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SÍNDROME DE DOWN: DESENVOLVIMENTO BUCAL E UTILIZAÇÃO DA PLACA PALATINA DE MEMÓRIA CARNEIRO VL* ¹, SULLCAHUAMÁN JAG², FRAIZ FC³. 1 Mestre em Odontologia; 2 Aluna do PPG em Odontologia UFPR; ²Professor Odontologia UFPR³. Departamento de Estomatologia Programa de Pós-graduação em Odontologia da UFPR Curitiba/PR INTRODUÇÃO Os bebês com Síndrome de Down apresentam, em geral, hipotonia da musculatura, língua flácida e protruída e selamento labial insuficiente. A Placa Palatina de Memória (PPM), proposta por Castillo Morales, possui estimuladores para língua e lábios (Fig 1) que induzem o vedamento labial e a manutenção da língua dentro da boca levando a uma melhora da musculatura orofacial da criança e o desenvolvimento da respiração nasal (Fig 2). Deve ser usada no primeiro ano de vida, período de maior desenvolvimento do Sistema Nervoso Central e da boca. Este trabalho tem por objetivo discutir o tratamento de disfunção orofaciais, em crianças com Síndrome de Down, através de terapia de estimulação precoce e uso de PPM. DESCRIÇÃO DO CASO É apresentado um caso clínico de uma criança com S. Down que foi submetida ao tratamento com Placas Palatinas de Memória (PPM) dos 5 aos 15 meses de idade e foi acompanhada por uma equipe multiprofissional formada por dentista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, médicos entre outros até os 6 anos de idade. A primeira PPM foi instalada o mais precoce possível, aos cinco meses de idade e foram feitas as trocas regulares para acompanhar o crescimento facial até irromperem os primeiros dentes na arcada superior. A PPM foi usada por no mínimo 2 horas diárias e colocada, pelos pais, várias vezes ao longo do dia, por períodos curtos, enquanto a criança estava acordada (Fig 3). Aos 6 anos de idade a criança possuía dentição hígida e não apresentava alterações oclusais significativas possuindo bom vedamento labial, respiração nasal, fala clara e fluente com boa articulação das palavras e freqüentava a escola regular (Fig 4). CONCLUSÃO . No caso apresentado, a terapia utilizada permitiu um desenvolvimento orofacial adequado, harmônico e funcional. A utilização precoce da PPM pode ser um complemento valioso em programa multidisciplinar de atenção a pacientes com Síndrome de Down. [email protected] FOTO Este trabalho pode ser visualizado através do endereço www.pgodonto.ufpr.br 8 a 10% Fig 1 Placa Palatina de Memória Fig. 2 - Corte sagital da cavidade bucal de bebê com Síndrome de Down. Com e sem PPM na boca. Desenho: Brondo/Castillo Morales.Fonte: MORALES, RC. Terapia de regulação orofacial . Fig. 2 Bebê com Síndrome de Down com e sem PPM na boca aos 5, 6 e 10 meses de idade. Fig. 4 - VSS 6 anos e 5m. Oclusão, vedamento labial e respiração nasal adequados.

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Page 1: SÍNDROME DE DOWN: DESENVOLVIMENTO BUCAL E … · Desenho: Brondo/Castillo Morales.Fonte: MORALES, RC. Terapia de regulação orofacial. Fig. 2 –Bebê com Síndrome de Down com

SÍNDROME DE DOWN: DESENVOLVIMENTO BUCAL E

UTILIZAÇÃO DA PLACA PALATINA DE MEMÓRIA

CARNEIRO VL* ¹, SULLCAHUAMÁN JAG², FRAIZ FC³.1Mestre em Odontologia; 2Aluna do PPG em Odontologia UFPR; ²Professor Odontologia UFPR³.

Departamento de Estomatologia

Programa de Pós-graduação em Odontologia da UFPR – Curitiba/PR

INTRODUÇÃO

Os bebês com Síndrome de Down apresentam, em geral, hipotonia da musculatura, língua flácida e protruída e

selamento labial insuficiente. A Placa Palatina de Memória (PPM), proposta por Castillo Morales, possui

estimuladores para língua e lábios (Fig 1) que induzem o vedamento labial e a manutenção da língua dentro da

boca levando a uma melhora da musculatura orofacial da criança e o desenvolvimento da respiração nasal

(Fig 2). Deve ser usada no primeiro ano de vida, período de maior desenvolvimento do Sistema Nervoso Central

e da boca. Este trabalho tem por objetivo discutir o tratamento de disfunção orofaciais, em crianças com

Síndrome de Down, através de terapia de estimulação precoce e uso de PPM.

DESCRIÇÃO DO CASO

É apresentado um caso clínico de uma criança com S. Down

que foi submetida ao tratamento com Placas Palatinas de

Memória (PPM) dos 5 aos 15 meses de idade e foi

acompanhada por uma equipe multiprofissional formada por

dentista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, médicos entre

outros até os 6 anos de idade. A primeira PPM foi instalada

o mais precoce possível, aos cinco meses de idade e foram

feitas as trocas regulares para acompanhar o crescimento

facial até irromperem os primeiros dentes na arcada

superior. A PPM foi usada por no mínimo 2 horas diárias e

colocada, pelos pais, várias vezes ao longo do dia, por

períodos curtos, enquanto a criança estava acordada (Fig

3). Aos 6 anos de idade a criança possuía dentição hígida e

não apresentava alterações oclusais significativas

possuindo bom vedamento labial, respiração nasal, fala

clara e fluente com boa articulação das palavras e

freqüentava a escola regular (Fig 4).

CONCLUSÃO

. No caso apresentado, a terapia utilizada permitiu um desenvolvimento orofacial adequado, harmônico e

funcional. A utilização precoce da PPM pode ser um complemento valioso em programa multidisciplinar de

atenção a pacientes com Síndrome de Down.

[email protected]

FOTO

Este trabalho pode ser visualizado através do endereço www.pgodonto.ufpr.br

8 a 10%

Fig 1 – Placa Palatina de Memória

Fig. 2 - Corte sagital da cavidade bucal de bebê com

Síndrome de Down. Com e sem PPM na boca.

Desenho: Brondo/Castillo Morales.Fonte: MORALES, RC. Terapia de regulação orofacial.

Fig. 2 – Bebê com Síndrome de Down com e sem PPM na

boca aos 5, 6 e 10 meses de idade.

Fig. 4 - VSS 6 anos e 5m. Oclusão, vedamento labial e respiração

nasal adequados.