tecnologia de aplicaÇÃo

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PULVERIZADORES 1. INTRODUÇÃO O uso de produtos fitossanitários para o controle das pragas na agricultura tem merecido a cada dia mais vigilância por parte dos órgãos de saúde pública. Também a exigência dos consumidores vem aumentando a cada dia devido a uma campanha muito agressiva de informação da população sobre os riscos que representam o uso de agroquímicos nos produtos para o consumo humano. Este comportamento além do aspecto saudável que representa obriga os produtores a terem maior cuidado durante utilização dos fitossanitários. Dentre todos os componentes dos pulverizadores, os bicos são os de maior importância pelas implicações na qualidade dos tratamentos com produtos fitossanitários. São responsáveis pela divisão do líquido em gotas muito pequenas, facilitando a sua distribuição ao permitir uma maior dispersão do produto aplicado. Devido a relação dos bicos com a qualidade da pulverização é importante o estudo de suas características, visando sua perfeita utilização por parte dos operadores. Devido a dificuldade ou incorreções na identificação das características técnicas dos bicos pelos usuários, os fabricantes passaram a adotar o uso de cores, de acordo com a

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Page 1: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

PULVERIZADORES

1. INTRODUÇÃO

O uso de produtos fitossanitários para o controle das pragas na agricultura tem

merecido a cada dia mais vigilância por parte dos órgãos de saúde pública.

Também a exigência dos consumidores vem aumentando a cada dia devido a

uma campanha muito agressiva de informação da população sobre os riscos que

representam o uso de agroquímicos nos produtos para o consumo humano. Este

comportamento além do aspecto saudável que representa obriga os produtores a

terem maior cuidado durante utilização dos fitossanitários.

Dentre todos os componentes dos pulverizadores, os bicos são os de maior

importância pelas implicações na qualidade dos tratamentos com produtos

fitossanitários. São responsáveis pela divisão do líquido em gotas muito

pequenas, facilitando a sua distribuição ao permitir uma maior dispersão do

produto aplicado.

Devido a relação dos bicos com a qualidade da pulverização é importante o

estudo de suas características, visando sua perfeita utilização por parte dos

operadores.

Devido a dificuldade ou incorreções na identificação das características técnicas

dos bicos pelos usuários, os fabricantes passaram a adotar o uso de cores, de

acordo com a norma ISO 10625, que os diferenciam de acordo com suas

características operacionais de funcionamento. A forma de caracterizar os bicos

apenas utilizando os números dificultava sobremaneira sua identificação, uma vez

que em muitos casos o número de identificação apresentava-se quase ilegível ou

escrito com caracteres tão pequenos que dificilmente podia ser identificado.

Page 2: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

Os bicos hidráulicos fragmentam o líquido pela ação da pressão exercida por uma

bomba que força o líquido passar por um orifício, adquirindo velocidade e energia

no difusor para subdividir-se em pequenas gotas ao sofrer o impacto com o ar.

São dispositivos responsáveis pela distribuição uniforme do líquido em uma

determinada área, possuindo como características principais a forma do jato, a

pressão de trabalho, a vazão e o tamanho das gotas. Além disso apresentam uma

população de gotas característica a cada tipo de bico e um perfil de distribuição

que são utilizados na sua escolha para uma determinada aplicação. O perfil de

distribuição compreende a quantidade e a forma em que o líquido é distribuído

sobre o objetivo a pulverizar.

Os bicos para pulverização hidráulica, independente do material utilizado na sua

fabricação, se caracteriza por:

- vazão nominal

- população e

- espectro das gotas produzidas para cada nível de pressão.

Além disso, a forma construtiva dos elementos que compõem o orifício de saída

do líquido e as câmaras que o precedem produzem um perfil de distribuição

característico, apropriado a determinadas formas de aplicação.

1.1. Componentes dos bicos

Os bicos constituem-se geralmente pelo corpo, o filtro, a hélice, o orifício de saída

e a porca de fixação.

Corpo

2

Page 3: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

O corpo é utilizado para a conexão com as mangueiras de distribuição de líquido

na barra portabicos. São geralmente construídos de plástico, podendo em alguns

casos ser de metal. O corpo dos bicos servem também para ajustar o ângulo entre

cada jato dos bicos, para evitar que os jorros dos bicos contíguos choquem entre

si.

Porca de fixação

As porcas de fixação constituem a porção mais externa do bico, dotada de uma

rosca interna utilizada para sua adaptação no corpo. Possuem forma de um

hexágono ou são dotadas de uma porca borboleta para facilitar sua adaptação.

Recentemente alguns fabricantes introduziram um sistema de corpo que permite o

encaixe rápido dos bicos.

Os corpos tipo encaixe rápido podem ser fabricados de cor neutra ou com uma cor

que caracteriza a vazão nominal do bico integrado no encaixe rápido. O uso dos

encaixes rápidos coloridos tem a vantagem de permitir mais rapidez e segurança

na definição da vazão do bico recomendada.

Filtro do bico

O filtro é utilizado para evitar a obstrução do bico. As obstruções são produzidas

por partículas que aparecem como conseqüência de reações químicas ou por

impurezas presentes na água utilizada para preparar a calda.

Existem vários tipos de filtros, geralmente fabricados com malha de plástico ou de

cobre. O tamanho da malha deve adaptar-se ao tamanho do orifício de saída do

bico e, portanto a sua vazão nominal. São dotados de malhas com dimensões

menores que os orifícios de saída dos bicos para evitar entupimentos freqüentes.

3

Page 4: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

FIGURA 1 - Partes constituintes do bico

Em alguns casos se incorpora um filtro de bico combinado com o dispositivo anti-

gotejamento.

TABELA 1 - Dimensiones das malhas dos filtros

Bico Dimensão da malha dos filtros

vazão aspiração impulsão bico

(l/min) (mesh)*-(mm)* * (mesh) - (mm) (mesh) - (mm)

0.40 50 - 0.30 200 - 0.08 200 - 0.08

0.40 - 0.80 50 - 0.30 100 - 0.15 100 - 0.15

0.75 - 1.25 50 - 0.30 80 - 0.18 80 - 0.18

1.25 30 - 0.58 50 - 0.30 50 - 0.30

Fonte: Márquez, L. (1996)* - Valores equivalentes à medida da malha.** - Valores equivalentes à separação entre fios.

4

FILTRO

HELICÓIDE

ORIFÍCIO DE SAÍDA

PORCA DE FIXAÇÃO

CORPO

Page 5: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

Atualmente tem-se utilizando os chamados filtros de linha, montados em cada lado

da barra portabicos. Isto tem a vantagem de facilitar a manutenção e a limpeza

dos filtros, impedindo que durante a aplicação algum bico deixe de funcionar.

Helicóide

Em alguns bicos existe ainda um componente chamado helicóide que serve para

produzir um jorro na forma de cone. O helicóide tem como função dirigir o líquido,

de maneira que o jato forme um cone cheio o um cone vazio, sem gotas na parte

interna. O helicóide utilizado para a produção do cone cheio possui, em geral, três

ou quatro orifícios; o helicóide utilizado para a produção do cone vazio possui

normalmente dois orifícios.

Orifício de saída

Os bicos necessitam ser substituídos como conseqüência do desgaste que se

produz no orifício de saída. Este desgaste depende do tipo de material utilizado na

fabricação, das características físico-químicas do produto pulverizado e da

pressão de trabalho.

O desgaste a que estão sujeitos os orifícios de saída dependerá da composição

do produto que esta sendo aplicado ou a presença de partículas sólidas em

suspensão. Segundo MARQUEZ (1997) e BARTHELEMY et al. (1990) os

fitossanitários com menos sólidos em suspensão tendem a desgastar menos as

pontas. Nestes casos o desgaste é mais uniforme, de modo que a presença de

sólidos em suspensão resulta em um dano prematuro e irregular ocasionando a

deformação do jorro dos bicos, o que acarreta uma menor uniformidade da

aplicação do fitossanitário.

5

Page 6: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

TABELA 2 - Vida útil dos bicos tipo jato plano ( pressão de 2.8 bar)

Material do bico Vida útil (horas)

Termoplástico +400

Cerâmica +400

Kematal 400

Aço inoxidável 400

Naylon 200

Latão 100

Fonte: Albus, Jacto e Hardi.

Em geral os produtos fitossanitários que possuem em sua composição derivados

do cobre provocam um desgaste prematuro dos bicos. Também alguns autores

fazem referencia aos danos causados pela corrosão eletroquímica que podem

provocar desgaste dos bicos, MÁRQUEZ (1997).

Normalmente se recomenda que a variação da vazão de um bico, em uso no

campo, não supere a 10 %, para garantir que se mantenha o espectro de

pulverização (distribuição espacial e população de gotas), conforme ORTIZ-

CAÑAVATE et al. (1989), MÁRQUEZ (1997) e BARTHELEMY et al. (1990).

1.2. Tipos de bicos

Existem diferentes tipos de bicos no mercado cada qual com características

específicas para uma determinada aplicação. Essas variações são importantes,

pois permitem utilizar aquele que seja mais adequado a cada situação,

minimizando assim as perdas de produtos fitossanitários e melhorando a

qualidade da aplicação. Os tipos de bicos hidráulicos mais comuns para a

aplicação de produtos fitossanitários, segundo SRIVASTAVA et ao. (1993),

SPRAYING SYSTEMS (1994), ALBUZ (1992) e HARDI (1994) são:

6

Page 7: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

leque ou jorro plano

jorro cônico

defletores ou de impacto

com injeção de ar ou arejador

1.2.1. Bico leque ou jorro plano

Os bicos tipo leque são os mais utilizados na área agrícola devido a sua

diversidade de utilização. Produzem um jorro plano à saída do bico, formando um

ângulo característico em forma de um leque. Apresenta uma concentração maior

de líquido na parte central do jorro, mas com uma boa uniformidade de distribuição

do líquido em função da sobreposição apropriada.

Figura 2 - Constituição de um bico jato em leque.

Estes bicos se encontram normalmente no mercado com ângulo de abertura de

60, 80 e 110º , sendo mais comum as duas últimas. Quanto maior o ângulo

formado pelo bico, menor é o tamanho das gotas, podendo ser montadas a uma

distância maior na barra portabicos.

São ideais para a aplicação de herbicidas em área total, onde se necessita uma

maior uniformidade de distribuição. Operam melhor a pressão de 2 a 4 bar,

permitindo uma cobertura mais uniforme. Utilizando pressões mais baixas é

possível conseguir um tamanho de gotas maiores, para reduzir a deriva, mas a

uniformidade de distribuição diminui. Para uma melhor uniformidade de

7

Page 8: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

distribuição ao longo de uma barra, se recomenda uma sobreposição de

aproximadamente 30%, em cada lado do jorro, CHRISTOFOLETTI (1991).

FIGURA 3 - Tipos de bicos

Segundo CHRISTOFOLETTI (1991) existem outros modelos de bico tipo leque

utilizados para a aplicação em uma faixa maior de pressões com possibilidade de

obter uma melhor uniformidade de distribuição. Também existe o bico de jorro

duplo mais recomendados para a aplicação em que se deseja uma boa cobertura

e penetração entre as folhas. Para aplicação entre as linhas da cultura, ou sobre

as linhas, existem os bicos tipo leque com perfil de distribuição uniforme ( ALBUZ,

1992).

1.2.2. Bico de jorro cônico

Os bicos tipo jorro cônico produzem jorros na forma de cone cheio e cone vazio.

8

Tipo leque

Tipo cone vazio

Tipo impacto

Page 9: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

Figura 4 - Constituição de um bico tipo cone.

Bico tipo cone vazio

O bico do tipo cone vazio é o mais utilizado e tem como característica uma

deposição do líquido maior na porção mais externa do cone. Possuem um padrão

de distribuição com menos líquido no centro, aumentando depois um pouco para

voltar a cair bruscamente, nos extremos. Não são em geral recomendados para a

aplicação de herbicidas. São geralmente aconselhados para aplicação de

inseticidas, fungicidas e desencantes em culturas com grande massa foliar, onde

a penetração do jorro e a cobertura são críticos.

FIGURA 5 - Esquema da distribuição do bico tipo cone vazio

9

Page 10: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

Operam normalmente com uma pressão de 2 a 10 bar, produzindo um ângulo de

70º a 80º e gotas muito pequenas, o que favorece a deriva. São montados nas

barras portabicos, com uma distância entre 0,25 m a 0,50 m para permitir alcançar

o volume necessário de fitossanitário por área tratada, CHRISTOFOLETTI (1991).

Devido a que estes bicos trabalham a altas pressões têm uma vida útil muito

pequena (que varia de 50 a 80 horas para os ensaios de desgaste) quando se

utiliza o latão em sua fabricação. Por esta razão os fabricantes prefere construi-as

de material cerâmico que permite uma maior durabilidade.

Bico tipo cone cheio

O bico do tipo cone cheio, segundo CHRISTOFOLETTI (1991) opera normalmente

a baixas pressões (1 a 3 bar), produzindo gotas grandes e menos sujeitas à

deriva. Tem geralmente um ângulo de 80º e podem ser montadas na barra a uma

distancia de até um metro entre bicos.

FIGURA 6 - Esquema de distribuição do bico cone cheio

10

Page 11: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

As gotas produzidas por este tipo de bico são normalmente maiores que as de

outros tipos, operando à mesma pressão. São recomendados para a aplicação de

herbicidas sobre o solo ou sistêmicos. Para uma melhor uniformidade de

distribuição na barra, se recomenda que os bicos estejam montadas com uma

inclinação de 30 a 45º, em relação ao plano vertical, CHRISTOFOLETTI (1991).

1.2.3. Bico de impacto

Os bicos de impacto, da mesma forma que os bicos tipo leque, produzem um jorro

em forma de leque, com um ângulo de pulverização bastante grande de 110 a

140º. O efeito de divisão do líquido em gotas se produz pelo impacto do jorro com

uma superfície plana. Como possui um orifício de saída circular estão menos

sujeitas a entupimentos. Possui maior deposição de líquido nas extremidades do

jorro. Podem trabalhar a pressões muito baixas (0.7 a 1.8 bar), produzindo gotas

grandes, diminuindo o problema da deriva. Estes bicos são recomendados para a

aplicação de herbicidas sistêmicos a baixo volume, bem como para aplicação,

utilizando pulverizadores costais de acionamento manual.

FIGURA 7 - Esquema da distribuição do bico de impacto

11

Page 12: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

1.2.4. Bico com injeção de ar ou arejador

Os bicos com injeção de ar foram lançados recentemente no mercado e tem como

característica a produção de gotas grandes contendo ar no seu interior, próprias

para aplicação de produtos sistêmicos. Consiste basicamente de um bico

hidráulico contendo no seu interior um venturi responsável pela aspiração do ar.

Posteriormente o mesmo é misturado com o líquido em uma câmara antes da

formação do jorro. Em geral exigem uma pressão de trabalho maior, devido a

perda de carga no sistema, ao realizar a mistura de ar com o líquido a ser

aplicado.

FIGURA 8 - Esquema do bico com injeção de ar (Fonte: AGROTOP)

2 - INFLUENCIA DE OUTROS PARÂMETROS NA PULVERIZAÇÃO

Na aplicação de fitossanitários sabe-se que a eficácia do tratamento depende

muito do bico e da forma como está sendo utilizado. Os fatores como ângulo do

jorro, espaçamento dos bicos na barra portabicos, e o ângulo de inclinação na

12

Page 13: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

barra, influenciam sobremaneira na uniformidade de distribuição de um

fitossanitário.

Quando se deseja fazer uma boa aplicação de fitossanitário temos que ter em

conta o espectro da população de gotas, mas também não podemos esquecer que

apenas isso não basta, pois no caso dos pulverizadores hidráulicos de barra, se

não houvesse uma boa distribuição do volume do fitossanitário ao largo da barra

certamente não será possível obter uma boa eficiência do tratamento realizado.

Outro cuidado que se deve ter é com relação às condições climáticas. Nos casos

de baixa umidade relativa se deve evitar trabalhar com populações de gotas com

diâmetro muito reduzido para evitar o fenômeno da evaporação de estas. Da

mesma forma no dias em que haja a presencia de ventos fortes é preferível não

fazer a aplicação de fitossanitário sob o risco de ter que repetir a aplicação.

2.1. Influencia da pressão

A pressão produzida pela bomba hidráulica tem uma influência muito grande na

característica de funcionamento dos bicos hidráulicos durante a pulverização.

Essas influências incluso podem mudar completamente o comportamento dos

bicos afetando a qualidade da aplicação de um fitossanitário. Normalmente uma

alteração da pressão pode acarretar um cambio em:

- Vazão do bico

- Tamanho das gotas

- Forma do jorro.

2.1.1. Influencia na vazão dos bicos

A pressão tem uma influencia direta na vazão dos bicos. É fácil perceber na

prática que, quando se trata do fluxo de um líquido, toda vez que ocorre o

aumento da pressão há um aumento proporcional da vazão. Com relação aos

bicos hidráulicos dos pulverizadores ocorre o mesmo, ou seja, durante a aplicação

13

Page 14: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

de um fitossanitário, si queremos aumentar a quantidade aplicada por unidade de

superfície, em principio, bastaria aumentar a pressão de aplicação.

A vazão produzido por um bico hidráulico é determinado pela seguinte expressão:

Q m Ap

2

1

onde:

Q - vazão do bico, m3/s

m - coeficiente de descarga do bico, admensional

A - seção do orifício do bico, m2

P - Pressão do líquido, Pa

- densidade do líquido, kg/m3

O coeficiente de descarga dependerá principalmente do tipo e do diâmetro do

orifício do bico. Normalmente esse valor é de 0,611 para fluxo turbulento. Este

valor, também pode ser determinado construindo um gráfico a partir das

informações das vazões de um bico, com um determinado diâmetro do orifício,

versus a raiz quadrada da pressão, uma vez que a pendente da reta será igual a:

k m A 2

2

onde:

k - inclinação da reta

Substituindo os valores da área do orifício e da densidade do líquido é possível

obter o valor do coeficiente da descarga do bico (m ).

14

Page 15: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

y = 0,1041x - 0,1626

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

14,00 24,00 34,00 44,00 54,00

RAIZ CUADRADA DE LA PRESIÓN (kPa)

CA

UD

AL

DE

LA

BO

QU

ILL

A (

l/min

)

GRÁFICO 2 - Determinação do coeficiente de descarga (m) de uma bico

A partir do valor da pendente da reta do gráfico é possível determinar o valor do

coeficiente de descarga (m), uma vez substituindo os valores correspondentes da

densidade do líquido e área do orifício do bico. Como exemplo, si se substituem os

valores correspondentes a água e considerando uma área do orifício do bico como

2.39 mm, o valor do coeficiente de descarga (m) será igual a 0.274. Este valor é

menor que 0.610, geralmente usado pelos orifícios de fluxo turbulento. Isto pode

ser explicado pela a característica de fabricação do bico considerada.

Como os ensaios dos bicos são feitos com a água é possível resumir a equação

acima, considerando os bicos tipo cônico em:

Q n pd 2 3

donde:

Q - vazão do bico, l/min

n - coeficiente do bico (0.16 a 0.64), admensional

d - diâmetro do orifício do bico, mm

p - pressão do líquido, bar

15

Page 16: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

Os valores do diâmetro do orifício do bico costumam ter valores compreendidos

entre 0,8 a 2.5 mm para a maioria dos fabricantes.

Analisando a equação é possível verificar que a vazão dos bicos é diretamente

proporcional ao diâmetro do orifício e à pressão do líquido no bico, enquanto que a

vazão é inversamente proporcional a densidade do líquido. Essa informação é

muito importante, já que as vazões dos bicos nos catálogos dos fabricantes são

todas apresentadas considerando como líquido a água, cuja densidade é igual a

1 kg/m3. Enquanto se trabalharmos com um líquido cuja densidade é diferente da

água temos que reajustar o valor da vazão apresentada no catálogo. Assim si um

bico tem uma vazão de 1,6 l/min, à pressão de 3 bar, trabalhando com a água, se

quisermos manter o mesma vazão trabalhando com um líquido com uma

densidade de 1,2 kg/m3, haverá necessidade de aumentar a pressão do liquido

para 3,6 bar (3 bar x 1,2).

A velocidade mínima necessária para que um bico possa produzir o jorro é

determinada pela equação:

Vjd

2800 42 0 18

0 59 0 59

. .

. . 4

onde:

Vj - velocidade do jorro, m/s

- tensão superficial, N/m

- viscosidade do líquido, mPa.s

- densidade do líquido, kg/m3

d - Diâmetro do jorro, m.

Quando se conhece o valor do coeficiente de descarga (m) a equação acima se

transforma em:

V jQ

m A

. 5

16

Page 17: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

2.1.2. Influência no espectro de gotas

Sabe-se que a pressão exerce influência sobre o tamanho de gotas produzidas

durante a aplicação de um fitossanitário. A evidência disso é observado nas

curvas do espectro da população de gotas. Verifica-se, nessas curvas que o DMV

de uma população de gotas diminui ao aumentar a pressão do líquido. Na prática

os operadores dos pulverizadores utilizam muito essa técnica, principalmente

quando desejam diminuir a deriva, pois sabem que se diminuem a pressão

conseguem aumentar o tamanho das gotas produzidas e com isso diminuem o

fenômeno da deriva.

2.2. Uniformidade de Aplicação

A uniformidade de distribuição do jorro de pulverização é influenciada por vários

fatores como: a pressão do líquido, a vazão do bico, a posição do bico na barra

portabicos, a sobreposição dos bicos, as distancias entre os bicos, a tensão

superficial do líquido, a viscosidade do líquido e a temperatura. Em condições de

campo é possível dizer que tanto a vibração da barra portabicos como as

condições do vento afetam a uniformidade de distribuição, com o agravante de

serem de difícil estudo, devido ao comportamento aleatório das variações desses

dois parâmetros.

Segundo os estudos realizados por vários investigadores, uma das formas de

determinar a uniformidade de distribuição de um produto, é utilizar o coeficiente de

variação da distribuição. Considerando-se uma boa aplicação quando o valor do

coeficiente de determinação está em torno de 15%. O controle das pragas é

reduzido toda vez que se utiliza valores do coeficiente de variação acima desse

valor.

2.2.1. Influencia do movimento da barra portabicos

17

Page 18: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

O movimento da barra portabicos do pulverizador é considerado como uma das

maiores fontes de variação da uniformidade de distribuição do jorro. Hoje em dia

uma das preocupações das instituições normalizadoras é estabelecer

procedimentos de controle da estabilidade das barras portabicos de tal modo a

minimizar o efeito do movimento da barra na uniformidade de aplicação,

permitindo aos fabricantes dotar os equipamentos com uma barra bem

estruturada, ou então utilizando amortecedores do movimento, que minimizem

estes efeitos.

Segundo IYER et al. (1978) a dificuldade em estudar melhor os efeitos do

movimento da barra portabicos no perfil de distribuição do jorro é devido a

característica do movimento, que se faz de forma aleatória, pois no campo, devido

a superfície irregular do solo e às características dinâmicas do trator e do

pulverizador de barra, aparece um movimento de forma desordenada da barra

portabicos. Atualmente tem-se que minimizar os problemas de uniformidade de

distribuição, mediante uma adequada sobreposição entre bicos, com a informação

técnica disponível.

SPEELMAN E JANSEN(1974) estudaram também o efeito da vibração da barra na

uniformidade de distribuição de produtos agrícolas, em condições de campo e

verificaram que a uniformidade de distribuição foi afetada negativamente.

Estudaram a intensidade e a característica das vibrações do final da barra em

quatro tratores montados com pulverizadores agrícolas, considerando a vibração

no plano horizontal e vertical.

2.2.2. Influencia da posição do bico

Fazendo um estudo sobre os efeitos da posição do bico na uniformidade de

deposição do jorro e a determinação do coeficiente de variação, BINTNER et al.

(1977), observaram que houve uma melhora substancial na uniformidade de

18

Page 19: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

distribuição, quando montaram os bicos, com um ângulo de 90º, em relação ao

plano horizontal, para bicos tipo impacto e tipo cone vazio.

Estudos realizados por BINTNER et al. (1977) indicam que há uma melhora

significativa na uniformidade de distribuição do jorro de certos bicos, quando são

orientados para trás. Com o bico inclinado para trás a distancia efetiva entre bico-

objetivo aumenta. Isto resulta em um padrão de distribuição largo que produz

maiores sobreposições para uma dada altura e espaçamento. Entretanto há que

considerar a possível perda de energia cinética da gota e o incremento da deriva.

2.2.3. Efeito do sobreposição entre bicos

Analisando o efeito da sobreposição entre bicos, em a uniformidade de

distribuição, AZIMI et al. (1985) chegaram à conclusão que uma adequada

sobreposição entre bicos adjacentes é essencial para poder assegurar uma boa

uniformidade de distribuição do jorro. Assim para uma distancia fixa entre bico, o

sobreposição é função da altura da barra portabicos, o ângulo de inclinação do

bico e a pressão do líquido na mesma.

2.2.4. Influencia do espaçamento entre bicos

Com relação ao espaçamento entre bicos AZIMI et al. (1985) chegaram à

conclusão que espaçamento menores que 51 cm tendem a propiciar uma

distribuição mais estável, ou seja as distribuições são menos afetadas pelas

variações da altura e da pressão, uma vez que o espaçamento é mais reduzido.

Da mesma forma chegaram à conclusão que a distribuição de bicos tipo impacto e

tipo cone não estão muito influenciadas pela pressão, mas o ângulo de inclinação

dos bicos e a altura de operação tem efeito significativo na forma de distribuição

destes bicos.

2.2.5. Influência do vento

19

Page 20: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

Sabe-se que o vento afeta a uniformidade de distribuição do jorro. Vários autores

tem verificado que é um parâmetro difícil de controlar, a exemplo da vibração da

barra portabico, porque as variações de velocidade e de direção se produz de

maneira aleatória.

O vento pode afetar a distribuição em função de sua direção, sentido e velocidade.

Um estudo da influência das condições do vento e do balanço da barra portabicos

na uniformidade de distribuição e no desordenamento do perfil do jorro (SPD -

Spray Pattern Displacement) foi feito por KRISHNAN et al. (1993), utilizando bicos

tipo leque. O SPD pode ser definido como a porcentagem de variação do volume

total do perfil de distribuição, em condições de campo, em relação ao volume total

do perfil de distribuição na condição ótima de aplicação, sem a influencia de

ventos e vibração da barra portabico. A conclusão a que chegaram é que, tanto as

condições do vento, como o balanço, afetaram significativamente os valores do

CV e do SPD. Os valores de SPD permitem verificar se produz uma cobertura

adequada (quantidade total do jorro) dentro da faixa. Para a determinação dos

valores de SPD, em condições de campo, construiu-se um sistema de

amostragem experimental, capaz de operar em condições dinâmicas. Um baixo

valor de SPD significa uma boa cobertura. Os valores de SPD são calculados

utilizando a formula:

SP D

V nw n V w n

V nw n

n

n

n

n

1

1

6

onde:

SPD - desordenamiento do perfil do jorro, %

n - número de provetas graduadas debaixo do coletor de amostras

Vnw(n) - volume do líquido da proveta graduada sob condições de ensaio,

sem vento e debaixo da faixa, ml

20

Page 21: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

Vw(n) - volume do líquido da proveta graduada sob condições de ensaio,

com vento e debaixo da faixa, ml

Outro efeito do vento é a possível deriva das gotas com diâmetros menores, que

são transportadas facilmente pela corrente de ar. Quanto menor o diâmetro da

gota maior será a resistência oferecida pelo ar a sua trajetória, devido a redução

de sua massa. Com isso diminui sua velocidade, permitindo que o vento as

transporte para outro local, causando o fenômeno da deriva.

No caso de vento moderado é possível trabalhar com um bico que produza um

diâmetro de gota maior para controlar o problema da deriva. Entretanto quando a

velocidade do vento for maior que 7 m/s é preferível não realizar a pulverização.

Normalmente se admite realizar a pulverização, utilizando gotas conforme

apresentadas no Quadro lll, sempre que a velocidade do vento não supere os 3

m/s. No caso de aplicação de herbicidas ou de inseticidas muito tóxicos o

problema da deriva é muito serio. Deste modo quando não é possível controlar a

deriva, utilizando gotas maiores sempre haverá o risco de aplicação fora das

zonas a tratar.

2.3 - Altura dos bicos

A determinação da altura ideal do bico deve levar em conta a pressão de

trabalho do bico. Geralmente os fabricantes apresentam as características do

perfil de distribuição de as bicos, considerando uma pressão do fluido igual a

2,756 bar (40 lb/pul2). Nessas condições, segundo BALASTREIRE (1987) a altura

de trabalho pode ser calculada como:

HL COT

* / 2

2 7

donde:

21

Page 22: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

H - altura da barra portabico, cm

L - anchura do jorro do bico, cm

- ângulo do bico a pressão de 2,8 bar

O sobreposição entre dois bicos adjacentes é calculado, considerando uma

sobreposição de 30% da largura do leque, pela fórmula:

S H tan 0 3 2 2, * / 8

onde:

S - sobreposição entre os bicos, cm

H - altura da barra portabico, cm

- ângulo do bico a pressão de 2,8 bar

Como o sobreposição se faz nas duas extremidades do leque tem-se que:

SH tan

20 3 2 2 2 , * / / 9

A distancia entre bicos, em a barra portabicos, poderá ser calculada pela fórmula:

DL S

2

2 2 10

onde:

D - distancia entre bicos, cm

L - anchura do perfil de distribuição do bico, cm

S - sobreposição entre as bicos, cm

3. UNIFORMIDADE DE DISTRIBUIÇÃO

22

Page 23: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

A uniformidade de distribuição é entendido como a capacidade dos pulverizadores

em distribuir líquido no sentido do seu deslocamento - longitudinal, e no sentido

transversal - ao longo da barra de pulverização, com uma variação mínima do

volume distribuído.

A uniformidade longitudinal tem a ver com o sistema de acionamento do

pulverizador, ou seja:

acionamento a pressão constante

vazão proporcional ao motor, e

vazão proporcional ao avance.

A uniformidade transversal é influenciada basicamente pelos seguintes fatores:

tipo do bico

qualidade do bico

desgaste do bico, e

movimentação da barra do pulverizador

A uniformidade de distribuição é determinada pelo Coeficiente de Variação dos

volumes de líquidos distribuídos.

É determinado pela relação do desvio padrão, em relação a média dos volumes

coletados nas provetas, durante um ensaio em um banco de ensaio. A

uniformidade é medida em valores percentuais do CV.

3.1. Simulação do perfil de distribuição dos bicos

A possibilidade de determinar o perfil de distribuição dos bicos através de um

programa de computador cria uma alternativa a mais no controle da qualidade e

segurança das aplicações e representa uma ferramenta importante para o

aplicador de defensivos agrícolas.

23

Page 24: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

O presente programa é baseado em linguagem Quick Basic e permite determinar

o perfil e a homogeneidade de distribuição dos bicos de pulverização.

PROGRAMA DE SIMULAÇAO

•Cada perfil de distribuiçao obtido nos ensaios de laboratorio foi ajustadoutilizando um modelo de regresao nao-linear.

UNIFORMIDAD DE DISTRIBUCIÓN Boquilla HARDI 2080-20, presión 5 bar, alt. barra de 60 cm

y = -9E-11x6 + 1E-09x5 + 9E-07x4 - 8E-06x3 - 0.0041x2 + 0.0116x + 7.5326

R2 = 0.9954

0

1

2

3

4

5

6

7

8

-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80

POSICIÓN, cm

% V

OL

UM

EN

TO

TAL

24

Page 25: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

PROGRAMA DE SIMULAÇAO

•A saida do programa de simulaçao apresenta os seguientes dados:

x=-50 V=10.525x=-45 V=10.091x=-40 V=10.529x=-35 V=11.269x=-30 V=11.926x=-25 V=12.263x=-20 V=12.167x=-15 V=11.638x=-10 V=10.788x=-5 V=9.850x=0 V=10.525x=5 V=10.091x=10 V=10.529x=15 V=11.269x=20 V=11.926x=25 V=12.263x=30 V=12.167x=35 V=11.638x=40 V=10.788x=45 V=9.850x=50 V=9.200

UNIFORMIDAD DE DISTRIBUCIÓNHardi 4110-16, 3 bar

0

5

10

15

-50

-40

-30

-20

-10 5 15

25

35

45

PROVETA

% V

OL

UM

EN

T

OTA

L

MEDIA= 11.038CV (%)= 8.53

4. CATÁLOGOS DOS BICOS

Como mencionamos anteriormente, a Norma ISO, recomenda que os catálogos

dos fabricantes de bicos para aplicação de fitossanitários tomem por base, para

caracterizarem os bicos, os padrões de cor estabelecidos nesta norma. A norma

recomenda que as vazões de cada bico sejam caracterizadas por cores

específicas para cada bico, ensaiado à uma pressão de 3 bar. Além disso terão

que vir acompanhadas da vazão impressa no bico como era feito antigamente.

Os padrões de cores utilizados são específicos para cada tipo de bico, ou seja um

padrão específico para as bicos tipo leque, outro para bicos tipo cone e outro para

os bicos tipo impacto.

25

Page 26: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

QUADRO lV - Padrões de cores dos bicos, conforme Norma ISO 10625

Cor preto laranja verde amarelo azul roxo marrom cinza branco

Vazão

(l/min) 0.2 0.4 0.6 0.8 1.2 1.6 2.0 2.5 3.1

4.1. Comparação dos catálogos de bicos

Com a intenção de comparar os catálogos dos bicos apresentados pelos

fabricantes elaborou-se uma tabela com as características principais dos bicos

fabricados por diferentes empresas para a pulverização de produtos agrícolas.

Verificando os catálogos é possível verificar que nem todos fabricantes seguem a

presente norma para a fabricação dos bicos.

Comparando os catálogos dos bicos de pulverização, anteriores a 1990 (catálogos

antigos) verifica-se que de todos os fabricantes de bicos (Hardi, Albuz, Teejet e

Supray), somente a fábrica Teejet apresenta valores compatíveis com a Norma

ISO/DIS 10625.

A comparação dos catálogos novos (Hardi, Jacto, Berthoud e Teejet) mostra que

houve uma maior adesão à Norma ISO, pois desses somente o catálogo da

industria Hardi ainda não apresenta seu catálogo de acordo com a Norma ISO/DIS

10625. Entretanto acreditamos que possivelmente a Industria Hardi já tenha

adequado o seu catálogo.

26

Page 27: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

TABELA 1 – EQUIVALÊNCIA ENTRE OS CATÁLOGOS DE BICOS DE PULVERIZAÇÃO

TABLA DE EQUIVALENCIA ENTRE AS BICOS

NORMA ISO HARDI JACTO-110SF BERTHOUD TEEJET 11001S

NORMAL TOLERANCIA SINTAL-S4110 AFX110

COLOR VAZÃO COLOR VAZÃO Nº COLOR VAZÃO COLOR VAZÃO COLOR VAZÃO COLOR VAZÃO

NARA 0,36 8 LILAS 0,31 NARA 0,39

NARA 0,4 NARA 0,44 10 MARRON

0,47 NARA 0,4

VERD 0,54 VERD 0,59

VERD 0,6 VERD 0,66 12 AMAR 0,73 VERD 0,6

AMAR 0,72 14 NARA 0,91 AMAR 0,79 AMAR 0,79

AMAR 0,8 AMAR 0,88 16 ROJO 1,11 AMAR 0,8

AZUL 1,08 18 BLAN 1,32

AZUL AZUL 1,18 AZUL 1,18

AZUL 1,2 AZUL 20 VERD 1,59 AZUL 1,2

AZUL 1,32

ROJO 1,44

ROJO ROJO 1,58 ROJO 1,58

ROJO 1,6 ROJO 24 TURQ 2,08 ROJO 1,6

ROJO 1,76

MAR 1,8

MAR MAR 1,97 MAR 1,97

MARO 2 MAR MARO 2

MAR 2,2

GRIS 2,17 30 AZUL 2,94 GRIS 2,37 GRIS 2,37

GRIS 2,4 GRIS GRIS 2,4

GRIS 2,65

BLAN 2,89

BLAN BLAN 3,16 BLAN 3,16

BLAN 3,2 BLAN BLAN 3,2

BLAN 36 GRIS 4,04

BLAN 3,53

S/C 3,95

S/C 5,92

27

Page 28: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

5. REGULAGENS DOS PULVERIZADORES

Para se fazer a regulagem dos pulverizadores é importante conhecer o significado

de alguns termos mais usados, tais como:

5.1. Taxa de pulverização (Q)

É a quantidade de mistura ou calda (água + produto) aplicado uniformemente por

unidade de área e expressa normalmente em litros por hectare (L/ha).

A taxa de pulverização depende do:

1- Tipo de equipamento;

2- Tipo de produto químico;

3- Estágio de desenvolvimento da cultura;

4- Formulação de produto químico;

5- Condições climáticas.

A taxa de pulverização pode ser calculado, utilizando a fórmula:

onde,

Q- Taxa de pulverização (L/ha);

q- Vazão por bico ou do total de bicos (L/min);

v- Velocidade de trabalho (km/h);

28

Page 29: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

f- Faixa de pulverização por bico ou total dos bicos (m)

NOTA: Quando for utilizado a vazão por bico, a faixa de pulverização deverá ser

por bico. Quando se utilizar a vazão total, a faixa de pulverização deverá ser total.

5.2. Quantidade de produto (PR)

A quantidade de produto químico a ser colocado no tanque é calculado pela

fórmula:

onde,

Pr- Quantidade de produto químico por tranque (kg ou L);

Ct- Capacidade do tanque (L);

Q- Taxa de pulverização (L/ha);

D- Dosagem de defensivo (kg/ha ou L/ha).

5.3. Faixa de pulverização (f)

É a largura da faixa tratada por um bico ou bocal atomizador a cada passada do

pulverizador, medida no solo.

Mede-se a faixa de pulverização conforme os exemplos a seguir:

5.3.1. Pulverizador costal

29

Page 30: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

A faixa de pulverização por bico é igual aos espaçamentos entre duas passadas

sucessivas, em metros.

Figura 15 - Faixa de pulverização em culturas anuais (Fonte: Jacto S. A.)

a) Aplicação de defensivos em culturas anuais

A faixa pulverizada pelo pulverizador costal é igual à largura tratada pelo bico. No

caso do pulverizador costal motorizado a faixa de pulverização é determinada

medindo-se a largura aplicada entre cada passada.

b) Aplicação de defensivos em culturas perenes

A faixa de pulverização é igual à metade do espaço entre as linhas da cultura, em

metros.

Figura 16 - Faixa de pulverização em culturas perenes (Fonte: Jacto S. A.)

Tabela 1 - Bicos Teejet. Indicação para os pulverizadores de barras com bicos

espaçados a 0,50 m.

30

Page 31: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

BICOS PRESSÃO

kg/cm2 Ib/pol2

VAZÃO

L/min

VELOCIDADE DO TRATOR (km/h) 3 4 5 6VOLUME DE PULVERIZAÇÃO (L/ha)

8001 1,42,12,84,2

20304060

0,260,340,370,45

105135150180

80100110135

658090110

55707590

8002 1,42,12,84,2

20304060

0,530,640,750,94

210255300375

160190225280

130155180225

105130150190

8003 1,42,12,84,2

20304060

0,790,971,121,40

315390450560

240290340420

190235270335

160195225280

8004 1,42,12,84,2

20304060

1,051,311,501,84

420525600735

315395450550

250315360440

210265300370

11001 1,42,12,84,2

20304060

0,260,340,370,45

105135150180

80100110135

658090110

55707590

11002 1,42,12,84,2

20304060

0,530,640,750,94

210255300375

160190225280

130155180225

105130150190

11003 1,42,12,84,2

20304060

0,790,971,121,40

315390450560

240290450560

190235270335

160195225280

11004 1,42,12,84,2

20304060

1,051,311,501,84

420525600735

315395450550

250315360440

210265300370

Tabela 2 - Bicos Jacto - Série AG. Indicação para os pulverizadores de barras

31

Page 32: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

(distância entre bicos na barra: 0,40 m).

BICOSPADRÃO

Cor

PRESSÃO

kg/cm2 Ib/pol2

VAZÃO

L/min

VELOCIDADE DO TRATOR (km/h) 3 4 5 6

VOL. DE PULVERIZAÇÃO (L/ha)

APG110J amarelo2,13,24,2

304560

0,490,600,70

245300350

185225260

145180210

120150175

APG1100 laranja2,13,24,2

304560

0,700,850,99

350425495

260320370

210255295

175210245

APG110R vermelho2,13,24,2

304560

0,991,211,40

495605700

370455525

295365420

245300350

APG110V verde2,13,24,2

304560

1,401,711,98

700855990

525640740

420515595

350425495

32

Page 33: TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

6. BIBLIOGRAFIA

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