six seconds #11

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Six Seconds #11 com entrevista com FINNTROLL, SIRENS AND SAILORS, THE ASCENT e muito mais.. Confira!

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Sepultura, como todos bem sabem, é uma das maiores bandas de Metal do mun-do, e levou o nome do Brasil lá pra fora. Isso me fez ficar curioso em conhecer a ban-da. Eu era moleque e nem curtia tanto som pesado as-sim, mas quando ouvi esse álbum foi “amor a primeira vista” (risos)! Foi meu primei-ro contato com música pesa-da, e já comecei bem.

SEPULTURAROOTS

01Ouço esse CD desde sempre e nunca enjoei. É perfeito! Daqueles que você pode por pra rodar sem pular nenhu-ma faixa. Provavelmente se eu não tivesse conhecido o LP nessa época, não teria me motivado tanto a montar uma banda. Depois disso não gosto muito do que eles lan-çaram, mas ainda piro muito ouvindo isso. Nostalgia pura!

linkin parkhybrid theory

02

Difícil escolher um disco só do Los Hermanos, gosto de todos. A musicalidade bra-sileira presente no trabalho deles e originalidade me ser-ve muito de referência. Sem contar que, admiro muito o trabalho do Rodrigo Ama-rante e, tenho certa influên-cia desse cara.

LOS HERMANOSVENTURA

04

Acho lindo demais toda essa psicodelia junta com o peso e melodia. Tudo bem homoge-neizado pelo banda. E esse, na minha opinião, é o melhor dos 4 lançados pelo He Is Le-gend.

HE IS LEGENDI AM HOLLYWOOD

03

Foto: Gui Sombrio

Beira a perfeição! Impressio-nante o som que esses caras fizeram nesse álbum (ainda fazem, mas não parei mais para ouvir o que foi lançado a partir do “Lost and Found”). É de deixar qualquer um de queixo caído ver o que Ryan Martinie faz com seu baixo e a destruição total de Mat-thew McDonough na bate-ria. Fico extasiando ouvindo esse CD, faixa a faixa.

MUDVAYNEL d 50

05

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Foto: Andrew Lipovsky

Sirens & Sailors é uma banda americana de Metalcore, de Rochester, NY. Cinco anos trabalhando duro e tocando muito, eles gravaram seu primeiro álbum, intitulado Still Breathing, como prova que eles estariam de pé, acontecesse quê acontecesse. A Six Seconds conversou um pouco com a banda sobre seus objetivos, planos para o futuro e

também sobre o novo álbum.

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Com mais de 100 shows, vocês viajaram pela Costa Leste de baixo a cima. Como foi essa ex-periência? O que isso adicionou para a ban-

da?

A experiência de fazer uma turnê pela Costa Leste dos EUA foi incrível. Nós conhecemos

grandes pessoas, fizemos alguns novos amigos e toca-mos em muitos shows. Essa turnê nos ajudou muito a espalhar nosso nome, para aqueles

que ainda não nos conheciam.

A quanto tempo vocês tocam juntos? Como vocês se encontraram?

Nós vivemos em um mundo onde os artistas que ex-pressam a criatividade e habilidade são ofuscados por aqueles com apelo comercial e coração mainstre-am. Isso é uma das coisas que Sirens & Sailors vem mostrando, após lançar seu álbum “Still Breathing”, portanto, cuidado Justin Bieber, cuidado Nickelback. Um dia metal irá reinar sobre a terra. No vasto oce-ano do metal, Sirens & Sailors são o ato mais recen-te metalcore a emergir das fendas. A estréia náutica de “Still Breathing” irá sacudir Atlântida e irá chamar atenção de Poseidon. Na mitologia grega, a sereia era uma mulher meio peixe que tentava seduzir os mari-nheiros em navios para destruir rochas com a sua voz encantadora. O marinheiro que você vê amarrado na capa é (talvez) o homem que você ouve emergindo das águas tempestuosas, fugindo de gritos das se-reias na faixa de abertura, “It Has Begun...”. Tudo isso fala sobre a dificuldade da banda no underground e pelo fato deles “ainda estarem respirando”. Kyle gri-ta alto Bihrle e os rosnados baixos ecoam através de seus ouvidos, sua emoção e honestidade podem ser facilmente detectadas. O uso ocasional de vocais lim-pos fazem parte disto tudo. Em “Someday Never Co-mes”, o lado vocais limpos com a guitarra criam uma atmosfera que é simplesmente assustadora. A bruta-lidade também não é esquecida; A música mais pesa-da do álbum, “Birthday Party for Puppies”, demonstra isso: breakdowns, blast beats, e um berro impressio-nante no final. “Still Breathing” é talvez a música mais impressionante, especialmente devido ao uso criativo de efeitos de som incorporada com a batida da músi-ca. Para continuar a quebrar este álbum a baixo músi-ca por música seria difícil, considerando a diversidade de cada canção e os vários gêneros que podem ser encontrados.O tom geral que este álbum tem, no en-tanto, é algo que eu não posso ignorar. É um ambien-te muito criativo e original que esses caras têm sido capazes de criar. IAN K. MENEZES

Sirens & SailorsStill BreathingRed Booth Recordings

Nós somos uma banda desde 2005, então.. 5 anos. Todos nós tocavamos em bandas antes de formar Sirens & Sailors, nós acabamos nos fa-miliarizando uns com os outros de vários shows que tocavamos. Eventualmente, Todd (guitarra) e Kyle (vocais) começaram a colaborar juntos e começaram S&S como projeto paralelo. As coi-sas começaram a fluir e as pessoas começaram a ouvir e de repente a turnê de S&S se tornou prioridade e para completar entraram outros membros: Doug (bateria), Jon (baixo) e Jimm

(guitarra).

Como foi o process de composição e gravação do álbum?

“Still Breathing” é um conglomerado de cerca de 2 anos e meio de composição. Nós tinhamos umas 20 músicas para escolher, mas no final fo-ram apenas 11 que foram para o CD. Quando nós ouvimos o CD e olhávamos para trás, cada música lembrava uma certa coisa, que nós pas-samos como banda. O processo de gravação foi excitante e tedioso. Nós gravamos nosso álbum com o nosso amigo Brian Moore através da Red Booth Recordings. Nosso objetivo era captar aquela performance ao vivo, portanto todos nós tocamos ao vivo na primeiro vez no estúdio, en-tão mapeamos nosso tempo e então gravamos separadamente. Brian se dedicou bastante e se esforçou muito nesse álbum, tanto quanto nós. Nós somos eternamente agradecidos por ele.

Que tipo de conceito está por trás do nome “Still Breathing”?

A idéia por trás do nome “Still Breathing” per-tence a nossa experiências, lições aprendidas, tempos bons e ruins sendo uma banda. Com isso nós estamos afirmando que não importa o quê aconteça, nós “ainda estamos respirando” (still breathing). Fazendo o quê amamos e correndo

Três palavras descrevem nosso novo álbum: Feroz, Agressivo e

Apaixonante.

atrás de nossos so-nhos.

Como está sendo a reação do público,

agora que o álbum saiu?

Nós tivemos um grande suporte e a resposta está sendo ótima. As pessoas estão muito exci-tadas com o lançamento, assim como nós e nós não poderíamos estar mais felizes. Um dia após o nosso show de lançamento, o CD foi lançado através de todos os sites de torrent, YouTube, Twitter e o quê mais você possa imaginar e nós estamos tão excitados de ver que as pessoas estão compartilhando com as outras pessoas, independente se elas compraram ou fizeram o download. Nós só queremos que elas ouçam.

O quê os fãs podem esperar quando compra-rem o CD?

Podem ter certeza que se divertiram o CD in-teiro. Cada música tem sua própia estória e seu própio som. Nosso objetivo era deixar tudo mui-to interessante e nós acreditamos que nós cum-

primos este objetivo.

Além dos EUA, o CD será lançado em algum ou-tro pais?

O CD está disponível para compra aqui: http://sirensandsailors.bigcartel.com e também está disponível no iTunes em todo continente do mundo. Nós já mandamos muitas cópias para o Japão, Alemanha e Australia e por todo Estados Unidos para aqueles que compraram através da nossa loja online. Ajude a banda e compre o seu também.

Apesar de vocês serem novos, vocês tem muita experiência como uma banda. O quê você sabe hoje que faria uma grande diferença no come-

ço?

Durante os 5 anos, nós aprendemos muito sobre nossa música e sobre a industria da música. Nós não mudariamos nada sobre as escolhas que fi-zemos, sejam elas boas ou ruins, simplesmente, porquê elas nos fortaleceram como um grupo. O melhor é você aprender dos seus erros, as-sim como nós aprendemos. O melhor conselho é não desistir e continuar acreditando em você mesmo. Ninguém pode determinar seu sucesso, a não ser você.

Como você descreveria um show de Sirens & Sailors?

Bem, nós não poderíamos dizer do ponto de vista do público, mas nosso objetivo é entreter tudo e a todos. Nós nos esforçamos para manter a energia e a intensidade dos nossos shows em 100%. Nós praticamos e tocamos muito. As pes-soas pagaram caro para nos verem tocar, então nós com certeza não vamos desaponta-los.

Quais planos vocês almejam para o futuro? Um

clipe talvez?

Um clipe seria uma boa! Sim. Nossos planos inclui tocar fora e fazer turnê o máximo

possível, compor música constantemente e con-tinuar o trabalho duro para conseguir nossos ob-jetivos. Nós estamos otimistas, nós somos ape-nas caras normais, conversando com qualquer um sobre qualquer coisa. Nós estamos subindo degrau por degrau, dia após dia.

Muito obrigado pela entrevista. Deixo este es-paço livre, para você adicionar qualquer coisa..

Nós só queríamos agradecemos ao Ian e todos da Six Seconds por essa oportunidade. É bem le-gal e incrível saber que as pessoas estão ouvin-do nosso som pelo mundo todo, inclusive Brasil. Por favor, sinta-se livre de falar conosco o quê vocês quiseram, seja por Myspace, Facebook ou Twitter. Nós sempre faremos o possível para res-pondê-los! Nós amamos todos vocês. IAN K. MENEZES

» www.myspace.com/sirensandsailorsny «

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Foto: Aigli Drakou

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Quando sete charlatões reúnem, as visões musicais que brotam de suas mentes, só pode ser descrito como um verdadeiro Freakshow. Com a idéia de tornar a banda ainda mais “teatral”, estes gregos lançaram o seu segundo álbum, intitulado “Crime Scene”. A Six Seconds conversou um pouco com a tecladista SophiaX que falou sobre a banda

e o atual lançamento.

Olá Dakrya. Como estão as coisas indo?

Olá Todos! A essa altura, estamos ótimos, esta-mos muito felizes com o lançamento de “Crime Scene” e nós estamos voltando a ensaiar para

nós preparar para os shows.

Primeiro, deixe-me dizer, que eu estou impres-sionado pela músicas que vocês fazem. É algo

bem original e muito legal de se ouvir.

Muito Obrigado! Estamos felizes em ver que as pessoas gostam da nossa música e do nosso novo som. Eu tenho que admitir que este álbum foi muito divertido para todos nós e nós nos di-

vertimos muito gravando e produzindo ele.

Como vocês começaram a banda? E por quê desse jeito?

Em 2004 eu tive essa idéia maluca de montar uma banda que pudesse adotar um gênero “te-atral” em palco e fora também. Eu tenho muitas influências e sempre gosto de combinar dife-rentes elementos. Então, eu comecei a compor algumas músicas e cheguei a um conceito que pudesse ajudar o gênero “teatral” a crescer e procurei pelos músicos e vocalistas certos para isso. Finalmente, eu finalmente encontrei exa-tamente o quê eu tinha em mente, com nossas

idéias combinadasa, Dakrya nasceu!

E o porquê de nos temos feito a banda assim... Bem, eu acho que está na hora de improvisar um pouco mais nossa criatividade, não acha? Nosso objetivo era dar aos ouvintes algo mais

do que músicas “catchy e groovy”.

O que inspirou vocês para terem esse som tea-tral? Livros, filmes, música? O quê?

Um pouco de tudo eu acho! Nós temos um total de 7 integrantes com diferentes influências. Isso é algo muito útil na hora de compor algo. Nós tentamos todas as idéias e continuamos com as que gostamos mais. Esse estilo “teatral” vem da nossa necessidade de nos expressar. Por isso, nós sempre lançamos um álbum conceitual, no qual inclui vários personagens. Nós escolhemos o personagem que gostamos mais e nos torna-mos ele. É claro, que todos nós gostamos muito

de musicais! (Acho que isso é óbvio! Hahaha)

Desde do ultimo album, vocês receberam óti-mas resenhas e ganharam o titulo de “Thea-trical Atmospheric Metal”. O quê vocês acham

deste titulo?

Em geral, eu acho que é uma boa descrição do nosso som. Nós não gostamos muito de ser ca-tegorizados, mas quando você tem de explicar a alguém que nunca ouviu Dakrya, eu creio que o termo “Theatrical Atmospheric Metal” é uma boa escolha. Mas então... nosso som combina tantos elementos diferentes que eu acho que é

difícil de categoriza-lo.

Em “Crime Scene” dá par aver claramente que vocês desenvolveram um estilo mais “teatral”

certo?

Exatamente. Após nosso primeiro álbum “Mo-numento”, nós queríamos nos desenvolver ain-da mais “teatralmente”. Foi um desafio, porquê nós tivemos que levar nossa música a um nível mais “experimental” e nós não sabíamos como seria este resultado. “Crime Scene” foi um gran-de passo para nós, tanto como atores, quanto músicos. Mas no final, nós ficamos muito exci-tados que os resultados e o novo som da banda.

Como você compararia a evolução da banda, entre este album e o antigo?

Bem, em nosso primeiro album, o element “te-atral” pode ser encontrado mais nos vocais. Agora em “Crime Scene”, todos os instrumen-tos fazem parte deste elemento. A música está mais viva, não apenas nos vocais. Essa evolução veio dentro de um ano de composições e testes de novos elementos e sons. Também, nós mu-damos nosso baterista para Stavros Vorissis, no qual nos deu idéias para nos ajudar mais ainda. Todos nós depositamos um pouco de algo na música e é por isso que os dois álbuns são tão

diferentes.

Vocês também se vestem diferente. Vocês cos-tumam tocar assim no palco?

Sim, claro! Não é apenas uma jogada promo-cional! Todos tem um papel e nós trazemos isso para o palco. Isso é o quê nós gostamos mais! Não ser apenas “músicos” no palco, mas tam-

bém “atores”!

Existe alguma estória por trás do album, do tí-tulo, das letras?

Sim. Todo album do Dakrya, é um álbum concei-tual. Sempre há uma estória por trás das letras! Em “Crime Scene” nós representamos o mundo atual em qual vivemos como em um circo, cheio de armadilhas, palhaços perigosos, segredos e mentiras. Nas letras, você irá encontrar a hipo-

crisia e a falsidade que se enfrenta todos os dias. Os sorrisos falsos do seu vizinho, os sem-teto e até mesmo o governo que promete um futuro melhor e depois te deixa em um beco sem saí-da. Acho, que qualquer poderá interpretar as le-tras. Minhas frases favoritas do álbum são “the CIVIL – the LIE – the NATION”. Isso vem da pala-vra “civilização”. Eu espero que você entenda o

que eu quero dizer...

Quais são as três faixas destaque no album?

Hm, esta é uma pergunta dificil.. Ok, eu posso lhe dizer minhas faixas favoritas, mas mantenha em mente que nossos gostos são diferentes. Para mim “The Charalatans”, “The Urban Tribe” e “Phantasmagoria” são os destaques do álbum.

Mas eu amo cada faixa deste álbum.

Obrigado pela entrevista e eu espero ver vocês logo no Brasil!

Nós agradecemos você pela entrevista e real-mente esperamos ir para o Brasil no futuro! Vo-cês são uns metaleiros loucos! Seria um prazer

tocar para vocês! Tudo de bom! IAN K. MENEZES

» www.myspace.com/dakrya «

Therion

Sem a existência da banda THERION, Dakrya não seria o quê é hoje.

Primeiro, eu sei que nós não somos nada pa-recido com Therion. Mas a verdade é que está banda me inspirou ao ponto, de eu que-rer criar Dakrya. Em 2004, eu vi pela primeira vez o show deles na Grecia.. eu fiquei espan-tada! Foi o melhor show que eu já vi, tão po-deroso, tão energético no palco, combinando heavy metal com uma orquestra clássica! Eu realmente amei esses caras... e foi aí que eu tive a idéia de Dakrya (em um modo um pou-

co diferente).

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Foto: Octavio Rodriguez

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Toundra é uma banda de Post-Metal da Espanha. Com o passar dos anos a banda vem evoluindo seu som de forma impressioante e nós da Six Seconds conversamos com os guitarristas Esteban J. Girón e Victor Garcia-Tapia sobre o som da banda o seu novo

álbum e sobre várias outras coisas. Confira!

Ola, tudo bem?

Ola, é um prazer falar com vocês.

Primeiro nos fale, por quê vocês de-cidiram dispensar os vocais e pro-porcionar um som totalmente ins-trumental, onde guitarras, baixo e bateria assumem o papel inteiro.

Nós tivemos várias bandas com vocalis-tas no passado, e nós sempre compomos a parte instrumental da música sem se preocupar com os vocais. Para nós, isso é a evolução natural das nossas bandas anteriores e carreira como músicos.

Depois de algumas demos, vocês lançaram seu primeiro álbum auto intitulado no Studio Tailor Maid na Suécia com o prestígio Peter (Arch Enemy, Opeth, etc). Como foi traba-lhar com ele?

Peter só fez a masterização do álbum. Ele realmente nos ajudou a alcançar o sen-timento cru que queríamos para o nosso primeiro álbum.

Depois de ouvir a vocês várias ve-zes, me lembrei de bandas como Isis, Neurosis, Pelican ou até mesmo

Tool. Alguma dessas bandas influen-ciou vocês de alguma maneira?

Hmm.. talvez Pelican e Tool no começo. Mas atualmente nós não estamos ouvin-do este tipo de música, estamos ouvin-do mais rock classicos e bandas de punk rock.

O nome “Toundra” tem alguma his-toria ou significado?

Haha, na verdade não. Víctor sugeriu “Tundra” e eu tive a idéia de tradução francesa que seria “Toundra”.

Agora, sobre o novo álbum. O que mudou neste álbum comparado aos outros?

Nós temos um baterista novo que impro-visou nosso som e nossa técnica. Tudo soa mais complexo do quê antes.

A arte da capa é muito bem feita. Nos conte um pouco sobre.

Víctor ama as artes da Chelsea. Então ele pediu ela para fazer uma arte de pessoas brigando sem nenhuma razão. Eu acho que ela fez um ótimo trabalho e eu amei o contraste das crianças brigando no san-

gue.

O quê os seus fãs podem esperar ao comprar o CD?

Uma música instrumental com influên-cias étnicas e folclóricas com um grande sentimento.

Vocês tocam um tipo de música, que (aparentemente) não é muito comum na Espanha. Como é que as pessoas da sua área de reagem a esse tipo de música?

Nós estamos surpreendidos com o im-pacto que nossa música está tendo nas pessoas. Estamos muito felizes com isso.

Quais são seus planos para o futuro?

Estamos nos preparando para uma tur-nê pela Espanha e esperamos fazer uma pela Europa ano que vem.

Gostaria de adicionar algo?

Muito obrigado pelo seu tempo! Espero que curtam o álbum. IAN K. MENEZES

» www.myspace.com/toundraband «

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Direção: Joseph KosinskiProdução: Sean Bailey Jeffrey Silver Brigham Taylor Steven Lisberger

Roteiro: Adam Horowitz Edward Kitsis

Gênero: Ficção-científicaMúsica: Daft PunkEstúdio: Walt Disney Pictures LivePlanet Idealogy Inc.

HISTORIATron: Legacy (Tron: O Legado, no Brasil) é um filme americano de 2010, con-tinuação do filme de ficção científica da Disney Tron, de 1982.

O filme foi lançado dia 17 de dezembro de 2010. Estréia cinematográfica do di-retor Joseph Kosinski, enquanto o diretor do primeiro filme, Steven Lisberger, volta como um dos produtores. Jeff Bridges interpreta mais uma vez o pro-gramador Kevin Flynn, enquanto Bruce Boxleitner retorna com Alan Bradley e TRON. Garrett Hedlund interpreta o filho de Flynn, Sam. Outros membros do elenco incluem Olivia Wilde, Beau Garrett e Michael Sheen.

Foi anuncionado na Comic-Con de 2009 que o filme usará tanto o sistema Dis-ney Digital 3-D quanto o IMAX 3D, assim como terá parte do elenco original.

O ator Jeff Bridges, aos 61 anos, passou por um processo de rejuvenecimento digital para interpretar o personagem Clu, que no filme não evelhece e man-tem a aparência de 35 anos, mesma idade que o ator tinha quando interpretou o personagem no primeiro filme

ENREDOKevin Flynn (Jeff Bridges) cria um clone digital de si mesmo chamado CLU para ajudar o programa de Alan Bradley (Bruce Boxleitner), Tron, a trabalhar na Rede, que irá conter o mundo digital dos computadores da corporação ENCOM, que Flynn comanda.

Durante a criação da Rede, um novo tipo de programa, que não é criado por um usuário e está realmente vivo, conhecido como ISO, é criado. CLU vê os ISOs como um vírus e planeja destruí-los, mas Flynn e Tron acreditam que eles sejam o próximo estágio da evolução digital e tentam impedir CLU. No processo, Tron é reformatado por CLU como um impiedoso soldado chamado Rizzler e Flynn é novamente preso no mundo virtual.

CLU descobre que Flynn criou um programa que iria permitir que programas se materializem no mundo real e começa a perseguí-lo para obter o disco con-tendo o programa, que CLU pretende usar para vir ao mundo real, exterminar

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os humanos e conquistar a Terra. Para esconder o disco dele, Flynn recebe ajuda dos ISOs, que o vêem como um salvador.

Após 15 anos (O que equivale a 100 anos no mundo virtu-al) procurando Flynn, CLU decide enviar uma mensagem ao Pager de Alan Bradley do Arcade de Flynn, com a espe-rança de que Bradley decida investigar e possa ser digita-lizado para que CLU o use como refém para forçar Flynn a entregar-lhe o disco.

Porém, é o filho de 27 anos de Flynn, Sam (Garrett He-dlund), que decide investigar e é trazido para o mundo virtual. Ele é resgatado das forças de CLU, lideradas por Rizzler, por Quorra (Olivia Wilde), uma ISO que o leva até seu pai, com quem Sam finalmente se reúne.

Juntos, Sam, Quorra e Kevin planejam fugir para o mundo real antes que o portal entre os dois mundos se feche, já que Flynn o programou para só poder ser aberto do lado de fora e só ficar aberto por alguns dias. Em seu caminho estão não apenas CLU e Rizzler, como também o ISO Cas-tor (Michael Sheen), dono do Clube Fim da Linha de Tron City, o centro do mundo virtual, que planeja entregar o trio a CLU em troca de um lugar entre seu exército.

video gameNa mesma Comic-Con onde foi confirmada a data de lan-çamento do filme, também foi confirmado que um jogo eletrônico está em produção pela Disney Interactive.[5][6] Em uma entrevista, Steven Lisberger, produtor do fil-me, confirmou que o jogo será lançado junto do filme, para Playstation 3, Computadores, Xbox 360, Wii e ainda PlayStation Portable e Nintendo DS. Vai ser de acção na terceira pessoa, com elementos de condução.Com o nome TRON Evolution!

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Como vocês acabaram assinando contrato com a Century Media Records?

Depois de pensar muito em usar uma caneta vermelha ou azul, decidimos pegar uma mar-rom. Century Media me lembra dos Centu-rões, o quê me lembra dos Romanos e o im-pério Romano é foda pra caralho, não acha?

Como foi gravar o video de “Solsagen” e que tipo de história ele possui?

A história é sobre um homem velho que se veste de menininha, realmente parecido como uma fêmea. Depois de um tempo, ele é molestado por atores, que nos representam. Além disso, o video foi bacana, mas o dublê me causou uns problemas, quando ele incen-diou o backstage com uma garrafa de Whiskey. Nós poderiamos ter bebido aquele Whiskey.

O quê inspirou a capa do novo álbum?

As nossas capas antigas, drogas, absinto e lo-bisomens. Encontre os Lobisomens escondi-dos e ganhe um prêmio.

Quais são suas expectativas para o CD, con-siderando o estado da indústria da música e que agora vocês estão em uma gravadora di-ferente?

Nossas expectativas são que irá estar em uma capa de plástico, em formato um de CD, com um audio onde você pausar, adiantar e tocar em um aparelho, chamado CD Player. Espe-remos que esse audio seja a nossa oferenda a vocês, e esperemos que as pessoas fiquem um pouco mais traumatizadas quando o som comece a tocar.

Finntroll irá lançar um DVD logo?

Depende da sua definição de “logo”. Wikipe-dia define como: “Um futuro período de tem-po que geralmente se entende, como conter NIFELVIND

(2010 VIA CENTURY MEDIA)

Trolls, Lendas Filandesas e Fantasias são os principais temas da banda de Helsinki (Finlândia) Finntroll. Com seu quinto álbum lançado, intitulado Nifelvind, que traduzido significa Ventos do Inferno, a Six Seconds teve uma conversa super descontraída com o guitarrista Samuli “Skrymer sobre vários assuntos, incluindo o novo álbum. Confira!

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todos os eventos que ainda irão ocorrer”. Como a nossa bola de cristal está quebrada e com a data vencida, não nós podemos prever o quê irá acontecer. Mas eu espero lançar um DVD do Finntroll no meio de 2011.

Qual foi a coisa mais louca que já aconteceu na estra-da?

Bem, envolve cocaína..galinhas de borracha, travestis mexicanos e alcatrão. Sem falar que foi em Texas. Abra-ço pra Miranda Barry e Mae, foi massa. Me ligue, gata!

Qual foi o local mais legal que vocês ja visitaram en-quanto estavam em turnê?

Islândia, sem dúvida. O xixi de Routa congelou em um tubo de ferro, foi hilário.

Como você tocou a tocar música?

Eu não comecei a tocar música, a música começou a to-car em mim. Eu sou uma mera ferramenta nesse mundo maluco de Deuses sônicos. Meu pai foi um músico pro-

fissional, o quê provavelmente teve algo a ver com o fato que eu ficava mexendo no piano, tentando tocar melodias que eu havia ouvido antes.

Qual foi sua primeira banda e que tipo de música vocês tocavam?

Eu formei minha primeira banda em 1990, se chamava Bat-tery. Surpreendentemente, nós tocavamos Thrash Metal e ensaiavamos na garagem dos meus pais. Depois de muitos problemas com a formação e com as cabeças das pessoas, eu comecei m » « eu própio negócio por conta própia e isso teve um enorme impacto na maneira de fazer música mais para frente.

Há algo que vocês gostaria de dizer?

“Se um Troll cair na floresta e ninguém estiver por perto para ver, o álbum ficará bom?” GLAUBER DIAS

» www.myspace.com/officialfinntroll «

NIFELVIND

Foto: Jarmo Katila

Trolls, Lendas Filandesas e Fantasias são os principais temas da banda de Helsinki (Finlândia) Finntroll. Com seu quinto álbum lançado, intitulado Nifelvind, que traduzido significa Ventos do Inferno, a Six Seconds teve uma conversa super descontraída com o guitarrista Samuli “Skrymer sobre vários assuntos, incluindo o novo álbum. Confira!

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Fugindo um pouco do convencional início de entrevistas... Se fossemos definir o Maldita em um único adjetivo, qual seria ele?Hum... Que tal surrealista.

A minha resposta à primeira pergunta seria, com toda certeza, “Ousadia”. Digo isso pela au-dácia com que absolutamente tudo na banda é moldado: desde a postura no palco, até as letras de cunho mais doentio. Qual a proposta principal do Maldita em um contexto musical e cultural? O que a banda quer passar para o público?A maldita é uma banda, que assim como o nome já sugere, trata sobre as excentricidades do com-portamento humano. Somos pessoas diferentes, se comunicando com pessoas diferentes. Um tipo de interferência nas rádios sócio-comunica-tivas. Tipo quando você está ouvindo um pastor berrando nos seus ouvidos sobre o dia do juízo final, e então surge uma voz do além que diz para adorar o demônio. Ninguém sabe daonde vem, nunguém sabe para onde vai. A Maldita é um pouco assim. Vozes do além. Falando em vo-zes, a atmosfera sonora dos nossos discos são bastante lúgubres, sinistras pois acredito que seja essa a forma que alguns de nós nos senti-mos todos os dias. Guitarras distorcidas, melo-dias ressonantes, vocais desesperados, samplers extraídos de uma estranha realidade são os elementos constantes em nossas composições. Gosto de dizer qu e é tipo um quadro do Salva-dor Dalí. Elementos estranhos, figuras híbridas. Queremos passar para o público a sensação de que nada é o que parece. Falamos muito sobre a morte em nossas músicas, e na verdade, a morte é apenas uma figura de linguagem, significa a transformação de algo. Então, a música, e a arte de um modo geral que também não são o que parecem ser, servem como uma excelente for-ma de escape da realidade monótona que nos cerca. Então dizemos para o nosso público, não briguem com sua família, nem peguem o carro e atropelem sua namorada, não façam isso. Ao contrário, peguem um papel e uma caneta e es-crevam ou desenhem algo, faça qualquer coisa. Escute Maldita.

Estudando sobre a banda recentemente, tive contato com um passado repleto de oportuni-dades dadas a vocês. Algumas (se não todas) foram bem aproveitadas pela banda, haja vista que a partir de uma dessas oportunidades sur-giu o lançamento do seu primeiro disco, outras não vingaram como esperado. O que a banda aprendeu, em termos profissionais, de mais sa-tisfatório nessa última década?Que trabalhar com arte é um negócio tão sé-rio como trabalhar em um consultório médico. Profissionalismo é tudo. Temos de ter a mesma

Identidade, libertinagem, ousadia, sadismo, sarcasmo e ironia. Essas são algumas das qualidades dos cariocas da banda Maldita. A Six Seconds conversou com o vocalista Eri-

ch sobre o novo álbum da banda Nero e sobre várias outras coisas! Confira

precisão que a de um cirurgião plástico na hora de concertar a cara de alguém. Quero dizer, um deslize, e podemos por tudo a perder. Como em qualquer profissão. De um modo geral pessoas pensam que trabalhar em uma banda é só diver-são. Estão muito enganadas, ainda mais quando se trata de um projeto independente aonde te-mos que planejar todos os passos de nossa em-presa (Maldita). Aquilo que conquistamos, não conquistamos da noite para o dia. Aquela visão romântica de que um dia alguém vai te ver tocar e dizer que você é foda e quer te dar o mundo. Não. Todo o nosso reconhecimento foi a base de muito esforço e muito profissionalismo. E olha que conseguimos pouco. Passamos anos e anos carregando nossa bateria nas costas, até conse-guirmos um cachê que nos pudesse providenciar um hoaudie. Na prática também observamos que o profissionalismo é tudo, quando temos o privilégio de tocar para alguns de nossos ídolos na audiência, como foi o caso do Andreas Kisser (Sepultura), e em outra ocasião para o Freddy (Raimundos). No final, ambos elogiaram nosso som, e não é por nós somos uns porra loucas, e sim uns porra loucas profissionais.

Há algum momento da carreira de vocês que vocês gostariam de esquecer? Ou algum mo-mento que vocês gostariam que se repetisse?Gostaria de esquecer que quebrei o braço na minha primeira apresentação, quando a banda ainda se chamava Malachi. Foi foda, sai com três fraturas logo na minha estreia em cima de um palco. Foi um tanto desanimador. Agora bons momentos tem alguns que gostaríamos que se repetisse, principalmente quando abrimos sho-ws para grandes bandas internacionais.

O convencional não se encaixa e nem vai se en-caixar no perfil do Maldita. Cantar em portu-guês é um dos pontos não-convencionais... Por que essa escolha? Não seria mais “fácil”, dentro do Industrial/Gothic, usar o inglês?Sim. O fato de cantar em português gera um es-tranhamento geral, inclusive em muitos dos nos-sos fãns. Está inserido na nossa proposta o flerte com a língua portuguesa. Na maioria das vezes, quando escuto uma banda nacional cantando em inglês, acho que acaba soando um pouco mecânico, meio robotico. Não consigo sentir a alma do cantor, e consequentemente do resto da banda nessa ocasião. A língua portuguesa é muito interessante, cheia de armadilhas se-mânticas e palavras únicas. Seria um disperdicio deixar de utiliza-la por uma questão plástica, ou simplesmente para facilitar o acesso ao público. Ademais somos grandes fãns de grandes vozes nacionais como Raul Seixas, Tim Maia, Renato Russo etc... Resumindo, simplesmente não faria sentido cantar em inglês.

Falando um pouco do novo álbum, Nero, como foi o processo de composição desse novo dis-co? Podemos classificá-lo como um álbum pu-ramente conceitual?Não consideramos exatamente conceitual esse disco, para nós, ele é tão Pop quanto o disco do Paralamas do Sucesso. O processo de composi-ção teve um diferencial, pois tivemos mais tem-po que nos outros dois discos. Quero dizer, tive-mos a oportunidade de olhar e avaliar todas as múltiplas possibilidades de se fazer uma canção. Coisa que acontece muito quando se trabalha em estúdio. Outro fator diferencial na hora de compor o Nero, é que evitamos ao máximo fa-zer colagens no pro-tools, quero dizer, se alguma coisa não estava da maneira como queríamos, nós a executávamos novamente. Quero dizer, as vezes fazíamos centenas de vezes o mesmo take. Coisa de neurótico obsessivo. O resultado, é to-talmente orgânico.

Se fossemos fazer um paralelo entre os discos passados e Nero, quais seriam os principais pontos de intersecção entre as outras obras, ou seja, o que teriamos nos outros discos e que continua em Nero?A patologia. Quero dizer além do peso musical, a atmosfera sombria, sinistra é um denominador comum entre os três discos. Se no primeiro dis-co dissecamos a mente de um psicótico, no se-gundo acompanhamos de perto o drama de um neurótico inconformado com o mundo. No ter-ceiro mergulhamos fundo no centro do coração de uma alma perversa. Então chego a conclusão que a intersecção entre os três são os distúrbios psicopatologicos.

Todo o trabalho do disco Motel 666 é muito bem feito. Um som muito limpo, qualidade de mixagem maravilhosa e, talvez, a parte lírica mais fascinante da banda. Nero, por sua vez, não deixa a desejar em nenhum dos pontos ci-tados. Há um desejo de continuidade (seguir a mesma linha) ou a banda procura se reinventar a cada disco?Sim nós definitivamente temos o desejo de es-tarmos constantemente se reinventando a cada disco. O primeiro disco é definitivamente mais experimental, o Nero, acredito que seja o nosso disco mais maduro, no sentido de ter sido mais planejado, como quando um casal decide ter fi-lhos. É claro que cada disco é como um filho, mas o Nero seria como gêmeos siameses. Já temos planos para um próximo disco, e este definitiva-mente será mais ousado que os outros três por dois motivos. O primeiro, por que aparentemen-te, ele será bem mais limpo, apesar de pesado. O segundo motivo, é que queremos flertar mais com elementos de nossa cultura brasileira. Já imaginou, Maldita sentada com um banquinho

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e violão, a lá João Gilberto, cantando baladas so-bre serial killers e suas perversões sexuais?

Recentemente a banda venceu novamente o prêmio Morcego de ouro, prêmio que é dado às bandas independentes pelo próprio público (nada de júri especializado), por meio de vota-ção. O que esse prêmio significa para a banda?Significa que somos uma das maiores, senão a maior banda nessa pegada lúgubre aqui no Bra-sil. Lúgubre para não dizer gótico, por que não somos realmente góticos. É interessante, pois esse morcego dourado foi realmente democráti-co, é difícil encontrar premios genuinamente de-mocráticos no Show Buzines hoje em dia. É tudo questão de conhecer alguém, ou de pertencer a uma gravadora, ou chupar o cu de uma pessoa famosa. Todas maneiras de se matar as expres-sões artísticas. É difícil ser reconhecido assim quando se participa de uma banda independen-te que canta o que quer, da maneira que quer. Quero dizer, o morcego de ouro é mais que um mamífero alquimista, ele simboliza a nossa liber-dade de expressão.

A relação da banda com o público é bem livre de estrelismos, muito pelo contrário, vocês procuram estar o mais próximo possível do seu público e isso vem sendo bem correspondido, pelo que vejo. Essa ligação só favorece vosso trabalho, isso é um fato. Porém, houve algum fato estranho ocorrido devido a essa proximi-dade a mais dos fãs com a banda? Nada que não conste no manual. As vezes bro-tam uns caras meio chatos ou simplesmente bê-

bados querendo me agarrar. Eu os alerto que cu de bêbado não tem dono. As vezes tem também uma galera que é chata por natureza. Mas isso é compreensível, todo homem, toda mulher tem um lado mais sensível, quero dizer, carente.

E o novo site, hein? Que maravilha de se ver, meus queridos. A espera foi longa, porém, re-compensada. Assim como as artes de capa do disco Nero, todos os backgrounds utilizados no site dão aquela aura mais soturna ao mesmo, como é a cara do Maldita. Quem o desenvol-veu? Houve “pitacos” da banda no desenvolvi-mento do site? Está tudo 100% como queriam?Sim tudo que acontece em torno da parte estéti-ca, plástica da Maldita tem o nosso aval. Decidi-mos que o azul cobalto seria a impressão digital da Maldita nessa nova fase. O site foi desenvol-vido pelo Web Designer Guilherme Seth. Demo-rou mais ficou bom. Tenho certeza que Deuses pagãos vão nos agradecer quando transcender-mos para o outro lado. Tem uma porção deles lá em meio a uma orgia que organizamos com nos-sos amigos para fazer as fotografias. Ficou tipo aquele filme Caligula, já viu? Queimou o filme de muita gente, mas é uma pérola cult.

Falar de turnê nacional é meio complicado para bandas undergrounds. Porém, temos visto um grande alvorecer e subida de escalas no under-ground nacional. O maior exemplo atual disso é a Shadowside, que, há três anos atrás estava batalhando em casas de shows de menor ex-pressão pelo Brasil e hoje está em uma grande turnê europeia com o W.A.S.P. Há planos arqui-

tetados para vermos o Maldita figurar em uma diversidade maior dos estados brasileiros e, quem sabe, internacional?Não posso garantir nada. Já tocamos em muitos dos grandes festivais aqui do Brasil, e pretende-mos continuar tocando. Os planos são continuar trabalhando intensamente e quem sabe realizar rituais e pedir a Pazuzu, o monstro pagão bi-sexual da Mesopotâmia. Além disso, nós temos umas gravações do Nero em inglês e ainda esta-mos estudando a melhor maneira de trabalha-las. Parece que o pessoal lá fora curte bastante a pegada da Maldita. Ai, já viu, se bombar Pa-zuzu lá fora, da noite para o dia começa a fazer o maior sucesso nacional, daí todo mundo quer Maldita como Hedliner.

C’est Fini, meus caros. Agradeço a oportunida-de de nos deixar espalhar o nome do Maldita aos quatro cantos dessa internet maravilhosa. Façam suas considerações finais, o espaço é todo seu. Usem da forma que quiserem. A Six Seconds Magazine apóia o underground nacio-nal! Stay Dark!Legal, obrigado pelo espaço. A mensagem que mando para os leitores, sejam aqueles que gos-tam da gente, ou os que nos odeiam, é ; Vivam um dia de cada vez. Preservem seu ódio e seja você mesmo. As vezes das situações mais inusi-tadas extraímos pérolas maravilhosas como o garfo que estirpa o câncer. Quero dizer, da onde apenas jorrava a morte, pode ser que brote a vida, por isso a arte sempre foi e continuará sen-do o maior contato que o ser humano pode ter com o sublime. BRUNO THOMPIS

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Para mim, é aquele CD que não adianta tentar, que nin-guém, nem mesmo os caras do Misery Signals vão con-seguir fazer melhor. Perfeito do começo ao fim, letras óti-mas, peso e melodia na me-dida. Não dá pra descrever, tem que ouvir.

Misery Signals Controller

03

Absurdo, pra mim um dos melhores CDs de hardcore que já ouvi. Pesado e direto, sem piedade!

HatebreedThe Rise Of Brutallity

01

O cd que marcou a minha adolescência, a primeira banda de hardcore que ouvi, e foi do Dead Fish o primei-ro show que eu fui na minha vida! Eu recomendo as faixas “Escapando”, “Modificar”, “Canção para amigos”, “Paz Verde” e claro, “Sonho Mé-dio”

bury your deadThe Beauty And The Breakdown

02

É difícil escolher um Cd só do Deftones, mas acho que o White Pony é o que mais me agrada. Não tem como não colocar eles no meu TOP 10, simplesmente emocionante!

deftoneswhite pony

04

Posso afirmar com certe-za que se tem uma banda que mudou minha vida, ela foi o The Ghost Inside, não só como influencia musical, mas na forma de agir, pensar e ver o mundo. Recomendo demais!

he Ghost InsideFury And Fallen Ones

05

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Membro da Inbloodesign, empresa responsável por vários myspaces, artworks e logotipos de diversas bandas nacionais e internacionais, a Six Seconds conversou com Flip Cruz que também trabalha em um estúdio de ilustração e design conhecido como Hundead. Confira

abaixo as respostas de uma entrevista super descontraida.

Fala cara, tudo certo?Tudo cerrrto, cada vez melhor :)

Onde você mora?Então, atualmente em São Paulo, capital, mas ja passei pelo interior daqui de SP, interior de MG e GO, e tambem Belo Horizonte e Curitiba.. (não ne-cessariamente nessa ordem..)

Como é o seu dia-dia?Não tenho muita rotina, depende da epoca e lugar que estou, mas geralmente acordo, alongo, como algo, sento no pc, paro pra almoçar, durmo, volto pro pc, paro pra comer, paro pra jogar, volto pro pc, como algo, volto pro pc ou dou uma volta na rua, depois volto e durmo, acordo e por ai vai...Finais de semana são sempre incertos, não con-sigo ficar no pc direito, preciso sair, preciso fazer algo, mesmo que a preguiça ou dinheiro me impe-ça, e geralmente acontece.. dae eu durmo.

O que você gosta de fazer pra se divertir?Jogos, garotas, shows, amigos, alcool, filmes, via-gens, garotas, jogos, shows, drogas, amigos, ga-rotas, ler... não necessariamente nessa ordem.

Que tipo de coisa inspira suas artes?Música, mulheres, a lua, alguns tipos de substan-cias alucinógenas e as coisas do cotidiano, que se parar pra observar são magnificas e ultra com-plexas, cada vez que olhamos vemos um detalhe novo interessante.

Se você tivesse que ir em um unico restaurante nos proximos 5 anos, qual seria?Definitivamente algum brasileiro, que servisse ar-roz, feijão, batata frita, salada e frango.

Se você pudesse viver em um universo de um fil-

me, qual seria?Matrix, podendo aprender kung-fu e pular de pré-dios, acho q a vida seria meio chata com tantos ‘cheats’ assim, mas acho que daria pra curtir por alguns meses, com certeza.

Você é fã de algum seriado (velho ou novo)? Por quê este é seu favorito?Atualmente sou fã de Dexter, acho o enredo mui-to bom, toda a trama eh espetacular, te leva pra la, te tras pra ca, te deixa sem rumo, você nunca sabe o que vai acontecer no final (diferentemen-te de 99% dos seriados americanos). Fora o tema que é sobre um assassino em série, eu desde novo era aficcionado por esse tipo de assunto. E san-gue, muito sangue (mas sem batalhas explosivas Hollywoodianas).

Se você iria preferir sobreviver a um apocalypse nuclear ou um apolypcase de zombies?Zumbis, claro, que por sinal seria outro universo de filme que eu gostaria de viver (caçando-os, cla-ro).

Se você fosse eleito um ditador supremo do mun-do. Qual seria a sua primeira lei?Lei é uma coisa complicada, as pessoas insistem em quebra-las né, mas eu faria um esforço e a pri-meira lei seria o Respeito, acima de tudo. A segun-da seria educação para todos, eu acredito mes-mo que educação é um bom começo pra eliminar/reduzir vários outros problemas, e curiosamente esta segunda lei se fosse melhor aplicada poderia melhorar nossa realidade atual, mas acredito que falta respeito, por isso ela seria a segunda lei.

Qual foi seu momento mais aventureiro?Bom quando eu era novinho muitos momentos eram de aventura extrema, entrar em pântanos,

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Membro da Inbloodesign, empresa responsável por vários myspaces, artworks e logotipos de diversas bandas nacionais e internacionais, a Six Seconds conversou com Flip Cruz que também trabalha em um estúdio de ilustração e design conhecido como Hundead. Confira

abaixo as respostas de uma entrevista super descontraida.

me, qual seria?Matrix, podendo aprender kung-fu e pular de pré-dios, acho q a vida seria meio chata com tantos ‘cheats’ assim, mas acho que daria pra curtir por alguns meses, com certeza.

Você é fã de algum seriado (velho ou novo)? Por quê este é seu favorito?Atualmente sou fã de Dexter, acho o enredo mui-to bom, toda a trama eh espetacular, te leva pra la, te tras pra ca, te deixa sem rumo, você nunca sabe o que vai acontecer no final (diferentemen-te de 99% dos seriados americanos). Fora o tema que é sobre um assassino em série, eu desde novo era aficcionado por esse tipo de assunto. E san-gue, muito sangue (mas sem batalhas explosivas Hollywoodianas).

Se você iria preferir sobreviver a um apocalypse nuclear ou um apolypcase de zombies?Zumbis, claro, que por sinal seria outro universo de filme que eu gostaria de viver (caçando-os, cla-ro).

Se você fosse eleito um ditador supremo do mun-do. Qual seria a sua primeira lei?Lei é uma coisa complicada, as pessoas insistem em quebra-las né, mas eu faria um esforço e a pri-meira lei seria o Respeito, acima de tudo. A segun-da seria educação para todos, eu acredito mes-mo que educação é um bom começo pra eliminar/reduzir vários outros problemas, e curiosamente esta segunda lei se fosse melhor aplicada poderia melhorar nossa realidade atual, mas acredito que falta respeito, por isso ela seria a segunda lei.

Qual foi seu momento mais aventureiro?Bom quando eu era novinho muitos momentos eram de aventura extrema, entrar em pântanos,

correr de vacas, andar sozinho de elevador.. Na adolescencia o lance era me meter no meio do mato de bike, chuva ou sol, dia ou noite, sozinho ou em turma, a adrenalina era constante.. hoje em dia me vejo pegando vôo sozinho para lugares estranhos e desconhecidos com pouca ou nenhu-ma grana, e geralmente festas, a noite costuma proporcionar oportunidades interessantes. É difi-cil escolher um momento especifico, seria mais fa-cil se eu tivesse pulado de paraquedas, mas ainda não.. ainda..

Qual seria/foi o conselho mais valioso que você recebeu/daria?Decidir o rumo da sua vida só depende de você. Eu recebi esse conselho, aprendi e sempre que posso passo adiante.

Se uma música de algum tema pudesse ser sua, qual seria?Na real a gente sempre tem uma pra cada mo-mento da vida ne, atualmente eu não tem nenhu-ma em especial mas a que foi mais marcante foi a “Here comes the rain” da banda This is Hell.

Você prefere piratas, vikings ou ninjas? Por quê?Piratas ninjas são fodas, eu acho que nenhuma embarcação no mundo conseguiria se safar des-sa.. (fico com os 2 ok? haha)

Roller Coaster ou Sim City? Por quê?Dificil escolher essa tambem, mas Sim City marcou mais mesmo, e dentro das minhas cidades haviam vários parques haha.

Qual seria o seu sonho de trabalho?Hoje em dia eu trabalho no “backstage” da músi-ca porque sou um músico frustrado ne, um gran-de sonho era ser um músico fodão. Ou esportista

profissional, motocross ou rally, quem sabe numa próxima vida.

Qual é o melhor vilão?Dexter, o serial killer, não o geniozinho hehe.

Qual é o melhor herói?Wolverine e Iron Man.. quem é que diz o que um herói tem que fazer mesmo?

Star Wars ou Star Trek?Star Wars, na verdade não conheço Star Trek, mas Star Wars eu gosto.

Sony, Nintendo, ou Microsoft?Microsoft, video game eu parei no Mega Drive.. hehe. Um abraço pro Sonic e Toejam & Earl :)

MAC ou PC?Vou ser mais ‘cool’ se disser Mac né.. mas a verda-de é que eu nunca tive um então não tenho como responder isso. Meu PC funciona legal e raramen-te me deixa na mão, já é alguma coisa :)

Mc Donald’s ou Burger King?Mc Donald’s, acho que comi no Burger King 2 ou 3 vezes, foi bacana, mas não fez história.

Você coleciona algum coisa? O quê?Coleciono carinhos da Hot Wheels e copos de brin-de de bebidas alcoolicas.

Qual seria o melhor lugar pra te acharem na in-ternet?No meu e-mail de trabalho, ta quase sempre aber-to, se eu não te respondi é porque eu não quis, não porque eu não li.. Opaa, me entreguei hahahaE o Flickr, é o lugar que tem mais coisas minhas atuais postadas.

Obrigado Felipe!Obrigado Ian pela oportunidade e parabéns pelo ótimo trabalho, muito bom ver pessoas acreditan-do na cena e procurando fazer acontecer da me-lhor forma possível! Abraços à todos! IAN K. MENEZES

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A evolução do metal é tão complicada quanto a evolução da vida. É um código genético que é impresso em milhares de espécies diferentes. E como esta ampla evolução tem ocorrido, cada nova espécie foi um avanço do passado. Porém novos, os australianos da banda The Ascent mostra grande iniciativa musical, propondo um Metalcore de alta qualidade. A Six Seconds conversou com a banda sobre a banda e tudo que envolve a

cena em seu continente.

Como vocês tiveram a idéia de formar uma ban-da?James: Inicialmente, nós não conheciamos e to-dos nós descobrimos a música por termos pró-pios. Nós pegamos os instrumentos e estavamos felizes em fazer música. Então, eu conheci Chris através de um amigo em comum e então des-cobrimos que gostavamos do mesma tipo de música. Chris queria começar uma banda e me chamou pra ver qual instrumento eu tocaria. Eu disse que toparia e então nós começamos a pro-curar por um baterista. Pelas areas, eu conheci Travis através de outro amigo em comum e mais uma vez, nós descobrimos que gostavamos do mesmo tipo de música. Perguntamos se ele to-paria tocar bateria na nossa banda e ele disse que sim, depois de um tempo, Alessio entrou na banda como baixista. Todos nós nos conhecemos através de amigos em comumns e começamos a tocar pelo amor a música e fazer a diferença.

Chris: E para pegar mulher! Haha! Eu sempre fui

doido por música e cresci com isso..pareceu o ca-minho certo para mim. Eu dou aula de guitarra e de canto, então isso me ajudou muito para che-gar onde eu cheguei! Quando eu vi que já estava bom, eu entrei em contato com James e então as coisas fluiram.

Que tipo de influências fizeram o quê vocês são hoje?James: Eu acho que quando você pensa em The Ascent como um todo, uma das coisas que nos fazem quem somos são as influências diversas que cada um de nós traz para a mesa. Todos nós temos influências como Metallica, Children of Bodom, Panters etc.. todas essas e muitas outras nos influênciaram nos riffs de nossas músicas. Mas acho que o fator principal que contribuiu é que cada um de nós temos gostos diferentes. Por exemplo, o quê faz de Travis um músico único, é o fato dele gostar bandas mais técnicas e extre-mas de metal. Chris é único na banda que gosta de heavy e tem uma influências de punk. Alessio

é único, porquê ele gosta de dancer RNB e gos-ta de Blues e suas raizes, atmopsheric etc. Todos nós gostamos de metal e temos muitas bandas em comum, mas nossas influências originais adi-ciona, um sabor diferente para cada um dos nos-sos instrumentos, que eu acho que realmente fez de nós o que somos hoje.

Chris: Avenged Sevenfold foi a primeira banda de crossover que eu gostei, mas eu certamente tenho influências de Bodom, Machine Head, Tri-vium, The Black Dahlia Murder, tem várias para falar a verdade.

Como vocês acabaram assinando contrato com a Sovereign Records?Chris: Nós gravamos nosso CD com Aidan Barton da Sovereign Studios, que também é dono da So-vereign Records. Aidan já fez muitos trabalhos, então foi fácil nos ajudar com o CD. Depois de termos feito isso, ele perguntou se nós gostaria-mos de se juntar a Sovereign Records..poderia

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ter sido sorte ou talvez ele gostou do som que fazemos, haha.

Travis: Nós gravamos com o gênio da Sovereign Records (Aidan Barton) e ele gostou do quê ou-

baixos de frustração e do gosto, eu gosto do desafio, os pontos altos e do produto final, na minha opinião, definitivamente superam os as-pectos negativos. Nós compomos quase todas as músicas de modos diferentes, às vezes como uma banda inteira tocando, outras vezes, eu tra-zia riffs e nós trabalhávamos com isso, algumas raras ocasiões, eu mesmo tenho “completo” mú-sicas que eu só poderia trazer e mostrar para to-dos. A gravação não foi diferença, foi um pouco frustrante... principalmente para mim. Pessoal-mente, tenho uma noção bastante razoável de tempo e tudo mais, mas às vezes eu não toco tão limpo quanto devia, o que aconteceu algumas vezes haha. Mas Aidan foi incrível e muito pa-ciente. Vocais foi muito mais fácil para mim... ou ao menos é assim que eu gosto de pensar.

Travis: Compor é uma das para estar em uma banda (o outro é para tocar o seu material ao vivo). Nós adoramos o processo criativo. Para o álbu, nós tivemos 6 ou 7 faixas e aí veio bloqueio de criatividade, onde eu lembro nitidamente de uma sessão inteira sem nada para mostrar. Então, nós paramos para pensar sobre a composição e começamos a nos divertir com a música e con-seguimos terminar as faixas como fizemos com as demos. Nós sem dúvida aprendemos muito sobre nos mesmos e sobre nossa motivação du-rante esse periodo. Gravar foi uma das maiores praticas que nós ja tivemos. Nós não tinhamos dinheiro suficiente pra ficar gastando em seções que não estavam boas. Tendo isso em mente, a gravação foi sob pressão para nós e essa foi mais outra experiências que nós tivemos como banda. Nós temos alguns trechos do processo de grava-ção no YouTube, então se alguém estiver interes-sado em ver como fomos podem verificar isso.

Vocês se consideram parte de alguma cena?James: Haha, na verdade eu nunca pensei sobre isso. Eu gostaria que sim, isso facilitaria as coi-sas, mas eu não acho que nós somos parte de nenhuma cena. O problema é, quando nós ou-vimos nossas músicas, nós sabemos exatamente de onde nossa música veio, se tiver uma parte em uma música, nós podemos dizer “Ah, essa idéia veio da banda X” ou algo assim. E pelo fato de cada música ter tantas influências, para nós, é uma mistura de várias bandas e diferentes sub-gêneros, portanto nós temos dificuldade em classificar nosso som ou dizer “Nós somos Thrash Metal” ou “Nós somos Metalcore”. Nós confia-mos no que outras pessoas nos falam, uma coi-sa engraçada é que cada pessoa que ouve nossa música, vem com um rótulo diferente, provavel-mente porquê nossas músicas lembram bandas que eles conhecem ou sei lá.

Chris: Sem querer entrar no meu discurso habi-tual, acredito que nós pertencemos a cena do metal no geral.

O que vocês acham da evolução da banda até agora?Travis: Tudo tem acontecido bem rápido, parece que nós nunca descansamos. Temos sempre as coisas essenciais que gostamos em nossa músi-

ca, o esmagamento de riffs, solos de fusão, etc, mas estamos sempre adicionando novos sabores para a mistura. A melhor coisa sobre estar numa banda, é que você faz o que gosta, mas sempre tentar torná-lo diferente ou aproximá-lo de uma forma diferente. Quando começamos, não es-távamos tocando tão pesado, e ainda nem nos aprofundarvamos o metal em mais componen-tes do gênero que adotamos. Tendo isto dito, te-mos ainda todo o amor à uma melodia agradá-vel e limpo. Nós vemos como cada música que fazemos e cada pedaço de música que ouvimos, influenciando as músicas que vamos fazer no fu-turo. Não há horas suficientes em um exemplo de vida para toda a música que tem sido e será feita, portanto, sua evolução, uma interminável para nós.

O que vocês fazem da vida?James: No momento, todos nós somos estudan-tes. Chris estuda contabilidade e trabalha em uma empresa de cerâmica. Trav está estudando engenharia e está procurando trabalho, eu acho, Alessio está estudando engenharia e trabalha em uma loja de Facas e um bar e estou estudan-do psicologia e eu trabalho em uma farmácia.

Chris: É.. eu sou um traficante. IAN K. MENEZES

Por quê o título “Inception of Salvation”? Existe alguma mensagem por trás disso?

Chris: Nós somos uma banda bastante re-ligiosa, nascidos como cristãos. Não, an-tes de “Inception of Salvation”, nós gra-vamos uma Demo/EP chamada “”Where Are Your Heroes Now?”, que tematica-mente, falava sobre a queda da humani-dade provocada por nós mesmos.O pla-no era ter, como aspecto sombrio e em seguida, escrever este CD tematicamente para mostrar o lado positivo e que há es-perança em todos os caos. Eu realmente gosto da idéia de que metal não tem que ser só desgraça e tristeza e que não te-mos de ser uma banda “progressiva” de ter uma história progressiva.

De onde veio a idéia da capa?

Travis: É um conceito que achamos inte-ressante, esse negócio de ‘anjos e demô-nios’, ‘luz e escuridão’ e etc. É um con-traste que nós achamos intrigante, então quando o assunto é a capa, nós pensamos nisso que queríamos que ficasse legal. Nós não queríamos grande destaque nela, só queriamos que fosse simples e facil de se reconhecer e mesmo assim ficou incrí-vel. Na verdade a capa foi uma de muitas idéias que nós tivemos e o designer con-seguiu deixar bem legal.

viu. Durante o processo de gravação ele deve ter gostado de nossa companhia ao ponto de nós convidar a entrar a Sovereign Records. É bem isso.Como foi o processo de composição e gravação do álbum?Chris: Como você pode imaginar, o processo de composição, é sempre um processo árduo. Mes-mo que ele definitivamente tenha seus pontos

as melhores faixas do album

Travis: O álbum todo é um destaque para nós, como é que nós vamos escolher al-gumas? Isso levou algum tempo, mas se eu tivesse que escolher, seriam:

‘A Match Made in Hell’: A seção de tre-molo no fim é apenas esmagador, uma daquelas músicas que quando tocamos ao vivo eu queria no meio da multidão para desfrutar.

‘Gabriel’: Eu só tenho uma queda por essa música, pois foi a primeira do álbum. Os solos de guitarra no meio da canção, é a única hora que você irá ouvir os dois guitarrista solando. Ficou ótima.

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DisturbedAsylumReprise Records

Lembro como se fosse hoje do meu primeiro con-tato com o new metal. Era a época em que ban-das como Limp Bizkit e Linkin Park tomavam con-ta da cena televisiva brasileira, principalmente à frente de programas especializados em clipes. Lembro que nessa mesma época, uma banda que já tinha um disco tido como clássico, já figura-va entre as melhores desse subgênero do metal. Com o disco “The Sickness” (que, recentemente completou 10 anos, puxa, isso tudo? Estou fican-do velho), essa banda conseguiu diversas “ponti-nhas” (leia pontonas, pois, filmes da Universal e Warner não podem e nunca irão ser tratados no diminutivo no ramo do marketing musical) em fil-mes de grandes produtoras, difundindo seu nome entre as grandes massas que logo associaram o nome Disturbed a filmes de terror e vocais grita-dos. Muito tempo se passou, águas rolaram desde “The Sickness” e a banda (até o álbum anterior), continuava a fazer o “feijão com arroz” que a fez

subir vários degraus na escada do respeito musi-cal. Dado isso, mínima era a minha expectativa acerca de “Another Way To Die”, novo trabalho do Disturbed, tanto é que desde que a primeira faixa foi lançada no Myspace oficial da banda, procu-rei ignorar e apenas copiar o nome da mesma, a fim de criar coragem para uma audição pos-terior. Enrolei, enrolei e acabei esperando o dis-co sair. E para a minha surpresa o disco é tudo o que eu esperava e, ao mesmo tempo, nada do que eu imaginei. Complicado? Explico. O disco é a cara do Disturbed e, nesse sentido, é tudo o que eu esperava. E, não é nada do que eu imaginei, pois imaginei mais um disco chato que tentaria inutilmente bater o record de chatice de todos os discos posteriores ao estrondoso sucesso de “The Sickness”. Nesse sentido, o que vos preparo para escutar nesta mais nova empreitada musical dos rapazes do Disturbed é um show de heavy metal com pegada e feeling, soando unicamente como

eles mesmos, porém, mais modernos e bem mais pesados que outrora. E aos fãs que sempre tem receio de que a banda perca uma de suas prin-cipais características, que são os solos de guitar-ra muito bem trabalhados e limpos, podem ficar tranqüilos, eles voltaram com muito mais força e vieram acompanhados de riffs muito mais violen-tos que antes. E, como se não bastasse você se deliciar ao som de Asylum, The Infection, Another Way To Die, Warrior, The Serpentine & Cia, você ainda leva, de bônus, um cover impecável de “I Still Haven’t Found What I’m Looking For” dos Ir-landeses do “U2”, e leva versões ao vivo de Down With The Sickness, que continua funcionando muito bem ao vivo, e Stricken, um dos clássicos da banda que dispensa comentários. Prefiro en-cerrar a resenha por aqui, e torcer bastante pra que a banda tire da cabeça essa coisa de só fazer discos ótimos de 10 em 10 anos. Obrigado pela pérola, Disturbed. BRUNO THOMPIS

Make Them SufferLord Of WoeIndependente

O Black Metal, Death Metal e Deathcore são três dos estilos mais violentos dentro do metal e, com toda certeza, fazem jus a essa alcunha no quesito brutalidade sonora e apesar de se-rem três estilos que se complementam, é meio complicado agregar os três e continuar sendo compreensível. Creio que isso não foi complica-do para os australianos do Make Them Suffer. E, amigo, lhe aviso de antemão: não economi-zarei na palavra brutalidade. Não é um disco de fácil digestão para o ouvinte acostumado a escutar o tradicional Black metal, bem bási-co, é mais encorpado que o Death metal cru, e possui mais elementos atmosféricos que o deathcore americano, bem representado pelo Suicide Silence, por exemplo. Peça por peça, a realidade é que a banda cumpre todos os pré-requisitos pra se dar bem: tem ótimos ins-trumentistas, tem diversas ideias em mente e tem muita raiva para pôr pra fora. Que atmos-fera, amigo. Que teclado. É impressionante a flexibilidade imposta pela tecladista Heather Menaglio, única presença feminina no quinte-to. Aos mais acostumados com a violência so-nora dessas vertentes mais pesadas do metal, o lançamento dos australianos se torna prato cheio. É a nova safra de violência sono sendo colhida, amigos. Aproveitem! BRUNO THOMPIS

MalditaNeroIndependente

Longa e dolorosa. Esses dois adjetivos definem bem ao que se resumiu a espera entre o disco Motel 666 e o recém lançado Nero, dos cario-cas do Maldita. Desde que escutei “Asas de Inseto”, segunda faixa do disco Motel 666, vi que a banda era diferenciada e merecia uma

dose extra de atenção. Sempre fui curioso em saber como seria a mistura do Gothic Metal/Rock com o Glam Rock, o Industrial, mescla-dos ainda mais com letras altamente sarcásti-cas e libertinas. Muito procurei até encontrar o Maldita. E, salvos alguns pontos, o maldita se torna, hoje, com o lançamento de Nero, um dos grandes nomes do metal brasileiro. Assim como o status de promessa do underground ficou pra trás com esse novo lançamento, o reconhecimento devido do trabalho, veio junto. Recentemente a banda ganhou alguns prêmios de expressão dentro do underground nacional, rendendo até um agendamento de turnê pro começo do ano que vem. Nero, como se não bastasse ter as características ditas no começo desta resenha, possui absolutamente todos os instrumentos, doses de peso e melo-dia suficientes para o ouvinte se esbaldar ao ouvir. Liricamente, como sempre, o disco trás todas as características da banda, mesclando desde o “espanto sarcástico acidental” à ácida maneira de dizer que estamos fazendo todo o contrário do que pregamos. Nero, em resumo, é a minha certeza (que venho confirmando desde o ano passado com diversas bandas: Project46, Ellagrace, Shadowside, Rest In Dis-grace, Soturnus, Anno Zero, dentre outras) de que o metal nacional está salvo. Só temos a agradecer ao maldita por ter nos presenteado com um disco tão direto e bem arquitetado. BRUNO THOMPIS

que você ouve emergindo das águas tempes-tuosas, fugindo de gritos das sereias na faixa de abertura, “It Has Begun...”. Tudo isso fala sobre a dificuldade da banda no underground e pelo fato deles “ainda estarem respirando”. Kyle grita alto Bihrle e os rosnados baixos eco-am através de seus ouvidos, sua emoção e ho-nestidade podem ser facilmente detectadas. O uso ocasional de vocais limpos fazem par-te disto tudo. Em “Someday Never Comes”, o lado vocais limpos com a guitarra criam uma atmosfera que é simplesmente assustadora. A brutalidade também não é esquecida; A música mais pesada do álbum, “Birthday Par-ty for Puppies”, demonstra isso: breakdowns, blast beats, e um berro impressionante no fi-nal. “Still Breathing” é talvez a música mais impressionante, especialmente devido ao uso criativo de efeitos de som incorporada com a batida da música. Para continuar a quebrar este álbum a baixo música por música seria difícil, considerando a diversidade de cada canção e os vários gêneros que podem ser encontrados.O tom geral que este álbum tem, no entanto, é algo que eu não posso ignorar. É um ambiente muito criativo e original que es-ses caras têm sido capazes de criar. IAN K. MENEZES

do em 1996. É o tipo de ritmo industrializado do black metal que a banda costumava fazer tão bem. A música que segue é “Into The Pen-tagram”, uma foi uma regravação que pode ser encontrada no primeiro álbum da banda ‘Worship Him’ lançado em 1991. Esta versão teve um tratamento mais industrial introduzi-do pela banda, substituindo a bateria (ao vivo) da versão anterior por uma bateria eletrônica e sintetizadores adicionais. O Ep termina com duas faixas ao vivo, um remix e uma faixa final com todos os sintetizadores. Ambas faixas ao vivo são da era industrial da banda e são ex-celentes quando tocadas ao vivo. O remix de Antigod” não é ruim, mas também não é bom. Falta a energia e o peso da original. A faixa final “Ten Thousand Years” é definitivamente muito chata e seria melhor se nem tivesse sido incluida no álbum. Os sintetizadores orques-trais são fracos e a música não parece ter sen-tido algum. A faixa “Antigod” é uma grande surpresa, já que mostra a um pouco da raiz da banda, inicialmente mostrado em “Above”. A decisão da banda para regravar “Into The Pentagram” é questionável, apesar do fato ter ficado muito boa. As faixas ao vivo mostram que a banda ainda é bem pesada e tem uma boa performance ao vivo, a única coisa que complicou o EP foi a faixa final. Em geral, se você optar por ouvir este EP ou não, saiba que “Antigod” (a música) é um grande retorno às raízes da banda e espero que isso seja um si-nal que coisas boas estarão por vir. IAN K. MENEZES

Sirens & SailorsStill BreathingRed Booth Recordings

Nós vivemos em um mundo onde os artistas que expressam a criatividade e habilidade são ofuscados por aqueles com apelo comercial e coração mainstream. Isso é uma das coisas que Sirens & Sailors vem mostrando, após lançar seu álbum “Still Breathing”, portanto, cuidado Justin Bieber, cuidado Nickelback. Um dia metal irá reinar sobre a terra. No vas-to oceano do metal, Sirens & Sailors são o ato mais recente metalcore a emergir das fendas. A estréia náutica de “Still Breathing” irá sa-cudir Atlântida e irá chamar atenção de Po-seidon. Na mitologia grega, a sereia era uma mulher meio peixe que tentava seduzir os marinheiros em navios para destruir rochas com a sua voz encantadora. O marinheiro que você vê amarrado na capa é (talvez) o homem

SamaelAntigodNuclear Blast

Samael teve uma polarização em sua carrei-ra. Eles começaram como uma banda de bla-ck metal que se especializou na criação de um groove rítmico que o gênero não conhe-cia. Eles finalmente descobriram que podiam melhorar este groove, incluindo elementos industriais (mais notavelmente um drum ma-chine).Para aqueles que não estão familia-rizado, Drum Machine é também conhecido como bateria eletrônica, é um instrumento musical eletrônico projetado para imitar o som de tambores e outros instrumentos de percussão. Em vez de ficar apenas no seu es-tilo inicial, eles decidiram avançar mais para industrial; alienando uma grande quantidade de fãs no processo. Em 2009, Samael surpre-endeu a todos lançando o álbum mais agres-sivo de sua carreira, um álbum quem mistura a velocidade e a atmosfera de black metal e a pulsação rítmica do metal industrial. A faixa inicial “Antigod” soa como se ela tivesse sido tirada diretamente do álbum ‘Passage’, lança-

Deathspell OmegaParacletusNorma Evangelium Diaboli/SOM

Deathspell Omega é uma banda estranha. O trio francês desempenha um black metal ex-perimental bizarro que avança de modo extre-mo a favor do elitista “tr00” Paracletus não é diferente. Na verdade isso é uma mentira, uma grande mentira. Paracletus é diferente de todos os trabalhos anteriores. Enquanto antigos albuns da banda, mostra tangentes abstratos, Paracletus mostra uma banda re-cém-refinada. Todas as faixas abaixo dos sete minutos melhorou o senso de estrutura consi-deravelmente. Considerando que anteriomen-te Deathspell Omega inseria várias passagens de ruída minimalista nas suas músicas, o am-biente neste álbum é muito mais contido. Os sons envolvidos neste trabalho são mais au-

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ditiveis, compostos por vocais e riffs de doom melodico ao invés de um ruído branco e vazio. Mais lento e mais doom, faixas como “Epikle-sis (I eII)” e “Dearth” conseguem permanecer dentro dos limites experimentais, utilizando mudanças ocasionais melódicas. Sem loops de vinte e cinco minutos, como o Burzum faz, isto dá a “Paracletus” um excelentesenso de novo foco, mantendo o ouvinte extasiado. A banda cria sons de uma natureza assustadora, aumentando-os com os vocais de Mikko Aspa, que tecem perfeitamente na escuridão, pas-sando as músicas para gritos grossos de dor imediata. Faixas como “Wings of Predation” e “Have You Beheld the Fevers?” mostra a ex-cepcional habilidade de Deathspell Omega de tocar Black Metal com riffs técnicos. A banda se sobresaiu muito se concentrando em um novo som. Criaram um álbum brilhante, visco-so e ainda assim compacto para o Black Me-tal, arredondando sua trilogia repugnamente bem. IAN K. MENEZES

Blackwood CreekBlackwood CreekPhantom Sound & Vision

Desde a infância o menino prodígio Kip tocava ao lado de seu irmão Nate e de seu amigo Pete Fletcher numa banda de fundo de quintal chamada Blackwood Creek. O sobrenome dos irmãos? Win-ger! Kip Winger retoma este belo projeto voltado às raízes do rock, da época em que cantava e praticava baixo ao som de Cream, James Gang, Rush e outros monstros sagrados do rock’n’roll anos 60/70. Inspirados nesses power trios, eis finalmente o álbum dos três amigos. Out In Outer Space abre o CD já convi-dando o ouvinte a abrir a primeira cer-veja. Rápida e rasteira, sem frescura, tem um refrão memorável. Nothing But The Sun combina guitarras e violões com um solinho de baixo em sua en-trada. Um rock mid-tempo de primeira, cujo refrão esboça uma qualidade ta-manha que deveria estar estourada em qualquer rádio de rock clássico. Assim como Your Revolution. Com ares seten-tistas e instrumental impecável, mesmo assim mantém um certo despojamento que garante a crueza necessária a uma bela canção. Vocais rasgadíssimos de Kip mandando ver nos agudos. Dead Stung tem uma roupagem sensacional e lá pelas tantas dá uma virada em que remete à banda “principal” de Kip. After Your Heart é “a” balada. Albatross traz (apenas na introdução) vocais do bate-rista Nate Winger, outra canção mais leve. O peso cru volta em Jimmy And Georgia quando Kip canta sobre a ba-teria de Fletcher. Rack Of Greed volta à rapidez, com muitos acordes gordos que lembram algo de AC/DC. Um arroto prenuncia Love Inspector, cujos vocais couberam a Fletcher. Com uma voz ain-da mais rasgada que a de Kip (porém, menos técnica), é a típica canção pra bêbado nenhum botar defeito. A letra é pura gozação e pergunta onde anda aquela garotinha outrora tão inocente e hoje uma... Guitarras sujas em Joy Ride lembram os anos dourados de James Gang, todavia, impossível não compa-rá-la ao Winger, assim que Kip mostra suas melodias vocais. Pra fechar a lin-díssima baladona Wooden Shoe. Nela, Kip toca um órgão hammond, além do baixo. Vocalizações de todos os três se

SighScenes From HellThe End Records

Nos últimos 20 anos não houve uma banda tão eclética e enigmática como Sigh. Na sua relatividade, eles come-çaram surpreendentemente humilde, o som que Sigh toca pode ser des-crito como a mistura do antigo e do novo black metal; uma continuidade relativamente linear com som do Ve-nom. Eu digo relativamente porque, mesmo em sua infância, havia algo diferente sobre Sigh. Considerando ‘Scorn Defeat’ o primeiro álbum da banda, o álbum é completo em refê-rencia que você acabou de ler. Sigh empregava um senso palpável em to-car guitarra, com algumas influências de blues de uma forma que não era tecnicamente competente e ao mes-mo tempo intrigante, porém original suficiente para separá-los da multi-dão de clones derivados que saem da Europa na época. Conforme o tem-po passava, black metal começou a existir apenas em vestígios ao longo da música, e como ele se dissipou a banda continuava se intensificando ainda mais em um mundo caracteri-zando palavras como ‘psychedelic’ e ‘avant-garde’. Para a década seguin-te, Sigh continuou a expandir o seu som, liberando cada vez mais álbuns desafiadores. Iniciando uma nova década, ‘Scenes From Hell’ inaugura a nova era, reiniciando o ciclo como melhor álbum da banda, talvez ainda não. Esse álbum se resume a tudo que Sigh é sempre foi, aproximadamente. A maneira de descrever o novo tra-

dividem nos versos, cada qual em um lado das caixas. Um solo com muito fe-eling de Fletcher completa essa pérola e nos faz perguntar: por que demorou tanto pra sair esta relíquia? DIEGO N. VIANNA

MegadethEndgameRoadrunner Records

Depois da saída de Dave Ellefson, Marty Friedman e Nick Menza, o Me-gadeth parece corrimão de zona: o cara entra, passa a mão e cai fora. Dave Mustane, líder, vocalista e gui-tarrista compôs Endgame e trouxe músicos como Chris Broderick (ex-Nevermore, guitarra), James LoMen-zo (ex-White Lion e Pride And Glory, baixo) e Shawn Drover (Eidolon, ba-teria) para voltar à época de glória da banda. Com o lado comercial comple-tamente abandonado, o álbum abre com uma faixa instrumental (Dialetic Chaos) colada à This Day We Fight, um speed metal nervoso pra head-banger nenhum botar defeito. 44 Minutes, sobre um grande assalto à banco nos EUA, traz um baixo furioso e guitarras dobradas. A voz de Mus-taine continua igual a do Pato Donald fazendo exame de próstata, mas sempre muito bem usada com todas suas limitações. 1,320 é rápida como sua temática: carros turbinados. Bite The Hand, outra porrada no pé da orelha, traz aquela temática pseudo-política que Mustaine tanto gosta, so-

CinderellaLive At The Mohegan SunFrontiers

Mais uma banda norte-americana de glam metal que viveu os louros da fama nos anos 80 assina com o selo italiano Frontiers. Para inaugurar a parceria, o Cinderella (re) lança o ao vivo Live At The Mohegan Sun, nada mais do que o Extended Versions lançado em 2005, porém, na íntegra e com um trabalho gráfico melhor. O grupo se diferencia por adicionar ele-mentos de blues e country em suas canções. Neste álbum a voz outrora potente do vocalista Tom Kiefer (um clone de Steven Tyler do Aerosmith) soa mais rouca que o normal, mes-mo assim o cara aguenta o tranco. Hits que fizeram a alegria da MTV como Somebody Save Me, Coming Home, Gypsy Road e a balada que levaria ao estrelato Don’t Know What You Got (Till It’s Gone) fazem parte deste repertório um tanto previsível, cuja única e grata surpresa é a adi-ção de Still Climbing do trabalho de mesmo nome (e o melhor), de 1994. Indicado apenas aos fãs. DIEGO N. VIANNA

bre a economia dos EUA… Sem per-der fôlego, emenda em Bodies, sem pausa para introdução. A faixa-título traz um vocal mais falado que canta-do, comum ao Megadeth. Lembra de leve Captive Honour, de Countdown To Extinction (1992). Violões dão as caras em The Hardest Part Of Letting Go (composta ao lado de Broderick), mas perto dos dois minutos o spe-ed metal volta com torque máximo. Arranjos de corda também se fazem presente. Headcrusher (co-escrita por Drover), single do álbum, já co-nhecida a mais tempo, é peso puro, com refrão pra fã se esgoelar com os punhos no alto. Mais riffs psicóticos em How The Story Ends, com o re-frão mais comercial do álbum. Uma mescla entre Rust In Peace (1991) e Cryptic Writings (1997), possivel-mente uma das melhores de Endga-me. Pra fechar, The Right To Go Insa-ne, com direito a duelos de guitarras no mais puro saudosismo da década de ouro do thrash metal, os anos 80. Produzido pelo experiente Andy Sne-ap (Exodus, Kreator, Cathedral, en-tre tantos outros), Engame estreou na nona posição da parada da Billbo-ard e logo depois despencou. Mesmo assim, trata-se do melhor álbum do Megadeth desde Youthanasia (1994). Agora só o tempo se encarregará de torná-lo clássico. DIEGO N. VIANNA

balho desses japoneses, é como se ‘Scenes from Hell’ fosse rum álbum de grandes sucessos. Isso quer dizer que, embora de algum modo, uma compilação, e exclusivamente no-vas músicas da banda que transpor-ta uma insinuação do seu completo trabalho. É uma redefinição dos seus maiores hits, que serve como lembre de que eles fizerem para que pos-sam se superar. Se você ainda não ouviu ‘Scenes from Hell’, eu vou te dizer uma coisa, é algo surpreenden-te: com o lançamento Scenes from Hell e Hangman’s Hymn se encontra, uma retrospectiva, como pouco mais que uma planta, sempre crescendo.. IAN K. MENEZES

StryperMurder By PrideBig 3 Records

Pra não encher linguiça, vamos di-reto à conclusão: Murder By Pride é o melhor álbum do Stryper de to-dos os tempos. A energética faixa de abertura, Eclipse Of The Son, cujo trocadilho já entrega que estamos falando da banda de white metal, mostra todo o talento do vocalista e compositor Michael Sweet e do gui-tarrista Oz Fox. No final uma gran-de saideira na cozinha. 4 Leaf Clover traz riffs de puro heavy metal, com Tracy Ferrie espancando seu baixo, logo descamba para uma vocalização à la Bon Jovi, porém, nada que es-trague outra bela canção com uma ponte setentista e refrão marcante. Peace Of Mind é um cover da ban-da clássica Boston, que hoje traz o próprio Sweet como vocalista, único cantor capaz de reproduzir as notas altíssimas que antes foram do fale-cido Brian Delp. As guitarras ficaram a cargo do próprio líder da banda, Tom Scholz. Uma balada ao piano traz toda a categoria de Sweet, res-ponsável por todas as composições do álbum (exceto pela supracitada versão): tons altos, melodias vocais de bom gosto e uma letra melancó-lica que foge um pouco da temática cristã. The Plan se destaca mais uma vez pelo riff hard rock de Fox. Esta poderia estar em qualquer rádio, ta-manho o potencial comercial. Guitar-ras dobradas na faixa-título dão mais uma vez um toque anos 80 ao som da banda. Outra balada, desta vez bem mais alegre, I Believe mantém o pique. Embora a letra seja aque-la pregação pé-no-saco, “eu acredito n’Ele e Ele acredita em mim”, passa despercebida, sendo mais um des-taque. O vocal anasalado de Sweet mais uma impressiona. Run In You cai no andamento, mas não na qua-lidade, fazendo bom uso de piano e violão. Love Is Why, apesar de voltar aos riffs oitentistas, é simplesmente irmã-gêmea da canção anterior, se difere por ser mais uptempo. Mercy Over Blame traz belos solos de gui-tarra e um refrão muito legal, com backings lá no alto. Nela Sweet solta agudos de apertar os bagos em seu

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final. Everything remete à própria 4 Leaf Clover, riff, baixo e vocal, dei-xando um clima tenso até a entra-da da bateria de Kenny Aronoff. Pra fechar a pesada, mas midtempo, My Love (I’ll Always Show), uma can-ção de arena. Embora as letras so-fram daquela síndrome de rebanho característica do white metal, Murder By Pride é um álbum de hard/hea-vy com altas doses de anos 80 sem soar datado. A técnica dos músicos é também algo a se enfatizar. A capa, que mais parece de uma banda de thrash metal oitentista, foi feita por um brasileiro que venceu um concur-so promovido pelo próprio Stryper. Esqueça a indumentária “amarelo e preto” e dê uma chance aos caras, afinal, não é isso que eles pregam? DIEGO N. VIANNA

HIMScreamworks: Love In Theory And PracticeSire

“Eu estou morrendo de medo de me apaixonar” - admite o vocalista Ville Valo na faixa ‘Scared To Death’. Para entender a ironia dessa declaração, você conhecer HIM e ter ouvido al-guns álbuns da banda. Ao longo da sua carreira, HIM vem criando álbuns que giram em torno de temas líricos como trevas, vampiros e amor.Com cada álbum que eles lançam, eles se aproximam difernentemente da música. Com “Screamworks: Love In Theory And Practice” eles recuam do som mais distorcido e agressivo que foi o seu último lançamento em 2007, Venus Doom. No lugar disso, a banda optou por descer em uma rota comercial, que faz lembrar os albuns da banda nos anos 90. A primeira coisa que os ouvintes vão ver ao ou-vir esse álbum ou todos os álbuns do HIM, é o distindo jeito de Ville Valo de conduzir as músicas; em muitas par-tes, o álbum soa pop, punk e lamen-tavelmente, o vocal masculino soa realmente estranho quando coloca-do sobre esse tipo de música. Tome como exemplo a faixa “Heartkiller”: após os riffs de guitarra, segue um refrão razoavelmente cativante, Ville Valo inicia: ‘Baby, baby, I’ll be a fla-tliner for a heart killer’. Em essência, a banda soa como se eles estivessem tentando chegar em áreas que ban-das tipo We The Kings e All Time Low chegam. Instrumentalmente, HIM é excelente, isso é indiscutivel. Os ri-ffs de guitarrs de Mikko Lindstrom e Mikko Paanenan conseguem fazer um ótimo trabalho e em seguida a dupla entra com dignos solos em al-guns faixas. O foco está definitiva-mente em Ville Valo, no entanto não podemos deixar de notar a fantás-tica batéria que enche o seu ouvido enquanto você ouve “Screamworks: Love In Theory And Practice”. A me-lhor parte do álbum é definitvamen-te quando o vocal solta um poderoso uivo em faixas como ‘Ode To Solitu-de’ ou ‘Like St. Valentine’. Ville tem uma voz fantástica e é razoavel con-

cluir que o cantor finlandês poderia ter tido uma excelente carreira em qualquer banda do metal extremo. IAN K. MENEZES

Native WindowNative WindowRed

Enquanto o Kansas se mantém na ativa apenas nos palcos, os mem-bros de sua banda (exceto o vocalis-ta Steve Walsh) brincam em estúdio com o projeto Native Window. O re-sultado é este álbum auto-intitulado, voltado às raízes country da banda (cortesia do violinista David Ragsda-le) e livre do elemento progressivo. Faixas como Money, Still (We Will Go On) e Surrender cairiam como uma luva em todas as rádios pop rock e country. O apelo comercial é extre-mo, as letras simples e as melodias altamente assoviáveis. Blood In The Water possui uma abordagem mais blues, onde se destacam as guitar-ras de Richard Williams. A voz suave e afinadíssima do baixista Billy Gre-er - que durante as folgas do Kansas também comanda a banda de AOR Seventh Key - faz este álbum brilhar, tanto que até emprestou a faixa An Ocean Away daquele projeto; obvia-mente ficaria impossível superar a versão original, um suprassumo do AOR, pois a introdução aqui refeita lembra muito aquela coisa ridícu-la “êêê, Macarena”! Miss Me é mais densa, uma semi-balada com mais violinos à frente. The Moment fecha o álbum com alegria total, destacando o ecletismo do baterista Phil Ehart. Enfim, Native Window representa as férias do Kansas, sendo menos sisu-do, mais descontraído e sem com-promisso algum. Ótimo para curtir no verão. DIEGO N. VIANNA

MarillionLess Is MoreEagle

Utilizando-se da máxima de que “me-nos é mais”, a lendária banda de prog rock britânica Marillion lança um ál-bum com versões “nuas” de sua fase pós-Fish. Totalmente livre de arran-jos complexos e tecnológicos, o tra-tamento acústico e despojado - uma contradição ao estilo do grupo - ape-nas reforça a capacidade do Marillion de ainda se reiventar. Interior Lulu, por exemplo, traz nuances ainda mais dramáticas. O trabalho do su-bestimado guitarrista Steve Rothery é de tamanha sensibilidade que nos faz pensar por que diabos nunca foi citado nas famigeradas listas de “me-lhores guitarristas”. Embora odiado

pelas viúvas de Fish, Steve Hogarth (ou apenas H para os íntimos) canta muito, vide a esquisitona If My Heart Were A Ball e a emocionante This Is The 21st Century. Os pianos de Mark Kelly também dão o apelo dramá-tico necessário às letras introspec-tivas de H. A cozinha nas mãos de Pete Trewawas e Ian Mosley merece menção honrosa, sempre em ótimo desempenho. A clássica Out Of This World, de Seasons End, nem pare-ce que foi composta há exatos vinte anos! It’s Not Your Fault é o único tema inédito e não menos brilhante. Pra resumir, são canções que os fãs já estavam há muito tempo familia-rizados, porém, com uma nova rou-pagem. Um clichê estético, sim, mas que agradará pelo menos aos menos radicais. DIEGO N. VIANNA

Mr. BigBack To BudokanFrontiers

As viúvas do Mr. Big só podem co-memorar! Após o anúncio da volta ano passado depois de sete anos pa-rada, a banda não perdeu tempo e já gravou o duplo ao vivo Back To Budokan no Japão, país onde nunca deixou de ser grande (big!). Em que pese a argumentação de que por trás de toda reunião o dinheiro é que fala mais alto, o que se vê neste álbum são quatro músicos estelares ávidos por tocar com tesão. Em meio a te-mas hard rock da melhor qualidade, ainda sobra espaço para improvisa-ções dos talentosos Eric Martin (vo-cais), Billy Sheehan (baixo), Paul Gilbert (guitarra) e Pat Torpey (bate-ria). Destaques? O álbum todo! Cita-rei, como fã, apenas aquelas canções de gosto mais pessoal: Take Cover, Green-Tinted Sixties Mind, Alive And Kickin’, a nova Next Time Around, Promise Her The Moon, o mega-hit To Be With You, além das duas fai-xas inéditas de estúdio (a já citada Next Time Around e Hold Your Head Up). De ruim apenas o desnecessá-rio cover de Smoke On The Water do Deep Purple, mas com tantas outras canções, nada que ofusque este do-cumento histórico (que também saiu em DVD). DIEGO N. VIANNA

Acacia AvenueAcacia AvenueLion Music

Acacia Avenue, metáfora britâni-ca para subúrbio, é o novo projeto do guitarrista dinamarquês Torben Enevoldsen (Section A, Fatal For-

ce) que traz uma miríade de voca-listas como o conhecido Tony Mills (TNT, Shy) e os nem tanto Geir Rönning (Radioactive, Prisoner), Torben Lysholm (Pangea, Myste-rell) e Lars Säfsund (W.O.A.). Ene-voldsen, além de tocar guitarra, compôs, produziu, fez os backing vocals, cantou duas faixas e ain-da tocou baixo e teclados. Carsten Neumann (Savage Affair) também deu uma mãozinha no baixo e a bateria ficou a cargo de Thomas Heintzelmann (Section A). O ál-bum abre com Don’t Call Me To-night, co-escrita por Mills. Solos virtuosos de guitarra, uma bateria enjoativa e vocais altíssimos per-meiam esta faixa, um hard rock melódico cheio de clichês. Uma péssima maneira de abrir um CD. A coisa melhora em Hold On no que tange aos vocais de Rönning, mais contido, mas com alguns trejeitos à la Glenn Hughes/Joe Lynn Tur-ner. O refrão é bom e as guitarras mais sujas. Porém, a melhor can-ção de todas é a próxima: An Illu-sion. Uma introdução com teclados e vocais de Säfsund, vocalista que se saiu melhor de todos, mas que curiosamente cantou apenas esta! Feeling total, uma letra sobre de-silusão amorosa sem soar bre-ga e refrão totalmente Toto fase Isolation. O hardão vanhaleniano (cortesia dos riffs e tappings) de Jamie’s In Love traz os vocais do próprio mentor da empreitada. O cara se sai tão bem que poderia ter dado conta de todo o traba-lho, fato que deixaria este álbum sem essa cara de balaio de gatos. Can’t Make You Stay é aquela can-ção mid-tempo AOR nos moldes do Journey. Os vocais ficaram com Lysholm, bem encaixados. Mad Antenna põe tudo a perder, pois trata-se de um tema instrumental onde sobra espaço para Enevold-sen solar à vontade. Mills volta em Wait No More, um light metal xa-rope que em nada acrescenta. No Looking Back, outra parceria com Rönning, melhora. Um dedilhado limpo muito interessante caracteri-za esta bela canção. As influências de Eddie Van Halen voltam em Just Wanna Be With You, com as letras e vocais a cargo de Lysholm outra vez. Mais um refrão empolgante e totalmente oitentista. Let Go traz uma introdução completamente à la Deep Purple, segunda canção em que o dono da bola canta. Pra fechar Digging, outra boa faixa calcada no piano, com vocais de Rönning e um solo virtuosíssimo de guitarra. Acacia Avenue peca pela irregularidade do estilo e pela “promiscuidade” no quesito vocal. Se mantivesse apenas uma das vozes e uma eventual participa-ção especial, tudo bem, mas cinco cantores diferentes em onze fai-xas parece coletânea! Porém, vale a pena conferir exclusivamente An Illusion, Jamie’s In Love, Can’t Make You Stay, No Looking Back, Just Wanna Be With You, Digging e ignorar o resto. Só leva 7 porque An Illusion é demais! DIEGO N. VIANNA

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BorknagarUniversalIndie Recordings

Finjamos por alguns instantes que, nas próximas linhas, analisaremos o primeiro disco de uma banda to-talmente desconhecida do público mundial. A banda, oriunda da Norue-ga, nos apresenta uma mescla mui-to bem feita entre o Black Metal, o Death Metal, partes em que a pega-da Thrash Metal se faz bem presente nas guitarras e uma habilidade enor-me em encaixar a música progressi-va com primazia dentro de cada um desses segmentos. Finjamos ainda que, nessa mesma banda, temos um vocalista também desconhecido do grande público que se mostra alta-mente flexível em momentos em que sua técnica é exigida, alternando mo-mentos muito fortes e raivosos, com momentos mais melodiosos que ape-lam para o lado “sentimental” que de-terminados momentos das músicas exigem. Agora, vamos à análise dos fatos: essa suposta banda nova cum-pre extremamente bem a sua tarefa de agradar com a “mistureba” citada acima, o que a faz começar a somar bons pontos pelo simples (e super importante) fato de, logo no primeiro lançamento, adquirir sua identidade. Novos pontos são somados quando analisamos a desenvoltura e habili-dade de todos os instrumentistas ao executarem seus instrumentos (nes-se último ponto, percebamos a sur

65daysofstaticWe Were Exploding AnywayHassle Records

Quando eu descobri que 65daysofs-tatic ia abrir para The Cure na turnê dos Estados Unidos eu fiquei bastan-te confuso. The Fall of Math é um dos meus álbuns favoritos da década. Desde de então, foram muitas ten-tativas de recriar esta obra de arte. Embora produzindo algumas grandes canções, nenhum dos seguintes ál-buns chegará perto do nível de coe-rência e excelência do primeiro tra-balho. A turnê com The Cure marca definitivamente a transição no esti-lo da banda e na sua estética. Ape-nas um mês antes da turnê começar, 65daysofstatic lançou um EP com dois remixies da música ‘The Distant and

The NationalHigh Violet4AD

Eles existem em um gênero, onde é notório por ser generoso e desprovi-do de qualquer tipo de imaturidade, onde a úsica tem perdido todo seu apelo clássico e relatividade em favor das idéias abstratas e eletrônica. The National merece o crédito por lançar três discos perfeitos que, alguns me perdoem dizer, quase sem falhas, de-talhando perfeitamente como é cres-cer musicalmente, algo que o resto da comunidade indie quer que você acredite que nunca tiveram que fa-zer. Você poderia imaginar uma ban-da com letras bestas, fazendo-a soar como se fosse mais inteligente do que nunca? Isso é exatamente o que The National faz. Na verdade, é até duvidoso que qualquer outra banda indie, sequer considere escrever le-tras como as dessa banda. Você po-deria dizer que é preciso coragem para ele fazer essas coisas, se ele não fazê-las tão habilmente e indi-ferente. Diga o que quiser, mas não há nenhum muro para cobrir o que os músicos sentem. Acima de tudo, eu nunca senti como se The Natio-nal estivesse mentindo como outras bandas indie fazem, e é por isso que eles se destacam. Não há uma única música ruim no álbum e quando as pessoas dizem coisas como essa que parece implicar que ainda existem al-guns fracassos, aqui e ali. Mas ‘High Violet’ é literalmente sem momentos fracos. Qualquer pessoa familiariza-da com a forma como The National trabalha, não será surpreendido por isso, mas ainda é uma façanha im-pressionante, pois eles são bastantes profundos em sua carreira. IAN K. MENEZES

Mechanized Glow of European Dance Parties’, juntamente com duas outras faixas inéditas. O que mais chamou atenção nas faixas e no EP, foi o pri-meiro remix que levou fez um tre-mendo sucesso totalmente inespe-rado. Mais tarde lançado um álbum ao vivo, intitulado ‘Escape From New York’ focado no material antigo apre-sentou dois jams com base e techno e drum n’ bass. Parecia que a banda estava pronta para finalmente sair do rótulo de post-rock que se ressente tanto. Agora, em 2010, em uma dé-cada nova, a banda lança ‘We Were Exploding Anyway’ um álbum que definitvamente supera o seu primei-ro trabalho, ‘The Fall of Math’. O novo trabalho desses britânicos remove completamente todas as têndencias do Math Rock e os únicos sons glitch apaarecem como pequenas nuances por trás de tudo. A imprensa cita no-vas influências, incluindo Daft Punk, House e IDM - o que faz uma enorme diferença no estilo de composição da banda. Em vez de se focarem em ri-ffs poderosos e repartições comple-xas, o álbum centra-se em um con-traste dinâmico com uma melodia memorável e até ritmos dançantes. Em alguns aspectos, a banda está bastante voltada para o Post-Rock. A peça central do álbum é ‘Come to Me’ com a participação de ninguém menos que Robert Smith da famosa banda The Cure, a faixa cresce or-ganicamente como qualquer uma em todo o álbum. Desde dos primórdios do ambiente, finalmente caindo em um ritmo perceptível, ‘Come to Me’ é facilmente a faixa mais Post-Rock composta pela banda. O que faz o álbum ser tão impressionante é que apesar de muitos tipos diferentes de som, eles fazem tudo com sabor e consistência. Eu espero que a banda cresça a partir daqui, e faça um som equivalente a um novo ‘The Fall of Math’. IAN K. MENEZES

AvantasiaThe Wicked SymphonyNuclear Blast

Como todos nós sabemos, muitas pessoas odeiam Power Metal. Pra ser sincero, eu entendo o porquê de todo esse odio, mas eu fico bastan-te irritado quando ninguem da uma chance e julga bandas como Dragon-force e Blind Guardian; ambas, são fabulosas, por sinal. Durante a últi-ma década, muitas bandas de Power Metal abandonaram as raízes do gê-nero: as guitarras melódicas harmo-nizadas, os vocais crescentes, a adi-ção de sintetizadores revolucionou o gênero, adicionando outro elemento para a música e até mesmo trazen-do em orquestras, construindo assim um álbum genial.. ou um álbum hor-rivel. Para aqueles que não sabem, Avantasia é um projeto paralelo do vocalista do Edguy, Tobias Sammet. Agora, eu não sou lá grande fã de Edguy, mas fiquei intrigado com este projeto paralelo, porquê vi Roy Khan do Kamelot cantar uma música. Des-

sa forma, eu acabei verificando a banda mais a perto. Agora falando do novo álbum, The Wicked Symphony. Bem.. o que eu posso dizer? É épico, é bombastico, muito bem produzi-do, o álbum não peca enquanto ain-da estiver tocando. Primeiro, deixe-me falar sobre a instrumentação real do álbum. Tobias conseguiu arranjar pessoas incríveis para o Avantasia e não para por aí.. ele pegou músicos de grandes bandas do nome do Po-wer Metal, como Rhapsody of Fire, Kamelot e Edguy. Ele até conseguiu algumas pessoas que tocaram com Kiss e Alice Cooper. A bateria e o bai-xo são excepcionais para um álbum do gênero. Faixas destaques como “Forever is a Long Time” e “Scales of Justice”, mostram as pessoas que este é realmente um álbum de me-tal. Infelizmente, a guitarra é o que peca neste registro. Há momentos em que as guitarras são capazes de dar a todos os amantes de guitarra e headbangers o que eles precisam, especialmente em “Scales of Justice”. As vezes, essas bandas só precisam baixar o tom da misturas das coisas de orquestras e as guitarras vão ga-nhar mais espaço, embora isso seja um metal orquestral. Vamos parar par pensar sobre isso, o foco não é nas guitarras, bateria ou orquestra, a magia acontece é nos vocais. Quan-do você tem um álbum com voca-listas como Tobias Sammet, Jorn Lande, Russell Allen, Michael Kiske, e Tim Owens, é bom que isso seja bom. Tobias tem se superado para obter um dos melhores vocalistas do planeta para cantar neste álbum.. e superar assim todos os outros álbuns do Avantasia. Iniciando com a faixa-titulo, são quase 10 minutos com To-bias, Allen e Lande trocando vocais para criar uma das melhores perfor-mances em vocais do Power Metal. É genial, quando eles cantam no re-frão, é uma das coisas mais épicas que eu ouvi em muito tempo. Com este lançamento, eu sinto que vai ser um ano maravilhoso para o Power Metal. IAN K. MENEZES

Orphaned LandThe Never Ending Way of ORwarriORCentury Media

Se fóssemos delimitar um divisor de águas no Orphaned Land, tranquilamente, o álbum “Mabool: The Story of Tree Sons of Seven” seria o cajado de Moisés da banda. Com esse novo lançamento a banda chega a um patamar nunca antes alcançado por bandas do Oriente Médio, o status de “Banda Gran-de” e o de criadora e modificadora do que convencionou-se chamar de Oriental Metal. Deixando rótulos de lado, “The Never En-ding Way of ORwarriOR” é, definitivamente, mais um disco que vai entrar pra história da banda. Mais uma vez os israelenses apos-tam em um disco conceitual tratando da parte religiosa, hipócrita, positiva e espiritu-al da humanidade. Longe de ser considerada uma banda de White Metal, os israelenses fazem do tango entre Deus e o Diabo, uma característica única entre as bandas de me-tal no mundo. Apesar das muitas misturas existentes na música dos israelenses, eles não conseguem perder o rumo, acertando

na dose certa de cada composição. O exem-plo maior disso, nesse novo disco é a faixa “The Warrior”, que consegue mesclar mui-to bem o sentimentalismo proposto na letra com a atmosfera da música oriental, sem perder o foco no Doom Metal, raiz da ban-da. O álbum é composto por 15 faixas que nos fazem questionar como seria o mundo se as religiões e as “não-religiões” conse-guissem viver em perfeita harmonia e nos remete à um mundo onde a tolerância seria peça-chave no que desejamos e idolatramos como paz mundial. Musicalmente falando, é um disco muito experimental, principalmen-te pelas mudanças de compasso presentes com muito mais freqüência do que nos dis-cos anteriores. Como se as qualidades do disco, por si só não bastassem, a produção de Steven Wilson (Porcupine Tree, Opeth, dentre outras) não deixa a desejar em ne-nhum momento do disco e faz com que tudo seja percebido mais nitidamente no que tange o lado instrumental do disco. Se em “Mabool” a bateria foi um grande problema na edição final, em “The Never Ending Way of ORwarriOR”, todos os empecilhos criados foram resolvidos e aperfeiçoados. Fica difí-cil destacar faixas pelo fato de ser um disco conceitual e as faixas estarem interligadas intrinsecamente. Porém, as que mais mos-tram a cara do trabalho dos israelenses são bem vistas: “Sapari”, “From Broken Vas-sels”, “The Warrior”, “Codeword: Uprising”. As de difícil aceitação por parte do público novo (sim, esse disco e a divulgação feita em cima dele, vai render muitos novos fãs aos rapazes de Israel) ficam por conta da Saga “The Path” (dividida em duas partes). Vai soar estranha a mudança excessiva de compassos, fazendo com que a música se embaralhe na cabeça do ouvinte em alguns momentos. E esse é talvez o único problema do disco. No mais, como era de se esperar, mais um disco maravilhoso dos israelenses. BRUNO THOMPIS

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preendente performance do bateris-ta Asgeir Mickelson). Para esse pri-meiro disco dessa banda, daríamos uma nota 9, que seria justíssima e sem dúvida alguma. Agora voltemos à realidade e analisemos o disco Uni-versal da banda norueguesa Borkna-gar, que já tem quase 1 década de estrada e 6 discos lançados: Vinter-sorg se supera em todos os pontos, do começo ao fim do disco, Ostein G. Burns continua um dos maiores ma-estros dentro do metal pesado, além de continuar sendo um dos maiores garimpeiros do metal mundial (ele quem descobriu jóias como o bai-xista Vortex, o próprio Vintersorg, e dentre diversos outros que participa-ram de todos os seus projetos mu-sicais ao longo de mais de 20 anos de carreira), a banda continua toda aquela evolução progressiva inicia-da no disco Quintessence (2000), só que agora com mais intensidade. A grande verdade é que os músicos do Borknagar sempre surpreendem com cada tema de disco lançado, além de se mostrarem bastante perfeccionis-tas nos instrumentos. Destaques são facílimos de serem apontados devi-do à grande capacidade das músi-cas soarem diferentes e empolgan-tes ao mesmo tempo. Quer analisar a essência do Borknagar e entender o que eu falo da voz do Vintersorg? Fique de olho na faixa de abertura “Havoc”, em “For a Thousand Years to Come” e a quase balada “My Do-main”. Obrigado pela volta, Vortex!!P.S: Não curte passagens mais viaja-das nas músicas? Corra longe desse disco. BRUNO THOMPIS

Blaze BayleyContraBlaze Bayley Records

Minha segunda maior surpresa musi-cal de 2010. Primeiro por que o Bla-ze nunca me convenceu com aque-la voz “épica” dele, depois pelo fato de ele não ter lançado um disco solo que pudesse elevar o nome dele a um patamar mais alto que uma es-cada de 4 degraus. Com Promise and Terror, o tão sonhado “disco ótimo”. Quer chegar à esse fator comum? Siga a seguinte fórmula: X + Y –Z . N + P = 10, onde X são os riffs ex-tremamente bem trabalhados e fo-gem quase que totalmente daquela coisa sem graça que virarem os riffs de bandas de Power metal da década passada, Y são as passagens e para-das de baixo que conseguem sempre dar um peso maravilhoso ás músicas fazendo às vezes com que você nem pense que está escutando um disco do Blaze, aquele Blaze. Z são as par-tes forçadamente horríveis em que o Blaze esboça um prolongamento de tom na sua voz. N são as passagens totalmente precisas da bateria que, disso não posso e nunca vou recla-mar, mostra técnica onde é preciso e espancamento sonoro onde é cabí-vel. E P são todas as partes em que a voz do grande Blaze se encaixa per-

feitamente em cada música. Surpre-endente. Watching The Night Sky, 1963 (minha preferida), City of Bo-nes e Letting Go of The World. Deixo bem claro que escolhi essas por sim-ples hábito de escolher algumas à in-dicar, mas o disco é muito completo. Recomendadíssimo! Pensarei e escu-tarei mais umas 20 vezes para saber se ele merece entrar no meu Top5 de 2010. BRUNO THOMPIS

UgangaVol 3: Caos, Carma e ConceitoIndependente

Turnê nacional bombando, turnê in-ternacional confirmada, datas e mais datas confirmadas, boa divulgação do trabalho em diversos meios. Esse é o retrato do novo underground brasileiro. E ninguém melhor para mostrar isso do que os rapazes do Uganga. Motivos? Primeiro: fazer música não acessível à grande mas-sa e indo totalmente contra a moda do screamo/metalcore internacional. Segundo: cantar em português sem perder a pegada brutal e fazer todas as músicas soarem (em questão fo-nética) bastante agressivas. Tercei-ro: “dar a cara a tapa” usando um dos estilos que menos convém com o metal (Hip-Hop) para conseguir dar mais peso e identidade à banda. São inúmeros os pontos, vou parar por aqui, senão esse “bate-papo” infor-mal com você, leitor, fica cansativo. A questão é que o Uganga sempre me surpreendeu desde a primeira audição que tive via myspace oficial (http://www.myspace.com/ugan-ga). E o que realmente me fez ver a banda com olhos diferentes foi a ca-pacidade de ser liricamente madura e musicalmente desconexa. Abordar temas filosóficos mesclados a fatos corriqueiros e conseguir arrumar um espacinho para temas conceituais é muito satisfatório para o fã da músi-ca, seja ela qual for. Ter influências da música local e saber mesclá-las ao peso tradicional do crossover ameri-cano e, como já foi dito acima, “dar a cara a tapa” alocando o hip-hop nesse meio, também é outro fator que anima o verdadeiro fã da música em geral. O resultado não podia ser diferente: um disco extremamente pesado, muito bem gravado (para a nossa realidade, lógico), mixagem muito boa, e uma banda que, apesar de jovem (com exceção do vocalis-ta Manu Henriques – o mesmo Joker dos tempos de Sarcófago), conse-gue soar extremamente madura e convicta do que faz. “Caos, Carma e Conceito” está, sem dúvida, entre as minhas grandes surpresas de 2010 (junto dos rapazes do Uganga está o novo disco do Pernambucano Otto e o novo disco do ex-maiden Blaze Bayley). Que o corrente ano conti-nue trazendo bons e pesados ventos como este soprado pelos rapazes do Uganga. Maravilhoso disco. Desejo a eles, muita competência e sabedoria nessa turnê europeia que se aproxi-

ma. Dicas de músicas? Que tal co-meçar com a conceitual, “O Primeiro Inquilino”? Ou a pancada “Fronteiras da Tolerância”? Ou que tal a caden-ciada e repleta de ótimos riffs: “Meus Velhos Olhos De Enxergar O Mal (2 Lobos)”? Escolha, é um disco inte-ressantíssimo! BRUNO THOMPIS

Unlit FaceMy SeasonsIndependente

Inovador e com um pé em dois es-tilos distintos: de um lado o Death Metal Melódico que nos mostra uma banda bem melodiosa e firme quan-do o assunto é pancadaria e do ou-tro, uma banda que carrega todas as influências vocais de Rafael Basso, um típico vocalista de Doom Metal. Essa mistura teria tudo pra soar no mínimo estranha (e realmente soa), mas ai entra o fato interessante da musicalidade do Unlit Face que se traduz nas palavras de Rick Bonadio: “Quanto mais sua música se parecer com algo que já existe menores se-rão suas chances de sucesso”. Não que o saudoso Rick Bonadio seja “o produtor musical tupiniquim” a ser respeitado, afinal de contas, ele nos “presenteou” com Fresno e NxZero em menos de um ano.Voltando ao disco, o que notamos nisso tudo é a diferença gritante existente entre as partes mais pesadas do disco que tendem sempre a soar como um De-ath/Doom Metal, e as partes conven-cionais do Death Metal Melódico.My Seasons e Wrong Enemies demons-tram isso muito bem! O único pon-to negativo é que eu esperava bem mais do vocal de nosso amigo Rafael Basso. Mas o que podemos ver é que há uma adaptação de um segmento ao outro dentro do metal, segmentos estes que exigem técnicas diferen-tes. É questão de tempo (muito pou-co) até Rafael encaixar seu melhor vocal. Espero ver a Unlit Face em breve, com seu debut lançado! Po-tencial pra isso eles tem: ainda bem que na Suécia não é costume desco-brir NxZero e Fresnos! BRUNO THOMPIS

Arch EnemyThe Root of All EvilCentury Media

O Arch Enemy, desde meados da úl-tima década, dispensa comentários, sem contar o fato de que a banda trouxe à tona todo o desejo femi-nino de tomar um espaço maior e mais abrangente dentro do metal, que antes estava restrito à lirismo e

vozes melodiosas. Mesmo não sendo a primeira mulher a se arriscar com vozes guturais, Angela Gossow to-mou o posto de Metal-Woman para si, desmistificou essa coisa da fragili-dade feminina na música e expandiu os horizontes musicais ao mostrar ao mundo o poderio agressivo de sua voz, mesclado ao som enfurecido e por volta melodioso do Arch Ene-my. Partindo daí, com a banda tendo emplacado diversos sucessos, uma compilação é sempre complicada de se fazer, principalmente pelo fato de ter que agradar os fãs, e essa é a ta-refa crucial deste tipo de disco. Dado isso, o disco pode ser considerado como ótimo, haja vista que somen-te faixas dos três primeiros discos da banda foram incluídas, contrário do que aconteceu com o disco lan-çado também em 2009 “Manifesto of Arch Enemy”, que incluía somente as faixas da “nova fase” da banda. Não há muito o que acrescentar sobre uma compilação se você for fã. Para os que não são fãs e gostariam de conhecer o trabalho antigo do Arch Enemy, esse é um ótimo bonde para se pegar. Clássicos como Bury Me An Angel, Bridge of Destiny, The Immor-tal e Beast of a Man, foram incluídos com muita sabedoria. É, é uma com-pilação. Pro ano de 2009 não passar batido pra gravadora e nem pra ban-da, foram duas ótimas ideias. BRUNO THOMPIS

Rotting ChristAealoSeason Of Mist

Rotting Christ é uma daquelas bandas que teve excelentes lançamentos em 20 anos de banda. O seu último álbum, lançado em 2007, Theogonia, foi seu maior destaque mesclando black e death metal e expe-rimentando várias influências da musica grega e outros gêneros no metal. Isso re-frescou os ouvintes, virou uma paixão e eles continuaram excelentes. Em Aealo, a banda tenta manter este curso, mas ape-nas tem êxito em algumas coisas. Após a primeira escurta, Aealo soa muito mais simples do que o último álbum, mas com o tempo, você pode distuingir pequenos pe-daços escondidos no mais profundos dos instrumentos.. alguns instrumentos são frequentementes utilizados, para acres-centar uma atmosfera para as músicas, soando assim simples ou apenas servem como uma cama extra para se fundir com o resto da música. Embora elas não sejam tão boas quanto no Theogonia, o álbum conta com algumas surpresas interessan-tes escondidas, o ouvinte irá encontrar vários pontos altos do último no Aealo. O álbum está repleto de riffs de guitarra variados que parecem ter pequenas influ-ências de todo o lugar. De vez em quan-do a banda adiciona alguns instrumentos tradicionais gregos, como o tsabouna para complementar a outros instrumentos, mas acabam usando pouco mais de 5% do ins-trumento.. algumas músicas dão até um sentimento de orgulho nacional que só é acentuada pelas letras gregas. Alguns vo-cais femininos também são usados e eles se familiarizam muito com Rotting Christ, essa incorporação faz a banda crescer.. Apesar do Aealo não ser tão bom quanto o último álbum da banda, é um forte álbum na carreira do Rotting Christ! IAN K. MENEZES

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