revista di rolê 12ª edição

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Na companhia de sua bike ‘Princesa’, um jovem desbravador enfrentou as mais diversas dificuldades e percorreu, sozinho, 17 países REVISTA Brasília, Jul|Ago. 2015 Ano II Ed.12

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Motive-se! Os sonhos não podem parar. Nesta edição temos como matéria de capa um belo exemplo de força e determinação para se alcançar um sonho. Leia aqui!

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Page 1: Revista Di Rolê 12ª Edição

Na companhia de sua bike ‘Princesa’, um jovem desbravador enfrentou as mais diversas

dificuldades e percorreu, sozinho, 17 países

Uma jornada de bicicleta e

um sonho de percorrer a América Latina

Revista

Brasília, Jul|Ago. 2015 Ano II Ed.12

Page 2: Revista Di Rolê 12ª Edição

utopia lírica

Nos termos da Portaria 3.083, de 25.09.2013, do Ministério da Justiça, informamos que a Licença de Funcionamento deste CCBB tem número 00340/2011, com prazo de validade indeterminado.

15 de julho a 7 de setembroquarta a segunda – CCBB Brasília

vicente de mello

Secretaria de Cultura, Governo do Distrito Federal e Oi apresentam Livre para todos os públicos

produção apoio cultural patrocínio

Page 3: Revista Di Rolê 12ª Edição

utopia lírica

Nos termos da Portaria 3.083, de 25.09.2013, do Ministério da Justiça, informamos que a Licença de Funcionamento deste CCBB tem número 00340/2011, com prazo de validade indeterminado.

15 de julho a 7 de setembroquarta a segunda – CCBB Brasília

vicente de mello

Secretaria de Cultura, Governo do Distrito Federal e Oi apresentam Livre para todos os públicos

produção apoio cultural patrocínio

Page 4: Revista Di Rolê 12ª Edição

EDIT

ORI

AL

EXPEDIENTE

Como é bonito ver, cada vez nítido, as cores dessa cidade! Brasília vem despontando em diversos segmentos: artístico, cultural, gastronômico e de entretenimento. E nós da Revista Di Rolê temos o privilégio de noti-ciar algumas histórias antes nunca relatadas na capital.

CAPAUm sonho e a vontade de rodar a América do Sul foi o que motivou um jovem do interior de São Paulo a rodar 22.300Km em uma bicicleta por mais de dois anos. Esta é uma história encantadora de motivação, superação e desafios que veio para florear nossa capa nesta edição e sur-preender os amantes de aventura.

EMPREENDEDORISMOQuando se coloca na boca derrete como um chocolate suíço. O sabor é inconfundível e existem diversas formas de montá-lo em uma sobreme-sa. Um produto made in Bsb, o Mr. Brownie é hoje uma marca consolidada, que cresceu no mercado local e nacional e inaugurou, no mês de julho, sua primeira loja na cidade.

LITERATURAUm livro e muitos registros fotográficos foi o resultado da aventura de uma jornalista otimista que, mesmo com deficiência física, percorreu paí-ses africanos em busca de belas histórias para contar.

Preparamos uma edição especial para aqueles que tem sonhos e acredi-tam que, mesmo com as dificuldades e percalços ao longo do caminho, tudo dará certo quando realmente se quer realizar algo.

Boa leitura!

JÚLIA DALÓIADiretora Executiva

Revista Di Rolê

textos: Ana Luiza Medeiros, Bianca Bruneto, Elisabete Martins, Gabriela Melo, Juliana Mendes, Ludmilla Brandão, Mariana Dâmaso, Priscilla Teles e Thalyne Carneiro Fotos: Carlos Eduardo Jr., Ítalo Amorim e Pâmela Kissianne Projeto Gráfico e Diagramação: Gueldon BritoDiretora executiva: Júlia Dalóia

EsPAço Do leitoR

Expresse sua opinião, sugestão ou comentário acerca das matérias abordadas nesta edição.

Envie sua sugestão de pauta para o email: [email protected]

/revistadirole @revistadirole

www.arevistadirole.com.br

Page 5: Revista Di Rolê 12ª Edição

Sum

áRIOUM Pão frEsqUINho

embalaDo em uma bela aRte6

A MENINA Dos olhos De Dulcina10

uma joRnaDa De bicicleta PELA AMérICA LATINA 18

JorNALIsTA BrAsILIENsE sUPErA DEsAfIos E lança livRo sobRe

viaGem PaRa a ÁFRica 14

QueRo escReveR um livRo! 24

BoLINho Não, o nome é mR. bRownie! 28

UMA BICICLETA E um saxoFone 8

“boRa PRa cachu?”16

Poema sobRe a inéRcia30

ultimate FRisbee: A DIsCIPLINA qUE vAI ALéM DAs sALAs DE AULA26

moDeRniDaDe com sustentabiliDaDe: UMA DUPLA qUE TEM DADo CErTo!22

Page 6: Revista Di Rolê 12ª Edição

Um pão fresquinho embalado em uma bela arteEsta é a mais nova ideia de fazer arte em Brasília, desta vez no saquinho do pão de cada dia

ArTE UrBANA

Por Priscilla Teles

6 jul|ago 2015 | Revista Di Rolê

Page 7: Revista Di Rolê 12ª Edição

ArTE UrBANA

Já imaginou ir comprar um pão quentinho no domin-

go e se deparar com uma bela arte no saquinho de pão? Essa é a ideia da exposição inovadora implementada na cidade, Arte Quentinha – Cir-cuito das padarias. A parceria entre profissionais e agitado-res culturais da capital traz para o público candango 24 obras plásticas de diferentes artistas, em 130.000 sacos de pães distribuídos em pada-rias parceiras do projeto, si-tuadas em Brasília e Regiões Administrativas (RAs).

As inscrições aconteceram online, em maio e junho, onde puderam par ticipar artistas brasileiros ou es-

trangeiros, maiores de 18 anos e residentes no DF há mais de um ano. Cada inscrito pôde concorrer com até duas obras, cujo tema era livre, e pôde simular as artes nos saquinhos de pão, no site do projeto.

Das 24 obras participantes, seis são de artistas convida-dos pela curadoria, nove es-colhidas por seleção e mais nove por votação popular online. Cada artista ganhará R$500,00 como forma de ajuda de custo. Na primeira fase foram recebidas mais de 200 obras. De 6 a 12 julho ocorreu o voto popular, com divulgação em 20 de julho. A circulação dos saquinhos

com arte vai se iniciar a partir de 3 de setembro.

A Arte Quentinha teve cura-doria de Renata Azambuja, conhecida pesquisadora, au-tora e professora da Univer-sidade de Brasília (UnB), e veio em sua primeira edição homenagear o artista e fun-dador do Ateliê de Artes Plás-ticas da UnB, Glênio Bian-chetti. Contou ainda com o patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Estado de Cultura do Go-verno do Distrito Federal.

Garanta sua arte e passe na padaria mais próxima, fo-mente e conheça a arte made in BsB.

Divulgação Divulgação

Revista Di Rolê | jul|ago 2015 7

Page 8: Revista Di Rolê 12ª Edição

Conheça o músico que leva a realidade de filmes norte-americanos às ruas de Brasília com seu saxofone, sua bicicleta e seu chapéuPor Gabriela Melo

Uma bicicleta e um saxofone

João Alves da Cruz Filho, idealizador do projeto mu-

sical itinerante de Brasília, “Meia Boca Band”, é o nome do músico que tocou com Stevie Wonder em Brasília. O traba-lho dele se abrilhanta com um saxofone, a caixa de som para reproduzir o que ele toca, uma bicicleta que serve como meio de transporte, e um chapéu - como nos filmes norte-ame-ricanos, para arrecadar as con-tribuições do público. Casado há oito anos e com uma filha de sete, o músico tem o apoio da família para levar o projeto

“Meia Boca Band: artistas de rua” em frente.

Ser músico era seu sonho de adolescente, mas antes de realiza-lo, João cursou as faculdades de Enfermagem e Educação Física sem concluir nenhum dos cursos. O músico foi integrante da Escola de Música de Brasília, mas tam-bém não concluiu o curso de clarineta, porque seu estilo não era compatível com o da escola. Foi bombeiro, mas aposentou-se em 2011 devi-do a uma lesão na coluna.

PErfIL

Fotos por Ítalo Amorim

8 jul|ago 2015 | Revista Di Rolê

Page 9: Revista Di Rolê 12ª Edição

Em uma conversa com o mé-dico, João decidiu dedicar-se mais tempo à música. Foi quando começou a estudar saxofone. “Quando você estu-da um instrumento desses há muita repetição, o som não tem como não ficar alto. Eu morava em um prédio, e o som incomodava os vizinhos que, um dia, pediram para que eu parasse”, conta João Filho.

Procurando um lugar para fazer seu som, o músico deci-diu tocar na rua. Como forma de mostrar que aquilo era um ofício, e para que as pessoas não reclamassem, colocou o chapéu em frente. As crianças o assistiam e levavam os pais que começaram a depositar moedas em seu chapéu. João resolveu levar adiante o pro-jeto e estimular outros músi-cos a tocarem nas ruas, como nos filmes norte-americanos que mostram pessoas que praticam a arte como uma forma de trabalho.

“Comecei para mim mesmo mas, como viajei, vi algumas coisas. Cheguei do Canadá e notei que lá eles realmente sobrevivem disso, é uma rea-lidade, não é coisa de filme. Eu falava para os músicos daqui que esse trabalho era legítimo, mas nunca tinha vi-venciado. Agora que vi, posso falar para acreditarem porque dá certo,” declara o músico.

Uma das experiências vividas em sua jornada como artista de rua foi a oportunidade de tocar com o cantor norte-a-mericano Stevie Wonder na

calçada da confeitaria Praliné, em Brasília. João almoçava com sua esposa e filha quan-do o artista chegou cercado por seus seguranças. Buscan-do uma forma de se aproxi-mar para uma foto, o músico decidiu tocar do lado de fora do local. Após duas horas tocando, o artista norte-ame-ricano que estava com fone durante o almoço, reparou João na saída e o convidou para tocarem juntos.

Para João Filho a experiência valeu mais do que os diplo-mas que poderia ter recebido. “Acho que foi um momento de premiação. Quando você faz um trabalho muito bem feito e recebe uma premiação,” afir-mou o artista. Steve Wonder tocou “Garota de Ipanema” com ele e o estimulou a con-tinuar o trabalho ao dizer que estava no caminho certo.

Além de tocar nas ruas João Filho atende a convites para

tocar em Unidades de Tra-tamento Intensivo e até em hospícios. Os médicos re-conhecem na música uma forma de alegrar os pacientes e potencializar a melhora. Se-gundo o músico, as melodias ajudam, inclusive, pacientes em coma.

“Sou o mais apaixonado de todos pelo instrumento que toco e pela força que a música tem. Eu sei o que a música pode causar nas pessoas”, afir-ma João Filho.

Para contar mais sobre suas histórias o músico planeja lançar um livro. Ele tem bus-cado apoio e vendido adesi-vos com o nome do projeto para arrecadar fundos para a publicação. Aos que tiverem interesse em conhecer o tra-balho do artista e ajudá-lo, podem contribuir quando o virem com sua bicicleta pela cidade ou contactá-lo pelo fa-cebook, cujo nome é João Filho.

PErfIL

Revista Di Rolê | jul|ago 2015 9

Page 10: Revista Di Rolê 12ª Edição

Faculdade Dulcina sobrevive apesar das dificuldades, e continua encantando estudantes

Por Thalyne Carneiro

A menina dos olhos de Dulcina

A Faculdade e o Teatro Dul-cina de Morais estão lo-

calizados no Conic desde a década de 70, quando foram inaugurados pela própria Dulcina que, a convite de Jus-celino Kubitschek, trouxe sua Fundação Brasileira de Teatro para Brasília. Depois de 40 anos de história, os dois abri-garam muitos artistas e pro-fessores de artes, por meio do sonho realizado de Dulcina em formar e profissionalizar artistas no Brasil.

Dulcina de Morais, nascida em 1908 no Rio de Janeiro, foi atriz e professora de artes. Além da sua forma criativa de atuar, Dulcina foi uma das primeiras a lutar pelos direi-tos dos artistas. “Antes dela os artistas recebiam a mesma carteirinha que as prostitutas para trabalhar na rua”, con-ta José Regino de Oliveira, que é palhaço, ator, diretor e ex-aluno de Dulcina. “O jeito dela, a forma dela se colocar... Ela era uma imperatriz aqui

3 de fevereiro

de 1908

1972

7de julho de 1955Nasce

Dulcina de Moraes, no Rio de Janeiro

Dulcina muda-se para Brasília à convite de Juscelino Kubitschek,

trazendo a sede da FBT para a capital.

Criação da Fundação Brasileira de Teatro

(FBT), no Rio de Janeiro, mantenedora da faculdade de artes

CULTUrE-sE

Divulgação

10 jul|ago 2015 | Revista Di Rolê10 juL|AgO 2015 | Revista Di Rolê

Page 11: Revista Di Rolê 12ª Edição

dentro, era uma coisa incrível, ela era uma figura que fazia a diferença”.

Hoje, José Regino ainda fre-quenta a faculdade, mas ago-ra como Diretor na Compa-nhia Celeiro das Antas, criada por ele mesmo. Os ensaios e apresentações são feitos constantemente na institui-ção. “Eu tenho uma história muito antiga com a faculdade, eu me formei aqui no anos 80, na época em que a Dulcina ainda estava aqui”, explica. ”Mas quem fica na cidade sempre tem um vínculo. Você sente isso“. Vanilda Santos é professora de artes cênicas na rede pública do Distrito Federal, e também foi alu-na de Dulcina. “Foi por um semestre só. E foi o último semestre dela. Depois disso ela se enclausurou por conta da doença. E foi definhando... Já não dava mais conta de ir à faculdade. Tivemos muitos bons professores treinados por ela”, relata.

Segundo os dois, o legado se estende muito além das es-truturas físicas da instituição de ensino. “Aprendi com ela a ter garra, o idealismo e o amor pelo trabalho, pela arte, pela educação. E acreditar que você pode mudar o mundo, por meio de suas ações, do trabalho. Com base nisso, toda a minha caminhada profissio-nal foi pautada”, diz Vanilda. “Foi comovente não só a Dul-cina na época, mas todas as pessoas que ela trazia, que chegavam à cidade, que pas-savam por aqui”, complemen-ta José. Ela convidava e sem-pre dava um jeito de trazer pra dar uma aula, ou uma aula aberta, um espetáculo, davam uma palestra, ou faziam um debate. Foi bom acompanhar esse processo, porque ela foi uma revolucionária no teatro”, conclui.

Julie Wetzel se formou na Faculdade Dulcina há dois anos, não conheceu a atriz fundadora da instituição, mas

garante que ela ensinou bem seus alunos, hoje professores. “Uma aula com quem a co-nheceu é fascinante. Dá von-tade de ficar uma noite inteira estudando. Eles conseguem passar de forma tão íntegra, tão verdadeira, que faz com que a gente queira estar aqui”, explica a atual Produtora Cul-tural da Instituição. “Eu nunca saí daqui. No meu último se-mestre teve a intervenção do Ministério Público, em que a gente fez um comitê dos alunos. Meus amigos foram arrumando emprego e se afastando, eu fui ficando aqui, fazendo a produção. Fiquei seis meses trabalhando na instituição como voluntária e fui contratada depois”.

A INTERvENçãODepois da morte de Dulcina, a faculdade e o teatro foram administrados pela Fundação Brasileira de Teatro e, a partir daí, a instituição passou por problemas financeiros. “O que acabou com o Dulcina foi a

7de março de 1982

7de dezembro

de 2007

21de abril de 1980

Inauguração da Faculdade de

Artes Dulcina de Morais, oferecendo originalmente os

cursos de Licenciatura em Educação Artística, Bacharelado em Artes Cênicas e Bacharelado

em Música. 

 Tombamento do Teatro Dulcina de Moraes e

dos acervos fotográfico, textual e cênico da

atriz.

Inauguração do Teatro Dulcina

de Morais

Dulcina falece em Brasília, no

Hospital HRAN

Intervenção do Ministério Público

do Distrito Federal e Territórios, depois de um abaixo-assinado feito pelos alunos.

28de agostode 1996

Desde de julho

de 2013

CULTUrE-sE

Revista Di Rolê | jul|ago 2015 11Revista Di Rolê | juL|AgO 2015 11

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instagram.com/euphoriabiquinis

facebook.com/euphoriabiquinis

Informações:

Tendência

ModaMarMarMarMarMarMarEstaçãoEstaçãoEstaçãoEstaçãoEstaçãoEstaçãoEstaçãoEstaçãoEstaçãoEstaçãoEstaçãoEstaçãoEstaçãoEstaçãoEstaçãoEstaçãoEstação PiscinaPiscinaPiscinaPiscinaPiscinaPiscinaPiscinaPiscinaPiscinaPiscinaPiscina

PraiaPraiaPraiaPraiaPraiaPraiaPraiaPraiaPraiaPraiaEstilo

VerãoVerãoVerãoVerãoVerãoVerãoVerãoVerãoVerãoVerãoVerãoVerãoVerãoVerão

má gestão de todas aquelas pessoas que entraram ten-tando salvar e no final da história acabaram tirando tudo que tinha. O governo por si só não tomou nenhuma ini-ciativa”, conta Vanilda. A crise financeira foi tão catastrófica que, em 2012, os próprios alunos e professores fizeram uma petição ao Ministério Público para que intervissem na faculdade. Em 2013, dois interventores assumiram a administração e tentam pagar a dívida que estava em torno de 13 milhões deixada pelos antigos gestores, além dos problemas na estrutura física do espaço. “A gente tá voltan-do com a dignidade desse espaço. Aqui foi um lugar de muitas coisas desastrosas”.

Marco Schimitt é um dos ad-ministradores judiciais envia-dos pelo Ministério Público para salvar a faculdade e hoje

tenta sanar as dívidas por meio de projetos, como o “Bra-sília por Dulcina”, onde pa-drinhos financiariam o curso inteiro dos alunos em troca de publicidade. “Uma faculdade funciona melhor com quanto mais alunos ela tiver. Temos que lidar com o problema de aumentar muito a mensalida-de e o aluno não conseguir pa-gar. O público que nos procura geralmente é das classes C, D e E. É raro achar uma família que incentive o artista”, res-salta o interventor. Além disso, antes destas medidas, a facul-dade não tinha quase nenhum documento que apontasse as dívidas. “Viemos exatamente depois de um abaixo-assi-nado feito por alunos e pro-fessores que estavam vendo as coisas acontecerem sem nenhuma explicação, sem nenhuma transparência. Uma coisa realmente esquisita”, conta Marco.

A situação das dívidas fica ainda pior quando se fala em leiloar o prédio para quitá-las. “Nós temos hoje duas folhas de pagamento. Uma folha atual, dos professores que es-tão aqui, e outra só de salários atrasados. Nos últimos dois anos já paguei mais de 400 mil reais somente em acordos trabalhistas e, esse dinheiro, era dos professores que hoje estão aqui.

“Dulcina prezava muito o entendimento emocional, a questão humanitária, de você doar arte, doar amor, doar informação para as pessoas, para os alunos. Eu penso que vai ser uma des-truição de um patrimônio brasiliense ter que acabar com o Dulcina”, desabafa Vanilda. “Nós comparávamos o Conic como a Zona Verme-lha de Brasília, porque a con-centração de todos os gostos, de todas as tribos, acontece lá. No Conic você tem de tudo. Tudo que há dentro da sociedade. Tem a política, a cultura, a marginalidade, a escória, os trabalhadores. . .”. “Para mim, esse espaço é muito impor tante, de re-ferência, é importante pra cidade”, afirma José Regino. Imagina isso aqui só com es-paço comercial o tempo in-teiro. Para mim é o equilíbrio do lado oposto de lá. Dentro desse corpo arquitetônico, a faculdade tem um papel enérgico fundamental na ci-dade”, conclui o Diretor, com um tom de apelo para cha-mar atenção da população e da iniciativa pública à causa.

CULTUrE-sE Ca

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Edu

ardo

Jr.

12 jul|ago 2015 | Revista Di Rolê12 juL|AgO 2015 | Revista Di Rolê

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PraiaPraiaPraiaPraiaPraiaPraiaPraiaPraiaPraiaPraiaEstilo

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Page 14: Revista Di Rolê 12ª Edição

Jéssica Paula Prego é uma jor-nalista brasiliense de apenas

23 anos e, mesmo com a pouca idade, já acumula boas e inte-ressantes experiências. Fez um intercâmbio onde conheceu países em conflito interno e, em uma das viagens, teve a ideia de escrever um livro sobre a África. A jovem programou o roteiro por quatro países com foco no

Mesmo com deficiência física Jéssica Paula passou pela Etiópia, Sudão e Uganda numa aventura que resultou no livro “Estamos Aqui” Por Ludmilla Brandão

Jornalista brasiliense supera desafios e lança livro sobre viagem para a África

Sudão, depois de descobrir que não havia nenhum relato sobre o local.

Uma história aparentemente normal nos dias de hoje, se não fosse pelo fato de fazer a viagem sozinha por países em guerra, e ter uma deficiência física desde os seis anos de idade, que paralisou as pernas

e a obrigou a usar duas mule-tas para se locomover.

O livro foi feito por meio do crow-dfunding (financiamento cole-tivo pela internet) e teve lança-mento no início do mês de junho.

A Di Rolê a entrevistou e reve-la em entrevista exclusiva um pouco dessa experiência.

LITErATUrA

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14 jul|ago 2015 | Revista Di Rolê

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D.R: Por que decidiu fazer essa viagem? J.P: Eu estudei reportagem especial na Espanha, graças a uma oportunidade de in-tercâmbio entre as univer-sidades de Brasília (UnB) e a Universidade Carlos III em Madri. Sempre me interessei por histórias desconhecidas e queria escrever algo sobre a África, um continente que sempre tive curiosidade em conhecer e sempre admirei. Então tive a oportunidade de ir para o Marrocos e a Mauri-tânia. Foi lá que tive a ideia de fazer um trabalho sobre víti-mas de conflito. A viagem [em 2013] durou 2 meses.

D.R: O seu roteiro foi Etió-pia, Sudão, Sudão do Sul e Uganda. Houve algum motivo especial para escolher esses países?J.P: Quando vi que não havia nenhum material falando so-bre o Sudão, meus olhos bri-lharam e decidi que esse seria

o meu foco. Então estipulei um roteiro de viagem.

D.R: O fato de ser mulher, viajar sozinha por locais em guerra e usar muletas dificultou ou incentivou sua aventura?J.P: O fato de ser deficiente física é uma peculiaridade. O que para muitos seria uma desvantagem, para mim foi uma super ajuda. Ser deficien-te trouxe destaque para a mi-nha história. E por meio disso eu posso contar a história de-les hoje. Além disso, as pessoas me ajudaram muito durante a viagem. Isso me deu abertura para que eles me contassem a história da vida deles.

D.R: O nome do livro é “Esta-mos Aqui”, pois uma pessoa que você conheceu pediu para contar a história do povo de lá. Como foi o processo de cria-ção da obra?J.P: Essa foi a ideia do título do livro, e o que me motiva a continuar trabalhando para

contar as histórias deles. Du-rante a viagem eu ia anotan-do, gravando e fotografando. Mas só parei para escrever, durante 10 meses, quando voltei para o Brasil.

D.R: Como escolheu seus per-sonagens? Mesmo com a difi-culdade de comunicação nos países que passou, de para manter contato com algumas destas pessoas pra falar sobre o lançamento do livro?J.P: Os personagens que estão no livro são quem eu encon-trei pelo caminho. Acredito que eles me escolheram. Mas acredito mesmo que foi Deus quem os colocou no meu ca-minho. Infelizmente é difícil manter contato com a maioria pela dificuldade que eles têm de acesso à internet, ou mes-mo aqueles que sequer tem um endereço fixo. Mas alguns eu consigo contato até hoje, via facebook ou skype.

D.R: Pretende fazer uma pró-xima viagem como está? Qual a programação para divulgar em outros lugares? J.P: Pretendo escrever outras obras sobre viagens. Sempre em volta desse objetivo de contar histórias desconhecidas. Mas, por enquanto, quero con-tinuar trabalhando com pales-tras em universidades e empre-sas e com a divulgação do livro em todo Brasil, para que depois eu possa financiar outros proje-tos, conclui a jovem.

O livro “Estamos Aqui” esta disponível no site www.jessi-capaula.net (na aba livro) e é vendido pelo valor de R$ 49,90.

LITErATUrA

Revista Di Rolê | jul|ago 2015 15

Page 16: Revista Di Rolê 12ª Edição

Já pensou em praticar uma atividade física ao ar livre,

ficar pertinho da natureza e, de quebra, conhecer luga-res de beleza exótica? Foi exatamente isso que Fábio, Luciana, Rodrigo, Leonardo e Carlos Eduardo encontraram no canionismo ou canyoning, atividade que consiste na prática de explorar rios, trans-pondo obstáculos e acompa-nhando seu fluxo, começando da nascente e descendo por cachoeiras e cânions. “Co-meçamos na nascente dos rios, em cima da montanha e vamos até a parte baixa do vale. Seguimos fielmente o fluxo do rio. Descemos pelas cachoeiras, fazendo a insta-lação de material lá dentro, para podermos utilizar um equipamento esportivo leve, realizando a expedição toda com sucesso” explica Fábio Miguel, canionista há 23 anos.

Fábio é um dos precursores da atividade no Brasil. Ele, juntamente com um amigo, é o responsável atualmente pelo treinamento e divulga-ção do esporte no País. “Eu já praticava escaladas, ativida-

Canionismo promete ser a nova praia do brasiliensePor Thalyne Carneiro

“Bora pra Cachu?”

des de montanha, de caverna, atividades de campo, rapel em cachoeira. . . Essas coisas. Quando eu vi que lá fora pra-ticavam uma atividade que era muito superior à nossa, fa-lei: ‘Isso daí a gente já tá pra-ticando no Brasil também!’”, comenta Fábio.

O Distrito Federal está na lista dos melhores lugares para se dedicar ao Canionis-mo. Existem cerca de 3.000 quedas d’água, o que torna o DF um dos lugares mais propícios para a prática da atividade. O polo de canio-nismo, segundo o grupo, está aos arredores

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16 jul|ago 2015 | Revista Di Rolê16 juL|AgO 2015 | Revista Di Rolê

Page 17: Revista Di Rolê 12ª Edição

de Brazlândia, por possuir o maior número de cânions próximos um do outro. “Em todo o Brasil, o lugar mais fácil de se praticar é aqui. Nossos acessos são fáceis, têm poucos quilômetros de estrada e pou-ca caminhada”, pontua Fábio.

Atualmente se tem conhe-cimento de 250 canionistas no Brasil. A atividade não é reconhecida ainda como um esporte, por falta de adeptos e apoio, como explica Fábio. “Enquanto não tivermos uma identidade formada, que é o que estamos tentando fazer agora - ao criar uma confe-deração - não poderemos ter uma competição. Então temos que transformar isso em uma atividade esportiva para fazer as primeiras competições. Aí poderemos falar que é um esporte. Por enquanto é uma atividade técnica”. O trabalho de divulgação e aproximação é todo feito por redes sociais. Juntos, eles possuem um gru-po para trocar experiências, contabilizar praticantes e unir os esforços para o reconheci-mento como esporte.

Para dedicar-se ao canionis-mo é preciso procurar um profissional para orientação. Apesar de prazerosa, a ativi-dade envolve alguns riscos e, por isso, deve ser feita por principiantes com instrução e material adequado. Para a prática são utilizados equi-pamentos especiais, como os do rapel e de mergulho. Além disso, o canionismo deve ser praticado em grupo o que, segundo quem pratica, é mais

uma das vantagens de se de-dicar à atividade. “Meu irmão já quase pisou numa jararaca e eu o ajudei. As pessoas po-dem nunca ter me visto. Ao chegar lá eu vou me preocu-par com quem estiver fazen-do o esporte”, esclarece Carlos Eduardo Aragão que, junto com seu irmão Leonardo Ara-gão, explora os cânions há quase um ano. “É uma grande família pra mim. Eu nunca te vi, mas quando você está lá comigo no cânion, você confia a sua vida em mim. Se eu me machucar lá dentro, é você que tem que me tirar. Então além de ser tudo isso, pra mim, é a formação de grandes amizades”, acrescenta Fábio.

Quem não gosta muito dos riscos são os familiares, que passam muito tempo sem ao menos ter contato com os exploradores. Quando não é a falta de sinal da operadora de celular, é a impossibilidade de ficar com ele por perto por conta da água. “Eu não sa-bia nadar, estou aprendendo agora. O pessoal lá de casa fica bem preocupado” conta Juliana Abraão, a mais nova canionista do grupo, prati-cante há apenas 6 me-ses. Já Leonardo

confessa: “Minha mãe fica desesperada às vezes com as minhas fotos. Uma vez mos-trei o vídeo de um pulo que eu fiz, ela teve até que tomar um remédio, porque ficou muito nervosa”.

Além dos benefícios físi-cos é impossível não notar o deslumbramento com a natureza pelos praticantes. Rodrigo Henrique é canio-nista há quase um ano e não esconde a satisfação. “Quem pratica não sabe explicar e quem nunca fez não consegue entender. É uma coisa única. Você só ouve a natureza, a água. Você só ouve o vento, as árvores. Você está num lugar que realmente é quase intoca-do pelo homem, é um templo” afirma. “Dentro do cânion, o que eu acho mais incrível, é estar num lugar onde poucas pessoas tiveram acesso”, relata Leonardo. “Não se vê lixo, ou uma bituca de cigarro. É muito bom estar em um lugar in na-tura, conservado do jeito que ele realmente é. Essa pra mim é a maior graça”, conclui.

E aí? Quer tentar também?Fábio do Canyon

Contatos: (61) 99892030(61) 91798805

EsPorTE

José

Car

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Revista Di Rolê | jul|ago 2015 17Revista Di Rolê | juL|AgO 2015 17

Page 18: Revista Di Rolê 12ª Edição

CAPA

Por Juliana Mendes

Na companhia de princesa Beto se lançou em uma viagem de autoconhecimento e grandes descobertas por dois anos e oito meses. Aventuras e muitas emoções é o saldo desta experiência

Uma jornada de bicicleta pela América Latina

Em janeiro do ano seguinte, se lançou em sua primeira aventura, foi de Salvador a Fortaleza pedalando.

A experiência foi tão satisfató-ria que o jovem se apaixonou pela ideia. E no dia 02 de de-zembro de 2012, data de seu 25º aniversário, resolveu arris-car uma aventura maior. Pegou sua máquina fotográfica, sua coragem, anseios e receios, colocou tudo na mochila e foi pedalar pela América Latina. Só ele, Deus e a princesa, sua companheira bike.

Para Beto essa aventura tem sido um aprendizado, uma experiência de autoconhe-cimento. “Encontrei na bici-

Como dizia Clarice Lispec-tor, “um pouco de aven-

tura liberta a alma cativa do algoz cotidiano”. E aventura é o que o jovem fotógra-fo Roberto Ambrósio Filho, mais conhecido como Beto, tem correndo em suas veias. Desde pequeno já admirava o pai se aventurando com o paraquedismo e as via-gens que realizava de bike pela região onde morava. Em 2010, encorajado por um cicloviajante brasileiro que escreveu um livro sobre sua volta ao mundo em cima de uma bicicleta, Beto deixou seu espírito aventureiro aflo-rar, convidou um amigo para fazer uma pequena viagem e fez o que dizia Lispector.

cleta a melhor ma-neira de refletir, de me conhecer. Senti-mentos à flor da pele o tempo todo, sede, fome, saudades, alegrias. Tristezas, cansaço físico, solidão, en-fim... Tudo elevado à décima potência. Dessa forma, nos autoconhecemos mais, por que devemos manter a cal-ma, sempre”. É assim que Beto resume como tem sido a viagem, mais de dois anos depois de sair de sua casa em Araraquara, São Paulo.

Já foram 22.300 Km pedala-dos por 17 países da Améri-ca Latina e algumas cidades do nosso imenso Brasil. Mui-tas culturas conheceu, novas

18 jul|ago 2015 | Revista Di Rolê

Page 19: Revista Di Rolê 12ª Edição

CAPA

amizades nas-ce ram e tudo

reg i s t rado em um diário digital, de inesquecíveis lem-branças, que Beto faz questão de atua-lizar sempre que pode.

Por onde passa deixa um pouco de si e leva um pouco dos outros que sempre fazem questão de acolhê-lo. Deve ser difícil para ele dizer qual lugar deixou mais saudades. Para quem passou pela Cor-dilheira dos Andes e conhe-ceu os descendentes Incas, e também pela Guatemala e se encantou com a cultura de descendência Maia, com certeza não vai conseguir expressar em palavras quão rica tem sido a viagem. E claro, não poderia deixar de citar um pedacinho do nosso Brasil. “Sem falar na Amazônia, tão rica e cheia de pessoas de uma pureza ma-ravilhosa”, afirmou.

E é exatamente por não con-seguir expressar em palavras as emoções sentidas ao pas-sar pela Argentina, Uruguai, El Salvador, Belize, México,

Fotos por Beto Ambrosio

Revista Di Rolê | jul|ago 2015 19

Page 20: Revista Di Rolê 12ª Edição

Cuba, Nordeste brasileiro e tantos outros belíssimos lu-gares, que Beto captou cada momento com sua lente. Ima-gens magníficas que trans-mitem toda a emoção vivida pelo fotógrafo aventureiro.

Dificuldades se misturam às emoções durante a via-gem, mas nada o faz desistir de seus objetivos. Trechos difíceis, mas que ao final dei-xaram marcas inesquecíveis de superação e coragem. Um exemplo? Os quatro dias que pedalou pelo deserto do Ata-cama, no Chile. Descrito por ele como seu maior desafio. Onde enfrentou calor durante o dia, muito frio à noite, sujei-ra, subidas “suaves e infinitas”, como ele mesmo descreveu em seu diário, e ventos fortes. Mas foi em meio às dificulda-des enfrentadas nesse trecho que conheceu a solidariedade humana. Muitos caminhonei-ros paravam para matar sua sede. “Bastava erguer a garra-finha vazia que o primeiro já parava, com um galão cheio para me presentear com o quanto eu quisesse. Muitos quiseram me dar carona, mas a minha vontade de conquis-tar esse deserto era tão gran-de quanto a minha sujeira”, lembrou orgulhoso.

Outro momento descrito por Beto como inesquecível foi sua chegada à Cordilheira dos Andes, onde viu neve pela primeira vez e por onde pedalou por um ano até che-gar à Colômbia. Mas um lugar específico foi, nas palavras de Beto, “palco de uma das

melhores fases da viagem”. Por todos os lugares em que passou ele conheceu pes-soas inesquecíveis, mas foi em Natal, no Rio Grande do Norte e claro, no Brasil, que encontrou uma das pessoas mais importantes dessa ex-periência. Uma bela moça que embarcou na aventura com ele, tomando lugar da solidão que por tanto tempo o acompanhou.

Porém, durante todos esses anos de viagem Beto apren-deu muitas coisas, uma delas foi a conviver com despedi-das. Com certeza ele apren-deu que a vida é um ciclo, em que pessoas vêm e vão. E com aperto no coração despediu-se da bela moça, por ora.

Deu uma pausa na viagem para atender a um pedido especial. Participar do En-contro Nacional do Ciclotu-rismo, realizado próximo a Campos do Jordão, onde fa-lou sobre tudo o que apren-deu até agora. “Falei que o mais maravilhoso dessa via-gem, foi ter aprendido sobre o valor das coisas. O valor da nossa comida, do nosso lar, da família, os amigos. O mundo se escancara diante dos nossos olhos quando viajamos de bicicleta, e des-sa forma podemos vê-lo do jeito que ele é: rico, lindo, maravilhoso, pobre, sofrido, triste e desigual. Isso nos mostra o quão pequenos somos diante do todo. Nos mostra o quão idênticos so-mos diante de Deus, o quão privilegiados somos diante

da triste realidade. E a per-cepção de tudo isso, nos leva ao sentimento mais nobre que o ser humano pode ter: a Gratidão”, discursou.

Teve que se segurar para não voltar correndo para o acon-chego de seu lar que estava a cerca de 400 Km dali. Mas se manteve forte, e voltou para sua princesa ao final do even-to. O coração não resistiu, no entanto, à saudade da bela moça de Natal. Correu para o abraço, matou a saudade e seguiu viagem.

Ao escrever seu último diário, direto de Salvador, na Bahia, o aventureiro admitiu estar contando as horas para o dia de retornar para casa, previsto para 15 de agosto de 2015. “A ansiedade é grande, preciso me controlar a cada dia para não deixar esse sen-timento me fazer mal. Muita oração, pensamento positivo e paciência”. Questionado sobre quais lugares deixaram saudades e gostinho de que-ro mais, Beto foi categórico. “Gostaria de voltar para a Ar-gentina, para fazer caminhos que não fiz nessa viagem, no caso, o norte e o sul do país. Fora isso, não penso em vol-tar. A vida é muito curta para repetir caminhos!” concluiu entre risos.

Quem quiser sentir um pouco dessa emoção acesse o diá-rio “Vestígios de Aventura” (https://www.facebook.com/vestigiodeaventura) e se de-leite com belas imagens e uma pitada de adrenalina.

EXPEDIção

20 jul|ago 2015 | Revista Di Rolê

Page 21: Revista Di Rolê 12ª Edição
Page 22: Revista Di Rolê 12ª Edição

CoLUNA ECo

Por Elisabete Martins

Bicicleta de bambu é a nova invenção “ECO” de brasiliense

Modernidade com sustentabilidade: uma dupla que tem dado certo!

Fotos por Pâmela Kissianne

22 jul|ago 2015 | Revista Di Rolê

Page 23: Revista Di Rolê 12ª Edição

Já se imaginou andando em uma bike de bambu? Poisé,

a invenção é uma criação do estudante brasiliense de agroecologia, Leandro Pe-reira, que também trabalha com bioconstruçao e práticas agroecológicas. Leandro sem-pre gostou de fazer trilhas de bicicleta e, a ideia de fazer uma com bambu surgiu quan-do ele viu uma reportagem que mostrava um modelo feito de madeira. Depois de conhecer o potencial do bam-bu Leandro voltou a alimentar o sonho antigo que, agora, tornou-se realidade.

Além do bambu, utilizou-se espuma de mamona, que prende o material nas cone-xões com o alumínio. O bam-bu utilizado para construir a bicicleta é da espécie Phyllos-tachys Aurea, popularmente conhecido como Cana-Da-Ín-dia, e veio da plantação de um amigo de Leandro. A bicicleta levou três semanas para ser concluída, desde a colheita e tratamento do bambu.

De acordo com o rapaz, além de um sonho realizado foi muito bom fazer pesquisas com o bambu e espuma de mamona,

já que são produtos naturais, sustentáveis e de fácil acesso. “É importante incentivar o uso da bicicleta e, nesse contexto, a valorização do uso do bambu e da mamona como matérias pri-mas, já que são tratados como pragas em nosso país!”.

E engana-se quem pensa que a bicicleta de bambu é só para ver ou dar uma voltinha. Ela funciona perfeitamente, como uma convencional, e é mais leve que a de alumínio, pois tem uma flexibilidade própria que lembra os amortecedores. A bicicleta tem um visual tão diferente da tradicional que as pessoas não acreditam que é de bambu e chegam perto para tocar. Alguns até che-gam a perguntar se é pintura.

A ideia inicial deste modelo ecologicamente correto é que seja para uso próprio mas, depois dos testes, se a bike atender às expectativas, o criador do modelo poderá fazer mais para vender, sob encomenda. A criatividade vai longe quando o assunto é reaproveitar ou aprovei-tar aquilo que se considera inútil, como neste caso. O bioconstrutor também faz es-truturas naturais, vegetais e trabalha com produção agrí-cola sustentável, abrangendo um enorme leque de práticas ‘ecologicamente corretas’. Co-nheça o trabalho de Leandro. Acesse o perfil no facebook: Planalto Nativo.

CoLUNA ECo

Revista Di Rolê | jul|ago 2015 23

Page 24: Revista Di Rolê 12ª Edição

Por Ana Luiza Medeiros

Iniciar o processo de criação e realizar o sonho de escrever um é mais simples do que parece

Quero escrever um livro!

Se você tem o desejo de es-crever um livro, mas nun-

ca chegou a colocar a ideia em prática, não se preocupe, você não está sozinho. Muitas pessoas compartilham desse bloqueio de iniciante, que impede que se dê abertura ao processo de criação e coloque as ideias no papel.

É claro que o tal bloqueio não é novidade para quem gosta de escrever, afinal, acontece até com os melhores e mais experientes, por que não aconteceria com você?

Para superar esse mal que de vez em quando aflige a comunidade dos autores, aqui vão

algumas dicas que facilitarão tanto a criatividade quanto a criação.

1. Auto-análise

Muitas pessoas tiveram seus textos criticados anteriormen-te e, anos depois, sentem-se inseguras quanto à habilidade de escrever. Outras passam pelo bloqueio do porquê ten-taram criar o texto de uma só vez, e não descobriram ainda que escrever é um processo que envolve várias etapas, construídas para facilitar e dar mais qualidade ao texto criado. Nesses casos é preciso refletir sobre os motivos que impedem, verdadeiramente, de sentar e dar início ao pro-

LITErATUrA

24 jul|ago 2015 | Revista Di Rolê24 juL|AgO 2015 | Revista Di Rolê

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cesso de criação. Do contrário, sempre haverá desculpas para não começar, ou desistir ao longo do caminho. Tome a de-cisão sensata de que chegou a hora de começar, e não olhe para trás. Você está pronto?

2. Exercitando a criatividade

Imagine que a criatividade é um músculo em seu corpo e que, para ser desenvolvido, assim como qualquer outro músculo, ele precisa ser exer-citado com frequência. Quan-to mais você exercita, mais forte e ágil ele fica. E então será apenas uma questão de tempo até que você se sinta apto a alçar voos mais longos, passando de meros exercícios para textos curtos, crônicas e, finalmente, um livro com-pleto. Podemos citar como exemplo de exercício redigir alguns capítulos de um de seus romances favoritos, ob-servando não apenas o texto, mas também como o escritor apresenta a composição dos parágrafos, a forma como os personagens se manifestam, como se descreve pessoas e lugares, como se explicam

detalhes sem deixar que o texto perca o interesse do leitor, e etc. Ou você pode co-locar no papel frases iniciais e completá-las formando um parágrafo com o que sua ima-ginação mandar. Exemplos de início de frases são: “Nós ca-minhamos com pressa até a...”, “Eu sempre desejei.. .” ou ain-da: “A primeira vez que eu...”.

3. Desenvolvendo o método

Agora que você já está com o músculo da criação aque-cido, pode começar a criar o que eventualmente será o seu livro. E o primeiro passo é desenvolver um método de criação. Existem os fixos, que podem ser ensinados e seguidos à risca, mas também é possível desenvolver um próprio, e ir lapidando aos poucos conforme for se ob-tendo experiência. Para quem gosta de seguir métodos já utilizados por outros autores, os passos de criação para dar início ao seu projeto são fazer uma entrevista com os personagens, descrever quem são eles, detalhes de suas per-sonalidades, assim como se

estivesse entrevistando uma pessoa para o “cargo” de seu melhor amigo. Quanto mais você o conhecer intimamente, mais fácil será desenvolver a sua história. Em seguida, discorra em um resumo sem tantos detalhes o começo, meio e fim da sua história. Não se preocupe com o fato de estar revelando o final, pois esse resumo vai servir de mapa para você na hora de detalhar os capítulos, e não será lido por mais ninguém. Finalmente, antes de iniciar o primeiro capítulo, você ainda precisará definir quais são os personagens principais, qual é a relação que existe entre eles, e quais são as locações principais que deverão ser descritas com mais detalhes no texto final. Agora sim, após colher todas essas informa-ções é só imprimir, assentar as folhas ao seu lado na mesa do computador, e que comece a criação.

*Ana Luiza Medeiros é escri-tora de romances cômicos e seus livros estão disponíveis no site Amazon.com.br em versão e-book.

LITErATUrA

Revista Di Rolê | jul|ago 2015 25Revista Di Rolê | juL|AgO 2015 25

Page 26: Revista Di Rolê 12ª Edição

Por Mariana Dâmaso

Ultimate Frisbee: a disciplina que vai além das salas de aula

EsPorTE

Como uma disciplina do curso de ed. física da UnB, o esporte faz tanto sucesso que idealizadores decidem abrir vaga para a comunidade

Fotos por Equipe Frisbee BsB

26 jul|ago 2015 | Revista Di Rolê

Page 27: Revista Di Rolê 12ª Edição

Criado para ser uma disci-plina da grade curricular

do curso de Educação Física da Universidade de Brasília (UnB), o Ultimate Frisbee é uma modalidade que atraiu mais interessados que o espe-rado e por isso, o idealizador Felipe da Costa, decidiu abrir a oportunidade de prática da atividade à comunidade.

Em 2014 foi realizado o I Fes-tival de Ultimate, que contou com a presença de 60 partici-pantes. Além da parte prática, o evento promoveu um Con-gresso técnico que contou com a participação do professor José Albeiro, da Universidade de Antioquia, na Colômbia.

A partir deste grande inte-resse demonstrado pelos alunos à prática do esporte, decidiram criar um Projeto de Extensão, que conta hoje com mais ou menos 25 parti-cipantes.

Neste ano de 2015 a equipe selecionada participou de seu primeiro torneio internacio-nal, em Buenos Aires. O time foi montado com bastante variedade de cidades e cultu-ras, recebendo participantes de São Paulo, Uberlândia, Co-lômbia e Argentina.

O Festival promoveu sua se-gunda edição nos dias 11 e 12 de Julho na Universidade de Brasília, com a participa-ção de 80 pessoas. Entre os presentes estiveram compe-tidores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Para o treinador Felipe da Costa, poder estar à frente desse tipo de projeto é um grande feito: “sempre quis realizar esse tipo de projeto com formação de equipe, atendimento esportivo volta-do à saúde e integração dos

participantes”, conta.

Felipe revela que o trabalho é positivo também por tratar da formação dos estudantes em diferentes âmbitos. “Aprende-mos a ter responsabilidade e nos divertimos ao mesmo tempo, essa é a grande vanta-gem do projeto”.

ENTENDA AS REgRASO Ultimate Frisbee é um esporte praticado com um disco de 175 gramas que combina a destreza do Fu-tebol Americano com a finta e a marcação do Basquete. O objetivo do jogo é che-gar com o disco na Zona de Gol que ficam localizados nas extremidades do campo. Duas equipes de sete jo-gadores cada competem para marcar o maior número de gols possíveis. Os inte-grantes da equipe atacante passam o Frisbee de jogador para jogador. Ao recebê-lo, estes devem fixar um pé de pivô (ao estilo do Basquete) e passá-lo antes de 10 segun-dos. Os integrantes da equipe de defesa devem impedir que os atacantes recebam o Frisbee na Zona de Gol. Este é o único esporte no mundo que não possui árbitros.

Quem se interessar, o segundo semestre de 2015 vem com novida-des: a criação de uma turma avançada de Ulti-

mate. A disciplina Ultimate Frisbee será mantida, com

disponibilidade de 30 va-gas, assim como o projeto de extensão, que é destinado à comunidade.

EsPorTE

Revista Di Rolê | jul|ago 2015 27

Page 28: Revista Di Rolê 12ª Edição

Por Priscilla Teles

Em 2015 a marca genuinamente brasiliense completa 16 anos de existência e celebra a abertura da nova loja na 103 sul

EMPrEENDEDorIsMo

Bolinho não, o nome é Mr. Brownie!

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28 jul|ago 2015 | Revista Di Rolê28

Page 29: Revista Di Rolê 12ª Edição

Os famosos brownies ame-ricanos com toque bra-

sileiro completam mais um ano de sucesso. A Mr. Brownie está de casa nova desde o dia 11 de julho e cheia de novas ideias para atender os mais diversos gostos.

Em 1999 José Lacombe idea-lizou e fundou a empresa que, a princípio, tinha como ideia trabalhar com hotéis, presen-teando os hóspedes com os gostosos brownies em kits de boas-vindas. A ideia cresceu, ganhou o mercado local e encontrou, em 2011, quatro estudantes da Universidade de Brasília (UnB) – Guilherme De Sordi, Tarso Frota, Rodrigo Melo e Andrei Prates, que procuravam um “personagem” interessante para um Proje-to de Consultoria Júnior da faculdade. Resultado? Novas estratégias, novos sabores e a

velha receita de sucesso. Ago-ra a Mr. Brownie tem uma nova loja e mais de 30 produtos de dar água na boca.

De acordo com o sócio pro-prietário, Guilherme De Sordi, a marca já fazia parte de sua vida desde a época do colégio. “Por acreditar tanto no nome e no produto, em menos de 30 dias larguei o meu emprego e assumi os brownies”, conta. Com a marca mais consolida-da surgiu a necessidade de aproximá-la do público e tra-balhar por mais produtos. Ao longo de 2014 iniciaram-se os testes para o novo cardápio, sempre com os ingredientes tradicionais do brownie, com-binados com outros tipos de doces, gerando sobremesas criativas.

Dentre as novidades gas-tronômicas desenvolvidas

em parceria com um chef e pâtisserie encontram-se: Mr. Brownie Brulée, Brownie Ga-teau, Nha Brownie, Churros Xablau, Macarownie, Waffle Brownie e Naked Brownie. Para os que gostam das receitas mais conhecidas, também é possível encontrar brownie com nutella, trufa de coco, doce de leite, amendoim, li-mão, ovomaltine, trufa de cho-colate e tradicional. E ainda existe a opção dos brownies para comer de colher!

A marca pode ser encontra-da em algumas redes de su-permercados, restaurantes, padarias e lojas de açaí. A fá-brica da marca genuinamente brasiliense encontra-se na 108 norte e sua nova loja fica na 103 sul. Mais informações sobre a marca podem ser ob-tidas por meio do site: www.mrbrownie.com.br.

EMPrEENDEDorIsMo

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Page 30: Revista Di Rolê 12ª Edição

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Guarde para sempreseus melhores

momentos

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Até quando?Duas torres farão sombraA esperança do sujeitoQue vê em meio ao concretoUm coito interrompidoe mais um reeleito.

Até quandoOlharão de baixo pra cimaImóveis...sem gasolinase movendo por apenas mais um dia?

Cadê a coragem?de sair do protestoe ir pro Contesto!Conhecer o desconhecido,Estudar e aprendero por quê disso, daquilo.

Enquanto isso...a justiça permaneceem estado vegetativo.

Até quando?Ver o Cristo se renderà falta de comoçãoAté quando?Cadê o nosso pão?A escolha é sua.

Poema sobre a inércia

PALAvrAs Ao vENTo

Por Bianca Bruneto

estr

anha

bele

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30 jul|ago 2015 | Revista Di Rolê30 juL|AgO 2015 | Revista Di Rolê

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A revista cultural pensada para o cidadão brasiliense.

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