revista mÊs, edição 11

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Editora MÊS Ano 1 - nº 11 Dezembro de 2011 POLÍTICA Veja que PP e PPS confirmam possível aliança para as Eleições/2012, em Curitiba INTERNACIONAL Mercosul faz 20 anos com crescimento de 800% e planeja ações para próximas décadas COMPORTAMENTO Conheça como histórias da vida real chamam a atenção de plateias ao redor do mundo circulação GRATUITA I M P R E S S O PODE SER ABERTO PELA ECT CELEBRAÇÃO DA VIDA Espírito natalino já contagiou a cidade; acompanhe nesta edição dicas exclusivas para sua Ceia

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Revista mensal do Paraná. Distribuição gratuita. Para receber, entre em contato com: [email protected]

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Editora MêsAno 1 - nº 11Dezembro de 2011

Política Veja que PP e PPS confirmam

possível aliança para as Eleições/2012, em Curitiba

internacional Mercosul faz 20 anos com

crescimento de 800% e planeja ações para próximas décadas

comPortamentoConheça como histórias da

vida real chamam a atenção de plateias ao redor do mundo

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Espírito natalino já contagiou a cidade; acompanhe nesta edição dicas exclusivas para sua Ceia

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“É preciso definir um processo de longo e médio prazos para Curitiba”

Qual foi a gota d´água para sua saí-da do PSDB?

GF - Acho que não tem um episódio, é uma construção. Sempre critiquei essa contradição, um partido que tem uma postura no estado, uma postura no mu-nicípio e uma postura na união. Não pode ser assim. Fui candidato ao se-nado na última hora. Abri mão de uma eleição ou uma possível reeleição no Congresso, como deputado. Isso pra demonstrar que sou capaz de abrir mão de um projeto pessoal, pensando num projeto partidário. Mas passado esse período, não guardo mágoas, e por isso que não é um fato determinante, se não a gente age por ressentimento e com isso a gente não constrói. Houve

um veto para que eu pudesse assumir a direção do partido na Capital. Esse veto foi comandado na época pelo pre-sidente do partido, hoje [ex] presiden-te da Câmara, João Cláudio Derosso, junto com aliados do atual prefeito que trabalha pela releeição. Não é de hoje que eu tenho disposição para disputar um projeto majoritário, mas a gente tem de saber medir isso, sob pena de cair na vaidade ou atropelar um processo que tem um lado natural de construção. E esta pré-candidatura vem se legitimando ao longo dos anos pelas votações como deputado federal na Capital, pela votação como candi-dato a senador na Capital e pelas pes-quisas. Então, aceitei essa convocação e vi que havia nesse bloqueio a dificul-dade de construir esse projeto. Deixei claro em público, que o silêncio seria

entrevista Gustavo Fruet

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Arieta Arruda - [email protected]

Advogado e doutor em Direito Público. Criador de animais e apegado à família. Gosta de futebol e de conversar com as pessoas. Foi bastante comentado nos últimos meses na cena estadual por sua saída do partido PSDB. Hoje filiado ao PDT, é pré-candidato a Prefeitura de Curitiba. Gustavo Bonato Fruet, aos 48 anos, em tom diplomático, recebeu a revista MÊS em seu escritório, local em que mantém viva a memória do pai, Maurício Fruet, ex-prefeito de Curitiba e ex-deputado. Nesta conversa, ele dá detalhes de como será sua campanha, projetos para a cidade e confessa que está cuidando dos preparativos de seu casamento

uma resposta. Não se constrói política sem diálogo. Então, de forma muito serena, avaliando com muita tranquili-dade se fez essa transição, e em busca de um novo caminho.

Por que escolheu o PDT para se filiar?

GF - Com algumas pesquisas. Agora, é claro, que a política também ela se dá muito tempo também de avaliação e de percepção e aí é o tempo que jul-ga se aquela decisão tomada foi correta ou não. Por mais instrumentos que se tenha hoje, não é sempre 100% seguro se saber o reflexo das decisões a serem tomadas ou tomadas. Mas com base também em algumas pesquisas, dá para se afirmar, primeiro, que o voto é muito pessoal, em especial, na Capital. Segun-do, nesta eleição, terá um eleitor com

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Qual sua opinião em empenhar re-cursos para gestões posteriores?

GF - Um ponto que vem chaman-do muita atenção na gestão pública municipal é uma tendência cada vez maior de concessão de serviços com contratos de duração longa de 20, 30 anos. Se isso prevalecer, daqui a pou-co os prefeitos vão ser meros geren-ciadores de recursos humanos. Talvez uma bomba relógio que pode estou-rar já no curto prazo diz respeito ao lixo. Não se pode pensar Curitiba de forma isolada. Se não, daqui a pouco nós vamos transferir os problemas, até por falta de área expansão para os municípios limítrofes, e ter em Curi-tiba uma população de classe média. Vai ficar caro morar na Capital.

O prefeito Luciano Ducci será o seu grande adversário nas eleições?

GF - Desde que houve eleição na Ca-pital, sempre o prefeito teve uma par-ticipação decisiva. Por isso, que há uma tendência de que ele seja talvez o candidato que vá para o segundo turno, se não for uma eleição polari-zada no primeiro turno. Aqui eu vou falar mais como analista do que pro-priamente como possível candidato. Mas o desafio dele é consolidar ima-gem. Ele vai associar muito a ima-gem dele ao atual governador, que foi muito bem votado nas eleições na Capital. Às vezes, me dá impressão até que há a tentativa, isso é um ris-co de se perder a identidade, de que o candidato não será nem ele, será a figura do ex-prefeito Beto Richa.

Quais serão os principais desafios para a sua campanha?

GF - O grande desafio é qualificar o discurso. Passar confiança. Mostrar condições de ter preparo para adminis-trar Curitiba, tanto no aspecto admi-nistrativo, quanto no aspecto político, de liderança. Mas uma situação tam-bém diferente, não é o início de uma trajetória, não estou no processo de

40 anos ou mais, com ensino médio, superior, um eleitor que já votou nas úl-timas quatro eleições, ou seja, tem uma memória e tem uma identificação de possíveis candidaturas. Terceiro ponto importante, porque há no eleitor – que tem uma preferência partidária ideo-lógica – tanto uma grande preferência pelo PT, como uma rejeição ao PT, isso tem que ser também avaliado no decor-rer do processo. E quarto, a opção pelo PDT, também por algumas característi-cas que nos identificam.

Como estão as conversas com os partidos para possíveis alianças?

GF - São conversas iniciais. Eu já es-tive com o PT, com o ministro Paulo Bernardo, já estive uma vez com a ministra Gleisi Hoffmann, conversei já com o presidente do PT, Enio Ver-ri. Existe uma discussão já manifesta-da em público por algumas lideranças do PT em estabelecer uma aliança, se possível, no primeiro turno. É claro que isso está sendo trabalhado. Mas respei-tando muito o tempo do PT. Mantenho diálogo, também, com alguns dirigen-tes partidários, sem que isso signifi-que uma decisão desses partidos. O PV, com dirigentes do PCdoB e tenho conversado com algumas lideranças. Assim é com os parlamentares, com o PMDB, com o próprio Ratinho Jr., que é o presidente do PSC no Paraná, e ou-tras lideranças de outros partidos. Mas é muito cedo e prematuro para se afir-mar, com certeza, qual será o cenário de julho de 2012. Isso seria muito mais para astrologia e para as apostas do que propriamente certeza na política.

Quais serão os pilares da sua cam-panha à Prefeitura?

GF - É um processo em construção. Evidente que não é um debate ou um diagnóstico que vá se restringir a dois, três meses de campanha. Um ponto será mostrar uma relação de confiança. O curitibano, no bom sen-tido, tem uma visão conservadora. Ele não quer ruptura ou descontinuidade.

Mas o mais importante, Curitiba nos últimos anos perdeu sua capacidade de inovação. Mas está na hora de fortale-cer alguns órgãos da prefeitura, estabe-lecer o fim de conflitos de competên-cias, como se verifica agora na questão do trânsito entre vários órgãos da Pre-feitura e redefinir um processo de visão de médio e longo prazo. E o prefeito definitivamente assumir também res-ponsabilidade no combate à violência e na prevenção da segurança.

Como avalia a gestão da Prefeitura compartilhada por Beto Richa e Lu-ciano Ducci?

GF – A última grande intervenção na cidade ocorreu na gestão do Cássio Ta-niguchi, que foi a Linha Verde. Talvez o último grande projeto, com captação de recursos, inclusive, internacional. A partir daí, houve problemas de exe-cução, houve também problemas com relação à liberação de recursos por parte do Governo do Estado. Mas de certa forma não houve um trabalho de médio e longo prazos. E quando hou-ve essa transição, fundamentalmente, o atual prefeito tem tido uma preocu-pação em consolidar uma imagem e passar uma ideia de que possa ser um gestor melhor até do que o ex-prefeito Beto Richa, subelevando um anúncio de uma série de investimentos e obras e algumas não se concretizam, como é o caso da revitalização da Avenida Cândido de Abreu. Então, com essa pressa de criar uma identidade e passar uma ideia de formulador também está tendo muita decisão que acaba sendo precipitada. Exemplos, o Fantástico fez uma denúncia relativa aos radares, denunciando uma empresa chamada Consilux. Que fez a Prefeitura? Anun-ciou a rescisão do contrato. Até agora não se sabe o que ocorreu. Se há cor-rupção, o nome dos corrompidos de-veria vir a público.

O grande desafio é qualificar o discurso

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que está em jogo quando se fala nes-se novo ciclo da política do Paraná. Agora, o que eu sempre questionei: eu quero ser julgado pelo povo, que é o único juiz da democracia e não por al-guns que se acham abençoados, donos de partido, que impedem um projeto de participação popular.

A população tem cobrado mais dos políticos por transparência, como lidar com isso?

GF - Não compactuar quando houver sinal ou evidência de desvio de con-duta. É por isso que eu tomei posição com relação a esse episódio da Câma-ra Municipal e fui à Câmara e pedi o afastamento do presidente. Amadureci. Mas essa é uma postura que se exige também de quem está na liderança de uma Prefeitura. Afinal de contas, a Pre-feitura tem uma relação muito próxima com a Câmara de Vereadores. Segundo ponto, transparência. Cada vez mais dar acesso para a população às fontes primárias de informação. Incentivar a população a participar. Às vezes, é muito cômodo a gente dizer: “olha, está aberto à população, participe!”, mas boa parte das pessoas está lutando para sobreviver. Então, cabe ao poder público através da sua rede, disseminar isso, incentivar e incluir essa cultura de participação já desde a escola.

Pretende disputar o Governo do Es-tado em 2014?

GF - Não. Sou candidato a Prefeito da Capital. Isso deixei claro também des-de o primeiro momento. É evidente, que se eu tivesse sido eleito senador, isso teria se mudado por completo.

formação de imagem. E não ter a ob-sessão de formar uma grande aliança. A não ser, evidente, que no primeiro turno se mostre uma eleição polariza-da. Hoje é um cenário de uma eleição de dois turnos, salvo, claro, mudança até junho do ano que vem.

Quem fará parte da sua equipe de campanha?

GF - Quem vai coordenar isso é um professor de Economia da Univer-sidade Federal do Paraná chamado Fábio Scatolin, que trabalha na área de planejamento, já trabalhou na área pública. Tem um bom diagnóstico e diálogo também com os movimen-tos sociais, com o setor privado. Mas mais importante do que ter um nome é ter pessoas com essa capacidade de ouvir e construir esse projeto. Tem muitas pessoas também que traba-lharam na Prefeitura, pessoas con-cursadas que já tem autonomia e que já se dispõe a esse diálogo e estou procurando conversar com setores organizados. Tenho pedido a algumas instituições promoverem um debate público sobre determinados temas.

Caso eleito, qual seria sua relação com governantes do Estado e da União?

GF - Se Curitiba sobreviveu a essa postura do Requião, não há dúvida que comigo não vai ter nenhum problema. E, além disso, é fundamental e cada vez mais esse diálogo com o Governo Federal. É a primeira vez na história recente que Curitiba tem a sinalização de investimento deste montante na Capital [com o metrô]. Isso também é um amadurecimento da política, o que as pessoas não querem é que a cida-de seja prejudicada, mas entendem a divergência política. E quem está no mundo político, tem que ter a capaci-dade de preservar suas posições, mas tendo diálogo, senão não tem sentido, vai ser uma briga permanente. Daí nós vamos precisar de psicólogos e não de políticos para a gestão. É impor-tante que haja um equilíbrio e é isso R

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Assista à entrevista em vídeo no canal do Youtube: youtube.com/revistames Deixe seu comentário!

Veja mais

entrevista Gustavo Fruet

Saindo um pouco da política. Quais são seus hobbies?

GF - Acabei me envolvendo mui-to em política e até isso adiou o meu casamento. Na verdade, a Márcia, mi-nha noiva, nós já estamos namorando e noivos há uns sete anos, ela fala um pouco mais, dá uma cobrada, e depois da eleição para o senado, claro, fiquei triste e me perguntaram em tom solene: puxa e agora o que você vai fazer da vida? Agora eu vou voltar à atividade profissional e vou me casar. E ela gra-vou essa entrevista. Então, não tem jei-to, agora nos próximos meses aí a defi-nição do casamento, mas ela tem sido muito compreensiva. Eu gosto muito de família. E procuro, claro, leitura, cinema, atividade cultural, futebol, jo-gava mais. Tenho uma pequena criação de ovelhas. Na verdade, sou um grande criador, tenho 10 ovelhas! [risos].

Como foi este ano e o que espera de 2012?

GF - Um ano de renovação. É o que eu espero para a população. Eu espe-ro o melhor, que as pessoas debatam mais, demonstrem cada vez mais o seu carinho. O padre Vieira, na sua objeti-vidade, sempre deixava uma mensagem resumindo: “Feliz Ano Novo, que seja um ano de clareza e decisão”. É o que eu espero para Curitiba, para o Paraná e para o Brasil. E para dar uma pitada de humor. No primeiro cartão que meu pai fez quando foi eleito deputado, ele colo-cou uma imagem do congresso e disse assim: “O ano que vem, eu desejo a vo-cês um milhão de votos de felicidades, quanto a mim, eu só preciso de um vo-tinho seu”. Isso não tem problema com a Justiça Eleitoral, mas de qualquer ma-neira é para sempre provocar esse bom debate sobre o futuro da Capital.

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mensagens do(a) leitor(a)

PolítiCAA matéria “Vereadora Internacional” é tendenciosa contra a vereadora que denunciou o Vereador Derosso. Portando fica a dúvida quanto à ética desta revista. Como é distribuída gratuitamente, me pergunto: Será que vocês recebem verba da câmara de vereadores? Afinal é muito mais importante a denúncia dos 32 milhões gastos com publicidade pelo verea-dor Derosso, do que o dinheiro gasto com as viagens de tal vereadora. Que pena sou um divulgador desta revista, mas agora fico em dúvida em relação à honestidade da editora.Valdecir Miguel do Nascimento

Resposta: Sr. Valdecir Miguel do Nascimento. Gostaríamos de esclarecer que a reportagem sobre a vereadora Renata Bueno foi publicada com base nos padrões éticos da produção jornalística, já que foram ouvidas diferentes fontes e apresentados dados baseados em documentos. Também tentou-se ouvir a parte interessada, neste caso, a vereadora Renata, e assim, foi publicado o que sua assessoria de imprensa havia nos informado. Em relação ao caso do vereador Derosso, na edição anterior (número 09) já havíamos publicado sobre o caso do gasto com publicidade ao qual o senhor se refere. Gostaríamos de destacar, também, que não recebemos nenhuma verba da Câmara de Vereadores.Equipe Revista MÊS

Edição número 09 (outubro)

Crishna CorreaGostei muito da reportagem da capa da revista esse mês (outubro/2011). Bem legal!

Eliane MaioOlá, achei excelente a reportagem “Mercado sem pre-conceitos”. Com certeza é uma maneira de esclarecer os preconceitos sobre a homossexualidade, fazendo refletir sobre os desejos sexuais, até na atividade do Turismo. Parabéns!

Camila Porto de CamargoMuito legal a revista! Parabéns, não conhecia, mas adorei!

Aguinaldo RodriguesMuito obrigado Revista MêS Paraná, entrei hoje no site pra ver a edição 10 e olhar os assuntos abordados na revista e acabei tendo uma surpresa, a fotograma da capa é minha foto que tirei em Foz do Iguaçu. Não vejo a hora de receber a revista em casa e mostrar para todos que a minha foto está na Revista MêS.

Resposta: Versão on line da Revista MÊS: http://issuu.com/revistames

/MÊS Paraná

@MeS_Pr

Edição do mês de novembroAs cartas da Revista MÊS são de mensagens enviadas à Redação por correspondência eletrônica ou de recados deixados em nosso perfil no Twitter: @mes_pr ou no Facebook: MÊS Paraná. Participe!

Enfim !!! uma revista de distribuição gratuita editando matérias úteis contribuindo para cultura e informação pública. Fiquei agradavelmente surpreso quando da leitura das matérias! Edição de fotografia bem “talhada”, tamanho das matérias bom e denso; papel muito bom; assuntos interessantes e boa formatação!Nada deve para similares alemães e franceses ! Estamos muito bem, obrigado!Era o que faltava por aqui. Creio que a população esteve triturada e sem opção daquelas publicações com patrocínios caros para reportagem de conteúdo para sustentação e egos de socialytes... Publicações vazias...incentivando a luxúria. Cidadãos de outras classes lendo o irreal da sociedade.Uma beleza! Parabéns. Antonio Fernando Buch

VerSão on line: http://issuu.com/revistames

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Revista Mês Paraná. Também no Facebook.

PARA QUEM CURTE INFORMAÇÃO DE QUALIDADE,

DICAS INTERESSANTES E GENTE QUE FORMA OPINIÃO.

Revista MÊSMídia/Notícias/Publicidade . Curitiba

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REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 11

Resposta:

Basta mandar seus dados (nome da rua, número, CEP e cidade). Caso não seja do Paraná, o conteúdo esta-rá disponível pela Internet, no site: http://issuu.com/revistames

OpiniãOGostaria de dizer que adorei a Revista Mês que recebi. Os as-suntos abordados são interessantes, imagens são boas, a página dedicada ao leitor para dar opinião é interessante. Parabéns pela revista. Comentei com meu amigo no trabalho, ele olhou e gostou da revista e quer receber um exemplar.

Jose Aguinaldo Rodrigues

RECADo DA MiRAntESobre a nota divulgada na Coluna Mirante da Revista MêS nº 10, sob o título “Documentos Fala Rubens”, te-nho a informar que toda a documentação foi encaminha-da ao gabinete da vereadora Renata Bueno por delibera-ção do Diretório Estadual do PPS.

Rubens Bueno

RECEbER EM CAsALi hoje pela primeira vez o nº 9 desta revista e fiquei muito impressionado pelos ótimos artigos publicados, e gostaria, caso seja possível, receber em meu endereço uma assinatura grátis.

Nei Pimenta

LeituraTenho acompanhado as últimas revistas e gostei muito. Gostaria de receber os próximos exemplares em casa.

Renata Amaral UtiliDADE PúbliCAÉ com grande satisfação que escrevo à revista, a tempo não leio algo de fato útil e atualizado em relação a nossa

mensagens do(a) leitor(a)

realidade de paranaenses e não apenas notícias locais de outros estados. Gostaria se possível de receber em minha residência os próximos exemplares, já indiquei a revista a meu círculo de amigos.

Leandro Coelho

ContEúDoMeu filho ganhou de uma colega do colégio uma Revista MêS, passou a revista para eu ler, gostei do conteúdo e informações, principalmente, por se tratar de assunto do nosso estado. Gostaria de receber a revista em minha casa.

Eliel Corsi de Siqueira

bloGsEm primeiro lugar, parabenizo a revista pela matéria feita sobre os blogs de moda de Curitiba. Os blogs estão cres-cendo e, cada vez mais, mostram sua importância.

Loren Louise

tRAbAlhoTenho acompanhado as últimas revistas e gostei muito. Gostaria de receber os próximos exemplares em casa. Parabéns pelo trabalho! Danilo Fermino

Cristy Haddad Cesar Brasil Vitor Dany

errataDiferentemente como publicado na enquete da página 17 da edi-ção 11, a imagem de César Brasil é a publicada no número 5, assim como a imagem de Vitor Dany de Andrade era a foto do

número 3 e Cristy Haddad estava na imagem número 2. Veja abaixo quem é quem. Desculpe-nos o equívoco.

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matÉria De CAPA 16

o nAtAl vEM vinDo. prepare-se em granDe estiLO

4 entreVista

9 mensagens DOs LeitOres

14 mirante

27 ColUnA

24 EFEitos DA PREGAção MiDiátiCA

37 5 PERGUntAs PARA: lAlA DEhEinzElin

64 LiVrOs

65 álbUns

66 OpiniãO

67 FotoGRAMA

CiDADEs 28 REsGAtE DA históRiA

CURitibAnA

EDUCAção30 APREnDER CoM o lúDiCo

EConoMiA 34 repartinDO O pãO

36 Aviso PRÉvio: novAs REGRAs, vElhAs DúviDAs

saÚDe32 UMA REDE nACionAl

ContRA o CânCER

33 DEnGUE: É tEMPo De preVenir

turismO48 “EssA MARAvilhA É nossA”

50 RECAnto DE MAR E tRAnqUiliDADE

PolítiCA22 DUCCi PoDE FiCAR sEM

apOiO DO pp e pps

24 AssEMblEiA Do AMÉM

25 taxas DO Detran na mira DA JUstiçA

CUlináRiA E GAstRonoMiA54 inCREMEntAnDo A sAlADA

sumárioEditora MêsAno I – nº 11Dezembro de 2011

espOrte56 PERCA CAloRiAs DAnçAnDo

CUltURA E lAzER58 A GRAnDE AtRAção são os AniMAis

MEio AMbiEntE52 sAnEAMEnto básiCo AinDA É lUxo

intERnACionAl42 A bolA DA vEz

CoMPoRtAMEnto44 prOtagOnistas De uma

históRiA REAl

MoDA E bElEzA60 aLÉm Da areia e DO mar

AUtoMóvEl64 qUAnto vAlE A sUA sEGURAnçA?

tECnoloGiA40 EsPiõEs viA CElUlAR

AGRiCUltURA46 RAçA PARAnAEnsE

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REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 13

esta época do ano, parece que chega uma ventania de pensamentos sobre o que passou em 2011 com a mesma desordem que esse fenômeno climático causaria. O que fizemos, o que produzimos, o que vivemos? Valeu à pena?

assim também é a corrente de ar que chega com força total no clima de Natal. É nessa atmosfera natalina que a edição deste MÊS traz novidades e sugestões exclusivas na reportagem de Capa para sua ceia, assim como dicas de etiqueta, sugestões de comida e bebida e um pouco de história dessa festa de renascimento da vida, da fé e de um mundo melhor. esse mundo, que acreditam os otimistas, é possível.

Sob esse prisma é que a matéria de economia encontrou mulheres em Curitiba que confrontam o sistema vigente atual. elas repartem o pão na economia solidária.

Quase que se contrapondo a isso, existe um movimento atual da necessidade egoísta do ser humano de ser ouvido, de falar de suas histórias. Por isso, a MÊS ventila essa possibilidade na reportagem de Comportamento, com a True Stories Told Live.

Nesta edição, até pode ser que o tornado esteja à espreita. Mas agora não, vai. Que venha só mais tarde. entretanto, não adianta pedir quando falamos da Política, pois como em quase tudo, a lógica é um pouco inversa. Durante o ano, poucos foram os projetos encaminhados pelo Governo do Estado, já neste fim de ano, houve uma enxurrada de mensagens para votação urgente, com muitos deputados dizendo: amém.

Mas não dá para dizer amém para o problema do esgoto em Curitiba e outras quatro cidades da região Metropolitana. estudos informam que a água possui péssima qualidade, consequência do não tratamento adequado do serviço de saneamento básico.

No entanto, é curioso como, neste mês, os conflitos parecem dar uma trégua. Parece que vivemos num momento de brisa. Um ar leve. Uma coisa gostosa, suave, calmante.

São os ventos que sopram ar puro, ar da esperança. e é assim que a MÊS quer se despedir de 2011, o primeiro de muitos anos que estão por vir (que assim seja!), dessa relação entre nós e VoCÊ, leitor.

Boa leitura!

editorial

expedienteA Revista MÊS é uma publicação mensal de atualidades distribuída gratuitamente. É produzida e editada pela Editora MÊS EM REVISTA LTDA. Endereço da Redação: Alameda Dom Pedro II, 97, Batel – Curitiba (PR) Fone / Fax: 41. 3223-5648 – e-mail: [email protected]

REDAÇÃO Editora-executiva e Jornalista responsável: Arieta Arruda (MTB 6815/PR); Repórteres: Mariane Maio, Roberto Dziura Jr. e Iris Alessi; Arte: Tércio Caldas; Fotografia: Roberto Dziura Jr.; Revisão: Larissa Marega; Direção comercial: Paula Camila Oliveira; Distribuição: Sandro Alves; Publicidade: Lucile Jonhson - [email protected] – Fone: 41.3223-5648 e 41.9892-0001; Produção gráfica: Prol Editora Gráfica; Colaboraram nesta edição: Tiago Oliveira, Márcio Baraldi, Luis Fernando Robes Sviech, Renato Sordi, Especialle Ambientes Planejados, Débora Mateus e Malu Nunes.

Auditoria: ASPR - Auditoria e Consultoria.

Clima de nataln

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Aeroportos e férias

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Palanques em CuritibaO desejo do governador Beto Richa (PSDB) de que as eleições sejam plebiscitárias entre o seu candida-to, o atual prefeito Luciano Ducci (PSB), e o ex-deputado Gustavo Fruet (PDT) pode fazer água. A insistência do tucano em indicar um vice de seu partido pode fazer com que partidos que hoje ainda estão próximos ao prefeito procurem outros portos. Pode ser candidatura própria ou apoio a outros candidatos.

Já para as bandas do DerossoAs investigações sobre os episódios envol-vendo o presidente da Câmara de Vereado-res e apoiador do prefeito Luciano Ducci (PSB) e do governador Beto Richa (PSDB), vereador João Claudio Derosso (PSDB), prometem ficar agitadas nos próximos dias. Depois da decisão da CPI da Câmara, outros episódios podem surgir. Além de proble-mas intraparedes domésticas que envolvem separação nupcial, há um personagem dos processos muito magoado e que parece não estar muito satisfeito em ter de ficar refu-giado em Santa Catarina cuidando de um pe-queno comércio em uma cidade do interior.

Ainda sobre aliançasO deputado federal Ratinho (PSC) comunicou ao PT que pretende ser candidato a prefeito em Curitiba e, para isso, quer contar com o apoio do partido de Dilma e Gleisi. A presidenta do PT da Capital, Roseli Isidoro, espera convite oficial para abrir as conversas. Especialistas, contudo, avaliam que este movimento servirá para aproximar o deputado no apoio a Gustavo Fruet (PDT).

Processos mais processosA vida do prefeito Luciano Ducci (PSB) promete não ser muito fácil nos próximos meses. Alguns possíveis mal feitos começam a ser investigados por vários órgãos que vão da Câmara Municipal, passando pela Justiça e pelo Ministério Público. Ações populares e representações junto ao MP prometem vir de monte. Os temas são os mais variados, mas saúde e tecnologia prometem atuar como protagonistas neste filme de denúncias. Analistas acreditam que os efeitos dessas investigações podem provocar uma cristianização de Ducci por parte do governador Beto Richa.

várias alternativasCaso ocorra o racha na base de Ducci, uma das possibilidades como a MêS indica em maté-ria nesta edição, é uma aliança entre o PPS da vereadora Renata Bueno e do deputado federal Rubens Bueno e o PP do secretá-rio Ricardo Barros e do vereador Juliano Borghetti, com a vere-adora como candidata. Já outra possibilidade é o PV, o PTB e o PR apoiarem Gustavo Fruet.

Enquanto isso …Na campanha de Gustavo Fruet (PDT) parece que tudo caminha bem. A dire-ção do partido de Brizola definiu que sua aliança partiria de uma base sólida com o PT dos ministros da Presidenta Dilma, Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Paulo Bernardo (Comunicações). As conversas estão acontecendo com grande frequência entre as direções partidárias. Uma última envolveu Gus-tavo Fruet, o ex-senador Osmar Dias e os ministros petistas.

ElEiçõEs

A ministra Chefe da Casa Civil Gleisi Hoffman coordenou no início de de-zembro reunião com todos os envolvidos na admi-nistração aeroportuária nacional para a elaboração de um programa que torne as viagens de férias livres de transtornos causados

por falhas na administração dos principais aeroportos brasileiros. Para quem participou da reunião, que aconteceu no aeroporto de Guarulhos, os resultados foram bastante positivos e, com certeza, os aeroportos estarão preparados para receberem o grande movimento de férias. Só faltam as companhias aéreas fazerem a parte delas.

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Menos impostos federaisA Presidenta Dilma publicou no primeiro dia de de-zembro medida provisória que reduz impostos federais sobre vários produtos. O objetivo é estimular o consumo e combater a inflação. Entre os atingidos pela redução, estão produtos da linha branca com índice de eficiência energética Classe A. Fogões, refrigeradores e congela-dores, lavadoras de roupa elétricas e tanquinhos terão o IPI reduzido até 31 de março de 2012. Neste mesmo dia, Dilma publicou decreto que reduz o IOF sobre algumas modalidades de investimentos.

Mais redução de impostosA Presidenta Dilma também editou medida provisória reduzindo as alíquotas de PIS e Cofins incidentes sobre massas de 9,25% para zero por cento. A medida vale até junho de 2012. Também prorrogou até dezembro de 2012 a desoneração dessas contribuições sobre trigo, farinha de trigo e pão comum. O objetivo é reduzir os impostos indiretos sobre alimentos.A esponja de lã de aço, por sua vez, teve o IPI reduzido de 15% para 5% e o papel sintético, destinado a publica-ção de livros e periódicos, caiu de 15% para zero.

BatE Pronto

“Por causa de um pedido de informação não se justifica que a Câmara não está trabalhando, só porque não foi feita a vontade de alguns”Responde o vereador Emerson Prado (PSDB)

“Se a Casa fizer um mês de greve, ninguém vai saber. Se os catadores de papel pararem

10 dias, a cidade vira um caos”Diz o vereador Paulo Salamuni (PV), dando a entender que

a Câmara não estava exercendo seu papel fiscalizador por ter negado o requerimento de informações do ICI

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o natal vem vindo.Prepare-se em grande estilo

A revista MÊS preparou algumas dicas exclusivas para sua decoração, sugestões de pratos para a ceia e cuidados para não fazer feio ao receber seus convidados na noite de Natal

origeM Da DeCoração De natal

Essa tradição de decorar as casas durante o Natal é muito antiga, mas é difícil precisar datas e origens. De acordo com a coordenadora do curso de História da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Maria Cecília Pilla, é muito complicado encontrar exatamente a origem real dos símbolos natali-nos, “porque todos esses símbolos de datas especiais foram construídos e vão sendo, ao longo do tempo, apropriados pelas culturas e pela religião”, explica.

“A tradição para poder se manter é ao mesmo tempo nova e antiga”, diz a coordenadora. Para que uma tradição se mantenha por tantos anos é necessário que tenha algo estrutural, mas sempre tenha uma novidade para acompanhar as mudanças da sociedade. No caso da árvore, antes do Cristianismo, estava ligada em diversas regiões do mundo ao símbolo da vida. Já o pinheiro, tem uma característica de não perene e de permanecer bonito o ano todo.

No Brasil, as tradições natalinas têm muita influência do hemisfério Norte e, muitas vezes, não tem a ver com o nosso clima. Maria Cecília cita como exem-plo o pinheiro que é enfeitado para lembrar as épocas de fartura. Os enfeites com as bolas, na época de inverno no hemisfério Norte, lembram as frutas. Ou-tras influências estão no próprio Papai Noel, que usa roupas pesadas e também nos alimentos consumidos nas festas natalinas. Mas sempre vale à pena manter a tradição com elementos locais da cultura brasileira.

entenDa

ceia de Natal é um mo-mento dos mais especiais. A integração com os fa-miliares, amigos e um

clima de confraternização e renasci-mento da vida e dos sonhos. Para que nada saia errado, o preparo começa bem antes, com a decoração da casa, a montagem da mesa, os preparativos dos comes e bebes. A reportagem da MêS propõe dicas e informações para te ajudar neste Natal. Mas os presentes e o entusiasmo são por sua conta.

Todos os anos, a curitibana Gladis Rocio de Tulio Monteiro (62) adora decorar a casa e enfeitar com motivos de Natal. Já em novembro, a dona de casa começou a preparar os enfeites para as festas deste fim de ano. Cos-tume desde que nasceu. Gladis faz aniversário em dezembro e recorda que sua mãe contava que antes de ela nascer tinha limpado e arrumado toda a casa para as festividades.

Naquela época, os enfeites precisavam ter um toque de criatividade extra. “As pessoas mesmo inventavam os enfei-tes, porque não é como hoje. Hoje está tudo pronto, tudo fácil”, recorda. Gla-dis conta que a mãe fazia laços e com-potas de frutas. Assim, a cada ano, ela era contagiada pela beleza do Natal.

Os enfeites mudaram, mas a alegria em preparar-se para essa grande festa continua. Depois de casar, a dona de casa manteve a tradição herdada da

aIris Alessi - [email protected]

Colaborou Arieta Arruda - [email protected]

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a fachada, o designer da Perverts, Ju-liano Campos, aconselha que as pes-soas sigam o estilo da família quando forem fazer a decoração de Natal. No caso de a família passar as festas de final de ano na praia, por exemplo, o designer sugere para a decoração das fachadas o uso de elementos do litoral, como enfeites de conchas do mar, flores e ramos “que dão leveza e se integram ao tema”. No caso das casas de campo ou na cidade, é possí-vel “brincar com pinheiros nevados e com os enfeites que lembram o inver-no europeu”, exemplifica.

“As lâmpadas nunca saem de moda. Elas são ótimas opções para pesso-as mais práticas que querem dar um

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Vegetais

1 brócolis cortado e cozido

2 cenouras médias cortadas e cozidas

300gr de batata baby cozidas

EtiqUEtA

Fonte: Consultora Cíntia Castaldi

mãe. “Setembro já começa a acen-der a luzinha: ‘Oba! já vai chegar o Natal’. Sempre uma coisinha nova a gente compra”, diz. As decorações do ano anterior, ela doa para terceiros. “O natal é uma alegria”, anuncia Gla-dis. Para ela, a decoração no período de Natal é “importantíssima” para lembrar o ano que passou.

Estilo

Empolgue-se como a Gladis e entre nessa brincadeira também. Siga algu-mas sugestões e conceitos que estão na moda neste Natal.

Para quem não começou a decoração tão cedo, ou pretende apenas enfeitar

entenDa o QUe PoDe e o QUe não PoDe fazer na feSta De natal

No final do ano são diversas as confraternizações: família, amigos, trabalho. A consultora de imagem e etiqueta, Cíntia Castaldi, dá algumas dicas de como se portar de forma adequada nessas diferentes ocasiões. na empresa:

Não beba exageradamente;

Para as mulheres, cuidado com os decotes, fendas e o comprimento da roupa;

Não levar quem não foi con-vidado;

Confirmar sua presença;

Cuidado com as brincadeiras e piadas fora de contexto.

Lembre-se de que este também é um momento de trabalho. Por isso, mantenha a postura profissional. na família:

Na hora de convidar, especifi-car o traje;

Informar se é preciso ajudar o anfitrião;

O anfitrião deve pensar em lem-branças para todos os convidados;

Os convidados que não estão participando da troca de presentes devem levar presente para o anfitrião;

Na mesa, pode marcar lugares, deixando os casais de frente;

Nunca se recusar sentar à mesa ou reclamar da comida;

O presente deve ser aberto na hora e o presenteado deve expres-sar satisfação;

Mas, se quiser trocar, é bom deixar alguma referência da loja para facilitar a troca.

Gladis prepara a casa em detalhes para a chegada do Natal; boas lembranças familiares

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charme sem precisar pensar muito no adereçamento”, indica Campos. Ele lembra que existe a opção das lâmpa-das em LED que têm uma durabilida-de maior, apesar do custo um pouco mais elevado.

tecnologia

Não são apenas as casas que ganham decorações especiais neste período. Os estabelecimentos comerciais tam-bém se preparam e investem cada vez mais para esta data que tem importan-te retorno comercial.

Para a empresária e decoradora Ce-cilia Dale, o Natal está mais hi-tech, começando pelas lâmpadas de LED, passando por bonecos “animatrôni-cos”, projeções em 3D nas fachadas e até nos brinquedos. “Nas decorações de shoppings têm carrossel, roda gi-gante, trenzinho, tudo controlado por tecnologia”, diz Cecilia.

As novidades não param nos eletrôni-cos. “Cenários que convidam os pas-santes a interagir com a história, com atrações para crianças, sons e efeitos que realmente causem impacto nas pessoas”, cita a decoradora. O mesmo

conceito pode ser levado para dentro de casa. A criatividade pode causar o impacto necessário e as cores escolhi-das também.

Apesar das tradicionais (verde e ver-melho), o Natal também está ganhan-do novas cores. De acordo com Ce-cília, são cores mais ousadas e mais modernas, como o marrom, verde alface, o lilás e alguns tons de azul.

Entretanto, tem coisas que nunca po-dem faltar na decoração, segundo Ce-cília: “entusiasmo, alegria e beleza. Não pode faltar capricho, vontade de fazer bem feito, atenção aos detalhes e um tema que seja capaz de envolver e emocionar os presentes”, finaliza.

Mesa da ceia

Hoje, a tendência é unir o rústico ao clássico na mesa, segundo o decora-dor da Esal Flores, Celso Prado. Ele sugere para a mesa da ceia de Natal um arranjo que leve em sua base ma-deira, remetendo ao romantismo. “É um tempo de reflexão, de paz, de co-moção entre as famílias e reconcilia-ções. Nesse lado é onde a gente leva para o clássico que é o uso da vela,

da flor, da rosa e do lírio”, descreve o decorador.

“A vela não pode faltar, porque a vela é símbolo de luz, de paz, de energia e de força”, completa Prado. Para não acontecer acidentes com a vela, recomenda-se que ela esteja dentro de um vaso ou um cachepô para não ter perigo na hora da festa.

Na proposta de Prado, há heras que saem do arranjo central (observe na foto). Para completar a decoração, ro-sas se juntam aos porta-guardanapos. Sob os pratos e talheres o decorador sugere o uso de sousplat, para que a mesa não fique escondida, valorizando ainda mais a decoração. Para servir os alimentos o ideal é usar um aparador. O movimento e o uso das plantas na-turais também incorporam o romantis-mo e a integração com a natureza.

os comes e bebesCom a mesa decorada, nada melhor que uma comida especial. Mas os preparativos não precisam ser com-plicados. O cardápio exclusivo su-gerido pelo chef Paulino da Costa do restaurante Bar do Victor para a re-

O decorador Celso Prado sugere para a ceia de Natal arranjos florais e velas; bela integração com a natureza

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CARDáPio

Veja oS ingreDienteS e o MoDo De PreParo DaS SUgeStõeS Para a Ceia

CAPonAtA1 cebola média

2 abobrinhas médias2 berinjelas médias

1 pimentão verde médio1 pimentão vermelho médio1 pimentão amarelo médio2 dentes de alho picados

40gr de uva passas 40gr de amêndoas

Sal a gostoAzeite

Salsinha e cebolinha

Modo de preparoRefogue a cebola, os

pimentões até que fiquem macios. Acrescente o alho e deixe dourar. Acrescente

a abobrinha, berinjela, uva passas e as amêndoas.

Finalize com a salsinha e a cebolinha e uma boa

regada de azeite.

paLeta De LeitOa De 1,2 kg (marinaDa)

1 cebola média1 cenoura grande2 talos de salsão

Mix de ervas (alecrim, tomilho e louro)

Sal e pimenta a gosto

Modo de preparo

Passar todos os ingredientes no processador até ficar uma pasta.

Envolver a peça de carne e deixar marinando por dois dias.

Assar em forno a 180 graus por 2 horas e meia em fôrma coberta com papel alumínio, depois retirar o alumínio e

deixar a pele pururucar.

PAnnA CotA1 pct de gelatina em folhas sem sabor e sem cor

250 ml de leite550 ml de creme de leite fresco

100gr de açúcar1 fava de baunilha

CAlDA DE FRUtAs vERMElhAs300gr de açúcar

500 ml de suco de laranja200gr de amoras

200gr de framboesas200gr de morangos

Modo de preparoHidrate a gelatina no leite. Misture o creme de leite com o açúcar e a fava de baunilha e leve ao fogo para aquecer. Retire do fogo e junte a gelatina hidratada no leite e misture até que a gelatina se dissolva por completo, coloque em

forminhas e leve à geladeira por 12 horas.Calda

Fazer uma calda espessa com o suco de laranja e o açúcar. Acrescentar as frutas e deixar cozer por 5 minutos, retirar do fogo e resfriar a calda.

vista MêS tem uma entrada, um prato principal e uma sobremesa saborosa.

Para a entrada, “dez minutos está pronto!” Prática e rápida de fazer, a

caponata é a sugestão. Para o prato principal, Costa sugere a paleta su-ína, acompanhada de legumes. “A paleta de leitoa está bem na moda. O pessoal está voltando a usar bastan-

te suíno”, relata. A paleta fica mari-nando nos temperos por dois dias e depois é só colocar para assar em for-no a 200 graus. Para que a carne não fique seca, o chef explica que é só

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DelíCia QUe não PoDe faltar no natal

floreS, laçoS, fitaS e MUita CriatiViDaDe

panetOne

ÁrVOre De nataL

De origem italiana, o panetone é um pão doce com sabor de baunilha que leva frutas secas. De acordo com a especialista em pães, Geraldine Mira-glia, chef da Oli Gastronomia, há uma lenda que dá conta da origem dessa iguaria. Um padeiro italiano chamado Toni, para impressionar o sogro, havia criado um pão diferente. Daí surgiu o pão do Toni, ou Panetone.

Apesar de os panetones com frutas serem os mais tradicionais, hoje, no

Uma árvore bem decorada pode sozinha enfeitar toda a sala. Por isso, muitas pessoas não deixam de ornamentar a árvore todos os anos. A cada Natal mais novidades sur-gem no mercado, começando pelas próprias árvores. São árvores verdes, brancas e até com efeito nevado.

A vendedora da Casa dos Bonecos em Curitiba, Juliana da Costa, sem-pre pergunta aos seus clientes com quais cores a pessoa quer enfeitar a árvore. Com as cores escolhidas, Ju-liana indica o que tem de decoração, como as flores e os laços.

Normalmente, as pessoas procu-ram as cores tradicionais – verde, vermelho e dourado (ou prata) – para enfeitar a árvore. Mas este ano, segundo Juliana, o lilás veio muito forte para o Natal. “O lilás com o prata é uma coisa que combina e fica bem bonita”, indica.

Mas é preciso tomar cuidado com os enfeites na árvore. Para quem quer ousar e sair do tradicional, Juliana sugere o uso de apenas duas cores nos enfeites para a árvore não ficar muito carregada. Ah, e não se esque-ça das lâmpadas, elas dão um brilho todo especial para a sua árvore e preparam o cantinho para a espera do Papai Noel.

mercado é possível encontrar inúmeras variações desse produto. “Cada vez mais os consumidores e a própria indústria buscam novidades, criando receitas com brigadeiro, sorvete e muitas outras, inclusive salgadas”, explica Geraldine.

A chef dá dicas para quem quiser fazer pão doce em casa. “As pessoas devem colocar as suas frutas preferi-das. Gosto, por exemplo, de produzir um panetone apenas com cascas de laranja cristalizadas e amêndoas.

Algumas gotas de chocolate amargo também podem entrar. Considero-o elegante e diferente da maioria”, re-vela. No entanto, Geraldine salienta que apesar de não haver proibições é preciso usar o bom senso.

E não se esqueça de que o panetone pode ser uma interessante lembrança no Natal. Para Geraldine, basta usar a imaginação na hora de decorar ou abusar das latas decoradas para presentear um ente querido.

adicionar o caldo de temperos na hora de assar. De acompanhamento, arroz branco ou temperado e algum outro prato de sua preferência. A sugestão do sommelier Luciano Bsiuc para harmonizar com o prato principal é um espumante Rosé (Felipa Pato, em média, R$ 69) ou vinho tinto com a uva baga da região de Bairrada (Luiz Pato Baga, em média, R$ 89).

Para fechar o banquete natalino, Cos-ta preparou uma panna cota. No mes-mo estilo dos outros pratos, descom-plicado. “Também é muito fácil de fazer. É à base de gelatina, com calda de frutas vermelhas”, conta.

O sommerlier sugere para acompa-nhar a sobremesa um vinho Sauternes Francês (mais de R$ 100) ou uma op-

ção mais barata de vinho chileno ou argentino de colheita tardia, vinho de sobremesa (em torno de R$ 50). O orçamento dos pratos da ceia para quatro pessoas custa entre R$ 20 e R$ 25 por pessoa, exceto as bebidas que você poderá investir um pouco mais.

As crianças

As crianças também não ficam de fora da mesa de Natal. Aliás, muitas vezes, elas são as maiores motivadoras das festas realizadas em casa. A designer Carla Stanilau, especialista em festas infantis, sugere uma decoração da casa mais voltada para os pequenos. Para Carla, o que não pode faltar na deco-ração de Natal é o Papai Noel. “Tem uns desenhos meigos mais fofinhos. Eu segui essa linha infantil.”

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Ducci pode ficar sem apoio do PP e PPsMembros dos partidos confirmam uma possível coligação entre as legendas para a eleição municipal; decisão enfraqueceria o palanque do atual prefeito

Mariane Maio - [email protected]

palanque formado em torno do nome do atual prefeito Luciano Duc-ci (PSB) pode estar se

desmontando. Apesar de ainda dis-tante das eleições municipais, os bas-tidores da política curitibana já estão agitados. Possíveis coligações, cogi-

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política

tadas inclusive por dirigentes e mem-bros partidários, mostram uma com-binação que pode mudar a relação já tida como certa por alguns.

Em meados de outubro, o PPS co-municou indicativo de candidatura própria para a Prefeitura de Curitiba, informando que a vereadora Rena-ta Bueno (PPS) havia colocado seu

nome à disposição como pré-candi-data. A novidade pode ser em relação a uma possível coligação com o Par-tido Progressista (PP), que tem como membro seu marido, o também vere-ador Juliano Borghetti (PP).

Segundo o deputado federal, líder do partido na Câmara e secretário-ge-ral do PPS e pai de Renata, Rubens

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Bueno, as conversas com os demais partidos já iniciaram e um deles é o Partido Progressista (PP). “É possível ter essa aliança também com o PP [...] No início do ano que vem, vamos re-tomar o assunto e marcar visitas com alguns pontos que possam identificar uma aliança em torno de uma candi-datura do PPS”, afirma.

Coligação

Ao ser questionado pela Revista MÊS, Borghetti também admitiu. “Existe essa possibilidade. É um qua-dro que está desenhando a cidade de Curitiba. E a tendência, onde o par-tido, através dos seus membros e da Executiva definir. Nós vamos acatar”, diz o vereador afirmando que tam-bém é possível que o partido lance candidatura própria. “Hoje, nós so-mos base aliada do Prefeito Luciano Ducci. Mas lógico que todo partido só cresce quando lança candidato a prefeito”. Os nomes cogitados até o momento são o do próprio Borghetti e o do vereador Aldemir Manfron (PP).

O partido já parece estar organizado. “O PP fez uma caravana e andou nos 399 municípios do Paraná e, hoje, está an-dando em 75 bairros na cidade de Curi-tiba, criando os núcleos. E também vai fazer uma caravana junto aos bairros da cidade para fazer com a população, os comerciantes, um plano de governo para a cidade de Curitiba. Lá na frente o partido vai decidir se vai coligar ou se vai lançar candidatura própria”.

No entanto, o vice-presidente nacio-nal do PP e secretário do Governo Beto Richa, Ricardo Barros, não con-firmou a coligação. “Depende da pos-tura do PSB e do PSDB em relação às outras cidades, onde o PP é o líder do

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“É possível ter essa aliança também com o PP”,

garante o deputado federal Rubens Bueno

processo. Não há que se esperar que o partido só apoie e não seja apoiado. A negociação de Curitiba tem uma tendência de apoio ao Luciano Ducci, e esperamos que, onde nós lideramos

pesquisas, como em Londrina, Ma-ringá, Toledo, nós possamos receber o apoio desses partidos aliados. É uma questão de política partidária es-tadual”, observa Barros.

Borghetti confirma a possibilidade de coligação com o

PPS, em torno do nome da sua esposa, Renata Bueno

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Assembleia do AMÉMMensagens são analisadas pelo Governo e por deputados da base de apoio antes de chegarem à Casa; Alep perde seu papel de discussão e de fiscalizadora do Executivo

Mariane Maio - [email protected]

o último mês uma men-sagem encaminhada pelo Governo do Estado à As-sembleia Legislativa do

Paraná (Alep) serviu para polêmicas e indagações do papel da instituição. A constitucionalidade da Lei Estadu-al n° 16.943/2011, promulgada pelo governador Beto Richa (PSDB), no dia 10 de novembro, foi apenas um dos embates (veja matéria ao lado). Outra reclamação da oposição é em relação ao curto espaço de tempo em

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política

que tramitou na Casa de Leis.

Segundo a Ação Direta de Inconsti-tucionalidade (Adin), entregue pela bancada oposicionista ao Tribunal de Justiça do Paraná, a mensagem 61/2011 que previa alterar a Lei que versava sobre as taxas do Departa-mento de Trânsito do Paraná (Detran--PR) chegou à Alep dia 31 de outu-bro, dia em que também foi autuada como Projeto de Lei e já seguiu para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde recebeu parecer positi-vo, com exceção do Deputado Tadeu

Veneri (PT), que apresentou relatório separado. Já no dia 08 de novembro, o projeto havia sido aprovado em ter-ceira discussão e dois dias depois já estava sancionado pelo governador.

Para o líder da oposição, o deputado Enio Verri (PT), essa rapidez na vota-ção foi impressionante. “Quando você tem uma maioria tão grande como essa, a tendência dos deputados da base é apoiar pura e simplesmente os pedidos do governo. Acabam de repente não lendo e não estudando adequadamente. Isso mostra o excesso de subordinação

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Mariane Maio - [email protected]

em relação ao governo. Essa subordi-nação nunca é positiva”, diz.

Para o cientista político e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fabrício Tomio, não existe um tempo certo para a tramitação de um projeto, mas a discussão deste em questão foi bastante rápida. “Existe regimentalmente uma forma de tra-mitação ordinária que demandaria mais tempo, que passa pelo exame mais detalhado de Comissões, até chegar ao plenário. Foi tão célere assim, certamente, porque a maioria que apoia o governo impôs esse trâ-mite acelerado através da urgência”, afirma. Por se tratar de um projeto que tinha consequências vistas como negativas pela maior parte da popu-lação (o aumento de taxas), quanto mais rápido fosse a discussão, melhor para o Governo, comenta o professor.

Previamente discutido

A celeridade em que os projetos enca-minhados pelo Executivo são discu-tidos na Assembleia e o resultado da maioria deles, no caso da aprovação pela bancada governista, enfraquece o parlamento e o desvirtua de suas funções. “Em virtude disso, é pouco provável que o parlamento cumpra algumas das suas atribuições. Talvez até esteja cumprindo a função de re-presentação, mas certamente a função fiscalizatória, de ser capaz de se con-trapor ao governo, isso não está acon-tecendo”, analisa Tomio.

Para o cientista político, como a maioria dos deputados fazem parte do apoio do governo, está havendo uma discussão das mensagens antes que elas sejam encaminhadas à Casa. “Existe uma esfera decisória, junto com essa maioria que antecede a par-te institucional, que é o envio formal da mensagem do governador à As-sembleia. Eu não acredito que os de-putados simplesmente são submissos e aceitam o que vier. Provavelmente está havendo um fórum político,

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taxas do Detran na mira da Justiça

O reajuste deve passar a valer a partir de fevereiro de 2012, mas sua constitucionalidade está sendo analisada pela Justiça

o final do mês pas-sado, a bancada de oposição da Assem-bleia Legislativa do

Paraná (Alep) protocolou uma Ação Direta de Inconstitucionali-dade (Adin) em face à Lei Esta-dual n°16.943/2001, que regula as taxas do Detran-PR. Os valores tiveram aumento de até 271,7%, entre 62 taxas do Detran que fica-ram mais caras e 10 adicionais.

Segundo o Governo do Estado, es-ses valores se justificam por dois motivos. O primeiro é que desde 1994 não houve reajuste e, o se-gundo, é que parte da receita será repassada para outros programas de governo, como o Fundo Esta-dual da Segurança Pública do Pa-raná (Funesp/PR).

Para a oposição, essa destinação da verba é inconstitucionalidade. “A destinação de receitas prove-nientes de taxas para outros fins que não o custeio dos serviços prestados ou postos à disposição do contribuinte é inconstitucio-nal”, segundo a Adin.

De acordo com a advogada Sara Fachini Gomes Truite, do escritório tributarista Seleme, Lara & Coelho Advogados Associados, “o produto

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arrecadado por meio da taxa possui necessariamente uma destinação específica, que é propriamente o custeio do serviço público [...] Ela é inconstitucional, porque está indo muito além do custeio e o valor ar-recadado está tendo um desvio de finalidade”, explica.

De acordo com relatório do De-tran, divulgado pelo deputado Elton Welter (PT), entre janeiro e outubro deste ano, o órgão teve uma superávit de quase R$ 152 milhões. Para o deputado Ade-mar Traiano, líder do governo, “se houvesse inconstitucionalida-de não se estaria aplicando desde 1972 recursos do superávit do De-tran, no Funrestran, que é o caso”.

Para a advogada, um erro não jus-tifica o outro. “No momento em que uma inconstitucionalidade é constatada, ela não pode ser admi-tida dentro de um estado democrá-tico de direito. Nunca é tarde para repará-la”. Não existe previsão para o julgamento da Adin no Tri-bunal de Justiça.

O que é certo, ainda, é que o au-mento das taxas passará a valer em fevereiro de 2012. Por isso, a advogada recomenda que os con-tribuintes guardem os comprovan-tes de pagamento das taxas para um possível reembolso.

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Para Enio Verri-PT (à esquerda) a rapidez da votação causa espanto, já

para Ademar Traiano-PSDB (à direita) é um modelo transparente

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que antecede ao institucional que é a Assembleia”, diz. Segundo ele, ape-sar de não ser irregular esse tipo de conduta, os demais deputados que não fazem parte do grupo e a socieda-de ficam excluídos do debate.

Os trâmites são confirmados pelo de-putado Ademar Traiano (PSDB), líder do governo. “O que facilita o encami-nhamento é o estilo do governador, que tem uma facilidade de agregar. É um governo aberto, transparente, que discute tudo antes e facilita a discus-são no plenário. Temos discussões de líderes, é explicado em mínimos de-talhes todos os projetos. As dúvidas que poderão ser suscitadas são escla-recidas ainda antes do processo de discussão”. De acordo com ele, essa ampla maioria é apenas parte do pro-cesso democrático.

Mais perto da bancada

Para o professor, apesar de ser nor-mal essa prática de governar ao lado da maioria na Alep, no Governo Beto Richa, esta atitude de coalizão é ainda maior. “Historicamente nem sempre foi assim. Nesse governo particular-mente, inclusive comparado aos que antecedem, Lerner e Requião – essa esfera parlamentar tornando públicas as desavenças, explicitando as discor-dâncias, sem contar o aspecto institu-cional de ser capaz de vetar e limitar o poder do governador de fato – me parece que é menor nesse governo do que nos anteriores”.

Essa postura traz danos à sociedade, de acordo com o analista político. “Acho que não ganha [a sociedade] quando você atrofia essa esfera pú-blica, parlamentar e fiscalizatória. O conjunto das pessoas ganha com essa ‘publicização’ da discordância do censo”, frisa Tomio.

Este mês, os deputados farão sessões extras, devido a um pedido de Traia-no, para votar as mensagens do Go-verno do Estado. “O Executivo dei-

xou para mandar todos os projetos de última hora. Eles estão se comportan-do como se estivessem há um ano em transição. Agora, nos últimos dias, é que começa a parecer um monte de mensagem”, conta Verri.

O que para Traiano é normal, pois mui-tas mensagens devem ser encaminhadas nesta época do ano, para Verri pode ser uma tática para minimizar a discussão. “Vem muita pauta e não dá tempo de es-tudar todas com atenção”, afirma.

política

A celeridade em que os projetos encaminhados

pelo Executivo são discutidos na Assembleia

enfraquece o parlamento e o desvirtua de suas funções

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sobre a política

veja e a falácia do voto distrital puro

A revista Veja construiu uma campanha a favor do voto distrital. Os argumentos para a defesa desta proposta não são muito claros, mas argu-mentam seus editores que, com esta mudança no sistema eleitoral brasileiro, a população estaria melhor representada politicamente. Não con-cordo. O voto distrital puro carrega consigo um grande desvio de base, parte do princípio geográ-fico e não político para sustentar a legitimidade de um eleito pela democracia representativa. Defender o voto distrital puro, como faz a Veja, é defender o retorno do poder aos grandes caciques e coronéis que outrora construíam seus currais eleitorais e a cabresto conquistavam seus votos. Não é possível que ainda tenhamos pessoas – que se dizem democratas – que acreditam que o siste-ma eleitoral dos Estados Unidos seja o exemplo para a democracia, como defendeu Tocqueville. Por lá, a imensa maioria não participa nem do processo eleitoral para a escolha do presidente, imaginem do Congresso. Defender o voto distrital puro é um imenso retro-cesso que compromete sobremaneira a consoli-dação da nossa, ainda adolescente, democracia. Institucionalizarmos o palanque para o corone-lismo e o voto da cerca é uma proposta que deve ser combatida por todos aqueles que defendem de fato a democracia e não apenas naqueles mo-mentos “on” de seus interesses. Limitar a representatividade ao espaço geográ-fico é desconhecer que a geopolítica espraia-se em uma área que vai além dos limites de uma determinada região. Que os interesses são locais, mas também são estaduais e regionais. A defesa

da proposta da Veja é transformarmos, por exem-plo, o Congresso Nacional em um congresso de ex-prefeitos. A política é muito mais do que a defesa de sua aldeia.

Por isso, penso que, para o Brasil, um sistema de representação proporcional misto, mais ou menos, aos moldes do instituído na Alemanha pós-Segunda Guerra seria mais apropriado. Penso que um sistema em que os estados fossem divididos em distritos e em que o candidato poderia concorrer pelo distrito ou pelo estado seria o mais apropriado. Teríamos, assim, assegurada a repre-sentação local e aquela representação de opinião, que dialoga com as grandes questões estaduais. Avançaria ainda um pouco mais este modelo. Reservaria um número de vagas para candidatos concorrerem, de forma proporcional, para a Câmara dos Deputados, por cada uma das regiões do País. Ou seja, teríamos um número de cadeiras na Câma-ra reservada para candidatos que disputariam votos em cada uma das cinco regiões brasileiras. Contudo, o certo é que não podemos aceitar o voto distrital puro, sob pena de os avanços democrá-ticos conquistados nos últimos 30 anos irem por água abaixo. Talvez este seja o interesse de alguns, mas com certeza não é o interesse do Brasil.

Defender o voto distrital puro é um imenso retrocesso que compromete sobremaneira a consolidação da nossa, ainda

adolescente, democracia

Por Tiago Oliveira [email protected]

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ecentemente, a Prefeitu-ra de Curitiba e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan),

setor Paraná, assinaram um acordo de cooperação técnica para revitalizar o setor histórico da Capital. O objetivo é realizar diversas obras por meio do Programa de Aceleração do Cresci-mento (PAC) das Cidades Históricas, do Governo Federal. O total de inves-timento deve chegar a R$ 56 milhões,

r

Divulgação

cidades

sendo que R$ 15,8 milhões serão de contrapartida do município.

No Paraná, além de Curitiba, as cida-des Lapa, Castro, Paranaguá, Anto-nina, Morretes e Guaratuba também foram contempladas com projetos. O PAC das Cidades Históricas prevê investimentos até 2013, ano em que as obras terão de ser concluídas, caso não haja prorrogação. No entanto, técnicos e responsáveis não são dos mais otimistas quanto à viabilidade de todas as propostas da Prefeitura de Curitiba e a finalização até o prazo.

na fase de projetos

A negociação entre o Iphan e a Prefei-tura de Curitiba já começou atrasada.

A demora quase fez com que Curitiba ficasse de fora do PAC das Cidades Históricas. Em janeiro deste ano, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) encami-nhou um plano de ação para ser apro-vado pelo Iphan, porém, ficou faltan-do a assinatura do prefeito Luciano Ducci, que ocorreu apenas em 24 de outubro, nove meses depois.

“O prazo era entre dezembro e janei-ro. Nós consultamos Brasília para ver se ainda era possível e eles disseram que poderia. Esse plano é um conjun-to de ações que seriam desenvolvidas durante quatro anos. No início do ano, a gente pode encaminhar para Brasília o que cada município queria, mas não incluímos Curitiba, porque não tínha-

Resgate da história curitibanaPrefeitura e Iphan assinaram acordo de cooperação técnica para revitalizar setor histórico da cidade por meio do PAC

Mariane Maio - [email protected]

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O total de investimento deve chegar a R$56 milhões,

sendo $15,8 milhões de contrapartida

VEjA AlgumAs DAs AçõEs cOntEmPlADAs nO PlAnO DO PAc DAs ciDADEs HistóRicAs

Ação

Reciclagem do antigo quartel da Rua Riachuelo

Reciclagem da antiga oficina da RFFSA

Recuperação do entorno da Igreja Guadalupe e do Corredor Cultural

Recuperação das calçadas da Rua Conselheiro Laurindo e da Rua Saldanha Marinho

Recuperação das calçadas da Rua Emiliano Perneta, recuperação da Rua Monsenhor Celso e Praça Zacarias- trecho da Avenida Marechal Deodoro até a Rua Pedro Ivo

Restauro, recuperação e readequação do Solar do Barão, mantendo o uso cultural

Recuperação da Praça Carlos Gomes e da Praça 19 de Dezembro

Projeto Bonde Turístico de Curitiba

VaLOr preVistO

R$ 5 milhões

R$ 11,7 milhões

R$ 4,2 milhões

R$ 4,2 milhões

R$ 4,2 milhões

R$ 6,8 milhões

R$ 4,2 milhões

R$ 14 milhões

Dentre os projetos, o arquiteto Mauro Magnabosco acredita que o primeiro a se concretizar será o do quartel da Rua Riachuelo

mos a assinatura”, explica Liliane Lu-cena, arquiteta do Iphan, contando que a Capital podia ter ficado de fora do PAC das Cidades Históricas.

Por isso, o superintendente do Iphan no Paraná, José La Pastina Filho, en-tende que será preciso empenho dos responsáveis. “Os recursos são altos, mas não impossíveis. Isso aqui é 10% de um viaduto, por exemplo. Como é uma meta, um planejamento, vai de-pender da capacidade das instâncias envolvidas. Do município, do Iphan e espero, também, do Governo Estadu-al, para que aconteça.”

Acordo técnico

Isso porque apesar da intenção entre os dois órgãos, o acordo de coopera-ção técnica não garante a execução de nenhuma das obras. “Esses acor-dos são um instrumento de gestão compartilhada de determinadas áreas da cidade, no nosso caso de interesse histórico”, afirma o superintendente do Iphan, explicando que os recursos ainda terão de ser conseguidos tanto pela Prefeitura, quanto pelo órgão.

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licitado imediatamente. E é esse que estamos mandando em primeira fase para o Iphan, que vai começar o pro-cesso de viabilidade de recurso”, ates-ta Mauro Magnabosco, arquiteto do IPPUC e responsável pelos projetos.

vantagens

As vantagens dessa revitalização são muitas para a cidade. Segundo La Pastina, uma delas é que se cria uma sinergia. “Na medida em que uma ação está sendo desenvolvida aqui, ela interfere positivamente na outra. Um exemplo é a revitalização do Paço da Liberdade”, diz. Para ele, o efeito de revigorar os empreendimentos da ci-dade é a possibilidade de “requalificar urbanística e socialmente essas áreas”. O resultado também está no visual da cidade, na melhoria da segurança e no resgate histórico para a população.

PREvisão DE ConClUsão

2012

2013

2011

2011

2012

2013

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“É tudo um processo de negociação. O convênio é quando você já tem o recurso garantido, carimbado. Nesse caso é um acordo”, diz.

A primeira obra, dentre as seleciona-das (veja tabela) que deve ser iniciada é a do quartel da Rua Riachuelo. “O projeto que está pronto é o do Cine-Riachuelo, tem orçamento e pode ser

Fonte: IPPUC

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Aprender com o lúdicoO uso de atividades lúdicas pode ser importante ferramenta de aprendizagem, tornando a vida escolar mais divertida e prazerosa

uando se pensa numa sala de aula, provavel-mente, a primeira ima-gem que vem à mente é

de muitas crianças ou adolescentes uniformizados, sentados em cartei-ras enfileiradas, com livros e cader-nos sobre a carteira e a professora em frente ao quadro de giz.

Acontece que a educação não precisa ser mais enquadrada dessa forma. Já existem muitos exemplos de escolas que saíram da “zona de conforto” e foram além. Perceberam que o lúdico pode ser um salto à frente para envol-

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educação

ver as crianças e adolescentes a me-lhorarem o aprendizado. E, assim, os estudos podem ser mais prazerosos e ricos em conhecimento.

Aí vem a dúvida: o que é lúdico? É o uso da imaginação, é a brincadeira, uma história de “faz de conta”, uma experiência divertida e prazerosa.

Para a professora do Infantil 5 do Centro Educacional Marista de Curi-tiba, Amanda de Faria, lúdico é todo o universo da criança. “Ludicidade é muito ampla, a gente não pode res-tringir ao jogo e a brincadeira, porque a criança é um ser que brinca o tempo todo, independentemente de ter ins-

trumentos de brincadeira. A gente não pode restringir a esses momentos”, avalia Amanda.

A pedagoga da Gymboree Play & Music, Caroline Luck Resende, afir-ma que “qualquer coisa pode se tor-nar lúdica. [A criança] brinca com papéis, incorpora, experimenta e re-formula ideias. O importante é que seu desenvolvimento seja direciona-do para isso, para esse universo que tem a capacidade de assimilar e de absorver”, explica Caroline.

Brincar, ir ao parquinho, desenhar, ler, contar história, mexer com mas-sinha são algumas das atividades que a pequena Viviane de Paula Carvalho (04) gosta de realizar na escola. Per-der aula não é com ela. Por quê?! E

Iris Alessi - [email protected]

Viviane contanto a história da Chapeuzinho Vermelho

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OLHO: O trabalho vai além daquilo que se pode ver LEGENDAS:

Abre(Acho que pode ser a foto da Viviane brincando de contar histórias)Viviane contanto a história da Chapeuzinho VermelhoCrédito: Roberto Dziura Jr.

Foto:Para Amanda, a criança é lúdica e sempre está brincando de alguma formaCrédito: Roberto Dziura Jr.

Foto:As crianças devem aprender brincando, avalia CarolineCrédito: Roberto Dziura Jr.

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O trabalho vai além daquilo que se pode ver

logo vem a resposta enfática: “porque é legal vir na escola!” A mãe de Vi-viane, a manicure Franciele Maceno da Silva (29), percebe o crescimento intelectual da filha e o interesse em estudar. “Você vê que ela evoluiu um monte”, alegra-se a mãe.

A fisioterapeuta, Patrícia Fassina de Oliveira (33), mãe de Gabriel (02), acredita que as brincadeiras e os brinquedos são importantes para o desenvolvimento do filho. “Eu achei superinteressante isso. Os rolos, as divisões de cores, por ser tudo tata-me, eu achei isso muito legal, muito interessante”, afirma.

Exemplos em Curitiba

Na Escola Turmalina, é utilizada a pe-dagogia Waldorf, um sistema alemão que “busca despertar na criança o gosto pela aprendizagem, respeitando o ritmo e as fases de desenvolvimento do ser humano em sua totalidade”. O uso do lúdico, dos trabalhos manuais, da proximidade com a natureza, o canto, a dança, a recitação de versos e os jogos cooperativos são algumas atividades desenvolvidas na escola, segundo a professora do 4º ano, An-drea Fabiana Galvez.

Essas tarefas também são inseridas no currículo do Centro Educacio-nal Marista, que trabalha o lúdico na ‘contação’ de história, no uso da bi-blioteca, na criação dos seus próprios brinquedos com o uso de materiais recicláveis e também em brincadeiras como dança da cadeira, batata-quente e pega-pega. Muitos desses trabalhos são feitos também fora da sala de aula, de acordo com a professora Amanda. “São nas pequenas coisas que a gente faz a diferença no dia a dia deles”, diz.

Assim também é na Gymboree. As atividades desenvolvidas com crianças de 0 a 5 anos de idade são atividades com músicas, artes, que

estimulam o desenvolvimento dos pequenos. Para a pedagoga Caroli-ne, o trabalho vai além daquilo que se pode ver, já que muitas vezes o trabalho com a criança pode parecer “simples”, mas é rico de sentidos e significados, como o desenvolvimen-to da segurança e autoestima.

Para Caroline, a criança deve “apren-der brincando. Essa é a maneira que as crianças precisam aprender. Quan-do a gente quer trazer o aprender de uma maneira muito rigorosa, muito estruturada, nós estamos forçando as crianças a queimarem etapas”.

São as etapas do desenvolvimento da criança que guiam o método da Escola Turmalina. As crianças não são alfa-betizadas antes dos seis anos. Por isso, as crianças nesta escola não utilizam livros e os cadernos não têm pauta. Elas utilizam bastões de cera, lápis de cor e a caneta tinteira a partir do 4º ano. Segundo Andrea, é um méto-do “mais lúdico, totalmente artístico e supercriativo. Ele é mais lúdico, por-que as crianças têm toda uma maneira

de enxergar o mundo e se posicionar, então a gente vai até isso e tenta trazer os conteúdos dentro desse universo”.

brincando de aprender

As atividades lúdicas na educação, tanto na opinião de Amanda como para Caroline, podem ser utilizadas também para os “mais crescidos”. “Os adolescentes quando você vai propor alguma coisa para eles, eles vão ficar retraídos, porque essa não é a dinâmica do dia a dia deles. Então, eles não estão acostumados”, relata Amanda. Mas isso não significa que essa barreira não possa ser quebrada. Essa também pode ser uma maneira de prender a atenção deles durante as aulas e exercitar o lado cognitivo des-ses “quase adultos”.

Saber brincar, criar, imaginar, sonhar, sentir e ter prazer naquilo que faz são elementos que serão resgatados na vida adulta dessas crianças. Ter habilidade para lidar bem com essas capacidades será um diferencial para a vida pessoal e também profissional delas.

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Patrícia, mãe de Gabriel (02), acredita na importância do lúdico para o desenvolvimento do filho

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Brasil está se preparan-do para produzir medi-camentos para neopla-sias. O passo inicial foi

a recente criação da Rede Nacional de Desenvolvimento e Inovação de Fármacos Anticâncer (Redefac), que será coordenada pelo Instituto Nacio-nal do Câncer (Inca). A Rede traba-lhará na pesquisa e desenvolvimento de fármacos e medicamentos contra o mal que afetará, em 2012, 520 mil no-vos casos de câncer, segundo o Inca.

Segundo o Ministério da Saúde, o ob-jetivo da Redefac é estimular a produ-

Rede de produção de fármacos é criada no Brasil; expectativa é que, em até 10 anos, o País já tenha seus próprios medicamentos anticâncer

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saúde

Uma rede nacional contra o câncer

ção nacional de tecnologias para o tra-tamento oncológico do Sistema Único de Saúde (SUS) e também diminuir a dependência brasileira do mercado externo nesse setor. De acordo com o chefe da Pesquisa Clínica e Incor-poração Tecnológica do Inca, Carlos Gil, no Brasil, há um desenvolvimento muito grande de pesquisas anticâncer, no entanto, essas pesquisas não che-gam a se tornar um medicamento que beneficie a população.

A Rede vai estimular a pesquisa e o desenvolvimento em todas as etapas da produção de um medicamento. Será um trabalho em conjunto entre

cientistas e pesquisadores nas diver-sas fases, iniciando na pesquisa da molécula, passando pelos testes em animais e depois em humanos, até chegar ao produto final.

“A Redefac espera com esse novo modelo de gestão quebrar esse para-digma. Chegar a um produto que be-neficie a população de fato. Esse é o grande objetivo”, explica Gil. O chefe detalha que a função da Redefac é pro-mover a articulação entre os centros que já fazem pesquisas nas diferentes etapas do processo. Isso deve gerar um novo modelo de gestão para o desen-volvimento de fármacos no País e tam-bém garantir mais financiamento para as diversas etapas da pesquisa.

benefícios

De acordo com o Ministério da Saú-de, inicialmente serão investidos

“chegar a um produto que beneficie a população

de fato. Esse é o grande objetivo”, afirma carlos gil

Iris Alessi - [email protected]

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R$ 7,5 milhões, recursos do Ban-co Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e do próprio Ministério para a estruturação da Rede que pode trazer muitos benefícios para a população brasileira.

O primeiro deles é justamente o de desenvolver medicamentos que cheguem até a população brasileira. Mas este não é o único. Para a co-ordenadora do Hospital Erasto Ga-ertner, Ana Luiza Wiermann, não é apenas o paciente que se beneficia. “Toda a estrutura de pessoal que pre-cisa de capacitação para lidar com uma pesquisa clínica é beneficiada. Quanto mais pesquisa clínica a gen-te tiver no País, mais pesquisadores a gente vai ter e mais oportunidades de desenvolver coisas”, afirma.

“A gente vive uma realidade que essas medicações são de altíssimo custo e esse custo de alguma forma sempre é repassado para o paciente. Então, se a gente puder ter uma pro-dução de qualidade e uma produção local, com certeza, o custo progres-sivamente será menor e o paciente no final acaba também sendo benefi-ciado”, avalia o médico do OncoCa-re do Hospital Vitória, Samir Kana-an Nabhan. Para ele, a questão dos custos dos medicamentos também é preponderante no tratamento contra

o câncer. Além do preço, o médico enfatiza as vantagens em relação à qualidade e segurança na procedên-cia do produto.

Produtos

Os resultados dessa nova rede de-vem chegar aos pacientes brasilei-ros entre cinco e dez anos, estima Gil. Atualmente, de acordo com números do Ministério da Saúde, o Brasil gasta por ano cerca de R$ 4 bilhões na aquisição de medicamen-tos. Ao todo a produção de 28 me-dicamentos, que são parcerias já em andamento entre laboratórios e Mi-nistério, poderá gerar uma economia anual de mais de R$ 1,7 bilhão.

Para a coordenadora do Hospital Erasto Gaertner, com tecnologia na-cional o Brasil estará mais prepara-do para enfrentar o câncer. “Porque quando a gente utiliza uma tecno-logia que não foi desenvolvida no País, a gente acaba pagando mais por ela”, diz Ana Luiza, que salien-ta que não são apenas os custos da pesquisa que estão nos valores des-ses produtos, mas também a lucrati-vidade dos laboratórios. Já com os produtos nacionais, essa lógica de mercado diminuiria e aumentaria a possibilidade de dar acesso ao trata-mento a mais brasileiros.

“A proliferação acontece se tiver água parada, pode ser limpa ou suja”, ex-plica a chefe da Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), Jaqueline Finau. Ela ressalta que é importante o descarte adequado de tudo que acumula água. “Se não puder ser descartado, que seja fechado, vedado, tampado, que não caia água ali dentro, que o mosquito não tenha acesso se for uma coisa que não tenha como tirar a água, como, por exemplo, a caixa d’água”, completa.

O lixo descartável é um dos fatores que mais prejudica o combate à dengue. E entre os maiores problemas encontrados nas casas dos paranaenses estão os vasi-nhos de flores, vasos sanitários que fi-cam sem utilização nos quintais. “Quin-tal é um grande risco, porque as pessoas guardam muitos entulhos”, afirma.

As regiões quentes são as que mais têm problemas com a doença. Ao todo, 88 municípios paranaenses receberam quase R$ 2,5 milhões para controlar a epidemia. Segundo Jaqueline, desde a epidemia do começo deste ano, há um trabalho cons-tante para combater o mosquito. No entan-to, a estimativa é de que ainda neste ano o Paraná tenha epidemia, por isso, o Es-tado está se preparando com apoio do Ministério da Saúde para essa pos-sibilidade. Vale sempre lembrar: não

deixe água parada!

Para Nabhan, produção local e de qualidade podem reduzir os custos no tratamento do câncer

Dengue:É tempo de prevenirCom a aproximação do verão e das chuvas é preciso ficar mais atento para a não proliferação do mosquito transmissor da dengue: o Aedes Aegypti. Os cuidados devem começar dentro de casa

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Café com pão, café com pão, café com pão. Virgem Ma-

ria, que foi isto maquinista?” Assim como no poema “Trem de ferro” de Tom Jobim e Manuel Bandeira, há o espanto também das pessoas ao co-nhecer a proposta da rede de Padarias Comunitárias Fermento na Massa, que hoje tem 29 pontos comerciais em Curitiba (PR) e Região Metropolita-na. São mulheres, geralmente de meia idade, ex-donas de casa da periferia, que descobriram com a mão na massa um ingrediente diferente: a economia solidária. Dia 15 de dezembro se co-memora o Dia Nacional de Economia Solidária. Só na região Sul são mais de 35 empreendimentos solidários.

Por meio da autogestão e de valores como solidariedade, democracia, co-

Iniciativas em Curitiba mostram que é possível aliar a autogestão, o consumo consciente e a preservação ambiental no negócio próprio

‘‘

Repartindo o pãooperação, preservação ambiental e respeito aos direitos humanos, é que se desenvolve essa modalidade de economia “paralela”. Conceitos que vão de encontro com a cultura capi-talista vigente.

São histórias de pessoas em situação de vulnerabilidade social, carentes de conhecimentos técnicos e que viram neste tipo de economia uma chance de se inserir socialmente e ganhar seu próprio dinheiro para a sobrevivência.

Exemplos

Rosalba Eliane Gomes Wisnivski (54) é uma das donas da padaria Ce-copan, localizada no bairro Xaxim, junto com Algenilda da Costa Santos (44) e Terezinha Koldi (53). As três mulheres fazem parte do projeto há cinco anos e, juntas, administram a

economia

Arieta Arruda - [email protected]

padaria e são responsáveis pela pro-dução. “A gente faz tudo junto. A ideia é trabalhar no sistema da auto-gestão. O trabalho é feito em comum. Então, tudo a gente faz junto. Não de-cide nada sozinha”, afirma Rosalba.

Os conflitos e diferenças nas opiniões existem, mas são remediados. “Às vezes, tem uns bate bocas, mas nada que não se resolva com um cafezinho e uma boa conversa”, diz Rosalba. Para ela, além de fazerem o que gos-tam, o importante “é saber que a dig-nidade da gente, nós enquanto mu-lheres da padaria comunitária, fica lá em cima. É saber que você pode gerar renda para ajudar em casa. Não é uma coisa exorbitante, mas para a gente é significativo”.

Elas escolhem o dia em que traba-lham, administram juntas os recursos, as contas e vendem os produtos basea-dos no conceito de comércio justo, que não visa o lucro. Os pães são vendidos

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REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 35

na economia solidária se

comercializa de tudo. Produtos

artesanais, produtos agrícolas e prestação

de serviços

a R$ 3 o quilo, e os bolos e doces são vendidos, em geral, a R$ 10 o quilo.

“A gente vê o mundo com outros olhos. Quando você está muito inse-rida no sistema capitalista, vê de uma maneira meio nublada. Tudo é: ‘eu quero, tenho que ter’. E a gente traba-lhando na economia solidária, vê que não é assim”, conclui Rosalba.

outras mulheres

Assim como elas, Odete da Cunha Padilha Freitas (46) trabalha no mes-mo modo de produção, porém, seu produto é outro. Odete faz bonecas de pano entre outros produtos artesa-nais. Ela faz parte do Grupo Popular Solidário de Piraquara (PR). Por ano, ela, junto com outras colegas, conse-gue tirar em torno de R$ 10 mil. “O conceito é diferente. É você dar o va-lor maior ao ser humano”, completa. A sorridente Odete emociona-se ao contar de uma amiga que está com câncer e que por conta deste trabalho tira forças para lutar contra a doença.

A autoestima é um dos principais ele-mentos neste tipo de trabalho. “A par-tir do momento em que as pessoas são incluídas pelo trabalho, elas come-çam a se sentir de novo produtivas, importantes, consideradas pela comu-nidade [...] As pessoas são incluídas e elas voltam a ter cidadania”, observa Marilene Zazula Beatriz, professora e pesquisadora do mestrado de Psicolo-

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“as pessoas irem criando consciência de que existe um sistema que explo-ra as pessoas e quer dominá-las. E aí o assistencialismo é para manter as pessoas dominadas por esse sistema”, sintetiza Lourdes Marchi, membro do Conselho do Cefuria.

Na economia solidária se comercializa de tudo. Produtos artesanais, produtos agrícolas, prestação de serviços até de nível superior. São profissionais que buscam neste sistema uma maneira de sobreviver e mudar a realidade. “A diferença que eu vejo de quem está en-trando na economia solidária e quem está há mais tempo ali é o objetivo, que é coletivo [...] E no sistema tradicional capitalista, cada um está pensando no seu, é o individualismo. É um choque cultural. A pessoa acaba tendo que se adaptar por questões de subsistência”, afirma Marilene.

No entanto, para que tudo funcione bem é preciso trabalhar a integração, a administração de conflitos, a acei-tação das diferenças, a comunicação, o fortalecimento do grupo e até as questões políticas. Segundo a pro-fessora, “não tem políticas públicas ainda bem definidas para a economia solidária. Então, isso tem de vir de um movimento de baixo para cima”.

E isso pode estar ocorrendo, como acredita Glicimar. “Aparentemente, no mundo inteiro tem um movimento de questionar, de procurar formas di-ferentes. Provavelmente, vai demorar muito [...] mas a gente acredita que isso vai acontecer um dia”, finaliza.

gia Social Comunitária da Universi-dade Tuiuti do Paraná (UTP).

Outro elemento é a produção baseada na não agressão ambiental. “Mais ou menos trabalha como no cooperativis-mo [...] Trabalha com a economia do necessário, só aquilo que é necessário para viver. Não tem a necessidade de guardar, esbanjar, de acumular”, ex-plica Glicimar Bueno, educadora do Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo (Cefuria). A organização é uma das pioneiras na disseminação da economia solidária em Curitiba (PR). Neste ano, comemorou 10 anos da criação da moeda social Pinhão, que é utilizada na Feira Permanente de Economia Popular Solidária, que ocorre todo mês no Bairro Novo. A última do ano foi realizada no dia 03.

Moeda social

A proposta é trocar produtos ou uti-lizar a moeda Pinhão para desenvol-ver os produtores locais. Serve para

Feira de Economia Solidária incentiva a comercialização

de produtos locais e o consumo consciente

A pesquisadora Marilene acredita

que falta microcrédito e mais políticas

públicas para o setor

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ConhEçAlei nº 12.506 (11.10.2011)

Dispõe sobre o aviso prévio e de outras providências.Art. 1º - O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de ser-viço na mesma empresa. Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acres-cidos 3 (três) dias por ano de ser-viço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. Art. 2º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 11 de outubro de 2011; 190º da Independência e 123º da República.

Dilma Rousseff

Aviso Prévio: novas regras,

velhas dúvidasApós a publicação de nova lei, surgem diversas interpretações sobre os direitos dos trabalhadores e das empresas

Arieta Arruda - [email protected]

ocê sabia que está em vi-gor um novo aviso pré-vio? Desde o dia 11 de outubro foi sancionada a

Lei 12.506 que trata de novas regras para o aviso prévio dos trabalhadores brasileiros. De lá para cá, no entanto, surgiram muitas interpretações so-bre essa nova regulamentação. A lei deu forma a uma determinação que já existia na Constituição Federal de 1988 em que estabelecia: “Artigo 7º da Constituição Federal: são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de ser-viço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei”. Essa “lei” ficou por 23 anos sem existir, por isso, nas rescisões trabalhistas anteriores fixa-

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va-se, na prática, o tempo de 30 dias. Agora essa lei traz como principal di-ferencial o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço.

São 30 dias para aqueles que têm um ano de casa e, a cada ano, são contabi-lizados mais três dias. “Fizeram uma lei que veio com um monte de lacu-nas ou com muitas dúvidas”, afirma Luís Cesar Esmanhoto, advogado e especialista em Direito do Trabalho. As confusões que surgiram dizem res-peito à contagem do aviso prévio para quem tem mais de um ano de empresa; do pedido de rescisão à outra parte (se há reciprocidade da empresa e traba-lhador ou só beneficia o trabalhador); se a regra vale para contratos retroati-vos à publicação da lei. “Entendo que tem que fazer a lei a partir da publi-cação dela”, diz o especialista, que compreende também que a lei deveria somente beneficiar o trabalhador. Para ele, porém, “a lei veio com muita fa-lha, por essas omissões e com tantas dúvidas”, que somente serão sanadas quando os tribunais trabalhistas firma-rem uma jurisprudência deste caso.

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REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 37

A economia do intangívelA palavra economia nem sempre está ligada aos números. Quando o assunto é economia criativa os bens intangíveis são os destaques. “A economia criativa se faz pela soma”. É o que afirma uma das maiores especialistas da área, Lala Deheinzelin, responsável por desenvolver o Programa Economia Criativa para o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e prestar assessoria para a Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura

Quais características do nosso povo são diferentes de outros?

LD - A diversidade cultural, que é o grande patrimônio do futuro. Nós somos extremamente inovadores. O maior atributo do brasileiro, como consequência dessa mistura real, é o fato dele ser sistêmico. Tudo que a gente pensa já é naturalmente empre-endedor, social, cultural e educativo. Aquilo que a gente produz já tem essa natureza multidimensional.

O Estado que mais movimenta a economia criativa é o Rio de Janei-ro. Em qual posição o Paraná se en-contra nesse contexto?

LD - O Rio é o que mais movimenta e melhor está preparado. No Rio, existe muito entre criativos e criativos, mas a interface com a indústria e o comér-cio está muito menos preparada do que aqui [PR]. O Rio tem o cinema, o car-naval. O Paraná vai ter o quê? Inovação através dessa interface entre economia criativa, indústria e comércio.

Como podemos definir a economia criativa? Quais áreas são abordadas?

Lala Deheinzelin (LD) - É uma nova economia. Na tradicional você tem agricultura, minério, comércio, coisas feitas a partir de recursos tangíveis. A criativa é a mesma coisa, a partir de re-cursos intangíveis. O “miolinho” são as artes, a cultura. Depois tem aquilo que está dentro da indústria criativa, que tem a ver com o conteúdo, como rádio, TV, publicações, todo serviço criativo, como moda, design, arquite-tura. Tem outra “bolinha”, que é como tratar com territórios a partir dessa abordagem do patrimônio cultural, criando um ambiente favorável que ative todas as outras áreas. E, final-mente, a economia criativa, que é como todo tipo de negócio se diferencia e ga-nha valor a partir dos seus intangíveis, do seu capital cultural e social.

O governo federal tem planos de lançar o Programa Brasil Criativo, que reunirá oito ministérios sob o comando da Casa Civil. O que po-demos esperar?

LD - Nós temos abundância e quali-dade muito grande de empreendedo-res criativos. Mas o start tem de ser dado pelo governo. Não existe políti-ca mais adequada ao País, do que isso [Programa Brasil Criativo]. É fazer a combinação do nosso hardware, que

5 perguntas para: lala Deheinzelin

são as riquezas naturais, ao software, que é tudo ligado à economia criativa. A percepção de que isso é estratégia nacional é extremamente oportuno. A cultura serve como catalisador, mas não tem o poder de convocatória, de mobilização. A economia criativa se faz pela soma.

Qual tipo de produção criativa os brasileiros têm que se diferenciam do restante do mundo?

LD - A principal coisa que a gente tem é celebrar. A economia da cele-bração é muito grande e muito inte-ressante porque é multissetorial. Você pega o Carnaval ou a festa do Carnei-ro no Buraco, é uma coisa que junta várias áreas e que nós sabemos fazer melhor do que outros, porque temos experiência em grandes eventos.

Mariane Maio - [email protected]

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tecnologia

espiões via celularCom a popularização dos smartphones, cresce também a possibilidade de ser vítima de espionagem digital; conheça cuidados importantes para minimizar os riscos

Segundo o dicionário Michaelis, o verbete “espião” significa “encarregado de observar secretamente os atos políticos de um gover-no, de agentes diplomáticos, de um campo

inimigo”. Na Literatura, Sherlock Holmes, é o persona-gem mais famoso por desvendar mistérios por meio de técnicas de espionagem. No cinema, James Bond tinha uma vida cheia de aventuras na profissão de espião.

Hoje, quem são os espiões reais? Eles podem estar pro-curando segredos industriais, podem descobrir infor-mações confidenciais do governo, mas também podem estar à espreita de informações menos robustas, como seus dados do celular. Parece estranho e muito distante? Mas o perigo é real.

Calma, não é uma guerra à vista, porém os riscos estão à solta, principalmente, com o crescimento do número de usuários de smartphones. Estima-se que o País tenha 32 milhões de usuários conectados por dispositivos mó-veis até 2015.

“Aqui mesmo, na própria Rua XV no centro de Curitiba, certo dia nós localizamos um indivíduo que estava fazen-do esse rastreamento de telefones celulares”, relembra o delegado Demétrius Gonzaga de Oliveira, do Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber) de Curitiba. Isso ocorreu há três anos. Também andando pela Rua XV estava a publicitária, Leilys Melo (31), e confessa que não tem tanta preocupação com os dados de seu celular. “Tenho mais cuidado no computador de casa”. Esse é o pensamento da maior parte da população.

tipos de espionagem

Por isso, é bom ficar atento aos tipos de espionagem em celulares. É possível fazer ligações a partir dos telefones das vítimas, ter acesso à caixa de entrada e de saída do

OArieta Arruda - [email protected]

DiCAs Veja algUMaS orientaçõeS iMPortanteS Para não Ser VítiMa De eSPionageM

Manter o telefone em mãos ou em lugar seguro, como bolsa ou bolso.

Fonte: especialista da Sofhar

Colocar senha no telefone.

Evitar usar o bluetooth.

Evitar acessar redes abertas de wi-fi.

Não deixar o aparelho em cima da mesa, pode ficar vulnerável a ação de outras pessoas.

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e-mail pessoal e profissional, obter da-dos e senhas confidenciais, ligar o mi-crofone do celular e ouvir tudo o que ocorre no ambiente em que a vítima está e até fazer operações bancárias e instalar vírus no celular.

“Todo dispositivo que possa se tele-comunicar com outro está sujeito à rastreabilidade e, como tal, se houver por perto algum especialista ou al-guém que tenha o domínio de algu-mas técnicas ou algumas estratégicas específicas relacionadas diretamen-te ao uso dessas tecnologias, ele vai ter acesso. Uma das estratégias mais antigas é a invasão dos smartphones através do sistema do bluetooth”.

Os hackers que sabem como ter acesso aos dados de outro usuário por meio do bluetooth são chamados de blues-narfing e bluebuging. “Alguns aplica-tivos podem ser baixados no notebook que tenha conectividade, e dependen-do do celular, vai possibilitar a busca de qualquer informação naquela má-quina via bluetooth, como fotos ou documentos”, afirma o especialista Cesar Gabardo, engenheiro de rede da Sofhar (Soluções em Tecnologia).

Minimizar os riscos

Por conta disso, é bom deixar desliga-do o emparelhamento entre celulares por meio deste sistema. Assim como também não é recomendado acessar redes abertas de wi-fi, aquelas que não precisam de senha.

Segundo o especialista, há alguns anos os aparelhos que utilizavam o celular com sistema operacional win-dows móbile eram mais vulneráveis a estes tipos de problemas, pois por padrão o usuário era como se fosse o administrador do sistema e isso gera-va mais facilidade para baixar qual-quer aplicativo, incluindo os malicio-sos (com vírus). Os aparelhos com android e o sistema do iphone já tem um nível maior de proteção, pois os usuários só podem baixar aplicativos

da própria loja do sistema, o que tor-na mais seguro.

Com essas falhas, o windows tra-tou de aparar esses problemas. De todo modo, o usuário precisa ter consciência de que é importante não baixar aplicativos de fontes desco-nhecidas, pois podem estar sujeitos a riscos de espionagem.

“Normalmente, hoje os vírus são mais voltados a roubar informações do que só destruir alguma coisa [...] O que eles querem é ter acesso à in-formação e poder ganhar dinheiro com isso”, informa Gabardo. “Eles

[os vírus] migraram para os disposi-tivos móveis e podem prejudicar os dados armazenados. Há versões in-clusive de vírus distribuídos através de SMS”, completa o especialista.

Antivírus

Visando esses cuidados, é que Gui-lherme Pinheiro (24), advogado de Brasília (DF), instalou antivírus em seu celular. Ele se diz bastante conec-tado. Em visita à Capital paranaense, Pinheiro estava em meio à Boca Mal-dita, no centro de Curitiba, mexendo em seu celular quando foi abordado pela reportagem da Revista MÊS. “Acesso banco, aplicativos ‘massas’ e se roubarem meu telefone, de casa eu posso acessar e apagar todos meus dados”, garante. Para não se descui-dar também não costuma deixar o bluetooth ligado, mas wi-fi aberta confessa que usa com frequência.

Se você for vítima de algum abuso, furto, roubo ou perceber alguma in-vasão em seu sistema de celular, o delegado Demetrius orienta que pro-cure uma unidade da Polícia e faça um Boletim de Ocorrência (BO). Caso tenha possibilidade, reúna o máximo de provas possíveis para que isso sirva de elementos na investiga-ção policial. Mas o melhor mesmo é a prevenção, “meu caro Watson”, como diria Sherlock Holmes.

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Guilherme Pinheiro gosta de fuçar em seu celular; já até instalou antivírus

Oliveira orienta que os usuários procurem uma delegacia para

registrar o B.O., no caso de serem vítimas de espionagem digital

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internacional

o contrário da situação vivida pelo bloco eco-nômico da Europa, o jo-vem Mercosul (Mercado

comum do Sul) entra numa fase de pujança e otimismo entre os países in-tegrados: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. São muitos os desafios e oportunidades nos próximos anos para a segunda região de maior cres-cimento e inclusão social do mundo.

Ao completar 20 anos de existência, autoridades políticas, entidades e em-presas exportadoras estiveram reuni-das em torno do tema, no início do mês, na 3ª edição do Encomex – Mer-

Depois de 20 anos da criação do Mercosul, novos desafios e oportunidades se estabelecem; este foi o tema do Encomex, realizado em Curitiba, este mês

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A bola da vezcosul, em Curitiba (PR). Promovido pelo Governo Federal, com a lide-rança do Ministério do Desenvolvi-mento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e o Governo do Paraná, o evento discutiu as várias faces dessa relação comercial.

A prática de ideias subjetivas como fortalecimento, desenvolvimento, in-tegração trouxeram resultados bas-tante concretos ao Mercosul, segundo as autoridades dos quatro países. “O Mercosul mudou a geografia comer-cial dos países da região. Nesses 20 anos, o comércio intrabloco cresceu quase 800%, ao passo que o comér-cio exterior dos países do Mercosul com os países fora do bloco cresceu

cerca de 600%. O Mercosul contri-buiu de maneira definitiva e certa-mente contribuiu para a aproxima-ção e intensificação dos membros econômicos e comerciais dos países do Cone-Sul”, afirma Tatiana Praze-res, secretaria-executiva do MDIC.

Este ano, o crescimento chegou a 27% em comparação a 2010. Os produtos mais comercializados estão voltados à área de serviços. Eles são responsá-veis por cerca de 60% da participação do Produto Interno Bruto (PIB) des-tes países.

O crescimento do bloco não deve parar por aí. O contexto econômico internacional está – a cada episódio

Arieta Arruda - [email protected]

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desses países está “muito bem alinha-da e gestada”, de acordo com Teixei-ra. O desafio será o de construir e en-frentar com competência uma agenda de longo prazo para o bloco.

No entanto, ainda há problemas es-truturais no Mercosul. “É mais fácil fazer exportação para outros países do mundo do que para a nossa região fronteiriça”, observa Edson Cam-pagnolo, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). “Não estamos acostumados a olhar para dentro do Mercosul”, diz Sebastian Bogado, do Ministério de Comércio Exterior do Paraguai. Um

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dos entraves é a questão cultural, de acordo com o representante para-guaio. Para ele, não existe o comércio sem o entendimento e aceitação entre os povos.

Além disso, é preciso criar um ambien-te que promova a intensificação desse processo com uma cultura exportadora nesses países. Por isso, o foco do Mer-cosul, atualmente, é ampliar a expor-tação de micro e pequenas empresas. Segundo dados do Ministério, 75% das empresas que exportam são de pe-queno porte. Mas representam somen-te 8% do valor da exportação.

“Nós enxergamos a internacionaliza-ção também como [uma forma de] se preparar contra a concorrência inter-nacional”, comenta Leonardo Matt, empresário do setor de Tecnologia, que se prepara há mais de dois anos para exportar. O Mercosul se mostra como uma importante porta de entra-da para esse perfil de empresa de pe-queno porte, que costuma gerar cerca de 90% dos empregos diretos.

No mais, o Mercosul sob o ponto de vista comercial obteve vários avan-ços nestas duas décadas. “Há dificul-dades pontuais nós reconhecemos, no entanto, sob o ponto de vista de aumento do fluxo de comércio, o Mercosul, certamente é um sucesso”, conclui Tatiana.

da crise dos Estados Unidos ou dos países europeus – tomando novas configurações, colocando, assim, ou-tros atores como protagonistas. “A partir de 2012, teremos uma mudança no eixo de produção mundial, onde os países em desenvolvimento vão pas-sar a produzir mais de 51% do PIB”, diz o ministro interino de MDIC, Alessandro Teixeira.

No palco, desta vez, estão os países emergentes, que devem ser a engre-nagem da economia mundial. “O Bra-sil, especialmente, é a bola da vez”, enfatiza Ricardo Barros, secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul. “Não só o Brasil vive um novo momento, mas o Mercosul vive um novo momento”, completa Teixeira. O País representa 42% da economia da América Latina. No co-meço dos anos 2000, esse valor era de apenas 25%.

Segundo o ministro, a fase agora é de planejamento de longo prazo. E pela primeira vez as condições econômi-cas e até políticas estão favorecendo esse caminho, pois a macroeconomia

MERCosUl

MotiVoS Para exPortar. Veja QUaiS aS VantagenS QUe a eMPreSa exPortaDo-ra terá Sobre oS ConCor-renteS internoS:

Melhor utilização da capacidade instalada de produção;

Redução dos custos operacionais;

Aprimoramento da qualidade;

Incorporação de novas tecnologias;

Desenvolvimento de nova cultura empresarial;

Aprimoramento dos métodos administrativos e organizacionais;

Aumento da rentabilidade. Fonte: Redeagentes (Rede Nacional de Agentes de Comércio Exterior)

Os produtos mais

comercializados são da área de serviços,

representam 60% dos 4

países

Empresário Leonardo Matt se prepara para exportar; riscos estão sendo bem calculados

Secretária do MDIC avalia como positiva as

duas décadas de Mercosul e apresenta cenário

otimista para o bloco

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comportamento

ma nova forma de com-partilhar experiências pessoais. Esta é a propos-ta de um ritual batizado

de True Stories Told Live, que ocorre em Londres (Inglaterra). A ideia do ritual é que pessoas comuns subam ao palco para contar suas histórias e experiências. Na capital inglesa, os

“Ritual” que ocorre em pubs de Londres abre espaço para as pessoas contarem suas histórias e experiências; iniciativa já foi testada em Curitiba

u

Protagonistas de uma história real

encontros ocorrem em bares da cida-de, os famosos pubs.

A cada encontro, de acordo com in-formações publicadas pela BBC, cin-co pessoas sobem ao palco. Para os organizadores do evento, o público é atraído por histórias bem contadas.

A “história” funciona mais ou menos assim. Para participar e contar as ex-

periências, as pessoas precisam seguir algumas regras. Cada contador tem até dez minutos no palco e para con-tar as histórias não pode utilizar-se de anotações, precisa ser espontâneo. Fa-zendo a inscrição com antecedência, qualquer interessado pode contar sua história, no entanto, elas precisam ser baseadas em fatos reais.

A iniciativa começou na Inglaterra em setembro de 2009, mas somente agora ganhou força e tem chamado à atenção de muitos interessados ao redor do mundo. Para poder atender a todos, há uma lista, e os novatos têm

Iris Alessi - [email protected]

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prioridade. O intuito é que mais pes-soas conheçam o modelo do evento.

No site do True Stories Told Live, eles falam quais os tipos de histórias que mais agradam. “Nós somos fas-cinados por pessoas que tiveram ex-periências, feitos, trabalhos, estado em lugares e visto coisas que nós não vimos. [...] Mas, até agora, muitas das nossas melhores histórias foram con-tos bastante simples de experiências que todos nós temos: amores, revira-voltas no trabalho, problemas na fa-mília [...]. Esse tipo de coisa.”

nos palcos paranaenses

Esse tipo de experiência também pode agradar aos paranaenses. Uma mostra disso foi a iniciativa do psico-dramatista, educador e diretor de rá-dio, televisão e teatro, Armando Celia Junior, que já deu oportunidade para as pessoas falarem, após suas peças de teatro, em Curitiba (PR). Mostra de que o ritual de contar histórias da vida real chama a atenção também em solo paranaense.

O estilo das peças dirigidas por Ce-lia Junior é o happening, no qual não atores fazem os personagens na ence-nação e a história vai sendo construí-da ao longo dos ensaios. Além disso, a peça conta com a participação do público direta ou indiretamente.

No último happening, realizado pelo diretor em um bar em Curitiba (PR), o tema instigante e provocador foi “Po-liamor: a capacidade que o ser huma-no tem de amar mais de uma pessoa”, explica Celia Junior. Ao final da peça, os espectadores foram convidados a falar no palco o que eles sentem em relação àquilo tudo que estava sen-do apresentado. O resultado foi uma grande e surpreendente participação da plateia.

“A plateia acaba sendo muita impac-tada. Existe muita repercussão da nos-sa mensagem. A gente percebe que a

plateia responde muita à provocação”, conta o psicodramatista. Para ele, o ser humano tem essa necessidade de falar, de “publicar”. As pessoas querem ser protagonistas sociais. “Nós estamos vivendo num mundo em que cada vez mais as pessoas estão sentindo a ne-cessidade de serem públicas. [...] Elas querem [partilhar] aquilo que elas pensam, que elas sentem, aquilo que acontece com elas”, completa.

Celia Junior não vê essa exposição como algo negativo, pelo contrário, essa é a forma que as pessoas encon-tram de não ser mais um no meio de todos. Para o psicodramatista, “mes-mo quando há a vontade de exibi-cionismo, ela pode ter uma função terapêutica, o que eu também não vejo problema. Faz parte da nossa natureza”, avalia.

Fora dos consultórios

Como explicar esse novo fenômeno? Esse tipo de ritual tem ganhado fama, pois as pessoas têm necessidade de contar as suas histórias, querem ser entendidas, explica a coordenadora

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O true stories told live pode ser um novo espaço

para as pessoas serem ouvidas

dos serviços de psicologia dos hospi-tais Vita, Raquel Pusch. Ela comenta que as pessoas querem cada vez mais falar delas mesmas, por esse motivo os consultórios de psicologia estão cada vez mais lotados. “As pessoas não querem ouvir, elas querem falar!”

A psicóloga acredita que essa inicia-tiva em Londres é uma oportunidade criada para as pessoas falarem de si. “Nada mais é do que o exercício de se sentir parte desse contexto e se sentir importante”.

O True Stories Told Live pode ser um espaço para as pessoas serem ouvi-das, que antes não existia. Essa falta de espaço e de voz resultou em uma forte carência coletiva. Essa carência pode estar, de acordo com Raquel, no fato de as pessoas não se entenderem. Ela considera que outro motivador é que o ser humano é um ser gregário, ou seja, tem a necessidade de fazer parte de um contexto, de um grupo.

O ser humano também tem a carência de aparecer “para se nutrir de afeto”, mesmo que esta pessoa seja indepen-dente, madura emocionalmente, ela tem a necessidade do outro, “porque a gente se torna alguém”, conclui.

A psicóloga observa que as pessoas cada vez mais têm a necessidade de serem ouvidas

sUA históRiAFicou a fim de contar sua expe-riência? Aqui, você tem espaço e voz para participar. Veja quais são os canais de comunicação da Re-vista MêS: Acompanhe, Participe e Compartilhe sua história!

@mes_pr

Mês Paraná

Versão on line: http://issuu.com/revistames

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46 | REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011

esquisa paranaense que vem sendo desenvolvida desde a década de 80 deu origem a uma nova raça na

pecuária. Trata-se do gado Purunã. Há pouco tempo, o animal pode ser visto nos pastos da região Oeste do Estado. Para ganhar maior força no mercado, recentemente foi fundada a Associação de Criadores de Purunã (ACP). Esse foi um passo importan-te e também um dos pré-requisitos para o reconhecimento da raça pelo

Tipo desenvolvido pelo Iapar já é adotado por criadores paranaenses; fundação de entidade representativa marca o primeiro passo para o reconhecimento da raça

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Raça paranaenseMinistério da Agricultura e Agrope-cuária (Mapa).

De acordo com o pesquisador da área de melhoramento animal do Institu-to Agronômico do Paraná (Iapar) e presidente da ACP, Daniel Perotto, a pesquisa pecuária começou quando o Instituto assumiu a Fazenda Modelo, em Ponta Grossa, que era da Embra-pa. “Nós começamos um trabalho de cruzamentos de raças de corte para testar esquemas de cruzamentos e isso começou em 80 e foi até 96”, re-lembra Perotto.

Os animais foram obtidos por meio do cruzamento entre as raças Charo-lês com Caracu e Canchim com Aber-deen Angus, formando um animal composto, denominado de Purunã.

Características

A combinação em um só animal das características de várias outras ra-ças é, de acordo com Perotto, uma vantagem do gado paranaense. “Ele combina numa proporção adequada às características desejáveis das ou-tras raças. Em termos de combinação

agricultura

Iris Alessi - [email protected]

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de características, ele tem desenvol-vimento muscular, precocidade, rus-ticidade e habilidade materna”, rela-ta o pesquisador.

A precocidade foi uma das caracte-rísticas observadas pelo pecuarista de Cascavel (PR), Piotre Laginski. O cascavelense, que é criador de Canchim, já está trabalhando há três anos com o Purunã e tem abatido os animais com 14 meses (fêmeas) e 15 meses e meio (machos). “Eles estão entre o superprecoce e o precoce”, completa o criador. Para o pesquisa-dor do Iapar, essa precocidade deixa os animais competitivos no mercado.

Outra criadora de Purunã em Lindo-este (PR), Alice Alcina de Oliveira Kavalco, que começou a trabalhar com a raça a pouco mais de quatro meses, acredita que a rusticidade do animal pode ser um diferencial. “É uma raça mais rústica, ela aguenta mais terrenos acidentados. Eles [ani-mais] não sentiram muito com a che-gada aqui”, afirma Alice.

A segunda vantagem na criação deste animal é a facilidade no manejo do cruzamento, pois os animais são cru-zados como se fosse uma raça única. “A raça composta foge dos problemas dos cruzamentos quanto à estrutura de rebanho”, acrescenta Alice.

Primeiros resultados

O balanço até o momento está geran-do boas expectativas nos produtores da região de Cascavel. “A gente tem obtido animais que têm um excelente desempenho, precocidade de produ-ção de carcaça e melhor acabamento de carcaça”, explica Laginski. O me-

lhor acabamento de carcaça a que se refere o criador são animais com es-truturas maiores e também com uma boa cobertura de gordura e gordura entremeada na carne.

A criadora Alice também está otimis-ta. Ela acredita que a raça tem um bom futuro. O desejo dela é que os animais tenham a mesma aceitação da cruza industrial que vem fazendo entre Angus e Nelore.

Além do potencial do animal, o traba-lho dos criadores também será impor-tante para a divulgação e dissemina-ção da raça. “Eles trabalharam quase trinta anos para chegar à raça, agora vai depender de nós divulgarmos, de trabalharmos a raça para dar retorno. Não ficarmos só no estudo, na gené-tica”, salienta a criadora que investiu em 25 novilhas e três touros e já pla-neja, se os resultados forem satisfató-rios, adquirir mais no ano que vem.

Para isso, a Associação é fundamen-tal. “A partir da criação da Associa-ção nós podemos definir parâmetros e trabalhos para que a raça possa desenvolver não só dentro do nosso

Estado, mas dentro de todo o territó-rio nacional.

números do gado

Hoje, no Paraná, segundo Perotto, há em torno de mil matrizes para re-produção, muitas delas ainda na mão do Iapar. O número é satisfatório se levar em conta que a venda de matri-zes começou a ser realizada no ano passado. Já há procura de criadores de outras regiões do Brasil, mas en-quanto não sair o registro da raça no Ministério da Agricultura, os animais reprodutores e o sêmen não podem ser vendidos para outros estados.

A expectativa de Perotto é que o re-gistro da raça saia até o próximo mês de março. Outra intenção é emitir o Certificado Especial de Identificação e Produção (CEIP). “É um documento que o Ministério da Agricultura emite para o animal que tem identificação conhecida e desempenho garantido. Nós [Associação] vamos ser creden-ciados do Ministério da Agricultura para que os nossos animais, que vão ser vendidos como reprodutores, te-nham esse CEIP”, finaliza Perotto.

O Purunã é uma raça composta pelo

cruzamento genético de outras quatro raças

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Segundo Perotto, o Purunã combina as características desejáveis dos animais formadores em proporções adequadas

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O ponto turístico mais concorrido do Paraná, as Cataratas do Iguaçu, está em evidência como uma das campeãs das Sete Maravilhas do Mundo; além das quedas, a região guarda muitas belezas

turismo

“Essa maravilha é nossa”

Arieta Arruda - [email protected]

um dos maiores destinos de estran-geiros do País. É como dizia o slogan da campanha: “Essa maravilha é nos-sa”. Então, embarque você também rumo ao Oeste do Paraná.

Para curtir mais a viagem, a sugestão é seguir de carro de Curitiba a Foz do Iguaçu. Durante o trajeto, o turis-ta corta o Paraná todo, seguindo pela BR 277. São cerca de 8h de viagem. Passa pelo primeiro, segundo e ter-ceiro planaltos, geografia que inspira belas paisagens.

No caminho estão os municípios lin-deiros, cidades entrecortadas pelo Rio Iguaçu, lá o turismo é uma das prin-cipais atividades. Itaipulândia, Media-neira, Santa Helena, Santa Terezinha de Itaipu são algumas das cidades em que é possível visitar pelo caminho.

inFoRMAçõEs Ao tURistA

MUniCíPios linDEiRos

• Itaipulândia, Medianeira e São Miguel do Iguaçu

- Instituto Caminhos (45) 3268-1006 [email protected]

- Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu(45) [email protected]

Foz Do iGUAçU

- Central e TeleturTelefone: 0800 45 1516Horário de Atendimento: 7h às 23h

o último mês, as Cataratas do Iguaçu, no município de Foz do Iguaçu (PR), conquistaram o título de

uma das Sete Maravilhas do Mundo, ao lado da Amazônia no Norte bra-sileiro. Independentemente da vota-ção, o ponto turístico paranaense já era considerado o mais visitado do Estado – chegou a receber mais de 1 milhão de pessoas no ano passado – e

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É uma pacata cidade, de pouco mais de sete mil habitantes, muito bem or-ganizada e com um ar europeu. Por lá, existe uma praia artificial que possui infraestrutura para camping e lazer com a família. A religiosidade é uma marca da cidade. No ponto mais alto da cidade há um monumento bastante visitado. Uma escultura gigante de Nossa Senhora Aparecida. A imagem

possui, nada mais nada menos, que 26 metros de altura. Aos pés da Santa, é possível ter uma visão das mais privi-legiadas ao direcionar seu olhar para o Lago de Itaipu. A região foi toda ala-gada após a construção das barragens da Usina de Itaipu. Mais parece uma serpente se rastejando calmamente por entre o relevo local. Do outro lado, a cidade se mostra.

Neste município, que fica próximo à Foz, passando pela BR 277, é possível sentir-se como uma realeza. Não só pelo tapete verde que tange a estrada, com vegetação preservada, mas tam-bém porque há um castelo no meio do

No município é possível curtir, às margens do Lago de Itaipu, uma praia artificial com restaurantes, churras-queiras, quadras para práticas esporti-vas e contar com o serviço de segu-rança e guarda-vidas no local. Permite

também pesca esportiva e esportes náuticos. Assim, como São Miguel do Iguaçu, outros municípios lindeiros como Santa Helena, também possuem praias artificiais, com águas calmas e estrutura turística para o lazer.

mAtElânDiA

itAiPulânDiA

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ConhEçA AlGUns DEssEs DEstinos

No final dessa estrada, ao chegar à Foz do Iguaçu, as atrações são inúmeras e têm para todos os gostos. As Cataratas do Iguaçu são, sem dúvida, a principal delas. São grandiosas quedas d’água que provocam um imenso espetáculo de cores, sons e sensações de íntima integração com a natureza. É possível vislumbrá-las ao longe ou também fa-zer o passeio por meio de trilhas e bar-co, chegando bem pertinho da “água grande” (significado da palavra Iguaçu na língua tupi-guarani). Os precipícios chegam a uma altura de 65m, em mé-dia, esculpidos pela natureza por mais de 150 milhões de anos. São de 150 a 300 quedas de pura contemplação.

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Os animais do local são verdadeiros anfitriões. Destaque para a simpatia dos quatis e dos voos incansáveis das diversas e coloridas borboletas. Bem ao lado dessa maravilha, ainda no Parque Nacional do Iguaçu, tem o Parque das Aves. Um verdadeiro recanto de cores e sons, ilustrados com papagaios, araras e tucanos e uma grandiosa diversidade animal. A Usina de Itaipu Binacional tam-bém surpreende os olhares, com a gigantesca estrutura de concreto e a demonstração da força e da capaci-dade humana em domar as águas. Por isso, razões para visitar a região não faltam.

FOz DO iguAçu

caminho. Sim, uma construção em esti-lo medieval de pequeno porte, no entan-to, muito charmosa. No local funciona um restaurante, com a gastronomia caseira e, atrás, tem um bosque com flores, vegetação fechada e um lago.

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turismo

Explore o extenso litoral de Itapoá, em Santa Catarina, lá se reproduz um pedacinho especial de beleza e calmaria, com alta gastronomia local

Recanto de mar e tranquilidade

Redação - [email protected]

litoral de Santa Catarina é destino certo para muitos paranaenses nas férias de verão. Por isso, uma su-

gestão deste mês é o Litoral Norte do estado vizinho, mais especificamente, o balneário de Itapoá (SC). Com 14 ilhas, a baía localizada entre as cida-des de São Francisco do Sul e Joinville tem sempre o mar calmo, com águas mornas, límpidas e areias brancas. É um dos mais belos, mas pouco conhe-cido ecossistema do País.

OSegundo a Prefeitura, a economia do município gira em torno do turismo e do Porto Itapoá. A cidade pequena che-ga a receber na alta temporada cerca de 200 mil visitantes (entre dezembro e fevereiro). A extensão deste balneário é grande. São 32 km de faixa de praias. Assim, há muito para ser explorado, como a Barra do Saí, Itapema do Norte, Pontal do Norte, Figueira do Pontal.

Muitos paranaenses têm imóveis por lá. Para aqueles que não gozam desse privilégio, vale a pena conhecer Pon-tal do Norte e se hospedar no charmo-

so hotel Baití. Um conceito de hotel boutique, com 15 acomodações.

Em casa

A ideia é sentir-se em casa e o local propicia isso. O atendimento é feito pela família Nóbrega, natural de Lon-drina (PR) e dona do estabelecimen-to, que cuida dos mínimos detalhes com conforto e requinte. No hall de entrada já se vê o mar; na varanda, é possível tomar um drink e aproveitar a gastronomia local, conhecida como “cozinha da alma”.

Segundo Emídio Carvalho Neto, um dos chefs ao lado da esposa Emilia-na Carvalho, o conceito de “cozinha da alma” tem a ver com o prazer de cozinhar, harmonizar ingredientes, mesclar sabores e agradar os mais exigentes paladares. “Nossa gastro-nomia é autoral, pautada na cozinha regional, com destaque para os pes-cados e frutos do mar. Trabalhamos com receitas exclusivas e prezamos pela integridade dos ingredientes,

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sERviço

baití Hotel Marina e reStaUrante taMbaiá

Telefone para informações e reservas: (47) 3443-7003

o Porto Itapoá, que fica bem próximo dali. Trata-se de um terminal privati-vo de uso misto para a movimentação de contêineres. A localização geográ-fica é estratégica e tem condições na-turais de profundidade.

Para os veranistas, Itapoá é uma praia calma, com poucas residências ao re-dor. É também uma área apropriada para a prática de windsurf, veleiros, surfe, jet-ski, pesca esportiva, bar-cos a vela, entre outros. O pôr-do-sol também é de encher os olhos, é pos-sível avistá-lo do mirante que fica ao lado do hotel.

Os barcos de pescadores ancorados nas proximidades contribuem com a aura de tranquilidade que circunda o ambiente. A paisagem sonora do bater das marolas na areia e das gaivotas que povoam os céus com seu deslocamento elegante completam o cenário.

A Baía da Babitonga possui natureza

ímpar e tranquilidade fora do comum

assim como pela apresentação con-temporânea dos pratos. Gostamos de brincar com os aromas e com a recordação que eles carregam, por isso, não abrimos mão de temperos e ervas finas”, completa Emiliana.

A sugestão é o carro chefe: chapeado de frutos do mar. Um mix de peixe, lula, camarão e legumes grelhados. Mas também por lá é possível conhe-cer o “caviar brasileiro”. Botarga é o nome dado a essa iguaria que tem como ingrediente a ova de tainha, salgada e desidratada. “Depois de curada, embalamos as ovas a vácuo e acondicionamos na geladeira para ganharmos mais tempo de consumo”, explica o chef Emídio Carvalho.

Em frente ao deck, fica a Baía da Ba-bitonga, de natureza ímpar e de tran-quilidade fora do comum. O passeio de iates e outras embarcações são ro-tineiros, já que ao lado fica uma Ma-rina. “Nossa família sempre acreditou no potencial turístico e de negócios de Itapoá”, explica a chef.

Porto de itapoá

Quem vai a negócios, o local compre-ende o mais novo empreendimento do setor portuário do Sul do Brasil,

No deck é possível degustar petiscos e bebidas ao som do mar

O mar é calmo e o ambiente é bucólico

A Botarga é feita de ovas de tainha salgadas e desidratadas

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Curitiba e as principais cidades da Região Metropolitana possuem déficit na coleta e tratamento de esgoto; qualidade da água é considerada péssima

saneamento

básico ainda é luxo

re aos recursos hídricos, assim como para projetar o crescimento da popu-lação e a consequente necessidade de água para abastecimento, coleta e tra-tamento de esgoto.

O Alto Iguaçu faz parte do maior rio totalmente paranaense, o Rio Iguaçu. Por aqui, muitas áreas já estão em conflito em relação ao abastecimento e ao esgoto. Em Curitiba, já se fala em pontos que vão sofrer com racio-namento de água, em consequência

do crescimento das áreas urbanas, de acordo com Heisler Junior.

Aumento desordenado

Se há crescimento urbano, a tendên-cia é aumentar o esgoto. Questão que desde já não é bem tratada. Segundo dados do Instituto das Águas, 59,3% da população urbana da RMC tem rede de esgoto. Deste total, 88,8% recebe tratamento. “Coletar e não tratar, não adianta nada”, argumenta

meio ambiente

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Os rios localizados na região mais urbanizada da Bacia do

Alto Iguaçu apresentaram qualidade da água classificada como péssima. Isso devido, principalmente, à ocupa-ção urbana desordenada que ocorreu nos últimos anos na RMC”, revela o estudo do Instituto das Águas do Paraná, antiga Suderhsa (Superinten-dência de Desenvolvimento de Re-cursos Hídricos e Saneamento Am-biental), sobre a qualidade das águas da bacia hidrográfica situada nessa região. O estudo comparou índices de 1987 a 2010 e divulgou os dados este ano. Boa parte da poluição é resulta-do do esgoto.

“A tendência é degradar”, comen-ta Ivo Bernardo Heisler Junior, do Departamento de Apoio a Comitês do Instituto das Águas do Paraná (Águas Paraná). A preocupação vem depois de uma análise minuciosa ao desenvolver o Plano da Bacia do Alto Iguaçu. O Plano foi realizado para identificar quais são os principais problemas da região no que se refe-

‘‘Arieta Arruda - [email protected]

Rio Belém que corta a Rua Jardim Constantino Fanini, no Rebouças

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Alguns afluentes do Alto Rio iguaçu são caracterizados

como “poluídos e extremamente poluídos”

nÚmerOsínDiCe De Coleta e trataMento De eSgoto

são JosÉ Dos PinhAis 28,75%

ARAUCáRiA 29,70%

PinhAis 37,73%

ColoMbo18,19%

o professor do Departamento de Hi-dráulica e Saneamento (DHS) da Uni-versidade Federal do Paraná (UFPR), Roberto Fendrich.

No entanto, a Sanepar informa outro dado. O índice de tratamento de esgo-to de Curitiba, Araucária, Colombo, Pinhais e São José dos Pinhais é de 100%, segundo o órgão responsável. Além desse, outros dados não batem. Apesar de concordarem que o maior índice de cobertura da rede de esgo-to é de Curitiba, os números diferem. A Sanepar informa que Curitiba tem 93,64% de atendimento de coleta de esgoto, já o estudo das Águas Para-ná demonstra que o número é menor. Cerca de 80% da população possui a rede de esgoto. E deste número, 72,7% tem o esgoto coletado e tratado.

Assim, “uma percentagem muito grande não chega ao tratamento, ou seja, retorna na malha hidrográfica sem tratamento”, comenta Fendrich. Isso causa a poluição dos rios, perigo de enchentes, morte de peixes, risco de doenças e o diagnóstico negativo da qualidade das águas dessa região.

Curitiba é a capital com melhor índice em serviços de saneamento básico e saiu da 11ª para a 5ª colocação entre os 81 municípios brasileiros com popu-lação acima de 300 mil habitantes. O ranking é com base no Sistema Nacio-nal de Informações sobre Saneamento (SNIS) do Ministério das Cidades.

Poluição nos rios

Mas os rios ainda assim sofrem um grande passivo ambiental. Os que mais foram prejudicados são: Rio Atuba, com a maior carga de esgoto doméstico, em seguida, vem o Rio Barigui. Neste rio, é possível cons-

tatar ligações de esgoto clandestinas e ouvir de moradores das proximida-des que é comum verem esgoto sen-do despejado, tanto de indústrias da região, quanto de esgoto doméstico.

Ainda conforme constatação do Insti-tuto Águas Paraná, “a condição ruim, em termos de qualidade, no corpo principal do Alto Rio Iguaçu, é prin-cipalmente influenciada pelos afluen-tes da margem direita, que drenam a cidade de Curitiba, como os rios Be-lém, Ivo, Atuba, Bacacheri, Padilha, Barigui, Água Verde, Fanny e Parolin, que são caracterizados como ‘poluídos e extremamente poluídos’, com altos teores de coliformes fecais e matéria orgânica e baixa concentração de oxi-gênio dissolvido, sendo, portanto, in-capazes de manter vida aquática”.

Em alguns aspectos do relatório do diagnóstico é usada a palavra alar-mante para essa situação. Em cidades como Araucária, Colombo, Pinhais e São José dos Pinhais, que compõem a Região Metropolitana, a coleta e tra-tamento não chega a 40%, conforme o estudo da Águas Paraná.

Déficit

Atualmente, segundo cálculos do professor Fendrich, a Capital tem a vazão de 3,3 metros cúbicos por se-gundo de esgoto e 10,3 metros cúbi-cos de abastecimento de água para o consumo da população. Isso gera um déficit de tratamento de esgoto de 5,4 mil metros cúbicos por segundo.

“Nós estamos pagando por 8,7”, ana-lisa ao comentar que 85% da tarifa paga à Sanepar para o abastecimento de água deveria ser destinada para o tratamento de esgoto.

A Sanepar informou por meio de sua assessoria que tem investimen-tos à vista para o problema do es-goto. Curitiba deve receber a maior quantia para a coleta e tratamento de esgoto. O montante investido será de R$ 96,648 milhões entre 2011 e 2013. Para Araucária, estão previs-tos R$ 11,476 milhões; Colombo cerca de R$ 15 milhões; Pinhais terá R$ 5 milhões e São José dos Pinhais ficará com R$ 12,423 milhões no mesmo período.

A reportagem procurou a Sanepar para saber onde seriam feitos os in-vestimentos e avaliar a situação do tratamento de esgoto em relação à fis-calização, mas não obteve resposta.

Para resolver a questão de saneamen-to básico é preciso investimentos ma-ciços do poder público, fiscalização e consciência ambiental de empresas e domicílios para evitar as ligações clandestinas, aponta o professor.

Próximo ao bairro Ecoville, região nobre da cidade, é possível ver ligações domésticas clandestinas

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incrementando a saladaNutricionistas indicam o consumo de legumes e verduras duas vezes ao dia; veja como deixar o prato mais interessante

sumir duas vezes ao dia, mas caso não seja possível, uma porção é indispen-sável. “Não pode ficar sem, pelo me-nos um pires [por dia]”, afirma.

Com o início do verão, essa refeição torna-se opção interessante, por ser leve e ajudar a manter o peso em dia. Mas, apesar de tudo isso, ainda tem gente que não consegue achar graça – ou gosto – em um prato de alface e tomate. Por isso, a Revista MÊS con-sultou especialistas para mostrar que as saladas podem ser muito mais que um amontoado de folhas.

bonita aos olhos

A principal dica é deixar a salada atraente aos olhos. “É indispensável que a salada seja colorida, atrativa. Porque se não chamar a atenção atra-vés da visualização, dificilmente, a

culinária&gastronomia

visível que o consumo de sa-ladas está crescendo. O ape-lo à comida saudável chegou até mesmo nos cardápios de

fast food. Um exemplo é a marca Mc Donalds, que agora a oferece como complemento do lanche, em vez das tradicionais batatas fritas.

“Para que você tenha uma boa quali-dade de vida você não deve dispensar as saladas nas refeições”, enfatiza a nu-tricionista Michele Moreira dos Santos Rodrigues. Segundo ela, o ideal é con-

ÉMariane Maio - [email protected]

pessoa vai comer”, garante a nutri-cionista. Ela afirma que seus clientes admitem não consumir salada quando a aparência não agrada.

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As saladas podem ir muito além da alface. “Berinjela e abobrinha fatia-da no forno são as que mais saem no meu restaurante. No caso da abobri-nha não precisa descascar nada, só fatiar na espessura de um dedo e da berinjela dá pra tirar umas três mar-cações da casca e cortar, também, na espessura de um dedo. Colocar direto no forno para assar, sem azeite, nada. Ela fica macia, suculenta e bem dou-radinha”, ensina Koehler Neto.

Para a nutricionista, a mistura ga-rante tanto a baixa caloria, quanto os nutrientes necessários. “O ideal é que você faça um mix de folhas ver-des, que praticamente são isentas de calorias. Aí você pode acrescentar as cruas e dar um toque especial colo-cando uma castanha, nozes, passas, ameixa, que vai dar aquele contras-te na salada. Nada em quantidade abundante. É justamente para ser mais atrativa”, ensina.

Colhendo os benefícios

Independentemente da escolha, o cor-reto é iniciar a refeição pela salada. “Vai ajudar no processo de digestão. Ela forra e dá aquela sensação de

Por isso, na hora do preparo em casa, é importante tomar cuidado com o vi-sual. “Quando você come a salada em um restaurante o que atrai? A monta-gem, a visualização”, lembra Michele.

Para resolver esse problema, o chef Francisco Koehler Neto, do Mabu Parque Resort, dá uma dica. “Em casa, a gente sempre tem umas taças que nunca usa. Pode montar em taça individual. Ou em uma taça grande, um vidro bonito. Com certeza, vai fa-zer toda a diferença. A gente é atraído primeiro pelos olhos e depois vê se gostou da salada ou não”, garante.

brincando com as misturas

Outra dica para tornar a salada atra-tiva é ir além do verde. Muitos in-gredientes e molhos podem ser adi-cionados ao prato para deixá-lo mais saboroso. “Gosto de ver a salada como uma refeição. Acho que tem de ter mais do que folhas. Gosto de trabalhar com frutas, frutas secas, um damasco, uva passas, coisas acessí-veis ao paladar, porque em casa você nunca faz só pra você. E a salada é uma coisa que você sempre tem de convencer as pessoas. Você tem de criar um encanto”, diz a chef Gliciara Bueno, do Bella Banoffi.

DiCA DE cHEFs PARA UMA sAlADA iDEAl E FáCil De preparar

ChEF FRAnciscO KOEHlER nEtO

ChEF gliciARA BuEnO

“Uma salada de maçã com salsão e iogurte natural. Talo e folha de sal-são picado grosseiramente. Maçã verde ou fuji a gosto, picada com a

“A alface americana é legal de trabalhar porque traz volume para a salada. Então, uma alface ameri-cana, um tomatinho cereja, coloca um manjericão picadinho, azeite de oliva, sal, pimenta, se tiver uma

casca. Para o molho: iogurte natu-ral, açúcar mascavo a gosto e licor de cassis. Pode colocar castanha do pará, damasco, uva passas.”

frutinha corta e coloca uns pedaci-nhos juntos. Mistura bem, tem-pera bem e monta sempre de uma maneira que traga volume à salada, que isso que tem encher os olhos e dar vontade.”

saciedade e você vai comer menos depois. Talvez no início não sinta a diferença, mas depois você vai perce-ber”, garante Michele. Segundo ela, o ideal é comer apenas a salada em 20 minutos, que é o tempo em que o corpo demora para mandar ao cérebro a informação de saciedade.

Outro cuidado importante é em rela-ção ao consumo de sal. “O recomen-dado é seis gramas por dia. Segundo as últimas pesquisas, o brasileiro está consumindo de 12 a 13 gramas. Então, tem de evitar o sal extra, porque nos outros complementos já tem bastante quantidade. No verão, as pessoas in-cham mais. E a grande maioria é pelo abuso de sal”, explica a especialista.

“Gosto de ver a salada como uma refeição. Acho que tem de ter mais do

que folhas”, diz a chef Gliciara

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Academias de ginástica de Curitiba oferecem a dança como atividade física; combinação agrada os alunos, que emagrecem brincando

Perca calorias dançando

ma mistura animada e di-vertida está invadindo as academias de ginástica de Curitiba. São as aulas ae-

róbicas de dança. Ao perceber que as pessoas gostam de dançar, mas muitas vezes acabam desistindo por falta de habilidade ou parceiro, como é o caso

uda dança de salão, as academias cria-ram programas que misturam ritmos, sons e coreografias, tornando-se aces-sível para qualquer pessoa ou idade.

É o caso do SH’BAM, do progra-ma Body System, ministrado pela educadora física Renata Arlant, da academia Corpus. “Não é uma aula de dança. É uma aula aeróbica, com

dança. É para perder caloria, se di-vertir, com músicas que você conhe-ce. É uma aula mais de entreteni-mento do que qualquer outra coisa”, define a professora.

Segundo ela, é possível perder até 700 calorias por hora de aula, dependendo da intensidade do aluno. Uma seleção de músicas, que vai desde Lady Gaga,

esporte

Mariane Maio - [email protected]

oPçõEs

sh’bAMAcademia Corpus- www.academiacorpus.com.br2ª e 4ª feira às 10h30 - Unidade Cabral2ª e 4ª feira às 21h15 e 3ª e 5ª feira às 18h30 - Unid. Champagnat

Gb RitMosAcademia Gustavo Borges- www.academiagb.com.br2ª, 4ª e 6ª feira às 11h - Unidade Barigui3ª e 5ª feira às 9h30 - Unidade Tarumã

ConHeça DUaS oPçõeS QUe MiStUraM Dança e exerCíCioS aeróbiCoS

Page 57: Revista MÊS, edição 11

É possível perder até 700 calorias por hora de aula,

dependendo da intensidade

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Katy Perry e até mesmo Michael Ja-ckson, garante a animação da aula do começo ao fim. “É boa em termos ae-róbicos e atrai muita gente. Como são músicas conhecidas, você tem vontade de dançar”, argumenta Renata.

A estudante de odontologia e prati-cante da aula, Jéssica Halice Noro-nha, considera o SH’BAM a melhor aula da academia. “Nunca tive ânimo para vir todo dia. A aula é superdiver-tida, você dança e nem sente, quando vê acabou a aula e já está no alonga-mento”, afirma a estudante.

Para a publicitária Andrea Iensen, que também faz pilates, body jump e body combat, o SH’BAM é uma boa opção. “É divertido e ao mesmo tem-po perde bastante caloria. É leve, mas está dando resultado”, diz.

Outra modalidade é o BG Ritmos, oferecido pela Academia Gustavo Borges. “É pura diversão. Você per-de caloria e envolve várias capaci-dades”, frisa a educadora física e professora Tatiane Souza Dias. Para montar as aulas e agradar as alunas de todas as idades, Tatiane mistura mú-sicas de forró, samba, samba enredo, zumba, salsa, zouk, bolero, músicas latinas, entre outras.

sem restrições

Segundo as profissionais, qualquer pessoa pode fazer as aulas. “Às ve-zes, as pessoas procuram a dança com outra visão, de que precisa aprender uma coreografia. Na aca-demia é diferente”, esclarece Ta-tiane. Opinião também compar-tilhada pela professora Renata. “Ela é feita para todos, inde-pendentemente da idade, da coordenação. Por isso, é uma aula aeróbica com dança e não uma aula de dança. Aqui você está dentro de uma academia de ginástica. Então, você vai fazer uma aula aeróbia da maneira que você consegue, nos seus limites”.

Essa flexibilidade foi percebida pela aluna Jéssica. “Não exige que tenha um ritmo, você vai ali dançando e quando vê vai deixando levar”. Para Andrea, o tempo de adaptação é bas-tante curto. “A primeira aula você fica meio perdida, mas depois começa a entrar no ritmo”, diz.

Sem contraindicações, as professoras e alunas garantem que essa mistura de

dança e exercício físico tem tudo para dar certo. “Mexe muito com o psicoló-gico da pessoa. Muitas pessoas usam a dança como terapia, porque elas se distraem e esquecem os problemas. A dança veio a calhar como prática de atividade física”, relata Tatiane.

“Não fica uma coisa maçante, porque você está treinando seu corpo, se di-vertindo junto, sem perceber”, afirma Jéssica. De acordo com Andrea, é uma ótima forma de começar. “Tem mais probabilidade de gostar da aula, porque é mais divertida. É legal para as pessoas experimentarem, até para quem nunca fez academia antes”.

Para a educadora física e professora Tatiane Souza Dias, a aula de GB Ritmos é pura diversão

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A grande atração são os animais

Férias à vista; uma boa opção é conhecer os espaços curitibanos que permitem estar próximos dos animais e da natureza

icaela Peixoto de apenas 5 anos de idade já tem afinidade com os animais empalhados expostos no

Museu de História Natural de Curiti-ba. Ao lado da sua avó, Carmen Gu-lin, ela percorre os 450m² do setor de exposição como se estivesse em casa. É lá que ela conheceu alguns animais da fauna paranaense, brasileira e até mesmo mundial. Carmen explica que frequentemente elas passeiam pelo Museu ou caminham pelos 400 me-tros lineares da mata nativa, onde ha-bitam árvores centenárias que deram nome ao bairro Capão da Imbuia.

Este Museu é um dos três espaços existentes em Curitiba onde os ani-mais são a atração principal, os ou-tros dois são o Zoológico, no bairro Alto Boqueirão, e o Passeio Público, o primeiro parque da capital parana-ense. Diferentemente dos dois últi-mos, os animais expostos no Museu e História Natural são taxidermiza-dos (empalhados). Outro diferencial, é que o museu possui uma reserva nativa com 42 mil m², localizada na

m

cultura&lazer

Roberto Dziura Jr. - [email protected]

Fotos: Roberto Dziura Jr.

parte não visitável, onde são realiza-das diversas pesquisas.

De acordo com a bióloga e chefe da Di-visão do Museu, Márcia Arzua, o setor de pesquisa científica possui uma gran-de coleção de mamíferos, répteis, pei-xes e invertebrados que são cataloga-dos, estudados e arquivados. Segundo ela, após o incêndio no Instituto Butan-tan, o Museu curitibano é o mais procu-rado no Brasil devido a sua coleção de répteis com mais de 20 mil exemplares. Na parte visitável, estão os dioramas (apresentação artística que reconstitui o ecossistema de alguns animais). Se-gundo Márcia, o Museu contribui ain-da com o empréstimo de animais em-palhados para a comunidade escolar e atividades para universitários.

Animais vivos

Se no Museu de História Natural os animais são empalhados, no Jardim Zoológico de Curitiba eles estão vi-vos, “bem acomodados e alimenta-

dos”, destaca Manoel Lucas Javo-rouski, um dos médicos veterinários do local. “Além de uma alimentação balanceada para cada espécie, trata-mos os animais como hóspedes, pro-porcionando o máximo de conforto

Os animais empalhados do Museu de História Natural são apresentados em

simulação de ecossistema

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REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 59

museu De históRiA naturaL

Rua Benedito Conceição, 407.

Terça a domingo, das 9h às 17h

lOcAlizE-sE Saiba onDe eStão aS oPçõeS De lazer eM QUe a PrinCiPal atração São oS aniMaiS

PAssEio PúbliCo

Entre as Ruas Presidente Carlos Cavalcanti, Presidente Faria e Avenida João Gualberto.

Terça a domingo, das 7h às 20h

possível”. Ainda de acordo com o veterinário, o Zoológico curitibano se diferencia de outros pelo tamanho, são 536 mil m².

Prestes a completar 30 anos (inau-gurado em março de 1982), as prin-cipais atrações do Zoológico curiti-bano continuam sendo os animais de origem africana, é o que comprovam os alunos do ensino fundamental da Escola Professor Paulo Grott, de Ponta Grossa (PR). Para muitos de-les, de um grupo de 35 estudantes, foi a primeira vez que visitaram o local. A satisfação era grande e o que mais agradou foram as girafas e o leão.

Já a pequena Camila Kuhl (09), de Rio Negro (PR), estava ansiosa para ver os macacos, “ela só conhece da televisão”, explica seu pai, Marco

O museu curitibano é o mais procurado no Brasil devido a sua coleção de

répteis com mais de 20 mil exemplares

Fotos: Roberto Dziura Jr.

Kuhl, que trouxe seu carro para ser consertado em Curitiba e aproveitou o dia ocioso para conhecer o espaço.

Para percorrerem os mais de 3 km em torno do parque, de um total de qua-se 5 km, e visitarem os mais de 300 recintos, o pai e a filha precisaram de cerca de 2 horas, “no mínimo”, acres-centa José Francisco de Jesus, che-fe dos 12 tratadores que trabalha no Zoológico desde a sua fundação. Co-nhecido como Tamandaré, ele lembra que, em princípio, o espaço era para

JARDiM zoolóGiCo

Pode ser acessado por dois caminhos – pelo bairro Alto Boqueirão na continuação da Rua João Miqueletto ou por cerca de 6 km pelas Cavas do Iguaçu.

Terça a domingo, das 8h às 17h

ser um Parque de Leões, mas com a chegada dos grandes animais do Pas-seio Público, logo os administradores mudaram de ideia.

O Passeio Público completou recen-temente 125 anos de fundação. Anti-go lar dos grandes mamíferos, o local hoje hospeda diversos tipos de aves, pequenos animais e um serpentário. A atração do local não se limita aos animais. Tem também a vegetação com 400 árvores espelhadas em seus quase 70 mil m².

De acordo com o veterinário Manoel, os animais são bem acomodados e alimentados no Zoológico de Curitiba

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60 | REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011

moda&beleza

A moda praia 2012 está mais glamurosa e antenada; estampas digitais e grafismos se misturam com os florais e coloridos de todo verão

Além da areia e do mar

Fotos: Roberto Dziura Jr.

Mariane Maio - [email protected] para colocar em cima do biquíni tem modelagens interessantes, tecidos bo-nitos. Antigamente, as estampas eram muito óbvias e não conseguia essa li-gação com outro programa depois da praia”, explica a professora e consul-tora de moda Manita Menezes.

Estampas e Cores

Neste verão, as modelagens não se-rão o principal destaque. Nas passa-relas de areia, cores e estampas de-vem agradar os mais diversos gostos. “Listrados e coloridos. Essa coisa do tropicalismo. Muita estampa de bi-cho, animal print, mas não Leopardo, como a gente via no inverno passado, a estampa do bicho mesmo. Muito floral, folhagens, tudo que remete à fauna e à flora brasileira”, é a aposta de Débora.

Para Manita, o tão celebrado color block continuará com tudo no verão. “Usar cores bem primárias, contras-tando. Não existe a obrigação de o biquíni ser um conjuntinho. Onde a parte de cima e a de baixo tem de estar conversando 100%. Cada vez mais se assume o biquíni como duas peças, com a possibilidade de mistu-rar estampas e cores, que tenham um diálogo, é claro.”

A mudança entre uma estação e ou-tra ficará por conta da mistura dessas cores primárias com as estampas. “Tem muita coisa nova na questão de estampa digital. Acho que a novidade seria essas cores do color block, mis-turado com as figuras geométricas, as listras e os grafismos. Misturada com uma estampa floral, de bicho, onde as cores conversem”, sugere Manita.

A moda praia não é só a moda na praia, mas é a moda duran-

te as férias”, afirma a personal stylist Débora Mateus. Mais chique e ante-nada, a moda praia atingiu o status de moda. As mulheres deixaram de lado as saidinhas de canga e estão investin-do em vestidos modernos, saias, maiôs e biquínis, que muitas vezes parecem roupa do dia a dia. Os homens também não ficam para trás. O shorts largo e largado deixou de ser a vestimenta principal do vestuário masculino.

“Se falou muito nessa moda resort, aquela tendência mais glamurosa. Hoje, existe a possibilidade de ter moda praia com cores e modelos que você possa continuar o dia, como um maiô que vira um top. E o que existe

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tanto estilo panamá, que são mais esti-losos, quanto os cloches, inspirados na Chanel anos 20”, explica Débora.

Praia também para eles

A sunga sempre foi um tabu para a maioria dos homens. Muitos, com vergonha de usá-las, preferiam ficar com pernas brancas em pleno verão. Não que as bermudas deixarão de fazer parte do look masculino, mas Débora aposta em uma mudança. “A sunga é superbacana, mas aquela um

pouco menos cavada. Você fica des-pojado, mas ao mesmo tempo baca-na. Obviamente para um homem que se sente desnudado com a sunga, a bermuda é uma boa pedida”, afirma a personal, dizendo que no caso de op-tar pelo shorts, deve se escolher mo-delos mais curtos e slim (fino).

E, para compor um visual pós-praia, a pedida é parecida com a das mulhe-res. “No caso da bermuda, se for uma bacana, florida ou estampada, uma shirt (camisa) listrada, num cotton de linho, mais leve. Transparência para homem fica bacana, no branco, la-ranja, verde, lima-limão. Nós vemos muito xadrez, mas eu acho que vale sair um pouco e ir para uma estampa com flores, ou uma camiseta mono-cromática num azul klein, uma gola V, pra ficar uma coisa casual, sem ficar de mais”, sugere Débora. Nos pés, os homens podem optar pelos chinelos, ou pelos dockside, quando quiserem algo mais elaborado.

nem tudo pode

Apesar do glamour da moda praia ve-rão 2012, nem tudo é permitido, afir-mam as especialistas. “Eu acho que tem limite. Um salto alto nunca vai à praia e os materiais que são inadequa-dos, também têm de evitar”, diz Ma-nita. E parece que o salto é um con-senso. “Salto tem de tomar cuidado. Nunca pra ir pra praia, obviamente. Se for usar salto em uma festa, coque-tel, acho que as espadrilhas podem ser uma solução. E usar sempre salto um pouco menor do que o habitual, do que usa na cidade”, sugere Débora.

Outro cuidado é em relação ao brilho. “Dá pra lembrar que paetê não fun-ciona. O quanto mais despretensioso for o look, melhor. Se quiser levar brilho para uma moda praia de final de tarde ou para uma balada, é de re-pente, o metalizado. Uma saia, ou um top metalizado, com uma calça de li-nho branco. Fica chique, bacana, sem muito luxo”, garante a personal.

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“Você coloca um maiô, uma saia longa plissada, fica bacana

para ir pra praia e depois fechar com um happy hour”, afirma Débora dando uma dica de como é possível compor o look praia + sunset (pôr-do-sol). As máxis também estarão com tudo, tanto nas saias, nas bolsas, quanto nos ves-tidos. E para tapar o sol, os chapéus continuam sendo a melhor escolha. “Os chapéus saíram da praia para a cidade e agora na praia também estão mais glamurosos. Você tem capelines,

Débora, personal stylist, aposta nos chapéus para este verão

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turismoAutor: Vicente FrareEditora: Pulp Edições

BiografiaAutor: Milton Ivan HellerEditora: Instituto Memória

CrônicasAutor: Luis Fernando VeríssimoEditora: Objetiva

romanceAutor: Umberto EcoEditora: Record

Iris Alessi - [email protected] do mês

Guia brasilAs belezas brasileiras sempre estiveram nos livros e guias turísticos, que acabavam sendo repetitivos em suas opções. O Guia Brasil, apesar de ter versões em inglês e espanhol, além do português, não é somente para estrangeiros. No livro, há diversas sugestões de lo-cais para comer que vão do mais sofisticado restaurante em São Paulo até botequins em Minas Gerais. O leitor também encontra um guia de vinhos nacionais. Outra diferença do material é a apresentação de celebridades locais de diversas áreas como arquitetura, artes, música, design e moda. Para descobrir mais sobre o Brasil, é só colocar o Guia na mala e o pé na estrada para conhecer lugares novos ou até mesmo personalidades regionais.

valmor Weisso Prisioneiro da Cela 310A história do empresário do setor de transportes Valmor Weiss deixou de ser somente de conhecimento da famí-lia e amigos. Depois de dois anos de conversas entre o empresário e o jornalista Milton Ivan Heller, os leitores poderão ler como o menino pobre nascido no Rio do Sul (SC) transformou-se num importante empresário do setor de transportes. A narrativa contada por Heller descreve diversos momentos da vida de Weiss, entre eles o tempo em que o empresário ficou preso em uma solitária por mais de um ano após o Golpe de 1964. Nesse período, ele leu mais de dois mil títulos diferentes e decorou um deles: “Os Miseráveis” de Victor Hugo.

Em algum lugar do paraísoO novo livro de Veríssimo contém 41 crônicas publicadas, em sua maioria, nos últimos cinco anos no jornal O Estado de São Paulo. Todas as crônicas são inéditas em livro e foram sele-cionadas entre outras 350 escritas pelo autor. Na nova obra, o autor fará o leitor refletir a partir de situações inusitadas e questões atemporais sobre a existência humana em temas como a vida, a morte, o tempo e o amor. Os personagens dessa nova obra de Veríssimo são diferentes e ao mesmo tempo comuns, possuindo a mesma inquietação que alcança a todos.

o Cemitério de PragaEm seu novo romance, Eco demonstra novamente sua genialidade em escrever tramas engenhosas. O Cemi-tério de Praga chega ao Brasil depois de trinta anos de um dos maiores sucessos do autor “O nome da Rosa”. A nova obra é um tratado sobre o mecanismo do ódio e uma tentativa de resumo da história do preconceito. Com quatrocentos mil exemplares vendidos no primeiro mês na Itália, o livro causou desconfortos em setores conser-vadores italianos, sobretudo entre os religiosos. A obra de Eco também relembra Os protocolos dos sábios de Sião, uma das mais marcantes ocorrências de falsificação da história. O livro é um belo trabalho que une história e ficção. Mais uma grande obra de Humberto Eco.

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rockAutor: FosterGravadora Som Livre

eletrônicaAutor: SBTRKTGravadora Independente

bossa novaAutor: Mallu MagalhãesGravadora Sony Music

festivalAutor: Lollapalooza BrasilLocal: São Paulo-SP

MPbAutor: Seu Jorge - Músicas para churrasco vol. 1Gravadora Universal

Renato SordiColaborou Iris Alessi - [email protected]

álbuns do mês

CD à vistaA Banda curitibana Foster já pode começar a pensar em seu primeiro CD e em muito mais. O quinteto foi o vencedor do 5º Pepsi Música, maior concurso de bandas colegiais no País, e conquistou um contrato de um ano com a gravadora Som Livre, gravação de CD e vídeo clip, além da participa-ção no Planeta Atlântida 2012. A banda, que se inscreveu no último dia das inscrições do concurso, surgiu no começo de 2011 e mistura diversos elementos do rock. As influências da banda passam por Beatles, Foo Fighters, Los Hermanos entre outras. Agora é aguardar as novidades que virão dessa trupe local.

Fones para que te queroVestir fones de ouvido – um dos mais legítimos rituais da contemporaneidade – é essencial para compreender a grandeza do disco de estreia do produtor inglês Aaron Jerome, que se autodenomina SBTRKT (leia-se Sub-tract). Funciona em caixas acústicas, mas os headpho-nes agravam a estética do álbum: dubstep futurista, imprevisível e essencialmente pop. Flutuam delicio-samente batidas derivadas de drum’n’ bass, porções de R&B e, claro, sintetizadores. Procure Wildfire no YouTube para uma amostra grátis.

PitangaPitanga, o terceiro álbum de estúdio de Mallu Magalhães, 19 anos de idade, é um disco de sambinhas e bossas. Nele, Mallu esquiva-se do folk e do rock setentista, que marcou seus dois primeiros trabalhos, aos 16 e 17 anos, e descobre--se inspirada em artistas como Luiz Bonfá, Vinícius, Tom, Som Três e Novos Baianos e... Marcelo Camelo, o namo-rado – e produtor do álbum. Pitanga é um disco de amor, autêntico e espontâneo. Mallu continua a escrever com delicadeza, desenhar o encarte e participar dos arranjos.

De cara com a diversãoJorge Mário da Silva, o Seu Jorge, deve ter nascido numa tarde de sol e samba, mas não desses sambas refrigerados, regados a chope, em vez de cerveja barata ou cachaça. En-treter é, sem dúvida, o maior predicado de Seu Jorge, e isso fica mais uma vez latente em Músicas para churrasco vol. 1. Não tem firula: churrasco, cerveja, amizade e diversão combinam com samba, funk, MPB e soul, que combina com personagens como A Doida, a Vizinha, Meu Parceiro, a Véia, a Amiga da Minha Mulher etc.

Há dez anos, shows de grandes bandas eram celebradas no Brasil como acontecimentos históricos. A economia derra-pava, as oportunidades eram escassas. Em 2012, o Lolla-palooza, um dos maiores festivais de música do mundo, desembarca no Brasil. Foo Figthers, Arctic Monkeys, Jane’s Addiction, MGMT, Friendly Fires, Gogol Bordello, entre outras bandas, estão confirmadas e muito esperadas. Agora, o Brasil consta no cenário musical mundial.

na cena mundial

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ros seis meses de 2011. O número de veículos blindados no Estado aumen-tou 8,39% em comparação com o mes-mo período de 2010. Grande parte dos serviços prestados se aplica à Capital.

São Paulo concentra 80% dos carros blindados no Brasil, seguido pelo Rio de Janeiro (10%), Pernambuco (2%) e o Paraná (2%). Mesmo que o número aparentemente seja baixo em compara-ção com a supremacia dos paulistanos, segundo Christian Conde, presiden-te da Abrablin, o setor de blindagem passa por uma descentralização com a aparição do Paraná (Sul) e Pernambuco (Nordeste) nas estatísticas. “Esses da-

automóvel

quanto vale a sua segurança?Em muitos casos esse item não tem preço, mas para blindar um veículo de passeio tem; em média R$ 45 mil

dos mostram que a violência extrapo-lou os grandes centros urbanos e que a sensação de insegurança está instalada nas mais diversas regiões brasileiras”.

O perfil de 65% das pessoas que con-tratam esse tipo de serviço é de ho-mens. Destes, 22% têm entre 50 e 59 anos de idade. Os carros mais comu-mente blindados são o Volkswagen Tiguan, o XC-60 da Volvo, o Hyundai Santa Fé e o Discovery, da Landrover.

blindando um carro

Quanto menor for o carro mais bara-to é o serviço. Em Curitiba, a média

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Roberto Dziura Jr. - [email protected]

pesar de ser item de luxo para maior segurança, blindar o carro tem sido cada vez mais um servi-

ço requisitado em Curitiba. No último semestre deste ano, o Paraná ficou em quarto lugar no número de “carros protegidos”, de acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), nos primei-

a

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burocracia

Para evitar que pessoas não idôneas utilizem carros blindados existem al-guns trâmites legais. Os interessados pelo serviço necessitam apresentar uma série de documentos ao Exército Brasileiro, entre eles, Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV), certidões negativas crimi-nais da Justiça Federal, Estadual e Militar dos últimos cinco anos e Ates-tado de Antecedentes Criminais.

A Câmara de Blindagem Arquitetô-nica da Abrablin, juntamente com o Exército, são os órgãos responsáveis pela regulamentação, fiscalização e elaboração das normas de blindagem. Além disso, o veículo com blinda-gem precisa ser informado ao órgão de trânsito estadual. Fo

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O Exército Brasileiro solicita uma série de documentos para

autorizar a blindagem em um veículo particular

de preço é de R$ 45 mil. No processo de blindagem é agregado ao veículo proteção, como aço balístico e ara-mida – fibras sintéticas de alta re-sistência. Os vidros são substituídos por outros com lâminas intercaladas de polivinil butiral, poliuretano, po-liéster e policarbonato e, em alguns casos, os pneus recebem dispositivos que possibilitam rodar mesmo com eles murchos.

“O processo inicia com a encomen-da do vidro personalizado ao tipo de veículo, que pode levar até 20 dias para ficar pronto e mais outros 20 dias para fazer o serviço, é um pro-cesso artesanal que envolve mão de obra especializada”, explica o gerente comercial da MS Blindados, Marcos Paulo Cossmann.

Hoje, 100% dos serviços realizados pela empresa são de nível III-A. Cos-smann explica que existem seis tipos de blindagem, porém a III-A é a mais adequada ao perfil curitibano. “A re-lação custo/benefício é bem maior nesse tipo de blindagem, que suporta tiros de pistolas 9 mm e revólveres .44 Magnum”, explica. “Existem, ainda, no Brasil, dois níveis de proteção ba-lística, que somente são autorizados em casos específicos”, acrescenta.

Dependendo do modelo, um carro blindado aumenta em até 250 kg o seu peso. “E isso desgasta mais rapi-damente algumas peças do veículo”, diz Conde. Por isso, é recomendado revisão da blindagem a cada 10 mil km ou a cada seis meses. Esse serviço custa cerca de mil reais e pode levar até dois dias para ser concluído.

Cossmann garante que a dirigibilida-de não é afetada com a adaptação e lembra que a recomendação é sem-pre circular com os vidros fechados: “Os traseiros não abrem e o moto-rista se comunica externamente por meio de um intercomunicador que permite escutar e falar sem precisar abrir os vidros”.

“O processo de blindagem pode durar até 40 dias e requer mão de obra especializada”,

explica Marcos Paulo Cossmann

No Brasil, existem 6 tipos de blindagem. A tipo III-A suporta tiros de pistolas 9 mm e revólveres .44

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opiniãoMalu Nunes é engenheira florestal, mestre em Conservação da Natureza e diretora executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza Jo

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Brasil deu um passo em direção ao retro-cesso ao longo de 2011 com a aprovação de mudanças no Código Florestal brasileiro em várias instâncias no Congresso Nacional. O

projeto de lei foi aprovado no plenário do Senado Federal, agora volta para ser apreciado na Câmara dos Deputados e, na sequência, seguirá para a sanção da presidente. A esperança é que os artigos mais críticos sejam vetados nas últimas instâncias. Caso contrário, assistiremos mais uma vez à conquista de quem destrói com aquela sensação de que, no Brasil, não há punição para quem descumpre a lei, principalmente a ambiental.

Se aprovada da forma como está, a flexibilização da lei ambiental permitirá novos des-matamentos. Em relação as re-serva legais, possibilitará a re-dução de áreas de reserva legal em alguns estados e dispensará as propriedades com até qua-tro módulos rurais a recompor vegetação nativa. A anis-tia proposta privilegia quem descumpriu a lei e penaliza quem sempre investiu tempo e dinheiro na conservação.

As áreas de preservação permanente (APPs) também cor-rem o risco de serem descaracterizadas, com reduções nas áreas mínimas de proteção e liberação para alguns tipos de cultivo. Além disso, o aumento da ocupação de áreas de risco como encostas de morros e margens de rios traz mais riscos de deslizamentos de terra e enchentes como as tragédias ocorridas nos últimos anos.

Todos esses alertas já foram apresentados aos deputados e senadores por cientistas, sociedade civil e mesmo por órgão do Governo Federal, mas os parlamentares não de-ram a devida importância e se mostraram satisfeitos com o texto do Código em discussão, infelizmente.

Caso sejam sancionadas como estão, essas mudanças até poderão garantir ganhos individuais para alguns, mas por

quanto tempo? Desaparecidas as áreas de florestas, o que nos sobrará de água potável e solo fértil no futuro? Es-gotados esses recursos, como garantir produção e segu-rança alimentar?

Se o interesse real é trazer mais benefícios para o pequeno e o médio produtor, em vez de adaptar a lei a favor de quem não a cumpriu, o melhor seria criar alternativas para favorecer aqueles que sempre mantiveram suas reservas legais e APPs e contribuíram para garantir a qualidade do ambiente e das atividades produtivas. O próprio projeto de lei que altera o código já prevê o mecanismo de paga-

mento por serviços ambientais (PSA) e o Brasil já dispõe de iniciativas bem-sucedidas de PSA, a exemplo do Projeto Oásis, que premia financeira-mente proprietários particula-res de terra em regiões de ma-nancial por conservarem suas áreas naturais.

Há, ainda, outra questão. Internacionalmente, o Brasil assumiu compromissos de elevar a proteção de habitats terrestres e marinhos e de reduzir as emissões de gases do efeito estufa, principalmente, as derivadas do des-matamento. Por outro lado, estudo do Observatório do Clima de 2010, mostra que, com a potencial perda de áreas naturais possibilitada pela alteração no código, há um risco de quase 7 bilhões de toneladas de carbono acu-muladas em diversos tipos de vegetação nativa serem lançadas na atmosfera. Isto representaria 25,5 bilhões de toneladas de CO2, mais de 13 vezes as emissões do Bra-sil no ano de 2007.

Portanto, com a aprovação das alterações no Código Flores-tal, o país assume uma contradição em termos de posicio-namento político: enquanto externamente ele defende a per-manência das florestas e outras áreas naturais, internamente dá um retrocesso de proporções desastrosas não só para o produtor rural, mas para toda a sociedade brasileira.

Osinal de retrocesso

com a aprovação das alterações no código Florestal, o país assume uma contradição em termos de

posicionamento político

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