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ResumoEste estudo teve por objetivo avaliar a utilização ou não das técnicas de OSM em organizações itajubenses. Os procedimentos metodológicos utilizados foi a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo. A técnica de recolha de dados foi o questionário. Verificou-se como resultado que as técnicas de OSM, apesar de antigas, são de grande valia para as corporações, auxiliando as tarefas dos colaboradores, a fim de organizar e estruturar de maneira adequada cada setor da mesma. Palavras chaveTécnicas de OSM, Organizações itajubenses. I. INTRODUÇÃO A globalização tem imposto às empresas muitos desafios para que estas consigam sobreviver a uma concorrência cada vez mais truculenta. Esse ambiente de mercado exige das empresas habilidades para se ajustarem às mudanças impostas por seus ambientes competitivos. Essa situação tem levado muitas empresas a adotarem, cada vez mais, as chamadas Técnicas de Organização, Sistemas e Métodos (OSM). De modo a evidenciar a utilização dessas técnicas, por parte das organizações itajubenses, foi aplicado um questionário em quatro grandes empresas situadas nesse município. Logo a seguir, são apresentados uma breve revisão da literatura sobre as técnicas de OSM, a metodologia de pesquisa, os resultados obtidos por meio de pesquisa de campo e as considerações finais. II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA- OSM: CONCEITOS E TÉCNICAS A. Organização Sistemas e Métodos - conceitos e finalidades A função de Organização e Métodos (O&M), durante as décadas de 60, 70 e 80, foi desempenhada pelas empresas focadas na racionalização gerencial e logo na busca do aumento da produtividade e melhoria da qualidade. Nesse período, o analista de O&M tinha seu mercado ampliado, porque podia atuar não só com a simplificação de rotinas, ou aprimoramento de estruturas organizacionais, como também desenvolvendo e implantando sistemas de informação em computador (GONTIJO, 2015 [1]) De acordo com Gontijo (2015), a área de O&M acabou sufocada dentro das organizações sem credibilidade para apresentar novas soluções, cedendo espaço para modismos ou estratégias metodológicas modernas e difundidas pela mídia. A antiga O&M focava nos órgãos e nas partes, preocupava-se principalmente com a divisão de tarefas, formulários e organogramas, não havia um foco estratégico no cliente e uma visão sobre os cenários futuros. Com a necessidade de organização e passando por uma grande reestruturação, devido ao uso da TI pelas empresas, a O&M foi mudando gradativamente para Organização, Sistemas e Métodos (OSM). Segundo Gonçalves et al (2012 [2]), a partir da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), surgiu uma nova tendência que procurava substituir a palavra racionalização, bem como outras denominações, pelo título “Organização, Sistemas e Métodos” (OSM). Para Chinelato (2001, p. 4 [3]), “as organizações não podem ser estáticas, já que são compostas de seres humanos e voltadas para um mercado consumidor em constante mutação”. Além do mais, as organizações sobrevivem das aquisições feitas pela sociedade. Em virtude Técnicas de OSM: verificação de sua importância em organizações itajubenses Amanda Guimarães de Oliveira Centro Universitário de Itajubá FEPI [email protected] Larissa de Paiva Costa Louro Centro Universitário de Itajubá FEPI [email protected] Antônio Suerlilton Barbosa da Silva Centro Universitário de Itajubá FEPI [email protected] Graciele Enaile Vasconcelos Centro Universitário de Itajubá FEPI [email protected] Malú Baisso Faria Antunes Mota Centro Universitário de Itajubá FEPI [email protected]

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Resumo— Este estudo teve por objetivo avaliar a utilização ou

não das técnicas de OSM em organizações itajubenses. Osprocedimentos metodológicos utilizados foi a pesquisabibliográfica e a pesquisa de campo. A técnica de recolha dedados foi o questionário. Verificou-se como resultado que astécnicas de OSM, apesar de antigas, são de grande valia para ascorporações, auxiliando as tarefas dos colaboradores, a fim deorganizar e estruturar de maneira adequada cada setor damesma.

Palavras chave—Técnicas de OSM, Organizações itajubenses.

I. INTRODUÇÃO

A globalização tem imposto às empresas muitosdesafios para que estas consigam sobreviver a umaconcorrência cada vez mais truculenta. Esse ambiente demercado exige das empresas habilidades para se ajustarem àsmudanças impostas por seus ambientes competitivos. Essasituação tem levado muitas empresas a adotarem, cada vezmais, as chamadas Técnicas de Organização, Sistemas eMétodos (OSM).

De modo a evidenciar a utilização dessas técnicas,por parte das organizações itajubenses, foi aplicado umquestionário em quatro grandes empresas situadas nessemunicípio. Logo a seguir, são apresentados uma breve revisãoda literatura sobre as técnicas de OSM, a metodologia depesquisa, os resultados obtidos por meio de pesquisa de campoe as considerações finais.

II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA- OSM: CONCEITOSE TÉCNICAS

A. Organização Sistemas e Métodos - conceitos efinalidades

A função de Organização e Métodos (O&M), duranteas décadas de 60, 70 e 80, foi desempenhada pelas empresasfocadas na racionalização gerencial e logo na busca doaumento da produtividade e melhoria da qualidade. Nesseperíodo, o analista de O&M tinha seu mercado ampliado,porque podia atuar não só com a simplificação de rotinas, ouaprimoramento de estruturas organizacionais, como tambémdesenvolvendo e implantando sistemas de informação emcomputador (GONTIJO, 2015 [1])

De acordo com Gontijo (2015), a área de O&Macabou sufocada dentro das organizações sem credibilidadepara apresentar novas soluções, cedendo espaço paramodismos ou estratégias metodológicas modernas e difundidaspela mídia. A antiga O&M focava nos órgãos e nas partes,preocupava-se principalmente com a divisão de tarefas,formulários e organogramas, não havia um foco estratégico nocliente e uma visão sobre os cenários futuros. Com anecessidade de organização e passando por uma grandereestruturação, devido ao uso da TI pelas empresas, a O&Mfoi mudando gradativamente para Organização, Sistemas eMétodos (OSM).

Segundo Gonçalves et al (2012 [2]), a partir daSegunda Guerra Mundial (1939-1945), surgiu uma novatendência que procurava substituir a palavra racionalização,bem como outras denominações, pelo título “Organização,Sistemas e Métodos” (OSM).

Para Chinelato (2001, p. 4 [3]), “as organizaçõesnão podem ser estáticas, já que são compostas de sereshumanos e voltadas para um mercado consumidor emconstante mutação”. Além do mais, as organizaçõessobrevivem das aquisições feitas pela sociedade. Em virtude

Técnicas de OSM: verificação de suaimportância em organizações itajubenses

Amanda Guimarães de Oliveira

Centro Universitário de Itajubá – [email protected]

Larissa de Paiva Costa Louro

Centro Universitário de Itajubá – [email protected]

Antônio Suerlilton Barbosa da Silva

Centro Universitário de Itajubá – [email protected]

Graciele Enaile Vasconcelos

Centro Universitário de Itajubá – [email protected]

Malú Baisso Faria Antunes Mota

Centro Universitário de Itajubá – [email protected]

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da fusão de interesses, o mundo dos negócios destacaorganizações de diferentes segmentos e objetivos, ou seja,enquanto algumas apresentam-se como organizações fabris,outras são comerciais, outras culturais, outras políticas,religiosas, filantrópicas etc.

Segundo Daft (2002, p. 11 [4]), “organizações sãoentidades sociais que são dirigidas por metas, são desenhadascomo sistemas de atividades deliberadamente estruturados ecoordenados e são ligadas ao ambiente externo”. Definidascomo sistemas por Oliveira (2009, p. 6 [5]), a organização é“um conjunto de partes interagentes e interdependentes que,conjuntamente, formam um todo unitário com determinadoobjetivo e efetuam função específica”.

O sistema pode ser uma forma de trabalho ou umsoftware desenvolvido para a realização de determinadasatividades dentro da organização que podem interagirconjuntamente se tornando um todo visando um objetivocomum da organização. Ou ainda, um conjunto de partesinteragentes e interdependentes que, conjuntamente, formamum todo unitário com determinado objetivo e efetuam funçãoespecífica como sistema. (GONÇALVES et al, 2015 [2])

Segundo Araújo (2009 [6]), a função da OSM é obteratravés de técnicas científicas e organizacionais a melhorprodutividade possível de todos os recursos, como os RecursosHumanos (RH), Recursos de Materiais (RM) e RecursosTecnológicos (RT) onde envolvem o comportamento humanoe os instrumentos utilizados no ambiente interno ou externo daorganização.

A responsabilidade básica desta área é a de executaras atividades de levantamento, análise, elaboração eimplementação de sistemas administrativos na empresa. Oobjetivo é o de criar ou aprimorar métodos de trabalho,agilizar a execução das atividades, eliminar atividades emduplicidade, padronizar, melhorar o controle, fazer ogerenciamento de processos e solucionar problemas.(OLIVEIRA, 2008 [7])2.1. Articulação entre a teoria e a práticaSegundo Oliveira (2009), a capacidade de perceber, analisar eentender as mudanças, de adaptar-se às exigências de novasrealidades e antecipar-se à chegada das mudanças, sãoaspectos de suma importância para o analista de sistemas,organização e métodos. É importante que a organização sejapensada e preparada de forma a aproveitar ao máximo osrecursos disponíveis, durante a execução dos trabalhos(FERNANDES, STRAPAZZON; CARVALHO, 2013 [8]).Para isso, é necessário que um estudo teórico seja realizado afim de entender melhor o funcionamento de uma empresa.

Com a teoria, pode-se colocar em prática osconhecimentos adquiridos para que a empresa obtenha ummelhor resultado. Como por exemplo, o Layout em umaempresa, que quando associado à teoria e à prática, sendoorganizado de forma coerente, facilita o trabalho doscolaboradores possibilitando a redução de tempo e esforço. Aarticulação entre teoria e prática ajudará a empresa a sereestruturar, melhorando seu rendimento e diminuindo custos,a fim de atender às metas da instituição e aos anseios dosfuncionários (GOLÇALVES et al, 2012 [2]).

“Quando se cria umcaminho de produção, épossível diminuir o tempoentre um processo e outro;ter um controle maior deonde está o produto e emque fase se encontra;estimar um tempo deprodução em cada fase eainda definir recursosnecessários e maquináriopara a execução dastarefas.” (FERNANDES,2013, p. 2 [8])

Para o bom funcionamento de uma organização,anteriormente, deve-se ter o conhecimento teórico dedeterminadas ferramentas que auxiliam na melhoria daqualidade. Oliveira (2008 [7]) diz que “tais ferramentaspermitem aos gestores obter de forma dinâmica e prática asinformações necessárias para embasar as decisões quenorteiam as empresas, seja em questões administrativasinternas, em estratégias de vendas ou outras áreas quenecessitem de uma gestão mais apurada de indicadores”.

III. TÉCNICAS DE OSM

Na área de OSM é necessário o uso de algumastécnicas que auxiliem os especialistas, como por exemplo,fluxogramas de processos, formulários, manuais, desenho delayout, análise da distribuição de trabalho, dentre outras. Essasferramentas são capazes de proporcionar redução de custos, aracionalização do trabalho, a padronização de procedimentosentre outros benefícios.

Em seguida serão descritas as principais técnicas.

A. Fluxograma

Fluxograma é uma representação gráfica formado deum conjunto lógico programado de um trabalho, processo, ouestrutura em geral. Pode-se ainda ressaltar a facilidade deutilização desse tipo de ferramenta principalmente quando estetem finalidade de lidar com processos que apresentam altonível de detalhamento. (ANDRADE et al, 2012 [9])

De acordo com Andrade et al (2012 [9]), esse tipo detécnica apresenta a facilidade na comunicação visual, umponto forte. Porém, o fato desta chegar a assumir grandeextensão na representação de seus processos é um ponto fracoda técnica. Entretanto o fluxograma apresenta umaflexibilidade e uma simplicidade como um ponto forte para omodelador e, como ponto negativo, tem-se o fato de existiremdiversas notações diferentes associadas à técnica, apresentandodiferentes formas e tamanhos.

Para a construção desses formulários são utilizadossímbolos afim de simplificar a visualização de cada etapa etranspor de maneira adequada cada situação existente em umprocesso ou trabalho. (LUCINDA, 2010 [10])

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B. Formulários

Para Oliveira (2013, p. 309 [11]) “O formulário é umimportante meio de comunicação, transmissão e registro deinformações, principalmente as baseadas em dadosquantitativos.”

Através dos estudos realizados por Oliveira (2013[11]) pode se afirmar que a clareza, o formato e o conteúdodesses documentos os tornam eficientes e eficazescontribuindo de forma fundamental para o bom funcionamentodos sistemas e métodos administrativos. Fica então evidenteque o formulário deve trabalhar com informações importantesque podem influenciar nas decisões dentro do sistemaconsiderado.

Segundo Wanzeler; Ferreira, Santos (2010 [12]), coma implantação dos formulários é que se pode desenvolver umsistema de controle do processo produtivo que conduzinformações confiáveis para as futuras tomadas de decisão.

Para a elaboração de um formulário é necessárioseguir quatros etapas o levantamento e análise dasnecessidades, elaboração do novo formulário, trabalho gráficoe recebimento, treinamento e controle. Muitos aspectosapresentados nessas etapas perdem o valor pelo uso dainformática, mas ainda são de grande utilidade. (OLIVEIRA,2013 [11])

C. Manuais

“Manual é todo e qualquerconjunto de normas,procedimentos, funções,atividades, politicas, objetivos,instruções e orientações quedevem ser obedecidos ecumpridos pelos executivos efuncionários da empresa, bemcomo a forma como essesassuntos devem ser executados,quer seja individualmente, querseja em conjunto” (OLIVEIRA,2013, p. 367 [11]).

Tem como vantagem principal, a facilidade para ostrabalhos de reorganização, já que compõem uma importantebibliografia técnica e, portanto, fonte de pesquisa. Além defacilitar o treinamento, por permitir cursos padronizados eliberar os instrutores da exposição de detalhes.

O manual também deve ser uma ferramenta clara, de fácilentendimento, e simplicidade, objetiva naquilo que pretendeinformar. O grau de concisão das instruções depende danecessidade de detalhamento exigida. O uso desses manuaisrepresenta economia para as empresas já que substitui otelefone, os serviços de som, os quadros de aviso e asinstruções particularizadas, mas para isso é necessário que osfuncionários confiem nos manuais e validem sua existência.(FILHO, 2008 [13])

D. Desenho de Layout

A disposição dos recursos de produção, layout, afetainteiramente os custos de produção e a produtividade. Essaferramenta procura melhorar a utilização dos recursosdisponíveis através de possibilidades de combinações quemaximizem ou minimizem algum objetivo estabelecido.(TOMELIN; COLMENERO, 2010 [14]).

Segundo Fernandes (2013 [8]), possuir um layoutdefinido a partir de cálculos bem e fatores fundamentado naprodução, proporciona a empresa uma vantagem em relaçãosua linha de fabricação de larga escala onde se ganha tempo eorganização. Escolher cuidadosamente a posição de cadamáquina ou ferramenta, a sequência lógica de produção, aquantidade de pessoas envolvidas nos processos e aquantidade a ser produzida faz parte de desenvolvimento deum bom layout.

São pontos interessantes no desenvolvimento de umestudo de um layout, no caso de industrias, seus produtos e oregime de produção, e no caso de organizações burocráticas, anatureza do trabalho, seu volume e fluxo de papeis. (CURY,2000 [15]).

E. Análise da distribuição do trabalho

De acordo com o relato de Cury (2000 [15]), a análiseda distribuição do trabalho é uma técnica especializada deOSM, onde tal tem a finalidade de avaliar a distribuição deatividades entre os diversos órgãos distribuindo então a tarefade cada um dos funcionários. Deve ser desenvolvida no intuitode identificar e criticar a carga de trabalho de cada unidade daorganização.

Todo o estudo de distribuição de trabalho conduz aconfecção de um QDT- quadro de destruição de trabalho.

“Essa ferramenta possibilita umavisão panorâmica das atividadesexecutadas por uma área e quemas executa, ressalta áreas quepossam estar sobrecarregados deatividades, é de fácil aplicação eentendimento e facilita a análisecomparativa de participação decada integrante na atividade daárea” (MEDEIROS, 2011, p. 2[16])

Segundo Medeiros (2011 [16]), alguns obstáculospodem aparecer pela utilização dessa técnica, que sãocausados pelo fato da ferramenta utilizar informaçõesquantitativas e o analista pode eventualmente esquecer asrelações interpessoais que também colaboram para odesenvolvimento das atividades.

IV. METODOLOGIA

O método utilizado para o desenvolvimento desteestudo foi o indutivo, que após considerar um númerosuficiente de casos, conclui uma veracidade.

Fez-se uso de uma pesquisa de campo, com o objetivode obter informações sobre a aplicação das ferramentas deOSM em quatro organizações localizadas na região sul de

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Minas Gerais, afim de explorar a aplicação dessas ferramentasnessas organizações.

A aplicação nas empresas foi realizada através dautilização de questionários com questões fechadas no âmbitode avaliar como, e se as organizações fazem uso das técnicasde OSM. Além do emprego do questionário, foi realizada umapesquisa bibliográfica, tendo como objetivo enriquecer oestudo.

F. Definição da amostra

A amostra utilizada constituiu-se de cento e vinte enove entrevistados, sendo eles de quatro empresas, umanacional e três multinacionais, situadas na cidade de Itajubá-MG. Teve-se como critério de escolha a proximidade e adisponibilidade de pessoas ligadas a elas.

A aplicação do questionário se deu pelos própriospesquisadores, em alguns casos foi necessária a colaboraçãode um membro da organização para que as perguntaschegassem aos funcionários trazendo um retorno satisfatório.

Os questionários foram aplicados aos funcionáriosque executavam diversas atividades nas organizações emquestão, afim de demonstrar o grau de utilização econhecimento das técnicas de OSM.

G. Instrumento de pesquisa

Como já dito, o principal instrumento de pesquisautilizado foi o questionário. De acordo com Moysés (2007, p.2 [17]), “questionário é um conjunto de questões, elaboradaspara gerar os dados necessários para se atingir os objetivos deum projeto de pesquisa. ”

O questionário aplicado continha dezesseis questõesfechadas (por apresentarem maior uniformidade e confiançanas respostas já que não há possibilidade para o entrevistadoapresentar seu ponto de vista, o que também o limita. Asquestões tinha como objetivo analisar o grau de conhecimentoe aplicação da OSM nas empresas.

H. Tabulação de dados

Os resultados da aplicação dos questionários foramorganizados em planilha no Excel. A partir dos dadoscoletados foram elaborados gráficos, com o percentual dasrepostas de cada uma das perguntas, possibilitando umamelhor visualização dos resultados do estudo. Logo, foramfeitas as avaliações acerca da utilização das técnicas de OSM.

V. A PESQUISA

I. Apresentação

Foram disponibilizados pela empresa nacional vintee oito colaboradores, e cento e um, divididos de formaaleatória, nas três empresas multinacionais. Todos os cento evinte e nove questionários aplicados tiveram retorno com todasas questões devidamente respondidas.

A aplicação do questionário iniciou-se com osignificado do termo OSM, onde 51% dos respondentes

disseram conhecer o termo, versus 49% que afirmaram nuncaterem ouvido falar, o que indicou ainda ser um problema, jáque quase metade dos selecionados para responder o cadernode questão desconheciam o termo abordado que é de grandeimportância para as organizações.

Interrogados sobre a existência de informações arespeito dos objetivos da empresa, obteve-se um resultadopositivo, no qual 97% disseram estar ciente dos mesmos.Enquanto os 3% restantes se dividiram entre: não saber, nãoconhecer e outros. Esses resultados são de grande valia para aorganização, uma vez que precisa dos colaboradores seempenhando em prol desses objetivos.

Referido ao tipo de cargo desenvolvido pelos entãoentrevistados, foi questionado se há, e se é de conhecimentodeles, algum tipo de documento em que constem informaçõesa respeito da descrição dos cargos por eles exercidos. 77%proferiram ter conhecimento sobre esse tipo de material, 4%disseram que a empresa não possui esses documentos, 14%expuseram não saber da existência, 4% sabiam que a empresapossuía, porem o desconheciam e 1% não soube responder. Oque indica que grande parte dos selecionados para a pesquisaestava ciente das informações contidas sobre seus cargos.

Ainda referente ao desenvolvimento do cargo doscolaboradores, foram então indagados sobre o controle de suasfunções dentro da organização: 89% afirmaram que a empresapossuía o controle, 8% disseram que não havia esse controle e3% expuseram que na maioria dos casos há controle.Concluiu-se, então, que ainda há um número razoável da faltade controle dentro das empresa sobre o trabalho realizado.

J. Análise e discussão de dados

A fim de avaliar se estão sendo adotadas, ou não, astécnicas de OSM em organizações itajubenses, fez-se uso dométodo de análise das respostas obtidas para chegar a algumasconclusões acerca do tema. Nos questionários continhamperguntas relacionadas às técnicas, sendo elas, formulários,manuais, layout e QDT (Quadro de distribuição de tarefas),politicas e diretrizes da organização.

K. Formulários

As perguntas acerca da técnica formulários foram asseguintes:3. Você utiliza algum tipo de formulário (eletrônico ou não) noseu dia a dia na empresa? 46% afirmaram que utilizavam namaioria das tarefas, 19% disseram que utilizavam em algumastarefas, 19% alegaram que utilizavam em pouquíssimastarefas, 11% declararam utilizar às vezes e apenas 5%expuseram nunca terem utilizado.

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Gráfico 1. Fonte: Elaborado pelas autoras.

4. Qual a frequência com que você utiliza formulário nodesempenho de suas atividades? 56% afirmaram queutilizaram formulários diariamente na maioria das tarefas, 4%expuseram que utilizaram entre uma e três vezes por semana,25% disseram utilizar entre três e cinco vezes por semana, 7%alegaram não saber e 8% declararam nunca ter utilizado.

Gráfico 2. Fonte: Elaborados pelas autoras.

5. Na sua opinião, os formulários que você utiliza sãorealmente necessários? 44% afirmaram que sim e que sãoextremamente necessários, 43% disseram que sim na maioriados casos, 6% alegaram que sim, mas em poucos casos, 3%expuseram que não são necessários e 4% declararam nãosaber.

Gráfico 3. Fonte: Elaborado pelas autoras.

Através dos resultados obtidos pôde-se concluir queos formulários são utilizados com frequência dentro dasorganizações, além de serem considerados pelos colaboradorescomo sendo de suma importância.

L. Manuais

Conforme o questionário, as questões sobre a técnicamanual seguem abaixo:2. Existe na sua empresa algum documento que especifique asetapas desenvolvidas nos processos em que o funcionário estáinserido? 71% afirmaram que existe e é muito utilizada, 15%igualmente afirmaram que sim, mas é pouco utilizado, 2%disseram que existe, mas nunca é utilizado, 3% disseram nãoexistir e 9% não sabem se existe.

Gráfico 4. Fonte: Elaborado pelas autoras.

6. Na empresa na qual você trabalha existe manual de normas,políticas e/ou diretrizes de como as tarefas devem serdesempenhadas? As respostas para essa questão tiveram comopercentual, 97% sim, 1% não, 1% não sei, 1% outros.

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Gráfico 5. Fonte: Elaborado pelas autoras.

7. Existe algum documento em que constam informações arespeito dos objetivos da empresa na qual você trabalha? Asrespostas para essa questão tiveram como percentual, 97%sim, 1% não, 1% não sei, 1% tem mas não conheço.

Gráfico 6. Fonte: Elaborado pelas autoras.

8. Existe algum documento em que constam informações arespeito da descrição dos cargos desenvolvidos na empresa naqual você trabalha? As respostas para essa questão tiveramcomo percentual, 77% sim, 4% não, 14% não sei, 4% tem masnão conheço e 1% outros.

Gráfico 7. Fonte: Elaborado pelas autoras.

Após a análise dos percentuais pode-se concluir queos manuais são utilizados tanto para descrição dos cargosquanto para os objetivos, além de fazer menção aodesempenho das tarefas, o que os tornam fundamentais para apadronização e a boa performance da organização.

M. Distribuição do espaço (Layout)

Conforme o questionário, as questões sobre a técnicaLayout seguem abaixo:9. O espaço em que você trabalha é suficiente para o númerode pessoas? 93% afirmaram que sim, o espaço é suficiente, eapenas 7% discordaram.

Gráfico 8. Fonte: Elaborado pelas autoras.

10. O espaço em que você trabalha é confortável? 77%disseram ser muito confortável, 21% afirmaram que oambiente é pouco confortável e 2% alegaram serdesconfortável.

Gráfico 9. Fonte: Elaborado pelas autoras.

11. E com relação a proximidade dos equipamentos utilizadosno dia-dia? 60% afirmaram que os equipamentos ficavam bempróximos, 33% que ficavam próximos e 7% alegaram nãoestarem próximos.

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Gráfico 10. Fonte: Elaborado pelas autoras.

Percebeu-se com tais resultados que a maioria dosentrevistados está satisfeita com o ambiente onde trabalha, jáque são poucos os que se sentem muito prejudicados peladistribuição do espaço disposta pela organização.

N. Distribuição de tarefas (QDT)

Para a análise de distribuição de tarefas, as seguintesquestões foram abordadas pelo questionário:12. Na empresa na qual você trabalha, existe algumaferramenta de avaliação e distribuição de atividades (como oQDT – Quadro de Distribuição do Trabalho) que permitaidentificar desequilíbrios no volume de trabalho dedeterminado funcionário, desvios de função, simplificações notrabalho, avaliação da capacidade profissional de cadaindivíduo e até mesmo mensurar o tempo e esforçodispensados para cada uma das atividades que estão sendodesenvolvidas na empresa? 65% disseram que sim, 20%afirmaram que não, 7% alegaram que existe porém não éconhecido, 8% disseram já ouvir falar, mas não souberam se éaplicada.

Gráfico 11. Fonte: Elaborado pelas autoras.

13. Na empresa na qual você trabalha, há controle sobre asatividades desempenhadas pelas pessoas? 65% responderamque sim, 20% disseram que não, 7% afirmaram haver, mas

desconheciam, 8% já ouviram falar, mas não sabem se éaplicado.

Gráfico 12. Fonte: Elaborado pelas autoras.

14. Na empresa na qual você trabalha, você percebesobrecarga de trabalho por parte de algum funcionário? 30%disseram que sim, há uma sobrecarga de trabalho, 61%afirmaram não haver essa sobrecarga e 9% disseram que namaioria dos casos existe sim, uma sobrecarga.

Gráfico 13. Fonte: Elaborado pelas autoras.

15. As tarefas que você desenvolve na empresa na qual vocêtrabalha, estão de acordo com sua capacidade intelectual? 84%afirmaram que sim, 8% disseram que não, que a tarefadesenvolvida está abaixo de sua capacidade intelectual e 8%não souberam responder.

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Gráfico 14. Fonte: Elaborado pelas autoras.

16. Na empresa na qual você trabalha, o seu volume detrabalho está de acordo com sua função/cargo? 77% disseramque sim, 2% afirmaram que não, está abaixo, 14% alegaramnão, está acima, 7% não souberam responder.

Gráfico 15. Fonte: Elaborado pelas autoras.

A análise dos resultados mostrou que grande partedos colaboradores entrevistados concordam com o modo comosão distribuídas as tarefas nas organizações objeto de estudo.Como também um bom controle da empresa em relação aessas tarefas.

VI. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa teve por objetivo avaliar a utilização ounão das técnicas de OSM em organizações itajubenses. Após aaplicação e análise do caderno de questões às empresas objetode estudo, foi possível concluir que o uso de formulários é deextrema utilidade para as mesmas, já que a maioria de seuscolaboradores afirma fazer uso diariamente e reconhece anecessidade desta técnica. Outra técnica avaliada como degrande serventia para as organizações foram os manuais, ondea maior parte dos entrevistados, quando indagados se existiamdocumentos que especificavam as normas e diretrizes de comoas tarefas deviam ser desempenhadas e descrição dos cargosnos quais estão inseridos, afirmaram existir e que são muito

utilizados. Na sequência sobre a avaliação dos manuais, oscontribuintes afirmaram existir ainda documentos que constaminformação dos objetivos da empresa.

Além da grande utilização dos formulários e manuais,outra técnica que as organizações têm utilizado com grandeeficácia é o layout (distribuição do espaço), onde oscolaboradores garantem ter um espaço suficiente e confortávelpara o número de pessoas. Em relação à proximidade dosequipamentos utilizados, a maioria afirma estar próximos,facilitando o trabalho e reduzindo o tempo de locomoção, oque confirma o valor da aplicação desta técnica.

Em relação ao Quadro de Distribuição do Trabalho(QDT), questionados se a empresa na qual trabalham, existealguma ferramenta de avaliação e distribuição de atividades econtrole sobre as tarefas desempenhadas pelos mesmos,alegaram haver ambos os processos. Além de os colaboradoresse mostrarem satisfeitos com os processos, afirmaram aindaque os trabalhos desenvolvidos estão de acordo com suascapacidades intelectuais e o volume de trabalho está de acordocom suas funções e cargos. Na maioria dos casos, asseguramnão haver sobrecarga de trabalho, o que fundamenta umanecessidade do uso do QDT.

Por fim, pôde-se concluir que as técnicas de OSM,apesar de antigas, são de grande valia para as corporações,auxiliando as tarefas dos colaboradores, a fim de organizar eestruturar de maneira adequada cada setor da mesma.

VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] “GONTIJO, F. et al. A função do gestor de organização, sistemas emétodos na modelagem de processos para tecnologias dainformação e comunicação. Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 deoutubro de 2015. ”

[2] “GONÇALVES, D.; et al. Estudo da organização, sistemas emétodos (OSM) em uma empresa do setor sucroalcooleiro. Temasem administração. Catanduva: ano 2012, v. 5, n. 1, p. 39-47,jan/dez 2012. ”

[3] “CHINELATO, F. J.; O&M integrado à informática. Rio de Janeiro:Livros Técnicos e Científico Editora, 2001. ”

[4] “DAFT, Richard L.; Organizações: teorias e projetos. 7. ed – SãoPaulo: Thomson Learning, 2002. ”

[5] “OLIVEIRA, D. P. R.; Sistemas, organização e métodos: umaabordagem gerencial. 18º. Edição, São Paulo: Atlas, 2009. ”

[6] “ARAÚJO, L. C. G.; Organização, sistemas e as tecnologias degestão organizacional, Volume 1 4ºEdição, São Paulo: Atlas,2009. ”

[7] “OLIVEIRA, D. P. R.; Sistemas de Informações Gerenciais:Estratégicas Táticas Operacionais. 12. ed. São Paulo: EditoraAtlas, 2008, 299 páginas. ”

[8] “FERNANDES, G.; STRAPAZZON, R; CARVALHO, P., A.;Layout de empresas e seus benefícios. Salvador: ENEGEP, 2013. ”

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[11] “OLIVEIRA, D. P. R.; Sistemas, Organizações e Métodos: Umaabordagem gerencial. 21. ed. São Paulo: Atlas, 2013.”

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[13] “FILHO, J. C.; O&M integrado à informática: Uma obra de altoimpacto na modernidade das organizações. 13. ed. Rio de Janeiro:LTC, 2008. ”

[14] “ TOMELIN, M.; COLMENERO, J. C.; Método para definição delayout em sistemas job-shop baseado em dados históricos.Produção, v. 20, n. 2, abr./jun. 2010, p. 274-289. ”

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[16] “MEDEIROS, D. T. B.; Proposição de melhoras no ambienteorganizacional de um restaurante na região metropolitana deBelém, com base no quadro de distribuição do trabalho. BeloHorizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. “

[17] "MOYSÉS, G. l. R.; MOORI R. G.; Coleta de dados para apesquisa acadêmica: um estudo sobre a elaboração, a validação e aaplicação eletrônica de questionário. Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09a 11 de outubro de 2007."