revista akn agosto 2012

54
NUSUNE revista digital de promoção da cultura e das artes DIGITAL AKN agosto nº2 2012

Upload: ana-mascarenhas

Post on 22-Mar-2016

233 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Silêncio Denunciado de Ana Mascarenhas

TRANSCRIPT

Page 1: Revista AKN Agosto 2012

NUSUNE

revista digital de promoção da cultura e das artes

DIGITALAK

N

agosto nº2 2012

Page 2: Revista AKN Agosto 2012

Revistas Digitais Individuais (curriculum, biografia e Fotos)

Book’s Digitais

Fotografia de obras

Reportagens fotográficasde eventos e exposições

Criação de Logotipos

Criação de Catálogos

Design Gráfico

Peça informações pelo:

Telef.: 214 080 678Telem.: 938 677 426

designPublicidade & Imagem

Carta do editor

Luís Fernando Graçaeditor

NUSUNE

digital

Colaboradorespor ordem alfabética

Ana Isabel André - escritora/pintoraFernando Girão - músico/poetaGabriel Rito - artista plásticoJorge Alves - fotografo/formador Luís Fernando Graça - artista plásticoMaria João Rodrigues - fotografiaOgayr Dorfenan - filósofoPaula Cardoso Graça - fotografiaRicardo Coxixo - artista plásticoRogério do Carmo - poeta/escritorSónia Pessoa - jornalista

Administração, Redação e Publicidade

Rua Gomes Eanes de Azurara,54 r/c Dtº2870-419 Montijo Telef. 21 408 06 78 E-mail: [email protected]

Diretor Executivo

Paula Cardoso Graça

Editor / Designer Gráfico

Luís Fernando Graça

Deptº Comercial

Maria João Rodrigues

Propriedade/Edição

AKN - Artéknusune - Grupo de Artistas Plásticos para a Promoção das Artes

É expressamente proibida a reprodução da revista em qualquer língua, no todo ou em parte, sem a prévia autorização escrita da AKN - On Line. Todas as opiniões expressas são da inteira responsabilidade dos autores.

Ficha Técnica

Finalmente está pronta e acabada a AKN-Online nº 2 de agosto de 2012.E s t a d e m o r a d e v e u - s e a o aperfeiçoamento em curso por parte da nossa equipa, em primeiro lugar frequentámos um curso de fotografia digital com o nosso colaborador Jorge Alves, fotógrafo e formador. Neste momento, finalizámos um curso de design gráfico em Coreldraw, Photoshop, Indesign, além da revista ter mais quatro páginas, daí esta demora e este atraso pelo qual desde já peço desculpas, ainda são quatro horas de atraso, uma vez que são neste momento quatro horas do dia 4 de agosto.

Congratulamo-nos por fazermos mais três parcerias que muito poderão ajudar este projeto, são elas, o site artista.pt a Gallery daVinci.net, Zarpante e a First Class Radio do nosso grande e velho amigo Paulo Pinto Ribeiro experiente locutor e DJ.

Foi criada uma participação especial para todos os artistas que quiserem apoiar a nossa revista e não saibam como o fazer, criámos uma plataforma de interajuda que consiste na publicidade das exposições de todos o s a r t i s t a s , i n d i v i d u a l o u coletivamente.

Podem ver a partir do dia 6 de agosto n o n o s s o b l o g w w w . a k n -online.blogspot.com como podem colaborar com esta revista que é de todos nós.Resta-me aproveitar para desejar umas excelentes férias a quem está ou vai de férias e dizer-vos que cá a nossa revista não tem férias, se quem não respeita a arte não dá tréguas como é que nós podemos parar.

Abraços a todos e o agradecimento de todos os nossos colaboradores a todos vós, porque sabemos que estão aí à nossa espera, à espera do nosso trabalho, da vossa revista, muita paz.

Page 3: Revista AKN Agosto 2012

Revistas Digitais Individuais (curriculum, biografia e Fotos)

Book’s Digitais

Fotografia de obras

Reportagens fotográficasde eventos e exposições

Criação de Logotipos

Criação de Catálogos

Design Gráfico

Peça informações pelo:

Telef.: 214 080 678Telem.: 938 677 426

designPublicidade & Imagem

Carta do editor

Luís Fernando Graçaeditor

NUSUNE

digital

Colaboradorespor ordem alfabética

Ana Isabel André - escritora/pintoraFernando Girão - músico/poetaGabriel Rito - artista plásticoJorge Alves - fotografo/formador Luís Fernando Graça - artista plásticoMaria João Rodrigues - fotografiaOgayr Dorfenan - filósofoPaula Cardoso Graça - fotografiaRicardo Coxixo - artista plásticoRogério do Carmo - poeta/escritorSónia Pessoa - jornalista

Administração, Redação e Publicidade

Rua Gomes Eanes de Azurara,54 r/c Dtº2870-419 Montijo Telef. 21 408 06 78 E-mail: [email protected]

Diretor Executivo

Paula Cardoso Graça

Editor / Designer Gráfico

Luís Fernando Graça

Deptº Comercial

Maria João Rodrigues

Propriedade/Edição

AKN - Artéknusune - Grupo de Artistas Plásticos para a Promoção das Artes

É expressamente proibida a reprodução da revista em qualquer língua, no todo ou em parte, sem a prévia autorização escrita da AKN - On Line. Todas as opiniões expressas são da inteira responsabilidade dos autores.

Ficha Técnica

Finalmente está pronta e acabada a AKN-Online nº 2 de agosto de 2012.E s t a d e m o r a d e v e u - s e a o aperfeiçoamento em curso por parte da nossa equipa, em primeiro lugar frequentámos um curso de fotografia digital com o nosso colaborador Jorge Alves, fotógrafo e formador. Neste momento, finalizámos um curso de design gráfico em Coreldraw, Photoshop, Indesign, além da revista ter mais quatro páginas, daí esta demora e este atraso pelo qual desde já peço desculpas, ainda são quatro horas de atraso, uma vez que são neste momento quatro horas do dia 4 de agosto.

Congratulamo-nos por fazermos mais três parcerias que muito poderão ajudar este projeto, são elas, o site artista.pt a Gallery daVinci.net, Zarpante e a First Class Radio do nosso grande e velho amigo Paulo Pinto Ribeiro experiente locutor e DJ.

Foi criada uma participação especial para todos os artistas que quiserem apoiar a nossa revista e não saibam como o fazer, criámos uma plataforma de interajuda que consiste na publicidade das exposições de todos o s a r t i s t a s , i n d i v i d u a l o u coletivamente.

Podem ver a partir do dia 6 de agosto n o n o s s o b l o g w w w . a k n -online.blogspot.com como podem colaborar com esta revista que é de todos nós.Resta-me aproveitar para desejar umas excelentes férias a quem está ou vai de férias e dizer-vos que cá a nossa revista não tem férias, se quem não respeita a arte não dá tréguas como é que nós podemos parar.

Abraços a todos e o agradecimento de todos os nossos colaboradores a todos vós, porque sabemos que estão aí à nossa espera, à espera do nosso trabalho, da vossa revista, muita paz.

Page 4: Revista AKN Agosto 2012

José

Joã

o D

utra artes plásticas

José João Dutra, nasceu a 30 de Novembro de 1970 em Angra do Heroísmo. Vive no Porto Judeu no concelho de Angra do Heroísmo, onde tem o seu atelier e desenvolve o seu trabalho artístico, assumindo-se como um surrealista e hiper realista .

NUSUNE

digital

Autodidacta, despertou desde muito jovem para as artes plásticas, começando por aprender com alguns mestres de pintura e foi adquirindo o conhecimento pelas técnicas e materiais continuando a desenvolver a sua própria técnica e estilo que amadureceu ao longo do seu percurso artístico, que conta cerca de 20 anos.Formador de artes plásticas, promove diversos workshops de pintura e escultura, nomeadamente através da Oficina d´Angra e da Posada da Juventude da Ilha Terceira, recentemente ligou-se á Academia da Juventude e das Artes da Ilha Terceira como formador na área das artes plásticas, desenho e pintura.

Page 5: Revista AKN Agosto 2012

José

Joã

o D

utra artes plásticas

José João Dutra, nasceu a 30 de Novembro de 1970 em Angra do Heroísmo. Vive no Porto Judeu no concelho de Angra do Heroísmo, onde tem o seu atelier e desenvolve o seu trabalho artístico, assumindo-se como um surrealista e hiper realista .

NUSUNE

digital

Autodidacta, despertou desde muito jovem para as artes plásticas, começando por aprender com alguns mestres de pintura e foi adquirindo o conhecimento pelas técnicas e materiais continuando a desenvolver a sua própria técnica e estilo que amadureceu ao longo do seu percurso artístico, que conta cerca de 20 anos.Formador de artes plásticas, promove diversos workshops de pintura e escultura, nomeadamente através da Oficina d´Angra e da Posada da Juventude da Ilha Terceira, recentemente ligou-se á Academia da Juventude e das Artes da Ilha Terceira como formador na área das artes plásticas, desenho e pintura.

Page 6: Revista AKN Agosto 2012

Gosta de trabalhar com d i v e r s o s m a t e r i a i s e expressões plásticas, mas tem preferência pelo óleo, o qual predomina na maioria dos seus trabalhos, constando já no seu curriculum desde desenho de ilustração, estando o seu trabalho editado em dois livros lançados pe la D i recção R e g i o n a l d o A m b i e n t e . Destaca-se igualmente como cenógrafo elaborando cenários para vários grupos de teatro locais, passando pela vertente da decoração de espaços comerciais e eventos públicos.

Dutra é também escultor e conta já com um vasto trabalho e s c u l t ó r i c o e m c a r r o s a l e g ó r i c o s p a r a v á r i a s festividades da Ilha Terceira, nomeadamente nas Festas do Porto Judeu onde começou a desenvolver a sua técnica como escultor sendo o responsável por grande partes dos desfiles, dando também o seu contributo artístico ás Festas Sanjoaninas tendo sido colaborador assíduo como artista plástico tendo sido responsável pela concepção de diversos cortejos, executando e s c u l t u r a s d e g r a n d e s dimensões tendo como base a esferovite.

Recentemente tem utilizado a fibra de vidro e as resinas na concepção das suas peças. As suas esculturas estão também representadas em alguns espaços públicos e colecções particulares.

NUSUNE

digital

Desenvolve também a arte do scrimshaw (gravação em dente de cachalote) embora a matéria prima (o dente) seja cada vez mais escassa. Esta vertente da sua obra está representada em diversas colecções internacionais, pois é um das últimos artistas a desenvolver esta arte nos Açores. Está representado num livro sobre a arte de gravar em dente de baleia editado pela Secretaria Regional da Cultura.

Conta já com diversas exposições individuais e colectivas principalmente na ilha Terceira a onde expõe com frequência, em 2011 faz a sua incursão pelas artes plásticas ao nível nacional participando em várias exposições colectivas e individuais, o que lhe abriu portas para algumas exposições a nível i n t e r n a c i o n a l nomeadamente em França a onde está representado com um quadro numa Galeria Jean-Paul Vilant.

A s u a o b r a e s t á representada em variadas colecções particulares ao nível Açores, continente P o r t u g u ê s F r a n ç a e Estados Unidos da América, está também representado e m a l g u n s e s p a ç o s públicos.

Page 7: Revista AKN Agosto 2012

Gosta de trabalhar com d i v e r s o s m a t e r i a i s e expressões plásticas, mas tem preferência pelo óleo, o qual predomina na maioria dos seus trabalhos, constando já no seu curriculum desde desenho de ilustração, estando o seu trabalho editado em dois livros lançados pe la D i recção R e g i o n a l d o A m b i e n t e . Destaca-se igualmente como cenógrafo elaborando cenários para vários grupos de teatro locais, passando pela vertente da decoração de espaços comerciais e eventos públicos.

Dutra é também escultor e conta já com um vasto trabalho e s c u l t ó r i c o e m c a r r o s a l e g ó r i c o s p a r a v á r i a s festividades da Ilha Terceira, nomeadamente nas Festas do Porto Judeu onde começou a desenvolver a sua técnica como escultor sendo o responsável por grande partes dos desfiles, dando também o seu contributo artístico ás Festas Sanjoaninas tendo sido colaborador assíduo como artista plástico tendo sido responsável pela concepção de diversos cortejos, executando e s c u l t u r a s d e g r a n d e s dimensões tendo como base a esferovite.

Recentemente tem utilizado a fibra de vidro e as resinas na concepção das suas peças. As suas esculturas estão também representadas em alguns espaços públicos e colecções particulares.

NUSUNE

digital

Desenvolve também a arte do scrimshaw (gravação em dente de cachalote) embora a matéria prima (o dente) seja cada vez mais escassa. Esta vertente da sua obra está representada em diversas colecções internacionais, pois é um das últimos artistas a desenvolver esta arte nos Açores. Está representado num livro sobre a arte de gravar em dente de baleia editado pela Secretaria Regional da Cultura.

Conta já com diversas exposições individuais e colectivas principalmente na ilha Terceira a onde expõe com frequência, em 2011 faz a sua incursão pelas artes plásticas ao nível nacional participando em várias exposições colectivas e individuais, o que lhe abriu portas para algumas exposições a nível i n t e r n a c i o n a l nomeadamente em França a onde está representado com um quadro numa Galeria Jean-Paul Vilant.

A s u a o b r a e s t á representada em variadas colecções particulares ao nível Açores, continente P o r t u g u ê s F r a n ç a e Estados Unidos da América, está também representado e m a l g u n s e s p a ç o s públicos.

Page 8: Revista AKN Agosto 2012

NUSUNE

digital

Galeria daVinciDe Portugal para o Mundo

A Galeria daVinci é uma galeria de arte na Internet, com endereço http://daVinciGallery.net. É uma galeria internacional, traduzida em português, inglês e espanhol, cujo objetivo é a divulgação das Artes Plásticas e dos seus intervenientes.

Criada em 2005 por Rui Anastácio, engenheiro de Software e autor deste artigo, tem vindo a crescer e a amadurecer.

Várias têm sido as transformações ao longo do tempo, não só na aparência mas também no modelo de funcionamento.

Atualmente é uma galeria que conta com a presença de cerca de 700 artistas de 20 nacionalidades, expondo no total mais de 20 mil obras.

Dadas as suas raízes a maior parte dos artistas são portugueses e brasileiros.

Diariamente é visitada por mais de 600 pessoas de todos os continentes, correspondendo a mais de 5 mil páginas vistas todos os dias.

Junte-se a nós, divulgue a sua obra

Page 9: Revista AKN Agosto 2012

NUSUNE

digital

Galeria daVinciDe Portugal para o Mundo

A Galeria daVinci é uma galeria de arte na Internet, com endereço http://daVinciGallery.net. É uma galeria internacional, traduzida em português, inglês e espanhol, cujo objetivo é a divulgação das Artes Plásticas e dos seus intervenientes.

Criada em 2005 por Rui Anastácio, engenheiro de Software e autor deste artigo, tem vindo a crescer e a amadurecer.

Várias têm sido as transformações ao longo do tempo, não só na aparência mas também no modelo de funcionamento.

Atualmente é uma galeria que conta com a presença de cerca de 700 artistas de 20 nacionalidades, expondo no total mais de 20 mil obras.

Dadas as suas raízes a maior parte dos artistas são portugueses e brasileiros.

Diariamente é visitada por mais de 600 pessoas de todos os continentes, correspondendo a mais de 5 mil páginas vistas todos os dias.

Junte-se a nós, divulgue a sua obra

Page 10: Revista AKN Agosto 2012

Ricardo Coxixoartista plástico/professor

O ensino do desenho e o modelo vivo

O Ensino do Desenho em Portugal começou-se a estruturar a partir da segunda metade do século XVIII. Ate ao final do século XVII existiam as oficinas onde a relação mestre - aprendiz era essencial no que diz respeito ao ensino artístico.

D. João V contribui para uma “renovação” deste ensino, fundando uma Academia (Academia de Portugal em Roma) com artistas estrangeiros que permitiram a formação de alguns artistas portugueses como é o caso de Vieira Lusitano, Inácio de Oliveira Bernardes ou José de Almeida.

Dos artistas estrangeiros vindos para Portugal, destaca-se ainda um italiano que colaborou na montagem da Capela de S. João Baptista em S. Roque, e que se estabeleceu em Mafra, contribuindo para a formação de artistas como é o caso de Joaquim Machado Castro.

Em 1781, Joaquim Carneiro da Silva criou a Aula Régia de Desenho, onde se ensinava Desenho Histórico ou de Figura e Desenho de Arquitectura Civil.

Em meados do século XVIII, André Gonçalves e Vieira Lusitano tentaram fundar uma Academia do nu, que acabou por não funcionar devido a oposição popular, mas que mais tarde em 1780 veio a ser concretizado por Cirilo Volkmar Machado, onde funcionou nas salas do Palácio de Gregório de Barros e Vasconcelos e que mais tarde passaram para o Palácio do Intendente Pia Manique, no qual, para além dos professores da Aula de Desenho da Casa Pia juntaram-se Machado Castro e Pedro Alexandrino.

A aula régia era dirigida por Joaquim Manuel da Rocha o qual estabeleceu exercíc ios que passavam pela representação de figuras humanas mas também pelo desenho de objectos diversos da natureza e a cópia de modelos de relevo.

Em 1823, o ensino de arquitectura, escultura e pintura foi integrado na Aula Régia de Desenho e assim se manteve até à fundação da Academia de Belas Artes, em 1836.

Em 1780, a Companhia dos Vinhos do Alto Douro criou a Aula de Desenho e Debuxo que mais tarde em 1803 na Academia Real da Marinha e Comércio. Em 1836 é instaurada a Academia de Belas Artes no Porto.

NUSUNE

digital

Das metodologias praticadas pelos mestres do século XVIII destacam-se as cópias de gravura, o estudo da figura humana era também ele essencial à formação dos pintores e escultores.

No que dizia respeito à teoria, a base para o estudo do corpo humano era a teoria das proporções, ou simetria, que se encontram na tratadistica desde Filipe Nunes (século XVIII) ao Padre Inácio da Piedade Vasconcelos (século XVIII) tendo por base Vitrúvio.

Vieira Portuense, professor na Aula de Desenho da Companhia das Vinhas em 1802, defendia o ensino a partir de exemplos recorrendo na sua prática a livros e estampas que os alunos deveriam copiar, excluindo a cópia do natural ou do modelo vivo.

Na Academia de Belas Artes, o professor de Desenho deveria fazer observar as dimensões e proporções regulares das figuras e dar noções de anatomia aplicada ao Desenho, onde para isso era necessário o Estudo das Estátuas e Baixos-relevos Clássicos, o Estudo dos Gessos tirados sobre os melhores originais e o Estudo de Modelos Vivos.

O s m o d e l o s C l á s s i c o s e r a m f u n d a m e n t a i s a s s i m c o m o a comparação entre a observação do natural e os modelos antigos a fim de emendar os defeitos dos antigos e melhorar o Natural.

Francisco de Assis Rodrigues, escultor, teórico, discípulo de Machado Castro aquando director da Academia referia a importância do estudo do ser humano, pois era um estudo vasto e difícil que permitia conhecer a forma, a proporção, a harmonia e o efeito que produz, era importante estudar a variada figura e grandeza dos ossos, pois são estes que o sustentam por meio de articulações, era necessário distinguir o numero de músculos, veias e órgãos, que lhe dão vida e movimento.

Em 1879, o pintor e professor proprietário da Aula de pintura Histórica, Miguel Ângelo Lupi, publicava um plano geral de reforma do ensino da Academia, em que propunha uma estrutura de três graus, sendo o segundo uma Escola de Aplicação da arte à indústria e a diversas profissões, onde se incluía numa primeira classe, Desenho de Figura Humana, pelo Antigo e Modelo Vivo.

A Reforma de 1881, que consagrou a separação entre a Escola de belas Artes e a Academia, preconizava o ensino distribuído por treze cadeiras, das quais a segunda compreendia três partes distribuídas pelo Desenho de Figura por Estampa; elementos de desenho antigo, onde se destacavam: Proporções do Corpo Humano e Desenho Anatómico e Desenho de Figura do Antigo e Natural que incluía desenho de panejamentos.

O ensino do desenho e o modelo vivoRicardo Coxixo

Page 11: Revista AKN Agosto 2012

Ricardo Coxixoartista plástico/professor

O ensino do desenho e o modelo vivo

O Ensino do Desenho em Portugal começou-se a estruturar a partir da segunda metade do século XVIII. Ate ao final do século XVII existiam as oficinas onde a relação mestre - aprendiz era essencial no que diz respeito ao ensino artístico.

D. João V contribui para uma “renovação” deste ensino, fundando uma Academia (Academia de Portugal em Roma) com artistas estrangeiros que permitiram a formação de alguns artistas portugueses como é o caso de Vieira Lusitano, Inácio de Oliveira Bernardes ou José de Almeida.

Dos artistas estrangeiros vindos para Portugal, destaca-se ainda um italiano que colaborou na montagem da Capela de S. João Baptista em S. Roque, e que se estabeleceu em Mafra, contribuindo para a formação de artistas como é o caso de Joaquim Machado Castro.

Em 1781, Joaquim Carneiro da Silva criou a Aula Régia de Desenho, onde se ensinava Desenho Histórico ou de Figura e Desenho de Arquitectura Civil.

Em meados do século XVIII, André Gonçalves e Vieira Lusitano tentaram fundar uma Academia do nu, que acabou por não funcionar devido a oposição popular, mas que mais tarde em 1780 veio a ser concretizado por Cirilo Volkmar Machado, onde funcionou nas salas do Palácio de Gregório de Barros e Vasconcelos e que mais tarde passaram para o Palácio do Intendente Pia Manique, no qual, para além dos professores da Aula de Desenho da Casa Pia juntaram-se Machado Castro e Pedro Alexandrino.

A aula régia era dirigida por Joaquim Manuel da Rocha o qual estabeleceu exercíc ios que passavam pela representação de figuras humanas mas também pelo desenho de objectos diversos da natureza e a cópia de modelos de relevo.

Em 1823, o ensino de arquitectura, escultura e pintura foi integrado na Aula Régia de Desenho e assim se manteve até à fundação da Academia de Belas Artes, em 1836.

Em 1780, a Companhia dos Vinhos do Alto Douro criou a Aula de Desenho e Debuxo que mais tarde em 1803 na Academia Real da Marinha e Comércio. Em 1836 é instaurada a Academia de Belas Artes no Porto.

NUSUNE

digital

Das metodologias praticadas pelos mestres do século XVIII destacam-se as cópias de gravura, o estudo da figura humana era também ele essencial à formação dos pintores e escultores.

No que dizia respeito à teoria, a base para o estudo do corpo humano era a teoria das proporções, ou simetria, que se encontram na tratadistica desde Filipe Nunes (século XVIII) ao Padre Inácio da Piedade Vasconcelos (século XVIII) tendo por base Vitrúvio.

Vieira Portuense, professor na Aula de Desenho da Companhia das Vinhas em 1802, defendia o ensino a partir de exemplos recorrendo na sua prática a livros e estampas que os alunos deveriam copiar, excluindo a cópia do natural ou do modelo vivo.

Na Academia de Belas Artes, o professor de Desenho deveria fazer observar as dimensões e proporções regulares das figuras e dar noções de anatomia aplicada ao Desenho, onde para isso era necessário o Estudo das Estátuas e Baixos-relevos Clássicos, o Estudo dos Gessos tirados sobre os melhores originais e o Estudo de Modelos Vivos.

O s m o d e l o s C l á s s i c o s e r a m f u n d a m e n t a i s a s s i m c o m o a comparação entre a observação do natural e os modelos antigos a fim de emendar os defeitos dos antigos e melhorar o Natural.

Francisco de Assis Rodrigues, escultor, teórico, discípulo de Machado Castro aquando director da Academia referia a importância do estudo do ser humano, pois era um estudo vasto e difícil que permitia conhecer a forma, a proporção, a harmonia e o efeito que produz, era importante estudar a variada figura e grandeza dos ossos, pois são estes que o sustentam por meio de articulações, era necessário distinguir o numero de músculos, veias e órgãos, que lhe dão vida e movimento.

Em 1879, o pintor e professor proprietário da Aula de pintura Histórica, Miguel Ângelo Lupi, publicava um plano geral de reforma do ensino da Academia, em que propunha uma estrutura de três graus, sendo o segundo uma Escola de Aplicação da arte à indústria e a diversas profissões, onde se incluía numa primeira classe, Desenho de Figura Humana, pelo Antigo e Modelo Vivo.

A Reforma de 1881, que consagrou a separação entre a Escola de belas Artes e a Academia, preconizava o ensino distribuído por treze cadeiras, das quais a segunda compreendia três partes distribuídas pelo Desenho de Figura por Estampa; elementos de desenho antigo, onde se destacavam: Proporções do Corpo Humano e Desenho Anatómico e Desenho de Figura do Antigo e Natural que incluía desenho de panejamentos.

O ensino do desenho e o modelo vivoRicardo Coxixo

Page 12: Revista AKN Agosto 2012

A nova Reforma de 1901, acentua o facto de se dirigir os esforços pedagógicos do ensino do desenho para o estudo do natural, que de acordo com o naturalismo característico dos pintores da época, acaba por orientar-se para o estudo dos modelos e não da paisagem.

A nova reforma do Ensino viria com a República, em 1911, ignorando o trabalho de uma comissão constituída por Columbano, Carlos Reis, Henrique Lopes de Mendonça, Luciano Freire e Veloso Salgado, levou ao protesto dos membros do Conselho Escolar, que entregaram na Assembleia Constituinte e no Ministério do Interior o projecto elaborado pela escola, sem obterem qualquer resposta.

Esta Reforma continuava a contemplar o desenho de figura distribuído pelo desenho de figura do relevo, onde eram realizados exercícios elementares de desenho do relevo, o desenho de cabeças, torsos e do natural. A outra cadeira contemplava o desenho de figura onde os exercícios consistiam na cópia de estátua e na cópia de modelo vivo.

O desenho de figura do antigo, ou o desenho de estátua, e o desenho de modelo vivo continuarão a estar presentes na estrutura do ensino da escola de Belas Artes, em qualquer das reformas, quer na de 1932, quer na de 1957. O desenho de estátua era exigido no exame de aptidão às Escolas de Belas Artes.

Bibliografia:-França, José-Augusto; “A Arte em Portugal no séc. XIX, 2vols.; Livraria Bertrand; Lisboa 1967;

-Calado, Margarida; “Desenho” in Dicionário da Arte barroca em Portugal, Editorial Presença, Lisboa 1989;

-“Permanência do Corpo, Academias da Escola de Lisboa”; Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa; Lisboa, 1999.

NUSUNE

digital

Elei

tão

De seu nome Eduardo Soares Pereira Leitão, nasce na Figueira da Foz, na freguesia de S. Julião. Entra na Casa Pia de Lisboa (Belém) em 1944 onde faz o Curso de Formação Industrial de "Artes Gráficas".

Na sua formação a par de outros tem como professores de Desenho e Modelação, Raul Xavier, Álvaro Perdigão e Martins Correia.

Sempre teve gosto pelo Desenho, o que sempre foi fazendo nas empresas onde trabalhou por compromisso, por prazer ou por ambos, embora exercendo a profissão de Tipógrafo Impressor.

Por um acaso descobre a pintura em 1968 e por ser impressor e manipular tintas talvez o conhecimento da cor se tenha tornado mais fácil.

Page 13: Revista AKN Agosto 2012

A nova Reforma de 1901, acentua o facto de se dirigir os esforços pedagógicos do ensino do desenho para o estudo do natural, que de acordo com o naturalismo característico dos pintores da época, acaba por orientar-se para o estudo dos modelos e não da paisagem.

A nova reforma do Ensino viria com a República, em 1911, ignorando o trabalho de uma comissão constituída por Columbano, Carlos Reis, Henrique Lopes de Mendonça, Luciano Freire e Veloso Salgado, levou ao protesto dos membros do Conselho Escolar, que entregaram na Assembleia Constituinte e no Ministério do Interior o projecto elaborado pela escola, sem obterem qualquer resposta.

Esta Reforma continuava a contemplar o desenho de figura distribuído pelo desenho de figura do relevo, onde eram realizados exercícios elementares de desenho do relevo, o desenho de cabeças, torsos e do natural. A outra cadeira contemplava o desenho de figura onde os exercícios consistiam na cópia de estátua e na cópia de modelo vivo.

O desenho de figura do antigo, ou o desenho de estátua, e o desenho de modelo vivo continuarão a estar presentes na estrutura do ensino da escola de Belas Artes, em qualquer das reformas, quer na de 1932, quer na de 1957. O desenho de estátua era exigido no exame de aptidão às Escolas de Belas Artes.

Bibliografia:-França, José-Augusto; “A Arte em Portugal no séc. XIX, 2vols.; Livraria Bertrand; Lisboa 1967;

-Calado, Margarida; “Desenho” in Dicionário da Arte barroca em Portugal, Editorial Presença, Lisboa 1989;

-“Permanência do Corpo, Academias da Escola de Lisboa”; Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa; Lisboa, 1999.

NUSUNE

digital

Elei

tão

De seu nome Eduardo Soares Pereira Leitão, nasce na Figueira da Foz, na freguesia de S. Julião. Entra na Casa Pia de Lisboa (Belém) em 1944 onde faz o Curso de Formação Industrial de "Artes Gráficas".

Na sua formação a par de outros tem como professores de Desenho e Modelação, Raul Xavier, Álvaro Perdigão e Martins Correia.

Sempre teve gosto pelo Desenho, o que sempre foi fazendo nas empresas onde trabalhou por compromisso, por prazer ou por ambos, embora exercendo a profissão de Tipógrafo Impressor.

Por um acaso descobre a pintura em 1968 e por ser impressor e manipular tintas talvez o conhecimento da cor se tenha tornado mais fácil.

Page 14: Revista AKN Agosto 2012

NUSUNE

digital

Como autodidacta, na pintura, é nas obras de referência académica que faz a sua escola, não deixando no entanto de executar trabalhos originais.

Entra na Casa da Moeda e torna-se Desenhador - Maquetista participando na execução de Títulos do Estado (Fip e outros) maquetes e desenhos vários, Imposto de Circulação, estudos de Notas para Macau, retrato para gravação Talhe Doce. Fez um Curso de Gravura na Galeria Quadrum e, na Romeira em Alenquer, um Curso de Pintura.

Dedica-se à fotografia, à caricatura e retrata a carvão, desenha e pinta a pastel e a esferográfica sua grande paixão, também executa serigrafia, sendo no entanto, o desenho a essência da sua expressão, embora seja no óleo e na aguarela que a sua criatividade e alegria se expande. Citado no Anuário de Artes Plásticas de 1998-Estar, Artes 2001 - Directório Artes Plásticas em Portugal, nos 220 Anos dos Artistas Casapianos, no Magazine de Artes Plásticas 2002, O Figurativo nas Artes Plásticas em Portugal no Século XXI, MITOS da ARTE (antologia de pintores portugueses contemporâneos) e também em vários jornais e revistas.

Membro do GART - Grupo de Artistas e Amigos da Arte e também do Círculo Artístico e Cultural Artur Bual, na Amadora. Participou em mais de centena e meia de exposições individuais e colectivas, onde obteve alguns prémios. Os seus trabalhos estão representados no País em várias Organizações Públicas e Privadas e no Estrangeiro.É após a sua aposentação, que se dedica às Artes a tempo alargado e começa a expor.

Page 15: Revista AKN Agosto 2012

NUSUNE

digital

Como autodidacta, na pintura, é nas obras de referência académica que faz a sua escola, não deixando no entanto de executar trabalhos originais.

Entra na Casa da Moeda e torna-se Desenhador - Maquetista participando na execução de Títulos do Estado (Fip e outros) maquetes e desenhos vários, Imposto de Circulação, estudos de Notas para Macau, retrato para gravação Talhe Doce. Fez um Curso de Gravura na Galeria Quadrum e, na Romeira em Alenquer, um Curso de Pintura.

Dedica-se à fotografia, à caricatura e retrata a carvão, desenha e pinta a pastel e a esferográfica sua grande paixão, também executa serigrafia, sendo no entanto, o desenho a essência da sua expressão, embora seja no óleo e na aguarela que a sua criatividade e alegria se expande. Citado no Anuário de Artes Plásticas de 1998-Estar, Artes 2001 - Directório Artes Plásticas em Portugal, nos 220 Anos dos Artistas Casapianos, no Magazine de Artes Plásticas 2002, O Figurativo nas Artes Plásticas em Portugal no Século XXI, MITOS da ARTE (antologia de pintores portugueses contemporâneos) e também em vários jornais e revistas.

Membro do GART - Grupo de Artistas e Amigos da Arte e também do Círculo Artístico e Cultural Artur Bual, na Amadora. Participou em mais de centena e meia de exposições individuais e colectivas, onde obteve alguns prémios. Os seus trabalhos estão representados no País em várias Organizações Públicas e Privadas e no Estrangeiro.É após a sua aposentação, que se dedica às Artes a tempo alargado e começa a expor.

Page 16: Revista AKN Agosto 2012

por Victor Lages

Instalação artística

A instalação é uma forma de manifestação artística, onde a obra é composta de elementos organizados num determinado ambiente, com o objectivo de criar emoções estéticas e outras sensações como, som, odores, calor e frio ou coisas que simplesmente chamem a atenção do observador, além deste ter uma relação directa e ou mesmo interactiva com a obra.

Foi em 1923 que o artista plástico Kurt Schwitters fez a primeira instalação considerada como tal, a que chamou “Casa Merz”, que não era nada mais, nada menos, do que o s e u p r ó p r i o a p a r t a m e n t o , transformado em obra de arte e isto aconteceu na cidade alemã de Hannover.

Normalmente uma instalação, é uma obra de arte que só "existe" na hora da exposição, depois é desmontada e só fica a lembrança da mesma, em fotos, imagens ou em recordações.

A instalação tem sido um dos fazeres artísticos mais relevantes do panorama das artes plásticas do século XX e XXI. Sendo uma boa parte da produção a r t í s t i c a c o n t e m p o r â n e a , a instalação é de difícil definição. No entanto é o conceito e a intenção, que o artista faz do seu trabalho, que são a essência da própria obra, visto que a instalação, nasce no contexto da arte conceptual.

A instalação artística permite uma grande variedade de suportes e uma gama variedade de possibilidades na sua realização. De modo que se pode utilizar tudo o que se queira, vídeos, filmes, esculturas, performances, computação gráfica e todo o universo virtual, fazendo com que o público seja surpreendido, não fique indiferente e até participe, porque ele, público, é o objecto último da própria obra, sem ele, a obra não existiria na sua plenitude.

Esta abertura a todos os meios e formatos para a realização de uma instalação artística está totalmente inserida na produção artística contemporânea, que tem como característica o questionamento do próprio espaço e do tempo.

Sendo uma obra volátil e efémera, ela absorve e constrói o espaço à sua volta e ao mesmo tempo o destrói. É nesta construção e desconstrução de espaços, de conceitos e de ideias, que a instalação se inventa e se afirma como obra de arte.

Foi com Duchamp e o seu conceito em elevar um objecto comum a “objecto artístico” ou ready-made (objecto do quotidiano declarado obra de arte pelo artista e exposto como tal sem alterações notórias) e também os ambientes surrealistas, que levaram artistas a percorrer um caminho até chegarem à transmutação do objecto em instalação.

NUSUNE

digital

White Cube" é o termo que designa a sala de exposição branca, neutra que, na arte moderna, substitui as formas mais antigas de apresentação, como por exemplo, pendurar os quadros muito perto uns dos outros sobre papel de parede colorido. O White Cube propõe uma percepção concentrada e sem distracção da obra de arte.

Assim o White Cube é a referência fundamental para a concretização deste projecto artístico contemporâneo, a instalação. De modo que ao entrar numa galeria, o espectador dirige o seu olhar em primeiro lugar para o espaço em si e só depois, é que olha e vê a obra exposta.O objectivo é isolar o trabalho artístico seja ele instalação ou outra expressão artística sem distrair o olhar do público.

Muitos são os artistas plástico e um pouco por todo o mundo, que realizam como obra de arte a Instalação, por exemplo: Marina Abramovic, Artur Barrio, Vanessa Beecroft, Lee Bul, Christo e Jeanne-Claude, Mau r i z i o Co l l i n i , W im De l voye , Norman Dilworth, Gary Hill, Ruediger John, Anish Kapoor, Barbara Kruger, Misha Kuball, Ange Leccia, Sol LeWitt, Massimo Taccon , Spencer Tun ick , Joana Vasconcelos, Frans Krajcberg, W o l f Vostell, e Chen Zhen.

Christo e Jeanne-Claude, são marido e mulher, ele búlgaro e ela marroquina, um casal de artistas conhecidos pelas instalações de arte ambiental, como seja o embrulhar ou empacotar, edifícios e monumentos com tecido e corda, são disso o trabalho no Reichstag, o Parlamento alemão, em Berlim e na Pont Neuf, ponte em Paris, e mais recentemente The Gates no Central Park de Nova Iorque.

Trabalham em parceria desde 1935 e os seus projectos, envolvem normalmente um vasto processo burocrático e elevados meios logísticos que dificultam e retardam a sua concretização, chegando alguns a levar muitos anos de negociações. Depois de concluídos, estes projectos são obras de grande espectacularidade, que sem duvida marcaram a arte pública efémera, da segunda metade do século XX.

Também em Portugal, temos uma jovem artista bem posicionada no circuito internacional da arte contemporânea, Joana Vasconcelos.Entre muitas obras podemos estacar a instalação “Contaminação” que abriu a importante exposição colectiva The World Belongs to You, no Palazzo Grassi e que inaugurou em Junho de 2011. Em 2012, participa na magna exposição anual de arte contemporânea no Palácio de Versalhes, sendo a primeira mulher e a mais jovem artista contemporânea a expor nesse local. Segundo diz, a natureza do seu processo cr iat ivo assenta na apropriação, descontextualização e subversão de objectos pré-existentes e realidades do quotidiano.Também o seu trabalho, resulta de uma estratégia, de um discurso atento às idiossincrasias contemporâneas, onde as d i c o t o m i a s a r t e s a n a l / i n d u s t r i a l ,

Victor Lages

Page 17: Revista AKN Agosto 2012

por Victor Lages

Instalação artística

A instalação é uma forma de manifestação artística, onde a obra é composta de elementos organizados num determinado ambiente, com o objectivo de criar emoções estéticas e outras sensações como, som, odores, calor e frio ou coisas que simplesmente chamem a atenção do observador, além deste ter uma relação directa e ou mesmo interactiva com a obra.

Foi em 1923 que o artista plástico Kurt Schwitters fez a primeira instalação considerada como tal, a que chamou “Casa Merz”, que não era nada mais, nada menos, do que o s e u p r ó p r i o a p a r t a m e n t o , transformado em obra de arte e isto aconteceu na cidade alemã de Hannover.

Normalmente uma instalação, é uma obra de arte que só "existe" na hora da exposição, depois é desmontada e só fica a lembrança da mesma, em fotos, imagens ou em recordações.

A instalação tem sido um dos fazeres artísticos mais relevantes do panorama das artes plásticas do século XX e XXI. Sendo uma boa parte da produção a r t í s t i c a c o n t e m p o r â n e a , a instalação é de difícil definição. No entanto é o conceito e a intenção, que o artista faz do seu trabalho, que são a essência da própria obra, visto que a instalação, nasce no contexto da arte conceptual.

A instalação artística permite uma grande variedade de suportes e uma gama variedade de possibilidades na sua realização. De modo que se pode utilizar tudo o que se queira, vídeos, filmes, esculturas, performances, computação gráfica e todo o universo virtual, fazendo com que o público seja surpreendido, não fique indiferente e até participe, porque ele, público, é o objecto último da própria obra, sem ele, a obra não existiria na sua plenitude.

Esta abertura a todos os meios e formatos para a realização de uma instalação artística está totalmente inserida na produção artística contemporânea, que tem como característica o questionamento do próprio espaço e do tempo.

Sendo uma obra volátil e efémera, ela absorve e constrói o espaço à sua volta e ao mesmo tempo o destrói. É nesta construção e desconstrução de espaços, de conceitos e de ideias, que a instalação se inventa e se afirma como obra de arte.

Foi com Duchamp e o seu conceito em elevar um objecto comum a “objecto artístico” ou ready-made (objecto do quotidiano declarado obra de arte pelo artista e exposto como tal sem alterações notórias) e também os ambientes surrealistas, que levaram artistas a percorrer um caminho até chegarem à transmutação do objecto em instalação.

NUSUNE

digital

White Cube" é o termo que designa a sala de exposição branca, neutra que, na arte moderna, substitui as formas mais antigas de apresentação, como por exemplo, pendurar os quadros muito perto uns dos outros sobre papel de parede colorido. O White Cube propõe uma percepção concentrada e sem distracção da obra de arte.

Assim o White Cube é a referência fundamental para a concretização deste projecto artístico contemporâneo, a instalação. De modo que ao entrar numa galeria, o espectador dirige o seu olhar em primeiro lugar para o espaço em si e só depois, é que olha e vê a obra exposta.O objectivo é isolar o trabalho artístico seja ele instalação ou outra expressão artística sem distrair o olhar do público.

Muitos são os artistas plástico e um pouco por todo o mundo, que realizam como obra de arte a Instalação, por exemplo: Marina Abramovic, Artur Barrio, Vanessa Beecroft, Lee Bul, Christo e Jeanne-Claude, Mau r i z i o Co l l i n i , W im De l voye , Norman Dilworth, Gary Hill, Ruediger John, Anish Kapoor, Barbara Kruger, Misha Kuball, Ange Leccia, Sol LeWitt, Massimo Taccon , Spencer Tun ick , Joana Vasconcelos, Frans Krajcberg, W o l f Vostell, e Chen Zhen.

Christo e Jeanne-Claude, são marido e mulher, ele búlgaro e ela marroquina, um casal de artistas conhecidos pelas instalações de arte ambiental, como seja o embrulhar ou empacotar, edifícios e monumentos com tecido e corda, são disso o trabalho no Reichstag, o Parlamento alemão, em Berlim e na Pont Neuf, ponte em Paris, e mais recentemente The Gates no Central Park de Nova Iorque.

Trabalham em parceria desde 1935 e os seus projectos, envolvem normalmente um vasto processo burocrático e elevados meios logísticos que dificultam e retardam a sua concretização, chegando alguns a levar muitos anos de negociações. Depois de concluídos, estes projectos são obras de grande espectacularidade, que sem duvida marcaram a arte pública efémera, da segunda metade do século XX.

Também em Portugal, temos uma jovem artista bem posicionada no circuito internacional da arte contemporânea, Joana Vasconcelos.Entre muitas obras podemos estacar a instalação “Contaminação” que abriu a importante exposição colectiva The World Belongs to You, no Palazzo Grassi e que inaugurou em Junho de 2011. Em 2012, participa na magna exposição anual de arte contemporânea no Palácio de Versalhes, sendo a primeira mulher e a mais jovem artista contemporânea a expor nesse local. Segundo diz, a natureza do seu processo cr iat ivo assenta na apropriação, descontextualização e subversão de objectos pré-existentes e realidades do quotidiano.Também o seu trabalho, resulta de uma estratégia, de um discurso atento às idiossincrasias contemporâneas, onde as d i c o t o m i a s a r t e s a n a l / i n d u s t r i a l ,

Victor Lages

Page 18: Revista AKN Agosto 2012

Nossos parceiros

Financiamento Coletivo e Criação Colaborativa

O projeto “Zarpante” nasceu de um encontro em Paris entre o brasileiro, Henrique Moretzsohn de Andrade e a portuguesa Anne-Charlotte Louis.

Quando dois lusófonos – um amante das artes e uma analista financeira – se encontram em terras estrangeiras, constatam que entre eles e seus países existem vários pontos em comum. Com a língua portuguesa como nosso maior laço e a cultura artística e histórica como tema de diálogo, tivemos a ideia original do Zarpante.

Os lusófonos estão espalhados pelo mundo representados em múltiplos países nos diferentes continentes. A pergunta é a seguinte: como possibilitar que os artistas desses vários países enriqueçam o patrimônio cultural lusófono através de um intercâmbio e de uma interatividade maior?

Aproveitar os novos meios de comunicação e as novas tecnologias para ir além das barreiras geográficas. Criar assim uma plataforma de financiamento coletivo e criação colaborativa dedicada aos profissionais ligados a área cultural ou artística.

O financiamento coletivo (crowdfunding) é o ato de arrecadar dinheiro para a realização de projetos através da agregação de múltiplas fontes de financiamento: pessoas, empresas, ONGs, etc… em troca de recompensas. A criação colaborativa (crowdsourcing) é um modelo de produção que utiliza a inteligência, a criatividade e os conhecimentos coletivos de voluntários espalhados pela Internet para a confecção de novos projetos. Dessa forma, através do Zarpante, apreciadores de arte poderão incentivar financeiramente projetos lusófonos espalhados pelo mundo e dialogar direitamente com seus artistas preferidos. Por outro lado, artistas que de outra forma nunca se teriam encontrado poderão compartilhar seus trabalhos e colaborar para diversificar a arte de nossos países e aperfeiçoar os diálogos.

Afinal de contas é através da união que a comunidade lusófona se pode tornar mais imponente do que cada nação em sua simples individualidade. Podemos ser de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe ou Timor Leste, mas, acima de tudo, somos a língua que falamos.

Zarpante é uma empresa domiciliada em Portugal. O site estará online desde o dia 1 de Setembro 2011. Enquanto isso, vocês podem seguir nos via twitter: @zarpantelda ou pelo blog: http://www.zarpante.wordpress.com

NUSUNE

digital

A t r o c i d a d e s , q u e incompreensivelmente continuam a fazer parte de algumas culturas e que deveriam ser erradicadas, não com atos evasivos ou violentos ou a i n d a c o n d e n a t i v o s , m a s reeducando alguns item's destas culturas, nomeadamente no respeito a ter pela mulher.

As tradições a meu ver são a forma de perpetuar, os erros dos nossos avós sem questionarmos o porquê dos mesmos. Na geração dos meus pais, algumas mulheres não tinham voto na matéria sendo por vezes agredidas sempre que algo não corria como o “chefe de família” queria, não foi há tanto tempo assim e ainda hoje muitos adolescentes pensam desta forma pelos exemplos que vêem e que lhe são transmitidos.

Quando tive a honra de ser convidado a ler estes textos antes de serem editados, deparei-me com a dificuldade que todos temos de encarar/enfrentar estas realidades, que de tão grosseiras, são incompreensíveis.

Nenhum destes temas que Ana Mascarenhas nos trás é de fácil leitura, muito menos compreensão, mas é um sério alerta para que não deixemos que continue a acontecer em qualquer parte do planeta escondida por uma falsa justificação religiosa ou tradicional, está na hora de todos os seres humanos se unirem a favor de uma erradicação deste tipo de comportamentos que em nada dignificam o ser humano.

As crenças são sem dúvida a alma de um povo e por conseguinte do ser humano, o que só por si pode ser elucidativo e pode de alguma forma explicar as atrocidades que ainda se cometem contra as mulheres, contudo não podem nem devem ser justificação para tais atos. A

na M

asca

renh

as esc

rito

ra

por:

Luís Fernando GraçaArtista Plásticoeditor/director administrativo da Revista AKN-Online

Page 19: Revista AKN Agosto 2012

Nossos parceiros

Financiamento Coletivo e Criação Colaborativa

O projeto “Zarpante” nasceu de um encontro em Paris entre o brasileiro, Henrique Moretzsohn de Andrade e a portuguesa Anne-Charlotte Louis.

Quando dois lusófonos – um amante das artes e uma analista financeira – se encontram em terras estrangeiras, constatam que entre eles e seus países existem vários pontos em comum. Com a língua portuguesa como nosso maior laço e a cultura artística e histórica como tema de diálogo, tivemos a ideia original do Zarpante.

Os lusófonos estão espalhados pelo mundo representados em múltiplos países nos diferentes continentes. A pergunta é a seguinte: como possibilitar que os artistas desses vários países enriqueçam o patrimônio cultural lusófono através de um intercâmbio e de uma interatividade maior?

Aproveitar os novos meios de comunicação e as novas tecnologias para ir além das barreiras geográficas. Criar assim uma plataforma de financiamento coletivo e criação colaborativa dedicada aos profissionais ligados a área cultural ou artística.

O financiamento coletivo (crowdfunding) é o ato de arrecadar dinheiro para a realização de projetos através da agregação de múltiplas fontes de financiamento: pessoas, empresas, ONGs, etc… em troca de recompensas. A criação colaborativa (crowdsourcing) é um modelo de produção que utiliza a inteligência, a criatividade e os conhecimentos coletivos de voluntários espalhados pela Internet para a confecção de novos projetos. Dessa forma, através do Zarpante, apreciadores de arte poderão incentivar financeiramente projetos lusófonos espalhados pelo mundo e dialogar direitamente com seus artistas preferidos. Por outro lado, artistas que de outra forma nunca se teriam encontrado poderão compartilhar seus trabalhos e colaborar para diversificar a arte de nossos países e aperfeiçoar os diálogos.

Afinal de contas é através da união que a comunidade lusófona se pode tornar mais imponente do que cada nação em sua simples individualidade. Podemos ser de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe ou Timor Leste, mas, acima de tudo, somos a língua que falamos.

Zarpante é uma empresa domiciliada em Portugal. O site estará online desde o dia 1 de Setembro 2011. Enquanto isso, vocês podem seguir nos via twitter: @zarpantelda ou pelo blog: http://www.zarpante.wordpress.com

NUSUNE

digital

A t r o c i d a d e s , q u e incompreensivelmente continuam a fazer parte de algumas culturas e que deveriam ser erradicadas, não com atos evasivos ou violentos ou a i n d a c o n d e n a t i v o s , m a s reeducando alguns item's destas culturas, nomeadamente no respeito a ter pela mulher.

As tradições a meu ver são a forma de perpetuar, os erros dos nossos avós sem questionarmos o porquê dos mesmos. Na geração dos meus pais, algumas mulheres não tinham voto na matéria sendo por vezes agredidas sempre que algo não corria como o “chefe de família” queria, não foi há tanto tempo assim e ainda hoje muitos adolescentes pensam desta forma pelos exemplos que vêem e que lhe são transmitidos.

Quando tive a honra de ser convidado a ler estes textos antes de serem editados, deparei-me com a dificuldade que todos temos de encarar/enfrentar estas realidades, que de tão grosseiras, são incompreensíveis.

Nenhum destes temas que Ana Mascarenhas nos trás é de fácil leitura, muito menos compreensão, mas é um sério alerta para que não deixemos que continue a acontecer em qualquer parte do planeta escondida por uma falsa justificação religiosa ou tradicional, está na hora de todos os seres humanos se unirem a favor de uma erradicação deste tipo de comportamentos que em nada dignificam o ser humano.

As crenças são sem dúvida a alma de um povo e por conseguinte do ser humano, o que só por si pode ser elucidativo e pode de alguma forma explicar as atrocidades que ainda se cometem contra as mulheres, contudo não podem nem devem ser justificação para tais atos. Ana

Mas

care

nhas e

scrito

ra

por:

Luís Fernando GraçaArtista Plásticoeditor/director administrativo da Revista AKN-Online

Page 20: Revista AKN Agosto 2012

As tradições a meu ver são a forma de perpetuar, os erros dos nossos avós sem questionarmos o porquê dos mesmos. Na geração dos meus pais, algumas mulheres não tinham voto na matéria sendo por vezes agredidas sempre que algo não corria como o “chefe de família” queria, não foi há tanto tempo ass im e a inda hoje mui tos adolescentes pensam desta forma pelos exemplos que vêem e que lhe são transmitidos.

Em 2010 o número de denúncias de violência doméstica contra as mulheres era de 31.235, sendo que em 2008 o número de mulheres mortas por violência doméstica era de 40 e em 2011 quase que duplicaram.

As atrocidades cometidas vão desde a s i m p l e s e x p u l s ã o d a f a m í l i a a o apedrejamento, queimadura com ácido, corte do clítoris, desfiguração do rosto, escravatura e assédio sexual, como se de um ser amorfo se tratasse, sem dor e sem sentimentos, como se não fosse um ser humano, como se o homem fosse dono e senhor da sua existência. Este livro trás à luz tudo o que de pior existe no nosso íntimo e nos afasta dos outros animais.

Somos os únicos animais que odeiam outros da mesma espécie e razões não faltam, odiamos seres humanos de outros lados do planeta, odiamos seres humanos de outras cores, odiamos seres humanos de outras religiões, odiamos seres humanos que não pensam como nós, como se nós fossemos a essência da sabedoria universal. Inventámos religiões e a guerras, conseguimos ser o melhor e o pior do planeta. Está na hora de nos unirmos para dizer “já chega”, “basta”, sejamos apenas… humanos.“Silêncio denunciado” é uma homenagem a todas as mulheres que padeceram e padecem perante a ignorância, o ódio e a insensibilidade.

APOIO:

NOITES COM A FOTOGRAFIA

Curso de fotografia e Photoshop

Informações e Inscrições:Jorge Alves : 919 706 590Regina Costa 918352948

TMN

Vodafone

[email protected]

42

ho

ras

s la

bo

ral

TécnicaTeoria

PráticaIniciação de fotografia de

retrato e estudio

Saiba quando é o próximo curso

NUSUNE

digital

artes plásticas

Mar

garid

a San

tos

Margarida Santos nasceu na freguesia de Canelas, Vila Nova de Gaia, no dia 27 de novembro de 1946.Na sua juventude estudou na Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis, transferindo-se, depois, para a Escola Superior de Belas Artes do Porto.Durante o curso de Escultura, que concluiu em 1968 com a classificação de 19 valores, foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e obteve o "Prémio Ventura Terra".

Após finalização da licenciatura, conciliou a produção artística com uma carreira no ensino, no decurso da qual frequentou e concluiu o curso de Ciências Pedagógicas na Universidade de Coimbra (1970).

Durante o estágio pedagógico, em 1972, apresentou a tese "A criatividade na Educação Artística", classificada com 18 valores e publicada mais tarde.

ENTREVISTA

Page 21: Revista AKN Agosto 2012

As tradições a meu ver são a forma de perpetuar, os erros dos nossos avós sem questionarmos o porquê dos mesmos. Na geração dos meus pais, algumas mulheres não tinham voto na matéria sendo por vezes agredidas sempre que algo não corria como o “chefe de família” queria, não foi há tanto tempo ass im e a inda hoje mui tos adolescentes pensam desta forma pelos exemplos que vêem e que lhe são transmitidos.

Em 2010 o número de denúncias de violência doméstica contra as mulheres era de 31.235, sendo que em 2008 o número de mulheres mortas por violência doméstica era de 40 e em 2011 quase que duplicaram.

As atrocidades cometidas vão desde a s i m p l e s e x p u l s ã o d a f a m í l i a a o apedrejamento, queimadura com ácido, corte do clítoris, desfiguração do rosto, escravatura e assédio sexual, como se de um ser amorfo se tratasse, sem dor e sem sentimentos, como se não fosse um ser humano, como se o homem fosse dono e senhor da sua existência. Este livro trás à luz tudo o que de pior existe no nosso íntimo e nos afasta dos outros animais.

Somos os únicos animais que odeiam outros da mesma espécie e razões não faltam, odiamos seres humanos de outros lados do planeta, odiamos seres humanos de outras cores, odiamos seres humanos de outras religiões, odiamos seres humanos que não pensam como nós, como se nós fossemos a essência da sabedoria universal. Inventámos religiões e a guerras, conseguimos ser o melhor e o pior do planeta. Está na hora de nos unirmos para dizer “já chega”, “basta”, sejamos apenas… humanos.“Silêncio denunciado” é uma homenagem a todas as mulheres que padeceram e padecem perante a ignorância, o ódio e a insensibilidade.

APOIO:

NOITES COM A FOTOGRAFIA

Curso de fotografia e Photoshop

Informações e Inscrições:Jorge Alves : 919 706 590Regina Costa 918352948

TMN

Vodafone

[email protected]

42

ho

ras

s la

bo

ral

TécnicaTeoria

PráticaIniciação de fotografia de

retrato e estudio

Saiba quando é o próximo curso

NUSUNE

digital

artes plásticasM

arga

rida S

anto

s

Margarida Santos nasceu na freguesia de Canelas, Vila Nova de Gaia, no dia 27 de novembro de 1946.Na sua juventude estudou na Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis, transferindo-se, depois, para a Escola Superior de Belas Artes do Porto.Durante o curso de Escultura, que concluiu em 1968 com a classificação de 19 valores, foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e obteve o "Prémio Ventura Terra".

Após finalização da licenciatura, conciliou a produção artística com uma carreira no ensino, no decurso da qual frequentou e concluiu o curso de Ciências Pedagógicas na Universidade de Coimbra (1970).

Durante o estágio pedagógico, em 1972, apresentou a tese "A criatividade na Educação Artística", classificada com 18 valores e publicada mais tarde.

ENTREVISTA

Page 22: Revista AKN Agosto 2012

Dirigiu cursos de orientação de professores – foi orientadora Pedagógica da Direção Geral do Ensino Básico e orientadora da equipa Pedagógica de Educação Visual da Telescola – e foi r e s p o n s á v e l p o r f i l m e s pedagógicos e didáticos e por diaporamas.

Entre 1972 e 1974 recebeu um subsídio da Fundação Calouste Gulbenkian para desenvolver o tema "Mulher-Fertilidade", tema este que veio a tornar-se recorrente no seu repertório, e, a part ir de 1973, começou, individualmente, a expor obras de pintura, desenho e escultura, quer em Portugal, quer no estrangeiro.

Obras suas integram coleções particulares e de instituições privadas e públicas, tendo sido merecedoras de vários prémios e distinções, como o prémio de Desenho do Governo Espanhol, o "Prémio Especial do Júri", em Puy-en-Velay, em França e a Medalha de Mérito Cultural e Científico, classe de ouro, da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia (2002).

De entre as suas esculturas de figuração moderna, por norma rea l i zadas em b ronze e repartidas por bustos, retratos, relevos, troféus, múltiplos e medalhas, podem realçar-se o "Busto do Dr. Aristides de Sousa Mendes" (Bordéus, França), descerrado por Mário Soares em 1994, o "Monumento ao Pedreiro", em Canelas, a escultura para o jardim junto à Biblioteca Municipal de Vila Nova

de Gaia, sete medalhas de mérito da Câmara Municipal de Gaia, o "Monumento ao Dador de Sangue" e o Monumento de S. António Maria Claret, inaugurado nas comemorações do centenário do Colégio Internato dos Carvalhos (2007), ambos em Vila Nova de Gaia. Margarida Santos esculpiu uma estátua de Aristides de Sousa Mendes (2008), destinada a Santarém, o Troféu de Homenagem ao Futebol Clube do Porto, os monumentos dedicados ao "Dr. David Alves" e ao "Major Mota", na Póvoa de Varzim, o Monumento ao Jovem em Formação, no Colégio Internato dos Carvalhos, e "Serenidade", uma escultura feminina

exposta na III Mostra de Escultura ao Ar Livre na Amadora.Margarida Santos tem exibido a sua arte em centenas de mostras coletivas. Entre outras atividades, colabora com a imprensa (escrita e falada), escreve textos para catálogos de exposições e dedica-se à produção de obra gráfica e à ilustração de poesia.É sócia-fundadora da "Cooperativa Cultural Artistas de Gaia", da Associação Nacional dos Artistas Plásticos Portugueses e, ainda, membro da Sociedade Nacional de Belas Artes, de Lisboa, e da Cooperativa de Atividades Artísticas Árvore, no Porto. Vive em Vilar de Andorinho e trabalha em Canelas, onde tem o seu atelier.

NUSUNE

digital

Page 23: Revista AKN Agosto 2012

Dirigiu cursos de orientação de professores – foi orientadora Pedagógica da Direção Geral do Ensino Básico e orientadora da equipa Pedagógica de Educação Visual da Telescola – e foi r e s p o n s á v e l p o r f i l m e s pedagógicos e didáticos e por diaporamas.

Entre 1972 e 1974 recebeu um subsídio da Fundação Calouste Gulbenkian para desenvolver o tema "Mulher-Fertilidade", tema este que veio a tornar-se recorrente no seu repertório, e, a part ir de 1973, começou, individualmente, a expor obras de pintura, desenho e escultura, quer em Portugal, quer no estrangeiro.

Obras suas integram coleções particulares e de instituições privadas e públicas, tendo sido merecedoras de vários prémios e distinções, como o prémio de Desenho do Governo Espanhol, o "Prémio Especial do Júri", em Puy-en-Velay, em França e a Medalha de Mérito Cultural e Científico, classe de ouro, da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia (2002).

De entre as suas esculturas de figuração moderna, por norma rea l i zadas em b ronze e repartidas por bustos, retratos, relevos, troféus, múltiplos e medalhas, podem realçar-se o "Busto do Dr. Aristides de Sousa Mendes" (Bordéus, França), descerrado por Mário Soares em 1994, o "Monumento ao Pedreiro", em Canelas, a escultura para o jardim junto à Biblioteca Municipal de Vila Nova

de Gaia, sete medalhas de mérito da Câmara Municipal de Gaia, o "Monumento ao Dador de Sangue" e o Monumento de S. António Maria Claret, inaugurado nas comemorações do centenário do Colégio Internato dos Carvalhos (2007), ambos em Vila Nova de Gaia. Margarida Santos esculpiu uma estátua de Aristides de Sousa Mendes (2008), destinada a Santarém, o Troféu de Homenagem ao Futebol Clube do Porto, os monumentos dedicados ao "Dr. David Alves" e ao "Major Mota", na Póvoa de Varzim, o Monumento ao Jovem em Formação, no Colégio Internato dos Carvalhos, e "Serenidade", uma escultura feminina

exposta na III Mostra de Escultura ao Ar Livre na Amadora.Margarida Santos tem exibido a sua arte em centenas de mostras coletivas. Entre outras atividades, colabora com a imprensa (escrita e falada), escreve textos para catálogos de exposições e dedica-se à produção de obra gráfica e à ilustração de poesia.É sócia-fundadora da "Cooperativa Cultural Artistas de Gaia", da Associação Nacional dos Artistas Plásticos Portugueses e, ainda, membro da Sociedade Nacional de Belas Artes, de Lisboa, e da Cooperativa de Atividades Artísticas Árvore, no Porto. Vive em Vilar de Andorinho e trabalha em Canelas, onde tem o seu atelier.

NUSUNE

digital

Page 24: Revista AKN Agosto 2012

Fiz as academias todas, desde o curso de pintura decorativa e o curso de aptidão às Belas Artes na Soares dos Reis, onde aprendi as tecnologias da pintura, fiz inclusive o primeiro ano da Escola Superior de Belas Artes matriculada em pintura. Durante esse ano e (nos d o i s p o s t e r i o r e s ) tínhamos uma cadeira d e n o m i n a d a «Conjugação das três Artes» que juntava os alunos das turmas de pintura, escultura e a r q u i t e c t u r a d a Faculdade, aí aprendi outras matérias novas, aí surgiu a Escultura. No momento da escolha do curso a seguir, obrigatória no início do 2º ano, percebi que me tinha apaixonado pela luz. Foi essa descoberta da luz e n q u a n t o e l e m e n t o a r t í s t i c o d e deslumbramento, de como ela descobre o mais ínfimo detalhe numa o b r a d e a r t e t r i d i m e n s i o n a l , v a l o r i z a n d o - a o u anulando-a, que me ditou o percurso. Rapidamente esqueci o meu sonho de infância «quero ser art ista», que só se cumpriria, através da pintura, pensava eu até então.

Como nasce esta aptidão para a escultura, tendo trabalhos igualmente fabulosos em pintura?

NUSUNE

digital

Depois, suponho que por carácter gosto de enfrentar d e s a f i o s e d e s u p e r a r d i f i c u l d a d e s , e n e s s e s particulares o exercício activo da escultura supera de longe o da pintura. Só um pormenor para exemplificar: para a pintura um compartimento num andar de habitação pode ser o atelier do pintor com cavaletes, telas, tintas, para a escultura tal seria imposs íve l , são prec isos espaços planos à cota do chão, amplos, com luz directa e equipamentos complexos. Comigo e escultura impôs-se-me e eu aceitei-lhe as duras regras. Cons idero a minha obra escultórica com uma importância bem superior à pictórica, talvez porque na escultura tenha investido sempre mais de mim. Pinto sim e muito, tal como desenho e escrevo, porém a escu l tu ra tem s ido ma is

Page 25: Revista AKN Agosto 2012

Fiz as academias todas, desde o curso de pintura decorativa e o curso de aptidão às Belas Artes na Soares dos Reis, onde aprendi as tecnologias da pintura, fiz inclusive o primeiro ano da Escola Superior de Belas Artes matriculada em pintura. Durante esse ano e (nos d o i s p o s t e r i o r e s ) tínhamos uma cadeira d e n o m i n a d a «Conjugação das três Artes» que juntava os alunos das turmas de pintura, escultura e a r q u i t e c t u r a d a Faculdade, aí aprendi outras matérias novas, aí surgiu a Escultura. No momento da escolha do curso a seguir, obrigatória no início do 2º ano, percebi que me tinha apaixonado pela luz. Foi essa descoberta da luz e n q u a n t o e l e m e n t o a r t í s t i c o d e deslumbramento, de como ela descobre o mais ínfimo detalhe numa o b r a d e a r t e t r i d i m e n s i o n a l , v a l o r i z a n d o - a o u anulando-a, que me ditou o percurso. Rapidamente esqueci o meu sonho de infância «quero ser art ista», que só se cumpriria, através da pintura, pensava eu até então.

Como nasce esta aptidão para a escultura, tendo trabalhos igualmente fabulosos em pintura?

NUSUNE

digital

Depois, suponho que por carácter gosto de enfrentar d e s a f i o s e d e s u p e r a r d i f i c u l d a d e s , e n e s s e s particulares o exercício activo da escultura supera de longe o da pintura. Só um pormenor para exemplificar: para a pintura um compartimento num andar de habitação pode ser o atelier do pintor com cavaletes, telas, tintas, para a escultura tal seria imposs íve l , são prec isos espaços planos à cota do chão, amplos, com luz directa e equipamentos complexos. Comigo e escultura impôs-se-me e eu aceitei-lhe as duras regras. Cons idero a minha obra escultórica com uma importância bem superior à pictórica, talvez porque na escultura tenha investido sempre mais de mim. Pinto sim e muito, tal como desenho e escrevo, porém a escu l tu ra tem s ido ma is

Page 26: Revista AKN Agosto 2012

C o m o c o n s e g u e f a z e r e s c u l t u r a p u b l i c a d e encomenda ao longo dos anos, tendo um estilo próprio indiscutível?

As esculturas de encomenda, da chamada Arte Pública ou outras, têm sustentado em termos económico-financeiros os gastos altos a que ficam sujeitas as minhas obras de autor (tenho que pagar às equipas do gesso e do bronze as obras que crio em barro). De outro modo eu jamais me teria afirmado como autora com um estilo que não conhece escola anterior (obviamente que sofri influências, viajei muito, conheci muito, absorvi bases que me permitiram o exercício sem r e d e d a m i n h a p r ó p r i a criatividade). Nessas obras eu trabalho com total liberdade, mergulhando no fundo das m i n h a s e m o ç õ e s e transportando-as para a matéria que elegi, o bronze. Nas encomendas procuro aliar traços da minha obra (humanismo, leveza, força) com aquilo que me é solicitado. Quem me pede um busto sabe que eu o vou trabalhar até lhe incutir a personalidade intrínseca do retratado (jamais faria um «mono»). Faço muito trabalho de casa, de pesquisa, até de estudo psicológico. Nos monumentos sigo rigorosamente o mesmo plano de conduta estética. Gosto de fazer retrato histórico, há um certo pendor clássico nessas obras públicas.

NUSUNE

digital

Ou então opto pela simbologia, que t a m b é m é u m a f o r m a d e procedimento habitual no meu trabalho, não raramente simultânea. Costumo respeitar o público alvo da fruição dos espaços públicos. Se é o povo a pagar, o povo deve ser instruído a ver os objectos artísticos e a entender o que vê e frui, essa a minha postura.

Page 27: Revista AKN Agosto 2012

C o m o c o n s e g u e f a z e r e s c u l t u r a p u b l i c a d e encomenda ao longo dos anos, tendo um estilo próprio indiscutível?

As esculturas de encomenda, da chamada Arte Pública ou outras, têm sustentado em termos económico-financeiros os gastos altos a que ficam sujeitas as minhas obras de autor (tenho que pagar às equipas do gesso e do bronze as obras que crio em barro). De outro modo eu jamais me teria afirmado como autora com um estilo que não conhece escola anterior (obviamente que sofri influências, viajei muito, conheci muito, absorvi bases que me permitiram o exercício sem r e d e d a m i n h a p r ó p r i a criatividade). Nessas obras eu trabalho com total liberdade, mergulhando no fundo das m i n h a s e m o ç õ e s e transportando-as para a matéria que elegi, o bronze. Nas encomendas procuro aliar traços da minha obra (humanismo, leveza, força) com aquilo que me é solicitado. Quem me pede um busto sabe que eu o vou trabalhar até lhe incutir a personalidade intrínseca do retratado (jamais faria um «mono»). Faço muito trabalho de casa, de pesquisa, até de estudo psicológico. Nos monumentos sigo rigorosamente o mesmo plano de conduta estética. Gosto de fazer retrato histórico, há um certo pendor clássico nessas obras públicas.

NUSUNE

digital

Ou então opto pela simbologia, que t a m b é m é u m a f o r m a d e procedimento habitual no meu trabalho, não raramente simultânea. Costumo respeitar o público alvo da fruição dos espaços públicos. Se é o povo a pagar, o povo deve ser instruído a ver os objectos artísticos e a entender o que vê e frui, essa a minha postura.

Page 28: Revista AKN Agosto 2012

Porque não faz escultura de autor para a praça pública?

Seria uma boa pergunta a pôr àqueles que detêm o poder das decisões, aos que não me propõem isso ou quando propõem aproveitam os modelos para os colocar, b e n e f i c i a r d e s s a m a i s v a l i a e depois...desistem de fazer os bronzes alegando razões de preço, nunca de qualidade (ex: a obra de grandes dimensões que fiz propositadamente e esteve exposta todo o Verão aquando da abertura do Cais de Gaia). Tenho duas peças de autor, apenas, em espaços públicos abertos e no entanto cansei-me de fazer propostas e vê-las rejeitadas. Os polí t icos, os administradores, os empresários portugueses raramente (salvo raras excepções, que felizmente conheço) sabem o que é a escultura de autor, mas sempre alegam que é muito cara. Quando querem investir ou embelezar um espaço Informam-se através do partido, do banco, da seguradora, da galeria, dos média, do compadre,... que por sua vez tem as suas redes de influência bem montadas. Ora eu, tendo sido sempre rigorosamente independente desse tipo de colagem manipuladora da sociedade, tenho sido excluída dessas redes de poder. É pena, porém continuo a insistir, a remar contra esta maré medíocre reinante. Creio que a História da Arte vingará aqueles que, como eu, artistas livres fieis ao seu talento, não se colam nem se vergam e vão deixar uma obra que os envergonhará por não terem reconhecido devidamente, como aliás tinham a obrigação de fazer. Num país civilizado isto não aconteceria, penso. O que me vale são os coleccionadores, os peritos, os amantes da escultura, os que me compram as obras mais pequenas, para interior ou para jardins particulares. A esses curvo-me porque são sensíveis.

NUSUNE

digital

Page 29: Revista AKN Agosto 2012

Porque não faz escultura de autor para a praça pública?

Seria uma boa pergunta a pôr àqueles que detêm o poder das decisões, aos que não me propõem isso ou quando propõem aproveitam os modelos para os colocar, b e n e f i c i a r d e s s a m a i s v a l i a e depois...desistem de fazer os bronzes alegando razões de preço, nunca de qualidade (ex: a obra de grandes dimensões que fiz propositadamente e esteve exposta todo o Verão aquando da abertura do Cais de Gaia). Tenho duas peças de autor, apenas, em espaços públicos abertos e no entanto cansei-me de fazer propostas e vê-las rejeitadas. Os polí t icos, os administradores, os empresários portugueses raramente (salvo raras excepções, que felizmente conheço) sabem o que é a escultura de autor, mas sempre alegam que é muito cara. Quando querem investir ou embelezar um espaço Informam-se através do partido, do banco, da seguradora, da galeria, dos média, do compadre,... que por sua vez tem as suas redes de influência bem montadas. Ora eu, tendo sido sempre rigorosamente independente desse tipo de colagem manipuladora da sociedade, tenho sido excluída dessas redes de poder. É pena, porém continuo a insistir, a remar contra esta maré medíocre reinante. Creio que a História da Arte vingará aqueles que, como eu, artistas livres fieis ao seu talento, não se colam nem se vergam e vão deixar uma obra que os envergonhará por não terem reconhecido devidamente, como aliás tinham a obrigação de fazer. Num país civilizado isto não aconteceria, penso. O que me vale são os coleccionadores, os peritos, os amantes da escultura, os que me compram as obras mais pequenas, para interior ou para jardins particulares. A esses curvo-me porque são sensíveis.

NUSUNE

digital

Page 30: Revista AKN Agosto 2012

NUSUNE

digital

Nas suas obras, os homens e as mulheres não têm braços, mas conseguem demonstrar com o corpo, os abraços e as carícias, como foi chegar a este “efeito visionista” de fazer sentir uma coisa que não vemos?

Quando defendi tese com uma obra composta por duas figuras, homem/mulher, de três metros e tal em 1968, o júri composto por um leque de ilustres professores catedráticos artistas fizeram-me exactamente essa pergunta. Hoje respondo como então, que foi mais ou menos assim...«os braços são extensões do corpo, de certo modo representam o sentido da posse, «és meu, és minha», ora eu não quero expressar o objecto do amor mas o amor e a completude do ser-se pessoa a inter-agir com o outro, quero expressar o humano, mas de uma humanidade que não seja pertença física do outro, mas doação ao outro». As obras não têm braços, são o resultado dum sofrimento de incompletude, mas os corpos não se vêem decepados, os braços parecem incorporados no movimento, dão a sensação de andarem por dentro dos corpos, também eles moventes, deve ser isto a que chama efeito visionista. Eu parto para a obra com o único projecto que tenho em mente, algo que me marcou em algo que vi e sobre o qual meditei, numa dança, na rua, numa peça de teatro, num banco de jardim, no metro à hora de ponta, numa leitura, .. Nunca faço desenhos prévios, a fonte está dentro de mim, se quero que flutuem, que voem, se abracem, se fundam um no outro ou se enrolem em vertigem, eu vou trabalhar no barro até capturar essa imagem que a mente guardou...Pretendo produzir nos outros um conhecimento mais profundo de si mesmos e costuma resultar. Agora se me pergunta como é que uma tecnologia tão complexa e antiga (vem da idade do bronze!) como aquela que utilizo, no produto final em bronze se mantém intacta, isso já é um mistério, até para mim.

Page 31: Revista AKN Agosto 2012

NUSUNE

digital

Nas suas obras, os homens e as mulheres não têm braços, mas conseguem demonstrar com o corpo, os abraços e as carícias, como foi chegar a este “efeito visionista” de fazer sentir uma coisa que não vemos?

Quando defendi tese com uma obra composta por duas figuras, homem/mulher, de três metros e tal em 1968, o júri composto por um leque de ilustres professores catedráticos artistas fizeram-me exactamente essa pergunta. Hoje respondo como então, que foi mais ou menos assim...«os braços são extensões do corpo, de certo modo representam o sentido da posse, «és meu, és minha», ora eu não quero expressar o objecto do amor mas o amor e a completude do ser-se pessoa a inter-agir com o outro, quero expressar o humano, mas de uma humanidade que não seja pertença física do outro, mas doação ao outro». As obras não têm braços, são o resultado dum sofrimento de incompletude, mas os corpos não se vêem decepados, os braços parecem incorporados no movimento, dão a sensação de andarem por dentro dos corpos, também eles moventes, deve ser isto a que chama efeito visionista. Eu parto para a obra com o único projecto que tenho em mente, algo que me marcou em algo que vi e sobre o qual meditei, numa dança, na rua, numa peça de teatro, num banco de jardim, no metro à hora de ponta, numa leitura, .. Nunca faço desenhos prévios, a fonte está dentro de mim, se quero que flutuem, que voem, se abracem, se fundam um no outro ou se enrolem em vertigem, eu vou trabalhar no barro até capturar essa imagem que a mente guardou...Pretendo produzir nos outros um conhecimento mais profundo de si mesmos e costuma resultar. Agora se me pergunta como é que uma tecnologia tão complexa e antiga (vem da idade do bronze!) como aquela que utilizo, no produto final em bronze se mantém intacta, isso já é um mistério, até para mim.

Page 32: Revista AKN Agosto 2012

Qual o trabalho que mais a marcou?

Marcou?! Um trabalho é um facto. A tese de final de curso, que deitaram abaixo (desfizeram o barro) para não me darem tempo para a passar a gesso (por causa do eventual recurso da nota na pauta, pois a ma io r par te dos ju rados a classificaram com vinte valores e atribuíram-lhe dezanove), a cuja linguagem pessoal estética me mantenho fiel. Esse foi um dos motivos pelos quais não aceitei ser professora assistente nas Belas Artes, talvez esse começo de carreira tenha determinado o meu futuro artístico de rebeldia e demarcação.

Estudou numa altura em que a arte e a cultura tinham um papel preponderante na nossa vida, como compara esses com estes tempos?

Não tenho a certeza disso, a cultura nunca ocupou um lugar preponderante, nem nesse tempo nem agora. A minha geração lutou muito com os velhos costumes enraizados e não foi fácil impor uma certa vanguarda que alguns colegas meus adoptaram. Fomos sempre muito dependentes do que se fazia fora do país, pois se pressupunha que o que era de fora era melhor. Para singrar na arte, nesse tempo como agora ou se têm bons «padrinhos» ou se vai para Paris Londres, ou outra cidade de referência. Conhecemos muitos casos desses. Somos um país de mentalidade tacanha e de génios, que no seu tempo foram ou ignorados ou esmagados pelos medíocres. Eu não me queixo, optei por um caminho vertical, não horizontal, e até tenho sido recompensada por isso, mas da minha obra nem 1/10 é conhecido. Hoje como ontem somos um povo que não investiu na educação pela e para a arte, tão pouco na cultura como património comum de todos e isso por via do mau desempenho dos agentes político-culturais, que acham que os votos vêm dos fogos de artifício e dos festivais populares, dando pouca importância às artes.

NUSUNE

digital

Como é trabalhar o bronze?

O trabalho do bronze é executado pelas fundições de bronze artístico, que têm técnicos especializados em moldagem na a r e i a , f u n d i d o r e s , s e r r a l h e i r o s , cinzeladores, patinadores. A esses compete transcrever pela técnica de bronze fundido os modelos criados pelo escultor, e a este compete saber todo o processo de fundição e acompanhar na fundição a obra desde o início até ao fim (o que na maior parte dos casos sei que não acontece). Só assim se pode garantir que o trabalho final corresponda à obra original de gesso que é fornecido à fundição pelo escultor. Muitos artistas trabalham a par com os técnicos e dão-lhes instruções, quando assim é o trabalho fica bom.

Como se sente ao passear ao lado das suas obras ou entrar numa igreja e observar o seu trabalho?

Penso como alguém que vem de fora e observo como se estivesse a visitar um parente próximo. A escultora que sou olha com sentido crítico (se fosse agora fazia assim, fazia assado...) Tenho uma relação de afectividade profunda enquanto estou em processo de gestação e de execução, depois da colocação no espaço a obra é de todos, minha também, claro. Mas gosto de ser camaleão e ouvir opiniões de quem não sabe que o autor sou eu. Costumo ser entendida e bem aceite, é bom saber fazer o que aos outros parece impossível de ser feito.

Page 33: Revista AKN Agosto 2012

Qual o trabalho que mais a marcou?

Marcou?! Um trabalho é um facto. A tese de final de curso, que deitaram abaixo (desfizeram o barro) para não me darem tempo para a passar a gesso (por causa do eventual recurso da nota na pauta, pois a ma io r par te dos ju rados a classificaram com vinte valores e atribuíram-lhe dezanove), a cuja linguagem pessoal estética me mantenho fiel. Esse foi um dos motivos pelos quais não aceitei ser professora assistente nas Belas Artes, talvez esse começo de carreira tenha determinado o meu futuro artístico de rebeldia e demarcação.

Estudou numa altura em que a arte e a cultura tinham um papel preponderante na nossa vida, como compara esses com estes tempos?

Não tenho a certeza disso, a cultura nunca ocupou um lugar preponderante, nem nesse tempo nem agora. A minha geração lutou muito com os velhos costumes enraizados e não foi fácil impor uma certa vanguarda que alguns colegas meus adoptaram. Fomos sempre muito dependentes do que se fazia fora do país, pois se pressupunha que o que era de fora era melhor. Para singrar na arte, nesse tempo como agora ou se têm bons «padrinhos» ou se vai para Paris Londres, ou outra cidade de referência. Conhecemos muitos casos desses. Somos um país de mentalidade tacanha e de génios, que no seu tempo foram ou ignorados ou esmagados pelos medíocres. Eu não me queixo, optei por um caminho vertical, não horizontal, e até tenho sido recompensada por isso, mas da minha obra nem 1/10 é conhecido. Hoje como ontem somos um povo que não investiu na educação pela e para a arte, tão pouco na cultura como património comum de todos e isso por via do mau desempenho dos agentes político-culturais, que acham que os votos vêm dos fogos de artifício e dos festivais populares, dando pouca importância às artes.

NUSUNE

digital

Como é trabalhar o bronze?

O trabalho do bronze é executado pelas fundições de bronze artístico, que têm técnicos especializados em moldagem na a r e i a , f u n d i d o r e s , s e r r a l h e i r o s , cinzeladores, patinadores. A esses compete transcrever pela técnica de bronze fundido os modelos criados pelo escultor, e a este compete saber todo o processo de fundição e acompanhar na fundição a obra desde o início até ao fim (o que na maior parte dos casos sei que não acontece). Só assim se pode garantir que o trabalho final corresponda à obra original de gesso que é fornecido à fundição pelo escultor. Muitos artistas trabalham a par com os técnicos e dão-lhes instruções, quando assim é o trabalho fica bom.

Como se sente ao passear ao lado das suas obras ou entrar numa igreja e observar o seu trabalho?

Penso como alguém que vem de fora e observo como se estivesse a visitar um parente próximo. A escultora que sou olha com sentido crítico (se fosse agora fazia assim, fazia assado...) Tenho uma relação de afectividade profunda enquanto estou em processo de gestação e de execução, depois da colocação no espaço a obra é de todos, minha também, claro. Mas gosto de ser camaleão e ouvir opiniões de quem não sabe que o autor sou eu. Costumo ser entendida e bem aceite, é bom saber fazer o que aos outros parece impossível de ser feito.

Page 34: Revista AKN Agosto 2012

A sua obra comunica connosco, e consigo, o que lhe diz?

Diz-me que estou lá inteira, que tenho muitas facetas sendo apenas uma, que criei uma fronteira que interliga a expressão clássica e a expressão contemporânea, que fala dum humanismo universal. Comunica movimento, leveza, força, sofr imento, amor, uma enormíssima capacidade de perseverança, empenho, crença e sobretudo determinação. Dá-me a esperança de que um dia alguém há-de ver que no meio de tanta «arte menor» havia um criativo inteiro nos objectos deixados.

Uma pergunta que eu não fiz e que gostasse de responder?

Nunca mais daqui saíamos. Eu questiono sempre tudo, a transformação é contínua. Gosto de conversar sobre arte, de comunicar com os outros...

Que gostaria de dizer a quem se está a aventurar agora na Arte?

Diz bem, aventurar...Perguntava-lhe logo se tem capacidade para aguentar o sofrimento que fazer arte em Portugal traz. Dizia-lhe que sendo pessoa honesta a arte não lhe dá o ganha pão garantido e que é difícil viver exclusivamente da arte por muito bom que se seja. Sem modéstia falsa pedia-lhe que estudasse o percurso dos grandes artistas, começando por Camões ou Pessoa nas letras ou Van Gogh nas artes. «Quem vai ao mar avia-se em terra», dir-lhe-ia com toda a minha experiência pessoal acumulada. Mas acrescentaria que é um erro desistir dos nossos sonhos e que precisamos de ter asas (meios) para os concretizar. Ah, dizia-lhe também que é preciso ter capacidade para ignorar todos quantos fazem tudo o que está ao seu alcance para nos impedir de avançar e de crescer!

PS: A direção da revista AKN-Online recebeu algumas criticas de inúmeras jornais, livros e revistas, sobre a obra de Margarida Santos, pedimos desculpa por não as mencionar neste especial carreira mas a verdade é que precisaríamos de seis revistas para as publicar. As nossas desculpas.

NUSUNE

digital

Page 35: Revista AKN Agosto 2012

A sua obra comunica connosco, e consigo, o que lhe diz?

Diz-me que estou lá inteira, que tenho muitas facetas sendo apenas uma, que criei uma fronteira que interliga a expressão clássica e a expressão contemporânea, que fala dum humanismo universal. Comunica movimento, leveza, força, sofr imento, amor, uma enormíssima capacidade de perseverança, empenho, crença e sobretudo determinação. Dá-me a esperança de que um dia alguém há-de ver que no meio de tanta «arte menor» havia um criativo inteiro nos objectos deixados.

Uma pergunta que eu não fiz e que gostasse de responder?

Nunca mais daqui saíamos. Eu questiono sempre tudo, a transformação é contínua. Gosto de conversar sobre arte, de comunicar com os outros...

Que gostaria de dizer a quem se está a aventurar agora na Arte?

Diz bem, aventurar...Perguntava-lhe logo se tem capacidade para aguentar o sofrimento que fazer arte em Portugal traz. Dizia-lhe que sendo pessoa honesta a arte não lhe dá o ganha pão garantido e que é difícil viver exclusivamente da arte por muito bom que se seja. Sem modéstia falsa pedia-lhe que estudasse o percurso dos grandes artistas, começando por Camões ou Pessoa nas letras ou Van Gogh nas artes. «Quem vai ao mar avia-se em terra», dir-lhe-ia com toda a minha experiência pessoal acumulada. Mas acrescentaria que é um erro desistir dos nossos sonhos e que precisamos de ter asas (meios) para os concretizar. Ah, dizia-lhe também que é preciso ter capacidade para ignorar todos quantos fazem tudo o que está ao seu alcance para nos impedir de avançar e de crescer!

PS: A direção da revista AKN-Online recebeu algumas criticas de inúmeras jornais, livros e revistas, sobre a obra de Margarida Santos, pedimos desculpa por não as mencionar neste especial carreira mas a verdade é que precisaríamos de seis revistas para as publicar. As nossas desculpas.

NUSUNE

digital

Page 36: Revista AKN Agosto 2012

Fernando Girãoa alma da caneta...

“A nossa forma de amar”

Depois de uma noite de amor onde o prazer e a dor tiveram um justo lugar, olho para ti e adormeço pensando que nada é comparável ao fogo da nossa paixão, á nossa forma de amar. A ternura, a malicia, o carinho e o tesão misturaram-se no mesmo momento. Eu aos deuses agradeço quererem que seja teu. Dou-me a ti sem fachadas, sem véus, sem disfarces, dou-te exactamente aquilo que sou. O jogo do amor que jogo contigo é aberto, sem truques, sem mentiras. Eu jogo limpo, pois é assim que quero, pois tanto de ti eu espero que não quero defraudar-te. Tu para mim és a arte, és bondade, és firmeza, só tu me dás a certeza que eu não vejo mais ninguém. É verdade, ninguém antes de ti conseguiu que eu mudasse…Eu conjugava o verbo amar de uma maneira errada, pensava e perguntava se o meu esforço valeria a pena... Agora, eu passo as madrugadas, inventando-te poemas.

Fernando Girão

NUSUNE

digital

“ o teu nome eu vou levar “

o teu nome eu vou levarmarcado na minha carnepersonagem permanente

das histórias que eu invento

de quase tudo que eu pensodo livro da minha vida

na coragem e no medono mais intimo segredo

o teu nome eu vou levar

o teu nome eu vou levargravado na minha almano brilho branco da lua

nos momentos de euforiana minha cama vazia

no filme que eu realizono argumento que eu preciso

o teu nome eu vou levar

como musa inspiradorada atitude sonhadora

que transmite todo o artistaque faz da dor a conquista

que os outros chamam derrotapois no fundo o que importa

é chegar à conclusãoque viver sem emoçãoé como uma noite friacomo comida sem sale é tão fácil ser banal

mesmo sendo diferente

Fernando Girão

Clube Privado

Por baixo do teu vestidovive o meu raciocíniotento adivinhar a côrda tua roupa interiore penetrar nos teus domínios

dona és do meu prazerda entrega da paixãomandas tu no meu querermando eu no teu tesão

e vou descobrindo em tios mêdos que eu próprio tenhoas fantasias e os sonhosque queremos encontrar

o sexo é tão importantecomo é a amizadee eu tenho sempre saudadeda noite de ontem à noite

eu vou longe, eu viajo eu saio daqui prá fora eu quero levar-te comigo para um lugar discreto uma casa no meio do mato um jardim, um cão quieto em nome da devoção tudo nos é permitido por baixo do teu vestidoexiste um mundo secretoe outros por inventar

existe um clube privadoonde só eu posso entrar...

Fernando Girão

em nome da devoçãotudo nos é permitidopor baixo do teu vestidoexiste um mundo secretoe outros por inventarexiste um clube privadoonde só eu posso entrar

Page 37: Revista AKN Agosto 2012

Fernando Girãoa alma da caneta...

“A nossa forma de amar”

Depois de uma noite de amor onde o prazer e a dor tiveram um justo lugar, olho para ti e adormeço pensando que nada é comparável ao fogo da nossa paixão, á nossa forma de amar. A ternura, a malicia, o carinho e o tesão misturaram-se no mesmo momento. Eu aos deuses agradeço quererem que seja teu. Dou-me a ti sem fachadas, sem véus, sem disfarces, dou-te exactamente aquilo que sou. O jogo do amor que jogo contigo é aberto, sem truques, sem mentiras. Eu jogo limpo, pois é assim que quero, pois tanto de ti eu espero que não quero defraudar-te. Tu para mim és a arte, és bondade, és firmeza, só tu me dás a certeza que eu não vejo mais ninguém. É verdade, ninguém antes de ti conseguiu que eu mudasse…Eu conjugava o verbo amar de uma maneira errada, pensava e perguntava se o meu esforço valeria a pena... Agora, eu passo as madrugadas, inventando-te poemas.

Fernando Girão

NUSUNE

digital

“ o teu nome eu vou levar “

o teu nome eu vou levarmarcado na minha carnepersonagem permanente

das histórias que eu invento

de quase tudo que eu pensodo livro da minha vida

na coragem e no medono mais intimo segredo

o teu nome eu vou levar

o teu nome eu vou levargravado na minha almano brilho branco da lua

nos momentos de euforiana minha cama vazia

no filme que eu realizono argumento que eu preciso

o teu nome eu vou levar

como musa inspiradorada atitude sonhadora

que transmite todo o artistaque faz da dor a conquista

que os outros chamam derrotapois no fundo o que importa

é chegar à conclusãoque viver sem emoçãoé como uma noite friacomo comida sem sale é tão fácil ser banal

mesmo sendo diferente

Fernando Girão

Clube Privado

Por baixo do teu vestidovive o meu raciocíniotento adivinhar a côrda tua roupa interiore penetrar nos teus domínios

dona és do meu prazerda entrega da paixãomandas tu no meu querermando eu no teu tesão

e vou descobrindo em tios mêdos que eu próprio tenhoas fantasias e os sonhosque queremos encontrar

o sexo é tão importantecomo é a amizadee eu tenho sempre saudadeda noite de ontem à noite

eu vou longe, eu viajo eu saio daqui prá fora eu quero levar-te comigo para um lugar discreto uma casa no meio do mato um jardim, um cão quieto em nome da devoção tudo nos é permitido por baixo do teu vestidoexiste um mundo secretoe outros por inventar

existe um clube privadoonde só eu posso entrar...

Fernando Girão

em nome da devoçãotudo nos é permitidopor baixo do teu vestidoexiste um mundo secretoe outros por inventarexiste um clube privadoonde só eu posso entrar

Page 38: Revista AKN Agosto 2012

35

NUSUNE

digital

Abi

lio M

arco

s artes plásticas

Natural de Maceira - Sintra. Desde muito cedo que descobriu ter aquele “jeito” para o desenho. Mas foi em França que os país o incentivaram a desenhar e pintar profissionalmente. De regresso a Portugal continuou os seus estudos. Em 1991 um amigo pintor conseguiu-lhe a sua primeira exposição; ficou agendada para inicio do ano seguinte. Entre 2001 e 2003 viajou para os Estados Unidos da América, onde fez diversas exposições.

Sobre a sua obra, diz Armando Taborda ( Escritor, poeta )

Abílio Marcos, pintor. Os críticos oficiosos têm dele dito coisas muito bonitas, eruditas e po r vezes con t rad i tó r i as : que é impressionista, abstracto lógico, pós-expressionista geométrico, utilizador de metodologia naturalista, sei lá que mais! Bem, se é esse o papel do crítico estou completamente fora da especialidade porquanto, sendo consumidor e apreciador de arte, tento interpretá-la e julgá-la através das sensações e emoções que a sua observação provoca. Quero dizer que o melhor critério para catalogar o artista se aproxima do dilema gostar, ou não gostar. Evidentemente, o conhecimento da história da arte e das influências visíveis numa determinada obra são importantes referências para avaliar da sua técnica e originalidade.

É altura de afirmar sem mais delongas que a pintura do Abílio é uma pintura de que se gosta…muito! Por variadíssimas razões. Primeiro, o ser humano na sua simplicidade e humildade perante a grandeza da obra criada. Segundo, o trabalhador da pedra com mãos rigorosas e ferramentas precisas que talham as formas convenientes, e são a sua escola de vida e de belas-artes. Terceiro, o viajante de outras geografias, EUA e França, onde os grandes espaços e mentalidades abertas lhe forjaram uma inspiração atípica do país onde nasceu. Abílio Marcos é o pintor das grandes estruturas urbanas, industriais, metafísicas e poéticas, estas últimas exclusivamente abstractas, assim mesmo, sem nada que as justifique ou a que devam comparar-se para se tornarem compreensíveis. Belíssimos gritos no mistério da vida!

Page 39: Revista AKN Agosto 2012

35

NUSUNE

digital

Abi

lio M

arco

s artes plásticas

Natural de Maceira - Sintra. Desde muito cedo que descobriu ter aquele “jeito” para o desenho. Mas foi em França que os país o incentivaram a desenhar e pintar profissionalmente. De regresso a Portugal continuou os seus estudos. Em 1991 um amigo pintor conseguiu-lhe a sua primeira exposição; ficou agendada para inicio do ano seguinte. Entre 2001 e 2003 viajou para os Estados Unidos da América, onde fez diversas exposições.

Sobre a sua obra, diz Armando Taborda ( Escritor, poeta )

Abílio Marcos, pintor. Os críticos oficiosos têm dele dito coisas muito bonitas, eruditas e po r vezes con t rad i tó r i as : que é impressionista, abstracto lógico, pós-expressionista geométrico, utilizador de metodologia naturalista, sei lá que mais! Bem, se é esse o papel do crítico estou completamente fora da especialidade porquanto, sendo consumidor e apreciador de arte, tento interpretá-la e julgá-la através das sensações e emoções que a sua observação provoca. Quero dizer que o melhor critério para catalogar o artista se aproxima do dilema gostar, ou não gostar. Evidentemente, o conhecimento da história da arte e das influências visíveis numa determinada obra são importantes referências para avaliar da sua técnica e originalidade.

É altura de afirmar sem mais delongas que a pintura do Abílio é uma pintura de que se gosta…muito! Por variadíssimas razões. Primeiro, o ser humano na sua simplicidade e humildade perante a grandeza da obra criada. Segundo, o trabalhador da pedra com mãos rigorosas e ferramentas precisas que talham as formas convenientes, e são a sua escola de vida e de belas-artes. Terceiro, o viajante de outras geografias, EUA e França, onde os grandes espaços e mentalidades abertas lhe forjaram uma inspiração atípica do país onde nasceu. Abílio Marcos é o pintor das grandes estruturas urbanas, industriais, metafísicas e poéticas, estas últimas exclusivamente abstractas, assim mesmo, sem nada que as justifique ou a que devam comparar-se para se tornarem compreensíveis. Belíssimos gritos no mistério da vida!

Page 40: Revista AKN Agosto 2012

NUSUNE

digital

As estruturas são sempre projectadas na vertical, ou na horizontal. No primeiro caso vemos as imagens com o olhar tridimensional divagando no visível. No segundo caso vemos os mapas e radiografias de imagens irreconhecíveis pela distância a que se vêem. Não é que o Abílio Marcos se deixe fascinar pelo a b s u r d o a b s t r a c t o d a c r i a ç ã o inconsciente, ou subconsciente. Nitidamente, ele prefere as grandes estruturas do conforto ocidental. Os ar ranha-céus, as redes v iár ias sobrepostas, os efeitos de luz, o branco ou negro em fundo frequente como se a obra fosse gerada do nada, ou da noite.

Page 41: Revista AKN Agosto 2012

NUSUNE

digital

As estruturas são sempre projectadas na vertical, ou na horizontal. No primeiro caso vemos as imagens com o olhar tridimensional divagando no visível. No segundo caso vemos os mapas e radiografias de imagens irreconhecíveis pela distância a que se vêem. Não é que o Abílio Marcos se deixe fascinar pelo a b s u r d o a b s t r a c t o d a c r i a ç ã o inconsciente, ou subconsciente. Nitidamente, ele prefere as grandes estruturas do conforto ocidental. Os ar ranha-céus, as redes v iár ias sobrepostas, os efeitos de luz, o branco ou negro em fundo frequente como se a obra fosse gerada do nada, ou da noite.

Page 42: Revista AKN Agosto 2012

NUSUNE

digital

Jorge AlvesFotografo

Surpreende ainda na obra do Abílio a paleta da cor. Utiliza o espectro luminoso em toda a sua amplitude e tonalidades, do neutro inefável ao forte provocador com um denominador comum de harmonia e mestria. Atrevo-me a dizer que o Abílio Marcos, detentor de excelente técnica, aliás apoiada por uma invulgar inspiração de longo curso que vai do quase naturalismo ao pleno simbolismo abstracto e poético, corre muito bem o risco de vir a ser considerado um dos maiores pintores portugueses da actualidade.

COMO FOTOGRAFAR

A Técnica

O JPEG

Durante var iad íss imos anos fotografei com a minha máquina digital profissional em jpeg. Saliento a “minha máquina digital profissional” porque, verdadeiramente quem fotografa em jpeg não pode levar a fotografia muito a sério. No entanto julga que leva. Como eu julgava…Verdadeiramente fotografar em jpeg é fotografar sem tirar o potencial em cor em informação é “amachucar” uma imagem, é “deitar fora” informação que vai ser essencial para a controlar e torna-la de qualidade. É ter dificuldade em mais tarde de fazer ajustes de cor, densidade e balanço de brancos sem estar a degradar a imagem. Nitidamente o que fizer numa imagem jpeg, em termos de ajustes, é rompê-la irremediavelmente.

O Jpeg é uma extensão muito popular que houve necessidade de ser inventado para comprimir a imagem, e mesmo assim, não comprometer muito a qualidade da mesma. “Jpeg” quer dizer “Joint Photographic Expert Group” e foi um comité formado em 1986 entre o “International Standard Comittee e o ITU Telecommunication Standardization Sector. O Jpeg durante os anos noventa teve mais aperfeiçoamentos de forma a comprimir mais mantendo o mínimo de perda de qualidade.Na verdade o jpeg é um formato de armazenamento que é usado para comprimir uma imagem e obviamente é usada para tornar ligeiro o peso da imagem ao mandarmos por mail ou ocuparmos muito pouco espaço no armazenamento. Mas fotografar em jpeg é fotografar sem os dados de imagem fundamentais para fazermos um boa fotografia.

Page 43: Revista AKN Agosto 2012

NUSUNE

digital

Jorge AlvesFotografo

Surpreende ainda na obra do Abílio a paleta da cor. Utiliza o espectro luminoso em toda a sua amplitude e tonalidades, do neutro inefável ao forte provocador com um denominador comum de harmonia e mestria. Atrevo-me a dizer que o Abílio Marcos, detentor de excelente técnica, aliás apoiada por uma invulgar inspiração de longo curso que vai do quase naturalismo ao pleno simbolismo abstracto e poético, corre muito bem o risco de vir a ser considerado um dos maiores pintores portugueses da actualidade.

COMO FOTOGRAFAR

A Técnica

O JPEG

Durante var iad íss imos anos fotografei com a minha máquina digital profissional em jpeg. Saliento a “minha máquina digital profissional” porque, verdadeiramente quem fotografa em jpeg não pode levar a fotografia muito a sério. No entanto julga que leva. Como eu julgava…Verdadeiramente fotografar em jpeg é fotografar sem tirar o potencial em cor em informação é “amachucar” uma imagem, é “deitar fora” informação que vai ser essencial para a controlar e torna-la de qualidade. É ter dificuldade em mais tarde de fazer ajustes de cor, densidade e balanço de brancos sem estar a degradar a imagem. Nitidamente o que fizer numa imagem jpeg, em termos de ajustes, é rompê-la irremediavelmente.

O Jpeg é uma extensão muito popular que houve necessidade de ser inventado para comprimir a imagem, e mesmo assim, não comprometer muito a qualidade da mesma. “Jpeg” quer dizer “Joint Photographic Expert Group” e foi um comité formado em 1986 entre o “International Standard Comittee e o ITU Telecommunication Standardization Sector. O Jpeg durante os anos noventa teve mais aperfeiçoamentos de forma a comprimir mais mantendo o mínimo de perda de qualidade.Na verdade o jpeg é um formato de armazenamento que é usado para comprimir uma imagem e obviamente é usada para tornar ligeiro o peso da imagem ao mandarmos por mail ou ocuparmos muito pouco espaço no armazenamento. Mas fotografar em jpeg é fotografar sem os dados de imagem fundamentais para fazermos um boa fotografia.

Page 44: Revista AKN Agosto 2012

Gostavas de ter um E-bookcom a apresentação

do teu trabalho plástico?

[email protected]

NUSUNE

digital

A p ro fund idade da co r, as densidades e a informação digital não está lá toda porque o jpeg tem logo os seguintes defeitos à partida:- Perda de qualidade cada vez que guarda uma imagem- Por isso todos e ajustes que fizermos em densidades, cor, temperatura de cor a degradam- Não se consegue corr ig i r convenientemente todas as cores porque de fato elas não estão lá. Pois quando se fotografou houve cores que foram pura e simplesmente “esquecidas”Mas não se deve usar o Jpeg?Sim., deve-se usar. Mas, única e simplesmente, com formato de armazenamento.A minha dica: Fotografo e faço os ajustes em RAW, depois armazeno uma em Jpeg e outra em Tiff. A Jpeg é para enviar por correio ou para usar na web. O Tiff é um armazenamento de segurança que posso fazer “saves” e enviar para o laboratório ou para as gráficas sem degradar.

Imagem 1Se fotografou em jpeg (imagem à esquerda) não consegue corrigir a fotografia da forma que essa mesma imagem está à direita.A solução está no uso do formato RAW que irei falar da próxima vez.Para fazer este artigo também consultei: “Snowbound Software” Beijos e abraçosJorge Alves

Fotógrafo e Formadorwww.jorgealves.nethttp://jorgealvesfotografia.blogspot.com/http://www.facebook.com/jorge alves fotógrafo

use e abuse da ,

não provocaoverdose!!

CULTURA

Rogério do Carmouma vida ao serviço da Cultura...

ABERTURA

Cortina de espeço negrumeSobre minha fria lucidezRede atirada ao meu cardumeBisturi rasgando minha embriaguez.Amor paixão feitos lumeCorpo febrilAguardando a sua vez!

Submissão lasciva poros dilatadosBraços estendidos porta sempre abertaÍntimos anseios nunca resgatadosIlha virginal nunca descobertaPoemas nunca escritos círculos fechados!

Perdido no alto mar açoitado pelo ventoNáufrago do meu próprio serTudo calei sem um ai um suspiro um lamentoNeste meu discreto recolherPrisioneiro do meu impenetrável silêncioDei à luz um aborto no excrementoO filho que tanto quisera terA trazer no meu deserto oásico alento!

De todos os meus efémeros amoresNão me ficou uma carícia uma noite de luarUma árvore um cheiro a maresiaUm longínquo eco de fragoresUm pouco da minha carne para vos deixarDeixo-vos pois a minha poesia!

Rogério do CarmoVillejuif, 18/3/1987

A VIAGEM

Meu comboio chegouAo ponto de partida.

Entrei na sala de esperaEm busca da Primavera

Não encontrei a saída!

A morte anda lá foraEla não chegou agora

Há muito que me namoraMe espreita embevecida!

Esperou-me à chegadaSeguiu-me pela estrada

Ao lngo de uma vida!

Acompanhou-me na viagemParte daquela bagagemAtrás nunca esquecida!

Paciente no esperarNa certeza do embarcar

Comigo na partida!

Lenço branco latenteAguardando tranquilamente

A hora da despedida!

Rogério do CarmoParis, 18/6/1989

Page 45: Revista AKN Agosto 2012

Gostavas de ter um E-bookcom a apresentação

do teu trabalho plástico?

[email protected]

NUSUNE

digital

A p ro fund idade da co r, as densidades e a informação digital não está lá toda porque o jpeg tem logo os seguintes defeitos à partida:- Perda de qualidade cada vez que guarda uma imagem- Por isso todos e ajustes que fizermos em densidades, cor, temperatura de cor a degradam- Não se consegue corr ig i r convenientemente todas as cores porque de fato elas não estão lá. Pois quando se fotografou houve cores que foram pura e simplesmente “esquecidas”Mas não se deve usar o Jpeg?Sim., deve-se usar. Mas, única e simplesmente, com formato de armazenamento.A minha dica: Fotografo e faço os ajustes em RAW, depois armazeno uma em Jpeg e outra em Tiff. A Jpeg é para enviar por correio ou para usar na web. O Tiff é um armazenamento de segurança que posso fazer “saves” e enviar para o laboratório ou para as gráficas sem degradar.

Imagem 1Se fotografou em jpeg (imagem à esquerda) não consegue corrigir a fotografia da forma que essa mesma imagem está à direita.A solução está no uso do formato RAW que irei falar da próxima vez.Para fazer este artigo também consultei: “Snowbound Software” Beijos e abraçosJorge Alves

Fotógrafo e Formadorwww.jorgealves.nethttp://jorgealvesfotografia.blogspot.com/http://www.facebook.com/jorge alves fotógrafo

use e abuse da ,

não provocaoverdose!!

CULTURA

Rogério do Carmouma vida ao serviço da Cultura...

ABERTURA

Cortina de espeço negrumeSobre minha fria lucidezRede atirada ao meu cardumeBisturi rasgando minha embriaguez.Amor paixão feitos lumeCorpo febrilAguardando a sua vez!

Submissão lasciva poros dilatadosBraços estendidos porta sempre abertaÍntimos anseios nunca resgatadosIlha virginal nunca descobertaPoemas nunca escritos círculos fechados!

Perdido no alto mar açoitado pelo ventoNáufrago do meu próprio serTudo calei sem um ai um suspiro um lamentoNeste meu discreto recolherPrisioneiro do meu impenetrável silêncioDei à luz um aborto no excrementoO filho que tanto quisera terA trazer no meu deserto oásico alento!

De todos os meus efémeros amoresNão me ficou uma carícia uma noite de luarUma árvore um cheiro a maresiaUm longínquo eco de fragoresUm pouco da minha carne para vos deixarDeixo-vos pois a minha poesia!

Rogério do CarmoVillejuif, 18/3/1987

A VIAGEM

Meu comboio chegouAo ponto de partida.

Entrei na sala de esperaEm busca da Primavera

Não encontrei a saída!

A morte anda lá foraEla não chegou agora

Há muito que me namoraMe espreita embevecida!

Esperou-me à chegadaSeguiu-me pela estrada

Ao lngo de uma vida!

Acompanhou-me na viagemParte daquela bagagemAtrás nunca esquecida!

Paciente no esperarNa certeza do embarcar

Comigo na partida!

Lenço branco latenteAguardando tranquilamente

A hora da despedida!

Rogério do CarmoParis, 18/6/1989

Page 46: Revista AKN Agosto 2012

NUSUNE

digital

Crónicas de raiva e de esperança!

Ogayr Dorfenanfilósofo

Basta pensar um pouco e vemos que tudo é feito com segundas intenções, que nada é feito no sentido de melhorar a vida das camadas trabalhadoras de todas as classes, só a dos políticos, banqueiros e ricos.

A fome já não é há muito tempo, uma ameaça. Hoje, uma grande camada da população passa fome mesmo, é a nossa realidade, não a dos senhores da vergonha institucionalizada, a do povo que tudo dá e nada recebe. Até quando vamos esperar para sairmos para a rua todos os dias, até quando vamos deixar que nos pisem sem respeito por tudo o que somos? Nós, o povo, é que somos Portugal, não são esses ladrões eleitos pela nossa boa fé. Se é por nossa culpa que estão onde estão, então chegou a hora de corrigirmos os erros da ingenuidade e da esperança que esses mentirosos nos fingiram dar em todas as campanhas eleitorais, sempre nos disseram que tudo iriam fazer e depois de eleitos, nunca cumpriram as suas promessas, esses mentirosos, ladrões, corruptos e chulos da própria Nação…

Se os pusemos no poleiro, vamos derruba-los custe o que custar, isso é que é democracia, isso é que é justiça, isso é que é correcto. Não falo de esquerdas ou direitas, não falo de partidarismos de nenhuma espécie, falo de igualdade para todos os Portugueses

Pelo povo trabalhador, até a vitória da verdade por mais impossivel que pareça: CHEGA

O amanhã nos espera com melhores dias se assim quisermos. Basta que sejamos Guerreiros

Ogayr Dorfenan

Banhamos as nossas almas em mares de mágoa, esquecidos dos tempos em que fomos felizes, em que sonhávamos com futuros de alegria, de esperança.

Agora, os terroristas não precisam usar armas, basta ditarem as suas leis nos parlamentos do fascismo disfarçado com as cores da democracia e nós os escravos da modernidade, cumprimos de cabeça baixa aquilo que não queremos cumprir... A VITÓRIA SÓ SERÁ CONSEGUIDA SE TIVERMOS CORAGEM PARA LUTAR CONTRA A COBARDIA DOS SENHORES DA MALDADE QUE TUDO FAZEM COM A INTENÇÃO DE ESCRAVIZAR CADA VEZ MAIS O POVO. Por mais que custe, terão que ser tomadas medidas eficazes, senão, jamais sairemos desta vida de não viver... Viva o povo que trabalha e só recebe sofrimento, abaixo os políticos corruptos e ladrões que não se importam de não cumprir os seus compromissos SAGRADOS: Darem a todos uma vida honrada e com dignidade. ABAIXO A MALDADE INSTITUÍDA.

Quando as emoções e a criatividade excedem a racionalidade

Ela falhou, mesmo na segunda vez. Mas Sylvia Plath foi bem sucedida. Meteu a cabeça no forno e morreu intoxicada pelo gás. Anne Sexton também conseguiu, trancando-se na sua garagem com o motor do carro ligado. Não consigo imaginar qualquer dos cenários. O fim de Virgina Wolf é mais fácil de conceber, talvez por ser uma morte algo romântica que não estaria fora de lugar num filme de Hollywood.

Encheu os bolsos de pedras e, lentamente, deixou-se afogar num rio. (Pânico. Terror. Os pulmões inundam-se de água. O bater frenético do coração torna-se mais lento. E mais lento. E mais lento. E inexistente. Paz.) Muito mais apropriado a uma senhora do que a morte por bala, “á la” Hemingway, que se suicidou com a sua espingarda favorita.

Mário de Sá Carneiro, Camilo Castelo Branco, Charlotte Perkins Gilman, Florbela Espanca, Antero de Quental, engrossam a lista. Hunter S. Thompson morreu em 2005 com um tiro auto-infligido na cabeça, deixando apenas as seguintes palavras rabiscadas num pedaço de papel: “Chega de jogos. Chega de bombas.

Chega de caminhar. Chega de diversão. Chega de nadar. Sessenta e sete. São dezassete anos além dos cinquenta. Dezassete a mais do que eu precisava ou desejava. Chato. Sou sempre desbocado.

Sem diversão — para ninguém. Sessenta e sete. Estás a tornar-te ganancioso. Age a tua velha idade. Relaxa — isto não vai doer“.Acho que as palavras finais de uma pessoa são extremamente reveladoras sobre si e a sua vida. Aldous Huxley escreveu no prefácio do seu livro, Admirável Mundo Novo, que devemos julgar todas as coisas como as vemos no nosso leito de morte e não posso deixar de concordar que é talvez o único momento em que é possível termos uma perspetiva pura da vida e da morte.

Porque é que tantos escritores se suicidam? Porque é que tantos artistas escolhem esse fim, é a questão inevitável. Talvez seja porque criar arte, para além de inspirador, é, também, de algum modo, angustiante e martirizante, pois obriga o artista a olhar para a vida sob uma lupa, demasiado de perto, descobrindo mais sobre o mundo, mais sobre nós próprios, do que deveríamos realmente saber.

Grande parte do que diferencia os menos talentosos dos mais talentosos é a capacidade que um escritor tem de suportar o peso de uma vida que não é a sua. Ver por olhos que não são seus, sentir emoções que não são suas, fazer coisas que nunca experimentou - ser outra pessoa e dar-lhe uma voz. É muito peso para um par de ombros.

Sónia Pessoa

A escrever é que a gente se entende...

Page 47: Revista AKN Agosto 2012

NUSUNE

digital

Crónicas de raiva e de esperança!

Ogayr Dorfenanfilósofo

Basta pensar um pouco e vemos que tudo é feito com segundas intenções, que nada é feito no sentido de melhorar a vida das camadas trabalhadoras de todas as classes, só a dos políticos, banqueiros e ricos.

A fome já não é há muito tempo, uma ameaça. Hoje, uma grande camada da população passa fome mesmo, é a nossa realidade, não a dos senhores da vergonha institucionalizada, a do povo que tudo dá e nada recebe. Até quando vamos esperar para sairmos para a rua todos os dias, até quando vamos deixar que nos pisem sem respeito por tudo o que somos? Nós, o povo, é que somos Portugal, não são esses ladrões eleitos pela nossa boa fé. Se é por nossa culpa que estão onde estão, então chegou a hora de corrigirmos os erros da ingenuidade e da esperança que esses mentirosos nos fingiram dar em todas as campanhas eleitorais, sempre nos disseram que tudo iriam fazer e depois de eleitos, nunca cumpriram as suas promessas, esses mentirosos, ladrões, corruptos e chulos da própria Nação…

Se os pusemos no poleiro, vamos derruba-los custe o que custar, isso é que é democracia, isso é que é justiça, isso é que é correcto. Não falo de esquerdas ou direitas, não falo de partidarismos de nenhuma espécie, falo de igualdade para todos os Portugueses

Pelo povo trabalhador, até a vitória da verdade por mais impossivel que pareça: CHEGA

O amanhã nos espera com melhores dias se assim quisermos. Basta que sejamos Guerreiros

Ogayr Dorfenan

Banhamos as nossas almas em mares de mágoa, esquecidos dos tempos em que fomos felizes, em que sonhávamos com futuros de alegria, de esperança.

Agora, os terroristas não precisam usar armas, basta ditarem as suas leis nos parlamentos do fascismo disfarçado com as cores da democracia e nós os escravos da modernidade, cumprimos de cabeça baixa aquilo que não queremos cumprir... A VITÓRIA SÓ SERÁ CONSEGUIDA SE TIVERMOS CORAGEM PARA LUTAR CONTRA A COBARDIA DOS SENHORES DA MALDADE QUE TUDO FAZEM COM A INTENÇÃO DE ESCRAVIZAR CADA VEZ MAIS O POVO. Por mais que custe, terão que ser tomadas medidas eficazes, senão, jamais sairemos desta vida de não viver... Viva o povo que trabalha e só recebe sofrimento, abaixo os políticos corruptos e ladrões que não se importam de não cumprir os seus compromissos SAGRADOS: Darem a todos uma vida honrada e com dignidade. ABAIXO A MALDADE INSTITUÍDA.

Quando as emoções e a criatividade excedem a racionalidade

Ela falhou, mesmo na segunda vez. Mas Sylvia Plath foi bem sucedida. Meteu a cabeça no forno e morreu intoxicada pelo gás. Anne Sexton também conseguiu, trancando-se na sua garagem com o motor do carro ligado. Não consigo imaginar qualquer dos cenários. O fim de Virgina Wolf é mais fácil de conceber, talvez por ser uma morte algo romântica que não estaria fora de lugar num filme de Hollywood.

Encheu os bolsos de pedras e, lentamente, deixou-se afogar num rio. (Pânico. Terror. Os pulmões inundam-se de água. O bater frenético do coração torna-se mais lento. E mais lento. E mais lento. E inexistente. Paz.) Muito mais apropriado a uma senhora do que a morte por bala, “á la” Hemingway, que se suicidou com a sua espingarda favorita.

Mário de Sá Carneiro, Camilo Castelo Branco, Charlotte Perkins Gilman, Florbela Espanca, Antero de Quental, engrossam a lista. Hunter S. Thompson morreu em 2005 com um tiro auto-infligido na cabeça, deixando apenas as seguintes palavras rabiscadas num pedaço de papel: “Chega de jogos. Chega de bombas.

Chega de caminhar. Chega de diversão. Chega de nadar. Sessenta e sete. São dezassete anos além dos cinquenta. Dezassete a mais do que eu precisava ou desejava. Chato. Sou sempre desbocado.

Sem diversão — para ninguém. Sessenta e sete. Estás a tornar-te ganancioso. Age a tua velha idade. Relaxa — isto não vai doer“.Acho que as palavras finais de uma pessoa são extremamente reveladoras sobre si e a sua vida. Aldous Huxley escreveu no prefácio do seu livro, Admirável Mundo Novo, que devemos julgar todas as coisas como as vemos no nosso leito de morte e não posso deixar de concordar que é talvez o único momento em que é possível termos uma perspetiva pura da vida e da morte.

Porque é que tantos escritores se suicidam? Porque é que tantos artistas escolhem esse fim, é a questão inevitável. Talvez seja porque criar arte, para além de inspirador, é, também, de algum modo, angustiante e martirizante, pois obriga o artista a olhar para a vida sob uma lupa, demasiado de perto, descobrindo mais sobre o mundo, mais sobre nós próprios, do que deveríamos realmente saber.

Grande parte do que diferencia os menos talentosos dos mais talentosos é a capacidade que um escritor tem de suportar o peso de uma vida que não é a sua. Ver por olhos que não são seus, sentir emoções que não são suas, fazer coisas que nunca experimentou - ser outra pessoa e dar-lhe uma voz. É muito peso para um par de ombros.

Sónia Pessoa

A escrever é que a gente se entende...

Page 48: Revista AKN Agosto 2012

NUSUNE

digitalE eu não diria que isto se aplica apenas a escritores, mas a indivíduos que operam a qualquer nível artístico, já que lhes é exigida a expressão de emoções extremas (sejam eles filósofos, músicos, poetas ou pintores), ao contrário de campos como a matemática, em que não existe qualquer emoção ou individualidade no resultado. Podemos pois concluir que a arte, mais do que como um elemento libertador, funciona, como um tornado de emoções que assoberbam de tal maneira o seu criador que o levasse a tais atos de desespero? Fica a pergunta... não tenho resposta.

(Nem eu teria escrito melhor. A Ana Rita escreveu e fez-se entender muito bem. Resolvi, neste número, dar-lhe espaço... dar espaço a uma novo talento. Sónia Pessoa)

Ana Rita Pessoa

publicidade

[email protected]

Ajude-nos a publicitar

osnossos

artistas!

Page 49: Revista AKN Agosto 2012

NUSUNE

digitalE eu não diria que isto se aplica apenas a escritores, mas a indivíduos que operam a qualquer nível artístico, já que lhes é exigida a expressão de emoções extremas (sejam eles filósofos, músicos, poetas ou pintores), ao contrário de campos como a matemática, em que não existe qualquer emoção ou individualidade no resultado. Podemos pois concluir que a arte, mais do que como um elemento libertador, funciona, como um tornado de emoções que assoberbam de tal maneira o seu criador que o levasse a tais atos de desespero? Fica a pergunta... não tenho resposta.

(Nem eu teria escrito melhor. A Ana Rita escreveu e fez-se entender muito bem. Resolvi, neste número, dar-lhe espaço... dar espaço a uma novo talento. Sónia Pessoa)

Ana Rita Pessoa

publicidade

[email protected]

Ajude-nos a publicitar

osnossos

artistas!

Page 50: Revista AKN Agosto 2012

NUSUNE

digital

“Arte Abstracta – preciso de desafios!...:)”

Malta é assim: Se há coisas que “mexem” comigo…, são desafios!Eu, para ser “incentivado” a fazer alguma coisa…, tenho de ser…: “empurrado”! Eheheheheheheh, é mesmo verdade!...:).Ok, é mesmo a sério!Hoje, vou falar-vos de um tema bem polémico e, nos dias que correm, bem ingrato, pois que é “contra-vento”…:).Todos, os que criticam, e os que não, sabem que, CULTURA anda nas ruas da amargura! Isso quer dizer que, muita coisa corre mal, porque não “entendemos” o que olhamos (em vez de “vemos”…:).Hoje, vou falar de ABSTRACTO.Já estou a ver (imaginar) malta que conheço e outros que não, a comentarem: Lá está ele a dizer que arte abstracta é boa…:). Pois é! (quer dizer, é isso que estão a comentar, pensar…:).É assim, quando queremos, por motivos profissionais, ou por gosto, uma coisa profissionalmente “perfeita”, aí, o abstracto não entra (embora possa entrar…:).Temos de procurar perceber que estamos MAIORITÁRIAMENTE INCULTOS em relação a muita coisa, uma delas, a ARTE!ARTE, como já referi há algum tempo, é criatividade, porra! Logo, abstracto, sendo algo que não existe em lado nenhum…, é isso mesmo!Ok, ok…, já sei que “atirar” tinta para aqui e acolá, ou “sujar” telas ou outra coisa qualquer…, não é coisa digna de se emoldurar.., eu sei disso!

Mesmo assim, pensem bem: Se a tinta for bem atirada, com jeito…, pode ser

uma criatividade de se lhe tirar o chapéu! Sou mesmo “provocador”…:).

Imaginem que, os que já são “famosos”, e vendem a preços de luxo, se

dependessem do nosso “reconhecimento”! Eheheheheheheheh,

faliam!É assim: O abstracto ou outra

criatividade qualquer, sendo original…, é ARTE, quer queiram, quer não! E nem

precisam de gostar…:).Afinal, abstracto, faz pensar (imaginar); faz “criar cenários” na nossa mente…;

não é nada fácil de fazer… Pelo menos, aquele abstracto a que a gente gosta de

“tirar o chapéu”…, não é?Para aqueles mais “puristas e

autênticos”, a arte perfeita, é uma das vertentes da própria arte. Depende

apenas de quem gosta de a praticar ou de a consumir.

Voltando à ARTE ABSTRACTA, ou SEMI-ABSTRACTA, aqui vai uma das

minhas últimas. Tem o título: “Generations”.

Como podem verificar, tem o título em Inglês. Não por eu querer armar em coisa nenhuma. É que, por cá, pelo

menos, abstracto…, tendo em conta o estado da cultura…, é para esquecer. Por isso, resolvi experimentar colocar

num Site internacional. É que, como em todas as actividades, também a ARTE

precisa de cativar quem goste!Por cá, (enquanto não conseguirmos

entender mais, porque passamos o tempo apenas a consumir o que nos

“dão”…:), é mesmo para esquecer!Paciência…:)

Ainda a propósito da minha obra: “Generations”, como sabem, tem a ver com GERAÇÔES. Gerações, não são só as que dizem respeito às familiares. Neste caso: Gerações tem a ver com todos os povos do Mundo. Gerações somos todos nós, nas variadíssimas vertentes de CULTURA; tradições; características físicas (não raciais, pois só existe uma raça: Humana). Nós, todos, “amarelos”; “vermelhos”; “escuros”; “pretos”; “brancos”…, somos essa GERAÇÃO. Seria muito bom que pensássemos muito bem nisso!… E, portem-se mal, pois que isso é muito criativo e libertário…:).Eheheheheheheheh. Sou tramado, não sou?

Gabriel Rito

“Abstracto”

Somos um abstracto vivoQue Deus optou por fazerChamamos-lhe figurativoPara melhor entender.

Gabriel Rito

artista plástico

Page 51: Revista AKN Agosto 2012

NUSUNE

digital

“Arte Abstracta – preciso de desafios!...:)”

Malta é assim: Se há coisas que “mexem” comigo…, são desafios!Eu, para ser “incentivado” a fazer alguma coisa…, tenho de ser…: “empurrado”! Eheheheheheheh, é mesmo verdade!...:).Ok, é mesmo a sério!Hoje, vou falar-vos de um tema bem polémico e, nos dias que correm, bem ingrato, pois que é “contra-vento”…:).Todos, os que criticam, e os que não, sabem que, CULTURA anda nas ruas da amargura! Isso quer dizer que, muita coisa corre mal, porque não “entendemos” o que olhamos (em vez de “vemos”…:).Hoje, vou falar de ABSTRACTO.Já estou a ver (imaginar) malta que conheço e outros que não, a comentarem: Lá está ele a dizer que arte abstracta é boa…:). Pois é! (quer dizer, é isso que estão a comentar, pensar…:).É assim, quando queremos, por motivos profissionais, ou por gosto, uma coisa profissionalmente “perfeita”, aí, o abstracto não entra (embora possa entrar…:).Temos de procurar perceber que estamos MAIORITÁRIAMENTE INCULTOS em relação a muita coisa, uma delas, a ARTE!ARTE, como já referi há algum tempo, é criatividade, porra! Logo, abstracto, sendo algo que não existe em lado nenhum…, é isso mesmo!Ok, ok…, já sei que “atirar” tinta para aqui e acolá, ou “sujar” telas ou outra coisa qualquer…, não é coisa digna de se emoldurar.., eu sei disso!

Mesmo assim, pensem bem: Se a tinta for bem atirada, com jeito…, pode ser

uma criatividade de se lhe tirar o chapéu! Sou mesmo “provocador”…:).

Imaginem que, os que já são “famosos”, e vendem a preços de luxo, se

dependessem do nosso “reconhecimento”! Eheheheheheheheh,

faliam!É assim: O abstracto ou outra

criatividade qualquer, sendo original…, é ARTE, quer queiram, quer não! E nem

precisam de gostar…:).Afinal, abstracto, faz pensar (imaginar); faz “criar cenários” na nossa mente…;

não é nada fácil de fazer… Pelo menos, aquele abstracto a que a gente gosta de

“tirar o chapéu”…, não é?Para aqueles mais “puristas e

autênticos”, a arte perfeita, é uma das vertentes da própria arte. Depende

apenas de quem gosta de a praticar ou de a consumir.

Voltando à ARTE ABSTRACTA, ou SEMI-ABSTRACTA, aqui vai uma das

minhas últimas. Tem o título: “Generations”.

Como podem verificar, tem o título em Inglês. Não por eu querer armar em coisa nenhuma. É que, por cá, pelo

menos, abstracto…, tendo em conta o estado da cultura…, é para esquecer. Por isso, resolvi experimentar colocar

num Site internacional. É que, como em todas as actividades, também a ARTE

precisa de cativar quem goste!Por cá, (enquanto não conseguirmos

entender mais, porque passamos o tempo apenas a consumir o que nos

“dão”…:), é mesmo para esquecer!Paciência…:)

Ainda a propósito da minha obra: “Generations”, como sabem, tem a ver com GERAÇÔES. Gerações, não são só as que dizem respeito às familiares. Neste caso: Gerações tem a ver com todos os povos do Mundo. Gerações somos todos nós, nas variadíssimas vertentes de CULTURA; tradições; características físicas (não raciais, pois só existe uma raça: Humana). Nós, todos, “amarelos”; “vermelhos”; “escuros”; “pretos”; “brancos”…, somos essa GERAÇÃO. Seria muito bom que pensássemos muito bem nisso!… E, portem-se mal, pois que isso é muito criativo e libertário…:).Eheheheheheheheh. Sou tramado, não sou?

Gabriel Rito

“Abstracto”

Somos um abstracto vivoQue Deus optou por fazerChamamos-lhe figurativoPara melhor entender.

Gabriel Rito

artista plástico

Page 52: Revista AKN Agosto 2012

Queres ver a publicidade

dos teus eventos e exposições

na nossa

Agenda Cultural VIP?

Torna-te

Leitor VIPAgen

da Cu

ltural

VIP

Informa-te em:

www.akn-online.blogspot.com/leitorvip

Luís Fernando Graça

Artista PlásticoFormador Certificado pelo IEFPMotivaçãoe Crescimento PessoalEditor da revista Akn-Online

Façamos diferente...

www.luisfernandograca.com

O teu sorriso.Recordo o teu sorriso, leve e simples. Nunca foste de grandes sorrisos, aliás, quando sorrias, era de felicidade e, quase sempre, acabavas por chorar.Mesmo assim, recordo o teu sorriso, o que me faz chorar, por me lembrar, ser tão sincero, honesto e por ter tantas saudades dele. O facto de sabê-lo na minha mente, deixa-me feliz, mas, logo me deixo vencer pela melancolia de sabê-lo perd ido no tempo. A té nos encontrarmo-nos novamente, vou recordando o teu sorriso.

Nunca foste de grandes lamúrias, e se sofreste, mas sempre achaste, ser da grande falta de sorte da vida. Tornaste-te vencedor de derrota em derrota, a luta deu-te a taça, mas esqueceu-se do prémio.Nos nove meses antecederam a tua partida e mesmo sozinho, viveste num mundo que não era o teu, imagino a confusão de grande saudade, mas sobretudo, da incompreensão do desabamento do teu mundo. De repente, o tempo não era o teu, já nada era teu, partiste em vida com a antecedência de 9 meses.

Diria mais, partiste sem resposta para o desabamento, nem a saudade te traiu, foi coisa que não tiveste tempo de sentir, eras barco sem leme, ao vento, mas ao sabor do destino a que te entregaste. A terra sem o teu mar, era o início do teu cabo das tormentas.

Recordo ainda, com alegria, o contares a “aventura” do meu aparecimento, mas logo perco o meu sorriso ao lembrar-me do teu e o facto de nunca mais o poder ver de olhos abertos.Tudo é eterno até morrer, e só o homem tem noção da morte, nenhum animal mais sofre a sua partida, antecipadamente. Só o homem tem noção, que tem prazo de validade.

Ao lembrar o teu sorriso, observo a tua cidade que te fez homem e te ensinou a vida. Cidade? Esta, já não é a mesma, que te viu nascer. A cidade do fado, dos “marialvas”, das noitadas e da borga, não, esta já não é a mesma cidade. A luz? essa ainda é a mesma, que me ensinaste a respeitar e que exulta poetas, pintores e escultores e outros como eu, que têm a mania que escrevem, e que nem sabem muito bem a quem escrevem, mas escrevem. Quantos quilómetros de escrita foi criada, por causa da luz da tua cidade?

Ao lembrar-me do teu sorriso, tenho pena de não saber qual o “marco” do correio onde deixar este apontamento da minha saudade e sentir-te a lê-lo, olhar para mim e sorrir com o teu sorriso.

Esse sorriso leva-me sempre derrompante à minha infância, quando só te via ao sábado, porque saías de madrugada e chegavas já com a noite tombada nos teus ombros, e eu, petiz, dormia porque no dia seguinte era a escola que me chamava, achando que só voltarias no próximo fim de semana.

Agora, cada vez que me sento com a minha Clau, e tento explicar as “coisas da vida”, tal como faziamos os dois, sinto-te a sorrir para mim, o que provoca mais saudades e a sensação de que, ainda hoje terias um “mundo” para me ensinar.Tenho saudades dos teu sorriso, mesmo vendo-o por todo lado ,e a toda a hora, mas saudades mesmo… tenho de te chamar ...Pai.

Sensual Audaz

Atrevida Romântica

Cheia de GLAMOUR first-class-radio.playtheradio.com

FIRST CLASSRADIO

Page 53: Revista AKN Agosto 2012

Queres ver a publicidade

dos teus eventos e exposições

na nossa

Agenda Cultural VIP?

Torna-te

Leitor VIPAgen

da Cu

ltural

VIP

Informa-te em:

www.akn-online.blogspot.com/leitorvip

Luís Fernando Graça

Artista PlásticoFormador Certificado pelo IEFPMotivaçãoe Crescimento PessoalEditor da revista Akn-Online

Façamos diferente...

www.luisfernandograca.com

O teu sorriso.Recordo o teu sorriso, leve e simples. Nunca foste de grandes sorrisos, aliás, quando sorrias, era de felicidade e, quase sempre, acabavas por chorar.Mesmo assim, recordo o teu sorriso, o que me faz chorar, por me lembrar, ser tão sincero, honesto e por ter tantas saudades dele. O facto de sabê-lo na minha mente, deixa-me feliz, mas, logo me deixo vencer pela melancolia de sabê-lo perd ido no tempo. A té nos encontrarmo-nos novamente, vou recordando o teu sorriso.

Nunca foste de grandes lamúrias, e se sofreste, mas sempre achaste, ser da grande falta de sorte da vida. Tornaste-te vencedor de derrota em derrota, a luta deu-te a taça, mas esqueceu-se do prémio.Nos nove meses antecederam a tua partida e mesmo sozinho, viveste num mundo que não era o teu, imagino a confusão de grande saudade, mas sobretudo, da incompreensão do desabamento do teu mundo. De repente, o tempo não era o teu, já nada era teu, partiste em vida com a antecedência de 9 meses.

Diria mais, partiste sem resposta para o desabamento, nem a saudade te traiu, foi coisa que não tiveste tempo de sentir, eras barco sem leme, ao vento, mas ao sabor do destino a que te entregaste. A terra sem o teu mar, era o início do teu cabo das tormentas.

Recordo ainda, com alegria, o contares a “aventura” do meu aparecimento, mas logo perco o meu sorriso ao lembrar-me do teu e o facto de nunca mais o poder ver de olhos abertos.Tudo é eterno até morrer, e só o homem tem noção da morte, nenhum animal mais sofre a sua partida, antecipadamente. Só o homem tem noção, que tem prazo de validade.

Ao lembrar o teu sorriso, observo a tua cidade que te fez homem e te ensinou a vida. Cidade? Esta, já não é a mesma, que te viu nascer. A cidade do fado, dos “marialvas”, das noitadas e da borga, não, esta já não é a mesma cidade. A luz? essa ainda é a mesma, que me ensinaste a respeitar e que exulta poetas, pintores e escultores e outros como eu, que têm a mania que escrevem, e que nem sabem muito bem a quem escrevem, mas escrevem. Quantos quilómetros de escrita foi criada, por causa da luz da tua cidade?

Ao lembrar-me do teu sorriso, tenho pena de não saber qual o “marco” do correio onde deixar este apontamento da minha saudade e sentir-te a lê-lo, olhar para mim e sorrir com o teu sorriso.

Esse sorriso leva-me sempre derrompante à minha infância, quando só te via ao sábado, porque saías de madrugada e chegavas já com a noite tombada nos teus ombros, e eu, petiz, dormia porque no dia seguinte era a escola que me chamava, achando que só voltarias no próximo fim de semana.

Agora, cada vez que me sento com a minha Clau, e tento explicar as “coisas da vida”, tal como faziamos os dois, sinto-te a sorrir para mim, o que provoca mais saudades e a sensação de que, ainda hoje terias um “mundo” para me ensinar.Tenho saudades dos teu sorriso, mesmo vendo-o por todo lado ,e a toda a hora, mas saudades mesmo… tenho de te chamar ...Pai.

Sensual Audaz

Atrevida Romântica

Cheia de GLAMOUR first-class-radio.playtheradio.com

FIRST CLASSRADIO

Page 54: Revista AKN Agosto 2012

2012 002 08