síndrome nefrótica

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Síndrome Nefrótica Internato em Pediatria Letícia Vieira e Silva www.paulomargotto.com.br Brasília, 31 de março de 2014

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Síndrome Nefrótica. Internato em Pediatria Letícia Vieira e Silva www.paulomargotto.com.br Brasília, 31 de março de 2014. Síndrome Nefrótica. Definição : - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Síndrome Nefrótica

Síndrome Nefrótica

Internato em PediatriaLetícia Vieira e Silva

www.paulomargotto.com.brBrasília, 31 de março de 2014

Page 2: Síndrome Nefrótica

Síndrome Nefrótica Definição:

Conjunto de sinais, sintomas e achados laboratoriais que se desenvolvem quando ocorre aumento patológico da permeabilidade dos glomérulos às proteínas, levando à proteinúria maciça.

Caracteriza-se por: Proteinúria >3,5g/24h ou >50mg/kg/24 na criança. Hipoalbuminemia. Edema. Hiperlipidemia / Lipidúria.

Page 3: Síndrome Nefrótica

Epidemiologia É essencialmente uma doença pediátrica.

15 x mais comum em crianças que em adultos

A maioria dos casos ocorre entre 1 a 8 anos, com pico de incidência aos 3 anos.

É 2x mais frequente no sexo masculino nos primeiros anos de vida.

Page 4: Síndrome Nefrótica

Etiologia Primária / Idiopática

Glomeruloesclerose focal e segmentar Glomerulopatia membranosa Doença por lesão mínima – 85% nas

crianças. Glomerulonefrite membranoproliferativa Glomerulonefrite proliferativa mesangial

Page 5: Síndrome Nefrótica

Etiologia Secundária

Infecções Medicamentos Neoplasias Doenças multissistêmicas – DM; Amiloidose. Distúrbios hereditários

Page 6: Síndrome Nefrótica

A Proteinúria Faixa nefrótica >50mg/kg/dia em crianças.

Proteinúria >2g/dia = Glomerulopatia.

Não Seletiva Fendas de filtração Barreira de tamanho, impedindo a filtração de

macromoléculas.

Seletiva Carga negativa da membrana basal Barreira de carga

Page 7: Síndrome Nefrótica

Hipoproteinemia Hipoalbuminemia

É a principal proteína do plasma, responsável pela pressão oncótica.

Devido à perda de proteínas na urina, seus níveis plasmáticos diminuem.

Há estimulação da síntese hepática, porém de forma não compensatória.

Antitrombina III Hipercoagulabilidade.

Page 8: Síndrome Nefrótica

Hipoproteinemia Globulina de ligação de tiroxina (TBG)

Falsamente hipofunção tireoidiana.

Proteína fixadora de vitamina D Hipoparatireoidismo secundário e doença óssea.

Transferrina Anemia hipocrômica e microcítica resistente à

reposição de sulfato ferroso.

Imunoglobulinas e fatores do complemento Predispões à infecção por bactérias encapsuladas:

Streptococcus pneumoniae.

Page 9: Síndrome Nefrótica

Edema Sempre que houver um aumento importante da

pressão hidrostática, empurrando o líquido para fora do capilar com relação à diminuição da pressão oncótica, por efeito da hipoalbuminemia.

Edema intenso, mole, frio, depressível, podendo evoluir para anasarca.

Pode ocorrer ascite, derrame pleural e genital.

Page 10: Síndrome Nefrótica

Hiperlipidemia Hipercolesterolemia, com aumento de LDL.

Devido ao aumento da síntese hepática de lipoproteínas, estimulada pela queda da pressão oncótica induzida pela hipoalbuminemia.

Lipidúria, resultante do aumento da filtração glomerular de lipídios.

Page 11: Síndrome Nefrótica

Diagnóstico Clínico e laboratorial:

Proteinúria maciça ≥ 40 mg/h/m ou 50 mg/kg/dia

Hipoalbuminemia ≤ 2,5 g/dL Edema Hipercolesterolemia / Lipidúria

Níveis de colesterol total, triglicérides e lipoproteínas elevados

Page 12: Síndrome Nefrótica

Diagnóstico Exames laboratoriais

Hematúria em 25%, geralmente microscópica

Hipergamaglobulinemia na síndrome nefrótica idiopática Pode ser indicativo de patologia secundária

subjacente

O complemento apresenta-se normal (C3 e C4)

O valor da creatinina sérica é normal, mas pode estar aumentado devido à perfusão renal diminuida

Page 13: Síndrome Nefrótica

Diagnóstico Indicações de biópsia renal:

Crianças entre 2 e 7 anos de idade sem resposta à corticoterapia após 4 a 8 semanas de tratamento.

Recidivas persistentes por mais de 12 a 18 meses do diagnóstico; As recidivas são mais frequentes nos primeiros meses.

Adolescentes (menor chance de ser LHM); No geral crianças com mais de 8 anos podem receber

tratamento para avaliar sua córtico-sensibilidade ou serem biopsiadas.

SN no 1º ano de vida; Deve ser realizada antes do início do tratamento.

Complemento sérico baixo. Pois esse dado exclui LHM.

Page 14: Síndrome Nefrótica

Tratamento Tratamento inespecífico

Edema Restrição sódica Quando necessários diuréticos tiazídicos, como a

hidroclorotiazida (2 a 5 mg/kg/dia) Evita-se a depleção de potássio usando reposição com

KCl (2 a 4 mEq/kg/dia) ou espironolactona (1 a 5 mg/kg/dia)

Nos casos resistentes pode ser associada a furosemida (2-5 mg/kg/dia)

Edemas volumosos e persistentes Infusão endovenosa de albumina a 20% (0,5-1 g/kg/dia)

associada a furosemida

Edemas refratários Associar albumina à furosemida em infusão contínua

Page 15: Síndrome Nefrótica

Tratamento Tratamento específico

Os corticosteroides são o tratamento de escolha Remissão da proteinúria em 90% dos casos

Esquema Prednisona diária (60 mg/m2, máximo 80 mg/dia, 3x/dia)

durante 28 dias

Caso tenha ocorrido remissão, 35 mg/m2 em dias alternados em dose única pela manhã por 6 meses, com diminuição progressiva da dose caso a remissão se mantenha

Em casos de recidiva voltar para o esquema diário

Page 16: Síndrome Nefrótica

Tratamento Resistência ao tratamento inicial

Utilizar pulsoterapia com metilprednisolona 30 mg/kg/dose, máximo 1 g, em dias alternados, 3 a 6 doses.

Caso remissão corticoterapia em dias alternados por 1 ano

Pacientes com recidivas frequentes Ciclofosfamida 2,5 mg/kg/dia, em tomada

única pela manhã por 60 a 90 dias, associada a corticoterapia em dias alternados por 1 ano

Page 17: Síndrome Nefrótica

Tratamento Efeitos colateais e cuidados

Depressão da medula, risco de infecções e neoplasia, cistite hemorrágica, alopecia e disfunção gonadal.

Outras opções em recidivas frequentes Levamisol, imunomodulador Ciclosporina Tacrolimo Micofenolato

Page 18: Síndrome Nefrótica

Complicações Infecões

Principal fator desencadeante das crises Principal causa de óbito

Fenômenos tromboembólicos

Insuficiência renal

Alterações hormonais e minerais

Crescimento anormal e nutrição

Crise nefrótica

Page 19: Síndrome Nefrótica

Prognóstico A resposta aos corticosteróides e a

freqüência das recidivas após a terapia inicial são os principais fatores prognósticos

Considera-se “eventualmente curada” Criança que permanece 5 anos sem crise e

sem medicação

Pacientes com Gesf apresentam potencial de evolução para IRC em 10 a 12 anos em média

Page 20: Síndrome Nefrótica

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