trabalho acidente exxon valdez

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Veículos - Sistemas de Navegação 2º Semestre Nome: Sabrina G. Ferreira Acidente Exxon Valdez No dia 24 de Março de 1989, o petroleiro Exxon Valdez, da ExxonMobil colidiu com um recife do Golfo do Alasca derramando aproximadamente 40 milhões de litros de óleo. Com a ajuda uma tempestade no dia 27 de março a mancha de óleo atingiu cerca de dois mil quilômetros. Foram gastos mais de dois bilhões de dólares para a limpeza, devido ao difícil acesso ao lugar do derrame, e distribuídos cerca de 900 milhões de dólares entre o estado do Alasca, alguns cidadãos e o órgão supervisor da recuperação do ecossistema (Exxon Valdez Oil Spill Trustee Council). Além disso, como estabelecido em 2008 no supremo tribunal dos Estados Unidos a empresa terá que pagar 500 milhões de dólares de indenização aos habitantes da área afetada pelo derrame. Dez anos após o derrame, ecologistas estimaram que morreram entre 100.000 e 700.000 pássaros por exposição ao óleo, baseando-se em uma extrapolação do número de carcaças de animais cobertas de óleo achadas nas praias e no oceano. Hoje, após 20 anos do desastre, a maioria das espécies voltou às condições pré-desastre ou, recuperam-se bem. Apenas duas das espécies não se recuperaram, são elas os

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Page 1: Trabalho Acidente Exxon Valdez

Veículos - Sistemas de Navegação 2º Semestre

Nome: Sabrina G. Ferreira

Acidente Exxon Valdez

No dia 24 de Março de 1989, o petroleiro Exxon Valdez, da ExxonMobil colidiu

com um recife do Golfo do Alasca derramando aproximadamente 40 milhões de litros

de óleo. Com a ajuda uma tempestade no dia 27 de março a mancha de óleo atingiu

cerca de dois mil quilômetros.

Foram gastos mais de dois bilhões de dólares para a limpeza, devido ao difícil

acesso ao lugar do derrame, e distribuídos cerca de 900 milhões de dólares entre o

estado do Alasca, alguns cidadãos e o órgão supervisor da recuperação do ecossistema

(Exxon Valdez Oil Spill Trustee Council). Além disso, como estabelecido em 2008 no

supremo tribunal dos Estados Unidos a empresa terá que pagar 500 milhões de dólares

de indenização aos habitantes da área afetada pelo derrame.

Dez anos após o derrame, ecologistas estimaram que morreram entre 100.000 e

700.000 pássaros por exposição ao óleo, baseando-se em uma extrapolação do número

de carcaças de animais cobertas de óleo achadas nas praias e no oceano.

Hoje, após 20 anos do desastre, a maioria das espécies voltou às condições pré-

desastre ou, recuperam-se bem. Apenas duas das espécies não se recuperaram, são elas

os Pombos Guillemots e o Arenque do Pacifico, importante fonte de renda para a

economia local. No entanto, o derrame não é visto como o único responsável pelo quase

desaparecimento deste peixe na zona. A sua pesca em excesso, o aumento de doenças

ou o desaparecimento de fontes de alimento também pode ter contribuído.

Como resposta ao acidente, surgiram milhares de pesquisas, houve mudanças no

licenciamento e fiscalização das empresas petrolíferas, e inúmeras medidas foram

implementadas. Abaixo estão as principais delas que surtem efeitos até hoje:

O Oil Pollution Act, aprovado pelo Congresso americano, obriga as companhias

petrolíferas a elaborar planos de prevenção de derrames e planos de emergência.

Page 2: Trabalho Acidente Exxon Valdez

Experiências no terreno do desastre levaram à criação de métodos menos

poluentes de limpeza de derrames, como o uso das bactérias Pseudomonas aeruginosa.

Cientistas aperfeiçoaram a arte de detecção dos hidrocarbonetos, permitindo

determinar a origem do petróleo derramado.

A entrada de navios petroleiros de um só casco, como o “Valdez”, foi proibida

nos portos norte-americanos e europeus.

O Exxon Valdez, entretanto, continua em serviço na Ásia, depois de vendido à

empresa norte-americana SeaRiver Maritime International Inc. e renomeado

“Mediterranean”.

No início da década de 90, a ExxonMobil financiou pesquisas que afirmavam

que a área atingida estava saudável e se recuperando bem. Entretanto, novas pesquisas

científicas, conduzidas por mais de 14 anos, atestam o contrário. O mais recente desses

estudos, publicado pela revista científica Science concluiu que a recuperação da área

está longe de alcançar um nível ideal. A região continua a apresentar problemas

resultantes dos resíduos do petróleo derramado.

Com 500 milhas de costa coberta com petróleo, a mortalidade de animais após o

derramamento foi alta. Lontras, aves marinhas e populações de focas foram os que mais

sofreram. Ao contrário do que afirmam as pesquisas da ExxonMobil, até hoje a área está

contaminada pelo óleo, além de substâncias tóxicas persistentes, resultando em

impactos a longo prazo.

Page 3: Trabalho Acidente Exxon Valdez

Denis Kelso, membro da comissão do Departamento de Conservação Ambiental

do Alasca, concorda que as declarações da Exxon Mobil que se seguiram ao

derramamento foram "parte das deliberadas informações erradas da companhia". Essa

posição é sustentada pelo cientista marinho Rick Steiner, que acredita que a

ExxonMobil construiu sua própria "realidade" sobre o derramamento, baseada em

impactos mínimos e recuperação rápida.

"As táticas da ExxonMobil são bem conhecidas e este é um caso clássico de

negação, enganação e demora", disse a campaigner do Greenpeace Anita Goldsmith.

"Assim como a empresa não aceita as evidências científicas sobre as mudanças

climáticas, nega que o petróleo derramado está causando danos na área. Em ambos os

casos, a Exxon faz campanhas enganosas sobre sua responsabilidade corporativa

ambiental e social”

Pagar pesquisas que dêem suporte a este argumento e informem erroneamente o

público não é novidade para a ExxonMobil. A empresa financia a publicação de

pesquisas em revistas acadêmicas, que validam o argumento da companhia de que os

juízes não são competentes para determinar uma sentença para os danos ambientais

como no caso do Exxon Valdez. Estas pesquisas são uma tentativa de incentivar uma

mudança na legislação, que permita à ExxonMobil vencer nas apelações para outorgar

as indenizações que deve.

A empresa também conduz campanhas organizadas para minar as constatações

científicas sobre as mudanças climáticas. Em uma época em que o mundo sofre as

conseqüências do aquecimento global, como inundações e secas, a ExxonMobil defende

que são necessários mais estudos antes de se iniciar uma ação efetiva de combate às

causas do problema. A versão da empresa para o derramamento de petróleo de seu

navio há 15 anos é uma história cheia de mentiras. Uma herança que a empresa mantém

em suas atividades até os dias de hoje.

Page 4: Trabalho Acidente Exxon Valdez

Foto: Baleia morta pelo óleo do Exxon Valdez

Referências:

Desastre do Exxon Valdez: Uma Contínua História de Mentiras. Disponível em:

<http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/desastre-do-exxon-valdez-uma/>

Acesso em: 27 Fev. 2011

20 Anos Após o Desastre do Exxon Valdez. Disponível em:

<http://blog.ambientebrasil.com.br/?p=59> Acesso em: 27 Fev. 2011