teologia da prosperidade

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Esta aula foi preparada a cerca de um ano a respeito da Teologia da Prosperidade. Procurei fazer um apanhamento geral sobre o assunto que é vasto e controvertido.

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Page 1: Teologia da prosperidade

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Page 2: Teologia da prosperidade

Mateus 7:15-23: “Cuidado com os falsos  profetas! Eles chegam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos selvagens. Vocês os conhecerão pelo que eles fazem. Os espinheiros não dão uvas, e os pés de urtiga não dão figos. Assim, toda árvore boa dá frutas boas, e a árvore que não presta dá frutas ruins. A árvore boa não pode dar frutas ruins, e a árvore que não presta não pode dar frutas boas. Toda árvore que não dá frutas boas é cortada e jogada no fogo. Portanto, vocês conhecerão os falsos profetas pelas coisas que eles fazem.

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Não é toda pessoa que me chama de “Senhor, Senhor” que entrará no  Reino do Céu, mas somente quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu.

Quando aquele dia chegar, muitas pessoas vão me dizer: “Senhor, Senhor, pelo poder do seu nome anunciamos a mensagem de Deus e pelo seu nome expulsamos demônios e fizemos muitos milagres!” Então eu direi claramente a essas pessoas: “Eu nunca conheci vocês! Afastem-se de mim, vocês que só fazem o mal!” (NTLH).

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Paulo Romeiro (1995, p. 93), chega a dizer que: “Milagre não é diploma de bom comportamento e nem prova da aprovação de Deus quanto ao ministério de alguém”. Em I João 4:1 o apóstolo alerta a Igreja do Senhor a fazer algo que não foi feito por parte daqueles que aderiram à Teologia da Prosperidade, vejamos o que diz o texto sagrado: “Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora.” Deus deu além da capacidade de provar os espíritos a todos os seus filhos, um dom especial para alguns, de discernir espíritos (I Co 12:10), embora essas pessoas sejam vistas como descrentes e pouco espirituais, sobretudo nos corredores carismáticos, discernir os espíritos é da vontade de Deus que concede os dons de forma soberana e graciosa.

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Devemos notar que o termo “espíritos” contido em I João 4:1 se refere a falsos ensinamentos. O Dom mencionado em I Coríntios capítulo 12 de “discernimento de espíritos” não se limita a dizer se uma pessoa está ou não endemoninhada. A amplitude de tal dom, de acordo com todo o contexto do Novo Testamento, chega ao ponto da pessoa que possui o dom de discernir os espíritos saber se os ensinamentos vêm de Deus ou se trata de uma heresia. Este dom tem sido pouco usado na maioria das Igrejas brasileiras porque tem sido mal compreendido.

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ORIGEM DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

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O desejo de se igualar a Deus é antigo, tem raízes no Paraíso do Éden, quando a serpente prometeu à mulher que ela e seu marido seriam iguais a Deus ao comerem do fruto que Deus proibira (Gn 3:1-6). Desde então o homem vem nutrindo o desejo pecaminoso de ser igual a Deus, ou no mínimo, de ser um pequeno deus.

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Em tempos mais recentes, por volta do começo do século XIX, surgiu um homem chamado Essek William Kenyon, a quem os especialistas, como Romeiro, por exemplo, denominam de Pai da confissão positiva (outro nome da Teologia da Prosperidade). Romeiro (1998, p.8) diz: “quando se investiga o desenvolvimento histórico do movimento, chega-se à conclusão de que o verdadeiro pai da confissão positiva é Essek William Kenyon.”

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O homem que veio a ser o pai da chamada confissão positiva, ou Teologia da Prosperidade, nasceu no ano de 1867, em Nova York, Estados Unidos e morreu em 1948. Quando tinha 19 anos de idade pregou seu primeiro sermão numa igreja Metodista. Começou cedo como pregador, e iria mais adiante querendo o aperfeiçoamento no estudo das Sagradas Escrituras. Matriculou-se numa escola para aprender a hermenêutica do professor Charles Emerson.

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Emerson, foi um homem religiosamente inseguro, passou por diversos tipos de religião. Emerson mudou diversas vezes de opinião tendo no seu currículo crenças das mais bizarras no que diz repeito à Bíblia Sagrada, como por exemplo, foi universalista, unitariano, trancendentalista, e terminou na seita conhecida por Ciência Cristã, que explica que toda causa e efeito são mentais, não físicos (ROMEIRO, 2005).

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Kenyon chegou a ser escritor, pregador Batista, Metodista, Pentecostal, e itinerante sem vínculos denominacionais, radialista de sucesso no final dos anos 30 e começo dos 40 iniciou-se nos ensinos das “seitas metafísicas” (MARIANO, 1999, p. 90).

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O Pai da Teologia da Prosperidade enfatizava seus ensinos na cura divina e confisão positiva, ato de ordenar verbalmente às coisas, às vezes até mesmo a coisas que ainda não existem, e essas ordens têm de ser obedecidas, segundo dizem, para se cumprir o que está escrito na Bíblia em Marcos 11: 23-24.

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Os ensinos sobre a prosperidade financeira exagerada e fora dos parâmetros bíblicos, de que todos os crentes independente da situação econômica do país onde viva e da sua própria história de vida devem enriquecer, advêm do televangelista norte-americano Oral Roberts. Roberts começou a crer assim quando inicou na televisão e passou por apertos financeiros para pagar seus próprios programas que iam ao ar.

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Pouco antes de sua morte em 1948, Kenyon passou às mãos de sua filha Ruth a incumbência de propagar seus ensinamentos. Pouco tempo depois surge Kenneth E. Hagin como o maior propagador das ideias de Kenyon até o presente momento. Sua influência foi sofrida por meios dos escritos publicados pela filha de Kenyon, certamente seus escritos não exerceram influência apenas em Hagin, pois, hoje em dia, no Brasil tais ensinos têm formado parte da teologia de muita gente, como veremos mais a frente.

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Kenneth Erwin Hagin nasceu no estado do Texas, no mesmo país de seu antecessor Kenyon, no dia 20 de agosto de 1917. Logo que nasceu foi desenganado pelos médicos por sofrer de problemas cardíacos. Tudo ficou pior quando, por motivos que desconhecemos, seu pai abandonou a família quando este tinha seis anos de idade. Com a saída de seu pai de casa, Hagin ainda criança passou a ter forte inclinação para o suicídio.

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Aos nove anos foi morar com a avó. Prestes a completar 16 anos sofreu uma piora em sua saúde, o que o obrigou a viver por uns tempos numa cama sem poder andar. Mas, duas coisas bastante significativas e que geram polêmica ainda hoje, estavam para acontecer com o adolescente que seria o maior propagador da teologia da prosperidade do século passado. A primeira coisa a acontecer foram suas visitas, como ele mesmo dizia, ao inferno por três vezes que o levou a se converter ao Senhor Jesus. A segunda coisa marcante nessa fase da vida do, então jovem, Hagin foi sua miraculosa cura.

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Ele conta que orou e “confessou”, baseado em Marcos 11:23-24, que estaria curado de suas enfermidades, isso aconteceu no dia 1º de janeiro de 1934, alguns meses depois, na segunda semana de agosto do mesmo ano, ele finalmente se recuperou, e, para a surpresa de todos, voltou inexplicavelmente a andar.

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Continuando com a história [controversa] de Kenneth E. Hagin, vemos que, durante os anos de 1934-1937 Hagin pastoreou uma Igreja Batista na cidade onde morava. No ano de 1937 recebeu o batismo no Espírito Santo, falou em línguas e se tornou um ministro das Assembleias de Deus no Estado do Texas onde pastoreou algumas igrejas desta denominação até 1949. Nessa mesma época, Hagin se associou com pregadores pentecostais independentes, também pregadores da cura divina, nomes como William Marion Branham (que era unitariano), Oral Roberts e T. L. Osborn.

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Em 1963, ele fundou a Associação Evangelística Kenneth Hagin. Em 1966 Hagin recebeu inúmeros convites para pregar e realizar seminários, no mesmo ano começou a pregar no rádio. Em 1976 foi ao ar seu primeiro programa de televisão. Em 1974 seu filho Kenneth Hagin Junior fundou o Centro de Treinamento Bíblico Rhema, justamente para ensinar a Teologia da Confissão Positiva, o que logrou muito êxito, pois, diversos alunos, das mais diferentes partes dos Estados Unidos começaram a se matricular a fim de receber e propagar pelo mundo tal doutrina.

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Até hoje, o centro de treinamento Rhema já formou mais de 23 mil alunos.

O programa de rádio da mesma Escola é atualmente transmitido por mais de 250 estações na América do Norte. Kenneth Hagin e seu filho já produziram cerca de 150 livros e livretos com ensinamentos da Teologia da Prosperidade que, ao todo tiveram uma tiragem de aproximadamente 65 milhões de cópias em todo o mundo (ROMEIRO, 2005, p. 96).

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O QUE ENSINA Para Ricardo Mariano (1999, p. 44) “a

Teologia da Prosperidade, [é uma] doutrina que, grosso modo, defende que o crente está destinado a ser próspero, saudável e feliz neste mundo”.

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Para Paulo Romeiro (1998, p. 7): Ensinos pouco ortodoxos caracterizam a confissão positiva, conhecida também como “evangelho da saúde e da prosperidade”, “palavra da fé” ou ainda como “movimento da fé”. Seus líderes apregoam que os humanos possuem a natureza divina, que consultar médicos ou tomar remédios é pouco recomendável para o cristão, que Jesus foi milionário e que a soberania de Deus é limitada pela vontade humana.

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O maior divulgador do movimento da fé no século passado, Kenneth E. Hagin chegou a dizer: “Deus quer que seus filhos usem a melhor roupa. Ele quer que eles dirijam os melhores carros e quer que tenham o melhor de tudo [...] simplesmente exija o que você precisa” (HAGIN, p. 43) Noutra ocasião ele também disse: “Você é tão encarnação de Deus quanto Jesus Cristo o foi: cada homem que nasceu de Deus é uma encarnação de Deus tanto quanto o foi Jesus de Nazaré” (HAGIN, dezembro 1980 apud ROMEIRO 1998, p. 43).

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R. R. Soares, ou simplesmente “O Missionário”, como é popularmente conhecido nos corredores da IIGD (Igreja Internacional da Graça de Deus), alega que os filhos de Deus devem exigir seus direitos, que seriam riquezas e saúde. Ele também não crê na soberania de Deus, pelo menos no que diz respeito à oração, que segundo ele mostra em um de seus livros, está mais para patrão de Deus do que servo.

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Ele diz: Usar a frase “se for da tua vontade” em oração pode parecer espiritual, e demonstrar atitude piedosa de quem é submisso à vontade do Senhor, mas, além de não adiantar nada, destrói a própria oração (SOARES, 2004 p.11).

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A bíblia condena seu ensinamento mostrando justamente o contrário, que devemos orar pedindo sempre a vontade de Deus. Mateus 6:10 diz “[...] faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”. Jesus orou assim em Mateus 26:39 “[...] não seja como eu quero, e sim como tu queres”.

Se o próprio Jesus orou pedindo a vontade de Deus e ensinou que devemos orar assim, por que oraríamos diferente disso?

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Eles ensinam que nós somos pequenos deuses.

Vejamos o que Hagin nos diz sobre o assunto: “Se eu permanecer em Deus e junto D’Ele, meus direitos estarão claramente assegurados. Ninguém poderá oferecer-me nada melhor. Nem o próprio Senhor Jesus tem uma posição diante de Deus do que você e eu temos.” (HAGIN, 1980, p. 74).

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Na mensagem intitulada “Quando Deus Escolhe Alguém” Marco Feliciano, alegando ter ouvido Deus falar, diz o seguinte:Ele manda te dizer que aqueles que te olharam de cima para baixo terão que te olhar com um binóculo e de baixo para cima de tão alto que o Senhor vai te colocar. Porque Deus colocará asas em sua vida e ministério. [...] Você será grande para a honra e glória do Senhor. Aquele que entende que essa palavra é pra ele, pelo amor de Deus, comece a dar glória.

Parece ou não com a teologia da música “Tem Sabor de Mel?”

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Na mensagem “O Vinho do Inferno” ele diz:

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A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE NO BRASIL “Eu sei que, depois da minha partida,

entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho” (At 20:29).

Na década de 1970 a teologia da prosperidade pede espaço e começa a ter força em solo brasileiro (MARIANO, 1999, p. 156).

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A Teologia da Prosperidade não é uma denominação e sim um movimento, presente em diversas denominações.

As denominações que adotam tal teologia integralmente são chamadas de igrejas neopentecostais.

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De acordo com Paulo Romeiro (2005, p. 49): Ainda que um grupo possa apresentar uma ou mais práticas de uma denominação, elas não são suficientes para classificá-lo como tal. Assim, o neopentecostalismo não pode ser considerado denominação, mas movimento. E tal afirmação é corroborada por vários estudiosos.

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DIGA O NOME DE UMA IGREJA QUE PROFESSA A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

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CONCLUSÃO

Enquanto os teólogos da prosperidade ensinam que quem mais der mais terá, o senhor Jesus disse que “é melhor dar do que receber” (At 20:35). Não para ter mais na terra, mas, no céu.

Precisamos ofertar toda nossa vida a Deus.

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Concordamos com Augustus Nicodemus Lopes (2001, p. 145) quando ele disse: Esta é uma característica de todo falso mestre. Ele sempre tem uma interpretação distorcida da Escritura. Os falsos mestres, conquanto possam expressar verdades da Escritura em seu ensinamento, costumam se desviar em algum ponto básico, como na doutrina de Deus, de Cristo, do Espírito Santo, da Criação, do pecado ou da redenção.

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REFERÊNCIAS LOPES, Augustus Nicodemus. O que você precisa

saber sobre batalha espiritual. 3. Ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2001.

MARIANO, Ricardo. Neo pentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil. São Paulo: Loyola, 1999.

ROMEIRO, Paulo. Decepcionados com a graça: esperanças e frustrações no Brasil neopentecostal. São Paulo: Mundo Cristão, 2005.

______. Super crentes: o evangelho segundo Kenneth Hagin, Valnice Milhomens e os profetas da prosperidade. 7 ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1998.

www.brunocesarnt.wix.com/teologia

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