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PREÇO PARA ESTUDANTE R$ 2,00 leia mais no portalfera.com.br PROCURAM-SE ENGENHEIROS EM PERNAMBUCO, A BUSCA POR PROFISSIONAIS CAPACITADOS DO SETOR DE ENGENHARIA VEM AUMENTANDO CONSIDERAVELMENTE. PARA OS JOVENS QUE Já ESTãO E PARA AQUELES QUE PENSAM EM INGRESSAR NA áREA, O FUTURO PARECE SER BASTANTE PROMISSOR ANO 03 Nº 10 – FEV/MAR 2011 ENGENHARIA DE PRODUÇÃO | Jaqueline Santos, cursando o 8º período, tem um futuro garantido em Pernambuco

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Revista Fera! 10

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preço para estudante

R$ 2,00

leia mais noportalfera.com.br

procuram-se engenheiros

em Pernambuco, a busca Por Profissionais caPacitados do setor de engenharia vem aumentando consideravelmente. Para os jovens que já estão e Para aqueles que Pensam em ingressar na área, o futuro Parece ser bastante Promissor

ano 03 nº 10 – fev/mar 2011

engenharia de produção | Jaqueline Santos, cursando o 8º período, tem um futuro garantido em Pernambuco

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Estreamos, como quem não quer nada, em agosto de 2009. A Revista Fera! era fininha e trazia estampado na capa “Jovens e Empreendedores”. Eram quatro universitários – eu, inclusive, estava lá e nem fazia ideia de que aquele seria o início de uma longa história na equipe Fera!. Ali, tudo começou.

Logo na segunda publicação, percebemos estar no rumo certo. O título dado ao conteúdo principal combi-nava, exatamente, com o momento vivido: “Bons Ventos Sopram a Favor”. Graças ao desenvolvimento do Porto de Suape, Pernambuco apontava sinais de crescimento, e nós pegamos o embalo. No terceiro exemplar - “O Mar Está pra Peixe” -, ressaltamos novamente os tempos de ascensão presenciados no Estado. O turismo foi a bola da vez.

Entramos em 2010 com o pé direito, conversando so-bre o mercado cinematográfico local. “And the Oscar Goes To” foram as palavras usadas para chamar você, leitor, para um mundo repleto de novidades: o mundo Fera!. Em nossa 5ª edição, Camila Coutinho esclareceu o motivo de seu su-cesso: ela entende muito de moda. Abordamos, no texto de destaque, “O Curso que tá na Moda”.

Então, surge mais um personagem cheio de poten-cial: Lucas Cordeiro, a promessa de chef que agora já virou realidade. A capa identificou bem quem prova as delícias

preparadas por ele: “Fisgado pelo Paladar”. No número seguinte da Revista Fera! – o 7º, diga-se de passagem – apresentamos duas figuras do ramo da tecnologia: Marcel Calbusch e Jorge Falcão mostraram ao público a “Diversão Levada a Sério”.

Partindo para o âmbito da saúde, tiramos as dúvidas dos estudantes em relação à área de Medicina. Afinal, o que é preciso fazer para se tornar médico? O exemplar contendo no título “Jovens e Médicos” respondeu, de forma leve e descontraída, a esta e a outras perguntas. Para fechar 2010 com chave de ouro, intercâmbio foi o assunto a ser discuti-do. Em nossa publicação, a frase “O Próximo é Você” veio acompanhada das fotos de três empolgados intercambistas: o colombiano Sergio Janio e os recifenses Fábio Jackel e Renata Mindello.

Na verdade, fizemos esta retrospectiva para lembrar que estamos na 10º edição da Revista Fera!. O Carnaval passou e, em 2011, viremos com matérias quentinhas, novo design gráfico e um montão de surpresas. Projetos como a TV Fera! estão em fase de amadurecimento e os jovens não perdem por esperar. Que esse ano, assim como esta e as próximas revistas Fera!, seja nota 10 para todos nós.

Boa leitura!

Revista Fera!

Diretoria Executiva – Ira Oliveira e Sandra PaivaEditor de Artes – Ira Oliveira / [email protected] Comercial – Sandra Paiva / [email protected]órteres – Mateus Lima / [email protected] Lima – [email protected]ção – Ira Oliveira e Eduardo Souza (estagiário)Revisão – Dolores [email protected] Depto. Administrativo – Fernanda EsterColaboradores – Fotos: Fabíola Melo. Colunas: Dolores Orange, Luciano Gouveia, Marina Motta e Silvana Marpoara.Artigos: Wilson Barreto e Daniel AlvesFoto da capa: Eudes SantanaPara anunciar – Rede3 Mídia81 3031.0968Sandra Paiva - 81 9291.4325e-mail: [email protected] – Exemplares

Publicada pela Rede3 Mídia - Rua Estevão Oliveira, 75 - Santo Amaro - Recife/PE - CEP 50050-160

Os textos publicados na Revista Fera! não expressam necessariamente a nossa opinião.

expediente

editorial

Índice

a revista Fera! é 10

Mateus Lima

08 – RELIGIÃO nas EsCOLas13 – aRTIGO: danIEL aLvEs14 – COLUna InTERCÂMBIO16 – TaLEnTO PRECOCE17 – EsPECIaL FaCOTTUR18 – CaPa: EnGEnHaRIa25 – ITa E IME29 – aRTIGO: WILsOn BaRRETO30 – MOvIMEnTO sOCIaL35 – COLUna MaRkETInG36 – COLUna séTIMa aRTE37 – dIvERsÃO38 – COLUna ROdaPé

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colégio elo I elo enaltece valores humanos No Colégio Elo, temas como Paz, amor, solidariedade e gratidão são trabalhados toda quinta-feira na turma do 6º Ano, com a coordenadora Wilma Souza, que tem a perspectiva de valorizar temas esquecidos em nossa sociedade. No conteúdo das aulas existem vários momentos, um deles é a concentração com música, em ambiente tranquilo, levando os alunos a uma reflexão dos temas abordados em sala.

colégio único I recepção para novos e antigos alunos O primeiro dia de aula no Colégio Único foi marcado por diversão na hora do intervalo. Uma dupla de músicos garantiu a animação do primeiro dia letivo de 2011. Rock n´ roll, MPB, e até axé, fizeram parte do repertório. Os jovens cantaram junto e alguns até arriscaram dar uma “canja” no vocal e no baixo. Tudo isso, regado a muita pipoca.

A revista FERA, auxilia bastante os estudantes que estão no momento de transição entre a carreira acadêmica e a faculdade. A revista também serve como portal entre alunos, professores e as instituições de ensino para debaterem sobre o que está acontecendo nas escolas, ou universidades. As colunas de Marina Motta são fantásticas. Ela escreve o que o jovem quer ler, oferecendo o conhecimento de culturas diferentes e de uma nova visão de mundo. Portanto, a revista Fera é um excelente meio de comunicação para os jovens que almejam conhecimento. Pedro Augusto Dantas Barbosa, estudante do 2º ano do Colégio Único.

É uma proposta enriquecedora no universo de conhecimento dos jovens em formação. Os temas variados abordam assuntos relevantes e atuais que se traduzem, em espaço de reflexão, a socialização de saberes e fazeres no campo profissional, cultural e social dos jovens no processo educativo. Em linguagem acessível, de modo interessante e instrutivo, os jovens leitores se sentem envolvidos à leitura. Marisa Andrade, Coordenadora Pedagógica do 3º ano do Colégio Salesiano.

“É uma revista voltada para o mercado do vestibular muito boa, pois existe uma lacuna nesse segmento. Ela é importante porque atualiza os alunos sobre os assuntos referentes aos vestibulares e também traz orientações sobre profissões. Acredito que nas próximas edições seria interessante que simulados pudessem ser publicados com questões de um conjunto de professores de vários colégios. Isso criaria uma integração maior”. Rui Lima, professor de Matemática do 3º ano do Colégio Damas.

rápidas

cartas

senac i Senac promoveu oficina para Minichefs O Senac Pernambuco ofereceu para a criançada uma colônia de férias com foco gastronômico. Os pequenos, entre 5 e 11 anos, aprenderam truques e inovações da culinária infantil, durante a Oficina de Minichefs, em janeiro. Durante as aulas, a garotada aprendeu a fazer milk shake, sanduíches, docinhos, entre outras delícias. Ao final do curso, a turminha recebeu certificado de conclusão. O presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/ Senac, Josias de Albuquerque, fez questão de comparecer ao encerramento da Oficina de Minichefs.

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a Saga do açúcar“Indico essa obra da escritora Fá-tima Quintas porque ela é essen-cial para os jovens, público-alvo da Revista Fera!. O livro trata sobre as verdadeiras origens de Pernambuco e de processos marcantes para a nossa história, como a época da colonização, por exemplo. Também são abordados no enredo, com muita propriedade, diga-se de passagem, fatos do passado da nossa economia que explicam algumas coisas que podemos perceber até hoje na sociedade.” Waldênio Porto é escritor e presidente da Academia Pernambucana de Letras-APL.

Banda contrataque / Banda pluginS“A Contra Ataque chama a atenção por um deta-lhe bastante interessante. Eles tocam com voz, guitarra e bateria, sem fazer uso do baixo. O som é bem pesado e tem caracte-rísticas do estilo punk. A Plugins, por sua vez, já está firmada no cenário under-ground, não só em Pernambuco, como também em outros estados. O grupo tem uma qualidade que é muito importante hoje em dia: os próprios caras produzem os CDs e até organizam festivais. Ou seja, eles possuem um trabalho independente.” Cannibal é compositor e vocalista da banda Devotos.

SantuÁrio“Esse filme mostra que precisamos levar a vida mais a sério, aproveitan-do, realmen-te, todos os momentos. Cada dia de nossa exis-tência deve ser visto como se fosse o último. Na produção, temos a oportunidade de aprender uma grande lição prove-niente da relação entre pai e filho e perceber o valor da família. Além disso, há algumas cenas em que os climas de suspense e aventura tomam conta da tela. Enfim, vale a pena assistir ‘Santuário’. Eu indico.” Cláudia Lopes, 16, é aluna do 3º ano do Colégio Damas.

indicaÇÕes

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Antigo, constante e, é claro, polêmico. Estes são os adjetivos para caracterizar um assunto que, independentemente da época, lugar ou sujeitos envolvidos, não sai de moda: a reli-

gião. O tema está entre os primeiros na lista do ranking dos objetos de discussão mais abordados em ambientes de trabalho, lazer ou até em filas de padaria, apesar de, comprovadamente, ser delicado e bastante complicado. Afinal, quem nunca ouviu que quando o papo é sobre política, time de futebol ou religião, o melhor é mudar o rumo da conversa?

Porém, mesmo sendo controversa, a questão é importante, principalmente nos dias de hoje, onde a fé pode ser uma aliada diante das dificuldades a serem enfrentadas. Os brasileiros sabem bem disso. Por aqui, é raro encontrar alguém sem uma crença ou, ao menos, alguma simpatia por determinada doutrina.

O catolicismo atrai o maior número de fiéis. Segundo pesquisa feita, em março de 2010, pelo Instituto de Pesquisas Datafolha, 61% da população é católica. O protestantismo, representado em grande parte pelos evangélicos, vem logo depois, com 25% da porcentagem total de seguidores.

fabí

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BenDiTa EDUCAÇÃO

inFluÊncia | Assim como seus pais, Alana Leal também decidiu seguir a religião católica

intereSSe | Apesar de jovem, Lucas Lima mostra que entende do assunto “religião”

escolas | rEligiÃO

nas escolas confessionais, a religião é tratada cotidianamente. nas não-confessionais, os orientadores preferem a imparcialidade. em ambas, o objetivo é um só: focar a educação de qualidade.| MateuS liMa

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No país, a religião sempre andou lado a lado com a educação. A junção fez surgir uma enorme quantidade das chamadas escolas confessionais (aquelas que possuem os con-teúdos das matérias comuns - matemática e português - vinculados aos conteúdos cristãos - católicos, evangélicos, espíritas ou de qual-quer outro movimento). Estas instituições se consolidaram e continuam em pleno funciona-mento. Boa parcela delas, aliás, não deixa de conquistar alunos. Mas como os jovens estão lidando com a religião atualmente? Essa rela-ção ainda é forte como antes?

Em Pernambuco, parece que sim. Um exemplo é o Colégio Damas. Em 1896, repre-sentantes da Congregação chegaram ao Recife e, em 1921, a escola já estava estruturada. En-tão, uma pergunta surge: é possível unir tradi-ção e modernidade sem esquecer a formação religiosa?

Para a coordenadora da Pastoral do Da-mas, Flávia Matias, o essencial é fazer os tu-

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eSclareciMento | Para Flávia Matias, o importante é fazer com que os jovens conheçam a religião

tores estarem, a todo o momento, dispostos a saber aquilo que os estudantes querem de verdade. “Procuramos trocar experiências com os alunos. Eles têm muito a nos passar. Esta-mos em eterno processo de descobrimento.”

Flávia avisa que as redes confessionais não devem impor nada, e sim levar esclareci-mento sem autoritarismo. “Colocamos a re-ligião não só através de orações. Realizamos

várias atividades internas e externas, a fim de trazer os jovens para perto de Deus. Música, teatro e obras solidárias concretizadas fora dos nossos terrenos ajudam na aproximação.”

Alana Leal, 18, foi aprovada, no início de 2011, na Universidade Federal de Pernambu-co-UFPE, no curso de Ciências Contábeis. A garota estudou no colégio Damas e o fato de seus pais serem católicos influenciou na sua

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fundamental II, estuda no Salesiano e revela que, por estar em contato diário com a religião na escola, se identificou com o cristianismo e se sente à vontade ao frequentar missas: “Gosto de ir à igreja. Vou sempre que posso e lá fico feliz”.

A psicóloga do Salesiano, Vitória C. Quin-tas, acha normal a estudante ficar feliz: “Agora, não são só os pais que se preocupam. Os pró-prios filhos começaram a enxergar o assunto de maneira positiva. Outro ponto interessante é que, alguns adolescentes, por seguirem de-terminado conceito religioso, ficam, de certo modo, protegidos de riscos iminentes, como

decisão. “Cresci vendo a minha família prati-cando o cristianismo e acabei me tornando adepta. Isso foi crucial para eu me matricular no Damas. Para mim, foi ótimo, pois pude me preparar para as provas do vestibular e, ao mesmo tempo, conhecer melhor a religião.”

Lucas Lima, 16, é estudante do Damas e está no 3º ano do ensino médio. Católico des-de pequeno, Lucas afirma se orgulhar da es-colha e, mostrando entender do tema, até cita o Papa João Paulo II: “É preciso disseminar a fé, seja em casa, no ambiente de aprendizado ou em qualquer local. Ao falar sobre a Nova Evangelização, o Papa tinha o intuito de fazer a espiritualidade de cada um se manter viva”.

O Colégio Salesiano também é uma Or-dem guiada por premissas confessionais do catolicismo. De acordo com o diretor da Pas-toral do Salesiano, Francisco Demontier, insti-tuições com esse perfil auxiliam na construção de cidadãos do bem: “Além de darmos aos alunos condições para ingressar no mercado de trabalho, lembramos a relevância do amor, do perdão e da honestidade”.

Roberta Taylane, 16, é estudante do 3º ano do ensino médio do Salesiano. Ela concor-da com as palavras do diretor e acrescenta: “A transmissão de valores é importante. Temos uma excelente base e, com certeza, graças aos orientadores, seremos adultos conscientes das ações desempenhadas”.

Stella Lidiane, 14, do 9º ano do ensino

as drogas, por exemplo. Obviamente, varia de pessoa para pessoa, mas acontece”.

O outro ladoSe em Pernambuco é enorme o número

de redes confessionais, a quantidade de es-colas não-confessionais, ou seja, aquelas não baseadas em conceitos de religiões, aumenta consideravelmente. Este tipo de instituição se tornou comum no Estado e, assim como as entidades cristãs, alcançam ótimos resultados nos vestibulares.

É necessário esclarecer que, apesar de não seguirem abertamente preceitos de ne-

identiFicação | Stella Lidiane decidiu ser adepta do cristianismo

Maturidade | Roberta Taylane diz que, para ela, os valores religiosos são fundamentaisFo

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escolas | rEligiÃO

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nhuma doutrina em específico, as entidades educa-cionais não-confessionais se mostram liberais com os seus alunos. Ser ou não religioso fica por conta de cada indivíduo. A escola não se envolve diretamente nessa questão e prioriza o livre arbítrio.

O Colégio Único é um dos que não são guiados por fundamentos cristãos. Segundo a coordenadora pedagógica do Único, Hebe Rêgo, os contrastes entre as redes confessionais e não-confessionais não são tantos: “As metodologias utilizadas são praticamente iguais. Só muda, realmente, a intensidade com a qual a religiosidade é abordada.”

Para Hebe, apesar das divergências não serem gritantes, a tendência é que instituições sem premissas cristãs surjam: “Geralmente, as escolas religiosas são, digamos, as mais antigas. Atualmente, é rotineiro ver-mos o aparecimento de outro formato. No caso, o das não-confessionais”.

Talvez, a tese da coordenadora não esteja errada. Mas o fato não significa que os jovens de hoje dão me-nos atenção à religiosidade. Vejamos os exemplos de Pedro Pontes, 17, e Gabriela de Medeiros, 17, ambos alunos do 3º ano do ensino médio do Único. Os dois são evangélicos – Pedro é da igreja presbiteriana (cal-vinista e de características conservadoras) e Gabriela é da Assembleia de Deus (congregadora de grande par-cela dos evangélicos no Brasil).

Pedro é exceção em meio à sociedade. Seus pais são católicos e ele, como já sabemos, evangélico. O adolescente diz que, no começo, precisou conversar

entroSaMento | Vitória Quintas e Francisco Demontier acham que a religião faz bem aos alunos

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com a família. “Na época, todos ficaram desconfiados. Agora, me apoiam e não têm a intenção de interferir em minha escolha.”

O garoto chama a atenção para um ponto interessante: “Me preocupo com alguns colegas que viram evangélicos simplesmente por ‘modinha’. Este sentimento tem de ser verdadeiro, tem de vir de dentro. Você não pode querer ser uma coisa somente porque um monte de gente é”.

Para Gabriela, o processo aconteceu naturalmente. “Inclusive, o meu pai é pastor e me ajudou em minha decisão.” Porém, a estudante avisa: “Obviamente, tive influências em casa. No entanto, nunca fui forçada a nada”.

Ao falar sobre o comentário do amigo, ela é enfática: “O proble-ma existe mesmo e me deixa triste. O pior é que, em minha opinião, a ‘modinha’ vai se banalizar e, no futuro, será encarada normalmente”.

Daniel Schvartz, 17, também é estudante do 3º ano do ensino médio do Único. Ele se destaca por ser de um movimento não tão di-fundido em Pernambuco: o judaísmo. “Minha família é de descendên-cia judaica e eu optei por manter a tradição viva.” Quando questionado sobre a maneira dos colegas e dos professores de lidarem com o fato, o aluno afirma: “No Único, o pessoal reage muito bem. Até porque lá é possível encontrar membros de diversas doutrinas. Para mim, é essen-cial conhecer e interagir com elas”.

Então, a lição tirada de tudo isso é: independentemente da crença ou religião a que estão apegados, é primordial que os jovens tenham discernimento para saber respeitar as diferenças e a fé de cada um.

Serviço:Colégio Damas – Av. Rui Barbosa, 1426, Aflitos, Recife-PE. Fone: (81) 3241-6690 www.colegiodamas.com.brColégio Salesiano – R. Dom Bosco, 551, Boa Vista, Recife-PE. Fone: (81) 2129-5900 www.salesiano.com.brColégio Único – R. Doutor Carlos Chagas, 112, Santo Amaro, Recife-PE. Fone: (81) 3231-5525

colÉgio único | Os estudantes Daniel Schvartz (esq.), Gabriela de Medeiros e Pedro Pontes

opinião | Hebe Rêgo: “escolas confessionais e não-confessionais não são tão diferentes”

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para que estudar filosofia?

artiGo | DANiEl AlVES liMA Professor de Filosofia do Colegio Luiza Cora.

Mestrando em Educação, pela Universidade Federal de Pernambuco, possui Licenciatura em Filosofia, pelo Instituto Salesiano de Filosofia. [email protected]

leia mais noportalfera.com.br

Nos currículos das escolas já podemos perceber uma nova matéria ou disciplina que muitos ainda não sabem para que estudar. Principal-

mente, os jovens estudantes do Ensino Médio. Estudar português, matemática, física e demais matérias curri-culares já é tradição, porém, mesmo assim, essas disci-plinas são questionadas quando não desperta interesse no estudante. Todavia, parece uma “característica po-pular”, quando nos referimos à filosofia, a falta de inte-resse dos estudantes, que acreditam que a filosofia não resolve nada, pois é muito complicada de entender. Daí surge a grande questão: quem inventou esse negócio de filosofia? Qual a sua origem? Qual a sua importância?

Filosofia é uma palavra de origem grega, PHI-LOS = amigo; SOPHIA = sabedoria. A filosofia se origi-nou no século VII a.C., em colônias gregas localizadas na cidade de Mileto, quando alguns homens percebe-ram que tudo podia ser conhecido através da razão hu-mana e que o conhecimento não se destinava apenas aos deuses. Pitágoras foi quem criou o termo filosofia, que significa “amizade pela sabedoria”. O termo foi criado quando Pitágoras viu que os deuses possuíam todo o conhecimento e a sabedoria que existia, passan-do assim a perceber que o homem poderia desejar e buscar tal sabedoria plena por meio da filosofia.

A filosofia, pois, começa quando algo desperta nossa admiração ou nos espanta ou capta nossa aten-ção. Espantar-se diante das coisas, interrogá-las, é pró-prio da condição humana. Qualquer cultura, por mais primitiva que seja, tem, desde sempre, seu arsenal de respostas e explicações às questões que normalmente

são postas. Podemos dizer, entretanto, que é função da filosofia fazer uma investigação antes de atribuir alguma resposta. A filosofia grega parece ter surgido quando, por uma série de fatores complexos, que não podemos aqui desenvolver, as respostas dadas pelo mito a certas questões não satisfizeram mais a certas mentes particu-larmente exigentes de um povo particularmente curioso e passível de se espantar. E as questões continuaram, assim, com sua força de questionamento e de espanto, a exigir uma resposta que fosse além das convencio-nais. Podemos fazer aqui uma referência à grande obra Pequeno Príncipe, que foi escrita e ilustrada por Antoine de Saint-Exupéry, e a umas de suas mensagens: “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos”.

Por isso, terminamos com a filosofia de Saint- Exu-péry: “As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu, porém, terás estrelas como ninguém... Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá). Terás vontade de rir comigo. E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto... e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!” F

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30 dicas infalíveis para o sucesso do seu intercâmbio

1)Planeje! Faça uma planilha com o seu itinerário, necessidade de visto, passeios, gastos com hospedagem e alimentação. Planeje-se

financeiramente para saber com qual antecedência você precisará poupar para chegar lá.

2)Financie. Assim como muitos brasileiros já compraram o carro dos sonhos, com a estabilidade do Real, a viagem dos sonhos

também pode estar mais perto do que você imagina! Informe-se sobre formas de pagamento parceladas com cartão de crédito ou sobre finan-ciamentos. O STB (www.stb.com.br), por exemplo, pode parcelar um Intercâmbio em até 24 vezes!

3) Não confie sempre na Internet. O google é uma excelente fer-ramenta de busca de informações sobre destinos e de divulga-

ção e venda de pacotes, estadias em hotéis e outros produtos turís-ticos, mas nunca pensamos: “E se eu tiver um problema? A quem posso recorrer?!” É nesta linha de raciocínio que, muitas vezes, vale mais a pena contratar os serviços de uma agência de viagens ou de Intercâmbio para não transformar a sua viagem dos sonhos em pesadelo! Além disso, você sempre pode pedir à sua agência con-tatos e referências de clientes que foram para o mesmo destino ou programa, suporte este que deixará você mais seguro (a) quanto às suas escolhas.

4) Atenção às regras de cancelamento do seu pacote turístico ou de Intercâmbio e informe-se sobre seguros de viagem que possam co-

brir multas em caso de cancelamento por motivos de saúde. O STB (www.stb.com.br) possui um seguro chamado Stop Trip, que cobre multas de até USD 5.000 se você ou um parente de primeiro grau adoecer e você ficar impossibilitado (a) de viajar ou tiver que voltar antes do previsto por razão de doença ou acidente. Além disso, uma Assistência Médica Internacional, como já falamos no blog, é sempre indispensável!

5) Faça uma lista de compras necessárias para a viagem. Nada de dei-xar para arrumar a mala de última hora! Com calma e antecedência,

você evitará estresses e poderá organizar uma mala compacta e completa sem excessos e na medida certa para a sua viagem.

6) Leia guias sobre o seu destino de viagem. Busque dicas de segurança e, se for mulher, dicas específicas de como se proteger para evitar

situações de risco.

7) Pack light. Tente levar uma mala leve – lembre-se de que, quan-do viajamos, as roupas informais acabam prevalecendo, então,

não leve grande quantidade de sapatos, bolsas, etc. Afinal, sempre exis-tirão comprinhas no caminho, por isso menos é mais – assim você evi-ta pagar excessos de bagagem e também dá uma folga para sua coluna.

8) Contrate uma Assistência Médica Internacional. Nunca se sabe quan-do se vai precisar. O blog recomenda a Assistência Médica ISIS (www.

isisbrasil.com.br). Lembre-se de que, na maioria dos países da Europa, é exigida uma Assistência Médica com cobertura mínima de EUR 30.000.

9) Não se esqueça de contabilizar as suas milhagens no aeroporto na hora do check in! Com algumas viagens internacionais você já conse-

gue passagens FREE de ida e volta para a América do Sul ou Brasil (já que em ambos os casos, basta-se apenas 20.000 milhas).

10) Tenha sempre consigo um cartão de crédito internacional e al-gum dinheiro em cash. O cartão VISA costuma ser muito bem

aceito no exterior. Outra opção interessante é um VTM (Visa Travel Money), que é um cartão de saque ou débito em conta que pode ser encontrado em casas de câmbio.

11) Se for mulher, não leve TODO o seu dinheiro dentro da sua bolsa enquanto estiver batendo perna pela cidade. Tenha consigo ape-

nas uma parte do dinheiro, cartão de crédito e cópia do passaporte. Guarde sempre a maior parte do seu dinheiro e seu passaporte no cofre do hotel ou na sua mala trancada. Quando for viajar de avião, trem, ônibus ou navio, aí sim, mantenha tudo com você para não correr o risco de perder a mala com roupas, passaporte e todo o seu dinheiro.

12) No avião, lembre-se de não levar líquidos acima de 100 ml na sua mala de mão. Assim como qualquer objeto cortante ou pontiagu-

do, nada de levar tesoura de unha ou lixa de metal para fazer as unhas no avião, ok?! Quanto aos líquidos despachados na mala, tente levar apenas o necessário, perfumaria e cosméticos costumam pesar bastante.

13) Não esqueça seus itens de uso rotineiro, ou seja, “sua farmaci-nha”, uma boa máquina fotográfica, telefone celular habilitado

para ligações internacionais (para usar em caso de emergência), adaptador de tomada e, também, um secador de cabelo portátil – você pode precisar secá-los em lugares frios para evitar resfriados.

intercÂMBio | MAriNA MOTTA

Como a matéria de capa da edição passada da Revista FERA foi INTERCÂMBIO, recebi vários e-mails de leitores interessados em ter uma experi-ência internacional de estudo, trabalho ou lazer. Porém, os e-mails vieram cheios de dúvidas sobre quais procedimentos e cuidados tomar na hora do intercâmbio, além disso, grande parte dos leitores não sabe por onde começar. Pensando nisso, a coluna deste mês traz um guia com 30 dicas infalíveis para, independentemente do destino escolhido, você evitar roubadas e se dar bem na sua próxima viagem ou no seu intercâmbio dos sonhos:

Internacionalista, Administradora de Empresas e Gerente de Intercâmbio do STB (Student Travel Bureau) em Recife. Com a bagagem de 11 Intercâmbios realizados na Inglaterra, EUA, Austrália, França, Canadá e Alemanha, Marina é autora do livro: Intercâmbio de A a Z – www.intercambioaz.com.br

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15 Revista Fera! | fev/mar | portalfera.com.br

14) Tente seguir o jeito de vestir local e seja discreto(a). Em países muçulmanos, por exemplo, evite usar roupas curtas ou decota-

das. Demonstrações de carinho e afeto em público também não são bem aceitas. Você pode ser mal interpretado(a), principalmente em igrejas e mesquitas.

15) Pesquise um pouco os preços antes de comprar todas os seus presentes na primeira loja de souvenir do aeroporto. Por exem-

plo, na minha última viagem ao Peru, deixei para comprar as lembrançinhas na cidade de Cuzco, que estavam mais baratas do que em Lima (capital).

16) Tenha sempre consigo o telefone e o endereço de onde você está hospedado.

17) Seja viajando por a turismo ou por estudo, aprenda algumas pala-vras e expressões locais como: por favor, obrigada e quanto custa.

Em Bali, na Indonésia, como o idioma é completamente diferente do nosso, com estas três palavrinhas consegui facilitar um pouco a minha vida por lá…

18) Evite viajar com joias. Você pode perder ou ser roubado, e isto, com certeza, é uma dor de cabeça desnecessária. Uma vez, quan-

do viajei pela Califórnia com uma amiga, nós acordamos atrasadas para pegar o avião e, na pressa, ela esqueceu na mesinha de cabeceira do hotel um anel de ouro e brilhantes que ela tinha recebido de presente de 15 anos do pai – claro que ela nunca o recuperou.

19) Muito cuidado ao aceitar bebida de estranhos em bares ou bala-das. Além disso, não aceite pedidos para olhar ou carregar malas

de estranhos nos aeroportos ou estações de trem.

20) Antes de entrar no taxi, confirme o preço da corrida e certifique-se de que o taxímetro está ligado.

21) Informe-se sobre o percentual de gorjetas em restaurantes ou hotéis.

22) Ao pegar o ônibus, sente-se mais na frente perto do motorista para que ele lhe dê as dicas de onde descer. Além disso, evite

andar só à noite.

23) Não informe detalhes do seu itinerário de viagem e rotina para estranhos como taxistas ou pessoas que você venha a fazer ami-

zade no trem, no avião ou em baladas.

24) Em lugares públicos e turísticos, tenha sua bolsa ou mochila sempre do seu lado ou na frente.

25) Álcool em gel pode ser muito útil, já que em alguns ba-nheiros públicos não tem sabonete líquido. Uma garrafinha

de água mineral é sempre bem-vinda, sobretudo em climas secos e quando andamos muito a pé.

26) Esqueça o orgulho e o medo de errar! Aprender um idioma signi-fica também errar, se confundir, pronunciar errado ou usar uma

palavra que significa outra. Em outras palavras, é preciso estar aberto a pa-gar micos de vez em quanto e rir dos próprios erros. É assim que a gente vai evoluir!

27) Procure fazer uma real imersão no país. Assista televisão local, ouça rádio, use transporte público… Ao entrar em lojas e restau-

rantes, não peça para seu amigo que fala melhor pedir as coisas por você! Seja simpático(a) e comunicativo(a) e comece conversas em todos os luga-res. É praticando que você vai aperfeiçoar!

28)Peça para te corrigirem! Algumas pessoas podem ficar tímidas de lhe corrigir ou, na cultura delas, corrigir pode ser rude, então,

diga para os nativos que você quer ser corrigido(a). Depois que lhe corrigi-rem, repita a palavra para treinar o seu ouvido.

29) Seja amigo, colega e sociável. Participe de clubes de esporte, arte, visite pubs, exposições, parques. Conhecer pessoas novas é uma

excelente oportunidade de praticar!

30) Seja realista! Aprender efetivamente um idioma leva um tempo, valorize cada mudança de nível e evolução sua e pense grande!

Você vai chegar lá!

Beijos e até a próxima viagem!

conheciMento | Marina Motta passeando pela cultura do Peru

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16 Revista Fera! | fev/mar | @portalfera

Desde os nove anos, Sofia sonhava em publicar um li-vro e, aos treze, enquanto fazia intercâmbio de trinta dias no Canadá, intensificou a produção de poesias.

Quando voltou ao Brasil, foi a hora dos processos de edição e publicação. Com a experiência do primeiro livro, surgiram as expectativas para o segundo e a ideia de fazer algo mais objetivo. Foi assim que juntou a estética dos seus poemas com as morais das crônicas e surgiu o “Croesia”.

Mas o que levará vocês a terem a companhia dela, foram os dois meses que ela passou estudando na Roger Williams University, nos Estados Unidos, quando, como trabalho final da disciplina de research (pesquisa), estudou os sistemas de educação no mundo. “Quando traduzi, foquei mais na realida-de brasileira”. E assim, lançou em 2010, seu terceiro livro: “O mundo é uma sala de aula” para dividir experiências e compar-tilhar conhecimento tentando mostrar que existem oportunida-des, mas é preciso estar preparado para elas. Sofia, que pensa em estudar no exterior, por exemplo, realiza muitas atividades extracurriculares as quais acumulam pontos para que consiga a vaga na universidade que quer nos Estados Unidos. Apesar disso, afirma com segurança que não pretende viver fora para sempre. “Acho irresponsável deixar o meu país na mão. Fugir para ter melhor qualidade de vida”.

Aos quinze anos, em seu terceiro e, segundo ela, mais

proveitoso intercâmbio, recebeu uma bolsa e foi para os Es-tados Unidos, por um mês, participar de um curso de lide-rança junto com outros 300 estudantes de 170 países. Voltou mais apaixonada pela carreira que pensa em seguir: Direito. Como palavras finais, quis fazer uma citação de Robert Ken-nedy: “Poucos terão a grandeza de mudar a direção da his-tória, mas, cada um de nós, pode trabalhar para mudar uma pequena porção de eventos, e no total de todos aqueles atos, será escrita a história dessa geração”.

E nós, finalizamos por aqui com o começo do que está por vir:

“Em pleno século XXI, mais conhecido como a era do conhecimento, nossos caminhos são construídos para con-quistar notas boas no período escolar e ser aceito por uma boa universidade, o que, para a maioria das pessoas, repre-senta o passaporte do sucesso. Assim, a educação entra no mercado global mais como uma atividade rentável do que como um meio para otimizar o futuro da humanidade. O que, consequentemente, vem deteriorando a aplicabilidade do ensino e o nível dos profissionais de amanhã. A situação tornou-se mais do que algo importante, um problema pre-ocupante.”

(Do livro “O mundo é uma sala de aula” de Ana Sofia Cardoso Monteiro)

fabí

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a peQuenagrande escritora

eStreia | Ana Sofia Cardoso Monteiro, aos 13 anos, no lançamento de seu primeiro livro

ana sofia monteiro, 16, tem três viagens ao exterior e três livros publicados. ela tem histórias de gente grande para contar e será colunista na revista | alana liMa

talento | PrECOCE

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especial | fACOTTUr

De olhona coPa de 2014

Quais são os benefícios que a Copa do Mundo da FIFA de 2014 irá deixar para os pernambucanos e como os jo-vens profissionais devem se preparar até a tão esperada

data do evento? Estas foram algumas das indagações respondidas pelo diretor do Projeto Copa 2014, Marcelo Castro.

O diretor esteve em Olinda, no último dia 18, e participou da palestra que serviu para tirar as dúvidas de quem está interessado em fazer parte, de forma direta, da grande festa do futebol a ser realizada no Brasil. O encontro aconteceu na faculdade Faccotur /Bairro Novo e foi aberta a convidados e a alunos das graduações de Turismo e Marketing da instituição.

O papo foi muito proveitoso e deu aos presentes na ocasião a oportunidade de se inteirar sobre as necessidades do Estado e as transformações que precisam ocorrer para tudo dar certo.

Até 2014, cerca de 360 mil trabalhadores serão capacitados para atuar durante a Copa. Dentre eles, boa parte será proveniente da área de Marketing. Segundo o coordenador do curso de Marke-ting da Facottur / Bairro Novo, Carlos Polônio, a aproximação de pessoas responsáveis pelas mudanças a serem efetivadas no país é importante para deixar a população atenta ao que já está sendo feito e aos planos traçados. “A sociedade tem de pegar o espírito da coisa. Esclarecer as dúvidas existentes em relação à situação

atual de Pernambuco e às ideias que resultarão no desenvolvi-mento da região ajuda a conseguir isso.”

Para o coordenador, o setor de Marketing será bastante fa-vorecido nos próximos anos: “Só temos a ganhar. Quem se em-penhar e souber tirar proveito das chances oferecidas, será bem recompensado no futuro”.

Por sua vez, o coordenador do curso de Logística da Fa-cottur / Bairro Novo, Jorge Mota, afirma enxergar no campo da Logística pontos fundamentais no processo de adaptação urbana do Recife e dos municípios vizinhos. “Não iremos construir uni-camente a arena esportiva. Temos de lembrar que a infraestrutura local e as vias de acesso têm de ser aprimoradas, a fim de melho-rar, consideravelmente, as condições de mobilidade urbana para os moradores daqui e para os turistas.”

Se preocupando em proporcionar ações como estas e abrin-do espaço para discussões visando o avanço de Pernambuco, a Facottur / Bairro Novo marca mais um gol de placa.

ServiçoFacottur / Bairro Novo – Av. Getúlio Vargas, 1360, Bairro Novo, Olinda-PE. Fone: (81)3429-0772 www.faculdadebairronovo.com.br

MoBilidade | Jorge Mota lembra

que melhorar as vias urbanas é

um dos principais objetivos

MarKeting | Para Carlos

Polônio, o setor só tem a ganhar com a chegada

da Copa

ciente de sua responsabilidade em relação à formação de profissionais preparados para atuarem na copa do mundo de 2014, a facottur / bairro novo ofereceu aos seus alunos uma palestra esclarecedora com o diretor do Projeto copa 2014, marcelo castro. | MateuS liMa

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mãos À obraÉcomo costuma dizer Luiz Inácio Lula da Sil-

va: “Sem eles, nenhum lugar se desenvolve”. A frase citada algumas vezes pelo ex-presi-

dente da República se refere a um grupo de profis-sionais de grande importância para a sociedade: os engenheiros.

É verdade que escutamos muito falar das atividades voltadas à Engenharia, não só pelo gla-mour exercido por ela como pelo fato da área estar em alta em todo o país, especialmente em Pernam-buco. Porém, apenas ouvir falar não significa saber tudo do assunto, até porque a complexidade e o emaranhado de ramificações do curso não permi-tem tamanha facilidade.

Para ser engenheiro, é preciso estar aberto e disposto a se inteirar sobre diversas espécies de conhecimento. Podem ser elas técnicas, matemáti-cas, científicas ou específicas de setores de atuação (engenharia civil, elétrica, de produção etc.). É pre-

ciso também ser apto a lidar com o uso de mate-riais delicados e que exigem certo entendimento, como os de construção, por exemplo.

Agora, para ser inserido no mercado de tra-balho, não basta ter o diploma. Após se formar, o concluinte tem de se registrar no Conselho Regio-nal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Per-nambuco – Crea-PE, além de estabelecer vínculo com o Sindicato dos Engenheiros de Pernambuco – Senge-PE.

Cada segmento da Engenharia se adéqua a de-terminada necessidade básica de serviço, e assim, consequentemente, os profissionais se dividem em diferentes tipos de funções, de acordo com as suas habilidades, gostos ou interesses.

Apesar de existirem várias graduações ligadas a este âmbito – referentes aos campos de alimen-tos, de pesca, de telecomunicações, ambiental, quí-mico, têxtil etc. – há três que, segundo dados reve-

em diversos campos de atuação, o número

de oportunidades oferecidas aumentou e, na área da engenharia,

não foi diferente. a preocupação agora é

formar profissionais que possam pegar no batente e fazer

parte do processo de crescimento do estado.

| MateuS liMa

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lados em janeiro de 2011, pelo Conselho Federal de Engenharia Arquitetura e Agronomia – Confea, são mais procurados pelos jovens pernambucanos: Engenharia Civil, Engenharia Elétrica e Engenharia Agrônoma.

Afinal, como são estas graduações e quais são as tarefas atribuídas às pessoas formadas nestas áreas?

Comecemos, então, pela famosa Engenharia Civil. E para início de conversa, aí vai uma curiosidade: o termo “civil” é usado para designar o setor voltado às construções, porque, antigamente, havia somente duas classificações para a Enge-nharia – ao contrário de hoje, onde há inúmeras classificações – sendo elas Engenharia Militar, reservada, exclusivamente, aos militares, e a Engenharia Civil, reservada para o restante dos cidadãos. Com o tempo, outras categorias foram aparecendo, mas o “civil” já estava bem consolidado.

O engenheiro civil pensa e tira do papel os projetos de estradas, pontes, barragens, viadutos e até obras sanitárias. O papel dele é ficar responsável pelo desenvolvimento urbano, atendendo à população de maneira apropriada e sempre se pre-ocupando com o bem-estar do meio ambiente.

A Engenharia Civil está fortemente ligada à Arquitetura e, geralmente, o curso tem duração de cinco anos. As ferramentas utilizadas vão desde instrumentos simples como régua e com-passo, até os modernos equipamentos de computação.

Por sua vez, a Engenharia Elétrica é destinada ao estudo e aos muitos modos de aplicação da eletricidade no nosso coti-diano. O engenheiro elétrico ou técnico em eletricidade tem um extenso leque de especializações, tendo a chance de escolher em qual vai preferir se aprofundar.

Em meio às especializações, algumas se destacam: a de sistemas de energia elétrica, abrangendo cálculos e projetos de geração, transmissão e distribuição de energia; a de sistema de telecomunicações, relacionada a aparelhagens de áudio e vídeo, propagação de ondas eletromagnéticas, funcionamento de re-des de comunicações, entre outras tarefas; e a de sistemas de computação, visando a implantação de modelos operacionais para computadores.

Já a Engenharia Agrônoma se diverge um pouco das de-mais. Direcionada a métodos da agropecuária, exige conheci-

área nº de profissionais

Engenharia Civil 6.575Engenharia Elétrica 2.148Engenharia Agrônoma 1.781Engenharia Mecânica 1.239Engenharia de Segurança do Trabalho 440Engenharia de Pesca 246

quantitativo de profissionais de alguns setores da engenharia em Pernambuco (números divulgados em janeiro de 2011)

dados

Fonte: Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia-Confea

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mentos sobre biologia vegetal, manejo de solos e controle de pragas agrícolas.

O estudante foca, durante o período da faculdade, conteúdos matemáticos e quí-micos. Depois de finalizar o ensino superior, tem a possibilidade de trabalhar operando, criando ou modificando padrões agropecu-ários ou agro-industriais, sem esquecer os aspectos sociais e, principalmente, a susten-tabilidade.

Mercado Para os engenheiros ou até para aque-

les que ainda pretendem ingressar na área, o momento não poderia ser melhor. Como sa-bemos, Pernambuco é uma das regiões que mais cresce em todo o país, e, assim, pro-fissionais dispostos a colaborar com a evo-lução local tornam-se elementos de suma importância.

Segundo o secretário de Controle, De-senvolvimento Urbano e Obras do Recife, Amir Schvartz, os jovens com intenção de se aprofundar em algum ramo da Enge-nharia não devem pensar duas vezes. “O cenário de hoje está completamente dife-rente do de anos atrás. Agora, a briga para se conseguir alguém atuando nesse cam-

po é enorme e visível.” Amir é um dos muitos cujo incentivo

da família foi fundamental para a sua esco-lha. Formado, em 1993, no curso de Enge-nharia Civil, pela Escola Politécnica da anti-ga Fundação Universidade de Pernambuco (atualmente, UPE), só tem uma ponderação sobre a graduação: “Há pessoas se inscre-vendo nos vestibulares e querendo ser en-genheiros simplesmente pelo glamour que o trabalho aparenta ter, sem ao menos saber como, de fato, as coisas funcionam. É pre-ciso ficar atento. É realmente aquilo o que você quer? Pergunte a si próprio”.

A respeito do alerta do secretário, há uma questão relevante a ser colocada em debate. De uns tempos para cá, o número de ramificações e especializações oferecidas pelas instituições de ensino superior vem aumentando. Isso é mesmo positivo? Amir opina: “Não. O extenso leque de opções ten-de a fazer com que os alunos se restrinjam à determinada área e não tenham condições de produzir em outras”.

Para evitar problemas assim, foi pro-posto, em 2010, pelo Ministério da Educa-ção-MEC, um projeto visando à diminuição de denominações para os campos da Enge-nharia e Arquitetura. A ideia está sendo ana-

Esta é a quantidade de alunos ma-triculados em cursos à distância

de Engenharia em 2009

1.181

A quantidade de engenheiros formados no Brasil segundo

pesquisas realizadas em 2009. O número é considerado baixo

38.124

das graduações de Engenharia no Brasil são oferecidas por universidades particulares

70%

Foi a quantidade de vagas por curso da área de Engenharia dis-

ponibilizadas, em 2009, pelas instituições de ensino superior

125preocupação | Para Amir Schvartz, o jovem deve se informar antes de escolher um curso

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nÚMeros

É a porcentagem que indica a média de estudantes de Enge-

nharia que abandonam a gradu-ação antes mesmo de concluí-la.

O número é considerado alto

50%

Se a taxa de evasão nos cursos de Engenharia não fosse tão

alta no Brasil, esta seria a média da quantidade de engenheiros

formados por ano no país

60.000

Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira-Inep

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lisada e sugere que a quantidade de nomenclaturas soma-das dos dois setores, disponibilizadas nas universidades, seja reduzida de 93 para apenas 28.

Em Pernambuco, existem dois Órgãos auxiliando os engenheiros em casos como este e também em diversos assuntos ligados à classe, seja na ordem jurídica – na im-plementação de leis -, na garantia de prestação de bons serviços à sociedade ou no cumprimento de direitos e deveres empregatícios (em empresas privadas ou repar-tições do governo), a fim de manter relação estável entre as corporações e os funcionários: o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Pernambuco – Crea-PE, e o Sindicato dos Engenheiros do Estado de Pernambuco – Senge-PE.

O presidente do Crea-PE, José Mário Cavalcanti, é engenheiro civil e professor do curso de Engenharia da Universidade Católica de Pernambuco - Unicap. Ele cha-ma a atenção para a falta de empregados qualificados no mercado. “O crescimento econômico do Brasil passou a se concretizar recentemente. Talvez, por isso, ainda não estejamos conseguindo criar mão de obra suficiente para os espaços não-preenchidos.”

Para o presidente, uma solução seria a difusão ativa da Engenharia e de suas atribuições, especialmente em ambientes educacionais, como faculdades, por exemplo. “Temos de investir em ações desse âmbito para colher fru-tos no futuro, sobretudo, na esfera tecnológica, onde, por enquanto, estamos em baixa.”

Se o contingente de peritos não corresponde à de-

preSidÊncia | O presidente do Crea-PE, José M. Cavalcanti (esq.) e o presidente do Senge-PE, Fernando Rodrigues

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22 Revista Fera! | fev/mar | @portalfera

manda de vagas em aberto, muitas vezes é necessário importar pessoal de outros luga-res. A prática ficou comum no Estado, sendo o Porto de Suape o maior atrativo para os forasteiros. José Mário afirma não condenar o fato das regiões sul e sudeste enviarem trabalhadores para o Nordeste, para a ocu-pação de altos cargos. Porém, ele ressalta: “Só não enxergo com bons olhos a vinda de indivíduos provenientes de países europeus ou dos Estados Unidos. Prefiro dar oportuni-dades para quem é daqui”.

Em meio a tantas informações, o pre-sidente do Senge-PE e engenheiro mecâni-co, Ferrnando Rodrigues, mostra um ponto bastante positivo para quem busca se firmar no ramo. “Bem, se chegamos à conclusão de que, no momento, há pouca gente exer-cendo a atividade, concluímos também que, quem resolve exercê-la fica mais valorizado e, consequentemente, passa a ter melhores remunerações.”

Então, podemos dizer: na Engenharia, a exemplo de qualquer setor profissional, há vantagens e desvantagens. O grande di-ferencial é a maneira com a qual cada um

decide tirar proveito das vantagens e usa o cenário do mercado ao seu favor.

Feras Uma coisa é certa: o fera não é apenas

o aluno prestes a concluir o ensino médio e encarar as provas do vestibular. É, acima de tudo, o interessado em buscar informa-ções relacionadas ao mercado de trabalho, transformando isso numa grande arma a seu favor. É também aquele que consegue se sobressair por meio das oportunidades ofe-recidas. Que tal um exemplo de fera? Aliás, um não. Dois exemplos.

O primeiro é o da estudante do 8º período de Engenharia de Produção da Uni-versidade Salgado de Oliveira - Universo, Jaqueline Santos, 31. Apesar de ainda estar na faculdade, já garantiu, desde agosto de 2010, uma vaga em um dos locais que hoje se desenvolve rapidamente e atrai investi-mentos de diferentes regiões do Brasil e do mundo: o Estaleiro Atlântico Sul.

O Estaleiro fica no Porto de Suape e foi instalado em 2005. É referência no âmbito

Superação | Jaqueline Santos divide seu tempo entre o trabalho no Estaleiro e os estudos

Mais engenheiros De acordo com levantamentos fei-tos em agosto de 2010, pela Confe-deração Nacional da Indústria-CNI, seria necessária uma quantidade de 60 mil engenheiros formados por ano para atender a demanda atual no Brasil. Isso corresponderia à formação de um engenheiro para cada 3.200 habitantes, colocando o Brasil no mesmo patamar de países desenvolvidos.

Exemplo

Para manter um bom padrão de de-senvolvimento urbano, os Estados Unidos precisam formar 100 mil novos engenheiros por ano.

curiosidades

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da indústria naval, sendo um moderno e impor-tante empreendimento situado no Nordeste. A empresa fabrica navios cargueiros de até 500 mil toneladas – petroleiros, conteineiros (para carregar contêineres), graneleiros (para trans-porte de grãos como soja, milho, trigo etc.) e de cargas gerais, além de embarcações de per-furação, de apoio ao comércio petrolífero e de plataformas offshore – enormes estruturas no oceano servindo de ponto fixo e abrigo para os operários que agem na coleta de petróleo.

Jaqueline resolveu ingressar na Engenha-ria porque sentiu ter aptidão para as atividades exercidas na área. O papel do engenheiro de produção é, basicamente, se responsabilizar pela criação, aperfeiçoamento e implementação de projetos ligados a pessoas, equipamentos e energia. A ideia é pensar os sistemas, viabilizá-los e analisar os resultados alcançados.

Segundo a universitária, o fato de ter a rotina pesada devido à junção da profissão com o estudo é só um dos tantos desafios a serem enfrentados todos os dias. “Por eu ser do sexo feminino, às vezes as coisas parecem ser com-plicadas. Nunca sofri com o preconceito na pele, mas, infelizmente, ele ainda está presente

na sociedade. Por isso, me esforço para sempre ser competente e me destacar.”

Ela recorda: “Na época da seleção de téc-nicos do Estaleiro, lembro-me de ter me surpre-endido por ter sido a única mulher entre os can-didatos. Fui persistente e cheguei onde estou”.

Outro fera que vamos conhecer é o en-genheiro elétrico formado em julho de 2010, pela Escola Politécnica da Universidade de Per-nambuco, João Vicente, 25. O jovem revela que, antes de escolher a graduação na qual se espe-cializou, passou por momentos de dúvida e até fez dois cursos simultaneamente: Engenharia Civil e Engenharia Elétrica. “Decidi me dedicar à Engenharia Elétrica, porque possuo intimidade com o setor. Tenho facilidade.”

Porém, não foi somente a identificação com as funções do campo da eletricidade que o fizeram se assegurar da sua preferência. A visão diante da situação do mercado de trabalho foi essencial durante o tempo de incertezas: “Após avaliar a demanda das companhias e a quan-tidade de vagas preenchidas em Pernambuco, percebi que o número de pessoas nessa área não era alto. Eu teria menos concorrência e mais oportunidades de emprego”.

“O CENáriO DE hOjE ESTá COMPlETAMENTE DifErENTE DO DE ANOS ATráS”. AMir SChVArTz

interação | João Vicente afirma que o essencial é estar sempre compartilhando conhecimento

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Como Jaqueline, João também é fun-cionário do Estaleiro Atlântico Sul. O rapaz ressalta o valor de estar, constantemente, cercado por novidades e, principalmente, variedade. “Para início de conversa, é ótimo não estar enfurnado no escritório. Desem-penho as minhas tarefas com bastante pra-zer. Realmente, gosto do que faço. Agora, o melhor é ter a chance de lidar com gente de diversos lugares e diferentes esferas de atua-ção. É primordial compartilhar experiências.”

De acordo com a gerente de RH do Es-taleiro, Jane Souza, a diversidade é comum em ambientes assim. “As obras realizadas aqui necessitam de profissionais que falem a mesma língua, mas sejam de ramos diver-gentes. Eles unem forças e conseguem obter bons frutos graças a essa união.”

Por fim, ao ser questionada sobre as expectativas para os próximos anos, Jane responde animada e otimista: “Serão bem promissores. Vamos crescer cada vez mais. Engenheiros e graduandos podem ficar cer-tos: é apenas o começo”.

Então, que tal ajudar a construir o res-tante da história?

Serviço:Estaleiro Atlântico Sul – Ilha de Tatuoca, s/n. Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros, Suape, Ipojuca-PE. Fone: (81) 3311-7200. www.estaleiroatlanticosul.com.br

Secretaria de Controle, Desenvolvimento Urbano e Obras do Recife – Prefeitura do Re-cife. Av. Cais do Apolo, 925, Bairro do Recife. Fone: (81) 3355-8000. www.recife.pe.gov.br

Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Pernambuco - Crea-PE – Av. Agamenon Magalhães, 2978, Espinheiro, Recife-PE. Fone: (81) 3423.4383 www.creape.org.br

Sindicato dos Engenheiros do Estado de Pernambuco-Senge-PE – R. José Bonifácio, 205, sala 305, Madalena, Recife-PE. Fone: (81) 3227-1361. www.sengepe.org.brF

otiMiSMo | Gerente de RH do Estaleiro, Jane Souza, está animada com o futuro da Engenharia

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referência mundial em

ENgENhAriADentro da abrangente área das engenharias, existem duas es-

colas específicas que exigem muita dedicação para entrar, mas que, uma vez formado por elas, o sucesso profissional é praticamente garantido. Estamos falando do ITA – Instituto Tecnológico de Aero-náutica – e do IME – Instituto Militar de Engenharia.

O IME fica localizado na cidade do Rio de Janeiro, no bairro da Praia Vermelha, próximo ao bondinho do Pão de Açúcar. Já o ITA, na cidade de São José dos Campos, no interior do estado de São Paulo. Assim sendo, os que pretendem entrar em um dos dois institutos, além de se dedicar bastante para entrar, terão que mu-dar de cidade. De acordo com Sérgio Ribeiro, supervisor do Ensino Médio e do Pré-vestibular do colégio Motivo – que possui turmas específicas de preparação para estes dois concursos –, este é um dos fatores que desencoraja estudantes a desejarem tais escolas: “A gente nota a resistência. Muitas vezes vemos alunos muito bons e dizemos: ‘Rapaz, tenta o ITA, tenta o IME’ e eles dizem que não querem, enquanto que no Ceará, por exemplo, você abre duas, três turmas ITA/IME no colégio. Hoje só existem dois colégios no Reci-fe que preparam para estes concursos. Por quê? Porque o recifense não quer sair daqui. Então realmente exige do aluno um desapego, digamos assim, ou esse foco de ir e de se preparar para uma coisa melhor”.

Nos dois institutos há a possibilidade de seguir a carreira mi-litar ou civil. No entanto, é bom ficar atento a algumas diferenças: segundo Geraldo de Faria Junior, gestor do colégio GGE, o IME tem a fama de ser mais rígido no aspecto militar. Isto se pode notar já no processo seletivo que, além do teste de conhecimentos, obriga os

QUEM já PASSOU gArANTE: NADA DE grANDE iNTEligêNCiA NATUrAl. ESfOrÇO, DEDiCAÇÃO E CErTEzA SÃO AS ChAVES PArA A APrOVAÇÃO

conquiSta | Antônio Lamounier vai para o segundo ano do ITA

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alunos a se submeterem a uma avaliação física de caráter eliminatório: os aprovados na prova teórica vão para o Rio de Janeiro e, só depois de passarem no teste físico, é que podem se considerar alunos do IME. Já no ITA, não há avaliação física e só é obrigatório o uso de farda às segundas-feiras. No IME, todos os dias e só os alu-nos que optam por seguir a carreira militar é que têm direito a alojamento. No ITA, todos. Esses são alguns dos fatores que podem influenciar na hora de decisão de que escola entrar. Fernando Alves, 18 anos e aluno do preparatório para o ITA/IME do colégio GGE, já tem a preferência pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica: “Sou um cara meio sedentário e não sou muito chegado ao militarismo”. Aspectos como a disponibilidade de alojamento também foram levados em conta. Fernando já fez a prova duas vezes, mas não passou. No entanto, já foi aprovado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mas nem pensou em cursar. O jovem tem todo o apoio da família e está disposto a estudar e tentar entrar no ITA até conseguir.

VontadeAntônio Lamounier, 22 anos, tentou

até conseguir. O jovem passou na prova do ITA no ano de 2009, em sua quinta tentativa. Na Universidade Federal de Per-nambuco, foi aprovado já no terceiro ano do Ensino Médio, começou os estudos lá, mas logo desistiu. Quando tentava entrar no ITA pela quarta vez, novamente ten-tou e foi aprovado no vestibular da UFPE – desta vez para Ciência da Computação. Iniciou o curso, mas contou aos risos: “Eu vim ao GGE, conversei com o pessoal e vi que o que eu queria mesmo era o ITA”. Geraldo completa: “A família às vezes não entende que o cara quer o ITA mesmo”. “Minha mãe sempre me apoiou, mas al-gumas pessoas diziam: ‘Comece a federal e fique estudando para o concurso’ só que, em pouquíssimos casos, isso dá certo. As

duas atividades exigem muita dedicação”. Mas, segundo Lamounier, ao contrário da fama de que os estudantes dessas duas escolas são gênios, o que conta mais na hora da aprovação é o esforço da pessoa e a dedicação na hora do estudo; mais do que uma grande inteligência natural como as pessoas pressupõem. No entanto, os dois profissionais que trabalham há anos com preparatórios para os dois institutos garantem: os alunos aprovados são os que gostam de estudar há muito tempo. É ne-cessário ter feito um bom Ensino Médio e ter uma boa base de conhecimento.

A primeira vez que Lamounier ou-viu falar no ITA ainda era criança: “Estava vendo filme e perguntei para minha mãe como eu virava astronauta, ela respondeu que eu precisava entrar no ITA e fiquei com aquilo na cabeça. Depois de um tempo, fui ouvindo falar mais, falar em engenharia e fui me voltando para essa área.” Sobre a experiência de ter passado na quinta tenta-tiva, conta: “Foi difícil, as pessoas falavam para que eu seguisse outros planos. Era como se eu estivesse parado na vida, mas valeu muito à pena. A experiência é fan-tástica e não só pela faculdade”. O jovem

divide um apartamento com outros cinco, há três quartos, banheiro e uma pequena cozinha. Mas, para ele, o que é bom mes-mo são as diversas salas de convivência do grupo. “Como mora todo mundo junto, a gente forma uma família. Não existe com-petição, todo mundo procura se ajudar, puxar o colega que está com mais dificul-dade, ficar a madrugada inteira estudando com quem está precisando”. Sobre morar longe da família, conta: “É muito bom para o crescimento pessoal. Você aprende a se virar sozinho, a depender de novas pesso-as, a gente se ajuda muito. Às vezes sinto falta da comida de casa, da praia, mas lá você conhece outras pessoas, outros luga-res, se desenvolve e valoriza o que deixou para trás”.

proVas O teste para entrar no Instituto Militar

de Engenharia (IME) é realizado em cinco dias: no primeiro acontece uma “prova pe-neirão” de matemática, química e física. Na terça, na quarta e na quinta ocorrem as provas abertas de matemática, química e física – com dez questões cada e que só

colÉgio MotiVo | Sérgio Ribeiro, supervisor do Ensino Médio e do Pré-vestibular

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Carreira no iTA

1º ano: serviço militar obrigatório. Todos os alunos. Recebem cerca de R$800 por mês

2º ano: todos os alunos são civis. Não rece-bem remuneração

A partir do 3º ano: os que optaram pela carrei-ra militar se tornam aspirante da aeronáutica e ganham cerca de R$5.000 por mês. Os que escolheram a carreira civil, não recebem nada

Cursos de Engenharia do iTA

Aeronáutica, Mecânica Aeronáutica, Civil Aeronáutica, Eletrônica, Computação e Aero-espacial

áreas de Engenharia no iME

Fortificação e Construção; Elétrica; Mecânica e Materiais; Química; Cartografia e Computação

são corrigidas se você não levar ponto de corte no “penei-rão”. Na sexta, o último dia, acontece a prova aberta mista de português e inglês.

Já para o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), são quatro dias de provas. Física, matemática e química (com vinte questões de múltipla escolha e dez abertas) e português e inglês. Uma curiosidade é que o ITA não divul-ga a classificação dos candidatos, apenas o nome de quem foi aprovado. Assim como os remanejados. Os alunos con-vocados após desistência de outros só ficam sabendo no momento da chamada. Portanto, não dá para torcer que um ou dois desistam. Você não saberá se é o primeiro, o segundo ou o último da lista de espera. De acordo com La-mounier, isso acontece para que todos cheguem à escola se sentindo no mesmo nível; sem superioridade. Já o IME divulga todos os dados.

FuturoNa hora de fazer a inscrição para os concursos, o can-

didato já escolhe a opção de ser militar ou civil e a engenha-ria que pretende se formar. Lamounier será civil e pensava em fazer Engenharia da Computação. No entanto, no final do segundo ano – fim do ciclo básico – existe a possibilida-de de trocar de curso, dependendo da nota e da disponibili-dade de vagas. O jovem já pensa em ser engenheiro elétrico.

Sérgio Ribeiro conta que essas duas escolas de referên-cia mundial têm atraído empresas de um modo tão agres-

colÉgio gge | O gestor Geraldo de Faria Júnior

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ita ime

Local São José dos Campos Rio de JaneiroLigado Aeronáutica ExércitoAlojamento Para todos Somente para militaresTeste Físico Não SimFardamento Só às segundas-feiras Todos os dias

sivo que fez com que o IME mudasse sua política para os que desejam a carreira mi-litar. Quem opta por ser do exército, rece-be um salário enquanto estuda. Por conta disso, o IME agora exige que tais estudan-tes passem, pelo menos, cinco anos nas forças armadas. O que vinha acontecendo era a absorção maciça desses profissionais por empresas de grande porte. O IME ti-nha o trabalho de formar, pagar e no fim deixava o quadro de engenheiros do exérci-to em déficit. Agora, para deixar a carreira militar antes desses cinco anos, é preciso indenizar as forças armadas. O coordena-

dor conta que um ex-aluno do Colégio Mo-tivo formado pelo IME já está se dando tão bem no mercado de bolsa de valores que junta dinheiro para indenizar o instituto e voltar a ser civil.

Ao contrário do que pode parecer, as oportunidades não se restringem à área de Engenharia. Lamounier conta que mui-tos alunos formados acabam trabalhando com consultoria para empresas – já que possuem uma base muito forte em mate-mática - e com o mercado financeiro. Além disso, com toda a experiência desenvolvida dentro dos cinco anos nas escolas, muitos

se sentem despertados para o empreende-dorismo.

Serviço:Colégio Motivo – Rua Padre Carapuceiro, 590 - Boa Viagem, Recife. Telefone: 2119.9777 www.colegiomotivo.com.br

Colégio GGE – Av. Domingos Ferreira, 2142 - Boa Viagem, Recife.Telefone: 4009.2599 www.colegiogge.com.br

Sonho | Fernando Alves, jovem que se prepara para as provas do ITA e do IME

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artiGo | wilSON bArrETO

As lideranças pelo raciocínio e pela inteligên-cia têm sido a grande diferença entre nós humanos e os animais ditos

irracionais. Nesses últimos, a força físi-ca, a resistência e outros dotes pu-ramente físicos fazem a liderança no clã. O homem tem que se destacar entre seus pares não como detentor da maior força física, mas sim pelo seu po-der de construção e discer-nimento no dia a dia.

Assim se constrói a liderança tão almeja-da que leva as pessoas ao sucesso dentro de sua profissão ou então em suas atividades fora do mercado de trabalho. Mesmo no esporte, o destaque intelectu-al dentro da atividade é que premia o litigante bem sucedido, juntamente, é na-tural, com suas habilidades físicas específicas da atividade esportiva.

A apologia ao desenvolvimento intelectual deve ser sempre o principal tema dos programas mais populares dos meios de comunicação como as emissoras de rádio, de TV e as redes virtuais. Acontece, no entanto, que, ao con-trário do esperado, os meios de divulgação têm apoiado programas sádicos nos quais a força física e o stress do cor-po são os elementos que apontam os vitoriosos. Estamos voltando ao tempo das cavernas quando o medir do poder muscular fazia as lideranças e o divertimento contemplava a exacerbação do sexo.

Os absurdos em termos de pouca criatividade e en-grandecimento das características perniciosas dos huma-nos existem em cada uma das edições dos BBBs e outros programas sádicos semelhantes. O investimento em temas mais sadios que melhorem o desempenho social não tem encontrado lugar. Os lucros são maiores quando se investe menos em seus determinantes. Processos intelectuais são mais elaborados e têm custo maior, equivalente aos melho-res resultados para o bem da sociedade.

Infelizmente a maior parte da população ainda é cons-tituída por pessoas pouco preparadas e que facilmente são enganadas por produtores de programas que, em vez de edu-carem para o bem, querem banalizar comportamentos ou ações que merecem respeito. A vulgarização dessas relações

v a i aos pou-cos minando o seio social que passa, então, a deteriorar-se apon-tando para uma decadência iminente. A censura a programas com esse foco deveria existir de forma absoluta. A falta da percepção desse mal imposto torna ainda mais perversas essas diversões, que produzem danos, subliminarmente, à nossa sociedade.

Na verdade, esses programas são importados de ou-tros países, onde as leis protegem o cidadão de forma que os resultados de suas ocorrências são completamente di-versos daqueles que acontecem aqui. Por exemplo, o maior percentual de audiência de um dado canal de TV não pode exceder a 7%, assim a informação perniciosa não é tão ma-léfica.

Esperamos que, pelo menos, adotem-se versões des-ses programas que se coadunem com a nossa cultura de forma a coibir os danos que acontecem nos dias de hoje. Só com atitudes responsáveis por parte de nossos comuni-cadores é que poderemos construir um futuro para a nossa sociedade que contemple o saber, a ética e o desenvolvi-mento social tão almejado por mentes sadias!

leia mais no

portalfera.com.brEngenheiro, professor de Acústica Arquitetônica da Faculdade de Ciências Humanas - ESUDA. quimera-wilsonmar.blogspot.com

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reinventando os programas sádicos

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social | CUlTUrA

maTaDouro

recife, Olinda e Jaboatão são cidades que se amontoam como se fossem uma só. Vivemos em uma, mas cons-

tantemente estamos nas outras duas e é como se estivéssemos na mesma. Quem mora em Recife, ao se dirigir para Olinda, não pensa que vai fazer uma viagem. No máximo, que vai a

um bairro mais distante – ou até mesmo pró-ximo – dependendo de onde mora. Com esse espaço geográfico tão grande, muitos de nós não conhecemos nossa(s) cidade(s) na tota-lidade. Ficamos presos aos mesmos roteiros, às mesmas pessoas, aos mesmos programas. E, pior: temos a ilusão de que conhecemos.

em Peixinhos, a comunidade agiu e, no espaço onde seria

construído um lixão, hoje crianças brincam, participam de

oficinas, ensaiam e tocam.| ALANA LiMA

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“Você sabe me dizer como faço para chegar em Peixinhos?”, “Menina, o que é que você vai fazer lá? Não tinha um lugar melhorzinho para ir?”. Quem acertar quantas vezes Maria* já tinha ido ao bairro antes de me dar tal resposta ganha um doce. Isso mesmo: nenhuma.

Em Peixinhos, bairro situado no limite entre as cidades de Recife e de Jaboatão, às margens do rio Beberibe, foi construído, por volta de 1915, um matadouro de animais (gado e porco). Foi essa a atividade que

incentivou o povoamento da região habitada, principalmente, por tra-balhadores do matadouro. Na década de 70, no entanto, o governo do estado desativou o local alegando que as atividades não estavam sendo realizadas de acordo com as normas estabelecidas por lei. Assim, diz a história que o local abandonado foi sendo ocupado por quem sempre precisa dele: a violência. Geovana Moura, secretária do Centro Cultural Nascedouro de Peixinhos e ponte entre a comunidade e a prefeitura,

*Nome fictício

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conta que o local ia ser transformado em um depósito de lixo, se não fosse a atuação das pessoas em movimentos sociais como o “Comuni-dade Assumindo Suas Crianças”, o “Movimento Cultural Boca do Lixo” e o apoio da Igreja Católica na figura do arcebispo de Olinda e Recife da época Dom Helder Câmara. Até hoje, o imaginário social ligado ao matadouro ainda é forte. Em minha busca para chegar ao “Nascedouro de Peixinhos”, duas, das quatro abordagens, não sabiam informar onde era o Nascedouro, mas sim, o matadouro.

O espaço físico do Nascedouro Cultural de Peixinhos é dividido em três partes: o Centro Cultural, o Centro Tecnológico e a Refinaria. Lá acontecem oficinas de formação cultural para a confecção de ins-trumentos, dança contemporânea e composição musical; ensaios de grupos de danças afro como o Raízes e o Majê Molê; ensaio de agremia-ções e de grupos musicais como o Combo Percursivo, organizado por Gilmar Bola 8, da Nação Zumbi, e o Ação Peixinhos, também coordena-do por Gilmar e Toca - também da Nação - onde sessenta batuqueiros, de todas as idades, começaram os ensaios para formar uma orquestra de percussão que tocará vários ritmos: do maracatu ao funk. Para Geo-vana, o espaço é muito importante pois “dá visibilidade aos grupos de Peixinhos” além de hoje ser uma área ocupada 80% pela família da região em uma gestão compartilhada entre prefeitura e comunidade. Em festas, por exemplo, quem cuida da segurança são os próprios mo-radores do bairro. Enquanto estive lá, crianças andavam de bicicleta no pátio, entravam e saiam com instrumentos musicais, enquanto outras deixavam seus ensaios de dança. Era o caso dos meninos do grupo de dança afro formado só por homens “Raízes”.

Gilson Gomes, coordenador, e os bailarinos Randerson (17), Evan-dro (18), Mateus (9), Erinaldo (16) e Paulo (24) – que também ajuda na coordenação - contaram suas histórias com a dança enquanto mediam e cortavam tecidos para a confecção do figurino das próximas apresen-tações. As roupas estavam sendo feitas por eles mesmos. A história do balé está muito atrelada à de outro grupo de dança também coordena-do por Gilson e sua mulher Glória: o Majê Molê. Este, só de mulheres. Gilson, antigo bailarino do Balé Arte Negra de Pernambuco, montou uma pequena coreografia com um grupo de meninas que haviam se juntado a Glória em uma comemoração do dia das crianças no bairro de Água Fria. A atividade, que acabaria ali, teve que continuar mediante o pedido das garotas. Isso, há 14 anos. Através de uma oficina no Centro da Juventude surgiu o “Raízes” que, originalmente misto, tornou-se um grupo exclusivamente masculino com a saída natural das meninas.

Onze bailarinos e quatro percursionistas formam o grupo. Gilson

ponte | Geovana Moura, secretária do Centro Cultural Nascedouro de Peixinhos

social | CUlTUrA

fala em resistência. Conseguiram lugar para ensaiar no Nascedouro, mas não sem antes terem de lidar com escorpiões, gatos e cachorros mortos. Assim, Peixinhos, que aparecia só no caderno policial dos jor-nais, passou a ser destaque também na página cultural, lembra. As di-ficuldades não vieram só no início: até hoje Paulo fala do preconceito com homens dançando e com a dança africana. Os bailarinos lidam com isso juntos através de rodas de conversa. No momento, a resposta é o silêncio: “A gente cala e mostra dançando” e depois muitos dos que criticam “são os primeiros a aplaudir e muitas vezes vão falar com a gente no camarim”. As coreografias encenam os sofrimentos dos ne-gros e os gritos durante as apresentações são de desabafo, de dor. Paulo explica a intensidade da dança: “No teatro, você precisa falar para o pú-blico entender. Na dança, nós falamos com o corpo, então precisamos fazer de um jeito forte, intenso, para que as pessoas entendam. Às vezes há cenas de morte, os meninos caem no chão, se batem, choram”.

Gilberto Filho, o Beto Bala, tem 29 anos e é o coordenador musical do Majê Molê – o grupo das meninas. Sobre a importância do projeto,

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MaJÊ MolÊ | As meninas que têm brilhado Brasil afora

dançarinoS | Integrantes do balé afro formado só por

meninos “Raízes”

quer dar aos jovens, a oportunidade que não teve para que “através da música, possam desenvolver, abrir a mente, fazer escolhas baseadas no caráter transformador da arte. O artista tem uma visão a mais, tem faci-lidade para colher informações”. Beto Bala é um dos 4 percussionistas que toca para que as catorze bailarinas do Majê Molê dancem.

Por volta das 18:45, o Nascedouro começou a se encher de pesso-as de todas as idades. Às 19h, estava marcado o ensaio do Ação Peixi-nhos, a orquestra de percussão. Quem não foi para tocar, foi para assis-tir, ouvir, dançar. Em meio a tantas pessoas, três meninas se destacaram por usarem blusas iguais: a blusa do Majê Molê. Yraê (17), Viviane (14) e Taynan (16). De maneira geral, a história de como entraram no gru-po é parecida: após verem alguma apresentação, gostaram e quiseram participar. Para ser integrante do balé, além de dançar é preciso estudar, em primeiro lugar, e se cuidar: bailarina grávida é ex-bailarina. A família de Yraê reconhece a importância das atividades e “reclama quando falto ensaios. O Majê Molê me tirou da rua, me ocupa, fala de várias coisas. É como se fosse uma mãe. Já viajei para São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador com o grupo”. A fala de Taynan foi muito parecida, acrescida do depoimento que sempre chora ao falar do grupo. Desta vez, não cho-rou. Já na casa de Viviane, que foi apresentada ao grupo pela mãe, os parentes mais próximos apoiam, já os demais, por questões religiosas, são contra, o que fez a menina já pensar em sair da dança.

O nome do grupo, que significa “Crianças que brilham”, tem re-tratado bem a trajetória das meninas que já se apresentaram em pro-gramas nacionais, como na Xuxa, já dançaram na abertura do Carnaval do Recife durante show do cantor Caetano Veloso e em apresentação do percussionista Naná Vasconcelos. Este reconhecimento de fora tem trazido um brilho a mais para as meninas que garantem que o bom mesmo é se apresentar na comunidade e mostrar que a cultura que elas

representam é diferente do que muitos pensam.As adolescentes que levavam estampado na roupa o nome do

grupo de dança naquela hora estavam ali para o ensaio da orquestra “Ação Peixinhos” formada há um mês e que já tinha apresentação mar-cada para dali a uma semana no “Cena Peixinhos” que aconteceu no dia 19, na rua da Moeda, no bairro do Recife. Toca, um dos idealiza-dores do projeto, pensou tudo para uma alternativa à marginalidade através de uma educação musical. Integrante da banda Nação Zumbi, vê a fama como um espelho “para que eles possam acreditar neles mesmos, chegar onde chegamos ou mais alto ainda” e fora as expecta-tivas de sucesso, o músico se diz satisfeito só em ocupar o tempo dos percussionistas para que ninguém tenha tempo de pensar em coisas ruins. Axé, que trabalha com o cantor Otto, e também faz parte do pro-jeto, destaca: “é massa quando a gente viaja e encontra antigos alunos. Vemos que tudo valeu à pena”.

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Dadado, um dos membros do “Movimento Assumindo Suas Crian-ças” e fundador do “Movimento Boca do Lixo” era um dos que forma-vam plateia para o ensaio. “Isso era tudo o que a gente queria. O espaço sendo ocupado, a ideia era essa”. O espaço do Nascedouro de Peixinhos pareceu ficar pequeno ao som dos sessenta batuqueiros. Saíram desfilan-do e ensaiando pelas ruas do bairro. Ocupando espaços, mentes, alma e coração. Com arte.

Serviço:Nascedouro de Peixinhos – Avenida Jardim Brasília, s/n - Peixinhos, Olinda. 3355 3308

social | CUlTUrA

Acende a vida e inicia o grande dramaApressado e sem ensaioSangrando uma vez por dia e nascendo de novoAprendendo no jogoE ainda digo queQue nem só de ouro, nem só de ouroÉ preciso pra viver

(trecho da música Nascedouro da banda Nação Zumbi)

MÚsica

enSaio | O músico Toca comanda 60 batuqueiros no “Ação Peixinhos”

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MarketinG | lUCiANO gOUVEiA

Gerente Comercial da Facottur/Bairro Novo [email protected] leia mais no

portalfera.com.br

o desempenho do varejo e as mídias sociais

Através da Nanopublicidade focamos estudar suas opiniões, desvendar os comentários e aprofundar nas informações e entendimentos

que de outra maneira continuariam escondidos atrás de números.

A pior forma para uma marca lidar com as redes sociais é manter-se a margem e não dar resposta as questões levantadas. A marca pode estar criando pra-ticidade, conforto e segurança e são alguns dos benefí-cios oferecidos pelas lojas virtuais que contribuem para o aumento constante das compras pela internet. Tudo isso agregado a uma boa oferta, se torna irresistível para qualquer consumidor.

Cientes deste novo perfil de clientes, os varejistas abusam da criatividade e inovação, e atraem cada vez mais compradores por meio das mídias sociais.

Sorteios, brindes, ofertas exclusivas e cupons de des-contos são algumas das tentações que atiçam os consumi-dores ativos, que são disputados a cada clique. Quem nun-ca se pegou navegando pelo twitter de um estabelecimento a procura de um descontinho? Estar alienado a estas novi-dades é garantia de fracasso nos negócios.

Para se ter uma ideia da importância das promo-

ções e cupons de descontos, cerca de 70% das pesso-as abandona o carrinho de compra. Sendo que desse percentual, 27% delas abandonaram por não encontra-rem um cupom de desconto. Ou seja, os consumido-res sempre procuram algum benefício extra na compra, como abatimento no preço ou frete grátis.

Há também aqueles que priorizam as redes so-ciais populares como o Twitter e o Facebook e oferecem conteúdo exclusivo de promoções e ofertas, além de grandes sorteios para seguidores e fiéis aos estabele-cimentos. Preços mais baixos e ofertas relâmpagos são anunciados constantemente. Tudo de forma rápida e dinâmica, como a velocidade da web.

O feedback direto com estabelecimentos também é um benefício que o consumidor moderno usufrui com esta batalha nas mídias sociais. Com isso, as manifes-tações negativas ou positivas ganham cada vez mais importância dentro das redes de varejo. Antenados nas mídias sociais mais populares do Brasil, como Twitter, Orkut e Facebook, milhões de usuários e consumidores se deleitam com as novas formas de varejo. As novida-des não param de surgir e o mercado promete agradar ainda mais clientes de todos os gostos e bolsos. F

TEXTOS

iMAGENS

FOTOSÁUDiO

SEU SiTE

VÍDEOS

NETWORKiNG

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sétiMa arte | SilVANA MArPOArA

Como é difícil ser jovem quando se tem tantas amarras ao longo de seus 80 e tantos anos... E que criatura é essa que, mesmo octogenária, lida com os avanços tecnoló-

gicos e cada vez mais ganha novos formatos e adeptos? Esse é o Oscar, a mais tradicional festa do cinema mundial, que na edição 2011 mostrou o quanto é complicado essa relação entre tradição e modernidade. Desde a apresentação do evento já que depois de anos contando com a participação de comediantes a aposta dessa vez foi o jovem casal de atores James Franco e Anne Hathaway (símbolos de uma geração y e dessa nova indústria cinematográfica) e ao mesmo tempo vimos a participação espe-cial, através do recurso holográfico, do primeiro apresentador do prêmio na versão televisiva, Bob Hope.

Então tivemos a exibição de um curta metragem, produzi-do com os próprios apresentadores interagindo com trechos dos filmes candidatos ao prêmio, tudo tão atual e instigante. Eis que começam os discursos de agradecimento sempre tão longos, tão chatos, tão antiquados. Afinal, esse é o Oscar um desfile de ato-res dissimulados vivendo seus melhores papéis: emocionados e surpresos, quando estão com a estatueta na mão ou controla-damente decepcionados quando perdem essa oportunidade de serem os melhores daquela noite. Também é a cara do Oscar o desfile de vestidos e modelitos estranhos, as caras e bocas de quem aparece na tela e as piadas que eles insistem em fazer lá entre eles. Ai vem um momento novo, a apresentação de gen-te comum citando suas trilhas sonoras preferidas... E ninguém menos que o presidente dos Estados Unidos para en-cerrar cantarolando trecho de sua trilha: “You Just remember this...” do clássico Casablanca.

Impossível não comentar mais um contraste do choque de gerações proporcionados por esse evento: a premiação de um jovem estudante da NY University e seu jeitão esqui-sitão bem fora dos padrões hollywoodianos e a presença do ator Kirk Douglas, que nos impressionada com a imagem ao longo dos seus 95 anos, e que usou da licença poética para brincar com a situação de estar naquele palco.

Idade por sinal é

uma característica curiosa quando se trata dos diretores candi-datos nessa edição, todos tinham em comum o fato de terem menos de 50 anos. E talvez como o garoto esquisitão daqui até a próxima geração não lembraremos sequer dos seus nomes, situ-ação típica dessa geração do hoje, do imediato. Que saudade dos grandes nomes: Scorcese, Copolla, Allen... Assim como Douglas que se mostram eternos.

Mas são os filmes que caracterizam esse novo momento da cinematografia mundial, tão múltiplo, tão clássico, tão experi-mental, tão sem regras... Esse ano tínhamos uma animação TOY STORY 3 concorrendo ao Oscar junto com uma re-filmagem de um faroeste BRAVURA INDOMITA; também as modernas ima-gens de A ORIGEM e o drama pessoal de um homem comum em O VENCEDOR; um outro homem e sua superação em 127 HORAS e uma garota que faz do balé a sua vida em CISNE NE-GRO; uma família em terras gélidas de INVERNO DA ALMA e uma nova formação familiar de MINHAS MÃES, MEU PAI; e fi-nalmente a vitória de um DISCURSO DO REI diante do anti herói de uma REDE SOCIAL.

E a noite se encerra assim... Meio morna, meio sem graça, sem grandes surpresas para uma madrugada de domingo. Talvez importante para quem goste de cinema, cheia de significados para quem vive desse cinema já que esses prêmios movem toda uma cadeia de negócios na indústria da 7 arte e talvez apenas mais um evento para quem realmente não se importa com nada disso. Mas para nós brasileiros o Oscar teve um certo gostinho amargo, já que mais uma vez chegamos perto e não conseguimos. O docu-

mentário LIXO EXTRAORDINÁRIO é bem reflexo da sociedade que vivemos e do cinema que pro-

duzimos: dos restos, das desgraças reais, da capacidade de transformação mas que nos

mostra que ainda estamos, apesar de TRO-PAS, CHICOS e agora SURFISTINHAS, bem distantes dessa grande festa do cine-ma. Uma pena !

Principais premiações: Melhor DiretorTom Hooper, por O Discurso do ReiMelhor atrizNatalie Portman, por Cisne NegroMelhor AtorColin Firth, por O Discurso do ReiMelhor FilmeO Discurso do Rei

Jornalista, produtora cultural, professora universitária, mestra e aluna do doutorado em educação da UFPE. [email protected]

oscar 2011 : mais do que uma festa o reflexo de um novo tempo do cinema

leia mais noportalfera.com.br

eduardo souza

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O Discurso do Rei – Apesar de ter sido o filme ganhador do Oscar 2011 ele ficou pouco tempo em cartaz por aqui e não fez grande bilheteria. Trata-se da historia real do rei George, o pai da rainha Elisabeth, que pre-cisou superar a gagueira.

A Rede Social – A historia do criador do facebook é sem dúvida o mais bem sucedido dos filmes da temporada. Talvez por representar os inte-resses da chamada geração “y” e contar a vida de um rapaz que, diante de uma boa ideia, se transformou no mais jovem bilionário do mundo.

Cisne Negro – A expectativa em torno desse filme foi das mais altas des-de que a atriz Natalie Portman ganhou o Globo de Ouro. Isso fez com que o público prestigiasse o filme sobre a garota que sonhava em fazer parte de uma importante companhia de balé e que esteve em cartaz por várias semanas nos cinemas da cidade.

A Origem – Com elenco encabeçado por Leonardo di Caprio essa pro-dução chamou a atenção por conta dos efeitos especiais e uma narrativa perturbadora sobre a possibilidade de alguém roubar seus sonhos. Outro sucesso de bilheteria que já está disponivel em Blu-ray.

E ainda: Toy Story 3; Minhas mães, meu pai; O vencedor; Bravura Indômi-ta - todos já estiveram em cartaz e fizeram boas bilheterias.127 horas e o Inverno da Alma são os únicos, dos 10 filmes indicados ao Oscar 2011, que ainda não estrearam por aqui mas vale a pena conferir quando isso acontecer.

Circo Social: A Experiência da Escola Per-nambucana de Circo – De Rudimar Constân-cio, é resultado do Curso de Especialização em Ensino de Artes da UFPE, e será lançado dia 25 de março, às 19h, na Estação Cultural Senador José Ermírio de Moraes (Av. Beira Mar, 990, Piedade. Tel. 3424 8704). Valor: R$ 20. O estudo avaliou as práticas pedagógicas do circo-educação aplicadas pela Escola Per-nambucana de Circo (EPC) e seus desdobra-mentos no cotidiano do aluno circense. No lançamento, serão apresentadas performan-ces da Trupe Circus, além do musical “Taí”, de Eduardo Linhares e do do show da sambista Alexia. Entrada franca.

diVersão

Geraldinho Lins – Um dos artistas preferidos dos per-nambucanos já marcou a data de gravação do seu 3º DVD. O cantor Geraldinho Lins vai colocar todo mundo pra dançar no próximo dia 25 de março, na Usina Dois Irmãos. Como de costume, o repertório será bem diversi-ficado, com frevo, maracatu, coco de roda e, é claro, mui-to forró. O evento vai contar com serviço open bar, aonde será oferecido refrigerante, água mineral, cerveja, vodka e whisky 8 anos. Serviço: Usina Dois Irmãos – Praça Farias Neves, s/n, Apipucos, Recife-PE. Fone: (81) 3441-3105. Ingressos: R$ 100,00 (à venda na Luce Ótica do Shopping Recife).

Seal – O cantor inglês e neto de brasileiro vai se apresen-tar pela primeira vez no Re-cife, no dia 26 de março. De volta ao Brasil depois de três anos, ele irá mostrar aos per-nambucanos, no palco do Chevrolet Hall, o seu novo ál-bum: “Seal 6: Commitment”. O artista já fez história no mundo da música, com mais de 15 milhões de álbuns vendidos desde o começo da carreira e três Grammys conquistados – vale ressaltar que o Grammy é o prêmio mais prestigiado da indústria fonográfica internacional. Serviço: Chevrolet Hall – R. Aga-menon Magalhães, s/n, Complexo de Salgadinho, Olinda-PE. Fone: (81) 3427-7500. Ingressos: Pista (meia) – R$ 70,00 / Pista (inteira) R$ 140,00Front Stage – R$ 120,00 (meia) e R$ 240,00 (inteira)Camarote 1º piso (10 pessoas) – R$ 2.000,00Camarote 2º piso (10 pessoas) – 1.800,00À venda na bilheteria do Chevrolet Hall e nas lojas Renner da R. Imperatriz, no bairro da Boa Vista, e dos shoppings Recife e Guararapes.

shoWcinema - oscar 2011

lanÇamento – livro

ganhador | O Discurso do Rei recebeu a principal estatueta do Oscar Melhor atriZ | Natalie Portman atuando em Cisne Negro

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rodapé | DOlOrES OrANgE

38 Revista Fera! | dez/jan | @portalfera

Revisora de textos da Revista Fera!e-mail: [email protected]

Os sinos já deram a largada para o vestibular: é hora de sentar-se à mesa de estudos e dedicar horas do dia a dia aos livros. Uma rotina pesada de leituras,

cálculos e decorebas começou. Muitos estudantes deixarão de lado família, amigos e novas descobertas pessoais para disputar uma vaga na universidade. A questão que coloco é: esse estudo, por vezes mecânico, vale a pena? Sem dúvida, muita dedicação e paciência são requisitos básicos para pas-sar no vestibular. Entretanto, é preciso ter sempre em mente, desde o início do ano até a véspera da prova, que dedicação exclusiva aos estudos pode gerar efeito inverso: branco, an-siedade e nervosismo.

Além disso, todo estudo que se reduz a fórmulas e horas de memorização não prepara aluno algum para a vida, para refletir sobre seu papel na sociedade – reflexão essa indispensável para a construção de um mundo melhor. Estudo e reflexão precisam ser dois lados da mesma moe-da. E sabe qual é uma excelente forma de pensar o mundo? Transformar o estudo em ação – debates coletivos sobre um importante tema de redação, por exemplo, já é um excelente começo. E uma importante aliada desse processo é a leitura. Gente, ler um livro sem pretensões apenas para o vestibular não deve ser encarada como ato sem necessidade ou sem importância, pois a mesma é capaz de despertar o leitor para o cultivo da sensibilidade e a educação do espírito, elemen-tos indispensáveis para o pleno desenvolvimento da condi-ção humana e para uma justa ponderação sobre os fatos ao nosso redor.

O problema maior, no entanto, é que a leitura, hoje, faz parte da ala principal do “museu dos hábitos antigos”:

no mundo da informação instantânea e efêmera, o conhe-cimento sólido (que custa esforço para ser apreendido) tem menos valor se comparado à imensidão/imediatismo do Google, por exemplo. Atualmente, há inúmeros estímulos que nos distraem do verdadeiro sentido de aprendizado e, às vezes, o vestibular pode ser um vilão. Lembrem-se de que os “produtos” adquiridos com a leitura, em geral, são dura-douros, produzem transformações que perduram no espí-rito e repercutem no espaço social. Se nós dermos atenção apenas à pressa do mundo, a leitura, então, do ponto de vis-ta prático, parecerá inoperante, já que se leva muito tempo para ler um livro; do ponto de vista social, será indesejável, porque despertará o espírito crítico do homem e o impelirá a perceber a realidade imediata de maneira mais profunda.

O que desejo dizer nesta primeira edição do ano é simples: cuidem para manter certos valores inquebrantá-veis, durante o ano, como o amor e a dedicação à família e aos amigos, sem esquecer, entretanto, que há um mundo fora do seu círculo mais íntimo de pessoas – um mundo formado por homens e mulheres que você nunca viu, mas que, de alguma maneira, dependem de você. E sabe como é essa dependência? Simples, todos nós dependemos uns dos outros, pois juntos e conscientes do que acontece ao nosso redor, sejam fatos políticos, artísticos, sociais, emo-cionais e etc., construiremos um lugar mais legal para viver. Comecem a mudança na maneira de encarar o vestibular e não se deixem seduzir pelo slogan dessa sociedade egoísta: leiam e reflitam sobre o mundo – não se entreguem ao estu-do mecânico apenas. Uma boa leitura e alguns minutos de meditação transformam as pessoas “para o bem”.

e como você encara o vestibular?

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