revista camisa 13 - janeiro 2011

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Camisa 13 Ano 1 - Edição 3 - Janeiro 2011 Fluzão é Tri! A campanha, os jogos-chave, raio-x de Conca e Romerito E ainda: Pré-Libertadores, Sul-Americana, e os destaques dos principais europeus Piores do ano Rodolfo Zavati faz a lista dos Piores de 2010, ponderadamente sem dó e nem piedade Darío Conca

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A terceira edição da Revista Camisa 13 chega neste sábado, 29 de janeiro de 2011.

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Camisa 13Ano 1 - Edição 3 - Janeiro 2011

Fluzão é Tri!A campanha, os jogos-chave,raio-x de Conca e Romerito

E ainda:Pré-Libertadores,

Sul-Americana, e os destaques dos

principais europeus

Piores do anoRodolfo Zavati faz a lista

dos Piores de 2010, ponderadamente

sem dó e nem piedade

Darío Conca

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Prezado leitor,

Seja muito bem vindo ao blog da Revista Camisa 13. Aqui você poderá acompanhar, além da revista mensal e eletrônica, postagens da nossa equipe, que incluem podcasts, colunas e tabelas. São mais de 15 pessoas trabalhando para trazer o melhor do futebol nacional e internacional, sem que você precise sair de sua casa e ir às bancas.

Ao longo dessas páginas, o leitor terá acesso a reportagens, matérias e artigos opinativos dos nossos membros, em sua maioria jovens jornalistas ou estudantes do curso, fanáticos por futebol, diga-se de passagem.

A Revista está disponível em três formatos: texto, .pdf e em flash, que você tem a possibilidade de folhear como se estivesse manuseando uma revista impressa convencional. O design interno foi ini-cialmente projetado visando não ser visualmente poluído, desagradável para a leitura. Leitura essa que tentamos deixar mais suave até para quem não é profundo conhecedor do esporte.

Instruções no uso do arquivo em flash:

Se o navegador exigir a execução de um plugin, aceite. A versão folheável é apenas acessível se o computador tiver o Shockwave player. O download não dura muito, caso ainda não possua em sua máquina.

Você pode usar a barra de rolagem para subir, descer ou ir para os lados da página, ajustando da ma-neira que julgar conveniente para a sua leitura. Com um clique nos cantos externos de cada uma das folhas é possível arrastar a imagem, que simula uma revista impressa.

Caso esteja com dificuldades de enxergar, clique com o botão direito do mouse e escolha a opção “Mostrar tudo”, para ampliar o conteúdo sem perder de forma considerável a resolução das fotos e do texto inseridos. Apertando para baixo com as setas direcionais, o arquivo irá passar para a próxima página automaticamente, sem a necessidade do clique. A seta para cima volta para a folha anterior. Para a frente e para trás há o mesmo efeito.

Você pode ter acesso aos textos, em ordem, na página do blog, da mesma forma que o .pdf. Nós da Camisa 13 te desejamos uma boa leitura. Faça bom proveito da publicação.

Equipe Revista Camisa 13

www.revistacamisa13.blogspot.com

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Revista

Camisa 13Edição número 3 - Janeiro 2011

Publicação mensal

Fechamento: 28/01

Equipe:

Redação Geral: Felipe Portes, Rodolfo Zavati, Rodrigo Gutuzo,

Guilherme Taniguchi

Futebol Internacional: Felipe Portes,Guilherme Taniguchi, Renato Zanata,Tauan Ambrosio, Caio Dellagiustina,

Tiago de Melo Gomes, Victorino NettoVictor Hugo Torres e Kallil Dib

Futebol Nacional: Rodrigo Gutuzo, Dimayma Belloni, Tauan Ambrosio, Guilherme Oliveira e Ary Machado

Reportagens: Felipe Portes, Victor Hugo Torres,Rodolfo Zavati e Felipe Modesto

Design e Arte: Felipe Portes

Revisão: Felipe Portes e Natália Vilaça

Jornalista Responsável:Elson Miguel

Índice

Crônicas

Colunas

Os Piores do Ano

Libertadores

Copa Sul-Americana

Brasileiro

Argentino

Inglês

Português

Francês

Alemão

Italiano

Espanhol

Especiais

Grandes Hits da bola

O mito sobre

Fomos campeôes

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O “majestoso” da arrogância Por Pedro Smith

Voltemos ao dia 30 de outubro de 2007, às 5 da tarde, na sede do São Paulo Futebol Clube. A diretoria tricolor e o arquiteto Ruy Ohtake apresentam em en-trevista coletiva o projeto de re-forma do estádio “Cicero Pom-peu de Toledo” para a Copa do Mundo de 2014.

Durante a cerimônia, o presi-dente são-paulino anuncia em tom de arrogância -que lhe é peculiar- que o seu time servirá de modelo para outros clubes brasileiros, já que não neces-sitaria de dinheiro público nas melhorias do estádio, pois di-versas empresas estariam in-teressadas em investir na casa tricolor.

Exatamente um ano depois, em evento do Sindicato de Arquite-tura e Engenharia, o presidente da São Paulo Turismo, Caio Luiz de Carvalho afirma que o esté-dio do Morumbi será o palco paulista para a Copa e que essa é a opinião fechada dos gover-nos estadual e municipal. Os outros projetos são apenas fan-tasias, ou nas palavras do mes-

mo, “projetos saci-pererês”. Du-rante os onze meses seguintes tudo parecia acertado, com a capital paulista realizando a ab-ertura do Mundial no estádio tricolor. Até que, em evento da Câmara Portuguesa de Comér-cio no Brasil a situação começa a mudar, na ocasião Juvenal Ju-vêncio afirma que o São Paulo irá necessitar de empréstimo do BNDES para realizar as obras necessárias.

2010 se inicia e o Comitê Orga-nizador da FIFA passa a exigir que os responsáveis pelos es-tádios apresentem as garantias financeiras dos projetos. O co-mitê paulista posterga a apre-sentação das garantias, ao mes-mo tempo surgem noticias de um projeto da Prefeitura de São Paulo para a construção de um estádio no bairro de Pirituba, além de uma arena corintiana em Itaquera. A Prefeitura nega e o Corinthians afirma que o seu projeto não é para a copa.

Em julho de 2010 os paulistas entregam a FIFA o novo projeto do Morumbi, mais modesto e

custando quase 1/3 dos R$ 636 milhões inicialmente previstos. Dois dias depois a CBF veta o estádio tricolor, e nas semanas seguintes a especulação corre solta envolvendo o Pacaembu, Canindé, Pirituba, e a Arena palmeirense. Eis que no dia 31 de agosto, um dia antes do Cen-tenário do clube, o presidente corintiano Andrés Sánchez anuncia a construção da tantas vezes especulada casa alvineg-ra no bairro de Itaquera e afirma que lá se realizará a abertura da Copa no Brasil, com os gastos sob responsabilidade de uma grande construtora através de financiamento do BNDES.

Na mesma ocasião, Andrés afir-mou que em apenas 90 dias re-solveria todo o processo buro-crático e iniciaria a construção. A partir de então, assim como seu equivalente de cargo são-paulino, ele passa a dar declara-ções a todo instante zombando de seus rivais tricolores e dizen-do que seu clube “é diferente e um exemplo de gestão”.

Cerca de 130 dias após o anun-

Juvenal Juvêncio em coletiva para apresentação de parceira do São Paulo, em 2009: excesso de confiança

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cio corintiano, o terreno em Itaquera permanece da mesma forma que estava, o empreen-dimento alvinegro que prevê uma Arena com capacidade para 45 mil pessoas apresen-tado ao Comitê Organizador Local precisaria passar por uma expansão possibilitando chegar a 65 mil para receber a abertu-ra do Mundial. O clube afirma que não tem como arcar com o custo e a construtora já avisou que também não se responsabi-lizará pelo montante, e assim como aconteceu com o Morum-bi o projeto do “Itaquerão” não atende as exigências da FIFA. Além de ter o seu preço elevado acima dos R$ 600 milhões até

então divulgados para se ade-quar, o novo governo paulistano tem urgência para definir o es-tádio local para a Copa e já te-ria até um projeto próprio para construção de um estádio nos padrões exigidos para o evento, com dinheiro público e posse do governo do estado.

Enquanto isso na Barra Funda, o barulho o que se escuta não é o dos dirigentes de forma ar-rogante e desdenhosa fazendo propaganda de sua competên-cia e de como seu clube irá fazer o empreendimento esportivo do século. O que se ouve é o ruí-do das máquinas que vão pondo o velho Palestra Itália no chão

para erguer a Arena alviverde. A utilização do citado estádio ou da reformada casa palestrina como palco paulista no Mundial de 2014, certamente seria um duro golpe na empáfia de al-guns dirigentes brasileiros.

*Majestoso é o clássico dis-putado entre Sport Club Cor-inthians Paulista e São Paulo Futebol Clube. Esse apelido foi dado pelo jornalista Thomaz Mazzoni, do jornal A Gazeta Esportiva, logo após o clássico de 1942 pelo Paulistão quando 70.281 pessoas superlotaram o Pacaembu.

Ao lado, Andrés Sanchez, presidente do Corinthians:

muitas promessas e polêmicas na sua gestão; abaixo, fotos das obras no antigo Palestra Itália, estágio irreversível no

projeto da nova Arena palmeirense

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A história do 99%confirmado

Por Felipe Portes

Amigo torcedor, todo início de ano é a mesma coisa, não é? O seu clube está negociando com um grande ídolo que está na Eu-ropa, dizem que o desejo dele é vestir a camisa da tua equipe. Dizem que os termos estão to-dos acordados, só falta assinar, pois até compraram aparta-mento novo pra ele numa área nobre da cidade. A expectativa cresce tanto que a loja oficial da agremiação até confecciona uma porção de camisas com o nome do dito cujo. Mas aí, che-ga a maldita nota em um jornal lá do país onde o craque joga, dizendo que o treinador ou o presidente não liberam o atleta.

Até o dado momento, você já caçoou de coleguinhas na esco-la, faculdade, trabalho, dizendo: "Ah, agora o Pedrão Baiano vai dar um jeito no nosso ataque, vocês vão ver!", "Duvido vocês ganharem da gente com o Sin-val na zaga, baita xerifão que vai chegar!", "Meu time agora tem o Ipanetrúsquio, e o seu, tem quem?" Todo dia o jornaleco esportivo na sua banca favorita estampa uma foto bem grande desse jogador, com dizeres "Sidnelson já está em Florínea para assinar contrato". E no fi-nal, não dá certo. Pediu muito alto, o clube não arrumou par-ceiros para bancar a vinda, ou a proposta não satisfez o jogador,

que tem propostas melhores do Oriente médio.

É o que acontece todo ano, com pelo menos um gigante brasileiro. Tanto se fala que todos se estruturaram, con-seguiram chegar em um nível suficientemente bom, financei-ramente falando. Ainda mais com a crise mundial, que feliz-mente não afetou com força o nosso país. Desde então, vários jogadores que foram ídolos de suas torcidas, tem demon-strado o desejo de voltar ao seu local de origem ou onde foram revelados. Bem verdade que al-guns retornaram, como é o caso de Ronaldo, Ronaldinho, Vágn-er Love, Adriano, Thiago Neves, Gilberto, Cicinho, Alex Silva, en-tre outros.

Mas a certeza que tenho é a de que além de correr o risco de se frustrar com a campanha da sua equipe de coração, o fã do esporte tem de lidar com a idéia de saber que craque x não veio por n motivos, desmentindo veículos que garantiam a sua chegada. Muitos programas de debate futebolístico na TV aber-ta, baseiam seu conteúdo e pau-ta de discussões somente em meros boatos ou notícias plan-tadas por sabe se lá quem que fica "entrincheirado" em consel-hos deliberativos e diretorias.

O que nos leva ao dilema: Será que a imprensa fala demais, apela para vender seus jornais e iludir o pobre proletário que sonha em ver um grande joga-dor vestindo a camisa do seu time? Ou será que se investigar-mos bem, no fundo é culpa do dirigente e seus negociadores, que sempre falham na pedida e não atendem às requisições do empresário?

No meio de tudo isso, como co-mentado na tarde de ontem, neste mesmo blog, ainda te-mos que aguentar o agenciador de talentos, que sempre põe o dinheiro acima de tudo. O que se tornou natural, e quem diria, até a década de 1980, que tería-mos apenas dois ou três nomes que passaram a carreira toda envergando as mesmas cores de uniforme? Mas hoje se um Paulo Henrique Ganso demon-stra alto nível por mais de um ano, é raro que ele prossiga no mesmo clube. Parece que pro-curam uma razão para que ele vá embora, arrumando assim um motivo para crucificá-lo com os clichês de "ele não jo-gava por amor, só por dinheiro". E numa dessas, o burburinho se deu em função de uma atitude desleixada por parte do coman-do santista.

Sim, me incomoda que os Elias, Dentinhos, Gansos, Tardellis, Neymares, Kléberes e muitos outros deixem de abrilhantar as competições desta terra, para tentarem (e muitas vezes não conseguirem) aparecer e serem ídolos de outros povos. Me irrita ainda mais saber que eram só iscas "pega-trouxa" as possíveis vindas de Alex, Luis Fabiano, Gilberto Silva, Pelé, Maradona e qualquer outra estrela que possa por um acaso disputar um Campeonato Brasileiro. An-tes que os diários da bola virem revistas de fofoca, por favor, pa-rem com as lorotas.

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A seleção Iugoslava de hoje

Por Caio Dellagiustina

Todo mundo já viu ou pelo me-nos já ouviu que a Iugoslávia sempre teve grandes atuações em diversos esportes. E com o futebol isso não é diferente.

Os iugoslavos, apesar de ter conquistados poucos títulos (o mais importante foi a Olimpía-da de 1960), mas sempre teve boas participações em Copas do Mundo, Eurocopas e Jogos Olímpicos. Um time temido mas que com a fragmentação dos países a partir de 1992 foi perdendo a força até se des-fragmentar de vez em Croácia, Bósnia, Macedônia, Eslovênia, Sérvia e Montenegro (esses dois últimos eram um único país até junho de 2006, mas mediante autorização da Fifa, disputaram

a Copa de 2006 ainda unidos).

Sua última competição im-portante foi a Copa do Mundo de 1998, na qual chegou até as quartas de final, na qual foi derrotada pela Holanda. Nessa mesma competição, um dos países que se emanciparam, a Croácia, chegou até a semifinal perdendo para a França na pror-rogação e derrotando a Holan-da na disputa de terceiro lugar, mostrando a força e a qualidade dos jogadores daquela região.

Mas e hoje, se a Iugoslávia exis-tisse, ela teria um time tão forte quanto aqueles dos tempos de Sinisa Mihajlovic, Pedja Mijato-vic, Davor Suker, Robert Prosi-necki, Zvonimir Boban entre

tantos outros? É difícil de dizer, mas pelos nomes que tem, dava para se montar um time muito forte. Confira abaixo uma pos-sível escalação da “Iugoslávia”.

Handanovic (Eslovênia) – Udi-nese-ITA, Corluka (Croácia) – Tottenham-ING, Vidic (Sérvia) – Manchester United-ING, Iva-novic (Sérvia) – Chelsea-ING, Kolarov (Sérvia) – Manchester City-ING, Radosavljevic (Eslovê-nia) – Larissa-GRE, Salihovic (Bósnia) – Hoffenhein-ALE, Misimovic (Bósnia) – Galatasa-ray-TUR, Pandev (Macedônia) – Internazionale-ITA, Vucinic (Montenegro) – Roma-ITA, Dzeko (Bósnia) – Manchester City-ING

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Os piores de 2010

Esqueça os destaques Neymar, Conca, Montillo ou brasileiros que brilharam no futebol eu-ropeu, como o lateral Maicon. Para muita gente consagrada, 2010 foi um ano para ser esque-cido.

FÁBIO COSTAO experiente arqueiro chegou ao Galo como a solução de-finitiva do problema crônico no gol atleticano. Visivelmente fora de forma, falhando con-stantemente e sempre pronto para uma polêmica, acabou perdendo espaço para o jovem Renan Ribeiro - importantís-simo na recuperação do clube no Brasileirão. Em 2011, foi dis-pensado.

CICINHOÍdolo tricolor, Cicinho voltou ao São Paulo em fevereiro de 2010, emprestado pela Roma. Como manda a cartilha do fute-bolista brasileiro mimado que não aguenta mais o banco de reservas no seu clube europeu, o lateral buscava "recuperar a alegria de jogar futebol". Na equipe do Morumbi, sequer se firmou como titular e, no meio do ano, retornou à Italia para ser a terceira opção da ala-dire-ita romanista, atrás de Motta e Cassetti.

Por Rodolfo Zavati

Adilson, mais conhecido como “Professor Pardal”, o pior técnico de 2010?

THIAGO HELENONão exatamente querido pela torcida do Cruzeiro, mas homem de confiança do téc-nico Adílson Batista, o zagueiro Thiago Heleno foi indicado pelo treinador assim que este che-gou ao Corinthians. Não foram necessários mais que cinco jo-gos para o defensor cair em desgraça com a Fiel, após uma série de falhas e atuações bi-zonhas. Com a chegada de Tite, o próprio Thiago pediu seu afas-tamento do elenco. Em 2011, surpreendentemente, acertou com o rival Palmeiras, para delírio da torcida corintiana.

CÁCERESJogador de três Copas do Mundo, o experiente zagueiro paraguaio Júlio César Cáceres já havia passado pelo Atlético Mineiro, em 2005. Na ocasião, deixou ótimas lembraças, tanto que seu nome era citado sempre que a equipe mineira cogitava buscar alguém para acertar sua defesa. Em 2010, finalmente, Cáceres retornou ao Galo. En-tretanto, sua segunda passa-gem esteve longe de repetir o desempenho da primeira: ja-mais se firmou como titular e, nas poucas chances que teve, falhava constantemente. Aca-bou dispensado.

JUANTitular absoluto do Flamengo desde 2006, o futebol de Juan caiu de produção em 2010. Er-ros de cruzamento, faltas bobas e futebol indolente foram um verdadeiro teste de paciência para o torcedor flamenguista. Acabou negociado com o São Paulo, clube que o revelou.

FELIPE MELOComo toda Juventus, Felipe Melo teve um primeiro semes-tre com mais baixos do que al-tos. Mesmo assim, seu prestígio com o técnico Dunga seguiu em alta e a convocação para a Copa do Mundo chegou, res-paldada por suas boas atuações nas Eliminatórias. Contestado, Melo via no Mundial uma grande chance de calar seus críticos, mas, talvez até por esse motivo, o que se viu foi um atleta total-mente desequilibrado, muito distante do volante que brilhou na Fiorentina. Declarações ar-rogantes, discussões com jor-nalistas, futebol irregular, gol contra e agressão se juntaram num desastroso pacote que lhe rendeu o rótulo de principal cul-pado pela eliminação brasileira na África do Sul. Após a Copa, quando finalmente voltava a jogar bem, o camisa 4 juventino aprontou mais uma: agrediu o

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defensor Paci, do Parma, com um coice no rosto, numa jogada digna de UFC que repercutiu no mundo todo.

EDUEm 2009, após anos de Europa, Edu retornou ao Corinthians para substituir Cristian, peça importante do time campeão da Copa do Brasil e do Pau-listão. Já naquele ano, o vo-lante dava mostras de que não daria conta do recado, o que foi justificado como um "período de readaptação" ao futebol brasileiro. Em 2010, a situação não mudou: jogando um fute-bol extremamente burocrático e não condizende com seu alto salário, o ex-jogador do Arse-nal e da Seleção perdeu espaço para reforços até então anôni-mos, como Ralf e Paulinho. Como se não bastasse, recla-mou publicamente das poucas oportunidades que recebia, ge-rando desconforto no elenco. Dispensado em 2011, ainda não encontrou um novo clube.

RIVALDOPara muitos, ele foi o símbolo da mediocridade palmeirense em 2010. Contratado junto ao Avaí no início do Brasileirão, Ri-

valdo jogou como volante, meia e lateral, conseguindo irritar o torcedor alviverde em todas elas. Porém, o canhoto ainda conta com a simpatia de Fe-lipão, que o escalou como titu-lar nos primeiros jogos de 2011.

DEFEDERICOGrande promessa do futebol argentino, convocado por Di-ego Maradona e comparado com Lionel Messi. Eram essas as referências que o Corinthians possuía de Matías Defederico quando, em 2009, desembolsou 4 milhões de dólares para trazer ao futebol brasileiro o jogador do Huracán. Após oscilar em seus primeiros meses de Brasil, o pequenino meia decaiu de vez em 2010, não agradando ne-nhum dos três técnicos que pas-saram pelo Parque São Jorge e perdendo o apoio dos torce-dores. Ao ser emprestado para o Independiente, insinuou que os jogadores argentinos não são devidamente valorizados no Brasil; um absurdo, levando em conta o sucesso recente de seus compatriotas Conca, Mon-tillo, Guiñazu e D'Alessandro.

DAGOBERTOVindo do Atlético Paranaense após um conflito judicial con-

turbado e uma verdadeira guer-ra de bastidores entre as dire-torias envolvidas, Dagoberto chegou ao São Paulo como uma promessa de grande jogador. As temporadas se passaram e a promessa nunca se cumpriu. Em 2010, o atacante fez sua pior temporada, colecionando atu-ações apagadas e gols incriv-elmente perdidos. De quebra, costumava fazer cara feia e rec-lamar com a imprensa sempre que era substituido ou barrado.

KLÉBER PEREIRAKléber Pereira é um matador experiente; foi ídolo e campeão brasileiro pelo Atlético Pa-ranaense, goleador no México e novamente no Brasil, pelo Santos, em 2008. Todavia, seu desempenho caiu vertiginosa-mente em 2009; ao fim daquela temporada, acabou dispen-sado. Sua carreira parecia ter chegado ao fim quando, sur-preendentemente, o Interna-cional lhe ofereceu um contrato para 2010. No Beira-Rio, os gols minguaram ainda mais e Kléber praticamente nem se fez notar. Teve ainda uma passa-gem igualmente anônima pelo Vitória, assistindo do banco de reservas o rebaixamento da equipe baiana.

TÉCNICO: ADÍLSON BATISTANão é exagero dizer que Adílson Batista foi o grande fracasso de 2010 no futebol brasileiro. Com o Cruzeiro, caiu diante do Ipat-inga no Estadual, foi eliminado pelo São Paulo mais fraco dos últimos tempos na Libertadores e ainda teve um começo medío-cre de Campeonato Brasileiro, perdendo pontos preciosos que, se conquistados, posteri-ormente poderiam ter valido o título ao time celeste. No Corin-thians, herdou uma equipe ac-ertada e com cara de campeã e, mesmo após um bom começo, amargou uma incrível sequên-cia de resultados ruins que valeram não só sua demissão, como também o próprio título ao alvinegro. Terá a chance de se redimir em 2011, treinando o fortíssimo Santos.

Um dos poucos momentos de riso de Matías Defederico pelo Timão: más atuações lhe renderam o apelido de “DVDrico”, se referindo a forma como foi visto pelos dirigente corintianos, através de um DVD com os melhores lances

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Já é hora de decisãoPor Rodolfo Zavati

O lateral do Independiente, Lucas Mareque, sofre “marcação cerrada” de Neicer Reasco, em partida da Sul-americana em 2010

Para uns, Pré-Libertadores; para outros, Primeira Fase. É na etapa qualificatória que a bola começa a rolar na Copa Liberta-dores da América.

A partir do dia 25 de janeiro, doze times disputarão as seis vagas restantes na fase de gru-pos do principal torneio do con-tinente e verdadeira obsessão dos times brasileiros. Como de costume, não deveremos ter nenhum confronto tecnica-mente brilhante nesta etapa, mas alguns embates deverão chamar a atenção do público, com destaque para as presenças de Corinthians e Grêmio e do ar-gentino Independiente, record-ista de títulos da competição e atual vencedor da Copa Sul-Americana.

JOGO 1:Deportes Tolima (COL) x Corin-thians (BRA)

Ainda que decida fora de casa, não tenha se reforçado adequa-

damente e o assunto Libertado-res sempre ganhe proporções tão grandes a ponto de preju-dicar a própria equipe, o Corin-thians é favorito no confronto diante do Tolima, uma equipe média do futebol colombiano. O jogo de ida é crucial: uma vitória confortável pode deixar o Timão em situação tranquila, enquanto um resultado ines-perado poderá causar estragos no psicológico da equipe, difi-cultando ainda mais as coisas na volta.

Primeiro jogo: São Paulo, 26/01Segundo jogo: Ibagué, 02/02Grupo do classificado: 7, com Cruzeiro, Estudiantes e GuaraníPalpite: Corinthians

JOGO 2:Jaguares (MEX) x Alianza Lima (PER) O Alianza é o time mais tradi-cional do Peru, mas o Jaguares se reforçou com o meia argenti-

no Damián Manso, campeão da Libertadores de 2008 pela LDU Quito. Outro destauqe é o forte centroavante Jackson Martinez, um dos bons valores do novo futebol colombiano.

Resta saber se os mexicanos, que decidem em casa, dis-putarão a vaga motivados ou de forma protocolar. Nos gru-pos, o classificado será um dos adversários do atual campeão Internacional.

Primeiro jogo: Lima, 26/01Segundo jogo: Tuxtla Gutiérrez, 01/02Grupo do classificado: 6, com In-ternacional, Jorge Wilstermann e EmelecPalpite: Jaguares

JOGO 3:Deportivo Petare (VEN) x Cer-ro Porteño (PAR)

Um dos adversários do Santos sai do confronto. O Cerro não venceu nenhum dos dois titu-

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los paraguaios disputados em 2010, mas é difícil imaginar que a tradicional equipe de Asun-ción tenha dificuldades diante do Deportivo Petare, terceiro colocado do Campeonato Ven-ezuelano.

O Petare, aliás, só adotou o novo nome recentemente; até 2010, era conhecido como De-portivo Italchacao.

Primeiro jogo: Asunción, 27/01Segundo jogo: Caracas, 03/02Grupo do classificado: 5, com Santos, Colo-Colo e Deportivo TáchiraPalpite: Cerro Porteño

JOGO 4:Unión Española (CHI) x Boli-var (BOL)

Muito forte jogando na altitude de La Paz, o Bolívar jogará to-das suas fichas num grande resultado na primeira partida, já que longe de seus domínios deverá ser presa fácil para a equipe chilena, treinada pelo ex-meia do São Paulo, José Luis

Sierra.

Primeiro jogo: La Paz, 27/01Segundo jogo: Santiago, 03/02Grupo do classificado: 4, com Caracas, Universidad Católica e Vélez SarsfieldPalpite: Unión Española

JOGO 5:Deportivo Quito (EQU) x Inde-pendiente (ARG)

O encontro de duas equipes fortes como mandante, porém fracas como visitantes, tem tudo para gerar um confronto mais equilibrado do que se es-pera. O Independiente retorna ao torneio que venceu sete vezes respaldado pelo título na Copa Sul-Americana, mas a limitação da equipe foi eviden-ciada com a última colocação no Apertura 2010. A favor do Deportivo, pesa a altitude de Quito e o fato de decidir em casa. Um empate ou até uma derrota magra na Argentina pode fazer a diferença em prol dos equatorianos.

Primeiro jogo: Avellaneda, 27/01Segundo jogo: Quito, 03/02Grupo do classificado: 8, com LDU, Peñarol e Godoy CruzPalpite: Independiente

JOGO 6:Grêmio (BRA) x Liverpool (URU)

Última equipe brasileira a ga-rantir vaga na competição, o Grêmio foi o mais feliz no sor-teio: enfrentará o uruguaio Liverpool, num confronto que promete ser o mais desigual da fase. Mesmo não trazendo grandes reforços e com a saída do artilheiro Jonas, a elimina-ção do tricolor gaúcho pela modesta equipe de Montevi-deo deverá ser considerada uma grande zebra.

Primeiro jogo: Montevideo, 26/01Segundo jogo: Porto Alegre, 02/02Grupo do classificado: 2, com Junior Barranquilla, Oriente Petrolero e León de HuánucoPalpite: Grêmio

Acima, Roberto Carlos em lance contra o In-dependiente de Medel-lín, na edição 2010 da Libertadores; ao lado, Renato Gaúcho tenta conduzir o Grêmio a novos tempos de glória no continente

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Caindo em péPor Victor Hugo Torres

Após a queda, a dor esmeraldina ainda nào havia acabado: derrota nos pênaltis para os argentinos do Independiente, sequência de um grande jogo em Avellaneda

O Goiás, em 2010, protagonizou um dos momentos mais inus-itados do futebol brasileiro nos últimos anos. O clube esmer-aldino, ao mesmo tempo em que era rebaixado no Brasileirão com três rodadas de antecedên-cia, chegava a uma inédita final de Copa Sul-Americana contra o tradicionalíssimo Independi-ente.

A campanha do time goiano começou na fase nacional da Sul-Americana, ainda sob o co-mando de Emerson Leão, fr-ente ao Grêmio. No jogo de ida, no Serra Dourada, as equipes fizeram uma partida bastante movimentada, com o placar ter-minando em 1 a 1. Hugo abriu o marcador para os gaúchos, e Rafael Moura empatou de pên-alti. Na volta, no Estádio Olím-pico, o imortal jogava pelo em-pate sem gols e vivia a estreia de seu eterno ídolo Renato Gaucho como treinador. Mesmo com

esses fatores jogando contra, os esmeraldinos não se intimi-daram e venceram o duelo por 2 a 0, gols de Amaral e Everton Santos, afundando ainda mais o adversário na crise, que naquele momento brigava contra o re-baixamento.

Após avançar na fase nacional, os goianos, já sob o coman-do de Jorginho (ex-auxiliar de Dunga na seleção brasileira), iriam enfrentar o tradicional Peñarol do Uruguai pelas oita-vas de final do torneio. Assim como nos confrontos contra o tricolor gaúcho, a primeira par-tida foi em Goiás, mas desta vez o "Verdão do Serrado" não deu bobeira e bateu os uruguaios por 1 a 0, gol de Rafael Moura, o “He-Man”.

A vantagem poderia ter sido maior, tamanha a superioridade dos goianos na peleja e se não tivessem desperdiçado tan-

tas chances claras de gol, so-bretudo no primeiro tempo. A segunda partida do confronto foi em Montevidéu, no mítico estádio Centenário. Apesar da pressão inicial dos auri-negros, quem abriu o placar foi o Goiás, com Rafael Moura, aos 16 do 1º tempo.

Porém, nos minutos finais da primeira etapa, os uruguaios foram para cima, e conseguiram a virada, aos 37, com Corujo, e aos 42, com Marcelo Sosa. Mesmo com a derrota parcial, o Esmeraldino ia se classificando, por ter feito mais gols fora de casa. Desse modo, o Peñarol, no segundo tempo, foi com todo o seu ímpeto ofensivo, em busca do terceiro gol, sufocando a equipe brasileira, que perdera Everton Santos, expulso. No en-tanto, seguindo o ditado fute-bolístico “quem não faz, toma”, os goianos empataram aos 32 minutos com o polivalente Car-

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los Alberto, que entrou na área com velocidade pelo lado es-querdo e bateu cruzado, sem chances para o goleiro Sebas-tián Sosa. A bola ainda bateu na trave antes de entrar. Os donos da casa seguiram pressionando e conseguiram marcar o ter-ceiro gol, aos 39 minutos, com Martinuccio. Mas não foi o su-ficiente e, com esse placar, o Goiás passou às quartas de final do torneio continental.

Após bater um clube es-trangeiro, chegou a hora de mais um duelo local, e o ad-versário dessa vez foram os ca-tarinenses do Avaí. Para variar, o primeiro jogo foi no Estádio Serra Dourada. Com um primei-ro tempo melhor, o Goiás abriu o placar, com seu artilheiro Ra-fael Moura. No segundo tem-po, o cotejo mudou comple-tamente. Logo aos 5 minutos, Marcelinho sofreu pênalti, que foi convertido por Davi, empa-

tando o jogo para os avaianos. A virada veio com Marcelinho, que acertou o ângulo de Harlei após belo chute de perna dire-ita. E quando tudo parecia per-dido, mais uma vez o He-Man marcou. Aos 48 minutos, ele dominou a bola com o braço, de maneira irregular, mas sem marcação do árbitro, e empa-tou e partida. Dessa forma, o Goiás foi para o jogo de volta na Ressacada precisando gan-har para seguir na competição. O clube Esmeraldino, naquela partida, estava estreando trein-ador novo, Artur Neto – o quar-to no ano –, que dali pra frente seria peça vital no desempenho da equipe. O primeiro tempo foi tecnicamente muito fraco, o que salvou foi o gol de Rafa-el Moura, aos 44 minutos. Na segunda etapa, o Avaí tentou pressionar com jogadas aéreas que não surtiram efeito, com a defesa goiana afastando todas as bolas. Garantiu, assim, a pas-

sagem para as semifinais.

Enquanto caminhava a passos largos rumo ao rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro, o Goiás chegava às semifinais da Copa Sul-Amer-icana, em que seu adversário seria o Palmeiras de Felipão, treinador especialista em com-petições de mata-mata, como é o caso do torneio continental. Como de costume, o jogo de ida foi em Goiânia. E, pela terceira vez, em quatro jogos na com-petição, os goianos não con-seguiram fazer o dever de casa. O culpado desta vez foi a es-trela de Marcos Assunção, que mais uma vez brilhou a favor dos palmeirenses. O volante ac-ertou um lindo chute de fora da área, que entrou no ângulo es-querdo do gol de Harlei logo aos 3 minutos do segundo tempo. O Esmeraldino bem que tentou esboçar uma reação, mas es-barrou em suas deficiências téc

Duelo contra o Peñarol, pelas quartas-de-final: adversário complicado, mas se comparado às fases seguintes...

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nicas e no bom desempenho da defesa palestrina.

Para o jogo da volta, já com a queda para a Segundona defini-da, o Goiás foi para o confronto como franco-atirador, pois o Palmeiras era tido por todos como o grande favorito. prin-cipalmente por três fatores: jo-gava em casa, tinha a vantagem do empate e vinha em melhor fase. O donos da casa, faziam uma partida segura no primei-ro tempo, ainda mais depois que Luan abriu o placar, aos 33 minutos. Até que, no último lance da etapa inicial, Carlos Alberto aproveitou bobeada da defesa palmeirense e empatou de cabeça, deixando um clima tenso no Pacaembu. Na segun-da etapa, como só a virada in-teressava, o Goiás foi para cima do Palmeiras, tentando o gol a qualquer custo, enquanto os palmeirenses preferiram recuar e apostar nos contra-ataques. E tantas ofensivas surtiram efeito aos 36 minutos, quando Er-nando, após ajeitada de cabeça de Rafael Moura, só empur-

rou para as redes, decretando a eliminação do Palmeiras e a inédita vaga na final da Copa Sul-Americana para a equipe do Centro-Oeste.

Nos dois jogos finais, o ad-versário do Goiás seriam os argentinos do Independiente, tradicional equipe argentina, conhecida como Rei de Co-pas por ter conquistado nada menos do que sete vezes a Taça Libertadores da América. Porém, nos últimos anos, vinha passando por tempos de vacas magras. O Rojo, para chegar à decisão, eliminou o Argen-tino Juniors (ARG), o Defensor Sporting (URU), o Deportes To-lima (COL) e a LDU (EQU).

Como em todas as fases, os goianos foram os mandantes da primeira partida. E o que se viu foi uma atuação segura por par-te do Goiás em todos os setores do campo, muito diferente de uma equipe recentemente re-baixada no Brasileirão. Desse modo, Rafael Moura e Otacílio Neto marcaram um gol cada,

com apenas 20 minutos de jogo. O Independiente até ten-tou diminuir a diferença no se-gundo tempo, mas a expulsão de Silvera, após cotovelada em Rafael Tolói, fez os argentinos recuarem, deixando boa vanta-gem para a equipe alviverde no jogo da volta.

Na grande final, a torcida do Independiente lotou o está-dio Libertadores da América, fazendo uma bela festa, cri-ando um clima desfavorável para os goianos, que sentiram a pressão no primeiro tempo, levando 3 a 1, perdendo a van-tagem que tinham de dois gols. O Goiás adotou uma postura cautelosa demais, desse modo, o Rei de Copas abriu o placar com Velásquez aos 19 minutos. Rafael Moura empatou 2 minu-tos depois, isolando-se na artil-haria da Copa Sul-Americana, com oito gols. Porém, após nova pane defensiva, a equipe argentina fez dois gols com Fa-cundo Parra, aos 26 e aos 34 do primeiro tempo. No segundo tempo, Artur Neto colocou mais um atacante, pressionou o Rojo e, por pouco em lances com Ra-fael Moura, quase fez o gol que lhe daria o titulo.

Na prorrogação, o time argen-tino “morreu“ fisicamente, fazendo com que os goianos dominassem a partida comple-tamente naquele momento levando o jogo para os pênaltis. Nas cobranças, Felipe acertou a trave, enquanto os jogadores do Independiente acertaram toda as suas cobranças, levando a torcida ao delírio em Avellad-ena. Para o Goiás, só restaram as lagrimas de um ano desas-troso, que poderia ter tido sorte melhor nessa final, caso tivesse segurado sua boa vantagem ga-rantida no Serra Dourada.

Partida no Serra Dourada contra o Palmeiras: primeiro passo para uma classificação histórica. Vaga esmeraldina gerou muitas piadas para o alviverde paulista

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O elevador do Brasileirão

Por Dimayma Belloni

Caros leitores, acredito que a maneira mais adequada de começar este texto seria com uma ‘Errata’, afinal de contas, essa que vos escreve deu como certa, na edição de novem-bro/2010, a queda do Avaí para a Segundona. Porém, para a alegria dos torcedores de Flori-anópolis, o clube conseguiu es-capar da degola. Todavia, como no futebol a alegria de uns é a tristeza de outros, sobrou para o Vitória a última vaga no quar-teto de rebaixados. Seguiremos mais um ano sem BA-VI na Série A.

O último suspiro

No dia 21 de novembro de 2010 o Avaí enfrentaria o Atlético Goianiense em uma partida considerada a última salvação para ambos os times, já que tan-to o Avaí, quanto o time goiano flertavam com as últimas colo-cações. E foi com um placar de 3 a 0 que o Leão da Ressacada subiu da 17ª para a 16ª, apenas uma posição, mas o suficiente para deixar a zona de rebaixa-mento. A confirmação de que estaria salvo veio com a partida

seguinte contra o Santos, onde mesmo depois de começar atrás no placar o Avaí surpreen-deu o time da Vila Belmiro e vi-rou 3x2. 43 pontos somados e o alívio permanecer na séria A do Brasileirão em 2011.

Mais uma vez, ele: “O Dragão de Goiânia”

Enquanto os catarinenses guardaram boas recordações da equipe goiana, os baianos provavelmente prefiram es-quecer o time que, digamos, ‘fechou o caixão’ para o Vitória. O Leão entrou na 35ª rodada ocupando o 14º lugar na tabela e até então, garantia a chance de disputar o Brasileirão de 2011 entre os melhores, só que uma sequência de quatro empates levou o Vitória para a 17ª colo-cação e carimbou o passaporte do time baiano para a série B.

Nada mudou

Fazendo companhia ao Vitória no trem rumo a Segundona, Guarani, Goiás e Prudente que permaneceram acumulando derrotas e por isso serão ad-

versários de Portuguesa, Sport, ASA e etc. em 2011.

Série B: Aqui também tem emoção A Série B do campeonato brasileiro teve em 2010 um de seus anos mais emocionantes e disputados, do 2º ao 5º colo-cado foram somados apenas cinco pontos de diferença.

E na humilde opinião desta jor-nalista que vos escreve o time que mais garantiu bons momen-tos de adrenalina e expectativa foi a Portuguesa de Desportos, o time do Canindé esteve durante a maior parte do campeonato lutando por sua vaga entre os quatro que sobem. A equipe teve boas chances de conqui-star esse lugarzinho na Primei-rona, mas perdeu jogos cruciais o que fez com que na última rodada ficasse à mercê da sorte de uma combinação de resulta-dos e por isso mesmo vencendo o Sport por 2 x 1 dentro da Ilha do Retiro, a Lusa disputará a Sé-rie B por mais um ano.

E quem ficou com a vaga da Portuguesa na 4ª colocação

O Coxa, que volta de forma imediata para a Série A com o título

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foi o América-MG. Sob o co-mando de Mauro Fernandes a equipe encerrou a Série B com 63 pontos e garantiu seu retor-nou à elite do futebol brasileiro depois de nove anos. Marcus Salum, presidente do clube, fez questão de frisar que o trabalho de bastidores foi essencial para o sucesso do time.

Seguindo tabela acima encon-tramos o Bahia, que com um aproveitamento de 57% no campeonato, garantiu a tercei-ra colocação e fez a felicidade de milhares de torcedores Bra-sil a fora com a vaga na Séria A. Com isso seguirá sem a opor-tunidade de enfrentar o Vitória em um dos maiores clássicos do futebol nacional, já que o rival ficou entre os rebaixados.

Com uma campanha bastante regular, a vice-liderança ficou com o Figueirense que assumiu a posição após a partida contra o Bahia no dia 19 de outubro e dela não saiu mais. O clube é mais um que colhe os fru-tos de um bom planejamento e demonstra que seguirá com

este trabalho para 2011, pois já garantiu a permanência do ata-cante Fernandes, ídolo da tor-cida catarinense. A equipe tam-bém espera renovar contrato com o zagueiro Roger Carvalho e o volante Jeovânio.

Por fim, somando 71 pontos, o grande campeão Coritiba vibra com o acesso à primeira divisão do futebol nacional. Jogadores, dirigentes, torcedores, todos festejam o retorno e fazem questão de destacar a dedica-ção de quem esteve no elenco em 2009, quando o time caiu e principalmente o esforço do técnico Ney Franco que chegou a aceitar uma redução salarial para poder permanecer no co-mando do time. O Coxa se des-pediu da série B com uma cam-panha de 21 vitórias, 8 empates e apenas 9 derrotas, em 38 ro-dadas e ainda teve o ataque mais positivo da competição com 69 gols pró e apenas 49 so-fridos.

Mas acho que o que realmente merece destaque não são os números, vitórias, artilharia,

etc., e sim que em época de negociações milionárias clubes que talvez possuam renda igual ou até menor aos salários de muitos jogadores de grandes times, são capazes de promov-er um campeonato de encher os olhos. Jogos vibrantes, disputas por colocações emocionantes, lotar estádios e isso tudo com uma verba muito baixa quando comparada aos números da Séria A.

Na série B vemos a essência do futebol que parecia perdida... Na série B tem gente que ainda joga por amor, tem atleta que ainda honra a camisa do clube, tem treinador que topa ganhar menos pra ter a honra de de-volver o time de onde ele não deveria ter saído. Na Série B tem planejamento a longo pra-zo, tem dirigente que luta pra oferecer uma boa infraestrutura aos seus jogadores, tem coisa boa aqui também. Que em 2011 a “Segundona” continue assim e que os times que estão na Sé-rie A façam muito para merecer continuar lá porque tem gente querendo e merecendo subir.

O Fla bem que tentou, mas quem levou a vaguinha para a Segundona foi o Prudente, ex-Barueri

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A- América-MG, B- Willian (Figueirense), C- Bahia: promovidos para a Série A juntamente com o Coritiba.

D- Goiás, E - Vitória, F- Grêmio x Guarani (o Bugre foi rebaixado juntamente com os dois anteriores e o Grêmio Prudente.

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MuriTRI!Veja toda a caminhada tricoloraté o título brasileiro de 2010, com os jogos-chave e análise de cada passo crucial do Flu

Por TauanAmbrosio

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Fluzão é tri!Por Tauan Ambrosio

Se o Flu tem dois nomes que representam e tem a cara deste tri-campeonato brasileiro, eles são Darío Conca e Muricy Ramalho. O treinador, tetra-campeão nacional (três vezes seguidas com o São Paulo) e o argentino maestro do meio campo pó-de-arroz, se uniram ao forte elenco e brigaram até a última rodada com o Corin-thians pela taça de 2010. Con-fira a seguir os jogos da equipe vencedora, com destaque para os duelos chave.

1ª rodada: Ceará 1 x 0 Flumi-nense (Castelão - Fortaleza)

2ª rodada: A primeira vitória:A primeira vitória de um time campeão é sempre digna de lembrança. Foi neste momento o pontapé inicial para o título que viria no final do ano. No dia 15 de maio o Fluminense rece-beu, no Maracanã, o Atlético Goianiense. O gol da primeira vitória foi marcado por Mar-

quinho, aos 24 minutos do se-gundo tempo. O futebol apre-sentado neste dia não agradou a torcida que, antes do tento, vaiava o time.

3ª rodada: Corinthians 1 x 0 Fluminense (Pacaembú – São Paulo)

4ª rodada: Fluminense 2 x 1 Fla-mengo (Maracanã – Rio de Ja-neiro)

5ª rodada: A primeira vitória fora de casa:Um dos diferenciais em um tor-neio longo, como o Brasileirão, são os resultados conquistados fora de casa. Dentre as oito vitórias como visitante, obtidas pelo Fluminense, a primeira de-las foi conquistada em Minas Gerais. No dia 30 de maio o Flu enfrentou o Atlético Min-eiro, no Mineirão. Quem abriu o placar foi o time da casa, logo aos 2 minutos, com Muriqui. O tricolor carioca empatou o jogo

aos 16’, com o zagueiro Gum, e virou logo depois, aos 18’, com Alan. Fred fez o terceiro gol, que levava o time de Muricy Ra-malho à terceira colocação na tabela.

6ª rodada: Fluminense 2 x 1 Vitória (Maracanã – Rio de Ja-neiro)

7ª rodada: Avaí 0 x 3 Fluminense (Ressacada – Florianópolis)

8ª rodada: Fluminense 1 x 1 Grê-mio Prudente (Maracanã – Rio de Janeiro)

9ª rodada: Santos 0 x 1 Flumi-nense (Vila Belmiro – Santos)

10ª rodada: Assumindo a lider-ança:No dia 22 de julho, o Flumi-nense recebeu o Cruzeiro, no Maracanã, e venceu por 1 a 0. Quem garantiu os três pontos para o Flu foi o zagueiro Lean-dro Euzébio, que aos 8 minutos

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do segundo tempo, cabeceou forte contra o gol defendido por Fábio. A vitória levou o tricolor, pela primeira vez, à liderança do certame. No dia seguinte Mu-ricy Ramalho se reunia com Ri-cardo Teixeira. O mandatário da CBF convidou o treinador para assumir o comando da seleção brasileira. O Fluminense não liberou, e o técnico continuou nas Laranjeiras, honrando o contrato assinado.

11ª rodada: Botafogo 1 x 1 Flu-minense (Engenhão – Rio de Ja-neiro)

12ª rodada: Fluminense 3 x 1 Atlético-PR (Maracanã – Rio de Janeiro)

13ª rodada: Grêmio 1 x 2 Flumi-nense (Olímpico – Porto Alegre)

14ª rodada: Fluminense 3 x 0 Internacional (Maracanã – Rio de janeiro)

15ª rodada: Vasco 2 x 2 Flumi-nense (Maracanã – Rio de Ja-neiro)

16ª rodada: Goiás 0 x 3 Flumi-

nense (Serra Dourada – Goiâ-nia)

17ª rodada: Fluminense 2 x 2 São Paulo (Maracanã – Rio de Janeiro)

18ª rodada: A última partida no Maracanã

Quando anunciaram que o Maracanã seria fechado, para as obras da Copa do Mundo de 2014, a torcida do Flu ficou com medo, e disse que poderia perder força ao longo do campe-onato. Dirigentes do time das Laranjeiras se uniram com os da Gávea para tentar impedir o fe-chamento do estádio, mas não tiveram sucesso. Em seu último jogo no “Maior do Mundo”, o tricolor carioca recebeu o Pal-meiras, e, com a vitória, poderia abrir seis pontos de vantagem em relação ao segundo colo-cado. O Flu abriu o placar com Emerson, aos 15 minutos do primeiro tempo, mas, um gol de Ewerton, na última jogada da partida, brecou a disparada do time de Muricy Ramalho.

19ª rodada: Guarani 2 x 1 Flumi-

nense (Brinco de Ouro – Campi-nas)

20ª rodada: Fluminense 3 x 1 Ceará (Engenhão – Rio de Ja-neiro)

21ª rodada: Atlético-GO 2 x 1 Fluminense (Serra Dourada – Goiânia)

22ª rodada: A “final antecipada”No dia 15 de setembro, Flumi-nense e Corinthians jogaram no Engenhão. Na partida, que reuniu líder e vice-líder, foi o time do Parque São Jorge quem saiu mais feliz de campo. O Flu esteve apagado durante boa parte do jogo. O Corinthians aproveitou e venceu por 2 a 1. Jucilei marcou o primeiro, aos 44’ do primeiro tempo. Aos 20’ do segundo, Iarley ampliou para o alvinegro paulista. Cinco minutos depois Washington deu a torcida carioca um fio de esperança, mas o jogo ficou nisso. Com o resultado, os dois times ficaram empatados em pontos, e o Fluminense se man-teve na ponta somente pelo saldo de gols.

Muricy Ramalho: apõs fraca campanha no Palmeiras em 2009, técnico provou porque é o melhor do país com o Fluminense

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23ª rodada: Flamengo 3 x 3 Flu-minense (Engenhão – Rio de Ja-neiro)

24ª rodada: A maior goleada:No Brasileirão de 2010, a maior goleada aplicada pelo Flumi-nense foi sobre o Atlético Min-eiro, no dia 23 de setembro. A partida, realizada no Engenhão, terminou em 5 a 1 para o tricol-or carioca. O resultado, que cul-minou na demissão de Vander-lei Luxemburgo do comando do Galo, devolveu ao Fluminense a segunda colocação. Leandro Eusébio abriu o placar para o Flu. O Atlético chegou ao em-pate em falta cobrada por Dan-iel Carvalho, mas levou a virada aos 35’ do primeiro tempo, em chute de Carlinhos aceito por Fábio Costa. O lateral esquerdo marcaria outro gol aos 30’ da segunda etapa. Antes dele Gum havia marcado, e Marquinho completou a goleada. Placar fi-nal: 5 a 1.

25ª rodada: Vitória 1 x 2 Flumi-nense (Barradão – Salvador)

26ª rodada: Fluminense 1 x 0 Avaí (Raulino de Oliveira – Volta Redonda)

27ª rodada: Grêmio Prudente 1 x 1 Fluminense (Eduardo J. Far-ah – Presidente Prudente)

28ª rodada: Fluminense 0 x 3 Santos (Engenhão – Rio de Ja-neiro)

29ª rodada: Mais uma derrota em confronto direto:Com o Mineirão fechado para as obras da Copa de 2014, o Cru-zeiro, em busca da liderança, recebeu o Fluminense em Uber-lândia. Nesta partida, realizada no dia 10 de outubro, O Flu teve várias chances de gol, todas des-perdiçadas bisonhamente por Washington. O time mineiro, por sua vez, marcou assim que teve a oportunidade. Aprovei-tando cruzamento primoroso de Montillo, Wellington Pau-lista cabeceou, com categoria, para o fundo das redes. Conca buscou o jogo a toda hora, mas desta vez não conseguiu salvar o tricolor carioca, que perdia a

liderança para a Raposa.

30ª rodada: Fluminense 0 x 0 Botafogo (Engenhão – Rio de Janeiro)

31ª rodada: Atlético-PR 2 x 2 Fluminense (Arena da Baixada – Curitiba)

32ª rodada: O grande jogo de Conca:Todo grande filme tem um pro-tagonista, e todo time campeão tem um craque. O craque do Fluminense foi o argentino Darío Conca, único jogador de linha a jogar todas as partidas do certame. O camisa 11 do Flu apresentou uma regularidade invejável, mas, no cotejo contra o Grêmio, realizado no dia 28 de outubro no Engenhão, o fran-zino “hermano” foi espetacular. Aos 19’, o argentino recebeu a bola na entrada da área, girou e bateu no ângulo de Victor, um golaço! A partida estava compli-cada, e o Grêmio jogava melhor, mas, aos 36’ do segundo tempo, Washington mandou a bola em direção ao gol. Certificando-se de que ela encontraria as redes, Conca só precisou dar um toque na redonda para marcar o seu

segundo tento no jogo.

33ª rodada: Internacional 0 x 0 Fluminense (Beira-Rio – Porto Alegre)

34ª rodada: Fluminense 1 x 0 Vasco (Engenhão – Rio de Ja-neiro)

35ª rodada: Fluminense 1 x 1 Goiás (Engenhão – Rio de Ja-neiro)

36ª rodada: A Polêmica (parte 1):A polêmica da semana era a seguinte: O São Paulo entregar-ia o jogo para o Fluminense, com o intuito de prejudicar o ri-val Corinthians? A discussão deu muito “pano pra manga”. Em campo o Flu era melhor, e ob-rigou Rogério Ceni a fazer uma série de defesas. O primeiro gol saiu aos 34’ do primeiro tempo, com Gum. O São Paulo empa-taria na segunda etapa, em gol anotado por Lucas Gaúcho. O jogo seguia disputado até as ex-pulsões de Xandão e Richarly-son. Com dois a mais em campo o tricolor carioca massacrou o tricolor paulista. Conca partici-

Deco, uma das contratações de peso para 2010, que deu resultado

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pou dos três tentos seguintes: fez o primeiro e o quarto. O terceiro foi marcado por Fred, que aproveitou o rebote dado por Rogério Ceni após chute do argentino. As duas torcidas comemoraram o resultado den-tro da Arena Barueri.

37ª rodada: A Polêmica (parte 2):Na rodada seguinte o debate do entrega-não-entrega ainda es-tava na boca do povo. O acusa-do dessa vez seria o Palmeiras, e o objetivo da “entrega” o mesmo. O fator agravante era que o alviverde tinha perdido a vaga que considerava certa na final da Copa Sul-Americana, fazendo com que a torcida exi-gisse uma derrota para atrap-alhar o caminho de seu maior rival. Logo no início da peleja, Dinei chutou de longe e marcou um golaço para o Palmeiras. A torcida alviverde passou a vaiar o jogador. Outro alvo das vaias

era o goleiro Deola, que vinha fazendo defesas incríveis em campo. Aos 18 minutos, Carlin-hos empatou o jogo com um belíssimo gol. A vitória tricolor veio nos pés de Tartá, aos 13’ do segundo tempo. Novamente duas torcidas saíram satisfeitas da Arena Barueri.

38ª rodada: Levantando o can-ecoO Engenhão estava lotado de torcedores, que esperaram du-rante 26 anos para ver o time verde, grená e branco ser o melhor do país. A partida era contra o Guarani, que já estava rebaixado. Muito se falava da famosa “mala branca”. Se os jogadores receberiam, ou não, uma premiação para impedir o título tricolor ninguém sabe. O fato é que o Bugre dificultou o jogo para o Fluminense, que também se atrapalhou durante boa parte do tempo por puro

nervosismo. O gol da vitória, e do título, aconteceu aos 16 minutos do segundo tempo. Carlinhos avançou pela ponta esquerda, fugindo das faltas, e cruzou a bola para dentro da área. Washington desviou de cabeça e coube a Emerson es-tufar as redes, colocando seu nome na história do Brasileirão e do Fluminense, campeão brasileiro de 2010.

No final, dois pontos separa-ram o tricolor do Cruzeiro, vice-campeão, que na última rodada ainda conseguiu ultrapassar o Corinthians. A vitória mineira sobre o Palmeiras foi o último fio de esperança celeste no ano, que acabou com o apito final no Engenhão.

Já os alvinegros do Corinthians, empataram com o Goiás, re-baixado e além de ficarem sem a taça, terão de encarar mais dois jogos na Pré -Lbertadores.

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Para seguir na pontaPor Tiago de Melo

Julio Cesar Falcioni, novo técnico do Boca Juniors, ao lado de Jorge Ameal, presi-dente da equipe: o principal desafio é reerguer o ânimo xeneize em 2011

Equilíbrio e imprevisibilidade. Essas são as palavras que mel-hor descrevem as últimas tem-poradas do futebol argentino. Afinal, os últimos oito campe-onatos nacionais tiveram oito campeões diferentes, um feito sem paralelo em outras ligas importantes. E há indícios de que o ano de 2011 dificilmente vá mudar esse cenário.

Com poucas contratações de destaque na janela de trans-ferências, tudo apontaria para que Estudiantes e Vélez Sars-field, que disputaram o título do Torneo Apertura 2010, fos-sem novamente os favoritos. As equipes mudaram pouco e mantiveram a base vence-dora. O Estudiantes deve man-ter seu estilo, marcado por um jogo eficiente, comandado por Leandro Braña, Juan Sebástian Verón, e um sólido sistema de-fensivo, praticamente invul-nerável quando a equipe joga em casa. Mas há um possível inimigo à espreita: a Copa Lib-ertadores.

O treinador Alejandro Sabella teve de se esforçar muito para levar a equipe ao título do úl-timo Apertura. O elenco “Pin-cha” é forte, mas pequeno e com poucas opções, principal-mente no ataque. A chegada de Pablo Barrientos atenua o problema mas não o resolve. Com a possibilidade de uma chave duríssima já na primeira fase da Libertadores, a agremi-ação terá de se desdobrar para ter bom desempenho nas duas frentes.O seu último grande rival, o Vélez, perdeu Leandro So-moza para o Boca, e Jonathan Cristaldo para o Metalist, e não contratou ninguém. Há substitutos possíveis para So-moza no elenco, já Cristaldo era reserva, o que significa que a equipe deve manter o nível. Mas o elenco perdeu profun-didade e o treinador Ricardo

Gareca deverá ter menos op-ções. Menos mal que o clube manteve seu excelente ataque, formado por Maxi Moralez, Juan “Burrito” Martinez e San-tiago “El Tanque” Silva e o novo reforço, Guillermo Franco, ex-West Ham. Mas se os “Liniers” conseguirem avançar na Lib-ertadores, também poderão ter dificuldades no torneio do-méstico, abrindo espaço para outros possíveis pretendentes.

O problema é que os cinco grandes lutam contra seus próprios problemas. River Plate e San Lorenzo voltam com poucas modificações em relação às equipes que fizeram campanhas apenas medianas no Apertura. O Independiente, lanterna do torneio, contra-tou apenas Defederico, e não

parece em condições de dar o salto de qualidade necessário para brigar por títulos.

A grande incógnita entre os grandes é o Boca Juniors. Com novo treinador (Julio Cesar Falcioni, ex-Banfield), o clube reconstruiu seu setor de meio de campo, e deve estruturar melhor sua defesa. Embora no papel a equipe pareça mais sólida que em 2010, ainda se mantém refém de Riquelme e Palermo no setor ofensivo. Os veteranos jogadores estão em declínio, enfrentam contusões e são abertamente rivais no grupo. O destino do clube em 2011 continua dependendo de como o treinador conseguir administrar essa situação.

Um possível candidato ao tí-

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Verón levanta mais uma taça para o Estudiantes, no Apertura 2010: Pincharatas chegam forte para a Libertadores

tulo é o Racing. A equipe, que teve um bom segundo semes-tre, conseguiu manter sua base. Em seu setor mais sólido, o meio de campo, perdeu Fernan-dez para o Benfica, mas segurou Claudio Yacob, Patricio Toran-zo e o colombiano Giovanni Moreno, o craque da equipe e um dos melhores jogadores em atividade na Argentina. Se con-seguir superar a falta de confi-abilidade de seu ataque, pode chegar a seu primeiro título em dez anos.

Outras equipes que con-seguiram seu lugar ao sol nos últimos anos parecem fragiliza-das nesta temporada. Ban-field e Argentinos Jrs., as mel-hores equipes da temporada 2009/2010, perderam muitos nomes importantes e dificil-mente disputarão títulos. Lanus e Cólon trocaram de treinador e são incógnitas, assim como o Newell’s, que perdeu seu mel-hor jogador, Mauro Formica, para a Genoa. Também é difícil prever o desempenho do Godoy Cruz, que manteve jogadores importantes, incluindo o craque David “Mago” Ramirez, mas perdeu seu treinador, Andrés “Turco” Asad, que tirou a equipe

da zona de rebaixamento e a le-vou à Libertadores.

Na luta pelo rebaixamento as coisas não parecem tão impre-visíveis. Olimpo e Quilmes se mantiveram na zona do rebaixa-mento direto por todo o Aper-tura e pouco se movimentaram na busca por reforços. Iniciam 2011 como os grandes favori-tos a voltar para a B Nacional. A luta para fugir da “zona de pro-moción” também parece afetar poucas equipes.

O Gimnasia La Plata parecia condenado a disputar a promo-ción pelo terceiro ano consecu-tivo, mas foi uma das equipes que mais se mexeu na janela de transferências. Trouxe An-gel Cappa para treinador, o bom venezuelano Maestrico Gonzalez e repatriou Guillermo “Mellizo” Barros Schelotto, revelado pelo clube e jogador essencial do Boca nas conquis-tas do início da década passada. O Lobo pode surpreender e fu-gir da perigosa zona de promo-ción.

Mais um que está na mesma situação é o Huracán. Depois de um terrível Apertura, o Globo

contratou alguns jogadores de nível médio e pretende mudar o destino que parece certo. Para as duas equipes da zona de pro-moción o alvo é o Tigre. A equi-pe, que esta pouco à frente de Huracán e Gimnasia na luta para fugir da Promoción perdeu seu treinador Caruso Lombardi, tra-zendo Arruabarrena, ex-joga-dor do clube e sem experiência na função. O clube manteve sua equipe, mas deve se man-ter atento aos perseguidores, já que não se encontra em situa-ção confortável.

Estão classificados para a Copa Libertadores da América os seguintes clubes argentinos:

Argentinos Jrs. - Grupo 3:Nacional (URU), Fluminense e América (MEX)Vélez - Grupo 4:Caracas (VEN), Univ. Católica (CHI), Unión Española (CHI) ou Bolívar (BOL)Estudiantes - Grupo 7:Guarani (PAR), Cruzeiro, Dep. Tolima (COL) ou CorinthiansGodoy Cruz - Grupo 8:Peñarol (URU), LDU (EQU), Dep. Quito (EQU) ou Independiente

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Ode ao “FuteBolton”!Por Luccas Oliveira

Um clube faz um temporada regular, termina em 11º, mas sai com o título de “futebol mais feio da Premier League”, por conta de reviver o velho estilo britâni-co de jogo duro e focado nos cruzamentos da intermediária – os famosos “chuveirinhos”. Vira alvo de chacota de comentaris-tas e tem um trocadilho com o seu nome virando alcunha para equipes que joguem no mesmo estilo. Até que, sem gastar din-heiro em contratações na tem-porada seguinte, brilha na mes-ma competição, disputando de igual para igual na parte de cima da tabela. Impossível? Não, essa é a história do Bolton Wander-ers na segunda metade de 2010.

Toda essa mudança gira em tor-no de um nome: Owen Coyle. 44 anos, escocês, ex-jogador de média expressão, nunca foi convocado para a seleção de seu país e é treinador desde 2005. Depois de um trabalho razoavelmente notável no Burn-ley, foi chamado para salvar os Trotters, apelido de jogadores e torcedores do Bolton, que cor-riam riscos de rebaixamento no meio da temporada passada. Com uma campanha de recupe-ração digna de aplausos, Coyle levou a equipe a um 11º lugar in-esperado por torcedores e críti-

cos. Não tinha vergonha em as-sumir que sua equipe não jogava um futebol plasticamente boni-to, até porque não tivera tempo para implantar sua filosofia de trabalho. Isso era um dever para a temporada seguinte.

Na janela de transferências, seis jogadores acertaram com o Bolton: Martin Petrov (Man-chester City), Robbie Blake (Burnley), Marcos Alonso (Real Madrid), Ivan Klasnic (Nantes), Tom Eaves (Oldham) e o brasileiro Rodrigo Moreno (Ben-fica). O búlgaro Petrov era o único que causava certa alegria nos fãs do centenário clube, mas não vem sendo titular na temporada, o que mostra que a mudança foi mesmo na filosofia de jogo. Coyle usou os primeiros meses no comando para obser-var o melhor de cada jogador e formar uma equipe competitiva dentro das limitações financei-ras do clube.

Assim foi. Como todo bom time tem que começar com um bom goleiro, Jaaskelainen reafirma essa máxima, se destacando entre os melhores da tempo-rada na posição. A defesa é co-mandada por Gary Cahill, que teve seu momento reconhecido em uma convocação de Fabio

Capello para o English Team. No meio, o coreano Chung-Yong e o jovem inglês Mark Davies são os destaques. Mas, o que chama atenção mesmo é a qualidade e o entrosamento da dupla de ataque formada pelo experiente Kevin Davies, capitão da equipe, e o sueco Johan Elmander, um dos principais responsáveis pela “melhora plástica” do futebol do Bolton. Juntos, participam, sejam em gols ou assistências, de praticamente todos os ten-tos dos Trotters. Só nessa tem-porada já marcaram 14 vezes – oito de Elmander e seis de Davies, até o fechamento dessa edição.

A melhora não foi vista apenas no estilo de jogo, mas também nos resultados. Aos pouquin-hos, o Bolton foi crescendo na tabela até que chegou o mês de dezembro, quando se con-solidou como candidato forte à uma vaga na Liga Europa.

O futebol feio não é mais visto no Bolton. Nem o sufuco da luta contra o rebaixamento. A reali-dade é animadora. Tudo graças a um treinador ousado, que prova não serem necessárias grandes movimentações no mercado para formar uma equi-pe competitiva.

Kevin Davies, astro e capitão do Bolton, que tem sido o destaque na campanha surpreendente dos “Trotters”

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A fúria do DragãoPor Victor Hugo Torres

Para quem viu o Porto termi-nar a ultima Liga Portuguesa na terceira colocação, sem nem ao menos brigar pela taça após quatro títulos consecuti-vos, dificilmente iria imaginar que ao fim do primeiro turno do campeonato deste ano (até o fechamento dessa edição) os “Dragões” estariam disparados na primeira colocação, com 44pontos ganhos, bem atrás es-tão os seus grandes rivais Ben-fica com 36 pontos, e Sporting com 28, em 16 rodadas disputa-das.

Grande parte desse sucesso se da pela saída do desgastado Je-sualdo Ferreira do comando da equipe após quatro anos e seis títulos, além da chegada de An-dré Villas Boas, jovem treinador de apenas 33 anos, que foi aux-iliar-técnico de nada mais nada menos que José Mourinho, em suas passagens por Inter de Milão, Chelsea e pelo próprio Porto.

Ao que parece, Villas Boas que recentemente teve seu contra-to renovado até o fim da tem-porada 2012/2013 tem sido um bom discípulo e aprendeu mui-to com seu mestre, o Porto tem sido avassalador nesta “época”. Mais do que a liderança folgada já citada, os Azuis e Brancos tem o melhor ataque (39 gols)

e a melhor defesa, com míseros sete gols sofridos, em toda a Liga Zon Sagres.

Os Dragões foram os últimos dos grandes times da Europa, a perderem sua invencibilidade na temporada, após 36 jogos. É bem verdade que ela ocorreu no campeonato com menos presti-gio de todos que disputa, a Taça da Liga Portuguesa. O algoz portista foi o Nacional da Ilha da Madeira, em pleno Estádio do Dragão em por 2 a 1. Ao me-nos no Campeonato Português que é o que realmente interes-sa, os portistas continuam com nenhuma derrota. Fato semel-hante a este, acontece com o Manchester United, que esta invicto na Premier League, mas já sofreu revés na Copa da Liga Inglesa, ao perder de 4 a 0 para o West Ham.

Não é bobagem nenhuma dizer que esse Porto é o que mais en-canta desde a equipe coman-dada por José Mourinho de 2002 a 2004, elenco que ganhou tudo que disputou tanto dentro como fora de Portugal. Uma partida que sintetiza bem a atu-al fase dos “dragões” foi o 5 a 0 contra o arqui-rival Benfica pela 10ª rodada. Quem foi ao estádio viu um verdadeiro show da du-pla Hulk e Falcão Garcia, quan-do cada um marcou dois gols

(Silvestre Varela completou o placar) fazendo a boa dupla de zaga brasileira Luisão e David Luiz parecerem beques de fa-zenda, tamanho a desenvoltura dos dois sul-americanos.

Os dois vêm fazendo bonito nessa temporada. Hulk, que já vem despertando a cobiça de equipes inglesas, como Chelsea e Manchester City, é o mata-dor dos Azuis e Brancos em 2010/2011, (até 16/01) está com 22 gols na temporada, manten-do uma média de 1 gol por jogo. Já Falcão, não fica muito atrás e esta com 18. O brasileiro e o colombiano formam umas das duplas mais letais e entrosadas do Velho Continente.

Todavia, não é só na terra do bi-gode que os Dragões estão ten-do sucesso. Na fase de grupos da Liga da Europa, os portugue-ses terminaram em primeiro, com cinco vitorias e um empate em seis jogos disputados, num grupo que contava com Besik-tas, Rapid Viena e CSKA Sofia. Na fase de 16-avos de final, o FCP vai pegar o Sevilla, com o jogo de ida sendo na Espanha. Esse será um dos confrontos mais aguardados desta etapa da competição, até porque am-bas as equipes são candidatas ao titulo.

André Villas Boas segura a sua

espada: treinador

surpreendeu com excelente

trabalho no Porto

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Um Nenê pelo título

Por Kallil Dib

Adaptado à França, Nenê

agora brilha pelo Paris

Saint-Germain: brasileiro é uma das esperanças

do ex-clube de Raí

Desde que ganhou o título na temporada 1993/1994, quando ainda contava com jogadores como Raí, Ricardo Gomes e George Weah, o Paris Saint Germain viveu poucos dias de glória. Algumas boas cam-panhas nos anos seguintes ao título e cinco títulos da Copa da França. Pouco para o time que representa a cidade-luz.

Porém, esse ano o time vem com força máxima para con-quistar o campeonato francês e tudo isso graças, principal-mente, à Nenê.O ex-jogador de Palmeiras, San-tos e Paulista de Jundiaí, que já teve boas passagens por Espan-yol e anteriormente ao PSG, jo-

gou com muito destaque pelo Mônaco. Foram as boas apre-sentações pelo time do princi-pado que o levaram à capital. A princípio, uma contratação que foi vista com desconfiança, mas bastou o primeiro jogo para que Nenê já conquistasse o cora-ção dos torcedores parisienses. Foi contra o Saint-Etiénne na primeira rodada do nacional. Uma vitória de 3 a 1 que deu es-peranças ao torcedor de ver seu time se consagrando de novo.

Desde então, foram mais 15 jogos e mais dez gols, entre o campeonato francês e a Liga Europa. Somando-se a espetac-ular forma de Nenê, o golead-or Hoarau e o jovem zagueiro

Sakho, capitão da equipe e sinônimo de força defensiva é que o Paris Saint-Germain de-sponta como favorito ao título antes mesmo do primeiro tur-no, juntamente com o Lille.

E não é só a França que o PSG quer conquistar, os parisienses sonham com Europa, com o título da Liga Europa. E se de-pender de Nenê, o clube azul e vermelho certamente trará Paris, novamente, à elite do futebol.

Anderson Luiz de Carvalho (Nenê)

Nasceu em Jundiaí no dia 19 de julho de 1981

Clubes: Paulista de Jundiaí (1999-2001), Palmeiras (2001-2002), Santos (2002-2003), Mallorca-ESP (2003-2004), Alavés-ESP (2004-2006), Celta de Vigo-ESP (2006-2007), Mônaco-FRA (2007-2008 e 2009-2010), Espanyol-ESP (2008-2009) e Paris Saint-Germain (desde 2010)Seleção Brasileira: 4 jogos e 1 gol

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Sinal amarelo? Só para os adversários

Por Felipe Portes

Os “garotos” do Dortmund: campanha

excelente na Bundesliga prova

que nunca se é jovem demais para

ser campeão

Campeão alemão da tempo-rada 2001/02, o Borussia Dort-mund retoma seus tempos de glória e dispara na tabela da Bundesliga 2010/2011. Até a 17ª rodada, os auri-negros estavam na liderança, com dez pontos de vantagem sobre o surpreen-dente Mainz e com o aproveita-mento de 87,4%. Não é injusto dizer que esta temporada está sendo bombástica pelos lados dos fãs do chucrute.

A começar pela série de vitórias consecutivas do Mainz, quebra-da na oitava rodada, não vemos o gigante Bayern, o Schalke e nem o reforçado Wolfsburg dis-putando as vagas no topo. Os dois últimos, diga-se de passa-gem, tiveram um começo me-donho e lutam para se reabilitar antes que seja tarde demais. Ainda temos nessa turminha da rabeira o Werder Bremen, Stuttgart e o Borussia Mon-chengladbach, que podem ser considerados grandes, e certa-mente são tradicionais dentro da Alemanha.

O Borussia “pobre” segura a lanterninha, enquanto vê St. Pauli, Nuremberg e Kaiserslaut-ern tomando distância da zona de degola.

Em suma, a tabela demon-stra o furacão que passou pela Bundesliga, chamado Dort-mund. O clube com a torcida mais fiel do país – e talvez até do mundo – está quebrando toda e qualquer barreira nacional para tentar levar o título novamente. O troféu de inverno eles já tem, visto que o primeiro turno já foi encerrado.

A questão maior não é nem “o que esperar” ou “será que eles aguentam”. O mais prudente seria cogitar quem é que irá se opor aos “Die Schwarzgelben”. A juventude da equipe armada por Jurgen Klopp é um dos fa-tores significantes nesta cam-panha, e a eliminação da Liga Europa na primeira fase pode ser um dos pontos positivos, no fim das contas, já que permite ao elenco ter atenção somente na liga doméstica.

Para se ter uma idéia, o Dort-mund tornou jovens talentos em figuras importantes e que já chamam a atenção de grandes clubes da Europa. Mats Hum-mels, Nuri Sahin, Sven Bender, Robert Lewandowski e a sen-sação Shinji Kagawa roubam a cena dos periódicos esportivos, mundo afora. Isso sem falar na

experiência de Sebastian Kehl e Lucas Barrios, que virou uma espécie de “ancião” em rela-ção aos seus colegas. Recente-mente o Manchester United revelou estar interessado em Kagawa e que faria uma pro-posta para tirar o nipônico do Vale do Ruhr.

Além das boas partidas, bom aproveitamento e time entro-sado, o fator casa/torcida faz o diferencial nesta boa tempo-rada do Dortmund. Até a 17ª rodada o clube tinha realizado oito jogos no Signal-Iduna Park, contabilizando seis vitórias, um empate (Hoffenheim) e uma derrota (Leverkusen). Foram 18 gols feitos e apenas quatro so-fridos.

Com mais nove jogos fora de casa, a tendência é que o siste-ma defensivo dos amarelos seja um dos mais eficientes dentro da Bundesliga. O ataque, então, nem é preciso comentar. Regu-lar e com uma boa mescla de nomes. Para quem acredita que gastar sem pudor é a receita para os títulos, as pratas da casa e as contratações meticulosa-mente planejadas e econômicas do Dortmund vão mostrando que há outro caminho.

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Berlusca e o MilanPor Guilherme Taniguchi

Silvio Berlusconi segura a última taça da Liga dos Campeões que o Milan conquistou: Os últimos investimentos não têm dado retorno na equipe rossonera

Depois de um casamento per-feito entre o Milan e seu presi-dente, o empresário italiano Sil-vio Berlusconi, que dura desde 1986, quando o magnata ad-quiriu um dos principais clubes italianos, e investiu milhões de dólares para reerguer a equi-pe de Milão, e com isto levar a equipe de volta ao topo do mundo. O casamento parecia ter chegado ao fim, a partir de 2009 iniciaram-se várias espe-culações de uma possível venda do clube. Os rumores ganharam força após o time diminuir dras-ticamente os investimentos na compra de jogadores nos anos anteriores e com a venda neste ano da maior estrela do clube até então, o brasileiro Kaká.

Com dificuldades financeiras nas empresas do grupo [1], a venda do Milan ao albanês Rezart Taci, considerado prin-cipal interessado na compra da equipe, era inevitável. Apesar

da família Berlusconi negar com veemência esta transação, os principais jornais italianos da-vam o negócio como concluído, e diziam até no valor do negó-cio, que girava em torno de 700 milhões de euros. Contrariando todas as especulações, o Milan não foi vendido, mas ainda ha-viam muitas incertezas sobre o futuro da equipe. Na tempo-rada de 2009-2010 a equipe não fez grandes investimentos, e passou mais um ano em branco. Para desespero dos Rossoneri os arquirrivais do Milan, a Inter-nazionale, conquistou todos os títulos disputados nesta tempo-rada.

A pressão da torcida milanista sobre Berlusconi era grande, vários protestos foram realiza-dos contra o majoritário ital-iano ao final da temporada pas-sada. Silvio voltou a focar seus esforços para levar o Milan no lugar que a equipe nunca deve-

ria ter saído, para a temporada de 2010-2011 a equipe voltou a contratar jogadores impor-tantes no cenário mundial: os estelares Ibrahimovic (Barce-lona) e Robinho (Manchester City), uma das surpresas da copa do mundo da África do Sul, o ganês Prince Boateng (Genoa), o goleiro italiano Ame-lia (Genoa), os zagueiros Sokra-tis Papastathopoulos (Genoa) e Mario Yepes (Chievo). Estes in-vestimentos deram resultados, e o Milan lidera o Calcio italiano e é o favorito a levar o caneco (título que não desde a tempo-rada 2003-2004), está nas semi finais da Copa Itália e é tem grandes chances contra o Tot-tenham da Inglaterra pela Liga dos Campeões da Europa.

E não para por aí, no mercado de inverno europeu o Milan contin-uou a se movimentar, apesar de perder o Brasileiro Ronaldinho para o Flamengo, o Milan con-

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tratou o italiano Antonio Cassa-no (Sampdoria), os holandeses Mark Van Bommel (Bayern) e o lateral Urby Emanuelson (Ajax). Além de uma forte especulação na contratação do brasileiro Paulo Henrique Ganso ao final desta temporada, sua multa gira em torno de 50 milhões de euros.

A mostra que Berlusconi mu-dou seu modo de agir é que ambos os holandeses teriam seu contrato finalizado ao final desta temporada, e poderiam vir a equipe de Milão de graça, e mesmo não podendo atuar na

principal competição de clubes, a Liga dos Campeões da Eu-ropa, por já ter atuado nesta competição pelos seus clubes anteriores, o Milan preferiu fazer o investimento para trazê-lo ainda para esta temporada. Além de, caso a contratação se conclua, o Milan faria um forte investimento na contratação do meio campista brasileiro que atua pelo Santos. Além disto, o Milan possui a maior folha sala-rial de toda a Itália.

Silvio Berlusconi, segunda pes-soa mais rica da Itália e está en-tre as cem de toda a Europa, é

o maior presidente da história do Milan, comprou a equipe após um rebaixamento no Cal-cio italiano e reergueu a equipe ao auge, conquistando todos os títulos neste período, sendo que os principais foram 5 Ligas dos campeões da Europa, 7 campe-onatos italianos, 1 copa da Itália e 3 campeonatos mundiais (sen-do 1 mundial de clubes da Fifa e 2 Copas intercontinentais).

[1] A Finninvest (empresa do grupo Berlusconi) foi condena-da em 2009 a pagar 750 Milhões de Euros ao Grupo CIR por indí-cios de corrupção da empresa.

Berlusconi serve como

o paizão dos jogadores do

Milan, sempre tendo

uma relação próxima com

todo o elenco

Mas os escândalos sexuais e de corrupçãojá tem virado rotina na

atribulada vida do Premiê italiano,

gerando movimentos que pedem o seu

desligamento do clube

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O menino que não tinha medo de fazer

história Por Felipe Portes

23 gols feitos apenas no primei-ro turno da Liga BBVA, creden-ciam Cristiano Ronaldo a entrar no Hall da Fama de jogadores lendários do Real Madrid. Como se já não bastasse o título de Melhor do Mundo em 2008, o gajo persegue o seu primeiro tí-tulo no clube merengue, desde a sua chegada na temporada 2009/10.

O camisa 7 tem sido uma das forças decisivas dentro do plan-tel madridista, juntamente com Mesut Özil, Gonzalo Higuaín (lesionado recentemente), en-tre outros atletas "estelares". Configurado como o grande rival de Lionel Messi para ser o melhor futebolista do planeta, Ronaldo já não sente mais o peso da camisa e muito menos a cobrança. "Pipoqueiro", po-dem dizer alguns fãs do esporte que se acostumaram a ver o Manchester United perder na reta final de competições im-portantes, até mesmo o próprio Real, no último ano.

Fato é que o luso tem sido ex-tremamente regular e quando o time todo falha, ele continua sendo o único a manter a boa forma, a lucidez. Com os out-ros dez em seu melhor estado, imagine então o quanto ele pode render. A cada rodada, seja do Espanhol ou da Liga dos Campeões, vemos o impossível ser realizado dentro de campo.

Do lado "blanquillo", Cristiano encanta com sua velocidade, suas "espaldinhas", dribles car-acterísticos, passes precisos e gols inacreditáveis. Repre-sentando os "culés", Messi con-ta com a ajuda de Xavi, Andrés Iniesta e cia, para driblar todos os adversários e passar por qualquer mínimo espaço que o adversário ofereça. A média de gols dos dois astros é impres-sionante.

Não é raro sintonizar nos not-iciários esportivos e se deparar com a manchete: "Real goleia com atuação de gala de Cris-

tiano Ronaldo", "Português desequilibra e Madrid ganha mais uma", chegando ao ponto de atribuirmos mais de 40% do rendimento da equipe ao rapaz. Evidentemente os out-ros 60% estão divididos entre o fantástico José Mourinho e os coadjuvantes do Real. Aliás, sejamos exatos. De acordo com a estatística do site o gol.pt, o "gajo" foi responsável por 46,8% dos gols madridistas no Campeonato Espanhol, até a 18ª rodada.

A essa altura dos acontecimen-tos, quem diz que os dois bri-garão pelo posto de Melhor jogador do Universo durante os próximos seis, sete anos, no mínimo, corre o risco de cair na vala do óbvio, do senso comum. Bobo é quem não enxerga em Cristiano uma das maiores atra-ções do futebol mundial. Mes-mo marrento, ele é a garantia de que o dinheiro do ingresso de quem vai ao estádio, foi bem pago.

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O último dos moicanosda camisa 10 tricolor

Por Pedro Smith

A camisa 10 do São Paulo Futebol Clube ajuda a contar a história deste time. Os joga-dores que tiveram a honra de vesti-la e que conseguiram de-ixar boas lembranças na mente dos torcedores fizeram através de muita técnica, habilidade, liderança e sobretudo, muitos títulos que fizeram a grandeza do tricolor paulista.

O primeiro desses craques foi o argentino Antonio Sastre, que chegou ao clube na década de 1940 e formou com Leônidas da Silva o time campeão paulista em 1943, 1945 e 1946, títulos que firmaram o São Paulo como uma das grandes forças do futebol brasileiro. Nos anos 50, Zizinho foi o maestro do meio de campo tricolor. A curta pas-sagem, apenas uma temporada no clube, foi suficiente para en-cantar os torcedores que falam com muito saudosismo do “mestre Ziza”.

A década de 1960 foi dominada

pelo Santos de Pelé, e com a dificuldade financeira em razão da construção do estádio do Morumbi, o São Paulo amargou uma seca de títulos e craques. O próximo camisa 10 a marcar época no meio de campo tri-color viria do Uruguai em 71: Pe-dro Rocha, campeão da liberta-dores e mundial pelo Peñarol, com raça e enorme habilidade comandou o time na conquista do paulista de 71 e 75, além do primeiro Campeonato Brasileiro do clube em 1977.

Em 1984 em uma troca com o Santos, Zé Sérgio e Humberto foram jogar na Vila Belmiro e Pita veio para o Morumbi. Se unindo a uma geração de garo-tos, Pita cadenciava o jogo de forma brilhante e fazia lança-mentos incríveis aproveitando a velocidade dos jovens tricolo-res. No São Paulo conquistou os paulitas de 85 e 87, e o segundo título nacional do clube em 86.

E chegamos naquele que foi

o ultimo a marcar época com a camisa 10 tricolor. Em 1987 Raí chegou ao Morumbi vindo do Botafogo-SP, três anos pas-saram sem que ele conseguisse se destacar, nesse período foram 26 gols. Mas a partir de 91, sob a batuta de Telê San-tana, o irmão de Sócrates con-seguiu mostrar o futebol que o colocaria na história do São Paulo e do futebol brasileiro. Naquele ano foi artilheiro do Campeonato Paulista com 20 gols, e o principal goleador do time no brasileiro com sete gols, levantando a taça em ambas as ocasiões, além do brasileiro de 92, e na Libertadores de 93. Nos paulistas de 92 e 93 ele seria no-vamente artilheiro da equipe.

Uma das marcas de Raí foram os gols em jogos decisivos e finais, foi assim na decisão dos Campe-onatos Paulistas de 91,92, e 98, na Libertadores em 92, e 93. No Mundial de 92 foram dois no jogo contra o Barcelona. Raí fez gols dentro e fora da área,

Raí, o último grande camisa 10 do

Morumbi: muitos já tentaram

repetir o sucesso do “Príncipe”, mas a vaga no coração da torcida

está longe de ser preenchida

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de cabeça, com a bola parada, e até de barriga, sempre most-rando muita elegância, jogando com a cabeça erguida e lideran-do o time em campo.

Em 93, o “Príncipe” foi vendido ao Paris Saint-Germain, mas ficou até o meio do ano para a disputa da Libertadores, con-quistando o título, fazendo um gol de peito no primeiro jogo da decisão. No PSG, repetiu o sucesso que teve no tricolor paulista conquistando os títulos da Recopa Europeia de 1996, do Campeonato Francês de 1995-96, da Copa da França de 1994-95 e de 1997-98, da Coupe de la Ligue de 1994-95 e 97-98. O re-torno ao São Paulo ocorreu em 1998, e no mesmo dia em que desembarcou na capital paulista Raí disputou a final do campe-onato paulista e fez de cabeça um dos gols da vitória de 3x1 sobre o Corinthians. O Ultimo gol com a camisa 10 foi contra o Palmeiras, e o ultimo jogo foi em 22 de julho de 2000 contra o Sport pela Copa dos Campeões. Ao todo Raí disputou 296 jo-gos pelo São Paulo, anotando 111 gols e conquistando cinco Campeonatos Paulistas, duas libertadores, um Brasileiro, e um Mundial de clubes.]

Desde a aposentadoria do seu grande ídolo dos anos 90 o São Paulo busca alguem que possa substitui-lo, muitos jogadores tentaram ocupar o lugar de Raí, mas nenhum conseguiu repetir o sucesso dele. Em uma dessas tentativas em 2002 a direto-ria tricolor de forma surpreen-dente contratou Ricardinho, ídolo do arqui-rival Corinthi-ans, aquela que à época foi tida como a maior transferência do futebol brasileiro. Com status de estrela e salário muito acima

da maioria do elenco, a pressão sobre o meia era muito grande. A torcida se incomodava com as exibições bem abaixo do que se esperava, a relação acabou de vez, depois das seguidas elimi-nações para o time do parque São Jorge. Das arquibanca-das vieram os gritos de “mer-cenário” e em 2004 Ricardinho partiu rumo ao Santos.

Desde então alguns outros joga-dores tentaram ocupar a função de Raí no meio de campo, Kaká teve um bom inicio, porem a falta de resultados e uma trans-ferência conturbada apagaram o sentimento da torcida. Danilo

teve bons resultados, um Pau-listão, Libertadores, e Mundial em 2005, e Brasileiro de 2006, porem nunca foi unanimidade entre os torcedores e não tinha a liderança de Raí. Durante o tricampeonato brasileiro de 2006, 2007, e 2008, o time não contava com um meia armador que comandasse a equipe e as reclamações do técnico Muricy Ramalho pedindo um camisa 10 eram constantes. Nos seus últi-mos meses no comando técnico ele deu ao volante Hernanes a função de organizar o meio de campo tricolor.

Uma das esperanças dos torce

Danilo e Hernanes, os últimos camisas 10 que o São Paulo teve na história recente: o primeiro era con-testado, o segundo era na verdade um volante, e não alguém com estilo parecido com o de Raí

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dores e dirigentes são paulinos era o garoto Oscar, formado no CT de Cotia, destaque nas categorias de base do clube e da Seleção Brasileira, alvo de elogios da parte de todos que acompanhavam seu futebol, porém em uma briga judicial com o clube conseguiu a re-scisão do contrato e assinou com o Internacional de Porto Alegre.

Para esta temporada, Rivaldo foi contratado, se destacando em sua carreira muito mais pelo que fez dentro da área, do que organizando o time. Enquanto ao jovem Lucas, este fez ótima temporada no ano passado e vem jogando de forma brilhante pela Seleção Sub-20 que joga o Sul-americano no Peru.

O São Paulo tem uma grande lista de jogadores veteranos,

entre eles os já citados Sastre, Zizinho, Falcão e Cerezo, e tam-bém uma tradição de revelar bons jogadores, é essa história que torna uma boa aposta que, se não conseguiram individu-almente suprir essa carência da grande figura do Camisa 10, ao menos em conjunto a dupla Lucas e Rivaldo tem grandes chances para dar alegrias a tor-cida tricolor, apaixonada e exi-gente de títulos.

Sastre foi o primeiro dono notável da camisa 10 no Morumbi, durante os anos 1940

Pita: 10 na época dos “Menudos”Pedro Rocha, a raça uruguaia nos anos 70

“Mestre “Zizinho: deixou saudades

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Grandes hits da bola:O “Coração valente”

Por Guilherme Oliveira

Dani Jarque, Serginho, Marc-Vivien Foé, Miklos Fe-hér... A lista de jogadores de futebol que perderam suas vidas devido à combi-nação de problemas cardía-cos e esforço pela prática do esporte tem nomes bas-tante marcantes. Por isso, um atleta que tenha a ousa-dia de confrontar suas limi-tações fisiológicas e con-tinuar jogando já merece notabilidade. Ainda mais se ele mantiver atuações de alto nível, sendo artilheiro e campeão por onde passar. É o caso de Washington, o “Coração Valente”.

Nascido no Distrito Federal em 1975, Washington jogou um pouco pelo Brasília antes de ser definitivamente lançado na car-reira pelo Caxias, do Rio Grande do Sul. Ficou no time da serra gaúcha até 2000, entre idas e vindas por outros clubes do Sul (chegou a ser campeão gaúcho pelo Internacional em 1997) an-tes de aportar na Ponte Preta, onde se apresentou para todo o país. Em 2001 foi artilheiro do Paulista e da Copa do Bra-sil, ajudando a Macaca a alca-nçar as semifinais dos dois tor-neios. Ganhou a vaga de titular na Copa das Confederações do mesmo ano, e atuaria, no total, dez vezes pela seleção, marcan-do três gols. É o único ponte-pretano chamado para o time nacional em mais de vinte anos.

Sua história no futebol poderia ter acabado pouco depois. Pas-sou 2002 e 2003 no turco Fen-erbahçe, onde alcançou média de quase um gol por jogo, mas foi dispensado pelo clube ao fim da temporada, após a desco-berta de problemas de saúde. A situação foi detalhada em exames na sua nova equipe, o Atlético-PR: vítima de diabetes por quase toda a vida, Wash-ington foi diagnosticado pelos

médicos com um entupimento nas artérias coronárias, que colocava em risco a circulação e o bom funcionamento do co-ração. Após um cateterismo, meses de recuperação e muito apoio e confiança do Atlético, o atacante pôde voltar aos gramados. Não se esperava um retorno triunfante, afinal era preciso ter cautela naquele re-início, mas Washington superou todas as expectativas: em uma formidável campanha do Fura-cão no Campeonato Brasileiro (segundo lugar), foi o artilheiro da competição, com 34 gols – até hoje a maior marca de um jogador em uma só edição do torneio nacional.

Já consagrado como um guer-reiro e ungido com o apelido que passou a carregar, foi a época de Washington brilhar no Japão, especialmente com o Urawa Red Diamonds. Em dois anos lá, venceu a J-League, a Copa do Imperador e a Copa dos Campeões da Ásia e foi goleador tanto do campeonato nacional quanto do Mundial de Clubes. O destaque no oriente fez o Fluminense apostar na bola do jogador para a disputa da Libertadores de 2008. Apesar de não ter ponteado a tábua de artilheiros no torneio continen-tal, marcou gols importantís-simos, como o da classificação para a final sobre o São Paulo,

no Maracanã, nos últimos segundos. O Flu não levou o título, mas, ao fim daquele ano, Washington mais uma vez liderou a artilharia do Brasileirão, com 21 tentos.

Após uma passagem de al-tos e baixos pelo São Paulo (na qual, apesar de tudo, não faltaram gols), o Cora-ção Valente voltou ao Flu-minense, no meio de 2010, para sua melhor chance de conquistar, afinal o título brasileiro. Foi, dessa vez,

um reserva de poucas redes bal-ançadas, e chegou a irritar a tor-cida com chances perdidas na fase final da disputa. Mas pôde levantar o troféu do campe-onato em que tantas outras vezes brilhou.

Entre a conquista de 2010 e o início de 2011, Washington sinalizou que estava camin-hando para seu último ano de bola. Teve, porém, que adiantar os planos. Os exames de pré-temporada, sempre uma preo-cupação para um jogador com o seu histórico (se é que há al-gum outro), apontaram uma hi-perglicemia, condição que pode prejudicar o sistema sanguíneo.

Aos 35 anos, o centroavante preferiu não arriscar. Em uma comovente entrevista, ao lado das duas filhas pequenas, Washington anunciou o fim da carreira. Homenagens de diri-gentes, companheiros e torce-dores pontuaram a despedida do guerreiro, que deixou, além do recheado currículo, o exem-plo de determinação. E, claro, de valentia.

TítulosInternacional: 1 Campeonato Gaúcho; Urawa Red Diamonds-JAP: 1 Copa dos Campeões da Ásia, 1 J-League, 1 Copa do Im-peradorFluminense: 1 Brasileirão (2010)

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O mito sobre:Daniel Zitka

Por Felipe Portes

Poucos goleiros tchecos fi-carão marcados na história do futebol. Talvez o velho Viliam Schrojf, da década de 1960, Petr Cech, por ser um dos mel-hores do mundo na posição, atualmente, e o não menos importante Daniel Zitka.

E o leitor mais atento se per-gunta: Daniel Zitka? Sim, o grande goleiro do Sparta Pra-ga, ex-Anderlecht merece ter sua história contada por aqui. Trata-se de um exemplo de perseverança, azar e regulari-dade, não exatamente nesta ordem.

Nascido em Havirov, na República Tcheca, no ano de 1975, Zitka se destacava nas categorias de base do Banik Havirov por sua boa estatura e reflexos apurados, o projetan-do como uma das grandes promessas do país, na década de 1990. Começou sua carreira como profissional no FC Svit Zlin, fazendo boas partidas e sendo vendido dois anos de-pois para o Tatran Presov, ai-nda no seu país de origem.

Foi em 2002, numa transferên-cia para o Lokeren, da primeira divisão da Bélgica, que a vida de Daniel começaria a mudar. Foram três anos, 59 jogos e um gol de pênalti. No entanto, as boas atuações não foram suficientes para uma convo-cação nacional, quando Cech já havia assumido o posto de titular, Jaromir Blazek o reser-va e Antonin Kinsky, o terceiro

goleiro.

O passo mais certo então foi a sua venda para o Anderlecht, o principal clube no cenário belga. Desde 2002, Zitka vinha brigando pela titulari-dade na equipe de Bruxelas, até que em 2007, alcançado este objetivo, o nosso mito foi convocado para a seleção. Foram três jogos e um ano até um episódio fatídico –e por que não hilariante- que o “carimbaria” como uma das figuras mais exóticas do fute-bol moderno.

Em novembro de 2008, numa peleja válida pela Jupiler League (1ª divisão belga), con-tra o Dender, que o destino re-solveu pregar não só uma, mas três peças em cima do nosso herói. Num cruzamento sem importância, o guarda-redes dividiu a redonda com um ata-cante do oponente, chocando

sua face contra a cabeça do pobre rapaz que tentava a cabeçada. Nesse lance, Zitka perdeu três dentes. Não satis-feito, o destino ainda fez com que Daniel fraturasse a fíbula esquerda ao tocar o chão. (O lance pode ser visto no You-tube ao digitar Daniel Zitka) Perda total em um lance prati-camente isolado, em que ele havia afastado o perigo.

Vítima de uma pegadinha divina, nosso mártir rumava aos vestiários, carregado por uma maca, que por sua vez era conduzida por dois enfer-meiros. Como desgraça pouca é bobagem, já parcialmente desdentado e com uma perna a ser engessada, Zitka rece-beu apoio de parte da torcida presente na arquibancada lateral. Os deuses do futebol determinaram que naquele dia ele ficaria marcado como “homem zica”, no instante em que os assistentes escorre-gam e derrubam a maca que trazia o mito desta edição.

Sem recuperar a velha forma após um longo período no de-partamento médico e sessões de banhos de sal grosso, Dan-iel foi transferido para o Spar-ta Praga, voltando à sua terra natal, em janeiro de 2010. Ainda não conseguiu estrear, novamente sendo reserva de Jaromir Blazek. Jogando ou não, Zitka sempre será lem-brado como um exemplo de perseverança, e acima de tudo, de azar.

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Fomos campeões,somos campeões

Por Felipe Portes

John McGovern levanta a Taça dos Campeões Europeus em 1978/79: O Forest sempre será lembrado pela façanha

Um dos campeões mais notóri-os de todas as temporadas na Liga dos Campeões, sem dúv-ida é o Nottingham Forest. Bi-campeão do torneio de forma consecutiva, o Notts tem uma história no mínimo curiosa. Até 1975, o clube se encontrava na Segunda divisão inglesa. Neste ano, o já conhecido Brian Clough, assumiu a equipe, após ter levado o rival Derby County à promoção, em 1969, e o título da Primeira Divisão em 1972. Brian ainda teve uma passagem conturbada no Leeds United, (retratada com detalhes no longa “Maldito Futebol Clube”, estrelado por Michael Sheen) antes de se juntar ao Forest, o que colocava em dúvida a sua capacidade como treinador. E então, ao lado de seu assistente e até então grande amigo Pe-ter Taylor, “Cloughie” conduziu os “reds” para a promoção, em 1976/77. Mais uma conquista

para a sua gloriosa carreira.

Logo no ano seguinte, a primei-ra de muitas façanhas: o título da Primeira Liga, batendo o Liverpool por sete pontos de diferença na tabela. Veio então a oportunidade de jogar a glo-riosa e tão cobiçada Liga dos Campeões da Europa. A primei-ra fase foi justamente contra o rival de Merseyside. Kenny Dalglish e sua patota não foram páreo para o campeão nacio-nal. Com 2-0 na ida e um em-pate sem gols na volta, o Forest avançou para enfrentar o AIK, da Grécia. Duas vitórias, uma por 2-1 e outra por 5-1 demon-stravam a força e o trabalho conjunto vermelho, duas mar-cas registradas de Brian Clough ao longo dos seus anos como técnico de futebol.

Nas quartas-de-final, mais um show do Forest. O Grasshop-

pers foi a próxima presa e só resistiu até os 31 do primeiro tempo, com a vantagem. Clau-dio Sulser havia inaugurado o marcador, mas Garry Birtles igualou a peleja. No segundo tempo, virada fantástica dos ingleses, com John Robertson, aos 2´,Archie Gemmill aos 42´e Larry Lloyd aos 44´. A lição de casa foi feita com maestria, em Nottingham. Restava a volta, em Zurique.

Aos 33´, Claudio Sulser nova-mente deixou a sua marca. O meia Martin O´Neill, hoje um dos melhores treinadores na Grã-Bretanha, empatou de pênalti aos 38’. Uma partida “amarrada” selou o empate e classificação para o Forest, que estreava demasiadamente bem em competições continentais. Na semifinal, o forte Colônia se-ria o adversário. Representando a Alemanha Ocidental, o clube

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por pouco não cruzou com o Dynamo Dresden, do outro lado do muro de Berlim.

Em cotejo válido pela “primeira perna”, o Nottingham sofreu e teve de correr como nunca para evitar o revés. O gramado estava em péssimas condições e repleto de espaços cobertos de lama. Aos seis minutos, os visitantes fizeram uma troca de passes no mínimo interessante, onde Roger Van Gool lançou um petardo em direção ao gol de Peter Shilton. A bola bateu no poste esquerdo e entrou. Os minutos seguintes foram tenta-tivas mal-sucedidas de ataque, por parte do Forest, até que em uma dessas falhas, Van Gool disparou após passe de Herbert Neumann e achou Dieter Müller livre para fazer o segundo. O es-tádio City Ground se calou por alguns instantes, até que oito

minutos depois, Robertson fez um lindo passe para o meio da área, Tony Woodcock escorou e deixou Birtles em condição ide-al para um cabeceio no alto do gol de Harald Schumacher.

O tão procurado empate veio com Bowyer, com mais um passe de cabeça de Robertson. A bola sobrou livre no meio da área para o zagueirão man-dar a bomba. 2-2. O estado do campo já não colaborava, e os mandantes entravam com rispi-dez nas divididas. Com duas as-sistências, o escocês Robertson resolveu não ser mais o coadju-vante da peleja e registrou o seu tento, de cabeça, dez minutos depois do gol de Bowyer, aos 63´. Quando todos pensavam que veriam uma virada épica, Yasuhiko Okudera cortou Bow-yer e bateu forte, contando com a “ajudinha” de Shilton para no-

vamente deixar o duelo empa-tado.

Na volta, em Colônia, marcou um confronto acirrado, mas com poucas chances de gol. E num escanteio, a bola foi des-viada para a linha da pequena área, onde Bowyer cabeceou e deu a vaga na final para os Reds, escrevendo um capítulo nunca antes visto na história da Liga dos Campeões.

A consagração em MuniqueE nesta tão histórica final, o ad-versário foi o Malmö, da Suécia. Conhecido atualmente por ter revelado o craque Zlatan Ibra-himovic, os celestes deixaram o Monaco, Dinamo de Kiev, Wisla Krakow e o Áustria Viena, por último. Num jogo no mínimo el-etrizante, no Olímpico de Muni-que, os goleiros foram testados pelos velozes pontas das duas

Cena do fantástico duelo entre Forest v Colônia, pelas semifinais da Taça dos Campeões Eu-ropeus: Ian Bowyer (de braços levantados) foi fundamental tanto na defesa quanto nos gols, nas duas partidas

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equipes. Uma falha de Bow-yer, sempre ele, quase com-prometeu o primeiro tempo e até quem sabe a decisão, com uma cabeçada que serviu de as-sistência para o atacante sueco Jan-Olov Kindvall. Por sorte Shilton saiu bem e conseguiu agarrar a bola no alto.

Trevor Francis, no último minu-to antes do intervalo, comple-mentou de cabeça um cruza-mento vindo do lado direito e fez o único gol da grande final. Robertson ainda perdeu duas chances por puro azar, após grande jogada. Na primeira, dominou sozinho um passe vindo de Woodcock, que cru-zou a área. Ele arriscou de primeira e a bola explodiu no poste de Jan Möller. Minutos depois, desequilibrado, pegou o rebote do defensor, o driblou e com menos equilíbrio ainda, tentou o gol. A bola passou na frente de Birtles, que trombou com Möller, mas não tocou na

pelota. Fim de jogo em Berlim: Nottingham Forest campeão da Liga dos Campeões (na opor-tunidade se chamava Taça dos Campeões Europeus) depois de ter realizado toda uma saga. Por essa razão e pela história que ainda será contada, Brian Clough, juntamente com Peter Taylor, ganharam estátuas na cidade de Derby e Nottingham, pelo feito pelos clubes locais.

Nunca mais tivemos notícia de clubes campeões continentais em tão pouco tempo depois de seu acesso às primeiras divisões domésticas. O feito foi único e quase inigualável. Hoje, quem ouve o nome Nottingham For-est Football Club, automatica-mente lembra de “Cloughie” e seus garotos, campeões euro-peus em 1979.

Veja a caminhada do Forest para o título:

1ª fase

Nottingham 2-0 Liverpool Liverpool 0-0 Nottingham2ª fase 18/10/1978- AEK Atenas 1-2 Nottingham (McGovern – 10´, Birtles – 45´)01/11/1978- Nottingham 5-1 AEK Atenas (Needham – 12´, Woodcock – 35´, Anderson – 40´, Birtles – 66´, 72´)

Quartas-de-final07/03/1979 - Nottingham 4-1 Grasshoppers (Birtles – 31´, Rob-ertson – 47´,Gemmill – 87´, Lloyd – 89´)21/03/1979- Grasshoppers 1-1 Nottingham (O´Neill – 38´)

Semifinal11/04/1979 - Nottingham 3-3 Colônia (Birtles – 28´, Bowyer – 53´, Robertson – 63´)25/04/1979 - Colônia 0-1 Not-tingham (Bowyer – 65´)

Final30/5/1979 – Nottingham 1-0 Malmö (Francis – 45)

O lendário Brian Clough segura a taça da Uefa: epopéia teve início em 75, na Segunda Divisão

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