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SELEÇÃO DE BOMBA E CÁLCULO DE CAPACITÂNCIA PARA OPERAÇÃO EM SISTEMA DE TESTE DE BOMBAS CENTRÍFUGAS SUBMERSAS Erick Inhapim Nicolau Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Reinaldo de Falco Rio de Janeiro Setembro de 2016

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SELEÇÃO DE BOMBA E CÁLCULO DE CAPACITÂNCIA PARA OPERAÇÃO

EM SISTEMA DE TESTE DE BOMBAS CENTRÍFUGAS SUBMERSAS

Erick Inhapim Nicolau

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Reinaldo de Falco

Rio de Janeiro

Setembro de 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecânica DEM/POLI/UFRJ

SELEÇÃO DE BOMBA E CÁLCULO DE CAPACITÂNCIA PARA OPERAÇÃO

EM SISTEMA DE TESTE DE BOMBAS CENTRÍFUGAS SUBMERSAS

Erick Inhapim Nicolau

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO

DE ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

ENGENHEIRO MECÂNICO.

Aprovado por:

Prof. Reinaldo de Falco, M.Sc

Prof. Fábio Luiz Zamberlan, D.Sc

Prof. Sílvio Carlos Anibal de Almeida, D.Sc

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL SETEMBRO DE 2016

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Nicolau, Erick Inhapim

Seleção de Bomba e Cálculo de Capacitância para

Operação em Sistema de Teste de Bombas Centrífugas

Submersas/ Erick Inhapim Nicolau. – Rio de Janeiro: UFRJ/

Escola Politécnica, 2016.

vii, 79 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Reinaldo de Falco

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/

Curso de Engenharia Mecânica, 2016.

Referências Bibliográficas: p. 76.

1. Introdução. 2. Estudo do Preço do Petréleo. 3. A

Bomba Centrífuga Submersa e Os Métodos de Elevação

Artificial de Hidrocarbonetos 4. Conceitos gerais e Estudo de

Seleção da Bomba. 5. Conclusão.

I. De Falco, Reinaldo. II. Universidade Federal do

Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia

Mecânica. III. Seleção de Bomba e Cálculo de Capacitância

para operação em Sistema de Teste de Bombas Centrífugas

Submersas

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ii

Agradecimentos

A Deus, primeiramente por tudo. Aos meus pais Amsterdã dos Reis Nicolau e Jonilse Inhapim Nicolau pelo suporte. Ao professor Reinaldo de Falco pela disponibilidade, paciência, boa vontade em me orientar e por todos os ensinamentos. Aos meus amigos Caio Garrido e Marcelo Martinez pela convivência no curso e na vida.

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iii

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.

Seleção de Bomba e Cálculo de Capacitância Para Operação em Sistema de Teste de

Bombas Centrífugas Submersas

Erick Inhapim Nicolau

Setembro /2016

Orientador: Reinaldo de Falco

Curso: Engenharia Mecânica

O atual cenário de depreciação do preço do petróleo, forçou as empresas do setor a se adaptarem a uma nova realidade de corte de custos. Nessa nova realidade, maiores são os esforços feitos no sentido de tornar os equipamentos e centros petroquímicos mais eficientes e adequados aos novos balanços financeiros e perspectivas. Nesse contexto, os equipamentos para extração de petróleo devem ser testados antes de entrar em operação e os testes precisam ser realizados da maneira mais eficiente possível. Este projeto visa selecionar uma bomba para operar um sistema de teste de bombas centrífugas submersas e calcular sua capacitância. Para isso, foi feita uma análise detalhada do sistema, determinando os requisitos aos quais a bomba deve satisfazer. Por fim, foi analisado o impacto da compressibilidade da água no cálculo da capacitância da bomba para atender os requisitos do sistema de teste.

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iv

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment

of the requirements for the degree of Engineer.

PUMP SELECTION AND CAPACITANCE CALCULATION FOR OPERATION

IN A TEST SYSTEM OF ELETRIC SUBMERSIBLE PUMP

Erick Inhapim Nicolau

September/2016

Advisor: Reinaldo de Falco

Course: Mechanical Engineering

The current devaluation scenario of oil prices has forced companies in the sector to adapt to a new reality of cost cuts. In this new reality, greater are the efforts made to make the equipment and petrochemical centers more efficient and appropriate to the new balance sheets and prospects. In this context, the equipment for oil extraction must be tested before going into operation and tests need to be conducted in the most efficient way. This project aims to select a pump for operating a test system of submerged centrifugal pumps and calculate its capacitance. For this, a detailed analysis of the system was made, determining the requirements to which the pump must meet. Finally, the impact of the water compressibility in the pump capacitance calculation was analyzed to meet the requirements of the test system.

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Sumário

1 Introdução.....................................................................................................................1

1.1 Motivação.....................................................................................................................1

1.2 Objetivo........................................................................................................................1

1.3 Estrutura do trabalho ....................................................................................................2

2 Estudo do preço do petroleo ........................................................................................3

2.1 O cenário atual dos preços ........................................................................................3

2.2 A história da formação de preços.................................................................................4

2.3 As causas da desvalorização do preço..........................................................................5

2.4 As consequências da desvalorização do preço ............................................................7

2.5 Conclusão das analises e projeções do mercado .........................................................9

3 A Bomba Centrífuga Submersa e Os Métodos de Elevação Artificial de

Hidrocarbonetos ..................................................................................................................13

3.1 A Bomba Centrífuga Submersa..................................................................................13

3.1.2 – Geometria da Bomba Centrífuga Submersa.........................................................13

3.2 Métodos de Elevação Artificial de Hidrocarbonetos..................................................15

3.2.1 Bombeio Centrífugo Submerso................................................................................16

3.2.2 Bombeio Mecânico..................................................................................................,17

3.2.3 Bombeio Por Cavidades Progressivas..................................................................... 18

3.2.4 Gas Lift Continuo.................................................................................................... 19

3.2.5 Gas Lift Intermitente............................................................................................... 20

3.3 O modulo de bombas e seu sistema de atuação........................................................... 21

4 Conceitos Gerais e Cálculos para Seleção da bomba................................................. 25

4.1 Teoria e conceitos gerais...............................................................................................27

4.1.2 Classificação e características gerais das bombas......................................................27

4.1.2.1 Classificação dos tipos de bombas..........................................................................27

4.1.2.2 Bombas volumétricas..............................................................................................27

4.1.2.3 Bombas dinâmicas...................................................................................................28

4.1.3 Conceitos fundamentais de mecânica dos fluidos......................................................28

4.1.3.1 Propriedades dos fluidos.........................................................................................28

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vi

4.1.3.2 Massa específica (�)...............................................................................................28

4.1.3.3 Peso específico (γ)..................................................................................................28

4.1.3.4 Densidade relatia (d)...............................................................................................28

4.1.3.5 viscosidade absoluta ou dinamica (µ)....................................................................29

4.1.3.6 viscosidade cinemática (�) ....................................................................................29

4.1.4 Classificação do escoamento......................................................................................29

4.1.4.1 Escoamento laminar................................................................................................29

4.1.4.2 Escoamento turbulento............................................................................................29

4.1.4.3 Número de Reynolds (Re) ......................................................................................29

4.1.4.4 Teorema de Bernoulli.............................................................................................31

4.1.5 Perda de Carga..........................................................................................................32

4.1.5.1 Perda de Carga normal...........................................................................................32

4.1.5.1 Perda de Carga localizada......................................................................................36

4.1.6 Curva do Sistema.......................................................................................................39

4.1.6.1 Altura manométrica do sistema (H).......................................................................39

4.1.6.2 Determinação do ponto de trabalho.....................................................................41

4.1.7 Cavitação...................................................................................................................42

4.2 Estudo da planta de teste e Seleção da Bomba ............................................................43

4.2.1 O sistema da Loop de Teste e o Mudulo de Bombas a ser testado............................43

4.2.1.1 O teste de vedação do modulo.................................................................................43

4.2.1.2 O teste de fluxo.......................................................................................................44

4.2.2 Seleção da bomba.......................................................................................................47

4.2.2.1 Dados e requisitos operacionais do sistema............................................................48

4.2.2.2 Cálculo da Altura Manométrica Total do Sistema ................................................51

4.2.2.3 Cálculo do diferencial de pressão...........................................................................51

4.2.2.4 Cálculo do peso específico ....................................................................................51

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4.2.2.5 Cálculo das velocidades.........................................................................................51

4.2.2.6 Calculo da perda de carga ......................................................................................54

4.2.2.7 Determinação da Curva do Sistema........................................................................61

4.2.2.8 Determinação da bomba do sistema........................................................................63

4.2.3 Calculo da capacitância da bomba.............................................................................64

4.2.3.1 Volume da Tubulação.............................................................................................64

4.2.3.2 Trecho 1 (01- 04)....................................................................................................65

4.2.3.3 Trecho 2 (05- 07)....................................................................................................66

4.2.3.4 Trecho 3 (08)..........................................................................................................67

4.2.3.5 Trecho 4 (11- 35)....................................................................................................67

4.2.3.6 Volume do modulo de Bombas..............................................................................68

4.2.3.7 Cálculo do tempo...................................................................................................70

4.2.4 Análise do tempo de compressibilidade.....................................................................70

5 Conclusão........................................................................................................................75

Referências .........................................................................................................................76

Anexo..................................................................................................................................77

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1.0 Introdução

1.1 Motivação

Apesar de estar em crise por consequência da queda do preço do barril de petróleo, a

moderna industria do petroquímica continua como grande detentora e produtora de

tecnologias avançadas. Com a demanda foi sempre crescente e hoje com o atual cenário

de corte de custos, cresceu ainda mais a necessidade de melhoria e aperfeiçoamento dos

processos de produção e extração.

No processo de extração do petróleo, a produção geralmente é interrompida quando

alguns dos principais equipamentos não funcionam corretamente, ou pior, continuam

operando com baixa produtividade sem que a o erro tenha sido detectado, gerando um

enorme desperdício de tempo e conseqüentemente um aumento de custo.

Nesse contexto, visando minimizar os problemas dos equipamentos de extração de

petróleo durante a operação, testes são feitos para simular os equipamentos antes da

operação, afim de certificar o funcionamento correto dos componentes.

Portando, a maneira como esses testes são realizados tem grande importância na industria

petroquímica, procurando sempre atender aos requisitos operacionais dos testes e dos

equipamentos testados. Assim, a seleção e estudo dos componentes mais importantes dos

sistema de testes são de extrema importância, reduzindo custos e otimizando o tempo de

operação e consequentemente aumentando os lucros para a industria petroquímica.

1.2 Objetivo

O presente trabalho tem dois objetivos. O primeiro objetivo será apresentar um estudo da

variação do preço do petróleo. Será apresentado o histórico da sua formação até os preços

atuais, fazendo referência à importância dessa variação para a indústria e terminando com

uma projeção do mercado para o preço.

O segundo objetivo, será selecionar e analisar a capacitância de uma bomba que irá

trabalhar alimentando e pressurizando um circuito de teste de bombas centrífugas

submersas.

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2

O presente trabalho também realiza uma apresentação da atividade de exploração de

petróleo apresentando os métodos de exploração de hidrocarbonetos com um enfoque

maior para o sistema de bombeio centrífugo submerso e sua bomba.

A seleção da bomba será feita depois de uma análise detalhada do sistema onde a bomba

será selecionada, a bancada de testes, analisando os testes que serão realizados antes da

operação e apresentando os requisitos operacionais e construtivos aos quais a bomba a ser

selecionada deve ser capaz de atender.

Após essa etapa, serão feitos os cálculos de interesse para determinar através das curvas

fornecidas pelo fabricante, qual bomba será selecionada, fazendo a seleção da bomba de

maneira que atenda os requisitos do sistema de teste apresentados anteriormente.

Por fim, será feito uma analise complementar da capacitância da bomba e da

compressibilidade da água para calcular o tempo que a bomba selecionada precisará para

preencher o sistema atendendo os requisitos apresentados.

1.3 Estrutura do Trabalho

O trabalho foi estruturado começando com aspectos macro e terminando nos detalhes

micro. O trabalho foi dividido em 5 capítulos. O capítulo 2 descreve o comportamento do

preço do petróleo, as causas de sua variação e as consequência para a industria.O capítulo

3 descreve a bomba centrífuga submersa e os métodos de elevação artificial de

hidrocarbonetos.

O capítulo 4 é dividido em duas seções. A primeira mostra os principais conceitos

hidráulicos que serão utilizados nos cálculos de vazão e pressão da bomba. A segunda

seção descreve a planta de teste como um todo, detalhando e justificando os testes

realizados. Esse capitulo também é destinado para os cálculos e dimensionamentos do

sistema, de modo a selecionar a bomba que atenda a todos os requisitos necessários.

Também nessa seção, é calculada a capacitância da bomba. O capítulo 5 é destinado à

conclusão e considerações finais do trabalho.

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2.0 Estudo do preço do petróleo

O petróleo é muito mais que um combustível. É uma força ainda maior do que o seu

mercado de trilhões de dólares. É uma arma, um ativo estratégico, uma maldição. É um

criador e destruidor de fortunas, um dos principais indicadores e principalmente uma

câmara de eco. Neste capitulo, será feito um estudo da variação do preço do baril de

petróleo ao longo do tempo até os dias atuais. Serão descritos os principais fatores que

impactam essa variação e será explicada a influencia do preço do ativo na industria

petroquímica. Por fim, será analisada a projeção do mercado para o preço no futuro e

quais as perspectivas para a industria.

2.1 O cenário atual dos preços

Depois de quatro anos de alta, quando maiores preços médios da história do petróleo

pareciam desafiar a gravidade econômica, houve uma reviravolta e o preço começou a cair

em meados de 2014 mas a queda foi maior do que os economistas projetavam. A

desvalorização foi de 75% por cento durante os 18 meses subsequentes, jogando

produtores de petróleo em turbulência e agitando os mercados globais.

O produção expandiu sustentada pelos preços mais elevados e por técnicas como a

perfuração em águas profundas. Em seguida, a economia da China desacelerou e suas

importações caíram.

Em vez de estancar o excesso bombeando menos petróleo, os exportadores do Oriente

Médio, envolvidos em uma guerra de preços para defender a sua quota de mercado,

fizeram exatamente o contrario. Ainda,somando-se o excesso de oferta, o Irã começou a

acelerar as exportações após um acordo para restringir seu programa nuclear. E assim

estava criada a tempestade perfeita.

O colapso dos preços forçou perfuradores de alto custo para a marcha lenta das

plataformas, enquanto gigantes internacionais como a Chevron, Shell e Halliburton

tiveram que cortar milhares de trabalhadores e bilhões de dólares em gastos.

No início de 2015, os preços se recuperaram acima de 50 dólares o barril, após o conflito

no Iêmen. Um ano mais tarde, aumentou a tensão entre Arábia Saudita e Irã. Uma situação

que um causou temores de uma interrupção no abastecimento mas não conseguiu parar a

derrota e em fevereiro de 2016, o preço do petróleo caiu para o menor nível em doze anos.

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Em abril, grandes produtores de petróleo incluindo a Arábia Saudita e Rússia, não

conseguiram chegar a um acordo para limitar a produção. Recentemente, os preços

subiram devido a interrupções no fornecimento no Canadá e Nigéria mas a alta ainda não

foi suficiente para acalmar o mercado. Será que essa alta teve fundamento econômico e

mais importante ainda, quando tempo a alta vai durar? A figura abaixo mostra a atual

vaorização do petróleo.

Figura 1 - Gráfico da variação do preço de petróleo de fevereiro a julho de 2016 –

Bloomberg [6]

2.2 A história da formação de preços

Em meados do século 20, um grupo de gigantes petrolíferas multinacionais conhecidas

como as Sete Irmãs (incluindo as empresas que depois se tornaram Exxon Mobil, Chevron

etc) dominaram o mercado. Controlando os barris da cabeça do poço ao tanque de

gasolina, eles negociavam principalmente uns com os outros e em termos confidenciais,

portanto não havia mercado aberto. Os países com campos de petróleo conseguiram mais

controle com a formação em 1960 da Organização dos Países Exportadores de Petróleo.

Membros árabes do cartel usaram seu poder para fins políticos e econômicos, chocando a

economia global com um embargo em 1973.

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5

Os preços subiram novamente em 1979 por causa da revolução iraniana. Na década de

1980, a OPEP, lutas internas, o surgimento de novos fornecedores e o desenvolvimento de

bolsas de futuros deram origem a novos preços com base no mercado. Hoje, a referência

internacional é o Barril do Mar do Norte. O benchmark americano é o crude West Texas

Intermediate (WTI), que durante anos negociado com um desconto para o barril, chegou

perto da paridade em 2016. A figura abaixo, mostra os principais eventos que impactaram

a variação do preço do petróleo.

Figura 2 - Grafico da variação do preço de petroleo desde 1985 – Bloomberg [6]

Tabela 1- Eventos da figura 2

Supply glut Excesso de oferta

Operation Desert Storm Guerra do Golfo

Chinese Growth Takes off Começo do crescimento da China

Financial Crise Crise de 2008

BP oil Spill Explosão de plataforma no Golfo do Mexico

Arab Spring Guerra Civil na Arabia

Iran Nuclear Tensions Tensões Nuclear no Iran

OPEC price war Guerra de preços da OPEP

Conflict in Yemen Conflito no Iémen

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6

2.3 As causas da desvalorização do preço

Vários foram os motivos que influenciaram a desvalorização do petróleo. Conforme

exposto na seção 2.1, o excesso de oferta e a escassez da demanda foram influênciadas por

diversos fatores que serão apresentados nessa seção.

Primeiramente, um dos principais motivos da desvalorização dos preços do petróleo e de

preocupação de mais uma nova baixa nos preços são os estoques de gasolina nos Estados

Unidos. Eles subiram 0,5 por cento para 240,1 milhões de barris, em máxima histórica de

acordo com dados da Administração de Informação de Energia (AIE) [8]. Na figura

abaixo pode-se observar a comparação entre os niveis de oferta de gasolina nos Estados

Unidos em função do tempo com a variação do preço do petróleo.

Figura 3 Gráfico do preço de petróleo e demanda por gasolina – Bloomberg [6]

Outro motivo que coloca pressão não só nos preços do petróleo, mas de todas as

commodities, é a situação econômica de China e Estados Unidos. E por razões distintas e

nem por isso menos importantes uma da outra.

No caso da China, o grande problema é sua economia que vêm desacelerando e como o

pais é o maior importador da matéria prima, o impacto na demanda é expressivo.

Preocupações sobre a economia america e uma valorização do dólar também tem um

grande impacto, pois um dólar forte freia demanda por commodities que são precificadas

nessa moeda.

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No caso dos Estados Unidos portando e ao contrario da China, é a melhora da economia

que causa o impacto no preço do petróleo pois tem como consequência um aumento de

juros pelo Federal Reserve (Banco Central Americano), criando uma valorização do dólar

contra as outras moedas emergentes.

Outro fator de extrema importância, são os exportadores do Oriente Médio, que aumentam

o excesso de oferta para diminuir os preços, pois estão envolvidos em uma guerra para

defender a sua quota de mercado.

2.4 As consequências da desvalorização do preço

Se por um lado, a desvalorização do preço do petróleo trouxe benifícios para os países

com alto consumo de gasolina como os Estados Unido, a nova era de preços baixos foi

uma maldição para os governos em países como Venezuela, Nigéria e Brasil, cujas

fortunas estão ligadas à venda de energia. Produtores norte-americanos dizem que a

revolução de xisto tornou o país o maior produtor mundial de petróleo e gás e o libertou

de temores de conflitos no Oriente Médio mas as empresas e países exportadores sofrem.

Com a queda dos preços do petróleo, os lucros caíram e as empresas foram forçadas a

proteger dividendos e cortar investimentos. A maioria optou por proteger os pagamentos,

cancelando projetos, tendo como consequência a demissão de milhares de pessoas. Desde

o início de 2015, varias empresas produtoras de petróleo e gás da América do Norte foi à

falência.

Atualmente, o preço do petróleo próximo aos 40 dólares, torna a vida uma incógnita para

os produtores e países exportadores. Para a Russia por exemplo, esse valor é tão baixo que

reformas institucionais se tornam inviáveis economicamente mas ainda alto o bastante

para prevenir uma crise financeira. Enquanto durante um boom de 10 anos 2.1 trilhões de

dólares de receita foram para as empresas, para rebalancear o orçamento o pais ainda

precisa de um preço base de 82 dólares.

Depois de sobreviver a dois anos de preços baixos, os produtores de petróleo estão se

preparando para um terceiro ano através da compra de proteção contra uma nova recessão.

Mesmo com a valorização atual, os produtores aumentaram as apostas na desvalorização

dos preços em 29% em 2016.

O preço do petróleo desvalorizou mais de 10% desde a nova alta em 2016 no início de

junho, alimentando temores de uma outra queda na casa dos 20 dólares no final do ano. A

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perspectiva de uma repetição, tem feito produtos e perfuradores fazerem tudo que podem

para levantar dinheiro, usando venda de ações e títulos para pagar parte das dividas. Os

produtores de petróleo e gás dos EUA, estão vendendo ações em velocidade recorde, uma

grande mudança em relação a anos anteriores de altos preços, quando os mercados de

dívida eram a principal fonte de dinheiro da industria.

Figura 4 - Gráfico comparando o numero de vendas de ações (Vermelho) e títulos (Azul)

pelas empresas produtoras em bilhões de doláres – Bloomberg [6]

Existem duas principais razões por trás da mudança. Em primeiro lugar, a crise tornou

mais difícil e mais caro para emprestar. Em segundo lugar, usar o equity (ação) ajuda a

fortalecer o balanço de uma empresa num momento em que o preço do seu principal ativo

está se arrastando em seu terceiro ano. Isso melhora suas métricas de dívida através da

adição de fluxo de caixa e ativos sem pedir mais dinheiro.

Outra maneira de se proteger contra a queda do preço, é através de uma técnica chamada

de Hedge (proteção de perdas através de fixação de preços). O Hedge tornou-se uma

salvação de caixa para as empresas que até agora sobreviveram em um mercado de preços

baixos que já custou a falência dezenas de seus concorrentes.

Os produtores, aumentaram as apostas na desvalorização dos preços em uma terceira

semana consecutiva nos sete dias encerrados em julho de 2016, de acordo com dados da

Commodity Futures Trading Commission (CFTC). As apostas shorts (apostando na

desvalorização do ativo) aumentaram em 8.566 contratos futuros e opções combinadas.

Mas além de se proteger para o futuro, a recuperação de 80% do petróleo bruto a partir de

uma baixa de 12 meses, junto com a interrupções de fornecimento e queda da produção

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EUA e uma redução das despesas do projeto, têm encorajado os executivos de começar a

gastar novamente após o corte mais de 1 trilhão de dólares em investimentos previstos.

Figura 5 - Gráfico mostrando a recuperação do petróleo da minima em 2016 –

Bloomberg[6]

Além proteger o balanço, é importante também que os exploradores tentem iniciar uma

nova fase de investimentos em exploração e produção para garantir o crescimento no

futuro. Enquanto a queda do preço atingiu o lucro de maneira dura, ele também tem

impulsionado os cortes de custos de serviços e equipamentos com perfuradores

renegociando contratos para obter melhores ofertas de fornecedores.

Após a recuperação dos preços, alguns projetos foram anunciados, mostrando que as

maiores empresas de petróleo do mundo estão começando a recuperar a confiança para

fazer grandes investimentos, encorajados pela subida dos preços do petróleo e pelos custos

baixos.

2.5 Conclusão das analises e projeções do mercado

Poucas análises demostram que os preços do petróleo irão retornar aos altos níveis

observados na época de pico. Apesar de alguns observadores da indústria afirmarem que

barganhar preços começará um período de sub-investimento na produção de petróleo, o

que poderia redefinir o cenário para um outro aumento nos preços, isso parece improvável

principalmente no curto prazo.

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A favor dos que argumentam uma alta nos preços do petróleo, está o fato de que a

produção fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo vai diminuir em

750.000 barris por dia em 2016 de acordo com a Administração de Informação de Energia

(AIE). Os mercados também estão a ser apoiados por perdas de produção no Iraque e na

Nigéria, e o Irã pode restaurar sua produção de forma mais lenta do que o previsto após o

fim das sanções internacionais. A produção de petróleo EUA irá diminuir em 530.000

barris por dia este ano de acordo com a AEI. A agência também reduziu sua previsão de

oferta para o Brasil e Colômbia.

Mas nem mesmo um declínio acentuado na produção de petróleo pode convencer os

investidores de que os preços estão prontos a se recuperar totalmente. Os estoques

teimosamente elevados nos EUA e a saída de ressurgimento da OPEP, Rússia e Canadá

levaram gestores de dinheiro para cortar apostas no aumento dos preços ao nível mais

baixo em quatro meses. O West Texas Intermediate(WTI) tem tendência a desvalorização,

mesmo com os dados do governo dos EUA mostrando que a produção caiu para o mínimo

desde Maio de 2014.

O problema, foi que praticamente toda produção perdida dos Estados Unidos, foi

compensada pelo aumento da produção no Iran, conforme gráfico abaixo:

Figura 6 - Grafico comparando produção de petróleo dos EUA (branco) x IRAN (azul) –

Bloomberg [6]

Mesmo que, a produção nos EUA tenha caído 194.000 barris por dia para 8,43 milhões na

semana encerrada em julho de 2016 e a produção tenha caído 12 por cento desde o pico de

quatro décadas alcançado em junho de 2015, a Organização dos Países Exportadores de

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Petróleo aumentou a produção de 0,7 por cento, para 32,9 milhões de barris por dia em

junho de 2016, de acordo com a Bloomberg.

Além disso a produção iraniana subiu 25 por cento este ano, para uma média de 3,5

milhões de barris por dia , segundo dados compilados pela Bloomberg . O Irã planeja

bombear 4 milhões de barris por dia até o final do ano e chegar a 4,8 milhões dentro de

cinco anos. Os estudos demostram, que o crescimento da demanda vem desacelerando,

fazendo o recente aumento do preço do petróleo improvável de durar. Os estoques

permanecem no nível sazonal mais alto em pelo menos uma década.Enquanto as

importações de petróleo bruto ficaram na média de 8 milhões de barris por dia nas quatro

semanas encerradas em julho de 2016

Outro aspecto técnico que defende a desvalorização do preço do petróleo no curto prazo,

são os contratos para entrega com vencimento mais longo, que sofreram desvalorização

menor que os atuais, um movimento conhecido como contango, estrutura onde os preços

para entrega hoje, são mais baixos do que aqueles em meses futuros, um sinal clássico de

excesso de oferta.

A analise gráfica, mostra que o barril também teve valorização no primeiro semestre de

2015, antes de desvalorizar mais de 40 por cento no final do ano

Figura 7 - Gráfico da variação do preço do contrato futuro de petróleo - Bloomberg

Portando, pode se concluir através das análises e dos dados fornecidos pelas agências de

mercado, que o preço do petróleo não vai ter uma valorização expressiva durante o

próximo um ano e meio com o crescimento da demanda desacelerando e refinarias

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confortavelmente atendendo o consumo de gasolina. Desde a retomada de uma baixa de

27 dólares por barril de 12 anos em janeiro, o preço foi oscilando em torno de 50 dólares

por barril. Estudos demostram que os preços terminarão o ano não muito longe do valor

que estão hoje e sofrerão valorização para cerca de 60 doláres até o final de 2017.

A previsão, que coincide com uma visão semelhante do banco de investimentos Goldman

Sachs, significaria que países ricos em produção de petróleo e indústria de energia,

enfrentarão um período prolongado de preços baixos, mais parecido com o período de

1986-1999, do que com a rápida recuperação após a crise de 2008.A demanda está forte

mas a oferta está mais forte ainda, o que aumenta o risco do mercado colapsar novamente

no curto prazo. Se 2015 foi um ano de sobrevivencia, para quem conseguiu sobreviver

2016 e 2017 serão anos de preparação para o futuro.

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3.0 A Bomba Centrífuga Submersa e Os Métodos de

Elevação Artificial de Hidrocarbonetos

A bomba centrífuga submersa será apresentada no presente capitulo. Será mostrado de

forma geral o seu funcionamento, propriedades e características. Neste capítulo, também

serão apresentados os métodos de elevação artificial na produção de hidrocarbonetos, com

ênfase para o sistema onde a bomba centrífuga submersa irá trabalhar. Por fim, será

apresentado o modulo de bombas que é testado antes de entrar em operação e o sistema

onde esse equipamento atua.

3.1 A Bomba Centrífuga Submersa

As bombas centrífugas submersas são equipamentos hidráulicos que geralmente, são

usados na elevação artificial na produção de hidrocarbonetos em poços que produzem

óleos pesados.

A bomba centrifuga submersa, tem uma característica operacional que possibilita este

equipamento trabalhar com muita eficiência na produção de fluidos com elevada razão

água-óleo e em altas vazões conforme será mostrado no teste de fluxo. Essa característica

operacional, se da pelo controle de vazão que pode ser controlada pela variação da

velocidade de rotação do motor. Além do motor elétrico que fornece potência mecânica, a

bomba também tem um selo que comunica mecanicamente o motor a bomba e o isola dos

fluidos do reservatório.

Entre os problemas na operação das Bomba Centrífuga Submersa, está a presença dos

gases, pois promove queda de eficiência da bomba (cavitação) e pode até ocasionar a

parada da mesma. Outro problema muito comum é a presença da areia, pois pode

promover a abrasão no interior da bomba.

3.1.2 Geometria da Bomba Centrífuga Submersa

A geometria na entrada da Bomba Centrífuga Submersa, é formada por um espaço anular

onde passam os fluidos da produção do poço formados pela tubulação e pelo eixo girante

que leva o torque do motor para a bomba.

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A figura 8 mostra a Bomba Centrífuga Submersa em uma vista esquemática. Conforme

foi apresentado na seção anterior, ela é acionada por um motor elétrico e pode ser usada

em vários estágios. Cada estágio é composto de um rotor e um difusor. O difusor é o

componente fixo junto a carcaça. Já o rotor é formado pelo conjunto de pás.

O torque aplicado pela bomba ao fluido é convertido em energia cinética, fazendo com

que o fluido, que entra axialmente no rotor com velocidade relativamente baixa, seja

acelerado devido a alta velocidade de rotação do rotor. Em seguida a energia cinética é

convertida em energia de pressão quando o fluido deixa o rotor entrando no difusor.

Durante o processo, a pressão vai aumentando em cada estagio pois estes são em série.

Figura 8 - Componentes da bomba centrifuga submersa [4]

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3.2 Métodos de Elevação Artificial de Hidrocarbonetos

Nesta seção serão abordados outros métodos de elevação artificial de petróleo, dando

maior enfase para o método de bombeio centrífugo submerso que será alvo de estudo no

presente trabalho. Também será apresentado todo o sistema onde as bombas testadas irão

operar.

3.2.1 Bombeio Centrífugo Submerso

Conforme foi exposto na seção que apresentou a bomba centrífuga submersa, o bombeio

centrífugo submerso é considerado um método de elevação artificial comumente usado

para altas vazões, com alto teor de água e baixa razão gás-óleo. Hoje esse método também

é usado para poços com altas temperaturas e fluidos coma alta viscosidade.

A utilização do bombeio centrífugo submerso está se expandindo na elevação artificial de

petróleo pela crescente flexibilidade dos equipamentos disponíveis. Neste tipo de bombeio,

a energia é transmitida para o fundo do poço através de um cabo elétrico. A energia

elétrica é transformada em energia mecânica através de um motor de subsuperfície, o qual

está diretamente conectado, através de um selo mecânico, a uma bomba centrífuga de

múltiplos estágios. Esta transmite a energia para o fluido sob forma de pressão, elevando-

o para a superfície.

O conjunto de bombeio centrifugo submerso é montado na extremidade da coluna de

produção. Além da própria bomba, o sistema é composto por selo e motor. Esses

equipamentos são unidos por luvas de acoplamento e impulsionam o óleo de determinada

altura para a superfície. O conjunto deve ser dimensionado de acordo com a produtividade

do poço e instalado a uma profundidade em que a sucção da bomba fique sempre

submergida.

Posicionado acima do motor, o selo evita a contaminação do óleo do motor pelo próprio

óleo produzido, preservando o mesmo e aumentando sua vida útil. Além disso, promove a

conexão entre o motor e a bomba. Antes da bomba há uma seção de admissão, onde

usualmente se utilizam equipamentos para diminuir a presença de gás na sucção da bomba

ou diminuir o tamanho das bolhas de gás de forma a minimizar sua interferência na bomba.

A bomba possui múltiplos estágios, dispostos um imediatamente acima do outro e cada

estágio é composto de uma parte móvel (rotor) e uma parte estacionária (estator). O óleo

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passa por dentro da bomba sendo rotacionado em altas velocidades pelo rotor e

arremessado contra o estator. Este processo transforma a energia cinética oferecida pelo

motor em energia de pressão e possibilita que o óleo seja elevado até a superfície.

A energia elétrica é conduzida da superfície até o motor por meio de um cabo elétrico que

é fixado à coluna de produção. Nos poços off-shore, onde é exigida uma maior segurança,

a passagem do cabo é feita com a utilização de um mandril. Quando se deseja medir ou

registrar os valores de pressão e temperatura, um sensor é decido com o motor e emite

sinais para a superfície, utilizando o mesmo cabo que conduz a energia. Estes sinais são

decodificados e os valores são mostrados num monitor na superfície.

Vários critérios são utilizados na determinação do método de aplicação para elevação

artificial como propriedade do fluido, a taxa de produção, e profundidade do poço. Para a

e elevação de óleos pesados e viscosos, o método de elevação por bombeio centrifugo

utilizandando a bomba centrífuga submersa é o mais efetivo pois tem o maior potencial de

produção.

Na figura 9, temos uma comparação entre o potencial de produção com o processo de

elevação gasosa que será apresentado a seguir. O potencial de produção é elevado em

aproximadamente 40 m³/h taxa de vazão com a utilização da bombas centrífugas

submersas pois a composição dos fluidos é mantida, diferentemente do que acontece com

o método de elevação gasosa. A seguir os outros métodos de elevação artificial de

hidrocarbonetos serão apresentados. A figura abaixo mostra a diferença entre os métodos

de elevação artificial de hidrocarbonetos.

Figura 9 - Comparação entre potenciais de produção: gás lift x Bombeio Centrífugo

Submerso [4]

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3.2.4 O Método Por Elevação Gasosa

O método por elevação gasosa também conhecido por método Gás Lift, pode ser contínuo

ou intermitente. O método contínuo, utiliza a injeção contínua de gás a alta pressão na

coluna de produção com o objetivo de gaseificar o fluido desde o ponto de injeção até a

superfície. Neste é usado gás natural que é produzido no próprio poço e é comprimido em

compressores na plataforma e enviado ao anular do poço através de uma linha de

produção. Na superfície, o controle da injeção de gás no poço é feito através de um

regulador de fluxo. A comunicação entre o anular e a coluna de produção é feita no poço

por uma válvula de Gás Lift.

Também é instalado dentro da coluna de produção, um mandril de Gás Lift onde se

encontra uma válvula de Gás Lift, que pode ser um orifício ou um dispositivo que se abre

em função da pressão no anular ou no interior da coluna. A válvula de Gás Lift tem a

função de controlar o fluxo de gás e estabelecer contato entre anular e coluna de produção.

Quando o poço está parado para manutenção e precisa retornar a produção pode-se usar

mais de uma válvula de Gás Lift e consequentemente mais de um mandril para que se

realize o descarregamento do poço. O método é padrão e versátil com excelente

continuidade operacional, é usado sem problemas para poços desviados e ainda reduz a

densidade dos fluidos.

Já o método de elevação gasosa intermitente, utiliza o deslocamento de fluido através de

golfadas para a superfície com injeção de gás a alta pressão. Essa injeção é controlada na

superfície por um intermitor de ciclo e por uma válvula de gás lift, fazendo com que os

intervalos possuem tempos bem definidos

A unica diferença entre o processo contínuo é o principio de funcionamento, sendo esse

método aplicável apenas em poços de baixa produtividade e o processo tem baixa

eficiência energética.

3.2.5 Metódo de Bombeio Mecânico

O bombeio mecânico é um método de elevação artificial utilizado apenas nos campos

onshore, seu principio de funcionamento se baseia no movimento rotativo de um motor

elétrico ou de combustão interna, que é transformado em movimento alternativo por uma

unidade de bombeio localizada próxima à cabeça do poço. Uma coluna de hastes transmite

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o movimento alternativo para o fundo do poço, acionando uma bomba que eleva os

fluidos produzidos do reservatório para a superfície. O método de bombeio mecânico é

mais utilizado no mundo pela sua flexibilidade, pois este pode ser utilizado para elevar

vazões médias de poços rasos ou baixas vazões para poços de grande profundidade. [4]

Apesar de ser o mais utilizado, esse método de elevação é problemático em poços que

produzem areia pois a areia desgasta mais rapidamente as partes móveis e a camisa da

bomba devido a sua abrasividade. Em poços onde parte do gás produzido passa pela

bomba esse processo também encontra problemas pois o gás passando pela bomba reduz

sua eficiência volumétrica, podendo até provocar um bloqueio de gás. Mas o efeito do gás

no bombeio mecânico é menos problemático que no bombeio centrífugo submerso ou no

bombeio de cavidades progressivas.

Figura 10 - Bombeio mecânico [4]

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3.2.6 Metódo de Bombeio Por Cavidades Progressivas

Nesse método, a transferência de energia ao fluido é feita através de uma bomba de

cavidades progressivas. Esta é uma bomba de deslocamento positivo também é constituída

de rotor e trabalha imersa no poço. O acionamento da bomba pode ser originado da

superfície, por meio de uma coluna de hastes e um cabeçote de acionamento, ou

diretamente no fundo do poço, por meio de um acionador elétrico ou hidráulico acoplado

à bomba.

O bombeio por cavidades progressivas é um método de elevação artificial onde a

geometria do conjunto forma uma série de cavidades herméticas idênticas. O bombeio é

realizado quando o rotor ao girar no interior do estator origina um movimento axial

progressivo das cavidades, no sentido da sucção para a descarga. Embora o número de

instalações com esse tipo de equipamento seja ainda pequeno, devido à simplicidade do

método e a eficiência na produção de fluidos viscosos, este método tem se difundido com

muita velocidade.

3.3 O Módulo de Bombas e Seu Sistema de Atuação

A bomba centrífuga submersa se encontra em um modulo de Bombas que será testado na

planta de teste do presente projeto, ele faz parte de um sistema para extração de Petróleo.

Esse sistema é chamado de Sistema de Bombeio Centrífugo Submerso Submarino. O

objetivo desta seção é apresentar a base de projeto do Sistema de Bombeio Centrífugo

Submerso Submarino e detalhar o módulo de bombas. Todos os dados foram fornecidos

pela FMC.

O projeto consiste em 3 sistemas a serem instalados em uma lâmina d'água de até 1500m,

operando a uma pressão máxima de 34,5 x 105 Pa e máxima temperatura de operação de

121°C. Cada sistema consistirá de uma base de fluxo, um módulo de bombas, dois

modulos de conexão vertical, sendo um modulo de sucção e um de descarga, uma Base de

Lançamento do Umbilical, um Jumper Hidráulico, um Jumper de Potência e um sistema

de potência para alimentação das bombas. Cada parte desse sistema será apresentado

nessa seção, com maior enfâse para o modulo de bombas.

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O Módulo de Bombas abrigará duas cápsulas posicionadas a 5° da horizontal, de forma a

garantir que o deslocamento do fluido seja sempre ascendente, cada uma contendo em seu

interior uma Bomba Centrífuga Submersa responsável por adicionar um diferencial de

pressão, aumentando assim a vazão da produção. Abaixo a figura do modulo de bombas.

Figura - 11 Modulo de bombas - FMC

A base de Fluxo é responsável por receber o Módulo de Bombas e os Modulos de

Conexão vertical de sucção e descarga, assim como servir de bypass no caso de uma

intervenção e retirada do módulo, permitindo que a produção continue sendo enviada à

plataforma mesmo sem a presença do mesmo. Além das linhas de fluxo, a base será

responsável por receber as linhas de injeção química oriundas da Base de Lançamento

Umbilical, fazendo a interligação entre eles.

Os Módulos de Conexão Vertical serão responsáveis por receber a produção oriunda da

Arvore de Natal de produção e, após o bombeamento, escoar a produção à plataforma. O

sistema possuirá um Módulo de Conexão Vertical de sucção, que receberá a produção

oriunda da respectiva Arvore de Natal Molhada, e um Módulo de Conexão Vertical de

descarga, que, após o bombeamento, enviará a produção à plataforma. Ambos os Módulos

de conexão verical serão dotados de um conector Torus.

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O Jumper Hidráulico é responsavel pela interligação entra a base de lançamento Umbilical

e a base de fluxo e pussuirá o comprimento necessário para atender a uma distãncia

máxima de 25 metros.

Cada Base de Lançamento Umbilical receberá um umbilical eletro-hidráulico e um

umbilical de potência que distribuirá as linhas hidráulicas para a base de fluxo e enviará

potência para alimentação das bombas no Módulo de Bombas.

O projeto de instrumentação da base de lançamento Umbilical, permitirá que as

mangueiras dos umbilicais sejam mantidas pressurizadas com até 20,7 x 105 Pa durante a

instalação para evitar colapso das mesmas. Este requisito não é aplicável às linhas de

injeção química, uma vez que as mangueiras do umbilical para estas linhas são do tipo

High Collapse Resistant (alta resistência).

A Base de Lançamento Umbilical será assentada próxima à Base de Fluxo. O projeto tem

que respeitar os raios mínimos de curvatura dos cabos elétricos de sinal e potência e das

mangueiras de acionamento hidráulico. A Base de Lançamento Umbilical, deve ser

suficientemente robusta e estruturalmente preparada para suportar os esforços mecânicos

de lançamento sem que haja deslocamento de seus componentes. Estruturalmente, também

deve estar adequada para suportar a instalação dos jumpers sem sofrer deslocamentos.

O sistema elétrico de sinal e de potência possibilitará que as terminações elétricas, possam

ser conectadas à base de lançamento Umbilical a bordo do barco de lançamento momentos

antes da instalação. O fluxo do sistema pode ser melhor entendido atravez da figura

abaixo.

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Figura - 12 Unifilar do Layout de Campo – FMC

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A figura mostra que cada sistema de bombeio receberá uma linha de produção oriunda da

plataforma, a qual será conectada ao Modulo vertical de conexão de saída, e uma linha de

produção oriunda da Arvore de Natal do poço correspondente, interligada ao Modulo

Vertical de Conexão de entrada.

As bases de Lançamento do Umbilical dos poços CHTP mostradas na figura, receberão

um umbilical eletro-hidráulico integrado e enviarão um umbilical eletro-hidráulico para a

respectiva Arvore de Natal Molhada. Conforme mostrado na figura acima, a Base de

lançamento do Umbilical do poço BLAP-01 também receberá um umbilical eletro-

hidráulico e enviará um umbilical eletro-hidráulico para a respectiva Arvore de Natal

Molhada, além disso, uma segunda Base de Lançamento do umbilical receberá o cabo de

potência oriundo da plataforma e o direcionará para o Módulo de Bombas. O projeto tem

vida útil de 25 anos.

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4.0 Conceitos Gerais e Cálculos para Seleção da bomba

4.1 Teoria e conceitos gerais

Nesta seção serão expostos os conceitos relacionados as bombas, primeiramente

apresentando a classificação dos seus principais tipos com suas respectivas características.

Em seguida, serão abordadas noções de mecânica dos fluidos que serão importantes para

realização do trabalho. Também será mostrada toda a teoria necessária para a seleção da

bomba.

4.1.2 Classificação e características gerais das bombas

As Bombas são máquinas hidráulicas que recebem o trabalho mecânico e cedem energia

para o escoamento de um liquido no sistema. Esse trabalho mecânico pode ser por meio de

turbinas, de um sistema pneumático ou o motor elétrico que é o mais comum entre eles.

4.1.2.1 Classificação dos tipos de bombas

Na figura abaixo os principais tipos de bombas são classificados de acordo com a maneira

que é feita a transformação da energia hidráulica

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Figura - 14 Classificação de bombas [1]

Conforme a figura acima as bombas tem diferenças entra as categorias dinâmicas e

volumétricas.

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4.1.2.2 Bombas volumétricas

Nas bombas volumétricas, o transporte do liquido e sua vazão dependem do volume

deslocado pelo impulsionador possuindo o mesmo sentido e direção que este, com vazão

sempre constante.

Bombas volumétricas são mais usadas com vazões baixas, altas pressões e fluidos de

viscosidade relativamente alta. Na indústria naval e petrolífera que é alvo de estudo no

presente trabalho é usada para transferência de óleo lubrificante, combustível ou óleo de

alimentação.

Figura 15 - Bomba de engrenagens [1]

Figura 16 - Bomba de lóbulos [1]

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4.1.2.3 Bombas dinâmicas

Já nas bombas dinâmicas, a energia é transmitida pela a forma de energia cinética e

pressão, enquanto nas volumétricas o órgão transmite a energia ao fluido exclusivamente

como pressão. A vazão bombeada depende sempre do projeto da bomba e das

características do sistema onde ela opera, sendo assim, sua vazão varia com as condições

do sistema e o tempo.

Bombas dinâmicas são usadas para altas vazões, baixas pressões e fluido menos viscoso.

Novamente, na indústria petrolífera vê-se seu uso como bombas centrífugas que serão as

testadas no trabalho, para o acionamento elétrico ou por turbinas a vapor para serviços de

água.

A alimentação de água para caldeira precisa de vazão variável dependendo do consumo de

vapor, com pressões não tão altas, sendo comum a utilização de bombas centrífugas.

4.1.3 Conceitos fundamentais de mecânica dos fluidos

4.1.3.1 Propriedades dos fluidos

Nesta seção serão apresentados alguns conceitos sobre as propriedades físicas dos fluidos

que serão necessários para os cálculos do projeto.

4.1.3.2 Massa específica (�)

A massa específica é a substancia definida como a quantidade de massa que ocupa uma

unidade de volume. Será usado no trabalho o kg/m³. como unidade.

4.1.3.3 Peso específico (�)

O peso específico do fluido é definido como a razão entre o peso de uma substância e a unidade

de volume. Essa propriedade pode ser calculada pela seguinte equação:

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γ = ρ. g

A unidade do peso específico é N/m³.

4.1.3.4 Densidade relatia (d)

A densidade relativa de uma substancia ou gravidade especifica é a razão entre a massa

específica da mesma e a massa especifica de uma substancia de referencia nas mesmas

condições.

d =ρ

ρ(água)

4.1.3.5 Viscosidade absoluta ou dinamica (µ)

A viscosidade absoluta é definida como a resistência oposta pelas camadas liquidas ao

escoamento. No SI sua unidade é o Pa/s mas na pratica o centipoise é o mais utilizado (cp)

4.1.3.6 Viscosidade cinemática (�)

A viscosidade cinematica é a razão entre a viscosidade absoluta e a masa especifica de

uma substancia.

v =μ

ρ

4.1.4 Classificação do escoamento

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O escoamento no interior de dutos e tubos pode ser classificado como laminar ou

turbulento.

4.1.4.1 Escoamento laminar

No regime laminar, o escoamento é caracterizado pelo movimento suave em laminas ou

camadas. Neste tipo de escoamento o fluido escoa de modo organizado.

4.1.4.2 Escoamento turbulento

No regime turbulento a estrutura é caracterizada por movimentos tridimensionais

aleatórios das particulas fluidas, em adição do movimento médio.

4.1.4.3 Número de Reynolds (Re)

Para determinar o tipo de escoamento usa-se um número adimensional chamado número

Reynolds. Definido abaixo:

Re =ρf. V. Din

μ

Onde:

ρ=Massa específica

μ=Viscosidade Absoluta

D=Diametro interno da tubulação

V=Velocidade média do escoamento

Para Reynolds acima de 4000 o fluido está em regime turbulento. Para valores de

Reynolds abaixo de 2000 o fluido é laminar. Para valores intermediários, a faixa crítica,

precisa-se de uma maior analise mas isto não deverá ser motivo de preocupação, pois na

prática o regime de escoamento nesta faixa é turbulento, só sendo laminar quando a

velocidade de escoamento for muito baixa ou o fluido for muito viscoso. Deve-se lembrar

também que o número de Reynolds é adimensional. Como no presente trabalho o fuido

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para o teste de fluxo é pouco viscoso (água), o Reynolds costuma ser turbulento, como

será demostrado para o cálculo da perda de carga normal.

4.1.4.4 Teorema de Bernoulli

O teorema de Bernoulli relaciona relaciona a pressão, a energia cinética e a energia

potencial gravitacional de uma linha de corrente em um escoamento. Ela é uma

simplificação das equações de conservação de energia. O teorema de Bernoulli pode ser

representado pela equação abaixo:

P1

ρ ∙ g+

V1

2. g+ Z1 =

P2

ρ ∙ g+

V2

2. g+ Z2

Onde:

P - Pressão aolonfo da linha de corrente

h - Altura Estática do fluido

ρ - Massa específica

V - Velocidade do fluido na seção considerada

g - Aceleração gravitacional

O uso destas equações é possível apenas quando certas condições forem satisfeitas. Estas

condições estão listadas abaixo:

Escoamento ao longo de uma linha de corrente constante.

Fluido incompressível, onde ρ é constante.

Escoamento sem atrito, viscosidade =0 (reversível)

Escoamento em regime permanente

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31

4.1.5 Perda de Carga

No sistema real comumente existem perdas por atrito na superfície da tubulação assim

como entre as partículas do fluido, devido à viscosidade do fluido A perda de carga de um

escoamento é a energia por quantidade de peso que o fluido perde durante seu escoamento.

Ela é expressa em unidade de comprimento (m).

Portanto, deve-se considerar as perdas de carga representada por hf.

P1

ρ ∙ g+

V1

2. �+ Z1 =

P2

ρ ∙ g+

V2

2. �+ Z2 + hf

Ela pode ser dividida em duas categorias: a perda de carga normal (hfn) e a perda decarga

localizada (hfl).

A perda de carga normal acontece por conta do atrito do fluido com as paredes internas da

tubulação, e também dos atritos internos do escoamento. Já a perdade carga localizada se

deve a passagem do escoamento pelos acessórios da tubulação. Assim, a perda de carga

total se dará pela soma das perdas normais e localizadas, como na fórmula abaixo:

hf = hfn + hfl

4.1.5.1 Perda de Carga normal

Devido a sua complexiadade do escoamento no regime turbulento, para sua analise é

preciso um tratamento teorico – experimental. Assim usa-se a equação de Darcy-

Weisbach:

ℎ�� = �.�

�.��

2�

Onde:

f = fator de atrito.

D = Diamêtro da tubulação.

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32

g = aceleração da gravidade, em metros por segundo ao quadrado [m/s²].

L =Comprimento reto de tubulação.

V = velocidade do escoamento, em metros por segundo [m/s];

Para determinar o valor do coeficiente de atrito f, precisa-se analisar primeiramente o tipo

de escoamento pelo número de Reynolds. Para escoamento laminares, o fator f será

descrito pela formula abaixo:

f =64

Re

Para o escoamento turbulento, usa-se a equação de Colebrook-White:

1

√f= − 2 ∙ log10∙

eD

3,7+

2,51

Re ∙ √f

Como ambos os lados da formula possui o fator f, deve ser feita de forma iterativa ou usar

o Abaco de Moody mostrado na Figura 17. Para escoamentos completamente rugoso, o

Número de Reynolds não influencia no valor de f, tornando as linhas de rugosidade

relativa (e/D) paralelas no Ábaco. Portanto, pode-se usar a Figura 18. Formulações

teórico-experimentais também surgiram e que facilitaram a automatização dos cálculos.

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33

Figura 17 - Ábaco de Moody [1]

Na figura abaixo, podemos ver também um gráfico usado para retirar o valor da

rugosidade relativa em função do diâmetro da tubulação e do material que é composta.

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Figura 18 - Àbaco de Moody para completamente turbulento [1]

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35

4.1.5.2 Perda de Carga Localizada

A perda de carga localizada é a perda de carga devido aos acidentes como válvulas e

curvas. Esta parcela da perda de carga pode ser calculada por dois métodos: o método

direto ou o método dos comprimentos equivalentes. Neste projeto usaremos o método do

comprimento equivalente. O método do comprimento equivalente consiste em fixar o

valor do comprimento reto de tubulação que reproduziria, nas mesmas condições, a

mesma perda de carga que o acessório em questão.

hfl= KV�

2g

Onde:

K= Coeficiente de perda

O coeficiente de perda é obtido experimentalmente para os diversos tipos de acidentes e

geometrias. Os valores dos comprimentos são tabelados e dependem do diâmetro da

tubulação ao qual o acessório está conectado e do tipo de acessório. Abaixo algumas das

tabelas são mostradas

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Tabela 2- Comprimento equivalente - Entradas e Saídas - ft (m)

Tabela 3 - Comprimento Equivalente - Reduções e ampliações de diâmetro - ft (m)

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Tabela 4 - Comprimento Equivalente - Válvulas - ft(m)

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38

Tabela 5 - Comprimento equivalente - Joelhos e curvas - ft(m)

4.1.6 Curva do Sistema

De posse das perdas de carga do sistema, pode-se calcular a altura manométrica do

sistema para diferentes vazões, para poder definir a curva do sistema e depois fazer a

analise da bomba que vai satisfazer o ponto de operação encontrado.

4.1.6.1 Altura manométrica do sistema (H)

Para encontrarmos o ponto de trabalho da bomba, é preciso calcular o quanto de energia

por unidade de peso o sistema em que a bomba será instalada necessita em função da

vazão que bombeada. Essa energia é conhecida como altura manométrica do sistema. Ela

é função da altura, diferença de pressão entre os reservartorios de sucção e descarga e das

perdas de cargas e pode ser calculada pela formula abaixo:

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H = hd − hs

Onde:

hd - É a altura manométrica de descarga, ou seja, a quantidade de energia por unidade de

peso que deve existir no flange de descarga para que o fluido alcance o reservatório de

descarga nas condições exigidas de pressão e vazão.

hs – É a altura manométrica de sucção, ou seja, a quantidade de energia por unidade de

peso já existente no flange de sucção para uma determinada vazão.

Figura 19 - Sistema de bombeamento [1]

hs = �� ��

�+ ℎ��

hd = �� ��

�+ ℎ��

H =(�� − ��)

�+ (�� − ���)

Onde:

�� - Pressão Manométrica do reservatório de descarga

�� - Pressão Manométrica do reservatório de sucção

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40

�� - Altura Estática de Descarga

�� - Altura Estática de Sucção

� – Peso Específico na Temperatura de Bombeamento

ℎ�� - Total de Perda de Carga por acidentes

ℎ�� - Total de Perda de Carga por trecho reto

Ao calcular a altura manométrica para diferentes vazões pode-se traçar a curva do sistema

como mostrada na Figura 20.

Figura 20 - Curva do sistema [1]

4.1.6.2 Determinação do ponto de trabalho

De posse da curva do sistema e as curvas caracteristicas das bombas, podemos selecionar

uma bomba que possua uma curva de Head(H) xVazão(Q) que intercepte a curva do

sistema num ponto em que a vazão seja adequada obtendo assim o ponto normal de

trabalho. Este ponto significa que a energia por unidade de peso necessaria para deslocar o

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41

fundo da sucção até a descarga a certa vazão é igual a energia cedida pela bomba ao

liquido, em outras palavras o sistema está em equilibrio.

Figura 21 -Ponto de operação [1]

Essa curva caracteristicas de desempenho deve ser fornecida pelo fabricante da bomba.

Após encontrar o ponto de operação, pode-se achar a potência, Head total e ficiência da

bomba naquela vazão.

4.1.7 Cavitação

Como no presente trabalho, durante o teste a bomba selecionada deve manter a pressão

minima na sucção da bomba centrifuga submersa para evitar a cavitação, esse fenômeno

também será explicado na parte teórica.

A cavitação é um dos assuntos mais importantes relacionados a bombas, não somente na

seleção de uma bomba como também em sua operação. A cavitação é um fenômeno físico

que ocorre quando a pressão absoluta de qualquer ponto de um sistema bombeado atingir

o valor inferior ao da pressão de vapor do fluido , na temperatura de bombeamento.

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42

Com isso, parte do líquido irá se vaporizar e formar bolhas, que continuaram a fluir

juntamente com o fluido. Assim que esta bolha encontrar algum ponto do escoamento em

que a pressão esteja acima da pressão de vapor, esta bolha implodirá, ou seja, deixará de

ser vapor e se transformará bruscamente em líquido.

Todavia, como o volume específico do líquido é muito menor que o do vapor, o colapso

das bolhas implicará a existência de um vazio, que será preenchido pelo líquido da

vizinhança. Este rápido preenchimento gera uma onda de choque, que além de prejudicar

o funcionamento da bomba, danifica a mesma. Sua ocorrência na entrada do impelidor da

bomba acarreta em vibração, ruído e danificação das pás do impelidor, com retirada do

material deste.

No caso das bombas centrífugas, a região onde a pressão é mínima é na entrada do

impelidor. Nesta parte, o líquido proveniente do reservatório de sucção ainda não recebeu

nenhum incremento de energia e, além disso, teve sua energia por peso reduzida devido às

perdas por atrito com a tubulação.

Para evitar o fenômeno, deve-se calcular o NPSH requerido pela bomba em função da

velocidade do fluido. O projetista do sistema então necessita garantir que o sistema

possuirá o NPSH disponível superior com margem de segurança.

4.2 Estudos da Seção de Teste e Seleção da Bomba

4.2.1 A Seção de Teste e o Módulo de Bombas

O sistema onde a bomba será selecionada será detalhado nesta seção. Esse sistema é uma

bancada de Teste localizada no parque tecnológico da FMC onde Bombas Centrífugas

Submersas serão testadas. A proposta dessa seção, é descrever de maneira breve os teste

de integração do sistema do Módulo de Bombas. O funcionamento do Circuito de Teste,

terá como objetivo a verificação da operação da bomba e sua integração com todo o

sistema de Bombeio Centrifugo Submerso Submarino. Os testes a serem realizados estão

listados abaixo:

Teste de vedação do Modulo de bombas

Teste de Fluxo da bomba centrifuga submersa

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Os testes tem como objetivo, a verificação da integração dos equipamentos e a

parametrização do variador de frequência. Testar o funcionamento e partida do conjunto

Bomba Centrifuga Submersa e o desempenho da bomba em diferentes vazões.

Um dos principais pontos dos testes, é a confirmação da rotação dos dois conjuntos de

bombas no mesmo sentido. Deve se avaliar e registrar as vibrações da parte exterior da

cápsula. Medir as formas de onda de tensão e de corrente total do sistema nos terminais do

Variador de Freqüência.

Os testes serão explicados com maior detalhamento para o teste de fluxo, onde a bomba

selecionada no projeto terá um papel fundamental, pois preenche o circuito de teste com

aguá e mantem a pressão mínima de sucção da Bomba Centrífuga Submersa durante a

realização do teste.

4.2.1.1 O teste de vedação do módulo

O teste de vedação do módulo, tem como objetivo verificar a estanqueidade do módulo de

bombas. Esse teste deve começar após certificação completa montagem do Modulo de

Bombas. Antes da pressurização, deve ser purgado o máximo possível de ar de dentro do

skid de bombeio centrífugo submerso submarino.

Caso o teste seja feito com o Skid de bombeio centrífugo submerso submarino travado na

base de teste, o circuito de teste deve estar ventando para a atmosfera com todas as

válvulas do sistema abertas.

Com uma taxa de 69 x 103 Pa/min, deve se aplicar 34,5 x 105 Pa de pressão no módulo de

bombas e esperar 180 segundos e verificar a ocorrência de vazamento.

Depois com uma taxa de 34,5 x 103 Pa/min, drenar pressão da linha até 17,3 x 105 Pa e

esperar 15 minutos e verificar a ocorrencia de vazamento.

Caso não ocorra vazamento deve-se verificar a comunicação com o sensor para testar a

integração com o sistema elétrico de potencia.

4.2.1.2 O teste de fluxo

O teste de fluxo que será detalhado nesta seção, tem como objetivo confirmar que ambas

as bombas centrifugas submarinas estão girando no mesmo sentido, medir a vibração entre

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as cápsulas, avaliar o desempenho das bombas girando em sentido inverso e medir as

formas de onda de tensão e corrente total do sistema nos terminais de variador de

freqüência. Ele será descrito no detalhe pois a bomba selecionada precisa fornecer água ao

sistema alem de manter a pressão de minima de entrada na bomba submarina.

Figura 22- Planta de teste simplificada - FMC

O Primeiro passo do teste de fluxo é verificar se o sistema de aquisição de dados está

ativado e verificar se as bombas P- 101 de pressurização está ligada.

Após essa verificação, deve-se regular lentamente a abertura da válvula de controle (PV-

102) de modo a regular a pressão no sensor para 15 x 105 Pa e conferir se o Variador de

Frequência está energizado.

Em seguida, deve-se posicionar a valvula PV-101 com abertura de 20% (max) e verificar

se a posição do indicador coincide com o valor ajustado no supervisorio.

Após esse procedimento, deve-se partir a bomba centrífuga submersa com 40hz e

verificar se as bombas estão girando no mesmo sentido após 120s.

Caso as bombas estejam girando em sentidos opostos, será necessário desmobilizar o teste

e refazer a terminação de um dos conectores ou penetrador elétrico. A vazão limite da

bomba centrifuga submersa é de 231 m3/h.

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45

Caso as bombas estejam girando no mesmo sentido, o teste procede com a válvula PV –

101 sendo ajustada para diferentes pressões, de modo a regular a pressão no sensor de

diferencial de pressão para os pontos operacionais listados no procedimento abaixo.

A bomba é testada em pontos pré estabelecidos de menor vazão, maior eficiência e maior

vazão. O teste começa com os pontos de menor vazão.

O primeiro ponto de menor vazão a ser testado é 83 m³/h. Deve-se regular abertura da PV-

101 de modo a regular a pressão no sensor de diferencial de pressão para 81 x 105 Pa.

Aguardar 1 hora para estabilização da condição de operação e verificar corrente esperada

de operação.

Após o primeiro ponto, deve-se aumentar a velocidade da bomba centrifuga submersa

para 50 Hz. Incrementos de 1 Hz/min. Regular abertura da PV-101 de modo a regular a

pressão no sensor de diferencial de pressão para 127 x 105 Pa.(Ponto de menor vazão: 104

m³/h) e aguardar 10 minutos para estabilização da condição de operação.

Aumentar a velocidade da bomba centrifuga submersa para 55 Hz com incrementos de 1

Hz/min. Regular abertura da PV-101 de modo a regular a pressão no sensor de diferencial

de pressão para 127 x 105 Pa. (Ponto de menor vazão: 115 m³/h) Aguardar 10 minutos

para estabilização da condição de operação.

Aumentar a velocidade da bomba centrifuga submersa para 60 Hz com incrementos de 1

Hz/min. Regular abertura da PV-101 de modo a regular a pressão no sensor de diferencial

de pressão para 184 x 105 Pa. (Ponto de menor vazão: 125 m³/d). Aguardar 10 minutos

para estabilização da condição de operação. Em seguida as bombas são testadas para os

pontos de maior vazão.

Sem aumentar a velecidade da bomba centrifuga submersa, regular abertura da PV-101 de

modo a regular a pressão no diferencial de pressão para 96 x 105 Pa. (Ponto de maior

vazão: 232 m³/h) Aguardar 10 minutos para estabilização da condição de operação.

Reduzir a velocidade da bomba centrifuga submersa para 55 Hz. Redução de 1 Hz/min.

Regular abertura da PV-101 de modo a regular a pressão no sensor de diferencial de

pressão para 82 x 105 Pa. (Ponto de maior vazão: 212.5 m³/h). Aguardar 10 minutos para

estabilização da condição de operação.

Reduzir a velocidade da bomba centrifuga submersa para 50 Hz. Redução de 1 Hz/min.

Regular abertura da PV-101 de modo a regular a pressão no sensor de diferencial de

pressão para 67 x 105 Pa. (Ponto de maior vazão: 193 m³/h). Aguardar 10 minutos para

estabilização da condição de operação.

Reduzir a velocidade da bomba centrifuga submersa para 40 Hz. Redução de 1 Hz/min.

Regular abertura da PV-101 de modo a regular a pressão no sensor de diferencial de

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pressão para 43 x 105 Pa. (Ponto de maior vazão: 154 m³/h).Aguardar 10 minutos para

estabilização da condição de operação. Registrar parâmetros operacionais

Para concluir o teste as bombas são testadas para os pontos de melhor eficiência.

Sem alterar a velocidade da bomba centrifuga submersa, regular abertura da PV-101 de

modo a regular a pressão no sensor de diferencial de pressão para 76 x 105 Pa. (Ponto de

maior eficiência: 100 m³/h) Aguardar 10 minutos para estabilização da condição de

operação.

Regular a velocidade da bomba centrifuga submersa para 50 Hz. Incrementos de 1 Hz/min.

Regular a abertura da PV-101 de modo a regular a pressão no sensor de diferencial de

pressão para 119 x 105 Pa.(Ponto de maior eficiência: 125 m³/h). Aguardar 10 minutos

para estabilização da condição de operação.

Aumentar a velocidade da bomba centrifuga submersa para 55 Hz. Incrementos de 1

Hz/min. Regular a abertura da PV-101 de modo a regular a pressão no sensor

dediferencial de pressão para 143 x 105 Pa.(Ponto de maior eficiência: 137 m³/h).Aguardar

10 minutos para estabilização da condição de operação.

Aumentar a velocidade da bomba centrifuga submersa para 60 Hz com incrementos de 1

Hz/min. Regular abertura da PV-101 de modo a regular a pressão no o diferencial de

pressão para 171 x 105 Pa. (Ponto de maior eficiência: 150 m³/h). Aguardar 10 minutos

para estabilização da condição de operação.

Para encerrar o teste, deve-se manter a bomba centrifuga submersa operando a 60 Hz até

completar 8 horas contínuas. E reduzir velocidade para 40Hz. Redução de 1Hz/min.

Desligar e desenergizar o Variavel de Frequência. Regular lentamente abertura da válvula

de controle PV-102 para 95%. Desligar bomba P-101.

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4.2.2 Seleção da bomba

Na última seção, foi exposto de maneira ampla os componentes e a finalidade da planta de

teste. Agora nesta seção, serão apresentados todos os dados fornecidos pela FMC

necessários para o cálculo de seleção da bomba que alimentara o sistema e cálculo da

capacitância do sistema.

4.2.2.1 Dados e requisitos operacionais do sistema

Nesta parte do projeto, a bancada de teste localizada no parque tecnologico da FMC na

ilha do fundão, com seus respectivos acessórios e dados serão mostrados assim como as

condições necessárias para a sua operação e todas as características. Será feita uma analise

detalhada de como a bomba funciona no sistema, para determinar como calcular os

parâmetros necessários e selecionar a bomba adequada para o seu funcionamento com as

curvas fornecidas pelo fabricante.

O sistema no qual a bomba será selecionada é uma planta de teste aonde bombas

centrífugas submersas serão testadas e necessitará de um fluxo constante de água durante

a realização do teste. A bomba que será selecionada, é usada para preencher o circuito de

teste, além de manter a mínima pressão de sucção requerida pela bomba centrífuga

submersível testada, garantindo assim, a realização da operação sem que aconteça a

cavitação.

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Figura 23 - Planta de teste simplificada - FMC

A bomba do tanque (P- 101), preenche a planta de teste com a agua do tanque (TQ – 101)

a uma vazão de 18m3/h elevando a pressão de 1,03 x 10�Pa (na entrada) para

20,69 x 10�Pa (descarga) em todo o circuito de teste. A bomba realiza a pressurização do

sistema, com a valvula (PV – 102) totalmente fechada (20,69 x 10�Pa) até o circuito ser

totalmente preenchido. Após o circuito estar totalmente preenchido, o teste de fluxo da

Bomba Centrifuga Submersa que foi detalhado na seção anterior tem início.

A bomba continua operando durante a realização do teste, com a válvula de baixa pressão

(PV – 102) parcialmente aberta (20% - 10,34 x 10�Pa) para retornar o fluido para o

tanque e manter a pressão de entrada constante.

Isso é feito, para evitar o fenomeno da cavitação em função do diferencial de pressão da

bomba submarina. Por isso, a pressão deve ser elevada a 20,69 x 10�Pa na sucção. No

sistema, válvulas de alivio são usadas para proteção contra pressão excessiva.

Uma válvula de controle de alta pressão (PV – 101) controla a pressão de saída da bomba

submarina. Por razões de segurança, ela é operada remotamente. Na parte inferior da

planta, o trocador de calor reduz a temperatura da água para mantê-la entre os limites

operacionais.

Para encerrar o teste, (PV – 102) é totalmente aberta (95% - 1,03 x 10�Pa) e o líquido

retorna para o tanque. O trecho de sucção sai do tanque de água até a entrada da bomba e

o de descarga é da saída da bomba até a linha de sucção do módulo de bombas.

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49

O líquido de teste é a água a temperatura do sistema deve ficar na faixa entre 10 e 100

graus Celsius. O sistema é projetado baseado em um conceito modular, sendo possível

mobilizar e desmobilizar sua execução. O teste acontece em diferentes frequências de

operação entre 40Hz e 60Hz, conforme exposto no capitulo anterior.

Durante a operação do circuito de teste, deve-se atentar aos limites dos componentes do

circuito listados abaixo:

Temperatura: 10 – 90 ˚C

Pressão mínima de sucção da bomba submarina : 20 x 10� Pa (300psi)

Pressão máxima de descarga da bomba submarina : 210 x 10� Pa (3100psi)

Tensão máxima de saída do variador de freqüência: 4.576kv

Corrente Máxima de saída do variador de freqüência :250 A

Limites de abertura da válvula de controle PV-101:

Limite inferior: 5%.

Limite superior: 60%.

Limites de abertura da válvula de controle PV-102:

Limite inferior: 20%.

Limite superior: 95%.

Com base nas figuras e plantas fornecidas e nas descrições do sistema já feitas, temos os

todos os dados necessários para o cálculo de seleção da bomba. Abaixo a planta de teste

completa com seus respectivos dados.

Tabela 6 - Dados da Planta de Teste - FMC

Nota 1 : A vazão e velocidade irão variar nessa linha.

Nota 2:As válvulas ficarão sempre fechadas durante a operação do sistema, portando

nessa linha não há vazão e velocidade significativa.

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50

Figura 24 - Planta de Teste - FMC

4.2.2.2 Cálculo da Altura Manométrica Total do Sistema

Pode-se calcular diretamente a altura manométrica total do sistema, tendo como valores os

dados apresentados referentes ao flange de sucção e descarga. Para resolver a equação,

deve-se calcular o diferencial de pressão e o peso específico.

H =(��� − ���)

�+

(���� − ����)

2. �+ (��� − ���)

4.2.2.3 Cálculo do diferencial de pressão

∆P = ��� − ���

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51

��� = 20,69 ��� = 20,69. 10���

��� = 1,03 ��� = 1,03. 10���

∆P = (20,69 − 1,03). 10� Pa

∆P = 19,66. 10� Pa

4.2.2.4 Cálculo do peso específico

� = ��. �

� = 1000��/� �. 9,81 � /��

� = 9810 � /� �

4.2.2.5 Cálculo das velocidades

As velocidades já são fornecidas no quadro de dados. Nessa seção a velocidade será

recalculada apenas para testar a veracidade dos dados fornecidos. Como no flange de

sucção e no flange de descarga a tubulação não varia de diametro, a velocidade de

escoamento no flange de sucção será igual no flange de descarga. Isso pode ser mostrado

pela lei de conservação de massa abaixo:

� ̇(�������) = � ̇(��í��)

�̇= � ��. �⃗. �⃗��

��. ���. ��� = ��. ���. ���

Como a seção transversal ao escoamento é constante e o fluido é incompressível a

seguinte equação é encontrada:

��� = ��� = �

Assim a velocidade pode ser calculada pela seguinte expressão:

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52

� =�

Como o valor da vazão já foi apresentado, precisaremos encontrar a área da seção

transversla interna da tubulação cujo diâmetro nominal foi fornecido. Com posse da tabela

abaixo é possivel encontrar o diãmetro usando o diâmetro nominal como referencia.

Tabela 7 - Dimensões relacionadas à tubulação extra strong pipe

Diâmetro interno 2in = 49,2 mm = 0,0492m

Com esse valor, é encontrada a seguinte área transversal ao escoamento:

A = π. Din�

4

A = π. 0,0492�

4

A = 0,0019m �

A partir da área, cálcula-se a velocidade, que é muito proxima da fornecida no quadro de

dados.

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53

V = �

3600. A

V = 18

3600.0,0019

V = 2,63 m /s

Com todos as parametros necessarios para o cálculo da altura monométrica total do

sistema, voltamos a equação do início da seção:

H =(Pfd − Pfs)

γ+

(Vfd� − Vfs�)

2. g+ (Zfd − Zfs)

H =(19,66.10�)

9810+ 0 + (0)

H =200,30 m

4.2.2.6 Calculo da perda de carga

De posse do H estático, que não varia com a vazão, precisa-se calcular o head variável

através das perdas de carga na sucção e descarga. Conforme exposto anteriormente, o

cálculo de perda de carga devido ao escoamento do fluido na tubulação será feito através

do método do comprimento equivalente.

Os cálculos serão divididos entre a perda de carga na tubulação de sucção e de descarga e

são apresentados a seguir. Para o cálculo da perda de carga na sucção, será usado o

método do comprimento equivalente. Nesse método, um valor de comprimento reto de

tubulação é fixado e produz, nas mesmas condições, as perdas de carga de um acidente ou

acessório.

hfs = f.Lt

Din.V�

2g

Lt = Lr + � Leqi

�� �

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54

Tabela 8 - As propriedades dos materias

Da tabela, vemos que os valores da massa específica (ρ) e da viscosidade absoluta (μ) são,

respectivamente, 998 kg/m³ e 0,001 kg/(m.s) ou Pa.s. Neste sistema estaremos trabalhando

com o aço, a rugosidade do aço é de 0,00015 m.

Para resolver essas equações, será obtido o valor do coeficiente de atrito (f) utilizando o

Àbaco de Moody indicado na figura Para utilizar o gráfico, o valor do numero de

Reynolds deverá ser calculado da seguinte forma:

Re =ρf. V. Din

μ

μ = 0,001 kg/m.s

Re =���.�,�.�,���

�,��� = 123,000

A partir do número de Reynolds obtido, o escoamento pode ser classificado como

turbulento (Re>4000), conforme explicado na seção anterior com o valor encontrado para

o número de Reynolds e da rugosidade relativa, pode-se encontrar do Ábaco de Moody o

fator f procurado.

� = 0,003

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55

f = 0,028

Figura 25 - Ábaco de Moody

Obtendo o valor do coeficiente de atrito (f), precisa-se calcular o valor do comprimento

equivalente total para cálcular a perda de carga na descarga a partir da equação abaixo.

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56

hfs = f.Lt

Din.V�

2g

Com base nos acessórios na tubulação de sucção e seus respectivos diâmetros, serão

verificados nas tabelas os respectivos comprimentos equivalentes.

Tabela 9 - Acidentes na tubulação de sucção

Descrição

Diâmetro (in)

Quantidade

Leq (m) Leq i

(Total) (m)

Joelho 90° 2 4 1,60 6,40

Valvula esfera 2 1 1,07 1,07

Entrada 2 1 2,13 4,26

Tabela 10 - Comprimento equivalente para válvulas

Tabela 11 - Comprimento equivalente para entrada e saída

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57

Tabela 12 - Comprimento equivalente para joelhos curvas e T’s

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58

Com os dados dos comprimentos equivalentes e do comprimento reto da tubulação

apontados, foi possível calcular o comprimento equivalente total e em seguida a perda de

carga.

Lt = Lr + � Leqi

�� �

Lr = 18m

∑ Leqi��� � = 11,73m

Lt = 18 + 11,73 = 29,73m

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59

hfs = f.Lt

Din.V�

2g

hfs = 0,028.29,73

0,0492.

V�

2.9,81

Fazendo o mesmo procedimento para para o calculo da perda de carga na descarga, temos

a seguinte perda de carga:

hfs = f.Lt

Din.V�

2g

Tabela 13 - Acidentes na tubulação de descarga

Descrição

Diâmetro (in)

Quantidade

Leq (m) Leq i

(Total) (m)

Saída 2 1 2,75 2,75

Joelho 90° 2 14 1,60 22,40

Cruzeta 2 1 4,00 4,00

Valvula de retenção 2 1 6,71 6,71

Valvula esfera 2 1 1,07 1,07

Lt = Lr + � Leqi

�� �

Lr = 72,25m

∑ Leqi��� � = 36,93m

Lt = 72,25 + 36,93 = 109,18m

hfd = f.Lt

Din.V�

2g

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60

hfd = 0,028 .109,18

0,0492.

V�

2.9,81

4.2.2.7 Determinação da Curva do Sistema

Para determinar a curva mostrando a variação de altura manométrica total com a vazão,

fixam-se arbitrariamente valores de vazão acima e abaixo da vazão de operação que é

18m3 /h, e faz-se o cálculo da altura manométrica para cada vazão.

O que causa a variação de altura manométrica de uma vazão para outra, é a perda de carga

já calculada na seção anterior, que varia aproximadamente com o quadrado da vazão.

Soma-se, então, a perda de carga a parte estática do Head, que não varia com a vazão, para

obtermos as alturas manométricas em cada vazão e então determinarmos a curva do

sistema.

H(Total) =(��� − ���)

�+ (��� − ���) + (hfd − hfs)

Onde

Htotal= H (estatico) + H (variavel)

H (estatico) = (�������)

�+ (��� − ���)

H (variavel) = (hfd − hfs)

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61

Tabela 14 - Dados da curva do sistema

V Q H VARIAVEL

H ESTATICO H TOTAL

0,00 0 0,00 200,30 200,30

0,15 1 0,09 200,30 200,39

0,29 2 0,34 200,30 200,64

0,44 3 0,77 200,30 201,07

0,58 4 1,37 200,30 201,67

0,73 5 2,14 200,30 202,44

0,88 6 3,08 200,30 203,38

1,02 7 4,19 200,30 204,49

1,17 8 5,47 200,30 205,77

1,32 9 6,93 200,30 207,23

1,46 10 8,55 200,30 208,85

1,61 11 10,35 200,30 210,65

1,75 12 12,31 200,30 212,61

1,90 13 14,45 200,30 214,75

2,05 14 16,76 200,30 217,06

2,19 15 19,24 200,30 219,54

2,34 16 21,89 200,30 222,19

2,49 17 24,71 200,30 225,01

2,63 18 27,70 200,30 228,00

2,78 19 30,86 200,30 231,16

2,92 20 34,20 200,30 234,50

3,07 21 37,70 200,30 238,00

3,22 22 41,38 200,30 241,68

3,36 23 45,23 200,30 245,53

3,51 24 49,25 200,30 249,55

3,65 25 53,44 200,30 253,74

3,80 26 57,80 200,30 258,10

3,95 27 62,33 200,30 262,63

4,09 28 67,03 200,30 267,33

4,24 29 71,90 200,30 272,20

4,39 30 76,95 200,30 277,25

De posse dos dados acima, podemos plotar a curva do sistema.

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62

Figura 26 - Curva do sistema

Com a obtenção dessa curva e sabendo-se que a vazão de projeto é de 18 m3/h, é

encontrado o ponto de operação do sistema com head (carga) de 228,0m.

4.2.2.8 Determinação da bomba do sistema

Com a obtenção do ponto de operação do sistema encontrado na seção anterior, head

(carga) de 228,0m para a vazão de 18 m3/h será utilizado o catalogo do fabricante com as

curvas das bombas para selecionar a melhor bomba pela interseção com o ponto de

operação do sistema.

Após analisar as curvas fornecidas com o ponto de operação do sistema calculado na

seção anterior, conclui-se que a bomba que melhor atenderia os requisitos operacionais da

planta de teste seria o Modelo ME – 3 com 40 CV de potência, 4 estágios com impelidor

de 178mm. Abaixo, segue a figura com as curva das bombas analisadas. No anexo 1 o

catalogo completo com os modelos é apresentado.

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63

Figura 27 - Curva da bomba

4.2.3 Calculo da capacitância do sistema

Como foi exposto anteriormente na seção que descreveu todo o sistema da plata de teste e

seu funcionamento, a bomba selecionada na seção anterior tem duas funções. Fornecer o

enchimento do circuito de teste e manter a pressão de sucção mínima na bomba submersa

submarina que está sendo testada.

Nesta seção será calculado o tempo necessário para a bomba realizar todo a pressurização

do circuito de teste, ou seja, sua capacitância. Primeiramente será necessário de posse dos

dados fornecidos, calcular o volume total do sistema. Esse volume será composto pelo

volume do módulo de bombas e pelo volume da tubulação da planta de teste.

4.2.3.1 Volume da Tubulação

Primeiramente será feito o cálculo do volume total da tubulação. Para facilitar a

visualização e entendimento, o cálculo será dividido por trechos.

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64

4.2.3.2 Trecho 1 (01- 04)

Conforme mostrado na figura, o trecho 1 é o que corresponde a saida do tanque até a entrada da

bomba ( PV- 101).

V = π. Din�. L

4

Utilizando os dados fornecidos nas figuras e tebalas temos:

V = π. 0,0492�. 18

4

V = 0,035m �

Figura 28 -Trecho 1 esquematizado

4.2.3.3 Trecho 2 (05- 07)

Conforme mostrado na figura, o trecho 2 é o que corresponde a saida do bomba ( P- 101)

até o inicio do circuito de sengramento da valvula PV -102.

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V = π. 0,0492�. 12

4

V = 0,023m �

Figura 29 - Trecho 2 esquematizado

4.2.3.4 Trecho 3 (08)

O trecho 8 é o que corresponde a saida do bomba até a valvula PV – 102.

V = π. 0,0492�. 6,1

4

V = 0,012m �

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66

Figura 30 - Trecho 3 esquematizado

4.2.3.5 Trecho 4 (11- 35)

O trecho 4 é o que corresponde a conexão da linha de sangramento até o retorno do

circuito e encontro com a linha principal de alimentação conforme figura.

V = π. 0,0984�. 24,4

4

V = 0,187m �

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67

Figura 31 - Trecho 4 esquematizado

4.2.3.6 Volume do módulo de Bombas

O volume do módulo de bombas, ou seja, o volume da área de teste que deve ser

pressurizado pela bomba, é igual ao volume das cápsulas das bombas centrifugas

submersas testadas, conforme mostram as figuras abaixo.

Figura 32 - Modulo de Bombas - FMC

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68

Figura 33 - Posição das Cápsulas no modulo de bombas - FMC

De acordo com o fabricante, retirando o homogeneizador e considerando desprezível a

transição entre as cápsulas, o volume total para o módulo de bombas deve ser considerado

aproximandamente 3m �.

Figura 34 - Acessorios das Cápsulas do modulo de bombas - FMC

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69

4.2.3.7 Cálculo do tempo

De posse dos volumes calculados anteriormente, podemos calcular o tempo necessário

para o preenchimento do sistema utilizando as vazões fornecidas. Como para encher o

circuito de teste, a bomba de pressurização trabalha com a vazão de 18m �/h até todo

sistema estar preenchido de água, chegamos ao tempo de enchimento do sistema através

da seguinte equação:

t=��

� onde Vt é o volume total do sistema.

Vt = 0,255 + 3 = 3,255m �

t=�,���

�� = 0,1808h = 10min

4.2.4 Análise do tempo de compressibilidade

Após preencher todo circuito de teste com o água em 10 min com uma taxa de 18m �/h, a

bomba selecionada precisa elevar a pressão de entrada da bomba testada para de

1,03 x 10�Pa para 20,69 x 10�Pa . Nessa seção, será analisado o tempo que a bomba

necessita para elevar essa pressão após o sistema estar totalmente preenchido.

Apesar deve ser considerada incompressível (liquido perfeito), a água sofre uma alteração

de volume quando a pressão é elevada. Esse fenômeno é conhecido como a

compressibilidade da água. Sua definição, é a diminuição relativa do volume de água por

um incremento unitário da pressão a determinada temperatura.

Primeiramente, antes de calcular o tempo, precisa-se calcular a variação de volume de

água durante o aumento de pressão. Essa variação é calculada de acordo com a seguinte

equação:

∆V =1

cx(∆P)xV

Onde:

� é a taxa de compressibilidade

V é o volume inicial de agua

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70

∆P é a diferença de pressão

∆V é a diferença de volume

Entende-se por coeficiente de compressibilidade de um fluido, o incremento de volume

por unidade de volume inicial e por unidade de incremento de pressão. Na Tabela abaixo

encontra-se a taxa de compressibilidade da água que é 4,6x10-5 .

Tabela 15 - Compressibilidade de alguns líquidos

Usando o volume calculado anteriormente de 3,255m3 e a diferença de pressão de 19,40

atm pode-se calcular a compressibilidade da água.

∆V = (4,6 x 10-5)x(19,40) x(3,255)

∆V = 0,0029 m3

De posse da variação de volume devido a variação de pressão pode-se calcular o tempo

que a bomba precisa durante o fenômeno de compressibilidade utilizando a vazão de

operação fornecida de 18 m3.

t=∆V

Q

t=0,0029

18

t= 0,0097h ou 6 segundos

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71

Assim, para os líquidos o coeficiente de compressibilidade pode ser considerado

independente da pressão, desde que o intervalo de variação da pressão não se torne muito

amplo.No nosso estudo, a variação de volume pela compressibilidade calculado

anteriormente foi 0.1% do volume inicial assim o tempo gasto pela bomba para vencer

esse fenômeno e aumentar a pressão de sucção da bomba testada pode ser desconsiderado.

Abaixo todos os dados utilizados no calculo do tempo.

Tabela 16 - Dados de todos os itens do sistema

Diametro Classe Descrição Quantidade Item

2" 150 Adapt. Flange 4 1.1, 1.11, 1.43, 3.45

2" sch40 curva 90° 14

1.2, 1.4, 1.8, 1.10, 1.15, 1.17,

1.19, 1.21, 1.22, 1.25, 1.27,

1.32, 1.41, 3.46

4" sch40 Tubo 6m 5

1.3, 1.5, 1.7, 1.9, 1.12, 1.16,

1.18, 1.20, 1.26, 1.28, 1.37,

1.40

2" sch40 Tee 2 1.6, 1.42

4"x4"x2" sch40 Tee de Redução 1 1.13

2" 150 valvula esfera 7 1.14, 1.45, 2.26, 2.39, 3.14,

3.21, 3.32

4" 300 Adapt. Flange 4 1.23, 1.24, 2.1, 2.41

6"x1.1/4" sch40 Tee Mecânico com

saida roscada 2 1.29

2" 150 Valvula Borboleta 1 1.30

2" 150 Valvula de Retenção 1 1.31

6"x5" sch40 Redução Concentrica 1 1.33

5" 150 Adapt. Flange 1 1.34

4" 150 Adapt. Flange 3 1.35, 3.44, 3.52

6"x4" sch40 Redução Concentrica 4 1.36, 2.2, 2.40,3.47

4" 150 Filtro Y 1 1.38

4" 150 Valvula Gaveta 1 1.39

6"x2" sch40 Redução Concentrica 1 1.44

2" sch40 Tubo 6m 13

2.3, 2.5, 2.7, 2.8, 2.9, 2.12,

2.14, 2.16, 2.19, 2.21, 2.23,

2.28, 2.29, 2.30, 2.32, 2.35, 3.1,

3.3, 3.6, 3.8, 3.11, 3.17, 3.39,

3.41, 3.43, 3.48, 3.50

2" sch40 curva 90° 21

2.4, 2.6, 2.11, 2.13, 2.15, 2.17,

2.18, 2.20, 2.22, 2.31, 2.33,

2.34, 2.36, 2.37, 3.4, 3.7, 3.38,

3.40, 3.42, 3.49, 3.51

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72

2" 300 valvula esfera 2 2.10, 2.27

2" sch40 Tee 4 2.24, 3.5, 3.12, 3.15

4"x2" sch40 Redução Concentrica 2 2.25, 3.13

4"x4"x2" sch40 Tee de Redução 2 2.38, 3.2

4" 300 Adapt. Flange 3 3.9, 3.10, 3.16

2" 150 Adapt. Flange 2 3.18, 3.37

2" sch40 Tubo 6m 4 3.19, 3.22, 3.29, 3.31, 3.34,

3.36

2" sch40 curva 90° 4 3.20, 3.30, 3.33, 3.35

2" 300 Adapt. Flange 2 3.23, 3.24

2" sch40

Cruzeta

1 3.25

2"x1" sch40 Tubo 6m 2 3.26

2"x1.1/2" sch40 Redução Concentrica 1 3.27

2"x1.1/2" sch40 Redução Concentrica 1 3.28

Figura 35 - Tubulação e acessórios do sistema parte 1

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73

Figura 36 - Tubulação e acessórios do sistema parte 2

Figura 37 - Tubulação e acessórios do sistema parte 3

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74

5 – Conclusão

O presente trabalho teve dois objetivos atendidos, primeiramente, foi feita uma análise da

projeção do preço do petróleo e concluiu-se que os preços permanecerão em uma

tendência de desvalorização no curto prazo, mas com melhora da perspectiva no longo

prazo. Foi possível comprovar a importância desse serviço para a sociedade e para a

economia global.

Após essa análise, atendendo o segundo objetivo do projeto, foi feita a seleção da bomba

encontrando o ponto de operação do sistema com head (carga) de 228,0m para a vazão de

18 m3 /h. Após analisar as curvas do fabricante com a curva calculada para o sistema,

concluiu-se que a bomba que melhor atende os requisitos operacionais é a ME 3 com 40

CV de potência de 4 estágios e com impelidor de 178mm.

No estudo, foi importante levar em consideração todas as condições operacionais do

sistema fornecidas pela FMC e as características do fluido para chegar à curva correta.

Também foi calculada a capacitância do sistema mostrando que a bomba consegue

preencher o sistema em um tempo de 10 minutos. Adicionalmente, foi analisada a

compressibilidade da água e concluído que a bomba demora 6 segundos para elevar a

pressão de sucção da bomba submarina para 20,69 x 10�Pa , confirmando que esse

fenômeno pode ser desprezado no cálculo do tempo que a bomba necessita para preencher

o sistema.

Portanto, o segundo objetivo do projeto foi atendido, sendo possível selecionar a bomba

respeitando os limites operacionais e operando no ponto de operação encontrado. Também

foi possível calcular o tempo que a bomba necessita para o enchimento do sistema e

depois manter a pressão na minima na sucção da bomba testada para evitar a cavitação.

Os resultados do projeto foram importantes, pois a analise da bancada de teste abriu

caminho para trabalhos futuros, sendo possível analisar e selecionar outras bombas para

atuar na bancada de teste. Também é possivel comparar o tempo de execução de outras

bombas com o tempo utilizado pela bomba selecionada no presente projeto. Assim como

fazer um estudo da compressiblididade e vefiricar se esse fenômeno também pode ser

desprezado para outros diferencias de pressão quando comparado com o tempo de

execução de outras bombas.

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REFERÊNCIAS

[1] DE MATTOS, E.E., DE FALCO, R., Bombas Industriais, 2 ed., Rio de Janeiro,

Editora Interciência, 1998.

[2] FOX, ROBERT W., MCDONALD, ALAN T., PRITCHARD, PHILIP J., Introdução à

Mecânica dos Fluidos, 6ª Ed. LTC 2006.

[3] DA SILVA, MARCOS A., Manual de Treinamento KSB - Seleção e Aplicação de

Bombas Centrífugas, 5ª Ed., 2003.

[4] FERREIRA, M. A. Métodos de Elevação Artificial do Petróleo. Disponível em:

http://www.simonsen.br/its/pdf/apostilas/basetecnica/2/ambupprod-petroleo-e-gas-2-ano-

3-capitulo.pdf. Acesso em 18/07/2016.

[5] WHITE, FRANK M., Fluid Mechanics, 4ª Ed., Mcgraw-Hill College.

[6] http://www.bloomberg.com/quicktake/oil-prices. Acesso em 18/07/2016.

[7] http://www.eia.gov/petroleum/. Acesso em 20/07/2016.

[8] https://www.iea.org/oilmarketreport/omrpublic/. Acesso em 15/07/2016.

[9]http://www.saviesa.org.br/mapeamento/biblioteca/Elevacao%20Escoamento%

20De%20Petroleo%20Elevacao%20Artificial.pdf Acesso em 18/07/2016.

[10] https://prezi.com/gkoob88nwaql/bombeio-por-cavidade-progressiva/ Acesso

em 18/07/2016.

[11]http://www.petroleo.ufc.br/index.php?option=com_content&task=view&id=389&Ite

mid=56. Acesso em 18/07/2016.

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ANEXO

CATÁLOGOS FORNECIDOS PELO

FABRICANTE

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ANEXO I – Folha de dados do modelo ME -3 A(1)

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ANEXO II – Folha de dados do modelo ME -3 A(2)