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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARABA
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM CINCIA E
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
YURI MONTENEGRO ISHIHARA
ESTUDO DA MACIEZ EM CARNE-DE-SOL
JOO PESSOA PB 2012
YURI MONTENEGRO ISHIHARA
ESTUDO DA MACIEZ EM CARNE-DE-SOL
JOO PESSOA PB 2012
YURI MONTENEGRO ISHIHARA
ESTUDO DA MACIEZ EM CARNE-DE-SOL
Orientadora: Prof Dr Marta Suely Madruga
JOO PESSOA PB 2012
Tese apresentada ao Programa de Ps-
Graduao em Cincia e Tecnologia de
Alimentos, Centro de Tecnologia,
Universidade Federal da Paraba em
cumprimento aos requisitos para obteno
do ttulo de Doutor em Cincia e
Tecnologia de Alimentos.
I79e Ishihara, Yuri Montenegro.
Estudo da maciez em carne-de-sol / Yuri Montenegro
Ishihara.-- Joo Pessoa, 2012.
90f.
Orientadora: Marta Suely Madruga
Tese (Doutorado) UFPB/CT
1. Tecnologia de Alimentos. 2. Carne salgada. 3. Textura.
4. Qualidade. 5. Maturao.
UFPB/BC CDU: 664(043)
UFPB/BC CDU:
664(043)
Ao meu pai, Akira, minha amada me, Livramento, minha querida irm Guigui e ao
meu irmo Kinho. Em especial, minha filha Las Yumi.
Dedico.
AGRADECIMENTOS
UFPB, em especial ao Centro de Tecnologia e ao Programa de Ps-Graduao
em Cincia e Tecnologia de Alimentos pela possibilidade de realizao do curso.
Ao Centro de Cincias Humanas, Sociais e Agrrias Campus III, Bananeiras,
pela colaborao com a cesso de material para a realizao da pesquisa.
Prof Dr Marta Suely Madruga pela dedicada orientao, disponibilidade e
apoio proferidos no decorrer do curso.
Ao Prof. Dr. Ricardo Targino Moreira pela ideia inicial da pesquisa e
especialmente ao incentivo e apoio nos momentos mais difceis.
Profa. Dra. Esmeralda Paranhos dos Santos e ao Prof. Dr. Flvio Luiz
Honorato da Silva pela colaborao e pelas valiosas sugestes relativas estatstica
aplicada.
s Professoras, Dra. Emiko Shinozaki Mendes, Dra. Maria Lcia Nunes, Dra.
Rita de Cssia Ramos do Egypto Queiroga e Dra. Margarida Anglica da Silva
Vasconcelos pela disponibilidade e pelas valiosas sugestes na composio das bancas
qualificadora e de defesa.
Professora Dra. Samara Alvachian Cardoso Andrade pela prontido em aceitar
o convite, mesmo sob a forma de suplente, em minha banca de qualificao.
Aos Professores Evandro Leite de Souza e Maria Lcia da Conceio pela
cordialidade na cesso do uso do Laboratrio de Microbiologia de Alimentos do Centro
de Cincias da Sade/Universidade Federal da Paraba.
A Alanne Tamize de Medeiros Salviano pela amizade verdadeira e por mostrar
sempre que devemos realizar nossas tarefas com divertimento e alegria.
A Nely de Almeida Pedrosa pela amizade, colaborao profissional e por
mostrar que com esforo e dedicao podemos alcanar muitos objetivos na vida.
A Sonnalle Silva Costa pela coragem que teve em representar os discentes do
PPGCTA.
Aos meus queridos colaboradores Rayssa Julliane, Geany Targino, Sunia
Samara, Taliana Knia, Marcelo Lima e Erasto Neto que me ajudaram a realizar
algumas etapas da pesquisa.
Aos amigos de todo dia e tambm s vezes confidentes, Ingrid, Fbio, Joo
Paulo, Juliana, meu muito obrigada.
Aos Tcnicos dos Laboratrios do Departamento de Engenharia de Alimentos
Claudianor Jos de Oliveira, pela ajuda e incentivos sempre presentes, Eunice Ribeiro
pelo seu acolhedor Bom dia e Gilvandro Ferreira da Costa pela disponibilidade nunca
negada.
Ao painel sensorial pela pacincia e boa vontade em participar das anlises.
Ao CNPq, pelo auxlio financeiro ao projeto.
Ao Frigorfico Boio, na pessoa de Jordnia, pela colaborao e disponibilidade
ofertadas alm das matrias primas adquiridas.
A Ian Carneiro da Cunha Nbrega, pela pacincia e compreenso, mas acima de
tudo, pelo amor.
Maga, pelas infinitas colaboraes no transporte, cuidado e amor com Las e,
indiretamente a mim.
A todos aqueles que estiveram comigo nessa etapa importante de minha vida.
ESTUDO DA MACIEZ EM CARNE-DE-SOL
RESUMO
A carne-de-sol um produto de largo consumo e apreciao no Brasil, entretanto, so
poucos os estudos cientficos relativos sua maciez. O interesse nesse assunto refere-se
ao fato de que a maciez o principal atributo de qualidade relativo s carnes referido
pelo consumidor. Com o objetivo de conhecer e melhorar a qualidade desse produto
pesquisou-se a maciez das carnes-de-sol comercializadas no comrcio de Joo Pessoa e
em seguida, verificou-se o efeito da maturao natural na maciez de carnes-de-sol
processadas em laboratrio. Tambm foi testada a eficcia do leite e do soro de leite
como agentes amaciadores da carne-de-sol, sendo utilizados como indicadores a fora
de cisalhamento (FC), a anlise sensorial atravs da anlise descritiva quantitativa
(ADQ), o comprimento do sarcmero (CS) e a quantificao do colgeno. Na pesquisa
das carnes comercializadas em Joo Pessoa foram identificadas grandes variaes. Da
cidade dividida em regies (R1, R2 e R3) foram adquiridas amostras denominadas A1,
A2 e A3, respectivamente. A carne-de-sol da regio 3 foi considerada muito macia
pelos provadores, com pontuao de 6,7; apresentou FC mxima de 2,70 kgf e maior CS
com 1,89 m. Paralelamente, as amostras 1 e 2 apresentaram valores de maciez muito
prximos (FC e ADQ) exceto pelo CS que indicou a amostra 2 como menos macia.
Quando as carnes-de-sol foram processadas em laboratrio, testou-se 7, 14 e 21 dias de
maturao a 0 C das matrias-primas previamente ao processamento. Segundo os
indicadores testados, a maturao influenciou positivamente na maciez de todas as
carnes-de-sol. Atravs da ADQ, da FC e do IFM verificou-se que a amostra maturada
por sete dias foi a mais macia. J a quantificao de colgeno no se apresentou como
um eficaz instrumento avaliativo de maciez em carnes-de-sol provavelmente devido ao
corte crneo utilizado para o processamento conter baixas quantidades de tecido
conjuntivo. No estudo do leite e do soro de leite como provveis agentes amaciantes
foram testados a imerso da carne por 24 e 48 horas a 4 C previamente ao
processamento em carne-de-sol. Foi verificado que os tratamentos aplicados no
alteraram a composio das carnes processadas, assim como ficou constatado que as
enzimas lcteas no modificaram a maciez dos produtos. O que provavelmente ocorre
o fato de que o leite atua como um agente melhorador do sabor da carne, o que
percebido e apreciado pelo consumidor. Diante do exposto, pode-se concluir que
maturar a carne por sete dias previamente elaborao da carne-de-sol ocasiona uma
melhoria na qualidade do produto e assim, proporciona um incremento no valor
agregado desse alimento tradicional brasileiro.
Palavras-chave: Carne salgada. Textura. Qualidade. Maturao.
STUDY OF SUN-DRIED BEEF TENDERNESS
ABSTRACT
Sun-dried beef is a largely consumed, appreciated product in Brazil. However,
there are few scientific studies regarding its tenderness. Tenderness is a
relevant issue because consumers usually refer to it as the main quality attribute
for meat. Studies on sun-dried beef tenderness in samples sold in the market of
Joo Pessoa, followed by the assessment of the natural maturation effects on the
tenderness of laboratory processed sun-dried beef were carried out in order to
learn and improve this product quality. The efficiency of both milk and whey as
potential tenderizing agents for sun-dried beef was also tested. Therefore, an
instrumental analysis, shear force (SF), sensory analysis (QDA), sarcomere
length (SL), and collagen quantification were also used as indicators. The
research on the meats sold in Joo Pessoa has identified large variations. City
divided into regions (R1, R2 and R3) were called acquired samples A1, A2 and
A3, respectively. Sun-dried beef from region 3 was considered very soft by
tasters, achieving 6.7 points; the maximum SF was 2.70 kgf and the highest SL
was 1.89 m. Furthermore, samples 1 and 2 showed almost equal values for
tenderness (SF and QDA), except for SL, which have indicated sample 2 as the
less tender. Concerning the laboratory processed meats, the raw material s were
tested in maturation intervals of 7,14, and 21 days at 0C before processing.
According to the tested indicators, maturation has positively influenced
tenderness in every sun-dried beef sample. QDA, SF, and myofibrillar
fragmentation index (MFI) showed concordant data, suggesting that the sample
matured for seven days was the softest. On the other hand, probably due to the
small quantity of connective tissue in the meat cut used in processing, collagen
quantification was not suitable as evaluation tool for assessing sun-dried beef
tenderness. Immersing meat for 24 and 48 hours at 4 C in milk and whey
before processing helped testing both substances as potential tenderizer agents
for sun-dried beef. It was verified that the applied treatments have failed to
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