revista da papelaria 159

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Novembro de 2010. Especializada no mercado de papelaria.

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Nesta Edição4

novembro de 2010

8Especialista em consumo infanto-juvenil da ESPM-SP,João Matta fala sobre o que vale na hora de se relacionar com os pequenos consumidores.

Entrevista

EDITORIAL 6

CIRCULANDO 10

PERFIL DO VAREJO 16Papelaria Derby

SAIBA MAIS 18Pasta sanfonada

PLANEJAMENTO 44Volta às aulas 2011

LICENCIAMENTO 46O Pequeno Príncipe

MERCADO GLOBAL 48

VITRINE 50

ONDE ENCONTRAR 52

ARTIGO 54Márcio Henrique Marques

20Para o varejo que se dedica ao segmento escolar, o relacionamento com os colégios não pode fi car restrito ao período de volta às aulas.

Consultoria

28Conheça a quarta edição da Fenapel, realizada em Belo Horizonte.

Negócios

32A segurança das lojas é um aspecto de extrema importância nos dias atuais.

Mercado

38Organização e harmonia sustentam o consumo dos acessórios para escritório.

Produto

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6Editorial

novembro de 2010

Em nossa penúltima edição do ano, o assunto volta às aulas 2011 começa a se fazer presente de modo estratégico em nossas páginas. Para atender à grande parcela do varejo que se dedica ao movimento escolar, publicamos, em Plane-jamento, as dicas de Fábio Nemer para os que querem fazer um check-list final para avaliar o quanto estão preparados para aproveitar este período. O assunto também está presente na seção Consultoria, onde tratamos sobre como você pode conquistar e manter aliados importantíssimos para garantir a fidelidade do público escolar. Em seu trabalho, a jornalista Luciana D’Aulizio encontrou papelarias inspiradoras em suas atuações junto às escolas. A reportagem, que inspirou a capa desta edição, mostra que o reconhecimento de pais e alunos pode e deve ser cultivado pelas papelarias. Basta uma boa dose de iniciativa, disposição e criatividade para apoiar ações esportivas, culturais ou sociais realizadas pelos colégios. Pelas experiências dos empresários entrevistados, o retorno de tanto empenho acontece na forma de negócios gerados durante o ano todo e fazendo a diferença, principalmente, na volta às aulas.

O tema abordado pelo entrevistado desta edição também ajuda você a en-tender a dinâmica de um consumidor que fica muito em destaque no período de volta às aulas: as crianças. O poder de decisão desses pequenos e as suas expectativas de relacionamento com as marcas e com os pontos de venda estão na entrevista dada pelo especialista em consumo infanto-juvenil e professor da ESPM-SP, João Matta.

Escolhemos para este número uma questão muito presente no cotidiano de qualquer papelaria, seja ela focada ou não no segmento escolar. A segurança é a pauta da seção Mercado e uma preocupação constante do varejo em geral. Apesar disso, a repórter Renata Medeiros garimpou a vivência, sempre trau-mática, de alguns empresários de papelaria com assaltos. Com isso e junto a especialistas em segurança, ela listou condutas adequadas e iniciativas que podem inibir a atuação de criminosos, clientes e até mesmo funcionários com pequenos, mas onerosos, furtos.

Esperamos que você tire proveito desses temas, como também das novida-des apresentadas na seção Vitrine; dos hábitos de consumo dos organizadores de mesa, em Produto; da análise sobre o potencial do varejo apresentada no

Artigo e ainda do balanço da 4ª Fenapel, realizada no final do mês passado em Minas Gerais. Boa leitura e ótimos negócios. &

Rosangela Feitosa - [email protected] www.revistadapapelaria.com.br

PUBLICAÇÃO MENSAL

ASSOCIADA A

Lado a ladoANO XVII – NOVEMBRO/2010 - Nº 159ISSN 1516-2354

DIREÇÃO GERALJorge Vieira Gonzaga e Rosangela Feitosa de [email protected]

JORNALISMOEdição: Rosangela FeitosaReportagem: Luciana D’Aulizio e Renata MedeirosEstagiária: Carolina BergerRevisão: Rita de Cassia CarelliFotografia: Lula [email protected]

ARTEDireção: Claudio AlbuquerqueProgramação visual: Claudio Albuquerque, Marinês Seabra, Stanley Gonzaga e Tatiane Albuquerque

ATENDIMENTO AO LEITORLuanna [email protected]

ADMINISTRAÇÃOCaroline [email protected]

CONSELHO EDITORIAL• Regina Célia Zogheib Bertonha, Libanesa Center (Brasilândia/MS) • Ildomar da Costa Vieira, PaperBlue (João Pessoa/PB) • Beatriz Inês Lisboa, IB Papelaria e Presentes (Capanema/PA) • André Costa, Duplapel Papelaria (Rio de Janeiro/RJ) • Heidi Stock, Papier Haus (Guarapuava/PR)[email protected]

PUBLICIDADEDireção comercial: Jorge [email protected]

ATENDIMENTO COMERCIAL EM SÃO PAULOEricson Ortelan – (11) 2978-8841 e (11) 9145-4181Ivo Trevisan – (11) 2099-4356 e (11) 8215-8322

SEDEAv. das Américas, 5001 – coberturas 309 e 310Rio de Janeiro – RJ – CEP 22631-004Tel./fax: (21) 2431-2112

DISTRIBUIÇÃO MENSAL E NACIONAL Para diretores e compradores de papelarias, atacadis-tas, distribuidores, representações e indústrias do se-tor e departamento de compras de corporações.

o ano todo

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EntrevistaJoão Matta, professor da ESPM/SP e especialista em consumo infanto-juvenil 8

novembro de 2010

O consumo Crianças e adolescentes podem até ser pequenos em estatura, mas têm decisão de compra. De olho nesses consumidores, o mercado tem sofisticado não apenas os produtos oferecidos, mas também as estratégias usadas para divulgá-los. Segundo João Matta, responsável pelo curso Marketing de Produtos e Serviços para Crianças, da ESPM de São Paulo, o segredo para ter bons resultados com os pequenos se resume a três palavras: convergência, respeito e sinceridade. POR LUCIANA D’AULIZIO

ços exclusivos para as crianças. Automóveis trazem recursos para entreterem as crianças durante as viagens. É significa-tiva a preocupação que todos dispensam aos mais jovens no mundo de hoje. Por um lado, esta prática é louvável porque eles são realmente o nosso úni-co elo de comunicação com o futuro, o nosso melhor recurso natural. Entretanto, há excessos que podem ser evitados.

Em geral, o que fala mais alto para o público infantil ao de-cidir que produtos devem ser adquiridos? João Matta: As crianças são muito mais espertas do que imaginam seus distantes observadores e gostam de ser respeitadas. É impossível determinarmos um quadro único de preferências, já que elas se modificam muito rapi-

damente, mas existem diferenças marcantes entre as idades quando o assunto é decisão de compras. De 0 a 2 anos, elas esboçam su-tilmente preferências por cores e formas, porém os pais são os grandes decisores na escolha dos produtos. De 3 a 5 anos, começa a fase dos personagens infantis. O consumo deles ainda ocorre de forma leve e está ligado aos pro-dutos. Os pequenos até sabem as marcas dos itens de que gostam e pedem por elas, mas a dimensão simbólica não é compreendida. Entre 6 e 8 anos, é intensificada a preferência e a interação com os personagens, que continuam a intermediar o contato com as marcas. Estas só passam a fazer sentido na pré-adolescência, entre 9 e 12 anos. Nesta fase, funcio-nam como uma forma de ligação entre os amigos.

Que ramos têm se voltado mais para esse nicho?João Matta: Os segmentos da indústria que atendem a esse público tornam-se cada vez mais numerosos e incluem desde ali-mentos, diversão e brinquedos até hotéis e academias de ginás-tica. Vemos excelentes planos do ponto de vista quantitativo e financeiro, mas que não con-templam a especificidade deste público. Criança é qualitativa e não é quantificável, precisa ser entendida e observada de perto.

Que estratégias de marketing são mais usadas para ganhar o consumidor infantil? João Matta: Atualmente, a eficácia na comunicação com esse seg-mento ocorre por meio da con-vergência do uso dos diferentes meios e dispositivos tecnológicos. Até certa idade, a televisão e os

da convergência

Pesquisas mostram que o poder de consumo das crianças aumen-tou significativamente. O senhor concorda com isso? João Matta: Hoje, as crianças ocupam um lugar de destaque e preocupação no mundo do consumo, diferente do que era verificado em outras épocas. A participação social delas é recen-te, algo do final do século XX. Antes disso, eram consideradas miniaturas de adultos à espera de crescimento para assumir uma função social mais respei-tosa. A infância não era nem reconhecida. De lá para cá, elas passaram a ser ouvidas pelos pais e respeitadas como cidadãs. Conquistaram lugar e voz na família e na sociedade de con-sumo. Restaurantes, shopping centers, supermercados e outros estabelecimentos de prestação de serviços desenvolveram espa-

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A primeira regra para trabalhar com crianças é simples: respeitá-las. Elas gostam e preferem a verdade, sempre. Buscam coerência, são concre-tas. Outro segredo é não subvalorizá-las.

imaginamos. Acham passivo, chato. Preferem passar horas jogando no computador ou nos consoles. Outro meio de alcançar essa faixa etária é investir no pon-to de venda. Várias decisões são tomadas na loja, e uma atuação estratégica pode intensificar os resultados. O segredo da eficácia está em uma comunicação inte-grada e sincronizada.

Nossa revista é voltada para lo-jistas do ramo de papelaria. Que dicas o senhor dá para criar estra-tégias para atrair este público? João Matta: A primeira regra para trabalhar com crianças é simples: respeitá-las. Elas gostam e prefe-rem a verdade, sempre. Buscam coerência, são concretas. Outro segredo é não subvalorizá-las. Eles não são deficientes na ca-pacidade de julgamento. Para o lojista, o ideal é ter espaços direcionados para cada uma das idades mencionadas e também para os gêneros. Espaços à faixa de 5 a 8 anos, por exemplo, não agradam os pré-adolescentes, que não gostam de serem tidos como crianças. Assim, é preciso trabalhar de forma segmentada o tempo todo. Outra coisa que tenho visto pouco é o uso inteli-gente das tecnologias para ações promocionais e eventos. Uma boa possibilidade para as datas comemorativas é criar jogos ou concursos temáticos para envol-ver o público infantil. E lembrem-se sempre de que jogos não são restritos a meninos. As meninas adoram os acessados on-line e pelo celular, até mais que eles.

eventos infantis, como gincanas e feiras em shoppings, são as fer-ramentas que mais funcionam. Quando a criança incorpora em seu dia a dia a internet e o celular, faz sentido pensar as estratégias de comunicação utilizando a no-ção de convergência. Neste caso não me refiro à fusão de dispo-sitivos: celular e MP3 Player que viraram um só. Falo da integração entre os conteúdos dos diversos meios. Para um pré-adolescente, por exemplo, a televisão é muito passiva. Ele não deixa de assisti-la, mas usa o celular, o MSN e o Twitter, enquanto faz isso. Na visão de um adulto, este estaria fazendo tudo ao mesmo tempo, mas para o próprio jovem tudo se comporta como se fosse uma coisa só. Ele compreende que esses diferentes conteúdos devem conversar entre si. Caso contrário, não considera este meio como parte de seu arsenal de ferramen-tas integradas e que funcionam simultaneamente.

E a TV ainda continua sendo o principal meio para veiculação de anúncios ou já perdeu espaço para a internet? João Matta: Depende da idade. De uma forma geral, a TV ainda é eficaz para falar com este públi-co, especialmente com os peque-nos, e deve ser levada em conta ao montar um plano de mídia. Porém, não é mais o principal dispositivo tecnológico. Isto se considerarmos as crianças das classes A e B que têm acesso à internet e aos celulares. Elas não assistem mais TV do jeito que

O ramo de papelaria está intima-mente ligado à educação, o que pressupõe um posicionamento diferente, especialmente com as crianças. Como o lojista pode incentivar este público a adquirir produtos sem perder a ética?João Matta: Este é um dos seg-mentos que não consigo imagi-nar sofrer com as proibições. Não acredito que alguém seja contra o consumo de cadernos, lápis de cor e borracha. Também não sou contra a distribuição de brindes como táticas promocionais. Acredito que o material escolar pode ser usado com esse propó-sito assim como outras formas de incentivar o uso de produtos adotados em sala de aula. Preci-samos de educação em nosso país e não de regras rígidas que proí-bam quem trabalha neste setor. Temos que incentivar o consumo de material escolar. Lógico que não falo de desperdício. Uma boa dica é promover eventos nas lojas ou contar com algum personagem para os pequenos, ou algum ídolo no caso dos mais velhos. Isto tem funcionado em diversos tipos de negócio. &

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O princípio que originou este livro foi desenvolvido pelo próprio autor e mostra como a internet mudou a situa-ção do comércio em todo o mundo. Nesse novo universo, a equação é que a receita total de diversos produtos de nicho, com baixo volume de vendas, é igual à receita total de poucos produtos de grande sucesso. O conceito da “cauda longa”, explorado por Chris Anderson, tem sido muito usado por gerência de empresas e meios de comu-nicação. Cauda Longa mostra como chegamos a esse ponto e revela as enormes oportuni-dades que se originam desse fato, vislumbrando um futuro que está presente.Chris Anderson/Campus-Elsevier - 256 páginas

Biblioteca

Crescimento no varejo, segundo IBGE

Loja organizada

anterior. Durante o ano de 2010, a taxa de variação da categoria foi de 8%, e nos últimos 12 meses, de 9%.

Pela divisão das catego-rias que direciona a pesqui-sa, não é possível ter uma estimativa do crescimento do mercado de papelaria especificamente. Porém, a assessoria do IBGE afirma que os lojistas podem levar em conta essas informa-

ções. Segundo o repre-sentante responsável pelo levantamento, um estudo mais detalhado exigiria a verificação de um maior número de lojas, o que impediria a pesquisa de ser publicada mensal-mente. Gráficos, tabelas e comentários relativos à pesquisa podem ser acessados pelo site www.ibge.gov.br &

Para melhorar a ex-posição das registradoras A-Z, a Chies lançou a Caixa Expositora Chies. A novidade é uma ótima maneira de arrumar o produto, pois a disposi-ção estratégica chama a atenção do consumidor e impulsiona as vendas. Sua montagem é simples e modulável, fornecendo flexibilidade para utilizá-la de acordo com a orga-nização da sua loja. (51) 2131-4200 &

Scrapbooking internacionalA loja Scrap Sampa, que

vende material para scra-pbooking, realizará, nos dias 27 e 28 de novembro, a primeira edição do Scrap Tour International. O evento acontecerá no São Paulo Center, em São Paulo, e reunirá quatro consagradas artistas internacionais que darão aulas aos participantes

do projeto, uma delas é a americana Adrienne Loo-man, que faz parte da equipe de design da empresa Prima Marketing; outra professora será a Carolyn Peeler, coorde-nadora de design da Melissa Frances; estarão presentes também, Ginger John e Lau-ra Funk, proprietárias e co-ordenadoras da marca Glitz

Design. Durante os dois dias de curso, os participantes vão elaborar nove projetos, três relacionados a cada marca, em salas de aula simultâne-as, proporcionando maior contato entre professor e aluno. Mais informações sobre o evento podem ser acessadas em www.scrap-sampa.com.br.&

Segundo a pesquisa mensal do comércio di-vulgada pelo IBGE em setembro, as vendas do varejo subiram por três meses seguidos, de maio a julho de 2010. O instituto divide o mercado varejista em 10 categorias, uma de-las é “Livros, jornais, revis-tas e papelaria”, que teve crescimento de 3,4% em julho, em relação ao mês

Reforma na webO site da Dac foi reformulado. A

nova versão traz mais conteúdo, além de dinamismo e fácil navegação. Quem acessar pode con-ferir novidades da empresa, curiosi-dades e até dicas de tendência de moda. O catálo-go da coleção 2011 está dis-ponível para download, tanto na linha escolar como de escritório. Na página www.dac.com.br, é possível acessar o twitter da companhia, no qual são realizados sorteios. &

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Circulando12

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Novidades para a Office PaperBrasil 2011 Em outubro, a Francal

realizou durante dois dias o lançamento da 25ª edição da feira Office PaperBrasil Escolar marcada para acon-tecer de 22 a 25 de agosto, no Pavilhão do Anhembi. Os executivos da promo-tora do evento anunciaram no momento mudanças significativas para 2011. A setorização do pavilhão de exposições por mix de produtos e a criação de múltiplos acessos para os vi-sitantes são, sem dúvida, as mais relevantes e receberam o apoio das empresas expo-sitoras de 2010, que têm prioridade na escolha das áreas para o ano seguinte. O resultado da ousadia foi muito positivo. A Office Pa-perBrasil Escolar já tem 80% de sua área vendida para 2011! “Os fornecedores entenderam perfeitamente que mudanças são necessá-

rias para otimizar os negó-cios durante a feira, facilitar a circulação dos visitantes e revitalizar este importante momento para o merca-do de papelaria”, constata Wanira Salles, gerente de negócios do evento.

Em 2011, os expositores da Office PaperBrasil estarão organizados em três áreas distintas: Material Escolar & Escritório, Papelaria em geral e Mochilas, pastas e acessórios. As várias en-tradas para os visitantes do pavilhão vão fazer com que as empresas âncoras do evento estejam distribuídas por todo o Anhembi, crian-do áreas de interesse mais equilibradas. A Francal tam-bém realizou uma pesquisa e, baseada em seu resultado, anunciou que o horário de visitação para 2011 volta a ser das 13h às 21h, de segun-da a quinta-feira. &

CORRIGINDO... O nome correto da linha da Santino voltada para o público teen é Trip Cool (foto). A mochila publicada na edição de outubro é da linha Pink Cookie.PARTICIPE! A Revista da Papelaria quer conhecer melhor o dia a dia da sua loja. Envie para [email protected] o que sua papelaria tem de diferente e legal. Você promove algum evento? Sua equipe participa de algum projeto? O que você faz para conquistar o consumidor? Você oferece cursos aos seus clientes? Sua loja tem muitas promoções? Divulgue suas ações e novidades no Circulando.

A Acrimet tem fortale-cido sua presença na Amé-rica Latina através do rela-cionamento com grandes redes do varejo da região. Exemplo disso é a rede pe-ruana Tai-Loy que, aos 45 anos de existência, mantém 29 lojas no país. A empresa brasileira tem tirado parti-do da distribuição estraté-gica e eficiente da Tai-Loy para difundir suas soluções para o mercado Office. De-vido a grande receptividade dos produtos Acrimet pelos consumidores peruanos, a empresa tem conquista-do locais de destaque nos pontos de venda da Tai-Loy. A afinidade da postura em-presarial das duas empresas já propiciou bons negó-

Presença na América Latina

cios e também momentos de descontração. Música, futebol e churrasco contri-buiram para o momento de interação entre as equipes das duas empresas. &

Distribuição onlineEm breve os clientes da CDR Distribuidora terão

o conforto de fazer seus pedidos pela internet. No site, serão disponibilizadas imagens dos produtos para que o lojista possa escolher e realizar pedidos com 5% de desconto. A idéia do site foi desenvolvida por Rafael Mendes, consultor empresarial com 20 anos de experi-ência no mercado de papelaria.

Há mais de 10 anos, a CDR atende empresas grandes e pequenas do Estado do Rio de Janeiro, valorizando o respeito ao cliente e a rapidez na entrega. A compa-nhia importa e distribui material de escritório, escolar, informática e presentes. Enquanto o site não entra no ar, o contato pode ser feito pelo e-mail [email protected]. &

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Perfil do Varejo16 Papelaria Derby (São Paulo/SP)

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O primeiro contato profi s-sional de Alcides Feriani com o mercado de papelaria foi aos 16 anos, como auxiliar de bloquista na extinta Gráfi ca Muli. Lá, ele cresceu profissionalmente e chegou a ocupar o cargo de ge-rente nacional de vendas. Anos mais tarde, em 1979, surgiu a oportunidade de assumir uma papelaria. Ele e um colega de trabalho se tornaram sócios na loja Grafi a Brasília, mas não deixaram o emprego na gráfi ca. Por isso, durante dois anos, o comércio foi administrado pelas duas esposas. Depois desse pe-

O interesse pelo setor de papelaria naturalmente abriu os caminhos para o empresário.

Paixão e carreiraríodo, Alcides saiu da empresa que tinha lhe dado o primeiro emprego, vendeu sua parte da sociedade para o colega e com-prou a Papelaria Derby, que já existia desde 1964.

Como ele mesmo defi ne seu trabalho, aí começou a “luta”. A experiência de sua mulher, Vera Aparecida, no estabelecimento anterior e o contato com alguns fornecedores, sobretudo do mercado gráfi co, ajudaram no novo empreendimento. Mas algumas difi culdades são ine-vitáveis. O retorno do investi-mento, que ele esperava receber em três anos, só veio após cinco anos de trabalho. Apesar disso, em nenhum momento, pensou em desistir ou mudar de área. “Sou apaixonado por papela-ria”, justifi ca.

Desse tempo para cá, muita coisa mudou. O desenvolvi-mento tecnológico alterou as necessidades das pessoas e o mix de produtos comercializados. Hoje, a loja vende material de papelaria, informática e embala-gens. Os itens para confeccionar embrulhos não costumam ter grande destaque em outras lojas, mas fazem parte de um dos dife-renciais da Derby. O proprietário conta que sempre treina seus funcionários, pois considera o atendimento como elemento principal para o sucesso.

Em 2003, a Derby saiu do imóvel onde nasceu, em Belém, e foi transferida para Tatuapé (dois diferentes bairros de São Paulo). “O proprietário queria vender o imóvel e não havia interesse em comprar. Apro-

Direto da revendaNome: Papelaria DerbyLocalização: São Paulo (SP)E-mail: [email protected]ção: Criada em março de 1964 e adquirida por Alcides em 21 de setembro de 1981.Funcionários: 03Região que abrange: Consumidores locais da Zona Leste de São Paulo e empresas.Área: 280m²Serviços oferecidos: Cópia, enca-dernação, plastifi cação e confecção de embrulhos.Perfi l do cliente: Além de jovens es-tudantes, muitas senhoras compram presentinhos.A vitrine precisa ter: “Uma vitrine organizada lembra ao consumidor o que ele precisa organizar em casa.”Produtos mais vendidos: Papel sulfi te A4.Melhores fornecedores: Dello, Print Label, Lucas Embalagens e Nacional Papel.Com o que gostaria de trabalhar: “Produtos com grandes licenças, separando-os por personagem.”Gostaria de mais atenção: “Os clientes devem valorizar mais o atendimento personalizado das papelarias em relação à compra em atacados, que não disponibili-zam atendentes para falar sobre o produto.”O que mais gosta em seu traba-lho: “Gosto muito do contato com o público, além das frequentes novidades. Estou sempre buscando produtos com cores diferentes.“

COMO CHEGARAv. Celso Garcia, 3696 – TatuapéSão Paulo – SP – CEP: 03064-000Telefone: (11) 2852-5736

veitamos para ocupar um es-paço maior, necessidade que já tínhamos identifi cado.” Nessa mudança, os clientes corpora-tivos foram mantidos, pois a distribuição é feita pela própria papelaria. Porém, foi preciso conquistar um novo público de balcão. Desafi o cumprido com sucesso. &

Ao lado da organizada vitrine da Derby, Alcides (de camisa azul) acompanhado de dois funcionários da papelaria: Sebastião e Tamires

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Saiba Mais18 Pasta sanfonada

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Apesar dos recursos digitais para arquivar informações, muitos documentos ainda são impressos para envio ou leitu-ra e precisam ser guardados. Fisicamente, é inviável colocar uma pasta dentro da outra, como fazemos no computador. Para armazenar documentos pessoais, profissionais, contas e certificados sem criar uma gran-de bagunça, pessoas e empresas recorrem às pastas sanfonadas. É uma ótima maneira de manter cada papel classificado corre-tamente por meio das abas de identificação.

Alguns modelos vêm com etiquetas em branco para serem inseridas na aba que o usuá-rio preferir, enquanto outras opções já trazem categorias prontas para as necessidades mais comuns. A divisão pode ser alfabética, numérica ou

Essa é a síntese do conceito das pastas sanfonadas para organizar

o dia a dia de empresas e pessoas.

Cada papel na sua aba

mensal, por exemplo. Uma das qualidades mais importantes desse produto é a capacidade de expansão, que deve se adap-tar ao volume de papel. Esta característica resulta em um produto que ocupa mais espaço, mas isso não impede que ele seja utilizado para transportar, além de apenas guardar.

Para facilitar essa opção, foram desenvolvidas as maletas de pastas sanfonadas, modelos que possuem alça. Cada consu-midor pode procurar o produto de acordo com sua necessidade. Um professor, por exemplo, pode utilizar as pastas para levar provas e trabalhos de seus alunos. Uma das organizações possíveis é reservar uma divisão para cada turma.

Como o uso pode ser domés-tico ou em ambientes corpora-tivos, os tamanhos disponíveis

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Características Composição Embalagens

As pastas sanfonadas estão dispo-níveis no mercado com grande va-riação na quantidade de divisórias. Algumas já vêm enumeradas de acordo com possíveis necessidades (por exemplo, de A a Z, de janeiro a dezembro, de 1 a 31).

Podem ser feitas de plástico, papel ou pa-pelão. As de plástico costumam ser fecha-das com dois elásticos nas pontas ou um maior que segure a aba verticalmente. As outras possuem fecho tic-tac ou cadarço. Esses são os modelos mais comuns, mas já existem até opções com zíper.

As pastas são embala-das individualmente em saquinhos de polipropi-leno e identificadas com folha de rosto informati-va do produto e código de barras.

servem a diferentes necessi-dades. Seguindo o padrão de medidas de documentos, o mercado disponibiliza modelos para cheque, A4, Ofício e A3, além de algumas dimensões especiais para fotos e material de scrapbook.

É claro que não valeria à pena guardar tanto documen-to, se eles não fossem devida-mente preservados. Esse cuida-do depende tanto da qualidade da fabricação como de quem usa. As pastas sanfonadas são produzidas em materiais resistentes, como plástico, papel-cartão ou papelão. Para garantir a durabilidade e não danificar o produto ou os pa-péis, consumidor e lojista não devem empilhar muitas pastas, além de mantê-las distante de umidade e calor excessivo.

As escolhas dos clientes são facilitadas pela organização da loja. Assim, a indicação é que esse tipo de pasta seja arruma-do por tamanho, cor, modelo e quantidade de divisórias. Manter o produto ao alcance do cliente é uma boa forma de permitir que ele abra as pastas e avalie os diferenciais entre elas. Além disso, é importante saber identificar potenciais consumi-dores, já que a transferência de alguns escritórios para dentro de casa pode aumentar a venda deste item. &

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Consultoria20

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Papelaria amiga da escola

No célebre clássico O Peque-no Príncipe, o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry já dizia que para cativar alguém é necessário criar laços grada-tivamente, dia após dia. Por mais curioso que pareça, a passagem eternizada na famosa conversa entre o protagonista da história e a raposa cai como uma luva no universo do varejo, sobretudo se o que estiver em jogo for a relação entre pape-larias e escolas. Afinal, para causar boa impressão junto ao consumidor e convencê-lo a se tornar um frequentador da sua loja, é necessário estabelecer um relacionamento que não fi que restrito à época da volta às aulas.

Ciente da necessidade de buscar essa proximidade, Maria de Lourdes Maioli, proprietária da Doce Saber Papelaria e

Livraria (Serra/ES), tratou de fazer alianças com as escolas e creches de Laranjeiras, bairro onde a loja se localiza. Na época da volta às aulas, a empresa im-prime as listas para os estabe-lecimentos de ensino parceiros. Durante o ano, apóia ou patro-cina atividades que incentivam a leitura e a cultura, como feiras literárias e palestras com autores de livros, sejam elas realizadas na rede pública ou na particular. Em troca, ganha o direito de expor a marca du-rante o evento. As iniciativas envolvem, sempre que possível, outros apoiadores, especial-mente editoras e distribuidores de livros. “A receptividade é sempre muito boa, pois traz bons resultados para todos. As parcerias são essenciais e fun-damentais para a sobrevivência das papelarias. Elas contribuem

Visando fi delizar clientes e ganhar simpatia na praça, lojistas procuram estreitar relacionamentos com escolas da região das mais diferentes maneiras. As estratégias vão desde o tradicional apoio na impressão das listas de material até doação de materiais e, em alguns casos, de dinheiro para a realização de eventos culturais e esportivos. POR LUCIANA D’AULIZIO

Convivênciaalém da volta às aulas

para o fortalecimento de re-lações com nossos clientes e servem de oportunidade para que possamos cumprir nosso papel junto à comunidade. Ele vai muito além da geração de emprego e renda e perpassa pela conscientização e a criação de nova relação com o planeta”, defende a varejista.

Bem perto da sala de aula

O mesmo desejo de estreitar o contato com professores e alunos foi um dos fatores que motivou o reposicionamento da Papelaria Brito (Brasília/DF) no mercado. Por anos, a atuação da empresa na ca-pital do país se restringiu à sede, situada no Centro da Asa Norte. No entanto, após uma mudança de direção, a fi rma passou a ter quatro fi liais, todas elas situadas em importantes colégios particulares da região. A possibilidade de aproveitar a ida ao colégio para pedir o or-çamento da lista escolar e ain-da encomendar os uniformes encantou vários pais dos estu-dantes. “Com isso, ampliamos nosso leque de clientes. Por serem das classes média alta e alta, eles priorizam produtos com qualidade e a possibilida-de de fazer compras com maior comodidade”, conta Leandro Ribeiro de Souza, supervisor do

para

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departamento de Comunicação e Marketing da empresa.

Segundo ele, além de tentar ganhar a simpatia dos adultos, a papelaria também se preo-cupa em ouvir a opinião dos estudantes. Para saber o que eles mais gostam de comprar, a fi rma chegou até a promover uma pesquisa de opinião, que procurava identifi car hábitos e preferências de consumo deste público. “Além desse trabalho personalizado, usamos as datas temáticas como pretexto para ações promocionais. No Dia das Crianças, por exemplo, promovemos atividades lúdicas e entregamos brindes persona-lizados. Nossa intenção é fazer com que essas crianças se rela-cionem de forma diferente com a nossa marca. Isto fará com que os pais delas nos vejam de outra forma, e que, no futuro, elas nos procurem para com-prar o material de seus fi lhos”, justifi ca Ribeiro.

A mesma atenção dada à garotada e a seus responsáveis é direcionada às escolas. Assim como acontece com várias edi-toras, os estabelecimentos de ensino são visitados por uma equipe externa de divulgado-res, que apresentam todos os lançamentos aos professores e fazem de tudo para agilizar a aquisição das mercadorias requisitadas. Para completar, a papelaria oferece o tradicional apoio na impressão de listas de material na época da volta às aulas e ainda marca presença nas feiras literárias promovidas pela rede particular. “Sabemos que temos uma participação na construção da educação, e que essa comunicação com nosso público é importante para nos

tirar da sazonalidade e aumen-tar as vendas no decorrer do ano”, ressalta Leandro Ribeiro.

Juntos na educaçãoA Papelaria Marielle (Tu-

barão/SC) é outra que sempre procura caprichar na atenção dada aos comandantes das salas de aula. No dia dos mes-tres, por exemplo, convida todos que lecionam em escolas parceiras para um coquetel. “Também buscamos adquirir alguns kits de produtos junto

a alguns de nossos fornecedo-res para deixar em algumas delas. A Acrilex, a Filiperson e a Credeal são algumas das empresas que sempre nos apóiam nessas iniciativas”, acrescenta a proprietária Tere-zinha Valdete Boger. No início do próximo ano letivo, ela pretende não só ajudar as ins-tituições mais chegadas com as listas, mas ainda promover o sorteio que contemplará dois alunos com bicicletas e mais um com um kit escolar. “Será

A Doce Saber Papelaria e Livraria apoia atividades voltadas para o incentivo à leitura em escolas e creches da região, tais como palestras com autores de livros, entre eles o cantor Gabriel O Pensador (abaixo).

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Papelaria amiga da escola

uma premiação em dose dupla, já que os estabelecimentos de ensino receberão o mesmo brinde”, explica.

O mesmo apoio é estendi-do ao meio acadêmico. Neste segmento, a parceria mais consistente é a firmada com a Universidade do Sul de Catarina (Unisul). O vínculo existente entre as duas instituições é tão forte que, além de apoiar os eventos da instituição por meio da doação de produtos, equipamentos e dinheiro, a papelaria foi a primeira a participar de um dos proje-tos de extensão realizados lá. Intitulado Quem não Lê não Escreve , ele é desenvolvido pelos alunos do curso de Ad-ministração e tem a função de formar líderes através da leitura, como explica a sua co-ordenadora, a professora Ma-rilene da Rosa Lapolli. “Nossa intenção é que os funcionários adquiram gosto pelos livros e estejam aptos a fazer uma

leitura interdisciplinar, total-mente diferente daquela que é feita com frequência em sala de aula, cujo objetivo é res-ponder às questões da prova. Queremos gerar debate, pois pensamos que, desta maneira, terão como desenvolver seus talentos de forma mais abran-gente”, observa.

Na prática, a iniciativa funciona da seguinte forma: uma equipe multidisciplinar da universidade – composta de professores de várias áreas – faz um diagnóstico dos va-lores a serem estimulados na empresa e, a partir daí, escolhe os livros a serem usados na for-mação. No caso da Papelaria Marielle, o foco da formação foi a manutenção da excelên-cia no atendimento e alguns dos títulos adotados foram A Diferença na Era da Relação, Pessoas de Resultado. Enquanto o projeto é implementado, a empresa assistida é estimulada a desenvolver, em conjunto

com a universidade, uma ação de responsabilidade social do mesmo porte em uma escola da comunidade. “A papelaria adotou algumas turmas da Escola Henrique Fontes, vol-tadas para a educação básica, até porque já tinha uma forte relação com a instituição. A Terezinha lecionou lá, e o filho dela foi aluno, assim como vários funcionários”, diz a co-ordenadora da iniciativa.

Tomada a decisão, foram feitas reuniões entre capaci-tadores e professores, e, mais adiante, foi elaborada uma relação de livros que trabalha a temática da liderança. “To-mamos o cuidado de adequá-la à faixa etária dos alunos. Tentamos priorizar obras que tenham sido escritas por autores da Academia Tuba-ronense de Letras. Na Henri-que Fontes, usamos Espírito da Noite e o Navio Fantasma”, comenta Marilene. A parceria não ficou restrita à doação das obras. Acabou resultando em três volumes de um livro bati-zado com o nome do projeto. Editados e financiados pela Gráfica Humaitá, eles reúnem não apenas relatos, mas ainda músicas, poemas e crônicas feitas pelos participantes.

Para Marilene, o trabalho em equipe fez com que os es-tudantes vissem a papelaria de outra maneira. “Até hoje, eles guardam as camisetas feitas por ela. Durante o programa, eles tinham a obrigação de usá-las, contava ponto. Agora, vestem para representar a iniciativa e pelo carinho que tiveram pelo projeto”, afi rma a educadora. A construção desta imagem posi-tiva junto à garotada é um dos

Além de apoiar as escolas parceiras,

a Papelaria Brito promove doações

de material escolar em instituições

que ajudam crianças com

menos recursos. A iniciativa é um

gesto de cidadania e um meio de

evitar desperdícios no estoque.

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pontos positivos destacados por Terezinha. “É fundamental entregar ao cliente calor hu-mano para trazê-lo para perto, até porque a divulgação boca a boca é a melhor que existe”, frisa a gerente.

Companheira nas horas de lazer

Há ainda os lojistas que optam por apoiar eventos vol-tados para o lazer sem deixar de manter os pés na educação. A Papelaria Central (Araxá/MG) resolveu abraçar a ban-deira do incentivo ao esporte e optou por desenvolver o programa Água Viva, em con-junto com o Projeto Acqua. A atividade contempla cerca de 40 alunos de escolas da rede pública com aulas de natação. “Fomos procurados pelos res-ponsáveis da iniciativa e resol-vemos apoiá-la pela vontade de servir e de criar oportunidades para que essas crianças tenham acesso ao esporte. Queremos contribuir para a melhoria da qualidade de vida e do rendi-mento escolar da garotada”, comenta a lojista Mara Beatriz Dutra, salientando que uma das condições para ser bolsista é tirar boas notas.

Animada com os frutos da atividade, ela reforça a ne-cessidade de mais papelarias aderirem essa onda cidadã e firmarem projetos com a so-ciedade civil visando ações a longo prazo. “Não adianta co-meçar e desistir logo depois. Se isso acontece, os participantes fi cam frustrados. Ao assumir o compromisso, o empresário deve ir até o fi m. É uma forma de mostrar que não está só interessado em vender e que

tem respeito e gratidão com os clientes”, salienta.

Promovendo culturaA centenária Casa Cruz

(Rio de Janeiro/RJ), por sua vez, opta por uma via de mão dupla: além incentivar ativida-des esportivas e culturais pro-movidas por escolas públicas e privadas, adota uma postura pró-ativa e faz com que o teatro chegue até elas. Desde 2004, a papelaria apóia a Cia. Teatral, EnsinoemCena, que já levou, a mais de 200 colégios, peças com temas que fazem parte do dia a dia dos jovens, entre eles, “O Vestibulando”, “O Ves-tibulando II” e “Bullying, Tô Fora!”. “Inicialmente, nossa intenção era ajudar os alunos na escolha da carreira, pois sabemos que é um momento marcante na trajetória deles. Com isso em mente, fizemos

uma pesquisa e verificamos que havia uma demanda para esta atividade. Quando vimos que a proposta era muito bem recebida, percebi que tínhamos que apostar na ideia”, recorda o gerente de marketing Paulo César de Bem.

Nos quatro primeiros anos, além de manter o grupo teatral, a própria papelaria era quem fi nanciava todas as montagens. No entanto, depois do incêndio que destruiu parte da sede, a fi rma se viu obrigada a reduzir a verba destinada, mas ainda assim manteve viva sua preo-cupação em educar e formar plateias para os palcos. “Hoje, são as escolas que pagam pelos espetáculos. Além deles, apre-sentamos todo último sábado do mês no segundo andar do prédio do Centro uma peça infantil, destinada a crianças e pais que compram produtos

É fundamental entregar ao cliente calor huma-no para trazê-lo para perto.

TEREZINHA VALDETE BOGER, PROPRIETÁRIA DA PAPELARIA MARIELLE

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Papelaria amiga da escola

conosco. Queremos ser reco-nhecidos como uma empresa que promove cultura”, explica o gerente.

Entre os benefícios propor-cionados pelas parcerias com as escolas, ele destaca a renova-ção do público da loja. “Hoje, vemos muitos mais jovens pelos corredores e se referindo à Casa Cruz quando precisam ir a alguma papelaria”, destaca. Roberto Mattos, gerente de compras da empresa, é outro que se mostra animado com os desdobramentos das ações da Casa Cruz. Na opinião dele, o projeto é uma maneira de dar uma cara nova a um compromisso que já era bus-cado desde a década de 40 do século passado. “Desde então já fazíamos o ‘corpo a corpo’ com os fregueses. Não é à toa que nosso lema é servir bem desde 1893”, diz.

Benefícios além dos números

Armando Pinheiro Gui-marães, diretor do Colégio Pinheiro Guimarães (Rio de Janeiro/RJ), vê com bons olhos as ações implementadas pela tradicional empresa carioca. Primeira a participar do proje-to Casa Cruz vai à Escola, a ins-tituição mantém uma parceria de anos com a loja. Além de ceder o espaço para os ensaios da Cia. Teatral EnsinoemCena, estimula os funcionários da papelaria a levarem seus filhos para a sala de aula e retoma-rem os estudos. “Oferecemos bolsas de 60% de desconto. Em troca, eles apoiam vários even-tos da escola, patrocinando banners usados para divulga-ção e oferecendo brindes para torneios feitos com os alunos”, conta ele, que não esconde o desejo de expandir a rede de

parcerias com outros varejistas do ramo.

Na opinião de Guimarães, esta união de forças entre es-cola e papelarias é bem-vinda e gera resultados positivos tanto para um lado como para o outro. “Mostra que elas se preocupam com a cultura e faz com que ganhem a simpatia dos alunos. Os nossos estu-dantes fi cam com o nome da Casa Cruz bem vivo na cabeça, pois têm contato com a marca durante o ano inteiro, não só na volta às aulas”, garante.

Fato semelhante ocorre com Dejanira Thais Bastos, auxiliar financeira do Centro Educa-cional Sigma (Brasília/DF), um dos que conta com uma fi lial da Papelaria Brito em suas instala-ções. Segundo ela, quando algum aluno, professor ou funcionário necessita de um material de es-critório ou escolar às pressas, não há como pensar em outro lugar para comprá-lo. “Só entramos em contato com os fabricantes para fazermos orçamentos quando se trata de um pedido grande. Na prática, compramos todas as miudezas de que precisamos no dia a dia na própria loja da escola, até porque é bem mais cômodo e acessível para nós”, detalha a funcionária.

Para Mara Beatriz Dutra, da Papelaria Central, mais do que proporcionar uma nova relação com a marca, a aliança fi rmada entre as lojas do ramo e os estabelecimentos de ensino representa um compromisso social e uma tendência que veio para fi car no mercado. “Faze-mos parte de um todo, não há como viver de forma isolada. A parceria é a palavra de ordem no mundo atual”, conclui. &

A Casa Cruz levou o teatro

para várias escolas do Rio

de Janeiro e para dentro da sede,

onde ocorrem apresentações,

sempre no último sábado de cada

mês.

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4ª Fenapel

Foi com o intuito de suprir a necessidade do mercado re-gional, que a L&C Eventos, or-ganizadora da Feira Nacional de Papelaria, Escritório, Informática e Livraria (Fenapel), proporcionou pela primeira vez em 2007 a integração entre fornecedores e o setor papeleiro local. “Muitos varejistas não conseguem visitar a Offi ce Paper Brasil, que acontece na cidade de São Paulo, ou levar seus funcionários até ela, e por meio da Fenapel, trazemos para eles um pouco da feira paulista”, explica o diretor da L&C Even-tos, Luiz André Chiatti.

É exatamente isso o que acontece na Papelaria e Copia-dora Milcopy (Belo Horizonte/MG). A gerente do estabeleci-mento, Demilza Santos, conta que enquanto o dono da loja visita a Office PaperBrasil, os funcionários são orientados a participar da Fenapel para se atualizarem e melhorarem o

desempenho. “Venho em busca de orientação e o que aprendo aqui passo para o cliente. Pro-curo também novidades e lança-mentos”, comenta. Funcionária da Arte Original Papelaria e Suprimento (Contagem/MG), Elizabeth Natalina faz questão de participar da Fenapel. Ela já esteve presente em três edições da feira e pretende ser presença assídua também nos próximos anos. “Trabalho no ramo e procuro me aperfeiçoar sempre. Aproveito essa oportunidade e me preparo para a volta às aulas”, conta.

Bruno Leite é proprietário de uma papelaria que funciona dentro da Escola Brasil Técnica, localizada em Belo Horizonte, e, neste ano, visitou a feira pela primeira vez. Ele relata que durante o evento foi possível conhecer novas marcas, além de agendar visitas em algumas em-presas. Mas o que mais agradou

De 27 a 30 de outubro, foi realizada em Belo Horizonte, a quarta edição da Fenapel. Além do fechamento de negócios, o evento foi palco para discussões e aprendizado por meio de palestras e das Clínicas Tecnológicas. Muitos expositores disseram estar satisfeitos em participar da feira, mas alguns deles deixam um alerta: “é preciso levar mais gente à Fenapel”. POR RENATA MEDEIROS

Uma feira em busca do crescimento

ao papeleiro foi a oportunidade de fi car frente a frente com os fornecedores. “Faz toda diferen-ça conhecer a pessoa que ajuda você a abastecer sua papelaria. Às vezes compro devido à ami-zade com aquele determinado fornecedor. Ela acaba pesando mais que o preço”, revela.

Outros varejistas compar-tilham a mesma opinião de Leite, mas não são apenas eles que consideram essa interação importante. Para as empresas, ela também é essencial. “Valo-rizamos o relacionamento com o funcionário. O balconista é o nosso principal aliado, pois é ele que apresenta nosso produto ao cliente”, comenta o represen-tante comercial da Multilaser, Sebastião de Souza Lima, da Escolar Representações.

Desde a primeira edição da Fenapel, a Mercur participa do evento, e o motivo que garante o retorno da empresa todos os anos é a oportunidade de acesso aos clientes, principalmente, do interior do estado, como garante o supervisor de vendas de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, Márcio Caldeira. “Essa é uma oportunidade ímpar para encontrarmos o varejista. Aproveitamos o momento para falarmos da empresas e apresen-tarmos nossos produtos”, diz.

O supervisor de vendas para Bahia, Sergipe, Alagoas, Per-

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nambuco e Paraíba, Mário Si-mões, também esteve presente na Fenapel, e, segundo ele, o investimento em feiras regio-nais é uma tendência da Mercur. “Nosso intuito é personalizar o atendimento. O cliente mineiro é diferente do capixaba, que é diferente do baiano. Participan-do desses eventos é possível dar mais atenção às necessidades de cada um deles”, afi rma.

A Sulamericana garantiu presença na Fenapel 2010, e para o gerente nacional de vendas da empresa, Antonio Carlos Mirim, a participação este ano rendeu ainda mais frutos que em 2009, quando ela estreou na feira. “Tivemos várias visitas ao estande”, comemora. Outro ponto positivo, segundo ele, foi a mudança na data do evento, realizado no último ano em agosto, antes da Offi ce PaperBra-sil. “No último ano, tivemos que trazer a coleção antiga. Como os lançamentos são apresentados na Escolar, é importante que a feira mineira aconteça depois dela para ser possível trazer novidades”, opina.

MovimentoA Fenapel 2010 contou com a

presença de 60 expositores, e al-guns deles, apesar de afi rmarem que a participação valeu a pena, tiveram uma reclamação em comum: “ainda há pouca gen-te visitando o evento”. Quem esteve no Expominas, onde foi realizada a feira, comprovou isso. Durante os quatro dias de Fenapel, eram poucas as pessoas que circulavam pelos corredo-res, principalmente no período da tarde. À noite a quantidade era maior, mas o f luxo não chegava a ser intenso. Segundo

dados da L&C, a feira recebeu 3.500 visitantes. De quarta a sexta-feira, os portões fi caram abertos das 14h às 22h, e de 11h às 18h, no sábado.

Com o intuito de estar mais presente no mercado belo-hori-zontino, a Jandaia participou pela primeira vez da Fenapel, mas, de acordo com o repre-sentante comercial da marca, José Antonio Viana, da JAV Representações, o movimento decepcionou. “Imaginamos que iriam sair mais pedidos. Faltou público. Achei que o evento se-ria mais visitado”, lamenta.

Gerente de marketing da AIG Campestre, Sidney Ro-drigues também esperava por uma maior movimentação. Mas ele afi rma que o fato não vai impedir a empresa de par-ticipar da Fenapel no próximo ano, uma vez que, atualmente, a empresa vem investindo em feiras regionais. “Durante esses eventos, temos a oportunidade

de apresentar nossos produtos ao varejista e ao funcionário da papelaria, o que é de extrema importância. É muito diferente mostrar a mercadoria por meio de um catálogo. Já reservamos nosso espaço na Fenapel 2011 e pretendemos dobrar nosso estande com o intuito de for-talecer ainda mais nosso laço comercial com o mercado mi-neiro”, adianta.

Para Souza, da Multilaser, os organizadores deveriam ter feito uma maior divulgação do evento, mas ele também acredi-ta que os próprios donos das papelarias precisam acreditar mais na Fenapel. “É necessário que o funcionário participe, e os donos das papelarias têm que ficar atentos a isso. Eles precisam liberar seus empre-gados para que eles visitem a feira. Isso não deixa de ser um investimento”, alerta. “A participação dos funcionários vai gerar futuras vendas, pois

Em sua 4ª Edição, a Fenapel, que tem como alvos principais o pequeno papeleiro e os funcionários de papelarias, reuniu em Belo Horizonte, Minas Gerais, 60 expositores. A feira recebeu 3.500 visitantes, e, durante os quatro dias de sua realização, foram fechados cerca de R$ 1,5 milhão em negócios.

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4ª Fenapel

eles estarão mais preparados. Quem ganha com isso é o próprio dono da papelaria”, completa Mirim.

Caldeira, da Mercur, tam-bém achou o movimento fraco, mas pondera, dizendo que o importante é a qualidade, e não a quantidade. “Tivemos visitas de pessoas interessadas e diver-sas oportunidades de negócios”, conta. A mesma opinião tem Cláudio Gonçalves, diretor da GRC Distribuidora, repre-sentante das marcas Norma, Stabilo, Canson, Injex Pen e da própria Mixx, em Minas Gerais. “Essa é a primeira vez que par-ticipamos e estamos satisfeitos. Em nosso estande não vieram amadores, mas profissionais com o intuito de realmente fechar negócios”, elogia. Por outro lado, ele acredita que uma maneira de levar mais gente à feira seria realizá-la em uma área mais central ou disponibilizar um sistema de traslado, faci-litando assim o acesso ao local.

De acordo com Chiatti, a Fenapel vem crescendo e se

tornando cada vez mais conhe-cida. Sobre a reclamação dos expositores, ele alega que foram feitas várias ações para chamar a atenção dos papeleiros e de seus funcionários. “Trabalhamos com telemarketing em Minas e estados vizinhos, além do envio de e-mails. Divulgamos o evento em outdoors, no jornal mineiro Hoje em Dia e em revistas espe-cializadas. Motoboys foram a várias papelarias em diferentes bairros de Belo Horizonte levan-do convites e cartazes”, relata. Porém, ele afirma que para o evento em 2011, que acontecerá no início de outubro, o investi-mento em divulgação será ainda mais intenso. “Vamos pegar sugestões dos próprios exposi-tores e também apostar em pro-moções para chamar a atenção do público”, garante. Segundo dados da L&C Eventos, durante os quatro dias de feira, foram fechados em torno de R$ 11,5 milhões em negócios.

AperfeiçoamentoDeixando a polêmica em re-

lação à participação do público, outro ponto merece destaque quando o assunto é a Fenapel: a aposta em aperfeiçoamento profi ssional. Durante a feira, os visitantes puderam participar gratuitamente de workshops e palestras, sendo que, em 2010, ela foi, pela primeira vez, palco do Gerando Demanda pelo Conhe-cimento, projeto das empresas Chtech e Portare.

Também inéditas no evento, as Clínicas Tecnológicas, parceria entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Se-brae/MG) e a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), por meio da Faculdade de

Tecnologia do Comércio (Fatec Comércio), possibilitaram aos visitantes se aperfeiçoarem em temas diversos relacionados ao varejo. Com grupos de no máximo oito pessoas, o lojista pôde trocar experiências com outras pessoas do ramo, além de ser orientado por um con-sultor. “As clínicas funcionam como uma mesa de discussões, uma consultoria. Ninguém sai dali com o problema resolvido, mas, pelo menos, com sugestões de como resolvê-lo”, garante o gerente da Fatec Comércio, Alexandre França.

Visitante do Rio de Janeiro, Victor Pereira de Carvalho Neto participou da clínica “Estoque: como aumentar a efi ciência nas compras e reduzir as perdas”. O intuito foi aprimorar seus conhecimentos e, segundo ele, a consultoria em grupo valeu a pena. “Conheci várias alter-nativas para evitar o problema. Nunca havia participado de nada parecido”, comenta Neto, proprietário da VR Presentes (Rio de Janeiro/RJ).

Cada assunto abordado era debatido durante duas horas, e, segundo uma das consulto-ras da Fatec Comércio, Sônia Flecha, a oportunidade é única para o lojista. “Essa é uma maneira dele saber como o co-lega vem lidando com o mesmo problema que ele possui. É uma troca de conhecimento”, avalia. Samela Viana, outra consultora, que aborda temas ligados ao planejamento de layout, tam-bém destaca a eficiência das clínicas. “Percebo que os varejis-tas chegam até nós carentes de informação. São várias as dúvi-das e aqui eles conseguem sanar muitas delas”, conclui. &

Para a Fenapel 2011, Luiz

André Chiatti garante que

investirá mais em divulgação

para atrair o público.

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Segurança no varejo

As chamadas acima esti-veram estampadas em jornais dessas cidades, mostrando que, ao norte ou ao sul do Brasil, o varejo é alvo para a ação de criminosos. É por isso que es-pecialistas no assunto chamam a atenção dos papeleiros sobre a importância de se investir em segurança, e a dica não vale apenas para as grandes redes, mas também para as pequenas lojas. A adoção de medidas simples, segundo eles, além de inibir a ação de ladrões, pode trazer ainda outros benefícios, como, por exemplo, aumento nos lucros.

No último dia 14 de outu-bro, a papeleira Claudete de Castro levou um susto. Por volta das 14h, um homem entrou armado em seu estabele-cimento, a Papelaria Aquarius (Peruíbe/SP) e, com revólver apontado para o marido dela que estava no balcão, começou a fazer uma série de ameaças, exigindo que o caixa fosse aber-to. Mesmo assustada, ela, atrás de uma prateleira, teve tempo de acionar o Botão de Pânico, equipamento que faz tocar o alarme tanto na delegacia quanto na empresa de segu-rança contratada pela loja. “A polícia chegou muito rápido. O assaltante acabou se assustando com o barulho da sirene e fugiu sem levar nada”, conta.

“Papelaria é assaltada em shopping na zona norte”. “Cliente prende em flagrante jovem que tentou assaltar papelaria”. “Papelaria é assaltada em frente ao Colegião”. Os crimes aconteceram, respectivamente, no Rio de Janeiro (RJ), em Juarez Távora (PB) e em Criciúma (SC) no último mês e levam a um questionamento sobre o nível de preparo do varejo quanto à segurança. POR RENATA MEDEIROS

Não dá para impedir,mas prevenir é urgente

Depois de sofrer dois assaltos e de ter o estabelecimento arrombado no meio da madrugada, a proprietária da Papelaria Aquarius resolveu investir pesado em segurança.

Essa não foi a primeira vez que a Papelaria Aquarius foi assaltada. Há dois anos, um homem, também armado, abor-dou o marido de Claudete às 7h, no momento em que ele abria o estabelecimento, levando R$ 3 mil. “Costumávamos receber o pagamento de contas e aquele

era o dinheiro do dia anterior. Depois desse assalto, desistimos de oferecer esse serviço aos nos-sos clientes”, lamenta.

Uma outra vez, o estabeleci-mento foi arrombado no meio da madrugada, e, apesar da papelaria contar com sistema de alarme desde que abriu as

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portas, há seis anos, Claudete decidiu investir ainda mais pe-sado contra a ação de bandidos após esse incidente. “O ladrão fugiu quando o alarme dispa-rou, mas ainda teve tempo de pegar pequenos objetos. Ele, porém, foi identifi cado depois de ter sido fi lmado furtando ou-tro comércio. A partir daí, decidi aderir ao sistema de instalação de câmeras”, lembra. Hoje, até mesmo os funcionários da pape-laria recebem treinamento sobre como agir em caso de assalto, ministrado por membros da empresa responsável pela segu-rança da Papelaria Aquarius.

A violência a qual está sub-metida é frustrante para Clau-dete, principalmente porque ela deixou a cidade de São Paulo para ter uma vida mais tranqui-la no interior. “Lá, eu também tinha uma papelaria, mas nunca fui assaltada dentro dela. O problema eram as ruas, cada vez mais perigosas”, comenta a papeleira, que já foi vítima de várias tentativas de assalto pela cidade. Devido ao risco ao qual está submetida todos os dias, Claudete já pensou em deixar o comércio, mas, no ramo desde 1987, ela considera ser difícil um recomeço. “Há quase 25 anos trabalhando nessa área, não posso abandonar tudo agora. O remédio é apostar nos sistemas de segurança. Pelo retorno que tenho, acho esse

é um investimento que vale a pena”, garante.

Proprietária da Cópia & Cia (Resende/RJ), Rosana Rocha de Carvalho Mota também já foi ví-tima da violência dentro de sua própria loja. Há três anos, duas adolescentes, de 15 e 16 anos, e uma mulher de 23 entraram na papelaria ainda durante o dia, enquanto a papeleira estava sozinha. “Uma delas colocou a arma na minha cabeça. A mais nova fi cou na porta vigiando, enquanto a mais velha pegava cadernos e mochilas. Elas tam-bém levaram uma quantia em dinheiro”, conta. Rosana não se lembra do prejuízo material, mas não se esquece do estado em que ficou após o assalto. “Elas levaram o meu sossego. Fiquei uma semana sem traba-lhar. Eu tinha medo de tudo”, comenta.

O episódio, por outro lado, fez a papeleira repensar certas atitudes em relação à sua loja. A reforma da papelaria, que não saía do papel, foi finalmente colocada em prática, e o próprio comportamento dela também sofreu alterações. “Hoje, a entra-da para o balcão é diferente, co-locamos algumas mercadorias na vitrine, e com a derrubada de uma parede consigo enxer-gar todo o estabelecimento. A loja fi cou mais espaçosa e até o nosso faturamento aumen-tou depois da transformação.

Um “case” de sucesso...De acordo com o especialista em segurança, escritor e palestrante Jorge Lordello, uma grande rede de supermercados, devido a assaltos, roubos, erros adminis-trativos e desvios feitos pelos próprios funcionários, tinha um prejuízo de 5% a 6% em cima de seu faturamento bruto anual, o que equivale a cerca de R$ 15 milhões. A empresa diminuiu esse índice para 0,33% depois que passou a investir pesado em segurança, aumentando, consequentemente, o seu lucro.

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Segurança no varejo

Estou também mais ligada ao movimento da papelaria e mais atenciosa em relação aos clien-tes”, comemora.

A vontade de deixar o am-biente mais seguro, porém, continua. Claudete pretende contratar outro funcionário para não fi car sozinha na pape-laria e promete que, ainda este mês, vai investir na instalação de câmeras. “Tive algumas despesas devido à compra de uma copiadora e de um com-putador. Não podia deixar de adquirir esses materiais e, infelizmente, tive que deixar a segurança de lado por um tempo”, lamenta.

Perfil do perigoO assalto ao comércio não é

algo novo, mas vem se tornan-do cada vez mais recorrente, especialmente nos últimos cinco anos, como afi rma o espe-cialista em segurança, escritor e palestrante Jorge Lordello. “Se antes o alvo era os postos de gasolina, hoje, qualquer loja, da doceria à barraca de frutas,

está sujeita à ação de crimino-sos”, diz.

Ao roubar uma papelaria, ou qualquer outro comércio, o assaltante tem um único objeti-vo: conseguir “dinheiro vivo”. O perfi l desse ladrão não é difícil de ser defi nido. Geralmente são pessoas de pouca idade e vicia-das em drogas, que precisam de moeda em espécie, ainda que em pequena quantidade. “Esses são jovens e adolescentes pertencen-tes a famílias desestruturadas, que cometem esse tipo de delito para continuarem alimentando o vício”, afi rma Lordello.

Porta-voz do comando de policiamento da cidade de São Paulo, o tenente Cleodato Moi-sés do Nascimento também cha-ma a atenção para esse tipo de assaltante. “Esse é o ladrão ‘pé de chinelo’, despreparado e, por isso, muito perigoso. Temendo que a polícia chegue, ele é capaz de agredir a qualquer momento, pois é movido pela raiva e pelo medo”, comenta.

De acordo com especialistas no assunto, não há estatísticas que revelem a quantidade exata de papelarias que já foram rou-badas, principalmente porque cada Estado possui uma manei-ra particular de fazer a conta-gem desse tipo de crime. No Rio de Janeiro, por exemplo, fala-se em assalto a estabelecimentos comerciais como um todo. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública, no primeiro semestre de 2010, do total de registros de roubo, 3,8% foram a lojas, estando papelarias, cafete-rias ou docerias entre as demais. O maior número de ocorrências aconteceu nos meses de março e maio, com 441 casos, enquanto o menor número foi registrado

em fevereiro, com 348 queixas. Já segundo a Secretaria de Esta-do da Segurança Pública de São Paulo, no mesmo período foram registrados 116.882 roubos, não havendo distinção entre o ato praticado contra transeuntes, estabelecimentos comerciais, coletivos ou outros.

Lidando com outro inimigo

Além do assalto, o papeleiro sofre ainda com outro proble-ma: o furto. Tanto a disposição das prateleiras, quanto a quan-tidade de pequenos objetos exis-tentes nesses estabelecimentos acabam chamando a atenção dos ladrões, e, de acordo com Luiz Fernando Sambugaro, di-retor de marketing da empresa Gateway Security, especiali-zada em segurança e proteção de mercadorias para o varejo, o dono de loja que não fica atento a tal questão acaba sen-do bastante prejudicado. “Um item furtado representa muito. O lojista tem que saber tudo o que entra e sai de sua loja. Se o proprietário não toma conhe-cimento disso, pode perder até 2% do faturamento bruto de sua empresa ao ano”, alerta.

De acordo com uma pesquisa divulgada recentemente pelo Centro de Pesquisas do Varejo, organização britânica especiali-zada em vendas varejistas, o Bra-sil, ao lado do Marrocos, ocupa o segundo lugar no ranking das nações onde há mais prejuízos causados por furtos em lojas. O estudo, intitulado Barômetro Global de Furtos no Varejo, mostra ainda que a perda dentro do comércio brasileiro, causada tanto pelo crime quanto por er-ros administrativos, foi de R$ 3,9

Não reagir ao assalto e obedecer às

ordens do criminoso é ,

segundo Jorge Lordello, a alternativa

sensata para se evitar que o pior

aconteça.

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bilhões, entre 2009 e 2010. Além disso, o nosso país é o único en-tre os 40 pesquisados a registrar aumento nos prejuízos.

Do total da perda registrada por lojistas brasileiros, 32,8% foram atribuídos a furtos ex-ternos, praticados por supostos consumidores, 7,6% a fraudes envolvendo fornecedores e ven-dedores e 43,4% a furtos inter-nos, cometidos pelos próprios funcionários do estabelecimen-to. De acordo com Sambugaro, esse último, em 50% dos casos, acaba acontecendo por culpa do próprio varejista. “Isso é recorrente quando o dono da loja pune em vez de premiar. Ainda hoje encontramos o proprietário que, ao dar falta de uma mercadoria, desconta do salário dos funcionários o valor dela. Isso faz com que eles se sintam desvalorizados, e pode fazer com que um ou ou-tro, revoltado com a injustiça, passe a furtar”, diz.

O melhor remédio contra esse problema, como alerta Sam-bugaro, é investir no empregado por meio de orientação, trei-namentos e benefícios, como, por exemplo, concedendo a ele 60% de desconto na compra do material vendido na loja. “Va-lorizado, o funcionário vai dar sempre o melhor de si, sendo até

mesmo um forte aliado contra o furto externo, passando a atuar como uma espécie de fi scal da loja”, acredita.

Investimento e solução

Para se proteger contra o assalto ou contra o furto não há saída senão apostar em segurança. A instalação de câmeras, inclusive bem perto do caixa, é apontada como uma alternativa viável, já que, além de inibir a ação do ladrão, elas são importantes para, por meio das fi lmagens, se fazer a identifi cação do criminoso. Os lojistas ainda têm a opção de investir em alarmes, gravadores digitais de imagem, instalação de antenas nas portas e utiliza-ção de etiqueta eletrônica.

Se o pequeno varejista pensa que tudo isso está além do seu orçamento, especialistas em se-gurança alegam que eles estão enganados. Se a contratação de uma empresa especializada era algo caro no passado, hoje a realidade é outra. “Por R$ 250 a R$ 300 ao mês, é possível ga-rantir a segurança de uma loja pequena, sendo a instalação e manutenção do material por conta da companhia contra-tada. Há equipamentos para todos os tamanhos de lojas,

Luiz Fernando Sambugaro faz um alerta aos papeleiros ao afirmar que é preciso ter conhecimento de tudo o que entra e o que sai de uma loja. Se isso não acontece, o varejista pode perder até 2% do faturamento bruto de sua empresa ao ano.

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Mercado36

novembro de 2010

Segurança no varejo

com os mais variados preços”, afi rma Fernando Sambugaro. “É preciso pensar na segurança como prioridade. Colocá-la de lado é o mesmo que comprar um carro e não fazer o seguro. O varejista não pode pensar que ter um comércio hoje é o mesmo que ter um comércio há 15 anos, quando era possível deixá-la em segundo plano”,

alerta Lordello. Por outro lado, há também

outras medidas simples que, aliadas ao investimento citado acima, também podem ajudar a garantir a paz do varejista. Em caso de roubo, tanto a polícia quanto especialistas orientam o lojista a obedecer as ordens do ladrão, uma vez que 80% das pessoas que reagem a um assal-

to são baleadas, como lembra Lordello. Outra dica é avisar ao criminoso todos os movimen-tos realizados, evitando agir de maneira brusca, pois isso pode assustá-lo. “A vida é muito mais importante que qualquer quan-tia em dinheiro”, completa.

Já para se evitar o furto, um dos primeiros passos é pensar na disposição da loja. Evitar áreas mal iluminadas e colunas, assim como utilizar gôndolas baixas, são algumas orientações de Sambugaro, que também sugere a exposição de produtos de alto valor em mostruários fe-chados. O tenente Moisés lem-bra ainda que colocar pratelei-ras com pequenos objetos perto da porta é um prato cheio para o cliente mal-intencionado. Para ele, a atenção do varejista em relação à movimentação da loja também é essencial. “Des-confi e se um grupo de pessoas que chegarem juntas à pape-laria se dividir. Enquanto um tira a atenção do balconista, os outros podem aproveitar para furtar”, orienta.

Após roubo ou furto, o te-nente Moisés lembra a impor-tância de se chamar a polícia e registrar o fato. “Se o criminoso tem êxito, ele vai retornar. Mas se o varejista aciona a polícia, ele mostra ao ladrão que não está desprotegido. Além disso, é registrando a ocorrência que os números aparecem, determi-nando se aquela área precisa de mais patrulhamento”, explica.

Para evitar a ocorrência de tais crimes, o ditado “a união faz a força” também deve ser levado ao pé da letra. De acordo com especialistas, se a papela-ria, no shopping ou na rua, for assaltada ou furtada, é acon-

As 30 lojas Leitura são

equipadas com câmeras, antenas

nas portas, e algumas possuem ainda seguranças

particulares. Tudo para inibir

e proteger os estabelecimentos

de roubos ou da ação de

clientes mal-intencionados.

No caso de roubo ou furto: Não reaja. Obedeça às ordens do ladrão e evite movimentos bruscos. Avise ao criminoso tudo o que estiver fazendo e não tente fugir. Mantenha a loja bem iluminada e evite colunas. O ideal é ter uma visão geral do estabeleci-

mento. Invista em gôndolas baixas e não coloque prateleiras com pequenos objetos perto da porta. Valorize seu funcionário. Ele é o melhor “fiscal” que você pode ter. Não deixe de chamar a polícia. É a partir das ocorrências que eles definem se devem investir mais

na segurança de uma determinada área. Fique atento à movimentação dos clientes. Se um grupo de pessoas entrar na papelaria e cada um

for para um diferente canto da loja, desconfie. Se possível, contrate uma empresa de segurança e instale câmeras, principalmente uma próxima

à região do caixa. Saiba abordar a pessoa. Se perceber que o cliente leva algo da loja, a dica é perguntar sutilmente

se ele gostaria de levar mais algum produto. Dessa maneira, você vai “desarmá-lo”. Não deixe de avisar lojas próximas à sua de que você foi vítima de ladrões. Se possível, junto a outros

varejistas, contrate um segurança particular que irá inibir a ação de criminosos na região. É importante que os itens voltados para a prevenção de perdas não interfiram, mas harmonizem

com o layout da loja. Coloque os produtos de maior valor dentro de vitrines.

Fontes: Jorge Lordello, especialista em segurança, escritor e palestrante; Luiz Fernando Sambugaro, diretor de marketing da empresa Gateway Security, especializada em segurança e proteção de mercadorias para o varejo; tenente Cleodato Moisés do Nascimento, porta-voz do comando de policiamento da cidade de São Paulo.

Page 37: Revista da Papelaria 159

selhável que o papeleiro avise ao comércio em sua volta para inibir uma nova ação do crimi-noso na região. “É preciso existir colaboração entre os próprios varejistas para que seja possível inibir o ladrão e impedir que ele volte”, afi rma Sambugaro.

Com 43 anos de história e 30 lojas espalhadas por sete estados brasileiros, a Leitura é uma papelaria que não poderia deixar de investir em seguran-ça. Além de lápis, borracha e cadernos, a rede oferece tam-bém eletrônicos, CDs, DVDs, e por isso, de acordo com seu presidente, Marcus Teles, a proteção é essencial. “O sistema de segurança de todas as lojas é padronizado. Naquelas com 1000 m², por exemplo, temos 16 câmeras. Algumas delas estão acima do caixa, outras na área de cartuchos, CDs e DVDs, e as demais espalhadas pelo estabe-lecimento”, comenta.

Além do sistema de câme-ras, as lojas Leitura possuem antenas de segurança em suas portas, e a empresa também aposta no treinamento dos funcionários. “Eles estão devi-damente preparados para agir caso o alarme dispare, sabem como fazer a abordagem se perceberem algo suspeito, to-mando cuidado para não deixar o cliente constrangido, e são orientados a estarem sempre atentos”, explica.

O trabalho não termina por aí. Semanalmente, cada loja faz a contagem de um determina-do produto, dando preferên-cia para os 50 mais vendidos. Além disso, a cada seis meses, uma empresa especializada é contratada para fazer um in-ventário completo de cada um

dos estabelecimentos. As lojas maiores contam ainda com a presença de um segurança par-ticular. A maioria das papelarias Leitura está localizada dentro de shoppings. Mas, em relação à segurança, Teles garante que a preocupação com as lojas que possuem as portas voltadas para a rua e aquelas localizadas dentro do estabelecimento co-mercial é a mesma.

Apesar de todo o inves-timento, a Leitura não está imune. De acordo com Teles, a empresa perde entre 1% e 2% do faturamento total devido a furtos, somado à falta de esto-que, muitas vezes ocasionada pelo próprio erro humano. O alvo dos ladrões são, geral-mente, produtos pequenos, de alto valor e de grande giro de venda. “Os ‘preferidos’ são os cartuchos originais para impressoras, as lapiseiras da Pentel, as canetas de luxo e os lápis de cor da Faber-Castell. Produtos eletrônicos como MP5, pen drive e calculadora HP também são bastante visa-dos”, revela Teles. Para inibir a ação do cliente mal-inten-cionado, muitos desses itens ficam expostos em prateleiras e balcões fechados.

As lojas Leitura não chega-ram a sofrer nem 10 assaltos ao longo de sua história, mas, como garante o presidente da empresa, é preciso estar preve-nido. “É proibido deixar mais de R$ 500 em espécie no caixa, assim como mais de R$ 2 mil no estabelecimento. Um funcioná-rio vai ao banco e faz o depósito daquela quantia. Se formos as-saltados, o ladrão levará pouco dinheiro. Se houver perda, que seja pequena”, fi naliza. &

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Produto38

novembro de 2010

Organizadores de mesa

Se não fossem os organi-zadores de mesa, Mariane Ma-narini poderia “se perder” em sua própria mesa de trabalho. Cola, tesoura, grampeador, ca-netas, lápis e furador de papel são apenas alguns dos artigos ali encontrados. Para colocar ordem e otimizar o espaço são necessários quatro porta-trecos, além de uma cesta em que fi cam

guardados livros e cadernos. “Acho que já estou precisando de um outro porta-lápis”, brinca a profi ssional, que ainda deixa um recado ao seu chefe: “seria ótimo ter também um organi-zador de gaveta”.

Não é só no trabalho que Mariane busca deixar tudo no lugar. Em casa ela também possui um porta-treco de duas cores, transparente e rosa, na escrivaninha, ao lado do com-putador. “Assim é mais fácil encontrar o que preciso”, co-menta. A secretária ainda inova e utiliza os organizadores de mesa para guardar objetos que vão além dos artigos de papela-ria. “Tenho alguns porta-trecos em que coloco bijuterias e cre-mes”, conta.

Pensando em pessoas como Mariane, que não abrem mão de um ambiente organizado, fabricantes apostam em pro-dutos para deixar as mesas de trabalho ou de estudo, assim

“Arrumar a mesa do jeito certo faz as energias fluírem e o astral ficar lá em cima”. A recomendação é dada pelos mestres do Feng Shui, técnica chinesa para a harmonização de ambientes, mas, apesar do ensinamento vir do outro lado do mundo, tem muita gente preocupada em aplicá-lo e levá-lo a sério também no Brasil. POR RENATA MEDEIROS

Tudo em seu devido lugar

como as gavetas, mais arru-madas. Isso acontece porque, segundo eles, os porta-lápis, porta-clips, porta-trecos, su-porte de fita adesiva, porta-revistas, entre outros artigos, vêm, cada vez mais, caindo no gosto do público. “É uma prática comum nas multina-cionais os funcionários serem orientados a não deixarem seus pertences sobre a mesa após o expediente. Essa tendência está migrando para as empresas nacionais”, comenta Natália Gastaldo, gerente de marketing da Acrimet, empresa que tem como carro-chefe acessórios para a organização de escritó-rios. “Organizar-se não é ape-nas uma questão de manter o ambiente limpo e agradável. É uma questão de administração do tempo. Podemos gastar minutos por dia procurando um papel mal-arquivado, uma tesoura ou um simples clips no meio de um monte de papéis.

Os acessórios para organização

de escritório, cada vez mais

modernos, são o carro-chefe da

Acrimet.

Page 39: Revista da Papelaria 159

No fi nal de um ano, isso pode signifi car dias de trabalho per-didos”, completa.

A Dello também possui um grande leque de materiais para quem deseja deixar o ambiente de trabalho ou estudo na mais perfeita ordem, e, de acordo com a supervisora de marke-ting da empresa, Cassia Vornez, a procura pelos organizadores de mesa e gaveta vem aumen-tando. “Hoje, até mesmo nas escolas, as crianças já aprendem sobre a importância da orga-nização. Ela se transformou em algo essencial para o dia a dia no mundo corrido em que vivemos. O importante é que o consumidor leve para casa pro-dutos que se adequem às suas características e necessidade de organização”, opina.

Apostando em modernização

Com o crescimento da pro-cura pelos produtos, os organi-zadores de mesa e gaveta estão cada vez mais modernos, arro-jados, compactos e coloridos. Fabricante de tais artigos, a Yes investe, inclusive, em materiais com personagens licenciados, como Naruto e Hello Kitty, para

chamar a atenção também da garotada. “Os organizadores atuais estão com design mais prático, sendo mais versáteis e alegres que os antigos, que eram em cores sóbrias e só combi-navam com ambientes sérios”, lembra o analista de marketing da empesa, Leandro Siqueira.

Ao enxergar que o consu-midor desse tipo de material é bastante variado, indo de crian-ças a adultos, e de estudantes a executivos, a Waleu também passou a levar em consideração que cada pessoa precisa de um material diferenciado. “Alguém que deseja organizar a mesa de trabalho pode ter um fi lho que quer colocar ordem em sua mesa de estudo, portanto os produtos devem atender às ne-cessidades de públicos diversos. Além disso, hoje, as mulheres ocupam boa parte do mercado de trabalho, o que colaborou para o aumento das opções de cores e estampas”, analisa a gerente de marketing da compa-nhia, Viviane Masetto.

Com o tempo, os organiza-dores da Acrinil, responsáveis por 40% das vendas da empresa, também foram ganhando design cada vez mais sofisticado, e,

A Dello procura fazer com que seus produtos sejam ideais para ambientes compactos, já que a diminuição do espaço dentro do ambiente de trabalho é uma tendência do mercado.

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Produto40

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Organizadores de mesa

segundo seu gerente comercial, Eduardo Ezequiel, o objetivo é que esses produtos possam suprir as necessidades dos usuá-rios, garantindo que eles gastem menos tempo na realização de suas tarefas. “A desorganização é amiga da inefi ciência. A escolha do material é bastante pessoal, há muitas opções, e acredito que, no momento da escolha devam prevalecer a praticidade, a funcionalidade e, é claro, o bem-estar do espaço”, afi rma.

É preciso pensar também, é claro, nos objetos que serão colocados dentro dos organi-zadores, como lápis, canetas e tesouras, já que o tamanho dos compartimentos devem ser

compatíveis a eles, como explica o analista de marketing da Yes. “Várias questões são levadas em consideração, inclusive a maneira mais simples e prática de encontrar os itens guardados dentro do organizador”, avalia.

Mais espaço, menos bagunça

Design diferenciado e be-leza do produto, apesar de fazerem a diferença, não são as únicas preocupações dos fabri-cantes, que apostam ainda em outra característica que deve ser agregada aos organizadores de mesa e gaveta: a garantia de otimização e aproveitamento do espaço. “Estudamos ade-quações para ambientes com-pactos, sendo uma tendência do mercado essa diminuição de espaço”, comenta a gerente de

marketing da Dello. Pensando nisso, a empresa investe em produtos como o Organizador de Gaveta Dello Color que, com seis divisórias, possibilita ao usuário aproveitar melhor cada cantinho da gaveta.

Viabilidade técnica de pro-dução, custo de desenvolvi-mento e produtos concorrentes também são avaliados pela Acrinil no momento de criação dos organizadores de mesa e gaveta, mas a otimização do espaço não poderia ser deixada de lado, como garante Ezequiel. Um exemplo disso são as linhas Black Pianno, Silver e Black & Sil-ver, que trazem produtos como porta-clips, porta-lápis e porta-bloco acoplados em um. “No desenvolvimento desses mate-riais nunca nos esquecemos dos aspectos principais: praticidade e efi cácia no aproveitamento do espaço”, afi rma.

O próprio nome do pro-duto, Jumbo, porta-lápis da Acrimet, faz referência à sua funcionalidade e capacidade de armazenar vários artigos de papelaria ao mesmo tempo. “A tendência do mercado hoje são os artigos que, utilizando pouco espaço, são capazes de organizar o maior número de itens”, garante Natália. O gaveteiro com quatro compar-timentos da Waleu também procura aliar praticidade e espaço, assim como os orga-nizadores de mesa da Yes que, com rotação de 96° ou 360°, trazem a eles acoplados gavetas ou porta-retrato.

Indo às comprasFuncionária da Sebastian

Embalagens, Sheila Santos Matos, que trabalha no setor

Para chamar a atenção da garotada, a Yes investe em personagens licenciados que estampam os mais diversos organizadores infanto-juvenis.

Viabilidade técnica de produção,

custo de desenvolvimento

e produtos concorrentes são

alguns pontos levados em

consideração pela Acrinil no

momento de criação de seus organizadores.

Pdinliedin

Viabilidade

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Produto42

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Organizadores de mesa

comercial, possui em sua mesa de trabalho um porta-treco e conta que seu chefe está sem-pre de olho na organização do ambiente. “Nunca seremos pegos de surpresa, pois sempre deixamos tudo bem arrumado e guardado nos organizado-res”, conta. Na sala, trabalham quatro pessoas, e todas elas possuem o mesmo material, fato que agrada Sheila. “Com essa padronização o local fi ca mais bonito”, garante.

A empresa localizada em Valinhos (SP) tem como res-ponsável pela compra dos pro-dutos a gerente administrativa Simone Stevam. Ela revela que adquire os objetos em papela-rias e garante que eles são de extrema importância para o desempenho dos funcionários. “O ambiente de trabalho sendo ‘clean’ e organizado se torna melhor para o exercício das atividades. Os organizadores facilitam o dia a dia”, avalia.

Diferentemente da Sebas-tian Embalagens, na fábrica de confecções Andriello, com sede em São Paulo, a padro-nização foi deixada de lado, já que, segundo a analista de compras Diomar Aparecida, cada profi ssional possui perfi l diferente, e o material adquiri-do precisa atender à necessida-de de cada um. Já para Adriana Brito, gerente de compras da também paulista Companhia Têxtil de Castanhal, mais que colocar ordem no ambiente, os organizadores de mesa e gaveta possuem outra importante missão: a otimização do espaço. “Isso é importante devido ao uso contínuo de ilhas de traba-lho”, alega. Tanto a Andriello quanto a Companhia Têxtil de

Castanhal negociam a compra dos materiais diretamente com distribuidores. As duas empre-sas possuem outros pontos em comum, que se estendem também à Sebastian Embala-gens. Todas fazem a compra de organizadores esporadica-mente, de acordo com a neces-sidade do momento, levando em consideração praticidade e, principalmente, preço.

A baixa frequência com que as empresas adquirem esses produtos também se reflete dentro das papelarias. Segundo a atendente da Cantinho do Papel Papelaria (Gaspar/SC), Cláudia Bequer, são vendidos por mês apenas um ou dois or-ganizadores de mesa, enquanto o de gaveta quase não tem saída da loja. “Isso acontece porque esses materiais são duráveis, e uma pessoa pode passar anos com aquele determinado pro-duto”, acredita. Apesar disso, ela alega que é importante ter os artigos na loja, inclusive em várias cores, apesar da prefe-rência do consumidor ser pelo fumê e pelo cristal. “É preci-so estar pronto para atender qualquer cliente que chegue à papelaria”, afi rma.

A constante procura por

tais cores, porém, fez o pro-prietário da Papelaria Global (Quirinópolis/GO), José Ri-valdo Pinto, desistir dos orga-nizadores coloridos devido à baixa procura por esse material. Porém, seu estoque está cheio de porta-clips, porta-lápis, en-tre outros produtos, nas cores fumê e cristal. “Vendo organi-zadores de mesa o ano todo. É um produto de giro”, diz. Por outro lado, a reclamação sobre os organizadores de gaveta é o mesmo de Cláudia: “desse, vendemos menos”, conta.

Sobre o perfi l dos consumi-dores, ambos alegam que, na maioria das vezes, os produtos são adquiridos por empresas. Já levando-se em consideração a pessoa física, eles revelam que as mulheres compram muito mais organizadores de mesa e gaveta que os homens, e o preço não parece ser problema. “Geralmente a primeira coisa que o cliente avalia é o preço. Apesar disso, o produto mais vendido é aquele capaz de com-portar um maior número de itens dentro dele, independen-temente dele ser mais caro”, fi naliza Cláudia. &

A Waleu aposta na diversidade de seus produtos, pois sua intenção é garantir que cada pessoa tenha o material adequado às suas necessidades e características.

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Planejamento44

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Volta às aulas 2011

1- O empresário precisa se planejar e vender bem o ano todo para ter sucesso na volta às aulas ou ter sucesso na volta às aulas para sobreviver o ano inteiro? – Essa não precisa responder...

2- Quando você começa a se preparar para o período de volta às aulas?

3- Você treina a sua mão de obra temporária?

4- Você treina seus funcio-nários?

5- Seus funcionários conhe-cem seus produtos e seu mix?

6- Quem é o responsável pelo merchandising: um, dois, ou todos os funcionários?

7- Quais são as bases para se ter um estoque adequado, evi-tando que não faltem produtos e não se compre em excesso?

8- Quais são as mudanças de merchandising que você faz na sua loja para a volta às aulas?

9- Quando você começa a procurar as escolas para con-quistar parcerias nas listas de material?

10- Você se atualiza com frequência?

A sazonalidade financiada por datas como Natal, Páscoa, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais é de grande impor-tância para o mercado de varejo, englobando diversos segmentos. Porém, podemos considerar o período de volta às aulas como o mais relevante de todos, uma vez que movimenta volumes altíssimos de vendas em relação aos meses seguintes, e fi ca vincu-

Você e suaestão preparados?Há poucos meses do início da volta às aulas, todo tempo é pouco quando o assunto é preparativos para o período mais importante para boa parcela do varejo de papelaria. Neste artigo, você encontra várias dicas sobre planejamento. A partir de algumas questões, você tem um roteiro prático sobre como não cometer erros neste período. POR FÁBIO NEMER

Qualidade no atendimento ao cliente e visual merchandising:

Layout, circulação, iluminação, ventilação, sonorização, exposição dos produtos, displays, bandeirolas, móbiles, gôndolas, vitrines, etc. são itens que compõem uma das maiores ferra-mentas geradoras de vendas do varejo, o visual merchandising. Nunca polua sua loja com mui-tas informações visuais, mantenha os displays abastecidos com produtos apenas da marca do fornecedor, para melhor fixação da mesma. Nas gôndolas, explore as alturas de prateleira para vender mais e deixar em destaque o que gira mais nesse período.

Cuidado para nunca obstruir a entrada da sua loja, com excesso de produtos em pilhas. Estimule o cliente a entrar pelo lado direito da entrada. O ideal é que ele possa natural e inconscientemente, no sentido anti-horário, saindo no caixa, que deve ficar no lado esquer-do da entrada. Toda a equipe comercial deve constantemente observar necessidades de remanejamento e exposição adequada para os

PARA ACERTAR NA VOLTA ÀS AULAS

empresa

lado praticamente ao segmento de papelarias. A seguir, ressalto aspectos que fazem parte das necessidades básicas para uma empresa de varejo crescer em qualquer período do ano. Vou abordar cada um, com direciona-mento para a volta às aulas.

Refl ita sobre suas respostas às perguntas propostas no início deste texto. Adapte as ações apre-sentadas a sua realidade e não perca tempo para preparar-se e fazer da próxima volta às aulas a melhor de sua empresa. &

FÁBIO NEMER É CONSULTOR ESPECIALISTA EM FÁBIO NEMER É CONSULTOR ESPECIALISTA EM VENDAS

Page 45: Revista da Papelaria 159

todo o mix – uma falta pode significar muitos clientes perdidos.

É bom lembrar que esse é o momento limite para fazer contato com as escolas próximas à sua papelaria e oferecer vantagens para os alunos que o procurarem.

Para a divulgação da sua empresa, além de e-mail marketing, banners, outdoors, etc., tenha a certeza que a ex-antiga mala-direta ou “impresso”, na linguagem dos Correios, voltou com muita força. Quando bem criativa desde a parte externa, pode chegar a 97% de probabilidade de ser lida, uma vez que o e-mail perdeu muito sua força de comunicação formal, em função de muito lixo eletrônico, SPAM e vírus. Por exemplo: envie uma mala-direta com uma promoção vinculada à apresentação da mesma, para as residências e edifícios ao redor da sua papelaria.

Seleção e treinamento: O processo seletivo da uma empresa pode

levá-la a dois extremos fácil e rapidamente – ao sucesso ou ao fracasso. Então nunca selecione

sozinho um candidato; outras opiniões são sempre muito importantes. Crie e padronize seu processo seletivo.

Busque na seleção de mão de obra tempo-rária a mesma qualidade de profissionais que você contrata para sua equipe o ano inteiro. Faça pelo menos duas etapas de seleção, fa-zendo com que o candidato retorne. Você vai ver que muitos não retornarão e, claro, não deveriam ter sido admitidos.

Treine seus funcionários, sejam eles tem-porários ou não, pois todos podem denegrir sua marca num atendimento despreparado, em um período de muito movimento. Realize treinamentos com um planejamento anual, envolvendo toda a sua equipe, em relação ao conhecimento de produtos do mix, atendimen-to, relacionamento interpessoal e liderança.

Remunere, premie e estimule todos por meio de metas, sem distinção entre temporários e a equipe fixa – é bem provável que alguns temporários se transformem em efetivados, pois trabalharão mais e melhor que alguns da sua equipe fixa.

produtos e, claro, executá-las. Nunca deixe o visual merchandising sob a responsabilidade de uma minoria.

O treinamento de sua equipe fixa e temporária influenciam os aspectos comportamentais do atendimento. A abordagem deve ser desrobo-tizada e adequada a um volume muito maior de clientes no ponto de venda, para que se mantenha sempre o padrão de boa qualidade no atendimento.

Mix diversificado, estoque e divulgação: Disponibilize opções de marca e preço para

os produtos de maior sazonalidade do seu mix no período de volta às aulas, com base na experiência e planejamentos dos anos anteriores. Se estiver iniciando seu negócio, faça um planejamento de compras e vendas, estruturado na expectativa do retorno das ações que executará.

Replaneje e diversif ique seu estoque. Disponibilize a quantidade adequada, princi-palmente para os produtos de maior giro no período, sempre mantendo a boa qualidade em

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LicenciamentoO Pequeno Príncipe

novembro de 2010

46

“O essencial é invisível aos olhos”, já dizia Antoine de Saint-Exupéry por meio da célebre raposa que cativou o protagonista da mais famosa história francesa de todos os tempos. Possivelmente, este é o segredo que explica por que, depois de quase sete décadas, as crianças continuam a enxergar um elefante engolido por uma jibóia, e jovens e adultos ainda se encantam com os diálogos simples e tocantes ao lerem O Pequeno Príncipe, clássico que já superou a marca de 80 milhões de exemplares vendidos e de 400 edições publicadas.

Sheila Dryzun, responsável pela Luk Marcas, empresa que representa a licença no Brasil, ar-risca outra justificativa para que o livro continue sendo um suces-so nas livrarias. “Em uma época marcada pela instabilidade, ele proporciona bem-estar por ser um símbolo de paz, liberdade

Sempre é tempoCom quase sete décadas de vida, O Pequeno Príncipe continua a criar laços com súditos brasileiros de todas as idades.

e amor. Daí ser tão procurado pelas indústrias de moda, de brinquedos, de cultura e de en-tretenimento, interessadas em resgatar histórias ligadas a nossa memória afetiva”, comenta, res-saltando que os brasileiros estão entre os fãs mais fervorosos do principezinho. “Aqui já foram vendidos mais de 6 milhões de livros. Esta popularidade só se iguala a da França, onde ele nasceu, e a do Japão. Lá, O Pe-queno Príncipe é uma verdadeira filosofia de vida. Existem até um parque e um museu temáticos vi-sitados por milhares de pessoas”, conta a porta-voz da agência.

Curiosamente, mesmo sen-do tão popular, a licença só passou a ser representada no Brasil em 2005, graças a uma parceria firmada entre a Luk Marcas e a Succession Antoine de Saint-Exupéry. Desde então, a participação do personagem em território brasileiro não para de crescer. Para se ter uma ideia, de lá para cá, o protagonista da história não só apareceu em produtos diversos, como tam-bém foi parar no teatro e em uma megaexposição que atraiu mais de 300 mil visitantes ao Ibirapuera, em São Paulo. “Em breve, será produzida uma série de TV. São 52 episódios, cada um com 30 minutos de emoção e aventura”, revela Sheila.

De acordo com ela, a grande façanha da marca está na relação estabelecida com cada um dos leitores, que se consideram pro-prietários emocionais dela. “Um produto com a marca O Pequeno

de cativar

Nascimento:A obra foi publicada em 1943, ini-cialmente nos Estados Unidos, pela editora Reynal & Hitchcock, nas versões em francês e inglês.Público-alvo: Por ter sido lido por várias gerações, o clássico personagem de Antoine de Saint-Exupéry tem fãs de todas as idades, de crianças a adultos, que conheceram o menino quando ainda eram pequenos.Curiosidades:

O Pequeno Príncipe é a terceira obra literária mais traduzida do mundo, perdendo apenas para a Bí-blia e para “O Peregrino – A Viagem do Cristão da Cidade da Destrui-ção para a Jerusalém Celestial”, de John Bunyan. Estima-se que o clássico tenha sido publicado em cerca de 160 línguas ou dialetos, incluindo aranês, dialeto falado na Espanha, e xhosa, uma das 11 línguas oficiais da África do Sul.

Acredita-se que, ao criar a his-tória e as aquarelas feitas para ilustrá-la, Saint-Exupéry tenha se inspirado em uma viagem que o autor fez ao Brasil, onde ele en-controu vários baobás. No livro, elas podem ser encaradas como uma metáfora aos sentimentos ruins que devem ser arranca-dos periodicamente de nossas vidas, a fim de não prejudicar a dinâmica de nossos planetinhas particulares.

Príncipe é ‘3D’: tem profundida-de, conteúdo com significados e história. A marca agregou afeto, alegria e valores a esses itens, fa-zendo com que transformassem em artigos de estimação. Com isso, ajudou a criar um vínculo entre os consumidores e os fa-bricantes”, analisa a porta-voz da Luk. Outro positivo da licença, destacado por Sheila Dryzun, é a abrangência do fã-clube do personagem. “O público-alvo desta licença é a família. Ele é apreciado por pessoas antena-das, criativas, sensíveis e otimis-tas, que amam o nosso planeta e a natureza”, diz. &

Onde está O Pequeno Príncipe?Jandaia cadernos em diversos modelos.

Teca calendário de mesa, de parede e de aniversario, adesivos, álbum do bebê, marcador de páginas e linha de cartões.

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Mercado Global48

novembro de 2010

A mudança na data do evento, assim como a variedade e a qualidade dos produtos expostos, agradou grande parte dos visitantes da Paperworld China.

Durante os dias 15 e 17 de setembro, cerca de 18.700 pessoas de 95 diferentes paí-ses e regiões circularam pelos corredores do Shanghai New International Expo Centre, na cidade de Xangai, onde foi rea-lizada a Paperworld China 2010. A variedade de lançamentos agradou ao público, enquanto a mudança da feira de novembro para setembro foi agraciada pelos expositores.

Já em sua 6ª edição, a Pa-perworld China foi criada para suprir a indústria local, que pedia por uma feira de papela-ria, e os números provam que o evento ganha cada vez mais credibilidade. O número de visitantes estrangeiros à feira, por exemplo, cresceu 10% em relação a 2009, sendo a maioria deles procedentes da Coreia do Sul, do Japão, da Malásia, da Ín-dia, das Filipinas, da Rússia, dos Estados Unidos e da Alemanha. A quantidade de expositores também foi maior que a do ano passado: 566 contra 516. “Com vários compradores de alto calibre e a oportunidade de discussões signifi cativas sobre negócios, a Paperworld China vem se tornando um grande su-cesso”, comenta a gerente geral da Messe Frankfurt (Shan-ghai), organizadora da feira, Evan Sha. “Optamos por expor nossos produtos no evento devido à sua sólida reputação”, completa Shu Chang, gerente geral adjunto da Ninestar Di-gital, em acordo com Evan.

Promover a marca e fechar negócios é o que leva a maioria

dos expositores à feira, e, segundo o diretor da Copy Rite Indus-trial, Choochart Pholwiwat, o resultado de sua participação este ano não poderia ter sido melhor. “Houve um número de negociações maior que em 2009, e estamos cheios de pedidos”, comemora. Quem também saiu satisfeito da feira foi o diretor e gerente do Offi ce Power Austra-lia, Philip Michael, que, ao per-correr os estandes do Shanghai New International Expo Centre, notou mudanças nos artigos fabricados pelos chineses. “Os fornecedores locais estão come-çando a prestar mais atenção ao valor estético de seus produtos. Tanto o design quanto o acaba-mento dos mesmos melhoraram consideravelmente”, observa.

DataIncentivar os negócios apro-

veitando a melhor época para as compras do setor foi um dos motivos que levou a empresa or-ganizadora da Paperworld China a alterar o mês de realização do evento. Houve também a preo-cupação em evitar a concorrência com a Paperworld Frankfurt, que geralmente acontece em janeiro, na Alemanha, e a ideia parece ter agradado. “Com essa mudança para setembro foi possível intera-gir com mais clientes, aumentan-do os negócios realizados na feira em 60%”, comenta Scott Wen, da empresa Mirage International Industries, que não só produz como importa material escolar.

De acordo com Michael P. Schiel, da importadora austría-ca Michael Schiel, a nova data

Mudanças garantem sucesso da Paperworld China

possibilitou que ele tivesse mais tempo após a feira para visitar os fabricantes. “Setembro é uma melhor opção, pois assim posso agendar reuniões com os fornecedores atuais e ainda tenho mais alguns dias para entrar em contato com outros expositores, que podem vir a ser futuros parceiros”, avalia.

A próxima Paper world China já tem momento certo para acontecer: será de 21 a 23 de setembro. Para 2011, outros eventos organizados pela Messe Frankfurt também já estão agendados. De 10 a 13 de janeiro, acontece tam-bém, na China, a Hong Kong International Stationery Fair. No fi nal do mesmo mês, mais especifi camente no dia 29, tem início a Paperworld Frankfurt. O evento dura quatro dias, terminando em primeiro de fevereiro. Outras apostas da empresa são a Paperworld Middle East, que, entre 7 e 9 de março, promete movimentar o merca-do papeleiro do Oriente Médio, e a Paperworld Rússia, marcada para acontecer entre 27 e 30 de setembro, em Moscou. &

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DEZEMBROO Sri Lanka será palco do 13° International

Exhibition for Offi ce Equipment, Furniture, Corpo-rate Gifts & Stationery, ou somente Offi ce Today, organizado pela Buysell Interactions Private. O evento será realizado em Colombo, cidade mais populosa do país, de 3 a 5 de dezembro. Mais detalhes em: www.offi ce2day.biz.

2011

AGENDA INTERNACIONALNOVEMBRO

Acontece em Bolonha, na Itália, de 24 a 26, a 15ª edição do Big Buyer. Durante o evento, será possível encontrar instrumentos de escrita, mate-rial de escritório, gifts, além de outros materiais divididos em 16 diferentes setores. Segundo a empresa responsável pelo Big Buyer, a italiana Edinova, a ideia é fazer do ambiente um grande salão de encontro, onde profi ssionais do setor poderão se conhecer e trocar experiências. Para mais informações acesse www.bigbuyer.info.

Já nos Estados Unidos, o destaque é para a o Marketplace, voltado para o mercado de produtos escolares, escritório, arte, computação e artesanato, que acontece entre os dias 8 e 11 de novembro. O evento acontece em Miami, na Flórida, e é uma iniciativa da revista El Papel, publicação especializada no setor papeleiro. Para saber mais, entre em: www.marketplace-americas.com.

Mais uma vez a Alemanha receberá a Spie-lwarenmesse International Toy Fair Nürrnberg. A famosa feira de brinquedos, que no próximo ano chega à sua 62ª edição, acontecerá de 3 a 8 de fevereiro. No último dia cinco de outubro, foi realizado, na Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo, o Spielwarenmesse Dialog, e, durante o encontro, foram apresentadas as próximas novidades que serão levadas ao público na Spielwarenmesse. Em 2010, o evento alemão reuniu 76.637 visitantes de 104 países e 2.625 expositores de 63 diferentes nações. Durante o evento, mais de um milhão de produtos foram expostos, sendo que 70 mil deles eram lança-mentos. Saiba mais em: www.toyfair.de.

Outro evento já marcado para 2011 é a Feria Nacional de Escolares Y Ofi cina, que será realizada na Cidade do México, entre 15 e 16 de março. Para saber mais acesse: www.feriaescolaresyofi -cina.com. &

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Vitrine50

novembro de 2010

Caixas identificadasQuem precisa utilizar embalagens, como caixas de pa-pelão, convive com a dificuldade de identificar o pacote. Para facilitar a tarefa, a Motivate desenvolveu o Packing List. O envelope de expedição adesivo é transparente e pode ser utilizado para enviar documentos e notas fiscais anexados do lado de fora da embalagem de correspon-dência. Assim, pode-se identificar rapidamente o conte-údo do que foi recebido. (21) 2532-2288. &

A diversão de um desafio Crianças gostam de diversão e desafios. Inspirada nisso, a Xalingo criou a linha Desafio Genial da Disney, que une jogos envolventes com os personagens mais queridos do público infantil. Os jogos são Desafio Toy Story 3, Esconde-esconde Carros, Diversão das Fadas e Caminho das Prin-cesas. Todos possuem 24 ou 48 desafios com diferentes níveis de dificuldade. Além da brincadeira, as novidades desenvolvem coordenação motora e raciocínio lógico. A organização também fica por conta do produto, que vem com uma gaveta para guardar as peças. (51) 3719-9800. &

Vendendo carimbos Para valorizar sua loja, é importante oferecer serviços diversificados. Produzir e fornecer um produto diferen-ciado pode ser uma boa opção. A processadora de ca-rimbos Polijet, da Carbrink, possibilita todo o processo de fabricação do produto de maneira fácil. A máquina possui oito lâmpadas ultravioletas, timmer sonoro e di-gital e bivoltagem, entre outros recursos. O equipamen-to vem acompanhado de DVD explicativo com passo a passo para a confecção dos carimbos, apostila, esquema elétrico e tabelas de custo e de tempo de exposição de polímero. (11) 2555-8666. &

9800.

Registrar com qualidade Ampliando sua variedade de produtos, a DAC lançou as Registradoras AZ nos modelos Ofício e Premium Ofício. O produto possui forração externa e interna em percalux, visor em PVC cristal, ferragem removível e compressor com botão e olhal niquelado. A opção Premium vem com cantoneira e trava niquelada. (11) 2404-9000. &

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51novembro de 2010

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Aprendizado em kit A novidade da editora Luz e Vida é uma ótima opção para quem quer presentear crianças com algo divertido e educativo. O Kit Brincando e Aprendendo contribui com o desenvolvimento da percepção e habilidades mentais de crianças entre quatro e oito anos. O conjunto inclui os cinco livros da coleção “Com meu corpo agrado a Deus”, um quebra-cabeça com 60 peças, chaveiro com persona-gem da Turminha Querubim, além de um CD-ROM com cinco jogos, dois papéis de parede, duas imagens para colorir e uma proteção de tela. 0800-7014445. &

Recarregando as pilhas Os aparelhos eletrônicos estão muito presentes no coti-diano de todo mundo. Às vezes, a compra de pilhas para eles se torna tão frequente que alguns consumidores optam por comprar pilhas recarregáveis como forma de diminuir gastos. Para isso, outro elemento é fundamen-tal: o carregador de pilhas. A Digital Life lançou carrega-dores bivolts para pilhas AA e AAA. São quatro modelos diferentes: C9-2 Carregador de pilhas com 02 AAA, C25-2 Carregador de pilhas com 02 AA 2500, CA-4 Carregador de pilhas com 02 AA 2500 AAA 900 e C25-4 Carregador de pi-lhas com 04 AA. (11) 4063-6980. &

Uma graça de escrita Além da luz que acende no momento da escrita, a Ca-neta Luminosa Moranguinho, da Molin, possui glitter em seu interior, além de um pingente superfofo. Tais carac-terísticas fazem dela um produto bastante delicado, que certamente chama a atenção das meninas. (11) 3311-0661. &

Proteção coloridaAs maletas de polipropileno alveolar para documentos em formato A4 são a novidade da Atco Plásticos. A fa-bricante de embalagens e produtos para papelaria e es-critório desenvolveu uma linha de produtos resistente, prática e investiu em cores vibrantes. (19) 3826-8500. &

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Onde Encontrar52

Entrevistados e anunciantes

novembro de 2010

Ecologic – página 45

Faber-Castell – página 5

Imex – páginas 33, 35 e 37

Ludi – página 13

Jandaia – páginas 2, 3 e 17

Multicolor – página 19

Nagem – página 25

Pimaco – página 7

Plavitec – página 31

São Domingos – páginas 14 e 15

Visitex – página 39

VMP – página 27

Waleu – página 41

Xeryus – página 23

Acrilex – página 55

Acrimet – página 56

Arlindo José Moreira Representações – página 49

BIC – página 11

Carbrink – página 49

Colorgil – página 49

Dello – página 43

ACP Plásticos0800-125020www.acpplasticos.com.br

Acrimet(11) 4343-5577www.acrimet.com.br

Acrinil(11) 3776-7844www.acrinil.com.br

AIG Campestre(11) 4048-2975www.aigcampestre.com.br

Arte Original Papelaria e Suprimento(31) 2103-9900

Bazar Cruzeiro(18) 3581-1257

BIC0800-28262www.bic.com.br

Campus-Elsevier0800-0265340www.elsevier.com.br

Cantinho do Papel Papelaria(47) 3397-3307

Casa Cruz (21) 2506-3549

CDL/BH(31) 3249-1666www.cdlbh.com.br

CDR Distribuidora(21) 2417-1207

Centro Educacional Sigma(61) 3701-3737www.educacional.com.br

Colégio Pinheiro Guimarães (21) 2205-0797www.pinheiroguimaraes.br

Dello(35) 3435-8900www.dello.com.br

Doce Saber Papelaria e Livraria (27) 3328-3543

Escolar Representações(31) 3047-9162

ESPM/SP(11) 5085-4500www.espm.br

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Gateway Security(11) 3732-6626 www.gateway-security.com.br

GRC Distruibuidora(31) 2535-4420

JAV Representações(31) 3275-0458

L&C Eventos (31) 3332-2074

Leitura (31) 3287-2002

Livraria e Papelaria Lima(73) 3283-2023

Mano(11) 4701-6693www.pastasmano.com.br

Mercur(51) 3719-9500www.mercur.com.br

Multilaser(11) 3616-8600www.multilaser.com.br

Papelaria Aquarius(13) 3453-6710

Papelaria Brito(61) 3349-0880

Papelaria Central(34) 3661-1900

Papelaria Cópia e Cia(24) 3355-4346

Papelaria Derby (11) 2852-5736

Papelaria e Copiadora Milcopy(31) 3384-4600

Papelaria Global(64) 3651-4288

Papelaria Marielle(48) 3622-0362

Papelaria Paradigma(11) 2854-3630

Projeto Acqua (34) 3661.5346

Sebrae 0800 570 0800www.sebrae.com.br

Sulamericana(15) 3275-9696www.sulamericananet.com.br

Summit(51) 3348-7649www.summitbr.com.br

Universidade do Sul de Catarina0800-9707000www.unisul.br

VR Presentes (21) 3103-4735

Waleu(11) 4071-1142www.waleu.com.br

Yes(11) 3288-7722www.yesbrasil.com.br

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Artigo54

MÁRCIO HENRIQUE MARQUES - DIRETOR GERAL DA MERIDIAN TECNOLOGIA

novembro de 2010

Com a chegada da Copa das Confederações em 2013 e a Copa do Mundo em 2014, o comércio varejista deve se estruturar em tecnologia e inovação, além de investir na facilidade das opera-ções fi nanceiras, no atendimento à grande demanda por serviços e na segurança das operações de crédito. Segundo pesquisa da empresa de consultoria Ernst & Young em parceria com a FGV, a Copa do Mundo de 2014 poderá gerar um total de R$ 142 bilhões adicionais para o Brasil nos pró-ximos anos. A estimativa é que sejam gerados 3,63 milhões de empregos, aumentando a renda da população em R$ 63,48 bi-lhões até 2014. Para o mercado varejista, as notícias são positivas, e o consumo será crescente até o mundial, porém, é necessário que os comerciantes se alinhem quan-to a essa demanda e se atualizem em questões de capacitação, tec-nologia e automação bancária.

De acordo com dados do Sebrae, existem comerciantes que não possuem computadores

(27%) e dos 83% que o possuem, a p e n a s 6 7 % utilizam um software inte-grado de gestão de negócios. Portanto, se analisar o mer-cado atual em profundidade

é notório o quanto necessita de preparo. O comércio varejista já está em fase de transformação para se adequar às necessidades e, a partir daí, colher frutos que um campeonato como esse trará para empresários e todos os brasileiros. Toda a sociedade vai se benefi ciar continuamente com os investimentos feitos até lá. Até 2014, os profi ssionais do varejo terão mais espírito em-preendedor, e à capacidade de adaptarem-se as novas tendên-cias tende a ser mais rápida, além é claro, de contar com apoio conjunto de muitas entidades, como Sebrae e Febraban.

Neste cenário, entra a impor-tância dos softwares de gestão; da construção de uma base de dados que trace o perfi l de consumo dos indivíduos, per-mitindo que o varejista adeque seus produtos ao que realmente o cliente busca; além da melhoria do atendimento, da construção de vínculos que permitam estrei-tar e manter relacionamentos – componente fundamental para o sucesso das empresas.

Outro investimento funda-mental é na automação comer-cial sob medida. O objetivo é oferecer agilidade e diminuição de custos de operação. Porém, na grande maioria, o que se vê é o investimento simplesmente em um programa que atenda a legislação, emitindo apenas cupons fi scais e esquecendo-se

da gestão do negócio, dos índi-ces de vendas, margens de lucro, produtos a serem mais explora-dos, entre outros fatores para gerir o comércio e ter controle efetivo sobre a empresa.

Se tudo correr conforme o Ministério da Fazenda prevê, as arrecadações baterão recor-des ano a ano, a diminuição de concorrência desleal cairá a números ímpios, a estabilização econômica e o número de desem-prego e inadimplência em baixa permitirá aos lojistas criarem crediários próprios, aumentan-do as receitas em longo prazo e fortalecendo-as fi nanceiramente. Enfi m, teremos alcançado a era de ouro do varejo? No que se refere à padronização de comu-nicação de dados, que permitirá aos lojistas integrar seu sistema ao do fornecedor, diminuindo o tempo em cadastramento de produtos, por exemplo, a resposta é sim. Do lado social, poderemos sonhar em ser um país do primeiro mundo, é claro que muitos outros fatores vão interferir neste processo.

Embora muitos ainda acre-ditem que 2014 esteja longe, o comércio varejista pode co-meçar a pensar em se atualizar ontem, ou melhor, no momento atual, que é de oportunidade rá-pida. Dependendo do tamanho da empresa e complexidade do negócio, por melhor que seja a softwarehouse, um projeto de automação comercial pode levar até dois anos para adequar-se totalmente ao negócio. Não existe milagre, é uma questão de onde a empresa quer chegar e como pretende estar em 2014, e que venha 2016! &

Oportunidades e desafios de uma Copa

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