revista fera! 02

36
EXEMPLAR GRATUITO BONS VENTOS SOPRAM A FAVOR JOVENS TIVERAM QUE ALTERAR ROTINA DE ESTUDOS DANILO CABRAL, SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO ENEM ENTREVISTA HELOISO IKEDA, DA APROMO, JÁ SABE QUE O SUCESSO COMEÇA DESDE CEDO Diante dos investimentos, Pernambuco parte para um novo cenário econômico. Então, é hora de se preparar para o mercado e aproveitar o bom momento ANO 01 Nº. 2 – NOVEMBRO DE 2009 PORTALFERA.COM.BR

Upload: portalfera

Post on 16-Mar-2016

233 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Edição de número 02 da Revista Fera!

TRANSCRIPT

Page 1: Revista Fera! 02

exem

pla

r g

ratu

ito

BONSVENTOSSOPRAM A FAVOR

JOVENS TiVERAM quE AlTERAR ROTiNA dE ESTudOS

dANilO cABRAl, SEcRETáRiO dE EducAçãO

ENEM

ENTREViSTA

HElOiSO ikEdA, dA APROMO, Já SABE quE O SucESSO cOMEçA dESdE cEdO

Diante dos investimentos,

Pernambuco parte para um novo cenário

econômico. Então, é hora de se preparar para o

mercado e aproveitar o bom momento

an

o 0

1

nº.

2 –

no

vem

bro

de

2009

po

rta

lfer

a.c

om

.br

Page 2: Revista Fera! 02

2

Revi

sta

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

Page 3: Revista Fera! 02

3

Revi

sta

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

Page 4: Revista Fera! 02

4

Revi

sta

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

editorial

Nessa segunda edição da Revista Fera!, não perdemos o foco nos jovens. Em

nossa matéria de capa, resolvemos abordar um tema que merece ser discutido

por sua relevância no cenário econômico local: a expansão do segmento portuário

no Estado. Falamos sobre a evolução e os empreendimentos mais recentes feitos

no Porto de Suape, sem esquecer, é claro, do Porto do Recife, que há tantos anos

opera na capital.

O Secretário de Educação de Pernambuco, Danilo Cabral, fala sobre a

profissionalização do ensino médio nas instituições de ensino público e o que

isso irá representar para o desenvolvimento profissional dos jovens.

Por ser um evento tão importante para o cultivo da leitura, decidimos

também dedicar um espaço da revista a VII Bienal do Livro de Pernambuco,

mostrando as opiniões de visitantes e as de Raimundo Carrero, um dos

homenageados.

Como não poderia deixar de ser, explicamos com detalhes o motivo do

adiamento das provas do Enem e o que será feito daqui por diante.

Colocamos em nossa pauta uma matéria sobre o Enade, com o objetivo

de dar informações sobre o Exame tanto para aqueles que já o fizeram como

para os que perderam a prova e, agora, não sabem o que fazer. Apresentamos o

Bullying, um fenômeno pouco comentado no nosso cotidiano, mas que deve ser

levado em consideração não só pelos jovens mas também pelos professores, pais,

familiares e amigos.

Não nos esquecemos de ressaltar o valor dos jovens que estão em

destaque no mercado de trabalho. Mais uma vez, os parabenizamos e fazemos

questão de apresentá-los em nossas páginas. É graças a eles que, cada vez

mais, Pernambuco se torna um lugar melhor e mais propício para novos

investimentos.

A revista está amadurecendo e, junto com ela, os nossos leitores. Esperamos

levar entretenimento de qualidade para dentro de sua casa, ambiente de estudo

ou trabalho. Não só isso. Esperamos

proporcionar conhecimento e conteúdo

inteligente, sempre atentos às

novidades, como fazem os verdadeiros

Feras.

Aprender é divertido. Então,

divirta-se.

revista fera!diretoria executiva

Ira OliveiraSandra Paiva

editor de artes

Ira [email protected]

diretora comercial

Sandra [email protected]

repórter

Mateus [email protected]

diagramaçãoIra Oliveira

Daniel Orange

revisão de textosDolores Orange

tratamento de imagem

Jair TeixeiraClaudio Coutinho

colaboradoresBernardo Dantas (fotos),

Wilson Neto (fotos),Denny Costa (fotos),Alana Lima (textos), e

Natália Menezes (textos)

para anunciar:recife

Rede3 Mídia81 3031.0968Sandra Paiva

81 9291.4325Rafael Amorim81 8741.3369

São pauloWillian Paiva

11 8252.0924

[email protected]

cláudio coutinhoe Jair teixeira

Tratamento de imagens

agn gráficaImpressão

12.000Exemplares

Publicada pela Rede3 Mídia - Rua Estevão Oliveira, 75 - Santo Amaro -

Recife/PE - CEP 52050-160

Os textos publicados na Revista Fera! não expressam

necessariamente a nossa opinião.

capa:foto de bernardo

Soares/Jc imagem e design de ira oliveira

EXEM

PLA

R G

RATU

ITO

BONSVENTOSSOPRAM A FAVOR

JOVENS TIVERAM QUE ALTERAR ROTINA DE ESTUDOS

DANILO CABRAL, SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO

ENEM

ENTREVISTA

HELOISO IKEDA, DA APROMO, JÁ SABE QUE O SUCESSO COMEÇA DESDE CEDO

Diante dos investimentos,

Pernambuco parte para um novo cenário

econômico. Então, é hora de se preparar para o

mercado e aproveitar o bom momento

A FAVOR

HELOISO IKEDA, DA APROMO, JÁ SABE QUE

ENEM

AN

O 0

1

Nº.

2 –

NO

VEM

BRO

DE

2009

PO

RTA

LFER

A.C

OM

.BR

Page 5: Revista Fera! 02

Pernambuco se mostra competitivo e briga de igual para igual com estados de outras regiões do Brasil

Adiamento das provas causa polêmica e deixa os alunos que estão se preparando ainda mais ansiosos e preocupados

Através do Projeto Conhecer, alunos tiram dúvidas em relação ao ambiente acadêmico e recebem dicas sobre qual carreira seguir

Fique por dentro dos destaques do teatro e do cinema, além de exposições,festivais e feiras

Saiba os cursos que foram avaliados e obtenha informações sobre o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes

O Secretário de Educação, Danilo Cabral, aborda questões sobre os novos planos do Governo em relação ao ensino profissinalizante

Conheça os jovens visionários que estão crescendo na carreira de acordo com as novas exigências do mercado de trabalho

índice

SORRiNdO à TOA

ENEM: A ANSiEdAdE AuMENTOu

PROJETO cONHEcER dA iBgM

quAl A FiNAlidAdE dO ENAdE?

ENTREViSTA: dANilO cABRAl

JOVENS dE SucESSO

16

06

11

08

12

21

24

32

O quE VEM A SER BullyiNg?

diVERSãO é ESSENciAl

Um problema grave que se tornou comum entre estudantes das escolas de todo o Brasil

26BiENAl: SucESSO

dE PúBlicO

Em 2009, a feira literária

veio com o objetivo de atrair

mais crianças e jovens

cOluNAS:

guiA dE AçãO 22

MARkETiNg 31

ROdAPé 34

foto

S: b

ern

ard

o d

an

taS

Page 6: Revista Fera! 02

6

Revi

sta

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

na noite de 30 de setembro, jornalistas de “O Esta-do de São Paulo” tiveram acesso à prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) depois de uma

ligação que oferecia o teste em troca de R$ 500 mil. Quando viram a prova e constataram que realmente se tratava do exa-me que seria feito por mais de 4 milhões de candidatos em dias seguintes, entraram em contato com Fernando Haddad, ministro da Educação, e a prova foi cancelada.

As provas do Enem, que seriam realizadas nos dias 3 e 4 de outubro, foram então adiadas para 5 e 6 de dezembro. O ocorrido tornou-se um escândalo, principalmente, porque pelo menos 40 universidades federais resolveram adotar o Enem como forma de processo seletivo neste ano. O adia-mento da prova, além de mexer com o psicológico dos alu-nos e com o calendário de muitas universidades – algumas provavelmente terão até que atrasar o início do ano letivo -, dará uma despesa de R$ 131,9 milhões aos cofres públicos. Em Pernambuco. A UFPE foi obrigada a fazer mudanças de última hora.

A opinião dos estudantes sobre o ocorrido diverge. Enquanto alguns se sentiram prejudicados, pois a mudança repentina quebrou o ritmo de estudos, outros gostaram do adiamento, já que assim terão mais tempo para estudar. A estudante Ana Clara Atanásio, que prestará para Publicidade e Propaganda, comenta: “Antes, estávamos indo para a prova sem saber o que iríamos encontrar por lá, a prova modelo

só tinha 10 questões de cada área. Agora, com a prova nas mãos, temos como nos basear. Sem contar que, quem es-tudou, vai ter mais tempo para dar uma revisada, ler alguma coisa que tem dúvida, e quem não estudou está tendo outra chance.”

Ao contrário, as escolas e os cursinhos, de maneira ge-ral, não viram benefício nesse novo calendário, já que todo o planejamento do ano ficou comprometido. “As aulas es-tão uma bagunça, quebrou todo o planejamento. O pessoal agora está focado na segunda fase do vestibular, muita gente saiu, as salas estão mais vazias e isso acabou desmotivando os professores”, comentou o estudante Gustavo Spindola. So-bre o assunto, Igor Gomes, que tentará ingressar no curso de Jornalismo, disse que seus professores riram para não chorar: “Meu professor de História entupiu nossos finais de semana com aula, até crise de ansiedade ele teve”.

O Enem é uma grande polêmica desde a resolução de que sua nota seria adotada ou como parte integrante do vestibular ou como substituta total: “Não sei se é verdade a história de que esse é o legado que Lula quer deixar na educação para exibir nas propostas políticas do ano que vem, sei que atrapalhou a nossa vida. Na realidade, a Federal (que aceitou isso) é que se atrapalhou. Mudar as regras do jogo no meio do campeonato...”, comentou Igor Gomes. O es-tudante acha que a prova estava dentro das expectativas e muito parecida com a dos anos anteriores, inclusive, com

enem

As provas do

Enem, que seriam

realizadas nos dias 3

e 4 de outubro, foram

adiadas para 5 e 6 de

dezembro, aumentando

o nervosismo dos

estudantes

AdiAMENTO

dAS PROVAS

MudOu ROTiNA

wil

Son

net

o

Page 7: Revista Fera! 02

uma questão igual a do ano passado, apenas com a ordem das alternativas diferente.

A estudante Danielly Sabino, de 17 anos, diz que o ocorrido tirou a credibilidade da prova: “no geral, o cance-lamento demonstra o quanto a segurança para a elaboração, não só dessa prova, como também de outros concursos, pode ser falha, havendo vazamento de informações e até situações mais graves, como ‘arrumadinhos’”. A estudante, que prestará vestibular para Fisioterapia, imaginou que a pro-va fosse mais difícil, sobretudo, por ser de ordem nacional, e agora, depois do vazamento da prova, mudou o seu ritmo de estudos, realizando mais provas antigas do Exame do que estudado assuntos específicos. Ana Clara concorda: “Meus estudos mudaram: primeiro porque eu já vi todos os assun-tos e agora é só dar uma revisada, depois porque o nível da prova não era o que eu esperava, então estou dando mais uma relaxada, tendo um estudo mais saudável, sem aquela luta contra o tempo.”

Com o intuito de não atrasar o início do ano letivo de toda a Universidade, o Conselho Coordenador de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFPE resolveu, no dia 21 de outubro, mudar as regras do vestibular mais uma vez: a redação, que antes seria de responsabilidade do Inep, cabendo à Federal apenas inserir a nota no cálculo da média final, agora será de responsabilidade da Covest e realizada no primeiro dos dois dias da segunda fase. A estudante Emanuelly Paes, que é can-didata a uma das vagas do curso de Direito, acha que terá que se adequar a essa mudança: “O ano inteiro nós treinamos para o Enem que é uma coisa mais leve, são temas bem mais ‘lights’, enquanto geralmente a Federal tem uma discussão mais complexa. Além disso, a Federal poderá exigir um gêne-ro que não é cobrado no Enem: a carta argumentativa”.

Outra possível mudança é que, se o resultado do Enem não for divulgado até o dia 5 de fevereiro de 2010, a UFPE descartará essa nota e o seu processo seletivo será composto apenas pelas notas da segunda fase e da redação. Essa é mais

cRONOlOgiA

08/05 - UFPE decide aceitar o Enem como primeira fase do vestibular15/05 - UFPE divulga as datas da segunda fase: 20 e 21 de dezembro15/06 - Início das incrições para o Enem17/07 - Término oficial das incrições para o Enem, que são prorrogadas até 19/0730/07 - Inep divulga simulado com o modelo do novo Enem01/10 - Prova do Enem é cancelada06/10 - Divulgada a nova data do Enem: 05 e 06 de dezembro08/10 - MEC estabelece 5 de fevereiro como data-limite para divulgação do resultado do Enem21/10 - UFPE divulga mudanças: a redação será de responsabilidade da Covest e a nota do Enem poderá ser descartada30/11 - Data-limite para a entrega dos cartões de confirmação da inscrição no Enem

Antiga prova custaria 116 milhões.Nova prova custará 131,9 milhões: 99,96 milhões na nova aplicação e 31,9 milhões de impressão das novas provas.

uma questão que preocupa os alunos que passaram o ano inteiro estudando todas as matérias, tendo, além do desgaste psicológico, várias despesas financeiras com cursos extras. O adiamento do Enem e as incertezas quanto ao calendário leti-vo da UFPE levantaram a dúvida: o que os estudantes devem estudar?

De maneira geral, foram muitos os prejudicados com o vazamento da prova, mas, como disse o ministro da Educa-ção, pelo menos o fato foi descoberto antes que a avaliação fosse realizada. Um cancelamento, depois de dois cansativos e tensos dias de provas, seria muito frustrante para todos os alunos. Agora só resta estudar e esperar que, dessa vez, nin-guém seja surpreendido por motivo algum. F!

Page 8: Revista Fera! 02

8

Revi

sta

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

metalon 21x7,5.ai 3/9/2009 11:35:23

exame

AlTERAçõESTAMBéM TEVEA última edição do Enade

passou por algumas

modificações importantes:

tanto ingresssantes como

concluintes dos cursos de

graduação das faculdades

precisaram ficar atentos às

novidades do exame

em 2004, o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) substituiu o antigo Provão, que era voltado exclusivamente para

universitários em período de conclusão de curso. Cinco anos após a mudança, ainda é pequeno o nú-mero de estudantes que conhecem o real objetivo do exame: avaliar o rendimento dos alunos de gra-duação em relação aos conteúdos programáticos, além de analisar o desenvolvimento de tudo o que é necessário para uma boa formação profissional den-tro das universidades.

Em 2009, a prova do Enade foi aplicada no dia 8 de novembro. Ao contrário das edições an-teriores, a deste ano não foi feita por amostragem, por isso tanto os estudantes ingressantes, quanto os concluintes das áreas selecionadas foram obrigados a participar. Os considerados ingressantes são aqueles que, até o dia 31 de agosto deste ano, completaram de 7% a 22% de toda a carga horária da gradua-ção. Os concluintes são os que, até a mesma data, ou já finalizaram pelo menos 80% do curso, ou se formarão no final do ano de 2009. O universitário

que apresentou o perfil estabelecido pelo Enade, mas não compareceu ao dia da prova, ficará sem o diploma.

Não foram todas as graduações que participa-ram do exame. A cada ano, a Comissão de Avalia-ção da Educação Superior (Conaes) indica as áreas propensas à avaliação do Enade para o Ministério da Educação, que define a lista final dos cursos uni-versitários que participarão do Exame. Para o Enade 2009, foram escolhidos os cursos de Ciências Con-tábeis, Ciências Econômicas, Comunicação Social, Administração, Arquivologia, Biblioteconomia, De-sign, Direito, Estatística, Música, Psicologia, Relações Internacionais, Secretariado Executivo, Teatro e Tu-rismo. Além dos cursos de tecnologias: Gestão de Turismo, Gestão Financeira, Marketing, Design de Moda, Gastronomia, Gestão de Recursos Humanos e Processos Gerenciais.

A inscrição dos habilitados foi responsabilidade das instituições de ensino superior, e os não inscritos não puderam participar. Quem estava vinculado à universidade no dia 1º de agosto de 2009, universi-

ENAdE

Page 9: Revista Fera! 02

9

Revi

sta

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

Concorra aeNot books*

Administração Portuária

Gestão

Gestão Hoteleira

Gestão Logística

Gestão de Pessoas

Gestão de Turismo e Eventos

em Marketing

Gestão Financeira

*CO

NSU

LTE O

REG

ULAM

EN

TO

NO

SIT

E:

WW

W.M

ETRO

PO

LIT

AN

A.E

DU

.BR

tário ingressante ou concluinte, mesmo com a matrí-cula trancada ou afastado temporariamente, deveria ter se inscrito. Também foi obrigatória a participação daqueles que ainda estão escrevendo a monografia para a colação de grau.

É importante lembrar que a participação do aluno não estava condicionada à regularidade no pagamento das mensalidades e à atualização da ma-trícula. Além disso, só pôde fazer o Enade em ou-tro município quem estava desempenhando estágio curricular fora do local de funcionamento da própria faculdade. Estudantes de cursos à distância fizeram a prova na sede da sua Instituição de Ensino Superior. Já os universitários que estavam oficialmente matri-culados, mas realizando atividades curriculares fora do Brasil na data do Exame, foram dispensados do Enade.

Para a elaboração e a aplicação da prova, o Insti-tuto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep) contrata uma instituição que comprove capacidade técnica

em avaliação de acordo com os requisitos do mode-lo do Exame. A prova foi única para os ingressantes e para os concluintes. Ao total, o aluno resolveu 40 questões, sendo 10 quesitos referentes a conteúdos gerais e 30 quesitos referentes a conhecimentos específicos sobre a área profissional. Tanto a parte de formação geral quanto a de formação específi-ca apresentaram questões discursivas e de múltipla escolha.

O grau de qualidade da graduação de cada uni-versidade é observado após os resultados da prova do Enade. Com o resultado do Exame, as Institui-ções de Ensino Superior são orientadas sobre a ne-cessidade de fazer ajustes ou revisões curriculares.

No mês de dezembro, o Inep disponibilizará o acesso eletrônico ao Relatório dos Estudantes em Situação Regular, que permitirá à Instituição de En-sino Superior registrar o histórico escolar do aluno e a sua situação em relação ao Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes.

Page 10: Revista Fera! 02

10

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

Alunas do curso de Pedagogia da Fasc comemoram o bom desempenho no Enade 2008

A Faculdade Santa Catarina – FASC tem como um dos seus objetivos a formação do pedagogo para atuar, principalmente, na docência das séries iniciais do ensino fundamental e da educação infantil. A sua colaboração, embora centrada nos processos de ensino e de aprendizagem relacionados à educação escolar, não deixa de lado a preparação profissional do universitário para outros contextos educativos. Sendo assim, a matriz curricular do curso de Pe-dagogia compreende estudos, pesquisas e práticas de trabalho, como também o ensino de jovens e adultos do Ensino Médio dos cursos regulares ou de magistério, com portadores de deficiência, no en-volvimento com setores de recursos humanos das diversas empresas, nas creches, nos espaços não escolares, entre muitos outros.

A FASC vem nestes dois anos de curso de Pe-dagogia provando que não foi apenas um dos pri-meiros a cumprir os objetivos da Resolução nº1 do CNE, de 15 de maio de 2006, mas também que os cumpriu de forma consciente, com propostas mo-dernas e com o exercício dessa prática desde o seu primeiro semestre. “O nosso estudante de pedago-gia recebe a devida preparação para enfrentar os de-safios da sala de aula com muito mais tranquilidade e com acompanhamento de todos os professores do curso durante suas experiências de ensino. A FASC incluiu, no seu currículo, o trabalho com creches, que hoje é parte integrante da Educação Básica. Por todo este cuidado em oferecer ao seu estudante, oportunidades de aprendizado e prática em todos os setores de atuação do pedagogo, o curso foi clas-sificado como um dos mais modernos do país, den-tro de todos os parâmetros propostos pelo MEC”, diz o Diretor Geral da FASC, Alexandre Barros.

“A prova de que estamos no caminho certo é o ENADE de 2008, pois, quando nossa primeira turma participou como INGRESSANTE nessa con-ceituada avaliação nacional promovida pelo MEC, os alunos do curso de Pedagogia conseguiram atingir a média 45,0329, classificando-se em primeiro lugar

A graduação ficou em primeiro lugar entre as faculdades municipais, estaduais e privadas do Estado

cuRSO dE PEdAgOgiA dA FASc ESTá ENTRE OS MElHORES

entre as faculdades estaduais, municipais e privadas do Estado de Pernambuco”, afirma Barros.

O curso de Pedagogia possui uma carga horária de 3.220 horas/aula (incluindo 300 horas de estágio supervisionado e 120 horas de atividades teórico-práticas de aprofundamento), distribuídas em 8 se-mestres. Sua equipe docente é composta de 83% de mestres e doutores, sempre em atividade de aperfeiçoamento. Esta atitude de constante cresci-mento profissional leva o estímulo da educação con-tinuada ao aluno.

“São os princípios norteadores da proposta formativa da FASC: diversidade, autonomia, inves-tigação, relação teoria e prática, trabalho coopera-tivo, dialogicidade, construção e reconstrução do conhecimento. Essas perspectivas de trabalho fazem com que sejamos respeitados como educadores em ação”, conclui o diretor.

bern

ard

o d

an

taS

F!

Page 11: Revista Fera! 02

11

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

PROJETO dA iBgMligA O JOVEM àREAlidAdE dO MERcAdO

O Projeto Conhecer,

da Faculdade

IBGM, dá ao jovem

a oportunidade de

saber mais sobre as

profissões e o mercado

de trabalho

especial

o Instituto Brasileiro de Gestão e Marketing (IBGM) oferece aos alunos do ensino médio da rede esta-dual de ensino público e privado a oportunidade de

visitar as instalações da faculdade IBGM, através do Projeto Conhecer, onde passam uma manhã ou tarde assistindo à palestra sobre o tema ‘As tendências do Mercado de Traba-lho na atualidade’. Implantado desde o mês de agosto des-te ano, o Projeto Conhecer traz informações importantes sobre o mercado de trabalho nacional e local, levando aos alunos uma perspectiva atualizada sobre as oportunidades em Pernambuco, bem como opções de carreira profissio-nais, ajudando os jovens a decidirem qual profissão desejam se engajar de forma consciente e com a perspectiva de futuro sólido.

Além de esclarecer aos futuros uni-versitários áreas como Marketing, Logísti-ca, Recursos Humanos e Processos Ge-renciais, o projeto tem como finalidade desmistificar um pouco aos estudantes como é o ambiente universitário, apro-ximando-os da comunidade acadêmica e diminuindo suas incertezas para a nova ‘vida’ na faculdade.

O mês de outubro foi especial para cerca de 400 alunos de sete escolas públicas do Estado que, através da ampliação do Projeto Conhecer, em parceria com o Projeto Nossa Es-cola (SESI/FIEPE) e com a Administração do Porto de Suape, puderam visitar as instalações do complexo portuário. As vi-sitas aconteceram nos dias 07, 14, 21 e 26, sendo contem-pladas as escolas estaduais Inalda Spinelle, Landelino Rocha,

Cônego Jonas Taurino, Gercino de Pontes, Padre Machado, Apolônio Sales e São Francisco de Assis, respectivamente. Todos os estudantes conheceram o Centro de Treinamento, local este onde estão sendo capacitados os profissionais que fazem parte das obras de construção do Estaleiro Atlântico Sul e da Refinaria Abreu e Lima, o setor administrativo e um dos cais existentes no local.

“O que pretendemos com esta prática é fazer com que os alunos das escolas públicas entendam um pouco do cená-rio econômico e das mudanças e transformações relaciona-das à empregabilidade”, afirmou Klennio Adam, palestrante

e idealizador do projeto. Adam, Diretor de Marketing da IBGM, complementou, ainda, sobre a importância de informar aos estudantes, em fase de vestibular, sobre as tendências de mercado e as perspectiva de carreira.

No mês de novembro, a IBGM inse-riu o Projeto Conhecer nas ações do RH na Praça (13), realizado na praça do Carmo, no centro do Recife: um evento de mo-bilização que aconteceu, simultaneamente, em todo o país. Inclusive, no Estado, o

evento foi coordenado pela Associação Brasileira de Recur-sos Humanos (ABRH) – Seccional Pernambuco, tendo como finalidade orientar os trabalhadores sobre como inserir-se no mercado de trabalho, como alavancar a carreira profissional entre outros temas. A faculdade IBGM prestou informações gratuitas, oferecendo aos participantes do evento um curso de orientação profissional. Novos interessados podem obter informações através do número 81 3231-7771. F!

Equipe da IBGM com os alunos da

escola estadual Inalda Spinelle

cort

eSia

Page 12: Revista Fera! 02

12

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

Secretário, o senhor já toma conta de uma estru-tura grande, com quase um milhão de alunos e mais de 1.100 escolas. como será acumular

mais esta responsabilidade que é o ensino técnico profissionalizante? danilo cabral – Será mais um grande desafio, assim como foi em 2007 quando assumi a secretaria de Educação. Entre-tanto, a integração da educação profissional com a educação básica, mais especificamente com o ensino médio, é funda-mental. A separação destas modalidades, a partir do Governo Fernando Henrique, foi um dos grandes equívocos de nossa educação. Precisamos resgatar esta identidade, sobretudo, neste momento de retomada do crescimento econômico brasileiro. O verdadeiro fator de risco do Brasil hoje, que em outros tempos era decorrente dos fundamentos macroeco-nômicos, reside em garantir uma formação profissional ade-quada de nossa gente. Não podemos trabalhar com a lógica de que a única alternativa é o acesso às universidades. Esta distorção está sendo enfrentada com muita determinação pelo Presidente Lula e pelo Ministro Fernando Haddad, a par-tir de uma política de fortalecimento da educação profissional, integrando-a ao ensino médio. Neste contexto, Pernambuco, que hoje tem um crescimento econômico maior que a média do Nordeste e do Brasil, também está focando o fortaleci-mento da educação profissional a partir de uma unidade de

gOVERNO

iNVESTENO ENSiNO

PROFiSSiONAl

foto

S: d

ivu

lga

ÇÃo

No período em que Pernambuco vive um momento econômico histórico, com grandes

empreendimentos se instalando no Estado, o Governo foca suas atenções no ensino

profissionalizante, construindo sete novas escolas técnicas e aliando o ensino médio à educação

profissional. O secretário de Educação, Danilo Cabral, cuja gestão tem apresentado avanços

significativos em relação à melhoria do ensino básico, amplia agora seu raio de atuação e

assume mais uma responsabilidade. Nessa entrevista, o secretário fala sobre esses novos planos

do Governo e sobre os investimentos que estão sendo feitos para concretizar esse desafio

entrevista

ação. Foi esta preocupação local aliada à política educacional conduzida pelo governo federal que motivou a incorporação desta modalidade de ensino à Secretaria de Educação, antes sob a responsabilidade da Secretaria de Ciência e Tecnologia. Em relação às escolas técnicas, estamos construindo seis uni-dades no interior e reformando uma em Jaboatão dos Gua-rarapes. Estamos investindo, com recursos do próprio Estado de Pernambuco, R$ 28 milhões nas obras e vamos entregá-las

Page 13: Revista Fera! 02

13

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

à população no final deste ano. O compromisso do governa-dor Eduardo Campos é de que elas já estejam funcionando em 2010 e é para isso que estamos trabalhando. Além disso, temos, em parceria com o Governo Federal, outras 06 unida-des que estão sendo construídas.

em quais municípios do interior serão implantadas as escolas e o que hoje já temos nessa área profis-sionalizante? d.c – Dentro da política macro de Governo, que é a de in-teriorizar as ações, estamos construindo unidades no Agres-te, nas cidades de Surubim e Limoeiro. Na Zona da Mata, estamos com obras em Carpina, Goiana e Paudalho. Tere-mos uma em Salgueiro e outra em Jaboatão dos Guararapes. Hoje, já existem cursos profissionalizantes nas escolas Almiran-te Soares Dutra (enfermagem e tradutor de Libras), Agrícola de Escada (agropecuária), Agrícola de Palmares (agropecuária), Agrícola do Pajeú (zootecnia), Justulino Ferreira Gomes, em Bom Jardim (comércio e agropecuária), e Etepam (química industrial). Além disso, temos 21 Pólos de Educação à Dis-tância nas cidades de São José do Egito, Itacuruba, Floresta, Petrolina, Ararapina, Ouricuri, Serra Talhada, Ibimirim, Tabira, Garanhuns, Caruaru, Bom Jardim, Santa Cruz do Capibaribe, Surubim, Escada, Palmares, Nazaré da Mata, Paudalho, Arqui-pélago de Fernando de Noronha e dois pólos na cidade do Recife. Já sob a responsabilidade do Governo Federal, existem os centros técnicos nas cidades de Vitória, Belo Jardim, Ipoju-ca, Barreiros, Recife e Pesqueira.

Já estão definidos os cursos que vão ser ofertados nessas novas unidades? d.c – A Sectma (Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente), que foi a responsável pelas unidades técnicas até então, fez um estudo sobre a necessidade de cada região. Procuramos identificar a demanda e a realidade de cada re-gião, de modo que o estudante do interior conclua seus estu-

dos e possa investir em sua vida profissional no próprio lugar onde vive. Vamos oferecer dois cursos por escola. Teremos oportunidades para as áreas de varejo, logística, técnico em enfermagem, vestuário, informática, entre outros. Aproveita-remos também para ofertar nessas unidades o ensino médio integrado ao profissionalizante, no qual os alunos têm a forma-ção básica e a profissionalizante no decorrer de três anos. Para todos os cursos, haverá seleção.

então haverá um investimento grande no ensino médio... d.c – Na verdade, o ensino médio é responsabilidade exclu-siva do Estado, enquanto o ensino fundamental é partilhado com as prefeituras. Desse modo, todos os esforços já vêm sendo feitos para elevar a qualidade da educação, sobretudo, nesta modalidade de ensino. Implantamos 92 novas escolas de Referência em Ensino Médio com jornada ampliada de en-sino, ampliamos a merenda para todos os estudantes do 1º ao 3º ano. Cerca de 400 mil jovens não recebiam a merenda escolar até o ano passado e, por uma decisão do Governo, acabamos com essa injustiça. Em parceria com o MEC, garan-timos livro didático de todas as disciplinas para esses jovens. Mochila, material escolar e fardamento também são distribuí-dos, anualmente, entre os estudantes. Sem falar no programa Travessia, desenvolvido em parceria com a Fundação Roberto Marinho, que tem tido uma excelente aceitação entre os alu-nos, elevando a escolaridade dos jovens que apresentam mais de dois anos de distorção entre a idade e a série.

esse programa é exclusivo para os jovens do ensino médio? d.c – Sim. O Travessia é uma prioridade para nós. Em todo o Brasil, são altíssimos os índices de distorção idade-série, so-bretudo, entre os jovens acima de 15 anos. Esse Programa visa, exatamente, elevar a escolaridade de quem terminou o ensino fundamental, mas ainda apresenta mais de dois anos

Avanço das obras na construção

da unidade escolar que será implantada em

Carpina

13

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

Page 14: Revista Fera! 02

14

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

de distorção entre a idade e a série. Pelo Programa, o jovem conclui o ensino médio em 18 meses, através da metodologia das telessalas, criada pela Fundação Roberto Marinho – mé-todo já testado em vários estados brasileiros. Em 2008, cerca de 15 mil jovens concluíram os estudos e, em novembro deste ano, estamos formando mais 42 mil estudantes. Outros 35 mil estão cursando neste momento. Ou seja, em pouco mais de dois anos, serão cerca 90 mil alunos atendidos pelo Programa.

e sobre as escolas de referência que o senhor falou ter implantado 92 no estado? esse número é sufi-ciente para atender os jovens do ensino médio? d.c – Ainda não é suficiente para atender todos os 400 mil jovens que existem matriculados no Estado, mas estamos trabalhando para isso, ampliando o atendimento ano a ano. Quando assumimos o Governo em 2007, existiam 13 unida-des modelos e eram apenas 4,5 mil alunos beneficiados. Am-pliamos a quantidade para 20 unidades no primeiro ano, 51 no segundo ano e hoje já são 103. Isto é: ampliamos o aten-dimento para 40 mil estudantes. Vamos continuar avançando para chegarmos em 2010 com 160 Escolas de Referência. Essas escolas são especiais porque oferecem uma jornada ampliada de ensino para os estudantes do ensino médio, po-dendo ser em regime integral ou semi-integral. No primeiro formato, os alunos estudam os dois horários, perfazendo uma carga horária de 45 horas/aula e, no semi-integral, os estu-dantes têm aula todo dia em horário normal e dois dias no contraturno. São 35 horas/aula de carga horária no currícu-lo. Os professores e demais servidores que trabalham nessas unidades têm remuneração diferenciada por trabalharem em regime de exclusividade.

e qual é o segredo para ampliar o número de esco-las nesse regime de 13 para 103 em três anos? d.c – Não tem segredo. É decisão política transformada em ação. O governador Eduardo Campos assumiu um compro-

misso de construir uma educação pública que levasse cidada-nia aos nossos jovens. Educação é um tema presente hoje, fi-nalmente, na fala de todos os gestores públicos. Mas não pode ser apenas retórica. Os dados de investimentos do Estado em educação mostram a materialização deste compromisso. A implantação de escolas de referência é um exemplo concreto disso. Os custos da educação integral são praticamente o do-bro das escolas regulares.

Sim, mas quanto se investiu até agora nessas uni-dades? d.c – Só em reforma das escolas, investimos R$ 108 milhões nos dois primeiros anos e hoje estamos com mais R$35 mi-lhões em obras de melhoria e ampliação desses prédios es-colares. São 40 unidades que estão recebendo reforma geral, ganhando laboratórios de informática, ciências, matemática, física e biblioteca, espaço de lazer, refeitório e acessibilidade em todos os ambientes.

falando em reforma, como andam as obras de me-lhoria das escolas estaduais? a imprensa noticiava muitas escolas com problemas diversos na sua es-trutura. o que foi feito para sanar esse problema? d.c – Todos os pernambucanos lembram que em 2007, no início do nosso Governo, tivemos que interditar 72 escolas, porque tinham parte da estrutura comprometida, ameaçando a vida dos estudantes e professores. A situação era tão grave que das 1105 escolas que temos na rede, 508 não passavam por intervenção há mais de dois anos e 80 estavam com re-formas atrasadas. Seis telhados desabaram nos primeiros três meses do ano. Traçamos um amplo programa de recupera-ção da rede física das unidades para garantir o mínimo que um ambiente escolar precisa para oferecer educação. Hoje, já são mais de 650 unidades em todo o Estado que passaram ou estão passando por intervenção de engenharia, seja uma manutenção ou uma reforma. Mais de R$ 350 milhões estão sendo empregados nessa ação. Além disso, implantamos, de

Vista de fora da escola

técnica de Carpina

div

ulg

aÇÃ

o

Page 15: Revista Fera! 02

15

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

forma pioneira na rede estadual, um fundo de manutenção destas escolas para evitar que pequenos reparos se transfor-massem em grandes problemas. Agora, cada Gerência Re-gional de Educação tem uma empresa vinculada à si mesma para atender, de forma imediata, serviços elétricos, hidráulicos, entre outros.

Sobre os professores, há um sentimento generaliza-do de que falta professor na rede pública e de que os alunos não têm aprendizagem adequada. o que o senhor comenta sobre isso? d.c – No início de 2007, era comum abrirmos os jornais e nos depararmos com as notícias de que faltava professor em tais e tais escolas. A partir desta realidade, fizemos um amplo diagnóstico da situação funcional das escolas, onde constata-mos que, realmente, em algumas situações faltava professor em determinadas escolas. Entretanto, também constatamos que, em outras, existiam os professores, mas os mesmos ou não compareciam às aulas ou estavam com a distribuição de suas jornadas de trabalhos incompatíveis com as suas obriga-ções. Apenas para citar um dado, encontramos desperdício de mais de 40 mil horas aulas por semana, que eram pagas pelo Estado e não eram cumpridas. Fizemos então um duplo movimento. Nomeamos mais de 3500 profissionais, fizemos concurso público e o principal: reorganizamos a rede, passan-do a exigir o cumprimento da carga horária devida dos pro-fessores. Implantamos uma ouvidoria e um sistema informati-zado que está disponibilizado na internet, permitindo aos pais de alunos e/ou responsáveis acompanhar a vida escolar dos seus filhos. Além disso, desenvolvemos um programa de valo-rização dos profissionais, não só melhorando a remuneração com a implantação antecipada do piso nacional, mas também incentivando o professor a estar em sala de aula. Devolvemos a autoestima a esses profissionais, que são fundamentais para qualquer projeto de melhoria da qualidade do ensino. Garan-timos notebook, através do Programa Professor Conectado, bônus para participar da Bienal Internacional do Livro, assina-tura anual de um jornal local e de uma revista especializada na área, capacitações, cursos de especialização e pós-graduação, entre outras medidas. Sem falar na política de premiação ba-seada no cumprimento de metas.

como é essa política de premiação? É o mesmo que foi feito em São paulo? d.c - Faz parte do novo modelo de gestão que estamos ado-tando no setor público. Na secretaria de Educação, todas as escolas têm metas a cumprir para melhorar os seus indicado-res educacionais. Criamos um índice − o IDEPE − com os mesmos critérios do IDEB – Índice de Desenvolvimento da

Educação Básica –, do Ministério da Educação, e pactuamos, com a gestão de cada unidade de ensino, um percentual de crescimento a ser cumprido durante o ano. O resultado foi bastante positivo. Das pouco mais de 920 escolas avaliadas pelo SAEPE (Sistema de Avaliação da Educação de Pernambu-co), 477 conseguiram elevar seus indicadores em pelo menos 50% e 18.570 profissionais receberam um bônus financeiro, uma espécie de 14º salário.

e as escolas que não avançaram em seus indicado-res, como o estado está agindo com elas? d.c – Iniciamos, neste segundo semestre, o Programa Aprender Mais, de reforço escolar no contraturno das au-las para os alunos das 4ª e 8ª séries do fundamental e 3º ano do ensino médio, nas disciplinas de língua portuguesa e matemática. Estamos priorizando as escolas que não conse-guiram elevar seus indicadores e as que não alcançaram as metas. Queremos os estudantes aprendendo os conteúdos das disciplinas nas séries correspondentes à sua idade. Hoje, temos mais de 70 mil estudantes matriculados nas escolas do Estado e temos a certeza de que esse reforço vai nos trazer bons resultados no final do ano, quando esses alunos forem avaliados pelo SAEPE.

Secretário, para finalizar a nossa entrevista, diante de todas essas ações e esses investimentos direcio-nados à educação, o senhor acredita, de fato, que esses alunos têm condições de disputar e assumir as futuras oportunidades de emprego que estão che-gando a pernambuco? d.c – Claro. Essa é a nossa meta. É para isso que trabalha-mos. Para dar formação plena e cidadania aos nossos jovens estudantes da rede pública. Sabemos que só investindo ma-ciçamente na educação conseguiremos avançar em novas oportunidades, superar as taxas de desemprego e melhorar a qualidade de vida dos pernambucanos. Com esses inves-timentos que estão chegando ao Estado, como o Estaleiro Atlântico Sul e a Refinaria Abreu e Lima, em Suape, as fábricas da Sadia, em Vitória de Santo Antão, e da Perdigão, em Bom Conselho, assim como o Pólo Farmacoquímico em Goiana, aumenta a nossa responsabilidade em formar mão de obra capacitada para que esses futuros empregos fiquem com os pernambucanos e esse conjunto de ações que falamos vai ao encontro disso. Recentemente, realizamos uma ação pontual, em parceria com o Estaleiro Atlântico Sul, SESI e SENAI, para formação de mais de cinco mil jovens, hoje a grande maioria já está empregada no Estaleiro. Isso é prova de que investir na educação vale à pena e estudar ainda é o melhor caminho para todos os jovens. F!

Page 16: Revista Fera! 02

16

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

SETOR PORTuáRiO:

AquEcEM EcONOMiA

Com as instalações de

grandes empresas no Porto

de Suape, a economia

do Estado reascende

e ganha destaque,

criando oportunidades e

estimulando a produção de

mão de obra especializada

não é à toa que, de uns tempos para cá, o campo portuário pernambucano se tornou um assunto bastante discutido em todo o Brasil. O Porto do Recife, aberto comercialmente

desde 1918 e administrado pelo Governo do Estado por intermé-dio da empresa Porto do Recife S.A., distingui-se dos demais por se situar no perímetro urbano e por operar sem intervir nas atividades da cidade.

Aproveitando o bom momento da economia e a dragagem do espaço de atracação já feita, ele opera atualmente na sua capacidade máxima, ou seja, com cinco navios que possuem, aproximadamente, 200 metros de extensão. Próximo dos grandes centros consumi-

capa

iNVESTiMENTOS

Page 17: Revista Fera! 02

17

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

foto

S: S

imo

ne

med

eiro

S a

Sco

m S

ua

pe

dores do Nordeste, o porto movimenta, em média, 2,2 milhões de toneladas de carga por ano, incluindo grãos, granéis sólidos, clínquer, material geralmente usado como tijolo na pavimentação, e barrilha, produto fundamental na fabricação de vidro e sabão.

Além do Porto do Recife, Pernambuco conta tam-bém com as atividades do Complexo Industrial Portuário de Suape, que vem, cada vez mais, mostrando por que merece tanto destaque. Segundo o Gestor de Mão de Obra do Porto do Recife e professor do curso de Gestão Portuária da faculdade Metropolitana, Otávio Augusto, a evolução das obras e a transformação gradativa de um projeto promissor em realidade constituem, na prática, um significativo avanço da economia, não só do estado isoladamente, como de todo o país.

Situado ao sul do Recife (PE), entre os municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, o Porto de Suape é um meio de entrada e saída para o Nordeste, que agrega um mercado consumidor de 50 milhões de habitantes e

um PIB de cerca de US$ 110 bilhões.O professor Otávio Augusto explica que essa loca-

lização não foi escolhida por acaso: “A posição geográfica de Pernambuco, no centro da região Nordeste, faz com que Suape seja, além de um ponto industrial, um lugar no qual a concentração e a distribuição de cargas se tornam propícias”. Estrategicamente planejado para atender tam-bém a demandas internacionais, o pólo possui ainda um eficiente sistema de rodovias e ferrovias internas, ligadas a um porto de águas profundas com redes de abastecimen-to de energia elétrica, telecomunicações e gás natural.

Ocupando uma área extensa de 13.500 hectares de terra e abastecido com uma moderna aparelhagem que dá assistência ao processo de operações dos navios, o Complexo opera durante todos os dias do ano, sem restrições de horários e mudanças de maré.

O governo colabora com incentivos fiscais e é enor-me o número de empregos gerados, tanto diretos, como indiretos. Mais de 70 empresas nas áreas de indústria, lo-

Page 18: Revista Fera! 02

18

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

EMPREENdiMENTOS dO PORTO dE SuAPE

Estaleiro Atlântico Sul A empresa é a maior e mais moderna do setor de construção e reparação naval do hemisfério sul.

Arcor do Brasil Ltda Grupo industrial líder nos segmentos especializados em guloseimas, biscoitos, chocolates e alimentos.

Bunge Alimentos S/A É considerada a mais importante empresa de agronegócios e alimentos no Brasil. (foto acima)

Work Mariner Ltda Empresa que atende às necessidades que envolvem geradores, passarelas, condicionares de ar marítimos e toda a parte elétrica, mecânica e hidráulica de uma embarcação.

Termopernambuco S/A Sociedade anônima de capital aberto, 100% controlada pela holding Neoenergia. Está conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por meio de uma linha de transmissão própria com 27 km de extensão.

Refinaria Abreu e Lima Primeira refinaria de petróleo inteiramente construída com tecnologia nacional. Estima-se que será a mais moderna do Brasil. Esso Brasileira de Petróleo S/A Representante brasileira da maior empresa privada de petróleo e petroquímica do mundo, a Exxon Mobil Corporation.

Nacional Gás Butano Distribuidora S/A Empresa líder na distribuição de gás domiciliar. Contém as mais modernas bases de engarrafamento da América Latina.

Braspack Embalagens do Nordeste S/A Líder no segmento de materiais plásticos e embalagens. A empresa é a maior fabricante de filmes de PVC esticável do Brasil.

Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga Marca de maior presença privada do segmento de distribuição de combustíveis no Brasil, e a segunda entre todas as distribuidoras.

Efacec Energy Service LtdaO grupo do setor energético opera em cinco continentes, funcionando como instalador e fornecedor de equipamentos de energia, transportes e logística, além de engenharia e serviços. A empresa tem uma média de faturamento de 800 milhões ao ano. O projeto visa a implantação da maior fábrica de transformadores do Norte-Nordeste.

gística e operação de serviços portuários, já se instalaram ou estão em processo de implantação em Suape.

Um dos pontos fortes do porto é o Estaleiro Atlânti-co Sul, criado em novembro de 2005. A empresa, maior e mais moderna do setor de construção e reparação na-val do hemisfério sul, além de disponibilizar um amplo leque de serviços voltado para as unidades de exploração de petróleo, ainda é capaz de produzir todos os tipos de navios cargueiros de até 500 mil toneladas de porte bruto.

No último mês de setembro, o presidente Luiz Iná-cio Lula da Silva fez questão de participar da solenidade do primeiro batimento de quilha do Estaleiro, que represen-ta o assentamento do primeiro bloco integrante pronto

de um navio. A Transpetro, subsidiária de transporte e logística da Petrobrás, já fez uma encomenda de 22 na-vios ao Atlântico Sul.

Mais uma das inúmeras vantagens geradas pelo Por-to de Suape é a revitalização da indústria naval brasileira. O segmento naval ganha força novamente, tornando-se um dos mais importantes do mundo, com a possibilida-de, inclusive, de amparar os planos futuros de exploração das reservas de camadas pré-sal.

Outro grande projeto é a construção da Refinaria Abreu e Lima, que atualmente gera cerca de 20 mil em-pregos. O empreendimento terá um esquema de refino orientado para maximizar a produção de óleo diesel, com o intuito de atender o crescimento da demanda regional.

Fonte: www.suape.pe.gov.br

Page 19: Revista Fera! 02

Os investimentos, que giram em torno de US$ 2,5 mi-lhões, serão divididos entre a Petrobras e a Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA). A estimativa é de que em 2011 as obras já estejam concluídas.

O professor especializado em Estudos da Realidade Brasileira, da Universidade de Pernambuco (UPE), José Luiz Alves, cujo foco de pesquisa é o Complexo de Sua-pe, diz que a refinaria será um fator fundamental para que as disparidades entre Nordeste e Sul-Sudeste diminuam bruscamente. “A forma como outros estados nos veem está mudando. Hoje, somos respeitados e temos um fu-turo próspero”, afirma Luiz Alves.

Antônio Luiz Ribeiro, professor de Teoria Econômi-ca, também da UPE, afirma que a dependência do Nor-

deste em relação às regiões consideradas matrizes eco-nômicas, como o Sul e o Sudeste, também será reduzida. Ele ainda faz questão de ressaltar o valor da aliança entre Brasil e Venezuela, que juntos estão à frente do proje-to. “A aliança entre estes dois países é, politicamente, um importante passo no processo de integração das nações sul-americanas, a exemplo do que acontece na União Eu-ropeia”, conclui o professor.

Diante de tudo isso, o Estado se mostra mais com-petitivo. Fato comprovado pelo grande aumento do número de exportações e importações, pela criação de mão de obra especializada e pela notável busca por sin-tonia com o mercado. Pernambuco está de cara nova e, certamente, o crescimento não vai parar por aí.

Atualmente, Pernambuco é um dos maiores geradores de novos empregos de todo o Brasil. De acordo com dados do Cadastro Geral de Emprega-dos e Desempregados, em agosto desse ano, o Esta-do obteve o melhor saldo de criação de trabalho da região Nordeste.

Segundo especialistas no assunto, no decorrer

do ano 2009, a economia pernambucana já apre-sentou um desenvolvimento superior ao de todo o Nordeste e, até mesmo, ao do Brasil. Umas das prin-cipais causas desse notável crescimento é a expan-são do número de grandes investimentos realizados, principalmente, na área de Gestão Portuária.

O setor portuário, que assume uma postura

Um exemplo é o curso de Gestão Portuária, o mais concorrido da Faculdade Metropolitana

MERcAdO: cREScE A PROcuRA POR cuRSOS ESPEciAlizAdOS

O Porto interno de Suape possui um canal de navegação com 450 m de largura e 1.500 m de extensão

19

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

Page 20: Revista Fera! 02

20

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

Kárcio Mendes, funcionário do Tecon e estudante de Gestão Portuária da Metropolitana, se diz satisfeito com o curso escolhido

inovadora, embora esteja na pauta do dia de várias conversas, ainda é desconhecido por muitos. O cur-so de Gestão Portuária não é tão comum nas Institui-ções de Ensino Superior do país, e muitas vezes os interessados precisam ir para outros estados a fim de se especializarem nesse tipo de segmento.

O objetivo da graduação é preparar os estudan-tes para as principais vertentes do sistema portuário, que envolve não só operações marítimas, mas tam-bém operações terrestres, além de englobar estudos sobre tipologia de cargas. Aquele que fizer o curso estará apto a atuar em empresas de logística portuá-ria, empreiteiras, empresas de transportes, agências marítimas e empresas de exportação e importação.

Cerca de metade do conteúdo curricular do cur-so é composta por disciplinas oriundas do campo de Administração de Empresas, sendo os 50% restantes de disciplinas mais específicas. Algumas delas são: co-municação empresarial, economia internacional, tec-nologia da informação portuária e planejamento de

operações portuárias. A carga horária conta também com bastante tempo de aulas práticas, nas quais os alunos visitam os portos e, assim, entram em maior contato com o futuro ambiente de trabalho.

No Nordeste, apenas a Faculdade Metropolita-na do Grande Recife oferece a graduação de Ges-tão Portuária, que é a mais procurada da instituição, provando que os jovens estão, cada vez mais, em busca de uma área profissional promissora que possa resultar em uma carreira de sucesso.

Um exemplo é o aluno Kárcio Mendes, 32, que, apesar de ainda estar no 2º período, já foi contratado para trabalhar no setor de faturamento do Terminal de Contêineres de Suape (Tecon). Ele afirma que não é fácil chegar aonde se deseja, mas enfatiza que as portas estão se abrindo, principalmente, quando são levadas em consideração as transformações voltadas ao campo portuário.

Antes de ingressar no curso, o estudante atuava como gerente administrativo de um laboratório de análises. No início de 2009, após decidir que era a hora certa para investir em si mesmo, colocou sua visão empreendedora em prática e se matriculou na faculdade.

Kárcio diz que está muito satisfeito com a gradu-ação que escolheu e reconhece que, daqui pra fren-te, o número de concorrentes só tende a aumentar. “A tendência é que as oportunidades apareçam ao mesmo tempo em que aumenta o número de es-tudantes interessados no curso. É importante estar bem preparado para competir de igual pra igual no mercado de trabalho”.

O professor e coordenador do curso da Me-tropolitana, Fredy Carneiro, ressalta que o aumento da formação de profissionais especializados diminui o número da demanda de funcionários que vêm de outros estados para ocupar os altos cargos das em-presas portuárias de Pernambuco.

Ainda segundo ele, o pioneirismo do ensino de gestão dos portos no Nordeste diminui o número de estudantes que se dirigem a outros estados com o in-tuito de se formar no campo portuário. “Precisamos nos preocupar em formar profissionais em nosso território. Com uma infraestrutura de qualidade e a participação de professores e mestres que atuam, ou já atuaram no segmento, é mais fácil transformar essa área em um curso superior mais interessante para os jovens.”

bern

ard

o d

an

taS

F!

Page 21: Revista Fera! 02

Quem pretende ascender na carreira profissional precisa estar muito atento às demandas do mer-cado de trabalho. Foi com esse pensamento que

Heloiso Ikeda, 22, estudante do 5º período de Adminis-tração em Marketing, iniciou sua vida profissional. Desde cedo, ele tinha uma visão empreendedora, por isso, não é grande a surpresa quando o garoto afirma que, ainda quando criança, resolveu fazer os seus próprios negó-cios.

Aos cinco anos de idade, ele conseguiu a primeira cliente. Ikeda vendia revistas velhas, e a sua madrinha, Dona Maria, fazia questão de comprar todas que estives-sem disponíveis. “Foi a primeira pessoa que me incenti-vou a trabalhar nessa área. Na verdade, ela só comprava as revistas, porque sabia que eu precisava do dinheiro”, afirma o estudante. Mas o pequeno garoto queria expan-dir sua clientela e, assim, após perceber que não havia nenhum fiteiro perto da sua casa, começou a vender bombons para os garotos da rua onde morava.

Já aos 15 anos, decidiu que se dedicaria ao ramo dos cosméticos e produtos de beleza, no colégio em que estudava. Com o aumento da concorrência, viu que a

JOVENS ATENdEM

AS dEMANdAS

dO MERcAdO

Envolvidos em áreas

profissionais que estão

em alta em Pernambuco,

jovens não querem

perder mais tempo e

aproveitam para conseguir

reconhecimento nas

atividades que realizam

talento

Heloiso Ikeda é um dos fundadores da APROMO, empresa

especializada em eventos

melhor opção seria vender livros didáticos usados a pre-ços mais acessíveis para seus colegas. Mal esperava ele, o novo negócio rendeu um lucro de cerca de R$ 3 mil.

O adolescente se tornou um adulto, e hoje Ikeda exerce funções de gente grande. Após ter sido auxiliar administrativo na Secretaria de Obras de Olinda e chefe de compras na empresa do pai, ele se firmou como di-retor comercial de duas empresas: o Studio A Fotografias e a APROMO, essa última fundada por ele junto a alguns amigos que atuam no campo de organização de even-tos.

A APROMO vem ganhando destaque em seus tra-balhos, que envolvem organização de eventos, terceiriza-ção de serviços de marketing direto de outras instituições e criação de ações promocionais. Mas, para Heloiso, o

21

Rev

ista

Fera

! - a

go/s

et -

port

alfe

ra.c

om.b

r

pau

lo r

om

Ão

Page 22: Revista Fera! 02

sucesso não chegou por acaso. Segundo ele, a objetivi-dade e o dinamismo dos jovens na basta, é essencial ter responsabilidade: “Quando estou negociando com algum cliente, analiso se realmente poderei atendê-lo da melhor forma possível. Caso contrário, faço questão de ser since-ro e honesto, dizendo que não sou o mais indicado para aquele determinado serviço”.

Além do segmento de Promoções e Eventos, outra área que cresce bastante em Pernambuco está voltada para a música. É o que afirma o líder da banda de pop-rock Jonny Bravo, Fábio José Araújo, 29, formado em Relações Públicas: “hoje já podemos contar com algumas boas escolas de música, e, a cada dia, surgem mais locais onde podemos apresentar o nosso trabalho”. Ao falar “nosso trabalho”, ele se refere também aos outros inte-grantes do grupo: o guitarrista Higor Barbosa, o baixista Renato Monteiro, o baterista Luis Henrique e o tecladista Bruno Queiroga.

Apesar de ser muito dedicado ao mundo musical, Fábio José precisa ajustar seu tempo para atuar, também,

como Assessor Parlamentar de um vereador do Recife. Isso porque, mesmo com o crescimento do mercado fo-nográfico de Pernambuco, o dinheiro que se ganha nesse meio ainda é pouco, principalmente quando ainda não se alcançou reconhecimento nacional, como é o caso dele.

O vocalista começou na música aos 15 anos, e seu talento foi logo reconhecido. “Desde pequeno eu tenho facilidade em cantar e em tocar instrumentos, em especial o baixo. Acho que outro fator importante é que me sinto muito bem quando estou fazendo uma dessas coisas.” O diferencial do músico está justamente no fato de se sentir bem naquilo que faz. Nas apresentações da banda em alguns dos bares e boates mais frequentados da cidade, o que se nota é um clima de descontração constante, aliado a uma boa dose de alegria em cima dos palcos.

Os objetivos de Fábio agora são gravar as músicas feitas pela Jonny Bravo e crescer cada vez mais musical-mente. Uma tarefa difícil, mas não impossível. Afinal de contas, como ele mesmo diz, “o tamanho do seu sucesso depende apenas do tamanho da sua força de vontade”.

Fábio (de camisa amarela), vocalista da Jonny Bravo, quer alcançar voos mais

altos com a banda

22

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

div

ulg

aÇÃ

o

F!

Page 23: Revista Fera! 02

VOcêEMPREENdEdOR

mateus lima é coordenador de marketing e assessor de imprensa da guia de ação.e-mail: [email protected]

Para você, o que é ser empreendedor? Ser inova-dor? Ser ousado? Talvez, ser destemido? São inúmeras as qualidades indispensáveis para que alguém possa ser considerado um empreendedor, ou melhor, um bom empreendedor. É preciso assumir riscos, estar preparado para resultados negativos.

No nosso dia a dia, é comum escutarmos a seguinte frase: “o máximo que poderá acontecer é não dar certo”. Pois é. No mundo dos negócios, quando uma coisa não dá certo, significa que falhamos em algum momento em que não poderíamos ter falhado. Esse erro pode trazer consequências drásticas à carreira de um profissional. Uma delas (e por que não a maior de todas?) é o medo de falhar novamente.

E é aí que está o verdadeiro “x” da questão. Ao lidarmos com aquilo que é novo, passamos por um pro-cesso de aprendizagem constante diante de algo que ain-da desconhecemos, e, por isso, as pernas tremem por alguns instantes. É o medo de errar. Mas, afinal de contas, não é errando que se aprende? Sim, os erros ensinam bastante. E não é à toa que a coragem é um elemento-chave no perfil do bom empreendedor.

Mas, é claro que não podemos negar que uma boa dose de talento, também, é essencial para alcançar aquele lugar tão desejado no mercado: o topo. Só que muitos não percebem o quanto são talentosos, seja por

baixa autoestima, seja por falta de oportunidade. Pense em alguma pessoa que considere vitoriosa na carreira, que esteja próxima ou não de você. Pronto? Agora saiba que ela, muito provavelmente, precisou passar por vá-rias dificuldades para chegar onde está. Nada cai do céu, portanto, é sempre importante ter em mente que somos tão merecedores da vitória quanto qualquer um que pos-samos imaginar.

Se você ainda não parou para analisar as suas qua-lificações e o seu potencial, trate de fazê-lo. Essa simples atividade pode resultar em uma melhora considerável na sua vida, tanto na relação com o trabalho e os amigos, como com a família. Apenas não se esqueça de ser since-ro consigo mesmo. Se notar que precisa se esforçar mais ou se dedicar mais, comece a se cobrar. Aprenda a exigir de si próprio para que no futuro tenha condições de exigir dos outros.

Então, novamente eu pergunto: para você, o que é ser empreendedor? Realmente, essa é uma questão que pode ter mais de uma resposta. Comecemos por essa: ser empreendedor é não tentar se transformar em quem já conseguiu o sucesso, e sim se inspirar nessas pessoas quando julgar necessário. É ter autoconhecimento, sa-bendo seus valores e respeitando seus limites. Ser em-preendedor é ser verdadeiramente você mesmo, procu-rando fazer o melhor com o que você tem.

“Pense grande a respeito de si mesmo, e o mundo verá que você é aquilo que pensa.”(Tristan Bernard)

ação

F!

23

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

Page 24: Revista Fera! 02

24

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

artigo

Sófocles Medeiros (*)

os avanços científicos ocorrem numa velocidade tão grande que já acreditamos em conquistas que até bem pouco tempo pareciam inimagináveis, nem o

mais delirante futurista de tempos atrás teria condições de prever tais progressos.

Porém, os incontestes avanços da sociedade moder-na não foram capazes de trazer vantagens significativas para o combate e para a prevenção de algo que afeta a todos: a violência. No ambiente escolar, em particular, ela até se agravou, tornando muito comum um problema chamado bullying, que hoje já ultrapassa os limites da escola, preocu-pando também profissionais de outras áreas, principalmente, a de saúde e a de segurança pública.

O bullying − termo da língua inglesa, sem correspon-dente na língua portuguesa, derivado de bully (valentão) – envolve atos agressivos, de natureza física e/ou psicológica, exercidos de forma intencional e repetitiva por um (ou mais) indivíduo contra outro(s). Os atos ocorrem sem motivação evidente, dentro de uma relação desigual de poder, e visam à intimidação, causando à vítima dor, angústia e sofrimento.

Em 2008, foi realizada uma pesquisa sobre violência escolar em seis estados brasileiros, abrangendo 12 mil alu-nos. Os resultados indicavam que 70% dos entrevistados já tinham sido vítimas de violência na escola, e o bullying foi indicado como uma das formas mais comuns.

A violência, sem dúvida, é um dos grandes fatores res-ponsáveis pelos casos de evasão e pela queda do aproveita-mento escolar em todo o mundo. O problema está presen-te em TODAS as escolas, independente de nível, origem ou local, exigindo a adoção de medidas que previnam e com-batam esse mal.

A omissão dos responsáveis pelo ambiente escolar contribuirá para a consolidação de problemas envolvendo todos aos participantes do processo. As vítimas sofrerão trau-mas que podem ser definitivos, reduzindo a sua autoestima e dificultando o seu relacionamento com outras pessoas. Por outro lado, os que praticam o bullying tenderão a desenvol-ver um comportamento antissocial, que poderá levá-los à marginalidade no futuro. E até os que apenas testemunham os fatos poderão desenvolver um quadro de insegurança,

O BullyiNg

NA EScOlANão é de hoje que a

violência faz parte da vida

de crianças e jovens de

todo o Brasil. O bullying

dificulta o relacionamento

com outras pessoas e,

quando ignorado, pode até

induzir à marginalidade

que também poderá reper-cutir na formação de suas personalidades.

As escolas não podem mais fazer de conta que o pro-blema não existe ou simples-mente menosprezá-lo. É ne-cessário que os regimentos das escolas apresentem estratégias que combatam efetivamente o problema. Melhor ainda seria que estes artigos fossem frutos de um trabalho coletivo desenvolvido por todos os integrantes do ambiente escolar.

(*) Sófocles Medeiros é professor e, atualmente, ocupa as funções de Diretor Acadêmico da FUNE-SO (Fundação de Ensino Superior de Olinda) e As-sessor Pedagógico do BJ Colégio e Cursos. Contatos pelo e-mail: [email protected]

F!

AçõES

Alguns comportamentos que podem estar presentes em situações de bullying:

Colocar apelidos Ofender Zoar Gozar Encarnar Sacanear Humilhar Fazer sofrer Discriminar Excluir Isolar Ignorar Intimidar

Perseguir Assediar Aterrorizar Amedrontar Tiranizar Dominar Agredir Bater Chutar Empurrar Ferir Roubar Quebrar pertences

Page 25: Revista Fera! 02

25

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

FiquE ATENTO

– Demonstrar falta de vontade de ir à escola;

– Sentir-se mal perto da hora de sair de casa;

– Pedir para trocar de escola;

– Revelar medo de ir ou voltar da escola;

– Pedir sempre para ser levado à escola;

– Mudar frequentemente o trajeto entre a casa e a escola;

– Apresentar baixo rendimento escolar;

– Voltar da escola, repetidamente, com roupas ou livros rasgados;

– Chegar muitas vezes em casa com machucados inexplicáveis;

– Tornar-se uma pessoa fechada, arredia;

– Parecer angustiado, ansioso e deprimido;

– Apresentar manifestações de baixa autoestima;

– Ter pesadelos frequentes, chegando a gritar “socorro” ou “me deixa” durante o sono;

– “Perder”, repetidas vezes, seus pertences, seu dinheiro;

– Pedir sempre mais dinheiro ou começar a tirar dinheiro da família;

– Evitar falar sobre o que está acontecendo, ou dar desculpas pouco convincentes para tudo;

– Tentar ou cometer suicídio;

Fonte: www.bullying.com.br

LIVROS SUGERIDOS: bullying escolar: perguntas e respostas, Cleo Fante e José Augusto Pedra. Editora Artmed.bullying: como combatê-lo, Alessandro Costantini. Editora Itália Nova.garota fora do Jogo: a cultu-ra oculta da agressão nas me-ninas, Rachel Simmons. Editora Rocco.

FILMES SUGERIDOS: bang bang! você morreu (bang bang! You’re dead). EUA, 2001. 93 minutos. Dire-ção: Guy Ferland.chrissa: uma lição de força (chrissa). EUA, 2009. 90 minu-tos. Direção: Martha Coolidge.covardes (cobardes). Espanha, 2008. 89 minutos. Direção: José Corbacho e Juan Cruz.tiros em columbine (bowling for columbine). EUA, 2002. 123 minutos. Direção: Michael Moore. cyberbullying: garota fora do jogo (odd girl out). EUA, 2005. 84 minutos. Dire-ção: Tom McLoughlin. elefante (elephant). EUA, 2003. 81 minutos. Direção: Gus van Sant.

Para os pais e responsáveis, mencionamos alguns comportamentos suspeitos que podem indicar se o seu filho está sendo alvo de bullying na escola. Para uma melhor compreensão do tema, veja a sugestão de livros e filmes.

Page 26: Revista Fera! 02

26

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

bern

ard

o d

an

taS

Page 27: Revista Fera! 02

a VII Bienal Internacional do Livro de Pernam-buco aconteceu entre os dias 02 e 12 de outubro no Pavilhão do Centro de Conven-

ções, em Olinda. O tema, “Literatura do princípio ao fim”, indicou o propósito dos organizadores do evento de criarem um espaço de discussão sobre os mais diversos caminhos da Literatura. Com o objeti-vo de proporcionar o encontro entre jovens leitores e os livros, a edição deste ano incorporou, estrate-gicamente, o dia das crianças ao calendário de pro-gramações: espaços especiais foram criados como o da Cidade do Livro, projeto itinerante de São Paulo que procura estimular de forma lúdica a leitura entre as crianças.

Os homenageados da feira literária foram: Eval-do Costa, jornalista e secretário de Imprensa do Go-verno de Pernambuco, e Raimundo Carrero, um dos grandes nomes da Literatura Brasileira. A respeito da honra de ser destaque na Bienal, o escritor comen-tou: “Por mais renomado, por mais consagrado, que o escritor possa ser, a homenagem é importante, fundamental. Primeiro, porque é o reconhecimento do seu Estado pela sua obra, e, depois, porque pos-sibilita o encontro entre o escritor e os seus leitores. Leitores que você ama, mas que não sabe quem são, aqui é quando a gente começa a conversar, a ficar mais próximo. E é claro que a gente tem sempre a alegria de conhecer as pessoas que valorizam o seu trabalho, valorizam o seu desenvolvimento intelec-tual”.

A primeira edição do maior estudo sobre o perfil do leitor brasileiro, elaborado pela pesquisa Retratos da Leitura do Brasil, em 2001, concluiu que 49% da população brasileira são leitores. Já na sua segunda edição, em 2008, o estudo indica que esse núme-

NOS diVERSOS

cAMiNHOS dA

liTERATuRAA VII Bienal do Livro

contou com nomes de

peso do campo literário e

superou as expectativas de

público, levando mais de

600 mil pessoas ao Centro

de Convenções nos seus

onze dias de duração

bienal

ro subiu para 55%, com destaque especial para os jovens com mais de 15 anos, que passaram de 1,8 para 3,7 livros per capita ao ano. Foi isso o que se viu na VII bienal do livro: os jovens, de maneira geral, declararam ter contato direto e prazeroso com a lei-tura e reconheceram a importância da família e dos amigos para o desenvolvimento desse interesse. “A nossa relação com a leitura vem da vontade própria, mas também da influência da família e dos amigos. No nosso grupo, todo mundo gosta muito de ler, e os familiares leem e repassam os livros lidos”, de-clarou Felipe Souto Maior, estudante de 17 anos. O hábito influencia, inclusive, as escolhas profissionais: “Quando eu era pequeno, a minha mãe fazia mes-trado em sociologia, aí eu comecei a me interessar, a ler, e a minha escolha de curso foi por causa dessas leituras também”, lembrou Vinícius Castelo Branco, que prestará vestibular para Filosofia.

A política e a consciência dos brasileiros em re-lação à leitura também têm mudado. O sucesso da

Vinícius Castelo Branco (E) e Felipe Souto Maior (D)

den

nY

coSt

a

27

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

Page 28: Revista Fera! 02

Bienal é um exemplo: a edição anterior atraiu mais de 550 mil pessoas, comercializou cerca de 600 mil livros e gerou uma receita de R$ 12 milhões, segun-do a Assessoria de Imprensa do evento. O apoio à feira literária aconteceu nas mais variadas instâncias: Mariana Malta, 19 anos, estudante de Enfermagem da FACIPE, declarou que foi ao evento com a turma de Metodologia Científica para realizar um trabalho sugerido pela professora. Raissa Falcão, 20 anos, es-tudante de Psicologia da UFPE, obteve incentivo do estágio, que ofereceu a participação no evento como contagem de um dia de trabalho. A estudante não tinha ido a nenhuma outra Bienal e ficou encantada:

“Vim para assistir à palestra de um psicólogo, mas a feira me seduziu e acabei comprando vários livros”. Mariana Oliveira, 18 anos, disse que ler não era o seu forte. “Gosto de ler, mas assim, o livro não é interes-sante até que prove o contrário, sou muito seletiva, não gosto de ler muita coisa, leio mais biografias e al-gumas histórias meio malucas como ‘O guia dos mo-chileiros das galáxias’. Não lia muito quando criança, eu gostava muito de arte, de pintar”, mesmo assim, a estudante encontrou o seu espaço no evento e, enquanto apreciava um livro de arte, declarou estar gostando do evento.

Não só de elogios o evento foi feito. Alexandre de Assis, 24 anos, formado em Letras pela UFPE, achou que faltou diversidade: “Não encontrei boas gramáticas, uma boa biografia sobre Machado de As-sis e nem o livro ‘Crônica de uma morte anuncia-da’, um dos clássicos de Gabriel García Márquez”. Opinião semelhante teve a estudante de Rádio e TV da UFPE, Dandara Palankof: “Você vê muito estande de livraria e distribuidora com muito best-seller, mas não tem uma diversidade muito grande de livros e as grandes editoras não estão representadas, não tem

Raimundo Carrero, um dos homenageados

Mariana Malta, 19 anos, estudante de Enfermagem na Facipe

foto

S: d

enn

Y co

Sta

Page 29: Revista Fera! 02

um estande da Cia das Letras, que é a maior editora do país, por exemplo. Mas um ponto positivo é a programação: tem muita coisa pra se ver e pra se fazer, quem tem interesse realmente por discutir lite-ratura pode encontrar um espaço interessante. Ago-ra, como consumidora de livros, estou me sentindo meio desprestigiada”.

Fred 04, vocalista da banda pernambucana Mun-do Livre S/A, conhecido por seu engajamento socio-político, comentou a importância do evento para o estímulo à leitura: “Eu acho que o Brasil tem avan-çado muito, nos últimos anos, na questão social, na distribuição de renda. Surgiu uma nova classe média que tem despontado como mercado interno impor-tante − a nova classe C − só que é preciso garantir também, paralelamente, a inclusão cultural. Eu acho que esse tipo de evento, bem como outros a nível federal, como os Pontos de Cultura e o Mais cultura, são importantes para que não haja apenas um fenô-meno de inclusão econômica de uma parte grande da população, mas que essa inclusão também garanta uma ascensão cultural”. Quanto à questão da juven-

Dandara Palankof, 25 anos, estudante de Rádio e TV na UFPE Rodrigo Mendonça, 19 anos, estudante de História na Unicap

Fred 04, vocalista da banda pernambucana Mundo Livre S/A

NúMEROS

11 dias Mais de 600 mil pessoas R$ 30 milhões em negócios e serviços 1 milhão e 800 mil livros vendidos, a um custo médio de R$ 17 reais 10 mil livros arrecadados na campanha de doação de livros 270 atrações, entre palestras, debates, apresentações e oficinas 230 lançamentos 2.500 empregos formais e informais gerados 400 editoras 260 stands Área de 26,5 mil m², 20% superior a da edição passada.Investimento em torno de R$ 2 milhões.

29

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

Page 30: Revista Fera! 02

30

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

A MENINA qUE ROUBAVA LIVROS

“Porque me interesso pela época do nazismo e, através do livro, pude entender como era a Alemanha na época e saber o outro lado da história”.

rodrigo mendonça, 19 anos, estudante de História da Unicap

ROLIúDE

“Indico essa obra por se tratar de um conteúdo que dá ênfase ao Nordeste bra-sileiro, seus valores e costumes. O livro narra a história de Bibiu, um nordestino que na década de 40 narra tramas de filmes brasileiros e hollywoodianos. O autor, Homero Fon-seca, consegue prender o leitor através de uma linguagem engraçada e genial. Jornalista e escritor pernambucano, Homero mistura cinema e literatura, adaptando em Roliúde enredos de filmes famosos como “E o Vento Levou”, “King Kong” e “Casablanca”.

alexandre furtado, Doutor em Teoria da Literatura pela UFPE.

A MONTANHA MÁGICA

“A minha indicação de leitura é “A montanha mágica” de Thomas Mann. Um grande clás-sico da literatura universal que eu recomendo. É um dos livros mais marcantes que eu já li“.

geneton moraes neto, jornalista e escritor.

tude, o vocalista considera essencial que os jovens tenham acesso aos livros, à Literatura Clássica e não só à internet: “Hoje, uma criança de 10 anos já entra na web, lê os comentários do outro e fica sem parâ-metro; tem esse risco dela achar que a palavra con-cordância, por exemplo, se escreve com dois ‘esses’, esse tipo de coisa, porque não tem filtro nenhum. A importância do livro impresso é que, queira ou não, por mais independente que o livro seja, existe um respeito às regras mais básicas, como editoria, copy-desk. É como um patrimônio da língua que está ali,

sendo preservado, enquanto na internet vale tudo.”.A inclusão cultural mencionada por Fred 04 pôde

ser vista na VII Bienal. Com entrada gratuita, o evento não se reduziu a uma simples feira de livros, havia espaços para palestras, mini-cursos, oficinas, exibição de filmes, dança, artesanato e culinária. Um evento diferente que, a cada edição, ganha maior aceitação do público, sobretudo, jovem, confirmando o que já disse Raimundo Carrero: “Nós, adultos, é que lemos pouco e compramos poucos livros, os jovens leem bastante e compram bastante”.

indicações

F!

Page 31: Revista Fera! 02

luciano gouveiamarketing

FERRAMENTA dO MOMENTO: MARkETiNg RElAciONAl

gerente comercial da faculdade ibgm - instituto brasileiro de gestão & marketing

O Marketing de Relacionamento visa estimular a lealdade à marca através da humanização do contato com os clientes, realizado a qualquer tempo, mesmo e sobretudo, após a concretização do processo de venda. Esse cuidado representa uma nova postura na interação entre uma empresa e seus clientes

Customer Relationship Management ou Geren-ciamento do Relacionamento é basicamente a junção do Marketing e da boa influência de lidar com pessoas ao objetivo de prover meios eficazes e produtivos de atender, reconhecer e cuidar do cliente, em tempo real, transformando estes dados em informações. Estas, quando filtradas e analisadas pela organização, permitem que o cliente seja “identificado” e cuidado por todos os envolvidos no processo de atendimento pessoal.

Pensando nisso o relacionamento com o cliente é de responsabilidade da empresa. Qualquer reclamação ou conflito por parte do cliente é provocado por uma falha empresarial, onde a empresa deve se perguntar cons-tantemente o que pode ser feito para facilitar e melhorar a vida de seus clientes.

Alguns passos importantes:•Conhecer profundamente

o cliente;•Tornar o cliente conheci-

do por todos os funcionários da empresa;

•Ter em mente que o clien-te não deve aguardar para que alguém o identifique e solucione seus problemas adequadamente;

•Transformar o cliente em sócio de um clube exclusivo, ou seja, proporcionar atividades e disponibilizar recursos que só os clientes da empresa têm acesso;

Alguns estudiosos acreditam que a mensuração da satisfação dos clientes pode ser o diferencial de empre-sas bem-sucedidas em relação a outras.

Em uma palestra, Daniel Godri (palestrante) en-fatizou bastante sobre o Marketing Relacional e o seu

crescimento nas empresas nos últimos anos. Há um esforço mundial das empresas no que diz respeito ao estabelecimento de relações mais duradouras com os seus clientes. Segundo o livro Mercator XXI (11ª Edição), o marketing relacional tem o seu foco nos clientes antigos, e não na angariação de novos clientes, para que uma empresa consiga a fidelização contínua da clientela em seus negócios.

Com o passar dos anos, o marketing de relacio-namento ganha maior importância junto às empre-

sas, porque, com os cortes de custos verificados, elas conseguem medir resulta-dos e perceber o seu im-pacto direto nas vendas.

Pode-se dizer que, nos dias de hoje, o ma-rketing relacional é uma prática comum na maioria das empresas. Ao desen-volvimento de estratégias de retenção de clientes estão associadas algumas vantagens para as empre-sas, como: aumento da fre-quência das relações nego-ciais, aumento do volume de negócios, redução de custos devido à diminuição da rotação dos clientes e a

transformação de clientes inativos em clientes ativos novamente.

Vai uma dica, estreite seus relacionamentos, relacione-se bem, seja com quem for. Um dia você vai precisar desse Network para fechar bons negó-cios no futuro. Acredite, nossos clientes querem ser abraçados sempre. F!

31

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

Page 32: Revista Fera! 02

32

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

diversão

LUGARES

ANIMAGE 2009

Entre os dias 18 e 22 de novembro, acontece o 2º Festi-val Internacional de Cinema de Animação de Pernambuco (Animage). O evento ocorrerá no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, no Derby, em Recife, e promete ser uma ótima opção para quem curte mostras de filmes de animação. Durante os cinco dias do evento haverá apre-sentações competitivas em várias categorias: Videoclipe Musical de Animação, Filme de Animação Publicitário, Longa Metragem, Curta Metragem e Curta Metragem Infantil. As inscrições foram encerradas no dia 19 de outu-bro. Os interessados podem obter maiores informações através do site http://www.animagefestival.com

Exposição “Primavera nos Museus”

Entre os dias 22 de setembro e 11 de dezembro, ficará em cartaz no Museu da Abolição (MAB), no bairro da Ma-dalena, em Recife, a exposição de “Máscaras Africanas – Artes, Mitos e tradições”. A mostra temática, ao propor uma releitura sobre o uso das máscaras, pretende resgatar os costumes e as tradições desse adorno. Além disso, o evento contará com espaços para oficinas educativas, sho-ws culturais e palestras. A iniciativa está incluída no projeto que o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) desenvolve todos os anos e que se chama “Primavera nos Museus”.

As portas estão abertas para a visitação do público das 08h às 12h e das 14h às 17h. A exposição, sem dúvida, é uma ótima opção para quem gosta de arte. Mais informações pelos telefones: 81 3228-3011 / 81 8834-0588.

Exposição “Narrativas em Barro: vida e obra de Vitalino Pereira dos Santos”

Começou, no dia 10 de setembro, no Museu do Homem do Nordeste, a exposição que tem como tema a vida e a obra de Vitalino Pereira dos Santos, o Mestre Vitalino. Cer-ca de 60 peças de um dos maiores artistas populares do Brasil podem ser vistas até o dia 30 de dezembro. A mostra é dividida em dois módulos: O Homem e O Artista. O primeiro recontrói a vida de Vitalino, desde a infância, com a mãe louceira e o pai agricultor, até a fase adulta, como tocador de pífano e chefe de família. No segundo, o público poderá conhecer o processo de criação dos seus instru-mentos e peças, as outras profissões que o artista exerceu e algumas cenas cotidianas vividas pelo pernambucano. Informações através dos telefones : 81 3073-6340 e 81 3073-6332. E-mail: [email protected]. Serviço: Endereço do Museu do Homem do Nor-deste: Avenida 17 de Agosto, 2187, Casa Forte, Recife-PE.

Feira Música Brasil

Para quem curte música, a opção da vez é a 2º Edição da Feira Música Brasil (FMB), que acontecerá entre os dias 9 e 13 de dezembro, em Recife. O evento, que pre-tende atender tanto os músicos quanto os empresários do setor musical, tem como tema “Música Tocando Ne-gócios”. Esta edição contará com palestras, conferências, rodadas de negócios e oficinas de qualificação. Além des-sas atividades, vários artistas consagrados e outros que estão em fase de seleção irão se apresentar entre os dias 10, 11 e 12 de dezembro no palco do Marco Zero. Mais informações: www.funarte.gov.br ou www.feiramusica-brasil.com.br.

TEATRO

Cordel do Amor Sem Fim

Com texto da dramaturga baiana Claudia Barral e dire-ção de Samuel Santos, Cordel do Amor Sem Fim conta a história da paixão sem limites de Tereza pelo viajante Antônio. O espetáculo fala sobre a entrega ao amor e as consequências que isso pode trazer. O público pode conferir a peça, que é gratuita, nos dias 13, 20 e 27 de novembro no Espaço Compassos de Dança (Rua da Mo-eda, 93, 1º andar, Recife Antigo). Censura - 18 anos.

Page 33: Revista Fera! 02

CINEMA

Besouro

Sinopse: O filme nacional narra a história de Besouro, o maior capoeirista que já existiu. Uma aventura que re-lembra os cenários do Recôncavo Baiano dos anos 20, destacando um enredo passado de geração para geração. O personagem principal desafia o preconceito e a opres-são, sempre mostrando uma mescla de muita coragem e misticismo. A obra promete boas doses de ação e poesia. Ação - 14 anos - 95min.

O Solista

Sinopse: O filme é baseado na história real do prodígio Nathaniel Avers, que desenvolveu esquizofrenia no seu segundo ano na escola de artes performáticas Juilliard, de Nova York. Avers acabou como sem-teto nas ruas do centro de Los Angeles, onde toca violoncelo e violino. Drama - 14 anos - 117min.

FONTE: www.fundarpe.pe.gov.br / www.fundaj.gov.pe / www.ucicinemas.com.br / www.nossadica.com.

Alô Alô Terezinha

Sinopse: Documentário sobre Abelardo Barbosa, mais co-nhecido como Chacrinha. O diretor, Nelson Hoineff, fez uma enorme pesquisa sobre o homem considerado fenô-meno da televisão brasileira. Vai ser possível assistir a ima-gens recuperadas do famoso apresentador falando os seus bordões, buzinando durante as apresentações dos calouros, entregando o troféu abacaxi e até jogando bacalhau no audi-tório. O filme também mostra cenas de alguns dos maiores ídolos da época, como Sidney Magal, Gretchen e Wander-ley Cardoso. Documentário - 14 anos - 90min.

Coco Antes de Chanel (Coco Avant Chanel)

Sinopse: Gabrielle Chanel é uma garota de 10 anos, ma-gra e frágil, que vive silenciosamente dentro de um orfa-nato, na França. Ela se tornou uma mulher decidida e ficou conhecida como um dos maiores ícones da moda do sé-culo 20 em todo o mundo. O filme desvenda a história de alguém que saiu do completo obscurantismo até chegar ao topo da fama. Drama - 14 anos - 110min.

Cena do filme nacional Besouro

O Solista Coco Antes de Chanel

33

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

foto

S: d

ivu

lga

ÇÃo

Page 34: Revista Fera! 02

dolores orangerodapé

SOBRE O PRiMEiRO PASSO

revisora de textos da revista fera!e-mail: [email protected]

Acredite: o desenvolvimento das habilidades da escrita não exige um pedacinho do seu cérebro, apenas requer prática, leitura e alguns bons conhecimentos sobre como estruturar um texto

O papel está em branco, seus olhos correm por ele ansiosos, enquanto a sua mão que segura o lápis ainda não fez nenhum movimento. Será a falta de boas ideias que o mantém inerte? Não, possivel-mente, dentro da sua cabeça há um turbilhão delas, indo e vindo em direções contrárias, remando contra o seu propósito de organizá-las no papel. Você sente dificuldade de estruturar o seu pensamento e, justo aí, nesse momento, surge a bicho-papão da escrita.

A dificuldade para escrever até se justifica: pri-meiro, porque, no nosso dia a dia, não são muitas as situações que exigem a produção de textos formais; segundo, porque, como a interação entre o autor e o leitor do texto não é imediata, o escritor precisa ter mais cuidado e atenção para que o sentido pretendi-do seja transmitido com sucesso. O que fazer então? Guardar o fantasma da escrita no armário e acreditar que escrever não é o maior problema da sua vida.

Para o marinheiro das primeiras viagens, fica uma pista: frases gramaticalmente corretas, palavras rebus-cadas e boas sentenças não são condições suficientes para que um texto seja bem sucedido. Por isso, não se habitue a paquerar a gramática da Língua Portugue-sa, que fica esquecida lá na estante, a fim de encontrar todos os segredos de um texto bem escrito. Um bom escritor, antes de tudo, se preocupa em como rela-cionar as diferentes partes do seu texto de maneira clara entre si.

Para tanto, entra em jogo a coesão textual, um recurso linguístico que assegura o encadeamento ló-gico das ideias. Com a ajuda desse mecanismo, o seu texto, ao invés de parecer um amontoado de pensa-mentos soltos, se apresentará ao leitor como um blo-co único, bem amarrado. Você acha, por acaso, que não conhece direito essa bendita coesão? Engana-se, caso pense assim.

Ao escrever, você já se deparou com a situação de buscar uma maneira diferente de fazer referência

a um componente já explicitado no texto? Então você já utilizou um dos numerosos dispositivos coesivos, a referenciação. O uso dessa estratégia da coesão, além de evitar a “condenada” reutilização excessiva de um termo, tornando o texto mais elegante, ga-rante que uma nova informação seja claramente co-nectada a outra já mencionada. Porém, é importante ter em mente que o mau emprego do processo de referenciação pode gerar um grande problema: a falta de clareza de expressão.

Preste atenção nesse seguinte exemplo: “O mi-nistro da saúde, José Gomes Temporão, e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, estiveram na Paraí-ba essa semana para uma reunião com o Governador. O ministro prometeu priorizar a reivindicação do Estado, por se tratar de um projeto de grande inte-resse à população paraibana (...)”.

O trecho acima, retirado de uma revista sobre Turismo, não deixou claro a qual ministro a palavra grifada se referia. Para não utilizar um termo repeti-do, o nome do ministro, o jornalista comprometeu o sentido do texto, dando ao leitor uma dupla possibili-dade de interpretação da frase. Às vezes, quando uma situação como esta ocorre, o contexto até esclarece o ruído comunicativo, mas, nunca aposte suas fichas nesse detalhe. Um bom escritor luta contra a impre-cisão do texto e vence a batalha sem contar com a sorte.

Na hora de pôr a escrita em prática, não deixe as pernas tremerem de medo. Antes, considere quais se-rão as estratégias textuais que assegurarão a conexão lógica dos seus pensamentos no papel. A coesão não constrói o sentido do seu texto, mas é indispensável para amarrar as suas boas ideias e para dar clareza ao seu discurso. Sempre tenha em mente esse mantra: um bom texto não abre espaços para ambiguidades. Um texto coeso, ou seja, bem organizado e preciso, torna a leitura mais simples e fluida para o leitor. F!

34

Rev

ista

Fera

! - n

ovem

bro

- por

talfe

ra.c

om.b

r

Page 35: Revista Fera! 02
Page 36: Revista Fera! 02