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pdfcrowd.com open in browser customize Are you a developer? Try out the HTML to PDF API semsonos SEGUNDA FEIRA , 28 DE DEZEMBRO DE 2009 sinceramente, como é que ninguem diz isto? casamento homossexual, outra vez Bom. Há uma coisa que me indigna nas discussões do casamento homossexual. Várias, aliás, mas uma em especial. Dizem que "ah, mas claro que a igreja tem de se pronunciar sobre o casamento homossexual", "ah, o casamento homossexual vai contra todos os ditâmes aceitáveis numa sociedade", e vejo aí os padres e os bispos indignadíssimos, ainda mais do que eu, a falarem e a gritarem sempre a mesma coisa: que a sociedade tem de ser ouvida e que não houve discussão suficiente. A questão é que eu não estou bem a ver por que razão acham os padres e os bispos que têm de impôr a sua opinião. Cada dia é um novo a falar e cada dia cada um fica mais indignado por não lhe serem dados ouvidos da parte do Governo. Pois bem, sabem porquê, senhores? Porque nós temos no nosso país um princípio a vigorar desde há muitos muitos anos, que se chama princípio da laicidade do Estado ou princípio da separação entre o Estado e a Igreja. Concretizando, sabem o que é que isto quer dizer? Que não interessa nada ao Governo ou à comunidade política em geral (que perceba de Direito) que os padres se oponham todos, todinhos, um por um à aprovação do casamento homossexual. Não estamos a falar de casamento homossexual pela igreja, mas sim de casamento CIVIL!, que é uma instituição pertencente e criada pelo Estado, com a qual a Igreja e o casamento católico não têm nada a ver porque existe uma pequena e básica separação entre os dois. Estão a ver? É a coisa mais simples do mundo, mas não entendo como é que ainda ninguém percebeu. a Igreja não tem autoridade só do ponto de vista moral para os crentes para vir exigir o que quer que seja, visto que o Estado, sendo laico, não M. Ver o meu perfil completo 2011 (180) 2010 (74) 2009 (88) Dezembro 2009 (26) Novembro2009 (24) Outubro2009 (17) Setembro 2009 (3) Julho 2009 (5) Junho2009 (11) Janeiro 2009 (2) 2008 (83) 2007 (33)

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SEGUNDA -FEIRA , 28 DE DEZEMBRO DE 2009

sinceramente, como é que ninguem diz isto? - casamento homossexual, outravez

Bom. Há uma coisa que me indigna nas discussões do casamento homossexual.Várias, aliás, mas uma em especial. Dizem que "ah, mas claro que a igreja tem de sepronunciar sobre o casamento homossexual", "ah, o casamento homossexual vaicontra todos os ditâmes aceitáveis numa sociedade", e vejo aí os padres e os bisposindignadíssimos, ainda mais do que eu, a falarem e a gritarem sempre a mesmacoisa: que a sociedade tem de ser ouvida e que não houve discussão suficiente. Aquestão é que eu não estou bem a ver por que razão acham os padres e os bisposque têm de impôr a sua opinião. Cada dia é um novo a falar e cada dia cada um ficamais indignado por não lhe serem dados ouvidos da parte do Governo. Pois bem,sabem porquê, senhores? Porque nós temos no nosso país um princípio a v igorardesde há muitos muitos anos, que se chama princípio da laicidade do Estado ouprincípio da separação entre o Estado e a Igreja. Concretizando, sabem o que é queisto quer dizer? Que não interessa nada ao Governo ou à comunidade política emgeral (que perceba de Direito) que os padres se oponham todos, todinhos, um porum à aprovação do casamento homossexual. Não estamos a falar de casamentohomossexual pela igreja, mas sim de casamento CIVIL!, que é uma instituiçãopertencente e criada pelo Estado, com a qual a Igreja e o casamento católico nãotêm nada a ver porque existe uma pequena e básica separação entre os dois. Estãoa ver? É a coisa mais simples do mundo, mas não entendo como é que aindaninguém percebeu. a Igreja não tem autoridade -só do ponto de v ista moral paraos crentes- para v ir exigir o que quer que seja, v isto que o Estado, sendo laico, não

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Pu blica da  por  M. em  8 :02  PM

tem nem pode intrometer na sua governação aspectos relacionados com qualquerreligião. É quase uma v iolação de uma espécie de separação de poderes. É que esteprincípio é um género de princípio bissexual: vale para os dois lados. Eu cá nuncavi o Governo ou a AR a legislarem sobre aspectos que digam estritamente respeitoà Igreja, como, por exemplo, o celibato dos padres ou o tipo de ingredientes comque se deve fazer a hóstia. Ou, já agora, mandarem tirar as cruzes de umafaculdade ou colégio católicos. Hum?

22 (not)sleepy:

vasco disse...

v ais ser expulsa da católica!!

Dezembro 29, 2009 7 :31  AM

Anónimo disse...

O facto de um Estado ser laico (se não o fosse também não hav ia qualquerproblema; Israel não o é e não foi por isso deixou de ser um Estado de Direitoonde qualquer cidadão professa a religião que bem entenda) não significaque a Igreja dev a ser afastada da sociedade. A Igreja tem tanto direito demostrar indignação, de fazer pressão, como qualquer cidadão ou qualquercidadão. Como a ILGA, por exemplo.

Infelizmente, e muito por culpa da forma(ta)ção que se recebe nas escolas,confunde-se Estado Laico com Estado anti-religioso. Mas um Estado anti-religioso - do tipo daqueles que nem sequer permitem um crucifixo numaescola, local onde dev eria imperar a liberdade académica e não oproibicionismo - é um Estado intolerante. Tão intolerante como os Estadosfundamentalistas islâmicos que por aí proliferam e que cometematrocidades atrás de atrocidades (mas que a nossa esquerda bon chic bongenre tolera com um silêncio ensurdecedor, em nome do multiculturalismo edo respeito pelo Islão).

Quanto ao "casamento" entre pessoas do mesmo sexo propriamente dito,nada melhor que adoptar o caminho da Suécia e Noruega, ou seja, criar um