symphysodon discus

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ACARÁ-DISCO (Symphysodon aequifasciata) Acará-disco é o nome comum atribuído a todas as espécies catalogadas como pertencentes ao gênero Symphysodon. Disco azul-royal Certos aquaristas entendem que, na verdade, todos os discos fazem parte de uma mesma espécie, uma vez que conseguem reproduzir-se entre si, produzindo filhotes férteis durante gerações consecutivas. Os discos amadurecem, isto é, tornam- se aptos para a reprodução, a partir de um ano de idade. Quando em cativeiro, esta espécie apresenta grande dificuldade de reprodução e de criação dos filhotes. Entretanto, é possível obter sucesso, se forem respeitadas as exigências ambientais e alimentares desses animais. O ritual de acasalamento começa com uma corte pacífica, em que o macho gira em frente e em torno da fêmea (é necessária muita atenção para acompanhar esse rito). Em seguida, o casal escolhe um local escondido e escuro, em que vão ser depositados os ovos. Nessa área, realizam uma limpeza completa, removendo todos os pedregulhos e detritos. A desova demora cerca de uma hora e, logo depois de o macho fertilizar os ovos, o par mantém constante agitação da água em torno deles, abanando-os com as nadadeiras, para garantir a oxigenação necessária. É bastante freqüente a contaminação dos ovos por fungos, entretanto, todos aqueles que forem infectados serão devorados pelo par. Depois da eclosão dos ovos, os filhotes fixam-se em alguma superfície, em que permanecem presos por cerca de três dias. Nesse período, é muito importante observar o comportamento dos pais, que podem devorar os filhotes, no caso de não estarem bem alimentados. Outro fator que aumenta a taxa de mortalidade dos filhotes é a insuficiência do muco epitelial, produzido pelos pais, uma vez que este é o nutriente exclusivo nos primeiros dias de vida. Entretanto, isso pode ser sanado com dietas especiais. Criadores de discos salientam que o sucesso na reprodução entre os espécimes nascidos em cativeiro é bem maior do que no de animais coletados em seu habitat natural. As variedades criadas e melhoradas geneticamente em cativeiro apresentam tonalidades bem vivas, como se pode ver nas subespécies verdes, azul-cobalto, azul-turquesa, azul-royal, vermelhas e mistas. Branco perola Os acarás-disco apresentam bom comportamento em aquários exclusivos, com apenas exemplares de sua espécie, e convivem bem igualmente em aquários mistos. Entretanto, não se recomenda coloca-los na convivência de peixes muito pequenos, que podem ser devorados, nem dos muito agressivos e ativos, uma vez que os discos se assustam facilmente e podem se intimidar, recusando-se a receber alimentação e, portanto, ficando mais suscetíveis às doenças. Esta espécie não tolera qualquer tipo de poluição ambiental; por isso, recomenda-se que um quinto da água seja trocada regularmente; o uso de filtração contínua (com turfa e carvão) também auxilia na manutenção das boas condições da água.

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ACARÁ-DISCO(Symphysodon aequifasciata)

Acará-disco é o nome comum atribuídoa todas as espécies catalogadas comopertencentes ao gênero Symphysodon.

Disco azul-royal

Certos aquaristas entendem que, naverdade, todos os discos fazem parte de umamesma espécie, uma vez que conseguemreproduzir-se entre si, produzindo filhotesférteis durante gerações consecutivas.

Os discos amadurecem, isto é, tornam-se aptos para a reprodução, a partir de um anode idade.

Quando em cativeiro, esta espécieapresenta grande dificuldade de reprodução ede criação dos filhotes. Entretanto, é possívelobter sucesso, se forem respeitadas asexigências ambientais e alimentares dessesanimais.

O ritual de acasalamento começa comuma corte pacífica, em que o macho gira emfrente e em torno da fêmea (é necessária muitaatenção para acompanhar esse rito). Emseguida, o casal escolhe um local escondido eescuro, em que vão ser depositados os ovos.Nessa área, realizam uma limpeza completa,removendo todos os pedregulhos e detritos.

A desova demora cerca de uma hora e,logo depois de o macho fertilizar os ovos, o parmantém constante agitação da água em tornodeles, abanando-os com as nadadeiras, paragarantir a oxigenação necessária. É bastantefreqüente a contaminação dos ovos por fungos,entretanto, todos aqueles que forem infectadosserão devorados pelo par.

Depois da eclosão dos ovos, os filhotesfixam-se em alguma superfície, em quepermanecem presos por cerca de três dias.Nesse período, é muito importante observar ocomportamento dos pais, que podem devorar osfilhotes, no caso de não estarem bemalimentados.

Outro fator que aumenta a taxa demortalidade dos filhotes é a insuficiência domuco epitelial, produzido pelos pais, uma vezque este é o nutriente exclusivo nos primeirosdias de vida. Entretanto, isso pode ser sanadocom dietas especiais.

Criadores de discos salientam que osucesso na reprodução entre os espécimesnascidos em cativeiro é bem maior do que node animais coletados em seu habitat natural.

As variedades criadas e melhoradasgeneticamente em cativeiro apresentamtonalidades bem vivas, como se pode ver nassubespécies verdes, azul-cobalto, azul-turquesa,azul-royal, vermelhas e mistas.

Branco perolaOs acarás-disco apresentam bom

comportamento em aquários exclusivos, comapenas exemplares de sua espécie, e convivembem igualmente em aquários mistos.

Entretanto, não se recomenda coloca-losna convivência de peixes muito pequenos, quepodem ser devorados, nem dos muitoagressivos e ativos, uma vez que os discos seassustam facilmente e podem se intimidar,recusando-se a receber alimentação e, portanto,ficando mais suscetíveis às doenças.

Esta espécie não tolera qualquer tipo depoluição ambiental; por isso, recomenda-se queum quinto da água seja trocada regularmente; ouso de filtração contínua (com turfa e carvão)também auxilia na manutenção das boascondições da água.

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Uma das espécies que tem facilitadomuito a vida dos aquaristas é um acará-discovermelho, trazido do Oriente. É conhecidocomo “red dragon” ou “pigeon Blood”, pelassuas características de fácil reprodução.

Red Dragon ou Pigeon Blood

CRIANDO DISCOS

Alguns autores aconselham que sejausada na criação de discos água estéril, ou seja,uma água sem microorganismos. Para que seconsiga esta água, eles utilizaram luzes ultravioleta ou ozonizadores. Estes autoresaconselham ainda que o aquário não tenha areianem planta e que os restos de comida sejamretirados diariamente por sifonagem. Masoutros autores (inclusive eu) já conseguirammanter seus discos em aquários sob outrascondições, tais como uso de filtro biológico eplantas tais como as ceretopteris, hygrophila,valisneria, além de água limpa, neutra e pobreem calcário.

Pigeon branco

Vamos, portanto, sem desprezar asopiniões diversas sobre o assunto, falar maisdetalhadamente da criação de discos com filtrose plantas.

Vermelho de Schlingmann

O DISCO SE IRRITA COM FACILIDADE

Os discos são peixes, que apesar decalmos, por natureza, podem se irritarfacilmente. Sendo assim, por via das dúvidas,vamos lhe dar um conselho. Crie seus discossozinhos, sem a companhia de peixes de outrasespécies. Algumas espécies de peixes, mesmoas mais calmas, podem causar no disco um tipode comportamento muito estranho: em dadomomento ele pode enfurecer, começar a nadarvelozmente de um lado para outro, bater nosvidros e até ficar em um canto do aquário coma parte inferior do corpo voltada para cima.Esse comportamento pode acontecer uma vez enão se repetir mais, mas há casos de peixes quese comportam assim muitas vezes chegando atéa morrerem. Por outro lado, isso já foi notadoaté com discos que viviam sozinhos noaquário, não se sabendo até hoje porque o peixeage assim.

DIMENSÕES E ACESSÓRIOSDO AQUÁRIO

Um aquário ideal para discos deve ter100 litros de água, ou mais. As proporções deum aquário de 100 litros são: 70cms. decomprimento, 35 cm. de largura e 45 cm. dealtura. Nele você terá o espaço necessário paracriar um casal de discos adultos ( com cerca de15 cm de diâmetro) ou 6 discos jovens. Esseaquário deve ser equipado com filtro biológicoe, por cima deste, cascalho de rio não alcalino.Sob a areia, e entre os canos do filtro biológico,coloque pequena quantidades de argila e xaximem barras para servir de substrato para que asplantas cresçam.

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A iluminação pode ser do tipo gro-lux eluz do dia. Lâmpadas incandescentes podem sercolocadas, nos casos de plantas que nãoestejam se desenvolvendo bem.

O uso do filtro externo, para que seobtenha uma água limpa, é muito importante. Omaterial filtrante deve ser trocadoquinzenalmente. Fazem parte ainda doequipamento um termostato e um aquecedor.

ESCOLHENDO UM BOM EXEMPLAR

Existem duas espécies de acarás disco:o Symphysodon discus (Heckel) e oSymphysodon aequifasciata, esta últimaconstituída de três subespécies: aS.a.aequifasciata (Pellegrin), a S.a. haraldi(Schultz) e a S.a. axelrodi (Schultz).

A compra de um acará disco érealmente uma aventura, isto porque, a maioriados exemplares chegam em más condições efreqüentemente doentes. Algumas lojas, noentanto, tem se preocupado com tal problema,fornecendo peixes em melhores condições. Dequalquer forma, daremos agora alguma dicaspara que você, ao comprar um exemplar,verifique se ele está em bom estado de saúde.

Vermelho Turquesa-Sol

1-Observe bem o colorido do peixe.Exemplares mais escuros não deverão seradquiridos. As listras iridescentes (horizontais)devem estar brilhantes e não apagadas.

2-As nadadeiras deverão estar abertas e osolhos brilhantes.

3- A parte superior da cabeça e o abdômendeverão estar roliços e nunca escavados (isso

significa que o peixe está recusando alimentohá muito tempo). Verifique se o peixe seinteressa por comida e se estão aceitandotubifex.4-Se você está pensando em promover aprocriação de discos, é óbvio que você compreum casal. O que não é tão óbvio é diferenciá-los, pois macho e fêmea são muito semelhantes.Apesar disto, na loja você pode ter sorte econseguir um casal. Para tanto, observe seexistem dois peixes juntos em um canto doaquário, espantando os demais. Isso podesignificar que esses dois são um casal. Outraforma prática, mas um pouco mais custosa, éque você compre seis discos e jogue comprobabilidades: espere que cresçam e que, pelomenos dois deles se acasalem.

TRANSPORTE E ALIMENTAÇÃO

O transporte do disco deverá ser feitoem um saco plástico escuro. Ao chegar emcasa, você deve colocar o saco fechado dentrodo aquário e esperar cerca de 30 minutos parasolta o peixe. Isso é importante para que ele seacostume com a temperatura da água doaquário. A seguir, solte o peixe, abrindolentamente o saco, isto com a luz do aquário ese possível do cômodo desligadas. Não queiraalimentar seu peixe no primeiro dia, a não serque você disponha de alimentos vivos. Osdiscos são muito exigentes com alimentação,dando preferência aos alimentos vivos como asdáfnias, vermes e larvas de mosquito, esteúltimo seu prato predileto. O tubifex deverá serevitado no cardápio do disco, por ser umalimento muito contaminado. Caso você nãodisponha de tais alimentos, poderá substitui-lopor coração de boi conservado em geladeira eoferecido em pedaços do tamanho da boca dopeixe. No início eles poderão recusar estealimento mas, em breve, começarão a procurarpedaços no fundo do aquário.

A temperatura da água deve ser mantidaentre 26 e 32 graus Celsius.

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LIMPEZA, ILUMINAÇÃO ECOMPORTAMENTO

A limpeza do aquário é um pontoimportante e você deverá retirar os detritos porsifonagem, uma vez por semana. Ao fazer asifonagem, retire cerca de 25% da água,repondo esse volume em seguida, com águaenvelhecida por 3 dias e na mesma temperaturada água do aquário.

Tangerina

O aquário de discos deverá receber luz,cerca de 12 a 18 horas por dia.

É bom que você saiba que alguns peixessão às vezes marginalizados por outroscompanheiros de aquário. Eles, então, se isolamem um canto, freqüentemente machucadospelas brigas e recusam a alimentação. Estandomuito fracos, estes peixes podem facilmentecontrair doenças, por serem alvo fácil dosinúmeros organismos patogênicos existentes naágua. Portanto, muito cuidado com as brigasem que seus discos possam se envolver.

DOENÇAS E TRATAMENTO

Uma doença comum aos discos e,também, ao acará-bandeira é o aparecimento devários orifícios na parte superior da cabeça, quevão aumentando com o tempo, em número etamanho. Em certos casos há a formação deuma substância branca que sai desses orifícios.Essa moléstia é tida como incurável.

Eu contudo, já obtive uma reversão noprocesso da doença, isolando o peixe doenteem um aquário, com 4 gramas de sal grosso porlitro. Essas 4 gramas foram adicionadas emduas vezes, com intervalos de dois dias entreuma dose e outra. O peixe deve ser mantidonessa água até a melhora, a uma temperatura de35 graus, e com alimentação abundante. Essetratamento pode ser usado na maioria dasdoenças pois, geralmente, ele adoece por estarmal nutrido.

Seguindo essas dicas você terá sucessona criação do disco.

O ESSENCIAL NA SUA MANUTENÇÃO

Costumo ouvir os mantenedores depeixes tropicais - e isto inclui os varejistas daaquariofilia - dizerem que gostariam de terdiscos em seus aquários, mas que são peixesdifíceis de manter. Se pudéssemos mudar estanoção errônea, poderíamos abrirconsideravelmente o mercado destes ciclídeos.

Nós, os criadores e aquaristas de discos,sabemos que não é assim. Se fossemproblemáticos, difíceis de serem mantidos, nãohaveria essa profusão de variedades sendooferecidas no mundo inteiro. O que tenhoobservado é que enganos são freqüentementecometidos pelo desconhecimento de aspectosbásicos sobre o comportamento e a biologia daespécie, a físico-química do aquário, dasplantas e peixes compatíveis, e dos problemasmais comuns que acometem os discos.

ADQUIRINDO DISCOS

Se você vai experimentar discos pelaprimeira vez em seu aquário e está receoso deperde-los, considere a aquisição de umavariedade mais rústica e menos cara. Se vocêconseguir criar estes peixes até a idade adulta,pode então vende-los a seus amigos e recuperaro investimento, antes de passar para linhagensmais exóticas. Assim, se algum erro forcometido no inicio, é preferível que istoaconteça com peixes menos valiosos.

Adquira de preferência peixes juvenis(3 a 4 cm de tamanho) pois estes se adaptammais facilmente a qualquer tipo de alimentação,são mais fáceis de transportar, mais disponíveis

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em número no mercado da aquariofilia e maisbaratos no seu custo. Os peixes adultos, apesarde já possuírem toda a coloração definida, nãoaceitam tão bem uma alimentação diferentedaquela a que estão acostumados, e seu preço,dependendo do tamanho e da variedadeescolhida, costuma ser duas a dez vezes maiorque os mesmos exemplares juvenis. Os discoscrescem depressa, e se o aquarista for paciente,em nove meses eles atingem a maturidadesexual e a idade adulta.

Os discos são peixes de cardume, demaneira que não devem ser mantidos sozinhos.Os criadores de ciclideos usam o número seiscomo a quantidade mínima para se obter umpar ou casal, mas, com sorte, você pode atéconseguir três. Normalmente, em um pequenogrupo como este, logo se estabelece umahierarquia social, com indivíduos dominantesexercendo a sua agressividade sobre osdominados. A adição posterior de um novoespécime ao grupo costuma causar a suasegregação pela maioria, que chega até emcertos casos a infligir danos físicos ao recém-chegado, relegando-o a um canto do aquário econdenando-o à fome. Este comportamento énormal, e a retirada deste dominante costumaapenas eleger um outro à mesma sorte. Masvocê não deve deixar as coisas chegarem a esteponto: a situação pode ser amenizada com aintrodução do novo disco à noite, rememorandoo aquário se necessário, para melhorar as suaschances de aceitação.

Adquira peixes saudáveis. Evite discosque exibam os seguintes sinais: que estejamescuros, parados num canto do aquário, comrespiração ofegante, que tenham o ventreafundado ou a região da cabeça acima dosolhos emagrecidas, com a quilha frontalsaliente; que carreguem fezes gelatinosas oubrancas difíceis de se soltarem, indicativo dedoença geralmente causada por protozoáriosintestinais; que tenham pequenos buracos nacabeça e na face, indicativo de extremadeficiência nutricional; que arremetam e seesfreguem contra qualquer objeto dentro doaquário, sinal de que são portadores deparasitas de pele ou de brânquias; ou quepossuam olhos com um tamanho exagerado em

relação ao corpo, indicativo de que foramhormonados para intensificação das cores.

Os discos saudáveis investem paraquem se aproxima do aquário, procurando porcomida; os seus olhos são transparentes, arespiração regular, o comportamento curioso,as cores vivas, as nadadeiras bem abertas.

ACLIMATAÇÃO

Os discos devem jejuar por algumashoras antes e depois de viajarem, para evitarproblemas digestivos e diminuir os produtos doseu metabolismo, minimizando a poluição daágua de transporte. Dependendo do número etamanho dos espécimes, e ainda do tempo detrânsito, deve-se suspender a alimentação porum período que varia de 12 a 48 horas. Osdiscos devem ser transportados em sacosplásticos com água e oxigênio, devidamenteacondicionados em caixas de isopor oupapelão. Não devem ser usados produtosquímicos para oxigenar a água dos sacos, poisestes danificam a mucosa dos discos, mas umagente comercial protetor de muco pode seradicionado à água de transporte.

Tenha cuidado e evite choques detemperatura e pH quando da aclimatação outransferência dos discos. Coloque os sacosboiando na água do seu aquário durante quinzeminutos para as temperaturas se igualarem; emseguida, abra os sacos e adicione água doaquário gradualmente, bem devagar, na razãode 25% do volume inicial a cada quinzeminutos. Ajuste o pH com no máximo 0,2unidades de diferença, e quando tiver alcançadoisto, retire cuidadosamente o peixe com umpuçá e coloque-o no aquário, descartando aágua do saco.

Caso haja cloro, remova-o da água doaquário, adicionando algumas gotas de soluçãoà base de tiossulfato de sódio (anti-cloro)disponível no comércio. Se você colocar seusdiscos em um aquário que não teve tempo dematurar o filtro, use o teste de amôniaregularmente e faça trocas diárias de água.Procure inocular o seu filtro com substrato quecontenha bactérias nitrificantes. Orecomendado é colocar os discos num aquário

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cujo filtro já se encontre funcionando há pelomenos um mês. Todos os discos recém-adquiridos devem passar por um período dequarentena de pelo menos três semanas antesde os colocar num aquário já estabelecido comoutros peixes.

O AQUÁRIO DE DISCO

Os discos são peixes de médio porte enecessitam de aquários de capacidade adequadaao seu tamanho. Num volume mínimo de 100litros você pode ter no máximo uns oito discosjuvenis de 4 cm de tamanho, e se quiser queeles cresçam bem, este número terá que serreduzido com o passar do tempo. O ideal éprovidenciar um aquário de mais capacidade,com um volume útil de 150 a 300 litros.

Os criadores de discos mantém seuspeixes em aquários sem areia, plantas ouqualquer tipo de decoração, a não ser um conede barro ou tubo de plástico para desova, poisfica mais fácil os casais localizarem suaslarvas. Além disso, facilita a higiene e amanutenção do aquário, economizando tempo etrabalho para quem possui dezenas deles. Noentanto, um aquário bem ornamentado é oprazer de muitos aficionados do hobby daaquariofilia, e para estes é triste a idéia decolocar peixes tão belos e nobres em aquáriosvazios como os descritos. Devido à naturezatímida dos discos, e à água morna de quenecessitam, existem alguns truques para seconseguir um aquário comunitário bembalanceado.

PLANTAS E PEIXESCOMPATÍVEIS

Se você deseja plantas vivas, aquelasque agüentam temperaturas altas são as maisindicadas. As recomendadas incluem asespadas , todas as espécies de Echinodorus,todas as espécies de Vallisnérias, etc... Euadicionaria ainda à lista todas as espécies deAnúbias, em particular a barteri. Estas plantaspodem ser plantadas em potes ou enterradas no

substrato, ou ainda, inseridas em buracos dostroncos ou madeiras decorativas.

Na seleção de outras espécies de peixespara conviverem com os discos, é melhorescolher espécies não agressivas e que possamtolerar as altas temperaturas em que vivem osdiscos. Espécies compatíveis são os pequenostetras, como os neon, os cardinais, etc... Osciclídeos anões também convivem bem com osdiscos, assim como todas as espécies decorydoras, que auxiliam, ainda na limpeza dosdetritos do fundo do aquário. E se vocêpretende uma exibição realmente exótica, umaraia de água doce pode ser mantida com discosadultos, desde que estes sejam maiores do queaquela, no tamanho. As raias são únicas no fatode que compartilham poucas doenças com ospeixes ósseos, mas costumam devorar peixesdo tamanho dos tetras, além de aumentarem detamanho rapidamente. O acará-bandeira não éespécie compatível, pois é agressivo e portadorfreqüente de parasitasses que são fatais aosdiscos.

Como última recomendação, nãocoloque as outras espécies de peixescompatíveis no aquário antes dos discos, paraque estes possam estabelecer seu território.Assim, os novos peixes que chegarem serão osintrusos, e os discos continuarão a reinar noaquário, em vez de serem intimidados.

ALIMENTANDO OS DISCOS

Os discos devem receber uma dietabalanceada constituída pôr alimentoscongelados, secos e vivos. As misturascongeladas incluem carne de coração de boi oude peru moídas, ou ainda, camarão esuplementos vitamínicos e minerais. Os discosadoram vermes brancos, náuplios e artemiassalina. Os alimentos liofilizados e secosdeverão ser previamente umedecidos, pois osdiscos relutam em pegar comida que flutua nasuperfície.

Alimente os peixes tão frequentementequanto possível, pois o alimento se converte emcrescimento. No entanto, lembre-se que a águado aquário é facilmente poluída com excessos.

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Como referência, alimente os discospelo menos duas vezes ao dia, de manhã e àtarde, e remova o excesso de alimento após asrefeições. A carne de coração e camarão sedeteriora muito rapidamente se não forconsumida; já os alimentos vivos podempermanecer no aquário tanto tempo quantodurarem. Evite, no entanto, os vermes dogênero tubifex, pois são vetores de doenças eencontram-se frequentemente contaminadospor metais pesados.

A ausência de apetite de alguns discospode ser quebrada com o oferecimento dealimentos vivos. Não existe um acará-disco quenão nade atrás de uma artemia que semovimenta na sua frente. O alimento estimulao apetite ainda mais se for oferecido napresença de outros discos que comemavidamente.

QUALIDADE DA ÁGUA

A verdadeira chave para a boamanutenção dos discos é a qualidade da água.Os discos vivem melhorem temperaturas quevão de 28 a 30 graus, com um ideal de 29 grauscentígrados. Abaixo de 26 graus eles perdem aresistência a doenças. O pH pode se encontrarna faixa de 5 a 7, com um ideal em 6. A dureza,de 0 a 60 p.p.m., e a condutividade depreferência abaixo de 100uS/cm. A amônia e osnitritos devem ser inexistentes, e o nível donitrato não deverá ultrapassar os 15ppm. Esteúltimo parâmetro, além de poder sermonitorado mediante um kit comercial deanálise, pode ser controlado através de trocasde água periódicas e a remoção dos restos dealimentos e fezes. Uma regra de ouro são astrocas parciais de água do aquário de 25 a 50%do seu volume uma a duas vezes por semana, eo sifonamento manual dos detritos ou medianteum sistema de filtragem adequado. Parafacilitar o trabalho, voce pode usar areia bemfina no fundo, em vez do tradicional cascalho,pois ela tende a manter os detritos na suasuperficie. A sujeira pode então ser removidamediante uma ligeira corrente provocada poruma bomba submersa. O truque para isto é

obter uma corrente circular forte o suficientepara mover os desperdícios mas não a areia, anível do fundo, até à captação do pré-filtro doaquário. A corrente circular pode ser criadapelo posicionamento de jatos de águatangenciais à superficie, com um últimoapontando para baixo, ao longo do vidrovertical do aquário. Os primeiros empurram aágua horizontalmente de um lado para o outro,no sentido longitudinal, enquanto o outroempurra para baixo, estabelecendo a correntecircular. Os discos se adaptam muito bem acorrentes de água desde que elas não sejam tãofortes a ponto de moverem o substrato ouobjetos decorativos dentro do aquário.

O filtro biológico, independente do tipoa ser utilizado segundo a preferência ou aadequabilidade, deverá reduzir toda a amônia enitritos para nitratos. A cama de bactériasnitrificantes se expande e contrai deconformidade com o abastecimento dealimento, que é fornecido pelos peixes, comouréia, fezes, dióxido de carbono e restos decomida. Assim, a densidade de povoamentodos peixes no aquário tem um efeito direto naexpansão ou contração populacional dasbactérias. Normalmente são necessáriospequenos volumes de filtro para se nitrificar umaquário, e se quantidades adequadas deoxigênio são fornecidas para as bactérias, todaa amônia é convertida para nitrato. No entanto,o kit de análise de amônia é a referência quemostra a partir de que momento um filtroadicional ou uma troca de água podem sernecessárias.

Considere sempre a redundância noequipamento essencial de suporte de vida:aquecedor, aerador e bombas de água semprecom potências superiores ao necessário, demaneira que os peixes possam sobreviver emcaso de falha. É tolice perder um aquário dediscos caros por causa de um aquecedor oubomba baratos, de pouca qualidade. Nãoespere que um aquecedor de 50 watts tenha omesmo desempenho que um de 250, ou queuma bomba de 20 litros por hora tenha omesmo fluxo de uma de 150. A filtraçãocontínua permite também uma manutenção elimpeza mais fáceis do aquário, além de evitar

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flutuações constantes nos nívieis de amônia edos outros parâmetros de qualidade de água.

PROBLEMAS

Se a qualidade da água for mantida emníveis ótimos e se apenas co-habitantespacíficos forem mantidos com seus discos,voce não deverá experimentar nenhumproblema com eles. Lembre-se, no entanto, quea prevenção é o melhor remédio. Manter oaquário livre de comida não consumida, dematerial fecal e outras sujeiras é extremamenteimportante para a saúde dos seus peixes. Umaquário limpo diminui as chances de infecçõesparasíticas ou bacterianas, e mantém o nível denitratos baixo. Mas no caso em que a prevençãonão foi suficiente, e os seus peixes ficaramdoentes, você vai precisar de uma boa dose decalma e paciência. Calma para fazer umdiagnóstico adequado e escolher o remédiocerto, e paciência para o tratamento e acompleta recuperação dos seus peixes. Osdiscos são acometidos geralmente por infecçõesbacterianas e viróticas, infestações de parasitascausadas por protozoários flagelados, vermesnematóides e platelmintes, e por toxidez ouenvenenamento. Esta distribuição de tipos dedoenças nos discos corresponde normalmenteàquela de outros peixes ornamentais, o queindica que o estabelecimento das mesmasnecessita de fatores que predisponham a suamanifestação. Isto quer dizer que elas podemser evitadas com boas condições demanutenção.

CONCLUSÃO

A manutenção dos discos pode ser maisfácil do que você imagina. A verdadeira chaveé a qualidade da água. Não dê alimentosdemais, mantenha o nível de nitratos baixo e oaquário limpo, livre-os de situações de estressdando-lhes imunidade para lidarem comnossos descuidos, e não faça nada para impediros seus próprios esforços de levarem para afrente o seu destino. E surpreenda-se assistindoseus discos crescerem, se reproduzirem, e a lhe

darem muitos anos de aprendizado eentretimento.

DISCOS NERVOSOS

O autêntico disco é digno de serobservado, embora em alguma ocasiões o meioambiente lhe provoca um temor que o tornamenos elegante.

O cuidado e alimentação dos discossupõe, ainda hoje, uma experiência apaixonantepara os aquariófilos. Não obstante, podemsurgir múltiplos problemas. Vamos abordar um destes problemas, oaumento da timidez nestes peixes. Ésensacional vê-los num aquário cheio deplantas, descansando ao lado de uma raiz ounadando devagar mostrando todo o seucolorido. Também é bonito ver como seaproximam do vidro do aquário quando teaproximas, especialmente se tens visitas: éentão que podes mostrar aos teus amigos, jáque os peixes reagem à nossa observação comcuriosidade e sem nenhum tipo de timidez. naprática, não obstante, as coisas não são sempreassim. Por exemplo, pode acontecer que àmínima perturbação o peixe atravesserapidamente o aquário à procura de algumesconderijo, onde permanecerá completamentetenso, com as suas barbatanas abertas e umacoloração marcadamente raiada. Se o peixereage sempre fugindo para um lugar seguro, oteu interesse pelo disco pode desaparecerrapidamente ao não encontrar nenhum prazerem observa-lo. Além disso, isto pode chegar ater conseqüências graves para o peixe. Ocomportamento nervoso é sinal de que seencontra num estado contínuo de estresse, queincide num mau desenvolvimento. Estes discosnão se reproduzem e podem ser fácil presa dedoenças.

O que pode ser feito quando o teu peixereage timidamente e está sempre nervoso?Primeiro vamos estudar o comportamento dosdiscos. Por natureza, o disco é um ciclídeogrande e bastante tranqüilo. É sedentário egosta de permanecer em pequenos grupos comoutros da sua espécie. A sua forma de nadar éigualmente tranqüila e pausada. Prefere locais

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sombrios, que lhe servem de refúgio quando sesente ameaçado. Não obstante, e contra o quealguns pensam, o disco não é necessariamentetímido. Pode chegar a conhecer o seu dono,assim como tudo o que rodeia o aquário,acostumando-se inclusive à presença de umamão no mesmo, o que pode ser benéfico paraevitar que perante certas circunstânciasdesencadeie-se um aumento da tensão no peixe.

As causas principais que provocam estecomportamento são as doenças e águainadequada. Observei, por exemplo, que namaior parte dos peixes a infecção por Hexamitaou por Spironucleus provoca no seu primeiroestágio um nervosismo pouco corrente. Omesmo ocorre quando estão infectados por umectoparasito como o parasita das brânquias.Igualmente uma degradação das condicções daágua, faz aumentar a concentração de nitratos,ou também por outras circunstâncias, podeexplicar o aparecimento de um comportamentoespecialmente sensível, Portanto, o início deum comportamento nervoso pode serconsiderado um sinal de alarme.

A montagem e o tipo de aquário sãoelementos a ter em conta para limitar oaumento da tensão no peixe. Os aquários dereprodução devem ter pelo menos 40 cm. defundo, embora se tiverem mais de 50 cm. muitomelhor. Isto proporciona ao peixe aoportunidade de se afastar ou esconder,essencial em qualquer caso.

Os aquários que se podem contemplarpor trás e pela frente , por exemplo, não sãoapropriados para manter discos, a não ser quesejam bastante largos.

É aconselhável cobrir o exterior daspartes posterior e lateral do aquário com posters(foto-fundo). Quanto à iluminação, demasiadaluz empalidece a cor do peixe e aumenta o seunervosismo. Também não é aconselhável umaluz fraca. O ideal é uma luz suave, superficialcom algumas plantas flutuantes, como a Pistiastratiotes.

Um aquário cheio de plantas pode ficarbonito, mas pouco aconselhável no caso dosdiscos, pois aproveitam a floresta para ocultar-se, o que os faz ser mais tímidos. É melhorplantar o fundo com Vallisneria e Echinodorus

e Anubias no centro do aquário. A utilização demadeira, assim como um substrato escuro sãoideais no solo do aquário como decoração, mastambém como possível refúgio. Por outraspalavras, é preferível ser moderado no que serefere à decoração do aquário.

Os peixe grandes e os que nadamdepressa não são aconselháveis comocompanheiros para disco. A timidez poderáaumentar em tais companhias.

É permissível alguma atividade emfrente ao aquário? Basicamente a resposta ésim. A presença de movimentos não habituaisnão prejudica em absoluto os discos. Pelocontrário, podem acostumar-se e fazer com quepercam o medo, dentro de certos limites.Aprendem a reconhecer o seu tratador, assimcomo a reagir perante determinados sinais.Mas, isto não é aplicável se estiverem napostura ou acasalamento, em ambos os casos énecessária uma certa tranqüilidade. Inclusive,comprovou-se que os casais que estãoacostumados ao contato com pessoas, e que nãoreagem com medo, criam de uma forma maisconfiante do que aqueles que são maismedrosos. Um casal de indivíduos que esteja nadesova e sejam especialmente medrosos,tendem a procurar refugio mas se sintamameaçados, abandonando a postura à suaprópria sorte. Isto pode chegar a serespecialmente crítico se acontece quando ascrias precisam do muçus do corpo dos pais,dado que ao estarem nervosos, nãopermanecem quietos o suficiente para que ascrias se alimentem.

Existem também, outros fatores queproduzem um aumento da tensão nos peixes.Podem-se utilizar diferentes tipos de métodospara contrariar a timidez dos peixes, entre osquais se propuseram várias. Em qualquer caso,a maior parte das vezes, o principal problema éeliminar a fonte de esteres. Se conseguir, terásum grande prazer cuidando dos seus discos.

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OS DISCOS COMEMNA MÃO

Se mantivermos uma dieta alimentarregular a determinadas hora do dia, os peixecomeçam a reagir perante certos estímulos,como por exemplo levantar a tampa do aquário.Quando o peixe reage a este tipo de sinais,pode-se tentar alimenta-los com a mãolentamente na água, num local onde os peixesvão comer. Tanto as larvas, como a comidacongelada ou em tabletes, deve segurar-se comos dedos.

Passado um tempo o peixe começará ainteressar-se pela comida, movido pelacuriosidade e pela fome. Uma vez que um dospeixes comece a comer, já se superou oprimeiro obstáculo e logo o seguirão osrestantes peixes.

E então quando começa o frenesi dacomida, elegendo cada um o seu bocado eempurrando-se uns aos outros. Cada um tratade apanhar da mão o bocado maior. É isto quetorna divertido criar discos.Se não tiveres êxito na primeira tentativa, nãodesistas, tenta uma e outra vez. Em nenhumcaso esta forma de alimentação molesta osdiscos, pelo contrário, chegam a acostumar-se ea sentirem-se confiantes.

Estou alimentando os meus discos coma dieta profissional de Bernd Degen. É idealpara conseguir um ótimo crescimento e alémdisso os discos podem acostumar-se a comer datua mão diferentes tipos de alimento.

O coração de peru, um doscomponentes da dieta de Degen, é a comidafavorita dos meus discos. Dado que é umalimento rico em fibras, tem mais vantagens

que o de vaca, que administrado regularmentepode ocasionar a constimpação intestinal. Osdiscos requerem uma dieta nutricional dequalidade.

Alimenta-los com a mão é umpassatempo agradável e inclusive aconselhadopor várias razões. Assim, tente alimentar teusdiscos com as mãos, garanto que a experiênciaserá gratificante

DA LENDA À REALIDADE

Sob o ponto de vista prático gostaria defornecer algumas informações sobre as diversasespécies e variedade de discos. Não faz muitotempo esta classificação era extremamentesimples. Hoje, em face das contínuas inovaçõespropostas por criadores, para uma novareclassificação de espécies e variedades,subespécies silvestres, etc., será tarefa muitodifícil.

Symphysodon discus discus:

Este é o primeiro Acará-disco que setem notícia. Foi classificado por Heckel, em1840 e por isso é chamado de disco heckel. Acaracterística que distingue esta espécie,evidente até para um leigo, é a quinta listravertical mais espessa e escura que as outras. Acor de fundo varia do castanho acinzentado atéao rosa, com estrias que vão do verde ao azul.Trata-se de uma espécie bastante acessível sobo ponto de vista econômico e robusta no seumanejo. Uma outra subespécie muito conhecidado Heckel é o “Cara-azul” ou Symphysodondiscus willischwartzil, caracterizado porpossuir a cabeça de uma coloração azul intensa.

Symphyosodon aequifasciata axeroldi:

Certamente esta espécie de disco é maisdifundida na aquariofilia, a mais fácil de serreproduzida e aquela que possui maisvariações. Descrito por Schultz em 1960, éconhecida como disco Castanho ou Marron.Trata-se certamente da espécie sobre a qual setem feito mais seleção: tanto o disco vermelhoquanto a variedade turquesa-vermelho foram

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selecionados a partir do disco Marron. O corpoé, geralmente, castanho, com variações que vãodo laranja claro ao vermelho, com estriasazuladas e vermelhas no dorso e na cabeça. Acor dos olhos vai do amarelo ao vermelho-rubi.Segundo do Dr. Axerold, o disco do ano de 94foi um Vermelho de Alenquer, do criadorchinês Gan, primeira geração de um Alenquerselvagem, que nada mais é do que um discoCastanho. Peixes muito raros de cor vermelhaou laranja são muito cotados entre os criadorese com preços que andam em torno dos mildólares o exemplar.

Symphysodon aequifasciata aequifasciata:

Esta espécie é o disco Verde, do qualJack Watley selecionou o Turquesa, hojefamosíssimo. Descrito por Pellegrin em 1903, odisco verde é portador de estriações verde-turquesa sobre o dorso e a cabeça e, muitoraramente (1% dos casos), sobre o corpo. Muitoprocurado pelos entendidos são os espécimescom pontos vermelhos de cor muito intensa nosflancos, peixes esplêndido aos quais se deramnomes muito exóticos e cativantes como Verdede Tefé, Coari e Putumayo, nomes estes queindicam a localidade geográfica de origem,geralmente rios ou lagos onde foram pescados.Parece que, todavia, existe uma certadificuldade em se encontrar estes peixes nestaslocalidades, o que leva a crer que estes nomesforam dados mais pelo efeito sonoro queproduzem do que realmente pela origem dosespécimes.

Symphysodon aequifasciata haraldi:

Também descrito por Schultz em 1960,esta espécie é conhecida como o disco Azul.Para alguns trata-se apenas do S.a.axelrodicom estriações azuis mais intensas. Algunsexemplares capturados na natureza portamestrias de um azul intenso sobre o corpo, eentão são chamados de Azul Real. Hoje namaior parte dos casos este nome não significamais nada, tantos são os peixes no comércio, daespécie S. a. haraldi, recolhidos na Amazônia.

Symphysodon “?”:

A revista italiana Aquarium relata que,numa localidade ainda mantida em segredo nonosso país, uma expedição alemã teriadescoberto, recentemente uma nova espécie dedisco que não pertence a nenhuma classificaçãodescrita. Os direitos fotográficos do espécimepertencer à revista japonesa Discus Annual e,atualmente, um ictiólogo alemão estariatrabalhando para descreve-la e dar-lhe umnome. Trata-se do evento mais importante dosúltimos anos em matéria de discos selvagens,do que ouviremos falar brevemente, se, é claro,houver um fundo de verdade em talacontecimento.

Variedades híbridas:

É quase impossível fazer umapanorâmica precisa e detalhada sobre todas asformas e variações de discos híbridos,sobretudo os asiáticos, que tem sidoselecionados. Procurarei, portanto, fazer umaclassificação em linhas gerais que permita aoaquarista compreender a origem dos peixes queestão sendo oferecidos no mercado.

A história dos discos híbridos conheceudois grandes momentos principais: a criação doTurquesa, por Jack Watley e a do PigeonBlood, no início dos anos noventa. É muitoimportante considerar que, quando um criadorseleciona uma nova variedade de disco, pelomenos dois anos tem que se passar até que eleproduza alguns poucos exemplares com ascaracterísticas fixadas, que servirão dereprodutores para as próximas gerações. Nestaprimeira fase, o criador que deve ser umempreendedor muito atento aos lucros, oferecenormalmente alguns exemplares a outroscriadores com poder aquisitivo elevado. Porordem, estes são geralmente os japoneses,seguidos dos americanos, canadenses, alemães,ingleses, franceses, italianos e espanhóis. Comoexemplo, um criador asiático adquiriu de outroum casal de discos Pele de Cobra, por 30 mildólares.

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O disco Turquesa:

Hoje o disco Turquesa de Watley é avariedade mais difundida no mundo e tem sidocriado em todo o mundo com resultadosdiversos, que levam nomes como Cobalto,Turquesa Brilhante, Azul sólido, etc., que nadamais são do que variantes do tema turquesa. Acoloração é hoje quase um fato secundário,uma vez que se prima também pela obtenção deformas cada vez mais perfeitas, maisarredondadas no sentido vertical, combarbatanas cada vez maiores. Assim surgem osexemplares “Hi-body” (corpo alto) e “Hi-fin”(barbatanas altas). já se vende exemplarescauda-de-lira, com barbatana dorsalpronunciada, com alguns raios criando umaespécie de penacho (característica demasculinidade nos discos, mas tambémpresente em algumas fêmeas).

É preciso sempre ter em conta que ascaracterísticas dos genitores, os descendentessó adquirem quando adultos, ou bem formados,com um diâmetro de 9 a 10 cm, e quandoprovenientes de revendedores de seriedadeirrefutável. A cada duzentos exemplaresnascidos, apenas uns cinco podem serrealmente iguais aos genitores e, normalmente,estes peixes ficam com o criador ou sãovendidos a um preço astronômico. Quase todosos discos, se não são tratados com hormônios,são cinzas ou castanhos quando jovens, e porisso é muito fácil ser enganado ao adquiri-los.É por isso que é importante adquirir peixes deprocedência segura.

A última novidade no campo dos discosazuis é o Diamante azul; trata-severdadeiramente de um peixe todo azul (quasemetálico), que não possui as nove listrasverticais e nenhuma estriação em nenhumaparte do corpo. Dotado de magníficos olhosamarelos é um disco sensacional pela beleza emajestade que a sua cor lhe confere. Todavia,nesta variedade, é difícil encontrar uma formaredonda e harmoniosa. Parece que quem oselecionou foi Lo Wing Yat, em Hong Kong,mas outros criadores asiáticos já o possuem.Vencedor do show Aquarama’95 emSingapura, o Diamante Azul é um peixe caro e

ainda pouco disponível. Todavia, a suacrescente disponibilidade faz-nos acreditar queserá acessível a preços ao alcance da maioria,com todas as variantes que provavelmenteserão criadas. Num futuro muito próximo, seráum disco padrão que se encontraránormalmente no mercado como atualmente seencontra o Turquesa e o Pigeon Blood.

Turquesa Vermelho:

Selecionado na Alemanha, o discoTurquesa Vermelho é, certamente, a variedadesobre a qual existem mais tipos, hoje, nomundo. Quase sempre se trata de um disco comum fundo verde turquesa e estrias vermelhasmais ou menos espalhadas. Os exemplares maisequilibrados e harmoniosos provém daAlemanha. Exemplares mais extremos são, porexemplo, o Vertical do chinês Gan, disco azulde corpo alto com estrias vermelhas muitolargas, verticais, de preço muito alto. Um outropseudo-turquesa-vermelho muito interessante ejá citado é o Pele de Cobra, de Paul Loo(Malásia); possui estrias de um azul muito claro(quase branco) sobre um fundo castanhoavermelhado, criando um efeito como pele deserpente. Normalmente são portadores de maislistras verticais do que os discos selvagens:onze a quatorze.Outras variedades do Turquesa-Vermelho são oDragon Red, o Red Tiger, o Red Pearl e o RedFern.

Pigeon Blood:

Este nome deriva de uma variedaderaríssima de rubi no qual o componentevermelho foi buscar inspiração. Pode-se dizerque se trata do disco dos anos 90. A verdadeiranovidade na criação seletiva. Apesar dedifundidíssimo hoje em dia, é seguramente odisco do qual se tem a melhor relação custo-benefício que já se viu em circulação. Sendouma criação artificial do homem, o Pigeon éum animal rústico e dócil, tão dócil que seusdonos freqüentemente relatam que ostransferem de aquários com as mãos. Não sesabe, ainda, a origem precisa desta variedade,

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criada no início dos anos 90, na Tailândia, masas evidências apontam para um criador dediscos de nome Kitti Phanaitti. É um peixeamarelo-alaranjado, com estrias azuis claras evermelhas alternadas sobre todo o corpo, esalpicado de pontos pretos que se intensificamperto da nadadeira dorsal e na cauda. O Pigeonjá deu origem a um grande número de variantesmuito interessantes e curiosas como o GoldenRed Turquoise que é um Pigeon com muitovermelho e quase sem pontos pretos. O GoldenRed é todo laranja com as nadadeiras dorsal ecaudal negras. O White Dragon e o GoldenAlbino tem a cabeça laranja, o corpo branco eapresentam um numero variável de manchaslaranja sobre o corpo. O Panda não é mais doque um Pigeon com a marca Jack Wattley.

Vermelhos não-pigeon:

Aexpressão não-pigeon é utilizada nomomento para distinguir os discos vermelhosnaturais dos que são originários do Pigeon. Elessão obtidos a partir de exemplares do discoCastanho. O vermelho de Alenquer é o peixemais característico deste grupo. Selecionadopor Edward Schimidt, na Alemanha, é umpeixe de cor vermelha-acastanhada com perfilmuito pronunciado verticalmente e com asbarbatanas vermelhas e algumas estrias de umazul intenso na nadadeira dorsal e na cabeça.É portador das nove listras características e nãoapresenta sob hipótese nenhuma a quinta listramais escura e espessa. Estes peixes tem acaracterística de só apresentarem suaverdadeira coloração com pelo menos um anode idade. O disco Vermelho Tomate é umanovidade recente: apesar de conservar as novelistras verticais, é completamente vermelhoescuro com tonalidade brilhante como noAlenquer. Não possui estrias azuis, excetolevemente esfumaçadas na cabeça. Umacaracterística interessante no disco Tomato Redé que os juvenis de 4cm de diâmetro jáapresentam coloração intensa, assim como osjuvenis do Pigeon Blood.

A REPRODUÇÃO DE DISCOS

Os aficionados de acarás-discosrepresentam uma “espécie” à parte deaquaristas. Isto é devido às peculiaridadesespecíficas destes peixes. A sua criaçãodemanda uma atenção especial e uma boa dosede intuição. Raramente outra espécie de peixedemonstra tão rápido e inequivocamente osefeitos de uma manutenção inadequada ouincorreta. Apesar disto, são peixes muitoresistentes, e, quando criados apropriadamente,são animais de estimação adoráveis. Talvez istoseja apenas parte da fascinação que exercempara muitos aquaristas. E assim o círculo dosfãs do disco cresce a cada dia, e aqueles nãopoupam esforços ou despesas para darem a seusprotegidos um paraíso aquarístico aqui na terra.

Quase todos os aquaristas de discos temalguma história para contar sobre algumproblema pelo qual já tenham passado, epossivelmente esta é mais uma razão porque sesentem piscicultores especiais. Não são apenasaquaristas no sentido comum do termo.Nenhuma distância é muito grande para umatroca de idéias, uma visita a outro criador, umseminário, quer este esteja na Alemanha,Flórida ou Singapura. Um ar de exclusividadeenche o mundo do admirador de discos. E ocírculo de seguidores cresce.

O pináculo da criação de discos éindiscutível: a reprodução destes peixes comsucesso. Isto não quer dizer que a propagaçãode outras espécies seja fácil, por comparação.Muitos outros peixes são até mais difíceis deprocriar em aquário. Todavia, a reprodução dediscos permite uma introspecção fascinante nasua biologia reprodutiva incomum, tal comoraramente existe a oportunidade de observar, eque dá ao criador ou aquarista uma experiênciaespecial de sucesso.

Apesar do disco ser reproduzidocomumente nos dias de hoje, alguns problemasainda surgem e que são comuns à maioria doscriadores. A troca de achados e observaçõesimportantes era até há bem pouco tempolimitada, e o aspecto comercial sempre teve umpapel decisivo nesta questão. É atécompreensível, mas quem responderá às

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perguntas em aberto? Quem esclarecerá osproblemas de reprodução do disco? Por quealguns discos não desovam? Por que outroscomem sua desova uma atrás da outra? Por queos ovos não se desenvolvem e são atacados porfungos? Por que as larvas não nadam para ospais e em vez disso morrem de fome num cantodo aquário?

Qualquer pessoa que trabalheintensivamente com discos logo se questionarásobre estes e outros assuntos, que sãofascinantes para mim, que mergulhodiariamente no mundo da reprodução destesciclídeos. Como aquarista, acho algunsproblemas difíceis de serem explicados, masalgumas soluções podem ser obtidas medianteobservação cuidadosa e aprendizado no manejocom os casais reprodutores, assim como noarranjo adequado do aquário de desova.

REPRODUTORES

Um par ou casal de discos harmoniososdá pouco trabalho ou preocupação. No entanto,o par perfeito é muito difícil de ser encontrado.Como se faz para se conseguir um casal dediscos? Bem, a maneira mais fácil seriaadquirir indivíduos adultos ou - melhor ainda-um casal já formado. Mas o caminho mais fácilpode ser o mais enganoso. Deve-se suspeitar daoferta de pares acasalados. Bons casaisraramente estão à venda, e peixes como estescirculam no mercado apenas entre criadoresamigos que procuram por novas linhagensgenéticas. Alguns indivíduos menosescrupulosos podem oferecer casais para vendaque são reprodutores deficientes, ou que jápassaram da idade de reprodução. Como umpar em reais condições reprodutivas possui umalto preço, a pessoa só deve comprar no casodo seu desempenho poder ser vistos ecomprovados. Se os peixes são jovens edesovaram uma ou duas vezes, mesmo semsucesso, você pode se sentir mais confiante doque com peixes mais velhos e já estabelecidoscomo casais reprodutores.

No entanto, o modo mais adequado dese conseguir um casal é criar um grupo de

discos juvenis até atingirem a maturidadesexual, e deixar que se formem os pares. Criardiscos jovens até um tamanho em que seencontrem prontos para procriar pode levar de9 a 22 meses. A engorda completa de discosjuvenis não é tão simples e não deve sersubestimada. Se você aceitar o compromisso alongo prazo de criar o seu próprio plantel, vocêdeve começar com um bom grupo, pois osdiscos são peixes de cardume. O ideal é vocêcomeçar com dez a vinte discos juvenis numaquário de pelo menos 120 litros. Mais tarde, àmedida que os peixes vão crescendo, estecardume deve ser transferido para um aquáriomaior de 250 a 300 litros, ou separados em doisgrupos. Você notará então que alguns peixes doseu plantel ficam juntos em duplas, e que estastentam afastar os outros espécimes que seaproximam. Uma vez que um par de discos seformou, eles não devem ser separados, poisestes magníficos ciclídeos tendem apermanecer acasalados por longos períodos detempo.

DIMORFISMO SEXUAL

A sexagem dos disco é assuntopolêmico e difícil. Ao longo dos anos umdedicado aquarista que lida com discos poderádesenvolver uma boa intuição para a distinçãodo sexo destes peixes, mas mesmo assimpoderá se surpreender errando de vez emquando. Freqüentemente o comportamento dosdiscos adultos em cardume fornece pistas sobreo seu sexo. A sexagem de peixes juvenis éimpossível, mas o fato de que os machos numcardume de mesma idade e origem são maioresque as fêmeas já ajuda na hora da aquisição. Defato, o aquarista que compre um cardume de,digamos, dez discos juvenis, e selecione apenasos peixes maiores do grupo, sempre descobre,meses mais tarde, que criou um cardume demachos.

Nos peixes adultos o sexo pode serintuído com um pouco mais de facilidade, masainda assim não existem garantias de 100% deacerto. Os machos são, normalmente, maioresque as fêmeas de mesma idade. As barbatanas

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dorsal e anal terminam em ponta nos machos earredondadas nas fêmeas. A curva entre acabeça e o começo da nadadeira dorsal dafêmea é mais saliente e redondo,principalmente quando esta se encontra com osovários cheios, que, ao contrário dos machos, éreto e magro.

O AQUÁRIO DE REPRODUÇÃO

O aquário para a reprodução dos discosdeve possuir um volume que varia de 80 litros,no mínimo, a 150 litros, no máximo. Umtamanho exemplo pode ser um cubo de50x50x50cm, mas esta é apenas uma dasdimensões possíveis. Por outro lado, não existenada que impeça o aquarista de manter umcasal num volume maior para a desova; paresbem acasalados com seus filhotes podem sermantidos em aquários de até um metro decomprimento. Todavia, para casais novos eainda inexperientes, aquários com volumesmenores são mais recomendados por seusresultados mais positivos. Nestes aquárioscompactos o casal e os filhotes são obrigados aum contato mais íntimo, o que tem um efeitomais eficaz no sucesso das primeiras desovas.

O aquário de reprodução não devepossuir nenhum tipo de decoração como areia,plantas ou troncos. O único objeto existentedeve ser o substrato para desova, normalmenteum cone de argila cozida ou um tubo cilíndricode PVC, ou ainda, uma placa de ardósia,mantidos na posição vertical e bem lastreadospara que os peixes não desloquem o substratodurante a limpeza ou a desova. Se, por acaso,não existir nenhum desses substratos, os discosdesovam nos cilindros dos aquecedores ousimplesmente nos vidros laterais do aquário. Osaquários de reprodução são isentos dedecoração porque são mais fáceis de manterlimpos, e porque é mais fácil para o parreprodutor achar suas larvas quando estascomeçam a nadar e a se espalhar pelo aquário.A limpeza dos aquários de reprodução tem umpapel importante que não deve ser subestimado.Para os criadores de discos este tipo de aquáriorepresentam uma economia de tempo e trabalho

consideráveis, pois normalmente lidam comuma ou mais dezenas de unidades de criação.

PREPARATIVOS PARAA DESOVA

Regra geral, o par acasalado é transferidopara um aquário só deles, de maneira quepossam começar os preparativos para a desova.A brusca mudança de aquário pode causar umaperturbação temporária no comportamento docasal. Mas depois de um curto período tudoretorna ao normal e os peixes se preparam paraa desova.

O ciclo reprodutivo dos discos pode serinduzido por mudanças físico-química da água:por exemplo, uma troca parcial de água temsempre um efeito benéfico sobre ocomportamento destes peixes. Assim elesreagem a mudanças na temperatura e no pH, e aredução no nível de nitritos tem também umefeito positivo sobre os peixes, induzindo-os adesovar. O uso de turfa pode também trazerresultados surpreendentes sobre a indução dospeixes à desova. A turfa pode ser envolvidanuma meia de nylon e colocada no circuito dofiltro. Alternativamente, a água preparada paraas trocas parciais pode ser enriquecidapreviamente com extrato de turfa.

Casal de discos oxigenando a postura.

REPRODUÇÃO

Quando dois discos adultos se acasalame começam seus preparativos para a desova,ambos os peixes se cortejam, ondulando asnadadeiras e abaixando a cabeça quando secruzam nadando. O macho persegue a fêmea eàs vezes a empurra levemente pelo ventre.

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Mudanças externas acontecem no casal, como oescurecimento das cores, principalmente nametade posterior do corpo. As quatro ou cincoúltimas listras verticais ficam pretas e largas.Isto indica que a desova é iminente. O parprocura por um local adequado para a desova,normalmente o substrato que o aquaristaprovidenciou. Uma vez escolhido o local, osubstrato de desova é limpo por ambos, com aboca. Todos estes preparativos sãoacompanhados por estremecimentos do corpo,que é um sinal da desova iminente. A fêmeafica mais agitada e se aproxima do localescolhido para um “treino”. Ela nada encostadacom o ventre no substrato de desova, de baixopara cima, e o macho fica muito interessadonela. Aqui o aquarista pode ajudar isolando oaquário com plástico ou papel, de maneira quecasais próximos não se vejam. A instalação debarreiras visuais entre os peixes ou entre ospeixes e pessoas, ajuda muito no sucesso dareprodução, pois os machos se distraemfacilmente com a movimentação à volta doaquário, e não fertiliza os ovos adequadamente,nestas condições.

Os discos desovam, normalmente, àtardinha. A temperatura tem uma influênciasignificativa no desenvolvimento dos ovos. A29 grausC os ovos levam 55 a 60 horas paraeclodirem. isto significa que, para ovosdepositados hoje à tarde, eclodirão na manhãdo terceiro dia. Isto é importante para asobrevivência das larvas, pois na natureza, seestas eclodirem durante a noite, o efeito podeser desastroso: os pais não conseguem mante-las juntas no local da eclosão. A maioria doscriadores de discos providenciam uma luznoturna para os casais. Esta luz fraca, ligadatoda a noite, dá aos peixes a oportunidade deenxergarem sua desova no escuro, para que acontinuem ventilando acordados, semdormirem. O comércio aquarista tem lâmpadasespeciais como mini-bulbos fluorescentes, queservem para este fim. Eles fornecem ao paracasalado luz difusa suficiente para guardaremos ovos depois de as luzes principais doaposento terem sido desligadas. Assim, apagarou acender de repente as luzes tende a deixar ospeixes assustados.

Uma vez que a fêmea começa adepositar a primeira fileira de ovos, éparticularmente importante que o machofertilize a postura imediatamente. O esperma éviável durante cêrca de 30 segundos e nestetempo os espermatozóides tem que penetrar omicrópilo dos ovos. Este é uma invaginação damembrana do ovo em forma de funil,localizado na metade superior do ovo, e queserve para a penetração do espermatozóide e aconseqüente fertilização. O micrópilo do ovomentem-se aberto durante dois minutos apenas,e se neste tempo o macho não fertiliza a fileirade ovos depositados, a fusão do DNA dosgenitores não acontece e os ovos goram.Durante a desova não deverá haver umacorrente de água muito forte no aquário, poisesta poderá carregar o esperma, impedindo afertilização. Assim é aconselhável parar afiltração do aquário durante uma hora enquantoa desova acontece. O sistema de filtragemdeverá ser religado, tão logo a desova sejacompletada.

Os peixes ficam em frente da desova epassam alternadamente sobre ela. Quando afêmea deposita uma fileira de ovos, ela nadapara o lado e o macho vem e passa sobre elas,fertilizando-os. Dependendo da idade do paracasalado, o ato da desova demora de 60 a 90minutos. Dependendo do tamanho da fêmea, onúmero de ovos pode variar de 50 a 500. Osovos medem 1,4mm de comprimento e, comoem outros ovos de ciclídeos, eles aderem aosubstrato graças a uma fina camada de mucopresente a toda a volta do equador do ovo. Adivisão celular começa pouco tempo depois dafertilização. Alguns ovos desenvolvem umaspecto leitoso, opaco, ao lado dos amarelos-ambar transparentes. Aqueles são chamados deovos gorados, pois são ovos mortos oucoagulados. Na coagulação, as substânciascoloidais dispersas dentro do ovo setransformam em um gel. Baseado na minhaprópria experiência, eles não influenciam odesenvolvimento dos ovos saudáveis, a não serque funguem, o que normalmente acontecealgum tempo depois.

Os pais ficam perto da postura o tempotodo e se revezam na oxigenação dos ovos com

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movimentos das barbatanas peitorais. Acorrente de água provocada por estesmovimentos não só oxigena a postura, comoinibe a deposição de sujeira e microorganismosna superfície dos ovos. A uma temperatura de29 graus os ovos eclodem em 55 horas. Com 48horas já é possível distinguir pontos pretos nosovos, que são os embriões, e que indicam queos ovos estão se desenvolvendo normalmente.Na manhã seguinte a eclosão acontece, e ospais ajudam as larvas a se libertarem da cascado ovo, tomando-as em suas bocas e depoissoprando-as de novo no substrato, para quegrudem neste por meio das glândulas adesivasque possuem na cabeça e que começam agora afuncionar, segurando o corpo da larva nosubstrato.

Disco cuidando das larvas recémnascidas.

As larvas permanecem aderidas aosubstrato até que o conteúdo do saco vitelinoseja todo consumido e o seu desenvolvimentoseja completado. Isto leva, ainda, três dias, apósos quais elas começam a se soltar do substratoprogressivamente. Estas escapadas individuaissão gentilmente “engolidas” pelos pais e“cuspidas” novamente ao substrato. Nesteponto os aquaristas novatos ficam nervososcom esta situação, pois pensam que os paisestão comendo seus filhotes. Todavia, esteprocedimento é totalmente seguro e nadaacontece às pequenas larvas. A ação de quererque estas permaneçam juntas é perfeitamentenormal e faz parte do comportamento dereprodução destes ciclídeos. Sabemos decomportamentos semelhantes em outrasespécies da mesma família.

Pai com alevinos

Portanto, do sexto dia em diante aslarvas mostram uma tendência crescente para anatação livre. O casal não consegue maissegurar as larvas no substrato e elas começam anadar por todo o lado, concentrando-se emgrandes grupos nos cantos inferiores esuperiores do aquário. Os pais as seguem,atentos e oferecem seus corpos cujassuperfícies

Alevinos alimentando-se de mucoproduzido na pele dos pais.

estão túrgidas de secreção epidermial, quedenominamos comumente de muco. A partirdaí é extremamente importante que as larvasnadem para os pais e comecem a se alimentardeste muco, que é oferecido como uma massaviscosa e espessa entre as escamas. O “gatilho”para isto é a coloração escura dos genitores. Opar de discos adultos tornam-se escuros,totalmente escuros em toda a superfíciecorporal. Por esta razão não é recomendável teroutros objetos de cor escura ou preta noaquário, pois as larvas se confundem e sedirigem a estes, em vez de irem ao encontrodos pais. No entanto, as larvas ainda levammais três dias para ficarem definitivamente àvolta dos pais se alimentando, agora dasecreção epidermial destes últimos. Esta formade ligação parental é rara no mundo dos peixes.Ela nasceu possivelmente da evolução de umsistema de osmorregulação muito eficiente. As

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células nutritivas da pele dos peixes adultos sãoabsolutamente vitais como alimento principalpara as larvas durante os primeiros dias doestágio de natação livre. A secreção da pelecontém bactérias, algas e protozoáriossimbióticos que colocam o sistema digestivodas larvas para funcionar, fortalecendo aindaseu sistema imunológico. Além disso, éimportante fonte de nutrientes como proteínas,gorduras e carboidratos, alimentando as larvase fazendo com que cresçam rapidamente.

Sete a nove dias depois das larvascomeçarem a nadar elas já são capazes,também, de se alimentar de náuplios de artêmiasalina. Estes pequenos crustáceos são oprimeiro alimento substituto ou complementardo muco, de tal maneira que a partir domomento em que as larvas o ingerem já podemser separados dos pais. Existe algum debateentre criadores, sobre quanto tempo ospequenos discos devem permanecer com seuspais alimentando-se da secreção epidermial.Alguns criadores os separam uma semanadepois de terem atingido o estágio de nataçãolivre e, outros, só duas a quatro semanasdepois, de maneira a garantir o fornecimento daimportante secreção por mais algum tempo. Osseguidores da primeira modalidadeargumentam que o casal fica menos tempo comos filhotes e mais disponível para outrasdesovas, além de os alevinos se exporemmenos a uma possível transmissão de parasitase pele ou de brânquias, vinda dos pais. Osseguidores da segunda se apoiam nocrescimento mais rápido obtido como o reforçoconstante do muco. Pessoalmente, prefiro ométodo mais natural possível e deixo osfilhotes ficarem com os pais durante 30 dias.

Disquinhos se alimentando

A alimentação suplementar de náupliosde artemia salina, deve ser “soprada” na

direção dos disquinhos, com o auxílio de umamangueirinha plástica. Os alimentossuplementares devem ser fornecidos pelomenos seis vezes ao dia em intervalosregulares. Além dos náuplios, deve-se oferecer,também, alimentos moídos, como coração deperu ou de boi, enriquecidos com vitaminas evegetais. À medida que o tempo vai passando,os pequenos discos vão tomando a formadiscóide característica.

A remoção diária dos restos dealimentos não consumidos é absolutamenteessencial, assim como trocas freqüentes deágua. As primeiras oito semanas de vida dosdiscos são muito importantes para odesenvolvimento posterior de peixes dequalidade. Erros cometidos durante esteperíodo vital são difíceis de serem corrigidos.Se os pequenos discos param de se alimentardurante alguns dias por causa de qualquerdoença, isto tem logo um efeito imediato noformato do corpo. Água e alimentação são osdois alicerces para o desenvolvimento perfeitodos discos.

POSSIVEIS PROBLEMAS

As vezes nos deparamos com algunsproblemas na reprodução dos discos, e queacontece depois da desova. Sem nenhuma razãoaparente, por exemplo, um ou ambos comem osovos. Por que este canibalismo? Ninguém, atéhoje, pôde dar uma resposta satisfatória.Existem algumas hipóteses sobre as causasprováveis. Sabe-se, por exemplo, que nanatureza as posturas de ovos são uma tentaçãopara a maioria dos peixes. Com isto elesestariam tentando obter algum elementonutritivo de que necessitariam, ousimplesmente degustando uma iguaria. Algunscriadores incluem, então, ovas cruas de peixena dieta de discos reprodutores, por razõesóbvias. Outra hipótese é relacionada com ocomportamento de função protetora: no períodocrítico da reprodução, a presença do aquarista évista, pelo peixe, como uma ameaça à desova.Estes reagiriam instintivamente devorando osovos.

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Outra situação: o casal de discosdesovou normalmente segundo o melhorcomportamento reprodutivo. No outro dia demanhã, todavia, o primeiro ovo coagulado évisível. Até aqui tudo bem, pois um ou outroovo sempre fica gorado mesmo. Mas, apesar detodos os esforços do casal, em oxigenar osovos, mais aparecem gorados e, final da tarde,toda a ninhada está perdida, gorada. Mais umdia e o tapete de fungos cobre todos os ovos. Aprimeira conclusão: os fungos são os culpados.Na próxima desova, para prevenir, você usa umfungicida e eis que toda a ninhada fica branca eos ovos gorados ficam cobertos de fungos. Oresultado é o mesmo, com ou sem fungicida.São fatos que acontecem corriqueiramente e atéhoje não existe uma explicação plausível paraeles.

CONCLUSÃO

O acará-disco é um peixe sobre o qualmuitos mistérios tem ainda que seremestudados. Muito no entanto pode ser explicadopela observação atenta. Observe seus discosdiariamente, porque você não vai só precisar decorrer atrás de suas necessidades, mas deconhecer também o seu comportamento. Sevocê quiser reproduzir discos, vá em frente,mas não esqueça que eles tem requerimentosespeciais e, para se ter sucesso, você não podesubestimar o esforço e o tempo a seremdespendidos. Você encontrará algum problemaaté ter sucesso. Mas não desanime. Mantenhaum diário de anotações e aprenda com seuserros. Estude verdadeiramente toda a literaturaseria sobre a criação destes peixes e procureaconselhamento com aqueles que já passarampor essa fase.

Finalmente, compreenda que existemmuitas soluções adequadas para um mesmoproblema. E, pense sobre isso:

“Existem mais discos por aí que temproblemas com aquaristas, do que aquaristasque tem problemas com discos”.

DOENÇAS DOS PEIXESDISCOS

Ao folhear revistas estrangeiras,encontramos em mais do que uma ocasião umartigo que fale de “doenças ou patologia de tale qual grupo taxonômico de peixes,principalmente espécies ou gênero”, que sededica a descrever a maior parte das doençasque citadas em aquariofilia, fosse ou não nestetipo concreto de peixe.

Consideramos que, em teoria, é deesperar encontrar nos nosso discos qualquer dasdoenças descritas nos textos de ictiopatologia,na prática, a nível aquariófilo, algumas são bemmais raras, por que não dizer desconhecidas, eoutras aparecem com muita freqüência.

Consequentemente, com esta idéia,serão estas últimas, as doenças que em nossoentender mais padecem os discos, as quetrataremos em particular as mais facilmentereconhecíveis pela sua sintomatologia externa.

PATOLOGIA INFECCIOSA

As doenças infecciosas mais freqüentesem peixes disco tem sem dúvida origembactriana. Podemos destacar as seguintes:

S.H.B - Com estas siglas se designa aSepticemia Hemorrágica de origem bacteriana.Poderia se definir como uma infecçãogeneralizada e que se distribui pelo sistemacirculatório. É produzido por diferentesespécies de bactérias, principalmente espéciesde Aeromonas e Pseudomonas, embora sepense que intervenham outros agentespatógenos.

Os sintomas externos são variados,podendo aparecer um, vários, todos ou nenhumnum mesmo exemplar. Os mais habituais são:hemorragias, lesões na pele, barbatanas ebrânquias, inchaço dos olhos e outrosproblemas oculares, hiperprodução demucosidade na pele, barbatanas retraídas,acumulação de líquidos no abdômen econseqüente levantamento das escamas, etc...Este último sintoma é conhecido por ascites eem determinada altura deu nome à doença.

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Infecção Bacteriana na bexiga natatória:

Parece que os discos são por naturezapropensos a sofrer infecções bacteriana nabexiga natatória. Esta ao ver-se afetada colocaaos peixes muitas dificuldades para conservaruma posição equilibrada, já que passam a maiorparte do tempo olhando para o chão, como sefossem apanhar algo no fundo.Pode ser provocada por uma S.H.B. Emboraalguns exemplares pareçam recuperar-sesozinhos, na maioria dos casos não se obtémbons resultados e morrem depois de um períodobastante longo de tempo.

O uso de substâncias bactericidas éevidentemente o melhor tratamento.Atualmente existem em comercialização algunsprodutos que podem dar bons resultados.Também se pode utilizar desinfetantes, numadose de 1 ml de solução base para 0,25 por litrode água em dias alternados, renovandoparcialmente a água de forma periódica.

Os antibióticos mais utilizados são aoxitetraciclina (10mg/litro). Não obstante, o seuuso indiscriminado e direto na água do aquáriopodem produzir importantes efeitossecundários, como a potenciação de bactériasresistentes, que trariam muitos problemas. Sealguém desejar utiliza-lo, é aconselhávelaprofundar mais, podendo encontrar maisinformações na relação de manuais e artigos arespeito.

O segundo grupo de afecções infecciosade maior incidência neste tipo de peixes são asmicoses e infecções originadas por fungos. Sãoreconhecidas facilmente pelos filamentosnodosos, de cor branca ou cinzenta, queformam o tecido do fungo. Praticamente todosos fungicidas comercializados atuam demaneira satisfatória no tratamento da doença. Anível caseiro, podemos aplicar durante 30segundos um banho no peixe infectado, deverde malaquita (60mg/l) ou com a ajuda deum cotonete, banhado em tintura de iodo,aplicar diretamente no peixe. O melhor éaplicar a medicação em aquários de quarentena.

Ictiosporidiosis:

É uma micose interna, relativamentefreqüente entre ciclídeos. Caracteriza-se nassuas primeiras fases pela nataçãodesequilibrada dos peixes afetados.Posteriormente aparecem na superfície corporalpequenas zonas enegrecidas e quistos. Por serdifícil diferenciar, pela sintomatologia externaum caso de íctio de um de tuberculose, unidoao escasso êxito da maioria dos tratamentos,leva certos ictiólogos a aconselhar o sacrifíciodos exemplares afetados.

Parasitas:

Entre os protozoários, concretamenteno grupo dos flagelados, encontra-se o gêneroHexamita, sem dúvida o parasita interno maistípico dos discos, a tal ponto que a hexamitaseé conhecida, vulgarmente, como doença doburaco na cabeça. O sintoma maiscaracterístico desta parasitose é a formação deúlceras na parte frontal da cabeça, úlceras quechegam a converter-se em autênticos buracos.O resto da sintomatologia consiste na perda deapetite, natação anormal e escurecimento geraldo corpo. Há anos o tratamento da hexamitoseera complicado. Atualmente com o uso demetronidazol os efeitos são muito melhores. Otratamento mais eficaz é misturar omedicamento com a comida, a 1% comomedida geral. Se o exemplar se mostrainaptente, deve-se administrar o medicamentopor sonda digestiva, que dizer, mediante uma

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sonda delgada que se introduz um ou doiscentímetros na boca do peixe, até ultrapassar asbrânquias e cujo extremo está ligado a umaseringa para facilitar a introdução. Oinconveniente desse sistema é o estress que oanimal sofre, cada vez que é apanhado para amedicação. Em qualquer dos casos pode-secombinar o tratamento com a adição demetronidazol na água do aquário na dose de10/12 mg por litro.Alguns autores recomendam tratar de modoparalelo com antibióticos para prevenirinfecções secundárias.

Quanto aos ectoparasitários, possivelmente sãoos protozoários flagelados Ichithyobodo os quemais atacam os discos. Atacam a pele e asbrânquias, e ocasionam a doença conhecidavulgarmente com o nome de costiasis, que secaracteriza pela pele turva e um excesso demucosidade. Os exemplares afetados podemestar inquietos ou retraídos, raspando-se contraas pedras ou outros objetos de decoração eapresentar sintoma de asfixia, como respiraçãoacelerada, bloqueio à superfície, opérculoslevantados, etc.

O chamado parasita das brânquias,localiza-se nas brânquias e a sua parasitose tempraticamente os mesmos sintomas etratamentos que a costiasis, mas com osindicativos de asfixia mais acentuados. Nomercado são encontrados váriosectoparasitários eficazes. Também pode-se usara acriflavina (10mg/l) ou formol (1 a 2 cc paracada 10 litros d'água, em banhos de 10 minutosde duração).

PATOLOGIA DE ORÍGEMFISICO-QUIMICA

É conhecido entre os aquariófilos quecriam os discos, a sua marcada sensibilidadeentre as mudanças de muitos parâmetrosfísico-químicos da água do aquário. Em muitosmanuais de toxilogia piscícola citam estaespécie como um exemplo de pouca tolerâncianeste campo, e inclusive se comenta a seguintecuriosidade: quando a concentração de umasubstância é tão pequena que praticamente nãose pode medir pelos métodos tradicionais,certos autores crêem que o disco é capaz dedetectar, e adoecer em alguns casos, traços decertos metais.

A sintomatologia de uma intoxicaçãopode ser ambígua, dependendo da substânciaem real contato que origine o envenenamentoda água, como o chumbo, cobre, ferro, etc...

O mais habitual, sem risco degeneralizar demasiado, é que o peixe apresentealgum destes sintomas externos: retraimento,perda de cor viva nas cores corporais,inapetência, sintomas de asfixia, etc...Parecialógico pensar numa intoxicação quando asbaixas se produzem repentinamente e nãosomos capazes de encontrar uma justificativa.

O único tratamento que existe é realizar,na medida do possível, freqüentes mudanças daágua do aquário, aumentar a oxigenação eprocurar eliminar o foco de toxinas.

O turvamento da retina nos peixesdiscos parece estar também relacionado comfatores físico-químico, em particular commudas excessivas de água do aquário, por outraque contenha cloro e valores inadequados depH, etc...

O melhor tratamento que podemos fazerpara este tipo de doenças é a prevenção,mantendo um controle adequado sobre osníveis de pH, compostos nitrogenados e demaisparâmetros da água do aquário.

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ACARÁ-DISCO VERDE(Symphysodon aequifasciata aequifasciata)

De formato arredondado, podendoatingir até 30 cm. de diâmetro, na natureza - emcativeiro chega até aos 20 cm.-, o acará discoverde tem coloração castanho-avermelhada e,em geral, nove listras escuras verticais, sendoque duas delas - uma atravessa o olho e a outra,a base da cauda - são bem mais escuras que asdemais.

Sua principal característica é o rajadoem verde metálico, restrito à testa e à nadadeiraventral. O macho e a fêmea são idênticos emtamanho, aparência e hábitos, sendo impossíveldeferencia-los através desses aspectos, a nãoser no momento da desova e fecundação.

Não é peixe de rios caudalosos egrandes profundidades. Originário do lagoTefé, no Amazonas, seu habitat natural é oigarapé. Costuma viver em pequenos cardumes,de no máximo 15 componentes, ou em duplas.É pacífico, de nadar lento e calmo. Por isso nãodeve conviver, em cativeiro, com peixes detemperamento mais agitado, que podemperturba-lo. O mais indicado é que convivaapenas com discos, corydoras e outrossemelhantes.

Para se iniciar uma criação de discosverdes é aconselhável que se adquira um grupo.Primeiro porque é impossível distinguir sexospara a formação de casais. E mesmo quehouvesse essa possibilidade, há outracaracterística que constitui uma barreira: odisco não aceita que se lhe imponhamparceiros. Sendo assim, o melhor é adquirir umgrupo de seis a oito exemplares e aguardar queos pares se formem espontaneamente.

É possível observar o início do processode reprodução quando dois discos se isolam dogrupo, ficando o tempo todo juntos. Assim queescolhem o local para a desova - uma superfícielisa e vertical que pode ser a parede do aquárioou objetos colocados dentro dele especialmentepara esse fim, como lâminas de vidro ouacrílico ou cones de barro -, começam a limpa-lo com a boca e defender até com certa

agressividade a região. Isso duraaproximadamente cinco dias.

Os ovos, então, são enfileirados nessasuperfície, à qual aderem firmemente, emfunção de sua viscosidade, e imediatamentefecundados pelo macho. Após dois ou três diasnascem os alevinos. Até os dois meses eles sealimentarão do muco que reveste o corpo dospais, não devendo, portanto, serem separadosdeles antes desse prazo em hipótese alguma.Dos cerca de 150 ovos postos,aproximadamente um terço sobrevive.

O aquário de reprodução deve ter asmesmas dimensões e condições ambientais dode manutenção. Apenas a temperatura pode sermais elevada, até trinta e dois grauscentígrados. Não deve conter plantas nem areia,pois estes componentes propiciam odesenvolvimento e proliferação demicroorganismos e parasitas, que poderiamcausar a morte dos alevinos.

O aquarista também deve preparar-separa uma (difícil, mas não impossível)surpresa: o acará disco verde é um poucoimprevisível e já se pôde observar casais que,quando transferidos para o aquário dereprodução, se separarem. Para evitar isso, épreciso que a mudança seja feita durante anoite, cerca de duas horas após se ter apagado aluz do aquário e de todo o ambiente, para quenão sintam a mudança brusca. Outra opção, étransferir o restante do grupo para outro lugar edeixar o casal no aquário, retirando deste asplantas e a areia.

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CUIDADOS NO CATIVEIRO

Ambiente: O aquário ideal é que tenha mais deum metro de comprimento, para cada quatroexemplares adultos. Deve ter pouca areia e umbom filtro externo, com sifão. Todas as plantassão compatíveis. Muita higiene érecomendada no aquário. A água deverá ter opH entre 6,6 e 6,8 (ácida) e o dH entre 0 e 3; atemperatura variando de 26 a 32 graus. A cadadois dias, deve-se trocar um terço da água, paraque o pH e dH não se elevem.Alimentação: Carne crua raspada, dáfnias,tubifex e artemia salina.

A HISTORIA DO DISCOPANDA

A historia do Acará-disco, variedadePanda, remonta a poucos anos atras, porocasião da Aquarama"91, em Singapura.Nessa ocasião foi apresentado pela primeiravez, o Disco Pigeon Blood, criado por umTailandês. A primeira vista os disco teriam sidohormonados para apresentar aquelas cores,vermelho alaranjado, com estrias negras.

Todos à época, tinham plena convicçãoque os discos eram coloridos artificialmente e àmedida que deixassem de receber os produtosquímicos, misturados à alimentação, deixariamde apresentar o colorido vivo.

Casal de discos Panda

Disco Panda, adulto

Mesmo assim, um juiz de Disco,chamado Watley (criador da variedade turquesaWatley), adquiriu alguns exemplares (a US 400dólares o exemplar medindo 4cm). Chegandoaos EUA, Watley procurou cruza-los para ver oque dava.

Separou alguns exemplares davariedade coerulea para cruzar com os PigeonBlood. Passadas algumas semanas os alevinosnasceram e ele percebeu que havia algo deestranho com aqueles alevinos. Tinham umacor diferente dos alevinos habituais. Tinham ocorpo cinzento esbranquiçado e a cara negra.Nascia assim a variedade Acará-disco Panda.

VARIEDADES - HIBRIDOSVARIAÇÕES DE CORES

Os acarás discos são, hoje em dia,oferecidos aos aquaristas de todo o mundonuma grande variedades de formatos e cores.Algumas delas foram obtidas através de seleçãode animais que apresentavam,proporcionalmente, maior quantidade de tonsazuis, verdes ou vermelhos. Outros tipos foramobtidos graças a mutante que, volta e meia,aparecem nas criações comerciais de maiorescala, principalmente no Oriente e nos EstadosUnidos; outras cores e formatos são aindaobtidos graças à adição de hormônios eelementos-traço; geralmente, esses animaisperdem sua coloração e formas quando deixamde receber os elementos químicos que geraramos efeitos originalmente obtidos.

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Por fim, existem animais com formatose colorações derivadas dos cruzamentos entreas variedades normais, selecionadas e mutante.

Todas essas variedades possuem umahistória baseada em anos de trabalho por partede seus criadores.

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Riu Xingu

Vermelho turquesa sol

Clone azul royal

Sonho tangerina

Turquesa pérola vermelho

Vermelho turquesa alemão.

Verde com pintas vermelhas

Verde pintado (peru)

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Turquesa puro sem faixas

Diamante dourado com pintas

Turquesa azul com corpo alto

Turquesa gigante com pintas

Azul real vermelho

Clone do azul turquesa

Vermelho de Schlingmann

Turquesa azul púrpura cristal

Turquesa verde puro

Turquesa vermelho púrpura alto.

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Vermelho de Alenquer

Pigeon Blood

Turquesa brilhante

Xadrez (checker board)

Diamante vermelho

Turquesa com barbatanas

Turquesa n° 1 de Wattley

Fantasma (ghost discus)

Arco-íris dourado

Azul de Heckel

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Turquesa puro

JW Sunshine

JW Striated-Red

JW Ocean Green

Vermelho Pintas Redondas

Heckel Rio Madeira Amarelo

Leopardo

Pele de Cobra Leopardo

Amarelo Rio Maui

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Rio Alenquer

Rio Madeira Vermelho

Rio Iça Vermelho

Heckel Cara Azul

Heckel Vermelho

Heckel Vermelho Estriado

Heckel Negro

Rio Madeira Real

Manacapuru Real

Verde Rio Tefé

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Rio Juruá Verde

Verde Pintas Vermelhas

Diamante Hi Fin

Diamante Azul

Verde Mar

Super Azul

Azul Aço

Azul Cobalto

Diamante Dourado

Dragão Dourado

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Vermelho Marlboro

Alenquer Vermelho

Tangerina Sólido

Perola Vermelho

Vermelho Sólido

Escorpião Vermelho

Anjo Vermelho

Butterfly Branco

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Diamante Verde

Pele Cobra Verde

Panda Vermelho