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a revista do engenheiro civil techne téchne 127 outubro 2007 www.revistatechne.com.br IPT apoio Edição 127 ano 15 outubro de 2007 R$ 23,00 Tecnologias de informação BIM Contenção Texturas acrílicas Argamassa reforçada com fibras Ibracon Impermeabilização ISSN 0104-1053 9 770104 105000 00127 ENTREVISTA LUCIO SOIBELMAN Avanços da TI nas obras REVESTIMENTO Texturas acrílicas CONTENÇÃO Hospital Albert Einstein O que é BIM? Sistemas baseados no conceito de Building Information Modeling permitem projetar em 3D e integrar as especificações técnicas numa única base de dados capa tech 127.qxd 4/10/2007 15:26 Page 1

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‘a revista do engenheiro civil

techne

téchne127 outubro 2007

www.revistatechne.com.br

IPTapoio

Edição 127 ano 15 outubro de 2007 R$ 23,00

■Tecnologias de inform

ação ■BIM

■Contenção ■

Texturas acrílicas ■Argam

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ENTREVISTALUCIO SOIBELMAN

Avanços daTI nas obras

REVESTIMENTO

Texturasacrílicas

CONTENÇÃO

HospitalAlbert

Einstein

O que é BIM?Sistemas baseados no conceito de Building InformationModeling permitem projetar em 3D e integrar as especificações técnicas numa única base de dados

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2 TÉCHNE 127 | OUTUBRO DE 2007

É parte integrante desta revista uma amostra da manta tipo III da Denver

SUMÁRIO

SEÇÕESEditorial 4Web 8Área Construída 10Índices 14IPT Responde 16Carreira 18Melhores Práticas 20Técnica e Ambiente 30P&T 66Obra Aberta 72Agenda 76

CapaArte e layout: Sergio ColottoImagens e plantas cedidas por Gui Mattos

ENTREVISTAInformações integradasPesquisador Lucio Soibelman, da Carnegie

Mellon University, fala das dificuldadesde se aplicar as tecnologias deinformação na construção

32 CONGRESSODesenvolvimento concretoIbracon destaca trabalhos nacionais

e estrangeiros com uso deconcretos especiais

44

22

CAPAConstrução integradaPor que o Building Information Modeling

vai mudar a maneira de projetar e construir

36 CONTENÇÕESSuperparedeHospital Albert Einsten, em São Paulo,

tem uma das paredes de contenção mais altas já executadas

40 OBRAAmbientes seladosNova fábrica da Fundação do Remédio

Popular demandou projeto de salas limpas

50 REVESTIMENTOS Efeito acrílico Como especificar e aplicar

revestimentos texturizados de base acrílica

56 ISOLAMENTO TÉRMICOConforto ambientalAs propriedades e aplicações das telhas

e painéis isolantes

60 ARTIGORevestimentos de argamassa com

fibras de polipropilenoComo alterar as propriedades

do revestimento e garantir melhor aderência

79 COMO CONSTRUIRImpermeabilização com

manta asfálticaVeja como executar a impermeabilização

de lajes

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EDITORIAL

4 TÉCHNE 127 | OUTUBRO DE 2007

Oprojetista de estruturas Charles H. Thorton possui escritóriosem 12 cidades do mundo, dentre as quais se destacam

Londres, Hong Kong, Xangai e Moscou. Entrevistado de Téchneno 120, em março deste ano, o norte-americano esteve no Brasilpara uma conferência na feira Revestir, em São Paulo. A despeitode abordar o colapso das torres gêmeas de Nova York, fez questão de discorrer sobre um conceito que tem defendido comveemência e que ainda não encontra grande ressonância em todoo planeta. Trata-se do BIM, sigla para building informationmodeling ou, em português, modelagem de informações paraconstrução. A mesma ênfase ao assunto foi dada por especialistasbrasileiros, incluindo Lucio Soibelman, entrevistado desta ediçãodurante o III Encontro Tecnologia da Informação e Comunicaçãona Construção Civil, promovido em Porto Alegre pela Antac(Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído).Mas por que tanto interesse pelo tema? A reportagem de capadesta edição procura responder à questão. Deixa claro que, alémda possibilidade de projetar em três dimensões, a grande sacadado BIM é integrar as especificações técnicas e elementos oriundosde diferentes projetos em um único arquivo. Qualquer alteração é atualizada de forma automática, inclusive nos arquivosbidimensionais. Em projetos complexos, de farta documentação,tal funcionalidade constitui alívio para as equipes e libera osprofissionais para o que interessa: trabalhar no projeto de fato e não em sua representação gráfica. A riqueza de informaçõesproporcionada pelo BIM impressiona. Ao desenhar uma parede,por exemplo, o projetista atribui propriedades como dimensões,tipo de bloco, revestimento, fabricante etc. Como se sabe, nosCADs tradicionais, tais características são indicadas manualmenteno texto legenda do projeto. Outro diferencial refere-se àfacilidade de integração das etapas de projeto com as deorçamento e planejamento de obras. Trata-se de um passoindispensável, porém, ainda distante. Para chegar lá, garantem osespecialistas, os profissionais precisam aprender a desenhar emsistemas BIM e, em uma segunda fase, a trocar arquivos entre osprojetistas. O caminho é longo, mas Thorton, Soibelman e váriosespecialistas garantem: vamos trilhá-lo. A leitura da reportagemde Téchne pode ser um bom começo nesse sentido.

Três dimensões para projetar,coordenar e orçar VEJA EM AU

� Hotel Marabá� Icon Faria Lima� Casa Contemporânea� Cadeiras de escritório

� Sustentabilidade� Gestão de escritórios� Reciclagem� Venda virtual

VEJA EM CONSTRUÇÃO MERCADO

� Amarração: alvenaria–pilar� Cálculo de blocos� Descarte de embalagens� Como instalar caixa d’água

VEJA EM EQUIPE DE OBRA

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Tabela 1 – EFEITOS E MÉTODOS DE APLICAÇÃOCategoria dos Efeito decorativo Método de aplicação aspectos das superfícies obtidoLiso Efeito liso com relevo Rolo, pincel, pistola

superficial < 0,5 mmCrespo Como a casca de laranja Rolo, esponjaJateado Rústico floculado PistolaGotejado De gotas PistolaAdamascado Com relevos crespos Pistola com posterior

e partes lisas desempenadeiraBaixo relevo rústico De reboco desempenado Espátula e posterior sem pontas desempenadeira (eventualmente)Grafiato ou arranhado De substrato rústico Com desempenadeira ou

arranhado espátula e desempenado na vertical para acabamento

Fonte: UNI 8682, 1984, traduzida pela engenheira civil Viviane Namura, diretora da Granilita

Os efeitos são obtidos com o uso de espátula, desempenadeira, rolo e até pistola

Sofia

Mat

tos

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Reaplique a textura nos pontos que ficaram falhos

Retire o excesso de material com adesempenadeira, deixando a superfícieuniforme. Faça movimentos circulares até que a superfície apresente um aspecto "floculado"

Depois de 24 horas de aplicar a 1a demão,aplique a massa lisa (que dará o efeito"travertino") em pontos aleatórios comauxílio de uma espátula e desempenadeira.Cuidado para não formar filas verticais ou horizontais

Desempene os pontos sobre a massa lisa.Espalhe o material sobre a superfíciefloculada

Verifique se ficaram falhas ou pontos comexcesso de textura

Depois de um dia de aplicada a texturatravertino, poderá ser aplicado um reagenteenvelhecedor com a cor desejada

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são mais resistentes, duráveis e, emgeral, têm menor toxidade e odor.Assim como as argamassas decorati-vas (massa raspada, fulget e traverti-no), as texturas não admitem reto-ques e exigem a aplicação prévia deuma camada de regularização ouemboço, pois não corrigem defeitosdo substrato. Britez aponta algumasvantagens dos produtos acrílicos emrelação aos cimentícios. "Além devirem prontos para a aplicação, per-

mitem uma execução limpa e secamrápido", afirma.

Aplicadas com rolo, desempena-deira ou pistola, as texturas acrílicasexigem, assim como as tintas comuns,a aplicação prévia de um fundo sela-dor com a função de uniformizar aabsorção da base e, em caso de subs-tratos pulverulentos, um fundo pre-parador para superfícies. Como ma-nutenção, as texturas exigem lavagemperiódica com água e sabão neutro a

cada dois anos (periodicidade indica-da para regiões expostas a um maiorgrau de poluentes). "O depósito desujeira e poluição pode acentuar aproliferação de fungos no revesti-mento" alerta Becere.

Outras vantagens oferecidas pe-las texturas acrílicas seriam a boaaderência ao substrato e flexibilida-de. "Esses revestimentos conseguemdisfarçar, por exemplo, as fissurasmapeadas de retração de secagem do

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Tabela 3 – CATEGORIA GRANULOMÉTRICA (ADAPTADA DA NORMA UNI 8682, 1984)Classificação dimensional Classificação comercial Porcentagem mínima de cargasG1 Granulometria grossa � Cargas ≥ 1 mm: 95%G2 Granulometria grossa � Cargas ≥ 1 mm: 25%

� Cargas ≥ 0,63 mm: 70%� Cargas ≥ 0,25 mm: 95%

G3 Granulometria média � Cargas ≥ 1 mm: 5%� Cargas ≥ 0,4 mm: 20%� Concentração em volume de cargas ≥

0,08 mm: ≥ 50% do revestimento secoG4 Granulometria fina � Concentração em volume de cargas ≥

0,08 mm: ≥ 35% do revestimento secoUNI (Norma Italiana) – Tradução: Alexandre Britez

Tabela 4 – CATEGORIA DE ESPESSURA (ADAPTADA DA NORMA UNI 8682, 1984)Classificação dimensional Classificação comercial Espessura média convencionalS1 Alta espessura > 2,0 mmS2 Média espessura Entre 1,2 e 2,0 mmS3 Baixa espessura < 1,2 mmUNI (Norma Italiana) – Tradução: Alexandre Britez

Texturas em geral não admitem retoques e requerem juntas como de outros revestimentos

"Ela deverá apresentar pequenaquantidade de resina, ou ser bemdissolvida, caso contrário a pinturacomprometerá ainda mais a per-meabilidade ao vapor desse tipo derevestimento, que costuma ser bai-xa", diz Cavani. Ele explica quequando a textura está comprometi-da por patologias como bolhas oudescolamento, a solução é mais di-fícil. "Isso exige a remoção da textu-ra com o cuidado de não afetar oemboço e a execução de nova textu-ra com o mesmo relevo do restanteantes da aplicação da pintura demaquiagem", explica.

Dessa forma, na maioria dasvezes torna-se necessária a remoçãocompleta da textura de toda a facha-da para tratar a umidade do subs-trato. "Principalmente se a texturafor o grafiato, devido às emendas deexecução", explica a arquiteta Már-cia Lazzarin, instrutora do Senai(Serviço Nacional de AprendizagemIndustrial). Segundo Márcia, a pin-tura também pode ser usada paramudar a cor das fachadas com re-vestimentos plásticos, desde queseja aplicada uma demão de tintabranca primeiro, antes da cor dese-jada. "Isso garante um efeito estéti-co melhor", completa.

Valentina Figueirola

emboço", explica Cavani. Ele apontaa baixa permeabilidade ao vapor dastexturas acrílicas como sendo acausa da principal patologia dessetipo de revestimento, isto é, o desco-lamento e a formação de bolhas."Em hipótese alguma esses revesti-mentos devem ser aplicados sobresubstratos molhados ou sujeitos auma umidade intensa", acrescentaCavani. Em épocas do ano em que aschuvas são mais intensas e freqüen-

tes, é preciso esperar a secagem com-pleta do substrato antes de aplicar atextura acrílica.

ReparosO que fazer se o aspecto do re-

vestimento plástico de uma fachadajá está comprometido com a im-pregnação de sujeira? Segundo Ca-vani, uma saída para recuperar a to-nalidade original, sem descaracteri-zar a textura, é aplicar tinta látex.

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6 TÉCHNE 127 | OUTUBRO DE 2007

Fundadores: Roberto L. Pini (1927-1966), Fausto Pini (1894-1967) e Sérgio Pini (1928-2003)

DDiirreettoorr GGeerraall

Ademir Pautasso Nunes

DDiirreettoorr ddee RReeddaaççããoo

Eric Cozza [email protected]

EEddiittoorr:: Paulo Kiss [email protected]:: Gustavo Mendes RReeppóórrtteerr:: Bruno Loturco; Renato Faria (produtor editorial)

RReevviissoorraa:: Mariza Passos CCoooorrddeennaaddoorraa ddee aarrttee:: Lucia Lopes DDiiaaggrraammaaddoorreess:: Leticia Mantovani e Maurício Luiz Aires;

Renato Billa (trainee) IIlluussttrraaddoorr:: Sergio Colotto PPrroodduuttoorraa eeddiittoorriiaall:: Juliana Costa FFoottóóggrraaffoo:: Marcelo Scandaroli

CCoonnsseellhhoo AAddmmiinniissttrraattiivvoo:: Caio Fábio A. Motta (in memoriam), Cláudio Mitidieri, Ercio Thomaz,Paulo Kiss, Eric Cozza e Luiz Carlos F. Oliveira CCoonnsseellhhoo EEddiittoorriiaall:: Carlos Alberto Tauil, Emílio R. E.

Kallas, Fernando H. Aidar, Francisco A. de Vasconcellos Netto, Francisco Paulo Graziano, Günter Leitner,José Carlos de Figueiredo Ferraz (in memoriam), José Maria de Camargo Barros, Maurício Linn Bianchi,

Osmar Mammini, Ubiraci Espinelli Lemes de Souza e Vera Conceição F. Hachich

EENNGGEENNHHAARRIIAA EE CCUUSSTTOOSS:: Bernardo Corrêa Neto PPrreeççooss ee FFoorrnneecceeddoorreess:: Juliana Cristina Teixeira

AAuuddiittoorriiaa ddee PPrreeççooss:: Sidnei Falopa e Ariell Alves SantosEEssppeecciiffiiccaaççõõeess ttééccnniiccaass:: Erica Costa Pereira e Ana Carolina Ferreira

ÍÍnnddiicceess ee CCuussttooss:: Andréia Cristina da Silva Barros CCoommppoossiiççõõeess ddee CCuussttooss:: Mônica de Oliveira Ferreira

SSEERRVVIIÇÇOOSS DDEE EENNGGEENNHHAARRIIAA:: Celso Ragazzi, Luiz Freire de Carvalho e Mário Sérgio PiniPPUUBBLLIICCIIDDAADDEE:: Luiz Carlos F. de Oliveira, Adriano Andrade e Jane Elias

EExxeeccuuttiivvooss ddee ccoonnttaass:: Alexandre Ambros, Eduardo Yamashita,Bárbara Salomoni Monteiro e Ricardo Coelho

MMAARRKKEETTIINNGG:: Ricardo Massaro EEVVEENNTTOOSS:: Vitor Rodrigues VVEENNDDAASS:: José Carlos Perez RREELLAAÇÇÕÕEESS IINNSSTTIITTUUCCIIOONNAAIISS:: Mário S. Pini

AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOO EE FFIINNAANNÇÇAASS:: Durval BezerraCCIIRRCCUULLAAÇÇÃÃOO:: José Roberto Pini SSIISSTTEEMMAASS:: José Pires Alvim Neto e Pedro Paulo Machado

MMAANNUUAAIISS TTÉÉCCNNIICCOOSS EE CCUURRSSOOSS:: Eric Cozza

EENNDDEERREEÇÇOO EE TTEELLEEFFOONNEESS

Rua Anhaia, 964 – CEP 01130-900 – São Paulo-SP – Brasil

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MMaattoo GGrroossssoo ddoo SSuull (67) 9951-5246 PPaarráá (91) 3246-5522 PPaarraaííbbaa (83) 3223-1105

PPeerrnnaammbbuuccoo (81) 3222-5757 PPiiaauuíí (86) 3223-5336

RRiioo ddee JJaanneeiirroo (21) 2265-7899 RRiioo GGrraannddee ddoo NNoorrttee (84) 3613-1222

RRiioo GGrraannddee ddoo SSuull (51) 3470-3060 SSããoo PPaauulloo Marília (14) 3417-3099

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ttéécchhnnee:: ISSN 0104-1053Assinatura anual R$ 276,00 (12 exemplares)Assinatura bienal R$ 552,00 (24 exemplares)

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva do autor e não expressam,necessariamente, as opiniões da revista.

VVeennddaass ddee aassssiinnaattuurraass,, mmaannuuaaiiss ttééccnniiccooss,, TTCCPPOO ee aatteennddiimmeennttoo aaoo aassssiinnaanntteeSegunda a sexta das 9h às 18h

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e-mail: eennggeennhhaarriiaa@@ppiinnii..ccoomm..bbrr PROIBIDA A REPRODUÇÃO E A TRANSCRIÇÃO PARCIAL OU TOTAL TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

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reentrâncias da base e não endurecerapidamente quando aplicada.

Como anteriormente discutido, aadição de fibras pode alterar a traba-lhabilidade da argamassa, porque mo-difica a superfície específica da com-posição e a interação entre os mate-riais constituintes. Em certas situa-ções, pode exigir maior energia para aaplicação da argamassa e acabamentoda camada.

A adição de fibras em argamassaspode introduzir outras variáveis aoprocesso de produção dos revestimen-tos, pois muitas fibras são hidrofóbi-cas, apresentam propriedades mecâni-cas e físicas distintas das do agregado ealgumas delas podem levar ao aumen-to do teor de ar incorporado das arga-massas, alterando sobremaneira as ca-racterísticas reológicas da argamassa.

Portanto, analisar as conseqüências daadição de fibras nas condições de mis-tura das argamassas e nas etapas doprocesso de execução do revestimentocom adição de fibras é fundamental,de acordo com o programa experi-mental apresentado a seguir.

Programa experimentalAs características dos materiais

utilizados na produção das argamas-sas são apresentadas na tabela 1.

Avaliação das condições de misturapara a adição de fibras

Utilizou-se uma avaliação qualita-tiva, identificando-se tátil e visualmen-te a ocorrência de concentração de fi-bras na forma de "novelos", a partir dacombinação de diferentes condiçõesde mistura, identificadas na tabela 2.

Tabela 1 – MATERIAIS UTILIZADOS NA PRODUÇÃO DAS ARGAMASSASMateriais empregados CaracterísticasFibras de polipropileno c=6 mm; ∅=25,80 μm; σt = 246,5 MPa; E = 2 GPa;

ξ = 2 mm/mmCal CH IAgregado miúdo areia quartzosaCimento CP II 32Argamassa A5 cimento:cal:areia seca (kg) – 1: 0,401: 7,213Argamassa A30 industrializadaDosagem de água 13,5% ou 14,5% (massa de materiais secos)c = comprimento; ∅ = diâmetro; ξ = alongamento

Tabela 2 – CONDIÇÕES E VARIÁVEIS UTILIZADAS PARA AVALIAÇÃO DAINFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES DE MISTURA, COM TEOR DE FIBRAS DE 3.200 g/m³.Condições Variáveis Procedimentosavaliadas avaliadasEstado molhadas/ As fibras, molhadas ou secas, foram secas adicionadas à areia seca e misturadas em

misturador planetário (5 l), por 180 segundosTipo de manual Fibras secas foram adicionadas à areia seca mistura dentro de saco plástico (figura 1) e misturadas

por 180 segundos, friccionando-se as duas mãos contra o volume de material

mecânica Fibras secas foram adicionadas à areia seca, e misturadas por 180 segundos em misturador planetário

Tipo de betoneira Fibras secas foram adicionadas à areia seca nomisturador (120 l) e misturador mecânico e misturadas por

argamassadeira 180 segundos. Após os 180 segundos, cal e água (60 l) foram adicionadas na mistura e misturadas por

mais 90 segundos

Figura 2 – Produção de revestimentoscom espessura de 2,5 cm: avaliação feitapor pedreiro experiente

Figura 3 – Aspecto da mistura mecânicadas: a) fibras molhadas; b) fibras secas,com areia

Avaliação do efeito das fibras naexecução do revestimento

Para produção dos compósitos (ta-bela 3), foram escolhidos o procedi-mento e o equipamento de mistura quetiveram melhores resultados nas inves-tigações propostas na tabela 2. Após asua produção, os compósitos foramaplicados em bases de alvenaria,por umpedreiro experiente (figura 2), avalian-do-se táctil e visualmente as caracterís-ticas do revestimento resultante.

Apresentação dos resultadosEfeito das condições de mistura

da argamassa com fibras.

FFiibbrraass mmoollhhaaddaass oouu ffiibbrraass sseeccaass??A figura 3 apresenta o resultado da

mistura da fibra molhada (a) e da areiacom fibras secas (b). As fibras de poli-

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Efeito das fibras na execução dorevestimento a) manuseio da argamassa� durante o transporte e manuseio,os compósitos não apresentaram ex-sudação (segregação de material);� não se verificou dificuldade demanuseio para todos os compósitosA5. Para o A30, o manuseio foi ade-quado até o teor 2.700 g/m³ (figura 7);para o teor de 5.200 g/m³ houve pre-juízo da trabalhabilidade, pois o com-pósito resultou excessivamente coeso,denso e áspero (figura 8).b) aplicação da argamassaA tabela 4 sintetiza os resultados obti-dos.c) sarrafeamento e desempeno� a adição de fibras reduziu o tem-po para o sarrafeamento da arga-massa. Para A5, reduziu de 55 minu-tos para 35 minutos; para A30, de 4horas para 3 horas, independente-mente dos teores de fibras. Acredita-se que a redução do tempo ocorraporque a água utilizada para molha-gem da superfície da fibra seja facil-mente perdida tanto para o substra-to quanto para o meio ambiente;ou seja, a fibra tem baixa retençãode água;� para a A5, observou-se que, quantomais se aumentava o teor de fibras,mais fácil se realizava o corte da su-perfície. Essa facilidade foi observadatambém no momento do desem-peno. Com poucos movimentos cir-culares da desempenadeira, a ativi-dade foi finalizada, sem a necessidadede borrifar água na sua superfície;

Figura 5 – Aspecto da mistura fibras e areia secas: a) manual (b) mecânica

Figura 6 – Aspecto da mistura fibras eargamassa intermediária (cal e areia),utilizando betoneira

Figura 7 – Avaliação do manuseio daargamassa A30 com o teor de fibras de2.700 g/m³: a) passa facilmente pelabisnaga; b) cordões de argamassauniformes

Figura 8 – Avaliação do manuseio daargamassa A30: a) trabalhabilidadeadequada para argamassa com teor defibras de até 2.700 g/m³; b) difícilmanuseio da argamassa com teor defibras de 5.200 g/m³

y = 0,0031x + 5,1284R² = 0,9585

y = 0,0009x + 34,677R² = 0,2228

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00 1.000 2.000 3.000

Fibras (g/m³)

Ar in

corp

orad

o (%

)

A5-13,5A5-14,5

A35-13,5A35-14,5

Figura 9 – Teor de ar das argamassas A5e A30, determinado a partir da NBR13278 (ABNT, 2005), em função do teorde fibras

Figura 10 – Aspecto da argamassa A30 apósa realização do sarrafeamento com régua dealumínio: a) teor de fibras de 1.600 g/m³; b)teor de fibras de 2.700 g/m³

Figura 4 – Aglomerados de fibras de polipropileno retirados da misturaareia–fibras molhadas

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Fórum TéchneConfira algumas opiniões dos últimosfóruns do site da Téchne.

Qual é a sua opinião sobre umaeventual privatização de companhiaspaulistas como a CDHU, IPT, CPOS,Dersa, Metrô e Cesp?O modelo privatista não deu certo, equerem expandi-lo contra a vontade dasociedade. Por que não fazem consultapública antes de continuarem com esseprocesso nefasto? Não podemospensar que os empresários são asolução do País. A solução somostodos, coletivamente, e aquilo queconstruímos de bom! Renata Furigo [29/09/2007 18:36]

Os engenheiros civis, a exemplodos arquitetos, deveriamreivindicar um conselho própriopara deixar o sistemaConfea/Crea?A segregação divide,conseqüentemente enfraquece ascategorias. Por isso, sugiro apermanência das duas categorias paratransformar e reivindicar, junto aoConfea/Crea, melhores condiçõessalariais e menores taxas de anuidade eARTs. O feedback entre as categorias éimportante para o desempenho dasnossas obras. Humberto Braga [18/09/2007 00:30]

O que você acha da "distorçãotopográfica" dos túneis da LinhaAmarela do Metrô, em São Paulo?O erro está mais para grosseiro do quepara grave. Porém, nós, brasileiros,precisamos aprender a conviver melhorcom nossos erros. Como diz o ditado,"só erra quem faz". Se houve erro,conserta-se e tira-se a lição com o erro.Olavio N. da Silva [27/09/2007 19:51]

Confira outras duas reportagens deobras industriais com salas limpaspublicadas na Téchne: a fábrica daLibbs Farmacêutica, em Embu das Artes(SP); e o Cietec (Centro de Excelênciaem Tecnologia Eletrônica Avançada),em Porto Alegre. O material estádisponível com o extra da reportagemsobre a Furp (Fundação para oRemédio Popular), obra com salaslimpas classe 100 mil. Ou seja, com até100 mil partículas por pé cúbico de ar.

Salas limpas

O projetista de estruturas CharlesThornton, que possui escritórios nasprincipais capitais mundiais, é um dosdefensores de peso dos softwaresBIM. Confira nos extras da reportagemde capa desta edição a entrevistaconcedida por Thornton à Téchne 120,na qual ele fala, entre outros assuntos,dos impactos que o BIM pode trazer àárea de projeto.

Entrevista com Charles Thornton

Confira no site da Téchne fotos extras das obras, plantas e informações que complementam conteúdospublicados nesta edição ou estão relacionados aos temas acompanhados mensalmente pela revista

www.revistatechne.com.br

Confira outros trechos da entrevista dopesquisador do Uninova (Instituto deDesenvolvimento de Novas Tecnologias),de Portugal, Pedro Maló. Fonte dareportagem de capa desta edição, elefala sobre os problemas de comunicaçãoentre os softwares BIM (BuildingInformation Modeling) e da utilização doIFC (Information for Construction), umalinguagem que permite a comunicaçãoentre todos os tipos de sistemas BIM.

Comunicação entre softwares BIM

Libbs Farmacêutica,

Embu das Artes (SP)

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ÁREA CONSTRUÍDANormas da ABNT 50%mais baratas

A ABNT (Associação Brasileira deNormas Técnicas), o Confea(Conselho Federal de Engenharia,Arquitetura e Agronomia) e a caixade assistência Mútua firmaram umacordo que permitirá vender pelainternet normas técnicas comdescontos de 50% sobre seu valor nominal. O benefício éválido para os profissionaisregularmente inscritos e com os pagamentos em dia nos Creasregionais e associados à Mútua.As normas serão disponibilizadasnos sites dos conselhos e da caixa de assistência.

Casas receberão revestimento blindado em morro no RJsuportariam com segurança o impactode balas de calibre 7,5 mm a uma distân-cia de 20 m. Além de garantir a seguran-ça dos habitantes, a idéia é proteger a es-trutura das casas – produzidas geralmen-te com tijolos cerâmicos sem revestimen-to externo – das intempéries que, com otempo,reduzem a durabilidade do mate-rial. De acordo com o senador, as placasproporcionam isolamento térmico su-perior ao de uma argamassa convencio-nal e garantem total vedação dos tijolos.O projeto deve atender 782 moradias einclui ainda obras de infra-estrutura,como instalação de postes de ilumina-ção, criação de sistemas de proteção àrede elétrica e telefônica e promover o re-florestamento de algumas áreas.

O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ)quer revestir com placas cimentícias àprova de balas as casas da comunidadecarente do Morro da Providência, noRio de Janeiro. Essa é uma das medidasdo projeto de revitalização da área, inti-tulado "Projeto Cimento Social". A tec-nologia foi desenvolvida na EESC (Esco-la de Engenharia de São Carlos) da USP(Universidade de São Paulo). As placasde 1,0 m x 1,0 m e 1,0 cm de espessuraserão produzidas a partir de uma mistu-ra de cimento, areia, cal, aditivos, resí-duos minerais e plástico.Segundo o pro-fessor Jefferson Liborio, do Laboratóriode Materiais Avançados à Base de Ci-mento da EESC-USP, o custo da arga-massa é de cerca de R$ 300/m3.As placas

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Nova associação promoverá engenharia do ventoSerão promovidos encontros regio-nais sobre o tema, contatos com or-ganizações nacionais e internacio-nais, troca de conhecimentos, idéias,resultados de pesquisas e cooperaçãotécnica. Além do instituto paulista,fundaram a Aliv a Faculdade de En-genharia da Universidade Nacionalde Comahue e a Faculdade Nacionalde La Plata, ambas na Argentina, e aFaculdade de Engenharia da Univer-

sidade da República do Uruguai. Aadesão à Aliv é individual e podem seassociar engenheiros, arquitetos, me-teorologistas e pesquisadores da áreade engenharia do vento. Sem fins lu-crativos, a associação estará aberta adoações de empresas e de pessoas fí-sicas. Interessados podem contataro coordenador regional da Aliv, ouruguaio José Cataldo, pelo [email protected]

Para promover a cooperação regio-nal entre pesquisadores, engenheirose outros profissionais que trabalhamou se utilizam dos conhecimentos eavanços na área de engenharia dovento, o IPT (Instituto de PesquisasTecnológicas do Estado de SãoPaulo) e universidades da AméricaLatina fundaram em São Paulo a Aliv(Associação Latino-Americana deEngenharia do Vento, em espanhol).

Em SC, obras serão fiscalizadas com auxílio de GPSções do conselho e de outras fontessobre o local que estiverem fiscali-zando. Na capital, os serviçosforam lançados durante visita àsobras da Ponte Hercílio Luz no dia18 de setembro. De acordo comKleber Medeiros Justus, gerente doDepartamento de Fiscalização doConselho, o projeto deverá acabarcom um dos problemas encontra-

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Um novo sistema de georreferencia-mento deverá proporcionar maisagilidade e eficiência ao trabalhodos agentes fiscais do Crea catari-nense em Florianópolis. No projetopiloto Fiscalização Avançada, osprofissionais terão acesso, por meiode computadores de mão com siste-ma de posicionamento global (GPS),aos dados do sistema de informa-

dos no processo de fiscalização: a di-ficuldade do agente às informações,que atualmente só possui a opção deacesso telefônico.

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Á R E A C O N S T R U Í D A

Lei em discussão beneficiará construção sustentáveldade de absorção ou armazenamento".O texto afirma, ainda, que tanto edifi-cações novas quanto as já existentes –quando forem submetidas a projetosde renovação e reforma – deverão obe-decer a critérios de eficiência energéti-ca,arquitetura sustentável e sustentabi-lidade ambiental de materiais.De acor-do com o documento,esses critérios se-riam definidos posteriormente por re-gulamentos específicos. Um artigo es-tabelece que o poder público deveráobrigar os construtores a comprar ape-

Usiminas certifica produtos à RoHS, a Usiminas contratou o BVC(Bureau Veritas Certification), da Fran-ça,que concedeu a certificação à empre-sa. Os regulamentos de proteção am-biental surgiram na Europa e, gradati-vamente, vêm sendo adotados tambémem outros continentes, já que têm in-fluenciado cada vez mais o potencial deacesso ao mercado internacional.

Está em discussão na Câmara de Verea-dores de São Paulo o anteprojeto da Leide Política Municipal sobre Mudançado Clima, que tem algumas seções queinteressam diretamente ao setor daconstrução civil.O documento assinalaa possibilidade de reduzir a OutorgaOnerosa de Potencial Construtivo Adi-cional para os empreendimentos queutilizarem "equipamentos, tecnologias,ou medidas que resultem em reduçãosignificativa das emissões de gases deefeito estufa ou ampliem a sua capaci-

nas madeira oriunda de manejo sus-tentável nas obras realizadas no muni-cípio.Quanto ao uso do solo,o texto doanteprojeto obriga que, no licencia-mento de empreendimentos de qual-quer porte, deverá ser reservada umaárea mínima para o plantio de espéciesnativas,de maneira a absorver emissõesde carbono e a criar zonas de absorçãode águas. Caso não seja possível execu-tar no lote, o empreendedor será obri-gado a reflorestar área de igual equiva-lência em áreas públicas.

A Usiminas obteve para sua linha deprodutos a certificação de conformida-de à diretiva RoHS, que trata da restri-ção de uso de substâncias nocivas.A di-retiva procura proteger o solo,a água e oar contra a poluição por chumbo, mer-cúrio, cádmio e cromo hexavalente,entre outras, usadas no processo side-rúrgico. Para se adequar à legislação eu-

ropéia, a Usiminas precisou trabalharconjuntamente com os fornecedorespara controlar e reduzir os níveis dassubstâncias nocivas nas matérias-pri-mas e insumos. Procedimentos tam-bém foram elaborados para monitorara quantidade de substâncias nocivas nosprodutos da siderúrgica. Para realizar aauditoria externa e atestar a adequação

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Novo sistema de fôrmasem PVC para concreto

Uma técnica construtiva desenvolvidano Canadá deverá chegar em breveao mercado brasileiro. Formado porperfis leves de PVC, o sistemapossibilita o encaixe dos módulos deplástico, que são preenchidos comconcreto e armaduras para formar avedação monolítica de concreto. O sistema pode ser aplicado, porexemplo, na construção de casaspopulares e de edifícios de até cincopavimentos, de galpões e de estaçõesde tratamento de esgoto compactas.Protótipos do sistema já foramusados no interior do Estado de SãoPaulo, na construção de cerca de1.500 m² de área de prédios auxiliaresna Petroquímica Paulínia. Os edifíciosforam executados em 60 dias pelaConstrutora Norberto Odebrecht. A tecnologia foi trazida pela Royal doBrasil Technologies e pela PlásticosVipal e tem o apoio da Braskem.

Abece quer vistoria de marquises em SP

em quanto tempo eles devem ser inicia-dos. A responsabilidade da primeiravistoria do imóvel será do construtor eterá validade de cinco anos. Os relató-rios das vistorias seguintes teriam vali-dade de cinco anos. Lei semelhante foiaprovada na cidade de Londrina emmaio e obrigará, a partir de novembro,que proprietários, administradores esíndicos da cidade apresentem parecertécnico com avaliação das condições deuso e manutenção das marquises e sa-cadas das edificações da cidade.

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A recente seqüência de desabamentosde marquises no Brasil levou a Abece(Associação Brasileira de Consultoria eEngenharia Estrutural) a apresentar àCâmara Municipal de São Paulo umprojeto de lei para tornar obrigatória avistoria de marquises e sacadas na capi-tal paulista. De acordo com a proposta,o trabalho seria de responsabilidade deprofissionais autônomos ou pessoasjurídicas com habilitação em engenha-ria civil e especialização comprovadaem estruturas inscritos no Crea-SP. Orelatório técnico da vistoria deveráconter o histórico dos relatórios ante-riores, o cadastramento geométrico daárea (com dimensões,espessura dos re-vestimentos e carregamentos atuan-tes), descrições sobre o estado geral daimpermeabilização e situação do siste-ma de coleta de águas pluviais, e a ca-racterização do eventual quadro pato-lógico encontrado.O documento deve-rá indicar as eventuais necessidades deexecução de serviços de recuperação e

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ÍNDICESAbaixo da inflaçãoPreços dos materiais sobem menos do queo IGP-M em setembro e também noacumulado nos últimos 12 meses

OÍndice PINI de Custos de Edifica-ções,que mede a variação do custo

global de construção, encerrou o mêsde setembro com alta de 0,39%, per-centual inferior à inflação, que segun-do o IGP-M (Índice Geral de Preços deMercado) foi de 1,29%.Nos últimos 12meses, a variação do IPCE foi 3,80%frente aos 5,67% da inflação.

A alta, em setembro, foi provocadasobretudo pelos reajustes nos preçosdo cimento Portland e dos agregados,como a areia lavada e a pedra britada.Os reajustes refletem a alta da inflaçãoem setembro. O saco de 50 kg do ci-mento CP II, que custava R$ 13,53,passou a custar R$ 13,84, gerando umaalta de 2,29%. A areia lavada subiu1,65%, passando de R$ 53,79/m3 para54,68/m3. A pedra britada teve seupreço alterado de R$ 50,20/m3 para R$51,00/m3, o equivalente a 1,59%.

Outros reajustes significativosforam verificados nos preços do vidrocristal comum e no vidro temperado,que subiram, respectivamente, 6,03%e 5,23%. O vidro cristal comum, cu-jo preço do metro quadrado era deR$ 46,46, em setembro passou a ser deR$ 49,26. Já o preço do vidro tempe-rado passou de R$ 149,26/m2 paraR$ 157,07/m2. Em ambos os casos, osreajustes ocorreram devido ao repassedo fabricante.

Caíram discretamente os preçosdo eletroduto de PVC, do lavatório delouça e do perfil de alumínio para cai-xilho. A cal hidratada, a chapa com-pensada e a manta butílica continuama ser vendidas pelos mesmos preçosde agosto. SSuuppoorrttee TTééccnniiccoo:: para tirar dúvidas ou solicitar nossos Serviços de Engenharia ligue para (11) 2173-2373

ou escreva para Editora PINI, rua Anhaia, 964, 01130-900, São Paulo (SP). Se preferir, envie e-mail:[email protected]. Assinantes poderão consultar indíces e outros serviços no portal www.piniweb.com

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Índice PINI de Custos de Edificações (SP)Variação (%) em relação ao mesmo período do ano anterior

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Data-base: mar/86 dez/92 = 100Mês e Ano IPCE – São Paulo

gglloobbaall mmaatteerriiaaiiss mmããoo--ddee--oobbrraaSSeett//0066 111100..444433,,3366 5533..225522,,6611 5577..119900,,7766out 110.677,85 53.487,10 57.190,76nov 110.937,11 53.746,35 57.190,76dez 111.010,59 53.819,83 57.190,76jan 110.759,12 53.568,36 57.190,76fev 110.716,18 53.525,42 57.190,76mar 110.289,87 53.099,11 57.190,76abr 110.315,81 53.125,06 57.190,76mai 113.722,37 53.493,24 60.229,13jun 113.900,14 53.671,02 60.229,13jul 114.065,53 53.547,83 60.517,71ago 114.197,13 53.679,42 60.517,71SSeett//0077 111144..663366,,8800 5544..111199,,1100 6600..551177,,7711Variações % referente ao último mêsmês 0,39 0,82 0,00acumulado no ano 3,27 0,56 5,82acumulado em 12 meses 3,80 1,63 5,82Metodologia: o Índice PINI de Custos de Edificações é composto a partir dasvariações dos preços de um lote básico de insumos. O índice é atualizado porpesquisa realizada em São Paulo (SP). Período de coleta: a cada 30 dias com pesquisa na última semana do mês de referência.Fonte: PINI

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Envie sua pergunta para [email protected] RESPONDE

Reação álcali-agregados

Que material é a causa da reaçãoálcali–agregados: a brita, a areia ou o cimento?

Eduardo S. Castro

por e-mail

Em princípio, os três materiais po-deriam atuar na reação álcali–agre-gados. O cimento, se apresentar teorde álcalis elevado (ou seja, sódio epotássio); e a brita ou a areia, seapresentarem sílica amorfa em suacomposição mineralógica, ou seja,potencialmente reativa, que incluicalcedônia, vidro vulcânico, algu-mas formas de quartzo e algumasrochas carbonáticas.

Existem combinações mais perigosas decimento e agregado que podemprovocar uma reação álcali–agregados?

Sim, quando há presença de álcalis(ou seja, sódio e potássio) em teoreselevados e de sílica com fases poten-cialmente reativas, presentes nosagregados. Cabe esclarecer que, emgeral, os álcalis provêm do cimentoempregado no concreto, mas não sepode descartar que podem ter ori-gem também em outros componen-tes do concreto, ou seja, aditivos,agregados e água de amassamento.Ainda é importante ressaltar que ascombinações de álcalis e sílica poten-cialmente reativa deveriam ser trata-

das "quase" que caso a caso, por isso,recomendamos ensaios laboratoriaispara avaliar o desempenho do con-creto específico a ser produzido como material disponível na obra.

É possível impedir a reaçãoálcali–agregados com aditivos e produtos especiais?Há uma corrida tecnológica de cen-tros de estudos e de pesquisas, e de fa-bricantes no mundo todo no sentidode se encontrar soluções preventivase definitivas para o fenômeno. Algu-mas soluções existem, mas são pon-tuais e devem ser avaliadas, caso acaso, em função da natureza da obra.Para isso, devem ser consultadas em-presas idôneas de materiais de repa-ros ou de aditivos. Porém, se a reação

química já está avançada, recomen-da-se manter a estrutura de concretoseca para retardar ao máximo o avan-ço do processo deletério e, paralela-mente, implementar medidas corre-tivas adequadas.

É possível "tratar" os agregados eimpedir que esse fenômeno aconteça?Não. Entre as medidas para mini-mizar a vulnerabilidade do agregadopotencialmente reativo é possível em-pregar, por exemplo, cimento compozolana, tipo CP IV,que promove re-dução na porosidade total do concre-to e apresenta menor reserva alcalina.

Valdecir Angelo Quarcioni, químico

Eduardo Brandau Quitete, geólogo

Laboratório de Materiais de Construção Civil do IPT

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CARREIRA

N ão fosse o leve sotaque, ninguémdiria que Natan Jacobsohn Le-

vental é estrangeiro. A fluência na lín-gua portuguesa foi conquistada du-rante os últimos 35 anos em que viveuno País, onde desembarcou para tra-balhar no projeto do Anel Rodoviáriode São Paulo. Hoje, já está mais queentrosado na engenharia brasileira:além de coordenar a divisão técnica deestruturas do Instituto de Engenhariae ser conselheiro da Abece (AssociaçãoBrasileira de Engenharia e Consulto-ria Estrutural), tem três filhos forma-dos pela Escola Politécnica da USP(Universidade de São Paulo).

Antes mesmo de começar a facul-dade, Jacobsohn já era quase um enge-nheiro. Quando vivia com os pais, quetinham uma pequena confecção na ca-pital uruguaia, Montevidéu, era ele oresponsável pela manutenção das má-quinas de costura.A tarefa não era sim-ples,como se pode pensar.Como o ma-quinário era importado,não havia faci-lidade para se encontrar peças de repo-sição. Para contornar as dificuldades eeconomizar o dinheiro da família, erapreciso usar a cabeça. "Eu improvisava,usava peças de outras máquinas,que ti-nham outras funções", explica. Fatoque, em sua opinião, foi fundamentalpara desenvolver uma das habilidadesque considera fundamental a um enge-nheiro – a criatividade.

Apesar das tarefas, não deixou de sededicar aos estudos. Sobretudo duran-

Natan Jacobsohn LeventalEngenheiro uruguaio radicado no Brasil foi um dos pioneiros no uso dosoftware de cálculo, ao realizar o projeto do Terminal de Passageiros doAeroporto Internacional de Guarulhos (SP)

PERFIL

Nome: Natan Jacobsohn LeventalIdade: 69 anosGraduação: engenharia civil naUniversidad de Montevideo, noUruguai, em 1961Especialização: Pontes e GrandesEstruturasEmpresas em que trabalhou: SpieBatignolles, Consultores Gerais para oAnel Rodoviário de São Paulo, A. AraújoProjetos Industriais, Iesa(Internacional de Engenharia S.A.),Ultratec e NJL Engenharia e ProjetosCargos exercidos: engenheiro deprojetos na Spie Batignolles, fiscal naConsultores Gerais para o AnelRodoviário de São Paulo, engenheirode projeto de estruturas metálicas naA. Araújo Projetos Industriais, chefede engenharia civil na Iesa, chefe deengenharia civil na Ultratec, dono daNJL Projetos

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te a fase preparatória para ingresso nauniversidade – os dois últimos anos doequivalente ao ensino médio brasileiro."Não é como o vestibular brasileiro,emque o descontrole emocional no dia daprova pode colocar tudo a perder",conta Jacobsohn. À época, a seleção erafeita por meio da avaliação exaustivados alunos no biênio. "Apenas 10% dosalunos passavam para o último ano depreparatório. Do restante, apenas ou-tros 10% ingressavam na universidade.Foram os anos mais penosos de minhacarreira", revela. Ao fim do processo,obtivera o direito de cursar engenhariana Universidade de Montevidéu.

No início, um período de dúvidas.Não sabia se cursaria Engenharia Me-cânica ou Civil, mas optou pela segun-da, com ênfase em estruturas. De lá,acredita, saiu com um diferencial emrelação à maioria dos engenheiros:conseguia pensar tridimensionalmen-te. Não à-toa. "Certamente, era por-que eu passei boa parte do meu tempotocando, manuseando as peças. Eu meacostumei a pensar os elementos espa-cialmente", revela o engenheiro.

Concluiu o curso em 1961, mesmoano em que foi contratado pelo escritó-rio uruguaio de uma empresa francesa,atualmente conhecida como Spie Batig-nolles. Durante os 11 anos em que tra-balhou para a empresa, passou boaparte do tempo na "ponte aérea" Monte-vidéu–Paris para participar dos projetosde obras industriais europeus da empre-

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Obras marcantes das quaisparticipou: Terminal de Passageirosdo Aeroporto Internacional de Guarulhos, Pólo Petroquímico da Coopesul (RS) e algumasplataformas de petróleo da Petrobras

Obras marcantes da engenhariabrasileira: Usina de Itaipu, pelotamanho e pelo desafio; e o ComplexoViário Jornalista Roberto Marinho,que une beleza arquitetônica egrandes soluções estruturais

Realização profissional: realizarprojetos de grande complexidade e depequeno porte com o mesmoempenho e aprender sempre, mesmonas pequenas obras

Mestres:Augusto Carlos deVasconcelos, Julio Ricaldoni e Eladio Dieste

Por que escolheu serengenheiro: desde a infância, tinhacontato com as máquinas de costurados pais, fazendo a manutenção. Nãosabia se seguiria a engenhariamecânica, eletrônica ou civil, mas nafaculdade optou pela última

Dez perguntas para Natan Jacobsohn Levental

Melhor instituição de ensino daengenharia: são duas: Escola deEngenharia de São Carlos e EscolaPolitécnica, ambas da USP

Conselho ao jovem profissional:procurar tirar o máximo de proveito decada trabalho que tenha que realizarpara crescer profissionalmente

Principal avanço tecnológicorecente: o computador, instrumentoque agilizou o trabalho do engenheiroestrutural, acabando com seutrabalho braçal

Indicação de livro: "Teoria daEstabilidade Elástica", de StephenTimoshenko, uma obra de início do século 20 que ainda é referênciaquando o assunto é flambagem de estruturas

Um mal da engenharia: o grandemal é também o grande bem – o advento da informática. Apesar de facilitar o trabalho de cálculos e de desenho na engenharia, oscomputadores fizeram com que osengenheiros se sentissem onipotentes,o que é nocivo para a carreira

bra o engenheiro. Apesar do temor,quase imediatamente foi contratadopela A. Araújo Projetos Industriais evoltou a trabalhar na área a que estavaacostumado na multinacional francesa.

Dois anos depois, mudou nova-mente de empresa, e foi para a Interna-cional de Engenharia, onde participoudos projetos que considera os mais im-portantes da carreira: a construção doPólo Petroquímico da Coopesul, emTriunfo (RS), e o Terminal de Passagei-ros do Aeroporto Internacional de Gua-rulhos – um dos primeiros elaboradoscom o auxílio de computador no País.

Depois de passar pela Ultratec emmeados da década de 1980, montouem 1989 um escritório próprio deconsultoria em projetos estruturais, aNJL Engenharia e Projetos. Já estabe-lecido, não tinha mais o problema dafalta de contatos no País. Passou a rea-lizar serviços terceirizados para as em-presas para as quais já havia trabalha-do, além de montar a própria carteirade clientes – entre eles arquitetos e fá-bricas de estruturas metálicas.

Pontes, terminal de passageiros,pólos petroquímicos e até plataformasde petróleo da Petrobras. A habilidadede se adaptar a projetos tão distintos Ja-cobsohn credita ao tempo que dedicouà graduação."A faculdade nunca vai lhedar conhecimento prático, que você sóaprende no mercado. Mas é lá que vocêadquire a formação para se adaptar nofuturo a qualquer tipo de trabalho", ex-plica. Ele exemplifica com o caso dostrês filhos. Todos cursaram engenharia– em especialidades diferentes – naPoli-USP, mas hoje nenhum deles pra-tica a profissão. Além da formação teó-rica,Jacobsohn acredita que a formaçãoprática deve ser contínua."A aprendiza-gem acontece também nos projetos pe-quenos", afirma.

Renato Faria

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sa. "Lá, vi que os problemas de cálculopropostos na graduação em engenhariaeram muito mais difíceis do que os dafaculdade em Montevidéu", relata.

Ali, era bem remunerado, masuma proposta melhor partiu do Bra-sil. "Ofereceram-me um salário 20%maior que o da Spie Batignolles, e euvim para cá", conta Jacobsohn. Vali-dou seu diploma na Poli-USP e em1972 foi cumprir sua nova função: fis-

calização das empresas de engenhariae consultoras contratadas para execu-tar os projetos de pontes e viadutos doAnel Rodoviário de São Paulo. Área naqual, até então, não havia trabalhado.

Mas a empresa desapareceu quatroanos depois. Ficou sabendo de seu fimdurante a viagem de férias, em 1976,que fez de carro entre São Paulo e Mon-tevidéu. O frio na barriga foi inevitável."Eu não tinha contatos no Brasil", lem-

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MELHORES PRÁTICAS

Pré-fabricados de concretoApesar de ser um processo totalmente industrializado, a construção com pré-moldados requer planejamento de montagem para se atingir boa velocidade

Equipamentos adequados

PosicionamentoÉ imprescindível verificar, no momentoda montagem de cada elementolançado, o alinhamento, o nível e oprumo das peças. Atenção especialdeve ser dada aos pilares, pois são aspeças fundamentais da estrutura, deonde partem todas as demais. Assim,caso estejam mal posicionados, todos os outros elementos tambémficarão. A verificação pode ser feita com topografia e prumosconvencionais de obra.

IçamentoA fim de evitar acidentes com gravesconseqüências, os cabos de aço, ganchose parafusos devem ter capacidadeadequada à carga a que serãosubmetidos. A verificação visual nomomento anterior à montagem visa agarantir que os elementos estejam embom estado e corretamente posicionados,incluindo as alças dos elementos pré-fabricados. Em caso de problemas, énecessário realizar a troca do elemento,devendo-se evitar improvisações.

Os equipamentos de içamento devemser dimensionados de acordo com otamanho e o peso dos elementos, aaltura de elevação e o raio, a distânciahorizontal, entre o ponto de aplicaçãoe o guindaste. Obras maiores podem

contar com equipamentos grandespara as peças de maior dimensão emenores para as demais. O apoio àdecisão pode ser dado pela locadorade guindastes ou mesmo pelaexecutora da estrutura.

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ApoiosA superfície dos apoios deve estar limpa eplana e a execução deve seguircriteriosamente o determinado emprojeto. Ou seja, respeitar se o apoio é emneoprene, graute, argamassa ou chapametálica, para que as tensões sejamhomogeneamente distribuídas. Apoio deconcreto sobre concreto é mais comumpara situações em que a carga é menor.

Colaboraram: Laércio Souza Gil, gerente de operações da Munte e Pedro Paulode Macedo, engenheiro de obras da Construtora Guarany

LigaçãoNo caso de ligações com grauteou por meio de concretagem, énecessário que o local estejalimpo e saturado com água. Paraligações por meio de chapas

SegurançaCom serviços geralmente realizados emaltura, com único acesso por escada,deve haver cabo guia instalado, pontode fixação para cinto de segurança,correta amarração de peças e escadas,tela em volta da obra e uso constante eadequado de EPI. A área, em que oselementos estão sendo içados, deve serisolada, de modo que ninguémpermaneça embaixo.

soldadas, além da limpeza, éimportante observar se o eletrodo éadequado e se o operário soldadoré qualificado para o serviço, pois setrata de elemento estrutural.

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ENTREVISTA

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LUCIO SOIBELMAN

Engenheiro civil formado pelaUniversidade Federal do Rio Grandedo Sul, em 1984, tornou-seespecialista em tecnologia avançadapara a construção em 1991 pelaAgência de Cooperação Internacionaldo Japão. Também é mestre emciência da engenharia civil pelamesma UFRGS e, desde 1998, Ph.Dem Sistemas de Engenharia Civil peloMIT (Massachusetts Institute ofTechnology). Atualmente é professore pesquisador da Carnegie MellonUniversity, em Pittsburgh, naPensilvânia, com interesse no uso datecnologia da informação para odesenvolvimento econômico e comoforma de suporte ao gerenciamentoda construção. Estuda também aintegração de processos e odesenvolvimento de sistemas emlarga escala, assim como inteligênciaartificial, coleta de dados, dentreoutros temas relacionados.

Mesmo que ainda lentamente, ouniverso da construção civil co-

meça a sofrer uma invasão de tecnolo-gias da informação que propõem me-lhorar a concepção de projetos,a execu-ção e o controle da qualidade das obras,além de atuar sobre a segurança no tra-balho. Embora alguns custos aindasejam altos, outros obstáculos são maisdifíceis de superar. O exemplo máximoé a validação efetiva da utilidade ou dosbenefícios proporcionados pela adoçãode determinada tecnologia. É um pro-blema inerente à maior diferença entrea indústria da construção e as demais: ofato de não trabalhar com produção se-riada. Dessa maneira, fica difícil avaliarqual elemento – ou qual combinação dedecisões – determinou a melhora oupiora de uma obra em relação às outras.

Para comprovar as vantagens da TI naconstrução – porque qualquer aplica-ção prática demanda significativo apor-te de recursos – é imprescindível inves-tir em pesquisa. No entanto, estudosque visem à melhoria da produtividadeem empresas não são escopo do gover-no, da mesma forma que pesquisarsobre como diminuir os impactos daconstrução na sociedade não é o focodos construtores. Se o problema parecetípico de um país que pouco investe empesquisa, o engenheiro brasileiro LucioSoibelman assegura que esse é um dosmaiores entraves que enfrenta paraobter financiamento para pesquisa nosEstados Unidos. Nessa entrevista eleaponta como os nós têm sido desatadospara que os canteiros de obra se benefi-ciem efetivamente da informática.

Informações integradasAo desenvolver sistemas precisos e rápidos para coleta einterpretação de dados, tecnologia da informação tem contribuídopara racionalizar projetos e processos construtivos

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Ao observar um canteiro de obrasmoderno, podemos constatar que há tecnologias que pareciamimprováveis há alguns anos.A construção demorou em abrirespaço à tecnologia da informação?

Não é questão de ser provável ounão, mas do que existia. Houve umgrande desenvolvimento de uso da TI(tecnologia da informação) no escri-tório, com o surgimento de grandessoftwares para fazer orçamentos.Então, não é completamente verdadedizer que a indústria da construçãoestá atrasada em relação à informática,embora tenha demorado em usar ocomputador em obras.

Para quais fins o computador temsido usado nos canteiros?

No Brasil muitas construtorasusam handhelds. Nos Estados Unidos,a idéia da extranet pegou forte, tendocomeçado basicamente com gerencia-mento de projetos. Hoje o calculistaestrutural não precisa nem falar com oarquiteto, é só entrar no site da obra everificar os dados de que precisa.Mesmo homens de obra têm acesso àsinformações por meio de computado-res de canteiro.

Têm surgido soluções tecnológicascompletamente novas?

Algumas empresas começam ausar o RFID (Radio-Frequency Identi-fication, ou identificador por radiofre-qüência), outras contam com scan-ners 3D a laser para controle da quali-dade da execução. Esse equipamento,ainda muito caro, analisa os eixos dascolunas da fôrma e do modelo 3D,comparando tolerâncias antes mesmoda concretagem, por exemplo. A foto-grafia digital também está revolucio-nando a documentação, pois fica fácilprovar que uma impermeabilização,por exemplo, foi feita. Há sensores,ainda em fase de pesquisa, que permi-tem ver a maturidade do concreto e omomento para retirada das fôrmas.

Por que as etiquetas de RFID aindanão são amplamente utilizadas?

Existem etiquetas de RFID ativas epassivas. As primeiras emitem infor-

mação, têm bateria e permitem umaleitura à maior distância. Se há umacoluna muito grande e a etiqueta temque ficar no alto, tem que ser ativa. Aspassivas são muito mais baratas, masexigem que se chegue perto para con-seguir ler. Se, por exemplo, se quisercontrolar a entrada de canos numaobra por meio de RFID, estas têm queser ativas ou alguém tem que fazer aleitura com uma pistola. Outro deta-lhe importante é o tamanho da me-mória. A construção ainda não desco-briu se quer ter esse tipo de coisa.

Já é possível controlar a entrada e oconsumo de materiais e ferramentaspor meio de RFID?

Há empresas que estão fazendo.Fizemos testes, passando um cami-nhão de materiais por baixo de umpórtico e obtivemos 100% de acerto.Todas as 80 etiquetas foram lidas sem-pre que o caminhão passou a menosde duas milhas por hora. Benefíciossão muitos, tanto do operário, com in-formações médicas e possibilidade decontrole de acesso a locais e equipa-mentos, quanto de controle de esto-que, entrada de material e roubo.Também é possível controlar frotas,com informação sobre manutenção.

Qual o padrão ideal de uso dessasetiquetas?

É interessante que durem por todaa vida do edifício. Em elementos pré-fabricados, por exemplo, o fabricantepode incluir informações sobre otraço do concreto, a umidade do ar e atemperatura no dia da fabricação. De-pois, informações sobre o estoque,transporte e instalação. Dez anos de-pois, se houver uma rachadura numelemento, a etiqueta terá toda a infor-mação do histórico do elemento, in-cluindo dados de projeto.

E qual o impedimento para quesejam usadas?

O problema é que uma etiquetadessas não pode ser passiva, do con-trário tem que ter bateria. E como tro-car a bateria dentro de um elementode concreto? Para coisas mais simples,já é usada, como identificação de fun-

cionários, com histórico médico epresença em obra. Também em ele-mentos mais caros, como esquadrias,há muita gente usando,mas ainda nãoestá claro se o melhor é a ativa ou apassiva e qual tamanho de memória.Também estão padronizando etique-tas e leitoras.

No campo de gerenciamento, quaisas novas ferramentas?

Há o CAD 4D, que considera otempo de execução. Como em 3D osprojetos não estão unidos, para saberquando uma parede será executada,tem que se procurar no cronogramade obra, sendo que não existe padroni-zação para designar a parede. Consi-derando o tempo, tudo fica integradoe basta encontrar a parede no projetoque o sistema informa quando seráconstruída. Integrado com o scanner,pode verificar a seqüência da constru-ção no tempo, pois de repente o siste-ma mostra que o telhado apareceantes da parede. O mais importante éque, se mostra como deve estar em de-terminado dia, é possível compararcom a imagem obtida pelo scanner ever o que e quanto está atrasado.

Quais os entraves para implantaresses recursos?

Isso teoricamente já foi implanta-do há muito tempo. O problema éque, se não é padronizado, o constru-tor tem que redesenhar toda a integra-ção a cada nova versão dos softwares.Por isso, a IAI (International Alliancefor Interoperability), ou Aliança Inter-nacional pela Interoperabilidade estádefinindo nomenclaturas e desig-nações-padrão a serem utilizadaspelos programas.

De acordo com sua expectativa,quais tecnologias devem serincorporadas na próxima década?

Ferramentas para aquisição de da-dos em obra, como as citadas.Os proje-tos já estão no computador. Assim, seadquirirmos dados mais rapidamente,podemos controlar melhor, analisandoe aprendendo sobre como construímos.O TCPO (Tabelas de Composições dePreços para Orçamentos), da PINI, por

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exemplo, informa o tempo necessáriopara cada tarefa, mas é uma média quedepende de vários fatores. Um bom en-genheiro de obra multiplica esse núme-ro de acordo com sua experiência. Essetipo de ferramenta viabilizará uma aná-lise menos baseada na experiência de ge-rentes, mas fundamentada no históricode construção.

O custo é o maior obstáculo à amplaadoção de tecnologia da informação?

Existem problemas maiores, comoa falta de pesquisa e de validação dasferramentas, esse o maior obstáculo, e adificuldade de medir ganhos financei-ros. Como há diversos elementos en-volvidos, é difícil provar que a tecnolo-gia foi responsável pelo barateamentoou não de uma obra. Pode ter sido oprojeto arquitetônico ou o gerencia-mento, pois não é possível fazer 50 pro-jetos iguais, sob as mesmas condições ecom a mesma equipe.A única forma deanalisar é por meio de estudos de casoe, ainda assim, há incrédulos que dirãoque um projeto é diferente de outro.

O que determina a adoção ou fim deuma tecnologia?

Tem que haver muita pesquisa,mas a adoção depende muito de al-guém puxar a inovação e começar aganhar dinheiro. Depois outros vêmatrás. De qualquer forma, o Brasil de-veria pesquisar mais, que é a únicaforma de desenvolver.

E com relação à tecnologia, quais osobstáculos?

No caso do escaneamento a laser, épossível fazer o modelo externo, mashá elementos que não são controláveispor meio de scanner, como pintura,acabamento, limpeza ou produtivida-de. Outro aspecto importante é a in-terpretação, que ainda não é feita au-tomaticamente. Como o computadornão sabe o que é coluna ou o que éviga, estamos pesquisando formas deextrair automaticamente os objetos ecompará-los com o projeto.

Quais as dificuldades de absorção deconceitos de supply chainmanagement (gerenciamento da

cadeia de suprimentos) na indústriada construção?

O que precisa ser resolvido compesquisa antes da prática é a padroni-zação e a ontologia, ou a forma comoas palavras se relacionam entre si. Énecessário criar uma árvore com ter-mos, para que cada fabricante rotuleos produtos em uma folha nessa árvo-re. Padronizados, os softwares conse-guem pesquisar e encontrar o rótuloadequado e se relacionar com siste-mas de orçamentação automática,buscando preços na internet.

E há problemas com a padronização?O ser humano interpreta as infor-

mações obtidas,o software não.O pro-blema é que alguns fabricantes achamque a descrição pode ser um limitantedo uso do produto e acabam mentindoum pouco para aparecer em mais fo-lhas. O IAI é um primeiro passo e daípode nascer algo mais avançado.

Como é medido o potencial deaplicação prática das soluçõespesquisadas e desenvolvidas? Ouseja, como calcular se uma soluçãoé útil e compensa o investimento?

Se uma única obra foi bem, vãodizer que outros elementos foram res-ponsáveis. Quando há um volumegrande, com 200 estudos de caso e me-dição isenta,pode-se afirmar se funcio-na e os céticos começam a acreditar quenão é coincidência. Aí que entra a uni-versidade e grupos como o Norie (Nú-cleo Orientado para a Inovação da Edi-

ficação), da Universidade Federal doRio Grande do Sul.

A que se deve a dificuldade emconciliar linhas de pesquisa com a realidade de obra?

Existe distância entre obra e pesqui-sadores, com falta de entendimentomútuo,e isso não é só no Brasil.Há gru-pos que trabalham diretamente comempresas, como o Norie, que trabalhamuito com o Sinduscon (Sindicato daIndústria da Construção). Para meumestrado, em Porto Alegre, tinha acessoà contabilidade de cinco escritórios.Medi as notas fiscais de tudo o que haviasido comprado e do que foi utilizadopara determinar perdas. Precisamosmais desse tipo de pesquisa. Aqui, asconstrutoras permitem que se entre nasobras, mas dificilmente financiam. Pes-quisa é um negócio,e se é o governo quefinancia, tenho que adequar a pesquisaao governo. Daí pode não se voltar aosconstrutores.Então, fica difícil fazer pes-quisa para melhorar a produtividadedas empresas, se elas não financiarem,porque o governo não terá interesse.

De que maneira a área de estruturaspode se beneficiar dos avanços datecnologia da informação?

É uma área muito avançada, poisfoi um dos primeiros usos de TI naconstrução.A base dos sistemas desen-volvidos naquela época é a mesma atéhoje. Embora na execução ainda nãoesteja muito difundida, há tecnologiasse desenvolvendo que dão idéia docomportamento das estruturas. Acomparação com o desempenho espe-rado otimiza os projetos, pois se ocomportamento é melhor que o espe-rado, modificam-se coeficientes de se-gurança e diminuem-se custos. O me-lhor entendimento do comportamen-to valida modelos teóricos a partir decomportamentos reais.

E em relação à concepção?Desenvolve-se muito com a adoção

de elementos finitos e análises mais pre-cisas com supercomputadores. Hoje, épossível entender muito melhor o com-portamento de fissuras a partir do pontode vista micro, e não apenas macro.

“A fotografia digitaltambém estárevolucionando a documentação,pois fica fácil provar que umaimpermeabilização,por exemplo,foi feita”

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Embora digitalmente seja possívelprever uma infinidade de situações,é também possível transferir todosos aspectos para o projeto e daí paraa execução?

Nem tudo precisa ser passado paraa obra. É importante entender qual é ainformação a ser passada para que nãose afogue no meio dos dados. A ques-tão é apenas de melhorar o conheci-mento em ciência da informação. Porisso recomendo aos meus alunos fazercadeiras de biblioteconomia, paraaprender a gerenciar a informação. Énecessário saber como organizar e ge-renciar as informações.

Isso para considerar os documentosgerados?

Todos os documentos podem serunificados no projeto. São tiradas cen-tenas de fotos numa obra, mas não hácomo pesquisar depois. Uma foto deobra tem,em media,46 objetos.No en-tanto, o nome é, por exemplo, "canos

de água",mesmo que apareçam outros45 objetos. Há elementos que foramregistrados, mas não estão localizá-veis. Como ninguém tem um funcio-nário para fazer esse cadastro, pesqui-samos uma área da computação quetrabalha com identificação de ima-

gens. Daí se clica num elemento dafoto para se ter todas as informações.

Com tal quantidade de informações,como torná-las produtivas?

Há uma infinidade de tipos de in-formação, com documentos de ima-gem, de texto, de projeto. Trabalhocom ciência da informação, um novocampo de pesquisa que aborda comoorganizar a informação, com minera-ção em dados e busca de conhecimen-to nos documentos. Ou seja, depoisque há os dados,deve-se modelar, criarbanco de dados e passar ao usuário demaneira que possa tomar a decisão.Transformar dados em uma tabela everificar a produtividade,por exemplo.

Como é considerado o inevitávelintervalo entre pesquisa,desenvolvimento e adequação deprojetos e processos? Quanto tempoleva para que uma pesquisa beneficieefetivamente o processo construtivo?

“Padronizados,os softwaresconseguem pesquisare encontrar o rótuloadequado e serelacionar comsistemas deorçamentaçãoautomática, buscandopreços na internet”

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Depende da pesquisa. Trata-se deum investimento de altíssimo risco.Mas o resultado obtido por duas ou trêsé que fazem os Estados Unidos lidera-rem o mercado.Quanto mais imprová-vel a idéia, maior pode ser o ganho, e ogap é relativo. Quando algo muito bomé descoberto, é usado rapidamente.

O fato de a mão-de-obra não serqualificada pode ser um gargalo parao uso da tecnologia da informação?

A computação facilita algumas coi-sas ao operário menos qualificado. Seele tem dificuldade em interpretar ummodelo 2D, uma planta, pode visuali-zar melhor uma estrutura em 3D. Sobesse ponto de vista, o computador, arealidade virtual e melhores sistemasde medição resolvem problemas ecriam interfaces. Computador tam-bém é uma boa ferramenta de treina-mento. Então, a pergunta tem respostapara os dois lados.Se tiver que interagircom softwares avançados e não houverqualificação, vai ter dificuldade. Poroutro lado, pode ajudar muito, e algu-mas tecnologias, como o RFID, nãodependem da qualificação.

Como a tecnologia pode minimizaro desperdício de materiais? Os recursos já são viáveis técnica e economicamente?

Há diversas causas para desperdí-cio. O maior problema no Brasil éroubo, o que diminui muito com usode câmeras, sistemas eletrônicos dedetecção de intrusos, RFID e rastrea-mento em GPS para componentes eequipamentos caros. Ele também serelaciona com a perda incorporada,como numa laje mal escorada. Paranão ficar com uma espessura maiordo que a esperada, ferramentas comoo scanner a laser ajudam a controlar oposicionamento das fôrmas. As cen-trais de concreto já usam sistemaspara controlar a mistura e todas essasferramentas ajudam no processo decontrole. A integração é questão detempo, cada empresa vai implemen-tar onde aperta mais.

Coletados, há programas queinterpretem adequadamente tais

dados? A retroalimentação doprocesso com relação àprodutividade, consumo edesempenho, por exemplo, é efetiva?

A transformação dos dados em in-formação e sua utilização na tomadade decisão é uma questão complexanão apenas para a construção. Estoupesquisando para uma empresa de ro-bótica que inspeciona canos de esgoto.A empresa tem um robô que adquireimagens internas do esgoto e identificaos problemas encontrados. Com da-dos em mãos,quer saber o que resolverprimeiro. Ou seja, não quer saber se hárachadura, mas quando ela vai darproblemas e quanto tempo pode espe-rar para resolver o problema.

Então, não é um problemaespecífico da construção?

Isso acontece em todas as áreas. Osdados são adquiridos, mas há proble-mas na tomada de decisão.Essa é a áreamais quente em pesquisa atualmente.Estamos morrendo de fome por co-nhecimento ao mesmo tempo em quenos afogamos em dados. É uma frasetípica de diversas áreas, inclusive dasempresas de cartão de crédito, quesabem como o cliente consome, masnão conseguem verificar casos de usofraudulento, por exemplo.

Podemos afirmar que, por aumentar o controle sobre a obra, a tecnologiapermitiria reduzir, além dedesperdícios, corrupção e desviosfinanceiros? Em caso positivo, porque grandes obras, como o Big Dig,em Boston, possivelmente a maiorobra dos Estados Unidos, aindasofrem com denúncias de corrupção?

O problema do Big Dig não é cor-rupção, pelo menos não da maneiracomo é encarada no Brasil. O proble-ma é operacional, pois a obra é muitogrande, com uma verba 50% maiordo que a de toda a Secretaria de Trans-portes do Estado. Isso exigiria dupli-car o tamanho da secretaria. Depoisde dez anos, quando a obra estivessepronta, o que fazer com os funcioná-rios? Para lidar com o problema, o Es-tado fez algo arriscado, que foi sub-contratar o gerenciamento. As empre-sas representariam a posição do Esta-do, que nunca se sentiu confortávelem passar totalmente o controle. Daídesignou algumas pessoas para ficaracima dessa joint venture, numa es-trutura complicada que resultou nummau gerenciamento. Então, não foicorrupção como conhecemos. NoBrasil a corrupção é tão grande quecom a TI ganharia mais alguns agen-tes: o programador e o gerente de in-formação. É possível criar o controle,mas há interesse? O problema no Bra-sil é cultural e não vai mudar com ouso do computador.

Considerando-se aspectosfinanceiros e tecnológicos, qual adiferenciação no uso das tecnologiasem obras públicas e privadas?

Não se pode ter análises de produ-tividade sem haver análise de produ-ção. Os dois são clientes, e têm caracte-rísticas diferentes de controle, mas osistema pode se adaptar. O problemamaior é quando há tipos diferentes deobra, com características diferentes demedição. Uma obra repetitiva, comouma estrada, é diferente de uma casa,por exemplo. Os aspectos da TI dife-renciam-se mais quanto ao tipo deobra, não havendo diferenças com re-lação ao cliente.

Bruno Loturco

“O problema do BigDig não é corrupção,pelo menos não damaneira como éencarada no Brasil.O problema éoperacional, pois aobra é muito grande,com uma verba 50% maior do que a de toda a Secretariade Transportes do Estado”

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TÉCNICA E AMBIENTE

Ocusto imediato foi maior e a execu-ção ficou mais complexa, além de o

prazo para entrega ter aumentado.Aindaassim,o corpo técnico do DNIT (Depar-tamento Nacional de Infra-Estrutura deTransportes) optou por executar emtúnel a travessia do Morro do Boi,no Tre-cho Norte da BR-101,em Santa Catarina.Localizado no km 140 da rodovia, entreos municípios de Balneário Camboriú eItapema, tem 1.007 m de comprimento,13,9 m de largura e 9,45 m de altura,tendo exigido a retirada de 136 mil m3 derocha quando da execução.Custou R$ 29milhões, enquanto, de acordo com esti-mativas,a travessia por fora da rocha cus-taria R$ 12,6 milhões.

Como o túnel é parte da duplicaçãoda BR-101, existe uma pista a céu aber-to,mais antiga,que realiza a mesma tra-vessia do morro. Caso não fosse emtúnel, a duplicação seria paralela à pistajá existente, que conta 3,5 km de exten-

Travessia subterrâneaQuestões sócio-ambientais pesaram mais que custoe prazo de entrega na duplicação do Trecho Norte daBR-101, em Santa Catarina. Solução semelhanteserá adotada em outros trechos

são. Comparadas, a pista antiga apre-senta rampa acentuada, em torno de6%, em ambos os sentidos, enquanto arampa mínima do túnel é 1,5%, "oca-sionando considerável redução de es-forço que se traduz em economia decombustível e menor tempo de viagemao usuário", observa o engenheiro Cé-sar Flores, supervisor de estudos, proje-tos e meio ambiente da superintendên-cia do DNIT de Santa Catarina.

Dentre as questões ambientais di-retas, a opção pela travessia em túnelevitou que houvesse interferências namata nativa existente e com a fauna.Em números, isso representa a preser-vação de uma área de aproximada-mente 105 mil m2. A expectativa é queo investimento adicional seja recupe-rado em até 25 anos, mas "provavel-mente ocorrerá em menos tempo porconta do crescimento no volume detráfego", complementa Flores.

O túnel foi escavado a fogo,com usode brocas para perfuração da rocha ematé 2 m de profundidade e aplicação dedinamite. O avanço diário foi de, emmédia,5 m,pois,após a explosão,era ne-cessário retirar os detritos de rocha. Ummáximo de duas cargas de dinamiteeram realizadas por dia, uma vez quetambém se faz necessário, nessa meto-dologia,aguardar que a rocha se acomo-de após cada explosão. "É importantemedir as deformações para verificar se éseguro avançar", explica Flores, refe-rindo-se ao abrupto alívio de pressão.

A afirmativa é especialmente váli-da quando o trecho escavado não érocha sã, mas alteração de rocha ououtro tipo de solo menos coeso. "É pe-rigoso encontrar falhas na formaçãodo maciço", explica Flores. Daí a velo-cidade do avanço diminuir, mesmoporque se faz necessário reforçar aparte superior para evitar desmorona-mentos e revestir o trecho com cambo-tas de concreto na abóbada e, porvezes, nas laterais. Nos segmentos emrocha sã, faz-se apenas uma projeçãode concreto para uniformização.

A obra foi iniciada em agosto de1997 e entregue em dezembro de 2000.Apesar de antiga,os preceitos que pauta-ram o desenvolvimento do projeto e aexecução têm voltado à tona para a con-cepção de projetos semelhantes. Com oTrecho Sul da BR-101-SC atualmenteem execução,em pelo menos outros trêscasos – ainda em projeto ou início deexecução – a solução foi adotada.

É o caso do Morro do Formigão, nacidade de Tubarão, atravessado por umtúnel de 450 m,do Morro do Agudo,emPaulo Lopes, com 980 m de extensão, edo Morro dos Cavalos,no município dePalhoça.Essa última travessia é compos-ta por dois túneis de 1.350 m de exten-são que evitam interferir em uma co-munidade indígena existente no local.

Bruno Loturco

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CONGRESSO

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Dentro do segmento da construçãocivil brasileira, há algum tempo o

setor do concreto vem se destacandoem produção científica e inovaçõestecnológicas. E foi isso o que mostroua última edição do Congresso Brasilei-ro do Concreto, promovido pelo Ibra-con (Instituto Brasileiro do Concre-to), realizado em setembro, em BentoGonçalves (RS).

Destaque do evento, as conferên-cias plenárias trouxeram 15 apresenta-ções internacionais. Entre elas, a docalculista da nova sede da FundaçãoIberê Camargo, às margens do rioGuaíba, em Porto Alegre. A execuçãodo edifício, projetado com fechamen-to em concreto branco aparente, sem

Desenvolvimento concretoArmaduras inoxidáveis, concreto para durar mil anos, novos materiais para reforço estrutural – congresso do Ibracon movimenta os especialistasnacionais e internacionais

qualquer elemento de vedação, exigiucuidado permanente dos construtores– qualquer falha, segundo o engenhei-ro, exigiria a demolição do trecho exe-cutado. O professor da Universidadede Berkeley (EUA), Povindar KumarMehta, trouxe algumas novidades doque está sendo desenvolvido para me-lhorar o desempenho do concreto e adurabilidade das estruturas.

O seminário trouxe ao debate aindaa qualidade dos profissionais de enge-nharia do País, com a reiteração, porparte de algumas entidades do setor, danecessidade de aplicação de um examenos moldes do aplicado pela OAB(Ordem dos Advogados do Brasil).

Renato Faria

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De acordo com o projetista estrutural doedifício, o português Jorge Nunes da Silva,o desenvolvimento do projeto foicondicionado pela localização do edifício,de frente para o rio Guaíba, em PortoAlegre. "A arborização era umacaracterística indispensável para o projeto",explica. O local escolhido foi uma faixa deterra estreita, entre um trecho acidentadodo terreno e a avenida Padre Cacique. A obra foi erguida em concreto brancoarmado com aço galvanizado em toda a suaextensão, ou seja, não possui quaisquerelementos de vedação. Por isso, o cuidadocom a preservação da armadura, que nãopoderia apresentar corrosão. "Apesar deatentarmos o tempo todo à qualidade doconcreto para evitar fissurações, fomosobrigados a usar o aço galvanizado, por

Fundação Iberê Camargo

Destaques do último Congresso Brasileiro do Concreto, apresentações técnicas tiveram15 palestrantes internacionais. Durante o evento, Ibracon empossou novo presidente

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O professor Kypros Pilakoutas, daUniversidade de Sheffield, na Inglaterra,mostrou algumas novidades na área dereforço de concreto. Entre elas, ele destacouos polímeros reforçados com fibras de vidro ecarbono, utilizados na confecção de barras emantas. As barras substituem o aço em casosespeciais, particularmente em estruturas deconcreto armado expostas a agentescorrosivos. Em comparação com o materialque substituem, elas possuem menormódulo de elasticidade, o que leva a fissurase flechas maiores. As mantas são usadas nasregiões de encontro de vigas e pilares paraaumentar a rigidez da estrutura, sobretudoem situações de intensa movimentação,como terremotos. Pilakoutas apresentoutambém a armadura de cisalhamento pré-fabricada, em análise no laboratório dauniversidade britânica. Serpenteada, a tira deaço é de fácil posicionamento e apresentagrande adesão às barras e ao concreto.

Reforço de concreto – novos materiais

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A solução foi apresentada pelo professorPovindar Kumar Mehta: um concreto de altaperformance, com grande volume de cinzasvolantes. O material é apontado peloprofessor como uma das potenciais soluçõespara o desenvolvimento sustentável do setorda construção. O segredo está no materialadicionado ao cimento. Entre outros, ascinzas volantes permitem reduzir aquantidade de cimento e água usada namistura do concreto (menos de 200 kg/m³ e130 kg/m³, respectivamente), minimizar ofissuramento decorrente da retração térmica

Concreto de mil anosou por perda de água; reduzir, comoconseqüência, a corrosão das armaduras; e diminuir drasticamente a ocorrência dareação álcali–agregado. Usando-se menoscimento, o professor acredita que serápossível diminuir o impacto da produção doconcreto sobre a emissão de gases queproduzem o efeito estufa. "Vocês podem nãogostar de ouvir isso, mas é preciso usarmenos cimento nas construções", afirmou. De acordo com Mehta, as cinzas volantesfuncionam como superplastificantes epermitem reduzir a até 0,3 o fator

água–cimento da mistura. Ele conta que o material não apresenta fissuraçãosuperficial, comum nas superfícies deconcreto tradicionais: em um experimento,o professor produziu fundações com oconcreto especial e, cinco anos depois, não encontrou uma falha sequer. Se o cenário se confirmar, será possível no futuro produzir estruturas com centenasde anos de vida útil.

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segurança. Sabíamos que afetaria aaderência ao concreto, mas isso foiestudado e executado de formacontrolada", explica Silva. Essa, aliás, não foia única preocupação com o aço nessa obra.Na cobertura, o detalhamento daamarração das densas armaduras foienviado à obra não apenas em formato deplantas e cortes bidimensionais, mastambém em perspectiva tridimensional,para garantir a execução perfeita. O edifício possui um átrio central que cobreo pé-direito de todo o edifício. Ospavimentos são em formato de "L",interligados por rampas em formato detubo com seções irregulares. "Elas tambémtêm um papel estrutural, pois transmitemos esforços horizontais resultantes da cargade vento", explica Silva.

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C O N G R E S S O

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A maior parte do tempo do debate queabordou o "Momento atual daengenharia" foi dedicada à discussão daformação deficiente dos engenheiros noPaís. Para José Luis Saes, presidente daAbef (Associação Brasileira de Empresasde Engenharia de Fundações eGeotecnia), a dificuldade de seencontrar bons engenheiros atualmentetem origem na "década perdida" de1980. O pífio crescimento da economiamundial implicou a redução deinvestimentos de infra-estrutura nosetor público e no privado. "A falta deinvestimentos ocorreu também na infra-estrutura industrial, resultando naredução da capacidade de produção",afirma Saes. Os investimentos migrarampara o mercado financeiro, para ondetambém foram os engenheiros,desvalorizados em suas áreas deespecialização. "Não porque gostavam,mas pela maior remuneração", aponta opresidente da Abef. O novo presidente do Ibracon, RubensMachado Bittencourt, acredita que atendência tem mudado. "Com o

Temas polêmicosaquecimento da construção, cresce ademanda por profissionais da área",afirma. O problema é que anecessidade é urgente e a formaçãoexige tempo. "Não se formamengenheiros de um dia para o outro." Para garantir a qualidade dos novosengenheiros, é consenso entre asentidades a criação de um examesemelhante ao da OAB (Ordem dosAdvogados do Brasil). Mas, enquantoela não vem, pequenas soluçõesbuscam melhorar a qualidade daengenharia no País. Para José RobertoBraguim, presidente da Abece(Associação Brasileira de Engenharia e

Consultoria Estrutural), um passoimportante foi dado pelo sistemaConfea (Conselho Federal deEngenharia, Arquitetura e Agronomia)com a publicação da Resolução1.010/05. Segundo o documento, osestudantes de engenharia queiniciarem o curso a partir do segundosemestre de 2007 se formarão comatribuições mínimas, concedidas peloCrea (Conselho Regional deEngenharia, Arquitetura e Agronomia)de acordo com seu currículo escolar. Os profissionais que desejarem ampliarsuas atribuições poderão fazê-losomente mediante comprovação detítulos de pós-graduação (mestrados,doutorados e cursos de especialização)em outras especialidades daengenharia ou arquitetura. "Era umaresolução de que nós não tínhamosconhecimento. Fico ao mesmo tempofeliz e triste com ela: feliz, porque éuma iniciativa que garante a qualidadedos serviços de engenharia; triste,porque nenhum de nós foi consultadopara discutir o texto", afirma Braguim.D

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Quais as principais ações do Ibraconprogramadas para sua gestão?Entre as principais metas, acredito queuma das mais importantes seja a de darinício ao trabalho de certificação de mão-de-obra que trabalha com concreto naconstrução civil. A idéia é trabalhar com asfunções internas da cadeia. O público-alvoé composto por profissionais quetrabalham com o concreto – o recebedordo concreto, aquele que faz a vibração do concreto etc.

Como isso será feito?A idéia é treinar essas pessoas e, quandoo curso for concluído, elas passam poruma prova e são certificadas. O projetoestá sendo desenvolvido com outrosparceiros da área, como a ABCP(Associação Brasileira de CimentoPortland) e a Abesc (Associação Brasileira

Palavra do presidentedas Empresas de Serviços deConcretagem), além de instituições deensino. Isso é algo já feito pelo mundo – aACI (American Concrete Institute) faz issonos Estados Unidos; a Petrobras também,com o pessoal que lhe presta serviços.

Há ações programadas para a suaárea de atuação, de barragens?Nós precisamos trazer de volta osconstrutores de grandes obras, sobretudode barragens, que se afastaram do institutona década de 1980, com o desaquecimentoda economia e com a diminuição daquantidade de obras de infra-estrutura.Com o reaquecimento da economia e avolta das obras, pretendemos trazer devolta esse pessoal para completar a cadeia– não apenas os construtores, mastambém os projetistas e outrosprofissionais envolvidos nesse tipo de obra.

Rubens Machado Bittencourtgerente do DCT (Departamento de Apoio e Controle Técnico) da Furnas Centrais Elétricas e diretor técnico na última gestão do Ibracon, o engenheiroassumiu durante o Congresso a presidência do instituto

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CONTENÇÕES

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Em termos de área,altura e extensão,a contenção em parede diafragma

executada no terreno que abrigará oNovo Centro de Diagnósticos do Hos-pital Albert Einstein está entre as maio-res do País. Localizado no bairro doMorumbi, na cidade de São Paulo, oterreno de 9,2 mil m2 apresenta desní-veis de até 18 m, com o ponto mais altosituado à cota 99,50 m e o mais baixo àcota 81,50 m.

O prédio que nele será construídoterá 16 pavimentos, sendo quatro com-pletamente enterrados, cinco semi-en-terrados – com pelo menos uma faceexposta – e sete completamente aflora-dos.Ao término das obras,uma área deaproximadamente 70 mil m2 terá sidoconstruída, contemplando consultó-

SuperparedeObras de expansão do Hospital Albert Einstein exigiram planejamentoe execução diferenciados na etapa de contenções de talude

rios, centro cirúrgico e garagens. Aconstrução faz parte do projeto de ex-pansão da Unidade Morumbi do Hos-pital, que prevê a construção de trêsprédios e um auditório,exigindo inves-timentos de R$ 320 milhões.De acordocom o Plano Diretor elaborado pelaSociedade Beneficente Israelita Brasi-leira em 2006, as obras irão até 2012 e,ao fim, terão dobrado o tamanho dasinstalações (veja quadro).

Além das "condições topográficasseveras", conforme ilustra o consultorem geotecnia da Infra-estrutura Enge-nharia, o engenheiro Ivan Joppert Jú-nior,o subsolo é formado por sedimen-tos terciários característicos da bacia se-dimentar de São Paulo, compostos ba-sicamente por camadas de argilas silto-sas rijas a duras e intercaladas por ca-madas de areia muito argilosa compac-ta. Numa profundidade ainda maior,na região da esquina das ruas HenriqueMagalhães e Albert Einstein, foi encon-trado solo residual proveniente da de-composição de gnaisse, um silte areno-so muito compacto. "O solo não é tãoruim, mas a areia colapsa na presençade água", informa. Uma vez que o len-çol freático se encontra a apenas 4 m deprofundidade em relação ao terreno

RESUMO QUANTITATIVODA PAREDE DIAFRAGMA

Paredes� 40 cm de espessura: 2.240 m2

� 50 cm de espessura: 5.349 m2

Materiais� Concreto (fck > 20 MPa): 3.570 m3

�Armação de aço CA-50A: 235.455 kgViga de coroamento� Concreto (fck > 20 MPa): 35 m3

Mureta-guia (interna e externa)� Concreto (fck > 15 MPa): 83,5 m3

�Armação de aço CA-50A com 6,3 mm de diâmetro: 5.204,92 kgViga de travamento (estronca)� Perfil metálico: 523,20 kg� Chapa de 12,5 mm x 400 mm x500 mm: 18 unidades

Dentre as maiores do País, a parede diafragma chegaaos 31,8 m de altura, sendo 9 m de ficha. No topoda parede, talude com 5,9 mde altura resguarda recuoobrigatório da Prefeitura

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natural, procedimentos adicionais desegurança tiveram de ser adotados.

Isso significa que, embora o pré-dimensionamento da contenção te-nha se valido de parâmetros de densi-dade e resistência ao cisalhamento ob-tidos anteriormente por meio de en-saios com solos similares, os dados jáexistentes foram aferidos à época dodesenvolvimento do projeto executi-vo. A validação dos resultados se deupor meio do ensaio de dilatômetro deMarchetti, executado em dois pontospróximos aos das sondagens.

Definido o diagrama de esforços aque estaria sujeita a contenção, tam-bém durante as escavações, os dadosforam novamente confirmados. Paratanto, coletaram-se amostras não-de-formadas tipo bloco para a ruptura decorpos-de-prova em ensaios triaxiaispré-adensados lentos. Tal procedi-mento foi adotado para 24 amostrasde solo, coletadas em quatro profun-didades díspares em locais próximosaos das duas sondagens.

Os parâmetros geotécnicos consi-derados são: coesão, ângulo de atritointerno, densidade e módulo de defor-mação, sendo os dois primeiros deter-minantes para a obtenção da resistên-cia ao cisalhamento. Para acompanharo desempenho durante as escavações eos atirantamentos, foram instalados in-clinômetros e medidores de conver-gência para medir as deformações daparede diafragma, além de medidoresde nível d'água e marcos topográficos amontante da contenção. O monitora-mento será feito a cada 15 dias até quetoda a estrutura esteja pronta, pois estaauxiliará no travamento, mesmo nãotendo sido concebida para tal fim. "Osconsultores não acharam necessáriomanter o monitoramento durante avida útil", explica o engenheiro ManoelPereira, da Kahn do Brasil, empresaprojetista e gerenciadora da obra.

Limite de alturaAlém da complexidade do projeto

em si, amplificada pelas condiçõesgeológicas, o terreno se encontra cer-cado por residências de alto padrão epelo atual prédio do Hospital AlbertEinstein, além de terrenos vazios

numa das laterais. Embora tal cená-rio torne cara e complicada uma obrarepleta de subsolos, essa era a únicaalternativa para implantar ali umprédio com 16 pavimentos.

Com gabarito limitado pelo Pla-no Diretor do Município, o edifícioterá os 25 m de altura permitidos,mais 30% garantidos pela Lei Hospi-talar, atingindo 32,5 m. Dessa manei-ra, a escavação atingiu profundidadesque variaram entre 13,36 m e 28,6 m."Essa variação ocorreu porque o ter-

reno é grande e a declividade é razoá-vel", conta Arthur Brito, arquiteto res-ponsável pelo projeto, da Kahn.

A alternativa de contenção viabili-zada foi a parede diafragma, que aten-dia às exigências impostas pelas condi-ções topográficas e geológicas do terre-no,além de permitir a implantação dossubsolos.A profundidade de até 31 m ea presença de solos arenosos e água le-varam à adoção de escavação comclamshell e lama bentonítica (veja ca-racterísticas no boxe). Era necessário,

NÚMEROS DA EXPANSÃOAtual Após expansão

Área 86 mil m2 229 mil m2

Leitos 489 720Salas de cirurgia 28 40Consultórios 100 250Leitos de pronto atendimento 10 59Vagas de estacionamento 1.250 4.000Assentos em auditório 200 500Salas de aula 4 12Fonte: site da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein(www.einstein.br)

Características da lama bentoníticaAntes da escavação� Densidade > 1,03 g/cm3

�Viscosidade > 30 s� pH entre 7 e 11� Cake 1,0 a 2,0 mm�Teor de areia < 3%

Antes da concretagem� Densidade > 1,1 g/cm3

�Viscosidade > 90 s� pH entre 7 e 11� Cake 1,0 a 2,0 mm�Teor de areia < 3%

Fonte: livro Fundações e contenções de edifícios – Qualidade total na gestão doprojeto e execução. Ivan Joppert Jr. Editora PINI.

Com 3,20 m de largura, lamelas têm 22 m ou 31 m de altura e, respectivamente, 40 cm e 50 cm de espessura. Concretadas totalmente antes da escavação, receberam 642 tirantes, divididos em oito níveis

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ainda, contar com peças estrutural-mente robustas, com dimensões sufi-cientes para resistir às pressões horizon-tais provenientes dos empuxos ativos everticais decorrentes do apoio das novelajes de subsolo na parede.

O resultado foram lamelas de 31 mde profundidade, 3,20 m de largura e0,5 m de espessura nas regiões maisaltas (adjacentes à rua Ruggero Fasa-no) e outras com mesma largura, mas22 m de profundidade e 0,4 m de es-pessura quando a escavação foi menosprofunda (na rua Padre Lebret).

A mesma diferença de profundida-de que levou a esse detalhamento doprojeto também provoca uma "des-compensação de empuxos horizon-tais", explica Joppert. Era possível pas-sar às lajes dos subsolos a responsabili-dade pela absorção desses esforços. Noentanto,nesse caso,os pilares sofreriamforças horizontais excessivas no senti-do do lado mais alto para o mais baixo,com conseqüentes momentos e forçascortantes de valores muito altos nasfundações, o que tornaria a estruturamuito pesada. "A solução seria aumen-tar a massa, o que tornaria a estruturamuito cara", complementa.

Para que a estrutura trabalhasse deforma independente e pudesse ter aconcepção otimizada, além da necessi-dade de escavar os subsolos até o fimantes de iniciar a execução das funda-

ções, adotou-se o travamento pormeio de tirantes. Dessa maneira, 624tirantes dispostos em oito níveis ecom cargas variáveis entre 60 t e 120 tforam protendidos e ancorados naface externa das paredes diafragma.

Cada um deles foi limpo e pintadode modo a evitar problemas com corro-são, o que também é evitado com a in-jeção de nata de cimento pressurizadaem toda a extensão. Tiveram a resistên-cia testada de acordo com os quesitospresentes na NBR 5629 – Execução deTirantes Ancorados no Terreno.Aliás,ocontrole da qualidade da obra prevêtestes individuais. "Não fizemos con-trole por amostragem, mas total", sa-

lienta Manoel Pereira. Na prática, todosos tirantes compostos por cabos de açoCP190RB – "o mais resistente disponí-vel no mercado", segundo Joppert –foram tensionados até o limite e depoisaliviados e ancorados, garantindo queresistiriam aos esforços aos quais foramdimensionados. "A responsabilidadetécnica não é só do projetista, mas tam-bém da executora", afirma Pereira,referindo-se ao fato de a Racional Enge-nharia ter contratado um consultorpara auxiliar nessa etapa de execução.

Eles avançam 25 m sob a terra, masnão invadem terrenos vizinhos neminstalações de concessionárias,devido àprofundidade – cerca de 6 m abaixo dasuperfície da rua. Isso porque é respei-tado um recuo de 5,6 m exigido pelaPrefeitura, o que levou, nesse trecho, àexecução de um talude. Dessa maneira,a parede diafragma não foi arrasada notopo da escavação.Após a conclusão daobra, esse talude será aterrado.

A parede tem uma altura, consi-derando o trecho desconfinado, de22,75 m. Se contarmos o trecho deficha, são 31,8 m, suficientes para atin-gir um solo menos permeável e evitarque o subsolo sofra esforços de sub-pressão devido ao lençol freático. Du-rante a execução da parede foram con-troladas as características da lama ben-tonítica, a resistência e a trabalhabili-dade do concreto, assim como otempo desde a saída da usina até suaaplicação e as características do aço.

Bruno Loturco

Visando o desempenho ao longo da vidaútil, adotou-se a cordoalha com maiorresistência existente no País. Foramtensionadas ao limite para testar acapacidade de carga antes da injeção denata de cimento e ancoragem. A cargavariou entre 60 t e 120 t

Presença de prédios e residências na vizinhança e solo instável devido ao lençolfreático alto levaram à realização de ensaios de confirmação das características do solo e implantação de equipamentos de monitoração

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OBRA

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Maior fabricante público de medi-camentos do Brasil, a Furp (Fun-

dação para o Remédio Popular) sur-giu em 1974 por iniciativa do Gover-no do Estado de São Paulo. A unidadesediada na cidade de Guarulhos, naGrande São Paulo, conta com mais de40 mil m2 de área construída e mais demil funcionários, tendo alcançado,em 2006, uma produção de 2,5 bi-lhões de unidades farmacêuticas, dis-tribuídas entre 80 tipos de medica-mentos. Com 220 mil m2, o terrenoabrigava um hospital para hansenia-

Ambientes seladosProdução de remédios exige controle absoluto do clima interno eindependência entre os ambientes de produção para evitar contaminações

nos antes da chegada da Furp. A outraunidade fica na cidade de AméricoBrasiliense, na região de Araraquara,no interior paulista.

A obra em questão é resultado doincremento na produção da unidadee passou por duas etapas. Durante aprimeira, há cerca de três anos, foramexecutadas as fundações, em estacaspré-moldadas, os fechamentos e opiso. À época ainda não se sabia sobrea finalidade funcional do prédio. A"casca" foi executada, portanto, antesda definição do projeto da fábrica de

RESUMO

Obra: Fábrica de ProdutosFarmacêuticos Especiais –Prédio 25 da Furp (Fundaçãopara o Remédio Popular)Cliente: Furp Execução: Consórcio MPD-TEP(MPD Engenharia e TEPTecnologia, Engenharia e Processos)Localização: Guarulhos (SP)Construção: julho de 2006 a julho de 2007Área construída total:7.520 m2; prédio de produção: 5.500 m2; centralde utilidades: 500 m2;mezanino técnico: 860 m2;docas: 660 m2

Terreno: 25.300 m2

Volume de concreto: 1.000 m3

Quantidade de aço utilizada: concreto armado: 50 t; estruturasmetálicas: 150 tIsolamento térmico: 5.500 m2

Painéis de fachada: 3.000 m2

Impermeabilizações:1.000 m2

Alimentação elétrica: 13,8 kV/380-220 VCarga instalada normal:2.000 kVACarga instalada deemergência: 700 kVANo-breaks: 150 kVASala limpa classe 100.000: 3.500 m2

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medicamentos em si. A segunda e úl-tima etapa foi iniciada em meados de2006, já com o projeto final definido,levando à construção de um mezani-no de produção, um mezanino técni-co e um edifício de utilidades. A divi-são em etapas deveu-se à impossibili-dade de prever os aportes de verbasgovernamentais. Nesse intervalo, oprédio foi utilizado como depósito.

Obviamente, a situação causou al-guns transtornos técnicos que exigi-ram adaptações no projeto original."Como não existia um projeto pré-definido foi necessário adequar o pré-dio às necessidades", pontua o enge-nheiro Ricardo Luiz Mahfuz, assessortécnico da Furp. A estrutura internapara suporte das salas limpas foi re-forçada com aço, com fundações parao mezanino em estaca-raiz, fazendocom que a planta farmacêutica ficasseinterna, envolta pela estrutura cons-truída na primeira etapa da obra. "Foiuma adaptação, mas as indústrias far-macêuticas costumam funcionar as-sim", pondera Mahfuz. O layout in-terno também foi modificado, exigin-do alterações nas divisórias internas.

As fundações do prédio são em es-tacas de concreto e os fechamentos empainéis pré-fabricados. Esse tipo de es-trutura, escolhido no projeto inicial,não é o ideal para indústrias farma-cêuticas. "As juntas podem acumularsujeira", explica Mahfuz. Por isso, asáreas de produção foram revestidascom painéis de poliuretano revestidospor laminado melamínico. A cobertu-ra é sustentada por tesouras metálicase fechada por telhas tipo sanduíche.Asdivisórias internas e os forros são far-macêuticos, este último caminhávelpara permitir manutenção por cima, eos pisos são epoxídicos, com rodapés,roda-tetos e cantoneiras arredonda-dos e em alumínio. "Atendemos todasas exigências da Anvisa para salas lim-

pas até classe 100.000", salienta em re-ferência às determinações da AgênciaNacional de Vigilância Sanitária paraambientes com até 100 mil partículaspor pé cúbico de ar.

Operação divididaO ponto de partida e o final das

cinco linhas de produção abrigadas naplanta são o grande galpão acessado a

partir das docas. Por ele chegammatérias-primas e saem produtos aca-bados. Nesse ponto o ambiente já épressurizado, mas menos do que noslocais de limpeza dos paletes, que porsua vez são menos pressurizados queos pontos de pesagem. A pressão au-menta gradualmente até chegar àssalas de produção.Essa pressão em cas-cata evita a entrada de sujeira e insetos.

A pressão interna do galpão que dá início e finaliza a produção é menor que a dasdemais áreas da fábrica, permitindo a expulsão de insetos e sujeiras

Para que não fique parada e propicie a proliferação de fungos e bactérias, a águaultrapura corre em ramais contínuos (à esquerda). Ambientes onde ocorre a lavagem dematéria-prima são revestidos em inox devido à presença de umidade no ar (à direita)

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ternacionais, conta com cor diferen-ciada – mais clara – nos ambienteslimpos, incluindo as antecâmaras quedão acesso às salas de produção.

As portas que dão acesso a essesambientes também são especiais.Têm vidros duplos com o espaçoentre eles preenchido por nitrogênio,o que propicia pressão positiva e evitacondensações decorrentes de diferen-ças de temperatura entre os ambien-tes. Qualquer eventual umidade exis-tente é absorvida pela sílica-gel pre-sente no vão.

Equipamentos de apoioNo mezanino, em steel deck, estão

os laboratórios microbiológico e físi-co-químico, as salas de treinamento edescanso, o almoxarifado, a área técni-ca, os equipamentos que dão vida à fá-

Equipamentos de ar-condicionado e BIBOs (bag-in/bag-out) evitam que haja contaminação cruzada entre as cinco atmosferas deprodução da fábrica. Sensores acusam diferenças significativas de pressão e indicam momento adequado para manutenção dos filtros

Acúmulos de poeira e sujeira têm de ser evitados a todo custo. Assim, cantosarredondados em alumínio e capas para interruptores e tomadas são indispensáveis

Sem piso elevado, que dificultaria alimpeza, exaustores inferiores coletam o ar insuflado por cima para reiniciar o ciclo de condicionamento

O controle do ar é absoluto paragarantir a qualidade da produção."Trabalhamos com três variáveis:umidade relativa do ar, temperaturae quantidade de partículas por pécúbico", explica o engenheiro CarlosOliveira, que fiscaliza a obra a servi-ço da Ductor. Assim, é natural quecada um dos cinco blocos de produ-ção, que dão origem a produtos dis-tintos, conte com um sistema total-mente independente de condiciona-mento e tratamento do ar, evitandoque o ar de um local se misture ao deoutro. "Não pode haver contamina-ção cruzada entre as linhas", salientaOliveira lembrando que alguns me-dicamentos contêm penicilina, quepode causar alergia a algumas pes-soas, usuárias de outros medica-mentos. A temperatura, a propósito,

é mantida a 20°C, com variação de 2o

para mais ou para menos. Em diasfrios, resistências elétricas ao longoda linha aquecem o ar até a tempera-tura determinada.

Em fluxo laminar, insuflado porcima e recolhido por baixo, de ondevai para nova filtragem, o ar determi-nou até mesmo o tipo de piso. Se parasuprir a necessidade por um fluxocontínuo de ar a adoção de piso eleva-do se mostrava a ideal, esse tipo depiso dificulta o acesso para limpezasob o revestimento. Daí a existênciade coletores de ar na parte inferior dasparedes, que executam a circulaçãopor detrás das mesmas, alcançando osequipamentos de condicionamento etratamento existentes no mezaninosuperior. Assim, escolheu-se o pisoepoxídico, que, seguindo normas in-

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brica e o vestiário e a entrada para umadas salas de produção. Esta, que abrigaa fabricação de medicamentos cefalos-porínicos,é a única que conta com ves-tiário exclusivo e em ambiente limpo,com quantidade de partículas contro-lada. Tudo para evitar contaminaçõesdesta para as demais e vice-versa.

Além dos equipamentos de ar-condicionado dedicados, as salas deprodução também contam com equi-pamentos denominados BIBOs (bag-in/bag-out, ou entrada e saída desacos, na tradução livre para o portu-guês). São equipamentos de filtragemde ar e retenção de poeira, dotados desacos para acúmulo desse material.

Daí vem o nome, já que, de temposem tempos, esses sacos têm de ser tro-cados. Garantem que não haja conta-to com os detritos, que em seguida sãoincinerados.

As AHUs (Air Handling Units,Unidades de Tratamento de Ar), quedevem fornecer ar a determinadaspressões, são assistidas por sensoresde medição das pressões diferenciais- antes e depois da filtragem. Esse re-curso que possibilita saber o mo-mento de trocar os sacos dos BIBOs,que, quando cheios, reduzem a pres-são dos ambientes e aumentam o es-forço dos ventiladores com inversãode freqüência.

Externo à planta farmacêutica, o prédio de utilidades teve implantação alterada emrelação ao projeto original, o que permite eventuais ampliações

Na primeira obra, sem a finalidade de operação definida, apenas fundações,coberturas e fechamentos foram concluídos

FICHA TÉCNICA

Controle tecnológico de concreto:Tecconfuro Tecnologia doConcreto e Construção; instalaçãoda rede hidráulica do HVAC: JGMontagem e Instalação de Ar-condicionado; fornecimento einstalação de equipamentos de ar-condicionado: Reintech Indústriade Equipamentos e Produtos para Controle da Contaminação;instalações elétricas: CoppioEngenharia e Comércio;montagem e execução de redehidráulica para água purificada:Ajade Comércio, Instalações eServiços; fornecimento e instalaçãode caixilhos de alumínio: MarCelestial Indústria e Comércio deEsquadrias de Alumínio;fornecimento e montagem de monta-carga: Bass Elevadores; piso deresina epóxi: Durocolor Industrial;forro em PVC modular: BrasforComercial; pintura intumescente:Refrasol Comercial Industrial;instalações hidráulicas prediais:CTPF Engenharia; estaca raiz:Enbrageo Engenharia;fornecimento e instalação deniveladores de docas: HBZ Sistemas de Suspensão a Ar;fornecimento e instalação da portaseccional e porta guilhotina: Ple-Leva Portas Industriais

Embora seja versátil do ponto devista da produção, podendo ser adap-tada para produzir outros tipos demedicamento, e tenha um prédio ex-terno para abrigar as utilidades, a fa-brica não será ampliada fisicamente.O terreno pertencente à Furp, mesmocom parte protegida ambientalmente,é suficientemente grande para recebernovos prédios.

Os efluentes gerados pela opera-ção, assim como o esgoto convencio-nal, serão tratados antes do descarte.Seu reaproveitamento em áreas ajar-dinadas e mesmo para resfriamentode máquinas está sendo estudado.

Bruno Loturco

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ConstruçãointegradaNovos softwares permitirão que todas as equipesde engenharia e arquitetura trabalhem nomesmo arquivo eletrônico. Conceito prometerevolucionar segmento de projetos

Anova geração de softwares paradesenvolvimento de projetos deve

promover uma mudança radical noprocesso de produção da construçãocivil. Eles incorporam uma nova tec-nologia, conhecida como BIM (Buil-ding Information Modeling), ou Mo-delagem de Informações para a Cons-trução, que permite organizar, em ummesmo arquivo eletrônico, um bancode dados de toda a obra, acessível atodas as equipes de engenharia e ar-quitetura envolvidas na construção.

A disseminação do BIM vem ga-nhando força desde o desenvolvimen-to, há alguns anos, dos softwares CADparamétricos para a construção. Dife-rentemente dos CADs tradicionais,esses novos programas atribuem in-formações aos desenhos elaboradosno computador. Assim, por exemplo,uma parede elaborada no CAD tradi-cional é "entendida" pela máquinacomo um desenho simples, um con-junto de linhas sem significados. Ascaracterísticas da parede – especifica-ções de material, quantidades etc. –são indicadas manualmente comotexto na legenda do projeto.

CAPA

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Nos softwares BIM, o desenho émais "inteligente". Ao desenhar a pa-rede, o projetista deve atribuir-lhepropriedades – tipo de blocos, dimen-sões, tipo de revestimento, fabricantesetc. –, que são salvas no banco dedados.A partir dele, é gerada automa-ticamente a legenda do desenho. Emoutras fases da construção, porém,também é possível extrair informa-ções em outros formatos, como tabe-las de quantitativos de material para aequipe de orçamentistas.

DesenhosCom os programas BIM, os proje-

tos são elaborados já em três dimen-sões.Para Eduardo Toledo Santos,pro-fessor da Escola Politécnica da USP(Universidade de São Paulo), isso exi-girá um esforço maior de abstraçãodos projetistas acostumados a traba-lhar com desenhos em duas dimen-sões. No longo prazo, porém, um dosgrandes problemas da coordenação deprojetos tende a desaparecer: as inter-ferências entre os sistemas. Segundo oarquiteto Luiz Augusto Contier, daContier Arquitetura, se todos os proje-

tistas passarem a trabalhar com asmesmas noções tridimensionais, e nãomais apenas com símbolos, a comuni-cação será mais eficiente. "Nos projetosde elétrica que recebemos hoje, porexemplo, uma tomada e um quadro deforça são representados por pequenossímbolos. É muito comum especifica-rem quadros que não cabem na pare-de", explica Contier.

Por serem indispensáveis paraorientação das equipes que executa-rão in loco os projetos, os modelos2D continuam existindo no BIM. A

Arte: Sergio Colotto/Projeto: Gui Mattos

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diferença é que, como todos os ou-tros documentos, esses arquivos ele-trônicos estão permanentemente li-gados ao banco de dados da obra. Porisso, qualquer alteração realizada nomodelo tridimensional é automati-camente atualizada em todos os ar-quivos bidimensionais e vice-versa,dispensando revisões mais detalha-das. A vantagem é mais visível emprojetos complexos, com centenas deplantas e cortes.

Foi a participação em um episó-dio traumático, inclusive, que fez

que atualmente mais consome tempoe atenção dos projetistas – sejam ar-quitetos, eletricistas ou calculistas. "Otrabalho intelectual do profissionaldeve ser em cima do projeto, não desua representação", afirma.

DesafiosMas a tecnologia tem seu preço. E

não apenas das licenças dos softwares,que podem chegar aos R$ 17 mil. Comessa avalanche de informações, os com-putadores demandam capacidade deprocessamento muito maior. Contier

Contier migrar para a nova tecnolo-gia. No projeto de um terminal deônibus da Prefeitura de São Paulo, aaltura de um dos pavimentos preci-sou ser reduzida quando duas esca-das rolantes já haviam sido adquiri-das pela obra. Como não era possívelreduzir as dimensões do equipamen-to, todos os projetos arquitetônicosprecisaram ser alterados e revisados."Eram mais de 300 arquivos", afirmao arquiteto. De acordo com Santos,da Poli-USP, a documentação dosprojetos de uma edificação é a etapa

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Propriedades da alvenaria

Material: blocos de concretoAltura: 19 cmLargura: 14 cmComprimento: 39 cmF : 6 MPck aQuantidade: 25 unidades

Banco de dados

As informações lançadas no projetode arquitetura são salvas no bancode dados central e ficam acessíveisàs demais equipes envolvidas na obra

Análise estrutural

Projetos

Orçamento

As informações do banco de dados sãolidas por todos os softwares da obra.São usadas, por exemplo, para gerara planilha de orçamentodo empreendimento

Alterações controladastambém podem ser feitasem todos os demaisprojetos. As modificaçõessão atualizadas em todosos documentos integradosà base de dados

Projeto hidráulico

10 anosElétrica

15 anosHidráulica

Os softwares BIM permitem determinar as intervenções de manutenção preventiva ao longo da vida útil do imóvel

conta que investiu pesado na atualiza-ção de seu parque de informática. "Só aplaca gráfica de um computador custouo valor de uma máquina nova", afirma.Por isso, Toledo Santos acredita que apenetração do BIM na construção bra-sileira deve ser lenta e começar pelosgrandes escritórios e construtoras.

Mesmo com o custo das licençasde uso, a procura por softwares BIMtem crescido no País. Segundo MarcosCunha, responsável pelo segmento debuilding da Bentley Brasil, as vendasdos produtos BIM da empresa vêmcrescendo de 15% a 20% por ano nosúltimos três anos. Americo Corrêa Ju-

nior, engenheiro de aplicações da divi-são de AEC da Autodesk, não divulgao crescimento das vendas, mas contaque Brasil e México são dois dos mer-cados em que as vendas dos softwaresmais crescem no mundo.

Apesar de o banco de dados centra-lizado permitir a comunicação de

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todos os profissionais envolvidos naexecução do empreendimento, o BIMentrou com força no mercado brasilei-ro apenas no segmento de projetos dearquitetura, etapa inicial da modela-gem da edificação. Parte da respostaestá na falta de uma completa compa-tibilização entre os diversos programasde desenvolvimento de projetos. Naprática, as informações inseridas noprojeto de arquitetura desenvolvidoem um software de uma empresa A sãoperfeitamente "lidas" por um softwarede projetos de hidráulica da mesmaempresa; mas não são completamenteentendidas por programas de umaempresa B, por exemplo. "Esses BIMsnão servem para nada, na prática, por-que não são interoperáveis", afirmaPedro Maló, pesquisador do Uninova(Instituto de Desenvolvimento deNovas Tecnologias), de Portugal. Elefaz parte da IAI (Aliança Internacionalpara a Interoperabilidade), um con-sórcio internacional que desenvolveuma plataforma comum que permita aintegração dos softwares de todas asfornecedoras. Santos, da USP, acreditaque a padronização efetiva deva acon-tecer apenas em dez anos. "A constru-ção civil é uma atividade muito com-plexa, e organizar essas informaçõesleva tempo", conclui.

É muito cedo para se decretar o fimdo CAD, principalmente porque pormuito tempo os programas de projetosem BIM precisarão do auxílio de dese-nhos bidimensionais simples. Muitasvezes, pode não fazer sentido modelarcomponentes tridimensionais muitopequenos, cuja especificação não sejadecisiva na obra, como maçanetas ouparafusos. Esse, aliás, foi um dos pro-blemas enfrentados pelo arquitetoContier em seus primeiros trabalhosem BIM."A modelagem em 3D conso-

Telhas

Cimento

0,10 x 0,30 x0,05

Porta 01

Madeira

0,80 x 2,10

Porta 02

Madeira

0,80 x 2,10

Janela 02

Alumínio

1,00 x 1,80

CADNesses programas, os projetossão desenhados em duas dimensões.O computador os entende apenascomo um simples conjunto de linhase formas geométricas

BIMOs projetos são modelados diretam nteem 3D. Cada elemento tem informaçõesassociadas (tipo de material, peso,quantidades), salvas em um bancode dados único para toda a obra

e

Reunidos em um único arquivoeletrônico, todos os projetos(eletrico, hidráulico, estrutura etc.)simulam o prédio já construído,tornando possível preverinterferências antes da execução da obra

Projeto hidráulico conflitandocom projeto estrutural

Correção

Softwares que suportama tecnologia BIM� Active3D (Archimen)� Revit (Autodesk)� Allplan (Nemetschek)� Archicad (Graphisoft) � DDS-CAD (Data Design System)� MicroStation (Bentley)� Solibri � Tekla Structures � VectorWorks

Arquiteto Roberto Klein prestou consultoria na implantação do BIM na SPBR,responsável pelo projeto da nova biblioteca da PUC-RJ

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Projetos com BIMD

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Freedom TowerO edifício terá mais de 530 m de altura e seráconstruído no terreno onde um dia existiramas torres gêmeas do World Trade Center, emNova York, Estados Unidos. A SOM (Skidmore,Owings and Merril), escritório responsávelpelos projetos de arquitetura, estrutura einstalações prediais da nova torre, decidiudesenvolvê-los de forma integrada sob aplataforma BIM. Os construtores tambémutilizarão o banco de dados, importando osquantitativos para compor a planilha decustos. Entretanto, paralelamente, oorçamento também será feito pelos métodostradicionais – as informações geradas do BIMservirão apenas para checagem dos dados.

Nova biblioteca daPUC-RJO vencedor do concursofoi o escritório dearquitetura SPBR, deSão Paulo. Paradesenvolver o projeto, oarquiteto Ângelo Bucci conta queimplantou o sistema BIM há um ano."Optamos pela nova tecnologia porquetínhamos folga no cronograma doprojeto", revela o arquiteto. Ele afirmaque, até o momento, não teveproblemas de adaptação ao software.Atualmente no anteprojeto dearquitetura, as obras devem ter início noano de 2009 e durar três anos. Noentanto, a SPBR fará um vôo solo: nãoserá possível integrar os projetos comoutras áreas, porque a empresa é a únicaa usar a tecnologia no empreendimento.

Yenagoa International Conference CentreDesenvolvido pela Contier Arquiteturapara um centro de conferências no Estadomais rico da Nigéria, foi a primeiraexperiência do escritório com o BIM.Durante as negociações, os contratantesafirmaram não conseguir garantir asegurança do arquiteto se ele visitasse opaís. Soube-se que o governo brasileiroenviaria uma comitiva em missão denegócios, mas havia apenas quatro

Tromsø University CollegePróxima ao Círculo Polar Ártico, a construção da Faculdade de Engenharia eEconomia e da Faculdade de Educação da Universidade de Tromsø, na Noruega,foi o primeiro projeto que integrou, com o BIM, todas as etapas doempreendimento. Foi um teste para avaliar o desempenho da plataformadesenvolvida pela IAI para garantir ainteroperabilidade de todos os softwaresBIM disponíveis no mercado.Comparando-se com as construçõestradicionais, percebeu-se que aquantidade de informações noanteprojeto era muito maior quando seutilizava a nova tecnologia.

semanas para desenvolver o anteprojeto."Com o BIM, duas pessoas conseguiramelaborá-lo em 20 dias", conta Contier. Foiquando descobriu que a modelagem depequenos objetos era desnecessária. "O arquivo fica muito pesado", conta. "É preciso saber onde parar de projetar",conclui. O contrato, entretanto, não foifechado por razões burocráticas queinviabilizaram o projeto.

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me muito processamento do equipa-mento", afirma o arquiteto. A soluçãofoi anexar plantas e cortes 2D nos lo-cais em que esses elementos ocorriam.

Uma das maiores desvantagens datecnologia é o tempo necessário para aaprendizagem. O processo é demora-do e pode levar até um ano. Para Con-tier, a mudança do CAD para o BIM écomo a mudança da prancheta para ocomputador. Maló, do Uninova, contaque, primeiro, deve-se aprender a de-senhar em BIM; na segunda fase doaprendizado, realizam-se as trocassimples de arquivos entre os projetis-tas.Somente na última fase,deve-se in-tegrar outras etapas – orçamento, cro-nograma, terraplenagem, sondagem.

A MHA, empresa que desenvolveprojetos de instalações prediais, ad-quiriu no início do ano o software es-pecífico para sua área de atuação. Se-gundo Guilherme Augusto de BritoNeves, gerente de informática da em-presa, até agora, nenhum projeto foidesenvolvido com a nova tecnologia.Os primeiros trabalhos devem seriniciados apenas no início de 2008,depois do curso de capacitação técni-ca dos 25 projetistas da MHA.

Eduardo Luis Isatto, professor daUniversidade Federal do Rio Grande do

Sul,conta que a tendência é que os escri-tórios percam um pouco de produtivi-dade durante o processo de aprendiza-gem, mas consigam níveis até melhoresquando tiverem assimilado a tecnologia."No BIM, todos os objetos da edificaçãoprecisam ser modelados – lavatórios, ja-nelas, portas. No começo, o projetistaprecisa fazer isso manualmente, o quetomará tempo de trabalho. Depois, eleapenas usa esses modelos já prontos",

explica. Ele lembra que com a populari-zação da tecnologia, os fabricantes de-vem disponibilizar os arquivos eletrôni-cos de seus produtos na internet.

O professor aposta ainda na facili-tação do comércio eletrônico. "Usandoas propriedades dos elementos comoparâmetros de pesquisa, é possível le-vantar custos automaticamente na in-ternet", conta.

Renato Faria

Como o BIM muda o processo daconstrução?Imaginemos que o arquiteto faz o seudesenho e que é preciso fazer umasimulação térmica do edifício. Namelhor das hipóteses, isso é enviadopara o engenheiro em formato CAD.Mas a ferramenta que ele usa para fazeros cálculos normalmente não "entende"esse formato. Então, ele refaz aqueledesenho da forma como lhe convém e,depois, calcula. O processo costumalevar duas semanas. Com o BIM,arquiteto e engenheiro térmico usamprogramas que suportam essatecnologia. O arquiteto faz seu desenhoe o envia para o engenheiro. Este faz asimulação e a análise e pode devolverinclusive no mesmo dia.

A engenharia de produção daconstrução é caótica, se comparadacom outros setores?Eu não a classificaria como caótica.Vejamos que cada edifício é um protótipo,enquanto, no setor automobilístico, váriosprodutos são produzidos a partir de ummesmo protótipo. Mas muitos dosprocessos da construção são otimizáveis.Outras indústrias conseguiram melhorarem muito a eficiência e produtividade deseus processos, algo ainda para conseguirna indústria da construção.

A formação intelectual doengenheiro deve mudar paratrabalhar com o BIM?As academias devem começar a formarpessoas para trabalhar colaborativamente.

Por exemplo, reunir os estudantes e atribuira cada um deles um papel na cadeia,tentando fazer com que a pessoacompreenda qual é a dificuldade desse atornaquele processo. No final, oempreendimento deve ser construído.

Processo otimizável

Pedro Malópesquisador do Uninova, de Portugal

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Nos softwares BIM, pode não valer a pena projetar peças pequenas com muitosdetalhes. Isso exige da máquina maior capacidade de processamento

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REVESTIMENTOS

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Efeito acrílicoFormuladas com ligantes sintéticos e pigmentos,as argamassas decorativas acrílicas requerembom aplicador e até ensaios do produto.Dispensam reboco e pintura, mas apresentampouca permeabilidade aos vapores de água, quepodem acarretar patologias

R evestimentos plásticos ou tex-turas acrílicas são nomes usa-

dos para designar os revestimentosde ligantes sintéticos que substituemo reboco e a pintura, permitindo acriação de variados efeitos decorati-vos nas fachadas dos edifícios. Alémda função de acabamento final, essesprodutos protegem o substrato, con-tribuem para a estanqueidade à águade chuva das fachadas e ainda são ca-pazes de mascarar as fissuras super-ficiais do emboço, devido à suagrande flexibilidade. Mas um alerta:a grande quantidade de produtos nomercado requer atenção na hora daescolha, devido às diferenças de qua-lidade e desempenho entre as mar-cas disponíveis.

O engenheiro civil Gilberto DeRanieri Cavani, do Laboratório deMateriais de Construção Civil doIPT (Instituto de Pesquisas Tecno-lógicas do Estado de São Paulo), ex-plica que ainda não existem no Bra-sil normas ou parâmetros para a se-leção desse tipo de material. "O ins-tituto realiza alguns dos ensaios re-comendados internacionalmentepara avaliação de desempenho doproduto para construtores e forne-cedores", diz o engenheiro. O desa-fio, segundo ele, é determinar quaiscaracterísticas devem ser avaliadas e

estabelecer metodologias eficientesde ensaio. "Só depois disso chegare-mos a valores que servirão de parâ-metros para distinguir os materiaisbem formulados dos malformula-dos", complementa.

No País, além do problema da ca-rência de critérios de classificaçãoem normalização técnica, existe con-fusão relativa à terminologia paratratar do assunto. "Com exceção dostermos usuais – grafiato, revestimen-to de quartzo e revestimento plástico–, as denominações vêm acompa-nhadas do adjetivo acrílico, que se re-fere à natureza da resina constituin-te, a exemplo dos termos texturaacrílica ou revestimento texturizadoacrílico", explica o engenheiro Ale-xandre Britez, gerente da qualidade edesenvolvimento tecnológico da cons-trutora Cyrela Brazil Realty. Ele reali-zou uma extensa pesquisa bibliográ-fica na literatura e normas estrangei-ras para o desenvolvimento de suadissertação de mestrado pela EscolaPolitécnica da Universidade de SãoPaulo intitulada "Diretrizes paraGestão do Método Construtivo paraPintura Externa Texturizada Acrílicaem Substrato de Argamassa" (aindaem desenvolvimento).

Em países como França ou Itália,onde esse tipo de revestimento é apli-

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Tabela 1 – EFEITOS E MÉTODOS DE APLICAÇÃOCategoria dos Efeito decorativo Método de aplicação aspectos das superfícies obtidoLiso Efeito liso com relevo Rolo, pincel, pistola

superficial < 0,5 mmCrespo Como a casca de laranja Rolo, esponjaJateado Rústico floculado PistolaGotejado De gotas PistolaAdamascado Com relevos crespos Pistola com posterior

e partes lisas desempenadeiraBaixo relevo rústico De reboco desempenado Espátula e posterior sem pontas desempenadeira (eventualmente)Grafiato ou arranhado De substrato rústico Com desempenadeira ou

arranhado espátula e desempenado na vertical para acabamento

Fonte: UNI 8682, 1984, traduzida pela engenheira civil Viviane Namura, diretora da Granilita

Os efeitos são obtidos com o uso de espátula, desempenadeira, rolo e até pistola

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Aplicação passo a passoAs texturas acrílicas devem sempre seraplicadas sobre uma superfície limpa,seca, nivelada e sem patologias. O usode selador acrílico pigmentado (na corda textura) garante um acabamentouniforme. "Utilize rolos limpos eferramentas de aço inox (ou PVC), depreferência novos", recomenda aengenheira civil Viviane Namura,diretora da Granilita, empresaespecializada na comercialização eaplicação de texturas acrílicas. O usodo reagente envelhecedor na cordesejada, depois da aplicação doproduto, garante um acabamentorústico, com várias nuances de corese tons de envelhecimento.

1 Misture o material até eleficar homogêneo

Utilize, de preferência, seladoracrílico pigmentado

Aplique o selador sobre toda a superfície, de forma regular

Utilize rolo de lã de carneiro, compassagens suaves

Depois que o selador estiver curado(superfície seca), aplique a texturadiretamente na parede. Utilizar umaespátula para retirar o material daembalagem e colocá-lo nadesempenadeira

Aplique a textura na parede"esticando" o material lentamente

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Colaborou: Showroom Granilita

rabilidade", afirma o tecnólogo Os-mar Hamilton Becere, do Laborató-rio de Materiais de Construção Civildo IPT. Ele explica que, além daquantidade, a qualidade da resinatambém interfere no desempenhodo produto, já que é ela que confere aflexibilidade e mantém o revesti-mento coeso.

Os revestimentos plásticos sãomais caros do que as pinturas co-muns, de acabamento liso, porém

cado há mais tempo (cerca de 60anos), existe uma padronização danomenclatura e critérios claros declassificação (veja tabelas de classifi-cação das normas estrangeiras). NoBrasil, desde que foram introduzidas(fim da década de 1970), as texturastêm sido amplamente empregadas naconstrução civil. São produtos cons-tituídos de ligantes sintéticos (emgeral, resina acrílica), cargas mineraise, eventualmente, pigmentos; aplica-

dos numa espessura de 1 a 3 mm. Suadurabilidade é de dez a 15 anos, desdeque adequadamente formulados ebem aplicados. "Depois desse tempo,devido à exposição prolongada aosraios ultravioleta, elas podem perdera flexibilidade, ficando ressecadas,quebradiças e fissuradas", diz Cavani.

A formulação dos revestimentosplásticos afeta seu desempenho. "Se oteor de resina da formulação forbaixo, pode haver diminuição da du-

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Reaplique a textura nos pontos que ficaram falhos

Retire o excesso de material com adesempenadeira, deixando a superfícieuniforme. Faça movimentos circulares até que a superfície apresente um aspecto "floculado"

Depois de 24 horas de aplicar a 1a demão,aplique a massa lisa (que dará o efeito"travertino") em pontos aleatórios comauxílio de uma espátula e desempenadeira.Cuidado para não formar filas verticais ou horizontais

Desempene os pontos sobre a massa lisa.Espalhe o material sobre a superfíciefloculada

Verifique se ficaram falhas ou pontos comexcesso de textura

Depois de um dia de aplicada a texturatravertino, poderá ser aplicado um reagenteenvelhecedor com a cor desejada

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são mais resistentes, duráveis e, emgeral, têm menor toxidade e odor.Assim como as argamassas decorati-vas (massa raspada, fulget e traverti-no), as texturas não admitem reto-ques e exigem a aplicação prévia deuma camada de regularização ouemboço, pois não corrigem defeitosdo substrato. Britez aponta algumasvantagens dos produtos acrílicos emrelação aos cimentícios. "Além devirem prontos para a aplicação, per-

mitem uma execução limpa e secamrápido", afirma.

Aplicadas com rolo, desempena-deira ou pistola, as texturas acrílicasexigem, assim como as tintas comuns,a aplicação prévia de um fundo sela-dor com a função de uniformizar aabsorção da base e, em caso de subs-tratos pulverulentos, um fundo pre-parador para superfícies. Como ma-nutenção, as texturas exigem lavagemperiódica com água e sabão neutro a

cada dois anos (periodicidade indica-da para regiões expostas a um maiorgrau de poluentes). "O depósito desujeira e poluição pode acentuar aproliferação de fungos no revesti-mento" alerta Becere.

Outras vantagens oferecidas pe-las texturas acrílicas seriam a boaaderência ao substrato e flexibilida-de. "Esses revestimentos conseguemdisfarçar, por exemplo, as fissurasmapeadas de retração de secagem do

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Ensaios realizadosOs ensaios de caracterização têm a função de verificar a uniformidade do produto durante a fabricação ou mesmo definir critérios pararecebimento do produto. Já os ensaios de desempenho buscam quantificar o comportamento do revestimento considerando anecessidade do usuário e as solicitações do meio onde será aplicado.

Ensaios de caracterização Método de ensaioDensidade de massa Diretrizes da NBR 13.278 (ABNT, 2005)Determinação do pH Realizar a leitura do pH da solução preparada com 50 g do

revestimento em pasta e 50 g da água desmineralizada, com um medidor de pH com eletrodo de vidro combinado

Teor de resina Diretrizes ASTM D 3.723 (ASTM, 2005)Distribuição granulométrica das cargas Diretrizes das NBR 9289 (ABNT, 1998) e NBR NM 248 (ABNT, 2003)EEnnssaaiiooss ddee ddeesseemmppeennhhoo MMééttooddoo ddee eennssaaiiooAbsorção de água Diretrizes da NBR 15.303 (ABNT, 2005)

Resultados para cada corpo-de-prova:massa de água absorvidaEventual empolamento do revestimento

Permeabilidade à água sob pressão Diretrizes da norma P 84-402 (AFNOR, 1989).Para os revestimentos riscados, ex.: grafiato, a viabilidade da aplicação do método deve ser avaliada

Determinação do coeficiente de absorção Diretrizes da norma EN ISO 15148 (EN ISO, 2002)de água por imersão parcialDeterminação de propriedades Diretrizes da norma EN ISO 12572 (EN ISO, 2001)da transmissão do vapor de águaSaponificação por imersão Diretrizes Comuns UEAtc (UEAtc, 1978)Determinação da sensibilidade à água – Diretrizes das normas NT T 30-706 (AFNOR, 1983) Ensaio de despelamento e Diretrizes Comuns UEAtc (UEAtc, 1978) Avaliação da evolução da aderência Diretrizes da norma NT T 30-702 (AFNOR, 1983) e sob efeitos de agentes climáticos. Diretrizes UEAtc (UEAtc, 1978)Sensibilidade ao calor e ao choque térmicoExposição ao intemperismo artificial – C-UV Diretrizes da NBR 15.380 (ABNT, 2006)Aptidão para dissimular fissuras Diretrizes Comuns UEAtc (UEAtc, 1978)Determinação da resistência ao crescimento Diretrizes da NBR 14.941 (ABNT, 2003) de fungos emboloradoresResistência de aderência à tração Diretrizes NBR 13.528 (ABNT, 2005)IImmppoorrttaannttee:: os métodos propostos ainda estão em fase experimental e deverão ser objeto de estudo mais abrangente no intuito de verificar a repetitibilidade e reprodutibilidade de cada ensaio. Outras exigências fundamentais aqui nãocontempladas, tais como segurança ao fogo, segurança à utilização, conforto higrotérmico, conforto tátil, higiene, entre outras, devem ser objeto de futura avaliação para a definição de critérios de desempenho.SSiiggllaass::AFNOR (Association Française de Normalisation); ASTM (American Society for Testing and Materials); UETAc (UnionEuropéenne pour l' Agrément des Technique dans la Construction); EN (European Norm); ISO (International StandardizationOrganization); NBR (Norma Brasileira).

Tabela 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS REVESTIMENTOS PLÁSTICOS ESPESSOS, SEGUNDO A NORMA FRANCESA NF T 30-700(AFNOR, 1983)Tipo Aspecto Consumo mínimo Dimensão das cargas

(kg/m2) maiores (mm)1 Revestimento não pigmentado e de cargas coloridas 3 >1,42 Revestimento pigmentado de acabamento riscado 2 >13 Outros revestimentos pigmentados3.1 � de grão fino 1,5 >0,33.2 � de grão médio 2,5 >0,73.3 � de grão grosso 3,5 >1,4Tradução: Alexandre Britez

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Tabela 3 – CATEGORIA GRANULOMÉTRICA (ADAPTADA DA NORMA UNI 8682, 1984)Classificação dimensional Classificação comercial Porcentagem mínima de cargasG1 Granulometria grossa � Cargas ≥ 1 mm: 95%G2 Granulometria grossa � Cargas ≥ 1 mm: 25%

� Cargas ≥ 0,63 mm: 70%� Cargas ≥ 0,25 mm: 95%

G3 Granulometria média � Cargas ≥ 1 mm: 5%� Cargas ≥ 0,4 mm: 20%� Concentração em volume de cargas ≥

0,08 mm: ≥ 50% do revestimento secoG4 Granulometria fina � Concentração em volume de cargas ≥

0,08 mm: ≥ 35% do revestimento secoUNI (Norma Italiana) – Tradução: Alexandre Britez

Tabela 4 – CATEGORIA DE ESPESSURA (ADAPTADA DA NORMA UNI 8682, 1984)Classificação dimensional Classificação comercial Espessura média convencionalS1 Alta espessura > 2,0 mmS2 Média espessura Entre 1,2 e 2,0 mmS3 Baixa espessura < 1,2 mmUNI (Norma Italiana) – Tradução: Alexandre Britez

Texturas em geral não admitem retoques e requerem juntas como de outros revestimentos

"Ela deverá apresentar pequenaquantidade de resina, ou ser bemdissolvida, caso contrário a pinturacomprometerá ainda mais a per-meabilidade ao vapor desse tipo derevestimento, que costuma ser bai-xa", diz Cavani. Ele explica quequando a textura está comprometi-da por patologias como bolhas oudescolamento, a solução é mais di-fícil. "Isso exige a remoção da textu-ra com o cuidado de não afetar oemboço e a execução de nova textu-ra com o mesmo relevo do restanteantes da aplicação da pintura demaquiagem", explica.

Dessa forma, na maioria dasvezes torna-se necessária a remoçãocompleta da textura de toda a facha-da para tratar a umidade do subs-trato. "Principalmente se a texturafor o grafiato, devido às emendas deexecução", explica a arquiteta Már-cia Lazzarin, instrutora do Senai(Serviço Nacional de AprendizagemIndustrial). Segundo Márcia, a pin-tura também pode ser usada paramudar a cor das fachadas com re-vestimentos plásticos, desde queseja aplicada uma demão de tintabranca primeiro, antes da cor dese-jada. "Isso garante um efeito estéti-co melhor", completa.

Valentina Figueirola

emboço", explica Cavani. Ele apontaa baixa permeabilidade ao vapor dastexturas acrílicas como sendo acausa da principal patologia dessetipo de revestimento, isto é, o desco-lamento e a formação de bolhas."Em hipótese alguma esses revesti-mentos devem ser aplicados sobresubstratos molhados ou sujeitos auma umidade intensa", acrescentaCavani. Em épocas do ano em que aschuvas são mais intensas e freqüen-

tes, é preciso esperar a secagem com-pleta do substrato antes de aplicar atextura acrílica.

ReparosO que fazer se o aspecto do re-

vestimento plástico de uma fachadajá está comprometido com a im-pregnação de sujeira? Segundo Ca-vani, uma saída para recuperar a to-nalidade original, sem descaracteri-zar a textura, é aplicar tinta látex.

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ISOLAMENTO TÉRMICO

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Conforto ambientalPainéis especiais garantem, como telha, divisória ou fechamento, o confortotérmico desejado em edificações especiais

O s conceitos atualmente emprega-dos no mercado de isolamento

térmico das edificações não são novos– foram desenvolvidos na década de1940, nos países de inverno rigoroso,como forma de reduzir os gastos comenergia para aquecimento. Difundi-dos rapidamente por toda a Américado Norte, esses sistemas só passarama ser mais disseminados na Europa nopós-guerra, quando as cidades foramreconstruídas já sob a ótica do isola-mento. Mais tarde, nas décadas de

1970 e 1980, quando o preço do pe-tróleo disparou e o mundo tomouconsciência da necessidade de redu-zir o consumo de energia, o isola-mento térmico passou a ter impor-tância também para as regiões quen-tes, onde os gastos com climatizaçãoeram altos. Enquanto nos países frioso aquecimento e o isolamento térmi-co são questões de sobrevivência noinverno, nos países tropicais a ques-tão é de um maior ou menor confor-to térmico ambiental, sem o uso da

climatização, ou com o uso mais re-duzido possível.

No Brasil, os primeiros produtosisolantes térmicos integrados a ele-mentos construtivos surgiram a partirda década de 1980, inicialmente comas chamadas telhas sanduíche (duaspeças de metal entremeadas por mate-rial isolante), usadas preferencialmen-te para cobertura de edifícios indus-triais. Quase 30 anos depois, a idéia deproteger termicamente as coberturas– sempre um ponto crítico da cons-

Um dos mais novos espaços de convenções do Rio de Janeiro, o Centro Empresarial Cidade Nova é totalmente climatizado, o quedemandou um tratamento especial das fachadas para reduzir o consumo do sistema de ar-condicionado

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trução – já é uma preocupação cons-tante dos bons projetistas de edifíciosindustriais. Nos últimos anos, o Paíspassou a receber uma grande varieda-de desse tipo de produto, tanto paracoberturas quanto para os fechamen-tos laterais, forros e pisos. Apesar deusados prioritariamente em edifica-ções industriais, esses isolantes po-dem acompanhar qualquer tipo deprojeto que priorize o conforto tér-mico ou a redução de gastos com cli-matização, desde residências até asgrandes torres comerciais.

Uma solução para cada projetoDe acordo com o responsável pelo

Laboratório de Conforto Ambiental eSustentabilidade dos Edifícios, do IPT(Instituto de Pesquisas Tecnológicasdo Estado de São Paulo), engenheiroFúlvio Vittorino, o isolamento térmi-co bem projetado pode proporcionarconforto ambiental a edificações dequase todo o País, tornando muitasvezes desnecessários os sistemas declimatização. Mas alerta que tanto te-lhas quanto painéis isolantes térmicosprecisam ser usados com sabedoria,pois não é qualquer tipo de materialou sistema construtivo que vai pro-porcionar o conforto térmico de umaconstrução. "Não existe material bomou ruim, todos têm suas característi-cas e propriedades. Cada caso tem suaespecificidade que precisa ser analisa-da para que o isolamento seja eficaz eviável economicamente", explica Vit-

torino. "Conhecendo as característicasde cada material, o responsável peloprojeto vai ponderar e tomar sua deci-são, ainda na fase de planejamento, demaneira integrada com os demaisprojetos da obra."

O especialista do IPT explica queo ponto de partida para a escolha cor-reta do produto é saber se ele é ade-quado ou não ao clima onde será uti-lizado, e ainda a temperatura externapredominante, a temperatura internadesejada, as fontes internas de calor, aespessura necessária do material paraconseguir a conservação da energiadesejada etc. Só depois de obter essasrespostas é que se começa a analisaroutros aspectos, como os cuidadoscom instalação, proteção contra a en-trada de água no material isolante e,no caso de fechamentos com isolantede material plástico, sua resistência aofogo, e outras características de de-sempenho do produto.

Para as paredes, há uma maior va-riação de produtos do que para os te-lhados. Todos eles são, de maneirageral, constituídos por chapas metáli-cas, de concreto, ou cimentícias, e commiolo de material isolante térmico. Ospainéis são elementos de fechamentomais leves, com isolamento térmico,que dispensam alvenaria. O tipo e aquantidade de isolamento devem seradequados a cada situação. No miolo,tanto podem ser utilizados os mate-riais plásticos, como o poliestireno ouo poliuretano, ou as lãs de vidro, de

rocha e até cerâmica. Os materiaisplásticos são indicados para isolamen-to em temperaturas mais baixas,nunca acima de 80º ou 90ºC, pois sãosuscetíveis à deterioração pela ação docalor. No isolamento de telhados, épreciso evitar o uso desses materiaisplásticos com pintura escura na suaface externa, pois como eles absorvemmuito calor, a superfície pode chegar a100ºC. Todos os plásticos são mais oumenos inflamáveis, com severidadesdiferentes, e podem ser aditivadospara ter um melhor comportamento eresistir ao fogo por mais tempo ou,principalmente, dificultar a propaga-ção da chama. No caso de altas tempe-raturas, é sempre melhor optar pelouso de materiais à base de lãs, queapresentam melhor desempenhonesta situação. Enquanto a lã de vidrosuporta temperaturas da ordem de250ºC, a lã de rocha suporta tempe-raturas mais elevadas e as lãs cerâmi-cas chegam a patamares acima de1.000ºC. Já com relação à umidade, asplacas de poliestireno extrudado e depoliuretano com células fechadas têmum desempenho superior ao das lãs.O poliestireno extrudado praticamen-te não absorve água.

Em geral, os produtos isolantestérmicos tanto podem chegar à obraprontos para uso quanto podem serpreparados no local. É o caso, porexemplo, das telhas zipadas tipo san-duíche, e os painéis destinados ao iso-lamento das câmaras frias ou das cha-

Reformado para os Jogos Pan-americanos do Rio, o Maracanãzinho recebeu painéis sanduíche em toda fachada

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I S O L A M E N T O T É R M I C O

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madas salas limpas, necessárias às in-dústrias farmacêutica e eletrônica.Esses painéis necessitam de um rígidocontrole das emendas, pois, como adiferença térmica entre o interior e oexterior é grande, caso fique algumafresta, por menor que seja, permitirá aentrada da umidade, que vai enchar-car e inutilizar o material isolante.

Ultimamente,começaram a surgirno mercado alguns tipos de painéisisolantes especiais para fachadas deedifícios comerciais, que, por seremmais pesados, fogem um pouco da ló-gica do painel leve. São placas de con-creto, com proteção de lã de vidro oude lã de rocha, que chegam prontaspara colocação na obra. Os fabrican-tes trouxeram o sistema da Europa,onde é muito usado para conservaçãodo calor.

Telhas sanduícheIsolar termicamente uma cober-

tura de qualquer tipo de edifício ésempre uma boa medida para evitar odesconforto térmico. Para Fúlvio Vit-

torino, em um clima predominante-mente quente como é o caso brasilei-ro, todas as alternativas para reduzir atransferência do calor para o interiorda construção são válidas. Segundo oengenheiro, o responsável pelo proje-to pode colocar material isolante tér-mico desde externamente, sobre o te-lhado, quanto sob a cobertura, inter-namente, ou fazer uso de forros iso-lantes, ou ainda utilizar as já difundi-das telhas sanduíche. Leves, poten-cialmente duráveis, e de fácil coloca-ção, essas coberturas oferecem umaboa proteção térmica. Desde que bemcolocadas, requerem pouca manuten-ção. Podem ser pintadas de branco oude cor clara para refletir o calor e,nesse caso, a manutenção se resumiráa uma limpeza periódica. Como omaterial ficará exposto às intempé-ries, a montagem deve ser muito cui-dadosa, principalmente com relaçãoaos furos dos parafusos, para que nãopermitam a infiltração de água dachuva. Além do necessário isolamen-to térmico, essas telhas são usadas

sobre estruturas extremamente del-gadas e leves, o que é excelente nocaso do telhado, elemento que podesignificar uma carga muito grandesobre o edifício. As vantagens queessas telhas oferecem compensamseu custo inicial, mais alto que o deoutras soluções. Atualmente, o mer-cado oferece telhas sanduíche comnúcleos isolantes de plásticos (espu-mas de poliuretano ou de poliestire-no expandido) ou de lãs (de vidro, derocha), de perfil ondulado ou trape-zoidal, pré-pintadas, inclusive na corbranca. Para as grandes superfícies,são usadas as telhas sanduíche zipa-das, fabricadas diretamente na obra.Todos esses produtos já são larga-mente produzidos no Brasil, princi-palmente na região Sudeste, onde aeconomia é mais desenvolvida.

Painéis isolantes "Usados de maneira racional e in-

teligente, os painéis térmicos isolantespropiciam uma construção mais levedo que a alvenaria pesada usual, com avantagem adicional do isolamento tér-mico", afirma o especialista do IPT. Eexplica que a parede pesada de alvena-ria atenua o calor durante o dia, ar-mazenando-o em seu interior, e fazcom que a temperatura interna per-maneça mais elevada à noite. Nas re-giões muito quentes, essa temperaturaambiente, mantida mais constante,pode proporcionar desconforto tér-mico o tempo inteiro. "Nesses climas, aadoção desses painéis nos fechamen-tos propicia edificações leves, e comuma entrada do calor solar reduzida.Durante o dia, os ambientes internosisolados não sofrem com o superaque-cimento, e à noite, acompanhando aqueda da temperatura externa, o inte-rior apresenta uma temperatura agra-dável", explica Fúlvio Vittorino. Masele salienta que o uso incorreto do pai-nel pode estragar uma situação poten-cialmente boa. "O isolamento de umaparede precisa ser muito bem pensadopor conta das nossas condições climá-ticas. Quando se tem um edifício semar-condicionado e com uma área envi-draçada grande, que recebe o sol dofinal da tarde, colocar o isolante térmi-

Leves e de grande durabilidade, as telhas sanduíche recebem lã de rocha ou de vidroou ainda espumas de poliuretano ou de poliestireno no miolo entre duas lâminas

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co do lado de dentro resultará em um"efeito estufa", pois o calor que entrafica retido na edificação. Nas regiõesquentes, as vedações podem ser feitascom o próprio painel isolante. E nasregiões mais amenas, onde a amplitu-de térmica diária é grande,caso se optepelo isolamento térmico, este deve seraplicado o mais externamente possí-vel, deixando para o interior do am-biente as paredes de maior inércia tér-mica. Só que o material precisa ficarbem protegido das intempéries, pois,se absorverem umidade, perdem apropriedade isolante.

Para ambientes que precisemmanter uma temperatura interna per-manentemente baixa e constante, ouseja, sempre inferior à temperaturaexterna, o isolamento térmico é extre-mamente necessário. É o caso daconstrução de câmaras frias, destina-das a armazenar produtos que neces-sitam de conservação sob resfriamen-to, ou de salas limpas, onde a purezado ar e as condições de temperatura,umidade e pressão são controladaspor padrões preestabelecidos. Seu sis-tema de climatização deve ser compa-tibilizado com o isolamento térmico:quanto mais isolado termicamentefor o ambiente, menor será a necessi-dade de climatização. Isso é trabalha-do no projeto até que se consiga che-gar a um nível de relação custo–bene-

fício ótimo. A solução mais adequadapara o fechamento dessas áreas são ospainéis metálicos térmico-isolantesou chapas cimentícias leves, com ma-terial isolante térmico. Como o calortenderá sempre a entrar no ambienteinterno, a solução é envolver toda acasca do edifício com o isolante: co-bertura, paredes, e caso tenha um se-gundo pavimento, pode-se pensarnuma proteção térmica para o piso.Caso não seja feito o isolamento, oambiente poderá ser climatizado, masa máquina de climatização terá de sermuito mais potente e consumirámuito mais energia, o que resultaráem um custo final mais elevado.

Onde isolar, qual produto utilizare quanto de isolamento térmico vai seprecisar são definições feitas em fun-ção de cada projeto, ensina FúlvioVittorino. A atenção, em seguida, vaipara outros aspectos que irão garantiro bom desempenho da edificação,como a forma de fixação dos painéis,sua resistência a intempéries, prote-ção contra umidade, comportamentoem relação ao fogo etc. A ABNT (As-sociação Brasileira de Normas Técni-cas) tem normas específicas para vá-rios dos produtos térmico-isolantes e,além disso, no caso de projeto de edi-fícios comerciais, o Corpo de Bom-beiros de São Paulo tem várias exi-gências e instruções técnicas que in-

formam o desempenho mínimo exi-gido de cada um deles. Caso desobe-deça a algumas dessas instruções, oprojeto não será aprovado. Assim,para a edificação de uma parede, ainstrução técnica do Corpo de Bom-beiros determina o tempo que eladeva resistir a um incêndio, a geraçãode fumaça permitida, sua classifica-ção sob ação do fogo. Cabe ao fabri-cante realizar os ensaios necessários.Com relação ao risco de incêndio, aspróprias seguradoras acabam forçan-do o mercado a oferecer produtoscom bom desempenho, pois fazemmuitas exigências, que, caso não sejamobedecidas, elevam tanto o valor doprêmio que inviabilizam o seguro.

Atualmente, o mercado está ofe-recendo ao setor da construção varia-dos tipos de painéis isolantes, com di-mensões e formatos variados, proje-tados para satisfazer exigências dosmais arrojados projetos de arquitetu-ra e de engenharia. Usados para fe-chamentos, divisórias, forros, pisos efachadas de edifícios, esses painéistêm núcleos isolantes de EPS (polies-tireno expandido), espuma de poliu-retano extrudado, lã de vidro, lã derocha ou lã de cerâmica, revestidospor placas metálicas resistentes à cor-rosão, placas cimentícias sem amian-to ou de concreto leve.

Éride Moura

Arruela de aço

Parafuso

Massacolante

EPS

Lâmina inferiorem alumínio,aço zincado,pintado ougalvanizado

Cumeeiras e junções das coberturas com telhas isolantes requerem um rígido controle de emendas; frestas e entorno de furos dosparafusos de fixação podem permitir infiltrações e danificar o material isolante

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Envie artigo para: [email protected] texto não deve ultrapassar o limitede 15 mil caracteres (com espaço).Fotos devem ser encaminhadasseparadamente em JPG.ARTIGO

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P ara melhorar o desempenho dosrevestimentos de fachadas, proje-

tistas e construtores têm procuradosoluções que minimizem problemascomo fissuração e destacamento, den-tre as quais, a adição de fibras sintéti-cas nas argamassas, pois podem fun-cionar como barreira à propagação defissuras. Dentre as fibras empregadas,destacam-se as de polipropileno, peloseu baixo custo e sua durabilidade namatriz cimentícia.

Apesar do panorama promissor aoemprego das fibras, não se dispõem deinformações precisas quanto às mu-danças necessárias no processo deprodução das argamassas, para que setenha um revestimento adequado àscondições de solicitação. Vários ques-tionamentos podem ser feitos, dentreos quais: qual o melhor método parase adicionar as fibras à argamassa, paraque a mistura seja eficiente? Qual oteor de fibras possível de ser adiciona-do sem comprometer a trabalhabili-dade da argamassa e, por conseqüên-cia, o desempenho do revestimento?

Portanto, antes de se debater opotencial das fibras para a restriçãodas fissuras, é preciso verificar suainfluência na execução do revesti-mento. Nesse contexto, o objetivodeste artigo é discutir como as fibrasafetam as condições de mistura daargamassa e o seu efeito na execuçãodo revestimento.

Revestimentos deargamassa com fibras de polipropileno

Condição de mistura da argamassaA produção da argamassa exige a

mistura adequada dos constituintes, demodo que a pasta envolva a superfíciedos grãos sólidos, resultando em ummaterial homogêneo e de fácil aplica-ção. Essa atividade é crítica na produ-ção do revestimento. Há muitas variá-veis a serem controladas, como o tipode misturador, a ordem de colocação

dos materiais, o volume de produção, aenergia e o tempo de mistura (figura 1).

As fibras são mais uma variáveldesse processo. Sua elevada área super-ficial demanda grande quantidade deágua de molhagem para manter a tra-balhabilidade da argamassa e isso podealterar suas propriedades mecânicas.Acrescente-se ainda o formato alonga-do das fibras que intensifica os conta-tos entre partículas da matriz, quepode resultar em aglomerados de sóli-dos, caso a energia de amassamentonão seja suficiente para vencer o atritoentre os grãos. Portanto, as condiçõesde mistura são determinantes na dis-persão das fibras pela matriz.

Execução do revestimentoPara que se tenha um revestimen-

to compatível com as condições deexposição, determinadas característi-cas são exigidas da argamassa, dentreelas, destaca-se a trabalhabilidade,determinante para a adequada execu-ção do revestimento e, por conse-qüência, em todas as suas proprieda-des mecânicas, principalmente suaresistência de aderência.

Uma argamassa é considerada tra-balhável quando se deixa penetrar fa-cilmente pela colher de pedreiro (semser fluida), mantém-se coesa ao sertransportada, não adere à colher aoser lançada manualmente, distribui-se facilmente e preenche todas as

Rosiany da Paixão SilvaMestre e pesquisadora na Escola

Politécnica da [email protected]

Mercia Maria Semensato Bottura de Barros

Professora da Escola Politécnica da [email protected]

Figura 1 – Mistura manual da areiacom fibras: fricção das duas mãoscontra o volume de material contidoem saco plástico

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reentrâncias da base e não endurecerapidamente quando aplicada.

Como anteriormente discutido, aadição de fibras pode alterar a traba-lhabilidade da argamassa, porque mo-difica a superfície específica da com-posição e a interação entre os mate-riais constituintes. Em certas situa-ções, pode exigir maior energia para aaplicação da argamassa e acabamentoda camada.

A adição de fibras em argamassaspode introduzir outras variáveis aoprocesso de produção dos revestimen-tos, pois muitas fibras são hidrofóbi-cas, apresentam propriedades mecâni-cas e físicas distintas das do agregado ealgumas delas podem levar ao aumen-to do teor de ar incorporado das arga-massas, alterando sobremaneira as ca-racterísticas reológicas da argamassa.

Portanto, analisar as conseqüências daadição de fibras nas condições de mis-tura das argamassas e nas etapas doprocesso de execução do revestimentocom adição de fibras é fundamental,de acordo com o programa experi-mental apresentado a seguir.

Programa experimentalAs características dos materiais

utilizados na produção das argamas-sas são apresentadas na tabela 1.

Avaliação das condições de misturapara a adição de fibras

Utilizou-se uma avaliação qualita-tiva, identificando-se tátil e visualmen-te a ocorrência de concentração de fi-bras na forma de "novelos", a partir dacombinação de diferentes condiçõesde mistura, identificadas na tabela 2.

Tabela 1 – MATERIAIS UTILIZADOS NA PRODUÇÃO DAS ARGAMASSASMateriais empregados CaracterísticasFibras de polipropileno c=6 mm; ∅=25,80 μm; σt = 246,5 MPa; E = 2 GPa;

ξ = 2 mm/mmCal CH IAgregado miúdo areia quartzosaCimento CP II 32Argamassa A5 cimento:cal:areia seca (kg) – 1: 0,401: 7,213Argamassa A30 industrializadaDosagem de água 13,5% ou 14,5% (massa de materiais secos)c = comprimento; ∅ = diâmetro; ξ = alongamento

Tabela 2 – CONDIÇÕES E VARIÁVEIS UTILIZADAS PARA AVALIAÇÃO DAINFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES DE MISTURA, COM TEOR DE FIBRAS DE 3.200 g/m³.Condições Variáveis Procedimentosavaliadas avaliadasEstado molhadas/ As fibras, molhadas ou secas, foram secas adicionadas à areia seca e misturadas em

misturador planetário (5 l), por 180 segundosTipo de manual Fibras secas foram adicionadas à areia seca mistura dentro de saco plástico (figura 1) e misturadas

por 180 segundos, friccionando-se as duas mãos contra o volume de material

mecânica Fibras secas foram adicionadas à areia seca, e misturadas por 180 segundos em misturador planetário

Tipo de betoneira Fibras secas foram adicionadas à areia seca nomisturador (120 l) e misturador mecânico e misturadas por

argamassadeira 180 segundos. Após os 180 segundos, cal e água (60 l) foram adicionadas na mistura e misturadas por

mais 90 segundos

Figura 2 – Produção de revestimentoscom espessura de 2,5 cm: avaliação feitapor pedreiro experiente

Figura 3 – Aspecto da mistura mecânicadas: a) fibras molhadas; b) fibras secas,com areia

Avaliação do efeito das fibras naexecução do revestimento

Para produção dos compósitos (ta-bela 3), foram escolhidos o procedi-mento e o equipamento de mistura quetiveram melhores resultados nas inves-tigações propostas na tabela 2. Após asua produção, os compósitos foramaplicados em bases de alvenaria,por umpedreiro experiente (figura 2), avalian-do-se táctil e visualmente as caracterís-ticas do revestimento resultante.

Apresentação dos resultadosEfeito das condições de mistura

da argamassa com fibras.

FFiibbrraass mmoollhhaaddaass oouu ffiibbrraass sseeccaass??A figura 3 apresenta o resultado da

mistura da fibra molhada (a) e da areiacom fibras secas (b). As fibras de poli-

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A R T I G O

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A R T I G O

Tabela 3 – VARIÁVEIS E PROCEDIMENTOS DE MISTURA UTILIZADOS PARA AAVALIAÇÃO DO EFEITO DAS FIBRAS NA EXECUÇÃO DO REVESTIMENTOArgamassa Teor de fibras g/m³ Procedimento de misturaA5 Ref (0) Fibras e areia secas foram misturadas

700 por 180 segundos. Depois, adicionaram-se 1.350 cal e parte da água, misturando-os 2.000 por 90 segundos (total 270 segundos). 3.200 Após 24 horas, a argamassa

intermediária foi misturada com cimento e o restante da água por mais 200 segundos

A30 Ref (0) Fibras secas e argamassa industrializada550 anidra foram misturadas por 180 segundos.

1.100 Depois, adicionou-se a água total, 1.600 misturando-se por mais 360 segundos2.7005.200

Tabela 4 – RESULTADO DA AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DAS ARGAMASSAS COM FIBRASArgamassa A5 Argamassa A30Percepção do pedreiro:� quando sem fibras é pesada, exigindo grande energia � quando sem fibras a argamassa é muito leve e é necessáriopara o seu lançamento reduzir a energia de aplicação (em relação à A5), caso� com a adição de fibras, a partir de 700 g/m³, "a argamassa contrário, há demasiada reflexãoficou mais leve, mais coesa e mais fácil de comprimir contra � com a adição de fibras, "a argamassa ficou mais encorpada,a parede, com o dorso da colher". Essa característica mais coesa e menos suscetível à força de aplicação"; nointensificava-se à medida que a quantidade de fibra crescia entanto, estas alterações não foram intensas com baixose, segundo o pedreiro, "melhoravam ainda mais teores de fibras. Ficavam mais significativas com o seuas condições de aplicação" aumento gradativoAplicação da argamassa:� operário precisou reduzir a energia de lançamento � a adição de altos teores de fibras (a partir de 1.600 g/m³)para as argamassas com fibras, caso contrário, ocorria resultava em compósitos menos suscetíveis à força deforte reflexão de material aplicação do pedreiro, reduzindo a sua reflexão Coesão:� o aumento da coesão foi percebido para todas as argamassas contendo fibras, independentemente do seu teor. Obteve-seredução da reflexão da argamassa, melhoria da sua adesão inicial ao substrato e aumento da quantidade de argamassa possívelde ser aplicada em uma demãoAperto e espalhamento:� a facilidade de deformação e espalhamento dos compósitos � a partir do teor de fibras de 2.700 g/m³, exigia-se dofoi percebida mesmo com baixos teores de fibras. Com os altos pedreiro maior energia para espalhar e apertar a argamassateores, observavam-se depressões na superfície do revestimento, do que os compósitos com teores inferiorescaso não se controlasse a energia de espalhamentoObservações gerais:� a facilidade de lançamento e espalhamento, observada principalmente na argamassa A5, foi resultante da incorporação de arconferida pelas fibras (figura 9). Para a A30, por já conter elevado teor de ar, a adição de fibras não resultou no mesmocomportamento, pelo contrário, em elevados teores houve maior coesão, exigindo maior energia para a aplicação

propileno aglomeram-se em seu esta-do seco. Adicionando-se água antes damistura com a areia, a aglomeração éintensificada (figura 4), dificultandosua dispersão na matriz. A melhor dis-persão da fibra ocorre com a misturafibra e areia secas, possivelmente emfunção do atrito gerado entre as partí-culas sólidas, o que contribui para a

dispersão das fibras, proporcionandodistribuição mais homogênea.

MMiissttuurraa mmaannuuaall oouu mmeeccâânniiccaa??Os resultados da mistura areia e fi-

bras secas são ilustrados na figura 5: (a)manual e (b) mecânica. A melhor dis-persão ocorre pela mecânica,cuja ener-gia e forma de mistura proporcionam

elevado atrito entre partículas sólidasque supera a força de atração entre fi-bras, dispersando-as pelo agregado.

BBeettoonneeiirraa oouu aarrggaammaassssaaddeeiirraa??A mistura em betoneira resultou

em aglomerados de fibras envoltospela pasta. A argamassadeira propor-cionou completa dispersão das fibras,além de maior homogeneidade damatriz (figura 6).A configuração rota-cional do eixo da argamassadeira e aquantidade das palhetas contribuempara que as fibras sejam uniforme-mente dispersas. O movimento daspás proporciona contatos entre osgrãos sólidos e destes com as paredesinternas do tambor, dispersando osaglomerados. Na betoneira, a ausênciade pás internas ou de qualquer outroelemento que interfira no fluxo domaterial não permite que haja elevadoatrito entre as partículas; portanto,acredita-se que este equipamento demistura seja menos eficiente para adispersão das fibras pela matriz.

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Efeito das fibras na execução dorevestimento a) manuseio da argamassa� durante o transporte e manuseio,os compósitos não apresentaram ex-sudação (segregação de material);� não se verificou dificuldade demanuseio para todos os compósitosA5. Para o A30, o manuseio foi ade-quado até o teor 2.700 g/m³ (figura 7);para o teor de 5.200 g/m³ houve pre-juízo da trabalhabilidade, pois o com-pósito resultou excessivamente coeso,denso e áspero (figura 8).b) aplicação da argamassaA tabela 4 sintetiza os resultados obti-dos.c) sarrafeamento e desempeno� a adição de fibras reduziu o tem-po para o sarrafeamento da arga-massa. Para A5, reduziu de 55 minu-tos para 35 minutos; para A30, de 4horas para 3 horas, independente-mente dos teores de fibras. Acredita-se que a redução do tempo ocorraporque a água utilizada para molha-gem da superfície da fibra seja facil-mente perdida tanto para o substra-to quanto para o meio ambiente;ou seja, a fibra tem baixa retençãode água;� para a A5, observou-se que, quantomais se aumentava o teor de fibras,mais fácil se realizava o corte da su-perfície. Essa facilidade foi observadatambém no momento do desem-peno. Com poucos movimentos cir-culares da desempenadeira, a ativi-dade foi finalizada, sem a necessidadede borrifar água na sua superfície;

Figura 5 – Aspecto da mistura fibras e areia secas: a) manual (b) mecânica

Figura 6 – Aspecto da mistura fibras eargamassa intermediária (cal e areia),utilizando betoneira

Figura 7 – Avaliação do manuseio daargamassa A30 com o teor de fibras de2.700 g/m³: a) passa facilmente pelabisnaga; b) cordões de argamassauniformes

Figura 8 – Avaliação do manuseio daargamassa A30: a) trabalhabilidadeadequada para argamassa com teor defibras de até 2.700 g/m³; b) difícilmanuseio da argamassa com teor defibras de 5.200 g/m³

y = 0,0031x + 5,1284R² = 0,9585

y = 0,0009x + 34,677R² = 0,2228

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00 1.000 2.000 3.000

Fibras (g/m³)

Ar in

corp

orad

o (%

)

A5-13,5A5-14,5

A35-13,5A35-14,5

Figura 9 – Teor de ar das argamassas A5e A30, determinado a partir da NBR13278 (ABNT, 2005), em função do teorde fibras

Figura 10 – Aspecto da argamassa A30 apósa realização do sarrafeamento com régua dealumínio: a) teor de fibras de 1.600 g/m³; b)teor de fibras de 2.700 g/m³

Figura 4 – Aglomerados de fibras de polipropileno retirados da misturaareia–fibras molhadas

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A R T I G O

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� o aumento do teor de fibras na A30dificultou a realização do sarrafeamen-to, o que limitou a adição de fibras ematé 1.100 g/m³. Acima deste teor, as fi-bras eram facilmente arrancadas pelarégua metálica, ocorrendo falhas norevestimento (figura 10). Possivel-mente essa situação tenha ocorrido,porque a fibra não se encontrava trava-da pelos grãos sólidos da argamassa,em função do seu elevado teor de ar;� o compósito A30, a partir da adiçãodo teor de fibras de 1.100 g/m³, apre-sentou dificuldades também no de-sempeno. As falhas resultantes do ar-rancamento das fibras na etapa de sar-rafeamento dificilmente foram elimi-nadas (figura 11).

Diretrizes para o emprego de fibrasem argamassas de revestimentoCondições de mistura

Variando-se as condições de mis-tura,concluiu-se que é possível adicio-nar até cerca de 3.000 g de fibras de po-lipropileno por metro cúbico de arga-massa, tanto para as de baixo teor de arincorporado quanto para elevadosteores de ar, sem que a eficiência damistura seja afetada, desde que sejamobservadas as seguintes condições:� as fibras devem ser misturadas comos materiais anidros da argamassa(fibra mais areia seca para argamassapreparada em obra, e fibra mais arga-massa anidra para argamassa indus-trializada);� tempo mínimo de mistura fibra-material anidro deve ser de 180 se-gundos;�após a mistura fibra+material anidro,

devem ser adicionados os outros consti-tuintes da argamassa, inclusive a água;� mistura do compósito deve sermecânica, com emprego de mistu-rador de eixo horizontal.

Execução do revestimentoO emprego de fibras nas arga-

massas deve ser feito considerando-se as muitas variáveis envolvidas noprocesso de produção do revesti-mento. Foi possível aplicar manual-mente a argamassa A5, com teor defibras de até 3.200 g/m³. As fibras depolipropileno, por terem incorpora-do ar à argamassa, contribuíram pa-ra a melhoria da trabalhabilidade docompósito, facilitando sua aplicaçãoe espalhamento.

Para a argamassa A30 foi possívelproduzir compósitos com o teor de fi-bras de até 2.700 g/m³. Contudo, apartir do teor de 1.100 g/m³, não foipossível sarrafear o revestimento nemdesempená-lo. O elevado teor de arpresente na argamassa possibilita queas fibras sejam facilmente carreadas àsuperfície pela régua metálica, dificul-tando o sarrafeamento. Como conse-qüência, grandes falhas surgem na su-perfície do revestimento recém-pro-duzido, o que dificilmente é elimina-do na etapa de desempeno.

Por fim, chama-se a atenção quan-to ao tempo de início de sarrafeamen-to. A adição de fibras reduziu o tempode espera para que o revestimento co-mece a ser sarrafeado. Essa reduçãopode ser benéfica em alguns casos,masnão naqueles em que as condições am-bientais apresentem-se mais severas.

LEIA MAIS

Fachadas e paredes estãodoentes. Ubiratan Leal. RevistaTéchne 76, julho 2003, pg 48-52.

Projeto de fachada. JulianaNakamura. Revista Téchne 92, novembro de 2004, pg. 44-49.

Projeto e execução derevestimento de argamassa.Luciana Leone Maciel Baía; FernandoHenrique Sabbatini. O nome da Rosa:Col. Primeiros passos da qualidadeno canteiro de obras, 2000.

Guia das argamassas nasconstruções. José Epitácio P.Guimarães; Rubens D. Gomes; MauroA. Seabra. Associação Brasileira dosProdutores de Cal, 2004.

Influência no método de misturana produção de argamassas comfibras. Mercia M.S.B. de Barros;Rosiany da P. Silva; Vanderley M. John.Simpósio Brasileiro de Tecnologia emArgamassas – 7 SBTA, 2007. CD-ROM.

Como garantir uma boa ligaçãoda base com a argamassa.ViníciusAbbate. Revista Téchne 72, março de2003, pg. 38-39.

Argamassa com adição de fibrasde polipropileno – estudo docomportamento reológico emecânico. Rosiany da P. Silva.Dissertação, Escola Politécnica daUSP, 2006. www.teses.usp.br.

NBR 13278 – Argamassa paraassentamento de paredes erevestimento de paredes e tetos –Determinação da densidade demassa e do teor de ar incorporado.Rio de Janeiro, ABNT, 2005.

Figura 11 – Aspecto do revestimento (após o desempeno) produzido com argamassaA30: a) sem fibras; b) teor de fibras de 550g/m³ após borrifar água; c) teor de fibrasde 2.700 g/m³ após borrifar água e aumentar a energia de desempeno

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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TELHASCoberturas de grandesextensões e pequenasinclinações são resolvidas com aTelha Zipada LR-ZIP 53, daPerfilor. Com ela, a cobertura éfeita de forma contínua, poruma "costura" que não deixafrestas entre os perfis edispensa o uso de parafusos oufitas de vedação.Perfilor(11) 3065-3400www.perfilor.com.br

ACABAMENTOS

PUXADORESA Aplic Line, da Altero, é umalinha de suportes coláveis parapuxadores, que evitam que osparafusos "atravessem" portas e apareçam do outro lado. Oproduto está disponível emformato redondo ou quadrado e, segundo o fabricante, à peçapodem ser fixados puxadores de qualquer tamanho.Altero(51) 3559-1000www.alterodesign.com.br

REVESTIMENTOIndicado para uso em fachadasinternas e externas, osrevestimentos cerâmicos Atlaspossuem tamanho de 1,5 cm x1,5 cm. Seu índice de absorçãode água é menor do que 0,5% eo índice de expansão porumidade é menor do que 0,6 mm/m.Atlas(19) 3673-9600www.ceratlas.com.br

CANTEIRO DE OBRA

SINALIZAÇÃOA Day Brasil oferece uma vastalinha de acessórios parasegurança, organização econtrole e materiais para acomunicação visual do canteiro.Com atuação nacional, possuicentros de distribuição em noveEstados brasileiros.Day Brasil(11) 3613-7744www.daybrasil.com.br

VERNIZA Akzo Nobel Tintas Industriaiscriou, em seu Laboratório dePesquisa e Desenvolvimento, oVerniz UV Vítreo, que apresentaalta resistência a riscos e éindicado para madeirassubmetidas a maioresdesgastes. O produto apresenta-se nas versões alto brilho,acetinado e fosco.Akzo Nobel(11) 6465-6011www.akzonobel-ti.com.br

EPSAs placas de EPS daTermotécnica seguem asespecificações da norma NBR11752 revisada. Disponíveis em várias espessuras,proporcionam grandeisolamento térmico e são 100% recicláveis.Termotécnica(47) 3451-2603www.termotecnica.ind.br

COBERTURA, IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO

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COBERTURA, IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO

MASSAIMPERMEABILIZANTE Isola Água, da Ceramfix, é umimpermeabilizante semiflexívelindicado para isolar umidade emsuperfícies de alvenaria eestruturas de concreto semproblemas estruturais. Segundoo fabricante, o produto não é indicado para uso em juntasde dilatação.Ceramfix0800-7045049www.ceramfix.com.br

IMPERMEABILIZANTEACRÍLICO O Via Flex Parede da Viapol é umrevestimentoimpermeabilizante acrílico que,segundo o fabricante, possuielasticidade e flexibilidade, comgrande resistência àlavabilidade. Desempenha opapel de selador na primeirademão e impermeabilizador nasegunda demão. O acabamentoé feito a partir da terceirademão como pinturaconvencional. Viapol(11) 2107-3400www.viapol.com.br

MANTA ASFÁLTICA Sika Manta é uma mantaasfáltica pré-fabricada, à basede asfaltos policondensados,estruturada com polietileno dealta resistência. Apresentagrande impermeabilidade,flexibilidade e aderência. Podeser armazenada por até 12meses nas embalagens originaise intactas.Sika(11 3687-4680www.sika.com.br

CONCRETO ECOMPONENTES PARA A ESTRUTURA

SÍLICA ATIVACauê Silmix é a sílica ativa que garante durabilidadesuperior e confere maiorimpermeabilidade e resistênciaa argamassas e concretos dealto desempenho. Utilizado em obras de grande porte, o produto oferece resistênciamecânica química e à abrasão. Cauê0800-7039003www.caue.com.br

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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CONDUTOR FLEXÍVELFormado com condutores decobre nu e têmpera mole, ocabo flexível Lousaflex 750 V, da Lousano, possui isolamentode composto termoplástico de PVC. O material apresentacaracterísticas de não-propagação e auto-extinção do fogo.Lousano(11) 2145-6000www.lousano.com.br

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES

FIOS ELÉTRICOSO Cabo Flexível SILBrasileirinho é indicado comocondutor de proteção eminstalações elétricas. O produtotem a finalidade de ajudar naproteção contra sobrecargas,curtos-circuitos e choqueselétricos e pode ser encontradonas seções nominais que vão de1,5 mm² a 6 mm².Sil(11) 6488-2000www.sil.com.br

ESTRUTURAS E PEÇAS METÁLICAS

ESTRUTURASMETÁLICASA Metalenge coloca àdisposição do cliente seussistemas de pavilhões pré-fabricados. Segundo a empresa,isso possibilita a produçãopadronizada e em série, com aredução de custos, tempo deexecução na obra e maiorcontrole de qualidade.Metalenge(48) 3525-0457www.metalenge.com.br

CHAPAS METÁLICASA Permetal atua na fabricaçãode chapas perfuradas eexpandidas desde 1958. Sualinha de chapas perfuradas eexpandidas é composta por uma grande variedade de itensaplicáveis às mais variadasnecessidades para arquitetura,construção civil, decoração,entre outros.Permetal(11) 6823-9222www.permetal.com.br

INSTALAÇÕESELÉTRICAS ETELECOMUNICAÇÕES

CABEAMENTO PARADADOSSolução integral paradistribuição de energia, voz,dados e imagens, a DLPEvolutiva da Pial Legrand possuitampa flexível. A solução,segundo o fabricante, simplificae torna as instalações maisrápidas. Dispensa o corte datampa nos cotovelosproporcionando uma melhorestética e menor tempo de execução.Pial Legrand0800-118008www.legrand.com.br

CONCRETO ECOMPONENTES PARA A ESTRUTURA

LAJESA Maxi Lajes fabrica lajes epainéis treliçados e temcapacidade produtiva diária de1.700 m². A empresa prestaassessoria a seus clientes desdea conferência das medidas in loco à vistoria antes daconcretagem das lajes.Maxi Lajes(12) 3621-2021www.maxilajes.com.br

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BARRAMENTOO sistema Mini-Way, daComsystel, é um barramento outrilho eletrificado sem fio. Podeser aplicado em instalações comgrande quantidade de pontos depequena potência, comosupermercados, shoppingscenters e outrosestabelecimentos comerciais e industriais.(11) [email protected] www.comsystel.com.br

INSTALAÇÕESHIDRÁULICAS

COLETOR SOLAR O Chuveiro Solar Popsol daSoletrol é um sistema integrado,no qual o coletor solar e oreservatório térmico são umapeça única ligada diretamente aum chuveiro elétrico de baixapotência. Em termoplástico ecom capacidade para 125 l deágua, toda área do Popsol estáexposta para captação daradiação solar.Soletrol0800-112274www.soletrol.com.br

INSTALAÇÕESELÉTRICAS ETELECOMUNICAÇÕES

INSTALAÇÕESHIDRÁULICAS

AQUECEDORES A GÁSOs aquecedores a gás Lorenzettipermitem que se escolha atemperatura por meio do duplosistema de regulagem. Pelachama, é possível economizargás nos dias quentes, e pelaágua, economizar água nos dias frios.Lorenzetti0800-0160211www.lorenzetti.com.br

JANELAS, PORTASE VIDROS

ESQUADRIASA linha de portas e janelasprontas para instalar daSasazaki proporcionameconomia de tempo e mão-de-obra.Fabricadas com açoespecial com adição de cobre,dispensam pintor, tinta, vidro e vidraceiro.Sasazaki(14) 3402-9922www.sasazaki.com.br

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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PÁ-CARREGADEIRAA pá-carregadeira 521D, daCase, foi projetada paraaumentar a produtividade emqualquer condição de trabalho,como usinas de concreto,cerâmica, portos de areia,terraplanagem etc. Suacaçamba de 1,53 m³ possuiforça de desagregação de 9,1 t.Casewww.casece.com

MÁQUINAS,EQUIPAMENTOS EFERRAMENTAS

VEDAÇÕES, PAREDES E DIVISÓRIAS

GESSOA Gesso Maia oferece serviçosde instalação de forros em gessoacartonado estruturado earamado, forros de gessoconvencionais, divisórias emdrywall e blocos de gesso e derevestimento interno de parede. Gesso Maia(41) 3033-4455www.gessomaia.com.br

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OBRA ABERTA

Projetos Brasileiros –Casos Reais deGerenciamentoPaul Campbell Dinsmore,Américo Pinto, AdrieneCavalieri, Margareth F. SantosCarneiro e colaboradores278 páginasBrasport Livros e MultimídiaFone: (21) 2568-1415www.brasport.com.brMotivado pela necessidadede disponibilizar ao meiotécnico referências sobrecasos empresariaisoriginados em empresasnacionais, a publicaçãocontou com a colaboração deprofissionais diversos. Assim,reúne diversos casosnacionais – de sucesso einsucesso – na área deprojetos. O livro se organiza apartir do agrupamento emtemas centrais dos casosapresentados, sendo eles:gestão de portfólio;gerenciamento de escopo,tempo, custo, qualidade;gerenciamento de recursoshumanos; gerenciamento decomunicação; gerenciamentode risco; e gerenciamento de contratos.

Livros

Elementar ArquiteturaFlávia Ralston136 páginasEditora Victoria Bookswww.victoriabooks.com.brComo não poderia deixar deser, o livro aborda variadassoluções arquitetônicas queremetem aos elementos danatureza. Assim, cada capítuloganha o nome de umelemento, como ar, luz, água,madeira, terra, pedra, metalou fogo. Neles são destacadas50 das mais de 215 obras eaproximadamente 100projetos realizados pelaarquiteta, que está ematividade há duas décadas. Os projetos mostrados no livrosão obras residenciais quevêm acompanhadas decomentários e depoimentosde clientes e parceiros detrabalho da autora.

Inspeção Predial *Ibape-SP (Instituto Brasileirode Avaliações e Perícias deEngenharia de São Paulo)256 páginasLivraria e Editora Universitáriade DireitoVendas pelo portalwww.piniweb.com.brNo total, são 22 os autoresque assinam essa publicaçãoencabeçada pelo Ibape-SP e subintitulada "Check-upPredial: Guia da BoaManutenção". Sua produçãofoi motivada pela verificação,por parte dos autores, de quegrande parte dos problemasexistentes nas edificaçõespoderia ser evitada cominspeções e manutençõesperiódicas. Aborda os temasrelativos às anomalias maiscomuns verificadas emedificações e descreve asfinalidades e composições dossistemas construtivos.Didático e bem estruturado, olivro apresenta desde asanomalias até asresponsabilidades legais,incluindo até definiçõespráticas e dicas e curiosidadessobre inspeção e manutenção.

DimensionamentoHumano para EspaçosInteriores *Julius Panero e Martin Zelnik320 páginasEditorial Gustavo GiliVendas pelo portalwww.piniweb.com.brA antropometria – ou estudodas medidas do corpo humanoem base comparativa – seaplica em projetos onde existainteração entre sereshumanos e os elementos quecompõem os espaçosinteriores. Busca ser umaferramenta referencial para oprofissional envolvido complanejamento físico edetalhamento de interiores,mas afirma que os dadosantropométricos nãosubstituem um bom projetoou qualquer análise crítica. O livro apresenta, primeiro, a dimensão humana, incluindoa teoria antropométrica e a aplicação dos dados. Dizcomo aplicá-los a idosos edeficientes e a toda a gama de tipologias físicas humanas.Um dos capítulos, repleto de ilustrações e dimensões,aborda os mais variadosespaços físicos, comoescritórios e espaços públicos.

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Manual Técnico deAditivos para Concretos e Argamassas118 páginasVedacit/Otto Baumgartwww.vedacit.com.brAlém de um catálogo dosaditivos para concreto eargamassa fornecidos pelaVedacit, essa quinta edição domanual técnico traz um brevehistórico do concreto, comdefinições, composição,componentes e tipos decimento. Após essa parteinicial, os produtos estãodivididos de acordo com suasfunções. Sendo assim, oscapítulos concentram osaditivos plastificantes,superplastificantes,incorporadores de ar,retardadores, aceleradores,impermeabilizantes epolímeros, além de aditivospara argamassas e produtoscomplementares. Cada umdesses capítulos conta comuma apresentação técnica quetraz a forma de atuação e afunção dos aditivos,explicando o que ocorre com o concreto na presença dos produtos.

Manual Técnico 2007 –Denver Impermeabilizantes162 páginasDenver ImpermeabilizantesFone: (11) 4741-6000 (SãoPaulo) ou 0800-7701604(outras regiões)www.denverimper.com.brAs principais dúvidas sobreespecificação e uso dosprodutos da Denver podem sersanadas por esse ManualTécnico, que é voltado aprojetistas, especificadores,compradores, aplicadores efiscais. A série Dicas, queantecede o índice, foielaborada a partir dasconsultas mais comuns que aempresa recebe, e divide-seem: dicas gerais, dicas decamadas intermediárias eproteções mecânicas e dicasde preparo da superfície. Cada um dos produtos éapresentado a partir de suadescrição, versões fornecidas,aplicações possíveis,vantagens, normalizaçãopertinente e propriedadesgerais. Informaçõesdetalhadas continuamdisponíveis no Boletim Técnicode cada produto, no site daempresa ou solicitadas viacentral de atendimento.

Introdução ao Uso do Açona ConstruçãoFone: (21) 2141-0001www.cbca-ibs.org.brPara divulgar a construção emaço, o CBCA (Centro Brasileiroda Construção em Aço)desenvolveu um curso àdistância para apresentar ascaracterísticas do material eas possibilidades de aplicação.Aborda desde a fabricação doaço e de estruturas até ossistemas estruturais, tipos deperfis e ligações, lajes,vedações e proteção dasestruturas, além de trazerexemplos de obras ecomparativos de custos. Foielaborado pelo arquitetoSidnei Palatnik e está divididoem dez módulos, a seremestudados em dez semanas. O próprio arquiteto fica àdisposição dos alunos parasanar dúvidas sempre quenecessário. Ao participar de80% das atividades propostas,o aluno recebe um certificadode participação.

Co-ProcessamentoFone: 0800-0555776ABCP (Associação Brasileira do Cimento Portland) e Snic(Sindicato Nacional daIndústria do Cimento)www.abcp.org.br ewww.snic.org.brA indústria nacional docimento aposta no co-processamento de resíduosoriundos de outras indústriaspara minimizar os impactosque provocariam, caso fossemdispostos de formainadequada na natureza. Esse CD traz um vídeo deaproximadamente oitominutos, apresentado porWilliam Waack, que demonstracomo as cimenteirasaproveitam esses resíduos na produção do clínquer, amatéria-prima do cimento.Intitulado Co-Processamento– Contribuição efetiva daindústria do cimento para asustentabilidade, o vídeo podeser obtido por meio dotelefone 0800-0555776 ou do e-mail [email protected]

Cursos CD-ROM

* Vendas PINIFone: 4001-6400 (nas principais cidades) ou 0800-5966400 (nasdemais cidades) www.LojaPINI.com.br

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Seminários econferências5 a 9/11/0714o CobreapSalvadorA 14a edição do Congresso Brasileiro deEngenharia de Avaliações e Períciasmanterá a tradição de divulgarconhecimentos e técnicas da área etambém abordará o relacionamento coma sociedade e com as entidades einstituições. Serão debatidas propostas deações corporativas de divulgação e devalorização das especialidades junto aopúblico externo.Fone: (71) 2102-6611E-mail: [email protected]

5 a 7/11/2007Latingalva – Congresso Latino-Americano de GalvanizaçãoSão PauloO ICZ (Instituto de Metais Não Ferrosos)organiza o evento, que reunirá profissionaisdo setor de galvanização, engenheiros daconstrução, fornecedores, representantesde órgãos públicos, arquitetos, químicosentre outros. A intenção é o intercâmbio deinformações tecnológicas sobre os maisvariados aspectos da galvanização,envolvendo produção, comercialização,desenvolvimento sustentável e meio ambiente.Fone: (11) 3214-1311E-mail: [email protected]/latingalva

8 e 9/11/2007Fire Design of Concrete Structures –from materials modelling tostructural performanceCoimbra (Portugal)Realizado pela Universidade de Coimbra,reunirá renomados especialistas parapartilhar idéias e conhecimentos docomportamento de estruturas e do

concreto expostos ao fogo.Fone: 351 239797245E-mail: [email protected]://fib2007.dec.uc.pt

12 a 14/11/20074o Encontro Nacional e II EncontroLatino-Americano sobre Edificaçõese Comunidades SustentáveisCampo GrandeA Antac (Associação Nacional deTecnologia do Ambiente Construído)promove o encontro para discutiralternativas que minimizam impactosnegativos que a prática da construçãovem provocando no ambiente. O tema doevento é "Construindo amultidisciplinaridade na ação". www.elecs2007.com

19 a 21/11/200713o CBENC – Congresso Brasileiro deEngenheiros CivisFortalezaO 13o CBENC reunirá profissionais eestudantes de engenharia civil com oobjetivo de analisar e debater realizaçõese potenciais dos diversos segmentos da área.Fone: (85) 3261-1111E-mail: [email protected]

22 e 23/11/20072o Congresso Nacional deArgamassas de ConstruçãoLisboa O congresso reunirá fabricantes,pesquisadores, projetistas e demaisprofissionais do setor de argamassas paradebater as atuais tendências e odesenvolvimento de novos produtos.Haverá a apresentação de trabalhoslusitanos da área. Especialistas de Angola,Brasil, Moçambique, Espanha, França eAlemanha estarão [email protected] www.apfac.pt

9 a 12/12/2007Comat 2007 – IV ConferênciaInternacional em Ciência eTecnologia de Materiais CompósitosRio de JaneiroO evento discutirá pesquisas e aplicaçõesde materiais compósitos nos países daAmérica Latina.E-mail: [email protected]

Feiras e Exposições24 a 26/10/2007Abrafati 2007São PauloA décima edição do evento mobiliza acadeia de produção e distribuição detintas para a Exposição Internacional deFornecedores para Tintas e o CongressoInternacional de Tintas. E-mail: [email protected]

25 a 28/10/2007Construsul Acabamento e IluminaçãoPorto AlegreA feira, um dos maiores encontros denegócios da região Sul, reunirá indústriasde acabamento, revestimento e iluminação.Fone: (51) 3347-8787www.feiraconstrusul.com.br

13 a 17/11/2007Construir 2007 – Feira Internacional daConstrução, Engenharia e ArquiteturaRio de JaneiroA Construir reunirá empresas eprofissionais do setor de construção detodo o País.Fone: (21) 2178-2315www.feiraconstruir.com.br

Cursos e Treinamentos5 e 6/11/2007Revestimento de argamassa ecerâmico

AGENDA

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São PauloRealizado pela Inovatec ConsultoresAssociados, o curso detalha a execuçãodos revestimentos de argamassa ecerâmicos em obras de grande porte.Serão apresentados desde os cuidadoscom a logística da obra até a aplicaçãofinal dos materiais.Fone: (11) 3644-3038www.inovatecconsultores.com.br

12 e 13/11/2007Arquitetura e Hospitais, Clínicas eLaboratóriosMaceióO curso analisa a metodologia do projetoarquitetônico hospitalar, estabeleceprocessos e métodos dedimensionamento do edifício, do setor deADT (Apoio ao Diagnóstico e Terapia) edas instalações e dos custos hospitalares.Fone: (11) 2626-0101www.aeacursos.com.br

22/11/2007Gerenciamento de Riscos de NaturezaTributária no Setor ImobiliárioSão PauloO curso instruirá sobre os riscos denatureza tributária envolvidos nosnegócios imobiliários. Haverá destaquepara a tributação específica da construçãocivil, a responsabilidade solidária e asubstituição tributária.Fone: (11) 3334-5600E-mail: [email protected]

29/11/2007Treinamento Teórico e Prático:Tecnologias de ImpermeabilizaçãoTamboré (SP)Oferecido gratuitamente pela LwartProasfar Química, empresa especializadaem impermeabilizantes, trata de patologias,produtos e suas diversas aplicações,discutindo projetos e comparativo decustos, o código civil e sanitário e casos deobras, entre outros temas.Fone: 0800-7274343E-mail: [email protected]

30/11 e 1o/12/2007Conforto Térmico das EdificaçõesSão PauloO curso abordará os fundamentos da

adequação da arquitetura ao clima,principalmente na decisão de questõessobre conforto térmico, determinação dacarga térmica global dos ambientes,avaliação dos potenciais de resolução dosproblemas térmicos por meio deestratégias passivas de projeto, diretrizespara dimensionamento correto da cargatérmica de ar-condicionado e ventilaçãomecânica (quando necessárias) e,evidentemente, a avaliação das exigênciashumanas e funcionais para conforto deverão e inverno avaliadas por meioobjetivo de índices de conforto.Fone: (11) [email protected]

4 a 7/12/2007Tudo sobre a Lei 8.666 e ResoluçõesSistema Crea/Confea São PauloA AEA (Academia de Engenharia eArquitetura) realiza curso cominformações atualizadas de projeto básicoe executivo, elaboração de orçamento,editais/convite, execução, gestão efiscalização de obras e serviços deengenharia – conforme resoluções e atosdo sistema Crea/Confea.Fone: (11) [email protected]

6/12/2007Gestão Tributária na ConstruçãoCivil – Incluindo o Super Simples naConstrução CivilSão PauloO curso oferecerá metodologia detrabalho para administrar a vidaempresarial com o menor custo fiscalpossível e dentro da licitude que oordenamento jurídico permite.Fone: (11) 3334-5600E-mail: [email protected]

6 e 7/12/2007VII Workshop Brasileiro de Gestãodo Processo de Projetos naConstrução de EdifíciosCuritibaO encontro é realizado pelo Cesec(Centro de Estudos de Engenharia CivilProfessor Inaldo Ayres Vieira) da UFPR

(Universidade Federal do Paraná) e tema proposta de colocar em questão adiscussão científica entre as linhas depesquisa relacionadas à gestão doprocesso de projeto de edifícios e asexperiências desenvolvidas nomercado. Para isso, convidapesquisadores, acadêmicos eprofissionais envolvidos na Indústria da Construção Civil.www.cesec.ufpr.br/workshop2007

6 e 7/12/2007Estruturas e Fachadas em Pré-moldadosBrasíliaO curso irá fornecer parâmetros para oprojeto e montagem de estruturas pré-moldadas e painéis arquitetônicos defachadas.Fone: (11) [email protected]

Gestão de construções metálicas8 a 15/12/2007São PauloAbrange aspectos da gestão e dafiscalização de projetos, de fabricação,de logística e da montagem deestruturas de aço.Fone: (11) 3816-6597www.abcem.org.br

10 a 14/12/2007Instalação de Sistemas DrywallSão PauloO Centro de Treinamento Senai e a Knaufoferecem curso de capacitação deinstaladores.Fone: (11) 6191-6176www.knauf.com.br

ConcursosInscrições até 20/12/20071o Prêmio Valmex Structure 2007 –Mehler TexnologiesA Mehler Texnologies GmbH escolheráo melhor projeto que utiliza estruturastensionadas que se destaquem eoferecerá uma viagem à Fulda(Alemanha) para conhecer a fábricada Mehler.Fone: (11) 4153-5853www.tecnostaff.com.br

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COMO CONSTRUIR

Atualmente o material mais co-mum para execução de imper-

meabilização de lajes é a manta asfál-tica. Dispomos no mercado de diver-sos tipos de manta variando sua com-posição, espessura e tipo de estrutura.

Esses fatores influem diretamenteno seu desempenho. As mantas asfál-ticas devem atender à norma brasilei-ra NBR-9952/07 da ABNT.

É importante levar em conta as di-mensões da área a ser impermeabiliza-da e tipo de estrutura, de modo a per-mitir a escolha do tipo de manta maisadequado para cada caso. Tambémdeve-se levar em conta a vida útil dese-jada para o sistema, pois em funçãodesta e do tamanho da área é recomen-dável a utilização de dupla camada.

Esses fatores normalmente sãodefinidos no projeto de imper-meabilização, que é orientado pelaNBR-9575/03.

Basicamente, a aplicação da mantaasfáltica pode ser feita por colagemcom asfalto quente ou a maçarico.

Etapas de execuçãoRReegguullaarriizzaaççããoo ddaa ssuuppeerrffíícciiee

Após limpeza adequada da super-fície e preparação das mestras, execu-ta-se a regularização com argamassade cimento e areia (fotos 1 a 4), traço1:3 + adesivo acrílico (10%) na águade amassamento. A mesma deveráapresentar caimento de 1% nas áreasexternas e 0,5% nas áreas internas. Asuperfície a ser regularizada deve sermolhada previamente com água eadesivo acrílico.

Impermeabilização com manta asfáltica

Virginia [email protected] da consultoria deimpermeabilização da Proassp

Foto 1 – Molhar a superfície com águae adesivo acrílico

Foto 2 – Espalhar a mistura

Foto 3 – Execução da argamassa Foto 4 – Sarrafeamento

Foto 5 – Superfície após a imprimação Foto 6 – Asfalto para aderência de manta

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IImmpprriimmaaççããooApós regularizar a superfície, deve-

se aguardar a secagem (no mínimo 48horas) e, em seguida, fazer a imprima-ção da área utilizando primer forneci-do pelo fabricante com consumo apro-ximado de 0,5 l/m3 (foto 5).

AApplliiccaaççããoo ddee mmaannttaa aaddeerriiddaa ccoomm aassffaallttooApós a completa secagem do pri-

mer, deve-se fixar a manta asfálticaaderida com asfalto oxidado a quen-te (3 kg/m3)(fotos 6 e 7). Nas emen-das, as mantas deverão ser sobrepos-tas em 10 cm.

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C O M O C O N S T R U I R

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AApplliiccaaççããoo ddee mmaannttaa aassffáállttiiccaa aaddeerriiddaa aa mmaaççaarriiccoo

Após a completa secagem do pri-mer, colar a manta com o uso de ma-çarico (fotos 8 a 10). As emendas de-verão ter sobreposição de 10 cm. Nocaso de aplicação de manta dupla,essas deverão ser aplicadas no mes-mo sentido, com emendas defasadas.

Foto 9 – Preparação da manta paraaplicação da segunda camada

Foto 10 – Emendas defasadas Foto 11 – Teste de lâmina d'água Foto 12 – Colocação da camadaseparadora sobre a manta

Foto 13 – Execução de proteção mecânicaem quadros

Foto 14 – Junta entre quadros Foto 15 – Proteção mecânica em quadros

Foto 16 – Detalhe da colocação deisolamento na tela soldada paraposterior concretagem do pavimento

Foto 17 – Vista da proteção mecânicapara trânsito pesado após a execuçãodos quadros

Foto 7 – Manta aderida com asfalto comdupla camada com emendas defasadas

Foto 8 – Aplicação de manta aderida a maçarico

TTeessttee ddee llââmmiinnaa dd''áágguuaaDe acordo com a NBR 9575/03

– Impermeabilização – Seleção eProjeto, após a conclusão da im-permeabilização, deve-se fazer oteste de lâmina d'água, por um pe-ríodo de 72 horas, para posteriorverificação da estanqueidade daimpermeabilização (foto 11).

CCaammaaddaa sseeppaarraaddoorraaSobre a impermeabilização, colo-

car camada separadora composta porpapel kraft, filme de polietileno ou si-milar (foto 12).

TTrrâânnssiittoo nnoorrmmaallNesse caso, executa-se uma argamas-

sa de cimento e areia com traço 1:4. De-verá ser prevista a execução de juntas lon-gitudinais (mínimo 1,50 m x 1,50 m) etransversais na argamassa (fotos 13 a 15).

TTrrâânnssiittoo ppeessaaddoo Executa-se uma camada de con-

creto, com espessura mínima de 7 cm,estruturada com tela soldada. Deveráser prevista a execução de juntas de re-tração (quadros com dimensão míni-ma de 4 m x 4 m) e dilatação (perime-trais) (fotos 16 e 17).

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