sÉries infinitas definição -...

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1 MATERIAL DIDÁTICO Professora Sílvia Victer CÁLCULO 2 SÉRIES INFINITAS A importância de sequências infinitas e séries em cálculo surge da ideia de Newton de representar funções como somas de séries infinitas. Por exemplo, para encontrar áreas ele frequentemente integrava uma função expressando-a primeiro como uma série e integrava cada termo da série. Muitas das funções que surgem em física, matemática e química são definidas como somas de séries. Definição: Uma série infinita (ou simplesmente uma série) é uma expressão que representa uma soma de números de uma sequência infinita, da forma: ou onde: - cada número é um termo da série (); - é o n-ésimo termo ou termo geral da série. Sequência de somas parciais de uma série : Definição: (i) A k-ésima soma parcial da série é: (ii) A sequência de somas parciais da série é: Logo: Primeira soma parcial: Segunda soma parcial: Terceira soma parcial: Quarta soma parcial: n-ésima soma parcial: Exemplo 1: Série infinita: 0.6 + 0.06 + 0.006 + 0.0006 + ... = Primeira soma parcial: Segunda soma parcial: Terceira soma parcial: Quarta soma parcial: Sequência de somas parciais

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MATERIAL DIDÁTICO Professora Sílvia Victer CÁLCULO 2

SÉRIES INFINITAS

A importância de sequências infinitas e séries em cálculo surge da ideia de Newton de representar funções como somas de séries infinitas. Por exemplo, para encontrar áreas ele frequentemente integrava uma função expressando-a primeiro como uma série e integrava cada termo da série. Muitas das funções que surgem em física, matemática e química são definidas como somas de séries. Definição: Uma série infinita (ou simplesmente uma série) é uma expressão que representa uma soma de números de uma sequência infinita, da forma:

ou

onde: - cada número é um termo da série ( ); - é o n-ésimo termo ou termo geral da série. Sequência de somas parciais de uma série: Definição: (i) A k-ésima soma parcial da série é: (ii) A sequência de somas parciais da série é: Logo: Primeira soma parcial: Segunda soma parcial: Terceira soma parcial: Quarta soma parcial: n-ésima soma parcial: Exemplo 1: Série infinita: 0.6 + 0.06 + 0.006 + 0.0006 + ... =

Primeira soma parcial: Segunda soma parcial: Terceira soma parcial: Quarta soma parcial: Sequência de somas parciais

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2

Exemplo 2: Série infinita: Os cinco primeiros termos da série infinita:

são os seguintes: Primeira soma parcial:

Segunda soma parcial:

Terceira soma parcial:

Quarta soma parcial:

Quinta soma parcial:

A sequência de somas parciais parece se aproximar de 2 como um limite; por exemplo, a 25o soma parcial é:

.

Não é difícil verificar que a sequência de somas parciais realmente converte para o limite 2. Parece natural definir a "soma" da série como sendo 2 e escrever:

Série convergente: Definição: Uma série é convergente (ou converge) se a sua sequência de somas parciais converge:

para algum número real S O limite S é a soma da série :

Série divergente: Definição: Uma série é divergente (ou diverge) se a sua sequência de somas parciais diverge. Uma série divergente não tem soma. Exemplo 3: Dada a série:

a) Ache

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3

b) Ache

Obs: A série

é chamada de Série Telescópica.

Por meio de frações parciais:

A n-ésima soma parcial da série:

+ ....+

+

Reagrupando, vemos que todos os termos, exceto o primeiro e o último, cancelam-se. Logo,

c) Mostre que a série converge e ache a sua soma:

Assim, a série converge e tem por soma 1.

De acordo com a definição anterior de convergência:

Exemplo 4: Dada a série:

a) Ache

b) Ache

c) Mostre que a série diverge

Como a sequência de somas parciais oscila entre 1 e 0, segue-se que NÃO EXISTE,

logo, a série diverge.

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Série Harmônica

Definição: A série harmônica é a série divergente:

Demonstração:

Similarmente:

Em geral,

Isso mostra que quando e assim é divergente. Logo, a série harmônica diverge.

Teorema 1 - Teorema da Série Geométrica

Definição: seja a série geométrica

(i) Converge e tem por soma:

se .

(ii) Diverge se .

Demonstração: Se , . A série diverge pois não existe. Se , A sequência de somas parciais oscila entre a e 0 e a série diverge. Se ,

(1) e

(2) Subtraindo (1) e (2), temos

Dividindo por ,

Consequentemente,

=

De acordo com a propriedade (8) dos limites (vide material de sequências),

(i) se

. Assim,

e a série converge.

(ii) se

não existe, consequentemente,

não existe e a série diverge.

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Exemplo 3: Dada a série geométrica:

Prove que a série converge e ache a sua soma. Solução: Da série geométrica: . Do teorema da série geométrica, como a série converge e tem por soma:

Assim,

Isso justifica a notação decimal periódica

Exemplo 4: Prove que a série geométrica converge e ache a sua soma:

A série geométrica converge com e

, pois

Do Teorema 1:

.

Teorema 2 - Termo de ordem

Se uma série é convergente, seu termo de ordem , , tem por limite 0 quando tende a infinito:

Demonstração: n-ésimo termo da série: Se é a soma da série então sabemos que e também . Assim,

MAS se , a série NÃO NECESSARIAMENTE converge! (Exemplo, a série harmônica). Teorema 3 - Termo de (i) Se então a Série é Divergente. (ii) Se : Verificar se a série é Convergente ou Divergente.

Exemplo 5: Série

Teste do n-ésimo termo:

A série Diverge.

Exemplo 6: Série

Teste do n-ésimo termo:

A série Converge ou Diverge? Verificar!

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Exemplo 7: Série

Teste do n-ésimo termo:

A série Converge ou Diverge? Verificar!

Exemplo 8: Série

Teste do n-ésimo termo:

A série Diverge.

Teorema 4- Convergência ou Divergência de duas séries Se são séries tais que para todo , onde é um inteiro positivo, então ambas

as séries convergem ou divergem. e Teorema 5- Convergência ou Divergência de duas séries com dois índices iniciais diferentes Para qualquer inteiro positivo , as séries:

e

São ambas convergentes ou divergentes. Obs: a série se obtém de

suprimindo-se os primeiros termos.

Exemplo 9: Mostre que a série abaixo converge:

Solução: Observa-se que esta série é obtida pela supressão dos dois primeiros termos da série telescópica (do Exemplo 3) que é convergente. De acordo com o Teorema 5, a série dada converge!

Para verificar, usar frações parciais:

logo,

e

Teorema 6- Operações de séries Se e são séries convergentes com somas A e B, respectivamente, então: (i) converge e tem por soma A + B. (ii) converge e tem por soma cA, para todo número real c. (iii) converge e tem por soma A-B. Se diverge, então também diverge, para todo .

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Exemplo 10: Mostre que a série abaixo converge e ache a sua soma.

Solução: já vimos que a série telescópica converge e ter por soma 1.

De acordo com o Teorema 6 (ii), e

A série

. Converge.

A série geométrica

+...... com e

, com |r|<1

converge com soma

.

Assim, de acordo com o Teorema 6, a série converge com soma .

Teorema 7- Série convergente e série divergente Se é convergente e é divergente então é divergente.

Exemplo 11: Estabeleça a convergência ou divergência da série:

Solução:

série geométrica convergente.

série harmônica divergente.

Assim, é divergente.

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Lista de Exercícios: 1- Use o método do Exemplo 3 para encontrar: a) b) c) A soma da série, se for convergente.

1.

2.

3.

(obs:

)

Respostas:

1. a)

b)

c) Converge para .

2. a)

b)

c) Converge para 1/2.

3. a) b) c) Diverge . 2- Use o Teorema 1 (Teorema da Série geométrica) para determinar se a série converge ou diverge; se convergir, ache a sua soma.

1.

2.

3.

4.

5.

Respostas:

1. Converge para 4. 2. Converge para

3. Converge para . 4. Diverge. 5. Diverge.

3- Use o Teorema 1 (Teorema da Série geométrica) para encontrar todos os valores de para os quais a série é convergente e ache a soma da série. 1.

2.

Respostas:

1.

. 2.

.

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4- Expresse a decimal periódica como uma série e ache o número racional que ela representa. Obs.: a barra indica que os algarismos se repetem indefinidamente. 1. 2. Respostas:

1.

2.

5. De acordo com os Teoremas 6 e 7, verifique se as séries abaixo convergem ou divergem. Se

convergir, ache a sua soma.

1.

(Converge)

2.

(Converge)

(Diverge)

4.

(Diverge)

6. Use o teste do termo de ordem n para determinar se a série diverge, ou se é necessária uma

investigação adicional.

a.

b.

c.

d.

7. Use séries conhecidas, convergentes ou divergentes, para determinar se a série converge

(determinar a sua soma) ou diverge.

a.

Converge para

b. Converge para

c.

Converge para

d.

Converge para

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Séries Infinitas de termos positivos Se todos os termos de uma série infinita são positivos, então a sequência de somas parciais deve ser crescente (monótona). Assim, a série infinita é convergente se a sequência de somas parciais tiver limitante superior, já que possui limitante inferior e é monótona. Existem teoremas específicos para este tipo de série. Teorema 8: Teorema das séries infinitas de termos positivos Se é uma série de termos positivos, , e se existe um número (limitante superior) tal que:

, a série converge e tem uma soma . Caso contrário, a série diverge. Para saber se a série de termos positivos converge ou não, determinar se a sequência de somas parciais é cotada: se para algum , a série converge e se , a série diverge. Série Hiperharmônica (ou série-p):

onde é um número real positivo. Se , temos a série harmônica. Teorema 9: Teorema das séries hiperharmônicas

A série-p

(i) Converge se ; (ii) Diverge se . Exemplos:

série-p Valor de p Conclusão

Converge (i)

Diverge (ii)

Converge (i)

Teste da Integral O teste da integral é um dos teoremas mais importantes para verificar a convergência ou divergência de séries infinitas de termos positivos. O teorema está baseado na teoria de integrais impróprias. O teorema geralmente é muito eficiente desde que as hipóteses exigidas pelo teorema sejam cumpridas. Teorema 10: Teste da Integral Sejam uma série, e a função obtida substituindo-se por .

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Se é positiva, contínua e decrescente para todo real , A série

(i) Converge se

converge;

(ii) Diverge se

diverge.

Obs: fazer

. Deve-se integrar e tomar um limite.

Exemplo 1: Use o teste da integral para mostrar que a série harmônica diverge. Solução:

Substituindo por :

. Como é positiva e contínua, provar que também é decrescente

para poder aplicar o teste da integral. a) Verificar se a série é decrescente:

b) Aplicar o teste da integral:

Logo, pelo Teste da Integral (ii), a série Diverge.

Exemplo 2: Determine se a série infinita

converge ou diverge.

se , f é positiva e contínua, mas será que é decrescente?

a) Verificar se a série é decrescente: . f é decrescente em

.

b) Aplicar o teste da integral:

Obs: Regra da substituição. Fazer , Assim,

Logo, a Série converge (Teste da Integral (i)) quem é S?

O número

é o VALOR da integral imprópria e NÃO A SOMA DA SÉRIE!

Teorema 11: Teste da Comparação Sejam e séries de termos positivos. (i) Se converge e para todo inteiro positivo , então converge. (ii) Se diverge e para todo inteiro positivo , então diverge.

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Obs: para se usar o Teste da Comparação, é preciso escolher primeiramente uma série adequada e depois provar que ou que . As séries mais usadas para comparação são as séries: harmônica, hiperharmônica e geométrica. Exemplo: Determine se cada série converge ou diverge pelo Teste da comparação.

a.

,

Como

é uma série geométrica convergente, pelo teste de comparação, a série dada também

é convergente.

b.

Como a série

diverge (série-p, com ), a série dada também diverge (desprezando-se o

primeiro termo).

Se ,

-->

De acordo com o teste de comparação, a série diverge. Teorema 12: Teste da Comparação com limite Sejam e séries de termos positivos.

Se

, ambas as séries convergem ou divergem.

Obs: Se o limite é ou , ainda é possível determinar se a série converge ou diverge pelo teste da comparação. Dado um como proceder na escolha de ? - Conservar os termos de maior magnitude e substituir as constantes por 1: Exemplos (para se escolher o :

-->

-->

-->

-->

-->

-->

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Exemplo: Determine se as séries convergem ou divergem:

a.

(termo de ordem n de uma série-p divergente, com

).

Teste do limite de comparação:

.

Como e diverge, também diverge.

b.

Desprezando-se os termos de menor magnitude no numerador e no denominador:

,

( Série geométrica convergente).

Teste do limite de comparação:

Como e converge, também converge.

c.

Verificamos que

( série-p convergente, com

)

Teste do limite de comparação: verificamos que

.

Como e converge, também converge. Exercícios: 1- (a) Mostrar que a função f determinada pelo n-ésimo termo da série verifica a hipótese do teste da integral (função f deve ser positiva, contínua e decrescente). (b) Usar o teste da integral para determinar se a série converge ou diverge (é dado o valor da integral imprópria, quando existe).

a.

R: (a)

Função decrescente

(b) A série converge. Valor da integral imprópria:

. (obs: aplicar a Regra da substituição na

resolução da integral, fazendo e )

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b.

R: (a)

Função decrescente .

(b) A série diverge.

c.

R: (a) Função decrescente .

(b) A série converge. Valor da integral imprópria:

. (obs: aplicar a Regra da substituição na

resolução da integral, fazendo e ).

d.

R: (a)

Função decrescente .

(b) A série diverge. 2- Usar o teste da Comparação para ver se a série converge ou diverge.

a.

R: Converge

b.

R: Converge

c.

R: Converge

3- Usar o teste da comparação com limite para ver se a série converge ou diverge.

a.

R: Diverge

b.

R: Converge

c.

R: Converge

d.

R: Converge

e.

R: Diverge

4- Determine se a série converge ou diverge (usar o teste da comparação ou o teste da comparação

com limite).

a.

R: Diverge

b.

R: Converge

c.

R: Diverge

d.

R: Diverge

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e.

R: Diverge

f.

R: Converge

g.

R: Converge

Observações sobre o teste da Integral

Para se efetuar o teste da Integral, os termos devem ser decrescentes e devemos saber integrar .

E o que aplicar para resolver séries fatoriais e outras expressões complicadas? Vejamos agora os

testes da razão e da raiz.

Teorema 13 - Teste da razão

Seja uma série de termos positivos e supor

.

(i) Se , a série é convergente.

(ii) Se ou

, a série é divergente.

(iii) Se , verificar por outro método. Exemplos: Determine se a série é convergente ou divergente pelo teste da razão.

a.

R:

. Como , a série é convergente (i).

b.

R:

. Como , a série é divergente (ii).

c.

R:

*

.

Como , a série é divergente.

Obs: Definição da série exponencial natural:

.

Exemplos para quando

=1

d.

Sugestão: determinar a convergência pelo teste limite da comparação com

(série p).

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e.

Sugestão: determinar a divergência pelo teste limite da comparação com

(série p).

f.

Sugestão: determinar a divergência pelo teste da integral.

Exercícios. Determinar

e use o teste da razão para verificar se a série converge, diverge ou

se o teste é inconclusivo.

a.

b.

c.

d.

e.

f.

Respostas: a.1/2 (Converge). b. Diverge. c.0 (Converge) d.Inconclusivo. e.Diverge. f.2/7 (Converge). Teorema 14 - Teste da raiz

Seja uma série de termos positivos e supor

.

(i) Se , a série é convergente.

(ii) Se ou

, a série é divergente.

(iii) Se , verificar por outro método. Exemplos: Determine se a série é convergente ou divergente pelo teste da raiz.

a.

. Como , a série converge.

b.

. Como , a série converge.

Exercícios. Determinar

e use o teste da raiz para verificar se a série converge, diverge ou

se o teste é inconclusivo.

a.

b.

c.

Respostas: a. Diverge. b. (Converge) c. (Converge) Séries alternadas Definição: Séries infinitas cujos termos trocam de sinal. Teorema 15 - Teste para séries alternadas A série alternada

é convergente se verificam-se as seguintes condições: (i) (série decrescente) e (ii)

.

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Exemplo: Determine se a série alternada converge ou diverge:

R: Para demonstrar (i): mostrar que

é decrescente para .

. Assim, , ou seja, .

Outra forma para demonstrar: para todo positivo, ,

Para demonstrar (ii):

.

Logo, a série alternada converge. Exercícios: Aplique o teorema das séries alternadas para determinar se a série alternada converge

ou diverge (verifique as duas condições).

a.

b.

c.

R: a. Diverge (ii) b.Converge c. Diverge.

Séries Absolutamente Convergentes Definição: uma série é absolutamente convergente se a série: ... é convergente.

Exemplo: prove que a série alternada

é absolutamente convergente:

Solução: Tomar o valor absoluto de cada termo:

Verifica-se que é uma série-p convergente, logo, a série alternada dada é absolutamente convergente. Exemplo: prove que a série harmônica alternada NÃO é absolutamente convergente.

Série harmônica alternada:

Mostre que a série é: (a) Convergente (b) NÃO absolutamente convergente. (a) Teorema das séries alternadas:

(i)

.

(ii)

.

(b) Série harmônica divergente:

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Série Condicionalmente convergente: Definição: Uma série é condicionalmente convergente se se é convergente mas é divergente. Exemplo: série harmônica alternada. Teorema 16 - Convergência absoluta Se a série é absolutamente convergente, então é convergente. A convergência absoluta implica em convergência MAS a convergência não implica em convergência absoluta!

Exemplo: Seja a série:

onde os sinais dos termos

variam de dois em dois e

. Determine se a série converge ou diverge.

Solução: a série não é alternada e nem geométrica, e também não é uma série de termos positivos!!! Assim, não dá para aplicar nenhum dos testes vistos.

MAS se formos verificar a série de valores absolutos, temos:

que configura uma série geométrica com . . Convergente. Logo, como a série é absolutamente convergente, ela também é uma série convergente (Teorema 16). Uma série arbitrária pode ser classificada em apenas um dos tipos: (i) Absolutamente convergente (ii) Condicionalmente convergente (iii) Divergente Teorema 17 -Teste da razão para convergência absoluta: Seja uma série de termos não-nulos, e supor:

.

(i) Se , a série é absolutamente convergente.

(ii) Se ou

, a série é divergente.

(iii) Se , verificar por outro método. Pois a série pode ser de um dos três tipos mencionados anteriormente. Exercício: Determine se a série é absolutamente convergente, condicionalmente convergente ou divergente.

a)

Solução pelo Teste da Razão:

(i) Série absolutamente convergente.

b)

Série condicionalmente convergente (ex: Teste limite de comparação)

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c)

Série absolutamente convergente (ex: Teste da comparação)

d)

Série divergente (ex: Teste das séries alternadas)

e)

Série condicionalmente convergente (ex: Teste de comparação)

f)

Série absolutamente convergente (ex: Teste limite de comparação)

g)

Série absolutamente convergente (ex: Teste da razão)

h)

Série divergente (ex: Teste das séries alternadas)

i)

Série condicionalmente convergente (ex: Teste limite de comparação).

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Apêndice - Resumo dos teoremas: Teorema 1 - Teorema da Série Geométrica Definição: seja a série geométrica

(i) Converge e tem por soma:

se .

(ii) Diverge se . Teorema 2 - Termo de ordem Se uma série é convergente, seu termo de ordem , , tem por limite 0 quando tende a

infinito:

Teorema 3 - Termo de (i) Se então a Série é Divergente. (ii) Se : Verificar se a série é Convergente ou Divergente. Teorema 4- Convergência ou Divergência de duas séries Se são séries tais que para todo , onde é um inteiro positivo, então ambas

as séries convergem ou divergem. e Teorema 5- Convergência ou Divergência de duas séries com dois índices iniciais diferentes Para qualquer inteiro positivo , as séries:

e

são ambas convergentes ou divergentes. Obs: a série se obtém de

suprimindo-se os primeiros termos.

Teorema 6- Operações de séries Se e são séries convergentes com somas A e B, respectivamente, então: (i) converge e tem por soma A + B. (ii) converge e tem por soma cA, para todo número real c. (iii) converge e tem por soma A-B. Se diverge, então também diverge, para todo . Teorema 7- Série convergente e série divergente Se é convergente e é divergente então é divergente.

Teorema 8: Teorema das séries infinitas de termos positivos Se é uma série de termos positivos, , e se existe um número (limitante superior) tal que: , a série converge e tem uma soma . Caso contrário, a série diverge. Teorema 9: Teorema das séries hiperharmônicas

A série-p

(i) Converge se ; (ii) Diverge se .

Teorema 10: Teste da Integral Sejam uma série, e a função obtida substituindo-se por . Se é positiva, contínua e decrescente para todo real ,

A série (i) Converge se

converge; (ii) Diverge se

diverge.

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Obs: fazer

. Deve-se integrar e tomar um limite.

Teorema 11: Teste da Comparação Sejam e séries de termos positivos. (i) Se converge e para todo inteiro positivo , então converge. (ii) Se diverge e para todo inteiro positivo , então diverge. Teorema 12: Teste da Comparação com limite Sejam e séries de termos positivos.

Se

, ambas as séries convergem ou divergem.

Obs: Se o limite é ou , ainda é possível determinar se a série converge ou diverge pelo teste da comparação. Teorema 13 - Teste da razão

Seja uma série de termos positivos e supor

.

(i) Se , a série é convergente.

(ii) Se ou

, a série é divergente.

(iii) Se , verificar por outro método. Teorema 14 - Teste da raiz

Seja uma série de termos positivos e supor

.

(i) Se , a série é convergente.

(ii) Se ou

, a série é divergente.

(iii) Se , verificar por outro método. Teorema 15 - Teste para séries alternadas A série alternada

é convergente se verificam-se as seguintes condições: (i) (série decrescente) (ii)

.

Teorema 16 - Convergência absoluta Se a série é absolutamente convergente, então é convergente. Teorema 17 -Teste da razão para convergência absoluta:

Seja uma série de termos não-nulos, e supor:

.

(i) Se , a série é absolutamente convergente.

(ii) Se ou

, a série é divergente.

(iii) Se , verificar por outro método. Pois a série pode ser de um dos três tipos mencionados anteriormente.

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Bibliografia: 1- Cálculo com geometria analítica. Vol.2 Swokowski. 2- Cálculo. Vol. 2. Munem - Foulis 3- Cálculo. Vol. 2. James Stewart.