techne 119

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a revista do engenheiro civil techne téchne 119 fevereiro 2007 www.revistatechne.com.br IPT apoio Edição 119 ano 15 fevereiro de 2007 R$ 23,00 Salvador Shopping Avaliação de estruturas Protensão Painéis de fachada Reforço de alvenaria Lençol freático Retração de alvenaria COMO CONSTRUIR Reforço de alvenarias Salvador Shopping usa tecnologias combinadas em favor da leveza e da rapidez Construção mista Construção mista FACHADAS Painéis arquitetônicos INSPEÇÃO DE ESTRUTURAS Check-list predial PROTENSÃO Aderente e não-aderente FACHADAS Painéis arquitetônicos INSPEÇÃO DE ESTRUTURAS Check-list predial PROTENSÃO Aderente e não-aderente capa tech 119x.qxd 5/2/2007 18:03 Page 1

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‘a revista do engenheiro civil

techne

téchne119 fevereiro

2007

www.revistatechne.com.br

IPTapoio

Edição 119 ano 15 fevereiro de 2007 R$ 23,00

Salvador Shopping■

Avaliação de estruturas■

Protensão■

Painéis de fachada■

Reforço de alvenaria■

Lençol freático■

Retração de alvenaria

COMO CONSTRUIR

Reforço dealvenarias

Salvador Shopping usa tecnologias combinadas em favor da leveza e da rapidez

Construção mistaConstrução mista

FACHADAS

Painéis arquitetônicos

INSPEÇÃO DE ESTRUTURAS

Check-list predial

PROTENSÃO

Aderente e não-aderente

FACHADAS

Painéis arquitetônicos

INSPEÇÃO DE ESTRUTURAS

Check-list predial

PROTENSÃO

Aderente e não-aderente

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SUMÁRIO

SEÇÕESEditorial 2Web 6Cartas 7Área Construída 8Índices 14IPT Responde 16Carreira 18Melhores Práticas 20P&T 56Obra Aberta 62Agenda 66

CapaLayout: Lucia LopesFoto: Marcelo Scandaroli

ENTREVISTATécnica de mercadoAntonio Carlos Zorzi, diretor técnico da

Cyrela, fala dos desafios da indústriaimobiliária e da coordenação de obras

36

22

CAPASoluções combinadasAs obras do Salvador Shopping, um

grande complexo com boassoluções de alvenaria, estruturasmetálicas e pré-moldados

26 ESTRUTURASInspeção de rotinaVeja o roteiro de procedimentos de

inspeção de edificações propostopela Abece

30 PROTENSÃOForça aplicadaConheça os diferentes métodos de

protensão e quando recorrer aessa técnica

44 PRÉ-MOLDADOSFachadas prontasConheça as empresas que

oferecem painéis arquitetônicosde fachada

48 FUNDAÇÕES Rebaixamento seguroTrês técnicas para rebaixar lençóis

freáticos em obras de fundações

52 ARTIGORetração em alvenaria estruturalO pesquisador Guilherme Aris Parsekian

dá dicas para evitar patologias

69 COMO CONSTRUIRReforço de alvenaria com treliça

plana de açoComo reforçar paredes de alvenaria

de blocos com treliças planasFoto

s: M

arce

lo S

cand

arol

i

sumario 119.qxd 1/2/2007 15:05 Page 1

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EDITORIAL

2 TÉCHNE 119 | FEVEREIRO DE 2007

Oacidente na Linha 4 do Metrô de São Paulo que tragicamente

matou sete pessoas abalou a engenharia civil brasileira. E para

acentuar o quadro, nos dias que se seguiram ao fato, o setor foi

ainda mais atingido com variadas especulações sobre as causas do

acidente – uma prática infeliz, mas recorrente em episódios do

gênero, que esbarra em limites éticos e de responsabilidade

profissional. É natural que um acidente de tais proporções crie

forte demanda por informações. Debates sobre a redução de riscos,

a melhoria da qualidade e as técnicas envolvidas nas obras

subterrâneas são bem-vindos e necessários. Apontar

prematuramente as causas do acidente, entretanto, é subestimar a

engenharia nacional. É ignorar a complexidade técnica envolvida

em uma obra desse porte e os métodos periciais que vão

identificar, de fato, as falhas que ocasionaram o desabamento. É

por esse motivo que Téchne não irá especular. Aguardaremos o

laudo do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de

São Paulo), para quem a missão foi sabiamente confiada. Será a

partir desse documento – não divulgado até o fechamento desta

edição – que vamos debater, do ponto de vista técnico, as causas

diretas do desabamento e ampliar também a discussão sobre

supostas causas indiretas, como as formas de contratação de obras

públicas.Afinal, ocorrências dessa natureza obrigam o setor a se

repensar não apenas do ponto de vista técnico, mas também em

relação aos seus valores básicos e procedimentos de gestão.

Precisamos debater, por exemplo, a falsa idéia corrente na sociedade

de que a engenharia civil é uma ciência exata, desvinculada das

condicionantes de custo e prazo impostas pelos contratantes.

Registramos aqui nosso compromisso de não esquecer o assunto.

Afinal, a nossa engenharia tem obrigação de aprender com seus

erros – sejam técnicos, contratuais, econômicos ou até políticos. De

forma aberta, franca e sem traços de corporativismo.

Aprendizado necessário VEJA EM AU

� Entrevista: JorgeKönigsberger e GianfrancoVannucchi

� Internacional: tudo sobre asestratégias de conservaçãode energia da AssembléiaNacional do País de Gales

VEJA EM CONSTRUÇÃOMERCADO

� Gestão de projetos� Entrevista:

Mailson da Nóbrega� Custo comparado:

tela soldada X vergalhão

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EDITORIAL

4 TÉCHNE 119 | FEVEREIRO DE 2007

Oacidente na Linha 4 do Metrô de São Paulo que tragicamente

matou sete pessoas abalou a engenharia civil brasileira. E para

acentuar o quadro, nos dias que se seguiram ao fato, o setor foi

ainda mais atingido com variadas especulações sobre as causas do

acidente – uma prática infeliz, mas recorrente em episódios do

gênero, que esbarra em limites éticos e de responsabilidade

profissional. É natural que um acidente de tais proporções crie

forte demanda por informações. Debates sobre a redução de riscos,

a melhoria da qualidade e as técnicas envolvidas nas obras

subterrâneas são bem-vindos e necessários. Apontar

prematuramente as causas do acidente, entretanto, é subestimar a

engenharia nacional. É ignorar a complexidade técnica envolvida

em uma obra desse porte e os métodos periciais que vão

identificar, de fato, as falhas que ocasionaram o desabamento. É

por esse motivo que Téchne não irá especular. Aguardaremos o

laudo do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de

São Paulo), para quem a missão foi sabiamente confiada. Será a

partir desse documento – não divulgado até o fechamento desta

edição – que vamos debater, do ponto de vista técnico, as causas

diretas do desabamento e ampliar também a discussão sobre

supostas causas indiretas, como as formas de contratação de obras

públicas.Afinal, ocorrências dessa natureza obrigam o setor a se

repensar não apenas do ponto de vista técnico, mas também em

relação aos seus valores básicos e procedimentos de gestão.

Precisamos debater, por exemplo, a falsa idéia corrente na sociedade

de que a engenharia civil é uma ciência exata, desvinculada das

condicionantes de custo e prazo impostas pelos contratantes.

Registramos aqui nosso compromisso de não esquecer o assunto.

Afinal, a nossa engenharia tem obrigação de aprender com seus

erros – sejam técnicos, contratuais, econômicos ou até políticos. De

forma aberta, franca e sem traços de corporativismo.

Aprendizado necessário VEJA EM AU

� Entrevista: JorgeKönigsberger e GianfrancoVannucchi

� Internacional: tudo sobre asestratégias de conservaçãode energia da AssembléiaNacional do País de Gales

VEJA EM CONSTRUÇÃOMERCADO

� Gestão de projetos� Entrevista:

Mailson da Nóbrega� Custo comparado:

tela soldada X vergalhão

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4 TÉCHNE 118 | JANEIRO DE 2007

Fundadores: Roberto L. Pini (1927-1966), Fausto Pini (1894-1967) e Sérgio Pini (1928-2003)

DDiirreettoorr GGeerraall

Ademir Pautasso Nunes

DDiirreettoorr ddee RReeddaaççããoo

Eric Cozza [email protected]

EEddiittoorr:: Paulo Kiss [email protected]:: Gustavo Mendes RReeppóórrtteerr:: Bruno Loturco; Renato Faria (produtor editorial)

RReevviissoorraa:: Mariza Passos CCoooorrddeennaaddoorraa ddee aarrttee:: Lucia Lopes DDiiaaggrraammaaddoorreess:: Leticia Mantovani e Maurício Luiz Aires;

Renato Billa (trainee) IIlluussttrraaddoorr:: Sergio Colotto PPrroodduuttoorraa eeddiittoorriiaall:: Juliana Costa FFoottóóggrraaffoo:: Marcelo Scandaroli

CCoonnsseellhhoo AAddmmiinniissttrraattiivvoo:: Caio Fábio A. Motta (in memoriam), Cláudio Mitidieri, Ercio Thomaz,Paulo Kiss, Eric Cozza e Luiz Carlos F. Oliveira CCoonnsseellhhoo EEddiittoorriiaall:: Carlos Alberto Tauil, Emílio R. E.

Kallas, Fernando H. Aidar, Francisco A. de Vasconcellos Netto, José Carlos de Figueiredo Ferraz (in memoriam), José Maria de Camargo Barros, Maurício Linn Bianchi,

Osmar Mammini, Ubiraci Espinelli Lemes de Souza, Vahan Agopyan e Vera Conceição F. Hachich

EENNGGEENNHHAARRIIAA EE CCUUSSTTOOSS:: Regiane Grigoli Pessarello PPrreeççooss ee FFoorrnneecceeddoorreess:: Fábio Kawano AAuuddiittoorriiaa ddee PPrreeççooss:: Danilo Campos e Aparecido Ulysses

EEssppeecciiffiiccaaççõõeess ttééccnniiccaass:: Erica Costa Pereira e Ana Carolina FerreiraÍÍnnddiicceess ee CCuussttooss:: Juliana Cristina Teixeira CCoommppoossiiççõõeess ddee CCuussttooss:: Fernando Benigno

SSEERRVVIIÇÇOOSS DDEE EENNGGEENNHHAARRIIAA:: Celso Ragazzi, Luiz Freire de Carvalho e Mário Sérgio PiniPPUUBBLLIICCIIDDAADDEE:: Luiz Carlos F. de Oliveira, Adriano Andrade, Jane Elias e Rose Ferreira

EExxeeccuuttiivvooss ddee ccoonnttaass:: Alexandre Ambros, Eduardo Yamashita,Patrícia Dominguez, Ricardo Coelho e Rúbia Guerra

MMAARRKKEETTIINNGG:: Ricardo Massaro EEVVEENNTTOOSS:: Vitor Rodrigues VVEENNDDAASS:: José Carlos Perez RREELLAAÇÇÕÕEESS IINNSSTTIITTUUCCIIOONNAAIISS:: Mário S. Pini

AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOO EE FFIINNAANNÇÇAASS:: Tarcísio Morelli CCIIRRCCUULLAAÇÇÃÃOO:: José Roberto Pini SSIISSTTEEMMAASS:: José Pires Alvim Neto e Pedro Paulo Machado

MMAANNUUAAIISS TTÉÉCCNNIICCOOSS EE CCUURRSSOOSS:: Eric Cozza

EENNDDEERREEÇÇOO EE TTEELLEEFFOONNEESS

Rua Anhaia, 964 – CEP 01130-900 – São Paulo-SP – Brasil

PPIINNII Publicidade, Engenharia, Administração e Redação – fone: (11) 2173-2300

PPIINNII Sistemas, suporte e portal Piniweb – fone: (11) 2173-2300 - fax: (11) 2173-2425

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PPaarraannáá//SSaannttaa CCaattaarriinnaa (48) 3241-1826/9111-5512

MMiinnaass GGeerraaiiss (31) 3411-7333 RRiioo GGrraannddee ddoo SSuull (51) 3333-2756

RRiioo ddee JJaanneeiirroo (21) 2267-6116/9913-6559

RReepprreesseennttaanntteess ddee LLiivvrrooss ee AAssssiinnaattuurraass::

AAllaaggooaass (82) 3338-2290 AAmmaazzoonnaass (92) 3646-3113 BBaahhiiaa (71) 3341-2610 CCeeaarráá (85) 3478-1611

EEssppíírriittoo SSaannttoo (27) 3242-3531 MMaarraannhhããoo (98) 3088-0528

MMaattoo GGrroossssoo ddoo SSuull (67) 9951-5246 PPaarráá (91) 3246-5522 PPaarraaííbbaa (83) 3223-1105

PPeerrnnaammbbuuccoo (81) 3222-5757 PPiiaauuíí (86) 3223-5336

RRiioo ddee JJaanneeiirroo (21) 2265-7899 RRiioo GGrraannddee ddoo NNoorrttee (84) 3613-1222

RRiioo GGrraannddee ddoo SSuull (51) 3470-3060 SSããoo PPaauulloo Marília (14) 3417-3099

São José dos Campos (12) 3929-7739 Sorocaba (15) 9718-8337

ttéécchhnnee:: ISSN 0104-1053Assinatura anual R$ 276,00 (12 exemplares)Assinatura bienal R$ 552,00 (24 exemplares)

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva do autor e não expressam,necessariamente, as opiniões da revista.

VVeennddaass ddee aassssiinnaattuurraass,, mmaannuuaaiiss ttééccnniiccooss,, TTCCPPOO ee aatteennddiimmeennttoo aaoo aassssiinnaanntteeSegunda a sexta das 9h às 18h

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00880000 559966 66440000demais municípios

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TTrrááffeeggoo ((aannúúnncciiooss))

fone (11) 2173-2361

e-mail: ttrraaffeeggoo@@ppiinnii..ccoomm..bbrr

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fone (11) 2173-2373

e-mail: eennggeennhhaarriiaa@@ppiinnii..ccoomm..bbrr

RReepprriinnttss eeddiittoorriiaaiiss

Para solicitar reimpressões de reportagens

ou artigos publicados:

fone (11) 2173-2304

e-mail: ppuubblliicciiddaaddee@@ppiinnii..ccoomm..bbrr

PINIrevistasRReeddaaççããoofone (11) 2173-2303fax (11) 2173-2327e-mail: ccoonnssttrruuccaaoo@@ppiinnii..ccoomm..bbrr

PINImanuais técnicosfone (11) 2173-2328e-mail: mmaannuuaaiiss@@ppiinnii..ccoomm..bbrr

PINIsistemasSSuuppoorrtteefone (11) 2173-2400e-mail: ssuuppoorrttee@@ppiinniiwweebb..ccoomm

VVeennddaassfone (11) 2173-2424 (Grande São Paulo)0800-707-6055 (demais localidades)e-mail: vveennddaass@@ppiinniiwweebb..ccoomm

PINIserviços de engenhariafone (11) 2173-2369

e-mail: eennggeennhhaarriiaa@@ppiinnii..ccoomm..bbrr

PROIBIDA A REPRODUÇÃO E A TRANSCRIÇÃO PARCIAL OU TOTAL TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

techne´

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6 TÉCHNE 119 | FEVEREIRO DE 2007

Fórum TéchneNo último mês, o desabamentonas obras do Metrô de SãoPaulo foi o principal tema debatidono Fórum da Téchne. Confiraalgumas opiniões.

A construção como negócio temque respeitar primeiro a segurança,a qualidade e, finalmente, aeconomia, tripé sobre o qual seapóiam as nossas atividades. Sódepois estará o lucro, justopagamento pelo trabalho. Restasaber se nessa obra o lucro engoliua segurança...Egydio Hervé Neto

Impossível determinar as causasprováveis do desabamento sem que antes sejam efetuados todos os ensaios necessários, ouvidastestemunhas, analisados projetos,laudos, diários de obra e boletinsde acompanhamento dos serviços.O equilíbrio deve nortear as ações, sem que haja a busca de culpados antes da descoberta das causas prováveis.Eduardo Muzzolon

As empresas mais poderosas doPaís mostram-se vulneráveis aojogo do "preço x qualidade" a pontode comprometerem a segurança deuma obra urbana e a sua tremendacredibilidade técnica.Ary Haro

Mais uma vez a geotecnia e a geomecânica forammenosprezadas, como acontece na maior parte dos acidentes que a nossa engenharia vem registrando. Francisco Faleiros Lopes

Confira os conteúdos extras dareportagem "Inspeção de rotina"disponíveis no site: diretrizespara elaboração do relatório deinspeção e do projeto dereabilitação; orientações doprofessor Paulo Roberto do LagoHelene para realização devistorias; e laudo completo doCrea-PE (Conselho Regional deEngenharia, Arquitetura eAgronomia de Pernambuco)sobre as causas do desabamentodo edifício Areia Branca, naregião metropolitana de Recife.

Inspeção de estruturas

Complementando a reportagem sobrerebaixamento de lençol freático, confiraartigo de Ivan Grandis, da IGRConsultoria de Solos e Serviços deEngenharia. Nele, o engenheiroapresenta as vantagens e desvantagensdas técnicas de rebaixamento atravésde poços profundos com injetores ebombas submersas.

Rebaixamento de lençol freático

Confira no site da Téchne fotos extras das obras, plantas e informações que complementam conteúdospublicados nesta edição ou estão relacionados aos temas acompanhados mensalmente pela revista

www.revistatechne.com.br

Veja no site da Téchne cincodicas de execução de estruturasde concreto protendido doprofessor João Bento de Hanai,da Escola de Engenharia de SãoCarlos-USP. Também estádisponível uma lista com asprincipais normas técnicasrelacionadas ao tema.

Protensão

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CARTASPatologiasGostaria de parabenizar a revista Téchnepelas excelentes reportagens sobre fa-chadas publicadas em 2006.Em todas asreportagens, porém, creio que o uso dapalavra patologia não é correto. É preci-so esclarecer que patologia vem de pa-thos (doença) + logos (estudo).Portanto,patologia é o estudo da doença. Já a ma-nifestação patológica, propriamente, é ovício construtivo que se instala nas edifi-cações e que a tornam doentia. Na suaevolução, pode ocorrer uma deteriora-ção das partes afetadas e até mesmo aruptura, comprometendo a estabilidadeda edificação.O correto seria dizer que odescolamento de revestimento cerâmi-co,eflorescência, fissuras, são manifesta-ções patológicas e não patologia. Trata-

se de algo simples, mas de grande im-portância o esclarecimento.Mairton Santos de Sousa

engenheiro civil e consultor de revestimentos

Nota da redação: Diferentemente daMedicina,da qual foi importado,o termo“patologia” assumiu, entre os engenh-eiros civis, o significado de disfunção,falha, mau desempenho, defeito. Passouportanto a configurar um neologismo,para o qual cabe a flexão no plural.

ERRATAS

Solo reforçadoNa resposta sobre reforço de solos comfibras, da seção IPT Responde de de-zembro, não foi mencionado que as in-formações foram extraídas de publica-

ções de equipes de pesquisa da Univer-sidade Federal de Viçosa e da Universi-dade Federal do Rio Grande do Sul,quedevem ser consultadas se o leitor desejarmais informações sobre o assunto.

Melhores práticasDiferentemente do que se vê na foto pu-blicada na seção Melhores Práticas daedição de dezembro (Téchne 117), aequipe técnica da Pacelli, Ragueb e As-sociados não recomenda a aplicação dechapisco rolado na ligação alvenaria–estrutura. De acordo com o engenheiroDenis Capela, o chapisco adesivo paraconcreto, aplicado com desempenadei-ra, apresenta diferente método de apli-cação, traço e desempenho final, sendomais adequado para essa função.

Envie sua crítica ou sugestã[email protected]

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ÁREA CONSTRUÍDA

Falcão Bauer aprovado para novas certificações

A PINIweb lança o Orçamento Expres-so,serviço que fornece ao construtor,viainternet,uma estimativa de custos com-pleta da obra em no máximo três horas.Para utilizar o serviço,o construtor deveentrar no site da PINI (www.pini-web.com/orcamentoexpresso/) e baixaruma planilha em Excel contendo um as-sistente com uma relação das informa-ções básicas para execução do trabalho.O serviço será executado com base eminformações do projeto de arquitetura.Após enviar a tabela para a PINI, empouco tempo o construtor receberá umconjunto completo de informaçõessobre a estimativa de custos da obra.Caso não tenha tempo de preencher a

PINIweb fornece orçamento em até três horasplanilha, o interessado pode mandar oprojeto de arquitetura da obra para quea PINI verifique os dados e dê início aoserviço. Nesse caso, haverá um acrésci-mo de 50% no custo.

O Instituto Falcão Bauer foireconhecido pelo Inmetro para atuartambém na certificação de Sistemasde Gestão de Qualidade (ISO9001:2000) e de Sistemas de GestãoAmbiental (ISO 14001:2004). Alémdas novas certificações, o institutocontinua concedendo certificaçõescompulsórias, voluntárias e paraavaliação de desempenho deprodutos e serviços. Maisinformações no site da empresawww.ifbauer.org.br ou no telefone(11) 3611-1729.

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Engenharia estrutural perde um dos principais profissionais

Caminhão-escola amplia atendimentoCom a Escola Itinerante Tigre, aempresa de tubos e conexões pre-tende levar treinamento teórico eprático às cidades menores e do in-terior do País. Trata-se de um cami-nhão especialmente preparado paraesses cursos, com capacidade paraaté 20 alunos por turma. "Nosso

Faleceu em dezembro o engenheiroSérgio Vieira da Silva (foto), sócio doescritório SVS Engenharia de Proje-tos. Formado em Engenharia civil em1962 pela Universidade Mackenzie,começou sua trajetória como estagiá-rio nos escritórios Mário Fran-co/Júlio Kassoy e Figueiredo Ferraz.Em 1963 fundou seu próprio escritó-

rio. Seu primeiro projeto estruturalfoi a sede da Transportadora Sulina,na cidade de São Paulo. O primeiroedifício projetado pelo escritório foi oEdifício Alice (em São Paulo), para aConstrutora Ventura, Simonovitch eGorenstein. Entre suas principaisobras está o prédio da sede do BancoCentral do Brasil, em Brasília.

foco são os balconistas e instalado-res que precisam de treinamento eatualização", afirma o coordenadorde assistência técnica da Tigre, Ola-cir Martins Luciano.A empresa já mantém escolas deaperfeiçoamento em Santa Catarina,São Paulo e Bahia. Para fazer os cur-

sos de Instalações Elétricas e Hidráu-licas, é necessário informar endere-ço, CPF e ter no mínimo 15 anos. ATigre oferece o material didático, or-ganiza visitas à fábrica e entrega cer-tificado de conclusão aos participan-tes. Inscrições e mais informações notelefone 0800-7074700.

Arqu

ivo

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Page 15: techne 119

Á R E A C O N S T R U Í D A

Lei obriga retenção de águas pluviais

Está em vigor em São Paulo, desdejaneiro, a lei estadual que tornaobrigatória a implantação de sistemapara captação e retenção de águaspluviais em lotes edificados ou não,que tenham área impermeabilizadasuperior a 500 m². A Lei no 12.526/07visa a contribuir para a prevenção deenchentes no Estado. Aprovações elicenças para parcelamentos edesmembramentos do solo urbano,projetos de habitação, instalações,obras e outros empreendimentos ficamcondicionados à obediência aodisposto na lei. O vice-presidente doSindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estadode São Paulo), Francisco Vasconcellos,acredita que a lei seja precipitada, jáque, segundo ele, sua elaboração nãocontou com a participação dacomunidade técnica, que discute oassunto há bastante tempo.

A Fundação Vanzolini lançou umnovo produto de certificação de acessi-bilidade para edifícios de uso público ecoletivo. A Fundação atestará se asnovas construções estão em conformi-dade com as prescrições da normaNBR 9050. Segundo o documento, su-

jeitam-se imediatamente à normatiza-ção todas as edificações executadasdesde 2004. As execuções anterioresdeverão se adequar às exigências emprazos diferenciados. O primeiro edi-fício certificado pela Fundação Vanzo-lini é a sede da Serasa, em São Paulo.

Arqu

ivo

Acessibilidade certificada

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Page 16: techne 119

Iphan embargaobras no AmazonasConstrutoras devem ter cuidado aoexecutar obras no Amazonas. É o quealerta o Iphan (Instituto do Patrimô-nio Histórico e Artístico Nacional),que desde dezembro vem intensifi-cando a fiscalização nas obras do Es-tado. Já são cinco os embargos a em-preendimentos construídos sobre sí-tios arqueológicos de Manaus. Se-gundo a legislação, os monumentosarqueológicos e pré-históricos dequalquer natureza ficam sob a guar-da e proteção do Poder Público, equalquer ato que cause a sua destrui-ção ou mutilação é crime contra opatrimônio nacional. As obras para-lisadas haviam sido iniciadas sem oEstudo de Impacto Ambiental e oRelatório de Impacto Ambiental(EIA/RIMA). A superintendência re-gional do Iphan lembra que o Ama-zonas é um sítio arqueológico gigan-tesco, e que é indispensável que todaobra na região tenha em dia seu estu-do de impacto ambiental para evitarpossíveis embargos.

Crea-CE criaentidade júnior

No ano da comemoração de seu71o aniversário, o Crea-CE(Conselho Regional deEngenharia, Arquitetura eAgronomia do Estado do Ceará)criará o Crea Júnior. A novadivisão da entidade procuraráestabelecer um contato maispróximo com os estudantes deengenharia, arquitetura eagronomia. Entre as açõesprevistas estão a assessoria aosestudantes e recém-formadospara inserção no mercado detrabalho, apoio aempreendimentos estudantis,discussão do futuro e novastendências dos profissionais dosistema, além de enfatizar a éticaprofissional e difundir a legislaçãodo sistema Confea/Crea.

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Page 17: techne 119

Á R E A C O N S T R U Í D A

Desabamento no Metrô

Clay

ton

de S

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elaboração da investigação está a cargodo IPT (Instituto de Pesquisas Tecno-lógicas do Estado de São Paulo), con-tratado pelo governo do Estado. Opresidente do IPT, o engenheiro Va-han Agopyan, considerou prematuroapontar causas para o acidente antes detodas as investigações necessárias. Adata de divulgação do laudo não haviasido divulgada até o fechamento destaedição.No entanto,se no campo da en-genharia cabe aguardar pelo laudo, adiscussão já começou em relação à le-gislação de obras públicas. Conformeapontam vários especialistas, o mode-lo de contrato adotado para as obrasdo metrô – mínimo custo global, emregime turn key – pode ter sido a gran-de vedete do desastre. Em artigo noportal PINIweb, o ex-presidente e con-selheiro da ABMS (Associação Brasi-leira de Mecânica dos Solos), professorWaldemar Hachich, critica os critériosde contratação e o descaso com a enge-nharia em virtude da redução de cus-

Ocorrido na tarde do último dia 12 dejaneiro, o desmoronamento do cantei-ro de obras da Linha 4 (Amarela) doMetrô de São Paulo, na zona Oeste dacidade,deixou sete mortos por soterra-mento e levou à demolição de, até o fe-chamento desta edição, três imóveis.Cerca de 120 moradores permaneciamhospedados em hotéis, pois outras 42casas ainda aguardavam vistoria técni-ca para liberação. O desastre ocorreudevido ao desmoronamento parcial daparede do poço da futura estação Pi-nheiros,então com Ø 40 m,o que resul-tou num buraco com cerca de Ø 80 m.Pelo menos cinco caminhões da pró-pria obra foram engolidos e prédios eruas do entorno, incluindo trecho daavenida marginal do rio Pinheiros,foram interditados temporariamente.Inúmeras especulações sobre as causasdo acidente já foram divulgadas. Ne-nhuma delas, no entanto, com emba-samento técnico, já que o laudo sobre oacidente ainda não foi concluído. A

tos. Maçahiko Tisaka, conselheiro doCrea-SP (Conselho Regional de Enge-nharia, Arquitetura e Agronomia)também em artigo no portal, afirmaque o modelo leva a "obras de baixoconteúdo e sem criatividade, com au-mento dos riscos de construção".Assim que o laudo técnico for concluí-do, a revista Téchne irá elaborar repor-tagem completa sobre o assunto. Aosinteressados em se manifestar sobre oacidente, a revista disponibilizou umfórum de discussão em seu site:www.revistatechne.com.br.

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ÍNDICESCustos deedificações em São PauloIPCE de janeiro tem queda inferior à inflação

Oíndice global do IPCE (ÍndicePINI de Custos de Edificações)

iniciou o ano de 2007 com queda de0,23%, percentual inferior à inflaçãode 0,50% apresentada pelo IGP-M (Ín-dice Geral de Preços de Mercado), me-dido pela Fundação Getúlio Vargas.

Entre os materiais que contribuí-ram para a queda do índice, estão otubo de cobre e o fio isolado em PVC,que baratearam 4,73% e 4,94%, res-pectivamente. Ambas as deflações sãoconseqüência da redução do preço docobre.

Apesar do índice global ter apre-sentado variação negativa, mais de umquarto dos insumos pertencentes àcesta do IPCE apresentaram aumento.Entre eles, o vidro cristal incolor, queregistrou alta de 5,43% devido ao re-passe de custos do distribuidor. O mis-turador para lavatório subiu 2,45% epassou de R$ 227,27 para R$ 232,85,aumento proveniente do fabricante.Alguns itens como a manta butílica, otubo de ferro fundido e o bloco cerâ-mico, apresentaram discreta variação.

Contudo, nos últimos 12 meses,construir em São Paulo ficou emmédia 5,94% mais caro, percentual su-perior à inflação de 3,40% registradopelo IGP-M no período.

SSuuppoorrttee TTééccnniiccoo:: para tirar dúvidas ou solicitar nossos Serviços de Engenharia ligue para (11) 2173-2373ou escreva para Editora PINI, rua Anhaia, 964, 01130-900, São Paulo (SP). Se preferir, envie e-mail:[email protected]. Assinantes poderão consultar indíces e outros serviços no portal www.piniweb.com

IPCE globalIPCE materiaisIPCE mão-de-obra

Índice PINI de Custos de Edificações (SP)Variação (%) em relação ao mesmo período do ano anterior

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Jan/06 Mar Mai Jul Set Nov Jan/07

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Data-base: mar/86 dez/92 = 100Mês e Ano IPCE – São Paulo

gglloobbaall mmaatteerriiaaiiss mmããoo--ddee--oobbrraaJJaann//0066 110044..555533,,7744 5500..666611,,1199 5533..889922,,5566fev 105.110,20 51.217,64 53.892,56mar 104.327,62 50.435,06 53.892,56abr 104.425,80 50.533,25 53.892,56mai 109.352,73 52.161,98 57.190,76jun 110.471,04 53.280,28 57.190,76jul 110.411,03 53.220,27 57.190,76ago 110.432,28 53.241,52 57.190,76set 110.443,36 53.252,61 57.190,76out 110.677,85 53.487,10 57.190,76nov 110.937,11 53.746,35 57.190,76dez 111.010,59 53.819,83 57.190,76JJaann//0077 111100..775599,,1122 5533..556688,,3366 5577..119900,,7766Variações % referente ao último mêsmês -0,23 -0,47 0,00acumulado no ano -0,23 -0,47 0,00acumulado em 12 meses 5,94 5,74 6,12Metodologia: o Índice PINI de Custos de Edificações é composto a partir dasvariações dos preços de um lote básico de insumos. O número índice é atualizado porpesquisa realizada em São Paulo (SP). Período de coleta: a cada 30 dias com pesquisana última semana do mês de referência.Fonte: PINI

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Impermeabilização

Envie sua pergunta para a Téchne.Utilize o cartão-resposta encartado na revista.

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IPT RESPONDE

Qual a alternativa técnica economicamentemais viável para a impermeabilização ereparo de blocos de fundação queapresentam infiltrações? O reparo podeinterromper um processo de expansão eoxidação de armaduras de pilares, queapresentam também eflorescências?Gilberto Luiz

Joinville (SC)

Embora desconheçamos detalhes daobra, parece-nos plausível que a umi-dade tem acesso aos pés dos pilares emfunção da lavagem de pisos. Con-siderando-se a possibilidade de perco-lação de umidade pelas fundações,recorde-se que para haver corrosão hánecessidade da presença simultânea detrês componentes:

a) diferença de potencial: difícil de atuarsobre ela.Poder-se-ia tentar a introduçãode pastilhas de zinco, externamente aospilares e conectadas às suas armaduras,criando-se assim uma proteção anódicade sacrifício. Outros processos aindamais delicados, como extração de clore-tos e/ou realcalinização do concreto, po-deriam ser tentados, mas dependem deestudos específicos do tipo de estrutura edo local de implantação da obra;b) presença de oxigênio: difícil de atuar,até porque o concreto utilizado pareceser bastante poroso;c) presença de umidade: no caso presu-mido de que a umidade esteja atuando apartir da superfície dos pisos,pode-se re-correr a caimentos, revestimento do pisocom material impermeável, canaletas de

drenagem e outros recursos.Caso a umi-dade percole de fato através dos blocos defundação, pode-se tentar o rebaixamen-to do lençol freático e/ou a obturação dosporos do concreto, mediante injeção deresinas de baixíssima viscosidade ou desilicatos que venham a reagir com a calhidratada presente no concreto.Poder-se-ia tentar,após conveniente re-paro da estrutura, a aplicação de pintu-ra impermeável nos pilares, com mate-rial estanque à água na forma líquidaou de vapor (procurando-se criar umabarreira, inclusive, contra a penetraçãode oxigênio e gás carbônico, que estariacom a carbonatação favorecendo aindamais a corrosão das armaduras).Ercio Thomaz

Cetac-IPT (Centro de Tecnologia do Ambiente Construído)

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Fundações Qual a influência do metacaulim noconcreto para uso em fundações? Quecuidados devem ser tomados com o traçodo concreto para se obter fck 30 ou 40?Felipe Buarque Valença

Olinda (PE)

Estritamente do ponto de vista da resis-tência mecânica, é plenamente possívelse obter concretos com resistência de 30ou 40 MPa sem a adição de sílica ativaou metacaulim. Bastaria, para tanto,dispor de agregados com natureza,forma e distribuição granulométricaadequadas, bons princípios de dosa-gem, aditivos fluidificantes eficientes,

bons equipamentos de mistura e adensa-mento, bom processo de cura. Do pontode vista da impermeabilidade e da dura-bilidade do concreto, particularmenteem ambientes agressivos, pode ser inte-ressante o emprego das adições citadasacima, considerando-se que esses mate-

riais irão reagir com a cal hidratada pro-duzida na hidratação do clínquer Por-tland,resultando em cadeias de silicato decálcio hidratado duras,resistentes,imper-meáveis e não-lixiviáveis (a não ser emcaso de meios caracteristicamente áci-dos). Dependendo das condições deagressividade do meio, em vez de empre-gar metacaulim e/ou sílica ativa, pode sereconomicamente mais aconselhável utili-zar cimentos pozolânicos ou de alto-forno, ou mesmo realizar a impermeabi-lização externa dos elementos de funda-ção (pintura com epóxi e alcatrão etc.).Ercio Thomaz

Cetac-IPT (Centro de Tecnologia do Ambiente Construído)

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CARREIRA

O estilo lacônico revela a persona-lidade reservada de um dos mais

tradicionais construtores de SãoPaulo: o engenheiro Adolpho Lin-denberg. Engana-se quem porventu-ra ache que essa característica lhe tra-ria um tímido sucesso profissional.Pelo contrário, seu ar grave, de pou-cas palavras, impõe respeito e disci-plina aos funcionários de sua empre-sa, que o tratam por "doutor Adol-pho". Empresa, aliás, que tambémleva seu nome: Construtora AdolphoLindenberg, com quase cinco déca-das de existência.

Nascido em 1924, de família tra-dicionalmente de médicos, seu inte-resse pela engenharia surgiu na in-fância, quando, como conta, "gostavade brincar de construir casas". Pare-cia decidido e, na década de 1940,partiu para a graduação em engenha-ria civil, curso que completou em1949. Formado, trabalhou como en-genheiro hidráulico por três anos naextinta Light & Power Company, em-presa distribuidora de energia elétri-ca no Estado de São Paulo. Ao sair delá, montou um escritório de enge-nharia. "Comecei, então, a reformaralgumas fazendas. Foi quando come-cei a ter contato com o estilo colo-nial", afirma Lindenberg. "Então pas-sei a construir casas para vender. Uti-lizei nelas o estilo colonial e, como eleestava em moda, tive um sucessomuito grande", completa. O escritó-

Adolpho LindenbergEngenheiro com mais de 50 anos de experiência em construções de alto padrão conseguiu algo raro: criar uma grife imobiliária

Adolpho LindenbergIdade: 82 anosGraduação: Engenharia Civil pelaUniversidade PresbiterianaMackenzie, em 1949.Empresas em que trabalhou:Light & Power Company, de 1949 a1953; Escritório de EngenhariaAdolpho Lindenberg, de 1953 a1958; e Construtora AdolphoLindenberg, desde 1958.Cargos que exerceu: engenheirohidráulico, na Light & PowerCompany, e presidente do Escritóriode Engenharia e da ConstrutoraAdolpho Lindenberg.

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rio de engenharia começou a crescere, em 1958, Lindenberg associou-se aLuiz Du Plessis e Plínio Vidigal Xa-vier da Silveira – funcionários do es-critório de engenharia desde 1953 –para fundar a construtora.

Um breve passeio pelo bairro deHigienópolis, em São Paulo, revela asprimeiras obras tocadas pela constru-tora de Lindenberg. São edifícios dealto padrão que, na época de suasconstruções,há 40,50 anos, trouxeramà cidade um estilo arquitetônico que setornaria muito popular nas décadasseguintes, mesmo sob protestos demuitos arquitetos – o neoclássico. Era,também, o início do processo de verti-calização das habitações da capital. Arápida expansão da população paulis-tana gerava um boom imobiliário aomesmo tempo em que inviabilizava aconstrução de novas casas. Ou man-sões, já que o mercado em que Linden-berg sempre atuou foi o de alto luxo.

Conhecedor do mercado de altopadrão, ele conta que, nas décadas emque trabalhou no ramo imobiliário,não observou variações radicais nopoder aquisitivo dos compradores deempreendimentos de luxo ou na de-manda por esses produtos. O quemudou foi, sim, a oferta da mercado-ria. Segundo o engenheiro, atual-mente o mercado está saturado deedifícios residenciais e comerciais dealto padrão. "O ideal é que eles sejamlançados gradualmente, a cada dois

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Obras marcantes de queparticipou: sede da Petrobras;prédio do Banco Real, na avenidaPaulista, em São Paulo

Obra mais significativa daengenharia brasileira: prefironão opinar

Uma realização profissional:ter constituído uma empresa deambiente familiar, não burocrático,e uma vasta rede de relaçõespessoais

Mestres: não tive mestres

Por que escolheu serengenheiro: afinidade com aengenharia desde a infância

Melhor escola de engenhariacivil: o curso de engenharia civil daUniversidade Mackenzie, cuja gradeabre espaço para que o graduando

Dez questões para Adolpho Lindenbergcomplemente sua formaçãofazendo estágios nas empresas deengenharia

Um conselho ao jovemprofissional: busque sempre umequilíbrio entre conhecimentosteóricos e a parte prática

Principais avançostecnológicos: sistemas detecnologia de informação einformática aplicados às soluçõesde segurança de condomínios

Indicação de livro: nenhuma

Um mal da engenharia civil:não é exatamente da engenhariacivil, mas das empresas deengenharia, que não dão o devidovalor ao Secovi, o representantedas empresas de Compra, Venda,Locação e Administração deImóveis Residenciais e Comerciais

facilitam bastante o trabalho doconstrutor.

Lindenberg não se dedica apenasà engenharia e à gestão de sua empre-sa. Desde a juventude, é um católicofervoroso, que milita pela manuten-ção das tradições da igreja cristã. Aconvicção espiritual é complementa-da por outra, secular, na economia demercado e na propriedade privada.Como resultado de suas convicções,veio o livro que escreveu e publicou,intitulado "Os Católicos e a Econo-mia de Mercado: Oposição ou Cola-boração?". Segundo o próprio autor,esse livro surgiu como uma obra dereação às atividades, dentro da IgrejaCatólica, de um grupo que seguia aTeologia da Libertação. O auge daatuação desse grupo se deu nas déca-das de 1960 e 1970, com forte presen-ça entre comunidades carentes e mo-vimentos sociais organizados. Consi-derado a "esquerda" da Igreja, adota-va alguns princípios marxistas etinha como principal expoente o ex-frade Leonardo Boff.

A carreira do construtor mostraque, às vezes, é possível construir umhistórico profissional sólido e de su-cesso sem especializações ou pós-graduações. Seus mestres na profissão?"Não tive mestres", atesta. De suaépoca da graduação não guarda ne-nhuma lembrança. Segundo Linden-berg, o crescimento de sua construtorafoi conseguido apenas com seu feelingpara os negócios imobiliários. Quan-do ainda tinha apenas seu pequeno es-critório de engenharia, fazia questãode atender pessoalmente os potenciaiscompradores de suas casas. Isso possi-bilitou a criação de uma vasta rede derelacionamentos,que mais tarde viabi-lizaria novos projetos.

Renato Faria

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ou três anos", afirma Lindenberg, re-velando a estratégica que acredita sera mais adequada para sua empresa.

Para o engenheiro, o mais impor-tante na consolidação da construtoraera constituir uma empresa familiar.Não apenas comandada por uma fa-mília, mas uma cujos funcionários sesentissem parte dela. E esses familia-res foram selecionados a dedo: Lin-denberg procurava contratar o queconsiderava os melhores mestres-de-obra de São Paulo. "Eram mes-tres-de-obra italianos, com forma-ção muito boa. Muitos deles virarammeus amigos próximos. Fui, inclusi-

ve, padrinho de casamento de algunsdeles", afirma.

Uma das decisões mais importan-tes que Adolpho Lindenberg tomou àfrente de sua empresa diz respeito àatuação em mercados no exterior. Aconstrutora executou obras na Nigé-ria, no Chile e no Paraguai. Dessespaíses, Lindenberg arrepende-se ape-nas de ter atuado no primeiro. Ele ga-rante que enfrentou muitos proble-mas por lá. "Corrupção, revoluçõesinternas", conta. Por outro lado, o en-genheiro gostaria de ter realizadomais obras no Chile e no Paraguai,países organizados que, segundo ele,

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MELHORES PRÁTICAS

Protensão de vigasPara obter o aumento esperado da resistência, é importante observar detalhesde montagem e acabamento, além de respeitar as características dos materiais

Montagem dos cabos

Armadura passiva

Ancoragens ativasApós marcar o centro dos cabos conformeo projeto, são feitos furos na lateral dafôrma para passagem dos cabos e fixaçãodas ancoragens ativas. Deve ser fixadajunto com o pocket former, a peça plásticasemelhante a um funil que permite o apoiodo macaco hidráulico e molda o acesso àplaca de ancoragem. Esta é formada peloconjunto de peças mecânicas quetransmite a força de protensão.

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As cordoalhas, que compõem a armaçãoativa da viga, só podem ser posicionadasapós a conclusão da armação passiva.Sendo assim, a fôrma deve estar

Os cabos são inseridos com ocomprimento da viga e um excedente de50 cm para o lado da protensão,permitindo que o equipamento fixe o cabo.A elevação exigida em projeto é garantidapor galgas – barras de ferro – fixadas nos

montada e com os fechamentos lateraise frontais concluídos para recebera armadura de acordo com o projeto estrutural.

estribos. Deverá haver reforço de armadurapassiva nas ancoragens ativas e passivas, achamada fretagem, devido à alta tensãonessas regiões. O reforço irá absorver edistribuir corretamente as tensões daprotensão.

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Colaboração: engenheiros Marcos Caracas Nogueira, da Protensão Impacto, Alan Rodrigo Constâncio Ferreira e Fabiano Gobbi,da Sistrel.

Protensão

Concretagem

Corte docomprimentoexcedenteA ponta excedente deve ser cortadacom maçarico, respeitando umadistância de cerca de 3 cm das cunhas,pois calor excessivo pode danificá-las.O corte só pode ser feito após oprojetista aprovar os relatórios dealongamento. Após o corte, os nichosdevem ser preenchidos com o CAPcom graxa específica e grauteados,visando evitar corrosão

Só pode ser iniciada quando o concretoatinge a resistência fck e o módulo deelasticidade exigidos pelo projetista; éfeita com o uso de um macacohidráulico que traciona e trava os cabos

com o auxílio de cunhas. Em geral, cada cabo de Ø 12,7 mm é tensionadocom uma força de 15 tf (tonelada-força), valor que pode variar conforme o projeto.

Após conferir todas as armaduras ativase passivas, bem como as elevações doscabos e as fixações à fôrma, aconcretagem pode ser iniciada. Oconcreto deve ter resistência mínima de25 MPa, mas o valor exato depende doprojeto. A vibração evita a existência devazios e, conseqüentemente, deproblemas durante a protensão. Deve-seevitar acúmulo de grande quantidade deconcreto a vibrar e evitar tocar aarmadura e as cordoalhas, sob o risco deisolar o concreto da armadura ou tirar oselementos da posição correta.

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ENTREVISTA

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ANTONIO CARLOS ZORZI

A especialidade em gestão daprodução de edifícios levou Zorzi adar aulas para as turmas do MBAhomônimo da Escola Politécnica daUSP (Universidade de São Paulo).Na prática, a partir dos mesmosconhecimentos, comanda adiretoria técnica da Cyrela BrazilRealty, construtora que, em 2006,construiu quase 300 mil m2 apenasna região da Grande São Paulo.Área essa sob a tutela de Zorzi, quetambém é responsável pelasoperações da empresa, onde lidacom exigências internas porprodutividade e custos compatíveiscom a realidade de mercadobaseadas em procedimentos bemdetalhados e rígidos padrões dequalidade. É mestre em engenhariapelo IPT (Instituto de PesquisasTecnológicas do Estado de SãoPaulo) desde 2002, com graduaçãona Fesp (Faculdade de Engenhariade São Paulo), em 1981.

Técnica de mercado

Em toda a indústria, empresas compropósitos bem consolidados cos-

tumam trabalhar com o dilema quecontrapõe custos e qualidade. A per-gunta constante nos corredores das di-retorias é: podemos reduzir custos e au-mentar a produtividade sem descuidarda qualidade do produto final nem damão-de-obra? Exceder para o primorqualitativo pode acarretar em custoselevados no que diz respeito a orçamen-tos e prazos.Por outro lado,relegar a ex-celência em virtude do barateamentocoloca em xeque o próprio sentido daatividade. Ou seja, faz questionar, nocaso da construção civil, se uma cons-trutora tem razão de existir senão paraexplorar as infinitas possibilidades daengenharia,contribuindo para o desen-volvimento financeiro e intelectual doPaís. A resposta talvez esteja na própria

atividade construtiva, conforme revelaa experiência bem-sucedida da CyrelaBrazil Realty. Para o diretor técnico daempresa, os resultados são positivosquando, além do lucro imediato comum empreendimento, os clientes dãoinformações sobre o desempenho daedificação e os fornecedores voltam atrabalhar com a construtora. Isso reve-la, por meio de uma ferramenta de ges-tão complexa, que investir em informa-ção estratégica e em processos mais pre-cisos de produção e gerenciamento éimprescindível para aumentar a produ-tividade. No entanto, ainda há fatoresculturais que demonstram não bastarter tecnologia à disposição para perma-necer na vanguarda do mercado.Confi-ra a seguir na conversa que AntonioCarlos Zorzi, diretor técnico da Cyrela,teve com a Téchne.

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Quais os desafios enfrentados poruma construtora que atua nomercado imobiliário brasileiro?Um quesito básico para a sobrevi-vência é a competitividade, commão-de-obra e tecnologias constru-tivas eficientes para que exista viabi-lidade econômica e qualidade. Nãoparticipamos de concorrências, poiso incorporador é do mesmo grupo,mas o nível de exigência é alto e o de-sempenho é muito cobrado. Temosque alcançar custos compatíveis emanter a qualidade e o nome da em-presa por meio de acertos com forne-cedores e respeitando o especificadoem projeto.

A maior dificuldade é conciliarpreço à qualidade?Não associo qualidade a custo, poistemos padrões de qualidade dos quaisnão fugimos. Procuramos melhorar odesempenho com parcerias e atuandojunto a fornecedores de materiais emão-de-obra. Esperamos que osgrandes volumes que negociamos tra-gam resultados competitivos. Em con-trapartida, por meio da gestão daconstrução, procuramos ajudar osfornecedores a reduzir custos e a au-mentar a produtividade.

Como a construtora captainformações sobre as necessidadesdo mercado?Por meio de pesquisas coordenadaspela área de incorporação. Além disso,pelo menos três áreas têm contatocom o cliente no pós-venda e retroali-mentam a incorporação. As áreas deRelacionamento com o Cliente, de As-sistência Técnica e de Modificaçõesdetectam insatisfações em relação apatologias e a questões incorporadasao projeto.Em paralelo,uma das alter-nativas do incorporador para facilitara venda é a personalização de unida-des superior a 50% e que capta as ex-pectativas do cliente.

Há muitas peculiaridades entre osempreendimentos?Cada empreendimento apresenta par-ticularidades que exigem projetos es-pecíficos e técnicas construtivas não

necessariamente iguais. Ao comparar-mos dois edifícios com mesmo con-ceito estrutural, será necessário desen-volver projeto de fôrma e cimbramen-to para cada um. Isso porque é muitoprovável que existam diferenças na al-tura entre pisos e espessuras de lajes,dentre outras.

Quais as dificuldades em atender aessas demandas?Construir um prédio não é multipli-car a área dos pavimentos pela quanti-dade de andares. A personalização fazcom que unidades teoricamenteiguais apresentem diferenças signifi-cativas, envolvendo paredes internas,pontos elétricos e hidráulicos, mate-riais de acabamento, dentre outros.Isso exige eficácia na gestão de produ-ção, que ficou mais delicada e comple-xa para a engenharia e para a equipede produção.

Soluções flexíveis, como o drywall,ajudam a resolver problemas depersonalização?Com mais tempo para saber da deci-são do cliente, ajuda, pois apresentamenos interfaces entre as variáveis epode ter execução postergada. Issominimiza efeitos decorrentes dotempo entre a decisão do cliente e aassinatura do contrato. Ao adiar oserviço, há menos chances de execu-tar etapas que não deveriam ter sidorealizadas.

Quais outras soluções facilitam aflexibilização?Uma delas é o lançamento estrutural.Estruturas reticuladas de concreto ecom vigas dificultam a personaliza-ção. Por isso edifícios de altíssimo pa-drão têm lajes planas ou protendidas.Em prédios com estrutura reticulada,nos pontos em que prevemos amplia-ção, como no caso de dormitórios re-versíveis, tiramos a viga. Considera-mos mudanças futuras para, no casode um cliente tirar uma parede poste-riormente, não surgirem patologias.

São graves ou recorrentes ascomplicações provocadas por faltade treinamento da mão-de-obra?

É o fator de maior influência nosproblemas detectados em serviços.São perceptíveis diferenças na pro-dutividade, qualidade final e termi-nabilidade do serviço ao executar ta-refas com equipe treinada e qualifi-cada. Assim, por se tratar de um ser-viço que é caminho crítico no crono-grama e cuja qualidade influenciasignificativamente os demais subsis-temas, a Cyrela executa serviços decarpintaria com mão-de-obra pró-pria. Treinamos os operários combase em procedimentos padroniza-dos e, por estarem há mais tempo naempresa, eles adquirem experiência eapresentam resultados surpreenden-tes em produtividade e qualidade doproduto final.

Se a mão-de-obra brasileira tivesseformação técnica de boa qualidade,as construtoras poderiam trabalharde forma diferente?A qualificação da mão-de-obra, porparticipar ativamente dos resultados,pode influenciar a forma de trabalhoda construtora e contribuir para aevolução do processo de gestão daprodução. A melhoria da capacitaçãoda mão-de-obra é uma necessidadeefetiva do setor.

Como avaliar a mão-de-obracontratada?Desde 2000 nosso sistema de gestão daqualidade baseia-se na ISO 9000 e nãoobjetiva a publicidade, mas os resulta-dos. Como prestamos serviços paranós mesmos, o sistema é bastante ma-duro,consolidado e repleto de procedi-mentos detalhados. Os serviços sãoavaliados durante e após a execução,contemplando o prestador de serviçosnos quesitos mão-de-obra, qualidade,prazo, acabamento dos serviços e lim-peza. Os relatórios são analisados e dis-cutidos com os gerentes. Daí é monta-do um plano de ação e tomadas as pro-vidências consideradas necessárias.

Há problemas com falta de treina-mento e especialização da mão-de-obra dita qualificada? Ou seja, entreengenheiros e técnicos.Eu costumo dizer que o difícil não é

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E N T R E V I S T A

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contratar engenheiros e técnicos, massim encontrar bons engenheiros e téc-nicos. No mercado atual, o engenheirotem que se atualizar constantementenos conhecimentos técnicos, adminis-trativos e do negócio. E, para crescerprofissionalmente terá que se destacarcom resultados.

Como lidar com esses problemas?Com a melhoria do ensino, a cons-cientização e o preparo do profissio-nal. Para profissionais já atuantes, éimportante a participação da empresa,incentivando e subsidiando a educa-ção continuada e os treinamentos in-ternos.É importante que as construto-ras valorizem a função, reconhecendo,comemorando resultados e remune-rando adequadamente.A existência deplano de carreira e a possibilidade depoder crescer na função são impor-tantes.Ainda assim, o maior responsá-vel pela capacitação técnica será sem-pre o próprio profissional.

Qual deve ser a relação da construtora com os fornecedores?Ética. A cultura implantada na Cyrelafaz da relação entre fornecedor ecliente uma parceria, cujas partes ne-cessitam uma da outra. O objetivo éque ambas obtenham os resultadosesperados. Por isso, a partir do mo-mento que é acertada financeiramen-te a contratação, nossa filosofia é ten-tar dar as melhores condições para ofornecedor trabalhar.

Quais as dificuldades enfrentadas aotrabalhar com novas tecnologiasconstrutivas?Lidar com tecnologias ainda não devi-damente testadas, sem comprovaçãodo desempenho ao longo do tempo,mão-de-obra não capacitada, falta denormas técnicas nacionais ou estran-geiras que permitam ensaiar e com-provar a qualidade do sistema, custo ecultura local. Preocupada com isso, aCyrela conta com uma Gerência deQualidade e de Desenvolvimento Tec-nológico responsável por testar eaprovar novos materiais e tecnologiasconstrutivas, além de parcerias comconsultores técnicos.

Quais as dificuldades observadas nociclo entre a inserção de uma tecnologia e a avaliação de seu desempenho?Para minimizar o risco de erros, con-templamos diversas etapas para o de-senvolvimento de tecnologias. Busca-mos normas nacionais e estrangeirasque regulamentem o produto e reali-zamos ensaios de desempenho.Atual-mente estamos ensaiando uma resinapara saber se a composição química é,de fato, o que o fornecedor informa.Se for comprovado, poderei reduzircustos usando esse produto.

Por quais etapas de avaliação passaum fornecedor que pretenda traba-lhar com a Cyrela?Para qualificar um fornecedor faze-mos visitas à fábrica e inúmeros en-saios de desempenho. Os resultadosgeram a possibilidade de iniciar aviabilização comercial para, depois,avaliar-se o desempenho real emobra. Depende do tipo de material,mas essa empresa deve ter passadoseis meses em desenvolvimento. Osuporte é dado pela Gerência deQualidade e Desenvolvimento Tec-nológico, uma área estratégica queexiste exatamente para dar suporte àsobras, ao departamento de supri-mentos e à diretoria.

E depois da viabilização comercial?Avaliamos a qualidade do forneci-mento, da utilização e o desempenhopara, então, disseminar o produto naempresa. A área de desenvolvimentogera um certificado interno para aárea de suprimentos, informando queo produto está tecnicamente liberadopara uso e pode ser adquirido.

Para todos os produtos?A não ser que já seja conhecido, como,por exemplo, a especificação de umproduto fabricado há muito tempopor um fornecedor tradicional. Nes-sas situações, em que conhecemos ofornecedor e já trabalhamos com ou-tros produtos dele, existem exceções.Obviamente que, mesmo essa áreaexistindo há alguns anos, alguns pro-dutos foram qualificados pelo uso.

O que é avaliado nessa obra-teste?Prazo de entrega, cumprimento decronograma, conformidade com oproduto liberado e desempenho finaldo produto aplicado. Alguns produ-tos, entre o período de construção e aentrega, só serão testados de fato apóstrês anos. Então, o que baliza a aplica-ção em obra são esses ensaios e o his-tórico de mercado.

A avaliação continua após a entrega?O sistema de retroalimentação recebeum relatório mensal da assistência téc-nica com os problemas atendidos emobras ocupadas.Quando diz respeito àconceituação de projeto, vai para a in-corporação. O problema e a soluçãosão apresentados e discute-se comoevitar reincidências. Recebo a soluçãoe passo aos coordenadores de obra,que passam aos engenheiros. Por fim,chega aos encarregados da Cyrela e aosempreiteiros. Simultaneamente, a áreade desenvolvimento de qualidadeajusta procedimentos.

Dessa forma, uma obra gera conhe-cimento para obras futuras.Os problemas são muito divulgados.Estou acostumado a ouvir dos enge-nheiros de obra que, em função de pa-tologias em outras obras,determinadoproblema foi corrigido em outra. Pelomenos na Cyrela, quando a área de as-sistência técnica levanta um proble-ma, não há brigas internas, mas siner-gia para melhorar resultados. Essa di-nâmica é fundamental na gestão doprocesso construtivo.

Financeiramente, compensa manteressa estrutura?Essa área, por vezes, aumenta os cus-tos de construção, pois há o custo daequipe e o custo dos procedimentosque ela implementa no processo.Como exemplo, analisamos o assen-tamento de cerâmica direto no bloco.Avaliamos e concluímos que nãocorreremos o risco potencial e conti-nuaremos fazendo outra camadapara distribuir tensões. Isso faz partedo processo e temos que ser eficien-tes a ponto de absorver esse custo e

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sermos competitivos. Esse é o dife-rencial que buscamos.

Como a Cyrela avalia a qualidadedas obras que entrega?Com pesquisas de satisfação junto aocliente na vistoria de entrega da uni-dade, na entrega de chaves e na pós-ocupação, que ocorre entre 12 e 18meses após a assembléia de implanta-ção do condomínio. A obra também éavaliada por uma equipe interna querealiza visitas de inspeção após a con-clusão das obras e é composta por re-presentantes da construtora, da incor-poradora e diversos projetistas.

Dentro do canteiro, já na execução,ainda há como reduzir custos?Uma construtora começa a ficar paratrás quando acha que não é possível me-lhorar processos. Somos uma empresaextremamente preocupada com crité-rios construtivos e com o produto final.Investimos muito na racionalização deprocessos tradicionais e em novas tec-nologias para diminuir cada vez mais odesperdício e melhorar custos.

Como avaliar a redução desses custos?Algumas empresas vendem sistemas,fornecendo material e mão-de-obra.Então, se conseguimos preços competi-tivos, é porque temos dado condiçõespara que o fornecedor diminua desper-dícios e aumente a produtividade. Paraele é importante que a mão-de-obranão fique parada, pois recebe apenaspor serviço executado, mas tem quepagar os salários no final do mês.Assim,é possível avaliar a gestão,os processos eas condições que oferecemos tambémdurante a negociação. Ser competitivotambém é atuar positivamente nas con-dições de trabalho do prestador de ser-viços, cujos preços fornecidos depen-dem muito da construtora.

A Cyrela já constatou falta de gruas ou outros equipamentos para locação no mercado?Somente de catracas para balancimpesado, mas, até o momento não foisignificativa. É uma preocupação daempresa para o futuro próximo.

Como consolidar um caminho tecnológico e manter o rumo sempre?Acredito que a Cyrela se enquadrenesse perfil. É importante investir nacapacitação da equipe,possuir área res-ponsável pelo desenvolvimento tecno-lógico e estar assessorado por profissio-nais competentes. Além disso, consoli-dar a cultura da empresa sobre a neces-sidade do desenvolvimento tecnológi-co, dar condições e cobrar resultados.

Que materiais, tecnologias e sistemaspoderiam alavancar a construçãobrasileira? O que está faltando?Em dezembro de 2006 ocorreu o"Primeiro Encontro de DiretoresTécnicos e Gestores de Obras", pro-movido pelo CTE (Centro de Tecno-logia de Edificações). Dentre as con-clusões e recomendações resultantes,destaca-se a necessidade de investirna industrialização da construção eno desenvolvimento de novas tecno-logias; a importância do aumento daprodutividade na redução de custos ea elevação da competitividade dasconstrutoras; a gestão da produção apartir de metas e indicadores de de-sempenho; o respeito às normas téc-nicas; as parcerias com fornecedores;o investimento na formação de em-presas prestadoras de serviço e deprofissionais; os modelos de gestão;as estratégias setoriais visando o cres-cimento sustentável.

As construtoras têm deixado de ladoalgumas evoluções tecnológicas emvirtude de potenciais reduções de custos?É importante não confundir a utiliza-ção de tecnologia construtiva tradicio-nal, racionalizada, controlada e comdesempenho comprovado, com irres-ponsabilidade construtiva. Esta ocorrequando a construtora emprega técni-cas e materiais fora de norma, semcontrole executivo e, em alguns casos,eliminando etapas objetivando exclu-sivamente redução de custo e impli-cando prejuízo no desempenho final.

O mercado residencial vai aceitar ouso do drywall? Essa barreira émais econômica do que cultural?

Apesar de ser uma tecnologia larga-mente utilizada no mundo, com de-sempenho comprovado, acreditoque ainda exista, em São Paulo, umabarreira cultural para a utilizaçãodo drywall. Em função disso, a Cyre-la não tem utilizado em edifícios re-sidenciais. Num exemplo, um em-preendimento nosso tinha, por mo-tivos técnicos, uma parede em gessoacartonado, que teve de ser executa-da em blocos, pois um cliente só as-sinaria o contrato sob essa condi-ção. Quando estiver vencida essabarreira, o volume de uso trará via-bilidade econômica.

Tecnicamente, há restrições ao usodessa tecnologia?Nos empreendimentos em que em-pregamos, fizemos pesquisas pós-ocupação e não tivemos reclamaçõesde desempenho. É uma solução técni-ca viável, muito usada em outros paí-ses, e que ajuda a engenharia a poster-gar atividades. Desde que projetadocorretamente, tem excelente desem-penho e não apresenta restrições téc-nicas. Claro que, embora em gesso, aparede que divide um apartamento dooutro é diferente da parede que dividea sala da cozinha, como é diferente aentre um dormitório e o banheiro.

Qual o portfólio e as expectativas daCyrela para os próximos anos?Em 2006, a construtora Cyrela produ-ziu, somente na Grande São Paulo,297 mil m2. Um volume expressivoque correspondeu a um aumento de53% se comparado com 2005. Anali-sando a quantidade de terrenos ad-quiridos pela incorporadora e a previ-são de lançamentos, a expectativa é deque continuaremos crescendo nospróximos anos.

Atuar na Bolsa de Valores altera aorganização da empresa?O fato de a Cyrela Brazil Realty atuarna Bolsa de Valores não alterou a cul-tura da empresa. Continuamos bus-cando evoluir tecnologicamente e ofe-recer aos nossos clientes produtos dequalidade e custo acessível.

Bruno Loturco

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ESTRUTURAS

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Desde quando se cristalizou noBrasil a preferência pelo concre-

to armado, forjou-se o mito da es-trutura durável, quase eterna. Se-gundo o projetista Francisco Grazia-no, essa cultura remonta ao períodocolonial. "Naquela época, as casaseram construídas com pedras e eramquase indestrutíveis", lembra Gra-ziano.

Esse mito alimenta o desprezopela manutenção e tem custado caroàs obras brasileiras. Apesar da resis-tência e das características inigualá-veis do concreto armado, não se podeesquecer de que se trata de um mate-rial sensível à agressividade do am-biente. "As ações de manutençãovisam, em geral, garantir principal-mente a integridade das armaduras,que são mais sensíveis às agressões domeio ambiente quando expostas."

Para garantir a saúde do edifício,o acompanhamento próximo daevolução do comportamento da es-trutura pode exigir vistorias muitomais cedo do que se imagina e a in-tervalos bem menores. Segundo es-pecialistas, a periodicidade adequadaseria a cada cinco anos. "Esse períodopermite que se interrompa qualquerprocesso de degeneração que possater se iniciado na estrutura", afirmaJosé Roberto Braguim, presidente daAbece (Associação Brasileira de En-genharia e Consultoria Estrutural).

Mas alguns fatores podem in-

Inspeção de rotinaPara acompanhar de perto o desempenho daestrutura e a evolução de eventuais patologias, devem ser feitas inspeções a cada cinco anos.Fundações e marquises não podem ser esquecidas

fluenciar esse intervalo. O surgimen-to de trincas ou fissuras pode exigirinspeções imediatas. O tipo de utili-zação de um edifício é outro fator deagressividade que pode interferir nasinspeções. Uma edificação de utiliza-ção pública, evidentemente deve re-ceber uma atenção muito maior",concorda o presidente do Ibape-SP(Instituto Brasileiro de Avaliações ePerícias de Engenharia), Tito LívioFerreira Gomide.

Nos centros das grandes cidades,prédios centenários, originalmente re-sidenciais, passaram a receber comér-cio, escritórios e até pequenas fábricas."A mudança de destino de uso tam-bém pode ferir a estrutura em termosde carregamento e agressividade. Sãofatores que costumam ocorrer com opassar do tempo e que são deletériospara a estrutura",acrescenta Graziano.

Projetos originaisA pobreza de registros e docu-

mentações é marcante nas edifica-ções brasileiras, seja nas públicas,seja nas privadas. Os engenheiros sãounânimes ao afirmar que, dos pré-dios mais antigos – com 20 anos oumais – que já vistoriaram, a maiorianão possui os projetos originais.

Normalmente, a recuperaçãodos projetos originais pode ajudarna anamnese (conhecimento dahistória do edifício, suas caracte-rísticas construtivas e sua concep-ção de utilização). Segundo Bra-guim, da Abece, isso não é necessa-riamente um obstáculo ao enge-nheiro que vistoria a estrutura. Osdemais dados disponíveis – entre-vistas com usuários, inspeções vi-

Elementos estruturais que contêmtubulações em seu interior têm umaprobabilidade maior de sofrerinfiltrações de água

Inspeções devem ocorrer, emmédia, a cada cinco anos. Massurgimento de trincas na estruturaexige inspeções imediatas

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suais, histórico de ampliações daedificação ou das intervenções demanutenção – podem ser úteispara conhecer a construção anali-sada. Caso necessário, lembra o en-genheiro, as dimensões originaispodem ser recuperadas com medi-ções in loco da largura e espessurade pilares e vigas, espessuras de re-

Romilde Almeida de Oliveira é professordo curso de Engenharia Civil da Unicap(Universidade Católica de Pernambuco) e participou da Comissão de Diagnósticomontada pelo Crea-PE (ConselhoRegional de Engenharia e Agronomia)para investigar as causas do colapso doedifício Areia Branca, ocorrido emoutubro de 2004 em Jaboatão dosGuararapes. Ele nega que tenha havidonegligência na inspeção da estrutura doedifício, e revela que os problemas queresultaram no acidente estavam"escondidos" em uma região raramentevistoriada: as fundações. Das liçõestiradas do acidente com o Areia Branca,surgiram diversos seminários técnicos e

documentos orientativos, como o check-list elaborado pela Abece.

Houve negligência na inspeção daestrutura do edifício Areia Branca?Não atribuo negligência aosadministradores do edifício durante suafase de utilização. Durante todo o períodode 27 anos de uso, não houveidentificação de danos ou falhas emquaisquer elementos que tenhamchamado a atenção de moradores ou docondomínio. O prédio tinha problemas,que, no entanto, não eram aparentes.

Onde ocorreram esses problemas?No acidente do Areia Branca, a causadeterminante do desabamento se deu nasfundações, parte enterrada do edifício. Foiexatamente a ruptura dos pilares na zonacompreendida entre o topo das sapatas e alaje do piso do subsolo, que sela toda aárea da edificação. Ou seja, uma regiãoque comumente não era visitada nosedifícios brasileiros. Principalmenteporque há uma grande dificuldade atranspor: uma inspeção desse tipo exigiria

"Não houve negligência de inspeção no Areia Branca"

quebrar todo o subsolo e destruiracabamentos bons.

Quais foram as causas da ruptura?Havia falhas construtivas graves. Entreoutras, foram detectadas a máconcretagem das sapatas e dos pilares,má vibração do concreto, utilização de umconcreto poroso, com fator água–cimentoelevado, trechos em contato permanentecom umidade, o que favorecia a corrosãode armaduras e a deterioração doconcreto. Um dos pilares falhou, depoisoutro, em razão da transferência de carga,gerando um efeito dominó.

Segundo o perito, o edifício Areia Brancacolapsou por falhas em suas fundações,região raramente vistoriada eminspeções estruturais

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Fissuras em alvenarias podem revelarproblemas mais sérios, como flechasem vigas ou lajes

Difíceis de identificar em seusurgimento, corrosão das armaduras sãointensificadas quando ocorre odesplacamento do concreto

vestimentos, extração de testemu-nhos e análises laboratoriais dotraço e da resistência do concreto eexames de pacometria para locali-zação das armaduras.

A falta dessa documentação, se-gundo Graziano, pode ser prejudicialem uma fase posterior do diagnósti-co dos problemas encontrados em

um edifício. "Para o engenheiro, éimportante saber a dimensão docomprometimento que uma patolo-gia significa, ou que atitudes correti-vas podem ser feitas com segurançano local", explica. "A construtora po-deria entregar junto com as chavestodos os projetos num CD, com a do-cumentação técnica", sugere José Ro-berto Braguim.

AtençãoAs patologias mais comuns em

estruturas de concreto armado sãoas trincas e fissuras, infiltrações ecorrosão das armaduras. Entretanto,como geralmente os elementos es-truturais estão aparentes apenas emalgumas partes do edifício, como notérreo ou nos subsolos, os engenhei-ros que realizam vistorias devemestar atentos a outros sistemas, comoas alvenarias e os revestimentos. Elesescondem a estrutura e interagemcom ela, e simples rachaduras ou

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E S T R U T U R A S

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Confira os principais passos para arealização das inspeções sugeridos noPlano de Vistoria de Estrutura deEdificações da Abece (AssociaçãoBrasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural).

INSPEÇÃO PRELIMINAR

HHiissttóórriiccoo ee aanntteecceeddeenntteessDados cadastrais: nome da edificação;endereço; data da construção; motivo dasolicitação; nome do síndico ou órgãoresponsável; agressividade do ambiente. Informações gerais: nome daconstrutora; nome dos projetistas;utilização da edificação x concepçãooriginal do projeto; caracterização daedificação (número de pavimentos, tiposde lajes, tipo da fundação, etc.);verificação de registros de intervençõesanteriores (data de execução, empresaresponsável, projeto, motivo e locais de intervenção); análise dosprojetos da edificação.

QQuueessttiioonnáárriiooDistribuição: um questionário sucinto é entregue, por meio do síndico ouadministrador, para os usuáriosindicarem os problemas existentes nasunidades (fissuras em paredes ecerâmicas, problemas com portas ejanelas, deformações, infiltrações, etc.).Filtragem: respostas recebidas sãoselecionadas para definição dasunidades a serem vistoriadas.

MMaanniiffeessttaaççõõeess ppaattoollóóggiiccaassLevantamento: a vistoria do edifíciodeve levar em consideração aspectosimportantes como infiltrações de água,corrosão de armaduras, fissuras edeformações em elementos estruturais,fissuras em alvenarias, descolamentosnos revestimentos. Deve ser feito oregistro por meio de fotografias e croquis.Classificação: classificar a gravidade dasmanifestações patológicas presentes nasestruturas vistoriadas, separando porelemento estrutural, localização emicroclima (condições de umidade,

presença de agentes agressivos, etc.).Detalhamento: definição dos pontos deinspeção detalhada. Nessa etapa, osaspectos mais importantes a seremconsiderados são os pontos críticos daestrutura, as condições de umidade, deinsolação, exposição a agentesagressivos etc.

MMééttooddooss ddee eennssaaiiooSeleção: nessa fase, serão definidos osensaios e procedimentos necessários para ainspeção detalhada da estrutura. Análise estrutural: verificar a localizaçãodas armaduras; determinar suas bitolas;verificar perdas de seção por corrosão;checar dureza superficial do concreto;extrair testemunhos e realizar ensaios deresistências à compressão e de prova decarga, entre outros. Análise de durabilidade: checar a medidado cobrimento de concreto sobre asarmaduras; seu potencial de corrosão; suaresistividade elétrica; a taxa de corrosão; aprofundidade de carbonatação e o teor deíons cloreto. Com a extração detestemunhos, deve-se fazer areconstituição do traço do concreto everificar índices de vazios, absorção de águapor imersão e massa específica.

INSPEÇÃO DETALHADA

DDiiaaggnnóóssttiiccoo ee pprrooggnnóóssttiiccooHipóteses: nessa etapa, deve-se levantarhipóteses e buscar evidências que ascomprovem ou não, levando a umdiagnóstico das patologias. Dependendodas condições de exposição da estrutura,pode ser necessária a investigação deataques de agentes químicos, comoações de cloretos, sulfatos e águasagressivas e ácidas, carbonatação ereação álcali-agregado.Conseqüências: feito o diagnóstico, énecessário buscar dados que permitamrealizar o prognóstico da deterioração daestrutura, ou seja, predizer asconseqüências da não realização deintervenções de manutenção.Intervenções: é necessário investigar, emcampo, a ocorrência de intervenções

Check-listposteriores à construção original,principalmente serviços de reparo, reforçoou obras que resultem no carregamentoadicional da estrutura.

LOCAIS DE CONCENTRAÇÃO DOS TRABALHOS

SSuuppeerreessttrruuttuurraa ((pprriinncciippaallmmeenntteeppiillaarreess))Verificar: infiltrações de água,corrosão de armaduras, fissuras edeformações em elementosestruturais, fissuras em alvenarias,cobrimento das armaduras,carbonatação, teor de cloretos,segregação, ninhos de concretagem,má vibração, porosidade e baixaresistência do concreto.

CCoobbeerrttuurraa ee úúllttiimmoo ppaavviimmeennttooVerificar: calhas, telhado emadeiramento, fissuras de origemtérmica, impermeabilização,isolamento térmico.

RReesseerrvvaattóórriioo ee ccaassaa ddee mmááqquuiinnaassVerificar: reservatórios inferior esuperior, dando prioridade às lajes detampa, checar vazamentos, existênciade trincas na ligação da estrutura deconcreto armado da laje da coberturae as alvenarias.

JJaarrddiinneeiirraassVerificar: existência de vazamentos,integridade da impermeabilização,existência de condensação.

JJuunnttaass ddee ddiillaattaaççããooVerificar: condições do elastômero,obstruções com acabamentos,oxidação de armadura nas faces dedifícil acesso.

FFuunnddaaççõõeessCuidados: em edifícios construídoshá mais de dez anos, deve ser feitainspeção nos elementos de fundação– sapatas ou blocos –,independentemente de apresentaremsintomas ou não na superestrutura.

Fonte: Abece (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural)

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Deve ser tomada uma amostragemmínima de 30% das sapatas ou blocose pescoços dos pilares. A fundaçãosempre deverá ser inspecionadaquando houver indicadores depatologias, como trincas emanifestações típicas de recalques.Todos os pilares juntos às caixas depassagem ou que possuíremtubulações anexadas deverão,obrigatoriamente, ser inspecionados.Recomenda-se, ainda, verificar o níveldo lençol freático. Checar aslocalizações do sistema de fossa, filtroe do reservatório inferior, além deverificar se há umidade nessas regiões.

SSuubbssoolloossVerificar: microambiente criado porsistemas finais de esgoto (sumidouros,caixas de visita, sistema de drenagem,valas de infiltração, águas pluviais).

Reservatórioe casa demáquinas

Fachadas

Jardineiras

Coberturae último

pavimento

Superestruturas

Juntas dedilatação

Subsolos

Fundações

FFaacchhaaddaassVerificar: o acúmulo de umidadeem argamassas de revestimentosexternos, infiltrações através derejuntamentos, caixas de ar-condicionado, brises, ausência dedrenagem de caixas de ar-condicionado, destacamento doselementos de revestimento.

Corrosão de armadurasNa vistoria de corrosão das armaduras, oengenheiro deve ater-se mais às regiõesda estrutura que estiverem submetidasa ciclos de molhagem e secagem, àestrutura voltada para a fachada, lajesdescobertas, pés de pilares e locaisconfinados, como as garagens. Muitasvezes existe a necessidade de remoçãodo revestimento e do concreto paramelhor visualização da manifestaçãopatológica.

desplacamentos de azulejos podemrevelar problemas mais sérios, comoflechas em vigas e lajes ou infiltra-ções em pilares. "Ao se constataranomalias em revestimentos, porexemplo, deve-se retirá-los parafazer uma análise diretamente na es-trutura", aconselha Gomide, doIbape. Outras áreas merecem inspe-ções obrigatórias, já que a dificulda-de de acesso pode esconder a evolu-ção das patologias. É o caso das jun-tas de dilatação, como lembra Bra-guim. "São regiões em que podemocorrer infiltrações devido a umaimpermeabilização malfeita."

A inspeção das fundações vem re-cebendo maior atenção nos últimosanos, após o desabamento do edifícioAreia Branca, em 2004, em Jaboatãodos Guararapes (PE). Até então, erammuito raras essas inspeções devido àdificuldade de acesso. Recentemente,porém, a Abece, junto com outras en-tidades de engenharia pernambuca-nas, elaborou um check-list de vistoriade estruturas (ver ao lado), com umadivisão especial para as fundações. Se-gundo o documento, é adequado queas inspeções sejam feitas a cada dezanos, em uma amostra de 30% dototal de pilares do edifício. "Se, dessespilares, a maioria expressiva apresen-tar problemas significativos, então de-verá ser feito o ensaio em todo o uni-verso", afirma Romilde Almeida deOliveira, um dos engenheiros que aju-daram a elaborar o check-list.

A segurança de outro elementotambém vem chamando a atenção deengenheiros estruturais recentemen-te: as marquises. Tendo como funçãobásica a proteção de uma áreacomum contra as intempéries, essasestruturas são, por sua própria natu-reza, um pouco mais sensíveis àsagressões do meio ambiente. Grazia-no explica que o principal compo-nente que lhe dá sustentação é a ar-madura negativa, que se encontra nasua face superior – uma região quepode acabar sendo esquecida emuma inspeção. E ele alerta: "A mar-quise é uma estrutura isostática. Se aarmadura falhar, ela cai mesmo".

Renato Faria

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PROTENSÃO

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Um amplo leque de aplicações paraa protensão está aberto com o

avanço dessa tecnologia. Seja em lajestipo radier, na armação de blocos e sa-patas, em reforços de estruturas, naconstrução de silos, em pisos indus-triais ou em lajes que compõem plan-tas flexíveis, as possibilidades estrutu-rais são variadas.

"A protensão não se presta so-mente para resolver o equilíbrio dosesforços na estrutura toda mas tam-bém para resolver problemas pon-tuais", diz Horácio Pires, da Engetec,que lembra já ter realizado uma obrade mais de 1 mil m² na qual umaúnica peça foi protendida porquetinha, por determinação arquitetôni-ca, dimensões limitadas.

Os fatores que determinam o usoda protensão são os que influem deforma negativa no desempenho emserviço das estruturas, basicamentefissuração e deformação acima do li-mite estabelecido. Isso não impede,porém, que a escolha seja pautada vi-sando vantagens de caráter executivoe de prazo ou custo.

"A protensão torna-se indicativaquando a estrutura de concreto ar-mado não dá mais garantias quantoà grandeza das flechas e fissuras den-tro de uma faixa de variabilidadecom valores aceitáveis", explica oprojetista de estruturas FranciscoGraziano. Segundo ele, o custo dovolume unitário de concreto proten-dido tende a ser maior que o do con-creto armado. No entanto, é possível

Força aplicadaAderente ou não-aderente, protensão agrega leveza às estruturas de concreto e melhora comportamento das peças fletidas

obter contrapartidas estruturais, deprazo e desempenho.

"Em edifícios, por exemplo, aslajes protendidas antecipam a retiradade escoramentos e fôrmas, dandomais velocidade à obra. A ausência devigas, por sua vez, garante melhoraproveitamento da área, redução deconsumo de material e também dopeso próprio da estrutura, refletindona execução das fundações", afirma oengenheiro Marcos Caracas, da Im-pacto Protensão.

Questão de aderênciaPara execução no canteiro, há dois

métodos de protensão amplamenteutilizados – existe também um tercei-ro método, a pré-tensão aderente,mas realizado somente em fábricas depré-moldados (ver quadro).

Até 1997, praticamente só se em-pregava no Brasil a protensão aderente,na qual cada cabo de aço é alojado den-tro de uma bainha metálica e depois éalongado por macacos hidráulicos.Tradicionalmente, as cordoalhas mais

De execução relativamente simples, a protensão com cordoalhas engraxadas temsido bastante empregada em lajes de edifícios comerciais e residenciais, sobretudopara atender à necessidade de maiores vãos livres, aumento das cargas e maioresbeltez dos elementos estruturais

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utilizadas nesse sistema de protensãosão as de sete fios e de Ø 12,7 mm ouØ 15,2 mm. Em seguida, no vazioexistente entre o cabo e a parede dabainha, injeta-se uma calda de cimen-to e água com a finalidade de protegero cabo e de garantir a sua aderência àbainha e, consequentemente, à estru-tura de concreto.

Indicado quando se necessita deuma protensão de alta densidade,ondehá uma concentração de carga maiorem uma determinada seção, esse siste-ma requer a instalação de injetores epurgadores, além de todo o processode injeção. Trabalha-se, portanto, comum grande número de insumos e ocusto adicional de misturador para opreparo da calda de cimento, man-gueiras de condução e bomba injetoraetc. As ancoragens também são maio-res e o equipamento de protensão é vo-lumoso e bastante pesado. Por isso, aprotensão aderente é mais empregadaem estruturas de maior vulto, com so-licitações elevadas ou com deficiênciade capacidade de redistribuição, casode pontes e viadutos.

Na tentativa de simplificar o pro-cesso e tornar a tecnologia adaptável àconstrução de obras de menor porte,no final dos anos 1990 foi trazida dos

Aplicações

Estados Unidos a protensão com cor-doalha engraxada e plastificada, mé-todo no qual não há aderência entre oaço de protensão e a estrutura de con-creto. Nesse sistema, também se utili-zam as cordoalhas de sete fios de Ø12,7 e 15,2 mm. Porém, em vez da bai-nha metálica, o cabo chega na obra

envolvido por uma bainha depolipropileno, inserindo graxa entreum e outro com a finalidade de lubri-ficação e proteção contra a corrosão.Cada cordoalha tem sua ancoragemindividual e, portanto, é posicionadatambém individualmente. "Isso favo-rece a precisão no posicionamento e

Tradicionalmente, as cordoalhas maisutilizadas, tanto no sistema aderentecomo no com cordoalhas engraxadas,são as de sete fios e Ø 12,7 mm ou Ø 15,2 mm.

Grande parte do desempenho daprotensão se deve às ancoragens. Namontagem, por exemplo, deve-seevitar que o cabo force a ancoragemdurante a protensão

Em pisos industriais, protensão não-aderente tem sido usada como meiopara diminuir o número de juntas e,conseqüentemente, as interrupçõespara manutenção

Cordoalhas engraxadas e plastificadassão mais flexíveis e podem fazer curvaspara desviar-se de obstáculos

Em indústrias de pré-fabricados deconcreto, a cordoalha é tensionada empistas de protensão antes da concretagem

Protensão não-aderente aplicada emradier de casa popular mostra que soluçãopode ser competitiva financeiramente

Protensão aderente é indicada quando sedeseja uma protensão de alta densidade,como em pontes, por exemplo

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torna o processo mais produtivo,além de diminuir o peso que o operá-rio deverá manusear. O perfil delgadoda cordoalha facilita o posicionamen-to em peças estruturais mais esbeltas etambém permite excentricidadesmaiores. A graxa presente na cordoa-lha, por sua vez, diminui as perdas deprotensão por atrito entre o aço e abainha plástica", garante Caracas.

Essa solução transformou a pro-tensão em uma operação mais sim-ples, com equipamentos mais leves.O principal ganho, porém, foi elimi-nar a etapa de injeção de nata de ci-mento e a limpeza das bainhas metá-licas com ar comprimido, o que con-tribuiu para tornar o processo maislimpo e rápido.

"É preciso considerar, porém, quenão havendo aderência, a protensãopassa a ser considerada como força ex-terna aplicada sobre a estrutura e a per-manência dessa força através dos anosdepende exclusivamente do desempe-nho das ancoragens que devem,portan-to, ser confiáveis", alerta o projetista deestruturas Manfred Theodor Schmid.

Como em qualquer etapa de exe-

Purgador colocado sobre a bainha

Purgador

Tubo plástico 15/19

Tubo ø interno 1/2” Chapa metálicaespessura

Solda

R = ao R externo da bainha

0,3 a 0,6 mm

Graxa para proteçãopermanente contra corrosão

Capa plástica Cordoalha

Durante a execução da protensão aderente éimprescindível a instalação de injetores e purgadoresplásticos na bainha metálica. A função desses elementosé permitir a injeção da calda de cimento que garante aaderência necessária ao sistema

Embora o aço de protensão seja maisresistente que o comum, seu manuseio eassentamento devem ser cuidadosos paragarantir a proteção adequada contra acorrosão, além da fixação no localprevisto pelo projeto. Na foto, protensãocombinada com laje nervurada

Fonte: Eugenio Cauduro

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TIPOS DE PROTENSÃOCaracterísticas Principais vantagens Principais aplicaçõesCom fios aderentes (pré-tensão)A protensão é feita por meio de fios e cordoalhas Alivia o peso das peças em relação ao Em peças pré-fabricadasde alta resistência, sem bainhas, antes da concreto armado. Peças mais leves na de concreto.concretagem. Primeiro, a cordoalha é tensionada indústria de pré-fabricados são sinônimo entre os dois contrafortes ancorados na pista de menores custos de transportede protensão (geralmente com comprimento e armazenamento (estoque).entre 100 e 200 m). Só depois que o aço é tracionado A fabricação industrial permite melhorcom macacos hidráulicos ocorre o lançamento controle dimensional do produto.e a vibração do concreto.Com cordoalha aderente (pós-tensão)Após o lançamento do concreto, o cabo de aço, Permite que a armadura de protensão Obras de grande portealojado dentro de uma bainha metálica, é alongado e o concreto trabalhem juntos, que requerem protensãopor meio de macacos hidráulicos. No vazio entre de forma integrada. Apresenta ampla de alta densidade, comoo cabo e a parede da bainha é injetada uma calda gama de ancoragens: passivas, ativas, pontes e viadutos.de cimento e água para garantir a aderência entre intermediárias e de emenda.o cabo de protensão e a estrutura de concreto, A injeção de nata oferece maior além de oferecer proteção contra corrosão. proteção contra o fogo.Com cordoalha engraxada plastificada (pós-tensão não-aderente)Não há aderência entre o aço de protensão e a Pode ser executada com equipamentos Para resolver problemas estrutura de concreto. Os cabos são compostos por leves (da ordem de 20 kg). de deformabilidadeuma ancoragem em cada extremidade, sendo a Os cabos são flexíveis, permitindo excessiva. Viabilizacordoalha de aço envolta com graxa e capa de a realização de curvas em sua plantas flexíveis, lajespolietileno. A graxa oferece proteção conta corrosão disposição. Não requer injeção planas, redução do númeroe permite a movimentação das cordoalhas de nata de cimento, o que de pilares em garagens,com pouco atrito nas bainhas durante a protensão. garante mais limpeza pisos industriais e radiers de

no canteiro, menor custo fundação.e maior rapidez de execução.

Fontes: Engetec, Rudloff, Impacto Protensão e Belgo-Arcelor Brasil

Ponte em Rio Verde (GO)Construtora: AGProjeto estrutural: JCM Queiroz eAssociadosProtensão: Engetec

Com quase 20 m de vão livre e largurade cerca de 6 m, a ponte em Rio Verde(GO) foi construída em menos de 30dias. O engenheiro Horácio Pires, daEngetec, conta que a principal

Construção rápidanecessidade do cliente era velocidadede execução para possibilitar oescoamento da safra agrícola. Também era importante que a pontepermitisse o tráfego de veículos de três eixos, como máquinascolheitadeiras e carretastransportadoras de grãos. A solução foi executar as longarinas em pré-vigas protendidas e o tabuleiro em pré-laje. As vigas foramexecutadas no canteiro e parcialmenteprotendidas para posicionamento por guindastes nos apoios extremos dorio. Posicionadas as vigas, a etapaseguinte foi a execução da laje maciça do tabuleiro da ponte com oauxílio de escoramento de madeiraapoiado nas próprias vigas. Ao todoforam consumidos 1.107 kg decordoalhas engraxadas com Ø 12,7 mm.

cução da estrutura, a protensãotambém deve acompanhar um rigo-roso controle tecnológico do con-creto. Também deve ser observada,no ato da concretagem, a correta vi-bração do concreto para um perfei-to adensamento. "A protensão éuma prova de carga para os mate-riais e para a estrutura, por isso, re-quer conhecimento e maturidadeprofissional. Nenhum material po-de estar a menos ou em excesso", re-sume Schmid.

A tolerância contra imperfeiçõesgeométricas no posicionamento dascordoalhas é muito pequena. Afinal,grande parte do efeito que se esperada protensão é obtida por um posi-cionamento geométrico apropriadodos cabos ao longo das lajes e vigas.O cumprimento dessa especificaçãogeométrica é fundamental, bemcomo o controle do módulo de elas-ticidade e da resistência do concreto

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Pátio de Aeronaves do AeroportoAfonso Pena – CuritibaConstrutora: Andrade GutierrezProjeto estrutural: M. SchmidEngenharia EstruturalProtensão: Rudloff

Reduzir o número de juntas, ponto fracoem qualquer tipo de pavimento, era umadas exigências que deveriam seratendidas durante a construção do pátio

Menos interrupções

de aeronaves do Aeroporto Afonso Pena,em Curitiba. Por isso, adotou-se na áreade 21.623 m² concreto com protensãoaderente com ancoragens convencionaisde lajes. Como no pavimento protendido a resistência à tração aumenta com acompressão aplicada ao concreto,menores espessuras e maiores dimensõesde placas foram obtidas. O projeto inicialem concreto armado previa placas de 3,0x 6,0 m, com espessura de 35 cm. Com a

protensão, foram obtidas placas de até64,0 x 116,5 m e redução da espessurapara 20 cm. De acordo com aengenheira Maria Regina Leoni Schmid,da Rudloff, a redução de espessura deconcreto absorveu boa parte do custoda protensão.Na solução adotada, após a cura dainjeção, os cabos funcionamindependentes de suas respectivasancoragens, o que possibilita o seucorte, sem maiores precauções. "Osistema adotado permitiu, ainda, quemesmo depois de o pavimento estarpronto, fosse inserida mais uma pontede embarque, não prevista no projetoinicial. Para isso, foi necessário recortarno pavimento o espaço para a fundaçãodessa ponte, o que pôde ser executadosem comprometer a segurança dopavimento", explica Maria Regina. Aindasegundo a engenheira, a solução emconcreto protendido proporcionou umpavimento de desempenho técnicoelevado e baixa necessidade demanutenção. Tanto que desde o iníciode funcionamento do pátio doAeroporto Afonso Pena, há dez anos, aúnica manutenção necessária foi alimpeza das juntas de dilatação.

utilizado na peça, além da força deprotensão aplicada e da qualidadedo aço especificado. O projetistaFrancisco Graziano explica que ocontrole desses itens deve ser feitode acordo com norma específica de

controle e execução. "Há, também,procedimentos de controle tradicio-nais que auxiliam na garantia do de-sempenho da protensão, associadosao registro e análise dos alongamen-tos dos cabos de protensão e sua

análise pelo projetista estrutural",complementa.

Merece atenção redobrada a re-gião das ancoragens, sobretudo naprotensão não-aderente. "Nesse senti-do, é essencial o tamponamento donicho da ancoragem após a protensãoe corte da ponta do cabo, evitando acorrosão do sistema cordoalha-ancor-agem-cunha", salienta Caracas. Há,ainda, outras recomendações: "Namontagem dos cabos temos que ter ocuidado para que a cordoalha obedeçaa um ângulo de 90º com a ancoragem,evitando assim que o cabo faça esforçosobre a ancoragem durante a proten-são", diz Caracas, que ressalta, ainda, aimportância de se observar a manu-tenção dos equipamentos de proten-são, bem como a aferição periódicados manômetros.

Juliana Nakamura

Com a função de evitar deformaçõesexcessivas e aumentar a flexibilidadedos ambientes, a protensão comcordoalhas engraxadas pode seraplicada em lajes nervuradas

A cordoalha deve ser cortada deixandouma ponta de 13 a 20 mm fora dacunha. Deve-se adotar cobrimentomínimo de 25 mm para as ancoragens,cunhas e cabos

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Maior metrópole nordestina,com 2,7 milhões de habitantes,

Salvador estava há 25 anos sem rece-ber nenhum grande centro comer-cial. Agora está prestes a ganhar umshopping com 153 mil m2 e 277lojas, resultado de investimentos daordem de R$ 200 milhões feitos pelogrupo JCPM (João Carlos PaesMendonça). A última grande inau-guração do setor havia sido o Igua-temi, que apresenta sinais de satura-ção em termos de absorção depúblico-consumidor e capacidadede ampliação.

Almejando ocupar o espaço que,tudo indica, o concorrente não con-seguirá ocupar, o grupo investiu emdiferenciais arquitetônicos, em me-lhorias viárias (ver quadro), em tec-nologia para chegar antes da con-corrência e na possibilidade de am-pliação. Se tudo correr conforme oesperado, em 2009 o shopping do-brará de tamanho e passará a tercerca de 400 lojas. "Foi concebido demaneira a permitir o espelhamentono grande eixo", explica o arquitetoFrancisco Mota.

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SoluçõescombinadasVelocidade construtiva e leveza pautaram aconcepção do Salvador Shopping, que contacom pilaretes cinturados, paredes duplas dedrywall e piso epóxi moldado in loco

Industrialização totalPara, em apenas dois anos, tal ex-

pansão ser possível, foi necessáriolançar mão de tecnologias construti-vas que propiciassem produtividadee rapidez já na construção da primei-ra fase. Assim, a estrutura é mista, acobertura é metálica e alguns dos fe-chamentos externos são de chapa ci-mentícia, assim como as divisões in-ternas são em drywall duplo.

Os 15 mil m2 de fechamento comchapas cimentícias atendem aos li-mites de carga da estrutura. Foramimportadas dos Estados Unidos por"apresentarem menor expansão porumidade e contarem com tratamen-to de juntas", resume José Brim, daconstrutora Andrade Mendonça.

Nem todos os fechamentos sãoindustrializados porque o projetoarquitetônico previu uma volume-tria diferenciada para a fachada.As pastilhas de vidro assentadasficam num plano diferente do por-celanato, destacado com o uso deinsertes metálicos em blocos deconcreto enrijecidos com pilaretese cintas internas.

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RESUMO

Obra: Salvador ShoppingExecução: Construtora AndradeMendonçaLocalização: avenida TancredoNeves, em Salvador Construção: setembro de 2005 a abril de 2007Área construída: 153 mil m2

Área da maior laje: 52 mil m2

Área bruta locável: 53 mil m2

Espaço para eventos: 6.500 m2

Terreno: 120 mil m2

Volume de concreto: 45 mil m3

Quantidade de aço utilizada:armaduras: 2.500 t e estruturametálica: 5.000 tGeradores: 6, com 560 kVA depotênciaSubestações: 1 de alta tensão (69a 11,9 kV) e 5 de média tensão (11,9a 380 V)Vagas de estacionamento: 4.088Pé-direito livre: garagens: 2,6 m,malls: 4,2 m, L1: 5,75 m, L2: 5,9 m eL3: 5,5 mVolume de solo remanejado ematerros e escavações: 100 mil m3

Resistência do concreto: lajes efundações: 25 MPa e pilares: 30 MPaPavimentos: 5 (G1 e G2 – garagem;L1, L2 e L3 – lojas, praça dealimentação e espaços técnicos)Quantidade de lojas: 263 lojas, 5lojas-âncora e 9 mega storesElevadores: 21Escadas rolantes: 21Esteiras rolantes: 4Cinema: 8 salasAr-condicionado: 2.200 TR(toneladas de refrigeração)M

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Além do aspecto visual – "para mi-nimizar a monotonia dos grandes vo-lumes" –, o recurso isola termicamen-te o edifício, diminuindo o consumoenergético do ar-condicionado, expli-ca Mota. Também mantém baixos oscustos da fachada, item historicamen-te caro em obras extensas como umshopping. Alumínio composto, pai-néis metálicos com isolamento térmi-co em EPS e cortinas de vidro comple-tam a composição da fachada.

Mesma função térmica têm os vi-dros laminados da cobertura, serigra-fados e com filtros para reduzir a

transmissão de raios UV e calor. For-mam, junto com as telhas duplas emaço galvanizado, a cobertura do mallcentral, de estrutura metálica comarcos formados por seções circulares.

Para refrigeração, um sistema dear-condicionado com capacidadepara 2.200 TR (toneladas de refrigera-ção) funciona com tanque de água ge-lada resfriada à noite, chillers centrífu-gos a água e fan coils com filtros paracontrolar a qualidade do ar. Antes deser exaurido, o ar ainda frio troca decalor com o ar que entra, reaprovei-tando a energia.

Uma operação econômica, alémde abarcar conceitos de sustentabili-dade, é importante para um shoppingque, inevitavelmente, tem outrosgrandes custos inevitáveis, com esca-das rolantes e elevadores, por exem-plo. Daí a priorização da iluminaçãonatural por meio da integração visualentre os três pisos de lojas.

As paredes internas serão revesti-das com pastilhas de vidro, alumíniocomposto e laminado melamínico,e oforro será de gesso acartonado. O pisoterá granito, porcelanato e, se os deta-lhes finais da importação forem acer-tados,piso epóxi moldado in loco.No-vidade no Brasil, é empregado emshoppings europeus e norte-ameri-canos por permitir a composição deformas inusitadas e a aplicação devasta gama de cores. Caro para os pa-drões nacionais, atende à preocupa-ção em oferecer um ambiente moder-no e inovador para o público sotero-politano. Junto com o material, ogrupo proprietário terá de importardos Estados Unidos também o treina-mento para a mão-de-obra.

A ser aplicado apenas em pontosespecíficos de todos os pavimentos, écomposto por resina misturada aagregado de mármore, madrepérola evidro, com juntas metálicas. O mate-rial, que deve ser executado em fins defevereiro, "é bastante durável", segun-

O núcleo metálico dos pilares, revestidos posteriormente em concreto, teve como função principal aumentar a velocidade demontagem das vigas e do steel deck das lajes, além de diminuir o peso da estrutura. As ligações entre pilares e vigas foramaparafusadas e cobertas com concreto auto-adensável

A montagem do cinema e da estrutura da cobertura exigiu o uso de dois caminhões-guindaste para movimentar os elementos metálicos. Guindastes convencionais, maispesados, poderiam exceder os limites de carga da laje

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do Brim.As garagens foram pavimen-tadas com concreto aditivado de fi-bras de vidro e acabamento vítreo.

Estrutura alternativaA industrialização visando rapi-

dez é ainda mais perceptível na estru-tura. A idéia inicial de executar lajesnervuradas foi abandonada devido àquantidade insuficiente de cubetas nomercado soteropolitano. A estruturametálica propiciou uma execução rá-pida embora um pouco mais cara."Evitamos custos não previstos, comoindenização por escoras avariadas",exemplifica Brim ao citar a terceiriza-ção da estrutura metálica.

Os pilares literalmente escondemo maior diferencial da estrutura."Uma tecnologia que nunca haviasido aplicada em tão larga escala noPaís", afirma José Luiz Costa Souza,daEnpro Engenharia e Projetos, queconcebeu a estrutura metálica. Apa-rentemente em concreto, têm núcleometálico composto por perfil W de 25x 25 cm. O processo executivo explicaa função dessa alma em metal, quepermitiu a montagem do esqueletometálico, num processo contínuo,sem escoramentos. "O prédio é auto-portante o tempo todo", resume.

E a função desses pilares metálicoscom dimensões reduzidas é, basica-mente, permitir a montagem das

vigas metálicas e do steel deck quecompõe a laje. "Claro que o perfil con-tribui para a resistência, mas a funçãoprincipal é de montagem", comenta oengenheiro Wanderlan Paes, da Siste-ma Consultoria e Projetos, empresaresponsável pela concepção da estru-tura de concreto.

Após isso, um invólucro de con-creto de 30 MPa de 60 x 60 cm, comarmaduras, aumenta a resistência ematé oito vezes e faz as vezes de prote-ção passiva contra incêndio. A jun-ção do pilar com as vigas, aparafusa-das na estrutura metálica, foi reco-

berta com concreto auto-adensável.Simultaneamente, o andar de cimapôde ser montado, garantindo agili-dade ao processo.

De acordo com Paes, a ordem degrandeza das cargas no edifício é de 80m2 de área de fluência sobre cada pilarpor pavimento, resultando em 320 m2

por pilar. Isso representa uma cargaque varia entre 500 e 600 t por pilar,"considerada elevada porque a distân-cia entre pilares é grande". Caso fossetotalmente em concreto, a estruturapesaria, "numa conta rápida, cerca de15% a mais", especula Paes. A altura

Todo o entorno do terreno foi aterrado para viabilizar garagens subterrâneas mesmocom lençol freático alto. Contenção em solo reforçado com geogrelhas e face emblocos de concreto fazem as vezes de parede dos estacionamentos

Por um lado, chapas cimentícias para aumentar a velocidade de execução dos fechamentos. De outro, blocos de concreto parapermitir o uso de insertes metálicos e, assim, destacar o porcelanato

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Do total de investimentos realizados paraa construção do Salvador Shopping, 10%são referentes às melhoriasimplementadas no sistema viário daregião. O processo de negociação com a prefeitura, antiga dona do terreno,envolveu a destinação de R$ 20 milhõesao tráfego.É importante saber que a área sedesenvolveu muito nos últimos 30 anos e,como é comum no Brasil, a malharodoviária não havia sido planejada paraabsorver o crescimento. Resumidamente,o trânsito se complicou com aimplantação, no entorno, de diversosprédios de escritórios, do Hospital SarahKubitschek, do Tribunal de Contas, daFederação das Indústrias do Estado daBahia e, agora, do próprio shopping, que conta com mais de quatro mil vagasde estacionamento.Trata-se de um ponto de ligação entreavenidas importantes, como a TancredoNeves e a Paralela, que leva ao aeroporto,além de rota de passagem para arodoviária e para o tráfego oriundo doCentro e do Shopping Iguatemi.Obviamente, a quantidade de linhas deônibus também aumentou.Atualmente, nos momentos mais críticosaproximadamente oito mil veículospassam por hora no local. Para 2020 aprevisão, segundo Francisco Moreno, daTTC Engenharia de Tráfego e deTransportes, responsável pelo projeto, éde que o número cresça 25% e chegue adez mil veículos/hora. Moreno explicaque, para absorver o crescimento, serianecessária mais uma faixa de 3,5 m delargura, já que cada uma responde pordois mil veículos/hora. Caso existamsemáforos, esse valor cai para 1.200.

Uma vez que é impossível alargar as viasexistentes, criou-se um sistema viárioalternativo com 2,5 km de novas vias. Aparte frontal do terreno ganhou pistasduplas de 9 m de largura e sentido únicode tráfego. Atrás, pista simples com 10,5m de largura, sentido único de circulaçãoe baias de ônibus e táxis, com áreas deespera. Nas laterais, pista de 14 m delargura com sentido único de circulação.O único trecho alargado fica defronte aohospital, agora com 17 m de largura.Dois semáforos foram eliminados eoutros deixaram de ser criados com aconstrução de duas passagens emdesnível. Uma em tabuleiro moldado inloco para atender ao fluxo da entradaprincipal e de acesso à nova via lateral.Outra, uma elevação de via já existentepara a saída dos automóveis com destinoàs avenidas locais, tem tabuleiro em vigaspré-moldadas protendidas.Das três pontes com vigas metálicasconstruídas sobre o rio Camurujipe, duastêm uso veicular e são extensões dasvias laterais e uma é exclusiva parapedestres. As primeiras contam comduas pistas de rolamento, sentido duplode circulação e calçadas. Três passarelaspara pedestres, baseadas no projetooriginal do arquiteto João FilgueirasLima, o Lelé, completam as melhorias.No esquema atual, para percorrer oscerca de 3 km que compreendem otrecho leva-se, parando em dois dosquatro semáforos existentes, seisminutos em média. "Com as melhorias, o tempo será de um minuto. Além disso, um semáforo problemático daregião terá fluxo aliviado em 70%, com1.500 automóveis a menos por hora, diz Moreno."

Tráfego disciplinadoViaduto 1 – Entrada e acesso à via lateral oeste, com tabuleiromoldado in loco

Viaduto 2 – Saída para acesso àsavenidas Paralela e Antonio CarlosMagalhães, com tabuleiro de vigaspré-moldadas protendidas

Via 1 (Norte) – Defronte aoshopping, tem pistas duplas derolamento, cada uma com 9 m delargura e sentido único de circulação

Via 2 (Leste) – Lateral ao terreno,tem sentido único de circulação e,pelo menos, 14 m de largura

Via 3 (Sul) – Abriga baias paraônibus e táxis, além de espaço paraespera, tem 10,5 m de largura esentido único de circulação

Via 4 (Oeste) – Sentido único decirculação e 14 m de largura, ao ladodo terreno

Via 5 – Em frente ao Hospital SarahKubitschek, foi alargada e agoraconta 17 m de largura. Dá acesso aoviaduto 2

Ponte 1 – Para veículos, foiconstruída com vigas metálicas econta com duas pistas de rolamentoe circulação em sentidos opostos

Ponte 2 – Exclusiva para pedestresque cruzam o rio Camurujipe,também em vigas metálicas

Ponte 3 – Em vigas metálicas, tem

das vigas, significativamente menorem relação ao concreto, levou o pé-di-reito livre a 5,75 m, item importantenum edifício que fatura a partir daárea bruta locável.

Sobre as vigas metálicas apóia-se osteel deck de 5 cm de espessura e 8,5cm de concreto – no caso das lajes degaragem, 7,5 cm.Armaduras em tela e

fibra de polipropileno para combatera retração compõem as lajes, executa-das com concreto de 25 MPa. Juntasde controle seladas com mástiqueelástico, cortadas até a profundidadede ¼ da espessura a cada pano de 8 x10 m, acomodam as variações de tem-peratura. Por exigências da arquitetu-ra, o prédio todo conta com apenas

duas juntas de dilatação,a cada 100 m,onde as estruturas são separadas.

Solo problemaComo são inevitáveis as compara-

ções, Costa Souza comenta que a so-lução mista frente ao uso exclusivo doconcreto elimina de 20 a 25% da cargaaplicada nas fundações. Estas, em es-

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duas pistas de rolamento e circulaçãoem ambos os sentidos

Passarela Sarah – Em frente ao hospital,dá acesso aos usuários de ônibus

Passarela Pernambués – Próximaà via de acesso à avenida Paralela,que leva ao aeroporto, garante a passagem para o bairro de Pernambués

Passarela A Tarde/Casa doComércio – Próxima ao prédio dojornal A Tarde, permite a travessia daavenida Tancredo Neves e dá acesso à ponte de pedestres

tacas metálicas e estacas-raiz, avan-çam entre 10 e 15 m sob a terra. O ter-reno, que abrigava a antiga fábrica depré-moldados da Prefeitura Munici-pal do Salvador, tem lençol d'água altoe já era utilizado como aterro, comtrecho superficial pouco resistente.

A necessidade de garagens subter-râneas – para otimizar o espaço – e a

altura elevada do lençol levaram à ne-cessidade de aterrar o entorno doshopping, criando um desnível variá-vel entre 5 e 7 m. O método de con-tenção adotado para manter o taludeestável foi o solo reforçado com geo-grelhas e face em blocos segmentá-veis, garantindo a aparência estéticadas paredes das garagens.

Paulo Brugger, da Muros Terrae,empresa que executou o aterro, contaque, para a escolha do sistema de con-tenção foi considerada a necessidadede suportar recalques, já que o solo émole, a flexibilidade, pois há muitosdesníveis, e o fator estético. "A maiorpreocupação era a qualidade do terre-no, repleto de entulho." Assim, o

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FICHA TÉCNICA

proprietário: Grupo JCPM;construtora: Construtora AndradeMendonça; projeto de arquitetura:AFA-André Sá e Francisco MotaArquitetos; projeto de estrutura deconcreto: Sistema Consultoria eProjetos; estrutura metálica: EnproEngenharia e Projetos; projeto deinstalações elétricas: PierlorenzoMarimpietri; projeto de instalaçõesde ar-condicionado: Interplan;projeto de luminotécnica:TheoKondos; instalações elétricas e detelefonia:Temon; instalaçõeshidrossanitárias e antiincêndio:Engemisa; instalações de ar-condicionado:Artemp; consultoriaem controle tecnológico dosmateriais: Concreta Controle deConcreto e Tecnologia; consultoria

Knauf; divisórias em chapascimentícias: USG;impermeabilizantes: Betumat;vidros e gradis: Pilkington;alumínio composto:Alcan Alumíniodo Brasil; estrutura metálica:Codeme, Rótula Metalúrgica, Acoplae Vallourec Mannesman; steel deck:Melform; concreto pronto:Nassaumix; argamassas e rejuntes:Concremassa e Contimassa; aço:Gerdau e Arcelor; perfis de açopara fundação: Gerdau Açominas;esgoto a vácuo: Evac; luminárias:Guzzini e Lustres Projeto; ar-condicionado: Carrier; automação:Honeywell; circuito fechado de TV:Vista Itautec e GE; detecção deincêndio: GE; fios e cabos: PhelpesDodge; geradores: Caterpillar.

muro foi desvinculado da estruturado shopping, que já estava prontaquando do início do aterro, para evi-tar problemas decorrentes de recal-ques. Blocos de isopor isolam estru-tura e muro de contenção nos pontosem que se encontrariam.

Para evitar que água escorressepelas paredes, um sistema de drena-gem foi construído por trás do muro.É composto por uma camada de 20cm de areia, disposta antes dos 5 m desolo reforçado, 15 cm de brita e, porfim, os blocos de 40 cm de espessura.

Instalações eficientesUma rede elétrica de 69 kV passa

pelo terreno agora ocupado peloshopping. Longe de serem proble-ma, as torres de transmissão ali pos-tadas permitiram, por sugestão daconcessionária, a adoção de um sis-tema elétrico alternativo – e confiá-vel – porque, em vez de trabalharcom média tensão, comum a estabe-lecimentos de mesmo porte, o Sal-vador Shopping compartilha a redede alta tensão destinada às indús-trias. "Caso essa rede pare de funcio-nar, metade da cidade pára junto",compara Luiz Alberto Peregrino, daAndrade Mendonça.

Claro que isso exigiu a implanta-ção de uma subestação própria desti-nada a reduzir a tensão para 11,9 kV –média tensão – e outras cinco para re-baixar esta a plausíveis 380 V. Alémdisso,geradores a diesel com capacida-de para atender aos serviços essenciaise à iluminação compõem o sistema deemergência. Nesse caso, o sistema degás do prédio, dimensionado para GNou GLP,atenderá somente as cozinhas.

A inexistência de reservatórios deágua superiores para aliviar a cargasobre estrutura e fundações exigiu apressurização da rede interna. O con-

sumo será reduzido por dispositivose também pelo sistema de captaçãoda água da chuva para uso em descar-gas. "A economia é dupla, porque acobrança pelo esgoto é menor", sa-lienta Peregrino.

Dentre os redutores de consu-mo, destaque para o sistema de de-posição de efluentes a vácuo, queconsome apenas 1,2 l por descarga.O esgotamento é realizado por meiode estação elevatória que injeta osefluentes em linha de alta pressão li-gada à concessionária.

Bruno Loturco

Mesmo em steel deck, as lajes receberam armaduras e concreto aditivado com fibras.A primeira para atender a requisitos antiincêndio e a segunda para minimizar efeitosde retração e compensar a pequena quantidade de juntas

de impermeabilização: Proassp;consultoria em alvenarias erevestimentos: Consultare;consultoria em fundações:Alexandre Gusmão EngenheirosAssociados; consultoria em ar-condicionado: engenheiro JoãoBatista; consultoria eminstalações: José Nicolau;consultoria em sonorização eacústica:Audium; elevadores,escadas rolantes e esteiras:ThyssenKrupp; porcelanatos:Elizabeth, Portobello e Eliane;cerâmica: Portobello; Gyoutoku eEliane; pastilhas de porcelana:NGK e Jatobá; pastilhas de vidro:Vidrotil e Colormix; forros de gessoacartonado: Lafarge e Knauf;divisórias de gesso acartonado:

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PRÉ-MOLDADOS

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Pensar a diferença básica entre aconstrução pelos métodos tradi-

cionais e uma obra que recebe elemen-tos pré-fabricados é ter em mente,antesde tudo, um projeto bem-resolvido,uma fábrica e uma linha de montagem.

No caso de painéis arquitetônicos,também conhecidos como pré-fabri-cados de concreto para fachadas, oproduto da industrialização é a facha-da completa, que pode já vir com aspeças necessárias para seu encaixe nocanteiro (insertes de fixação),para a al-

Fachadas prontasPainéis arquitetônicos de fachada exigem esforço extra de projeto, mas resultado compensa

tura certa do edifício, nas cores ou tex-turas especificadas pela arquitetura, eaté mesmo com os caixilhos que farãoa comunicação entre interiores e a rua.

Para justificar o papel central doprojeto, não faltam argumentos: "Naalvenaria convencional, muitas solu-ções são ainda encontradas em cantei-ro. Ainda é possível improvisar", com-para o arquiteto Paulo Eduardo Fonse-ca de Campos. "No pré-fabricado, issoé impossível, porque projeto erradosignifica prejuízos enormes: tanto pela

fabricação errada da peça, quanto porfalhas na montagem; o resultado serásempre um cliente insatisfeito", diz.

Ele afirma que o projeto é impres-cindível como reflexão sobre o que sevai construir, e que para projetar talempreendimento é necessário conhe-cer todos os detalhes do produto,desde seus materiais de composição,até o processo de fabricação, possibili-dades de transporte e estocagem.Tudoestá inserido em uma logística coorde-nada com outros subsistemas, que por

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sua vez entrarão num cronograma deexecução rápida que não pode deixarde ser cumprido.

"Não basta conhecer pré-requisi-tos de desempenho dos painéis arqui-tetônicos – estanqueidade à água, con-forto termoacústico, fixação, interfa-ces, estrutura e a montagem na obra –,porque, nesse caso, projeto não é umaabstração, mas sim desenvolvimentode produto", diz o arquiteto.

O engenheiro Fernando Braga, daempresa Prégaia, confirma que todosos detalhes do painel na obra devem seridentificados antes da produção, levan-do em conta a disponibilidade de equi-pamentos de transporte e içamento, oque influenciará, muitas vezes, o di-mensionamento máximo das peças, eaté as futuras manutenções.

"No caso das juntas, por exemplo,é preciso saber que tipo de selante seráempregado, a sua resistência em rela-ção à incidência de água, se há outrostipos de juntas mais simples, ou se ha-verá detalhes arquitetônicos de peito-ril para protegê-lo do encontro com aágua", complementa a pesquisadorado IPT (Instituto de Pesquisas Tecno-lógicas do Estado de São Paulo) Adria-na Camargo de Brito.

A definição do projeto é feita sobrea viabilidade econômica da obra, quepode ditar como necessária a fabrica-ção das peças no próprio canteiro deobras. "A questão sempre é onde equando as peças serão produzidas eestocadas, dentro de um cronograma.O transporte será possível?", indaga apesquisadora. "A intenção é tornar aexecução muito mais rápida, para quehaja um retorno imediato dos altos in-vestimentos do cliente; isso, contudo,não funcionará se não estiver muitobem projetado."

Por outro lado, não basta usar al-guns elementos pré-fabricados paraser chamada de obra industrializada.

Desde o planejamento da obra até osacabamentos finais, esse conceito en-globa um trabalho maior, onde en-tram engenheiros de estruturas, arqui-tetos, instalações, relacionamento como cliente, caixilharia, integração com oprocesso de fabricação, especialistasem fixação e montagem, e decorado-res: todos no mesmo grau de impor-tância e participação. "O que faz a dife-rença é a coordenação de um projetomultidisciplinar, que estuda todas asinterfaces possíveis", conta Campos.

Por outro lado, o fato de haver al-guns padrões para as peças ou mesmolimitações de transporte no mundodos painéis arquitetônicos, não signi-fica que todas as obras devam ter amesma aparência. Segundo FernandoBraga, "existe a possibilidade de perso-nalizar: imitação de madeira, demetal, de pedras, texturas lavadas e ja-teadas, além de cores diversas".

É possível que modulações padro-nizadas, geralmente mais econômicas,sejam aplicadas apenas em alguns pa-vimentos. "A tecnologia dá mais versa-tilidade ao subsistema e não limitamais a criatividade dos arquitetos nabusca de soluções funcionais e estéti-cas.Porém,será cada vez mais necessá-rio conhecer melhor o produto."

ProduçãoNa produção, fôrmas metálicas, de

madeira de qualidade industrial, fibrade vidro ou de concreto dão acaba-mento, textura e uniformidade ao pai-nel. O produto terá de ser bem nivela-do e uniforme, especificado segundo

projeto. Os fabricantes ficam respon-sáveis pelas fôrmas (que podem serpadronizadas ou adaptadas a cadacaso) e pela execução das peças.

"É como fazer um bolo: tem que terboa fôrma e massa bem preparada,comos ingredientes na medida certa.Depoisdisso, pode-se lavar, jatear ou texturizaro concreto especial", diz Braga. Impor-tante é que, em todos os pontos quecompõem o painel, a resistência mecâ-nica também seja a mesma,o que é pro-porcionado por uma mistura que tendea ser a mais homogênea possível.

A mistura dos ingredientes deveser observada atentamente, já que auniformidade de cor e textura, porexemplo, só será mantida se a quanti-dade de retardador de pega for sem-pre a mesma, sendo que a granilhapara pigmentação deve ser toda ela deuma mesma jazida. "Muitas vezesvamos ao fornecedor de rochas parapigmentação e apontamos a jazida de

Os painéis arquitetônicos exigem logística coordenada com outros subsistemasde obra, que por sua vez entrarão num cronograma de execução rápida

É imprescindível considerar adisponibilidade de equipamentos detransporte e içamento dos painéis, fatorque pode influenciar nodimensionamento das peças

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P R É - M O L D A D O S

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FornecedoresAltura: de 1,2 a 3,5 m Comprimento: de 3 a 12 m Espessura: de 10 a 18 cm Peso: de 140 a 220 kg/m²Ancoragem/fixação: insertes metálicos,chumbadores, pinos ou grauteamentoAcabamento: superfícies lisas outexturadas, cinza ou branco, texturasmoldadas ou jateadas, polidas, pedrasornamentais, cerâmicas, texturasacrílicas, cores diversas no concreto,nervuras ou falsas juntasResistência: fck = 30 MPa a 50 MPaEquipamentos de montagem: grua ouguindaste

PPrréé--ccoonnccrreettooss ((ppaaiinneell--ppaaddrrããoo))Composição: concreto protendido maciçoLargura: 1,2 mEspessura: 10, 12 e 16 cm,dependendo do comprimento dospainéisAncoragem/fixação: insertesmetálicos, parafusos ou soldasAcabamento: pinturas texturizadas,alisados, lavados*Peso: 300 a 480 kg/mResistência: fck= 30 MPa Equipamentos de montagem: gruasou guindastes*também oferece com variedade deacabamentos e materiais de composição

PPrrééggaaiiaaComposição: concreto 35 MPa,cimento, brita no 1, pó de pedraTamanho máximo: 3,80 m de altura(transporte) e 15 m de comprimentoEspessuras: de 10 a 30 cmPeso máximo: 9.500 kg Acabamento: branco, cores, texturalavada com diferentes cores de pedras,jateado, matriz de borracha (flameado,canelado, imitando madeira e metais)Resistência: 35 MPaEquipamentos de montagem:guindaste ou gruaAncoragens: materiais como SAC-41 eASTM 36

PPrreemmooComposição: concreto armado comtela e aço frouxo

Tamanhos: não há padrão, varia deacordo com necessidades de transporte,montagem, vão ou espessuraEspessura: 12 a 18 cmPeso máximo: depende doequipamento de montagem previstoAncoragem/fixação: insertesmetálicos, parafusos, pinos ou consolosde concreto já fundidos nas peças Acabamento: agregado exposto lavado,concreto aparente, estampado ou comtextura; diversas coresResistência: a mesma do concretoNecessidade de equipamentos: gruasou guindastes

SSttaammppComposição: cimento, pedra, areia,pigmentos (em alguns casos), aditivos e aço Tamanho: definido em projetoEspessura: 10 cm Peso: 250 a 330 kg/m2

Ancoragem/fixação: insertesmetálicos; dispositivo metálicoconfeccionado com chapa de aço (tipoA-36) e grapas em aço (CA 50 ou CA25), soldadas à chapa Acabamento: definido em projeto(cimento cinza ou branco, areianatural, areia branca, areia fina, areiagrossa, pigmentos de todas astonalidades, pedras cinza, rosa, preta, verde, branca, acabamentojateado ou lavado) Resistência: 35 MPaEquipamentos de montagem: grua ou guindaste

SSttoonneeComposição: concreto, fibras,pigmento, aço e insertes de fixaçãoTamanho máximo: 3,6 m (para umadas dimensões)Espessura: 10 cmPeso: superior a 6.000 kgAncoragem/fixação: insertesmetálicos soldadosAcabamento: textura, cores, imitaçãode pedras, mosaicos, madeiraResistência: fck = 35 MPaEquipamentos de montagem: grua ou guindaste

MMuunntteeComposição: peças em concretoarmado, com acabamento especificadoem projetoTamanho máximo: em geral, nomáximo 4x15 m devido às limitações de transporte e capacidade dagrua/guindasteEspessuras: de 10 a 15 cm em funçãodo tamanho da peça e das especificaçõesde isolamento termoacústicoPeso máximo: determinado em funçãoda grua/guindaste de montagemAcabamento: pode ser de agregadoexposto, jateado, liso, colorido,cerâmica, com possibilidade decombinaçãoResistência: superior a 40MPaEquipamentos de montagem: gruas e guindastesAncoragens: feitas em aço resistente àcorrosão, soldadas à estrutura e,posteriormente, protegidas com pintura àbase de epóxi que garante a proteção contraa corrosão ao longo da vida útil da obra

PPaavviiTipos de painéis: ventilados ou cascas,com GFRC (Glass Fiber ReinforcedConcrete) Composição: fibra de vidro álcaliresistente, areia quartzosa, cimento CPVARI, aditivosResistência: 45 a 60 MPaTamanhos: fator limitante é a alturapermitida e largura de transporte viárioPeso: 70% mais leve que a peça deconcreto convencionalEspessuras: 15 mm; painéis ventiladosou sanduíches: 100 mmAncoragem/fixação: ligações soldadas,parafusadas, sistemas de paraboltsAcabamento: texturas e cores deacordo com solicitaçãoEquipamentos de montagem: grua,guincho, talha, guindaste, pequenospórticos

PPrreeccoonnComposição: aço, cimento cinza oubranco, agregados selecionados,aditivos, água; pode receber pigmentos,fibras sintéticas, microssílica e outros

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onde todo o material deve ser extraí-do", explica Campos.

O painel estrutural pode levaraço (concreto armado) ou ser refor-çado com fibra de vidro (Glass FiberReinforced Concrete), mistura leve eespecial que exige outro traço doconcreto, mas que tem a mesma re-sistência do armado e excelente de-sempenho técnico. Segundo o arqui-teto, "10 cm de espessura do concretomaciço equivalem a 20 mm, emmédia, de GFRC, considerando suasrespectivas resistências".

Além disso, a flexibilidade dos for-matos costuma chamar a atenção dosarquitetos. “Para o mercado de retrofitde edifícios antigos, com muitos recor-tes, o GFRC constitui uma boa opção”,afirma o arquiteto Salvador Benevides,vice-presidente da Pavi do Brasil.

Mão-de-obraPara alguns fabricantes, as dificul-

dades com a mão-de-obra são geradaspelos altos e baixos do mercado. Nasfases em que não há obras em anda-mento, se os profissionais de monta-gem não são próprios do fabricante, émuito provável que eles debandempara outros trabalhos.

"Os montadores têm de ser poliva-lentes", indica Fernando Braga. Quan-do não estão montando, seus funcio-nários devem estar aptos a fazer algomais, como participar da fabricaçãoou transporte.

Já o diretor da Stone, Paulo Koelle,teve de investir pesado em treinamentoda mão-de-obra, quando implantoucontrole da qualidade ISO 9000. "Aquitemos três categorias de profissionais:os montadores, que são capacitadospara leitura de projetos e devem ser pre-viamente qualificados como amarrado-res de carga;os soldadores,que tambémdevem ser qualificados, e os ajudantes",enumera. "Hoje não podemos mais ter-ceirizar os serviços, porque o controlede documentação, segurança de equi-pamentos e soldagem é muito rígido",justifica o diretor, que forma mão-de-obra para fabricação e montagem.

Segundo Braga, é difícil encontrarmão-de-obra: "Muitas vezes, prefiropegar marceneiro a pedreiro, porque

este leva tempo a aprender alguns de-talhes, como o da mistura certa doconcreto, e tem de ser bem treinadoantes de colocar a mão na massa".

Dentro da própria indústria de pré-moldados, quem trabalha com painéisestruturais nem sempre está apto a exe-cutar os painéis arquitetônicos,já que oscuidados e habilidades requeridas sãooutros. "Até mesmo técnicos de nívelsuperior e projetistas passam por trei-namento específico, se especializam eacabam trabalhando só na área", contaPaulo Eduardo Fonseca de Campos.

Defeitos e manutençãoAdriana Brito acredita que a ga-

rantia de não ter de fazer manutençãocorretiva depende da qualidade doprojeto. É preciso, porém, considerarque alguns materiais, como os selan-tes, têm vida útil e terão de ser troca-dos periodicamente, mesmo que bemprotegidos de intempéries.

"O aparecimento de sujeira e man-chas dependerá do detalhe arquitetô-nico na fachada, do escorrimento deágua ou da proteção da junta, além decomo ela foi executada. Se não houveresse nível de detalhamento do projeto,todo o investimento é perdido e have-rá manutenção onde não deveriahaver", aponta.

Para uma moldura em volta dejanelas, detalha-se uma pingadeira,que impede que a água da chuva es-corra pela fachada, sujando-a oumanchando-a com o tempo; ou cria-

se ainda uma bunha, que não é meroenfeite arquitetônico.

Se houver algum defeito, o paineltem um número de série que permitea identificação de inúmeros detalhesde produção. Isso permite, por exem-plo, identificar o dia de fabricação edetectar os possíveis problemas queoriginaram o defeito: se foi erro comrelação ao cimento, ao agregado, ou àquantidade de água na mistura; ouainda se houve problemas com equi-pamentos que medem os ingredientesda mistura.

O engenheiro da Prégaia FernandoBraga afirma também que reparos, ar-remates em obra, corte de painéis su-perdimensionados, desvios de estrutu-ras que não foram previstos no projetoda fachada e fissuras em juntas muitoestreitas são resultados de projetos mal-acabados ou falhas conceituais.

Em relação aos equipamentos ne-cessários para a montagem dos pai-néis, utilizam-se os já conhecidos paraelevação das peças: as gruas e os guin-dastes. As empresas têm seus pórticos,suas pontes rolantes (para 10 ou 12mil kg), não sendo possível a fabrica-ção de peças muito grandes, pelas difi-culdades de transporte com seguran-ça. Há ainda, nas fábricas, centrais deconcreto computadorizadas e equipa-mentos de movimentação das peças,como escavadeiras,guindastes e gruas,que podem ser levados para o canteirocaso o cliente não os tenha.

Giovanny Gerolla

Atualmente as fachadas em painéis permitem grande variedade de acabamentose detalhes arquitetônicos

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FUNDAÇÕES

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Por mais simples que sejam, as es-cavações do terreno de um edifí-

cio podem exigir o rebaixamentotemporário do nível da água encon-trada no subsolo para permitir a exe-cução das fundações. De acordo comas características do lençol freático,

Rebaixamento seguroTécnicas de rebaixamento são escolhidas de acordo com as características dolençol freático. Dependendo do tipo de solo, rebaixamento deve ser descartadopara segurança das estruturas vizinhas

pode-se optar por um dos três tiposmais comuns de bombeamento daágua: ponteiras filtrantes, poços pro-fundos com injetores ou com bombassubmersas (veja quadro).

O rebaixamento do lençol freáticodeve ser feito com bastante critério.

Segundo o engenheiro Ivan Grandis,da IGR Serviços de Engenharia, soloscompostos por camadas de areia e ar-gila mole são mais delicados e instá-veis a essas intervenções. Com isso,casas construídas com fundações di-retas simples, como alicerces ou sapa-

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tas corridas, sobre essas bases maisfrágeis podem sofrer danos estrutu-rais graves, com recalques e fissurasnas estruturas. Foi o que ocorreu emoutubro de 2005, no bairro deMoema, em São Paulo, onde, na faseinicial da construção de um edifício, osolo contíguo à obra – composto basi-camente de turfa – cedeu ao rebaixa-mento do lençol freático, afetando aestrutura dos imóveis vizinhos.

Grandis conta que casas construí-das com fundações mais profundas,do tipo estacas, têm uma estabilidadeestrutural maior e estão menos sujei-tas às oscilações dos terrenos. Porisso, o projeto de fundações, para pre-ver que tipo de intervenções pode serfeito com segurança no terreno, develevar em consideração não apenas asondagem da área, mas também otipo de fundações das edificações vi-zinhas. De acordo com o engenheiroLuciano Martins, da Geosonda,quando as condições são completa-mente hostis ao construtor, ou seja,solo "frágil" e vizinhança com funda-ções diretas, a opção pelo rebaixa-mento do lençol freático deve serdescartada. "Nesse caso, a alternativaé a contenção das águas vizinhas,com o emprego de paredes-diafrag-ma, por exemplo."

TécnicasDos sistemas de rebaixamento de

lençol freático por bombas, o maissimples é o de ponteiras filtrantes.Sua utilização ocorre quando o níveld'água é mais raso. "Funciona comoum canudo sugando o líquido de umcopo", explica Grandis. A cadabomba de sucção podem ser ligadasaté 50 ponteiras. Até a década de1970, essa era a única técnica de re-baixamento por bombeamento.Assim, quando era necessário rebai-xar níveis d'água a profundidades

Sistema de poços profundos com injetores é recomendado para obras rápidas e compouco volume d'água no lençol freático

Sistema mais simples de bombeamento de águas subterrâneas, ponteiras filtrantessão ideais para rebaixamento de níveis d'água próximos à superfície

maiores que 6 m, um novo sistema deponteiras filtrantes era acoplado, au-mentando a capacidade de sucção.

O sistema de injetores, mais re-cente, é útil para poços profundos,mas apresenta baixo rendimento. Se-gundo Luciano Martins, sua aplicação

é viável apenas quando o volume deágua a ser retirado é baixo e por umcurto período de tempo. Cada bombapoderá ser empregada, em média,para quatro a dez poços com injeto-res. Quando essas condições não sãoatendidas, recorre-se ao sistema de

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F U N D A Ç Õ E S

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Os métodos de rebaixamento de lençol freático variam de acordo com a profundidade do nível da água no solo.Confira alguns dos métodos mais utilizados para retirada de águas subterrâneas.

Sistemas de bombeamento

Fonte: Fundações: Teoria e Prática. Ivan Grandis. Editora PINI

Ponteiras filtrantes – Formadopor poços de pequeno diâmetro(4" a 6"), onde são posicionadasponteiras ligadas por tubos a umcoletor e uma bomba de sucção.Essas ponteiras possuem entre 1 1/2" e 2" de diâmetro. Orestante do volume do poço épreenchido com areia fina oupedrisco, para percolação da águasubterrânea. O sistema, porém,apresenta uma limitação: regrageral, conseguem-se apenasrebaixamentos entre 4 e 7 m,com coletores espaçados entre0,5 e 3 m.

Poços profundos com bombassubmersas de eixo vertical –Empregadas em lençóis d'águamuito profundos, com aqüíferosmuito permeáveis. O processo deinstalação é parecido com o dosistema de injetores. No fundo dopoço, é colocada uma bombacentrífuga, com diâmetro mínimode 10 cm. Por isso, o diâmetro dopoço deve variar entre um mínimode 40 cm e um máximo de 60 cm.Dois eletrodos são instalados junto com a tubulação de recalquepara que a bomba não funcione a seco. Dessa forma, a bomba éligada quando o nível da águaatinge o eletrodo superior edesligada quando atinge o nível do eletrodo inferior.

Selo

Luva

Tubo de subida

Ponteira (devepermanecer submersa)

Material de filtro do solo(areia ou pedrisco)

Câmara de vácuoDescarga

Giro

Q

Tubo liso (1 2 m)

Tubo ranhurado (tipo “Nold”)envolto em tela

Eletrodo de alarme

Eletrodo para ligara bomba

Eletrodo paradesligar a bomba

Bomba submersa

≅ 1 m

Fios elétricos(blindados)

Selo de argila

Material drenante

Espaço paradepósito de finos

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LEIA MAIS

Fundações: teoria e práticaIvan Grandis. Editora PINI.Rebaixamento Temporário deAqüíferos. Urbano Rodrigues Alonso.Teoria e prática de rebaixamentodo lençol d'água. Pedro Paulo CostaVelloso. LTC.Rebaixamento de lençol freático com ponteiras filtrantes. RevistaTéchne no 78.Quando é preciso reforçar o solo.Revista Téchne no 71. Impermeabilização de fundações e subsolos. Revista Téchne no 67.Vai entrar água. Revista Téchneno 59.

bombas submersas.Na maioria das vezes, os rebaixa-

mentos de lençóis freáticos são tem-porários, ou seja, as bombas de dre-nagem começam a funcionar antesda escavação e são desligadas logoapós a execução da obra no terreno.A natureza de algumas obras, no en-tanto, pode exigir que o desligamen-to do sistema de bombeamento sejaatrasado. É o caso, por exemplo, daexecução de algumas garagens deedifícios – às vezes, é necessário man-ter o rebaixamento do lençol até quea estrutura fique um pouco mais pe-sada e não flutue sobre a água outenha sua laje de fundo rompida pelapressão hidrostática.

Nos poucos casos em que o nívelde água precise ser permanentementerebaixado, deve-se apenas atentar umpouco mais para a durabilidade doscomponentes do sistema e de seuscontroles. Para garantir a perenidadedo funcionamento do sistema, ele-mentos como circuitos hidráulicos,controles elétricos e alarmes de inter-rupção devem ser projetados em du-plicidade ou multiplicidade. Entre osaspectos "agressivos" a um sistemapermanente, precisam ser considera-dos, entre outros, o pH da água sub-terrânea e a existência de algas e bac-térias, cujas ações podem prejudi-car o bom funcionamento do sistema.

Renato Faria

Poços profundos com injetores– Os poços, nesse sistema, são maisprofundos, atingindo até 30 m deprofundidade, com diâmetrosvariando entre 20 e 30 cm eespaçamentos de 4 a 10 m. Trata-se de um circuito semifechado, emque uma bomba lança água poruma tubulação vertical de injeção,que alcança o injetor na base dopoço. As pressões de injeçãoalcançam entre 0,7 e 1,0 MPa,

gerando, como conseqüência, umapressão de sucção em torno de 10%desse valor. Dessa forma, a águasubterrânea é aspirada para asuperfície por uma tubulaçãoparalela à de injeção. Umadesvantagem é o baixo rendimentodo sistema – que gira, na prática,em torno de 15 a 20% –, motivopelo qual recomenda-se a utilizaçãoem locais de energia elétrica barataou em obras de curta duração.

Água de injeção e água do poçoQ + Q

Água de injeção Q

Água de subsolo Q

1 2

1

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Bico de injeção

Água de subsolo Q2

Selo

Luva

Tela de náilon

Material de filtro

Injetor

Descarga Bomba de injeção

Tubo de ø 4”

Tampão

Caixa d’água elevada

Tubo coletor

Tubo de injeção

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ARTIGOEnvie artigo para: [email protected] texto não deve ultrapassar o limitede 15 mil caracteres (com espaço).Fotos devem ser encaminhadasseparadamente em JPG.

Oefeito da retração, quando nãotratado corretamente, é uma das

principais causas de fissuras em edifí-cios, incluídos os de alvenaria estrutu-ral. Este artigo tem por objetivo indi-car alguns detalhes de projeto e cuida-dos durante a execução, para minimi-zar o potencial de desenvolvimento defissuras por retração em edifícios dealvenaria estrutural.

São indicados alguns cuidadoscomo posicionamento de juntas, esco-lha correta dos blocos e respeito aotempo de assentamento desses, arma-ção das paredes e preenchimento dasjuntas verticais.

Blocos de concretoO ensaio de retração por secagem

dos blocos é realizado de acordo com aNBR 12117/1991. Serve para certifica-ção da qualidade destes e deve ser rea-lizado apenas pelo fabricante e nãopela obra.A máxima retração permiti-da dos blocos é igual a 0,65 mm/m. Se-gundo a NCMA (National ConcreteMasonry Association) (2003a), quan-do não há variação no traço ou noprocedimento de fabricação, deve-serepetir o ensaio a cada dois anos.Nesseensaio os blocos são submetidos acondições extremas de umidade, pró-xima a zero e 100%.

No caso da parede construída naobra, não se espera que esta seja sub-metida a condições tão extremas e,portanto, a retração por secagem daparede será igual a uma parcela da re-tração medida no bloco. Entretanto,para se obter a retração total, deve-se

TÉCHNE 119 | FEVEREIRO DE 2007

Retração emalvenaria estrutural

somar a retração por carbonatação,além da retração inicial irreversível.Segundo o NCMA (2003b) a retra-ção por carbonatação ocorre a partirda reação entre materiais cimentí-cios e o dióxido de carbono presentena atmosfera; é caracterizada porum processo lento e ao longo de vá-rios anos e sugere considerar o valorde 0,25 mm/m.

De acordo com o ACI 530-05/ASCE 5-05/TMS 402-05 e "Ma-sonry Designers Guide" (The MasonrySociety, 2003), para levar em conta oefeito da retração nos projetos, comopor exemplo para dimensionar juntasde controle ou calcular perdas de pro-

tensão,pode-se adotar o seguinte valorpara a retração da alvenaria:� 0,25 (retração por carbonatação) +0,5 x retração por secagem do bloco(ensaio NBR 12117) = 0,65 [mm/m]

De forma simplificada, pode-seadotar os seguintes valores limites(Parsekian, 2002):� 0,5 mm/m�0,6 mm/m (alvenarias protendidas)

Ensaios Estudo realizado no Programa de

Pós-Graduação em Construção Civil daUFSCar avaliou experimentalmente aretração em blocos e paredes de alvena-ria. O trabalho completo é relatado emBarbosa (2005) e em Parsekian (2005).

Foram ensaiados blocos de 8,0 e14,0 MPa de um fabricante de grandeporte da Região Metropolitana deSão Paulo, sujeitos a três tipos decuras e produzidos na mesma parti-da. Os ensaios foram iniciados setedias após a produção dos blocos, comtrês dias de cura a vapor, úmida ounatural (sem cura alguma). As pare-des foram moldadas cinco dias após aprodução dos blocos.

Também foram utilizados blocosde um pequeno fabricante do interiorde São Paulo, com resistência de 4,5MPa e cura úmida. Essas paredesforam moldadas após cinco e 19 diasda produção dos blocos.

O aqui chamado "grande fabrican-te" detém todo o processo de produ-ção dos blocos, automatizado e con-trolado eletronicamente, com vibro-

Guilherme Aris ParsekianProfessor-doutor, Programa de

Pós-Graduação em Construção Civil da Universidade Federal de São

Carlos (UFSCar). [email protected]

Davidson Figueiredo DeanaEngenheiro civil, Ethos Soluções.

[email protected]

Kleilson Carmo BarbosaEngenheiro civil, Mestre em

Construção [email protected]

Thiago Bindilatti InforsatoEngenheiro civil, Mestrando em

Construção Civil, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). [email protected]

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prensa de grande porte e cura a vaporno procedimento normal de produção.O cimento utilizado foi o CP-II.

O "fabricante de pequeno porte"não tinha controle do processo de pro-dução e da dosagem dos materiais,possuía vibroprensa pequena e usual-mente executa a cura por meio do es-palhamento dos blocos no chão e mo-lhagem por um dia. O cimento utiliza-do foi o CP-V.

A figura 1 mostra a retração hori-zontal medida nas paredes.

Baseado nesses estudos e na biblio-grafia consultada, pode-se concluir:�A retração da alvenaria depende ba-sicamente da retração do bloco (a re-tração da argamassa é usualmentemaior que a dos blocos, porém a juntade argamassa preenche apenas peque-nos espaços nas paredes).�Blocos fornecidos por fabricantes comvibroprensa de pequeno porte, sem con-trole rigoroso do processo de fabricaçãotêm potencial de retração maior.� Blocos de maior resistência têmmaior potencial de retração.� Parcela significativa da retraçãoocorre nos primeiros dias após a pro-

dução desses, especialmente quandonão há cura adequada.

Prevenção de fissurasA retração causa variação do volu-

me das paredes e, quando não é impe-dida, apenas diminui seu tamanho.Entretanto, nas construções usuaisexistem restrições a essa retração, sejapelo intertravamento das faces late-rais com outro painel de alvenaria,seja pelo travamento inferior ou su-perior por lajes, provocando o apare-cimento de tensões de tração e poden-do levar a fissuras.

Existem vários caminhos para pre-venção de fissuras devido à retração,discutidos a seguir.

Minimização da retração dos blocos É de fundamental importância

que, após o assentamento, os blocostenham a menor retração possível. Di-ferentes conclusões podem ser extraí-das de Barbosa (2005). Fabricantescom vibroprensa de maior eficiênciaem termos de energia de vibração ecompactação, com controle rigorosoda produção e cura a vapor, podem

produzir blocos com menor potencialde retração por diferentes motivos.

O fato de se ter controle do traço euma energia de vibroprensagem ele-vada permite otimização do traço, es-pecialmente da quantidade de cimen-to. Quanto menor a taxa de cimentomenor o potencial de retração.

Também são fatores importantesno processo de produção a utilizaçãode materiais limpos e bem graduados,a especificação de dosagem adequada,o controle da umidade dos agregadose a mistura adequada.

A utilização de cura a vapor, alémde contribuir para a otimização dotraço, acelera as reações iniciais do ci-mento, fazendo com que grande parteda parcela de retração irreversívelocorra nos primeiros dias, antes do as-sentamento dos blocos.

Neste trabalho são consideradosdois fatores para recomendação detempo de espera para assentamento.O primeiro fator é relativo ao fabri-cante: se esse tem ou não cura a vapor.Ainda que a cura a vapor não seja oúnico fator para escolha do fabricante,entende-se que fabricantes com cura a

53

50 100 150 200 250 300 350

Tempo (dias)

0,00

-0,01

-0,02

-0,03

-0,04

-0,05

-0,06

-0,07

Retr

ação

(%)

y = -0,0026Lm(x) - 0,0067R² = 0,5262

y = -0,0028Lm(x) - 0,0105R² = 0,5269

y = -0,0031Lm(x) - 0,0121R² = 0,4373

y = -0,0034Lm(x) - 0,0112R² = 0,6702

y = -0,0077Lm(x) - 0,0001R² = 0,8606

y = -0,0068Lm(x) - 0,0109R² = 0,7468

y = -0,0079Lm(x) - 0,0056R² = 0,8309

y = -0,0084Lm(x) - 0,0083R² = 0,853

14 - vapor8 - úmidaLog. (14 - vapor)Log. (8 - natu al)r

14 -8 -Log. (14 - )Log. (8 - )

úmidanatural

naturalúmida

14 -

Log. (14 - )Log. ( )

natural4, 5 - SC - 5 dias

úmida4, 5 - SC - 5 dias

8 - vapor

Log. (8 - vapor)Log. ( )

4, 5 - SC - 19 dias

4, 5 - SC - 19 dias

Figura 1– Retração horizontal medida, média das paredes analisadas (mm/m x 10-1)

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A R T I G O

54

indicando valores de retração máxi-mos (de todos os exemplares) infe-riores ao especificado com início deensaio aos 14 dias;V. Nunca se deve molhar os blocosantes do assentamento. Eles devemestar secos (em equilíbrio com aumidade média local), quando doassentamento.

Juntas de controle e armação dasparedes

Juntas de controle podem reduziro potencial de aparecimento de fissu-ras por retração, pois estas permitemque as deformações ocorram livre-mente, sem o aparecimento de ten-sões. No sentido contrário, a armaçãodas paredes permite o aumento na re-sistência à tração, provendo à alvena-ria capacidade de resistir a eventuaistrações ocorridas.

Quanto maior for a taxa de arma-dura horizontal de uma parede,menor deve ser o espaçamento das

vapor terão também maior controlede produção, além de equipamento devibroprensagem de maior porte.

É interessante escolher blocos defabricantes com cura a vapor. Quandoisso não for possível, além de se certi-ficar de que o produto atende a todasas especificações de norma, é impor-tante aguardar maior período antesdo assentamento. Contudo, respeita-dos os prazos adequados, o processode cura úmida em câmaras com ne-bulizadores, antigotejadores e higrô-metro que garanta a umidade emtodo o ambiente acima de 80% sãoaceitáveis. O outro fator é relativo àresistência do bloco.

A NBR 8798/1985 recomenda autilização de blocos somente comidades superiores a 21 dias. Entende-se que esse prazo pode ser diminuí-do para cura a vapor e blocos debaixa resistência.

Baseado nessas considerações re-comenda-se:I. A retração por secagem dos blocos,ensaiados segundo NBR 12117, fica li-mitada a 0,65 mm/m;II. Blocos produzidos sem cura a vapornão devem nunca ser utilizados commenos de 21 dias de idade;III. Blocos de resistência moderada, até8,0 MPa,produzidos com cura a vapor,podem ser utilizados aos sete dias; paratanto, a fábrica deve possuir certificadode ensaio de retração por secagem, se-gundo NBR 12117, indicando valoresde retração máximos (de todos osexemplares) inferiores ao especificadocom início de ensaio aos sete dias;IV. Blocos de resistência elevada,acima de 8,0 MPa, produzidos comcura a vapor, podem ser usados aos 14dias; para tanto, a fábrica deve pos-suir certificado de ensaio de retraçãopor secagem, segundo NBR 12117,

juntas. Neste artigo, serão adotadostrês níveis de taxa de armadura hori-zontal das paredes: 0%, 0,04% e 0,1%.Essas taxas são relativas à área brutada seção lateral da parede (espessura xaltura) e foram adaptadas de reco-mendações internacionais.

Para se obter uma taxa de armadu-ra de 0,04% em uma parede de 14 cm e2,80 m de altura, deve-se ter a seguinteárea de aço horizontal: 0,04 x 14 x 2,80= 1,57 cm2. Essa taxa pode ser obtidacom uma canaleta a meia altura e outrano respaldo da laje, cada uma armadacom uma barra de 10 mm.

A figura 2 indica alguns detalhesde armação, havendo ainda outraspossibilidades, como o uso de arma-duras de pequeno diâmetro nas jun-tas de assentamento horizontal.

O Projeto de Norma na NBR10837(2005) especifica os espaçamentosindicados na tabela 1. Recomenda-se, como boa prática executiva, aarmação das paredes externas com

Tabela 1– RECOMENDAÇÃO PARA ESPAÇAMENTO HORIZONTAL DAS JUNTAS DE CONTROLELocalização Taxa de Limite (m)da parede armadura Blocos produzidos Blocos produzidos

com cura a vapor sem cura a vaporExterna Sem armadura (figura 2-A) 7,0 5,0Externa 0,04% (figura 2-B) 9,0 7,5Interna Sem armadura (figura 2 -A) 9,0 7,5Interna 0,04% (figura 2-B) 11,0 9,0

Figura 2 – Detalhes de armação horizontal para várias taxas de armadura

Caso ATaxa de 0%

Caso BTaxa de 0,04%

Caso CTaxa de 0,1%

Armaduraconstrutiva

1 x ø10 mm

1 x ø10 mm

1 x ø10 mm

1 x ø10 mm

1 x ø10 mm

1 x ø10 mm

1 x ø10 mm

828

0

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uma cinta intermediária e respeitoao espaçamento das juntas de con-trole anotadas nessa tabela.

Exemplos de utilização da tabela:1) uma parede interna, armada comcinta intermediária (figura 2-B) ebloco produzido com cura a vapor:deve-se prever uma junta de controlea cada 11,0 m; 2) uma parede externa,sem armadura longitudinal e blocoproduzido sem cura a vapor: o com-primento máximo de uma parededeve ser igual a 5,0 m.

Argamassa e preenchimento dasjuntas verticais

O traço adequado de argamassa éo que garante a resistência adequadada alvenaria, empregando a menorquantidade de cimento possível. Éimportante usar traços mais fortesquando há necessidade de resistênciaà flexão e ao cisalhamento elevadas eesta só pode ser obtida pela aderênciabloco–argamassa (na construção demuros de arrimo, caixas d'água, pare-des enterradas), sendo usual o traço1:0,5:4,5 (cimento:cal:areia, em volu-me) nesses casos.

No caso de edifícios de múltiplospavimentos, a resistência da arga-massa deve ser no mínimo igual a 5,0MPa ou 70% da resistência do bloco.

Em geral, o traço 1:1:6 é adequadopara edifícios até quatro pavimentos ea dosagem experimental deve ser feitapara edifícios mais altos.

Segundo Ramirez-Vilato (2004)"entre as alterações de tecnologiaocorridas nos últimos anos está a téc-nica de não preenchimento da juntavertical de assentamento dos blocos(...). Nesse processo construtivo, essatécnica objetivava principalmente aredução da possibilidade de ocorrên-cias de problemas patológicos causa-dos por movimentações intrínsecasda alvenaria, de origem higroscópicaou térmica".

A partir de resultados de váriosensaios e da caracterização de váriosaspectos relativos ao comporta-mento de uma parede com ou semjunta vertical preenchida, o autorconclui que "em várias situações éviável a utilização da junta vertical

seca (não preenchida), sendo esseprocedimento favorável à capacida-de de absorver deformações e evitaro surgimento de fissuras e patolo-gias nas paredes".

Entretanto, alguns fatores comoresistência ao cisalhamento diminuí-da e menor isolação acústica devemser levados em conta.

Projetistas especializados em al-venaria estrutural recomendam onão preenchimento ou preenchi-mento posterior das juntas verticaispara evitar patologias associadas à re-tração (Wendler, 2005).

Recomenda-se o preenchimentodas juntas verticais para prédios mé-

LEIA MAIS

NBR 12117 – Blocos vazados deconcreto para alvenaria – retração porsecagem. Associação Brasileira deNormas Técnicas. Rio de Janeiro, 1991.

NBR 8798 – Execução e controle deobras em alvenaria estrutural deblocos vazados de concreto – Rio deJaneiro, 1985.

NBR 10837 – Projeto de estruturasde alvenaria com blocos de concreto– Projeto de Norma, Cap. 9 a 13, V.5,out., 2005.

Avaliação Experimental doFenômeno de Retração emAlvenaria de Blocos de Concreto.K. C. Barbosa. Dissertação(mestrado). Universidade Federal deSão Carlos - UFSCar, 233p. SãoCarlos, 2005.

Building Code Requirements forMasonry Structures (ACI530/TMS 402/ASCE 5). MasonryStandards Joint Committee. 2005.

Control Joints for ConcreteMasonry Walls – AlternativeEngineered Method. NationalConcrete Masonry Association. TEK10-3, 2003a.

Crack Control in ConcreteMasonry Walls. National ConcreteMasonry Association. TEK 10-1A,2003b.

Avaliação Experimental doFenômeno de Retração emAlvenaria de Blocos de Concreto.2o Relatório. G. A. Parsekian. Projetode Pesquisa Fapesp 02/13766-7. Não

Publicado, 2005.

Tecnologia de produção dealvenaria estrutural protendida.G. A. Parsekian. São Paulo, Tese(Doutorado), EPUSP, 263p., 2002.

Influência do preenchimento das juntas verticais entrecomponentes no comportamentoda alvenaria estrutural. R.Ramirez-Vilato, São Paulo, Tese(Doutorado), Epusp, 165p, 2004.

Masonry Designers' Guide.TheMasonry Society. 4th Edition. TheMasonry Society, 2003.

Relatórios de Alvenaria estrutural– Wendler Projetos.A. Wendler.Disponível em:www.wendlerprojetos.com.br. Acessoem: 15/10/2005.

dios e altos durante a elevação dasparedes. Em prédios baixos re-comenda-se considerar o não preen-chimento de juntas verticais e fechá-las após a execução da parede (suge-re-se aguardar pelo menos uma se-mana), empregando uma argamassade resistência inferior à usada no as-sentamento. Essa opção deve ser de-finida na fase de projeto com aval doengenheiro de estruturas.

AgradecimentosOs autores agradecem à Fapesp,

Capes e à ABCP (Associação Brasileirade Cimento Portland) pelo financia-mento e apoio ao projeto de pesquisa.

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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COBERTURA,IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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MÁQUINASEQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS

ALUMÍNIOO Dibond é uma chapa dealumínio desenvolvida pela Alcanespecialmente para o mercadode comunicação visual.Encontrados em espessuras de 2a 4 mm, larguras de 1.219 e1.524 m , até 5 m decomprimento, podem serdobrados e curvados.Alcan Composites(11) 3055-2100

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FECHADURAA Biométrica é uma fechaduracom abertura por leitura deimpressão digital. Fabricada pelaSoprano, a fechadura só abrepara pessoas previamentecadastradas (limite decadastramento: 138 digitais).Oproduto funciona com bateriarecarregável e pode ser aberto deoutras duas maneiras: com umasenha de 11 dígitos ou com umachave de alta segurança.Soprano(54) 2109-6000www.soprano.com.br.

Q&T

PLATAFORMAS A linha Genie de plataformas, daTerex, apresenta o modelo Z-135.O produto pode atingir umaaltura de até 43,2 m e éprojetado para ser transportadoem uma carreta prancha normal,sem necessidade de projetosespeciais e rotas alternativas.0800-6025600www.terexla.com

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PROJETOS E SERVIÇOS TÉCNICOS

ETE A EEA (Empresa de EngenhariaAmbiental) trabalha, entreoutros, com sistemas especiaisde esgoto. Um de seus produtos,o sistema anaeróbio seguido defiltros de areia, atinge umaeficiência de até 90% na remoçãode matéria orgânica e tem,segundo a empresa, baixo custooperacional e de implantação.(19) 3527-1481www.eea.eng.br

BLOCOSA Matieli produz blocoscerâmicos estruturais de 6 e 10MPa, blocos de vedação de 1,5MPa, blocos autoportantes eelementos vazados. Os produtossão fabricados segundo asnormas da ABNT. O fabricanteentrega as peças em paletes oucontêineres.Matieli(15) 3221-4804www.matieli.com.br

VEDAÇÕES, PAREDES E DIVISÓRIAS

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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ALUMÍNIOO Dibond é uma chapa dealumínio desenvolvida pela Alcanespecialmente para o mercadode comunicação visual.Encontrados em espessuras de 2a 4 mm, larguras de 1.219 e1.524 m , até 5 m decomprimento, podem serdobrados e curvados.Alcan Composites(11) 3055-2100

FECHADURAA linha de fechaduras MillênioStilo, da Aliança Metalúrgica, éproduzida com aço carbonoespecial, latão e liga de zinco ealumínio (zamac 5). Os produtosestão disponíveis em cincopadrões diferentes deacabamento: verde-antique,cromado, cromo-acetinado,preto-fosco e bronze. Aliança Metalúrgica(11) 6951-1500www.aliancametalurgica.com.br

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INTERRUPTORESPratis foi criada, segundo afabricante Pial Legrand, parasimplificar e agilizar o serviço deinstalação. Já vem em conjuntoscompletos 4"x 2" e 4"x 4", com asfunções elétricas mais utilizadase de acordo com as normastécnicas brasileiras. Na corbranca e cinza, a placa não retémpoeira e tem maior resistência aimpactos.Pial Legrand0800-118008www.legrand.com.br

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62 TÉCHNE 119 | FEVEREIRO DE 2007

OBRA ABERTALivros

Pesquisa em arquitetura eurbanismo – Guia práticopara o trabalho depesquisadores em pós-graduaçãoGeraldo G. SerraMandarim Editora e Edusp(Editora da Universidade deSão Paulo)256 páginasFone: (11) 3337-5633www.mandarim.com.br/bookstoreA experiência do autor, obtidaao longo de três décadas coma orientação de inúmeras tesese dissertações na FAU-USP(Faculdade de Arquitetura eUrbanismo da Universidade deSão Paulo), o levou a examinar,neste trabalho, os problemaspertinentes à vida acadêmica.A partir de observações acercado que considera fundamentalao pesquisador da área dearquitetura e urbanismo,aborda conceitos filosóficossobre o método científico eformas de apresentação denotas e referênciasbibliográficas. A organizaçãodo livro permite que sejaconsultado sobre temasespecíficos ou lido capítulo a capítulo.

Paredes drywall –Requisitos parafinanciamento pela CaixaCEF (Caixa EconômicaFederal)Fone: 0800 5740101www.caixa.com.brO manual apresenta as regrasda Caixa Econômica Federalpara financiamento deimóveis com vedaçõesinternas – paredes, forros erevestimentos – executadasem sistema de gessoacartonado. Desenvolvido emconjunto com o SindusCon-SP (Sindicato da Indústria daConstrução do Estado de SãoPaulo), com participação dasempresas fabricantes dechapas, tem a proposta deestabelecer condições para aaplicação da tecnologia,prevendo o desenvolvimentodo potencial em termos deprodutividade e qualidadedas habitações. Estabeleceexigências por desempenho e segurança, projeto,execução, controle derecebimento e ambiental.

Mutirão habitacional:procedimentos de gestãoAlex Kenya Abiko e Leandro deOliveira CoelhoHabitare (Programa deTecnologia de Habitação)64 páginasFone: (21) 2555-0589www.habitare.org.brReúne estudos realizados emempreendimentos de setemunicípios e que permitem aidentificação, o registro e aavaliação de experiências demutirão. Mostra como osestudos viabilizaram umcircuito de comunicação entreos agentes, a sistematizaçãode dados e a elaboração dediretrizes. Divide-se em trêscapítulos: introdução,procedimentos de gestão epropostas para gestão demutirão. O primeiro apresentao projeto de pesquisa. Osegundo, indicadores deprocesso, incluindo análisesobre qualidade e produto. Noúltimo, concentram-se aspropostas relativas aoprocesso de provisãoreferentes ao terreno,licenciamento efinanciamento, por exemplo.

Como prepararorçamentos de obras*Aldo Dórea MattosEditora PINI288 páginaswww.piniweb.comAborda todos os passos doprocesso de preparação doorçamento, incluindo olevantamento de quantitativos,a composição de custosunitários e a técnica defechamento de preço de vendae o BDI (Benefícios e DespesasIndiretas). Com ilustrações,modelos, tabelas práticas eexemplos de cálculo, além deabordagem detalhada, facilitaa compreensão dosfundamentos envolvidos naconfecção de orçamentos. São14 capítulos que abordam atémesmo as características deorçamentos para licitações.Engenheiro civil e advogado, o autor obteve experiênciatrabalhando pela construtoraNorberto Odebrecht emgrandes obras nacionais eestrangeiras. É professor docurso de especialização emgerenciamento de obras daUniversidade Estadual de Feirade Santana, na Bahia.

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STG – Software de TreliçaGerdauFone: (51) 3323-2000www.gerdau.com.brFornecedora de aços para aconstrução, a Gerdaudesenvolveu e disponibilizagratuitamente aosinteressados seu softwarepara cálculo de lajestreliçadas. Ao término doscálculos, o programa elabora oorçamento simplificado oudetalhado. A partir da inserçãode dados como penetração noapoio, cálculo de flechas,seleção de bitolas, cálculo doescoramento e definição denervuras transversais, o STGinicia o cálculo efetivo daslajes. Outra possibilidadeoferecida pelo programa é oda laje calculada, em que ousuário se responsabiliza pelocálculo de cargas, flechas earmaduras das vigotas,deixando a cargo do sistemaapenas o cálculo da distânciaentre as linhas de escoramento.É possível obter o programa e os manuais de instrução nosite da Gerdau.

Acomac CampinasFone: (19) 3272-5359www.acomaccampinas.com.brO novo site da Associação dosComerciantes de Materiais deConstrução da regiãocampineira do Estado de SãoPaulo traz informações sobreeventos e palestras do setor,além de relatar as açõespraticadas pela associação edisponibilizar a lista de lojasassociadas. Conta a históriada entidade e possibilitaassinar seus informativosbimestrais, que também estãodisponíveis na versão online. Alinha do tempo, acessível apartir do link "A Acomac",divide a história da AcomacCampinas em quatro etapas,sendo uma para cada década de existência:Pioneirismo, Empenho,Expansão e Consolidação.

DenverImpermeabilizantesFone: (11) 4741-6000www.denverimper.com.brCom navegação mais intuitiva,o site disponibiliza, já naprimeira página, acesso alinks de interesse, comoRepresentantes, Cursos eProdutos. Na mesma página,há a possibilidade de baixar oMiniguia Denver, comcaracterísticas técnicas epossibilidades de aplicação detodos os produtos daempresa. O site disponibilizaainda ferramenta de busca deprodutos que localizaqualquer item comercializadopela empresa. O portfólio daDenver, que atua há mais de21 anos no mercado nacional,apresenta obras como oEdifício Garagem doAeroporto de Congonhas e aLinha Amarela do Metrô, emSão Paulo, e a ProcuradoriaGeral da República, no Distrito Federal.

Estrutura de concretoarmado: Projeto eConstruçãoDaniel Cunha (graduando) eErica Yoshioka (orientadora)FAU-USP (Faculdade deArquitetura e Urbanismo daUniversidade de São Paulo)Fone: (11) 9705-0940e-mail: [email protected] aproximar teoria eprática, o Departamento deTecnologia da FAU retratou emvídeo as principais etapas deuma obra. Com 13 minutoscada, os quatro vídeos quecompõem o trabalho foramfilmados no canteiro do SescSantana e abordam os temas:Fôrma e Cimbramento,Armadura, Concretagem eInterfaces. Outro vídeo, com36 minutos, traz umaentrevista com o projetistaMário Franco, autor do projetodo Sesc, sobre aspectos geraisdas estruturas, como a relaçãoentre os partidosarquitetônico e estrutural, os requisitos de desempenho e o comportamento dossistemas estruturaisempregados no projeto.

DVD SoftwaresSites

* Vendas PINIFone: 4001-6400 (regiões metropolitanas)ou 0800 596 6400 (demais regiões)

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AGENDASeminários econferências15/3/2007 Grandes Estruturas: DesafiosTecnológicos e Logísticos dasConstrutoras no Brasil e no MundoSão PauloO segundo dia do V Fórum Internacional deArquitetura e Construção, que acontecerádurante a Feira Revestir, será apresentadocomo o "Dia do Construtor" e contará coma apresentação de Charles Thornton,diretor da empresa americana de projetosThornton-Tomasetti Engineers, quecalculou a estrutura do Petronas TwinTowers, de Kuala Lumpur, o edifício maisalto do mundo. Além da apresentação deThornton, haverá as palestras "FachadasCerâmicas em Edifícios Altos Residenciais",com o especialista Jonas SilvestreMedeiros, e "Projeto Estrutural do EdifícioSanta Catarina em São Paulo", com Aluíziod'Ávila, engenheiro de estruturas.Fone: (11) 4613-2000 Email: [email protected]

1 a 4/5/2007VII SBTA – Simpósio Brasileiro deTecnologia das ArgamassasRecife A proposta do evento é divulgarnovidades das pesquisas em argamassa e aproximar os avanços tecnológicos dasuniversidades e do setor produtivo dasempresas de construção civil.Fone: (81) 3463-0871E-mail: [email protected]/sbta

3 a 6/6/200751o Congresso Brasileiro de CerâmicaSalvador A proposta do evento é permitir ainteração entre o setor produtivo decerâmica e as instituições de ensino e

pesquisa. Para tal, promoverá, por meiode conferências e painéis, discussõessobre temas específicos ou de interessegeral, e também dará oportunidade apesquisadores, estudantes e técnicos dasindústrias de divulgarem seus trabalhos. Fone: (11) 3768-7101 E-mail: [email protected]

12 a 14/10/2007II Congresso Brasileiro de Pontes eEstruturasRio de JaneiroPromovido pela ABPE (Associação Brasileirade Pontes e Estruturas), o evento irádivulgar trabalhos recentes de inúmerosprofissionais. Aberto a engenheiros,projetistas, arquitetos, pesquisadores eprofessores que queiram se atualizar,discutir, divulgar e inovar idéias na área deengenharia estrutural.Fone: (21) 2232-8334www.abpe.org.br

Feiras e exposições13 a 17/3/200715a Feicon Batimat – Feira Internacionalda Indústria da ConstruçãoSão PauloApresentará as novidades em alvenaria e cobertura, esquadrias, instalaçõeselétricas e hidráulicas e equipamentoselétricos entre outras.Fone: (11) 4191-4324E-mail: [email protected]

13 a 16/3/2007RevestirSão PauloEm sua 5a edição, a feira já é uma dasmaiores e mais importantes do setor naAmérica Latina e uma das principais domundo. Reúne os maiores fornecedores efabricantes brasileiros de revestimentos,representando uma boa oportunidade

para o lançamento de novidades erealização de negócios.Fone: (11) 4613-2000 E-mail: [email protected]

24 a 28/4/20079a Habitacon Sul – Feira Nacional deHabitação & ConstruçãoBlumenau (SC)Deve reunir aproximadamente 150empresas expositoras, oferecendoprodutos, acessórios, serviços etecnologias para todas as etapas daconstrução civil, arquitetura e marcenaria. Fone: (47) 3328-1555www.montebelloeventos.com.br

2 a 5/8/20079a Construsul – Feira da Indústria daConstruçãoPorto Alegre Reconhecida feira da região Sul, aConstrusul reúne lojistas de materiais deconstrução, arquitetos, engenheiros econstrutoras. Abrange também palestras eseminários para debater temas relativos àconstrução civil.Fone: (51) 3225-0011www.feiraconstrusul.com.br

15 a 17/8/2007Concrete Show South América São PauloContará com uma exposição indoor edemonstrações outdoor, seminários denovos produtos e um programa exclusivo deconferencias técnicas. Com apoio deentidades importantes do setor, como ABCP(Associação Brasileira de Cimento Portland),Abesc (Associação Brasileira das Empresasde Serviço de Concretagem) e Ficem(Federação Interamericana do Cimento), oevento deve ser um ponto de encontrointernacional de negócios e tecnologia dacadeia de concreto e seus usuários. (11) 4689-1935www.concreteshow.com.br

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25 a 29/9/2007InterconJoinville (SC)Reúne fabricantes, distribuidores,revendedores, construtores, engenheiros,arquitetos e entidades de todo o Brasil edo exterior, promovendo a divulgação eprincipalmente a realização de negócios.Em sua 7a edição, a Intercon terá sua áreaampliada e deverá contar com aparticipação de mais de 200 expositores,superando o número de 30 mil visitantesregistrados no evento anterior.Fone: (11) 3451-3000 E-mail: [email protected]

Cursos e treinamentos14 a 17/5/2007Planejamento e controle demanutençãoBelo Horizonte Com o objetivo de desenvolver habilidadesnas técnicas de PCM (Planejamento eControle de Manutenção), o curso mostraaos participantes como organizaratividades e o uso da mão-de-obra e dosequipamentos, partindo de uma situação

sem planejamento, entrando noplanejamento manual e indicando ospontos principais na interface entre ousuário e o computador. Fone: (11) 3739-0901E-mail: [email protected] www.aeacursos.com.br

9 e 10/3/2007Patologia das ConstruçõesPorto Alegre No curso, o engenheiro civil Ercio Thomaz,doutor em construção civil pela EscolaPolitécnica da USP e membro do Conselhode Administração da Revista Téchne,analisa as patologias mais freqüentes emedificações, enfocando causas, agentes,mecanismos de formação e formas derecuperação. Dirigido a tecnólogos,arquitetos e engenheiros civis.Fone: (11) 3739-0901E-mail: [email protected]

23 e 24/3/2007Projeto estrutural de edifícios dealvenariaSão Paulo

Dirigido a projetistas de estruturas o curso transmite informações e técnicaspara analisar a estrutura de um edifício de alvenaria, considerando as açõesverticais e horizontais. Além disso,apresenta as bases do dimensionamentode elementos estruturais de alvenaria,com a ilustração de um exemplo deaplicação em edifício. Fone: (11) 3816-0441E-mail: [email protected]

Concursos15/7/2007Prêmio Holcim Antac – Excelência emConstrução SustentávelBrasilA Holcim Brasil vai premiar a melhordissertação de mestrado e tese dedoutorado sobre construção sustentável no País. O objetivo da premiação é levar o conceito de construção sustentável para o dia-a-dia dos profissionais desde a universidade.Fone: (51) 3316-4084www.antac.org.br

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COMO CONSTRUIR

Otávio Luiz do NascimentoEngenheiro civil e professor da Fumec(Fundação Mineira de Educação eCultura)diretor da [email protected]

Para a execução de alvenaria, atéhá pouco tempo, somente a geo-

metria era fator de estabilidade e re-sistência do sistema. Com o domínioda técnica de argamassas à base de ci-mento, a dinâmica e a conseqüenteredução da geometria das alvenariaspassaram a fazer parte de todos ostipos de projeto de uma edificação.

Todas as obras têm por princípioum projeto, desde aqueles mais ele-mentares aos mais complexos. Mes-mo nos casos em que o projeto não seapresenta de forma oficializada e re-gistrada (desenhos, cálculos, medi-das etc.), ele existe na mente de quemdecide fazer a obra ou mesmo de

Reforço de alvenaria com treliça plana de aço

quem executa. Os projetos podemdiferir de modo substancial no quediz respeito ao grau de detalhamen-to e planejamento das atividades aserem executadas, técnicas e mate-riais, variando ainda a capacidade de

absorver tensões, deformações e ga-rantia de desempenho.

A tecnologia das estruturas deconcreto armado trouxe profundasalterações no comportamento das al-venarias, que deixaram de lado suafunção principal de estruturar as edi-ficações e passaram a ser adotadascomo elementos de vedação. No en-tanto, com a velocidade de execuçãodas obras, o aumento dos vãos e a re-dução da rigidez, rupturas e infiltra-ções começaram a ser significativas,trazendo altos custos e principal-mente o descrédito para as constru-toras que não conseguem mais edifi-car sem o processo fissuratório (figu-ras 1 e 2), seja uma simples residênciatérrea a um edifício de múltiplos an-dares. Nos últimos anos, a necessida-de de um maior número de vagas degaragem, de alta produtividade e cus-tos cada vez mais baixos obrigaramos edifícios a ter características espe-cíficas, como balanços e grandes al-turas, dificultando sensivelmente odesempenho das alvenarias e suas li-

Figura 1 – Exemplos de processos defissuração em alvenarias

Figura 2 – Deformação vertical da vigasuperior – efeito arco

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vem se tornando uma tecnologia degrande valia, objetivando proporcio-nar um melhor desempenho estrutu-ral do sistema quando submetida atais esforços. A treliça plana possuibarras longitudinais e diagonais comseção circular e recobertas por umacapa de zinco, para utilização em alve-narias de junta tradicional.As caracte-

gações com as estruturas reticuladas.Sabe-se que as alvenarias apresen-

tam um desempenho satisfatórioquando submetidas à compressão euma baixa resistência à tração. Emfunção da atual necessidade de me-lhoria na absorção de tensões de tra-ção e cisalhamento,a utilização de tre-liça plana na execução de alvenarias,

rísticas geométricas das treliças tipoMurfor são apresentadas na tabela 1.

A tecnologia proposta visa o em-prego de treliça entre camadas deblocos, aplicando esse produto paracombater as tensões de tração e cisa-lhamento. Sua aplicação nas alvena-rias de vedação, além de combater oprocesso fissuratório, proporcionamaior produtividade e racionaliza-ção da alvenaria, por possibilitar aeliminação de vergas e contra-vergase minimização de uso de outros ele-mentos enrijecedores, como cintas epilaretes. Em alguns casos, depen-dendo do projeto realizado e do di-mensionamento, é possível até mes-mo eliminar todos os elementos en-rijecedores das alvenarias de vedaçãode uma edificação.

A utilização de alvenaria armadaé indicada como solução em qual-quer uma das seguintes situações: re-calques de base, fissuras, concentra-ções de tensões ao redor de vãos li-vres de portas e janelas, cargas pon-tuais, deformações estruturais e car-gas externas.

Pré-requisitos de projetoUm bom projeto depende de vá-

rios fatores, porém os dados disponí-veis para subsidiar as tomadas de de-cisão para o projeto de alvenariadevem ser levados em conta, sendolevantados principalmente os se-guintes requisitos:

� Condições climáticas: são neces-sários a coleta de dados de umidaderelativa do ar, temperatura e suasvariações, ventos predominantes,

Tabela 1 – CARACTERÍSTICAS DIMENSIONAISTipo (mm) (mm) (mm) Seção transversal das Comprimento Murfor barras longitudinais longitudinal

(mm2) (m)RND.4/z 50

115 4 3,75 25 3,05

175RND.5/z 50

115 5 3,75 35 3,05175

Nota: a armadura é recoberta por uma capa de zinco

fc – calculado a partir daresistência dos elementose da argamassa

fc – obtido experimentalmenteem laboratório

Protótipos

Elemento

fc = ?

Alvenariafc – obtidoexperimentalmenteem ensaiosde “escala real”

Cargas verticais Cargas verticaisCargas verticais Flexão horizontal/ação do vento

Figura 3 –Avaliação das alvenarias para projeto

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insolação preferencial, época e pe-ríodo de execução;� Características arquitetônicas:geometria, abertura de vãos, deta-lhes, frisos, elementos decorativos, ti-pologia, vãos especiais etc.;� Características estruturais: princi-palmente a geometria, rigidez, defor-mação imediata e lenta, juntas estru-turais, detalhes construtivos, tipo dematerial (aço, concreto ou outros),módulo de elasticidade, tempo dedesenforma, velocidade de execução,sobreposição de etapas, tipologia daestrutura (laje maciça, nervurada,protendida etc.);� Características dos materiais devedação: tipo de bloco, geometria,comportamento, sistema de assenta-mento, ligação entre camadas (verti-cais e horizontais);� Procedimento executivo: nível dequalificação da execução, ferramen-tas, tipos de fixação, detalhes e veloci-dade de produção.

Projeto com treliça planaO projeto de alvenaria de vedação

com treliça plana tem a finalidade deidentificar as premissas mínimaspara a estabilidade das alvenarias,apresentando as especificações demateriais, geometria, reforços, jun-

Figura 4 – Exemplo de dimensionamento de alvenarias

Treliça 5 cm

Treliça 5 cm

Figura 5 – Exemplo de alvenarias projetadas com treliça plana de aço

tas, ligações com a estrutura, enrije-cimento etc., bem como as diretrizespara execução e manutenção, especí-ficas por tipo de obra, buscando odesempenho satisfatório do sistemade vedação ao longo do tempo. Comesse objetivo, deve-se levar em contaos seguintes itens antes de se elaborarum projeto: condições do contornopara o projeto, tipo de utilização da

alvenaria de vedação, especificaçãode materiais e sistema, controle deprodução e manutenção.

O projeto de alvenaria difere-sede outros tipos de projeto por apre-sentar característica particular, naqual alguns parâmetros devem serverificados no instante da execuçãoda obra, tais como: prumo, nivela-mento, propriedades dos materiais

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constituintes e argamassas, tipo demão-de-obra etc. O sistema é com-posto de todos esses parâmetros,cujo acompanhamento se faz neces-sário para a elaboração de um proje-to definitivo.

O projeto da alvenaria reforçadacom treliça plana deve levar em con-sideração os esforços solicitantes aque essa alvenaria estará submetida,analisando as cargas verticais e deflexão decorrentes da ação do vento,a partir do conhecimento das resis-tências características dos elementosque compõem o sistema (figura 3).

Na figura 4 é mostrado umexemplo de dimensionamento de al-venaria com treliça plana utilizan-do-se um programa de cálculo espe-cífico e com base nas diretrizes danorma internacional EC6 – Euroco-de 6: Design of masonry structures –part 1-1: common rules for reinfor-ced and unreinforced masonrystructures – october 2001.

O número de fiadas armadascom treliça plana deverá ser baseadoem projeto específico de alvenariaonde será dimensionado de acordocom as características estruturais earquitetônicas da edificação, alémdo tipo de material, argamassa econdições de estabilidade da mesma.

Na figura 5 tem-se um exemplode projeto realizado mostrando a

distribuição da treliça plana nas fia-das de duas elevações diferentes.

DetalhamentoOs projetos deverão contemplar

processos que visam à qualificação edesempenho propostos pelo proje-tista, facilitando as soluções executi-vas de forma explicativa, sendo asprincipais:

� levantamento das áreas a serem edi-ficadas devidamente identificadas;� instruções e geometria para a exe-cução de alvenaria modelo;� descrição dos ensaios laborato-riais nos painéis experimentais;� relação de especificações para ras-trear os testes e a execução;� controle do recebimento dos ma-teriais;� critérios de aceitação dos materiais;� preparo e aplicação dos blocos;� posicionamento das juntas de as-sentamento e das peças de treliçaplana;� critérios de controle (prumo,nível, alinhamento);� procedimento de execução: lim-peza da estrutura, preparo da super-fície, colocação das barras de liga-ções, espessuras das argamassas, as-sentamento dos blocos, instalaçãodas peças de treliça plana, acaba-mento final;

� elevação das alvenarias sob as es-truturas de contorno;� posicionamento de detalhes cons-trutivos tais como ligações com a es-trutura, espessura das argamassas,colocação ou não de juntas verticais,armaduras, enrijecedores, limitaçõesde juntas, espessura dos blocos;� indicação do reforço com treliçaplana nas fiadas;� instruções e limitações da execu-ção;� especificação de todos os materiaisconstituintes;� limitações e prazos para revesti-mentos e acabamentos;� indicação e tipologia do controlede execução.

Em relação às diretrizes de execu-ção, a elaboração do procedimentoexecutivo de alvenaria armada deveenglobar o acompanhamento daprodução e o controle dos materiais,devendo-se treinar todas as equipesda produção (engenheiros, encarre-gados, empreiteiros, pedreiros etc.),conhecendo-se todas as premissasdetalhadas no procedimento executi-vo. Confira na sequência acima asetapas do processo construtivo. Paratodas as recomendações de uso dosreforços é indispensável utilizar ar-gamassa no rejuntamento verticalpara assentamento dos blocos.

Etapas do processo construtivo

1a Etapa:Aplicação da argamassa deassentamento na primeira fiada

2a Etapa: Colocação da treliça planasobre a argamassa de assentamento

3a Etapa:Assentamento das próximasfiadas de blocos

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