revista fera! 12

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R$ 4,00 leia mais no portalfera.com.br ANO 03 Nº 12 – AGOSTO 2011 ADMINISTR... AÇÃO! ESPONTâNEOS, DESPOJADOS E RESPONSáVEIS. ESTAS SãO AS CARACTERíSTICAS QUE FAZEM COM QUE O EX-PARTICIPANTE DO PROGRAMA TELEVISIVO “APRENDIZ UNIVERSITáRIO” DE 2010, RODRIGO SOLANO, E A ATUAL PRESIDENTE DA FEDERAçãO DE EMPRESAS JUNIORES DO ESTADO DE PERNAMBUCO - FEJEPE, JéSSICA VILAçA, SEJAM VERDADEIROS JOVENS DE SUCESSO

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Revista Fera! 12

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R$ 4,00

leia mais noportalfera.com.br

ano 03 nº 12 – agosto 2011

administr...

ação!EspontânEos, dEspojados E rEsponsávEis. Estas são as caractErísticas quE fazEm com quE o Ex-participantE do programa tElEvisivo “aprEndiz univErsitário” dE 2010, rodrigo solano, E a atual prEsidEntE da fEdEração dE EmprEsas juniorEs do Estado dE pErnambuco - fEjEpE, jéssica vilaça, sEjam vErdadEiros jovEns dE sucEsso

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F!

COM QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL,MILHARES DE PERNAMBUCANOSCRESCEM JUNTO COM PERNAMBUCO.

Pernambuco está crescendo. E para que os pernambucanos aproveitem as oportunidades

que surgem com esse crescimento, o Governo do Estado investe cada vez mais em

qualificação profissional. Em quatro anos, o número de Escolas Técnicas Estaduais (ETEs)

aumentou de seis para 14. Hoje, já são mais de 13 mil alunos matriculados. Até 2014, serão

60 ETEs em todas as regiões do Estado, com capacidade para mais de 45 mil alunos. O

Programa Novos Talentos, desenvolvido em parceria com o SENAI e o SENAC, também

oferece 5.100 vagas para cursos profissionalizantes em diversas áreas. Além disso, a partir

do segundo semestre deste ano, o Programa Universidade para Todos em Pernambuco

(Proupe) vai contemplar 16 mil alunos com bolsas para formação Superior. Tudo isso,

contribui para qualificar milhares de profissionais pernambucanos. Junto com eles,

Pernambuco vai avançar ainda mais.

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COM QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL,MILHARES DE PERNAMBUCANOSCRESCEM JUNTO COM PERNAMBUCO.

Pernambuco está crescendo. E para que os pernambucanos aproveitem as oportunidades

que surgem com esse crescimento, o Governo do Estado investe cada vez mais em

qualificação profissional. Em quatro anos, o número de Escolas Técnicas Estaduais (ETEs)

aumentou de seis para 14. Hoje, já são mais de 13 mil alunos matriculados. Até 2014, serão

60 ETEs em todas as regiões do Estado, com capacidade para mais de 45 mil alunos. O

Programa Novos Talentos, desenvolvido em parceria com o SENAI e o SENAC, também

oferece 5.100 vagas para cursos profissionalizantes em diversas áreas. Além disso, a partir

do segundo semestre deste ano, o Programa Universidade para Todos em Pernambuco

(Proupe) vai contemplar 16 mil alunos com bolsas para formação Superior. Tudo isso,

contribui para qualificar milhares de profissionais pernambucanos. Junto com eles,

Pernambuco vai avançar ainda mais.

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Olha mais uma Revista Fera! aí, gente! chegamos à 12ª edição. Desta vez, a matéria principal vai falar sobre uma área bastante procurada pelos vestibulandos: a Administração. Este curso é bem importante, pois nos dias de hoje todo mundo deve ter noções de como gerir negócios, empreendimentos e ações relacionadas ao campo profissional.

E não é só isso. Qualquer indivíduo precisa ser gestor não só no trabalho, mas na própria vida pessoal. No cotidiano, sentimos a necessidade de administrar escolhas, problemas e até as obriga-ções da nossa casa. Não restam dúvidas: a Administração, real-mente, abre um leque imenso de campos para atuação profissional.

Na capa, dois jovens que sabem, como ninguém, se utilizar de seus talentos para conseguir alcançar o reconhecimento naquilo que fazem. O ex-aprendiz, Rodrigo Solano, mostra que é possível conquistar vitórias relevantes sem deixar de ser engraçado, espontâ-neo e extrovertido.

Por sua vez, a garota Jéssica Vilaça é a prova de que a pouca experiência não é sinônimo de falta de atitudes seguras e de boas perspectivas para o futuro. Aos 20 anos, ela dá lições até para quem já não é tão novo assim.

E como nós, da equipe Fera!, também gostamos de assuntos polêmicos, inserimos na pauta uma discussão que poderia preen-cher páginas e mais páginas: o sistema de cotas e de distribuição

de bolsas de estudo no ensino superior. Você concorda com as polí-ticas implantadas a favor da população de baixa renda, dos negros, dos pardos e dos índios?

Se preparem ainda para conhecer as ações realizadas pelo projeto Espaço Jovem Rumo ao Futuro, promovido pelo Instituto JCPM de Compromisso Social. Nele, pessoas da comunidade de Brasília Teimosa, no Pina, têm a oportunidade de construir bonitas histórias de sucesso, superação e força de vontade.

Para quem curte praticar esportes, temos uma matéria falan-do sobre adolescentes que conciliam a rotina de atletas com o difícil desafio de continuar sendo excelentes alunos.

Para terminar, o segundo semestre está chegando e o Exame Nacional do Ensino Médio-Enem está se aproximando. A partir de agora, a expectativa até o fim do ano só tende a crescer, tanto nos alunos como nos professores. Será que, em 2011, tudo vai dar certo?

Ah, já íamos esquecendo. Para a galera que é ligada na inter-net, aí vai uma ótima notícia: temos uma coluna inédita, chamada “Conectado”. Ela vai te deixar por dentro do que há de mais interes-sante no campo tecnológico.

Aproveitem as férias e, em agosto, lembrem-se de voltar com tudo!

Boa leitura!

Diretoria Executiva – Ira Oliveira e Sandra PaivaEditor de Artes – Ira Oliveira / [email protected] Comercial – Sandra Paiva / [email protected] – Mateus Lima / [email protected]ção – Ira Oliveira e Bruno Borges (estagiário) Revisão – Dolores [email protected] Depto. Administrativo – Fernanda Ester / [email protected] – Fotos: Fabíola Melo Matérias: Thiago CarvalhoArtigo: Arnaldo MendonçaColunas: Dolores Orange, Ana Sofia Monteiro, Marina Motta, Silvana Marpoara e Luciana RodriguesArtigo: Wilson Barreto Analista de mídias sociais do Portal Fera! – Luciana Rodrigues / [email protected] anunciar – Rede3 Mídia81 3031.0968Sandra Paiva - 81 9927.0705e-mail: [email protected] – Exemplares

Publicada pela Rede3 Mídia - Rua Passandú, 567 - Boa Vista - Recife/PE - CEP: 52010.000

Os textos publicados na Revista Fera! não expressam, necessariamente, a nossa opinião.

expediente

editorial

Índice

A Fera! das férias

Mateus Lima

08 – coluna na aula10 – prática de esportes 14 – preparação para o enem 17 – artigo: arnaldo mendonça18 – administração 23 – jovens talentos27 – artigo: Wilson Barreto28 – cotas e Bolsas de estudo32 – instituto jcpm 35 – coluna sétima arte36 – coluna intercÂmBio37 – coluna conectado38 – coluna rodapé

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Quarup

“A palavra ‘Quarup’ vem da língua indígena e é o nome dado a um ritual realizado pe-los índios. Este ritual serve para celebrar os mortos, mas, ao contrário do que muitos podem pensar, tudo é feito através de uma festa animada, cheia de comes e bebes. A história contada no livro é bonita e intensa. Mostra de forma detalhada e diferenciada alguns aspectos importantes a respeito do passado do Brasil. É uma verdadeira reve-lação sobre o que, de fato, é o nosso país.” Paulo Carneiro é escritor, professor do Pro-grama de Pós-graduação em Comunicação da UFPE e doutor em Arts et Sciences de l’art pela Université de Paris I – Panthéon Sorbonne (1989).

a História das Coisas“Indico esse documentário porque ele trata sobre temas bem importantes. Nele, é discuti-da a forma de funcionamento da máquina econômica criada pelos sistemas governamentais. Ao assistir a produção, podemos ter uma noção de como é o ciclo de compra e venda de produtos, bens e alimentos. Além disso, o filme passa, de modo objetivo, a ideia de que todos, sem exceção, somos, de alguma maneira, controlados pelos po-derosos políticos”. Hezequias Rocha, 17, é aluno do 3º ano do Colégio Americano Batista.

Vitor araújo“Tive uma pequena participação no novo CD de Vitor Araújo que, por sinal, ainda está em processo de produção. Eu já o admirava muito, antes mesmo de conhecê--lo. Porém, após ter um contato maior com ele, pude perceber o seu valor de forma mais clara. Ele é um dos grandes talentos da nossa nova geração de artistas. Vitor é aberto a novos estilos, não tem medo de ser arrojado. O jovem toca, em seu piano, desde Luiz Gonzaga até Beethoven e Villa Lobos. É um músico que incomoda, surpre-ende. É fascinante.” Naná Vasconcelos é reconhecido nacional e internacionalmente pelo seu trabalho como músico.

indicaçÕeS

Quero parabenizar a Revista Fera! pela iniciativa de sempre apresentar ao público um projeto social diferente. A matéria da última publicação (de nº 11) “Rumo à Cidadania” chamou a minha atenção como nenhuma outra. Espero poder ter a chance de conhecer, a cada nova edição, outras ações em prol dos jovens pernambucanos residentes de comunidades carentes. Com certeza, atitudes como estas fazem com que o mundo se torne um lugar melhor. Lucas Teixeira, 22, estudante do 6º período de Medicina Veterinária da UFRPE.

cartaS

A Revista Fera! realiza um excelente trabalho voltado, especificamente, para um público que passa momentos cruciais de sua existência, ligados à escolha da carreira e do futuro profissional de cada um. É uma ótima opção para quem busca informação de qualidade através de uma linguagem acessível e bem explicativa. É ainda um espaço para discutir assuntos importantes, compartilhar ideias, sentimentos, frustrações e ansiedades. Lana Portela, professora de história do Colégio Americano Batista.

Sou uma leitora assídua da Revista Fera! e a acompanho desde o seu primeiro exemplar publicado. Na última edição, adorei a matéria que mostrou o jovem Vitor Araújo e a banda Faringes da Paixão. O contraste feito entre a música clássica e o brega – este último que, por sinal, caiu de vez no gosto da população pernambucana – foi curioso e bem divertido. Apesar dos elogios, aí vai uma dica: falem mais sobre os cursos da área de comunicação, como o Jornalismo, por exemplo. Sinto falta de abordagens mais profundas em relação ao meu campo de atuação. Acho que o tema pode propor questões bem chamativas e polêmicas, sendo uma delas referente ao fato de as instituições de ensino superior não darem diplomas para os formados nesta graduação. Com certeza, vai agradar muitos dos leitores e esclarecer importantes questões ligadas ao assunto. Luciana Elldorf, 22, formada em Jornalismo pela Unicap.

A Fera! é interessante porque mostra a rotina dos estudantes. Muitas vezes, as histórias dos jovens contadas nas matérias são bem parecidas com a minha e acabo me identificando com eles. As edições também trazem várias dicas de professores qualificados, nos auxiliando na preparação para as provas dos vestibulares. Lucas Rijo, 17, aluno do 3º ano do Colégio Atual.

A Revista Fera! se faz necessária para os estudantes que vão fazer os testes do Enem. Cheio de dicas realmente úteis, o veículo é essencial para os jovens. Gosto de todos os membros da equipe Fera!. Parabéns por conseguirem produzir um material de tanta qualidade. Anderson Ferreira, 16, estudante do 3º ano do Colégio Americano Batista.

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na aula | ana sofia montEiro

Aluna do Colégio Marista São Luís, autora de três livros, fala quatro idiomas e cursou Ciências Políticas e Liderança, nos Estados Unidos

Construindo o amanhã

o Ensino Médio é, sem dúvida, um ambiente de emoções e desafios, e destes o temido vestibu-lar é certamente o primeiro a perturbar a mente

dos estudantes brasileiros. Opiniões não faltam acerca do assunto. No geral, elas muito pouco divergem, cri-ticando a sistemática de aplicação e a elaboração da prova. O foco nessas duas críticas parece emaranhar a sociedade em um mesmo grupo opinativo, que, de tan-to se apegar ao problema, acabou por esquecer-se de visualizar o mundo universitário como um todo.

Às vezes, durante a vida, precisamos sobrevoar suas contradições para enxergarmos a imensidão de oportuni-dades, de escolhas e de sonhos que dela podem nascer, e nascem. Em 26 de março deste ano, vivenciei este so-brevôo. Neste dia, o Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, capital, teve suas cadeiras preenchidas por cerca de 670 estudantes de Ensino Médio e Técnico, e mais de 250 professores-orientadores.

Esta foi a cerimônia de encerramento da Feira Brasi-leira de Ciências e Engenharias, a IX Febrace, um evento anual que ocorre na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e visa recrutar jovens cientistas do país para multiplicarem suas experiências nas instituições de ensi-no e alimentarem sua paixão pelo conhecimento.

Nela, eu e outros quatorze estudantes fomos selecio-nados, devido aos nossos projetos, para participar da In-ternational Science and Engenering Fair – Intel Isef, maior feira de ciências pré-universitária, que também ocorre anualmente em diferentes lugares dos Estados Unidos, sendo este ano sediada em Los Angeles – Califórnia.

Materializar a experiência em palavras tira muito do brilho que mais de 50 países diferentes ali represen-tados trouxeram ao evento. Foi como assistir ao desejo de mudar o mundo se transformar em ideias jovens com potencial para muita mudança. Foi como perceber que a mesma geração que tenta responder a tantas questões contemporâneas de identidade, sentido e objetivos de vida, ao mesmo tempo, também é capaz de estruturar problemáticas a partir de problemas cotidianos. E, mais incrível ainda, este grupo de jovens consegue desenvolver hipóteses para respondê-las a partir de métodos científi-cos de nível universitário.

Ciência nunca teve idade, mas precisão. E é des-ta sua característica que surge a nossa capacidade de visualizar o todo, quando muitos ainda se prendem a um problema específico e tão pouco relevante diante da grandiosidade de projetos que, diferente de outras dé-cadas, primam não apenas pelo funcionamento de um produto ou de um novo tipo de serviço, mas também pelos impactos sociais, ambientais e econômicos que os mesmos venham a ter na sociedade interdisciplinar e globalizada a qual construímos.

Em 13 de maio de 2011, tive a confirmação de que nunca fui uma adolescente nadando contra a maré. Na verdade, eu faço parte de um cardume de novos jovens realistas e sonhadores. Como bem pronunciado pela en-tidade organizadora do evento, durante a sua cerimônia de premiação, eu estava ali, diante dos futuros cientis-tas, líderes de estado e intelectuais que projetarão o fu-turo da humanidade. F!

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Para muita gente, os alunos que fazem parte das equipes esportivas nas escolas são os mesmos que não tiram boas notas. No entanto, parece que as coisas não são bem assim. | tHiaGo CarVaLHo

EstudAr ou trEinAr,eis a questão!

eSporteS | dEdicação

Estudar e treinar nunca foram uma dificuldade para a jogadora de bas-quete do Colégio Atual, Sarah Porto (16), que treina três vezes por semana. Quando está no período de Jogos Estudantis, o ritmo da

dedicação aumenta e Sarah treina praticamente todos os dias da semana. “Existem várias possibilidades de conciliar os estudos com as atividades fí-sicas. Eu sempre consegui e posso afirmar que, quando eu treino, fico mais ativa e motivada para estudar. Ao invés de ficar cansada, as atividades me deixam com muita adrenalina”, enfatizou a estudante.

Aos 17 anos, o jogador de basquete do Atual, Stefanno Fatta Laforte, irá fazer vestibular este ano. É nesse período que os estudantes passam a se dedicar mais aos estudos a fim de conseguir vaga em uma boa universidade. “Sempre consegui conciliar minhas atividades de atleta com meus estudos. Estou no 3º ano e uso os treinos como uma forma de desestressar e fugir da pressão que esse período nos faz”, explica o estudante que concorrerá a uma vaga para Engenharia da Produção.

Em seus 25 anos de existência, o Colégio Atual é reconhecido por sem-pre incentivar o esporte. E para alguns alunos, as bolsas representam uma

oportunidade de estudar no setor privado pagando menos ou até mesmo nada, com bolsa integral. “Tentamos priorizar os estudantes que tiveram iní-cio no próprio colégio, valorizando os atletas carentes que possuem um bom desenvolvimento dentro da sala de aula”, explica o coordenador do esporte e técnico do time de basquete da instituição, Carlos Romero.

Muitas vezes, é possível notar que o preconceito contra estas pessoas ainda existe. Na concepção de alguns estudantes, aqueles que são adeptos das atividades físicas necessariamente são os mes-mos que tiram notas ruins nas avaliações realizadas pelos colégios. Carlos Romero nos explica que o Atual possui um método de acom-panhamento de todos os estudantes/atletas para que o rendimento escolar não fique abaixo da média. “Nossa meta sempre foi aproveitar a educação física como instrumento educacional. Possuímos um mo-delo de acompanhamento na parte esportiva e pedagógica e, em cada final de semestre, realizamos uma reunião e avaliamos cada atleta”, ressaltou. “Nosso objetivo é que todos os nossos atletas tenham um bom desenvolvimento em suas atividades físicas e, principalmente,

soNHo | Agnes Carolina quer ser uma das atletas que

farão parte das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro

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maturidade | Sarah Porto e Stefanno Fatta são das equipes de basquete do Colégio Atual, mas sabem que não podem deixar de estudar

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dentro das salas de aula”, enfatizou o coordenador, que é chamado carinhosamente de “Louro” pelos alunos.

Já para o estudante Lucas Rijo (17), conciliar a rotina de atleta com os estudos nunca foi tarefa fácil, principalmente quando o espor-te é tão prioridade quanto manter a consulta aos livros em dia e as notas lá em cima. Porém, acredita que não adianta nada ser um bom atleta e não possuir um bom desempenho na sala de aula. “É uma espécie de regra. Tenho que ser bom na quadra e na sala de aula”, pontua o estudante do 3º ano, que integra o time de vôlei do colégio.

o Sonho daS olimpÍadaSMuitos desses estudantes já sonham com as Olimpíadas de

2016, que será sediada no Rio de Janeiro. É o caso da atleta Agnes

Carolina (15), que faz parte do time de vôlei do Atual e sonha em jogar na seleção brasileira. “Fazer parte da seleção brasileira de vôlei e participar das Olimpíadas é o sonho de todo atleta. Por isso, nos esforçamos nos Jogos Escolares Brasileiros (JEB) para que esse sonho seja alcançado”, afirma.

torneioS Futsal, handebol, vôlei, basquete, futebol de campo, xadrez, tênis de

mesa, natação, judô e atletismo. Essa são algumas modalidades oferecidas por instituições de ensino que fazem parte dos Jogos Estudantis de Pernam-buco (JEPs).

Os JEPs são uma marotona de quase dois meses de competições para os estudantes de escolas públicas e particulares do Estado. Os

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eSporteS | dEdicação

jogos têm como objetivo aprimorar a educação através de uma maior integração entre os jovens. Além disso, é uma oportunidade para que estudantes/atletas possam participar de outras competições nacionais e até mesmo internacionais.

Este ano o evento comemorou 52 edições e as disputas acontece-ram em 17 regiões espalhadas pelo Estado, que serviram de seletiva para a fase final da classificatória para as Olimpíadas, que acontecerá no mês de dezembro em Santa Catarina.

#ficadicaNo Brasil, o número de atletas de ponta surgidos em instituições de

ensino ainda é pequeno. Mas, se você deseja tentar uma vaguinha para crescer no esporte ao mesmo tempo em que completa seus estudos, a saída pode estar mais perto do que você imagina. Muitas instituições

oferecem bolsas para atletas que disputam apenas campeonatos univer-sitários, sem grande repercussão na mídia, mas com bastante impacto entre os estudantes.

Na trilha das bolsas para atletas, o melhor mesmo é começar fazen-do a lição de casa. Vá ao departamento de esportes da sua instituição e converse com os coordenadores. Na maioria das vezes, são permitidas inscrições apenas de alunos que já estão matriculados - não há peneira que substitua o vestibular. Algumas podem oferecer transferência para os atletas, mas praticamente nenhuma irá garantir a bolsa antes que o estudante ingresse na escola.

Serviço: Colégio Atual (unidade II) – R. Mamanguape, 486, Boa Viagem, Recife-PE. Fone: (81) 3305-3333 www.colegioatual.com.br

foCo | Tanto para o jovem Lucas Rijo como para o coordenador Carlos Romero, a prática de esportes não pode prejudicar o rendimento escolar

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Depois que as férias de julho terminam e é dado início ao segundo semestre do ano letivo, os alunos do ensino médio começam a se preparar para o enem. o exame divide opiniões e ainda não inspira confiança, nem entre os estudantes nem entre os professores. a expectativa de todos é de que as coisas corram bem. | tHiaGo CarVaLHo

EnEmaí vem ele

enem | ExpEctativa

quando surgiu, há 12 anos, no cenário educacional brasileiro como a etapa final da educação básica e com o objetivo de avaliar a formação pessoal dos estudantes, o Exame Nacional do Ensino

Médio (Enem) não era utilizado como processo seletivo das universidades e muito menos como avaliação de instituições escolares. Porém, com o passar do tempo, o Enem se consolidou como uma avaliação de grande credibilidade, passando a orientar a organização do trabalho nas escolas e a ser pré-requisito para garantir uma vaga nas principais universidades do Brasil.

É o caso da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que dis-ponibilizou, em 2011, apenas para o campus do Recife, 310 vagas para os

cursos de Engenharia de Alimentos, Engenharia Civil, Engenharia Elétri-ca, Engenharia Eletrônica, Engenharia Mecânica, Engenharia de Minas, Engenharia Química e o recém-implantado Engenharia Naval. No entan-to, só poderá participar desta seleção quem fez o Enem no ano de 2010.

O edital da matricula foi publicado no dia 13 de junho no site da Covest (www.covest.com.br) e até o dia 25 deste mês, deverá ser divul-gado o listão com os nomes dos aprovados. As aulas começam no mês de agosto.

Contudo, para muitos alunos e professores, a pergunta é sempre a mesma: “Será que em 2011 o Enem finalmente vai dar certo?”. Em 2009, o vazamento do conteúdo das provas, antes mesmo do dia oficial do tes-

preparatiVos | Os estudantes Anderson Ferreira (esq.) , Roslem Nascimento e Hezequias Rocha

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opiNião | Para o professor Kilder Alves, a

metodologia adotada pelo Enem é válida. Porém,

as provas poderiam ser menos cansativas

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te, marcou negativamente o sistema de avaliação. E no ano passado, erros de impressão das provas e problemas na divulgação de notas e na página virtual do Exame fizeram com que 9,5 mil candidatos fossem prejudicados.

Para o professor de biologia, Kilder Alves, do cursinho pré-vestibular Vest PLUS, o grande mérito do Enem foi tirar do centro das atenções a avaliação mecânica dos conteúdos disciplinares, dando ênfase às compe-tências pessoais básicas desenvolvidas a partir dessas disciplinas. “Antes se dizia que as matérias escolares eram os meios para que, em última instância, saíssemos da escola sabendo ler, escrever e contar. O Enem atualizou tais expectativas, porém, a realidade da educação no Brasil é diferente”, analisou. “Mas o Exame precisa de uma estrutura de avaliação mais eficaz para que o estudante possa ser contemplado, porque o mo-delo atual adotado não é apenas uma prova de conhecimento, e sim de resistência”, completou o professor.

Já o estudante Hezequias Ferreira, 16 anos, que pretende prestar vestibular para Arquitetura, não acredita que o Enem possa medir o nível de conhecimento de ninguém, mas reconhece que é preciso se preparar para o dia da prova. “Nenhum tipo de avaliação mede o conhecimento de nenhuma pessoa e, hoje, só estou me preparando para o Enem por-que é pré-requisito e ajuda a somar pontos para conseguir uma vaga na UFPE, que é o meu objetivo”, afirmou o estudante do Colégio Americano Batista.

Questionada se os problemas envolvendo o Enem afetaram a cre-dibilidade da avaliação, a professora de história, Lana Portela, do colé-gio Americano Batista, foi incisiva na resposta. “Mesmo possuindo uma boa proposta inicial, a estrutura do Exame ainda é falha e infelizmente se adaptou aos problemas que foram acontecendo durantes todos esses anos, o que prejudica os estudantes que passam horas se preparando para obter um bom resultado no exame”, pontuou. “No entanto, de fato, o Ministério da Educação (MEC) tem que se reestruturar e fazer com que os estudantes voltem a se preparar com a mesma intensidade que eles se dedicam para as outras avaliações como o vestibular da Universidade de Pernambuco (UPE) - que não possui o Enem como pré-requisito”, disse a historiadora Lana Portela.

Entretanto, para muitos estudantes, o exame já perdeu toda a cre-dibilidade e faz parte apenas da maratona de avaliações que eles têm que cumprir ao término do ensino médio. É o caso da estudante Roslem Nascimento, 16 anos, que tem se preparado para conseguir uma vaga na UPE em Engenharia e não confia na metodologia aplicada nas provas. “O Enem é muito louco. Nunca vamos ter certeza, realmente, se estamos preparados para sermos avaliados pelo Exame porque nunca sabemos que surpresas serão oferecidas no dia da prova”, afirmou. “Mas, pelas provas anteriores, não acho que seja uma avaliação muito difícil para quem está estudando e realmente almeja alcançar uma vaga no ensino superior”, comenta a estudante.

Outro problema mencionado pelo professor de geografia, João Bar-bosa, é a pulverização das faculdades no Brasil. “Infelizmente o ensino

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enem | rEcordE

superior se tornou uma rede de caça-níquel no nosso país. Muitos deles aceitam o ENEM como única forma de avaliação, e os cursos não possuem mais um nivelamento, isto é, ao invés de elevarem o ní-vel dos vestibulares, algumas faculdades facilitam demais o ingresso dos alunos e acabam prejudican-do a formação dos futuros profissionais”, argumenta. Além disso, João Barbosa, ainda comenta que as melhores notas do Enem ainda são de alunos de escolas privadas e que o MEC precisa fazer uma reflexão sobre o Exame Nacional do Ensino Médio. “É um meio de excluir ou incluir? Eu penso que o Enem tem que existir, porém, seria interessante que eleelaborasse provas de acordo com a realidade educacional de cada estado”, conclui o professor do Colégio Americano Batista.

Sem eStreSSeMesmo com todos os problemas relatados acima, o jovem Anderson Ferreira, 17 anos, só pen-

sa em se preparar e conseguir os melhores resultados no Exame Nacional do Ensino Médio e nas avaliações a que irá se submeter no final do ano. “Eu não me importo com essas polêmicas. Sendo uma prova seletiva ou uma maratona, o que importa mesmo é que tenho um objetivo e tenho que alcançá-lo a qualquer custo”, afirma o estudante, que sonha com uma vaga em Engenharia Eletrônica.

E para alcançar seu objetivo, o jovem tem uma rotina muito bem planejada. Além de frequentar as aulas do 3ª ano, no Colégio Americano Batista, o estudante ainda dedica duas horas do seu dia para estudar os conteúdos da prova. “Vou para as aulas normalmente, presto atenção no conteúdo expli-cado dentro da sala de aula e, quando chego em casa, separo duas horas do meu dia para estudar”, explica o estudante, que é chamado de Obama - em referência ao presidente dos Estados Unidos da America - pelos alunos e professores da instituição onde estuda.

Mas quem pensa que a vida do estudante é só estudar está muito enganado. Ao ser questionado sobre quais as principais dicas para enfrentar a maratona que o Exame Nacional do Ensimo Médio exige, ele não mede palavras. “Viver a vida! Temos que estudar, porém, é importante conversar com os amigos, ir ao cinema e não se deixar cair na pressão que as provas exercem”, enfatizou o futuro engenheiro químico.

Serviço: Colégio Americano Batista – R. Dom Bosco, 1308, Boa Vista, Recife-PE. Fone: (81) 2122-5599www.americanobatista.com.br

professora | Lana Portela, do Colégio Americano Batista QuestioNameNto | João Barbosa indaga: “O Enem exclui ou inclui?”

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“tEnHo um objEtivo E quEro alcançá-lo a qualquEr custo”. andErson fErrEira .

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noVo vestiBulaR uPe

artigo | arnaldo mEndonça

quando a Universidade de Pernambuco – UPE lançou o Sistema Seriado de Avaliação – SSA, criou-se uma grande expectativa entre alunos,

professores e gestores pedagógicos das escolas particu-lares e públicas de Pernambuco.

Entretanto, concluído o primeiro ciclo do SSA com a realização das três fases, vários problemas foram veri-ficados, desde a fixação dos programas até a elaboração das questões e a publicação dos gabaritos oficiais.

O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Pernambuco – SINEPE, através da sua diretoria executi-va, procurou o Magnífico Reitor Carlos Calado e a Presi-dente da Comissão do Vestibular - CONUPE, professora Izabel Avelar, a fim de a colaborar com as possíveis mu-danças no modelo adotado.

A acolhida foi imediata e constituiu-se um grupo de trabalho, do qual fizemos parte, que reuniu-se periodi-camente com a CONUPE de dezembro de 2010 a maio de 2011, estudando e discutindo mudanças no SSA e no vestibular (“tradicional”).

Os encontros foram muito produtivos e o que se tem agora foi construído de forma coletiva e democrática entre a UPE, o SINEPE e a Secretaria Estadual de Edu-cação. Se o resultado não é o ideal, entendemos, entre-tanto, que houve um grande avanço na elaboração dos programas, na distribuição de questões por prova e no modelo de quesitos que será adotado.

A seguir, relacionamos as principais mudanças, com validade já para o concurso 2012 (realizado a partir de novembro/2011).

1. O SSA das 1ª e 2ª séries (1ª e 2ª fases) será reali-zado em dois dias, totalizando 90 questões, ver quadro abaixo:

Diretor Pedagógico do Colégio DOM, Diretor Executivo do SINEPE/PE e Presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Estadual de Educação de Pernambuco.

2. Os programas de cada componente curricular foram redistribuídos de forma bem mais lógica e equi-tativa ao longo dos três anos, valendo a partir do próxi-mo concurso para as três fases.

3. As questões de proposições múltiplas (dupla coluna V/F) foram abolidas, passando-se a adotar ape-nas questões de múltipla escolha (a, b, c, d, e). Assim, acaba o modelo de uma alternativa errada anular uma correta.

4. As 1ª e 2ª fases terão peso de 30% cada uma para o cômputo da Média Final, enquanto que a 3ª fase terá peso de 40%.

5. Apenas na 3ª fase (3ª série do Ensino Médio) será feita a opção pelo curso pretendido.

6. Será abolido o desvio padrão, adotando-se mé-dias absolutas, variando de 0,0 a 10,00. Assim, o(a) candidato(a) poderá avaliar com exatidão o seu rendi-mento em cada prova.

7. As provas da 3ª fase do SSA e do Vestibular (“tra-dicional”) serão únicas para todos, variando apenas os pesos das disciplinas nos diversos cursos (exemplo: não existirá Matemática I e Matemática II, Física I e Fí-sica II, etc.).

8. O percentual de vagas para o SSA permanecerá em 20% em 2012, mas há uma clara tendência da UPE em aumentar gradativamente esse índice.

Como se percebe, todas as mudanças defini-das proporcionarão melhores condições para os(as) candidatos(as) expressarem as competências e habili-dades construídas ao longo de sua formação na educa-ção básica. Agora é só estudar com afinco e comemorar a vitória.

Boa sorte!

1º dia Nº de questões 2º dia Nº de questões

Português 12 Química 10

Matemática 10 Biologia 10

Física 10 História 10

Língua Estrangeira 06 Geografia 10

Filosofia 06 Sociologia 06

Total 44 Total 46

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que empresa não precisa de um bom

gestor para conseguir se manter no mercado

disputado de hoje? os administradores são, cada dia, mais

valorizados, e o leque de opções de trabalho

para quem atua na área é bem extenso | mateus Lima

é horADe aDmiNistRaR

capa | administração

você sabe qual é o curso que mais forma pessoas no Brasil atualmente? Ponto para quem disse Adminis-tração. E não é por acaso: a área é conhecida por ser

bastante ampla, ou seja, os interessados nesta graduação contam com um enorme leque de atividades no mercado de trabalho e com inúmeras opções de emprego.

Após a revolução industrial, época na qual as orga-nizações de trabalho e as indústrias ganharam espaço na sociedade, os problemas relacionados ao modo como estas empresas deveriam ser conduzidas no mercado começa-ram a ser frequentes. Então, surgiu a necessidade de valo-rizar os profissionais que se colocavam à disposição para tentar solucionar as dificuldades que apareciam: os admi-nistradores.

O objetivo da graduação em Administração é transfor-mar os estudantes em verdadeiros gestores empresariais de instituições públicas; privadas; de pequeno, médio e grande porte; ou até de organizações sem fins lucrativos.

Hoje em dia, o curso está profundamente ligado aos conceitos de marketing. De uns tempos para cá, os especia-listas do setor vêm percebendo que as empresas acomo-dadas com a posição ocupada diante dos clientes acabam perdendo espaço para as concorrentes. A necessidade de se atualizar constantemente e de se preocupar em não cair na rotina é visível, e quem consegue pôr isso em prática cria uma boa imagem para si próprio e para o seu empre-endimento.

Para o bacharel alcançar o reconhecimento, é impres-cindível ter certos atributos que o ajudem nos momentos de exercer tarefas relevantes: primeiramente, a facilidade para

planejar negócios. Antes de realizar qualquer ação dentro da empresa, o profissional precisa ter a certeza de que aqui-lo foi, de fato, bem pensado, e deve sempre acompanhar as atividades desempenhadas dentro do seu ambiente de trabalho.

Um bom administrador não só está por dentro do cotidiano da empresa: ele precisa se arriscar mais. Sem dú-vida, os profissionais desta área correm perigo, pois, afinal de contas, definir quais serão os próximos passos de uma organização não é tarefa fácil. Os administradores são ver-dadeiros caçadores de tesouros e, para tanto, desenham mapas e planejam os passos. Portanto, todos aqueles que almejam uma vaga no curso de Administração ouvirão mui-to a palavra “meta”. Metas traçadas, com cautela e da me-lhor maneira possível, são os melhores instrumentos para transformar ideias em realidade.

Em segundo lugar, vem o poder de liderança. Ter a ha-bilidade de convencer outras pessoas de que a sua visão é a mais correta e promissora para a corporação na qual se está atuando é extremamente importante. A premissa é conven-cer a todos de que as suas ideias têm de ser exatamente iguais as dos colegas que compartilham o mesmo objetivo que você: o crescimento. Mas não acredite que os admi-nistradores são donos da verdade e que querem conven-cer seus colegas de trabalho à força: os bons profissionais compreendem que o crescimento se faz também através do diálogo e da troca de experiências.

Por último, vem o discernimento para comandar. De-pois de planejar bem os interesses do seu empreendimen-to, com as atribuições de cada funcionário estabelecidas de

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forma adequada, basta, literalmente, saber administrar as coisas e continuar no caminho correto. No ambiente tenso de uma empresa, por exemplo, alguém precisa dar as dire-trizes do trabalho, comandar a equipe em serviço e analisar os riscos do empreendimento – e não é fácil manter a cabe-ça fria para planejar os caminhos de uma organização. Por isso, o administrador é um profissional tão importante: ele mantém o controle da situação.

Em Pernambuco, existem 59 escolas de ensino su-perior oferecendo o curso de Administração. Porém, para o presidente do Conselho Regional de Administração de Pernambuco (Cra-PE), Robert Frederic, o número de alunos concluintes é incompatível com o de registrados na enti-dade. “Este tema é bem relevante. Em nosso campo, não acontece o mesmo que no de Direito, por exemplo. Imedia-tamente após ser aprovado nas provas exigidas pela Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, é decretado que o bacharel em Direito seja registrado. Estamos lutando para que os re-gistros autorizados por nós sejam valorizados.”

O presidente chama a atenção para uma questão im-portante: “Apesar de serem muitas as universidades que oferecem o curso de Adminstração, o Conselho Regional não deixa de fiscalizar nenhuma delas. O nosso compro-misso é, também, com a qualidade do ensino”, finaliza ele.

O ex-presidente do Cra-PE e atual representante per-nambucano no Conselho Federal de Administração - CFA, Joel Costa, concorda com Robert Frederic e ressalta: “Quem desempenha o papel de administrador sem ser devidamen-te registrado está cometendo crime. É ilegal. Se isso não é

permitido na Medicina ou na Engenharia, o mesmo serve para a Administração”.

O conselheiro completa: “Este assunto há de ser dis-cutido com mais frequência nos ambientes acadêmicos. Além da falta de conhecimento da população, determina-das agências optam por piorar a situação, contratando em-pregados não-registrados. Os empregadores se esquecem que o registro é a comprovação de que aquele contratado é qualificado para o cargo”.

Sendo assim, para quem pretende ingressar na área, fica o recado: depois de concretizar o sonho de colar grau, registre-se, respeite a sua profissão e siga os conselhos de quem já é bem experiente.

o inÍcio de um SonhoComo sabemos, são várias as ramificações da Admi-

nistração. Elas podem estar ligadas às áreas de finanças, produção, gestão de pessoas, de materiais, de sistemas de informação, entre outras. Apesar da enorme abrangên-cia, estes setores específicos não são considerados cursos separados, significando que cada um deles é abordado na própria graduação de Administração, servindo como tópi-cos a serem explorados e assimilados pelos estudantes. São partes de um todo.

O curso pertence ao campo das ciências humanas, ou seja, é uma disciplina que trata dos aspectos do homem na sociedade. No entanto, há algumas diferenciações se o compararmos com as demais graduações do âmbito (Jor-

experiêNCia | Robert Frederic (esq.) e Joel Costa dão conselhos aos jovens administradores

“dEsEmpEnHar o papEl dE administrador sEm tEr o rEgistro é crimE”. joEl costa .

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nalismo, Publicidade, Filosofia, etc.). Em geral, nos primeiros anos, são ensinados conteúdos relacionados à matemática, es-tatística e contabilidade. A partir do terceiro ano, entram ainda fundamentos de finanças e logística.

Com duração de quatro anos, o curso de Administração – também chamado de Gestão de Empresas – é realmente bastante complexo e exige dos alunos dedicação e determina-ção. De acordo com o coordenador da graduação de Adminis-tração da Faculdade Frassineti do Recife - Fafire, Aluísio Dias, mesmo com os muitos desafios propostos aos universitários, a procura pela Administração só tem aumentado nos últimos anos. “No vestibular 2011.1 da Fafire, a concorrência foi de qua-tro candidatos para uma vaga. A demanda é significativa.”

Ainda segundo o coordenador, é importante que as esco-las de ensino superior invistam em parcerias com instituições, para que os concluintes saiam da universidade com emprego garantido: “Aqui na Fafire, por exemplo, temos parcerias com 87 organizações de segmentos diversificados. Manter esse vín-culo direto com os empregadores é fundamental”.

Por fim, Aluísio chama a atenção para um ponto relevan-te. “Com a minha experiência, pude perceber que os adolescen-tes que saem do colégio sem saber, ao certo, a profissão que querem seguir acabam, na grande maioria das vezes, optando pela Administração. Em minha opinião, isso ocorre não só por causa da amplitude do curso, mas pelo cenário atual do mer-cado de trabalho. O Estado está crescendo e o espaço para os gestores está se expandindo.”

Agda Bandeira, 19, é aluna do 5º período de Administra-ção na Fafire e diz o porquê de ter resolvido atuar na área: “Me despertou para a possibilidade de exercer diferentes tarefas num único ramo. Não fico presa a uma limitada quantidade de funções”.

Hoje, a estudante se diz satisfeita diante da escolha. “Mi-nhas expectativas estão sendo superadas. Gosto do que faço. Estou feliz. Tenho a intenção de me especializar no setor es-tratégico, ou seja, ter a chance de lidar com todos os campos ligados à Administração.”

E falando em se especializar, Agda dá o seu recado: “Ago-ra, não basta ter apenas a conclusão da graduação. É preciso fazer mais, buscar ter o diferencial e tentar se aprofundar na-quilo que lhe agrada”.

Por sua vez, Alisson Vera Cruz, 20, está no 4º período de Administração da Fafire e corre atrás do aprofundamento. O ra-paz já fez um curso técnico de formação de administradores e quer se tornar gestor de pessoas. “Adoro me relacionar e estou me esforçando para obter qualificação.”

O jovem revela o que é necessário para alcançar o sonho de ser um profissional competente: “Sempre se atualizar e se manter a par dos acontecimentos no mundo. Também não po-demos nos esquecer de ser éticos. Caso contrário, será difícil chegar a algum lugar”.

Dentro da Fafire, Agda e Alisson participam da empresa júnior prestadora de serviços de consultoria nos segmentos de finanças, recursos humanos e acompanhamento em pes-quisas: a Projetos Consultoria Júnior. Os dois (a garota como presidente e o garoto como diretor de projetos) conseguiram

demaNda | Aluísio Dias garante que, na Fafire,

a procura pelo curso de Administração é grande

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4.573

De acordo com pesquisas divulgadas em abril deste ano, este é o total de pessoas físicas registradas nos conselhos regionais de Administração em todo o Brasil.

De acordo com pesquisas divulgadas em abril deste ano, este é o total de pessoas jurídicas registradas nos conselhos regionais de Administração em todo o Brasil.

Do total de universitários de todo o Brasil, este é o percentual que indica a quantidade de estudantes matriculados no curso de Administração.

Esta é a média anual de bacharéis formados em Administração em Pernambuco.

Segundo dados revelados em abril de 2011, este é o número de pessoas jurídicas registradas no conselho Regional de Administração de Pernambuco (cra-PE).

Segundo dados revelados em abril de 2011, este é o número de pessoas físicas registradas no conselho Regional de Administração de Pernambuco (cra-PE).

685

307.977

35.625

600

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Fonte: Conselho Regional de Administração de Pernambuco (Cra-PE) e Conselho Federal de Administração-CFA

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clientes importantes, como o Instituto Ricardo Brennand e a As-sociação Amigos Defensores dos Animais e do Meio Ambiente - Aadama.

Se serão bons administradores? Ainda não podemos ter cer-teza, mas uma coisa é certa: começaram com o pé direito.

de olho no futuroAdministração, o curso com maior número de graduados do

Brasil. Diante da informação, é inevitável o surgimento da seguinte pergunta: tem vaga de trabalho para todo mundo? A resposta é sim e vale, principalmente, para Pernambuco. No Estado, as opor-tunidades que surgem no mercado de trabalho seguem no mesmo ritmo do grande número de gestores em busca de um lugar ao sol.

Hoje em dia, além das já conhecidas graduações presenciais de bacharelado – aquelas onde os alunos precisam, durante quatro anos, se deslocar às instituições de ensino superior para assistir às aulas – cresce em ritmo acelerado a parcela de cursos técnicos (de duração de aproximadamente dois anos - essa modalidade de en-sino é, apesar de menos completa do que o bacharelado, bastante requisitada) e de graduações à distância, com os conteúdos sendo ministrados aos estudantes via correspondência ou por meio da internet.

Sendo assim, não restam dúvidas: o diploma se tornou bem acessível. Existe outro fator benéfico para os recém-concluintes: o bacharel não precisa, necessariamente, ser funcionário de determi-nada organização. Ele pode, muito bem, ser autônomo, ou seja, exercer suas funções por conta própria, passando de empregado a empregador.

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boa esCoLHa | Agda Bandeira e Alisson Vera Cruz elogiam a graduação de Administração

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Na verdade, os métodos educacionais utilizados de uns tempos para cá tornam esta opção realmente viável, pois os cursos modernos, diferentemente dos antigos e ultrapassados, focam assuntos voltados ao empreende-dorismo, ao marketing e até a sistemas de informação, aumentando a área de conhecimento dos universitários e expandindo o leque de possibilidades.

Porém, para quem prefere fazer parte de grandes corporações, o Porto de Suape é a alternativa ideal, prin-cipalmente nos setores de logística, produção e gestão de pessoas. A quantidade de investimentos e a instalação de empresas nacionais e internacionais no local só ten-dem a se intensificar.

De acordo com o diretor acadêmico e coordena-dor da graduação de Administração da Faculdade Santa Emília - Fase, Leônidas Albuquerque, é comum encontrar alunos que, antes mesmo de terminarem o curso, já se preparam para entrar numa especialização. “A competiti-vidade exige o diferencial. Os jovens parecem estar bem cientes disso. Melhor para eles.”

Leônidas afirma que, entre os estudantes forma-dos em outros campos acadêmicos, a procura por pós--graduações relacionadas à Administração também é significativa, provando que o segmento conquistou o seu espaço e está sendo considerado um ponto positivo no currículo, em todas as carreiras.

Segundo o diretor, em qualquer atividade o profis-sional deve ter, ao menos, simples noções de Administra-ção: “É imprescindível. Em nossa própria casa ou na so-ciedade, temos de ser gestores, pelo menos, razoáveis”.

Roberto Segundo, 19, está no 3º período de Admi-

nistração na Fase. O rapaz chegou a ingressar em Odon-tologia, mas acabou desistindo, pois viu que aquilo não o deixava, de fato, satisfeito. “Pesquisei sobre a Administra-ção e me senti atraído por ela. Pouco tempo depois, não pensei duas vezes: efetuei a minha matrícula.”

Decidido, o universitário fala da concorrência no mercado: “Ela existe. É inegável. Porém, tento me aper-feiçoar a cada dia. Não sou de me acomodar. Antes, por exemplo, eu não conseguia me relacionar muito facil-mente. Aos poucos, estou resolvendo a minha dificulda-de, a fim de competir de igual para igual com os meus concorrentes”.

Atualmente o jovem é estagiário de uma correto-ra de seguros do Recife. Embora possua algumas ca-racterísticas essenciais de um bom administrador, tais como perseverança, prazer no trabalho e dedicação, Roberto não perde a humildade e assegura: “Há um longo caminho pela frente”.

Serviço:Conselho Regional de Administração de Pernambuco (Cra-PE) – R. Marcionílio Pedrosa, 20, Casa Amarela, Recife-PE. Fone: (81) 3268-4441 ou (81) 3441-4196www.crape.com.brFaculdade Frassinetti do Recife (Fafire) – Av. Conde da Boa Vista, 921, Boa Vista, Recife-PE. Fone: (81) 2122-3500www.fafire.brFaculdade Santa Emília (Fase) – Av. Cruz Cabugá, 30, Santo Amaro, Recife-PE. Fone: (81) 3431-4433 ou (81) 3423-3556www.fasefaculdade.edu.br

“até Em nossas casas, tEmos dE sEr gEstorEs.” lEônidas albuquErquE .

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CoNHeCimeNto | Leônidas Albuquerque

(esq.) ensina o que sabe ao seu pupilo,

Roberto Segundo

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gErEnCiAr

taleNto De soBRa PaRa

Rodrigo solano e Jéssica vilaça. ele foi o segundo colocado do programa aprendiz universitário, em 2010. ela é a atual presidente da Federação de empresas Juniores-Pe. ambos têm um só objetivo: crescer profissionalmente. | mateus Lima

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Muitos jovens conseguem, de forma responsável e disciplinada, dar início a uma carreira profissional sólida sem perder o bom humor, a

espontaneidade e a capacidade de ser despojado. É o caso de Rodrigo Solano, 21. Já ouviu esse nome em algum lugar? Pois é, em 2010, ele foi um dos protagonistas do reality show “Aprendiz Universitário”.

No Aprendiz Universitário, 16 pessoas competiam entre si e encaravam provas e tarefas relacionadas a atividades que poderiam,

muito bem, ser enfrentadas num emprego qualquer. O problema é que a pressão era enorme e o tempo era curto. Portanto, se saiu me-

lhor quem teve sangue frio para pensar rápido e agir mais rápido ainda nos momentos de dificuldade. Rodrigo chegou à final, perdeu e, por

pouco, não garantiu o prêmio de R$ 1 milhão e uma vaga remunerada no Grupo Doria Associados, pertencente ao empresário e apresentador do programa, João Doria Júnior.

A derrota não desanimou o rapaz. Além de ter ido à África do Sul na última Copa do Mundo de futebol sem pagar nada – inclusive os ingres-sos de dois jogos do Brasil, que, de acordo com ele, foram inesquecíveis -, o segundo colocado do reality show teve direito à maior das gratificações:

experiência. Ao regressar da aventura, inúmeras propostas de trabalho

de instituições de diversos estados brasileiros surgiram. Após ficar um mês em São Paulo, optou por voltar para casa e rece-

beu o convite da Faculdade Maurício de Nassau para atuar como coordenador comercial, abraçando também as áreas de marketing e de assessoria de imprensa.

Hoje, Solano está feliz, exerce uma função que o deixa satisfeito e cursa o 6º período de Jornalismo na Maurício de

Nassau. Tão novo e já cheio de obrigações! Diante disto, o estudante reflete: “Algumas organizações têm medo de apostar em gente menos experiente e isso deveria acabar. Se eu não tivesse aparecido na televisão, talvez ninguém me oferecesse tantas oportunidades”.

O jovem decidiu dar palestras. Abordando o tema “A Sua Essência Para o Sucesso”, Rodrigo conversa com pessoas da várias idades e dá a fórmula para o sucesso que é, simplesmente, acreditar em si mesmo e saber se impor limites. “Sempre que menciono o assunto discutido nas minhas exposições, todo mundo pensa: ‘Agora, vamos finalmente desco-brir como podemos ser bem sucedidos’. Não é assim. O meu intuito é,

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apreNdiz uNiVersitário | Imagens de Rodrigo Solano nos bastidores do reality

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apenas, ajudar cada individuo a descobrir o seu modo de crescer. Somos diferentes, agimos diferentemente e temos gostos distintos. Ou seja, não existe um único jeito de obter êxito na profissão.”

Apesar do foco ser outro e, diga-se de passagem, bastante interessan-te, o que realmente causa curiosidade no público durante as palestras do futuro comunicador são as histórias vividas no espaço de tempo em que

esteve nas telinhas. “Não posso fugir disso. A plateia quer estar por dentro do que rolou enquanto as gravações aconteciam. Não nego: há casos

super engraçados para contar.”De fato, é verdade. A começar pela inscrição no reality. “Eu

costumava anotar tudo no celular, e as anotações eram espécies de lembretes, como coisas que eu deveria resolver no dia. Um belo dia,

gravei: ‘Me inscrever no Aprendiz Universitário’. Eu não levava tão a sério, mas não custava nada tentar. Quando dei por mim, já estava

classificado e arrumando as malas na maior correria. Para a minha mãe, a ficha demorou a cair. Já o meu pai, me apoiou bastante.”

Foi só o início da batalha. Em São Paulo, o rapaz pôde sentir que aquela empreitada não seria nada fácil. “Lá, a noção de tempo era es-tranha. Seis meses correram como se fossem 15 dias. A rotina era pe-sada, não havia momentos de descanso. Precisei até ficar sem comer, pois recebíamos determinada quantia por missão. Às vezes, eu não podia gastar o dinheiro com alimento, porque talvez fizesse falta lá na frente.”

Porém, há lembranças agradáveis. “Tive a chance de conhecer pessoas maravilhosas e fazer amizades duradouras. Em uma época

dessas, os participantes combinaram um encontro para bater papo e rir do passado. Nos falamos constantemente e nos divertimos, embora não estejamos tão próximos.”

Ao comentar sobre o futuro, Solano explica: “Não sei, exatamente, quais serão os desafios a partir de agora. Tenho apenas um objetivo na mente: ‘Nunca parar’. Quero continuar no ritmo atual. Acelerado.”

Quando questionado se gostaria de ter uma segunda chance no Aprendiz Universitário, o estudante revela com um sorriso no rosto e a ale-gria de sempre: “Se eu recebesse o chamado, com certeza eu não aceitaria. É cansativo demais. Quer dizer, aceitaria sim. Ah, então, tomara que não me chamem”.

fabricando talentoSO mundo da Administração é bem atraente e conquista também pes-

soas de outras áreas. Jéssica Vilaça, 20, por exemplo, é aluna do 7º período de Ciências Contábeis na Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, mas está totalmente ligada ao ramo de Gestão. Como?

Por um bom tempo, a jovem fez parte da empresa júnior com sede na UFPE (especificamente no Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA), chamada ACE Consultoria Júnior. A sigla “ACE” é proveniente dos serviços prestados pela firma, voltados à Administração, Contabilidade e Economia.

As empresas juniores estão sendo cada vez mais reconhecidas e valo-rizadas, ajudando os universitários a terem a vivência do que será encarado após a conclusão da graduação, se aproximando o máximo possível da rea-lidade dos profissionais formados.

Elas funcionam dentro das instituições de ensino superior, constitu-ídas apenas por estudantes e, é claro, supervisionadas pelos professores. A colaboração dos educadores serve para garantir que as coisas corram de maneira correta e para que dúvidas relacionadas aos trabalhos pedidos pelos clientes sejam logo esclarecidas.

Atualmente, Jéssica deixou de ser integrante da ACE Consultoria Jú-

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nior, pois ocupa o cargo de presidente da Federação de Empresas Juniores do Estado de Pernambuco – Fejepe. No momento, a Federação está tra-balhando na divulgação da importância da implantação de companhias juniores dentro dos ambientes acadêmicos. “Aceitei a vaga da presidência, porque eu quero ter uma visão sistêmica do mercado e ampliar meu ne-tworking.”

As eleições são efetuadas de maneira objetiva: cada agência júnior tem direito a um voto. Há ainda o conselho deliberativo, analisando, pon-derando e dizendo se determinado planejamento será ou não posto em prática. O conselho tem outra função fundamental: a de facilitar o contato entre a Fepeje e as organizações juniores.

A aluna explica, em números, a situação dos empreendimentos ju-niores no Brasil: “Estes movimentos ocupam espaços significativos no país. São cerca de 700 entidades juniores realizando, aproximadamente, dois mil projetos por ano e envolvendo 22 mil pessoas”.

Apesar da pouca idade, a garota chama a responsabilidade e apre-senta um ponto relevante: “Precisamos falar sobre esse assunto, para ele poder ser assimilado o quanto antes. Em Pernambuco, estamos passando por dias favoráveis e essa é a hora de veicular as corporações juniores em revistas, jornais ou quaisquer meios de comunicação de massa”.

De acordo com Jéssica, os clientes que buscam os serviços das fir-mas juniores só têm a ganhar: “O atendimento é de qualidade, o custo é baixo e há acompanhamento para garantir resultados satisfatórios e du-radouros”. A estudante enfatiza: “Não apenas na Administração há agre-miações juniores. Em todos os âmbitos acadêmicos, deve haver a mesma iniciativa”.

Após conhecer a menina prodígio, é inevitável o surgimento da se-

guinte pergunta: afinal, por que ela não optou por Administração e sim por Contabilidade? A resposta está na ponta da língua. “Sempre tive interesse pelo setor de Gestão. Escolhi o meu curso por dois motivos: primeiro, por-que nele lidamos com questões financeiras com maior frequência, e esse é o meu forte. Segundo, pelo fato de muita gente fazer Administração. O mercado no segmento fica concorrido e, consequentemente, as oportuni-dades vêm em menor quantidade.”

A universitária completa: “Eu poderia também ter decidido pela Eco-nomia. Porém, essa graduação tem teoria demais. Depois de me formar, penso numa especialização ligada à Administração”. A respeito de viagens ao exterior, não há dúvidas. “Não tenho a pretensão de sair do Brasil. Para mim, quem tem alguma aptidão profissional não tem a obrigação de exer-cê-la nos Estados Unidos, na Europa ou onde for. Por que não ajudar a sua terra natal a se desenvolver junto com você?”

Jéssica finaliza: “Só os jovens de hoje serão capazes de tornar o mun-do melhor amanhã. Costumo dizer que é necessário valorizar a si próprio, ainda que o lucro não seja a motivação principal. Investir em você mesmo talvez não te deixe mais rico, mas vai te deixar mais caro”.

Serviço:Site da Fejepe – www.fejepe.org.br

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Hoje, a educação superior tem sido ministrada sem o mínimo de investimento na didática do professor, que, em geral, é mestre ou doutor, e por isso se acha

bastante preparado para a função. Os títulos acadêmicos se tornam signos de prepotência e pouco medem o caráter do-cente de um estudioso. Mas, mesmo assim, muitos órgãos de educação do governo insistem em super valorizar a qua-lificação teórica dos professores universitários sem exigir dos mesmos uma preparação para a área de maior importância: a transmissão do conhecimento.

Sendo assim, grande parte dos professores dá aulas po-bres com pouca didática e com um nível de compreensão pou-co acessível aos alunos, comprovando a falta de domínio da arte de ensinar apesar do alto custo dessas aulas. Some-se a esse quadro o tempo de estudo que existe entre o doutorado e a graduação de um intelectual, levando-se em conta, inclusive, todas as mudanças ocorridas no período.

Esse tempo de dedicação aos livros parece improdutivo, no momento da aplicação das “provas”, quando o professor não cobre a matéria dada e as perguntas da avaliação não questionam o usual, mas vão a detalhes que não contribuem para a formação do aluno. Os quesitos dos exames do mes-trado ou do doutorado, que normalmente são extraídos de um ponto sorteado, fazem com que esses professores ajam na graduação de forma igual. Um fato que deve ser lembrado é que, na graduação, não são feitos exames de pós, mas sim avaliações que devem levar os alunos a construírem o conhe-cimento, baseados nas informações e nos diálogos estudados em sala de aula.

A solução para essas falhas é exigir dos mestres e dos doutores conhecimentos didáticos, que devem ser ensinados por pedagogos que dominam os conhecimentos de como me-

lhorar a interação entre os alunos e os professores. O ensino de hoje, pelo volume de informações necessárias ao formando, deve exigir, principalmente, a construção do saber, pois só as-sim o aluno, diante do seu futuro profissional, será capaz de acompanhar as rápidas mudanças que acontecem no dia a dia.

Outro fato que deve ser lembrado é que a grande maioria das escolas superiores tem adotado, para comple-mentação da carga horária, disciplinas à distância. Nesses casos, 1,5 horas de instrução via teleaula terá de ser com-pletada com 7 horas de dedicação, via satélite ou virtual, na execução de exercícios. Dessa forma, essas aulas tornam-se meras reproduções para todo o território nacional, pouco se cuidando das especificidades de cada região, inclusive, do vocabulário. Isso produz uma grande economia para as escolas e pouco aproveitamento para o aluno, que continua pagando o preço do ensino presencial por horas de aulas ministradas à distância. São os “grandes avanços” da edu-cação superior nos dias de hoje.

Todo esse caos, sentido junto aos profissionais mais jo-vens nas principais áreas do conhecimento, é consequência dessas mudanças sem fundamentação estabelecidas pelos comandantes da educação no Brasil. Assim, os educadores são tragados por empresários que podem bancar a cara edu-cação e, dessa forma, diversificar seus negócios. O Governo que via a educação como uma instituição diferenciada, inclu-sive exigia que as mantenedoras das escolas não tivessem fins econômicos, hoje, incentiva a mudança de seus estatutos para que tenham fins lucrativos e paguem mais impostos ainda ao Estado.

Infelizmente, esse será o legado para os nossos descen-dentes: grandes grupos econômicos utilizando a tecnologia comum, barateando seus custos e sucateando o saber!

artigo | wilson barrEto

Engenheiro, professor de Acústica Arquitetônica da Faculdade de Ciências Humanas - ESUDA. Blog: quimera-wilsonmar.blogspot.com

Como sEmPrE, o GoveRNo DaNDo uma De mestRe!

leia mais noportalfera.com.br

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educação | oportunidadE

Nos últimos anos, as políticas a favor do sistema de cotas e o incentivo dado pelo Governo às instituições de ensino superior – ies, para que as mesmas ofereçam cada vez mais espaço aos alunos de baixa renda, vêm se tornando comuns na sociedade. você é contra ou a favor? | mateus Lima

sim ou nÃoPaRa as Cotas?

que todo mundo tem o direito à educação, a gente sabe. No mercado de trabalho competitivo dos tempos mo-dernos, cada detalhe a favor da carreira profissional é

essencial. Quem teve a chance de frequentar boas escolas de en-sino básico, com professores capacitados, já tem pontos a favor no currículo.

Infelizmente, o Brasil e diversas nações subdesenvolvidas são profundamente marcados pelas desigualdades sociais e eco-nômicas. A renda é distribuída de forma desigual. Enquanto uns têm plenas condições de pagar para os filhos os serviços pres-tados por colégios particulares e bem estruturados, outros não podem, sequer, bancar o transporte até às escolas públicas que, algumas vezes, nem chegam a apresentar professores bem ha-bilitados para lecionar. Apesar deste drama social ser discutido

constantemente pela população, as soluções insistem em não aparecer.

Hoje, o ensino superior é o desejo de qualquer jovem, seja qual for a sua situação financeira. Porém, se o acesso ao pré-ves-tibular já é difícil, o caminho até a universidade se mostra tão complicado quanto.

Uma das maneiras de tentar sanar o problema, pelo menos em curto prazo, se deu através da criação do sistema de cotas. Em caráter objetivo, a medida governamental propõe às institui-ções educacionais públicas e privadas a reserva, dentro de seus domínios, de vagas a indivíduos de classes menos favorecidas. Seria uma atitude com o intuito de acelerar o processo integrati-vo, dando a oportunidade de conseguir um diploma para aqueles que, em tese, nunca conseguiriam, sozinhos, realizar o sonho de

superação | Ex-bolsista da Facipe, hoje Izabel Alves

é turismóloga e também policial militar concursada

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29 Revista Fera! | jun/ago | portalfera.com.brF!

ter um curso de nível superior. Em princípio, a renda familiar é o fator determinante para

saber se o candidato se encaixa ou não dentro dos critérios esta-belecidos para ser cotista. Se for comprovado que ele, realmente, não pode pagar a faculdade na qual pretende ingressar, o aluno entra em disputa por bolsas parciais ou integrais de estudo.

Depois, as fases burocráticas entram em cena. Negros, par-dos, índios e deficientes físicos também têm o direito de requi-sitar benefícios antes de fazerem as provas do vestibular. Cada universidade estabelece a quantidade das vagas destinada a estas pessoas e os documentos necessários para comprovar que o es-tudante se encaixa no perfil exigido.

Mas muitas polêmicas surgem em torno do sistema de cotas. O caso mais curioso ocorreu em 2007, na Universidade de Brasília-UNB. Desde 2004, a entidade disponibiliza 20% de suas vagas a candidatos que optam por concorrer às graduações por meio das cotas raciais, volta-das a negros, pardos e índios.

Então, dois gêmeos univitelinos (idênticos e fecundados por um só espermatozóide) resolveram se inscrever e, sendo o pai deles negro e a mãe branca, ambos declararam ser afro-descendentes. No entanto, ao ser divulgado o veredicto de confirmação dos dados, o inesperado aconteceu: a UNB definiu um como branco e o outro como negro. Um foi aceito no curso no qual se matriculou e o outro não. Confuso, não é?

As questões relacionadas ao preconceito entre raças são comuns. Os radicais chegam a afirmar que as cotas raciais seriam uma forma atra-

palhada de pagar a eterna dívida da sociedade perante os afro-descen-dentes, devido aos fatos históricos que envolvem a época da escravidão e que, desde então, ainda causam danos à população negra. Há quem diga, no entanto, que a manutenção das cotas raciais serve, apenas, para aumentar consideravelmente o preconceito ainda presente em alguns indivíduos. Com elas, a divisão das etnias seria não só mantida, mas incentivada.

A inspiração para o sistema de cotas raciais no Brasil veio dos Estados Unidos. Lá, a diferenciação entre brancos e negros sempre foi marcante e conhecida ao redor do mundo, sobretudo durante os anos 60, quando John Kennedy ocupava a presidência no país americano. A África do Sul também tem contribuição no processo de disseminação das cotas, assim como a Índia, que há 50 anos implantou a lei de benefício aos “dalits”, chamados de impuros ou intocáveis pelas demais castas indianas.

Por aqui, mesmo sob tantas reclamações, as cotas continuam ajudan-do muita gente a alcançar o desejo de ser graduado. Realmente, elas não vão acabar com as dificuldades da educação da nação. Porém, é preciso lembrar que as ações tomadas são consideradas “afirmativas”, ou seja, de caráter temporário e não-definitivo.

Pelo menos, é isso o que todos esperamos.

deu certoAlguns casos de cotistas ou bolsistas dão bem certo. Por um lado,

muita gente diz que quem não paga os estudos costuma não se esforçar

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o suficiente e acaba desmerecendo os benefícios recebidos. Por outro, existem pessoas que reconhecem a chance que lhes foi dada e mostram o porquê das bolsas cedidas à população de baixa renda serem tão im-portantes na sociedade.

Izabel Alves, 26, cursou Turismo, na Faculdade Integrada de Per-nambuco - Facipe, terminando a graduação em 2009, como bolsista integral. Ela teve acesso ao ensino superior de forma gratuita através do Programa Universidade para Todos - ProUni. Segundo a turismóloga, a oportunidade foi justa e necessária: “Sou totalmente a favor do auxílio prestado aos que não têm condições de bancar os estudos por conta própria”.

Segundo Izabel, só através da educação é possível tra-çar metas e concretizar projetos: “Atualmente, trabalho como supervisora de eventos numa produtora do Recife e sou poli-cial militar concursada. Não reclamo da rotina bastante movi-mentada, pois me esforcei para chegar onde cheguei”.

Já Bárbara Batista, 25, está no 1º período de Nutrição, na Faculdade Maurício de Nassau, e também ingressou na insti-tuição através do ProUni, como bolsista integral. “Cheguei a fazer até o 5º período de Jornalismo, mas essa, definitivamen-te, não era a minha área. Agora estou super satisfeita.”

Bárbara afirma: “Alguns indivíduos insistem em tratar os bolsistas de maneira preconceituosa. Eu, particularmente, nunca sofri isso na pele, mas acontece”. A futura nutricionista enfatiza: “As universidades deveriam se preocupar mais com as questões sociais, disponibilizando auxílio a quem necessi-ta. Precisamos de educação”.

Sonhos? Para a aluna, não restam dúvidas. “Ser uma boa profissional e ter sucesso na carreira que escolhi seguir.”

o prouniO Programa Universidade para Todos - ProUni tem o

objetivo principal de conceder bolsas de estudo integrais e parciais nos cursos de nível superior de instituições educa-cionais privadas.

Foi criado pelo Governo Federal em 2004 e oficializado pela Lei nº 11.096, em 13 de janeiro de 2005. Por sua vez, as faculdades que aderem ao ProUni têm direito à isenção de alguns tributos cobrados pelo Governo.

O Programa executa também ações conjuntas de incenti-vo à permanência dos alunos nas entidades de ensino, como o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior - Fies, que dá ao bolsista parcial a oportunidade de financiar até 100% das mensalidades não cobertas pelo ProUni.

Já foram atendidos, desde a criação do Programa até o processo seletivo do primeiro semestre de 2011, cerca de 863 mil candidatos, sendo 67% destes com bolsas integrais.

ServiçoFaculdade Integrada de Pernambuco (Facipe) – R. José Osório, 76, Madalena, Recife-PE. Fone: (81) 3073-8877www.facipe.edu.brFaculdade Maurício de Nassau (bloco B) – R. Guilherme Pinto, 400, Graças, Recife-PE. Fone: (81) 3413-4611 www.mauriciodenassau.edu.br

aCesso | Através do ProUni, Bárbara Batista conseguiu uma vaga na Maurício de Nassau

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Social | compromisso

o espaço Jovem, projeto do instituto JCPm , ajuda jovens a se capacitarem profissionalmente. através da educação, a atitude acende a esperança de que um futuro mais bonito é possível.| mateus Lima

inVEstindoem PessoasEm 1935, o varejista Pedro Paes Mendonça abriu a sua pri-

meira mercearia, em Sergipe. Tempos depois, os negócios se expandiram e o pequeno mercadinho se transformou

numa grande empresa. O filho primogênito de Pedro, João Carlos Paes Mendonça, de tanto ver o pai trabalhando, acabou apren-dendo a lidar com o campo da gestão.

Em 2000, João Carlos fundou o Grupo JCPM, uma das maio-res redes organizacionais do Brasil. Desde então, o Grupo está engajado nas áreas de imobiliária, de comunicação e de shopping centers. Porém, não fica só por aí. Há também importantes obras de cunho beneficente. Em 1989, foi criada a Fundação Pedro Paes Mendonça - FPPM. E em 2006, foi a vez do nascimento do Insti-tuto JCPM de Compromisso Social - IJCPM.

Em Sergipe, na Bahia e em Pernambuco, a rede JCPM se mostra comprometida com o desenvolvimento e a geração de oportunidades. Em Sergipe, através da FPPM, instalada na Serra

do Machado, situada no município de Ribeirópolis, a população tem a chance de ter o contato com projetos ligados à saúde, auxí-lio aos idosos, cultura, lazer e geração de renda. Na Bahia, o Sal-vador Shopping apoia a creche Conceição de Macêdo, da comu-nidade Pernambuês, assistindo crianças portadoras do vírus HIV.

Já em Pernambuco, especificamente no Recife, o IJCPM im-plantou, nos arredores dos principais shopping centers da capital, o Instituto Shopping Recife, na comunidade de Entra Apulso, em Boa Viagem; o Tacaruna Social, em Santo Amaro; e o Instituto Peró Shopping Guararapes, no município de Jaboatão dos Gua-rarapes.

O primeiro visa à empregabilidade e prepara, por ano, 1.500 adolescentes e adultos, dando-lhes condições para ingressar no mercado de trabalho. A segunda fundação capacita 400 jovens, anualmente, para operarem no mercado. Por fim, o terceiro e úl-timo, habilita, por ano, 3.600 crianças e adolescentes para exerce-

satisfação | Os atendidos pelo Espaço Jovem na sede do programa

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CoNCeNtração | Estudantes assistidos

pelo projeto nas aulas do pré-vestibular

rem funções profissionais.Há ainda o programa Espaço Jovem Rumo ao Futuro, situa-

do em Brasília Teimosa, no Pina. No Espaço Jovem, o foco é dado a quatro carros-chefe: empregabilidade, cidadania, empreendedo-rismo e educação para negócios. Atendendo jovens de 16 a 24 anos, a ação dá a muita gente oportunidades de subir na vida.

É o que conta a diretora de Desenvolvimento Social do Gru-po JCPM, Lúcia Pontes. “No início, em 2006, demos auxílio a 600 pessoas. Atualmente, a média anual é de 900 jovens sendo aju-dados.”

Para a diretora, as obras incluídas no projeto são pensadas de acordo com a realidade local: “Como fica em Boa Viagem, zona

sul da cidade e setor de bastante movimento de turistas, procura-mos ensinar a forma ideal de lidar com a demanda de clientes que vêm a Pernambuco e precisam ser bem recebidos”.

Lúcia completa: “Temos a intenção e estamos planejando difundir o Espaço Jovem em outros estados. Queremos multipli-car a nossa atuação”. Para a coordenadora de Projetos Sociais do IJCPM, Juliana Martorelli, uma das preocupações é elevar o nível de escolaridade. “Oferecemos, em parceria com o Colégio Moti-vo, cursos de pré-vestibular, para eles competirem de igual para igual nas provas de seleção das universidades.”

A coordenadora explica o que se deve fazer para ser um dos assistidos pelo programa: “Há o período de inscrições. Após essa

CoordeNação | Juliana Martorelli é uma das responsáveis pelo Espaço Jovem

expaNsão | Lúcia Pontes afirma que mais unidades do Espaço Jovem serão implantadas

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Leitura | Na biblioteca, alunos não perdem tempo e se rendem aos livros

fase, aplicamos testes básicos de português e matemática. Quem se sai melhor, está apto a frequentar a unidade de ensino. Infeliz-mente, nem todos podem ficar aqui conosco. Por ano, são 120 inscritos e 30 vagas dosponibilizadas”.

Juliana afirma que o índice de desistência é mínimo, mas existe. “Às vezes, não temos como travar brigas com as ofertas externas. É complicado competir com as atividades temporárias remuneradas que aparecem.”

Quem não sai do Espaço Jovem de jeito nenhum é Jefferson Luís, 21. Para o rapaz, garantir um bom futuro é essencial. “Me esforço para conseguir realizar os meus objetivos. Vou prestar vestibular para Ciências Contábeis e tentar ser aprovado em algum concurso militar. Os da Escola Preparatória de Cadetes do Exército - EsPCEx, da Escola de Sargento das Armas - ESA ou do Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA, por exemplo.”

Fabiane Emmanuele, 18, é outra que não abre mão de continuar no ca-minho certo. “Sonho em ser médica e, para isso, preciso me superar a cada dia.” A garota revela que, em casa, a família confia no seu potencial: “Minha mãe me dá muita força, me incentiva mesmo. Ela acredita em mim e, assim, eu me sinto confiante”.

Lucas de Souza, 19, é o mais extrovertido da turma. Porém, na hora de ser sério, prova saber separar bem os momentos de aprendizagem dos momentos de brincadeira. “Vou lutar para ingressar na graduação de Enge-nharia da Computação. Estou pronto para alcançar esta meta. As disciplinas que tenho facilidade são matemática e física.” O estudante cita um caso de sucesso: “Tenho um amigo que era do Espaço Jovem e agora está trabalhan-do na construção do shopping RioMar. Recentemente, foi até promovido”.

Se vai dar tudo certo? Os três respondem sem titubear: “Vai. Com cer-teza, vai!”.

ServiçoInstituto JCPM de Compromisso Social – Av. Engenheiro Antô-nio de Góes, 60, 20º andar, Pina, Recife-PE. Fone: (81)2127-2027Espaço Jovem Rumo ao Futuro – R. Bem-Te-Vi, 51, Brasília Tei-mosa, Recife-PE. Fone: (81) 3327-0365 ou (81) 3328-4125espacojovemijcpm.blogspot.com

Social | compromisso

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objetiVo | Lucas de

Souza quer cursar

Engenharia da Computação

apoio | A mãe de Fabiane Emanuelle dá força para que ela continue estudando

CoNCursos | Jefferson Luís

pretende seguir carreira militar FO

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Sétima arte | silvana marpoara

só agora cheguei a conclusão de que cinema é mes-mo igual à comida. Existe comida boa e comida ruim, comida bem feita e comida mal feita, comida

que utiliza bons ingredientes e que também é conduzida por grandes chefs, enquanto tem gente que insiste em juntar qualquer coisa numa panela acreditando ser mes-tre cuca. Desde o surgimento do cinema que a comida está presente dentro das salas de exibição. Afinal, as car-rocinhas de pipoca e as balas mentoladas sempre esti-veram ali, na porta dos antigos cinemas de rua, e ainda hoje são grandes companhias para uma sessão, mesmo nos multiplex.

Eu, particularmente, adoro uma pipoca, e nem adianta tentar fazer em casa que não fica a mesma coisa. Mas sempre que vejo um filme em casa aca-bo fazendo uma pipoquinha só para dar o clima do cinema. Tem gente que prefe-re não comer nada e só se concentra no filme. Enquanto isso... Algumas pessoas comem mais do que pi-poca: já vi gente entrar na sala de exibição com sacolas imensas de guloseimas, outros com lan-ches de fast foods, mas o mais impressionante mesmo foi ver, bem perto de mim, uma criatura que abriu - sem o menor constran-gimento – um tapeware cheio de macarrão. Um verdadeiro absurdo que chamou toda a minha atenção para longe da tela, pois comecei a admirar a cena da mulher entre um fio e outro de macar-rão e o molho. OK, às vezes os personagens dos filmes aparecem comendo coisas absurdas na tela sem que te-nha qualquer contexto com o filme, mas assim foi demais!

Porém, essa não é a única referência gastronômica envolvendo a arte cinematográfica. Quem já não saiu do cinema com uma vontade imensa de comer alguma coi-sa? Cinema e jantar parecem ser a programação perfeita entre os casais, amigos e muitos dos que querem prolon-gar a conversa após o filme. Dia desses fui ao cinema com meu namorado.Não lembro quase nada sobre o filme, só que era muito ruim. Mesmo assim, saímos dispostos a comer alguma coisa que tivesse a ver com o que tínha-

Jornalista, produtora cultural, professora universitária, mestra e aluna do doutorado em educação da UFPE. [email protected]

cinema & comida uma dupla quase perfeita!

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mos visto na telona e fomos parar num restaurantezinho horrível na beira mar. O cenário era decadente, o atendi-mento péssimo, a frequência pior ainda e a comida uma negação: um founde com uma carne dura e uns molhos tão coloridos que mais pareciam tinta guache. Nada na-quele lugar se salvava, ou melhor, tudo aquilo parecia um cenário perfeito para um “filme b”. Mas, apesar de tan-tas desgraças juntas numa mesma ocasião, chegamos à conclusão de que a comida tinha tudo a ver com o filme, e rimos muito.

Talvez as maiores referências, ainda falando sobre cinema e comida, sejam os filmes que abordam a gas-tronomia no seu roteiro. Como esquecer “A Festa de Babette” e seu delicioso banquete de encher os olhos?

Ou ainda o quase prazer sensorial de “Como Água para Chocolate”? O

passeio pela arte dos vinhos em “Sideways” e também o con-vite aos bastidores de uma vida de chef de cuisine em “Simplesmente Marta”? Isso sem falar nas inúme-

ras imagens sobre comida e gastronomia em filmes como

“Ratatoiulle”, “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, “Comer Be-

ber e Viver”, “Vatel”, “Casamento Grego”, “Volver”, “Estômago” e tan-

tos outros filmes. Toda essa inspiração nos leva a arriscar, alguma vez na vida,

as receitas dos filmes que gostamos. Certa vez queria impressionar um grupo de amigos e usei o cinema como tema do encontro. Usei um livro que ganhei na época: “O cinema Vai à Mesa”, do crítico de cinema Rubens Ewald Filho, e foi um sucesso!

E depois de toda essa conversa sobre cinema e comida estou aqui louca para pensar num menu para a próxima refeição. Ops, sessão de cinema. Pois, além dessa íntima ligação entre essas duas necessidades humanas (cultura e alimentação), o cinema e a comida tem mais uma coisa em comum: elas são verdadeiras artes e, como tal, não podem ser separadas. Assim, que venham filmes e quitutes sempre!

Silvana Marpoara é jornalista, professora universi-tária e gourmet nas horas vagas. F!

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3 steps for success: intercâmbio e o tripé da chegada, rotina e despedida

intercÂmbio | marina motta

morar no exterior é sempre uma decisão interes-sante e corajosa. Porém, enquanto algumas pessoas se adaptam facilmente a esta nova

vida, outras podem passar por um tripé de fases bastan-te comuns a muitos intercambistas independentemente do lugar de destino. Pensando nisso, seguem aqui as três fases marcantes da vivência Internacional:

1 – As primeiras semanas: tão logo chegamos ao exterior, tudo é emocionante, agitado, novo e desconhe-cido. E, é neste momento que começamos a conhecer o transporte público local, os melhores caminhos para a escola ou trabalho, seja de ônibus, metrô, bicicleta, etc. Durante os primeiros dias, quando você provavelmente estará ainda um pouco perdido, com certeza já fará suas primeiras amizades e, superadas todas essas primeiras dificuldades, você finalmente entrará em uma rotina.

2 – A rotina: passado um tempo, tudo fica menos agitado, mas isso não quer dizer menos divertido ou menos emocionante. Agora já se sabe como encurtar os caminhos, sobra tempo para comprar um pão na pada-ria preferida sem a preocupação de chegar atrasado na aula. Os melhores bares e baladas são descobertos, os encontros para práticas de esportes já fazem parte do dia a dia e já se sabe onde encontrar as informações so-bre teatro, cinema e shows. Tem-se também, finalmente, tempo para se concentrar nos estudos. Claro que com a rotina acaba sobrando mais tempo para sentir saudade da família, dos amigos do seu país. Porém, com a ajuda de amigos e colegas, se supera isso e outras adversida-des.

3 – Despedida: muitas vezes, o final desse período acaba mais rápido do que o esperado. O tempo voa. E o momento é de refletir, mais uma vez, sobre tudo o que se passou. O que aprendeu no tempo em que fez o curso, estudou ou trabalhou. Muitas amizades, algumas permanecerão para toda a vida, outras talvez não. Che-gou o momento de se preocupar com aspectos burocrá-ticos como o diploma e a viagem de volta. Finalmente, chegou o momento da despedida. As malas estão feitas e você está pronto para regressar ao Brasil. Às vezes, a despedida é fácil; às vezes não é – os sentimentos se misturam muito nesse momento. A dor da despedida é compensada pela alegria antecipada de voltar a ver a família e os amigos logo.

Mesmo passando por fases distintas e momentos felizes, tristes, divertidos, difíceis etc., ao longo da per-manência no exterior, às vezes, você pensará: “Eu desis-to! Quero voltar pra casa!”, mas uma voz interior que sabe que vale a pena esperar, lhe convence a seguir em frente porque, no fundo, você já sabe que a experiência obtida no exterior recompensa todas as fases difíceis e a saudade que aperta de vez em quando….

Além disso, uma estadia no exterior valoriza o cur-rículo, abre portas para novas oportunidades profissio-nais, e permite que você conheça novas culturas, amplie vivências e faça novas amizades. Enfim, várias novas oportunidades podem surgir no embalo de uma vivên-cia internacional.

E, às vezes, mais do que de repente, logo depois de ter voltado para casa e de ter se readaptado a sua rotina no Brasil, você já começa a pensar novamente em viajar: Por que será?!

Acho que porque parece que quando somos “mor-didos por estes bichinhos da viagem e da curiosidade” é mesmo difícil não querer vivenciar tudo isto de novo.

Aí, é pensar que você ainda é jovem, a vida é longa e terão outros intercâmbios, outras experiências, dificul-dades e alegrias que, novamente, deixarão aquele gosti-nho de quero mais…

Bjs e até a próxima viagem!

Internacionalista, Administradora de Empresas e Gerente de Intercâmbio do STB (Student Travel Bureau) em Recife. Com a bagagem de 11 Intercâmbios realizados na Inglaterra, EUA, Austrália, França, Canadá e Alemanha, Marina é autora do livro: Intercâmbio de A a Z (www.intercambioaz.com.br)

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RetuiteTwitter em Português do BrasilAgora você já pode usar o Twitter no seu idioma, o português do Brasil. A configuração é bem simples: entre na página twitter.com – Settings > Account > Language, e mude o idioma. Esta novidade é resultado de três dias de traduções realizadas pelo site. Foi a tradução mais rápida que o Twitter já ofereceu. Além do site oficial, o mobile.twitter.com e o aplicativo do Twitter para Android também já receberam a tradução. Em breve outros aplicativos também receberão a opção de linguagem. Você tam-bém já pode começar a usar os comandos de SMS em português. As respostas são suportadas pelas operadoras Nextel e TIM. Em caso de dúvidas siga @twitter_pt e @ajuda.

eu CuRtiO botão “DisLike” para o Facebook é falsoCuidado com os aplicativos que aparecem na internet prometendo mundos e fundos, quando na verdade são apenas um programa que rouba informações dos usuários e não cumprem o que prometeram. A novidade que apareceu na in-ternet, na última semana foi o botão “DisLike”, o contrário do já conhecido “Like” (curtir), que prometeria ser usado quando um usuário não gostasse do status de seus amigos. O aplicativo na verdade roubava o e-mail e as senhas dos usuários. O Facebook se manifestou dizendo que irá tomar providências para impedir a instalação do “DisLike”.

ao vivoO Youtube irá disponibilizar canal para transmitir os jo-gos da Copa AméricaQuer assistir os jogos da Copa América no conforto do seu com-putador, iPad ou Smartphone? O Youtube vai disponibilizar um canal especialmente para satisfazer essa sua necessidade, podendo ser assistido de qualquer lugar, diretamente da página oficial. Os jogos acontecem entre os dias 1 e 24 de julho e poderão ser assistidos pelo endereço youtube.com/copaamerica. O serviço con-tará com narradores e comentaristas próprios do site. Além de assistir online, você também terá acesso a compactos que trarão o resumão do jogo, com os melhores lances. Os conteúdos das edições passadas já estão disponíveis na página.

conectado | luciana rodriguEs

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aPliCativos Do mês

iPhoNeBoliche Medieval - Para quem gosta de Angry Birds, brasileiros criaram esse game que é bem semelhante ao origi-

nal. O objetivo é manipular uma bola de canhão e tentar derrubar pinos de boliche que estão escon-didos atrás de colunas de madeira ou alicerces de concreto. E aí, você consegue? | App Grátis

Finance Mobile - Gosta de controlar suas finanças e quer mantê-las mais perto ainda de você? Este aplicativo serve para você anotar todos

os gastos do dia e dessa forma ficar sempre alerta quando estiver passando da conta. O aplicativo oferece também a opção de controlar seu salário para que você não fique no vermelho. Vale a pena fazer o teste! | App Grátis

aNDRoiDEndomondo - Se você gosta de se exerci-tar este é o aplicativo perfeito, uma for-ma simples e prática de monitorar suas

corridas. Você tem como saber a evolução de seus exercícios. O aplicativo possui integração com as re-des sociais, onde você pode convidar amigos para treinar junto com você. | App Grátis

Photoshop Express - Quem disse que você não pode editar suas fotos pelo seu celu-lar? Com este aplicativo você poderá fazer pequenos ajustes

como cortar, girar, corrigir a cor e aplicar pequenos efeitos. O aplicativo é integrado ao Facebook e Twitpic, permitindo que você poste logo em seguida suas imagens. | App Grátis

BlaCkBeRRyHangman - Gosta de brincar de forca? Agora você pode baixar esse aplicativo e brincar com seus amigos pelo celular. O

objetivo é escolher as letras da palavra mostrada até acertá-la. Enquanto isso, a cada erro, o aplicati-vo vai montado o boneco e, caso você não acerte, ele é enforcado. | App Grátis

Shazam - Se você é daquelas pessoas que são péssimas em guardar o nome de uma música, ou demora para lembrar quem está cantando, o aplicati-

vo Shazam resolve esse problema pra você. Basta executá-lo perto de onde está tocando a música e ele te dá todos os dados. | App Grátis.

Luciana Rodrigues é webdesigner, fotógrafa, editora do jornalespalhafato.com e analista de mídias sociais do Portal Fera!.

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rodapé | dolorEs orangE

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Revisora de textos da Revista Fera!e-mail: [email protected]

definitivamente, há muitas pessoas com medo da escrita. Papel em branco, caneta ou a tela de um computador são verdadeiros bichos-papões. E assim, na hora do “vamos

ver”, um branco eterno paira sobre a mente e imobiliza as mãos. “Não consigo escrever, porque eu sempre travo, ou no início ou no final do texto”, me confessam vários alunos. Pior, esses alunos desistem de escrever! Gente, a escrita não é uma Medusa, que, quando a encaramos, nos transforma em pedra: se existe um pro-blema aí, é preciso resolvê-lo.

Para boa parte desses “medrosos”, o grande entrave é que eles acreditam em uma espécie de “macumba” da escrita: sem se prepararem de antemão, sem leituras e sem informações sufi-cientes sobre o tema, os alunos esperam que uma inspiração di-vina incorpore na mente deles. Mas, queridos, a folha em branco da redação não é terreiro de macumba! Não adianta espernear, bater os pés no chão e olhar para o teto, pois espírito nenhum irá “baixar” na hora em que você for obrigado a escrever. Só há dois santos para os quais apelar: a sua mente e a sua bagagem de leituras. O famoso “branco” que engole os estudantes durante a elaboração de um texto, muitas vezes, é filho da falta de argumen-tos sólidos sobre o tema.

Solução? Ler, ler e ler muito. Não adianta: o estudante que não se atualiza em relação aos fatos do mundo, sejam políticos, econômicos, ambientais ou de direitos humanos, por exemplo, se torna incapaz de escrever bem, porque não tem “instrumentos” para defender seu pensamento. Mas calma: ainda há tempo para não sofrer com isso! Enquanto o dia da prova não chega, restam inúmeras oportunidades para se dedicar à leitura de jornais, livros e revistas que possam servir como terreno fértil onde o estudante colherá seus argumentos e formará uma opinião sólida sobre os mais diversos assuntos.

Se você é um leitor convicto e, mesmo assim, vez ou ou-tra, esbarra no branco maldito, preste atenção, pois você pode se encaixar entre aqueles que pecam porque tem pressa. E como diz o ditado popular: “quem tem pressa come cru”. Os candida-tos que se apressam para começar a escrever, em geral, correm o risco de se perderem no meio do texto sem saber como levar

adiante os argumentos que colocaram na introdução. É o famoso “branco desesperador”. E muitos são os estudantes que realmen-te se descabelam nessa hora. Mas, gente, não é preciso perder os cabelos! Na grande maioria das vezes, as pessoas que sofreram desse lapso não fizeram um plano de ação e acabaram perdidos na desorganização das ideias. Por isso, eu sempre digo: casa ba-gunçada só dá dor de cabeça.

Como antídoto ao “branco desesperador”, sistematize seu pensamento. Uma vez diante do tema, determine um tempo, tipo dez minutos, para apenas refletir sobre o assunto, anotando todas as ideias que aparecerem na sua mente, sem censura. De-pois, selecione aquelas ideias sobre as quais você mais sabe falar e organize um plano. Por exemplo, se o tema é Educação e você tem três argumentos interessantes para apresentar, coloque-os em “confronto” para saber se as ideias funcionam juntas e se é possível relacioná-las. Uma boa redação sempre está “amarradi-nha”, ou seja, uma ideia remete à outra construindo uma teia de argumentação. Não se esqueça disso!

Escolhida as ideias com as quais você trabalhará, determi-ne a ordem na qual elas aparecerão no texto e como você exata-mente as relacionará no desenrolar da escrita. E lembre-se: esses “detalhes” precisam ser decididos antes de você partir para o ras-cunho. Se expressar bem, tanto na fala quanto na escrita, exige ordenação, por isso é fundamental compreender que a página em branco da redação não deve ser um laboratório no qual se vai testando as ideias umas com as outras até encontrar a combina-ção perfeita. Um plano de ação ajuda a economizar tempo e evita dores de cabeça!

Quem tem medo da escrita precisa deitar no divã da paciên-cia e analisar bem as reais causas do problema. Se eu fosse uma “terapeuta do texto”, praticamente só daria dois diagnósticos: “a causa maior do seu trauma ou é falta de informação ou é pressa e desorganização das ideias”. Gente, escrever pode sim ser um pra-zer desmedido e, como quase todos os objetos de desejo, há al-guns mistérios em volta da escrita, mas eles não são indecifráveis. Você só precisa saber quais medidas tomar para abrir a porta!

divã da escrita

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