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TERAPIA OCUPACIONAL E TERAPIA DA MAO NA REABILITACAO DA MAO QUEIMADA - RELATO DE CASO Cuntiba 2006

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TERAPIA OCUPACIONAL E TERAPIA DA MAO NA REABILITACAO

DA MAO QUEIMADA - RELATO DE CASO

Cuntiba

2006

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Marlei Denise Gebien de Oliveira

TERAPIA OCUPACIONAL E TERAPIA DA MAo NA REABILITACAo

DA MAo QUEIMADA - RELATO DE CASO

Monografia apresentada como requisito parcialpara conclusao do curso de p6s-graduayao, nlvelLato-Sensu em Reabmta~ do Membra Superior eTerapia da Mao, da Universidac!e Tuiuti do Parana.

Orientadora:Prof. Ora. Schirley Aparecida Manhses

COOrientadores:Prof. Ora. Emilia ZimmermannDr. Henrique AyzembergDr. Romas Joso Ayub Filho

Curitiba

2006

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TERMO DE APROVA<;:AO

Marlei Denise Gebien de Oliveira

TERAPIA OCUPACIONAL E TERAPIA DA MAO NA REABILlTA<;:AO

DA MAO QUEIMADA - RELATO DE CASO

Eata monografia fol julgada e aprovada para a obtencao do titulo de Especialista em Reabilitayao

do Membra Superior e Terapia da Mao no Curso de P6s-Gradua~o em Reabilitagao do Membra

Superior e Terapia da Mao da Universidade TUiuti do Parana.

Curitiba, 12 de maio de 2006.

Ora. Schirley Aparecida Manhaes

Coordenadora do Curso de P6s-Gradua~o em Reabilitayao do Membra Superior e Terapia da Mao

Banca examinadora:

Ora. Schirley Aparecida Manhaes

T erapeuta Ocupacional - T erapeuta de Mao

Ora. Aline Fabri Ferrari

Terapeuta Ocupacional- Terapeuta de Mao

Ora. Marian Mahnke Henschel

Terapeuta Ocupacional- Terapeuta de MAo

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Agrade"" a Terapeula Ocupacional e Terapeuta de Mao

Prof. Schirley Manhaes que me fez ter novas perspectivas

na profissao.

A Terapeuta Ocupacional Prof.' Emilia Zimmermann por

me orientar sempre e pels oportunidade de ser sua aluna

diana, obrigada!

Ao MMico Ortopedista e Cirurgiao de Mao Dr. Henrique

Ayzemberg por permitir 0 acompanhamento, sem

restligOes, de suas cirurgias e atendimentos ambulatoriais,

e pela revisao detalhada desle Irabalho.

Ao Medico Cirurgiao Plastico Dr. Romes Jooo Ayub Fflho

pela dedicac;;io, conlribuic;;io e disponibilidade para revisar

eSle Irabalho.

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SUMARIO

INTRODUCAO E JUSTIFICATIVA 8

2 FUNDAMENTACAO TE6RICA 11

2.1

2.2

2.3

CONSIOERA"OES ANATOMQ-FUNCIONAISDA PELE .. ' .... 11

CONSIDERA"OES GERAIS SOBRECICATRIZA"Ao DE FERIDA... . 13

ASPECTOS CLiNICOSDACICATRIZA"Ao 15

2.4 ASPECTOS CLiNICOS DAQUEIMADURA..

2.4.1 Eli%gia e Classlficat;ao

. 17

........ 17

2.4.2 Fisiopat%gla.

2.4.3 Cuidados Medicos Iniclais"

2.4.4 Tra/amenlo Local da Queimadura

2.4.5 Tra/amento da Milo Queimada ....

. 19

20

............. 22

. '" 24

2.5 CDNSIDERA"CES ANAToMO-FUNCIONAIS DOMEMBRO SUPERIOR

2.5.1 Complexe do Ombro .

2.5.2 Comp/exo do Colovelo eAn/ebraljo

2.5.3 Punho ." .

2.5.4 Mao '"

2.6 TERAPIA DA MAO.

2.6.1 Objetlvas da Terapia da Mao no Tralamenla da Queimadura

2.7 REABllITA"Ao DOMEMBRO SUPERIOR QUEIMAOO .

2.7.1 Fase de Cuidados Inlenslves

2.7.2 Fases CitiJrgicae P6s-operat6ria ..

2.7.3 FaS9 de Reablli/aljao .

.... 26

...... 26

....... 30

. 33

............... 36

...... 52

....... 54

. 54

.......... 54

............... .58

. " 60

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3 HIP6TESE 65

4 MATERIAL E METODOS •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••65

5 RELATO DE CASO 65

5.1 AYALIACAO E OSJETIYOS

5.2 ASORDAGENS DE TRATAMENTO....

5.2.1 Interven90es na Fase de Cuidados Intensivos .

5.2.2 Intervenyoes na Fase P6s-operat6ria .'

................. 68

.................. 71

... 71

.................... 72

5.2.3 Interven¢es na Fase de Reabilitat;;ao..' .

5.3 RESULTADOS E DISCUSSAo .

72

6 CONSIDERACOES FINAlS 77

7 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 78

8 ANEXOS ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••85

8.1 ANEXO 1 - TIPOS DE PREENSOES..

8.2 ANEXO2 - fASE CIRURGICA .

8.3 ANEXO 3 -ADERENCIA DOSENXERTOS...

8.4

8.5

ANEXO 4 - ALTA HOSPITALAR ..

ANEXO 6 - FASEDE REABILITACAo

...85

.87

..... 91

... 97

................ 101

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RESUMO

Este trabalho tem por objetivo demonstrar, atraves do relato de caso, os resultadosobtidos com 0 inlcio precoca da reabilitag1io, mais especificamente, 0 acassoprecoca a terapia ocupacional associada as tecnicas da terapia da m1iono pacientecom les5es nos membros supariores, provocadas por queimadura. A alta incidenciadeste tipo de les1io,as freqOentes seqOelasfuncionais resultantes, e a complexidadedos procedimentos necessarios para 0 tratamento das queimaduras nos membrossuperiores, postulam a favor da utilizayao das tecnicas da terapia da m1io ereabilitayao do membro superior, exigindo a revis1io bibliografica dos aspectosrelacionados a anatomia, fisiopatologia, tratamento clinico e reabilitayao daqueimadura e anatomia funcional do membro superior. A utilizayao precoce destastscnicas foi fundamental no rapido restabelecimento funcional no caso descrito,prevenindo aderencias cicatriciais, encurtamento da pele e tend5es, rigidez articulare conseqOente instalayao de deformidades nas maos. 0 tratamento por excisao eenxerto precoce associado a terapia ocupacional e terapia da maOfoi determinantepara 0 restabelecimento funCional e estatico dos membros superiores afelados nocase descrito.

Palavras-chave: terapia ocupacional em queimaduras; reabililagao do membrosuperior queimado; lerapia da mao nas queimaduras.

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INTRODUCAO E JUSTIFICATIVA

Dourado (1994) afirma que as lesoes provocadas por queimaduras

acompanham 0 ser humane desde seu contato com 0 logo; desde entao varias

tentativas para trata-Ias loram utilizadas. Mas, somente no seculo XX, atraves de

pesquisas, loi possivel compreender sua fisiopatologia e utilizar terapeuticas

adequadas para aumentar a taxa de sobrevida, minimizar os efeitos destas lesoes e

acelerar a cura. E, somente ap6s a \I Guerra Mundial, os hospitais atentaram para a

necessidade da implanta9iio de servic;os especializados conhecidos hoje como

Unidades de Tratamento Intensivo para Queimados ou Centro de Tratamento de

Queimados.

Estima-se que 1milhilo e 25 mil pessoaslano sao vitimas de queimaduras

nos Estados Unidos. Destas, 51 mil necessitam de intemay80 hospitalar, e 5500

pessoaslano morrem devido a queimaduras e lesOes inalat6rias correlatas.

Pesquisas do National Institute for Bum Medicine demonstraram que 75% dos

pacientes loram vitimas de suas pr6prias ayoes (FIGUEIREDO, 2002). Entre as

regioes mais acometidas estao os membros superiores, com 71% dos casos,

segundo Wachtel, citado por Gonyalves (2000). Ainda segundo Gonyalves dados

estatisticos coletados entre 1987 a 1992 no Centro de Queimados do Hospital das

Clinicas na USP, informaram que 57,1% dos casos apresentaram queimaduras nos

membros em gera!. Em 2002 uma pesquisa realizada no Hospital Evangelico de

Curitiba - PR, demonstrou que, dos 3876 pacientes atendidos, 56,2% apresentaram

queimaduras nos membros superiores (OLIVEIRA, 2003). Na Unidade de

Tratamento de Queimados do Hospital Municipal Sao Jose em Joinville - SC, dos 91

pacientes atendidos em 2005, aproximadamente 55% das queimaduras incluiam os

membros superiores.

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A alta incidemcia de queimaduras nos membros superiores e 0

comprometimento funcional, provocado por seqOelas decorrentes de condutas

inadequadas, apontam para a necessidade de tratamentos especializados e

reabilita~o precoce, exigindo da equipe aperfei9Qamento e atua~o interdisciplinar

coordenada, visando a restaura~o funcional maxima do paciente queimado e sua

reintegra~o produtiva na sociedade.

A terapia ocupacional e fundamental na reabilita9/io do paciente queimado.

Antonelli (2003) afirma que 0 terapeuta ocupacional atua na preven~o de

deformidades, manuten~o da mobilidade articular, confe~o de 6rteses e

restitui~o da fun~o.

A terapia da mao e uma especializa~o desenvolvida p~r terapeutas

ocupacionais e fisioterapeutas com apoio da cirurgia da mao, que associa 0 amplo

conhecimanto do membro superior com habilidades especializadas em avalia9ao e

tratamento, prevenindo a disfun~o, restaurando a fun~o ou revertendo 0 avan9Q

da patologia no membro superior (Sociedade Brasileira de Terapeutas da Mao,

2003).

o membro superior, por sua complexidade anatomo-funcional exige 0

estudo aprofundado da anatomia, fisiologia, histologia e cinesiologia, bem como

altera¢es resultantes de condi95es patologicas, tratamento medico, procedimentos

cirurgicos e curso pos-operatorio para que a reabilita~o seja eficaz.

Com este trabalho pretende-se demonstrar, atraves do relato de caso, os

resultados da reabilita9ao com infcio precoce, de um paciente vftima de queimadura

nos membros superiores, associando a terapia ocupacional as tecnicas de terapia da

mao.

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Com base na reviseo sobre aspectos anatomo-funcionais da pele,

considera0es sobre cicatrizagao de feridas, aspectos clinicos da cicatrizagao,

aspectos clinicos da queimadura, consideragoes anatomo-funcionais do membro

superior, terapia da mao e as tecnicas utilizadas nas diferentes fases da reabilitayao

do membro superior queimado, faz-se pertinente 0 seguinte questionamento: 0

acesso precoce do paciente queimado a terapia ocupacional e a terapia da mao

pode influenciar favoravelmente a recuperayao funcional, contribuindo para 0 rapido

restabelecimento do desempenho independente nas atividades de vida diaria?

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2 FUNDAMENTA~AOTE6RICA

2.1 CONSIDERACOES ANATOMO - FUNCIONAIS DA PELE

Segundo Figueiredo (2002), a pele e 0 maior sistema organico do corpo,

composta de tres camadas (fig. 01):

.:. A epiderme: camada mais externa formada por celulas epiteliais, nas quais

predominam os queratin6citos. Divide-se em: estrato germinativo, estrato

granuloso, estrato lucido e estrato corneo. Consiste em celulas vivas em continua

divisao, coberta na superficie por celulas mortas, que contsm grandes

quantidades de queratina - proteina fibrosa, insoluvel - que por sua vez, tem a

capacidade de repelir pat6genos e evitar a perda hidrica excessiva. Outras

celulas, tamb8m presentes na epiderme, sao os melanocitos - produzem a

melanina; as celulas de Merkel - sao receptores que transmitem os estimulos

sensoriais ao ax6nio; e as celulas de Langerhans - tem fungiio importante nas

reay6es do sistema imune cutaneo.

•:. A derme ou c6rio: contem uma rede de capilares, glandulas sudori paras,

glandulas sebaceas, terminay6es nervosas e foliculos pilosos. Constitui a maior

parte da pele, proporcionando forya e estrutura, dividindo-se em camada papilar

- encontra-se imediatamente abaixo da epiderme, constituida de celulas

fibroblasticas que produzem um tipo de colageno; e camada reticular - situada

logo abaixo da derme papilar e tamb8m produz colageno e feixes elasticos. A

jungiio dermoepidermica e uma area com ondulay6es e sulcos chamados cristas

interpapilares e sao responsaveis pela manuten9aO das duas camadas,

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permitindo a traea de nutrientes essenciais. Rivers e Jorden (2002) afirmam que

a derme n1iose regenera, a cure se da pela formayao de cieatriz.

<!. 0 tecido subcutaneo ou hipoderme: camada mais interna da pele, composto

principalmente por tecido adiposo. Promove a mobilidade de pele, isolamento e

delimitayao dos contornos do corpo.

Figural: Camadas da Pele. Fonte: Disponivel em; http"'twww.ffiSd-

brazil.com/msd431m manua!lmm sec18 190.htm. Acesso em 21 mar. 2006.

A pele possui as funy5es de proteyao, sensayao, equilibrio hidrico,

regulayao da temperatura, praduyao de vitamina (sintese da vitamina D) e funyao de

resposta imune. "A lesao cutanea resulta em uma miriade complexa de problemas

sistemicos, flsiologicos e funcionais." (FALKEL, 1994 ap. RIVERS e JORDAN, 2002,

p.694).

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2.2 CONSIDERAC6ES GERAIS SOBRE CICATRIZACAO DE FERIDA

"A cieatrizagao e urn mecanisme de cura espontanea que corresponde atentativa biol6giea de reparar urn tecido" (TOLEDO, 2003, p. 24).

A cieatrizagao e uma combina9l1ode processos simultaneos e e classifieada

em primeira, segunda e terceira intengao, onde a de primeira inteng80 acontece nos

ferimentos fechados com aproxima9l1o das bordas da ferida e com rapida

reepitelizagao devido a deposigao de matnz. A de segunda intengao ocorre quando

as bordas da fenda nao sao apostas e 0 ferimento e deixado aberto para formar 0

tecido de granulagao, preenchendo a ferida, que se contrai e reepiteliza. A

cieatrizagao de terceira inten9l1o, tamb6m chamada de primaria tardia, ocorre

quando uma fenda aberta e fechada secundariamente, alguns dias ap6s a lesao

(ADZISC, 1999).

o processo de cieatrizag80 pode ser descnto didatieamente em tres fases -

inflamagao, prolifera9l1o e remodelagao, ou de forma mais completa considerando

cinco fases descntas a seguir, conforme Mandelbaum (2003):

.~ Coagulagao: esta fase depende da atividade plaquet8na e do deseneadeamento

da caseata de coagulagao. Os mecanismos de coagula9l1o ativam a protrombina

em trombina, que converte 0 fibrinogenio em fibrina, que e polimerizada em urn

coagulo est8vel e, quando exposto ao ar, forma uma crosta cobrindo

provisoriamente 0 teeido. "A fibrina e a fibronectina existentes no coagulo

fornecem a matriz temporana para migra9l1o celular inieial para a ferida."

(ADZISC, 1999, p.195) .

•:. Inflamagao: esla fase depende de:

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l> Mediadores quimicos, como a fibronectina, que adere simultaneamente a

fibrina ao colageno e a outros tipos de celulas que, alam de formar a base

para a matriz extracelular, promove a psonizagao e fagocitose de corpos

estranhos e bactenas;

l> Calulas inflamatorias, como: - os leuc6citos polimorfonucleares, responsaveis

pela fagocitose das bacterias que permanecem de tres a cinco dias da lesao;

- os macrofagos, que permanecem do terceiro ao decimo dia e sao

respons8veis tambem pela fagocitose de bacterias, desbridamento de corpos

estranhos e direcionamento do desenvolvimento do tecido de granulayilo; - os

linfocitos, que estao presentes na ferida apos uma semana com importante

influencia sobre os macrofagos.

•:. Proliferagao ou fase de fibroplasia: a dividida em tres subfases:

l> A fase de reepitelizayilo e quando ocorre a migrayilo de queratin6citos nao

danificados das bordas da ferida e dos anexos epiteliais nas lesoes de

espessura parcial e das margens nas lesOss de espessura plena para 0 leito

da ferida. As feridas superficiais abertas e ressecadas reepitelizam mais

lentamente que as ocluidas.

l> A segunda subfase inclui a fibroplasia e formayilo da matriz, importante na

formayilo de tecido de granulagao que depende do fibroblasto. 0 fibroblasto

produz colageno, elastina, fibronectina, glicosaminoglicano e proteases,

responsaveis pelo desbridamento e remodelamento fisiologico.

l> A ultima subfase da proliferagao e a formagao de vasos sanguineos novos

atravas do crescimento e da migrayilo dirigidos das calulas endoteliais

(angiogenese) para a area lesada, essencial para 0 suprimento de oxigenio e

nutrientes para a cicatrizayilo.

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.:. Contrayiio da ferida ou maturayiio: compreende 0 movimento centripeto das

bordas da ferida nas lesoes de espessura plena. Ocorre uma modificac;ao na

composiC;aoda cicatriz com uma diminuiyiio gradativa da quantidade de celulas,

predominando um tecido composto por colageno. Mesmo quando h8 enxertos, as

lesiies de espessura plena contraem-se, reduzindo em 20% seu tamanho. "Em

cicatrizes por segunda intenc;ao a contrac;ao pode reduzir 62% da area de

superficie do defeito cutaneO." (MANDELBAUM, 2003, p.395).

•:. Remodelayiio: ocorre no colageno e na matriz; e lenta, responsavel pelo

aumento da forc;a de tensao e pela diminuiyiio do tamanho da cicatriz e do

eritema. "Reabsorc;iies dos colagenos, melhora nos componentes das fibras

colagenas, reabsoryiio de agua sao eventos que permitem uma correyiio que

aumenta a forc;a da cicatriz e diminui sua espessura: (MANDELBAUM, 2003,

p.395). A cicatrizac;ao normal atinge apenas 80% da forc;a de tensao da pele

integra; nao e volumosa e e plana. Ha 0 equilibrio entre a sintese de colageno e

sua degradayiio (ADZISC, 1999).

2.3 ASPECTOS CLiNICOS DA CICATRIZAc;:AO

"0 aspecto da cicatriz resultante, com 0 passar do tempo, reflete as

variac;iies histol6gicas durante 0 processo de cicatrizac;ao." (MODOLIN & SOUZA,

2000, p.91).

Alguns fatores podem alterar 0 processo cicatricial, como: a localizayiio da

lesao, que quando situada nas linhas de forc;a da pele, diminui sua trayiio e

mobilizayiio, evitando assim 0 alargamento da cicatriz e alinhamento do colageno; 0

tamanho da lesao, quanto maior, mais lenta a cicatrizac;ao, sendo necessario

enxerto de pele em areas grandes para apressar 0 processo de cicalrizayiio; a

infecyiio, que promove um aumento da lesao pela destruic;aoda cicatriz. Por ser 0

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colageno constituido essencialmente p~r aminoacidos, a desnutri9ilo proteica tem

grande influeneia no processo cicatricial, retardando a contra9ilo das feridas abertas,

elevando a incidencia de infec9ilo e deiscencia de suturas. A oxigena9ilo ideal da

area lesada aumenta a sintese de colageno e a tensao da eicatriz, acelerando 0

processo cicatricial atraves da aplica9ilo de oxigenio hiperbarico (duas atmosferas).

Individuos com diabetes nao controlada apresentam uma cicatriza9ilo deficiente e

possuem, em media, 10% de risco de adquirir uma infeC9aocinirgica. Ha estudos

demonstrando que a deficiencia de Zinco pode retardar a cicatriza9ilo e diminuir a

tensao da cicatriz e da epiteliza9ilo. 0 uso de cortic6ides promove a inibi9ilo do

processo de fibroplasia e diminui9ilo da sintese de colageno, retardando a

cicatriza9ilo normal. Drogas imunossupressoras e quimioterapicas tambem

comprometem a cicatrizayao das feridas. Antiadesivos plaquetarios e

antiinflamat6rios podem comprometer os processos de repara9ilo, resultando numa

cicatriz patol6gica, apesar de todos os cuidados. A idade influencia na formayao de

cicatriz, apesar de nao se conhecer 0 mecanisme exato: crianyas apresentam

cicatrizayao mais rapida que os adultos. As cicatrizes hipertr6ficas sao mais

comumente observadas em adolescentes; ja em individuos idosos, sua formayao e

rara. A nicotina tambem retarda a cicatriz8c;8.0 par comprometer 0 capilar

neoformado devido as alterayoes tr6ficas do teeido de granula9ilo e altera9ilo da

contra9ilo. A compressao mecenica sobre a cicatriz reduz 0 edema e favorece a

deposi9ilo e 0 alinhamento da fibra colagena (MODOLIN & SOUZA, 2000).

Adzisc (1999) define a cicatriz "do ponto de vista morfol6gico como a

ausencia de organiza9ao tecidual em compara9ilo com a arquitetura do teeido

normal circundante" (p.196). Depois de estabelecida, a cicatriz pode evoluir para

atrofia, hipertrofia, retrayaO, calcifica9ilo, altera90es do pigmento e degenera9ilo

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maligna (TOLEDO, 2003), resultantes da cicatrizagao anormal excessiva como a

cicatriz hipertr6fica e formagao de quel6ide, ou da neoformagao tecidual inadequada

(FIGUEIREDO, 2002). Apesar de nao se diferenciar histologicamente, cicatnz

hipertr6fica e quel6ide apresentam-se clinicamente diferentes. A cicatriz hipertr6fica

e espessa, tensa, vermelha, dolorosa, nao ultrapassa 0 limite da lesao inicial,

aparecendo ap6s 6 a 8 semanas do fechamento da lesao e com 0 tempo, tende a

regredir. A queloideana possui uma forma tumoral, as vezes pediculada; e dolorosa,

vermelha, pruriginosa e com tendencia a recidiva (TOLEDO, 2003).

2.4 ASPECTOS CLiNICOS DA QUEIMADURA

2.4.1 Etiologia e ClassificaQ80

Segundo Busnardo e Scaravelli (2004), "a ocorrencia de uma queimadura

depende de uma fonte de energia e do tempo de contato da superficie lesada com

essa fonte" (p.184). Sendoassim, a profundidade da queimadura depende da

quantidade de energia liberada pelo agente gerador da queimadura e da duragao do

contato com 0 agente. Os agentes etiol6gicos sao divididos em tres categorias:

termicas, radiagao ou quimicas (FIGUEIREDO, 2002).

As queimaduras podem ser classificadas de acordo com a profundidade e

extensao da area de superficie corporal lesada - ASC (FIGUEIREDO, 2002 e

BUSNARDO e SCARAVELLI, 2004).

A determinagao da profundidade considera a hist6ria da lesao, agente

causal, temperatura do agente etiol6gico, duragao do contato com 0 agente e

espessura da pele comprometida. As queimaduras superficiais de espessura parcial

lesam ou destroem a epiderme, com lesao parcial ou nao da derme; a pele lesada

pode ser dolorosa, hiperemiada, seca ou pode formar bolhas. Nas lesi5es de

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espessura parcial profunda, M destruiyao da epiderme e lesao das porgiies

profundas da derme, com preservayao dos foliculos pilosos; a pele lesada pode

tambem ser dolorosa, com hiperemia e com exsudayao de liquido. Nas queimaduras

de espessura plena ocorre a destruiyao total da derme e seus anexos e, em alguns

casos, M lesao do tecido subjacente - musculos, lendees, ossos, vasos e nervos. °aspecto deste tipo de queimadura varia muito: branco, avermelhado, acastanhado

ou negro, parece couracea e e indolor (FIGUEIREDO, 2002).

Na avaliayao clinica inicial, a determinayao da profundidade da queimadura

e dificultada por fatores como hipovolemia, edema, hipotermia e infecyao local,

sendo necessaria a reavalia9ao apas 48172 horas da lesao (TOLEDO, 2003;

BUSNARDO e SCARAVELLI, 2004; DEOS, ARNT e PINTO, 2004).

As queimaduras de espessura parcial profunda e de espessura plena

apresentam maior probabilidade para formayao de cicatriz hipertr6fica espessa e

contraturas devido ao periodo de imobilizayao prolongada, necessaria para a cura

(REEVES, 2005).

A extensao da area de superficie corporal queimada pode ser estimada

atraves da Regra dos Noveou Metodo de Wallace, que determina percentuais

multiplos de nove para as principais superficies corporais, aplicada somente a

adultos; e atraves da Tabela de Lund e Browder, metodo mais exato, que determina

um percentual de area de superficie corporal para segmentos corporais mais

especificos, com calculos ajustados para diferentes faixas etarias (RIVERS e

JORDAN, 2000; FIGUEIREDO, 2002; OLIVEIRA, 2003; DEOS, ARNT e PINTO,

2004; REEVES, 2005). Segundo Deos, Amt e Pinto (2004), outro metodo pratico e a

utiliza9aO da regiao palmar do paciente para mensurar queimaduras espalhadas

pelo corpo, representando 1% de sua superficie corporal. Ainda segundo Deos, Amt

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e Pinto (2004), a admissao em uma unidade de tratamento intensivo para

queimaduras leva em consider<lgaoos seguintes criterios:

<\. A idade do paciente (menOrde cinco anos e maior de sessenta anos);

<\. Extensilo e profundidade (espessura parcial em mais de 10% da ASC ou

espessura plena independEilnteda extensao);

.:. Localizay80 (espessura p"rcial na face, milos, pes, genitalia, perlneo ou zonas

flexoras de grandes articulayces, e lesces de espessura plena ou de espessura

parcial profunda circunferenciais nos membros, tronco ou pescoyo).

•:. Agente etiologico;

.) DistUrbiospreexistentes etraumas associados.

2.4.2 Fisiopatologia

"A queimadura constitu! uma das malores agress5es que 0 organismo pode

suportar: 0 desequiHbrio hidroeletrolitico decorrente do trauma termico €I

tAo intenso que culmina no quadro agudo de choque hipovolemico [... ]

agravado pela perda contfnua de agua atraves da superficie corporal

queimada. A intensidade da parda h(drica re\aciona-se diretamente com a

profundidade da lesao e com a temperatura ambiente," (OLIVEIRA, 2003,

p104).

As queimaduras com menos de 25% da Area de Superficie Corporal Total -

TASC provocam uma resposta local, enquanto que as queimaduras com TASC

maior de 25% produzem uma resposta local e uma sistemica, gerando alterayCies

fisiopatologicas como hipoperfusilo tecidual e hipofungao organica secundarias ao

debito cardiaco diminuido,seguidas por uma fase hiperdinamica e hipermetabolica.

A instabilidade hemodinamica e 0 evento sistemico inicial de uma queimadura

importante, envolvendo mecanismos cardiovasculares, hidroeletroliticos, volume

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sanguineo e outros mecanismos, como os pulmonares. Nas queimaduras com TASC

menor de 25% ocorre perda .da integridade capilar e deslocamento de liquidos

apenas na area da lesao. Nas mais graves, ocorre urn edema sistemico macigo,

provocando reduyao da pres~ao nos vasos sanguineos e nervos nos membras

distais, isquemia decorrente da obstruyao do fluxo sanguineo e, consequentemente

Sindrome Compartimental (FIGUEIREDO, 2000).

o aumento da pem)eabilidade capilar e 0 edema sao os principais

resultados das altera¢es fisiopatol6gicas. Imediatamente ap6s a queimadura, 0

fluxo sanguineo Eo interrompido, acarretando na exposi9ao do colageno e liberagao

de histamina pelos mast6citos, 0 que aumenta a permeabilidade capilar causando

rapido extravasamento de plasma para 0 tecido intersticial, provocando 0 edema e

hipovolemia. Este aumento da.permeabilidade capilar dura em media dezoito a vinte

e quatra horas ap6s a lesao, com pico maximo ap6s oito horas, regredindo

progressivamente (TOLEDO, 2003).

A lesao inalat6ria e uma das complica¢es comuns das lesoes tarmicas,

aumentando significativamente a mortalidade das vitimas de queimaduras. Mais da

metade dos pacientes nao demonstra, inicialmente, sinais e sintomas pulmonares,

sendo necessaria observayao destes pacientes por vinte e quatro horas, no minimo.

Outras respostas sistemicas incluem lun~o renal alterada, hemoglobina livre na

urina, alterayao das delesas imunol6gicas, incapacidade de regulayao da

temperatura corporal e complica¢es gastrointestinais como ileo paralitico e lilcera

de Curling (FIGUEIREDO, 2000).

2.4.3 Cuidados Medicos Iniciais

A reposi9Bo hidroeletrolitica deve ser imediatamente instituida por via

intravenosa em todos os pacientes com queimaduras acima de 15% da TASC. A

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estimativa das necessidades, hidricas do paciente com queimadura e

atraves de formulas que se baseiam na porcentagem da

queimada e no peso do p$ciente (PRUITT, GOODWIN e PRUITT, 1999). A

velocidade da administrayeO do liquido e determinada por monitorayao do pulso,

presseo venosa central, hema~ocritose debito urinario (REEVES, 2005).

Nas queimaduras de, espessura total e circunferencial das extremidades,

pescoyo ou torax pode ser, necessaria uma escarotomia para aliviar 0 efeito

constritor do tecido queimado, e em ferimentos mais profundos, uma fasciotomia

pode ser necessaria para liberayao adequada da presseo (DEOS, ARNT e PINTO,

2004; REEVES, 2005).

Quando presentes lesoes inalatorias, sao utilizados exames de

broncoscopia, de oxigenayao do sangue arterial e radiografia de lorax para

confirmayao do diagnostico., Intubayao naso ou endotraqueal, apoio ventilatorio e

terapia respiratoria, podem ser necessarios (BUSNARDO e SCARAVELLI, 2004).

A dor, durante a recuperayao da lesao por queimadura, pode ser

minimizada pelo uso de analgesicos ou anestesicos, mas e intensa e de longa

durayao na fase aguda iniciel da queimadura. No decorrer do tratamento, esta dor

primaria pode reduzir, mas os procedimentos diarios necessarios para limpeza,

curativos, desbridamento e exercicios causam dor intensa, alem do desconforlo

provocado pela cicatrizayaotecidual - prurido, formigamento, contraturas articulares

e da pele, que podem aumentar a intensidade e a durayao da dor. Nas lesoes de

espessura parcial, a dor e resultado da exposiyao das terminay5es nervosas. Nas

queimaduras de espessura plena, apesar de ocorrer destruiyao das terminay5es

nervosas, as bordas da les?o apresentam-se hipersensiveis a dor que pode irradiar

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para areas proximas a lesao. I;m lesoes mais graves pode ocorrer uma combinagao

de les5es parciais e plenas, agravando a dar (FIGUEIREDO, 2002).

2.4.4 Tratamento Local da Queimadura

Ap6s a ressuscitagiio hfdrica e eslabilizagao hemodinamica e respiratoria do

paciente os cuidados sao direcionados para a area lesada (PRUITT, GOODWIN e

PRUITT, 1999). No tratamento local da queimadura, sao utilizados diferentes

metodos e tecnicas, considerando a etiologia, fase evolutiva, extensao,

profundidade, localizagiio e complicag1ies, tendo como objetivos a atenuagiio e

limilagiio dos efeitos locais. e sistemicos, controle da infecgao, aceleragao da

eliminagiio dos tecidos desvitalizados e rapido restabelecimento da integridade da

pele. Devido a lesao da pele e lesao tecidual, he probabilidade de ocorrencia de

infecgao pela contaminagiio da ferida por microorganismos existentes no tecido nao

queimado ou no ambiente, tornando a sepse, a complicagiio principal no estagio

inicial p6s-queimadura (BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEYe CONOLLY, 2002). Com

base na fase evolutiva, e utilizado como tratamento local imediato, 0 metodo de

oclusao - curativ~s oclusivos, compressao e repouso ou metodo da exposigiio, e 0

tratamento local tardio depende da profundidade da lesao.

Nas queimaduras de espessura parcial superficial e utilizado 0 mesmo

metodo escolhido de tratamento local imediato. Nas les5es de espessura parcial

profunda, 0 tratamento tem como objetivo acelerar a cura e prevenir seqOelas

atraves de excisao - desbridamento cirurgico precoce da pele queimada e enxertia.

Nas les5es de espessura plena faz-se necessaria a escarectomia para

posteriormente, apos surgimento do tecido de granulagao, realizar a enxertia de

pele. 0 desbridamento cirurgioo e um procedimento que envolve a excisao primaria

"da espessura total da pele, ate a fascia (excisao tangencial), ou raspando as

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camadas de pele queimadas gradualmente [...] ate 0 tecido viavel, com sangramento

faci!." (FIGUEIREDO, 2002, p. 1450). A balneoterapia ou hidroterapia tambem e uma

das condutas utilizadas no tratamento de queimaduras, sendo fundamental no

controle da infecyilo da ferida; sao procedimentos diarios incluindo remoyiio do

curativ~, limpeza, degermayiio da area lesada e desbridamento realizados ap6s

analgesia (MELEGA, ZANINI e PSILLAKIS, 1992 ap. OLIVEIRA, 2003).

A retirada de um segmento de pele de uma determinada regiao do corpo -

area doadora, e transferencia deste para outra regiao - area receptora, e

denominada enxerto de pele ou transplante livre de pele. Estes enxertos sao

classificados com base na origem, tamanho, espessura, forma e composi9ao. Com

relayiio a origem, os enxertos classificam-se em auto-enxerto, aloenxertos ou

heteroenxertos (transplantesentre individuos da mesma especie), e xenoenxertos

(transplantes entre individuos de especies diferentes). Quanto ao tamanho e forma

os enxertos podem ser de grande ex1ensao (Iaminares), media ex1ensao (selos ou

estampilhas) e pequena ex1ensao (pequenos selos), ou ainda, enxertos

descontinuos. Quanto a eSPassurae composi980, tem-se 0 enxerto de pele parcial -

delgados e intermediarios, e de pele tota!. Os delgados apresentam espessura de

0,2 a 0,3 mm e em sua composiyiio apresentam epiderme e uma espessura minima

da derme. Os intermediarios tem espessura variavel e espessura regular da derma.

Os enxertos de pele total apresentam em sua composiyiio grande quantidade da

derme ou sua totalidade (O~IVEIRA, 2003).

A seleyiio da area doadora depende do local anatomico a sar enxertado e

do tipo de enxerto a ser colhido, considerando as possiveis conseqOencias esteticas

e funcionais. Para cicatrizayiio dos enxertos, a area receptora dave apresentar boa

vascularizB9ao, sem infec<;:aoe ter contata adequado entre 0 enxerto e a area

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receptora. Geralmente a area enxertada permanece imobilizada nos primeiros cinco

dias apas enxertia (MACKAY, 1999).

A reinervayao da area queimada depende da presen9S de filetes nervosos

remanescentes. "0 retorno da sensibilidade tatil, termica e dolorosa relaciona-se

com a espessura e densidade do tecido fibroso do leito receptor e, com a propria

espessura do enxerto utilizado" (OLIVEIRA, 2003, p.106). A recuperayao sensitiva

tem inicio duas semanas apos a enxertia aproximadamente, completando-se apos

doze meses.

o retalho e um tecido com seu suprimento vascular integro, que e

transferido de um local para outro. Utilizado na presen9S de maior necessidade

funcional ou estetica, ou quando a vascularizayao da ferida e inadequada para um

enxerto cutaneo. Os retalhos sao classificados por seu metodo de movimento (local

ou distante), suprimento sanguineo e sua composiyao (MACKAY, 1999).

2.4.5 Tratamento da Mao Queimada

"0 prognostico funcional de uma milo queimada esta em relayao direta com

a durayilo da cicatrizayao." (JOUGLARD, 1986, p. 46). A maioria das queimaduras

de milo envolve a face dor&al (MILES e GRIGSBY, 1990) e estilo frequentemente

associadas com as do rosto - "Sindrome face-mao de Me Indoe" (LOOSLI, 1986).

o cuidado imediato da milo queimada deve evoluir para a reabilitayilo

precoce, garantindo assim, a recuperayao funcional. 0 manejo da fase aguda da

milo queimada consiste no controle da dar, na cicatrizayao do ferimento,

manutenyao da amplitude de movimento e na prevenyao da infecyao (CAILLlET,

2004).

Nas queimaduras de espessura parcial e profunda, 0 tratamento pode ser

por exposiyao, mantendo posiyao funcional e iniciando movimentayao precoce. Nas

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de espessura plena, 0 tratamento e oelusivo, mantendo posi9l\o funcional e eleva9l\o

da mao. As queimaduras dorsais de espessura parcial profunda e espessura plena

necessitam de excisao precoce do lecido queimado e enxertia, prevenindo a

cicalriza9l\o espontanea de ma qualidade funcional e asiatica. Nas queimaduras da

palma de espessura parcial profunda e de espessura plena, 0 tratamenlo consiste

na cobertura das areas lesadas com enxertos espessos, sem excisao precoce do

tecido queimado e infcio precoce da reabilite9ao da mao. (MELEGA, ZANINI e

PSILLAKIS, 1992 ap. OLIVEIRA, 2003).

Os enxertos utilizados na mllo sao 0 de pele parcial e lotal. Este ullimo eulilizado na perda de substiincia da palma da mao e dedos, e nas lesoes dorsais

quando nao muilo extensas. 0 de pele parcial a utilizado em lesoes dorsais

extensas, sendo posterlormente subslituido por retalhos, areas raceploras que nao

apresenlam condi¢es de receber 0 de pele total, e nas grandes perdas cuteneas,

principalmente quando ha necessidade de pele para deslizamento tendinoso. Os

relalhos sao utilizados principalmente na area flexora da mao, devido sua

flexibilidade e resistEmcia,e por permitir 0 deslizamento dos lendoes (CARNEIRO,

2000). Os de pele parcial apresentam maior retra9l\o primaria (quantidade de

contra9l\o do enxerto imediatamente apes sua coleta, relacionada com a retra9l\o

das fibras elasticas da derme) quando comparadas aos de espessura total. Ja os de

espessura parcial, sofrem maior retra9l\o secundaria (quantidade de enxerto que se

contrai apos a cicatriza9l\o na area receptora e tem rela9l\o com a cicatriza9l\o da

ferida e a espessura dermica do enxerto) do que os de espessura total. Os enxertos

de pele parcial lam menor durabilidade, maior probsbilidade de sobrevida e podem

desenvolver pigmenta9l\o anorma!. Os enxertos de pele total mantem sua

pigmentayao normal (MACKAY, 1999).

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2.5 CONSIDERACOES ANATOMO - FUNCIONAIS DO MEMBRO

SUPERIOR

A manipula980 de objetos pelos dedos e polegares depende da

estabiliza9ao e movimentos do bra9Q. As varias combina<;6es de movimentos do

ombro e cotovelo permitem posicionar a mao em multiplos pontos no espa9Q

(GREENE e ROBERTS, 2009). Esta interdependencia funcional exige 0 estudo e 0

conhecimento dos aspectos anatomo-funcionais do membro superior como urn todo

para que a reabilitac;iio da mao seja eficaz.

2.5.1 Complexo do Ombro

o ombro e composto por urn complexo de vinte musculos, tres articula<;6es

6sseas - esternoclavicular, acromioclavicular e glenoumeral, e tres superficies

articulares de tecidos moles (chamadas de articula<;6esfuncionais, por funcionarem

biomecanicamente como articuiac;iio, sem apresentar caracteristicas anat6micas

proprias de articula9ao) - escapulotoracica, supraumeral ou subacromial e sulco

bicipital. As partes 6ssea$ que tern participa9ao nos movimentos dos membros

superiores em rela9ao ao tronco sao: esterno, costalas, clavicula, escapula e umero.

A fixac;iio do membro superior no tronco de-se atraves da articulagao

esternoclavicular, assim, a mobilidade depende da estabilidade estrutural fornecida

pelos musculos e Iigamentos (NICOLETTI, 1996).

Articula<;6es do Ombro

Segundo Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997), os ossos do complexo do ombro

unem-se atraves de tres articula90es. A clavicula articula-se com 0 manubrio do

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estemo na articulayiio esternoclavicular, a clavicula e a escapula

articula~ao acromioclavicular e 0 umero articula-se com a escapula na articulayiio

glenoumeral. A escapula desliza sobre 0 tronco durante os movimentos do membro

superior - articulac;:aoescapulotoracica. Na flexao e abdu~ao, a cabec;:ado umero

desliza sob 0 acr6mio (articulagao supraumeral) e 0 tendao da cab~a longa do

biceps desliza no sulco bicipital.

A articulayiio escapulotoracica fornece uma base movel para 0 umero,

permitindo a elevayiio do brago acima de 90·, fornecendo estabilidade glenoumeral

para atividades realizadas acima da cabec;:a,amortecendo forc;:asaplicadas no brac;:o

estendido e permitindo a elevayiio do corpo na marcha com muletas e nas

transferencias.

A estemoclavicular e a unica articulayiio que conecta 0 membro superior

diretamente com 0 tronco; classificada como selar, possui tres graus de liberdade e

fixa¢es ligamentares fortes que suportam 0 peso dos membros superiores,

limitando os movimentos claviculares e prevenindo a luxayiio da articulayiio.

A acromioclavicular e uma articula~ao sinovial de face plana que liga a

escapula e a clavicula em (Tlovimentossemelhantes e, ao mesmo tempo, permite

movimentos individuais dos ossos. Esta articulayiio possui tres graus de liberdade e

tres eixos com movimentos escapulares de eleva~ao, abdu~ao e rotageo.

"A soma das amplitudes de movimento nas articula¢es esternoclavicular e

acromioclavicular e igual a amplitude de movimento da escapula." (SMITH, WEISS e

LEHMKUHL, 1997, p. 267).

A glenoumeral e a principal articula~ao do ombro com amplos graus de

liberdade apesar da instabilidade assea. A estabilidade desta articula~ao e mantida

p~r estabilizadores estaticos, compostos por forc;:asde adesao/coesiio, presseo

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negativa, superficie e capsula articular, labio glenoidal, ligamentos e proprioceptores,

e estabilizadores dinamicos, representados pelo musculo elevador do ombro,

musculos e tend6es do manguito rotador e um grupo muscular periferico - peitoral

maior, coracobraquial, biceps braquial, grande dorsal e grande redondo (TERRERI

et ai, 1999).

A articulagAo subacromial e uma articulagAo funcional formada pelo arco

coracoacromial, bolsa subdelt6idea e os tend6es do manguito rotador, necessitando

da agAo dos sistemas estabilizadores da articulageo glenoumeral e dos museulos

escapulotoracicos para sua es)abilizagAo. (NICOLLETTI, 1996)

o sulco bicipital tambSm e um mecanismo articular que permite 0

deslizamento do tendeo da cabe9a longa do biceps.

Musculos e Inerva~ao do Ombro

A movimentagAo, estabilizagAo e protegAo do ombro dependem

fundamentalmente da agAo dos musculos do complexo do ombro, que podem ser

agrupados didaticamente, com suas respeclivas ag6es anat6micas e inervagAo,

segundo Hislop, Montgomery (1996) e Dangelo e Faltini (1991), em:

+:. Muscu!os que conectam a cintura escapular com 0 tronco, pescoyo e cranic:

l> Serrati! Anterior: tem como funyOes abdugeo escapular e rotayeo para cima

da escapula. Inervadopelo nervo toracico longo (C5 - C7l;

l> Trapezio: suas fibras superiores tem agAo na elevagAo, rotayeo para cima,

extenseo, flexao lateral e rotagAo contralateral do pescoyo; as fibras medias

atuam na rolageo para cima e adugAo da escapula; as fibras inferiores atuam

na depresseo e adu9ao escapulares. Inervado pelo nervo acess6rio XI;

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'Y Romb6ides Maior e Menor: tem ayao na rolayao para baixo, aduyao e

elevayao escapular. Inervado pelo nervo escapular dorsal C5;

'Y Peitoral Menor: atua na protra9ao da escapula e elevayao das costelas.

Inervado pelos nervos peitorais medial e lateral (C8 - T1);

'Y Elevador da escapula ou Levanlador da escapula: tem ayao anatomica na

elevayao, aduyao, rola9ao da escapula, rotayao ipsilateral cervical e extensao

cervical. Inervado pelo nervo escapular dorsal e pelos nervos espinhais (C3 -

C4) .

•;. Musculos que conectam a escapula e 0 umero:

'Y Delt6ide: atua na abduyao do ombro - articulayao glenoumeral

(principalmenle as fibras medias acromiais, enquanto as fibras anteriores e

posteriores neste movimento estabilizam a membro na posiyao de balanyo),

flexao e rola9ao interna do ombro e extensao e rolayao externa do ombro

(fibras posteriores). Inervado pelo nervo axilar (C5 - C6);

'Y Supra-Espinhoso: atua na abduyao da articula9ao glenoumeral e rotayao

externa. Inervado palo nervo supra-escapular (C5 - C6);

'Y Infra-Espinhoso: alua na eslabilizayao do ombro, deprimindo a cabeya umeral

da fossa glen6idea e na rola9ao externa do ombro. Inervado pelo nervo

supra-escapular (C5 - C6);

'Y Pequeno Redondo: atua na estabiliza9ao do ombro mantendo a cabeya

umeral da fossa glen6idea, rota9ilo externa do ombro e uma pequena

atuayao na aduyao do ombro. Inervado pelo nervo axilar (C5 - C6);

'Y Subescapular: atua na rota9ao interna do ombro. Dependendo da posiyao

pode fletir, estender, aduzir ou abduzir a glenoumeral. Inervado pelos nervos

subescapulares (C5 - C6);

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» Grande Redondo: atua na rotayao interna, aduyao e extensao da articulayao

glenoumeral. Inervado pelo nervo subescapular inferior (C5 - C6);

» Coracobraquial: atua na flexao e abduyao horizontal da articulayao

glenoumeral. Inervado pelo nervo musculocutaneo (C6 - C7);

» Biceps e Triceps: apesar de nao se flxarem na poryao distal do umero as

cabeyas do biceps e a cabeya longa do triceps cruzam a articulay80 do

ombro, atuando sobre ela. 0 biceps e flexor e abdutor da articulayao

glenoumeral e inervado pelo nervo musculocutaneo (C5 - C6). Triceps eextensor e adutor da "rticulayao glenoumeral inervado pelo nervo radial (C7 -

C8).

•:. Musculos que conectam 0 trance e 0 umero:

» Grande Dorsal: atua na rotayao interna, extensao e aduyao da articulay80

glenoumeral, depressao escapular e elevayao da pelve. Inervado pelo nervo

toracodorsal C6 - C8 (ramos ventrais);

» Peitoral Maior: tern ayao anat6mica na aduyao e rotayao interna da

articulay80 glenoumeral, na elevayao do tOrax durante a inspirayao foryada.

Suas fibras claviculares atuam na rotayao interna, flexao e adUy80 horizontal

do ombro e sao inervadas pelo nervo peitoral lateral C5 - C7. Suas flbras

esternocostais atuam na aduyao horizontal e extensao do ombro, tracionando

o tronco para cima e para diante ao subir. Sao inervadas pelos nervos

peitorais medial e lateral C8 - T1.

2.5.2 Complexo do Cotovelo e Antebrago

o cotovelo e uma articula9ao estruturalmente congruente e estavel com tres

articulayoes numa unica capsula articular: as articulay5es umeroulnar e umeroradial

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que permitem a flexao e extenslio, e a radioulnar proximal, que permite a pronayao e

supinayao do antebrago. Antllrionmente e posteriormente a capsula articular efrouxa, permitindo os movimentos de dobradi98; mas, lateral e medialmente erefo'98da pelos ligamentos colaterais radial e ulnar. As principais fun¢es do

cotovelo conforme Terreri et al. (1999), incluem: permitir 0 posicionamento no

espa~o sendo 0 elo entre 0 ombro e a mao, fornecer suporte para atividades de

sobrecarga e estabilizar 0 membro superior em atividades que exijam movimentos

finos.

Articula~ijes

A articuiayao entre 0 umero e a ulna, que forma a poryao medial do

complexo do cotovelo, e uma dobradi98 (tipo ginglimo) ulnotroclear, permitindo

movimentos de flexao e exten$ao em um plano sobre 0 eixo latero-Iateral. Na poryao

lateral do cotovelo, 0 radio articula-se com 0 umero, formando a articulayao

umeroradial. A face superior concava da cabe98 do radio desliza sobre 0 capitulo do

umero durante a flexao e extensao, e na pronayao e supina~ao, esta gira como pivo

contra 0 capitulo. 0 radio conecta-se com a ulna atraves da membrana interossea

(DANGELO e FATTINI, 1991),

A articula~iio radioulnar compreende a articulayao radioulnar proximal e

radioulnar distal, ambas consideradas uniaxiais (um grau de liberdade), permitindo a

pronayao e supina~iio do antebrago.

A articulayao radioulnar proximal e descrita como uma articulayao trocOide.

A cabe98 do radio articula-se com a chanfradura (incisura) radial da ulna que e

circundada pelo ligamento anular fibroso. A borda inferior do ligamento anular epresa frouxamente ao colo do radio, permitindo a rotay1ioda cabe98 do radio dentro

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do anel osteofibroso, A capsula articular da articulac;ao do cotovelo e 0 ligamento

colateral radial fixam-se no ligamento anular. A articulac;ao radioulnar distal e uma

articulayao provida da capsula articular (DANGELO e FATTINI, 1991), A borda ulnar

do radio distal e mantida unida a ulna pelo disco articular. A superficie articular do

radio (chanfradura ulnar), por sua concavidade, permite a rotac;aodo rildio em torno

da cabeya da ulna, permanecendo pr6xima a ela (GREENE e ROBERTS, 2000),

A estabilidade articular do cotovelo e mantida por componentes estaticos

(ligamentos, capsula articular, configurac;ao6ssea) e dinamicos (segmento musculo-

tendinoso) com participayao dos proprioceptores, modulando tais componentes, A

amplitude de movimento funcional necessaria para a realizac;ao das atividades da

vida diaria e de 30· a 120· na flexo-extensao, 50· na pronac;aoe 50· na supinac;ao

(TERRERI et at 1999),

Musculos e Inervacao

Os musculos do cotovelo e antebraco, com suas respectivas ay6es

anatomicas e inervac;ao, segundo Hislop, Montgomery (1996) e Dangelo e Fallini

(1991), dividem-se em:

.:. Flexores do cotovelo: seus principais flexores sao 0 braquial, biceps braquial e 0

braquiorradial. 0 pronador redondo e os extensores radiais longo e curto do

carpo possuem pouca alavancagem e sao de menor tamanho,

~ Braquial: tem como fun¢es: flexao do cotovelo, Inervado pelo nervo

musculocutaneo (C5 ~ C6);

~ Biceps Braquial: tem como funyoes: flexao do ombro, flexao do cotovelo e

supinac;aoda articulaQaorildioulnar. Inarvado pelo nervo musculocutaneo (C5

-C6);

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" Braquiorradial: atua na flexao do cotovelo. Inervado pelo nervo radial (C5 -

C6l;

" Pronador Redondo: tem agao na pronagao radioulnar e flexao do cotovelo.

Inervado pelo nervo mediano (C6 - C7);

-:. Extensores do cotovelo: 0 principal extensor do cotovelo e 0 triceps braquial. 0

ancOneoexerce agao auxiliar na forga total de extensao do cotovelo.

" Triceps Braquiai: tem como fungOes: extensao do cotovelo e extensao do

ombro. Inervado palo nervo radial (C7 - C8);

" AncOneo: auxilia na extensao do cotovelo. Inervado pelo nervo radial (C7 -

C8);

.:. Supinadores: participam da supinagao do antebrago: 0 biceps braquial (citado

acima), supinador, abdutor longo do polegar, extensor curto do polegar e

extensor pr6prio do indicador, sendo os dois primeiros os principais supinadores.

" Supinador: Atua na supinagao do antebrago. Inervado pelo nervo radial (C5 -

C6);

.:. Pronadores: participamda pronagao do antebrago: 0 pronador redondo (citado

anteriormente), 0 pron"dor quadrado, flexor radial do carpo, palmar longo e

extensor longo do carpo, sendo que os tres ultimos exercem apenas agao

auxiliar.

" Pronador Quadrado: atua na pronagao do antebrayo. Inervado pelo nervo

mediano (C8 - T1);

2.5.3 Punho

Greene e Roberts (2002) descrevem 0 punho como uma articulagao

condil6ide formada por oito ossos carpianos, com uma disposigao semicircular ao

rador do osso central - capitato, pelo radio distal e disco ulnar; possui ligamentos

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que formam um arco - superficie cOncavana base da palma e a superficie convexa,

formando 0 dorso da mao. Os ossos do carpo possuem superficies articulares que

se articulam proximal, distal, medial e lateralmente, com exceyiio do pisiforme, que

possui somente uma superffcie articular. Na fileira proximal do carpo, encontra-se 0

escaf6ide, semilunar, piramidal e 0 pisiforme. A distal e formada pelo trapezio,

trapez6ide, capitato e 0 hamato. 0 osso escaf6ide e 0 trapezio formam 0 assoalho

da tabaqueira anatomica (fovea radialis). Segundo Andrade (2004), 0 punho possui

tres pianos de movimento _ flex1io e extens1io, desvios ulnar e radial, e prono-

supinayiio, possiveis devidp a uma dupla articulayiio formada pela articulay1io

radiocarpiana e mediocarpiana, a morfologia 6ssea carpal e ao complexo ligamentar.

"0 punho controla a relayiio comprimento - tensao nos musculos

extrinsecos multiarticulares da m1io permitindo 0 ajuste da oposiyiio dos dedas."

(ANDRADE, 2005, p.113).

Os ossos da fileira distal do carpo tem menos movimento, devido aos

ligamentos fortes e morfologia 6ssea que nao permitem grande amplitude de

movimento. Ja a articulayiio mediocarpiana possui maior amplitude pela frouxidao

dos ligamentos entre as dUelSfileiras.

Articulac;oes do Punho

A articulayao radiocarpiana e uma articulayiio sinovial tipo condilar e biaxial,

formada pela extremidade distal do radio e pelas superficies articulares dos ossos

escaf6ide e semilunar, que permite parte dos movimentos de punho de flexao,

extensao, desvio radial e ulnar. 0 movimento desta articulayao e

"predominantemente de deslizamento da face convexa da fileira proximal do carpo

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sobre as superficies c6ncavas do radio e da fibrocartilagem triangular numa diregao

oposta da mao." (PARDINI, 2005, p.114).

A articulagao mediocarpiana of) formada pelas fileiras proximal e distal do

carpo, onde 0 escaf6ide articula-se com 0 trapezio, trapezoide e 0 capitato, 0

semilunar com 0 capitato, e 0 piramidal com 0 hamato. E consenso na literatura que

a mediocarpiana tem atuagao maior na extensao, enquanto a radiocarpiana tem

maior participagao na flexao (PARDINI, 2005).

o punho possui ligamentos volares, dorsais, radiais e ulnares que saO

classificados em: extrins8COs,que ligam 0 radio, a ulna e os metacarpianos aos

ossos do carpo; e os ligamentos intrinsecos, que tem origem e inser~ao dentro do

carpo. "As esiruturas ligamentares do punho sao os relinaculos flexores e

extensores que contem os tendoes ..." (SMITH, WEISS e LEHMKUHL, 1997, p.216).

o punho apresenta ainda, 0 que se denomina agao sinergica ou a¢es do

tipo lenodese. A combina~ao de flexao do punho e extensao dos dedos causa uma

tensao passiva no extensor comum dos dedos, promovendo a agao do tipo tenodese

de Hberagao.A extensao do punho alonga 0 flexor profundo dos dedos, promovendo

a flexao passiva dos dedos - agao do lipo lenodese de pegada.

Musculos que atuam sobre 0 punho e 0 cotovelo

.:. Extensor radial longo do carpo: atua na extensao e desvio radial do punho, esinergisla para a flexao (jos dedos atraves da estabilizagao do punho e auxilia na

flexao do colovelo, Inerv'i\do pelo nerv~ radial.

.:. Extensor radial curto do carpo: alua na extensao do punho, e sinergista na flexao

dos dedos e auxilia no d!ilsvio radial do punho. Inervado pelo nervo radial.

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.~ Extensor ulnar do carpo: atua na extensao do punho e no desvio ulnar do punho.

Inervado pelo nervo radial.

<. Flexor radial do carpo: tem a980 na flexao do punho, desvio radial do punho,

auxilia na flexao do cotovelo e prona~o do antebrago, e estende os dedos na

a980 tenodese de liberagao. Inervado pelo nervo mediano.

•~ Palmar longo: tem a980 ~uxiliar na flexao do punho e cotovelo, e tensao da

fascia palmar. Inervado pelo nervo mediano.

•:. Flexor ulnar do carpo: atua na flexao e desvio ulnar do punho, auxiliando na

flexao do cotovelo. Inervado pelo nervo ulnar.

2.5.4 Mao

Para Nicoletti (1996), considera-se mao a regiao carpometacarpiana ate os

dedos. A mao apresenta tres arcos: transverso proximal, transverso distal e 0

longitudinal, possibilitando aadaptagao a diversos formatos de objetos, tornando-a

um orgao pre€msil.0 arco transverso distal tem consideravel mobilidade devido Ii

mobilidade do primeiro metacarpiano. Este arco passa pelas cabegas dos

metacarpianos com 0 apice -nas cabegas do segundo e terceiro metacarpiano, que

sao considerados como pilar central da mao pela rigidez de suas articulagOes,

importantes na estabilizagao da preensao. Os pilares laterais sao formados pelo

primeiro, quarto e quinto metacarpiano que sao moveis. Os ligamentos

intermetacarpianos transversos, os tendaes extensores e musculatura intrinseca da

mao mantem a estabiliza980 deste arco (PARDINI 2005). 0 arco transverso proximal

e considerado mais protetor do que movel, devido aos ossos da fileira distal do

carpo. Sua estabiliza9ao e mantida pelo ligamento transverso do carpo que forma 0

teto do tUnel do carpo (NICOLETTI, 1996; PARDINI 2005). 0 arco longitudinal e

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composto por um grupo de aroos um para cada dedo, tendo como apice as

articulayoes metacarpofalangianas. Sua estabilizayao Eomantida pela musculatura

extrinseca e intrinseca da mac;>."Esta disposiyao em arcos Eoarranjada de tal forma

que a flexao, as pontas d<;>sdedos convergem para um mesmo ponto que

corresponde a tuberosidade do escaf6ide." (PARDINI 2005, p.12).

Articula~oes da Milo

As articula~es carpometacarpianas do segundo ao quinto metacarpianos

sao articula~es sinoviais com capsula articular comum, refon,ada per varios

ligamentos carpometacarpianos dorsais e palmares, metacarpianos dorsais e

palmares e ligamentos metacarpianos inter6sseos que faz com que os ossos

metacarpianos se movimentem, juntamente com os ossos do carpo (DANGELO e

FATTINI, 1991). Apesar dos movimentos, individualmente, de cada um sejam de

pequena amplitude, eles pen;nitemaltera~es na forma do aroo transverso da mao,

importantes na funyao da mao (SMITH, WEISS e LEHMKUHL, 1997).

A articulayao carpometacarpiana do polegar, formada pelo trapezio e a base

do primeiro metacarpiano, possui capsula articular e cavidade articular propria,

constituindo uma articulayao selar (DANGELO e FATTINI, 1991; THOMPSON,

2004). Permite os movimentos de aduyao e abduyao perpendicularmente a palma,

flexao e extensao em um ph,no paralelo a palma, e oposiyao resultante da rotayao

do primeiro metacarpiano sobre 0 trapEozio- polpa do polegar em oposiyao a polpa

dos dedos (SMITH, WEISS e LEHMKUHL, 1997).

As articula~es metacarpofalangianas sao condilares com dois graus de

liberdade (flexo-extensao eaduyao-abduyao, este ultimo, realizado com os dedos

em extensilo), onde as cabeyas dos metacarpianos se articulam com as bases das

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falanges proximais. Quando em extensao, a metacarpofalangiana permite tambem 0

movimento de circundugao, certa distrayao da base da falange proximal sobre a

cabega do metacarpiano - quando tracionado distalmente a falange proximal, e

certo movimento de rotayao em torno de seu pr6prio eixo (CAETANO, 2000). Os

ligamentos metacarpianos transversos profundos, presentes entre as cabegas do

segundo ao quinto metacarpiano, fixam os metacarpianos durante a flexao dos

dedos; esta fixagao e auxiliada por ligamentos colaterais que se tornam tensos

durante a Hexao dos dedos (DANGELO e FATIINI, 1991). Por essa razao as

metacarpofalangianas nao devem ser imobilizadas em extensao para prevenir a

retragao dos ligamentos col\lterais (PARDINI, 2005). No entanto nas queimaduras da

palma da mao com imobilizayao das metacarpofalangianas em flexao pode

aumentar a probabilidade do aparecimento de contraturas da pele. "A maior

probabilidade de contratur'l em Hexao da pele deve ser considerada em relayao acontratura de extensao da articulayao." (GREENE e ROBERTS, 2000, p.102).

A articulayao me\acarpofalangiana do polegar, formada pela superiicie

c6ncava da cabega do primeiro metacarpiano e cavidade glen6ide da base da

falange proximal, e uma articulagao condilar que permite a movimentayao em dois

pianos perpendiculares entre si - flexo-extensao e adugao-abduyao. A Hexibilidade

do sistema capsuloligame~tar "permite a rotayao da base da falange proximal sobre

a cabega do metacarpiano, quando submetido a ayao dos musculos tenares."

(CAETANO, 2000, p.4S).

As articulayees interfalangianas proximais e distais sao do tipo ginglimo,

com um grau de liberdade. 0 polegar possui duas falanges com apenas uma

articulagao interialangiana. Sao reforyadas por ligamentos colaterais (que

permanecem tensos em qualquer poSigBO,mantendo as inteJfalangianas esteveis

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em toda amplitude de movimento), ligamentos acess6rios e um ligamento palmar

denominado placa volar que I) constituida de duas partes - distal fibrocartilaginosa e

uma proximal membranosa, que impede a hiperextensao destas articula¢es

(PARDINI, 2005).

Mtisculos e TendOes da Milo

Os mtisculos que atuam sobre os dedos sao divididos em, segundo Smith,

Weiss e Lehmkuhl, 1997:

.:. Musculos extrinsecos com origem no antebrago:

.,. Extensor dos dedos;

.,. Extensor pr6pno do indicador;

.,. Extensor do dedo minimo;

.,. Extensor longo do polegar;

.,. Extensor curto do polegar;

.,. Abdutor longo do polegar;

.,. Flexor superficial dos dedos;

.,. Flexor profundo dos dedos;

.,. Flexor longo do poleger.

•:. Musculos intrfnsecos que,possuem origem e inseryao na mao:

.,. Quatro lumbricais;

.,. Tres inter6sseos palmares;

.,. Quatro inter6sseos dorsais;

.:. Musculos tenares:

.,. Oponente do polegar;

.,. Abdutor curto do polegar;

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:.- Adutor do polegar;

:.- Flexor curto do polegar.

•:. Musculos hipotenares:

:.- Oponente do dedo minimo;

:.- Abdutor do dedo minimo;

:.- Flexor curto do dedo minimo.

:.- Palmar curto.

Na posiyao de reppuso da mao, os dedos fieam em flexao devido apredominancia dos mtlsculos flexores sobre os extensores, favorecendo a fun9110

preensora.

Mecanismo extensor

Os tend6es digitais dos musculos extensores e os musculos intrinsecos -

exceto palmar curto, oponente do polegar, e oponente, abdutor e flexor do dado

minima - terminam no mecanismo extensor. E eonstituido por urn sistema tendinoso

e urn sistema retinacular (SMITH, WEISS e LEHMKUHL, 1997). Este sistema

retinacular envolve, eompartimenta e restringe as articula¢es, nervos, vasos

sanguineos e pele, formando seis eompartimentos - tUneis osteofibrosos no dorso

do punho. De radial para ulnar, 0 primeiro compartimento contsm os tendoes do

abdutor longo do polegar e 0 extensor curto do polegar; 0 segundo compartimento

eontsm os tendoes dos extensores radiais do carpo; 0 terceiro eompartimento

eontsm 0 extensor longo. do polegar; 0 quarto eompartimento eorresponde aos

tendoes des extensores eomuns dos dedos e ao extensor prOprio do indieador; no

quinto eompartimento, passa 0 extensor prOprio do dedo minimo; e 0 sexto

eompartimento eontsm 0 tendeo do extensor ulnar do earpo (PARDINI, 2005).

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Musculos Extensores Extrinsecos

°musculo extensor comum dos dedos tem origem no epicondilo lateral do

umero sendo uma massa muscular unica, dividindo-se em quatro tendoes no tef90

medio do antebra90, que pas,sampelo quarto tunel osteofibroso. Possui a fun<;lio de

estender a primeira falange e exercer a<;lioauxiliar na extensao das interfalangianas

proximal e distal. Inervado Pllio nervo interosseo dorsal - ramo do nervo radial. No

dorso da mao, estes tendoe~ dirigem-se ao segundo, terceiro, quarto e quinto dedos,

e sao unidos entre si por uma conexao intertendinosa, que mantem sua estabilidade

no dorso dos metacarpiano~ durante a flexao digital (CAETANO, 2000; PARDINI,

2005).

Na articulayao me\acarpofalangiana, os tendoes extensores permanecem

centralizados no dorso pels expanseo tendinoss da musculatura intrinseca e pela

banda sagital - capuz extensor de cada lado do dedo. As bandas sagitais tem

origem na capsula volar e no ligamento intermetacarpiano transverso. No dorso da

articulayao interfalangiana, proximal, 0 mecanismo extensor divide-se em banda

central (inseryaO na base da falange media), e em bandas laterais (que se inserem

juntas na base da falange clistal).

°extensor proprio do indicador origina-se no ter90 medio e dorsal da ulna e

membrana interossea; une-se ao extensor comum do indicador ulnarmente no nivel

da articulayao metacarporalangiana. Permite a extensao isolada do indicador e e

independente dos outros cledos. Inervado pelo nervo inter6sseo posterior - ramo do

nervo radial.

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o extensor pr6prio do dedo minimo tem origem no epiC6ndilo lateral junto

com 0 extensor comum dos dedos. Passa pelo quinto compartimento dorsal e una-

se ao tendilo do extensor comum do dedo minimo, no lado ulnar. Permite a

extensao isolada do quinto dedo independente, dos outros dedos. Inervado pelo

nervo inter6sseo posterior - ramo do nervo radial.

o extensor longo do polegar tem origem na face dorsal da ulna e membrana

inter6ssea, passando no tercairo compartimento dorsal, inserindo-se na base da

falange distal do polegar. Atua na extensilo da falange distal do polegar e como

adutor do polegar. Inervado pelo nervo inter6sseo posterior - ramo do nervo radial.

o extensor curto do polegar tem origem distalmente ao musculo abdutor do

polegar e membrana inter6ssea e insergao na falange proximal do polegar, atuando

na extensilo da falange pro!,imal do polegar, com agilo tambem, na abdugao do

polegar e desvio radial do punho. Inervado pelo nervo inter6sseo posterior - ramo do

nervo radial.

o abdutor longo do polegar tem origem nas faces dorsais da ulna e do radio

e membrana inter6ssea, com insergao no lado radial da base do primeiro

metacarpiano. Tem como agilo principal a abdugilo do polegar e auxiliar na

supinagao do antebrago e d!"svio radial. Inervado pelo nervo inter6sseo posterior -

ramo do nervo radial.

Musculos Flexores Extrinsecos

Originam-se no epic6ndilo medial do umero e da face ventral dos ossos do

antebrago e da membrana. inter6ssea. Cada dedo possui uma bainha para os

tend6es flexores - tUnel osteofibroso (forrado pela membrana sinovial); estes

tendoes sao mantidos junto as superficies palmares das falanges por polias (areas

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de espessamento do tUnel). A por,.ao fibrosa do tUnel €I formada por cinco polias

anulares que se alternam com as quatro polias cruciformes que sao finas, flexiveis e

cruzadas. As principais polia~ anulares sao a A2 eM.

o musculo flexor pr9fundo dos dedos origina-se nos dois ter9Qs proximais

da face volar da ulna e mem~rana inter6ssea; insere-se na base da falange distal do

segundo, terceiro, quarto e, quinto dedos. Divide-se em quatro tendoes no ter9Q

medio do antebra9Q, sendp que 0 tendao do segundo dedo €I independente,

permitindo a flexao isolada de sua falange distal; ja os tend5es para 0 terceiro,

quarto e quinto dedos, por estarem unidos entre si por conex6es tendinosas no ter9Q

distal do antebra9Qe punho, e pelos terceiro e quarto musculos lumbricais na palma

da mao, nao permitem a flexao independente de suas falanges distais. Na altura da

prega palmar distal, os tenctoes penetram no tunel osteofibroso, juntamente com os

flexores superficiais dos dedos. Tem como fun,.ao a flexao das falanges distais dos

dedos, atuando secundariamente na flexao das falanges media e proximal. Os feixes

musculares do quarto e q~into dedos sao inervados pelo nervo ulnar; os feixes

musculares do segundo e terceiro dedos sao inervados pelo nervo mediano - ramo

do inter6sseo posterior.

o flexor superficial dos dedos tem origem ao nivel do cotovelo atraves de

duas cabegas: a ulnar, localizada no epic6ndilo medial, ligamento colateral medial do

cotovelo e processo coron6ide; e a radial, localizada distalmente a tuberosidade do

radio. As duas cabegas u~em-se por um arco tendinoso por onde passam arteria e

veia ulnares e um ramo do nervo mediano - ramo inter6sseo anterior. Ao nivel do

ter9Q distal do antebra9Q, ele divide-se em quatro tendces independentes que

passam pelo tunel carpiano, sob 0 ligamento transverso, juntamente com os tendoes

dos flexores profundos, tendao do flexor longo do polegar e 0 nervo mediano. Na

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palma da mao, cada tendiiodo flexor superficial dos dedos ocupa uma posigao

anterior ao tend!io do flexor profundo, dirigindo-se aos seus respectivos dedos.

Estes dois tendees entram no tunel osteofibroso digital, na altura da prega palmar

distal. Ao nivel da falange proximal, 0 tendao do flexor superficial divide-se em duas

partes, sendo 'perfurado" pelq tendao do flexor profundo dos dedos, voltando a unir-

se ao nivel da articulayao interfalangiana proximal, formando 0 quiasma de Camper,

para entao, inserir-se numa area que vai da base a diafise da falange media. 0

flexor superficial dos dedos ~tua na flexao da articulagao interfalangiana proximal.

Inervado pelo nervo mediano.

Os tendees dos flexqres dos dedos estao unidos entre si e as falanges por

fasciculos tendinosos - vinculos longos e curtos por onde penetram os vasos vindos

das arterias digitais, responsaveis pela nutrigao dos tendees.

o flexor longo do polegar tem origem no teryo proximal do radio com

inseryao na base da falange distal do polegar, sendo uma unidade independente.

Tem egao na flexao do polegar fletindo a falange distal. Inervado pelo nervo

mediano - ramo do interosseo anterior.

Musculatura Intrinseca da Mao

A musculatura intrinseca da miio e dividida em tres grupos:

.:. Musculos intrinsecos do lado radial - musculatura tenar:

:.- 0 abdutor curto do polegar tem origem no retinaculo flexor, no tuberculo do

escaf6ide e no tuberculo do trapezio, inserindo-se no lado radial base da

falange proximal do polegar e expansao extensora (HISLOP e

MONTGOMERY, 1996). Tem como fungao a abduyao palmar do polegar.

Inervado pelo ramo motor do nervo mediano.

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~ 0 flexor curto do polegar origina-se por duas cabegas: a superficial a partir do

ligamento transverso do carpo, e uma cabega profunda vinda do trapezio,

capitato e segundo m~tacarpiano. Entre estas duas cabegas, passa 0 flexor

longo do polegar. Tern inseryao na base da falange proximal radial do polegar

e expansao extensora. Tern ayao na flexao das articula9<ies

metacarpofalangiana~ e carpometacarpiana do polegar com ayao auxiliar na

oposiyao do polegar. Inervado pelo ramo motor do mediano (HISLOP e

MONTGOMERY, 1996).

~ 0 oponente do polegar tern origem na tuberosidade do trapezio e no

ligamento transverso do carpo, insertndo-se no teryo medio e radial do

primeiro metacarpiano. Responsavel pela oposiyao do polegar atraves de

uma adUyBOpalmare rotayao do primeiro metacarpiano. Inervado pelo nervo

mediano.

~ 0 adutor do palegar tern origem na diafise do terceiro metacarpiano,

possuindo dOis feixes - obliquo e 0 transverso; tern inseryao na base da

falange proximal do .polegar no lado ulnar. Inervado pelo nervo ulnar.

.:. Musculos intrinsecos do lade ulnar - musculatura hipotenar:

~ 0 abdutor do dedo minimo origina-se no ligamento transverso do carpo e

poryao distal do pisiforme com inseryao na base da falange proximal do dedo

minimo. Atua na abduyao do dedo minimo. Inervado pelo nervo ulnar.

~ 0 flexor curto dodedo minimo, quando presente, origina-se no ligamento

transverso do carpo e hBmulo do hamato com inseryao na diafise do quinto

metacarpiano. Atua na flexilo da metacarpofalangiana do dedo minimo.

Inervado pelo nervo ulnar.

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» 0 oponente do dedo minimo origina-se no ligamento carpal transverso e

hamulo do hamato e tem inser9aOtambem na diafise do quinto metacarpiano.

Atua na oposi9iio do dedo minimo e rota9iio lateral. Inervado pelo nervo ulnar.

» 0 palmar curto e um musculo inconstante que se origina na borda ulnar da

aponeurose palmar, dispee-se superficialmente ao abdutor, flexor curto e

oponente do dedo minimo, e se fixa na pele da borda ulnar da palma da mao.

Apenas tensiona a pele da regiao hipotenar (DANGELO e FATTINI, 1991).

•:. Musculos intrinsecos centrais:

» Os museulos lumbricais sao quatro pequenos museulos que se Iocalizam na

pelma da mao e unem os tendees flexores ao aparelho extensor, que se

originam em um tendao e se inserem em outro tendao - unicos musculos

esqueleticos sem inseryao ossea. 0 primeiro e 0 segundo sao musculos

fusiformes com origem na borda radial dos tendees flexores profundos do

segundo e terceiro dec;los.0 terceiro e 0 quarto sao musculos bipenados com

origem nos tendees flexores adjacentes do terceiro, quarto e quinto dedos. No

nivel da articula9iio metacarpofalangianas, os lumbricais formam um tendao

estreito que passa anterior ao ligamento intermetacarcarpiano transverso.

Inserem-se no mecanismo extensor no dorso da primeira falange.

Responsaveis pela extensao das interfalangianas e flexilo das

metacarpofalangiana~. 0 primeiro e 0 segundo lumbricais sao inervados pelo

nervo mediano; 0 terqeiro e quarto lumbricais sao inervados pelo nervo ulnar.

» Os interosseos dorsais sao quatro musculos bipenados com origem na diafise

dos metacarpianos adjacentes, inserindo-se na falange proximal do dedo

correspondente e ns expansao extensora. No nivel da falange proximal, os

tendaes passam para 0 dorso formando a banda lateral do mecanismo

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extensor, que se estende are a base da falange media e distal. 0 primeiro

inter6sseo e 0 mais forte. A ayiio dos inter6sseos dorsais e a abdu9aOdorsal

dos dedos. Inervado pelo ramo motor do nervo ulnar.

~ Os inter6sseos palmares sao tres pequenos musculos que tambem estao

localizados entre os metacarpianos e originam-se da face palmar do

metacarpiano correspqndente ao dedo, aonde vao sa inserir distalmente. A

ayiio dos inter6sseos palmares e a aduyiio palmar dos dedas. Inervado pelo

ramo motor do nervo ulnar.

Vasculariza~iio e Inerva~iio da MAo

A circulayiio arterial. da mao e proveniente das arterias radial e ulnar que

formam 0 arco palmar superficial e 0 areo palmar profundo. A arteria radial divide-se

ao nivel do punho em um ramo superficial, que se une ao ramo principal da arteria

ulnar, formando area palm",r superficial, localizado distalmente a borda inferior do

retinaculo dos flexores, logo abaixo da aponeurose palmar e sabre os tend5es

flexores; e em um ramo profundo, que se une ao ramo superficial da arteria ulnar,

formando 0 arco palmar profundo, localizado ao nivel da base dos metacarpianos,

sob os tend5es flexores (DANGELO e FATTINI, 1991; PARDINI, 2005).

Do arco palmar profundo, saem tres arterias metacarpianas volares que se

unem as arterias digitais do arco palmar superficial, atraves dos ramos perfurantes,

dividindo-se em duas arterias digitais volares, pr6prias para cade dado. Este arco e a

principal fonte de nutri9ao do polegar e metade radial do segundo dedo.

o arco palmar sup~rficial e a principal fonte de nutriyiio do terceiro, quarto e

quinto dedos e metade ulnar do segundo dedo. Oeste arco, saem tres arterias

digitais volares comuns, recebem as tres arterias metacarpianas volares e cada uma

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se divide em duas arterias digitais proprias que se direcionam ao lado radial do

quinto dedo, aos dais lados do terceiro e quarto dedos, e ao lado ulnar do segundo

dedo.

o suprimento venoso da milo e realizado pelo sistema superficial e

profundo. 0 sistema superficial e 0 mais importante pela maior quantidade de velas

superficials; Iniciando-se no porso dos dedos, elas drenam para a veia cefalica no

lado ulnar e para a veia basi,licano lado radial. 0 sistema profundo e composto por

veias menores que correm junto com as arterias, chamadas de velas comltantes

(PARDINI 2005).

A mao e inervada Palos nervos mediano, ulnar e radial que sa onginam no

plexo braquial. 0 mediano. chega it mao pelo tunel carpiano, responsavel pela

inervayao motora dos muspulos tenares, primelro e segundo lumbricals, sendo,

portanto, a oposiyao do pol~gar, sua funyao motora fundamental. 0 ramo sensitivo

do medlano inerva as superficies palmares do polegar, indicador, madio e lado radial

do anular, ou seja, inervaa principal area discriminativa da mao. 0 nervo ulnar

chega it mao pelo canal d~ Guyon, considerado 0 principal nervo motor da mao,

inervando os milsculos hipotenares, os interosseos palmares e dorsais, os dois

lumbricais ulnares e a adutor do polegar. 0 territ6rio sensitivo do ulnar abrange 0

lado ulnar do anular e os dois lados do dedo minimo. 0 nervo radial a

predominantemente motor, inervando somente musculos extrinsecos da mao. Seu

ramo sensitivo inerva a regiao dorsal radial da mao e do punho (CAETANO, 2000;

PARDINI, 2005).

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Funl<oes da Mao

Segundo Brandao, pitado por Oliveira (2003), as funyiies da mao sao

multiplas, sendo a funyiio sensorial, a talil e a de preensao as de maior importancia.

"Como 6rgao do sentido do tato, a mao a uma extensao do cerebro, para fornecer

informa9ao ao sistema visufll a respeito do ambiente [...J a tambam um 6rgao

importante para expressao e comunicayiio verbal." (SMITH, WEISS e LEHMKUHL,

1997, p.209).

Napier menciona d~as posturas basicas da mao humana a preensao de

for"" e a preensao de precis~o, afirmando que "a natureza da tarefa a ser executada

determina a postura de trabalho a ser usada, e que estas duas posturas incorporam

a variedade inteira de atividi'de preensil da mao humana." (ap. SMITH, WEISS e

LEHMKUHL, 1997, p.251).

A preensao de precisao ou pin"" de precisao a descrita por Pardini (2005)

como sendo a funyiio mais especializada e mais importante da mao, com

participayiio, na maioria das vezes, do polegar, indicador e dedo madio, requisitando

a ayiio de todas as estrutur~s da mao, controle central normal, interayiio muscular

perfeita e integridade sensiliva dos dedos. "A pin"" a 0 componente mecanico

manual da preensao [...j" (M;;:LLOet aI., 2004, p.92).

Kapandji, tambam qitado por Oliveira (2003), divide as preensoes em tres

grupos:

.:. Preensoes digitais (anexQ01-fig.1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9,10,11,12,13 e 14) que

se subdividem em:

» bidigitais: preensao por oposiyiio terminal ou tarmino pulposa, preensao polpa

a polpa, preensao por oposiyiio subtarmino-Iateral e preensao latero-Iateral ou

interdigital.

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~ pluridigitais: preensoes tridigitais, preensoes tetradigitais e preensoes

pentadigitais.

•:. Preensoes palmares (anexo 01 - fig.1S, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22 e 23):

preensao digito palmar, preensao palmar plena, preensao palmar cilfndrica e

preensao palmar esferica.

•:. Preensoes centradas (anexo 01 - fig.24, 25 e 26).

Cobertura Cutanea da Mao

Caetano (2000) e Pardini (2005) afirmam que a pele palmar e mais espessa,

resistente as for~s de pressao e atrito, protegendo as estruturas mais profundas;

nao tem pelos e nao tem elasticidade devido a sua fixagao por pequenos septos

fibrosos a aponeurose ou fascia palmar. Contem glandulas sudoriparas, grande

quantidade de receptores nervosos sensitivos (pele da polpa digital) - corpusculos

de Krause (temperatura), discos de Merkel e os corpusculos de Meissner (sensagao

taW), corpusculos de Ruffini (frio) e os de Paccini (presseo); linhas e pregas para

facilitar a preensao, que estao relacionadas as articulaciies metacarpofalangianas e

interfalangianas. A palma da mao possui tres pregas principais que sao: a prega

tenar formada pelos movimentos do polegar; a prega palmar media, formada pela

Hexaosimultanea das articulaciies metacarpofalangianas do indicador, medio, anular

e minimo; e a prega palmar distal, formada pela Hexao metacarpofalangiana dos

dedos medio, anular e minimo.

A aponeurose palmar, parte do sistema retinacular cutaneo da mao, e uma

continuagao do tendao do palmar longo, ou do ligamento volar do carpo, dividindo-se

em aponeurose tenar ou palmar externa - folheto conjunlivo que recobre os

musculos tenares; aponeurose hipotenar ou palmar externa - folheto de tecido

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fibroso que recobre os musculos hipotenares; e a aponeurose palmar media ou

central - tem formato triangular, vai ate a base dos dedos ocupando a maior parte

da palma da mao, composta de fibras longitudinais - bandas pre-tendinosas e de

fibras transversais. Os ligamentos retinaculares, que podem ser considerados

prolongamentos da aponeurose palmar, compoe-se pelo: ligamento natat6rio ou

interdigital - tem a funyao de limitar a abertura dos dedos; ligamento de Grayson -

impede 0 pediculo de fazer uma corda de arco durante a fiexao dedo; ligamento de

Cleland - fixa a pele aos pianos profundos; ligamento retinacular transverso; e 0

ligamento retinacular obliquo ou de Landsmeer.

A pele dorsal e mais fina, flexivel e m6vel, permitindo a completa flexao dos

dedos; e considerada a face estatica da mao. Na extremidade dos dedos, aderidas

as falanges distais, estao as unhas que tem a funyao de suporte para as pontas dos

dedos, facilitando a precisao nas manipula90es. Segundo Cailliet (2004) devido a

presen98 de canais de fluidos linfaticos e venosos, observa-se primeiramente, 0

edema de mao na regiao dorsal dos dedos. "A presen9a de retra90es cicatriciais e

edema no dorso da mao impede 0 alongamento da pele dorsal e limita a flexao

digital." (CAETANO 2000, p.14).

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2.6 TERAPIA DA MAo

A terapia da mao e uma especializayiio da terapia ocupacional e da

fisioterapia que lomece um treinamento adicional em anatomia funcional,

biomecanica do membro superior, conhecimento de procedimentos cHnicos e

cirurgicos, cicatrizayiio e cuidados com a ferida, cinesiologia, confecyiio de orteses,

atividades para retorno da amplitude de movimento e sensibilidade, retorno as

atividades de vida diaria e profissionais, tratamento primario imediato a cirurgia e

cuidados pre-operatorios para melhor condicionamento fisico, visando a reabilita9ao

funcional do membro superior para diversos cases de lesoes e traumatismos.

(MACKIN e BYRON apud PARDINI, 1990)

Segundo Freitas (2000), a terapia da mao

"surgiu nao samente davido ao avanyo das tecnicas cirurgicas e da

necessidade de se dar continuidade 80 tratamento pOs-operatorio, mas

tambem do reconheCimento da complexidade anatomica da mao, de sua

importancia funcional e da grande variedade de patologias que afetam este

segmento do corpo: (FREITAS, 2000. p.637)

Durante a II Guerra Mundial, mais precisamente em 1946, loi lundada a

"Sociedade Americana de Cirurgia da Mao" pelo Dr. Sterling Bunnel, que enlatizou a

reabilitayiio da mao. A terapia da mao teve inicio somente em 1972, com a criayiio

do "Centro de Reabilitayiio da Mao" na Filadelfia, pelo cirugiao Dr. James Hunter e

pelas terapeutas Evelyn Mackin e Patricia M. Byron. Em 1976, durante um evento

patrocinado pela "Funda9aOde Reabilitayiio da Mao", tamMm na Filadelfia, decidiu-

se que uma alianga entre a terapia ocupacional e a fisioterapia beneficiaria a cirurgia

da mao. No anDde 1977 fundou-se a "Sociedade Americana de Terapia da Mao" e

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em 1988 foi fundada a "Sociedade Brasileira de Terapia da Mao" pelas terapeutas

Leila M. Abdalla (TO), Leonilda M. ConceiQBo (TO), Maria Candida de Miranda (TO),

lara B. Ribeiro (Fisio), Claudia M. A. Martins (Fisio), Maria Cristina C. Mariotto (TO) e

Rosemari Baccarelli (Fisio) (Soeiedade Brasileira de Terapia da Mao - edigao

comemorativa dos 15 anos, 2003).

Esta espeeializagao tem como base te6rica 0 conhecimento da anatomia

estatica e funcional e suas altera¢es nas diversas patologias, cicatrizagBo dos

tecidos musculoesqueleticos e nervos perifericos, efeitos da

mobilizagao/imobilizagao, fisiologia da dor, contragao muscular e sistema nervoso,

efeitos da temperatura e correntes eletricas nos teeidos musculoesqueleticos e

tecido nervoso, procedimentos eirurgicos no membro superior e seu curso p6s-

operat6rio, avaliagao funeional da mao, cinesioterapia, tecnicas de reeduca9ao

sensorial, atividades funcionais, indicagao e confecgao de 6rteses para 0 membro

superior, indicagao e treino de adapta¢es e pr6teses (FREITAS, 2000 e Sociedade

Brasileira de Terapia da Mao, 2003).

Entre as tecnicas utilizadas na terapia da mao estao as eletrofisiol6gicas,

neuromusculares, terapia manual, terapeutica do calor e do frio, atividades e

confecgBo de 6rteses e adapta¢es (ABDALLA, 1988 - documento da Sociedade

Brasileira de Terapia da Mao). Boscheinen-Morrin, Davey e Conolly (2002) afirmam

que os principais pontos da terapia da mao s1l0 0 controle do edema, exercieio,

controle da cicatrizagao, uso de splint e atividade funcional.

Alem da avaliagao, planejamento do tratamento e aplica9aOdestas tecnicas,

a educagao do paciente e 0 contato com 0 medico cirurgiao sao fundamentais para 0

sucesso do tratamento. A comunicagao entre 0 cirurgiao e 0 terapeuta de mao

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permite a melhor orienta<;ao ao paciente estimulando sua participa<;iio ativa na

reabilita<;iio(MACKIN e BYRON apud PARDINI, 1990).

2.6.1 Objetivos da Terapia da Mao no Tratamento da Queimadura

Os objetivos da terapia da mao queimada sao direcionados para preven<;ao

da deformidade, manuten<;iio dos movimentos articulares, manuten<;iio da

mobilidade das articula9i\es nao afetadas e restaura<;aoda fun<;iio maxima da mao

(BOSCHEINEN·MORRIN; DAVEY; CONOLLY, 2002).

Esses objetivos sao alcanyados atraves de posicionamento e 6rteses,

controle de edema, cinesioterapia, controle cicatricial e reeduca<;iiosensitiva (SILVA

e BUSNARDO, 2005).

2.7 REABILlTAC;Ao DO MEMBRO SUPERIOR QUEIMADO

Segundo Antoneli (2003), a reabilita<;aodo individuo vitima de queimaduras

pode ser dividida em tres fases: fase aguda, fase de enxertia e fase de reabilita<;iio

final. Reeves (2005) tambem divide a reabilita<;aode queimaduras em tres fases:

cuidados intensivos, fases cirurgica e p6s-operat6ria, e de reabilita<;iio descntas a

seguir.

2.7.1 Fase de Cuidados Intensivos

Durante a fase de cuidados intensivos, a meta da terapia ocupacional e

fundamentalmente preventiva, visando 0 restabelecimento das fun<;1iesatraves de

redu<;iiodo edema, preven<;aoda perda de mObilidadearticular e da pele, preven<;iio

da perda de for<;a muscular e resistencia, e inicio da onenta<;iio e educa<;ao do

paciente e familia quanto ao processo de reabilita<;!io. Silva e Busnardo (2005)

afirmam que ap6s a estabiliza<;iio clinica do paciente (24 a 48h ap6s 0 trauma),

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deve-se iniciar a reabilitac;ao da mao queimada atraves da avalia980,

posicionamento e arteses, controle de edema, cinesioterapia, controle cicatricial e

reeducac;ao sensitiva. A determina9ao do nivel de comprometimento funcional da

mao queimada e a base para 0 planejamento da reabilitac;ao; esta avaliac;ao pode

ser dificultada pela dor, curativos oclusivos e restric;aodo paciente ao leito, sendo de

fundamental importiincia a interac;ao do terapeuta com a equipe medica e de

enfermagem.

A avalia980 deve englobar a determinac;aoda extensao, profundidade, local

da queimadura no membro superior, amplitude de movimento ativa, forya muscular,

presenya de edema e quantificac;ao subjetiva da dor durante a mobiliza9aO. Para

Pessina e Orroth (2005), a avaliac;aoda terapia ocupacional deve incluir a revisao do

prontuario medico para conhecimento da hist6ria da les80, lesoes associadas e

antecedentes medicos, avalia9ao do desempenho nas atividades de vida diaria e

atividades instrumentais, estado psicossocial, sistemas de apoio, estado cognitiv~

perceptivo, estado neuromuscular e toleriincia a atividade. Sao utilizadas avalia90es

padronizadas na mensura9ao da independelncia funcional nas atividades de vida

diana, como a Medida de fndependencia Funcionaf (MIF). A goniametria das

articula90es envolvidas deve ser realizada de forma ativa e passiva, sendo que a

limita980 de movimento inicial pode ser provocada pela dor, edema e/ou

comprometimento articular; na mao queimada deve-se verificar se a Iimita9ao de

movimento e devido a ngidez articular, tensao muscular intrinseca au extrinseca,

ineslaticidade da pele, dor, exposic;ao de tendoes ou devido aos curativos

volumosos.

o posicionamento do membro superior queimado, atraves de 6rteses ou

slings, tem como objetivo evitar deformidades, provocadas pele posig8o de conforto

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ou alivio da dor promovendo pouca distensao dos tecidos queimados - adu9iio de

ombro, flexeo de cotovelo e punho, adu9iio do polegar, extensao da

metacarpofalangianas e flexao das interfalangianas. "Essa posi9iio de conforto

associada a imobilizagao pode gerar um grau de fibrose e rigidez articular, que se

nao tratadas, levam a deformidades e seqOelas definitivas." (SILVA e BUSNARDO,

2005, p.511). A posi9iio antideformante e contraria a dire9iio de tragao do tecido

cicatricial, sendo a posig/io funcional ou nao (ANTONELI, 2003). 0 ombro deve ser

posicionado nas queimaduras axilares, queimaduras de tronco e dorso proximas aaxila, atraves de slings, cunhas de espuma, travesseiros ou ortese de axila, a 90· de

abdu9iio e 10· de flexao, evitando 0 estiramento prolongado do plexo braquial. A

posi9iio antideformante do cotovelo e sua extensao total com antebra90 em

medioprono obtidas atraves de slings ou ortese volar de extensao do cotovelo.

Na maOcom queimadura dorsal, 0 punho deve ser posicionado em 20· a

30· de extensao; as metacarpofalangianas, em 60· a 80· de flexao; na maioria das

vezes, as interfalangianas sao posicionadas em extens/io, prevenindo contraturas

ligamentares; e 0 polegar, em discreta oposi9iio com extensao da interfalangiana

(posicionamento intrinseco pIus). Nas queimaduras da face palmar da mao e dos

dedos, 0 grau de flexao das metacarpofalangianas Ii reduzido. Nas les6es de

espessura parcial profunda ou de espessura plena, as metacarpofalangianas e

interfalangianas sao posicionadas em O· de extensao, com abdug/io e extensao do

polegar e abdug/io dos dedos, quando presentes les6es interdigitais. 0

posicionamento adequado associado a movimenta9iio precoce, evita a rigidez

articular, principalmente nas queimaduras palmares.

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Durante esta lase, a utiliza.,ao de 6rtese deve ser monitorada e ajustada de

acordo com a capacidade de participa.,ao do paciente nos programas de exercicio e

posicionamento (PESSINA e ORROTH, 2005).

o controle do edema, segundo Miles e Grigsby (1990), e essencial para

preven.,ao da fibrose e isquemia dos musculos intrinsecos da mao, controle este,

realizado atraves de eleva.,ao da mao acima do nivel do cora.,ao e movimenta.,ao

ativa. A presen9a de edema prolongado nos musculos intrinsecos contribui para a

flexiio das interfalangianas proximais. "A repetida a.,ao muscular de lechar e abrir a

maO e os dedos bombeia os fluidos sanguineo e linlaticos para 0 cora.,ao."

(CAILLlET, 2000, p.221).

A cinesioterapia deve ser iniciada assim que a condi.,ao clinica do paciente

estabilize, atraves de exercicios ativos, ativo - assistidos, passivos e resistidos, para

manter amplitude de movimento, deslizamento tendinoso e lor9a muscular. Assim

que possivel, deve-se iniciar um programa de atividades luncionais, pois estas,

quando comparadas ao exercicio isolado, promovem mais coordena.,ao e melhor

qualidade dos movimentos (SALISBURG, REEVES, WRIGHT, 1990). A

movimenta9ao passiva quando indicada nao deve ser agressiva e dolorosa, do

contrario, ela pode lesar as estruturas articulares e perturbar os tecidos em

cicatriza.,ao, aumentando as rea90es inflamat6rias, resultando em maior produ9iio

de cicatriz (COOPER, 2005). Os exercicios ativos sao os mais adequados para

promover 0 restabelecimento da fun9iio por requisitar a a980 de todas as estruturas

e mecanismos envolvidos no ato motor. Os exercicios passivos tem indica.,ao

quando presente alguma restri9ao a movimenta.,ao ativa, geralmente resultado da

fraqueza muscular, dor, lesoes de partes moles e paralisias, na tentativa de manter

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amplitude de movimento, "evitando 0 acumulo e a aderencia do tecido conjuntivo

que normalmente acompanha 0 imobilismo." (BERTOLUCCI, 1999, pA9).

o programa de exercicios e mais eficiente na ausencia dos curativ~s, ou

seja, sempre que possivel, deve ser realizado na troca dos curativos. Durante estas

trocas, sao indicados os seguintes exercicios na mao queimada: flexao e extensao,

desvios radial e ulnar do punho, flexao e extensao das metacarpofalangianas, flexao

e extensao estabilizadas das interfalangianas proximais e distais, seguidas da flexao

e extensao completas, abdu9ao e aduyao dos dedos, e oponencia do polegar apolpa de cada dedo (BOSCHEINEN-MORRIN; DAVEY; CONOLLY, 2002).

A tolerancia aos exercicios esta relacionada ao estado de cicatnzayao e

integridade da pele, exigindo do terapeuta ocupacional a inspeyao peri6dica da

ferida. As contra-indica¢es para os exercicios incluem exposigao de tendoes,

fraturas e enxertos recentes com menos de cinco dias (PESSINA e ORROTH, 2005).

2.7.2 Fases Cirurgica e P6s-operat6ria

Durante as fases cirurgica e p6s-operat6ria, os objetivos da terapia sao

direcionados para a preservayao ou assistencia das fungoes, enquanto se ap6iam

os objetivos cirurgicos e incluem: proteger e preservar as areas de enxerto e

doadoras atraves de 6rteses e posicionamentos onentados pelo cirurgiao, melhorar

os cuidados pessoais atraves de adapta90es temporarias, prevenir atrofia muscular

e parda de resistencia atraves de exercicios para areas nao imobilizadas e auxiliar

na orientayao do paciente e familia sobre esta lase de recuparayao.

A enxertia, geralmente, exige um periodo de imobiliza9ao p6s - operat6ria

para permitir a aderencia e vascularizayao dos enxertos; os exercicios sao

retomados apes a confirmayao de aderencia do enxerto, atreves de movimentayao

ativa suave. A imobilizayao da mao deve ser 0 mais pr6ximo da posiyao funcional

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segura, quando 0 enxerto assim permitir, prevenindo instalac;ao de contraturas e

deformidades.

Ap6s a cicatriza960 dos enxertos na mao, os seguintes exercicios ativos,

realizados nos limites de ausencia de dor, sao indicados: flexao e extensao, desvios

radial e ulnar do punho, flexao e extensao das metacarpofalangianas, abduc;ao e

adu980 dos dedos, flexao e extensao estabilizada das interfalangianas proximais e

distais; e abdu<;:ao,aduc;ao, flexao, extens!lo e oposic;ao do polegar a todos os

dedos. Com a redu9ao da dor e quando n!lo ha envolvimento do tendao extensor,

pode-se aplicar maior pressao na flexao completa. A flexao passiva e contra

indicada quando ha envolvimento do mecanisme extensor e, para prevenir a sua

distensao ou lacerac;ao, os exercicios devem ser realizados da seguinte maneira:

durante a flexao da metacarpofalangiana, a interfalangiana deve ser mantida em

extensao; durante a flex!lo da interfalangiana proximal, as articulagOes

metacarpofalangiana e interfalangiana distal tambem devem ser mantidas em

extensao; e durante a flexao da interfalangiana distal as articulagOes

metacarpofalangiana e interfalangiana proximal devem ser mantidas de igual modo,

em extensao. Para 0 polegar, segue-se a mesma tecnica. Entre os exercicios pode

ser utilizado splints dorsais de dedo para manter a extens!lo da interfalangiana

(BOSCHEINEN-MORRIN; DAVEY; CONOLLY, 2002). Geralmente a imobilizac;ao

pos - enxertia e realizada por curativos restritivos volumosos e equipamento padrao

de posicionamento. 0 uso de 6rteses de posicionamento, algumas vezes, torna-se

necessario para fixar a posi9ao, sendo importante 0 conhecimento previo do

procedimento cirurgico e determinac;aode potenciais complicagOes p6s-operatorias

para que 0 terapeuta estabele<;:aprocedimentos eficazes de posicionamento.

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60

Para 0 controle da dor, alam das medica¢es prescritas pelo medico, podem ser

utilizadas tecnicas de distra9ll0, visualiza9ll0, participa9ll0 do paciente nos

exercicios e troca de curativ~s, diminui9ll0 da dura~ao dos exercicios e 0 aumento

de pausas para descanso entre eles,

2,7,3 Fase de Reabilita<;:ao

A fase de reabilita9ll0 inicia-se apos 0 fechamento da lesao, quando

tambem ocorre 0 inicio do processo de matura9ll0 cicatricial, que geralmente, tem

dura9ll0 de doze a dezoito meses apos a lesao, sendo mais ativo nos primeiros seis

meses, Nesta fase, os objetivos da terapia direcionam-se para independencia nas

atividades de vida diarias e instrumentais, orienta9ll0 e treino para execu9ll0 de

atividades em casa - exercicios adequados/posicionamento/cuidados com a pele,

restabelecimento da forca muscular e da tolerancia as atividades, melhora da

mobilidade articular e da coordenaCao, ajuste de orteses e malha compressiva,

administra9ll0 da matura9ll0 cicatncial e estimula9ll0 ao retorno as atividades sociais

e profissionais,

Os cuidados com a pele incluem hidrata9ll0llubrifica9ll0, devido sua

fragilidade e ausencia de secre~ao sebacea, massagem circular ou perpendicular a

linha de tra9ll0 da cicatriz (ANTONELI, 2003), com gradua9ll0 da pressao (conforme

tolerancia da pele das areas afetadas) antes dos exercicios de alongamento, com 0

objetivo de dessensibilizar cicatrizes ou enxertos com hipersensibilidade e amolecer

faixas cicatrtciais tensas, 0 uso de fillro solar com alto tator de proteCao, tambem

estao entre os cuidados com a pele, A presseo aplicada durante a massagem esta

diretamente relacionada a condi9ll0 muscular (FERNANDES, HABU e SAITO, 1999)

e de pele, A hidratacao da pele auxilia na reducao do prurido e do desconforto,

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61

A compressao e a principal tecnica de controle cicatricial, tomando 0 tecido

cicatricial mais plano, amolecido e elastico, realizada atraves de arteses, bandagens

elasticas e malhas compressivas confeccionadas sob medida.

Figueiredo (2002) afirma que:

UA aplicayao de roupas de compress<1o elastica amolece as feixes de

colageno e encoraja a orientayao em paralelo do colageno em rela9£l0 a

superficie de pele, com a desaparecimento dos n6dulos dermicos. A

medida que a presseo continua com 0 passar do tempo, existe urna

reestruturagao do colageno, assim como urna diminui~ooa vascularidade

e celularidade.» (p.1462)

As malhas sao utilizadas vinte e quatro horas diarias, retirando-as somente

para a higiene. Nas areas de superiicie irregular onde a distribuigao de pressao neo

e heterogenea, e indicado 0 uso de elast6meros de silicone. Placas de silicone

tambem sao utilizadas, associadas ou neo a malha compressiva, demonstrando

efelividade do tratamento de hipertrofias cicatriciais, apesar de nao se saber ainda 0

mecanismo exato de sua agao sobre 0 tecido cicatricial. Pessina e Orroth (2005)

afirrnam que um programa de cuidado com a cicatriz depende dos recursos

disponiveis, observagiio clinica cuidadosa e colaboragiio do paciente.

o alongamento deve ser lento e mantido p~r alguns segundos para

promover tensao, porem, sem provocar dor. Estes exercicios, quando exagerados,

podem provocar laceragiio e edema, contribuindo para rigidez articular. Deve ser

realizado inicialmente pelo terapeuta ocupacional, e apas treinamento, 0 paciente

e/ou cuidador poderao completar a rotina de alongamentos. Apes 0 alongamento,

seguem a movimentagiio aliva, fortalecimento e resistencia, enfatizando a

mobilidade articular combinada a padroes funcionais de movimento. Nesta fase,

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62

devem-se corrigir padroes posturais inadequados, durante as atividades de vida

diaria. Para melhorar a for"" muscular, pode ser utilizado faixa ou tubo de borracha

- Theraband, exercfcios com massas terapeuticas e atividades funcionais

graduadas. 0 desenvolvimento da tolerAncia a atividade e iniciado durante a

hospitaliza9!io, atraves do aumento do tempo fora do leito e deslocamentos para

areas externas a unidade de queimados. Para 0 paciente ambulatorial 0 retorno as

atividades sociais e de lazer podem desenvolver esla tolerancia (PESSINA e

ORROTH,2005).

A pele restaurada ou enxertada e mais fragil quando comparada a pele

normal; por isso, e necessario evitar procedimentos que possam danificar a

integridade da pele. "Uma nova ulcera9!io representa retardo na reabilita9!io e no

retorno do individuo as suas atividades." (SILVA e BUSNARDO, 2005, p.515). A

reeducagao sensitiva e indicada apos a avaliagao da sensibilidade, atraves dos

monofilamentos Semmes-Weinstein, nas queimaduras graves com destrui9!io da

pele palmar ou em traumas eletricos com lesao nervosa, e e baseada no "conceito

de treinar 0 cortex cerebral a reinterpretar corretamente aquele estimulo alterado

pela lesao da mao" (SILVA e BUSNARDO, 2005, p.S16).A pele enxertada ou recem

cicatrizada quando hipersensivel, e tratada atraves de tecnicas de dessensibiliza9!io

sistematica, como 0 programa de dessensibilz8q80 de Downey, que utiliza texturas

comerciais e de imersao com nivel de vibra9!io desconfortavel, mas toleravel

(BENTZEL e QUINTANA, 200S).

Nesta lase, permanece a indicagao de orteses estaticas com usc noturno

apenas, visando manter a amplitude de movimento alcangada com as exercfcios.

Pode ser iniciado 0 uso de orteses dinamicas, quando necessaria uma forga de

tra9!io para estirar 0 tecido cicatricial e aumentar amplitude de movimento

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63

simultaneamente. 0 posicionamento adequado tambem deve ser mantido, pois 0

tecido cicatricial retrai-se e alonga-se com muita facilidade: "tao rapido quanto se

obtem amplitude e elasticidade da pele, podem-se perde-Ias." (ANTONELI, 2003, p.

545).

Oedema persistente, a inflama9ao ou mau posicionamento dos dedos

predispoe ao aparecimento da rigidez dos tecidos moles, resultando em possiveis

contraturas. A contratura em extensao da metacarpofalangiana pode ser tratada pelo

uso de splint de flexao desta articulayao. Um splint dinamico pode ser utilizado nas

contraturas em flexao da interfalangiana proximal, maiores que 30-35°. Na contratura

estabelecida da membrana do polegar pode ser utilizado um splint de flexao da

metacarpofalangiana ou um outrigger dorsal com um outrigger para polegar, ou

ainda pode ser utilizada uma serie de splint em C (BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY

e CONOLLY, 2002).

As queimaduras de espessura parcial profunda e as de espessura plena

podem provocar deformidades incapacitantes nas maos, quando nao tratadas

adequadamente, como na Iesao do mecanismo extensor da articulayao

interfalangiana proximal, nas queimaduras dorsais profundas, resultando em uma

deformidade conhecida como "botoeira" - flexao da interfalangiana proximal e

hiperextensao da interfalangiana distal, comum no quinto dedo. Ainda na face dorsal

da mao, a queimadura pode predispor a formagao de contraturas em hiperextensao

das metacarpofalangianas, com flexao das interfalangianas - "milo em garra". Na

face palmar, as queimaduras dificultam a abertura da mao e a preensao palmar. As

contraturas do primeiro espago tambem sao freqOentes, prejudicando a funyao

manual (ANTONELI, 2003).

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64

Na presen98 de deformidades, pode ser necessaria a realizagao de

cirurgias reconstrutivas tardias como: a revisao da cicatriz por zetaplastia, enxerto ou

retalho, reconstrugao do leilo ungueal, reparac;:aodo tendao extensor, eliminagao da

contratura por capsulotomia ou artrodese na posic;:aofuncional, ou amputagao do

dedo (BOSCHEINEN-MORRIN, DAVEY e CONOLLY, 2002).

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65

3 HIPOTESE

o padente vitima de queimadura nos membros superiores, com acesso ao

atendimento precoce da terapia ocupacional, com a utiliza9ao de tecnicas da terapia

da mao, apresenta menos complica¢es decorrentes da imobilidade e melhor

resultado funcionaL

4 MATERIAL E METODOS

Realizou-se 0 estudo de caso de urn paciente que foi vitima de queimadura

por explosao - combustiveL Os critenos de escolha foram a localiza9ao, extensao e

prafundidade das lesoes.

A historia do trauma, histona do paciente, avalia9ao da ferida e cicatriz,

extensao e profundidade da queimadura, grau de for9a muscular, amplitude de

movimento, e condi¢es funcionais foram coletados atraves de entrevista com 0

paciente e familiar, contato medico - cirurgico e avaliayoes de forya muscular,

goniometria da amplitude de movimento ativa, utilizando 0 sistema de 180°, e de

independencia funcional utilizando a Medida de Independencia Funcional - MIF

5 RELATO DE CASO

J.Q.N., sexo masculino, 44 anos, sofreu queimaduras em 19/01/2005, por

explosao de combustivel em sua oficina meGanica enquanto trabalhava, atingindo

65% da superficie corporal, de segundo e terceiro graus (espessura parcial profunda

e espessura plena) em face, tranco anterior e membros superiores, com maior

profundidade em antebrayos e dorso das maos (Fig. 4). 0 historico medico engloba

duas pequenas cirurgias em 1974 e 1994, sam outros antecedentes, nem

comorbidades. Paciente apresenta dominancia a direita.

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66

CJQueimaduras de segundo

grau - espessura parcial

llaueimaduras de terceiro

Figura 2: FormulSrio para descriyao das queimaduras - regra dos nove. Fonte: Prontuario do padante

grau - espessura plena

J.Q.N. - Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Municipal sao Jose de Joinville.

J.Q.N. e protestante, casado, mora com sua mulher e dois filhos em casa de

madeira com saneamento basico, na cidade de Blumenau; trabalha como mecanico

aut6nomo em sua oficina; tem ensino fundamental completo. Era independente nas

acidente; etilista social.

atividades de vida diaria e nas atividades instrumentais de vida di8ria, antes do

Foi admitido na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Municipal Sao

Jose de Joinville em 20101/2005, estando hemodinamicamente estevel, afebril,

IOcido,orientado, contactuante, em ventilag80 espontanea com cateter de 02, onde

recebeu os cuidados medicos iniciais, de enfermagem e nutricionais. Em

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67

22/01/2005, foi transferido para 0 Centro de Tratamento de aueimados - CTa, do

mesmo hospital, mantendo medica9ilo para analgesia. Em 24/01/2005, realizou

primeiro desbridamento cirurgico pela cirurgia plastica, repetindo este procedimento

a cada dois - tres dias para excisao do tecido necr6tico e limpeza. Em 12/0212005,

foi realizado enxerto de pele parcial no pe direito, e em 13/0212005, foi realizado

enxertia de pele parcial em regiao dorsal da mao e antebrago direito. Apresentou,

durante a interna9ilo, pneumonia e infeC9ilo urinaria por En/erobac/er. Pela piora da

dor nos curativos e ap6s desbridamento, foi solicitado 0 acompanhamento da equipe

da anestesiologia. Em 01/02/2005, durante 0 banho e curativ~s realizados no CTa,

observou-se boa cicatriza9ilo em regiao dorsal e t6rax, pele eritematosa, sem

secre9ilo, com sangramento durante os curativos nas maos. Em 03/02/2005, a

cultura da superficie da area queimada demonstrou coloniza9ilo por MRSA - S.

Aureus resistente a Meticilina, sendo necessario isolamento de contato. Em

04/02/2005, paciente apresentava bom estado gera\' movimentando-se no leito,

caminhando para 0 banho, sem queixas de dor. Em 09/02/2005ciou 0 uso de

antihistaminico devido ao prurido em ambas as maos. Em 18/0212005 recebeu alta

da equipe de anestesiologia. Em 22102/2005 novos resultados das culturas

demonstraram prese""" de Klebsiella e Acinetobacter em membro superior

esquerdo e S. Aureus em face. Neste mesmo dia, 0 paciente perdeu 0 enxerto em

membro superior direito realizado em 13/02. Em 23/02/2005, a secre9ilo purulenta

no membro superior esquerdo diminuiu, apresentando tecido de granula9ilo na

regiao anterior do antebrago. Em 25/02/2005, realizou enxertia de pele parcial nos

membros superiores e regiao dorsal de ambas as maos e face. Em 01/03/2005, as

areas lesadas evoluiram com boa cicatrizag1!oe ausencia de secre9ilo purulenta. E

em 08/03/2005, recebeu alta hospitalar com excelente integra9ilo dos enxertos.

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68

5.1 AVALlAQAo E OBJETIVOS

A primeira avalia9!io da Terapia Ocupacional foi realizada em 22/01/2005,

atraves de consulta ao prontuario medico, entrevista com 0 paciente e

acompanhante, acompanhamento do banho e curativo, contato com medico

cirurgiao e equipe de enfermagem, com objetivo de verificar 0 histerico medico e

estado atual do paciente, a localiza9ao e profundidade da lesao, amplitude de

movimento ativa e passiva, for98 muscular e presen9a de edema. Paciente manteve-

se lucido, orientado, contactuante, motivado e capaz de participar do tratamento

durante todo 0 processo.

A avalia9ao de amplitude de movimento ativa e passiva demonstrou

Iimita9!io de movimento na flexao e extensao de cotovelo direito, na flexao e

extensao de punho, das metacarpofalangianas e dedos de ambas as maos, na

prona9!io e supina9iio dos antebra9Qs,devido a presen98 de edema e inelasticidade

da pele. Nos membros inferiores apresentava amplitude de movimento e for98

muscular sem altera90es, com independencia na marcha. Na alimenta9ao, nos

cuidados pessoais e para vestir-se, necessitava de assistencia maxima a moderada,

segundo a Medida de Independencia Funcional- MIF.

Apes a confirma9!io da aderencia dos enxertos em 01/03/2005 realizada a

goniometria de punhos e dedos, demonstrando Iimita9ao da amplitude de movimento

pnneipalmente p~r edema e inieio de contraturas (anexo 3). Novas medi¢es foram

realizadas no dia da alta hospitalar, em 08/03/2005 e em 2110912005. Seguem os

resultados das avalia¢es:

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69

Goniometria 3/mar/05 8/mar/05 21/09/05

o 0-25 0-45 0-55Flexao

E 0-25 0-45 0-55

o 0-20 0-40 0-50Ex1ensao

E 0-20 0-40 0-45Punho

Desvio 00-10 0-20 0-20

radial E 0-15 0-15 0-20

Desvio o 0-10 0-20 0-25

ulnar E 0-10 0-20 0-25

0 10-60 0-70 0-80MCF Flexeo

E 10-60 0-70 0-80

\I o 5-50 0-60 0-70

11\ 5-50 0-60 0-70

IV 5-50 0-60 0-70

V 5-50 0-60 05-70IF proximal Flexao

\I E 05-50 0-60 0-70

11\ 5-50 0-60 0-70

IV 5-50 0-60 0-75

V 5-50 0-60 05-70

IF distal Flexao \I o 0-5 0-10 0-50

\II 0-5 0-20 0-50

IV 0-5 0-10 0-50

V 0-10 0-15 5-50

\I E 0-5 0-10 0-50

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70

III 0-10 0-20 0-50

IV 0-5 0-15 0-50

V 5-10 0-10 5-50

D 0-20 0-35 0-45MCF Polegar Flexao

E 0-20 0-35 0-45

D 0-20 0-25 (-)10-40IF Polegar Flexao

E 0-20 0-25 (-)10-40

Abduyao D 0-20 0-40 0-60

Polegar E 0-20 0-30 0-60

Extensao D 0-15 0-25 0-45

Polegar E 0-10 0-25 0-45

II D 0-5 0-15 0-15

IV 0 0-5 0-15

Abduyao V 0-5 0-10 0-25

dedos II E 0 0-15 0-15

IV 0 0-10 0-15

V 0-5 0-15 0-25

Os objetivos durante a fase de cuidados intensivos foram:

.:- Controlar 0 edema dos membros superiores;

.> Minimizar os efeitos da imobilidade;

~. Prevenir contraturas e deformidades em cotovelo, punhos e maos;

.:. Iniciar a educayao do paciente e acompanhante quanto ao processo de

reabilitayao e medidas preventivas relacionadas a infecyao hospitalar.

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71

Na fase p6s-operat6ria os objetivos foram:

.:. Proteger e preservar as areas enxertadas;

.:. Controlar 0 edema.

Na fase de reabilitagao os objetivos principais incluiam:

.:. Controle cicatricial e cuidados com a pele;

.;. Controle do edema;

.;. Restaurag80 da fungao maxima e independencia nas Atividades de Vida Diaria e

Atividades Instrumentais de Vida Diaria;

.:. Orientagao e treinamento do paciente e acompanhante quanto aos cuidados

domiciliares;

.:. Reintegrag80 do paciente as atividades domiciliares, profissionais e na

comunidade.

5.2 ABORDAGENS DE TRATAMENTO

5.2.1 Intervencoes na Fase de Cuidados Intensivos

.:. Posicionamento em extens80 do cotovelo, com elevagao dos membros

superiores utilizando travesseiros para auxiliar no controle do edema;

.:. Uso diario de 6rtese em PVC sobre 0 curativo para posicionamento de ambas as

milos, mantendo punho a 20· de extensao, polegar em abdugao e extensao,

metacarpofalangianas em 60· de flexao e interfalangianas em extensao;

.:. Incentivo para automovimentagao no leito, saida do leito e deambula9ao pelo

setor;

.:. Incentivo a participagao e colaboragao do paciente na mobilizayAo e manutengao

dos posicionamentos antideformantes;

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.:. Orientayao ao acompanhante sobre higienizayao das maos e uso de acess6rios,

limitando-se aos cuidados do seu familiar;

.:. Exercicios ativos suaves e lentos dos membros superiores e alongamento lento e

mantido, realizados durante a troea de curativ~s, com anfase a flexao e extensao

do cotovelo, punho, pronayao e supinayso do antebrayo, e exercicios para

deslizamento diferencial dos tendoes, respeitando 0 limite de dor do paciente;

.:. Manutenyao da regiao afetada em posiyao antideformante para a realizayso do

curativo e enfaixamento, efetuado pela equipe de enfermagem;

.:. Incentivo a participayao do paciente no programa terapautico, atraves atividades

funcionais e exercicios, associados a padroes funcionais de movimento.

5.2.2 Intervenyoes na Fase Pos-operatoria

Durante 0 perfodo de imobilizayso, quatro dias, nso foi utilizado 6rtese de

posicionamento. Foi utilizada uma tecnica que manteve a flexao a 70· das

metacarpofalangianas e interfalangianas proximais e leve flexao das distais, atraves

da sutura da polpa dos dedos na regiao palmar, realizado durante a enxertia pelo

medico cirurgiao plastico (anexo 2);

Manteve-se 0 posicionamento em elevayao dos membros superiores para

controle de edema, conscientizando 0 paciente quanto a necessidade de manter

este posicionamento.

5.2.3 Intervenyoes na Fase de Reabilita~o

.:. Exercfcios de deslizamento diferencial dos tendoes, exercicios ativos e ativo-

assistidos de cotovelo, antebrayo e punho, realizados ap6s lubrificayao das areas

enxertadas;

.:. Controle de edema atraves de elevayao dos membros superiores;

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.:. Atividades funcionais, estimulando a independencia nas Atividades de Vida

Diana (AVDs), principalmente higiene e alimenta~o;

.:. Orienta~o e treino do paciente e acompanhante quanto aos cuidados com a

pale, cicatriz, alongamentos, exercicios ativos e AVDs;

.:. Massagem cicatricial com graduayao da pressao, iniciada com leve tapotagem

dos dedos nas bordaS/fronteirasdas areas enxertadas;

.:- Orienta~o sobre 0 usa continuo da malha compressiva nos brayos, maos e

rosto, prescrita pelo medico cirurgiao, retirando-a somente para higiene pessoal;

.;. Treino de preensao palmar e pinya;

.:. Tapping para flexao digital;

.:. Luva para flexao de metacarpofalangianas;

.:. Exercicios resistidos com aumento progressivo da resistencia;

.:. Orienta~o e incentivo ao retorno as atividades sociais e de convivio familiar.

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74

5.3 RESULTADOS E DISCUsSAo

Na alta hospitalar, 0 paciente apresentava limitac;ao de amplitude de

movimento ativa e passiva em punhos, metacarpofalangianas e dedos,

principalmente pela presen98 de edema (anexo 4). Apesar desta limitac;ao,

apresentava amplitude funcional de movimento, permitindo a independencia na

alimentac;ao (anexo 4 - fig. 05), cuidados pessoais, independencia modificada no

banho e ao vestir-se, segundo escala MIF. Apresentava cicatriz de fronteira, com

tecido cicatricial discretamente elevado em ambas as maos.

Trinta dias apas a alta 0 paciente continuou com a terapia ocupacional e

terapia da mao a cada quinze dias, nos primeiros tres meses, iniciou tambem apas

quarenta e cinco dias da alta a fisioterapia semanal na sua cidade de origem. Foi

atendido pela terapia ocupacional mensalmente somente ate 21/09/2005 por

questi5es economicas, estruturais e de gestao da saude publica municipal,

totalizando sete meses de terapia ocupacional e terapia da mao.

Como resultado das tecnicas aplicadas, apas sete meses de tratamento,

J.Q.N. conseguiu aumento da amplitude de movimento ativa de:

.:. 30° na flexao do punho direito e esquerdo;

.:. 300 na extensao do punho direito e 25° na extensao do esquerdo;

.:. 30° na flexao das metacarpofalangianas de ambas as maos;

.:. 15° na flexao das interfalangianas proximais do II ao IV dedos de ambas as

maos;

.:. 45° na flexao da interfalangiana distal do II ao IV dedos de ambas as maos;

.:. 40° na flexao da interfalangiana distal do V dedo da mao direila;

.:. 45° na flexilo da interfalangiana distal do V dedo da mao esquerda;

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75

.:. 25° na flexao da metacarpofalangiana e 20° na flexao da interfalangiana do

polegar de ambas as maos;

.:. 20° na abducao do polegar da mao direita e 30° para 0 mesmo movimento na

mao esquerda;

.:. 20° na extensao do polegar na mao direita e 22° na extensao do polegar da mao

esquerda.

Estes resultados proporcionaram melhora da habilidade manual e maior

qualidade nos movimentos de pinya e preensao (anexo 5).

Na interfalangiana proximal do V dedo de ambas as maos, houve reduCao

de 10° na extensao ativa, porem na passiva manteve extensao total.

Na interfalangiana do polegar, constatou-se uma hiperextensao de 5° em

ambas as maos.

A cicatrizacao das areas enxertadas, ainda na fase de remodelaCao,

apresentava boa evolucao, sem aderencias ou retrayiies cicatriciais, respondendo

bern ao usc constanta da malha compressiva e aos exercicios.

J.Q.N. manteve-se motivado durante todo 0 processo, participando

ativamente do tratamento, seguindo rigorosamente as orientayiies da terapeuta,

alam de contar com 0 apaio dos familiares para continuar 0 programa de exercicios

domiciliares, uso de malha compressiva e cuidados com a pele. "A experiencia

mostra que os clientes podem lidar mais facilmente com as constantes alterayiies,

quando eles aprendem 0 que devem esperar." (RIVERS e JORDAN, 2002, p.698).

Apresentava-se independente nas atividades da vida diaria e nas

instrumentais, integrado as atividades domiciliares e na comunidade, iniciando

retorno gradativo as atividades profissionais, conforme aumento resistencia

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muscular. "A motivagiio e a variavel mais importante que influi favoravelmente na

recuperagiio." (CHIN e cols. ap. COOPER, 2005, p. 929).

o acesso ao atendimento precoce de terapia ocupacional e a utiliza<;;aode

tecnicas da terapia da mao, contribuiu para a prevengiio de deformidades,

restauragiio da fungiio manual e rapido restabelecimento da independencia

funcional, confirmando a seguinte afirma<;;ao:

"A atua~o do terapeuta treinado e especializado e necessaria em centr~s

hospitalares para 0 tratamento do paciente queimado. IS50 diminui a

incid!!mcia de sequelas e possibitita 0 retorno mais precoce do paciente assuas atividades habitua!s." (BUSNARDO e SILVA, 2005, p. 507)

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77

6 CONSIDERA(,fOES FINAlS

A interven9iio precoce da terapia ocupacional e terapia da mao mostrou-se

eficaz na preven9i\o de aderencias cicatriciais, encurtamento da pele e tendces,

deficit de movimenta9i\o e consequente instala9ao de deformidades nas maos, e

fundamental na reabilitagao funcional dos membros superiores queimados, sendo

fundamental tambam, a abordagem interdisciplinar. 0 programa de reabilita9iio

adequado, associado ao tratamento por excisao e enxerto precoce, foi determinante

para 0 restabelecimento funcional e estatico dos membros superiores afetados no

caso descrito.

A participa9iio e colabora9iio do paciente durante 0 processo de

reabilita9iio, influenciaram diretamente no resultado funcional. A compreensao do

proposito de tratamentos especificos e do prognostico funcional, com envolvimento

ativo do paciente e familia no programa de reabilita9i\o, foi essencial para a

recupera9iio funcional.

Fatores como faixa etaria, nlvel de compreensao e colaboragBo do paciente

e familia, questoes s6cio-economicas, emocionais e intercorrencias clinicas

interferem no resultado funcional e no prognostico de qualidade de vida dos

pacientes vltimas de queimaduras.

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8 ANEXOS

8.1 ANEXO 1 - TIPOS DE PREENSCES

85

12

Preens6es digitais:

Fig.1 e 2: Termino-pulposa

Fig.3:Polpa a polpa

Fig.4: Pulpo-Iateral

Fig.S: Interdigital

Fig.S, 7 e 8: Tridigital

Fig.9: Tetra-digital pulpar

Fig.10: Tetra-digital pulpo-Iateral

Fig.11: Tetra-digital policitridigital

Fig.12: Pentadigital pulpo-Iateral

Fig.13: Pentadigital comissural

Fig.14: Pentadigital panoramica

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24 25

86

Preensiies palmares:

Fig.15 e 16: Digito-palmar

Fig.17 e 18: Palmar cilindrica

Fig.19 e 20: Palmar plena

Fig.21, 22 e 23: Palmar esferica

Preensiies centradas:

Fig. 24, 25 e 26: centradas

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87

8.2 ANEXO 2 - FASE CIRORGICA

Figura 01: Desbridamento cirurgico

Figura 02: Desbridamento cirurgico

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88

Figura 03: Tecnica de imobilizagao para enxertia

\

Figura 04: Tecnica de imobiliza9ao para enxertia

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89

Figura 05: Tecnica de imobiliza98o para enxertia

Figura 06: Enxerto de pele

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90

Figura 07: Enxerto de pele

Figura 08: Enxerto de pele

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8.3 ANEXO 3 - ADERtoNCIA DOS ENXERTOS

Figura 01; tr~s dias ap6s ader~ncia dos enxertos - mao esquerda

Figura 02; tres dias ap6s aderencia dos enxertos - mao esquerda

91

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92

Figura 03: tr~ dias ap6s aderencia dos enxertos - flexao ativa do punho esquerdo

Figura 04: tres dias ap6s ader€mcia dos enxertos - extensao ativa do punho

esquerdo

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93

Figura 05: tres dias ap6s aderencia dos enxertos - mao direita

Figura 06: tres dias ap6s aderencia dos enxertos - oposi9ao do polegar e terceiro

dedo da mao direita

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94

Figura 07: Ires dias apes aderencia dos enxertos - flexao aliva do punho direilo

Figura 08: Ires dias apes aderencia dos enxertos - extensao aliva do punho direilo

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Figura 09: tres dias ap6s aderEmcia dos enxertos - mao direita

Figura 10: tres dias ap6s aderencia dos enxertos - mao esquerda

95

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96

Figura 11: tres dias apas aderencia dos enxertos - oposi9ao do polegar e terceiro

dedo da mao esquerda

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8.4 ANEXO 4 - ALTA HOSPITALAR

Figura 01: alta hospitalar - mao direita

Figura 02: alta hospitalar - mao direita

97

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Figura 03: alta hospitalar - mao esquerda

Figura 04: alta hospitalar - mao esquerda

98

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99

Figura 05: alta hospitalar - milo direita

Figura 06: alta hospitalar - independencia na alimenta9iio

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Figura 07: alta hospitalar

100

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8.5 ANEXO 5 - FASE DE REABILITACAo

Figura 01: apas quatro meses da alta hospitalar

Figura 02: apas quatro meses da alta hospitalar

101

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Figura 03: ap6s quatro meses da alta hospitalar - independencia na escrita

Figura 04: ap6s quatro meses da alta hospitalar

102

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Figura 05: ap6s quatro meses da alta hospitalar

Figura 06: ap6s quatro meses da alta hospitalar

103

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Figura 07: ap6s quatro meses da alta hospitalar

104

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•••Joinville, 10 de abril de 2006

Ref. CEP N" 06016

PARECER CONSUBSTANCIADO DE PROJETO DE PESQUISA

o protocolo de estudo clinico intitulado TERAPIA OCUPACIONAL E TERAPIA DAMAO NO TRATAMENTO DA MAO QUEIMADA- RELATO DE CASO. que seraccnduzido na Unidade Queimados do Hospital Municipal Sao Jose sob aresponsabilidade da Ora. Marlei Denise Gebien de Oliveira fol avaliado par estaComissao de Etica em Pesquisa e considerado APROVAOO.

Para tal aprovac;ao foram seguidas as exigencias das Resoluyoes Nacionais 196/96 e251/97, relacionadas a pesquisas envolvendo seres humanos. No presente projetoforam devidamente enfatizados ltens que correspondem aos objetivas do estudo e seuraeional; antecedentes cientificos justificaveis, adequa9ao ao material e metoda;amllise criteriosa dos riscos e beneflcios; referenda bibliografica pertinente;responsabilidade do pesquisador na conduyao do Estudo, bem como a possibilidadede interruP930 do estudo nos casas em que se verifiquem riseas aos voluntarios.

Tambem foi analisado e considerado aprovado 0 respectiv~ Termo de Compromissopara Utilizayao de Dados, versao 31/03/2006, uma vez que 0 mesmo segue os padroesnormativos.

Lembramos aos senhores pesquisadores que, no cumprimento da Resoluyao 251/97, aComissao de t::tica em Pesquisa devera receber relat6rios semestrais sobre 0andamento do Estudo, bem como a qualquer tempo e a criterio do pesquisador noscasos de relevancia, alem do envio dos relatos de eventos adversos, paraconhecimento desta Comissao. Salientamos ainda, a necessidade de relat6riocompleto ao final do Estudo. Solicitamos que este CEP seja informado quando dainclusao do primeiro paciente.

Face ao exposto fica 0 pesquisador responsavel autorizado a iniciar 0 Estudo a partirda presente aprovayao.

Dra. Luciane Monica Oeboni

Presidente do CEP