revista dance in festival ed 0

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Alô, Dolly! ANO I - Nº 0 - Novembro/Dezembro 2012 CLÁSSICO DA BROADWAY REÚNE MIGUEL FALABELLA E MARÍLIA PÊRA NO PALCO ENTREVISTA Jefferson Ferreira troca festivais por musical consagrado PERFIL Conheça a trajetória de Maria Clara Coelho, a bailarina que mais se destacou em 2012 HOMENAGEM Darcy Dutra Porto: 40 anos dedicados à dança

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Edição 0 da revista Dance in festival

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Alô, Dolly!

ANO I - Nº 0 - Novembro/Dezembro 2012

CLÁSSICO DA BROADWAY REÚNE MIGUEL FALABELLAE MARÍLIA PÊRA NO PALCO

ENTREVISTA

Jefferson Ferreira troca festivais por

musical consagrado

PERFIL

Conheça a trajetória de Maria Clara Coelho, a bailarina que

mais se destacou em 2012

HOMENAGEM

Darcy Dutra Porto: 40 anos dedicados

à dança

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editorialuem já foi a um festival de dança sabe o quanto é emo-cionante. Não tem preço assistir a jovens, ainda ama-dores, mas que não deixam nada a dever a profissionais quanto ao talento, à dedicação e ao amor pela dança. É

impossível não se emocionar ao ver o sorriso da vitória nos rostos de quem ganha um prêmio no final das apresentações. Até mesmo a decepção daqueles que, por um deslize ou outro (mas nunca por falta de talento), não conseguiram chegar ao “pódio” é tocante. Sim, pois sabemos que daquele momento retirarão força redobrada para a próxima apresentação. Na verdade, não é uma perda; apenas um recomeço, mais um aprendizado.

Se é inesquecível para os bailarinos que sobem ao palco para mostrar sua arte para plateias no Brasil todo – às vezes, até fora do país –, não é diferente para nós que os assistimos. Muitas vezes ficamos com vontade de guardar para sempre um instante de uma determinada apresentação, aquele passo perfeito, aquele suor (de trabalho, de emoção, de nervosismo) que escorre no rosto do baila-rino... E foi pensando nisso que surgiu a ideia da revista DANCE IN FESTIVAL, um espaço aberto para jovens que estão começan-do na dança, para os veteranos da área e para todos os amantes dessa arte. Aqui, serão registrados os melhores momentos dos festivais de dança do Rio de Janeiro. Para quem viu, não esquecer jamais. Para quem não viu, ter uma ideia do que perdeu. Espero que gostem desta primeira edição.

Beijos e até a próxima!

DANCE IN FESTIVAL, uma revista em movimento!

Sheila GuimarãesDiretora de Redação

In MemorianMaria Judith Rodrigues Baptista

Q

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3 Dance in Festival

índiceDance in Rio ................................................................ página 4

Festival Darcy Dutra Porto..................................... página 10

Alô, Dolly!.................................................................. página 16

Entrevista Jefferson Ferreira .................................... página 20

Olhando a dança Fábio Matheus ............................ página 23

Coluna Dance in Festival ........................................ página 24

Perfil Maria Clara Coelho ......................................... página 26

Homenagem Darcy Dutra Porto ............................... página 28

Saúde & Bem-estar ................................................. página 30

Agenda dos festivais ............................................... página 33

Ensaio ......................................................................... página 34

ANO I - Nº 0 - EDIÇÃO: NOVEMBRO/DEZEMBRO/2012TIRAGEM 5.000 EXEMPLARES

A Revista DANCE IN FESTIVAL é uma publicação bimestral editada pela EDITORA MANUAL LTDA

Diretora de Redação:SHEILA GUIMARÃES

Editora: HELOIZA GOMES

Colaborador:FABIO MATHEUS

Diagramador:LIONEL MOTTA

Fotografia:SHEILA GUIMARÃES

SGPHOTODiretora Comercial:

LENNY GUIMARÃESPublicidade

HORáCIO P. SOARES

A EDITORA MANUAL não se responsabiliza pela opinião dos entrevistados, ou pelo conteúdo dos artigos assina-dos e anúncios publicitários, que não expressam neces-sariamente a opinião da editora. A reprodução total ou parcial das matérias só será permitida após prévia

autorização da editora.

Correspondência:AV: Rainha Elizabeth da Bélgica,540 – 202

Ipanema- Rio de janeiro –RJCEP 22081-032

Tels: 21 2247-9368 / 21 9612-5869 / 21 9646-0720Email: [email protected]

Email: [email protected]

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Dance in Festival 4

Festival

Dance in Rio

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5 Dance in Festival

A ideia da nossa rede de festivais ‘Compe-tição de Dança’ é fazer com que os jo-vens tenham mais oportunidades de se mostrarem capazes de fazer aquilo que

realmente gostam, “DANÇAR “. Pois, dentro deste novo festival, todos terão sua oportunidade de fazer seu melhor, até mesmo o seu impossível, já que te-mos o intuito de encontrar grandes talentos, como melhor bailarina, melhor bailarino e melhor grupo. Através do festival, os grupos poderão trocar téc-nicas, experiências e histórias do cotidiano. Quere-mos criar uma rede de amigos acima de tudo, pois este festival não está sendo criado para haver ri-validade, mas, sim, uma união entre os brasileiros que lutam por essa arte que é a Dança, que vem acabando com o passar dos anos no país.

Além de tudo, queremos entreter o públi-co de todas as idades e mostrar como esta arte é bonita.

RICHARD GONÇALVES, DIRETOR DO FESTIVAL

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Festival

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Dance in Festival 8

Festival

Melhor GrupoLyceu Escola de Dança - Cyclo XXI Ballet ContemporâneoMelhor Coreógrafo Fran MelloMelhor Bailarino Davi Chagas - Balletarrj Escola de DançaMelhor Bailarina Maria Clara Coelho - Balletarrj Escola de Dança Revelação Dance in RIO Danielle Marinho - Conservatorio Brasileiro de DançaVariação de Repertório Pré Feminino3° Balletarrj Escola de Dança - Cupido Camila Lino2° Balletarrj Escola de Dança – Fada Mariana Machado Variação de Repertório Júnior Feminino3° Balletarrj Escola de Dança – Medora Letícia Rodrigues3° Balletarrj Escola de Dança – Coppélia 3° AtoManuela Roçado2° Balletarrj Escola de Dança - Noite de Walpurgis Daniela Amaral1° Conservatório Brasileiro de Dança – HarlequinadeDanielle Marinho Variação de Repertório Sênior

Feminino3° Spinelli Escola de Dança – Coppélia 1° AtoJulia Acioli2° Conservatório Brasileiro de Dança – Don Quixote Gabriela Bessa2° Lyceu Escola de Dança – DianaMaria Fabrícia1° Balletarrj Escola de Dança – Harlequinade Maria Clara Coelho Variação de Repertório Sênior Masculino3° Ballet Stúdio 23 - O Corsário Felipe da Silva2° Spinelli Escola de Dança - La Fille Mal Gardée Yuri Marques1° Balletarrj Escola de Dança - O CorsárioDavi Chagas Variação de Repertório Adulto Feminino3° Conservatório Brasileiro de Dança – Medora Isadora Amorim2° Escola Estadual de Danças Maria Olenewa – Fada LilásAnna Gouveia1° Escola Estadual de Danças Maria Olenewa – Pas ClassiqueLívia Gil Variação de Repertório Adulto Masculino3° Spinelli Escola de Dança – La Fille Mal Gardée

Phelipe Alves2° Conservatório Brasileiro de Dança – Don Quixote Ivan Sehnem1° Balletarrj Escola de dança – CorsárioLeandro de Almeida Pas de Deux de Repertório Júnior2° Balletarrj Escola de Dança – Águas PrimaverísDaniela Amaral e Davi Chagas1° Balletarrj Escola de Dança – HarlequinadeManuela Roçado e Davi Chagas Pas de Deux de Repertório Sênior3° Balletarrj Escola de Dança – PaysantLorenna Calheiros e Davi Chagas2° Balletarrj Escola de Dança – Don QuixoteMariana Gonçalves e Leandro de Almeida1° Lugar Spinelli Escola de Dança – La Fille Mal GardéeJulia Acioli e Pehlipe Alves Pas de Deux de Repertório Adulto1° Balletarrj Escola de Dança – O CorsárioPaloma Lago e Leandro de AlmeidaGrand Pas de Deux de Repertó-rio Sênior1° Balletarrj Escola de Dança – Diana et Acteon Maria Clara Coelho e Davi Chagas Grand Pas de Deux de Repertó-rio Adulto

1° Balletarrj Escola de Dança – PaysantAlana Alves e Leandro de Almeida Pas de Troix de Repertório Júnior2° Balletarrj Escola de Dança – Troix de OdaliscasDaniela Amaral, Letícia Rodrigues e Maria Clara Coelho Pas de Quatre de Repertório Sênior2° Spinelli Escola de Dança – O Despertar de Flora Conjunto de Repertório Júnior2° Spinelli Escola de Dança – La Fille Mal Gardée1° Lyceu Escola de Dança – Ami-gas de Clara Conjunto de Repertório Sênior3° Lyceu Escola de Dança – Valsa das Horas 2° Balletarrj Escola de Dança – Paquita Solo Clássico Livre Pré Feminino2° Conservatório Brasileiro de Dança- FloristaRachel França1° Conservatório Brasileiro de Dança – Tarantella InternazionaleLara souza1° Conservatório Brasileiro de Dança – Pequena BailarinaMaria Clara Bessa Solo Clássico Livre Júnior Feminino3° Balletarrj Escola de Dança – Ritual e MagiaDaneila Amaral

2° Studio de Dança Varejão – Tin SoldierMarcelli Tatagiba1° Balletarrj Escola de Dança – Eu e meu PassarinhoManuela RoçadoSolo Clássico Livre Sênior Feminino3° Ballet Acadêmico da Bahia – Filha de São SalvadorJulia Mendonça1° Balletarrj Escola de Dança – MagalenhaMaria Clara Coelho Solo Clássico Livre Adulto Feminino3° Studio de Dança Varejão – Ne Me Quitte PasCamila Mattos Duo Clássico Livre Pré2° Balletarrj Escola de Dança – Polka AntigaMariana Machado e João Pedro Palmieri Duo Clássico Livre Júnior2° Ballet Acadêmico da Bahia – MáscarasGabriela Pinheiro e Esleiane Menezes1° Balletarrj Escola de Dança – É Carmen ...Daniela Amaral e Letícia Rodrigues Duo Clássico Livre Sênior3° Studio de Dança Varejão – NymphesCamila Mattos e Marcelli Tatagiba

Prêmio Dance in RIO - Balletarrj Escola de Dança

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Dance in Festival 10

39º Fest Dance de InvernoDarcy Dutra Porto

Festival

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O festival foi realizado no Clube Monte Sinai, na Tijuca, nos dias 16 e 17 de junho de 2012, com a presença de cerca de 2 mil bailarinos, de academias do Grande Rio e de outros estados.

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Festival

MELHOR FIGURINO- ARANHAS COM-PASSOS- BO-NEQUINHAS DO SERTÃO 2º. LUGAR- MEU PÉ DE JABUTICABA – 2º. LUGAR- DIANA – 1º. LUGAR (SOLO: JÉSSICA AMÊNDOLA)- ARANHAS – 2º. LUGAR- LAVA-DEIRAS – 3º. LUGAR - AMIGAS – 3º. LUGAR - JAZZ A CORES – 2º. LUGAR- DANÇANDO PELO MUNDO – 3º. LUGAR BALLET COMUNITÁRIO BEIJO-FLOR NILÓPOLIS – RJ - BONEQUINHAS DE CORDA – 2º. LUGARSTUDIO DE DANÇA VAREJÃO – RJ MELHOR FIGURINO- CHA-PEUZINHO VERMELHOMELHOR BAILARINA- MAR-CELLI TATAGIBA MELHOR BAILARINO- RAFAEL SALLES- COELHINHAS BAILARINAS – 2º. LUGAR- LA FILLE MAL GARDÉE – 2º. LUGAR (SOLO: MARIANA RAMALHO)- ESCOCESA DE COPÉLIA – 1º. LUGAR (SOLO: HELEN VICTORIA)- FEELING MY HEART – 2º. LUGAR (SOLO: ANA LUIZA NASCIMENTO)- CHAPEUZI-NHO VERMELHO – 2º. LUGAR - INSÔNIA – 2º .LUGAR (SOLO: MARCELLI TATAGIBA)- CARMEN – 1º. LUGAR (SOLO: MARCELLI TATAGIBA)- HARLEQUINADE – 1º. LUGAR (SOLO: MARCELLI TATAGIBA)- TALKING TO THE MOON – 2º. LUGAR (SOLO: MARCELLI TATAGIBA)- NYMPHES – 1º. LUGAR - JAY – HO – 3º. LUGAR - PAS DE DEUX DE HARLEQUINADE – 1º. LUGAR - CAÇA-DORES – 2º. LUGAR- CAN CAN – 1º. LUGAR- FADAS DO BOSQUE – 1º. LUGAR- KITRI 1º ATO – 1º. LUGAR (SOLO: CAMILA MATTOS)-GRUPO CORPUS RJ – RJ ME-LHOR FIGURINO- FESTA DAS GULOSEIMASMELHOR COREOGRAFIA DO 39º. FEST DANSE DE INVERNO DARCY DUTRA PORTO – RJ- MELHOR BAILARINO- ANDERSON SOBRAL - TURISTAS – 2º. LUGAR (SOLO: ISACQUE ALEXANDRE)- MOVINS – 2º. LUGAR- DAN-

ÇANDO NA CHUVA – 2.º LUGAR - PIMP STYLE – 2.º LUGAR- PAS DE PAYSANY – 1 º LUGAR (SOLO: CAMILA FONTES)- CASAMENTO – 1º. LUGAR - AMIGAS – 1º. LUGAR - SAPINHAS – 2º. LUGAR - SUNDAE TWIST – 1º. LUGAR - NOIVINHAS – 1º. LUGAR - DINOSSAURO – 1º. LUGAR - RIO – 1º. LUGAR - BAILE DA PRIMAVERA – 1º. LUGAR- FESTA DAS GULOSEIMAS – 1º. LUGAR- SUPER HEROIS – 1º. LUGAR- FESTA – 1º. LUGAR- PAS DE PAYSANT – 2º. LUGAR (SOLO: MARINA GREG)- PRIN-CESA FLORINE – 1º. LUGAR (SOLO: LUIZA EDUARDA) - CHAMA DE PARIS – 1º. LUGAR (SOLO: LOHANNY MONTEIRO)- COPPLEIA 1º. ATO – 1º. LUGAR (SOLO: MARIANA BORGES)- LIBERDADE – 1º. LUGAR (SOLO: CAMILA MARCEDO)- A B C DANÇA – 1º. LUGAR- DI-VAS – 1º. LUGAR- ENCANDTADORA DE CAVALO– 2º. LUGAR- VOVÔ E VOVÓ – 1º. LUGAR - TORMENTO – 1º. LUGAR - VALSA DE DEBUTANTES – 2º. LUGAR - ALL STAR GAME – 1º. LUGAR (SOLO: CAMILA MACE-DO)- LAMENTAÇÃO – 1º. LUGAR (SOLO: MARIANA BORGES) RJ MELHOR FIGURINO- EMÍLIA – 1º. LUGAR CIA DE DANÇA CLAUDIA SETA E LUCIANA GUEDES – RJ- EMILIA – 2º. LUGAR- ANGELINA BAILARINA – 2º. LUGAR- OS FLINKDTONS – 2º. LUGAR- CHARME DA ESPANHA – 3º. LUGAR- NO RITMO DO TAP – 2º. LUGAR CENTRO DE DANÇA LILIA ALMEIDA 3º. LUGAR (SOLO: EVINY XAVIER) OFICINA DA DANÇA ANGELICA MARIA C. E. MAUA – RJ MELHOR COREOGRAFIA DO 39º. FEST DANSE DE INVERNO DARCY DUTRA PORTO – LUGAR- SEGUINDO A SETA – 3º. LUGAR (SOLO: VITORIA GUIMARÃES)– 3º. LUGAR GRUPO DE DANÇA COM-PASSOS – RJMELHOR COREOGRAFIA DO 39º.

FEST DANSE DE INVERNO DARCY DUTRA PORTO – RJ- BONEQUINHAS DO SERTÃO MELHOR COREOGRA-FIA DO 39º. FEST DANSE DE INVERNO DARCY DUTRA PORTO – RJ– 2º. LUGAR- DOCES OU TRAVESSURAS– RJ - LES ANNÉES VINGTS – 1º. LUGAR (SOLO: ROBERTA BELI-ZÁRIO) GRUPO CORPUS RJ – RJ MELHOR FIGURINO- FESTA DAS GULOSEIMASMELHOR COREOGRAFIA DO 39º. FEST DANSE DE INVERNO DARCY DUTRA PORTO – RJ- DINOSSAURO MELHOR BAILARINA- CAMILA FONTES -MELHOR BAILARINO- ANDERSON SOBRAL - TURISTAS – 2º. LUGAR (SOLO: ISACQUE ALEXANDRE)- MOVINS – 2º. LUGAR- DANÇANDO NA CHUVA – 2.º LUGAR - PIMP STYLE -CASAMENTO – 1º. LUGAR - AMIGAS – 1º. LUGAR - SAPINHAS – 2º. LUGAR - SUNDAE TWIST – 1º. LUGAR - NOIVINHAS – 1º. LUGAR - DINOSSAURO – 1º. LUGAR - RIO – 1º. LUGAR - BAILE DA PRIMAVERA – 1º. LUGAR- FESTA DAS GULOSEIMAS – 1º. LUGAR- SUPER HEROIS – 1º. LUGAR- FESTA – 1º. LUGAR- PAS DE PAYSANT – 2º. LU-GAR (SOLO: MARINA GREG)- PRINCESA FLORINE – 1º. LUGAR (SOLO: LUIZA EDUARDA) - CHAMA DE PARIS – 1º. LUGAR (SOLO: LOHANNY MONTEIRO)- COPPLEIA 1º. ATO – 1º. LUGAR (SOLO: MARIANA BORGES)- LI-BERDADE – 1º. LUGAR (SOLO: CAMILA MARCEDO)- A B C DANÇA – 1º. LUGAR- DIVAS – 1º. LUGAR- EN-CANDTADORA DE CAVALO– 2º. LUGAR- VOVÔ E VOVÓ – 1º. LUGAR - TORMENTO – 1º. LUGAR - VALSA DE DEBUTANTES – 2º. LUGAR - ALL STAR GAME – 1º. LUGAR (SOLO: CAMILA MACEDO)- LAMENTAÇÃO – 1º. LUGAR (SOLO: MARIANA BORGES)

FEST DANCE DE INVERNO DARCY DUTRA PORTO 2012

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Dance in Festival 16

Capa

A Broadway é aqui!Fotos: Divulgação Caio Galucci

Marília Pêra e Miguel Falabella juntos no mesmo palco, num encontro iné-dito. Para muitos, só isso já seria motivo para ir ao teatro. Mas tem mais. Alô, Dolly!, além de reunir os dois pesos pesados, é um dos musicais de maior êxito da história. Estreou em 1964 na Broadway, onde teve mais três

montagens, abocanhou dez prêmios Tony, ganhou versões no mundo inteiro – no Brasil, foi encenado por Bibi Ferreira e Paulo Fortes –, e virou filme estrelado por Barbra Streis-sand e Walter Matthau (Hello, Dolly!, de 1969).

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A história é simples. Dolly Levi (Marília) é uma esperta casamenteira, na Nova York de 1890. Contratada para arranjar uma esposa para o rude e rico comerciante Horário (Miguel), ela muda o jogo nos 44 minutos do segundo tempo. E, ao invés de ajudá-lo a conquistar Irene (Ales-sandra Verney), decide ser ela mesma a noiva, cansada que está da própria viuvez. Só tem um pro-bleminha: o ricaço não demons-tra o menor interesse por ela. Em compensação, sem querer, ganha

uma ajudinha, quando Cornélio (Frederico Reuter), empregado de Horácio, cai de amores por Irene. E esta não lhe é indiferente.

Não bastasse atrapalhar a união do cliente com Irene, Dolly ainda se mete na vida da sobrinha de Horácio, Ermengarda (Bren-da Nadler). A mocinha tem um romance com Ambrósio (Thiago Machado), mas seu tio é contra a relação porque o rapaz é pobre. Dolly, como boa casamenteira, é claro, dá uma mão para os pom-binhos.

As trapalhadas de Dolly e Cia ganham um toque especial gra-ças as músicas de Jerry Herman – com versão para o português de Miguel Falabella, que também assina a direção geral do espetá-culo –, o belíssimo trabalho dos cinco bailarinos (escolhidos por testes) e da orquestra com 16 in-tegrantes, que toca ao vivo. E a boa interpretação de Marília Pêra, o grande destaque da atual mon-tagem. A veterana canta, dança e atua com o vigor de uma jovem iniciante. Um espetáculo!

Miguel eMarília: uma parceriaperfeita

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Dance in Festival 18

ALô, DOLLy! l Teatro Oi Casa Grande. Rua Afrânio de Melo Franco, 290, Leblon. Tel.: (21) 2511-0800 l Quintas, às 17h e 21h; sextas, às 21h; sábados, às 18h e 21h30; domingos, às 19h. l Até 23/12, quando o espetáculo será interrom-pido por causa das festa de fim de ano. Retorno previsto para início de janeiro.

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Dance in Festival 20

Entrevista

Um saltoe tanto na carreiraDepois de participar de diversosfestivais, Jefferson Ferreira divideo palco com Marília Pêra e MiguelFalabella no musical Alô, Dolly!

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21 Dance in Festival

Jefferson Ferreira

Por Heloiza GomesFotos Sheila Guimarães

A trajetória até chegar ao palco do Teatro Oi Casa Grande, no Rio, não foi fácil. Mas valeu a pena. Hoje, Jefferson Ferreira divide a cena com Marília Pêra e Miguel Falabella no musical Alô, Dolly! Aos 23 anos, ele é o mais novo entre os cinco bailarinos que participam do espe-

táculo. Todos escolhidos através de teste. A seleção, da qual participaram 60 pro-fissionais, ocorreu em três fases – as duas primeiras no Rio e a terceira em São Paulo. Antes da última, no entanto, ele teve de tomar uma decisão arriscada: pedir demissão do emprego seguro de analista financeiro. Do contrário, não teria como viajar para São Paulo, já que é morador de Campo Grande, no Rio.

Participar da última etapa da seleção, claro, não era garantia de ser aprovado. Portanto, Jefferson corria o risco de volta à cidade natal, com uma mão na frente e outra atrás. Mas deu tudo cer-to. Em julho deste ano, ele foi o primeiro nome a ser aprovado e já saiu de São Paulo com um contrato válido até setembro de 2013. “Foi a realização de um so-nho”, diz o bailarino, que come-çou a dançar aos 18 anos – tarde para os padrões, já que a maioria começa aos 5.

O início tardio tem uma ex-plicação. Jefferson gostava mes-mo era de teatro e fazia peças na escola desde pequeno. “Mas quando encontrei a dança larguei o teatro mesmo”, conta. A troca aconteceu em 2007, quando ele começou a estudar jazz e hip-hop, na Escola Santa Bárbara (Campo Grande, Rio). No ano seguinte, a diretora lhe ofereceu uma bolsa para fazer todas as modalidades. Aí, começou o corre-corre. Jeffer-son passou a conciliar as aulas de balé e jazz, com a faculdade de Estatística na UERJ, o estágio numa empresa de telefonia e os festivais. “Só dormia quatro ho-ras por dia, pois moro em Campo Grande (zona oeste do Rio) e tra-balhava em Botafogo (zona sul da

cidade)”, relembra. O esforço foi sendo recompensado aos poucos. Jefferson participou de diversos festivais – “Perdi até a conta”, fala – e, dentre os prêmios que con-quistou, três o tocaram de forma especial. “Fui o melhor bailarino duas vezes no Vidança e um, no Primeiros Passos. Não tem emo-ção igual”, garante.

Qual foi a maior dificuldade que você enfrentou ao se iniciar no balé?

Foi a idade. Comecei com 18 anos, então, não podia fazer au-las com as crianças, tive de pular etapas e, quando isso acontece, pula-se o beabá. E, em festivais, os jurados não querem saber quanto tempo você tem, com que idade começou. Normalmente, as pessoas começam a estudar balé com 5, 6 anos.O que você diria que foi o seu alia-do nessa fase?

Ganhei no carisma, mais do que na técnica. Até hoje, não vejo tantos bailarinos que inter-pretam. Isso que me ajudou, fez com que me destacasse. Come-cei a fazer festivais, como os de Paraty e São Paulo. Aí, que fui perceber que eu era totalmente leigo (risos).

Você é formado em Estatística.

Como se deu a troca pelos palcos?Trabalhava em uma empresa

de telefonia como analista finan-ceiro, fui estagiário e, quando me formei, fui contratado. Fiquei um ano e meio lá, mais ou menos. A resposta do teste para o Alô, Dolly! saiu em meados de julho, para começar a ensaiar no começo de agosto. Foi o momento em que tive de escolher. Quem trabalha com arte, e tem uma chance de ser um pouco bem sucedido, não pode desperdiçar a oportunidade.

Fazer um musical já era um desejo?Olha, mais do que uma com-

panhia de dança, musical era o que me encantava. Dançar, interpretar e cantar. Agora, in-clusive, o próximo passo é fazer aulas de canto. Sei que, para par-ticipar de musicais, não precisa ser um grande cantor, mas, dos três, é no que sou mais fraco.

E como você chegou à seleção de Alô Dolly!?

Eu tinha resistência às redes sociais. Aí, ganhei medalha de bronze no Festival Passo de Arte, em São Paulo, e o Caio Nunes, que é coreógrafo e dá aulas de musicais, pediu o meu Facebook. Não tinha e abri uma conta. E vi o bunner da seleção para o espetáculo.

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Dance in Festival 22

Jefferson posa na porta do teatro, horas antes de entrar em cena

Entrevista Jefferson Ferreira

E como foi a seleção?Sou o mais novo dos meni-

nos, o único que não conhecia ninguém e nem era conhecido por ninguém (risos). Eram 60 para cinco vagas. Foram três fa-ses e a terceira foi em São Paulo. Aí, tive de sair do emprego largar tudo. E, graças a Deus, voltei de lá já contratado. Dos bailarinos, fui o primeiro nome escolhido.

É o seu primeiro espetáculo profis-sional?

Até aqui, eu só tinha partici-pado dos espetáculos de fim de ano da escola.

Como está a sua rotina?Virei professor da escola e,

pela primeira vez, estou dirigin-

do uma montagem, o de fim de ano. Trabalho lá de segunda a quarta e, de quinta a domingo, faço o espetáculo, seis sessões por semana. E tenho feito aulas uma vez na semana. Todo bailarino tem sempre que fazer aula, faz falta, trabalha o corpo.

E, para o Alô, Dolly!, tem alguma pre-paração especial para entrar em cena?

A gente chega duas horas an-tes, faz aquecimento corporal por 15 minutos, lancha e, durante uma hora e meia, se prepara para entrar em cena, se maquinado, colocando o figurino... E que tal estar num musical desse quilate?

Não consigo não ficar emo-cionado com a Marília Pêra e o

Miguel me faz rir o tempo todo. É um sonho realizado. Sempre leio em entrevistas todo artista dizendo que tem de ter frio na barriga, antes de entrar em cena, se não tiver... Pois é o que sinto, um aperto no coração.

E o que você já ganhou nesse pri-meiro mês em cartaz, dividindo o palco com artistas experientes como Marília Pêra e Miguel Falabella?

Aqui, não se pode dormir no ponto. Fiquei mais alerta com as coisas e isso me fez amadurecer no lado pessoal e como bailarino. Todo mundo se ajuda, indepen-dentemente do nível da pirâmide em que está. Marília e Miguel são pessoas maravilhosas!

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23 Dance in Festival

por Fábio MatheusNa arte de dançar

“Um estilo único, uma única dança técnica gestual, que se mani-festa mais claramen-

te na harmoniosa plasticidade dos mo-vimentos e da expressividade dos braços nos Port de Bras. Ao mesmo tempo, a pose imponente e leve torna nobre e na-tural o posicionamento da cabeça. Esses são os traços distintivos da ‘Escola de Vaganova’.” (Natalia Dudinskaya)

Após ler estas brilhantes palavras da sábia Dudinskaya, decidi falar sobre algumas das metodologias de ensino de ballet clássico existentes no mundo. Dando início a esta coluna, na qual, junto com você, falarei de arte, a me-todologia sistematizada por Agripina Yakovlevna Vaganova. Abordar a sua esplêndida contribuição para a dança, que revolucionou a forma de ensinar ballet clássico e, no entanto, não falar um pouco do gênio que dá nome à es-cola seria um crime imperdoável!

Agrippina Yakovlevna Vaganova foi uma notável bailarina, coreógrafa e pe-dagoga russa. Criou seu próprio método

de ensino do ballet, o chamado Método de Vaganova. Seu livro Princípios bási-cos do Balé Clássico (1934) é respeitado como um dos padrões na instrução do balé. Nele, Vaganova delineou suas ideias sobre a técnica e pedagogia do balé.

Nascida no dia 26 de junho de 1879, em São Petersburgo, a filha de um lanterninha do Teatro Mariinsky, ainda muito cedo, teve contato com o balé. Estudou na Escola Imperial de Balé, onde graduou-se em 1897. E, no mesmo ano de sua formatura, passou a integrar o Corpo de Baile do Ballet Mariinsky.

O talento de Vaganova foi logo re-conhecido pelos coreógrafos, profes-sores e remontadores da companhia, logo se tornando conhecida pelos crí-ticos como a “Rainha das variações”. Seus solos em Coppelia, Don Quixo-te, O Cavalinho Corcunda e nos papéis de Odette-Odile (Lago dos Cisnes) deixavam o público assombrado com tamanha facilidade para saltar e girar. Vaganova recebeu o titulo de Primei-ra Bailarina em 1915, um ano antes de sua performance de despedida.

Pouco antes da revolução russa de 1917, Vaganova deixou o palco e passou a lecionar. Por um tempo, ela deu aulas na escola particular de Balé Russo de Andru H. Volinsky, mas, depois, se trans-feriu para a escola coreográfica de Le-ningrado. A partir de 1921, ela começou a lecionar para os três últimos níveis da Academia Coreográfica de Leningrado.

Entre 1931 e 1937, madame Agri-pina assumiu a posição de diretora ar-tística do Balé Mariinsky. Neste perío-do, montou suas versões de O Lago dos Cisnes (1933) e La Esmeralda (1935), inovavando particularmente no vir-tuoso pás-de-deux do segundo ato de “Diana e Acteon”. E essas peças do pe-ríodo Vaganova ainda são considerados clássicos vivos. Em 1936, ela recebeu o título de Artista da Federação Socialis-ta da República da Rússia.

Aluna, bailarina, pedagoga de balé e diretora da companhia de balé foi a combinação que fez com que esse gê-nio desenvolvesse seu próprio método de ensino de dança que falaremos nos nossos próximos encontros.

Até lá!

APRESENTAÇãO

Durante os últimos dias, fiquei “en-saiando“ a melhor forma de iniciar essa coluna. Pensei muitas coisas, rascunhei várias ideias e acabei decidindo por seguir o exemplo dos meus colegas colunistas. Vou começar os trabalhos escrevendo breves li-nhas sobre este humilde escriba.

Meu nome é Fabio Matheus. Desde criança já me identificava com a dança e, aos 9 anos, fui apresentado ao Ballet Clássico. Posteriormente, aos 11, comecei a aprender os primeiros passos dessa maravilhosa arte. Aos poucos, fui abandonando as chuteiras e assumindo as sapatilhas na minha vida.

Antes de completar 14 anos, conhe-ci a escola de dona Eugenia Feodorova, onde aprendi a essência da metodolo-gia sistematizada por Vaganova com a grande mestra que dava nome à escola, e me tornei profissional da dança. Tive a oportunidade de trabalhar com Tatia-na Leskova (dona Tânia), Ibis Monto-to, Rosalia Verlangieri, Isolina Rabello, Helgi Tómasson, Yuri Grigorovich e Elizabeth Platel, entre outros. Cursei os dois últimos anos da Escola de Ballet em São Francisco (California – EUA), em 1995 e 1996, vindo a dançar no Ballet Jovem de São Francisco. Em 1999/2000, fiz parte da Cisne Negro Cia. de Dança

(SP), participando da montagen de O Quebra Nozes.

A dança me abriu portas para o mun-do. Uma dessas portas foi a oportunidade, em 2006, de ser membro do júri do Inter-national Ballet Competition of Varna, na Bulgaria (IBC-Varna), a mais importan-te competição de Ballet Clássico do planeta, sendo hoje membro da Varna Foundation (empresa que promove o IBC Varna). De-senvolvo, atualmente, minhas atividades como pedagogo de Ballet Clássico no Rio de Janeiro e tenho o prazer de ser colunista dessa inovadora e elegante revista!

À Mestra, com carinho

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Dance in Festival 24

Not

ícias

Dance in FestivalA Cia Jovem de Ballet Rio de

Janeiro fez uma belíssima apresen-tação, a preço polular, no Imperator – Centro Cultural João Nogueira, no Méier, Rio. Estiveram presentes Dalal Achacar, fundadora do grupo, a presidente do Theato Municipal do Rio de Janeiro, Carla Camuratti, e Mariza Estrella, entre outros.O evento aconteceu no dia 28 de ou-tubro, às 11h.

Dalal, Mariza e Carla aplaudiram os jovens bailarinosEufany parabenizou seu ex-aluno Fábio

Mariano, que faz parte da companhia

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25 Dance in Festival

Notícias Dance in Festival

Na onda da trama das 9 da Rede Globo, foram lançados os livros Turquia de Salve Jorge, de Da-lal Achacar, Kátia Mindlin Leite Barbosa e Núbia Melhem Santos, e Os Temperos da Cozinha Turca, de Beril Eraydin Athayde. A autora da novela global, Glória Perez, as atrizes Zezé Polessa e Carla Ca-muratti, a escritora Nélida Piñon, Marisa Estrella e o bailarino Marcelo Misailidis foram alguns dos famosos que compareceram à badalação. O evento aconteceu na livraria da Travessa, do Leblon, no dia 6 de novembro.

Noite dedicada à Turquia

A atriz Carla Camuratti, acompanhada do filho, Antô-nio, prestigiou o lançamento do livro da amiga Dalal Achacar Zezé Polessa, que faz parte do elenco de Salve Jorge, também

garantiu seu exemplar e parabenizou uma as autoras da obra

Dalal recebeu o abraço e o aval da escritora e acadêmica Nélida Piñon

Mariza Estrella, o bailarino Macelo

Misailidis e sua filha Mirta

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Perfil

Maria Clara Coelho supera as dificuldades

financeiras e sedestaca nos principais

festivais de dança do Rio de Janeiro

Na ponta dos pés

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27 Dance in Festival

Por Heloiza GomesFotos Sheila GuimarãesAgradecimento: Paço Imperial

O balé entrou na vida dela por um motivo, digamos assim, pou-co nobre. Aos 4 anos,

Cristiane Marinho, mãe de Maria Clara Coelho, a levou ao pedia-tra por causa dos pés “chatos” da menina. O médico garantiu que, para consertar o defeito, só exis-tiam três opções: bota ortopédica, andar na areia fofa ou fazer balé. “Ela começou a fazer aulas na escolinha-creche mesmo, nada demais. Corrigiu os pés e se apai-xonou pela dança”, relembra Cris-tiane. A aposta não poderia ser mais certeira. Hoje, Maria Clara, aos 14 anos, coleciona prêmios como bailarina clássica e sonha (além de trabalhar duro) em fazer parte do corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

O caminho para chegar ao posto cobiçado por dez entre dez dançarinos começou a ser traça-do há seis anos, quando Maria Clara conheceu Ana Palmieri e Rômulo Ramos, ex-bailarinos do Theatro Municipal e proprietá-rios do BALLETARRJ Escola de Dança. “Estávamos no clube Monte Sinal, na Tijuca, acompa-nhando o jogo de futebol do meu irmão ( João Pedro, 11 anos) e a Ana e o Rômulo estavam mon-tando uma escola de balé lá e distribuíam folhetos”, relembra a menina, que pediu à mãe para ser matriculada. Desde então, ela faz parte do grupo. Com ele, já se apresentou em todos os festi-vais no estado do Rio, e com bons resultados (veja box). “Agora ela tem de ir a festivais internacio-nais”, pontua Cristiane, sem es-conder o orgulho da filha.

Nem tudo são floresApesar da trajetória, até

aqui, bem-sucedida, a luta de

Maria Clara Coelho

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Maria Clara vai além de encarar concorrentes tão bons quanto ela nos festivais dos quais participa. Ou das 6, 7 horas de ensaios diários, com apenas três semanas de fé-rias por ano. Ela tem de enfrentar também as dificuldades financeiras. E estas não são poucas. A mãe é funcionária pública de nível médio (com salário de R$ 1.800,00) e o pai, Jorge Luís, trabalha no departamento comercial de uma empresa de segurança (e ganha por comissão). “Com a minha renda e a do meu marido, não está dando nem para pagar as contas da casa. Imagina as do balé! Tenho outro filho, não posso deixar de lado”, lamenta Cristiane, que, para ajudar no orçamento, faz bolos, cupcakes e bri-gadeiros para fora.

Maria Clara e sua família dão “nó em pingo d’água”, como se diz popularmente, para que a carreira dela não seja interrompida. “Só de sapatilha são quatro a cinco por mês, ao custo de cerca de R$ 100,00, cada”, conta a bailarina. E a mãe complementa: “Fora os pagamentos das inscrições para ela participar dos festivais, os figurinos, os custos com trans-portes, alimentação...”

Como não bastasse, no meio do caminho, a vida ainda lhe passou uma rasteira. “Meu pai perdeu emprego em 2007 e só arrumou outro em fevereiro desde ano”, revela Maria Clara, moradora da Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Mas nada disso a impede de ir adiante. Além do talento, ela conta com o apoio incondicional da família, dos amigos, dos pro-fessores de balé e até da escola onde estuda. É praticamente uma força-tarefa.

No colégio Pinheiro Guimarães, Maria Clara tem bol-sa de estudo e a compreensão quando precisa faltar aula por causa das apresentações e ensaios. No BALLETARRJ

Escola de Dança, a menina também é bolsista. A família se vira nos 30. Os pais costumam promover almoços bene-ficentes para arrecadar fundos. A mãe costura os figurinos, com a ajuda das amigas, mães de outros bailarinos. “Eu não costurava, tive de aprender na marra. Fico com os dedos furados, passo noites, madrugadas costurando. Se comprar pronto, cada figurino sai a R$ 1.200,00. Com o meu salário, não dá”, diz Cristiane.

Luz no fim do túnelPor causa da dificuldade financeira, Maria Clara perdeu

a chance de desfrutar da bolsa, de 100%, que ganhou de um curso no exterior. Mas a sorte voltou a sorrir. A bailarina ganhou – por ser eleita a melhor bailarina do 1º Entreatos Internacional de Dança – uma outra para a escola American Theater Ballet, nos Estados Unidos. “É para estudar um mês, em junho de 2013. Eles dão a bolsa, mas a gente tem de custear a estada lá”, esclarece a jovem. A mãe já começou a tomar as providências para que, dessa vez, a filha possa em-barcar. “Estou correndo atrás de empresas para ajudá-la, com patrocínio”, conta Cristiane.

O sacrifício está valendo a pena. Maria Clara já come-ça a chamar a atenção de profissionais como Cláudia Mota, primeira-bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. “Ela me chamou para passar uma tarde lá, com ela, para ver como é uma companhia profissional. Foi mágico!”, garante a jovem, com os olhos brilhando. A mãe, ao lado, não segura e chora de emoção.

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PARTICIPAÇÕES EM FESTIVAIS E PRINCIPAIS PRÊMIO DE 2012l XXVIII FESTIVAL NACIONAL E IN-TERNACIONAL DE DANÇA DO CBDD1º lugar no clássico repertório (Carnaval de Veneza)l PASSO DE ARTE REGIONAL – RIO DE JANEIRO 20121º lugar solo clássico repertório (Carnaval de Veneza)l FESTIVAL DE DANÇA YOUTH AMERICAN GRAND PRIX 2012 – NEW YORKMedalha de bronze Solo Clássico Repertório e Livre JuniorEleita segunda melhor bailarina do mundo na classificação dos jurados do YAGO TOP 12 – Women Junior Age Divisionl FESTIVAL DE DANÇA FITNESS 20121º lugar solo clássico repertório (Carnaval de Veneza)Prêmio melhor bailarina do festivall IV FESTIVAL NACIONAL VIDANÇA1º lugar solo clássico repertório (Carnaval de Veneza)l FESTIVAL DANCE IN RIO COMPE-TIÇÃO DE DANÇA1º lugar solo clássico repertório (Herlequinade)

Prêmio melhor bailarina do festivall BIBC – BOSTON INTERNATIO-NAL BALLET COMPETITION 2012Medalha de bronze com as core-ografias (Harlequinade, Carnaval em Veneza e Magalenha)l FESTIVAL COM-PASSOS DE DANÇA 20121º lugar solo de repertório (Har-lequinade)Prêmio melhor bailarina do festivall FESTIVAL DE DANÇA INTERNACIONAL DE NOVA IGUAÇU 20121º lugar solo de repertório (Harlequinade)l 1º ENTREATOS INTERNACIONAL DE DANÇA – PORTO REAL/RJ1º lugar solo de repertório (Harle-quinade)Prêmio melhor bailarina do festivall 2º FESTIVAL DE DANÇA TRÊS RIOS 20121º lugar solo de repertório (Harle-quinade)Prêmio bailarina revelação do festival

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40 anosde festivalDarcy Dutra Porto começou a organizar apresentações quase que de brincadeira, mas... O evento cresceu tanto que, hoje, seu nome é uma grife no mundo da dança

Por Heloiza GomesFotos Sheila Guimarães

Em dezembro, os pro-fissionais do setor já sabem: é hora do Festi-val Nacional de Dança

Darcy Dutra Porto. Não é para menos. O evento está completan-do 38 anos, sempre sob a batuta da organizadora que dá nome ao festival. E ela ainda é a responsável pelo Festdança de Inverno Darcy Dutra Porto, que, há quatro déca-das, acontece sempre no mês de junho. “Ininterruptamente. Nun-ca deixei de fazer um só ano”, con-ta, sem esconder o orgulho. Mas isso todo mundo (da área) sabe. O que, talvez, nem todos saibam é que os tradicionais eventos come-çaram sem nenhuma pretensão.

A história de tia Darcy, como é conhecida no mundo da dança, ini-ciou-se por acaso. Depois de se mu-dar da Zona Sul para o Grajaú (bair-ro da zona norte carioca), ela, que sentia falta da praia, decidiu entrar de sócia no Grajaú Country Club. As-sim, poderia, pelo menos, desfrutar da piscina do local, junto com os fi-lhos Mário Armando e Gisela, ainda pequenos. A menina, com cinco anos na época, se encantou com as aulas de balé e sempre dava uma espiadi-nha. A professora perguntou se ela não queria se matricular. Darcy disse que a filha não podia, pois era defi-ciente auditiva. A moça insistiu, pe-diu para deixar a garota com ela um tempo. A mãe concordou. “Gisela, que hoje tem 45 anos, virou bailari-na e deu aulas de dança afro durante muitos anos”, relembra Darcy.

Voltando àquela época... Darcy sugeriu à professora de balé que fosse feita uma festinha de fim de ano. E tomou para si a orga-nização. Soube que os clubes Gi-nástico, Sírio e Libanês, Olaria e AABB-Tijuca também ofereciam aulas de balé. Teve a ideia de reunir todos na festa do Grajaú Coun-try Club. “A princípio, não havia

Homenagem

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Darcy Dutra Porto

competição; era só apresentação mesmo. Um amigo sugeriu que eu chamasse as escolas de outros esta-dos e começou a bombar”, relem-bra Darcy. Com o festival tendo alcance nacional, nada mais justo que a organizadora oferecesse tro-féus para os melhores. A compe-tição estava instaurada. “Até hoje é assim. É só troféu. Não suporto

prêmio em dinheiro; não dá certo. Dei uma vez e os ganhadores não sabiam o que fazer com o montan-te. Me arrependi (risos)”, diz a ve-terana. E nem precisa. O prestígio de seus eventos é tanto que com-panhias do país inteiro brigam por um lugar no seu festival. “Este ano foram cerca de 90. E tem aqueles que chegam com a ficha de inscri-

ção na hora”, conta. “Estes partici-pam?”, pergunta a repórter. “Não consigo barrar ninguém (risos)”, responde, divertida. Quer dizer... “Mas, se reclamar ou falar mal do festival, não volta. Tem de partici-par de coração aberto”, frisa.

No Grajaú Country Club, Darcy montou seus festivais du-rante 35 anos. Depois, mudou-os para o Colégio Pedro II unidade Tijuca, em seguida para a unidade São Cristóvão, o clube Monte Si-nai e retornou às origens. No Gra-jaú, fez mais dois anos e voltou ao Monte Sinai – onde nos dias 1º e 2 de dezembro aconteceu o último. Sempre contando com a ajuda dos filhos, Gisela e Mário Armando, 48 , que atuam como coordenado-res dos festivais. E, aos 77 anos, tia Darcy garante que não pretende parar. “Vou morrer disso”, avisa. Que tenha muitos anos de vida!

Darcy e os premiados do festival de 2010

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Saúde & Bem-estar

O poder das vitaminasTreinar de 8 a 10 horas por

dia, como os bailarinos fazem, não é brincadeira. Por isso, deve--se dar atenção especial à alimen-tação. E vitaminas não podem faltar na dieta. Elas ajudam na re-cuperação depois do treino. A vi-tamina A, por exemplo, mantém os tecidos de todo o corpo, em particular dos olhos, da pele, dos aparelhos digestivos e respirató-rios e dos ossos. A vitamina D ajuda o corpo a absorver o cálcio dos alimentos, o que fortalece os ossos. Já a C auxilia na absorção de ferro. Mas onde encontrá-las? É muito fácil, de uma olhada na tabelinha e conheça alguns ali-mentos que as contêm.

Vitamina A Vitamina C Vitamina D

Vegetação e frutas de coloração amarelada

Vegetais verdes folhosos, como couve e espinafre

Peixes oleosos, como sardinha, truta e salmão

Fígado bovino Frutas como goiaba, kiwi, acerola, laranja e caju

Ovos

Manteiga Tomate, pimentão Leite, iogurte e queijo

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Agenda

Onde achar sua revista Dance in Festival

AGENDA DOS FESTIVAIS 2013

DATA FESTIVAL CIDADE – UF CONTATO

MAIO

18 e 19 PERFORMANCE Rio de Janeiro- RJ (21) 2443-9645

10,11 e 12 DANCE IN RIO Rio de Janeiro-RJ (21) 7535-0794

23,24,25,26 VIDANÇA Rio de Janeiro-RJ (21) 2401-8087

JUNHO

8 e 9 FEST DANCE DE INVERNO Rio de Janeiro – RJ (21) 7635-0535

JULHO

27 e 28 DANCE IN MINAS Belo Horizonte MG (21) 7535-0794

AGOSTO

03 e 04 DANCE IN RECIFE Recife (PE) 21) 7535-0535

OUTUBRO

27 FEST DANCE São Gonçalo -RJ (21) 9519-0259

Divulgue aqui seu festival - E-Mail [email protected]

* Kerche & KercheShopping 45, 3°piso loja 334,TijucaTel. 2569 0034www.kercheekerche.com.br* Loja Ana BotafogoR. Santa Clara,75 lj 504, 5° andar, CopacabanaTel. 3579 2007* Classic pour la DanceR. Barata Ribeiro,502 lj 3, CopacabanaTel.2255 3942* BailarineEstrada do Gabinal, 313 lj 114/115 A, Rio ShoppingFreguesia, Jacarepaguáwww.bailarine.com.br* Shoes PointR. Dias da Cruz, 188,s/lj 243, Méiertel.: 2596 5908* Tyl Art e Dança R. Nicarágua 175 loja - Penha* Ballet House Ipanema – Rio de Janeiro –RJR. Visconde de Pirajá,207 Loja 109 – Copacabana –Rio dejaneiro – RJAv.Nsra de Copacabana,Méier – Rio de Janeiro - RJ

Av. Dias da Cruz,215 LJ 109*CENTRO COREOGRÁFICO DA CIDADE DO RJR.José Higino,115 –Tijuca – RJ*Corpo e Dança Av. N. Srª de Copacabana, 769 – Conj 802 - Copacabana *Da Dança Av. Getulho de Moura ,1701 – Lj.BNinópolis*Da Dança R. Alberto Torres, 270 – Lj. 14JD. Guanabara – RJ*Let’s Dance R. Lopes Trovão,134 LJ. 141Icarai – Niterói – RJ*Marie Villany Boutique de DançaR. do Catete,228 loja 310 – Catete – Rio de Jneiro – RJ* Plié & Cia R. Maria Francelina Barroso,83*Rosa Branca R.Ramalho Ortigão,09 – Lj.08 Centro – Rio de janeiro – RJ*Sylkir GinásticaTrav.Ferreira Borges, 20 LJ 03Campo Grande – Rio de Janeiro – RJ

*Stillo Dança & Cia Est.Francisco da Cruz Nunes, 7007 LJ-202- Itaipú – Niterói – RJ*Marilda Fontes CostumesR. Conde de Bonfim 425 ljs.C/DTijuca – Rio de janeiro - RJ* SodangeAv. Geremário Dantas, 1400LJ SS 153-Guality ShoppingFreguesia – JPA – RJ*New Dance R.Alfredo Baltazar da Silveira, 580-Barra World – loja 126ª setor InglaterraRecreio dos Bandeirantes – Rio de janeiro –RJ*Boutique Amazonas DanceR.Barão de Amazonas 263 – Niterói – RJ*BailarteR. Manoel Vieira,74 – 3º pisoCentro – Duque de Caxias – RJ*kamarim da DançaPraça Saiqui,42- sl 303Valqueire – Rio de Janeiro – RJ

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Uma homenagem a todos que passarampelas lentes da fotógrafaSheila Guimarães.SGPHOTO

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