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Buckman ETÍLICOS: Como degustar cerveja + vinhos para cada ocasião BRINQUEDOS PARA ADULTOS: Relógios e acessórios H DE HOBBY: O lado B de Colecionar Porches VIAGEM: Cicloturismo e Capadócia Revista Ano I Edição II Outono/Inverno 2012

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Revista da Coleção de Inverno Buckman 2011

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Page 1: Revista Buckman Ed. 02

Buckman

ETÍLICOS: Como degustar cerveja + vinhos para cada ocasião

BRINQUEDOS PARA ADULTOS: Relógios e acessórios

H DE HOBBY: O lado B de

Colecionar Porches

VIAGEM: Cicloturismo e Capadócia

Revista

Ano I Edição IIOutono/Inverno 2012

Page 2: Revista Buckman Ed. 02

Coordenação GeralRoney Tadeu Di Nardo e Fernanda Di Nardo

MarketingBruno de Paula Coimbra e Ana Paula Correia

EstiloRoney Tadeu Di Nardo, Araci Furquim de Almeida,

Paula Amaral e Juliana Guidão MacedoFotografia

MorgadeProjeto gráfico e Direção de Arte

Kalú Figueiredo e MorgadeAssistente de fotografia

Carlos P. JuniorTratamento de Imagem

wmfusion.com.brStyling

Audrey CarreraEditora

Daniela Lapetina (MTB 34385)Revisora

Silvia BalderamaProdução Executiva

Gloria MelloCabelo e Maquiagem

Fábio ZiccardiModelo

Werner Rabello (Agência Monica Monteiro)Colaboradores

Walter Macedo FilhoRodrigo Sacramento

AgradecimentosJayro Fogaca

TCP e ImpressãoIBEP GRÁFICA

Tiragem20.000 exemplares

Contato com a Revista - Comercial e Redaçã[email protected]

Tel. 11 4191 4022

A Revista Buckman é uma publicação da marca de moda masculina Buckman.

Alameda Rio Negro, 911, 9º andar, Conj. 902,Cep 06454-000 / São Paulo, SP.

É proibida a reprodução, total ou parcial, de textos e fotografia, sem autorização.

Buckman

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Buckman 54 Buckman

É com muita satisfação que chegamos a edição de número dois. Para esta coleção de inverno fomos buscar inspiração na Capadócia, uma região turca que tem muita história para contar nas paredes de suas cidades subterrâneas. Cenário de façanhas e pelejas muito reais, emprestou seu conceito visual único para ser nosso cenário imaginário da aventura do homem moderno, o Indiana Jones da selva de pedra que vem à tona ocasionalmente em uma descarga do destemido instinto masculino.

Ficção à parte, um truque de moda pode ser aprendido com os homens de vanguarda de todas as épocas: seus acessórios e sobreposições. Se por utilidade ou apenas charme puro, acredite, a gravata borboleta, os relógios, a jaqueta de couro, o óculos aviador, os bolsos e botões de suas indumentárias ainda vestem muitos marmanjos – e verdade seja dita: com muito estilo!

É por esse universo do homem prático, e ao mesmo tempo vaidoso, que viajamos nestas páginas. Prepare-se para ajustar os ponteiros, ouvir o ronco dos motores e erguer a taça ou a tulipa – o importante é brindar!

Boa leitura

Equipe Buckman

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CARTA AO LEITOR ÍNDICE

Buckman

www.buckmanbck.com.br

BOA PEDIDA – lugares que cumprem bem as missões happy hour, bate-papo e jantar.

CONSUMO – design e a tecnologia a serviço de nossos caprichos. Integer

TURISMO -CAPADóCIA a terra natal de São Jorge, o santo guerreiro.

ADEGA – qual e quando - quatro vinhos sugeridos por um sommelier para diferentes ocasiões.

HOMEM OBjETO – acerte os ponteiros com as novidades e tendências de relógios.

ESTILO confira como montar o look em composições matadoras.

MODA

MODA

MODA

LIFE STYLE Porsches vintage – colecionar carros antigos dá um trabalhão.

PAPO DE BAR qual o caminho das pedras para aprender a degustar cerveja.

ENTREVISTAcomo encarar o caos urbano desmotorizado e cicloturismo

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BOA PEDIDA

COMEÇO, MEIO E FIMALGuNS RESTAuRANTES SE ENquADRAM NA CATEGoRIA TAMANho úNICo: ELES SERvEM TANTo PARA uM hAPPy houR CoMo PARA uMA REFEIção RÁPIDA E ELEGANTE No ALMoço ou uM JANTAR MAIS ChARMoSo. ESTE É o CASo DoS DoIS ENDEREçoS ELEIToS NESTA PÁGINA, AMBoS CoM uM quê A MAIS.

por Daniela Lapetina

D escolado

o Alma María, recém-aberto nos Jardins, combina a cozinha catalã do chef espanhol Tony Botella, com suas tapas e pintxos (pequenos aperitivos para comer com palitos), a um ambiente moderninho e cool assinado por Arthur Casas. Conhecer a casa pode ser uma ótima desculpa para um happy a dois, em um lugar com mais frescuras, mas onde os marmanjos ainda podem comer com as mãos. Experimente o croquete de presunto ibérico a R$ 14,00 ou batatas bravas levemente picantes, R$ 17,00. Caso decida prolongar a noite, sem abandonar seu lado mais primal, experimente um leitão em dupla cocção com batata panadera, R$ 59,00.

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C erteiro

Já uma sedução que envolva uma taça de vinho parece ter resultado infalível: bullseye. Num encontro de negócios ou a dois, fazer bonito ao escolher um rótulo adequado não é tarefa para James Bond, mas não deve ser um ato subestimado. Nessa hora, conte com os restaurantes que têm sommeliers acessíveis e vinhos nas prateleiras em sua versão butique. Assim, você pode se afastar da mesa para escolher, pedir as melhores dicas, conhecer os preços e ir aprendendo sobre harmonização. um excelente local para isso é o La Table Enogastronomia. Ele tem anexa uma loja que oferece vinhos com custo inferior ao de uma carta de restaurante e o rótulo escolhido é climatizado na hora e servido na mesa. o happy wine é uma opção sofisticada, que vai bem acompanhada de uma tábua de queijos & frios, a R$65,00, acompanhada de pães feitos na própria casa. A massa também é feita in loco. Prove uma das recheadas, como o tortelli de cordeiro, R$ 44,00, ou uma carne bem guarnecida, como o ragú de mignon com polenta italiana e cogumelos mistos, R$ 51,00.

Alma María Rua oscar Freire, 439 – Jardins - Tel. (11) 3064-0047 - De domingo a quinta-feira, das 11 à 0h. Sextas e sábados, as 11 à 1h. www.almamaria.com.br

La Table Enogastronomia Av. Roque Petroni Jr., 1.089, GourmetFashion, MorumbiShopping – Tels. (11) 5181-4094 e 5181-3365 - Das 12 às 22h. www.restaurantelatable.com.br

Os dois restaurantes oferecem menu executivo no almoço.

SERVIÇO

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Buckman 98 Buckman

RESERVA ESPECIALo consumo de vinho cresceu no Brasil nos últimos anos e, com ele, o conhecimento sobre a bebida. Afinal, a degustação é a maior escola. Pedimos ajuda ao sommelier Gustavo Rodrigues, da vinoteca Mondo di vino – Morumbi, para selecionar vinhos por temas para ajudar a incrementar sua adega. Sang de bœuf, por falta de alternativa, nunca mais!

ADEGA

Nome: LoisProcedência: Kamptal, Áustria

Tipo: branco seco Uva: gruner veltliner – multivinhedos

Produtor/safra: Fred Loimer/2009Por que: é novidade nas prateleiras; só estava

disponível via carta em alguns restaurantes e vem bem recomendado – WS 84 RP 89-v04

Ideal para: refrescar na medida nos dias de calorHarmonização: destaca-se como boa

companhia para sushi, peixes e aperitivosTemperatura de serviço: de 9 a 11°C fica perfeito

Minificha técnica: acidez média, aroma de frutas, muito atraente devido à sua boa

estrutura. vinificação em aço inox e permanência maior sur-lie (contato com as leveduras)

$: R$ 144,00. *

Nome: Casas del Toqui ReservaProcedência: vale de Casa Blanca, Chile Tipo: tinto seco | Uva: pinot noir Produtor/safra: Casas Del Toqui/ 2011Por que: proveniente de vinhedos já maduros de baixo rendimento, cuja proposta é de vinhos gastronômicos, que se destacam pelo equilíbrio e elegânciaIdeal para: reuniões informais e jantares de negóciosHarmonização: acompanha massas, vitela, pato, atum e antepastos (salumeria)Temperatura de serviço: 16 a 18°CMinificha técnica: elegante nariz, com aromas de berries. Bom equilíbrio e longo final. Bom reserva, com conceito de terroir (que dá grande valor às relações culturais, ao processo, ao clima e solo de determinada região; atestado de origem). $: R$ 94,00 *

Nome: Esteva Procedência: Douro D.o.C , Portugal Tipo: tinto seco Uvas: touriga franca, tinta barroca e tinta rorizProdutor/safra: Casa Ferreirinha/2009Por que: vem atraindo bons comentários dos amantes do vinho – segundo Robert Parker, este rótulo demonstra boa profundidade em sua faixa de preçoIdeal para: dia a diaTemperatura de serviço: 14 a 16°CMinificha técnica: vinho jovem, sem passar por barrica, rico em aromas de frutas e flores. vinho base da Casa Ferreirinha, o Esteva traz para a mesa o conceito de vinho para o dia a dia, com qualidade e excelência de quem produz um dos vinhos mais cultuados de Portugal, o Barca velha $: R$ 54,00*

FRESCOR NEGóCIOS

Nome: Tannat de Reserva Procedência: Cerro Chapeu,

uruguai Tipo: tinto seco Uva: tannat

Produtor/ safra: Bodegas Carrau /2007Por que: essa uva francesa, que se adaptou muito

bem ao uruguai, é conhecida por sua grande quantidade de antioxidantes naturais, sendo considerada a mais saudável para o coração

Ideal para: diversas ocasiões, acompanha pratos de média intensidade

Temperatura de serviço: 16 a 18°CMinificha técnica: uvas de videiras de idade avançada e longa maturação, com passagem

média de 18 meses em barrica. Aromas concentrados de frutas negras e toques minerais.

Paladar com taninos macios e corpo leve. Sabores concentrados e persistência média

$: R$ 60,00*

VERSÁTIL BEST BUY

SERVIÇOMondo di vino – Morumbi: Av. Roque Petroni Jr., 1.089, GourmetFashion, MorumbiShopping, SP. Tel.: (11) 5181-4094.*Todos os preços sugeridos referem-se a essa loja.

Buckman

www.buckmanbck.com.br

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HOMEM OBjETO

PARA PASSAR A HORAhÁ quEM DIGA quE SE CoNhECE uM hoMEM PELoS SAPAToS E hÁ quEM DIGA quE o SEGREDo ESTÁ EM oBSERvAR o RELóGIo. uM PuLSo FIRME PoDE SER ESPoRTIvo, DESPoJADo, RoBuSTo ou CLÁSSICo, quAL o SEu? NESTA PÁGINA uMA SELEção MAIS PÉ No Chão, oNDE oS PREçoS vão DE uS$ 90 A 350 EM MÉDIA. NA PÁGINA oPoSTA ALGuNS LANçAMENToS PARA CoBIçAR.

BOND, jAMES BONDComemorando o aniversário de 50 anos da bem sucedida franquia de filmes do espião inglês, a omega, marca oficial usada por 007, lança edição comemorativa. Item de colecionador o Seamaster Diver 300m foi o modelo eleito desde o primeiro filme para o comandante cheio de charme. Peças usadas nos filmes foram mostradas no evento que apresentou o omega James Bond 007 50th Anniversary Collector’s Piece em Fevereiro. o logo estampado no marcador é simpático, mas a arma secreta do irresistível relógio está no verso: o famoso cano de revólver fechando-se como um obturador em torno da bala. www.omega.com

PUNHO FIRMEA nova flagship da suíça IWC Schaffhausen em Nova york abre suas portas

em grande estilo: uma edição especial da série Pilot’s Watches dedicada ao boxeador Muhammad Ali limitada a 250 unidades. Moldado sobre o modelo clássico da marca datado de 1940 traz um look bem masculino

com toques de vermelho inspirados nas luvas de boxe que aparecem no marcador e no verso da pulseira, feita em couro de crocodilo. www.iwc.com

FRANCES COM SOTAQUE BRITâNICOSomando à sua distinta coleção Tank, criada em 1917 inspirada em tanques militares da primeira guerra, a marca francesa lança este ano um novo design. o Tank Anglaise, ou o English Tank, mantém a elegância retangular e austera da linha, surpreendendo nos detalhes. Mais robusto e largo chega ao mercado em três opções, para homens e mulheres, confeccionados em tamanhos e tipos de ouro (rosa, amarelo e branco) diferentes. Em uma delas, uma safira adorna a coroa. www.cartier.com

1.Relógio Berlin Club Collection Lacoste, www.lacoste.com|2. Emporio Armani The New Retro Collection, www.armani.com|3. Modelo Diesel, DZ1518. www.diesel.com|4. Stripe Watch, Puma. www.puma.com|5. Modelo Diesel, DZ7247|6. Gearbox Titaneum Special Edition,oakley. www.oakley.com

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DESIGN + TECNOLOGIA

CONSUMO

IDEIA COM ASSENTOo Salone Internazionale del Mobile realizado em Milão em abril, como

sempre, norteou o caminho do mobiliário para os próximos anos. Entre as novidades algumas com

DNA bem masculino: novidades da linha de mobiliário da Mercedes-

Benz e uma mesa de centro muito divertida da Teckell

(página ao lado).

Em conjunto com a Formitalia Luxury Group, a Mercedes

apresentou uma nova coleção da qual destacamos o sofa Class

de três lugares. o cheiro do revestimento de couro com sua costura esmerada permite que

você tenha traga o clima de cockpit para sua sala.

À TIRA COLOSe tem uma marca que leva seus “brinquedinhos” à sério é a Bang & olufsen. Design arrojado, tecnologia de ponta e qualidade de imagem e som excepcionais. Agora, a marca investe em uma etiqueta mais acessível e divertida batizada de B&o Play. Ao lado o Beolit 12, um sistema de musica projetado para o deslocamento: alça de couro, forração de borracha em cima para apoiar o ipod e uma base abaixo da caixa mais alta para aguentar o tranco. Preço em torno de uS$ 800. www.beoplay.com

LOMOA invasão do digital em nossas vidas faz surgir um certo saudosismo pelo analógico, que passa a ser o hobby cult de muitos antenados. Já viu os efeitos “lo fi” e “lomo” de alguns aplicativos para editar fotos no celular? Pois é, alomografia é um fenômeno fotográfico e trend não apenas pelo resultado exagerado, arredondado e multicolorido captado por suas lentes de plástico – as máquinas em si são pequenas obras de arte pop. o modelo ao lado é La Sardina Coyote com flash que vale R$ 469,00. www.lomography.com.br

DéCOR AÇãOMais do que uma mesa de

centro, mas um pequeno centro de civersão, a mesa Intervallo foi lançada pela Teckell em Milão e traz design assinado por Calcio

Balilla. Sob encomenda pode ter vários acabamentos em madeira ou ser totalmente transparente.

www.teckell.com

PSICOSE Já pensou em ter uma caneta que diga “diretor”? Pois essa diz. Edição especial da Mont Blanc é tributo ao mestre Alfred hitchcock. www.montblanc-alfred-hitchcock.com

SOB CONTROLEos cabelos ou a falta deles estão dando trabalho? Mostre quem é que manda! o Get Groomed, da Redken, modela e define sem deixar aquela aparência melada, já o Stimuliste, da Kérastase, faz o que o nome sugere: estimula o ciclo de vida capilar. www.kerastase.com.br e www.redkenbrasil.com

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ESTILO

DANDO TRUQUEquANDo MAIS É MAIS: ACESSóRIoS E CAMADAS INCREMENTAM o LooK, DEIxANDo-o MAIS MoDERNo E CoM A SuA CARA.

o blazer bege com textura acamurçada dá o tom aventureiro ao homem urbano, sem perder no quesito elegância. Pode ser combinado com camisetas ou camisas casuais, perfeito com jeans e acessórios em couro.

Paletó de veludo 15.01.0040 - R$ 499,99T-Shirt 05.03.0013 - R$ 99,99

A camisa xadrez em cor neutra tem a cara do inverno. Sobreposta a camisetas também formam uma combinação pontual, perfeita para ocasiões que não exigem formalidade. Combinar acessórios também é uma boa opção para valorizar o visual.

Polo 05.01.0155 - R$ 159,99Camisa Xadrez 03.01.0442 - R$ 269,99Calça Jeans 02.05.0245 - R$ 199,99

os acessórios têm ganhado cada dia mais força entre os homens, pois dão várias alternativas para compor estilos diferentes em uma única roupa. A camisa Buckman com detalhes internos em cor preta, por si só já é bastante despojada, mas o lenço xadrez combinado a ela traz sofisticação sem excessos.

Camisa 03.01.044 - R$ 269,99

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3A alfaiataria mais uma vez tem seu espaço garantido no dia a dia. o caimento preciso é o ponto chave para trazer elegância ao visual e para o inverno pode ser combinada com uma peça sóbria de lã. A escolha das cores também é uma estratégia para compor o estilo. A gravata lilás quebra o excesso de formalidade, mas mantém o visual sóbrio.

Tricot 10.01.0099 -R$ 289,99Costume liso 01.01.0136 - R$ 899,99Gravata 09.07.0009 - R$179,99 Camisa 03.2.0661 - R$ 159,99

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o clássico óculos aviador traz o espírito despojado, mas com sofisticação. o modelo revisitado pela Buckman é uma peça chave que pode ser combinada com diversos estilos, entre casual e formal, tornando-o mais interessante.

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A jaqueta de couro é uma peça essencial no guarda roupa masculino, sendo um coringa para o inverno. Este modelo escuro compõe um visual urbano e elegante.

Jaqueta de couro 06.01.0054 - R$ 799,99

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VITRINE

JUSTHANGING

Fotografias: Morgade

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CAPADóCIAuM LuGAR MÍTICo, quE SuRPREENDE PoR SuA hISTóRIA E CoNSEGuE NoS CATIvAR EM SuA ARIDEZ. uMA SEquêNCIA DE LABIRINToS SoB o SoLo quE FoRMAM o MAIS PRIMoRoSo DoS ESCoNDERIJoS.

por Daniela Lapetina

descoberta. Para se ter uma ideia, apenas o Parque Nacional de Göreme, a área mais conhecida e declarada Patrimônio Mundial pela unesco, tem mais de 95 milhões de metros quadrados.há milhões de anos, vulcões deixaram uma camada espessa de lava que, castigada pela erosão, foi se moldando caprichosamente em picos áridos. onde as tempestades, ventos e rios encontraram rocha resistente a seu efeito abrasivo, os cones são coroados por pedras pontudas, formações conhecidas como as “chaminés das fadas”. o solo resultante do encontro entre a lava e o tempo é suficientemente macio para que seja moldável. Escavar foi uma solução mais simples do que erguer habitações. Acredita-se que o povoamento começou há 3 mil anos e, desde então, homens passaram a cavar como formiguinhas para garantir abrigo e segurança. Mas o esforço desses operários determinados não deve ser subestimado. verdadeiras cidades, as cavernas eram interligadas e possuíam canais de ventilação, espaços específicos para cozinhar – onde se pode ainda ver as paredes chamuscadas – poços de água e até cavalariças – que, como os toaletes, geralmente ficavam

VIAGEM

próximas a uma saída com boa ventilação. Pontos estratégicos para observação dos possíveis invasores também asseguravam o esconderijo, que podia abrigar até 20 mil ocupantes por meses sem que fossem detectados. As visitas às moradias sob o solo são guiadas. Mesmo assim, recomenda-se aos que sofrem de claustrofobia pensarem duas vezes antes de entrar. o tour de balão sai bem cedinho e, se o vento por lá já costuma ser gelado nesse horário, melhor prevenir do que ficar gripado. Além do frio, o valor morde o bolso, mas tudo fica para trás quando inúmeros balões começam a ser inflados. Grandes e coloridos, sua leveza contrasta com a paisagem dura e hostil. Nesse momento a decisão mais difícil é para onde direcionar o olhar: se para o céu coalhado de abóbadas ou para os vales abaixo.

Uuma paisagem inóspita, quase lunar, esconde cidades subterrâneas, que abrigam povos há 3 mil anos. (Sim, ainda há gente morando por lá.) A paisagem que parece saída de um filme de ficção é a terra natal do notório matador de dragões, São Jorge, mártir do cristianismo. Acaso ou desígnio divino, foi justamente na Capadócia que muitos católicos que escaparam das tropas romanas buscaram asilo. o santo, contudo, recebeu apenas uma representação nos afrescos que recobrem as paredes improvisadas nas rochas vulcânicas: na capelinha de Santa Catarina, sua figura imponente que mata o dragão é uma das atrações. o bicho mais parece um lagarto crescido, uma cobra com perninhas que é transpassada com valentia. Em resumo: ele matou o danado e mostrou a lança. Lendas e ditos à parte, essa terra de bravos merece uma visita. Afinal, andar entre passagens estreitas sob a terra e apreciar a paisagem de uma cestinha de piquenique reforçada e içada por ar quente não é lá um turismo tão convencional.Situada na região da Anatólia, na Turquia, a Capadócia, que não é delimitada politicamente, compreende um “cafofo” underground, com um labirinto de câmaras escavadas em rochas vulcânicas, capelas com afrescos e história ainda a ser

1. Afrescos das capelas subterrâneas 2. vista aérea do Parque Göreme. 3. Entrada de uma das residências escavadas. 4. Dromedário posando em frente às Chaminés das Fadas. 5. Pintura do lado de fora de uma capela no pico de um dos picos.

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ESTilo AveNturAFotografias: Morgade CoNFoRTo E

SEGuRANçADE ESTAR

BEM vESTIDo PARA

ENFRENTAR quALquER SITuAção

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VITRINE

Fotografia: MorgadeAssistente de fotografia: Carlos P. Junior

Styling: Audrey CarreraProdução Executiva: Gloria Mello

Cabelo e Maquiagem: Fábio Ziccardi Modelo: Werner Rabello (Agência Monica Monteiro)

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PAPO DE BAR

O CREME DO COLARINHO BRANCOquEM PRETENDE SE ToRNAR uM APRECIADoR DEvE PRIMEIRo SABER A DIFERENçA ENTRE “ToMAR” E “DEGuSTAR” uMA BoA CERvEJA

Copo tulipa, caneca, resfriada, estupidamente gelada, levinha, encorpada, direto da latinha recém-saída do cooler ou cuidadosamente derramada no copinho de boteco direto da ampola (apelido pé de balcão das garrafas de 600 ml). Todos têm a sua maneira preferida de beber cerveja. A questão aqui é: você sabe avaliar o que está bebendo? Para você que está pensando em fazer sua iniciação na carreira de apreciador de cerveja, as dicas a seguir são muito importantes. No Brasil, 99% da cerveja produzida é do tipo pilsen, o que torna a gôndola de marcas importadas uma passagem obrigatória. Em países como Bélgica, EuA, Inglaterra e holanda, entre outros, a variedade de marcas e tipos da bebida é muito maior. Portanto, quem quer se tornar um verdadeiro apreciador deve buscar opções com mais sabor, de diferentes aromas e consistências e, principalmente, saber distinguir os atos de beber e apreciar, tomar e degustar. o assunto pode parecer complexo, mas não é. vale muito mais a humildade de reconhecer que não se sabe nada e aprender tudo do começo, seguindo os passos de quem realmente conhece o assunto. Mas aqui vai a boa notícia: para apurar o paladar, o segredo é praticar. E isso vale para qualquer tipo de bebida.

por Walter Macedo Filho

Degustação

“Para conhecer um pouco mais, primeiro é preciso saber que as cervejas são divididas por estilo. Pilsen é só um deles, no meio de mais de 130”, ensina a sommelier e proprietária da Casa da Cerveja, Letícia Borges. Segundo ela, o caminho da degustação começa pela quantidade. Beber muito não é sinônimo de apreciar. Em poucas linhas, a masculinidade-padrão foi confrontada: sim, existem mulheres que entendem mais de cerveja do que homens e quantidade não é qualidade. É aí que os verdadeiros amantes do néctar devem se recordar de que existem muitos rótulos por aí e nem todos são bons só porque contêm álcool. Novamente aposte na humildade e considere tomar entre 150 ml e 200 ml de cerveja por dia, não passando de no máximo seis estilos, como a moça recomenda. Chame reforços: é nesse momento que entram os amigos. A opção mais divertida é comprar uma long neck de cada estilo, dividir com outras duas pessoas e, assim, aproveitar para trocar impressões. Preste atenção em tudo: coloração, espuma, turbidez e aromas – que podem ser os mais variados, como frutas, condimentos, flores, ervas, minerais. A atividade é, além de prazerosa, uma tarefa fácil, em que a técnica principal é usar os próprios sentidos.Tente descobrir quais gostos básicos são mais evidentes, o amargor, a acidez, se é um mais para doce ou mais para salgado etc..

Brincadeira gastronômica

Depois de algumas dessas experiências sensoriais e certa familiarização com esse novo universo você já estará preparado para iniciar brincadeiras de harmonização da bebida com pratos. Nesse processo, saiba que quatro qualidades da cerveja vão “limpar” sua boca entre uma “mordida” e outra: o teor alcoólico, a carbonatação, ou seja, o quanto ela é frisante, o amargor e a acidez. quanto mais acentuados, maior a capacidade da cerveja de cortar a gordura. A pilsen, por exemplo, é uma cerveja que tem pouco amargor e praticamente nenhuma dessas outras qualidades muito acentuadas, o que a torna indicada para pratos mais leves. No extremo oposto, uma “strong dark ale”, com teor alcoólico de 9%, muita carbonatação, uma certa acidez e mais amargor, é indicada para receitas bem encorpadas, como carne de porco ou de caça.

Lição de casa

Para quem quer começar logo os exercícios, Letícia Borges sugere como lição de casa experimentar as três mais tradicionais escolas cervejeiras, que podem ser adquiridas na Casa da Cerveja: alemã, belga e inglesa. A Riegele’s Weiss é uma cerveja artesanal alemã de trigo branca, espuma particularmente brilhante e intensa, especialmente perfumada e com teor alcoólico de 5°. A inglesa Spitfire tem coloração âmbar-avermelhado, de espuma densa, farta e bege. É muito brilhante e de carbonatação bem aparente. Por fim, a belga Chimay Triple possui coloração amarelo-alaranjado, aroma de pimenta-do-reino e casca de laranja, acidez marcante e seca.

Pesquisa de campo

o Butcher’s Market é uma das boas escolhas em São Paulo para um treino fora de casa. Além de exercícios de apreciação, é um bom lugar para seus primeiros testes de harmonização. o Butcher’s dá a oportunidade de conhecer outra escola cervejeira: a norte-americana. A maior parte dos garçons tem treinamento para auxiliar o cliente em sua escolha. Porém, caso você queira se aventurar por conta própria, solicite o cardápio com a grande variedade de rótulos da Brooklin, uma das maiores cervejarias do mundo. Andres Levy, gerente da casa e autointitulado apreciador, dá a seguinte sugestão: na entrada, escolha para acompanhar uma Lager, leve e fácil de tomar; no prato principal, os hambúrgueres especiais da casa, opte por uma IPA (Indian Paler Ale), mais amarga e que combina com carne vermelha; para a sobremesa, uma Borwn Ale, que se aproxima da fragrância de café e chocolate. quanto ao colarinho, o gerente ressalta que o creme tem ao menos três funções importantíssimas para a apreciação: manter o gás, a temperatura e o sabor.

Levy propõe uma experiência diferente em sua próxima comemoração: substitua o champanhe pela cerveja. A opção deve ser a Local 1, uma cerveja leve, em garrafa com rolha, que certamente causará boa impressão, mesmo para quem diz não gostar de cerveja.

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Sommelier de cervejas e mestre-cervejeiro: o caminho das pedrasSe você se considera um grande entendedor de cerveja só porque já consumiu uma quantidade, digamos, relevante da bebida, saiba que manjar do assunto de verdade requer um pouco mais de estudo: existem profissionais gabaritados que vão além da prática para merecer seus diplomas.

Vamos entender direito: sommelier de cervejas e mestre cervejeiro são profissões diferentes.

o curso de mestre cervejeiro é um nível de pós-graduação, o que significa dizer que você tem que ser formado para frequentá-lo. As grandes cervejarias preferem os químicos e engenheiros. Até uns 15 ou 20 anos atrás, as cervejarias enviavam seus profissionais para a Alemanha, Espanha e Estados unidos para fazer um curso de dois anos. Nessa área também existe um curso de engenheiro cervejeiro, que dura cinco anos. No Brasil não deve haver nem dez pessoas com esse título.

Em 1992, o Centro Técnico do Senai, em vassouras, no Estado do Rio de Janeiro, inaugurou o Curso Técnico Especial de Cervejaria. o programa foi possível por meio de um convênio firmado com as cervejarias Antarctica, Brahma e Kaiser, que se reuniram com a Fundação hans Seidel, ligada ao governo do Estado da Baviera, na Alemanha, com a Krones, fabricante alemã de equipamentos cervejeiros, e com a Doemens Akademie, tradicional escola técnica formadora de mão de obra cervejeira. o curso de técnico especialista em cervejaria tem duração de um ano, com seis módulos, e é realizado por meio do sistema dual, que intercala períodos de aprendizagem na cervejaria-escola e numa das fábricas conveniadas. Ao final, além do diploma do Senai, o aluno recebe um certificado expedido pela Câmara de Indústria e Comércio de Munique e da Baviera Superior. Com ele, o técnico pode se formar mestre-cervejeiro na Alemanha sem a obrigação de prestar exame de aptidão profissional, bastando comprovar experiência prática de dois anos após a conclusão do curso. o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-RJ) também concede ao formando o registro profissional.

o sommelier, por outro lado, é o profissional que desempenha suas funções em restaurantes e é conhecido como “o maître das bebidas e dos charutos”. Ele deve conhecer, para poder orientar seu cliente, todo tipo de bebida, desde água, café, chás e, muito especialmente, bebidas alcoólicas. o Senac de São Paulo, também em convênio com a Doemens Akademie, oferece o curso de Formação de Sommelier de Cervejas, com duração de 100 horas.

Nele, o participante desenvolve habilidades e competências para atuação na área, tanto para sugerir de forma ética diferentes estilos e marcas para uma melhor harmonização, quanto para disseminar a cultura cervejeira em bares, restaurantes, hotéis, distribuidoras, produtoras e importadoras de cervejas em diversas áreas, como logística, comunicação, comercialização ou serviço de cervejas.Ao final, o Senac e a Doemens Academy conferem o certificado de conclusão do curso.

BEBEDORES DE CARTEIRINHA

SERVIÇO

Confira alguns locais onde há opções derótulos nacionais e importados para degustação em SP:

Butcher’s Market - Rua Bandeira Paulista, 164 | Itaim-BibiTel. 2367-1043 2367-1048 | http://butchersmarket.com.br/

Casa da Cerveja - R Lisboa, 502 | PinheirosTel. 2538-5136/Tel. 9659-5131| www.casadacerveja.com.br

Cervejaria Ô Fiô - Rua Licio Marcondes do Amaral, 51| MorumbiTel.: 3721 6636 | www.cervejariaofio.com.br

Cervejaria Munique - Travessa Caslbuono, 120, loja 404 (Shopping Center Norte)Tel. 2252-2063 | www.munique.com.br

Empório Alto dos Pinheiros - Rua vupabussu, 305 | PinheirosTel. 3031.4328 | www.altodospinheiros.com.br

FrangóLargo da Matriz N. Sra do ó, 168 - Freguesia do óTel. 3932-4818 | www.frangobar.com.br

Laus Beer - R. Fernandes Moreira, 384 | Chácara Santo AntonioTel. 3567-0569 | www.lausbeer.com.br

A sommelier Letícia pass como lição de casa degustar e comparar as três

maiores escolas cervejeiras: a alemã, a belega e a inglesa

PAPO DE BAR

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NãOECONOMIZE, GASTE ENERGIA.PEDALE.E AI, vAI CASAR CoM o CARRo ou CoMPRAR uMA BICICLETA?

AAs cidades estão finalmente se mexendo para ligar os pontos no que diz respeito às ciclofaixas. os homens e mulheres com bandeirolas e a sinalização já fazem parte da paisagem local e a magrela começa a se firmar timidamente como um lazer que pode virar meio de transporte. No meio disso tudo, roteiros turísticos para quem pedala nunca foram tão fartos e convidativos. Em meio a paisagens ou bem no cerne do caos urbano – um mapa e uma bike fazem do city tour uma experiência mais próxima. Para jogar uma luz nas diferenças entre o ciclismo, o cicloturismo rupestre e o urbano convocamos um expert no assunto. Formado em jornalismo, profissional de fotografia, biker e empresário, Marcelo Rudini uniu a fome com a vontade de pedalar e levou o hobby para outro setor de sua vida. há seis anos comanda o site ondePedalar.com.br, que recentemente ganhou versão impressa. Sempre com boas histórias e boas fotos, pratica o que prega e usa a bike “sempre que dá...”, o que se traduz em cerca de 25 dias por mês, dos quais ao menos cinco passa explorando para “se enfiar em algum canto onde nunca esteve”.

Atenção: ao ler esta matéria você pode descobrir que pedalar faz bem à saúde, à forma física, desestressa, contribui para a performance sexual, é muito cool e ainda possibilita comprar um monte de acessórios irados. Há quanto tempo você pedala? A bike sempre fez parte da minha vida. Lembro até hoje do dia em que fui comprar uma Caloi 10 no Mappin da Praça Ramos com meu pai. Devia ter uns 12 anos. Era como se fosse uma formatura de ciclistas ter uma Caloi 10. Mas, até os 35 (hoje ele está uma década mais velho), era só recreação, pedalar de fim de semana na uSP. Depois que fui para Curitiba, a bike passou a ser mais usada em trilhas no entorno da cidade.

por Daniela Lapetina

ENTREVISTA

Como surgiu o interesse em criar um site sobre ciclismo? A ideia veio depois de fazer a rota de Santiago de Compostela em 2007. Já havia feito várias viagens por aqui e, ao perceber o potencial do cicloturismo na Espanha, decidi organizar melhor as informações de forma a incentivar todo tipo de viagem e passeio de bike. o site começou como blog na metade do mesmo ano. o que havia até então era o pessoal mais xiita, que sonhava com grandes viagens e voltas ao mundo.

Os roteiros de bicicleta pelo interior da França ou da Itália são comercializados há algum tempo. Esse novo tipo de viagem, mais urbana, para pedalar é uma novidade? o cicloturismo é algo muito antigo na Europa. Essas viagens com ares de chiques são promovidas por agências que resolveram facilitar tudo para atrair viajantes, principalmente americanos com grana e que não queiram se preocupar com nada. Eu acho que tem viajantes de bike de todos os tipos, desde aquele que sai sem data pra voltar até aquele que só quer pedalar em descida - e tem agência especializada só nisso na Itália. No meio tem o povo que usa a bike para fazer um turismo mais barato. Por exemplo, atravessar a Suíça gastando 1.000 euros, ficando em B&Bs (bed and breakfasts) ou fazer o mesmo roteiro pelo triplo ficando em três estrelas. São oferecidos pela mesma agência, mas na opção mais em conta ela apenas fornece o mapa e os endereços de onde dormir, enquanto na mais cara ela só não pedala pra você, mas, se bobear, faz até vento numa subida caso precise. Resumindo, eu acho que tem público para vários tipos de cicloturismo.

Ciclismo urbano é para quem mora e cicloturismo urbano para quem está visitando? olha, pode ser para os dois. Mas é uma tendência em todas as cidades ter agências fazendo roteiros de bike para quem vem de fora. Curitiba tem uma que está indo muito bem. Buenos Aires tem várias. Nova york também. É muito mais divertido fazer turismo de bike. você para onde quer, sente o cheiro da cidade, conversa com muito mais gente, o que é bem diferente de entrar nos ônibus jardineiras.

Você já morou em São Paulo, ABC, Curitiba e agora Bertioga. Cidades distintas em tamanho, clima, cultura e geografia. Como qualificaria essas cidades sob a ótica de um biker? A ordem é sempre da cidade menor para a maior. Em Bertioga, usar carro é desperdício. É tudo plano e o principal está a, no máximo, 2 km. Curitiba é grandinha, tem uma malha cicloviária “meia-boca”, mas ainda de um tamanho que possibilita fazer tudo de bike também. Já em São Paulo é preciso ter a necessidade para fazer o dia a dia de bike. A cidade ainda não está preparada, e os motoristas menos ainda. Mas melhorou muito nos últimos anos. Aos trancos e barrancos, mas melhorou.

O que você recomenda para viagens e trilhas? Aí o que manda é o local. Eu, particularmente, não sou fanático por ficar pedalando em acostamento de estrada movimentada. Se quero conhecer a cidade, vou de avião ou ônibus e pedalo só onde é

“ “LEMBRo ATÉ hoJE Do DIA EM quE FuI CoMPRAR uMA CALoI 10 No MAPPIN DA PRAçA RAMoS CoM MEu PAI.

Saindo de Pamplona,nordeste da Espanha, a caminho de Santiago de Compostela

Guarapari, Rj

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mais interessante. Faço muito o que chamo de cicloturismo de travessia: chego numa cidade e pedalo até outra por estradas vicinais ou rurais. Assim não repito estrada e vejo mais lugares. Ano passado fui até vitória de avião, pedalei rumo sul pelo litoral até Arraial do Cabo e depois voltei de ônibus de Cabo Frio direto para São Paulo. Para evitar estresse, fique só com o melhor.

Como separar o ciclista do entusiasta eventual? Eu não faço essa distinção. o que há é o ciclista de parque, que fica rodando só ali e faz uns 10 km no fim de semana, e os que exploram mais e marcam 50 km na saída. Entre essas duas turmas há diferença. É a partir da saída do cercadinho do parque que a sensação de liberdade proporcionada pela bike aparece mais. E é aí que as pessoas percebem o gostoso da coisa. Aos poucos, as ciclofaixas estão ganhando espaço nas cidades brasileiras. Estamos no caminho de incorporar esse meio de transporte em nossa cultura como ocorre em países como a Inglaterra, a França e a China? A bicicleta tem aparecido porque é uma opção para resolver parte do trânsito em grandes cidades. ou seja, por necessidade. Ainda não vejo mudança cultural. Existe mudança de atitude de pessoas que conheceram o outro lado. Mas, no geral, se perguntar ao povão o que ele faria com R$ 30 mil achados agora, a maioria diria que ia comprar um carro. Eu acho que os recordes de congestionamento precisam piorar um pouco mais para fazer mais gente mudar. há anos a indústria de bike não faz comercial na Tv. Por outro lado, o massacre de carros novos e maravilhosos é diário na Tv. Por isso, só acho que muda para valer quando pesar, no bolso ou no coração, o medo do infarto.

Qual o perfil do usuário fiel no Brasil? o tiozinho sem grana pro “busão”. São 5 milhões de bikes fabricadas por ano, das quais 4, 5 milhões são para transporte pelo Brasil afora. Só 10% delas são usadas para recreação ou por essa turma que está optando pelo ciclismo urbano.Mas, se você quiser olhar para a nova onda, o cara fiel é aquele que percebeu que faz bem pedalar. Começou e viu que melhora o humor, que melhora a respiração, o sexo, faz mais amigos etc.

Quais os maiores desafios dos ciclistas urbanos em São Paulo? Ficar atento 100% do tempo. Para pedalar é preciso prever a possível besteira de um carro ou ônibus e evitar o confronto. Mas, em se tratando de São Paulo, acho que o maior desafio é melhorar as pernas para encarar as colinas. uma sugestão é ter banheiros com chuveiros no trabalho. Eu acho que esse é o grande gargalo. Teria muito mais gente nas ruas de bike se desse pra tomar banho no trabalho. Aqui não é holanda, onde o clima sempre ajuda a ficar sequinho e composto. Mesmo no inverno, pegar uma subidinha já detona tudo. Quem curte e usa mesmo a sua bike, customiza. Na hora de viajar é fácil levar a magrela? quem curte a bike coloca acessórios para melhorar o pedalar. Troca partes para ficar mais leve, escolhe uma trava ou põe um banco mais caro para poder “esquecer da bunda”. quem usa todo dia mesmo, nem liga para lavar a bike. Só cuida para que tudo fique funcionando direito. Eu sempre recomendo que, para viagem, a pessoa vá com a própria bike. A bicicleta é como roupa, tem tamanho certo e ajuste de peças para que tudo fique superconfortável. Então, num pedal de mais de dois dias, é melhor ir com o que já se conhece. Do terceiro em diante, um banco errado acaba com o prazer. No caso de um cicloturismo urbano, aí sim dá para usar uma alugada.

Para aprimorar seus skills urbanos - Rio e Curitiba são dois destinos legais para conhecer de bike. No Rio, tem praia e morro e, em Curitiba, o circuito de parques. Nos dois casos, dá para fugir do confronto com os carros para fazer um começo mais light no cicloturismo urbano. Internacional – Em termos de cidade, eu acho Nova york e São Francisco os roteiros mais charmosos. Tem um circuito de ciclovias junto aos rios ou à baía, no caso de São Francisco, que dá um visual tremendo. De viagem, há a travessia da Suíça, em que a volta é feita de trem, com parada para um jantar gour-met. há também a descida do Danúbio, 1.250 km da Alemanha até Budapeste. Dá para ir mais, mas esse trecho é o melhor mapeado.

Desafiador - quatro meses cruzando a África do Egito até a Cidade do Cabo. Esse só dá pra ir com agência e, mesmo assim, é para poucos, até porque custa entre uS$ 15 e uS$ 20 mil.

Andanças pela Chapada Diamantina

Praia do Cassino, RS Ultima praia ao sul doterritório brasileito

pouso durante a peregrinação

Puerto Iguazu

Piúma, ES

Bertioga

Marataizes, litoral sul do Espírito Santo, quase na divisa com o Rio de janeiro

SUGIRA TRêS ROTEIROS/DESTINOS PARA OS LEITORES.

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ENTREVISTA

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VITRINE

A ARTE Fotografias: Morgade

de vestIr52 Buckman Buckman 53

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VITRINE

Fotografia: MorgadeAssistente de fotografia: Carlos P. Junior

Styling: Audrey CarreraProdução Executiva: Gloria Mello

Cabelo e Maquiagem: Fábio Ziccardi Modelo: Werner Rabello (Agência Monica Monteiro)

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PPara olhos de apreciadores, o objeto do desejo tem em suas curvas uma forma mais sedutora do que o de uma jovem sílfide. o design e os detalhes nos acessórios de cada modelo somam-se num conjunto que só se torna perfeito com o ronco do motor. o chassi vibra, o chão vibra e o colecionador vibra junto. Mas para chegar ao ponto de efetivamente tirar seu modelito vintage da garagem, procedimentos – e seus custos – devem ser cumpridos. Conversamos com um empresário que tem por hobby colecionar carros, sendo sua predileção escancarada o modelo 911 da Porsche, do qual possui nove.

ENTRAMoS DE FININho No MuNDo DoS CoLECIoNADoRES DE CARRoS ANTIGoS, ESPECIFICAMENTE PoRSChES, PARA CoNhECER o LADo B – AquELE quE SE SuJA DE GRAxA E DERRAPA NAS BuRoCRACIAS.

CHAPA PRETA

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Da mesma grife também é dono de um356, totalizando 10 cavalinhos empinados na garagem. De bom gosto inquestionável, este senhor, no entanto, preferiu não ser identificado. quem é do meio vai saber sem dificuldade de quem se trata, mas por nós aqui ele será tratado de Sr. Carreira – que pareceu razoavelmente apropriado diante da opção mais óbvia que daria uma péssima alcunha.

É de cedo que se aprende com os pais o devido valor das coisas, se não pelo preço em si, pelo cuidado que dispensam a elas. Eis que o pai do Sr. Carreira já gostava de carros e, entre os amigos próximos, estava Sérgio de Magalhães Filho, conhecido – e reconhecido pela marca alemã – como um dos maiores colecionadores de Porsche da América Latina. o entra e sai de veículos diferenciados sempre fez parte de sua vida. “quando tinha cinco ou seis anos, meu pai comprou um fusquinha conversível bege, 1950. Esse carro nunca saiu da família e hoje ele é meu”, conta nosso entrevistado. Como forma de perpetuar a tradição, quando do nascimento de seu primogênito, há três anos, adquiriu um New Beetle conversível que pretende guardar para o filho – cujo último bolo de aniversário estampava o brasão do cavalo empinado.

Assim, foi com Fuscas que a coleção começou. “Sempre vendi tudo, mesmo o que estava usando. quer o meu relógio? Se pagar R$ 10,00 a mais do que paguei ele é seu. A diferença é que este mercado é outro.” Alma de negociante à parte, esse métier envolve somas altas e inclui uns poucos aficionados. “Tem sempre alguém querendo comprar ou vender para comprar outro. quase vendi um semana passada, depois desisti. É assim, a alguns a gente se apega mais, a outros menos.” Entre os favoritos do momento, saído de um filme de época, um charme datadíssimo, está um modelo 1952 verde-escuro de capota clara.

Diz o Sr. Carreira que está abrindo os horizontes e, além de seus dez modelos Porsche, possui atualmente quatro Fuscas, uma Kombi, dois MGs (carro esporte inglês) , um Audi RS2 ( fruto da parceria com a Porsche). Mas como todo bom excêntrico, Sr.

Carreira revela: “Para sair de casa no dia a dia, não ando de carro, uso moto, tenho uma BMW e uma harley-Davidson além de 15 ‘hondinhas’ no interior.” Se chover? há um Mercedes 2000 e o New Beetle em sua garagem para quebrar o galho.

Nestas páginas conseguimos captar apenas dois bólidos: um 911 [993] 1996 prata e um 911 [964] 1992 vermelho. os dois estacionados em vagas alugadas.A parte complicada começa: onde estacionar tantos carros em São Paulo? o espaço por aqui está caro e manter um endereço nos arredores é a solução encontrada para guardar a frota bem instalada. Mesmo assim, alguns pousam em vagas excedentes de amigos, parentes ou locadas. Garagem afora, outro problema: papelada. “Para ter a placa preta e o certificado do Detran, que atesta os 30 ou mais anos de um veículo, é necessário ser membro de um clube oficial de colecionadores.” um carro com mais de três décadas é dispensado do Controlar. Mesmo assim, alguns não são homologados para circular em vias públicas e, cada vez que leva um modelo esportivo a um Porsche Day ou outro evento em pista fechada, é obrigado a pagar por um serviço de transporte do veículo. “Entendo que

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possa ter um motor mais poluente, mas quantas vezes ao ano esse carro circula?”, questiona Sr. Carreira, desabafando sua admiração pela legislação estrangeira, que facilita a vida dos colecionadores por levar esse tipo de consideração em conta. outra facilidade de que não dispomos no Brasil é relativa à aquisição e troca de peças. Algumas simplesmente não podem ser importadas diretamente. Não é incomum ser mais fácil importar um carro inteiro do que algumas peças. Para trazer um farol recém-adquirido na Alemanha, mesmo declarando na alfândega, seria barrado. Nosso insistente colecionador teve que enviar a si mesmo pelo correio, onde também paga as taxas.

Para trocar figurinhas sobre oficinas, dificuldades práticas e acessórios novos, esses colecionadores formaram uma restrita confraria, que se reúne mensalmente e se reveza entre as bandeiras Mercedes, Porsche, Alfa Romeo e BMW. Alguns mais chegados já fazem parte do círculo íntimo do Sr. Carreira, presentes em churrascos, aniversários e viagens. Nessa última para a Alemanha, por exemplo, estando em território tão nobre, não poderiam deixar a oportunidade escapar: deram um confere no Autódromo de Nürburgring ao volante de um Renault Clio Cup.

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LIFE STYLE

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