as proteínas do amendoim estão presentes no ar, podem afetar as pessoas que são sensíveis, ou seja, é possível a sensibilização por via respiratória, por pólen de bétula e gra-míneas, devido à presença de componentes semelhantes em ambas as fontes1,4.

Para evitar uma reação alérgica, é preciso evitar produtos à base de amendoim. Sendo assim, é importante sempre ler os in-gredientes disponíveis nos rótulos para identificar se há ou não a presença do alérgeno3. É importante também atentar aos di-zeres fora dos igredientes, pois estes podem indicar a presença de traços de amendoim no produto.

Alguns alimentos devem ser evitados ou ter seus rótulos verificados com rigor. São eles2:

Alimentos assados (bolos, biscoitos); Farinha de amendoim; Manteiga de amendoim; Barras de cereais; Chocolates; Cereais matinais; Algumas saladas podem conter amendoim como componen-te; Sobremesas congeladas.

Vestígios de amendoim podem causar uma reação alérgica

e esse cuidado deve ser tomado principalmente com crianças. Normalmente, as reações são menos graves, mas áreas como olhos, nariz ou boca, que possuem mucosas e são muito irriga-das, tendem a desencadear reações mais agudas. Portanto, ao notar que a criança tocou em algo que pode conter amendoim leve-a para lavar as mãos ou, se for uma criança maior, oriente-a a sempre lavar as mãos quando for à cozinha, lanchar com os amiguinhos, e outras situações.

no seu filho para que eles possam auxiliar da melhor maneira possível a diagnosticar corretamente essa condição e a lidar com a situação.

REFERÊNCIAS:

1About Food Allergies. Egg Allergy. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/egg-allergy

2Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

3Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Alergia Alimentar. 2009.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

4Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Food allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/food-allergy/ba-sics/definition/con-20019293

5ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://asbai.org.br/revistas/vol356/Guia-35-6.pdf

6Fleury: Medicina e Saúde. Reação adversa à vacinação. 2011.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/reacao-adversa-a-vacinacao.aspx

7Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

8Portal G1. Nutricionista apresenta substitutos do ovo, do leite e da farinha e faz bolo. Out/2014.Disponível em: http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2014/10/nutricionis-ta-apresenta-substitutos-do-ovo-do-leite-e-da-farinha-e-faz-bolo.html

Lemon-Mulé H, Sampson HA, Sicherer SH, Shreffler WG, Noone S, Nowak-Wegr-zyn A. Imunologic changes in children with egg allergy ingestinting extensively heated egg. J Allergy Clin Immunol 2008;122:977-83.Disponível em: http://www.jacionline.org/article/S0091--6749%2808%2901668-0/abstract

REFERÊNCIAS:

1Oliveira LCL de, Solé D. Alergia ao amendoim: revisão. Rev. bras. alerg. imunopa-tol. 2012;35(1):3-8.Disponível em: http://www.sbai.org.br/revistas/vol351/vol351-artigos-de-revi-sao-01.pdf

2Ehow Brasil. Como diagnosticar uma alergia a amendoim.Disponível em: http://www.ehow.com.br/diagnosticar-alergia-amendoim-co-mo_84798/

3Food Allergy Research & Education. Peanut Allergy.Disponível em: https://www.foodallergy.org/allergens/peanut-allergy

4American College of Allergy, Ashtma & Immunology. Types of Food Allergy. Peanut Allergy.Disponível em: http://acaai.org/allergies/types/food-allergies/types-food-al-lergy/peanut-allergy

De todos os alimentos que ingerimos, o ovo é o que nos fornece as proteínas mais completas, além de fornecer gordu-ras, vitaminas e minerais. No entanto, é o segundo maior causa-dor de alergias alimentares, perdendo apenas para o leite de vaca1.

A alergia alimentar é caracterizada por uma hipersensibili-dade individual a uma ou mais proteínas que compõem deter-minados alimentos que após absorção, desencadeiam reações dependentes de mecanismos imunológicos2.

A clara de ovo é mais reconhecida por conter as proteínas alergênicas, no entanto, a gema também pode apresentá-las, uma vez que é quase impossível separar a gema e a clara com-pletamente. Veja quais são1,3:

Clara Albumina Ovalbumina Ovomucoide Ovotransferrina Ovomucina Lisozima

quentemente na idade adulta e é por toda a vida5,6.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS? O padrão de sintomas pode ocorrer imediatamente ou em um período de até 2 horas. Aqueles que reagem aos crustáceos podem ter os seguintes sintomas1,6,9:

Urticária; Sensação de mal estar; Inchaço nos lábios, nos olhos, na boca; Reações graves como a anafilaxia (conjunto de sintomas que pode levar à morte).

A alergia a crustáceos chama a atenção devido à intensida-de da reação alérgica, pois tendem a ser particularmente graves. Normalmente, quem é alérgico a um tipo de crustáceo desenvolve intolerância aos outros também6. A isso se dá o nome de reatividade cruzada. As reações cruzadas ocorrem quando duas proteínas alimentares de dois alimentos diferen-tes são, digamos, “semelhantes” 1.

Essa condição faz com que um indivíduo que desenvolveu alergia ao camarão, tenha a outros crustáceos e também (vejam só!) a ácaros e baratas. Caso ele respire a poeira do ar de casa que contenha restos de ácaros e baratas, a inalação dessas par-tículas pode fazer com que ele tenha uma reação alérgica, como se estivesse comendo o próprio camarão. Assim como a reativi-dade cruzada aparece também quando a pessoa ingere caran-guejo e lagosta7. Por isso, médicos orientam que aqueles que já

tiveram reação a um tipo de crustáceo, evitem também os demais e, é claro, ambientes empoeirados6.

COMO FAÇO O DIAGNÓSTICO?

Normalmente a pessoa descobre sua alergia enquanto está comendo. Por serem reações mais exacerbadas e que ocorrem na pele e vias respiratórias, fica na lembrança. Se tiver alguma dúvida, converse com seu médico, descreva seus sintomas, e então, ele solicitará os exames necessários.

TODOS QUE SÃO ALÉRGICOS AOS CRUSTÁCEOS SERÃO AOS PEIXES TAMBÉM?

As proteínas de ambos os alimentos são diferentes, por isso, o fato de ter alergia a um não indica problemas para inges-tão do outro. O problema pode estar na forma em que cada um é preparado. Quando for a um restaurante e pedir um peixe frito, por exemplo, pergunte se o mesmo é preparado no óleo do camarão, caso você a seja alérgico à crustáceos. Se sim, tal situação configura uma contaminação do alimento e pode re-sultar em reação alérgica.

E QUANDO NÃO SOU ALÉRGICO À TROPOMIOSINA, MAS NÃO TOLERO CAMARÃO?

Existem alguns aditivos alimentares utilizados para conser-var frutos do mar. É o caso do bissulfito de sódio (ou metabis-sulfito de sódio). As reações adversas aos aditivos alimentares são raras (abaixo de 1%), mas os sulfitos são entre os que mais

implicam em reações, como a asma, por exemplo1.

Sulfitos são aditivos alimentares utilizados para evitar a melanose, processo de escurecimento natural que ocorre nos crustáceos. Embora não seja nocivo, os consumidores rejeitam crustáceos nessas condições, pois relacionam a um produto de-teriorado. Assim, acrescenta-se o sulfito para evitar o escureci-mento8.

COMO PREVENIR REAÇÕES ALÉRGICAS GRAVES?

Sempre leia rótulos de ingredientes para identificar os prove-nientes do mar. Não frequente mercados de peixes, principalmente o setor de crustáceos. A proteína pode estar no ar e causar reação alérgica. Evite restaurantes de frutos do mar. Mesmo que vá para comer uma carne, é possível que tenha ocorrido contato entre pratos e talheres. Não fique próximo às áreas de cozinha. A proteína se concen-tra no vapor liberado durante o cozimento. Aqui fica o maior alerta: se em algum momento você perce-beu os sintomas de reação alérgica ao camarão e outros crustá-ceos, além de peixes, não tente ingeri-los novamente. Os sinto-mas podem avançar de leve a moderado no início, para uma anafilaxia grave. Procure um médico e descreva-os, assim, o profissional saberá qual a melhor conduta a seguir.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Ramos REM, et al. Alergia alimentar: reações e métodos diagnóstico. J Manag Prim Health Care 2013; 4(2):54-63.Disponível em: http://www.jmphc.com/ojs/index.php/01/article/downloa-d/86/82

3Ferreira AT. Fisiologia da Contração Muscular. Revista Neurociências V13 N3 (supl-versão eletrônica) – jul/set, 2005.Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN 13 SUPLEMENTO/Pages from RN 13 SUPLEMENTO-15.pdf

4Freudenrich CC. Contraindo um músculo. How Stuff Works?Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br/musculos1.htm

5Viver bem. Cinco questões sobre a alergia a camarão. Dez/2013.Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude/cinco-ques-toes-sobre-a-alergia-a-camarao/

6About Food Allergies. Shellfish. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/shellfish-allergy

7Revista Viva Saúde. Reação cruzada aumenta riscos de alergia. Jun/2014.Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/reacao-cruza-da-aumenta-riscos-de-alergia/2621/

8Info Escola. Melanose em pescado. Por Franciele Charro.Disponível em: http://www.infoescola.com/ecologia/melanose-em-pescado/

9Vida sem glúten e alergias. Alergia a frutos do mar. Ago/2009.Disponível em: http://www.vidasemglutenealergias.com/alergia-a-frutos-do--mar/346/

O amendoim é um dos principais alimentos relacionados a manifestações alérgicas. Com início geralmente na infância, a alergia ao amendoim comumente associa-se a outras manifes-tações atópicas e à anafilaxia. É tipicamente mediada por IgE, com manifestação clínica ocorrendo de minutos até duas horas após a ingestão do alimento1.

Os sintomas são comuns às outras alergias alimentares, porém, é um dos alimentos que mais causam reações fatais ou quase fatais. A exposição a quantidades muito pequenas de amendoim pode causar reações imediatas, como vermelhidão, coceira e inchaço na pele e, em casos mais graves, náusea, falta de ar e perda de consciência1,2. A maioria das reações envolve1:

Pele (urticária e angioedema); Sistema respiratório (chiado, dispneia, tosse); Gastrointestinal (diarreia, vômitos).

Em situações mais graves, a reação alérgica ao amendoim pode causar anafilaxia, reação potencialmente fatal que pode requerer a aplicação de epinefrina (adrenalina) de acordo com a orientação e prescrição médica recebida, ou em atendimento de emergência por profissional da saúde1,3,4.

Quem é que não gosta de sentar na beira da praia e pedir um prato delicioso com camarão do restaurante especializado em frutos do mar? Para algumas pessoas isso é possível nas pri-meiras vezes, mas depois passam a reagir ao alimento, causan-do sintomas como dificuldade na respiração ou erupções na pele. Para outras, isso não é um problema e elas podem comer normalmente crustáceos e afins.

Os crustáceos (camarão, caranguejo, lagosta) são causa fre-quente de reações alérgicas alimentares. Podem ser IgE media-das ou não, sendo que os pacientes alérgicos apresentam sen-sibilidade para a tropomiosina, proteína que responde pela alergia a camarão, principalmente1,2.

Um fato interessante é que algumas proteínas são alergê-nicas apenas para determinadas espécies1. Nós, seres vertebra-dos, também possuímos a tropomiosina, proteína que faz parte do processo de contração muscular. Porém, para os seres huma-nos, a tropomiosina dos invertebrados é alergênica, causando reações adversas1,3,4.

Diferente das alergias por leite de vaca, ovo, trigo ou soja que, geralmente, aparecem até os 2 anos de idade e desapare-cem na infância tardia, a alergia aos crustáceos surge mais fre-

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Gema Lipovitelina Fosvitina

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

Os sintomas da alergia ao ovo podem ser leves até mais graves (anafilaxia). Os sinais mais comuns podem ocorrer na pele (urticária, coceiras, eczema, inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios), no sistema respiratório (tosse seca e constante, espirros, secreção e congestão nasal, dificuldade na respira-ção) e no trato gastrointestinal (dores abdominais, diarreias, náuseas e vômitos)2,3,4.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

A determinação da IgE específica auxilia apenas na identi-ficação das alergias alimentares imediatas, mediadas por IgE, ou nas reações mistas. Os testes cutâneos são simples e rápi-dos, e avaliam a sensibilização aos alérgenos. Um médico es-pecializado é capaz de interpretar corretamente os resulta-dos2.

Já os testes de provocação oral são considerados fidedig-nos para estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar. Aqui o paciente recebe uma oferta de alimento alergênico ou placebo em doses crescentes e intervalos regulares, sob supervisão médica, com constante monitoramento de possíveis reações clínicas2.

TRATAMENTO

A alergia a ovo é tratada com a exclusão do alimento na dieta e de produtos alimentícios feitos com ovos5.

Estudos têm mostrado que muitos indivíduos com alergia ao ovo, mediada por IgE, podem conseguir tolerar o alimento na forma cozida. A explicação é que com o cozimento as prote-ínas mudam de configuração e deixam de ser alergênicas para o organismo5. No entanto, tais exposições nunca devem ser feitas sem acompanhamento médico em crianças diagnostica-das com a alergia.

Um dos pontos de atenção para os alérgicos ao ovo, prin-cipalmente para os pais destes, são as vacinas, pois algumas são produzidas com proteínas do ovo. Entre elas estão a trípli-ce viral (sarampo, caxumba, rubéola), cuja quantidade é muito pequena, a anti-influenza e o imunizante contra febre amare-la6.

Tais vacinas são contraindicadas dependendo da quanti-dade de proteína do ovo presente e da história de reações an-teriores. No entanto, elas poderão ser administradas, mas sob supervisão médica por até 30 minutos após a tomada. Se você ou seu filho são alérgicos a ovos, informe isso ao médico antes de receber a vacina6.

COMO POSSO PREVENIR A ALERGIA AO OVO?

A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamen-to materno exclusivo até seis meses para prevenir o desenvol-vimento de alergias alimentares, incluindo a alergia a ovo7. Grávidas e lactantes não devem restringir seu consumo para preveni-la.

Recomenda-se que os ovos sejam introduzidos na dieta da criança somente após os 2 anos7. Logo, evite oferecer à criança os alimentos que provavelmente terão ovos acresci-dos, por fazer parte dos ingredientes da receita1:

Produtos de panificação (brownies, cookies, bolos, muffins, tortas e alguns cremes); Salgados e empanados de lanchonete; Nuggets; Cremes, pudins e sorvetes; Massas com ovos na composição (olhe o rótulo); Marshmallows, marzipan, nougat; Maionese (algumas no mercado são sem ovos, verifique o rótulo); Panquecas e waffles; Molho tártaro.

A leitura dos rótulos é uma parte importante e deve se tornar um hábito na vida do alérgico ou dos pais de alérgicos. Não é tarefa fácil decifrar tudo o que vem escrito na composi-ção, mas fique atento a estes ingredientes:

Binder; Coagulante; Emulsionante; Albumina (proteína do ovo); Globulina/Lecitina (se estiver especificado que é soja, sem problemas); Livetin/Lisozima; Qualquer palavra que comece com ovo: ovalbumina, ovoglo-bulina, ovomucina, ovomucoide, ovotransferrina e ovovitelina; Simplesse (substituto de gordura à base de leite e ovo); Vitelina.

SUBSTITUINDO OS OVOS NA RECEITA

É possível substituir os ovos nas preparações. Veja as su-gestões abaixo que equivalem para um ovo8:

1 colher de sopa de linhaça de molho em 3 colheres de sopa de água por quinze minutos. Utilize o gel que se formou; Prepare purês de frutas com maçã e banana, podendo ser meia xícara de banana ou outra fruta amassada (purê); Três colheres de chá de bicarbonato de sódio diluído em água; ¼ de xicara de iogurte de soja ou natural; Purê de batata. Ovos representam uma fonte de alimento muito importan-te, especialmente para idosos, gestantes, crianças a partir de certa idade, atletas e pessoas debilitadas. Converse com seu médico ou nutricionista sobre a suspeita de alergia em você ou

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Caso suspeite que você ou seu filho sejam alérgicos ao amendoim, preste atenção nos sintomas e relate-os ao médico alergista. Ele vai lhe questionar a quantidade ingerida, as rea-ções que aparecerem, em quanto tempo os sintomas aparece-ram e depois desapareceram, além do histórico familiar1,4.

A dieta de eliminação, aquela em que o alérgeno suspeito é eliminado da alimentação por um período, é uma opção. Se os sintomas melhorarem, é provável que exista uma alergia ao ali-mento. Do contrário, o médico pode sugerir o teste de provoca-ção oral, considerado padrão ouro para diagnóstico1,4.

COMO PREVENIR AS REAÇÕES ALÉRGICAS

A alergia ao amendoim pode desaparecer ou pode continu-ar para toda a vida, dependerá da predisposição genética ou forma de sensibilização: época, quantidade consumida, via (pele ou sistemas respiratório e digestivo), modo de processa-mento, entre outros1. Cerca de 20% das pessoas podem supe-rar a alergia quando adultos3,4.

Diferente das amêndoas, castanhas e nozes, os amendoins crescem rasteiros, no subsolo, e fazem parte de uma família que não são as oleaginosas: as leguminosas. Exemplos de outras le-guminosas são feijões, ervilhas, lentilhas e soja. Mas ser alérgi-co a um não necessariamente aumenta a possibilidade de ser ao outro, pois os alérgenos são diferentes3. Tanto que a inges-tão de proteínas provenientes de outras leguminosas, como a

soja, não é fator de risco para o desenvolvimento de alergia ao amendoim1.

Se as proteínas do amendoim estão presentes no ar, podem afetar as pessoas que são sensíveis, ou seja, é possível a sensibilização por via respiratória, por pólen de bétula e gra-míneas, devido à presença de componentes semelhantes em ambas as fontes1,4.

Para evitar uma reação alérgica, é preciso evitar produtos à base de amendoim. Sendo assim, é importante sempre ler os in-gredientes disponíveis nos rótulos para identificar se há ou não a presença do alérgeno3. É importante também atentar aos di-zeres fora dos igredientes, pois estes podem indicar a presença de traços de amendoim no produto.

Alguns alimentos devem ser evitados ou ter seus rótulos verificados com rigor. São eles2:

Alimentos assados (bolos, biscoitos); Farinha de amendoim; Manteiga de amendoim; Barras de cereais; Chocolates; Cereais matinais; Algumas saladas podem conter amendoim como componen-te; Sobremesas congeladas.

Vestígios de amendoim podem causar uma reação alérgica

e esse cuidado deve ser tomado principalmente com crianças. Normalmente, as reações são menos graves, mas áreas como olhos, nariz ou boca, que possuem mucosas e são muito irriga-das, tendem a desencadear reações mais agudas. Portanto, ao notar que a criança tocou em algo que pode conter amendoim leve-a para lavar as mãos ou, se for uma criança maior, oriente-a a sempre lavar as mãos quando for à cozinha, lanchar com os amiguinhos, e outras situações.

no seu filho para que eles possam auxiliar da melhor maneira possível a diagnosticar corretamente essa condição e a lidar com a situação.

REFERÊNCIAS:

1About Food Allergies. Egg Allergy. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/egg-allergy

2Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

3Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Alergia Alimentar. 2009.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

4Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Food allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/food-allergy/ba-sics/definition/con-20019293

5ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://asbai.org.br/revistas/vol356/Guia-35-6.pdf

6Fleury: Medicina e Saúde. Reação adversa à vacinação. 2011.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/reacao-adversa-a-vacinacao.aspx

7Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

8Portal G1. Nutricionista apresenta substitutos do ovo, do leite e da farinha e faz bolo. Out/2014.Disponível em: http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2014/10/nutricionis-ta-apresenta-substitutos-do-ovo-do-leite-e-da-farinha-e-faz-bolo.html

Lemon-Mulé H, Sampson HA, Sicherer SH, Shreffler WG, Noone S, Nowak-Wegr-zyn A. Imunologic changes in children with egg allergy ingestinting extensively heated egg. J Allergy Clin Immunol 2008;122:977-83.Disponível em: http://www.jacionline.org/article/S0091--6749%2808%2901668-0/abstract

REFERÊNCIAS:

1Oliveira LCL de, Solé D. Alergia ao amendoim: revisão. Rev. bras. alerg. imunopa-tol. 2012;35(1):3-8.Disponível em: http://www.sbai.org.br/revistas/vol351/vol351-artigos-de-revi-sao-01.pdf

2Ehow Brasil. Como diagnosticar uma alergia a amendoim.Disponível em: http://www.ehow.com.br/diagnosticar-alergia-amendoim-co-mo_84798/

3Food Allergy Research & Education. Peanut Allergy.Disponível em: https://www.foodallergy.org/allergens/peanut-allergy

4American College of Allergy, Ashtma & Immunology. Types of Food Allergy. Peanut Allergy.Disponível em: http://acaai.org/allergies/types/food-allergies/types-food-al-lergy/peanut-allergy

De todos os alimentos que ingerimos, o ovo é o que nos fornece as proteínas mais completas, além de fornecer gordu-ras, vitaminas e minerais. No entanto, é o segundo maior causa-dor de alergias alimentares, perdendo apenas para o leite de vaca1.

A alergia alimentar é caracterizada por uma hipersensibili-dade individual a uma ou mais proteínas que compõem deter-minados alimentos que após absorção, desencadeiam reações dependentes de mecanismos imunológicos2.

A clara de ovo é mais reconhecida por conter as proteínas alergênicas, no entanto, a gema também pode apresentá-las, uma vez que é quase impossível separar a gema e a clara com-pletamente. Veja quais são1,3:

Clara Albumina Ovalbumina Ovomucoide Ovotransferrina Ovomucina Lisozima

quentemente na idade adulta e é por toda a vida5,6.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS? O padrão de sintomas pode ocorrer imediatamente ou em um período de até 2 horas. Aqueles que reagem aos crustáceos podem ter os seguintes sintomas1,6,9:

Urticária; Sensação de mal estar; Inchaço nos lábios, nos olhos, na boca; Reações graves como a anafilaxia (conjunto de sintomas que pode levar à morte).

A alergia a crustáceos chama a atenção devido à intensida-de da reação alérgica, pois tendem a ser particularmente graves. Normalmente, quem é alérgico a um tipo de crustáceo desenvolve intolerância aos outros também6. A isso se dá o nome de reatividade cruzada. As reações cruzadas ocorrem quando duas proteínas alimentares de dois alimentos diferen-tes são, digamos, “semelhantes” 1.

Essa condição faz com que um indivíduo que desenvolveu alergia ao camarão, tenha a outros crustáceos e também (vejam só!) a ácaros e baratas. Caso ele respire a poeira do ar de casa que contenha restos de ácaros e baratas, a inalação dessas par-tículas pode fazer com que ele tenha uma reação alérgica, como se estivesse comendo o próprio camarão. Assim como a reativi-dade cruzada aparece também quando a pessoa ingere caran-guejo e lagosta7. Por isso, médicos orientam que aqueles que já

tiveram reação a um tipo de crustáceo, evitem também os demais e, é claro, ambientes empoeirados6.

COMO FAÇO O DIAGNÓSTICO?

Normalmente a pessoa descobre sua alergia enquanto está comendo. Por serem reações mais exacerbadas e que ocorrem na pele e vias respiratórias, fica na lembrança. Se tiver alguma dúvida, converse com seu médico, descreva seus sintomas, e então, ele solicitará os exames necessários.

TODOS QUE SÃO ALÉRGICOS AOS CRUSTÁCEOS SERÃO AOS PEIXES TAMBÉM?

As proteínas de ambos os alimentos são diferentes, por isso, o fato de ter alergia a um não indica problemas para inges-tão do outro. O problema pode estar na forma em que cada um é preparado. Quando for a um restaurante e pedir um peixe frito, por exemplo, pergunte se o mesmo é preparado no óleo do camarão, caso você a seja alérgico à crustáceos. Se sim, tal situação configura uma contaminação do alimento e pode re-sultar em reação alérgica.

E QUANDO NÃO SOU ALÉRGICO À TROPOMIOSINA, MAS NÃO TOLERO CAMARÃO?

Existem alguns aditivos alimentares utilizados para conser-var frutos do mar. É o caso do bissulfito de sódio (ou metabis-sulfito de sódio). As reações adversas aos aditivos alimentares são raras (abaixo de 1%), mas os sulfitos são entre os que mais

implicam em reações, como a asma, por exemplo1.

Sulfitos são aditivos alimentares utilizados para evitar a melanose, processo de escurecimento natural que ocorre nos crustáceos. Embora não seja nocivo, os consumidores rejeitam crustáceos nessas condições, pois relacionam a um produto de-teriorado. Assim, acrescenta-se o sulfito para evitar o escureci-mento8.

COMO PREVENIR REAÇÕES ALÉRGICAS GRAVES?

Sempre leia rótulos de ingredientes para identificar os prove-nientes do mar. Não frequente mercados de peixes, principalmente o setor de crustáceos. A proteína pode estar no ar e causar reação alérgica. Evite restaurantes de frutos do mar. Mesmo que vá para comer uma carne, é possível que tenha ocorrido contato entre pratos e talheres. Não fique próximo às áreas de cozinha. A proteína se concen-tra no vapor liberado durante o cozimento. Aqui fica o maior alerta: se em algum momento você perce-beu os sintomas de reação alérgica ao camarão e outros crustá-ceos, além de peixes, não tente ingeri-los novamente. Os sinto-mas podem avançar de leve a moderado no início, para uma anafilaxia grave. Procure um médico e descreva-os, assim, o profissional saberá qual a melhor conduta a seguir.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Ramos REM, et al. Alergia alimentar: reações e métodos diagnóstico. J Manag Prim Health Care 2013; 4(2):54-63.Disponível em: http://www.jmphc.com/ojs/index.php/01/article/downloa-d/86/82

3Ferreira AT. Fisiologia da Contração Muscular. Revista Neurociências V13 N3 (supl-versão eletrônica) – jul/set, 2005.Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN 13 SUPLEMENTO/Pages from RN 13 SUPLEMENTO-15.pdf

4Freudenrich CC. Contraindo um músculo. How Stuff Works?Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br/musculos1.htm

5Viver bem. Cinco questões sobre a alergia a camarão. Dez/2013.Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude/cinco-ques-toes-sobre-a-alergia-a-camarao/

6About Food Allergies. Shellfish. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/shellfish-allergy

7Revista Viva Saúde. Reação cruzada aumenta riscos de alergia. Jun/2014.Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/reacao-cruza-da-aumenta-riscos-de-alergia/2621/

8Info Escola. Melanose em pescado. Por Franciele Charro.Disponível em: http://www.infoescola.com/ecologia/melanose-em-pescado/

9Vida sem glúten e alergias. Alergia a frutos do mar. Ago/2009.Disponível em: http://www.vidasemglutenealergias.com/alergia-a-frutos-do--mar/346/

O amendoim é um dos principais alimentos relacionados a manifestações alérgicas. Com início geralmente na infância, a alergia ao amendoim comumente associa-se a outras manifes-tações atópicas e à anafilaxia. É tipicamente mediada por IgE, com manifestação clínica ocorrendo de minutos até duas horas após a ingestão do alimento1.

Os sintomas são comuns às outras alergias alimentares, porém, é um dos alimentos que mais causam reações fatais ou quase fatais. A exposição a quantidades muito pequenas de amendoim pode causar reações imediatas, como vermelhidão, coceira e inchaço na pele e, em casos mais graves, náusea, falta de ar e perda de consciência1,2. A maioria das reações envolve1:

Pele (urticária e angioedema); Sistema respiratório (chiado, dispneia, tosse); Gastrointestinal (diarreia, vômitos).

Em situações mais graves, a reação alérgica ao amendoim pode causar anafilaxia, reação potencialmente fatal que pode requerer a aplicação de epinefrina (adrenalina) de acordo com a orientação e prescrição médica recebida, ou em atendimento de emergência por profissional da saúde1,3,4.

Quem é que não gosta de sentar na beira da praia e pedir um prato delicioso com camarão do restaurante especializado em frutos do mar? Para algumas pessoas isso é possível nas pri-meiras vezes, mas depois passam a reagir ao alimento, causan-do sintomas como dificuldade na respiração ou erupções na pele. Para outras, isso não é um problema e elas podem comer normalmente crustáceos e afins.

Os crustáceos (camarão, caranguejo, lagosta) são causa fre-quente de reações alérgicas alimentares. Podem ser IgE media-das ou não, sendo que os pacientes alérgicos apresentam sen-sibilidade para a tropomiosina, proteína que responde pela alergia a camarão, principalmente1,2.

Um fato interessante é que algumas proteínas são alergê-nicas apenas para determinadas espécies1. Nós, seres vertebra-dos, também possuímos a tropomiosina, proteína que faz parte do processo de contração muscular. Porém, para os seres huma-nos, a tropomiosina dos invertebrados é alergênica, causando reações adversas1,3,4.

Diferente das alergias por leite de vaca, ovo, trigo ou soja que, geralmente, aparecem até os 2 anos de idade e desapare-cem na infância tardia, a alergia aos crustáceos surge mais fre-

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Gema Lipovitelina Fosvitina

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

Os sintomas da alergia ao ovo podem ser leves até mais graves (anafilaxia). Os sinais mais comuns podem ocorrer na pele (urticária, coceiras, eczema, inchaço visível nas pálpebras, pele e lábios), no sistema respiratório (tosse seca e constante, espirros, secreção e congestão nasal, dificuldade na respira-ção) e no trato gastrointestinal (dores abdominais, diarreias, náuseas e vômitos)2,3,4.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

A determinação da IgE específica auxilia apenas na identi-ficação das alergias alimentares imediatas, mediadas por IgE, ou nas reações mistas. Os testes cutâneos são simples e rápi-dos, e avaliam a sensibilização aos alérgenos. Um médico es-pecializado é capaz de interpretar corretamente os resulta-dos2.

Já os testes de provocação oral são considerados fidedig-nos para estabelecer o diagnóstico de alergia alimentar. Aqui o paciente recebe uma oferta de alimento alergênico ou placebo em doses crescentes e intervalos regulares, sob supervisão médica, com constante monitoramento de possíveis reações clínicas2.

TRATAMENTO

A alergia a ovo é tratada com a exclusão do alimento na dieta e de produtos alimentícios feitos com ovos5.

Estudos têm mostrado que muitos indivíduos com alergia ao ovo, mediada por IgE, podem conseguir tolerar o alimento na forma cozida. A explicação é que com o cozimento as prote-ínas mudam de configuração e deixam de ser alergênicas para o organismo5. No entanto, tais exposições nunca devem ser feitas sem acompanhamento médico em crianças diagnostica-das com a alergia.

Um dos pontos de atenção para os alérgicos ao ovo, prin-cipalmente para os pais destes, são as vacinas, pois algumas são produzidas com proteínas do ovo. Entre elas estão a trípli-ce viral (sarampo, caxumba, rubéola), cuja quantidade é muito pequena, a anti-influenza e o imunizante contra febre amare-la6.

Tais vacinas são contraindicadas dependendo da quanti-dade de proteína do ovo presente e da história de reações an-teriores. No entanto, elas poderão ser administradas, mas sob supervisão médica por até 30 minutos após a tomada. Se você ou seu filho são alérgicos a ovos, informe isso ao médico antes de receber a vacina6.

COMO POSSO PREVENIR A ALERGIA AO OVO?

A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamen-to materno exclusivo até seis meses para prevenir o desenvol-vimento de alergias alimentares, incluindo a alergia a ovo7. Grávidas e lactantes não devem restringir seu consumo para preveni-la.

Recomenda-se que os ovos sejam introduzidos na dieta da criança somente após os 2 anos7. Logo, evite oferecer à criança os alimentos que provavelmente terão ovos acresci-dos, por fazer parte dos ingredientes da receita1:

Produtos de panificação (brownies, cookies, bolos, muffins, tortas e alguns cremes); Salgados e empanados de lanchonete; Nuggets; Cremes, pudins e sorvetes; Massas com ovos na composição (olhe o rótulo); Marshmallows, marzipan, nougat; Maionese (algumas no mercado são sem ovos, verifique o rótulo); Panquecas e waffles; Molho tártaro.

A leitura dos rótulos é uma parte importante e deve se tornar um hábito na vida do alérgico ou dos pais de alérgicos. Não é tarefa fácil decifrar tudo o que vem escrito na composi-ção, mas fique atento a estes ingredientes:

Binder; Coagulante; Emulsionante; Albumina (proteína do ovo); Globulina/Lecitina (se estiver especificado que é soja, sem problemas); Livetin/Lisozima; Qualquer palavra que comece com ovo: ovalbumina, ovoglo-bulina, ovomucina, ovomucoide, ovotransferrina e ovovitelina; Simplesse (substituto de gordura à base de leite e ovo); Vitelina.

SUBSTITUINDO OS OVOS NA RECEITA

É possível substituir os ovos nas preparações. Veja as su-gestões abaixo que equivalem para um ovo8:

1 colher de sopa de linhaça de molho em 3 colheres de sopa de água por quinze minutos. Utilize o gel que se formou; Prepare purês de frutas com maçã e banana, podendo ser meia xícara de banana ou outra fruta amassada (purê); Três colheres de chá de bicarbonato de sódio diluído em água; ¼ de xicara de iogurte de soja ou natural; Purê de batata. Ovos representam uma fonte de alimento muito importan-te, especialmente para idosos, gestantes, crianças a partir de certa idade, atletas e pessoas debilitadas. Converse com seu médico ou nutricionista sobre a suspeita de alergia em você ou

no seu filho para que eles possam auxiliar da melhor maneira possível a diagnosticar corretamente essa condição e a lidar com a situação.

REFERÊNCIAS:

1About Food Allergies. Egg Allergy. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/egg-allergy

2Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

3Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Alergia Alimentar. 2009.Disponível em: http://www.sbai.org.br/secao.asp?s=81&id=306

4Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Food allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/food-allergy/ba-sics/definition/con-20019293

5ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://asbai.org.br/revistas/vol356/Guia-35-6.pdf

6Fleury: Medicina e Saúde. Reação adversa à vacinação. 2011.Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pa-ges/reacao-adversa-a-vacinacao.aspx

7Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

8Portal G1. Nutricionista apresenta substitutos do ovo, do leite e da farinha e faz bolo. Out/2014.Disponível em: http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2014/10/nutricionis-ta-apresenta-substitutos-do-ovo-do-leite-e-da-farinha-e-faz-bolo.html

Lemon-Mulé H, Sampson HA, Sicherer SH, Shreffler WG, Noone S, Nowak-Wegr-zyn A. Imunologic changes in children with egg allergy ingestinting extensively heated egg. J Allergy Clin Immunol 2008;122:977-83.Disponível em: http://www.jacionline.org/article/S0091--6749%2808%2901668-0/abstract

De todos os alimentos que ingerimos, o ovo é o que nos fornece as proteínas mais completas, além de fornecer gordu-ras, vitaminas e minerais. No entanto, é o segundo maior causa-dor de alergias alimentares, perdendo apenas para o leite de vaca1.

A alergia alimentar é caracterizada por uma hipersensibili-dade individual a uma ou mais proteínas que compõem deter-minados alimentos que após absorção, desencadeiam reações dependentes de mecanismos imunológicos2.

A clara de ovo é mais reconhecida por conter as proteínas alergênicas, no entanto, a gema também pode apresentá-las, uma vez que é quase impossível separar a gema e a clara com-pletamente. Veja quais são1,3:

Clara Albumina Ovalbumina Ovomucoide Ovotransferrina Ovomucina Lisozima

quentemente na idade adulta e é por toda a vida5,6.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS? O padrão de sintomas pode ocorrer imediatamente ou em um período de até 2 horas. Aqueles que reagem aos crustáceos podem ter os seguintes sintomas1,6,9:

Urticária; Sensação de mal estar; Inchaço nos lábios, nos olhos, na boca; Reações graves como a anafilaxia (conjunto de sintomas que pode levar à morte).

A alergia a crustáceos chama a atenção devido à intensida-de da reação alérgica, pois tendem a ser particularmente graves. Normalmente, quem é alérgico a um tipo de crustáceo desenvolve intolerância aos outros também6. A isso se dá o nome de reatividade cruzada. As reações cruzadas ocorrem quando duas proteínas alimentares de dois alimentos diferen-tes são, digamos, “semelhantes” 1.

Essa condição faz com que um indivíduo que desenvolveu alergia ao camarão, tenha a outros crustáceos e também (vejam só!) a ácaros e baratas. Caso ele respire a poeira do ar de casa que contenha restos de ácaros e baratas, a inalação dessas par-tículas pode fazer com que ele tenha uma reação alérgica, como se estivesse comendo o próprio camarão. Assim como a reativi-dade cruzada aparece também quando a pessoa ingere caran-guejo e lagosta7. Por isso, médicos orientam que aqueles que já

tiveram reação a um tipo de crustáceo, evitem também os demais e, é claro, ambientes empoeirados6.

COMO FAÇO O DIAGNÓSTICO?

Normalmente a pessoa descobre sua alergia enquanto está comendo. Por serem reações mais exacerbadas e que ocorrem na pele e vias respiratórias, fica na lembrança. Se tiver alguma dúvida, converse com seu médico, descreva seus sintomas, e então, ele solicitará os exames necessários.

TODOS QUE SÃO ALÉRGICOS AOS CRUSTÁCEOS SERÃO AOS PEIXES TAMBÉM?

As proteínas de ambos os alimentos são diferentes, por isso, o fato de ter alergia a um não indica problemas para inges-tão do outro. O problema pode estar na forma em que cada um é preparado. Quando for a um restaurante e pedir um peixe frito, por exemplo, pergunte se o mesmo é preparado no óleo do camarão, caso você a seja alérgico à crustáceos. Se sim, tal situação configura uma contaminação do alimento e pode re-sultar em reação alérgica.

E QUANDO NÃO SOU ALÉRGICO À TROPOMIOSINA, MAS NÃO TOLERO CAMARÃO?

Existem alguns aditivos alimentares utilizados para conser-var frutos do mar. É o caso do bissulfito de sódio (ou metabis-sulfito de sódio). As reações adversas aos aditivos alimentares são raras (abaixo de 1%), mas os sulfitos são entre os que mais

implicam em reações, como a asma, por exemplo1.

Sulfitos são aditivos alimentares utilizados para evitar a melanose, processo de escurecimento natural que ocorre nos crustáceos. Embora não seja nocivo, os consumidores rejeitam crustáceos nessas condições, pois relacionam a um produto de-teriorado. Assim, acrescenta-se o sulfito para evitar o escureci-mento8.

COMO PREVENIR REAÇÕES ALÉRGICAS GRAVES?

Sempre leia rótulos de ingredientes para identificar os prove-nientes do mar. Não frequente mercados de peixes, principalmente o setor de crustáceos. A proteína pode estar no ar e causar reação alérgica. Evite restaurantes de frutos do mar. Mesmo que vá para comer uma carne, é possível que tenha ocorrido contato entre pratos e talheres. Não fique próximo às áreas de cozinha. A proteína se concen-tra no vapor liberado durante o cozimento. Aqui fica o maior alerta: se em algum momento você perce-beu os sintomas de reação alérgica ao camarão e outros crustá-ceos, além de peixes, não tente ingeri-los novamente. Os sinto-mas podem avançar de leve a moderado no início, para uma anafilaxia grave. Procure um médico e descreva-os, assim, o profissional saberá qual a melhor conduta a seguir.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Ramos REM, et al. Alergia alimentar: reações e métodos diagnóstico. J Manag Prim Health Care 2013; 4(2):54-63.Disponível em: http://www.jmphc.com/ojs/index.php/01/article/downloa-d/86/82

3Ferreira AT. Fisiologia da Contração Muscular. Revista Neurociências V13 N3 (supl-versão eletrônica) – jul/set, 2005.Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN 13 SUPLEMENTO/Pages from RN 13 SUPLEMENTO-15.pdf

4Freudenrich CC. Contraindo um músculo. How Stuff Works?Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br/musculos1.htm

5Viver bem. Cinco questões sobre a alergia a camarão. Dez/2013.Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude/cinco-ques-toes-sobre-a-alergia-a-camarao/

6About Food Allergies. Shellfish. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/shellfish-allergy

7Revista Viva Saúde. Reação cruzada aumenta riscos de alergia. Jun/2014.Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/reacao-cruza-da-aumenta-riscos-de-alergia/2621/

8Info Escola. Melanose em pescado. Por Franciele Charro.Disponível em: http://www.infoescola.com/ecologia/melanose-em-pescado/

9Vida sem glúten e alergias. Alergia a frutos do mar. Ago/2009.Disponível em: http://www.vidasemglutenealergias.com/alergia-a-frutos-do--mar/346/

Quem é que não gosta de sentar na beira da praia e pedir um prato delicioso com camarão do restaurante especializado em frutos do mar? Para algumas pessoas isso é possível nas pri-meiras vezes, mas depois passam a reagir ao alimento, causan-do sintomas como dificuldade na respiração ou erupções na pele. Para outras, isso não é um problema e elas podem comer normalmente crustáceos e afins.

Os crustáceos (camarão, caranguejo, lagosta) são causa fre-quente de reações alérgicas alimentares. Podem ser IgE media-das ou não, sendo que os pacientes alérgicos apresentam sen-sibilidade para a tropomiosina, proteína que responde pela alergia a camarão, principalmente1,2.

Um fato interessante é que algumas proteínas são alergê-nicas apenas para determinadas espécies1. Nós, seres vertebra-dos, também possuímos a tropomiosina, proteína que faz parte do processo de contração muscular. Porém, para os seres huma-nos, a tropomiosina dos invertebrados é alergênica, causando reações adversas1,3,4.

Diferente das alergias por leite de vaca, ovo, trigo ou soja que, geralmente, aparecem até os 2 anos de idade e desapare-cem na infância tardia, a alergia aos crustáceos surge mais fre-

ALERGIA A CAMARÃOE CRUSTÁCEOS

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quentemente na idade adulta e é por toda a vida5,6.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS? O padrão de sintomas pode ocorrer imediatamente ou em um período de até 2 horas. Aqueles que reagem aos crustáceos podem ter os seguintes sintomas1,6,9:

Urticária; Sensação de mal estar; Inchaço nos lábios, nos olhos, na boca; Reações graves como a anafilaxia (conjunto de sintomas que pode levar à morte).

A alergia a crustáceos chama a atenção devido à intensida-de da reação alérgica, pois tendem a ser particularmente graves. Normalmente, quem é alérgico a um tipo de crustáceo desenvolve intolerância aos outros também6. A isso se dá o nome de reatividade cruzada. As reações cruzadas ocorrem quando duas proteínas alimentares de dois alimentos diferen-tes são, digamos, “semelhantes” 1.

Essa condição faz com que um indivíduo que desenvolveu alergia ao camarão, tenha a outros crustáceos e também (vejam só!) a ácaros e baratas. Caso ele respire a poeira do ar de casa que contenha restos de ácaros e baratas, a inalação dessas par-tículas pode fazer com que ele tenha uma reação alérgica, como se estivesse comendo o próprio camarão. Assim como a reativi-dade cruzada aparece também quando a pessoa ingere caran-guejo e lagosta7. Por isso, médicos orientam que aqueles que já

tiveram reação a um tipo de crustáceo, evitem também os demais e, é claro, ambientes empoeirados6.

COMO FAÇO O DIAGNÓSTICO?

Normalmente a pessoa descobre sua alergia enquanto está comendo. Por serem reações mais exacerbadas e que ocorrem na pele e vias respiratórias, fica na lembrança. Se tiver alguma dúvida, converse com seu médico, descreva seus sintomas, e então, ele solicitará os exames necessários.

TODOS QUE SÃO ALÉRGICOS AOS CRUSTÁCEOS SERÃO AOS PEIXES TAMBÉM?

As proteínas de ambos os alimentos são diferentes, por isso, o fato de ter alergia a um não indica problemas para inges-tão do outro. O problema pode estar na forma em que cada um é preparado. Quando for a um restaurante e pedir um peixe frito, por exemplo, pergunte se o mesmo é preparado no óleo do camarão, caso você a seja alérgico à crustáceos. Se sim, tal situação configura uma contaminação do alimento e pode re-sultar em reação alérgica.

E QUANDO NÃO SOU ALÉRGICO À TROPOMIOSINA, MAS NÃO TOLERO CAMARÃO?

Existem alguns aditivos alimentares utilizados para conser-var frutos do mar. É o caso do bissulfito de sódio (ou metabis-sulfito de sódio). As reações adversas aos aditivos alimentares são raras (abaixo de 1%), mas os sulfitos são entre os que mais

implicam em reações, como a asma, por exemplo1.

Sulfitos são aditivos alimentares utilizados para evitar a melanose, processo de escurecimento natural que ocorre nos crustáceos. Embora não seja nocivo, os consumidores rejeitam crustáceos nessas condições, pois relacionam a um produto de-teriorado. Assim, acrescenta-se o sulfito para evitar o escureci-mento8.

COMO PREVENIR REAÇÕES ALÉRGICAS GRAVES?

Sempre leia rótulos de ingredientes para identificar os prove-nientes do mar. Não frequente mercados de peixes, principalmente o setor de crustáceos. A proteína pode estar no ar e causar reação alérgica. Evite restaurantes de frutos do mar. Mesmo que vá para comer uma carne, é possível que tenha ocorrido contato entre pratos e talheres. Não fique próximo às áreas de cozinha. A proteína se concen-tra no vapor liberado durante o cozimento. Aqui fica o maior alerta: se em algum momento você perce-beu os sintomas de reação alérgica ao camarão e outros crustá-ceos, além de peixes, não tente ingeri-los novamente. Os sinto-mas podem avançar de leve a moderado no início, para uma anafilaxia grave. Procure um médico e descreva-os, assim, o profissional saberá qual a melhor conduta a seguir.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Ramos REM, et al. Alergia alimentar: reações e métodos diagnóstico. J Manag Prim Health Care 2013; 4(2):54-63.Disponível em: http://www.jmphc.com/ojs/index.php/01/article/downloa-d/86/82

3Ferreira AT. Fisiologia da Contração Muscular. Revista Neurociências V13 N3 (supl-versão eletrônica) – jul/set, 2005.Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN 13 SUPLEMENTO/Pages from RN 13 SUPLEMENTO-15.pdf

4Freudenrich CC. Contraindo um músculo. How Stuff Works?Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br/musculos1.htm

5Viver bem. Cinco questões sobre a alergia a camarão. Dez/2013.Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude/cinco-ques-toes-sobre-a-alergia-a-camarao/

6About Food Allergies. Shellfish. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/shellfish-allergy

7Revista Viva Saúde. Reação cruzada aumenta riscos de alergia. Jun/2014.Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/reacao-cruza-da-aumenta-riscos-de-alergia/2621/

8Info Escola. Melanose em pescado. Por Franciele Charro.Disponível em: http://www.infoescola.com/ecologia/melanose-em-pescado/

9Vida sem glúten e alergias. Alergia a frutos do mar. Ago/2009.Disponível em: http://www.vidasemglutenealergias.com/alergia-a-frutos-do--mar/346/

DESCOBRI APLV EM MEU FILHO - POSSO OFERECER LEITE DE SOJA?

O tratamento para a APLV será a exclusão total do leite e seus derivados e a utilização de substitutos adequados. A esco-lha depende da idade da criança, do tipo de manifestação clíni-ca (IgE mediada ou não), aceitação, composição nutricional e custo2.

É estabelecido pela Organização Mundial da Saúde que todos os bebês recebam exclusivamente o leite materno até os seis meses de idade, no mínimo. Após essa fase eles passam a receber outros tipos de alimentos3, os quais não deveriam in-cluir o leite de vaca e as bebidas de soja.

A Sociedade Brasileira de Pediatria considera que alimen-tos à base de soja não são os mais adequados para as crianças com até dois anos de idade, por serem nutricionalmente incom-pletos e com potencial alergênico6, podendo, inclusive, causar deficiência nutricional no bebê6.

Assim como o leite de vaca, seu teor de proteína é alto e a mucosa intestinal ainda em desenvolvimento do bebê não está apta a digerir moléculas tão grandes6. Para aqueles que apresentam alergia à soja, o consumo pode provocar as seguintes reações7:

Formigamento na boca; Urticária, coceira, eczema;

Inchaço dos lábios, rosto, língua e garganta, ou também outras partes do corpo; Secreção nasal, dificuldade para respirar; Dor abdominal, diarreia, náuseas ou vômitos; Vermelhidão da pele (rubor).

Reações alérgicas graves (anafilaxia) à soja são raras.

FÓRMULAS INFANTIS DE SOJA X EXTRATO DE SOJA

As fórmulas infantis são feitas com a proteína isolada da soja e são acrescidas de nutrientes essenciais. Não possuem lactose, importante para indivíduos com intolerância ao açúcar, nem sacarose.

Tudo o que é obtido diretamente do grão da soja não é um produto completo nutricionalmente.

Por exemplo, o extrato de soja apresenta deficiência de gorduras, carboidrato, além de não conter o cálcio, mineral tão essencial nessa fase da vida. O médico pode sugerir fórmulas infantis com proteínas extensamente hidrolisadas ou aquelas que são compostas por aminoácidos livres3,4,6.

SOBRE ALIMENTOS A BASE DE SOJA

A soja é altamente proteica, sendo que quase metade da sua composição é de proteínas (48%)2. No entanto, seu conteú-do de metionina – importante aminoácido para auxiliar na redu-ção do colesterol sanguíneo e na limpeza de substâncias tóxi-

cas alojadas no fígado – é baixo, o que limita o seu valor nutri-cional6. O processamento da soja em farinha faz com que sua digestibilidade fique melhor, pois destrói parte dos fatores anti-nutricionais, como inibidores de enzimas digestivas e leciti-nas2.

Por ser um grão com produções enormes no Brasil, ele acaba sendo incluído em diversos alimentos: bebidas, iogurte, chocolate, cereais, sorvetes, entre outros. Rações contendo soja também são oferecidas na pecuária. Assim, mesmo sem ofere-cer o “leite” de soja para a criança, é importante ficar atento aos alimentos que podem conter traços de soja. Veja uma lista de produtos à base de soja que separamos para você ou que in-cluem o grão entre os ingredientes:

Edamame (grãos imaturos de soja) Miso (pasta de soja fermentada) Natto (soja fermentada) Molho shoyu (molho feito a partir da soja fermentada – contém trigo) Tamari (molho feito a partir da soja fermentada – não contém trigo) Farinha de soja Grãos de soja “Leite” de soja Sucos diversos Iogurte de soja Queijo de soja (tofu) Proteína de soja Tempeh (fermentado de soja semelhante a um queijo)

Quem é que não gosta de sentar na beira da praia e pedir um prato delicioso com camarão do restaurante especializado em frutos do mar? Para algumas pessoas isso é possível nas pri-meiras vezes, mas depois passam a reagir ao alimento, causan-do sintomas como dificuldade na respiração ou erupções na pele. Para outras, isso não é um problema e elas podem comer normalmente crustáceos e afins.

Os crustáceos (camarão, caranguejo, lagosta) são causa fre-quente de reações alérgicas alimentares. Podem ser IgE media-das ou não, sendo que os pacientes alérgicos apresentam sen-sibilidade para a tropomiosina, proteína que responde pela alergia a camarão, principalmente1,2.

Um fato interessante é que algumas proteínas são alergê-nicas apenas para determinadas espécies1. Nós, seres vertebra-dos, também possuímos a tropomiosina, proteína que faz parte do processo de contração muscular. Porém, para os seres huma-nos, a tropomiosina dos invertebrados é alergênica, causando reações adversas1,3,4.

Diferente das alergias por leite de vaca, ovo, trigo ou soja que, geralmente, aparecem até os 2 anos de idade e desapare-cem na infância tardia, a alergia aos crustáceos surge mais fre-

Em uma época em que as alergias alimentares tornam-se tão frequentes, são muitas as dúvidas sobre o que fazer após suspeitar-se de alergias ou serem diagnosticadas. O leite de vaca corresponde ao principal alimento causador das alergias alimentares em crianças, e próximos a ele estão o trigo, ovo, soja, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar1.

Considerada um alimento saudável, a soja é bastante indi-cada para adultos, mas não se pode dizer o mesmo quando tra-tamos de crianças. A alergia isolada à soja ocorre com baixa fre-quência nos pequenos com até três anos de idade (menor que 1%) e costuma desaparecer até os dez, no entanto, em torno de 11% a 14% das crianças com APLV (IgE mediada) podem apre-sentar reação à soja, por isso é preciso estar sempre atento aos sinais e sintomas após sua ingestão2.

Crianças diagnosticadas com Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV), muitas vezes recebem como substitutos na alimen-tação as bebidas a base de soja. No entanto, por causa desse risco de sensibilização à soja, essa introdução deve ser sempre discutida com um especialista para compor a dieta mais reco-mendada para essa faixa etária3,4,5.

Proteína vegetal texturizada (PVT) Assados (pães, biscoitos e massas) Temperos prontos industrializados Cereais Barras de cereais e de proteína Fórmulas infantis Óleo vegetal de soja Proteína vegetal hidrolisada (HVP) Margarinas Chocolates Produtos com “lecitina de soja”

Leia sempre os rótulos, pois a soja pode não estar nos in-gredientes, porém, no rótulo pode ser feito um alerta que “contém soja”. Isso acontece, pois em algumas fábricas os pro-dutos sem soja podem ser processados naquelas máquinas em que passaram alimentos à base do grão, causando contamina-ção cruzada.

REFERÊNCIAS:

1Costa, J., Oliveira, M. B. P., & Mafra, I. Alergénios Alimentares: O Que São, O Que Provocam e Como Detetá-los?.Disponível em: http://www.spq.pt/files/magazines/articles/pdfs/30001806.pdf

2Yonamine GH, Castro APBM, Pastorino AC, Jacob CMA. Uso de fórmulas à base de soja na alergia à proteína do leite de vaca. Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 34. N° 5, 2011.Disponível em: http://www.asbai.org.br/revistas/vol345/V34N5-ar-02.pdf

3Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

4Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de orientação do departamento de nutrologia. Rio de Janeiro, 2012.Disponível em: http://www.sbp.com.br/pdfs/14617a-PDManualNutrologia-Ali-mentacao.pdf

5Ferreira CT, Seidman E. Alergia alimentar: atualização prática do ponto de vista gastroenterológico. J. Pediatr. (Rio J.) v.83 n.1 Porto Alegre jan./fev. 2007.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021--75572007000100004

6Nutrição Em Pauta. Cuidados com as bebidas de soja na alimentação infantil.7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.nutricaoempauta.com.br/lista_artigo.php?cod=675

7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

8ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

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quentemente na idade adulta e é por toda a vida5,6.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS? O padrão de sintomas pode ocorrer imediatamente ou em um período de até 2 horas. Aqueles que reagem aos crustáceos podem ter os seguintes sintomas1,6,9:

Urticária; Sensação de mal estar; Inchaço nos lábios, nos olhos, na boca; Reações graves como a anafilaxia (conjunto de sintomas que pode levar à morte).

A alergia a crustáceos chama a atenção devido à intensida-de da reação alérgica, pois tendem a ser particularmente graves. Normalmente, quem é alérgico a um tipo de crustáceo desenvolve intolerância aos outros também6. A isso se dá o nome de reatividade cruzada. As reações cruzadas ocorrem quando duas proteínas alimentares de dois alimentos diferen-tes são, digamos, “semelhantes” 1.

Essa condição faz com que um indivíduo que desenvolveu alergia ao camarão, tenha a outros crustáceos e também (vejam só!) a ácaros e baratas. Caso ele respire a poeira do ar de casa que contenha restos de ácaros e baratas, a inalação dessas par-tículas pode fazer com que ele tenha uma reação alérgica, como se estivesse comendo o próprio camarão. Assim como a reativi-dade cruzada aparece também quando a pessoa ingere caran-guejo e lagosta7. Por isso, médicos orientam que aqueles que já

tiveram reação a um tipo de crustáceo, evitem também os demais e, é claro, ambientes empoeirados6.

COMO FAÇO O DIAGNÓSTICO?

Normalmente a pessoa descobre sua alergia enquanto está comendo. Por serem reações mais exacerbadas e que ocorrem na pele e vias respiratórias, fica na lembrança. Se tiver alguma dúvida, converse com seu médico, descreva seus sintomas, e então, ele solicitará os exames necessários.

TODOS QUE SÃO ALÉRGICOS AOS CRUSTÁCEOS SERÃO AOS PEIXES TAMBÉM?

As proteínas de ambos os alimentos são diferentes, por isso, o fato de ter alergia a um não indica problemas para inges-tão do outro. O problema pode estar na forma em que cada um é preparado. Quando for a um restaurante e pedir um peixe frito, por exemplo, pergunte se o mesmo é preparado no óleo do camarão, caso você a seja alérgico à crustáceos. Se sim, tal situação configura uma contaminação do alimento e pode re-sultar em reação alérgica.

E QUANDO NÃO SOU ALÉRGICO À TROPOMIOSINA, MAS NÃO TOLERO CAMARÃO?

Existem alguns aditivos alimentares utilizados para conser-var frutos do mar. É o caso do bissulfito de sódio (ou metabis-sulfito de sódio). As reações adversas aos aditivos alimentares são raras (abaixo de 1%), mas os sulfitos são entre os que mais

implicam em reações, como a asma, por exemplo1.

Sulfitos são aditivos alimentares utilizados para evitar a melanose, processo de escurecimento natural que ocorre nos crustáceos. Embora não seja nocivo, os consumidores rejeitam crustáceos nessas condições, pois relacionam a um produto de-teriorado. Assim, acrescenta-se o sulfito para evitar o escureci-mento8.

COMO PREVENIR REAÇÕES ALÉRGICAS GRAVES?

Sempre leia rótulos de ingredientes para identificar os prove-nientes do mar. Não frequente mercados de peixes, principalmente o setor de crustáceos. A proteína pode estar no ar e causar reação alérgica. Evite restaurantes de frutos do mar. Mesmo que vá para comer uma carne, é possível que tenha ocorrido contato entre pratos e talheres. Não fique próximo às áreas de cozinha. A proteína se concen-tra no vapor liberado durante o cozimento. Aqui fica o maior alerta: se em algum momento você perce-beu os sintomas de reação alérgica ao camarão e outros crustá-ceos, além de peixes, não tente ingeri-los novamente. Os sinto-mas podem avançar de leve a moderado no início, para uma anafilaxia grave. Procure um médico e descreva-os, assim, o profissional saberá qual a melhor conduta a seguir.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Ramos REM, et al. Alergia alimentar: reações e métodos diagnóstico. J Manag Prim Health Care 2013; 4(2):54-63.Disponível em: http://www.jmphc.com/ojs/index.php/01/article/downloa-d/86/82

3Ferreira AT. Fisiologia da Contração Muscular. Revista Neurociências V13 N3 (supl-versão eletrônica) – jul/set, 2005.Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN 13 SUPLEMENTO/Pages from RN 13 SUPLEMENTO-15.pdf

4Freudenrich CC. Contraindo um músculo. How Stuff Works?Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br/musculos1.htm

5Viver bem. Cinco questões sobre a alergia a camarão. Dez/2013.Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude/cinco-ques-toes-sobre-a-alergia-a-camarao/

6About Food Allergies. Shellfish. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/shellfish-allergy

7Revista Viva Saúde. Reação cruzada aumenta riscos de alergia. Jun/2014.Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/reacao-cruza-da-aumenta-riscos-de-alergia/2621/

8Info Escola. Melanose em pescado. Por Franciele Charro.Disponível em: http://www.infoescola.com/ecologia/melanose-em-pescado/

9Vida sem glúten e alergias. Alergia a frutos do mar. Ago/2009.Disponível em: http://www.vidasemglutenealergias.com/alergia-a-frutos-do--mar/346/

DESCOBRI APLV EM MEU FILHO - POSSO OFERECER LEITE DE SOJA?

O tratamento para a APLV será a exclusão total do leite e seus derivados e a utilização de substitutos adequados. A esco-lha depende da idade da criança, do tipo de manifestação clíni-ca (IgE mediada ou não), aceitação, composição nutricional e custo2.

É estabelecido pela Organização Mundial da Saúde que todos os bebês recebam exclusivamente o leite materno até os seis meses de idade, no mínimo. Após essa fase eles passam a receber outros tipos de alimentos3, os quais não deveriam in-cluir o leite de vaca e as bebidas de soja.

A Sociedade Brasileira de Pediatria considera que alimen-tos à base de soja não são os mais adequados para as crianças com até dois anos de idade, por serem nutricionalmente incom-pletos e com potencial alergênico6, podendo, inclusive, causar deficiência nutricional no bebê6.

Assim como o leite de vaca, seu teor de proteína é alto e a mucosa intestinal ainda em desenvolvimento do bebê não está apta a digerir moléculas tão grandes6. Para aqueles que apresentam alergia à soja, o consumo pode provocar as seguintes reações7:

Formigamento na boca; Urticária, coceira, eczema;

Inchaço dos lábios, rosto, língua e garganta, ou também outras partes do corpo; Secreção nasal, dificuldade para respirar; Dor abdominal, diarreia, náuseas ou vômitos; Vermelhidão da pele (rubor).

Reações alérgicas graves (anafilaxia) à soja são raras.

FÓRMULAS INFANTIS DE SOJA X EXTRATO DE SOJA

As fórmulas infantis são feitas com a proteína isolada da soja e são acrescidas de nutrientes essenciais. Não possuem lactose, importante para indivíduos com intolerância ao açúcar, nem sacarose.

Tudo o que é obtido diretamente do grão da soja não é um produto completo nutricionalmente.

Por exemplo, o extrato de soja apresenta deficiência de gorduras, carboidrato, além de não conter o cálcio, mineral tão essencial nessa fase da vida. O médico pode sugerir fórmulas infantis com proteínas extensamente hidrolisadas ou aquelas que são compostas por aminoácidos livres3,4,6.

SOBRE ALIMENTOS A BASE DE SOJA

A soja é altamente proteica, sendo que quase metade da sua composição é de proteínas (48%)2. No entanto, seu conteú-do de metionina – importante aminoácido para auxiliar na redu-ção do colesterol sanguíneo e na limpeza de substâncias tóxi-

cas alojadas no fígado – é baixo, o que limita o seu valor nutri-cional6. O processamento da soja em farinha faz com que sua digestibilidade fique melhor, pois destrói parte dos fatores anti-nutricionais, como inibidores de enzimas digestivas e leciti-nas2.

Por ser um grão com produções enormes no Brasil, ele acaba sendo incluído em diversos alimentos: bebidas, iogurte, chocolate, cereais, sorvetes, entre outros. Rações contendo soja também são oferecidas na pecuária. Assim, mesmo sem ofere-cer o “leite” de soja para a criança, é importante ficar atento aos alimentos que podem conter traços de soja. Veja uma lista de produtos à base de soja que separamos para você ou que in-cluem o grão entre os ingredientes:

Edamame (grãos imaturos de soja) Miso (pasta de soja fermentada) Natto (soja fermentada) Molho shoyu (molho feito a partir da soja fermentada – contém trigo) Tamari (molho feito a partir da soja fermentada – não contém trigo) Farinha de soja Grãos de soja “Leite” de soja Sucos diversos Iogurte de soja Queijo de soja (tofu) Proteína de soja Tempeh (fermentado de soja semelhante a um queijo)

Quem é que não gosta de sentar na beira da praia e pedir um prato delicioso com camarão do restaurante especializado em frutos do mar? Para algumas pessoas isso é possível nas pri-meiras vezes, mas depois passam a reagir ao alimento, causan-do sintomas como dificuldade na respiração ou erupções na pele. Para outras, isso não é um problema e elas podem comer normalmente crustáceos e afins.

Os crustáceos (camarão, caranguejo, lagosta) são causa fre-quente de reações alérgicas alimentares. Podem ser IgE media-das ou não, sendo que os pacientes alérgicos apresentam sen-sibilidade para a tropomiosina, proteína que responde pela alergia a camarão, principalmente1,2.

Um fato interessante é que algumas proteínas são alergê-nicas apenas para determinadas espécies1. Nós, seres vertebra-dos, também possuímos a tropomiosina, proteína que faz parte do processo de contração muscular. Porém, para os seres huma-nos, a tropomiosina dos invertebrados é alergênica, causando reações adversas1,3,4.

Diferente das alergias por leite de vaca, ovo, trigo ou soja que, geralmente, aparecem até os 2 anos de idade e desapare-cem na infância tardia, a alergia aos crustáceos surge mais fre-

Em uma época em que as alergias alimentares tornam-se tão frequentes, são muitas as dúvidas sobre o que fazer após suspeitar-se de alergias ou serem diagnosticadas. O leite de vaca corresponde ao principal alimento causador das alergias alimentares em crianças, e próximos a ele estão o trigo, ovo, soja, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar1.

Considerada um alimento saudável, a soja é bastante indi-cada para adultos, mas não se pode dizer o mesmo quando tra-tamos de crianças. A alergia isolada à soja ocorre com baixa fre-quência nos pequenos com até três anos de idade (menor que 1%) e costuma desaparecer até os dez, no entanto, em torno de 11% a 14% das crianças com APLV (IgE mediada) podem apre-sentar reação à soja, por isso é preciso estar sempre atento aos sinais e sintomas após sua ingestão2.

Crianças diagnosticadas com Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV), muitas vezes recebem como substitutos na alimen-tação as bebidas a base de soja. No entanto, por causa desse risco de sensibilização à soja, essa introdução deve ser sempre discutida com um especialista para compor a dieta mais reco-mendada para essa faixa etária3,4,5.

Proteína vegetal texturizada (PVT) Assados (pães, biscoitos e massas) Temperos prontos industrializados Cereais Barras de cereais e de proteína Fórmulas infantis Óleo vegetal de soja Proteína vegetal hidrolisada (HVP) Margarinas Chocolates Produtos com “lecitina de soja”

Leia sempre os rótulos, pois a soja pode não estar nos in-gredientes, porém, no rótulo pode ser feito um alerta que “contém soja”. Isso acontece, pois em algumas fábricas os pro-dutos sem soja podem ser processados naquelas máquinas em que passaram alimentos à base do grão, causando contamina-ção cruzada.

REFERÊNCIAS:

1Costa, J., Oliveira, M. B. P., & Mafra, I. Alergénios Alimentares: O Que São, O Que Provocam e Como Detetá-los?.Disponível em: http://www.spq.pt/files/magazines/articles/pdfs/30001806.pdf

2Yonamine GH, Castro APBM, Pastorino AC, Jacob CMA. Uso de fórmulas à base de soja na alergia à proteína do leite de vaca. Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 34. N° 5, 2011.Disponível em: http://www.asbai.org.br/revistas/vol345/V34N5-ar-02.pdf

3Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

4Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de orientação do departamento de nutrologia. Rio de Janeiro, 2012.Disponível em: http://www.sbp.com.br/pdfs/14617a-PDManualNutrologia-Ali-mentacao.pdf

5Ferreira CT, Seidman E. Alergia alimentar: atualização prática do ponto de vista gastroenterológico. J. Pediatr. (Rio J.) v.83 n.1 Porto Alegre jan./fev. 2007.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021--75572007000100004

6Nutrição Em Pauta. Cuidados com as bebidas de soja na alimentação infantil.7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.nutricaoempauta.com.br/lista_artigo.php?cod=675

7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

8ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

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quentemente na idade adulta e é por toda a vida5,6.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS? O padrão de sintomas pode ocorrer imediatamente ou em um período de até 2 horas. Aqueles que reagem aos crustáceos podem ter os seguintes sintomas1,6,9:

Urticária; Sensação de mal estar; Inchaço nos lábios, nos olhos, na boca; Reações graves como a anafilaxia (conjunto de sintomas que pode levar à morte).

A alergia a crustáceos chama a atenção devido à intensida-de da reação alérgica, pois tendem a ser particularmente graves. Normalmente, quem é alérgico a um tipo de crustáceo desenvolve intolerância aos outros também6. A isso se dá o nome de reatividade cruzada. As reações cruzadas ocorrem quando duas proteínas alimentares de dois alimentos diferen-tes são, digamos, “semelhantes” 1.

Essa condição faz com que um indivíduo que desenvolveu alergia ao camarão, tenha a outros crustáceos e também (vejam só!) a ácaros e baratas. Caso ele respire a poeira do ar de casa que contenha restos de ácaros e baratas, a inalação dessas par-tículas pode fazer com que ele tenha uma reação alérgica, como se estivesse comendo o próprio camarão. Assim como a reativi-dade cruzada aparece também quando a pessoa ingere caran-guejo e lagosta7. Por isso, médicos orientam que aqueles que já

tiveram reação a um tipo de crustáceo, evitem também os demais e, é claro, ambientes empoeirados6.

COMO FAÇO O DIAGNÓSTICO?

Normalmente a pessoa descobre sua alergia enquanto está comendo. Por serem reações mais exacerbadas e que ocorrem na pele e vias respiratórias, fica na lembrança. Se tiver alguma dúvida, converse com seu médico, descreva seus sintomas, e então, ele solicitará os exames necessários.

TODOS QUE SÃO ALÉRGICOS AOS CRUSTÁCEOS SERÃO AOS PEIXES TAMBÉM?

As proteínas de ambos os alimentos são diferentes, por isso, o fato de ter alergia a um não indica problemas para inges-tão do outro. O problema pode estar na forma em que cada um é preparado. Quando for a um restaurante e pedir um peixe frito, por exemplo, pergunte se o mesmo é preparado no óleo do camarão, caso você a seja alérgico à crustáceos. Se sim, tal situação configura uma contaminação do alimento e pode re-sultar em reação alérgica.

E QUANDO NÃO SOU ALÉRGICO À TROPOMIOSINA, MAS NÃO TOLERO CAMARÃO?

Existem alguns aditivos alimentares utilizados para conser-var frutos do mar. É o caso do bissulfito de sódio (ou metabis-sulfito de sódio). As reações adversas aos aditivos alimentares são raras (abaixo de 1%), mas os sulfitos são entre os que mais

implicam em reações, como a asma, por exemplo1.

Sulfitos são aditivos alimentares utilizados para evitar a melanose, processo de escurecimento natural que ocorre nos crustáceos. Embora não seja nocivo, os consumidores rejeitam crustáceos nessas condições, pois relacionam a um produto de-teriorado. Assim, acrescenta-se o sulfito para evitar o escureci-mento8.

COMO PREVENIR REAÇÕES ALÉRGICAS GRAVES?

Sempre leia rótulos de ingredientes para identificar os prove-nientes do mar. Não frequente mercados de peixes, principalmente o setor de crustáceos. A proteína pode estar no ar e causar reação alérgica. Evite restaurantes de frutos do mar. Mesmo que vá para comer uma carne, é possível que tenha ocorrido contato entre pratos e talheres. Não fique próximo às áreas de cozinha. A proteína se concen-tra no vapor liberado durante o cozimento. Aqui fica o maior alerta: se em algum momento você perce-beu os sintomas de reação alérgica ao camarão e outros crustá-ceos, além de peixes, não tente ingeri-los novamente. Os sinto-mas podem avançar de leve a moderado no início, para uma anafilaxia grave. Procure um médico e descreva-os, assim, o profissional saberá qual a melhor conduta a seguir.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Ramos REM, et al. Alergia alimentar: reações e métodos diagnóstico. J Manag Prim Health Care 2013; 4(2):54-63.Disponível em: http://www.jmphc.com/ojs/index.php/01/article/downloa-d/86/82

3Ferreira AT. Fisiologia da Contração Muscular. Revista Neurociências V13 N3 (supl-versão eletrônica) – jul/set, 2005.Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN 13 SUPLEMENTO/Pages from RN 13 SUPLEMENTO-15.pdf

4Freudenrich CC. Contraindo um músculo. How Stuff Works?Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br/musculos1.htm

5Viver bem. Cinco questões sobre a alergia a camarão. Dez/2013.Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude/cinco-ques-toes-sobre-a-alergia-a-camarao/

6About Food Allergies. Shellfish. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/shellfish-allergy

7Revista Viva Saúde. Reação cruzada aumenta riscos de alergia. Jun/2014.Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/reacao-cruza-da-aumenta-riscos-de-alergia/2621/

8Info Escola. Melanose em pescado. Por Franciele Charro.Disponível em: http://www.infoescola.com/ecologia/melanose-em-pescado/

9Vida sem glúten e alergias. Alergia a frutos do mar. Ago/2009.Disponível em: http://www.vidasemglutenealergias.com/alergia-a-frutos-do--mar/346/

DESCOBRI APLV EM MEU FILHO - POSSO OFERECER LEITE DE SOJA?

O tratamento para a APLV será a exclusão total do leite e seus derivados e a utilização de substitutos adequados. A esco-lha depende da idade da criança, do tipo de manifestação clíni-ca (IgE mediada ou não), aceitação, composição nutricional e custo2.

É estabelecido pela Organização Mundial da Saúde que todos os bebês recebam exclusivamente o leite materno até os seis meses de idade, no mínimo. Após essa fase eles passam a receber outros tipos de alimentos3, os quais não deveriam in-cluir o leite de vaca e as bebidas de soja.

A Sociedade Brasileira de Pediatria considera que alimen-tos à base de soja não são os mais adequados para as crianças com até dois anos de idade, por serem nutricionalmente incom-pletos e com potencial alergênico6, podendo, inclusive, causar deficiência nutricional no bebê6.

Assim como o leite de vaca, seu teor de proteína é alto e a mucosa intestinal ainda em desenvolvimento do bebê não está apta a digerir moléculas tão grandes6. Para aqueles que apresentam alergia à soja, o consumo pode provocar as seguintes reações7:

Formigamento na boca; Urticária, coceira, eczema;

Inchaço dos lábios, rosto, língua e garganta, ou também outras partes do corpo; Secreção nasal, dificuldade para respirar; Dor abdominal, diarreia, náuseas ou vômitos; Vermelhidão da pele (rubor).

Reações alérgicas graves (anafilaxia) à soja são raras.

FÓRMULAS INFANTIS DE SOJA X EXTRATO DE SOJA

As fórmulas infantis são feitas com a proteína isolada da soja e são acrescidas de nutrientes essenciais. Não possuem lactose, importante para indivíduos com intolerância ao açúcar, nem sacarose.

Tudo o que é obtido diretamente do grão da soja não é um produto completo nutricionalmente.

Por exemplo, o extrato de soja apresenta deficiência de gorduras, carboidrato, além de não conter o cálcio, mineral tão essencial nessa fase da vida. O médico pode sugerir fórmulas infantis com proteínas extensamente hidrolisadas ou aquelas que são compostas por aminoácidos livres3,4,6.

SOBRE ALIMENTOS A BASE DE SOJA

A soja é altamente proteica, sendo que quase metade da sua composição é de proteínas (48%)2. No entanto, seu conteú-do de metionina – importante aminoácido para auxiliar na redu-ção do colesterol sanguíneo e na limpeza de substâncias tóxi-

cas alojadas no fígado – é baixo, o que limita o seu valor nutri-cional6. O processamento da soja em farinha faz com que sua digestibilidade fique melhor, pois destrói parte dos fatores anti-nutricionais, como inibidores de enzimas digestivas e leciti-nas2.

Por ser um grão com produções enormes no Brasil, ele acaba sendo incluído em diversos alimentos: bebidas, iogurte, chocolate, cereais, sorvetes, entre outros. Rações contendo soja também são oferecidas na pecuária. Assim, mesmo sem ofere-cer o “leite” de soja para a criança, é importante ficar atento aos alimentos que podem conter traços de soja. Veja uma lista de produtos à base de soja que separamos para você ou que in-cluem o grão entre os ingredientes:

Edamame (grãos imaturos de soja) Miso (pasta de soja fermentada) Natto (soja fermentada) Molho shoyu (molho feito a partir da soja fermentada – contém trigo) Tamari (molho feito a partir da soja fermentada – não contém trigo) Farinha de soja Grãos de soja “Leite” de soja Sucos diversos Iogurte de soja Queijo de soja (tofu) Proteína de soja Tempeh (fermentado de soja semelhante a um queijo)

Quem é que não gosta de sentar na beira da praia e pedir um prato delicioso com camarão do restaurante especializado em frutos do mar? Para algumas pessoas isso é possível nas pri-meiras vezes, mas depois passam a reagir ao alimento, causan-do sintomas como dificuldade na respiração ou erupções na pele. Para outras, isso não é um problema e elas podem comer normalmente crustáceos e afins.

Os crustáceos (camarão, caranguejo, lagosta) são causa fre-quente de reações alérgicas alimentares. Podem ser IgE media-das ou não, sendo que os pacientes alérgicos apresentam sen-sibilidade para a tropomiosina, proteína que responde pela alergia a camarão, principalmente1,2.

Um fato interessante é que algumas proteínas são alergê-nicas apenas para determinadas espécies1. Nós, seres vertebra-dos, também possuímos a tropomiosina, proteína que faz parte do processo de contração muscular. Porém, para os seres huma-nos, a tropomiosina dos invertebrados é alergênica, causando reações adversas1,3,4.

Diferente das alergias por leite de vaca, ovo, trigo ou soja que, geralmente, aparecem até os 2 anos de idade e desapare-cem na infância tardia, a alergia aos crustáceos surge mais fre-

Em uma época em que as alergias alimentares tornam-se tão frequentes, são muitas as dúvidas sobre o que fazer após suspeitar-se de alergias ou serem diagnosticadas. O leite de vaca corresponde ao principal alimento causador das alergias alimentares em crianças, e próximos a ele estão o trigo, ovo, soja, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar1.

Considerada um alimento saudável, a soja é bastante indi-cada para adultos, mas não se pode dizer o mesmo quando tra-tamos de crianças. A alergia isolada à soja ocorre com baixa fre-quência nos pequenos com até três anos de idade (menor que 1%) e costuma desaparecer até os dez, no entanto, em torno de 11% a 14% das crianças com APLV (IgE mediada) podem apre-sentar reação à soja, por isso é preciso estar sempre atento aos sinais e sintomas após sua ingestão2.

Crianças diagnosticadas com Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV), muitas vezes recebem como substitutos na alimen-tação as bebidas a base de soja. No entanto, por causa desse risco de sensibilização à soja, essa introdução deve ser sempre discutida com um especialista para compor a dieta mais reco-mendada para essa faixa etária3,4,5.

Proteína vegetal texturizada (PVT) Assados (pães, biscoitos e massas) Temperos prontos industrializados Cereais Barras de cereais e de proteína Fórmulas infantis Óleo vegetal de soja Proteína vegetal hidrolisada (HVP) Margarinas Chocolates Produtos com “lecitina de soja”

Leia sempre os rótulos, pois a soja pode não estar nos in-gredientes, porém, no rótulo pode ser feito um alerta que “contém soja”. Isso acontece, pois em algumas fábricas os pro-dutos sem soja podem ser processados naquelas máquinas em que passaram alimentos à base do grão, causando contamina-ção cruzada.

REFERÊNCIAS:

1Costa, J., Oliveira, M. B. P., & Mafra, I. Alergénios Alimentares: O Que São, O Que Provocam e Como Detetá-los?.Disponível em: http://www.spq.pt/files/magazines/articles/pdfs/30001806.pdf

2Yonamine GH, Castro APBM, Pastorino AC, Jacob CMA. Uso de fórmulas à base de soja na alergia à proteína do leite de vaca. Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 34. N° 5, 2011.Disponível em: http://www.asbai.org.br/revistas/vol345/V34N5-ar-02.pdf

3Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

4Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de orientação do departamento de nutrologia. Rio de Janeiro, 2012.Disponível em: http://www.sbp.com.br/pdfs/14617a-PDManualNutrologia-Ali-mentacao.pdf

5Ferreira CT, Seidman E. Alergia alimentar: atualização prática do ponto de vista gastroenterológico. J. Pediatr. (Rio J.) v.83 n.1 Porto Alegre jan./fev. 2007.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021--75572007000100004

6Nutrição Em Pauta. Cuidados com as bebidas de soja na alimentação infantil.7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.nutricaoempauta.com.br/lista_artigo.php?cod=675

7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

8ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

Page 68: UMA VISÃO GERAL EM 12 ARTIGOS TRIGO OVO AMENDOIM …eupossoisso.com/wp-content/uploads/2015/06/As-Principais-Alergias... · alimento, como leite de vaca, trigo, ovo, ... Por ser

quentemente na idade adulta e é por toda a vida5,6.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS? O padrão de sintomas pode ocorrer imediatamente ou em um período de até 2 horas. Aqueles que reagem aos crustáceos podem ter os seguintes sintomas1,6,9:

Urticária; Sensação de mal estar; Inchaço nos lábios, nos olhos, na boca; Reações graves como a anafilaxia (conjunto de sintomas que pode levar à morte).

A alergia a crustáceos chama a atenção devido à intensida-de da reação alérgica, pois tendem a ser particularmente graves. Normalmente, quem é alérgico a um tipo de crustáceo desenvolve intolerância aos outros também6. A isso se dá o nome de reatividade cruzada. As reações cruzadas ocorrem quando duas proteínas alimentares de dois alimentos diferen-tes são, digamos, “semelhantes” 1.

Essa condição faz com que um indivíduo que desenvolveu alergia ao camarão, tenha a outros crustáceos e também (vejam só!) a ácaros e baratas. Caso ele respire a poeira do ar de casa que contenha restos de ácaros e baratas, a inalação dessas par-tículas pode fazer com que ele tenha uma reação alérgica, como se estivesse comendo o próprio camarão. Assim como a reativi-dade cruzada aparece também quando a pessoa ingere caran-guejo e lagosta7. Por isso, médicos orientam que aqueles que já

tiveram reação a um tipo de crustáceo, evitem também os demais e, é claro, ambientes empoeirados6.

COMO FAÇO O DIAGNÓSTICO?

Normalmente a pessoa descobre sua alergia enquanto está comendo. Por serem reações mais exacerbadas e que ocorrem na pele e vias respiratórias, fica na lembrança. Se tiver alguma dúvida, converse com seu médico, descreva seus sintomas, e então, ele solicitará os exames necessários.

TODOS QUE SÃO ALÉRGICOS AOS CRUSTÁCEOS SERÃO AOS PEIXES TAMBÉM?

As proteínas de ambos os alimentos são diferentes, por isso, o fato de ter alergia a um não indica problemas para inges-tão do outro. O problema pode estar na forma em que cada um é preparado. Quando for a um restaurante e pedir um peixe frito, por exemplo, pergunte se o mesmo é preparado no óleo do camarão, caso você a seja alérgico à crustáceos. Se sim, tal situação configura uma contaminação do alimento e pode re-sultar em reação alérgica.

E QUANDO NÃO SOU ALÉRGICO À TROPOMIOSINA, MAS NÃO TOLERO CAMARÃO?

Existem alguns aditivos alimentares utilizados para conser-var frutos do mar. É o caso do bissulfito de sódio (ou metabis-sulfito de sódio). As reações adversas aos aditivos alimentares são raras (abaixo de 1%), mas os sulfitos são entre os que mais

implicam em reações, como a asma, por exemplo1.

Sulfitos são aditivos alimentares utilizados para evitar a melanose, processo de escurecimento natural que ocorre nos crustáceos. Embora não seja nocivo, os consumidores rejeitam crustáceos nessas condições, pois relacionam a um produto de-teriorado. Assim, acrescenta-se o sulfito para evitar o escureci-mento8.

COMO PREVENIR REAÇÕES ALÉRGICAS GRAVES?

Sempre leia rótulos de ingredientes para identificar os prove-nientes do mar. Não frequente mercados de peixes, principalmente o setor de crustáceos. A proteína pode estar no ar e causar reação alérgica. Evite restaurantes de frutos do mar. Mesmo que vá para comer uma carne, é possível que tenha ocorrido contato entre pratos e talheres. Não fique próximo às áreas de cozinha. A proteína se concen-tra no vapor liberado durante o cozimento. Aqui fica o maior alerta: se em algum momento você perce-beu os sintomas de reação alérgica ao camarão e outros crustá-ceos, além de peixes, não tente ingeri-los novamente. Os sinto-mas podem avançar de leve a moderado no início, para uma anafilaxia grave. Procure um médico e descreva-os, assim, o profissional saberá qual a melhor conduta a seguir.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Ramos REM, et al. Alergia alimentar: reações e métodos diagnóstico. J Manag Prim Health Care 2013; 4(2):54-63.Disponível em: http://www.jmphc.com/ojs/index.php/01/article/downloa-d/86/82

3Ferreira AT. Fisiologia da Contração Muscular. Revista Neurociências V13 N3 (supl-versão eletrônica) – jul/set, 2005.Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN 13 SUPLEMENTO/Pages from RN 13 SUPLEMENTO-15.pdf

4Freudenrich CC. Contraindo um músculo. How Stuff Works?Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br/musculos1.htm

5Viver bem. Cinco questões sobre a alergia a camarão. Dez/2013.Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude/cinco-ques-toes-sobre-a-alergia-a-camarao/

6About Food Allergies. Shellfish. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/shellfish-allergy

7Revista Viva Saúde. Reação cruzada aumenta riscos de alergia. Jun/2014.Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/reacao-cruza-da-aumenta-riscos-de-alergia/2621/

8Info Escola. Melanose em pescado. Por Franciele Charro.Disponível em: http://www.infoescola.com/ecologia/melanose-em-pescado/

9Vida sem glúten e alergias. Alergia a frutos do mar. Ago/2009.Disponível em: http://www.vidasemglutenealergias.com/alergia-a-frutos-do--mar/346/

DESCOBRI APLV EM MEU FILHO - POSSO OFERECER LEITE DE SOJA?

O tratamento para a APLV será a exclusão total do leite e seus derivados e a utilização de substitutos adequados. A esco-lha depende da idade da criança, do tipo de manifestação clíni-ca (IgE mediada ou não), aceitação, composição nutricional e custo2.

É estabelecido pela Organização Mundial da Saúde que todos os bebês recebam exclusivamente o leite materno até os seis meses de idade, no mínimo. Após essa fase eles passam a receber outros tipos de alimentos3, os quais não deveriam in-cluir o leite de vaca e as bebidas de soja.

A Sociedade Brasileira de Pediatria considera que alimen-tos à base de soja não são os mais adequados para as crianças com até dois anos de idade, por serem nutricionalmente incom-pletos e com potencial alergênico6, podendo, inclusive, causar deficiência nutricional no bebê6.

Assim como o leite de vaca, seu teor de proteína é alto e a mucosa intestinal ainda em desenvolvimento do bebê não está apta a digerir moléculas tão grandes6. Para aqueles que apresentam alergia à soja, o consumo pode provocar as seguintes reações7:

Formigamento na boca; Urticária, coceira, eczema;

Inchaço dos lábios, rosto, língua e garganta, ou também outras partes do corpo; Secreção nasal, dificuldade para respirar; Dor abdominal, diarreia, náuseas ou vômitos; Vermelhidão da pele (rubor).

Reações alérgicas graves (anafilaxia) à soja são raras.

FÓRMULAS INFANTIS DE SOJA X EXTRATO DE SOJA

As fórmulas infantis são feitas com a proteína isolada da soja e são acrescidas de nutrientes essenciais. Não possuem lactose, importante para indivíduos com intolerância ao açúcar, nem sacarose.

Tudo o que é obtido diretamente do grão da soja não é um produto completo nutricionalmente.

Por exemplo, o extrato de soja apresenta deficiência de gorduras, carboidrato, além de não conter o cálcio, mineral tão essencial nessa fase da vida. O médico pode sugerir fórmulas infantis com proteínas extensamente hidrolisadas ou aquelas que são compostas por aminoácidos livres3,4,6.

SOBRE ALIMENTOS A BASE DE SOJA

A soja é altamente proteica, sendo que quase metade da sua composição é de proteínas (48%)2. No entanto, seu conteú-do de metionina – importante aminoácido para auxiliar na redu-ção do colesterol sanguíneo e na limpeza de substâncias tóxi-

cas alojadas no fígado – é baixo, o que limita o seu valor nutri-cional6. O processamento da soja em farinha faz com que sua digestibilidade fique melhor, pois destrói parte dos fatores anti-nutricionais, como inibidores de enzimas digestivas e leciti-nas2.

Por ser um grão com produções enormes no Brasil, ele acaba sendo incluído em diversos alimentos: bebidas, iogurte, chocolate, cereais, sorvetes, entre outros. Rações contendo soja também são oferecidas na pecuária. Assim, mesmo sem ofere-cer o “leite” de soja para a criança, é importante ficar atento aos alimentos que podem conter traços de soja. Veja uma lista de produtos à base de soja que separamos para você ou que in-cluem o grão entre os ingredientes:

Edamame (grãos imaturos de soja) Miso (pasta de soja fermentada) Natto (soja fermentada) Molho shoyu (molho feito a partir da soja fermentada – contém trigo) Tamari (molho feito a partir da soja fermentada – não contém trigo) Farinha de soja Grãos de soja “Leite” de soja Sucos diversos Iogurte de soja Queijo de soja (tofu) Proteína de soja Tempeh (fermentado de soja semelhante a um queijo)

Quem é que não gosta de sentar na beira da praia e pedir um prato delicioso com camarão do restaurante especializado em frutos do mar? Para algumas pessoas isso é possível nas pri-meiras vezes, mas depois passam a reagir ao alimento, causan-do sintomas como dificuldade na respiração ou erupções na pele. Para outras, isso não é um problema e elas podem comer normalmente crustáceos e afins.

Os crustáceos (camarão, caranguejo, lagosta) são causa fre-quente de reações alérgicas alimentares. Podem ser IgE media-das ou não, sendo que os pacientes alérgicos apresentam sen-sibilidade para a tropomiosina, proteína que responde pela alergia a camarão, principalmente1,2.

Um fato interessante é que algumas proteínas são alergê-nicas apenas para determinadas espécies1. Nós, seres vertebra-dos, também possuímos a tropomiosina, proteína que faz parte do processo de contração muscular. Porém, para os seres huma-nos, a tropomiosina dos invertebrados é alergênica, causando reações adversas1,3,4.

Diferente das alergias por leite de vaca, ovo, trigo ou soja que, geralmente, aparecem até os 2 anos de idade e desapare-cem na infância tardia, a alergia aos crustáceos surge mais fre-

Em uma época em que as alergias alimentares tornam-se tão frequentes, são muitas as dúvidas sobre o que fazer após suspeitar-se de alergias ou serem diagnosticadas. O leite de vaca corresponde ao principal alimento causador das alergias alimentares em crianças, e próximos a ele estão o trigo, ovo, soja, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar1.

Considerada um alimento saudável, a soja é bastante indi-cada para adultos, mas não se pode dizer o mesmo quando tra-tamos de crianças. A alergia isolada à soja ocorre com baixa fre-quência nos pequenos com até três anos de idade (menor que 1%) e costuma desaparecer até os dez, no entanto, em torno de 11% a 14% das crianças com APLV (IgE mediada) podem apre-sentar reação à soja, por isso é preciso estar sempre atento aos sinais e sintomas após sua ingestão2.

Crianças diagnosticadas com Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV), muitas vezes recebem como substitutos na alimen-tação as bebidas a base de soja. No entanto, por causa desse risco de sensibilização à soja, essa introdução deve ser sempre discutida com um especialista para compor a dieta mais reco-mendada para essa faixa etária3,4,5.

Proteína vegetal texturizada (PVT) Assados (pães, biscoitos e massas) Temperos prontos industrializados Cereais Barras de cereais e de proteína Fórmulas infantis Óleo vegetal de soja Proteína vegetal hidrolisada (HVP) Margarinas Chocolates Produtos com “lecitina de soja”

Leia sempre os rótulos, pois a soja pode não estar nos in-gredientes, porém, no rótulo pode ser feito um alerta que “contém soja”. Isso acontece, pois em algumas fábricas os pro-dutos sem soja podem ser processados naquelas máquinas em que passaram alimentos à base do grão, causando contamina-ção cruzada.

REFERÊNCIAS:

1Costa, J., Oliveira, M. B. P., & Mafra, I. Alergénios Alimentares: O Que São, O Que Provocam e Como Detetá-los?.Disponível em: http://www.spq.pt/files/magazines/articles/pdfs/30001806.pdf

2Yonamine GH, Castro APBM, Pastorino AC, Jacob CMA. Uso de fórmulas à base de soja na alergia à proteína do leite de vaca. Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 34. N° 5, 2011.Disponível em: http://www.asbai.org.br/revistas/vol345/V34N5-ar-02.pdf

3Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

4Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de orientação do departamento de nutrologia. Rio de Janeiro, 2012.Disponível em: http://www.sbp.com.br/pdfs/14617a-PDManualNutrologia-Ali-mentacao.pdf

5Ferreira CT, Seidman E. Alergia alimentar: atualização prática do ponto de vista gastroenterológico. J. Pediatr. (Rio J.) v.83 n.1 Porto Alegre jan./fev. 2007.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021--75572007000100004

6Nutrição Em Pauta. Cuidados com as bebidas de soja na alimentação infantil.7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.nutricaoempauta.com.br/lista_artigo.php?cod=675

7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

8ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

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quentemente na idade adulta e é por toda a vida5,6.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS? O padrão de sintomas pode ocorrer imediatamente ou em um período de até 2 horas. Aqueles que reagem aos crustáceos podem ter os seguintes sintomas1,6,9:

Urticária; Sensação de mal estar; Inchaço nos lábios, nos olhos, na boca; Reações graves como a anafilaxia (conjunto de sintomas que pode levar à morte).

A alergia a crustáceos chama a atenção devido à intensida-de da reação alérgica, pois tendem a ser particularmente graves. Normalmente, quem é alérgico a um tipo de crustáceo desenvolve intolerância aos outros também6. A isso se dá o nome de reatividade cruzada. As reações cruzadas ocorrem quando duas proteínas alimentares de dois alimentos diferen-tes são, digamos, “semelhantes” 1.

Essa condição faz com que um indivíduo que desenvolveu alergia ao camarão, tenha a outros crustáceos e também (vejam só!) a ácaros e baratas. Caso ele respire a poeira do ar de casa que contenha restos de ácaros e baratas, a inalação dessas par-tículas pode fazer com que ele tenha uma reação alérgica, como se estivesse comendo o próprio camarão. Assim como a reativi-dade cruzada aparece também quando a pessoa ingere caran-guejo e lagosta7. Por isso, médicos orientam que aqueles que já

tiveram reação a um tipo de crustáceo, evitem também os demais e, é claro, ambientes empoeirados6.

COMO FAÇO O DIAGNÓSTICO?

Normalmente a pessoa descobre sua alergia enquanto está comendo. Por serem reações mais exacerbadas e que ocorrem na pele e vias respiratórias, fica na lembrança. Se tiver alguma dúvida, converse com seu médico, descreva seus sintomas, e então, ele solicitará os exames necessários.

TODOS QUE SÃO ALÉRGICOS AOS CRUSTÁCEOS SERÃO AOS PEIXES TAMBÉM?

As proteínas de ambos os alimentos são diferentes, por isso, o fato de ter alergia a um não indica problemas para inges-tão do outro. O problema pode estar na forma em que cada um é preparado. Quando for a um restaurante e pedir um peixe frito, por exemplo, pergunte se o mesmo é preparado no óleo do camarão, caso você a seja alérgico à crustáceos. Se sim, tal situação configura uma contaminação do alimento e pode re-sultar em reação alérgica.

E QUANDO NÃO SOU ALÉRGICO À TROPOMIOSINA, MAS NÃO TOLERO CAMARÃO?

Existem alguns aditivos alimentares utilizados para conser-var frutos do mar. É o caso do bissulfito de sódio (ou metabis-sulfito de sódio). As reações adversas aos aditivos alimentares são raras (abaixo de 1%), mas os sulfitos são entre os que mais

implicam em reações, como a asma, por exemplo1.

Sulfitos são aditivos alimentares utilizados para evitar a melanose, processo de escurecimento natural que ocorre nos crustáceos. Embora não seja nocivo, os consumidores rejeitam crustáceos nessas condições, pois relacionam a um produto de-teriorado. Assim, acrescenta-se o sulfito para evitar o escureci-mento8.

COMO PREVENIR REAÇÕES ALÉRGICAS GRAVES?

Sempre leia rótulos de ingredientes para identificar os prove-nientes do mar. Não frequente mercados de peixes, principalmente o setor de crustáceos. A proteína pode estar no ar e causar reação alérgica. Evite restaurantes de frutos do mar. Mesmo que vá para comer uma carne, é possível que tenha ocorrido contato entre pratos e talheres. Não fique próximo às áreas de cozinha. A proteína se concen-tra no vapor liberado durante o cozimento. Aqui fica o maior alerta: se em algum momento você perce-beu os sintomas de reação alérgica ao camarão e outros crustá-ceos, além de peixes, não tente ingeri-los novamente. Os sinto-mas podem avançar de leve a moderado no início, para uma anafilaxia grave. Procure um médico e descreva-os, assim, o profissional saberá qual a melhor conduta a seguir.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Ramos REM, et al. Alergia alimentar: reações e métodos diagnóstico. J Manag Prim Health Care 2013; 4(2):54-63.Disponível em: http://www.jmphc.com/ojs/index.php/01/article/downloa-d/86/82

3Ferreira AT. Fisiologia da Contração Muscular. Revista Neurociências V13 N3 (supl-versão eletrônica) – jul/set, 2005.Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN 13 SUPLEMENTO/Pages from RN 13 SUPLEMENTO-15.pdf

4Freudenrich CC. Contraindo um músculo. How Stuff Works?Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br/musculos1.htm

5Viver bem. Cinco questões sobre a alergia a camarão. Dez/2013.Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude/cinco-ques-toes-sobre-a-alergia-a-camarao/

6About Food Allergies. Shellfish. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/shellfish-allergy

7Revista Viva Saúde. Reação cruzada aumenta riscos de alergia. Jun/2014.Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/reacao-cruza-da-aumenta-riscos-de-alergia/2621/

8Info Escola. Melanose em pescado. Por Franciele Charro.Disponível em: http://www.infoescola.com/ecologia/melanose-em-pescado/

9Vida sem glúten e alergias. Alergia a frutos do mar. Ago/2009.Disponível em: http://www.vidasemglutenealergias.com/alergia-a-frutos-do--mar/346/

DESCOBRI APLV EM MEU FILHO - POSSO OFERECER LEITE DE SOJA?

O tratamento para a APLV será a exclusão total do leite e seus derivados e a utilização de substitutos adequados. A esco-lha depende da idade da criança, do tipo de manifestação clíni-ca (IgE mediada ou não), aceitação, composição nutricional e custo2.

É estabelecido pela Organização Mundial da Saúde que todos os bebês recebam exclusivamente o leite materno até os seis meses de idade, no mínimo. Após essa fase eles passam a receber outros tipos de alimentos3, os quais não deveriam in-cluir o leite de vaca e as bebidas de soja.

A Sociedade Brasileira de Pediatria considera que alimen-tos à base de soja não são os mais adequados para as crianças com até dois anos de idade, por serem nutricionalmente incom-pletos e com potencial alergênico6, podendo, inclusive, causar deficiência nutricional no bebê6.

Assim como o leite de vaca, seu teor de proteína é alto e a mucosa intestinal ainda em desenvolvimento do bebê não está apta a digerir moléculas tão grandes6. Para aqueles que apresentam alergia à soja, o consumo pode provocar as seguintes reações7:

Formigamento na boca; Urticária, coceira, eczema;

Inchaço dos lábios, rosto, língua e garganta, ou também outras partes do corpo; Secreção nasal, dificuldade para respirar; Dor abdominal, diarreia, náuseas ou vômitos; Vermelhidão da pele (rubor).

Reações alérgicas graves (anafilaxia) à soja são raras.

FÓRMULAS INFANTIS DE SOJA X EXTRATO DE SOJA

As fórmulas infantis são feitas com a proteína isolada da soja e são acrescidas de nutrientes essenciais. Não possuem lactose, importante para indivíduos com intolerância ao açúcar, nem sacarose.

Tudo o que é obtido diretamente do grão da soja não é um produto completo nutricionalmente.

Por exemplo, o extrato de soja apresenta deficiência de gorduras, carboidrato, além de não conter o cálcio, mineral tão essencial nessa fase da vida. O médico pode sugerir fórmulas infantis com proteínas extensamente hidrolisadas ou aquelas que são compostas por aminoácidos livres3,4,6.

SOBRE ALIMENTOS A BASE DE SOJA

A soja é altamente proteica, sendo que quase metade da sua composição é de proteínas (48%)2. No entanto, seu conteú-do de metionina – importante aminoácido para auxiliar na redu-ção do colesterol sanguíneo e na limpeza de substâncias tóxi-

cas alojadas no fígado – é baixo, o que limita o seu valor nutri-cional6. O processamento da soja em farinha faz com que sua digestibilidade fique melhor, pois destrói parte dos fatores anti-nutricionais, como inibidores de enzimas digestivas e leciti-nas2.

Por ser um grão com produções enormes no Brasil, ele acaba sendo incluído em diversos alimentos: bebidas, iogurte, chocolate, cereais, sorvetes, entre outros. Rações contendo soja também são oferecidas na pecuária. Assim, mesmo sem ofere-cer o “leite” de soja para a criança, é importante ficar atento aos alimentos que podem conter traços de soja. Veja uma lista de produtos à base de soja que separamos para você ou que in-cluem o grão entre os ingredientes:

Edamame (grãos imaturos de soja) Miso (pasta de soja fermentada) Natto (soja fermentada) Molho shoyu (molho feito a partir da soja fermentada – contém trigo) Tamari (molho feito a partir da soja fermentada – não contém trigo) Farinha de soja Grãos de soja “Leite” de soja Sucos diversos Iogurte de soja Queijo de soja (tofu) Proteína de soja Tempeh (fermentado de soja semelhante a um queijo)

Quem é que não gosta de sentar na beira da praia e pedir um prato delicioso com camarão do restaurante especializado em frutos do mar? Para algumas pessoas isso é possível nas pri-meiras vezes, mas depois passam a reagir ao alimento, causan-do sintomas como dificuldade na respiração ou erupções na pele. Para outras, isso não é um problema e elas podem comer normalmente crustáceos e afins.

Os crustáceos (camarão, caranguejo, lagosta) são causa fre-quente de reações alérgicas alimentares. Podem ser IgE media-das ou não, sendo que os pacientes alérgicos apresentam sen-sibilidade para a tropomiosina, proteína que responde pela alergia a camarão, principalmente1,2.

Um fato interessante é que algumas proteínas são alergê-nicas apenas para determinadas espécies1. Nós, seres vertebra-dos, também possuímos a tropomiosina, proteína que faz parte do processo de contração muscular. Porém, para os seres huma-nos, a tropomiosina dos invertebrados é alergênica, causando reações adversas1,3,4.

Diferente das alergias por leite de vaca, ovo, trigo ou soja que, geralmente, aparecem até os 2 anos de idade e desapare-cem na infância tardia, a alergia aos crustáceos surge mais fre-

Em uma época em que as alergias alimentares tornam-se tão frequentes, são muitas as dúvidas sobre o que fazer após suspeitar-se de alergias ou serem diagnosticadas. O leite de vaca corresponde ao principal alimento causador das alergias alimentares em crianças, e próximos a ele estão o trigo, ovo, soja, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar1.

Considerada um alimento saudável, a soja é bastante indi-cada para adultos, mas não se pode dizer o mesmo quando tra-tamos de crianças. A alergia isolada à soja ocorre com baixa fre-quência nos pequenos com até três anos de idade (menor que 1%) e costuma desaparecer até os dez, no entanto, em torno de 11% a 14% das crianças com APLV (IgE mediada) podem apre-sentar reação à soja, por isso é preciso estar sempre atento aos sinais e sintomas após sua ingestão2.

Crianças diagnosticadas com Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV), muitas vezes recebem como substitutos na alimen-tação as bebidas a base de soja. No entanto, por causa desse risco de sensibilização à soja, essa introdução deve ser sempre discutida com um especialista para compor a dieta mais reco-mendada para essa faixa etária3,4,5.

ALERGIA A SOJA

Proteína vegetal texturizada (PVT) Assados (pães, biscoitos e massas) Temperos prontos industrializados Cereais Barras de cereais e de proteína Fórmulas infantis Óleo vegetal de soja Proteína vegetal hidrolisada (HVP) Margarinas Chocolates Produtos com “lecitina de soja”

Leia sempre os rótulos, pois a soja pode não estar nos in-gredientes, porém, no rótulo pode ser feito um alerta que “contém soja”. Isso acontece, pois em algumas fábricas os pro-dutos sem soja podem ser processados naquelas máquinas em que passaram alimentos à base do grão, causando contamina-ção cruzada.

REFERÊNCIAS:

1Costa, J., Oliveira, M. B. P., & Mafra, I. Alergénios Alimentares: O Que São, O Que Provocam e Como Detetá-los?.Disponível em: http://www.spq.pt/files/magazines/articles/pdfs/30001806.pdf

2Yonamine GH, Castro APBM, Pastorino AC, Jacob CMA. Uso de fórmulas à base de soja na alergia à proteína do leite de vaca. Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 34. N° 5, 2011.Disponível em: http://www.asbai.org.br/revistas/vol345/V34N5-ar-02.pdf

3Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

4Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de orientação do departamento de nutrologia. Rio de Janeiro, 2012.Disponível em: http://www.sbp.com.br/pdfs/14617a-PDManualNutrologia-Ali-mentacao.pdf

5Ferreira CT, Seidman E. Alergia alimentar: atualização prática do ponto de vista gastroenterológico. J. Pediatr. (Rio J.) v.83 n.1 Porto Alegre jan./fev. 2007.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021--75572007000100004

6Nutrição Em Pauta. Cuidados com as bebidas de soja na alimentação infantil.7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.nutricaoempauta.com.br/lista_artigo.php?cod=675

7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

8ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

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quentemente na idade adulta e é por toda a vida5,6.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS? O padrão de sintomas pode ocorrer imediatamente ou em um período de até 2 horas. Aqueles que reagem aos crustáceos podem ter os seguintes sintomas1,6,9:

Urticária; Sensação de mal estar; Inchaço nos lábios, nos olhos, na boca; Reações graves como a anafilaxia (conjunto de sintomas que pode levar à morte).

A alergia a crustáceos chama a atenção devido à intensida-de da reação alérgica, pois tendem a ser particularmente graves. Normalmente, quem é alérgico a um tipo de crustáceo desenvolve intolerância aos outros também6. A isso se dá o nome de reatividade cruzada. As reações cruzadas ocorrem quando duas proteínas alimentares de dois alimentos diferen-tes são, digamos, “semelhantes” 1.

Essa condição faz com que um indivíduo que desenvolveu alergia ao camarão, tenha a outros crustáceos e também (vejam só!) a ácaros e baratas. Caso ele respire a poeira do ar de casa que contenha restos de ácaros e baratas, a inalação dessas par-tículas pode fazer com que ele tenha uma reação alérgica, como se estivesse comendo o próprio camarão. Assim como a reativi-dade cruzada aparece também quando a pessoa ingere caran-guejo e lagosta7. Por isso, médicos orientam que aqueles que já

tiveram reação a um tipo de crustáceo, evitem também os demais e, é claro, ambientes empoeirados6.

COMO FAÇO O DIAGNÓSTICO?

Normalmente a pessoa descobre sua alergia enquanto está comendo. Por serem reações mais exacerbadas e que ocorrem na pele e vias respiratórias, fica na lembrança. Se tiver alguma dúvida, converse com seu médico, descreva seus sintomas, e então, ele solicitará os exames necessários.

TODOS QUE SÃO ALÉRGICOS AOS CRUSTÁCEOS SERÃO AOS PEIXES TAMBÉM?

As proteínas de ambos os alimentos são diferentes, por isso, o fato de ter alergia a um não indica problemas para inges-tão do outro. O problema pode estar na forma em que cada um é preparado. Quando for a um restaurante e pedir um peixe frito, por exemplo, pergunte se o mesmo é preparado no óleo do camarão, caso você a seja alérgico à crustáceos. Se sim, tal situação configura uma contaminação do alimento e pode re-sultar em reação alérgica.

E QUANDO NÃO SOU ALÉRGICO À TROPOMIOSINA, MAS NÃO TOLERO CAMARÃO?

Existem alguns aditivos alimentares utilizados para conser-var frutos do mar. É o caso do bissulfito de sódio (ou metabis-sulfito de sódio). As reações adversas aos aditivos alimentares são raras (abaixo de 1%), mas os sulfitos são entre os que mais

implicam em reações, como a asma, por exemplo1.

Sulfitos são aditivos alimentares utilizados para evitar a melanose, processo de escurecimento natural que ocorre nos crustáceos. Embora não seja nocivo, os consumidores rejeitam crustáceos nessas condições, pois relacionam a um produto de-teriorado. Assim, acrescenta-se o sulfito para evitar o escureci-mento8.

COMO PREVENIR REAÇÕES ALÉRGICAS GRAVES?

Sempre leia rótulos de ingredientes para identificar os prove-nientes do mar. Não frequente mercados de peixes, principalmente o setor de crustáceos. A proteína pode estar no ar e causar reação alérgica. Evite restaurantes de frutos do mar. Mesmo que vá para comer uma carne, é possível que tenha ocorrido contato entre pratos e talheres. Não fique próximo às áreas de cozinha. A proteína se concen-tra no vapor liberado durante o cozimento. Aqui fica o maior alerta: se em algum momento você perce-beu os sintomas de reação alérgica ao camarão e outros crustá-ceos, além de peixes, não tente ingeri-los novamente. Os sinto-mas podem avançar de leve a moderado no início, para uma anafilaxia grave. Procure um médico e descreva-os, assim, o profissional saberá qual a melhor conduta a seguir.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Ramos REM, et al. Alergia alimentar: reações e métodos diagnóstico. J Manag Prim Health Care 2013; 4(2):54-63.Disponível em: http://www.jmphc.com/ojs/index.php/01/article/downloa-d/86/82

3Ferreira AT. Fisiologia da Contração Muscular. Revista Neurociências V13 N3 (supl-versão eletrônica) – jul/set, 2005.Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN 13 SUPLEMENTO/Pages from RN 13 SUPLEMENTO-15.pdf

4Freudenrich CC. Contraindo um músculo. How Stuff Works?Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br/musculos1.htm

5Viver bem. Cinco questões sobre a alergia a camarão. Dez/2013.Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude/cinco-ques-toes-sobre-a-alergia-a-camarao/

6About Food Allergies. Shellfish. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/shellfish-allergy

7Revista Viva Saúde. Reação cruzada aumenta riscos de alergia. Jun/2014.Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/reacao-cruza-da-aumenta-riscos-de-alergia/2621/

8Info Escola. Melanose em pescado. Por Franciele Charro.Disponível em: http://www.infoescola.com/ecologia/melanose-em-pescado/

9Vida sem glúten e alergias. Alergia a frutos do mar. Ago/2009.Disponível em: http://www.vidasemglutenealergias.com/alergia-a-frutos-do--mar/346/

DESCOBRI APLV EM MEU FILHO - POSSO OFERECER LEITE DE SOJA?

O tratamento para a APLV será a exclusão total do leite e seus derivados e a utilização de substitutos adequados. A esco-lha depende da idade da criança, do tipo de manifestação clíni-ca (IgE mediada ou não), aceitação, composição nutricional e custo2.

É estabelecido pela Organização Mundial da Saúde que todos os bebês recebam exclusivamente o leite materno até os seis meses de idade, no mínimo. Após essa fase eles passam a receber outros tipos de alimentos3, os quais não deveriam in-cluir o leite de vaca e as bebidas de soja.

A Sociedade Brasileira de Pediatria considera que alimen-tos à base de soja não são os mais adequados para as crianças com até dois anos de idade, por serem nutricionalmente incom-pletos e com potencial alergênico6, podendo, inclusive, causar deficiência nutricional no bebê6.

Assim como o leite de vaca, seu teor de proteína é alto e a mucosa intestinal ainda em desenvolvimento do bebê não está apta a digerir moléculas tão grandes6. Para aqueles que apresentam alergia à soja, o consumo pode provocar as seguintes reações7:

Formigamento na boca; Urticária, coceira, eczema;

Inchaço dos lábios, rosto, língua e garganta, ou também outras partes do corpo; Secreção nasal, dificuldade para respirar; Dor abdominal, diarreia, náuseas ou vômitos; Vermelhidão da pele (rubor).

Reações alérgicas graves (anafilaxia) à soja são raras.

FÓRMULAS INFANTIS DE SOJA X EXTRATO DE SOJA

As fórmulas infantis são feitas com a proteína isolada da soja e são acrescidas de nutrientes essenciais. Não possuem lactose, importante para indivíduos com intolerância ao açúcar, nem sacarose.

Tudo o que é obtido diretamente do grão da soja não é um produto completo nutricionalmente.

Por exemplo, o extrato de soja apresenta deficiência de gorduras, carboidrato, além de não conter o cálcio, mineral tão essencial nessa fase da vida. O médico pode sugerir fórmulas infantis com proteínas extensamente hidrolisadas ou aquelas que são compostas por aminoácidos livres3,4,6.

SOBRE ALIMENTOS A BASE DE SOJA

A soja é altamente proteica, sendo que quase metade da sua composição é de proteínas (48%)2. No entanto, seu conteú-do de metionina – importante aminoácido para auxiliar na redu-ção do colesterol sanguíneo e na limpeza de substâncias tóxi-

cas alojadas no fígado – é baixo, o que limita o seu valor nutri-cional6. O processamento da soja em farinha faz com que sua digestibilidade fique melhor, pois destrói parte dos fatores anti-nutricionais, como inibidores de enzimas digestivas e leciti-nas2.

Por ser um grão com produções enormes no Brasil, ele acaba sendo incluído em diversos alimentos: bebidas, iogurte, chocolate, cereais, sorvetes, entre outros. Rações contendo soja também são oferecidas na pecuária. Assim, mesmo sem ofere-cer o “leite” de soja para a criança, é importante ficar atento aos alimentos que podem conter traços de soja. Veja uma lista de produtos à base de soja que separamos para você ou que in-cluem o grão entre os ingredientes:

Edamame (grãos imaturos de soja) Miso (pasta de soja fermentada) Natto (soja fermentada) Molho shoyu (molho feito a partir da soja fermentada – contém trigo) Tamari (molho feito a partir da soja fermentada – não contém trigo) Farinha de soja Grãos de soja “Leite” de soja Sucos diversos Iogurte de soja Queijo de soja (tofu) Proteína de soja Tempeh (fermentado de soja semelhante a um queijo)

Quem é que não gosta de sentar na beira da praia e pedir um prato delicioso com camarão do restaurante especializado em frutos do mar? Para algumas pessoas isso é possível nas pri-meiras vezes, mas depois passam a reagir ao alimento, causan-do sintomas como dificuldade na respiração ou erupções na pele. Para outras, isso não é um problema e elas podem comer normalmente crustáceos e afins.

Os crustáceos (camarão, caranguejo, lagosta) são causa fre-quente de reações alérgicas alimentares. Podem ser IgE media-das ou não, sendo que os pacientes alérgicos apresentam sen-sibilidade para a tropomiosina, proteína que responde pela alergia a camarão, principalmente1,2.

Um fato interessante é que algumas proteínas são alergê-nicas apenas para determinadas espécies1. Nós, seres vertebra-dos, também possuímos a tropomiosina, proteína que faz parte do processo de contração muscular. Porém, para os seres huma-nos, a tropomiosina dos invertebrados é alergênica, causando reações adversas1,3,4.

Diferente das alergias por leite de vaca, ovo, trigo ou soja que, geralmente, aparecem até os 2 anos de idade e desapare-cem na infância tardia, a alergia aos crustáceos surge mais fre-

Em uma época em que as alergias alimentares tornam-se tão frequentes, são muitas as dúvidas sobre o que fazer após suspeitar-se de alergias ou serem diagnosticadas. O leite de vaca corresponde ao principal alimento causador das alergias alimentares em crianças, e próximos a ele estão o trigo, ovo, soja, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar1.

Considerada um alimento saudável, a soja é bastante indi-cada para adultos, mas não se pode dizer o mesmo quando tra-tamos de crianças. A alergia isolada à soja ocorre com baixa fre-quência nos pequenos com até três anos de idade (menor que 1%) e costuma desaparecer até os dez, no entanto, em torno de 11% a 14% das crianças com APLV (IgE mediada) podem apre-sentar reação à soja, por isso é preciso estar sempre atento aos sinais e sintomas após sua ingestão2.

Crianças diagnosticadas com Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV), muitas vezes recebem como substitutos na alimen-tação as bebidas a base de soja. No entanto, por causa desse risco de sensibilização à soja, essa introdução deve ser sempre discutida com um especialista para compor a dieta mais reco-mendada para essa faixa etária3,4,5.

Proteína vegetal texturizada (PVT) Assados (pães, biscoitos e massas) Temperos prontos industrializados Cereais Barras de cereais e de proteína Fórmulas infantis Óleo vegetal de soja Proteína vegetal hidrolisada (HVP) Margarinas Chocolates Produtos com “lecitina de soja”

Leia sempre os rótulos, pois a soja pode não estar nos in-gredientes, porém, no rótulo pode ser feito um alerta que “contém soja”. Isso acontece, pois em algumas fábricas os pro-dutos sem soja podem ser processados naquelas máquinas em que passaram alimentos à base do grão, causando contamina-ção cruzada.

REFERÊNCIAS:

1Costa, J., Oliveira, M. B. P., & Mafra, I. Alergénios Alimentares: O Que São, O Que Provocam e Como Detetá-los?.Disponível em: http://www.spq.pt/files/magazines/articles/pdfs/30001806.pdf

2Yonamine GH, Castro APBM, Pastorino AC, Jacob CMA. Uso de fórmulas à base de soja na alergia à proteína do leite de vaca. Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 34. N° 5, 2011.Disponível em: http://www.asbai.org.br/revistas/vol345/V34N5-ar-02.pdf

3Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

4Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de orientação do departamento de nutrologia. Rio de Janeiro, 2012.Disponível em: http://www.sbp.com.br/pdfs/14617a-PDManualNutrologia-Ali-mentacao.pdf

5Ferreira CT, Seidman E. Alergia alimentar: atualização prática do ponto de vista gastroenterológico. J. Pediatr. (Rio J.) v.83 n.1 Porto Alegre jan./fev. 2007.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021--75572007000100004

6Nutrição Em Pauta. Cuidados com as bebidas de soja na alimentação infantil.7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.nutricaoempauta.com.br/lista_artigo.php?cod=675

7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

8ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

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quentemente na idade adulta e é por toda a vida5,6.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS? O padrão de sintomas pode ocorrer imediatamente ou em um período de até 2 horas. Aqueles que reagem aos crustáceos podem ter os seguintes sintomas1,6,9:

Urticária; Sensação de mal estar; Inchaço nos lábios, nos olhos, na boca; Reações graves como a anafilaxia (conjunto de sintomas que pode levar à morte).

A alergia a crustáceos chama a atenção devido à intensida-de da reação alérgica, pois tendem a ser particularmente graves. Normalmente, quem é alérgico a um tipo de crustáceo desenvolve intolerância aos outros também6. A isso se dá o nome de reatividade cruzada. As reações cruzadas ocorrem quando duas proteínas alimentares de dois alimentos diferen-tes são, digamos, “semelhantes” 1.

Essa condição faz com que um indivíduo que desenvolveu alergia ao camarão, tenha a outros crustáceos e também (vejam só!) a ácaros e baratas. Caso ele respire a poeira do ar de casa que contenha restos de ácaros e baratas, a inalação dessas par-tículas pode fazer com que ele tenha uma reação alérgica, como se estivesse comendo o próprio camarão. Assim como a reativi-dade cruzada aparece também quando a pessoa ingere caran-guejo e lagosta7. Por isso, médicos orientam que aqueles que já

tiveram reação a um tipo de crustáceo, evitem também os demais e, é claro, ambientes empoeirados6.

COMO FAÇO O DIAGNÓSTICO?

Normalmente a pessoa descobre sua alergia enquanto está comendo. Por serem reações mais exacerbadas e que ocorrem na pele e vias respiratórias, fica na lembrança. Se tiver alguma dúvida, converse com seu médico, descreva seus sintomas, e então, ele solicitará os exames necessários.

TODOS QUE SÃO ALÉRGICOS AOS CRUSTÁCEOS SERÃO AOS PEIXES TAMBÉM?

As proteínas de ambos os alimentos são diferentes, por isso, o fato de ter alergia a um não indica problemas para inges-tão do outro. O problema pode estar na forma em que cada um é preparado. Quando for a um restaurante e pedir um peixe frito, por exemplo, pergunte se o mesmo é preparado no óleo do camarão, caso você a seja alérgico à crustáceos. Se sim, tal situação configura uma contaminação do alimento e pode re-sultar em reação alérgica.

E QUANDO NÃO SOU ALÉRGICO À TROPOMIOSINA, MAS NÃO TOLERO CAMARÃO?

Existem alguns aditivos alimentares utilizados para conser-var frutos do mar. É o caso do bissulfito de sódio (ou metabis-sulfito de sódio). As reações adversas aos aditivos alimentares são raras (abaixo de 1%), mas os sulfitos são entre os que mais

implicam em reações, como a asma, por exemplo1.

Sulfitos são aditivos alimentares utilizados para evitar a melanose, processo de escurecimento natural que ocorre nos crustáceos. Embora não seja nocivo, os consumidores rejeitam crustáceos nessas condições, pois relacionam a um produto de-teriorado. Assim, acrescenta-se o sulfito para evitar o escureci-mento8.

COMO PREVENIR REAÇÕES ALÉRGICAS GRAVES?

Sempre leia rótulos de ingredientes para identificar os prove-nientes do mar. Não frequente mercados de peixes, principalmente o setor de crustáceos. A proteína pode estar no ar e causar reação alérgica. Evite restaurantes de frutos do mar. Mesmo que vá para comer uma carne, é possível que tenha ocorrido contato entre pratos e talheres. Não fique próximo às áreas de cozinha. A proteína se concen-tra no vapor liberado durante o cozimento. Aqui fica o maior alerta: se em algum momento você perce-beu os sintomas de reação alérgica ao camarão e outros crustá-ceos, além de peixes, não tente ingeri-los novamente. Os sinto-mas podem avançar de leve a moderado no início, para uma anafilaxia grave. Procure um médico e descreva-os, assim, o profissional saberá qual a melhor conduta a seguir.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Ramos REM, et al. Alergia alimentar: reações e métodos diagnóstico. J Manag Prim Health Care 2013; 4(2):54-63.Disponível em: http://www.jmphc.com/ojs/index.php/01/article/downloa-d/86/82

3Ferreira AT. Fisiologia da Contração Muscular. Revista Neurociências V13 N3 (supl-versão eletrônica) – jul/set, 2005.Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN 13 SUPLEMENTO/Pages from RN 13 SUPLEMENTO-15.pdf

4Freudenrich CC. Contraindo um músculo. How Stuff Works?Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br/musculos1.htm

5Viver bem. Cinco questões sobre a alergia a camarão. Dez/2013.Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude/cinco-ques-toes-sobre-a-alergia-a-camarao/

6About Food Allergies. Shellfish. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/shellfish-allergy

7Revista Viva Saúde. Reação cruzada aumenta riscos de alergia. Jun/2014.Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/reacao-cruza-da-aumenta-riscos-de-alergia/2621/

8Info Escola. Melanose em pescado. Por Franciele Charro.Disponível em: http://www.infoescola.com/ecologia/melanose-em-pescado/

9Vida sem glúten e alergias. Alergia a frutos do mar. Ago/2009.Disponível em: http://www.vidasemglutenealergias.com/alergia-a-frutos-do--mar/346/

DESCOBRI APLV EM MEU FILHO - POSSO OFERECER LEITE DE SOJA?

O tratamento para a APLV será a exclusão total do leite e seus derivados e a utilização de substitutos adequados. A esco-lha depende da idade da criança, do tipo de manifestação clíni-ca (IgE mediada ou não), aceitação, composição nutricional e custo2.

É estabelecido pela Organização Mundial da Saúde que todos os bebês recebam exclusivamente o leite materno até os seis meses de idade, no mínimo. Após essa fase eles passam a receber outros tipos de alimentos3, os quais não deveriam in-cluir o leite de vaca e as bebidas de soja.

A Sociedade Brasileira de Pediatria considera que alimen-tos à base de soja não são os mais adequados para as crianças com até dois anos de idade, por serem nutricionalmente incom-pletos e com potencial alergênico6, podendo, inclusive, causar deficiência nutricional no bebê6.

Assim como o leite de vaca, seu teor de proteína é alto e a mucosa intestinal ainda em desenvolvimento do bebê não está apta a digerir moléculas tão grandes6. Para aqueles que apresentam alergia à soja, o consumo pode provocar as seguintes reações7:

Formigamento na boca; Urticária, coceira, eczema;

Inchaço dos lábios, rosto, língua e garganta, ou também outras partes do corpo; Secreção nasal, dificuldade para respirar; Dor abdominal, diarreia, náuseas ou vômitos; Vermelhidão da pele (rubor).

Reações alérgicas graves (anafilaxia) à soja são raras.

FÓRMULAS INFANTIS DE SOJA X EXTRATO DE SOJA

As fórmulas infantis são feitas com a proteína isolada da soja e são acrescidas de nutrientes essenciais. Não possuem lactose, importante para indivíduos com intolerância ao açúcar, nem sacarose.

Tudo o que é obtido diretamente do grão da soja não é um produto completo nutricionalmente.

Por exemplo, o extrato de soja apresenta deficiência de gorduras, carboidrato, além de não conter o cálcio, mineral tão essencial nessa fase da vida. O médico pode sugerir fórmulas infantis com proteínas extensamente hidrolisadas ou aquelas que são compostas por aminoácidos livres3,4,6.

SOBRE ALIMENTOS A BASE DE SOJA

A soja é altamente proteica, sendo que quase metade da sua composição é de proteínas (48%)2. No entanto, seu conteú-do de metionina – importante aminoácido para auxiliar na redu-ção do colesterol sanguíneo e na limpeza de substâncias tóxi-

cas alojadas no fígado – é baixo, o que limita o seu valor nutri-cional6. O processamento da soja em farinha faz com que sua digestibilidade fique melhor, pois destrói parte dos fatores anti-nutricionais, como inibidores de enzimas digestivas e leciti-nas2.

Por ser um grão com produções enormes no Brasil, ele acaba sendo incluído em diversos alimentos: bebidas, iogurte, chocolate, cereais, sorvetes, entre outros. Rações contendo soja também são oferecidas na pecuária. Assim, mesmo sem ofere-cer o “leite” de soja para a criança, é importante ficar atento aos alimentos que podem conter traços de soja. Veja uma lista de produtos à base de soja que separamos para você ou que in-cluem o grão entre os ingredientes:

Edamame (grãos imaturos de soja) Miso (pasta de soja fermentada) Natto (soja fermentada) Molho shoyu (molho feito a partir da soja fermentada – contém trigo) Tamari (molho feito a partir da soja fermentada – não contém trigo) Farinha de soja Grãos de soja “Leite” de soja Sucos diversos Iogurte de soja Queijo de soja (tofu) Proteína de soja Tempeh (fermentado de soja semelhante a um queijo)

Quem é que não gosta de sentar na beira da praia e pedir um prato delicioso com camarão do restaurante especializado em frutos do mar? Para algumas pessoas isso é possível nas pri-meiras vezes, mas depois passam a reagir ao alimento, causan-do sintomas como dificuldade na respiração ou erupções na pele. Para outras, isso não é um problema e elas podem comer normalmente crustáceos e afins.

Os crustáceos (camarão, caranguejo, lagosta) são causa fre-quente de reações alérgicas alimentares. Podem ser IgE media-das ou não, sendo que os pacientes alérgicos apresentam sen-sibilidade para a tropomiosina, proteína que responde pela alergia a camarão, principalmente1,2.

Um fato interessante é que algumas proteínas são alergê-nicas apenas para determinadas espécies1. Nós, seres vertebra-dos, também possuímos a tropomiosina, proteína que faz parte do processo de contração muscular. Porém, para os seres huma-nos, a tropomiosina dos invertebrados é alergênica, causando reações adversas1,3,4.

Diferente das alergias por leite de vaca, ovo, trigo ou soja que, geralmente, aparecem até os 2 anos de idade e desapare-cem na infância tardia, a alergia aos crustáceos surge mais fre-

Em uma época em que as alergias alimentares tornam-se tão frequentes, são muitas as dúvidas sobre o que fazer após suspeitar-se de alergias ou serem diagnosticadas. O leite de vaca corresponde ao principal alimento causador das alergias alimentares em crianças, e próximos a ele estão o trigo, ovo, soja, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar1.

Considerada um alimento saudável, a soja é bastante indi-cada para adultos, mas não se pode dizer o mesmo quando tra-tamos de crianças. A alergia isolada à soja ocorre com baixa fre-quência nos pequenos com até três anos de idade (menor que 1%) e costuma desaparecer até os dez, no entanto, em torno de 11% a 14% das crianças com APLV (IgE mediada) podem apre-sentar reação à soja, por isso é preciso estar sempre atento aos sinais e sintomas após sua ingestão2.

Crianças diagnosticadas com Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV), muitas vezes recebem como substitutos na alimen-tação as bebidas a base de soja. No entanto, por causa desse risco de sensibilização à soja, essa introdução deve ser sempre discutida com um especialista para compor a dieta mais reco-mendada para essa faixa etária3,4,5.

Proteína vegetal texturizada (PVT) Assados (pães, biscoitos e massas) Temperos prontos industrializados Cereais Barras de cereais e de proteína Fórmulas infantis Óleo vegetal de soja Proteína vegetal hidrolisada (HVP) Margarinas Chocolates Produtos com “lecitina de soja”

Leia sempre os rótulos, pois a soja pode não estar nos in-gredientes, porém, no rótulo pode ser feito um alerta que “contém soja”. Isso acontece, pois em algumas fábricas os pro-dutos sem soja podem ser processados naquelas máquinas em que passaram alimentos à base do grão, causando contamina-ção cruzada.

REFERÊNCIAS:

1Costa, J., Oliveira, M. B. P., & Mafra, I. Alergénios Alimentares: O Que São, O Que Provocam e Como Detetá-los?.Disponível em: http://www.spq.pt/files/magazines/articles/pdfs/30001806.pdf

2Yonamine GH, Castro APBM, Pastorino AC, Jacob CMA. Uso de fórmulas à base de soja na alergia à proteína do leite de vaca. Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 34. N° 5, 2011.Disponível em: http://www.asbai.org.br/revistas/vol345/V34N5-ar-02.pdf

3Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

4Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de orientação do departamento de nutrologia. Rio de Janeiro, 2012.Disponível em: http://www.sbp.com.br/pdfs/14617a-PDManualNutrologia-Ali-mentacao.pdf

5Ferreira CT, Seidman E. Alergia alimentar: atualização prática do ponto de vista gastroenterológico. J. Pediatr. (Rio J.) v.83 n.1 Porto Alegre jan./fev. 2007.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021--75572007000100004

6Nutrição Em Pauta. Cuidados com as bebidas de soja na alimentação infantil.7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.nutricaoempauta.com.br/lista_artigo.php?cod=675

7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

8ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

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quentemente na idade adulta e é por toda a vida5,6.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS? O padrão de sintomas pode ocorrer imediatamente ou em um período de até 2 horas. Aqueles que reagem aos crustáceos podem ter os seguintes sintomas1,6,9:

Urticária; Sensação de mal estar; Inchaço nos lábios, nos olhos, na boca; Reações graves como a anafilaxia (conjunto de sintomas que pode levar à morte).

A alergia a crustáceos chama a atenção devido à intensida-de da reação alérgica, pois tendem a ser particularmente graves. Normalmente, quem é alérgico a um tipo de crustáceo desenvolve intolerância aos outros também6. A isso se dá o nome de reatividade cruzada. As reações cruzadas ocorrem quando duas proteínas alimentares de dois alimentos diferen-tes são, digamos, “semelhantes” 1.

Essa condição faz com que um indivíduo que desenvolveu alergia ao camarão, tenha a outros crustáceos e também (vejam só!) a ácaros e baratas. Caso ele respire a poeira do ar de casa que contenha restos de ácaros e baratas, a inalação dessas par-tículas pode fazer com que ele tenha uma reação alérgica, como se estivesse comendo o próprio camarão. Assim como a reativi-dade cruzada aparece também quando a pessoa ingere caran-guejo e lagosta7. Por isso, médicos orientam que aqueles que já

tiveram reação a um tipo de crustáceo, evitem também os demais e, é claro, ambientes empoeirados6.

COMO FAÇO O DIAGNÓSTICO?

Normalmente a pessoa descobre sua alergia enquanto está comendo. Por serem reações mais exacerbadas e que ocorrem na pele e vias respiratórias, fica na lembrança. Se tiver alguma dúvida, converse com seu médico, descreva seus sintomas, e então, ele solicitará os exames necessários.

TODOS QUE SÃO ALÉRGICOS AOS CRUSTÁCEOS SERÃO AOS PEIXES TAMBÉM?

As proteínas de ambos os alimentos são diferentes, por isso, o fato de ter alergia a um não indica problemas para inges-tão do outro. O problema pode estar na forma em que cada um é preparado. Quando for a um restaurante e pedir um peixe frito, por exemplo, pergunte se o mesmo é preparado no óleo do camarão, caso você a seja alérgico à crustáceos. Se sim, tal situação configura uma contaminação do alimento e pode re-sultar em reação alérgica.

E QUANDO NÃO SOU ALÉRGICO À TROPOMIOSINA, MAS NÃO TOLERO CAMARÃO?

Existem alguns aditivos alimentares utilizados para conser-var frutos do mar. É o caso do bissulfito de sódio (ou metabis-sulfito de sódio). As reações adversas aos aditivos alimentares são raras (abaixo de 1%), mas os sulfitos são entre os que mais

implicam em reações, como a asma, por exemplo1.

Sulfitos são aditivos alimentares utilizados para evitar a melanose, processo de escurecimento natural que ocorre nos crustáceos. Embora não seja nocivo, os consumidores rejeitam crustáceos nessas condições, pois relacionam a um produto de-teriorado. Assim, acrescenta-se o sulfito para evitar o escureci-mento8.

COMO PREVENIR REAÇÕES ALÉRGICAS GRAVES?

Sempre leia rótulos de ingredientes para identificar os prove-nientes do mar. Não frequente mercados de peixes, principalmente o setor de crustáceos. A proteína pode estar no ar e causar reação alérgica. Evite restaurantes de frutos do mar. Mesmo que vá para comer uma carne, é possível que tenha ocorrido contato entre pratos e talheres. Não fique próximo às áreas de cozinha. A proteína se concen-tra no vapor liberado durante o cozimento. Aqui fica o maior alerta: se em algum momento você perce-beu os sintomas de reação alérgica ao camarão e outros crustá-ceos, além de peixes, não tente ingeri-los novamente. Os sinto-mas podem avançar de leve a moderado no início, para uma anafilaxia grave. Procure um médico e descreva-os, assim, o profissional saberá qual a melhor conduta a seguir.

REFERÊNCIAS:

1Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev Bras Alerg Imunopatol 2008, 31 (2): 64-89.Disponível em: http://www.crn2.org.br/pdf/artigos/artigos1285071282.pdf

2Ramos REM, et al. Alergia alimentar: reações e métodos diagnóstico. J Manag Prim Health Care 2013; 4(2):54-63.Disponível em: http://www.jmphc.com/ojs/index.php/01/article/downloa-d/86/82

3Ferreira AT. Fisiologia da Contração Muscular. Revista Neurociências V13 N3 (supl-versão eletrônica) – jul/set, 2005.Disponível em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN 13 SUPLEMENTO/Pages from RN 13 SUPLEMENTO-15.pdf

4Freudenrich CC. Contraindo um músculo. How Stuff Works?Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br/musculos1.htm

5Viver bem. Cinco questões sobre a alergia a camarão. Dez/2013.Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude/cinco-ques-toes-sobre-a-alergia-a-camarao/

6About Food Allergies. Shellfish. Food Allergy Research and Education.Disponível em: http://www.foodallergy.org/allergens/shellfish-allergy

7Revista Viva Saúde. Reação cruzada aumenta riscos de alergia. Jun/2014.Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/reacao-cruza-da-aumenta-riscos-de-alergia/2621/

8Info Escola. Melanose em pescado. Por Franciele Charro.Disponível em: http://www.infoescola.com/ecologia/melanose-em-pescado/

9Vida sem glúten e alergias. Alergia a frutos do mar. Ago/2009.Disponível em: http://www.vidasemglutenealergias.com/alergia-a-frutos-do--mar/346/

DESCOBRI APLV EM MEU FILHO - POSSO OFERECER LEITE DE SOJA?

O tratamento para a APLV será a exclusão total do leite e seus derivados e a utilização de substitutos adequados. A esco-lha depende da idade da criança, do tipo de manifestação clíni-ca (IgE mediada ou não), aceitação, composição nutricional e custo2.

É estabelecido pela Organização Mundial da Saúde que todos os bebês recebam exclusivamente o leite materno até os seis meses de idade, no mínimo. Após essa fase eles passam a receber outros tipos de alimentos3, os quais não deveriam in-cluir o leite de vaca e as bebidas de soja.

A Sociedade Brasileira de Pediatria considera que alimen-tos à base de soja não são os mais adequados para as crianças com até dois anos de idade, por serem nutricionalmente incom-pletos e com potencial alergênico6, podendo, inclusive, causar deficiência nutricional no bebê6.

Assim como o leite de vaca, seu teor de proteína é alto e a mucosa intestinal ainda em desenvolvimento do bebê não está apta a digerir moléculas tão grandes6. Para aqueles que apresentam alergia à soja, o consumo pode provocar as seguintes reações7:

Formigamento na boca; Urticária, coceira, eczema;

Inchaço dos lábios, rosto, língua e garganta, ou também outras partes do corpo; Secreção nasal, dificuldade para respirar; Dor abdominal, diarreia, náuseas ou vômitos; Vermelhidão da pele (rubor).

Reações alérgicas graves (anafilaxia) à soja são raras.

FÓRMULAS INFANTIS DE SOJA X EXTRATO DE SOJA

As fórmulas infantis são feitas com a proteína isolada da soja e são acrescidas de nutrientes essenciais. Não possuem lactose, importante para indivíduos com intolerância ao açúcar, nem sacarose.

Tudo o que é obtido diretamente do grão da soja não é um produto completo nutricionalmente.

Por exemplo, o extrato de soja apresenta deficiência de gorduras, carboidrato, além de não conter o cálcio, mineral tão essencial nessa fase da vida. O médico pode sugerir fórmulas infantis com proteínas extensamente hidrolisadas ou aquelas que são compostas por aminoácidos livres3,4,6.

SOBRE ALIMENTOS A BASE DE SOJA

A soja é altamente proteica, sendo que quase metade da sua composição é de proteínas (48%)2. No entanto, seu conteú-do de metionina – importante aminoácido para auxiliar na redu-ção do colesterol sanguíneo e na limpeza de substâncias tóxi-

cas alojadas no fígado – é baixo, o que limita o seu valor nutri-cional6. O processamento da soja em farinha faz com que sua digestibilidade fique melhor, pois destrói parte dos fatores anti-nutricionais, como inibidores de enzimas digestivas e leciti-nas2.

Por ser um grão com produções enormes no Brasil, ele acaba sendo incluído em diversos alimentos: bebidas, iogurte, chocolate, cereais, sorvetes, entre outros. Rações contendo soja também são oferecidas na pecuária. Assim, mesmo sem ofere-cer o “leite” de soja para a criança, é importante ficar atento aos alimentos que podem conter traços de soja. Veja uma lista de produtos à base de soja que separamos para você ou que in-cluem o grão entre os ingredientes:

Edamame (grãos imaturos de soja) Miso (pasta de soja fermentada) Natto (soja fermentada) Molho shoyu (molho feito a partir da soja fermentada – contém trigo) Tamari (molho feito a partir da soja fermentada – não contém trigo) Farinha de soja Grãos de soja “Leite” de soja Sucos diversos Iogurte de soja Queijo de soja (tofu) Proteína de soja Tempeh (fermentado de soja semelhante a um queijo)

Quem é que não gosta de sentar na beira da praia e pedir um prato delicioso com camarão do restaurante especializado em frutos do mar? Para algumas pessoas isso é possível nas pri-meiras vezes, mas depois passam a reagir ao alimento, causan-do sintomas como dificuldade na respiração ou erupções na pele. Para outras, isso não é um problema e elas podem comer normalmente crustáceos e afins.

Os crustáceos (camarão, caranguejo, lagosta) são causa fre-quente de reações alérgicas alimentares. Podem ser IgE media-das ou não, sendo que os pacientes alérgicos apresentam sen-sibilidade para a tropomiosina, proteína que responde pela alergia a camarão, principalmente1,2.

Um fato interessante é que algumas proteínas são alergê-nicas apenas para determinadas espécies1. Nós, seres vertebra-dos, também possuímos a tropomiosina, proteína que faz parte do processo de contração muscular. Porém, para os seres huma-nos, a tropomiosina dos invertebrados é alergênica, causando reações adversas1,3,4.

Diferente das alergias por leite de vaca, ovo, trigo ou soja que, geralmente, aparecem até os 2 anos de idade e desapare-cem na infância tardia, a alergia aos crustáceos surge mais fre-

Em uma época em que as alergias alimentares tornam-se tão frequentes, são muitas as dúvidas sobre o que fazer após suspeitar-se de alergias ou serem diagnosticadas. O leite de vaca corresponde ao principal alimento causador das alergias alimentares em crianças, e próximos a ele estão o trigo, ovo, soja, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar1.

Considerada um alimento saudável, a soja é bastante indi-cada para adultos, mas não se pode dizer o mesmo quando tra-tamos de crianças. A alergia isolada à soja ocorre com baixa fre-quência nos pequenos com até três anos de idade (menor que 1%) e costuma desaparecer até os dez, no entanto, em torno de 11% a 14% das crianças com APLV (IgE mediada) podem apre-sentar reação à soja, por isso é preciso estar sempre atento aos sinais e sintomas após sua ingestão2.

Crianças diagnosticadas com Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV), muitas vezes recebem como substitutos na alimen-tação as bebidas a base de soja. No entanto, por causa desse risco de sensibilização à soja, essa introdução deve ser sempre discutida com um especialista para compor a dieta mais reco-mendada para essa faixa etária3,4,5.

Proteína vegetal texturizada (PVT) Assados (pães, biscoitos e massas) Temperos prontos industrializados Cereais Barras de cereais e de proteína Fórmulas infantis Óleo vegetal de soja Proteína vegetal hidrolisada (HVP) Margarinas Chocolates Produtos com “lecitina de soja”

Leia sempre os rótulos, pois a soja pode não estar nos in-gredientes, porém, no rótulo pode ser feito um alerta que “contém soja”. Isso acontece, pois em algumas fábricas os pro-dutos sem soja podem ser processados naquelas máquinas em que passaram alimentos à base do grão, causando contamina-ção cruzada.

REFERÊNCIAS:

1Costa, J., Oliveira, M. B. P., & Mafra, I. Alergénios Alimentares: O Que São, O Que Provocam e Como Detetá-los?.Disponível em: http://www.spq.pt/files/magazines/articles/pdfs/30001806.pdf

2Yonamine GH, Castro APBM, Pastorino AC, Jacob CMA. Uso de fórmulas à base de soja na alergia à proteína do leite de vaca. Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 34. N° 5, 2011.Disponível em: http://www.asbai.org.br/revistas/vol345/V34N5-ar-02.pdf

3Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

4Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de orientação do departamento de nutrologia. Rio de Janeiro, 2012.Disponível em: http://www.sbp.com.br/pdfs/14617a-PDManualNutrologia-Ali-mentacao.pdf

5Ferreira CT, Seidman E. Alergia alimentar: atualização prática do ponto de vista gastroenterológico. J. Pediatr. (Rio J.) v.83 n.1 Porto Alegre jan./fev. 2007.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021--75572007000100004

6Nutrição Em Pauta. Cuidados com as bebidas de soja na alimentação infantil.7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.nutricaoempauta.com.br/lista_artigo.php?cod=675

7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

8ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

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DESCOBRI APLV EM MEU FILHO - POSSO OFERECER LEITE DE SOJA?

O tratamento para a APLV será a exclusão total do leite e seus derivados e a utilização de substitutos adequados. A esco-lha depende da idade da criança, do tipo de manifestação clíni-ca (IgE mediada ou não), aceitação, composição nutricional e custo2.

É estabelecido pela Organização Mundial da Saúde que todos os bebês recebam exclusivamente o leite materno até os seis meses de idade, no mínimo. Após essa fase eles passam a receber outros tipos de alimentos3, os quais não deveriam in-cluir o leite de vaca e as bebidas de soja.

A Sociedade Brasileira de Pediatria considera que alimen-tos à base de soja não são os mais adequados para as crianças com até dois anos de idade, por serem nutricionalmente incom-pletos e com potencial alergênico6, podendo, inclusive, causar deficiência nutricional no bebê6.

Assim como o leite de vaca, seu teor de proteína é alto e a mucosa intestinal ainda em desenvolvimento do bebê não está apta a digerir moléculas tão grandes6. Para aqueles que apresentam alergia à soja, o consumo pode provocar as seguintes reações7:

Formigamento na boca; Urticária, coceira, eczema;

Inchaço dos lábios, rosto, língua e garganta, ou também outras partes do corpo; Secreção nasal, dificuldade para respirar; Dor abdominal, diarreia, náuseas ou vômitos; Vermelhidão da pele (rubor).

Reações alérgicas graves (anafilaxia) à soja são raras.

FÓRMULAS INFANTIS DE SOJA X EXTRATO DE SOJA

As fórmulas infantis são feitas com a proteína isolada da soja e são acrescidas de nutrientes essenciais. Não possuem lactose, importante para indivíduos com intolerância ao açúcar, nem sacarose.

Tudo o que é obtido diretamente do grão da soja não é um produto completo nutricionalmente.

Por exemplo, o extrato de soja apresenta deficiência de gorduras, carboidrato, além de não conter o cálcio, mineral tão essencial nessa fase da vida. O médico pode sugerir fórmulas infantis com proteínas extensamente hidrolisadas ou aquelas que são compostas por aminoácidos livres3,4,6.

SOBRE ALIMENTOS A BASE DE SOJA

A soja é altamente proteica, sendo que quase metade da sua composição é de proteínas (48%)2. No entanto, seu conteú-do de metionina – importante aminoácido para auxiliar na redu-ção do colesterol sanguíneo e na limpeza de substâncias tóxi-

cas alojadas no fígado – é baixo, o que limita o seu valor nutri-cional6. O processamento da soja em farinha faz com que sua digestibilidade fique melhor, pois destrói parte dos fatores anti-nutricionais, como inibidores de enzimas digestivas e leciti-nas2.

Por ser um grão com produções enormes no Brasil, ele acaba sendo incluído em diversos alimentos: bebidas, iogurte, chocolate, cereais, sorvetes, entre outros. Rações contendo soja também são oferecidas na pecuária. Assim, mesmo sem ofere-cer o “leite” de soja para a criança, é importante ficar atento aos alimentos que podem conter traços de soja. Veja uma lista de produtos à base de soja que separamos para você ou que in-cluem o grão entre os ingredientes:

Edamame (grãos imaturos de soja) Miso (pasta de soja fermentada) Natto (soja fermentada) Molho shoyu (molho feito a partir da soja fermentada – contém trigo) Tamari (molho feito a partir da soja fermentada – não contém trigo) Farinha de soja Grãos de soja “Leite” de soja Sucos diversos Iogurte de soja Queijo de soja (tofu) Proteína de soja Tempeh (fermentado de soja semelhante a um queijo)

Em uma época em que as alergias alimentares tornam-se tão frequentes, são muitas as dúvidas sobre o que fazer após suspeitar-se de alergias ou serem diagnosticadas. O leite de vaca corresponde ao principal alimento causador das alergias alimentares em crianças, e próximos a ele estão o trigo, ovo, soja, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar1.

Considerada um alimento saudável, a soja é bastante indi-cada para adultos, mas não se pode dizer o mesmo quando tra-tamos de crianças. A alergia isolada à soja ocorre com baixa fre-quência nos pequenos com até três anos de idade (menor que 1%) e costuma desaparecer até os dez, no entanto, em torno de 11% a 14% das crianças com APLV (IgE mediada) podem apre-sentar reação à soja, por isso é preciso estar sempre atento aos sinais e sintomas após sua ingestão2.

Crianças diagnosticadas com Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV), muitas vezes recebem como substitutos na alimen-tação as bebidas a base de soja. No entanto, por causa desse risco de sensibilização à soja, essa introdução deve ser sempre discutida com um especialista para compor a dieta mais reco-mendada para essa faixa etária3,4,5.

Proteína vegetal texturizada (PVT) Assados (pães, biscoitos e massas) Temperos prontos industrializados Cereais Barras de cereais e de proteína Fórmulas infantis Óleo vegetal de soja Proteína vegetal hidrolisada (HVP) Margarinas Chocolates Produtos com “lecitina de soja”

Leia sempre os rótulos, pois a soja pode não estar nos in-gredientes, porém, no rótulo pode ser feito um alerta que “contém soja”. Isso acontece, pois em algumas fábricas os pro-dutos sem soja podem ser processados naquelas máquinas em que passaram alimentos à base do grão, causando contamina-ção cruzada.

REFERÊNCIAS:

1Costa, J., Oliveira, M. B. P., & Mafra, I. Alergénios Alimentares: O Que São, O Que Provocam e Como Detetá-los?.Disponível em: http://www.spq.pt/files/magazines/articles/pdfs/30001806.pdf

2Yonamine GH, Castro APBM, Pastorino AC, Jacob CMA. Uso de fórmulas à base de soja na alergia à proteína do leite de vaca. Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 34. N° 5, 2011.Disponível em: http://www.asbai.org.br/revistas/vol345/V34N5-ar-02.pdf

3Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

4Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de orientação do departamento de nutrologia. Rio de Janeiro, 2012.Disponível em: http://www.sbp.com.br/pdfs/14617a-PDManualNutrologia-Ali-mentacao.pdf

5Ferreira CT, Seidman E. Alergia alimentar: atualização prática do ponto de vista gastroenterológico. J. Pediatr. (Rio J.) v.83 n.1 Porto Alegre jan./fev. 2007.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021--75572007000100004

6Nutrição Em Pauta. Cuidados com as bebidas de soja na alimentação infantil.7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.nutricaoempauta.com.br/lista_artigo.php?cod=675

7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

8ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

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DESCOBRI APLV EM MEU FILHO - POSSO OFERECER LEITE DE SOJA?

O tratamento para a APLV será a exclusão total do leite e seus derivados e a utilização de substitutos adequados. A esco-lha depende da idade da criança, do tipo de manifestação clíni-ca (IgE mediada ou não), aceitação, composição nutricional e custo2.

É estabelecido pela Organização Mundial da Saúde que todos os bebês recebam exclusivamente o leite materno até os seis meses de idade, no mínimo. Após essa fase eles passam a receber outros tipos de alimentos3, os quais não deveriam in-cluir o leite de vaca e as bebidas de soja.

A Sociedade Brasileira de Pediatria considera que alimen-tos à base de soja não são os mais adequados para as crianças com até dois anos de idade, por serem nutricionalmente incom-pletos e com potencial alergênico6, podendo, inclusive, causar deficiência nutricional no bebê6.

Assim como o leite de vaca, seu teor de proteína é alto e a mucosa intestinal ainda em desenvolvimento do bebê não está apta a digerir moléculas tão grandes6. Para aqueles que apresentam alergia à soja, o consumo pode provocar as seguintes reações7:

Formigamento na boca; Urticária, coceira, eczema;

Inchaço dos lábios, rosto, língua e garganta, ou também outras partes do corpo; Secreção nasal, dificuldade para respirar; Dor abdominal, diarreia, náuseas ou vômitos; Vermelhidão da pele (rubor).

Reações alérgicas graves (anafilaxia) à soja são raras.

FÓRMULAS INFANTIS DE SOJA X EXTRATO DE SOJA

As fórmulas infantis são feitas com a proteína isolada da soja e são acrescidas de nutrientes essenciais. Não possuem lactose, importante para indivíduos com intolerância ao açúcar, nem sacarose.

Tudo o que é obtido diretamente do grão da soja não é um produto completo nutricionalmente.

Por exemplo, o extrato de soja apresenta deficiência de gorduras, carboidrato, além de não conter o cálcio, mineral tão essencial nessa fase da vida. O médico pode sugerir fórmulas infantis com proteínas extensamente hidrolisadas ou aquelas que são compostas por aminoácidos livres3,4,6.

SOBRE ALIMENTOS A BASE DE SOJA

A soja é altamente proteica, sendo que quase metade da sua composição é de proteínas (48%)2. No entanto, seu conteú-do de metionina – importante aminoácido para auxiliar na redu-ção do colesterol sanguíneo e na limpeza de substâncias tóxi-

cas alojadas no fígado – é baixo, o que limita o seu valor nutri-cional6. O processamento da soja em farinha faz com que sua digestibilidade fique melhor, pois destrói parte dos fatores anti-nutricionais, como inibidores de enzimas digestivas e leciti-nas2.

Por ser um grão com produções enormes no Brasil, ele acaba sendo incluído em diversos alimentos: bebidas, iogurte, chocolate, cereais, sorvetes, entre outros. Rações contendo soja também são oferecidas na pecuária. Assim, mesmo sem ofere-cer o “leite” de soja para a criança, é importante ficar atento aos alimentos que podem conter traços de soja. Veja uma lista de produtos à base de soja que separamos para você ou que in-cluem o grão entre os ingredientes:

Edamame (grãos imaturos de soja) Miso (pasta de soja fermentada) Natto (soja fermentada) Molho shoyu (molho feito a partir da soja fermentada – contém trigo) Tamari (molho feito a partir da soja fermentada – não contém trigo) Farinha de soja Grãos de soja “Leite” de soja Sucos diversos Iogurte de soja Queijo de soja (tofu) Proteína de soja Tempeh (fermentado de soja semelhante a um queijo)

Em uma época em que as alergias alimentares tornam-se tão frequentes, são muitas as dúvidas sobre o que fazer após suspeitar-se de alergias ou serem diagnosticadas. O leite de vaca corresponde ao principal alimento causador das alergias alimentares em crianças, e próximos a ele estão o trigo, ovo, soja, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar1.

Considerada um alimento saudável, a soja é bastante indi-cada para adultos, mas não se pode dizer o mesmo quando tra-tamos de crianças. A alergia isolada à soja ocorre com baixa fre-quência nos pequenos com até três anos de idade (menor que 1%) e costuma desaparecer até os dez, no entanto, em torno de 11% a 14% das crianças com APLV (IgE mediada) podem apre-sentar reação à soja, por isso é preciso estar sempre atento aos sinais e sintomas após sua ingestão2.

Crianças diagnosticadas com Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV), muitas vezes recebem como substitutos na alimen-tação as bebidas a base de soja. No entanto, por causa desse risco de sensibilização à soja, essa introdução deve ser sempre discutida com um especialista para compor a dieta mais reco-mendada para essa faixa etária3,4,5.

Proteína vegetal texturizada (PVT) Assados (pães, biscoitos e massas) Temperos prontos industrializados Cereais Barras de cereais e de proteína Fórmulas infantis Óleo vegetal de soja Proteína vegetal hidrolisada (HVP) Margarinas Chocolates Produtos com “lecitina de soja”

Leia sempre os rótulos, pois a soja pode não estar nos in-gredientes, porém, no rótulo pode ser feito um alerta que “contém soja”. Isso acontece, pois em algumas fábricas os pro-dutos sem soja podem ser processados naquelas máquinas em que passaram alimentos à base do grão, causando contamina-ção cruzada.

REFERÊNCIAS:

1Costa, J., Oliveira, M. B. P., & Mafra, I. Alergénios Alimentares: O Que São, O Que Provocam e Como Detetá-los?.Disponível em: http://www.spq.pt/files/magazines/articles/pdfs/30001806.pdf

2Yonamine GH, Castro APBM, Pastorino AC, Jacob CMA. Uso de fórmulas à base de soja na alergia à proteína do leite de vaca. Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 34. N° 5, 2011.Disponível em: http://www.asbai.org.br/revistas/vol345/V34N5-ar-02.pdf

3Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

4Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de orientação do departamento de nutrologia. Rio de Janeiro, 2012.Disponível em: http://www.sbp.com.br/pdfs/14617a-PDManualNutrologia-Ali-mentacao.pdf

5Ferreira CT, Seidman E. Alergia alimentar: atualização prática do ponto de vista gastroenterológico. J. Pediatr. (Rio J.) v.83 n.1 Porto Alegre jan./fev. 2007.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021--75572007000100004

6Nutrição Em Pauta. Cuidados com as bebidas de soja na alimentação infantil.7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.nutricaoempauta.com.br/lista_artigo.php?cod=675

7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

8ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

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DESCOBRI APLV EM MEU FILHO - POSSO OFERECER LEITE DE SOJA?

O tratamento para a APLV será a exclusão total do leite e seus derivados e a utilização de substitutos adequados. A esco-lha depende da idade da criança, do tipo de manifestação clíni-ca (IgE mediada ou não), aceitação, composição nutricional e custo2.

É estabelecido pela Organização Mundial da Saúde que todos os bebês recebam exclusivamente o leite materno até os seis meses de idade, no mínimo. Após essa fase eles passam a receber outros tipos de alimentos3, os quais não deveriam in-cluir o leite de vaca e as bebidas de soja.

A Sociedade Brasileira de Pediatria considera que alimen-tos à base de soja não são os mais adequados para as crianças com até dois anos de idade, por serem nutricionalmente incom-pletos e com potencial alergênico6, podendo, inclusive, causar deficiência nutricional no bebê6.

Assim como o leite de vaca, seu teor de proteína é alto e a mucosa intestinal ainda em desenvolvimento do bebê não está apta a digerir moléculas tão grandes6. Para aqueles que apresentam alergia à soja, o consumo pode provocar as seguintes reações7:

Formigamento na boca; Urticária, coceira, eczema;

Inchaço dos lábios, rosto, língua e garganta, ou também outras partes do corpo; Secreção nasal, dificuldade para respirar; Dor abdominal, diarreia, náuseas ou vômitos; Vermelhidão da pele (rubor).

Reações alérgicas graves (anafilaxia) à soja são raras.

FÓRMULAS INFANTIS DE SOJA X EXTRATO DE SOJA

As fórmulas infantis são feitas com a proteína isolada da soja e são acrescidas de nutrientes essenciais. Não possuem lactose, importante para indivíduos com intolerância ao açúcar, nem sacarose.

Tudo o que é obtido diretamente do grão da soja não é um produto completo nutricionalmente.

Por exemplo, o extrato de soja apresenta deficiência de gorduras, carboidrato, além de não conter o cálcio, mineral tão essencial nessa fase da vida. O médico pode sugerir fórmulas infantis com proteínas extensamente hidrolisadas ou aquelas que são compostas por aminoácidos livres3,4,6.

SOBRE ALIMENTOS A BASE DE SOJA

A soja é altamente proteica, sendo que quase metade da sua composição é de proteínas (48%)2. No entanto, seu conteú-do de metionina – importante aminoácido para auxiliar na redu-ção do colesterol sanguíneo e na limpeza de substâncias tóxi-

cas alojadas no fígado – é baixo, o que limita o seu valor nutri-cional6. O processamento da soja em farinha faz com que sua digestibilidade fique melhor, pois destrói parte dos fatores anti-nutricionais, como inibidores de enzimas digestivas e leciti-nas2.

Por ser um grão com produções enormes no Brasil, ele acaba sendo incluído em diversos alimentos: bebidas, iogurte, chocolate, cereais, sorvetes, entre outros. Rações contendo soja também são oferecidas na pecuária. Assim, mesmo sem ofere-cer o “leite” de soja para a criança, é importante ficar atento aos alimentos que podem conter traços de soja. Veja uma lista de produtos à base de soja que separamos para você ou que in-cluem o grão entre os ingredientes:

Edamame (grãos imaturos de soja) Miso (pasta de soja fermentada) Natto (soja fermentada) Molho shoyu (molho feito a partir da soja fermentada – contém trigo) Tamari (molho feito a partir da soja fermentada – não contém trigo) Farinha de soja Grãos de soja “Leite” de soja Sucos diversos Iogurte de soja Queijo de soja (tofu) Proteína de soja Tempeh (fermentado de soja semelhante a um queijo)

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Em uma época em que as alergias alimentares tornam-se tão frequentes, são muitas as dúvidas sobre o que fazer após suspeitar-se de alergias ou serem diagnosticadas. O leite de vaca corresponde ao principal alimento causador das alergias alimentares em crianças, e próximos a ele estão o trigo, ovo, soja, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar1.

Considerada um alimento saudável, a soja é bastante indi-cada para adultos, mas não se pode dizer o mesmo quando tra-tamos de crianças. A alergia isolada à soja ocorre com baixa fre-quência nos pequenos com até três anos de idade (menor que 1%) e costuma desaparecer até os dez, no entanto, em torno de 11% a 14% das crianças com APLV (IgE mediada) podem apre-sentar reação à soja, por isso é preciso estar sempre atento aos sinais e sintomas após sua ingestão2.

Crianças diagnosticadas com Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV), muitas vezes recebem como substitutos na alimen-tação as bebidas a base de soja. No entanto, por causa desse risco de sensibilização à soja, essa introdução deve ser sempre discutida com um especialista para compor a dieta mais reco-mendada para essa faixa etária3,4,5.

Proteína vegetal texturizada (PVT) Assados (pães, biscoitos e massas) Temperos prontos industrializados Cereais Barras de cereais e de proteína Fórmulas infantis Óleo vegetal de soja Proteína vegetal hidrolisada (HVP) Margarinas Chocolates Produtos com “lecitina de soja”

Leia sempre os rótulos, pois a soja pode não estar nos in-gredientes, porém, no rótulo pode ser feito um alerta que “contém soja”. Isso acontece, pois em algumas fábricas os pro-dutos sem soja podem ser processados naquelas máquinas em que passaram alimentos à base do grão, causando contamina-ção cruzada.

REFERÊNCIAS:

1Costa, J., Oliveira, M. B. P., & Mafra, I. Alergénios Alimentares: O Que São, O Que Provocam e Como Detetá-los?.Disponível em: http://www.spq.pt/files/magazines/articles/pdfs/30001806.pdf

2Yonamine GH, Castro APBM, Pastorino AC, Jacob CMA. Uso de fórmulas à base de soja na alergia à proteína do leite de vaca. Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 34. N° 5, 2011.Disponível em: http://www.asbai.org.br/revistas/vol345/V34N5-ar-02.pdf

3Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Caderno de Atenção Básica, nº 23. Brasília, 2009.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutri-cao_aleitamento_alimentacao.pdf

4Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de orientação do departamento de nutrologia. Rio de Janeiro, 2012.Disponível em: http://www.sbp.com.br/pdfs/14617a-PDManualNutrologia-Ali-mentacao.pdf

5Ferreira CT, Seidman E. Alergia alimentar: atualização prática do ponto de vista gastroenterológico. J. Pediatr. (Rio J.) v.83 n.1 Porto Alegre jan./fev. 2007.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021--75572007000100004

6Nutrição Em Pauta. Cuidados com as bebidas de soja na alimentação infantil.7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.nutricaoempauta.com.br/lista_artigo.php?cod=675

7Mayo Clinic. Diseases and Conditions: Soy allergy.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370

8ASBAI & SBAN. Guia prático da APLV mediada pela IgE. Rev. bras. alerg. imuno-patol. – Vol. 35. N° 6, 2012.Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/soy-allergy/ba-sics/symptoms/con-20031370