resenha: a privataria tucana

26
http://geracaoeditorial.com.br/privatariatucanaa/ Privataria Tucana, A A privataria tucana Autor: Amaury Ribeiro Jr. Categoria: Reportagemdenúncia Formato: 16 x 23 cm Páginas: 344 Peso: ISBN: 9788561501983 Coleção História Agora Editora: Geração Sinopse: Preparese, leitor, porque este, infelizmente, não é um livro qualquer. A PRIVATARIA TUCANA nos traz, de maneira chocante e até decepcionante, a dura realidade dos bastidores da política e do empresariado brasileiro, em conluio para roubar dinheiro público. Faz uma denúncia vigorosa do que foi a chamada Era das Privatizações, instaurada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso e por seu então Ministro do Planejamento, José Serra. Nomes imprevistos, até agora blindados pela aura da honestidade, surgirão manchados pela imprevista descoberta de seus malfeitos. Amaury Ribeiro Jr. faz um trabalho investigativo que começa de maneira assustadora, quando leva um tiro ao fazer reportagem sobre o narcotráfico e assassinato de adolescentes, na periferia de Brasília. Depois do trauma sofrido, refugiase em Minas e começa a investigar uma rede de espionagem estimulada pelo

Upload: lendoaqui

Post on 06-Apr-2016

223 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

"A PRIVATARIA TUCANA nos traz, de maneira chocante e até decepcionante, a dura realidade dos bastidores da política e do empresariado brasileiro, em conluio para roubar dinheiro público. Faz uma denúncia vigorosa do que foi a chamada Era das Privatizações, instaurada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso e por seu então Ministro do Planejamento, José Serra. Nomes imprevistos, até agora blindados pela aura da honestidade, surgirão manchados pela imprevista descoberta."

TRANSCRIPT

Page 1: Resenha: A Privataria Tucana

http://geracaoeditorial.com.br/privataria­tucana­a/

Privataria Tucana, A

A privataria tucana

Autor: Amaury Ribeiro Jr.

Categoria: Reportagem­denúncia

Formato: 16 x 23 cm

Páginas: 344

Peso:

ISBN: 9788561501983

Coleção História Agora

Editora: Geração

Sinopse:

Prepare­se, leitor, porque este, infelizmente, não é um livro qualquer.

A PRIVATARIA TUCANA nos traz, de maneira chocante e até decepcionante, a dura realidade dos bastidores da política e do empresariado brasileiro, em conluio para roubar dinheiro público. Faz uma denúncia vigorosa do que foi a chamada Era das Privatizações, instaurada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso e por seu então Ministro do Planejamento, José Serra. Nomes imprevistos, até agora blindados pela aura da honestidade, surgirão manchados pela imprevista descoberta

de seus malfeitos.

Amaury Ribeiro Jr. faz um trabalho investigativo que começa de maneira assustadora, quando leva um tiro ao fazer reportagem sobre o narcotráfico e assassinato de adolescentes, na periferia de Brasília. Depois do trauma sofrido, refugia­se em Minas e começa a investigar uma rede de espionagem estimulada pelo

Page 2: Resenha: A Privataria Tucana

ex­governador paulista José Serra, para desacreditar seu rival no PSDB, o ex­governador mineiro Aécio Neves. Ao puxar o fi o da meada, mergulha num novelo de proporções espantosas.

—————————————————————————————

Livro-denúncia traz bastidores espantosos de uma era de escândalos e corrupção

Com 200 páginas e 16 capítulos que jamais deixam cair seu contundente interesse, PRIVATARIA TUCANA é o resultado final de anos de investigações do repórter Amaury Ribeiro Jr. na senda da chamada Era das Privatizações, promovida pelo governo Fernando Henrique Cardoso, por intermédio de seu ministro do Planejamento, ex­governador de São Paulo, José Serra. A expressão “privataria”, cunhada pelo jornalista Elio Gaspari e utilizada por Ribeiro Jr., faz um resumo feliz e engenhoso do que foi a verdadeira pirataria praticada com o dinheiro público em benefício de fortunas privadas, por meio das chamadas “offshores”, empresas de fachada do Caribe, região tradicional e historicamente dominada pela pirataria.

Essa “privataria” toda foi descoberta num vasto novelo cujo fio inicial foi puxado pelo repórter quando ele esteve a serviço de uma reportagem investigativa, encomendada pelo jornal “Estado de Minas”, sobre uma rede de espionagem estimulada pelo ex­governador paulista José Serra para levantar um dossiê contra o ex­governador mineiro Aécio Neves, que estaria tendo romances discretos no Rio de Janeiro. O dossiê teria a finalidade de desacreditar o ex­governador mineiro na disputa interna do PSDB pela indicação ao candidato à Presidência da República, e levou Ribeiro Jr. a uma série de investigações muito mais amplas, envolvendo Ricardo Sérgio de Oliveira, ex­tesoureiro das campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, o próprio Serra e três de seus parentes: Verônica Serra, sua filha, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marín Preciado. Serra e seu clã são o assunto central do livro, mas as ramificações e consequências sociais e políticas das práticas que eles adotam são vastas e fazem com que o leitor comum fique, no mínimo, estupefato.

Sem dúvida, o brasileiro padrão, mediano, que paga seus impostos, trabalha dignamente e luta pela vida com dificuldades imensas estará longe de compreender o complexo mundo de aparências e essências, fachadas e bastidores da corrupção política e empresarial, e toda a sofisticação desses crimes públicos que passam por “lavanderias” no Caribe, e, neste caso, o estilo objetivo e jornalístico de Amaury Ribeiro Jr. é de grande ajuda para que as ações pareçam inteligíveis para qualquer pessoa mais instruída.

Um dos principais méritos do livro é descrever toda a trajetória que o dinheiro ilícito faz, das “offshores” a empresas de fachadas no Brasil, e da subsequente “internação” desse dinheiro nas fortunas pessoais dos envolvidos. Neste ponto, o livro de Ribeiro Jr., embora não tenha nada de fictício, segue a trilha de livros policiais e thrillers sobre corrupção e bastidores da política, já que o leitor pode acompanhar o emaranhado e sentir­se recompensado pelo entendimento. O livro, aliás, tem um início que de cara convida o leitor a uma grande jornada de leitura informativa e empolgante, revelando como Ribeiro Jr., ao fazer uma

Page 3: Resenha: A Privataria Tucana

reportagem sobre o narcotráfico na periferia de Brasília, a serviço do “Correio Braziliense”, sofreu um atentado que quase o matou e, descansando desse atentado, voltou tempos depois a um jornal do mesmo grupo, “O Estado de Minas”, para ser incumbido de investigar a rede de espionagem estimulada por Serra, mencionada no início. É o ponto de partida para tudo.

O que este PRIVATARIA TUCANA nos traz é uma visão contundente e realista como poucas dos bastidores do Brasil político/empresarial. O desencanto popular com a classe política, nas últimas décadas, acentua­se dia após dia, e um livro como este só faz reforçá­lo. Para isso, oferece todo um manancial de informações e revelações para que o leitor perceba onde foi iludido e onde pode ainda crer na humanidade, pois, se a classe política sai muito mal, respingando lama, dessas páginas, ao menos o jornalismo investigativo, honesto e necessário, prova que os crimes de homens públicos e notórios não ficam para sempre convenientemente obscurecidos. Há quem os desvende. E quem tenha coragem de revelá­los.

Sobre o autor

Amaury Ribeiro Jr. Repórter ganhador de 3 prêmios Esso, vencedor por quatro vezes do prêmio Vladimir Herzog, dedicou toda a sua carreira ao jornalismo investigativo e de denúncia. Amaury faz parte do ICIJ – Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos. Foi repórter especial do jornal “O Globo” e da revista “Isto É”, além de ter se destacado no “Correio Braziliense” e no “Estado de Minas”, entre outros jornais.

Page 4: Resenha: A Privataria Tucana

http://www.cartacapital.com.br/politica/resenha­de­a­privataria­tucana­causa­demissao­de­jornalista­na­revista­da­biblioteca­nacional/

Resenha de 'A privataria tucana' causa demissão de jornalista na revista da Biblioteca Nacional Pressão do PSDB levou Celso de Castro Barbosa a ser demitido após resenha favorável ao livro de Amaury Ribeiro Jr. por Gabriel Bonis — publicado 29/03/2012 10:18, última modificação

22/12/2012 09:21

demissão de dois jornalistas

Leia também

'Não será uma reedição da CPI do Banestado'

'A privataria tucana' vende 15 mil exemplares no 1º dia nas livrarias

Serra não sabia que País é República

Page 5: Resenha: A Privataria Tucana

A demissão de dois profissionais da revista de História da Biblioteca Nacional semanas após a

publicação de uma resenha favorável ao livro “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro

Jr ­ fato que despertou a ira de parlamentares do PSDB, alvo de denúncias na obra ­ colocou o

veículo no centro de uma polêmica sobre uma suposta intervenção do partido no caso. A

demissão foi apontada na imprensa na coluna do jornalista Elio Gaspari, na Folha de S.Paulo,

da quarta­feira 28.

Publicado em 24 de janeiro, o texto do jornalista Celso de Castro Barbosa foi alvo críticas de

tucanos, que liderados pelo presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), ameaçaram processar a

publicação, editada pela Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional (Sabin) e que da

Biblioteca Nacional recebe apenas material de pesquisa e iconografia.

Como resultado, a revista retirou a resenha do ar. “Fui censurado e injuriado”, diz o jornalista

em entrevista a CartaCapital.

Barbosa destaca que a remoção do texto ocorreu apenas “após o chilique do PSDB” em 1º de

fevereiro, nove dias depois da publicação em destaque na primeira página do site da revista. O

motivo seria uma nota divulgada em um jornal carioca, segundo a qual a cúpula do partido

estava “possessa” com a revista, tida pela legenda como do governo.

A evidente pressão externa fez com que o jornalista recebesse um chamado do editor­chefe da

publicação, Luciano Figueiredo, naquele mesmo dia. “Ele [Figueiredo] disse concordar com

quase tudo que havia escrito, mas o Gustavo Franco [ex­presidente do Banco Central no

governo FHC] leu, não gostou e resolveu mobilizar a cúpula tucana.”

Page 6: Resenha: A Privataria Tucana

Para conter o movimento, relata, o editor­chefe se comprometeu a escrever uma nota

assumindo a culpa pela publicação do texto. “Eu disse: ‘Culpa de que? Ninguém tem culpa de

nada. É uma resenha de um livro.’”

No dia seguinte o diário O Globo destacou a história e um pronunciamento da Sabin a dizer que

os textos da revista são analisados pelos editores, mas aquela resenha não havia sido editada.

“Subentende­se que publiquei por minha conta”, ironiza Barbosa.

Por outro lado, em matéria publicada na terça­feira 27 no site do Sindicato dos Jornalistas do

Rio de Janeiro, dois editores da revista, Vivi Fernandes de Lima e Felipe Sáles, desmentem a

Sabin e confirmam ter editado a resenha antes da publicação no site.

Críticas a Serra

O texto de Barbosa destaca a vivacidade do jornalismo investigativo no livro e sugere que José

Serra esteja “morto”. O ex­governador de São Paulo também é citado como a figura com a

“imagem mais chamuscada” pelas denúncias, além de questionar a origem de seu patrimônio.

(Leia o texto aqui)

Inconformado com a resenha, Guerra chegou a enviar cartas de protesto à ministra da Cultura,

Ana de Hollanda, e a Figueiredo. Outros tucanos alegaram que a publicação era pública, trazia

os nomes da presidenta Dilma Rousseff, e de Hollanda no expediente e recebia verba da

Petrobrás. Logo, deveria se manter isentada de questões políticas.

Mas Barbosa destaca que a dona da revista é a Sabin. “Uma entidade privada, composta

inclusive por bancos.”

Page 7: Resenha: A Privataria Tucana

O patrocínio, defende, não seria impedimento para a manifestação de opiniões no veículo. “Não

está escrito na Constituição que em revista patrocinada pela Petrobras a manifestação contra

eventuais adversários do governo é proibida.”

A revista, por outro lado, preferiu divulgar nota pedindo desculpas aos ofendidos pelo texto, além

de alegar não defender “posições político­ partidárias”.

Em meio ao ocorrido, Barbosa afirma ter sido ameaçado com um processo por Guerra e, após

a pressão dos tucanos, seus editores avaliaram que seria menor que trabalhasse em casa.

Devido à situação, o jornalista revela ter questionado o posicionamento de Figueiredo em um

email aberto à redação, no qual perguntava sobre a nota que o editor­chefe escreveria em seu

apoio. “Ele escreveu uma nota mentirosa e deu para o presidente da Sabin assinar. Depois, em

29 de fevereiro, me demitiu.”

Sobre a reação tucana, Barbosa acredita que o partido poderia ter agido de outra forma.

“Vivemos em um país livre e a Constituição me garante o direito à opinião.”

O jornalista se refere a declarações de parlamentares do PSDB, que o chamaram de “servidor

público a favor do aparelhamento do Estado”. “Se há algum erro no tom, é deles [tucanos], não

meu. Sequer tinha carteira assinada e cumpria jornada sem direito trabalhista.”

Um dos motivos pelo qual Barbosa processa a revista. “Na ação, também peço indenização por

danos morais e uma retratação pela nota mentirosa.”

Page 8: Resenha: A Privataria Tucana

Procurada, a Sabin informou, via nota assinada pelo presidente da instituição, Jean­Louis

Lacerda Soares, que “não interfere no conteúdo editorial da revista”, pois a “atribuição

relacionada ao conteúdo é do Conselho Editorial”.

A sociedade nega ter sofrido interferência externa nas demissões e diz que o jornalista Celso de

Castro Barbosa foi demitido pelo então editor Luciano Figueiredo, por sua vez, dispensado

“exclusivamente por razões administrativas.”

A reportagem de CartaCapital também contatou Luciano Figueiredo por meio da assessoria de

imprensa da Universidade Federal Fluminense, instituição na qual leciona, e foi informada de

que o historiador não poderia dar entrevistas.

Outra tentativa foi realizada por email, mas não houve resposta do professor até o fechamento

desta reportagem.

O PSDB divulgou, nesta sexta­feira 30, nota na qual afirma que a "a própria Revista de História

da Biblioteca Nacional constatou ter cometido um erro ao publicar o artigo" e "lamenta o retorno

do assunto", ressaltando que "não teve nenhum tipo de interferência na demissão dos

profissionais."

Na nota, Guerra afirma que o partido tem o direito de ir contra a resenha e também à Justiça.

Ele nega interferência no caso.

Page 9: Resenha: A Privataria Tucana

http://www.correiocidadania.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=6990:rese

nha030412&catid=43:resenhas&

Resenha - A Privataria Tucana

ESCRITO POR CELSO DE CASTRO BARBOSA

QUARTA, 04 DE ABRIL DE 2012

Recomendar

Nota da Redação: A resenha a seguir foi publicada originalmente na Revista de História da

Biblioteca Nacional, patrocinada por órgãos de governo e editada pela Sociedade dos

Amigos da Biblioteca Nacional (Sabin). Após melindrar políticos tucanos foi retirada do ar.

Posteriormente, o jornalista que a assinou e mais um colega foram demitidos e até

acusados de ter produzido e publicado o artigo, favorável ao livro, por conta própria. No

entanto, ficaram inequívocas as pressões, incapazes, no entanto, de rebater e desmontar

as denúncias desde a publicação do livro, de modo que tentam obstinadamente censurá-lo

e retirá-lo do debate nacional. Portanto, pelas razões descritas, o Correio da Cidadania

publica a resenha do jornalista Celso de Castro Barbosa.

“O jornalismo não morreu”

Privataria Tucana prova que a reportagem de investigação está viva e José Serra,

aparentemente, morto

Engana-se quem imagina morta a reportagem de investigação

no Brasil. Embora os jornalões, revistas semanais e emissoras

de TV emitam precários sinais vitais do gênero, ele está

vivíssimo, como prova A Privataria Tucana, livro do premiado

repórter Amaury Ribeiro Jr.

Lançado em dezembro e recebido pela grande imprensa com

estridente silêncio, seguido de críticas que tentaram

desqualificar a reportagem e o autor, o sucesso do livro, já na

terceira edição e no topo das listas dos mais vendidos, não se

deve a suposto sentimento anti-tucano. Até porque os fatos

objetivos relatados não poupam o PT. Não há santos na

Privataria.

Page 10: Resenha: A Privataria Tucana

Com base em documentos oficiais, da CPI do Banestado e outros que o autor conseguiu

em cartórios, Amaury torna pública a relação de dirigentes do PSDB e a abertura de contas

no exterior de empresas de fachada, responsáveis pelo retorno ao Brasil do dinheiro sujo

da corrupção. Dinheiro que voltou, naturalmente, limpo.

Muita gente deve explicações à Justiça que, nesse episódio como em outros envolvendo

expressivos representantes da elite brasileira, move-se a passos de tartaruga. Ou

simplesmente não se move. Pelo cargo que ocupou na época das tenebrosas transações,

as privatizações da era FHC, José Serra, então ministro do Planejamento e depois duas

vezes candidato à presidência, prefeito e governador de São Paulo, é quem tem a imagem

mais chamuscada, para não dizer estorricada, ao fim da Privataria Tucana.

De origem humilde, o tucano paulista exibe patrimônio incompatível com os rendimentos de

um político. Tudo em nome de sua filha, Verônica, que ao lado de Ricardo Sérgio, tesoureiro

das campanhas de Serra e Fernando Henrique, emerge como principais parceiros do

ex-governador no propinoduto que marcou a venda das empresas de telecomunicação.

Além de jogar uma pá de cal na aura de honestidade de certos tucanos, o livro de Amaury

tem ainda o mérito de questionar, involuntariamente, a atuação da grande imprensa no

país. Agindo como partido único, onde só é permitida uma única opinião, jornais, revistas e

mídia eletrônica defenderam, com unhas e dentes, a privatização. O principal argumento

era a vantagem que traria aos consumidores: eficiência e tarifas baixas por causa da

concorrência. Passados mais de dez anos, o Brasil cobra tarifas de telefone das mais altas

do planeta e as concessionárias são campeãs de reclamação nos Procons.

Não bastasse, ao ignorar o lançamento do livro, a imprensa hegemônica mostra sua face

semelhante à dos piratas: um olho tapado, que nada vê, e outro atento à movimentação

dos adversários.

Ficha técnica:

Título: A Privataria Tucana

Autor: Amaury Ribeiro Junior

Editora: Geração Editorial

Ano: 2011

Page 11: Resenha: A Privataria Tucana

http://www.pedromigao.com.br/ourodetolo/2011/12/resenha­literaria­a­privataria­tucana/

Resenha Literária – "A Privataria Tucana" Postado em 22 dezembro 2011. Tags: Cultura, Eleições

2010, Livros, Política, PSDB, Resenha Literária

Arrasador. Insofismável.

Se fosse reduzir a poucas palavras este “A

Privataria Tucana”, do laureado (três Prêmios Esso,

o mais importante do jornalismo brasileiro) Amaury

Ribeiro Jr, as palavras seriam estas.

Fruto de dez anos de pesquisas do autor por

cartórios, varas de Justiça, bancos e outras

diversas fontes, o livro desnuda alguns bastidores

das privatizações e mostra como as propinas

resultantes do processo foram “lavadas” a fim de

entrarem de forma legal – “ma non troppo” – no

país.

Além disso, a obra mostra esquemas de lavagem

de dinheiro utilizados pelos políticos tucanos – mas

não só estes: políticos, empresários e criminosos

utilizavam-se dos mesmos estratagemas. E mostra

os esquemas de espionagem a aliados e

adversários comandado pelo ex-candidato José

Serra.

Em um terceiro momento, o autor revela alguns bastidores da última campanha presidencial, onde

acabou no meio de um tiroteio envolvendo a campanha tucana e, ao mesmo tempo, uma luta de

poder entre dois grupos de petistas – que quase desestabilizou a candidatura de Dilma Roussef e

com direito a lamentáveis traições.

Como se não bastasse, ainda mostra a formação dos consórcios de privatização, revela alguns

fatos sobre a venda – melhor seria dizer doação – da Vale do Rio Doce, mostra que a filha de José

Serra quebrou o sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros e explica o porquê da monumental

pizza em que se transformou a CPMI do Banestado, produzida tanto por petistas quanto por

tucanos.

Como o leitor pode ver somente pela introdução, nitroglicerina pura.

Page 12: Resenha: A Privataria Tucana

O processo de privatização no Brasil se pautou pela pouca transparência, pelo apoio

entusiasmado da mídia – como escrevi em post recente – e pelo “abafa” de todas as tentativas de

se investigar o processo. Olivro traz o mérito de jogar luz em muito do que ocorreu, chegando a

rastrear algumas

propinas pagas neste processo. Sempre cruzando documentos e estabelecendo relações, o autor

faz um panorama bastante fiel – e assustador – do que houve no processo.

Como são muitos assuntos tratados, faço abaixo pequeno resumo de cada capítulo.

Capítulo 1 – “A História antes da História”: Amaury conta o episódio onde levou um tiro em

investigação sobre o assassinato em massa de menores no entorno de Brasília, o que o levou ao

jornalismo político.

Capítulo 2 – “Briga de Foice no PSDB”: a pedido do jornal “Estado de Minas”, onde trabalhava,

o autor preparou matéria que mostrava o esquema de “arapongagem” montado por Serra a fim

de monitorar e acompanhar todos os passos de Aécio Neves, então governador de Minas e

concorrente do governador paulista na postulação tucana à candidatura presidencial.

Tal guerra teve seu ápice em um artigo do Estado de São Paulo intitulado “Pó Pará, Governador”,

em clara intimidação ao governador mineiro. Nas investigações a pedido do Estado de Minas

(ligado de forma xipófoga a Aécio) Amaury se concentra em operações de lavagem de dinheiro

comandadas por Ricardo Sérgio de Oliveira, ligado a Serra, ex-caixa de campanha de Fernando

Henrique e um dos personagens centrais do livro. Bem como do genro de Serra.

Capítulo 3 – “Com o Martelo na Mão e Uma Idéia na Cabeça”: introduzindo a questão das

privatizações, mostra-se o modelo utilizado – que nas palavras do autor “faria corar Margaret

Thatcher”. O capítulo faz um resumo das privatizações e mostra que estavam nos planos também

a venda do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e a Petrobras.

Também demonstra-se que muitas vezes o Estado pagou para que empresas fossem vendidas,

via empréstimos do BNDES, moedas podres e aumentos de tarifas da ordem de 500% na telefonia

e 150% na energia elétrica.

Cita-se o episódio do Banerj, banco estatal do Rio de Janeiro, onde o governador tucano Marcello

Alencar – de fama popular sedimentada como corrupto, embora incrivelmente jamais tenha se

conseguido provar nada – pagou R$ 3,3 bilhões para vender o banco por R$ 165 milhões.

(Parêntese: foi em 95 que pela única vez fora de um regime ditatorial se fez intervenção em um

sindicato por motivos políticos, no caso o dos petroleiros. O autor deste absurdo era o então advogado

geral da União e hoje Ministro do STF Gilmar Mendes, o mesmo que concedeu dois habeas corpus a

Daniel Dantas em 48 horas. Fecha o parêntese)

Capítulo 4 – “A Grande Lavanderia”: aqui se mostram os paraísos fiscais no Caribe , em especial

as Ilhas Virgens Britânicas. Lá ficava a “Citco”, que era um instrumento de lavagem de dinheiro

usado por tucanos de alta plumagem, o Presidente da CBF Ricardo Teixeira e Fernandinho Beira

Mar, entre outros.

Page 13: Resenha: A Privataria Tucana

Capítulo 5 – “Aparece o Dinheiro da Propina”: o tomo abre com a CPMI do Banestado, cuja

agência em Nova York se tornou a maior lavanderia do mundo – R$ 30 bilhões lavados. A CPI

acabou em uma monumental pizza, porque tanto tucanos quanto petistas tinham culpa no cartório

e fizeram um “acordão”.

Entretanto, ao ser processado por Ricardo Sérgio, o autor teve acesso aos documentos da CPI e

aí conseguiu – de forma totalmente legal – documentos que mostram Ricardo Sérgio recebendo

propina por ocasião da privatização da Telemar.

À época ele era diretor da área internacional do Banco do Brasil, mas era caixa de campanha de

José Serra e Fernando Henrique Cardoso desde 1990.

Há ainda uma mal explicada história de uma doação feita por Carlos Jereissati – um dos

posteriores compradores da Telemar – à campanha ao Senado de Serra em 1994. Ele doou R$ 2

milhões à campanha, mas somente R$ 95 mil apareceram na prestação de contas da campanha.

Outra informação impressionante: a Vale do Rio Doce foi vendida com suas reservas de minério de

ferro, que podem abastecer o mundo por quatro séculos, valoradas como zero. Ou seja, a

empresa foi privatizada como se não tivesse sequer mais um quilo de minério para extrair do solo.

Os capítulos 6 a 10 mostram de forma detalhada todo o esquema de lavagem de dinheiro

utilizado por Ricardo Sérgio e por tucanos de alta plumagem. Chama a atenção a presença

constante do primo de Serra, Gregorio Preciado, da filha Verônica e do genro nos esquemas de

lavagem de dinheiro, através de diversos métodos.

Preciado também foi beneficiado com empréstimos do Banco do Brasil mesmo estando

inadimplente com o banco, e teve uma redução de dívida de 90% concedida pela mesma

instituição.

Do 11 ao 13 detalha-se o esquema de espionagem de José Serra – operacionalizado pelo

ex-Secretário de Segurança do Rio de Janeiro e ex-deputado federal Marcelo Itagiba – e as

empresas “camaleão” utilizadas para internar dinheiro no país. Bem como a quebra do sigilo

bancário de 60 milhões de brasileiros feita pela empresa da filha de Serra, em sociedade com a

irmã de Daniel Dantas.

Nos três capítulos finais contam-se histórias das eleições de 2010, onde o autor ficou no meio de

um tiroteio que envolvia o staff de Serra, a central de espionagem do candidato, a luta política do

PT e o controverso episódio de indiciamento do autor – cuja explicação do episódio é bastante

convincente, até porque as datas das eventuais quebras simplesmente não batem.

O livro elucida a questão do vazamento de declarações de renda de tucanos da agência de Mauá,

feita pela própria estrutura de inteligência do PSDB a fim de incriminar os petistas e colocada na

conta do autor. O argumento dele é insofismável: os dados que ele procurava não estavam em

declarações de renda, e sua pesquisa abrangia período anterior aos das declarações vazadas.

Lamentável é a postura do presidente nacional do PT, Rui Falcão, que sabota de forma deliberada

a campanha a fim de obter mais poder – a ponto de começar a vazar todos os passos da

campanha para órgãos de imprensa engajados na campanha do PSDB, como a Veja e a Folha de

São Paulo. Em português claro: traidor.

Page 14: Resenha: A Privataria Tucana

Estes órgãos, a propósito, saem bem chamuscados do livro, pois fica claro que atuavam no staff

de Serra e muitas vezes distorciam matérias a fim de atender aos objetivos de campanha.

Resumindo, o livro mostra que a corrupção no Brasil não foi inventada pelo PT, embora haja

muitos corruptos no partido. Tem o mérito de mostrar todas as falcatruas ocorridas durante a

privatização, confirmando a impressão generalizada de que teria havido um assalto aos cofres da

nação – e fazem Mensalão e assemelhados parecerem troco de bala nas Lojas Americanas.

Ainda mostra todos os esquemas de lavagem de dinheiro utilizados especialmente pelos tucanos,

mas não somente por eles. E de forma didática, embora seja tema espinhoso, explica como

funciona o processo.

Lembro também que Serra sai menor da leitura, pois fica claro que sua conduta para o público

externo era uma e a realidade, totalmente diferente.

E algo importante: todos os fatos relatados estão calcados em documentos, obtidos de forma

legal e disponíveis ao público. cerca de um terço do livro é de transcrição destes, com algumas

descobertas bastante interessantes.

Independente da posição política do leitor, é leitura obrigatória. Nem que seja para desmascarar a

hipocrisia de certos políticos e certos órgãos de imprensa que posam de vestais.

http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Privataria_Tucana

A Privataria Tucana é um livro de autoria do jornalista brasileiro Amaury Ribeiro Jr.1 , ex­repórter especial da revista Isto É e do cotidiano O Globo e ganhador de diversos

prêmios Esso de jornalismo. O título do livro ("privataria") é um neologismo que combina

Page 15: Resenha: A Privataria Tucana

privatização a pirataria, criado pelo jornalista Elio Gaspari, e "Tucano" é um apelido comum

dado a membros do PSDB, a partir de um dos símbolos do partido, o pássaro tucano.

Sinopse

O livro, resultado de 12 anos de investigação sobre as "privatizações no Brasil",2 , destaca

documentos que apresentam indícios e evidências de irregularidades nas privatizações que

ocorreram durante a administração do ex­presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB,

além de amigos e parentes de seu companheiro de partido, José Serra. Os documentos

procuram demonstrar que estes políticos e pessoas ligadas a eles realizaram, entre 1993 e

2003,3 movimentos de milhões de dólares,lavagem de dinheiro através de offshores ­

empresas de fachada que operam em Paraísos Fiscais ­ no Caribe.4 5

Privataria Tucana contém cerca de 140 páginas de documentos fotocopiados que evidenciam

que o então Ministro do Planejamento e futuro Ministro da Saúde de Fernando Henrique Cardoso

(PSDB), José Serra, recebeu propina de empresários que participaram dos processos de

privatização no Brasil.6

O autor revela que iniciou as investigações sobre lavagem de dinheiro quando fazia uma

reportagem sobre o narcotráfico a serviço do Correio Braziliense (CB). Depois de sofrer um

atentado, foi transferido para o jornal O Estado de Minas, do mesmo grupo do CB, e lá

incumbido de investigar uma suposta rede de espionagem mantida por José Serra.7

As denúncias do livro citam uma série de casos em que propinas teriam sido pagas a Ricardo

Sérgio de Oliveira e outras pessoas ligadas a José Serra em troca de benefícios pessoais.

Possível propina de Jereissati, comprador da Telemar8

O livro mostra que uma empresa de Ricardo Sérgio de Oliveira, ex­diretor da área internacional

do Banco do Brasil e amigo de Serra, recebeu 410 mil dólares de outra empresa chamada

Infinity Trading. Essa offshore das Ilhas Cayman, depositou os 410 mil dólares em favor da

empresa Franton Interprise, no MTB Bank, de Nova York. Oliveira é o dono da Franton, e o

empresário cearense Carlos Jereissati, proprietário da Infinity9 . A transferência foi feita dois

Page 16: Resenha: A Privataria Tucana

anos depois do leilão em que um grupo controlado por Jereissati arrematou o controle da antiga

Telemar.10 Segundo um documento da Secretaria de Acompanhamento Econômico, o Grupo

Jereissati é dono de uma Infinity Trading.11 Os 410 mil seriam propina em troca de

favorecimento na compra da Telemar. Aventou­se a possibilidade de que se esteja apenas

diante de duas Infinity Trading homônimas, mas isto nunca foi confirmado.

Em outro caso, publicado também na revista Veja, em 2002, uma empresa de consultoria

financeira, de Ricardo Sérgio, que em 1996 faturou apenas 60 mil reais, recebeu 1,8 milhões de

reais em 1999 de uma empresa de Carlos Jereissati a título de consultoria em internet, o que

parece também afirmar­se como indício do pagamento de propina durante o processo de

privatização.12

Comprador da Vale diz que Ricardo Sérgio lhe cobrou comissão13

Em outro possível caso de dinheiro ilícito ligado às privatizações, o livro relata que dois

ministros de FHC disseram ter ouvido do líder do consórcio comprador da Vale que Ricardo

Sérgio exigiu dele uma comissão. A história já foi capa da revista Veja.14

Ricardo Sérgio ganhou dinheiro em negócios com fundos de pensão15

Enquanto era diretor do Banco do Brasil com influência na gestão dos fundos de pensão

estatais, o faturamento das empresas de Ricardo Sérgio cresceu muito, principalmente em

negócios com os próprios fundos de pensão. Para a Previ, as empresas dele venderam um

prédio por 62 milhões de reais. Da Petros, compraram dois prédios por 11 milhões de reais.

Tudo isso também foi publicado na já mencionada edição da revista Veja de 2002,16 exceto por

um dado a mais: o dinheiro da compra do prédio da Petros veio de uma offshore caribenha.

Banco do Brasil perdoa dívida de Gregório Preciado, ex­sócio de Serra17

O valor exato do perdão diverge segundo a versão, mas está na casa das dezenas de milhões

de reais. Depois do perdão, Preciado, mesmo falido, conseguiu representar a espanhola

Iberdrola em privatizações do setor elétrico. O próprio Preciado não nega a história. A Folha de

S. Paulo publicou o caso em 2002.18

Page 17: Resenha: A Privataria Tucana

Verônica Serra & Verônica Dantas

O livro traz ainda evidências de que a Verônica Serra, filha de José Serra, e Verônica Dantas,

irmã do banqueiro que fora acusado por inúmeros crimes de corrupção, Daniel Dantas, usaram

três empresas chamadas Decidir para trazer 5 milhões de dólares do Citibank ao Brasil pelo

trajeto Miami­Caribe­São Paulo.19 Esta teria sido uma outra forma de pagamento de propina

cujo o intuito era receber favorecimento nas privatizações, já que o Citibank comprou parte da

Telebrás em associação com o acima citado, Daniel Dantas.

Em 2003, Verônica Serra foi indiciada pela Polícia Federal pelo crime de quebra de sigilo, o

processo está lavrado na 3ª Vara Criminal de São Paulo.20 Em nota à imprensa, Verônica

Serra desmentiu as informações do livro e apresentou certidão sobre tal processo, da Terceira

Vara Criminal de São Paulo, de 23 de dezembro de 2011, onde se atesta que ela "não prestou

declarações em sede policial, não foi indiciada nos referidos autos, tampouco houve

oferecimento de denúncia em relação à mesma." A filha de José Serra afirmou ainda nunca ter

sido indiciada ou ré em qualquer processo junto à Polícia Federal, e que irá abrir processo de

calúnia e difamação contra o autor do referido livro.21 nota 1

Mais adiante, o livro relata que o marido de Verônica Serra, Alexandre Burgeois, usou uma

empresa do Caribe para injetar 7 milhões de reais em outra no Brasil.22 As duas empresas se

chamam IConexa. As transferências não chegaram a ser comprovadas documentalmente, mas

há indícios de que foram feitas por meio da compra de ações da empresa brasileira pela sua

homônima caribenha: a ata de uma assembleia de acionistas da IConexa de São Paulo,

assinada duas vezes por Alexandre Burgeois, sendo uma como pessoa física e outra como

representante da IConexa do Caribe.23 Isso leva a crer que o marido de Verônica e a IConexa

do Caribe eram os únicos acionistas da IConexa de São Paulo. O capital da empresa na data

da assembleia era de 5,4 milhões de reais. Não há como saber qual era a porcentagem de

cada sócio. Em sendo a IConexa do Caribe amplamente majoritária, é possível que tenha

comprado a maior parte do capital da IConexa de São Paulo como meio de remeter o dinheiro

para o Brasil. Mais tarde, o capital da IConexa de São Paulo foi aumentado para 7 milhões de

reais, totalizando a soma que, segundo o livro, foi trazida do Caribe pelo marido de Verônica.

Page 18: Resenha: A Privataria Tucana

Esse aumento de capital aparece em documentos da Junta Comercial,24 que, contudo, não

mostram quem injetou o dinheiro.

Os 2,5 bilhões de dólares que na verdade são 1,2 milhão

O livro diz que Gregório Preciado, primo de Serra, depositou 2,5 bilhões de dólares numa

empresa de Ricardo Sérgio, a Franton, por meio da conta Beacon Hill, que ficou famosa no

caso Banestado.25 Mas esse valor não bate com os extratos da Beacon Hill publicados na

página 150. Eles mostram que esse total é de 1.204.000 dólares, valor que bate com o que

autor do livro divulgou um ano antes.26

Uso de arapongas por José Serra

O livro afirma ainda que José Serra, desde o seu período à frente do Ministério da Saúde,

utilizou o serviços de arapongas, pagos com dinheiro público, para criar dossiês contra

adversários políticos.27 O grupo de Serra faria grande uso da tática da contra­inteligência, isto

é, manobras diversionistas, antecipação e esvaziamento de possíveis denúncias e vitimização

perante a opinião pública.28 O livro também destaca como adversários políticos do mesmo

partido praticaram guerras de espionagem e contra­espionagem entre si nos bastidores, tanto

no PSDB (no caso, entre José Serra e Aécio Neves no capítulo 2) como no PT (entre Fernando

Pimentel e Rui Falcão no capítulo 16).

Produção e publicação

A ideia do livro surgiu em 2009, quando Aécio e Serra disputavam acirradamente a indicação

tucana para concorrer à presidência. O mineiro defendia prévias e o paulista se colocava como

"o primeiro da fila". O jornal Estado de S. Paulo, articulado com José Serra, publicou um texto

intitulado "Pó pará, governador?"29 que insinuava, já no título, que Aécio seria um cocainômano

e que, portanto, não poderia sonhar com a presidência. Amaury já havia sido transferido para

Belo Horizonte e foi incumbido pelo dono do jornal Estado de Minas, Álvaro Teixeira da Costa,

de produzir reportagem em resposta a "São Paulo" (referência as mídias do estado de São

Paulo polarizada com o PSDB).30 Amaury sugeriu, então, que se investigassem as

privatizações, pela fragilidade que as conexões com desvio de verbas públicas provocava em

Page 19: Resenha: A Privataria Tucana

Serra. A investigação o levou a encontrar as contas usadas por Ricardo Sérgio, Alexandre

Bourgeois e pela filha de Serra, Verônica Serra.31

Foi em ação judicial onde Amaury Ribeiro Junior era réu que ele obteve grande parte dos

documentos constantes no livro. Uma reportagem na revista "Istoé", na qual mencionava

Ricardo Sergio, motivou o ex­caixa de campanha de Serra e FHC a entrar com o processo

judicial contra o jornalista. Para se defender, o autor recorreu ao instrumento judicial, conhecido

como "exceção da verdade", que obrigou a entrega de documentos da CPI do Banestado a

Amaury, fato que contribuiu muito para a investigação jornalística seguir a trilha do dinheiro das

privatizações que comprovam as movimentações feitas entre os envolvidos.

O autor conta que o título inicial seria "No Porões da Privataria"; depois pensou em "Os Privatas

do Caribe", em alusão aos paraísos fiscais no Caribe, mas desistiu­se desse segundo para

evitar confusão com o filme " piratas do Caribe". Foram 12 anos de produção do livro até chegar

às livrarias.32

A primeira edição, de 15 mil exemplares, esgotou­se no dia do lançamento, 9 de dezembro. No

dia 12, a Geração Editorial decidiu reimprimir 30 mil. No dia 14 de dezembro,Luiz Fernando

Emediato, da Geração Editorial, subiu para 80 mil cópias.33 O jornal O Estado de S.Paulo

noticiou apenas no dia 15 de dezembro, depois de ampla repercussão em blogs e redes

sociais. A notícia de que "(...) 15 mil exemplares vendidos em menos de uma semana, (...)" já

estava defasada.34

Repercussão e comentário

Excetuando a revista CartaCapital e a Rede Record a grande imprensa brasileira ignorou o

lançamento do livro até o dia 15 de dezembro.35 Posteriormente, a revista CartaCapital a Rede

Record e diversos blog de esquerda acusaram a imprensa de ter boicotado o livro para não

prejudicar José Serra. Uma defesa para o silêncio inicial foi o fato de só a revista Carta Capital

ter tido acesso ao livro antes da publicação. O motivo alegado pela editora para o sigilo foi o

receio de que alguma ordem judicial impedisse a publicação.36

A ombudsman da Folha de S. Paulo, Suzana Singer, trouxe outro ponto que deixou de ser

observado pelos que acusaram a grande imprensa de boicotar "A Privataria Tucana": o fato de

Page 20: Resenha: A Privataria Tucana

durante o governo Fernando Henrique Cardoso tanto a própria Folha quanto a Veja terem dado,

respectivamente, manchete e capa para denúncias relacionadas às privatizações, uma das

quais presente no livro.37 Outras denúncias do livro foram publicadas em 2002 pela Veja ou

pela Folha de S. Paulo.

De qualquer modo, o livro teve uma enorme repercussão em blogs identificados com a

esquerda, e nas redes socias. Ele provocou uma grande reação negativa do PSDB e motivou o

requerimento de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.

Cronologia

No dia 11 de dezembro de 2011, aparece a primeira manchete sobre o livro em língua inglesa:

"Boycotted by Brazil's Mainstream Media Book on Opposition's Corruption Becomes Instant

Bestseller. "38 e no dia 22 de dezembro o livro está na capa do jornal argentino "Página 12″.39

No dia 13 de dezembro, a assim­dita grande midia continuou a ignorar o "best­seller" e o

jornalista Gilberto Maringoni (Carta Maior) escreveu: " Um curioso espírito de ordem unida

baixou sobre a Rede Globo, a Editora Abril, a Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e outros.

Ninguém fura o bloqueio da mudez, numa sinistra brincadeira de "vaca amarela" (...) " 40 O

jornal "Folha de S. Paulo" quebrou o seu silêncio no dia 15 de dezembro, publicando a opinião

do ex­governador:

"Trata­se de uma coleção de calúnias que vem de uma pessoa indiciada pela Polícia Federal.

Isso é crime organizado fingindo ser jornalismo.41 " José Serra

No mesmo dia, a Folha de São Paulo publicou que: "Jornalista acusa tucanos de receber

propina", que dá notícias sobre a repercussão do livro.42

O jornalista Luis Nassif, classificou a obra como "A reportagem investigativa da década".43 Os

jornalistas Luiz Carlos Azenha e Luis Fausto afirmaram que os 15 mil exemplares da 1ª edição

foram esgotados no primeiro dia.44 45 O ex­presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a

cancelar um evento de autógrafos de seu novo livro de memórias 46 , e cancelou todos seus

eventos para o fim de ano, adiantando suas férias 47 Como medida de comparação, o livro de

não­ficção mais vendido no Brasil em 2011, "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil",

Page 21: Resenha: A Privataria Tucana

lançado em 2009 pelo jornalista Leandro Narloch, vendeu 71 mil cópias em todo o ano segundo

o site Publish News.48

O jornalista Paulo Henrique Amorim — conhecido ferrenho opositor do PSDB — defende que o

conteúdo do livro seria suficiente para que figuras como José Serra e Fernando Henrique

Cardoso sejam presos49 , a exemplo de outros ex­presidentes latino­americanos que também

comandaram privatizações fraudulentas em seus países, como Alberto Fujimori do Peru,

Gonzalo Sánchez de Lozada da Bolívia, Carlos Salinas de Gortari do México.

No dia 21 de dezembro, o autor do livro participou de um debate sobre "o silêncio da mídia" com

o deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB­SP), autor do pedido de CPI sobre o tema, e o

jornalista e blogueiro Paulo Henrique Amorim.50 Em sua edição online do mesmo dia, a revista

Veja, da Editora Abril, publicou uma notícia sobre a obtenção por Protógenes, com base no livro,

das assinaturas para a CPI.

No dia 23 de dezembro a matéria deixou existir 51 naquele espaço virtual. Desde o lançamento

do livro, a revista Veja, que publica semanalmente uma lista dos livros mais vendidos e comenta

os sucessos populares, não fez nenhuma resenha sobre a obra e barrou a matéria online sobre

os reflexos políticos que ela está provocando. O silêncio generalizado dos veículos tradicionais

de comunicação — exceção feita a uma crítica no jornal Folha de S. Paulo, em 15 de dezembro

— perdurou por semanas. 52

Passados 19 dias da chegada de "A Privataria Tucana" a livrarias do país, a publicação foi

inserida na lista dos livros mais vendidos de não ficção da semana da Veja na internet, no dia 28

de dezembro.53

A Globo, no caderno, Prosa & Verso, colocou o livro em primeiro lugar, seguido em segundo

pelo livro, Steve Jobs ­ A biografia54 Somente no dia 28 de dezembro, que a Globo publicou

comentários sobre o conteudo do livro. Com o título "Querem impor a mordaça", Marco Antonio

Villa afirma que "o panfleto de Amaury Ribeiro é apenas um produto da máquina petista de

triturar reputações. Foi produzido nos esgotos do Palácio do Planalto". Nada foi comentado, no

artigo, sobre as acusações de tucanos receberem propina, nem sobre a venda de 15 mil

exemplares da 1ª edição do "best­seller".55

Fábio de Oliveira Ribeiro, no dia 3 de janeiro de 2012, foca na "importância do capítulo 16".

Ribeiro justifica a importância dizendo que o capítulo 16 "(...) mostra aos interessados

Page 22: Resenha: A Privataria Tucana

(especialmente aos jornalistas) como é perigoso deixar o campo jornalístico submergir

inteiramente no campo político." Ele conclui que este capítulo do livro é exemplo de "(...) um

poderoso paradigma que certamente ajudará a melhorar a atuação de policiais, jornalistas e

políticos nas próximas eleições presidenciais..." 56

"A privataria tucana", com 120 mil exemplares vendidos, chegou ao topo da lista geral de

vendas da primeira semana do ano 2012. "Steve Jobs" e "As esganadas", de Jô Soares,

fecharam em segundo e terceiro lugar, respectivamente. 57

Amaury Ribeiro Jr. lançou o livro, no dia 18 de janeiro, no Rio de Janeiro e cerca de 300

pessoas, incluindo o deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB­SP) e grande número de

lideranças sindicais, lotaram o auditório do Sindicato dos Bancários para o debate e a noite de

autógrafos do livro.58 59

Mais de 300 pessoas na noite de 19 de janeiro no auditório do Sindicato dos Trabalhadores nos

Serviços Municipais de Curitiba, participaram do lançamento do livro no Paraná60 61 e no dia 26

de janeiro Ribeiro Jr. participou de um debate promovido pelo Sindicato dos Bancários

(SindBancários) dentro da programação do Fórum Social Temático (FST), fazendo o

lancamento do livro em Porto Alegre.62 O debate contou também com a participação do

deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB­SP) e do governador Tarso Genro (PT). Ribeiro

Jr. disse que pensa em lançar o "Privataria 2" e adiantou que seu novo livro vai abordar o

envolvimento de estatais no pagamento de campanhas eleitorais, como Furnas, e empresas do

setor elétrico, como a Cemig. Também vai se debruçar sobre o movimento de privatização da

saúde em vários estados brasileiros, como Paraná, Rio de Janeiro e Pará.63 64

O livro foi lançado no dia 1º de março em Salvador (Bahia). Um debate foi proposto pelo

deputado estadual Joseildo Ramos (PT) e reuniu, além do autor do livro, o deputado Protógenes

(PcdoB­SP), proponente da CPI da Privataria e Emediato, publisher da Geração Editorial. Na

Bahia, dois temas chamaram atenção no livro: A privatização da Coelba e o caso da doação de

terrenos na Ilha do Urubu, em Porto Seguro. 65 66 67 68 69

'A Privataria Tucana’ foi um dos finalistas 54ª edição do Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, o

prêmio mais prestigiado da literatura brasileira, na categoria Reportagem.70 71 72

Page 23: Resenha: A Privataria Tucana

Em fevereiro de 2013, Amaury Júnior e a Geração Editorial foram condenados a pagarem R$ 1

mil ao ex­governador José Serra a título de indenização por eventual dano moral e eleitoral pela

publicação do livro.73 74 75

CPI da Privataria

No dia 15 de dezembro de 2011, O deputado federal Delegado Protógenes Queiroz

(PCdoB­SP) conseguiu recolher 185 assinaturas de deputados para a abertura de

umacomissão parlamentar de inquérito (CPI). Protógenes disse que a motivação veio do livro

do jornalista Amaury Ribeiro Junior, que o deputado classificou como um "importante

documento". O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT­RS), recebeu um pedido

de abertura de (CPI) para investigar o processo de privatizações realizado durante o governo

Fernando Henrique, apurar os supostos casos de lavagem de dinheiro e a realização de uma

audiência pública para debater as denúncias do livro.

Brizola Neto (PDT­RJ) foi à tribuna da Câmara e pediu ao seu partido mais assinaturas para o

pedido de CPI apontando que "No livro, só de documentos, são mais de 100 páginas, que

mostram claramente o que aconteceu durante o processo de privatizações do governo FHC" e

o deputado federal Ivan Valente (PSOL­SP) pediu a realização de audiências públicas para

apurar as denúncias feitas pelo jornalista. 76

Os deputados Nelson Marchezan Júnior (PSDB­RS), Antônio Imbassahy (PSDB­BA) e

Fernando Francischini (PSDB­PR) surpreenderam aos líderes tucanos ao assinarem aCPI da

Privataria.

Francischini, apesar do apelo de Fernando Henrique Cardoso para considerarem o livro como

uma "coleção de calúnias" e "crime organizado fingindo ser jornalismo", esclareceu sua posição

ao Jornal do Brasil, dizendo: "Acho que tudo deve ser investigado e, se as denúncias forem

verdadeiras, os culpados devem ser punidos. Se provarem tudo o que estão falando, vou ser o

primeiro a pedir punição. Ao mesmo tempo, se elas forem falsas, os responsáveis pelo livro

terão que pagar".77 No dia 16 de dezembro, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff afirmou não

ter lido o livro e, segundo ela, "CPI é para caso extremo".78

Page 24: Resenha: A Privataria Tucana

Cristine Prestes opiniou no dia 2 de janeiro de 2012, no Valor Econômico, que apesar de muitos

governistas terem assinado o pedido de CPI, "(...) ainda não se conhece o interesse do governo

e do PT na instalação efetiva desta investigação." 79

O desinteresse de ambos na abertura de uma investigação poderia ser explicado pela

informação que consta da página 75 do livro: "Os arquivos ocultavam informações capazes de

constranger tanto o governo Lula quanto o de FHC".Cristine Prestes

O deputado Protógenes conseguiu o número de assinatura (186) suficientes para requerer a

abertura da CPI. Mas ele disse que "A comissão só será mesmo aberta se houver pressão

popular".80

No dia 21 de dezembro, Protógenes protocolou o pedido de abertura da CPI da Privataria. Logo

depois, a Secretaria Geral da Mesa Diretora da Câmera conferiu as assinaturas dos

parlamentares que faziam o pedido e atestou a validade de 185 delas, 14 além da quantia

mínima necessária para validar o requerimento.81 O ex­governador José Serra disse que

desconhecia a existência de pedido de CPI na Câmara para investigar veracidade das

acusações contidas no livro, no dia 10 de janeiro. Mais tarde, no mesmo dia, ele qualificou como

"palhaçada" o pedido de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito.82

Reação no PSDB

O ex­governador José Serra (PSDB­SP) falou que não leu, mas afirma que livro é um "lixo".83

O senador Aécio Neves (PSDB­MG) também classificou a publicação como "literatura

menor".84 35

Em uma nota, o ex­ presidente, Fernando Henrique Cardoso, no dia 15 de dezembro, disse que

o livro "É infâmia!".

(...) quero deixar registrado meu protesto e minha solidariedade às vítimas da infâmia e pedir à

direção do PSDB, seus líderes, militantes e simpatizantes que reajam com indignação. Chega

Page 25: Resenha: A Privataria Tucana

de assassinatos morais de inocentes. Se dúvidas houver, e nós não temos, que se apele à

Justiça, nunca à infâmia.85 Fernando Henrique Cardoso

Em nota oficial, o PSDB classificou o livro como "uma leviana tentativa de atribuir

irregularidades aos processos de privatização no governo do presidente Fernando Henrique

Cardoso e acusa o Partido e os seus líderes de participar de ações criminosas".86 O partido

ainda reforça que as privatizações viabilizaram a modernização da economia brasileira, com

investimentos em serviços essenciais e a geração de milhares de empregos, e que todas as

privatições foram auditadas pelo Tribunal de Contas da União, Ministério Público Federal e

outros órgãos de controle, onde nenhuma irregularidade foi constatada.87 Sérgio Guerra,

presidente nacional do PSDB, declarou que entrará com um processo contra o jornalista e a

editora que publicou a obra.

No dia 22 de dezembro, Verônica Allende Serra respondeu às acusações feitas a ela no livro.

Ela colocou que são as "(...) insinuações e acusações totalmente falsas a meu respeito." e

lembrou que se houve "(...) qualquer tipo de movimentação ilegal de recursos (...)" ela não

esteve envolvida "nem remotamente":

"Não fui sócia de Verônica Dantas (...) Não fundamos empresa juntas, nem chegamos a nos

conhecer" Verônica Allende Serra

Sobre as insinuações e acusações que têm sido publicadas e republicadas, na imprensa

escrita e eletrônica, ela disse que "Nunca fui ré em processo nem indiciada pela Polícia Federal;

fui, isto sim, vítima dos crimes de pessoas hoje indiciadas." A nota de Verônica detalha a sua

participação na empresa Decidir, segundo ela, em respeito a todas as normas legais em

vigor.88

O governador do Estado do Rio, Sérgio Cabral Filho, saiu em defesa de FHC, no dia 30 de

dezembro, sobre as denúncias sobre desvios bilionários durante o processo de privatização de

empresa brasileiras.89

"O presidente Fernando Henrique fez muito bem ao Brasil ao abri­lo para investidores nacionais

e estrangeiros, ao permitir, no caso da exploração do petróleo e do gás, a entrada de empresas

nacionais e multinacionais, acabando com o monopólio da Petrobras, acabando com o

monopólio da Telebrás (...)"Sérgio Cabral Filho

Page 26: Resenha: A Privataria Tucana

No dia 3 de dezembro, o presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra, que

prometeu processar Amaury Ribeiro Jr., em entrevista à Rádio Folha, afirmou que o livro não

passa de um "jogo publicitário" feito pela internet para enfraquecer a grande Imprensa. Disse o

tucano que "Isso foi para diminuir o tamanho da imprensa na formação da opinião pública".

Sérgio Guerra classificou a publicação de "farsa" repleta de "calúnias", produzida com

integrantes e agentes do PT.90

O Presidente Nacional do PSDB, Dep. Sérgio Guerra, no dia 1 de fevereiro enviou uma carta

para a ministra da Cultura, Ana Maria Buarque de Hollanda repudiando as acusações e

insinuações veiculadas pela Revista de História.91 Ele disse que "o verdadeiro alvo dessa

vilania (...) " é o PSDB.

A pretexto de exaltar o livro "A Privataria Tucana", o site da Revista de História, ligada à

Biblioteca Nacional, publicou um artigo assinado por um de seus editores, Celso de Castro

Barros, atacando o ex­governador e outros "tucanos", não nominados, da forma mais grosseira

e descabida. Dep. Sérgio Guerra

Notas 1. Ir para cima↑ No processo 2003.61.81.000370­5 Verônica Serra constava inicialmente como

indiciada, porém em consultas mais recentes ao processo na justiça federal do estado de

São Paulo ela consta apenas como averiguada. [1]