sigmund freud - teoria

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TEORIAS PSICODINÂMICAS Princípio fundamental: comportamento determinado por forças dinâmicas e mecanismos de defesa que protegem contra a ação dessas forças A TEORIA PSICANALÍSTICA CLASSICA: SIGMUND FREUD (06/05/1856 – 23/09/1939) 1879 – Psicologia como ciência (Wundt – Alemanha): Psicologia como estudo da consciência (processos dos sentidos). Freud: consciência é a “ponta do iceberg” Nasceu em Freiberg (Morávia), hoje Pribor na República Checa. Era judeu. Chegou em Viena (Áustria) aos 4 anos, onde viveu por quase 80 anos. Sua mãe era a 3ª esposa do pai: quando Freud nasceu ele tinha 40 e ela 20 anos de idade. 1873: Medicina (Universidade de Viena) – não queria ser médico, queria ser cientista Influência do fiosiologista alemão Ernst Brücke – indivíduo como sistema dinâmico. Na faculdade fez experiências com cocaína (1884 artigo sobre cocaína) Interesse pela neuroanatomia, mas em 1881 começou a clinicar como neurologista para sobreviver (estudou pacientes com distúrbios mentais)

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Sigmund Freud - Teoria

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Estrutura da Personalidade

TEORIAS PSICODINMICAS

Princpio fundamental: comportamento determinado por foras dinmicas e mecanismos de defesa que protegem contra a ao dessas foras

A TEORIA PSICANALSTICA CLASSICA: SIGMUND FREUD(06/05/1856 23/09/1939)

1879 Psicologia como cincia (Wundt Alemanha): Psicologia como estudo da conscincia (processos dos sentidos).

Freud: conscincia a ponta do iceberg

Nasceu em Freiberg (Morvia), hoje Pribor na Repblica Checa. Era judeu.

Chegou em Viena (ustria) aos 4 anos, onde viveu por quase 80 anos.

Sua me era a 3 esposa do pai: quando Freud nasceu ele tinha 40 e ela 20 anos de idade.

1873: Medicina (Universidade de Viena) no queria ser mdico, queria ser cientista

Influncia do fiosiologista alemo Ernst Brcke indivduo como sistema dinmico.

Na faculdade fez experincias com cocana (1884 artigo sobre cocana)

Interesse pela neuroanatomia, mas em 1881 comeou a clinicar como neurologista para sobreviver (estudou pacientes com distrbios mentais)

- 1885 Paris estudou com o psiquiatra Jean Charcot, pioneiro uso de hipnose (alertou Freud sobre possvel origem sexual da neurose). Na poca usava mtodo hipntico (sugesto hipntica) com pacientes histricas.

Joseph Breuer (mdico vienense): mtodo catrtico (catarsis) No estado hipntico a pessoa recordava a experincia traumtica e a emoo associada a esta experincia. Ao record-las e conversar com mdico no estado hipntico, os sintomas desapareciam. Breuer e Freud publicam os trabalhos sobre o assunto

Freud obteve xito com o mtodo, mas observou que a cura era transitria, pois os sintomas retornavam. Alm disso, as pacientes se tornavam apegadas ao mdico durante o tratamento.

Divergncia entre Freud e Breuer: Para Freud os conflitos sexuais eram causa da histeria. Freud passou a trabalhar sozinho.

1896: conflitos sexuais como causa das neuroses. Acreditava que seus pacientes tinham sofrido traumas sexuais na infncia: Teoria da seduo (TEORIA ABANDONADA). As FANTASIAS sexuais esto na base das neuroses.

Constante reviso de sua obra

1900 A interpretao dos sonhos

Mtodo de associao livre: pedia ao paciente para comunicar todos os pensamentos que lhe viessem mente, a partir do qual buscava encontrar o sentido inconsciente que estava na origem do sofrimento do paciente.

1902 reunio de Freud em casa com neurologistas e psiquiatras para discutir a teoria psicanaltica. Entre os primeiros estava Alfred Adler, depois veio Carl Gustav Jung.

Discpulos: Ernest Jones (Inglaterra), Carl Jung (Zurique-Sua), Sandor Ferencsi (Budapeste-Hungria), Karl Abraham* (Berlim-Alemanha), Alfred Adler* (Viena- Austria).

1909: reconhecimento da Psicologia americana palestra nos EUA

1908: grupo fundou a Sociedade psicanaltica de Viena, que em 1910 tornou-se a Associao Internacional de Psicanlise.

1911 rompimento com Adler e em 1913 com Jung.

1920 e 1930: auge do sucesso e incio da sua debilitao fsica

1933: nazistas assumiram o poder e suas obras foram queimadas

1938: as tropas nazistas invadem a ustria e Freud, com 81 anos e doente refugiou-se na Inglaterra.

1939: Freud faleceu em Londres.

DUAS HIPTESES FUNDAMENTAIS SOBRE O FUNCIONAMENTO PSQUICO

1. Determinismo psquico (causalidade)2. Predomnio de processos inconscientes na vida mental

1. Determinismo psquico (causalidade)

Assim como na natureza, na mente humana na mente humana, nada acontece por acaso.

No existe acaso ou descontinuidade na vida mental: todo evento mental determinado e mantm relao com eventos que o antecedem.

Portanto, no existe evento sem significao na vida mental.

CAUSA

Fenmeno mentalou Conduta

SENTIDO - Inteno (desejo)

Fenmenos mentais = esquecimentos, sonhos, sintomas neurticos, atos falhos, etc.

2. Predomnio de processos inconscientes na vida mental

A conscincia um atributo excepcional dos processo mentais.

A vida mental dominada por eventos desconhecidos (inconscientes), que tornam os eventos aparentemente sem relao (descontnuos). Os sonhos e os sintomas so aparentemente indecifrveis, porque tudo os contedos que poderiam dar sentido a eles esto ausentes ou esto falsificados. Eles esto num lugar no acessvel.Psicanlise uma teoria sobre o funcionamento mental e um mtodo: sua tarefa conhecer as intenes e desejos inconscientes.

TEORIA PSICANALTICA FREUDIANA

INSTINTOS IMPULSO PULSO -

Para Freud, as funes psicolgicas se relacionam com a percepo e com as foras instintivas chamadas de pulses ou impulsos ou instintos, conforme a traduo.

Na lngua alem, Freud o termo usa TRIEB Trieben impelir = pulso e Instinkt = instinto em diferentes situaes. Algumas tradues (Standard Edition inglesa) usam esses termos como equivalentes. Trieb traduzido no ingls como instinct ao invs de usar outras terminologias como drive (impulso).

Palavra Trieb significa fora que impele, fora que coloca em movimento

Instinto: esquema de comportamento herdado, prprio de uma espcie animal, que aparece de maneira quase idntica em todos os indivduos da espcie .

Pulso (Trieb): fora (estimulao) constante e interna (vem do interior do corpo - endgena), que exerce uma presso no organismo. A pulso se manifesta sob a forma de uma necessidade.

Pulso: impele o organismo para uma AO quando h uma excitao corporal (estado de tenso).

SISTEMA NERVOSO: segue o Princpio da Constncia sua funo livrar-se dos estmulos que chegam (tenso) e reduzi-los ao mximo possvel. Mas os estmulos pulsionais (internos e contnuos) no permitem que o sistema nervoso se livre de toda tenso.

Portanto: para aliviar a tenso do sistema nervoso deve suspender a necessidade.SATISFAO: o que suspende a necessidade

Excitao (tenso) corporal gera um estado de tenso psquica PULSO mobiliza o parelho psquico e a motricidade AO (atividade que visa reduzir a tenso ou obter satisfao).

Fonte da tenso somtica (corpo) fomeAo busca de um objeto que satisfaa sua necessidade (fome) alimento ou substituto

PULSO: conceito limite entre o somtico (biolgico) e o psquicoA fonte da tenso somtica (corpo), mas a busca pela satisfao por meio de um objeto depende da atividade psicolgica.

LIBIDO: energia psquica da pulso (sua natureza sexual)A pulso se expressa por representantes (imagens)

Beb: o primeiro objeto (seio) oferecido a ele para a satisfao de sua necessidade. A primeira experincia de satisfao deixa um trao mnsico ou imagem mnsica (lembrana). Quando a tenso (fome) reaparece, essa imagem mnsica da experincia passada reaparece (rememorao do objeto) e confundida pelo beb como um objeto real e como um objeto presente.

Essa imagem metal do objeto (representao mental do objeto) substitui o temporariamente objeto e alivia a tenso. Trata-se de uma experincia alucinatria.

Depois o objeto passa a ser procurado. A imagem mnsica, portanto, serve para orientar a busca do objeto de um objeto semelhante (seio, mamadeira) e cuja lembrana foi conservada. Ela no o ponto final do processo, mas a imagem de referncia para a busca de um objeto real.

Portanto:

- A primeira fonte dos fenmenos psquicos est no corpo;

- a pulso o que leva o indivduo a agir;

- O comportamento pode ser ativado por estmulos do mundo interno e externo. Ou seja, as fontes de excitao do organismo podem ser internas ou externas;

- toda atividade psicolgica tem uma fonte de energia psquica.

Instinto/Impulso/Pulso

Fonte: condio corporal (necessidade) Meta: remoo da tenso (excitao) corporalObjeto: o que satisfaz a necessidade (objeto, condio, comportamento)Presso/mpeto: a sua fora

Irritantes comportamento (ao) tenso reduzida

Impulso: - carter regressivo (retorno a uma condio anterior, antes da tenso aparecer)- conservador (tende a conservar o equilbrio): instinto como um processo que se repete

A personalidade repete indeterminadamente esse ciclo (excitao-reduo da tenso) e Freud denominou esse processo do instinto como compulso repetio. Esse termo tambm usado para designar o comportamento perseverante do indivduo quando insiste em usar meios no adequados para satisfao da necessidade.

Fonte e meta constantes durante toda a vida (exceto quando a fonte for modificada ou eliminada)Objetos mudam, pois podem ser substitudos

Porque os objetos variam?Porque a energia psquica DESLOCVEL (deslocamento da energia de um objeto para outro objeto)Se o objeto for inacessvel, a energia pode ser investida para outro objeto.

Interesses, gostos, hbitos e atitudes do adulto: deslocamentos de escolhas de objetos de fontes instintivas originais.

Libido energia dos instintos

Pulso ou impulso de vida sobrevivncia do indivduo e da espcie (fome, sexo)

Pulso ou impulso de morte - destrutividade

O instinto sexual no nico - Necessidades corporais isoladas originam os desejos erticos. Cada um desses desejos tem fonte corporal diferente, que so as zonas ergenas (pele ou membrana mucosa sensvel irritao)

Impulso ou pulso representao psquica inata de uma fonte de excitaoA representao psicolgica - desejoA excitao corporal necessidade

Energia deslocvel, por isso se o objeto no est disponvel, a energia pode ser transferida para outro objeto e o objeto substitudo.

Derivado instintual- quando h o investimento de energia do instinto de maneira mais ou menos permanente no objeto substituto (no original)

Deslocamento de energia um dos aspectos mais importantes da personalidade.

O investimento de energia em um objeto ao, pessoa ou imagem mental (representao) que vai gratificar o instinto catexia objetal

Catexia a energia investida no objeto.

Instintos/impulsos de vida e de morte: podem fundir-se, neutralizar-se mutuamente ou substituir um ao outro.

Metapsicologia Teoria do funcionamento psquico

1. Sentido Tpico (topologia do aparelho psquico): refere-se lugares, disposio espacial, a territrios psquicos.

2. Sentido Dinmico: relacionado noo de conflito: fenmenos psquicos so resultantes de conflitos e compostos por foras pulsionais que exercem presso. Conflito entre pulses, conflito entre sistemas.Transtorno psquico explicado pelo conflito de foras

3. Sentido Econmico: relaciona-se quantidade de afeto a energia distribuda, repartida entre os sistemas. Um sintoma mobiliza grande quantidade de energia e empobrece outras atividades.

H duas tpicas freudianas para explicar esquema topolgico do aparelho o psquico

PRIMEIRA TPICA

Freud descobre o inconsciente e faz a distino entre 3 sistemas: consciente, pr-consciente e inconsciente.- Cada sistema tem uma funo- Esses sistemas esto em conflito entre si (sentido dinmico)- A energia psquica circula nos trs sistemas (sentido econmico)

Sistema Ics (inconsciente)

o mais arcaico (antigo) dos sistemas;Contedo: representantes das pulses;

Lei que rege o inconsciente: PROCESSO PRIMRIO (estado livre de energia, com facilidade de descarga)PRINCPIO DO PRAZER: reduo de desprazer e busca de prazer.Noo de prazer: relaciona-se ao princpio da constncia busca-se manter os nveis de tenso constantes e baixos: portanto, o aumento de tenso gera desprazer e leva o organismo a buscar a descarga de tenso.

Censura: seleciona o que pode ser consciente (entre o Ics e o Cs)

Sistema Pc (pr-consciente)

Registra traos mnsicosPode se tornar consciente

Sistema Pc-Cs (pr-consciente - consciente)

Recebe e registra percepes do mundo externo e sensaes internas;Sede dos processos de pensamento (raciocnio e recordaes)Responsvel pelo controle motor do indivduo

Regido pelo PROCESSO SECUNDRIO e pelo PRINCPIO DE REALIDADE: relaciona-se capacidade de adiar a satisfao (inibe a descarga imediata)

SEGUNDA TPICA

Freud faz a distino entre trs instncias: id, ego e superego.Diferenciao progressiva das instncias a partir do id, cuja raiz biolgica- As instncias esto em conflito (sentido dinmico)- A energia psquica circula entre as instncias (sentido econmico).

Estrutura da Personalidade

Personalidade funciona como um todo, constituda por trs estruturas ou instncias psquicas, que se relacionam funcionalmente. O comportamento produto da interao desses trs sistemas.

ID

o componente origina, biolgico da personalidade. Dele se originam ego e superego.

a sede dos instintos e o reservatrio da energia psquica que ser destinada ao ego e superego.

Sua energia deriva de processos corporais, com o qual mantm estreita relao.

O Id no mantm relao com a realidade externa, irracional.

Id no tolera aumento de energia. A estimulao (interna e externa) ao organismo so experienciadas como aumento de tenso (desconfortveis).

O id tende descarga IMEDIATA da tenso, visando manter nveis baixos e constantes de energia.

regido pelo PRINCPIO DO PRAZER: princpio de reduo de tenso tendncia a evitar a dor e buscar o prazer.

Comanda dois processos de descarga para reduzir a tenso: - aes reflexas: reaes inatas, lidam com formas mais simples de excitao- processo primrio: modo originrio de funcionamento do aparelho psquico. O id funciona segundo o processo primrio.Processo primrio: gratificao imediata dos impulsos, caracterstica de um ego mais imaturo.

Pensamento de processo primrio caracterstico do ego imaturo, no existe temporalidade (sentido de tempo), lgica.

EGO

As partes do psiquismo que buscam no ambiente a satisfao dos impulsos do id aos poucos se transforma em ego.

O ego parte do psiquismo que se relaciona com o ambiente visando a gratificao ou descarga do id.

O desenvolvimento do ego permite a distino do que mundo interno e mundo externo (realidade).

O desenvolvimento do ego se d em funo de dois fatores: fsico ou maturacionais (amadurecimento do sistema nervosos central) e experienciais (sensaes resultantes da relao do beb com o prprio corpo).

Ex: o beb que coloca o dedo na boca (3-6 semanas) e por este meio gratifica o desejo de sugar - maturao e experincia. Partes do corpo adquirem importncia psquica devido a sensaes agradveis prazerosas ou desagradveis (desprazerosas).

Para Freud, o ego , antes de tudo, um ego corporal.

O ego regido pelo processo secundrio, mas este ltimo desenvolve-se gradativamente, de acordo com o amadurecimento do ego.

PRINCPIO DA REALIDADE: postergar a descarga de tenso (suspenso do principio do prazer) at encontrar o objeto mais apropriado para a satisfao da necessidade de modo a reduzir a tenso. Essa capacidade evoluir para o pensamento.Ego deriva do id, sua energia vem do id, ele uma parte do id que se organizou para atender s suas necessidades.

Funes do ego: funo executiva (executor dos impulsos/pulses) e mediadora das demandas do id, do superego e da realidade externa (ambiente). Portanto, est sempre sob presso.

SUPEREGO

a ltima instncia psquica que se desenvolve.

Representa a internalizao de normas, valores e ideais sociais. Representa a moral internalizada pelo indivduo.

O superego no busca o prazer, mas o ideal, a perfeio.

A partir da introjeo (incorporao) dos valores morais dos pais, desenvolvem-se dois subsistemas do superego: a conscincia moral e o ideal de ego.

O superego institui o autocontrole (controle interno)

Funes do superego: inibir impulsos/pulses do id, impor objetivos moralistas em detrimento dos objetivos realistas do ego

O superego tenta submeter o id e ao ego ao seu controle. O superego irracional como id e controlador dos impulsos como o ego, mas o enquanto o ego tenta adiar a satisfao imediata dos impulsos, o superego tenta inibi-la de modo permanente.

DISTRIBUIO DA ENERGIA PSQUICA

A energia psquica distribuda e usada pelo id, ego e superego, sendo que a energia original est sediada no id e necessita ser distribuda para os demais sistemas.

Os 3 sistemas disputam a energia disponvel: ego e o superego no tm energia prpria e emprestam energia do id

O id utiliza a energia por meio das aes reflexas e do processo primria (para realizao do desejo e satisfao das necessidades)

Energia psquica do id pode mudar facilmente de objeto. Como o id no discrimina bem os objetos, os diferentes objetos so utilizados como se fossem os mesmos (o bebe leva qualquer objeto boca).

Id no discrimina realidade interna e externa e quando investe energia em uma imagem do objeto (realidade interna) como se investisse no objeto real (realidade externa). Como a imagem mental no satisfaz completamente a necessidade, o indivduo impelido a diferenciar realidade interna (representao mental do objeto) e externa (objeto em si). Para tal, necessrio comparar ambos os objetos.

A comparao que permite diferenciar os objetos, opera-se por meio do processo secundrio e chamada de IDENTIFICAO.

Pelo processo de identificao, a energia do id se distribui no ego e no superego. O ego e superego, portanto, se formam a partir de processos de identificao.

O ego se apodera da energia do id pela necessidade de sobrevivncia, de estabelecer contato com a realidade.

Identificao permite que o processo secundrio se sobreponha ao primrio na gratificao dos instintos. Gradualmente o ego se apodera e armazena a energia original do id. Contudo, se o ego no satisfaz, o id retoma reassume o poder.

A energia armazenada no ego usada para:- gratificao dos impulsos (processo secundrio);- desenvolvimento de processos psicolgicos: percepo, memria, pensamento, capacidade de discriminao, julgamento, abstrao, raciocnio;- deslocada para criar novas catexias de objeto;- impedir a ao impulsiva e irracional do id por meio de da ao de mecanismos de defesa;- harmonizar as demandas do id, do superego e da realidade externa.

O superego se apodera da energia do id por meio da identificao da criana com os pais.

Os pais so os primeiros investimentos objetais do beb, pois os pais auxiliam a satisfao de suas necessidades (reduo de tenso). Mas os pais tambm so disciplinadores e punem os comportamentos inadequados da criana (aumento de tenso).

A criana incorpora as normas impostas pelos pais em funo de suas catexias iniciais de objetos que satisfazem suas necessidades.

O investimento de nos ideais se transformam em ideal de ego; investimento em proibies se transforma em conscincia.

O id pode se sobrepor ao superego: moralistas que atacam o outro com agressividade.

Ego precisa harmonizar a energia psquica. Se o id controla a maior parte da energia, energia, a impulsividade predomina; se o superego controla, os comportamentos moralistas predominam.

No adulto a distribuio energtica tende a ser mais constante.

Portanto, a dinmica da personalidade: jogo de foras pulsionais (catexias) e restritivas (anticatexias).

O funcionamento da personalidade essencialmente fundamentalmente movido pela necessidade de gratificao das demandas instintivas. O ambiente pode favorecer ou frustrar a satisfao das necessidades, pode ser gratificante ou ameaador.

Medo: reao contra situaes ameaadoras. Frente a uma Estimulao excessiva, o ego invadido por ansiedade.

Trs tipos de ansiedade (Freud):

1. ansiedade da realidade (ansiedade bsica e da qual se deriva as demais) medo dos perigos da realidade2. ansiedade neurtica medo da perda do controle dos impulsos e sua consequente punio3. ansiedade moral ou culpa medo da conscincia.

Funo da ansiedade: sinalizar os perigos, de modo que o indivduo pode tomar atitudes para proteger-se. Ansiedade um estado de tenso, originalmente produzidas por fatores externos e leva o indivduo ao.

A ansiedade que no pode ser controlada ansiedade traumtica, pois leva o indivduo ao estado de desamparo infantil. O prottipo original de toda ansiedade posterior o trauma do parto.

Beb precisa de um ambiente protetor at que o ego se desenvolva e seja capaz de controlar a ansiedade por meios racionais. Mas quando isso no possvel, o ego recorre aos mecanismos de defesa do ego.

DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE

A criana o pai do homem (Freud)

Freud primeiros anos de vida so decisivos para o desenvolvimento da estrutura da personalidade. No final do quinto ano de vida: estrutura bsica da personalidade est formada.

Desenvolvimento da personalidade se d em funo de 4 fontes de tenso:1. processos fisiolgicos2. frustraes3. conflitos4. ameaas

Com o desenvolvimento da personalidade o indivduo levado a desenvolver novos mtodos de reduzir a tenso.

Identificao e deslocamento meios para reduzir a tenso originadas de frustraes, conflitos e ansiedades.

IDENTIFICAO

1. Identificao como meio de reduo de tensoReduo da tenso orientada pelo comportamento de outra pessoa. Inicialmente a criana se identifica com os pais e posteriormente com pessoas cujas caractersticas se aproximam mais dos seus desejos. Processo inconsciente.Se a identificao ajuda a reduzir a tenso, a qualidade do outro incorporada na personalidade.

2. Identificao como meio para recuperar o objeto perdidoPessoa perdida recuperada por meio da apropriao de suas caractersticas personalidade.Identificao para recuperar o amor perdidoIdentificao por medo (identificao com as proibies dos pais para evitar castigos) base do superego.Personalidade constituda por vrias identificaes, em diferentes perodos.

DESLOCAMENTO

Quando uma catexia bloqueada, novas vo se formando at que se encontre um objeto para reduzir a tenso.(ver pg.62)Sublimao base da civilizao (deslocamento que produz realizaes sociais e culturais). Leonardo da VinciSublimao no produz a satisfao plena e deixa sempre uma tenso residual, que se expressa como uma inquietude (Mal estar na civilizao)

Direo do deslocamento depende de 2 fatores:1. semelhana com o objeto original: subjetivo2. punies e proibies sociais: objetivo (a sociedade permissiva com alguns deslocamentos e intolerante com outros)

MECANISMOS DE DEFESA DO EGO

Diante de uma ansiedade intolervel, o ego recorre aos mecanismos de defesa para alivi-la.

Caractersticas comuns dos mecanismos:- falsificam, negam ou distorcem a realidade- Inconscientes (parte inconsciente do ego)

1. RepressoModelo topogrfico de mente: formada pelos sistemas inconsciente, pr-consciente e consciente.Material inconsciente, que no tem acesso conscincia, est sob o efeito da represso. Freud abandonou o modelo topogrfico e adotou o modelo estrutural (id, ego e superego).Represso: est no ego, mas reprime o material inconsciente do id. Ela aparece toda vez que o ego se sente e ameaado de um perigo.Represso a operao psquica que faz desaparecer da conscincia um contedo desagradvel ou inoportuno (Laplnache e Pontalis, 1988, p.594).Represso interfere no corpo.

Represso atua sob a forma de anticatexias e deslocamentos.Para que o deslocamento no produza ansiedade, ele precisa usar disfarces. Ex: hostilidade ao pai.

2. ProjeoGeralmente usada para controlar a ansiedade neurtica ou moral.operao pela qual o indivduo expulsa de si e localiza no outro (pessoa, coisa) qualidades, sentimentos, desejos... que recusa em si mesmo (Laplanche e Pontalis, p. 478, 1988)A projeo est presente o tempo todo no funcionamento do indivduo. Projeo no apenas um mecanismo de defesa.

3. Formao reativaSubstitui (na conscincia) o impulso ou sentimento ansigeno pelo seu oposto. Ex: substituio do dio por amorAmor reativo caracteriza-se pelo exagero, pela compulsividade.

4. Fixao e regressoDesenvolvimento da personalidade: estgios (fases) definidos.Cada avano nesses estgios, gera ansiedade e frustrao.Intensa ansiedade: fixao em estgios iniciais (dependncia).

Diante de experincias traumticas, retorno para um estgio anterior - Regresso.Ex: criana que tem medo do seu primeiro dia de aula; mulher que retorna para a casa dos pais diante das dificuldades conjugais; uso da bebida.

O caminho da regresso determinado pelas fixaes prvias da pessoa: formas mais imaturas (infantilizadas) de comportamento e tendncia a exibir comportamentos infantis diante de frustraes.

Regresses e fixaes so relativas raramente completa.

ESTGIOS OU FASES DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL

- Estgios dinmicos nos 5 primeiros anos de vida da criana;- Estabilizao no perodo de latncia (a partir dos 5-6 anos de idade);- Na adolescncia: impulsos reativados;- Fase adulta: estabilizao;- 5 primeiros anos de vida da criana: decisivos para a formao da personalidade;- Baseia-se na concepo de sexualidade infantil;- Estgios: cada estgio tem diferentes maneiras de satisfao dos impulsos sexuais; - A maturao fsica determina as diferentes reas corporais de satisfao (zonas ergenas) corporal e os respectivos estgios;- Psicossexual: desenvolvimento psicolgico em funo da fora das pulses sexuais (relao entre o fsico e o psquico)- Sexualidade para Freud: no se restringe sexualidade genital;- A passagem por esses estgios serve de base para futuros traos de carter do adulto.

ESTGIO (FASE) ORAL

- Principal fonte de satisfao oral comer;

- Seio no serve somente para alimentar, mas o sugar se torna fonte de satisfao (prazer) para a criana;

- Ocorre na fase de dependncia materna e o sentimento de dependncia dessa fase pode persistir mesmo com o desenvolvimento do ego e aflorar quando a pessoa se sente insegura ou ansiosa.

- Extremo sintoma de dependncia para Freud: desejo de retorno ao tero;

- Por deslocamento e sublimao: O prazer derivado da satisfao oral (incorporar alimento) serve de base para interesses, atitudes, traos do adulto: incorporao oral (conhecimento, posse), a agressividade oral (sarcasmo).

ESTGIO (FASE) ANAL

- Presso sobre os esfncteres intestinais: gera desconforto (tenso) e a expulso das fezes proporciona alvio da tenso (anal).

- Por volta dos 2 anos de idade ocorre treino de controle dos esfncteres (deixar as fraldas): aprende a adiar o prazer de aliviar as tenses anais;

- O treino e os sentimentos da criana em relao atividade de defecar: determinar traos de personalidade e valores para o adulto.

- Me muito rgida: pode haver reteno das fezes (trao retentivo obstinao e avareza);

- Diante de intenso rigor e represso a criana pode expressar sua raiva pelas fezes (evacuar em momentos inapropriados) Trao expulsivo: destrutividade, crueldade, ataques de raiva e desorganizao, etc

- Me tranqila no trino, elogia: a produo das fezes adquire importncia para a criana: base para a criatividade e a produtividade.

ESTGIO FLICO (OU FASE FLICA)

- Impulsos sexuais e agressivos associados aos rgos genitais nesta fase: auto-erotismo (estimulao dos genitais prazer masturbatrio);

- Surgimento do Complexo de dipo (3 a 5 anos de idade): genitor do sexo oposto investido de catexia libidinal e o do mesmo sexo investido de impulso agressivo (hostilidade); atos de rebelio e de amor;

- Complexo de dipo sofre represso depois dos 5 anos, mas permanece exercendo sua fora na vida da pessoa.

No menino: - Conflito inconsciente: desejo incestuoso pela me X hostilidade ao pai.- Fantasias do pai como um rival ameaador e punitivo: medo de que o pai ciumento ataque seus rgo genitais Ansiedade de castrao- Ansiedade de castrao: responsvel pela represso dos desejos de possuir a me e de atacar ao pai;- Represso do Complexo de dipo: 1. permite a identificao do menino com o pai e o desejo incestuoso pela me se transforma em afeto desvinculado de finalidade sexual.2. desenvolvimento definitivo do superego. Superego o herdeiro do completo de dipo: proteo contra o incesto e a agresso - Complexo de dipo determina as atitudes do adulto em relao s figuras do sexo oposto (escolhas objetais adultas) e s figuras de poder.

Na menina:- Desapontamento traumtico pela descoberta de que no possui pnis: descoberta de que castrada;- Essa descoberta leva a modificar o seu objeto de amor original (me) pelo pai: considera a me responsvel pela sua condio (castrada), o que enfraquece a catexia na me e aumenta a catexia no pai (ele tem o que ela valoriza);- O amor pelo pai (e por outros homens) mistura-se ao sentimento de inveja por possurem um pnis;- Fantasia de ter um filho com o pai;- Inveja do pnis (equivale ansiedade de castrao no menino);- Complexo de castrao: engloba as duas ansiedades - a inveja peniana na menina (sentimento de ter perdido algo valioso) e ansiedade de castrao no menino (medo de perder algo valioso);- Falta do pnis compensado no nascimento do filho;- Para Freud a menina tem trs possveis linhas de desenvolvimento: inibio sexual (neurose), complexo de masculinidade ou feminilidade.

Diferenas na natureza do Complexo de dipo no menino e na menina:- A ansiedade inicia o complexo de dipo na menina (pois ele diminui o investimento de energia libidinal na me e aumenta no pai) e no menino a ansiedade (castrao) reprime o complexo de dipo;- Na menina o complexo de dipo tende a persistir, mas contida pelas barreiras sociais;- essas diferenas so as bases das diferenas psicolgicas entre os sexos.

- Freud foi muito atacado por causa da teoria da inveja peniana: acusado de confundir diferenas biolgicas e suposies culturais entre os sexos.(Ver citao de Freud na pg. 67)

- Para Freud: ser humano naturalmente bissexual (impulsos homossexuais latentes em todos).

- A passagem pelo Complexo de dipo e de Castrao so os principais eventos psicolgicos da fase flica.

- Fases oral, anal e flica so denominadas perodo pr-genital. Esse perodo tem caractersticas narcsicas porque o objeto de satisfao dos impulsos o prprio corpo (auto-erotismo). - Na fase pr-genital, as pessoas so catexizadas (investimento libinal) porque proporcionam formas adicionais de satisfao corporal.

FASE DE LATNCIA

- Impulsos sexuais so reprimidos (coincide com perodo escolar)

ESTGIO OU FASE GENITAL (adolescncia e vida adulta)

- Reativao dos impulsos;- So feitas escolhas objetais genunas: o outro (outra pessoa) se torna o objeto de satisfao do indivduo;- O adolescente comea a amar o outro por motivaes altrustas e no mais egostas (narcsicas);- Do beb narcisista ao adulto socializado;- Impulsos das fases oral, anal e flica se unem aos impulsos genitais: prazer genital- Funo biolgica da fase genital: reproduo.

A organizao da personalidade do indivduo depende da passagem por tosos esses estgios.