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Sacramentos

ContedoContedo........................................................................................................2 MAIS DO QUE SETE SACRAMENTOS?..............................................................4 OS SACRAMENTOS DA IGREJA........................................................................5 OS SACRAMENTOS.......................................................................................13 CONFISSO...................................................................................................15 EUCARISTIA - SACRAMENTO E SACRIFCIO...................................................23 SACRAMENTO DA PENITNCIA......................................................................26 FILHOS DE DEUS PELO BATISMO..................................................................35 O BATISMO...................................................................................................38 OS SACRAMENTAIS.......................................................................................40 PAPA BENTO XVI ENSINA: " NINGUM PODE BATIZAR A SI MESMO!"...........42 AS PRESENAS DE CRISTO...........................................................................43 A EUCARISTIA E A ECLESIOLOGIA.................................................................47 EUCARISTIA - SACRAMENTO PARA O POVO..................................................49 O QUE SIGNIFICA A EXPRESSO "PRO MULTIS" DITA NA CONSAGRAO?...50 PROTESTANTE PERGUNTA: " PORQUE OS CATLICOS INSISTEM EM COMUNGAR APENAS O PO?".......................................................................52 BATISMO "EM NOME DE JESUS" OU "EM NOME DO PAI, E DO FILHO E DO ESPRITO SANTO?.........................................................................................54 O BATISMO INFANTIL E A INSPIRAO DAS SAGRADAS ESCRITURAS!.........57 OS SACRAMENTOS CRISTOS COMO ELES SE INTERLIGAM E SE INTERDEPENDEM?........................................................................................68 PROTESTANTE QUESTIONA BATISMO DE CRIANAS E IMAGENS - VEJA RESPOSTAS!.................................................................................................72 O QUE O BATISMO? VEJAMOS O QUE A BBLIA TEM A DIZER?...................79 PAPA APRESENTA VIDA SACRAMENTAL COMO ANTDOTO PARA S SEITAS! 84 CINZAS, UM SACRAMENTAL QUE O PAPA TAMBM RECEBE.........................85 ENTENDENDO OS SACRAMENTOS - COMO PROVAR A EXISTNCIA DOS SETE SACRAMENTOS?...........................................................................................86 2

ENTENDENDO OS SACRAMENTOS - O QUE A GRAA E A NECESSIDADE DOS SACRAMENTOS?.................................................................................100 ENTENDENDO OS SACRAMENTOS - OS SACRAMENTOS SO MERAS REPRESENTAES EXTERIORES?...............................................................101 ENTENDENDO OS SACRAMENTOS - O QUE SO OS SACRAMENTOS?.........102 A VIDA DE CRISTO EM NS, ENQUANTO CABEA DA IGREJA......................103 O SACRAMENTO DA EXTREMA - UNO PODE SER DADO AOS NO CATLICOS?...............................................................................................110 COMENTRIOS SACRAMENTUM CARITATIS.................................................111 VIDA DE F E SACRAMENTOS.....................................................................115 OS SACRAMENTOS NO SCULO III..............................................................117 JESUS CRISTO EST NA EUCARISTIA?.........................................................119 JESUS CRISTO EST NA EUCARISTIA? - PARTE II.........................................142 O PROTESTANTISMO E OS SACRAMENTOS.................................................165 LIES SUPLEMENTARES SOBRE A EUCARISTIA NA IGREJA ORTODOXA E SUA VALIDADE...................................................................................................167 PODE O CATLICO COMUNGAR O CORPO E SANGUE DE CRISTO NA IGREJA ORTODOXA???............................................................................................169 SACRAMENTOS DA IGREJA..........................................................................171 A GRAA SANTIFICANTE E A GRAA ATUAL................................................173 A EUCARISTIA E A UNIDADE DA IGREJA......................................................179 SOBRE O SACRAMENTO DA UNO DOS ENFERMOS.................................181 O BATISMO DE CRIANAS..........................................................................183 A CONFISSO DOS PECADOS ENSINADA NA BBLIA...................................187 ATAQUE PROTESTANTE A TRANSFORMAO DO PO E VINHO NO CORPO E SANGUE DE CRISTO!..................................................................................188

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MAIS DO QUE SETE SACRAMENTOS?Autor: This Rock Magazine - Janeiro/1990 Traduo: Carlos Martins Nabeto Fonte: Catholic Answers - http://www.catholic.com Fonte: http://www.veritatis.com.br/article/5780/mais-do-que-sete-sacramentos

- Eu ouvi um padre dizer que a Igreja pode mudar, como j mudou, o nmero dos sacramentos. Ele disse que houve um tempo em que existiram mais do que os sete que conhecemos hoje. Isto verdade? (Annimo)

Sim e no. Depende da forma como voc emprega o termo "sacramentos". Os Conclios de Lio (1274) e Florena (1438-1445) ensinaram que existem apenas 7 sacramentos, exatamente aqueles que conhecemos hoje. O Conclio de Trento reiterou este ensinamento em resposta rejeio protestante quanto a alguns sacramentos. Portanto, conforme os ltimos sete sculos, podemos dizer que existem exatamente 7 sacramentos. Porm, o conceito de sacramento foi insuficientemente desenvolvido pela Igreja primitiva e houve debates sobre quais rituais e prticas crists deveriam ser chamados "sacramentos". s vezes o termo foi usado pelos Padres para apontar prticas que hoje chamaramos de "sacramentais". Outras vezes seu emprego foi mais amplo, de modo que qualquer coisa que tivesse um simbolismo cristo era chamado "sacramento". Por que esta multiplicidade de definies? Porque ainda no tinham atingido um consenso sobre o que a palavra "sacramento" significaria. Como resultado, muitas coisas eram chamadas "sacramentos" na Igreja primitiva e, posteriormente, no foram identificadas como tais. Atualmente vemos alguns promoverem o antigo costume: alguns telogos usam o termo em um sentido amplo; lgico que isto pode confundir. O problema a falta de distino: alguns poucos escritores colocam os 7 sacramentos tradicionais ao lado de meros sacramentais ou meros "sinais" e o adjetivo "meros" sugere que tal idia seja tambm aplicada aos 7 sacramentos. -------------------------------------------------------------------------------Todos os artigos disponveis neste stio so de livre cpia e difuso deste que sempre sejam citados a fonte e o(s) autor(es).

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OS SACRAMENTOS DA IGREJAAutor: Ana Maria Bueno Cunha Fonte: http://www.veritatis.com.br/article/5656/sacramentos-da-igreja

Santos Sacramentos da Igreja, pelos quais tem incio toda verdadeira Santidade pois se j comeada, se submeta, e se perdida, se recobra totalmente.

O homem criado por Deus a Sua imagem e semelhana, desde sempre foi chamado a manter um relacionacionamento com Ele. Para tanto Deus se Revelou pelos profetas e nos ltimos tempos, atravs de Seu Filho. Pela Revelao sabemos que Ado pecou e que todos ficaram privados da glria de Deus. Ainda por ela sabemos que na plenitude dos tempos Deus envia seu Filho pra resgatar este homem da condenao eterna a que estavam todos fadados, j que perderam pelo pecado original, a graa que os faria estar eternamente com Ele; e fez isso pelo sacrifcio de Si mesmo, oferecendo-se em nosso favor. Ainda que Jesus Cristo tenha morrido por todos, nem todos participam do benefcio de sua morte, mas somente aqueles a quem sejam comunicados os mritos de sua Paixo, porque, assim como nasceram os homens, efetivamente impuros, pois nasceram descendentes de Ado, e sendo concebidos pelo mesmo processo, contraem por esta descendncia sua prpria impureza, e do mesmo modo, se no renascessem por Jesus Cristo, jamais se salvariam, pois nesta regenerao conferida a eles, pelo mrito de Sua paixo, a graa com que se tornam salvos.

O que a morte de Jesus significa, que foi oferecida a infinita reparao pelo mal infinito da rebelio do homem contra Deus, foi pago um preo infinito para assegurar o fluxo ilimitado da graa que permite ao homem voltar a Deus e permanecer em unio com Ele, durante toda a vida e a eterna. Deus, pelo Filho, nos fez dignos de entrar juntamente com os Santos na glria, nos tirou do poder das trevas e nos transferiu ao Reino de Seu Filho muito Amado, e Nele que temos a redeno e o perdo dos pecados.

Os Evangelhos nos contam que na Cruz Jesus perfurado por uma lana e do Seu lado direito brota sangue e gua (Jo 19,34), Santo Agostinho e a tradio crist vem brotar os Sacramentos e a prpria Igreja do lado aberto de Jesus: "Ali abria-se a porta da vida, donde manaram os Sacramentos da Igreja, sem os quais no se entra na verdadeira vida(...). Este segundo Ado adormeceu na Cruz para que dali fosse formada uma esposa que saiu do lado dAquele que dormia. Oh morte que d vida aos mortos! Que coisa mais pura que este sangue? Que ferida mais salutar que esta?" (In Ioann Evang.,120,2 - Bblia de Navarra, pag. 1412- 1413) .

Durante Sua vida pblica as multides se aglomeravam ao redor de Jesus para serem curadas. E eram curadas pelo Seu poder divino, servindo-se de Sua natureza

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humana, pois "somente ela, Sua Santssima humanidade o caminho para nossa salvao e o meio insubstituvel para nos unir a Deus. Assim, pois, hoje ns podemos nos aproximar do Senhor por meio dos Sacramentos, de modo singular e eminente pela Eucaristia. Pelos Sacramentos flui tambm para ns, desde Deus atravs da Humanidade do Verbo, uma virtude que cura aqueles que os recebem com f "(cfr. Suma Teolgica, III,q.62,a.5).

Jesus enquanto esteve neste mundo, ao revelar a face misericordiosa de Deus, chama os apstolos, os instrui e d a eles poder de continuar aqui Sua misso at que Ele volte para entregar tudo ao Pai. No dia de Pentecostes, quando envia o Espirito Santo prometido, nasce a Igreja, inaugurando um tempo novo na dispensao do mistrio: Cristo se manifesta, torna presente e comunica a Sua obra de salvao pela liturgia de Sua Igreja. Age nela e com ela pelos Sacramentos que instituiu Ele mesmo, para comunicar os frutos desta redeno maravilhosa. Cristo ressuscitado, ao dar o Esprito Santo, confere aos apstolos o Seu poder de santificao, tornado-os assim, sinais sacramentais Dele mesmo. Estes, pelo poder do mesmo Esprito confere este poder aos seus sucessores, por isso a vida litrgica sacramental, para levar a efeito to grande obra, atravs do qual Deus glorificado e os homens santificados. Em todos os tempos e em todos os lugares, eis a grande misericridia de Deus que no deixou os homens deriva e fora de seu plano de amor.

Os Sacramentos so sinais sensveis (palavras e aes), institudos de modo permanente por Cristo, para santificar as almas, sendo acessveis nossa humanidade atual e realizam eficazmente a graa que significam, em virtude da ao de Cristo e pelo poder do Esprito Santo presente na Igreja. Eles so como que Foras que saem do corpo de Cristo, sempre vivo e vivificante: aes do Esprito Santo que opera no seu corpo que a Igreja, os Sacramentos so as obras-primas de Deus, na nova e eterna Aliana. (Catecismo da Igreja Catlica n.1116)

Lembremo-nos da cena daquela mulher, a hemorrosa, que depois de anos doente com um fluxo de sangue e aps gastar tudo que tinha, foi at Jesus, e numa atitude humilde e reverente, consciente de que estava diante dAquele que tudo pode, caiu ao cho e apenas tocou na orla do seu mantoJesus sente que uma fora sai de Si e pergunta aos apstolos: quem Me tocou? Ora, havia ali uma multido mas smente nesta mulher saiu como que uma foraesta cena maravilhosa, diz o Catecismo que retrata os Sacramentos, onde Cristo mesmo vem em favor dos que a Ele se achegam confiantes. Os homens neste mundo tem a chance de obter cura, e libertao para seus males, tanto fsicos quanto espirituais, quando buscam a Cristo presente nos Sacramentos que deixou Sua Igreja, para serem administrados pelos Seus ministros. Assim estamos hoje, uma multido pode falar de Cristo, buscar a Cristo, mas somente aquele que se achega aos Sacramentos, se achega fonte da graa. Toda orao, toda unio com os irmos, todo louvor em comum, todo movimento ou pastoral, deve levar o cristo necessariamente aos Sacramentos, porque sem eles no h salvao, sobretudo a Eucaristia e o da Penitncia, que so aqueles que vivificam a alma pela graa presente, logicamente depois do Batismo que o torna filho de Deus.

As palavras e as aces de Jesus durante a sua vida oculta e o seu ministrio pblico j eram salvficas. Antecipavam o poder do seu mistrio pascal. Anunciavam

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e preparavam o que Ele ia dar Igreja quando tudo estivesse cumprido. Os mistrios da vida de Cristo so os fundamentos do que, de ora em diante, pelos ministros da sua Igreja, Cristo dispensa nos Sacramentos, porque o que no nosso Salvador era visvel, passou para os seus mistrios (Catecismo da Igreja Catlica n.1115).

So Toms de Aquino define assim as diferentes dimenses do sinal sacramental: Sacramentum est et signum rememorativum eius quod praecessit, scilicet passionis Christi; et demonstrativum eius quod in nobis efficitur per Christi passionem, scilicet gratiae; et prognosticum, id est, praenuntiativum futurae gloriae O sacramento sinal rememorativo daquilo que o precedeu, ou seja, da paixo de Cristo; e demonstrativo daquilo que em ns a paixo de Cristo realiza, ou seja, da graa; e prognstico, quer dizer, que anuncia de antemo a glria futura (So Toms de Aquino, Summa theologiae, 3, q. 60, a. 3 c.: Ed. Leon. 12, 6.)

O cristo chamado santidade, a ser justo, e este aquele que se esfora sinceramente por cumprir a vontade do Pai, que se manifesta nos mandamentos, nos deveres de estado e na unio da alma com Deus. So Jernimo ao comentar que Nosso Senhor no exige que tenhamos um simples desejo vago de justia, mas que tenhamos sede e fome dela, mostra-nos que devemos com todas as foras e ajuda de Deus, buscar aquilo que nos faz justos diante dEle. Quem quer de fato a santidade crist tem que amar os meios que a Igreja, instrumento universal de salvao, oferece e ensina a viver todos os homens: frequncia de Sacramentos, convivncia intima com Deus na orao e fortaleza para cumprir os deveres familiares, profissionais e sociais. (Comm.in Matth.5,6)

Os sacramentos esto ordenados santificao dos homens, edificao do corpo de Cristo e, por fim, a prestar culto a Deus; como sinais, tm tambm a funo de instruir. No s supem a f, mas tambm a alimentam, fortificam e exprimem por meio de palavras e coisas, razo pela qual se chamam Sacramentos da f. A f da Igreja anterior f do fiel, que chamado a aderir a ela. Quando a Igreja celebra os Sacramentos, confessa a f recebida dos Apstolos. Da o adgio antigo: Lex orandi, lex credendi A lei da orao a lei da f (Ou: Legem credendi lex statuat supplicandi A lei da f determinada pela lei da orao, como diz Prspero de Aquitnia [sculo V]). A lei da orao a lei da f, a Igreja cr conforme reza. A liturgia um elemento constitutivo da Tradio santa e viva (Catecismo n. 1123)

O Sacrossanto Conclio de Trento declarou que a Igreja tem o poder de, ao administrar os Sacramentos, determinar e mudar, sem lhes alterar a substncia: Declara mais [este sagrado Conclio] que a Igreja sempre teve o poder de, ao administrar os Sacramentos, determinar e mudar, salva [sempre] a sua substncia, o que julgar conveniente utilidade dos que os recebem e venerao dos mesmos Sacramentos, conforme a variedade dos tempos e lugares. Isto parece ter insinuado claramente o Apstolo com estas palavras: Assim nos considere o homem como ministros de Cristo e dispenseiros dos mistrios de Deus (l Cor 4, l).

Os Sacramentos Institudos por Cristo so sete: Batismo, Confirmao, Eucaristia,

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Penitncia, Matrimnio, Ordem e Uno dos enfermos, sendo estes necessrios `a salvao e so eficazes porque neles age o prprio Cristo, comunicando a graa inexistente pelo pecado (Batismo e confisso - Estes dois Sacramentos, chamam-se Sacramentos de mortos, ou. Atua ex opere operato : pelo prprio fato de a ao ser realizada). Fazendo uma analogia entre a vida natural e sobrenatural, podemos entender o porque deste nmero. Para viver, conservar-se, levar uma vida til a si mesmo e a sociedade, precisa o homem de sete coisas: nascer, crescer, nutrir-se; curar-se quando adoece; recuperar as foras perdidas; ser guiado na vida social, por chefes revestidos de poder e autoridade; conservar-se a si mesmo e ao genero humano, pela legitima propagao da espcie. O mesmo podemos dizer da vida espiritual que necessita de todas esta funes. (Catecismo Romano)

Os sacramentos pertencem categoria dos meios, pelos quais se logra a salvao e a justificao (Catecismo Romano II, IIIB) . Cristo os instituiu para facilitar a obteno do fim ultimo do homem que viver eternamente com Ele. Temos um caminho a seguir, mas precisamos de foras, de meios para conseguirmos o nosso intento, e para tanto Deus se utiliza de coisas visveis para que a natureza humana perceba a graa invisvel; as oraes, os gestos e o objeto (agua, leo, po) constituem o sinal sensvel. Estes nos mostram exteriormente, por certa imagem e semelhana, o que Deus opera interiormente, em nossa alma pelo Seu poder invisvel. Todo cristo praticante confessa a eficcia dos sacramentos, pois como j disse, quem opera Deus com Seu poder ilimitado e para comunicar a graa necessita da disposio e do preparo do homem. Os frutos dependem das disposies espirituais de quem os recebe, pelo que a Igreja insiste na necessidade da sua devida preparao(cf. CDC 777,2)

Como vimos os sacramentos conferem a graa, a princpio a graa santificante, que a vida sobrenatural, o partilhar da prpria vida de Deus, que provm da inabitao do Esprito Santo em ns. O Batismo nos d a graa que foi perdida pelo pecado original, estabelecendo a unio com Deus perdida por Ado, e o Sacramento da Penitncia, confere esta mesma graa caso a tenhamos perdido pelo pecado mortal.Os outros cinco Sacramentos, mais o da penitncia caso o receba em estado de graa, aumentam a graa santificante, aumentando o nvel de vitalidade espiritual, significando que aumenta a capacidade da alma para absorver o amor de Deus. (So chamados Sacramentos dos vivos). Alm dela, cada Sacramento produz a chamada graa sacramental, que caracterstica de cada um deles e so ajudas de Deus s nossas necessidades particulares ou ao nosso estado de vida. Esta acrescenta a graa santificante sugundo So Toms de Aquino, um vigor especial, destinado a produzir efeitos em relao com cada sacramento, ou segundo a doutrina universal, confere um direito a graas atuais especiais, que sero conferidas no tempo oportuno, para se cumprirem mais facilmente os deveres impostos pela recepo do Sacramento.

Alm da graa santificante e sacramental, alguns Sacramentos conferem o que se chama de carter, que um sinal espiritual indelvel, impresso na alma, pelo qual o homem consagrado s coisas divinas e se distingue dos outros. Este capacita o homem para a recepo ou para o excerccios dos santos Mistrios. So eles: Batismo, Crisma, Ordem, no podendo por isso, ser reiterados na mesma pessoa.

Os Sacramentos s podem ser recebidos com dignidade, e por isso as disposies interiores so muito importantes, se no se torna infrutuoso, no conferindo por

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isso a graa santificante. Fora que eles devem ser recebidos como o que de fato so: Santssimos, - portanto a devida instruo para os fieis imprescindvel, para que no acontea de : Dar aos ces o que santo, nem lanar aos porcos as vossas prolas(Mt 7,6)

O Conclio de Trento nos ensina em sua sess.VI, cap7 que a quantidade da graa produzida pelos sacramentos depende juntamente de Deus e de ns. Segundo Tanquerey pag. 174 - Da nossa parte preciso que tenhamos desejo de recebe-la, aliada a um arrependimento sincero de nossos pecados, fazendo assim com o sacramento opere de forma total e positiva, derramando em ns a graa. Pois aquele que com conhecimento recebe indignamente um Sacramento comete um sacrilgio

Ministro do Sacramento:

Os presbteros, ministros dos Sacramentos

Deus, que o nico santo e santificao, quis unir a si, como companheiros e colaboradores, homens que servissem humildemente a obra da santificao. Donde vem que os presbteros so consagrados por Deus, por meio do ministrio dos Bispos, para que, feitos de modo.especial participantes do sacerdcio de Cristo, sejam na celebrao sagrada ministros d'Aquele que na Liturgia exerce perenemente o seu ofcio sacerdotal a nosso favor . Na verdade, introduzem os homens no Povo de Deus pelo Batismo; pelo sacramento da Penitncia, reconciliam os pecadores com Deus e com a Igreja; com o leo dos enfermos, aliviam os doentes; sobretudo com a celebrao da missa, oferecem sacramentalmente o Sacrifcio de Cristo. Em todos os Sacramentos, porm, como j nos tempos da Igreja primitiva testemunhou S. Incio mrtir, os presbteros unem-se hierrquicamente de diversos modos com o Bispo, e assim o tornam de algum modo presente em todas as assembleias dos fiis .

Tu amas-Me? Esta identificao amorosa com Cristo tem para ns, Bispos, outro lugar privilegiado no "munus sanctificandi", exercido in persona Christi Capitis na celebrao dos Sacramentos. Sabemos que a Igreja, contra aqueles que vinculavam santidade do ministro a prpria validade dos Sacramentos, defendeu a sua eficcia ex opere operato. Era um modo de afirmar que Cristo est presente nos Sacramentos e opera para alm da fragilidade do ministro. Mas, afirmando isto, de igual modo evidente que a santidade do ministro a condio mais natural para a celebrao dos Sacramentos. A experincia pastoral mostra que h uma influncia misteriosa que passa precisamente atravs do testemunho do ministro, quando nele resplandece ntima participao, envolvimento profundo, coerncia total de f e de vida. A santidade algo que o povo de Deus percebe como que por instinto, e dela tem sede.(Jubileu dos Bispos Homilia de D. Giovanni Battista Baslica de So Joo de Latro, 6 de outubro de 2000).

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Condies para a Administrao dos Sacramentos - segundo Del Greco

Para a vlida adminitrao dos Sacramentos requer-se: O Poder divino e a devida inteno

1 O poder divino: Somente Deus de fato, pode comunicar a Graa interna ao sacramental 2 A devida inteno, porque aadministraco dos Sacramentos um ato humano. O ministro deve ter pelo menos a inteno de fazer o que faz a Igreja. Este age em nome de Cristo, portanto, o Sacramento ser vlido na medida em que ele tem esta inteno, fazer em Nome de Cristo.

Para que o Sacramento seja vlido, no se requer nem a f, nem o estado de graa do ministro. Por isso o batismo realizado por um herege vlido se administrado com a intenco e com o rito da Igreja.

Para a lcita administrao dos Sacramentos requer-se:

1 O estado de graa: a reverncia para com o mesmo o requer. Um ministro que administra o Sacramento em pecado mortal, sem necessidade, peca mortalmente. Se no houve tempo de se confessar e se ele fez um ato de contrio perfeita, pode celebrar, deixando a confisso o mais breve possvel. 2 A inteno interna: Um Ministro voluntariamente distrado peca gravemente se a sua distrao causa de erros substanciais para o rito sagrado, por expo-los ao perigo de nulidade. Se ele executa uma ao externa incompatvel com a interna, a administrao torna-se invlida. 3 A observncia dos ritos e das cerimnias. 4 -A imunidade de censuras e irregularidaes. Um excomungado no pode licitamente confeccionar um Sacramento e administr-los, a no ser se algum fiel lhe pea e se falte ministros para realiza-lo. Mas se ele for um excomungado vitando (Aquele que foi nominalmente excomungado pela santa S, mediante decreto e sentena pblica) s em perigo de morte o poder administra-lo. 5 A devida licena. Obrigao de negar os Sacramentos aos indignos

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Entre os indignos esto includos: 1) os hereges e os cismticoss, 2) os pecadores pblicos, 3) os pecadores ocultos.

1 - proibido ministrar os Sacramentos da Igreja hereges e cismticos, mesmo se estes os pedem de boa f, se antes no houverem abjurado os seus erros e se tiverem reconciliado com a Igreja (cn.731. -2). Sem a abjurao de seus erros, nem em perigo de morte se administrar os Sacramentos da Penitncia e da Extrema-Uno aos hereges e cismticos, mesmo s materialmente, se os pedem de boa f (cfr. resposta do S. Ofcio - de maro de 1916 em DB. 2l81 a). 2 -Deve-se negar os Sacramentos a um pecador oculto quando os pede secretamente: no se pode, porm, neg-los quando o pedido pblico. Assim requer a caridade e a religio. Mas se o sacerdote conhece a m disposio do penitente somente pela sua confisso, no lhe pode negar os Sacramentos; doutro modo, violado o sigilo sacramental. 3 Deve-se negar os Sacramentos a um pecador pblico, que os pea privadamente, quer publicamente at que conste de sua emenda, penitncia e reparao do escndalo (cn. 855-1)

Componentes essenciais dos Sacramentos:

Materia e Forma:

Cada Sacramento contm duas partes constitutivas: Uma com funo de matria: chama-se elemento. Outra tem o carter de forma, que a palavra. Santo Agoatinho nos diz: Unindo-se a palavra ao elemento, da nasce o Sacramento(Aug. Tract. In Ioh. 80.3) Tanto elemento quanto a palavra so tidas por coisas sensveis j que so percebidas por todos ns. So Paulo em Ef 5,25 -26 nos explica claramente ambas as partes: Cristo amou a Igreja e por ela Se entregou, a fim de santifica-la, purificando-a no banho de agua pela palavra da vida Ambas unidas do a certeza de que houve de fato o Sacramento, pois hoje, na nova aliana, a forma da palavra descrita de uma tal maneira, que se no for observada, deixa de ser Sacramento.

Diferena dos Sacramentos

1 - Quanto necessidade: Todos os Sacramentos comportam em si uma virtude admirvel e divina, mas nem todos so igualmente necessrios, nem possuem a mesma graduaco e finalidade. Entre eles, tres so mais necessrios, embora no o sejam por razes idnticas. Do Batismo declarou nosso Senhor ser absolutamente necessrio para todos os homens: Quem no renascer da agua e do Esprito, no

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entrar no Reino de Deus

2 - Quanto dignidade: A Eucaristia sobrepuja a todos os outros, sendo superior por santidade, nmero e grandeza de seus mistrios.

O Sujeito do Sacramento:

O sujeito capaz dos Sacramentos somente o homo Viator. Todavia nem todo homem capaz de todos os Sacramentos. Somente aquele que no foi batizado sujeito capaz do Batismo, sendo capaz de todos os outros Sacramentos qualquer batizado.

Para receber validamente os Sacramentos, no se requer nem o estado de graa nem a f. Esta ltima porm se requer para o sacramento da Penitncia., pois precisamos para recorrer a ele, uma dor sobrenatural que se tem por meio da f. Para a validade dos outros sacramentos se requer o batismo, (aqui no basta o de desejo, mas o de gua), pelo qual nos incorporamos Igreja. Para aqueles que chegaram a idade da razo, se requer uma positiva e pessoal inteno.

Para receber licitamente os Sacramentos e com frutos, para os Sacramentos dos mortos se exige a atrio sobrenatural. E para os Sacramentos dos vivos se exige estado de graa, adquirida mediante a contrio perfeita ou pela absolvio sacramental.

Por fim, demos graas a Deus que no Filho nos abenoou e nos constituiu seu povo de predileo, dando-nos tudo para recebermos de Seus dons Santssimos. Agradeamos pela Igreja que continuar para sempre a obra de Cristo: ensinar aos homens as verdades acerca de Deus e a exigncia de que se identifiquem com essas verdades, ajudando-nos sem cessar com a graa dos Sacramentos.

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OS SACRAMENTOS

Autor: Leandro Martins de Jesus Fonte: Catecismo da Igreja Catlica Fonte: http://www.veritatis.com.br/article/5660/os-sacramentos

Com a manifestao pblica da Igreja ao mundo, pela efuso do Esprito Santo no dia de Pentecostes (cf. At 2,1s), inicia-se um novo tempo para a humanidade, o tempo da Igreja. Neste novo tempo, a Igreja por meio de sua liturgia encarregada de manifestar, tornar presente e comunicar a obra de salvao do Cristo, que vive e age na Igreja, que o seu corpo. No dia de Pentecostes, pela efuso do Esprito Santo, a Igreja manifestada ao mundo. O dom do Esprito inaugura um tempo novo na dispensao do mistrio: o tempo da Igreja, durante o qual Cristo manifesta, toma presente e comunica sua obra de salvao pela liturgia de sua Igreja, at que ele venha (1 Cor 11,26). Durante este tempo da Igreja, Cristo vive e age em sua Igreja e com ela de forma nova, prpria deste tempo novo. Age pelos sacramentos (CIC 1076).

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por meio dos Sacramentos que a Igreja dispensa as graas de Cristo aos fiis. A Igreja como que o sacramento age como sinal e instrumento, por meio dela que o Esprito Santo dispensa o mistrio salvfico de Cristo. A Igreja com suas aes litrgicas, embora peregrina nesta terra, j participa antecipadamente da liturgia celeste Sentado direita do Pai e derramando o Esprito Santo em seu Corpo que a Igreja, Cristo age agora pelos sacramentos, institudos por Ele para comunicar sua graa. Os sacramentos so sinais sensveis (palavras e aes), acessveis nossa humanidade atual. Realizam eficazmente a graa que significam em virtude da ao de Cristo e pelo poder do Esprito Santo (CIC 1084) Toda a liturgia da Igreja gira em torno do sacrifcio eucarstico e dos sacramentos (1), que so sete, a saber: Batismo, Confirmao ou Crisma, Eucaristia, Penitncia ou Confisso, Uno dos Enfermos, Ordem e Matrimnio. Cristo enquanto caminhou no mundo antes de sua morte e ressurreio, realizava a obra salvfica de Deus atravs de todas as suas palavras e aes (cf. Lc 5,17; 6,19; 8,46), atencipando dessa forma o poder do seu mistrio pascal. Diz-nos S. Leo Magno, aquilo que era visvel em nosso Salvador passou para os mistrios (Sermo 74,2 apud CIC 1116) Assim como a Igreja iluminada pelo Esprito Santo distinguiu o cnon das Sagradas Escrituras, de forma anloga distinguiu tambm o tesouro dos sacramentos, os quais so da Igreja num duplo sentido, existindo por meio dela e para ela (Igreja). Os sacramentos so da Igreja no duplo sentido de que existem por meio dela e para ela. So por meio da Igreja, pois esta o sacramento da ao de Cristo operando em seu seio graas misso do Esprito Santo E so para a Igreja, pois so esses sacramentos que fazem a Igreja; com efeito, manifestam e comunicam aos homens, sobretudo na Eucaristia, o mistrio da comunho do Deus amor, uno em trs pessoas. (cf. CIC 1118) Quando se diz que os Sacramentos so sinais eficazes da graa de Deus (cf. CIC 1131), este fato verdadeiramente ocorre, visto agir neles (Sacramentos) o prprio Cristo, por meio de sua obra salvfica. Assim sendo, os Sacramentos atuam ex opere operato (pelo prprio fato de ao ser realizada), independente da justia ou santidade de quem o confere ou de quem o recebe. Entretanto, a frutuosidade do Sacramento validamente recebido, depender das disposies de quem o recebe.(2) A partir de momento em que um sacramento celebrado em conformidade com a inteno da Igreja, o poder de Cristo e de seu Esprito agem nele e por ele, independentemente da santidade pessoal do ministro. Contudo, os frutos dos sacramentos dependem tambm das disposies de quem os recebe. (cf. CIC 1128) importante frisar que os sacramentos so necessrios salvao, visto serem os canais da graa de Cristo a atingir o homem, curando-o, transformando-o, conformando-o Jesus, unindo-o de forma vital ao Salvador. (cf. CIC 1129)

NOTAS (1) 6. Portanto, como Cristo foi enviado pelo Pai, assim tambm ele enviou os apstolos, cheios do Esprito Santo, no s porque, pregando o Evangelho a todos os homens anunciassem que o Filho de Deus com a sua morte e ressurreio nos livrou do poder de satans e da morte e nos transferiu para o reino do Pai, mas

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tambm para que levassem a efeito, por meio do sacrifcio e dos sacramentos, sobre os quais gira toda a vida litrgica, a obra de salvao que anunciavam. Assim pelo batismo os homens so inseridos no mistrio pascal de Cristo: com ele mortos, sepultados, e ressuscitados; recebem o esprito de adoo de filhos, no qual clamam: Abba, Pai (Rm 8,15), e se tornam assim verdadeiros adoradores que o Pai procura. Do mesmo modo, toda vez que come a ceia do Senhor, anunciam a sua morte at que venha. Por esse motivo, no prprio dia de Pentecostes, no qual a Igreja se manifestou ao mundo, os que receberam a palavra de Pedro foram batizados. E perseveravam na doutrina dos apstolos, e na comum frao do po e na orao louvando a Deus e sendo bem vistos por todo o povo (At 2,41-47). Desde ento, a Igreja jamais deixou de reunir-se para celebrar o mistrio pascal: lendo tudo quanto nas Escrituras a ele se referia (Lc 24,27), celebrando a eucaristia na qual se representa a vitria e o triunfo de sua morte e, ao mesmo tempo, dando graas a Deus pelo seu dom inefvel (2Cor 9,15) em Cristo Jesus, para louvor de sua glria (Ef 1,12) por virtude do Esprito Santo. (cf. Sacrosanctum Concilium n. 6) (2) claro, porm, que a frutuosidade dos sacramentos depende das disposies pessoais de quem os recebe: ningum santificado sem que se abra ao dom de Deus, removendo os obstculos graa (o apego aos pecados e as ms inclinaes...) (D. Estvo T. Bettencourt, OSB in: Curso de Iniciao Teolgica por correspondncia, Mdulo 30, p.119)

-------------------------------------------------------------------------------Todos os artigos disponveis neste stio so de livre cpia e difuso deste que sempre sejam citados a fonte e o(s) autor(es). Para citar este artigo: JESUS, Leandro Martins de. Apostolado Veritatis Splendor: OS SACRAMENTOS.. Disponvel em http://www.veritatis.com.br/article/5660. Desde 30/03/2009.

CONFISSOAutor: Ana Maria Bueno Cunha Fonte: http://www.veritatis.com.br/article/5599/confissao

Aquele que confessa os seus pecados e os acusa, j est de acordo com Deus. Deus acusa os teus pecados; se tu tambm os acusas, juntas-te a Deus. O homem e o pecador so, por assim dizer, duas realidades distintas. Quando ouves falar do homem, foi Deus que o criou: quando ouves falar do pecador, foi o prprio homem quem o fez. Destri o que fizeste, para que Deus salve o que fez. [...] Quando comeas a detestar o que fizeste, ento que comeam as tuas boas obras, porque acusas as tuas obras ms. O princpio das obras boas a confisso das ms.

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Praticaste a verdade e vens luz (AGOSTINHO, Santo: In Iohannis evangelium tractatus, 12, 13: CCL 36, 128 (PL 35, 1491).).

Se existe algo pelo qual ns, catlicos, temos que agradecer profundamente a Deus, pela chance que nos dada de nos voltarmos a Ele; e como se no tivesse bastado Deus nos mostrar o caminho de volta, ainda nos foi dada a capacidade maravilhosa de nos santificarmos diante de Sua presena; ainda neste mundo. Ele que com todo amor nos amou, ao enviar Seu Filho para morrer por ns pecadores, mostrou e nos disps, atravs dos Sacramentos contidos em Sua Igreja, sua graa maravilhosa, restituindo o que foi perdido pelo pecado.

Se dissemos que no temos pecados... A perda do sentido do pecado um perigo que espreita o homem de todos os tempos. Enganados pela perda do sentido do pecado" recorda o Papa Joo Paulo II - por vezes tentados por alguma iluso pouco crist de impecabilidade, os homens de hoje tm necessidade de voltar a escutar, como dirigida pessoalmente a cada um, a advertncia de So Joo: Se dissermos que no temos pecados, enganamo-nos a ns mesmos, e a verdade no est em ns; mais ainda, o mundo inteiro jaz em poder do malgno(1 Jo 5,19). Cada um, portanto, est convidado pela voz da Verdade divina a ler com realismo no interior de sua conscincia e a confessar que foi gerado na iniquidade, como dizemos no Salmo Miserere (Biblia de Navarra, I Joh 1,8, p. 708).

Reconhecer sua prpria misria e que para ela existe soluo quando se busca com toda clareza e propsito de mudana de vida, Deus que Se revelou no amor e na misericrdia, o incio da vida plena que o Senhor oferece para ns pecadores e que culmina com Sua viso beatfica, caso nos mantenhamos fiis at o fim. E para que ningem abuse da misericrdia divina, o seu amor e perdo nos convida ao arrependimento sempre, consciente de nossa fragilidade que nos alicia e corrompe. Regenerar o que foi degenerado pelo pecado foi o objetivo de Deus Pai, quando fez entrar neste mundo Seu Filho unignito nascido de uma mulher, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, para nos elevar dignidade de filhos adotivos, pela graa que nos santifica e restaura, fazendo-O morrer na Cruz para efetuar a redeno.

Pela misericrdia de Deus, Pai que reconcilia, o Verbo encarnou no seio purssimo da Bem-aventurada Virgem Maria, para salvar o povo dos seus pecados (Mt 1,21) e abrir-lhe o caminho da salvao. So Joo Batista confirma esta misso, indicando Jesus como o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo" (Jo 1,29). Toda a obra e a pregao do Precursor uma chamada enrgica e premente penitncia e converso, cujo sinal o Batismo administrado nas guas do Jordo. Tambm Jesus se submeteu quele rito penitencial (cf. Mt 3,13-17), no porque tenha pecado, mas porque se deixa contar entre o nmero dos pecadores; j o 'Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo' (Jo 1,29), e antecipa j o 'batismo' da sua morte sangrenta. Assim, a salvao , antes de mais nada, redeno do pecado, enquanto impedimento da amizade com Deus, e libertao do estado de escravido, no qual se encontra o homem que cedeu tentao do Maligno e perdeu a liberdade dos filhos de Deus (cf. Rom 8,21)" (Carta Apostlica de Nosso Papa Joo Paulo II sob forma de Motu Prprio Misericrdia Dei).

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Por isso, o homem precisa, iluminado pelo Esprito Santo, ao olhar para a Cruz, consciente de que ali morreu O justo pelos injustos, O Santo pelos pecadores entender que o amor de Deus maior que o pecado e que por amor a Ele deve voltar atrs, para poder participar do plano de felicidade que quis Deus para sua alma, e este amor a Deus no uma questo de sentimentos. O que de verdade prova meu amor a algum, e sobretudo a Deus, o que sou capaz de fazer por ela, no o nosso sentimentalismo. Nosso amor a Ele deve ser, portanto, arraigado na verdade, e reconhecer o prpro pecado, ou melhor, indo mais ao fundo na considerao da prpria personalidade reconhecer-se pecador, capaz de pecar e de ser induzido ao pecado, o princpio indispensvel do retorno a Deus. Conhecer que o pecado, por leve que seja uma ofensa a Deus, uma resistncia Sua vontade, uma ingratido para com o mais amante e o mais amvel dos pais e benfeitores, ingratido que O fere tanto mais quanto certo que somos seus amigos privilegiados. E assim se volta Ele para ns e diz: 'Se for um inimigo quem Me ultraja, suport-lo-ia..Mas tu..tu eras um outro eu, Meu confidente e Meu amigo, vivamos juntos numa doce intimidade:' (Sl 54,13-15) Saibamos escutar estas censuras to bem merecidas, banhar-nos na humilhao e confuso Ouamos tambm a voz de Jesus, digamo-nos a ns mesmos que as nossas faltas tornaram mais amargo o clix que lhe foi apresentado no jardim das Oliveiras, mais intensa a Sua agonia. E ento, do fundo da nossa misria, peamos humildemente perdo: 'Miserere mei, Deus, secundum misericordiam tuamPenitus lava me a culpa mea' "(TANQUEREY, Adolph: A Vida Espiritual Explicada e Comentada. Anpolis: Aliana Missionria Eucarstica Mariana, 2007. p. 177).

Para tanto, supe-se uma disposio interior do cristo, que deve se reconhecer pecador com humildade e verdade. Se dissermos que no temos pecado, enganamos a ns mesmos e a verdade no est em ns. Se confessarmos nossos pecados, Deus fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda culpa (1 Jo 1,8-9). A penitncia interior , portanto, o dinamismo do corao contrito (Sal 51,19), movido pela graa divina a responder ao amor misericordioso de Deus. Implica a dor e a repulsa pelos pecados cometidos, o propsito firme de no mais pecar e a confiana na ajuda de Deus. Alimenta-se da esperana na misericrdia divina.

Na realidade, reconciliar-se com Deus supe e inclui o apartar-se com lucidez e determinao do pecado, no qual se caiu. Supe e inclui, portanto, o fazer penitncia no sentido mais pleno do termo: arrepender-se, manifestar o arrependimento, assumir a atitude concreta de arrependido, que a de quem se coloca no caminho do regresso ao Pai. Quem confessa seus pecados, na realidade, est na verdade que luz. E esta luz o leva a crescer em santidade, esta que tarefa para toda a vida. A semente divina da caridade, depositada em nossas almas, aspira a crescer e a dar frutos realmente agradveis a Deus. Esta a razo pela qual nos devemos preparar com um exame profundo, pedindo ajuda ao Senhor, para que possamos conhec-lo melhor e conhecer-nos melhor. No existe outro caminho, se queremos converter-nos de novo.? "Poenitentia cogit peccatorem omnia libenter sufferre; in corde eius contritio, in ore confessio, in opere tota humilitas vel fructifera satisfactio A penitncia leva o pecador a tudo suportar de bom grado: no corao, a contrio; na boca, a confisso; nas obras, toda a humildade e frutuosa satisfao" (Catecismo Romano 2, 5, 21, p. 299: cf. Conclio de Trento, Sess.14, Doutrina de Sacramento Penitncia, c. 3: DS 1673.)

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Sobre a Confisso dos pecados, nos diz So Clemente Romano, Papa da Igreja, que devemos sempre pedir para que sejam perdoadas as faltas e aes inspiradas pelo adversrio. melhor para o homem pedir perdo do que endurecer o corao, assim como temos muitos exemplos na histria do povo de Deus, que se perderam pelo caminho, ele nos admoesta que o Senhor do universo no tem necessidade de nada. Ele no pede nada a ningum, a no ser que se confesse a Ele, e para isto temos que entender que somos nada. Isto ser imensamente agradvel a Deus e quando, porventura, necessitarmos, O invoquemos no dia de nossa tribulao, Ele nos libertar e assim O glorificaremos (Sl 49, 14-15) (Cf. Papa Clemente Romano, adaptao Padres apostlicos Paulus -3@ Edio 2002 p.48).

Dolorido por haver desagradado a Deus, o penitente no se contenta com palavras ou suspiros e prova o seu compungimento fazendo um gesto que lhe custa, porque humilha: repara a ofensa feita a Deus, acusando-se a seu representante; repara o dano causado comunidade crist submetendo-se a sentena daquele que o representante legal, que como juiz atua para a absolvio, que atua na pessoa de Cristo que Aquele que perdoa. Sabemos que Jesus deixou o Sacramento da Penitncia para que todo fiel recorra ele caso tenha pecado aps o Batismo, portanto esta acusao que se deve fazer no um invento humano, mas divino. Alm de ser condio para a remisso dos pecados, faz parte da prpria essncia do Sacramento, porque deriva do carater judicial que Nosso Senhor imprimiu ao rito da Penitncia. Como juiz que absolve ou condena, o sacerdote no pode faz-lo sem conhecimento de causa. E o faz da maneira dos apstolos e seus sucessores, que julgavam os fiis no tribunal da Penitncia, abrindo-lhes e fechando-lhes as portas do Cu, e isto com pleno conhecimento do estado dessa almas, da extenso da culpa.

A confisso consiste na acusao distinta dos nossos pecados ao confessor, para dele recebermos a absolvio e a penitncia. Chama-se confisso acusao, porque no deve ser uma narrao indiferente, mas sim uma verdadeira e dolorosa manifestao dos prprios pecados. "A confisso a acusao dos pecados feita a um sacerdote aprovado, para obter dele a absolvio. A necessidade da confisso consiste em que o homem necessita do perdo divino, caso ele caia em pecado aps o Batismo" (Conc. Trento, sess, XIV, c.5; DB.889 -0 916 ss.; cn.901).

Por que essa exigncia divina? Porque, sendo o pecado um ato de rebeldia contra Deus, comeamos a repar-lo fazendo um ato de submisso, reconhecendo-nos culpados. Joo Batista, para inaugurar a era messinica, requeria dos que a ele vinham a confisso dos pecados (Cf. Mc 1, 5; Mt. 3, 6): ? Ento vinham a ele a circunvizinhana do Jordo, e eram por ele batizados no rio Jordo, confessando os seus pecados. No Evangelho, encontramos os episdios de Madalena e Zaqueu, as parbolas do filho prdigo, do publicano e do fariseu. Nos Atos dos Apstolos narrase que, em conseqncia da pregao de So Paulo, muitos dos que tinham crido, iam confessar e manifestar as suas obras (At. 19, 18).

Desde as origens do gnero humano se nos depara a acusao contrita das faltas cometidas. O Altssimo, embora conhecedor do pecado de Ado e Eva, interroga-os

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e incita-os a se reconhecerem culpados. O Antigo Testamento est repleto de textos relativos humilde confisso de homens prevaricadores. A mais clebre a do Rei Davi, adltero e assassino: Pequei contra o Senhor (2 Reis 12, 13).

Confisso no Antigo Testamento:

ECL. 3, 4: ? O que ama a Deus implorar o perdo de seus pecados e se abster de tornar a cair neles. ECL. 4, 31: ? No te envergonhes de confessar os teus pecados, mas no te submetas a ningum para pecar. II ESD. 9, 1 E 2: ? E no dia 24 deste ms se ajuntaram os filhos de Israel em jejum e vestidos de sacos e cobertos de terra. E os da linhagem dos filhos de Israel foram separados de todos os filhos estrangeiros; e confessaram os seus pecados e as iniqidades de seus pais. PROV. 28, 13: ? Aquele que esconde as suas maldades no ser bem sucedido; aquele, porm, que as confessar e se retirar delas alcanar misericrdia.

Na Igreja Primitiva, usava-se a Confisso:

ATOS, 19 18: ? E muitos dos que tinham crido iam confessar e manifestar suas obras. I S. JOO, I, 9: - Se ns confessarmos os nossos pecados, Ele fiel e justo para perdoar estes nossos pecados e para nos purificar de toda iniqidade. . As Qualidades da Confisso: Segundo Del Greco, Doutor em Direito Cannico, ela deve ser:

A- Verdadeira, excluindo toda mentira. O penitente peca gravemente se negar a verdade quando o confessor legitimamente interroga a respeito de pontos que julga de necessidade, para formar um juzo prudente a respeito do penitente.

B- Secreta: Feita somente ao sacerdote sem que outros a ouam. Se algum ignora a lngua, no obrigado a confessar-se por meio de interprete, pois do contrrio a confisso deixaria de ser secreta (embora o intrprete fique obrigado ao segredo), mas mediante sinais ou gestos aptos compreenso. Se quiser, entretanto, pode faz-lo (c.c. 903,889 -2).

C- Oral: por meio da palavra falada. A escrita recorra-se s por motivo justificado, e neste caso o penitente ao entregar o escrito ao sacerdote dir: "acuso-me dos

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pecados que l neste papel". Os mudos no so obrigados a usar a escrita: podem confessar-se por meios de sinais. Os tmidos, os que devem se confessar com sacerdotes surdos ou os que padecem dos males da garganta, podem empregar a escrita.

D- ntegra: Devem ser acusados todos os pecados mortais cometidos depois do Batismo e ainda no confessados (integridade material), ou pelo menos todos os pecados mortais que o penitente atualmente, atendendo s circunstncias, pode e deve acusar, depois de um minucioso exame (integridade formal), porque estando nosso Senhor Jesus Cristo prestes a subir da terra ao cu, deixou os sacerdotes e seus vigrios como presidentes e juizes, a quem devem ser denunciados todos os pecados mortais em que carem os fiis cristos para que, com isso, dessem, em virtude do poder supremo das chaves, a sentena do perdo ou reteno dos pecados. Quanto aos pecados omitidos por esquecimento, so considerados includos na confisso, mas devem ser declarados na prxima confisso. A confisso repetida dos pecados j perdoados lcita e recomendada, mas no necessria. No permitida a confisso com um sacerdote ausente ou uma absolvio a distncia.

Confisso Nula: Ela pode ser nula por parte do confessor, ou por parte do penitente. Por parte daquele: se lhe falta o devido poder, se no pronunciou ou trocou a forma substancial, no ouviu ou no entendeu algum pecado. Por parte do penitente: se calou algum pecado grave ou mentiu em matria grave relacionada com a confisso; se no tem propsito firme de emendar-se ou no est contrito, ou ainda se ignora as verdades consideradas de necessidade de meio para salvao. necessrio, portanto, confessar novamente os pecados graves que no foram diretamente submetidos ao poder das chaves.

A Absolvio dos Moribundos: Pode-se e deve-se absolver o moribundo que, por um qualquer sinal ou pela voz, se confessa e pede absolvio. Quanto aos moribundos catlicos, privados dos sentidos, que viveram um vida pouco crist, podem ser absolvidos sob condio. Quanto aos hereges e cismticos, se estabelece: pode-se absolver aquele privado de sentido, caso seja batizado, e que se suponha que esteja com boa f. Se no esto privados dos sentidos, no podem ser absolvidos, se antes, de melhor modo possvel, no tiverem rejeitado seus erros e feito a profisso de f (S. Of. 17 de maio de 1916); (cfr. Cn.731 -2). (Pe. Teodoro da Torre Del Greco, OFM. Teologia Moral, So Paulo: Paulinas, 1959, p. 568)

Com relao aos Pecados Veniais, pelos quais no ficamos excludos da graa de Deus, e naquelas que camos com freqncia ainda que se proceda com boas intenes, proveitosamente e sem nenhuma presuno, expondo-as em confisso, o que costume das pessoas piedosas, no precisam necessariamente serem omitidas na confisso, pois ficaro perdoadas automaticamente. Sem ser estritamente necessria, a confisso das faltas quotidianas (pecados veniais) contudo vivamente recomendada pela Igreja. Com efeito, a confisso regular dos nossos pecados veniais ajuda-nos a formar a nossa conscincia, a lutar contra as ms inclinaes, a deixarmo-nos curar por Cristo, a progredir na vida do Esprito. Recebendo com maior frequncia, neste Sacramento, o dom da misericrdia do Pai, somos levados a ser misericordiosos como Ele (Catecismo da Igreja Catlica n.1458).

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Importa tambm saber da exortao que nos faz o Catecismo da Igreja Catlica n.1457: "Segundo o mandamento da Igreja, todo o fiel que tenha atingido a idade da discrio, est obrigado a confessar fielmente os pecados graves, ao menos uma vez ao ano . Aquele que tem conscincia de haver cometido um pecado mortal, no deve receber a Sagrada Comunho, mesmo que tenha uma grande contrio, sem ter previamente recebido a absolvio sacramental; a no ser que tenha um motivo grave para comungar e no lhe seja possvel encontrar-se com um confessor. As crianas devem aceder ao Sacramento da Penitncia antes de receberem pela primeira vez a Sagrada Comunho".

Lembremo-nos que o fim do homem nesta vida no ganhar bens temporais, deste mundo; o fim ltimo do homem o prprio Deus, que possudo como antecipao aqui na terra pela graa, e plenamente e para sempre na Glria. Nosso Senhor nos mostra o caminho, de renncias, arrependimento e desapego, lavando a cruz com ajuda de Sua graa. Nada e nenhum bem neste mundo, comparvel salvao eterna da alma. Como nos ensina So Toms: o menor bem da graa superior a todo o bem do universo (Suma Teolgica, I-II,q.113,a.9). Gastemos a vida na busca deste bem que necessarimente passa pelo arrependimento e confisso verdadeira diante do Sacerdote de Cristo.

Pedindo o Conhecimento dos Pecados

Eterna fonte de luz, Divino Esprito, dissipai as trevas da minha ignorncia sobre a malcia do pecado. No permitais que torne doravante a ofender-Vos, porque a mais cruel das ingratides. Concedei-me horror ao pecado, e um eterno amor a Vs.

Confiteor - Confesso-me

Eu pecador me confesso a Deus todo-poderoso, bem-aventurada sempre Virgem Maria, ao bem-aventurado So Miguel Arcanjo, ao bem-aventurado So Joo Batista, aos Santos Apstolos So Pedro e So Paulo, a todos os Santos e a vs, Padre, porque pequei muitas vezes, por pensamentos, palavras e obras, (bate-se por trs vezes no peito) por minha culpa, minha culpa, minha mxima culpa. Portanto, rogo bem-aventurada Virgem Maria, ao bem-aventurado So Miguel Arcanjo, ao bemaventurado So Joo Batista, aos Santos Apstolos So Pedro e So Paulo, a todos os Santos e a vs, Padre, que rogueis a Deus Nosso Senhor por mim.

Eis me aqui, Senhor, confundido e penetrado de dor vista de minhas faltas. Detesto-as, em Vossa presena, com grande pesar de ter ofendido um Deus to bom, e digno de ser amado. Castigai-me, se quiserdes; sim, que sou ingrato. Como levei to longe a minha malcia e iniqidade, at ofender um Deus que se deu morte por mim! Peo-vos humildemente perdo de minhas faltas, e rogo-Vos me concedais a graa de fazer desde hoje at morte uma sincera penitncia.

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Propsito de Emenda:

Como desejaria, Senhor, jamais tornar a ofender-Vos: Embora miservel, quero desde hoje mudar de vida e compensar, com amor, as ofensas que Vos tenho feito. Concedei-me esta graa, e ningum me poder apartar do Vosso amor. Amm.

Se na Igreja no existisse a remisso dos pecados, no existiria nenhuma esperana, nenhuma perspectiva de uma vida eterna e de uma libertao eterna. Rendamos graas a Deus que deu Sua Igreja um tal dom (AGOSTINHO, Santo Doutor da Igreja).

-------------------------------------------------------------------------------Todos os artigos disponveis neste stio so de livre cpia e difuso deste que sempre sejam citados a fonte e o(s) autor(es). Para citar este artigo: CUNHA, Ana Maria Bueno. Apostolado Veritatis Splendor: CONFISSO. Disponvel em http://www.veritatis.com.br/article/5599. Desde 25/02/2009.

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EUCARISTIA - SACRAMENTO E SACRIFCIOAutor: Fernanda Carminati Azevedo Fonte: http://www.veritatis.com.br/article/5583/eucaristia-sacramento-e-sacrificio Sacramento algo que nos doado, e sacrifcio algo que oferecemos a Deus. Na Eucaristia como sacrifcio, Jesus oferece mais uma vez ao Pai seu holocausto pela nossa Salvao; enquanto como sacramento o Senhor doa-se a ns para nossa santificao.

Como sacrifcio a Eucaristia uma realidade transitria, que se realiza durante a celebrao da Santa Missa, e seu fim primrio glorificao de Deus. Como sacramento uma realidade permanente, o Santssimo Sacramento, e tem como desgnio a nossa santificao. O Sacramento A Eucaristia distingue-se dos demais sacramentos pela sua sublimidade, de modo que se pode dizer que a Eucaristia a plenitude dos demais sacramentos; posto que os so os canais da graa de Deus, que comunicam a alma de quem os recebe o mistrio salvfico de Cristo; porm de forma mais perfeita, na Eucaristia no recebemos s os mritos do mistrio pascal, mas o prprio Cordeiro de Deus. Todos os sacramentos confluem para o Santssimo Sacramento: os batizados fazem-se filhos da Igreja, e a Igreja rene os seus da mesma forma que Jesus reuniu-se com seus apstolos; no partir do Po. Os crismados so confirmados a fim de fazerem-se perfeitos cristos e dar testemunho de vida verdadeiramente crist, e como soldados fieis que devero ser tem a necessidade de receber o Po dos Cus. A Penitncia por sua vez, o sacramento que capacita as almas que fraquejaram a receber a Sagrada Comunho. E o sacramento da Ordem, para que fim mais belo foram institudos pelo prprio Jesus os sacerdotes da Nova Lei, seno para que tivessem o poder de fazer presente sobre os altares o prprio Mestre, em obedincia as suas palavras fazei isto em memria de mim? O sacramento do matrimnio, institudo primariamente para gerar aqueles que pelo Batismo far-se-o filhos de Deus, e este Deus Pai misericordioso o Bom Pelicano que alimenta os filhotes com a sua prpria carne. Por fim, o sacramento da Uno dos Enfermos, dado para unir os filhos da Igreja aos supremos tormentos da Paixo do Redentor, a fim de que quando abandonarem este mundo, possam gozar da viso Eucarstica, s que agora j no mais ocultada pelos vus das aparncias de po e vinho. Na Sagrada Escritura, Jesus deixa singularmente clara sua realidade eucarstica, Ele intitula-se o Po Vivo descido do Cu, e depois na ltima ceia, tomando o po diz: Este o meu corpo. Tambm indispensvel lembrar queles que negam o Santssimo Sacramento,

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aquela passagem em que Nosso Senhor depois de ter feito o milagre de multiplicar os pes e os peixes, seguido pela multido. Jesus ento os repreende por que eles O Seguiam no por Ele ter feito milagres, mas por t-los saciado a fome. Jesus vai mandar que trabalhem no pela comida que perece, mas pela comida que dura para vida Eterna e que Ele dar; o povo logo pede a Jesus deste po, e Jesus responde: Eu sou o Po da Vida: aquele que vem a mim no ter fome, e aquele que cr em mim jamais ter sede (So Joo 6, 35). Jesus vai ser ainda mais enftico dizendo: Em verdade, em verdade vos digo: se no comerdes a carne do Filho do Homem, e no beberdes o seu sangue, no tereis a vida em vs mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no ltimo dia. Pois a minha carne verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. (So Joo 6, 53 - 56). Ento muitos de seus discpulos murmuraram e foram embora. Jesus no foi correndo at eles e disse: acalmem-se vocs no me entenderam bem, claro que minha carne no uma verdadeira comida. Ao contrrio, Jesus mantm o que acabara de dizer, e ainda, aproximando de seus doze apstolos diz: Quereis vs tambm retirar-vos? (So Joo 6, 67). Jesus no retificou o que acabara de dizer mesmo tendo visto que muitos se afastaram, porque aquilo o que disse no era uma figura, no era um simbolismo, mas era simplesmente verdade. Como Jesus est presente na Sangrada Hstia? Tanto nas aparncias de po quanto de vinho, Jesus todo inteiro e vivo como est no Cu; pois Jesus ressuscitado no morre mais, por isto seu sangue j no mais separa de seu corpo, logo onde est o corpo est concomitantemente o sangue, assim tambm onde est o sangue est por concomitncia o corpo; e onde est o corpo e o sangue est a alma e a divindade. O Sacrifcio Eucaristia enquanto sacrifcio, a Santa Missa, a renovao do sacrifcio da Cruz. O Papa Pio XII proferiu esta admirvel sentena: O altar de nossas igrejas no diferente do altar do Glgota, pois ele tambm um monte encimado por uma Cruz e por um Crucificado, e nele que se realiza a reconciliao entre Deus e o homem. Tambm asseverou o Doutor Anglico Tanto vale a celebrao da Santa Missa, quanto vale a Morte de Jesus na cruz. Importante compreender que a Santa Missa, o sacrifcio Eucarstico que nela acontece, no o outro, mas o mesmo sacrifcio da Cruz; separados apenas na ordem cronolgica, mas o que existe sobre o altar, mesma Vtima, o mesmo oferecimento e o mesmo sacerdote da Cruz. A nica diferena est no modo em que Jesus se oferece: o Sacrifcio da Cruz foi oferecido com derramamento de Sangue (cruento), e o Sacrifcio da Missa incruento (sem derramamento de sangue). Poderiam dizer os hereges: que sacrifcio pode dar-se sem derramamento de sangue? Ora, Abrao voltando da guerra encontrou um rei chamado Melquisedec; aquele rei ofereceu a Deus po e vinho, este era um sacrifcio em que no havia derramamento de sangue, portanto incruento. A Santa Missa um verdadeiro sacrifcio em que o sacerdote o prprio Jesus; no Salmo 110, o profeta Davi profetiza a respeito do Messias: Jurou o Senhor, e no se arrepender: Tu s sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec. Estas palavras do salmista, no se referem ao sacerdcio que Jesus exerceu na Cruz, porque nele houve derramamento de sangue; mas esta profecia anuncia o Sacerdcio de Jesus na Santa Missa, onde a oblao incruenta. Neste verdadeiro sacrifcio que a Missa, Jesus no s sacerdote, mas como na Cruz, tambm a Vtima oferecida ao Pai. A Missa um memorial do Sacrifcio da Cruz, porque uma lembrana da paixo e morte de Nosso Senhor; a morte

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simbolizada na separao das aparncias do po e vinho, como na Cruz separaramse o corpo e o sangue, portanto uma morte mstica, isto que se d nos gestos e nas palavras, posto que aps a sua ressurreio Jesus j no pode morrer. Porm a Missa no uma simples lembrana, pois nela Jesus oferece-se verdadeiramente ao Pai tornando novamente presente a oferta feita por Ele na Cruz. Qual a finalidade de renovar esta oblao? Primeiro para que nos ofereamos com Ele, j que no pudemos estar presentes na sua Cruz do Glgota, agora devemos estar presentes com Ele na patena do celebrante, e em unio com os merecimentos de sua Paixo e Morte darmos glrias a Deus. Ainda, para que possam ser aplicados a ns os frutos deste Santo Sacrifcio, e assim conseguirmos de Deus o perdo pelas nossas faltas e alcanarmos graas que nos forem necessrias. Tambm por meio da Santa Missa que Jesus fazendo-se presente sobre o altar pode vir sacramentalmente as nossas almas na Santa Comunho. Eucaristia: Mistrio da F, Prodgio do Amor

A Eucaristia um mistrio da f, e uma recordao constante e imperecvel do amor de Deus pelas suas pobres criaturas. Certa vez um rabe, o emir Abd-el-ksder, estava andando pela cidade de Marselha com um oficial francs, quando encontraram com um sacerdote levando o Santo Vitico um enfermo; no mesmo instante o oficial francs parou, descobriu a cabea e se ajoelhou. O rabe logo perguntou a razo de tal saudao, e ouviu do justo francs: estou saudando o meu Deus, que o Sacerdote vai levando a um doente. O emir reagiu dizendo: como acreditar que Deus, sendo to grande, faa-se to pequeno, a ponto de ir at aos barracos dos pobres? Ns maometanos fazemos uma idia bem mais alta de Deus. O oficial ento responde-lhe seguro: porque vs, tendes s uma idia da imensa grandeza de Deus, mas no conheceis o seu amor. A Eucaristia o amor de Deus, no milagre eucarstico de Lanciano, o fragmento de carne em que se transformou a Hstia Consagrada, cientificamente atestado ser um fragmento do msculo cardaco humano e vivo. Como misericordiosa a providncia de Deus, sendo o corao o smbolo do amor, Deus nos quis mostrar esta doce verdade: Jesus na Divina Eucaristia s amor. A Eucaristia o amor que supera todos os outros amores no Cu e na Terra (So Bernardo). S o amor pode confinar um Deus a uma pequena partcula. S o amor pode fazer um Deus querer nosso corao como Sua morada. S o amor pode fazer um Deus suportar o abandono em tantos sacrrios onde permanece esquecido. S o amor pode fazer um Deus obediente s palavras do sacerdote, e por meio delas vir fazerse presente sobre o altar. Enquanto os homens querem conquistar os plos mais altos do mundo, na iluso de serem grandes homens; s o amor pode fazer um Deus querer ser to pequeno. S o amor pode fazer um Deus querer tudo isto, e s um Deus pode amar assim. Ao aproximarmo-nos da Divinssima Eucaristia, essencial compreender bem a quem iremos receber, e por assim sabermos, fazermos todo o possvel para receblo dignamente. A Santa Missa e a Comunho so os centros da nossa f, nestas horas no cabem quaisquer irreverncias, mas todo o respeito, solenidade e reverncia que pode merecer um Deus. Quando se inicia a Santa Missa, o catlico deve esquecer-se de tudo mais que exista para ver somente o Cristo e oferecer-se com Ele; deve colocar-se no Calvrio ao lado da Santssima Me do Redentor; deve morrer misticamente com Jesus, para ressuscitar com Ele para uma vida de mais perfeio crist; por isso o catlico deve sair de cada Santa Missa melhor do que chegou a ela. Uma vez quando perguntado se sofria por estar apoiado sobre as chagas

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sangrentas dos ps durante a Santa Missa , So Pio de Pietrelcina respondeu: Durante a Missa, no estou de p, estou suspenso; isto participar verdadeiramente da Santa Missa; So Pio no sentia-se apenas no Calvrio, assistindo a Santa Missa, mas ele se pregava a Cruz. Conta-se tambm na vida de So Bento, que um dia celebrando a Santa Missa, aps ter pronunciado as palavras Isto o meu Corpo, ouviu uma resposta vinda da Hstia a pouco consagrada: o seu tambm, Bento!. Porque a verdadeira participao na Santa Missa, deve nos fazer no s expectadores do Sacrifcio de Cristo, mas vtimas com a Vtima. Para encerrar , no nos esqueamos nem um s momento, que a Eucaristia nosso grande tesouro de valor infinito, pois contm o prprio Deus; Santo Agostinho dizia sobre a Eucaristia: Sendo Deus onipotente, no pde dar mais; sendo sapientssimo, no soube dar mais; e sendo riqussimo, no teve mais o que dar. -------------------------------------------------------------------------------Todos os artigos disponveis neste stio so de livre cpia e difuso deste que sempre sejam citados a fonte e o(s) autor(es). Para citar este artigo: AZEVEDO, Fernanda Carminati. Apostolado Veritatis Splendor: EUCARISTIA: SACRAMENTO E SACRIFCIO. Disponvel em http://www.veritatis.com.br/article/5583. Desde 04/02/2009.

SACRAMENTO DA PENITNCIA

Autor: Ana Maria Bueno Cunha Fonte: Sociedade Catlica Fonte: http://www.veritatis.com.br/article/5603/sacramento-da-penitencia

Os Apstolos receberam, pois, o Esprito Santo para desligar os pecadores da cadeia dos seus pecados. Deus fe-los participantes do seu direito de julgar; e eles julgam em Seu Nome e em Seu lugar. Ora, como os Bispos so os sucessores dos Apstolos tem o mesmo direito. E o pecador ao se confessar sincera e contritamente os seus pecados, como Lzaro: j vive, mas est ainda ligado com as ataduras de seus pecados. Precisa de que o Sacerdote lhas corte; e corte-lhas absolvendo. (So Gregrio Magno Papa e doutor da Igreja AQUINO, Felipe A Sagrada Tradio Editora Clofas - Lorena: So Paulo p. 126).

Sabendo o Senhor, que mesmo depois do Batismo o homem que foi elevado ao estado sobrenatural pela graa, no continuaria em estado de pureza e santo em Sua presena, devido sua tendncia ainda ao orgulho e desobedincia, o que tinha como fruto a perda da dignidade de filhos Seus; aprouve a Ele, amado Senhor, instituir um Sacramento que o pudesse curar e restabelecer a graa perdida, sem a qual ningum O veria, j que estariam todos condenados a viverem longe de Sua face santssima. Expressou o Seu amor e Sua misericordia estabelecendo o Sacramento da Penitncia, e nada mais significativo o instituir justamente aps sua Ressurreio, mostrando que como Ele vivia, assim todo homem renascido pelo Batismo, poderia viver tambm, caso caindo em pecado, buscasse Sua misericrdia

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que infinita. Na tarde do dia da Pscoa, Jesus aparece aos Apstolos reunidos no Cenculo e, na plenitude da alegria pascal, infunde sobre eles o Esprito Santo, com estas palavras: "Recebei o Esprito Santo, queles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-o perdoados; queles a quem o retiverdes, ser-lhes-o retidos (Jo 20,22), associando a este dom a misso e o dever, ou seja, o poder de perdoar os pecados. O Senhor que tinha nascido, vivido e morrido para redimir a humanidade, no hesita em conferir aos seus, apesar de homens, o poder inaudito de penetrar to profundamente no destino dos pecadores. Nas mos e na boca dos Apstolos, seus mensageiros, o Pai deps misericordiosamente um ministrio de reconciliao, que eles exercem de maneira singular, em virtude do poder de agir in persona Christi.

O perdo, antes da vinda de Cristo, acontecia pela virtude da penitncia, virtude esta que levava os homens, com conscincia, arrependimento e propsito, a detestarem seus pecados caso desejassem ser santos diante do Deus Altssimo. Se percorrermos todas as pocas verificamos que em cada gerao o Senhor concedeu o tempo favorvel da penitncia e todos que O escutaram foram santificados e acolhidos. Sempre ouve no meio do povo de Deus um ministro da graa que inspirado pelo Esprito Santo pregaram a penitncia. O prprio Senhor de todas as coisas tambm falou da penitncia, com um juramento: Dize-lhes isto: Por Minha vida orculo do Senhor Jav -, no Me comprazo com a morte do pecador, mas antes com a sua converso, de modo que tenha a vida. Convertei-vos! Afastai-vos do mau caminho que seguis; por que haveis de perecer, casa de Israel?(cf. Ez 33,11).

Ao chegar a plenitude dos tempos, na Nova Aliana selada pelo sangue de Cristo, o Filho de Deus vindo como o Cordeiro que tira e carrega sobre Si o pecado do mundo, aparece como Aquele que tem poder, quer de julgar, quer de perdoar os pecados, que veio no para condenar, mas para perdoar e salvar; (Jo 3,17) e exatamente por isso, o Senhor instituiu o Sacramento da Penitncia dando Sua Igreja todo poder de perdoar as ofensas cometidas a Ele, onde a graa invisvel seria derramada atravs de sinais visveis e sensveis, mediante um rito prprio, tendo como ministro o sacerdote, que age na pessoa do prprio Cristo, que Aquele que perdoa. O Pai abre seus braos misericordiosos e realmente d ao homem condies de santificao o tornando apto a v-lo um dia, j que s Deus pode perdoar pecados. Esta a grande graa de chamada converso, a grande oportunidade para a vida plena e santa, j que todo batizado mesmo que sujo pelo pecado mortal, - pecado este que rompe a vida divina que faz merecer o cu, afasta do redil de Cristo, da comunho dos santos, que de amigos e filhos, o torna inimigo de Deus pela desobedincia; - se cometido com plena conscincia, o que pressupe o conhecimento do carter pecaminoso do ato, da sua oposio Lei de Deus, e ainda com total consentimento suficientemente deliberado para ser uma opo pessoal. (Cfr. Catecismo da Igreja Catlica n. 1859), - se com confiana, contrio verdadeira, sincera e arrependimento se confessa lealmente, por amor deste Deus, purificado no sangue de Jesus Cristo, seu Filho amado que no se poupou por amor a ele.

Nos diz S. S. o Papa Paulo VI na Encclica Lumem Gentium: Aqueles que se aproximam do Sacramento da Penitncia, obtm da misericrdia de Deus o perdo da ofensa a Ele feita e ao mesmo tempo reconciliam-se com a Igreja, que tinham ferido com o seu pecado, a qual, pela caridade, exemplo e orao, trabalha pela sua

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converso (Lumem Gentium n. 11)

Um dos frutos deste Sacramento, se bem realizado, a paz que brota da reconciliao com o Senhor, nosso Pai. uma paz que brota da certeza no de uma esperana insegura de que os pecados foram perdoados, de que a amizade voltou e que o cu est disponvel novamente. Com esta paz, vem ao corao do penitente uma grande consolao, pois o leva a uma verdadeira ressurreio espiritual, consequncia da restituio da dignidade de filho que , e dos bens prprios dos quais a amizade do mesmo Deus. Feliz aquele cuja iniquidade foi perdoada, cujo pecado foi absolvido. Feliz o homem a quem o Senhor no argui de falta, e em cujo corao no h dolo. Enquanto me conservei calado, mirraram-seme os ossos, entre contnuos gemidos. Pois, dia e noite, vossa mo pesava sobre mim; esgotavam-se-me as foras como nos ardores do vero. Ento eu vos confessei o meu pecado, e no mais dissimulei a minha culpa. Disse: Sim, vou confessar ao Senhor a minha iniqidade. E vs perdoastes a pena do meu pecado. Assim tambm todo fiel recorrer a vs, no momento da necessidade. (Salmo de Davi - 31, 1 - 6).

A Cruz de Cristo se faz presente no momento em que a Graa deste Sacramento derramada no penitente, j que ao morrer, Jesus se oferecendo, merece, causa meritria e vital pra todos os homens, desta vida nova e bendita. Nos diz So Toms de Aquino que: A graa deste Sacramento e de todos os outros, ordena-se principalmente a duas coisas: a destruir os defeitos dos pecados passados, pois mesmo sendo passados aos atos, permanece o efeito (a culpa); e a aperfeioar a alma com relao ao culto de Deus, conforme a religio da vida crist. Ficou ento esclarecido que Cristo liberou-nos dos pecados, principalmente pela sua Paixo, e o fez como causa eficiente e meritria, bem como causa satisfatria. Por ela iniciou tambm o rito da religio crist, oferecendo-se a Si mesmo a Deus como oblao e hstia (Ef 5). Donde claramente se conclui que os Sacramentos da Igreja possuem, de modo especial, a fora da Paixo de Cristo, fora esta que, de certo modo, se junta a ns quando recebemos o Sacramento (S. Th. III, 62 , 5, c Santo Toms de Aquino - Exposio sobre o Credo Edies Loyola -5@ edio 2002 Traduo e notas Dom Odilo Moura, OSB p. 115).

Santo Agostinho muito inspiradamente v na ressurreio de Lzaro uma figura do Sacramento da Penitncia: como Lzaro do tmulo, sais tu quando te confessas. Pois que quer dizer sair seno manifestar-se como vindo de um lugar oculto? Mas para que te confesses, Deus d um grande grito, chama-te com uma graa extraordinria. E assim como o defunto saiu ainda atado, tambm o que se vai confessar ainda ru. Para que fique desatado dos seus pecados disse o Senhor aos ministros: Desatai-o e deixai-o andar. Que quer dizer desatai-o e deixai-o andar? O que desatardes na terra ser desatado no cu (In Ioann. Evang. 49, 24 Blbia de Navarra Santos Evangelhos p. 1295)

A condio indispensvel para a excelncia deste Sacramento nosso amor a Deus, pois o homem no pode merecer o perdo dos pecados porque, sendo Deus o ofendido, a sua gravidade torna-se infinita e por amor Deus o instituiu. Nosso amor e nosso arrependimento portanto condio para o perdo.

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Diante de to claras e precisas palavras de Jesus, entendeu sempre a Igreja universal - esta que a arca para onde acorre todo homem que cr em Cristo -, que desde o momento da instituio deste Sacramento da misericordia, distribuiria as graas aos batizados arrependidos, acolhendo a todos como uma me para se formar o povo santo e reconciliado, to querido pelo Pai, povo este que Deus espera ser toda a humanidade, j que Ele a amou at o fim e se entregou por Ela como vtima perfeita; e para que isso acontesse foi delegado aos Padres que estiveram em contato com os Apstolos, e a seus legtimos sucessores, o poder de perdoar ou no os pecados, ao reconciliarem-se os fiis que tenham cado neles depois do Batismo. Por sculos ininterrptos e assim ser at que se consuma os tempos, todo homem teve e ter a seu alcance o Sacramento da Misericordia. Mas Jesus, mediante esse ministrio, institudo no Cenculo na tarde do dia de Pscoa, perdoa os pecados tambm hoje com um ato dotado de eficcia atual, que no a mera comemorao, como alguns defendem, da satisfao oferecida semel pro semper (duma vez por todas) no Calvrio: esses no se do conta de que, assim, esvaziam a economia sacramentria e diminuem o prprio e infinito poder do Sacrifcio Redentor, que confere virtude salvfica aos atos sacramentais; da mesma forma que o infinito poder de Deus Criador no s age diretamente, mas confere dignidade de causa s criaturas. O Sacramento da Penitncia, no entanto, destina-se a perdoar os pecados no indiscriminadamente a todos os homens, mas to s aos que mediante o Batismo comearam a fazer parte, para sempre, da Igreja e so chamados a viver o seu mistrio em plenitude; esses j no esto sozinhos no mundo, mas so como membros de um organismo cujo chefe Cristo Crucificado e Ressuscitado, fonte de vida divina para todos os seus. (Prefcio do Cardeal Angelo Soldano sobre Alocues a uma Carta Apostlica de Joo Paulo II sobre o Sacramento da Penitncia)

A Igreja recomenda-o mesmo para o perdo dos pecados veniais, embora este perdo se possa obter tambm por outros meios. O Sacramento da Penitncia aquele cuja forma concreta mais evoluiu ao longo dos sculos (cf. Catecismo da Igreja catlica n.1447), mantendo contudo a sua estrutura fundamental: de um lado, os atos do pecador penitente: 1) a contrio perfeita (quando o motivo o amor de Deus, sendo ento suficiente s por si para antecipar o perdo) ou pelo menos a atrio (quando o motivo, embora sobrenatural, se fica pelo medo do castigo divino ou pela fealdade do pecado); 2) a confisso ntegra de, pelo menos, pecados graves ainda no confessados, mas convenientemente dos demais; 3) o cumprimento da satisfao ou penitncia imposta pelo confessor com eficcia sacramental como compensao pelos danos provocados pelos pecados (no caso de danos reparveis cometidos contra terceiros, a sua reparao possvel condio a impor) e, do outro, a ao de Deus pela interveno da Igreja (que, por meio do bispo e seus sacerdotes, absolve o pecador de seus pecados e fixa o modo de satisfazer por eles. (FALCO, Dom Manoel Franco Enciclopdia Catlica Popular)

Sobre a importncia deste Sacramento o Conclio de Trento nos diz: Alm disso, um o fruto do Batismo, e outro o da Penitncia, pois vestindo-nos de Cristo pelo Batismo, passamos a ser novas criaturas Suas, conseguindo plena e eterna remisso dos pecados, mas por meio do Sacramento da Penitncia, no poderemos chegar de modo algum a esta renovao e integridade sem muitas lgrimas e sacrifcios de nossa parte para solicitar a Divina Justia, de modo que por esta razo chamaram os santos padres Penitncia de uma espcie de Batismo de sacrifcios e aflio. Em conseqncia, to necessrio este sacramento da Penitncia aos que pecaram, depois do Batismo, para conseguir a salvao, como o mesmo Batismo aos que ainda no renasceram (Sacrossanto Conclio de Trento, Sesso XIV - Celebrada no tempo do Sumo Pontfice Jlio III, em 25 de novembro do ano do

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Senhor de 1551 - Doutrina do Santo Sacramento da Penitncia). Portanto condio para se obter a salvao, usufurir deste Sacramento , j que sem ele nenhum homem aps haver pecado poder adquirir o cu, recompensa para aqueles que permanecerem de p com o auxlio de Cristo e de Sua graa.

Fora a paz que trs ao penitente, o Sacramento da Penitncia, destina-se primariamente a perdoar ao pecador arrependido os pecados graves, restituindolhe a graa santificante e concedendo-lhe especial graa sacramental que o ajuda na luta para no recair nos pecados cometidos. Portanto o Sacramento da Penitncia reconcilia a alma com Deus ao mesmo tempo que perdoa os pecados. Toda fora da penitncia reside no fato de ela nos reconstituir na graa e de nos unir a Deus com a mxima amizade (Catecismo Romano 2, 5, 18). Alm disso o ajuda a crescer em graa, e como ela todo bem distribuido por Deus aos homens, os torna seres deiformes, aptos a realizarem atos sobrenaturais com mritos de vida eterna e santidade, o que nos confirma S. S. o Papa Pio XII em sua Encclica Misticis Corporis: Para progredir mais rapidamente no caminho da virtude, recomendamos vivamente o pio uso, introduzido pela Igreja sob a inspirao do Esprito Santo, da confisso frequente, que aumenta o conhecimento prprio, desenvolve a humildade crist, desairraiga os maus costumes, combate a negligncia e tibieza espiritual, purifica a conscincia, fortifica a vontade, presta-se direo espiritual e por virtude do mesmo sacramento aumenta a graa (Bblia de Navarra Evangelho de Joo p. 1426)

Porque Nosso Senhor deseja que todos alcancem o cu; ao fazer da santa Confisso, o grande presente da Pscoa Sua Igreja, desejou que ele deva ser antes de tudo, caminho de reconciliao com Deus, pelo perdo que concede aos homens. um sacramento que depende muito da colaboraco do penitente, j que ele, antes de tudo, deve-se reconhecer pecador e falho, e que confia e sabe que Cristo deixou uma Igreja onde estaria ali o depsito de suas graas, que santificaria todo aquele que dEle se achegasse pelas mos do sacerdote. Portanto, o Sacramento da Penitncia deve ser entendido como um grande bem que requer f e sobretudo disposio, desejo de santidade, desejo de fazer em tudo a vontade de Deus que fonte de sabedoria.

Este digno Sacramento alm de restaurar, aumentar a graa santificante e de perdoar pecados mortais e veniais (que neste caso se recebe um incremento de graa santificante, que fortalece a alma a participacao da vida divina pela qual esta unida a Deus, portanto devem tambm ser confessados, apesar de terem outros meios para te-los perdoados), no caso dos pecados mortais cancelado o castigo eterno que so consequncias deles, o que resultaria no fim triste para este homem caso viesse a morrer com ele, pois estaria definitivamente longe de Deus na eternidade, cujo fim o inferno. Alm de todos estes bens que o sacramento infunde no penitente, ele apaga tambm parte da pena temporaldevida ao pecado, que nasce da dvida de satisfao que se contrai com Deus, mesmo depois de terem sidos perdoados. Estas penas que seriam pagas no purgatrio so diminuidas pela graa do sacramento aliada a oraes, mortificaes e outras obras feitas em estado de graa. Outro efeito do Sacramento da Penitncia devolver-nos os mritos das boas obras que tenhamos feito por amor a Deus e em estado de graa, que merece-nos um aumento de graa nesta vida, de glria no cu e que foram perdidos pelo pecado mortal. Que depsito de riquezas em Deus! Dandonos direito a quaisquer graas atuais de que possamos precisar, que nos ajuda abundantemente a rejeitar o mal e buscar solidamente o bem. a chamada graa

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sacramental que nos fortifica para no cairmos em pecado e que ao mesmo tempo remdio que cura e fortalece. Isto s possvel graas ao infinitos mritos de Jesus Cristo conquistados na cruz e que neste Sacramento damos a Deus Pai, pelo nosso sim e amor arrependido, a chance de partilhar conosco estes bens maravilhosos.

Assim como na vida corporal as pessoas ficam doentes, e, se no tomarem remdio, morre, na vida espiritual pode-se tambm adoecer pelo pecado. Por este motivo, necessrio o antdoto para se curar e tal a graa conferida pelo Sacramento da Penitncia: Ele perdoa todas as suas faltas, que te cura de todas as tuas doenas(Sl 102,3), desde que se faa bom uso e de acordo, com o que ele prope aos filhos de Deus, pois remdio pra toda doena espiritual, e para fazer uma confisso frutuosa preciso que se faa um exame de conscincia bem feito levando em conta os mandamentos do Senhor, nossa relao com Ele, com os irmos, com a Igreja e com o mundo em que vivemos -, tendo no corao um arrependimento sincero, que se caracteriza numa averso ao pecado e desejo de santidade, propsito de no mais pecar, a confisso propriamente dita feita, de forma individual, a um sacerdote da Igreja e a penitncia proposta. Conforme mandamento da Igreja, "todo fiel, depois de ter chegado idade da discrio, obrigado a confessar seus pecados graves, dos quais tem conscincia, pelo menos uma vez por ano". Aquele que tem conscincia de ter cometido um pecado mortal no deve receber a Sagrada Comunho, mesmo que esteja profundamente contrito, sem receber previamente a absolvio sacramental, a menos que tenha um motivo grave para comungar e lhe seja impossvel chegar a um confessor. As crianas devem confessar-se antes de receber a Primeira Eucaristia (Catecismo da Igreja Catlica n.1457).

A confisso individual e ntegra e a absolvio constituem o nico modo ordinrio pelo qual o fiel, consciente de pecado grave, se reconcilia com Deus e com a Igreja; somente a impossibilidade fisica ou moral o escusa desta forma de confisso, podendo neste caso obter-se a reconciliao tambm por outros meios e por isso. todo aquele que, em razo do ofcio, tem cura da almas, est obrigado a providenciar para que sejam ouvidas as confisses dos fiis que lhe esto confiados e que de modo razovel peam para se confessar, a fim de que aos mesmos se oferea a oportundade de se confessarem individualmente em dias e horas que lhes sejam convenientes(S.S. Joo Paulo II em sua Carta Apostlica Misericrida Dei). No podemos esquecer, que a converso um ato interior de uma profundidade particular, no qual o homem no pode ser substitudo pelos outros, no pode fazerse substiturpela comunidade. Muito embora a comunidade fraterna dos fiis, participantes na celebrao penitencial, seja muito til para o ato de converso pessoal, todavia, definitivamente necessario que neste ato se pronuncie o prprio individuo, com toda profundidade da sua conscincia, com todo sentido da sua culpabilidade e da sua confiana em Deus, podo-se diante dEle, `a semelhana do salmista, para confessar: Pequei conta Vs. A Penitncia , defende o direito particular da alma humana. o direito a um encontro mais pessoal do homem com Cristo crucificado que perdoa, com Cristo que diz, por meio do ministro: So-te perdoados os teus pecados; vai e doravante no tornes a pecar. Como evidente, isto ao mesmo tempo o direito do prprio Cristo em relao a todos e a cada um dos homens por Ele remidos. o direito de encontrar-se com cada um de ns naquele momemto-chave da vida humana, que o momento da converso e do perdo. A Igreja, ao manter o Sacramento da Penitncia, afirma expressamente a sua f no ministrio da Redeno, como realidade viva e vivificante, que corresponde verdade interior do homem, corresponde humana culpabilidade e tambm aos desejos da conscincia humana. Bem- aventurados os que tem fome e sede de justia, porque sero saciados (S. S. Papa Joo Paulo II Carta Encclica

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Redemptor Hominis)

"Em casos de necessidade grave, pode-se recorrer celebrao comunitria da reconciliao com confisso e absolvio gerais. Esta necessidade grave pode apresentar-se quando h um perigo iminente de morte sem que o os sacerdotes tenham tempo suficiente para ouvir a confisso de cada penitente. A necessidade grave pode tambm apresentar-se quando, tendo-se em vista o nmero dos penitentes, no havendo confessores suficientes para ouvir devidamente as confisses individuais num tempo razovel, de modo que os penitentes; sem culpa de sua parte, se veriam privados durante muito tempo da graa sacramental ou da sagrada Eucaristia. Nesse caso, os fiis devem ter, para a validade da absolvio, o propsito de confessar individualmente seus pecados no devido tempo (Cdigo de Direito Cannico - cn. 962,1).

Cabe ao Bispo diocesano julgar se os requisitos para a absolvio geral existem (CDC, cn. 961). Um grande concurso de fiis por ocasio das grandes festas ou de peregrinao no constitui caso de tal necessidade grave (Cdigo de Direito Cannico - cn. 961,1)." (Catecismo da Igreja Catlica, 1483)

O Ministro da Penitncia:

S um Bispo ou um presbtero, que julga e absolve, cura e sara em nome de Cristo. Para ouvir a confisso se requer, alm do poder da Ordem, o poder de jurisdio, porque o sacerdote juiz que pronuncia a sua sentena, depois do verdadeiro julgamento (Cfr. Cn. 872) . Esta jurisdio o poder pblico de reger os fieis em ordem vida eterna. Mas Cristo quem absolve. O Sacerdote representante na terra deste canal de graa, que no Sacramento da Penitncia empresta a voz para Cristo . Deus quem em Cristo, reconciliava consigo o mundo, no levando em conta os pecados dos homens , e ps em nossos lbios a mensagem da reconciliao. Portanto, desempenhamos o encargo de embaixadores de Cristo, e Deus mesmo que exorta por nosso intermdio. Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus(2Cor 5,19-20). Pede-se ao sacerdote, ministro de Cristo, que tenha grande compreenso e compaixo, j que ele mesmo tem que ter a conscincia de sua prpria debilidade. Por isso a Igreja, no Cnon romano da Santa Missa, pe nos lbios do sacerdoteE a ns pecadores, servos TeusO Sacerdote compadece-se e compreensivo porque ele prprio est rodeado de debilidade.

Sua Santidade o Papa Pio XI escrevia: quando vemos um homem exercer esta faculdade (perdoar os pecados) no podemos pelo menos deixar de repetir no com escndalo farisaico, mas com reverente assombro aquelas palavras: Quem este que at perdoa pecados? (Lc 7,49). Foi o Homem-Deus que tinha e tem o poder de perdoar os pecados na terra (Lc 5,24), quem quis transmiti-lo aos Seus sacerdotes para encher com a liberalidade da misericrdia divina, a necessidade de purificao que sente a conscincia humana. Da brota uma grande consolao para o homem culpvel, que sofre com os remorsos e que, arrependido, ouve a palavra do sacerdote, que em nome de Deus lhe diz: Eu te absolvo dos teus pecados. Ouvir isto da boca de algum que por sua vez ter a necessidade de pedir as

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mesmas palavras a outro sacerdote, no degrada o dom misericordioso de Deus, mas sublima-o, j que atravs da frgil criatura se v na mo de Deus que opera este prodgio (Carta Encclica -Ad Catholici Sacerdotti, n. 6 Sobre o Sacerdcio Catlico)

Os sacerdotes devem incentivar os fiis a receberem o sacramento da Penitncia e devem mostrar-se disponveis a celebrar o sacramento cada vez que os cristos o pedirem de um modo conveniente (Catecismo da Igreja Catlica n. 1464) So atos do ministro dotado do poder de absolver (cf. CDC 965-986): 1) o juzo sobre a acusao; 2) a absolvio em nome de Deus; 3) e a imposio da penitncia ou satisfao. Diante da delicadeza e da grandiosidade deste ministrio e do respeito que se deve s pessoas, a Igreja declara que todo sacerdote que ouve confisses obrigado a guardar segredo absoluto a respeito dos pecados que seus penitentes lhe confessaram, sob penas severssimas. Tambm no pode fazer uso do conhecimento da vida dos penitentes adquirido pela confisso. Este segredo, que no admite excees, chama-se "sigilo sacramental", porque o que o penitente manifestou ao sacerdote permanece "sigilado" pelo sacramento. O sigilo do Sacramento da Reconciliao sagrado e no pode ser trado sob nenhum pretexto. "O sigilo sacramental inviolvel; por isso, no lcito ao confessor revelar o penitente, com palavras, ou de qualquer outro modo, por nenhuma causa." (Catecismo da Igreja Catlica n. 2490)

Eucaristia e Sacramento da Reconciliao

Os padres sinodais afirmaram, justamente, que o amor Eucaristia leva a apreciar cada vez mais tambm o sacramento da Reconciliao. Por causa da ligao entre ambos os sacramentos, uma catequese autntica acerca do sentido da Eucaristia no pode ser separada da proposta dum caminho penitencial (1 Cor 11, 27-29). Constatamos certo que, no nosso tempo, os fiis se encontram imersos numa cultura que tende a cancelar o sentido do pecado, favorecendo um estado de esprito superficial que leva a esquecer a necessidade de estar na graa de Deus para se aproximar dignamente da comunho sacramental. Na realidade, a perda da conscincia do pecado engloba sempre tambm uma certa superficialidade na compreenso do prprio amor de Deus. muito til para os fiis recordar-lhes os elementos que, no rito da Santa Missa, explicitam a conscincia do prprio pecado e, simultaneamente, da misericr