revista pet food brasil jun 2012

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  • 5/22/2018 Revista Pet Food Brasil Jun 2012

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    Pet Food Brasil

    Pet Food BrasilRevista

    Ano 4 / Edio 20 / Mai-Jun de 2012 / www.editorastilo.com.br

    PremixO uso da suplementao imprime uma nova

    realidade indstria brasileira de nutrio anim

    PremixO uso da suplementao imprime uma nova

    realidade indstria brasileira de nutrio anim

    Setor se rene na 2 EXPO PET FOODSetor se rene na 2 EXPO PET FOOD

  • 5/22/2018 Revista Pet Food Brasil Jun 2012

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    2 Editori a

    Edio 20Maio/Junho 2012

    Prezado Leitor

    A indstria de nutrio para animais de estimao contabiliza a sua

    participao durante a segunda edio da Expo Pet Food, evento realizado

    em So Paulo, no incio de maio. A feira, promovida pela Editora Stilo, foi

    mais uma vez palco para lanamentos e apresentao de tendncias em

    equipamentos, insumos, raes, embalagens e demais itens voltados para o

    mercado de alimentao animal. Confira as novidades e a opinio de quemparticipou do evento, que em paralelo sediou o IV Congresso Internacional e

    o XI Simpsio sobre Nutrio de Animais de Estimao, ambos organizados

    pelo CBNA Colgio Brasileiro de Nutrio Animal.

    Destacamos tambm nesta edio o uso do premix na a limentao para animais

    de companhia. De acordo com dados fornecidos pela ABINPET, o setor pet

    food produziu em 2011, 1.934 mil toneladas, movimentando R$ 12,2 bilhes.

    Considerando-se uma incluso mdia de 4% de premix, o volume utilizado foi

    de aproximadamente 77 mil toneladas. A demanda para este mercado segue

    o crescimento estimado para o setor de alimentao animal. Fornecedores

    analisam o mercado brasileiro de premix, apontam as tendncias, nos contam

    como atuam e revelam as suas perspectivas de negcios.

    Gerente industrial da Brazilian Pet Foods, Marcelino Bortolo, o nosso

    entrevistado. O especialista conta a trajetria da companhia, que surgiu em

    2010 aps diviso da Nutriara, e tem como proposta produzir alimentos com

    alta tecnologia e qualidade superior. Nosso objetivo desenvolver alimentos

    que se destacam pela qualidade, inovao e bem estar dos animais, com uma

    atuao respaldada na sustentabilidade. Confira!

    Boa Leitura!

    Daniel Geraldes

    Pet Food B

    Pet Food BRevista

    Ano 4 /Edio 20 /Mai-

    PremixO uso dasuplementao imprim

    realidadei ndstriabrasileirade nu

    PremixO uso dasuplementao imprim

    realidade indstriabrasileirade nu

    Setorserenena 2EXPO PESetorserenena 2EXPO PE

    C

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    DiretorDaniel Geraldes

    Editor Chefe

    Daniel Geraldes MTB [email protected]

    Jornalista Colaboradora

    Lia Freire - MTB 30222

    PublicidadeLuiz Carlos N. Lubos,

    [email protected]

    Direo de Arte e ProduoLeonardo Piva

    Denise [email protected]

    Conselho EditorialAulus Carciofi

    Claudio MathiasDaniel GeraldesEverton Krabbe

    Flavia SaadJos Roberto Sartori

    Vildes M. Scussel

    Fontes Seo NotciasAnfal Pet, Pet Food Industry, Sindiraes, ValorEconmico, Gazeta Mercantil, Agncia Estado,

    Cepea/Esalq, Engormix, CBNA

    ImpressoIntergraf Ind.Grfica Ltda

    DistribuioACF Alfonso Bovero

    Editora StiloRua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61So Paulo (SP) - Cep: 04004-000

    Fone: (11) 2384-0047

    A Revista Pet Food Brasil uma publicao bimestralda Editora Stilo que tem como pblico-alvo empresasdos seguintes mercados: Indstrias de Pet Food,

    Fbricas de Rao Animal, Fornecedores de Mquinase Equipamentos, Fornecedores de Insumos e Matrias

    Primas, Frigorficos, Graxarias, Palatabilizantes, Aditivos,Anti-Oxidante, Embalagens, Vitaminas, Minerais,

    Corantes, Veterinrios e Zootecnistas, Farmacologia,Pet Shops, Distribuidores, Informtica/Automao

    Industrial, Prestadores de Servios, Equipamentos deSegurana, Entidades da cadeia produtiva, Cmaras de

    Comrcio, Centros de Pesquisas e Universidades, EscolasTcnicas, com tiragem de 10.400 exemplares.Distribuda entre as empresas nos setores de

    engenharia, projetos, manuteno, compras, diretoria,gerentes. enviada aos executivos e especificadores

    destes segmentos.Os artigos assinados so de responsabilidade de seus

    autores e no necessariamente refletem as opinies darevista. No permitida a reproduo total ou parcial

    das matrias sem expressa autorizao da Editora.

    Sumrio

    Not cias

    Cade rno Cien tfi co

    Capa

    Entr evis ta

    Info rme Tcni co

    Em F oco1

    Em F oco2

    Em F oco3

    Em F oco4

    Segu rana Alim enta r

    Pet Food Online

    Cade rno Tcni co1

    Cade rno Tcni co2

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    6 Not ciasNot cias

    Mais uma planta industrial, construda pelaFerraz, inaugurada

    A Puro Trato uma das principais fornecedoras de alimentos para grandes animais, com uma vasta gama de produtos, quer seja

    no setor de raes balanceadas, quer seja no de suplementos minerais e proticos. H um portflio bastante grande e completo

    na linha para equinos, tendo em suas instalaes modernos equipamentos para fabricao de raes de alto padro (por exemplo,

    laminador de gros e aveia).

    A empresa atende vrios Estados e, de agora em diante com a nova planta j construda dentro dos padres de qualidade e

    sanidade - poder expandir ainda mais sua rea de atuao no territrio nacional e tambm internacional, com alimentos para ces,

    gatos e peixes, todos com maior valor agregado.

    Foi empregada a mais alta tecnologia na nova planta, quer seja em equipamentos, quer seja em automao de mquinas e

    processos, possibilitando um perfeito controle de qualidade. Um moderno laboratrio responsvel pela segurana de todas as

    matrias-primas envolvidas no processo, bem como, da qualidade dos produtos acabados.

    NOFINALDOMSDEMAIOANOVAUNIDADEDEPRODUODERAESEXTRUSADAS, DAPUROTRATO, EMSANTOAUGUSTO(RS), COMEOUAOPERAR

    Melhoradores de desempenho na alimentaoso proibidos O uso das substncias antimicrobianas espiramicina e eritromicina, com finalidade de aditivo zootcnico melhorador de

    desempenho na alimentao animal, foi proibido pelo Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (Mapa). A determinao

    est na Instruo Normativa n 14, publicada no Dirio Oficial da Unio (DOU) de 18 de maio.

    A deciso faz parte das aes desenvolvidas pelo Mapa para garantir o uso responsvel e prudente de antimicrobianos em

    animais produtores de alimento e atualizar os estudos tcnico-cientficos sobre aditivos melhoradores de desempenho utilizados

    em animais. O trabalho vem sendo desenvolvido pelo Grupo de Trabalho do Departamento de Fiscalizao de Insumos Pecurios

    (DFIP) desde 2003.

    O comit sugeriu a descontinuidade do uso de espiramicina e eritromicina como aditivo melhorador de desempenho por

    preocupaes relacionadas sade pblica. Para essas substncias, considerada prioritria a necessidade de anlises de risco

    e implementao de medidas para preveno do desenvolvimento de resistncia microbiana, conforme as recomendaes dos

    organismos de referncia dos quais o Brasil membro, como a Organizao Mundial de Sade (OMS), a Organizao Mundial de

    Sade Animal (OIE, sigla em ingls) e o Codex Alimentarius.

    Com as novas regras, os registros dos aditivos e produtos destinados alimentao animal que contenham as substncias

    antimicrobianas espiramicina e eritromicina devero ser cancelados no prazo de 30 dias.

    A manuteno dos registros dos produtos destinados alimentao animal, quando for do interesse das empresas detentoras dos

    registros, permitida desde que seja alterada a sua composio, com a substituio das substncias antimicrobianas espiramicina e

    eritromicina por outro aditivo melhorador de desempenho base de antimicrobianos, em conformidade com a legislao vigente.

    Fonte: Mapa

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    8 Not cias

    Incio da construo do novo Instituto dePesquisa da Kemin em Des Moines

    Kemin Industries iniciou a construo do novo prdio que abrigar o departamento de Pesquisa e Desenvolvimento em Des Moines. O moderno

    laboratrio dispor de 370 metros lineares de espao de bancada, abrigando cerca de 60 cientistas.

    O novo prdio contar com dois laboratrios gerais, seis laboratrios compartilhados e trs laboratrios-piloto. Os laboratrios-piloto atuaro no

    desenvolvimento de produtos que possam posteriormente ganhar escala de produo na preparao do lanamento comercial.

    Caso voc queira saber o que inspira cientistas e pesquisadores a darem o melhor de si, basta lhes perguntar e foi exatamente o que fizemos,

    afirmou o Dr. Chris Nelson, Presidentee CEO da Kemin. Eles nos ajudaram no projeto do novo prdio de P&D, que uma abordagem de conceito

    aberto e inclui laboratrios compartilhados. o melhor ambiente possvel para estimular a colaborao, inovao e desenvolvimento de produtos

    inditos.

    Os cientistas da Kemin que pesquisam e desenvolvem produtos para as indstrias de rao, alimentos, sade, nutrio e beleza trabalharo neste novo

    prdio. O departamento atual continuar a operar em plena capacidade com cientistas focados em inovaes, pesquisas e alimentos para pets.

    Existem inmeras caractersticas especiais no projeto do novo prdio, inclusive um laboratrio sensorial e uma cozinha experimental, que seroutilizados pela diviso de tecnologia de alimentos da empresa. Contar tambm com um laboratrio para a avaliao das molculas desenvolvidas pela

    Kemin para produtos de cuidados pessoais.

    Este novo centro de pesquisas parte do plano de expanso global anunciado pela Kemin em outubro de 2010, que inclui a duplicao das

    instalaes de sua matriz em Iowa. O centro de pesquisas, que deve ser concludo em meados de 2013, ser conectado ao novo prdio da matriz.

    Mais de 100 cientistas se reuniram este ms em Des Moines para a cerimnia de lanamento da pedra fundamental da nova instalao.

    KEMIN INSPIREDMOLECULARSOLUTIONS

    A Kemin (www.kemin.com) fornece solues moleculares inspiradas, especificamente desenvolvidas para o benefcio de seres humanos e animais.

    Comprometida com segurana de alimentos e raes, a Kemin fabrica mais de 500 ingredientes especiais em suas modernas fbricas para o setor

    global de alimentos e raes, alm dos mercados de sade, nutrio e cuidados pessoais. A Kemin, empresa privada global, conta com quase 1.500

    funcionrios, opera em mais de 90 pases e possui plantas na Blgica, Brasil, China, ndia, Itlia, Cingapura, frica do Sul e Estados Unidos.

    A CONSTRUOPARTEDOPLANOGLOBALDEEXPANSODAEMPRESA

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    10 Not cias

    Nosso problema o farelo de soja, e no omilho, diz executivo da BRF O preo do farelo de soja o que tem pressionado os custos da BRF

    Brasil Foods e no o preo do milho, segundo informaes do diretor de

    compra de gros, farelo e leos da companhia, Messias Oliveira. O farelo

    est bastante alto e corresponde a 25% do custo de produo da rao e

    16% do custo final do frango. J o preo do milho est em um nvel bem

    interessante, esclarece o executivo durante o evento Perspectivas para o

    Agrobusiness em 2012 e 2013, realizado pela BM&FBovespa.

    Para ele, o preo da soja deve continuar alto. Tivemos uma quebra

    na ltima safra de soja de 13 milhes de toneladas, considerando as

    estimativas, e em 10 mi lhes considerando a produo de 2011, informa

    ao comentar os preos para este ano. Para ele, a safra dos Estados Unidos,

    no segundo semestre do ano, deve ajudar a melhorar o cenrio. Acho que,

    com a entrada da safra americana, o quadro pode melhorar um pouco,mas no muito, diz.

    No sentido oposto, o preo do milho deve permanecer em um patamar mais baixo, com a previso de uma boa oferta no prximo

    semestre. Vemos uma safra recorde tanto nos Estados Unidos, quanto no Brasil, diz L eonardo Sologuren, da empresa Clarivi. Ele salienta

    um ponto importante para exportadores nacionais de milho o preo da commodity est pareando uma correlao no mercado nacional e em

    Chicago, comenta. Para Sologuren, essa aproximao indica um amadurecimento do mercado brasileiro.

    Os executivos tambm comentaram sobre a possibilidade de a Chi na aumentar a produo interna de milho e, assim, diminuir demanda

    externa. H muito potencial para crescimento de produo na China. Eles ainda tem muito a crescer com tecnologia, avalia o executivo

    da BRF. Por outro lado, aponta Leonardo Sologuren, por mais que a China cresa, o nvel da demanda ainda vai superar e muito a oferta,

    pontua. As informaes partem da Agncia L eia.

    Fonte: Agncia Leia

    Guabi prospecta novas parcerias em feirainternacional do segmento petINTERZOO2012 UMDOSPRINCIPAISEVENTOSPETINTERNACIONAIS

    O mercado pet brasileiro est aquecido e empresas nacionais buscam novas oportunidades no cenrio internacional para ingressar

    seus produtos em um setor que movimenta no mundo U$76 bilhes/ano. No Brasil, o segmento alcana a cifra de R$11 bilhes, de acordo

    com dados da ABINPET (Associao Brasileira da Indstria de Produtos para Animais de Estimao). Desta fatia, o ramo Pet Food

    representa 66% de todo o valor de mercado. O Grupo Guabi um dos maiores produtores de raes e suplementos do pas participou da Interzoo, que foi realizada entre os dias

    17 a 20 de maio, em Nuremberg (Alemanha). No ano passado, a feira recebeu 1.500 expositores de vrios pases e um pblico estimado em

    mais de 39 mil visitantes de diversas nacionalidades.

    A Interzoo a maior feira no segmento pet e traz um panorama do mercado mundial. A Guabi no poderia deixar de participar deste

    importante evento, que rene os principais fornecedores desta rea. Para a Empresa uma oportunidade de prospectar novas parcerias

    e apresentar um produto genuinamente brasileiro com qualidade superior ao mercado internacional. A Guabi j exporta pa ra mais de 30

    pases e busca ampliar c ada vez mais sua rea de atuao, ressalta Robson Fonseca, gerente de Comrcio Exterior da Guabi.

    Para Robson, os produtos no mundo vm caminhando para as linhas naturais, como ocorre para os seres humanos. Cada vez mais os

    animais de estimao so tratados como membros da famlia e os cuidados com a alimentao e sade dos pets tm merecido uma ateno

    especial por pa rte de seus donos, complementa Fonseca.

    Informaes para imprensa: LN Comunicao

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    12 Caderno Cien tf ico

    s frutanas so polmeros de frutose, podendo

    ser naturais, derivados de plantas (inulina) ou sintticos,

    resultante da polimerizao da frutose (Gibson e

    Roberfroid, 1995). A inulina um termo aplicado a

    uma mistura heterognea de polmeros de frutose,

    de cadeia linear com tamanho varivel, unidos por

    ligaes do tipo (2-1), encontrados amplamente na

    natureza como carboidratos de armazenamento de

    plantas como alcachofras, cebola, alho, aspargo, banana,

    tomate, cevada, centeio, trigo, raiz de chicria e yacon

    (Roberfroid et al., 2010). Grande parte da inulina e

    Frutooligossacardeos (FOS) comoprebiticos para ces e gatos

    A

    Por: Ricardo Souza Vasconcellos e Karla dos Sa ntos Felssner

    oligofrutose disponveis no mercado de ingredientes

    sintetizada a partir da sacarose ou extrada das

    razes de chicria (Niness, 1999). Tratando-se de

    carboidratos no-redutores no participam das

    reaes de Maillard e so altamente estveis em

    diferentes condies de pH e temperatura (Van Loo

    et al., 1998). Possuem resistncia acidez gstrica,

    hidrlise enzimtica e absoro gastrointestinal,

    penetrando no intestino grosso onde serviro

    de substrato para microrganismos benficos

    (Roberfroid, 2007). A fermentao no intestino

    grosso produz os cidos graxos de cadeia curta (AGCC),

    dentre estes os mais estudados o cido ltico, propinico,

    butrico e actico. Estes compostos promovem uma

    acidificao do lmen intestinal fornecendo um meio

    propcio ao crescimento de bactrias benficas como

    os Lactobacillus e Bifidobacterium em detrimento

    das bactrias patognicas como Clostridium, E.coli,

    Listeria, Salmonella e outras (Cummings et al., 2001).

    A absoro dos AGCC rpida sendo que acetato e

    propionato chegam a circulao portal e em seguida

    ao fgado e o butirato utilizado como principal fonte

    de energia para os coloncitos. Estudos recentes tm

    demonstrado que as clulas do sistema imunolgico,

    especialmente polimorfonucleares, expressam

    receptores acopladores de protena-G (GPRs) capazes

    de transportar os AGCC para o interior destas

    clulas, evidenciando a importncia destes substratos

    energticos para o sistema imunolgico (Roberfroid

    et al., 2010). A suplementao com FOS pode reduzir

    a produo de compostos putrefativos (fenis, indis e

    amnia), os quais contribuem para o mau odor das fezes

    e para a carci nognese do clon (Swanson et al., 2002).

    Os mecanismos pelos quais os prebiticos

    so capazes de melhorar a resposta imunolgica

    do hospedeiro ainda so pouco conhecidos.

    Ao estimularem o crescimento das bactrias

    produtoras de cido lctico, os prebiticos atuam

    indiretamente e de forma benfica sobre o sistema

    imune do hospedeiro, pois estas populaes

    bacterianas produzem substncias com propriedades

    imuno-estimulatrias (ex. lipopolissacardeos,

    peptideoglicanas e cidos lipoteicicos) que interagem

    com o sistema imune em vrios nveis, incluindo

    a produo de citocinas, a proliferao de clulas

    mononucleares, a fagocitose macrofgica e a induo

    na sntese de imunoglobulinas, em especial as IgA de

    mucosa (Macfarlane & Cummings, 1999).

    Em humanos, o FOS demonstrou efeitos benficos

    em pacientes com infeces intestinais e condiesinflamatrias como colite ulcerativa ativas e sndrome

    do intestino irritvel. Apesar destas evidncias do

    efeito benfico do FOS sobre a sade em humanos,

    os estudos com prebiticos em ces e gatos ainda

    so relativamente escassos e apresentam resultados

    um tanto quanto controversos. Nesta edio sero

    apresentados dois artigos recentes sobre o uso de

    FOS, sendo o primeiro deles em gatos e o segundo,

    uma meta-anlise de estudos sobre o uso de FOS em

    humanos com distrbios gastrointestinais sobre os

    benefcios sade alcanados.

    CELULOSE, FRUTOOLIGOSSACRDEOS

    E PECTINA DIETTICOS MODIFICAM

    CATABLITOS PROTICOS FECAIS E

    POPULAES MICROBIANAS

    EM GATOS ADULTOS.

    Resumo: -2,1 frutanas so molculas de hidratos de carb

    com propriedades prebiticas. Atravs da resistncia

    digesto no trato gastrointestinal superior, elas atingem

    clon intactas, onde seletivamente estimulam o crescime

    e / ou atividade da populao benfica intestinal. Atra

    desta alterao da microflora intestinal e por mecanism

    adicionais, -2,1 frutanas podem ter efeitos benficos so

    a funo imune, a capacidade para combater a infec

    proce ssos inf lam atri os. Nest e trab alh o foram resu mi

    e avaliados estudos que investigaram os efeitos do F

    Vinte e um estudos em animais de laboratrio sugerem

    alguns aspectos da imunidade inata e adaptativa do intest

    e os sistemas imunes sistmicas so modificados por B

    frutanas. No homem, dois estudos em crianas e nove estu

    em adultos indicam que o sistema imunitrio adaptativo p

    ser modificado por B-2,1 frutanas. Treze estudos em mode

    animais de infeces intestinais concluem um efeito ben

    das -2,1 frutanas . Dez estudos envolvendo lactentes e crian

    relataram principalmente benefcios sobre os parmetros

    infeco. Em quinze ensaios com humanos adultos, po

    efeito foi verificado, embora em situaes especfi

    certos -2,1 frutanos podem ser benficos. Dez estudos

    modelos animais mostram benefcio de -2,1 frutanos no

    diz respeito inflamao intestinal. Relatrio de estu

    em humanos trazem alguns benefcios em relao a doe

    inflamatria intestinal (quatro estudos positivos) e derma

    atpica (um estudo positivo), mas os achados em sndro

    do clon irritvel so inconsistentes. Portanto, em geral

    resultados indicam que -2,1 frutanos so capazes de modu

    alguns aspectos da funo imune, melhorando a capacidade

    hospedeiro em responder com sucesso para certas infec

    intestinais e modificando algumas condies inf lamatri

    Bristish Journal of Nutrition, vol.101, p.633-658, 2009.

    Autores: Lomax, AR; Calder, PC

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    14 Caderno Cien tf ico

    CELULOSE, FRUTOOLIGOSSACRDEOS E PECTINA DIETTICOS

    MODIFICAM CATABLITOS PROTICOS FECAIS E POPULAES

    MICROBIANAS EM GATOS ADULTOS.

    Resumo: doze gatos machos adultos (1,70,7 anos) foram empregados em um delineamento

    replicado quadrado latino 3x3 para determinar os efeitos do tipo de fibra na digestibilidade dos

    nutrientes, produtos finais da fermentao e populao microbiana fecal. Trs dietas contendo

    4% de celulose, frutooligossacardeos (FOS) ou de pectina foram avaliadas. O escore fecal

    foi avaliado pelo mtodo de 5 pontos, sendo 1 fezes firmes e ressecadas e 5 fezes lquidas e

    aquosas, com diarria. No foram observadas diferenas (P> 0,100) na ingesto de MS, MO,

    PB e gordura em hidrlise cida, digestibilidade da MS e da MO, pH fecal e percentual de MS

    fecal, concentraes de histamina ou feniletilamina, tambm nas fezes. Digestibilidade da

    prote na b ruta e d a g ordur a d imi nur am (P = 0 ,079 e 0 ,001, resp ect iva mente) em resp osta

    suplementao com pectina em comparao com a celulose. Tanto a suplementao com FOS

    quanto pectina resul tou em aumento dos escores fecais (P

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    16 Capa

    os anos 80, fabricantes de pet food j acrescentavam

    aos seus produtos o premix, porm eram raros os estudos e

    pesquisas acerca deste ingrediente e a sua real importncia e

    contribuio para os animais, to pouco, havia uma definiotcnica, que surgiu h aproximadamente trs anos. Antes

    disso, o premix era registrado como suplemento. Estamos

    falando de uma pr-mistura de vitaminas, minerais e

    aditivos, acrescentada na alimentao animal em pequenas

    quantidades (em virtude de sua alta concentrao) e que no

    deve ser fornecida diretamente aos animais (IN 15/2009).

    Os premixes esto disponveis para todos os tipos de raes

    (extrusadas, peletizadas, fareladas etc) e so direcionados s

    mais variadas espcies e fases de desenvolvimento animal,

    tanto para animais de produo quanto de companhia, com

    maior ou menor grau de processamento.

    N

    PremixUm mercado com alto potencial

    Foi a partir da dcada de 90 que o uso do premix na alimentao para animais de companhiaganhou maior relevncia, estabelecendo uma nova realidade no mercado brasileiro

    Por: Lia Freire

    O gerente nacional de Premix Pet, da Nutron Alimentos,

    Vladimir Fay Silva, observa que o setor de premix passou

    por diversas fases de desenvolvimento. At as dcadas de

    60 e 70, a maioria das empresas de alimentao animal eraabastecida por alimentos prontos, ou seja, adquiriam-se

    raes produzidas por fornecedores especializados, com raras

    excees de empresas de alimentao animal que produziam

    o seu prprio premix ou compravam este ingrediente. A

    partir da segunda metade da dcada de 70, com o aumento

    considervel de empresas do setor de alimentao animal,

    houve uma difuso do uso da tecnologia do premix pronto

    terceirizado, com o fornecimento por empresas produtoras

    de vitaminas, o que se consolidou na dcada de 80, com a

    entrada de fornecedores de outros componentes, como

    aditivos, antibiticos base, melhoradores de desempenho

    e outros. Com o tempo, demais fornecedores deste setor

    surgiram e, atualmente h mais de 60 empresas de premix

    atendendo o mercado nacional.

    Com o passar dos anos, os principais players do setor de

    alimentao animal focaram suas pesquisas na importncia

    desta suplementao, uma vez que durante as fases de

    processamento dos alimentos perdia-se vitaminas, minerais

    etc. De l para c o seu uso tornou-se sine qua non, ou

    seja, no representa mais um diferencial, mas uma condio

    mnima de atuao. A partir da dcada de 90 o premix se

    popularizou, quando o uso do alimento industrializado

    especfico para os animais de estimao ganhou relevncia

    e os pets deixaram de frequentar apenas o quintal das

    residncias e ganharam o seu espao no interior das casas.

    Essa maior aproximao com os donos fez com que eles

    notassem os benefcios que estes premixes ofereciam aos

    seus animais, analisa Guilherme R. Palumbo, supervisor de

    produtos da M.Cassab, companhia que atua neste mercado

    h quase trs decadas.

    TENDNCIA

    A incluso de premix na rao garante o fornecimento

    de nutrientes e aditivos de maneira equilibrada, segura e com

    garantias mnimas ou ideais, baseadas no perfil de consumo

    em questo, alm de ter o aporte de qualidade de mistura

    ideal obtido com rigorosos sistemas de c ontrole.

    Os tipos de premix mais utilizados so tambm os

    mais comuns, ou seja, vitamnico e mineral. A indstria

    comumente trabalha com frmula prpria, encomendando

    o premix de acordo com sua necessidade, podendo incluir

    aminocidos e outros aditivos.

    No basta empregar o premix na alimentao animal,

    hoje soma-se necessidade do seu uso, a preciso das

    misturas, a quantidade empregada, dentre outros aspectos.

    Desenvolver premix no se restringe a misturar vitaminas.

    Por trs disso, h uma cincia que atua em vrias frentes:

    produto, mistura, estabilidade etc, destaca o supervisor da

    M.Cassab, Palumbo, acrescentando que atualmente atribui-

    se ao premix no apenas a sua importncia nutricional, comotambm a sua contribuio para as funes imunolgicas.

    Os estudos de suplementao sempre foram assim: retirava-

    se determinada vitamina do alimento e analisava-se o

    resultado. Atualmente, as pesquisas vo alm desta questo.

    Analisa-se tambm as doses necessrias de cada vitamina

    para determinada fase do animal, destacando-se assim as

    funes imunolgicas que os premixes promovem.

    Palumbo afirma que o mercado de nutrio animal atua

    em paralelo com a nutrio humana. Aqui na M.Cassab

    trabalhamos dentro da cincia e seguimos esta tendncia. A

    rao econmica no mais a pri meira opo, especialmente

    quando analisamos a regio Sudeste. Devido as melhorias

    na qualidade de vida do brasileiro, ele busca para o seu pet

    alimentos mais nutritivos. Percebemos ainda que alm da

    tendncia em aumentar as doses de vitaminas, minerais etc,

    nos premixes, vem crescendo consideravelmente o uso de

    minerais quelatados - minerais ligados a uma estrutura de

    protena ou aminocido, que tem aumento de absoro e no

    necessita usar fonte inorgnica -, embora o custo seja mais

    alto, explica Palumbo.

    MERCADO BRASILEIRO

    De acordo com dados fornecidos pela ABINPET

    - Associao Brasileira da Indstria de Produtos para

    Animais de Estimao, o setor pet food produziu em 2011,

    1.934 mil toneladas, movimentando R$ 12,2 bilhes.

    Considerando uma incluso mdia de 4% de premix, o

    volume utilizado na alimentao de animais de companhia

    foi de aproximadamente 77 mil toneladas. A demanda para

    este mercado segue o crescimento estimado para o setor de

    alimentao animal.

    FISCALIZAO E LEGISLAO

    A indstria de premix submetida ao controle do

    Ministrio da Agricultura. Alm disso, em virtude dos

    Atribui-se ao premix no apenasa sua importncia nutricional, comtambm a sua contribuio para a

    funes imunolg icas .

    A partir da do premix se popoca em queindustrializadoanimais de estganhou relevGuilherme PalM.Cassab.

  • 5/22/2018 Revista Pet Food Brasil Jun 2012

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    18 Capa

    constantes e graves problemas de sade pblica e animal, os

    importadores de alimentos mantm avanadas estruturas

    de fiscalizao a fim de evitar a aquisio de alimentos

    contaminados (com metais pesados, antibiticos no

    permitidos pela legislao do pas, dioxinas etc). Com base

    nisso, a indstria brasileira de raes exige cada vez mais

    qualidade e garantias das premixeiras - j que o premix de

    baixa qualidade pode ser o principal contaminante de ca rnes,

    leite, ovos e raes, descreve Vladimir, gerente da Nutron.

    As indstrias de premix devem seguir o regulamento

    estabelecido pelo Decreto 6296/2007, normas correlatas

    e possuir registro no MAPA- Ministrio da Agricultura,

    Pecuria e Abastecimento. A IN 42/2010 isentou o premix

    da necessidade de registro. A norma que regulamenta

    os produtos destinados a alimentao de animais de

    companhia, IN 30/2009, determina que as vitaminas e os

    microminerais constantes na formulao dos produtos

    devero ter seus nveis de garantia declarados. A norma

    tambm diz que para a declarao nveis de garantia de

    vitaminas e microminerais, devero ser consideradas apenas

    as quantidades adicionadas.

    A ABINPET lanou o Manual Pet Food Brasil.

    A nova publicao uma atualizao do Manual PIQ

    PET, desenvolvido h seis anos pelos grupos tcnicos da

    entidade, compostos por diversos profissionais das empresas

    associadas e de universidades.

    O Manual contm informaes sobre os padres

    tcnicos e de qualidade de matrias-primas, parmetros

    nutricionais, metodologias analticas aplicveis e condies

    ideais de produo para garantir alimentos seguros, tanto

    para o mercado nacional, quanto internacional.

    A ATUAO DOS FORNECEDORES

    De acordo com o gerente da Nutron, Vladimir, desde

    o incio da atuao no segmento de nutrio animal, a

    empresa que passou no final de 2011 a integrar o grupo

    Cargill - focou os seus servios e produtos no mais alto

    padro de qualidade para parceiros interessadas no melhor

    custo-benefcio, com garantias de segurana nutricional e

    qualidade total.

    A companhia oferece linha de premixes para gado

    leiteiro e de corte, animais de companhia, equinos,

    sunos, aves em geral, peixes, alm de matrias-primas e

    especialidades do setor. Tambm atendemos empresas

    que necessitam de frmulas especficas. Ao contrrio da

    maioria, a Nutron no tem como foco principal o custo

    primrio de premix, pois a participao deste ingrediente

    geralmente pequena no custo total da rao e devido

    s garantias necessrias de um produto como este e os

    riscos que uma qualidade inferior podem ocasionar, a

    nossa preocupao principal a tranquilidade e satisfao

    do cliente, entregando o que ele nos sinalizar que seja um

    real valor para sua companhia. Com isso, atualmente aNutron no tem direcionamento principal em participao

    do mercado de preo e sim na presena no cliente com

    qualidade inquestionvel e os melhores resultados possveis

    e possibilidade de risco zero. Agora que passamos a

    integrar o Grupo Cargill muitas outras novidades viro:

    passamos a contar com centenas de pesquisadores, iremos

    desenvolver novos ingredientes, alm disso, tecnologias

    e servios j esto sendo avaliados e futuramente estaro

    disponveis para o mercado nacional.

    A Nutron tem investido h um bom tempo em mquinas

    para a deteco e controle de contaminantes de alto risco

    De acordo com dados daABINPET, o setor pet fo odpr oduz iu em 2011, 1.934 mi l

    toneladas e movimentou R$12,2 bilhes. Considerando uma

    incl uso mdi a de 4% de prem ix ,o vo lume ut il iz ado na al imenta o

    de an im ais de comp anhi a fo i deaproxima damente 77 mi l to ne la das.

    Investimosconstantemente emnossos laboratrios

    para a qualifcao e

    validao de nossosprodutos, Pedro L.

    Bertolani, da M.Cassab.

    como metais pesados, dioxinas e antibiticos. Atualmente,

    o nosso laboratrio referncia no setor, prestando servio

    inclusive a outras empresas do segmento, destaca Vladimir. A M.Cassab h 3 anos atua fortemente no segmento de

    premixes para pet food. A sua fbrica de Valinhos (SP) possui

    produo inteiramente dedicada a esta linha e tem recebido

    investimentos constantes para adequar-se s diversas

    exigncias do mercado. At o final de 2012, a expectativa

    que os investimentos cheguem a R$ 1 milho. O Grupo

    tambm investe em laboratrios para a qualificao e

    validao de seus produtos, como acontece h 10 anos em

    sua unidade na China, que conta com 12 pessoas. Em

    paralelo a isso, temos aqui no Brasil uma forte e capacitada

    estrutura tcnica que por meios analticos busca comprovar

    a qualidade de nossos produtos. Possumos um sistema

    de rastreabilidade total e de pesagem assistida, que um

    sistema de checagem da incluso de cada ingrediente que

    faz parte da formulao do premix ou do blend vitamnico,

    por isso, no h a menor possibilidade da incluso de um

    ingrediente indesejado em nossas formulaes. Em virtude

    desta atuao, temos a total segurana em comercializar

    produtos de mxima qualidade e segurana. Atuamos

    a partir do que o Ministrio da Agricultura, Pecuria e

    Abastecimento (MAPA) exige. Nossos premixes no tma presena de antibiticos, antioccidianos, medicamentos e

    melhoradores de desempenho, so livres de contaminantes,

    ou seja, apenas linha branca. Tambm desenvolvemos

    formulaes customizadas em conjunto com as empresas

    do setor, explica Pedro Luis Bertolani, gerente de mercado

    ingredientes e suprimentos da M.Cassab.

    Palumbo, da M.Cassab, afirma que atualmente a

    empresa detm aproximadamente 8% do mercado brasileiro

    de premix e a meta conquistar 15%. Temos estrutura para

    atender 50%. Somos audaciosos, com otimismo. Visamos

    crescer com segurana e gradativamente. Encaramos o

    premix como uma ferramenta de trabalho. O que temos de

    expertise, compartilhamos com o mercado. O conhecimento

    tcnico comum a quase todas a s empresas e cabe a ns querecebemos outros tipos de informaes compartilharmos

    com os nossos parceiros de negcios.

    Presente em mais de 35 pases, a DSM oferece ao

    mercado a garantia de rastreabilidade dos seus premixes

    e isso se deve a complexa estrutura da companhia que

    permite desde a produo da matria-prima das vitaminas,

    passando por sua transformao na forma comercial,

    chegando produo dos premixes. Desenvolvemos

    premixes de linha e de formulao especial, para cada

    necessidade. Alm disso, estamos focados em setores onde

    a nossa participao relativamente baixa. Aproveitamos

    para investir em novas parcerias de negcios, expandindo

    a nossa linha a atuao no mercado brasileiro, explica

    Rodolfo Agustin Pereyra, gerente de vendas no Brasil,

    destacando ainda que a tendncia neste mercado por

    produtos com alta eficincia e qualidade, exatamente a

    filosofia adotada pela empresa.

    Desenvolver premix nose restringe a misturar

    vitaminas. Por trs disso,h uma cincia que atua emvrias frentes: produto,

    mistura, estabi lidade etc.

  • 5/22/2018 Revista Pet Food Brasil Jun 2012

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    20 Entrevi sta

    Durante a sua participao no IV Congresso Internacional e XI Simpsio sobre Nutrio de Animais de Estimao,

    realizados no incio de maio, juntamente com a 2 Expo Pet Food, em So Paulo, o zootecnista e Dr. em Nutrio

    Animal, Marcelino Bortolo, gerente industrial da Brazilian Pet Foods concedeu entrevista equipe da Revista Pet

    Food Brasil. Na ocasio, o especialista deu o seu parecer sobre a atual posio do mercado brasileiro de nutrio

    animal, falou sobre tendncias de consumo no setor e a atuao da Brazilian Pet Foods. A companhia que surgiu

    em 2010 aps ciso da Nutriara, tem como proposta produzir alimentos com alta tecnologia e qualidade superior.

    Nosso objetivo desenvolver alimentos que se destacam pela qualidade, inovao e bem estar dos animais, com

    uma atuao respaldada na sustentabilidade, enaltece Bortolo.

    Marcelino Bortolo

    A nutrio para animaisde companhia j h algumtempo est sendo direcionadapara a especializao.

    Acredito que segmentos como o de petiscos despontaro ainda mais, como tambm os alimentos que tm intrnsecos conceitos desustentabilidade e funcionalidade, Marcelino Bortolo.

    Revista Pet Food Atualmente, qual a tendncia

    de consumo no mercado brasileiro de alimentao

    animal?

    Marcelino Bortolo De um modo geral e isso se estende

    ao mercado brasileiro, a nutrio para animais de

    companhia est sendo aprimorada, ou seja, os alimentos

    esto com finalidades funcionais e apelos de recreao e

    treinamento (snacks). Esta tendncia ocorre em funo da

    humanizao na relao entre os proprietrios e os seus

    animais de estimao. Estes so considerados e tratados

    como um membro da famlia, portanto, a procura cada

    vez maior por uma alimentao saudvel, balanceada e

    adequada, estando diretamente relacionada a alimentos

    de maior valor agregado.

    Revista Pet Food Qual a anlise sobre o mercado

    brasileiro de alimentao animal?

    Bortolo Embora seja ntida a evoluo no mercado em

    termos de qualidade e diversidade e exista a crescente

    procura por alimentos mais elaborados, obviamente

    que ainda temos uma grande e considervel fatia para

    ser conquistada, formada tanto pelos consumidores

    que continuam oferecendo aos seus animais alimentos

    humanos, quanto por aqueles que devido s questes

    econmicas no tm condies de comprar alimentos

    (mais elaborados, que compem as linhas Premium e

    Super Premium).

    Revista Pet Food Em que posio est a indstria

    brasileira de alimentao animal quando levamos em

    considerao o cenrio internacional?

    Bortolo Hoje em dia, o Brasil est em uma situao

    bastante favorvel, especialmente com relao s

    questes sanitrias. Os alimentos destinados aos animais

    de estimao so altamente seguros, pois sempre

    tivemos uma forte presso dos pases da Comunidade

    Europeia, Estados Unidos, Canad, China, Chile e demais

    regies que importavam os nossos produtos.

    A Brazilian Pet Foods est entre os 10 maiores

    fabricantes de alimentos para animais do mundo e em

    3 lugar na Amrica Latina (http://www.petfoodindustry.

    com/Petfood_top_10). Cheguei recentemente dos

    Estados Unidos para falar sobre o rigoroso controle

    microbiolgico dentro das fbricas da Brazilian Pet

    Foods que tem sido timo exemplo de como produzir

    alimento animal.

    Revista Pet Food O que difere o controle

    microbiolgico realizado na Brazilian Pet Foods das

    demais companhias?

    Bortolo Trabalhamos a partir das Boas Prticas

    de Fabricao (BPF) que abrangem um conjunto de

    medidas que devem ser adotadas pelas indstrias de

    alimentos a fim de garantir a qualidade sanitria e

    a conformidade dos produtos alimentcios com os

    regulamentos tcnicos. Promovemos diferentes anlises

    Por: Lia Freire

  • 5/22/2018 Revista Pet Food Brasil Jun 2012

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    22 Entrevi sta

    Alimentar com qualidade

    o nosso negcio!

    e os resultados vm sendo muito bons. Transmitimos

    alta confiabilidade ao mercado. Todo este trabalho de

    rastreabilidade na empresa comeou forte h cerca de 6

    anos e est fundamentado na conscientizao de todos

    os colaboradores. Isso algo que no compramos, mas

    formamos e a Brazilian Pet Foods est apoiada pelo

    Programa Integrado de Qualidade Pet (PIQ Pet), criado

    pela ABINPET - Associao Brasileira da Indstria de

    Produtos para Animais de Estimao - ex- ANFALPET.

    Esta certificao fornecida para empresas que

    seguem as normas de cdigos da BPF (Boas Prticas de

    Fabricao) e Programas de Certificaes Internacionais

    (APPCC com base no Codex Alimentarius), visando

    contribuir para a evoluo da qualidade dos produtos

    oferecidos ao mercado consumidor, aumentando a

    confiabilidade e a segurana dos alimentos e permitindo

    uma demonstrao pblica do comprometimento das

    empresas produtoras.

    Revista Pet Food Quais aspectos, em sua opinio,

    ainda precisam ser aprimorados pela indstria

    brasileira de alimentao animal?

    Bortolo Acredito que ainda h muito fabricante

    brasileiro que precisa se adequar s Boas Prticas de

    Fabricao. Os rgos governamentais e de fiscalizaodeveriam concentrar ainda mais esforos neste sentido.

    H itens desenvolvidos a partir da mais alta tecnologia,

    enquanto outros so produzidos de maneira precria, sem

    nenhum tipo de cuidado. Se e voluirmos neste sentido, o

    setor de alimentao para animais de estimao ter um

    resultado ainda melhor.

    Revista Pet Food Como analisa o futuro do

    mercado?

    Bortolo Como j havia mencionado anteriormente,

    o setor est sendo direcionado para alimentos

    A companhia nasceu em 2010, a partir de um processo de ciso da empresa Nutriara. A atuao est focada em alimentosfuncionais e de valor agregado, alm da exportao.

    A Brazilian Pet Foods segue as n ormas de c digos da BPF (Boas Prticas de Fabricao) e Programas de Certifcaes In ternacionais (A PP

    base no Codex Alimentarius).

    com finalidades funcionais. Talvez o volume de

    extrusados, por exemplo, no cresa tanto, mas

    certamente a migrao ir acontecer devido s

    novas necessidades. E acredito ainda, que segmentos

    como o de petiscos despontaro ainda mais, como

    tambm os alimentos que tm intrnsecos conceitos

    de sustentabilidade e funcionalidade.

    Revista Pet Food N os a present e a Brazil ian Pet

    Foods, o seu posici onament o no mercado e os

    produtos desenvolvidos.Bortolo A companhia nasceu em 2010, a partir de

    um processo de ciso da empresa Nutriara. Nossa

    atuao focada em alimentos funcionais e de

    valor agregad o, alm disso, trabalha mos forte na

    exportao. A sede da empresa est em Arapongas

    (PR) e h unidades industriais espalhadas por Paulnia

    (SP), Apucarana (PR) e Cuiab (MT), totalizando

    6 fbricas. Nossas unidades so equipadas com

    a mais alta tecnologia, temos um departamento

    especfico para desenvolver novos produtos, que se

    destacam pela qualidade, inovao e bem estar que

    proporcionam aos animais. Alm disso, buscando

    sempre o desenvolvimento aliado sustentabilidade

    e respeito ao meio ambiente.

    O Grupo Brazilian Pet Foods tambm produtor

    de biodiesel e temos uma unidade que atua com

    os seus derivados, destinados alimentao

    animal, a rea de cosmtica, qumica fina e outros

    setores. Destacamos ainda a nossa atuao focada

    na sustentabilidade. No desejamos ser apenas

    mais um produtor de nutrio animal. As aes de

    hoje vo garantir a segurana do futuro, estamoscomprometidos com todo o planeta e evoluo da

    sociedade. Atualmente, o nosso apoio ao projeto

    Co Guia Brasil: D olhos a quem no pode ver

    inclui o pet na responsabilidade social. Quando o

    animal de estimao alimentado com um produto

    da Brazilian Pet Foods, o seu dono e o animalzinho

    esto indiretamente colaborando para manuteno

    do projeto. Hoje so 2 mil pessoas cadastradas

    entre 5.400.000 com deficincia visual em nosso

    pas, aguardando um co companheiro. Isso o que

    chamamos de responsabilidade societal.

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    24 Informe Tcn ico

    C om a demanda crescente de produtos que beneficiem asade de ces e gatos, a funcionalidade do pet food se tornou um

    dos principais fatores de sucesso na conquista do marketshare.

    Dessa forma, apelos de claims voltados para a sade e o b em-estar

    se tornaram valores importantes e defendidos pelos fabricantes de

    pet food. Assim, as marcas que so capazes de oferecer benefcios

    precisos, eficientes e compreensveis para o pet e seu dono, acabam

    se sobressaindo neste segmento de mercado.

    O Vit2Be, unidade de negcios do Grupo DIANA, atravs de uma

    profunda anlise e compreenso dos aspectos e funes f isiolgicas

    de ces e gatos desenvolve uma abordagem especfica para trazer aos

    fabricantes de pet food novos meios de diferenciar seus produtos.

    Baseado nesta metodologia, o desenvolvimento do antioxidante

    fisiolgico SYNOX 3D considerou o crescimento da expectativa de

    vida dos pets e o impacto da nutrio no envelhecimento celular.

    Fenmeno fortemente induzido por radicais livres, o envelhecimento

    celular o g rande responsvel pelo estresse oxidativo.

    Baseado em estudos que ilustram como a disponibilidade de

    vitamina E e as concentraes plasmticas de metablitos txicos

    Ingredientes para a sade e o bem-estar

    O modelo Vit2Bedo estresse oxidativo esto ligadas gravidade de doenas, a buscapor alternativas mais eficientes e complementares com quantidades

    significativas de radicais livres se tornou uma importante

    necessidade. Pesquisas e experincias prticas em todo o mundo

    mostram que as formulaes modernas de pet food deveriam ser

    complementadas com varredores de radicais livres.

    Alm disso, o uso contnuo de mega 3 amplifica as atividades

    dos radicais livres, os quais, atravs de trs passos de reao de

    estresse oxidativo, aumentam ainda mais os efeitos negativos de

    longo prazo.

    Em condies normais, o equilbrio entre antioxidantes

    fisiolgicos (vitamina E, vitamina C, SOD e glutationa) e os radicais

    livres, asseguram uma proteo eficaz das clulas.

    Uma vez que os benefcios de proteo celular dos cidos graxos

    poliinsaturados alimentares (AGPI) so cada vez mais aplicados na

    formulao de pet food, a necessidade de antioxidantes fisiolgicos

    se torna cada vez mais importa nte.

    O aumento da produo de radicais livres (processo de

    envelhecimento, exerccio, estresse, doenas...) exige o fornecimento

    de antioxidantes cada vez mais eficientes. A administrao oral de

    enzimas que atuam no processo da proteo fisiolgica contra estes

    radicais no permite alcanar concentraes plasmticas eficientes,

    enquanto que o fornecimento alimentar de varredores de radicais

    livres uma alternativa real e ef iciente.

    Para conter os efeitos dos radicais livres no dano celular, o varredor

    ideal de radicais livres alimentares deve ser absorvido e manter a

    atividade nos meios aquoso e lipdico. A suplementao do pet food

    com antioxidantes naturais uma tendncia crescente, mas a eficincia

    clnica desses varredores de radicais livres raramente demonstrada.

    Melhorar a sade do pet e seu bem-estar atravs da concepo de uma

    mistura de varredores de radicais livres otimizados tem sido um desaf io

    VARREDORES DE RADICAIS LIVRES

    Os antioxidantes podem ser categorizados comotecnolgicos ou fisiolgicos. Os primeiros, so cruciaisna conservao de alimentos e na vida de prateleirados produtos. J os antioxidantes fisiolgicos, comoos varredores de radicais livres, protegem as clulascontra os danos estruturais induzidos por radicais livresque atacam principalmente as membranas celulares (1),estruturas da protena (2) e os cidosnucleicos (3).

    Iniciao

    A lipoperoxidao uma reao biolgica

    de auto-propagao, iniciada por espcies

    reativas de oxignio que abstraem os

    prtons dos cidos graxos. Dentre os

    mais sensveis, esto os cidos graxos

    poliinsaturados (AGPI) da famlia N-3.

    A iniciao resulta na produo de um

    radical de cido graxo reativo.

    Propagao

    O radical de cido graxo instvel reage

    com a molcula de oxignio, criando

    assim um radical peroxil de cido graxo

    instvel que reage imediatamente com

    outro cido graxo livre, produzindo um

    novo radical de cido graxo e o perxido

    de lipdio. Esta reao em cadeia se

    amplifica, uma vez que este novo radical

    de cido graxo reage da mesma forma.

    Terminao

    A reao em cadeia cessa quando dois

    radicais interagem e produzem espcies no-

    radicais estveis. A intensidade da interao

    direta dos radicais livres dependente da

    concentrao e produz metablitos txicos

    (dentre eles o malondialdedo). A acelerao

    da terminao alcanada por antioxidantes

    exgenos ou endgenos que atuam como

    doadores de prtons.

    industrial e nutricional durante vrios anos. A seleo e otimiz

    extratos de plantas tituladas, visando as diferentesestruturas c

    e a disponibilidade de ingredientes focados na sade, parece ho

    caminho mais eficiente para o sucesso.

    Atravs do SYNOX3D, o Vit2Be oferece aos fabricante

    food uma nova aplicao que lhes permite formular o pet fo

    mltiplas vantagens, diferenciao tcnica, eficcia na melh

    sade dos pets e melhora na percepo do produto pelo mer

    Atravs da sua abordagem em trs etapas espe

    (formulao, bem-estar e benefcios para a sade), o

    maximiza o valor do ingrediente para pets e seus dono

    como para os fabricantes de pet food.

    REAODOESTRESSEOXI DATIVE

  • 5/22/2018 Revista Pet Food Brasil Jun 2012

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    26

    Sindicato Nacional da Indstria de Alimentao

    Animal (Sindiraes) projeta crescimento de 2,8% em

    2012, em comparao ao a no anterior, com produo

    de 66,2 milhes de toneladas de rao e 2,58 milhes

    de toneladas de suplementos minerais. Em 2011, o

    setor cresceu 5,2%, movimentou R$ 40 bilhes em

    insumos e produziu 64,5 milhes de toneladas de

    rao e 2,35 milhes de suplementos minerais.

    O modesto aumento previsto para 2012 tem comoprincipal fator a demanda contida da c adeia suincola

    e moderada da avicultura industrial, atividades

    que tm sofrido com o custo elevado dos principais

    insumos da alimentao animal, baixos preos pagos

    aos produtores e desacelerao do ritmo exportador,

    explica Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo do

    Sindiraes.

    Apenas no primeiro trimestre de 2012, a produo

    de raes alcanou 14,9 milhes de toneladas, recuo de

    2% quando comparado ao que foi produzido de janeiro

    a maro do ano passado. Os segmentos de avicultura

    o de corte e suinocultura, que representam mais de 70%de toda demanda, recuaram respectivamente 1,1% e

    6,1%. As atividades da pecuria de corte e leiteira, por

    sua vez, apresentaram ligeiro avano de 1,2% e 1,1%,

    enquanto a postura de ovos manteve-se praticamente

    estvel (avano de 0,4%).

    De acordo com o executivo do Sindiraes, a

    cadeia de produo pecuria brasileira tem percorrido

    sucessivos ciclos de expanso, graas constantemobilizao de tecnologia e motivada pelo voraz

    apetite global por protena animal. Atualmente

    representa 6,5% do PIB brasileiro, gera milhares de

    empregos e responsvel por 18% das exportaes do

    agronegcio nacional. Desde meados do ano passado,

    no entanto, alguns setores expuseram-se em demasia

    e atualmente sofrem mais intensamente os efeitos

    da reorganizao econmica contempornea, cuja

    multiplicidade de efeitos vem impactando diversos

    empreendimentos que podem contagiar e prejudicar

    toda a cadeia produtiva, alerta.

    Dentre os fatores que influenciaram negativamente

    esto o enfraquecimento dos embarques observados

    desde 2010, graas valorizao da moeda brasileira,

    alm dos embargos impostos pelos Estados Unidos,

    Rssia e frica do Sul e da perda do vigor de clientes

    internacionais importantes. A quantidade de carne

    bovina exportada recuou 12% em 2011. A carne de

    frango aumentou apenas 3%, enquanto a exportao

    de carne suna recuou mais de 5%. A baixa pression ou

    os preos pagos aos produtores por conta da maior

    oferta no mercado domstico porque todo o excedente

    no exportado foi direcionado para consumo interno.

    Para Zani, todos os setores seguem pressionados

    pelo preo das commodities ainda relativamente

    sustentado que retroalimentam os custos de

    produo. A reduo do preo do milho nesse incio

    de ano acentuada pela produtividade recorde da

    safrinha corrobora a expectativa de mdia abaixo da

    verificada no ano passado, todavia a subida forte nas

    cotaes desde meados de 2010 alcanou 54 pontos

    percentuais at maro de 2012 e continua impactando

    sobremaneira o custo de produo das atividades

    pecurias, diz. O farelo de soja, por sua vez, j

    aumentou quase 40% at abril desse ano por conta

    da menor liquidez internacional, enquanto o salrio

    mnimo onerou a folha de pagamentos pela amplitude

    do reajuste e intensidade de mo de obra empregada,

    completa.

    AVICULTURA DE CORTE

    A avicultura de corte representou 50% da demanda

    de raes em 2011 e deve consumir 33,2 milhes de

    toneladas em 2012, ou seja, um crescimento de 3,1%.

    O grfico abaixo demonstra nos primeiros meses de

    2012 a queda acentuada do preo do frango que pode

    estar atrelada oferta de carne superior demanda

    embalada em 2011 e pelo crescimento de quase 5%

    no alojamento de pintos de corte que resultara em

    aproximadamente 13 milhes de toneladas de carne

    de frango e consumo per capita de 47,4 kg.

    AVICULTURA DE POSTURA A produo de rao para a indstria de postura

    comercial cresceu 2,6% e alcanou 5,1 milhes de

    toneladas em 2011, em resposta ao alojamento mdio

    de 79,7 milhes de pintainhas de postura e incremento

    de mais de 9% no consumo per capita de ovos que

    alcanou 162,5 por habitante. As exportaes de ovos,Indstria de alimentao animal projetaproduzir cerca de 3% mais em 2012

    Em Foco 1

  • 5/22/2018 Revista Pet Food Brasil Jun 2012

    15/35

    28 Em Foco 1por sua vez, recuaram 45% em quantidade e 31% em

    receita. As perspectivas pouco otimistas para o preo

    do ovo no corrente ano e a tendncia de crescimento

    no alojamento acumulado das pintainhas motivam

    o setor de alimentao animal a prever evoluo de

    menos de 3% na demanda de raes, algo em torno de

    5,1 milhes de toneladas em 2012.

    BOVINOCULTURA DE CORTE O setor de alimentao animal para bovinos de

    corte produziu 2,7 milhes de toneladas de raes e

    2,35 milhes de toneladas de suplementos minerais,

    incremento de 7,1% e 9,8%, respectivamente em

    2011, perodo que confinou 2,8 milhes de cabeas

    e foi caracterizado pela modesta oferta de bois

    compensada pelo abate de mais fmeas. Apesar

    dos relativos bons preos pagos ao boi gordo, o

    desembolso com alimentao representou 35% do

    custo do confinamento e dim inuiu a rentabilidade do

    produtor.

    Em 2012 o setor de alimentao animal espera

    produzir 2,9 milhes de toneladas de raes e mais

    2,6 milhes de toneladas de suplementos minerais,

    adio de 5,6% e 9,8% respectivamente, por conta

    do aumento da taxa de confinamento estimada no

    mnimo em 5%, embora o desempenho seja dependente

    tambm do mercado de reposio e venda do boi

    e bezerro, possvel reverso na reteno de fmeas,

    oportunidades de exportao da carne bovina, etc.

    BOVINOCULTURA DE LEITE

    Mesmo impactado pela alta dos insumos que

    aumentou em 20% o custo de produo, o crescimento

    de 9,3% que resultou em 5,1 milhes de toneladas de

    raes para bovinocultura leiteira em 2011 pode ser

    justifi cado, em pa rte, pela l imita o na oferta de leite

    em virtude da baixa qualidade das pastagens e a queda

    na captao por fatores logsticos que fortaleceram

    o preo pago ao produtor em boa parte do ano epressionaram a rentabilidade dos laticnios.

    Em 2012, o setor de alimentao animal prev

    incremento na ordem de 2,7% e produo de 5,2

    milhes de toneladas de rao, diante do estmulo

    produo de leite, reduo dos preos pagos ao

    produtor e continuidade na importao de lcteos.

    SUINOCULTURA

    A quantidade de carne suna exportada em 2011

    recuou mais de 4% por conta da valorizao do real

    no primeiro semestre e dos embargos comerciais.

    O mercado domstico absorveu 180 mil toneladas

    a mais, e o consumo per capita superou os 15kg. O

    aumento no custo de produo determinado pela

    valorizao expressiva dos insumos da alimentao

    estabeleceu um ritmo acelerado no abate de matrizes

    e, sobretudo, animais mais leves. Esses fatores

    pressionaram o preo do suno vivo pago ao produtor

    e desestimularam aumento do planAcompanhando a

    tendncia de estabilidade, a indstria de alimentao

    animal produziu 15,4 milhes de toneladas de rao em

    2011 e projeta entregar a mesma quantidade em 2012,

    embora a intensificao dos embarques para a China

    e a abertura dos mercados do Japo e Coria do Sul

    possa imprimir maior ritmo produo de carne suna.

    CES E GATOS A produo de alimentos para ces e gatos avanou

    5% em 2011 e alcanou quase 2,2 milhes de toneladas,

    enquanto o varejo faturou cerca de R$ 10 bilhes

    nesse ano em alimentos para ces, gatos, pssaros

    exticos e peixes ornamentais. Cerca da metade dos

    ces e gatos brasileiros so alimentados com produtos

    industrializados, embora esse segmento j represente

    8% do mercado pet global estimado em mais de US$

    80 bilhes. A contnua ascenso das classes sociais

    com aumento consistente da renda dos brasileiros e a

    ntida constatao da ampliao do exerccio da posse

    responsvel permitem indstria de alimentao

    animal projetar produo de 2 ,3 milhes de toneladas

    em 2012, ou seja, um aumento de mais de 6%.

    PEIXES E CAMARES

    A demanda da piscicultu ra em 2011 foi de 500 mil

    toneladas de raes, representando crescimento de

    33%, em resposta crescente produo continental. O

    segmento marinho, por sua vez, revelou-se bem menos

    produtivo por conta da carcinicultura que regrediu

    s 71 mil toneladas, impactada negativamente pelos

    desafios sanitrios, embargos comerciais, reduoglobal dos preos, burocracia do licenciamento

    ambiental e a indstria impossibilitada de investir

    apropriadamente em tecnologia e sistemas de cultivo

    mais produtivos e sustentveis. Em resposta, o

    consumo de raes para camares recuou quase 17%

    e encerrou 2011 com apenas 70 mil toneladas. A

    perspectiva da indstria de alimentao animal para

    2012 produzir 560 mil toneladas de raes para

    peixes e 75 mil toneladas de raes para camares.

    Fonte: Sindiraes

  • 5/22/2018 Revista Pet Food Brasil Jun 2012

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    30

    feira, promovida pela Editora Stilo, foi mais uma

    vez palco para lanamentos e apresentao de tendncias em

    equipamentos, insumos, raes, embalagens e demais itens voltados

    para o mercado de alimentao animal. Importantes players do

    setor como M. Cassab, Biorigin, Ferraz Mquinas, All Tech,

    Wenger, SPF Palatability, Kemin Nord, Guabi, Nestle PetCare,

    Rhotopls, Promep/Tekinok, dentre outros, aproveitaram a ocasio

    para reunir clientes, prospectar novos, alm de se atualizarem e

    compartilharem informaes, em virtude do carter tcnico do

    evento, que em paralelo sediou o IV Congresso Internacional e

    o XI Simpsio sobre Nutrio de Animais de Estimao, ambos

    organizados pelo CBNA Colgio Brasileiro de Nutrio Animal.

    Em 2011, segundo a Associao Brasileira da Indstria de Produtos

    para Animais de Estimao (ABINPET), o setor faturou 13% mais

    A

    2 Expo Pet Food

    que no ano de 2010. Isso significa um lucro de R$ 12,439 bilhes. E,

    o segmento Pet Food representa cerca de 66% desse faturamento, o

    que corresponde a R$ 8,209 bilhes.

    Juntamente com a Expo Pet Food tambm aconteceu a 7

    Feira Internacional das Graxaria (Fenagra) e o XI Congresso

    Internacional de Graxaria. Atualmente a indstria de Reciclagem

    Animal (Graxaria) que d destino a insumos de origem animal

    at h pouco tempo descartados, como ossos, sangue e sebo, que

    se transformam em base para materiais de limpeza, cosmticos,

    farinha para rao animal e at em biodiesel. O Brasil o segundo

    maior mercado de reciclagem animal em todo o mundo. Em 2011

    foram processados no Pas cerca de 4,5 milhes de toneladas de

    subprodutos de origem animal gerando insumos no valor de

    aproximadamente R$ 2 bilhes.

    A ind str ia d e nut ri o pa ra a nimai s de esti mao cont abil iza a su a pa rtic ipa o d uran te a segun da e dio do e vent o,real izad o em So Paul o, n o in cio de m aio

    ALLTECH A participao da empresa na Expo Pet Food, que considera o

    evento o mais importante do setor, devido o seu carter tcnico e por

    atrair exatamente o pblico que interessa para os seus negcios, ouseja, a cadeia produtiva, teve como destaque as solues oferecidas

    e que visam a segurana alimentar a AllTech Pet Advantage.

    Focamos na segurana a limentar, na sade digestiva, na integridade

    do pelo e p elagem, na integridade msculo esqueltica, nas defesas

    orgnicas e na qualidade de vida, observou Rafael Prates Frana,

    gerente de vendas. A feira muito importante para os nossos

    negcios. fundamentalmente networking e ainda contribui para a

    nossa bagagem tcnica devido a reali zao do Congresso.

    ANDRITZ Os equipamentos de extruso da Andritz, que tem a sua matriz

    na ustria, j so bem conhecidos pelo mercado brasileiro de Pet

    Food e o executivo da empresa presente da feira, Claudio Mathias,

    reforou a importncia de esta r no evento. Mesmo tendo a questo

    do espao fsico que inviabiliza trazermos os nossos equipamentos

    para apresentar os seus detalhes, desempenho e diferenciais,

    fundamental estarmos aqui para estreitarmos o relacionamen

    o mercado brasileiro, ainda mais agora, que est muito prx

    termos uma fbrica no Brasil, em Pomerode (SC). Para a A

    o Brasil um mercado de grande potencial, o corao da ALatina. O nosso objetivo oferecer solues completas, co

    tecnologia e simples operao, destacou Mathias.

    BIORIGIN Responsvel pela produo de ingredie ntes natu

    partir de leveduras e derivados destinados nutrio a

    a empresa durante a 2 Expo Pet Food reforou os be

    e diferenciais proporcionados aos animais atravs d

    linha Macrogard, composta de Beta-glucanas purificad

    melhoram, por exemplo, problemas articulares e est

    naturalmente a defesa imunolgica, contribuindo para a

    e bem estar dos pets. Hoje, a atuao da Biorigin est

    focada no mercado externo (estamos presentes em m

    30 pases), por isso, a participao em eventos como a

    Pet Food primordial para nos aproximarmos do m

    brasileiro, mostrarmos as nossas inovaes e entenderm

    OS EXPOSITORES

    Em Foco 2

    Por: Lia Freire

  • 5/22/2018 Revista Pet Food Brasil Jun 2012

    17/35

    32 Em Foco 2reais necessidades e expectativas do setor Pet Food, afirmou

    na ocasio Roberto Vituzzo, gerente de negcios da companhia,

    que faz questo de ressaltar o compromisso da Biorigin como

    o tema sustentabilidade: atuamos em perfeita sintonia com as

    legislaes locais, atendendo os direitos humanos e ambientais.

    CONSOLID Com foco em alta tecnologia em processamento de slidos, semi

    slidos e lquidos, com tanques misturadores e transportadores de

    vrios tipos, a Consolid, que est prestes a obter a certificao ISO

    9001:2000, esteve na Expo Pet Food para mostrar as suas inmeras

    solues para o setor de nutrio animal. A companhia tambm

    atua fortemente em outros segmentos de mercado como cosmtica

    e farmacutica.

    EUROTEC Tendo o seu trabalho focado na qualidade das matrias-primas

    destinadas nutrio animal e considerando a Expo Pet Food

    uma importante vitrine, a Eurotec destacou linhas como a StopAcid, que visa controlar e preservar a qualidade fsico-qumica

    e microbiolgica das matrias-primas resultantes do abate de

    animais, garantindo a qualidade das farinhas e leos produzidos.

    Trata-se de uma combinao de cidos orgnicos e seus sais de

    alta estabilidade. E, mais uma vez, reforou os benefcios da Linha

    Euroguard, composta por produtos destinados especialmente

    ao controle da Salmonella sp., desenvolvida em parceria com

    universidades da Espanha, Blgica e Brasil, alm da Eurotiox, linha

    antioxidante para controle e estabilizao da oxidao lipdica em

    farinhas e leos de origem animal.

    FERRAZMQUINAS Representa ntes da empresa recebiam no stand os clientes e

    esclareciam suas dvidas, apresentavam as solues em mquinas

    e equipamentos, alm de destacarem recentes novidades como

    a extrusora de pequeno porte e rosca dupla (E 55D), com

    capacidade de 300 kg/hora e os laminadores de milho e aveia,

    com capacidade de 2 mil kg/hora. Mais do que apresentar os

    recentes lanamentos em extrusoras, moinhos, misturadores,

    peletizadoras etc, reforamos a nossa atuao como fornecedores

    de solues completas para a produo de raes, destacou o

    diretor Jos Luiz Ferraz.

    GRUPOBC O executivo Rodrigo Sria, da empresa que fornece e produz

    ingredientes para a nutrio anima l, atendendo setores de avicultura,

    suinocultura, piscicultura e pet food mostrou-se bastante otimista

    com relao economia brasileira e a asc enso do mercado em que

    atua. Disse ainda que a prpria feira um retrato fiel do segmento.

    Os nveis dos produtos, servios e profissionais brasileiros esto

    cada vez mais altos. A feira, que ganhou visibilidade internacional,

    comprova o que estou dizendo. Muitos estrangeiros aqui presentes

    elogiaram a atuao brasileira no setor de nutrio e reciclagem

    animal.

    INFORMEAGROBUSINESS Durante a 7 Fenagra e 2 Expo Pet Food, a Informe

    Representaes destacou para os seus clientes e prospects, a

    prestao de servios que oferece e envolve todo tipo de i nformao

    referente ao mercado de gorduras e protenas animais, alm da

    gama de produtos que tem comercializado e envolve tambm o setor

    de gorduras vegetais. Durante a feira tivemos a oportunidade

    de estreitar relaes comercias j existentes e tambm criamos

    diversas possibilidades de novos negcios. O evento vem crescendo

    a cada ano e j podemos afirmar que se tornou referncia no nosso

    mercado, destacou o executivo da Informe, Juliano Mona.

    MANZONI Uma novidade a mais foi destacada pela Manzoni em sua segunda

    participao como expositora da feira. Alm de focar no sortimento

    oferecido ao mercado, tanto com relao s peas de reposio,

    quanto de equipamentos, a empresa enfatizou a sua recente parceria

    com a Faculdade de Cincias Agrrias e Veterinrias da UNESP,

    campus de Jaboticabal, que resultou na doao pela Manzoni deuma extrusora, modelo MEX-250, para o Laboratrio de Pesquisa

    em Processamento Termomecnico dos Alimentos da Universidade.

    Com esta parceria, tudo que desenvolvermos para o mercado ser a

    partir de dados cientficos, validados por uma universidade brasileira,

    que atuar a partir de padres brasileiros, com referncias nacionais.

    Isso no ser apenas benfico para a Manzoni, mas para toda a

    indstria nacional, contabilizou Luciano Manzoni.

    MARTEC Especializada no desenvolvimento de martelos, pinos,

    peneiras, moinhos para peneiras e demais itens para a rea de moagem,

    a empresa revelou na feira uma outra novidade: a linha Unifrigo de

    uniformes, especialmente criada e padronizada para frigorficos e

    graxarias. A Martec tambm aproveitou a ocasio para comemorar

    a sua nova unidade de metais perfurados em Pinhalzinho (SP). A

    nossa empresa est em um timo momento e mais uma vez viemos

    prestigiar a feira como expositores devido a sua relevncia para o setor

    e consequentemente para os nossos negcios, destacou Salvador J.

    Grecco.

    A Martec, do grupo SJG, inaugura em julho prximo uma das mais

    modernas industrias de perfurao de chapas para o mercado Pet Food,

    totalmente equipadas com mquinas CNC. A empresa investiu R$ 2,7

    milhes nas novas instalaes.

    MUYANG A mquina extrusora MY 120, pela sua robustez e por oferecer,

    segundo a empresa, alta qualidade final nos produtos, assim

    como o novo rob para a linha de paletizao que substitui o

    trabalho de 14 para 2 pessoas - foram certamente os principais

    destaques da chinesa Muyang durante a sua participao na Expo

    Pet Food. Temos mostrado para o mercado brasileiro, o nosso

    profissionalismo, a qualidade de nossos produtos e, o principal, a

    nossa confiabilidade, destacou Thiago Barbeiro Maneira da Silva,

    coordenador de vendas e marketing.

  • 5/22/2018 Revista Pet Food Brasil Jun 2012

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    34 Em Foco 2PROMEP/TEKINOK

    O diretor Antonio Rubega, da Promep/Tekinok, empresa

    especializada em mquinas e equipamentos para o segmento Pet Food

    comprovou em mais esta edio a importncia em expor em eventos

    tcnicos como a Expo Pet Food. No conseguimos trazer nossos

    equipamentos devido a falta de espao, mas fundamental estarmos

    presentes para que estejamos em contato com os clientes e possamos

    falar das nossas linhas, i nvestimentos, diferenciais etc, ouvirmos as suas

    necessidades, bem como, nos apresentarmos aos novos parceiros, alm,

    claro, de termos a chance, uma vez que o setor est todo reunido, de

    acompanharmos as tendncias do nosso setor.

    RHOTOPLS As embalagens da empresa estiveram mais uma vez sendo expostas

    aos visitantes do evento, assim como a s novas tecnologias empregadas,

    que tm a finalidade de oferecer no apenas um aspecto visual mais

    atraente, como tambm, praticidade no manuseio e a adequada proteo

    aos alimentos armazenados. Um dos recentes investimentos da

    Rhotopls, que contabiliza 15 anos de know-how, est nas embalagens

    com fundo square e quatro soldas laterais.

    SPF PALATABILITY Apresentar a nova unidade de negcios da diviso Pet Food do

    Grupo Diana, a Vit2Be, que atua no desenvolvimento e comercializao

    de ingredientes funcionais naturais, foi a proposta da companhia

    em sua participao na Expo Pet Food. O objetivo com os nossos

    ingredientes aumentar o valor agregado dos produtos finais e oferecer

    inovao ao setor de nutrio animal, destacou Georde Ben Josef,

    gerente de marketing. A empresa tambm foi uma das patrocinadoras

    do IV Congresso Internacional, realizado em paralelo ao evento. A

    oportunidade que a feira nos proporciona em estreitarmos as nossas

    relaes com os clientes, somada a chance de desenvolvermos novos

    negcios so importantes motivos que nos trazem Expo Pet Food.

    VIEIRAMOINHOSAMARTELO Especia lista, h mais de 40 anos, em desenvolver equipamentos para

    moagem com diferentes capacidades de micronizao, este ano o destaque

    para o setor pet food foi o Resfriador Frontal Vertical indicado para

    instalaes de baixo volume de rao extrusada (at 1000 kg/hora) e sem

    restrio de altura. Fabricado em ao carbono ou inox est disponvel nos

    modelos RFV 90 (300kg/hora) e 120 (500kg/hora). O equipamento defcil manuteno e tem garantia de assistncia tcnica e manuteno.

    WENGER Os recentes avanos tecnolgicos da Wenger na rea de extruso

    foram mais uma vez apresentados ao pblico da Expo Pet Food.

    Destaques da empresa foram: o extrusor trmico de rosca dupla, que

    permite aumentar a adio de carne fresca na formulao do pet food

    ou enriquecer a gelatinizao do amido em produtos como farinhas

    instantneas; o pr-condicionador HIP High Intensity Preconditioner,

    que oferece elevado ndice de mistura das matrias-primas; o

    Gerenciamento Automatizado de Processo Wenger (APM), responsvel

    por controlar a partida, a operao e a parada do sistema de extruso,

    entre outros equipamentos e servios.

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    36 Em Foco 2

    O IV Congresso Internacional e XI Simpsio sobre

    Nutrio de Animais de Estimao promovido pelo

    CBNA, realizado dias 08 e 09 de maio, encheu o auditrio

    e proporcionou aos participantes encontrar muita gente

    e conversar durante os intervalos. A estrutura do espao

    fsico onde ocorreram as palestras chamou a ateno pela

    qualidade. O fato de ser dentro de um shopping facilitou

    o estacionar, almoar, sacar dinheiro e fazer aquelas mil

    coisas que a gente sempre tem que continuar a fazer mesmo

    quando est em eventos. O credenciamento e a entrada

    fluram com muita facilidade e os estandes na Expo Pet

    Food estavam mais caprichados.

    Sobre a programao, houve uma surpresa boa.

    O melhor da festa no foi nenhum dos palestrantes do

    exterior, nem dos conferencistas brasileiros, que estiveram

    excelentes: foi a mesa redonda. Foi ltimo item da pauta do

    ltimo dia de eventos, compreensivelmente, mas nem por

    isso se lamente menos, o salo j no estava to cheio. Sendo

    assim, ainda que voc tenha comparecido ao congresso,

    bem possvel que no tenha visto o debate final. Uma pena!

    O perodo comeou com a exposio de Lucas

    Cypriano (representante da ABRA Associao Brasileira

    de Reciclagem Animal) que passou dados numricos e

    comentou que h uma discordncia do setor com relao a

    pretenses do MAPA (Ministrio da Agricultura, Pecuria

    e Abastecimento) em tornar mais rgidos alguns padres

    exigidos para farinhas e gorduras de origem animal.

    Argumentou que o setor abastece no s mercados com

    padres mais estreitos quanto a nveis de perxidos e de

    cidos graxos livres. As graxarias fornecem tambm aalguns mercados que aceitam produtos com nveis mais

    frouxos e que impor ndices muito elevados inviabilizaria

    inclusive a sobrevivncia de vrias empresas. Alm

    disso, questionou a metodologia a ser adotada, que no

    a escolhida na maioria dos pases do exterior e que

    intrinsecamente tem grande desvio padro no tendo base

    cientfica que a sustente. Sugeriu que o trabalho dos fiscais

    mais importante. Posteriormente, da plateia, a mdica

    veterinria Marina Galvo, da MGALVAO Assessoria,

    que atua na rea Pet Food h 16 anos, contraps: o

    MAPA no tem fiscais em nmero suficiente e embora as

    exigncias do Ministrio ainda fiquem muito aqum do que

    o mercado Pet Food necessita, o fato das regras tornarem-

    se mais exigentes ajudaria sim melhoria no padro dos

    ingredientes demandados pela indstria pet food. Entre os

    participantes presentes na audincia era possvel ouvir os

    comentrios paralelos acontecendo.

    Alderley Zani Carvalho, do Grupo-Guabi, fez ento

    uma apresentao objetiva e didtica: Vocs perguntaram

    o que ns do setor pet food queremos dos produtos de vocs,

    ento eu vou dizer, foi como comeou. Na sequncia de slides

    apresentou as necessidades de boas prticas de fabricao,

    rastreabilidade dos itens, higiene, composio bromatolgica

    constante, ausncia de salmonella, entre outras.

    Um participante da plateia dirigindo-se aos

    representantes do setor Pet Food comentou que tem

    vivido a situao de investir na melhoria do processo, em

    maquinrio inclusive e, no entanto, ter os seus produtos

    preteridos pela indstria de alimentos para animais de

    estimao, por ter o preo um pouco maior. Props ento

    que a indstria Pet Food valorize a diferenciao das

    empresas que investem em produtos com maior qualidade,

    pagando o preo justo. Alexandre Ferreira, da BC Empr.

    e Part., entre os palestrantes da mesa redonda, falando

    pelo setor de reciclagem animal, afirmou que o setor de

    Pet Food presta um grande servio ao no comprar de

    empresas recicladoras que no tm qualidade. Concluiu

    dizendo que isto muito importante para o aprimoramento

    do setor, que a empresa que tenha qualidade venha ser a

    favorecida pelos consumidores.

    Marcelino Bortolo, gerente industrial tcnico daBrazilian Pet Foods, comentou outra necessidade da

    indstria Pet Food: a homogeneidade dos nveis nutricionais

    das farinhas. Quando estes produtos tm nveis de protena,

    gordura e matria mineral muito diferentes em cada lote ou

    mesmo diferentes do padro que a indstria espera daquela

    recicladora, a formulao do alimento final sofre variaes

    que prejudicam o equilbrio nutricional daquele produto.

    Foi comentado que esta homogeneizao pode ser feita

    antes ou depois do cozimento e secagem das farinhas. O

    material dever ser analisado para serem misturados lotes

    com teores diferentes de forma a que sejam alcanados os

    O Melhor da FestaCristiana Prada

    www.nutricao.vet.br

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    nveis desejados em todas as partidas. Novamente se falou

    de custos e da necessidade do mercado exigente valorizar

    os fornecedores que cumprem estas exigncias. Aventou-se

    a hiptese de transferir para a indstria pet food a tarefa

    de fazer as farinhas chegarem aos nveis exatos que exige,

    cabendo ao setor de reciclagem entregar a matria bruta.

    Aulus C. Carciofi, docente da FCAV Unesp

    Jaboticabal-SP, coordenador da mesa redonda, encerrou

    sublinhando a necessidade de que as farinhas sejam

    entregues com salmonella zero e nveis de perxidos e de

    cidos graxos livres o mais prximos do zero.

    A parede, necessria, que manteve separados os

    congresso do CBNA e o do SINCOBESP (Sindicato

    Nacional dos Coletores e Beneficiadores de Sub Produtos

    de Origem Animal), foi simbolicamente abolida durante a

    mesa redonda e promoveu este dilogo pr l de fecundo.

    No houve farpas, o clima no esquentou em nenhum

    momento, mas as pessoas efetivamente falaram suas

    necessidades e ouviram demandas de outrem. Foi das mesas

    redondas mais produtivas a que j assisti. Se tivesse aberto

    o congresso, ao invs de fech-lo, as conversas no coffee

    break teriam tido mais assunto e o pessoal teria gastado

    muito mais a sola dos sapatos visitando reciprocamente as

    empresas das duas feiras comercias que aconteciam sem

    parede de separao. Teria sido uma mesa redonda de i ncio

    de trabalhos e no de fechamento. Ser que boa ideia?

    Confira a seguir a opinio de algumas pessoas que foram entrevistadas durante o IV Congresso Internacional e XI

    Simpsio sobre Nutrio de Animais de Estimao promovido pelo CBNA e II Expo Pet Food.

    O QUEESTACHANDODOCONGRESSOEDAFEIRA?

    TABYTA SABCHUK

    Zootecnista que faz mestrado na Universidade Federal do Paran

    Curitiba PR

    Quarta vez que vem ao congresso

    O Congresso est bem organiz ado, nvel tcnico bem interessante, vrios a ssuntos

    bem diversificados, estou gostando bastante. Destas trs primeiras palestras a

    que chamou mais a ateno foi a sobre tempo de prateleira dos produtos, at pela

    profissional no ser especfica da rea, trouxe uma abordagem bem interessante.

    Quanto aos trabalhos cientficos acho que este ano foi o que mais teve e esto

    bem divididos entre nutrio geral e nutrio clnica , est bem diversificado. Acho

    interessante ter a Feira [Expo Pet Food] juntamente com o Congresso, pois voc

    mescla o comercial com o cientfico. Acho inclusive que uma oportunidade de ns, que somos a universidade, que no

    estamos ainda no meio comercial, de ac abar tendo um contato maior.

    JEAN YURI

    Zootecnista

    Coordenador de Projetos do depto. de Pesquisa e Desenvolvimento

    Total Alimentos

    Trs Coraes MG

    Eu na verdade j fao parte do setor h alguns anos e eu no perco um CBNA. O

    CBNA um evento importante para o setor... eu tenho participado de todos. At

    o momento [trs palestras proferidas] est num nvel muito legal, estou gostando

    bastante. O que voc achou de ter a Feira [Expo Pet Food] juntamente? Achei

    que foi a coisa mais acertada que o CBNA fez porque o mercado de pet food

    um mercado pequeno, mas completamente dependente dos ingredientes de origem

    animal e da indstria de maquinrio. Ento, para mim, s teve ganho, foi excelente ter contato com fornecedores de

    ingredientes e de equipamentos. O que achou dos trabalhos cientficos? Ainda no tive tempo, mas pretendo dar

    uma olhada sim nos trabal hos cientficos que esto expostos. Sugestes? Como sugesto eu gostaria de ver assuntos

    como avanos na nutrio, novos ingredientes e no tanto processamento, que j foi bastante abordado pelo evento.

    ELIANA TESHIMA

    Mdica Veterinria

    Gerente Tcnica (atendimento a consumidor, qualidade, assuntos regulatrios)

    Farmina

    Bragana Paulista SP

    Venho ao CBNA desde 2002 se no me engano. Estou gostando bastante, est bem legal.

    Houve umas partes referentes a assuntos regulatrios que me interessaram bastante.

    Voc fez uma pergunta palestrante do MAPA, certo? Eu perguntei se h providncias

    sendo tomadas para mudar a atual situao na qual cada regional do MAPA solicita

    um conjunto diferente de documentos ou mesmo nenhum - para um mesmo caso de

    exportao, favorecendo ou dificultando a ssim o processo de exportao de cada empresa

    simplesmente pela localizao desta. No h uma padronizao.Ela respondeu que o

    MAPA est organizando um manual com esta padronizao, mas no disse quando, no deu nenhum prazo.

    FLVIO PAVANELLI

    Monhos Vieira - Empresa tem 64 anos de fundao

    Tatu SP

    muito interessante ter esta unio pois este aluno que est no congresso ser a futura

    referncia para a indstria dele ou para o cliente dele quanto a equipamentos, acho muito

    vlido. Sugestes? A sugesto seria ter tambm palestras sobre marketing. Assim o

    cliente ao vir, traz o tcnico dele para o congresso CBNA e ele vai assistir palestras sobre

    tendncias de mercado. E ao sair da palestra vai vir feira conhecer parceiros, conhecer

    negcios. Acho muito vlido. Acho que est se construindo uma estrutura aqui, no ? A

    cada ano voc vai fazendo os ajustes e vai enxergando as possibilidades. Comparada a

    outras feiras internacionais, como voc avalia esta Feira? Ela est muito bem estruturada

    para receber este pblico. O importante da Feira que ela tem que ter foco e aqui tem.

    GEORGE BEN JOSEF

    Mdico Veterinrio e Administrador de Empresas

    Gerente de Marketing Amrica Latina

    SPF do Brasil

    Descalvado SP

    H trs anos, desde que eu entrei no setor de nutrio, na SPF do Brasil, eu passei a

    frequentar o CBNA.Estou especialmente interessado na palestra que tratar da utilizao

    de ingredientes humanos na indstria de p et food. algo que eu acho bastante interessante,

    algo que acho que ainda pouco explorado pela indstria veterinria. E sobre a feira (Expo

    Pet Food)? Eu achei fantstica esta ideia de associar uma feira a um evento cientfico. J

    que o profissional se deslocou... to difcil tir-lo da empresa durante dois ou trs dias,

    ento um momento interessante para aproveitar a presena dele aqui na Feira. Outro

    ponto interessante que uma Feira voltada para o produtor de pet food. a nica que exclusiva para o produtor de pet

    food, diferente de outras que tm setor farmacutico, de acessrios... o pblico tambm o pblico fina l. Aqui o pblico mais

    de veterinrios, de produtores, ou seja, esta algo bem especfico, algo que no tinha no mercado. Acho que a receptividade

    de todos no mercado foi boa, para este tipo de evento, a gente j viu que ela cresceu bastante do ano passado para este ano e a

    expectativa de crescimento ainda maior. A SPF, por exemplo, investiu no espao de dos estandes, esta ser a maior feira de que

    a SPF vai participar. Com relao a eventos internacionais, como voc avalia o congresso CBNA? Eu acho que o congresso do

    CBNA... junto com a Feira,este formato que ele tem hoje, lembra bastante o Pet Food Forum de Chicago, no ? Inclusive acho

    que aqui est at um pouco mais interessante que o de l, a Feira ao menos: estandes mais bonitos, o pessoal investindo mais.

    O fato da Feira ser relativamente pequena d mais oportunidade de aprofundar contatos? Eu acho que sim, uma Feira menor,

    mas muito focada. Ou seja, para o produtor de insumos, de ingredientes, de maquinrio, o pblico que interessa a ele est aqui,

    bem pontual, bem especf ico. Pequena, mas com aproveitamento enorme.

    Em Foco 2

  • 5/22/2018 Revista Pet Food Brasil Jun 2012

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    tualmente, especialistas em atendimento

    esto se tornando imprescindveis nas organizaes.

    No que em outras pocas no fosse necessrio,

    mas hoje em dia, os clientes valorizam muito mais

    o atendimento. neste quesito que uma empresa se

    diferencia da outra, j que os produtos esto cada vez

    mais parecidos.

    No passado, bastava ter um bom produto, que o

    sucesso estava garantido, o que j no acontece mais.

    Ter um produto de qualidade atributo bsico para

    entrar no mercado, no mais um diferencial. uma

    obrigao bsica de quem tem tica e quer crescer.

    Todavia, o atendimento ao cliente que passou a

    ser um grande diferencial, como falamos na edio

    passada.

    Para que uma empresa possa ter um servio

    de atendimento de qualidade, precisa de pessoas

    qualificadas, aqueles colaboradores que so

    diferentes, que possuem atributos que permitam

    levar ao cliente um atendimento personalizado e

    proporcione satisfao.

    O mercado tem uma grande demanda por

    pessoas com essa qualificao, especialistas em

    atendimento, que conseguem realizar um plus em

    seu trabalho, so profissionais que esto em uma

    faixa de remunerao acima da mdia.

    Como tornar-se um profissional qualificado?

    Inicialmente preciso dominar a comunicao,

    saber falar em pblico, se expressar de forma

    A

    Especialistas ematendimento

    adequada, seja pessoalmente, por mensagens

    eletrnicas ou telefone, portanto, um curso de

    oratria indispensvel.

    importante cativar as pessoas. Seja um

    profissional simptico e carismtico. Isso pode

    ser estudado, faa cursos, se aprimore, tente

    realizar palestras, prontifique-se em reunies,

    seja voluntrio, ajude a sociedade etc. Procure ser

    educado com todos (eu mesmo tenho dificuldades

    com isso), s vezes cometemos imprudncias em

    nosso dia a dia, temos que tentar ser sempre melhor

    hoje, do que fui ontem (estou tentando).

    Vista-se bem, esteja sempre bem arrumado (a),

    tenha boas maneiras, no use grias, fale em bom tom,

    nem muito baixo, nem muito alto e pausadamente

    para que o interlocutor possa compreender sua

    mensagem.

    Leia bons livros, assista jornais, participe de

    convenes, palestras e reunies, no somente de

    sua rea, procure conhecer outros assuntos tambm,

    mesmo aqueles que voc no se identifica, tenha

    conhecimentos gerais, acumule cultura.

    Lembre-se, muitas vezes, fazer o simples bem

    feito, pode ser um diferencial. Atualmente muitas

    pessoas fazem as tarefas simples, mal feitas, sem

    responsabilidade e sem paixo. Seja diferente, faa

    tudo bem feito, rapidamente, no enrole, seja a

    soluo dos problemas de seu colega, de seu chefe e

    especialmente do seu cliente.

    Em Foco 3

    Por :