revista pasta 08

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SUMÁRIO // 04 Caixa Forte / Otto Stupakoff // 07 Texto Corrido / Eduardo Lima // 14 Texto Corrido / Fernando Nobre // 16 Falando bem pelas costas / Petrobras // 18 Falando bem pelas costas / Alex Cerveny // 19 Lado B / Quarteto Eletrônico // 21 Mesa Redonda / Sustentabilidade // 25 Melhores do Mercado 2007 / Os vencedores // 36 Foto-Legenda / Artivismo // 42 Pasta // 44 Alimentos/Restaurantes Polenghi // 44 Café Suplicy // 45 JMacedo // 46 Nestlé // 48 Automotivos Volkswagen do Brasil // 49 Iveco // 52 General Motors // 53 Bebidas Alcoólicas Cervejaria Femsa / Xingu // 54 Escolas e Cursos Skill // 55 Colégio Bandeirantes // 56 Mackenzie // 57 Farmacêuticos Luper // 58 Higiene Pessoal Sete Cosmetics // 59 Informática Tempest // 60 Mídia Editora Globo / Época Negócios // 61 Sony Entertainment Television / AXN Channel // 62 ESPN // 63 Outros Papaiz // 64 King Seven Tatoo // 65 Panamericana Escola de Arte e Design // 66 São Paulo Alpargatas / Topper // 68 Petróleo e Derivados Petrobras // 70 Serviço Público OIT e CONATRAE // 72 Ministério da Saúde (Portugal) // 73 Adesf - Associação de Defesa da Saúde do Fumante // 74 IPAS Brasil //76 Surfrider Foundation Brasil // 77 Transportes e Turismo Gol Linhas Aéreas // 78 TAM Viagens // 79 TAM // 79 Varejo Tok&Stock // 80 Vestuário Umbro // 81 São Paulo Alpargatas / Mizuno // 82 Polaroid Eyewear // 84 Adidas // 86 Filmes // 88 Índice Remissivo // 98 Capa // Santa Clara Terceira capa // Diretor de arte convidado: // Pepê

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Revista pasta ediçao 08

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Page 1: Revista Pasta 08

SUMÁRIO // 04

Caixa Forte / Otto Stupakoff // 07

Texto Corrido / Eduardo Lima // 14

Texto Corrido / Fernando Nobre // 16

Falando bem pelas costas / Petrobras // 18

Falando bem pelas costas / Alex Cerveny // 19

Lado B / Quarteto Eletrônico // 21

Mesa Redonda / Sustentabilidade // 25

Melhores do Mercado 2007 / Os vencedores // 36

Foto-Legenda / Artivismo // 42

Pasta // 44

Alimentos/Restaurantes

Polenghi // 44

Café Suplicy // 45

JMacedo // 46

Nestlé // 48

Automotivos

Volkswagen do Brasil // 49

Iveco // 52

General Motors // 53

Bebidas Alcoólicas

Cervejaria Femsa / Xingu // 54

Escolas e Cursos

Skill // 55

Colégio Bandeirantes // 56

Mackenzie // 57

Farmacêuticos

Luper // 58

Higiene Pessoal

Sete Cosmetics // 59

Informática

Tempest // 60

Mídia

Editora Globo / Época Negócios // 61

Sony Entertainment Television / AXN Channel // 62

ESPN // 63

Outros

Papaiz // 64

King Seven Tatoo // 65

Panamericana Escola de Arte e Design // 66

São Paulo Alpargatas / Topper // 68

Petróleo e Derivados

Petrobras // 70

Serviço Público

OIT e CONATRAE // 72

Ministério da Saúde (Portugal) // 73

Adesf - Associação de Defesa da Saúde do Fumante // 74

IPAS Brasil //76

Surfrider Foundation Brasil // 77

Transportes e Turismo

Gol Linhas Aéreas // 78

TAM Viagens // 79

TAM // 79

Varejo

Tok&Stock // 80

Vestuário

Umbro // 81

São Paulo Alpargatas / Mizuno // 82

Polaroid Eyewear // 84

Adidas // 86

Filmes // 88

Índice Remissivo // 98

Capa // Santa Clara

Terceira capa // Diretor de arte convidado: // Pepê

Page 2: Revista Pasta 08

CAIXA FORTE // 07

“Para fotografar, uso a cabeça e o coração” OTTO STUPAkOFF é MAIS DO QUE UM FOTógRAFO. é UM HOMEM QUE TRANSBORDA HISTóRIAS.

DURANTE OS úLTIMOS 50 E POUCOS ANOS TEM ENXERgADO O MUNDO ATRAVéS DAS LENTES. POR

ELAS PASSARAM RIQUEzA, MISéRIA, gUERRA, PAz E gALHOS RASgANDO O CéU. PERSONALIDADES

COMO O PRESIDENTE RICHARD NIXON, AS ATRIzES SOPHIA LOREN, gRACE kELLy E kATHERINE ROSS,

O MAESTRO TOM JOBIM, O ESCRITOR TRUMAN CAPOTE, ASSIM COMO REFUgIADOS DE gUERRA, OU

MASSACRADOS POR ELA, E SERINgUEIROS DO ACRE TIVERAM portraits ASSINADOS POR ELE. O

FOTógRAFO NASCEU EM SãO PAULO E AOS 10 ANOS REALIzOU SEU PRIMEIRO CLIQUE, UM AUTO-

RETRATO. AOS 17, FOI ESTUDAR FOTOgRAFIA NO ACLAMADO art Center College of Design, DE

LOS ANgELES. DEPOIS, AOS 30 ANOS, gANHOU O MUNDO DE VEz E, Só ATERRISSOU DE VOLTA, AOS 70.

é DONO DE UMA NARRATIVA SENSÍVEL, UM OLHAR QUE CATIVA E HÁ MUITO APRENDEU A DIzER NãO A

TRABALHOS QUE NãO FISgAM SUA ALMA

Revista Pasta: Você começou a fotografar moda, no

Brasil, no final dos anos 50, quando a atividade era

inédita por aqui. Como aconteceu?

Otto Stupakoff: Eu tinha 20 anos de idade e fui convidado pelo

Lívio Rangam, do marketing da Rhodia, e pelo Licínio de Almeida,

diretor de arte da Standard, agência que atendia a empresa, a fazer

fotos de moda para revistas. Isso nunca havia sido feito, por aqui.

Até então, só se faziam desenhos, ilustrações, croquis. A modelo

de minha primeira foto de moda chamava-se Duda Cavalcanti,

uma carioca que circulava por Ipanema com um cinto de caubói

preso ao biquíni. Acho que fui o primeiro a fotografar moda com

total naturalidade, no Brasil, como se estivesse fazendo fotos de

família. Os álbuns de meus avós e de meu bisavô sempre foram

forte referência na minha vida. Passei a infância folheando suas

páginas, fascinado. Meu bisavô, Henrique Stupakoff, era alemão,

veio de Hamburgo, e era filho de russos, de São Petersburgo.

Foi ele quem fundou a Companhia Cervejaria Bavária, aqui em

São Paulo, no Tatuapé. Já meu pai trabalhou a vida toda na

Brahma. Chegou a vice-presidente.

Pasta: Quando você descobriu seu próprio estilo,

como fotógrafo?

Otto: A primeira fotografia que tirei na vida foi com 10 anos

de idade, um auto-retrato, em frente a um espelho. Peguei

um espelho do banheiro, pendurei num varal e coloquei atrás

de mim um lençol, preso a outra corda do varal. Mais tarde,

quando comecei minha carreira, obviamente ainda não havia

desenvolvido um estilo próprio, mas dava início à minha maneira

Maurício Cassano

Otto Stupakoff

Page 3: Revista Pasta 08

CAIXA FORTE // 08

de compreender o mundo e à minha necessidade de integrar

todas as formas de beleza à minha vida. O artista, no princípio, só

pode se valer da sensibilidade com a qual nasceu, de parâmetros

subjetivos e de sua formação, bem como de sua necessidade

de se expressar através de imagens. Estilo, eu adquiri quando

perdi o medo de entrar em cavernas escuras, onde o dragão

zela pela pérola. Depois disso, passei a percorrer outra heróica

e individual aventura. O importante é, durante esse processo,

ouvir a voz que vem do lado mais denso e escuro da floresta,

distante da luz que emana de trilhas que outros abriram. Quem

possui e preza por sua integridade, sabe das conseqüências de

aproveitar-se daquilo que não lhe pertence, e, assim, não bebe

em fontes alheias, nem copia o que já foi feito, mas busca o

novo, o que é seu. O trabalho do fotógrafo é o de trazer a pérola

de volta ao mundo. A compaixão, que não é freqüentemente

citada quando se fala sobre fotografia, deve ser a meta de sua

jornada e, ao curso da vida, ele deve aprender a ver uma aura,

em tudo que o cerca. Os deuses nos darão toda a beleza que

desejarmos, mas só se estivermos prontos para recebê-la.

Pasta: Você viajou incansavelmente pelo mundo, nos

últimos 40 anos. Foi bom?

Otto: Viajei muito, de 1965 a 2005, com pausas mais longas em

Nova York e em Paris. E sempre foi imenso, pelo menos para

mim, o valor do que acrescentava à minha bagagem. Na década

de 70, não me lembro em que ano foi, passei uns 220 dias

viajando. Ou seja, quase o ano todo. Resultado, parei de pagar

aluguel em Nova York, onde supostamente morava, e decidi que,

sempre que voltasse à cidade, ficaria cada vez em um hotel bom

e diferente.

Pasta: Qual é o maior desafio, ao se estar diante de

uma pessoa para retratá-la?

Otto: Diane Arbus, fotógrafa que foi uma grande amiga, me disse

que a fotografia é um segredo sobre um segredo. O retrato formal

é uma invasão de domicílio, se não for precedido pelo respeito

que o fotógrafo deve a si mesmo e ao retratado. Condensar um ser

humano em uma fotografia é impossível e, justamente por isso,

o fotógrafo tem que, por obrigação ética, exigir de si próprio um

conhecimento de causa, através de sua cultura e de informações

fidedignas sobre o fotografado. Mas o interessante é que, ao

fotografar, poderá descobrir uma nova e mais significativa visão

sobre o retratado. Mestre Richard Avedon fazia o impossível,

até conseguir destruir as barreiras que muitos constroem para

proteger sua imagem. De Avedon, um exemplo é seu retrato do

Duque e da Duquesa de Windsor, que projetavam eternamente uma

imagem plastificada e não tiravam o sorriso do rosto. O brilhante

intelecto de Avedon, desesperado ante uma muralha que parecia

ser impenetrável, lançou mão de uma armadilha inventada no

momento para conquistar a foto desejada. O casal tinha fascinação

por aquele cachorrinho Pug, de nariz achatado. Sabendo disso,

ele contou, de câmera em punho, uma história, aos dois, sobre

um Pug que havia sido atropelado, minutos antes. Pronto. O

casal se contorceu e ele fez a foto. Ele entrou onde queria entrar.

Álbum de família: o avô Luigi, à direita, seus dois irmãos e os bisavós do fotógrafo. Henrique Stupakoff fundou a Cervejaria Bavária, em 1889

Pôster de d ivulgação da Companhia Cervejaria Bavaria, do final do século XIX

Primeira foto de moda produzida no Brasil (1957). A modelo é Duda Cavalcanti, que namorava Otto, na época

Page 4: Revista Pasta 08

CAIXA FORTE // 09

Pasta: Os fotógrafos de hoje, em sua maioria, buscam

se informar como deveriam?

Otto: Um grave problema para o artista surge quando ele permite

que tirem a autonomia do seu pensar, ou seja, quando um retrato

é feito sob encomenda, para um cliente acostumado ao superficial

e que deseja perpetuar uma falsa imagem pública. A maior parte

dos fotógrafos raramente pensa além do oportunismo, ou do

imediatismo. Nesses casos, a fotografia responde com um

vazio. Todos os artistas que nos deixaram um legado de imagens

surpreendentes foram seres pensantes. Por isso, um fotógrafo

precisa ler, precisa entender de sociologia, de psicologia, de

ética, de filosofia. Carl Gustav Jung dizia que o artista tem de

ser, tem que mostrar ao povo o caminho das profundas fontes

da vida. Um dos grandes mestres da arte do retrato foi August

Sander, mandado pastar, no verdadeiro sentido da expressão,

por Adolf Hitler, que discordava da maneira como Sander via os

alemães. Felizmente, o talento de Sander era imenso e não foi

abalado por isso.

Pasta: Por falar em Hitler, qual foi o momento em que

você mais temeu a morte, nessas décadas de andanças?

Otto: Uma foi quando fui preso pelo Khmer Vermelho, nas selvas

do Camboja, ao lado de meu filho, Bico. Fui também apedrejado

no Iran e no Marrocos. Mas sempre permaneci calmo, nessas

situações-limite. E já me perguntei por que permaneci calmo

em outras circunstâncias que causaram a morte de fotógrafos.

Só não me ocorreu fazer essa pergunta a um psicanalista. É

possível que seja devido a eu ter medo de sentir medo, ou algo

assim.

Pasta: Há algum episódio engraçado que você viveu e

que te faz rir até hoje?

Otto: Há, mas não é relacionado à fotografia. Ainda me faz

sorrir a lembrança de uma longa conversa ao telefone, que

mantive esticando ao máximo o sueco que falo e que não

praticava há anos, com minha ex-sogra (Otto foi casado com

a sueca Margareta Arvidsson, miss Universo em 1966, com

quem teve dois de seus seis filhos). Falei durante muito tempo

e pontuando bem, pois sabia o quanto ela sofria do avanço

do mal de Alzheimer. Terminada essa conversa, minha filha

pegou o telefone. Comentei então que sua avó não me havia

parecido estar tão mal quanto diziam. Rindo, ela me perguntou:

“Papi, você sabe com quem você falou esse tempo todo?”.

Senti aquela alfinetada de dúvida e disse: “Mas foi com sua

avó, não foi?”. Minha filha respondeu que não, que sua avó

já nem mais falava e que, nos últimos anos, minha ex-esposa

também havia se tornado avó. Dei-me conta do surrealismo

daquela situação e de ter conversado em sueco com minha ex-

mulher, que achei, aliás, mais lúcida do que esperava. Desculpe

a maldade. Minha filha disse que jamais me havia ouvido

rir aos borbotões, nem por tanto tempo, como naquele dia.

Pasta: Entre as centenas de pessoas famosas que você

fotografou, qual a que mais te impressionou?

Tom Jobim: olhar que só Otto poderia captar

Nixon e sua filha desfrutam de alguns momentos com o fotógrafo, na Casa Branca

Jack Nicholson: uma folha de papel branco para um astro insuportável

Page 5: Revista Pasta 08

CAIXA FORTE // 10

Otto: Senti ser um momento especial para mim quando Richard

Nixon, então presidente dos Estados Unidos, saiu sozinho por

uma porta da Casa Branca e desceu o gramado, estendendo-me

a mão. Senti-me à vontade durante o tempo que caminhamos

a sós pelo jardim, conversando com uma certa e inesperada

intimidade. Mas voltei rapidamente à realidade do meu trabalho,

quando foi necessário pedir ao presidente que se levantasse do

banco e abaixasse as calças, que lhe haviam subido até o meio

da perna ao sentar. Além dele e de sua filha, meu assistente foi

a única outra pessoa presente. Ele levou anos até parar de contar

a todo mundo que encontrava a história do que eu havia dito

ao presidente, sobre suas calças. Isso aconteceu poucos meses

antes do escândalo Watergate.

Pasta: E qual foi a figura mais antipática?

Otto: A Lauren Bacall, que se deu ao trabalho de escrever a Nancy

White, editora da Harper’s Bazaar, queixando-se das fotografias

que fiz de Leslie, sua filha com Humphrey Bogart, exibidas em

seis páginas dedicadas à fragilidade de uma menina de 14 anos.

Em vez de por sua beleza, foi pela sua imensa sensibilidade que

a havia fotografado. Outro caso aconteceu com Jack Nicholson,

que chegou de nariz empinado e contrariado ao meu estúdio,

nos anos 70, reclamando de como eu estava recebendo uma

“estrela” daquela forma e recusando-se a “posar”. No fim,

descemos para que eu o fotografasse na rua. Ele, então, reclamou

da sujeira da calçada e eu lhe dei uma folha de papel branca,

que peguei numa gráfica vizinha, para que pisasse em cima.

Pasta: Você anda fotografando muito, ultimamente?

Otto: Ando fotografando todos os dias, mas na maior parte deles

para mim mesmo. Sigo “batendo chapas”, como se dizia, com

prazer e descontração, que há muitos anos as responsabilidades

e exigências do trabalho raramente me proporcionavam. Essa

espontaneidade é também um benefício. Como sou por ela

responsável e a utilizo consciente da clareza intelectual que

exige, é uma forma de exercício e de questionamento do espírito.

Pasta: E sobra tempo para as colagens?

Otto: Sempre fiz colagens. Doei muitas ao MAM (Museu de

Arte Moderna) de São Paulo, que as colocou numa pequena

série, na internet. Faz também anos que me dá muito prazer

pintar e inventar o que eu quiser. Às vezes, acho a fotografia

mais difícil que a pintura, porque representa melhor, de

certa maneira, saber ver e tornar aparente o problema do

constante transformar do ordinário em extraordinário.

Pasta: Sua volta ao Brasil, depois de tantos anos, te

parece definitiva?

Otto: Como contei antes, desde aquele episódio dos anos 70,

quando passei quase um ano sem voltar para casa, não “moro”

mais em lugar nenhum. Estava há oito meses arrumando meu

belo apartamento, dois metros acima do nível da água do rio

Chao-Phraya, em Bangkok, na Tailândia, quando a organização

da São Paulo Fashion Week me convidou para expor no Pavilhão

da Bienal, em 2005. Me convidaram mais de uma vez para vir,

Menino com perna amputada. Camboja, 1994. A foto é parte de trabalho voluntário realizado por Otto para projeto de Lady Diana

Vaso onde Anne Frank tinha de fazer suas necessidades fisiológicas, em Amsterdã

Óculos de Gandhi, fotografados na casa do pacifista, em Nova Delhi

Page 6: Revista Pasta 08

isso me deu muito prazer, e acabei aceitando. Depois da festa da

chegada, porém, de toda aquela euforia, noto que ninguém sabe

muito bem o que fazer comigo, quando estou aqui. Nem eu mesmo

sei (risos). Existe algo que oscila, entre diversas e variadas

emoções. Mas acabo não trabalhando como gostaria, porque

acho que de alguma forma intimido as pessoas. Talvez porque

alguns achem que eu “abandonei” meu país, por ter passado

tantos anos fora, ou talvez porque me achem sério demais, eu

não sei. Quando retornei ao Brasil, em 1976, disposto a morar

aqui de novo, também não deu certo. Não conseguia trabalhar

no meu país. A maior parte dos trabalhos que fiz, até 1980, eu

mesmo inventei e propus diretamente aos clientes. Depois de

quatro anos tentando, acabei vencido por minhas contas a pagar

e parti novamente. Tenho um grande amigo, uma das pessoas

mais brilhantes que conheço, que fala: “O que acontece com

você? Qual é o seu problema? Você chega ao Brasil e só falta

levarem banda no aeroporto para te receber. Passada a euforia e

a festa, te esquecem”. Mas desta vez penso muito em ficar.

Pasta: Creio que sua seriedade no trabalho deveria ser

muito bem-vinda e não ao contrário.

Otto: O Brasil é um país engraçado, de bem com a vida, sem

dúvida. Mas às vezes sinto que as pessoas por aqui exigem

umas das outras que sempre estejam de bom humor, por

mais artificial que isso seja, em determinadas situações, em

determinados dias. Socialmente, é preciso evitar comentar sobre

o que possa incomodar as pessoas. E todos, em geral, são meio

avessos a gente séria (os chatos) e a assuntos sérios, reflexões

mais profundas. Papo sério, por aqui, chega ao cúmulo de

atrapalhar uma conversa. Sinto muita falta de bater grandes e

reveladores papos, com pessoas dispostas a pensar, a falar de

coisas que vão além do capítulo da novela, da roupa que vestia

a última celebridade instantânea lançada pela mídia, da festa

de casamento da prima e coisas assim. Se o Millôr Fernandes

fosse considerado, como o vejo, nosso grande filósofo, poucos

achariam o que ele escreve engraçado.

Pasta: Para viajar tanto como você fez, e absorver o

melhor de cada paragem, é preciso ter um espírito

desprovido de preconceitos?

Otto: Isso é sério e complicado. Quem viaja muito precisa estar

sempre atento a uma gigantesca variedade de maneiras de

pensar. No Ártico, por exemplo, você nunca pode caminhar sem

um Inuit experiente, alguns passos à sua frente. Com um arpão

na mão, ele anda devagar, sentindo o gelo, às vezes parando

para escutar. Não é possível ser guiado apenas pelas marcas

que os pés deixam no gelo, para voltar. Isso porque em minutos

a trilha trinca e você vê o resto dela a centenas de metros

de onde estava. Por onde e como você anda requer sempre

atenção, mesmo se não for um país muito longe. Se não forem

as minas explosivas, invisíveis, que todos os dias arrancam

pernas e braços de mulheres, crianças, elefantes; são taxistas

que deixam seu carro por horas numa rua escura com você

esperando dentro. Até que um dia, alguém te explica porque

CAIXA FORTE // 11

Mulheres no Tahiti. Foto produzida no finalzinho dos anos 70 para a revista Madame Figaro, que circula ao domingos no jornal francês Le Figaro

Imagem que integra o primeiro e único editorial de moda publicado na revista inglesa House & Garden, de decoração.A foto foi realizada em Paris, também em 1976

Foto registrada na França, no restaurante L’Acquarium, na mesa preferida de Marcel Proust, para Vogue Paris, em 1976

Page 7: Revista Pasta 08

CAIXA FORTE // 12

aconteceu aquilo, ou o que você fez de errado, e tudo faz sentido.

É indispensável ser compreendido, mesmo quando a mulher

que limpou seu banheiro não tenha tido vontade de tirar uma

cobra do chão do chuveiro. Quando viajamos, somos sempre

hóspedes e há que se lembrar disso e de assim se comportar.

Por isso mesmo, sou agnóstico. Não posso me permitir ter uma

religião já que a cada lugar que vou procuro absorver o máximo

da cultura e dos valores, inclusive religiosos. E cada povo

possui sua grande verdade.

Pasta: Que balanço faz de sua vida, até aqui?

Otto: Tenho vivido a vida com toda intensidade possível e

imaginável, porque sempre mergulhei de cabeça em tudo. Nunca

hesitei um passo sequer frente a uma nova experiência. Nunca

me protegi nem me impedi de viver as coisas, seja por perigo ou

por inconveniência. E sempre vivi muito bem, maravilhosamente

bem até, eu diria, seja dormindo em hotéis seis estrelas, seja

acampado nos lagos do Canadá.

Pasta: Você conheceu o cearense Chico Albuquerque?

Otto: Sim, claro. Eu e o Albuquerque éramos muito amigos. Ele

é considerado um pioneiro na fotografia publicitária, e eu na

fotografia de moda.

Pasta: Você também foi muito amigo do Luís Carta?

Otto: Muito. Sou muito grato pela deferência com a qual ele

sempre me tratou, que fez com que eu formasse dele uma

imagem única, grande, um dos nomes mais dignos da imprensa

brasileira. O conheci quando trabalhava na Editora Abril, e

confiou em mim, no escuro, me dando algumas capas de

Claudia para fazer. Anos depois, quando nos vimos na Europa,

descobrimos que ele conhecia muito bem o meu avô Luigi. Meu

avô era taxista e levava o Luís e seu irmão, Mino, todo dia para

a escola. Veja que mundo. Foi meu avô que ensinou o pai deles

a dirigir, inclusive. Fotografo até hoje para a Vogue, no Brasil,

como que para preencher a saudade que ele deixou e para

agradecê-lo pela forma como sempre me acolheu.

Pasta: Vamos falar sobre outra grande amizade, a que

te uniu à editora de arte Bea Feitler, carioca que fez

carreira nos EUA.

Otto: Devo muito à Bea Feitler, minha grande amiga e a melhor

edi tora de ar te que conheci . Bea t rabalhou durante anos

na Harper’s Bazaar, em Nova York. Ela tinha um jeito muito

especial de tratar os fotógrafos com os quais trabalhava. Todos

nós devemos muito à Bea pela sua obstinação em manter um

fotógrafo em seu percurso. O carinho dela pelo fotógrafo era

vasto, e a recíproca também. Ela tinha uma dedicação ética

e didática imensa. Visitava muito o estúdio do fotógrafo,

observava seus objetos, o levava para assistir um filme ou

uma exposição que considerava tocante. Sempre se preocupava

em saber onde estava a cabeça do fotógrafo. E isso jamais é

cogitado. Nunca ninguém mais me perguntou isso ou quis saber

onde estavam meus desejos, o que tenho vontade de fazer, o

que fiz ultimamente de novo. Sua morte precoce ainda me dói.

Hoje, o processo criativo foi mecanizado a ponto de se tornar

totalmente impessoal. Você trabalha de maneira supostamente

criativa, com o intuito maior de fazer dinheiro, e não de

fazer arte. Uma pena.

Pasta: Você tem predileção por alguma câmera ou

equipamento, para trabalhar?

Otto: Acho que é tudo igual, trabalho com qualquer um. A

câmera, quanto mais simples, melhor. Porque a fotografia é

um processo que vem de dentro para fora, nunca de fora para

dentro. Para fotografar, uso basicamente a cabeça e o coração.

Há os que fotografam para ganhar a vida. Sou daqueles para

quem a fotografia representa uma maneira de viver.

Pasta: Algo mais?

Otto: Posso te assegurar que com o passar do tempo eu realmente

aprendi a amar no sentido mais profundo e verdadeiro, que é

aquele amor que você oferece sem esperar nada, nada, nada

em troca. Desaparece o departamento de cobranças. E isso eu

consegui porque extrai da fotografia.

Se quiser saber mais sobre o fotógrafo, compre o livro Otto Stupakoff, da editora Cosac Naify, lançado em 2006, ou Rioerótico – A Fotografia de Otto Stupakoff,da editora HarperCollins & Regan Books, também de 2006.

Page 8: Revista Pasta 08
Page 9: Revista Pasta 08

Chega de papinho furado

por eduardo limaDiretor de Criação da f/nazca saatchi & saatchi

Se a gente fosse escutar e levar a sério tudo o que ouvimos de

previsões e análises sobre a propaganda brasileira, teríamos um

único caminho: uma arma e uma bala na cabeça. Os profetas

falam. Quem não tem tempo para isso, trabalha.

Estou cansado de uma prática que se tornou usual na nossa

profissão. A crítica do trabalho geral que o Brasil vem fazendo.

Os profetas dizem que tudo está ruim. Sim, é muito mais cômodo

generalizar. Ver algum trabalho bom na rua dói. Machuca quem

não consegue colocar nada. Mas se a gente olhar para trás, vai

ver que sempre teve uns 97, 98% de coisa ruim no ar.

O que eu acho é que os profetas deveriam gastar mais energia

trabalhando nas campanhas e tentando convencer

seus clientes a colocar coisas boas na rua. A batalha

do dia-a-dia não é fácil para ninguém. Não existe

cliente fácil. Existe cumplicidade, existe conquista

de confiança, existe argumento, existe parceria.

Idéia boa nenhuma cai no colo. Tem que sentar em

cima. Pegar na unha a desgraçada. Domar a maldita.

É fácil ficar falando do alto de uma sabedoria de boteco que não

existe nada de bom por aí. Sim, porque a história mostra que

sempre foi mais fácil destruir do que construir. Sempre foi mais

tranqüilo o comodismo do que a luta para mudar uma situação.

Chega de teoria. Chega de papinho furado. Chega de bobagens.

Coisinha de garotinhos de playground. Maricas. Tem que ser

mais menino de rua. Se todos cuidarem de seus jardins, o todo

fica melhor. Até porque já tem gente fazendo isso.

Não quero parecer leviano de citar meu próprio jardim, mas acho

meu dever incluir a F/Nazca nessa lista. Eu também diria que a Santa

Clara busca coisas diferentes em seus trabalhos, sem medo de

errar. A AlmapBBDO. A Famiglia. Tem coisas diferentes na Loducca,

também. A minha análise aqui é crua. Estou falando de coisas que

eu percebo. Movimentações. Inquietações. Essa é a minha opinião.

Não sou dono da verdade. É a maneira como eu enxergo.

Acho que a criação tem que ter na alma a inquietude. A acomodação

para mim só leva ao comum. O release não pode se sobrepor à idéia.

A idéia tem que ser maior. Ninguém consegue decretar que isso ou

aquilo é uma grande idéia. Ela é porque ela é. Não vamos nos enganar.

E t ambém chega de f i c a r babando ovo de a rgen t i no .

Eles estão na frente e ponto. Isso é fato. Chegou

a nossa vez de fazer o que eles tentam no

futebol. Não podemos nos acomodar no

caos de nosso país. Na tristeza de abrir um

jornal pela manhã e ficar deprimido com o

que vemos.

A frustração não pode ser maior do que a luta.

As palavras não podem ser maiores do que os atos. Revolução.

Anarquia. Temos que fazer coisas que nos levem à demissão. Esse

lugarzinho comum de que tudo está ruim, pô, papo de derrotado.

Eu sempre luto até o final. Se você arranca meu braço esquerdo,

luto com o direito. Se você arranca o direito também, luto com

as pernas. Cortou as pernas? Luto com a cabeça.

Para mim está muito claro: o que importa é o autêntico. O genérico

só é bom para a saúde. E o mais ou menos só é confortante para

os medíocres.

TEXTO CORRIDO // 14

O M A I S O U M E N O S

Só é CONFORTANTE

PARA OS MEDÍOCRES

Page 10: Revista Pasta 08
Page 11: Revista Pasta 08

TEXTO CORRIDO // 16

Crônica de uma morte anunciada

por fernando nobresócio e Diretor de Criação da famiglia

T O M A R A Q U E E S T E

ARTIgO PROVOQUE AO

MENOS ALgUM DEBATE.

ISSO JÁ FUNCIONARIA COMO

UM DESFIBRILADOR PARA

O NOSSO QUERIDO ANUÁRIO

Estamos em época de Anuário. Assunto sempre palpi tante,

polêmico. Daí eu usar este espaço para dar os meus palpi tes

e, provavelmente, causar polêmica.

Não à toa, o t í tulo desse art igo é Crônica de uma morte

anunciada . Porque o Anuário – o mais tradicional e

respei tado prêmio que temos, o retrato f iel da qual idade da

criação publici tár ia brasi leira – está perdendo importância

ano a ano, deixando de ser referência a cada nova edição,

es tá agon i zando l en tamente . Não é ma is o re f l exo do ano

na p ropaganda b ras i l e i r a , não é uma fon te con f i áve l pa ra

um di re tor de cr iação cont ra tar, não é sequer percebido

pe los anunc ian tes .

Minha intenção aqui é tentar colocar este assunto na ordem

do dia. Porque toda rodinha de criat ivos, nesta época

do ano, discute o assunto. Mas pára por aí . Quem sabe

colocando algumas idéias no papel elas não acabem saindo

do papel?

O que vocês irão ler, a seguir, não tem nada de revolucionário,

inédito. São medidas simples que talvez ajudem a recolocar

o Anuário no rumo.

Não leiam, por favor, como se fosse um programa de

candidato. Tampouco como uma cr í t ica à Diretoria.

É apenas o olhar de alguém que integrou alguns júris e que adora

o Anuário. E quer vê-lo cheio de vida por muitos e muitos anos.

Por que o presidente do júri tem tão pouca importância

no Anuário?

Um presidente do júri , indicado pelo presidente do Clube

de Criação , com a devida antecedência e t ransparência,

tem muito mais poder para produzir um Anuário relevante.

Ele dá o tom do corpo de jurados, def ine cr i tér ios, é um

“voto de Minerva”. É alguém que dá a cara a tapa e que,

naturalmente, precisa ter estatura para o posto. Alguém

que não irá agir levianamente. E, se por acaso o f izesse,

seria tão simples responsabil izá-lo: ele é um só, não está

di luído em meio a outros 30 nomes. Acho inclusive que um

presidente do júri assim deveria indicar os jurados. E aí

passamos para o i tem seguinte.

Por que eleger os jurados pelo voto direto dos sócios

do Clube?

É mais democrát ico? Talvez. É mais demagógico? Sim. É mais

justo? Com quem? É mais cr i ter ioso? Não. Defini t ivamente,

não. Os prêmios mais respei tados do mundo – aqueles

que nós olhamos com admiração, desejo, inveja – não

elegem os jurados por voto direto. Ok, poderíamos fazer

Lúci

o Cu

nha

Page 12: Revista Pasta 08

TEXTO CORRIDO // 17

diferente aqui no Brasi l , e fazer melhor. Mas infel izmente

não é o caso. Escolhemos pelo voto direto e simplesmente

al i jamos um bocado de nomes fundamentais para a cr iação

brasi leira. Dois exemplos só para i lustrar : Fabio Fernandes

e Marcel lo Serpa não f iguram entre os “elei tos” há alguns

anos. Um presidente do júri for te deve indicar os jurados.

Convidar nomes relevantes para julgar a produção criat iva

do ano. Poucos nomes, de peso, com história, cr i tér io,

comprometidos com a idéia, com o novo, com a boa

propaganda. Gente capaz de produzir um Anuário com mais

relevância, que ref l i ta o que de melhor foi fei to no ano.

Muitos vão dizer que isso já foi fei to no passado e o júri

acabava descambando para discussões pessoais – um não

vota no trabalho do outro, que não vota no outro e assim vai .

Ora, é claro que isso pode acontecer. Da mesmíssima forma

que acontece com o júri elei to pelos sócios. É mais velado,

mas acontece. E nos prêmios lá de fora deve acontecer

também. Talvez com um tempero menos lat ino, com mais

polidez e boas maneiras, sem ninguém chamar para a briga.

Mas o fato é que lá fora eles têm produzido anuários mais

f iéis ao trabalho que real izam ao longo do ano (não estou

comparando a qual idade dos trabalhos de lá e daqui, mas

a maturidade do júri) . O que não pode acontecer aqui é

acredi tarmos que é possível produzir um grande Anuário

sem ter os melhores julgando.

Por que um júri só para TV, Mídia Impressa, Mídia

Exterior, Rádio?

De novo, o mesmo problema: mais de 20 pessoas julgando

todas as categorias. Dilui demais. Ninguém é responsável

pelo resultado final. Impossível fazer um teste de DNA para

descobrir quem é o pai desta criança. Convenhamos: seria bem

mais razoável um júri só para TV, um para Rádio, outro para

Mídia Impressa e um para Mídia Exterior. Com sete jurados

cada, mais ou menos. Daí todo mundo sabe quem julgou o

quê. Quem é responsável pelo quê. Daí todo mundo sabe quem

aplaudir, quem vaiar. E o mais importante: daí o Anuário fica

melhor, mais criterioso, mais enxuto, mais relevante. Porque

um júri que pode se debruçar sobre uma única categoria

avalia melhor, com mais calma, sem a afobação de ter que

observar mais de 4 mil peças em um punhado de dias. Já foi

assim no passado, parece. Mas, um dia, alguém ficou melindrado

de ser convidado para o júri de Rádio enquanto fulano tinha sido

chamado para julgar TV. E recusou o convite. E aconteceu de novo

e de novo. Resultado: hoje todo mundo julga tudo.Que beleza.

Por que as peças não são premiadas por categoria?

Como acontece em Cannes e em muitos outros fest ivais, em

que f i lme de sabonete não compete com f i lme de provedor

de internet . Ou então, por que não adotar um outro cr i tér io

qualquer que não coloque tudo no mesmo saco de gatos?

Por exemplo, produções de TV com orçamento até x mil

reais não concorrem com produções de TV com budget acima

disso. O One Show faz isso (e não nos esqueçamos: eles

são o One Show ! ) . Enf im, poderíamos encontrar um cri tér io

para não julgar igual os di ferentes. Aqui conseguimos isso

t imidamente ao separar as campanhas comunitár ias das

demais. É um começo, mas talvez possamos ir além.

Por que a festa de premiação é tão informal?

Um pouco de pompa e circunstância também podem

contr ibuir para dar mais notoriedade ao prêmio. Algo mais

formal (não precisa ser besta!) talvez dê a real dimensão do

que representa ganhar uma medalha no Anuário do Clube de

Criação de São Paulo .

Para f inal izar : tomara que este ar t igo provoque ao menos

algum debate.

Isso já funcionaria como um desf ibri lador para o nosso

querido Anuário.

Page 13: Revista Pasta 08

ANUNCIANTE // 18

Falando bem pelas costas

por luis antônio Vargasgerente de publicidade e promoções da petrobras

Ao receber o convite para escrever esta coluna, confesso

que fiquei um pouco receoso, pois, é certo que, para nós

publicitários, é muito mais fácil criticar do que elogiar. Porém,

lembrei de uma campanha recente à qual realmente devemos

“pagar tributos”.

Trata-se de uma campanha de posicionamento do Banco Real

(ABN AMRO), que é uma aula sobre sustentabilidade. Para se

ter idéia de como essa é uma palavra recente, e relativamente

desconhecida, nem o corretor ortográfico do meu editor de textos

a reconhece.

Realmente, explicar para toda a população, de forma clara

e eficiente, o que é sustentabilidade é um grande desafio

que, nesse caso, foi muito bem resolvido por quem cuida da

comunicação do Banco Real.

Nas campanhas da Petrobras, o aspecto sustentabilidade

sempre é abordado, porém, não conseguimos, ainda, fazer

uma ação focada na “conscientização” da população. Apesar de

Cena do filme Yuri (no alto) e anúncio relativo ao São Paulo Fashion Week: peças das campanhas de Sustentabilidade criadas pela Talent para o Banco Real

Stef

erso

n Fa

ria

QUAL A MELHOR CAMPANHA

QUE VOCÊ VIU NO AR,

NOS úLTIMOS TEMPOS?

termos o Índice Dow Jones Mundial de Sustentabilidade e o

Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa, e de termos

sido classificados em primeiro lugar como Empresa Exemplo de

Responsabilidade Social, pela pesquisa Market Analysis, nossa

comunicação, à exceção da divulgação de fatos, não consegue

ser tão didática e simples a ponto de explicar perfeitamente o

que é sustentabilidade.

O grande mérito do Banco Real é, justamente, conseguir

desmistif icar a palavra, veiculando campanhas bastante

didáticas no sentido de explicar realmente o que é a

responsabilidade social, ambiental e econômica, que as

empresas de hoje em dia tanto pregam.

Parabéns ao cliente e à agência por serem tão diretos e tocarem

a audiência dessa forma.

Para nós, fica a lição e a promessa de conseguir a mesma eficiência

na abordagem desse conceito, na nossa comunicação.

Page 14: Revista Pasta 08

PERSONALIDADE // 19

por alex Cervenyartista plástico

Tenho uma certa dificuldade com a propaganda, de maneira

geral. Isso porque tenho a mente muito crítica e questionadora e

a publicidade muitas vezes busca soluções simplistas e óbvias,

chegando até a desrespeitar a inteligência do consumidor.

Quando digo isso, me vem à mente, por exemplo, a propaganda

de cerveja, que trata o produto como se fosse um elixir da

sensualidade e a mulher como um mero objeto que compõe

o cenário proposto pela publicidade. Acho um desrespeito.

Nossos publ ic i tá r ios são tão incr íve is , com cer teza

poder iam re f le t i r sobre out ras soluções cr ia t ivas que

fugissem de estereótipos. Afinal, a publicidade pode ter um

compromisso maior, eu d i r ia a té um compromisso

socioeducativo. Penso ainda na propaganda de carros, que

mostra até o mais simples automóvel 1.0 como uma fonte de

adrenalina e aventura, quando o que realmente precisamos, no

momento, é transformar esse trânsito maluco num ambiente

com mais segurança e controle. A palavra certa é prudência.

Outra abordagem igualmente equivocada, na minha opinião,

mas bastante utilizada, é a de agregar a produtos supérfluos,

va lores ecológicos: ecológico mesmo é consumir menos!

Mas apesar destes exemplos negativos, vejo coisas interessantes

e que realmente me chamam a atenção de forma positiva. Gosto

das mensagens que buscam a conscientização do consumidor.

Um bom exemplo é uma ação contra a pirataria, que vem

sendo veiculada e tem diversos comerciais diferentes (assinada

pela agência nova face). É interessante porque traz uma

mensagem que busca minar o velho “jeitinho brasileiro”,

demonstrando que a pirataria é crime. Obviamente que não vamos

ser ingênuos de achar que quem banca essa publicidade está

pensando somente no bem-estar da sociedade. Sabemos que,

por trás dessas mensagens, existem negócios e interesses, ou

seja, é importante para indústrias gigantes que os produtos não

sejam pirateados. Mas, de qualquer forma, é uma contribuição

social, já que o combate à pirataria é um tema de interesse

público e que tem impacto direto na questão dos empregos, dos

impostos e de outros aspectos importantes para o nosso país.

Outra campanha que vi há pouco e achei interessante é a da

Companhia Vale do Rio Doce (criada pela africa), veiculada

em jornais, que mostra que, apesar de ser uma empresa e visar

o lucro, claro, respeita o meio ambiente. Um dos anúncios diz:

“É possível uma mineradora crescer e manter seu compromisso

com o meio ambiente e a sociedade? Sim, é possível”. E segue

mostrando o compromisso social da companhia e os números

que indicam que a empresa cresceu. Esse envolvimento com a

sociedade e a prestação de contas é algo que deveria ser feito

cada vez mais, por mais empresas. Isso, para mim, é respeitar a

inteligência do consumidor.

Anúncios da CVRD, assinados pela Africa: responsabilidade socioambiental em destaque

Falando bem pelas costas

Cena do filme antipirataria, criado pela agênciaNova Face para o SETA – Sindicato das Empresasde TV por Assinatura

Page 15: Revista Pasta 08
Page 16: Revista Pasta 08

LADO B // 21

O som rola solto e vários participantes da festa se perguntam

quem é, afinal, o responsável pela animação daquela noite

agitada, numa casa localizada em Taubaté, no interior de

São Paulo. Para surpresa de muitos, o autor da “sonzeira” é

praticamente uma criança: Fábio Soares, 12 anos, já fissurado

por “dar um som” na casa dos amigos. Dois anos depois, em

1986, o cara começa a tocar no Country Club, ainda na terra de

Monteiro Lobato. “Era o início do house e eu curtia bastante o

estilo. Meus pais achavam um pouco estranho o filho na noite,

aos 14 anos, mas sabiam que minha onda era a música e não

a balada, em si”, conta Fabião. Os pais, aliás, foram grande

influência para que o menino tivesse notas musicais correndo

nas veias. Ambos trabalhavam numa gravadora, a Fermata/RGE,

e Fabião cresceu ouvindo de tudo um pouco. “Meus pais tinham

uma enorme coleção de discos que eu escutava sempre. Gostava

de bossa nova, de jazz”, recorda. “Ouvi quase que o catálogo

todo da gravadora. Passava horas e horas sentado, degustando

o que na época já era considerado antigo. Um compacto do Bill

Halley & The Comets era meu brinquedo favorito. O acesso a

esse repertório me abriu portas para os metais de Urbie Green

e Dave Brubeck, por exemplo”. Mais adiante, já vivendo em São

Paulo e cursando Rádio e TV na Faap, Fabião começou a definir

seu futuro profissional quando um tio, que trabalhava em uma

produtora de imagens, convidou-o para assistir ao processo de

finalização de um comercial. “A partir daí, me apaixonei pela

ilha de edição”. O jovem mergulhou, então, no mundo da pós-

produção e teve de “dar um tempo” com a música, que ficou

Quarteto Eletrônico

ELES VIVEM VIRANDO NOITES. E NãO Só PELO ACúMULO

DE TRABALHO NA AgÊNCIA OU NA PRODUTORA, MAS

PORQUE PROTAgONIzAM BALADAS E MUITA FERVEçãO,

à FRENTE DE piCk-ups OU POR TRÁS DE MICROFONES.

NO line-up A SEgUIR, CONHEçA O LADO DJ DE FÁBIO

SOARES, SóCIO E DIRETOR DE CENA DA CONSPIRAçãO

FILMES; O PRODUTOR MUSICAL QUE HÁ DENTRO DE

VITOR MAFRA, DIRETOR DE CENA DA REPUBLIkA

FILMES; A PORçãO VJ DE JOãO CARLOS PRADO,

DIRETOR DE ARTE DA AgNELO PACHECO; E A METADE

CANTORA E INSTRUMENTISTA DE LUCIANA LINS,

REDATORA DA FALLON. OS QUATRO, ALéM DE TUDO,

EMPRESTAM à PROPAgANDA QUE EXERCEM NO DIA-A-

DIA, REFERÊNCIAS E INSPIRAçãO QUE Só A MúSICA

PODE LIBERAR. SORTE NOSSA

submersa, mas não morta em sua vida. “Meu foco, naquele

momento, era aprender tudo na área de finalização e produção

digital”, explica. “Em 2000, mudei-me para o Rio de Janeiro e,

dois anos depois, quando já tinha experiência considerável em

pós-produção e abraçava outro desafio, o de dirigir comerciais,

percebi o quanto a música me fazia falta. Foram dez anos sem

tocar, não foi nada fácil”, lembra. Assim, em 2002, Fabião

voltou a tocar house na casa de amigos. “A galera gostava, me

chamava. Em 2003, passei a fazer barulho em diversas casas

noturnas do Rio, como a ‘00’, e continuo tocando direto”.

Esse lado DJ do sócio da Conspiração Filmes o ajuda muito

na produção de comerciais: “A intervenção narrativa do DJ é

parecida com a do diretor. A questão é a mesma: ‘como vou

contar a história?’. Quando tocamos, no fundo estamos criando

um roteiro”, compara. Fabião diz também que quando ouve uma

música, inevitavelmente pensa em filmes: “Para tocar, é preciso

fazer pesquisas constantes, ouvir estilos novos, manter-se

atualizado com o que está sendo produzido. Isso é ótimo para

minha carreira de diretor, porque a música está muito ligada à

parte emocional da narrativa”. O DJ conta ainda que atualmente

tem ouvido muito o britânico Matthew Herbert. “Para mim,

ele é o melhor produtor de música eletrônica em atividade”.

Fabião cita também a dupla dinamarquesa Pellarin e Lenler e,

no house, o brasileiro Dudu Marote (produtor musical e sócio da

Dr.DD), que usa Prztz como nome artístico. “Admiro profundamente

nosso querido Prztz e seu parceiro Rafael Droors. Estes caras

fazem hoje o melhor house de pista do mundo, sem exagero.”

Fabião: “Tocar, para mim, é uma necessidade fisiológica: dá muito prazer”

Page 17: Revista Pasta 08

LADO B // 22

Vidal: “A música permite que você coloque seus sentimentos para fora. Tira a ‘nhaca’, mesmo”

Joca: “Na Holanda ser VJ é bem mais fácil porque a tecnologia está muito mais avançada”

Difícil quem no circuito da música eletrônica não conheça,

pelo menos de vista, o produtor Vidal, nome de guerra de

Vitor Mafra, diretor de cena da Republika Filmes. Músico

desde moleque, começou a estudar violão com 10 anos. Aos

15, já tocava guitarra numa banda. “Eu gravava rock, mas

achava tudo ruim”, conta. Em 1990, foi trabalhar na recém-

chegada MTV, justamente por conta dessa sua veia musical.

“Fui editor da primeira turma da emissora”, revela. Dez anos

depois, decidiu estudar jazz. “Para criar música, é necessário

estar atento a todos os estilos”, explica o produtor. “E o fato de

ter estudado jazz, me dá uma segurança musical”, completa.

Até que, de 2002 para cá, com o surgimento de softwares e

tecnologias tão avançadas quanto atraentes, Mafra resolveu

mergulhar no universo da música eletrônica. “Mostrei ao

Dudu Marote (olha o Dudu sendo citado de novo), ele gostou,

disse que eu tinha captado a linguagem”, recorda. Apesar de

já ter tocado no Clube Vegas e no finado Ampgalaxy, em São

Paulo, Mafra gosta mesmo é de estúdio. “Meu foco é compor,

eu curto isso. Sou meio seletivo para tocar ao vivo. O que

mais gosto é de ver DJs tocando minha música”, diz. Suas

principais influências são Funkadelic e Giorgio Moroder, dos

anos 70; Depeche Mode e Duran Duran, dos anos 80; Phuture e

Inner City, dos anos 90; e, atualmente, Anthony Rother, Green

Velvet, Tiga e DJ T, entre outros. Curioso para saber no que

é que deu tanta influência? Dê uma chegada no site do Vidal,

http://www.myspace.com/vidalzabriski. Para Mafra, a música

e o cinema andam de mãos dadas e, por isso, o fato de ser um

produtor musical o auxilia muito no trabalho como diretor de

filmes publicitários e cinematográficos. “O áudio fala direto

com o inconsciente”, declara. “É uma grande vantagem para

um diretor estar atento ao meio musical”. Ele acrescenta ainda

que tanto o diretor necessita seduzir a audiência quanto o DJ

ou produtor musical, a platéia. Assim, as atividades acabam

ficando parecidas. Apesar do fascínio pela composição e

execução de melodias, Vítor garante que seu “grande barato” é

mesmo filmar. “A música é um hobby que deu certo”, finaliza.

João Carlos Prado, mais conhecido como Joca, diretor de

arte da Agnelo Pacheco, confessa que até largaria tudo, um

dia, para se dedicar apenas à sua paixão maior: atuar como

VJ. “Ser DJ é algo relativamente comum no Brasil, mas ser

VJ, nem tanto”, começa Joca. Ele conta que sempre gostou

de baladas e, quando reparou que surgiam por aqui pessoas

que mixavam vídeos, juntando imagens às músicas, não teve

dúvidas: quis ser um VJ. “Mas falo de um trabalho que é

diferente do que fazem os apresentadores da MTV. O VJ é,

na verdade, um artista visual, trabalha ao lado do DJ, de

forma independente, expondo imagens, ao vivo”, explica. O

trabalho de Joca, assim como o do Fabião e do Vidal, é mais

voltado à música eletrônica. “Faço vídeos no estilo minimal

techno, que é um sub-gênero da techno music”, revela. O

VJ fez duas participações no FILE - Festival Internacional de

Linguagem Eletrônica. Também já projetou em casas noturnas

como Lov.e Club, Ultralounge, Soul Sister e AfroSpot, entre

Page 18: Revista Pasta 08

LADO B // 23

outras. Dentre suas influências, cita o VJ Spetto e um grupo de

artistas visuais da Inglaterra, chamado D-Fuse. “Além disso,

a dupla inglesa Addictive TV, que reúne os dois melhores VJs

da atualidade, esteve no Brasil, em 2006, no Motomix, e veio

ao Skol Beats 2007, é grande fonte de inspiração”. Joca, que

também foi convidado a se apresentar no Skol Beats deste

ano, encerra dizendo que a publicidade o ajuda no trabalho

como VJ, já que desenvolve seu senso estético, essencial na

composição dos vídeos exibidos na noite, mas que o trabalho

como VJ também o inspira no dia-a-dia, dentro da agência.

Quem olha para a roqueira Luciana Lins, a Luli, no palco, jamais

diria que por trás da cantora e guitarrista se esconde uma

personalidade tímida. A pernambucana, natural de Recife, que hoje

é redatora da Fallon, em São Paulo, adora compor, desde criança,

além de tocar violão. Entre 8 e 9 anos, ela construiu sua própria

guitarra de madeira. “Comecei a tocar violão de brincadeira, em

casa, e não tinha nenhuma pretensão de ser cantora. Sou tímida”,

sublinha. “No colégio, gostava de compor para decorar algumas

matérias e, eventualmente, cantava canções também, mas sem

fazer alarde”. Ainda no Recife, onde trabalhava na agência

Ampla, gravou, de forma caseira, nada menos do que sete

discos. “Eu faço um indie rock twee, um pop experimental, para

simplificar. Meus amigos definem o som como ‘folk geográfico,

com arranjos futuro do pretérito’”, brinca. Há cerca de cinco

anos, Luli veio para São Paulo, passar férias. Decidiu mostrar

seu portfólio na W/Brasil, e ficou. “Queria mesmo trabalhar por

Luli: “Meus CDs têm nomes engraçados, como Bolhas na Pleura, porque eu tive bolhas na pleura. Minhas composições têm muito a ver com aquilo que acontece na minha vida”

Eugênio Vieira

aqui, e deu certo”. Foi quando lançou o disco Abduzida, também

gravado de forma caseira, que retratava o fato de ter vindo para

cá e não ter voltado. Luli conta que no seu primeiro ano na

capital paulista não conhecia ninguém, por isso ficava muito

sozinha, acompanhada de seu violão. “Até que uma turma de

Recife, que gostava do meu som, acabou mostrando o trabalho

para uma gravadora, a Slag. Eles curtiram e me convenceram

a fazer um show, entre 2004 e 2005”. Tocando suas próprias

composições, Luli juntou-se aos Causadores e formou a banda

Lulina e os Causadores, por intermédio da própria gravadora.

“Agora vamos lançar nosso primeiro CD, Cristalino. Escolhi

esse nome porque será meu primeiro CD sem chiado”, diverte-

se a redatora, que já se apresentou no Grazie a Dio, no Coppola

Music e até na Livraria Fnac. Dentre as influências musicais,

Luli cita Velvet Underground, Cat Power, Belle and Sebastian,

Beat Happening, Cartola e Nara Leão. “Já as influências pessoais

são Dostoievski, Super Nintendo, formigas e extraterrestres”,

mistura. “Acredito que, para compor, as influências vão além das

musicais. Tudo o que a gente vive, ouve e gosta conta”. Luli

acha que a música é uma espécie de “válvula de escape”, na sua

vida. “O que não posso botar na publicidade, boto na música”,

explica. “A música me ajuda a criar jingles, por exemplo,

mas acho que me auxilia muito mais como pessoa do que no

trabalho”. Por outro lado, a publicidade acaba dando uma mão

nas composições da pernambucana. “As minhas canções são

bastante irônicas, por influência da propaganda. Às vezes até tiro

onda do mercado”, fecha a artista.

Frames de vídeos mixados pelo VJ Joca, exibidos durante apresentações em casas noturnas como a Pacha, em São Paulo

Page 19: Revista Pasta 08
Page 20: Revista Pasta 08

How green is Your Company?

A REVISTA Pasta REALIzA SUA PRIMEIRA MESA

REDONDA, SOBRE O TEMA “o quão VerDe

é sua empresa” , ABORDANDO ASSUNTOS

RELATIVOS à SUSTENTABILIDADE. A MATéRIA

TEM SE DESTACADO NA MÍDIA, NãO APENAS DO

BRASIL, MAS DE TODO O MUNDO, E gANHOU

FORçA EM FEVEREIRO úLTIMO, QUANDO FOI

REALIzADA, EM PARIS, A PRIMEIRA RODADA DO

PAINEL INTERgOVERNAMENTAL DE MUDANçAS

CLIMÁTICAS (IPCC, NA SIgLA, EM INgLÊS), PELA

ORgANIzAçãO DAS NAçõES UNIDAS (ONU). NO

INÍCIO DE ABRIL, HOUVE A SEgUNDA PARTE DO

EVENTO, EM BRUXELAS, E O TEMA VOLTOU àS

MANCHETES. NãO HÁ DúVIDA DE QUE O RELATóRIO

ASSUSTADOR REVELADO AO MUNDO, SOBRE AS

CONSEQüÊNCIAS DO AQUECIMENTO gLOBAL à VIDA

NA TERRA, CHAMOU AINDA MAIS ATENçãO PARA A

QUESTãO DO MEIO AMBIENTE. MAS COMO TOMAR,

EM NOSSAS VIDAS E EM NOSSAS EMPRESAS,

DECISõES CONSCIENTES EM RELAçãO AO

IMPACTO AMBIENTAL E AO CONSUMO? CIDADãOS

E EMPRESAS TÊM CONHECIMENTOS SUFICIENTES

PARA DESENVOLVER PENSAMENTOS E AçõES

SUSTENTÁVEIS? REUNIMOS REPRESENTANTES DE

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AgÊNCIAS, ANUNCIANTES E VEÍCULOS PARA INICIAR

UMA DISCUSSãO SOBRE O ASSUNTO, PARTINDO DA

PREMISSA DE QUE UMA NOVA ERA ESTÁ SURgINDO

PARA O PLANETA, QUE PRECISA DE TRATAMENTO

INTENSIVO, E PARA A PROPAgANDA, QUE PRECISA

DAR SUA CONTRIBUIçãO PARA QUE A CASA

gRAVEMENTE FERIDA CONSIgA SE SALVAR. A MESA

REDONDA CONTOU COM A PARTICIPAçãO DE SILVIA

CAMOSSA, DIRETORA DE PLANEJAMENTO PARA A

CONTA DE NATURA NA LEw’LARA; MURILO LICO,

REDATOR DA SANTA CLARA; ROSANgELA BACIMA,

DIRETORA DE RELAçõES SOCIOAMBIENTAIS DO

gRUPO PãO DE AçúCAR; ANDRé SkAF, SóCIO-

DIRETOR DA IMPOSSÍVEIS ENTRETENIMENTO;

JAIRO CANTARELLI, gERENTE DA ÁREA FLORESTAL

DA FABER CASTELL NO BRASIL E gERENTE gERAL

DA FABER CASTELL COSTA RICA; MATTHEw

SHIRTS, EDITOR-CHEFE DA VERSãO BRASILEIRA

DA REVISTA NATIONAL gEOgRAPHIC, CURADOR

DO PROJETO PLANETA SUSTENTÁVEL, DA EDITORA

ABRIL, E COLUNISTA DO JORNAL O ESTADO DE S.

PAULO; MENTOR MUNIz NETO, SóCIO E DIRETOR

DE CRIAçãO DA BULLET; E VALMIR LEITE, SóCIO E

VICE-PRESIDENTE DE CRIAçãO DA NOVAS/B

Page 21: Revista Pasta 08

MESA REDONDA // 26

A preocupação com o meio ambiente não pode continuar a

ser encarada como apenas mais uma, dentre várias outras.

Ela envolve nossas vidas, nossos negócios e nosso futuro.

A proteção ambiental e a busca por um mundo sustentável

devem ser tarefas comuns a todos nós, pessoas e empresas.

Sustentabilidade, entendida como viabilidade econômica,

desenvolvimento social e conservação ambiental, já é hoje um

atributo considerado essencial e não apenas um diferencial

para marcas e empresas. Mas adotar uma espécie de “livro/

caixa/carbono” e sair plantando não sei quantas árvores,

com o intuito de compensar emissões de CO2 próprias,

será solução suficiente? Até que ponto pôr em prática essa

equação, como quem reza um Pai Nosso para ser perdoado

por pecados, vai resolver o futuro do planeta? Não seria mais

coerente e importante parar de pecar ou pecar menos? Outra

questão contundente: existe uma oposição intrínseca entre

sustentabilidade e publicidade, já que a publicidade, como

sabemos, é ponte entre produção e consumo e o planeta exige

que passemos a tomar decisões conscientes de consumo?

Discutimos ainda se deverá o mercado publicitário começar

a criar campanhas de esclarecimento e estímulo à população

na adoção de medidas de proteção ambiental e de atitudes de

respeito e integração ecológica. Será que veremos em breve,

ao final de anúncios e comerciais criados para quaisquer

produtos, o aviso: “Consuma com Moderação”? Pense sobre

tudo isso você também, mas antes siga em frente e veja no

que deu esse primeiro bate-papo.

Pasta: Como todos nós sabemos, o mercado está sempre

atento a tendências, oportunidades, modismos. Pois

bem, a pergunta inicial é: até que ponto essa “onda

verde”, que ultrapassa agora os limites das ONgs e o

apelo dos cientistas, para ganhar a mídia, as empresas

e os cidadãos comuns, pode perder sua legitimidade

e sua força, uma vez que “a causa ambiental” se

transforme em “commodity” e seja apenas aproveitada

para fortalecer marcas, de acordo com os anseios do

momento, e depois seja descartada e saia do embate

enfraquecida e desgastada?

Valmir Leite: Acho que a questão da sustentabilidade

não é modismo, pois envolve um problema que não era

encarado e parecia muito distante de ter suas conseqüências

perceptíveis. Há uma coisa nova aí, pois esse problema não

vai desaparecer e esta é a primeira vez que a gente vai ter

de enfrentar de verdade um obstáculo que, a princípio, não

tem solução. Uma crise que pode levar a humanidade a um

desfecho trágico.

Rosangela Bacima: Na verdade, esse nível de consciência leva

a uma necess idade de ação u rgen t e . Nós chegamos a

um ponto cr í t ico , no qual nos perguntamos se a inda há

retorno e como mudar prognósticos tão pessimistas. Isso traz

uma preocupação com re lação ao fu turo de nossos f i lhos,

das novas gerações.

Murilo: “No mundo ideal, as agências recomendariam que seus clientes colocassem em prática políticas verdes e de gestão responsável. As agências, cada vez mais, devem assumir o papel de gestoras dos negócios de seus clientes, deixando de ser apenas prestadoras de serviços ligadas à área de marketing. Elas precisam descobrir seu papel nessa nova era”

Fern

ando

Tor

res

Page 22: Revista Pasta 08

Murilo Lico: O Brasil tem a tendência de pegar para si um

assunto pronto, ou seja, se algo é uma preocupação mundial, é

uma preocupação nossa também. De repente, aquilo vira capa

da revista Veja, capa de 200 jornais no país inteiro e, durante

duas semanas, a população só fala sobre sustentabilidade.

Só que, depois, o assunto desaparece. Essa é uma discussão

extremamente necessária, não pode sair da pauta do país. Tem

de se tornar inevitável a gente pensar sobre isso.

Mentor Muniz Neto: Arrisco dizer que essa tendência não acontece

só aqui, mas concordo que o brasileiro é muito permeável a idéias

que parecem ser de Primeiro Mundo e por isso seriam boas. Há um

pensamento de que se é bom para os Estados Unidos e a Europa,

é bom para a gente também. Mas confesso que estou confuso. Eu

falo isso com tranqüilidade, porque a nossa agência neutralizou

carbono, porém, nas últimas semanas, tenho ouvido informações

contraditórias e começo a pensar se não fomos “trouxas” por

aderir cedo demais à neutralização do carbono. Talvez eu devesse

ter questionado mais essa história. Tenho dúvidas sobre o quanto

isso realmente é importante e vai melhorar a perspectiva sombria

que há para o planeta.

Pasta: Aproveitando o gancho, vocês consideram

oportunistas ou autênticas as ações que temos visto

no mercado, protagonizadas por agências e empresas

que buscam agregar o “verde” ao seu dia-a-dia

neutralizando as emissões de carbono?

Valmir : Fizeram essa pergunta quando a novaS/B anunciou

que es tava se tornando a pr imeira agência bras i le i ra

a neut ra l i zar o carbono. Não se t ra ta de opor tunismo,

mas s im de responsabi l idade ambienta l . Como já d isse ,

não es tamos fa lando aqui de jogada de market ing ou de

modismo, mas s im de uma t ragédia anunciada, que ex ige

para ontem tomadas de decisões de cada um de nós e de

nossas empresas.

Mentor: Eu também não neutralizei o carbono da Bullet

por que pega bem, ou porque o consumidor vai achar mais

bacana. Neutralizei porque, embora me questione sobre

isso, achei que não podia ficar de braços cruzados. E vamos

instituir, na agência, dentro de algumas semanas, a opção

para nossos clientes de querer ou não que cada ação de

marketing realizada seja neutralizada. Eles escolherão.

Jai ro Cantare l l i : Ta lvez agora o crédi to do carbono se ja

a bola da vez . Mas isso não envolve somente a ge ladei ra

ou o combust íve l . Há uma questão socia l envolv ida n isso.

Se não houver o equi l íbr io socia l , não ex is te o equi l íbr io

ambienta l . Quando você faz uma cr í t ica , ou quando há

um balanço de carbono dent ro da sua a t iv idade, onde é

que es tá o balanço socia l? Essa é uma questão que não

vem sendo discut ida . Você pode equi l ibrar todo o carbono

que emi t i r, mas mui ta gente cont inua morrendo de fome

no mundo.

Mentor: “A água, o biocombustível e a Amazônia são nossos grandes ativos para este milênio, mas precisamos rapidamente reverter a imagem que o mundo tem da gente”

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Valmir : Pelo menos a gente conseguiu focar numa coisa

que é o in imigo públ ico número um. E foco é fundamenta l

para que consigamos a t ingi r um obje t ivo e amenizar essa

t ragédia anunciada.

Matthew Shirts: Por falar em modismo, eu li numa revista

americana que o metrossexual já era, e que agora o moderno

é ser ecossexual. Não sei o que é ser ecossexual, mas já acho

bacana o ecossexual, seja lá o que isso for (risos).

Pasta: Apesar dos ecologistas – muitas vezes chamados

de ‘ecochatos’ – já baterem nessas teclas, há anos,

parece que só agora a ficha começa a cair. Lembram da

Eco92? O Protocolo de kyoto foi assinado em 1997, só

para citar dois exemplos. Talvez seja bastante tarde,

mas não tarde demais. Vocês acham que a “virada”

aconteceu quando?

Valmir: Acho que se deu após o lançamento, em 2006, do

documentário de Al Gore, Uma Verdade Inconveniente, e de sua

cruzada contra o efeito estufa. Mas se fortaleceu neste ano, após

a primeira rodada do Painel Intergovernamental de Mudanças

Climáticas, da ONU.

Mentor: Há dois aspectos a serem discutidos com relação

à sustentabilidade. O primeiro é o impacto que a exposição

do problema do aquecimento global, durante esses painéis

realizados pela ONU, em Paris e Bruxelas, teve na mídia e

no consumidor. O outro é a agenda polít ica que existe por

trás dessa discussão e qual a seriedade dos governantes em

realmente salvar o planeta. Outro dia, vi um documentário

i n g l ê s , b a t i z a d o T h e G r e a t G l o b a l W a r m i n g S w i n d l e

( t í tu lo que pode ser t raduz ido como A Grande Fraude do

Aquecimento Global), de Martin Durkin (cineasta do Reino

Unido, conhecido por sua postura contra os ambientalistas),

que contradiz totalmente o filme Uma Verdade Inconveniente,

de Al Gore, que ganhou Oscar, este ano. Quando a produção

inglesa terminou, fiquei quase convencido de que o que

Gore mostra é uma grande bobagem, que a gente não tem

nenhum poder de controlar as emissões de CO2 na atmosfera,

pois o ser humano é responsável por uma fração quase

i r re levante do que o p laneta em s i já o faz na tura lmente ,

seja por meio dos oceanos, das folhas secas ou quando

um animal que morre não é enterrado. Quanto de verdade

tem em toda essa história e quanto é espuma causada pelo

documentário do Gore? Quanto é agenda polít ica e quanto é

realmente científ ico?

Valmir : Eu não concordo que o documentár io do Gore

se ja apenas um f i lme. Mui to menos que se ja uma f raude.

O re la tór io da ONU é superconsis tente sobre o assunto,

e essa é a pr imeira vez que a humanidade se coloca de

verdade diante de um problema que é grave. Acho que esse

documentár io inglês é que deve ter in tenções escusas,

Jairo: “Há algumas semanas, li um artigo de um jornalista que perguntava: ‘Afinal de contas, de quem é o crédito do carbono?’. Acho muito interessante toda essa discussão, tudo isso que veio à tona agora, mas nós, como seres humanos, continuamos vendo as coisas numa escala muito pequena. A publicidade, acredito, pode fazer com que as pessoas alarguem seus horizontes”

Fern

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quem sabe a té para “permi t i r” que a população do Pr imeiro

Mundo cont inue a consumir e dest ru i r a a tmosfera , fe i to

louca, mas sem culpa. Por out ro lado, vemos que há

ingleses conscientes : um proje to da companhia aérea

Br i t ish Ai rways, por exemplo, que ex is te há uns t rês

ou quat ro anos, permi te a opção de cada passagei ro

neut ra l i zar o seu vôo. Você paga um pouco a mais para que

isso ocorra . Na minha percepção, não dá para deixar para

fazer isso daqui a dois meses, a gente tem que começar

agora . Eu es tava vendo o f i lme do Gore pela nona vez e

meu f i lho ent rou no quar to e perguntou: “O que você es tá

vendo, pa i?” . Eu fa le i para e le : “ In fe l i zmente , es tou vendo

um f i lme sobre o seu fu turo” . Querendo ou não, sendo

polêmico ou não, e le t raz a l i uma sér ie de in formações que

são super-re levantes . E os anunciantes sabem disso.

Muri lo : Como já d isse , me preocupa a forma como nós,

bras i le i ros , agimos com re lação às coisas. A gente dá

mui ta impor tância para o Oscar, que premia o documentár io

do Gore , vendendo assim a imagem de que o “Oscar é

verde” , que é uma premiação neut ra l i zada, e não damos a

mínima para o que par te de nossa população e de nossos

governantes es tá fazendo com a Amazônia , por exemplo.

Meu problema é com a manei ra como a sociedade bras i le i ra

tende a conduzi r assuntos como esse, resumindo tudo ao

seguinte : “Ah, be leza , eu compro uma geladei ra que é

neut ra l i zada e tudo bem, já es tou fazendo a minha par te” .

Valmir: Acho que existe uma vontade política de verdade, que vai

impedir que as coisas aconteçam da forma que eram antes. São

Paulo tem uma lei, hoje, que diz que nenhum evento pode ser feito

sem que seja “neutralizado”. O prefeito do Rio de Janeiro, César

Maia, soltou, na sexta-feira de Carnaval, um decreto dizendo que

toda construção de no mínimo três pavimentos precisa ter um

selo de neutralização. E assim as coisas começam a acontecer.

Lá fora, logo depois que saiu o relatório do IPCC, a Chevron

(bandeira de postos de abastecimento de combustível, controlada

pelo mesmo grupo que é dono da Texaco, na América Latina, e

da Caltex, na região da Ásia, África e Oriente Médio), e outras

companhias norte-americanas, passaram a oferecer de 10 a 100

mil dólares para jovens cientistas que encontrassem caminhos

e soluções para brecar os males previstos no documento.

Matthew: Quando foi lançado o Projeto Planeta Sustentável,

dentro da Editora Abril, do qual sou curador, achamos que os

jornalistas da casa, que são muito zelosos por sua independência,

fossem agir com um certo distanciamento, com relação à essa

idéia. Mas o que constatamos na prática foi o contrário. Cada

diretor de redação, cada editor das revistas da Abril quis e quer

participar, quer sugerir pautas, nos envia idéias. Todos estão

procurando colaborar, de uma maneira como nunca se viu

dentro da editora. Aliás, eu fui apresentar o documentário do

Al Gore para os funcionários de nossa gráfica, a pedido deles

mesmos. Precisei fazer três sessões porque todo mundo queria

ver o filme. Em todos os níveis hierárquicos, a receptividade ao

Rosangela: “Hoje, percebemos que é de uma urgência enorme a conscientização da população e das corporações sobre a necessidade de serem sustentáveis, pois chegamos a um ponto crítico. Nos perguntamos se ainda há volta, se ainda há tempo. E esta é uma preocupação que começa a estar presente até na conversa das crianças”

Fern

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assunto é tremenda. Sentimos isso em nossa empresa, assim

como percebemos que o tema sustentabilidade desperta a

atenção em todos os níveis na sociedade.

Pasta: Se queremos a preservação da natureza, vamos

ter de mudar nossos hábitos de consumo, embora

vivamos na chamada “sociedade de consumo”. Isso

levará à uma mudança de postura das agências e

dos anunciantes?

Jairo: A questão do consumo consciente tem alguns pontos

cruciais. Para exercê-lo, é necessário que haja oferta de

produtos e serviços conscientes, e as pessoas precisam ter

educação, informação. Se as pessoas não têm uma base de

conhecimento para exercer o consumo consciente, de repente

qualquer “estalo” pode levá-las para um lado que não é o

correto. E a publicidade pode ajudar nisso. Vou citar um

exemplo muito claro. Nós, da Faber Castell, fazemos lápis, que

é um produto à base de madeira, e temos uma história muito

grande por trás disso, projetos de preservação ambiental, de

reflorestamento, entre diversas outras iniciativas. Aí surge

um concorrente que faz o lápis com plástico e coloca na

cabeça do consumidor que para produzir aquele produto

com plástico ele não cortou nenhuma árvore. E como é que

você sai dessa?

Matthew: Isso soa como uma guerra de comunicação.

Valmir : Para mim, a publicidade é um instrumento que

pode contribuir de forma decisiva na adoção do consumo

consciente. Passou a época de falar de sustentabilidade,

apenas. Agora, toda agência tem de ser sustentável, todo

negócio tem que ser sustentável. Há um índice, na bolsa de

Nova York, e mesmo na Bovespa (São Paulo), indicando que

as empresas sustentáveis rendem mais do que aquelas que

não o são. É hora de por em prática a sensibilidade social,

de oferecer algo a mais ao consumidor, além do que ele já

compra. Hoje existe uma guerra nos Estados Unidos entre os

fabricantes de geladeiras, sobre qual deles faz os produtos

mais ecológicos. Os consumidores vão querer saber que

geladeira é melhor para a conservação do planeta, além de

conservar os alimentos.

Silvia Camossa: Desde que não seja a publicidade pela

publicidade, desde que exista uma pauta verdadeira, isso

pode ser muito positivo. Por exemplo, a Natura teve uma

campanha, ano passado, estimulando o uso de refis de seus

produtos, algo que é muito simples. Você tem um creme que

deixa sua pele mais bonita. Comprando um refil , o produto

consumirá menos matéria-prima, o que ajuda a preservar

o planeta. É bom para você e é bom para o mundo. Quer

dizer, quando você for comprar um xampu, você não precisa

comprar o tubo novamente, compra só o conteúdo e usa a

embalagem que já tem. As consumidoras aceitaram muito

bem essa campanha.

Matthew: “Só vejo coisas positivas nessa explosão do tema sustentabilidade. Mas a questão precisa ser entendida de uma forma mais profunda, com certeza, por cada um de nós”

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Murilo: Acho que o mais importante de tudo que estamos

falando, e que vai fazer alguma diferença na nossa vida, é o

consumo consciente. Consciente do custo ambiental, do custo

do dinheiro, do consumo versus consumismo.

Valmir: Dá para ter consumo consciente. Depende do anunciante

consciente, da agência consciente, do consumidor consciente.

Murilo: O legal dessa história de consumo consciente é que

quando ele tomar realmente conta das pessoas, quando deixar

de ser só uma discussão ou uma tendência e virar verdade,

isso mudará, sim, a dinâmica das agências, dos anunciantes,

da produção, dos negócios como um todo. E acho que isso vai

acontecer até mais rápido do que a gente pensa. Ainda estamos

mudando em função de conceitos superficiais, porque ficou

bacana falar da sustentabilidade. Quanto mais a gente discutir,

mais iremos nos aprofundar no tema, mais um anunciante vai ter

de explicar por que ele age em prol da sustentabilidade. E aí o

consumidor dele vai falar: “Tem razão, isso impacta minha vida

de tal maneira, portanto, eu vou resolver minhas necessidades

de consumo de outra maneira”. Isso pode acontecer com banco,

carro, sabão, qualquer marca ou produto.

Silvia: E não é só isso. Acho que agora as pessoas realmente começam

a perceber a importância de cuidar do planeta. Quando se vê um

Tsunami, ou furacões devastadores, ou como agora, quando começamos

a sentir que esse calor não é normal, somos obrigados a acordar.

Pasta: Em breve, (isso já é corrente para mais de

20% dos consumidores, segundo o Procon), no ato da

compra, o consumidor irá perguntar, frente a um bem

de consumo, quem o produziu, como foi produzido

e onde foi produzido, na tentativa de avaliar quais

impactos ambientais podem ser associados àquele

artigo. Passarão a ser escolhidos, então, produtos e

serviços de empresas que minimizem esses impactos

negativos. Anunciantes se preparam para isso?

Murilo: A verdade é que a gente vive na sociedade do

excesso. Todo mundo compra muito mais do que precisa. E

o verdadeiro estímulo ao consumo consciente será quando

uma marca de calça jeans, por exemplo, falar para seus

consumidores que o mundo mudou e que não basta ter estilo,

mas é preciso ter atitude, pensar no futuro, no futuro dos

fi lhos. E ela te dirá, então, que você não precisa comprar

duas calças iguais, mas apenas uma. Essa será uma maneira

moderna de se neutralizar o carbono.

Valmir: Há pouco tempo, vi uma coisa que achei espetacular.

A revendedora de automóveis Primo Rossi, famosa em São

Paulo, que não é pequena, mas é uma revendedora, lançou

num final de semana uma promoção na qual você comprava

um carro e ele vinha “neutralizado”.

Matthew: Neutralizavam o carro ou a fabricação dele?

Silvia: “A maioria das pessoas não sabe que algumas atitudes simples, e até mesmo isoladas, podem fazer a diferença. Transmitir informação para as outras pessoas, por exemplo, é algo que pode despertar um novo nível de consciência. O poder da mudança não está apenas nas mãos do governo ou das empresas, mas nas mãos de todos nós”

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Valmir: A compra do carro, não a fabricação.

Murilo: Mas as coisas não são simples assim. O consumo não

é consciente dessa maneira, senão, comprando uma samambaia

já se neutralizaria o carbono. Consumo consciente é muito mais

amplo do que ser verde, do que neutralizar. Quando consumimos

álcool ao invés de gasolina, temos de pensar nas condições de

trabalho dos cortadores de cana, no pagamento dos impostos, se

as plantações destroem ou não os mananciais. Há uma questão

muito mais macro do que a simples neutralização do carbono,

apesar dela também ser importante.

Silvia: Consumo consciente é um assunto muito novo e temos de

começar a prestar atenção em alguns pontos, com os quais não

estávamos acostumados. Mas há duas abordagens muito distintas.

Uma é de que, apesar de os seres humanos serem, no fundo,

preguiçosos, egoístas, preocupados com si mesmos, quando

recebem educação e informação, começam a olhar para tudo de um

jeito diferente. Como uma praia, por exemplo, que consideramos

bonita e não queremos imaginá-la destruída pela elevação do

nível do mar ou mesmo pela poluição humana. A educação mexe

com as pessoas e elas passam a agir de outro jeito, porque em sã

consciência não querem que as coisas que são bonitas deixem

de ser bonitas, não possam mais ser usufruídas por elas e pelas

futuras gerações. O outro jeito é por meio da propagação de

discursos muito chatos, que distanciam as pessoas. O legal é dar

espaço a formas de abordagem mais simples, que mostrem como

cada um pode fazer parte de um processo positivo, de um jeito

bacana e simples, bastando participar. Acho que a comunicação

pode passar a percepção de que isso não é um peso.

Valmir: Nos Estados Unidos, há um case muito interessante

da Chevron, que foi a público e disse: “Daqui dez anos nós

teremos o dobro de carros no mundo, mas apenas a metade

das reservas de petróleo. E aí, o que é que você tem a dizer

sobre isso? Vamos discutir o assunto?”. Daí ela criou um fórum,

e as pessoas começaram a se conscientizar sobre o problema,

começaram a falar sobre o assunto. A empresa lançou, então,

uma campanha criativa falando de verdade com o consumidor e,

ao mesmo tempo, agregando valor à sua marca. Foi a primeira

vez que uma companhia de petróleo assumiu uma postura

verdadeira com relação a um fato crítico, diante do consumidor.

Então, quando esse cara passar na rua e vir um posto daquela

bandeira, vai dar preferência a ele, por saber que fala a verdade.

Quer algo melhor do que uma marca que pareça ser honesta com

seus consumidores?

Pasta: Temos exemplos assim, no Brasil?

Valmir: No Brasil, acho que a Natura é exemplo disso.

Silvia: O que nós estamos falando de verdade, lá na essência?

Que o mundo hoje exige uma atitude de um pouco mais de

respeito, não só com o planeta, com a natureza, mas também

Valmir: “Sabe quanto custa neutralizar uma tonelada de carbono no Japão? 450 dólares. Para neutralizar a mesma quantidade na Amazônia, custa entre 15 e 20 dólares. Sim, e a casa é a mesma. Se você não está preocupado com o futuro da Terra, ou não está gostando do que está acontecendo, procure outro planeta para morar”

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com o próximo. Acho que existe uma nova consciência de

que tudo está relacionado, que o que a gente faz interfere na

vida dos outros, no que vai acontecer no futuro. Como eu

trabalho com planejamento, sei que há graus muito diferentes

de desconhecimento sobre o que é aquecimento global, por

exemplo, ou o que é sustentabilidade. Há ainda muita gente

longe de saber o que significam estas palavras, e que elas não

se referem apenas a uma questão ambiental, mas social também.

Entender e ajudar nesse processo significa um jeito novo de

fazer negócios, de pensar o mundo.

Valmir: Esse fenômeno que está acontecendo, que chamamos

de comunicação de interesse público, consumiu nada menos do

que 38% da verba de publicidade dos Estados Unidos, no ano

passado. Ou seja, 38% de um mercado de bilhões de dólares

foram destinados para campanhas de interesse público. É a

Coca-Cola dizendo “não recicle apenas, recicle certo”. A Toyota

superando a GM no mercado norte-americano por também fazer

o caminho de falar a verdade com o consumidor. É a publicidade

somada à informação. Uma coisa que tem como beneficiária a

sociedade. O caminho da propaganda, não tenha dúvidas, passa

por esse novo jeito de interagir. Volto a citar a Natura: basta

observar como essa empresa construiu sua marca e como é bem

vista pelo público.

André Skaf: O empresariado vem discutindo essa questão do

meio ambiente já faz alguns anos. Realizamos, recentemente, um

encontro na Bahia, com 200 jovens presidentes de empresas, de

24 Estados brasileiros, cujo tema central foi a sustentabilidade.

Levamos palestrantes que eram verdadeiras sumidades em

determinadas áreas, para discutir vários aspectos relativos ao

problema: a questão social, focada em educação, a questão

ambiental e a questão econômica.

Pasta: E quais foram as conclusões tiradas desse encontro?

André: A questão econômica é muito relevante, sempre foi. E

o que a gente percebe é que nada no mundo tem continuidade

se não houver uma contrapartida econômica envolvida. Como

cada um pode se beneficiar com essa situação, para fortalecer

a questão ambiental? Essa é a grande pergunta. E aí entram

diversos pontos, como o consumo consciente, plantação de

árvores, preservação de mananciais, controle de poluição de

rios e lagos, controle do lixo, reciclagem, entre outros. Por

exemplo, 75% das águas dos rios do Estado de São Paulo já

apresentam contaminação de alguma natureza, seja por detritos

de empresas ou de populações. O que a gente sofre hoje se

refere a distorções criadas há 30 anos e o que a gente vai pagar

nos próximos 40 anos estará relacionado ao que a gente faz

agora. O que tentamos descobrir atualmente é quem vai pagar a

conta desse impacto geral. Agora, empresas do mundo inteiro

estão se unindo e o empresariado começa a observar que se a

sustentabilidade não for tratada como uma questão ideológica,

o assunto morre. É por isso que para os jovens empresários a

André: “Há uma nova geração de empresários, no Brasil, que está, sim, consciente de que há questões relativas à sustentabilidade que precisam ser encaradas de frente. Esses novos líderes não podem cometer os mesmos erros cometidos pela geração passada. Precisamos ter uma visão única de ética, de responsabilidade social e ambiental, que possa transformar esse país em algo diferente”

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Page 29: Revista Pasta 08

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sustentabilidade é uma necessidade, está cada vez mais latente

nas nossas vidas. Não queremos repetir os mesmos erros

cometidos por empresários, no passado. Discutimos como

tratar as relações sociais e comerciais e como devemos estar

abertos à evolução do mundo, mas também como o banho de

cada um terá de ser menos demorado, a necessidade de controle

de natalidade e os efeitos da desigualdade social sobre a saúde

do planeta.

Pasta: Deixando agências e anunciantes de lado, por

um momento, e por falar em banho, o que cada um de

nós pode fazer, no dia-a-dia, na tentativa de contribuir

com a cura do planeta?

Murilo: Acho que a gente perde oportunidades fantásticas.

Todo mundo sabe que o Brasil é l íder em reciclagem de lixo,

em países onde a reciclagem não é obrigatória. Mas todo

mundo sabe também – ou não sei se todo mundo sabe – que

30% dos lares de São Paulo reciclam lixo, só que a coleta,

em si, é seletiva em apenas 3% da cidade. Ou seja, tem 27%

de lixo que as pessoas separam e alguém vem e junta. Isso

é inacreditável.

Silvia: Conversei com uma amiga que disse ter f icado

decepcionada justamente com isso. Ela foi numa praça depositar

o lixo que separou durante uma semana e lá viu um caminhão de

lixo juntando todos os contêineres em sua caçamba.

Rosangela: Com o lixo que as pessoas separam e levam para

os postos de coleta das lojas do Pão de Açúcar isso não

acontece, podem ficar sossegados. Há cooperativas por trás do

nosso processo, que fazem um grande trabalho voltado para a

reciclagem de lixo. Aliás, isso gera renda para milhares de famílias.

Jairo: Na verdade, o Brasil é líder em reciclagem porque há um

problema social muito grande no nosso país.

Pasta: Quando o Pão de Açúcar começou a estimular a

coleta seletiva e a reciclagem?

Rosangela: O Pão de Açúcar concluiu que, por ser uma empresa

que distribui produtos, precisava ter um grande trabalho no

pós-consumo, junto ao descarte de resíduos. Nós começamos a

fazer isso em 2001, com postos de coleta seletiva em três lojas.

Hoje, são 100. Direcionamos a coisa de tal forma, que optamos

por deixar de realizar ações que até dariam mais visibilidade

à empresa para trabalhar fortemente com postos de coleta

seletiva e ações correlatas. Temos como meta atingir todas as

nossas lojas, num espaço curto de tempo. As garrafas pet, por

exemplo, já estão entrando na cadeia de produtos de nossa

marca própria, com a produção de camisetas com o fio gerado

pelas embalagens plásticas. Ainda há muita coisa que pode

ser feita, junto à reciclagem, ao invés de ficarmos abraçando

outros projetos, não tão viceralmente ligados à nossa vocação.

Temos de adotar e promover iniciativas que se relacionem

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MESA REDONDA // 35

diretamente com nosso negócio, de forma responsável. O foco

deve ser mantido, sempre. Também estamos investindo em

pesquisas de outras formas de embalagem das mercadorias,

porque sabemos que as atuais não são as mais adequadas.

Aliás, acabo de saber que em São Francisco, nos Estados

Unidos, as sacolas plásticas para uso no varejo acabam de

ser proibidas.

Pasta: Puxando de volta a questão das agências. Elas

estão preparadas para mudar sua forma de se relacionar

com o consumidor?

Murilo: Todo mundo sabe que a publicidade é reativa. Ela não

cria demanda, ela responde à demanda. Dessa forma, acredito

que a gente pode ajudar na informação da população, sim, como

já disse a Silvia.

André: Vocês têm de convencer o consumidor a dizer: “Eu quero

isso porque é melhor para mim e para o planeta”.

Mentor: Acho que há um paradoxo importante que o André

apresentou, anteriormente, que é: se houver uma contrapartida

econômica para o anunciante, isso funciona. As duas coisas

precisam estar atreladas. Você precisa ter progresso, e o

progresso vai gerar ganhos econômicos, mas ao mesmo tempo

esse ganho econômico deve estar l igado a um forte trabalho

de sustentabilidade.

Jairo: O resultado econômico tem que ser legal, de ponta a

ponta, e não num pequeno pedaço, como nós contabilizamos

hoje. O consumidor entende quando uma empresa investe na

preservação do meio ambiente, no desenvolvimento social do

país, e não pensa apenas nos seus resultados financeiros. O

público acaba reconhecendo e indo buscar o produto dessa

empresa mais responsável. É um trabalho que tem um custo

alto para as corporações, mas, no fim das contas, elas se

beneficiam com isso também.

Valmir: O papel da agência, dos anunciantes, do mercado como

um todo será cada vez mais o de informar e conscientizar

corporações e pessoas sobre a necessidade de consumo

consciente, de preservação do meio ambiente, de desenvolvimento

social que leva ao desenvolvimento econômico. O mundo mudou,

a vida é outra e novos hábitos estão sendo instituídos, algo

que começa em casa, até mesmo quando deixamos de escovar

os dentes com a torneira aberta. A gente precisa começar a

informar as pessoas.

Rosangela: O fato é que nós todos continuamos buscando

desenvolv imento, cont inuamos buscando progresso, mas,

infelizmente, nem todos pensam no futuro da humanidade e

do planeta. A gente hoje percebe que o nível de consciência,

sensibilização e informação das pessoas é fundamental. Há

pouco tempo isso era mesmo o discurso do “ecochato”, mas

agora quem não adere já passa uma imagem de completamente

alienado. E há uma necessidade e uma urgência no sentido de

mudar atitudes, comportamentos, o que só terá efeito se essa

discussão envolver uma triangulação do mundo corporativo

com o poder público e a sociedade.

André: É preciso que se desenvolva, não somente no Brasil, mas

em todo o mundo, uma maior conscientização do que é gestão

ambiental. E a gestão ambiental envolve políticas públicas,

atividades corporativas e até mesmo a sua vida doméstica. O

publicitário precisa olhar para a Amazônia, mostrar que em

livros na Alemanha ou nos Estados Unidos ela é apresentada

como uma reserva internacional e não brasileira. Daqui a

pouco, se nós não tivermos cautela sobre isso, perderemos até

a Amazônia.

Fernando Torres

Page 31: Revista Pasta 08

MELHORES DO MERCADO // 36

Melhores do Mercado 2007

COM O OBJETIVO DE RECONHECER E HOMENAgEAR

OS MAIS DESTACADOS PARCEIROS DOS CRIATIVOS

BRASILEIROS, O Clube De Criação De são

paulo LANçOU A PRIMEIRA EDIçãO DO prêmio

melHores Do merCaDo. VOCÊ CONHECEU,

NA Pasta 7, TODOS OS FINALISTAS, DAS 12

CATEgORIAS, INDICADOS PELA DIRETORIA DA

ENTIDADE – E PODERÁ REVER ESTA RELAçãO AQUI.

MAS O MAIS IMPORTANTE, AgORA, é REgISTRAR E

DAR DESTAQUE AOS VITORIOSOS DESTA PRIMEIRA

EDIçãO DO PRÊMIO, ESCOLHIDOS POR VOTAçãO

AUDITADA PELA PRICEwATERHOUSE COOPERS E

DECIDIDA PELOS SóCIOS DO CCsp. OS RESULTADOS

FORAM REVELADOS EM FESTA QUE ACONTECEU

EM SãO PAULO, NO DIA 17 DE ABRIL, REUNINDO

MAIS DE 400 PESSOAS. O EVENTO FOI CONDUzIDO

PELO APRESENTADOR LUIz gUILHERME FAVATI. OS

ENVELOPES Só FORAM ABERTOS NA HORA, QUANDO

PASSAVAM DAS MãOS DO AUDITOR PARA AS DOS

RESPONSÁVEIS PELA ENTREgA DOS TROFéUS,

ASSINADOS PELO ESTúDIO FLEX. SIgA EM FRENTE

E CONFIRA A relação de vencedores. ANO QUE

VEM TEM MAIS melHores Do merCaDo

Categoria Diretor de Cena

“Essa é a estréia de um prêmio que dará muita credibilidade aos vencedores” Carlos Manga Jr. - Republika Filmes

Mau

rício

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Page 32: Revista Pasta 08

MELHORES DO MERCADO // 37

Categoria Profissional de Atendimento de ProdutoraCategoria Diretor de Fotografia

“Finalmente um prêmio com organização competente, para reconhecer valores da produção que atendem ao dia-a-dia da publicidade” Alberto Lopes

“A maioria das premiações reconhece o talento dos criativos das agências e esse é o primeiro prêmio grande a reconhecer o talento dos fornecedores” Mateus de Paula Santos

Vetor / Lobo

Categoria Produtora de Animação / Computação gráfica

“Existe uma distância entre os diretores de fotografia e as agências, no Brasil. O prêmio é bacana porque, além de aproximar as pontas, certamente tem imparcialidade, porque quem votou em mim nem me conhece, conhece, sim, o meu trabalho. Ou seja, a votação que obtive foi baseada exclusivamente na capacidade que tenho de interpretar idéias e transformá-las em imagens. Não houve camaradagem” Vitor Amati

“O Melhores do Mercado está valorizando áreas que não são lembradas, como a dos profissionais de atendimento das produtoras. Com certeza, esse prêmio vai agregar valor não só para esta categoria de profissionais, mas para o mercado como um todo” Rejane Bicca - O2 Filmes

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MELHORES DO MERCADO // 38

“O Clube está de parabéns pela iniciativa de juntar essa turma, que muitas vezes trabalha meio isolada, entre si. Muitas vezes, sabemos quem são as pessoas só de nome, não as conhecemos. Nesse sentido, esse encontro foi muito bom, permitiu que muitos se conhecessem pessoalmente e trocassem informações” Jarbas Agnelli - AD Studio

“É genial ganhar esse prêmio porque os sócios do Clube de Criação foram os caras que escolheram. Considero muito importante essa iniciativa, porque, geralmente, os fornecedores ficam de fora dessas premiações. Agora há este reconhecimento pelo nosso trabalho” Maurício Nahas

“Existe um lado lúdico, neste mercado, que é o que a gente valoriza. Sabemos que não fazemos arte, a função desse mercado é vender, mas dá para fazer coisas nesse contexto que tenham qualidade. Acho que o Melhores do Mercado é um reconhecimento ao nosso trabalho, sobretudo porque esse prêmio é uma escolha dos criativos. Representa muito para nós e para o mercado” Silvio Piesco - Estúdio Tesis

Categoria Produtora de Som Categoria Fotógrafo Categoria Diretor de Animação / Computação gráfica

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MELHORES DO MERCADO // 39

“A iniciativa é fantástica, principalmente porque tira do anonimato as pessoas que compõem a anatomia do corpo publicitário, os fotógrafos, as pessoas que fazem a direção de cena, os ilustradores, os produtores. Enfim, só elogios ao prêmio” Brasílio Matsumoto - 6B Estúdio

“O prêmio é um reconhecimento ao trabalho que estamos desenvolvendo, de buscar viabilizar as idéias da melhor forma possível” Ricardo Figueira - AgênciaClick

“De tudo o que a Burti produz, nada existiria se não houvesse algo criativo e inteligente, por trás. Por isso, é ótimo ganhar um prêmio em que as pessoas que pensam a idéia do produto são as que elegem os vencedores. Para nós, o prêmio é muito importante” Leandro Burti – Burti

Categoria gráfica Categoria Agência de web Categoria Ilustrador

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MELHORES DO MERCADO // 40

“Essa premiação reflete o que o mercado realmente pensa e mostra quem os criativos admiram, entre indicados e vencedores. Para a Republika, é a consagração de um trabalho, resultado de dedicação e amor pelo que fazemos” Paula Manga - Republika Filmes

“O prêmio é julgado pelos profissionais das agências, ou seja, por aqueles que realmente entendem. Por isso, é um julgamento sensato, correto e torna o Melhores do Mercado realmente importante. Estamos muito felizes por termos ganhado já na primeira edição do prêmio” André Pulcini - Tribbo Post

Confira a relação de finalistas do Melhores do Mercado 2007

Produtora de Imagem Margarida Flores e Filmes Republika Filmes Zeppelin Filmes

diretor de cenaClaudio Borrelli (Killers) Clovis Mello (Cine Cinematográfica) Carlos Manga Jr. (Republika Filmes)

Produtora de animação / computação Gráfica Dínamo Digital Vetor / Lobo Trattoria

diretor de Fotografia Paulo Mendes da Rocha (Lito) Rhebling Jr. Vitor Amati

Profissional de atendimento de Produtora Julia Tavares (Killers) Marcos Araújo (Sentimental Filme) Rejane Bicca (O2 Filmes)

Produtora de som Estúdio Tesis Sax So Funny Tentáculo

Fotógrafo Andreas Heiniger Maurício Nahas Willy Biondani

diretor de animação / computação Gráfica Jarbas Agnelli (AD Studio)Renato Amoroso Mateus de Paula Santos (Lobo)

GráficaArizona Burti Stilgraf

agência de Web AgênciaClick Lov Wunderman

IlustradorAdelmo Barreira Brasílio Matsumoto (6B Estúdio) Macacolândia (Maurício Zuardi, Marcelo Braga, Marcelo Daldoce e Danilo Beyruth)

Finalizadora Digital 21 Tribbo PostPix Post

Categoria Finalizadora Categoria Produtora de Imagem

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FOTO-LEgENDA // 42

O PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS, gEORgE BUSH, ESTEVE NO BRASIL, COMO TODO MUNDO

SABE, EM MARçO DESTE ANO. O gRUPO DE ARTIVISTAS BIJARI E O ARTISTA PEETSSA NãO

DEIXARAM BARATO. CRIARAM OUTDOORS E OS ESPALHARAM POR LUgARES PRóXIMOS AO HOTEL

ONDE BUSH E SUA COMITIVA SE HOSPEDARAM, EM SãO PAULO. VOCÊ NãO SABE DIREITO O QUE

é UM ARTIVISTA? A PRóXIMA EDIçãO DA REVISTA Pasta VAI TE EXPLICAR. AgUARDE. NA FOTO,

O OUTDOOR ESTÁ PENDURADO NA PONTE MORUMBI, SOBRE A MARgINAL DO RIO PINHEIROS. O

SLOgAN ADOTADO é AgRESSIVO E SARCÁSTICO: “ETHANOL MOLOTOV FOR yANkEE TARgET” (COM

UMA VERSãO EM PORTUgUÊS QUE DIz: “TEMOS ÁLCOOL PARA DAR E VENDER”). A ARTE MOSTRA

UM MANIFESTANTE ATIRANDO UM COQUETEL MOLOTOV E, AO LADO, UM gRAFITE COM A IMAgEM

DO BUSH. FORAM IMPRESSAS TRÊS PEçAS. A SEgUNDA FOI EXIBIDA PERTO DO HOTEL. A TERCEIRA,

COLOCADA NA FACHADA DO ESTúDIO DO BIJARI, NA RUA DA FUNDAçãO APRENDIz, ONDE A LAURA

BUSH ESTEVE. FOTOS DA AçãO FORAM DIVULgADAS EM SITES DA EUROPA E DOS ESTADOS UNIDOS.

ERA UMA IMAgEM QUE INTERESSAVA à MÍDIA, E FOI PENSADA EXATAMENTE PARA ESSE CONSUMO.

Anto

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CCSP

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ALIMENTOS / RESTAURANTES // 44

O que as modelos comem entre uma refeição de alface e outra.Anunciante // Polenghi

FamigliaCriação // Fernando Nobre Samir Mesquita Fabio Brigido

Ilustração // Elisa Sassi Up

Dá água na boca. O que numa praia sem salva-vidas, convenhamos, é um perigo.Anunciante // Polenghi

FamigliaCriação // Fernando Nobre Samir Mesquita Fabio Brigido

Ilustração // Elisa Sassi Up

Muita gente falando numa reunião incomoda.Mande um cala-boca, ao menos, pro seu estômago.Anunciante // Polenghi

FamigliaCriação // Fernando Nobre Samir Mesquita Fabio Brigido

Ilustração // Elisa Sassi Up

Sem Título (Técnica Mista: alumínio sobre queijo processado.)Anunciante // Polenghi

FamigliaCriação // Fernando Nobre Samir Mesquita Fabio Brigido

Ilustração // Elisa Sassi Up

Page 40: Revista Pasta 08

ALIMENTOS / RESTAURANTES // 45

Selecionamos apenas grãos frescos. Se ele chorou assistindo Ghost está dentro.Anunciante // Café Suplicy

F/Nazca S&SCriação // André Faria Keka Morelle

Fotografia // Lúcio Cunha

Um café tão fino que não estranhe se ele disser “até logo” quando sair pelo xixi.Anunciante // Café Suplicy

F/Nazca S&SCriação // André Faria Keka Morelle

Fotografia // Lúcio Cunha

Grãos rigorosamente selecionados. Na verdade é no singular ‘grão’, porque hoje só passou um. Anunciante // Café Suplicy

F/Nazca S&SCriação // André Faria Keka Morelle

Fotografia // Lúcio Cunha

O pessoal da máfia japonesa é sempre bem-vindo. Eles nunca vão poder levantar o mindinho na hora de tomar um café fino desses.Anunciante // Café Suplicy

F/Nazca S&SCriação // André Faria Keka Morelle

Fotografia // Lúcio Cunha

Page 41: Revista Pasta 08

ALIMENTOS / RESTAURANTES // 46

Farinha Dona Benta Reserva Especial. Especialíssima.Anunciante // JMacedo

Lew’LaraCriação // Victor Sant’Anna Felipe Luchi

Fotografia // Fabio Ribeiro

Farinha Dona Benta Reserva Especial. Especialíssima.Anunciante // JMacedo

Lew’LaraCriação // Victor Sant’Anna Felipe Luchi

Fotografia // Fabio Ribeiro

Page 42: Revista Pasta 08

ALIMENTOS / RESTAURANTES // 47

Farinha Dona Benta Reserva Especial. Especialíssima.Anunciante // JMacedo

Lew’LaraCriação // Victor Sant’Anna Felipe Luchi

Fotografia // Fabio Ribeiro

Page 43: Revista Pasta 08

ALIMENTOS / RESTAURANTES // 48

Chegou Suflair Dark com 70% de cacau. Inexplicavelmente diferente.Anunciante // Nestlé

JwTCriação // Gustavo Gusmão Claudia Fugita

Fotografia // André FaccioliIlustração // 6B Estúdio

Page 44: Revista Pasta 08

AUTOMOTIVOS // 49

Volkswagen. Única com rastreador de série em toda a linha.Anunciante // Volkswagen do Brasil

AlmapBBDOCriação // César Herszkowicz Gustavo Victorino

Fotografia // Stock Photos

Page 45: Revista Pasta 08

AUTOMOTIVOS // 50

É impressionante o que cabe dentro de um SpaceFox. (Dicionário)Anunciante // Volkswagen do Brasil

AlmapBBDOCriação // César Herszkowicz Gustavo Victorino

Fotografia // Amir Campos

É impressionante o que cabe dentro de um SpaceFox. (Hino)Anunciante // Volkswagen do Brasil

AlmapBBDOCriação // César Herszkowicz Gustavo Victorino

Fotografia // Amir Campos

Page 46: Revista Pasta 08

AUTOMOTIVOS // 51

É impressionante o que cabe dentro de um SpaceFox. (Discurso)Anunciante // Volkswagen do Brasil

AlmapBBDOCriação // César Herszkowicz Gustavo Victorino

Fotografia // Amir Campos

SpaceFox. Irado pra quem vê. Gigante pra quem anda.Anunciante // Volkswagen do Brasil

AlmapBBDOCriação // César Herszkowicz Gustavo Victorino

Fotografia // Fernando Zuffo

Page 47: Revista Pasta 08

AUTOMOTIVOS // 52

Pense Grande.Anunciante // Iveco

BorghiErh/LoweCriação // Erh Ray José Henrique Borghi Edgard Gianesi Vinicius Miike Maurício Meirelles Lucas Jatobá

Fotografia // Ateliê de Imagem Eduardo Colesi Lucas Jatobá

Pense Grande.Anunciante // Iveco

BorghiErh/LoweCriação // Erh Ray José Henrique Borghi Edgard Gianesi Vinicius Miike Maurício Meirelles Lucas Jatobá

Fotografia // Ateliê de Imagem Eduardo Colesi Lucas Jatobá

Page 48: Revista Pasta 08

AUTOMOTIVOS // 53

O que você faria com 147 búfalos na sua frente? Um test drive.Anunciante // General Motors

McCann EricksonCriação // Adriana Cury Danilo Janjácomo Roberto Cipolla Fabio Mozelli Carlos Bertuol

Fotografia // Fernando Zuffo

Page 49: Revista Pasta 08

BEBIDAS ALCOóLICAS // 54

Black and Cool.Anunciante // Cervejaria Femsa / Xingu

TalentCriação // Philippe Degen Fábio Astolpho Fábio Rodrigues

Fotografia // Edu Rodrigues

Black and Cool.Anunciante // Cervejaria Femsa / Xingu

TalentCriação // Philippe Degen Fábio Astolpho Fábio Rodrigues

Fotografia // Edu Rodrigues

Page 50: Revista Pasta 08

ESCOLAS E CURSOS // 55

Não deixe seu espanhol parecer ridículo.Anunciante // Skill

Leo Burnett BrasilCriação // Carlos Schleder André Kirkelis

Fotografia // Lúcio CunhaIlustração // Darcy Vieira

Não deixe seu inglês parecer ridículo.Anunciante // Skill

Leo Burnett BrasilCriação // Carlos Schleder André Kirkelis

Fotografia // Lúcio CunhaIlustração // Darcy Vieira

Page 51: Revista Pasta 08

ESCOLAS E CURSOS // 56

LápisAnunciante // Colégio Bandeirantes

PátriaCriação // Ricardo Lordes Priscila Barroso Alberto Nagy

Fotografia // Rafael Quintino

Page 52: Revista Pasta 08

ESCOLAS E CURSOS // 57

O coração é um músculo involuntário.Anunciante // Mackenzie

Publicis BrasilCriação // Adriano Matos Rodolfo Sampaio Fernando Carreira Guilherme Jahara

Fotografia // Banco de Imagens

A ordem dos fatores não altera o produto.Anunciante // Mackenzie

Publicis BrasilCriação // Adriano Matos Rodolfo Sampaio Fernando Carreira Guilherme Jahara

Fotografia // Banco de Imagens

Page 53: Revista Pasta 08

FARMACÊUTICOS // 58

Virilon. Muita energia e pouca vergonha.Anunciante // Luper

TBwA\BRCriação // Alexandre Nino Fabio Pinheiro

Fotografia // Getty Images

Virilon. Muita energia e pouca vergonha.Anunciante // Luper

TBwA\BRCriação // Alexandre Nino Fabio Pinheiro

Fotografia // Getty Images

Page 54: Revista Pasta 08

HIgIENE PESSOAL // 59

Ninguém precisa saber o que você tem feito.Anunciante // Sete Cosmetics

Ag_407Criação // Ricardo Wolff Gabriel Mattar

Ilustração // Cafeu Filmes

Ninguém precisa saber o que você tem feito.Anunciante // Sete Cosmetics

Ag_407Criação // Ricardo Wolff Gabriel Mattar

Ilustração // Cafeu Filmes

Page 55: Revista Pasta 08

INFORMÁTICA // 60

Hackers são pessoas extremamente perseverantes.Anunciante // Tempest

F/Nazca S&SCriação // Eduardo Lima Luciano Lincoln

Fotografia // Manolo Moran

Hackers são pessoas extremamente obsessivas.Anunciante // Tempest

F/Nazca S&SCriação // Eduardo Lima Luciano Lincoln

Fotografia // Manolo Moran

Page 56: Revista Pasta 08

MÍDIA // 61

O mundo dos negócios nunca foi tão inspirador.Anunciante // Editora Globo / Época Negócios

JwTCriação // Thiago Carvalho Silvio Medeiros

Ilustração // Silvio Medeiros

O mundo dos negócios nunca foi tão inspirador.Anunciante // Editora Globo / Época Negócios

JwTCriação // Thiago Carvalho Silvio Medeiros

Ilustração // Silvio Medeiros

Page 57: Revista Pasta 08

MÍDIA // 62

Rodrigo Santoro segue os mestres: bonito como Paul Newman, carismático como Al Pacino, mudo como Chaplin.Anunciante // Sony Entertainment Television / AXN Channel

Publicis BrasilCriação // Adriano Matos Guilherme Jahara Carlos Lopes

Fotografia // Guto Nóbrega Arquivo Cliente Banco de Imagens

Direção: J. J. Abrams Roteiro: Damon Lindelof Cenografia: Deus Casting: SatanásAnunciante // Sony Entertainment Television / AXN Channel

Publicis BrasilCriação // Adriano Matos Guilherme Jahara Carlos Lopes

Fotografia // Guto Nóbrega Arquivo Cliente Banco de Imagens

Page 58: Revista Pasta 08

MÍDIA // 63

Nova programação ESPN. Impossível sair de casa.Anunciante // ESPN

Neogama/BBHCriação // Marcelo Torma Bruno Souto

Fotografia // Bruno Cals

Nova programação ESPN. Impossível sair de casa.Anunciante // ESPN

Neogama/BBHCriação // Marcelo Torma Bruno Souto

Fotografia // Bruno Cals

Page 59: Revista Pasta 08

OUTROS // 64

Veja filmes de ação na sua TV. Não no seu circuito interno de TV.Cadeados Papaiz. A melhor coisa que poderia acontecer entre você e um ladrão.Anunciante // Papaiz

DPzCriação // Pedro Rosa Roberto Kilciauskas

Fotografia // Gustavo Lacerda

Se ainda assim você se sentir inseguro, procure um terapeuta. Cadeados Papaiz. A melhor coisa que poderia acontecer entre você e um ladrão.Anunciante // Papaiz

DPzCriação // Pedro Rosa Roberto Kilciauskas

Fotografia // Gustavo Lacerda

Page 60: Revista Pasta 08

OUTROS // 65

Uma tatuagem nunca te abandona.Anunciante // King Seven Tatoo

Publicis BrasilCriação // Rodrigo Strozenberg Marcelo Giannini

Fotografia // Max MoureIlustração // Filé com Fritas

Uma tatuagem nunca te abandona.Anunciante // King Seven Tatoo

Publicis BrasilCriação // Rodrigo Strozenberg Marcelo Giannini

Fotografia // Max MoureIlustração // Filé com Fritas

Page 61: Revista Pasta 08

OUTROS // 66

Clio Awards. Nem vendendo sua alma fica fácil ganhar.Anunciante // Panamericana Escola de Arte e Design

AlmapBBDOCriação // Wilson Mateos Marcos Medeiros

Fotografia // Hugo TreuIlustração // Pix Post

Clio Awards. Nem vendendo sua alma fica fácil ganhar.Anunciante // Panamericana Escola de Arte e Design

AlmapBBDOCriação // Wilson Mateos Marcos Medeiros

Fotografia // Hugo TreuIlustração // Pix Post

Page 62: Revista Pasta 08

OUTROS // 67

Clio Awards. Nem vendendo sua alma fica fácil ganhar.Anunciante // Panamericana Escola de Arte e Design

AlmapBBDOCriação // Wilson Mateos Marcos Medeiros

Fotografia // Hugo TreuIlustração // Pix Post

Clio Awards. Nem vendendo sua alma fica fácil ganhar.Anunciante // Panamericana Escola de Arte e Design

AlmapBBDOCriação // Wilson Mateos Marcos Medeiros

Fotografia // Hugo TreuIlustração // Pix Post

Page 63: Revista Pasta 08

OUTROS // 68

Topper KV Carbon 12. A primeira bola do mundo com tecnologia A.S.A.F.* que garante maior precisão nos chutes. *Até sua avó fariaAnunciante // São Paulo Alpargatas / Topper

Lew’LaraCriação // Marco Gianelli (Pernil) Mozar Gudin

Fotografia // Rogério Miranda

Topper KV Carbon 12. A primeira bola do mundo com tecnologia A.S.A.F.* que garante maior precisão nos chutes. *Até sua avó fariaAnunciante // São Paulo Alpargatas / Topper

Lew’LaraCriação // Marco Gianelli (Pernil) Mozar Gudin

Fotografia // Rogério Miranda

Page 64: Revista Pasta 08

OUTROS // 69

Topper KV Carbon 12. A primeira bola do mundo com tecnologia A.S.A.F.* que garante maior precisão nos chutes. *Até sua avó fariaAnunciante // São Paulo Alpargatas / Topper

Lew’LaraCriação // Marco Gianelli (Pernil) Mozar Gudin

Fotografia // Rogério Miranda

Topper KV Carbon 12. A primeira bola do mundo com tecnologia A.S.A.F.* que garante maior precisão nos chutes. *Até sua avó fariaAnunciante // São Paulo Alpargatas / Topper

Lew’LaraCriação // Marco Gianelli (Pernil) Mozar Gudin

Fotografia // Rogério Miranda

Page 65: Revista Pasta 08

PETRóLEO E DERIVADOS // 70

Energia para vencer desafios.Anunciante // Petrobras

Duda PropagandaCriação // Ricardo Braga Marcelo Maia Marcelo Kertesz

Ilustração // Tribbo PostFotografia // Alexandre Salgado

Energia para acreditar que todo sonho é possível.Anunciante // Petrobras

Duda PropagandaCriação // Ricardo Braga Marcelo Maia Marcelo Kertesz

Ilustração // Tribbo PostFotografia // Alexandre Salgado

Page 66: Revista Pasta 08

PETRóLEO E DERIVADOS // 71

Energia para superar limites.Anunciante // Petrobras

Duda PropagandaCriação // Ricardo Braga Marcelo Maia Marcelo Kertesz

Ilustração // Tribbo PostFotografia // Alexandre Salgado

Petrobras. Mais energia para o Pan 2007. Além do petróleo, a Petrobras vai buscar no mar, no sol, na terra e no vento muito mais energia para os Jogos Pan-Americanos.Anunciante // Petrobras

Duda PropagandaCriação // Ricardo Braga Marcelo Maia Marcelo Kertesz

Ilustração // Tribbo PostFotografia // Alexandre Salgado

Page 67: Revista Pasta 08

SERVIçO PúBLICO // 72

Infelizmente, acabar com o trabalho escravo não é fácil assim.Anunciante // OIT e CONATRAE

AlmapBBDOCriação // Luiz Sanches Roberto Pereira Renato Simões Renato Fernandez

Fotografia // Márcia Ramalho

Page 68: Revista Pasta 08

SERVIçO PúBLICO // 73

O colesterol não é brincadeira. Faça o exame. Fale com seu médico.Anunciante // Ministério da Saúde

McCann Erickson PortugalCriação // Fabio Seidl Diogo Mello

Fotografia // PlatinumIlustração // Platinum

O colesterol não é brincadeira. Faça o exame. Fale com seu médico.Anunciante // Ministério da Saúde

McCann Erickson PortugalCriação // Fabio Seidl Diogo Mello

Fotografia // PlatinumIlustração // Platinum

Page 69: Revista Pasta 08

SERVIçO PúBLICO // 74

Seu corpo é sua casa. Não fume.Anunciante // Adesf - Associação de Defesa da Saúde do Fumante

Neogama/BBHCriação // Márcio Ribas Isabella Paulelli

Fotografia // Robert Polidori

Seu corpo é sua casa. Não fume.Anunciante // Adesf - Associação de Defesa da Saúde do Fumante

Neogama/BBHCriação // Márcio Ribas Isabella Paulelli

Fotografia // Robert Polidori

Page 70: Revista Pasta 08

SERVIçO PúBLICO // 75

Seu corpo é sua casa. Não fume.Anunciante // Adesf - Associação de Defesa da Saúde do Fumante

Neogama/BBHCriação // Márcio Ribas Isabella Paulelli

Fotografia // Robert Polidori

Seu corpo é sua casa. Não fume.Anunciante // Adesf - Associação de Defesa da Saúde do Fumante

Neogama/BBHCriação // Márcio Ribas Isabella Paulelli

Fotografia // Robert Polidori

Page 71: Revista Pasta 08

SERVIçO PúBLICO // 76

Lágrimas secam. Ficam os motivos.Anunciante // Ipas Brasil

Santa ClaraCriação // André Godoi Vico Benevides Fernando Campos

Fotografia // Edu Rodrigues

A pior cicatriz você só enxergade olhos fechados.Anunciante // Ipas Brasil

Santa ClaraCriação // André Godoi Vico Benevides Fernando Campos

Fotografia // Edu Rodrigues

Dividir a dor é cortar a dor pela metade.Anunciante // Ipas Brasil

Santa ClaraCriação // André Godoi Vico Benevides Fernando Campos

Fotografia // Edu Rodrigues

Page 72: Revista Pasta 08

SERVIçO PúBLICO // 77

Tudo que o ser humano faz tem uma conseqüência. Para ele mesmo e para o mundo.Anunciante // Surfrider Foundation Brasil

Script (RJ)Criação // Bernardo Romero Daniel Duarte

Ilustração // Otávio Rios

Tudo que o ser humano faz tem uma conseqüência. Para ele mesmo e para o mundo.Anunciante // Surfrider Foundation Brasil

Script (RJ)Criação // Bernardo Romero Daniel Duarte

Ilustração // Otávio Rios

Page 73: Revista Pasta 08

TRANSPORTES E TURISMO // 78

Lima. O mais novo destino da Gol. Venha voar com a gente.Anunciante // Gol Linhas Aéreas

AlmapBBDOCriação // Tales Bahu Rodrigo Almeida Eduardo Andrietta Marcus Kawamura

Fotografia // Rafael Costa

Page 74: Revista Pasta 08

TRANSPORTES E TURISMO // 79

TAM. Voando dos céus do Brasil para os céus da Itália.Anunciante // TAM

y&RCriação // Widerson Souza Juliana Patera

Ilustração // JEO Ilustrações Julius Ohta

Rio de Janeiro. Maravilhosa, também na gastronomia.Anunciante // TAM Viagens

Dez BrasilCriação // Michel Zveibil Getúlio Albrecht

Fotografia // Arquivo do cliente

Page 75: Revista Pasta 08

VAREJO // 80

Não se prenda aos seus móveis antigos.Anunciante // Tok&Stok

DM9DDBCriação // Antero Neto Edson Oda Christiano Neves Rodrigo Bombana

Ilustração // Bruno Cals

Não se prenda aos seus móveis antigos.Anunciante // Tok&Stok

DM9DDBCriação // Antero Neto Edson Oda Christiano Neves Rodrigo Bombana

Ilustração // Bruno Cals

Não se prenda aos seus móveis antigos.Anunciante // Tok&Stok

DM9DDBCriação // Antero Neto Edson Oda Christiano Neves Rodrigo Bombana

Ilustração // Bruno Cals

Não se prenda aos seus móveis antigos.Anunciante // Tok&Stok

DM9DDBCriação // Antero Neto Edson Oda Christiano Neves Rodrigo Bombana

Ilustração // Bruno Cals

Page 76: Revista Pasta 08

VESTUÁRIO // 81

Umbro XBoot. Extremamente leve.Anunciante // Umbro

Neogama/BBHCriação // Isabella Paulelli Márcio Ribas

Ilustração // Studio Hector

Umbro XBoot. Extremamente leve.Anunciante // Umbro

Neogama/BBHCriação // Isabella Paulelli Márcio Ribas

Ilustração // Studio Hector

Page 77: Revista Pasta 08

VESTUÁRIO // 82

Novo Mizuno Creation 8 com tecnologia Infinity. Run forever.Anunciante // São Paulo Alpargatas / Mizuno

AlmapBBDOCriação // Wilson Mateos Marcos Medeiros Danilo Boer

Fotógrafo // Fernando NalonIlustração // 6B Estúdio

Page 78: Revista Pasta 08

VESTUÁRIO // 83

Novo Mizuno Creation 8 com tecnologia Infinity. Run forever.Anunciante // São Paulo Alpargatas / Mizuno

AlmapBBDOCriação // Wilson Mateos Marcos Medeiros Danilo Boer

Fotógrafo // Fernando NalonIlustração // 6B Estúdio

Novo Mizuno Creation 8 com tecnologia Infinity. Run forever.Anunciante // São Paulo Alpargatas / Mizuno

AlmapBBDOCriação // Wilson Mateos Marcos Medeiros Danilo Boer

Fotógrafo // Fernando NalonIlustração // 6B Estúdio

Page 79: Revista Pasta 08

VESTUÁRIO // 84

Todo mundo nota. Só você vê.Anunciante // Polaroid Eyewear

Santa ClaraCriação // Mariana Borga Murilo Lico Kika Botto Vico Benevides

Ilustração // Felix Reiners

Todo mundo nota. Só você vê.Anunciante // Polaroid Eyewear

Santa ClaraCriação // Mariana Borga Murilo Lico Kika Botto Vico Benevides

Ilustração // Felix Reiners

Page 80: Revista Pasta 08

VESTUÁRIO // 85

Todo mundo nota. Só você vê.Anunciante // Polaroid Eyewear

Santa ClaraCriação // Mariana Borga Murilo Lico Kika Botto Vico Benevides

Ilustração // Felix Reiners

Page 81: Revista Pasta 08

VESTUÁRIO // 86

É tanta impulsão que o anúncio foi parar lá na página 89. Mega Bounce+ Um empurrão a cada passo.Anunciante // Adidas

180 Amsterdam / TBwA\BRCriação // Caio Grafietti Fábio Pinheiro e equipe 180

Ilustração // John Wayshak

Page 82: Revista Pasta 08
Page 83: Revista Pasta 08

FILMES // 88

Para assistir aos filmes

selecionados, digite

www.ccsp.com.br/novo/

“Teaser”Anunciante // CCAA

Agência 3 (RJ)Criação // Álvaro Rodrigues Daniel Ferreira Daniel Oksenberg Fábio Caveira Fábio Gil Guilherme Ginane Guilherme Pecego Leonardo Brossa Luís Claudio Salvestroni Marcelo Felício Marcello Pereira Marco Martins Direção // Pedro Becker Margarida Flores e Filmes Som // Raw Produtora de Áudio

“Superpoderes”Anunciante // CCAA

Agência 3 (RJ)Criação // Álvaro Rodrigues Daniel Ferreira Daniel Oksenberg Fábio Caveira Fábio Gil Guilherme Ginane Guilherme Pecego Leonardo Brossa Luís Claudio Salvestroni Marcelo Felício Marcello Pereira Marco Martins Direção // Pedro Becker Margarida Flores e Filmes Som // Raw Produtora de Áudio

“Dirigindo”Anunciante // Volkswagen do Brasil

AlmapBBDOCriação // Tales Bahu Rodrigo Almeida Direção // Pedro Becker Margarida Flores e FilmesSom // Tentáculo

Page 84: Revista Pasta 08

“Lombada”Anunciante // Volkswagen do Brasil

AlmapBBDOCriação // Wilson Mateos Roberto Pereira Marcos Medeiros Luiz Sanches Direção // Rodrigo Pesavento Zeppelin FilmesSom // Tesis

FILMES // 89

“Quadras”Anunciante // Olympikus

DCS Comunicações (RS)Criação // Rafael Bohrer Tiago Mattos Direção // Rodrigo Pesavento Zeppelin FilmesSom // Voicez

“Sabor”Anunciante // Skol

F/Nazca S&SCriação // Fabio Fernandes Direção // Amon Zero FilmesSom // Tesis

“Mudanças”Anunciante // Greenpeace

AlmapBBDOCriação // Renato Simões Bruno Prosperi Marcos Medeiros Direção // Tyson CineSom // Tesis

Page 85: Revista Pasta 08

FILMES // 90

“Bambina”Anunciante // Ceratti

FamigliaCriação // Átila Francucci Fernando Nobre Direção // Ricardo “Gordo” Carvalho Bossa Nova Films Som // Lua Nova

“Cerveja”Anunciante // Fiat

giovanni+DraftFCBCriação // Alexandre Peralta Direção // Paola Siqueira O2 FilmesSom // Tesis

“Fortões”Anunciante // Shopping Lar Center

Fallon SPCriação // Ana Carolina Reis Direção // Beto Salatini Lux Filmes Som // Lua Nova

“Se Beber, Não Faça”Anunciante // Unimed Rio

F/Nazca S&SCriação // Fabio Fernandes Marcelo Nogueira Alexandre (Rato) Pagano Direção // 300ml Hungry ManSom // Tesis

Page 86: Revista Pasta 08

“Estréia”Anunciante // Fiat

giovanni+DraftFCBCriação // Alexandre Peralta Direção // Paola Siqueira O2 FilmesSom // Tesis

FILMES // 91

“Sede”Anunciante // Coca-Cola Brasil

JwTCriação // Ricardo Chester Roberto Fernandez Direção // Luciano Podcaminsky Revolucion (Buenos Aires) Som // MCR Brasil

“Combo”Anunciante // SKY

giovanni+DraftFCBCriação // Astério Segundo Direção // Paola Siqueira O2 FilmesSom // Tesis

“Dúvida”Anunciante // SKY

giovanni+DraftFCBCriação // Alexandre Peralta Direção // Paola Siqueira O2 FilmesSom // Tesis

Page 87: Revista Pasta 08

FILMES // 92

“Rosa”Anunciante // Ford

JwTCriação // Fábio Brandão Theo Rocha Direção // Pedro Becker Margarida Flores e FilmesSom // Sax So Funny

“Dança”Anunciante // Publicar

Master Comunicação (PR)Criação // Marcelo Romko Direção // Tadeu Jungle Margarida Flores e FilmesSom // In Sonoris

“Pedro”Anunciante // Ford

JwTCriação // Fábio Brandão Theo Rocha Direção // Pedro Becker Margarida Flores e FilmesSom // Sax So Funny

“Gafes”Anunciante // Ford

JwTCriação // Ricardo Chester Fábio Brandão Theo Rocha Direção // Claudio Borrelli KillersSom // Sax So Funny

Page 88: Revista Pasta 08

“Búfalos”Anunciante // General Motors

McCann EricksonCriação // Adriana Cury Danilo Janjácomo Roberto Cipolla Fabio Mozelli Carlos Bertuol Direção // Christiano Metri Margarida Flores e FilmesSom // Menina

FILMES // 93

“Jantar Romântico”Anunciante // Exército da Salvação

McCann EricksonCriação // Adriana Cury Eduardo Hernandez Doriano “Carneiro” Cecchettini Hugo Veiga Direção // Ernani Nunes CineSom // Lua Nova

“Chevrolet de Cinema”Anunciante // General Motors

Salles ChemistriCriação // Kevin Zung Hugo Rodrigues Direção // Breno Silveira Vicente Kubrusly Conspiração FilmesSom // S de Samba

“O Que Faz Você Feliz?”Anunciante // Pão de Açúcar

P.A. PublicidadeCriação // Ari Fidelis Mariangela Silvani Marcio Araujo Rodrigo Antonucci Direção // Amon Zero FilmesSom // Trah Lah Lah

Page 89: Revista Pasta 08

FILMES // 94

“Montanha Russa”Anunciante // Intelig Telecom

Santa ClaraCriação // André Godoi Fernando Campos Direção // 300ml Hungry ManSom // Sax So Funny

“Trabalho”Anunciante // Altana Pharma

Santa ClaraCriação // Vico Benevides André Godoi Fernando Campos Murilo Lico Direção // Alexandre Chalabi Daniel Soro Piloto Cine TVSom // Play It Again

“Na Vida de Um Homem”Anunciante // Discovery Channel

Santa ClaraCriação // André Godoi Fernando Campos Flavio Meirelles Murilo Lico Vico Benevides Direção // 300ml Hungry ManSom // Tentáculo

“Raios”Anunciante // Intelig Telecom

Santa ClaraCriação // André Godoi Fernando Campos Direção // 300ml Hungry ManSom // Sax So Funny

“Jantar Romântico”Anunciante // Exército da Salvação

McCann EricksonCriação // Adriana Cury Eduardo Hernandez Doriano “Carneiro” Cecchettini Hugo Veiga Direção // Ernani Nunes CineSom // Lua Nova

Page 90: Revista Pasta 08

FILMES // 95

“Apresentação”Anunciante // Net

TalentCriação // João Livi Adherbal Teixeira Rodrigo Bergel Henrique Del Lama Direção // René Sampaio TVZeroSom // Sound Design

“Puro Malte”Anunciante // Bavaria Premium

TalentCriação // Fábio Astolpho Philippe Degen Marcelo Jun Fábio Rodrigues Direção // Octávio Scopelliti Alessandra Pellegrino TVZeroSom // Dr. DD

“Dança”Anunciante // Net

TalentCriação // João Livi Adherbal Teixeira Rodrigo Bergel Henrique Del Lama Direção // Octávio Scopelliti René Sampaio TVZeroSom // Sound Design

“Detector”Anunciante // Net

TalentCriação // João Livi Adherbal Teixeira Rodrigo Bergel Henrique Del Lama Direção // Octávio Scopelliti René Sampaio TVZeroSom // Sound Design

Page 91: Revista Pasta 08

FILMES // 96

“Pan Pan”Anunciante // Caixa Econômica Federal

TBwA\BRCriação // Marcelo Arbex Maurício Passarinho Eduardo Raggi Direção // José Furlan Dínamo FilmesSom // YB

“Cérebro”Anunciante // Grupo de Teatro Nós do Morrow/BrasilCriação // Marcelo Conde Eduardo Salles Rodrigo Lebrun Daniel D’Ávila Direção // Margarida Flores e FilmesSom // Lua Nova

“Tiozão”Anunciante // Nissan do Brasil

TBwA\BRCriação // Cibar Ruiz Sérgio Scarpelli Alessandro Cassulino Maurício Duarte Direção // Rodolfo Vanni Cia. de CinemaSom // Comando S

“Água”Anunciante // Bavaria Premium

TalentCriação // Fábio Astolpho Philippe Degen Marcelo Jun Fábio Rodrigues Direção // Octávio Scopelliti Alessandra Pellegrino TVZeroSom // Dr. DD

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ÍNDICE REMISSIVO // 98

180 Amsterdam // 86300ml // 90, 946B Estúdio // 48, 82, 83Adherbal Teixeira // 95Adriana Cury // 53, 93Adriano Matos // 57, 62Ag_407 // 59Agência 3 (RJ) // 88Alberto Nagy // 56Alessandra Pellegrino // 95, 96Alessandro Cassulino // 96Alexandre (Rato) Pagano // 90Alexandre Chalabi // 94Alexandre Nino // 58Alexandre Peralta // 90, 91Alexandre Salgado // 70, 71AlmapBBDO // 49, 50, 51, 66, 67, 72, 78, 82, 83, 88, 89Álvaro Rodrigues // 88Amir Campos // 50, 51Amon // 89, 93Ana Carolina Reis // 90André Faccioli // 48André Faria // 45André Godoi // 76, 94André Kirkelis // 55Antero Neto // 80Ari Fidelis // 93Astério Segundo // 91Ateliê de Imagem // 52Átila Francucci // 90Bernardo Romero // 77Beto Salatini // 90BorghiErh/Lowe // 52Bossa Nova Films // 90Breno Silveira // 93Bruno Cals // 63, 80Bruno Prosperi // 89Bruno Souto // 63Cafeu Filmes // 59Caio Grafietti // 86Carlos Bertuol // 53, 93Carlos Lopes // 62Carlos Schleder // 55César Herszkowicz // 49, 50, 51Christiano Metri // 93Christiano Neves // 80Cia. de Cinema // 96Cibar Ruiz // 96Cine // 89, 93Claudia Fugita // 48Claudio Borrelli // 92Comando S // 96

Conspiração Filmes // 93Daniel D’Ávila // 96Daniel Duarte // 77Daniel Ferreira // 88Daniel Oksenberg // 88Daniel Soro // 94Danilo Boer // 82, 83Danilo Janjácomo // 53, 93Darcy Vieira // 55DCS Comunicações (RS) // 89Dez Brasil // 79Dínamo Filmes // 96Diogo Mello // 73DM9DDB // 80Doriano “Carneiro” Cecchettini // 93DPZ // 64Dr. DD // 95, 96Duda Propaganda // 70, 71Edgard Gianesi // 52Edson Oda // 80Edu Rodrigues // 54, 76Eduardo Andrietta // 78Eduardo Colesi // 52Eduardo Hernandez // 93Eduardo Lima // 60Eduardo Raggi // 96Eduardo Salles // 96Elisa Sassi // 44Equipe 180 // 86Erh Ray // 52Ernani Nunes // 93F/Nazca S&S // 45, 60, 89, 90Fábio Astolpho // 54, 95, 96Fábio Brandão // 92Fabio Brigido // 44Fábio Caveira // 88Fabio Fernandes // 89, 90Fábio Gil // 88Fabio Mozelli // 53, 93Fabio Pinheiro // 58, 86Fabio Ribeiro // 46, 47Fábio Rodrigues // 54, 95, 96Fabio Seidl // 73Fallon SP // 90Famiglia // 44, 90Felipe Luchi // 46, 47Felix Reiners // 84, 85Fernando Campos // 76, 94Fernando Carreira // 57Fernando Nalon // 82, 83Fernando Nobre // 44, 90Fernando Zuffo // 51, 53Filé com Fritas // 65

Flavio Meirelles // 94Gabriel Mattar // 59Getty Images // 58Getúlio Albrecht // 79Giovanni+DraftFCB // 90, 91Guilherme Ginane // 88Guilherme Jahara // 57, 62Guilherme Pecego // 88Gustavo Gusmão // 48Gustavo Lacerda // 64Gustavo Victorino // 49, 50, 51Guto Nóbrega // 62Henrique Del Lama // 95Hugo Rodrigues // 93Hugo Treu // 66, 67Hugo Veiga // 93Hungry Man // 90Hungry Man // 90, 94In Sonoris // 92Isabella Paulelli // 74, 75, 81JEO Ilustrações // 79João Livi // 95John Wayshak // 86José Furlan // 96José Henrique Borghi // 52Juliana Patera // 79Julius Ohta // 79JWT // 48, 61, 91, 92Keka Morelle // 45Kevin Zung // 93Kika Botto // 84, 85Killers // 92Leo Burnett Brasil // 55Leonardo Brossa // 88Lew’Lara // 46, 47, 68, 69Lua Nova // 90, 93, 96Lucas Jatobá // 52Luciano Lincoln // 60Luciano Podcaminsky // 91Lúcio Cunha // 45, 55Luís Claudio Salvestroni // 88Luiz Sanches // 72, 89Lux Filmes // 90Manolo Moran // 60Marcello Pereira // 88Marcelo Arbex // 96Marcelo Conde // 96Marcelo Felício // 88Marcelo Giannini // 65Marcelo Jun // 95, 96Marcelo Kertesz // 70, 71Marcelo Maia // 70, 71Marcelo Nogueira // 90

Marcelo Romko // 92Marcelo Torma // 63Márcia Ramalho // 72Marcio Araujo // 93Márcio Ribas // 74, 75, 81Marco Gianelli (Pernil) // 68, 69Marco Martins // 88Marcos Medeiros // 66, 67, 82, 83, 89Marcus Kawamura // 78Margarida Flores e Filmes // 88, 92, 93, 96Mariana Borga // 84, 85Mariangela Silvani // 93Master Comunicação (PR) // 92Maurício Duarte // 96Maurício Meirelles // 52Maurício Passarinho // 96Max Moure // 65McCann Erickson // 53, 93McCann Erickson Portugal // 73MCR Brasil // 91Menina // 93Michel Zveibil // 79Mozar Gudin // 68, 69Murilo Lico // 84, 85, 94Neogama/BBH // 63, 74, 75, 81O2 Filmes // 90, 91Octávio Scopelliti // 95, 96Otávio Rios // 77P.A. Publicidade // 93Paola Siqueira // 90, 91Pátria // 56Pedro Becker // 88, 92Pedro Rosa // 64Philippe Degen // 54, 95, 96Piloto Cine TV // 94Pix Post // 66, 67Platinum // 73Play it Again // 94Priscila Barroso // 56Publicis Brasil // 57, 62, 65Rafael Bohrer // 89Rafael Costa // 78Rafael Quintino // 56Raw Produtora de Áudio // 88Revolucion (Buenos Aires) // 91Renato Fernandez // 72Renato Simões // 72, 89René Sampaio // 95Ricardo “Gordo” Carvalho // 90Ricardo Braga // 70, 71Ricardo Chester // 91, 92Ricardo Lordes // 56Ricardo Wolff // 59

Robert Polidori // 74, 75Roberto Cipolla // 53, 93Roberto Fernandez // 91Roberto Kilciauskas // 64Roberto Pereira // 72, 89Rodolfo Sampaio // 57Rodolfo Vanni // 96Rodrigo Almeida // 78, 88Rodrigo Antonucci // 93Rodrigo Bergel // 95Rodrigo Bombana // 80Rodrigo Lebrun // 96Rodrigo Pesavento // 89Rodrigo Strozenberg // 65Rogério Miranda // 68, 69S de Samba // 93Salles Chemistri // 93Samir Mesquita // 44Santa Clara // 76, 84, 85, 94Sax So Funny // 92, 94Script (RJ) // 77Sérgio Scarpelli // 96Silvio Medeiros // 61Sound Design // 95Stock Photos // 49Studio Hector // 81Tadeu Jungle // 92Talent // 54, 95, 96Tales Bahu // 78, 88TBWA\BR // 58, 86, 96Tentáculo // 88, 94Tesis // 89, 90, 91Theo Rocha // 92Thiago Carvalho // 61Tiago Mattos // 89Trah Lah Lah // 93Tribbo Post // 70, 71TVZero // 95, 96Tyson // 89Up // 44Vicente Kubrusly // 93Vico Benevides // 76, 84, 85, 94Victor Sant’Anna // 46, 47Vinicius Miike // 52Voicez // 89W/Brasil // 96Widerson Souza // 79Wilson Mateos // 66, 67, 82, 83, 89Y&R // 79YB // 96Zeppelin Filmes // 89Zero Filmes // 89, 93