risk factors for central venous catheter‐related ... · cateteres; cateterismo venoso central;...

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J Pediatr (Rio J). 2018;94(1):3---14 www.jped.com.br ARTIGO DE REVISÃO Risk factors for central venous catheter-related infections in a neonatal population --- systematic review , Viviane Rosado a,b,, Paulo A.M. Camargos c , Lêni M. Anchieta c,d , Maria C.F. Bouzada c,d , Gabriela M. de Oliveira e , Wanessa T. Clemente b,f,g e Roberta M. de C. Romanelli b,c a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Programa de Pós-Graduac ¸ão em Saúde da Crianc ¸a e do Adolescente, Belo Horizonte, MG, Brasil b Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Hospital das Clínicas, Comissão de Controle e Infecc ¸ão Hospitalar, Belo Horizonte, MG, Brasil c Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Faculdade de Medicina, Departamento de Pediatria, Belo Horizonte, MG, Brasil d Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Hospital das Clínicas, Unidade de Cuidados Neonatais Progressivos, Belo Horizonte, MG, Brasil e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Faculdade de Medicina, Belo Horizonte, MG, Brasil f Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Faculdade de Medicina, Departamento de Avaliac ¸ão Complementar, Belo Horizonte, MG, Brasil g Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Hospital das Clínicas, Equipe de Doenc ¸as Infecciosas do Transplante de Órgãos, Belo Horizonte, MG, Brasil Recebido em 31 de agosto de 2016; aceito em 21 de janeiro de 2017 KEYWORDS Catheter-related infections; Central venous catheterization; Risk factors Abstract Objective: This was a systematic review of the incidence density and risk factors for central venous catheter-related infections in a neonatal population. Data source: The MEDLINE, Embase, Cochrane, BDENF, SciELO, and LILACS databases were used without date or language restriction. Studies that analyzed risk factors for bloodstream infections in newborns were identified. DOI se refere ao artigo: http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2017.03.012 Como citar este artigo: Rosado V, Camargos PA, Anchieta LM, Bouzada MC, Oliveira GM, Clemente WT, et al. Risk factors for central venous catheter-related infections in a neonatal population --- systematic review. J Pediatr (Rio J). 2018;94:3---14. Estudo vinculado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil. Autor para correspondência. E-mail: [email protected] (V. Rosado). 2255-5536/© 2017 Sociedade Brasileira de Pediatria. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Este ´ e um artigo Open Access sob uma licenc ¸a CC BY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

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Page 1: Risk factors for central venous catheter‐related ... · cateteres; Cateterismo venoso central; Fatores de risco Fatores de risco para infecc¸ão associada a cateteres venosos centrais

J Pediatr (Rio J). 2018;94(1):3---14

www.jped.com.br

ARTIGO DE REVISÃO

Risk factors for central venous catheter-relatedinfections in a neonatal population --- systematicreview�,��

Viviane Rosadoa,b,∗, Paulo A.M. Camargosc, Lêni M. Anchietac,d,Maria C.F. Bouzadac,d, Gabriela M. de Oliveirae, Wanessa T. Clementeb,f,g

e Roberta M. de C. Romanelli b,c

a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Programa de Pós-Graduacão em Saúde da Crianca e do Adolescente, BeloHorizonte, MG, Brasilb Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Hospital das Clínicas, Comissão de Controle e Infeccão Hospitalar, BeloHorizonte, MG, Brasilc Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Faculdade de Medicina, Departamento de Pediatria, Belo Horizonte, MG, Brasild Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Hospital das Clínicas, Unidade de Cuidados Neonatais Progressivos, BeloHorizonte, MG, Brasile Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Faculdade de Medicina, Belo Horizonte, MG, Brasilf Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Faculdade de Medicina, Departamento de Avaliacão Complementar, BeloHorizonte, MG, Brasilg Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Hospital das Clínicas, Equipe de Doencas Infecciosas do Transplante de Órgãos,Belo Horizonte, MG, Brasil

Recebido em 31 de agosto de 2016; aceito em 21 de janeiro de 2017

KEYWORDSCatheter-related

AbstractObjective: This was a systematic review of the incidence density and risk factors for central

infections;Central venouscatheterization;

venous catheter-related infections in a neonatal population.Data source: The MEDLINE, Embase, Cochrane, BDENF, SciELO, and LILACS databases wereused without date or language restriction. Studies that analyzed risk factors for bloodstream

infections in newborns were identified. Risk factors

DOI se refere ao artigo:http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2017.03.012

� Como citar este artigo: Rosado V, Camargos PA, Anchieta LM, Bouzada MC, Oliveira GM, Clemente WT, et al. Risk factors for centralvenous catheter-related infections in a neonatal population --- systematic review. J Pediatr (Rio J). 2018;94:3---14.

�� Estudo vinculado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.∗ Autor para correspondência.

E-mail: [email protected] (V. Rosado).

2255-5536/© 2017 Sociedade Brasileira de Pediatria. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Este e um artigo Open Access sob uma licenca CCBY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

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4 Rosado V et al.

Data synthesis: A total of 134 articles were found that met the eligibility criteria. Of these arti-cles, 14 were selected that addressed risk factors for central venous catheter-related infectionin neonates. Catheter-related bloodstream infections remain an important complication, asshown by the incidence rates reported in the studies included in this review. The observedrisk factors indicate that low birth weight, prematurity, and longer catheter permanence arerelated to a higher incidence of bloodstream infections. It has been observed that low ratesof catheter-related infections, i.e., close to zero, are already a reality in health institutions indeveloped countries, since they use infection surveillance and control programs.Conclusion: Catheter-related bloodstream infections still show high incidence density rates indeveloping countries. The authors emphasize the need for further longitudinal studies and theneed for better strategies to prevent risk factors, aiming at the reduction of catheter-relatedinfections.© 2017 Sociedade Brasileira de Pediatria. Published by Elsevier Editora Ltda. This is an openaccess article under the CC BY-NC-ND license (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

PALAVRAS-CHAVEInfeccõesrelacionadas acateteres;Cateterismo venosocentral;Fatores de risco

Fatores de risco para infeccão associada a cateteres venosos centrais em populacãoneonatal --- revisão sistemática

ResumoObjetivo: Revisão sistemática sobre a densidade de incidência e de fatores de risco parainfeccão associada a cateter venoso central em populacão neonatal.Fontes dos dados: Usaram-se os bancos de dados Medline, Embase, Cochrane, Bdenf, Scielo eLilacs, sem restricão de data ou de idioma. Identificaram-se os estudos que analisaram fatoresde risco para infeccão da corrente sanguínea em recém-nascidos.Síntese dos dados: Foram encontrados 134 artigos conforme os critérios de elegibilidade. Des-ses, foram selecionados 14 que abordaram fatores de risco para infeccão associada a catetervenoso central em neonatos. A infeccão da corrente sanguínea associada a cateter continua amostrar-se como uma importante complicacão, conforme demonstram as taxas de incidênciarelatadas nos estudos incluídos nesta revisão. Os fatores de risco observados apontam que baixopeso ao nascer, prematuridade e maior tempo de permanência do cateter estão relacionados amaior incidência de infeccão da corrente sanguínea. Observou-se que taxas de infeccão associ-ada a cateter em valores baixos, próximos a zero, já são uma realidade em instituicões de saúdede países desenvolvidos, uma vez que usam programas de vigilância e controle de infeccão.Conclusão: A infeccão da corrente sanguínea associada a cateter ainda apresenta altas taxasde densidade de incidência em países em desenvolvimento. Destaca-se a necessidade de maisestudos longitudinais e a necessidade de melhores estratégias de prevencão dos fatores de riscopara a reducão de infeccão associada a cateter.© 2017 Sociedade Brasileira de Pediatria. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Este e um artigoOpen Access sob uma licenca CC BY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.

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ntroducão

s procedimentos de cuidado com o neonato em unidadese terapia intensiva requerem o uso de tecnologia avancada

dentre os procedimentos invasivos usados nesses pacien-es o cateter venoso central (CVC) é um dos mais comuns.1---3

e acordo com o material e calibre, ele pode ser inserido àeira do leito, como é o caso do cateter central de insercãoeriférica, e permanecer por tempo prolongado para per-itir a administracão de solucões e medicamentos, coletae exames, transfusão de hemoderivados e monitoracãoemodinâmica.3,4 Dentre as complicacões relacionadas aoeu uso, as infeccões se destacam em frequência e potenciale morbimortalidade.5

Os recém-nascidos (RN), principalmente os pré-termos,presentam maior risco de infeccão e são considerados imu-ocomprometidos, tendo em vista a imaturidade do seuistema imunológico.6 Sua resposta imune é caracterizada

occa

ela diminuicão da adesão endotelial dos neutrófilos, poraixos níveis de fatores do complemento e pela imaturi-ade em termos das diferentes subpopulacões de linfócitos

células do sistema fagocitário mononuclear.6,7

O uso de dispositivos invasivos implica no comprometi-ento da barreira física natural da pele, o que propicia

invasão da corrente sanguínea por microrganismos opor-unistas. A bacteremia, quando evolui para sepse grave,ode levar a alteracões hemodinâmicas e até ao óbito.8

s fatores de risco para sepse precoce, definida comoquela que se instala nas primeiras 48 horas de vida, estãoelacionados à doenca de base e à qualidade do cuidadossistencial prestado. Por sua vez, a sepse tardia, que senstala após as primeiras 48 horas de vida, tem relacão com

contato indireto com o ambiente hospitalar contaminado,

om baixo peso ao nascer, uso de dispositivos invasivos,omo CVC e ventilacão mecânica (VM), atraso em iniciar

nutricão enteral, uso de nutricão parenteral por tempo

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Central catheter-related infections in neonates

prolongado e complicacões da prematuridade, como canalarterial patente e enterocolite necrosante, que pode exigirintervencão cirúrgica.9,10

Conforme o National Health Surveillance Network(NHSN),11 as taxas de infeccão da corrente sanguíneaassociadas a CVC foram entre 0,6/1.000 CVC-dia a2,5/1.000 CVC-dia. Outros estudos relataram amplavariacão nas taxas de infeccão, que oscilou de 2 a49 por 1.000 CVC-dia. Os recém-nascidos com peso < 1.000gapresentam maior risco de mortalidade, com mortalidadeatribuível de 4 a 20%.12

No Brasil, a sepse associada à CVC representa um sérioproblema de saúde para a populacão neonatal. O BoletimInformativo da Anvisa reporta uma densidade de incidênciade infeccão primária de corrente sanguínea em pacientesem uso de cateter venoso central internados em unidadesde terapia intensiva neonatais brasileiras que varia entre7,6 a 8,9/1.000 CVC-dia.13 A taxa de mortalidade neonatalpor sepse chega a 68%,14 por isso medidas de vigilância sãonecessárias para direcionar acões de reducão dos índicesde Infeccões Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS),pois são capazes de fornecer dados, os quais permitemcomparar e avaliar o impacto das medidas de controle,além de possibilitar a comparacão com outros servicos desaúde com mesmas características.8,9

Um estudo sobre eventos adversos relacionados ao usode cateteres venosos centrais em unidade neonatal no RioGrande do Sul observou maior prevalência de obstrucãomecânica nos cateteres centrais de insercão periférica ouperipherally inserted central catheter (PICC) e maior pre-valência de Infeccão Associada a Cateter (IAC) nos cateteresinseridos cirurgicamente, é mais frequente a sepse clínica(16%).15 Ademais, pesquisas indicam que os microrganismosmais associados à sepse são os gram-positivos, com destaquepara o Staphylococcus coagulase-negativo.14,16---19

Apesar da necessidade de uso do CVC no tratamento emUnidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), sua remocãooportuna geralmente está associada a menor incidênciade infeccão.20,21 São poucos os estudos no Brasil sobre aevolucão clínica após a remocão do cateter.22

Sabe-se que em países desenvolvidos estratégias basea-das em evidências são adotadas pelas equipes responsáveispelos programas de prevencão de infeccão associada a cate-ter para pacientes neonatais.23 Em contrapartida, em paísesem desenvolvimento como o Brasil, além da necessidadede estabelecer tais estratégias, a vigilância epidemioló-gica sistemática é feita em poucos servicos de saúde.18

Existem falhas estruturais como superlotacão, inexistên-cia ou carência de equipe multiprofissional, falta ou usoindevido de suprimentos e equipamentos e uso excessivode antibióticos.24 Por esses motivos são necessários maisestudos baseados em evidências para avaliar os riscos rela-cionados ao uso de CVC.25

O objetivo deste artigo é fazer revisão sistemática sobrede fatores de risco para infeccão associada a CVC empopulacão neonatal considerando referencias nacionais einternacionais.

MétodosA busca dos artigos ocorreu mediante consulta às bases dedados Medline, Embase, Cochrane, Bdenf, Scielo e Lilacs,além de busca de referências citadas nos estudos localizados

a

-N

5

, ainda, busca na literatura cinzenta, seguindo os des-ritores e os critérios de elegibilidade. Apenas não foionsiderada busca formal se não houve acesso a alguma dasases de dados. O período de busca iniciou-se de janeiro de010 e com última busca em dezembro de 2016, sem limitee data ou língua.

Como descritores usaram-se os termos: cross infec-ion, catheter-related infections, catheterization, centralenous, risk factors, newborn, infant, obedecendo aeguinte estratégia:

Pubmed: ((((‘‘Cross Infection’’[Title/Abstract]R ‘‘Infeccion Hospitalaria’’[Title/Abstract]R ‘‘Infeccao Hospitalar’’[Title/Abstract] OR

‘Cross Infection’’[Title/Abstract] OR ‘‘Infeccionospitalaria’’[Title/Abstract] OR ‘‘Infeccao Hos-italar’’[Title/Abstract] OR ‘‘Catheter-Relatednfections’’[Title/Abstract] OR ‘‘Infecciones Relacio-adas con Cateteres’’[Title/Abstract] OR ‘‘Infeccoeselacionadas a Cateter’’[Title/Abstract])) OR ((‘‘Crossnfection’’[Mesh:noexp]) OR ‘‘Catheter-Related Infec-ions’’[Mesh:noexp]))) AND (((‘‘Catheterization,entral Venous’’[Title/Abstract] OR ‘‘Cateterismoenoso Central’’[Title/Abstract] OR ‘‘Cateterismoenoso Central’’[Title/Abstract] OR ‘‘Central Venousatheters’’[Title/Abstract] OR ‘‘Cateteres Venososentrales’’[Title/Abstract] OR ‘‘Cateteres Venososentrais’’[Title/Abstract])) OR ((‘‘Catheterization,entral Venous’’[Mesh:noexp]) OR ‘‘Central Venousatheters’’[Mesh:noexp]))

BVS: (w:(tw:(((‘‘Cross Infection’’ OR ‘‘Infección Hospi-alaria’’ OR ‘‘Infeccão Hospitalar’’ OR ‘‘Cross Infection’’R ‘‘Infección Hospitalaria’’ OR ‘‘Infeccão Hospitalar’’R ‘‘Catheter-Related Infections’’ OR ‘‘Infecciones Rela-ionadas con Catéteres’’ OR ‘‘Infeccões Relacionadas aateter’’) AND (‘‘Catheterization, Central Venous’’ OR‘Cateterismo Venoso Central’’ OR ‘‘Cateterismo Venosoentral’’ OR ‘‘Central Venous Catheters’’ OR ‘‘Catéteresenosos Centrales’’ OR ‘‘Cateteres Venosos Centrais’’))ND (‘‘Risk Factors’’ OR ‘‘Factores de Riesgo’’ OR‘Fatores de Risco’’)) AND (instance:’’regional’’) ANDlimit:(‘‘newborn’’ OR ‘‘infant’’) AND la:(‘‘en’’ OR ‘‘es’’R ‘‘pt’’) AND year cluster:(‘‘2013’’ OR ‘‘2011’’ OR

‘2012’’ OR ‘‘2014’’ OR ‘‘2010’’ OR ‘‘2015’’))) AND (ins-ance:’’regional’’)

Os artigos incluídos na revisão foram verificados por doisvaliadores independentes e atenderam aos seguintes cri-érios: a) ser publicado até dezembro de 2016 em qualquereriódico nacional ou internacional e outros da literaturaédica especializada; b) estar disponíveis em qualquer idi-

ma; c) abordar fatores de risco associados a infeccão daorrente sanguínea, comparar grupo de recém-nascidos com

sem cateter venoso central; d) apresentar delineamentoe pesquisa clínica de estudo original com delineamentoaso-controle ou coorte.

Para selecão das publicacões, avaliaram-se inicialmente título e o resumo, de modo a confirmar se contemplavam

questão de pesquisa e se atendiam aos critérios de inclu-ão previamente estabelecidos. Posteriormente, seguiu-se avaliacão dos Métodos e Resultados e Discussão.

A pergunta de pesquisa foi definida por: ‘‘Em recém-nascidos admitidos em Unidade de Terapia Intensivaeonatal, quais os fatores de risco identificados para ocor-

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6 Rosado V et al.

Tabela 1 Avaliacão qualitativa dos estudos conforme o sistema Grade

ID Autor Limitacõesmetodológicas

Inconsistência Evidênciaindireta

Imprecisão Viés publicacão Consequência

E1 Hruszkewycz et al. Moderado Elevada Baixa Elevada Baixo +1E2 Sengupta et al. Moderado Baixa Baixa Baixa Baixo −2E3 Jen-Fu Hsu et al. Moderado Moderada Baixa Moderada Baixo −1E4 Ohki et al. Moderado Baixa Baixa Baixa Baixo −2E5 Milstone et al. Moderado Baixa Baixa Baixa Baixo −2E6 Greenberg et al. Moderado Moderada Baixa Moderada Baixo −1E7 Yumani et al. Moderado Baixa Baixa Baixa Baixo −2E8 Duarte et al. Moderado Baixa Baixa Baixa Moderado −1E9 Barbosa et al. Moderado Elevada Baixa Elevada Moderado +1E10 Shalabi et al. Moderado Moderada Baixa Moderada Baixo −1E11 Bellemin et al. Moderado Baixa Baixa Baixa Baixo −2E12 Costa et al. Moderado Baixa Baixa Baixa Moderada −1E13 Geffers et al. Moderado Baixa Baixa Baixa Baixo −2

Baixa Moderada Baixo −1

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-

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A2stcP2dd

14 Outras fontes (3,71%)

70 BVS(18,56%)

43 EMBASE (11,40%)

250 pubmed (66,31%)

377 artigos

Removidas 67 duplicatas 134 artigos identificados

De acordo com os critérios de inclusão de acordo com

o título e o resumo, foram selecionados:47 pubmed;

3 BVS25 EMBASE

9 Outras fontes

70 artigos excluídos por:- não abordarem neonatos- não tratarem da ICSAC- não abordarem fatores de risco para ICSAC

14 artigos revisados conforme critérios de seleção

Figura 1 Diagrama da pesquisa bibliográfica de estudos sobref

oe

E14 Padula et al. Moderado Moderada

ência do desfecho infeccão de corrente sanguínea associada CVC laboratorialmente confirmada?’’

Usou-se a estratégia Picos,26,27 constituída pelos compo-entes:

Populacão: recém-nascidos admitidos em Unidade deTerapia Intensiva Neonatal

Intervencão (ou exposicão): fatores de risco Comparacão (definida como uma intervencão padrão, a

intervencão mais usada ou nenhuma intervencão): semfatores de risco

Desfecho (O, outcome, do inglês): infeccão da correntesanguínea associada a CVC;

Tipo de estudo (S, study type, do inglês): estudos coortee caso controle.

Como critérios de exclusão, foram retirados estudos queão abordavam neonatos, que não tinham como desfecho aCSAC e que não abordavam fatores de risco de ICSAC.

Para extracão dos dados, a busca e análise na íntegraos artigos pré-selecionados foram feitas por dois pesqui-adores independentes. A análise dos dados foi feita porvaliacão qualitativa dos estudos. O método para avaliacãoo estudo foi o Strengthening the Reporting of Observatio-al Studies in Epidemiology (Strobe) e a forca da evidênciaa dos achados avaliados conforme o sistema Grading ofecommendation, Assessment, Development and EvaluationGrade),28 conforme exposto na tabela 1.

esultados

partir da base de dados PubMed foram identificados50 artigos, dois quais 77 preencheram os critérios de inclu-ão. A busca na base de dados Biblioteca Virtual de Saúdeotalizou 70 referências, porém 67 das que alcancaram osritérios de inclusão foram as mesmas encontradas na base

ubMed. Por meio da Embase foram localizados 43 artigos,5 deles selecionados. Outros 14 artigos foram encontra-os em referências citadas nos artigos localizados nas basese dados acima ou através de busca na Internet seguindo

Era

atores de risco para infeccão em pacientes com CVC.

s mesmos descritores e adotando-se idênticos critérios delegibilidade.

Preencheram os critérios de elegibilidade 134 artigos.

ntre eles, foram selecionados aqueles que abordaram fato-es de risco para o desfecho pré-definido, ou seja, infeccãossociada a CVC em recém-nascidos; no fim 14 artigos foram
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Central catheter-related

infections in

neonates

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Tabela 2 Fatores de risco para infeccão associada à CVC em populacão neonatal em estudos originais

ID Autor/País Características dodelineamento

Populacão incluída no estudo/tempo de seguimento Objetivo Resultados

E1 Hruszkewycz et al./EUA Caso-controle 263 neonatos 1989 Avaliar a incidência e espectrode complicacões associadascom a colocacão de catetervenoso central (CVC) emneonato gravemente doente

Cinco bebês (29%) desenvolveramseis episódios de infeccão dacorrente sanguínea. Recém-nascidoscom infeccão CVC- associada eram deidade gestacional menor (24 semanasversus 32 semanas, p = 0,04) e menorpeso de nascimento (580g contra1,285 g, p = 0,02). A taxa global deinfeccão da corrente sanguínea foi deum episódio por 100 dias de uso docateter

E2 Sengupta, Lehmann,Diener-West, Perl,Milstone/EUA

Coorteretrospectivo

683 neonatos 2006 a 2008 Determinar fatores de risco deICSAC ao longo da duracão doPICC em recém-nascidos dealto risco

O tempo de permanência do cateteré fator de risco para ICSAC (IRR: 1,33[95% CI: 1,12---1,57). Observou-seaumento diário significativa no riscode ICSAC após 35 dias

E3 Jen-Fu Hsu, Ming-HorngTsai, Hsuan-Rong Huang,Reyin Lien, Shih-MingChu, Chung-Bin HuangRisk/Taiwan

Coorteretrospectivo

275 neonatos 2005 -2006 Verificar o risco de infeccão eoutras complicacões associadasao PICC em neonatos de muitobaixo peso ao nascer.

Fatores de risco significativos deICSAC: cateteres inseridos emfemoral (aumento do risco de ICSACem comparacão com cateteres nãofemorais: OR 1,76; IC de 95%,1,01-3,07, p = 0,045) e um maiortempo de permanência de PICC RR4,66, IC 95% 1,93-11.28; p < 0,001)

E4 Ohki, Maruyama,Harigaya, Kohno,Arakawa/Japão

Coorte prospectivomulticêntrico

946 neonatos/19UTIN

2005 a 2007 Investigar a incidência efatores de risco decomplicacões relacionadas aoPICC, utilizando um inquéritomulticêntrico

Análise de regressão logísticamúltipla mostrou que maior tempode permanência do cateter (OR,1,35; IC 95%: 1,14-1,60, p=0,0005)contribuiu de forma independentepara complicacões gerais.

E5 Milstone, Reich, Advaniet al./EUA

Coorteretrospectivomulticêntrico

3.967 neonates/ 9UTIN

2005 a 2009 Determinar a associacão dorisco de infeccões da correntesanguínea associadas a CVC aolongo do tempo depermanência de cateterescentrais de insercão periférica(PICCs) em recém-nascidos dealto risco

PICCs com um tempo de permanênciade 8 a 13 dias, de 14 a 22 dias e≥ 23 dias cada um tiveram umaumento do risco de infeccão emcomparacão com PICCs com ≤ 7 dias(p < 0,05). Houve um aumentodo risco de ICSAC em neonatos comPICCs (razão da taxa de incidênciaajustada 2,04, 1,12-3,71).

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8

Rosado V

et al.

Tabela 2 (Continuacao)

ID Autor/País Características dodelineamento

Populacão incluída no estudo/tempode seguimento

Objetivo Resultados

E6 Greenberg RG et al./EUA34

Coorteretrospectivomulticêntrico

13. 327 neonatos/141 UTIN

2011 a 2013 Testar a hipótese de que maiortempo de permanência de CVCesta associada a maiorincidência de ICSAC

Idade gestacional média foi de29 semanas (intervalo interquartil26-33). A incidência de ICSAC foi de0,93 por 1.000 CVC-dia. O maiortempo de permanência não foiassociado com aumento do risco deICSAC para PICC. Para cateteres delonga permanência, a incidência deinfeccão foi significativamente maiornas semanas 7 (HR 4,0; IC95% 1,1-15,p < 0,004) e semana 9 (HR 4,7 (1,1-20p < 0,00,3) em comparacão com asemana 1.

E7 Yumani, van denDungen, vanWeissenbruch/Holanda35

Coorteretrospectivo

196 neonatos 2007 Determinar a incidência epotenciais fatores de risco parainfeccões da correntesanguínea associadas aocateter em recém-nascidos

18,1 infeccões / 1.000 CVC-dia (IC95%13,7-23,8) de acordo com critériosajustados usados pelo CDC antes de2008. Cateteres umbilicais tiveramuma taxa de infeccão maior do quecateteres centrais não umbilicais(razão da taxa de 2,4, IC 95% 1,2-4,p < 0,0009) e se deixados por mais de5 dias observou-se aumento da taxade infeccão (p < 0,05).

E8 Duarte, Pimenta, Silvae Paula / Brasil36

Coorte prospectivo 233 RN 2010 Analisar os fatores associados àinfeccão pelo uso do catetercentral de insercão periféricaem recém-nascidos internadosem unidade de terapiaintensiva

Fatores associados à retirada porsuspeita de infeccão após ajustemulvariado foram peso inferior a2.500 gramas na insercão (RR 1,99;IC95% 1,06-3,73; p = 0,031), reparo(RR 2,3; IC95% 1,08-4,89; p = 0,030);e tempo de uso do cateter (RR 1,04;IC95% 1,02-1,06, p < 0,0000).

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Central catheter-related

infections in

neonates

9

Tabela 2 (Continuacao)

ID Autor/País Características dodelineamento

Populacão incluída no estudo/tempode seguimento

Objetivo Resultados

E9 Barbosa, MH et al./Brasil37

Coorteretrospectivo

18 neonatos 2005 Analisar os fatores de riscoassociados à ocorrência deinfeccões de correntesanguínea (ICS) relacionadas aouso de cateteres intravenososcentrais em recém-nascidos(RN) internados em umaunidade de terapia intensivaneonatal (UTIN)

O baixo peso, a prematuridade e ouso de NPT podem ter influenciado aocorrência de infeccão.

E10 Shalabi et al./Canadá Coorte prospectivo 7919 / 29 UTIN 2010 a 2013 Comparar as taxas de ICSAC emlactentes pré-termo nascidoscom < 30 semanas de gestacãoque receberam um PICC versuscateter venoso umbilicalimediatamente após onascimento como acessovenoso primário.

Não houve diferenca significativa noslactentes com ICSAC/1.000 CVC diaentre os grupos avaliados, apesar demenores taxas de sepse tardia nogrupo de lactentes que receberamapenas Um cateter umbilical Houveaumento nos episódios de sepsetardia /1.000CVC-dia no grupo comPICC comparado aos neonatos quetinham cateter umbilical e PICC(RR 1,73, IC95% 1,15-2,60; p<0,001)

E11 Bellemin et al./Franca Coorteretrospectivo

1111 / 3 UTIN 2007 a 2011 Avaliar incidência e fatores derisco para ICSAC

A DI foi 16 / 1.000 CVC-dia (IC 95%14,0-18,2): 6,5 (IC 95% 4,3-9,3) paraCVC umbilical e 20,2 (IC 95%17,5-23,1) para outros CVC. O tempomediano para ICSAC foi de oito dias.Em análise multivariada, peso denascimento ≤ 750g (HR 6,3, IC 95%1,0-38,1) e emulsão lipídicaintravenosa (HR 2,3, IC 95% 1,3-3,9)foram significativamente associados àICSAC para CVC umbilical. Resultadossemelhantes foram observados paraoutros CVC.

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10

Rosado V

et al.

Tabela 2 (Continuacao)

ID Autor/País Características dodelineamento

Populacão incluída no estudo/tempo de seguimento Objetivo Resultados

E12 Costa P et al./ Brasil Coorte prospectivo 383 2010 a 2012 Identificar os fatores de riscopara infeccão de correntesanguínea associada ao PICCem neonatos

Em análise bivariada menoresmédias de peso e idade gestacionalcorrigida e maior tempo depermanência do cateter estiveramassociados à ocorrência ICSAC. Emanálise multivariada Idadegestacional corrigida (RR 1,12,IC95% 1,061-1,186; p < 0,002)transtorno transitório dometabolismo (RR 3,02 IC95%1,72-5,05; p < 0,000) apneia(RR 2,38 IC95% 1,10-4,56; p < 0,016)e cateter de duas vias e poliuretano(RR 3,70, IC95% 2,0-6,9; p < 0,0000foram associados a ICSAC

E13 Geffers, Gastmeier,Schwab, Groneberg,Ruden,Gastmeier/Alemanha41

Coorte prospectivomulticêntrico

2.126 neonatos/22UTIN

2010 Descrever a relacão entre o usode CVC e periféricos e o riscode ICS laboratorialmenteconfirmada pararecém-nascidos com peso aonascer inferior a 1.500 g

A densidade de incidência para ICSfoi de 3,3/ 1.000 pacientes-dia. Ouso de cateter venoso central (HR,6,2, IC95% 3,83-9,97; p < 0,001) foium dos fatores significativosindependentes para ICS

E14 Padula et al./EUA42 Coorte prospectivo 409 neonatos 2006 a 2009 Determinar os sinais clínicos efatores de risco associados coma ICS confirmadalaboratorialmente entrepacientes avaliados para sepsetardia em uma UTIN terciária

Uso de contraste enteral dentro dasúltimas 48 horas foi o fator maissignificativo de risco para ICSlaboratorialmente confirmada [oddsratio: 9,58 (IC 95% 2,03-45,19)]seguido pela presenca de umcateter venoso central.

CDC, Centers for Disease Control and Prevention; ICSAC, infeccão da corrente sanguínea associada a cateteres; ICS, infeccão da corrente sanguínea; ID, identificador; PICC, cateterepicutâneo (peripherally inserted central catheter); UTIN, unidade de terapia intensiva neonatal.

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incluídos nesta revisão sistemática, conforme demonstradono fluxograma da figura 1.

Desses, 11 representaram estudos feitos na Europa, Amé-rica do Norte, Ásia e três na América do Sul; não foramencontrados artigos conduzidos em outros países da Amé-rica Latina. A tabela 2 apresenta a identificacão dos estudos,seu delineamento, sua populacão incluída, seus desfechosanalisados e resultados.

O estudo E1 foi conduzido em um hospital universitá-rio para avaliar a incidência e as complicacões associadasaos CVC inseridos em neonatos de UTIN. Em seus resultadossomente 13 (4,9%) de 263 neonatos apresentaram infeccão,cinco delas infeccão da corrente sanguínea associada a cate-ter (ICSAC). Os fatores de risco para ICSAC encontradosforam idade gestacional (p = 0,04) e baixo peso ao nascer(p = 0,02). A taxa de infeccão foi calculada com denomina-dor de 100 pacientes-dia, diferentemente do preconizadopelo National Healthcare Safety Network (NHSN) do Cen-ters of Desease and Control (CDC), que é de 1.000 CVC-dia.Como 29% dos CVC inseridos estiveram associados a sepse, oestudo demonstra que o uso do cateter requer extrema cau-tela e preparo da equipe assistencial para diminuir o riscode infeccão.29

O aumento do risco diário de ICSAC após 35 dias deinsercão de PICC em uma UTIN foi registrado no estudode coorte retrospectivo E2. Usou-se modelo estatísticoque permitiu avaliar mudancas potenciais no fator derisco para ICSAC ao longo do tempo. A taxa de infeccão(2/1.000 CVC-dia) baseou-se em critérios NHSN e a amos-tra de 683 neonatos é uma das maiores encontradas paraavaliar o tempo de permanência do PICC em neonatos deUTIN.30

Outra coorte retrospectiva (E3) com 275 neonatos apre-sentou como complicacão mais comum relacionada aocateter a ICSAC (incidência: 8,3/1.000 CVC-dia). Como fato-res de risco encontraram o local de insercão do cateter serem femoral (aumento do risco de ICSAC em comparacãocom cateteres não femorais: 1,76; IC de 95%, 1,01-3,07, p= 0,045) e um maior tempo de permanência de PICC (p <0,001).31

O estudo multicêntrico E4, feito no Japão, encontrou otempo de permanência do PICC como fator de risco paraICS relacionada a cateter (OR 1,35; IC 95%1,14 --- 1,60,p = 0,005). O estudo apresenta a incidência de ICS rela-cionada a cateter de 1,6/1.000 CVC-dia, a maioria dosPICC permaneceu por no máximo duas semanas. As taxasde infeccão foram comparadas quando cateter foi inseridocom a máxima barreira de precaucão (MBP), precaucõespadrão ou nenhuma precaucão específica, mas não encon-trou diferenca estatística significativa.32 Entretanto, umestudo multicêntrico retrospectivo americano (E5), comperíodo de seis anos de avaliacão e amostra de 3.967 neona-tos, que seguiu os critérios de diagnostico preconizados peloNHSN, observou que a permanência de PICC por mais de duassemanas tem mais risco para infeccão do que aqueles commenos de duas semanas de permanência (p < 0,0005).33

Outro estudo multicêntrico retrospectivo (E6), com13.327 neonatos de 141 UTIN, registrou uma incidênciade ICSAC de 0,93 por 1.000 CVC-dia. A idade gestacional

média foi de 29 semanas (intervalo interquartil 26-33). Omaior tempo de permanência do PICC não foi associado comaumento do risco para de ICSAC. Para cateteres de longa

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11

ermanência, a incidência de infeccão foi significativamenteaior nas semanas sete e nove em comparacão com a pri-eira semana após a insercão.34

O estudo E7, conduzido em um hospital universitário daolanda, usou amostra de 196 neonatos para determinar

incidência e os potenciais fatores de risco para ICSACm recém-nascidos. Foram verificadas 18,1 infeccões/1.000VC-dia (IC 95% 13,7-23,8) de acordo com critérios de diag-óstico usados pelo CDC antes de 2008. Cateteres umbilicaisiveram uma taxa de infeccão maior do que cateteres cen-rais não umbilicais (razão da taxa de 2,4, IC 95% 1,2-4,9) ee deixados por mais de cinco dias observou-se aumento daaxa de infeccão (p < 0,05).35

No Brasil, o estudo E8 recrutou amostra de 233 neonatos observou, após ajuste multivariado, os seguintes fatoresssociados à retirada do CVC por suspeita de infeccão: pesonferior a 2.500 gramas no momento da insercão, reparo eempo de permanência do cateter.36 E o estudo E11, coorteetrospectivo com 18 neonatos, verificou o baixo peso, arematuridade e o uso de nutricão parenteral como fatoresue podem ter influenciado a ocorrência de infeccão.37

O estudo E10 apresenta uma comparacão das taxase ICSAC em lactentes pré-termo nascidos com menos de0 semanas de gestacão que tiveram um PICC instaladoersus cateter venoso umbilical imediatamente após o nas-imento como acesso venoso primário. Os lactentes queeceberam um PICC no primeiro dia após o nascimento foramombinados com dois grupos adicionais de lactentes (aque-es que receberam um cateter umbilical no dia 1 e aquelesue tiveram esse cateter alterado para um PICC após quatroias ou mais). Verificou-se que não houve diferenca significa-iva nos lactentes com ICSAC/1.000 CVC-dia entre os gruposvaliados, apesar de menores taxas de sepse tardia no grupoe lactentes que receberam apenas um cateter umbilical.38

O estudo E11 avaliou a densidade de incidência e osatores de risco para ICSAC. A densidade de incidência foi6/1.000 CVC-dia (IC 95% 14,0-18,2): 6,5 (IC 95% 4,3-9,3)ara CVC umbilical e 20,2 (IC 95% 17,5-23,1) para outrosVC. O tempo mediano para ICSAC foi de oito dias. Após aná-

ise multivariada, peso de nascimento ≤ 750g (HR 6,3, IC 95%,0-38,1) e emulsão lipídica intravenosa (HR 2,3, IC 95% 1,3-,9) foram significativamente associados à ICSAC para CVCmbilical. Resultados semelhantes foram observados parautros CVC.39

No estudo E12, a análise multivariada revelou que adade gestacional corrigida (RR 1,12, IC95% 1,061-1,186;

< 0,002), o transtorno transitório do metabolismo (RR,02 IC95% 1,72-5,05; p < 0,000), apneia (RR 2,38 IC95%,10-4,56; p < 0,016) e cateter de duas vias e poliuretano (RR,70, IC95% 2,0-6,9; p < 0,0000 foram fatores de risco associ-dos a ICSAC. O estudo considerou apenas os cateteres PICCara a análise dos dados, em neonatos de uma instituicãorasileira.40

O estudo E13, um coorte prospectivo multicêntrico com.126 neonatos de 22 UTIN na Alemanha, descreveu aelacão entre o uso de CVC e cateteres periféricos e o riscoe ICS laboratorialmente confirmada para recém-nascidosom peso ao nascer inferior a 1.500 g. A densidade de inci-ência para ICS foi de 3,3/1.000 pacientes-dia. A análise

ultivariada identificou os seguintes fatores significativose risco independente para ICS: menor peso ao nascerHazard Ratio [HR], 1,1-2,2), parto vaginal (HR, 1,5), uso de
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ateter venoso central (HR, 6,2) ou uso de cateter venosoeriférico (HR, 6,0) dentro de dois dias antes de desenvolverCS e características individuais (RH, 0,0-4,6). Após o ajusteara outros fatores de risco, uso de cateter venoso perifé-ico e uso de CVC foram significativamente relacionados acorrência de ICS em recém-nascidos de muito baixo peso.41

Ainda nos EUA, estudo de coorte retrospectiva (E14) com96 neonatos verificou que o uso de contraste enteral dentroe 48 horas da ocorrência de infeccão foi o fator mais signifi-ativo de risco para ICS laboratorialmente confirmada [oddsatio [OR], 9,58 (IC 95%, 2,03-45,19)] seguido pela presencae um cateter venoso central.42

Dessa forma, a ICSAC continua a mostrar-se como umamportante complicacão, conforme demonstram as incidên-ias dessa infeccão nos estudos apresentados, variam de,93 a 18,1 infeccões/1.000 CVC-dia. Os fatores de riscobservados apontam que o baixo peso ao nascer, a prema-uridade e o maior tempo de permanência do cateter estãoelacionados à maior incidência de ICSAC.

iscussão

s estudos E1, E2 e E3 demonstram que o cateter venosoentral é um dispositivo importante no tratamento do neo-ato em UTI. Também não divergem quanto à importânciaa prevencão e identificacão de fatores de risco associa-os a cateteres centrais,29---31 a infeccão se encontra dentres principais complicacões associadas ao uso de dispositivosnvasivos em UTIN e pode estar associada de forma indepen-ente com um risco aumentado de óbito.22,43

O tamanho da amostra relativamente pequeno, obtidam pesquisas feitas em uma única UTIN, pode tor-ar difícil a extrapolacão dos resultados para outrasnstituicões.29,31,35---37 Além disso, os critérios de definicão deCSAC não seguiram os parâmetros NHSN.

25,30,35,36

Observaram-se diferencas entre as análises feitas, desdevaliacões de frequência absoluta e relativa até a aplicacãoe modelos estatísticos que permitiram detectar possíveisiferencas entre os fatores estudados e a precisão da estima-iva dos dados. Os estudos multicêntricos puderam avaliare forma mais avancada as estimativas de risco, devido

grande amostra da populacão. Entretanto, como é sabi-amente reconhecido, o caráter retrospectivo de algunsstudos pode ser uma desvantagem.

A idade gestacional e o baixo peso ao nascer foram fato-es associados à ICSAC em um estudo caso-controle nos EUAE1), entretanto foram avaliados apenas seis episódios deAC em cinco neonatos.29

O tempo de permanência do cateter foi o principal fatore risco para a infeccão associada a cateter, identificadom cinco dos estudos encontrados nesta revisão (E2, E3, E5,6, E7). Em instituicões americanas, europeias e asiáticas,studos de coorte retrospectivos destacam o tempo de per-anência do PICC em neonatos como fator de risco para

CSAC.30,31,33,35 No Japão (E4), foi identificado que o maiorempo de permanência (OR, 1,35; IC 95%: 1,14-1,60, paraada semana, p = 0,0005) contribuiu de forma independente

ara complicacões gerais.32

Um estudo recente (E6) encontrou uma média do tempoe permanência para PICC de 11 dias, menor do que a médiaara os cateteres de longa permanência 25 dias (p = 0,001). A

ccmp

Rosado V et al.

rande amostra do estudo e o caráter multicêntrico são van-ajosos, entretanto é um estudo retrospectivo. Dificilmenteonsegue-se comparar este estudo com instituicões de paí-es em desenvolvimento, que têm características muitoiversas daquelas americanas, em que 66 (47%) das 141 UTINelataram uma incidência de ICSAC igual a zero.44 No Bra-il, um estudo prospectivo observacional conduzido entre011 a 2014 comparou dois períodos com diferentes esque-as empíricos para tratamento da sepse neonatal tardia

encontrou uma densidade de ICS de 17,29/1.000 CVC-dia.45 Mesmo tratando-se de um estudo (E6) em que todass instituicões participantes já tinham implantado a inicia-iva de melhoria da qualidade em cuidados com PICC, algunsatores mantiveram-se imutáveis (arquitetura da unidade

ambiente de cuidado) ou não foram avaliados (antibio-icoterapia), sugeriu que se faz necessária a avaliacão dosomponentes do pacote de manutencão e outros fatores têm

maior impacto na prevencão de infeccões. Este estudo (E6)ndica que os clínicos devem concentrar os seus esforcosara reduzir ICSAC em cuidados com manutencão de linhase infusão e remocão oportuna de linha central quando oVC não é mais necessário.34

O uso de contraste enteral dentro das 48 horas anteri-res à sepse, a presenca de CVC (E14), a presenca de doisateteres (E10), o peso menor ou igual a 750g e a emulsãoipídica intravenosa (E11) foram fatores de risco esta-isticamente significativos para ICSAC. Entretanto, devidos particularidades da populacão estudada, os resultadosodem não ser generalizados para outras instituicões. Porutro lado, esses resultados confirmam que apneia e hipo-ensão podem ser sinais clínicos úteis para direcionar aonduta de investigacão de sepse e além disso o uso deontraste merece investigacão mais aprofundada como fatore risco para ICSAC.42

No Brasil, a prematuridade, peso ao nascer até.500 gramas, foi fator associado à suspeita de infeccãossociada a CVC em dois estudos (E8,E9), entretanto umeles usou apenas sinais clínicos para determinar o diag-óstico de infeccão36 e no outro os dados foram apenasnalisados segundo frequência absoluta e relativa, além depresentar uma amostra de apenas 18 recém-nascidos, o queode conduzir a viés de interpretacão.37

Há ausência de informacões sobre práticas durante assistência ao paciente, como uso de nutricão parente-al, procedimentos cirúrgicos, tipo de cateter implantado

outros fatores de risco com potencial de confusão. A lite-atura indica que a fragilidade da pele, a necessidade dainha de infusão por longos períodos, a insercão feita comso limitado de barreiras estéreis, o local da colocacão dainha de infusão, a substituicão por meio de um fio-guia, aontaminacão do hub do cateter, a permanência do cateteror mais de sete dias, além de operadores inexperientes

mal qualificados, estão entre os fatores de risco signi-cativos para infeccão da corrente sanguínea associada aateter em estudos com populacão neonatal.19,30,41 Estu-os demonstraram que a neutropenia, a prematuridade, oúmero reduzido de enfermeiros em relacão a pacientes, oso de nutricão parenteral total, falhas durante os cuidadosom o cateter (por exemplo, a manipulacão excessiva), defi-

iências nas medidas de desinfeccão das conexões duranteanipulacões também são relatados em estudos com essaopulacão.33,46,47
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Observa-se que taxas de infeccão associada a cateterem valores baixos, próximos a zero, já são uma realidadeem instituicões de saúde de países desenvolvidos, uma vezque usam programas de vigilância e controle de infeccão.Quando há monitoramento constante da adesão das equipes,por meio de auditorias instituídas de forma regular sobre oprocedimento de insercão, durante a manutencão do cate-ter e sobre a higiene das mãos, as taxas podem manter-seconstantemente baixas.48

A forca da evidência científica dos achados de acordocom o sistema Grade28 aponta que a ausência de alocacãoaleatória (randomizacão) em ensaios clínicos indica fortepossibilidade de viés, é atribuído nível de evidênciainicialmente inferior. Estudos observacionais, como osencontrados no estudo, são considerados com alto viés. Maso sistema Grade também avalia a medida de efeito, como oRisco Relativo (RR) ou odds ratio (OR) como fator para incre-mentar a qualidade da evidência, uma vez que é possívelobter tamanho de efeito mais elevado em estudos obser-vacionais, mesmo na presenca de fatores de confusão. Napresente revisão, o fator de risco com maior magnitudede efeito foi o uso de contraste no CVC, com risco novevezes maior (E14), peso de nascimento ≤ 750g com risco deinfeccão seis vezes maior (E11), ao passo que maior tempode permanência (E3 e E6), tipo de CVC como o de poliuretanoe de duas vias (E12) e CVC umbilical por mais de cinco dias(E7) apresentaram risco duas a três vezes maior de ICSAC.Além disso, reparo do CVC (E8) e uso de solucão lipídica (E11)chegaram a apresentar duas vezes maior risco para ICSAC.

Os dois estudos (E1 e E9) com maior nível de evidência afavor mas que pode ser considerada fraca (gradacão ‘‘+1’’)de acordo com o Grade avaliaram como fator de risco a idadegestacional, o peso ao nascimento e o uso de nutricão paren-teral. No entanto, não apresentaram as medidas de efeitospara adequada análise e qualidade dos estudos.

Ressalta-se que mesmo em estudos observacionais, sehouver randomizacão, pode ser evitado viés de selecão, commelhor qualidade metodológica e menor risco de fator deconfusão, o que se propõe para novos estudos.28

Um dos fatores de limitacão desta revisão é que foramencontrados poucos estudos bem delineados sobre a ICSACna América Latina. Ainda são escassos dados nacionais sobrea avaliacão dos fatores de risco relacionados às característi-cas clínicas da populacão neonatal e daqueles relacionadosàs condicões de insercão e de cuidados na manutencão doCVC e das linhas de infusão, ao tempo de uso e motivoda insercão e retirada do cateter central. Além disso, emfuncão dos aspectos éticos envolvidos, não é viável a fei-tura de um ensaio clínico para insercão de CVC e avaliacãode seus desfechos, o que permite o uso de estudos observaci-onais para revisão sistemática. Outros estudos ainda devemabordar a capacitacão da equipe assistencial para preveniras complicacões associadas à presenca do CVC, especial-mente a infeccão da corrente sanguínea.

No entanto, considera-se que são necessários estudosrandomizados de elevada qualidade metodológica para seavaliarem os riscos relacionados ao uso de CVC em neona-tos. Intervencões fundamentadas em evidência e avaliacões

estatísticas apropriadas dessas complicacões podem contri-buir para a reducão desse risco e subsidiar o planejamentoda indicacão e tempo de permanência dos cateteres venososcentrais.

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onclusão

pesar das recomendacões para a reducão da infeccão daorrente sanguínea associada a cateter, ela ainda apresentaltas taxas de densidade de incidência no Brasil. O baixoeso ao nascer, a pequena idade gestacional e o tempo deermanência do dispositivo estão associados ao maior riscoara essa infeccão.

Considerando-se a importância epidemiológica e clínicaas ICSAC, conhecer os fatores de risco pode contribuir parastruturar protocolos clínicos e estabelecer medidas preven-ivas eficazes no cuidado ao paciente portador de CVC.

Esta revisão sistemática demonstra que são poucos osstudos sobre fatores de risco dessas infeccões que apre-entam informacões dessas infeccões no Brasil e por issoestaca-se a necessidade de mais estudos longitudinais e aecessidade de melhores estratégias de prevencão para aeducão de infeccão.

onflitos de interesse

s autores declaram não haver conflitos de interesse.

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