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JUNHO DE 2011 – ANO 11 – EDIÇÃO 44 NESTA EDIÇÃO O SUCESSO E A SOBREVIVÊNCIA DA LIVRARIA NO BRASIL, independentemente de seu porte, depende da gestão de cada loja e há espaço para todos. Veja o que dizem executivos do setor. Inaugurada em 1942, a LIVRARIA VOZES da Senador Feijó, na Capital Paulista, é uma referência nacional. Confira a seção “Livraria Modelo” ENTREVISTA O editor José Xavier Cortez, que inicia uma nova jornada de vida com o “Roda de Conversa”, fala sobre as feiras de livros, fora dos grandes centros. Associação Nacional de Livrarias | Endereço: Rua Marquês de Itú, 408 cj. 72/73, CEP. 01223-000 – São Paulo, SP A Livraria como principal canal de vendas na cadeia do livro. A Convenção Nacional de Livrarias 2011 tem como principal objetivo, integrar definitivamente o Livreiro brasileiro às novas tecnologias. Participe e fique por dentro das mudanças do mercado.

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Associação Nacional de Livrarias

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Page 1: Revista ANL Ed 44

JUNHO DE 2011 – ANO 11 – EDIÇÃO 44

NESTA EDIÇÃOO SUCESSO E A SOBREVIVÊNCIA DA LIVRARIA NO BRASIL, independentemente de seu porte, depende da gestão de cada loja e há espaço para todos. Veja o que dizem executivos do setor.

Inaugurada em 1942, a LIVRARIA VOZES da Senador Feijó, na Capital Paulista, é uma referência nacional. Confira a seção “Livraria Modelo”

ENTREVISTAO editor José Xavier Cortez, que inicia uma nova jornada de vida com o “Roda de

Conversa”, fala sobre as feiras de livros, fora dos grandes centros.

Associação Nacional de Livrarias | Endereço: Rua Marquês de Itú, 408 cj. 72/73, CEP. 01223-000 – São Paulo, SP

A Livraria como principal canal de vendas na cadeia do livro. A Convenção Nacional de Livrarias 2011 tem como principal objetivo, integrar definitivamente o Livreiro brasileiro às novas tecnologias. Participe e fique por dentro das mudanças do mercado.

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EDIÇÃO 44 • REVISTA ANL • 3

EDITORIAL

EXPEDIENTE ANL

ÍNDICE

Fortalecer o mercado livreiro e adequá-lo às novas necessidades e inovações não é apenas um desafio, mas sim um grande desafio que assumimos nesta nova gestão da ANL. O livreiro brasileiro não tem mais tempo de esperar para ver o que vai acontecer, ele tem de ser um inovador e estar na vanguarda das ações.

Apresentamos nesta edição a 21ª CONVENÇÃO NACIONAL DE LIVRARIAS, que traz o tema “Livrari@ - realidades e perspectivas”, com a obrigatoriedade de levar aos nossos associados um diagnóstico real do momento em que passamos em nosso país, os caminhos reais, para que o mercado o reconheça como um dos alicerces para acesso e democratização da leitura no Brasil.

Defender e fortalecer o pequeno e médio livreiro é uma de nossas ‘bandeiras’, mas para isso precisamos de um associado coeso e integrado para que o mercado reconheça o livreiro como um dos alicerces para a democratização da leitura no Brasil.

Como nos apresentou o Levantamento do Setor Livreiro da ANL 2010, cerca de 1/3 da livrarias brasileiras não chega a faturar R$ 1.200 milhões por ano, ou seja, menos de 100 mil por mês. Mesmo assim, elas ainda são maioria do setor e, por este motivo, geram um grande número de empregos e não podem ser negligenciadas pela econo-mia nacional.

Com nossa Convenção de 2011 vamos debater estas importantes questões. Entre os principais temas de nossa Convenção: Vendas: Conquistando e encantando o cliente em sua Livraria. Atender x Entender; Políticas Públicas para o Livro e a Leitura. Bene-fícios para o desenvolvimento e o fortalecimento do setor; Gestão e estratégia das Livrarias por segmento; Dalcides Biskalki - Motivação, liderança e desempenho por competências; Diferentes linguagens na comercialização do Livro – Ser Tão Caipira; Autores, Editores e Livreiros - Como o Autor e a Editora podem proporcionar bons resultados na Livraria; “Livrari@ - realidades e perspec-tivas”. Tablet / e-book, como a Livraria pode se beneficiar com essas novas tecno-logias.

Estes e outros debates e tendências do mercado do livro no Brasil estão presentes nesta edição da Revista ANL.

Diretoria ANL2011/2013

PRESTIGIE A SUA REVISTA ANL.PARTICIPE. INTERAJA. FALE CONOSCO

A ANL disponibiliza para seus associados e interessados em conhecer mais sobre a Associação o Fale Conosco. Por meio desde Canal de Comunicação, os associados poderão tirar suas dúvidas, obter informações sobre os eventos e demais atividades da Associação, e enviar cartas à redação da Revista Informativo da ANL. Participe, dê sua opinião, sugestões e críticas.

VOCÊ PODE PARTICIPAR DO FALE CONOSCO POR DIVERSOS MEIOS:

Por carta: Sede da Associação Nacional de Livrarias (ANL). Rua Marquês de Itu,

408 – cjs 71,72,73. CEP 01223-000 São Paulo SP A/C Francini (secretária)

Por telefone: (11) 3337-5419Por e-mail: [email protected]

ENTREVISTA

LIVRARIA MODELO

LIVROS QUE FALAM SOBRE LIVROS & AFINS

CURTAS & BOAS

MATÉRIA DE CAPA

O SUCESSO DE UMA LIVRARIA

CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL

CONVENÇÃO NACIONAL DE LIVRARIAS

ESPAÇO CONHECIMENTO

MERCADO

FEIRAS

FEIRA DE LIVROS: CONSUMO DE CULTURA OU CULTURA DE CONSUMO?

José Xavier Cortez

Reuniões da DiretoriaDatas Comemorativas

Cartas dos LeitoresNovos Associados

Expediente

Inaugurada em 1942, a Livraria Vozes da Senador Feijó, na capital paulista, é uma

referência nacional em sua área de atuação

Paula Brito – Editor, Poeta e Artífice das LetrasA menina que roubava livros

Sobre o Livro e o Escrever

Neste primeiro semestre de 2011, a ANL ofereceu 3 módulos do

Curso de Capacitações

21ª Convenção Nacional de Livrariasde 29 a 31 de agosto de 2011 - Rio de Janeiro/RJ

Livreiro por Convicção

Pesquisa detalha o mercado de Livrarias em Igrejas

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CALENDÁRIO DE REUNIÕES DE DIRETORIA

CALENDÁRIO DE DATAS COMEMORATIVAS

NOVOS ASSOCIADOS

CARTAS DOS LEITORES

DIRETORIA E CONSELHO FISCAL DA ANL - BIÊNIO 2011/2013PRESIDENTE – Francisco Ednilson Xavier Gomes – Livraria Cortez - SP

1º. VICE-PRESIDENTE – Augusto Mariotto Kater – Casa Cultural Saber Ler Livraria - SP2º. VICE-PRESIDENTE – Arcangelo Zorzi Neto – Livraria do Maneco - RS

1º. SECRETÁRIO GERAL – João Batista Sobrinho – Livraria Pedagógica - SP2º. SECRETÁRIO GERAL – Benjamin de Magalhães C. de Moraes – Livraria da Travessa - RJ

1º. TESOUREIRO – Vitor Tavares da Silva Filho – Livraria Loyola - SP2º. TESOUREIRO – Mauro Lopes de Azevedo – Livraria RT - SP

DIRETORA ADJUNTA – Milena Piraccini Duchiade – Livraria Leonardo da Vinci – RJDIRETORA ADJUNTA – Maria do Socorro Sampaio Flores – Livraria Feira do Livro - CEDIRETORA ADJUNTA – Magda Krauss de O. Freitas – Livraria Galeria Saber e Ler – SP

DIRETOR ADJUNTO – Edmar Benjamim Manoel – Livraria Paulus - SPDIRETOR ADJUNTO – Teobaldo Heideman – Vozes - RJ

DIRETOR ADJUNTO – Daniel Mayer – Livraria Livros & Livros – SCDIRETOR ADJUNTO – João Nunes da Silva – Livraria Adeptus - MT

DIRETOR ADJUNTO – Marcos Teles Cardoso de Carvalho – Livraria Leitura- MGCONSELHEIRO FISCAL – Claudio Amadio – Livraria Cidade do Livro- SPCONSELHEIRO FISCAL – Bernardo Gurbanov – Livraria Letraviva - SP

CONSELHEIRO FISCAL – Renato Francisco Corrêa – Livraria Paulinas - SPSUPLENTES: Maxwell Xavier Gomes – Livraria Potylivros - PE

SUPLENTES: Marylene Baracchini– Livrarias Paraler – SPSUPLENTES: Primo Luiz Maldonado – Livraria Multicamp- BA

REVISTA ANL – ÓRGÃO OFICIAL – JUNHO DE 2011 – ANO 11– EDIÇÃO 44PERIODICIDADE

Trimestral

DIRETOR RESPONSÁVELAugusto Mariotto Kater

CONSELHO EDITORIALAugusto M. Kater; Ednilson Xavier;Vitor Tavares; Francini Ramalho; e Arcangelo

Zorzi Neto

PRODUÇÃO EDITORIALMGA Comunicações — (11) 2991-2934

www.mgacomunica.com.br — [email protected]

EDITORAMarilu G. do Amaral (Mtb 14.830)

REVISOR Vinícius Trindade

EDITORAÇÃOSérgio Fernandes Comunicação

PAPELEsta revista foi impressa em Papel Chamois Fine Dunas 120 g/m², fabricado pela

MD Papéis em harmonia com o meio ambiente.

CTP, IMPRESSÃO E ACABAMENTOInstituto Brasileiro de Edições Pedagógicas Ltda. (IBEP)

TIRAGEM6 mil exemplares

CIRCULAÇÃONacional

SECRETARIA DE REDAÇÃO E PUBLICIDADEFrancini Ramalho

SEDE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE LIVRARIASRua Marquês de Itu, 408 – cjs. 71,72,73 - CEP.: 01223-000 São Paulo SP

Tel.: (11) 3337-5419 E-mail: [email protected]

CARTAS DO LEITOR [email protected]

EXPEDIENTE

JUNHO05 Dia Mundial do Meio Ambiente / Dia da Ecologia10 Dia da Língua Portuguesa12 Dia dos Namorados21 Dia do ImigranteJULHO

14 Dia da Liberdade de Pensamento16 Dia do Comerciante17 Dia de Proteção às Florestas19 Dia Nacional do Futebol20 Dia do Amigo / Dia Internacional da Amizade25 Dia Nacional do Escritor

AGOSTO08 Dia dos Pais11 Dia do Estudante14 Dia do Combate à Poluição22 Dia do Folclore

JULHO 2011

12SETEMBRO 2011

20AGOSTO 2011

9OUTUBRO 2011

11NOVEMBRO 2011

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Gato Sabido Editora LTDAGato SabidoRua Eng. Alfredo Duarte, 107 22461-170 Rio de Janeiro/RJFone: (21) 2246-2367 Fax: (21) 2246-4387Site: www.gatosabido.com

João Carlos Gomes Brasil EPPJC LivrosRua José de Souza, 10706795-010 Taboão da Serra/SPFone: (11) 4612-0690Site: www.jclivros.com.br

Prezado Vitor. Recebi a Revista ANL no 43 e li a reportagem sobre os executivos do setor do Livro no Brasil. Parabenizo a sua colocação lembrando das livrarias independentes. Citando sobre a exone-ração do PIS/Cofins para as pequenas livrarias e que não é o livro digital que levará o fim das livrarias “mas sim a concorrência desleal de alguns grandes varejistas e sites que vendem livros”. Lembrando que no discurso de posse da Presidente Dilma, ela citou que também os pequenos negócios, a agri-cultura familiar, estarão na pauta do seu governo. Esperamos que isso se confirme e se concretize em leis em prol de toda a cadeia do livro, incluindo o livreiro independente. Atenciosamente.Heloisa Ambiel Pires Martins (Letra Viva – São João da Boa Vista, SP)

Ednilson, boa tarde!!! Fiquei feliz em receber em minhas mãos um exemplar da Revista ANL (mar-ço/11) e ver que você assumiu recentemente a presidência desta conceituada associação. Tenho certeza que esta entidade será conduzida com muita maestria e profissionalismo porque sei da pes-soa competente que é. Desejo-lhe muito sucesso. Parabéns!!! Abraços,Cláudio Rubin Cardoso (Supervisor de Vendas Didáticos Filiais – Editora Saraiva)

Caros amigos da ANL, em especial Vitor Tavares, ex-presidente. Recebi com alegria e saudades a revista de março de 2011. Li de pronto. Gostaria de parabenizar Vitor e sua equipe pelo trabalho e desejar ao Francisco Xavier sucesso e uma boa gestão. Aproveito, ainda, para deixar um abraço amigo a todos livreiros e profissionais do livro que aprendi a respeitar e admirar. Apesar de afastado jamais deixei de labutar pela causa do livro e da leitura. Nosso país será tão melhor quanto maior o número de leitores que cativarmos. Cordialmente.Valter Kuchenbecker (Vice-Reitor da Universidade Luterana do Brasil – ULBRA)

Livraria Panorama Romanceiro LTDALivraria PanoramaRua José Clemente, 68 – Centro24020-105 Niteroi/RJ

Maria Geuciene de Brito Barreto EPPExclusiva LivrariaAv. Rio Madeira, 3288 – Porto Velho Shopping, lojas 204/3 e 204/476820-408 Porto Velho/ROFone: (69) 3218-8434Site: www.livrariaexclusiva.com.br

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ENTREVISTA

FEIRA DE LIVROS: CONSUMO DE CULTURA OU CULTURA

DE CONSUMO?

Estar presente aos principais eventos cul-turais ligados ao livro é uma atividade que deve fazer parte do dia-a-dia do livreiro. Crescem, também, a cada dia, as feiras de livros regionais, e estas devem ser encara-das como uma  oportunidade no fomento à leitura e consequente divulgação da Livraria para o público local. Pesquisas lo-calizadas constatam que quando uma Feira de livro chega a uma determinada região, existe de imediato uma maior procura pelo livro e automaticamente isto é um estímulo à abertura de novas Livrarias.

Este crescente número de feiras ligadas ao segmento do livro nos faz trazer, tam-bém, esta discussão para a Revista ANL, principalmente numa época em que o novo presidente da Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, divulga que pretende estimular a criação de livrarias populares. Desta forma ouvimos o Editor e Livreiro José Xavier Cortez, diretor presidente da Cortez Editora e Livraria, localizada na capital paulista.

Revista ANL — Como o Sr. avalia o cresci-mento de feiras de livro, no Brasil?

Sabemos que o livro é um dos suportes mais importantes para transmissão do conhecimento.José Xavier Cortez

‘‘José Xavier Cortez — Penso que to-dos reconhecem que as Bienais, feiras, exposições, congressos, etc, são eventos importantes para a divulgação, exposição e vendas de inúmeros produtos, bens e serviços. Certamente, o livro é um dos pou-cos produtos que pode e deve fazer parte de qualquer evento. Se imaginarmos um evento de ourivesarias, criação de peixes, sobre enfermagem, com advogados, etc, a presença do livro é um importante dife-rencial que deve estar presente como apoio para atualização do conhecimento dos par-ticipantes destes eventos.

Revista ANL — Qual o diferencial do produto livro?

José Xavier Cortez — Diferentemente da fabricação de um produto, comestível ou não, que vem com uma fórmula ou forma já determinada, a edição de um livro é dife- rente, assim como diferentes são seus au-tores. Produzir um livro, dar a ele um acabamento atraente e charmoso, que des-perte na criança, no jovem, no estudante, no professor, no pesquisador ou mesmo naquele leitor habitual, ou não, o gosto pela

leitura, como uma fonte não só de conheci-mento, de crescimento, mas também de lazer, de entretenimento, etc, é um ato muito agradável.

O deleite de ler, folhear este livro, exige a intervenção de profissionais competentes e preparados para oferecer a esse leitor o me-lhor de sua técnica e criatividade, dividida em várias etapas, que vão desde o formato do livro, diagramação, tipos de letras, ca-pas, etc, enfim, tudo que possa facilitar a leitura, estimular e torná-la prazerosa.

Até aqui, a partir da criação do seu autor, foi produzido um produto de consumo, porém não se trata de um produto comum, mas um bem que transmite ideias, valores simbólicos, modo de vida, etc.

Revista ANL — Quais os principais entra-ves para se fazer chegar o livro até o leitor?

José Xavier Cortez — Se faz necessário o uso de inúmeras outras ferramentas, capa-zes de fazer chegar ao maior número pos-sível de pessoas esse bem. Parece-nos que a dificuldade maior reside na distribuição e di-vulgação do livro. Existem barreiras, como

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6 • REVISTA ANL • EDIÇÃO 44

ENTREVISTA

por exemplo, em algumas instituições de ensino, inclusive de nível superior, nas quais não se permite, ou até mesmo se proíbe, a divulgação de livros entre os professores e alunos, assim como a comercialização desse bem fundamental para a aprendizagem. O que é uma grande contradição.

Como disse anteriormente, o livro, pelo que ele representa, principalmente quando se trata de eventos de qualquer natureza em que se discute, se debate, se dialoga, se buscam soluções, ajustes, desenvolvimento e tantas outras questões em

LANÇADO, EM SÃO PAULO, CONJUNTO DE INCENTIVOS PARA FEIRAS DO LIVRO

que os saberes acumulados estão registrados, in-cluindo as práticas, os costumes; os livros são os meios que estão facilmente, ou deveriam estar, disponíveis, para apontar caminhos, oferecer alternativas, etc. Por isso, a sua disseminação deve ser prioridade para que todos tenham as mesmas oportunidades de informação.

Revista ANL — Eventos, como feiras e bi-enais do livro, pelo país, são importantes?

José Xavier Cortez — As Bienais e Feiras de Livros são eventos excepcionais, oportuni-

dade única em que o livreiro, o bibliotecário, pais, professores, leitores, interagem com o segmento que produz o livro, do Autor ao Editor. Entretanto, o que se nota é que parte considerável dos Editores ainda não se con-scientizaram da importância desses eventos. Aderem somente às Bienais do Livro do Rio de Janeiro e de São Paulo, e alguns nem a es-sas. Por experiência própria, há inúmeros eventos fora desse eixo que têm dado resul-tados financeiros comparativamente até me-lhores do que estas duas Bienais.

A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, anunciou nesta quarta-feira (15), na Cinemateca de São Paulo, a criação do Circuito Nacional de Feiras de Livro. O projeto, elaborado numa parceria da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), vinculada ao Ministério da Cultura, e da Câmara Brasileira do Livro (CBL), prevê, em seu primeiro ano, a realização de 75 eventos de pequeno, médio e grande porte que acontecerão até dezembro em todo território nacional. A previsão dos organizadores é de, pelo menos, dobrar este número até 2014, com apoio de governos estaduais, prefeituras, entidades do livro e empresas de eventos.

Além da CBL, participam do Circuito Nacional de Feiras de Livro, como apoiadores, as diversas entidades do livro no Brasil como o Sindicato Nacional de Editores de Livros (SNEL), a Liga Brasileira de Editores (LIBRE), a Associação Nacional de Livrarias (ANL), a Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL), a Associação Brasileira de Editores Universitários (ABEU), a Câmara Rio-Grandense do Livro e as câmaras regionais.

Para estimular a expansão das feiras no país, o Ministério da Cultura preparou um pacote de apoio que vai beneficiar tanto novos eventos como aqueles que já existem. O governo federal estima que deve abrir mão, este ano, a título de renúncia fiscal, de cerca de R$ 35 milhões para empresas dispostas a patrocinar feiras de livro. Com a finalidade de ampliar o

Circuito, as empresas poderão abater 100% dos investimentos em patrocínio a eventos literários que forem enquadrados na Lei Rouanet.

“As feiras que fizerem parte do Circuito também poderão receber autores do Projeto Caravana de Escritores, que será lançado no segundo semestre pela Fundação Biblioteca Nacional. O apoio inclui a realização de seminários de formação para bibliotecários e professores, criação de Planos do Livro e Leitura nos estados e municípios e, ainda, projetos cul- turais de instituições como a Funarte, Ancine e Secretaria do Audiovisual.

O MinC também deve apoiar, com recursos do Fundo Nacional de Cultura, cidades e estados que investirem na realização de novas feiras de livro em localidades onde elas ainda não existem.

Devem ser priorizados, inicialmente, os estados que estão criando seus Planos Estaduais do Livro e Leitura. “Outra forma de apoio é orientar as prefeituras e governos estaduais na montagem da programação cultural e na criação de programas de aquisição de livros para bibliotecas, professores e alunos.” Esclarece o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim

O executivo, ainda destacou sobre a importância da parceria com o setor privado para o sucesso do projeto. “A iniciativa privada tem um papel importante na organização e para custear as feiras de livro no país”.

Para o presidente da ANL e diretor da Livraria Cortez, Ednilson Xavier, o projeto poderá alavancar o segmento livreiro. “Temos que trabalhar para um aumento da livrarias brasileiras nas feiras nacionais e, se elas souberem aproveitar a

oportunidade poderão ser beneficiadas. Sabe-mos das dificuldades das Editoras estarem presentes em todo este circuito e a livraria local, que conhece, mais do que ninguém, o mercado e o seu leitor, poderá representar as editores, estabelecendo parcerias nestes eventos. Vale à pena investir no projeto”.

Segundo a presidente da CBL, Karine Pansa, as feiras do livro no Brasil, representam o quarto maior canal para venda de livros, logo atrás das livrarias, bancas e sebos.

A principal novidade apresentada  no Projeto é o  patrocínio feito por meio da Lei Rouanet, que terá o desconto integra, ainda, poderão ter o apoio financeiro do Fundo Nacional de Cultura.

Ana de Hollanda, que encerrou o evento, destacou a importância no empenho ativo dos administradores municipais e estaduais nesse processo. Para a ministra, são os governos locais que conhecem, de fato, a realidade de cada região.

Da direita para esquerda: Galeno Amorim, Presidente da Fundação Biblioteca Nacional, ao lado da Ministra da Cultura, Ana de Hollanda, anunciou a criação do Circuito Nacional de Feiras de Livro. (crédito: Nilson Hashizumi)

Da esquerda para direita: Ednilson Xavier, Presidente da ANL; Karine Pansa, Presidente da CBL; e Fabiano dos Santos Piúba, Diretor Nacional de Livro, Leitura e Literatura do Ministério da Cultura. (crédito: Nilson Hashizumi)

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OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS E DE SE CONHECER MELHOR O SETOR

Para o consultor Eduardo Infante Vieira, respon-sável pela grade do Programa do “Curso de Capa-citação de Livreiros” da ANL, os grandes eventos, ligados a setores específicos da economia, estão sendo cada vez mais valorizados, pois são opor-tunidades para novos negócios e contatos co-merciais. Grandes feiras dos setores de construção, agropecuário, exportação, serviços, etc, ajudam, cada vez mais, a economia do Brasil, pois atraem compradores, investidores e interessados em in-gressar ou participar de uma área específica de negócios. Este panorama não poderia ser diferente para uma área com a importância do setor livreiro.

“O que mais preocupa muitos profissionais e donos de editoras, livrarias e distribuidoras de livros é saber qual a melhor forma de participar de um evento como as Bienais do Livro do Rio de Janeiro e de São Paulo, e quais os principais benefícios que poderão obter com um evento deste porte, ou seja: como tirar o melhor proveito”, revela.

“Os grandes eventos do setor livreiro são oportunidades de negócios que as empresas da área não podem deixar de aproveitar, seja com um estande ou simplesmente visitando o evento, fazendo contatos e se mantendo atualizado. Não há como crescer de maneira sustentável se uma empresa não for atuante em seu segmento, conhecendo bem seus concorrentes, fa-zendo parcerias e aproveitando todas as oportunidades de vendas”, complementa ele.

Revista ANL — Para finalizarmos, as ações governamentais são importantes para a divulgação do livro?José Xavier Cortez — Os fundamentos que norteiam projetos e programas gover-namentais, como por exemplo, o PNLL – Plano Nacional do Livro e da Leitura, que busca atuar em âmbito federal, estadual e municipal, no setor privado e no terceiro setor, são favoráveis sim, desde que saiam objetivamente do “papel”. Cremos que, se bem executadas, certamente reverterão em benefício de toda a sociedade.

No meu entendimento, em projetos amplos, nos quais vários agentes sociais estão envolvi-dos, a sociedade se mobiliza, a cadeia respon-sável pela produção, divulgação e comerciali-zação do livro tem o dever de se unir com o objetivo de oferecer a sua contribuição efe-tiva, em prol de uma causa, que além de justa por tentar erradicar o analfabetismo e criar o hábito da leitura através do livro e outros materiais impressos, beneficia diretamente a todos nós que trabalhamos nesse segmento.

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LIVRARIA MODELO

INAUGURADA EM 1942, A LIVRARIA VOZES DA SENADOR FEIJÓ, NA CAPITAL PAULISTA, É UMA REFERÊNCIA NACIONAL EM SUA ÁREA DE ATUAÇÃO

Em entrevista a Revista ANL, Gustavo Simões Schmitt, coordenador da Rede de Livrarias Vozes, fala sobre uma das mais antigas livrarias do país, que há quase 7 dé-cadas se mantém, com sucesso, no mesmo endereço. Uma referência que tem como principal diferencial a própria história. “Comparando a livraria a uma pessoa, temos uma história de vida, cheia de ex-periências, de acertos e de erros, de mudan-ças e exigências”, fala o executivo.

Revista ANL - A filial da Livraria da Vozes, na rua Senador Feijó da capital paulista, foi inaugurada em 1942, a terceira loja da Rede, que está no mesmo local até os dias de hoje, como era o público à época e quais os livros/edições mais procurados?

Gustavo Simões Schmitt - A loja Sena-dor Feijó, nome pelo qual ficou conhecida a primeira filial a ser aberta pela Editora Vozes fora do Estado do Rio de Janeiro, tornou-se referência para o público religioso e pelos interessados em livros na área de humanas. Até os anos 80 manteve-se focada em li-vros editados pela editora Vozes e por ou- tras editoras, sempre direcionados à área de humanas, principalmente literatura, peda-gogia, história, filosofia, política, psicologia, teologia e espiritualidade. Também impor-tava livros de Portugal. Depois dos anos 80 ampliou seu leque com livros didáticos (hoje não mais) e artigos religiosos.

Revista ANL - Foram muitas décadas, quais as principais dificuldades enfrentadas ao longo destes anos?

Gustavo Simões Schmitt - Fora os planos econômicos que fizeram parte da história política do Brasil, a deterioração do centro de São Paulo, a grande dificuldade passada pela livraria foi a entrada de outros concor-rentes na mesma linha de atuação, fazendo assim o mercado se expandir bastante e criando uma boa concorrência entre os que atuam na mesma área. Digamos que a rua Senador Feijó, anos depois da abertura da Livraria Vozes, tornou-se uma rua de refe-

rência em livrarias, principalmente para o público nas áreas de humanas e religiosas. Atualmente temos oito livrarias ao redor e dez sebos. Com isso, temos que ser sempre atuantes e dinâmicos nos produtos e no atendimento.

Revista ANL - Qual o segredo para manter as portas abertas por quase 70 anos, num mesmo endereço? Acreditamos ser uma das mais antigas do país.

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Gustavo Simões Schmitt - Acredito que a resposta a essa pergunta está na missão da Vozes: “Captar e gerar ideias para o diálogo en-tre as culturas e a fé cristã, oferecendo produ-tos editoriais de boa qualidade para, a partir do público religioso e universitário, atingir todas as camadas da sociedade com credibili-dade, preço adequado e cordialidade.”

Não perder o foco e acreditar na missão da empresa, que é formar o ser humano. Cer-tamente entra aqui o empenho de todos os colaboradores que fizeram a história da filial e vestiram a camisa da empresa para fazer história. E, por último, sempre estar vigilante na gestão do negócio, adminis-trando as receitas e despesas.

Revista ANL - Quais os principais difer-enciais da filial da Senador Feijó?

Gustavo Simões Schmitt - O dife-rencial é a própria história de presença no local; 70 anos é muita coisa!

Comparando a livraria a uma pessoa, temos uma história de vida, cheia de experiências, de acertos e de erros, de mudanças e exigências.

A filial tem um público presente em nossa livraria, esse consumidor gosta do nosso atendimento, preço e acervo, aliado a nossa história, pontos que

acreditamos serem os mais importantes para criarmos um bom relacionamento com nosso consumidor.

Revista ANL - Estes diferenciais são os mesmos das demais lojas da Rede?

Gustavo Simões Schmitt - Sim, a em-presa hoje trabalha para ter uma uniformi-dade em toda rede, desde leiaute até mesmo o principal que é o atendimento.

Revista ANL - A Rede de Livrarias Vozes é segmentada ou atua em vários segmentos literários e acadêmicos? Quais os principais?

Gustavo Simões Schmitt - A vozes bus-ca o consumidor de ciências humanas e o

público religioso (livros e artigos religiosos). Nossa área de ciências humanas atende ao público de educação, filosofia, sociologia, política, teologia, psicologia, letras, dinâmi-cas e jogos, liturgia, autoconhecimento e importados. Buscamos ser destaque dentro desses segmentos nos produtos Vozes e no produto de outras editoras.

Revista ANL - Quanto representa a venda de livros no faturamento da Rede? O que mais suas livrarias oferecem em termos de produtos/serviços/eventos?

Gustavo Simões Schmitt - O livro hoje representa na rede de livrarias um fatura-mento de 30%. A rede de livrarias busca participar dos principais eventos dentro das áreas já citadas e também prestando serviços de entregas em domicílio.

Revista ANL - Quais as dicas o Sr. daria para o jovem empreendedor que deseja inves-tir no segmento de livrarias?

Gustavo Simões Schmitt - Acredito que hoje um jovem empreendedor precisa ter coragem, amar e acreditar no produto “livro”, ele precisa conhecer o que vende e seu mercado. Precisa ter bons relaciona-mentos e ser muito criativo. Esse jovem empreendedor precisa criar estratégias que sejam percebidas por seu consumidor e es-tar sempre a frente de todos os outros, ter o seu diferencial dentro do segmento que ele escolher atuar.

Revista ANL - Quais suas expectativas para os próximos cinco anos?

Gustavo Simões Schmitt - A rede de livrarias busca reforçar suas estratégias no sentido de fortalecer nosso consumidor, e fazer com que ele perceba que somos a me-lhor livraria na área de ciências humanas e religiosa. Esse é o nosso objetivo.

Revista ANL - Vocês pensam em ampliar a Rede Vozes de Livraria? Quais as novidades para 2011?

Gustavo Simões Schmitt - Não iremos ampliar a rede, temos hoje 18 pontos de venda em todo Brasil. Nosso objetivo é for-talecer os pontos já existentes.

SOBRE A HISTÓRIA*A Vozes foi fundada em 1901, na cidade carioca de Petrópolis; desde seu início na Nunes de Machado, a Editora vendia li- vros no varejo. A primeira filial foi inaugurada em 1940, na rua da Quitanda, na cidade do Rio de Janeiro; o início de sua rede de livrarias, hoje com 18 lojas. A terceira loja, inaugurada em 1942, a primeira no Estado de São Paulo, foi a da Senador Feijó, uma percussora na região. Hoje a Senador Feijó é uma rua de referência em livrarias, principalmente para o público nas áreas de humanas e religiosas. Atualmente funcionam lá oito livrarias ao redor e dez sebos. Até o ano de 1961, o principal público da rede era composto por religiosos, com destaque para os membros dos movimentos carismáticos. Até esta época as livrarias co-mercializavam apenas as edições da própria Editora. A partir daí, já com uma visão mer-cadológica, passa a vender livros de outras editoras e de diversas áreas do conhecimento.

Mesmo em tempos de ditadura militar editava e vendia obras sobre problemas sociais, políticos e psicológicos. À época, foi um das raras editoras a lançar e comercializar li- vros de autores repudiados pelo regime militar, como Darcy Ribeiro e Paulo Freire, e temas polêmicos como a teologia da libertação e o movimento feminista.

* Saiba mais no livro O Pequeno Guia Histórico das Livrarias Brasileiras, por Ubiratan Machado, da Ateliê Editorial

Rony Paulo Cavalli - Gerente da Livraria Senador Feijó(crédito: divulgação)

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LIVROS QUE FALAM SOBRE LIVROS & AFINS

PAULA BRITO – EDITOR, POETA E ARTÍFICE DAS LETRASPublicado em parceria com a Com-Arte, o livro ilustra e confirma a importância de Paula Brito, tipó-grafo que se tornou, segundo Machado de Assis, o “primeiro editor digno deste nome que houve entre nós”. Apesar de a atividade editorial ser sua atividade mais conhecida, os ensaios deste livro nos mostram que Paula Brito atuou também em outras áreas: foi pioneiro do jornalismo cultural brasileiro com o jornal A Marmota, foi o primeiro empresário negro do país e também poeta, sendo sua produção literária investigada criticamente pela primeira vez. No final do livro, também há uma síntese de sua produção editorial, com um catálogo elaborado a partir do trabalho de Eunice Ribeiro Gondim. Ao ler este livro, o leitor poderá conhecer melhor a história desse ilustre brasileiro, merece-dor de reconhecimento mesmo após quase 150 anos de sua morte, data que será completada em 2011.

O livro analisa o trabalho e a obra de Francisco Paulo Brito, considerado o primeiro editor brasileiro, que editou autores como Machado de Assis, Casimiro de Abreu, José de Alencar e Basílio da Gama.

“Foi como editor e tipógrafo que Paula Brito ganhou fama e legou uma importante herança literária, desde que começou com sua Empresa Tipográfica Dois De Dezembro e passou a publicar alguns dos principais nomes das letras da época, além de inúmeros periódicos que marcaram época. Desses talvez o mais conhecido tenha sido o bissemanal A Marmota – que antes havia se chamado A Mar-mota na Corte e A Marmota Fluminense. Originalmente, tratava-se de uma publicação voltada para mulheres e com o intuito de ensinar bons modos e uma certa erudição às suas leitoras. Mas sempre de forma humorística...” descreve o jornalista Marcello Rollemberg – Jornal da USP – 1º de maio de 2011.

Com a organização do professor José De Paula Ramos Jr., doutor em Literatura pela USP e dedica-se ao estudo da ecdótica e à publicação de edições fidedignas de importantes obras literárias. Marisa Midori Deaecto, doutora em História pela USP e possui pesquisas relacionadas à história do livro e da edição no Brasil dos séculos XIX e XX. Plínio Martins Filho, doutor em Editoração pela USP, coordenador do curso de Editoração da mesma instituição e diretor-presidente da Edusp; a obra da “Coleção Memória Editorial” busca homenagear Paula Brito, que há muito estava esquecido.

Título: Paula Brito – Editor, Poeta e Artífice das Letras Organizadores: José de Paulo Ramos Jr., Plinio Martins

Filho e Marisa Midori DeaectoPáginas: 272 • Preço Sugerido: R$ 50

Editora: Edusp/Com-Arte

Título: A menina que roubava livrosAutor: Markus ZusakPáginas: 480 • Preço Sugerido: R$ 39,90 • Editora: IntrínsecaA menina que roubava livros tem uma narradora macabra, mas não tem a morte como seu princi-pal tema. É um passeio pelo medo e pela coragem, pela crueldade e pela generosidade. Celebra o poder da língua e da palavra e conta pequenas

histórias que definem a existência de seres humanos comuns de al-mas raras e grandiosas. A sobrevivente chama-se Liesel Meminger, uma menina que, abandonada pela mãe para não morrer, como ela, nas mãos dos nazistas, acaba entregue a um casal alemão numa ci-dadezinha perto de Munique, em 1939. Entre este ano e 1943, por três vezes Liesel encontrou a morte e por três vezes a venceu. A narradora, derrotada, explica: “É só uma pequena história, na verdade, sobre, en-tre outras coisas, uma menina, algumas palavras, um acordeonista, uns alemães fanáticos, um lutador judeu e uma porção de roubos...” mas quando a morte conta uma história você deve parar para ouvir. O primeiro roubo, quase por acaso, aconteceu numa tempestade de neve, quando Liesel assistiu ao enterro do irmão mais novo, e lhe caiu às mãos um livro bizarro – O Manual do Coveiro. O segundo, ela res-gatou de uma fogueira da juventude hitlerista. E assim foram muitos outros. Em alguns países foi lançado como um livro para jovens; em outros, como um livro para adultos. Os críticos americanos e ingleses são unânimes: deve ser lido por ambos.

Título: Sobre o Livro e o EscreverAutor: Delmino GrittiPáginas: 459 • Preço Sugerido: R$ 39 • Editora: ManecoO autor mostra a ligação entre o escritor e a leitura e descreve o quanto é importante aprender a captar o sentido das palavras. A obra apresenta poemas, parte de livros e fala de escritores para a melhor compreen-são do mundo oculto da leitura. Uma coletânea de

informações, de grandes frases de autores que vão de Cervantes a Borges, de Horácio a Mário Quintana, de Kafka a Groucho Marx. Toda esta compilação é fruto de leituras de todos os anos em que o autor trabalhou como livreiro. Anotava sempre uma citação interessante e muitas vezes proveitosos textos em que aplicava no dia-a-dia. Muitas destas aparecem em espanhol e francês, sendo mantidas a língua original, em parte devido à facilidade de compreen-são da língua e por outro lado, por razões de necessidade de estudos destas mesmas línguas nas escolas e universidades. Por esses tempos que muitos falam em desaparição do livro, o autor teve a ideia de reunir todos estes textos pensando para os poucos livreiros que ainda restam neste país tão pobre em ideias e também para os leitores (poucos também), que sentem a necessidade permanente do assombro. É uma espécie de pedra no caminho desta mudan-ça tecnológica, já que nos obriga a refletir sobre o nosso companheiro silen-cioso de todas as horas, discretíssimo, que não abre a boca senão quando nos dispomos a falar com ele. O livro sempre será aceito em papel, não importa os avanços da sociedade, pois ele é um reduto da liberdade, “podem calar um homem, mas dificilmente se consegue calar um livro.”

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Um primeiro encontroA ministra da Cultura, Ana de Hollanda, re-uniu-se em 8 de abril de 2011 na Fundação Biblioteca Nacional (FBN), no Rio de Janei-ro, com representantes da cadeia produtiva e criativa do livro. O encontro, que contou com a presença de escritores, editores, livrei-ros, distribuidores, mediadores de leituras, ONGs e autoridades,  teve como objetivo abrir o diálogo e apresentar demandas e in-formações da área.

Ana de Hollanda afirmou, durante o encontro, que pretende ampliar o diálogo com os que produzem e comercializam livros no país e que têm traba- lhado junto ao Ministério da Educação e ou-

tras áreas do governo da presidenta Dilma, para ampliar o acesso dos brasileiros à leitu-ra: “É hora de acelerar ações para aproximar livros e pessoas. Para criar leitores”, afirmou.

De acordo com a ministra é necessário apoiar a expansão dos pontos de venda e “colocar recursos nas mãos dos consumi-dores”. “O Vale-Cultura vai representar um investimento muito maior do que o da Lei Rouanet”, disse, lembrando que no início do ano pediu ao Congresso Nacional que pri-orizasse a aprovação do projeto que está em tramitação na casa legislativa.

Aprovação do Fundo Nacional Pró-LeituraProjeto que cria o Fundo Nacional Pró-Leitura (FNPL), de autoria do senador José Sarney (PMDB-AP), aprovado em 19 de abril de 2011, pela Comissão de Assun-tos Econômicos (CAE), em decisão termi-nativa, visa captar recursos para fomentar a

produção, distribuição e comercialização de livros, incluindo a exportação, como prevê a Política Nacional do Livro (Lei 10.753/03). Terá recursos do Tesouro Nacional, de doações, legados, subvenções e auxílios, entre outras fontes, e não terá prazo deter-minado de duração. Entre os objetivos do FNPL, está a atualização do acervo de bibli-otecas públicas e a inclusão de livros em sis-tema Braille, além da capacitação de pessoas que trabalham nos setores gráfico, editorial e livreiro.

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Mães costuram leitura para os filhos

O gosto pela leitura é incentivado cada vez mais cedo em Arapiraca - um município lo-calizado no Estado brasileiro de Alagoas, e principal cidade do Agreste Alagoano, com aproximadamente 210 mil habitantes, locali-zada a 123 km da capital Maceió. Um proje-to-piloto, que está despertando nas mães dos alunos o amor pela leitura através de um ofício que a maior parte delas aprendeu com suas avós, a arte de costurar.

A iniciativa tem o objetivo de envolver as mães dos alunos com a produção de livros de panos e de materiais acessíveis às crianças que estudam nas escolas da rede municipal de ensino e, também das creches mantidas pela prefeitura. As oficinas tiveram inicio no último mês de março, com a participação de 33 mães de alunos que estudam na Escola de Tempo Integral Zélia Barbosa Rocha, locali-zada no bairro Nova Esperança, na periferia da cidade. No estabelecimento estudam cer-ca de 500 alunos e a ideia é que as mães das crianças aprendam a produzir os próprios livros. (Fonte: jornalista Davi Salsa,Tribuna Independente – Maceió/AL)

Conversas ao Pé da Página A Cor da Letra - Centro de Estudos em Leitu-ra, Literatura e Juventude e a Revista Emília - especializada em leitura e literatura juvenil organi-zam o Seminário: Con-versas ao Pé da Página.

O objetivo dos Encon-tros é o de refletir sobre o papel e a importância da leitura e das ações que promovem a for-

mação de leitores; o incentivo à atividade leitora, com ênfase na leitura literária; e o intercâmbio de experiências realizadas nesse âmbito na América Latina. Em um ciclo de seis encontros, durante o ano de 2011, o seminário, gratuito, é destinado a professores, educadores, universitários, me-diadores de leitura e todos aqueles interes-sados no assunto. Especialistas Nacionais e Internacionais debaterão os temas propos-tos. As exposições dos palestrantes convi-dados serão acompanhadas de experiências práticas apresentadas por profissionais que realizam ações bem sucedidas nesta área. Saiba mais: www.conversapepagina.com.br.

MD Papéis parceira da Revista ANL

Mais uma vez a MD Papéis apoia a Asso-ciação Nacional de Livraria na produção da Revista ANL. Todas as edições da revista serão impressas no Papel Chamois Fine Dunas 120 g/m². O objetivo da MD Papéis é formar parceria com uma entidade séria, que promova o setor editorial e a leitura, através de um material rico em informação e notícias sobre o segmento.

Sobre a MD Papéis - uma empresa 100% brasileira que atua desde 1890 produzindo papéis especiais para atender o mercado industrial e gráfico. A empresa, que faz parte do Grupo Formitex, atua nos principais segmentos da economia brasileira. Utilizando matérias-primas procedentes exclusivamente de áreas de reflorestamento, possui uma linha de produtos de alta qualidade - papéis especiais (industrial e gráfico), papéis para imprimir e escrever e papéis e cartões para embalagens, entre outros - sempre comprometidos com a sustentabilidade ambiental e social, sendo líder na fabricação de papéis especiais na

América Latina e exportando para mais de 40 países.

Livraria Bertrand do Chiado, a mais antiga do mundo

A Livraria Bertrand do Chiado foi re- conhecida pelo Guinness como a livraria mais antiga do mundo ainda em atividade. O atestado, certificado pelo Guinness Book of Records, está exposto desde ontem à noite no interior da loja. Desde que abriu em 1732, a Livraria Bertrand do Chiado nunca deixou de funcionar. É por isso que entrou para o Guinness como a livraria mais antiga do mundo ainda em atividade.

A primeira Bertrand, fundada por Pedro Fale em 1732, abriu portas na Rua Direita do Loreto, em Lisboa, Portugal. A Bertrand Livreiros é o nome de uma rede com 53 livrarias espalhadas pelo país e integra for-malmente o Grupo Porto Editora desde 30 de Junho do ano passado.

Para que fosse reconhecida como a Livraria mais antiga do mundo foi necessário con-firmar que a atividade da livraria não foi in-terrompida ao longo destes anos e para isso contribuíram o historiador contemporâ-neo e colaborador da LisbonWalker, José Antunes; o sociólogo Miguel Cabrita; entre outros. (Fonte: www.publico.pt)

Editora Santuário: 110 anos

A Editora Santuário, tradicionalmente conhecida como uma editora católica, acaba de comemorar seus 110 anos e tem em seu catálogo livros em e-books, com

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destaque para o “Como lidar com pessoas difíceis, a começar por mim” que, entre abril e maio deste ano, ficou entre os mais vendi-dos da Livraria Cultura e no jornal O Globo na lista do Top Five. Na mesma lista a Edi-tora tem também o título “Ser executivo”.

Rede de livrarias República inaugura loja na UERJA Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ – ganhou em maio um novo espaço de cultura. A Livraria República, locali-zada no térreo da universidade, em frente ao hall dos elevadores, disponibiliza livros de grandes editoras e publicações de edi-

toras universitárias, além de reunir em seu espaço: papelaria, lojinha e café com rede wireless (wi-fi).

O local também será sede da editora de mes-mo nome, que atuará no segmento de livros sob demanda. Muito útil, por exemplo, para professores e estudantes de mestrado e dou-torado que desejam ou precisam publicar suas teses e pesquisas.

A loja da UERJ integra a rede de livrarias Repúbli-ca. A primeira de-las é a livraria Mu-seu da República que, em breve, depois de uma ampla reforma, reabrirá com o atual nome. Já em junho está pre-

vista a abertura da terceira livraria da rede, em Copacabana, também no Rio de Janeiro.

Livrarias Curitiba participa da Campanha do Agasalho 2011 

As nove lojas físicas da Livrarias Curitiba – da capital e São José dos Pinhais – no Paraná, participam da ação Doe Calor – Cam-panha do Agasalho 2011, promovida pela Fundação de Ação Social em parceria com o Instituto Pró-Cidadania de Curitiba.  

Até o dia 31 de agosto, os interessados em doar peças de roupas e agasalhos, pares de calçados, luvas e cobertores podem deposi-tar os itens nas caixas identificadas nos pon-tos de vendas. Em 2011, a campanha – cujo tema é Mais de um ano sem usar, tá na hora de doar - tem como meta atender cerca de 280 mil pessoas em vulnerabilidade social.

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A ação também vai beneficiar aproximada-mente 780 instituições sociais instaladas em comunidades de diversas regiões da cidade. Saiba onde doar: www.livrariascuritiba.com.br.

2º Congresso Internacional CBL do Livro DigitalO 2º Congresso Internacional CBL do Livro Digital será realizado nos dias 26 e 27 de ju-lho de 2011, no Centro de Eventos da Feco-mércio em São Paulo / SP.Em 2011, a ideia é

ampliar, de maneira proativa, as discussões iniciadas na primeira edição do evento. Foi preparada uma programação onde mais de 20 convidados internacionais e nacionais terão a oportunidade de expor ideias, con-hecimentos e referências num total de 18 horas de programação. Com palestrantes importantes para o mercado digital. Diego

Vorobechik apresenta a palestra “O novo papel das distribuido-ras e livrarias no mundo do livro digital”. Formado em Admin-istração de Empresas é co-fun-dador da Bibliográfica, empresa

líder na Argentina em produção de livros por demanda e distribuição. Palestrante de temas relacionados às novas tecnologias da indústria editorial em seminários, fóruns e congressos. Faça sua inscrição para o II Congresso CBL Internacional do Livro no site www.congressodolivrodigital.com.br.

A criança e o adolescente brasileiro estão lendo mais. Esse foi o diagnóstico traçado hoje (8) no 2º Encontro Nacional do Va-rejo do Livro Infantil e Juvenil, realizado dentro do 13ª Salão Nacional do Livro In-fantil e Juvenil, no Rio de Janeiro.

De acordo com pesquisa divulgada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), do total de 12 mil títulos novos lançados no país em 2010, cerca de 2,5 mil foram di-recionados a crianças e adolescentes. “A própria produção é uma comprovação de que as nossas crianças e jovens estão lendo mais”, afirmou à Agência Brasil a diretora da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), Ísis Valéria Gomes.

O presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL), Ednilson Xavier, disse que a parte destinada à literatura infantojuvenil já representa cerca de 15% do faturamento das lojas. Levanta-mento feito em 455 livrarias de todo país mostra que as vendas do setor cresceram 9,6% em 2010 em relação ao ano ante-rior, refletindo a expansão da economia nacional. Ele ressaltou que a área infan-tojuvenil lidera o ranking em termos de crescimento de vendas no ano passado.

Para Xavier, a tendência é que o hábito da leitura do público infantojuvenil seja cres-cente. “Não tenha dúvida. Há, nesse as-pecto, a constatação do mercado editorial de que os livros nessa área, a cada ano, se

tornam mais atra-tivos”. A ANL está elaborando pes-quisa sobre o livro no orçamento fa-miliar, que será di-vulgada em agosto, durante a 21ª Con-venção Nacional das Livrarias.

Na opinião de Ísis Valéria Gomes, o hábito da leitura é fundamental não só para ampliar o conhecimento mas, inclusive, para a formação da cidadania. “A criança que começa a ler desde pequena segue lendo depois. Não existe postura cidadã sem que você seja um leitor”.

Segundo ela, a criança e o jovem brasilei-ros são penalizados em função do analfa-betismo funcional, que exclui as pessoas do conhecimento. “Mas, entre as crian-ças que leem, a leitura vem aumentando muito. E o consumo [de livros] também, inclusive entre os adolescentes”.

Durante o encontro, foi apresentada a experiência da primeira livraria virtual para livros digitais no país, a Gato Sabi-do, cuja média é de dez mil a 15 mil aces-sos diários para consultas. A diretora da FLNIJ observou que o governo federal já desonerou impostos sobre os livros eletrônicos (e-book). Avaliou, porém,

que para que o livro digital chegue às camadas da população de menor poder aquisitivo são necessárias novas ações, uma vez que esses livros são ainda muito caros, custam cerca de R$ 1,8 mil.

Ela disse, também, que é preciso garantir a qualidade dos textos impressos oferecidos ao público infantojuvenil. “Isso é alguma coi-sa que precisa ser vigiada, do ponto de vista de se oferecer coisa boa aos adolescentes e às crianças”. A experiência da Fundação Ger-man Sanchez Ruiperez, de Salamanca, na Espanha, foi apresentada durante o encon-tro nacional de livreiros. A instituição aposta na alfabetização digital para crianças a partir de cinco anos de idade, onde os menores convivem com o aprendizado simultâneo no computador e no livro impresso.

O 13º Salão Nacional do Livro Infantil e Juvenil é promovido pela FNLIJ e vai até o dia 17 deste mês. (Fonte: Agência Brasil)

ANL NA MÍDIA

Hábito da leitura cresce entre crianças e jovens brasileiros

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Ler faz crescerO Banco Itaú, através da Fundação Itaú Social, está doando 16 milhões de livros infantis através do Programa Itaú Cri-ança, da Fundação Itaú Social. Esta ação visa incentivar a leitura de crianças de até 06 anos de idade, através da con-tação de histórias por meio de livros in-fantis ilustrados. Saiba mais: www.itau.com.br/lerfazcrescer

PNLL tem nova secretária--executivaO Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) tem nova secretária-executiva. Maria Antonieta Cunha, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e ex-secretária municipal de Cultura de Belo Horizonte, foi anunciada pelo Ministério da Cultura e pelo Ministé-

rio da Educação na sexta-feira como a nova líder do órgão responsável por um con-junto de projetos, programas, atividades e eventos na área do livro, leitura, literatura e bibliotecas em desenvolvimento no país. Desde 2006, quem comandava o PNLL era José Castilho Marques Neto. Ele entregou o cargo no início de abril deste ano. (fonte: www.publishnews.com.br)

Nova Diretoria da ABEUNo dia 26 de maio, durante a XXIV Re-união Anual da ABEU, em Maceió, foi eleita a nova diretoria da Associação para o biênio 2011-2013. A chapa, enca-beçada por José Castilho Marques Neto (Fundação Editora Unesp), eleita por unanimidade, apresenta a seguinte com-posição: Vice-presidente - Sheila Diab Maluf (Edufal); Diretora Secretária: Maria das Graças Monteiro Castro (Ed. UFG); Diretor Financeiro: Carlos Alberto Gi-anotti ( Ed. Unisinos); Diretor de Comu-

nicação - Marcelo Luciano Martins Di Renzo (Ed. Le-opoldianum); Di-retora de Difusão Editorial - Lucia Helena Cavasin Zabotto Pulino (Ed. UnB); Diretora de Eventos - Flávia Goulart M. G. Rosa (Edufba); Diretora da Região Norte - Josebel Fares (Eduepa); Diretora da Região Nordeste - Maria José de Matos Luna (Edufpe); Di-retora da Região Sudeste - Rosana Paste (Edufes); Diretor da Região Centro-Oeste - Marinaldo Divino Ribeiro (Edufmt); Diretor da Região Sul - Jerônimo Carlos Santos Braga (Edipucrs). Para o conselho fiscal, foram eleitos Honório Rosa Nasci-mento (Edufsm), Joel Corso (Ed. Unijuí), Astomiro Romais (Ed. da ULBRA) e os suplentes: Maria Nadja Nunes Bittencourt (Eduneb), Mauro Romero Leal Passos (Ed. UFF) e José Gouveia da Silva (Ed.UFV). A nova diretoria tomará posse du-rante a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, em 02 de setembro.

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MATÉRIA DE CAPA

O SUCESSO DE UMA LIVRARIA

O que levar em consideração na escolha do mix de produtos de uma livraria? A segmentação é uma boa opção para pequenas e médias livrarias? Quais os pontos a serem analisados antes de definir pela segmentação? Como identificar, atrair e cativar o público? Qual o papel das grandes livrarias diversificadas no mercado? Ainda há espaço para investir-se em livrarias de ruas, nos grandes centros, quando a tendência é sua localização

em Shopping Centers? Práticas predatórias comprometem o setor?

A Revista ANL ouviu executivos de livrari-as, com grande conhecimento do setor, sobre suas experiências e opiniões para os novos investidores no setor Livreiro. Alguns pontos diferenciaram-se, en-tre estes especialistas, outros aparecem quase como unanimidade, como a definição de foco e o conhecimento bem detalhado do leitor que se pretende atin- gir, estratégias fundamentais para o sucesso do negócio.

A escolha do mix de produtos de uma  livraria tem que conter e/ou dis-ponibilizar, mesmo que por encomen-da, uma gama diversificada de temáticas literárias. “Toda empresa e, por con-seguinte, toda livraria deve decidir qual seu foco, em geral relacionado ao seu público- alvo, ou seja, ao mercado con-sumidor que pretende atingir. Como há uma imensa variedade de assuntos, exis-tem livros sobre praticamente qualquer

tema que interesse ao espírito humano, do mais simples ao mais complexo, do mais banal ao mais especializado”, nos repassa Milena Piraccini Duchiade (diretora da ANL e da Livraria Leonardo da Vinci-RJ).“Devido à inevitável limi-tação de espaço físico, o livreiro deverá selecionar criteriosamente  o tipo de obra  com o qual vai trabalhar. Assim uma livraria próxima a uma universi-dade deverá lidar com as áreas das facul-

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dades que ali funcionem. Por exemplo, poderá ter livros de Direito, mas não de Informática ou de Me-dicina, dependendo de quais os cursos oferecidos. Uma pequena livraria de bairro terá sempre um acervo  distinto daquele  de uma livraria no centro de uma grande metrópole, mas poderá atender de modo satisfatório a sua clientela, com livros infan-to-juvenis, escolares, romances e literatura em geral. Ninguém (nem a maior ‘super-mega-giga’ livraria do mundo) pode ter permanentemente em estoque TODOS os livros sobre TODOS os assuntos já publicados. Tra-balhar por encomenda, para atender os pedidos específicos dos clientes, é uma alternativa viável”, completa.

Para Vitor Tavares, diretor da ANL e da Livraria Loyola, o mix de produtos está proporcionalmente ligado ao perfil da livraria, de sua localização e do cliente “Se for uma livraria geral é importante ter um mix diversificado de produtos. Se o foco for dirigido a um determinado segmento, a especialização é fun-damental. Como por exemplo, na área de jurídicos, é necessário ter um acervo rico e atualizado na área de direito. Se for de idiomas pode-se fazer parcerias com escolas de línguas e afins para que se crie um forte elo comercial”.

Magda Krauss de Oliveira Freitas, diretora da ANL e da Casa Cultural Saber e Ler, livraria localizada na cidade de Campinas, no interior de São Paulo, assim como o livreiro João Batista Sobrinho, da Livraria Pedagógica, Sorocaba, interior de São Paulo, defen-dem que, mesmo uma livraria especializada, deverá inevitavelmente ter um bom acervo. “Exceto para quando a localização necessitar de áreas segmenta-das”, enfatiza João, que tem a concordância do presi-dente da ANL Ednilson Xavier, diretor da Livraria Cortez, da capital paulista.

“O que define o sucesso de uma livraria é a capaci-dade do livreiro em compor seu mix de acordo com o público que ele atende. E isso depende, do que chamo, ‘faro’ do livreiro. Alguns acertos não têm uma explicação lógica, são apostas que o livreiro faz e que dão certo”, acrescenta Magda.

A segmentação de livrarias é sempre tema de debate, principalmente, para estabelecimentos de pequeno e médio porte. “A segmentação, sim, é uma alternativa

para estas livrarias. Ela, porém, é uma decisão difícil, pois dependendo do grau de segmentação, o livreiro pode deixar de atender outros públi-

cos que visitam sua loja. É importante para toda livraria ter um foco. E esse depende diretamente de se conhecer o público alvo, do que ele compra, do que gosta, sendo assim, o mais importante ao se decidir partir para a especialização é fazer uma boa pesquisa de mercado, visando identificar a viabilidade ou não de se sobreviver em um único ou em poucos segmentos”, opina Guto Kater, vice-presidente da ANL e consultor de marketing.

“O principal ponto a ser avaliado é a existência ou não de público para seu segmento. Além disso, carac- terísticas básicas de varejo devem ser consideradas: Ppnto de venda (localização); lucratividade do negó-cio (do segmento escolhido); grau de maturidade do segmento (em ascensão, estagnado ou decadente),

concorrência, entre outros”, completa Magda.

“Escolher seu foco é mais do que necessário, é obrigatório. Ninguém pode trabalhar com tudo, ou seja, sempre será preciso fazer uma se-

Milena Piraccini Duchiade (crédito: divulgação)

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MATÉRIA DE CAPA

leção, para dar um perfil próprio e carac- terístico à livraria (o fundo de catálogo é  o que dá o tom da livraria). Não se pode, entretanto, escolher apenas fo-cos muito estreitos, devido à limitação do público consumidor que isso acar-reta. Por exemplo, é difícil manter uma livraria apenas com livros sobre gastro-nomia, livros de viagem ou fotografia, muito embora tal tipo de livraria exista na Europa e nos EUA, onde o hábito de ler é mais difundido, e o mercado con-sumidor mais amplo”, realça Milena.

Um bom acervo literário é aquele com novidades, com qualidade, independentemente da quantidade e

sempre focado no seu público. Ednilson Xavier

Ao optar pela segmentação, a livraria tem que ter em mente que terá que bus-car seus clientes da forma mais eficaz possível. É necessário também que o atendimento da sua loja seja apropriado para o nicho de mercado escolhido. In-vestimentos em treinamento da equi-pe, visitas aos seus concorrentes mais fortes, análise dos hábitos comuns do seu público alvo, são ações imprescindí-veis para uma livraria segmentada ter sucesso. João também vê como posi-tiva a segmentação, desde que haja um histórico que a justifique.

No Rio de Janeiro, temos dois bons exemplos de livrarias segmentadas que fazem um belo

trabalho: a ‘Malasartes’, que trabalha há quase 30 anos apenas com livros infanto-juvenis e a ‘Folha Seca’, mais jovem, que trabalha muito bem liv-ros sobre futebol, música e Rio de Janeiro, dentre alguns outros temas.

Milena Piraccini Duchiade

O ideal é poder atrair o leitor especifico, mas também poder disponibilizar para eles outras opções literárias, o que auto-maticamente poderá trazer outros públi-cos. “Sempre lembrando que é preciso de um bom planejamento de comunicação, a presença de um gestor e o treinamento de funcionários que devem conhecer, a fundo, todo o mercado em que atuam, geral ou especializado. Quando o leitor busca um assunto específico, necessari-amente ele não precisa ir a uma livraria segmentada. Uma livraria geral tem de estar, também, preparada para atender este público, mesmo que seja por enco-menda”, completa Vitor Tavares.

Livrarias diversificadas fora dos grandes centrosE quando a opção é a de se levar para o bairro, livrarias diversificadas, com um  bom acervo dividido em muitos segmentos literários e acadêmicos e que também vendam outros produtos. É viável pensar em uma livraria diversifi-cada afastada dos grandes centros?

Para os especialistas, ainda é possível sim. Segundo João é imprescindível incluir outros produtos, correlatos ao

livro, tanto em livrarias de bairro como também em cidades do interior. “Im-portante avaliarmos os segmentos de interessante para este leitor e disponibi-lizar espaço físico, que possa atrair out-ras ações culturais.”

Milena lembra da importância da adoção de uma Lei do Preço Único, tal como já funciona não só na Europa, mas também no México e na Argentina. “Ela permitirá que lojas pequenas sobrevi-vam junto a megaestruturas, e se difer-enciem pelos serviços prestados, eu di-ria quase num trabalho ‘corpo-a-corpo’. Entretanto, ao ‘roubar’ a venda dos best-sellers, através de descontos abusivos, as lojas pontocom e muitas redes simples-mente asfixiam a possibilidade de lojas independentes subsistirem, por retirar sua principal fonte de capital de giro, os livros de venda rápida.”

“O conceito de livraria diversificada é aplicado para qualquer circunstância, no entanto, uma livraria diversificada em bairro (como é o nosso caso) pre-cisa ter consciência que ela também tem que ‘ir aonde o povo está’. Por não ter o privilégio de um número expressivo de pessoas circulando na porta de sua loja, o trabalho criativo de busca de clientes é intenso e exige muita atenção, controle e profissionalismo. Só há duas maneiras de vender: ou recebendo o cliente bem

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Vitor Tavares (crédito: divulgação)

Magda Krauss de Oliveira Freitas (crédito: divulgação)

João Batista Sobrinho(crédito: divulgação)

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ou indo até o cliente e oferecendo seu produto”, articula Magda

Outro ponto lembrado por Kater é com relação a prospecção de novos clientes. O executivo destaca que é preciso fir-mar parcerias com outras empresas,

colégios, investir em divulgação, re-alizar venda fora do estabelecimento, organizar feiras, eventos, simpósios, lançamentos, enfim, utilizar todas as ferramentas de marketing para atrair a venda para sua livraria.

A presença das grandes redes de livrarias diversificadas no

mercadoPara João Batista elas são necessárias para  garantir o sucesso e, principal-mente, a sobrevivência do segmento. “O que as pequenas e médias livrarias pre-cisam, para se manterem no mercado, é estarem preparadas e estruturadas para atuarem em seu nicho de mercado, de acordo com suas estruturas.” 

As grandes livrarias são uma tendên-cia brasileira, este é o posicionamento de Vitor. As lojas de 600, 800, 1000

mil metros têm, de fato, de diversifi-car. “Existem livrarias que possuem seções completas de outros produtos e serviços para atrair o publico. O livro é o produto principal para ela, mas tudo que agrega e está próximo do livro tem de ter. Acredito que nesta tendência de aumento de lojas de maior porte. Inde-pendentemente de seus espaços físicos estarem em shopping ou na rua.”

A importância delas, para os grandes centros, é o destaque no posicionamen-to de Ednilson. Para ele, elas permitem, cada vez mais, o acesso ao livro de forma fácil e vê nesta constatação um avanço, como um benefício para os amantes do livro, amantes da livraria. “É impor-tante para o leitor. Vamos desconsi-derar, aqui, a questão da desigualdade.”

Magda Krauss também reforça que as grandes livrarias têm um papel impor-tante no mercado e são referências mar-cantes na cabeça das pessoas. O dife- rencial destas, segundo a empresária,

Guto Kater (crédito: divulgação)

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20 • REVISTA ANL • EDIÇÃO 44

MATÉRIA DE CAPA

Uma boa apresentação para loja diversificada

de bairro, que a leve ao sucesso, necessita de:

• Um bom ponto comercial, tem de ter entre 150 e 300 m².

• Auditório e/ou um espaço que possa ser adaptado para eventos literários.

• Seção de livros infantis e juvenis.

• Bom mix de produtos.

• Boa seção papelaria – caixa de pre-sentes / acessórios – papelaria fina de luxo.

• CDs e DVDs.

• Bom atendimento.

• Informatização para agilizar e agra-dar o cliente no momento de compra.

• Atendimento com qualidade.

• Estar próximo de um bom sistema de transporte público.

• Vagas de estacionamento – ou con-vênio com algum estacionamento.

“Mas, antes de tudo, deve-se realizar uma pesquisa para melhor conhecer o público da região: se ele tem ne-cessidade de uma livraria; se ele é frequentador de uma livraria; se tem poder de compra; se tem assiduidade de leitura; qual a classe social e se es-ses clientes tem filhos em escolas pú-blicas ou particulares”, pontua Vitor.

muitas vezes, está no acervo, pois po-dem comprar mais e até em condições melhores que as pequenas e médias livrarias que, por sua vez, têm no aten-dimento mais exclusivo, na agilidade, no relacionamento mais próximo e na prestação de serviços, característi-cas importantes que são valorizadas pelos clientes. No entanto, ela reforça que a dificuldade existente na relação das grandes com as pequenas e médi-as livrarias está na prática de políticas abusivas de desconto, exercitados por algumas. “Muitas vezes amparadas por editoras que dão grandes descontos às redes, elas acabam prejudicando o tra-balho de médias e pequenas livrarias que passam por ‘careiras’ ao praticar os preços de capa sugeridos pelas editoras”, alerta.

Shoppings Centers abrem cada vez mais espaço para livrarias

A presença de livrarias em Shoppings Centers tem crescido significativamente nos últimos anos. Muito destes Centros de compras convidam grandes redes de livrarias como lojas ‘âncoras’. Na edição 34, a Revista ANL debateu a questão do investimento em lojas de Rua x Lojas de Shopping e ficou claro que existem van-tagens para as duas alternativas, ape-nas uma questão de opção, por parte do investidor, respeitando-se as devidas diferenças destes dois pontos de vendas.

A demanda de lojas em Shoppings encontra-se numa tendência de cresci-mento, mas o investimento em lojas de rua, nos grandes centros, também marca sua presença. Para João Batista, a oportunidade de espaço para a Livraria de Rua ainda existe, desde que seja feita uma avaliação bem completa a respeito, como já colocado anteriormente.

Para Vitor Tavares buscar uma comuni-cação direta com o público que se deseja atingir é uma boa opção para as Livrari-as de Rua. Isto pode acontecer via divul-gações em revistas específicas, partici-pação em congressos, eventos e, ainda, desenvolvendo debates, palestras, entre outras ações no próprio espaço físico da Livraria. Pode-se, ainda, criar um espaço de leitura segmentada e agregar outros títulos que são de interesse como os best-sellers, uma forma de conseguir a fidelização do cliente, independente-mente de sua localização. Mesmo com todas as vantagens apresentadas pelo grande centro de compras, com esta-cionamento, segurança, entre outras vantagens, a livraria de rua mantém o seu charme e seus frequentadores.

Não há resposta pronta, que indique qual a melhor opção para a locali-zação da loja, cada caso é um caso, re-vela Milena. “Enquanto houver bairros residenciais e comerciais, haverá lojas de vizinhança. Shopping Center não é maldição nem destino obrigatório.”

Finalizando esta questão, Kater nos lembra que num país como o nosso, onde o número de livrarias é 10 vezes menor do que o ideal (conforme pes-quisa Diagnóstico das Livrarias do Brasil 2009 – ANL) é claro que ainda há espaço para investir-se em livrarias de rua. O problema que vivemos é outro. Quem efetivamente acredita que inves-tir em livrarias de rua é lucrativo?

“Os benefícios de se investir em Shoppings (segurança, público circulante, conveniência) são muito mais atrativos que investir-se nos centros ou bairros das cidades, mas se o ponto for bem estuda-do, se houver uma pesquisa de mercado

Ednilson Xavier (crédito: divulgação)

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22 • REVISTA ANL • EDIÇÃO 44

MATÉRIA DE CAPA

que comprove que aquele local comporta um negó-cio como livraria, se a escolha do segmento e/ou do acervo for boa, o projeto da livraria adequado e se houver amor, mas muito amor do livreiro por livros e pela leitura, há chances dessa livraria ter bons re-sultados também. Talvez até, melhor que os encon-trados nos Shoppings”, finaliza.

A venda sazonal dos DidáticosAqui um dos pontos mais nevrálgicos no setor. A venda de livros didáticos é, sem dúvida, um grande reforço nos caixas deste segmento, mas, cada vez mais, atividades comerciais predatórias e, até mesmo ilegais, atropelam a ética comercial.

Com o bom relacionamento e respeito entre as editoras e a livraria, a venda de

didático se demonstra uma boa alternativa. Magda Krauss

“Durante muito tempo, uma pequena loja de bairro podia começar vendendo didáticos de modo sazonal, ir tomando gosto pelo produto livro, expandir para livros infanto-juvenis, ‘paradidáticos’ — que palavra péssima para definir tantos outros livros, como ro-mances e diversos outros temas, de dicionários a livros de ciências humanas! — e aos poucos, transformar-se em livraria de ano inteiro. Entretanto, a venda dire-ta pelas editoras, dentro das próprias escolas, retira esta possibilidade de criar e cativar uma clientela que aprendeu a frequentar livrarias desde criança. Os edi-tores esquecem que, se pais e filhos não tiverem o cos-tume de ir às livrarias, tampouco se tornarão clientes quando adultos. A Livraria Galileu, localizada no Rio de Janeiro, é um ótimo exemplo de uma transição bem sucedida. Infelizmente, exemplos como o dela se tor-nam cada vez mais raros”, avalia a diretora Milena.

Há editoras que vendem seus livros/lotes direta-mente para as escolas, o que prejudica e distorce o funcionamento das livrarias, destaca Vitor. Mas aquela que ainda consegue vender didáticos tem neste adicional uma significativa contribuição para manter o caixa da livraria o resto do ano. “Infeliz-mente, muitas escolas adotam sistemas de ensino que não passam pela livraria, o que pode comprome-ter a sobrevivência de algumas livrarias.”

Para João Batista, a venda dos didáticos, apesar de ser bastante desrespeitada pelas editoras, ainda con-tribui para o reforço de caixa.

Já Magda ressalta que, quando o trabalho com a venda do material didático é bem feito, consegue-se manter

um bom relacionamento com as editoras e o respeito acontece. “O livro didático vendido no início do ano contribui e muito com a so-brevivência, com a expansão e com o sucesso das livrarias de bairro durante todo o ano.”

Ednilson Xavier ressalta que, com uma boa gestão, a venda neste segmento pode con-tribuir positivamente, mas é preciso tomar muito cuidado nas compras destas obras, assim coloca. Para o executivo, com as mar-gens de lucros cada vez mais reduzida dos didáticos, estes são um risco muito grande. “Ainda á uma grande ilusão de se ganhar

muito. É preciso fazer vendas casadas, como encomendas e realizar uma excelente negociação com as Editoras, para não ficar esperando um lucro ou vendas que podem não ocorrer, de acordo com as expecta-tivas. Às vezes, vender muito não significa que vai lucrar muito, pois as margens comerciais são pequenas e hoje, ao invés de se tornar um bom negócio, se tornou algo que necessita de cautela e é visto, por livreiros mais experientes, como ilusório”, esclarece o diretor.

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PATROCÍNIO: APOIO GRÁFICO:

APOIADORES DA CONVENÇÃO:

REALIZAÇÃO APOIO

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19h30 COQUETEL DE ABERTURA (Local: Hotel Sofitel – Sala Copacabana)

8h30 RECEPÇÃO E ENTREGA DE MATERIAL.9h00 ABERTURA DA CONVENÇÃO: Ednilson XaviEr – Presidente da Associação Nacional de Livrarias e Diretor da Livraria Cortez.9h00 Abertura da Rodada de Negócios. Local especial para divulgação dos lançamentos das Editoras parceiras e apoiadoras com os participantes da convenção.09h15 VENDAS: CONQUISTANDO E ENCANTANDO O CLIENTE EM SUA LIVRARIA. Atender x EntenderCláudio Tomanini - palestrante, consultor e professor de MBA da Fundação Getulio Vargas, com mais de trinta anos de experiência nas áreas de vendas e de marketing. Presidente da New Marketing, empresa de estratégias e resultados de mercado, e vice-presidente da Fundação Ação Criança. Tomanini possui uma peculiar visão do mercado, criando novos conceitos e desenvolvendo soluções, utilizadas e adaptadas por diversas empresas e outros consultores. Autor do Livro: Na trilha do sucesso. Editora Gente.COORDENADOR: Ednilson XaviEr – Presidente da ANL e Diretor da Livraria Cortez.10h30 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O LIVRO E A LEITURA. BENEFÍCIOS PARA O DESENVOLVIMENTO E O FORTALECIMENTO DO SETOR.Fabiano dos sanTos Piúba - Diretor de Livro, Leitura e Literatura da Secretaria de Articulação Institucional do Ministério da CulturaGalEno amorim – Presidente da Fundação Biblioteca NacionalTuChaua rodriGuEs – AdvogadoviTor TavarEs – Diretor da ANL, Vice Presidente da CBL e Sócio-Diretor das Livrarias e Distribuidoras Loyola.COORDENADORA: milEidE FlorEs. Diretora da Livraria Feira do Livro de Fortaleza, Diretora da ANL e membro da Coordenação da Rede Nordeste do Livro e da Leitura e Represent-ante do SINDILIVROS.12h00 Perguntas aos palestrantes da mesa.12h30 ALMOÇO.14h00 GESTÃO E ESTRATÉGIA DAS LIVRARIAS POR SEGMENTO. (Livraria Genérica, Livraria Especializada, Livraria de Bairro e Livraria de Grandes Redes).livraria divErsiFiCada: livraria PEdaGóGiCa – João baTisTa sobrinho – Diretor Proprietário da Livraria Pedagógica e Diretor da ANL.livraria EsPECializada: livraria malasarTEs – Cláudia amorim – Diretora da Livraria Malasartes.livraria dE bairro: Casa CulTura sabEr E lEr livraria – auGusTo KaTEr – Consultor da Casa Cultural Saber e Ler Livraria e 1° Vice Presidente da ANL.livraria dE GrandEs rEdEs: livrarias lEiTura – marCus TElEs – Diretor Proprietário das Livrarias Leitura e Diretor da ANL.COORDENADOR: arCanGElo zorzi nETo – Diretor Proprietário da Livraria do Maneco e 2° Vice Presidente da ANL.16h00 Perguntas aos palestrantes da mesa.16h30 COFFEE BREAK.17h00 MOTIVAÇÃO, LIDERANÇA E DESEMPENHO POR COMPETÊNCIAS.dalCidEs bisKalKi - Mestre em Comunicação pela Università Pontificia Salesiana de Roma (Itália) e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), licenciado em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Lorena e bacharel em Teologia pelo Instituto Salesiano Pio XI de São Paulo. Professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e da Universidade São Judas Tadeu (USJT). Comunicador com experiência profissional de mais de dez anos, ministra palestras, no Brasil e em países como Estados Unidos, Portugal, Itália e Espanha, sobre comunicação, marketing, motivação, relacionamento humano e espiritualidade. Produtor e apresentador de programas de rádio e televisão. Autor do livro: A vida é feita de escolhas. Edições Loyola.COORDENADOR: TEobaldo hEidEmann – Gerente Nacional de Vendas da Editora Vozes e Diretor da ANL.18h30 Encerramento do Dia.

8h45 EDUARDO SHINYASHIKI - COMPETÊNCIA EMOCIONAL – TRANSFORMANDO O PODER PESSOAL EM AÇÃO REALIZADORA. Palestrante, consultor organizacional e especialista em desenvolvimento das Competências de Liderança e Preparação de Equipes. Presidente da Sociedade Cre Ser Treina-mentos. Especializou-se em Desenvolvimento Humano nos Estados Unidos, Europa, América do Sul, México e Índia. Vem realizando Palestras, Congressos e Treinamentos no Brasil e na Europa desde 1983. Colabora periodicamente com artigos para revistas e jornais. Autor dos livros: Viva como Você Quer Viver e A Vida é um Milagre - Editora Gente.10h00 AUTORES, EDITORES E LIVREIROS - COMO O AUTOR E A EDITORA PODEM PROPORCIONAR BONS RESULTADOS NA LIVRARIA.andré vianCo - Experiência de Sucesso com as Livrarias. Autor do Livro: O Caso Laura - Editora Rocco.José XaviEr CorTEz – Personagem do Livro: Como um Rio: o percurso do menino Cortez – Cortez Editora. Vem desenvolvendo um projeto focado, na leitura, no livro, no editor e no Livreiro. Roda de Conversa: A Leitura, o livro, o Editor e o Livreiro.salvador barlETTa nEry – Sintonia com o mercado livreiro. Autor do Livro: Eja - Caminhos para a cidadania - Alfabetização e diversidade - Editora Escala Educacional.COORDENADOR: Ednilson XaviEr – Presidente da ANL e Diretor da Livraria Cortez.12h00 Pergunta aos Palestrantes.12h30 ALMOÇO.14h00 “LIVRARI@ - REALIDADES E PERSPECTIVAS”. Tablet / e-book, como a Livraria pode se beneficiar com essas novas tecnologias.rEPrEsEnTanTE do biEF burEau inTErnaTional dE l´EdiTion FrançaisE.*Experiência da França com Livro Digital.José hEnriquE Grossi – Diretor da Xeriph – Distribuidora de Livros Digitais. Plataforma Intuitiva.marCílio Pousada – Diretor Presidente das Livrarias Saraiva.marCos mErlim – Diretor da Via Logos.COORDENADORA: milEna duChiadE - Diretora Proprietária da Livraria Leonardo Da Vinci, Diretora da ANL e da AEL - RJ.17h00 COFFEE BREAK.17h30 DIFERENTES LINGUAGENS NA COMERCIALIZAÇÃO DO LIVRO – SER TÃO CAIPIRA. Direção: Edson Lozano | Direção Musical: Agnaldo Araújo. Ator com experiência teatral de 35 anos, tendo se apresentado em um grande número de cidades em incontáveis apresentações. A Direção Musical foi feita por Agnaldo Araújo, musico, cantor, compositor e instrumentista, que também executa, ao vivo com sua viola, todas as músicas do espetáculo. COORDENADOR: auGusTo KaTEr – Consultor da Casa Cultural Saber e Ler Livraria e 1° Vice Presidente da ANL. 18h30 Considerações Finais.

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GARANTA A SUA PRESENÇA!PREENCHA A FICHA DE INSCRIÇÃO

E ENVIE PARA A ANL.

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26 • REVISTA ANL • EDIÇÃO 44

CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL

NESTE PRIMEIRO SEMESTRE DE 2011, A ANL OFERECEU 3 MÓDULOS DO

CURSO DE CAPACITAÇÕES Realizado no último dia 29

de março na sede da ANL, o curso E-commerce - como

implantar e aumentar as vendas na Internet inicia com sucesso a grade dos cursos de Formação e Capacitação de Livreiros (ANL)

de 2011.Dirigido aos gestores e responsáveis pelo e-commerce de livrarias de todos os portes, o objetivo deste curso foi o de orientar, de maneira prática, os gestores de livrarias a implantar essa ferramen-ta de venda, tão importante nos dias de hoje. Para as empresas que já estão atuando nesse mercado, o curso oferece informações valiosas, visando otimizar todo o processo de e-commerce, além das ferramentas de marketing voltadas para a publicidade. Veja como integrar, de maneira eficiente, todos os sistemas já existentes ao sistema de e-commerce. Com a presença de participantes de várias cidades, o curso foi ministrado pelo Consultor Eduardo Infante.

Ministrado por Ednei Procópio, o curso de Formação e Capacitação para Livrei-ros - “Como trabalhar com o livro digi-

tal nas livrarias”, realizado no dia 31/05, no auditório das Livrarias Paulinas, Vila Mariana, na capital paulista, abor-dou tópicos voltados ao consumo de li-vros, ao impacto das mídias digitais e as perspectivas do mercado livreiro. Um tema polêmico e desafiador, que aten-deu as expectativas dos participantes, conforme pesquisa de avaliação, e tam-bém foi um grande sucesso.

O 3º curso de Formação e Capacitação para Livreiros – “Livraria como negócio:

realidades e perspectivas em um mundo em transformação”, que aconteceu na sede da ANL no último 07/06, também na cidade de São Paulo, foi apresentado por Vitor Tavares, empresário do setor há 28 anos e atual Diretor da ANL. O executivo falou sobre as mudanças no cenário do mercado livreiro, abor-dando fatores que fortalecem o sucesso das livrarias e o trabalho em equipe. O curso teve em seu decorrer trocas de ex-periências entre os participantes.

No final dos cursos são realizadas pesquisas de opinião para compartilhar a experiência e opinião dos inscritos; a ANL escolheu a pesquisa do curso “Como trabalhar com o livro digital nas livrarias”.

HORÁRIO DO CURSO 70% Responderam ótimo 30% BomTEMA ABORDADO 100% Responderam ÓtimoA DIDÁTICA DO INSTRUTOR ATENDEU SUA EXPECTATIVA? 100% Responderam Sim VOCÊ ACHA QUE O TEMPO DE DURAÇÃO DO CURSO FOI O SUFICIENTE PARA ABORDAR O TEMA ? 9 Respon-deram que o tempo foi adequado 3 Colocaram sugestões de novos horários VOCÊ RECOMENDARIA O CURSO À OUTRAS PESSOAS? 100% Recomendariam o cursoO CONTEÚDO ABORDADO TEM ATENDIDO SUAS EXPECTATIVAS NA PRATICA? 100% Responderam que Sim TEM PRATICADO E APLICADO O CONTEÚDO QUE APRESENTAMOS? 100% responderam que Sim

Comentários de profissionais que par-ticiparam de Curso da ANL

“Uma visão mais clara sobre o futuro do meu negócio” Liliane M Baccho - Maxigma

“Conhecimento, informação e experiência” Rogério Bispo – Loyola

“Maior abertura, conhecimento e perspecti-vas” Eliane – Paulinas

“O curso serviu para reciclar e revisar a evolução do tema livro digital no ramo livrei-ro” Sergio Baccho - Maxigma

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PROGRAMAÇÃOLocal: Sede da Associação Nacional de Livrarias - ANL (R. Marques de Itu, 408, 7º andar, cjs 71, 72 e 73, Vila Buarque - São Paulo, SP)Mais Informações: (11) 3337-5419 ou por e-mail: [email protected]

Programe os Cursos de capacitação da ANL em sua cidade e/ou região!

6/7 AS LIVRARIAS E O MERCADO LIVREIRO NAS RELAÇÕES COM A IMPRENSAAs etapas contidas nesta palestra buscam, de forma simplificada, levar informações sobre o dia-a-dia no relacionamento com os jornalistas. O que de fato poderá se transformar em notícia de interesse público; como tornar-se fonte; como preparar-se para as entre-vistas, entre outras técnicas básicas. O principal obje-tivo é levar ao público interessado alguns dos principais conceitos/princípios básicos e éticos no relacionamento

entre o empresário/empresa pública ou privada e a im-prensa. Existem algumas regras básicas e conhecimen-tos técnicos que são práticas normais de mercado e pre-cisam ser reconhecidos ou utilizados. Mas o bom senso e a ética serão sempre as principais normas de conduta que permitirão uma ligação duradoura de confiabi-lidade e respeito entre executivo/porta-voz e o profis-sional de imprensa. Com media training.

2/8 AS VITRINES NAS LIVRARIAS - VITRI-NISMO PRÁTICOComo em qualquer tipo de comércio, a vitrine da livraria é um fator importante que contribue dire-tamente para o aumento de vendas, tanto por incre-mentar a venda dos produtos expostos, quanto por atrair um número maior de potenciais clientes para o interior da loja. Veja neste curso, de maneira prática, como montar e praticar a criatividade nas vitrines. Descubra como preparar vitrines para datas especiais, para o dia-a-dia, e conheça também as tendências nas livrarias do Brasil e de outros países. Curso voltado aos profissionais responsáveis pelas vitrines.

27/9 COMPRAS: COMO DEFINIR E COMPRAR O MELHOR ACERVOUm dos mais importantes “segredos” do mercado livreiro é saber comprar bem. Só vende bem quem tra-balha bem suas compras e, por este motivo, este curso visa auxiliar aos responsáveis pelas compras a escolher, criteriosamente, o acervo a ser adquirido. Saiba como negociar com os fornecedores, quando comprar e quan-

do consignar e, neste caso, como administrar as consig-nações de maneira eficiente. Voltado aos profissionais de compras e gestores de livrarias de todos os portes.

25/10 MARKETING PARA PEQUENAS E MÉ-DIAS LIVRARIAS - COMO DIVULGAR, REFOR-ÇAR A MARCA E CONQUISTAR MERCADOCom um mercado cada vez mais competitivo e domi-nado por grandes redes, os pequenos e médios livreiros também precisam saber como criar uma marca forte, que passe aos seus clientes e mesmo aos consumidores que tenham apenas ouvido falar da livraria, uma percepção de valor diferenciada, algo que a torne “especial”. A criação e a manutenção de marcas é um dos mais importantes fa-tores de sucesso para qualquer tipo de empresa, inclusive livrarias. Veja neste curso, como definir diferenciais, es-colher as melhores formas de divulgação, reforçar a marca e fidelizar seus clientes. Dirigido aos gestores e respon-sáveis pelo marketing de pequenas e médias livrarias.

1/11 TÉCNICAS DE ATENDIMENTO AO CLI-ENTE EM LIVRARIASO bom atendimento ao cliente é um dos fatores críticos para o sucesso de qualquer livraria. A experiência de compra deve ser agradável e, para que este objetivo seja atingido, uma série de fatores devem ser observados, criteriosamente. Aprenda a surpreender seus clientes, de maneira positiva, e descubra quais os efeitos que, a curto e longo prazo, podem ser atingidos em conversão de vendas e fidelização. Dirigido aos responsáveis pelo atendimento e marketing de livrarias de todos os portes.

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ESPAÇO CONHECIMENTO

LIVREIRO POR CONVICÇÃOHoje em dia, dentre as principais carac-terísticas que se busca num líder, a mais difícil de encontrar é a fidelidade a uma causa.

O líder eficaz é reconhecido pelo seu entusiasmo em defender a causa pela qual se dedica e trabalha, mas os valores do mundo moderno e as mudanças nas relações de trabalho estão formando profissionais cada vez mais oportunis-tas, que buscam o imediatismo e se sub-metem a trabalhar pela lei do “quem dá mais” e que, muitas vezes, por questão de centavos trocam suas empresas para trabalhar no concorrente.

É justamente na causa que está o segre-do da liderança eficaz! Hoje as empre-sas em geral não se atentam à sua razão de ser. O lucro como causa, por exem-plo, pode ser encontrado em qualquer empresa. E está errado! Ele deveria ser consequência de um bom trabalho, não causa. Ou então, ser a maior dentre as concorrentes, para citar outro exemplo; pra quê? Por que não ser a melhor em conteúdo, a referência no respeito aos colaboradores, a mais especializada em determinado segmento ou ainda um exemplo socialmente responsável?

O que realmente nos faz dedicarmo-nos mais ou menos a uma causa é a força de seus propósitos!

E que força os livros e a leitura têm na vida das pessoas!

Jorge Luis Borges, em seu ensaio O Li-vro, publicado em Cinco Visões Pes-soais, escreve:

“Dentre os instrumentos inventados pelo homem, o mais impressionante é, sem dúvida, o livro. Os demais são extensões de seu corpo. O microscópio e o telescópio são extensões da visão; o telefone, uma extensão da voz e, final-mente, temos o arado e a espada, am-bos extensões do braço. O livro, porém,

é outra coisa. O livro é uma extensão da memória e da imaginação.”

Livros encantam. A leitura dá prazer, engrandece! Ambos proporcionam ex-periências únicas, pessoais e intransfe-ríveis.

Aquele que vivencia a essência de ser livreiro sabe disso, porém, nenhum livreiro trabalha só.

Vejo no Brasil um grande desafio na contratação de profissionais para as livrarias e empresas do ramo do livro. Apesar de crescente, nossos índices de leitura per capita ainda são muito bai-xos. Não é raro encontrarmos gerentes

e até diretores de livrarias, editoras, dis-tribuidoras que não dão o devido valor aos livros e à leitura.

Certa vez um executivo de marketing de uma rede de livrarias me disse que pra ele, “vender um livro ou uma lata de er-vilha (em sua rede) era a mesma coisa, o que importava era a taxa de retorno no ponto de venda”. Essa visão pode até ser aceita do ponto de vista de um executivo do mercado, mas um profissional desses jamais pode ser considerado livreiro!

Pelo baixo índice de leitura dos bra-sileiros, a escassez de profissionais lei-tores que gostem de ler, é comum que as

Acreditar naquilo que se faz é premissa básica para uma gestão

de sucesso.

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livrarias convivam com a contratação por indicação, de pessoas conhecidas ou ainda de profissionais de mercado que pouco (ou nada) tem a ver com o mundo dos livros. E no anseio de contratar, a aptidão e o gosto por trabalhar com li-vros nem sempre são pré-requisito para fazer parte das equipes.

Uma das principais reclamações que recebo de livreiros ou empresas que conheço é que as pessoas não são com-prometidas e que seus negócios ficam na mão de colaboradores fracos ou até “ir-responsáveis”!

Uma das minhas principais cons-tatações é que se de um lado temos o privilégio de contar com um grupo de colaboradores de confiança ou profis-sionais de mercado, de outro, é funda-mental que nossos líderes estejam pre-parados para liderar nesse cenário.

O que nos falta ainda é desenvolver lideranças nos mais diversos níveis de

nossas empresas. Não necessariamente nomeando diretores, gerentes, supervi-sores (esses são cargos), mas cultivando líderes eficazes. Líderes que primeiro acreditem nos valores da empresa, se orgulhem do que fazem, amem suas atividades e depois propaguem com en-tusiasmo a alegria de se dedicarem a es-sas causas, independente do cargo que exerçam.

Acreditar naquilo que se faz é premissa básica para uma gestão de sucesso.

Líderes eficazes acreditam no que fazem, nas empresas em que traba- lham e sabem comunicar seus liderados e influenciá-los. E o melhor... Partindo da causa, da missão, dos propósitos, podemos despertar lideranças dentro das nossas livrarias.

Para tanto, deixo algumas questões para serem analisadas.

Sua equipe sabe qual o papel (a importân-

cia) da sua livraria na vida dos seus clientes?Que sonhos eles estão ajudando a se tornar realidade? Cada um sabe explicitamente qual é sua função pessoal e qual a importância dela no todo? Você tem certeza que cada um sabe o que se espera deles?A sua organização é um exemplo a ser se-guido?Seus gestores dão bom exemplo às equipes?Os colaboradores e diretores têm orgulho de trabalhar na livraria?

Responder essas perguntas com sinceri-dade é o primeiro passo para transfor-mar a realidade da sua livraria.

Augusto Mariotto Kater Assessor de marketing da Casa Cultural Saber e Ler Livraria

Vice-Presidente da ANL

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Numa ampla pesquisa desenvolvida pela especialista em comunicação e marke-ting pela ECA USP, Patricia Caycedo, em 2008 com o principal objetivo de conhecer o mercado dos livros cristãos passando pelas editoras, livrarias e leitor, revela que o conhecimento e crescimento espiritual são as maiores razões para se ler um livro cristão. A leitura por lazer e a busca pela solução de problemas pessoais ficam quase no mesmo patamar.

A pesquisa, rica em detalhes, desvenda que o comprador de livros cristãos vai à procura de conhecimento e crescimento espiritual, por isso o motivo principal na compra de um livro é o interesse pelo tema, mas sempre respaldado nas indi-cações do vendedor. O conteúdo edito-rial do livro é decisivo para o leitor, isto é: o tema, o título e o autor. Já as carac-terísticas físicas, como capa e número de páginas, não têm peso.A compra de livros cristãos é realizada em livrarias cristãs, seja na igreja ou na rua, pela confiança de tratar com pessoal do mesmo credo, o que não acontece em livraria secular, física ou virtual.

MERCADO

O fato de frequentar em proporções similares, tan-to livrarias cristãs como livrarias seculares, pode indicar que não só con-some livros cristãos, mas que tem interesse pela leitura, lê também outro tipo de temas. A grande vantagem que oferecem as Livrarias de Igreja (LdI) para os consumidores é a facilidade de acesso.

Os temas mais procurados são devo-cional, teologia e infantis. Mas os livros que tratam sobre as novas tendências da Igreja e sobre assuntos relativos ao casal também têm altos índices. A marca Vida e Mundo Cristão são as mais lem-bradas, mas, em geral, as marcas de edi-toras não são muito conhecidas.

Quais as motivações para a compra Em primeiro lugar o que motiva o com-prador de livros é o interesse pelo tema. O segundo fator de motivação mais citado é para presentear alguém. Porém, mesmo

PESQUISA DETALHA O MERCADO DE LIVRARIAS

EM IGREJASEstima-se que sejam 36 milhões de cristãos, dos quais só 1,8 mil (5%) são leitores. Mas os outros 95% podem ser introduzidos ao hábito da leitura, se a liderança da Igreja apoiar a iniciativa e se facilitar o

acesso aos livros de maneira atrativa.

no terceiro lugar, a indicação do vendedor é um motivador na unanimidade. Isto é, quem tem interesse pelo tema ou chega por outras motivações sempre vai levar em consideração a orientação do vende-dor, mas não vai ser o que ele vai procurar em primeiro lugar. É importante destacar o quanto a propaganda e as promoções motivam o leitor, mesmo ficando em terceiro lugar, a porcentagem chega a ser maior do que a motivação por presentear, citada em segundo lugar.

Pelas entrevistas percebeu-se, entre ou-tras conclusões, que há necessidade no mercado de mais pontos de venda, porém não podem ser pontos de venda sem planejamento, nos compostos de marke-ting como um todo. O mercado precisa de expansão, incentivar novos leitores, fo-mentar o censo crítico do que se produz, do que se recomenda e do que se lê.

Fonte: Pesquisa Livrarias de Igreja - 2008. Patricia Caycedo ECA/USP

Mais informações:[email protected] / 11-9509-1555

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32 • REVISTA ANL • EDIÇÃO 44

FEIRAS

11ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão PretoApós 11 dias de atrações, a 11ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto encerrou as atividades, batendo recorde de público da edição anterior; mais de 523 mil pessoas passaram pela feira, sem quantificar as pes-soas que caminharam e adquiriram livros entre os dias 26 de maio a 5 de junho. A Fei-ra possui uma estrutura única, a céu aberto, que reúne eventos literários, estandes de livreiros, salões de ideias, mesas de debates, conferências, sessões de autógrafos, semi-nários, teatro, dança, cinema, atividades para crianças e jovens, oficinas e grandes shows.

Dentre os nomes que passaram pelos 11 dias do evento estão Lucinha Araújo, Pe-dro Bandeira, Domingos Meirelles, Caco Barcellos, José Mojica, Miguel Arroyo, Pas-quale, Lya Luft, Fabrício Carpinejar, Con-tardo Calegaris, Lino Vilaventura, Humber-to Werneck, Lobão, Frei Beto, Amyr Klink, Eliane Brum, Rogério Pereira, além de dois estrangeiros o cineasta português Miguel Gonçalves Mendes e a escritora argentina Maria Gabriela Suárez, entre outros.

VI Feira Nacional do Livro de Poços de CaldasA Feira de Poços de Caldas, que aconteceu nos dias 30 de abril a 8 de maio de 2011, apresentou mais de 80 mil títulos e um valor estimado pela organização de R$ 800.000,00 comercializa-dos na Feira. “Temos que pensar em dar este retorno aos expositores. O investimento em uma Feira não gira só na locação do espaço, mas em vários outros itens que compõem a vinda do expositor. Por isso, temos que trabalhar no sentido de dar este retorno às livrarias e editoras”, enfatiza Gisele Ferreira, que a cada ano tem procurado melhorar as

estratégias de veiculação para garantir sem-pre um público comprador de livros.

A GSC Eventos Especiais, em conjunto com a Secretaria de Educação de Poços de Caldas e a Cortez Editora, desenvolveu o 1º Encontro de Educação da Flipoços. Um evento voltado para Educadores, Profes-sores e profissionais da área, que integrou a programação da VI Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas e Flipoços. Mar-caram presença renomados palestrantes e escritores e houve um dia dedicado es-pecialmente aos profissionais da área de Educação. A data do Flipoços 2012 já está marcada e começa a ser preparada para sua realização de 28 de abril a 6 de maio de 2012 na Urca.

2º Salão do Livro de GuarulhosAutores nacio-nais e estrangei-ros participar-am de debates e palestras com adultos e crian-ças. A segunda edição do Salão do Livro de Guarulhos (Grande São Paulo), que acon-teceu entre os dias 29 de abril a 8 de maio de 2011, foi considerada um sucesso pelos organizadores. Cerca de 200 mil pessoas passaram pela tenda climatizada de 8 mil m² durante os dez dias do evento.

Neste ano, apresentaram-se na cidade au-tores nacionais e internacionais consagra-dos como Ruy Castro, Mário Prata, Zuenir Ventura, Arnaldo Antunes, Flávio Gikovate, Olgária Matos, Thalita Rebouças, Márcia Tiburi, Serginho Groisman, Parlapatões, Cia. Pia Fraus, José Eduardo Agualusa (An-gola) e José Pacheco (Portugal).

Realizado por meio de uma parceria entre a Prefeitura da cidade e a Associação Na-cional de Livrarias (ANL), o Salão do Livro homenageou o escritor baiano Jorge Amado em 2011. O evento contou com a presença de 78 expositores, que disponibilizaram 80 mil títulos dos principais autores nacionais e estrangeiros.

4ª Feira Catarinense do Livro

A Câmara Catarinense do Livro promoveu a 4ª Feira Catarinense do Livro, entre os dias 10 a 21 de Maio de 2011, no Largo da Alfândega, na capital catarinense. A feira este ano contou com 27 estandes e teve sua primeira edição apoiada pela Prefeitura de Florianópolis, que deve levar estudantes da rede municipal para visitação. “A feira proporciona a muitas pessoas que nunca sequer pisaram em uma livraria o contato com os livros. E por ocorrer bem no Centro da cidade viabiliza que mais e mais pessoas possam entrar nesse maravilhoso universo do conhecimento”, afirma o diretor de even-tos da CCL, José Vilmar. A expectativa para a quarta edição é que cerca de 100 mil visi-tantes passem pela feira, com um aumento de público estimado em 20%. (www.ndon-line.com.br – jornalista Carol Macário)

Bienal do Livro de São José dos Campos

A última Bienal de São José dos Campos (SP) aconteceu em 2002 e foi retomada em 2011 entre os dias 8 e 17 de Abril, fechando suas atividades com público de aproxi-madamente 150 mil pessoas. Foram 10 dias, 600 editoras, 50 mil títulos. O contato com o mundo das palavras, as histórias, poesias, aquele autor favorito; a Bienal propor-cionou aos moradores do Vale do Paraíba a oportunidade de conhecer intimamente o universo literário. Para Cláudio Spoladore, Organizador da Bienal, o evento foi um su-cesso. “Nós só podemos agradecer aos escri-tores, à população. A Bienal realmente foi um grande sucesso e acredito que dessa vez ela veio para ficar. Eu faço muitos eventos li-terários, em todo o Brasil, e aqui em São José dos Campos os autores regionais tiveram

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14ª Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo e 6ª Jornadinha Nacional de Literatura de Passo FundoDe: 22 a 26 de agosto de 2011Organizadora: Univ. de Passo Fundo/RSTel.: 54 3316-8110

XIV Bienal do Livro do RJDe 01 a 10 de setembro de 2011Organizadora - Fagga EventosTel.: 21 3035-3100www.bienaldolivro.com.br

10ª EXPOCRISTÃDe 20 a 25 de setembro no Anhembi – SPOrganizadora: EBF EventosTel: 11 4081-1760

VIII Bienal Internacional do Livro de PernambucoDe 23 de setembro a 2 de outubro de 2011Centro de Convenções de PernambucoTel.: (81) 3492.9690Organizadora: Cia. de Eventos

2º Salão Internacional do Livro da ParaíbaDe: 2 a 16 de outubro de 2011 Local: Fundação Espaço Cultural José Lins do Rego João Pessoa /PBOrganizadora: RPS EventosTel.: 11 [email protected]

Salão do Livro de Presidente Prudente (SP)De 7 a 16 de outubro de 2011Local: Centro de Eventos do Instituto Bra-sileiro do Café Presidente Prudente/SPTel.: 11 3333-3059Organizadora: Spolare [email protected]

Bienal do Livro da Bahia - 2011De 28 de outubro a 6 de novembro de 2011Centro de Convenções da Bahia - SalvadorTel.: 71 3797-0525Organizadora: Fagga Eventos

* As informações sobre os eventos são de responsabilidade de seus organizadores

CRONOGRAMA DE FEIRAS PARA 2011*13º Salão da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) De 8 a 19 de junho de 2011Centro Cultural Ação da Cidadania Rua Barão de Tefé, 75 – SaúdeOrganizadora: FNLIJTel.: 21 [email protected]

9º Salão do Livro de ImperatrizDe 19 a 26 de junho de 2011Centro de Convenções de Imperatriz /MAOrganizadora: RPS EventosTel.: 11 [email protected]

7º Salão do Livro de TocantinsDe: 1 a 10 de julho de 2011 Palmas/TOOrganizadora: RPS EventosTel.: 11 [email protected]

8ª Festa Literária Internacional de ParatyDe 6 a 10 de julho de 2011Organizadora: Associação Casa Azulwww.flip.org.br

um dos maiores espaços de fomento que eu já vi”.

Os autores regionais foram beneficiados pelo evento. 78 escritores do Vale do Paraíba divulgaram os seus trabalhos com o apoio da Fundação Cultura Cassiano Ricardo. Um estande exclusivo para escritores re-gionais e da Academia Joseense de Letras foi destaque na Bienal. Zenilda Lua, es-critora de São José dos Campos, aprovou a iniciativa. O evento também teve a par-ticipação de diversos autores consagrados. No encerramento, Domingos Meirelles, jornalista com mais de 45 anos de profis-são e cerca de 30 prêmios, entre os quais se destacam dois Prêmios Esso e três prê-mios Wladimir Herzog de Direitos Hu-manos, conversou com o público sobre “As fronteiras entre o jornalismo, a história e a literatura”, e destacou a importância das bienais. (fonte: http://www.superradiopi-ratininga.com.br – jornalista Juliana Mi-randa)

7ª Edição da Feira do Livro de JoinvilleEm sua edição de 2011, que ocorreu entre 1 e 10 de abril, a Feira de Join-ville, vendeu em 10 dias do evento, mais de 40 mil títulos comercializados. O número recorde de comercialização foi reflexo de uma nova postura dos organizadores e apoiadores do evento, que foi ampliado tanto no número de dias como também na quantidade de expositores. “Aumentamos o espaço da Feira de 200 m2 para 400 m2, com isso pudemos ter a participação de mais 20 expositores”, explica Sueli Brandão, promotora do evento. O aumen-to da estrutura contemplou, além da Praça Nereu Ramos, também a Praça Lauro Muller, ao lado da Biblioteca Pública Pref. Rolf Colin, bem como a Biblioteca Móvel. A estimativa é que pelo menos 40 mil pessoas tenham passado pelos estandes da Feira neste ano.

Dentro da programação organizada um dos diferenciais foi o lançamento da campanha “Leia e passe diante”, que consiste na doação e leitura de livros. Com uma ótima adesão, cen-tenas de pessoas deixaram livros nas caixas de doação. Os livros doados e que não foram emprestados durante a Feira serão destinados para doação nas bibliotecas das escolas mu-nicipais. Uma ampla programação de atrações culturais movimentou o palco da 7ª Edição da Feira do Livro de Joinville.

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