resenha crítica um estranho no ninho

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Resenha Crítica do Filme “Um Estranho no Ninho” Aluna: Vivian de Lemos Estrowispy – VI Fase Psicologia – Orientação Profissional O filme trata de um sujeito que finge ser doente mental para cumprir sua pena em um manicômio, em vez de ir para a penitenciária. Neste sanatório o protagonista depara-se com uma rotina mórbida, onde seus dirigentes e profissionais não preocupam-se com a saúde mental do internos, porém com a ordem institucional, mantendo, a qualquer preço, os pacientes estáticos e controlados. RandleMcMurphy quebra essa monotomia. Organiza motins e tenta saciar as expectativas dos seus colegas, enquanto tenta fugir daquele lugar. Como seu esforço é frustrado, o que ele consegue é arrumar confusão com os dirigentes que logo tratam de lobotomizá-lo, tirando de cena aquele que se desarmonizava com o ambiente. Esse filme trás várias reflexões. Pode-se olhar pelo paradigma do entendimento de liberdade do artista principal. O que ele esperava encontrar num hospício? Provavelmente algo muito melhor que uma prisão, mas esta não foi a realidade encontrada, tanto que este fingimento irresponsável acabou lhe custando a vida. De repente esta é a visão de muitos acerca da loucura – daqueles que não tem contato com um doente mental, não possuem nenhum caso na família ou são ignorantes acerca deste tema. Talvez pensem que ser louco é ser livre, afinal, o louco pode fazer tudo o que quer, não possui super-ego. Não é controlado por regras sociais, não tem limites no seu aparelho

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Page 1: Resenha Crítica Um Estranho no Ninho

Resenha Crítica do Filme “Um Estranho no Ninho”

Aluna: Vivian de Lemos Estrowispy – VI Fase Psicologia – Orientação Profissional

O filme trata de um sujeito que finge ser doente mental para cumprir sua pena

em um manicômio, em vez de ir para a penitenciária. Neste sanatório o protagonista

depara-se com uma rotina mórbida, onde seus dirigentes e profissionais não

preocupam-se com a saúde mental do internos, porém com a ordem institucional,

mantendo, a qualquer preço, os pacientes estáticos e controlados.

RandleMcMurphy quebra essa monotomia. Organiza motins e tenta saciar as

expectativas dos seus colegas, enquanto tenta fugir daquele lugar. Como seu

esforço é frustrado, o que ele consegue é arrumar confusão com os dirigentes que

logo tratam de lobotomizá-lo, tirando de cena aquele que se desarmonizava com o

ambiente.

Esse filme trás várias reflexões. Pode-se olhar pelo paradigma do

entendimento de liberdade do artista principal. O que ele esperava encontrar num

hospício? Provavelmente algo muito melhor que uma prisão, mas esta não foi a

realidade encontrada, tanto que este fingimento irresponsável acabou lhe custando a

vida. De repente esta é a visão de muitos acerca da loucura – daqueles que não tem

contato com um doente mental, não possuem nenhum caso na família ou são

ignorantes acerca deste tema. Talvez pensem que ser louco é ser livre, afinal, o

louco pode fazer tudo o que quer, não possui super-ego. Não é controlado por

regras sociais, não tem limites no seu aparelho cognitivo. Mas no filme viu-se uma

tônica diversa. Percebeu-se as barreiras enfrentadas por estes pacientes, a

degradação da condição humana, o preconceito, o tratamento recebido, que muitas

vezes parecia ser apropriado a animais.

Outro ângulo de análise pode chamar a atenção para o tratamento oferecido

pela clínica, através dos profissionais, principalmente pela enfermeira Ratched. O

que faz médicos e enfermeiros tratarem pacientes com tamanho desamor? Pode-se

explicar pelo ano de lançamento do filme – 1975, que retrata um livro escrito em

1962, e argumentar que “hoje em dia não funciona mais assim”. Porém sabe-se que,

na prática, o tratamento para com deficientes mentais, principalmente em estado

severo, tanto por familiares quanto por profissionais não pode ser julgado como um

reflexo de compaixão, cuidado e expectativa por uma evolução positiva. Por mais

que a teoria tenha avançado, seja no diagnóstico, seja no tratamento –

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principalmente medicamentoso – a práxis dá subsídio para espanto. Não pode-se

concluir, contudo, que seja fácil essa empreitada. Porém, a escolha por profissão

ligada a esse cuidado deve ser seguida de muita reflexão e estágio.

Outro prisma que pode ser estudado é o mantimento da ordem e da

harmonia. Por que é tão difícil mudar, arriscar, ser diferente? Platonicamente poder-

se-ia alterar o curso do filme, onde Randle estaria ensinando aqueles profissionais a

tratar seus colegas, talvez não clinicamente, mas humanamente. Talvez ele

estivesse mostrando que aquelas pessoas tivessem alma, desejos, passado e

futuro, e que seus cuidadores deveriam e poderiam lutar pelo progresso de seus

estados.

Em última forma, o filme desperta nos acadêmicos de Psicologia ebulições

nos sentimentos. Atuando como profissionais ou meramente como indivíduos

receptores e cooperadores na construção da sociedade e de tantas personalidades

ao seu redor, bem como na construção de si mesmo, é de relevância que se analise

as expetativas internas e externas para uma atuação profissional bem sucedida,

bem como para relações interpessoais dinâmicas e saudáveis.