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MACONHATreinamento Continuado VIVAVOZ Consultoras: Priscila Brasco e Shana Feiten

Histrico

A maconha (que uma palavra de origem angolana), extrada da planta Cannabis sativa e uma das drogas que conhecida h mais tempo pela humanidade. Em 4000 a.C. resqucios da planta foram encontrados no norte da China.

Em 2723 a.C. o uso teraputico foi mencionado em registros farmacuticos tambm na China. Na Antigidade, os romanos a valorizavam por sua fibra, com a qual produziam cordas e velas. No final do sculo XVIII, a maconha chegou Europa, Amrica e frica e at ento, era utilizada principalmente por suas propriedades medicinais e txteis. No sculo XIX, comeou a ser usada por escritores e artistas, nos crculos bomios dos centros urbanos e nas colnias de imigrantes asiticos e africanos. At os anos 40 era usada como base para medicamentos. Em meados do sculo XX, os cientistas identificaram seus efeitos colaterais e seu uso foi proibido por lei em vrios pases. O consumo voltou a ser disseminado nos anos 60, com o rock e o movimento hippie. Recentemente, seu uso teraputico tem sido discutido muito

Efeitos agudos:

Hiperemia Xerostomia Aumento dos batimentos cardacos e da presso arterial Voz pastosa Euforia e/ou relaxamento Vontade de rir Ansiedade / angstia Suores Comprometimento da coordenao motora (tremores) Aumento do apetite -larica

Perda temporal Prejuzo na memria e ateno Delrios Alucinaes Aumento do risco de sintomas psicticos entre aqueles com histrico pessoal ou familiar.

OBS.: Os efeitos dependero da qualidade e quantidade da maconha fumada e da pessoa que fuma.

Efeitos crnicos:

Dor de garganta crnica Congesto nasal Dor de cabea Nusea crnica Bronquite Cncer Irritabilidade Depresso Ansiedade Fadiga crnica Mudanas rpidas de humor Ataques de pnico / tentativas de suicdio Isolamento social Efeito cascata e baixa motivao

Alteraes da capacidade visual Alteraes da coordenao motora Alteraes da capacidade mental Dificuldade de concentrao Prejuzos na memria Problemas menstruais Impotncia sexual.

EpidemiologiaUso na vida Dependncia Brasil Regio Norte Regio Nordeste Regio CentroOeste Regio Sudeste Regio Sul 8,8% 4,8% 6,1% 7,8% 1,2% 0,2% 1,2% 0,6%

10,3% 9,7%

1,5% 1,1%

O II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrpicas no Brasil, realizado em 2005, afirma que o uso na vida de Maconha aparece em primeiro lugar entre as drogas ilcitas, com 8,8% dos entrevistados. Comparando-se esses resultados com outros estudos pode-se verificar que bem menor que o de pases, como EUA (40,2%), Reino Unido (30,8%), Dinamarca (24,3%), Espanha (22,2%) e Chile (22,4%). Mas superior Blgica (5,8%) e Colmbia (5,4%).

Farmacocintica

Captao: Sendo a maconha utilizada fumada, a elevada lipossolubilidade do THC permite sua rpida captao pelos pulmes. Absoro: O grau de absoro varia, normalmente metade da dose aparece no sangue. Tempo de durao: Os efeitos aparecem quase que imediatamente com o pico em 30 minutos. A durao da latncia parcialmente determinada pela concentrao de THC na preparao. Aps 1 hora a concentrao sangunea comea a diminuir e muitos efeitos subjetivos desaparecem aps 3 horas da administrao da ltima dose. Excreo: O THC deixa rapidamente o sangue como resultado do metabolismo heptico e captao dos tecidos corporais. O metabolismo do THC predominantemente heptico, porm tambm pode ocorrer no bao, eritrcitos, intestino delgado e crebro. Os fumantes crnicos de THC metabolizam-no mais rapidamente do que os no fumantes. A maconha tambm altera o metabolismo de outras substncias como o lcool e medicamentos barbitricos.

Armazenamento: Ele estocado em depsitos de gordura onde pode permanecer por 2 a 3 semanas; parte permanece ligado s protenas plasmticas. Tempo e locais de deteco: o THC pode ser detectado no plasma at 6 dias aps o ltimo episdio de uso; na urina at 1 ms aps uma nica dose, no cabelo quando houve uso nos ltimos 90 dias; algumas vezes tambm pode ser detectado no suor.

Farmacodinmica

O THC se liga ao receptor canabinide do tipo 1 (CB1), o mesmo ao qual se ligam os endocanabinides. At agora foram identificados dois endocanabinides: a anandamida e 2-AG.O THC se parece com essas duas substncias a ponto de ativar os receptores CB1 e desencadear seus efeitos no crebro. Os receptores CB1 so encontrados em grandes concentraes em alguns pontos especficos do crebro, o que sugere que o sistema canabinide humano cumpre diversas funes.

Em uma sinapse tpica, a extremidade de um axnio secreta neurotransmissores, por exemplo, o glutamato (verde).Essas molculas se difundem na fenda sinptica at encontrarem seus receptores no dendrito vizinho.Com os endocanabinides se d o contrrio.Eles so produzidos na membrana da clula ps-sinptica e dali atravessam a fenda sinptica para encontrar os receptores CB1 no neurnio pr-sinptico. Quando essa ligao ocorre, a mensagem transmitida inibitria, isto , sinaliza ao neurnio pr-sinptico que deve cessar a liberao de glutamato. Os endocanabinides tm, portanto, uma ao inibitria, protegendo os neurnios da superexcitao e da atuao dos hormnios do stress.

Tratamento

A toxicidade aguda da maconha extremamente baixa. Considerando as experincias feitas com animais, supe-se que seria necessria uma quantidade de 8,45kg de THC para matar um adulto com 65kg. No existe caso de morte por intoxicao confirmado na literatura mdica mundial, tampouco complicaes agudas so relatadas com freqncia. Normalmente, a intoxicao aguda pela Cannabis no leva a uma ateno profissional. O reasseguramento psicolgico e a orientao para a realidade, feita por amigos e familiares, costumam ser suficientes. Os benzodiazepnicos podem ser teis nos quadros ansiosos agudos, assim como nos psicticos, se associados a algum neurolptico.

Curiosidades

Talvez a primeira meno da maconha em nossa lngua tenha sido um escrito de 1548, no qual est dito no portugus daquela poca: J ouvi a muitas mulheres que, quando hio ver algum homem, para estar choquareiras e graciosas a tomavo. A substncia delta-9-tetrahidrocanabinol, ou THC um dos 60 canabinides presentes na droga e o principal responsvel por seus efeitos psicoativos. A maioria dos outros canabinides inativa ou tem uma atividade fraca, apesar de poder aumentar ou diminuir a potncia do THC. a concentrao do THC que determina a potncia dos efeitos. Essa concentrao depende das condies em que a planta cresceu, de suas caractersticas genticas e da combinao de diferentes partes da planta. O THC capaz de estimular o apetite at de pessoas com HIV e em quimioterapia, fazendo-as recuperar o peso.

O THC tem um efeito contra nusea e vmito produzido pelos agentes anticancergenos. O THC, princpio ativo da maconha, talvez possa ajudar a combater a doena de Alzheimer, pois o THC previne a degradao da acetilcolina da mesma forma que os remdios que j existem para esta doena. E alm disso, parece conseguir bloquear as protenas txicas que formam as placas amilides ( que matam rapidamente os neurnios colinrgicos, isto , aqueles que usam a acetilcolina como transmissora).

A palavra portuguesa MACONHA, segundo muitos, um acrnimo do CNHAMO (Canhamo ou canhamo industrial o nome que recebe as variedades da planta Cannabis o nome da fibra que se obtm delas, que tem, entre outros, uso txteis. Alm de roupas, utilizado na fabricao de papel), isto , tem exatamente as mesmas letras, em outra ordem.

Bibliografia

Banco de dados VIVA VOZ MENTE E CREBRO, Revista. Maconha. Ano XV. So Paulo: Scientific American, janeiro de 2008, pg. 38 a 61. CEBRID, UNIFESP e SENAD, Livreto informativo sobre drogas psicotrpicas..