revista fera! 05

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ANO 02 Nº 5 – ABR/MAI 2010 – PORTALFERA.COM.BR SÃO PAULO, NOVA IORQUE, MILÃO OU PARIS? AQUI EM PERNAMBUCO TAMBÉM SE FAZ MODA Camila coutinho, 22, faz sucesso com seu blog de moda, “Garotas Estúpidas” O CURSO QUE TÁ NA MODA PREÇO PARA ESTUDANTE R$ 2,00

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A revista que fala a língua dos jovens.

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São Paulo, Nova iorque, Milão ou PariS? aqui

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Moda

Camila coutinho, 22,

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Na Moda

preço para estudante

R$ 2,00

Page 2: Revista Fera! 05

ESCOLAS TÉCNICASMILHARES DE JOVENS COM VAGA GARANTIDA

NO CRESCIMENTO DE PERNAMBUCO.O Ensino Profissionalizante é o melhor caminho para que os jovens pernambucanos se preparem para acompanhar o crescimento

do Estado. O ano letivo de Pernambuco começa com sete novas escolas técnicas estaduais e outras cinco serão entregues pelo

Governo Federal. Estudantes de todo o Estado serão beneficiados com dois tipos de cursos: Ensino Médio Integrado ao Profissio-

nalizante ou Ensino Técnico de nível superior. Os dois modelos atenderão à vocação dos arranjos produtivos locais, estimulando

o potencial de cada município. A partir de 22 de fevereiro, 2.240 alunos estarão em sala de aula. Mais do que formar mão de obra

especializada, as escolas técnicas vão ajudar pernambucanos a crescerem juntos com o nosso Estado.

CURSOS Administração, Agropecuária, Enfermagem, Rede de Computadores, Hotelaria, Guia de Turismo, Comércio, Informática, Vestuário e Logística. ESCOLAS TÉCNICAS PRONTAS Carpina, Timbaúba, Goiana, Limoeiro, Surubim, Sertânia e Jaboatão dos Guararapes.

O TRABALHO ACONTECE,O RESULTADO APARECE.

Page 3: Revista Fera! 05

ESCOLAS TÉCNICASMILHARES DE JOVENS COM VAGA GARANTIDA

NO CRESCIMENTO DE PERNAMBUCO.O Ensino Profissionalizante é o melhor caminho para que os jovens pernambucanos se preparem para acompanhar o crescimento

do Estado. O ano letivo de Pernambuco começa com sete novas escolas técnicas estaduais e outras cinco serão entregues pelo

Governo Federal. Estudantes de todo o Estado serão beneficiados com dois tipos de cursos: Ensino Médio Integrado ao Profissio-

nalizante ou Ensino Técnico de nível superior. Os dois modelos atenderão à vocação dos arranjos produtivos locais, estimulando

o potencial de cada município. A partir de 22 de fevereiro, 2.240 alunos estarão em sala de aula. Mais do que formar mão de obra

especializada, as escolas técnicas vão ajudar pernambucanos a crescerem juntos com o nosso Estado.

CURSOS Administração, Agropecuária, Enfermagem, Rede de Computadores, Hotelaria, Guia de Turismo, Comércio, Informática, Vestuário e Logística. ESCOLAS TÉCNICAS PRONTAS Carpina, Timbaúba, Goiana, Limoeiro, Surubim, Sertânia e Jaboatão dos Guararapes.

O TRABALHO ACONTECE,O RESULTADO APARECE.

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Nesta edição da Revista Fera!, resolvemos falar sobre Moda em nossa matéria de capa. A escolha não foi por acaso, já que ultimamente o setor vem dando o que falar ou, se preferir, vem dando pano pra manga. Jovens de todo o Brasil, inclusive de Pernambuco, vêm, cada vez mais, buscando informações sobre essa área, que, hoje em dia, deixou de ser exclusividade dos países europeus e das ruas de Nova Iorque.

Também teremos a seção “Jovens de Sucesso”, que volta com tudo para mostrar como é possível ganhar dinheiro através da internet. A construção de webdesigns e o comércio eletrônico são negócios promissores, que vêm gerando lucro para quem atua no ramo.

Abordaremos ainda a decisão da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE de manter o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como critério de seleção na primeira fase do Vestibular 2011. O que será que alunos e educadores acharam disso? Todos nós esperamos, este ano, que não ocorram, no fim das contas, surpresas desagradáveis.

Dentre outros assuntos relevantes colocados em questão na nossa pauta, está um tema que tem aparecido bastante na mídia e em nosso cotidiano: os problemas ambientais. Assim como você, leitor, nós, da Revista Fera!, estamos preocupados com o futuro do planeta.

O caso mais recente de degradação da natureza em grande escala, que chocou todo o planeta, aconteceu no último mês de abril, no Golfo do México, e é tido como o maior desastre ambiental já ocorrido em território americano. Estima-se que cerca de 12 milhões de litros de petróleo foram lançados ao mar. Ou seja, transformando isso em números mais concretos, podemos dizer que, desde o acidente, são despejados no oceano cerca de 5 mil barris do produto por dia.

As tentativas de minimizar o desastre não têm dado certo e a Guarda Costeira americana já declarou: a poluição já alcançou a costa do Estado da Louisiana. Só para se ter uma noção, segundo cálculos atualizados, divulgados pela rede de TV CNN, a mancha escura resultante do vazamento tem 72km por 170km de extensão, maior do que toda a área da Jamaica. Até quando o meio ambiente vai suportar as falhas humanas?

Ainda há tempo de converter este quadro. Basta que cada um faça a sua parte, dentro de casa, na escola, na faculdade, no trabalho, seja onde for. Comece de hoje, ou melhor, de agora. Não deixe para amanhã, não deixe para os outros. Perca a vergonha de dizer que é a favor do bem-estar do planeta. Não custa nada. E vamos fazer com que essa moda pegue!

Boa leitura!

Mateus Lima.

revista fera!diretoria executiva – Ira Oliveira eSandra Paivaeditor de artes – Ira [email protected] comercial – Sandra [email protected]órter – Mateus [email protected]ção – Ira Oliveirarevisão – Dolores [email protected] depto. administrativo – Fernanda Estertratamento de imagem – Jair TeixeiraClaudio Coutinhocolaboradores – Fotos: Fabíolia Melo. Textos: Alana Lima e Isabela Alves. Colunas: Dolores Orange, Luciano Gouveia e Silvana Marpoara.Artigos: Wilson Barreto e Janguiê Diniz.para anunciar – Rede3 Mídia81 3031.0968Sandra Paiva - 81 9291.4325e-mail: [email protected] – ExemplaresGráfica – SpeedgrafPublicada pela Rede3 Mídia - Rua Estevão Oliveira, 75 - Santo Amaro - Recife/PE - CEP 52050-160Os textos publicados na Revista Fera! não expressam necessariamente a nossa opinião.

O mundo da moda começou a fazer parte da vida de alguns jovens pernambucanos, provando que pode oferecer uma área de atuação promissora.

18 – Moda

capa:foto de fabíola melo com design de ira oliveira

índice

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SÃO PAULO, NOVA IORQUE, MILÃO OU PARIS? AQUI

EM PERNAMBUCO TAMBÉM SE FAZ

MODA

Camila coutinho, 22,

faz sucesso com seu blog de

moda, “Garotas Estúpidas”

O CURSO QUE TÁ

NA MODA

PREÇO PARA ESTUDANTE

R$ 2,00

expediente

Saiba como descobrir se o curso escolhido realmente combina com você.

12 – eStágio

Pessoas que usam a criatividade e ganham dinheiro através das ferramentas disponibilizadas pela internet.

14 – joveNS de SuceSSo

Getúlio Cavalcanti, Túlio Velho e Paulo Fradique dão sugestões de livros e filmes.

23 – iNdicaçõeS

Artistas, críticos de cinema e aficcionados pela sétima arte estiveram presentes na XIV edição do Festival do Audiovisual de Pernambuco.

24 – ciNe Pe

Professores e estudantes opinam sobre a decisão da UFPE de manter o Enem.

06 – eNeM

Veja o que escolas e faculdades estão fazendo em prol do ecossistema.

08 – Meio aMbieNte

A Faculdade Metropolitana do Recife aumenta as opções de cursos universitários.

29 – NovoS curSoS

Dicas para os meses de maio e junho33 – diverSão

artigoSrelacioNaMeNto verdade 16

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editorial

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PORTAL FERA! E TWITTER Gostaria de parabenizar a equipe da Revista Fera! pelo sucesso do Portal Fera!. Sou uma visitante assídua do site, e acho que o conteúdo publicado é realmente voltado para os jovens que querem se manter informados sobre o que acontece no mundo da Educação. luana rocha, 21.

EDITORIAL O editorial da última edição da Revista Fera! foi muito feliz em comentar as falhas do Enem 2009. Concor-do com tudo o que foi dito e, assim como a equipe da Revista Fera!, espero que o próximo Exame seja mais organizado que o anterior. felipe silva, 24.

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O DESAFIO DE

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preço para estudante

R$ 2,00

MATÉRIA DE CAPA A matéria de capa da 4ª edição da Revista Fera! ficou show de bola. Sou louco por cinema e achei que a abor-dagem feita foi muito válida. Não deixem de falar sobre as novidades dessa área em Pernambuco.régis motta, 22.

VESTIBULAR Este ano farei vestibular para o curso de Medicina pela segunda vez. Adorei as dicas de preparação para as provas dadas na matéria “Um Novo Começo”. Espero que, através delas, eu possa realizar o sonho de ingressar na faculdade. Valeu!fabiana tôledo, 19.

NOVAS ESCOLAS Sou aluno da rede pública de Ensino de Pernambuco e li a matéria “Mais Um Investimento na Educação”, da última edição da Revista. Quero ressaltar o valor da construção das novas escolas técnicas no Estado. Este é um grande passo que foi dado rumo a um processo de profissionalização de qualidade.adriano leão, 18.

A sua opinião é muito importante para a Revista Fera!. Mande o seu recado para: [email protected]

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Isabela Alves – especial

as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já têm data marcada. Serão aplicadas após os dois tur-nos das eleições, nos dias 6 e 7 de novembro, como

confirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad. Em 2010, assim como em 2009, a primeira fase da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) será substituída pela nota do Enem. Neste ano, entretanto, haverá uma diferença: a reda-ção do exame nacional vai valer oficialmente para o processo seletivo, diferente do ano passado, em que foi aplicada pela Comissão de Vestibular (Covest).

Como o exame do ano passado foi marcado por fraude, desorganização e vazamento de provas, tanto alunos como professores estão receosos de que, este ano, algo parecido aconteça. É o caso de Vinícius Folha, 17, aluno do 3º ano do GGE. No Enem 2009, Vinícius perdeu tempo de prova tentando achar respostas para algumas questões que, na ver-dade, não existiam, pois havia erro de formulação em alguns quesitos. Além disso, o fera, que vai prestar vestibular para Ci-

ência da Computação, acredita que o exame não mede a real capacidade do aluno e, com isso, a maioria dos estudantes fica com as notas muito parecidas. “Acho que deveria diminuir o número de questões e aumentar o nível do teste”, afirmou.

Assim como Vinícius, Priscila Matias, 17, também aluna do GGE, não aprovou a permanência do exame como pri-meira fase: “É uma prova que não exige um conhecimento profundo sobre determinada matéria”. Apesar disso, a alu-na, que quer entrar no curso de Direito, acha que isso pode facilitar sua entrada na Universidade. “Estou confiante. O Enem é pouco aprofundado, então, somente com as espe-cíficas na segunda fase, a concorrência fica mais fácil”, disse.

Mas, se de um lado essa decisão não agradou alguns alunos, de outro, foi bastante positiva para Daeme Gonçal-ves e Ricardo Diniz, diretores do Colégio Decisão e do Co-légio GGE, respectivamente. Para Ricardo, foi um conforto saber que o método será o mesmo. “Como os alunos já têm uma preparação, é bom que não se surpreendam. Se alguma coisa tivesse mudado, teríamos que modificar toda a nossa metodologia”, afirmou o diretor. Daeme, apesar

eNeM: agora

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Para verA Universidade

Federal de

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decidiu manter a nota

do Exame Nacional do

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critério de seleção no

Vestibular 2011.

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Aluno do Colégio Decisão, Gustavo

da Costa, 16

Priscila Matias, 17, é aluna do GGE

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NúMeroS

4,2 milhões de inscrições

2,5 milhões fizeram a prova

55 universidades federais aderiram ao Enem

47.680 selecionados pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada)

de ter boas expectativas com relação ao exame deste ano, ainda fez algumas ressalvas: “O trabalho feito é bastante vá-lido, pois o aluno passa a conhecer as ciências de maneira ampla. O que não pode acontecer é a desorganização do ano passado”.

O professor de história Danilo Cabral concorda que o exame é válido e espera não haver mais contratempos este ano, pois, segundo ele, não são só os alunos que so-frem com as mudanças, mas também os professores. “Ano passado tivemos que sufocar nossas férias. As modificações mexeram muito com nosso calendário”, afirmou o historia-dor. Mas, além dos que desaprovaram e dos que ficaram satisfeitos, existem aqueles que não se deixaram abalar nem positiva nem negativamente com a decisão. Para Gustavo da Costa Lima, aluno de 17 anos do Colégio Decisão, o Enem 2009 foi bastante tranquilo, apesar de ter sido tão modifica-do. “Ainda assim, tenho boas expectativas para a prova deste ano”, afirmou o futuro fera em Ciências Biológicas.

Como neste ano a prova será um pouco mais tarde do que foi a de 2009, os alunos terão um tempo maior para estudar e, segundo o diretor Ricardo Diniz, “quanto mais tempo, melhor”. Para ele, o momento é de muita de-dicação por parte dos alunos e professores, a fim de que o período de estudo se reverta numa preparação ideal. E as dicas para uma boa prova? Uma mistura entre diversão e bastante esforço, nada muito diferente do ano passado. Só o que há de novo é a esperança de que as provas não sejam em vão devido a problemas de organização.

Serviçocolégio decisão (boa Vista) – Endereço: Rua Dom Bosco, 779, Boa Vista, Recife-PE. Telefone: (81) 3221-4275. www.colegiodecisão.netcolégio GGe (paissandu) – Endereço: Rua Paissan-du, 632, Derby, Recife-PE. Telefone: (81) 4009-2699.www.colegiogge.com.br

Veja como foi o enem no ano passadoMédias das notas:

matemática - 99,3% dos alunos tiraram abaixo de 800 pontos

ciências da natureza – 99,8% dos alunos ficaram abaixo de 800 pontos

ciências Humanas – 99,9% ficaram abaixo de 800 pontos.

linguagens – 97,9% ficaram abaixo dos 700 pontos.

São esperadas 6 milhões de inscrições esse ano.

Ricardo Diniz é o diretor da unidade Paissandu do Colégio GGE

O diretor Daeme Gonçalves,do Colégio Decisão

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Mateus Lima

de uns tempos pra cá, as questões ambientais estão sendo abordadas com mais frequência, seja em veículos de comunicação de massa, em reuniões entre governantes de vários países ou até em conversas banais do dia a dia. Muita gente pensa que não tem nada a ver com isso, que os culpados pela degradação da natureza

são sempre os outros, e que, caso tomassem alguma atitude em prol do meio ambiente, não iriam influenciar o res-tante da população. Será que esta forma de agir é realmente a correta? Será que não temos como melhorar a nossa própria qualidade de vida?

Sim, temos. E para começar, é preciso consciência e, é claro, educação. Com estes dois importantes fatores, a esperança de que as coisas se tornem mais tranquilas aumenta, sobretudo quando os jovens passam a ser os maiores incentivadores do cuidado com o meio ambiente. Não há dúvida de que escolas e instituições de ensino superior são lugares ideais para que o conceito de preservação dos bens naturais seja disseminado. Quer um exemplo? O Projeto Menos C, promovido pela Fundação de Ensino Superior de Olinda - Funeso.

O Projeto, que já existia em outras regiões do Brasil, como Sul e Sudeste, possuía um custo bastante elevado, sendo considerada inviável a sua implantação no Nordeste. Mas, após sofrer algumas adaptações, o Menos C foi, final-mente, incorporado à realidade pernambucana. Assim, empresas ou mesmo pessoas físicas com consciência verde, ou seja, com uma postura a favor do meio ambiente, podem se vincular ao projeto em busca de tentar diminuir os

Escolas e instituições de

ensino superior do Estado

já estão tomando medidas

para tentar salvar o meio

ambiente e minimizar os

impactos causados pelos

avanços tecnológicos sobre

o Planeta Terra.

cuidar dovaMoS

MuNdo?

meio ambiente

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O diretor acadêmico da Funeso, Sófocles Medeiros, (ao centro) e sua equipe de professores que compõem o projeto Menos C

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danos causados à natureza devido à produção de CO2. O Menos C viabiliza um processo de neutralização em carbono, aparentemente simples, mas que faz muita di-ferença. O responsável pela iniciativa em Pernambuco e diretor acadêmico da Funeso, Sófocles Medeiros, explica: “Em toda a atividade que desempenhamos, liberamos os chamados GEE (gases do efeito estufa) para a atmosfera, e entre eles está o CO2 (gás carbônico). Sabe-se que as árvores têm poder de absorção deste gás, minimizando os danos que ele causa ao meio ambiente. Então, calcu-lamos a quantidade de árvores que deverão ser plantadas para que o CO2 gerado seja compensado”.

Os eventos analisados podem ser tanto individuais e menos complexos, como o cálculo de emissões do uso de um único meio de transporte, por exemplo, como de grandes entidades, onde há a possibilidade de se obter as emissões do consumo de energia, de materiais e de resíduos líquidos e sólidos.

O intuito do projeto Menos C é plantar espécies pro-venientes dos próprios lugares em que se concretizam as ações de poluição, evitando alterações no ecossistema. “Iremos priorizar três tipos de espécies. As pioneiras, que se adaptam mais facilmente ao local onde foram planta-das, as secundárias, que possuem algumas especificidades, e as climáticas, que exigem mais tempo de observação e

cuidados”, afirma o diretor. Segundo Medeiros, não devemos medir esforços

quando o assunto gira em torno dos problemas ambien-tais. “Precisamos dar mais atenção ao que está aconte-cendo no planeta. Se ficarmos esperando apenas medi-das que partam do Governo, logo será tarde demais. É como um beija-flor que deseja apagar um incêndio. Pa-rece insignificante, mas quando cada um faz a sua parte, deixa de ser impossível”, afirma o diretor.

Não é só nas faculdades que a preocupação com os recursos ambientais existe. No Colégio BJ, o profes-sor Ricardo Lobo, de Ciências Biológicas, resolveu dar a nota dos alunos através de uma forma inusitada. Ele substituiu as avaliações disciplinares comuns por trabalhos em grupo, onde a tarefa dos estudantes era pesquisar e falar sobre as plantas que podem ser encontradas na ci-dade do Recife. Depois do seminário, em que os alunos explicavam as peculiaridades de cada tipo de planta aos colegas, pais e educadores, foram elaborados banners, que ficaram expostos nas dependências do colégio por um mês.

O professor lembra que os estudantes gostaram do método utilizado por ele e ressalta: “Foi impressionan-te ver como todos se esforçaram para que tudo desse certo e ficasse bonito. Houve até equipes que decidiram

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observar espécies raras, que muita gente nem sabe que são encontradas perto de suas casas”. Ricardo ainda faz questão de enfatizar: “Espero que tenhamos cada vez mais oportunidades como estas. Eu mesmo já bolei ou-tras ideias para serem colocadas em prática durante o ano letivo. Gostaria de ver os próximos trabalhos preparados pelos alunos sendo exibidos não só dentro da escola, mas em espaços públicos”.

Joanna Angélica, 16, que cursa o 2º ano do ensino médio no BJ, ratifica o que foi dito pelo professor Ricardo Lobo e dá uma sugestão: “Qualquer colégio tem condições de atuar no combate à poluição e ao desmatamento, pro-porcionando aos jovens um conhecimento mais amplo em relação aos cuidados com a natureza. Vale a pena”.

Já Pedro Felipe, 16, também do BJ, diz como se sentiu após concluir sua pesquisa: “Falei sobre o cajueiro e achei interessante descobrir uma infinidade de coisas novas a respeito dele, que é tão comentado na cultura nordestina”. Eduardo Cangussú, 16, é da turma de Pe-dro e concorda com o amigo: “Para mim, todas as fases do nosso estudo foram prazerosas. É mais fácil aprender uma disciplina quando lidamos com ela de maneira mais descontraída”.

Em Pernambuco, o Governo do Estado é encarre-

gado de licenciar, fiscalizar e monitorar empreendimentos que representem impacto significativo aos espaços natu-rais, por meio da Agência Estadual de Meio Ambiente-CPRH. Também é da competência do órgão atuar de maneira educacional, lançando campanhas, produzindo peças teatrais, editando cartilhas informativas e fechando parcerias com empresas voltadas à Educação.

Vale ressaltar que a Agência desenvolve programas sociais envolvendo jovens, treinando-os e capacitando-os para que estejam aptos a trabalharem no setor de ges-tão ambiental do Estado. De acordo com Hélio Gurgel, diretor presidente da CPRH, é essencial que as gerações atuais tenham noção e sejam alertadas sobre o desequilí-brio ecológico causado pelos seres humanos. “A respon-sabilidade começa a partir do consumo. Devemos recu-sar produtos de origem ilegal e não licenciada. O pão, por exemplo. Muitas padarias utilizam lenha de madeira nativa, o que é proibido. Mas se compram esse tipo de lenha, é porque vendem o alimento para clientes que não têm conhecimento da origem do material utilizado na preparação dele.”

Para finalizar, Gurgel chama a atenção de toda a po-pulação e deixa um aviso: “A solução está no compor-tamento de cada um. Todos nós temos condições de

O professor Ricardo Lobo, do Colégio BJ, acompanhado de seus alunos

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nos tornarmos militantes ambientais. O primeiro passo é avaliar e assumir suas próprias atitudes. O que o homem está fazendo com o planeta não pode ser considerado normal”.

Não percamos mais tempo. Vamos sair da teoria e partir, imediatamente, para a prática, adotando hábitos saudáveis e agindo de maneira racional. A natureza já can-sou de esperar.

Serviçofundação de ensino superior de olinda – funeso. Endereço: Jardim Fragoso, s/n, Olinda-PE.Telefone: (81) 3054-1990.www.funeso.com.brbJ colégio e curso. Endereço: Rua Benfica, 197, Madalena, Recife-PE.Telefone: (81) 3445-6323.www.colegiobj.com.brcprH – Agência Estadual de Meio Ambiente. Endereço: Rua Santana, 367, Casa Forte, Recife-PE.Telefone: (81) 3182-8800.www.cprh.pe.gov.br

Hélio Gurgel é o diretor presidente

da CPRH

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bruna leite – especial

ao sair do ensino médio, os jovens se veem desesperados quanto à escolha da carreira profissional que desejam seguir, enquanto

o meio que os circundam exerce grave influência e pressão: a escola em que estudam, os amigos e, prin-cipalmente, os familiares, por vezes, se figuram como “inimigos” da tranquilidade. Entre idas e vindas, e às ve-zes sem total convicção, os jovens escolhem uma pro-fissão e ingressam na uni-versidade com todo o entu-siasmo de um calouro. Um mundo antes nunca visitado, então, abre-se cheio de no-vidades e esperanças, onde todos os sonhos são possí-veis, onde os estudantes co-nhecem pessoas e opiniões diferentes.

Mas, nessa órbita tão nova, a universidade, as dúvidas aparecem de surpresa junto a uma pergunta bem comum: “Eu fiz a escolha certa?”. A única opor-

tunidade de matar o “x” da questão é através do estágio, pois um emprego na área de-sejada representa, para os jo-vens, a possibilidade concreta de avaliar a fundo a profissão que decidiram exercer.

O estágio, por isso, é muito importante na vida de um universitário, pois permi-te que o estudante coloque em prática tudo o que foi vis-

to em sala de aula, conheça as peculiaridades e o dia a dia da profissão, e o mais importante: tire todas as dúvidas existentes sobre a escolha do curso.

Para a aluna Raquel Monteath, 21, estudante de Jornalismo da Faculdade Maurício de Nassau e de Ciências Sociais na UFPE, começar o estágio na

revista Continente foi de fundamental importância para esclarecer suas dú-vidas. “O estágio certo é muito importante na vida de qualquer estudante e, para mim, foi determinan-te. Através do meu está-gio, eu tive a certeza da área que quero trabalhar. Além disso, eu aprendo muito mais, porque estou todo dia praticando, co-nhecendo coisas novas e vivenciando tudo que vejo em sala de aula, inclusive, certas experiências que,

talvez, eu não tenha acesso na universidade”, afirma a estudante.

Enquanto para alguns o estágio garante a certeza quanto ao curso escolhido, para outros, desconstrói toda visão do curso universitário. Em alguns casos, o contato direto com a profissão almejada pode ser uma experiência desestimulante: o estudante se de-para com uma realidade profissional que não corres-ponde às suas expectativas e, assim, desencanta do curso. Segundo Amanda Borba, 21, estudante de pu-blicidade e propaganda na Unicap, trabalhar na área escolhida antes da conclusão do curso define quais passos futuros serão dados na carreira profissional: “Conseguir um estágio na minha área é muito difícil, só estou estagiando por influência de amigos. No iní-cio do estágio, os primeiro dias foram ótimos, porque

Muitos jovens só

descobrem que tomaram

a decisão certa em relação

ao curso escolhido quando

começam a estagiar e

convivem com as tarefas

da profissão que vão

exercer no futuro.

você fez a

eScolha certa?

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Page 13: Revista Fera! 05

Raquel Monteath, 21, tem, além do estágio, uma dupla jornada de estudos: Jornalismo na Maurício de Nassau e Ciências Sociais na UFPE

tudo que é novo atrai, mas depois, quando comecei a viver a rotina de uma agência e a pressão de como tudo funciona, sem mencionar a remuneração mui-to baixa, descobri que não quero passar o resto da minha vida trabalhando com isso. Depois de ter uma conversa muito séria com meus pais, decidi mudar de curso e vou tentar agora administração. Pra mim, o estágio foi de extrema importância, pois me fez ver a realidade profissional e tomar uma decisão como essa de maneira segura”, esclarece.

O estágio como primeira experiência profissio-nal dentro do mercado de trabalho é uma ferramen-

ta imprescindível para desenhar as linhas do futuro. Por meio dele, o estudante de um curso superior pode ter a certeza se a escolha da carreira profis-sional foi correta: se houve identificação com a pro-fissão, o jovem continuará a percorrer o seu cami-nho em busca de sucesso em sua área; se o contato com a rotina de trabalho e de exigências da profis-são desestimulou o estudante, ainda restará bastante tempo para que o mesmo busque um curso que se adéque ao seu perfil. Por isso, não perca nenhuma oportunidade de estágio e experimente conhecer melhor o seu curso! F!

REVI

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Page 14: Revista Fera! 05

mateus lima

adriano Ponte, de 28 anos, e Lígia Buarque, de 27, se conhece-ram na faculdade e se tornaram amigos. Eles foram descobrin-do como é possível tirar proveito das novas tecnologias pro-

porcionadas pela internet e pela informática em geral, e, aos poucos, estão crescendo e se aprimorando como webdesigners.

Em 2009, os dois resolveram montar uma empresa especializada em design gráfico, a Nuvon Comunicação. No mercado há um ano, a firma atua, principalmente, nas áreas de publicidade e de webdesigns. Atendendo tanto a instituições novas, como a empresas já renomadas, a dupla possui características que chamam a atenção: a formação qua-lificada e a capacidade de se adequar às novas tendências do mercado com extrema facilidade.

Juntos, os sócios utilizam metodologias específicas para a conclu-são de cada projeto, de acordo com o que é solicitado pela clientela, seja dentro de um website, de um sistema de identidade visual, ou até na criação de um nome institucional.

Adriano é formado em Design pela UFPE e Computação Gráfica e Webdesign pela Unibratec. Com cinco anos de experiência nesse âmbito, ele trabalhou com jogos 3D, construção de maquetes virtuais e animação em flash. Hoje, foca sua atividade no desenvolvimento de interfaces web, que, basicamente, consiste em facilitar a interação en-tre o homem e a máquina.

Por sua vez, a designer Lígia, também formada pela UFPE, come-çou aos 17 anos como diagramadora de um jornal que pertence à sua família. Desde essa época, se diz apaixonada pelo que faz e não pre-tende parar. Segundo ela, as vantagens de quem atua nesse campo são inúmeras: “Temos a chance de estar em vários universos diferentes. Cada trabalho é, na verdade, uma vivência única. Ouvimos o cliente com atenção e procuramos saber o seu real desejo”.

Apesar de gostar tanto do ofício, a empresária afirma que abrir o próprio negócio e batalhar para conseguir o reconhecimento dos outros é um grande desafio: “Aprendemos bastante diariamente, mas confesso que não é fácil. É necessário estar atento a tudo relacionado à nossa profissão, assim como às técnicas de empreendedorismo”.

Para Adriano, a preocupação está relacionada aos cuidados com a saúde. “Muitas vezes, executamos tarefas longas e compli-cadas. Os olhos ficam cansados e a nossa postura nem sempre é a correta. Tentamos estabelecer algumas horas de descanso, res-peitando o tempo destinado ao sono, mas é difícil.” Porém, o faz questão de lembrar: “Simplesmente nos esforçamos para colocar a

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Nuvon entre as melhores do segmento”. Finalmente, quando questionado sobre o que é pre-

ciso para se tornar um profissional de sucesso, responde: “Observamos o que acontece ao nosso redor, usando o conhecimento para o bem e evoluindo gradativamente. Ao realizar alguma tarefa, penso que não basta obter um re-sultado perfeito apenas esteticamente. Tem que funcionar na prática”.

E está funcionando. Demonstrando competência e responsabilidade diante dos compromissos, Adriano e Lígia provam que força de vontade e aplicação transformam, de fato, os sonhos em realidade.

Quem também não perdeu tempo e soube como uti-lizar as ferramentas da informática de forma inteligente foi a sócia e diretora de Marketing e Comunicação da Chama Camisetas, Maíra Barbosa, 23. Na companhia de mais três sócios – Hermano Ramos, 27, Ciro Leimig, 23, e André Fé-lix, 23 – a universitária, que já está no último período de De-sign na Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, deu início a um empreendimento que vem dando muito certo: o comércio eletrônico.

A Chama Camisetas surgiu no início de 2009, mas antes disso tinha o nome de Chama Design, pois operava apenas com criações de marcas e de identidades visuais. Nessa época, Maíra e seus amigos se juntaram e abriram um ateliê de serigrafia (processo de impressão no qual de-senhos e estampas são reproduzidos em materiais como papel, metal, tecidos, entre outros). Depois disso, a em-presa foi regularizada e, a partir daí, a internet passou a ser

uma grande aliada, possibilitando que clientes de todo o Brasil tivessem como comprar as famosas camisetas, que, por sua vez, tornaram-se o único produto comercializado pelo grupo de jovens administradores.

De acordo com Maíra, os sócios sempre foram liga-dos em tudo que rolava no mundo virtual e até costuma-vam fazer compras online. Então, por que não abandonar o papel de simples consumidores para se transformarem nos próprios fornecedores?

O grande diferencial da Chama Camisetas é a forma de se comunicar com os compradores. O site, que adota um perfil descontraído e com boas doses de humor, tenta fazer com que os visitantes se sintam realmente à vontade sem, é claro, deixar o lado comercial de fora. Inclusive, um dos projetos que em breve será colocado em prática na página da Web consiste no processo de seleção das artes exibidas nas camisetas. A intenção é que os próprios usuá-rios escolham os desenhos que estarão à venda.

Apesar da ascensão precoce, a estudante Maíra diz que ainda quer mais. Levar o seu trabalho a outros países é uma meta a ser traçada, e que não está tão distante de ser atingida. Para ela, “quem fica parado acaba não conseguin-do acompanhar o ritmo da concorrência no futuro, perma-necendo sempre atrás em comparação aos outros”.

A dica da jovem é: “Comece desde cedo”. Foi o que ela mesma fez, sem medo de arriscar, mostrando que po-demos crescer com aquilo que temos em mãos e provando que a fórmula do sucesso está dentro de cada um. Basta, apenas, que desejemos encontrá-la.

A dupla da Nuvon

Comunicação e a turma da

Chama Camisetas não têm

dúvidas de que a internet

é um meio de alavancar

a carreira e conseguir

reconhecimento no que

fazem.

Ciro Leimig, 23, Maíra Barbosa, 23, Hermano Ramos, 27 e André Félix, 23, vendem seus produtos através do site chamacamisetas.aquitanda.com

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a forma mais comum, atualmente, de se usar o tempo tem sido navegar pela rede virtual. Os jovens e as senhoras mais maduras, prin-

cipalmente, têm utilizado a internet como meio de intercâmbio entre pessoas. Os e-mails já não satisfa-zem e a integração nas redes sociais está na moda.

As novidades que chegam de pessoas de di-versos países ou cidades brasileiras ilustram e enri-quecem os internautas que não se cansam de ficar, horas a fio, no mundo cibernético. É uma forma de atualizar os conhecimentos, conhecer costumes, enfim, estar conectado com o atual.

Acontece, no entanto, que, a cada dia, existe um número fabuloso de pessoas que têm vivido muito mais contatos virtuais do que com a sua co-munidade, desde os amigos até parentes bem próxi-mos como irmãos e pais. Aí, a coisa muda de figura, você não é mais o dono de si mesmo e as fantasias começam a acontecer sem as construções ou inda-gações que alimentam o viver em sociedade.

Seria bem melhor prover o nosso meio, par-ticipando de perto das necessidades de nossa co-munidade e colaborando para supri-las, no mínimo, como gratidão por ter recebido da mesma, através de nossos antepassados, tantos benefícios sociais e tecnológicos. Cada pessoa é responsável por uma fatia de atividade que venha a beneficiar a humanida-de, seu trabalho, isolado na pesquisa ou envolvido com o público, sempre terá boa recepção da so-ciedade.

Observamos que muitas das redes sociais têm criado intrigas entre seus participantes, denotando o desgaste pela exacerbação das intimidades nos contatos. Qual o medo dos jovens de ensaiarem o corpo a corpo em seu meio? Perigoso é o desnu-damento de seu ser que dá oportunidade aos mal-

fazejos da rede, que vivem como hienas a espreitar as sobras de contatos ingênuos, de se aproveitarem, provocando consequências terríveis.

Nada de novo existe abaixo do céu. Bons ou maus costumes sempre existirão por toda parte. Encontros com câmera aberta que mostra qualquer intimidade de grupos conectados compõem o mais novo site social criado por um russo que tem se tornado milionário com essa façanha. Não sei até que ponto esse desnudar da intimidade alheia vem ajudar o progresso da humanidade.

O desejo mundial por aquilo que não presta só vem afirmar que a falta de cidadania não é com-portamento comum apenas dos países pobres. As grandes nações têm prestigiado esses sites que não dizem para que vieram e enriquecem grupos só preparados para ganhar dinheiro de forma inconse-quente. Onde estão os mediadores da utilização da internet para o bem da humanidade?

Amanhã, talvez seja tarde demais para por um freio nesses programas descabidos. Infelizmente, os mentores dessas novidades são elogiados, o que in-centiva outros gênios à criação do mal. Melhor seria o desenvolvimento de programas que levassem o ser humano às grandes epopeias do saber.

Só a educação construtiva levará os homens ao Éden da sabedoria que verdadeiramente dará o prazer inequívoco que deve pertencer a todos. Essa educação terá que ser partilhada pessoalmente.

Utilizar parte do tempo que dispomos na pes-quisa e no estudo do desenvolvimento de nosso cérebro, buscando novos horizontes para as pes-soas, tornar-nos-á, cada vez mais, ternos para a hu-manidade. O egoísmo do prazer às escondidas, nas simulações virtuais, afastará, a cada dia, o homem da verdade de ser.

artiGo

relacioNaMeNto verdade

Wilson José Macedo Barreto. engenheiro, professor de acústica arquitetônica da faculdade de ciências Humanas - esuda. blog: quimera-wilsonmar.blogspot.com

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“ASSIM CAMINhA A hUMANIDADE”“O filme é do diretor George Stevens. Gostaria que todos pudessem assisti-lo e, para quem já viu, sempre é bom relembrá-lo. Ele fala sobre as diferenças entre as classes econômicas nos Estados Uni-dos, mostrando como os ricos são vistos pelos pobres e vice-versa. A história é muito bonita e traz à tona um personagem pobre que se apaixona por uma mulher muito rica. O decorrer do enredo é surpreendente e vale a pena conferir.” Getúlio cavalcanti, poeta, cantor e compositor.

TERRA EM TRANSE “Na minha opinião, trata-se de um dos maiores clássicos da filmografia mundial, e não apenas do cinema nacional. Nele, o genial e polêmico diretor baiano Glauber Rocha, um dos principais mentores e realizadores do Cinema Novo, faz a mais precisa e criativa síntese dos conturbados e efervecentes anos 60, abordando da política à cultura de forma épica e delirante. O cineasta viaja literalmente até o litoral e “inventa” Eldorado, que em tudo se as-semelha ao Brasil da época. Imperdível!” túlio Velho barreto, cientista político, pesquisador e escritor.

MEMóRIAS PóSTUMAS DE BRáS CUBAS“É um dos meus romances preferidos de Machado de Assis. O texto nos apresenta o autor em sua plenitude expressiva. Em destaque, uma refinada observação dos costumes de sua época, acrescida pelo humor mordaz e o domínio máximo de nossa língua em versão escrita. É leitura de primeira, matéria de feitura incomparável para quem deseja degustar o biscoito fino que é o ‘sorriso da inteli-gência’”. paulo fradique, jornalista e professor.

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Alana Lima – especial

moda parece ser um assunto abstrato e longínquo para muitas pessoas, ligado só às grandes e distantes passarelas de Paris, Milão, Nova Iorque e, no má-ximo, São Paulo. Assunto de grandes grifes, estilistas e modelos. Utilidade

prática? Na maioria das vezes, nenhuma. Afinal, ninguém pode negar que muitas das tendências apresentadas nos mais badalados desfiles não condizem nenhum pouco com a nossa realidade, seja no aspecto climático ou prático.

A questão é que moda não é só São Paulo Fashion Week e Gisele Bündchen. Você, que neste momento lê a revista e não está da maneira como veio ao mundo; você, que está enrolado por um pedacinho de pano qualquer; você, acredite, tem al-guma relação com a moda. Inclusive, a sociologia já tratou de estudar o assunto, que é construção e reflexo da sociedade. Até a década de 1960, a abordagem mais aceita era a funcionalista, que analisava a moda como fator de distinção social: os ricos poderiam ser reconhecidos por suas roupas caras, novas, e de acordo com as tendências.

O século XX marcou a história da humanidade com as inovações tecnológicas, e a moda, é claro, foi influenciada por essas grandes mudanças. Graças a elas, cópias baratas de peças luxuosas puderam ser feitas em número expressivo e as tendências, então, tiveram que ser modificadas, cada vez mais rápido, a fim de manter esse caráter de seletividade.

De acordo com outra perspectiva sociológica - a teoria do conflito - a moda sem-pre se modifica para que os grandes empresários do ramo possam lucrar com a venda

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O mercado da Moda de Pernambuco está sendo cada vez mais respeitado,e não é à toa que vários novos projetos vêm sendo difundidos no Estado e abrindo portas, até mesmo, fora do Brasil.

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de novas peças. Além disso, esse fenômeno cultural man-teria as pessoas desatentas em relação a problemas polí-ticos, econômicos e sociais, ajudando, assim, a manter a estabilidade social. O problema dessa visão é que, além de não considerar o fato dos indivíduos possuírem escolhas próprias, vê a moda como um processo unilateral: os in-dustriais decidem e nós absorvemos.

Já para o fim do século XX, o sociólogo Fred Davis introduz uma nova vertente que é muito aceita atualmen-te: a do interacionismo simbólico. A moda é vista como uma construção da identidade. As roupas são formas de expressões e, a partir do modo como nos vestimos, pas-samos a ser identificados em grupos: patricinhas, roquei-ros, alternativos e, individualmente, como homossexuais, heterossexuais, solteiros e casados. A maneira que nos apresentamos esteticamente mostra como gostaríamos que os outros nos enxergassem e com qual tipo de pes-soas nos relacionaríamos melhor. Mas atenção: nem sem-pre as interpretações são feitas da maneira correta. Então, cuidado.

Muito dessa visão da moda como algo distante do dia a dia vem dessas tradições sociológicas anteriores ao inte-racionismo. O profissional do ramo, já tem, de início, um

Produtos da Loja Safh

problema, é o que afirma Tiago Sá, designer chefe da grife de acessórios de moda Safh: “Você precisa mostrar que o seu trabalho tem valor, que não é futilidade”. Hoje, com 27 anos, o designer conta que descobriu sua profissão de uma maneira peculiar: pensava em fazer o curso de Publicidade e, antes de entrar na universidade, conseguiu trabalho em uma pequena agência. Lá percebeu que não era aquilo o que ele queria. Mudou de opção: Design. Enquanto estudava para o vestibular, ia ajudar na loja dos pais e lá descobriu sua paixão por design de moda. A dica que dá para os que estão tentando descobrir suas profissões vem muita dessa experiência. Tiago aconselha que o jovem se informe o máximo possível sobre a ativi-dade profissional que pensa gostar. Que corra atrás, que se ofereça a trabalhar, mesmo de graça, porque, só dessa maneira, um estudante tem a oportunidade de conhecer a profissão na prática e, assim, se dedicar ao curso com mais vontade e direcionamento quanto ao rumo a seguir. “Todas as experiências são válidas, mesmo as ruins, que nos mostram o que não devemos ou não queremos fa-zer”, afirma ele.

Sobre as oportunidades do design no Brasil, Tia-go concorda que o grande centro hoje é São Paulo, mas isso não é problema para quem lida com a criati-vidade. É preciso encontrar soluções, e solução implica oportunidade. Se estivesse hoje no sudeste, o desig-ner acredita que trabalharia com web. Lá, as grandes empresas lhe diriam o que fazer e as chances de sair desse esquema, de quebrar a barreira e de liberar a criatividade seriam menores. Aqui em Pernambuco, por exemplo, é mais fácil existir essa liberdade criativa, é mais fácil se destacar e empreender. – Acredita-se que as oportunidades estão onde as coisas acontecem, mas elas estão onde as coisas não acontecem também, e é aí que elas podem acontecer de verdade − a questão é não se intimidar. O Brasil possui enorme potencial: nação emergente, novas e baratas tecnologias e crédi-to como país criativo. Para Tiago, as possibilidades são infinitas, só resta aproveitá-las: “Em moda, é importan-te criar nichos. Focar em um grupo, ter identificação e estabelecer significados. No caso da Safh, a maioria dos seus consumidores corresponde a lojas atacadistas de São Paulo. O nome da marca ainda está se firmando no mercado, mas, enquanto isso, produz coleções diversas para variadas grifes, como a Colcci. Além disso, a Safh já começa a expandir para o mercado internacional como os Estados Unidos e a França. O designer dá a última dica: aproveitar as mídias sociais.

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Aproveitar as novas mídias sociais

Foi isso o que Camila Coutinho, 22 anos, fez e muito bem. Dona do blog de moda Garotas Estúpidas, a recifen-se recebe cerca de 50.000 acessos por dia no endereço eletrônico onde dá dicas de moda, de beleza, fala de ce-lebridades e de assuntos femininos no geral. Além disso, já saiu na lista da Vogue Paris como um dos 45 blogs mais bacanas. Camila conta como o projeto surgiu: “Existe há 4 anos. Estava no começo da faculdade e foi totalmente de brincadeira. Eu e mais duas amigas sempre líamos os blogs gringos e sempre ficávamos comentando e mandando o que víamos por email. Então falei: vou criar um endereço porque aí a gente publica as fotos e não tem que ficar en-viando email, atualizamos todo dia com o que acharmos e comentamos entre nós. De madrugada, estava sem fazer nada e criei. Começamos a usar, só que depois de uns dois meses as meninas encheram o saco e eu fiquei sozi-nha com uns 30, 100 acessos. No início, não havia divul-gação nenhuma do site, apenas amigas que iam indicando para outras”. O blog possui algumas seções fixas como: ”what’s in your bag” e entrevistas falando da experiência de estudar moda fora do país. Além disso, há coisas que Camila vai vendo na rua e colocando no site. De acor-do com ela, as leitoras gostam muito de ver sugestões de produtos. Os comentários são todos liberados e a dona do blog tenta responder todos por email. Sobre o twitter, relutou um pouco, mas depois viu como funcionaria: “É muito legal, acho uma ferramenta incrível. Acordo de ma-nhã, olho meu twitter e fico informada de tudo, porque eu sigo todas as revistas, os jornais e as pessoas que me interessam”.

Cursando o último período de design de moda da faculdade FBV, entre as muitas carreiras possíveis na for-mação, como estilista, produtora, figurinista e jornalista, Camila, que já trabalhou por um ano como estilista da loja de roupas Seaway, mas pediu demissão para se dedicar ao blog, conta que pretende se dedicar à produção de eventos. Na verdade, já é produtora. Duas vezes ao ano, Camila e sua sócia, Mariana Pahl, organizam o Garotas Es-túpidas Shopping Day. A ideia surgiu de uma cadeira da fa-culdade chamada produção de eventos de moda. O meu grupo, inicialmente, ia promover um desfile de uma me-nina da equipe, mas começou a dar errado: o desfile seria dela, mas a gente ia ter que investir, porque produção de desfile não tem como ser feita sem custo. Então tive a ideia de fazer um bazar, porque cada um iria vender suas coisas e todo mundo ganhava um dinheirinho. Fizemos, então, o primeiro Shopping Day. Éramos um grupo de dez pes-

soas. Resolvemos tudo e percebemos que o evento tinha um potencial, não tinha aqui em Recife ainda e então colo-camos para frente. O próximo será em novembro, adianta. O último aconteceu em março e teve um fluxo de mais de 4.000 pagantes.

As oportunidades na vida da blogueira não aparece-ram do nada. Ela foi atrás. Mesmo sem credenciamento em eventos como o SPFW, não se intimidou, conseguiu entrar em lugares onde não deveria estar e fez a sua cobertura. Essa edição será diferente, pela primeira vez, Camila par-ticipará do evento, credenciada como Garotas Estúpidas, uma das vantagens que a enorme visibilidade do blog trouxe para ela. Os contatos são muito importantes no mundo da moda: “Conheci muita gente até antes do sucesso do blog. Sempre fui muito de ir e fazer as coisas. Quando podia, ia fazer cursos em São Paulo, mesmo que o curso não fosse tão bom, mas eu ia e conhecia muita gente, fiz amigas em vários workshops que foram mais valiosas que o curso em si. Contato é tudo em moda. Às vezes, a pessoa é muito boa, só precisa ter um espaço, e pode ser essa pessoa que você conhece que vai fazer a diferença depois”.

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Os eventos de moda aqui em Recife são poucos – antes exis-tia o Recife Fashion, agora não mais. Porém, existem alternativas: “Nem que seja preciso ir a Fenearte, a desfiles, a eventos, a lança-mentos, a exposição de arte, porque aí você é visto, vê, conhece e aprende. Outra dica é se agrupar com gente que tenha a mesma intenção que você, gente esforçada, que está começando, porque aí você pode produzir várias coisas com essas. Depois que comecei a fazer editorial no site, já surgiram vários trabalhos para mim e o pessoal: fizemos um editorial para o Plaza, para a Maria Filó e a capa pra uma revista de São Paulo. Outra coisa é usar e abusar da internet, porque é de graça e está aí para ser usada. Mercado aqui está ficando bom e grande parte disso por conta das pessoas que estão sabendo usar as mídias sociais. A equipe com a qual eu faço editorial, por exemplo, é todo mundo daqui e todos são muito esforçados, assim: ‘Esse fim de semana não tem trabalho? Então vamos produzir um editorial e vamos colocar no orkut’. Desse jeito as pessoas vão ficando conhecidas”.

O reconhecimento da moda como manifestação individual abre espaço pra múltiplas tendências e a cultura de mídias alternativas é outra forma de incentivo àqueles que estão começando agora e que buscam o seu espaço aos poucos. Pernambuco possui, ainda, mais pontos a favor: reconhecido centro artístico e de confecções no inte-rior do Estado em cidades como Caruaru e Touritama.

Da próxima vez que você for escolher uma roupa para vestir, lembre-se de que, além de você, muitos também pensaram nela. E isso é moda.

Serviço avesso: Avenida Rui Barbosa, 806, Graças. Telefone: 3301.7692safH: Rua Da Olegarina Cunha, 87, Casa Forte. Telefone: 3442-2237. Site: www.safh.com Garotas estúpidas: Camila Coutinho, blog. www.garotasestupidas.com

Cursos de Design de Moda

ufpeEndereço: Av. Prof. Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária, Recife-PE. Telefone: (81) 2126-8000.www.ufpe.brfaculdade senacEndereço: Av. Visconde de Suassuna, 500, Boa Vista, Recife-PE. Telefone: (81) 3413-6655.www.faculdadesenacpe.edu.brsenai-peEndereço: Rua Frei Cassimiro, 88, Santo Amaro, Recife-PE. Telefone: (81) 3202-9300.www.pe.senai.brfaculdade boa ViagemEndereço: Rua da Alfândega, 35, Recife Antigo, Recife-PE. Telefone: (81) 3087-4444.www.recmoda.com.brescola de moda profissional do recifeEndereço: Rua Agenor Lopes, 292, Boa Viagem, Recife-PE. Telefone: (81) 3469-2605.

Loja Avesso

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Ela havia acabado de chegar do Minas Trend Preview, primeiro evento de lançamento da próxima coleção de várias grifes brasileiras. Em meio ao corre-corre do dia das mães, da época do início dos pedidos da próxima coleção e das viagens, Cris Pontual, dona da loja Avesso, arranjou um tem-pinho para falar com a Revista Fera!

Como tudo começouEm 1988, nos corredores do Colégio São Luís, ven-

dendo várias coisinhas (de tudo mesmo) e, em seguida, rou-pas para amigos(as) de turma. Acho que a Avesso começou mesmo no banheiro cor de rosa do colégio, banheiro femi-nino onde minhas colegas provavam as roupas nos intervalos da aula. Totalmente informal e despretensiosa. Na realida-de, foi o dom de comercializar que me conduziu à moda. Sempre tive espírito empreendedor. Fiz bijuterias, organizei excursões e blusas promocionais na Viração, marca que foi um grande sucesso no inicio dos anos 90, junto com meu sócio - na época – o design Céo Pontual.

Pessoas importantesNo ramo da moda, minhas influências iniciais foram

meus tios: tia Dulce Pontual Castelão e tio Fernando Cas-telão, representantes de várias grandes marcas conceituadas desde os anos 80, 90 e até hoje. Mas o principal item foi toda a confiança que meus pais, familiares, ex-namorado e amigos depositaram em mim. Meus pais sempre me apoiaram mui-to. Meu pai abriu, quando eu comecei a comercializar, uma conta corrente no Banco do Brasil, perto da minha casa. Eu tinha 16 anos, movimentava sozinha. E olhe que vivíamos numa época de inflação altíssima. Controlava tudo bem cer-tinho. Em dezembro de 92, inaugurei no bairro das Graças a Avesso (firma individual) e a Viração (sócia com Céo Pon-tual). Tinha menos de 21 anos, fui emancipada. Lembro que uma vez meu avô falou: Credibilidade é tudo! São anos para conquistar e, para perder, basta uma horinha.

Consolidando a marcaSempre pensei nos meus clientes, oferecendo produ-

tos com ótima relação de custo e benefício. Uma relação de muito respeito com todos os meus clientes, fornecedores, funcionários e parceiros. Além de muito trabalho e persistên-cia, disposta sempre a arriscar no novo, facilidade em perce-ber as tendências, espírito empreendedor, visionária... Moda é mudança, comportamento. Quanto mais crescemos, mais somos cobrados e nos cobramos. No início é uma sede por trabalho incrível. Férias? Nem pensar. A vontade de construir uma empresa sólida faz a gente deixar muita coisa de lado.

Cris Pontual falando de moda

De um tempo para cá, tento buscar um maior equilíbrio en-tre o trabalho, a saúde, o lazer e a família.

Cursos superioresMuito importantes. Fundamental para a profissionali-

zação. Educação é tudo na nossa vida. Lógico que a prática também: estagiar muito, em várias áreas da profissão es-colhida, para somar com o aprendizado teórico e poder escolher com maior certeza de que área se especializar.

Mercado atual e espaço para os jovensMuito espaço. O leque na moda é bem grande: cria-

dores, célula de produção, eventos, marketing, administrati-vo, comercial...Temos muitos talentos. Os pernambucanos são muito criativos, mas eles precisam de administradores para crescerem e se dedicarem mais à criação. Acredito muito na dupla criador (estilista) + um bom administrador. Em pernambuco temos vários exemplos: Madame Surtô de Taís Asfora, Melk-zda, Jaílson Marcus, a marca infantil Ovo, Carol Azevedo, Movimento, Seaway e muitas outras. Sempre digo: Glamour não paga duplicata.

Para quem pensa em abrir um negócioCalculem tudo direitinho, pesquisa de mercado, pla-

nejamento, investimento e não esquecer de uma boa re-serva para o capital de giro. Procurem os bancos estatais, são muito mais baratos

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alana lima * – especial

em plena segunda-feira 26 de abril, o Teatro Guararapes estava lotado para a abertura do festival de cinema. Marcado para iniciar às 18h30 e começando com atraso, o evento foi aberto pela pianista de 11 anos de idade, Crystal. Em se-

guida, deu-se início à exibição dos curtas da noite – cinco no total - com destaque para Bailão (35 mm, documentário, direção: Marcelo Caetano, 16’, SP) e Recife Frio (35 mm, ficção, direção: Kleber Mendonça Filho, 20’, PE), que, visivelmente, agra-daram a plateia, que se manifestou com aplausos durante os dois curtas. Recife Frio, além disso, provocou muitas risadas. Na ficção científica, Recife se torna uma cidade de temperaturas baixas e de dinâmica diferente: a Avenida Boa Viagem passa a ser umas das áreas mais desvalorizadas da capital, mendigos morrem congelados na praça do Derby, pinguins são os novos habitantes do litoral recifense e Lia de Itamaracá canta a sua ciranda praieira em meio ao vento forte e à chuva. O público ria pelo inusitado, sem deixar de levar em consideração a presença de críticas sociais inseridas em muitos trechos da obra. Finalizados os curtas, veio a homenagem ao diretor pernambucano Guel Arraes, o qual recebeu o troféu Calunga de Ouro, honraria máxima do festival, pelo conjunto de sua obra. No fim de seu agradecimento, o cineasta chamou ao palco, de acordo com palavras dele, os co-criadores do seu mais novo filme. Subiram então os atores Andrea Beltrão, Maria Flor, José Wilker, Caio Blat, Edmilson Barros, Marco Nanini e a produtora Paula Lavigne. O diretor foi aplaudido de pé e, logo depois, houve a primeira exibição de seu mais recente filme: O Bem Amado. Com enredo que conta as peripécias de Odorico Paraguaçu (Marco Nanini) para se eleger prefeito da cidade de Sucupira e se perpetuar no cargo, a corrupção toma conta de toda a cidade fictícia que,

Aconteceu entre os dias

26 de abril e 02 de maio no

Centro de Convenções de

Pernambuco, em Olinda,

a XIV edição do Cine PE -

Festival do Audiovisual.

Cerca de 30 mil pessoas

compareceram ao evento.

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infelizmente, estabelece muitos traços em comum com

as reais. Em ano de eleição, o filme de Arraes e o ótimo

texto de Dias Gomes mostram práticas políticas e sociais

que podem ser reprimidas por nós através da consciência

política e do voto consciente. Por volta da meia noite, ter-

minava a exibição do filme que fez com que muitas pessoas

fossem a esse primeiro dia do Cine PE como o estudante

de 17 anos Tiago Pinheiro, que, influenciado pelo pai que

trabalha com audiovisual, foi acostumado desde pequeno a

apreciar cinema e que, agora, ajuda a despertar a paixão na

amiga Bruna Sampaio, de 16 anos, que se diz influenciada

pelo colega.Do lado de fora do Teatro Guararapes, o repórter

Rafael Cortez do programa CQC, da rede Bandeirantes,

entrevistava os artistas e fazia graça. Sobre a importância

de festivais como o Cine PE, enfatizou brincando: “Uma

importância importantíssima, muito importante por ser

importantíssima”. Questionado sobre a ausência de pautas

do Nordeste no Programa, Rafael explicou: “A gente não

vem muito pra cá, muitas vezes, por falta de oportunida-

de, de matérias que tenham relevância nacional. Às vezes,

existe um assunto que pode parecer muito relevante pelo

aspecto regional, mas o programa passa para o Brasil in-

teiro”. Conclui dizendo que quando é uma pauta de ex-

pressão nacional, como o Cine PE, e há viabilidade para

chegar aqui, eles vêm e gostam. Com humor, o repórter

lembrou - ou tentou - dois humoristas pernambucanos:

“É terra de Murilo Gun, um dos melhores comediantes

do Brasil. Recife, no humor, tem um pólo de inspiração

violento, conheci um pessoal muito legal. Eu lembro só do

Murilo agora. Mas tem o magrelo lá, várias pessoas, vários

humoristas como Murilo Gun e Murilo Gun”, disse rindo.

Voltou em seguida e lembrou o nome do “magrelo”: Nil

Agra.Outro artista que estava nos bastidores do festival de

cinema era o ator Luigi Baricelli, na ocasião, como repórter

do programa Vídeo Show da rede Globo. Luigi lembrou

a importância do Cine PE como o festival brasileiro com

o maior público e a qualidade do cinema pernambucano

desde a época da retomada. Festivais como esse, segundo

o ator, são importantes para descentralizar e dar destaque

a outras partes do Brasil. Comentou que Recife é pólo

oftalmológico e de informática, mas que poucas pessoas

sabem disso. No fim, confessou que todos os anos pensa

em passar o carnaval em casa, mas não resiste a vir ao

Galo da Madrugada e ver uma festa sem barreiras, onde

as pessoas são iguais.Falando em plateia, com um ingresso acessível

Guel Arraes

Bruna Sampaio

Tiago PinheiroAlfredo Bertini

O Bem Amado

Rafael Cortez

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(R$8,00 a inteira e R$4,00 a meia), a maior parte do públi-

co do Festival era formada por jovens, mas não só. Alfredo

Bertini, diretor do Cine PE, confirmou que esse é o perfil

etário mais característico do público e manifestou felicidade:

“A gente fica muito feliz por isso, porque é uma formação de

plateia pro festival, pro cinema brasileiro, pro cinema per-

nambucano. A casa do São Luís, ontem, estava lotada para

a Mostra Pernambuco”. A Mostra Pernambuco de Curtas e

Longas-Metragens vivenciou sua terceira edição e aconte-

ceu nos dias 24 e 25 de abril no cinema São Luís no centro

de Recife. Com entrada gratuita, a plateia pôde prestigiar

quinze curtas e três longas-metragens. Mas, como já dito,

não só a juventude foi ao Centro de Convenções, o senhor

Carlos Alberto Soares, 67, é um exemplo disso, mas con-

corda que é exceção: afirma que poucas são as pessoas da

idade dele que mantém o hábito de ir ao cinema, mas que

ele gosta muito, por isso vai, mas não como antigamente:

“Na minha juventude, eu assistia mais de um filme por se-

mana, hoje, um por mês”. Parece que a festa foi mesmo dos jovens. O grande

vencedor do Cine PE 2010 foi o longa-metragem de te-

mática adolescente As Melhores Coisas do Mundo (35 mm,

ficção, direção: Lais Bodanzky,100’, SP) que ganhou em oito

categorias. O filme conta a história de Mano, garoto de 15

anos que começa a enfrentar os problemas da adolescên-

cia e se percebe tendo que virar gente grande em meio

a vários conflitos. O ator estreante Francisco Miguez, que

viveu o personagem principal e ganhou o prêmio de melhor

ator no festival, se mostrou bastante nervoso e emociona-

do quando subiu ao palco junto com Lais Bodansky para

apresentar o filme na noite de quinta-feira (29). Um pouco

antes, na mesma noite, o público se divertia com dois docu-

mentários que retratavam a cultura brega de Pernambuco:

Do Morro? (digital, documentário, direção: Mykaela Plotkin

e Rafael Montenegro, 20’, PE) e Faço de Mim o Que Quero

(35 mm, documentário, direção: Sérgio Oliveira e Petrô-

nio Lorena, 18’, PE), vencedor do Prêmio Aquisição Canal

Brasil. Um destaque interessante no último curta foram os

créditos da produção: apareceram escritos nos corpos de

bailarinas enquanto a dança se desenvolvia. Muito propício.

Na noite de sexta-feira (30), a atriz Júlia Lemmertz foi

homenageada, com o troféu Calunga de Ouro, pela dedica-

ção ao audiovisual e, no sábado (01), foi a vez do ator Tony

Ramos. Foi exibido, também, além de curtas, o longa Quin-

cas Berro D’Água (35 mm, comédia, direção: Sérgio Macha-

do,102, RJ), que não participou da competição, assim como

O Bem Amado. No domingo (02), o festival foi encerrado

no Cinema São Luís com a anunciação dos vencedores. Os

responsáveis pelo longa As melhores Coisas do Mundo e pelo

curta Recife Frio foram os que levaram mais prêmios.* A repórter Alana Lima compareceu ao festival de ci-

nema nos dias 26 e 29 de abril.

Ao longo de 13 anos tivemos:público – 275.000 pessoas filmes inscritos – 2.667curtas-metragens inscritos – 2.288

longas-metragens inscritos – 379 curtas-metragens exibidos – 480longas-metragens exibidos – 212artistas convidados – 302oficinas – 4910. público das oficinas - 985

convidados – 2.115

Luigi Baricelli

Carlos Alberto Soares

Paloma Duarte

Francisco Miguez e Laís Bodanzky

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LONGAS-METRAGENSmelhor filme: As Melhores Coisas do Mundo, de Laís

Bodanzky. direção: Laís Bodanzky, por As Melhores Coisas do Mundo.

ator: Francisco Miguez, por As Melhores Coisas do Mundo.

atriz: Paloma Duarte, por Léo e Bia (de Oswaldo

Montenegro).atriz coadjuvante: Mariana Nunes, por O Homem Mau

Dorme Bem (de Geraldo Moraes).ator coadjuvante: Bruno Torres, por O Homem Mau Dorme

Bem (de Geraldo Moraes).roteiro (prêmio dividido): Luiz Bolognesi, por As Melhores

Coisas do Mundo (de Laís Bodanzky) E Wolney Atalla e Caio

Cavechini por Seqüestro (de Wolney Atalla). fotografia: Mauro Pinheiro Jr., por As Melhores Coisas do

Mundo (de Lais Bodanzky). montagem: Marcelo Moraes e Marcelo Bala, por Sequestro

(de Wolney Atalla). trilha sonora: Oswaldo Montenegro, por Léo e Bia (de

Oswaldo Montenegro). direção de arte: Cássio Amarante, por As Melhores Coisas do

Mundo.edição de som: Alessandro Laroca, por As Melhores Coisas

do Mundo.prêmio especial do Júri: Rogério Fróes, por Não Se Pode

Viver Sem Amor (de Jorge Durán)melhor filme/Júri popular: O Homem Mau Dorme Bem

prêmio da crítica: As Melhores Coisas do MundoCURTAS EM 35mmmelhor curta-metragem: Bailão, de Marcelo Caetano.

diretor: Kleber Mendonça Filho, por Recife Frio.

atriz: Zezita Matos, por Azul (de Eric Laurance)

ator: Ricardo Lilja, por Amigos Bizarros do Ricardinho (de

Augusto Canani)roteiro: Kleber Mendonça Filho, por Recife Frio.

fotografia (prêmio dividido): Ivo Lopes Araújo, por A

Montanha Mágica (de Petrus Cariry) E André Lavenère, por A

Noite por Testemunha (de Bruno Torres).direção de arte: Juliano Dornelles, por Recife Frio.

melhor montagem: Lucas Gonzaga, por Amigos Bizarros do

Ricardinho (de Augusto Canani).trilha sonora: Revertere AD Locum Tuum (de Armando

Mendz)edição de som: Vinícius Leal e Jessé Marmo, por Geral (de

Anna Azevedo).melhor curta-metragem/Júri popular: A Noite Por

Testemunha, de Bruno Torresprêmio especial do Júri: Circuito Interno, de Júlio Martí.

menção Honrosa do Júri: ZÉ (S), de Piu Gomes.

prêmio da crítica: Geral, de Anna Azevedo.

prêmio aquisição canal brasil: Faço de Mim o Que Quero,

de Sergio Oliveira e Petrônio Lorena.CURTAS-METRAGENS EM DIGITALmelhor curta-metragem digital: Áurea (de Zeca Ferreira).

diretor: Allan Ribeiro, por Ensaio de Cinema. roteiro: Maria Camargo, por Se Meu Pai Fosse de Pedra.

montagem: Luelane Corrêa, por Áurea (de Zeca Ferreira).

melhor curta-metragem/Júri popular: Tanto, de Nataly

Callai prêmio especial do Júri: à fotografia de Áurea (de Zeca

Ferreira). prêmio da crítica: Áurea, de Zeca Ferreiramenção Honrosa: Sweet Karolynne, de Ana Bárbara Ramos

(PB).

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Francisco Miguez e Laís Bodanzky

kleber Mendonça

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procurar um emprego fixo numa grande empre-sa ou aventurar-se num negócio próprio? Esse é um dos dilemas dos jovens recém-formados

que buscam alcançar sucesso profissional e pessoal com a inquietação peculiar à juventude.

Segundo um estudo do instituto internacional Global Entrepreneuship Monitor, nos últimos cinco anos, o número de jovens empreendedores cresceu mais de 30%. Já são 3 milhões de brasileiros, entre 18 e 24 anos, à frente do próprio negócio, mesmo sabendo dos riscos e das incertezas desta opção.

A ascensão-relâmpago de figuras como Larry Page e Sergey Brin, os fundadores do Google, ou de Mark Zuckerberg, o criador do site de relacionamen-to Facebook, motiva a opção empreendedora desse grupo de jovens.

Outro aspecto que motiva o empreendedoris-mo vem da visão otimista acerca da economia bra-sileira, na qual os jovens enxergam espaço para ino-vação. Inovação é hoje, afinal, o que mais enriquece um país. Num cenário em que 83% dos donos de negócios brasileiros nem sequer pisaram numa universidade, esses jovens com diploma têm maior possibilidade de prosperar, e os dados confirmam esta tese. Das empresas que declaram falência, um quarto da média nacional corresponde, no quesito tempo, ao primeiro ano de vida, desta média apenas 7% diz respeito às empresas abertas por brasileiros

com ensino superior.Esses jovens empreendedores saem das facul-

dades e universidades com uma bagagem atualizada e equilibrada entre a aquisição de conhecimentos e o aprender com experiências. Vão para o mercado com a cultura do planejamento. Não há “achismos” e feeling. Os negócios são iniciados somente após pes-quisarem minuciosamente o mercado e elaborarem um detalhado plano de negócio, o que diminui consi-deravelmente o risco de um naufrágio empresarial.

O Brasil sempre teve altos índices de empreen-dedorismo. Entre os jovens, 15% dos brasileiros já estão à frente de seu próprio negócio, mais do que americanos (14%) ou indianos (12%) – ambos tradi-cionalmente empreendedores.

Mas empreender não significa apenas abrir um negócio, o jovem pode ser empreendedor dentro de uma empresa tomando uma postura diferente, uma atitude, usando a criatividade para a resolução de problemas, com pró-atividade e dedicação.

Portanto, ao concluir o curso superior, o jovem antenado poderá optar pelas duas vertentes do em-preendedorismo: buscar um emprego numa gran-de empresa ou aventurar-se num negócio próprio, desde que, durante sua graduação, além de adquirir conhecimentos, aprenda a aprender e a ousar. A ou-sadia é uma das principais características do empre-endedorismo e da inovação.

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joveNS eMPreeNdedoreS

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Janguiê Diniz – presidente do Grupo universitário maurício de nassau. [email protected]

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faculdade coMA Metropolitana implantou

os cursos de Logística,

Gestão Financeira e

Hotelaria em sua grade

curricular, e agora os

alunos vão ter mais opções

na hora de escolherem o

que vão estudar.

nos últimos anos, alguns cursos como Logística, Ges-tão Financeira e Hotelaria vêm sendo bastante re-quisitados no mercado de trabalho de Pernambuco.

A tendência é que, de agora em diante, essas graduações sejam cada vez mais procuradas, tendo em vista o fato de que a oferta de vagas nessas áreas também só tende a au-mentar. Pensando assim, a Faculdade Metropolitana resolveu inovar e dar ainda mais opções profissionais aos seus alunos, implantando estes mesmos cursos em sua grade.

Para quem ainda não conhece a fundo ou não sabe quais são as atribuições do profissional de Logística, vale a pena se informar. Ele é essencial dentro de qualquer institui-ção, podendo se especializar em setores de recebimento, armazenagem, transporte e distribuição de materiais.

Em Pernambuco, o Porto de Suape se transformou em referência para o trabalho logístico. Isso porque quase todas as empresas já instaladas no local, que realizam processos de produção em grande escala, exigem pessoas qualificadas, ca-pazes de ajudar e se responsabilizar por tarefas fundamentais para o funcionamento de uma instituição.

Segundo Luciana Gondim, coordenadora das gradua-ções de Logística e Gestão Financeira da Faculdade Metro-politana, o interessado nessa graduação e em desempenhar atividades logísticas deve ser polivalente e precisa ter habi-lidades específicas. “O bom tecnólogo pode ter um vasto campo de atuação. Planejar e coordenar as movimentações, tanto as físicas quanto as de informações, constituir processos de compra, identificar fornecedores em potencial e monito-rar o fluxo de pedidos são só alguns exemplos dos papéis dele dentro da empresa.”

No caso da Gestão Financeira, não é diferente. O ges-tor bem preparado exerce, com facilidade, uma variedade de funções típicas do ramo. O âmbito das finanças empresariais envolve conceitos de economia, legislação e até informática, no qual o real objetivo a ser alcançado é a otimização dos investimentos realizados. A base de toda organização é o lucro, e é assim que o profissional desse setor deve pensar.

Luciana Gondim afirma que, na Faculdade, a parte prá-tica das graduações é bastante trabalhada, dando aos alu-nos condições de saírem do ambiente acadêmico prontos para, de fato, crescerem em suas áreas. “Contamos com processos interdisciplinares, auxiliando os estudantes no en-tendimento do que realmente será preciso fazer quando já estiverem empregados”, ela completa.

Outro fator que motiva os universitários são os certifi-cados entregues ao fim de cada módulo. Para a coordena-dora, é gratificante para os orientadores quando se constata que cada semestre foi importante na formação profissional do aluno: “O recebimento de cada certificado é a prova de que eles estão aptos a encararem os desafios do futuro”.

Já para Matson Cysneiros, coordenador do curso de Hotelaria da Metropolitana, além dos motivos óbvios, como a chegada da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, eventos que já movimentam os empreendimen-tos hoteleiros, Pernambuco se destaca por possuir pontos turísticos que atraem milhares de turistas todos os anos, re-sultando em uma enorme demanda por mão de obra nos hotéis do Estado.

Cysneiros lembra que a Faculdade oferece recur-sos importantes, como o laboratório de gastronomia, por exemplo. Lá os estudantes são orientados por professores de qualidade, que conhecem os segredos do setor e que podem passar toda a sua experiência para os aprendizes.

Por fim, Matson ressalta o valor da conclusão do pro-jeto prático obrigatório, que deve ser concluído antes da co-lação de grau dos universitários: “No projeto, o formando simula a construção de um hotel, incluindo, é claro, todas as especificidades que a atividade engloba. Depois de pronto, o material pode até ser vendido, marcando um início de car-reira promissor para o idealizador”. O coordenador ainda acrescenta: “Nosso intuito não é apenas entregar o diploma às pessoas, mas, acima de tudo, conscientizá-las de que todo o esforço e os sacrifícios que precisaram fazer no decorrer de dois anos valeram a pena”.

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luciano gouveiamarketinG

MarketiNg PeSSoal

Gerente comercial da faculdade ibGm - instituto brasileiro de Gestão & marketing e-mail: [email protected]

Nunca ouviu falar tanto de marketing pessoal nos últimos tempos – a habilidade que um funcionário tem de se destacar, sem ser chato, e de conseguir a simpatia da chefia, sem ser puxa-saco.

Ao longo dos anos, esse modelo de gestão pessoal cresce e vem conquistando adeptos e seguidores em bus-ca de resultados e sucesso em suas carreiras profissionais. Sempre digo que a melhor avaliação é a gente que faz, que é preciso ficar atento ao que se passa ao seu redor e, se for necessário, ter um plano de marketing pessoal que leve em conta todos os aspectos importantes que impulsionarão sua carreira: • desenvolver um poder de relacionamento interpessoal eficaz; • traçar objetivos pro-fissionais de curto, médio e longo prazo; • traçar um plano de estudo e de formação acadêmica; • aprender a vender sua imagem; • conhecer o seu mercado de trabalho; • promover continuamente sua imagem dentro e fora da empresa; • construir, ao longo dos anos, uma rede de relacionamentos.

Lembremos: Marketing é o conjunto de ferramentas que uma empresa usa para fazer com que seus produtos sejam conhecidos, apreciados e comprados. Marketing pessoal acontece quando um profissional faz exatamente a mesma coisa, só que em benefício da própria carreira, sem esquecer a ética.

Como você quer ser reconhecido pessoal e profis-sionalmente? Que tipo de “marca” você gostaria que ficas-se vinculada à sua pessoa? As ações do seu plano de ma-rketing pessoal devem reforçar a imagem que você deseja construir ao longo dos anos. Este plano desenvolverá a sua própria maneira de ser, e a sua vida pessoal e profissional reforçará a imagem que pretende construir.

Por que ótimos funcionários muitas vezes não con-seguem ser promovidos? Porque eles estão fazendo tudo certo, mas esquecem de algo muito importante: o marke-ting pessoal. Você sabe como crescer e aparecer dentro da empresa? Conheça alguns mandamentos do chamado marketing pessoal.

1º - Liderança – Algumas pessoas têm uma habilida-de muito maior de influenciar as outras, por isso torna-se indispensável cultivar o valor da liderança em todos aspec-tos.

2º - Visão – É alguém entender o que está fazendo e por que está fazendo, e sugerir pequenas mudanças para melhorar o próprio trabalho ou o trabalho dos colegas. Pe-quenas ideias, uma por dia, já basta. Muita gente fica espe-

rando muito para ter uma grande ideia na vida de e perde a oportunidade de ter a pequena ideia de todo dia.

3º - Espírito de equipe – É oferecer ajuda aos cole-gas, mesmo sem ser solicitado. De coração aberto, quan-tas vezes for preciso.

4º - Maturidade – É saber solucionar conflitos sem provocar mais conflitos. “Prefiro conversar e não resolver em discussão”, diz o livro “Manual Prático do Marketing Pessoal”: “Um ajudando o outro é que a gente vai ser uma equipe melhor”.

5º - Integridade – É fazer o seu trabalho sem preju-dicar ninguém. Não ser excessivamente ambicioso e atro-pelar quem aparece pela frente. Naquela de ficar escon-dendo o jogo, comportamento que não vai levar a nada. Competitividade sempre vai existir, mas tudo tem limites e coerência.

6º - Visibilidade – Ser o primeiro a levantar a mão quando o chefe precisa de um voluntário para uma tarefa. Dessa forma você terá mais chances de poder apresentar resultados dos processos pedidos pelo chefe. Mas cuidado para que tudo que for pedido realmente seja cumprido à risca.

7º - Empatia – É saber elogiar o trabalho de um co-lega e reconhecer o mérito dos outros. “Foi fulano. Isso mesmo, parabéns, foi ótimo seu resultado.” Elogios sem-pre casa bem em qualquer momento.

8º - Paciência – De todas as qualidades que nós podemos ter, essa é a que menos acontece com jovens recém-formados no mercado de trabalho. Normalmente, uma pessoa com excelente formação acadêmica entra em uma empresa e, seis horas depois, já está começando a pensar por que ela não foi promovida. Tudo na vida tem seu tempo e suas maturações. Experiências contribuirão para se chegar aonde quer chegar.

Evidentemente, que não adianta ter tudo isso se o funcionário não consegue fazer aquilo que ele é pago para fazer: dar bons resultados em curto prazo.

Em uma empresa séria, quem tem marketing pessoal recebe atenção da chefia e apoio dos colegas. Em uma empresa medíocre, a mesma pessoa pode ser vista como uma ameaça. Num caso assim, não adianta querer mudar a empresa – é mais sábio mudar de empresa. F!

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sétima arte

Desde os tempos da escola, aprendemos sobre a história e a geografia do país em que vivemos e de tantos outros lugares pelo mundo. Mas como podemos saber tão pouco sobre um país tão próximo – geograficamente falando - como a Argentina? E eu nem culpo a acirrada disputa entre o nosso futebol e os nossos distintos cra-ques (Pelé x Maradona), nem mesmo nossas diferentes características musicais, como o samba e o tango. Até o cinema é palco de diferenças, já que os argentinos aca-bam de ganhar um Oscar e nós – mesmo produzindo uma diversidade incrível de filmes no mercado audiovisual - sequer conseguimos chegar próximo a isso! Vamos falar aqui sobre cinema, claro, mas também de uma distância cultural imensa, que gera abismos entre Brasil e Argentina quanto à produção Audiovisual.

Uma das coisas que mais me impressionou, na re-cente visita a capital portenha, é o aparente descaso de nós, brasileiros, com o cinema argentino e deles também em relação à nossa produção cinematográfica. O Bafici (o festival de cinema independente de Buenos Aires) apre-sentou mais de 400 filmes de vários lugares do mundo – poucas produções brasileiras e apenas uma de Pernam-

buco: Avenida Brasília Teimosa, de Gabriel Mascaro. Fui convidada para participar de uma oficina de documentá-rios do projeto Talent Campus (Festival de Berlim) nesse festival de Buenos Aires, por conta do meu projeto de mestrado (sobre cinema numa comunidade de pesca), que me colocou ao lado de outros 49 jovens estudantes de cinema na América Latina. Numa conversa informal com outros participantes do festival, realizadores e pro-dutores locais, descobri que o cinema brasileiro ainda é um tanto exótico para nossos colegas-vizinhos, que dizem preferir as produções asiáticas e europeias. Um deles me disse ter gostado do filme Cidade de Deus (detalhe: essa é uma produção de 2002 e, depois disso, já produzimos uma série de outros filmes interessantes que sequer che-garam aos cinemas da America Latina).

O curioso é que os filmes brasileiros, que não che-gam aos cinemas dos países vizinhos, conseguem chegar aos mais importantes festivais internacionais como Cannes e Berlim, sempre com excelente repercussão de público e crítica. Mas, pensando bem, os filmes argentinos tam-bém não chegam às salas brasileiras de cinema. De vez em quando, uma produção mais expressiva e de interesse dos

Por uM SÓ ciNeMa latiNo aMericaNo...

Silvana Marpoara -Jornalista, produtora cultural e profª. dos cursos de Cinema Digital e Jornalismo. Colunista de Cinema da Rádio CBN RECIFE (quintas, 15h30, 90.3) [email protected]

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distribuidores é que consegue espaço nos circuitos daqui, como o bem sucedido O Filho da Noiva (de 2001). De lá para cá, pouco se ouve falar – a não ser nos circuitos al-ternativos - sobre o cinema produzido pelos hermanos ci-neastas. Por isso, a minha curiosidade em saber um pouco mais sobre essa produção. Comecei, então, perguntando às pessoas comuns... nos táxis, nas lojas. Afinal, o que re-presentava um Oscar para eles e que filmes costumavam assistir? Para a minha surpresa, ou não, descobri que bra-sileiros e argentinos são muito parecidos... Não costuma-mos assistir os filmes produzidos no nosso país, não nos identificamos com os seus personagens e as sua histórias, além disso, o Oscar está longe de ser uma conquista como uma Copa do Mundo, por exemplo.

Em ano de Copa, a pergunta mais frequente era so-bre a seleção brasileira, mas eu insistia em querer saber mais sobre os filmes argentinos. Segundo uma cineasta, Karina Agosto, que estudou audiovisual na Universidade de Buenos Aires e hoje trabalha produzindo curtas-metra-gens, o cinema local segue algumas fases distintas: primei-ro, se volta para a temática social, depois, para os filmes políticos e, agora, para o filão das películas de comédia e de assuntos de família. “Com isso, o cinema argentino não cria uma identidade e não atrai o público interno”, afirma a cineasta. Mesmo assim, a cidade parece respirar cinema por todos os lados, desde as imagens nas lojinhas dos bair-ros tradicionais – como na feirinha de San Telmo, aos do-mingos, onde personalidades marcantes da cultura argen-tina, como Evita Perón e Carlos Gardel, dividem espaço com astros do cinema mundial; até as várias filmagens que acontecem ao redor da cidade, nos cafés e nos parques. O número, inclusive, de escolas de cinema que existem na cidade é considerável: 34.

Entre as instituições de ensino que dedicam estudos às artes visuais, a que merece destaque é a Universidad Del Cine, que tem uma estrutura incrível, adaptada em charmosas casas antigas, com uma enorme gama de equi-pamentos para se estudar cinema de verdade (numa das salas, contei mais de 08 câmeras de filmagem; na universi-dade há 07 ilhas de edição e um enorme estúdio, com pé-direiro alto, para criação de cenários, por exemplo). Nessa hora, tenho inveja de uma escola como essa e adoraria que tivéssemos algo parecido no Brasil e em especial no Recife . A Universidad Del Cine é conhecida pela intensa produção de seus alunos – muitos vindos de países como Colômbia, Chile, Peru, Venezuela e até do Brasil – que participam de mostras e festivais locais e conseguem também exibir os filmes no circuito comercial de cinema de Buenos Aires.

Na própria universidade, há uma biblioteca raríssima que dedica espaço a obras tanto do cinema Argentino, quanto a produções da cinematografia mundial, através de uma vasta coleção de livros, periódicos e dvd´s sobre o as-sunto. Com isso, acredita-se que está se formando uma nova geração de cineastas argentinos com mais acesso à informação, estrutura tecnológica e qualidade técnica, que certamente vai gerar mais filmes, novos circuitos e públicos para o cinema produzido por lá.

Mas e o Oscar? Pois é, logo que cheguei perguntei pelo filme O Segredo dos Seus Olhos, e não havia um só cinema da cidade que estivesse ainda exibindo o filme ganhador do Oscar 2010 de melhor filme estrangeiro. O filme do diretor Juan José Campanella – conhecido pelo trabalho em famosas séries de TV americanas – conta a história de um homem que sonha em escrever um ro-mance sobre um crime que ele investigou anos atrás e que, agora, vai transformar a sua vida. Das várias pessoas comuns que perguntei sobre filme, poucas realmente ti-nham visto (mesmo com o expressivo número de bilhete-ria local, que chegou a 2,5 de espectadores). Dos envolvi-dos com cinema, poucos pareciam ter orgulho do grande feito do compatriota Campanella, talvez porque essa te-nha sido a segunda vez que os argentinos ganharam um Oscar (o primeiro foi A história oficial de 1985, do diretor Luis Puenzo).

Quanto a isso, acho que somos bem diferentes dos argentinos, pois, no dia em que ganharmos um Oscar, o orgulho dos brasileiros será tão grande quanto ao de uma final de campeonato de futebol. Só sei que, na véspera da minha partida de Buenos Aires, ganhei de um amigo uma cópia do filme. Em compensação, fiquei com a incumbên-cia de selecionar filmes brasileiros para enviar para ele e também para vários outros colegas latino americanos que demonstraram interesse na atual produção de cinema do Brasil. E, assim como o futebol, a língua, a música e tudo mais que nos diferencia, o cinema produzido no Brasil ou na Argentina tem características muito próprias, mas tam-bém guarda um mesmo elo em comum: o de representar a cultura e o povo do seu país – mesmo que isso não seja reconhecido pelo público. O que sei é que, a partir de agora, quero estreitar esses laços, prestar mais aten-ção nos vários tipos de cinema que se produz nos países vizinhos e, sempre que possível, continuar mostrando e falando (com muito orgulho) sobre esse cinema que faze-mos aqui, no Brasil.

Hasta la próxima !!! F!

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CINEMA

Quincas Berro D’água - Estreia – 14 de maioO filme da Disney, dirigido por Sérgio Machado, retrata a obra A Morte e a Morte de Quincas Berro D’água, escrita pelo baia-no Jorge Amado e publicada no ano de 1961. Na história, um homem exemplar deixa a vida familiar de lado para viver como um vagabundo, transformando-se em Quincas Berro D’água. Após a morte do personagem, sua família tenta apagar da memória os anos de loucura e humilhação diante da socie-dade. O elenco conta com atores renomados como Paulo José e Marieta Severo. Comédia / 12 anos / 102 min.

Deux de la Vague – Estreia – 28 de maioCelebrando os 50 anos da Nouvelle Vague, o documentário relembra o lançamento de Os Incompreendidos, de François Truffaut, no Festival de Cannes de 1959, e a criação de Acos-sado, de Jean-Luc Godard. Sendo assim, o filme mostra o surgimento do movimento que mudou a forma de se fazer cinema na França e revelou dois dos maiores cineastas de to-dos os tempos. Além disso, é ressaltada a relação de amizade entre Truffaut e Godard, que tinha temperamentos comple-tamente distitos. Documentário / 16 anos / 91 min.

EVENTO

Animage Festival Internacional de Cinema de animação de Pernambu-co, que acontece entre os dias 21 e 27 de maio, oferece oficinas de técnicas de animação. A inscrição é gratuita e pode ser feita pelo site do festival (www.animagefestival.com ). As vagas são limitadas. Confira as áreas oferecidas: Animação (3D) - Orientador: Thiago SavonaAnimação Experimental - Orientador: Maurício MartinsAnimação Tradicional - Orientador: Felipe SoaresDesign de Jogos - Orientador: Frank MalcherModelagem (3D) - Orientador: Marcelo MoraisMotion Graphics - Orientador: William PaivaStop Motion - Orientador: Samuel Arruda Guimarães

TEATRO

Um Rito de Mães, Rosas e SangueA peça é uma livre licença poética, a partir das três tra-gédias rurais escritas pelo dramaturgo e poeta espanhol Federico García Lorca – “Bodas de Sangue”, “Yerma” e “A Casa de Bernarda Alba”. O resultado é um espetáculo ritualístico, a partir da figura da Mãe, personagem agluti-nador das forças que regem a natureza. Dividida em três quadros, a encenação versa sobre uma mãe que desabafa após o infortúnio da morte do filho; outra mãe que, com mãos de ferro, condena suas filhas a um luto eterno, até

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Alice no país das maravilhas

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que alguma delas se case; e, por fim, a “mãe” que busca, incessantemente, a maternidade.serviço: Dias 26 e 27 de maio (dentro do Festival Palco Giratório), às 20h, no Teatro Hermilo Borba Filho (tel. 3232 2030), no Recife, seguindo em cartaz às quintas e sextas-feiras de junho, até 02 de julho. Ingresso: R$ 10 e R$ 5 (estudantes, professores com carteira e maiores de 60 anos). Informações: [email protected]

ShOW

Arraiá da Capitá 2010O evento junino, que acontece todos os anos no Re-cife e reúne forrozeiros de todo o Brasil, acontecerá em dois dias (11 e 12 de junho), homenageando, este ano, o paraibano Flávio José. No dia 11, sexta-feira, se apresentarão, nos palcos montados na área externa do Chevrolet Hall, artistas que fazem a alegria da galera, como Victor e Léo e as bandas Aviões do Forró e Saia Rodada. Já no dia 12, sábado, algumas das grandes atrações serão Calypso, Garota Safada e, é claro, a principal delas: o cantor Flávio José.serviço: Rua Agamenom Magalhãesm s/n, Com-plexo de Salgadinho, Olinda-PE. Telefones: (81) 3427-7500. www.chevrolethall.wcms.com.br

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revisora de textos da revista fera!e-mail: [email protected]

A leitura da palavra, da frase, da sentença, jamais significou uma ruptura com a “leitura” do mundo. A leitura da palavra foi a leitura do “palavramundo”. – Paulo Freire

No começo deste mês, o Ministério da Cultu-ra divulgou os dados de uma pesquisa que propunha o mapeamento da situação das bibliotecas brasileiras. Lá na investigação, o Brasil passou vergonha e apresentou uns numerozinhos bem mesquinhos: uma média de 2,67 bibliotecas para cada 100 mil pessoas. Imagina só, você dentro do Maracanã lotado com uns poucos 4 mil livros (e estou sendo generosa) jogados lá no campo e, de re-pente, a metade (só a metade) dos brasileiros resolve ler um livro. Uma horda de famintos pela leitura se lança, ávida, em direção aos livros. Sentiu a dureza?

Mas, essa situação hipotética tem poucas chances de sair da nossa imaginação por causa de uma razão bem simples: os brasileiros, em geral, não gostam de ler. Pro-vavelmente só aconteceria uma movimentação qualquer, naquele Maracanã, se alguém jogasse uma bola no meio do campo. E é isso aí porque os brasileiros ainda não descobriram a importância da leitura. Os dias seguem seu rumo e não há santo na terra que faça os brasileiros abrirem a página de um livro por puro prazer, só o fazem quando obrigados por alguma situação. Os brasileiros são verdadeiros leitores bissextos.

Até compreendo algumas das razões para o aban-dono da leitura: o corre-corre do cotidiano e a falsa ideia estampada pela vida prática de que os livros só têm utili-dade quando as suas páginas guardam segredos profissio-nais. As pessoas se esqueceram da educação do espírito. Quando falo em ler um texto, não me refiro à leitura que se faz como um exercício mecânico, através do simples soletrar de palavras; antes, penso naquela que se pratica em diálogo com o mundo, em diálogo com os conheci-mentos próprios de cada um – a leitura como inquietação da nossa curiosidade, como um despertar, na nossa men-te, de uma “bisbilhotice” por novos conhecimentos. ler, para utilizar uma gíria, deve ser uma viagem, que leva a imaginação longe ou que nos arrasta para aquela intros-pecção momentânea, própria de quem reflete sobre o mundo. Toda leitura nos leva a algum lugar, ao mesmo

tempo em que exercita a nossa sensibilidade enquanto seres humanos e o nosso espírito crítico enquanto cida-dãos. A leitura tem o grande (e mágico) poder de unir prazer e aprendizagem.

Paulo Freire, o grande educador que inspirou o Bra-sil e o mundo com a sua visão de uma educação como força transformadora da sociedade, ensina bastante a res-peito da importância da leitura. Ler o mundo enquan-to o vemos é uma de suas frases, simples, que até soa como um ditado de livro de autoajuda, mas, na verdade, quando compreendida no seu sentido mais complexo, entra no hall daquelas descobertas que, apesar de soarem óbvias aos ouvidos, mudam algumas pedras de lugar na nossa vida. Olhar o mundo e descobrir em cada detalhe, por menor e mais bobo que seja, a sua importância só acontece quando a nossa sensibilidade e o nosso espírito crítico estão acordados, ou seja, quando estamos aptos para interpretar o significado profundo dos objetos ao nosso redor – e essas qualidades não são aprendidas na escola por meio de técnicas, são aprendidas com o exer-cício da reflexão, do pensar sobre o mundo, e a leitura é o primeiro passo dessa educação. Por isso é preciso ler – ler livros, mas ler também os acontecimentos, os nossos “intercâmbios” afetivos, os problemas que nos assaltam ao longo do dia, as relações humanas e etc.

Além de nos tornar mais humanos, a leitura é in-dispensável para quem pretende dominar as malícias do texto bem escrito. Pois, será possível escrever bem sem ler bastante? O domínio da técnica, as nomenclaturas da gramática, é suficiente para a produção de bons textos? Não, não, meus queridos, a leitura forma o espírito do homem e, de quebra, constrói bons escritores.

Agora, aqui pra nós, como um país com mais 190 milhões de habitantes não mobiliza nem meia dúzia de estudantes, por cincos minutos, para protestar contra o abandono das nossas bibliotecas? A Copa do Mundo, por sua vez, vem aí e, em dia de jogo do Brasil, o país parará por 90 minutos. F!

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