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TÍTULO: USO DA TOXINA BOTULÍNICA NO TRATAMENTO DA ENXAQUECATÍTULO:

CATEGORIA: EM ANDAMENTOCATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDEÁREA:

SUBÁREA: FARMÁCIASUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDASINSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): DEBORA JURAITIS DO NORTEAUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): CRISTIANE ZAGO ZÁCARIORIENTADOR(ES):

Page 2: TÍTULO: USO DA TOXINA BOTULÍNICA NO TRATAMENTO DA ...conic-semesp.org.br/anais/files/2015/trabalho-1000020407.pdf · A toxina botulínica no tratamento dessas enfermidades, é injetada

USO DA TOXINA BOTULÍNICA NO TRATAMENTO DA ENXAQUECA

Resumo

O presente trabalho mostra uma revisão da história, mecanismos de ação

e aplicações da toxina botulínica, descoberta em 1820 pelo médico alemão

Justinus Kerner, sendo oriunda da fermentação da bactéria Clostridium

botulinum. Seu uso atual está voltado para a clínica e estética, sendo o último

igual à 80% em nosso país e o restante para outros fins terapêuticos. Os

medicamentos hoje registrados no mercado, apresentam em seu conteúdo

frascos com pó liófilo injetável que variam de 50 a 500U, demonstra-se eficazes

no tratamento profilático da enxaqueca, cefaleia primária caracterizada por

crises uni ou bilaterais que duram de 4 a 72 horas, sendo essas mais frequentes

em mulheres. Gerando-se uma comparação com os fármacos já utilizados na

patologia em questão, como AINES, analgésicos opióides e não-opióides e

antieméticos, explica-se então sua ação no sítio principal a partir da inibição da

liberação de acetilcolina nos espaços sinápticos, tornando-se assim uma

alternativa para a melhoria na qualidade de vida dos pacientes.

Introdução

A toxina botulínica é um complexo molecular oriundo da fermentação da

bactéria anaeróbia Clostridium botulinum, formada por uma cadeia leve e outra

pesada, estas ligadas por uma única ponte de dissulfeto. Existem sete toxinas

distintas produzidas por esse microrganismo, classificadas em A, B, C1, D, E, e

F. Apesar de todos esses sorotipos terem os mesmos mecanismos de ação, eles

se diferem em proteínas alvo e em suas características, sendo encontrado

comercialmente apenas os sorotipos A e B. (CARVALHO; GAGLIANE, 2014;

CAMARGO; MATURAMA, [2015?], FRAGA; ANDRADE FILHO, 2005)

Atualmente, a apresentação mais conhecida do complexo botulínico é em

pó congelado a vácuo estéril em um frasco-ampola contendo 50 U, 100 U ou 200

U de toxina botulínica do sorotipo A, utilizado para fins cosméticos. No Brasil,

essa utilização chega a 80% e os 20% restantes, direcionados para a

terapêutica. Como profilaxia a toxina está começando a ser aplicada em diversos

casos como: estrabismo, incontinência urinária, espasticidade e em cefaleias,

como no tratamento da enxaqueca. (CARVALHO; GAGLIANI, 2014;

DRESSLER; SABERI; BARBOSA, 2005)

A dor de cabeça, ou cefaleia, é uma das queixas mais comuns na prática

clínica atual, podendo ser divididas em primárias e secundárias. A enxaqueca,

classificada como primária, está dividida em dois grupos pela Sociedade

Internacional de Cefaleia, sendo estes com aura e sem aura. Essas, são

caracterizadas por crises que duram de 4 a 72 horas, com um processo de dor

uni ou bilateral seguidas de vômitos, náuseas e foto e fonofobia. (GUERPELLI,

2002; SPOZITO, 2004)

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A toxina botulínica no tratamento dessas enfermidades, é injetada no tecido

alvo, ocorrendo à clivagem de suas cadeias, a pesada se ligando aos receptores

colinérgicos e a cadeia leve se ligando especificamente ao SNARE. Nesse

momento ocorre uma invaginação ao redor do complexo toxina-receptor

formando uma vesícula que contem a toxina dentro do terminal nervoso, não

ocorrendo assim a ligação entre as vesículas e a consequente liberação da

acetilcolina no espaço sináptico, gerando a desnervação do músculo e, por

conseguinte melhorando a dor. (RIVERA DÍA ET AL, 2014; CAMARGO;

MATURAMA, [2015?]; DRESSLER; SABERI; BARBOSA, 2005).

Objetivos

O presente trabalho tem como objetivo mostrar o mecanismo de ação do

produto da bactéria Clostridium botulinum como uma válvula de escape no

tratamento para a enxaqueca, descrevendo seu mecanismo de ação e suas

vantagens sobre os outros fármacos já empregados para esse propósito.

Metodologia

Para a realização do trabalho consistiu-se uma revisão bibliográfica,

realizada a partir de diferentes fontes de pesquisas tais como Pubmed, Bireme

e Medline como também de endereços eletrônicos de Organizações de Saúde

Pública como a ANVISA.

Desenvolvimento

A toxina botulínica é um complexo molecular, produto da anaerobiose da

bactéria gram-positiva Clostridium botulinum, que é responsável por causar a

doença chamada botulismo. Seu princípio ativo da toxina, tem um peso

molecular que varia entre 300.000 a 900.000 daltons, sendo estáveis apenas em

pH ácido. É dividido entre uma cadeia pesada e leve, que são ligadas por pontes

de dissulfeto, em que a clivagem entre as mesmas é o ponto de partida para a

ativação da toxina. Para a obtenção da toxina, requerem-se diversos

preparativos e métodos, sendo o tipo A escolhido, pois os níveis de toxina

presentes nesse sorotipo da bactéria são os mais elevados, sendo gerada em

um meio com a presença de diversas substâncias como leveduras, amina,

dextrose e caseína, essas com a finalidade de deixar a cultura com o pH alcalino,

depois de diversas precipitações com variações e ajustes sucessivos de pH. (DÍA

ET AL, 2014; CARVALHO; GAGLIANI, 2014; SPOZITO, 2004)

Podemos mencionar algumas doenças em que a toxina botulínica é

aplicada, como espasticidade, hiperidrose, transtornos do movimento e

neuromusculares, hipersecreção das glândulas colinérgicas, isquemia periférica,

dor articular, síndrome de Duane, lesão cerebral traumática, esclerose múltipla

e para o tratamento e profilaxia da enxaqueca, patologia essa que é o foco deste

trabalho. (DÍA ET AL, 2014, CARVALHO; GAGLIANI, 2014).

A enxaqueca ou migrânea é uma síndrome do sistema do sistema nervoso,

caracterizada por crises uni ou bilaterais que duram de 4 a 72 horas. Essas crises

são mais comuns em mulheres, variando de 14 a 20%, sendo que para seu

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diagnóstico, alguns sinais (náusea e vômitos paralelos à dor, dor de intensidade

moderada à severa que impede atividades rotineiras e foto e fonofobia) devem

ser visualizados em pelo menos cinco crises. Quando a toxina botulínica quando

injetada no tecido alvo, e após a clivagem das suas cadeias ocorre uma

invaginação ao redor do complexo toxina-receptor acontecendo à formação da

vesícula que contém a toxina dentro do terminal nervoso, não ocorrendo à

ligação entre as vesículas de acetilcolina e a consequente liberação da mesma

no espaço sináptico, quando a acetilcolina não consegue se ligar aos seus

receptores, gera-se um estado de desenervação química e um relaxamento

muscular e assim, na enxaqueca, o paciente deixa de sentir as constantes dores

de cabeça uni ou bilaterais e a sensibilidade à luz e sons esses, marcadores da

enxaqueca.(PINTO ET AL. [2015?])

Desenvolvimento

Gerando-se uma comparação com os fármacos já utilizados na patologia em

questão, como AINES, analgésicos opióides e não-opióides e antieméticos, a

toxina botulínica é uma vantagem pois sua aplicação é um procedimento

minimamente invasivo e que seus efeitos perduram por até 6 meses. Como

precauções para o uso, somente para pacientes com alergias já conhecidas a

algum dos compostos da formulação e para diagnósticos de doença muscular

provenientes de atividades de fraqueza. (SPOZITO; 2004)

Referências

CARVALHO, A.V.C. GAGLIANI, L.H. Toxina botulínica: tratamento de

enxaquecas. Revista Unilus Ensino e Pesquisa, v.11, n. 22, p 63-76, 2014.

DÍA, R.C.R. et al Toxina botulínica para tratamiento del dolor crónico: Revisión

de la evidencia Revista colombiana de Anestesiología, p 205-213, 2014

DRESSLER, DIRK, SABERI, F.A., BARBOSA, E.R. A toxina botulínica:

mecanismos de ação. Arquivo Neuro Psiquiátrico, São Paulo. Vol. 63, n.1. mar

2005

FRAGA, J.C.S., ANDRADE FILHO, A. Botulismo: relato de caso Rev Med Minas

Gerais, 2005

GHERPELLI, J.L.D., Tratamento das cefaleias. Jornal da Pediatria, v.78, supl.1, p 3-8, 2002

MATURAMA, C.D. CAMARGO, E.A. Usos terapêuticos da toxina botulínica tipo A [2015?] Grupo Editorial Moreira Jr Disponível em: <http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=1693&fase=imprime> 20.mar.2015

SPOZITO, M.M.M. Toxina botulínica tipo A - propriedades farmacológicas e uso clínico. ACTA FISIÁTR, s.01, 2004

PINTO, M.E.B. et al Diagnóstico e Tratamento das cefaleias em adultos na Atenção Primária à Saúde. [2015?]