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Informe Fecomércio-PE |SET/OUT 2012 | 1 20 Vitória de Santo Antão desponta como novo polo econômico 8 Marcas de Burle Max embelezam nossa cidade Impresso Especial 9912266613/2010-DR/PE Fecomércio-PE ... CORREIOS ... A revista do comércio de Pernambuco | Ano I – nº 04 | Set-Out/2012 Alta do consumo impulsiona expansão de empreendimentos no Estado shopping centers Foto: Thiago Medeiros Foto: Fernanda Acioly

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Alta do consumo impulsiona expansão de empreendimentos no Estado

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Informe Fecomércio-PE |SET/OUT 2012 | 1

20 Vitória de Santo Antão desponta como novo polo econômico

8 Marcas de Burle Max embelezam nossa cidade

ImpressoEspecial

9912266613/2010-DR/PEFecomércio-PE

... CORREIOS ...

A revista do comércio de Pernambuco | Ano I – nº 04 | Set-Out/2012

Alta do consumo impulsiona expansão de empreendimentos no Estado

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Informe Fecomércio-PE |SET/OUT 2012 | 3

Sede Provisória: Rua do Sossego, 264, Boa Vista, Recife, Pernambuco, CEP 50050-080Tel.: (81) 3231.5393 - Fax: (81) 3222.9498 www.fecomercio-pe.com.br e-mail: [email protected]

Presidente Josias Silva de Albuquerque

1º Vice-Presidente Frederico Penna Leal; 2º Vice-Presidente Bernardo Peixoto dos Santos O. Sobrinho; 3º Vice-Presidente Alex de Oliveira da Costa; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio Atacadista Rudi Marcos Mag-gioni; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio Varejista Joaquim de Castro Filho; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio de Agentes Autônomos Severino Nascimento Cunha; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio Arma-zenador José Carlos Raposo Barbosa; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio de Turismo e Hospitalidade Júlio Crucho Cunha; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio de Serviços de Saúde José Cláudio Soares; 1º Dir.-Secretário João de Barros e Silva; 2º Dir.-Secretário José Carlos da Silva; 3º Dir.-Secretário José Stélio Soares; 1º Dir.-Tesoureiro José Lourenço Custódio da Silva; 2º Dir.-Tesoureiro Roberto Wagner Cavalcanti de Siqueira; 3ª Dir.-Tesoureira Ana Maria Caldas de Barros e Silva; Dir. p/ Assuntos Tributários Diógenes Domingos de Andrade Filho; Dir. p/ Assuntos Sindicais José Manoel de Almeida Santos; Dir. p/ Assuntos de Relações do Trabalho José Carlos de Santana; Dir. p/ Assuntos de Desenvolvimento Comercial Eduardo Melo Catão; Dir. p/ Assuntos de Crédito Michel Jean Pinheiro Wanderley; Dir. p/ Assuntos de Consumo Silvio Antonio de Vasconcelos Souza; Dir. p/ Assuntos de Turismo José Francisco da Silva; Dir. p/ Assuntos do Setor Público Milton Tavares de Melo Júnior; Dir. p/ Assuntos do Comércio Exterior Celso Jordão Cavalcanti. Conselho Fis-cal - Efetivos: João Lima Cavalcanti Filho, João Jerônimo da Silva Filho, Edilson Ferreira de Lima

Sindicatos Filiados:Sind. do Comércio de Vendedores Ambulantes do Recife, Olinda e Jaboatão - Tel.: 3224.5180 Pres. José Francisco da Silva; Sind. do Comércio Varejista de Catende, Palmares e Água Preta - Tel.: 3661.0775 Pres. Sérgio Leocádio da Silva; Sind. do Comércio de Vendedores Ambulantes de Caruaru - Tel.: 3721.5985 Pres. José Carlos da Silva; Sind. dos Lojistas no Comércio do Recife - Tel.: 3222.2416 Pres. Frederico Penna Leal; Sind. do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Recife - Tel.: 3221.8538 Pres. José Lourenço Custódio da Silva; Sind. do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Pernambuco - Tel.: 3231.5164 Pres. Ozeas Gomes da Silva; Sind. do Comércio Varejista dos Feirantes do Estado de Pernambuco - Tel.: 3446.3662 Pres. João Jerônimo da Silva Filho; Sind. do Comércio Varejista de Materiais Elétricos e Aparelhos Eletrodomésticos do Recife - Tel.: 3222.2416 Pres. José Stélio Soares; Sind. do Comércio Varejista de Garanhuns - Tel.: 3761.0148 Pres. João de Barros e Silva; Sind. do Comércio de Hortifrutigranjeiros, Flores e Plantas do Estado de Pernambuco - Tel.: 3252.1313 Pres. Alex de Oliveira da Costa; Sind. do Comércio de Jaboatão dos Guararapes - Tel.: 3476.2666 Pres. Bernardo Peixoto dos Santos O. Sobrinho; Sind. do Comércio Varejista de Maquinismos, Ferragens e Tintas do Estado de Pernambuco - Tel.: 3221.7091 Pres. Celso Jordão Cavalcanti; Sind. do Comércio Varejista de Petrolina - Tel.: 3861.2333 Pres. Joaquim de Castro Filho; Sind. dos Lojistas do Comércio de Caruaru - Tel.: 3722.4070 Pres. Michel Jean Pinheiro Wanderley; Sind. do Comércio de Autopeças do Estado de Pernambuco - Tel.: 3471.0507 Pres. José Carlos de Santana; Sind. dos Representantes Comerciais e Empresas de Representações Comerciais de Pernambuco - Tel.: 3226.1839 Pres. Severino Nascimento Cunha; Sind. das Empresas de Comércio e Serviços do Eixo Norte - Tel.: 3371.8119 Pres. Milton Tavares de Melo Júnior

Conselho Editorial: Lucila Nastassia, Nilton Lemos, José Fernandes de Menezes, Luiz Kehrle, José Oswaldo Ramos

Coordenação-Geral/Edição: Lucila NastassiaReportagens: Kamila Nunes, Mariana Nepomuceno, Marina Andrade, Nilton Lemos, Tony Duda (Multi Comunicação); Ceça Ataides, Tatiana Notaro e Thais QueirozCapa: André MarinhoDesign/Diagramação: André MarinhoFotos: Agência Rodrigo Moreira Revisão: Laércio Lutibergue Impressão: Gráfica Flamar Tiragem: 7.000 exemplares

INFORME FECOMÉRCIO-PEA Revista do Comércio do Estado de Pernambuco

Josias AlbuquerquePresidente do Sistema

Fecomércio/Senac/Sesc-PE

Novos empreendimentos

O modelo de shopping centers conquistou os brasileiros, pois criou uma receita que agrada da classe A à D. O segmento é um dos que mais crescem em Pernambuco, impulsionado pelo bom momento econômico do Estado e pelo aumento do poder aquisitivo da classe C. Tem atraído o interesse de empresários de outros ramos que passaram a investir nos centros de compra e de grupos com atuação antes restrita ao Sul e Sudeste, como o 5R Shopping Center, que está chegando este mês ao Estado. Nossa revista foi buscar o perfil desses novos empreendimentos e mostra onde eles estarão localizados, desde a Região Metropolitana do Recife até o interior, como em Vitória de Santo Antão e Petrolina.

O interior também será destaque em uma matéria que aborda a nova dinâmica da economia das cidades médias, que estão recebendo, além dos shoppings, indústrias de grande porte e até multinacionais. Ouvimos também um especialista em inovação no varejo e trazemos uma reportagem sobre a importância do uso das ferramentas de comunicação para o sucesso nas vendas e as novas tendências na área.

Apresentamos também a opinião dos nossos economistas e de empresários e consumidores sobre a retirada do ICMS para carros usados, mostrando como a medida impactou nas vendas e na decisão de compra. Nesta quinta edição, ainda destacamos a ação pioneira do Sesc Pernambuco em montar o primeiro restaurante dentro de um shopping, uma parceria inédita com o RioMar e que vai beneficiar os comerciários do novo centro de compras. E contamos o sucesso dos dez anos do Congresso Internacional de Tecnologia na Educação, promovido pelo Senac PE.

O legado do famoso paisagista Burle Max, que deixou sua marca especial em praças e parques do Recife, também ganhou espaço em nossas páginas, em um convite ao resgate histórico e à contemplação dessa importante intervenção em alguns dos principais espaços públicos da cidade, muitos com potencial turístico a ser explorado.

Boa leitura a todos!

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SUMÁRIO

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SUMÁRIO

6 Notas

8 Praças do Recife reúnem obras de arte de Burle Marx

12 Para o varejo, a comunicação é diferente

14 Economia em pauta

16 Negócios inclusivos criam rede de fornecedores mais próximos

18 Jurídico em pauta

20 Nova dinâmica faz crescer economia em cidades de médio porte

22 X Congresso Internacional de Tecnologia na Educação mais forte a cada ano

34 Projeto itinerante mapeia a gastronomia pernambucana

36 Bens duráveis deverão ser alvo dos consumidores no final do ano

38 Conhecendo o varejo 3.0

40 Leitura, um portal para o conhecimento

45 Um alívio aos seminovos

48 Tributário em pauta

28 CAPA

Os muros da alta do consumo

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NOTAS

Governo retoma financiamento para inovação em PMEsO Governo Federal vai retomar a linha de financiamento para pequenas e médias empresas interessadas em investir em inovação. A iniciativa já existe, mas está parada há dois anos. A concessão será feita por meio de concorrência pública. Foi aprovado R$ 1,2 bilhão, para ser investido de 2012 a 2014, dentro das medidas de incentivos governamentais para a inovação. Depois dos produtos desenvolvidos, as empresas ainda podem procurar outras linhas de crédito para dar continuidade ao trabalho, com condições bastante favoráveis. A ideia é estimular o crescimento das empresas e o surgimento de novas propostas.

Novas mudanças na contribuição previdenciária de empresas

O Governo Federal está regulamentando a contribuição previdenciária sobre a receita de empresas de uma série de setores, em meio às medidas anunciadas de desoneração tributária para estimular a economia. Segundo texto do Decreto 7.828, empresas dos setores de tecnologia da informação, call center, chips, hoteleiro e de transporte passarão a pagar um percentual que varia de 1% a 2% sobre o faturamento bruto entre 2013 e o final de 2014, deixando de recolher 20% de contribuição previdenciária que incide sobre a folha de pagamento. Em meados de setembro, o governo anunciou ampliação da desoneração da folha para mais 25 setores da economia, elevando o número de setores para 40 beneficiados com redução de encargos com pessoal.

Seminário e rodada de negócios em Bruxelas já têm 200 empresários belgas inscritos

Mais de 200 empresários belgas confirmaram participação no Seminário sobre Oportunidades de Investimentos e de Negócios no Brasil e na Rodada de Negócios, que serão realizados pela Fecomércio-PE durante a sua 17ª Missão Empresarial, que este ano será na Bélgica (Bruxelas) e na Itália (Milão), de 11 a 24 de novembro.

Uma das áreas mais procuradas é o segmento de energia limpa. Também destacam-se empresas de preservação do meio ambiente, do setor médico-hospitalar, farmacêutico e químico, TI, de logística, transporte, construção, agricultura, alimentos e bebidas. Na área de alimentos e bebidas, destacam-se empresas fabricantes de chocolates, cervejas, robótica para o setor de alimentos e máquinas e equipamentos.

Verbas para corredor de ônibusO governador Eduardo Campos reuniu-se com o diretor-geral do DNIT, general Jorge Fraxe, para debater a liberação de recursos para as obras de requalificação da BR-101, particularmente do trecho entre Igarassu e o Cabo de Santo Agostinho. Segundo o governador, o Estado já dispõe dos projetos e a obra tem trechos incluídos no conjunto das obras do PAC da Mobilidade. “Os recursos do DNIT são fundamentais para a consolidação do corredor de ônibus que melhora a qualidade de vida das pessoas, garantindo conforto, celeridade e segurança ao transporte público”, pontuou

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Inadimplência em declínio O Indicador Serasa Experian de Perspectiva da Inadimplência do Consumidor, cuja metodologia permite ver os movimentos cíclicos da inadimplência com seis meses de antecedência, recuou 1,5% em agosto de 2012, na comparação com julho de 2012, atingindo o valor de 94,8. Foi a décima queda mensal consecutiva desse indicador, sinalizando que a inadimplência do consumidor, que tem exibido sinais de recuo neste segundo semestre de 2012, deverá manter sua trajetória de declínio também durante os meses iniciais de 2013, pelo menos.

Na avaliação da Serasa Experian, o barateamento do custo das dívidas, o nível baixo da taxa de desemprego, a predominância de ganhos salariais acima da inflação e o maior rigor por parte das instituições financeiras nos processos de análises e concessões de crédito contribuirão para “estabelecer uma trajetória gradual, porém consistente, de redução dos níveis de inadimplência dos consumidores”.

Varejo deve crescer 8% em 2012A expectativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é que o comércio varejista continue a apresentar resultados positivos nos próximos meses e apresente um crescimento de 8% em 2012. Segundo o economista da CNC Bruno Fernandes, as melhores condições de crédito e a manutenção do cenário favorável no mercado de trabalho tendem a sustentar um ritmo positivo das vendas. Dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada em outubro pelo IBGE, mostraram que as vendas do comércio varejista cresceram 0,2% em

agosto, na comparação com julho. Em comparação ao mesmo mês do ano passado, o resultado foi melhor, 10,1%.

Em 12 meses, o índice registrou alta de 7,8%. Já o varejo ampliado - que inclui veículos e material de construção - obteve uma variação

positiva de 2,7%.

Sete dos dez setores analisado pelo IBGE apresentaram variação positiva em agosto.

No varejo restrito, o destaque foi para “Móveis e eletrodomésticos”, com variação de 2,5% na comparação com julho. No varejo ampliado, a alta foi de 7,7% no setor de veículos, motos, partes e peças.

Ceasa ganha novos galpões

Nos 50 anos da Ceasa, foi confirmada a entrega de dois novos galpões de comercialização, que vão ajudar a dobrar a capacidade de movimentação da central até 2014. Na ocasião, também foi lançado o selo postal em homenagem ao aniversário da Ceasa, primeira central de distribuição de alimentos do país. Em 2007, passavam anualmente pela central 50 mil toneladas de alimento. Hoje, já são 80 mil toneladas. A expectativa é que a produção anual bata a marca de 100 mil toneladas em 2014. Até lá outros três galpões serão inaugurados, chegando ao número de 40. Para erguer os dois espaços, foram investidos R$ 6 milhões, sendo 80% desse montante do tesouro estadual e o restante recursos próprios da Ceasa-PE. Juntos, os galpões somam 10 mil m2 em área. Os locais foram batizados de Centro Comercial Professor Luiz Andréa Fávero e serão utilizados para a comercialização de frutas da época e de ovos.

SERASA

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Com cada vez mais frequência, os espaços urbanos têm sido foco de debate na sociedade. Quase

que diariamente temas como mobilidade e sustentabilidade são abordados pela mídia, pautando conversas e despertando o interesse das pessoas em discutir os rumos que as cidades onde vivem estão tomando, além de gerar reflexões, muitas vezes a partir de um olhar afetivo, para o lugar que deixaremos para as próximas gerações.

Praças e parques são alguns dos principais espaços públicos desfrutados pela população, funcionando como importantes locais de convívio social. Por isso, merecem a atenção do poder público para aspectos como conservação e valorização de seus ambientes como endereços turísticos.

No Recife, lugares como a Praça de Casa Forte, a Praça Euclides da Cunha, a Praça do Derby e a Praça da República têm em comum algo mais que esse papel fundamental no tecido urbanístico da cidade. Seus jardins foram todos projetados pelo paisagista paulista Burle Marx, considerado um artista, que idealizou nos seus trabalhos e em sua estética uma função social, educacional e ambiental. Por ele ter morado a maior parte da vida no Rio de Janeiro, é lá que estão localizados seus principais trabalhos, embora sua obra possa ser encontrada ao redor do mundo.

“Burle Marx veio ao Recife a convite do então governador de Pernambuco, Carlos de Lima Cavalcanti, para assumir o cargo de diretor do setor de parques e jardins da Diretoria de Arquitetura e Construção da época, em 1935. No momento em que ele chegou,

Praças do Recife reúnem obras de arte de Burle MarxPor Marina Andrade

PRAçA Do DERBy

Os jardins da Praça do Derby sofreram intervenção do paisagista Burle Marx em 1936. O objetivo foi criar um jardim moderno que valorizasse as plantas nativas, resultando numa paisagem diferente do estilo europeu, em que predominavam rosas e flores, porém outras árvores exóticas foram sendo acrescentadas com o tempo.

os jardins estavam abandonados pelo poder público. Diante de tal situação, reivindicações por melhorias nesses espaços públicos tornaram-se constantes”, explica o pesquisador Joelmir Marques, do Laboratório da Paisagem da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Coordenado pela professora Ana Rita Sá Carneiro, o laboratório pesquisa temas como jardins históricos (principalmente os de Burle Marx), paisagem urbana e patrimônio, espaço público e águas urbanas.

De acordo com Joelmir, uma das grandes preocupações de Burle Marx ao projetar os jardins no Recife era dar à população um amplo serviço de ajardinamento público, onde houvesse ar puro e relativa liberdade para passeios e repouso nas tardes quentes. Isso porque, naquela época, o Recife era uma cidade pobre e a maior

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parte de sua população morava em casas estreitas, sem ar nem luz, por exemplo.

Com o objetivo de moldar um novo aspecto urbanístico no Recife, Burle Marx elaborou um plano de aformoseamento que contemplou 13 jardins públicos, de 1935 a 1937, sendo esses os primeiros trabalhos de sua carreira. Posteriormente, na gestão do prefeito Pelópidas Silveira, projetou mais dois jardins públicos: um em 1957, na Praça Ministro Salgado Filho, também chamada de Praça do Aeroporto, e outro em 1958, na Praça Faria Neves, conhecida como Praça de Dois Irmãos, por estar próxima ao Horto de Dois Irmãos. Com o projeto de ajardinamento, Burle Marx dá à fisionomia das praças,

largos e parques do Recife um caráter autóctone, integrando-os à paisagem local.

DescasoAo todo, Burle Marx deixou sua marca em 25 jardins públicos e 30 privados no Recife. Diante da importância desse legado, o pesquisador Joelmir Marques alerta para o processo de descaracterização por que passa a maioria das criações do paisagista, devido à ausência de conservação e à falta de conhecimento, pelo poder público, dos projetos originais criados pelo paisagista. “Hoje os jardins públicos mais representativos são os seis que estão em processo de tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), após

PRAçA DE CASA FoRTE

Burle Marx propôs um jardim dividido em três partes. A primeira, que margeia a Avenida Dezessete de Agosto, é dedicada às plantas de ampla distribuição fitogeográfica do Brasil; a segunda parte (central) é dedicada exclusivamente à vegetação da região amazônica; e a terceira parte, que fica em frente à igreja, é destinada à vegetação de outros continentes. O objetivo do paisagista era proporcionar à população meios para que se pudesse distinguir a flora nativa da exótica e com isso despertar o amor pela natureza, conferindo à praça uma função educativa.

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solicitação do Laboratório da Paisagem da UFPE, em 2008, na categoria de patrimônio nacional. São eles: Praça de Casa Forte; Praça da República e jardim do Palácio do Campo das Princesas; Praça Ministro Salgado Filho; Praça Euclides da Cunha; Praça do Derby; e Praça Faria Neves”, informa Joelmir.

Ele também destaca que os jardins desses três últimos locais foram restaurados pela Prefeitura da Cidade do Recife em parceria

com a equipe de pesquisadores do laboratório. No ano passado, também foi elaborado o projeto de restauro do jardim do Palácio do Campo das Princesas, o qual ainda não foi executado.

Para a pesquisadora Ana Rita Sá, à frente do Laboratório da Paisagem da UFPE desde sua criação, em 1998, a construção desses jardins marca um momento artístico e cultural muito importante no Recife, vivido na década de 1930. “Burle Marx foi um artista e seus

PRAçA EuClIDES DA CunhA

Burle Marx emprega uma particularidade climática e botânica até então totalmente

ignorada – a vegetação da caatinga, que assumia, na época, uma posição ambígua, por

ser nativa e exótica ao mesmo tempo. Este é um jardim temático, pois reúne o conteúdo do livro “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, com

o conhecimento da ecologia do paisagista.

jardins são verdadeiras obras de arte, pois foram desenvolvidos a partir de uma filosofia diferenciada de trabalho. Precisamos resgatar essa história e investir em um planejamento maior de divulgação para a população, a partir de um circuito turístico por esses locais, por exemplo”, diz Ana Rita.

O trabalho desenvolvido pela equipe coordenada pela estudiosa resultou na publicação, em 2000, do livro “Espaços Livres no Recife”, uma pesquisa sobre as praças mais representativas da cidade, da qual não poderiam ficar de fora os jardins de Burle Marx. Foi a partir do ano seguinte que o laboratório passou a trabalhar em conjunto com a Prefeitura do Recife em busca da restauração desses endereços, assim como de uma melhor manutenção e recomposição das vegetações originais. Em 2009 esses esforços também foram reunidos em cartilhas educativas, que foram distribuídas para alunos do ensino fundamental de escolas públicas e privadas.

“Burle Marx foi um artista e seus jardins são verdadeiras obras de arte, pois foram desenvolvidos a partir de uma filosofia diferenciada de trabalho”

Ana Rita Sá

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A comunicação voltada para os consumidores do varejo é realmente muito peculiar. É o que garante

o coordenador de atendimento Juliano Rossetini, da ZYB Comunicação, agência que atende clientes nesse segmento. “Tudo vai depender do tipo de varejo que será anunciado”, conta. Para ele, o varejo é diferente de qualquer outro setor. A relação dos consumidores com o ponto de venda e com os produtos é bem diversa. Portanto, as marcas e agências de comunicação precisam estar atentas às peculiaridades de cada um. “Nunca se deve generalizar o consumidor, principalmente no mercado varejista”, resume.

Esse tratamento diferenciado está provocando uma tendência no próprio setor varejista, que está começando a tratar cada nicho de produtos como uma “loja separada”. “O setor de eletrônicos de um supermercado tem um comportamento de comunicação bem diferente do setor de carnes, por exemplo”, complementa Rossetini.

O publicitário explica que o varejo de supermercado é bastante diferente do eletrônico, pois possui outro público e, por isso, não demanda a mesma estratégia.

No caso do supermercado, não há uma base predefinida, é necessário atingir o grande público. Cada estabelecimento tem seu target; no entanto, o importante é estar nas mídias de massa. E ressalta que nem toda loja desse setor foca apenas preços baixos.

Como exemplo, ele cita o Pão de Açúcar, que tem um preço mais alto do que alguns concorrentes, mas continua com um público fiel. E ele revela o motivo, que vem sendo muito comum hoje em dia: oferecer diferenciais dentro

da loja. “Preço baixo continua sendo um fator muito importante para boa parte da população. Contudo, outros fatores passaram a ser levados em consideração, como: limpeza e leiaute da loja, disposição dos produtos na vitrine e gôndola, qualidade dos produtos e cordialidade dos funcionários”, justifica.

Diversificar o serviço e a comunicação também faz parte da estratégia do Grupo Walmart. Atualmente, o grupo atua em Pernambuco com diferentes

Para o varejo, a comunicação é diferentePersonificação traz a tendência de tratar nicho de produtos como “lojas separadas” Por Kamila Nunes

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formatos de loja: TodoDia (com características de supermercado de bairro, mais afastados dos grandes centros urbanos), Bompreço, Hiper Bompreço, Maxxi Atacado e Sam’s Club. Para cada formato de loja há uma estratégia de comunicação própria, definida de acordo com os clientes que são atendidos pelas unidades. “Utilizamos desde anúncios com carros de som, tabloides e propagandas em rádio, jornal e TV, até comunicação via e-mail e mídia social, além de campanhas de produtos/preço e campanhas de sazonalidade, como São João, Carnaval e Natal, onde as lojas são ‘vestidas’ de acordo com o período do ano”, conta a coordenadora de comunicação do Walmart no Nordeste, Patrícia Noblat. Ela complementa que o grupo investe também em eventos dentro das lojas, como forma também de nos comunicarmos com os clientes, como cursos e aulas de culinária, feira de artesanato e feira de saúde. “Chamamos o que fazemos de comunicação 360º”, revela.

De acordo com Noblat, a empresa entende que não há uma estratégia mais eficiente que outra, mas sim ferramentas que funcionam melhor a depender da loja e do público trabalhados. A estratégia do Walmart é justamente aliar as diversas formas de comunicação com o cliente, cruzando essas estratégias com a análise do público que circula nas lojas. “Para nos comunicarmos e anunciarmos os nossos produtos e serviços de uma loja do TodoDia localizada no bairro de Afogados, por exemplo, sabemos que os tabloides que circulam entre as pessoas, os anúncios em rádio e carros de som, além, é claro, de

campanhas na própria loja, são bem eficazes. Já se estamos falando do Hiper Bompreço, todas essas comunicações se somam ainda a anúncios em jornais e comunicação em mídias sociais.”

O publicitário Juliano Rossetini também reforça que não se pode afirmar que determinada estratégia é mais ou menos eficiente no varejo e que cada marca e cada consumidor devem ser bem estudados porque têm suas peculiaridades. Mas aconselha que é preciso ter um planejamento consistente sem perder a flexibilidade para se moldar aos acontecimentos do cenário econômico, já que o varejista é o primeiro setor a sentir impactos de outros.

A propaganda é uma ferramenta bastante importante, porém no varejo é fundamental trabalhar no ponto de venda, investindo em merchandising, displays, totens, vitrine e até TV interna, com ações que contribuem para estimular o cliente ao consumo. Ações promocionais e presença na mídia

também ajudam a impulsionar as vendas.

Para o Grupo RM, presente no Recife, em Caruaru, em Arcoverde e na capital paraibana, João Pessoa, a estratégia de comunicação mais eficiente dentro da rede varejista é o tabloide, seguido pela sinalização do ponto de venda. Segundo Isabella Ferreira, que integra a equipe de marketing da empresa, é necessário que a divulgação esteja visível para o cliente e que a diferença de preço fique explícita e, assim, mostre ao consumidor que a compra sairá mais vantajosa.

O marketing consegue sentir o feedback das ações pelo fluxo das lojas, através do ticket day, quantidade de notas fiscais do dia. “Quando não há divulgação, percebemos que esse fluxo diminui.” Ela acrescenta que as lojas também sentem um aumento da quantidade de clientes quando há veiculação de comercial na TV. No entanto, a relação custo-benefício é melhor quando a divulgação é feita nas rádios, uma ótima estratégia para o grupo.

“Quando não há divulgação,

percebemos que esse fluxo diminui”

Isabella Ferreira

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Consultor econômico do Cepesq / Fecomé[email protected] EM PAUTA |luIZ KEhRlE

Previsões são sempre difíceis, especialmente quando se referem ao futuro. Essa famosa frase, atribuída a Niels Bohr, um dos pais da física moderna, zomba das previsões e é especialmente

verdadeira quando o futuro se encontra muito distante. A questão é que mesmo sabendo que toda previsão é um tiro no escuro, quase todos concordamos que mesmo uma ideia imprecisa do que pode vir pela frente é melhor que nenhuma. A maioria das ações relevantes tem que ser tomada levando em conta algum cenário vindouro, que precisa ser construído mesmo sabendo que previsões são para ser utilizadas como balizadores, não para ser acreditadas.

Ressalvas feitas, vamos esboçar um cenário do desempenho do varejo até o fim deste ano, não sem an-tes lembrar que previsões devem ser usadas como um bêbado usa um poste: para apoio, não para iluminação. O principal determinante das vendas varejistas será o comportamento da renda e do emprego. A renda cresceu pouco no Brasil este ano, devendo 2012 fechar com um PIB cerca de 1,5% maior que o do ano passado. Todavia, em Pernambuco, a situação é melhor, esperando-se que a renda estadual aumente cerca de 4%, um percentual que por si já permitiria um bom desempenho do vare-jo. Além do mais, o crescimento estará concentrado no ultimo trimestre, o que aumenta a chance de expansão das vendas.

O emprego também deverá crescer no último trimestre, assim como o salário real, mesmo sem levar em conta o décimo terceiro salário. A atual taxa de de-semprego, cerca de metade da registrada uma década atrás, assim como a perspectiva de continuidade do aumento da oferta de postos de trabalho, deve contri-buir para o aumento da disposição de comprar neste fim de ano.

Juntamente com o emprego e a renda, a oferta de crédito e a taxa de juros ao consumidor devem de-terminar em grande parte o comportamento do varejo no período. Todavia, deve-se ficar de olho na inadim-plência, que tem a capacidade de restringir os efeitos expansivos de uma conjunção benéfica de expansão do crédito concomitante com a queda dos juros.

O crédito ao consumidor deve crescer no último trimestre, embora as taxas de juros ao consumidor ten-dam a se estabilizar em um patamar próximo do atual, já que a taxa Selic não deve cair mais este ano, devido a pressões inflacionárias latentes. Também deve ser leva-do em conta que os grandes movimentos de redução de juros pelos grandes bancos, especialmente os oficiais, já foram feitos.

Todavia, o atual cenário crédito-juros é o melhor dos últimos tempos, devendo contribuir para a expan-são do faturamento do comércio varejista, já que os úl-timos indicadores de inadimplência apontam para uma

Um cenário para o varejo da RMRno final de 2012

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trajetória decrescente ou no mínimo de estabilidade da taxa média de inadimplência.

Além de componentes objetivos, as compras são fortemente influenciadas pelas expectativas do consu-midor. Se este, por exemplo, acredita que o emprego atual é estável, a renda corrente vai crescer e os juros não vão cair no futuro próximo, suas chances de comprar no presente aumentam, especialmente se seus compromis-sos financeiros podem ser pagos sem comprometer seu consumo habitual.

Embora não seja fácil medir diretamente as ex-pectativas, pode-se mapear as intenções de compra per-guntando ao consumidor que bens duráveis pretende adquirir em um período vindouro e daí deduzir como ele está enxergando o futuro. A Fecomércio fez essa pergunta a consumidores da Região Metropolitana do Recife e os resultados indicam que o varejo estará aque-cido até o fim do ano.

Segundo os dados da son-dagem, mais de 70% dos consu-midores da Região Metropolitana do Recife pretendem comprar bens duráveis até o fim do ano. Trata-se de um resultado impor-tante, especialmente porque as vendas de duráveis vêm crescen-do muito desde junho, depois da redução do IPI de automóveis, linha branca e móveis, o que po-deria ter levado a uma antecipação de compras, reper-cutindo negativamente no desempenho do comércio no fim do ano. No entanto, a sondagem indica que a demanda deverá continuar aquecida e que as vendas permanecerão crescentes pelo menos até o fim do ano, que é o horizonte desta análise.

A sondagem também deixou claro que os con-sumidores contam com a disponibilidade de crédito e estão dispostos a usufruir disso, já que pretendem pagar a prazo três de cada quatro compras que realizarão. O cenário mais provável para o varejo neste fim de ano é, portanto, muito positivo. Os principais condicionantes do comportamento do consumidor estão alinhados em uma posição francamente favorável ao crescimento do consumo, o que por sua vez justifica a previsão da Feco-mércio de que o varejo fechará o ano com o faturamento real mais de 5% maior que em 2011, completando nove anos de um ciclo de crescimento ininterrupto. Nosso horizonte de previsão se desloca agora para 2013, mes-mo sabendo que previsões são tão mais difíceis quão mais remoto for o horizonte explorado.

“O atual cenário crédito-juros é o melhor dos

últimos tempos, devendo contribuir para a expansão do faturamento do comércio

varejista”

Luiz Kehrle

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Uma ação de desenvolvimento local está mudando a vida de pequenos empreendedores

de Rubina, comunidade localizada na periferia de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife. Com o apoio de algumas empresas do local, costureiras, cabeleireiros, doceiros, eletricistas e outros profissionais que atuam de maneira autônoma estão aprendendo a trabalhar em conjunto para ganhar força e competitividade no mercado. Mais do que isso: estão aprendendo a se transformar em fornecedores locais em potencial, com pessoa jurídica constituída, para conseguir atender com produtos e serviços as diversas empresas que atuam no entorno de Rubina.

Todo esse trabalho faz parte do programa “Território de Cidadania Empresarial – Norte”, uma iniciativa do Instituto Ação Empresarial pela Cidadania, com apoio de empresas como Alcoa, Usina São José, Itamaracá Transportes, Musashi, Gerdau, Fidens-Myrá Consultoria, Fundação Interamericana e Instituto Fecomércio. Popularmente conhecido como Rubina em Ação, o projeto tem como meta promover a formação de negócios inclusivos e a geração de renda na comunidade.

Na prática, em conjunto com empresas parceiras, esses empreendedores aprendem a arte de negociar, precificar, atender e conhecer as

Negócios inclusivos criam rede de fornecedores mais próximos

Empresas se unem para executar um programa de desenvolvimento na periferia de Igarassu-PE. Intenção é qualificar empreendedores, formar cadeia de fornecedores,

além de gerar renda para a comunidade

exigências do mercado para ir se ajustando e aperfeiçoando suas habilidades. Para isso, já houve uma primeira fase de identificação de território empreendedor, cadastramento, tipos de negócios na localidade e capacitações. Só nessa primeira etapa, participaram mais de cem empreendedores da comunidade.

De acordo com a superintendente do Instituto Ação Empresarial, Saritta Brito, na segunda etapa, prevista para o próximo ano, uma das metas é incubar quatro negócios e firmar ainda mais a relação entre os empreendedores e as empresas envolvidas. De início, as áreas de negócios são fardamento

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“Tem sido um grande aprendizado em que todo mundo

ganha”

Amélia Bezerra Leite

(confecção/têxtil), alimentação, cabeleireiro e estética e serviços gerais, como eletricista, mecânico e hidráulico.

InclusãoParalelo à qualificação dessa cadeia local de fornecedores e à inclusão de pessoas com renda, o Instituto Ação Empresarial está articulando e mobilizando as atuais empresas para renovarem a participação no projeto e também buscando outras organizações para se tornarem parceiras nessa iniciativa, além de ajustar direcionamentos para a segunda fase. Quem já garantiu continuidade foi a Alcoa. Na opinião da supervisora de assuntos institucionais da Alcoa, Ana Regina Cavalcanti, um dos grandes benefícios desse programa de desenvolvimento local é poder contar com fornecedores próximos para atender a algumas demandas.

Segundo ela, o momento agora é de fazer a apropriação e de dar sustentabilidade ao projeto, por meio do apoio aos empreendedores. A etapa seguinte, quando os grupos estiverem mais maduros, é elaborar um catálogo para divulgar, inicialmente no território norte, os produtos e serviços disponibilizados pela comunidade.

Crédito mais baratoOutra ação do programa, que tem convênio com a Prefeitura Municipal de Igarassu, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, é a criação de um banco comunitário formado com recursos dos próprios moradores. A intenção é suprir a carência de capital de giro mais acessível aos empreendedores para iniciar ou já tocar um negócio em

funcionamento. A formação desse banco receberá orientação de consultores de mercado e os moradores serão uma espécie de acionistas sócios dessa empreitada. E quando estiver pronto, será a própria comunidade que decidirá a quem emprestar e como será feita a transação.

Também está prevista a articulação para ampliar a comunicação entre esses pequenos empreendedores e as empresas integrantes do projeto, por meio de reuniões. A intenção é abrir caminhos e sensibilizar as empresas para a compra de produtos e serviços dos grupos da localidade. “Já melhorou muito. Muita gente fez curso e aumentou a renda”, disse a presidente da Associação Comunitária do Bairro de Rubina, Irene Antônia da Silva.

Aprendizado em mão duplaSe de um lado os empreendedores se preparam para atender ao mercado, do outro as empresas vão se ajustando, em suas políticas e procedimentos, para poder fazer pedidos de compra de produtos

e serviços a essa rede local de fornecedores. E esse dever de casa não tem apenas facilitado a negociação aos empreendedores. É uma via de mão dupla, que também tem estimulado as empresas a aprender a se relacionar com fornecedores menores. “Tem sido um grande aprendizado em que todo mundo ganha”, resumiu a diretora de marketing e recursos humanos da empresa Itamaracá Transportes, Amélia Bezerra Leite.

Segundo ela, a Itamaracá Transportes, por exemplo, já encomendou o fardamento de todo o pessoal do administrativo da empresa, além de brindes para o Dia das Crianças dos filhos dos funcionários. Mais do que isso: também tem dado apoio e orientado na gestão do grupo de corte e costura para que os empreendedores descubram seus valores e aprendam a lidar profissionalmente com o mercado. Para isso, a regra é clara: estabelecer um padrão de qualidade e prazo na hora do pedido e ter a certeza do empenho e do atendimento da solicitação.

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JURÍDICO EM PAUTA| JoSÉ AlMEIDA DE QuEIRoZConsultor da presidência do Sistema Fecomé[email protected]

O modelo laboral brasileiro fundamenta-se na filosofia do gigantismo legal. A ideia é regular com rigidez as relações entre capital e trabalho. Quanto mais leis, mais protegidos

estariam os trabalhadores. São, além dos 44 dispositivos constitucionais de difícil alteração e de algumas leis esparsas, 922 artigos da CLT, contendo vasto elenco de direitos dos trabalhadores, considerados imutáveis. A CLT, porém, nasceu 70 anos atrás, no apogeu da era Vargas, um governo ditatorial e populista, fundado na mística do dirigismo estatal. De lá para cá, quase um século depois, o mundo mudou. Mudou radicalmente, ficou de cabeça para baixo. Os mercados hoje estão unificados e as decisões das empresas, na gestão de seus negócios, precisam ser cada vez mais ágeis e sintonizadas com os princípios e práticas de uma economia globalizada.

Quem não tiver agilidade decisória, gozar de fle-xibilidade nas relações trabalhistas e não se modernizar tecnologicamente vai desaparecer do mercado. Tal ce-nário era impensável na era Vargas. Enquanto as socie-dades atuais adotam princípios e práticas democráticas, pluralistas e globalizadas, com suas empresas agindo com ampla flexibilidade legal, as relações entre o capital e o trabalho no Brasil estão engessadas, presas à camisa de força do romantismo de uma época. É óbvio que a funcionalidade desse modelo do passado não se ajusta às singularidades das relações trabalhistas do presente.

Como a grande maioria das empresas não conse-gue seguir o contexto normativo – sobretudo as micros

e as pequenas empresas –, ao lado dos superprotegidos desfila um exército colossal de trabalhadores não cober-tos pelo aparato institucional. Pelos dados da Pnad de 2008, existiam cerca de 92 milhões de pessoas traba-lhando. Destes, 61 milhões eram empregados, sendo 48 milhões do setor privado, 6,5 milhões do setor público e 6,5 milhões trabalhadores domésticos. Ou seja, os em-pregados do setor privado somavam 54,5 milhões, com 32 milhões registrados em carteira do trabalho e 22,5 milhões sem proteção alguma. E mais: como há inúme-ras categorias em que a informalidade é elevada, soma-vam 19 milhões os trabalhadores por conta própria.

Eram 4 milhões os estabelecimentos formais com mais de dez empregados e 11 milhões os informais. Nos dias de hoje, a economia concorrencial exige ajustes rápi-dos e crescentes em todas as áreas. A demora nas adapta-ções compromete a competitividade das empresas, os in-vestimentos e os empregos. Em tais circunstâncias, urge modernizar as relações de trabalho, provendo ajustes nas relações trabalhistas, com foco em ganhos de produtivi-dade e flexibilização na negociação de contratos de tra-balho, maior agilidade na contratação e descontratação da mão de obra, desoneração da folha de pagamento e criação de mecanismos mais efetivos de resolução dos conflitos trabalhistas. Sendo o paradigma das relações de trabalho, a legislação trabalhista deve estar assenta-da num sistema coerente e harmônico em todas as suas vertentes normativas, notadamente as relações sindicais, a administrativa do trabalho e a legislação processual do trabalho, além das normas específicas do trabalho.

Modernização das relações trabalhistas

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O acelerado desenvolvimento econômico de Pernambuco, com a adoção de políticas públicas de incentivos

fiscais, tem atraído a instalação de indústrias, comércio e serviços. Fábricas de alimentos, bebidas, limpeza e higiene pessoal que se concentravam em outros Estados brasileiros estão se rendendo aos atrativos pernambucanos. Os municípios de médio porte que se localizam próximo dos grandes polos de negócios, principalmente do Recife, são os que estão “lucrando” mais com essa situação, a exemplo de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata Sul.

Localizada a 50 quilômetros de distância de Recife e com 130

mil habitantes, a terra onde inicialmente a perspectiva dos moradores seria a migração para a Capital pernambucana, Vitória de Santo Antão está sendo chamada agora de “Vitória das Oportunidades”, devido à abertura de novas portas de emprego e renda para a população. “É um cluster econômico importante. As indústrias remuneram os funcionários, estes gastam o salário comprando no comércio local. Assim, todos lucram e a economia cresce”, comenta o consultor econômico do Centro de Pesquisa (Cepesq) da Fecomércio-PE José Fernandes de Menezes.

Hoje, o município já conta com a instalação de empresas

multinacionais de grande porte como a Kraft Foods, que entre outros produtos produz os biscoitos Club Social, e o Grupo Brasil Foods (BRF), que congrega marcas como Sadia, Perdigão e Batavo. O empreendimento começou a operar em março de 2009 e gera atualmente mais de 1,1 mil empregos. A fábrica opera quatro linhas de embutidos, como mortadela, apresuntado, salsichas, linguiça cozida, presunto de peru e lanche.

A BRF está construindo uma nova unidade industrial em Pernambuco, um empreendimento de R$ 140 milhões, que produzirá margarinas das marcas Qualy, Deline e Claybom. A fábrica terá capacidade para

Nova dinâmica faz crescer economia em cidades de médio portePor Ceça Ataides

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produzir oito mil toneladas/mês de margarina. O início das operações está previsto para janeiro de 2013.

Para dinamizar ainda mais a economia da cidade de Vitória de Santo Antão, vem aí o Vitória Park Shopping, que contará com um hotel com 100 apartamentos integrados. Riachuelo, Lojas Americanas, Marisa e Le Biscuit serão as lojas-âncora do empreendimento, que deve impactar ainda mais a economia local.

O Vitória Park Shopping é um empreendimento do Consórcio Plus Somar. A iniciativa conta com o apoio do Governo do Estado de Pernambuco, da Câmara de Vereadores e da Prefeitura de Vitória de Santo Antão, e chega para preencher uma lacuna no comércio varejista da região, atendendo a uma área de influência de 200 mil habitantes com potencial de consumo mensal de R$ 50 milhões. “Esse shopping repercute como um moderno centro de comércio varejista e impactará diretamente na economia local”, destaca José Fernandes de Menezes.

Além destes grandes empreendimentos, outros, de menor porte, também vêm dinamizando a economia do município, como a Companhia Industrial de Vidros, pertencente ao grupo americano Owens-Illinois (O-I); a Destilaria JB, grande produtora de álcool e açúcar, e a Pitú, empresa 100% pernambucana conhecida internacionalmente como uma das maiores indústrias de bebidas destiladas do País e líder na Região Nordeste. A marca

comercializa mais de 2,5 milhões de litros de bebida para 60 países.

Esse desenvolvimento industrial impacta de forma positiva no comércio local, que, com o leque de oportunidades e sortimentos para a população, tem se tornado independente do Recife. E esse efeito atingiu todos os setores: construção civil, saúde e também a educação. A construção de faculdades e de centros de saúde mostra o comprometimento do Estado e do município com a formação dos profissionais, aumentando o nível de empregabilidade. Recente pesquisa comparativa entre os níveis de emprego de agosto de 2010 a agosto de 2011 mostra que o crescimento do trabalho formal foi de 13,53%, o que significa que foram contratados 1.626 trabalhadores no município nesse período, principalmente por causa das indústrias recém-instaladas.

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Vitória de Santo Antão, Hildebrando Antonio de Lima, se mostrou satisfeito com o crescimento da cidade, que tem um Produto Interno Bruto (PIB)

em ascendência. Ele comenta que essa procura por espaços para a instalação de indústrias no município se deve à proximidade geográfica com o Complexo Portuário de Suape. “Além de a cidade estar localizada próximo à Suape, ainda se encontram terrenos com um valor para compra bem mais baixo nela”, registra o secretário.

O município, no entanto, ainda precisa realizar grandes investimentos na infraestrutura de educação, saúde, estradas e até de alternativas de escoamento da produção. “Estaremos investindo na melhoria da infraestrutura nos próximos anos”, disse o secretário. José Fernandes de Menezes acrescentou que a falta de infraestrutura ocorre em todo o País. “Os governos devem estar preparados para atender a essa nova demanda, que vem a melhorar a vida da população”, conclui o consultor.

“Estaremos investindo na melhoria da infraestrutura nos próximos anos”Hildebrando Antonio de Lima

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O Congresso Internacional de Tecnologia na Educação comemorou dez anos em 2012 com a experiência

de um evento consolidado e muito fôlego para contribuir ainda mais para o desenvolvimento da educação. Tecnologia na sala de aula, inclusão, Enem, avaliação pedagógica, gestão escolar. Esses foram alguns dos temas debatidos nesta edição, que reuniu mais de 3.690 participantes, vindos de 222 municípios brasileiros e espalhados por 26 Estados do país.

Promovido pelo Sistema Fecomércio/Senac/Sesc em Pernambuco, com patrocínio do Sebrae-PE e da Caixa Econômica Federal, e realizado no Centro de Convenções de Pernambuco de 4 a 6 de setembro, o evento realizou 45 atividades, divididas entre palestras, conferências e minicursos, e contou com a participação de pesquisadores da Espanha, Portugal e Colômbia e de várias universidades e instituições de pesquisa e ensino brasileiras.

O congresso começou em 1996 em formato de seminário. Desde então,

a demanda de público e o número de atividades só têm crescido. “Queremos discutir os problemas da educação e elevar o nível dela no Estado. Estamos vivendo um momento excepcional, em que Pernambuco está liderando o crescimento no país. Queremos dar apoio às pessoas para acompanhar esse desenvolvimento”, afirmou Josias Albuquerque, presidente do Sistema Fecomércio/Senac/Sesc–PE. “A edição deste ano foi um sucesso! Conseguimos colocar a sustentabilidade, um tema que precisa ser debatido desde cedo, na pauta”, comemorou o coordenador do congresso, Arnaldo Mendonça.

Durante a programação dos três dias, foram apresentadas nove conferências, 20 palestras simultâneas e realizados 16 minicursos. A conferência de abertura foi ministrada pelo professor de engenharia de software da UFPE Sílvio Meira, considerado uma das 100 pessoas mais importantes do mundo na área de tecnologia da informação. O congresso abordou ainda assuntos como a avaliação de programas pedagógicos,

mobile learning, fenômenos da aprendizagem em redes sociais, gestão e qualidade na educação pública, formação e desafios do profissional de educação, entre outros temas.

Um dos destaques no encontro foi presença do renomado espanhol Mario Carretero, pós-graduado em duas universidades americanas, que abordou a temática das escolas do futuro e o desenvolvimento dessa nova sociedade. “Hoje a educação tem um fator muito importante a seu favor, que são os dispositivos que ajudam na velocidade e na qualidade de informações, e também tornam o ato de educar algo mais flexível”. Carretero enfatizou que, de todas as mudanças no mundo, a mais importante é a que aconteceu no conhecimento. “Os dispositivos executam operações cognitivas anteriormente realizadas pela mente humana. Falar de ferramentas culturais e dispositivos digitais é sempre falar sobre mudanças”, disse.

“As palestras que assisti foram excelentes. A seleção foi muito bem

X Congresso Internacional de Tecnologia na Educação mais forte a cada anoPor Mariana Nepomuceno

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feita. Gostei tanto que pretendo vir ao próximo encontro”, disse Delene Barbosa, engenheira agrônoma, professora do IFPE e instrutora do Sebrae. Delene apontou a conferência de Leo Fraiman como sua favorita. Para a educadora Débora Rodrigues, as palestras de Teresinha Rios e Mozart Neves Ramos se destacaram. “Pretendo voltar ano que bem. O congresso foi excelente. Vou poder levar o conteúdo daqui para a sala de aula”, comentou Débora, que é professora de matemática da Prefeitura Municipal de Jaboatão dos Guararapes. Não só os congressistas saíram satisfeitos com o evento. Os expositores do Salão de Tecnologia e Empreendedorismo comemoraram o sucesso do evento. “Conseguimos vender tudo e atingimos um bom lucro”, contou Raquel Barboza, expositora do “Semeando o Futuro/ Fafire”.

O congresso terminou com um sorteio de brindes bastante concorrido e divertido. A grande vencedora foi a coordenadora pedagógica do Colégio Monte Castelo, de Olinda, Sueli do Carmo Batista, com 47 anos de idade,

dos quais 26 foram dedicados à educação. Ela levou para casa o prêmio principal, um Uno Mille zero-quilômetro.

Espaço do ConhecimentoDez salas do Centro de Convenções foram ocupadas por pesquisadores da área de educação e tecnologia na manhã do primeiro dia (4/9) do X Congresso Internacional de Tecnologia na Educação. Eles apresentam resultados recentes dos seus estudos dentro da programação do Espaço do Conhecimento. Michele Oliveira veio do Instituto Federal de Brasília

para participar do encontro. Ela trabalha com desenvolvimento e empreendimento solidário. “Pude compartilhar o que estou pesquisando com outros profissionais, de outros lugares e com outras vivências”, disse. Michelle trocou experiências com Rosa Rêgo, psicóloga que estuda formação de professores e mora em Olinda. “Dialogamos sobre o que existe em comum em nosso universo de pesquisa e vamos adquirindo novos olhares”, afirmou Rosa.

Salão de Tecnologia Robôs, sistemas de ensino que potencializam o uso do computador em sala de aula, estande especial para deficientes visuais e artesanato. Eis um resumo dos 40 estandes que fizeram parte do Salão de Tecnologia e Empreendedorismo e foram distribuídos pelo hall do Centro de Convenções de Pernambuco. Várias editoras estiveram presentes no espaço, apresentando aos professores material didático útil no cotidiano de sala de aula.

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O que é preciso para utilizar jogos em sala de aula? Para o doutor em psicologia cognitiva Paulo André Silva não é necessário muito. “Podemos usar lápis, borracha e papel para jogar, não necessitamos apenas do computador”, explicou. No minicurso “Games Educacionais”, Paulo André falou sobre alguns itens que podem contribuir de forma lúdica para o aprendizado. Para ele, assim como tudo na vida, os jogos devem ter regras, estimular sentimentos e precisam promover a liberdade e a ação livre do aluno. “Todo jogo deve ter um propósito, um significado e uma função social. Além de promover uma evasão da vida real”, apostou. Ele concluiu dizendo que os jogos devem ter o tempo e o espaço limitados e cabe ao professor

Games Educacionais facilitam aprendizado

impor esses limites para aquilo que poderia ser apenas uma brincadeira. O palestrante explicou o conceito de gamification, que propõe trazer a estrutura de um jogo para dentro da sala de aula. “Nas aulas de geografia, por exemplo, podemos resgatar o famoso jogo da amarelinha utilizando um mapa do Brasil como suporte. Assim fica muito mais fácil aprender.” O segredo, afirma Paulo André,

é deixar a criança participar do processo, criando ambientes de aprendizagem. “Precisamos propor desafios, com diversão, diálogo, construindo uma narrativa e atribuindo a autoria, que para mim é o carro-chefe, e criar algo relacionado ao conteúdo educacional”, explicou.

O que faz a vida valer a pena ser vivida? Sem fórmulas prontas, mas com muito bom humor, o professor catedrático de ética da USP Clóvis Barros Filho conversou com a imensa plateia que lotou o Teatro Guararapes sobre a construção de valores e de referências para a vida. Citando Platão, Barros Filho definiu o prazer como aquilo que diminui nosso desconforto físico. “É isso que faz você aumentar a temperatura do ar-condicionado para depois diminuir, procurar o melhor lugar para sentar, por exemplo. É o prazer que vai ajudando a viver até mesmo nas pequenas coisas do dia a dia.” Porém o prazer não é o único valor importante. “Existe,

“Somos criadores das nossas próprias histórias”

claro, o respeito, que significa levar sempre o outro em consideração”, explicou. “Se para a prova, o professor tem um gabarito com respostas prontas, para a vida temos muitos gabaritos com muitas respostas contraditórias entre si. Se houvesse uma única resposta certa, não haveria liberdade.” De acordo com ele, é essa liberdade que provoca angústia. “Somos criadores das nossas próprias histórias. A vida tem 360 graus de possibilidades,

não há como ter certeza de qual é o melhor caminho, a melhor escolha. “A angústia vai sempre acompanhar a liberdade”, afirmou.

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DEPOIMENTOS | ConGRESSISTAS

GERAlDo JúnIoR veio de Petrolina para apresentar sua experiência com a união entre a prática e a teoria nas aulas de química em turmas do ensino médio integrado e do ensino tecnológico do Instituto Federal de Petrolina. Em sala de aula, os alunos produziram sabão feito de óleo reciclado. “Este encontro é uma oportunidade única para mostrar trabalhos que resultaram da práxis pedagógica e das nossas pesquisas de campo”, afirmou.

PRySCIllA lACERDA é aluna da graduação de biologia da UFPB e está apresentando dois trabalhos científicos no Espaço do Conhecimento. “O evento prima pela organização e é uma excelente oportunidade para mostrar nossas pesquisas.”

MáRCIo MEIRA, agente cultural e integrante de uma rádio comunitária de Amaraji, a 110 km do Recife, assistiu às comunicações orais do Espaço do Conhecimento. “Eventos como esse trazem mais conhecimento, proporcionam renovação. O tempo poderia até ser maior, pelo tanto que acrescenta a quem participa”.

MARCoS DuARTE está pela oitava vez no congresso. Para ele, que

é representante da Secretaria de Educação de Pernambuco, a

experiência proporciona ao educador estar sintonizado com o que há de novo na área. “Aqui ficamos

sabendo do que acontece nacional e internacionalmente sobre questões

como a prática educativa, novas metodologias, além de termos acesso a

experiências exitosas em educação.”

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DEPOIMENTOS | PAlESTRAnTES

“Acredito que o trabalho de qualidade é aquele que a gente faz bem e que faz bem pra gente, do ponto de vista técnico e político, estético e ético.”

TEREZINHA RIOS Doutora em educação pela uSP

“As escolas hoje, em maioria, praticam exames, não avaliações. Exames

são classificatórios. Já a avaliação é sistemática, cria diagnósticos e faz parte

da conduta construtiva.”

CYPRIANO LUCKESIDoutor em educação pela PuC-SP

“Mobile learning é aprender em qualquer lugar, em qualquer

situação. É fazer de qualquer lugar uma sala de aula. Se for resumir em poucas palavras, seria colaboração,

cocriação.”

MARTÍN RESTREPOSócio fundador e gerente de

Tecnologia Educacional da Editacuja e fundador do MobileMonday São Paulo

“A avaliação tem um papel muito importante quando refletimos sobre as melhores formas de enfrentar o desafio de melhorar o aprendizado dos alunos.”

DOMINGOS FERNANDESDoutor em educação pela Texas A&M university (EuA)

“Precisamos nos preparar para crianças com acesso às tecnologias e novos

modelos mentais. É preciso transformar o conhecimento em conhecimento

significativo, consolidando-o em aula.”

LUCYMARA CARPIMDoutora em educação pela PuC-PR

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Os muros da alta do consumo

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Nos últimos dez anos, a população pertencente à classe C no Nordeste cresceu 123%, segundo dados do Instituto Datafolha. Esse índice – o dobro do nacional, que ficou em 57% no mesmo período – é o indicativo para o aumento do poder de consumo, que traz, com ele,

o desenvolvimento do comércio local, atrai mais investimentos e consolida mercados. É o caso do segmento de shoppings, amostra concreta dos bons índices econômicos.

De acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abras-ce), está prevista a implantação de 45 malls no país, sendo oito no Nordeste. Entre eles está o novo empreendimento do Grupo 5R Shopping Centers para a região, que será anunciado em breve, mas ainda sem Estado de des-tino divulgado. De toda forma, segundo o empreendedor Carlos Felipe Ful-cher, o grupo manterá os moldes dos outros sete shoppings já em operação nas regiões Sul e Sudeste: as classes C e D. “Essa é a maior fatia do mercado nacional”, justifica o representante da 5R, empresa que lida com vários as-pectos da construção, desde a escolha do terreno e a comercialização da área bruta locável (ABL) até a administração do empreendimento. “Acreditamos que o Nordeste ainda vá atrair mais empreendimentos na área de shoppings. E o principal estímulo é o aumento do poder aquisitivo das pessoas”, diz Fulcher.

Diretor executivo da Associação Pernambucana de Shopping Centers (Apesce), Raimundo Almeida comenta que há 13 projetos de shoppings em obras ou em via de implantação para Pernambuco e que, dentro de quatro anos, todos devem estar em funcionamento. Entre eles, empreendimentos voltados para Vitória de Santo Antão e Petrolina, onde está em construção um centro de compras que leva o nome da cidade, com inauguração prevista para até o início de 2015, cujo investimento chega a R$ 120 milhões.

Edison Rezende, sócio-diretor da Empresa Nacional de Administra-ção de Shopping Center (Enashopp), responsável pelo Petrolina Shopping, diz que o empreendimento terá mais de 30 mil metros quadrados (m²) de ABL e quer atrair consumidores do município e do entorno. “Temos cer-teza de que estamos com o produto certo no mercado certo. Foram feitas muitas sondagens de áreas na cidade de Petrolina e procuramos saber para onde estava sendo desenhado o crescimento da cidade. Não é à toa que o slogan do shopping é ‘Feito do seu jeito’”, acrescenta. O Petrolina Shopping prevê 170 lojas-satélite, dez âncoras, cinemas, espaço de diversão, praça de alimentação e hipermercado.

Segmento de shoppings cresce em Pernambuco, reflexo do desenvolvimento econômico e do poder aquisitivo da classe C

Por Tatiana Notaro

Os muros da alta do consumo

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MERCADO

Na opinião da superintendente do Shopping Guararapes, Cristina Veiga, o aumento do número de shoppings no Estado não causa problemas ao mercado, como o acirramento da concorrência. “Recentemente, fizemos uma pesquisa que mostrou o quanto podemos ‘acomodar’ do adensamento demográfico que tem ocor-rido na região, principalmente na área sul, por causa de Suape”, analisa, reforçando que a escolha do consumi-dor pelo “seu” shopping tem muito a ver com conforto: “É como já acontece muito em São Paulo. O paulista procura sempre estar no seu entorno e a demanda ter-mina respondendo a essa conveniência”. Cristina diz que pode haver uma procura por uma determinada ope-ração em um shopping, mas o fator determinante acaba sendo a proximidade.

Especialistas concordam que o aumento do mer-cado não cria, necessariamente, uma concorrência entre os shoppings, mas uma necessidade de renovação do espaço, do mix de lojas. “Nesses 32 anos, o shopping sempre buscou inovar e estar à frente das tendências de mercado. E neste novo cenário não será diferente. Recentemente, inauguramos uma nova etapa, com 56 novas operações, trazendo marcas relevantes para o mix e novas opções para o cliente”, diz a superintendente do Shopping Recife, o mais antigo de Pernambuco, Daniel-le Viana.

“Recentemente, fizemos uma pesquisa que mostrou o quanto podemos

‘acomodar’ do adensamento demográfico que tem ocorrido na região”

Cristina Veiga

Shopping Recife

Inauguração: 1980Cidade: RecifeÁrea construída: 169.825,71 m²ABL: 86.000 m²Número de ampliações: 4Número atual de operações: mais de 450

Shopping Guararapes

Inauguração: 1993Cidade: Jaboatão dos GuararapesÁrea construída: 72 mil m²ABL: 45.530 m²Número de ampliações: 3Número atual de operações: 240 lojas de mais de 30 segmentos, incluindo âncoras como C&A, Centauro, Renner, Lojas Americanas e Hiper Bompreço

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Para a superintendente, o cenário de crescimento econômico de Pernambuco pede esse tipo de disposi-ção para renovação do mercado, especialmente o varejo, que é amplamente dinâmico. “Avaliamos que o Estado comporta a entrada de novos empreendimentos. Além disso, acreditamos que a concorrência deve ser vista pelo âmbito positivo, ou seja, impulsiona as empresas a bus-car, de forma incessante, a sua excelência no mercado”, argumenta.

Raimundo Almeida, da Apesce, diz que o per-centual de crescimento dos shoppings em Pernambuco é compatível com a atual posição do Estado diante da configuração nacional. “Não há cenário negativo para o Nordeste. No fim de outubro teremos a inauguração do RioMar, um dos maiores shoppings do país. É uma res-posta ao consumidor”, considera. Em outras palavras, há sempre espaço para os novos.

Nessa lista, além do RioMar, do Grupo JCPM, está o Shopping Apipucos, empreendimento do Grupo Souza Leão, cujo aporte previsto é de R$ 300 milhões. O projeto estima a geração de três mil empregos diretos, quando em operação, e 500 durante as obras. O novo mall será instalado às margens da BR-101 e terá mais de 187 mil m² de área construída, com ABL de 44 mil m². Isso porque pretende ser um centro de compras avi-

zinhado por um parque público, com preservação am-biental e restauro de antigas construções, além de ofere-cer salas paras escritórios e serviços, que vão atender em sua área de influência um público de aproximadamente 700 mil pessoas.

O Apipucos quer um público diferente, em um raio amplo, que abrange São Lourenço da Mata (incluin-do a Cidade da Copa), Camaragibe, parte de Paulista e Jaboatão dos Guararapes. Os empreendedores estimam um potencial de vendas anual de R$ 340 milhões. Na ocasião do lançamento do empreendimento, no último mês de agosto, o prefeito do Recife, João da Costa, des-tacou a importância desse tipo de investimento para a economia do Recife, “que tem grande vocação para o comércio”. Mais um ponto positivo para a implantação de outros empreendimentos na região.

EMPREENDEDORES

Olinda deve ganhar seu primeiro shopping, efeti-vamente, no segundo trimestre de 2014. O Grupo CM vai instalar o novo empreendimento no terreno do an-tigo quartel da cidade, área com 24 mil m², com inves-timento de R$ 150 milhões. “Olinda é uma das poucas cidades que ainda não têm um empreendimento desse”, comentou o diretor de novos negócios do grupo, Celso

Shopping Tacaruna

Inauguração: 1997Cidade: RecifeÁrea construída: 100.093 m²ABL: 40.716 m²Número de ampliações: 1Número atual de operações: 240

Plaza Shopping Casa Forte

Inauguração: 1998Cidade: RecifeÁrea construída: 51 mil m²Número atual de operações: mais de 150

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Muniz Filho, dizendo que as obras devem começar no ano que vem e reforçando a importância do inves-timento para o município.

O shopping, que já tem nome escolhido, mas ainda em proces-so de registro e, por isso, não pode ser divulgado, terá 240 lojas, entre âncoras e satélites, distribuídas em 80 mil m² de área construída e 30 mil m² de ABL. Segundo Muniz Fi-lho, o empreendimento atenderá às classes C e D de Olinda e cidades vizinhas, como Paulista. O projeto prevê ainda cinema, diversão, praça de alimentação e 1,5 mil vagas de estacionamento. De acordo com o empresário, a obra deve empregar em torno de 500 pessoas e, quando em operação, o shopping vai gerar até 5 mil postos de trabalho.

Shopping Boa Vista

Inauguração: 1998Cidade: RecifeÁrea construída: 57.668 m²ABL: 23.338 m²Número de expansões: 3Número atual de operações: Mais de 200

Shopping Rio Mar

Inauguração: 2012Cidade: RecifeÁrea construída: 295 mil m²ABL: 101 mil m²Número atual de operações: 410 lojas e mais 60 operações

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ENTREVISTA | MáRCIo SAnToS

Informe Fecomércio-PE (IF) – Qual a importância do empreendimento para a região?

Márcio Santos (MS) – Fomos o primeiro shopping instalado no interior de Pernambuco e, na época (em 1995), houve um impacto muito grande no comércio local. Um shopping leva conceitos, os diferenciais de um varejo categorizado. O River acabou influenciando o comércio de todo o entorno.

IF – Fale um pouco sobre o investimento feito em 1995 e os resultados alcançados.

MS – Observamos as potencialidades de crescimento da região já naquela época. Era um crescimento estruturado. Então o investimento foi feito e, até hoje, temos resultados muito interessantes não só do ponto de vista do faturamento. Creio que “pagamos o preço” pelo pioneirismo, mas hoje saímos na frente. O novo shopping (o Petrolina Shopping, em implantação) terá que se posicionar, e nós já somos consolidados.

IF – Fale sobre as expansões pelas quais o shopping já passou e como se deu essa evolução.

MS – O River passou por várias fases. Primeiro focamos na consolidação do shopping, na abertura. Depois vieram a implantação das lojas-âncora, em seguida, da praça de alimentação e, na sequência, da área de entretenimento. Hoje estamos na quarta expansão, com novas lojas-satélite e âncora, uma Lojas Americanas e uma Riachuelo.

IF – Como você vê o River hoje?

MS – Houve muitas mudanças no nosso perfil e do nosso consumidor. Ambos sofreram mutações. A gente começou com um padrão de loja e de público e hoje percebemos outro cenário. Um exemplo é a presença de franquias, que são maioria na praça de alimentação. E, para atender a esse novo perfil de público, temos um cinema digital 3D. Tenho o pensamento da “soma”. Acho que um empreendimento como o River contribui para que o mercado do entorno possa se rever. Hoje, nos Estados Unidos, os shoppings representam em torno de 70% de todo o varejo; aqui no Brasil, apenas 19%. É um mercado ainda muito amplo e que tem muito a crescer.

Gerente comercial do River Shopping

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Os municípios de Gravatá, Garanhuns, Triunfo, Tamandaré, Petrolina e Fernando de Noronha estão

participando de uma pesquisa exploratória que vai mapear ingredientes relevantes para a cultura gastronômica de cada região. A ação faz parte do projeto itinerante Na Estrada: Sabores de Pernambuco, realizado pelo Senac-PE e pelo Sebrae-PE, e tem como principal objetivo promover a gastronomia pernambucana através da valorização dos elementos que compõem a identidade culinária das diferentes localidades do Estado.

Dividido em várias etapas, o projeto Na Estrada: Sabores de Pernambuco está promovendo oficinas para os funcionários e gestores dos restaurantes desses municípios e também organizando festivais e feiras nas regiões contempladas pelo evento. A proposta é circular com essas atividades até julho de 2013.

As ações de mapeamento dos elementos da culinária local de cada região estão sendo coordenadas pela Faculdade

Senac Pernambuco. Com base nas informações levantadas, o chef César Santos, do Restaurante Oficina do Sabor, foi convidado para liderar uma equipe de consultores e professores que estão capacitando colaboradores dos

Projeto itinerante mapeia a gastronomia pernambucanaPor Marina Andrade

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“A ideia é capacitar 500 funcionários de cafés, bares e restaurantes do Estado nas seguintes áreas: design de pratos; cozinha sustentável; serviço de garçom; serviço de café; serviço de vinhos e gestão de negócio”

Lygia Leite

estabelecimentos participantes nas unidades móveis do Senac, carretas com infraestrutura e equipamentos necessários para a realização dos cursos. A ideia é capacitar 500 funcionários de cafés, bares e restaurantes do Estado nas seguintes áreas: design de pratos, cozinha sustentável, serviço de garçom, serviço de café, serviço de vinhos e gestão de negócio. Nas atividades práticas das aulas, César Santos está apresentando releituras de pratos e/ou ingredientes típicos, identificados durante a pesquisa.

“Nossa expectativa é mostrar que elementos presentes no dia a dia daquela comunidade, muitas vezes desvalorizados pelos próprios moradores por estar tão entranhados em seu cotidiano, podem ganhar nova roupagem e se transformar em grande atrativo, inclusive turístico”, declara a diretora regional do Senac, Lygia Leite. “E o chef César Santos, considerado o embaixador da gastronomia pernambucana, é

um dos consultores responsáveis pela missão de aproximar os profissionais dos restaurantes dos ingredientes locais e do processo criativo contemporâneo por onde a expedição passar”, completa.

Uma novidade do projeto foi a realização de uma feira popular da gastronomia local, que colocou na vitrine pequenos produtores do Litoral ao Sertão. Durante a feira, realizada no Pátio de

Eventos Chucre Massa Zazar, chefs convidados utilizaram ingredientes de cada região para desenvolver e criar novas receitas, explorando a utilização de cada produto na cozinha. Tudo ali aos olhos dos visitantes. Essa mostra gastronômica foi a culminância do Festival de Gastronomia do Agreste, que teve o intuito de apoiar a cadeia produtiva local no segmento da alimentação, movimentando 41 restaurantes de Gravatá, Caruaru e Bezerros. Os estabelecimentos apresentam pratos criados especialmente para a ocasião, com ingredientes típicos do Agreste e batizados em homenagem ao Rei do Baião.

“A parceria com o Senac proporcionará uma atualização técnica aos profissionais desse segmento, bem como uma melhor utilização dos insumos identificados na pesquisa, que ajudarão a elaboração de novas opções de cardápios”, diz Alexandre Ferreira, gerente da Unidade de Turismo, Gastronomia e Cultura do Sebrae em Pernambuco.

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Mais de 70% dos consumidores da Região Metropolitana do Recife (RMR) pretendem comprar bens duráveis ainda este ano. Esse é o resultado do levantamento feito

pelo Centro de Pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio-PE). A forte intenção de compra espalha-se por todos os níveis de renda, sinalizando que o varejo continuará aquecido no último trimestre deste ano. “O resultado é importante porque o segmento aumentou muito suas vendas desde junho, depois da redução do IPI de automóveis, linha branca e móveis, o que poderia ter levado a uma antecipação de compras, repercutindo negativamente no desempenho do comércio no fim do ano”, explica o consultor da Fecomércio Luiz Kehrle. Segundo Kehrle, no entanto, a sondagem realizada com 464 consumidores de todas as classes de renda indica que a demanda deverá continuar aquecida.

Bens duráveis deverão ser alvo dos consumidores no final do ano

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A demanda por bens duráveis deverá centrar-se de maneira uniforme nos setores de móveis/decoração, informática/celulares e eletrodomésticos, pois uma em cada quatro famílias deverá comprar algum desses itens. A procura por veículos também continuará aquecida, já que mais de 16% dos entrevistados registraram intenção de compra de carro e principalmente de moto. Entre os móveis, as maiores intenções de compra deverão ser cama, sofá e armário, enquanto celulares e computadores liderarão as compras no seu ramo. Entre os

eletrodomésticos e artigos do lar, televisores, geladeiras e fogões serão os principais itens.

Mais de 60% das compras de bens duráveis deverão ser para substituir um já existente, mas ainda é grande o percentual dos que estarão pela primeira vez concretizando o desejo de adquirir algum produto. “Esse resultado indica que, embora prepondere a demanda para substituição, a compra inicial ainda é relevante, a despeito do fato de que a maior parte das famílias já dispõe em seus domicílios da maioria dos bens duráveis tradicionais”,

completa o também consultor da Fecomércio José Fernandes de Menezes.

Como é comum na aquisição da maior parte dos bens duráveis, as compras deverão ser realizadas a prazo, esperando-se que três em cada quatro compras sejam feitas sob essa modalidade de pagamento, representando 74,31% do total. As compras à vista, todavia, serão quase um quarto do total das transações, 23,48%, uma presença forte dado o custo médio dos produtos que serão comprados.

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Móveis/decorações

Informática/celular Eletrodomésticos Véículos Outros tipos

Itens preferidos nas compras (%)

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Informe Fecomércio-PE (IF) – o que é Varejo 3.0?

luiz Alberto Marinho (lAM) – É o varejo fortemente influenciado pelo ambiente digital. É para quem tem a influência das redes sociais (Facebook, Twitter), dos blogs, ou seja, tudo que pode influenciar a decisão de compra do consumidor tanto na loja física como na virtual. O varejo 3.0 convida os lojistas a olhar a internet de maneira comercial, obrigando-os a repensar a loja física e a seguir as novas exigências desse mercado em ascensão.

IF – De que maneira as redes sociais influenciam o varejo?

lAM – As redes sociais influenciam demais nas decisões dos consumidores. A presença do varejo na internet é fundamental, mesmo que essa pessoa não tenha afinidade com o recurso. Se a sua empresa não está lá, pode perder as oportunidades que só aparecem por lá. Portanto, além de se fazer presente na web, o varejista precisa cogitar um know-how alternativo à loja física e montar uma virtual. Vale ressaltar que 63% dos consumidores pesquisam o que vão comprar on-line e só depois vão às lojas físicas. Portanto, ter essa opção virtual pode atrair ainda mais consumidores.

IF – Como foi a receptividade do tema em Pernambuco?

lAM – Foi muito bem recebido pelo público. Estive aí para dar uma palestra sobre varejo 3.0 promovida pela Fecomércio no Senac Paulista e pude observar o interesse em todos os pontos que abordei, que são importantíssimos. Um deles é a questão de o atendimento ao cliente não ser para vender e sim para prestar consultoria.

Um tema que está chamando a atenção dos varejistas é a nova forma de utilizar a internet para o comércio. Pensando em abordar mais esse assunto, a Fecomércio-PE realizou em

setembro o fórum de debates “Tendências para o Comércio de Pernambuco”, em Paulista, Arcoverde e Timbaúba.

Para saber mais sobre o assunto, a Revista Informe Fecomércio-PE entrevistou o sócio-diretor da GS&BW, Luiz Alberto Marinho, que esteve em Paulista, Arcoverde e Timbaúba a convite da Fecomércio-PE para falar sobre varejo 3.0.

Coautor dos livros “Marketing Direto no Varejo” (2001) e “Gigantes das Vendas” (2006), Marinho já trabalhou em agências de publicidade renomadas nacionalmente, como JWT, DPZ e ALMAP BB/DO. Confira abaixo a entrevista exclusiva que o palestrante deu à revista da Fecomércio-PE.

Conhecendo o varejo 3.0

ENTREVISTA | luIZ AlBERTo MARInho

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IF – De que maneira o varejista pode melhorar o atendimento para acolher essa nova demanda de comércio?

lAM – Primeiramente, é se fazer presente nas redes sociais e ter uma loja virtual, mesmo que não venda nada por ela. Por outro lado, o varejista precisa repensar a forma física do estabelecimento, ou seja, incorporar as novas tecnologias, coisas que na loja virtual o cliente não poderia encontrar. Ter computadores para oferecer informações diferenciadas aos consumidores. Isso pode facilitar a vida de quem compra e de quem vende. Aprimorar tanto o espaço físico como a tecnologia, além de ter uma equipe montada para prestar consultoria.

IF – Existe algum modelo de loja nesses moldes no Brasil? É uma tendência?

lAM – O atendimento pessoal é um autoatendimento. Cada um vai se encontrando na loja virtual. No varejo 3.0, a proposta é desfocar a venda agressiva e focar a consultoria, que mais orienta o consumidor do que propriamente vende. Hoje uma das maiores referências de lojas desse porte são as da Apple. Os funcionários estão lá para orientar quem compra os produtos e como utilizá-los. No Brasil, com a concorrência acirrada dos livros digitais, as livrarias também oferecem esse tipo de serviço. Há uma tendência a expandir esse tipo de serviço.

IF – o que você procurou enfatizar na sua palestra?

lAM – O que eu procuro mostrar é que o roteiro do varejo mudou em virtude do excesso de concorrência. Temos outros canais concorrendo diretamente, pessoas comprando no exterior, a pirataria... Observamos um cenário de hipercompetição, que faz com que o consumidor tenha mais escolhas e não se conforme com atendimento mais ou menos, querendo sempre o melhor. Temos que reinventar o nosso negócio. Pretendemos nos voltar ainda mais para o que as pessoas querem.

IF – Sobre os dois livros de que você foi coautor, o que mudou com a ascensão do varejo 3.0?

lAM – O livro “Marketing Direto no Varejo”, dos anos 90, era muito utilizado naquela época e hoje foi substituído pelo marketing de relacionamento na internet, ou direto nas redes sociais. O mais importante é o varejista estar sempre se atualizando sobre o conceito de marketing. O outro livro, “Gigantes de Vendas”, abordou a visão de 50 profissionais da área e a experiência de cada um, além de mostrar a felicidade proporcionada aos consumidores pelo produto adquirido. O que muda é justamente a questão do atendimento nas lojas, os aparatos tecnológicos e o que o consumidor quer quando vai para o estabelecimento.

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Todas as semanas, o estudante Cleiton dos Santos, 13 anos, estudante do sétimo ano do ensino fundamental, faz

uma jornada particular rumo ao conhecimento. Ele sai da Escola Municipal Reitor João de Alfredo, no bairro dos Coelhos, para a Biblioteca Gilberto Freyre, do Sesc Santo Amaro. “Quando leio, me sinto inspirado. Dá vontade de escrever um livro”, revela, enquanto folheia um livro sobre o governo Getúlio Vargas. “Meu livro preferido até hoje foi a biografia de Olga. Ela era uma mulher corajosa por ter tentado criar uma sociedade mais justa”, relembra.

É para apaixonados pelas letras como Cleiton, além das novas

gerações de leitores, que o Sesc Pernambuco desenvolve uma ampla gama de ações culturais e educacionais. Atualmente a entidade oferece nada menos do que nove bibliotecas, distribuídas em suas unidades na capital e no interior: Santo Amaro, Santa Rita, Casa Amarela, Piedade, Caruaru, Garanhuns, Triunfo, Arcoverde e Petrolina.

Além disso, seis unidades Sesc Ler, localizadas nos municípios de São Lourenço da Mata, Surubim, Belo Jardim, Buíque, Bodocó e Araripina, oferecem salas de leituras abertas ao público. As pequenas comunidades da Região Metropolitana do Recife não ficam sem as ações culturais do

Sesc. Desde 2005, dois caminhões repletos de livros pegam a estrada no projeto itinerante Bibliosesc.

“Queremos formar um leitor crítico, atento, curioso, criativo. A partir do momento em que ele adquire ou amplia o hábito de ler, ele cresce em tudo o que fizer. Por isso nosso principal trabalho é o estímulo à leitura”, explica José Manuel Sobrinho, coordenador de Cultura do Sesc-PE. Outra iniciativa de grande contribuição para esse estímulo é a Feira Sesc de Troca-Troca de Livros, realizada desde 2004 na capital pernambucana. O objetivo é facilitar a aquisição de livros, incentivando a leitura e o intercâmbio de materiais entre os participantes.

Leitura, um portal para o conhecimentoConheça os projetos desenvolvidos no Estado que fortalecem a importância da leitura

Por Thais Queiroz

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Como acontece em janeiro, a Feira ajuda principalmente na arrecadação de livros didáticos, auxiliando na economia com a compra desse tipo de material no início do ano. Segundo Paula Alves, coordenadora de bibliotecas do Sesc PE, as edições são bastante concorridas. “Apesar das trocas começarem apenas às 8h, várias famílias chegam às 5h da manhã para ficar na fila e participar. Às 10h, já não temos quase nenhum livro. Sempre avisamos às pessoas que vão participar: venham cedo!”, explica.

Essa vontade por conhecimento pode ser traduzida em números bem-sucedidos. Se em 2004 foram arrecadados 2 mil exemplares, em 2011 foram mais de 6 mil volumes. E mesmo os livros que não são trocados a tempo são distribuídos entre bibliotecas comunitárias da Região Metropolitana do Recife. “Estamos proporcionando conhecimento, incentivo à leitura e economia para as famílias. Levar esse bem-estar às pessoas é muito bom”, descreve a coordenadora Paula Alves.

Para participar da edição 2012, basta entregar um livro didático ou paradidático, em bom estado, em uma das unidades Sesc na capital Pernambucana. A arrecadação de

livros começa no dia 22 de outubro e segue até 18 de dezembro, e de 3 a 15 de janeiro de 2013. A Feira acontece no dia 19 de janeiro, das 8h às 11h, no Ginásio de Esportes Wilson Campos, do Sesc Santo Amaro.

Iniciativas como essa se tornam cada vez mais urgentes em um país onde as bibliotecas não são valorizadas como deveriam. De acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil 2012, realizada pelo Instituto Pró Livro e o Ibope Inteligência, 75% da população afirma jamais ter pisado em uma biblioteca, apesar de 71% afirmarem saber da existência de uma biblioteca pública em sua cidade.

Mas qual seria o problema, então? Talvez a forma como os brasileiros percebam as bibliotecas ajude a identificá-lo. Cerca de 71% dos participantes responderam que o local é “para estudar”. Em segundo lugar, aparece “um lugar para pesquisa”, seguido de “lugar para estudantes”. Só 16% disseram que a biblioteca existe “para emprestar livros de literatura”. Apenas 12% responderam que a biblioteca é “um lugar para lazer”.

A Biblioteca Comunitária Caranguejo Tabaiares, localizada na comunidade de mesmo nome, na Ilha do Retiro, mostra que é possível fazer da biblioteca um lugar de lazer, diversão e cultura. O pequeno espaço tem uma agenda lotada de eventos para não deixar ninguém parado: contações de história, teatro, recitais, aulas e muito mais. Tamanha dedicação compensa: hoje a biblioteca vive cheia, recebendo mais de 60 visitas todos os dias.

A iniciativa começou em 2005 graças ao esforço da dona de casa Cleonice da Silva. Ela enxergou na nova parceria com a Universidade

PRoJETo Parada para a Leitura, do Sesc Ler Buíque, reúne centenas de estudantes

“Queremos formar um leitor crítico, atento, curioso, criativo. A partir do momento em que ele adquira ou amplie o hábito de ler, ele cresce em tudo o que fizer”

José Manuel Sobrinho

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de Pernambuco uma chance de criar um espaço que afastasse sua filha da violência na comunidade de Caranguejo Tabaiares. Para isso, ela contou com a ajuda de quatro jovens, entre eles Reginaldo Pereira, gestor da biblioteca. “Passamos um ano na Universidade de Pernambuco aprendendo noções de biblioteconomia. Inicialmente seria apenas um espaço de suporte para as pesquisas escolares. Abrimos

com um acervo de 800 livros, a maioria didáticos”, lembra. Hoje a biblioteca reúne aproximadamente 4,5 mil livros, que por falta de espaço estão empilhados em caixas e estantes.

O carro-chefe da biblioteca é a Semana do Conto de História, realizada duas vezes por ano, em janeiro e junho, reunindo 400 crianças de 4 a 12 anos. Outras

Se a leitura é um meio de transporte para outros mundos e conhecimentos, na escrita o movimento acontece de dentro para fora: pode-se expressar opiniões e sentimentos. O Sesc Pernambuco busca estimular a produção literária em seus laboratórios de autoria Ascenso Ferreira, na unidade de Santa Rita, e Luzinete Laporte, na cidade de Garanhuns.

As oficinas atraem em média 130 participantes ao ano, cada uma delas com as mais diversas intenções. Além dos aspirantes a autores, existem os universitários, vestibulandos, idosos e profissionais em comunicação. Todos, claro, ávidos leitores que desejam dar um passo a mais no mundo das letras. Para dar conta desse público, o Sesc convida um time de peso, formado por professores, escritores, jornalistas e pesquisadores

ações são o Posso Recitar?, em que grupos de dez crianças recitam poemas na rua para quem passa; e o Um Minuto para o Lanche: Vamos Comer Livro. “Nós, os mediadores, vamos até as escolas, entramos nas salas e contamos uma pequena história para a criançada visitar a biblioteca”, conta o gestor Reginaldo Araújo.

Levar os livros até a população também é uma tarefa do Sesc Pernambuco. A unidade móvel Bibliosesc foi criada pioneiramente no Estado em 2005. Dois caminhões-baú recheados de livros percorrem as cidades da RMR com mais de cinco mil livros, de todos os gêneros. A iniciativa deu tão certo que foi adotada pelas unidades do Sesc em todo o país. Em sete anos, o projeto já percorreu cidades como Olinda, Abreu e Lima, Ipojuca e Igarassu. Para Tereza Ferraz, Diretora de Educação e Cultura do Sesc Pernambuco, ações de

Jornada Literária e Laboratórios de Autoria Literária

de literatura. Essa ação já gerou frutos importantes. O escritor Mário Rodrigues, fruto do Laboratório de Autoria Luzinette Laporte, ganhou menção honrosa do Prêmio Sesc de Literatura 2009, na categoria contos.

O Sesc Pernambuco promove ainda Jornadas Literárias no interior do Estado. A Jornada Literária Portal do Sertão chegou à sua 4ª edição em 2012 e este ano mais uma Jornada foi realizada, na Chapada do Araripe. Elas têm como objetivo aproximar escritores e leitores para debater a produção literária em Pernambuco. “Uma das estratégias de estímulo à leitura é fazer com que o leitor conheça o autor. O programa de literatura no Sesc Pernambuco quer propor uma literatura além da sala de aula, é um processo educativo que ultrapassa esses limites”, analisa o coordenador de cultura

TEATRo e música para os leitores da Biblioteca Comunitária Caranguejo Tabaiares

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do Sesc Pernambuco, José Manuel Sobrinho.

As jornadas reuniram escritores, críticos e estudiosos em oficinas, palestras, lançamentos de livros, recitais e performances. Para Manuel Sobrinho, as jornadas ajudaram a estimular o interior a produzir e celebrar a literatura. “Os escritores, que antes estavam em seu canto, perceberam que podiam abrir para o mundo. Autores que na primeira edição eram incipientes, quatro anos depois já participam da jornada como palestrantes e debatedores”, afirma José Manuel.

estímulo à leitura são importantes para que o futuro leitor entenda melhor o mundo à sua volta. “Não existe escola sem biblioteca, sem uma sala de leitura. As aulas por si só não são suficientes para formar. Se você é um bom leitor, é um bom intérprete e terá facilidade de crescer em sua vida estudantil. O bom leitor vai, por exemplo, interpretar um problema matemático com mais facilidade, ter condições de compreender e interagir”, exemplifica.

Para que esses resultados sejam alcançados, é importante o envolvimento dos agentes públicos. As bibliotecas municipais têm como missão incentivar o hábito da leitura e promover ações de formação de leitores; resgatar, preservar e difundir o conhecimento e a informação em geral. Um bom exemplo nesse sentido é a Biblioteca Popular de Afogados, uma das duas municipais do Recife – a outra é a de Casa Amarela.

Jornada Literária e Laboratórios de Autoria Literária

Fundada em 1955, o acervo atual da biblioteca é de aproximadamente 13 mil volumes, entre livros didáticos, técnicos, universitários, de referência, clássicos da literatura, além de jornais e revistas. Cerca de 15 mil usuários por ano realizam consultas no próprio espaço ou levam a obra para ler em casa.

“A nossa diferença é que adotamos uma agenda cultural. Trabalhamos com um calendário cultural, recebemos fóruns de discussão, participamos de festivais realizando contação de histórias para o público”, enumera Gilvanedja Mendes, Gerente de Serviço da Biblioteca Popular de Afogados. Para ela, a leitura é um passaporte para outros mundos. “Não devemos nos abastecer apenas fisicamente, mas também mentalmente. Ao nos aproximarmos da palavra, conhecemos novas possibilidades, criamos um novo universo”, conclui.

BIBlIoTECA Popular de Afogados

oFICInA de contação de histórias do Laboratório de Autoria Luzinette Laporte, no Sesc Garanhuns

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www.ceape-pe.org.br

1ª Organização de Microcrédito do Brasil

Quanto você quer crescer em 2013?Não importa o quanto,estamos aqui para ajudar.

Durante o ano, todos têm dias de trabalho, momentos de descanso, instantes de re�exão. E, quando chega essa época, chega também o momento de celebrar as vitórias e projetar os objetivos para o ano novo. O Ceape, parceiro de todas as horas do empreendedor, trabalha para que todos tenham muito o que comemorar e para que, em 2013, nossa união leve ainda mais desenvolvimento para Pernambuco.

Recife 81 3231.4259 | Caruaru 81 3721.3811 | Santa Cruz 81 3731.1645 | Toritama 81 3741.4299 | Prazeres 81 3476.4978 | Paulista 81 3433.7973Carpina 81 3621.2473 | Garanhuns 87 3761.7422 | Petrolina 87 3862.2370 | Gravatá 81 3533.6907 | Surubim 81 3634.1167 | Juazeiro 74 3611.2115

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Na última semana de setembro, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, assinou o decreto

que desonerou veículos seminovos (com pelo menos seis meses de uso) da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Foram cerca de 430 concessionárias no Estado diretamente beneficiadas da isenção do tributo por seis meses, a partir do próximo mês de dezembro – um auxílio necessário ao segmento, que teve queda geral de 50% nas vendas depois que o governo federal isentou veículos novos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). “Nós temos que atrair os novos investimentos e cuidar bem dos que já existem”, justificou Campos na assinatura. Para o governo, o principal objetivo da isenção é manter empregos no segmento com o reforço nas vendas, que devem crescer em torno de 20%.

Foi o que motivou o comerciante Antonio Silveira a esperar um pouco mais para comprar seu seminovo. Ele conta que já vendeu o antigo Celta e já estava pronto para dar entrada em um carro zero, “talvez um Gol zero”, quando soube da desoneração. E o mercado espera que muitos como ele optem pelo carro usado para que haja reação no setor. O presidente da Associação de Revendedores de Veículos de Pernambuco, Antônio Selva, declarou que a redução nos preços dos seminovos deve variar de 3% a 5%. “Essa é uma conquista que nos torna mais competitivos”, comentou, enfatizando que o percentual repassado ao consumidor será estabelecido por cada revendedor.

Vale ressaltar que, além de beneficiar o setor, a exoneração ameniza os impactos da crise na economia. “Estamos reduzindo

tributos e ao mesmo tempo investindo no Estado”, reforçou o secretário da Fazenda do Estado, Paulo Câmara. A redução do ICMS em Pernambuco começa a valer depois do prazo de redução do IPI, prorrogado até o fim de agosto pelo Ministério da Fazenda. De forma geral, são muitos auxílios ao setor automotivo no Brasil.

Quando reinstituiu a desoneração dos veículos novos, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ressaltou que a medida contribuiria para melhorar a oferta de crédito na economia e daria condições para que o setor de veículos retomasse o desempenho dos últimos anos. “A atividade mais branda do início do ano vinha dificultando o desempenho do setor. Contudo, os incentivos ao crédito, a redução da taxa básica de juros e a estabilização da inadimplência já estão contribuindo para um fim

Um alívio aos seminovosRedução da alíquota de ICMS reanima concessionárias e consumidores

Por Tatiana Notaro

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46 | Informe Fecomércio-PE | SET/OUT 2012

ENTREVISTA | JúlIo AlVESde ano mais forte. Tudo indica um horizonte positivo”, comenta o diretor-presidente do Banco Volkswagen, Décio Carbonari.

Pesquisa

Até o mês de maio, as vendas de veículos novos vinham em queda no Estado, segundo levantamento feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), que comparou o desempenho de 2011 e 2012. O quadro mudou a partir da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), dos juros e do aumento do crédito, segundo as 46 concessionárias ouvidas pela pesquisa no Recife, Jaboatão e Olinda.

Embora o resultado não deva vir como uma avalanche a encher os olhos dos empresários (até porque os maiores impactos positivos nas vendas já vieram na desoneração passada), as medidas deram novo fôlego ao setor, tanto que o crescimento médio esperado é de quase 28%. Descontada a inflação anual, ainda representa um aumento muito significativo, acima da média do varejo. Segundo a pesquisa, 87% dos entrevistados acreditam nesse desempenho melhor em 2012; em contrapartida, 11% acham que o faturamento do ano será menor.

O corte do IPI, em vigor desde 22 de maio, teve impacto médio de 5% a 10% nos preços dos automóveis e seu término está previsto para o dia 31 de outubro, o que pode levar a uma corrida de última hora às revendas. Economista e consultor do Centro de Pesquisa (Cepesq)

da Fecomércio-PE, José Fernandes de Menezes explica que, como os consumidores já estão endividados (e dificilmente assumirão novos compromissos, ainda mais na compra de novos carros), os resultados devem ser melhores. “A importância da redução do IPI é ressaltada pelo fato de que mais de um terço das vendas do segmento é à vista, independente, portanto, do comportamento do crédito”, completa.

Entretanto, segundo a pesquisa da Fecomércio-PE, somente a redução do IPI ajudou a elevar o faturamento, que cresceu mais de 36%, conforme apurou a mostra. Esse percentual, por si só, segundo a federação, é capaz de compensar os parcos resultados do primeiro semestre do ano e ainda prover crescimento para o ano de 2012.

Por outro ladoAs medidas ajudam, mas ainda não resolveram as quedas nas vendas. No último mês de setembro, as vendas de veículos novos caíram mais de 30% em relação a agosto; e assim seguiram na primeira

quinzena de agosto. O segmento de automóveis e comerciais leves, que teve a dedução de IPI, vendeu 135,7 mil unidades, ainda assim, 10,8% menos que na primeira quinzena de setembro. Como um todo, em relação a igual período do mês passado, a queda é de 10,2%, com 141,7 mil unidades vendidas, incluindo caminhões e ônibus.

E ainda que os números anuais mantenham-se positivos, algumas montadoras, como a Volkswagem, estão dispensando trabalho extra nos fins de semana. Alguns especialistas lembram que esse resultado era esperado, já que o fim da redução do IPI estava previsto para agosto, o que fez os consumidores comprarem naquele mês. Aliás, foi o período em que as montadoras registraram vendas recorde: 420 mil veículos. Até meados de outubro, foram apenas 288,1 mil unidades vendidas. A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) trabalha com projeção de crescimento de 4% em relação aos 3,633 milhões de veículos vendidos em 2011.

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Informe Fecomércio-PE |SET/OUT 2012 | 47

ENTREVISTA | JúlIo AlVESSupervisor de seminovos da concessionária Fiat Via Sul Arruda

Informe Fecomércio-PE (IF) – Quantos carros seminovos vocês vendem por mês?

Júlio Alves (JA) – Aqui na Via Sul, chegamos a vender 100 carros seminovos por mês, contra 250 novos. Normalmente é assim, e essa diferença se deve à concorrência. Existem muito mais concessionárias de seminovos do que de carros novos no Recife.

IF – Qual o impacto da redução do ICMS nas vendas?

JA – Essa dedução do imposto deve reduzir em 1% o preço final do veículo usado, mas o cliente não tem deixado de comprar agora, esperando até dezembro para que ela entre em vigor. É uma medida acertada do governo porque o carro já paga ICMS quando é zero, então paga duas vezes. De toda forma, a expectativa é que as vendas cresçam 10% em dezembro em relação a dezembro passado, que já é um bom mês.

IF – Qual o carro mais vendido?

JA – Entre os populares, o Palio é o carro que mais vendemos aqui. A procura é grande tanto entre homens quanto entre mulheres, porque é um carro econômico, que tem um design bonito, então atende os dois públicos.

IF – Você acha positiva a medida de redução do IPI?

JA - A redução do IPI foi muito boa também para os seminovos, porque os preços caem na mesma proporção

de um carro zero. A redução atrai mais clientes para a revenda e eles percebem que podem comprar um seminovo mais bem equipado por um preço melhor. Quem trabalha com carros, como eu, prefere os seminovos por causa da desvalorização que um veículo sofre em seu primeiro ano de uso, em média de 15% a 30%, dependendo de algumas variáveis do mercado.

“A expectativa é que as vendas cresçam 10% em dezembro em

relação a dezembro passado, que já é um bom mês”

Júlio Alves

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48 | Informe Fecomércio-PE | SET/OUT 2012

TRIBUTÁRIO EM PAUTA | luIZ RoDRIGuES

Assessor tributário da Presidência da Fecomé[email protected]

A rotina na operacionalização de qualquer negó-cio, independentemente de seu tamanho ou porte, cada vez mais exige de seu gestor perfei-ta adequação às exigências do mercado e à bus-

ca constante de inovação. E sem deixar de considerar que, para o regular desenvolvimento do negócio, é por demais importante o cuidado na formalização da atividade, especialmente no que diz respeito à conformidade e às obrigações sociais e tributárias.

Nesse contexto, embora sujeito a um caótico sistema tributário, o ges-tor deve observar que as regras fiscais e tributárias são mandatórias, portanto não há como delas escapar sem o risco de penalidades que podem, inclusive, conduzir à tipificação de crime contra a ordem tributária.

Não cumprir regiamente as normas fiscais é en-veredar pelo caminho da sonegação ou da fraude fiscal, caminho este em processo natural de desativação por causa do alto risco embutido na sua prática. Portanto, é o oposto do difícil caminho da conformidade exigido pela administração tributária, porém este é o caminho adequado, o necessário para ser trilhado pelo gestor moderno e que enxerga como promissor o futuro do seu negócio.

Assim, mesmo considerando a dificuldade para cumprir todas as exigências, é de fundamental impor-

tância se adequar às normas e cumprir regiamente as obrigações de pagar os tributos e de prestar informa-ções à administração pública tributária nas esferas fe-deral, estadual e municipal, denominadas de obriga-ções principais e acessórias.

Ressalte-se que frequentemente os controles e as exigências fiscais são aprimorados e se tornam mais abran-gentes, fazendo com que fornecedores e clientes também passem a exigir dos parceiros o efetivo cumprimento das normas reguladoras quanto às obriga-ções fiscais em geral.

O Sistema Público de Escritu-ração Digital (Sped) – suportado pela nota fiscal eletrônica (Nfe), pela escri-turação contábil digital (ECD), pela escrituração fiscal digital das contri-buições (EFD-Contribuições) e pela

EFD-ICMS/ IPI – compõe o sistema eletrônico de processamento de dados usado pela administração pública para integrar as esferas federal, estadual e mu-nicipal, visando monitorar informações e estabelecer parâmetros para efeito de gerenciamento fiscal.

Portanto, o monitoramento da administração tributária é calcado nos cruzamentos de informações oriundas dos fornecedores, demais pessoas relacio-nadas e pelo empreendedor e gestor do negócio, que deve se aparelhar de recursos técnicos, capacitar seus colaboradores ou contratar assessoria especializada a

Efeitos decorrentes da conformidade na operacionalização do negócio

“A implementação de controles e registros fiéis

e transparentes, para atender à complexidade da legislação fiscal, deve ser bem aproveitada, através da compilação de dados e

informações para buscar mais qualidade e segurança na

gestão”

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Informe Fecomércio-PE | SET/OUT 2012 | 49

fim de garantir que as informações retratem fielmente as suas operações. Nessa linha, considerando que o gestor deve conhecer e cumprir as

regras da conformidade tributária, é indispensável a implementação de controles para possibilitar o cumprimento de tal objetivo. Como conse-quência, deve aproveitar os dados resultantes ou obtidos para tomada de decisões seguras sobre a operação, tais como formação do preço de venda ou margem de lucro adequada, ou, ainda, planejamento fiscal e estratégico seguro para desenvolver ou expandir o negócio.

Desse modo, a implementação de controles e registros fiéis e trans-parentes, para atender à complexidade da legislação fiscal, deve ser bem aproveitada, através da compilação de dados e informações para buscar mais qualidade e segurança na gestão, ou seja, do limão fazer uma limo-nada. Esse é o importante legado da conformidade, especialmente para o gestor que pretende desenvolver o seu negócio visando à sua perenidade.

Por outro lado, cabe aqui realçar que a gama de informações cru-zadas hoje já disponibilizadas para a administração tributária, bastando citar a Receita Federal do Brasil e as Secretarias de Finanças dos Estados e Municípios, deve conduzir o gestor a direcionar todo cuidado para ga-rantir fidedignidade aos registros das suas operações, desde a circulação de mercadorias e produtos até a movimentação financeira, via caixa, cartão de crédito ou transferências de valores, mantendo devidamente conciliada a escrituração fiscal com a contábil e a movimentação financeira, a fim de evitar desconformidades e a consequente apuração de indícios de sonega-ção fiscal.

Sonegar tributos é crime que devidamente apurado pode afetar dire-tamente a pessoa do gestor, extrapolando, portanto, em seus efeitos, o as-pecto meramente financeiro ou patrimonial e deixando marcas indeléveis. Resumindo, para o gestor há premente necessidade de operacionalizar o seu negócio dentro dos princípios da conformidade não só para atender às exigências fiscais, mas também para registrar e conhecer de modo trans-parente os resultados alcançados e definir ou corrigir planejamento para desenvolver e expandir o seu negócio.

Cumprir regiamente as normas fiscais e tributárias é o caminho e a forma adequada ou a grande oportunidade de melhor conhecer o negócio, dar transparência e buscar a conformidade operacional, bem como de ga-rantir a execução de planejamento fiscal ou estratégico para possibilitar a continuidade regular ou a expansão do negócio com segurança e transpa-rência.

Rua Dr. Manoel Borba, 68, Centro,

Garanhuns, Pernambuco,

CEP: 55.295-020

Tel./Fax: (81) 3761.0148

E-mail: [email protected]

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52 | Informe Fecomércio-PE | SET/OUT 2012

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A marca do Senac está presente em todo o Brasil

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buscam, na formação profissional, uma oportunidade

de crescimento e realização pessoal. Eles se

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