revista virtuosa

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Para viver mais e melhor, cuide do corpo e do bolso Boa vida tem preço Super Salada Nem muito leve, nem muito calórica Primeiros Passos A caminhada como porta de saída do sedentarismo Turbine sua Memória O caminho para você afiar o ar o raciocínio e preservar as lembranças MELHOR IDADE • MODA • RELACIONAMENTO • BELEZA • DICAS • EM PAUTA • CULTURA Z M A M A M M A A M A A M T Z T A T T Z Z T A A T T A T Z T Z A editora Z Z Z Z T T Z Z T Z T JUNHO/2010 ANO 1 • N 1 R$12,90 O caminho para o melhor da vida!

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Trabalho acadêmico desenvolvido pelo grupo MATIZ.

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Page 1: Revista Virtuosa

Para viver mais e melhor, cuide do corpo e do bolso

Boa vida tem preço

Super SaladaNem muito leve, nem

muito calórica

Primeiros PassosA caminhada como porta de

saída do sedentarismo

Turbine sua Memória O caminho para você afiar o ar o

raciocínio e preservar as lembranças

MELHOR IDADE • MODA • RELACIONAMENTO • BELEZA • DICAS • EM PAUTA • CULTURA

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O caminho para o melhor da vida!

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NESTE MÊS

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Como viver mais e melhor e ainda dicas comprovadas de como preparar o seu

bolso para uma longevidade financeira

O que dispara a devastação da memória e o que fazer para

preservá-la por mais tempo

CAPA

14Os primeiros passos para uma caminhada perfeita e

o fim do sedentarismo

Como preparar uma super salada e sem armadilhas

10

4 S U M Á R I O

Page 5: Revista Virtuosa

SEMPRE COM VOCÊ

Seu lar em alto-astral, demonstração em 3D

DECORAÇÃO46

Um, dois... Como evitar rugas e flacidez com exercícios faciais

BELEZA50

Salto, saltinho e saltão, por Daniele Cavalcante

MODA48

Quadrinhos, cruzadas e frases especiais

PASSATEMPO53

Encontro de gerações em projeto paulistano

BEM COMUM26

Por uma infância feliz, proteja seu filho do bullying

EM PAUTA40

Rosely Sayão é psicóloga e conta a historia de uma mãe preocupada com o namoro da filha que está começando a esquentar

REFLETINDO54A melhor fase da vida aos 70 anos

MELHOR IDADE8

Por que sempre ir aos mesmos lugares com o seu parceiro? Como saber a hora de mudar de programação

RELACIONAMENTO35

A atriz Maria Paula fala tudo sobre sua vida, admite que envelhecer é cruel e o que faz para ficar bem

PERFIL38

Mantenha a calma, 10 dicas para controlar a ansiedade

44 ESTRESSE

Como atingir um sono melhor e o peso ideal

DICAS51

A voz do coração, porDr. João Martins

CULTURA52

C O M P O R T A M E N T O5

Page 6: Revista Virtuosa

Virtuosa nasceu da necessidade de resgatar as virtudes escondidas em cada mulher. Valores que foram sendo enfraquecidos nas últimas décadas. Tiramos de cena a mulher objeto... trazemos à tona a mulher do século XXI, que faz bom uso de todos esses valores!

Não estamos ditando nenhuma regra, moda e ou sacrifício à você, e sim queremos lhe passar informa-ções precisas e que lhe beneficiem de alguma forma.

Nesta primeira edição, estamos dispostos a tirar suas dúvidas sobre o que fazer para adquirir hábitos para obter um sono tranquilo, ter ou che-gar ao peso ideal com uma aparência

AO LEITOR

ATENDIMENTO AO LEITOR

Críticas, dúvidas ou sugestões para a revista, é só falar com a gente:[email protected] (11) 3893-5347Rua da Prudência, 04São Paulo – SP

Em sentido horário: Erika, Leandro, Eliane e Beth - momentos de alegria depois de muita tensão!

REPORTAGENSAlgumas das matérias e imagens apresentadas

nesta publicação foram extraídas de outras revistas e/ou jornais e editadas para fins aca-

dêmicos, sendo respeitados os devidos direitos autorais e de imagem. Fica proibido tal edição

(texto ou imagem) sem autorização dos respecti-vos autores, conforme a lei vigente no Brasil:

Elas &Lucros, Saúde, Runner, Revista Saúde, O Estado de S. Paulo,

Folha de S. Paulo, Mulher de 30COLUNISTAS

João Martins (convidado), Daniele CavalcanteINFOGRAFIA 3D

Erika de CarvalhoPROJETO GRÁFICO

Regina ElisabethDIAGRAMAÇÃO

Eliane Mônica, Regina ElisabethFOTOGRAFIA

Erika de Carvalho, Luiz Carlos Leite,Marina Miguel, Ricardo Montero

PESQUISAS DE PUBLICIDADE, REPORTAGENS E FOTOS

Eliane Mônica, Erika de Carvalho,Regina Elisabeth

MARCARegina Elisabeth e Leandro Ribeiro

IMAGEM DA CAPARômulo Fialdini

COLABORADORESElton Sousa, Guilherme Godoy e

Raquel Silva QueirozANUNCIANTES

Molico, Yoga Center, Temperos do Mundo, Kell-ness, Cinemark 3D, Costantini, Lacta, Havaianas,

Seda, L'Absoluta, Via Uno, 3 Corações

DIREÇÃO GERAL, PRODUÇÃO E ARTEEliane Mônica, Leandro Ribeiro

Erika de Carvalho, Regina Elisabeth

mais bela. Também estamos preo-cupados com seus relacionamentos, seja com seu esposo/namorado ou filhos, e, muito mais que isso, pre-ocupados com você. Temos aqui re-sultados de pesquisas sobre a pre-venção do alzheimer e dicas para manter nossas lembranças guar-dadas na memória. E ainda, muita caminhada, saladas equilibradas e a dica especial de capa: como se preparar hoje para uma proveitosa e vitalícia aposentadoria.

Bom, preparamos tudo isto pen-sando, claro, no seu bem-estar!

Boa leitura!

Redação Virtuosa

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Mar

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6

Page 7: Revista Virtuosa
Page 8: Revista Virtuosa

Essa é a minha melhor fase da vida

T erezinha da Silva não reve-la a idade, mas calculo que tenha seus 70 anos. Mas

não se acanha em dizer que essa é a ‘melhor idade’ de sua vida.

Após a morte de seu marido, Jair Antonio da Silva, em 1990, Terezinha ainda viveu por algum tempo em São Paulo com seus três filhos: Jean Paulo, Rosemary Aparecida e Regina Elisabe-th. Passados dois anos, dois deles se casaram. Com ela ficou apenas o ter-ceiro, na época com 12 anos.

Mulher de fibra, Terezinha sempre trabalhou para ajudar o marido. Foi de uma das empresas em que trabalhou que veio o convite para chefiar um de-partamento em Bragança Paulista, no interior de São Paulo. Com a vida es-tabilizada – apartamento pago, fi-lhos encaminhados na vida – sentiu a ne-cessidade de encarar novos desafios. Não hesitou em aceitar o convite. Foi embora para Bragança, levando consi-go apenas o filho mais novo.

A primeira vez que saiu de uma ci-dade foi para se casar, em 1960. Por-tanto, era a segunda vez na vida que iria para outra cidade, um lugar que não conhecia e onde não conhecia ab-solutamente ninguém.

E assim Tetê – como foi adotada pe-los bragantinos – começou uma nova vida. Percebeu o quanto ainda tinha para fazer e viver. Começou a traçar

Melhor idade para muitos é olhar para trás e ver o que não foi feito e ten-tar realizar esse sonho antigo

Por

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seus planos, exatamente como faz um adolescente aos 18 anos. Até namora-do ela arrumou! Entrou na autoescola e, aos 60 anos, aprendeu a dirigir e comprou seu primeiro carro, um fusca. Há quem diga: “ah, se meu fusca falas-se”. O carro lhe trouxe mais autonomia. Assim, entrou para um grupo da ter-ceira idade e lá, com seu carisma, fez grandes amizades.

Esse grupo possui um bloco de car-naval próprio e tem um braço na prin-cipal escola da cidade. Tetê desfilou na bateria. Foi um dos destaques da esco-la. Ela não perde um evento sequer, a não ser que tenha programado algum passeio com seu namorado e parceiro nos bailes que frequenta.

Pergunto a ela o que a torna tão fe-liz? E ela me responde com um sorriso bem maroto: “Sinto-me feliz porque participo de várias atividades, como ginástica, caminhada, alongamento. Tenho energia de viver e quero viver”. E ela deixa seu recado: “Aos jovens, pensem muito no seu dia-a-dia e não deixem de lado o que faz bem. Gostaria que percebessem que a vida nos ofere-ce muitas oportunidades, basta esco-lher um caminho e segui-lo”.

E finaliza sua entrevista com um trecho da música de Gonzaguinha que é a sua bandeira de vida: “Viver e não ter a vergonha de ser feliz”.Terezinha recém chegada à Bragança,

começa a sentir que sua vida mudou

8 MELHOR IDADE

Page 9: Revista Virtuosa

Carnaval 2010: destaque em uma das principais escolas de Bragança Paulistaa

C O M P O R T A M E N T O9

Page 10: Revista Virtuosa

Super saladaP or trás da aparência saudável, escondidos sob

as folhas de alface, podem estar montes de gor-dura e punhados exagerados de sal — que, de

forma sorrateira, fazem aquela bela salada se tornar quase uma vilã da dieta. Outras receitas pecam pelo oposto: são tão magras de calorias quanto esquálidas de nutrientes. “Esco-lhas erradas levam a combinações gordas ou pobres demais”, diz a nutricionista Raquel Botelho, da Universidade de Brasí-lia. Ouvimos Raquel e outras experts para aprender o que não pode faltar nem sobrar na salada ideal. “Ela deve ter densi-dade energética baixa”, avisa Mariana Del Bosco, nutricionis-ta da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Ou seja, apesar do volume considerá-vel, soma poucas calorias. Aliás, o que diferencia a entrada de uma salada que substitui o prato principal não é o tamanho, mas o mix de ingredientes. Fontes de proteínas e carboidra-tos só devem entrar na verdinha que vale por uma refeição.

Cá entre nós.Especialistas em gastronomia e nutrição comparti-

lham seus segredos para uma salada equilibrada...

Para quem aprecia o sabor mais intenso dos queijos caló-ricos, caso do gorgonzola, a sugestão é misturar uns poucos pedacinhos deles a queijos magros, como o cottage e a ricota”, ensina a nutricionista e chef Maria Cecília Corsi, da Essencial Light, em São Paulo. Assim, você fica com o gosto, mas dis-pensa o excesso indesejável de gordura e calorias. Outra dica de Cecília é substituir os croûtons, que costumam vir enchar-cados de óleo, por pedacinhos de torrada integral, boa forne-cedora de fibras. A nutricionista Andréa Esquivel dá, ainda, o seguinte conselho: varie os cortes dos vegetais. Se a cenoura está em rodelas, faça cubos de tomate para combinar. Isso cria novas sensações de textura para o paladar. Daí, a tendên-cia será você mastigar mais e ficar mais saciado.

Page 11: Revista Virtuosa

Tome cuidado!

Ao montar sua salada, preste atenção para não cair em armadilhas.

O vilão, na hora de encher o prato — ainda que predominem os vegetais —, é sempre o excesso. Pois é, até mesmo uma salada precisa ser consu-mida na medida certa. “Exagerar na quantidade de folhas pode exceder a recomendação de fibras e in-terferir com o aproveitamento de alguns minerais”, exemplifica a nutricionista Karla Silva Ferreira, da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Também não estrague seu prato de salada abusando de ingredientes nefastos, como a batata palha e o bacon, muito oferecidos em bufês. E olho vivo ainda com o insuspeito tomate seco. Saiba que ele esconde gordura e calorias aos montes.

“Tente substituí-lo por tomatinhos-cereja”, re-comenda a nutricionista Maria Cecília Corsi. A mesma atenção vale para os queijos ralados. “Eles são mais apropriados para fazer dupla com uma bela macarronada”, opina a nutricionista Mariana Del Bosco. E, finalmente, redobre o cuidado com os molhos industrializados para não derramá-los de-mais sobre a salada.

Eles podem estar lotados de sal, entre outras substâncias nocivas.

O hábito de comer um prato de folhas todo dia faz proezas pelo corpo. Mas essa receita de sucesso não para por aí. Há alguns ajustes e truques culinários para transformá-la em uma fórmula realmente campeã para a saúde

Foto Ilustrativa

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Page 12: Revista Virtuosa

Agrião, rúcula, espi-nafre, escarola, couve,

acelga, repolho... Al-terne os tipos para não cair na mono-tonia. “É possível

variar até a alface, que pode ser encontrada nas

versões lisa, americana, cres-pa e mimosa”, ensina a nutricio-

nista Andréa Esquivel, de São Paulo. As folhas contêm fibras e por isso são guar-diãs da saúde intestinal e, por garantir maior saciedade, ajudam a afastar os qui-los extras.

F O L H A S S E M P R E !

M A I S C O R !Tomate, pimentão, cenou-

ra, pepino, beterraba, berinjela, abóbora, abobrinha — não fal-tam opções para colo-

rir sua salada. E, quanto mais diversificada a paleta

de cores, mais substâncias protetoras seu corpo vai receber. O pimentão vermelho, por exemplo, está cheio de licopeno, pig-mento que funciona como um escudo celu-lar, blindando contra o câncer.

Ela, obviamente, não pode ficar de fora nas situações em que a sa-lada ocupa todo o es-paço do almoço ou do jantar. Além de ser a substância que repa-ra os tecidos do nos-so corpo, trata-se uma grande aliada contra a obesidade, espantando a fome e brecando os ataques de gula. Frango, ovo, queijo, peixe e leguminosas — ou seja, o grão-de-bico, os feijões e a lentilha — são boas escolhas.

Quando a salada é pra-to principal, ela deve conter um alimento rico em carboidra-to, como macarrão, batata, mandioqui-nha, crouton, pão, tri-go integral e até frutas. Acrescentar apenas uma fonte do nutriente é a medida certa para espantar o desânimo.

B O C A D O D E E N E R G I A !

O M E L H O R Ó L E O !

Prefira o azeite de oliva. Além de ser campeão em ácidos graxos monoinsaturados, gordura amiga

das artérias, o extravirgem concentra substân-cias antioxidantes. Só não vale abusar. Regue o prato com um discreto fio desse óleo ou com o molho à base dele. “O azeite é saudá-vel, sim, mas bem calórico”, diz a nutricionis-ta Samantha Macedo, da Equilibrium Consul-

toria em Nutrição, na capital paulista.

Como preparar uma Super Salada Salada verde com tomate ao molho de manjericão mantém a cabeça no maior sossego. É o que garante a nutricionista Tereza Cristina Braga Ferreira, do Praia do Forte EcoResort e Thalasso Spa, no litoral baiano. Na receita que ela sugere entram folhas como a alface, conhecida por suas propriedades calmantes. Sem falar no tomate, cheio de vitaminas B6 e C — substâncias que ajudam a aplacar a irritação. Tome nota:

Segredos de SPA

P O R Ç Ã O D E P R O T E I N A !

Foto

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Ingredientes:1 pé de alface crespaMeio maço de espinafre2 tomates cortados em quadradinhos2 colheres de sopa de azeite2 colheres de sopa de água1 colher de sopa de vinagre branco ou suco de limãoFolhas de manjericão trituradasSal a gosto

Modo de preparo:Lave bem as folhas de alface e

espinafre. Arrume-as em um prato próprio para servir. Divida com as mãos as folhas de alface. Decore com o tomate. Misture o azeite, o vinagre, a água, o sal e o manjericão em um tigela à parte e regue a salada.

Rende 4 porções

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Primeiros

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Flávio de Carvalho, personal trainer, numa caminhada com a aluna Nathália Rodrigues

Pas sos

Page 15: Revista Virtuosa

Pas sosA caminhada não

serve apenas para umbom passeio.

Ela é a porta de saída do sedentarismo.

E, se bem planejada, vira um ótima ferramenta

Page 16: Revista Virtuosa

A trajetória do corredor mos-tra que, assim como na corrida, a caminhada tem

diferentes estágios e muitos benefícios, embora ainda seja pouco valorizada. “Se a caminhada fosse mais respeitada, terí-amos muito menos corredores lesiona-dos”, diz Marcos Paulo Reis, colunista de RUNNER’S WORLD.

Há alguns anos, o treinador Mickey Ferrari, consultor da academia Rebook, em São Paulo, participou de um grupo de estudos que elaborou um programa de ca-minhada levando em consideração esses diferentes estágios, baseados no nível de intensidade – leve, moderado e forte. A seguir, adotamos essa mesma divisão para mostrar como é possível explorar a cami-nhada, seja para abandonar o sedentaris-mo, seja para simplesmente aprimorar sua corrida.

Uma caminhada leve costuma ser encarada como um pas-seio, e acaba sendo desprezada como atividade física, quan-do deveria ser estimulada como tal. Esse é o ritmo que nor-malmente adotamos para ir à padaria ou nas atividades de lazer. “É o tipo de caminhada apropriado para quem sofre de obesidade, artrose ou problemas cardíacos ou nunca praticou atividade física. Leva-se em média de 10 a 20 minutos para percorrer 1 km”, diz Mickey Ferrari.

“Mesmo assim, é suficiente para reduzir o risco de doen-ças cardíacas, osteoporose e promover uma sensação de bem-estar, além de ser o primeiro estágio de adaptação aeróbica e neuromuscular em indivíduos fora de forma.”

Tanto isso é verdade que o acúmulo de passos, por meio do uso de pendômetros, é uma das estratégias de combate ao sedentarismo, um problema que atinge quase 2 milhões de mortes por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde. “Temos como parâmetro a marca de 10000 passos por dia para o indivíduo ativo, ou 3800 a 4000 feitos de forma inin-terrupta, por 30 minutos. É uma forma simples de implantar a atividade física na rotina”, diz o pesquisador Timóteo Araújo, do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de S. C. do Sul (Celafiscs).

D E V A G A R E S E M P R E

A P E R T E O P A S S O

Uma caminhada moderada é ideal para indivíduos sau-dáveis que querem emagrecer e manter afastado o risco de doenças como diabetes, hipertensão e até câncer de colo de mama. “Um ritmo de 8 ou 9 minutos por quilômetro [6,4 a 7,2 km/h] estimula o gasto calórico e o sistema cardiorespirató-rio . Uma pessoa de 68kg pode queimar em uma hora cerca de 300 calorias”, diz Mickey Ferrari. Há duas formas de per-ceber o esforço: pela conversação e pelo suor. Em ritmo leve, conversamos normalmente e o suor fica restrito ao rosto e à cabeça; no moderado, precisamos tomar ar para completar uma frase e o suor aparece no tronco; em uma caminhada em ritmo forte, só conseguimos soltar uma ou outra palavra, e o suor passa também para as pernas. Se seu objetivo é começar a correr, a caminhada é fundamental para a adaptação e o for-talecimento muscular. “Na caminhada, não há fase de “vôo”, a passada é mais curta, o pé mantém um contato maior e mais freqüente como solo do que na corrida, além de flexionarmos mais o tornozelo. Embora o impacto seja menor, o tempo de contração muscular é maior, além de musculatura da perna o tibial anterior, na canela”, diz Marcos Paulo Reis.

Caminhada no Parque do Ibirapuera

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Page 17: Revista Virtuosa

A N D A R R Á P I D O O U C O R R E R L E V E ?

Um ritmo de atividade mais forte é importante não só para promover um gasto calórico mais intenso como para forta-lecer o sistema cardiorespiratório, principalmente em quem quer buscar desafios físicos maiores, como a corrida. Nosso coração e o condicionamento aeróbico ficam mais eficientes para aproveitar o oxigênio como energia. Essa intensidade pode ser atingida explorando-se a inclinação do piso, em su-bidas, ou a velocidade da passada.

“A caminhada acelerada exige mudanças na postura. Andar a 8 km/h [ritmo de 7-30min/km] exige maior domínio técnico e bom condicionamento”, diz Mickey Ferrari. Esse costuma ser o momento de transição da ca-minhada para a corrida, quando muitas pessoas ainda ficam perdidas: afinal, é melhor andar rápido ou trotar? Resposta: as duas coisas.“É um erro comum iniciantes se-rem orientados a caminhar rápido até o máximo que con-seguirem, para então começar a trotar. Existe um ponto de transição que, se ultrapassado, começa a tornar a ca-minhada mais desgastante que a corrida, afirma Walace Monteiro, professor do Laboratório de Atividade Física e Promoção da Saúde da Universidade Estadual do RJ. O recomendável é usar a percepção de esforço e se manter em uma faixa 0,5 km/h acima e abaixo, alternando a ca-minhada rápida com os trotes. Quando o indivíduo con-seguir fazer essa alternância pelo menos quatro vezes, mantendo cada atividade por 5 minutos pode se conside-rar apto a correr.

A caminhada como estratégiaAndar no meio da prova: sinal de quebraou inteligência?

Considerada pelos corredores apenas como forma de adaptação de iniciantes, a caminhada acaba sendo vista como

“quebra” por aqueles que já estão muito além dos trotes, como os maratonistas. Mas há quem defenda que ela possa ser uma ótima estratégia de prova, ao ser inserida em curtos interva-los desde o início da corrida e não quando o indivíduo chega à exaustão.

Entre os benefícios, os intervalos de caminhada eliminam a fadiga acumulada, restauram a flexibilidade dos principais músculos e reduzem a tensão dos tendões do joelho. Isso mediria ampliar a capacidade muscular no fim da corrida e

reduzir a chance de contusão, fazendo com que possa correr distâncias maiores se sentindo bem.

O tema, obviamente, divide opiniões. “Quem precisa cami-nhar é porque não está bem treinado. Para uma pessoa com bom condicionamento, a caminhada só serve como descanso ativo”, diz Mário Mello, diretor técnico da Mario’s Team e di-retor de marketing da Associação de Treinadores de São Pau-lo (ATC). Ele admite que, em alguns momentos, a caminhada pode ser vantajosa, como numa ladeira forte para que o cor-redor se recupere e possa ter melhor desempenho no plano, depois. “Mas adotar isso como estratégia de prova seria um artifício para dar uma ‘roubadinha’, acho que me sentiria en-ganado”, diz Mello.

Adauto Domingues, treinador de Marilson Gomes dos San-tos, corrobora. “É apenas uma pausa ativa, útil nos treinos intervalados, mas que nos longões não influi no condiciona-mento. Acho que tira a especificidade do treino. Você se pre-para para o que deve fazer”, afirma.

Pausa para hidratação: caminhar um pouco nesse momento da prova não é vergonha

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Page 18: Revista Virtuosa

A caminhada perfeitaUm dos aspectos que devem ser observados ao caminhar é a postura, que se modifica com a intensidade do exercício. Ande da forma mais natural e confortável possível. No entanto, pode ser necessário se alinhar. “A má postura pode ser causada por níveis inadequados de flexibilidade e força muscular. Uma correção pode ajudar o caminhante a ter maior eficiência funcional e melhor desempenho”, afirma o técnico Mickey Ferrari. Veja como se endireitar.

BRAÇOSSeu balanço deve ser natural e está relacionado à freqüência da passada. À medida que se torna mais rápida, os cotovelos se flexionam até um ân-gulo de 90 graus e os braços perdem o movimento pendular. Quando os braços vão para a frente, não devem passar o centro do corpo nem ir além do esterno (osso central logo abaixo do pescoço)

CABEÇADeve permanecer alinhada à coluna e equilibrada. Evite a tentação de ficar olhando muito para baixo para não tencionar a musculatura do pescoço. Mantenha o olhar alguns metros à frente e o queixo paralelo ao chão

QUADRILA pélvis deve ficar em uma posição neutra para que o quadril realize uma rotação leve e natural, que aumenta com a maior freqüência da passada. Em uma camin-hada rápida, ele se move em rotação para a frente e para trás com o mínimo de jogo lateral

OMBROSDevem ficar abaixados e levemente para trás, mas de forma relaxada e não caídos.Ombros elevados ou ten-sionados por muito tempo causam dor no pescoço e podem prejudicar o movimento dos braços

ABDOMEMantenha leve-mente contraído

PERNASO comprimento da passada varia em relação ao com-primento da perna, à rigidez do tendão do joelho e à rotação da pélvis. No início, dê passos firmes, mas confor-táveis. Ao aumentar a inten-sidade, as pernas precisam ser impulsionadas para a frente com maior rapidez para aumentar a frequência e não o tamanho da passada. Quando a perna direita vai para a frente, a esquerda ou de apoio deve ficar esticada

INCLINAÇÃO PARA A FRENTEEssa inclinação tende a aumentar a partir de uma intensidade moderada(6,4 km/h ou ritmo de 9min20/km), com o objetivo de obter maior impulso.Essa inclinação deve ser a partir dotornozelo, levando todo o corpo à frente e não apenas o tronco. Uma flexão prolongada e excessiva a partir do quadril pode provocar dor ou desconforto na região lombar Fo

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Page 19: Revista Virtuosa
Page 20: Revista Virtuosa

A memória

N ovas descobertas revo-lucionaram o jeito de entender o Alzheimer –

mal em ascensão, terrível por apagar as lembranças – e trazem lições preciosas sobre o que está ao nosso alcance para resguardar o cérebro. Sim, os hábitos podem pesar tanto quanto os genes na equação que dá origem à doença.

Guardar o passado, decifrar o pre-sente e esboçar o futuro – é graças a uma função cognitiva denominada me-mória que construímos nossa história. Sem essa precursora do raciocínio, o leitor jamais compreenderia as pala-vras deste texto, nem eu o escreveria. A memória é valiosa a cada minuto e conservá-la por anos a fio parece ser um dos maiores segredos de uma exis-tência saudável.

Mas, se o próprio envelhecimento pode sabotá-la, uma ameaça em espe-cial é capaz de corroê-la, provocando um apagão que faz o ser humano per-der a identidade. É a doença de Al-zheimer. Infelizmente, com o aumento

da expectativa de vida, cresce também o número de suas vítimas. Por isso, os cientistas queimam neurônios para desvendar seus mistérios e encontrar uma maneira eficiente de enfrentá-la. Há algum tempo, a culpa era lançada quase que exclusivamente sobre a he-rança genética. Mas agora esta provado: o estilo de vida não é tão importante quanto o DNA na hora de dar as cartas para o Alzheimer.

É o que revela um trabalho da Uni-versidade Colúmbia, nos Estados Uni-dos, que avaliou a incidência do proble-ma em 1880 idosos ao longo de 14 anos. “A dieta e a atividade física modificam o risco de demência”, afirma o líder do es-tudo, Nikalaos Scarmeas.

Os participantes que se exercita-

vam e conservavam um menu rico em peixes, azeite e vegetais apresentaram uma probabilidade 60% menor de so-frer o colapso neuronal.

“Esses hábitos podem reduzir infla-mações e a formação de radicais livres, moléculas danosas às células, além de melhorar a ação da insulina e interferir no papel de genes no cérebro”, enumera Scarmeas. “São mecanismos que afasta-riam o Alzheimer.”

em Jogo

Page 21: Revista Virtuosa

Novas descobertas revolu-cionam o jeito de entender o Alzheimer - mal em as-censão, terrível por apagar as lembranças - e trazem lições preciosas sobre o que está ao nosso alcance para resgardar o cérebro. Sim, os hábitos podem pesar tan-to quanto os genes na equa-ção que dá origem à doença

A erosão da memóriaNormalmente, uma proteína, a precursora de amiloide, é quebrada e suas partículas se perdem na massa cinzenta. Mas, na doença, essa proteína é desmembrada de forma equivocada, gerando fragmentos tóxicos nos neurônios. Eles se depositam formando as placas amiloides, que danifi cam a sinapse, a comunicação entre as células. O apagão se inicia no hipocampo, que armazena as memórias recentes.

hipocampoplacaamiloide

sinapse

neorônio

lobofrontal

morte dos neurônios

loboparietal

cortextemporal

A expansão da trevaCom a evolução da doença, as placas amiloides se acumulam e afl igem outras partes do cérebro. Daí destroem mais sinapses, embargando diversas atividades cognitivas. Nessas condições, neurônios do hipo-campo e de vários cantos da massa cinzenta morrem. Então, a memória recente não é mais a única afetada. As lembranças do passado e a noção de identidade começam a desaparecer.

No Brasil, 800 mil a

1,2 milhãode pessoas sofrem de mal

de Alzheimer no Brasil

Por Diogo Sponchiato Ilustrações Bruno Algarve

e Leandro Ribeiro

Page 22: Revista Virtuosa

“Estamos na busca do que provoca a doença. A deposição das placas ami-lóides, que antes era uma das únicas explicações para o mal, é mais a sua conseqüência do que a sua causa”, diz a neurologista Márcia Chaves, da Aca-demia Brasileira de Neurologia. Essas placas bloqueiam as conexões entre os neurônios. Em meio à caçada dos moti-vos da doença, uma equipe da Univer-sidade de Southampton, na Inglaterra, lança nova luz sobre a treva que se apo-dera da massa cinzenta.

Os pesquisadores notaram, após rastrear 300 portadores do problema, um elo entre o Alzheimer e a exposi-ção do corpo a inflamações recorren-tes, traduzidas por altos níveis de uma substância no sangue, o fator de necro-se tumoral (TNF). “Acreditamos que, na sua presença, há um sinal da periferia para o cérebro, que produz agentes inflamatórios nocivos aos neurônios” conta o pai da hipótese, Clive Holmes.

Inflamação é uma forma de o or-ganismo se defender naturalmente. Mas, ao fugir do controle e perpetuar-se, a liberação contínua de moléculas incendiárias como o TNF não é nada bem-vinda - inclusive para a cachola. “Problemas marcados por processos inflamatórios crônicos, caso de obesi-dade, do diabete, da artrite e da doen-ça cardiovascular, poderiam contribuir com o Alzheimer”, especula Holmes. Em outro trabalho, o neurocientista de-monstrou que infecções em geral ace-leram o declínio cognitivo em pessoas que já têm a demência.

E por que o ataque de um micróbio

em qualquer canto do corpo pode ser tão cruel para a massa cinzenta?

Porque invariavelmente desperta inflamações. Ninguém sabe ao certo se está aí, nas inflamações, a origem do mal, mas, no mínimo, o fenômeno am-plifica a falência do cérebro. “Estamos numa fase e juntas as peças do quebra--cabeça”, analisa o neurologista Paulo Caramelli, da Universidade Federal de Minas Gerais.

O que conforta é o fato de a me-dicina ter nos ensinado recentemen-te que uma dieta balanceada, aliada à atividade física, ajuda a aplacar o incêndio e preser-var as artérias, minimizando o risco de o Alzheimer aparecer.

Pululam pesquisas que re-lacionam o mal neurodegene-rativo a condições influenciadas pelo estilo de vida. No Brasil, es-tudiosos mostraram uma asso-ciação entre a ruína da memó-ria e a resistência à insulina – quando o hormônio que carrega o açúcar para as células não trabalha di-reito. Daí porque já se pensou que o Alzhei-mer seria uma espécie travestida de diabete, Na Suécia, um trabalho ates-ta que a obesidade conspira a favor do declínio mental. E o colesterol alto estimularia a progressão das placas amilóides. “As-sim, os hábitos que reduzem os risco cardiovascular também protegeriam contra o Alzheimer”, diz o psiquiatra Cássio Bottino, do Hospital das Clíni-cas de São Paulo.

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Mas o que dispara a devastaçãoConfira as evidências científicas sobre alguns hábitos que zelam por um cérebro afiado durante anos e anos

O cardápio que salvaguarda essa função cognitiva preconiza peixes, ovos, frutas e hortaliças, além de moderação nas carnes vermelhas. Eis as provas. Pescados

como o salmão são recheados de ômega-3, gordura que estimula o surgimento de neurônios e preserva os que estão na labuta. Já o ovo é fonte de colina,

substância que serve de ingrediente para um neurotransmissor caro à formação da memória. Os vegetais, por sua vez, oferecem antioxidantes.

“Eles combatem o estresse oxidativo, fenômeno que antecede as pla-cas amiloides no Alzheimer”, explica o neurocientista George Perry, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos. E as carnes? Bem, expos-tas a altas temperaturas, viram um berço de moléculas tóxicas aos neurônios. Por isso, diminua a porção delas.

Mexer o corpo é tão imprescindível para o cérebro quanto ma-lhar a mente. “Há indícios de que a atividade física estimule o brota-mento de neurônios no hipocampo, a região onde são arquivadas as memórias recentes”, diz a neurologista Sonia Brucki, da Universida-de de São Paulo. Uma pesquisa da Universidade de British Columbia,

no Canadá, assinala que exercícios aeróbicos — como caminhar, cor-rer, nadar ou andar de bicicleta — melhoram a elasticidade das arté-

rias. Elas, então, conseguem prover o cérebro de oxigênio e nutrientes sem empecilhos. Esse fluxo livre aumenta a blindagem contra derrames

e também passa a rasteira na perda de memória. Noites bem-dormidas não são apenas cruciais para processarmos os

eventos do dia e consolidarmos as memórias. Elas também previnem o declí-nio cognitivo.Experiências com animais recém-concluídas na Universidade de Washington,

nos Estados Unidos, sugerem que quem foge da cama na juventude e na vida adulta corre um risco maior de padecer de Alzheimer lá na frente. “Observamos que a privação de sono aumenta o acúmulo de placas amiloides no cérebro”, conta David Holtzman, neu-rologista que chefia as investigações. “Também é importante tratar qualquer distúrbio que atrapalhe o repouso, como a insônia e a apneia.”

Ao escovar os dentes você está prestando um serviço à sua memória. É o que cons-tata um trabalho da Universidade de West Virginia, também em terra americana, após submeter mais de 200 pessoas acima de 70 anos a avaliações da cavidade bucal e testes de memória. Resultado: os voluntários que ostentavam um sorriso bonito eram os mes-mos que guardavam melhor as lembranças. “Isso pode ser explicado pelas inflamações típicas das doenças que afetam os dentes e a gengiva. Ao que tudo indica, elas reper-cutem nas funções cognitivas”, diz o autor da pesquisa, Richard Crout. Quanto mais

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se usa a cabeça, mais fortes se tornam os laços entre os neurônios. No último congresso sobre o Alzheimer, sediado em Viena, na Áustria, ficou evidente que exercitar o cérebro é um antídoto con-tra os males que corrompem a memória e o raciocínio. Para espantar as teias de aranha da mente, invista em algo que trabalhe a atenção e também lhe dê pra-zer: leia, faça palavras cruzadas, jogue baralho ou xadrez, navegue na internet ou se aventure em um videogame.“Essas atividades favorecem a formação de no-vas conexões entre as células nervosas e reforçam as redes neuronais”, explica o psiquiatra Cássio Bottino.

Para os especialistas, não restam dú-vidas: um dos principais conselhos para preservar a memória é jamais aposen-tar o cérebro. Nada de torturá-lo.

“Leia se você tem vontade de ler”, exemplifica Cammarota. Ou, se for o caso, faça cálculos ou se empenhe nos jogos que ilustram esta reportagem. O convívio social também estimula e protege a massa cinzenta. “Estamos fi-nalizando um estudo que insinua que pessoas com um parceiro têm uma me-lhor saúde cognitiva”, conta Caramelli. E mesmo o alto-astral, ao subjugar o es-tresse, reforça a defesa dos neurônios. A felicidade de hoje, veja só, ajuda a recuperar os bons momentos de ontem.

Enquanto ficamos antenados no que fazer para turbinar o cérebro, saiba que pesquisadores decifram, aos poucos, o complexo funcionamento da memória humana. E as revelações devem reper-cutir, em breve, diretamente em nossa cabeça. Por que nos lembramos de um episódio e nos esquecemos de outros, por exemplo? As respostas começam a ser delineadas e já ambicionam aplica-ções terapêuticas.

Na ausência dessas pílulas pró-me-mória, fica o convite para que, indepen-

dentemente da idade, você registre as lições citadas por aqui e adote oshábitos que evitam a evaporação das lembranças. Ninguém precisa ser como Funes, o memorioso, persona-gem do escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986) que recordava, insuportavelmente, cada detalhe do universo ao seu redor. Mas não é exa-gero sentenciar que a vitalidade tam-

bém depende de que guardemos, nos meandros da mente, cada capítulo da nossa história.

A recomendação é fazer o que a gente gosta,

diz Bottino.

Podemos, um dia, interfe-rir no controle da memória,

apagando as recordações dos traumas e aprimorando a re-cuperação de alguns eventos,

vislumbra Cammarota.

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D e um lado, crianças que não convivem com seus avós. Do outro, pessoas que moram

em um residencial para a terceira idade e pouco têm contato com crianças.

Um projeto resolveu unir as duas pontas e promover um encontro entre as duas ge-rações. Quinzenalmente, cerca de dez crian-ças de cinco a sete anos visitam os 56 idosos que moram no Recanto Monte Alegre, no Butantã, em São Paulo.

No projeto Vovó-Criança, que existe des-de 2002, eles se encontram por algumas ho-ras para desenvolver atividades que visam estimular o desenvolvimento cognitivo, físi-co e social dos dois grupos etários.

Juntos, eles desenham, pintam e fazem colagens. Dividem lápis de cor e a mesma folha de sulfite num trabalho colaborativo, no qual o traço de um completa o outro.

A troca de experiências é o principal objetivo. “A convivência favorece a coorde-nação motora dos idosos e resgata sua au-toestima ao passar a experiência adiante”, diz Roberta Rolim Credidio, terapeuta ocu-pacional do residencial.

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para as crianças preencherem a lacuna de seus próprios avós, que, na maioria das vezes, não estão por perto”, afirma Nancy Coutinho, coordenadora-geral dos centros.

No final, pedagogas respondem às dúvidas que surgiram do encontro. “As crianças têm várias perguntas, como: ‘Por que eles estão na cadeira de ro-das?’. O contato as ajuda a entender os idosos e, principalmente, a respeitar as diferenças”, diz Coutinho.

tisfação de “200%” ao ver o progresso das crianças. “Eu tento passar conheci-mento, mas elas já são muito inteligen-tes. A gente não sabia tanto na idade delas”, conta, ao mesmo tempo em que ajuda os pequenos a escrever os pró-prios nomes.

A maior parte das crianças que par-ticipam do projeto vem de classes so-ciais mais baixas, é de regiões de alta vulnerabilidade social e não tem uma estrutura familiar sólida.

“Esse encontro é uma oportunidade

Eu tento passar conhecimento, mas elas já

são muito inteligentes. A gente não sabia tanto

na idade delas, diz Ruth Lacerda,

professora aposentada.

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Para viver mais e melhor, além de cuidar bem de seu capital genético, é preciso, também, preparar

o bolso para ter longevidade financeira

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P ara viver mais e melhor, além de cuidar bem de seu capital genético, é preciso,

também, preparar o bolso para ter lon-gevidade financeira.

A maneira mais eficaz de saber se você investe bem em sua saúde é com-parecer à festa de 20 anos da turma da escola. Você pode voltar para casa se sentindo a melhor ou a pior das mulhe-res. É lá, entre beijinhos e abraços sau-dosos, que você vai fazer um balanço de sua capacidade de investir e poupar saúde ao longo dos anos. De um lado, estarão aquelas (e aqueles) que não mudaram quase nada, elegantes, sorri-dentes, de bem com a vida. Do outro, es-tará um grupo de gordinhas, devorando um prato de salgadinhos, com um cho-pe na mão, entre baforadas de cigarro. Afinal, de que lado você quer estar?

Assim como acontece com seu pa-trimônio, que pode crescer ou diminuir, dependendo das decisões que você toma ao longo da vida, com a sua exis-tência é a mesma coisa. O investimento em saúde aos 60 anos é menos rentável do que aos 25 anos. Porém, não deixa de ser rentável, pois pode garantir al-guns anos a mais de vida. Pesquisas in-ternacionais mostram que, aos 60 anos, uma pessoa que gaste 2.000 calorias com atividades físicas pode viver, pelo menos, seis meses a mais por ano de atividades do que uma pessoa sedentá-ria. “O importante não é só viver muito, é viver feliz. Agora, se der para juntar as duas coisas, fica perfeito”, afirma Gui-marães. Aos 56 anos, o médico caminha cerca de 5 quilômetros nas proximida-des de sua casa, em Brasília.

Mas, fique esperta, pois viver mais tem seu preço e viver bem custa caro. Pense bem: se você se cuidar, poderá chegar aos 80, 90 ou – quem sabe – 100 P

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anos, pois a longevidade média vem au-mentando graças aos progressos da me-dicina e aos cuidados com o corpo. Por-tanto, além da “poupança” genética, você precisa também ter uma poupança finan-ceira sólida para agüentar o tranco. Pelos cálculos do economista Roberto Tamião, da MacroHead Consultoria Financeira, você vai precisar acumular pouco mais de 600 mil reais até os 60 anos para ser aposentar com uma renda vitalícia de 5 mil reais. Se qui ser uma renda maior, 7 mil reais, por exemplo, prepare-se para juntar cerca de 870 mil reais.

De acordo com o médico Renato Maia Guimarães, presidente da Interna-tional Association of Gerontology and Geriatrics e autor do livro Decida Você Como e Quanto Viver, todos nós somos iguais, mas morremos completamente

diferentes. “Cada um envelhece de um jeito, e a estrada que a pessoa segue depende dos acontecimentos da vida”, diz ele. Em seu livro, Guimarães com-para o envelhecimento a um processo de inflação lenta que atua sobre o ca-pital: “É como se as pessoas nascessem com uma poupança genética responsá-vel pela construção e pela manutenção do corpo, que pode ser aumentada ao longo dos anos por medidas favoráveis à saúde (investimentos), ou ainda ser parcialmente preservada se não forem feitos ‘gastos’ exagerados”.

Assim como acontece com seu pa-trimônio, que pode crescer ou diminuir, dependendo das decisões que você toma ao longo da vida, com a sua exis-tência é a mesma coisa. O investimento em saúde aos 60 anos é menos rentável do que aos 25 anos. Porém, não deixa de ser rentável, pois pode garantir al-guns anos a mais de vida.

Pesquisas internacionais mostram que, aos 60 anos, uma pessoa que gas-te 2.000 calorias com atividades físicas pode viver, pelo menos, seis meses a mais por ano de atividades do que uma-pessoa sedentária

O importante não é só viver muito, é viver feliz.

Agora, se der para juntar as duas coisas, fica perfeito,

afirma Guimarães.

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A arquiteta de 44 anos é uma mon-ja zen-budista noviça. Foi ordenada há pouco mais de um ano. De lá para cá, ela conta que passou a perceber melhor quais são seus limites. “Não penso na vida longa. Penso no presente, em como posso viver o melhor agora através de uma boa alimentação, de exercícios e da meditação”, diz ela. A vida longa, po-rém, é, sim, uma (feliz) conseqüência.

A meditação, além do estresse, reduz também a pressão arterial e, segundo vários especialistas do mundo todo, já pode ser considerada uma atividade que retarda o envelhecimento. A prá-tica oriental secular, segundo pesqui-sadores da Universidade da Califórnia, contribui até para evitar o acúmulo de gordura nas artérias.

É exatamente essa a busca de Sandra Degenszajn

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A doutora Elisa Harumi Kozasa é uma das autoras do primeiro estudo publicado internacionalmente com a utilização de técnicas de neuroimagem para verificar a atividade cerebral de voluntários, antes e depois de um re-tiro de meditação. Os exames foram realizados por meio de ressonância magnética funcional. Dados prelimina-res de um estudo piloto mostraram que, após o retiro de uma semana de medi-tação, áreas cerebrais relacionadas à atenção parecem estar mais ativadas do que antes desse treinamento. Esse resultado corrobora estudos anterio-

res que mostravam que a prática da meditação pode auxiliar na melho-ra da atenção. “Ainda não existem muitos estudos sobre os efeitos da meditação no funcionamento cere-bral, mas a literatura existente até o momento aponta, por exemplo, para alterações do padrão de on-das cerebrais compatíveis com um estado de alerta relaxado, e para a ativação de áreas cerebrais que parecem exercer um efeito positivo na atenção e na concentração”, diz a doutora Elisa.

No momento, uma nova etapa do estudo terá início e um novo grupo de voluntários passará pelo mesmo exa-me. A doutora Elisa é co-orientadora e pós-doutoranda do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pesquisadora colaboradora do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. Sua pesquisa está sendo realizada numa parceria entre a universidade e o ins-

tituto. Uma das maiores especialistas brasileiras nos efeitos da prática da meditação, ela participou em 2006 de uma mesa-redonda com o Dalai Lama, promovida pela Associação Palas Athe-na e pela Unifesp.

Se você já está estressada porque nunca meditou, passa do outro lado da rua de uma academia de ginástica e co-meu feito uma louca na festas de fim de ano, relaxe. Investir no capital da saú-de é algo feito dia após dia, portanto, a qualquer momento você pode começar a poupar seu corpo e sua mente. Quan-to mais adiar essa “poupança”, tenha certeza de que a fatura será cobrada lá na frente.

Tudo bem, não é fácil promover mu-danças radicais. Então vá aos poucos.

Praticantes de diversas modalidades de Yoga participam de encontro no Parque Ibirapuera chamado de Yoga Pela Paz

Que tal começar pela alimentação? No livro Em Defesa da Comida – Um Manifesto, o autor Michael Pollan diz para não comermos nada que nossa avó não reconheceria como comida. De acordo com ele, uma das razões para evitar produtos industrializados, de nomes complexos e cheios de aditivos, é que eles “mentem para o seu corpo; as cores e os sabores artificiais, os ado-çantes sintéticos e as novas gorduras confundem os sentidos em que nos fiamos para avaliar novos alimentos e preparar o corpo para lidar com eles”.Fo

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O investimento em saúde aos 60 anos

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A “Meu médico disse que o nível de ferro no meu sangue está melhor do que o dele”, diz ela. O elogio PE comemorado, pois muitas mulheres têm deficiência de ferro durante a gravidez. Na despensa da casa de Adriana não há lugar para biscoitos recheados, balas ou salgadinhos empacotados. “É importante estabelecer desde cedo uma boa dieta, rica em frutas e verdura, pois assim os filhos vão criar hábitos alimentares saudáveis, que prova-velmente ficarão para o resto da vida”, diz Adriana.

Agora, comer bem, fazer exercícios, man-ter a mente tranqüila entre outras tantas atitudes importantes para garantir muitos e bons anos de vida, de nada vão adiantar se você não souber aproveitar todo esse in-vestimento na hora em que for “fazer o res-gate” desse patrimônio. O carioca José Issa, fanático torcedor do Flamengo, caminha uma hora por dia e já escalou quase todas as montanhas do Brasil. Nos últimos tempos, decidiu chegar mais rápido lá em cima. Tro-cou a escalada pela asa-delta. Aventureiro incansável, há três anos ficou cinco dias em Mendoza, na Argentina, esperando o tempo melhorar para saltar de asa-delta dos An-des. “Seria uma beleza, um vôo de uma hora sobre os Andes”, diz ele. O tempo não aju-dou, e Issa teve de deixar a façanha “para a próxima vez”. Ele tem três pontes de safena, 80 anos de idade e acha a vida preciosa de-mais para ser desperdiçada. O carioca José Issa trocou a escalada pela asa-delta

A arquiteta Adriana Bar-bosa de Almeida Miller é vegetariana desde 2004. Mãe de Diogo, de 2 anos, e grávida de sete meses, ela esbanja disposição.

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consumo agora, já. Mas é preciso guar-dar uma parte do que ganham”, acres-centa Carreta. A mesma disciplina que a faz encarar a academia de ginástica e manter uma alimentação saudável, você deve ter com o dinheiro.

A soma desse esforço poderá fazer você viver mais e melhor.

Centenária, sim; pobre, jamais

S e os cuidados com a saúde podem esticar sua vida até os 100 anos, prepare-se

para não chegar lá pobre e dependen-do dos parentes. O economista Rober-to Tamião calcula que uma mulher de 30 anos que ganhe 5.000 reais por mês e consiga poupar cerca de 300 re-ais mensalmente chegará aos 60 anos com um patrimônio de 627.026 reais (veja o quadro).

“Com esse dinheiro, ela poderá viver indefinidamente com uma ren-da mensal de 5 mil reais depois de se aposentar”, diz Tamião. Nessa simu-lação, ele considerou que os recursos continuariam aplicados a uma taxa de 0,80% ao mês, após a aposentadoria, permitindo que essa mulher tenha uma renda vitalícia sacando apenas os juros que seu capital renderá.

Mas, se ela começar a investir só

Como formar patrimônio para

ter uma renda vitalícia após a aposentadoria

aos 40 anos e quiser ter uma renda vitalícia de 5 mil reais mensais depois de se aposentar, aos 60 anos, terá de aplicar todos os meses 866 reais até a aposentadoria, ou seja, quanto mais esperar para começar a preparar sua longevidade financeira, mais cara ela ficará. Assim, para viver até 80, 90 ou 100 anos com conforto e independên-cia financeira, você terá de abrir mão de parte de seu consumo atual para formar sua reserva estratégica para o futuro. “Não adianta chegar lá e morar debaixo da ponte”, diz Carreta.

Ele cita um estudo americano que mostra que, nos últimos dois anos de vida, as pessoas gastam com médicos e remédios 40% de tudo o que gastaram durante a vida inteira com esses itens. “As pessoas precisam criar consciência de fazer investimentos de longo prazo, pois estão cada vez mais atraídas pelo

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Por que sempre ir aos mesmos lugares

A mar é... fugir da rotina — sobretudo naquelas ho-ras reservadas para cur-

tir a cara-metade com exclusividade. O conselho não está em nenhum manual de autoajuda destinado a aquecer um relacionamento que, embora sólido, se tornou refém de uma monotonia siberiana, especialmente quando os amantes têm um tempo só, e somen-te só, para eles. Esse recado vem dos resultados de uma série de pesquisas conduzidas na Universidade do Esta-do de Nova York em Stony Brook, nos EUA. É que desfrutar de algo inabitual e prazeroso, como viajar para um des-tino fora do roteiro- padrão de férias ou provar os pratos de um chef pro-missor, ativa no cérebro uma área que os especialistas resolveram chamar de sistema de recompensa. A novidade faz a massa cinzenta liberar dopamina, endorfina e norepinefrina, substâncias intimamente envolvidas no nosso esta-do de humor — estado de bom humor, é claro. São elas também que deságuam na corrente sanguínea quando a gente, logo após engatar uma relação, passa por aquela fase de paixão total: basta a razão do nosso afeto tomar de assalto os pensamentos para sentirmos uma embriaguez de bem-estar.

Todo o corpo é contagiado pela sa-tisfação emocional. “Sem contar que conseguimos tomar decisões e pen-sar com mais clareza, tirando de letra as solicitações da vida. Mas, se não damos espaço na agenda aos interva-los de deleite, aquele duo hormonal passa a ficar em alta numa constância cotidiana. Daí, o coração, em vez de se comprazer com beijinhos e abraços

ou optar por aqueles programas a dois pra lá de habituais?

sem fim, sofre ao trabalhar em ritmo acelerado, a pressão arterial dispara e os quilos extras muitas vezes passam a se acumular em constância cotidiana. Daí, o coração, em vez de se comprazer com beijinhos e abraços sem fim, so-fre ao trabalhar em ritmo acelerado, a pressão arterial dispara e os quilos ex-tras muitas vezes passam a se acumular em uma velocidade impressionante. E a pólvora do nervosismo nem precisa de pavio para explodir. Dessa forma, não é de espantar que muita gente fique à mercê de um piripaque, na saúde e nos relacionamentos. É certo que fu-gir dos encontros rotineiros a dois pode ser uma boa. No entanto, nem todo mundo é adepto das mudanças

— trocar o samba pelo tango? Jamais. “Existem pessoas que gostam de se sentir em ambientes familiares”, diz a psicóloga Ana Ca-nosa, de São Paulo. Sua colega Ana Maria Rossi completa: “Muitas ficam ansiosas caso não saibam exatamente o que as aguar-da”. Para esses indivíduos, é preciso ir com calma. “Eles se sentirão mais realizados com pequenos desvios na rotina, nada que modifique drasticamente o cotidiano, Além disso, o casal precisa exercitar outra arte: a de conciliar seus prazeres.

“Quando estamos soltei-ros, só precisamos pensar nas nossas vontades”, diz Monezi.”, aconselha Mo-nezi. Em outras palavras,

se o companheiro ou a companheira só curtem um sambão, que tal começar a variar com uma noitada de samba-

-rock? Evite encarar o planejamento de um momento prazeroso como algo que vá exigir muito trabalho. Isso pode ser um balde de água gelada em qualquer tentativa de esquentar o relacionamen-to. uma velocidade impressionante. E a pólvora do nervosismo nem precisa de pavio para explodir.

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E sta é Maria Paula Fidalgo dando bronca em seu filho de um ano e meio. E esta também é Maria Paula, a “dona Casse-

ta”, não dando bronca em Felipe. Porque Maria Paula ri ou põe acentos de empolgação nas síla-bas o tempo todo. É alto astral. Quando briga, não grita. Logo pede um beijo. E, mesmo por telefone, você consegue ir imaginando os pontos de excla-mação que ela vai colocando na vida.

Assim como você a vê na televisão, a atriz está sempre de bom-humor. E, se não for pela falta de sono ou pela fome, você a verá estampando um sorrisão. Ainda mais que ela está numa fase muito feliz. Com 39 anos, a mãe de Felipe e Maria Luísa, 5, volta com a turnê de Decameron no teatro, aca-ba de filmar Sex Delícia e continua a parceria que já dura 15 anos com os Cassetas. Tudo isso sem perder a empolgação, sem deixar de participar do crescimento dos filhos e ainda ostentando um corpão, com 62 kg bem distribuídos em 1,77 m.

Quando a entrevistada é Maria Paula, é bom saber que ficar bem significa misturar a felicidade na carreira e na família com uma dieta saudável, malhação (de preferência ao ar livre) e cuidados com a mente e o corpo. “Se eu sei de uma coisa que me deixa com serotonina a mais rodando nas veias, eu vou fazer.” E aí coloque na lista desde o livro que ela acabou de ler – a biografia do Bus-sunda, escrita por Guilherme Fiúza e ainda não lançada – a terapias e práticas tão alternativas como o chi kong e o xamanismo.

Muito prazer,Maria Paula

Admite que envelhecer é cruel, que casamento é difícil e que ela ainda quer interpretar um per-sonagem 'barra pesada'

A apresentadora Maria Paula, no Leblon, na zona sul do RJ

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Qual é seu segredo para ficar bem?Tento, na medida do possível, conciliar tudo. Eu não fico sem ver meus filhos. Levo eles para o set porque, se não levar, vou ficar preocupada e vai ser difícil ter aquele brilho no olho. Porque não pode só não estar com olheira, tem que ter alegria. O seu bem-estar transparece na tela. E filho, quanto mais perto, mais

brilho no olho dá. A gente fica mais segu-ra sabendo que o bichinho tá ali.

Como você recarrega a energia depois de um trabalho exaustivo?Praia deserta, com água limpa. Eu vim para Trancoso me refugiar na natureza. Não estou naquela rotina da internet, vendo e-mails, lendo o que tem hoje no Estadão e no Globo. Eu acordo cedo, vou para a praia um pouquinho, nado no mar, faço uma massagem enquanto meu filho dorme e cuido do corpo, né? Fiz uma massagem de shiatsu e estou que-rendo fazer a de pedras quentes. Sempre faço isso. Quando acabou a temporada de teatro, fui para Miami com meus filhos e fiquei num hotel que tinha um super spa, com terapia, saunas, banhos, lamas e essas coisas que fazem bem pra caramba (risos).

E de malhação, o que tem feito?Eu corro. E sempre faço uns alonga-mentos, que podem ser mais para a ioga ou para o chi kong. Isso além do aeróbico, que faz parte da rotina. Um dia vai correr na praia, ou nadar, andar de bicicleta, subir trilhas para chegar a cachoeiras. É um momento de liber-dade, de estar sozinha, fazendo alguma coisa pra você. Claro que quando não dá eu tenho que correr parada na esteira, olhando as notícias na academia (risos). Mas mesmo isso vale a pena, porque tem uma descarga de hormônios do prazer que faz me sentir muito mais disposta depois. Isso me anima, porque eu não sou aquela que adora malhar.

Como é sua relação com a alimenta-ção?Na minha casa, mantenho uma rotina de comida orgânica, integral, muita salada, fruta. Mas quando a gente sai, entra no clima e se diverte. Adoro comer de vez em quando um hambúrguer

Para uma atriz, envelhecer é cruel, não?Envelhecer é sempre cruel para todo mundo. Você acha que eu queria? Não. Queria ficar sempre linda e jovem. Envelhecer é foda, mas é a realidade. E a gente tem que encarar isso bem. Eu faço tudo o que posso para conter natural-mente o máximo que puder. O que não vou é começar a intervir cirurgicamente. Aí já é probleminha mental que a gente tem que cuidar e se livrar dele. Tem que ser feliz.

Falando em felicidade, comomanter um casamento feliz?(Inspira) Ufa! É muito difícil. E com o passar dos anos vai se tornando cada vez mais um desafio. E uma conquista também, porque tem o prazer da coisa que dá certo e da intimidade que vai se aprofundando. Mas são altos e baixos. E a gente tem que estar com muito equilí-brio interno para não jogar no outro nossas pirações. Tem que deixar o outro viver, feliz, sem pirar, porque o modelo de casamento da nossa sociedade é mui-to restritivo. As pessoas se anulam com esse modelo católico, cheio de culpa, mas que tem até uma coisa romântica do amor exclusivista e eterno. Seduz. Mas o negócio do controle do outro é uma coisa assustadora e horrorosa, né? Tem que ter liberdade interna, para ter vida própria mesmo. E acho que o segredo é o amor. Se tiver um sentimento forte, você sobrevive aos altos e baixos naturais do caminho.

MOVIMENTOS ORIENTAISMaria Paula pratica chi kong, técnica chinesa que alia alongamento com respiração

C O M P O R T A M E N T O39

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Por uma infância felizEspecialista em bullying lança livro para ajudar pais a lidarem com problema

P rofessor de crianças com deficiências, Allan Beane perdeu o filho

de 23 anos consequência indireta do bullying. Intimidado e isolado por colegas na escola, o jovem entrou em depressão e começou a usar drogas, até morrer de overdose.

Mais de dez anos após a morte do jovem, Beane lança no Brasil “Prote-ja seu Filho do Bullying” (Ed. Best Seller, R$ 35, 238 págs.).

“ S e m p r e conto a história do meu filho. Faço isso desde 1999 e até hoje minhas lágrimas correm quando falo. A ferida e a dor nunca passam.”

T R A G É D I A P E S S O A LNosso filho Curtis foi vítima de

bullying e isso contribuiu para sua de-pressão e sua necessidade de recorrer a uma droga ilegal aos 23 anos. Ele tomou metanfetamina para aliviar-se da dor

Retaliação física ou verbal piora o problema. O importante é que elas não devem pensar que têm que resolver o caso sozinhas.

A T A Q U E S I N V I S Í V E I SA maioria do bullying acontece em

segredo, longe dos professores. Para se ajudar, as crianças devem conversar com um adulto de confiança.

V I G I A R É P R O T E G E RQuando se trata da segurança de

suas crianças, pais não devem se preo-cupar em violar sua privacidade. Mui-tas crianças têm problemas justamente porque seus pais não os supervisionam apropriadamente. Eles são responsá-veis pela segurança dos filhos, têm a responsabilidade de saber o que se passa na vida deles. E não precisam ser traiçoeiros, devem abrir o jogo. Quando se conversa com amor, as crianças são mais suscetíveis à supervisão.

causada pelo bullying e isso o matou. Prevenir e acabar com o bullying, espe-cialmente em escolas, tornou-se nossa missão e nossa paixão.

O Q U E É O B U L L Y I N GÉ um comportamento agressivo

intencionalmente doloroso, física ou psicologi-camente, e repetido. Como envolve um desequilíbrio de poder, nor-malmente é ameaçador.

C O N S E Q U Ê N C I A SO bullying priva a criança de um di-

reito básico, que é uma infância feliz. Pode criar uma série de problemas de saúde, como depressão, ansiedade, fo-bia, distúrbios alimentares e estresse pós-traumático. Muitos alunos faltam à escola para fugir do bullying. E podem buscar aceitação aderindo a gangues ou mergulhar no álcool.

C O M O S E D E F E N D E RAs crianças podem se defender evi-

tando o agressor ao máximo e não an-dando sozinhas, por exemplo. Também não devem mostrar ao agressor que se sentem magoadas, mas confiantes.

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Adolescente trocou de colégio abalado pelo bullying. O medo já não paralisa como antes, mas o adolescente de 15 anos que trocou de colégio para escapar das agressões teme caminhar sozinho pelas ruas de Ijuí, no noroeste do Estado. Depois de ser espancado e ver a surra gravada em vídeo, decidiu abandonar o colégio

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Mantenha a calma

Pare de roer as unhas

T aquicardia, suor excessivo, falta de ar ou respiração agi-tada. Pouco sono, coração

disparado, paralisia, vigilância extre-ma. Se você já sentiu uma dessas carac-terísticas, possivelmente foi quando a ansiedade te pegou. Na ficção pode ser engraçado ou angustiante, como nos filmes O Diário de Bridget Jones (2001) ou Melhor é Impossível (1997), mas na realidade é preciso diferenciar quando o perigo está longe ou quando controle e ansiedade não cabem mais na mes-ma frase. “É um estado de alerta, nos faz ficar vigilantes e atentos. Situações positivas e negativas podem causá-la”,

explica Mariângela Gentil Savoia, psi-cóloga do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, de São Paulo. “São situações de mudanças, novidades que podem provocar o sentimento. Pode ser uma prova, o encontro com um amor, ou um desafio”, completa o psiquiatra An-tonio Leandro Nascimento, consultor da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Mas e quando a situação passa dos limites e aquele leve frio na barri-ga começa a virar sofrimento? Um dos indícios de que é hora de buscar ajuda médica é a paralisia social, quando fica comum deixar de fazer algo por medo ou insegurança.”

Quando a pessoa desen-volve os transtornos como síndrome do pânico, estres-se, ansiedade generalizada, que é o individuo ansioso o

tempo todo, é hora de buscar tratamento, alerta Mariângela.

e veja dez dicas para controlar a ansiedade

Tolerância zero!

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44 E S T R E S S E

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1 0 T E R A P I AParece óbvio, mas nem sem-

pre as pessoas se lembram que desaba-far alivia. “Falar dos problemas acalma as emoções, além disso, a terapia fun-ciona para o paciente escutar a opinião de quem tem uma outra visão, bem mais positiva, dos problemas. O especialista ainda receita técnicas de relaxamento”, afirma a psicóloga Mariângela.

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1 R E S P I R A Ç Ã O"A ciência já provou que a respi-

ração ansiedade e a agitação”, afirma a pesquisadora da Unifesp Thais Godoy Bobbio, que também é professora de Yoga. Segundo ela, a única maneira de pedirmos para o organismo se acalmar é através da respiração. A dica é: inspi-re (pelo nariz) profundamente e conte até 3; expire (pelo nariz) devagar, con-tando até 5. Faça o exercício por pelo menos 10 minutos.

2 S O C I A B I L I D A D EFazer atividades em grupo e com

regularidade pode ser uma boa. Vale curso, passeio com os amigos, trabalho voluntário e até algum esporte que es-timule o convívio em equipe. O contato com outras pessoas, além de distrair, possibilita o desabafo sobre as próprias aflições que tanto incomodam. “Com-partilhar inseguranças é importante para não acumular preocupações”, diz a psicóloga Mariângela Gentil Savóia.

3 M U D A N Ç A D E F O C OTente se concentrar em outra coi-

sa que não no problema que está lhe atormentando. Se trabalhar em um local estressante, tente mudar de ambiente sempre que puder. “O importante é não pensar no problema para não exagerá-lo ainda mais. Se a situação é de ansieda-de no metrô, por exemplo, conte quan-tas pessoas de camisa branca entram no vagão. Essa é uma técnica de distração eficaz”, diz Mariângela.

4 E X E R C Í C I O S“Se não houver contra-indicações,

o melhor tipo de exercício é o aeróbico em uma intensidade um pouco mais alta. Estimula a produção de endorfinas, res-ponsáveis pela sensação de relaxamento”, diz José Kawazoe Lazzoli, especialista em Cardiologia e Medicina do Esporte.

5 P L A N E J A M E N T OListe na agenda suas atividades e di-

vida o tempo para cada uma delas. É exce-lente para não ter mil coisas para fazer na mesma hora.

6 D E S P L U G U E - S EO excesso de ferramentas para re-

ceber informações online, sejam notícias gerais ou pessoais, também gera uma ex-pectativa em excesso. É informação pela internet, televisão, rádio, celular. Checar e-mail também já virou vício. Se possível, tente estipular um tempo para verificar estas informações, como a cada meia hora

7 C O M A M E L H O RDescontar o estresse num pote de

sorvete pode até ajudar, mas corre-se o sério risco de o problema desembo-car na balança. A nutricionista Tânia Rodrigues, da RG Nutri, de São Paulo, aconselha: “Os alimentos muito calóri-cos devem ser evitados durante as cri-ses - quando estamos mais propensos a estocar energia sob forma de gordura- e também as substâncias estimulantes”. Aposte em maracujá, camomila, erva doce, leite, milho ou banana.

8 H O B B YAtividades que proporcionam pra-

zer são a melhor solução para trazer bem-estar e alívio. Se você ainda não en-controu nenhuma habilidade, nenhum interesse específico, tente algo novo. Se gosta de dançar, pratique. Se gosta de trabalhos manuais, produza. Escrever também é uma fonte de relaxamento.

9 Y O G AQue a pratica é relaxante todo

mundo acha. Agora, pode ter certeza. Uma pesquisa recente realizada pelo Instituto de Medicina Comportamental do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Uni-fesp) comprovou que o yoga tem mesmo efeito contra transtornos de ansiedade.

C O M P O R T A M E N T O45

Page 46: Revista Virtuosa

como trabalho, espiritualidade, família/saúde, prosperi-dade, sucesso, relacionamento, criatividade e amigos. Esses

itens fazem parte do bá-guá, uma espécie de bússola que serve para identificar os cantos da casa (veja ao lado).

Descubra os espaços da casa correspondentes às áreas da vida do bá-guá e “trabalhe” os pontos de carência pessoal.

“É fundamental que se escolha até três áreas da vida dentro da casa e uma em cada ambiente. Isso ajuda a concentrar a energia e a atingir o objetivo mais rapidamente”, destaca Mon. Cada espaço pode ser “trabalhado” usando-se cores e objetos correspondentes à área do bá-guá.

E possível harmonizar a casa com medidas simples, sem deixá-la com cara de loja de produto exotéricos.

Praticidade, conforto e bom senso é o lema de MonLiu, professora de feng shui do Senac, de-coradora e paisagista. Com dicas práticas, ela ensina como aplicar essa ciência milenar chine-sa. “Compara-se a uma ‘acupuntura da casa’ e se propõe a fazer a interação do ambiente com a pessoa.” No feng shui, harmonizar o ambiente está diretamente ligado a realizações pessoais, P

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Seu lar alto-astral

PROSPERIDADE/ABUNDÂNCIA

FAMÍLIA/SAÚDE

ESPIRITUALIDADE/AUTOCONHECIMENTO

SUCESSO/FAMA

RELACIONAMENTOS/CASAMENTO CRIATIVIDADE/

FUTURO

AMIGOS/VIAGENS/RELAÇÕES EXTERIORES

TRABALHO/CARREIRA

46 D E C O R A Ç Ã O

Page 47: Revista Virtuosa

F a m í l i a / S a ú d eCores: verde; elemen-

to: madeira (e água); forma: cilíndrica; fotos de família; plantas; móveis de madeira

maciça, quadros com paisagem de natureza;

pedra quartzo verde.A m i g o s / V i a g e n s /

R e l a ç õ e s E x t e r i o r e sCores: cinza, branco, preto; elemen-

to: metal (ou terra); fotos dos lugares que deseja conhecer; presentes de

amigos; fotos de amigos; ágata roxa.

T r a b a l h o / C a r r e i r aCores: preto, azul profundo ou cor

que lembre a profissão da pes-soa; elemento: água (ou metal); objetos, imagens ou símbolos que representem a profissão ou

cargo pretendido; plantas ascen-dentes (que crescem para cima);

luminária; fonte; pedra ágata azul.

S u c e s s o / F a m aCores: vermelho, dourado, laranja; elemento: fogo (e madeira); diplomas; prêmios; velas; bromélias;

antúrios; bico-de-papagaio.

R e l a c i o n a m e n t o s /C a s a m e n t o

Cores: rosa, vermelho, branco; elemento: terra (e fogo); obje-tos em pares; foto ou quadro

de casal; objeto em forma de coração; duas velas rosas;

flores; pedra quartzo rosa.

C r i a t i v i d a d e / F u t u r oCores: branco, metálicas, colorido; ele-mento: metal (ou terra); forma:

circular; quadro colorido; porta-retrato com mol-

dura prateada; fotos dos filhos; objetos de arte;

pedra amazonita.

E s p i r i t u a l i d a d e /A u t o c o n h e c i m e n t o

Cores: azul, verde ou lilás; ele-mento: terra (ou fogo); livros;

canto de meditação; santinhos; foto do cosmo; velas; pedra ame-

tista; incensos; capela.

P r o s p e r i d a d e /A b u n d â n c i a

Cores: púrpura, amarelo, dourado; elemento: madeira (e

água); fonte; girassol; quadro de sol; planta ascendente; pe-

dras pirita, mica ou citrino.

TRABALHO

FAMÍLIA

SAÚDE

RELACIONAMENTOS

ESPIR

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IDAD

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PROSPERID

ADE

AMIGOS

SUCESSO

CRIATIVIDADE

Aplique o ba guá sobre a planta da casa, posicio-nando a área trabalho na entrada principal ou de maior movimento.

C O M P O R T A M E N T O47

Page 48: Revista Virtuosa

Daniele Cavalcante, apesar de apaixo-nada por moda e

design, é Eletrotéc-nica e paga suas

contas com um emprego de gera-

ção de energia

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Estamos vivendo uma época de Evolução e Revolução de ide-ias “verdes”, um tempo de conscientização do nosso meio e do nosso ser. Em 2011, o bem-estar é chique e é tendência!

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Salto, saltinho, saltão!

equilíbrio do centro de gravidade do seu cor-po, principalmente se você é daquelas que passa o dia em pé (ou boa parte dele) ou anda alguns poucos metros (que mais parecem qui-lômetros) durante parte do dia. Mas, se você é “cocota” e só anda de carro, então atente para as outras dicas!

Abuse das peep toes, além de serem peças atemporais, estão super na moda! Elas podem ter o salto alto e grosso, um pouco mais baixo, porém fininho e delicado, ser fechado atrás ou com tiras. Parece confuso? Confira a tabela.

E se você é uma “cocota” ousada, ainda pode se arriscar com calças bem mais esti-losas, como boyfriend, cenoura e saruel, que mescla os estilos despojado e sofisticados. Ou ainda, arrase numa meia-calça (no inverno pessoal!) fio 40 ou 80, sua peep toe preferida e bermudas alfaia-taria, saias curtas ou shorts.

Boa moda conforto pra você!

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Quando se une: pé + moda + calçados, você pensa em quê? Naquele seu MA--RA-VI-LHO-SO salto que te acompa-

nha todo dia, certo? Bem-estar e salto alto são duas palavrinhas que não andavam juntas, pelo menos até você ler este artigo, pois, do contrário do que muitas mulheres pensam, é possível, sim, andar bonita com um salto e

sentir-se bem o dia inteiro, sem sofrer com aqueles terríveis calos e dores nas pernas.

Já dizia o ratinho do Castelo Rá-tim--bum, na minha infância: “Meu pé,

meu querido pé! Que me aguenta o dia inteiro(...)” E, pen-

sando nisso, a moda em cal-çados vem

buscando con-forto além de

um bom design. As regras são bá-

sicas: 1. nada de saltos sem plataformas; 2.

nada de sapato apertado - nem pense em comprar um

número menor só porque era o último da pro-moção! e 3. antes de comprar, ande muito pela loja!

O calçado, quando usado incorre-tamente, pode prejudicar o seu sistema circulatório e o

Peep toe: atemporale na moda

48 M O D A

Page 49: Revista Virtuosa
Page 50: Revista Virtuosa

Um, dois: abre a boca, franze a testa...E hora da malhação. Não pre-

cisa colocar o tênis, nem se preocupar com distenções e

cãibras. Você também não vai carregar pesos nem usar aparelhos. Vai precisar apenas de um espelho.

Sem cirurgias nem intervenções ra-dicais, a ginástica facial pode ajudar a prevenir rugas precoces e a combater a flacidez facial. Sem contar que pode ser feita a qualquer hora do dia (mas, por favor, evite praticá-la em reuniões pro-fissionais, por exemplo). Porém, como em qualquer atividade física, exige dis-ciplina.

A técnica de movimentos, que vale para homens e mulheres a partir dos 25 anos, trabalha e tonifica a muscula-tura tanto do rosto quanto do pescoço e colo. Só não vale fazer qualquer care-ta. A terapeuta facial Bartira Bravo, de São Paulo, alerta que exercícios feitos de maneira inadequada podem trazer prejuízos. Por isso, no início, o ideal é se exercitar seguindo à risca as indicações, e sempre diante do espelho. “Após dois meses já é possível notar mudanças fi-sionômicas e um aspecto mais saudá-vel”, explica Bartira.

Exercícios faciais ajudam a evitar rugas e flacidez

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R E C O R T E E C O L EAbaixo, quatro movimentos básicos da ginástica facial para você recortar ecolar onde quiser. É necessário uma repetição de cinco vezes cada exercício, e a série completa dura em média de oito a dez minutos

EXERCÍCIO 1

EXERCÍCIO 2

EXERCÍCIO 3

EXERCÍCIO 4

Aperte bem forte os olhos e mantenha o esforço contando até dez

Levante bem as sobrancelhas com os olhos fechados e conte até dez. Volte devagar contando até seis

Faça uma espécie de boca de peixe aberta e segure contando até 12. Volte devagar contando até dez

Sorria forte para os lados. Segurando o sorriso com o pescoço, coloque a língua no céu da boca, e conta até dez

50 B E L E Z A

Page 51: Revista Virtuosa

Acupuntura e massagem terapêutica aju-dam mulheres nessa fase da vida a refazer as pazes com o travesseiro.

Ondas de calor, perda do desejo sexual e, ainda, noites em claro. Não é incomum que o climatério, período marcado pela queda do hormônio estrogênio, atrapalhe inclusive o re-pouso do sexo feminino.

Para recuperar a calmaria noturna, o Am-bulatório de Distúrbios do Sono na Menopau-sa, da Universidade Federal de São Paulo, tem investido, com sucesso, no poder das agulhas, da massagem e de outras técnicas complemen-tares. “Ao reduzir o estresse e a ansiedade, elas promovem relaxamento e melhoram não só a qualidade do sono mas também outros sinto-mas dessa fase”, conta a ginecologista Helena Hachul, coordenadora dos estudos.

Você está no pesoideal?

Por um sonomelhor

Uma investigação americana coloca o espelho em xeque.Pesquisadores da Universidade do Texas perguntaram a

2056 obesos como eles viam o próprio corpo. A resposta sur-preendeu: 8 % desses indivíduos (praticamente um em cada dez) disseram exibir uma sillueta em plena forma.

E, deles, 35 % apresentam pressão alta, 15 % colesterol elevado e 14 % diabete.

“A crença na cintura esbelta leva ao descaso com as com-plicações do sobrepeso”, considera a nutricionista Lara Na-tacci Cunha, da Universidade de São Paulo. Consulte a fórmu-la abaixo e verifique se é o seu caso.

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Page 52: Revista Virtuosa

Prof. Dr. e Consultor na Área Cultural e Educacional, João Martins acredita que sua vocação para a área educacional e pesqui-sas acadêmicas esteja relacionada a família

A voz do CORAÇÃO

N em sempre percebemos que o ser humano nasce com a Música dentro se si. Tão preocu-pados vivemos com o mundo que nos rodeia

e em nossa interação com ele que com o passar dos anos es-quecemos de exercitar aquele hábito saudável que tínhamos

na infância de ficar quieto ouvindo apenas os sons das batidas de nosso coração, ou seja, mesmo nascen-

do com a Música em nós, insistimos em abafar, pouco a pouco, essa graça divina que temos. Deus nos deu dois instrumentos maravilho-

sos: um percussivo, que está no centro de nós, que determina o ritmo para nossa vida, e

outro melodioso, que está em nossa garganta.

Em meio a tantas aflições, angústias, exigências da con-temporaneidade, talvez seja o momento oportuno para re-fletirmos quanto aos nossos exageros habituais, que tendem a gerar conflitos e medos em nossas almas e consequentes danos à saúde. É importante voltarmos a praticar coisas sim-ples, belas e especiais, que fazem parte da essência humana. Que tal experimentarmos voltar a cantar durante o banho, a assobiar pela rua, no trabalho, ou no carro, e, melhor ainda, dormir ouvindo o tum, tum, tum do coração vibrando no cen-tro de nosso ser? Atitudes assim possibilitam a melhoria da qualidade de vida ao nos fazerem reativar conceitos como rit-mo e harmonia no cotidiano. Cantemos seguindo a velocidade natural das coisas: é simples e fácil ser feliz quando se deixa o coração de fato ser o pulso da vida.

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52 C U L T U R A

Page 53: Revista Virtuosa

"A alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira."

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"O bem-estar na vida obtém-se com o aperfeiçoa-mento da convivência entre os homens."

"A virtude é comunicável, mas o vício, contagioso."

Marquês de Maricá

Léon Tolstoi

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Page 54: Revista Virtuosa

A mãe de uma menina de 11 anos está preocupada com o namoro da filha,

que já dura meses. É que a garota con-tou a ela que o relacionamento com o namorado, de 15 anos, está “esquen-tando”. Essa mãe não sabe mais o que fazer porque já conversou com o casal, aconselhou, falou de todos os riscos de uma gravidez fora de hora. Mesmo as-sim, parece que eles não se dão conta da gravidade da situação, já que res-ponderam a ela que “o que tiver que acontecer acontecerá”.

Em outra ponta, a mãe de um jovem de 21 anos encontra-se em uma situa-ção parecida. O filho é financeiramente autônomo e decidiu casar-se com sua namorada, que é a primeira garota com

quem se relacionou. Essa mãe é contra a decisão do rapaz porque acha que ele deveria ter outras experiências amoro-sas e sexuais antes de se comprometer. Por causa desse conflito, mãe e filho es-tão com a relação bem desgastada.

Essas situações nos mostram que muitos pais estão confusos na relação que estabelecem com os filhos. Por isso pode ser bem interessante pensar so-bre esse vínculo tão especial.

Os filhos não vêm ao mundo por vontade própria. Os pais – ou um deles – quiseram isso, mesmo que esse que-rer tenha sido repleto de contradições. Uma vez aqui, cabe aos pais, por causa do amor que a ele dedicam, formar o fi-lho para que ele possa andar com suas próprias pernas, ser autônomo.

A questão fundamental no mundo contemporâneo talvez seja a de que o amor de muitos pais pelos filhos tor-nou-se a única coisa (ou pelo menos a mais importante) que conta nessa rela-ção. E isso muda tudo na formação dos mais novos.

Quando uma criança pequena, à mercê de seus caprichos, quer ou não quer qualquer coisa, os pais cedem, mesmo sabendo em tese que não deve-riam, porque o amor que sentem pelo filho não permite vê-lo sofrer. Mais crescido, mas criança ainda, ele quer se comportar como adulto, como a filha de nosso primeiro exemplo. Os pais cedem porque se sensibilizam com a situação e acabam por acreditar que as coisas são assim mesmo hoje em dia.

Já com o filho crescido e amadureci-do, prestes a colocar o pé na vida adulta e pronto para assumir todos os ônus e bônus desse caminho, alguns pais he-sitam em sair de cena porque isso sig-nifica ter de suportar o afastamento. O amor imenso que sentem acaba por aprisionar todos nesse laço.

Dessa maneira, o amor desses pais pelos filhos, como se configura e se materializa na atualidade, acaba impe-dindo que estes reconheçam sua inti-midade já que os pais imiscuem-se nela, atrapalha o processo de construção de autonomia deles porque os pais ofer-tam conforto, em todos os sentidos, em troca de sua proximidade, permite às crianças que se comportem como adul-tos que vivam como crianças porque os pais não suportam a ideia de que seus filhos vivam fora dos contextos sociais do momento.

Será que o amor dos pais pelos fi-lhos está fora de controle justamente porque as relações afetivas entre adul-tos se tornaram descartáveis e frágeis? P

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